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UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL PROGRAMA DE PS-GRADUA˙ˆO DOUTORADO EM ENSINO DE CI˚NCIAS E MATEM`TICA APRENDIZAGEM BASEADA EM PROBLEMAS (ABP) NO ENSINO DE ENGENHARIA: ESTUDO DE CASO ADERSON GUIMARˆES PEREIRA Orientador: Prof. Dr. Carlos Fernando Araœjo Jœnior Tese apresentada ao Doutorado em Ensino de CiŒncias e MatemÆtica, da Universidade Cruzeiro do Sul, como parte dos requisitos para a obtenªo do ttulo de Doutor em Ensino de CiŒncias e MatemÆtica. SˆO PAULO 2013

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UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

DOUTORADO EM ENSINO DE CIÊNCIAS E MATEMÁTICA

APRENDIZAGEM BASEADA EM PROBLEMAS (ABP) NO

ENSINO DE ENGENHARIA: ESTUDO DE CASO

ADERSON GUIMARÃES PEREIRA

Orientador: Prof. Dr. Carlos Fernando Araújo Júnior

Tese apresentada ao Doutorado em Ensino

de Ciências e Matemática, da Universidade

Cruzeiro do Sul, como parte dos requisitos

para a obtenção do título de Doutor em

Ensino de Ciências e Matemática.

SÃO PAULO

2013

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AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE

TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA

FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.

FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL DA

UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL

P489e

Pereira, Aderson Guimarães. Aprendizagem baseada em problemas (ABP) no ensino de

engenharia: estudo de caso / Aderson Guimarães Pereira. -- São

Paulo; SP: [s.n], 2013. 248 p. : il. ; 30 cm. Orientador: Carlos Fernando Araújo Júnior. Tese (doutorado) - Programa de Pós-Graduação em Ensino de

Ciências e Matemática, Universidade Cruzeiro do Sul. 1. Educação à distância - Engenharia 2. Aprendizagem baseada

em problemas 3. Ambiente virtual de aprendizagem 4. Educação

construtivista. I. Araújo Júnior, Carlos Fernando. II. Universidade Cruzeiro do Sul. Programa de Pós-Graduação em Ensino de

Ciências e Matemática. III. Título.

CDU: 37.018.43:62(043.2)

UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

APRENDIZAGEM BASEADA EM PROBLEMAS (ABP) NO

ENSINO DE ENGENHARIA: ESTUDO DE CASO

Aderson Guimarães Pereira

Tese de doutorado defendida e aprovada pela

Banca Examinadora em 18/01/2013.

BANCA EXAMINADORA:

Prof. Dr. Carlos Fernando Araújo Júnior

Universidade Cruzeiro do Sul

Presidente

Prof. Dr. Miguel León González

Universidade Cruzeiro do Sul

Prof. Dr. Jaime Sandro da Veiga

Universidade Cruzeiro do Sul

Prof. Dr. Ricardo Shitsuka

Universidade Federal de Itajubá

Prof. Dr. Ronilson de Souza Luiz

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Dedico este trabalho à minha família,

em especial, à minha esposa Patrícia.

AGRADECIMENTOS

Ao Professor Doutor Carlos Fernando Araújo Júnior, Professor Doutor

Miguel León González e Professor Doutor Ricardo Shitsuka, pela orientação,

pela compreensão e pelo incentivo dispensado ao desenvolvimento desta

pesquisa.

Ao Professor Doutor Jaime Sandro da Veiga, Professor Doutor Juliano

Schimiguel, Professor Doutor Hélio Rosetti Júnior e Professor Doutor Ronilson

de Souza Luiz, por terem aceitado o convite para participar da banca

examinadora e pelas orientações para a finalização da tese.

Aos docentes e discentes do curso de graduação de Engenharia Civil da

Universidade privada da cidade de São Paulo, pelo inventivo e apoio para

desenvolvimento da pesquisa.

Aos docentes do curso de Doutorado em Ensino de Ciências e

Matemática da Universidade Cruzeiro do Sul, pelas valiosas contribuições

realizadas na elaboração desta tese.

À Secretaria da Pós-Graduação da Universidade Cruzeiro do Sul, pelo

apoio e, principalmente, pela amizade demonstrada pelos funcionários.

À Maria Helena Vargas e ao Alfredo Vital Oliveira, pela colaboração na

revisão do trabalho.

Ao Professor Mestre Samuel Dereste dos Santos, à Professora Mestre

Jane Garcia de Carvalho e aos profissionais da área de educação à distância,

pelo apoio no processo de coletas de dados para fundamentação desta tese.

Aos Engenheiros Koichi Assaeda, Antônio José Almeida e ao Arquiteto

Raphael Rodriguez Popovic, incentivadores e amigos.

�Mestre não é quem sempre ensina,

mas quem de repente aprende�.

João Guimarães Rosa

(1908-1967)

Escritor brasileiro.

PEREIRA, A. G. Aprendizagem baseada em problemas (ABP), no ensino de

engenharia: estudo de caso. 2013. 248 f. Tese (Doutorado em Ensino de Ciências e

Matemática)-Universidade Cruzeiro do Sul, São Paulo, 2013.

RESUMO

A Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP) ou Problem-Based Learning (PBL) é

um método de ensino que utiliza problemas relacionados à atividade profissional

(real ou simulada) para iniciar e/ou motivar a aprendizagem de teorias, habilidades e

atitudes. É considerada como sendo um método construtivista, portanto, pautada no

pressuposto de que o conhecimento é construído em vez de simplesmente

memorizado e acumulado. O estudante passa a ser o principal gerador de

conhecimento, quando procura ativamente a informação que necessita para resolver

um problema. Além de favorecer a construção de conhecimentos, este método

propõe contribuir para o desenvolvimento de alguns atributos profissionais não

técnicos considerados importantes para a prática da engenharia em uma sociedade

em constante transformação. A aprendizagem do aluno é orientada pelos problemas

que lhe são apresentados e que este tem de resolver autonomamente. Fundamenta-

se em resultados de pesquisas, especialmente na área de psicologia cognitiva, que

indicam que o trabalho dos alunos, relacionados com a atividade profissional,

particularmente em grupo, favorece a aprendizagem. As ações do professor, neste

sistema, passam a ser, fundamentalmente, a de um orientador do trabalho dos

estudantes.Este trabalho de pesquisa objetiva investigar como ocorre a

implementação da ABP no ensino de engenharia por meio de Ambiente Virtual de

Aprendizagem (AVA) - em disciplina isolada - o contexto em que se insere e como é

avaliada pelos participantes principais: professor e alunos. Os procedimentos

metodológicos utilizados foram a revisão bibliográfica, documental e a pesquisa de

campo. O método foi implementado em uma disciplina integrante da graduação de

engenharia (projeto de graduação I e II). As informações foram coletadas por meio

de observação participante (em atividades realizadas a distância em AVA e em

aulas presenciais), de entrevistas semiestruturadas com o professor antes, durante e

após a implementação e de questionários (com questões fechadas e abertas) a

serem respondidos pelos alunos ao final do processo, os quais opinaram sobre a

ABP, suas vantagens e desvantagens, e seu potencial para atingir os objetivos do

conteúdo do assunto em estudo. A realização dos procedimentos para a coleta de

dados, bem como a participação dos alunos em todo o processo de aprendizagem,

ocorreu por meio de auxílio do ambiente virtual de aprendizagem (Blackboard

Learn). A base teórica e as demais informações sobre a ABP foram coletadas de

outros trabalhos de pesquisa, as quais estão plenamente referenciadas. Ao final da

pesquisa verifica-se que o método de Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP)

é aplicável para o ensino de disciplina na graduação de engenharia civil, por meio do

Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA).

Palavras-chave: PBL, Aprendizagem baseada em problemas, Engenharia, Ensino,

Ambiente virtual de aprendizagem.

PEREIRA, A. G. Problem-based learning (PBL) in engineering education: a case

study. 2013. 248 f. Tese (Doutorado em Ensino de Ciências e Matemática)-Universidade Cruzeiro do Sul, São Paulo, 2013.

ABSTRACT

The Problem-Based Learning (PBL) or Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP)

is a teaching method that uses problems related to professional activities (real or

simulated) to initiate and/or motivate learning theories, skills and attitudes. It is

considered as a constructive method, therefore, based on the assumption that

knowledge is constructed rather than simply stored and accumulated. The student

becomes the main source of knowledge to actively seek the information you need to

solve a problem. In addition to promoting the construction of knowledge, this method

proposes to contribute to the development of some non-technical professional

attributes considered important to the practice of engineering in a dynamic society in

flux. The student's learning is guided by the problems presented to it and that it must

solve independently. It is based on research results, especially in the area of

cognitive psychology, which indicate that students' work related to professional

activity, particularly in groups, favors learning. The actions of the teacher in this

system are to be primarily the work of a mentor of students.This research aims to

investigate how does the implementation of PBL in engineering education through

Virtual Learning Environment (VLE) - in isolated discipline - the context in which it

operates and how it is evaluated by participants main: teacher and students. The

methodological procedures used were a literature review, documentary and field

research. The method has been implemented in an integrated discipline of

engineering graduate (graduation project I and II). Data were collected through

participant observation (in the distance in activities and classroom AVA), semi-

structured interviews with the teacher before, during and after implementation and

questionnaires (with close and open questions) to be answered by students at the

end of the process, which commented on the BPA, its advantages and

disadvantages and its potential to achieve the goals of the content to achieve the

goals of the content of the subject under study. The completion of the procedures for

data collection, as well as the student participation throughout the learning process

occurred through the aid of virtual learning environment (Blackboard Learn). The

theoretical basis and other information on ABP were collected for other research

work, which will be fully referenced. At the end of the research shows that the

method of Problem-Based Learning (PBL) is applicable for teaching discipline at the

undergraduate civil engineering through the virtual learning through the Virtual

Learning Environment (VLE).

Key words: PBL, Problem-based learning, Engineering, Education, Virtual learning

environment.

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Novo modelo de aprendizagem - ABP .............................................. 21

Quadro 2 - Resultado do questionário ................................................................ 23

Quadro 3 - Sequência de atividades - Implementação da ABP, por meio

de AVA, em Curso de Engenharia .................................................... 27

Quadro 4 - Características do método convencional X construtivista ............. 39

Quadro 5 - Os sete passos do grupo tutorial, Universidade de Maastricht,

Holanda ............................................................................................... 50

Quadro 6 - Relação entre os Sete Passos e os fundamentos do

aprendizado ........................................................................................ 51

Quadro 7 - O papel dos membros do grupo tutorial .......................................... 54

Quadro 8 - Vítimas de incêndio em 2011 - Feridas e Fatais .............................. 93

Quadro 9 - Cronograma de atividades do Módulo I ao IV ................................ 102

Quadro 10 - Aplicação da ABP - Módulo V ......................................................... 103

Quadro 11 - Escala de notas - Final ..................................................................... 127

Quadro 12 - Respostas referente à avaliação do curso ..................................... 133

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Modelo Construtivista de ensino ...................................................... 28

Figura 2 - Estrutura do Módulo I ao IV ............................................................... 29

Figura 3 - Estrutura do Módulo V ....................................................................... 29

Figura 4 - Estrutura do trabalho de pesquisa ................................................... 31

Figura 5 - Alguns princípios da aprendizagem que fundamenta a ABP ......... 43

Figura 6 - Processo da Aprendizagem Baseada em Problemas ..................... 57

Figura 7 - Gráfico demonstrando a avaliação do método................................ 69

Figura 8 - Ambiente Virtual de Aprendizagem .................................................. 73

Figura 9 - Identificação do sistema Blackboard Learn, Moodle e TelEduc .... 74

Figura 10 - Instalações prediais hidráulicas e sanitárias - tipos ....................... 83

Figura 11 - Instalações prediais de combate a incêndio - tipos ........................ 84

Figura 12 - Profissionais que atuam na segurança contra incêndio ................ 89

Figura 13 - AVA utilizando do sistema Blackboard Learn ................................. 99

Figura 14 - Detalhe para acesso ao Blackboard e Adobe Connect ................. 100

Figura 15 - Detalhe das variáveis do AVA ......................................................... 101

Figura 16 - Módulo I - Informações iniciais ....................................................... 104

Figura 17 - Módulo II - Composição ................................................................... 106

Figura 18 - Módulo III - Procedimentos para o cálculo .................................... 107

Figura 19 - Módulo IV - Desenvolvimento do cálculo ....................................... 108

Figura 20 - Módulo V - Solução da situação-problema .................................... 109

Figura 21 - Processo de Aprendizagem Baseado em Problemas - Módulo

V ......................................................................................................... 110

Figura 22 - Composição do Grupo de Estudo (3 ou 4 integrantes) ................ 113

Figura 23 - Detalhe de formatação das respostas das questões da

avaliação do curso ........................................................................... 131

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Avaliação do processo educacional - Módulo V ........................... 119

Tabela 2 - Avaliação do método instrucional - Módulo V ............................... 122

Tabela 3 - Avaliação do grupo - Método instrucional - Módulo V .................. 123

Tabela 4 - Avaliação de desempenho - Módulo V ........................................... 124

Tabela 5 - Notas - Turma A - Módulo V ............................................................ 128

Tabela 6 - Notas - Turma A - Notas finais (Módulos I a V) .............................. 128

Tabela 7 - Notas - Turma B - Módulo V ............................................................ 129

Tabela 8 - Notas - Turma B - Notas finais - Módulos I a V .............................. 130

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABP - Aprendizagem Baseada em Problemas

AVA - Ambiente Virtual de Aprendizagem

CTS - Ciência, Tecnologia e Sociedade

Dr - Doutor

EACH/USP - Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de

São Paulo

EAD - Educação a Distância

EPUSP - Escola Técnica da Universidade de São Paulo

FAMEMA - Faculdade de Medicina de Marília

FE - Faculdade de Educação

FEA - Faculdade de Economia e Administração

FMUSP - Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

IES - Instituição de Ensino Superior

NTIC - Novas Tecnologias de Informação e Comunicação

PBL - Problem-Basead Learning

Prof - Professor

SCI - Segurança Contra Incêndios

TIC - Tecnologia da Informação e da Comunicação

UEFS - Universidade Estadual de Feira de Santana

UEL - Universidade Estadual de Londrina

UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo

USP - Universidade de São Paulo

VLE - Virtual Learning Environment

SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 ............................................................................................................. 17

INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 17

1.1 Método de Ensino-Aprendizagem ......................................................... 17

1.2 Tema ........................................................................................................ 19

1.3 Delimitação ............................................................................................. 20

1.4 Justificativa ............................................................................................. 20

1.5 Problematização ..................................................................................... 23

1.6 Hipóteses ................................................................................................ 24

1.7 Objetivo Geral ......................................................................................... 25

1.8 Objetivos Específicos ............................................................................ 25

1.9 Procedimentos Metodológicos de Pesquisa - Geral ........................... 25

1.10 Procedimentos para Coleta de Dados .................................................. 26

1.11 Procedimentos de Análise ..................................................................... 30

1.12 Estrutura da Tese e Análise do Conteúdo dos Capítulos ................... 30

CAPÍTULO 2 ............................................................................................................. 35

APRENDIZAGEM BASEADA EM PROBLEMAS .................................................... 35

2.1 Método de Ensino ................................................................................... 35

2.2 Fundamentos e características da ABP ............................................... 42

2.3 Implementação ....................................................................................... 47

2.4 Metodologia - ABP .................................................................................. 49

2.5 Vantagens e Desvantagens da ABP ..................................................... 58

2.5.1 Vantagens ............................................................................................... 58

2.5.2 Desvantagens ......................................................................................... 61

2.6 Avaliação da Aprendizagem .................................................................. 62

2.7 A ABP no Ensino de Engenharia no Mundo ........................................ 63

2.8 A ABP no Ensino de Engenharia no Brasil .......................................... 64

2.9 Aplicação da ABP no Ensino de Engenharia ....................................... 67

2.10 ABP e a Tecnologia da Informação e da Comunicação ...................... 71

2.10.1 Tecnologia da Informação e da Comunicação na Engenharia ........... 75

2.10.2 As TICs e o Ensino de Segurança Contra Incêndios .......................... 78

CAPÍTULO 3 ............................................................................................................. 83

ENSINO DE INSTALAÇÕES PREDIAIS HIDRÁULICAS E SANITÁRIAS .............. 83

3.1 Instalações Hidráulicas e Sanitárias ..................................................... 83

3.2 Ensino de Hidráulica no Curso de Engenharia .................................... 84

3.3 Ensino de Instalações Prediais Hidráulicas e Sanitárias no

Curso de Engenharia ............................................................................. 86

3.4 Ensino de Segurança Contra Incêndios ............................................... 87

3.4.1 Profissionais que atuam na área de Segurança Contra Incêndios .... 88

3.4.2 Ensino para o Cálculo do Sistema de Hidrantes e de

Mangotinhos ........................................................................................... 93

CAPÍTULO 4 ............................................................................................................. 97

METODOLOGIA PARA ESTRUTURAÇÃO DO CURSO NO AMBIENTE

VIRTUAL DE APRENDIZAGEM (AVA) .................................................................... 97

4.1 O Ambiente Virtual de Aprendizagem .................................................. 97

4.2 Dinâmica das Atividades dos Módulos .............................................. 101

4.2.1 Módulo I - Informações Iniciais ........................................................... 104

4.2.2 Módulo II - Composição ....................................................................... 105

4.2.3 Módulo III - Procedimentos para o Cálculo ........................................ 106

4.2.4 Módulo IV - Desenvolvimento do Cálculo .......................................... 107

4.2.5 Módulo V - Solução da situação-problema ........................................ 109

4.2.6 Composição dos Grupos de Estudo ................................................... 112

4.2.7 A situação-problema para aplicação da ABP .................................... 114

4.2.8 Participantes da Pesquisa ................................................................... 117

4.2.9 Coleta de Dados ................................................................................... 117

4.2.10 Dados .................................................................................................... 117

4.2.10.1 Avaliação do Processo Educacional - Módulo V ............................... 118

4.2.10.2 Avaliação do Método Instrucional - Módulo V ................................... 120

4.2.10.3 Avaliação de Desempenho - Módulo V ............................................... 123

4.2.10.4 Avaliação Final - Módulo V .................................................................. 125

4.2.10.5 Relatório Parcial - Módulo V ................................................................ 126

4.3 Avaliação do Aluno no Curso e no Módulo V .................................... 126

4.4 Avaliação do Curso .............................................................................. 130

4.5 O Curso e a Aplicação da ABP sob a Ótica do Professor ................ 135

4.6 A visão do Pesquisador ....................................................................... 136

CAPÍTULO 5 ........................................................................................................... 139

ANÁLISE DOS RESULTADOS .............................................................................. 139

5.1 Método Convencional x Método Construtivista ................................. 139

5.2 Processo Educacional - Módulo V ...................................................... 139

5.3 Método Instrucional - Módulo V .......................................................... 140

5.4 Avaliação de Desempenho - Módulo V ............................................... 140

5.5 Avaliação Final - Módulo V .................................................................. 141

5.6 Relatório Parcial - Módulo V ................................................................ 141

5.7 Avaliação do aluno no Curso e no Módulo V ..................................... 142

5.8 Avaliação do Curso .............................................................................. 142

5.9 O Curso e a Aplicação da ABP sob a Ótica do Professor ................ 142

CONCLUSÃO ......................................................................................................... 145

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 149

APÊNDICES ........................................................................................................... 163

17

CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO

O conteúdo deste capítulo pretende propiciar ao leitor uma visão geral das

atividades desenvolvidas durante a pesquisa. Na introdução estão descritas as

mudanças sociais e as alterações no processo de ensino-aprendizagem, mediante

surgimento de métodos alternativos, como a Aprendizagem Baseada em Problemas

(ABP). É definido o tema, a delimitação da pesquisa, a justificativa, a

problematização, as hipóteses, o objetivo geral, os objetivos específicos, os

procedimentos metodológicos, os procedimentos para coleta de dados, os

procedimentos de análise e a estrutura da tese.

1.1 Método de Ensino-Aprendizagem

No século XXI, estão ocorrendo constantes transformações em todas as áreas

das atividades humanas. A maneira com que o homem tem efetuado a comunicação,

os negócios e as informações apresentavam mudanças significativas nas últimas

décadas. A mudança tecnológica é destacável, sendo ainda a motivadora da evolução

rápida e dinâmica das outras transformações. A educação é uma atividade humana

essencial, independente da época a que nos referimos e não poderia ficar alheia a

essas mudanças, pois é responsável pela criação, disseminação e aplicação do

conhecimento que subsidia a revolução tecnológica (KUS, 2007, p. 9-10).

As mudanças afetam principalmente as atividades que envolvem a aplicação

imediata da tecnologia, como, por exemplo, o exercício da engenharia. Sendo a

engenharia alvo dessas mudanças, implica que o profissional e o ensino direcionado

ao exercício profissional também serão atingidos, o que mostra a necessidade de

um aperfeiçoamento contínuo. A afirmação pode ser constatada mediante a

observação da grande expansão da base do conhecimento em ciência e tecnologia

e pela forma rápida que se tornar obsoleto o conhecimento adquirido no curso de

formação profissional (RIBEIRO, 2005, p. 1).

Alguns aspectos que afetam a prática e, consequentemente, a educação em

id18164756 pdfMachine by Broadgun Software - a great PDF writer! - a great PDF creator! - http://www.pdfmachine.com http://www.broadgun.com

18

engenharia são a mudança de foco da manufatura para serviços, o mercado de

trabalho competitivo, a diversificação de atuação, a economia instável e a

globalização, os novos modelos da gestão de produção e a revolução tecnológica.

Em função dos fatores descritos, o profissional, ao longo de sua carreira, estará

sujeito à mudança de emprego, à promoção funcional, ao exercício de atividades

diversas, ao exercício de atividade autônoma etc. Em síntese, o profissional deverá

estar preparado para a adaptação e para o aprendizado, podendo aprender até de

forma autônoma os novos conhecimentos (RIBEIRO, 2005, p. 2).

As instituições de ensino precisam proporcionar, dentro dos aspectos descritos,

além da preparação técnica e científica profissionais, a atenção para outros atributos

que possam contribuir para o desempenho profissional, na empregabilidade e na

flexibilidade nas atividades profissionais (RIBEIRO, 2005, p. 3).

O método de ensino convencional ainda é predominante na formação dos

futuros profissionais, inclusive os de engenharia, a saber, o baseado na transmissão

e na recepção de conhecimento por meio de aulas expositivas, que podem assumir

várias formas, tais como: seminários de alunos, palestras de professores etc. Este

método não propicia: o incentivo para aprendizado e o desenvolvimento do

autoaprendizado. (RIBEIRO, 2005, p. 6-7).

Em decorrência das características do método tradicional de ensino e de suas

limitações, somando às mudanças tecnológicas e sociais, com a existência de

inovações constantes, houve um alerta da comunidade científica para a pesquisa em

busca de novos processos de ensino e aprendizagem.

A adoção de métodos alternativos para o ensino é necessário em função da

evolução humana e tecnológica, de modo a melhor prover às carências de formação

desses profissionais, permitindo uma solução integrada aos objetivos predefinidos.

A Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP) é um dos métodos

alternativos de ensino e aprendizagem que já vem sendo utilizado em algumas

instituições de ensino para oferecer aos alunos um meio de adquirir conhecimentos

e para desenvolver as habilidades e as atitudes na vida profissional no contexto

curricular (RIBEIRO, 2005, p. 8).

19

A Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP) possui algumas

características por ser um método construtivista, colaborativo e contextualizado que

usa um problema da prática (real ou simulado) para iniciar, motivar e focar a

construção do conhecimento, promovendo as habilidades para a solução de

problemas e o trabalho em grupo, bem como o estudo autônomo. A Universidade

McMaster, localizada no Canadá, foi a pioneira para a implementação do método,

por volta de 1969, na Faculdade de Ciências Médicas, cujo modelo foi baseado em

estudos de caso, tendo como referencial teórico a Universidade de Harvard no

século XIX (ESCRIVÃO FILHO; RIBEIRO, 2009, p. 24).

A ABP tem sido aplicada, nas últimas décadas, em outras áreas do

conhecimento e em outros níveis educacionais, além da medicina. Instituições de

ensino superior têm adotado este novo modelo de aprendizagem, dentre elas: a

Universidade de Maastrich na Holanda, Universidade de Harvard e em Cornell nos

Estados Unidos da América e a Universidade de Hong Kong na China. São

consideradas pioneiras no Brasil a Faculdade de Medicina de Marília (FAMEMA) e a

Universidade Estadual de Londrina (UEL) no curso de Medicina. Outras instituições

de ensino superior ajustaram o modelo e a implantaram de maneira parcial,

aplicando apenas a disciplinas isoladas (RIBEIRO, 2005, p. 32).

A aplicabilidade da ABP como metodologia de ensino para cursos de

engenharia - graduação, pós-graduação ou cursos profissionalizantes - viabiliza-se

por meio da implementação de estudos dirigidos em disciplinas que sejam

transversais ao currículo, de maneira que os conteúdos mínimos definidos nas

grades curriculares sejam cumpridos (PEREIRA; ARAÚJO JÚNIOR, 2011a).

1.2 Tema

A pesquisa tem como tema o estudo sobre Aprendizagem Baseada em

Problemas (ABP), por meio de Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), em um

Curso de Engenharia.

20

1.3 Delimitação

O estudo é delimitado à Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP)

aplicada, por meio de um Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA Campus Virtual

Cruzeiro do Sul), em um curso de Engenharia Civil - Universidade Cruzeiro do

Sul/Campus São Miguel (nono e décimo semestres - disciplinas: Projeto I e II - total

de 47 alunos).

1.4 Justificativa

O ensino de graduação em engenharia e as atividades profissionais

correlacionadas na área de formação do conhecimento, têm se modificado para se

adequar à realidade do exercício profissional.

Há diversas teorias dos processos de desenvolvimento e de aprendizagem,

como teorias comportamentalistas (todo conhecimento provém da experiência),

racionalismo cartesiano (o desenvolvimento intelectual é determinado pelo sujeito, e

não pelo meio, ou seja, de dentro para fora), empirismo (o desenvolvimento

intelectual é determinado pelo meio ambiente, ou seja, pela força do meio e não

depende do sujeito; é de fora para dentro), positivismo (tem como ideal de

objetividade a utilização de uma metodologia experimental com vistas à elaboração

de leis gerais), behaviorismo (comportamento ou reações observáveis de um

organismo por meio de respostas e estímulos do meio ambiente), teoria humanista

(o conhecimento é constituído de matérias - coisas - e forma - nós todos; para

conhecer as coisas, temos que organizá-las a partir da forma, a priori do tempo e do

espaço) e a teoria construtivista (o conhecimento construído vai sendo incorporado

aos esquemas mentais que são colocados para funcionar diante de situações

desafiadoras e problemáticas) (GÓMEZ, 1988).

21

Modelo tradicional Modelo

construtivista Implicação para os alunos

Centrado no professor Centrado no aluno Os alunos são investidos do poder de

aprendizes ativos.

Absorção passiva Participação do aluno A motivação do aluno é renovada.

Trabalho individual Equipe de aprendizagem

A equipe adquire habilidades que são

desenvolvidas; o aprendizado é aprimorado

pelo compartilhamento.

O professor atua como especialista

O professor atua como guia

A estrutura de aprendizagem é mais adaptável

às rápidas mudanças no mundo.

Estático Dinâmico Os recursos de aprendizagem (livros-texto, base de conhecimentos existentes) são

substituídos por um link on line ao mundo real. Os recursos podem ser adaptados às

necessidades imediatas de aprendizagem.

Aprendizado predeterminado

Aprender a aprender Desenvolvimento de habilidades para a era da informação.

Quadro 1 - Novo modelo de aprendizagem - ABP Fonte: Heide e Stilborne (2000. p. 28)

Na formação de profissionais, por intermédio do curso de graduação em

engenharia, a implementação de novos modelos educacionais estimulantes,

participativos, remete os alunos a buscar soluções para problemas vivenciais

relacionados à teoria e à prática que são fundamentais para o bom exercício da

atividade profissional, mas a implementação de um novo modelo de ensino ainda

conflita com o modelo tradicional, porém as modificações ocorrerem devido às

características da sociedade moderna que está em constante evolução.

A implementação de novos modelos de ensino e a aprendizagem já é notória em

algumas instituições de ensino (Quadro 1), como a ABP (SANTOS et al., 2007, p. 2).

A justificativa da tese é verificar se o método da aprendizagem baseada em

problemas possui características para poder auxiliar no ensino e na melhoria

contínua no processo de ensino e aprendizagem, por meio do ambiente virtual de

aprendizagem, no Curso de Engenharia, para que a instituição de ensino, os alunos

e os professores aperfeiçoem suas habilidades e competências críticas em busca da

excelência.

22

Para ratificar o descrito acima foi aplicado questionário aos alunos do Curso

de Engenharia Civil - do 7º semestre (2010) - total de 28 (100%) alunos (Quadro 2),

da Universidade Cruzeiro do Sul - Campus São Miguel, após realização de palestra

sobre �Ensino de cálculo para o dimensionamento de sistema de hidrantes prediais

para combate a incêndio em edificações e áreas de risco�, na disciplina de

Saneamento Básico I - carga horária de três horas.

1. Já tinha conhecimento sobre o sistema de hidrantes prediais?

Sim (15 alunos - 54%) Não (13 alunos - 46%)

2. O conteúdo da palestra é importante para o aprimoramento de seus

conhecimentos?

Sim (28 alunos - 100%) Não (0 aluno - 0%)

3. O assunto é pertinente à disciplina de fenômenos de transporte, mecânica dos

fluídos, saneamento básico e/ou similares?

Sim (28 alunos - 100%) Não (0 aluno - 0%)

4. A palestra apresentada, nesta disciplina, é importante no desenvolvimento de

atividades relacionadas ao ensino: instalações prediais e projetos de

edifícios?

Sim (28 alunos - 100%) Não (0 aluno - 0%)

5. O assunto está relacionado ao exercício das atividades a serem desenvolvidas

pelo profissional ao qual está direcionado o curso de graduação?

Sim (28 alunos - 100%) Não (0 aluno - 0%)

6. Para quais profissionais (vide abaixo) é importante o tema apresentado?

Arquitetos (2 alunos - 5%)

Bombeiros Civis (3 alunos - 7%)

Bombeiros Militares (4 alunos - 9%)

Engenheiro Civil (5 alunos - 12%)

Engenheiros de Segurança do Trabalho (4 alunos - 9%)

Técnico de Segurança do Trabalho (2 alunos - 5%)

Todos (23 alunos - 53%)

Outros: Téc. em Edificações (0 alunos - 0%)

Nenhum (0 alunos - 0%)

Obs.: Total de 43 indicações para questão 6.

continua

23

continuação

7. Você acessa a Internet em qual situação?

Diariamente (26 alunos - 93%)

Semanalmente (2 alunos - 7%)

Mensalmente (0 aluno - 0%)

Outro (0 aluno - 0%)

Não acessa (0 aluno - 0%)

8. Participaria como colaborador, por meio de sugestões e opiniões, para

melhoria do processo de ensino e aprendizagem sobre dimensionamento de

sistema de hidrantes prediais?

Sim (25 alunos - 90%) Não (3 alunos - 10%)

9. Considera que o desenvolvimento de um curso por meio do Ambiente Virtual

de Aprendizagem (AVA) contribuiria para formação profissional do aluno?

Sim (28 alunos - 100%) Não (0 aluno - 0%)

10. Participaria do curso de cálculo de sistema de hidrantes prediais por meio do

AVA?

Sim (27 alunos - 97%) Não (1 aluno - 03%)

Quadro 2 - Resultado do questionário

Mediante análise dos resultados inseridos no Quadro 2, verifica-se o pleno

interesse dos alunos em participarem de atividades de ensino, por meio de ambiente

virtual de aprendizagem, referente ao tema sistema de hidrantes e de mangotinhos.

1.5 Problematização

Os alunos, futuros profissionais, que atuarão no exercício da engenharia,

precisam adquirir conhecimentos teóricos e práticos sobre suas atividades

profissionais. Portanto, não sendo suficiente somente o conhecimento teórico no

processo de ensino e aprendizagem, torna-se viável a proposta de problemas reais

para solução pelos alunos.

A aprendizagem baseada em problemas já é estudada, entretanto, fazem-se

necessários estudos que apresentem os pareceres de alunos e professores, integrantes

principais do processo de ensino e aprendizagem, sobre os efeitos da ABP nas

24

atividades de ensino e aprendizagem e sobre a análise dos impactos de sua utilização

em instituições de ensino que utilizam o método tradicional (SOARES, 2008).

Considerando as especificidades do ensino de engenharia, os objetivos e as

atividades profissionais especificados na literatura (Capítulos 2 e 3), apoiados pela

justificativa anterior, este estudo contempla como problema de pesquisa a seguinte

questão principal:

É possível propor atividades baseadas em problemas, em um ambiente virtual

de aprendizagem, para o Curso de Engenharia Civil?

O problema central é apoiado pelas seguintes questões secundárias:

Mediante a utilização das ferramentas tecnológicas com o objetivo de auxiliar

metodologicamente o professor e facilitar o processo de ensino-aprendizagem do aluno

em ambientes virtuais de aprendizagem, pretende-se responder às questões a seguir:

a) Como criar uma situação de motivação para que ocorra a aprendizagem a

partir de problemáticas advindas da realidade do aluno, buscando

aumentar um pensar crítico e habilidades por meio do �aprender fazendo�?

b) De que forma as estratégias de ensino e aprendizagem usando os recursos

computacionais podem contribuir de maneira efetiva para motivar e

incentivar o aluno em seu estudo?

c) É possível criar atividades em um ambiente virtual baseadas em situação-

problema que promova efetivamente a aprendizagem do aluno?

1.6 Hipóteses

São defendidas as seguintes teses da pesquisa:

a) O método é aplicável à disciplina de engenharia em questão por meio do

AVA;

b) Para implementar o método ABP, são necessárias adaptações

emergenciais aos diversos perfis de alunos e da complexidade envolvida

no processo de aprendizagem;

25

c) Os alunos apreciam a dinâmica do método ABP.

As hipóteses são baseadas no contido nas literaturas sobre a aplicação eficaz

do método (RIBEIRO, 2008; HSIEH; KNIGHT, 2008; ESCRIVÃO FILHO; RIBEIRO,

2009; MANRIQUE et al., 2010).

1.7 Objetivo Geral

O objetivo geral é verificar se o método de Aprendizagem Baseada em

Problemas (ABP) é aplicável para o ensino na graduação em Engenharia, por meio

de um Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA).

A finalidade é promover a motivação, o interesse, a autonomia e a geração de

um processo de aquisição de conhecimentos, habilidades, valores e atitudes, e que

o aluno realize por sua conta, quer por meio do estudo quer por meio da experiência.

Essa aquisição, portanto, promovendo, então, a autoaprendizagem do aluno.

Mediante esse questionamento, esta pesquisa visou a coletar e a analisar as

impressões de um grupo de alunos de engenharia expostos ao processo de ABP.

Procuraram-se evidências quanto à possibilidade de aplicação - ou não - deste

processo educativo na graduação de engenharia.

1.8 Objetivos Específicos

Os objetivos específicos são estes:

a) Pesquisar a aplicação da Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP) em

ambiente virtual de aprendizagem;

b) Possibilitar um ensino centrado no aluno e em suas necessidades específicas;

c) Permitir maior �autonomia� na aprendizagem do aluno.

1.9 Procedimentos Metodológicos de Pesquisa - Geral

A metodologia empregada baseia-se no método hipotético-dedutivo em nível

descritivo, em função das literaturas existentes (pesquisas bibliográficas). O enfoque

26

principal é qualitativo e, secundariamente, quantitativo.

Pode-se classificar esta pesquisa como exploratória, bibliográfica e

qualitativa.

- Exploratória, que, segundo Andrade (2003), é quando a pesquisa busca

mais conhecimento sobre o objeto de estudo e um novo enfoque sobre o

assunto estudado (ANDRADE, 1995).

- Bibliográfica, pois recorre a uma ampla pesquisa na literatura, buscando a

repetição de opiniões já descritas, que servirão de base para o

desenvolvimento deste trabalho (ANDRADE, 1995).

- Qualitativa, pois, segundo Richardson (1999) apud Raupp e Beuren (2003,

p. 91), �descrever a complexidade de determinado problema, analisar a

interação de certas variáveis, compreender e classificar processos

dinâmicos vividos por grupos sociais�.

Para esta pesquisa, foi realizada a entrevista semiestruturada, que, segundo

Lopes (2006, p. 105), �dá ao pesquisador uma flexibilidade para um maior

aprofundamento a partir de teorias e hipóteses que, no decorrer da investigação,

venha a surgir�.

A realização de pesquisa de campo na Universidade Cruzeiro do Sul -

Campus Virtual - para análise qualitativa e quantitativa - foi efetuada por meio de

dados primários, portanto, durante o desenvolvimento do estudo sobre ABP, por

meio de AVA (OLIVEIRA, 2000, p. 123-125).

1.10 Procedimentos para Coleta de Dados

A coleta de dados foi realizada por meio do Campus Virtual da Universidade

Cruzeiro do Sul que oferece a seus alunos e à comunidade uma infraestrutura

moderna, além dos melhores recursos técnicos e bases teóricas para quem deseja

atuar na área de Engenharia.

Para a realização dos procedimentos foram selecionadas as turmas (A e B)

do Curso de Engenharia Civil (nono/turma A e décimo/turma B semestres), da

27

Universidade Cruzeiro do Sul - Campus São Miguel. Posteriormente foram

selecionadas as disciplinas a ser aplicada a aprendizagem baseada em problemas

(Disciplinas: Projeto I e II), porém, sem o conhecimento dos alunos quanto à

aplicação do método nos Módulos de I a IV. Portanto, estabelecido o conteúdo do

curso, a ser inserido na disciplina, foi desenvolvido o seguinte roteiro de pesquisa a

seguir (cronograma de atividades - Quadro 3).

No da Atividade Atividades

01 Seleção de uma IES da cidade de São Paulo - Universidade Cruzeiro do Sul.

02 Escolha do período e turma de Engenharia Civil - Campus São Miguel (nono e décimo semestres). Total de 47 alunos.

03 Escolha da disciplina: Projeto I e II.

04 Definição do tema para implementação da ABP por meio da AVA - Campus Virtual Cruzeiro do Sul.

05 Elaboração da estrutura do Curso de cálculo de �Sistema de

Hidrantes e de Mangotinhos�.

06 Inserção do curso no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA)

utilizando-se do sistema Blackboard Learn*.

07 Liberação do acesso aos alunos - Módulo I ao V (mediante

cronograma). Período de curso - 43 dias corridos.

