apresentacao producao escrita im pressao

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Fundamentos teóricos e Fundamentos teóricos e metodológicos para o trabalho metodológicos para o trabalho com produção de textos com com produção de textos com alunos em processo de alunos em processo de recuperação paralela recuperação paralela Jacqueline Peixoto Barbosa Jacqueline Peixoto Barbosa (PUC-SP) (PUC-SP) Serra Negra, janeiro/2010 Serra Negra, janeiro/2010

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Page 1: Apresentacao Producao Escrita Im Pressao

Fundamentos teóricos e Fundamentos teóricos e metodológicos para o trabalho metodológicos para o trabalho com produção de textos com com produção de textos com

alunos em processo de alunos em processo de recuperação paralelarecuperação paralela

Jacqueline Peixoto BarbosaJacqueline Peixoto Barbosa

(PUC-SP)(PUC-SP)

Serra Negra, janeiro/2010Serra Negra, janeiro/2010

Page 2: Apresentacao Producao Escrita Im Pressao

O problemaO problema

Parte considerável dos alunos escreve textos que Parte considerável dos alunos escreve textos que apresentam problemas de diferentes ordens.apresentam problemas de diferentes ordens.

Page 3: Apresentacao Producao Escrita Im Pressao

O problema (2)O problema (2)

Muitos alunos resistem à ideia de escrever porque:Muitos alunos resistem à ideia de escrever porque: não construíram conhecimentos ou não desenvolveram não construíram conhecimentos ou não desenvolveram

as habilidades/capacidades esperados;as habilidades/capacidades esperados; não veem sentido nas atividades propostas (temas não veem sentido nas atividades propostas (temas

distantes, leitores ausentes, revisão tomada como distantes, leitores ausentes, revisão tomada como castigo etc.);castigo etc.);

consideram que é preciso ter talento para escrever (e consideram que é preciso ter talento para escrever (e consideram que não possuem esse talento);consideram que não possuem esse talento);

Page 4: Apresentacao Producao Escrita Im Pressao

O problema (3)O problema (3) Muitos professores resistem ao trabalho com Muitos professores resistem ao trabalho com

produção de textos porque:produção de textos porque: Não acreditam que os alunos com dificuldades possam superá-las Não acreditam que os alunos com dificuldades possam superá-las

(deveriam ter aprendido em séries anteriores);(deveriam ter aprendido em séries anteriores); Não sabem o que fazer para ajudá-los a superar as dificuldades:Não sabem o que fazer para ajudá-los a superar as dificuldades:

Não sabem identificar os problemasNão sabem identificar os problemas Não sabem o que propor Não sabem o que propor

Consideram que as condições de trabalho – número de alunos por Consideram que as condições de trabalho – número de alunos por classe, número de aulas de LP, quantidade de horas atividades classe, número de aulas de LP, quantidade de horas atividades insuficientes, tendo em vista as muitas horas requeridas para insuficientes, tendo em vista as muitas horas requeridas para correção das produções dos alunos, etc. – são um impeditivo. correção das produções dos alunos, etc. – são um impeditivo.

Page 5: Apresentacao Producao Escrita Im Pressao

Vislumbrando soluçõesVislumbrando soluções

1)1) Ressignificar o trabalho com produção de textos Ressignificar o trabalho com produção de textos na escola;na escola;

2)2) Formação de professores: Formação de professores: Domínio dos aspectos envolvidos no processo de Domínio dos aspectos envolvidos no processo de

produção de textos e das perspectivas teórico-produção de textos e das perspectivas teórico-metodológicas para o ensino-aprendizagem da metodológicas para o ensino-aprendizagem da produção escrita;produção escrita;

Domínio de metodologias que possam criar boas Domínio de metodologias que possam criar boas situações de aprendizagens junto aos alunos;situações de aprendizagens junto aos alunos;

Page 6: Apresentacao Producao Escrita Im Pressao

Vislumbrando soluções (2)Vislumbrando soluções (2)1) É preciso ressignificar o trabalho com produção de texto:1) É preciso ressignificar o trabalho com produção de texto: da redação à produção de textos;da redação à produção de textos; a produção deve se constituir em uma situação de interlocução. Como tal, não a produção deve se constituir em uma situação de interlocução. Como tal, não

deve ser proposta apenas para verificar o que os alunos aprenderam; é preciso deve ser proposta apenas para verificar o que os alunos aprenderam; é preciso também considerar o que têm a dizer e proporcionar múltiplos diálogos;também considerar o que têm a dizer e proporcionar múltiplos diálogos;

deve mobilizar uma atitude protagonista por parte dos alunos e, na medida do deve mobilizar uma atitude protagonista por parte dos alunos e, na medida do possível, deve proporcionar algum nível de intervenção na realidade (carta de possível, deve proporcionar algum nível de intervenção na realidade (carta de reclamação com questões da comunidade; projeto de intervenção social; reclamação com questões da comunidade; projeto de intervenção social; reportagens sobre custos dos produtos da cesta básica na região, sobre reportagens sobre custos dos produtos da cesta básica na região, sobre manifestações e equipamentos sócio-culturais existentes na comunidade ou manifestações e equipamentos sócio-culturais existentes na comunidade ou ainda sobre perfil dos alunos da escola; artigo de opinião sobre tema de ainda sobre perfil dos alunos da escola; artigo de opinião sobre tema de interesse que mobilize para discussão, crônica que possa proporcionar uma interesse que mobilize para discussão, crônica que possa proporcionar uma outra perspectiva de olhar para a realidade (ver anexo 1)outra perspectiva de olhar para a realidade (ver anexo 1)

