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Curso de Capacitação e Atualização em Triagem Neonatal
HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO
HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO
• É a doença endócrina mais comum na infância e a causa mais comum deretardo mental evitável;
• Provoca efeitos deletérios no desenvolvimento neurológico se o tratamentonão é iniciado precocemente;
• O hormônio tireoidiano é essencial para a maturação e funcionamento dediversos órgãos, principalmente do SNC e do tecido esquelético e suadeficiência congênita provoca lesões neurológicas graves e irreversíveis queculminam com o retardo mental.
Incidência em Minas Gerais 1:2.500 a 4.000
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Primeiras semanasDificuldade para alimentar Icterícia prolongadaEdema (olhos empapuçados) Idade gestacional > 40 semanasHipotermia, Hipotonia, Letargia Fontanelas amplasDistensão abdominal Hérnia umbilicalBócio (ocasional) Palidez
Primeiro ao terceiro mês
Macroglossia – “fácies cretínica” Dificuldade respitóriaHipotonia Constipação intestinalLetargia Pele marmorata, pálida, Atraso do DNPM seca, descamativa e Choro rouco carotinêmicaCongestão nasal
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Nome: E. F. M.
ID: 9 meses e 20 diasL.R.V.H. ID: 15 dias
V.S.S. ID: 20 dias
E.G.S. ID: 41 dias
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
M. A. N. C.
ID: 9 meses 20 dias
E.G.S.
ID: 41 dias
DIAGNÓSTICO
IDEALMENTE ENTRE O 3º E O 5º DIAS DE
VIDA DA CRIANÇA
▪ Método: Dosagem de TSH (Papel Filtro)
• 1ª Amostra < 10 mUI/L Normal. 10 a 20 mUI/L Nova amostra c/urgência > 20 mUI/L Consulta médica c/urgência
• 2ª Amostra > 10 mUI/L Consulta médica urgente < 10 mUI/L Normal
DIAGNÓSTICO
INÍCIO DO TRATAMENTO: IDEAL ANTES DE 15 DIAS
▪ Método: Dosagem de TSH (Soro)
• 1º Sérico: Confirmação diagnostico:
< 5,60 mcUI/mL Exclusão
> 5,60 e < 10 mcUI/mL Observação Clínica (Protocolo de Hipertireotropinemia)
> 10 mcUI/mL Tratamento (Protocolo de Hipotireoidismo Congênito)
PROTOCOLO DO ATENDIMENTO DESCENTRALIZADO
Tratamento (em uso de LT4):
≤ 3 anos Consulta e coleta : Trimestral
> 3 anos Consulta e coleta: Semestral
Observação Clínica (sem tratamento hormonal):
≤ 1 ano Consulta e Coleta: Mensal
> 1 a 5 anos Consulta e Coleta: Trimestral
> 5 anos Consulta e Coleta: Semestral
Obs.: Ambos até os 3 anos, mantém uma consulta anual no SRTN em BH. Após 3 anos,o controle clínico é realizado somente, no município (descentralização ampliada),mantendo o vínculo com o NUPAD.
TRATAMENTOObjetivos
▪ Normalizar a função tireoidiana (TSH e T4livre) e assegurar o crescimento e odesenvolvimento de acordo com o potencial genético da criança;
Fornecido
SES /GRS/ UBS (FÁRMACIA
BÁSICA)
Apresentações
25/50/100 mcg
Oferecer em jejum pela
manhã – 30’ antes da
alimentação
Amassado em água ou leite
materno
Repetir dose em caso de
vômitos fortes até 30’ após a
tomada L- Tiroxina
SUSPEITAS DE MÁ ADESÃO AO TRATAMENTO
▪ Elevação persistente de TSH, necessitando de ajustes repetidos na
dose;
▪ Elevação acentuada do TSH durante o tratamento;
▪ Supressão de TSH após ajustes pequenos (12,5 microgramas) na
dose em uso;
▪ Em caso de crianças maiores, torná-las responsáveis pelo
tratamento;
▪ Internações ou mudanças do responsável em administrar o
medicamento.