08 Ao término do período de curso foram finalizadas as avaliações e

preenchidos os questionários pelos alunos (Apêndice A a L).

09 Recebimento das avaliações e questionários dos alunos pelo

pesquisador.

10 Recebimento das observações do professor responsável da disciplina

e descrição das observações do pesquisador.

11 Os resultados foram inseridos em planilhas e analisados pelo pesquisador para inserção na tese. As observações foram descritas

no texto da tese (Capítulo 4 e 5).

OBS.: Todas as atividades desenvolvidas foram supervisionadas pelo coordenador do curso de Engenharia Civil, pelo professor responsável pela disciplina e pelo orientador da pesquisa.

* Fonte: http://blackboard.grupoa.com.br/

Quadro 3 - Sequência de atividades - Implementação da ABP, por meio de

AVA, em Curso de Engenharia

No capítulo 4 deste trabalho de pesquisa, são apresentados, de forma

detalhada, os conteúdos dos Módulos de I a V, inclusos nas etapas a seguir.

28

Mediante a participação do coordenador do curso de Engenharia Civil e do

professor responsável das disciplinas (Projeto I e II), foi estruturado o curso

(específico para as disciplinas) de cálculo de sistema de hidrantes e de

mangotinhos, por meio do ambiente virtual de aprendizagem (sistema de gestão de

aprendizagem - Blackboard Learn1) da Universidade Cruzeiro do Sul - Campus

Virtual.

Figura 1 - Modelo Construtivista de ensino Fonte: Adaptado de Silva (2000)

O curso foi composto por cinco módulos, utilizando-se do modelo

construtivista de ensino (Figura 1), sendo que, do primeiro ao quarto módulo (Figura

2), foram oferecidos ao aluno conhecimentos básicos sobre o sistema (hidrantes e

de mangotinhos) em estudo, considerando as orientações do coordenador do Curso

de Engenharia Civil. Foram disponibilizados aos alunos por meio do ambiente virtual

de aprendizagem (módulo I a IV): 1o - Apresentação narrada do conteúdo do

módulo; 2o - Material de apoio para leitura; 3o - Artigo científico; 4o - Referências

bibliográficas; 5o - Vídeo institucional; 6

o - Exercícios de sistematização.

1 Fonte: http://blackboard.grupoa.com.br/

29

Figura 2 - Estrutura do Módulo I ao IV

Durante o desenvolvimento das atividades, constantes nos Módulos de I a IV,

foram realizados exercícios de sistematização relativos aos conteúdos dos respectivos

módulos, para motivação e fixação da aprendizagem e posterior avaliação do aluno.

Mediante o desenvolvimento do Módulo V (Figura 3), fase de aplicação da

ABP, todo o processo foi acompanhado pelo tutor (pesquisador) e pelo professor

responsável pela disciplina, sendo que a solução da situação-problema foi avaliada

para composição da nota final do aluno, mediante apresentação de relatório final

pelos grupos de estudo.

Figura 3 - Estrutura do Módulo V

Durante o módulo V, foram disponibilizados os questionários para a coleta de

dados, a avaliação do curso e da aplicação da ABP (Avaliação do curso - Módulo de

I a V; Avaliação do processo educacional - Módulo V; Avaliação do método

instrucional - Módulo V; Avaliação de desempenho - Módulo V; Avaliação final -

Módulo V; Relatório parcial - Módulo V). Foram disponibilizados, ainda aos alunos,

para auxílio na solução da situação-problema: artigos científicos relativos ao tema,

30

vídeos institucionais e materiais de apoio para leitura. As atividades no Módulo V

foram desenvolvidas, conforme sequência numérica indicada da figura 3.

Do início do curso e ao final, foram obtidas informações do professor

responsável pela disciplina que participou de todo o processo de aplicação do

método da ABP nas turmas da disciplina de Projeto I e II do curso de graduação em

Engenharia Civil.

Ao término das atividades (após 43 dias corridos de curso), relativas ao curso

proposto, as informações, disponíveis e as obtidas com os alunos e com o professor,

foram analisadas para obtenção do diagnóstico de verificação da ABP, aplicada às

respectivas turmas por meio do AVA.

1.11 Procedimentos de Análise

Mediante os dados coletados e tabulados - Capítulo 4 e Apêndice I

(resultados), foi efetuada a análise, conforme consta no Capítulo 5, levando em

consideração a fundamentação teórica descrita nos capítulos iniciais (Capítulos 2 e

3) da tese e as respostas obtidas em campo (Apêndices).

Todas as categorias de análise foram retiradas de bases teóricas.

1.12 Estrutura da Tese e Análise do Conteúdo dos Capítulos

A estrutura da tese foi estabelecida conforme consta na figura 4, onde poderá

ser observada a relação entre todo o conteúdo incluso neste trabalho de pesquisa. É

estabelecida a relação entre os capítulos, apêndices e os módulos desenvolvidos no

curso de cálculo de sistema de hidrantes e de mangotinhos por meio do ambiente

virtual de aprendizagem utilizando-se do método de aprendizagem baseada em

problemas.

31

Figura 4 - Estrutura do trabalho de pesquisa

32

A tese, em seus capítulos trata dos seguintes temas:

- No Capítulo 1, descreve-se a estrutura da tese, assim como os principais

motivos e os argumentos para seu desenvolvimento: a delimitação, a

justificativa, o problema, a hipótese, os objetivos, os procedimentos

metodológicos, os procedimentos para coleta de dados e os

procedimentos de análise da pesquisa;

- No Capítulo 2, o tema é relacionado à Aprendizagem Baseada em

Problemas (ABP), que se trata de revisão da literatura, referente aos

métodos de ensino, à teoria construtivista, aos fundamentos da ABP, às

características, implementação, metodologia e vantagens e

desvantagens. Verifica-se ainda a ABP no ensino de engenharia, no

ensino de engenharia no mundo e no ensino de engenharia no Brasil,

sendo destacada a importância e a relação entre esses temas para o

desenvolvimento da pesquisa. Apresenta-se a tecnologia da informação e

da comunicação (TIC) na Engenharia e a TIC e o ensino de Segurança

Contra Incêndios (SCI);

- No Capítulo 3, consta o ensino de hidráulica e de instalações hidráulicas

e sanitárias no curso de Engenharia Civil, o ensino de segurança contra

incêndios, descrição dos profissionais que atuam na área de segurança

contra incêndios e a importância do ensino para o cálculo de sistema de

hidrantes e de mangotinhos. Relevância do curso para ser aplicado aos

alunos (participantes) da disciplina de Projeto I e II da Engenharia Civil;

- No Capítulo 4, apresenta-se a metodologia utilizada no desenvolvimento

da pesquisa para que a mesma possa ser reconstituída. Há a descrição

das experiências e os procedimentos para a obtenção dos resultados;

- No Capítulo 5, efetua-se a análise dos resultados, na qual são descritos,

de forma detalhada, os dados obtidos e comparados com os descritos na

revisão de literatura, incluindo os comentários sobre os estudos de outros

autores;

33

- Na Conclusão, finaliza-se o presente trabalho com as respostas dos

objetivos e das hipóteses especificadas na introdução. Há a manifestação

sobre os resultados obtidos, bem como a descrição quanto a possíveis

assuntos para serem explorados em novas pesquisas;

- Nas Referências, há citação das literaturas nacionais e internacionais

consultadas, como: livros, artigos em periódicos, teses, dissertações, que

foram utilizadas pelo autor. Diversos livros e artigos científicos indicados

são de autoria do autor da tese e de seu orientador, os quais foram

publicados durante o desenvolvimento da pesquisa.

- Nos Apêndices, estão os modelos dos questionários e relatórios, bem

como o conteúdo de inserção ao curso de cálculo de sistema de hidrantes

e de mangotinhos (material de apoio). É disponibilizado o texto referente à

segurança contra incêndios, no qual o leitor poderá verificar sua evolução

e importância no Estado de São Paulo (material complementar). A leitura

do material de apoio (Apêndice H) e do material complementar (Apêndice

O) irá auxiliar no conhecimento quanto ao sistema de hidrantes e de

mangotinhos: composição, funcionamento, dimensionamento, parâmetros

de instalação e aplicação legal.

35

CAPÍTULO 2

APRENDIZAGEM BASEADA EM PROBLEMAS

Neste capítulo, é dada ênfase à aprendizagem baseada em problemas, bem

como a sua relação com os métodos de ensino e a teoria construtivista. Destacam-

se as características do ensino convencional e construtivista, os princípios a serem

adotados pelos docentes construtivistas. Apresentam-se os fundamentos cognitivos

e características da ABP, além de sua aplicação no ensino de engenharia no mundo

e no Brasil. É destacado que método ABP é baseado em teorias educacionais de

Dewey (RIBEIRO, 2008, p. 24), Vygotsky (ARGENTO, 2010, p. [n.i.]) e Piaget

(OSTERMANN; CAVALCANTI, 2010, p. 2).

A tecnologia da informação e da comunicação associada à aprendizagem

baseada em problemas é uma das alternativas para potencializar o ensino e a

aprendizagem. É descrita esta importância, sendo destacada a relação entre os

temas tecnologia da informação e da comunicação, educação, aprendizagem

baseada em problemas, ambiente virtual de aprendizagem, engenharia e segurança

contra incêndios.

2.1 Método de Ensino

O mundo de hoje sofre mutações sociais aceleradas, podendo configurar

novos paradigmas civilizacionais. A vantagem competitiva de uma empresa deixou

de ser o capital físico e a força de produção, passou a ser o capital humano e a

rapidez de adaptação. Numa sociedade preocupada com a preservação dos

recursos e pela grande volatilidade das tecnologias o único fator permanente de

riqueza é o homem, a sua capacidade intelectual e o seu conhecimento. Hoje, a

sociedade do conhecimento e da informação é fórmula que já não precisa de

nenhuma discussão esclarecedora, porém essa fórmula pode conduzir a outra, ou

seja, a missão da universidade é alimentar e sustentar a sociedade do conhecimento

(COSTA, 2010, p. 1).

Rosetti Júnior e Schimiguel (2009) descrevem que

36

[...] as exigências do mundo do trabalho não podem ser colocadas de lado, num ambiente econômico e profissional integrado e interconectado. Diante

disso, é fundamental que as práticas e os conteúdos ministrados em aula

estejam em sintonia com as novas exigências do mundo em que se vive,

para que a educação não seja algo distante da vida dos alunos, mas, ao contrário, seja parte integrante de suas experiências para uma existência

melhor.

As empresas necessitam de técnicos e engenheiros com formação altamente

especializados e capacitados para o exercício das funções.

A metodologia de ensino e aprendizagem e a avaliação são fundamentais

para o sucesso dos cursos nos diversos formatos, seja o presencial ou a distância.

O desenvolvimento de uma metodologia pedagógica que tenha como objetivo

repensar o papel do docente e do discente no processo de ensinar e aprender deve

ser feito e atualizado constantemente. Para que os processos sejam eficazes uma

reflexão sobre as experiências individuais de cada participante juntamente com a

abordagem teórica das metodologias pedagógicas que conduzirão ao

autodesenvolvimento, à aprendizagem colaborativa e às aulas com maior interação

entre docente e discente deve ser feita (MAIA; MENDONÇA, 2005).

Araújo e Rodrigues (2006) afirmam que,

[...] assim como diversas atividades profissionais, os pesquisadores em métodos de ensino empenham esforços no sentido de evoluir as técnicas de

aprendizagem de forma a superar as dificuldades inerentes ao ensino das diversas áreas do conhecimento (p. 1).

[...]

Os resultados da adoção da ABP demonstram uma independência maior

por parte dos alunos, retém por mais tempo os conhecimentos adquiridos e

desenvolvem uma postura inquisitiva e de estudo permanente (p. 3).

O ensino não é restrito à sala de aula e nem a escola é o único lugar onde a

educação pode acontecer.

O perfil dos estudantes está mudando, não só requerendo conhecimentos

específicos da área de atuação, mas também de outros ramos profissionais, ou seja,

a atuação profissional na contemporaneidade tem características de

multidisciplinaridade e interdisciplinaridade.

É relevante destacar que a multidisciplinaridade consiste em um

conjunto de disciplinas a serem trabalhadas simultaneamente, sem fazer aparecer as relações que possam existir entre elas, destinando-se a um sistema

37

de um só nível e de objetivos únicos, sem nenhuma cooperação. A

multidisciplinaridade corresponde à estrutura tradicional de currículo nas escolas,

o qual se encontra fragmentado em várias disciplinas (MENEZES, 2002).

A interdisciplinaridade, segundo Carlos (2008), caracteriza-se �pela presença

de uma axiomática comum a um grupo de disciplinas, conexas e definida no nível

hierárquico imediatamente superior o que introduz a noção de finalidade�.

O preparo adequado do aluno para o desenvolvimento de atividades na

sociedade está relacionado às metodologias, aos métodos e aos meios

pedagógicos, que atendam ao anseio da nova geração, bem como fundamentados

em legislações e em normas referentes ao curso desenvolvido.

Citam Veiga et al. (2012, p. 1) que

vive-se hoje um processo constante de evolução em nossa sociedade

principalmente no que se refere à ciência e à tecnologia e para que o aluno

possa ter uma melhor compreensão do mundo torna-se necessário

relacioná-las nos processos de ensino e aprendizagem.

A utilização de métodos pedagógicos diferentes dos tradicionalmente

utilizados mostra-se como um caminho para a melhoria da qualidade de formação

do aluno ao término de um curso.

Para Maia (2009, p. 3), a �[...] aprendizagem é, por excelência, construção, ação e

tomada de consciência da coordenação das ações. Na prática pedagógica, é importante

o professor conhecer como ocorre a aprendizagem e ter claro a sua posição�.

Torna-se, portanto, a saída de uma abordagem em que o professor assume

uma posição ativa e o estudante em oposição, toma uma atitude passiva (método

tradicional), para uma metodologia de ensino e aprendizagem independente, de

modo que este desempenhe um papel mais ativo.

O método de ensino e aprendizagem baseado em problemas objetiva a

aquisição da independência do aluno, sendo considerado um método pedagógico

diferenciado (KALATZIS, 2008, p. 3).

O método ABP é baseado em teorias educacionais de Dewey (RIBEIRO, 2008,

p. 24), Vygotsky (ARGENTO, 2010, p.[n.i.]) e Piaget (OSTERMANN; CAVALCANTI,

2010, p. 2), portanto, está relacionado com as teorias sociocultural e construtivista da

aprendizagem e do design instrucional. Ressalta Rezende (2002) que o método ABP

38

está fundamentado na teoria construtivista.

A aprendizagem baseada em problemas é uma das alternativas que busca

romper o modelo tradicional de ensino e aprendizagem (RIBEIRO, 2010, p. 16).

Construtivismo: baseia-se no fato de que não é o professor que ensina, e sim

o aluno que aprende e que constrói o conhecimento. O próprio aluno precisa ter a

iniciativa para questionar, descobrir e compreender o mundo a partir de interações

com os demais elementos do contexto histórico no qual está inserido (FOSNOT,

1998).

Segundo Boyle (1997), o construtivismo tem sido a abordagem teórica mais

utilizada na orientação do desenvolvimento de materiais didáticos informatizados,

principalmente nos ambientes de aprendizagem multimídia. Para Rezende (2002,

p.3), pode ser considerado �[...] como um guarda-chuva que tem dado origem a

diferentes propostas educativas que incorporam novas tecnologias, às vezes de

forma implícita, às vezes de forma explícita�.

O Quadro 4 mostra características desenvolvidas em salas de aulas que

seguem o ensino tradicional (convencional) e o ensino construtivista segundo

Ribeiro (2010).

39

Sala de aula Convencional Sala de aula Construtivista

O currículo é apresentado das partes para o todo,

com ênfase nas habilidades básicas. O currículo é apresentado do todo para as partes,

com ênfase nos conceitos gerais.

O seguimento rigoroso do currículo pré-estabelecido é altamente valorizado.

A busca pelas questões levantadas pelos alunos é

altamente valorizada.

As atividades curriculares baseiam-se fundamentalmente em livros textos e de exercícios.

As atividades baseiam-se em fontes primárias de

dados e materiais manipuláveis.

Os estudantes são vistos como "tábulas rasas" sobre

as quais a informação é impressa. Os estudantes são vistos como pensadores com

teorias emergentes sobre o mundo.

Os professores geralmente comportam-se de uma maneira didaticamente adequada, disseminando informações aos estudantes. ["Um sábio sobre o

palco"]

Os professores geralmente comportam-se de maneira interativa, mediante o ambiente para estudantes. ["Um guia ao lado"]

O professor busca as respostas corretas para validar a aprendizagem.

O professor busca os pontos de vista dos estudantes para entender seus conceitos presentes para uso nas lições subsequentes.

Avaliação da aprendizagem é vista como separada

do ensino e ocorre, quase que totalmente, por meio de testes.

Avaliação da aprendizagem está interligada ao

ensino e ocorre através da observação do professor

sobre o trabalho dos estudantes.

Estudantes trabalham fundamentalmente sozinhos. Estudantes trabalham fundamentalmente em grupos.

Quadro 4 - Características do método convencional X construtivista Fonte: Adaptado de Ribeiro (2010)

Utilizando-se, no método ABP, de uma visão construtivista, o docente tem a

função de orientar o processo de aprendizagem, em vez de fornecer simplesmente o

conhecimento. A partir desta perspectiva, feedback e reflexão sobre o processo de

aprendizagem e dinâmicas de grupo são componentes essenciais da ABP. Os

discentes são considerados agentes ativos que participam da construção do

conhecimento social.

O método ABP é centrado na discussão feita, por pequenos grupos de

estudantes, acerca de um problema apresentado, sob a supervisão de um tutor. É

um método que encoraja o aprendizado individual do estudante para um

conhecimento mais profundo, tornando-o responsável pela sua própria

aprendizagem (SCHMIDT, 1993).

40

A aprendizagem baseada em problema, segundo Schmidt (2001), é um

método de instrução e aprendizagem colaborativa, construtiva e contextualizada,

promovendo a busca pela solução de problemas, o trabalho em grupo e as atitudes

diferenciadas, o que, segundo Ribeiro (2005), permite, assim, uma aprendizagem

ativa, integrada, cumulativa e voltada à compreensão dos problemas.

Conforme Ribeiro (2005) apud Molina et al. (2010),

[...] trata a PBL como um método que tem sido ostensivamente estudado ao

longo das últimas 3 décadas. Ressalta que há vasta literatura confirmando

os ganhos prometidos por ela, entretanto, justifica sua tese de doutorado na carência que esse �corpo de conhecimentos� tem de estudos que venham a

dar ouvidos à voz dos alunos e professores, sendo estes os principais atores do processo ensino-aprendizagem (p. 13).

Segundo Silva e Delizoicov (2008), tem-se que

[...] a influência de distintos modelos teóricos que buscam explicar a

aprendizagem também é discutida por Huhes Caplow e colaboradores

(1997), para quem a ABP apresenta identidade com três enfoques teóricos:

a teoria do processamento a informação, a perspectiva construtivista e a

perspectiva da aprendizagem cooperativa (p. [n. i.]).

Verifica-se, mediante a análise dos autores acima, que a estratégia da ABP

comporta diferentes pressupostos epistemológicos, o que, de certa forma,

representa diferentes visões dos autores citados.

Nesse sentido, a ABP estimula o pensamento crítico, as habilidades para a

solução de problemas e a aprendizagem de conceitos na área em questão.

Descreve, portanto, Ribeiro (2005) que as principais diferenças, em relação às

abordagens convencionais, é que o ensino é centrado no discente e o docente

passa a ser um facilitador da aprendizagem, usa de problemas para iniciar,

direcionar, motivar e focar a aprendizagem.

Segundo Hadgraft e Holecek (1995, p. 8), a ABP propõe trazer para a vida do

profissional atributos como a adaptabilidade a mudanças, habilidade de resolver

problemas em situações não rotineiras, pensamento crítico e criativo, adoção de

uma abordagem sistêmica ou holística, trabalho em equipe, capacidade de

identificação de pontos fortes e fracos e compromisso com o aprendizado e o

aperfeiçoamento contínuo.

41

O método ABP foi desenvolvido com a finalidade de aplicação na educação

médica (NING, 1995), porém, nas diversas literaturas, verifica-se que tem sido

adaptado em um número crescente de áreas de atuação, incluindo a Engenharia, e

em diferentes níveis educacionais (RIBEIRO; MIZUKAMI, 2005). Pode ser definido

como um método instrumental, sendo consistente com os princípios da abordagem

construtivista, que permite ao discente aprender a partir da colocação de um

problema (ou caso), que pode ser real ou simulado (SAVERY; DUFFY, 1995).

A resolução de problemas é só um dos objetivos da ABP, pois, segundo Ribeiro

e Mizukami (2005), o método pretende apoiar os discentes na aquisição de uma base

de conhecimento estruturada em torno de problemas da vida real e no desenvolvimento

de competências e atitudes, incluindo trabalho em equipe e habilidades de

autoaprendizagem, cooperação, ética e respeito aos pontos de vista de outras pessoas.

Rezende (2002), quanto à implantação da ABP, descreve que,

[...] apesar de haver várias estratégias de implementação, em geral, o

estudante interage com o problema, obtém dados, formula hipóteses, toma

decisões e emite julgamentos. Na área da saúde, por exemplo, são

utilizadas simulações clínicas relevantes, análogas a situações reais, que

substituem problemas clínicos padronizados. A partir de perguntas, para as quais o aluno possui alternativas de respostas, e das consequências das

decisões tomadas, ele tem a oportunidade de testar sua capacidade de

julgamento frente a um conjunto de dados. As consequências das decisões

são imediatamente simuladas pelo programa, propiciando experiência

clínica em tempo relativamente curto (p. 7).

Há três importantes critérios que promovem uma aprendizagem eficaz com a

implementação da ABP (PETERSON, 1997): o aprendizado acontece em um

ambiente onde os discentes estão imersos na prática, em atividades em que

recebem feedback de seus colegas discentes e docentes; os discentes recebem

guias e suporte de seus pares, de maneira a promover um ensino multidirecional,

envolvendo outros discentes, docentes e monitores, diferentemente do ensino

convencional, normalmente unidirecional (docente para discente); o aprendizado é

funcional, a partir de problemas reais.

A ABP, para sua adoção, propõe a quebra de paradigma do ensino

convencional, pois exige mudança de postura, tanto do docente, como do discente,

porque exige a busca de uma forma de aprendizagem altamente investigativa e

questionadora, além de maturidade profissional.

42

2.2 Fundamentos e características da ABP

Toledo Júnior et al. (2008) afirmam que um passo importante para o

desenvolvimento de metodologias de ensino mais adequadas ao aprendizado de

adultos é a compreensão dos fatores que influenciam o armazenamento e a

recuperação de informações pela mente humana.

Schmidt (1993) cita seis fundamentos básicos para o aprendizado:

- a disponibilidade de conhecimentos prévios, que é o principal

determinante da natureza e da qualidade de novas informações que um

indivíduo pode processar;

- a ativação dos conhecimentos prévios a partir de �pistas� dadas pelo

contexto em que as novas informações estão sendo estudadas, que é

essencial para possibilitar que elas sejam compreendidas e relembradas;

- a elaboração das novas informações, que favorece o seu

armazenamento na memória e sua recuperação posterior;

- a motivação para a aprendizagem, que leva a um tempo maior de estudo e, consequentemente, a melhores resultados;

- a maneira por que o conhecimento está estruturado na memória, que

determina o quanto ele é acessível para utilização;

- a �dependência do contexto�, que gera a possibilidade de ativar o conhecimento existente na memória de longo prazo em contextos futuros

semelhantes (p. 125).

Descreve Ribeiro (2008) que a ABP fundamenta-se em

[...] resultados da pesquisa em ciência cognitiva, que mostram que a

aprendizagem não é um processo de recepção passiva e acumulação de

informações, mas de construção de conhecimentos. Para que informações

se tornem conhecimento, é preciso ativar conceitos e estruturas cognitivas

existentes a respeito do assunto, permitir aos alunos que as elaborem e as ressignifiquem (p. 24).

Para que a aprendizagem possa ocorrer, ela precisa ser significativa, ou seja,

precisa que o sujeito atribua significado, sentido, funcionalidade ao que se aprende.

Assim é necessário que se estabeleçam relações entre a nova informação e os

conhecimentos prévios, o que gera um estado de desequilíbrio. É necessário então

que o estudante esteja motivado a restabelecer este equilíbrio e a escola deve

oferecer condições para a retomada do equilíbrio de seus esquemas de

conhecimentos. Neste processo de aprendizagem, a memorização deixa de ser

repetitiva e passa a ser compreensiva, significativa (MORAES; MANZINI, 2006).

Descreve Gomes (2007), no âmbito do ensino na área de saúde, que

43

Na concepção da aprendizagem baseada em problemas, o processo ensino-aprendizagem é direcionado para o desenvolvimento da capacidade

do estudante de construir ativamente sua aprendizagem, articulando seus conhecimentos prévios com estímulo proporcionado pelos problemas de

saúde-doença selecionados para o estudo; desenvolver e utilizar o raciocínio crítico e habilidades de comunicação para a resolução de

problemas clínicos, e entender a necessidade de aprender ao longo da vida (GOMES et al., 2009, p. 24).

A maioria dos autores (Figura 5) fundamenta o ABP na premissa da

psicologia cognitiva de que a aprendizagem não é um processo de recepção, mas

de construção de novos conhecimentos. A ABP estimularia a motivação epistêmica

dos alunos, estaria pautada no pressuposto de que a aprendizagem é influenciada

pela metacognição e por fatores sociais, sendo permitida a interação com a vida real

(RIBEIRO, 2010, pág. 17,18).

Figura 5 - Alguns princípios da aprendizagem que fundamenta a ABP Fonte: Ribeiro (2010, p. 16)

A aprendizagem em pequenos grupos de tutoria promove a cooperação e o

estímulo constante dos seus membros, além de desenvolver a habilidade de

trabalhar em grupo e de respeitar os objetivos comuns.

A ABP é um método de ensino e aprendizagem que utiliza problemas da vida

real (reais ou simulados) para iniciar, enfocar e motivar a aprendizagem de teorias,

habilidades e atitudes. A ABP, como outros métodos construtivistas, está pautada no

pressuposto de que o conhecimento é construído em vez de simplesmente

44

memorizado e acumulado. Além disso, a ABP fundamenta-se em resultados de

pesquisas educacionais, especialmente na área de psicologia cognitiva, que indicam

que o trabalho dos alunos com a vida real, particularmente em grupos, favorece a

aprendizagem (ESCRIVÃO FILHO; RIBEIRO, 2009, p.24).

Filosoficamente, a matriz da metodologia está relacionada a autores como o

norte-americano John Dewey, considerado fundador do pragmatismo, e o epistemólogo

suíço Jean Piaget, defensor do construtivismo. Também é estreitamente ligada à

educação crítica, que tem origem no trabalho do educador brasileiro Paulo Freire

(CAIRE, 2008a).

Descreve Gil (2006) que [...] a aprendizagem baseada em problemas (ABP) é

um método em que os estudantes trabalham com o objetivo de solucionar problemas

por meio de estudos de caso previamente montados [...]. Nesta metodologia, o

estudante mudou de papel no processo de aprendizagem, passando de receptor

passivo para ativo, responsável pelo seu aprendizado (SPAULDING, 1969). A

relevância está no compromisso e na responsabilidade individual para que os

objetivos educacionais sejam alcançados.

Desde sua sistematização na escola de medicina da Universidade McMaster,

a ABP tem sido adaptada a muitos contextos educacionais e ao ensino de diversas

áreas do conhecimento, tanto que, hoje, é possível encontrar implantações da ABP

em áreas tão distintas quanto a história, a pedagogia, a arquitetura e a engenharia

(RIBEIRO, 2008).

Segundo Escrivão Filho e Ribeiro (2009),

[...] a principal característica que difere a PBL de outros métodos ativos,

colaborativos, centrados nos alunos, no processo e na aprendizagem baseada em casos é o emprego de problemas para iniciar, enfocar e motivar a

aprendizagem de conteúdos específicos e para promover o desenvolvimento

de habilidades e atitudes profissional e socialmente desejáveis (p. 24).

A ABP é um método de instrução caracterizado pelo uso de problemas da

vida real para estimular o desenvolvimento de pensamento crítico e a habilidade de

solução de problemas e a aprendizagem de conceitos fundamentais na área de

conhecimento em questão. A ABP não pode ser considerada um método novo, na

medida em que a aprendizagem, a partir do confronto com um problema, tem

45

acontecido desde os primórdios da civilização. Além disso, muitos dos seus

princípios já haviam sido propostos, antes de sua primeira implementação, por

educadores e pesquisadores do mundo inteiro (RIBEIRO, 2005).

Segundo Lee Schulman2, a ABP requer que os estudantes assumam os

riscos de expor suas opiniões e ideias em público e que mostrem independência

para procurar informações novas por conta própria. Geralmente esses pré-requisitos

são atendidos por alunos com perfil naturalmente mais ativo no processo de

aprendizagem. Mas, mesmo em países onde os estudantes têm a reputação de

serem mais passivos, como no caso dos países baixos e escandinavos, a ABP

mostrou bons resultados. E, se os estudantes querem ser ativos profissionalmente

em suas carreiras, seja na medicina, enfermagem ou engenharia, e até mesmo se

eles querem ser cidadãos participativos dentro de uma democracia, eles precisam

desenvolver novos hábitos para a participação ativa (INGUI, 2012).

Descreve Berbel (1998) o currículo tradicional, baseado na divisão de

disciplinas, que a maioria das escolas adota, surgiu na década de 1920, nos Estados

Unidos. O número de publicações e os meios de divulgação de conhecimentos

aumentaram drasticamente. O resultado foi uma compressão absurda de

informações nos quatro primeiros anos de curso, com sobrecarga do cognitivo e

pulverização do conhecimento. Dois dos principais problemas deste método, hoje

clássico, são: a falta de integração entre as disciplinas (principalmente entre as da

base e as específicas) e a excessiva autonomia do docente frente a sua disciplina.

As formas de controle desta autonomia, por meio das ementas e dos programas

aprovados pelos órgãos colegiados, raramente conseguem impedir que os docentes

incorporem, a cada ano, mais conteúdo, de forma indisciplinada e relativamente

anárquica. As avaliações, acompanhando esses problemas, são muito frequentes,

geralmente restritas à esfera cognitiva, coordenadas apenas pelo docente que as faz

segundo seu critério de importância, muitas vezes exigindo esforço descabido pelo

aluno e resultando na prática de estratégias pedagógicas "terroristas". Desde a

década de 1950, currículos alternativos têm sido propostos para controlar esses

males, geralmente com pouco sucesso e vida mais ou menos efêmera. Há, hoje, um

consenso entre os educadores que o aprendizado deveria ser mais centrado no

2 Professor emérito da Stanford University e da Carnegie Fundation for Advancement of Teaching.

46

aluno, que deveria dispor de mais carga horária para atividades de pesquisa e de

estudo (BERBEL, 1998).

A partir da década de 1970, uma melhoria do conhecimento da psicologia do

aprendizado do adulto tem surgido, mostrando a importância de sua participação

ativa na incorporação do conhecimento, a importância de sua experiência prévia e

do uso desta experiência como elemento motivador para o aprendizado. Parte

desses conhecimentos foi desenvolvido a partir dos estudos de Paulo Freire, parte

das teorias de Jean Piaget e sua epistemologia genética e ainda outra parte nos

estudos de psicopedagogos que têm trabalhado junto às escolas médicas citadas. A

fisiologia da memória e seu desenvolvimento recente favoreceram também a

compreensão da importância da experiência prévia na aquisição de novos

conhecimentos (BERBEL, 1998).

A ABP desenvolveu-se dentro desse contexto e tem acompanhado suas

mudanças. O elemento central no aprendizado é o aluno. Ele é exposto a situações

motivadoras nos grupos tutoriais, em que, por meio dos problemas, é levado a

definir objetivos de aprendizado cognitivo sobre os temas do currículo. Estágios e

atividades laboratoriais completam sua formação, que é semelhante a das escolas

que adotam o método tradicional. Um dos fundamentos principais do método é que

se deve ensinar ao aluno a aprender, permitindo que ele busque o conhecimento

nos inúmeros meios de difusão do conhecimento hoje disponíveis e que aprenda a

utilizar e a pesquisar esses meios. A diversidade, ao contrário da unicidade do

conhecimento do professor, é o objetivo. Esta postura faz sentido no mundo atual,

pois, raramente, os assuntos aprendidos nos primeiros anos permanecerão

intocados quando o aluno estiver se formando. Só a postura de estudo e o

aprimoramento permanente tornam possíveis a sobrevivência profissional em um

mundo de economia e de conhecimentos globalizados. A agilidade é outro elemento

que o aluno precisa aprender ainda na escola média, assim como a criatividade de

explorar novos métodos de organização profissional. A avaliação dos alunos

formados em escolas que adotam o método tem demonstrado que eles são mais

independentes, retém por mais tempo os conhecimentos adquiridos e desenvolvem

uma postura inquisitiva e de estudo permanente (BERBEL, 1998).

É relevante que a participação ativa na aprendizagem torna-se mais produtiva

47

do que simplesmente a transferência passiva de informações pelo professor ao

aluno. A aprendizagem ativa, centrada no aluno, por meio da ABP, possibilita

desafios relativos a determinado tema, levando à reflexão, à necessidade de

pesquisa, a entender ciências básicas, visando à solução do problema.

2.3 Implementação

Com a revisão da literatura feita por Vegnochi et al. (2009), pode ser

observada a importância da ABP na organização do período de formação

acadêmica, além de colaborar no conhecimento mais significativo ao aluno. Os

autores afirmam que

[...] o PBL constitui uma abordagem de ensino alternativa e, ao mesmo tempo, inovadora, e é capaz de promover rupturas com o modelo tradicional

de ensino, estimulando a participação docente e a reorganização da relação

entre teoria e prática. (p. 49).

Vegnochi et al. (2009) concluem que a ABP é uma nova proposta de ensino e

aprendizagem, e, desta maneira, é importante uma análise crítica quanto às suas

reais possibilidades e limitações, �considerando seus fundamentos teóricos e

metodológicos, assim como as características de cada instituição. A educação

problematizadora trabalha a construção de conhecimentos a partir da vivência de

experiências significativas.�(p. 49).

Descreve Shitsuka e Silveira (2012), quanto ao preparo do docente para o

ensino, que

[...] os professores de cursos universitários que não passaram por uma formação didático-pedagógica, muitas vezes frequentam cursos rápidos de

capacitação em metodologia do ensino superior e muitas vezes à

distância, com duração de 60h, porém tais cursos que são importantes

para incentivar os professores na busca pelo conhecimento, não são

suficientes para transmitir todo conteúdo a ser trabalhado. Esses cursos,

apenas iniciam os professores. É uma busca constante no sentido do aperfeiçoamento nas práticas didáticas, e isso nem sempre ocorre

(SHITSUKA; SILVEIRA, 2012).

Descreve Gil (2006) que a ABP é uma estratégia em que os estudantes

trabalham com o objetivo de solucionar problemas por meio de estudos de caso

previamente montados. Nesta metodologia, a ênfase no compromisso e na

responsabilidade individual é prioritária para que os objetivos educacionais sejam

alcançados. O discente no processo de aprendizagem muda de posição, ou seja,

48

deixa de ser mero receptor passivo e passa à condição de ativo (SPAULDING, 1969).

Destacam Pereira et al. (2007), quanto à aprendizagem baseada em

problemas, que "[...] nos dias atuais, várias IES têm adotado esse novo modelo de

aprendizagem [...] outras instituições de ensino superior ajustaram o modelo e, o

implantaram de maneira parcial, aplicado apenas a disciplinas isoladas (p. 3-4).

Verifica-se, portanto, que, no método ABP, os docentes descrevem um caso

para estudo aos discentes. Diante do problema (estudo do caso), os discentes

investigam, debatem, interpretam e produzem possíveis justificações, soluções ou

resoluções, recomendações sobre o fato apresentado. Esse procedimento tem

relação com o método científico, o ensino integrado e integrador dos conteúdos, dos

ciclos de estudo e das diferentes áreas envolvidas, em que os discentes aprendem a

aprender e preparam-se para resolver problemas relativos à sua futura profissão.

Destaca Luiz (2012) que a cultura ainda não conhece melhor prevenção do

que o esclarecimento e o diálogo, frutos de uma boa educação. A educação engloba

os processos de ensinar e aprender, tanto que a cultura se refere a vários sentidos,

mas define tudo aquilo que é produzido a partir da inteligência humana.

A implementação da ABP, originalmente, deve ser, segundo autores

(RIBEIRO; MIZUKAMI, 2005, p. 91),

[...] implementada em todo o curso e orientada por um conjunto de problemas que formam a espinha dorsal de seu currículo. Porém, existem

relatos de aplicação bem sucedida da PBL como uma estratégia educacional parcial, isto é, em disciplinas isoladas dentro de um currículo

convencional [...].

Há diferentes processos para implementação da ABP, porém, no geral, as ações,

para a efetiva implementação, têm a seguinte sequência: apresenta-se um problema aos

alunos que, em grupos, organizam suas ideias, tentam definí-lo e solucioná-lo com o

conhecimento que já possuem; por meio de discussão, os alunos levantam e anotam

questões de aprendizagem (learning issues) acerca dos aspectos do problema que não

compreendem; os alunos priorizam as questões de aprendizagem levantadas e planejam

quando, como, onde e por quem essas questões serão investigadas para serem

posteriormente partilhadas com o grupo; quando os alunos se reencontram, exploram as

questões de aprendizagem anteriores, integrando seus novos conhecimentos ao contexto

49

do problema e, depois de terminado o trabalho com o problema, os alunos avaliam o

processo, a si mesmos e seus pares de modo a desenvolverem habilidades de

autoavaliação e avaliação construtiva de colegas, imprescindíveis para uma

aprendizagem autônoma eficaz (RIBEIRO; MIZUKAMI, 2004, p. 91).

O trabalho a ser desenvolvido no processo da ABP, segundo Pereira et al.

(2007), deve ser composto das seguintes fases: módulos, onde acontecem os

encontros dos grupos tutoriais durante o semestre de maneira sequencial, porém

com conteúdos independentes; atividade prática de integração com o público que irá

atuar na sua formação desde sua entrada à instituição; desenvolvimento de

habilidades e de atitudes por meio de laboratórios especializados; atividade de

integração visando a proporcionar a sociabilização do estudante, propondo temas

para discussões, orientações sobre conduta, ética e outros temas.