Page 7: Apresentacao Producao Escrita Im Pressao

Vislumbrando soluções (3)Vislumbrando soluções (3)

diversificar gêneros e temas na perspectiva do letramento crítico diversificar gêneros e temas na perspectiva do letramento crítico (consideração de temáticas e gêneros socialmente valorizados, (consideração de temáticas e gêneros socialmente valorizados, mas também dos que circulam nas culturas locais e juvenis; mas também dos que circulam nas culturas locais e juvenis; gêneros multissemióticos, digitais, dentre outros, também gêneros multissemióticos, digitais, dentre outros, também devem ser contemplados)devem ser contemplados)

Alguns gêneros possíveis;Alguns gêneros possíveis; HQ, tirinhas, fanzines, e-zine, fotonovelas, fanfic, rap, HQ, tirinhas, fanzines, e-zine, fotonovelas, fanfic, rap,

literatura marginal, videopoemas etc.literatura marginal, videopoemas etc.

Incluir temáticas que se aproximem das culturas Incluir temáticas que se aproximem das culturas juvenis;juvenis;

Page 8: Apresentacao Producao Escrita Im Pressao

Considerar os diferentes letramentos numa perspectiva crítica Considerar os diferentes letramentos numa perspectiva crítica implica também considerar diferenças sociais e a diversidade implica também considerar diferenças sociais e a diversidade cultural. Como uma das marcas identitárias de grupos sociais, cultural. Como uma das marcas identitárias de grupos sociais, o uso das diferentes linguagens ao mesmo tempo constitui e o uso das diferentes linguagens ao mesmo tempo constitui e manifesta a diversidade cultural, sendo também marcado pela manifesta a diversidade cultural, sendo também marcado pela explicitação das contradições sociais e culturais expressas por explicitação das contradições sociais e culturais expressas por contraposições entre o padrão e as variações, o culturalmente contraposições entre o padrão e as variações, o culturalmente valorizado e o “marginal”, o hegemônico e o contra-hegemônico, valorizado e o “marginal”, o hegemônico e o contra-hegemônico, o tradicional e a ruptura ou vanguarda. o tradicional e a ruptura ou vanguarda.

Page 9: Apresentacao Producao Escrita Im Pressao

Seja no uso de uma língua, que sempre contará com o fenômeno da Seja no uso de uma língua, que sempre contará com o fenômeno da variação lingüística, seja no interior de uma dada forma de variação lingüística, seja no interior de uma dada forma de manifestação artística, essas oposições estão presentes e sua manifestação artística, essas oposições estão presentes e sua exploração deve constituir-se em um dos objetivos de aprendizagem, exploração deve constituir-se em um dos objetivos de aprendizagem, dado seu valor político, social e cultural. dado seu valor político, social e cultural.

Page 10: Apresentacao Producao Escrita Im Pressao

Mais do que contemplar essas diferenças, é preciso considerar Mais do que contemplar essas diferenças, é preciso considerar efetivamente as manifestações lingüísticas e culturais dos efetivamente as manifestações lingüísticas e culturais dos alunos e propor diálogos (por vezes, conflituosos) com as alunos e propor diálogos (por vezes, conflituosos) com as demais formas de manifestações culturais, na perspectiva de demais formas de manifestações culturais, na perspectiva de promover uma ampliação no universo cultural dos alunos que promover uma ampliação no universo cultural dos alunos que não seja impositiva ou que reafirme as relações de dominações não seja impositiva ou que reafirme as relações de dominações existentes e que acabem por afastar o aluno da escola. existentes e que acabem por afastar o aluno da escola. (Barbosa, 2007)(Barbosa, 2007)

Page 11: Apresentacao Producao Escrita Im Pressao

Vislumbrando soluções (4)Vislumbrando soluções (4)

2) Formação de professores: 2) Formação de professores: Domínio dos aspectos envolvidos no processo de Domínio dos aspectos envolvidos no processo de

produção de textos e das perspectivas teórico-produção de textos e das perspectivas teórico-metodológicas para o ensino-aprendizagem da metodológicas para o ensino-aprendizagem da produção escrita;produção escrita;

Domínio de metodologias que possam criar boas Domínio de metodologias que possam criar boas situações de aprendizagens junto aos alunos;situações de aprendizagens junto aos alunos;

Page 12: Apresentacao Producao Escrita Im Pressao

Quatro referênciasQuatro referências teórico-metodológica teórico-metodológica

Geraldi (1985, 1991, 1996)Geraldi (1985, 1991, 1996) Bakthin (1992)Bakthin (1992) Costa Val (1991)Costa Val (1991) Dolz & Dolz & Pasquier (1996); Dolz, Schneuwly & Pasquier (1996); Dolz, Schneuwly &

Noverraz (2004)Noverraz (2004)

Page 13: Apresentacao Producao Escrita Im Pressao

REDAÇÃO X PRODUÇÃO DE REDAÇÃO X PRODUÇÃO DE TEXTOSTEXTOS

Redação Produção de texto

Exercício Atividade/prática

Centrada no produto Centrada no processo

Ausência/desconsideração/ não explicitação de um contexto de produção

Consideração de um contexto de produção

Perspectiva transmissiva (repetição, aplicação mecânica)

