aps-economia-01-06

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“Dos Delitos e das Penas” de Cesare Beccaria I. INTRODUÇÃO – parte. As vantagens da sociedade devem ser igualmente repartidas entre todos os seus membros. No entanto, entre os homens reunidos, nota-se a tendência contínua de acumular no menor número os privilégios, o poder e a felicidade, para só deixar à maioria miséria e fraqueza. Só com boas leis podem impedir-se tais abusos. Mas, de ordinário, os homens abandonam a leis provisórias e à prudência do momento o cuidado de regular os negócios mais importantes, quando não os confiam à discrição daqueles mesmos cujo interesse é oporem-se às melhores instituições e às leis mais sábias. Além disso, não é senão depois de terem vagado por muito tempo no meio dos erros mais funestos, depois de terem exposto mil vezes a própria liberdade e a própria existência, que, cansados de sofrer, reduzidos aos últimos extremos, os homens se determinam a remediar os males que os afligem. Então, finalmente, abrem os olhos a essas verdades palpáveis que, por sua simplicidade mesma, escapam aos espíritos vulgares, incapazes de analisar os objetos e acostumados a receber sem exame e sobre palavra todas as impressões que se lhes queiram dar. Abramos a história, veremos que as leis, que deveriam ser convenções feitas livremente entre homens livres, não foram, o mais das vezes, senão o instrumento das paixões da minoria, ou o produto do acaso e do momento, e nunca a obra de um prudente observador da natureza humana, que tenha sabido dirigir todas as ações da sociedade com este único fim: todo o bem-estar possível para a maioria. QUESTÃO: [= Parte da introdução do livro “Dos Delitos e das Penas” de Cesare Beccaria, aqui reproduzida, leva-nos a pensar que a sociedade deveria ser justa o suficiente a fim de proporcionar a todos o maior bem estar. Neste sentido e levando-se em consideração que a Economia é a ciência que administra a escassez, pergunta-se:

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Dos Delitos e das Penas de Cesare Beccaria

I. INTRODUO parte.As vantagens da sociedade devem ser igualmente repartidas entre todos os seus membros. No entanto, entre os homens reunidos, nota-se a tendncia contnua de acumular no menor nmero os privilgios, o poder e a felicidade, para s deixar maioria misria e fraqueza. S com boas leis podem impedir-se tais abusos. Mas, de ordinrio, os homens abandonam a leis provisrias e prudncia do momento o cuidado de regular os negcios mais importantes, quando no os confiam discrio daqueles mesmos cujo interesse oporem-se s melhores instituies e s leis mais sbias. Alm disso, no seno depois de terem vagado por muito tempo no meio dos erros mais funestos, depois de terem exposto mil vezes a prpria liberdade e a prpria existncia, que, cansados de sofrer, reduzidos aos ltimos extremos, os homens se determinam a remediar os males que os afligem.Ento, finalmente, abrem os olhos a essas verdades palpveis que, por sua simplicidade mesma, escapam aos espritos vulgares, incapazes de analisar os objetos e acostumados a receber sem exame e sobre palavra todas as impresses que se lhes queiram dar. Abramos a histria, veremos que as leis, que deveriam ser convenes feitas livremente entre homens livres, no foram, o mais das vezes, seno o instrumento das paixes da minoria, ou o produto do acaso e do momento, e nunca a obra de um prudente observador da natureza humana, que tenha sabido dirigir todas as aes da sociedade com este nico fim: todo o bem-estar possvel para a maioria.

QUESTO: [=Parte da introduo do livro Dos Delitos e das Penas de Cesare Beccaria, aqui reproduzida, leva-nos a pensar que a sociedade deveria ser justa o suficiente a fim de proporcionar a todos o maior bem estar. Neste sentido e levando-se em considerao que a Economia a cincia que administra a escassez, pergunta-se: Qual a relao entre economia e direito?

O conceito principal da economia est diretamente ligado a satisfazer as necessidades administrando recursos escassos. Haja vista a funo de construo e manuteno da organizao social do Direito, levando em considerao a introduo do livro Dos delitos e das Penas, entende-se que o Direito e a Economia esto diretamente ligados e que a funo destes se relacionam ao ponto de trabalharem em um paralelo com objetivos como manter a igualdade de direitos e promover o desenvolvimento da sociedade.

Dada a estreita relao entre estes, conseguimos por muitas vezes identifica claramente ambos atuando em um mesmo ramo. Como exemplo pode-se utilizar o ramo do Direito do Trabalho, onde o trabalho e um dos fatores de produo econmica, j se nota por a uma relao entre Direito e Economia. Mas esta relao no para por a, ainda neste ramo observa-se que outros conceitos esto relacionando e Direito e a Economia, como: As definies de remunerao e salrios; Reajustes de salrio; Intervenes judiciais.

No ramo do direito administrativo tambm observamos relaes, como: A definio de licitaes e contratos e ordenamentos diversos. Alm disso existem relaes como os custos do processo litigioso, responsabilidade civil, direitos de propriedade e direitos contratuais. Alm disso, diante da globalizao e da consequente concorrncia no mercado internacional, as o Direito e a Economia de encontram em notria interao.

Ainda se tratando desta relao, vale ressaltar a inferncia do direito no sistema econmico e vice e versa, onde preceitos fundamentais de ambos so amplamente respaldados tanto pela economia quanto pelo direito. Tanto o direito quanto a economia prezam por um bom desenvolvimento da sociedade, desta forma fica claro a necessidade dos dois estarem interligados.