ESTUDO DE CASO
▪ Nome: SAPV, data de nascimento - 30/03/2007
▪ Idade ao diagnóstico: 21 dias de vida
▪ Manifestações clínicas: pele marmorata, edema, suturas e fontanelas amplas;
▪ Teste de triagem: TSH=27,20mUI/L (VR<10UI/L) – 10º dia
▪ 1º Sérico : TSH = 143,95 µ/ml(VR: 0,3 – 5,0 µ/ml),
T4L = 0,53ng/dL (VR: 0,75 – 1,80 ng /dL).
SAPV, data de nascimento: 30/03/2007
DATA Idade T4L TSH Dose (mcg/dia)
19/04/2007 0a0m 0,53 Nanog/DL 143,95 microUI/ml 50
17/05/2007 0a1m 2,40 Nanog/DL 0,19 MICRO UI/ML 37,5
25/06/2007 0a2m 1,68 Nanog/DL 0,09 MICRO UI/ML 37,5
31/07/2007 0a4m 0,73 Nanog/DL 10,06 MICRO UI/ML 37,5
10/09/2007 0a5m 1,20 NANOG/DL 0,13 MICRO UI/ML 37,5
15/10/2007 0a6m 1,11 Nanog/DL 0,15 MICRO UI/ML 25
26/11/2007 0a7m 0,70 Nanog/DL 9,93 MICRO UI/ML 25
27/12/2007 0a8m 0,77 Nanog/DL 20,97 MICRO UI/ML 37,5
25/02/2008 0a10m 0,83 Nanog/DL 8,47 MICRO UI/ML 37,5
31/03/2008 1a0m 0,88 Nanog/DL 4,78 MICRO UI/ML 37,5
09/07/2008 1a3m 1,09 Nanog/DL 27,93 MICRO UI/ML 50
25/08/2008 1a4m 0,87 Nanog/DL 30,75 MICRO UI/ML 50
29/09/2008 1a5m 0,74 Nanog/DL 11,35 MICRO UI/ML 50
DATA Idade T4L TSH Dose (mcg/dia)
04/11/2008 1a7m 0,76 Nanog/DL 8,40 MICRO UI/ML 62,5
12/01/2009 1a9m 0,79 Nanog/DL 35,61 MICRO UI/ML 62,5
17/02/2009 1a10m 0,31 Nanog/DL 315,35 MICRO UI/ML 62,5
24/03/2009 1a11m 0,82 Nanog/DL 23,37 MICRO UI/ML 62,5
04/05/2009 2a1m 0,88 Nanog/DL 10,91 MICRO UI/ML 75
16/06/2009 2a2m 1,01 Nanog/DL 10,20 MICRO UI/ML 87,5
27/07/2009 2a3m 0,79 Nanog/DL 1,29 MICRO UI/ML 87,5
24/09/2009 2a5m 0,83 Nanog/DL 0,20 MICRO UI/ML 87,5
15/12/2009 2a8m 0,85 Nanog/DL 0,42 MICRO UI/ML 87,5
17/03/2010 2a11m 0,78 ng/dL 5,19 MICRO UI/ML 100
10/05/2010 3a1m 1,03 ng/dL 0,50 MICRO UI/ML 100
31/08/2010 3a5m 0,64 ng/dL 3,67 MICRO UI/ML 100
01/03/2011 3a11m 0,94 ng/dL 0,23 MICRO UI/ML 87,5
18/04/2011 4a0m 0,42 ng/dL 50,45 MICRO UI/ML 87,5
30/05/2011 4a2m 0,46 ng/dL 82,00 MICRO UI/ML 100
26/09/2011 4a5m 0,65 ng/dL 10,84 MICRO UI/ML 100
DATA Idade T4L TSH Dose (mcg/dia)
12/03/2012 4a11m 0,85 ng/dL 2,21 MICRO UI/ML 100
29/01/2013 5a9m 1,02 ng/dL 6,17 MICRO UI/ML 100
19/03/2013 5a11m 1,19 ng/dL 0,12 MICRO UI/ML 88
30/04/2013 6a1m 0,77 ng/dL 43,64 MICRO UI/ML 88
10/06/2013 6a2m 1,00 ng/dL 11,02 MICRO UI/ML 88
30/09/2013 6a6m 0,84 ng/dL 18,09 MICRO UI/ML 88
25/11/2013 6a7m 0,87 ng/dL 8,97 MICRO UI/ML 88
03/02/2014 6a10m 1,25 ng/dL 2,32 MICRO UI/ML 100
10/03/2014 6a11m 0,66 ng/dL 44,39 MICRO UI/ML 100
22/04/2014 7a 1,07 ng/dL 1,50 MICRO UI/ML 100
ESTUDO DE CASO▪ Nome: SAPV, data de nascimento - 30/03/2007