A ABP é uma estratégia formativa por meio da qual os discentes são

confrontados com problemas contextualizados e pouco estruturados e para os quais

se empenham em encontrar soluções significativas. Permite desenvolver o

pensamento crítico do discente e construir, em grupo, soluções mais criativas e

novos caminhos, já que há a possibilidade de um trabalho mais rico em informações.

O problema é o ponto principal na implementação da ABP, pois serve de estímulo

para a aprendizagem.

2.4 Metodologia - ABP

A metodologia ABP apoia-se nos grupos tutoriais, que são compostos por um

pequeno grupo de estudantes (entre oito e 12) e um tutor. Nesses encontros, um

problema ou caso pré-estruturado é colocado em discussão, mediado pelo tutor, que

orienta seus aprendizes a pensar de forma racional e lógica. Por se tratar cada caso

de temáticas distintas, democraticamente, a cada sessão de tutoria, acontece a

escolha de um coordenador e um secretário para o caso em estudo. Isso acontece

de maneira contínua quando, ao término de um caso, novo estudo acontece e novo

coordenador e secretário serão eleitos. As avaliações acontecem ao final de cada

módulo, com base nos objetivos e nos conhecimentos específicos definidos no

projeto da instituição (PEREIRA et al., 2007, p. 4).

50

O método de ensino consiste na construção de conhecimento pelo próprio

aluno, a partir de estímulos inseridos em um contexto (problema). Os problemas são

estudos de casos elaborados em função dos conteúdos a serem apreendidos, em

que se busca compreendê-lo, fundamentá-lo e analisá-lo, semelhante à metodologia

de pesquisa científica (NOTARO et al., 2001, p. 178).

Segundo Sousa (2010), a ABP

[...] permite ao professor propor situações que desafiem os alunos na busca

de técnicas para soluções de problemas contemplando o conteúdo

programático da disciplina e estimulando a autonomia de raciocínio e

incutindo no aluno a responsabilidade pela aquisição de atitudes e do

próprio conhecimento (p. 240).

As tentativas de soluções dos problemas dar-se-ão pelo roteiro dos sete

passos (adotado pela Universidade de Maastricht, Holanda), assim descritos -

adaptado de Wood, 2003 (apud TOLEDO JR., et al., 2008).

Análise

Passo 1: esclarecer termos e/ou expressões desconhecidas no problema.

Passo 2: definir o problema a ser discutido.

Passo 3: análise e troca de conhecimento sobre o problema (�chuva de ideias�). Tentativa de solucionar o problema com base nos conhecimentos prévios.

Passo 4: revisão dos Passos 2 e 3, com sistematização das hipóteses do Passo 3 para

resolução do problema.

Passo 5: definição dos objetivos de aprendizagem.

Intervalo

Passo 6: Levantamento de recursos de aprendizagem e estudo individual.

Resolução

Passo 7: discussão e resolução do problema a partir da revisão do Passo 4, à luz dos

conhecimentos adquiridos no Passo 6.

Quadro 5 - Os sete passos do grupo tutorial, Universidade de Maastricht,

Holanda

Fonte: Wood (2003) apud Toledo Jr. (2008)

51

Os sete passos do grupo tutorial estão relacionados com os fundamentos do

aprendizado. No Quadro 6, podem-se observar essas relações de forma didática. A

aquisição de conhecimentos dentro de um contexto, por exemplo, decorre da própria

utilização de problemas similares àqueles da prática profissional e está, assim,

presente em todo o ciclo do ABP. Aspectos relacionados ao contexto do problema

e/ou à dinâmica do grupo podem incrementar ou limitar a aplicação de determinado

princípio nos diversos passos do ciclo. De modo geral, os passos três, quatro e cinco

estão relacionados à estruturação do conhecimento em torno do problema e os

passos seis e sete com a elaboração e aquisição de novos conhecimentos

(TOLEDO JR., et al., 2008).

Passo Aprendizado

1 Esclarecimento de termos e/ou expressões desconhecidas no problema.

- Dependência do contexto.

2. Definição do problema a ser discutido. - Dependência do contexto.

3. Análise e troca de conhecimentos sobre o problema (�chuva de ideias�).

- Ativação dos conhecimentos prévios.

4. Revisão dos Passos 2 e 3, com

sistematização das hipóteses do Passo

3 para resolução do problema.

- Elaboração preliminar de novas

informações; - Motivação para aprendizagem.

5. Definição dos objetivos de

aprendizagem. - Motivação para a aprendizagem.

6. Levantamento de recursos de aprendizagem e estudo individual.

- Aquisição e elaboração de novos

conhecimentos.

7. Discussão e resolução do problema a partir da revisão do Passo 4.

- Reformulação e sistematização,

elaboração dos conhecimentos; - Estruturação de redes de conhecimentos.

Quadro 6 - Relação entre os Sete Passos e os fundamentos do aprendizado Fonte: Wood (2003) apud Toledo Jr. (2008)

As funções na ABP são definidas e devem ser estimuladas, portanto, Pereira

et al. (2007, p. 5) descrevem as atividades a serem desenvolvidas na funções de

tutor do grupo, de coordenador(a), secretário(a)/relator(a) e dos demais discentes

(membros do grupo), conforme parágrafos seguintes.

52

O grupo tutorial, como já foi citado, é composto, em média, por oito alunos

reunidos em uma sala de aula onde um voluntário assume o papel de

coordenador(a) e outro de secretário(a). Os grupos reúnem-se duas vezes por

semana para debater e resolver o problema em questão.

O desenvolvimento das atividades do grupo tutorial fica ao encargo do tutor,

de fundamental importância para o grupo, pois tem as seguintes atribuições:

estimular todos os membros do grupo a participarem das discussões, ajudar o

coordenador com a dinâmica do grupo e na administração do tempo, assegurar que

as notações sejam corretamente realizadas pelo secretário, evitar desvios na

discussão, assegurar que o grupo atinja, no mínimo, os objetivos de aprendizagem

preestabelecidos, checar a compreensão do grupo e avaliar a performance dos

membros e do grupo como um todo.

Segundo Berbel (1998, p. 145), o problema deve ser exposto pelo tutor aos

alunos de modo diferentes. Os alunos devem receber o enunciado e as referências

dos recursos educacionais disponíveis - bibliografias, recursos audiovisuais (vídeos,

slides), endereços de páginas da web (homepages) etc. O tutor deverá dispor

dessas informações mais um resumo do que se pretende com o problema e de que

objetivos de aprendizado os alunos devem atingir. O tutor é um membro do corpo

docente que participa de um grupo tutorial, cuja participação ocorre pelo tempo de

um módulo temático, em que serão discutidos temas afins. O tutor deve ter

basicamente duas características: conhecer tecnicamente os temas do módulo

temático do qual é tutor e conhecer as atividades a serem desenvolvidas pelo tutor

na ABP. As atividades do tutor são a abertura dos trabalhos, a apresentação dos

alunos e eles entre si, a conferência das presenças e a observação crítica das

discussões.

Esta observação crítica refere-se às competências dos membros do grupo,

tais como, às do coordenador e às do secretário, à participação dos alunos na

discussão, à qualidade da discussão. Neste tópico, a interferência deve ser mínima necessária para que os alunos se atenham ao problema, corrigindo

rumos quando ela se afastar do tema proposto, sempre tendo por referência o

enunciado do problema e os conhecimentos que tem sobre os objetivos de aprendizado que o problema pretende que os alunos atinjam. Um problema de boa qualidade, bem estruturado e motivador, em um grupo experiente, talvez dispense qualquer intervenção crítica do tutor, que passa a ser um

observador da discussão. Em tese esta situação é a ideal. Ela frequentemente sofre interferências conjunturais - rivalidades entre membros do grupo, tendências de um dos membros monopolizar a discussão e dar aula

53

sobre o tema, inconformismo de algum membro com o rumo tomado pela maioria dos outros membros. Nestas situações é conveniente que o tutor

interfira e aponte para o grupo o problema que está ocorrendo. Cabe também

ao tutor estar atento para problemas que os alunos possam estar enfrentando - um aluno persistentemente alheio ao trabalho, ou que apresente dificuldades de relacionamento, ou que não desenvolva trabalhos de estudo

individuais e não contribua para o trabalho do grupo deve ser chamado para

uma conversa individual na qual seu desempenho possa ser discutido. O tutor deve ainda ter conhecimento sobre a estrutura do currículo, a disponibilidade

dos recursos para o estudo individual dos alunos e o sistema de avaliação

empregado (BERBEL, 1998, p. 146).

A entidade descreve ainda que são qualidade do tutor o interesse pelo

trabalho do grupo (Quadro 7), o respeito pela opinião dos alunos, a disponibilidade

para a orientação e o incentivo ao trabalho. São também da responsabilidade do

tutor a avaliação individual dos alunos, a avaliação crítica da qualidade do problema,

a sugestão de correções de imperfeições observadas. São defeitos do tutor o

desinteresse pelo trabalho do grupo, a tendência a das aulas sobre o tema, o

desconhecimento dos recursos disponíveis para que os alunos possam realizar seus

estudos individuais.

Ao discente, na função de coordenador, cabe liderar o grupo durante o

processo, estimular todos os membros do grupo a participarem das discussões,

manter a dinâmica do grupo, administrar o tempo, assegurar que o grupo cumpra a

sua tarefa, assegurar que o secretário acompanhe as discussões e realize

corretamente as anotações.

O discente, na função de secretário, tem responsabilidade de anotar os

termos desconhecidos, os problemas identificados, as formulações e as hipóteses

oferecidas e os objetivos de aprendizagem definidos, ajudar o grupo a ordenar as

suas ideias, participar das discussões, enviar a primeira fase das anotações aos

membros do grupo, anotar as fontes usadas pelo grupo, elaborar o relatório final e

enviar o relatório final aos membros do grupo.

Aos demais discentes cabe seguir, em sequência, os sete passos do

processo, participar das discussões, ouvir com atenção e respeito à contribuição dos

demais membros, perguntar abertamente sem receios, pesquisar no mínimo todos

os objetivos de aprendizagem estabelecidos, partilhar o conhecimento adquirido com

os colegas.

54

Coordenador Relator Membro do grupo Tutor

Liderar o grupo em todo o processo.

Registrar pontos relevantes apontados pelo grupo.

Acompanhar todas as etapas do processo.

Estimular a participação

do grupo.

Encorajar a participação de

todos.

Ajudar o grupo a ordenar seu raciocínio.

Participar das discussões.

Auxiliar o coordenador na dinâmica dos pontos

anotados.

Manter a dinâmica

do grupo. Participar das discussões.

Ouvir e respeitar a opinião dos colegas.

Verificar o desvio do foco da discussão.

Controlar o tempo. Registrar as fontes de pesquisa utilizadas pelo grupo.

Fazer questionamentos.

Prevenir o desvio do foco da discussão.

Assegurar que o relator possa anotar adequadamente os pontos de vista do grupo.

Procurar alcançar os

objetivos de aprendizagem.

- Assegurar que o grupo atinja os objetivos de aprendizagem;

- Verificar entendimento do grupo sobre as questões discutidas.

Quadro 7 - O papel dos membros do grupo tutorial Fonte: Wood (2003) apud Toledo Jr. (2008)

Na ABP, por se tratar de uma metodologia educacional que tem por proposta

a busca contínua de conhecimento por meio da investigação e de estímulos gerados

caso a caso ou por meio de cenários facilitadores, alguns pontos devem ser

enumerados para que o êxito do processo de ensino-aprendizagem aconteça.

Segundo Sousa (2010), os sete passos do PBL compreendem duas fases:

- 1ª fase: a discussão é focada na identificação dos problemas, elaboração de

hipóteses de solução e identificação de assuntos relevantes para a solução dos problemas.

- 2ª fase: os conhecimentos prévios são confrontados com os conhecimentos

científicos que o aluno busca individualmente. Nesse processo, é realizado um

exercício de pensar sobre o pensar. De volta ao grupo tutorial, o problema é discutido

novamente, e as informações são integradas para resolver o problema. No entanto,

mesmo com o problema resolvido, não há a pretensão de que o tema esteja

esgotado. Todo esse processo é realizado sem a exposição prévia dos conteúdos

pelo professor (p. 241).

Ao contrário do método tradicional, o problema é exposto, para que o aluno

investigue a teoria e desenvolva conhecimentos e atitudes com objetivo de resolver

o problema (SOUSA, 2010).

Segundo o Manual do Estudante da Escola Pernambucana de Medicina

(2001) apud Pereira et al. (2007, p. 5), são eles:

55

a) motivação e responsabilidade do estudante, administrando o seu tempo e

otimizando as situações para alcançar os objetivos de aprendizagem

propostos;

b) contato precoce do estudante com as atividades profissionais;

c) trabalho em pequenos grupos, integração interdisciplinar e relações

multiprofissionais;

d) assistência individualizada ao estudante permitindo acompanhar o

desempenho e atuar para correção de dificuldades;

e) avaliação permanente, tanto do componente cognitivo, como das

competências e habilidades;

f) currículo integrado, flexível. Nos módulos dos eixos temáticos, são

discutidos e resolvidos problemas frequentes e relevantes para a prática

profissional pelos grupos tutoriais;

g) a aprendizagem é contextualizada na realidade da sociedade, com graus

crescentes de dificuldade e autonomia (períodos iniciais ou finais do

currículo);

h) treinamento de um corpo docente comprometido ideologicamente com o

processo;

i) existência de grande oferta de recursos materiais de suporte ao

aprendizado (laboratórios, bibliotecas, meios eletrônicos, ambientes de

práticas, etc.);

j) metas preestabelecidas e mensuráveis de aprendizagem;

l) avaliação sistemática de cada fase do processo e retroalimentação.

Para Gil (2006) apud Pereira et al. (2007, p. 5), as principais vantagens da

ABP são a compreensão dos assuntos, a retenção dos conhecimentos, a

responsabilidade pela própria aprendizagem, o desenvolvimento de habilidades

interpessoais e do espírito de equipe, a automotivação, o relacionamento entre os

56

estudantes, a interdisciplinaridade, o estabelecimento de novas formas de

relacionamento entre professor e estudante e o aprendizado de vida longa.

Cita Ribeiro (2005) apud Molina et al. (2010, p. 13) que o método de

aprendizagem, denominado �aprendizagem baseada em problemas�, ou

simplesmente ABP, usa problemas para iniciar e para motivar a aprendizagem de

teorias ao invés de usar problemas de aplicação após a introdução de conceitos.

Trata-se de um método de instrução e aprendizagem colaborativa, construtivista e

contextualizada que promove, dentre outras habilidades, a busca por solução de

problemas, o trabalho em grupo, bem como atitudes diferenciadas, tais como, o

estudo autônomo. É, assim, que a ABP permite uma aprendizagem ativa, integrada,

cumulativa e voltada à compreensão dos problemas e/ou das teorias.

Diante do descrito sobre a ABP, conceitos e procedimentos para

implementação, fica notório que a instituição de ensino superior, bem como o curso

que haja interesse nesse método para o exercício do conhecimento, deve estar

estruturado e organizado para a eficácia da aprendizagem.

A capacitação dos docentes, formando tutores integrados à proposta

educacional, além da orientação dos discentes quanto ao modelo e às

responsabilidades que agora detêm, devem ser pontos bem avaliados antes da

escolha.

Concluem os autores Escrivão Filho e Ribeiro (2009) que

[...] o PBL parece não ser um modelo instrucional que serve a todos os

docentes. Os professores universitários, mormente os das universidades públicas, têm atividades outras além do ensino. O PBL demanda mais

dedicação docente, e isto pode prejudicar atividades mais valorizadas,

como pesquisa e publicações (p. 29).

A aprendizagem baseada em problemas mostra-se eficiente no ensino

independentemente da área e, em especial, amparada por ferramentas da tecnologia

da informação e da comunicação, que atua proporcionando principalmente interação,

integração, busca e recuperação de informações (Figura 6).

57

Figura 6 - Processo da Aprendizagem Baseada em Problemas Fonte: Barrows e Neo, 2010.

Escrivão Filho e Ribeiro (2009), ao término da pesquisa, verificaram que

[...] o PBL, mesmo em implementações parciais como as do estudo em

questão, parece ser vantajoso em comparação com abordagens

instrucionais expositivas. Apesar de agregar certo grau de imprevisibilidade e aumentar o tempo de dedicação, o PBL parece contribuir bastante para

aumentar a satisfação docente com as atividades de ensino e estimular seu

aperfeiçoamento profissional por meio dos desafios intelectuais colocados pelos alunos. Ao menos, é o que indica a presente pesquisa, confirmada

pela continuidade do uso do PBL nas disciplinas sob responsabilidade do professor/autor. A avaliação geral do professor aponta que o método PBL é

uma alternativa muito boa de ensino-aprendizagem. Para o formato parcial adotado, de disciplina isolada em currículo tradicional, ainda é possível

contemplar a alternativa de combinar aulas expositivas com o trabalho com problemas. Este ponto de vista do professor está de acordo com a avaliação

geral dos alunos: em torno de 90% dos alunos avaliam a implantação do

PBL como positiva na aprendizagem (p. 29).

O dinamismo do método ABP obriga todos os participantes (tutores,

coordenadores, secretário e demais discentes) a atitudes proativas e de retorno

contínuo sobre as atividades desenvolvidas (Figura 6).

58

2.5 Vantagens e Desvantagens da ABP

2.5.1 Vantagens

A existência das situações-problemas marca o ponto de partida da ABP que tem

como objetivo gerar dúvidas, desequilíbrios ou perturbações intelectuais, motivando

fortemente a prática e o estímulo cognitivo, evocando reflexões necessárias para a

busca de soluções criativas, estabelecendo uma aproximação à proposta educativa

formulada por Dewey (FIÚZA MOREIRA, 2002). Tem-se ainda que a ABP encontra-se

em uma perspectiva construtivista - relacionada, especialmente, aos referenciais da

teoria piagetiana da equilibração e desequilibração cognitiva (PIAGET, 1976), em que

considera que o conhecimento deve ser produzido a partir da interseção entre sujeito e

mundo, como amplamente problematizado por teóricos como Freire (2003).

Segundo Enemark e Kjaersdam (2009), pelo conceito da ABP, os alunos

podem trabalhar com problemas reais e tenta solucioná-los com projeto em grupo e

modernas tecnologias, sob a supervisão de um professor da área de pesquisa, pois

favorece a integração entre a universidade e o interessado pela solução do

problema, a integração do ensino e a pesquisa, as soluções interdisciplinares,

requer conceitos mais atuais, a criatividade e a inovação, favorece as habilidades

em desenvolvimento de projetos, as habilidades de comunicação, o aprendizado

eficaz e cria um entorno social.

Nesse sentido, podem ser pontuados como principais aspectos ou vantagens da

ABP:

a) A aprendizagem significativa, que, segundo Gomes et al. (2008), é estruturada,

complexamente, em um movimento de continuidade ou ruptura. O processo de

continuidade é aquele no qual o estudante é capaz de relacionar o conteúdo

apreendido aos conhecimentos prévios, ou seja, o conteúdo novo deve apoiar-

se em estruturas cognitivas já existentes, organizadas como subsunções. Para

Struchiner et al. (1999), o processo de ruptura é instaurado a partir do

surgimento de novos desafios, que deverão ser trabalhados pela análise crítica,

levando o aprendiz a ultrapassar as suas vivências, cuja situação possibilita a

ampliação de suas possibilidades de conhecimento.

59

b) A indissociabilidade entre teoria e prática, pois a profunda integração entre

teoria-prática estabelece-se, na medida em que as situações-problemas

são elaboradas a partir de questões cotidianas, possibilitando o

desenvolvimento de múltiplas habilidades educacionais, que poderão ser

empregadas para equacionar e resolver problemas concretos do mundo da

vida (VENTURELLI, 2003).

c) O respeito à autonomia do estudante, pois, na ABP, o aluno é estimulado para

que se torne capaz de assumir a responsabilidade por sua formação, o que

representa uma importante preparação para a vida profissional, uma vez que

este deverá se tornar hábil em julgar a importância relativa dos diferentes

saberes para o exercício de suas atividades laborais (FREIRE, 2003).

d) O trabalho em pequeno grupo, porque é desenvolvido em um grupo

tutorial, de oito a dez estudantes e mais um tutor, consistindo em um fórum

de discussão, possibilitando uma aprendizagem sobre a interação humana,

dando a oportunidade de aprender a ouvir, receber e assimilar críticas. O

trabalho tutorial consta dos seguintes passos: leitura do problema no grupo

e esclarecimento dos termos desconhecidos, identificação dos problemas

propostos pelo enunciado, levantamento de hipóteses explicativas para os

problemas apontados, com base nos conhecimentos preexistentes dos

estudantes, resumo das hipóteses, definição dos objetivos de estudo

necessários à resolução do problema, estudo individual e retorno ao grupo

para rediscussão fundamentada nos conhecimentos adquiridos (CYRINO;

TORALLES-PEREIRA, 2004).

e) A educação permanente, que é compreendida quando se compara o tempo

de formação e o tempo de atuação profissional. Deste modo, torna-se mais

produtivo aprender a resolver os problemas que a prática profissional

impõe, capacitando o aluno para a resolução dos mais diferentes

problemas, do que adquirir uma série de conteúdos que poderão estar

obsoletos poucos anos após a graduação (SIQUEIRA-BATISTA, 2007).

f) A avaliação formativa, que é baseada na apreciação de todos os aspectos

do processo educacional, incluindo o programa, os docentes, os gestores,

60

os estudantes, os resultados, os materiais e as mudanças. (VENTURELLI,

2003). Para Siqueira et al. (2009),

[...] na ABP, a avaliação dos estudantes passa pelo estabelecimento de

uma estreita relação entre estes e os docentes, os quais deverão ser

também avaliados. Os principais aspectos da avaliação formativa no

trabalho em pequeno grupo são a autoavaliação do estudante, a

avaliação recíproca inter-pares (todos os educandos avaliam o desempenho de todos os educandos), avaliação do estudante pelo tutor

e a autoavaliação do tutor. Essas ações permitem controlar o processo

de formação do estudante, garantindo que sejam contemplados os

objetivos educacionais propostos e/ou adquiridas as competências

necessárias ao desenvolvimento do seu mister.

Ribeiro (2008) afirma que a vantagem do PBL mais citada na literatura é a

sua capacidade de tornar a aprendizagem mais dinâmica e prazerosa,

compartilhada tanto por alunos, como por docentes, contribuindo, assim, para

propiciar aos alunos um apreço pelo estudo e, consequentemente, uma disposição

para a aprendizagem autônoma por toda a vida. Ademais, o PBL aparenta conferir

aos alunos uma maior motivação para o trabalho para o qual estão sendo

preparados desde os primeiros anos de formação. Para o autor, a ABP estimula a

parceria entre os alunos e os docentes, facilitando as habilidades sociais e

comunicativas, desenvolvendo a responsabilidade do aluno quanto ao cumprimento

de prazos, isto é, a capacidade de estudo e de trabalho autorregulado.

Outra vantagem, apontada por Ribeiro (2008), é que a ABP permite a

identificação precoce daqueles alunos que não se enquadram na profissão

escolhida, e, desta forma, facilitando seu redirecionamento para uma nova escolha,

diminuindo, assim, a evasão de alunos, especialmente quando comparada àquela

devida à alienação causada pelo chamado �ciclo básico� dos currículos tradicionais.

O autor cita ainda a integração de conhecimentos presente no ABP e sua dinâmica

de trabalho com problemas da prática, promovendo o sentimento de grupo entre

docentes, estimulando a troca de informações e experiências entre eles e entre

departamentos, sem contar que os currículos podem ser atualizados, mediante a

modificação ou a substituição de problemas e de conhecimentos avaliados como

inteira ou parcialmente irrelevantes à prática profissional pelos alunos, pelo corpo

docente e pela coordenação.

Para Costa et al. (2007),

61

[...] dentre os benefícios propiciados pela utilização da ABP, como

norteadora do processo de aprendizagem, está o desenvolvimento de várias

habilidades do aprendiz, que são necessárias ao alcance de metas parciais

que levarão à solução do problema apresentado. Quando o aprendiz ou

grupo de aprendizes chega à solução geral, desenvolvem atitudes que os

permitem adquirir uma ou mais competências relacionadas ao contexto

estudado (p. 235).

2.5.2 Desvantagens

Para Ribeiro (2008), a ABP não é uma metodologia que resolve todos os

problemas encontrados na educação em engenharia ou no ensino superior.

Tampouco contempla todos os estilos de aprendizagem, pois alunos competitivos,

introvertidos e individualistas podem não se adaptar à natureza colaborativa e

participativa. Vale ressaltar que, na formação de engenheiros, as habilidades e as

atitudes promovidas pelo ABP são imprescindíveis a todos os profissionais,

independentemente de suas personalidades.

Ribeiro (2008) ainda aponta que

[...] a maior �desvantagem� para o aluno é o aumento do tempo de

dedicação ao estudo, particularmente sentido nas implantações parciais do

PBL. Embora a questão do aumento de tempo não seja conclusiva, pois depende fortemente do contexto da implantação, esta metodologia aparenta

não só demandar mais tempo como o faz de uma forma constante durante a

duração do semestre ou módulo, diferentemente do que ocorre em modelos

tradicionais de estudo, nos quais há momentos de concentração de

esforços discentes (e.g., meio e final de semestre/ano) (p. 28).

Outro ponto frustrante para alguns docentes é a impossibilidade de cumprir o

currículo completo. Isso ocorre porque a ABP é uma metodologia centrada no aluno,

e cabe a ele o caminho do estudo, podendo ser diferente do proposto pelo tutor.

Além do mais, o aprofundamento nos assuntos compromete o tempo que poderia

ser utilizado para abranger mais conteúdos. Essa metodologia pode causar algum

desconforto nos professores, na medida em que testa sua flexibilidade e seus

conhecimentos (RIBEIRO, 2008).

Outro ponto importante de queixa pelos docentes é relativo à avaliação

individual dos alunos e deve ser obrigatoriamente coerente com seus princípios,

caso isso não ocorra, há o risco de mensagens conflitantes com relação aos

objetivos educacionais serem passadas aos alunos. Ainda, para Ribeiro (2008),

[...] sabe-se que os alunos organizam seu tempo e esforços de maneira a

62

atingir seus objetivos pessoais (i.e., �passar� na matéria, conseguir o diploma). Se lhes for dito que a avaliação será sempre individual, isso

poderá esvaziar o sentido do trabalho em grupo.

Há muitas formas de se avaliar o desempenho individual dos alunos que

trabalham em grupos: por meio de portfólios, arguições, relatos reflexivos e

alternância entre a produção coletiva e individual a partir de uma mesma

discussão em grupo. De qualquer forma, é necessário enfatizar que a

avaliação de rendimento discente deve ser processual, ser levada a cabo

mediante vários instrumentos (e.g., arguições individuais, portfólios, auto

avaliação, avaliação de pares, avaliação de tutores e de profissionais

atuantes convidados pela instituição) e ser, em grande parte, formativa, isto

é, permitir o desenvolvimento dos alunos e dar feedback aos tutores e ao programa (p. 29).

2.6 Avaliação da Aprendizagem

A avaliação, na perspectiva construtivista, é diferenciada da tradicional, uma

vez que, sendo priorizada a avaliação dos processos mentais do aluno em relação

aos produtos finais, os conceitos de certo ou errado tornam-se secundários na

medida em que o aluno deve ser capaz não só de chegar a uma resposta, mas

também de justificar e defender seus julgamentos e decisões durante a resolução de

problemas (REZENDE, 2002).

Enquanto, convencionalmente, os resultados da aprendizagem são definidos

em termos do conhecimento e das habilidades adquiridos pelo estudante, os

construtivistas argumentam que experimentar e tornar-se proficiente no processo do

conhecimento é mais importante. Nesse sentido, uma atividade de avaliação

coerente com os pressupostos construtivistas é a reflexão do estudante sobre sua

própria aprendizagem e o registro do processo por meio do qual ele construiu sua

visão do conteúdo (BEDNAR et al., 1992 apud REZENDE, 2002).

Para Jonassen (1991), �a tendência da avaliação é servir menos como reforço

ou instrumento de controle e mais como ferramenta de autoanálise�.

Cunningham (1991) apud Rezende (2002, p. 14) considera que

[...] a avaliação objetiva, aplicada como uma medida separada do resultado da aprendizagem, não funciona no paradigma construtivista. Ele defende a

avaliação da aprendizagem em função da solução bem sucedida de uma

tarefa. O julgamento da resolução do problema deve, então, ser feito pelo

professor, com base na consideração de todas as evidências disponíveis.

63

Os autores construtivistas consideram importante a avaliação da

aprendizagem inserida em um contexto. Professores tradicionais também têm

reconhecido que as habilidades importantes não são cobradas em testes

desvinculados do contexto da aprendizagem. A procura de melhores meios de

avaliação, porém, ainda é uma questão em aberto. As alternativas oferecidas pelos

construtivistas ainda soam imprecisas. Elas precisam tornar-se mais claras,

mostrarem-se válidas economicamente e atenderem às demandas das diferentes

partes interessadas (REZENDE, 2002).

2.7 A ABP no Ensino de Engenharia no Mundo

A ABP é uma filosofia curricular que vem sendo aplicada aos cursos de

graduação e pós-graduação de diferentes campos do saber, com destaque para a área

médica (FEUERWERKER, 2002). Neste âmbito, foi instituída, primeiramente, na

Faculdade de Medicina da Universidade McMaster (Canadá), na década de 1960.

Destaca Branda (2009, p. 124) que, embora a ABP inicialmente tenha se

dedicado ao Curso de Medicina, posteriormente abriu-se aos demais programas de

graduação oferecidos pela Faculdade de Ciências da Saúde da McMaster, assim como

a vários programas de pós-graduação. Também se dedicou a algumas disciplinas de

outros cursos da universidade, e aqui caberia mencionar o de engenharia, que tem uma

longa e consagrada trajetória no uso dessa metodologia (WOODS, 1994).

O método ABP, portanto, apesar da sua relação original com a medicina,

desde então se reconhece sua ligação com diversas áreas do conhecimento, não

necessariamente relacionadas à Saúde, tais como Administração, Arquitetura,

Ciências Ambientais, Ciências da Computação, Ciências Sociais, Economia,

Educação Física, Engenharias, entre outras. Além do Canadá, a ABP vem sendo

aplicada em diversos países do mundo como a África do Sul, Estados Unidos,

Finlândia, Peru, Suécia, Suíça, entre outros (UVINHA; PEREIRA, 2012).

Na Europa e nos Estados Unidos, o uso de problemas, como ponto de partida

para a aprendizagem, é adotado principalmente pelas universidades criadas a partir

da década de 1970. Os centros de referências mundiais em ABP são as

universidades Maastricht, na Holanda, e Aalborg, na Dinamarca (ABE, 2010).

64

Desde a sistematização na escola de medicina da Universidade McMaster, a

ABP tem sido adaptada a vários contextos educacionais e ao ensino de diversas

áreas do conhecimento. Hoje é possível encontrar suas implantações em outras

áreas, como: História, Pedagogia e Arquitetura. O uso da ABP no ensino de

Engenharia vem sendo utilizada há muito tempo e está largamente documentada na

literatura, em que algumas ocasiões, também é chamada de �aprendizagem

baseada em projetos� (RIBEIRO, 2008).

O Professor Ulisses Ferreira de Araújo, conforme descreve Brandt (2007), da

Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo, ratifica que

[�] as universidades europeias de Maastricht (Holanda) e Aalborg

(Dinamarca). São referências na aplicação do método de resolução de

problemas e que o método europeu de ABP difere do americano por privilegiar trabalhos em grupo. O curso de engenharia de Maastricht faz com que os alunos aprendam com um objeto de estudo (p. [n.i.]).

Descreve Nasr e Thomas (2004), quanto à ABP, que

[...] é uma abordagem educacional que promove o pensamento crítico

através da apresentação de um problema da vida real de relevância para o

público. A motivação para resolver o problema torna-se uma parte automática da solução, onde os alunos estão fazendo os papéis de

investigadores autênticos. Em engenharia, esse sentimento é uma grande

ferramenta de motivação e serve de âncora para que a sustentabilidade da

atenção do aluno [...].

É notória a aplicação da ABP no mundo, pois, em diversas universidades, já é

desenvolvida. A sua aplicação já ocorre por décadas em algumas instituições de

ensino e trata-se de um método de eficiência comprovada por inúmeras pesquisas

no campo da psicopedagogia e da avaliação de desempenho dos profissionais

formados por esse método. Não se trata, portanto, de método em fase de testes.

2.8 A ABP no Ensino de Engenharia no Brasil

As instituições precursoras na implantação desta modalidade de estrutura

curricular, no Brasil, foram a Faculdade de Medicina de Marília, em 1997, e o Curso

de Medicina da Universidade Estadual de Londrina, em 1998 (LIMA et al., 1996;

ALMEIDA, 1999). Ratificam Decher e Bouhuijs (2009, p. 180) que, no Brasil, a ABP

vendo sendo implementada desde a década de 1990, sendo que a origem da

65

metodologia da problematização, por sua vez, apesar de pragmática, não se deu

primeiramente num contexto acadêmico. Na década de 1970, um educador,

chamado Charlez Maguerez, desenvolveu o método de ensino-aprendizagem como

produto de seu trabalho de consultoria aos técnicos do Serviço de Extensão Rural

do Estado de São Paulo. O referido processo de aprendizagem tinha como propósito

motivar trabalhadores rurais - até então resistentes às inovações técnicas - para o

aprendizado e a incorporação das novas tecnologias e práticas agrícolas

(Bordenave, 2005). Coube a Juan Bordenave a oportunidade de desenvolver e

aplicar o método, de Maguerez, no ensino superior, mais precisamente no Instituto

Superior de Relações Públicas do Paraguai (BORDENAVE; PEREIRA, 2007).

Descreve Brandt (2007) que

[...] o método, conhecido como aprendizagem baseada em problemas (ABP), ganha espaço no ensino superior brasileiro: fundamenta o ciclo

básico dos dez cursos recentemente criados pela USP na Escola de Artes,

Ciências e Humanidades (EACH) [�] (p. [n.i.]).).

Verifica-se um quadro crescente de implantação em diversas universidades

no Brasil, sobretudo federais. No caso da Escola de Artes, Ciências e Humanidades

da Universidade de São Paulo, a ABP foi parcialmente incluída no currículo dos dez

cursos de graduação da unidade como método-base das disciplinas intituladas

Resolução de Problemas 1 e 2, o que em si já resultou no desenvolvimento de uma

série de trabalhos produzidos pelos alunos desde sua implantação em 2005. Ao

longo dos anos, o processo de reestruturação curricular dos cursos da Escola de

Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH/USP) vem

permitindo a inclusão da ABP em outras disciplinas, em distintos semestres e

atrelados às mais variadas temáticas profissionais. A operacionalização da ABP

consiste geralmente na resolução de um problema, em sua maioria factual, que

serve como relevante estímulo na busca de instrumental para encontrar

conhecimento apropriado no sentido de entender como o problema foi gerado e de

que forma pode ser solucionado (UVINHA, 2010).

No Brasil, a área em que a aplicação da metodologia está mais desenvolvida

é a de saúde. Praticamente todos os cursos de medicina, criados no país nos

últimos dez anos, adotaram a ABP na sua organização curricular. Na USP, há

iniciativas isoladas dentro de algumas unidades, como a Faculdade de Economia e

66

Administração (FEA), a Faculdade de Educação (FE), a área de saúde do Campus

de Ribeirão Preto, e em algumas disciplinas da Faculdade de Medicina da

Universidade de São Paulo (FMUSP). Mas a EACH/USP é a única unidade em que

a ABP foi adotada já na criação da escola, há quatros anos, desde o

desenvolvimento do projeto acadêmico pedagógico. Neste caso, a ABP está

centrada no primeiro ano, e fica a cargo dos cursos e dos professores a opção de

implementá-la ou não nos anos seguintes (CAIRE, 2008b).

Para Andrade et al. (2010),

[...] o PBL oferecido no curso de Engenharia da Computação da UEFS tem

proporcionado aos estudantes conhecimentos que se estendem além do

conteúdo abordado no Estudo Integrado. Esta metodologia de ensino tem

permitido um amadurecimento tanto acadêmico quanto profissional aos

estudantes (p. 9).

Nesse sentido, verifica-se que diversos pesquisadores em métodos de ensino

empenham esforços no sentido de evoluir as técnicas de aprendizagem de forma a

superar as dificuldades inerentes ao ensino das diversas áreas do conhecimento. A

facilidade de acesso a diversas publicações científicas, oriunda do avanço da

tecnologia da informação, por sua vez, permite desenvolver e aplicar métodos de

ensino que priorizam a pesquisa como atividade criadora de conhecimento.

A engenharia é um fator de destaque no processo de desenvolvimento de

uma Nação, uma vez que está relacionada com as atividades econômicas, tanto que

Silva Filho (2012) destaca que

[...] cada vez mais a criação e a produção de bens de grande valor agregado fazem a diferença na balança comercial do mundo globalizado. A capacidade

de inovação depende de vários fatores, entre eles a existência, quantidade e

qualidade de profissionais de Engenharia. Com a rápida evolução da tecnologia e a consequente obsolescência das existentes, a formação do engenheiro deve

privilegiar os conteúdos essenciais, ensinando-o a se adaptar rapidamente aos novos conhecimentos e técnicas. Por essa razão, a pulverização de especialidades estanques não é uma política

profissional desejável. Além da necessidade de revisão dos currículos e das

formas de integrar os conhecimentos científicos, tecnológicos, econômicos e

mercadológicos, é preciso estabelecer uma nova política para o corpo docente

das faculdades de Engenharia, associando a formação acadêmica avançada à

experiência prática dos melhores profissionais do mercado, criando condições

para uma coexistência altamente produtiva.

Neste contexto, o método ABP permite aos educadores do Curso de

Engenharia ministrar aula aproximando o aluno da realidade encontrada no exercício

67

profissional para a coexistência altamente produtiva.

2.9 Aplicação da ABP no Ensino de Engenharia

A aplicação da ABP, como estratégia de ensino, permite ao discente construir

seu conhecimento a partir da resolução dos problemas propostos. Os problemas

devem retratar os significados e a relevância dos conteúdos trabalhados na

atividade de aprendizagem, uma vez que tais problemas devem ser

contextualizados, proporcionando meios para uma aprendizagem significativa. A

resolução de um problema por um discente poderá necessitar de uma única seção

de estudo, ou de várias, o que dependerá do nível do problema a ser trabalhado,

bem como do perfil do discente (COSTA et al., 2007).

