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Boletim Epidemiológico Volume 05, Nº 05, 01 de setembro de 2017
Arboviroses
Dengue, Chikungunya, Zika e Febre Amarela
1. Introdução
Este boletim tem como objetivo informar à população sobre a ocorrência das
arboviroses no município de Sorocaba. Os dados apontados são obtidos a partir da
notificação de casos suspeitos por todos os serviços de saúde.
A Vigilância em Saúde, através dos trabalhos desenvolvidos nos setores de
Vigilância Epidemiológica e de Zoonoses, controla as notificações de casos suspeitos
de arboviroses, os resultados dos exames e mapeia os casos positivos, organizando
ações de bloqueio para evitar o surgimento de casos secundários.
No momento atual não há ocorrência de surtos ou epidemias relacionadas aos
agravos, no entanto, neste ano ocorreram os primeiros casos autócnes de
Chikungunya em Sorocaba.
2. Dados Epidemiológicos do ano de 2017
No período de 01/01/2017 a 25/08/2017 (SE 34), ocorreu total de 2194
notificações de casos suspeitos de dengue, com confirmação laboratorial de 45 casos,
sendo 39 positivos autócnes e 6 positivos importados. Foram enviadas amostras de
casos confirmados para identificação de sorotipo viral, com a confirmação em dois
casos do sorotipo Den2. A taxa de casos positivos é de 2,0% dentre todos os
notificados.
No mesmo período, ocorreram 48 notificações de casos suspeitos de
Chikungunya, com a confirmação de 2 casos importados a partir de vínculo
epidemiológico (quadro clínico compatível da doença em pacientes oriundos de área
com transmissão do agravo) e 5 casos confirmados laboratorialmente considerados
autóctones. O primeiro caso autóctone ocorreu em março em paciente morador da área
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de abrangência da UBS Lopes de Oliveira. Três casos ocorreram em julho, sendo que
os acometidos residem nas áreas de abrangência das Unidades Básicas de Saúde do
Cajuru, Laranjeiras e Maria Eugênia. Em agosto, recebemos a confirmação de mais um
caso autócne em paciente que mora na mesma residência de caso autócne de julho,
sendo este da UBS Laranjeiras (dois casos na mesma residência).
A notificação de casos suspeitos de infecção pelo vírus Zika ocorre a partir da
presença de sintomas específicos, sendo que nesta doença é mandatória a ocorrência
de exantema (manchas vermelhas na pele), acompanhada de sintomas como febre,
dor e inchaço articular e conjutivite. Devido à associação da infecção por Zika com
quadros de microcefalia, todas as gestantes com exantema e todos os recém-nascidos
com suspeita de microcefalia devem ser notificados e investigados laboratorialmente.
Em relação aos casos suspeitos de infecção pelo vírus Zika, tivemos um total 18
notificações, 17 foram descartados e 1 caso aguarda resultado laboratorial. Dentre
estes, 7 casos eram de gestantes com exantema - 6 casos foram descartados e 1 caso
aguarda resultado laboratorial. Foram recebidas 6 notificações de recém nascidos com
suspeita de microcefalia ou outras malformações que podem estar associadas à
infecção por Zika vírus, todos eles descartados após seguimento clínico e laboratorial.
Neste ano ocorreram 8 notificações de casos suspeitos de Febre Amarela sendo
7 casos descartados e 1 caso confirmado importado de Minas Gerais.
Tabela 1 – Número de notificações, casos confirmados, casos autóctones e importados de Dengue, Chikungunya,
ZIKA e febre amarela no ano de 2017*.
Fonte: SINANWEB/DVE/AVS/SES/PMS * dados até 25/08/2017 (SE 34)
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O Gráfico 1 apresenta a comparação de casos confirmados de dengue no
município entre os anos de 2016 e 2017, sendo apontado por semana epidemiológica
(SE) a partir da data de início dos sintomas. Observa-se menor ocorrência de casos
este ano quando comparado ao mesmo período de 2016.