• História: Mãe não leva nas consultas do município com frequência, não aderente ao
tratamento, mas traz nas consultas anuais de BH até 3 anos; Conversa com o secretário sobre o tratamento “mãe afirmou que não vai dá a
medicação, porque não está adiantando nada”; Mãe queixa que está muito cansada da criança, porque ela chora muito e ninguém
quer ficar com ela para ajudá-la; Pais separados; Não faz a solicitação da Levotiroxina na UBS; Criança muito nervosa, faz uso de medicação controlada (o psiquiatra considera que
se trata de problemas comportamentais consequentes ao ambiente e problemaspsiquiátricos da mãe);
ESTUDO DE CASO▪ Nome: SAPV; data de nascimento: 30/03/2007• História: Família fragilizada pela internação do pai no CTI (atualmente pai inválido, retornou
para casa); Técnica informou que realizou visita domiciliar relatou que a responsável pela
criança é bem difícil de entendimento, passou a frequentar igreja evangélica e achaque Deus vai fazer milagres;
Mãe esteve em BH para resolver problemas referente à seu marido e aproveitoupara alguns esclarecimentos em relação ao paciente. Mostrou-se preocupada com oacompanhamento no município. Foi orientada sobre o acompanhamentocompartilhado com o serviço de referencia;
Mãe alega que seu filho está com problemas devido a falta da medicação e quemesmo sendo de baixo custo, não vai comprar, prefere seu filho “retardado”;
A assistente social informou que a equipe já esgotou as possibilidades desensibilização com a mãe em relação a regularização do tratamento da criança,declarou que não dará continuidade ao acompanhamento do filho, ficando este "acargo de Deus“.
ESTUDO DE CASO▪ Nome: SAPV; data de nascimento: 30/03/2007• Ações para assegurar acompanhamento:
Conscientização ao responsável da criança, com orientações sobre a importância dotratamento regular e com alerta dos prejuízos para a criança, como déficit decrescimento e no desenvolvimento neuropsicomotor, se permanecer emhipotireoidismo;
Intervenção do assistente social do município, com medidas mais severas, comoencaminhar caso para o Conselho Tutelar ou outro serviço de competência(Promotoria), para garantir a adesão do tratamento e fazer cumprir o direito dacriança;
Monitoramento continuo da equipe multidisciplinar de saúde local com visitasdomiciliares.
Obs.: O Serviço de Referência/SCT/NUPAD mantem a supervisão periódica das açõesjunto ao município de residência da criança (parceria compartilhada).