A aplicação da ABP, em cursos similares voltados aos ramos da engenharia e

tecnologia, já foi aplicado no processo de ensino e aprendizagem. Segundo Costa et

al. (2007), conclui-se que

o estudo de caso aqui apresentado demonstrou a aplicabilidade da ABP em um curso a distancia. Isso foi comprovado através dos resultados obtidos

pelos alunos durante todo o processo de ensino e aprendizagem, os quais demonstraram resoluções adequadas e pertinentes ao conteúdo estudado.

Além disso, os alunos apresentaram facilidade no entendimento do processo da ABP. Um fato interessante é que não houve necessidade, por

parte dos aprendizes, de retorno de fase, o que pode indicar que o material disponibilizado estava adequado [...] (p. 238).

Para Ribeiro (2005), a ABP parece ter sido eficaz em oferecer aos alunos

uma visão global sobre o pensamento administrativo e as oportunidades de

discussão sobre as teorias adjacentes, além de proporcionar o exercício e o

desenvolvimento de algumas habilidades e atitudes consideradas importantes para

os estudantes de pós-graduação em engenharia de produção (p. 100).

Cita Ribeiro (2005) que a aprendizagem baseada em problemas

[...] também estimula a motivação epistêmica dos alunos, mediante a

colocação e a discussão em sala de aula de problemas relevantes a seu

futuro exercício profissional. Isto, segundo esses autores, levaria a um

aumento do tempo dedicado ao estudo (tempo de processamento) e, consequentemente, à melhora no desempenho escolar (p. 35).

Descreve dos Santos (2007) que

[...] a PBL busca a melhoria contínua do ensino de padrões, através da

68

disciplina Padrões e Frameworks oferecida em um curso de Engenharia de Computação. Para tanto, foi adotada um modelo diferente dos tradicionais:

a aprendizagem baseada em problemas e/ou projetos. Além de

proporcionar um aprendizado embasado na prática, que vem ao encontro a este estilo de disciplina, a aplicação de PBL ajuda no desenvolvimento tanto

de habilidades técnicas como não técnicas (p. 141).

Os trabalhos de pesquisas elaborados, referentes à ABP, indicam que é um

processo aplicável nas ciências exatas. A ABP possibilita facilidade do entendimento

do processo, estimula a motivação epistêmica, aumenta o tempo dedicado ao

estudo, pode ser aplicada em disciplinas específicas e ajudada em habilidades

técnicas e não técnicas.

Descrevem Pereira et al. (2011b) que

[...] a aplicabilidade da ABP, como metodologia de ensino para o curso de engenharia, seja na graduação ou pós-graduação, viabiliza-se por meio da implementação de estudos dirigidos em disciplinas que sejam transversais ao currículo [...] (p. 167).

Alguns resultados de pesquisas efetuadas sobre a aplicação da ABP nas

diversas áreas são apresentados a seguir, para servirem como referência para

novos estudos sobre o tema.

De acordo com Araújo e Rodrigues (2006), em pesquisa realizada no ensino

de contabilidade (Figura 7), com consequente aplicação da ABP nas disciplinas, em

que o pesquisador procurou medir a avaliação do aluno em relação ao método PBL,

com o critério de nota zero a 10, as respostas foram apresentadas da seguinte

forma: (i) conjunto A: notas de 7 a 10, sendo que a média foi 8,5 e (ii) no conjunto B:

notas de 3 a 10, sendo a média de 6,5. Verifica-se que, na pesquisa, a aceitabilidade

referente ao método é significativa.

69

Figura 7 - Gráfico demonstrando a avaliação do método Fonte: Araújo e Rodrigues (2006)

Escrivão Filho e Ribeiro (2009) procuraram relatar a experiência de projeto,

implantação e condução do método nos cursos de engenharia civil, engenharia de

produção e engenharia de computação, que, ao final, se concluiu o seguinte:

[...] a avaliação geral do professor aponta que o método PBL é uma

alternativa muito boa de ensino-aprendizagem. Para o formato parcial adotado, de disciplina isolada em currículo tradicional, ainda é possível

contemplar a alternativa de combinar aulas expositivas com o trabalho com problemas. Este ponto de vista do professor está de acordo com a avaliação

geral dos alunos: em torno de 90% dos alunos avaliam a implantação do

PBL como positiva na aprendizagem.

No curso de graduação em engenharia agrícola da Universidade Federal da

Paraíba, conforme o artigo publicado por Notaro et al. (2001), após a conclusão do

semestre de 2002, obtiveram-se os seguintes resultados sobre aplicabilidade da

metodologia:

1. Aplicabilidade da Metodologia

A metodologia proposta (ABP) foi apreendida e desenvolvida pelos professores e alunos, com sucesso e forma motivadora, fato observado pela dinâmica dos

grupos tutoriais e pela participação dos professores e alunos envolvidos;

2. Nível de aprendizagem

O método mostrou-se eficiente no que se refere aos critérios de

aprendizagem. Os conceitos obtidos pela grande maioria dos alunos foram bons e excelentes.

3. Abandono e Retenção

Contatou-se uma diminuição muito significativa desses percentuais, caiu para 10% o que antes se situava em torno de 68,8%.

70

A implementação da aprendizagem baseada em problemas na pós-graduação

em engenharia de uma universidade de São Carlos, conforme descrito por Ribeiro e

Mizukami (2004) nas considerações finais, destaca que

[...] embora tenham ocorrido alguns problemas na implementação,

detectados pelas atividades inerentes à PBL (avaliações processuais dos

alunos) e pela observação do próprio professor e corrigidos no decorrer do

semestre, os objetivos da disciplina foram satisfatoriamente alcançados. O

método parece ter sido eficaz em oferecer aos alunos uma visão global

sobre o pensamento administrativo e oportunidades de discussão sobre as

teorias adjacentes, além de proporcionar o exercício e desenvolvimento de

algumas habilidades e atitudes consideradas importantes para os estudantes de pós-graduação em engenharia de produção.

Em estudo realizado com 29 estudantes que participaram de uma experiência

pedagógica na disciplina Planejamento e Análise dos Sistemas de Transportes,

oferecida para o Curso de Engenharia Civil da Escola de Engenharia de São Carlos,

Universidade de São Paulo, onde a experiência decorreu da aplicação do método PBL

na modalidade de ensino semipresencial, com o uso de uma plataforma de ensino a

distância e apoiada nos estilos de aprendizagem, Kalatzis (2008) conclui que

[...] a comparação do aproveitamento dos estudantes que participaram da

experiência com aqueles submetidos ao método convencional revelou que o

coeficiente da variável PBL é estatisticamente significativo, isto é, essa

variável é importante para explicar o aproveitamento dos alunos, comprovando que os estudantes aprenderam pelo método PBL [...].

O resultado comprovou a existência de uma diferença estatisticamente

significativa entre as médias dos estudantes submetidos ao método PBL

com as médias dos estudantes que se utilizaram do modelo convencional.

Neste sentido, embora os resultados alcançados apontem na direção de

pesquisas mais aprofundadas, esta pesquisa justifica-se por fornecer elementos para motivar e incentivar a introdução de alternativas

pedagógicas no modo de ensinar e aprender da engenharia e assim,

proporcionar uma formação mais adequada ao perfil desse profissional que

a sociedade almeja.

[�] O método PBL proporciona aos estudantes a possibilidade de desenvolver a habilidade de resolver problemas em situações não rotineiras, ao mesmo

tempo em que desenvolve o pensamento crítico e criativo, além de outros

atributos, essenciais para a vida dos futuros engenheiros em maior consonância com as suas preferências por aprender (p. 53).

As pesquisas e/ou estudos realizados com a aplicação do método de ABP,

conforme citado nos parágrafos anteriores, serviram como parâmetros para a

estruturação da pesquisa em questão.

71

2.10 ABP e a Tecnologia da Informação e da Comunicação

Os microcomputadores surgiram por volta de 1977, quando, a partir desta

data, a sociedade acadêmica deu início ao uso constante de novos recursos

tecnológicos como correio eletrônico, conexões de redes, bancos de dados, vídeo

texto, videoconferência, conexões via satélite. O computador passa a ser

identificado como uma ferramenta facilitadora e eficaz na difusão de conhecimento,

e as relações entre ensino e aprendizagem extrapolaram os limites do ambiente

escolar (KOPKEF, 2010).

Kopkef (2010), professor titular do Centro Salesiano de São Paulo, descreve que

[...] a utilização da internet como fonte suplementar de informações contribuiu

para que os processos de ensino e de aprendizagem experimentassem novos caminhos. Serve de exemplo o acesso, a qualquer momento e de qualquer lugar, a documentos verbais (textos) e não verbais (fotografias, filmes, músicas,

vídeos etc.), disponíveis na Web, que permite aos professores elaborarem cursos mais livres, mais flexíveis e mais dinâmicos, e aos alunos construírem e

controlarem os próprios conhecimentos. Assim, ao lado dos ambientes

tradicionais criados para o desenvolvimento do processo educativo, surge a alternativa dos ambientes on-line. Com isso, as instituições educativas têm hoje a possibilidade de oferecer, ao lado do ensino presencial, o ensino ou a educação a distância (EAD) [...](p. [n. i.]).

A rede mundial de computadores (internet) é um meio comum de troca de

informações e possibilita a elaboração de trabalhos cooperativos, independentes das

distâncias existentes entre discentes e docentes envolvidos no processo. Com tal

evolução do uso da internet, foram sendo criados diversos recursos, voltados para

auxílio às atividades de ensino-aprendizagem a distância.

Garção e Andrade (2009) destacam que,

[...] com a sociedade da tecnologia, nasce a era em que a informação flui a

velocidades e em quantidades, mudando gradativamente os hábitos das

pessoas que não acompanham os repentinos avanços tecnológicos,

terminam �excluídos� da sociedade, ao menos da sociedade tecnológica. É de

suma importância conectar o aluno com as mudanças de todo dia, pois na

realidade atual a própria escola está de certa forma excluída das inovações

tecnológicas, já que estas não chegam a ela em tempo real, talvez este seja um dos motivos do distanciamento entre aluno e escola (p. 318).

Novas realidades de ensino surgem a partir da criação de ambientes virtuais

de aprendizagem, voltados a estratégias adequadas de ensino-aprendizagem, para

evitar o distanciamento do discente da instituição de ensino.

72

Segundo Ferreira et al. (2012), a utilização de AVA, disponibilizados na

modalidade de ensino a distância (EAD), por meio de uma plataforma Web, oferece

algumas vantagens, tais como:

a) a não necessidade de deslocamentos físicos por parte do aluno;

b) a flexibilidade dos horários de estudo;

c) a possibilidade de obter o material necessário para os estudos para

diversas formas de mídia e dispositivos .

Referente ao uso do ambiente virtual de aprendizagem, descreve Santos

(2003) que

[...] AVA pode permitir que, por meio dos recursos da digitalização várias

fontes de informações e conhecimentos possam ser criadas e socializadas

através de conteúdos apresentados de forma hipertextual, mixada,

multimídia, com recursos de simulações. Além do acesso e possibilidades

variadas de leituras o aprendiz que interage com o conteúdo digital poderá

também se comunicar com outros sujeitos de forma síncrona e assíncrona

em modalidades variadas de interatividade: um-um e um-todos comuns das mediações estruturados por suportes como os impressos, vídeo, rádio e tv;

e principalmente todos - próprias do ciberespaço.

[...] os AVA encontrados no ciberespaço, por permitir e potencializar

comunicações diversas a expansão do ciberespaço, vem agregando um vasto mercado em e-learning. Neste sentido, várias organizações vêm

produzindo e disponibilizando AVA no ciberespaço com formatos e custos

que variam e adéquam-se às necessidades dos clientes (p. 4 e 6).

Descrevem Araújo Júnior et al. (2012), quanto ao uso de ambiente virtual de

aprendizagem para educação a distância no ensino superior:

o uso do ambiente mostrou-se facilmente absorvido pelos alunos e tornou-se uma importante ferramenta para implementação de novas experiências visando

o uso das tecnologias de informação e comunicação nas disciplinas de

graduação da área de Computação e Informática. Os resultados obtidos neste

trabalho foram importantes para um melhor entendimento dos problemas inerentes a dinâmica de inserção de tecnologias de informação e comunicação

em cursos de graduação e a reação dos estudantes nesse contexto, apontado

direções para possíveis prospecções futuras.

Os ambientes virtuais de aprendizagem são sistemas (softwares) desenvolvidos

para promover o ensino-aprendizagem por meio de ferramentas de interação e de

comunicação on-line entre discentes, docentes e demais atores envolvidos no processo

de ensino. Os AVA, também chamados de plataformas de ensino, são desenvolvidos

sob certa metodologia ou visão pedagógica e são tipicamente utilizados em cursos à

distância ou semipresenciais, constituindo-se em um ambiente importante para

oportunizar espaços de interação (UNIVESP, 2010).

73

Figura 8 - Ambiente Virtual de Aprendizagem

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74

Há várias plataformas que podem ser utilizadas em cursos a distância ou

semipresenciais e que atendem plenamente aos requisitos básicos que se esperam

ver nestes sistemas. Inclusive, há vários que são livres, isto é, podem ser utilizados

sem custo e têm seu código fonte aberto para serem customizados para atender às

necessidades próprias de cada instituição. As instituições de ensino do Brasil fazem

uso dos recursos dos ambientes virtuais de aprendizagem, a seguir citados

(principais): Blackboard Learn3; Moodle

4; TelEduc5 - (UNIVESP, 2010).

Figura 9 - Identificação do sistema Blackboard Learn, Moodle e TelEduc

A aprendizagem construtivista está presente nos ambientes virtuais de

aprendizagem, sendo ratificado por Wolynec (2007):

[...] são espaços planejados com o objetivo de promover a aprendizagem construtivista, segundo a qual a real compreensão e o conhecimento só

podem ser construídos através de experiência pessoal, discussão com

pares e reflexão, ao contrário da passividade das aulas expositivas. A

tendência é considerar todo o campus como um espaço de aprendizagem e

não apenas as salas de aulas, as bibliotecas e os laboratórios (p. [n. i.]).

As organizações dos ambientes virtuais possuem bom planejamento, portanto,

é um aspecto importante, pois possibilita uma boa navegabilidade, permitindo o

acesso a conteúdos e a informações agrupados por assuntos bem definidos.

Concluem Silveira et al. (2006) que

[...] o uso das ferramentas WebCT (Web Course Tools) e Blackboard tem crescido consideravelmente nos últimos anos em escala mundial. Um dos fatores limitantes à adoção de tais ferramentas é relativo ao alto custo que

essas podem vir a ter. Algumas alternativas de custo zero ou reduzido devem ser considerados, como o TelEduc (p. 141).

Com a internet e os ambientes virtuais de ensino-aprendizagem, pode-se

modificar mais facilmente a forma de ensinar e de aprender, tanto nos cursos 3 Fonte: http://www.blackboard.com/ 4 Fonte: http://www.moodle.org.br/ 5 Fonte: http://www.teleduc.org.br/

75

presenciais como nos curso a distância. São muitos os caminhos, que dependerão

da situação concreta em que o docente se encontrar: número de discentes,

tecnologias disponíveis, duração das aulas, quantidade total de aulas que o

professor ministra por semana e apoio institucional. Alguns parecem ser,

atualmente, mais viáveis e produtivos.

2.10.1 Tecnologia da Informação e da Comunicação na Engenharia

As questões educacionais da sociedade contemporânea no Brasil demandam

cada vez mais uso intensivo de ciência e tecnologia e, consequentemente, de

profissionais engenheiros altamente qualificados para o mundo do trabalho. As

tecnologias invadiram o cotidiano, nos bancos, nas escolas, nos supermercados,

nos meios de transportes, nas atividades econômicas e nas transações bancárias,

nas atividades de comunicação (no telefone celular) e nas atividades de

comunicação eletrônica (na internet) e nos processos de informação do

conhecimento e na organização das produções científicas (TONINI, 2011).

As TICs são utilizadas das mais diversas formas: nas atividades

administrativas e operacionais das indústrias, comércios, hospitais e escolas. Na

educação, estarão relacionadas ao processo de ensino-aprendizagem, em especial,

na educação a distância. As TICs, portanto, dentro desse processo, podem ser

consideradas como um conjunto de recursos tecnológicos, que deverão ser

utilizados de forma integrada, com objetivo comum (PACIEVITCH, 2009).

A operacionalização da comunicação e dos processos decorrentes em meios

virtuais ocorre em função do desenvolvimento de hardware e software. Mediante a

existência da rede mundial de computadores (internet), houve avanço na utilização

das TICs em diversas áreas do conhecimento e provocou o surgimento de novos

sistemas de informação e comunicação, como, por exemplo, e-mail, comunidades

virtuais (PACIEVITCH, 2009).

Os ambientes virtuais de aprendizagem possibilitam aos alunos o

relacionamento mediante troca de informações e experiências, pois os professores

podem organizar diversas atividades com os alunos, como pesquisas em grupo,

debates, fóruns, palestras. Poderão propiciar formas de tornar a aprendizagem mais

76

significativa (PACIEVITCH, 2009).

De acordo com González e Santos (2011), quanto à utilização de ferramentas

de interação em disciplinas totalmente online nos curso de graduação em

engenharia, que

[...] a experiência obtida na disciplina sinaliza que, dentro destas disciplinas

online ministradas na graduação, a utilização de ferramentas de interação

entre tutor ou aluno pode enriquecer o processo de ensino e aprendizagem, tornando o aproveitamento dos alunos mais eficiente frente a uma maior noção de continuidade acerca dos conteúdos abordados.

Os integrantes da sociedade sofrem influências das TICs e dos alunos dos

cursos de diversas áreas do conhecimento. O acesso ao conhecimento está

facilitado pelas novas tecnologias da informação e da comunicação e não sendo

mais exclusividade das instituições de ensino tradicionais, pois a evolução

tecnológica impõe a necessidade de estudo continuado em todas as áreas do

conhecimento, inclusive na Engenharia.

Descreve Bazzo e Pereira (1996) que �a melhoria da educação tecnológica e

do ensino de Engenharia passam necessariamente por uma mudança cultural em

que o conhecimento tecnocientífico venha lado a lado com o desenvolvimento de

toda sociedade�.

O mercado de trabalho está em constante mudança social e tecnológica,

portanto os alunos das diversas áreas do conhecimento, inclusive da área de

Engenharia, na construção de conceitos e conhecimentos devem passar por

diversas situações que reflitam suas expectativas e permitam-lhes ter contato com o

mundo concreto, mesmo que seja apenas mimetizado na disciplina que estuda

(SILVEIRA, 2003, p. 34).

O uso das TICs e das ferramentas computacionais nos cursos de Engenharia

permite criar um ambiente simulado de atuação profissional no mercado de trabalho

por meio de novos procedimentos de ensino-aprendizagem e dos processos

educacionais que considerem a criatividade, a inovação, a interatividade e a

integração de áreas do conhecimento em um ambiente de rede de uma sala de aula

no espaço acadêmico de modo a atingir os objetivos didáticos por meio do uso de

tecnologias (TONINI, 2011).

77

Os avanços tecnológicos ampliam os números e as formas de interação entre

o usuário e o meio tecnológico, por meio dos computadores, dos sistemas

multimídias, dos hipertextos, dos correios eletrônicos, dos bancos de dados, das

plataformas interativas, dos telefones celulares, das comunicações pela internet.

Esses conjuntos de meios constituem o chamado espaço cibernético e são eles que

permitem ao usuário a condição de poder realizar a busca por uma informação ou

efetivar uma comunicação. Neste contexto, é fundamental considerar que, para

aprender bem, é indispensável saber pesquisar, elaborar, redigir textos, ler, construir

e desconstruir, argumentar e contra-argumentar (TONINI, 2011).

Diante deste quadro, os desafios e as possibilidades nas interações entre

didática, conhecimento, TICs e formação docente constituem realmente um grande

desafio na sociedade contemporânea com a educação, pois exigem um esforço para

dominar os computadores e os programas cada vez mais complexos. Também

exigem um esforço para ensinar, pois quem aprende é o ser humano e não a

máquina; exigem um esforço para interagir, pois quem é interativo é o ser humano e

não o software (TONINI, 2011).

O uso de ferramentas computacionais no ensino de Engenharia tem sido alvo

de vários projetos de pesquisa envolvendo universidades, centros de pesquisa,

docentes e discentes. Esses projetos visam ao melhor aproveitamento dos recursos

de informática para facilitar o entendimento das disciplinas pelos alunos, que

geralmente apresentam uma série de dificuldades de aprendizado. O que se espera é

uma minimização dessas dificuldades, a partir do momento em que as aplicações dos

conceitos de engenharia são visualizadas, por exemplo, por um software da área em

estudo por meio de simulações de problemas reais de engenharia (TONINI, 2011).

As tecnologias da informação e da comunicação, aplicadas ao ensino de

engenharia, criam um novo contexto, mais estimulante e propiciador para a

aquisição de saberes e para o êxito do aluno na sociedade da informação, porém

redefinem o trabalho do professor frente a essas novas tecnologias. O professor

deverá saber orientar sobre as novas formas de pensar, refletir e criticar a aplicação

das TIC em sala de aula como meio de qualificação, competência e a relação com o

sistema produtivo (capital e trabalho).

78

2.10.2 As TICs e o Ensino de Segurança Contra Incêndios

As tecnologias da informação e da comunicação estão presentes no exercício das

atividades diárias do ser humano, como já foi ressaltado. Relativo à educação, a situação

não poderia ser diferente, pois, muito mais do que um simples compartilhamento de

informação entre discentes e docentes, o processo educacional compõe-se de uma rica

trama de interações e descobertas que perfazem a construção do �conhecimento�.

Tem-se, portanto, que, em relação a esse processo, as tecnologias da informação e da

comunicação aparecem como um elemento transversal e pervesivo, provocando uma

significante mudança no processo educacional (PEREIRA; ARAÚJO JR., 2010a).

Segundo Pereira e Araújo Jr. (2010a), há diversas discussões sobre as

potencialidades em torno das tecnologias da informação e da comunicação e suas

aplicações na educação. Nesse debate, discute-se e problematiza-se como a nova

infraestrutura da informação e da comunicação pode contribuir para ampliar ou

renovar os métodos tradicionais da produção do conhecimento, levando-se em conta

que os meios informáticos oferecem acessos a múltiplas possibilidades de interação,

mediação e expressão de sentidos, propiciados, tanto pelos fluxos de informação e

diversidade de discursos e recursos disponíveis - textuais, visuais e sonoros - como

pela flexibilidade de exploração.

O computador, nesse contexto, configura-se como potencializador para

extrapolar as limitações clássicas do modelo preconizado pela teoria da informação,

baseada na tríade linear emissor-mensagem-receptor.

A sala de aula disponibilizada (na atualidade) ao docente possui um cenário

completamente diferente daquele onde o mesmo foi educado, a começar pelos

próprios discentes: nativos digitais, aos aprendizes contemporâneos, regiamente

apropriados da tecnologia, não basta a utilização de computadores ou de outros

recursos tecnológicos com as mesmas práticas pedagógicas de outrora. Torna-se,

cada vez mais urgente, uma mudança profunda em relação à tecnologia. Tal

mudança pode advir de várias frentes: o docente, imigrante digital, vê-se na

necessidade de tentar apropriar-se do saber tecnológico; o estudante, por sua vez,

passa a ter que ressignificar a tecnologia, muitas vezes mero instrumento de

entretenimento, encarando-a como uma ferramenta para sua aprendizagem; a

79

instituição de ensino, que deve proporcionar condições para que essa mudança

ocorra e a própria tecnologia, que deve a cada dia tornar-se mais amigável para que

o enfoque de sua utilização não se restrinja a aspectos operacionais, mas que

transcenda a níveis elevados, de forma a propiciar o pleno uso de todo o seu

potencial (PEREIRA; ARAÚJO JR., 2010a).

As novas tecnologias de hardware, de software e de transmissão de dados

estão mudando drasticamente a sociedade, nas mais diferentes formas. O ensino no

nível fundamental, médio e superior, contudo, continua fundamentalmente com uma

estratégia professor-aluno. O avanço da tecnologia e a tendência de custos mais

acessíveis disseminarão ainda mais a utilização do computador na Educação

(PEREIRA; ARAÚJO JR., 2010a).

Pereira (2010b) descreve que

[...] a inclusão da tecnologia de alunos do ensino de segurança contra

incêndio pode ocorrer nas matérias de física, química, dinâmica do fogo, resistência dos materiais, mecânica dos fluidos, matemática, além de

outras. Pode a instituição de ensino estabelecer um portal educacional (via

internet) onde oferecerá diversas possibilidades para o aprendizado (p. 42).

Os alunos dos cursos de graduação, mediante o ensino de segurança contra

incêndios, podem fazer uso das tecnologias da informação e da comunicação para

melhoria do processo de ensino e aprendizagem. Descreve Curi (2010) sobre a

tecnologia de informação e comunicação na escola:

[...] no contexto educacional do terceiro milênio, em que a democratização

do ensino permite o acesso de um novo público à escola e que as

tecnologias de informação e de comunicação invadem o espaço escolar, as

modalidades de ensino e, consequentemente, de formação de professores

precisam adequar-se apropriadamente a essa nova realidade (p. 1).

Não há como negar que cada vez mais as tecnologias da informação e da

comunicação fazem parte do setor de projeto, execução e manufatura e devem ser

utilizadas para o ensino nas disciplinas que respondem pela formação neste tipo de

atividade. O aproveitamento dessas novas tecnologias implica uma mudança

drástica das formas de ensinar e aprender. O uso de textos, vídeos e sons pode

revolucionar os processos de ensino-aprendizagem por meio da �interatividade�.

80

O projeto colaborativo, mediante o uso de ambientes virtuais colaborativos,

pode se constituir em uma forma interessante de atuação no curso de graduação.

Esse tipo de atuação deve seguir os avanços já incorporados pelos cursos no uso

de ferramentas de ensino e de apoio ao processo de aprendizagem dos discentes.

Mesmo com tantos benefícios, a informática, ou a utilização do computador,

não pode ser utilizada como recurso único.

Segundo Demo (1998) é possível e viável caminhar na direção de uma

informática cada vez mais reconstrutiva, que sugere a simples transmissão da

informação e do conhecimento. Porém, a parte educativa da informática não provém

propriamente dela mesma, mas sim do educador engajado no processo de

aprendizagem do aluno (o facilitador). Não cabe atribuir a um meio eletrônico uma

propriedade que é tipicamente humana. Assim, a informática é um insumo cada vez

mais imprescindível no ensino, não como fim, mas como meio.

As inovações tecnológicas exigem dos profissionais envolvidos com a

educação um aperfeiçoamento constante, inclusive no que se refere à inserção de

recursos tecnológicos aplicados ao processo de ensino-aprendizagem. Para que a

participação do professor seja efetiva nesse contexto, ele precisa estar em

condições de desenvolver conhecimentos, principalmente para inserir em sua prática

pedagógica softwares que facilitem e auxiliem o aprendizado de seus alunos. No

entanto, para que essa prática se reestruture e sejam incorporadas novas

metodologias de ensino, os professores devem primeiramente aperfeiçoar-se.

Santos e Hartmann (2010), mediante a pesquisa referente a um novo tipo de

professor e aos desafios de sua prática pedagógica diante das inovações

tecnológicas, concluíram que

[...] é necessário que os aparelhos tecnológicos estejam à disposição das

escolas e dos professores. Mas, principalmente, que os gestores da educação, os professores, estejam preparados, dispostos e disponíveis

para utilizá-los adequadamente. Ressalta-se a importância da abertura ao aperfeiçoamento constante dos profissionais da educação enquanto

gestores de sala de aula, que precisará ter juntamente com a tecnologia, um

coração capaz de compreender, criar e recriar a realidade educativa de seus alunos quando necessário for, independente do nível sócio-econômico

a que pertencem. E quer o professor queira, quer não, lhe é impossível,

como Educador, ficar à parte de tal realidade.

81

Diversos modelos pedagógicos apregoam que o processo de ensino deve,

extensivamente, possibilitar a criação concreta de experiências e desenvolver canais

para refletir sobre elas, definindo teorias, praticando, experimentando e integrando

conceitos. Todavia, esse objetivo fica distante quando não são respeitados fatores

como cultura, deficiências e potenciais de cada aprendiz em particular e, quando

esses aspectos são considerados, na prática muitos se deparam com o fato de que

são necessários diversos mecanismos para que seja possível obter sucesso

(ABRAHAM, 2002).

Com a efetiva introdução das tecnologias no processo educativo, muitas

outras variáveis precisam ser consideradas, pois os recursos tecnológicos passam a

ser componentes importantes para o desenvolvimento de inúmeras possibilidades

de execução de novas práticas educacionais, tanto na modalidade de ensino

presencial, quanto na virtual.

O uso da tecnologia da informação e da comunicação, como meio de ensino-

aprendizagem, possibilita um maior aproveitamento do conteúdo das disciplinas da

grade curricular do curso de graduação pelos alunos, desde que o professor elabore

planos metodológicos que superem a simples reprodução do conhecimento.

Para que os docentes da disciplina do curso de graduação possam utilizar, de

forma correta e com alta eficácia e eficiência, a poderosa ferramenta que têm em

mãos, esses profissionais devem atualizar-se, por meio de capacitação e de

treinamentos, participando de cursos relativos ao ensino-aprendizagem por meio da

tecnologia da informação e da comunicação. Mais especificamente para o curso de

engenharia, os docentes devem buscar esta atualização sobre novas técnicas

informatizadas de ensino, principalmente nas áreas de gestão de projetos, gestão

para a qualidade, comportamento das estruturas, instalações hidráulicas prediais,

instalações elétricas, entre outras definidas como áreas de atuação do profissional

de engenharia.

83

CAPÍTULO 3

ENSINO DE INSTALAÇÕES PREDIAIS HIDRÁULICAS E

SANITÁRIAS

No trabalho de pesquisa, há que se apresentar a aplicação do método da

ABP, por meio do AVA - Campus Virtual Cruzeiro do Sul, aos alunos de uma

disciplina do curso de graduação em Engenharia Civil (Projeto I e II). O conteúdo do

tema escolhido, para geração da situação-problema (Módulo V), relaciona-se ao

ensino de instalações hidráulicas prediais e ao exercício profissional de engenharia.

Portanto, neste capítulo, são abordados os seguintes tópicos: o ensino de hidráulica,

instalações prediais hidráulicas e sanitárias no Curso de Engenharia, o ensino de

segurança contra incêndios, os profissionais que atuam na área de segurança contra

incêndios e o ensino para o cálculo do sistema de hidrantes e de mangotinhos.

3.1 Instalações Hidráulicas e Sanitárias

Instalações prediais hidráulicas e sanitárias representam um conjunto de

instalações destinadas ao fornecimento de água na quantidade e qualidade

necessária para atender às necessidades da construção e para promover a retirada

da água utilizada e a sua condução até um local de despejo adequado (TANAKA,

1986; CREDER, 1991).

Figura 10 - Instalações prediais hidráulicas e sanitárias - tipos

Essas instalações (Figura 10) compreendem as redes de água fria, água

quente, águas pluviais, esgoto sanitário, gás e eventualmente, dependendo da

84

finalidade da edificação instalações hidráulicas de combate a incêndio (sistema de

hidrantes, sistema de mangotinhos, sistema de espuma, sistema de gases e sistema

de chuveiros automáticos - Figura 11). A definição e o dimensionamento de cada

sistema estão definidos pelas normas técnicas (ABNT, 1982, 1983, 1993 e 2000).

Figura 11 - Instalações prediais de combate a incêndio - tipos

O conhecimento dos procedimentos para o dimensionamento é importante para o

desempenho do futuro profissional de engenharia, por isso é essencial o estudo de

instalações prediais hidráulicas e sanitárias.

3.2 Ensino de Hidráulica no Curso de Engenharia

O termo �hidráulica� derivou-se da raiz grega hidro, que tem o significado de

água, por essa razão entendem-se por hidráulica todas as leis e comportamentos

relativos à água ou a outro fluido, ou seja, hidráulica é o estudo das características e

uso dos fluidos sob pressão (GOMES et al., 2008).

A hidráulica pode ser dividida em três segmentos, para efeito de estudo

apenas:

- Hidrostática - estuda dos fluidos parados;

- Hidrocinética - estuda os fluidos em movimento, levando em consideração

os efeitos da velocidade;

- Hidrodinâmica - no estudo leva em consideração as forças envolvidas no

escoamento dos fluidos (forças da gravidade, da pressão, da tensão

tangencial, da viscosidade, da compressibilidade e outras).

85

A hidráulica pode ser também dividida em teórica e prática. A hidráulica

teórica também é conhecida na Física como Mecânica dos Fluídos e a hidráulica

prática ou hidráulica aplicada é, normalmente, também intitulada de Hidrotécnica.

Dentre as aplicações da hidráulica, destacam-se as máquinas hidráulicas (bombas e

turbinas), as grandes obras de saneamento, fluviais ou marítimas, como as de

usinas hidrelétricas, como a Usina hidrelétrica de Tucuruí, por exemplo, diques,

molhes, quebra-mares, portos, vias navegáveis, emissários submarinos, estações de

tratamento de água e de esgotos.

Geralmente o ensino de hidráulica no curso de engenharia, principalmente na

engenharia civil, as disciplinas Hidráulica I e Hidráulica II possibilitam a formação

teórica e prática de hidráulica indispensável a um futuro engenheiro. O conteúdo

programático visa a proporcionar aos alunos uma compreensão adequada dos

conceitos básicos da Mecânica dos Fluidos e uma formação nesta ciência da

engenharia, de modo a constituir uma base sólida para as diferentes aplicações na

área da Hidráulica em Engenharia Civil (DE ALMEIDA, 2008).

Na Hidráulica I, que antecede a Hidráulica II, o ensino da matéria inclui

atividades teóricas e práticas (exemplos de aplicação) em laboratório (trabalhos

realizados no laboratório de hidráulica). O conteúdo da matéria abrange, numa

primeira parte, os principais métodos de análise e de cálculo da Mecânica dos

Fluidos (hidrostática e hidrodinâmica), incluindo os princípios da conservação e

aplicação da técnica dos volumes finitos, e, numa segunda parte, elementos

fundamentais de Hidráulica para a resolução de problemas de engenharia,

envolvendo escoamentos internos (sistemas em pressão) e externos (ações em

torno de corpos imersos, nomeadamente o efeito do vento em estruturas). Essa

segunda parte inclui, também, uma introdução à teoria da semelhança, com

aplicações na exploração de modelos reduzidos ou físicos e de modelos

matemáticos. O objeto de análise da disciplina são os fluidos em geral, dando-se

especial ênfase aos líquidos e, em particular, à água (DE ALMEIDA, 2008).

Na Hidráulica II, o ensino da matéria visa a proporcionar aos alunos uma boa

formação no domínio de aplicações fundamentais de hidráulica no âmbito da

engenharia civil, nomeadamente os escoamentos com superfície livre, através de

orifícios e descarregadores em meios porosos, em canais com leito móvel, bem

86

como no das características e condições de funcionamento de turbinas e de bombas

hidráulicas (DE ALMEIDA, 2007).

A hidráulica destaca-se no meio de atividades em que há transmissão de

energia nos mais variados segmentos do mercado como a indústria. Porém,

continua ainda na construção civil, tendo certo grau de importância, principalmente,

nas instalações hidráulicas prediais como água fria, esgoto e sistemas de segurança

- hidrantes, chuveiros automáticos. A hidráulica faz-se presente em diversos setores

e atividades, portanto ratifica a sua importância para o exercício das atividades

profissionais relacionadas à engenharia.

3.3 Ensino de Instalações Prediais Hidráulicas e Sanitárias no Curso de

Engenharia

Os sistemas prediais podem ser considerados como o conjunto de insumos e

serviços necessários para o desenvolvimento das atividades de um edifício, como

insumos energéticos, água (higiene), segurança contra incêndios, segurança

patrimonial, conforto ambiental, transporte e circulação, comunicação e informação,

além de outros. Sistemas prediais são, portanto, sistemas físicos, integrados a um

edifício, e que têm por finalidade dar suporte às atividades do usuário, suprimindo-os

com os insumos prediais necessários e propiciando os serviços requeridos6. Entre

os sistemas hidráulicos prediais como água fria, águas pluviais, água quente,

esgotos e sanitários, há o sistema de hidrantes prediais, cuja matéria é essencial

para estudo no curso de engenharia e de especialização.

Gonçalves (2007), professor titular da Escola Técnica da Universidade de São

Paulo (EPUSP) e Diretor da Tecnologia de Sistema de Engenharia (Tesis), conclui que

[...] o engenheiro de sistemas prediais tem uma formação acadêmica e

profissional que lhe permite visualizar o edifício como um todo, entender as

necessidades de cada disciplina e, principalmente, conhecer os conceitos das diversas especialidades para o desenvolvimento da concepção de cada

sistema predial (p.[n. i.]).

6 PCC-465. Sistemas prediais I. Conceituação e desempenho. Disponível em

<http://www.ecivilnet.com/apostilas/files/sistemas_prediais_conceituacao_e_desempenho.pdf>. Acesso em 15 jan 2011

87

O conhecimento sobre a elaboração do projeto, da instalação e da

manutenção de sistemas prediais é necessário para o profissional que atuará no

exercício das atividades no ramo da construção civil, tanto em obras novas, como

em obras de reabilitação.

Descrevem De Jesus e De Barros (2011) que

[�] o projeto de sistemas prediais, em obras de reabilitação, tanto quanto

para obras novas, deve ser cuidadosamente elaborado. Devem-se considerar possíveis alterações de configuração arquitetônica dos pavimentos-tipo do edifício, de modo que sua distribuição provoque o menor

impacto possível nas estruturas e vedações, buscando-se, com isso, diminuir não apenas seu custo relativo na obra, mas principalmente aqueles

decorrentes de sua interação com os demais subsistemas (p. [n. i.]).

Nota-se que o ensino de sistemas hidráulicos prediais, no curso de

engenharia, é fundamental para o exercício profissional, pois o sistema de hidrantes

prediais pertence ao conjunto de sistemas a serem previstos nas edificações e nas

áreas de risco.

3.4 Ensino de Segurança Contra Incêndios

A preocupação com incêndios nas grandes metrópoles dos Brasil está

relacionada a ocorrências de tragédias como no incêndio Edifício Andraus (SP),

incêndio do Edifício Joelma (SP). Porém, com a aplicação das legislações e das

normas técnicas relativas à segurança contra incêndios, bem como, devido ao

aumento da população e ao crescimento das cidades (construção de edifícios

residenciais verticalizados, edifícios de escritórios, centros de compras, depósitos e

indústrias), houve a necessidade de formação e/ou especialização de profissionais

civis que atuem na área de segurança contra incêndios. Devido ao dever

constitucional, os Corpos de Bombeiros Militares, nas escolas de formação, já

desenvolvem essas atividades (Apêndice O).