Perspectiva sócio-interacionista

Constitui um fim em si mesma. Lugar de entrada para o diálogo com outros textos

Page 14: Apresentacao Producao Escrita Im Pressao

Para produzir um texto, é Para produzir um texto, é necessário que:necessário que:

a)a) Se tenha o que dizer;Se tenha o que dizer;

b)b) Se tenha uma razão para dizer o que se tem a Se tenha uma razão para dizer o que se tem a dizer;dizer;

c)c) Se tenha para quem dizer o que se tem a dizer;Se tenha para quem dizer o que se tem a dizer;

d)d) O locutor se constitua como tal, enquanto O locutor se constitua como tal, enquanto sujeito que diz o que diz para quem dizsujeito que diz o que diz para quem diz

e)e) Se escolham estratégias para realizar (a), (b), (c) Se escolham estratégias para realizar (a), (b), (c) e (d).e (d).

Geraldi, 1995, p. 137

Page 15: Apresentacao Producao Escrita Im Pressao

Produzir textos escritos é uma atividade Produzir textos escritos é uma atividade extremamente complexa:extremamente complexa:Adequação à situação de produção (incluindo Adequação à situação de produção (incluindo domínio dos gêneros em questão);domínio dos gêneros em questão);Requer a coordenação de diferentes sub-sistemas Requer a coordenação de diferentes sub-sistemas da língua;da língua;Domínio do conteúdo.Domínio do conteúdo.

Page 16: Apresentacao Producao Escrita Im Pressao

O processo de desenvolvimento da O processo de desenvolvimento da linguagemlinguagem

palavras alheiaspalavras alheias palavras própriaspalavras próprias (palavras anônimas)(palavras anônimas)

palavras próprias-alheiaspalavras próprias-alheias(“erros”)(“erros”)

Karmiloff-Smith baseada em Bakthin

Page 17: Apresentacao Producao Escrita Im Pressao

Categorias didáticas para a Categorias didáticas para a prática de produção de textosprática de produção de textos

Categorias didáticas para a prática de

produção de textos

Plano do conteúdo(o que dizer)

Plano da forma/expressão

(como dizer)

Transcrição (DADO) (DADO)

Reprodução(por ex., paráfrases, resumos etc.)

(DADO)

Decalque(funcionam como modelos lacunados; paródia; etc.)

(DADO)

AutoriaPCN Língua Portuguesa - 5a a 8a séries

Page 18: Apresentacao Producao Escrita Im Pressao

Texto e textualidade*Texto e textualidade*  TextoTexto: ocorrência lgstica falada ou escrita, de : ocorrência lgstica falada ou escrita, de qualquer extensão, dotada de qualquer extensão, dotada de unidade unidade sociocomunicativasociocomunicativa, , semânticasemântica e e formalformal..

TextualidadeTextualidade: conjunto de características que faz um : conjunto de características que faz um texto ser um texto. Segundo Beaugrande e Dressler texto ser um texto. Segundo Beaugrande e Dressler envolvem envolvem coerênciacoerência, , coesão coesão e e fatores pragmáticosfatores pragmáticos: :

*Costa Val, M. G., 1991.

Page 19: Apresentacao Producao Escrita Im Pressao

1. Coerência1. Coerência - diz respeito ao nexo conceitual e à construção de - diz respeito ao nexo conceitual e à construção de sentidos em um texto (envolve aspectos lógicos, semânticos, sentidos em um texto (envolve aspectos lógicos, semânticos, cognitivos e interativos.)cognitivos e interativos.)

2. Coesão2. Coesão - diz respeito ao nexo no plano linguístico. É expressa - diz respeito ao nexo no plano linguístico. É expressa por relações linguísticas responsáveis pela unidade formal do por relações linguísticas responsáveis pela unidade formal do texto, estabelecidas por meio de mecanismos texto, estabelecidas por meio de mecanismos gramaticaisgramaticais – – pronomes anafóricos, artigos, elipse, concordância, correlação entre tempos pronomes anafóricos, artigos, elipse, concordância, correlação entre tempos verbais, uso de conjunção etcverbais, uso de conjunção etc. - e . - e lexicais lexicais – – reiteraçãoreiteração (repetição e (repetição e nominalização), nominalização), substituiçãosubstituição – sinonímia, antonímia, hiponímia, – sinonímia, antonímia, hiponímia, hiperonímia – e hiperonímia – e associaçãoassociação (itens lexicais que pertencem ao (itens lexicais que pertencem ao mesmo esquema cognitivo ou ao mesmo campo semântico).mesmo esquema cognitivo ou ao mesmo campo semântico).