AcompanhamentoDescentralizado
Etapas para a efetivação do acompanhamento descentralizado
DESCENTRALIZAÇÃO
CO-PARTICIPAÇÃO DO
MUNICÍPIO DE RESIDÊNCIA
DA CRIANÇA, NO
ACOMPANHAMENTO
COMPARTILHADO COM
REFERÊNCIA CLÍNICA E
LABORATORIAL DO
SRTN/NUPAD/SCT
ACOMPANHAMENTO
FICHA DE
CONTRARREFERÊNCIA
E
EXAME LABORATORIAL
(COLETA SOROLÓGICA)
ENCAMINHAMENTO
MÉDICO (VINDA AO
SRTN/BH)
O TRATAMENTO
PRECOCE E
CONFIRMAÇÃO DO
DIAGNÓSTICO
Documentos encaminhados para o acompanhamento do HC,
no município
PROTOCOLO PARA O
TRATAMENTO E
CONTROLE PARA O
HIPOTIREOIDISMO
CONGÊNITO (HC)
Ficha de
comunicação
de consulta
Pedido de
Exame
Relação de consultas e soro
ATRIBUIÇÕES DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE NO MUNICÍPIO
Médico (a)
Atendimento do controle clínico/laboratorial, em conformidade com o protocolo de atendimento;
Preenchimento da Ficha de Comunicação de Consulta (contrarreferência).
Responsável pelo soro
Agendamento da consulta e coleta sorológica;
Envio da ficha de consulta e do material de soro para o NUPAD (atentar da identificação do material sorológico - Resolução – RDC/ANVISA Nº. 302, de 13 de outubro de 2005);
Busca ativa.
Comunicação de troca de profissional médico e referencia técnica;
APOIO DA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR DO MUNICÍPIO
Monitoramento do paciente em acompanhamentopara HC (regularidade das consultas e coletassorológicas);
Discussão dos casos de intercorrências ou dúvidas como Serviço de Referência/SCT (supervisão médica);
Encaminhamento para outros Serviços da Rede (ex.:Serviço Social, Psicologia).
APOIO DA EQUIPE SRTN/SCT
Atendimento clínico especializado, inicio do tratamento econfirmação do diagnóstico;
Vinculação da criança junto a UBS, em seu município deresidência;
Atualização do banco de dados com informações individuais dopaciente;
Manter o acompanhamento regular de consultas e exames,conforme protocolo de atendimento (pendências);
Crianças < 03 anos (risco de comprometimento SNC):Monitoramento intensivo
APOIO DA EQUIPE SRTN/SCT
Envio da contrarreferência (consulta anual) realizada em BeloHorizonte para o município de localidade da criança, via fax oue-mail (≤ 3anos);
Envio do resultado da sorologia via fax ou e-mail: ExameNormal e Exame Alterado
Discussão e intervenção da equipe médica do SRTN/BH, noscasos de intercorrências com o paciente ou dúvidas dosprofissionais médicos (as).
DESCENTRALIZAÇÃO DO ACOMPANHAMENTO
“430 municípios” – (até 18/07/2014)
Total de crianças em acompanhamento - 1270 Crianças em uso de Levotiroxina sódica – 1201 Crianças em observação clínica - 69
Insegurança dos familiares;
Alta rotatividade dos profissionais;
Não cumprimento do protocolo de atendimento (não realização do
controle clínico/laboratorial dentro das datas previstas);
Falta de integração entre os profissionais de saúde nos municípios.
Dificuldades do acompanhamento descentralizado
VANTAGENS DO TRATAMENTO DESCENTRALIZADO
Proximidade dos profissionais de saúde com o paciente e a família.
Redução da sobrecarga no Ambulatório do Hospital das Clínicas;
Diminuição do número de pacientes faltosos às consultas;
Redução do desgaste físico e emocional para as famílias;
Economia financeira para o município (TFD).
DESCENTRALIZAÇÃO DO ACOMPANHAMENTO
Avanços
Processo de Reestruturação da Descentralização:
descentralização ampliada;
descentralização do medicamento;
descentralização da avaliação e conduta dos examesalterados.
Desafios Maior participação da equipe multidisciplinar do municípiojunto ao controle e acompanhamento dos pacientes dehipotireoidismo congênito.