Cita Del Carlo (2008, p. 11) que

[...] seguiram-se tragédias com vítimas na cidade do Rio de Janeiro, de

Porto Alegre, entre outras.

Essas tragédias provocaram mudanças na legislação, nas corporações de

bombeiros, nos institutos de pesquisa e, principalmente, foi iniciado um processo de formação de técnicos e pesquisadores preocupados com essa

área de conhecimento [...] (p. 11).

88

As edificações e as áreas de risco são cada vez mais complexas em todo

território nacional, pois há a construção de usinas nucleares, grandes depósitos de

armazenamento de combustíveis, edificações cada vez mais altas. Todos esses

riscos obrigam a existência de profissionais habilitados e capacitados para atuarem

na área do conhecimento em segurança contra incêndios como técnicos de

segurança do trabalho, engenheiros de segurança do trabalho, bombeiros civis e

outros, além dos profissionais dos corpos de bombeiros do Brasil. A metodologia de

ensino para esses profissionais deverá apresentar roteiros para as diversas

situações didáticas, conforme a tendência pedagógica adotada pelo professor e pela

instituição de ensino, de forma que o discente assimile os conhecimentos propostos

e conclua as suas atividades pedagógicas.

No Brasil, não há curso de engenharia em segurança contra incêndios, ao

contrário de muitos países, porém, em países em que a especialidade em segurança

contra incêndio existe, há o total aproveitamento desses profissionais (DEL CARLO,

2008, p. 12).

Os engenheiros, arquitetos, técnicos e estudantes em geral, no Brasil, ao

concluírem os seus respectivos cursos, têm conhecimento dos conceitos de

transmissão de calor, porém raramente esses conceitos são relacionados aos de

segurança contra incêndios.

A segurança contra incêndios é considerada uma nova área da ciência,

portanto, sendo necessária a aplicação do ensino e da pesquisa na ciência do fogo,

para o alinhamento com a tendência mundial.

3.4.1 Profissionais que atuam na área de Segurança Contra Incêndios

A qualificação profissional é a base para que se possa garantir a qualidade das

atividades de segurança contra incêndios. Há diversas profissões envolvidas com as

atividades de segurança contra incêndios (Figura 12), desde a concepção de um projeto

ao gerenciamento da ocupação de um edifício ou área de risco, portanto um ramo

complexo, pois vão desde profissionais de nível técnico ao nível superior (pós-

graduados), como, por exemplos, técnicos de segurança do trabalho, engenheiro de

segurança do trabalho, engenheiros, arquitetos, bombeiros militares, bombeiros civis.

89

Figura 12 - Profissionais que atuam na segurança contra incêndio

Manso (2002) afirma que

[...] as tendências modernas conduzem a sociedade a procurar a figura do

especialista no assunto de interesse, acreditando que este especialista preparou-se para assumir tal posição. Os engenheiros e os técnicos de

segurança, assim como os bombeiros profissionais poderão trazer soluções

mais viáveis e seguras durante 24 horas, que na prevenção ou no combate.

São estes profissionais que estudam as causas e efeitos de um sinistro. Somente estes profissionais, além daqueles que por força das

circunstâncias viveram um sinistro, sabem o verdadeiro significado das palavras risco, fogo, fumaça e pânico [...] (MANSO, 2002, p. 16).

No Brasil, conforme a Lei nº 7.410, de 1985, artigo 1º, inciso I, o curso de

engenharia de segurança do trabalho está no nível de pós-graduação, pois, de

acordo com o artigo 2º, inciso I, e o técnico de segurança do trabalho é nível médio -

ensino técnico (BRASIL, 1986).

O engenheiro de segurança do trabalho pode exercer várias atividades dentro

do descrito na Resolução nº 359, de 1991, porém destaca-se o contido no artigo 4º,

nº 9, alvo de estudo da pesquisa, ou seja, cabe ao engenheiro de segurança do

trabalho projetar sistemas de proteção contra incêndios, coordenar atividades de

combate a incêndios e de salvamento e elaborar planos para emergência e

catástrofes (BRASIL, 1991).

Referente ao técnico de segurança do trabalho, as suas atribuições estão

definidas na Portaria nº 3.275, de 1989, em que esse profissional, de acordo com o

artigo 1º, inciso IX, tem a responsabilidade quanto a indicar, a solicitar e a inspecionar

equipamentos de proteção contra incêndios, recursos audiovisuais e didáticos e

outros materiais considerados indispensáveis, de acordo com a legislação vigente,

dentro das qualidades e das especificações técnicas recomendadas, avaliando o seu

90

desempenho (BRASIL, 1989).

O bombeiro civil é outro profissional importante no contexto e que, segundo

a regulamentação da profissão, por meio da Lei nº 11.901, de 2009, artigo 2º,

trata-se do profissional habilitado para exercer em caráter habitual, função

remunerada e exclusiva de prevenção e combate a incêndio. Dentre as funções

estabelecidas no artigo 4º da respectiva lei, o bombeiro líder deve ser formado

em técnico de prevenção e combate a incêndios (ensino médio) e o bombeiro civil

mestre deve ser formado em engenharia com especialização em prevenção e

combate a incêndios (BRASIL, 2009).

No Estado de São Paulo, o Corpo de Bombeiros da Polícia Militar é o

responsável pelo exercício das atividades de segurança contra incêndios, cujos

profissionais estão formados para tais atividades. O ensino na instituição é

considerado o conjunto de atividades organizadas para a transmissão metódica

da área de conhecimento �Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública�,

destinada ao policial militar para incorporação de saberes, práticas, atitudes e

valores indispensáveis ao exercício das funções respectivas.

Mediante a publicação da Lei Complementar nº 1.036, de 2008, que institui

o sistema de ensino da Polícia Militar do Estado de São Paulo, a instituição

mantém modalidades de cursos e de programas de educação superior (SÃO

PAULO, 2008). Dos diversos cursos desenvolvidos, o Curso de Especialização

para Oficiais na área de Bombeiros (Curso de Bombeiros para Oficiais), que, de

acordo com o artigo 5º, inciso IV, letra a, da lei complementar, é considerado

curso de especialização no sentido lato, o qual é destinado a ampliar os

conhecimentos técnico-profissionais que exijam práticas específicas, habilitando

ou aperfeiçoando a formação do policial militar para o exercício de suas funções

nas respectivas áreas do conhecimento.

O conhecimento sobre segurança contra incêndio, o qual consiste no

conjunto de ações e recursos internos e externos à edificação e às áreas de

risco, que permitem controlar a situação de incêndio, devem estar presentes no

ensino aos profissionais que atuarão nestas atividades.

Discorre Gill (2005) que

91

[...] a segurança contra incêndios, essa área nova da engenharia, é um

sistema complexo e tecnicamente não tão avançado quanto as áreas

tradicionais, entretanto já existe conhecimento básico suficiente para o

desenvolvimento do setor [...] informações fundamentais sobre a dinâmica

do incêndio, análise de risco de incêndio e cálculo de sistema de proteção

[...] há oito anos aproximadamente, grandes escritórios têm se utilizado de

três linhas de softwares [...] situações de incêndio por meio de softwares não elimina a necessidade de uma boa base de conhecimento científico [...]

(p. 26).

Essas atividades podem ser divididas em ações preventivas e de combate.

A prevenção é um dos tópicos abordados na avaliação e no planejamento da

proteção da coletividade. O termo �prevenção de incêndio� expressa tanto a

educação pública, como as medidas de proteção contra incêndios em um edifício. A

implantação da prevenção de incêndios faz-se por meio de atividades que visam a

evitar o surgimento do sinistro, a possibilitar sua extinção e a reduzir seus efeitos

antes da chegada do Corpo de Bombeiros.

As atividades, relacionadas com a educação e o ensino, consistem no

preparo da população, por meio da difusão de ideias que divulgam as medidas de

segurança, para prevenir o surgimento de incêndios nas ocupações. Buscam, ainda,

a divulgação de procedimentos a serem adotados pelas pessoas diante de um

incêndio, os cuidados a serem observados com a manipulação de produtos

perigosos e também os perigos das práticas que geram riscos de incêndio.

As atividades que visam à proteção contra incêndios dos edifícios e nas áreas

de risco podem ser agrupadas da seguinte forma:

- Atividades relacionadas com as exigências de medidas de proteção contra

incêndios nas diversas ocupações;

- Atividades relacionadas com a extinção, perícia e coleta de dados dos

incêndios pelos órgãos públicos, que visam a aprimorar técnicas de

combate e a melhorar a proteção contra incêndios por meio da

investigação, estudo dos casos reais e estudo quantitativo dos incêndios no

estado de São Paulo.

A proteção contra incêndios é definida como medidas tomadas para a

detecção e o controle do crescimento do incêndio e a sua consequente contenção

ou extinção.

92

Essas medidas dividem-se em:

- Medidas ativas de proteção que abrangem a detecção, alarme e extinção do

fogo (automática e/ou manual), instalação de sistema de hidrantes prediais,

sistema fixo de gases, extintores, sistema de chuveiros automáticos.

- Medidas passivas que abrangem o controle dos materiais, meios de

escape, compartimentação e proteção da estrutura do edifício.

O combate a incêndio consiste no conjunto de ações táticas destinadas a

extinguir ou isolar o incêndio com uso de equipamentos manuais e automáticos. Dentre

os sistemas existentes e utilizados pelos profissionais que atuam na área de segurança

contra incêndio, o sistema de hidrantes predial é fundamental para o combate aos

incêndios, pois o projeto, o dimensionamento, a instalação e a manutenção nas

edificações e nas áreas de risco devem estar de acordo com a legislação vigente,

portanto, o ensino para os futuros profissionais, que atuarão nessas atividades deve ter

conteúdo programático dentro das necessidades descritas.

O Decreto Estadual nº 56.819/11, regulamento de segurança contra incêndios

das edificações e das áreas de risco, determina que é responsabilidade dos

respectivos autores e/ou responsáveis técnicos o detalhamento técnico dos projetos

e das instalações das medidas de segurança contra incêndio, e ao responsável pela

obra o fiel cumprimento do que foi projetado. Considera que o responsável técnico é

o profissional habilitado para elaboração e/ou execução de atividades relacionadas à

segurança contra incêndio (SÃO PAULO, 2011b).

A Instrução Técnica nº 3 define que o profissional habilitado é toda pessoa

com formação em higiene, segurança e medicina do trabalho, devidamente

registrada nos conselhos regionais competentes ou no Ministério do Trabalho, e os

militares das Forças Armadas, da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiro Militar, com

o ensino médio completo e que possuam especialização em prevenção e combate a

incêndio (carga horária mínima de 60 h) e técnicas de emergências médicas (carga

horária mínima de 40 h), conforme sua área de especialização. Considera ainda que

o profissional legalmente habilitado é a pessoa física ou jurídica que goza do direito,

segundo as leis vigentes, de prestar serviços especializados de proteção contra

incêndios (SÃO PAULO, 2011a).

93

No Brasil, os incêndios provocam perdas (de vidas e patrimoniais), por isso há

a preocupação constante com a segurança contra incêndios, inclusive pelos

diversos riscos envolvidos (Quadro 8).

Resumo de Ocorrências - 2011

Atendimentos Capital Grande SP Interior Total

Vítimas Feridas Incêndio 127 112 199 438

Vítimas Fatais Incêndio 16 11 16 43

Total Geral Incêndio 143 123 215 481

Quadro 8 - Vítimas de incêndio em 2011 - Feridas e Fatais Fonte: Corpo de Bombeiros - PMESP - EM/CB - B.3 - 2012

O aperfeiçoamento profissional, mediante ensino qualificado, mostra-se ser o

caminho para melhoria da qualidade dos serviços prestados pelos futuros

profissionais de engenharia, segurança do trabalho e segurança contra incêndio.

3.4.2 Ensino para o Cálculo do Sistema de Hidrantes e de Mangotinhos

O ensino sobre sistema de hidrantes prediais é matéria nos cursos de técnico

de segurança do trabalho, engenharia de segurança do trabalho, formação de

bombeiros militares e civis, bem como matéria nos cursos de engenharia civil

(Projetos I e II).

No curso de engenharia de segurança do trabalho, o ensino referente ao sistema

de hidrantes prediais, está contido na matéria de proteção contra incêndios e explosões

(SÃO PAULO, 2011b). No Curso de Técnico de Segurança do Trabalho, está contido

nos componentes curriculares, módulo III, na matéria e tecnologia de prevenção e

combate a incêndio e de suporte emergencial à vida (SÃO PAULO, 2006).

O engenheiro civil pode atuar em projeto, construção, fiscalização de obras,

perícia, planejamento e manutenção em diversas áreas, em especial a de hidráulica

e de saneamento. No curso de engenharia, o estudo sobre sistema de hidrantes

prediais está relacionado às matérias de fenômenos de transporte, hidráulica geral e

instalações hidrosanitárias (ACRE, 2010).

94

Ressalta Seito (2001) que

[...] projetos grandes e complexos é recomendado que a revisão qualitativa

do projeto seja elaborada por uma equipe composta por um ou mais engenheiros de segurança contra incêndios, ou membros da equipe de

projeto e membros do gerenciamento operacional. É importante, também,

incluir representantes das entidades que aprovam o projeto e as seguradoras. Para projetos menores, a revisão qualitativa do projeto pode

ser conduzida por grupos menores, porém o mesmo processo básico deve

ser adotado (p. 14).

Os integrantes do Corpo de Bombeiros, durante o processo de ensino-

aprendizagem, são instruídos sobre medidas de segurança contra incêndios,

considerando que a instituição é o órgão público pela fiscalização das medidas de

segurança contra incêndios em edificações e em áreas de risco como o Corpo de

Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

O conhecimento da hidráulica para o desenvolvimento de cálculo de sistemas

de proteção contra incêndios (Ex.: sistema de hidrantes, mangotinhos, chuveiros

automáticos e outros) é de fundamental importância para o exercício profissional do

técnico de segurança do trabalho, do engenheiro civil, do engenheiro de segurança

do trabalho, bombeiro civil, bombeiro militar, técnico em edificações e outros.

Descreve Giles (1977), quanto à definição de mecânica dos fluídos e da

hidráulica, que

[...] representam aquele ramo de mecânica aplicada que estuda o

comportamento de fluidos em repouso e em movimento. No desenvolvimento dos princípios de mecânica dos fluidos, algumas

propriedades dos fluidos representam as principais funções, outras somente funções menores ou nenhuma (p. 1).

A hidráulica é o ramo da mecânica do fluídos que trata dos líquidos, isto é,

dos fluídos incompressíveis. Partindo das leis gerais da hidrodinâmica, a hidráulica

fornece os elementos necessários para o cálculo de rede de distribuição e de

adução das águas, e aplica-se na construção de canais, no estabelecimento das

obras destinadas à produção de energia hidráulica (barragem, reservatórios), na

instalação de sistemas hidráulicos de proteção contra incêndios (sistema de

hidrantes prediais, sistema de chuveiros automáticos, sistemas fixos e móveis de

espuma, etc.) e no cálculo de máquinas que utilizam a energia hidráulica ou

destinam a movimentar a água.

95

Conclui De Araújo e Amaral (2011), sobre os ambientes escolares e a

atuação dos docentes, que

[...] a modernização dos procedimentos didáticos e pedagógicos tem

ocasionado reflexos diretos nos ambientes escolares onde atuam, facilitando com que as mudanças necessárias no sistema educacional

gradativamente possam ser implantadas (p. 9).

Neste trabalho de pesquisa, procurou-se, mediante o auxílio das TICs, por

meio de um AVA, apresentar o curso de cálculo hidráulico do sistema de hidrantes e

de mangotinhos (Apêndice H). O conteúdo do curso foi baseado na Norma Brasileira

nº 13.714, de 2000 - sistemas de hidrantes e de mangotinhos para combate a

incêndio -, em legislações específicas (Instrução Técnica do Corpo de Bombeiros do

Estado de São Paulo - Instrução Técnica nº 22/2011) e em exigências do seguro

(Circular nº 006 da Superintendência de Seguros Privados do Brasil). Este curso,

conforme foi concebido, pode ser aplicado aos alunos dos seguintes cursos:

Engenharia de Segurança do Trabalho, Engenharia Civil, Bombeiros Civis e

Militares, Técnico de Segurança do Trabalho, pois o assunto é pertinente à grade

curricular para formação destes profissionais. O método de ensino e aprendizagem

utilizado foi a ABP, conforme descrito nos capítulos anteriores (SÃO PAULO,

2011c).

97

CAPÍTULO 4

METODOLOGIA PARA ESTRUTURAÇÃO DO CURSO NO AMBIENTE

VIRTUAL DE APRENDIZAGEM (AVA)

Este capítulo é de fundamental importância, pois é por intermédio dele que é

descrita a metodologia para estruturação de conteúdo da disciplina e a coleta de

dados, por meio do AVA. Tem-se, portanto, a metodologia da pesquisa, a dinâmica

de aplicação, o problema para aplicação da ABP, a situação-problema, os

participantes da pesquisa, a coleta de dados, os dados, os processos de avaliação

(Módulo V, relatório final e parcial, avaliação do curso e as análises sob a ótica do

professor e do pesquisador).

4.1 O Ambiente Virtual de Aprendizagem

Compreendidos como espaços técnicos e pedagógicos de trabalho educativo,

os ambientes virtuais de aprendizagem possuem ferramentas que são utilizadas e

substituem as interações do ensino presencial. Auxiliam no desenvolvimento das

competências de aprendizagem, de uso de tecnologias e de aplicações profissionais

(BARROS, et al., 2008, p. 5).

O AVA possibilita o desenvolvimento de cursos ou módulos didáticos na web,

portanto é uma ferramenta que introduz o docente na criação de cursos de forma

simples e rápida, aproveitando o volume e a transferência dos conteúdos

acadêmicos e investigativos que se têm em tempo e em âmbito determinado

(BARROS, et al., 2008, p. 6).

O objetivo do AVA é facilitar as atividades didáticas pedagógicas para o

processo de ensino e aprendizagem (Capítulo 2 - item 2.3). Para realização da

pesquisa, foi utilizado o AVA da Universidade Cruzeiro do Sul - Campus Virtual,

utilizando-se do sistema Blackboard Learn7 (Capítulo 2 - item 2.10) para dar suporte

à aprendizagem online. O Campus Virtual Cruzeiro do Sul (local de aplicação do

estudo) busca promover projetos e experiências de uso de novas tecnologias de

7 Fonte: http://blackboard.grupoa.com.br/

98

informação e comunicação, em especial a educação em ambientes virtuais de

aprendizagem no ensino superior.

O Blackboard Learn8 (Figuras 13 e 14), ferramenta líder no setor de soluções

de e-learning, é avançado e enriquece o processo de ensino-aprendizagem com o

uso das tecnologias da informação e da comunicação.

Durante a pesquisa, os alunos e professores participaram de um ambiente

interativo que permitiu o planejamento, a execução e a avaliação das atividades

propostas (Capítulo 2 - item 2.3).

Por meio desse ambiente de aprendizagem, foi possível que os professores e

alunos interagissem e compartilhassem várias mídias, como textos, imagens, filmes

entre outras. Nesse ambiente, foram realizadas atividades de comunicação síncrona

(videoconferências) e assíncrona (fóruns, quadro de discussões, e-mails), criando

condições para a formação de um grupo de aprendizagem colaborativa. O ambiente

permitiu a realização de avaliações, atividades individuais e em grupo. O

acompanhamento da turma pelo docente foi facilitado pela plataforma que gera

relatórios e estatísticas sobre o desempenho dos alunos.

8 Fonte: http://www.blackboard.com/

99

Figura 13 - AVA utilizando do sistema Blackboard Learn Fonte: http://www.cruzeirodosulvirtual.com.br/bb/

A metodologia, para estruturação do conteúdo da disciplina no AVA

considerou os seguintes aspectos teóricos e práticos:

a) As condições de acesso do aluno (tempo de uso, aspectos técnicos);

b) A ergonomia e o nível de usabilidade da plataforma (facilidades e acesso

rápido);

c) A quantidade de material a ser disponibilizado e as exigências de

aprendizagem (qual o conteúdo, objetivo a ser alcançado, atividades e

100

ações para que o objetivo seja alcançado).

Mediante os elementos citados, as ferramentas do ambiente de aprendizagem

foram selecionadas para cada objetivo a ser alcançado. As concepções de

aprendizagem dos ambientes foram construtivistas, centradas no trabalho

colaborativo e nos interesses dos alunos.

Figura 14 - Detalhe para acesso ao Blackboard e Adobe Connect Fonte: http://www.cruzeirodosulvirtual.com.br/

A partir do referencial teórico pesquisado, para o desenvolvimento dos

estudos dos ambientes foram consideradas as seguintes variáveis, para o AVA:

ferramenta de comunicação (avisos, chat, fórum de discussão, e-mail); ferramentas

de conteúdos (material de apoio, exercícios, atividades, textos complementares);

ferramentas multimídia (vídeos, videoconferências - via Adobe Connect);

ferramentas de gestão (calendários, notas, agendas); ferramentas de avaliação

(questões, autoavaliação, testes) (Figura 15).

101

Figura 15 - Detalhe das variáveis do AVA Fonte: http://www.adobe.com/br/products/connect/.

Referente à realização de videoconferências, já resultado de outras

pesquisas, em que seus autores descrevem que

[...] as videoconferências demonstraram-se como um momento de reflexão sobre os assuntos abordados, e, ao mesmo tempo, uma possibilidade do tutor conhecer seus alunos e dos alunos conhecerem o seu tutor. Este conhecimento mútuo permitiu um melhor

direcionamento do curso, focando nas dificuldades apresentadas pelo público (GONZÁLEZ; SANTOS, 2011).

A metodologia de ensino é algo de grande complexidade no processo de

ensino e aprendizagem, conduzindo ao aprendizado, mas envolvendo vários

elementos que são de grande importância e que devem ser considerados e

analisados em seus principais elementos.

4.2 Dinâmica das Atividades dos Módulos

Para fins desta pesquisa, para tentativa de solução da situação-problema

(Módulo V), foram preparadas em Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) sessões

tutoriais (presenciais, Blackboard Learn9 e videoconferências) de acordo com a ABP.

O modo de condução das sessões pode variar de instituição para instituição,

mas nesta pesquisa foi aplicado o método de sete passos, adotado pela

9 Fonte: http://blackboard.grupoa.com.br/

102

Universidade de Maastricht (Holanda), qual foi adaptado de Wood, 2003 - vide

Capítulo 2 - item 2.4.

O grupo tutorial, de acordo com a disponibilidade de alunos (membros totais

de 47 alunos), foi composto por três ou quatro alunos, num total de 13 grupos com

três alunos e dois grupos com quatro alunos (Grupos de A a O - Apêndice M e N),

em que, de forma voluntária, alguns alunos assumiram o papel de coordenador(a),

secretário (a) e membro(s) - vide Capítulo 2 - item 2.4.

Foi disponibilizado o AVA para as discussões. Os grupos, conforme orientado,

no mínimo (três vezes - videoconferências), reuniram-se em ambiente virtual para

debater e resolver a situação-problema. Porém, foram orientados a se reunirem em

sala de aula, caso fosse necessário. O desenvolvimento das atividades do grupo

tutorial ficou sob-responsabilidade do tutor (pesquisador), que foi de fundamental

importância para os grupos.

A participação dos alunos, da respectiva disciplina da instituição de ensino

superior particular, na qual foi realizada a pesquisa, foi voluntária. O curso de cálculo

de sistema de hidrantes e de mangotinhos, para qualidade do processo de ensino e

aprendizagem, foi dividido em cinco módulos, com o seguinte cronograma de

atividades para o Módulo I ao IV, conforme descrito no Quadro 9:

Nº da Atividade Atividades

01 Assistir a apresentação narrada referente ao conteúdo do Módulo.

02 Efetuar leitura do material de apoio disponibilizado na AVA.

03 Efetuar leitura do artigo científico disponibilizado na AVA.

04 Pesquisar e efetuar leitura de material complementar - Referências

bibliográficas indicadas ao aluno (Livros).

05 Assistir ao vídeo instrucional - link disponibilizado no AVA.

06 Realizar os exercícios de sistematização disponibilizados no AVA.

Obs.: Todas as atividades foram acompanhadas pelo professor responsável da disciplina e pelo

tutor (pesquisador) por meio do AVA.

Quadro 9 - Cronograma de atividades do Módulo I ao IV

103

No Módulo V, foram realizadas as seguintes atividades, conforme cronograma

a seguir apresentado no Quadro 10:

Características Nº

Atividades Atividades

Fa

se

- D

isc

us

o e

m g

rup

o

Pre

se

nc

ial 1 Formação de grupos de estudo.

2 Esclarecimento pelo professor e tutor dos termos e/ou expressões desconhecidas na situação-problema.

3 Apresentação da situação-problema a ser discutida.

Vid

eo

co

nfe

rên

cia

*Ad

do

be

Co

nn

ec

t

4 Análise e troca de conhecimentos sobre o problema. Tentativa de solucionar o problema com base nos conhecimentos prévios (Módulos I ao IV).

Vid

eo

co

nfe

rên

cia

*Ad

do

be

Co

nn

ec

t

5 Revisão dos passos 3 e 4, com sistematização das hipóteses

do passo 3 para resolução do problema.

6 Definição dos objetivos da aprendizagem com base nos

conhecimentos prévios (Módulos I ao IV).

Vid

eo

co

nfe

rên

cia

*Ad

do

be

Co

nn

ec

t

7 Revisão dos passos 3 e 6, com sistematização das hipóteses

do passo 6 para resolução da situação-problema.

8 Definição dos objetivos da aprendizagem.

Fa

se

- E

stu

do

ind

ivid

ua

l

AV

A -

Bla

ck

bo

ard

Le

arn

9 Levantamento de recursos de aprendizagem e estudo individual. Materiais disponibilizados no Módulo V.

10 Discussão e resolução da situação-problema a partir da revisão do passo 5, à luz dos conhecimentos adquiridos no

passo 9.

Fin

al

Pre

se

nc

ial

11

Encerramento do processo de resolução da situação-problema, mediante discussão dos integrantes dos grupos

com o tutor/professor. Acompanhamento para entrega de materiais de avaliação, questionários e relatórios.

Obs.: Todas as atividades foram acompanhadas pelo professor responsável da disciplina e pelo tutor (pesquisador). Neste cronograma foram considerados os sete passos do grupo tutorial.

Quadro 10 - Aplicação da ABP - Módulo V Fonte: Wood (2003) apud Toledo Jr. (2003)

104

Foram previstas duas fases principais, contendo atividades presenciais e por

meio do ambiente virtual de aprendizagem (videoconferência, AVA - Blackboard

Learn10) e presencial, para discussão em grupo da situação-problema, sendo esta a

dinâmica das sessões tutoriais. Ao final, o encerramento das atividades com o

agendamento para entrega de materiais.

4.2.1 Módulo I - Informações Iniciais

Neste módulo (Figura 16), foi descrita a definição do sistema de hidrantes e

de mangotinhos, bem como o objetivo do curso. Há indicação das normas e das

especificações a serem consultadas e destaque quanto à responsabilidade técnica

do profissional de engenharia.

Figura 16 - Módulo I - Informações iniciais

10 Fonte: http://blackboard.grupoa.com.br/

105

Ressalta-se que o cálculo é obrigatório para previsão de sistemas de proteção

contra incêndios em edificações e em áreas de risco. Destaca-se a necessidade de

leitura da Instrução Técnica nº 22/2011, da realização dos exercícios de

sistematização - Módulo I (Apêndice G), da leitura do artigo científico disponibilizado

no AVA (PEREIRA; ARAÚJO Jr., 2011a) e da avaliação do curso (Apêndice I - para

efetuar ao final do curso). O aluno pode, neste módulo, constatar a importância da

previsão destes sistemas em edificações e em áreas de risco, sendo indicado o link

(via Internet) para assistir ao vídeo relativo ao incêndio ocorrido no Edifício Andraus

(1972) e Edifício Joelma (1974) no Município de São Paulo.

4.2.2 Módulo II - Composição

Foram apresentados os detalhes do sistema de hidrantes e de mangotinhos,

como isométrico, legenda, hidrante, mangotinho, reserva de incêndio, bomba de

incêndio, tubulação, chave de mangueira, esguichos, mangueiras, registro de

recalque, válvulas e conexões (Figura 17). O aluno pode, neste módulo, conhecer a

composição dos sistemas a serem estudados. Destaca-se a necessidade de leitura

do material de apoio (Apêndice H), de realização dos exercícios de sistematização -

Módulo II (Apêndice G), da leitura do artigo científico disponibilizado no AVA

(PEREIRA; ARAÚJO JR., 2010). O aluno, neste módulo, pode verificar a importância

da instalação de sistema de hidrantes ou de mangotinhos em edificações e em

áreas de risco, sendo indicado o link (via Internet) para assistir ao vídeo relativo ao

funcionamento e à operacionalidade do sistema de hidrantes por integrantes da

brigada de incêndio.

106

Figura 17 - Módulo II - Composição

4.2.3 Módulo III - Procedimentos para o Cálculo

Destaque para o procedimento da execução do cálculo do sistema de

hidrantes e de mangotinhos, em que foram descritas, de forma sequencial, as

etapas iniciais para elaboração do cálculo (Figura 18).

107

Figura 18 - Módulo III - Procedimentos para o cálculo

Esse procedimento facilitou o aluno a obter os dados fundamentais, de norma

ou da legislação técnica, para a elaboração do cálculo. Foi apresentado um modelo

de planilha (Apêndice K) para auxiliar na elaboração do cálculo hidráulico do

sistema. É ratificada a necessidade de realização dos exercícios de sistematização -

Módulo III (Apêndice G), da leitura do artigo científico disponibilizado no AVA

(PEREIRA; ARAÚJO JR., 2009). O aluno, neste módulo, constatou a importância da

manutenção do sistema hidrantes e de mangotinhos, em especial, a bomba de

incêndio, sendo indicado o link (via Internet) para assistir ao vídeo relativo ao teste

de vazão e pressão utilizando o aparelho Pitot para medição.

4.2.4 Módulo IV - Desenvolvimento do Cálculo

Foi desenvolvido para o aluno um exemplo completo, passo a passo, de como

elaborar o cálculo hidráulico de um sistema de hidrantes para uma edificação, a

108

partir de dados iniciais previstos em norma ou em legislação técnica, tendo como

base a rede isométrica (Figura 19).

Figura 19 - Módulo IV - Desenvolvimento do cálculo

Esse exercício proporcionou ao aluno o conhecimento da sequência lógica

para o desenvolvimento de novos cálculos. É destacada a necessidade de

realização dos exercícios de sistematização - Módulo IV (Apêndice G), da leitura do

artigo científico disponibilizado no AVA (Ensino de ciências e matemática para o

exercício das atividades de segurança contra incêndios; Autores: Aderson

Guimarães Pereira e Carlos Fernando de Araújo Júnior; InterfacEHS - Revista de

Gestão Integrada em Saúde do Trabalho e Meio Ambiente; v. 5; n. 1; jan./abr. 2010 -

pág. 1 - 25). O aluno, neste módulo, pode verificar a importância da elaboração do

projeto do sistema hidrantes e de mangotinhos, constando detalhes específicos do

referido sistema. Foi indicado o link (via Internet) para assistir ao vídeo relativo aos

detalhes de instalação de sistema de hidrantes e chuveiros automáticos em

edificação.

109

4.2.5 Módulo V - Solução da situação-problema

No quinto módulo, foi apresentada ao aluno a situação-problema relativa às

atividades do profissional de engenharia (Apêndice F), relacionada ao

dimensionamento de sistema de hidrantes e de mangotinhos, durante a construção

de uma edificação (Figura 20).

Figura 20 - Módulo V - Solução da situação-problema

Neste módulo (Figura 21), foi adotado o método de ABP para solução da

situação-problema.

110

Figura 21 - Processo de Aprendizagem Baseado em Problemas - Módulo V Fonte: Barrows e Neo, 2010.

É ressaltada a necessidade da leitura do artigo científico disponibilizado no

AVA (Aprendizagem baseada em problemas e o ensino para dimensionamento de

sistema de hidrantes prediais na graduação de Engenharia: PEREIRA; ARAÚJO JR.,

2011a). O aluno, neste módulo, constatou a importância da aprendizagem baseada

em problemas, pois foram indicados os links (via Internet) para assistir aos vídeos

(total de três) relativos à aplicação do método da ABP. Para a solução da situação-

problema, ainda foram disponibilizados ao aluno: Decreto Estadual de São Paulo Nº

56.819, de 10 de março de 2011; Instrução Técnica nº 01/2011 - Procedimentos

administrativos - CBPMESP; Instrução Técnica nº 03/2011 - Terminologia de

111

segurança contra incêndio - CBPMESP; Instrução Técnica nº 04/2011 - Símbolos

gráficos para projeto de segurança contra incêndio - CBPMESP; Instrução Técnica nº

10/2011 - Controle de materiais de acabamento e revestimento - CBPMESP. Foram

indicados o links (via Internet) para assistir aos vídeos relativos à ABP aos alunos.

Mediante o desenvolvimento dos Módulos I a IV e ao iniciar o Módulo V, foi

descrita a situação-problema pelo discente coordenador com orientação do tutor

(pesquisador) com experiência no ensino de engenharia. Na segunda reunião e no

final, ocorreu o fechamento da situação-problema, também acompanhada pelo tutor.

Após as duas sessões (por meio de videoconferência) e as duas sessões

presenciais, foram coletadas os relatos dos estudantes participantes do processo

(relatório parcial - Apêndice E). Adicionalmente, foram coletadas as impressões do

discente coordenador.

No AVA foram ainda disponibilizados:

Referências bibliográficas (relacionadas ao tema da situação-

problema), pois foram indicados livros para a consulta dos alunos,

como por exemplo, Estudos e aplicações em ensino e aprendizagem

de matemática (SHITSUKA, 2012); O Direito e o Ensino aplicados à

segurança contra incêndios (PEREIRA, et al., 2011); Segurança contra

incêndios (PEREIRA, 2009); Sistemas de hidrantes prediais para

combate a incêndio (PEREIRA, 2004); Tecnologia em segurança

contra incêndio; Instalações hidráulicas de combate a incêndios nas

edificações (PEREIRA; POPOVIC, 2007); A proteção contra incêndio

no projeto da edificação (BRENTANO, 2007).

Apêndice - Sistema de hidrantes e de mangotinhos (Apêndice H):

contêm definições, conceitos, descrições relativas ao sistema de

hidrantes e de mangotinhos; Avaliação do curso (Apêndice I) - é

composta por 10 critérios, que foram detalhados e sendo prevista uma

escala que permitiu a aplicação desse modelo para avaliação do curso

na modalidade em EAD (TURRIONI; STANO, 2012).

112

Foram previstos, ainda, nos Módulos I ao IV, os exercícios de

sistematização (Apêndice G); Material complementar para leitura

(artigos científicos e o material de apoio - Apêndice H); Questionário de

avaliação do Módulo V (relatório parcial - Apêndice E; Avaliação de

desempenho - Apêndice A; Avaliação do processo educacional -

Apêndice B; Avaliação final de módulo - Apêndice D; Avaliação de

disciplina-método instrucional - Apêndice C); Planilha de cálculo

(Apêndice - K); Modelo de isométrico (Apêndice - J) e o Modelo de

relatório final (Apêndice - L) e as Referências bibliográficas para

pesquisa.

Os conteúdos das avaliações foram considerados para a confecção

das observações finais sobre o curso, sendo inclusas as principais

citações. A fim de obter a expressão mais original e genuína das

declarações do entrevistado (professor responsável pela disciplina), foi

mantido o tom coloquial e eventuais desvios do bom uso da língua nos

relatos transcritos nesta pesquisa.

4.2.6 Composição dos Grupos de Estudo

O tutor (pesquisador) orientou para que a discussão do problema

(apresentação) ocorresse de forma metódica e que todos os integrantes do grupo

participassem da discussão (Figura 22). O grupo, orientados pelo tutor, sendo

composto, por: coordenador, secretário e membro(s).

113

Figura 22 - Composição do Grupo de Estudo (3 ou 4 integrantes)

Além das funções já descritas dos alunos, o(a) secretário(a) garantiu que as

várias etapas da discussão do grupo fossem convenientemente anotadas de forma

que o grupo não se perdeu na discussão e não voltou a pontos que já havia sido

alvo de discussão. Os alunos participantes dedicaram-se, para realizar uma boa

discussão dos problemas de forma metódica, respeitando as diretrizes do

coordenador do grupo. O tutor (pesquisador) garantiu que o grupo funcionasse com

o coordenador e o secretário, que todos participassem da discussão não

distanciando do tema, de forma que os alunos chegassem aos objetivos de

aprendizado próximos daqueles imaginados para os problemas. O tutor, possuidor

de uma visão geral da disciplina e específica do problema, esteve instruído por

material preparado e conhecedor de antemão dos objetivos do aprendizado

pretendidos para os problemas. Não impôs objetivo, nem informou para os alunos.

Exigiu do grupo a atenção quanto ao texto do problema e que a discussão

respeitasse o descrito para o período máximo previsto para conclusão do curso.

No caso do estudo individual, ocorreu fora do grupo tutorial. O aluno recebeu

orientações sobre os recursos de aprendizado, conforme já foi especificado no capítulo

3 - item 3.6. O aluno pode optar pela busca de outros recursos a que teria acesso,

respeitando sempre os objetivos de aprendizado propostos dentro do grupo tutorial. A

participação do grupo tutorial foi obrigatória para o aluno, na realização do Módulo V.

114

4.2.7 A situação-problema para aplicação da ABP

O elemento central para aplicação da ABP é o problema, portanto, que foi

proposto para o desenvolvimento dos estudos sobre um tema específico contido na

disciplina da engenharia no Módulo V do curso realizado. O objetivo do problema foi

suscitar uma discussão produtiva do grupo tutorial.

Polya (1995, p. 65) já afirmava que

resolver problemas é uma habilidade prática, como nadar, esquiar ou tocar

piano: você pode aprendê-la por meio de imitação e prática. [...] se você

quer aprender a nadar você tem de ir à água e se você quer se tornar um

bom �revolvedor de problemas� tem que resolver problemas.

Ao término dessa discussão, os alunos deveriam eleger objetivos de estudo

que permitiriam o aprofundamento de seus conhecimentos sobre o tema gerador do

problema.