Page 20: Apresentacao Producao Escrita Im Pressao

3. Fatores Pragmáticos3. Fatores Pragmáticos::

3.1 Intencionalidade3.1 Intencionalidade - diz respeito ao - diz respeito ao empenho do empenho do produtorprodutor em construir um discurso coerente, coeso em construir um discurso coerente, coeso e capaz de satisfazer os e capaz de satisfazer os objetivosobjetivos da situação da situação comunicativa;comunicativa;

3.2 Aceitabilidade3.2 Aceitabilidade - diz respeito à - diz respeito à expectativa doexpectativa do interlocutorinterlocutor de que o texto seja coerente, coeso, de que o texto seja coerente, coeso, útil e relevante;útil e relevante;

3.3 Situacionalidade3.3 Situacionalidade – diz respeito aos elementos – diz respeito aos elementos responsáveis pela responsáveis pela pertinênciapertinência e e relevânciarelevância do do texto quanto à texto quanto à situação comunicativasituação comunicativa em que em que ocorre;ocorre;

Page 21: Apresentacao Producao Escrita Im Pressao

Fatores pragmáticosFatores pragmáticos

3.4 Informatividade3.4 Informatividade - diz respeito à - diz respeito à qualidade qualidade do conteúdodo conteúdo que deve ficar no meio termo que deve ficar no meio termo entre o esperado e inesperado, entre o entre o esperado e inesperado, entre o conhecido e o desconhecido; deve apresentar as conhecido e o desconhecido; deve apresentar as informações necessárias, possuir grau adequado informações necessárias, possuir grau adequado de aprofundamento, apresentar sustentação de de aprofundamento, apresentar sustentação de opiniões (se for o caso) etc.opiniões (se for o caso) etc.

Critérios para análise da informatividade: Critérios para análise da informatividade: imprevisibilidade e a suficiência de dadosimprevisibilidade e a suficiência de dados

Page 22: Apresentacao Producao Escrita Im Pressao

3.4.1. Quanto à 3.4.1. Quanto à imprevisibilidadeimprevisibilidade, o texto pode ser:, o texto pode ser: muito previsível (portanto, com baixo grau de muito previsível (portanto, com baixo grau de informatividade): uso de clichês, estereótipos, frases informatividade): uso de clichês, estereótipos, frases feitas, afirmações óbvias, falas do senso comum. Esses feitas, afirmações óbvias, falas do senso comum. Esses textos são pragmaticamente ineficientes já que são textos são pragmaticamente ineficientes já que são desprovidos de interesse;desprovidos de interesse; equilibrado entre o previsível e o original: é o tipo equilibrado entre o previsível e o original: é o tipo ideal de texto, pois, em geral, tem boa aceitabilidade, ideal de texto, pois, em geral, tem boa aceitabilidade, pois apresentam novidade, sem provocar estranhamento; pois apresentam novidade, sem provocar estranhamento;   Imprevisíveis - em geral, desorientam o leitorImprevisíveis - em geral, desorientam o leitor

  

  

Page 23: Apresentacao Producao Escrita Im Pressao

3.4.2. Quanto à 3.4.2. Quanto à suficiência de dadossuficiência de dados é preciso é preciso avaliar se o texto fornece ao leitor elementos avaliar se o texto fornece ao leitor elementos indispensáveis a uma interpretação que indispensáveis a uma interpretação que corresponda às intenções do autor, sem ser corresponda às intenções do autor, sem ser redundante. Esse critério inclui avaliação sobre a redundante. Esse critério inclui avaliação sobre a existência, pertinência e poder de convencimento existência, pertinência e poder de convencimento de argumentos apresentados em texto de argumentos apresentados em texto argumentativos.argumentativos.

Page 24: Apresentacao Producao Escrita Im Pressao

Fatores pragmáticosFatores pragmáticos

3.5. Intertextualidade3.5. Intertextualidade – diz respeito à – diz respeito à relação do relação do textotexto em questão em questão com outros textoscom outros textos (dependendo da situação, deve-se evitar que o (dependendo da situação, deve-se evitar que o intertexto restrinja-se a falas do senso comum).intertexto restrinja-se a falas do senso comum).

Page 25: Apresentacao Producao Escrita Im Pressao

Um decálogo para ensinar a Um decálogo para ensinar a escrever – Dolz e Pasquierescrever – Dolz e Pasquier

A capacidade de produzir um texto, coerente em A capacidade de produzir um texto, coerente em termos de conteúdos e com um mínimo de coesão termos de conteúdos e com um mínimo de coesão lingüística, não é um dom exclusivo de uma minoria lingüística, não é um dom exclusivo de uma minoria seleta, mas uma capacidade ao alcance de todo seleta, mas uma capacidade ao alcance de todo indivíduo escolarizado, se lhe damos as condições de indivíduo escolarizado, se lhe damos as condições de ensino e aprendizagem adequadas.ensino e aprendizagem adequadas.

Page 26: Apresentacao Producao Escrita Im Pressao

OPÇÕES DIDÁTICAS OPÕEM-SE A

1. Diversidade textual: conjunto de aprendizagens específicas de diversos gêneros textuais.

Indiferenciação textual: ensina-se a escrever a partir de procedimento generalizável a todo texto.

2. Abordar a produção de textos desde o início da escolaridade.

Começar a escrever textos na escolaridade mais avançada.

3. Progressão “em espiral”. Progressão “linear”: de um texto a outro.

4. Do complexo p/ o simples p/ voltar ao complexo.

Aprendizagem aditiva: do simples para o complexo.

5. Ensino intensivo. Ensino descontínuo.

Page 27: Apresentacao Producao Escrita Im Pressao

OPÇÕES DIDÁTICAS OPÕEM-SE A

6. Modelo: textos sociais em uso.

Modelo: textos escolares produzidos ad hoc.

