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Curso EFA Área: Cultura, Língua e Comunicação NG7: Saberes Fundamentais DR2 A minha história de Vida Professora: Elisabete Pereira Aluno: Ana Fonseca

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Curso EFA Área: Cultura, Língua e Comunicação

NG7: Saberes Fundamentais

DR2

A minha história de

Vida

Professora: Elisabete Pereira

Aluno: Ana Fonseca

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Curso EFA

O meu nome é Ana Rita Marques Fonseca, tenho 19 anos e nasci no dia 15 de Janeiro

de 1997 na Maternidade Daniel de Matos, em Coimbra. Os meus pais chamam-se Luís e

Silvina e tenho uma irmã com 22 anos.

Desde sempre que vivo em Oliveira do Hospital.

Tive uma infância muito feliz! Andei, desde os meus 2 anos até aos 10 anos numa ama

(quem considero ser quase da minha família), porque os meus pais tinham e ainda têm

um snack-bar (onde ajudo às horas de almoço ou quando é preciso) e ,por isso, não

podiam tomar conta de mim e da minha irmã durante o dia.

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Curso EFA

Tenho muitas e boas memórias dessa época, como quando recebi a minha cadela que se

chama fofinha, que vive até hoje (14 anos) e que é dos maiores amores da minha vida,

ou de férias passadas com a minha família, e até memórias menos boas como quando

desloquei a clavícula quando estava a dormir e caí da cama.

A minha creche e primária foram feitas numa aldeia chamada S. Paio de Gramaços,

terra onde vivia a minha ama. As pessoas nessa altura gostavam de mim porque eu era

muito alegre e muitas vezes falar comigo era quase como falar com um adulto.

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Curso EFA

O facto de ter andado numa escola pequena e ter convivido com aquelas pessoas

moldou a minha personalidade num bom sentido. Ter crescido num sítio pequeno foi a

melhor coisa que me podia ter acontecido e tenho imensas saudades desses tempos e de

quem fui.

No 5º ano fui estudar para o que era na altura o Agrupamento de Escolas Brás Garcia de

Mascarenhas (em Oliveira do Hospital) onde andei até ao 6º ano. As minhas notas eram

muito boas e no 5º ano cheguei a ter 5 a todas as disciplinas. Nesta altura comecei a

interessar-me por livros e jogos, e passava bastante tempo no computador e a ver

televisão e vivia despreocupadamente. Da passagem da primária para o 2º ciclo perdi

amigos e ganhei outros, e duas das pessoas que ganhei continuam na minha vida, a

Diana e a Maria. Éramos o trio maravilha, e apesar de quase nunca as ver ou falar com

elas, quando estamos juntas é como se o tempo nunca tivesse passado.

No 3º ciclo pedi transferência para a Escola Secundária de Oliveira do Hospital ( que era

mesmo ao lado) onde fiquei até ao 12º e que ainda frequento no curso EFA.

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Curso EFA

As minhas notas mantiveram-se decentes até ao 10º ano e cheguei mesmo a receber um

prémio de mérito por ter boas notas. Acho que a minha mudança de personalidade está

de certo modo ligada às minhas notas, que foram piorando, aliado ao facto de que até ao

10º sempre tirei boas notas sem ter que me esforçar, à exceção de inglês, que mesmo no

secundário, tirava boas notas sem estudar. Fui uma pessoa bastante extrovertida até ao

10º ano e a partir daí tudo piorou, tornei-me reservada e fria. No 11º, em 2014, fiquei

numa turma diferente de todos os meus amigos e foi um ano muito difícil para mim, não

havia ninguém na minha turma com quem eu me identificasse.