Um bom problema deve ter as seguintes qualidades: ser simples e objetivo,

evitar pistas falsas que desviem a atenção do grupo do tema principal; ser

motivador, despertar o interesse do aluno pela discussão. Um bom problema deve

propor situações sobre as quais o aluno já tenha algum conhecimento prévio. Os

primeiros problemas de um módulo temático devem se referir a situações que os

alunos já tenham vivenciado na prática ou em sua própria vida ou em módulos

temáticos anteriores. Uma situação totalmente nova e desconhecida impede a

discussão do grupo já que nenhum de seus membros poderá oferecer qualquer

contribuição para seu conhecimento (UEL, 2010).

Importante para definição do problema para aplicação na ABP é verificar

diferenças entre um problema e um caso real, conforme cita UEL (2010). Há

confusão entre um problema e o caso real.

Nos estágios profissionais, os alunos serão confrontados com casos reais,

portanto trata-se de um aprendizado orientado pelo caso (case based learning),

sendo este complexo e conterá muitas situações-problema. Nos grupos tutoriais,

evolui-se da discussão de problemas muito simples para problemas semelhantes a

casos.

Um problema pode ser completamente diferente de um caso real, sendo que

115

este pode ser a descrição de uma situação única que o aluno deverá explicar como

uma situação experimental de laboratório.

O problema tem que estar relacionado intimamente ao tema que se quer

desenvolver e/ou à disciplina de estudo, de modo que sua discussão conduza o

grupo a eleger objetivos de aprendizado análogos aos imaginados pelos

especialistas das várias disciplinas como necessárias para o crescimento cognitivo

do aluno, dentro do tema específico.

Na aprendizagem baseada em problemas, o problema é apresentado antes

do estudo da teoria, como desencadeador da busca e do estudo dos conceitos e da

teoria necessários para sua explicação. Diante da situação problemática, da prática,

sendo mais complexa, direciona-se à teoria (MASETTO, 2004).

Foi elaborada neste estudo uma situação-problema (Módulo V),

multidisciplinar, apresentada aos alunos na forma de texto (Apêndice F).

A seleção do tema para composição da situação-problema teve como

subsídio a análise do programa da disciplina, cujos itens foram levados em

consideração para elaboração do problema, tais como, os objetivos da disciplina, o

conteúdo programático e a ementa (DELISLE, 2000, p.8).

Cita Tomaz (2001, p. 111)

que a ABP em seu formato original é implantada de forma curricular

(RIBEIRO, 2008, p.21), pois a elaboração dos problemas e todo processo subsequente da ABP deve ser considerada a organização do currículo,

portanto, na ABP curricular é fundamental o desenvolvimento de um

currículo que seja adequado ao contexto da ABP.

O problema foi tipo semiestruturado, pois a sua formatação provocou que os

discentes consultassem a teoria, ou seja, foram necessárias pesquisas às

informações adequadas para as soluções possíveis (DELISLE, 2000, p. 31), porém

mediante o uso de recursos pré-estabelecidos no conteúdo programático da

disciplina.

Segundo Caprara (2001, p. 146),

[...] a organização textual dos problemas semiestruturados deve dispor:

- Um título, potencialmente sugestivo, que direcione para um tema

central;

116

- Um texto claro, não extenso nem prolixo;

- Instruções colocadas ao final do texto e às vezes expressadas de forma interrogativa e que, assim como o título, dirijam a discussão

para um tema definido e explicitem como abordar o problema.

Diante do supracitado os problemas serão organizados no seguinte formato:

- Título do problema;

- Tema;

- Objetivos da aprendizagem;

- Cronograma de desenvolvimento;

- Problema;

- Produto a ser desenvolvido;

- Modo de avaliação;

- Recursos de aprendizagem (bibliografia).

As situações, propostas pelos problemas, serão redigidas e/ou estruturadas

em função de um personagem, ou seja, o próprio aluno já como profissional da sua

área, tanto que este precisa realizar uma ação e não sabe como proceder

(CAPRARA, 2001, p. 148).

O aluno, diante da referida situação, fica em uma condição de aprendiz

profissional (é o maior de 14 anos e menor de 24 anos que celebra contrato de

aprendizagem, não se aplicando a idade máxima aos portadores de deficiências

(FIGUEIRÔA JR., 2006), o que significa dar-lhe alguma coisa para fazer e não

alguma coisa para estudar.

O resultado da aprendizagem estará relacionado ao ato de fazer, pois este exige

a reflexão e implica estabelecer relação com as coisas. Torna-se notório que uma

situação, que provoque a promoção da reflexão, não pode ser baseada em uma ação

rotineira, mas de ser algo novo e por esse motivo incerto e problemático (DEWEY,

1959, p. 169).

Foi, portanto, conforme o descrito nos parágrafos anteriores, estruturada uma

situação-problema (Módulo V), com base no conteúdo programático, definido pelo

programa de ensino da disciplina de engenharia em estudo.

A situação-problema consta no Apêndice F. A viabilidade de acesso da

situação-problema ocorreu por meio do ambiente virtual de aprendizagem

(Blackboard Learn11

).

11 Fonte: http://blackboard.grupoa.com.br/

117

4.2.8 Participantes da Pesquisa

Participaram da pesquisa grupos de estudantes do curso de graduação em

engenharia da Universidade Cruzeiro do Sul - Campus São Miguel. A amostra foi

constituída de alunos regularmente matriculados e com frequência na disciplina

Projeto de Graduação I (turma A - nono semestre) e II (turma B- décimo semestre),

oferecida no 2º semestre de 2012. Foi oferecido aos alunos, dentro do cronograma

das disciplinas, o curso específico sobre cálculo de sistema de hidrantes e de

mangotinhos.

Foram inscritos no curso 57 alunos, sendo que, ao final, constatou-se que 10

alunos não participaram de todos os módulos por questões administrativas relativas

ao curso de graduação. Portanto, 47 alunos participaram em pelo menos um módulo

do curso (15 grupos de estudos, sendo 13 grupos com três alunos e dois com quatro

alunos). A formatação do grupo foi definida pelo professor coordenador do Curso de

Graduação e pelo professor responsável da disciplina, porque já estavam

desenvolvendo atividades curriculares (em grupo), de acordo com essa formatação

(número de componentes por grupo).

4.2.9 Coleta de Dados

A coleta de dados foi realizada por meio de avaliações, questionários e

relatórios (parcial e final), sendo estes foram desenvolvidos com base na tese de

Ribeiro (2005) - Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP): uma implementação

em engenharia na voz dos atores - e disponibilizados no ambiente virtual de

aprendizagem da universidade (Blackboard Learn12). Os dados foram armazenados,

ao término das atividades e/ou da apresentação da solução da situação-problema

(Apêndices A a O).

4.2.10 Dados

Serão apresentados, a seguir, os dados finais referentes ao Curso de Cálculo

de Sistema de Hidrantes e de Mangotinhos para posterior análise sobre a aplicação

12 Fonte: http://blackboard.grupoa.com.br/

118

do método da ABP. É relevante destacar que os alunos foram orientados quanto aos

procedimentos para o preenchimento das avaliações, dos questionários e dos

relatórios.

4.2.10.1 Avaliação do Processo Educacional - Módulo V

O processo educacional, nos dias atuais, vem sofrendo seguidas

modificações. A ABP é um processo educacional ativo, cooperativo, integrado,

interdisciplinar e orientado para aprendizagem do adulto (BOUHUIJS et al., 1993).

A estrutura do curso teve como base a ABP, portanto, torna-se pertinente a

avaliação do processo educacional.

A avaliação do processo educacional (Apêndice B - questão fechada),

aplicado aos alunos do Curso de Engenharia, é de fundamental importância para a

pesquisa. A pesquisa foi realizada por todos os alunos participantes do curso (total

de 47 - 100%), relativo ao curso, sendo que, ao final, foram obtidos os seguintes

resultados (Tabela 1), referentes aos critérios de (1) motivação, (2) relevância, (3)

integração de conhecimentos, (4) facilidade de obtenção de material, (5) tempo para

compleição das atividades, (6) apresentação dos produtos (resultados) e (7) alcance

dos objetivos educacionais. A escala de avaliação adotada foi (E) excelente, (B)

bom, (R) regular e (I) insuficiente.

119

Tabela 1 - Avaliação do processo educacional - Módulo V

Critério Escala

1 2 3 4 5 6 7

E Nº 15 15 14 13 7 15 14

% 32 32 30 28 15 32 30

B Nº 28 25 29 25 18 26 30

% 60 53 62 53 38 55 64

R Nº 4 7 4 8 16 6 2

% 8 15 8 17 34 13 4

I Nº 0 0 0 1 6 0 1

% 0 0 0 2 13 0 2

TOTAL Nº 47 47 47 47 47 47 47

% 100 100 100 100 100 100 100

Relativo aos comentários dos alunos (Apêndice B), quanto a possíveis

melhorias do processo educacional, o critério mais citado foi o tempo para

compleição (conforme pode ser observado na Tabela 1 - avaliação: regular (34%))

das atividades do curso.

Os alunos consideraram (questão aberta - Apêndice B) que o período

destinado à realização do curso foi curto, sendo que, devido às suas características

positivas, gostariam de participar por mais tempo ou até mesmo que fosse inserido

novas matérias relativas ao curso de graduação. É relevante destacar que o período

disponibilizado pelo professor titular da disciplina para realização do curso foi o ideal

para atingir os objetivos quanto ao ensino e aprendizagem.

Nos comentários gerais (Apêndice B), quanto às atividades desenvolvidas

pelo grupo durante o curso, são relevantes os seguintes itens (questão aberta -

Apêndice B): a motivação, a responsabilidade gerada para os alunos, o trabalho em

grupo, a percepção, quanto à junção da teoria com prática e a necessidade de

educação permanente. A avaliação do processo educacional pelos alunos do curso

ficou entre bom e excelente (Tabela 1).

120

4.2.10.2 Avaliação do Método Instrucional - Módulo V

O questionário (Apêndice C) foi distribuído para os 15 grupos de estudo

(Módulo V), sendo que cada questionário foi respondido pelos integrantes do grupo.

A avaliação é restrita ao módulo V, onde se adotou a ABP para a solução da

situação-problema, sendo desenvolvido pelo ambiente virtual de aprendizagem

(AVA) da Universidade.

Na questão no 1 (Apêndice C - questão aberta), referente aos objetivos a

serem alcançados, 100% (15 grupos de estudo) dos alunos concluíram que �sim�,

quanto ao conhecimento, à habilidade e às atitudes, permitindo maior aprendizado.

Quanto à questão no 2 (Apêndice C - questão aberta) e à avaliação do método, 80%

considerou que (12 grupos de estudo) foi �bom�, sendo descritas as seguintes

vantagens:

O incentivo ao estudo e à pesquisa;

O desenvolvimento de habilidades para o trabalho;

O contato com situações da prática profissional;

Aproximação da teoria com a prática;

A promoção de habilidades comunicativas;

A maior interação aluno-professor;

O envolvimento e o comprometimento do aluno com a disciplina;

A promoção à diversidade de visões sobre os temas do programa e o

processo de avaliação.

As vantagens apresentadas pela pesquisa são similares e/ou bem próximas

ao descrito nos capítulos anteriores (Capítulo 2 - item 2.5.1), tanto quanto à teoria e

quanto aos resultados apresentados por outras pesquisas.

As desvantagens citadas na questão no 2 (Apêndice C - questão aberta)

foram as seguintes:

121

O tempo disponibilizado (período do curso);

O desconhecimento inicialmente do método;

A necessidade de inclusão de mais aulas presenciais (durante o curso

foram previstas duas videoconferências e duas aulas presenciais).

Essas desvantagens (similares ao citado no Capítulo 2.5.2 desta pesquisa)

podem ser analisadas e sanadas para os novos cursos estabelecendo no

cronograma a adaptação para a aprendizagem baseada em problemas.

Relativo ao comparativo entre o método tradicional e o método ABP - questão

no 3 (Apêndice C - questão aberta), os alunos descreveram:

Método ABP permite a interação entre a teoria e a prática, torna o

aluno mais ativo no processo de aprendizagem, existe a flexibilidade

nos horários, proporciona economia para o aluno (pode escolher o

local e horário de estudo; material didático disponível no AVA), permite

a construção do conhecimento e prioriza a aprendizagem;

Método Tradicional - o docente presente e aulas pré-estabelecidas e

amplitude de tempo para desenvolvimento da disciplina.

A descrição dos alunos ratifica o contido nos capítulos anteriores (2 e 3) deste

trabalho de pesquisa, quanto às características dos métodos. Portanto, tendo a

aprendizagem baseada em problemas com o método construtivista.

Os grupos (total de 15 - 100%) realizaram a avaliação da aplicação do

método instrucional (ABP) no módulo V (Apêndice C - questão fechada - no 4),

sendo que, ao final, foram obtidos os seguintes resultados (Tabela 2), referentes aos

critérios de (1) planejamento, (2) pesquisa, (3) fechamento no grupo/equipe, (4)

apresentação, (5) fechamento coletivo e (6) apresentação dos produtos (resultados).

A escala de avaliação adotada foi (E) excelente, (B) bom, (R) regular e (I)

insuficiente.

122

Tabela 2 - Avaliação do método instrucional - Módulo V

Critério Escala

1 2 3 4 5 6

E Nº 2 2 2 5 3 3

% 13 13 13 34 20 20

B Nº 7 12 7 8 8 10

% 47 80 47 53 53 67

R Nº 5 1 6 2 4 2

% 33 7 40 13 27 13

I Nº 1 0 0 0 0 0

% 7 0 0 0 0 0

TOTAL Nº 15 15 15 15 15 15

% 100 100 100 100 100 100

Ao final da avaliação, quanto ao método instrucional, nota-se que a maioria

dos alunos considerou entre �bom� e �excelente�.

Foi efetuada pelos alunos a avaliação de aspectos do método em relação aos

grupos (Apêndice C - questão fechada - no 5), sendo que, ao final, foram obtidos os

seguintes resultados (Tabela 3), referentes aos critérios de (1) apresentação do

método, (2) relatório parcial, (3) relatório final e apresentação (digitado), (4)

aplicabilidade do método (ABP), (5) aceitação dos alunos ao método (ABP) e (6)

dinâmica e potencial do método (ABP), (7) avaliação do processo educacional, (8)

avaliação de desempenho (AD), (9) grupo/equipe, (10) papéis/funções -

coordenador, secretário(a)s e membro(s). A escala de avaliação adotada foi (E)

excelente, (B) bom, (R) regular e (I) insuficiente.

123

Tabela 3 - Avaliação do grupo - Método instrucional - Módulo V

Critério Escala

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

E Nº 5 3 3 1 1 3 4 2 3 3

% 33 20 20 7 7 20 27 13 20 20

B Nº 9 11 12 13 11 9 8 10 10 10

% 60 73 80 86 73 60 53 67 67 67

R Nº 1 1 0 1 2 3 3 3 2 2

% 7 7 0 7 13 20 20 20 13 13

I Nº 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0

% 0 0 0 0 7 0 0 0 0 0

TOTAL Nº 15 15 15 15 15 15 15 15 15 15

% 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100

Mediante a avaliação do grupo quanto ao método instrucional (Módulo V)

verifica-se que, ao final, os alunos na maioria consideraram entre �bom� e

�excelente� (Tabela 3).

4.2.10.3 Avaliação de Desempenho - Módulo V

Ao final das atividades do Módulo V, foi aplicada a avaliação de membros dos

grupos (Apêndice A), num total de 47 (quarenta e sete) alunos, sendo que, ao final,

foram obtidos os seguintes resultados (Tabela 4), referentes às seguintes perguntas:

�Você ou a pessoa que estava presente em todas as atividades do curso e veio

preparado(a) para a discussão e contribui para discussão em grupo? Você ou a

pessoa fez perguntas relevantes e respondeu as perguntas dos outros? Você ou a

pessoa dispôs-se a realizar tarefas fora do ambiente virtual de aprendizagem e

trazer material relevante para a discussão em grupo? Você ou a pessoa foi um(a)

bom(a) ouvinte e respeitou as opiniões dos outros? Você ou a pessoa contribuiu

para a organização geral da equipe e para a construção de consenso?�. A escala de

avaliação adotada para os grupos foi (E) excelente, (B) bom, (R) regular e (I)

insuficiente.

124

Tabela 4 - Avaliação de desempenho - Módulo V

Ta

be

la 4

-

Av

ali

ão

de

de

se

mp

en

ho

- M

ód

ulo

V

Gru

pos E

scal

a

A

B

C

D

E

F

G

H

I J

K

L M

N

O

E

9 3

0 9

0 9

9 0

4 5

12

4 3

0 0

%

100

33

0 10

0 0

11

11

0 45

55

10

0 45

33

0

0

B

0 6

9 0

9 0

0 9

3 4

0 5

6 9

12

%

0 67

10

0 0

100

0 0

100

33

45

0 55

67

10

0 10

0

R

0 0

0 0

0 0

0 0

2 0

0 0

0 0

0

%

0 0

0 0

0 0

0 0

22

0 0

0 0

0 0

I N

º 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

%

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0

TO

TA

L N

º 9

9 9

9 9

9 9

9 9

9 12

9

9 9

12

%

100

100

100

100

100

100

100

100

100

100

100

100

100

100

100

9 9

100

100

125

As avaliações de desempenho foram preenchidas pelos componentes do

grupo, em que um avalia o outro. A maioria dos grupos obteve o resultado entre

�bom� e �excelente� (Tabela 4). Esta avaliação relaciona-se a integração entre os

componentes do grupo e a distribuição de responsabilidades. Esta relação com

funções pré-definidas obriga que todos do grupo participem efetivamente do

processo de ensino e aprendizagem, portanto, direciona para que haja

responsabilidade por parte de todos para conclusão da atividade proposta. Tal

situação pode levar a certo desconforto entre àqueles não comprometidos com o

grupo.

4.2.10.4 Avaliação Final - Módulo V

Nesta avaliação utilizou-se o questionário (Apêndice D - questões abertas) o

qual foi aplicado aos grupos participantes para verificar o posicionamento dos alunos

mediante o método aplicado e as possíveis sugestões dos alunos, obtendo as

seguintes repostas:

Questão a) - Consideraram que o objetivo do módulo foi atingido;

Questão b) - Que os procedimentos de avaliação foram adequados;

Questão c) - A metodologia usada comparativamente a outras

disciplinas a principal vantagem foi a utilização do ambiente virtual de

aprendizagem. As aulas em vídeos conferências possibilitaram a troca

de informações entre os alunos, inclusive, foi destacada a participação

do tutor, como mediador e orientador, bem como enfatizado a que a

experiência prática do tutor sobre o assunto, pois foi de extrema

importância para o aprendizado. Destacaram ainda que a metodologia

desenvolveu as habilidades dos alunos quanto a soluções de

problemas o que se adéqua às atividades do profissional de

engenharia. A participação efetiva do tutor e as instruções básicas

sobre o assunto, inclusive em aula presencial, foram fundamentais

para a solução da situação-problema.

126

Questões d) e e) - Referente às sugestões de regras de conduta e de

responsabilidades dos membros do grupo, os alunos citaram que foram

adequadas, devido à disciplina e à hierarquia, bem como a divisão de

responsabilidades, portanto, provocou a participação de todos os

alunos na solução da situação-problema.

4.2.10.5 Relatório Parcial - Módulo V

Ao término do trabalho, relativo à situação-problema, todos os grupos

entregaram o relatório parcial (Apêndice E) sobre as atividades desenvolvidas

durante o Módulo V, bem como sobre as ações desenvolvidas pelos integrantes dos

grupos. O respectivo relatório visou a auxiliar os coordenadores de grupo, quanto às

atividades a serem desenvolvidas por cada integrante.

Verifica-se, no conteúdo dos relatórios, que os alunos seguiram a metodologia

da ABP para solução da situação-problema. É relevante que, nos relatórios, no

campo reservado às estratégias de pesquisa, citam a importância do material de

apoio disponibilizado para consulta no ambiente virtual de aprendizagem, bem como

a realização das videoconferências e a indicação das referências bibliográficas

indicadas, pois foram consideradas de fundamental importância para

desenvolvimento das atividades.

4.3 Avaliação do Aluno no Curso e no Módulo V

O processo de avaliação do aluno foi realizado em todos os módulos, sendo

que, ao final, foi efetuada a composição da nota final (Capítulo 2 - item 2.6). Ao

término das atividades do módulo V, todos os grupos entregaram o relatório final

para a avaliação das atividades relacionadas à ABP (solução da situação-problema).

O procedimento de avaliação foi desenvolvido em concordância com Bruner

(1973, p. 156), pois a avaliação, em uma disciplina, objetiva

[...] a confirmação geral das matérias e dos métodos de ensino, para entender

às necessidades do aluno aos critérios do especialista da disciplina e às

exigências do professor que procura estimular determinadas formas de pensar nos alunos�, e com Ramos (1999, p. 227), que estabelece que o

procedimento de avaliação, em um ambiente de aprendizagem cooperativa,

�seja realizado de forma triangular, buscando ver o produto do aprendizado

127

sobre três perspectivas: a do aluno, a dos colegas e a do tutor�.

Para composição do quadro final de notas foram consideradas as atividades

dos alunos que participaram do Módulo I, II, III ou IV (Turma A - um aluno/Turma B -

um aluno), sendo obrigatória a participação no Módulo V. A não participação nos

Módulos (I, II, III ou IV), segundo observado, ocorreu por questões particulares dos

alunos. Foi considerada, para definição da nota final, a soma das notas relativas aos

Módulos I, II, III e/ou IV (nota máxima cinco) com o Módulo V (nota máxima cinco),

sendo considerada ainda a participação dos alunos nas videoconferências e na aula

presencial. A escala para definição da nota final, quanto ao aproveitamento do

aluno, foi adotada como excelente, bom, regular e insuficiente (Quadro 11).

Excelente |-------| 10 7,5

Bom -------| 7,5 5

Regular -------|

5,0 2,5

Insuficiente -------|

2,5 0

Quadro 11 - Escala de notas - Final

Ao verificar as notas relativas ao Módulo V (Tabela 5 - Turma A/nove alunos

participantes do curso), constata-se que o aproveitamento dos alunos foi �excelente�,

pois as notas aferidas ficaram entre quatro e cinco (valor máximo da nota para o

módulo igual a cinco - 100%), sendo a média final da nota em torno de 4,30

(excelente).

A nota final (soma da nota do módulo V mais as outras notas dos respectivos

módulos), da respectiva turma (A) - Tabela 6, teve 78% na condição de excelente,

11% na condição de bom e 11% na condição regular, sendo a média final da nota foi

7,72 (excelente). A consulta às notas dos alunos e dos grupos poderá ser realizada

por meio do Apêndice M.

128

Tabela 5 - Notas - Turma A - Módulo V

Módulo V Escala

Notas

E |-------|

5 3,75

Nº 9

% 100

B -------|

3,75 2,50

Nº 0

% 0

R -------|

2,50 1,25

Nº 0

% 0

I -------|

1,25 0

Nº 0

% 0

TOTAL Nº 9

% 100

Média final = 4,30 (excelente)

Tabela 6 - Notas - Turma A - Notas finais (Módulos I a V)

Módulos I a V Escala

Notas

E |-------| 10 7,5

Nº 7

% 78

B -------| 7,5 5

Nº 1

% 11

R -------|

5,0 2,5

Nº 1

% 11

I -------|

2,5 0

Nº 0

% 0

TOTAL Nº 9

% 100

Média final = 7,72 (excelente)

129

Ao verificar as notas relativas ao Módulo V (Tabela 7 - Turma B - trinta e oito

alunos participantes do curso), constata-se que o aproveitamento dos alunos foi

�excelente�, pois as notas aferidas ficaram entre quatro e cinco (valor máximo da

nota para o módulo igual a cinco - 100%), sendo a média final da nota em torno de

4,30 (excelente).

A nota final (soma da nota do módulo V mais as outras notas dos respectivos

módulos), da respectiva turma (B) - Tabela 8, teve 74% na condição de excelente,

13% na condição de bom, 8% na condição regular e 5% na condição insuficiente,

sendo a média final da nota foi 7,55 (excelente). A consulta às notas dos alunos e

dos grupos poderá ser realizada por meio do Apêndice N.

Tabela 7 - Notas - Turma B - Módulo V

Módulo V Escala

Notas

E |-------|

5 3,75

Nº 31

% 82

B -------|

3,75 2,50

Nº 3

% 8

R -------|

2,50 1,25

Nº 4

% 10

I -------|

1,25 0

Nº 0

% 0

TOTAL Nº 38

% 100

Média final = 4,30 (excelente)

130

Tabela 8 - Notas - Turma B - Notas finais - Módulos I a V

Módulos I a V Escala

Notas

E |-------| 10 7,5

Nº 28

% 74

B -------| 7,5 5

Nº 5

% 13

R -------|

5,0 2,5

Nº 3

% 8

I -------|

2,5 0

Nº 2

% 5

TOTAL Nº 38

% 100

Média final = 7,55 (excelente)

Ao realizar o cálculo das notas finais (turmas A e B) da graduação em

Engenharia Civil do nono e décimo semestre, verifica-se que a nota final média dos

alunos participantes foi 7,58 (excelente), sendo que a nota média, referente ao

Módulo V, foi 4,30 (excelente). O aproveitamento, nos demais módulos, também foi

expressivo, cujos dados poderão ser observados nos Apêndices M e N.

4.4 Avaliação do Curso

Ao final do curso, por meio do ambiente virtual de aprendizagem, foi

disponibilizado aos alunos um questionário (Apêndice I) para avaliação do �Curso de

Cálculo de Sistema de Hidrantes e Mangotinhos�, relativos aos Módulos de I a V.

Cabe ressaltar que o objetivo deste questionário foi para ajudar o pesquisador a

compreender quanto esse assunto, por meio da tecnologia da informação e da

comunicação, permitiu e/ou auxiliou o aluno na aprendizagem (Capítulo 2 - itens

2.10; 2.10.1; 2.10.2). A avaliação da disciplina é um aspecto fundamental para

melhoria da qualidade de um curso a distância.

131

A pesquisa foi realizada on line por meio de um software livre (LimeSurvey

Estatísticas rápidas13) que tem como objetivo preparar, coletar e publicar respostas

de questionários pela internet. O LimeSurvey permite definir com as questões serão

mostradas e variar o formato dos questionários por meio de um sistema padrão

(Figura 23), podendo ainda fornecer uma análise estatística básica sobre os

resultados dos questionários.

Figura 23 - Detalhe de formatação das respostas das questões da avaliação do

curso

Segundo Caldeira (2004), foram desenvolvidas inúmeras ferramentas de

avaliação para ambientes digitais de aprendizagem. Porém, a predominância de

instrumentos de verificação quantitativa de aprendizagem nesses ambientes reflete

no fundo a concepção mecanicista de avaliação: testes de múltipla escolha,

ferramentas de verificação quantitativa da participação e de acessos.

13 Fonte: http://www.limesurvey.com/

132

Os critérios para o questionário de avaliação do curso (Apêndice I) foram

adaptados de Aldridge e Parker (2006) que analisaram duas instituições norte-

americanas: a University of Maryland University College (UMULC) e a Troy

University, ambas com tradição na utilização de ensino a distância (EAD). Essas

universidades desenvolveram instrumentos para avaliação de disciplinas conduzidas

dentro do conceito de ensino a distância. Apesar de os instrumentos serem

diferentes em sua estrutura, as áreas abordadas são similares, ou seja, possuem os

mesmos elementos básicos.

Nesta pesquisa, o questionário de avaliação foi respondido pelos alunos

participantes do curso. O sistema apontou que foram efetuados 23 acessos ao

questionário de avaliação, portanto, corresponde a 49% dos alunos que participaram

do curso.

Os resultados finais poderão ser verificados no Quadro 12, sendo destaque

os dados transcritos, relativos aos itens questionados, conforme descrito abaixo:

1. Inserção do curso no projeto pedagógico da engenharia

1.1 Inserção (4) - Existe coerência completa entre a atividade e o projeto pedagógico

(43,48%).

1.2 Atividades de aprendizagem ativa (4) - O curso apresenta atividades de aprendizagem ativa que atingem totalmente os objetivos (43,48%).

2. Conteúdo da atividade

2.1 Clareza e precisão (4) - O conteúdo está claro e atende aos objetivos de

aprendizagem (88,89%).

2.2 Bibliografia (4) - A bibliografia está coerente e disponível (94,44%).

3. Organização e estrutura da disciplina

3.1 Os objetivos de aprendizagem (4) - Definidos de forma clara e coerentes com o projeto pedagógico (88,24%).

3.2 Estrutura (4) - Está clara e coerente com o projeto pedagógico (88,24%).

4. Interatividade e Comunicação

4.1 Comunicação do docente (4) - O docente intervém frequentemente com

observações relacionadas ao conteúdo (76,47%).

Continua

133

Continuação

4.2 Uso de fórum de discussão pelo docente (4) - O docente participa frequentemente do fórum e contribui para a discussão e a participação (82,35%).

4.3 Uso do fórum de discussão pelos alunos (3) - A média de participação dos

alunos com comentários dentro do conteúdo está entre 50% e 75% (35,29%).

5. Usabilidade

5.1 Facilidade de navegação (4) - O aluno acessa o conteúdo, faz o download e usa as mídias conforme planejado (58,82%).

5.2 Acessibilidade (4) - O aluno encontra os links, acessa e edita (70,59%).

6. Planejamento e Programação das Aulas

6.1 Planejamento (4) - As aulas foram planejadas, o conteúdo está bem distribuído e é

adequado à carga horária (52,94%).

6.2 Programação (4) - Foi feita a programação, o conteúdo está bem distribuído e

coerente com os objetivos da disciplina (70,59%).

7. Conhecimento produzido e absorvido

7.1 Conhecimento produzido (4) - Mais de 70% dos alunos realizaram todas as atividades (50%).

7.2 Conhecimento absorvido (4) - Mais de 70% dos alunos obtiveram aprovação

(56,25%).

8. Condução das aulas

8.1 Acompanhamento do professor (4) - O professor acompanha as atividades de mais de 75% dos alunos (53,33%).

8.2 Acompanhamento do tutor (4) - O tutor acompanha as atividades de mais de 75% dos alunos (53,33%).

9. Atividades avaliativas - Exercícios de fixação

9.1 Coerência com os objetivos da disciplina (4) - Acima de 70% das questões

estavam coerentes com os objetivos da disciplina (80%).

9.2 Coerência com o conteúdo desenvolvido na disciplina (4) - Acima de 70% das questões estavam coerentes com o conteúdo da disciplina (86,67%).

10. Avaliação discente

10.1 Satisfação dos alunos

(3) - A disciplina atingiu entre 50% e 80% entre bom e ótimo (46,67%);

(4) - A disciplina atingiu mais de 80% entre bom e ótimo (46,67%).

Quadro 12 - Respostas referente à avaliação do curso

134

Em relação aos itens supracitados, verifica-se que os mais indicados foram os

que estão descriminados com o número 4 (quatro). Esses itens são os que indicam

as condições mais adequadas desenvolvidas no curso a distância.

A tecnologia da informação e da comunicação associada à aprendizagem

baseada em problemas é uma das alternativas para potencializar o ensino e a

aprendizagem. No processo educacional, em que há relevantes interações e

descobertas que perfaz a construção do conhecimento, as tecnologias da

informação e da comunicação destacam-se como um elemento transversal e

persuasivo, provocando significantes mudanças que podem ampliar e renovar

métodos tradicionais de ensino e aprendizagem, conforme pode ser constatado

mediante os resultados indicados no Quadro 12.

Mathias et al. (2009), quanto ao uso da tecnologia da informação na

educação, ratificam que

[...] os educadores vêm testemunhando o grande desenvolvimento das

redes de computadores, melhorias no poder de processamento das máquinas e avanços notáveis na tecnologia de armazenamento de informações. Esses desenvolvimentos transformaram o computador em

uma ferramenta dinâmica em sistemas de educação, tanto local como à

distância, fornecendo um novo e interativo meio de superar a falta de tempo

e o distanciamento entre os estudantes (p. 2).

Na educação, as TICs estão presentes nos processos de ensino e

aprendizagem e no ensino a distância.

Corrêa (2004) descreve que

[...] a revolução tecnológica concentrada nas tecnologias da informação e

da comunicação (TICs), que possibilita a conexão mundial via rede de

computadores, promove alterações significativas na base material da

sociedade, ao estabelecer uma interdependência global entre os países e

modificar as relações Estado-Nação e sociedade. O uso crescente de redes como a Internet resultou na criação de uma organização social, a sociedade

em rede, que permite a formação de comunidades virtuais, grupos

constituídos pela identificação de interesses comuns (p. 1).

A rede mundial de computadores é a potencializadora para o uso das TICs, cujo

desenvolvimento de hardwares e softwares garante a operacionalização da

comunicação e dos processos decorrentes de meios virtuais.

As novas tecnologias da informação e da comunicação provocaram o surgimento

da sociedade da informação, pois, se houver o destaque do capital humano, pode-se

135

considerar como a sociedade do conhecimento. Essas tecnologias caracterizam-se por

agilizar, horizontalizar e tornar menos palpável o conteúdo da comunicação, por meio

da digitalização e da comunicação em redes para a captação, transmissão e

distribuição de informações.

Na era da comunicação e com a sociedade do conhecimento, as novas

tecnologias de informação e da comunicação são essenciais e indispensáveis, bem

como ganham espaços significativos nas salas de aula, consequentemente no

processo de educação, sendo instrumentos impulsionadores do aprendizado.

No ensino presencial ou no a distância, o uso das tecnologias implica uma

revolução de paradigmas educacionais que poderá levar a uma evolução na

metodologia de ensino, portanto, provocando a possibilidade para que as instituições

de ensino e docentes transmitam a prática de ensino e aprendizagem.

A tutoria, as formas de interação e o suporte aos alunos também são elementos

essenciais, determinantes para o sucesso do curso. Os conhecimentos sobre tecnologia

e pedagogia devem estar juntos no processo de ensino-aprendizagem.

As diversas formas de acesso às tecnologias da informação e da

comunicação favorecem a educação, no contexto geral. As novas tecnologias da

informação e da comunicação podem ser fundamentais para o processo de ensino e

aprendizagem, sendo suas características inovadoras e transformadoras, portanto,

potencializadoras de uma educação com qualidade.

4.5 O Curso e a Aplicação da ABP sob a Ótica do Professor

Durante o curso e ao término do mesmo, segundo o professor responsável da

disciplina, mediante entrevista direta, em relação ao conteúdo e à estrutura (Capítulo

2 - item 2.7 a 2.9), descreveu que

[...] o conteúdo do curso foi estruturado de maneira adequada e em conformidade como os conhecimentos prévios que os alunos possuíam. A

estrutura adotada fez com que os alunos pudessem, ao longo das aulas, interagir com uma ferramenta que os ajudará na sua vida profissional.

Com relação à metodologia aplicada no Módulo V - ABP - discorre que

136

[...] a ABP pode ser uma ferramenta muito interessante para utilização dentro

de um curso de graduação em Engenharia Civil. A estrutura adotada, com a

organização dos alunos em equipes, a denominação de um líder de equipe, a

divisão da atividade em etapas e a exercitação de cada etapa permitiram aos

alunos irem amadurecendo seus conhecimentos com os conceitos necessários

para a resolução do problema. A execução da situação-problema no final do curso permitiu que eles sintetizassem os conteúdos adquiridos nas unidades

anteriores, e aplicassem de maneira adequada. Um fato interessante foi que os materiais elaborados e metodologia adotada (de excelente qualidade) permitiram que os alunos desenvolvessem seus trabalhos de maneira independente. Em um universo de 50 alunos poucos tiveram dúvidas pontuais,

assim, todo o processo de ensino-aprendizagem demonstra-se muito eficiente para o objetivo propostos. Desta maneira, pode-se concluir que, dentro das expectativas iniciais, o curso atendeu a todas as necessidades e serviu, como experiência, de um modelo de aplicação da ABP muito interessante para um

curso de Ciências exatas.

4.6 A visão do Pesquisador

A aplicação da ABP graduação em Engenharia, por meio do ambiente virtual

de aprendizagem, apresenta diversos pontos positivos, cujos indicadores foram

favoráveis à aplicação do método (vide capítulo 2 - itens 2.7 e 2.8). É notório que a

ABP não é um modelo pronto e aplicável de forma direta para o processo de ensino

e aprendizagem na graduação em engenharia e nem tampouco irá solucionar todos

os problemas atinentes ao futuro profissional que atuará do mercado de trabalho.

A ABP mostra-se uma alternativa para o processo de ensino e aprendizagem,

pois possibilita o desenvolvimento de atividades práticas, por meio de uma situação-

problema, que estarão relacionadas às atividades do futuro profissional.

Possibilita o trabalho em grupo, mas com responsabilidades definidas, o que

facilita a pesquisa e a solução da situação-problema. O aluno poderá, por meio

deste método, desenvolver atividades de solução de situações problema na carreira

profissional. A produção de conhecimento em grupo é fundamental, pois, no ramo da

engenharia, há várias especialidades, portanto o aluno pode ir exercitando no

ambiente de estudo.

Quando há a participação do aluno de forma direta na solução da situação-

problema, de acordo com os procedimentos de ensino e aprendizagem pré-

estabelecidos, essa condição poderá contribuir para que o aluno não desisita das

atividades a serem realizadas durante o curso.

A ABP permite a integração entre os alunos, a discussão de ideias e

137

conhecimentos e poderá auxiliar o futuro profissional na dinâmica das atividades a

serem exercidas, bem como poderá agregar a tecnologia da informação e da

comunicação.

Os dados e as informações, contidas neste capítulo, foram utilizados para

realização da análise dos resultados a ser contido no próximo capítulo desta tese.

Torna-se viável e oportuno a comparação dos resultados com a fundamentação

teórica e os resultados de outras pesquisas já efetuadas.

139

CAPÍTULO 5

ANÁLISE DOS RESULTADOS

A análise dos resultados é apresentada neste capítulo, sendo que são

efetuados comentários sobre os quesitos avaliados: processo educacional, método

instrucional, avaliação de desempenho, avaliação final, relatório parcial (Módulo V),

avaliação do aluno no curso e, no Módulo V, avaliação do curso. Está inserida a

análise, quanto à ótica do professor, referente ao curso e à aplicação da ABP

(Capítulos 2, 3 e 4).

5.1 Método Convencional x Método Construtivista

O método convencional de ensino ainda é predominante na formação do

aluno de Engenharia, portanto passível de limitações, mas carente de métodos

alternativos em função da evolução humana e tecnológica (MORAIS et al., 2010).

Adotou-se, para realização da pesquisa, um método alternativo, ou seja, a ABP que

já vem sendo utilizada em diversas instituições de ensino, inclusive na graduação

em Engenharia.