7. Atividades de revisão e reescrita.

Correção normativa.

8. Método indutivo. Método transmissor frontal.

9. Regulação externa e interna. Regulação pelo professor.

10. Organização do ensino em seqüências didáticas.

Ausência de ensino sistemático centrado num texto.

Page 28: Apresentacao Producao Escrita Im Pressao

SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS PARA SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS PARA O ORAL E A ESCRITA: O ORAL E A ESCRITA:

APRESENTAÇÃO DE UM APRESENTAÇÃO DE UM

PROCEDIMENTOPROCEDIMENTO Joaquim Dolz, Michèle Noverraz & Bernard Joaquim Dolz, Michèle Noverraz & Bernard

SchneuwlySchneuwly

Page 29: Apresentacao Producao Escrita Im Pressao

Como desenvolver as capacidades de Como desenvolver as capacidades de expressão oral e escrita?expressão oral e escrita?

Criar contextos de produção precisos;Criar contextos de produção precisos;

Efetuar atividades ou exercícios múltiplos e Efetuar atividades ou exercícios múltiplos e variadosvariados

Page 30: Apresentacao Producao Escrita Im Pressao

Definição e finalidades das Definição e finalidades das Seqüências Didáticas (SD)Seqüências Didáticas (SD)

SD é um conjunto de atividades escolares organizadas, SD é um conjunto de atividades escolares organizadas, de maneira sistemática, em torno de um gênero textual de maneira sistemática, em torno de um gênero textual oral ou escrito.oral ou escrito.

Uma SD tem a finalidade de ajudar o aluno a dominar Uma SD tem a finalidade de ajudar o aluno a dominar melhor melhor umum gênero de texto, permitindo-lhe, assim, gênero de texto, permitindo-lhe, assim, escrever ou falar de uma maneira mais adequada numa escrever ou falar de uma maneira mais adequada numa dada situação de comunicação. Servem, portanto, dada situação de comunicação. Servem, portanto, para para dar acesso aos alunos a práticas de linguagem novas ou dar acesso aos alunos a práticas de linguagem novas ou dificilmente domináveis.dificilmente domináveis.

Page 31: Apresentacao Producao Escrita Im Pressao

““Os textos escritos ou orais que produzimos Os textos escritos ou orais que produzimos diferenciam-se uns dos outros e isto porque são diferenciam-se uns dos outros e isto porque são produzidos em condições diferentes. Apesar desta produzidos em condições diferentes. Apesar desta diversidade, podemos constatar regularidades. Em diversidade, podemos constatar regularidades. Em situações semelhantes, escrevemos textos com situações semelhantes, escrevemos textos com características semelhantes, que podemos chamar características semelhantes, que podemos chamar de de gêneros de textos”gêneros de textos”

Page 32: Apresentacao Producao Escrita Im Pressao

Apresentação da situação

...

Produção final

Produção Inicial Mód

ulo 1

Módulo 2

Módulo n

Estrutura de uma SDEstrutura de uma SD

Page 33: Apresentacao Producao Escrita Im Pressao

ApresentaçãoApresentação

Descrição de maneira detalhada da tarefa de expressão oral Descrição de maneira detalhada da tarefa de expressão oral ou escrita que os alunos deverão realizarou escrita que os alunos deverão realizar (apresentação de (apresentação de um um problema de comunicação bem definido):problema de comunicação bem definido):

Qual é o gênero que será abordado? Qual é o gênero que será abordado? A quem se dirige a produção? A quem se dirige a produção? Que forma assumirá a produção? Que forma assumirá a produção? Qual a finalidade visada?Qual a finalidade visada? Que posição deverá assumir enquanto autor? Que posição deverá assumir enquanto autor? Quem participará da produção? Quem participará da produção?

Page 34: Apresentacao Producao Escrita Im Pressao

MódulosMódulos

Trabalham os Trabalham os problemasproblemas que apareceram na que apareceram na primeira produção; primeira produção;

A atividade de produzir um texto escrito ou oral é A atividade de produzir um texto escrito ou oral é decomposta;decomposta;

Movimento metodológico:Movimento metodológico:

COMPLEXO SIMPLES COMPLEXOCOMPLEXO SIMPLES COMPLEXO

Page 35: Apresentacao Producao Escrita Im Pressao

3 questões se colocam3 questões se colocam

1) Que dificuldades da expressão oral ou escrita 1) Que dificuldades da expressão oral ou escrita abordar? abordar?

2) Como construir um módulo para trabalhar um 2) Como construir um módulo para trabalhar um problema particular? problema particular?

3) Como capitalizar o que é adquirido nos 3) Como capitalizar o que é adquirido nos módulos?módulos?

Page 36: Apresentacao Producao Escrita Im Pressao

Níveis de dificuldadeNíveis de dificuldade Representação da situação de comunicaçãoRepresentação da situação de comunicação. . Elaboração dos conteúdosElaboração dos conteúdos. O aluno deve conhecer os meios para . O aluno deve conhecer os meios para

buscar, elaborar ou criar conteúdos. buscar, elaborar ou criar conteúdos. Planejamento do textoPlanejamento do texto. O aluno deve estruturar seu texto de . O aluno deve estruturar seu texto de

acordo com um plano que depende da finalidade que se acordo com um plano que depende da finalidade que se deseja atingir e/ou do destinatário visado; cada gênero é deseja atingir e/ou do destinatário visado; cada gênero é caracterizado por uma estrutura mais ou menos caracterizado por uma estrutura mais ou menos convencional.convencional.