O número de casos confirmados está durante todo o período abaixo do nível de
alerta, no entando observamos persistência de casos positivos mesmo após o período
sazonal (até a SE 27) o que demonstra circulação viral permanente caracterizando a
Dengue como endêmica em Sorocaba.
Gráfico 1 - Distribuição dos casos confirmados de dengue nos anos de 2016 e 2017 por SE, a partir da data de início dos sintomas – Sorocaba/SP*
0
5
10
15
20
25
30
35
40
2016
2017
Fonte: SINANWEB/DVE/AVS/SES/PMS * sujeito a alterações, até SE 34/2017.
3. Chikungunya
Trata-se de uma doença infecciosa febril, causada pelo vírus Chikungunya, que
pode ser transmitida pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus.
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Os sinais e sintomas são febre acima de 38,5 graus de início repentino, dores
intensas nas articulações de pés e mãos – dedos, tornozelos e pulsos. Podem ocorrer
também dor de cabeça, dores nos músculos e manchas vermelhas na pele. Cerca de
30% das pessoas que adquirem a infecção não chegam a desenvolver sintomas.
O vírus pode afetar pessoas de qualquer idade ou sexo, sendo que o quadro
pode ser mais grave em idosos. Pessoas com doenças crônicas podem ter a doença
de base descompensada.
Até o momento não existe um tratamento específico para Chikungunya, a terapia
utilizada é de suporte sintomático principalmente com analgésicos, hidratação e
repouso. O repouso na fase aguda promove uma melhor recuperação e reduz o risco
dos sintomas se tornarem crônicos. Não é indicado o uso de anti-inflamatórios ou
corticóides na fase aguda da doença. A automedicação pode mascarar sintomas,
dificultar o diagnóstico e agravar o quadro do paciente.
A recuperação do doença em geral ocorre dez dias após o início dos sintomas.
No entanto, em alguns casos, as dores nas articulações podem persistir por meses
tornando o quadro crônico e incapacitante.
4. Controle de Vetor
As atividade de prevenção e controle dos vetores das arboviroses, o Aedes
aegypti e o Aedes albopictus, são constantes, inclusive neste momento interepidêmico.
Algumas das atividades são: arrastão para a remoção imediata dos recipientes
passíveis de criar mosquito; visitas de casa em casa para a retirada e o tratamento dos
criadouros e orientação da população sobre as formas de prevenção e sinais e
sintomas das doenças; bloqueio de casos positivos de dengue ou suspeitos de Zika,
Chikungunya ou Febre Amarela, com nebulização (aplicação do veneno); visitas a
imóveis especiais (imóveis com grande circulação de pessoas); vistorias e tratamentos
de pontos estratégicos (imóveis com grande potencial de criadouros, como ferro velho,
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borracharia, etc); e atendimento de denúncias e fiscalização, com aplicação de
notificação e penalidades de multa aos imóveis com condições de proliferação de
mosquitos.
Na Figura 1, o mapa sinaliza a distribuição espacial dos casos confirmados de
Dengue e Chikungunya, dando-nos a idéia da transmissão das arboviroses na cidade e
possibilitando vincular os futuros casos com as áreas em risco. Estes casos são
consolidados do ano de 2017, não indicando a situação atual de transmissão.
Figura 1 – Mapa com a distribuição dos casos confirmados de Dengue e Chikungunya no Município de Sorocaba/SP
do ano 2017*.
Fonte: SINANWEB/DZ/AVS/SES/PMS * Sujeito a alterações
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A Divisão de Zoonoses intensifica as ações nas áreas com os casos positivos de
Dengue e Chikungunya, no entanto, além das ações de combate e prevenção deste
setor, é necessário que se tenha o apoio e a colaboração da população nesta luta
contra o mosquito.