A ABP possui algumas características, ou seja, método construtivista,

colaborativo e contextualizado. Adota-se uma situação-problema da prática da futura

atividade profissional do aluno para iniciar, motivar e focar a construção do

conhecimento.

A eficácia de aplicação do método já é comprovada, porém fazem-se

necessários estudos que apresentem pareceres de alunos e de professores,

integrantes principais do processo de ensino e aprendizagem, em especial quando

se utiliza o AVA e um tema de estudo relacionado à atividade profissional do aluno.

5.2 Processo Educacional - Módulo V

Na pesquisa (Capítulo 4 - item 4.2.10.1), constatou-se que o processo

educacional, referente ao Módulo V, fase em que foi aplicada a ABP, a motivação, a

relevância, integração de conhecimentos, facilidade de obtenção de material, tempo

140

para compleição das atividades, apresentação de produtos e alcance dos objetivos

educacionais, além da percepção quanto à junção da teoria com prática e a

necessidade de educação permanente foram destaques. Na avaliação efetuada

pelos alunos os quesitos ficaram na condição de �bom� e de �excelente� em sua

maioria (Capítulo 4 - Tabela 1). Nota-se o alinhamento, portanto, com o processo

educacional construtivista (Capítulo 2 - item 2.1/Capítulo 5 - item 5.1), ou seja,

características da aprendizagem baseada em problemas, portanto permitiu uma

aprendizagem ativa, integrada cumulativa e voltada à compreensão dos problemas.

5.3 Método Instrucional - Módulo V

Mediante pesquisa do método instrucional (Módulo V), os alunos ratificaram

que os objetivos foram atingidos, quanto ao conhecimento e à habilidade, permitindo

maior aprendizado. O método foi considerado �bom� (Capítulo 4 - item 4.2.10.2), e

as suas vantagens e desvantagens são similares às já descritas na fundamentação

teórica - Capítulo 2 - itens: 2.5.1 e 2.5.2 (vantagens: aprendizagem significativa,

indissociabilidade entre teoria e prática, respeito autonomia dos estudantes, trabalho

em grupo pequeno, educação permanente e avaliação formativa; desvantagens:

tempo disponibilizado para cumprimento do currículo). Na avaliação efetuada pelos

grupos quanto aos quesitos planejamento, pesquisa, fechamento no grupo/equipe,

apresentação, fechamento coletivo e apresentação dos produtos, a maioria das

repostas ficaram na condição de �bom� e �excelente� (Capítulo 4 - Tabela 2).

A avaliação relativa aos aspectos do método em relação aos grupos

(quesitos: apresentação do método, relatório parcial, relatório final e apresentação,

aplicabilidade do método, aceitação dos alunos ao método e dinâmica e potencial do

método, avaliação do processo educacional, avaliação de desempenho,

grupo/equipe e papéis/funções) a maioria das respostas referentes aos quesitos

ficaram na condição de �bom� (Capítulo 4 - Tabela 3).

5.4 Avaliação de Desempenho - Módulo V

Referente à avaliação de desempenho dos alunos e dos grupos, a tendência

do resultado final foi para �excelente� (Capítulo 4 - item 4.2.10.3 - Tabela - Turma A

e B), portanto nota-se que o interesse dos alunos foi fundamental para o resultado

141

final das atividades propostas no curso (Apêndices M e N - Notas Finais). A

composição dos grupos de estudos (três ou quatro alunos) facilitou o fórum de

discussão, possibilitando uma aprendizagem adequada, bem como permitiu o

respeito à autonomia do estudante, em que cada aluno foi estimulado para que

tornasse capaz de assumir sua responsabilidade por sua formação.

5.5 Avaliação Final - Módulo V

Na avaliação final (Módulo V), há o destaque, quanto à utilização do ambiente

virtual de aprendizagem (Blackboard Learn14), o conteúdo do curso, a estrutura do

curso e o método de aprendizagem. Destacam (Apêndice D - alunos) a importância

da participação efetiva do tutor em todo o processo de ensino e aprendizagem, bem

como a realização de aulas presenciais, conforme foram agendadas. Citaram que as

regras de conduta para os integrantes dos grupos foram fundamentais durante a

realização do módulo. Verifica-se, portanto, a importância do tutor e/ou professor em

manter um comportamento interativo, buscar pontos de vista dos estudantes e

entender seus conceitos presentes para o uso nas lições subsequentes, cuja

avaliação da aprendizagem está interligada ao ensino e ocorre por meio da

observação do discente sobre o trabalho dos estudantes (Capítulo 4 - item 4.2.10.4).

Já, no caso do ambiente virtual de aprendizagem, este possibilitou a troca de

informações, portanto, abriram novas perspectivas para a troca de experiências e

conhecimentos relativos ao ensino. A estrutura do curso (modular) procurou

desenvolver níveis de aprendizagem: sequencial, racional e criativo. O uso da

tecnologia da informação e da comunicação, aplicados ao ensino de engenharia,

confirma a possibilidade de criação de um novo contexto, sendo mais estimulante e

proporciona a aquisição de novos saberes.

5.6 Relatório Parcial - Módulo V

O relatório parcial (Módulo V) proporcionou aos alunos a sequência de

atividades a serem executadas pelos alunos componentes dos grupos para

aplicação da ABP e para solução da situação-problema (Apêndice E). A adoção do

relatório foi um procedimento que permitiu verificar o interesse do grupo na

14 Fonte: http://blackboard.grupoa.com.br/

142

realização das atividades, bem como atender aos sete passos para aplicação da

ABP. Os materiais de apoio disponibilizados, as referências bibliografias e os demais

materiais indicados foram destaques nos relatórios, quanto a facilitar a solução da

situação-problema (Capítulo 4 - item 4.2.10.5/Quadro 12 - item 2.2).

5.7 Avaliação do aluno no Curso e no Módulo V

A avaliação do aluno no curso (Capítulo 4 - item 4.3) teve como

predominância da escala �excelente�, nota de geral de 7,5 (sete vírgula cinco) a 10

(dez) - Turma A e B, o que demonstra que os alunos tiveram interesse quanto ao

conteúdo do curso proposto (relativo à atividade profissional do engenheiro civil),

bem como que a metodologia adotada facilitou a aprendizagem dos discentes.

5.8 Avaliação do Curso

A avaliação do curso, por meio do ambiente virtual de aprendizagem (AVA),

ratifica o conteúdo da contextualização desta tese (Capítulo 4 - item 4.4), uma vez

que, devido à avaliação dos alunos, ficou na condição mais favorável, relativa às

questões elaboradas (Apêndice I). O item conteúdo da atividade (clareza e precisão

- bibliografia) foi destaque (Capítulo 4 - Quadro 12). Neste curso, foram

disponibilizados os artigos científicos e os livros publicados pelo pesquisador e pelo

orientador, além de outras literaturas, para consulta pelos alunos.

5.9 O Curso e a Aplicação da ABP sob a Ótica do Professor

O curso e aplicação da ABP sob a ótica do professor responsável pela

disciplina (Capítulo 4 - item 4.5) foram adequados. Quanto à aplicação da ABP

julgou ser um método instrucional interessante para ser utilizado na graduação em

engenharia civil. A aplicação do método demonstrou-se muito eficiente para os

objetivos propostos e que o curso atendeu a todas as necessidades. Serviu como

experiência de um modelo de aplicação da ABP no curso de ciências exatas.

Mediante o descrito neste capítulo, verifica-se o alinhamento do resultado da

pesquisa efetuada com o conteúdo dos capítulos anteriores, ou seja, a ABP

143

apresenta diversos pontos positivos, cujos indicadores da eficácia e da qualidade do

método no processo de ensino e aprendizagem por meio do AVA.

145

CONCLUSÃO

Mediante os resultados da pesquisa, é notório que o método ABP é aplicável

à disciplina de Engenharia por meio de AVA - Campus Virtual Cruzeiro do Sul,

mediante a adequação das ferramentas tecnológicas com o objetivo de auxiliar

metodologicamente o professor a facilitar o processo de ensino e aprendizagem do

aluno.

A motivação do aluno em participar de um curso pelo AVA, aplicando-se o

método de aprendizagem baseada em problemas, está na apresentação de uma

estrutura de curso que facilite o aprendizado e demonstre que, a partir de

problemáticas advindas da realidade do aluno ou principalmente, relacionadas às

futuras atividades do profissional, isto o levará ao pensar crítico e ao

desenvolvimento de habilidades do aprender fazendo.

Os recursos computacionais podem ter o aluno como centro da

aprendizagem, contribuindo de maneira efetiva para motivar e incentivar o aluno em

seu estudo, desde que, dentro da estrutura do curso, sejam disponibilizados

materiais de apoio, e referências bibliográficas, agendadas videoconferências,

participação do tutor/professor durante toda a fase do curso acompanhando as

atividades desenvolvidas. É importante, conforme foi apresentado no resultado da

pesquisa, que o conteúdo esteja claro e atenda aos objetivos de aprendizagem, a

bibliografia esteja coerente e disponível, que os objetivos de aprendizagem e a

estrutura estejam definidos de forma clara e coerente com o projeto pedagógico. É

essencial que o aluno tenha facilidade de navegação (acesse o conteúdo, faça o

download e use as mídias conforme o planejado) e que o aluno encontre os links,

acesse e edite.

É possível criar um ambiente virtual baseado em situação-problema que

promova efetivamente a aprendizagem do aluno, porém as atividades devem ser

planejadas, o conteúdo deve estar bem distribuído e adequado com a carga horária,

além de coerente com os objetivos da disciplina. Essa posição é ratificada,

observando o resultado final da pesquisa, quanto à média final do curso e à

avaliação pelos alunos (Capítulo 4).

146

São confirmadas as hipóteses da pesquisa, pois o método é aplicável à

disciplina de Engenharia em questão, porém houve necessidade de adaptação na

estrutura do curso, para posteriormente aplicação do método. Houve necessidade

de fornecimento de conhecimento básico sobre o tema de estudo (Módulo I a IV)

para posterior aplicação do método ABP (Módulo V), devido à complexidade

envolvida no processo de aprendizagem. Ao final, verificou-se, de acordo com a

pesquisa, que a aprendizagem por meio do método ABP é dinâmica. E os alunos

não apresentaram dificuldades quanto ao relacionamento entre os membros dos

grupos.

O objetivo geral da pesquisa é sedimentado com o auxílio da análise da

avaliação final do curso, ou seja, o método de aprendizagem baseada em problemas

é aplicável para o ensino de disciplina na graduação de Engenharia, por meio do

ambiente virtual de aprendizagem, com a finalidade de promover a motivação, o

interesse, a autonomia e a autoaprendizagem do aluno.

Os objetivos específicos foram atingidos, pois foi apresentada uma forma de

introduzir a aprendizagem baseada em problemas, por meio de ambiente virtual de

aprendizagem, que possibilitou o ensino centrado no aluno e atendeu a suas

necessidades específicas, bem como possibilitou o compartilhamento de conhecimento

entre todos os alunos. Permitiu ainda maior autonomia na aprendizagem do aluno.

Ao final, verifica-se a viabilidade quanto à aplicação da aprendizagem

baseada em problemas por meio do ambiente virtual de aprendizagem, diante dos

resultados apresentados na pesquisa.

Na Universidade Cruzeiro do Sul - Campus Virtual onde foi aplicada a

pesquisa, para o futuro, no curso de graduação ou pós-graduação em Engenharia,

de forma a potencializar os cursos, tornar mais dinâmico o processo de ensino e

aprendizagem e facilitar o acesso aos alunos, que se adote a aprendizagem

baseada em problemas, por meio de ambiente virtual de aprendizagem. Associada à

metodologia da ABP, a flexibilidade, a acessibilidade e a qualidade são alguns

motivos que poderão despertar o interesse do aluno para frequentarem os cursos.

Esta metodologia de pesquisa, mediante a aplicação da aprendizagem

baseada em problemas, por ambiente virtual de aprendizagem, com o respectivo

147

conteúdo do tema, poderá ser ainda aplicada a outros cursos: Engenharia de

Segurança do Trabalho, Técnico de Segurança do Trabalho, Bombeiros Civis e

Militares.

O método não pode ser considerado como a solução para o ensino e a

aprendizagem na graduação em Engenharia, mas uma ferramenta importante para a

pesquisa, o ensino e a aprendizagem. Nesta pesquisa, procurou-se verificar a

viabilidade de implementação da ABP no curso de Engenharia, mas ficou claro

quanto a existência de variáveis para que a aplicação seja eficaz. Portanto, para o

bom funcionamento do método ABP, deve haver um bom preparo e

comprometimento dos professores (capacidade de elaborar a situação-problema

relacionada à realidade do futuro profissional, reuniões periódicas entre tutores e

professores para discussão do desempenho dos alunos) e alunos (aprender fora da

sala de aula, trabalhar em equipe), uma vez que o método possui suas

peculiaridades. Há a implicação em um esforço maior por parte dos professores,

tutores e alunos, quando comparado aos métodos tradicionais de ensino. O formato

e o contexto de implementação é importante para os resultados finais, bem como a

participação efetiva do professor, tutor e docentes.

A ABP tem impressionante histórico de sucesso na educação nas mais

diversas disciplinas. Evidências indicam a participação ativa na aprendizagem que é

mais produtiva do que a transferência passiva de informações do professor ao

docente. A ABP fornece condições para o desenvolvimento e a prática da

aprendizagem autodirigida, sendo que serve como um incentivo poderoso a

motivação intrínseca do docente para aprender. Pode ser uma alternativa para o

processo de ensino e aprendizagem na graduação em Engenharia, mediante

adaptações que vise a redução das desvantagens apontadas na pesquisa, porém

com a utilização de ambiente virtual de aprendizagem.

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sociedades de controle? In: MOÇO, E. T. S. M.; FALCÃO, H. B. P. T.; MIRANDA, J. F. A. (Org.). Reflexões sobre as mudanças curriculares na área de saúde:

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163

APÊNDICES

APÊNDICE A - Avaliação de desempenho

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO - MÓDULO V

Professor Responsável: ____________________________________ Data: ____/____/ _________

Nome do aluno: ___________________________________________________________________

Escala de avaliação: Use a seguinte escala para avaliar a si mesmo(a) e aos outros membros de sua equipe: (E) excelente; (B) bom; (R) regular; e (I) insuficiente.

Avaliação de membros da equipe: Ao avaliar a si mesmo e aos outros membros da sua equipe, considere o seguinte: Você ou a pessoa que estava presente em todas as atividades do curso e veio

preparado(a) para a discussão e contribui para discussão em grupo? Você ou a pessoa fez perguntas

relevantes e respondeu as perguntas dos outros? Você ou a pessoa dispôs-se a realizar tarefas fora do ambiente virtual de aprendizagem e trazer material relevante para a discussão em grupo? Você ou

a pessoa foi um(a) bom(a) ouvinte e respeitou as opiniões dos outros? Você ou a pessoa contribuiu

para a organização geral da equipe e para a construção de consenso?

Nome dos membros do grupo: Avaliação

1 Meu nome é__________________________________ ______________________

2 ____________________________________________ ______________________

3 ____________________________________________ ______________________

4 ____________________________________________ ______________________

Comentários: (Use este espaço para fazer comentários que julgar necessários sobre as avaliações

acima). _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________

Comentários gerais sobre o funcionamento e desempenho do grupo: (Use este espaço para

colocar quaisquer dificuldades encontradas pelo grupo e estratégias de superação, implementadas ou

passíveis de serem implementadas em grupos futuros). _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________

164

APÊNDICE B - Avaliação do processo educacional

AVALIAÇÃO DO PROCESSO EDUCACIONAL - MÓDULO V

Professor Responsável:_____________________________________ Data: ____/____/ _________

Nome do aluno: ____________________________________________________________________

Escala de avaliação: Use a seguinte escala para avaliar: (E) excelente; (B) bom; (R) regular; e (I) insuficiente.

Avaliação do Curso - considerem os seguintes critérios:

Critérios: Avaliação

1 Motivação ______________________

2 Relevância ______________________

3 Integração de conhecimentos ______________________

4 Facilidade de obtenção de material ______________________

5 Tempo para compleição das atividades ______________________

6 Apresentação dos produtos (resultados) ______________________

7 Alcance dos objetivos educacionais ______________________

Comentários: (Use este espaço para fazer os comentários que julgarem necessários sobre as

avaliações acima, indicando como o caso/problema pode ser melhorado). _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________

Comentários gerais sobre o funcionamento e desempenho do grupo: (Use este espaço para

sintetizar e explicar novos conceitos aprendidos durante o processo de ensino e aprendizagem e colocar perguntas sobre pontos que considere ainda obscuros). _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________

165

APÊNDICE C - Avaliação do método instrucional

AVALIAÇÃO DO MÉTODO INSTRUCIONAL - MÓDULO V

Professor Responsável: ____________________________________ Data: ____/____/ _________

Grupo/Equipe:_____________________________________________________________________

1 Os objetivos (conhecimentos, habilidades e atitudes) foram alcançados? _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________

2 Qual sua avaliação sobre o método utilizado? Quais foram as vantagens e as desvantagens do

método? Apresente sugestões de melhoria. _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________

3 Descreve sobre a comparação entre o método tradicional e o método ABP. _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________

4 Avalie as partes da aula: Use a seguinte escala para a avaliação - (E) excelente; (B) bom; (R) regular; e (I) insuficiente.

Critérios: Avaliação

a. Planejamento ______________________

b. Pesquisa ______________________

c. Fechamento no grupo ______________________

d. Apresentação ______________________

e. Fechamento coletivo ______________________

f. Apresentação dos produtos (resultados) ______________________

5 Avalie o funcionamento dos seguintes aspectos do método com relação ao seu

grupo/equipe: Use a seguinte escala para a avaliação - (E) excelente; (B) bom; (R) regular; e (I) insuficiente.

Critérios: Avaliação

a. Apresentação do método ______________________

b. Relatório parcial ______________________

c. Relatório final e apresentação (digitado) ______________________

d. Aplicabilidade do método (ABP) ______________________

e. Aceitação dos alunos ao método (ABP) ______________________

f. Dinâmica e potencial do método (ABP) ______________________

g. Avaliação do processo educacional (APE) ______________________

h. Avaliação de desempenho (AD) ______________________

i. Grupo ______________________

j. Papéis (líder, redator, porta-voz, membro(s) ______________________

166

APÊNDICE D - Avaliação final

AVALIAÇÃO FINAL - MÓDULO V

AVALIEM E APRESENTEM SUGESTÕES SOBRE O MÉTODO (EM GRUPO/EQUIPE)

Professor Responsável:_____________________________________ Data: ____/____/ _________

Grupo/Equipe: _____________________________________________________________________

a. Objetivos do módulo, quanto aos conhecimentos, às habilidades e às atitudes. _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________

b. Procedimentos de avaliação. _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________

c. Metodologia usada comparativamente a outras disciplinas. _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________

d. Sugestões de regras de conduta dos membros do grupo. _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________

e. Sugestões de responsabilidade de cada um dos papéis: coordenador, secretário(a)s e membro (s). _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________

167

APÊNDICE E - Relatório Parcial

RELATÓRIO PARCIAL - MÓDULO V

Professor Responsável: ____________________________________ Data: ____/____/ _________

Grupo/Equipe:_____________________________________________________________________

Defina o Problema: _________________________________________________________________

COM RELAÇÃO AO PROBLEMA

Hipóteses: Levante possíveis causas do problema - atividade individual sem censura do grupo. Líder/Coordenador - _______________________________________________________________

_________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________

Fatos: Procure, no problema, evidências para suas hipóteses - atividade com discussão. Redator/Secretário - _______________________________________________________________

_________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________

COM RELAÇÃO AO GRUPO

Questões de pesquisa: Registre conceitos administrativos relevantes para dar solução ao problema. Porta-voz/Secretário - ______________________________________________________________

_________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________

Estratégias de pesquisa: Planeje como o grupo irá buscar os conceitos - quem, como, o que, quando. Membro(s) - ______________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________

168

APÊNDICE F - Situação-problema para solução

SITUAÇÃO-PROBLEMA PARA SOLUÇÃO (EM GRUPO/EQUIPE)

Professor Responsável:_____________________________________ Data: ____/____/ _________

Grupo/Equipe: _____________________________________________________________________

Título do problema: sistema de hidrantes e de mangotinhos Tema: Cálculo de sistema hidráulico Objetivos da aprendizagem: é a reflexão do aluno sobre a sua própria aprendizagem e o registro do

processo por meio do qual ele construirá uma visão de conteúdo. O resultado da aprendizagem

estará relacionado ao ato de fazer, pois exige a reflexão e implica estabelecer relação às coisas. O

objetivo da situação-problema é disseminar conceitos básicos de hidrostática e hidrodinâmica,

elementos de projeto, para planejar e executar um projeto de uma instalação de sistema de hidrantes

ou de mangotinhos de acordo com a legislação pertinente.

Cronograma de desenvolvimento: A desenvolver Problema Ao ser contratado para compor o quadro de funcionários de uma construtora no Município de São

Paulo e nomeado para ser o responsável pela construção de um edifício de apartamentos com 6

pavimentos, 4 apartamentos por andar (apartamento - 2 dormitórios, sala, cozinha, banheiro, área de

serviço e varanda), cujo pavimento térreo, destinado à área comum de lazer (sem apartamentos), do primeiro ao quarto andar aos apartamentos e o quinto andar destinado à casa de máquinas, barrilete

e caixas d'água (reserva para combate a incêndio e consumo), área total do pavimento de 250 m2,

sem subsolo, área total construída de 1.500 m2, altura do pé direito (PD) por pavimento de 3,10 m,

altura entre o hidrante do quinto pavimento e o fundo do reservatório d�água igual à 1,80m, hall social

centralizado, reservatório de água do tipo elevado e uma única escada de segurança de acesso aos

pavimentos. O responsável pela construtora solicita qual a especificação técnica para o cálculo do

sistema de hidrantes ou de mangotinhos para aprovação no Corpo de Bombeiros do Município, tipo

de sistema, tipo de tubo, diâmetro do tubo (rede e sucção), volume de água da reserva de incêndio,

as características (potência, vazão e pressão) da bomba de incêndio, tipo dos esguichos, diâmetro

das mangueiras de incêndio, número de expedições por hidrante ou de mangotinhos, vazão e

pressão dos hidrantes mais desfavoráveis (H-1/quinto e H-2/quarto pavimento).

Produto a ser desenvolvido: Consulta à norma ou à especificação técnica e ao cálculo hidráulico do

sistema de hidrantes ou de mangotinhos para aprovação junto ao órgão responsável.

Modo de avaliação: Apresentação dos resultados solicitados (especificação técnica = 0,25 ponto;

tipo de sistema = 0,25 ponto, tipo de tubo = 0,25 ponto; diâmetro do tubo (rede e sucção) = 0,25

ponto; volume de água da reserva de incêndio = 0,25 ponto; características (potência, vazão e

pressão) da bomba de incêndio = 0,25 ponto; tipo dos esguichos = 0,25 ponto; diâmetro das

mangueiras de incêndio = 0,25 ponto; número de expedições por hidrante = 0,25 ponto; vazão e

pressão dos hidrantes mais desfavoráveis (H-1/ quinto e H-2/quarto pavimento) = 0,25 ponto); apresentação do isométrico do sistema (impresso - AutoCAD) e planilha de cálculo completa e

impressa = 2,5 pontos. Total 5,0 pontos.

Recursos de aprendizagem (Bibliografia) ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13714: Sistema de hidrantes e de mangotinhos para combate a incêndio. Rio de Janeiro, 2000.

BARACUHY NETO, Prof. Eng. Norberto. Sistemas contra incêndio. Faculdade de Engenharia de

Agrimensura de Pirassununga [monografia]. Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho.

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BRENTANO, Telmo. A proteção contra incêndios no projeto de edificações. Porto Alegre: Calábria;

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GOMES, Ary Gonçalves. Sistema de prevenção contra incêndios: sistemas hidráulicos, sistemas sob

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Livros Técnicos e Científicos, 1997.

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PEREIRA, Aderson Guimarães; POPOVIC, Raphael Rodriguez. Tecnologia em segurança contra

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170

SHITSUKA, Ricardo. Estudos e aplicações em ensino e aprendizagem de matemática. Rio de

Janeiro: Ciência Moderna, 2012

171

APÊNDICE G - Exercícios de sistematização

EXERCÍCIOS DE SISTEMATIZAÇÃO

(Módulo I)

1 Norma Brasileira que trata sobre sistema de hidrantes e de mangotinhos para combate a incêndio.

(X) NBR 13.714 ( ) NBR 5.412 ( ) NBR 5.419 ( ) NBR 9.050

2 Instrução Técnica adotada pelo Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, referente à

sistema de hidrantes e de mangotinhos para combate a incêndio.

( ) IT no 21/2011 (X) IT no 22/2011 ( ) IT no 23/2011 ( ) IT no 24/2011 3 O sistema de hidrantes e de mangotinhos devem ser calculados: ( ) de forma aleatória (X) com base em normas técnicas ( ) com base em especificações não reconhecidas ( ) especificação técnica relativa a outro tipo de sistema 4 O sistema de hidrantes e de mangotinhos, conjunto de dispositivos de combate a incêndios, não é composto por: ( ) bomba de incêndio ( ) reserva de incêndio (X) sinalização de alarme ( ) rede de tubulação 5 Indique o principal agente extintor do sistema de hidrantes e de mangotinhos. ( ) espuma química ( ) espuma mecânica ( ) gás Carbônico (X) água 6 Indique a participação do engenheiro civil nos processos de proteção contra incêndios

relativa ao sistema de hidrantes e de mangotinhos. ( ) responsabilidade técnica pelo projeto ( ) responsabilidade técnica pela instalação ( ) responsabilidade técnica pela manutenção (X) todos os itens acima estão corretos

172

7 Não é requisito obrigatório a ser incluso no projeto de proteção contra incêndios que

disponha de sistema de hidrantes ou de mangotinhos que utilize a água como agente

extintor. ( ) cálculo hidráulico do sistema ( ) volume da reserva de incêndio (X) especificação técnica do agente extintor ( ) comprimento da mangueira de incêndio

(Módulo II)

1 O agente extintor mais completo. ( ) pó químico seco ( ) bicarbonato de Sódio ( ) gás Carbônico (X) água 2 A reserva de incêndio deverá ser de uso: ( ) somente para uso no caso de falta de água na edificação (X) exclusivo para o combate a incêndio ( ) uso comum da edificação ( ) em conjunto com a reserva de consumo do prédio 3 A bomba de incêndio tem a finalidade de efetuar o deslocamento de água no interior das

tubulações, podendo ser do tipo: ( ) somente do tipo elétrica (X) acionamento manual ou automático ( ) somente do tipo motor à explosão ( ) somente do tipo à bateria 4 A tubulação consiste num conjunto de tubos, conexões, acessórios hidráulicos e outros

materiais, destinados a conduzir a água, desde o reservatório específico até os pontos do

sistema, como: ( ) sinalizações ( ) chave de mangueira (X) curvas, válvulas e cotovelos ( ) abrigo de hidrante 5 Hidrante é o ponto de tomada de água provido de dispositivo de manobra (válvulas

angulares) com união tipo engate rápido para combate a incêndio sob comando. Os

hidrantes podem ser: ( ) de coluna ou de parede ( ) interno ou externo ( ) com expedição simples ou dupla (X) todos os itens acima estão corretos

173

6 É um sistema constituído por tomadas de água onde há uma simples saída contendo

válvula de abertura rápida, adaptador (se necessário), mangueira semirrígida, esguicho

regulável e demais acessórios. ( ) chuveiros automáticos ( ) extintor ( ) hidrante (x) mangotinho 7 O esguicho consiste em peça metálica adaptada na extremidade da mangueira destinada

a dar forma, direção e controle ao jato, podendo ser do tipo: (X) regulável ou agulheta ( ) longo ou curto ( ) móvel ou fixo ( ) giratório ou fixo

(Módulo III)

1 Indique o primeiro passo antes de iniciar o cálculo de sistema de hidrantes ou de

mangotinhos. (X) definição da norma ou especificação técnica a ser adotada ( ) elaboração da planilha de cálculo ( ) classificação da edificação ( ) verificação do volume da reserva de incêndio 2 É importante o estudo da arquitetura da edificação, pois auxiliará: ( ) encontrar a melhor projeção para a tubulação ( ) na localização dos pontos de hidrantes ( ) na posição do registro de recalque (X) todos os itens acima estão corretos 3 Indique a informação que não deve estar lançada na perspectiva isométrica do sistema de

hidrantes ou de mangotinhos. ( ) diâmetro dos esguichos ( ) diâmetro das mangueiras (X) sinalização de emergência ( ) posição do registro de recalque 4 São itens recomendados para conter na planilha de cálculo do sistema de hidrantes e de

mangotinhos. ( ) força, velocidade de escoamento e pressão na válvula (X) vazão, velocidade de escoamento e pressão na válvula ( ) vazão, Força e pressão na válvula ( ) vazão, velocidade de escoamento e pressão na válvula

174

5 Indique o diâmetro nominal do esguicho do tipo regulável que consta na tabela de

referência da IT no 22/2011.

( ) 25, 40 e 75 ( ) 25, 19 e 65 ( ) 13, 19 e 25 (X) 25, 40 e 65 6 Indique o número de expedições aceitas para o sistema de mangotinhos de acordo com a tabela de referência da IT n

o 22/2011. (x) simples ( ) duplo ( ) simples e duplo ( ) duplo e triplo 7 Indique o Decreto Estadual em que a IT no 22/2011, do Corpo de Bombeiros da Polícia

Militar do Estado de São Paulo, está contida. ( ) Dec. Est. no 38.069 ( ) Dec. Est. no 20.811 (X) Dec Est. no 56.819 ( ) Dec. Est. no

46.076

(Módulo IV)

1 Calcule o volume da reserva de água para combate a incêndio de um sistema de hidrantes

que possui vazão de 900 L/min para o tempo de funcionamento de 1 hora e 15 minutos.

Observação: 1 h = 60 min 1 m3 = 1000 L ( ) 57,00 m3

( ) 25,50 m3

( ) 62,50 m3 (X) 67,50 m3

2 Calcule a vazão em litros por minuto (L/min) de um sistema de hidrantes que possui

reserva de água para combate a incêndio de 120 mil litros e o seu tempo de funcionamento

máximo é de 2 horas.

Observação: 1 h = 60 min 1 m3 = 1000 L ( ) 900 L/min (X) 1.000 L/min ( ) 1.200 L/min ( ) 1.100 L/min 3 Calcule o tempo de funcionamento máximo de um sistema de hidrantes que opera com vazão de 400 gal/min, sendo o volume de água para combate a incêndio de 40 m

3. Observação: 1 gal (americano) = 3,7854 L ( ) 23 minutos ( ) 25 minutos (X) 26 minutos ( ) 29 minutos

175

4 Calcule a potência necessária para o motor de uma bomba de incêndio (N), considerando

o seguinte: (Vazão (Q) = 36,00 m3/h; Altura manométrica (Hman) = 37, 66 mca; Rendimento

global da bomba (ɳ) = 50%; Peso específico do líquido (ɣ) = 995,70 kgf/m3; T = 300 C; g =

9,81 m/s2.

Observação: 1 m3/s = 3.600 m3/h 1 hp = 1,014 cv

( ) 8 cv (X) 10 cv ( ) 13 cv ( ) 12 cv

5 Calcule a vazão de uma bomba de incêndio (Q), considerando o seguinte: (Altura

manométrica (Hman) = 5,00 kgf/cm2; Rendimento global da bomba (ɳ) = 70%; Peso

específico do líquido (ɣ) = 992,20 kgf/m3; T = 400 C; g = 9,81 m/s2 ; Potência (N) = 10 cv.

Observação: 1 kgf/cm2 = 10,009 mca 1 m3/s = 60.000 L/min 1 hp = 1,014 cv

( ) 400 L/min ( ) 500 L/min ( ) 550 L/min (X) 600 L/min 6 Calcule a perda de carga total e a velocidade do escoamento da água em trecho de

tubulação em aço galvanizado, considerando o seguinte: Vazão (Q) = 400 L/min; Diâmetro

da tubulação (D) = 63 mm; Comprimento da tubulação (L) = 2,0 m; Fator �C� de Hazen-Willians = 120 - aço galvanizado; Observação: 1 m3/s = 60.000 L/min 1 m = 1.000 mm

(X) 0,2026 mca ; 2,17 m/s ( ) 0,5123 mca ; 1,23 m/s ( ) 0,2026 mca ; 5,23 m/s ( ) 1,2345 mca ; 2,17 m/s

7 Calcule a perda de carga total e a velocidade do escoamento da água em trecho de

tubulação em cobre, considerando o seguinte: Vazão (Q) = 18.000,00 l/h; Diâmetro da

tubulação (D) = 0,063 m; Comprimento da tubulação (L) = 5,0 m; Fator �C� de Hazen-

Willians = 150 - aço galvanizado;

Observação: 3.600.000 l/h = 1 m3/s

( ) 0,1875 mca ; 2,17 m/s ( ) 0,5123 mca ; 1,59 m/s ( ) 0,2026 mca ; 5,23 m/s (X) 0,1875 mca ; 1,59 m/s

176

8 Calcule a perda de carga localizada em uma tubulação com 2 1/2�, (aço galvanizado - C = 120) que disponha das seguintes conexões: Válvula de retenção horizontal, Tê de saída

lateral, Registro de globo aberto e Registro de ângulo aberto.

Adotar: 2 1/2� = 63 mm

( ) 35,30 m (X) 40,50 m ( ) 57,90 m ( ) 58,30 m

9 Calcule a perda de carga localizada em uma tubulação com 3�, (aço galvanizado - C = 120) que disponha das seguintes conexões: Válvula de pé com crivo, Registro de globo

aberto e Tê de passagem direta.

Adotar: 3� = 75 mm

( ) 27,60 m ( ) 46,00 m (X) 49,60 m ( ) 51,20 m

10 Calcule a perda de carga distribuída (total) em um lance de mangueira de 30 m de

comprimento, para vazão de 300 L/min, diâmetro da mangueira de 38 mm.

Adotar: C = 140 (X) 15,66 mca ( ) 16,66 mca ( ) 18,76 mca ( ) 19,66 mca

11 Calcule a perda de carga distribuída (total) em um lance de mangueira de 15 m de

comprimento, para vazão de 600 L/min, diâmetro da mangueira de 63 mm.

Adotar: C = 140

( ) 1,12 mca ( ) 1,60 mca ( ) 1,90 mca (X) 2,40 mca 12 Calcule a vazão do esguicho tipo agulheta de diâmetro 13 mm para pressão mínima de

trabalho igual a 15 mca. ( ) 110,89 L/min ( ) 117, 23 L/min (X) 127,80 L/min ( ) 130,47 L/min

13 Calcule a pressão (mca) mínima de trabalho de um esguicho agulheta de diâmetro 16

mm para vazão de 300L/min.

( ) 15,00 mca ( ) 19,34 mca ( ) 29,15 mca (X) 33,75 mca

177

14 Indique qual é a velocidade aceitável da água na rede de distribuição e a na sucção

(positiva e negativa) do sistema de hidrantes e de mangotinhos, de acordo com a NBR nº

13.714 e com a IT nº 22/2011.

( ) 3m/s; 3,5 m/s; 3,0 m/s ( ) 5 m/s; 2,5 m/s; 3,0 m/s (X) 3 m/s; 2,5 m/s; 1,5 m/s ( ) 5 m/s; 3,5 m/s; 1,5 m/s

15 A perda de carga unitária para mangueiras de incêndio (diâmetros de 50 mm até 2.400

mm) pode ser calculada pela fórmula de Hazen-Willians. Indique qual o valor do coeficiente de rugosidade - Fator �C� - a ser adotado para o desenvolvimento do cálculo.

( ) 100 ( ) 120 (X) 140 ( ) 150

16 Indique as vazões preconizadas pela NBR 13.714:2000 como pela IT nº 22/2011 do

CB/PMESP para o sistema de mangotinhos.

( ) 40 L/min e 50 L/min (X) 80 L/min e 100 L/min ( ) 100 L/min e 200 L/min ( ) 250 L/min e 300 L/min

17 Indique o símbolo gráfico da bomba de incêndio, para indicação em isométrico do

sistema de hidrantes e de mangotinhos.

(X)

( )

( )

( )

18 Indique a pressão máxima de trabalho em qualquer pondo do sistema de hidrantes

prediais prevista na NBR nº 13.714:2000 e na IT nº 22/2011 do CB/PMESP.

( ) 100 kpa ( ) 10 mca ( ) 10.000 kPa (X) 100 mca 19 Indique o significado de DN e DI para as tubulações do sistema de hidrantes e de

mangotinhos. (X) diâmetro nominal e diâmetro interno ( ) densidade nominal e diâmetro interno ( ) diâmetro nominal e distância interna ( ) diâmetro nominal e dimensão interna

178

APÊNDICE H - Material de apoio

MATERIAL DE APOIO

Sistema de hidrantes e de mangotinhos

A água é o mais completo dos agentes extintores. Sua importância persiste mesmo

que a água não leve à extinção completa do incêndio, pois auxiliará no isolamento de riscos

e facilitará a aproximação dos bombeiros ao fogo para o emprego de outros agentes

extintores. Atualmente, é a mais utilizada, em sistemas de proteção contra incêndio, como o

sistema de hidrantes e de mangotinhos, sistema de chuveiros automáticos e sistema de

água nebulizada, tendo como objetivo o controle e a extinção rápida e eficiente de um

possível incêndio (GOMES, 1998, p. 4).

É o agente extintor mais antigo que existe, proporciona a melhor absorção de calor,

cujo efeito extintor pode ser aumentado ou diminuído, conforme o estado que é dirigido

sobre o fogo. Pode agir, quanto ao método de extinção, por resfriamento, abafamento e

emulsificação. Pode ser aplicada de três formas básicas: jato compacto (pleno), neblina (alta

ou baixa velocidade) e vapor (PEREIRA, 2009, p.123).

A quase totalidade de água, assim, empregada no combate a incêndios é

transformada em vapor, que continua agindo por abafamento, quando aumentado, dessa

forma, o poder extintor da água, sobretudo quando em locais confinados (FERREIRA, 1987,

p. 18).

Segundo Camillo Júnior (1999), define o sistema de hidrantes, como

[...] canalizações metálicas que conduzem a água sob pressão desde os reservatórios (elevados ou subterrâneos) até os seus terminais simples ou

duplos, onde são acoplados seus acessórios. Ainda podemos defini-los como dispositivos existentes em redes hidráulicas, que possibilitam a

captação de água para o emprego nos serviços de bombeiros,

principalmente no combate a incêndios (p. 63).