Realização do textoRealização do texto. O aluno deve escolher os meios de . O aluno deve escolher os meios de linguagem mais eficazes para escrever seu texto: utilizar um linguagem mais eficazes para escrever seu texto: utilizar um vocabulário apropriado a uma dada situação, variar os vocabulário apropriado a uma dada situação, variar os tempos verbais em função do tipo e do plano do texto, tempos verbais em função do tipo e do plano do texto, servir-se de organizadores textuais para estruturar o texto ou servir-se de organizadores textuais para estruturar o texto ou introduzir argumentos etc.introduzir argumentos etc.

Page 37: Apresentacao Producao Escrita Im Pressao

Diversificação do tipo de atividadeDiversificação do tipo de atividade Atividades de observação e de análiseAtividades de observação e de análise de textos de textos: estas atividades podem ser : estas atividades podem ser

realizadas a partir de um texto completo ou de uma parte de um texto; elas realizadas a partir de um texto completo ou de uma parte de um texto; elas podem comparar vários textos de um mesmo gênero ou de gêneros diferentes podem comparar vários textos de um mesmo gênero ou de gêneros diferentes etc.etc.

Tarefas simplificadas de produção de textos:Tarefas simplificadas de produção de textos: são exercícios que, pelo próprio fato de são exercícios que, pelo próprio fato de imporem ao aluno limites bastante rígidos, permitem-lhe descartar certos imporem ao aluno limites bastante rígidos, permitem-lhe descartar certos problemas de linguagem que deve, habitualmente, gerenciar simultaneamente problemas de linguagem que deve, habitualmente, gerenciar simultaneamente (conforme os diferentes níveis de produção). O aluno pode, então, (conforme os diferentes níveis de produção). O aluno pode, então, concentrar-se mais particularmente num aspecto preciso da elaboração de um concentrar-se mais particularmente num aspecto preciso da elaboração de um texto. Entre outras, podem ser citadas as seguintes tarefas: reorganizar o texto. Entre outras, podem ser citadas as seguintes tarefas: reorganizar o conteúdo de uma descrição narrativa para um texto explicativo, inserir uma conteúdo de uma descrição narrativa para um texto explicativo, inserir uma parte que falta num dado texto, revisar um texto em função de critérios bem parte que falta num dado texto, revisar um texto em função de critérios bem definidos, elaborar refutações encadeadas ou a partir de uma resposta dada, definidos, elaborar refutações encadeadas ou a partir de uma resposta dada, encadear com uma questão etc.encadear com uma questão etc.

Elaboração de uma linguagem comum:Elaboração de uma linguagem comum: para poder falar dos textos, comentá-los, para poder falar dos textos, comentá-los, criticá-los, melhorá-los, quer se trate de seus próprios textos ou dos de criticá-los, melhorá-los, quer se trate de seus próprios textos ou dos de outrem. Este trabalho é feito ao longo de toda a seqüência e, especialmente, outrem. Este trabalho é feito ao longo de toda a seqüência e, especialmente, no momento da elaboração dos critérios explícitos para a produção de um no momento da elaboração dos critérios explícitos para a produção de um texto oral ou escrito.texto oral ou escrito.

Page 38: Apresentacao Producao Escrita Im Pressao

Capitalizar as aquisiçõesCapitalizar as aquisições

Podem ser sintetizados nos itens de avaliaçãoPodem ser sintetizados nos itens de avaliação

Page 39: Apresentacao Producao Escrita Im Pressao

Produção FinalProdução Final

Indica-lhe os objetivos a serem atingidos e dá-lhe, Indica-lhe os objetivos a serem atingidos e dá-lhe, portanto, um controle sobre seu próprio processo de portanto, um controle sobre seu próprio processo de aprendizagem (O que aprendi? O que resta a fazer?);aprendizagem (O que aprendi? O que resta a fazer?);

Serve de instrumento para regular e controlar seu Serve de instrumento para regular e controlar seu próprio comportamento de produtor de textos, próprio comportamento de produtor de textos, durante a revisão e a re-escrita.durante a revisão e a re-escrita.

Permite-lhe avaliar os progressos realizados no Permite-lhe avaliar os progressos realizados no domínio trabalhado.domínio trabalhado.

Page 40: Apresentacao Producao Escrita Im Pressao

ITENS QUE DEVEM SER OBSERVADOS ESTÁ BOM

PRECISO MUDAR

Você levou em consideração que a carta é para o prefeito, a maior autoridade do município?Você utilizou as formas de início próprias de uma carta de solicitação?Você deixou claro qual é a sua solicitação?Você utilizou argumentos fortes para tentar convencer o prefeito? (utilizar pelo menos três argumentos)Você utilizou palavras e expressões para introduzir argumentos e para relacionar os argumentos?Você utilizou as formas de término próprias de uma carta de solicitação? Sublinhe as palavras que você não tem certeza de como se escrevem.