5. Ações programadas e em desenvolvimento
Dentre os trabalhos programados para o enfrentamento das arboviroses
envolvendo as equipes da Área de Vigilância em Saúde e da Área de Atenção Básica
da Secretaria da Saúde, destacamos os seguintes:
• Revisão do Plano Municipal de Contingência para Combate às Arboviroses para
2018.
• Reuniões periódicas do Comitê Gestor Municipal de Combate às Arboviroses
onde é feito análise permanente da situação epidemiológica, programação de
ações e articulação com outras secretarias da administração pública municipal
que desempenham funções que colaborem ao controle do agravo.
• Programação de treinamento para todas as equipes da rede assistencial através
de oficinas com as equipes gestoras das UBS e seus supervisores, com objetivo
final de capacitação sobre arboviroses para todas as equipes da área médica e
de enfermagem.
• Contato com a rede hospitalar privada para que estas desenvolvam Plano
Interno de Combate às Arboviroses de acordo com as diretrizes do Ministério da
Saúde.
• Programação de evento, previsto para novembro, de capacitação aos
profissionais da saúde com professora doutora convidada da Universidade
Federal da Bahia, estado que já vivenciou epidemias de Chikungunya e de Zika
vírus.
• Articulação com as equipes da estratégia de Saúde da Família para a realização
de treinamentos dos agentes comunitários de saúde em ações de prevenção e
combate ao vetor.
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• Articulação com a SUCEN (Superintendência de Controle de Endemias) para a
intensificação das ações de controle do vetor, promovendo gratificação dos
atuais agentes de controle de vetores e agentes comunitários de saúde nas
atividades realizadas em horários extraordinários.
6. Conclusão
A ocorrência de casos autócnes confirmados de Chikungunya em nosso
município era esperado e se confirmou neste ano com a identificação, até o momento,
de cinco casos. Considerando que a maioria dos pacientes que são infectados
apresentam sintomas (70%), o aumento da circulação viral de Chikungunya afetaria um
grande número de pessoas que necessitariam atendimento médico, afastamento de
suas atividades com grande prejuízo econômico e social e sobrecarga nos
atendimentos na rede assistencial de saúde.
Este fato reforça a necessidade da manutenção permanente de atenção contra o
mosquito Aedes aegypti. É necessário que se tenha o apoio e a colaboração da
população na luta contra o mosquito. Os imóveis devem ser vistoriados pelo menos
uma vez por semana, buscando-se eliminar pontos com água parada. Recipientes que
não possam ser removidos devem ser tratados com detergente ou sabão em pó.
Os profissionais da saúde e os pacientes devem estar atentos à ocorrência dos
sintomas de arboviroses. Considerando que as arboviroses iniciam-se com sintomas
semelhantes (febre, cefaleia, dores musculares e articulares, vômitos e diarreia) e que
em nosso município a dengue é o agravo prevalente, em todos os casos suspeitos
iniciaremos com a investigação laboratorial para Dengue. A investigação laboratorial
das demais arboviroses ocorrerá a partir do descarte da Dengue e da análise de dados
clínicos apresentados pelo caso suspeito.
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Existem quatro sorotipos de dengue (Den1, Den2, Den3 e Den4). O indivíduo ao
adquirir a infecção desenvolve imunidade específica ao sorotipo adquirido, não
garantindo proteção aos demais sorotipos. Na epidemia de 2015, ocorreu o isolamento
de Den1. O isolamento do sorotipo Den2 este ano é um fator de alerta, isto porque, a
maioria da população deve ser vulnerável a este sorotipo.
Devido ao início das estações de primavera-verão, época com maior
probabilidade de aumento de casos de arboviroses pelas condições climáticas que
favorecem a maior proliferação do vetor, emitiremos boletins mensais nos próximos
meses, com possibilidade de maior frequência nos informes se observamos aumento
de casos confirmados.
Área de Vigilância em Saúde
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Prefeitura Municipal de Sorocaba
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