Muitas vezes comparo esse ano a este, porque no fundo é o quase o mesmo, só que

agora nem sequer vejo as minhas amigas todos os dias, aliás, quase nunca as vejo. O 11º

ano fez-me gostar de mim sem precisar das outras pessoas, até porque passava o tempo

quase todo sozinha a ler livros, embora tenha levado muito tempo até perceber que no

fundo, aquele ano sem ninguém me fez bem…

No 12º fui muito feliz, voltei a ficar na turma dos meus amigos e embora não tivesse as

melhores notas, sendo matemática desde o 10º ano o meu martírio e a razão pela qual

agora frequento o EFA. Entretanto descobri várias paixões. Música é uma delas, mais

concretamente música alternativa, como indie rock e rock alternativo. Em 2014 cheguei

a ir ao Nos Alive e acho que foi dos dias mais felizes da minha vida, principalmente

depois do ano que tinha tido.

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Curso EFA

Outra das minhas paixões é banda desenhada, e o meu quarto é prova disso até porque

tenho as paredes cheias de pósteres de super-heróis e vilões (assim como alguns

pósteres de séries e de bandas). Gosto imenso de ver séries, filmes e documentários (e

em parte aliado a tudo o resto fez com que o tempo que passei a estudar fosse menor do

que o ideal e necessário) tendo visto um total de 778 (aproximadamente). Em 2014 a

minha família acolheu um gatinho a quem eu dei o nome de Flash porque ele é o meu

super herói preferido.

Recentemente, desde Setembro de 2015 até algures neste ano vivi a pior fase da minha

vida até agora. Fiquei sem os meus amigos e senti que todos se esqueceram de mim. O

pior é que sabia que a culpa era minha. Andei até Dezembro a frequentar matemática no

12º ano e embora no início até estivesse a correr bem (tive 15 no primeiro teste) as

coisas começaram a complicar, e o meu estado de espírito acabou por me sugar para

uma espiral de despreocupação com a escola. Comecei a pensar que nada valia a pena e

que por mais que me esforçasse nunca iria ser boa o suficiente para nada nem para

ninguém (embora ao longo da minha vida tenha sempre vivido com este pensamento

mas em menor escala), então deixei de querer saber completamente e fechei-me mais

que nunca.

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Curso EFA

Passei dias sem falar com pessoas, à exceção dos meus pais e da minha irmã. Quando

soube que tinha entrado no curso EFA, senti um enorme alívio porque isto significava

que matemática estava arrumada na minha vida, pelo menos por enquanto, e desde

então tenho vindo a melhorar significativamente, sobretudo nas últimas semanas.

Descobri que afinal ainda sou capaz de fazer amigos, capacidade que pensava ter

perdido, e de falar com pessoas.

Desde que entrei no EFA tenho-me concentrado num objetivo, que é tirar boa nota no

exame de biologia, pois embora eu tenha feito a disciplina, a nota não é suficiente para

entrar em nenhum curso (9,7), porque infelizmente, na época de exames do 11º ano,

concentrei-me mais em ver séries do que em estudar (porque por algum motivo, ainda

acreditava que tinha a capacidade de tirar boas notas sem estudar). O meu objetivo é

entrar em Biologia na Universidade de Coimbra, algo que já queria antes. Sempre gostei

imenso de biologia, principalmente da parte de genética. O mais complicado do exame

vai ser mesmo a geologia, mas tenho que acreditar nas minhas capacidades agora

genuínas porque estudo.

Este ano aprendi a gostar mais de mim, tanto da minha personalidade como da minha

fisiologia. Sempre tive muitos problemas por causa da minha aparência, sempre senti

que era demasiado gorda e demasiado feia e sempre pensei que isso fosse também um

entrave para fazer amizades. A verdade é que já fui gozada por isso, por ter um nariz

grande ou porque o meu queixo é mais puxado para a frente, mas sei que isso não é não

nunca foi o mais importante, o que importa é a pessoa que sou. Apesar disso aprendi a

gostar mais das coisas que tenho e aceitei que não tenho culpa por ser assim. Também

percebi que não preciso de ninguém para ser quem sou. Vivi verdadeiros momentos de

escuridão, não só por causa disto mas também por outras razões de que não vale a pena

falar mas consegui sair dessa escuridão sozinha.

Espero que após o EFA eu consiga ter uma vida melhor até descobrir a minha última

forma e quero-me esforçar para um dia conseguir fazer coisas que ajudem a mudar o

mundo, nem que sejam coisas pequenas.