Page 41: Apresentacao Producao Escrita Im Pressao

SD CARTA DE SOLICITAÇÃO/SD CARTA DE SOLICITAÇÃO/ CARTA DE RECLAMAÇÃO CARTA DE RECLAMAÇÃO

   Carta ao leitorCarta ao leitor Atividade 1 - Reconhecendo diferentes tipos de cartas Atividade 1 - Reconhecendo diferentes tipos de cartas Atividade 2 - Lendo mais algumas cartas (exploração do Atividade 2 - Lendo mais algumas cartas (exploração do

contexto de produção)contexto de produção) Atividade 3 - Primeira escrita de uma carta de solicitação Atividade 3 - Primeira escrita de uma carta de solicitação Atividade 4 - Estudando a forma de organização das cartas Atividade 4 - Estudando a forma de organização das cartas Atividade 5 - Lendo as cartas de reclamação publicadas em Atividade 5 - Lendo as cartas de reclamação publicadas em

jornal jornal Atividade 6 - Argumentando para tornar a solicitação mais Atividade 6 - Argumentando para tornar a solicitação mais

eficaz eficaz

Page 42: Apresentacao Producao Escrita Im Pressao

SD CARTA DE SOLICITAÇÃO/SD CARTA DE SOLICITAÇÃO/ CARTA DE RECLAMAÇÃO (2) CARTA DE RECLAMAÇÃO (2)

Atividade 7 - Reconhecendo argumentos e a importância de utilizá-los Atividade 7 - Reconhecendo argumentos e a importância de utilizá-los Atividade 8 - Trabalhando com organizadores textuais próprios dos Atividade 8 - Trabalhando com organizadores textuais próprios dos

textos argumentativos textos argumentativos Atividade 9 - Reconhecendo diferentes posições e produzindo Atividade 9 - Reconhecendo diferentes posições e produzindo

pequenos trechos argumentativos pequenos trechos argumentativos Atividade 10 - Escrita coletiva de uma carta de reclamação Atividade 10 - Escrita coletiva de uma carta de reclamação Atividade 11 - Devolução das primeiras cartas de solicitação Atividade 11 - Devolução das primeiras cartas de solicitação

produzidas produzidas Atividade 12 - Aprofundando a discussão sobre o tema escolhido Atividade 12 - Aprofundando a discussão sobre o tema escolhido Atividade 13 - Reescrita da carta de solicitação Atividade 13 - Reescrita da carta de solicitação

Roteiro de auto-avaliaçãoRoteiro de auto-avaliação

Page 43: Apresentacao Producao Escrita Im Pressao

Anexo 1 Anexo 1 Proposta de escrita de crônica*Proposta de escrita de crônica*

É hora de você começar a É hora de você começar a prestar mais atenção prestar mais atenção ao que ao que pode ser assunto de uma crônica. Já vimos que fatos pode ser assunto de uma crônica. Já vimos que fatos noticiados, situações cotidianas, engraçadas ou noticiados, situações cotidianas, engraçadas ou trágicas, merecedoras de críticas ou não podem virar trágicas, merecedoras de críticas ou não podem virar assunto de crônica. assunto de crônica.

Preste atenção em tudo à sua volta. Desconfie e Preste atenção em tudo à sua volta. Desconfie e estranhe tudo. Saia de casa decidido a saber: o que estranhe tudo. Saia de casa decidido a saber: o que poderia dar uma crônica????poderia dar uma crônica????

*Uma das propostas de produção que deveriam fazer parte de uma publicação "Crônicas da 8a..."

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Veja as notícias nos jornais, na TV, na Internet... Veja no Veja as notícias nos jornais, na TV, na Internet... Veja no caminho que você faz de casa para a escola, na volta, caminho que você faz de casa para a escola, na volta, repare as pessoas, no que elas estariam pensando ou repare as pessoas, no que elas estariam pensando ou fazendo antes daquele momento ou o que fariam depois, fazendo antes daquele momento ou o que fariam depois, como é estar no trânsito, no metrô, na chuva (no sol), como é estar no trânsito, no metrô, na chuva (no sol), com quem encontraram ou encontrarão, o que vão com quem encontraram ou encontrarão, o que vão fazer...fazer...

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Produção de um alunoProdução de um alunoCaminhoCaminho

A fim de aprender outras línguas, me inscrevi em uma escola de inglês. A fim de aprender outras línguas, me inscrevi em uma escola de inglês. Duas aulas por semana, três quadras do meu prédio. Um semestre depois, o Duas aulas por semana, três quadras do meu prédio. Um semestre depois, o caminho já virara rotineiro e eu o refazia duas vezes por semana caminho já virara rotineiro e eu o refazia duas vezes por semana automaticamente. Parecia sempre igual. automaticamente. Parecia sempre igual.

Um dia resolvi desconfiar e tentar ver coisas diferentes no mesmo velho Um dia resolvi desconfiar e tentar ver coisas diferentes no mesmo velho caminho.caminho.

Ganhei a calçada. Passo a passo, olhava ao redor, procurando ver. Dezenas Ganhei a calçada. Passo a passo, olhava ao redor, procurando ver. Dezenas de passageiros saltavam do ônibus. Quem seriam? De onde viriam? Boa de passageiros saltavam do ônibus. Quem seriam? De onde viriam? Boa parte, seguia o mesmo rumo, em direção a PUC. Mochilas, bolsas, pessoas parte, seguia o mesmo rumo, em direção a PUC. Mochilas, bolsas, pessoas de muitos tipos, chapéus, tênis, sapatos, ternos, camisas azuis, vermelhas, de muitos tipos, chapéus, tênis, sapatos, ternos, camisas azuis, vermelhas, roxas, multi-coloridas. Nossa, quantos tipos de sapatos!. O que ele podem roxas, multi-coloridas. Nossa, quantos tipos de sapatos!. O que ele podem dizer de seus donos? Mais passos à frente, moradores de prédios vizinhos, dizer de seus donos? Mais passos à frente, moradores de prédios vizinhos, cachorros (muitos), crianças (poucas), trabalhadores de vários tipos. cachorros (muitos), crianças (poucas), trabalhadores de vários tipos. Algumas árvores interceptam meu caminho, grandes, bonitas, sozinhas, Algumas árvores interceptam meu caminho, grandes, bonitas, sozinhas, tristes (?). Um cruzamento. O sinal de pedestre variando de verde para tristes (?). Um cruzamento. O sinal de pedestre variando de verde para vermelho, conforme seu humor no dia. Poucos carros cruzam a rua (por vermelho, conforme seu humor no dia. Poucos carros cruzam a rua (por que será?), deixando fácil o meu andar para o outro lado. Mas o que era que será?), deixando fácil o meu andar para o outro lado. Mas o que era aquilo na borda das ruas?aquilo na borda das ruas?

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O que aquela água fazia lá, sempre correndo num fluxo O que aquela água fazia lá, sempre correndo num fluxo constante que parece nunca acabar, pois diariamente estava lá. constante que parece nunca acabar, pois diariamente estava lá. De onde ela veio? Para onde iria? Seria a água em que eu lavei a De onde ela veio? Para onde iria? Seria a água em que eu lavei a mão antes de sair de casa? Quantas pessoas a teriam usado? mão antes de sair de casa? Quantas pessoas a teriam usado? Indignado, decido que, assim como a água, devo tomar meu Indignado, decido que, assim como a água, devo tomar meu rumo. Atravesso, finalmente, a rua. À frente, dois rumo. Atravesso, finalmente, a rua. À frente, dois estacionamentos, lotados (é a PUC!). Na parede de um deles estacionamentos, lotados (é a PUC!). Na parede de um deles havia uma pequena porta (uma caixa de relógio de luz?), dentro havia uma pequena porta (uma caixa de relógio de luz?), dentro dela sacos e um recipiente não muito grande. E mexendo nesse dela sacos e um recipiente não muito grande. E mexendo nesse armário, um mendigo (claro! é ali que ele guarda suas coisas!). armário, um mendigo (claro! é ali que ele guarda suas coisas!). Não sorria, não deixava de sorrir. Apenas comia seu sanduíche, Não sorria, não deixava de sorrir. Apenas comia seu sanduíche, sem se dar conta de cada um que passava...”. Parecia não ter sem se dar conta de cada um que passava...”. Parecia não ter rumo, tampouco rotina. Como teria ido parar naquele lugar? Por rumo, tampouco rotina. Como teria ido parar naquele lugar? Por que teria resolvido ser um mendigo? Alguém resolve isso? que teria resolvido ser um mendigo? Alguém resolve isso? Novamente inconformado por não ter resposta, sigo meu Novamente inconformado por não ter resposta, sigo meu caminho. caminho.

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Outro cruzamento. Uma rua de mão única com duas faixas, e a Outro cruzamento. Uma rua de mão única com duas faixas, e a movimentada Cardoso de Almeida, uma multidão de carros, movimentada Cardoso de Almeida, uma multidão de carros, que formava um rio. A cada sinal verde, motoristas de diversos que formava um rio. A cada sinal verde, motoristas de diversos destinos e origens, cruzam, disputando palmo a palmo o destinos e origens, cruzam, disputando palmo a palmo o espaço da avenida. Estou a apenas uma quadra do tão perto (e espaço da avenida. Estou a apenas uma quadra do tão perto (e distante esta manhã), destino que me aguardava. Mas distante esta manhã), destino que me aguardava. Mas novamente me impressiono. Dessa vez, um simpático faxineiro novamente me impressiono. Dessa vez, um simpático faxineiro varria a rua, assoviando uma música. Varria com calma, varria a rua, assoviando uma música. Varria com calma, sorrindo por sorrir, cantando por cantar, e a cada folha, a sorrindo por sorrir, cantando por cantar, e a cada folha, a arrastava com a cautela de quem não queria ferir a natureza. arrastava com a cautela de quem não queria ferir a natureza. Em sua roupa GG de gari, vivia, e aproveitava o que podia, de Em sua roupa GG de gari, vivia, e aproveitava o que podia, de sua longa vida. Mais alguns passos, e, finalmente, entrei na sua longa vida. Mais alguns passos, e, finalmente, entrei na minha aula.minha aula.

Levei uma página para mostrar três quadras. O mundo tem Levei uma página para mostrar três quadras. O mundo tem incontáveis quadras, e cada uma guarda seus segredos, seja na incontáveis quadras, e cada uma guarda seus segredos, seja na majestosa e velha árvore, no lixo deixado, na água que corre, majestosa e velha árvore, no lixo deixado, na água que corre, nas gentes que passam... nas gentes que passam...

PS: Vi um outro caminho, mas cheguei atrasado em minha PS: Vi um outro caminho, mas cheguei atrasado em minha aula.aula.