O sistema de hidrantes e de mangotinhos é uma das medidas de proteção ativa mais

importante a ser prevista nas edificações e nas áreas de risco, pois irá permitir ao usuário do

sistema a extinção do incêndio, mediante o uso de água, portanto, torna-se oportuno o

conhecimento de sua composição.

1 O sistema

Descreve Pereira (2009, p. 124) que o sistema de hidrantes e de mangotinhos é um

tipo de proteção instalado em edificações e em áreas de risco, utilizado como meio de

combate a incêndios. É composto por reserva de incêndio (água), bomba de incêndio

179

(quando necessário), rede de tubulações, hidrantes e outros acessórios descritos em norma.

O sistema tem como objetivo dar continuidade à ação de combate a incêndios até o domínio

e a possível extinção. O sistema de hidrantes e de mangotinhos difere dos hidrantes

urbanos em relação à forma de abastecimento, ou seja, os hidrantes urbanos são pontos de

tomada de água providos de dispositivos de manobra (registros) e de uniões de engate

rápido, ligado à rede pública de abastecimento de água, podendo ser emergentes (de

coluna) ou subterrâneos (de piso).

Descrevem Lara et al. (2005) que

o sistema de hidrantes é um tipo de proteção instalado em edifícios,

destinados ao combate a incêndios. É composto de reserva de incêndio,

bomba de recalque, tubulação, abrigo da mangueira e registro de recalque

(p. 142).

Na Instrução Técnica nº 22 do Decreto Estadual no 56.819/11 (SÃO PAULO, 2011b),

a definição, referente ao sistema de hidrantes e de mangotinhos, é remetida à Instrução

Técnica nº 3 (SÃO PAULO, 2011a) do mesmo decreto, que é similar à NBR 13.714:2000 -

Sistemas de hidrantes e de mangotinhos para combate a incêndio (ABNT, 2000), onde tem-

se que �conjunto de dispositivos de combate a incêndio composto por reserva de incêndio,

bombas de incêndio (quando necessário), rede de tubulação, hidrantes, mangotinhos e

outros acessórios descritos nesta norma�.

O sistema, portanto, disporá, na sua composição, de reserva de incêndio, bomba de

incêndio, rede de tubulação, hidrante, mangotinho e outros acessórios (abrigo, chave de

mangueira, esguicho, mangueiras, registro de recalque e válvulas).

2 Princípios do sistema

Citam Pereira e Popovic (2007, p. 60) que o sistema de hidrantes e de mangotinhos

tem como objetivo dar continuidade na ação de combate a incêndio até o seu domínio e sua

possível extinção. O agente extintor utilizado é a água, tanto que, ao utilizar o sistema, é

fundamental que seja desligada a chave principal de entrada de energia da edificação e/ou

do setor onde seja efetuado o combate, a fim de evitar acidentes (descargas elétricas).

2.1 Elementos e componentes do sistema

2.1.1 Reserva de incêndio

A reserva de incêndio consiste num volume de água destinado exclusivamente ao

combate ao incêndio (SÃO PAULO, 2011a). Deve ser prevista para permitir o primeiro

combate, durante um tempo compatível para que o Corpo de Bombeiros mais próximo atue,

180

pois este, secundariamente, poderá fazer uso da rede pública de abastecimento de água ou

fontes naturais (açudes, lagos, rios, etc.).

Destaca Reis (1987) que

as empresas que possuem sistema de hidrantes - instalações de água com

reservatórios apropriados - normalmente têm direito a descontos na tarifa de

seguro-incêndio. Para tanto, devem estar enquadrados nas especificações

do IRB (Instituto de Resseguros do Brasil) e posteriores recomendações da

SUSEP (p. 45).

O reservatório de água é um compartimento construído, na edificação ou na área de

risco, em concreto armado, metal apropriado ou qualquer outro material que apresente

resistência mecânica às intempéries e ao fogo (SÃO PAULO, 2011c). Destina-se a

armazenar a quantidade de água prevista para a reserva de incêndio, que efetivamente

deverá ser fornecida para o uso exclusivo de combate a incêndios.

Quanto à localização, os reservatórios podem ser elevados, no nível do solo,

semienterrados ou subterrâneos, devendo ser observadas as exigências em normas

técnicas ou em especificações reconhecidas e aceitas pelos órgãos oficiais (PEREIRA,

2009, p.125).

As águas provenientes de fontes naturais para utilização no sistema são aceitas,

porém, devem ser observadas as exigências, quanto às características construtivas de

captação da água para os sistemas (PEREIRA, 2009, p. 123).

2.1.2 Bomba de incêndio

A bomba de incêndio, segundo Pereira (2009, p. 125), tem a finalidade de efetuar o

deslocamento de água no interior das tubulações. Entra em funcionamento, mediante

acionamento manual (botoeira tipo liga-desliga / próximo aos hidrantes) ou automático (por

meio de chave de fluxo para reservatórios elevados ou pressostatos/manômetros para

reservatórios subterrâneos, no nível do piso ou semienterrados).

As bombas de incêndio deverão possuir motor elétrico (força provém da eletricidade)

ou à explosão (força provém da explosão do combustível misturado com ar) - este

obrigatório para proteção de depósitos de líquidos (inflamáveis ou combustíveis) e gases

inflamáveis.

2.1.3 Tubulação

A tubulação consiste num conjunto de tubos, conexões (curvas, cotovelos, etc.),

acessórios hidráulicos (válvulas: gaveta, globo, angulares, etc.) e outros materiais

destinados a conduzir a água, desde o reservatório específico até os pontos do sistema

181

(hidrantes ou mangotinhos). Todo e qualquer material previsto ou instalado deve ser capaz

de resistir aos efeitos do calor, mantendo o seu funcionamento normal, ou seja, o meio de

ligação entre os tubos, conexões e acessórios diversos deve garantir a estanqueidade e a

estabilidade mecânica da junta e não deve sofrer comprometimento de desempenho. Os

materiais termoplásticos, na forma de tubos e conexões, somente devem ser utilizados

enterrados e fora da projeção da planta da edificação, satisfazendo os requisitos ao

funcionamento da instalação em termos de resistência à pressão interna e a esforços

mecânicos (PEREIRA, 2009, p. 126).

2.1.4 Hidrante

Hidrante é o ponto de tomada de água provido de dispositivo de manobra (válvulas

angulares) com união tipo engate rápido para combate a incêndio sob comando. Os

hidrantes podem ser de coluna ou de parede (interior abrigo) e de uma única expedição

(simples) ou duas (duplo). São denominados hidrantes internos quando instalados no

interior da edificação, ou externos, na área externa da edificação. As válvulas dos hidrantes

devem ter conexões (tipo engate rápido) iguais às adotadas pelo Corpo de Bombeiros

(PEREIRA, 2009, p. 126).

2.1.5 Mangotinho

É um sistema constituído por tomadas de água onde há uma simples saída contendo

válvula de abertura rápida, adaptador (se necessário), mangueira semirrígida, esguicho

regulável e demais acessórios (SÃO PAULO, 2011a).

2.1.6 Acessórios

Os componentes das instalações do sistema de hidrantes e de mangotinhos devem

ser previstos em normas técnicas ou em especificações reconhecidas e aceitas pelos

órgãos oficiais. Os componentes que não satisfaçam a todas as especificações das normas

existentes ou as exigências dos órgãos competentes e entidades envolvidas devem ser

submetidas a ensaios e verificações, a fim de obterem aceitação formal da utilização nas

condições especificadas da instalação, expedida pelos órgãos competentes (ABNT, 2000, p.

8). Os acessórios, a seguir, foram descritos por Pereira (2009, p. 126-7).

2.1.6.1 Abrigo

Abrigo é um compartimento (cor vermelha - geralmente), embutido ou aparente,

dotado de porta, destinado a armazenar esguichos, carretéis, mangueiras, chaves de

mangueiras e outros equipamentos de combate a incêndio e deve ser capaz de protegê-los

182

contra intempéries e danos diversos. Deve ser instalado em local visível e de fácil acesso,

inclusive sinalizado de forma adequada.

2.1.6.2 Chave de mangueira

A chave de mangueira destina-se a complementar o acoplamento e o

desacoplamento das juntas de união das mangueiras com o esguicho e a válvula angular no

sistema de hidrantes. Constitui-se de uma haste metálica, apresentando uma extremidade

no ramo curvo em aludo, transversal, encimado por um pequeno ressalto retangular.

2.1.6.3 Esguicho

O esguicho consiste em peça metálica adaptada na extremidade da mangueira

destinada a dar forma, direção e controle ao jato, podendo ser do tipo regulável (jato

compacto e neblina) ou não (tipo agulheta - jato compacto).

Segundo Falcão (1995), o esguicho é considerado

[...] um tubo convergente ligado à extremidade de uma canalização ou

mangueira, a fim de lhe aumentar a velocidade de saída do jato. O nome

técnico e verdadeiro desse aparelho é AGULHETA, conforme nos indica a

hidráulica; no Corpo de Bombeiros tomou o nome de ESGUICHO (p. 99).

Os mais utilizados nos edifícios são o esguicho agulheta (13, 16, 19 e 25 mm -

diâmetro bocal) e o esguicho regulável (Diâmetro Nominal - DN 25, 40 e 65 mm) para o

sistema de hidrantes e de mangotinhos.

2.1.6.4 Mangueiras

Mangueiras são equipamentos para combate a incêndio constituído, essencialmente,

por um tubo para condução da água no trecho compreendido entre a válvula de abertura ao

esguicho. As mangueiras para os hidrantes são do tipo flexível (contendo uniões do tipo

engate) e dos mangotinhos do tipo semirrígidas.

2.1.6.5 Registro de recalque

O sistema de hidrantes e de mangotinhos devem ser dotados de registro de recalque

de água, que consiste em um prolongamento da tubulação, com DN - mínimo e máximo -

exigido por norma, até as entradas principais da edificação ou área de risco, cujos engates

devem ser compatíveis com os utilizados pelo Corpo de Bombeiros.

2.1.6.6 Válvulas e conexões

183

São acessórios da tubulação destinados a controlar ou a bloquear o fluxo de água no

interior das tubulações. As conexões são peças hidráulicas que permitem a união entre

tubos, podendo ser em aço, cobre, PVC (policloreto de vinila) ou ferro maleável.

3 Tipos de sistemas e aplicação

Os sistemas (tipos) são classificados - conforme norma técnica (ABNT, 2000) ou

especificações (SÃO PAULO, 2011c) - de acordo com o tipo de esguicho (agulheta ou

regulável), diâmetro (mm) da mangueira, comprimento máximo da mangueira, número de

expedições no hidrante e vazão no hidrante ou mangotinho mais desfavorável. O número de

tipos de sistemas poderá variar de acordo com a norma técnica ou as especificações

(reconhecidas e aceitas pelos órgãos oficiais), adotadas para previsão da proteção

específica.

Segundo (Pereira 2009, p. 128), os sistemas poderão, ainda, ser diferenciados

quanto ao princípio de funcionamento do sistema (manual, automático ou gravidade), à

posição do reservatório (elevado, nível do piso, semienterrados ou subterrâneos), ao tipo de

bomba de incêndio (motor elétrico ou motor à explosão), fonte de energia (ligação

independente ou por gerador automatizado), às características de automação (chave de

fluxo ou pressostatos), aos tipos de bombas empregadas (bomba principal, bomba auxiliar,

bomba destinada a suprir deficiências de pressão e bomba de escorva), às características

do reservatório (concreto armado, fibra, metálico, utilização de piscinas ou reservas

naturais), aos tipos de tubos (aço, cobre e termoplásticos) e às características da rede de

distribuição (interna ou externa à edificação).

A aplicação ou a escolha do sistema a ser instalado deve atender às características

da edificação ou da área de risco a ser protegida, observando a exigência da norma técnica

ou das especificações adotadas, a viabilidade de instalação, a eficácia do sistema, o custo e

a facilidade de operação pelo usuário.

4 Critérios de projeto

Ao ser elaborado, o projeto para previsão de sistemas de hidrantes e de

mangotinhos em edificações e em áreas de risco, recomenda-se, segundo PEREIRA (2009,

p.128):

a) Escolha da norma técnica a ser utilizada ou da especificação reconhecida e aceita

pelos órgãos oficiais - consultar e verificar as exigências descritas quanto à

elaboração do cálculo hidráulico e características de instalação e do sistema a ser

previsto;

184

b) Análise da arquitetura da edificação e/ou características da área de risco a ser

protegida - verificação da classificação da edificação e área de risco (grupo,

ocupação/uso, sistema, divisão e descrição) e área construída, dados que

possibilitarão o enquadramento na norma ou na especificação adotada.

Consequentemente possibilitará conhecer as exigências relativas ao sistema a ser

implantado em razão do risco de incêndio, estabelecido na norma e na

especificação;

c) Estudo da arquitetura da edificação ou da área de risco - objetivando encontrar a

melhor projeção para a tubulação, os pontos de localização dos hidrantes ou

mangotinhos, inclusive o registro de recalque no passeio, onde construir a casa de

bombas e reservatório de água (se ainda não tiver sido indicado em planta) e,

consequentemente, a localização das bombas de incêndio. Finalmente, selecionar

o tipo do sistema a ser projetado e verificar, as características dos componentes a

serem utilizadas (diâmetro do esguicho, tipo de esguicho, o comprimento da

mangueira, o diâmetro da mangueira, vazão e pressão no hidrante mais

desfavorável), a quantidade e as suas distribuições nas áreas a serem protegidas.

O sistema a ser instalado deve corresponder a um memorial, conforme a NBR

13.714:2000 (ABNT, 2000) e IT nº 22/2011 (São Paulo, 2011c), constando cálculos,

dimensionamento e uma perspectiva isométrica da tubulação (sem escala, com cotas e com

os hidrantes ou mangotinhos numerados). Todos os parâmetros, ábacos, tabelas e outros

recursos utilizados no projeto e no dimensionamento devem ser relacionados no memorial.

São exigências, de acordo com a IT nº 1/2011 - Procedimentos administrativos, do Corpo de

Bombeiros do Estado de São Paulo, para inserção na planta das medidas de segurança

contra incêndio, os seguintes dados referentes ao sistema: indicar os hidrantes ou

mangotinhos; indicar as botoeiras de acionamento da bomba de incêndio; indicar o

dispositivo responsável pelo acionamento no barrilete, quando o sistema de acionamento for

automatizado, bem como, a localização do acionador manual alternativo da bomba de

incêndio em local de supervisão predial, e com permanência humana constante; indicar o

registro de recalque, bem como o detalhe que mostre suas condições de instalação; indicar

o reservatório de incêndio e sua capacidade; indicar a bomba de incêndio principal e jockey

(quando houver) com indicação de pressão, vazão e potência; quando forem usadas

mangueiras de incêndio e esguichos com comprimentos e requintes diferentes, devem ser

indicadas as respectivas medidas ao lado do símbolo do hidrante ou mangotinho; deve

constar a perspectiva isométrica completa (sem escala e com cotas); deve constar o detalhe

da sucção quando o reservatório for subterrâneo ou ao nível do solo; quando o sistema de

185

abastecimento de água for por meio de fonte natural (lago, lagoa, açude, etc.), indicar sua

localização; juntar o memorial de cálculo do sistema. (SÃO PAULO, 2011d).

Os dados acima serão de fundamental importância para o desenvolvimento do

cálculo, no que se refere ao desenvolvimento da planilha de dimensionamento do sistema.

5 Critérios de cálculo

Durante a elaboração do cálculo do sistema hidráulico de combate a incêndio

escolhido e após leitura da norma ou especificação adotada, cita Pereira (2009, p. 129) que

poderão ser adotados os seguintes critérios:

a) escolha por qual método será realizado o cálculo do sistema (fórmula de Darcy-

Weisbach, fórmula de Hazen-Williams, método utilizando tabelas e/ou outras);

b) estabeleça uma planilha de cálculo hidráulico (memorial) para facilitar o

desenvolvimento do cálculo;

c) defina qual hidrante ou mangotinho ocupa a posição mais desfavorável para

receber a vazão mínima calculada ou estabelecida em tabela específica;

d) desenhe a lápis o desenvolvimento da tubulação, utilizando do melhor percurso

para garantir a menor perda de carga possível, não desprezando, todavia, a

economicidade da instalação;

e) elabore o isométrico do sistema para facilitar a elaboração do cálculo hidráulico;

f) estabeleça a reserva de água para combate a incêndio - defina a sua localização,

porém o volume poderá ser definido na norma técnica ou na especificação

adotada, podendo ainda ser calculada, utilizando-se da vazão total da bomba de

incêndio e do tempo de funcionamento do sistema adotado;

g) determine a vazão e pressão total - verifique na norma técnica ou na

especificação o número de hidrantes ou de mangotinhos necessários para

elaboração do cálculo do sistema; a partir do hidrante ou mangotinho mais

desfavorável identifique os pontos de cálculo, utilizando-se das fórmulas

hidráulicas ou tabelas, e desenvolva o cálculo com base nas exigências

preestabelecidas; para efeito de equilíbrio de pressão nos pontos de cálculos é

admitida a variação máxima de para mais ou para menos 0,50 metros de coluna

d�água (mca) - 5,0 quilopascal por metro (kPa); defina a vazão e a pressão total

necessária para o funcionamento do sistema ao término do cálculo;

h) determine os diâmetros da tubulação - embora o diâmetro seja estabelecido pela

norma técnica ou na especificação adotada, deve-se levar em conta que seu valor

186

é considerado mínimo aceitável, portanto, é aconselhável fazer verificação de sua

adequabilidade, pois o diâmetro definido como mínimo poderá provocar

velocidade e/ou perda de cargas superiores aos valores tecnicamente adequados;

i) selecione a bomba de incêndio - a bomba de incêndio só poderá ser conhecida

após a conclusão do cálculo hidráulico (considerando as perdas de carga na

tubulação), não só no trecho relativo à sucção como na rede de distribuição.

Neste cálculo, são incluídas todas as perdas (localizadas e distribuídas), as

provocadas pelas perdas nas conexões, nas válvulas, tubos, esguichos e nas

mangueiras, propriamente ditas, como ainda as relativas à altura vertical entre a

bomba e o hidrante ou mangotinho mais desfavorável.

O objetivo final do cálculo do sistema e a seleção da bomba de incêndio que, por

qualquer caminho que seja adotado, dependerá do conhecimento dos seguintes pontos de

garantia, que são usados nas tabelas dos fornecedores: altura manométrica total e/ou

pressão total (metros de coluna d�água) e vazão total - metros cúbicos por hora (m³/h) ou

litros por minuto (L/min).

O sistema de hidrantes e de mangotinhos é dispositivo que possibilita a captação de

água para o emprego nos serviços de emergências em edificações e em áreas de risco,

especialmente no combate a incêndio. A finalidade de instalação nas edificações e nas

áreas de risco é permitir o início do combate ao incêndio pelos seus usuários, antes da

presença do Corpo de Bombeiros, além de facilitar os serviços destes quanto ao recalque

de água, especialmente em construções elevadas.

Quando os projetos de proteção contra incêndio envolverem a presença de sistemas

de hidrantes e de mangotinhos, estes deverão ser dimensionados de acordo com as

Normas Técnicas Brasileiras (Ex.: NBR 13.714:2000 - Sistemas de hidrantes e de

mangotinhos para combate a incêndio) e demais especificações (ex.: Instrução Técnica no

22/2011 do Decreto Estadual no 56.819/11, utilizada pelo Corpo de Bombeiros do Estado de

São Paulo), reconhecidas e aceitas pelos órgãos oficiais.

6 Formulário básico para cálculo

O sistema de hidrantes e de mangotinhos em edificações ou em área de risco é uma

questão de extrema importância para proteção da vida no caso de sinistro. O número de

construções, cada vez mais altas e com áreas construídas de grandes dimensões, é

crescente em todo mundo. Deve haver pelos projetistas, pelos construtores e pelas

autoridades públicas preocupação quanto ao projeto, à instalação e à manutenção do

sistema.

187

Segundo Pereira e Araújo Jr. (2010), o dimensionamento correto do sistema de

hidrantes e de mangotinhos é de fundamental importância para que, no caso de sinistro, o

mesmo funcione de forma eficaz, portanto, o conhecimento de conceitos e definições, bem

como de princípios de hidráulica, são fundamentais para a execução do cálculo hidráulico

com base em especificação técnica.

O cálculo do sistema é obrigatório, durante a elaboração do projeto de proteção

contra incêndio, bem como a apresentação do seu isométrico. Os dados iniciais, para

realização do cálculo e das demais exigências, são previstas em norma técnica (Norma

Brasileira nº 13.714:2000 - sistemas de hidrantes e de mangotinhos para combate a

incêndio), em legislações específicas (Instrução Técnica do Corpo de Bombeiros do Estado

de São Paulo - Instrução Técnica nº 22/2011) e em exigências do seguro (Circular nº 006 da

Superintendência de Seguros Privados do Brasil).

6.1 Cálculo hidráulico

O sistema de hidrantes e de mangotinhos, instalação hidráulica predial dispõe de

vários componentes em que se aplicam fórmulas hidráulicas para o seu cálculo, como vazão

em esguichos, potência de bomba, perda de carga distribuída (tubos), perda de carga

localizada (válvulas e conexões), perda de carga distribuída (mangueiras) e velocidade de

escoamento da água (interior da tubulação).

O cálculo hidráulico, portanto, trata-se do somatório de perda de carga nas

tubulações, segundo a NBR nº 13.714:2000 (ABNT, 2000) e IT nº 22/2011 (SÃO PAULO,

2011c), e deve ser executado por métodos adequados para este fim, cujos resultados

alcançados têm que satisfazer a uma das seguintes equações apresentadas abaixo:

a) Colebrook (�Fórmula Universal�)

(1)

Sendo:

hf = perda de carga, em metros de coluna d�água (mca); f = fator de atrito - diagramas de Moody e Hunter-Rouse; L = comprimento virtual da tubulação - tubos + conexões - em metros (m); D = diâmetro interno, em metros (m); v = velocidade do fluido, em metros por segundo (m/s); g = aceleração da gravidade, em metros por segundo, por segundo

(m/s2)

188

b) Hazen-Williams

(2)

Sendo:

J = perda de carga por atrito, em quilopascais por metro (kPa/m); Q = vazão, em litros por minuto (L/min); C = fator de Hazen-Williams (vide Quadro 1); d = diâmetro interno do tubo, em milímetros (mm). Observação: 1 mca = 10 kPa

TIPO DE TUBO FATOR �C�

Ferro fundido ou dúctil sem revestimento interno

Aço preto (sistema de tubo seco)

Aço preto (sistema de tubo molhado)

100

100

120

Galvanizado 120

Plástico

Ferro fundido ou dúctil com revestimento interno de cimento

150

140

Cobre 150

Observação: os valores do fator �C� de Hazen Willians são válidos para tubos

novos

Quadro 1 - Fator �C� de Hazen Willians - NBR nº 13.714:00

Descrevem Pereira e Araújo Jr. (2010), que, em qualquer edificação, o

dimensionamento deve consistir na determinação do caminhamento das tubulações, dos

diâmetros, dos acessórios e dos suportes, necessários e suficientes para garantir o

funcionamento dos sistemas previstos em norma técnica ou na legislação específica.

Os hidrantes e os mangotinhos devem ser distribuídos de tal forma que qualquer

ponto da área a ser protegida seja alcançado por um ou dois esguichos (conforme norma ou

especificação adotada), considerando-se o comprimento da(s) mangueira(s) e o seu trajeto

real e desconsiderando-se o alcance do jato de água (depende da norma ou da

especificação adotada). Para o cálculo, deve ser considerado o uso simultâneo dos dois

jatos mais desfavoráveis hidraulicamente, para qualquer tipo de sistema especificado,

considerando as vazões obtidas em tabela na respectiva norma técnica ou especificação

técnica. Essa metodologia é válida para a NBR nº 13.714:2000 e para a IT nº 22/2011,

bases para desenvolvimento do cálculo.

189

É relevante observar que cada componente do sistema estará relacionado à fórmula

hidráulica para o dimensionamento do sistema proposta, dentro das exigências técnicas

adotadas.

6.1.1 Esguichos

No sistema, o esguicho é peça fundamental para o usuário do sistema, pois este

consiste em peça metálica adaptada na extremidade da mangueira destinada a dar forma,

direção e controle ao jato, podendo ser do tipo regulável ou não como o esguicho agulheta.

Os esguichos são dispositivos hidráulicos para lançamento de água, através de

mangueiras de incêndio, possibilitando a emissão do jato compacto quando não reguláveis

ou, sendo reguláveis, a emissão de jato compacto ou neblina - IT nº 22/2011 (SÃO PAULO,

2011c).

Os esguichos devem possuir o adaptador (tipo engate rápido) para o acoplamento

das mangueiras de incêndio e de seus componentes de vedação devem ser de borracha

(PEREIRA, 2004, p.161).

O esguicho regulável, segundo definição na IT nº 3/2011 (SÃO PAULO, 2011a),

trata-se de acessório hidráulico que dá forma ao jato, permitindo o uso d�água em forma de

chuveiro de alta velocidade. O esguicho regulável proporciona o jato do tipo neblina ou

compacto, enquanto o do tipo agulheta somente o jato compacto.

O esguicho tipo agulheta, de acordo com o previsto na NBR nº 13.714:2000 e na IT

nº 22/2011, para o tipo de sistema de hidrantes a ser previsto de acordo com a ocupação da

edificação e considerando ainda o seu custo em relação ao regulável e à facilidade de

manuseio, é o mais comum, sendo seus diâmetros (requinte) de 13, 16, 19 ou 25 milímetros

(mm) (BRENTANO, 2007, p. 467). Portanto, esses esguichos poderão ser utilizados, como

referência para o desenvolvimento de cálculo do sistema.

6.1.1.1 Esguicho agulheta - Cálculo de vazão

Os esguichos, instalados nos sistemas, devem ser adequados aos valores de

pressão disponível e de vazão de água, no ponto de hidrante ou de mangotinho

considerado, para proporcionar o seu perfeito funcionamento no momento da emergência

(incêndio).

Cita Pereira e Araújo Jr. (2010) que o esguicho agulheta aumenta a velocidade da

água porque seu orifício é de diâmetro menor que o da mangueira, permitindo, desta forma,

o jato compacto (pleno).

190

A vazão deverá ser calculada na boca do requinte (tipo agulheta), segundo Pereira

(2004, p. 162) e Casey (1970, p. 52), pela fórmula geral para orifícios pequenos, conforme

indicado pela equação 3.

(3)

Sendo:

Q = vazão na boca do requinte, em metros cúbicos por segundo (m3/s); Cd = coeficiente de descarga; A = área do bocal, em metros ao quadrado (m

2); g = aceleração da gravidade, em metros por segundo ao quadrado (m/s

2); H = pressão dinâmica mínima na boca do requinte, em metros de coluna

d�água (mca).

É recomendado adotar, para o cálculo da vazão, segundo Baracuhy Neto (2002),

item 5.11, para os esguichos do tipo agulheta, o coeficiente de descarga (Cd) entre 0,96 à

0,98.

Fazendo-se a substituição dos valores conhecidos (Cd = 0,98 ; g = 9,8 m/s² - valores

adotados) e a conversão de unidades, obtém-se a equação 4 (PEREIRA; ARAÚJO Jr.,

2010).

(4)

Sendo:

Q = vazão na boca do requinte, em litros por minuto (L/min); D = diâmetro do requinte - 13, 16, 19 e 25 - em milímetros (mm); H = pressão dinâmica mínima na boca do requinte, em metros de coluna d�água (mca).

A pressão e vazão mínima no primeiro esguicho do hidrante mais desfavorável - tipo

agulheta, para a operação e o consequente desenvolvimento do cálculo hidráulico, é

previsto nas normas técnicas ou nas especificações técnicas, como por externo, no

regulamento para concessão de descontos aos riscos que dispuserem de meios próprios de

detecção e de combate a incêndios, conforme item 1.5.4.1 da Circular da SUSEP (BRASIL,

1992).

O local mais desfavorável considerado no cálculo, protegido pelo hidrante predial,

deve ser aquele que proporciona menor pressão dinâmica no esguicho ou na válvula de

abertura do hidrante ou do mangotinho, pois depende da norma ou especificação técnica

adotada.

191

Considerando que, para os esguichos do tipo agulheta, os diâmetros dos bocais dos

requintes já estão definidos, Pereira (2006, p. 8), a partir da equação 4 e 5, estabeleceu o

Quadro 3:

(5)

Sendo:

Q = vazão na boca do requinte, em litros por minuto (L/min); k = constante; P = pressão dinâmica mínima na boca do requinte, em metros de coluna

d�água (mca).

VALORES DE �K�

ESGUICHO TIPO AGULHETA

Ø BOCAL FÓRMULA

13 Q = 33,00 √P

16 Q = 51,55 √P

19 Q = 74,24 √P

25 Q = 131,98 √P

Quadro 2 - Constantes de vazões dos esguichos do tipo agulheta

Com o auxílio das equações, estabelecidas no Quadro 2 e definida a pressão nos

esguichos mais desfavoráveis, há a possibilidade de obtenção das vazões nos esguichos do

tipo agulheta.

Recomenda Baracuhy Neto (2002) que, quando utilizar equipamentos com geometria

diferente destes citados, que se deve consultar o fabricante a respeito dos respectivos

coeficientes de descarga, uma vez que esses coeficientes dependem da forma da seção,

ângulo de aproximação e lançamento do jato d�água.

6.1.1.2 Esguicho regulável - Cálculo de vazão

Segundo Pereira e Popovic (2007, p. 66), o esguicho regulável passa de jato sólido a

neblina de alta velocidade pelo simples giro do bocal. Esse esguicho produz jato ou cone de

neblina, de ângulo variável de abertura, em razão da existência de um disco no interior de

tubo de saída cujo o ângulo máximo de abertura chega a 180 graus.

Os catálogos técnicos dos fabricantes fornecem os dados iniciais de vazão, pressão,

ângulo de funcionamento e distância do jato dos respectivos esguichos (DN 40 mm e 65

mm), como por exemplo (SECCO, 1982, p. 476):

192

� Diâmetro Nominal (DN) 40 mm - ângulo de funcionamento 300, Pressão 35 mca,

Vazão 242 L/min;

� Diâmetro Nominal (DN) 65 mm - ângulo de funcionamento 300, Pressão 35 mca,

Vazão 431 L/min;

Há tabelas que constam a distância do jato em função da pressão e da vazão do

esguicho regulável (DN 40 mm e 65 mm), conforme Quadro 3.

ESGUICHO MODELO EBK DIÂMETRO DE 1.1/2� (DN 40 MM)

PRESSÃO PSI JATO SÓLIDO JATO MEIA NEBLINA JATO NEBLINA TOTAL

VAZÃO ALCANCE VAZÃO ALCANCE VAZÃO ALCANCE

50 70 gpm 23 m 76 gpm 4 m 80 gpm 3 m

75 84 gpm 25 m 92 gpm 7 m 92 gpm 3 m

100 97 gpm 28 m 105 gpm 9 m 105 gpm 4 m

ESGUICHO MODELO EBK DIÂMETRO DE 2.1/2� (DN 65 MM)

PRESSÃO PSI JATO SÓLIDO JATO MEIA NEBLINA JATO NEBLINA TOTAL

VAZÃO ALCANCE VAZÃO ALCANCE VAZÃO ALCANCE

50 185 gpm 30 m 200 gpm 15 m 265 gpm 7 m

75 215 gpm 37 m 244 gpm 10 m 254 gpm 7 m

100 252 gpm 45 m 287 gpm 13 m 294 gpm 7 m

Observação: 1 psi = 1 lbf/in2 = 6,9 kPa = 0,71 mca = 0,07 bar // 1 Pa = 1 N/m2

1 gpm = 3,785412 L/min

Quadro 3 - Dados técnicos - esguichos reguláveis (Fonte: PEREIRA, 2012, p. 18)

Para o esguicho do tipo regulável com diâmetro nominal (DN) de 25 mm à pressão

de 70 mca, a vazão será de 260 L/min (HIDROPARTS, 2012).

O esguicho com diâmetro nominal de 25 mm ou de 32 mm é utilizado no sistema de

mangotinhos, que é constituído por tomadas de incêndio, que são estrategicamente

distribuídas em locais da edificação, nas quais há uma (simples) saída de água, contendo

válvula de abertura rápida, de passagem plena, permanentemente acoplada nela uma

mangueira semirrígida de borracha reforçada capaz de resistir às pressões elevadas, não

permitindo deformações em sua seção quando enroladas. São características principais do

sistema de mangotinhos: as pressões de serviço, obtidas por gravidade ou por sistema de

bombas, devem ser mínima de 100 kPa (10 mca ou 1,0 kgf/cm2) e máxima de 1,00 MPa

(100 mca ou 10,0 kgf/cm2), devem ter vazões de 80 e 100 L/min para os dois diâmetros de

mangotinhos, respectivamente, preconizados tanto pela NBR nº 13.714:2000 como pela IT

nº 22/2011 do CB/PMESP; são dotados de esguicho próprio regulável, de jato compacto à

neblina. Com saída efetiva de 6,35 mm (1/4�) ou 9,5 mm (3/8�), são utilizados em lances de

20 ou 30 m (BRETANO, 2007).

193

É previsto, nas normas técnicas ou nas especificações técnicas (vide quadro 4),

como na IT nº 22/2011 (SÃO PAULO, 2011c), os diâmetros nominais dos esguichos

reguláveis para realização do cálculo hidráulico.

Portanto, para o cálculo da vazão do segundo ou dos outros esguichos mais

desfavoráveis, caso a pressão de cálculo seja a partir do esguicho, torna-se necessária a

consulta à especificação do fabricante quanto aos esguichos selecionados.

TIPO

ESGUICHO

REGULÁVEL

(DN)

MANGUEIRAS DE

INCÊNDIO NÚMERO DE

EXPEDIÇÕES

VAZÃO MÍNIMA

NA VÁLVULA DO

HIDRANTE MAIS

DESFAVORÁVEL

(L/MIN)

PRESSÃO MÍNIMA

NO HIDRANTE MAIS

DESFAVORÁVEL

(MCA)

DN

(MM)

COMPRI-

MENTO

(M)

1 25 25 30 simples 100 80

2 40 40 30 simples 150 30

3 40 40 30 simples 200 40

4 40 40 30 simples 300 65

5 65 65 30 duplo 600 60

Observação: As vazões consideradas são as necessárias para o funcionamento dos esguichos reguláveis

com o jato pleno ou neblina 30º, de forma que um brigadista possa dar o primeiro combate a

um incêndio de forma segura, considerando o alcance do jato previsto no item 5.8.2.

Quadro 4 - Tipos de sistemas de proteção por hidrante ou mangotinho/ IT nº 22/2011

6.1.2 Mangueiras

Mangueiras são equipamentos para combate a incêndio constituído, essencialmente,

por um duto flexível, contendo uniões do tipo engate rápido, fabricado com fios naturais ou

artificiais, usado para canalizar água, solução ou espuma (SÃO PAULO, 2011a).

Segundo Pereira e Araújo Jr. (2010), as mangueiras utilizadas nos edifícios têm

diâmetro nominal 40 milímetros (mm) ou 65 mm, em comprimentos de 15, 20 ou 30 metros

(m). As mangueiras devem estar acondicionadas no abrigo na forma aduchada ou em zigue-

zague. Especial atenção deverá ocorrer durante a compra e consequente na instalação nos

abrigos: a mangueira tipo 1 é conhecida como mangueira predial (residencial); um prédio de

escritórios, por sua ocupação, deve utilizar a mangueira de tipo 2, mesmo que a pressão de

trabalho seja menor que 10 kgf/cm². O motivo para isso é que a norma técnica (NBR nº

12.779:1992) leva em consideração não só a pressão de trabalho (vide Quadro 5), mas

também a resistência à abrasão e a outras características adequadas a cada caso.

194

TIPO LOCAL DE USO

PRESSÃO DE TRABALHO

MÁXIMA

KPA (KGF/CM2)

1 Edifícios de ocupação residencial. 980 (10)

2 Edifícios comerciais e industriais ou Corpo de Bombeiros. 1370 (14)

3 Área naval e industrial com Corpo de Bombeiros, onde é

desejável uma maior resistência à abrasão. 1470 (15)

4 Área industrial, onde é desejável uma maior resistência à

abrasão. 1370 (14)

5 Área industrial, onde é desejável uma alta resistência à

abrasão e a superfície quente. 1370 (14)

Observação: 1 kPa = 0,0101972 kgf/cm2 = 0,1019716 mca

Quadro 5 - Tipos de mangueiras - NBR nº 12.779:1992

A NBR nº 12.779:1992, conforme descrito, o comprimento da mangueira é de suma

importância para garantir o alcance e a área de cobertura originalmente projetada. Portanto,

após a inspeção, somente deverão retornar para uso as mangueiras que apresentarem

comprimento até 2% inferior ao seu comprimento nominal (vide Quadro 6).

COMPRIMENTO NOMINAL

(METROS)

COMPRIMENTO MÍNIMO

(METROS)

15 14,70

20 19,60

25 24,50

30 29,40

Quadro 6 - Comprimento de mangueiras - NBR nº 12.779:1992

O comprimento total das mangueiras que devem cada saída a um ponto do sistema

deve ser suficiente para vencer todos os desvios e os obstáculos que existem, considerando

também toda a influência que a ocupação final é capaz de exercer, não excedendo os

comprimentos máximos, estabelecido na norma ou na especificação técnica. O comprimento

total para mangueiras em hidrantes prediais pode ser de 15, 20, 25, 30, 45 ou 60 metros. A

mangueira de 45 metros é aceita a instalação para sistema de hidrantes de edificações

existentes (construídas em data anterior a especificação) e 60 metros para hidrantes

externos a edificação, devendo ser consideradas as exigências e/ou parâmetros para o

aceite, conforme a IT nº 22/2011.

Para sistemas de hidrantes prediais, deve-se preferencialmente utilizar lances de

mangueiras de 15 metros (m) - IT nº 22/2011 (SÃO PAULO, 2011c), ou seja, por exemplo,

dois lances de 15m para atender a 30m de distância. No caso do sistema de mangotinhos,

mangueiras de 20 ou 30 metros.

195

6.1.2.1 Mangueira - Cálculo da perda de carga distribuída

A perda de carga unitária pode ser calculada pela fórmula de Hazen-Williams,

conforme consta na IT nº 22/2011 (SÃO PAULO, 2011c), mostrada pela equação 2 - NBR nº

13.714:2000 (ABNT, 2000). Utilizada para diâmetros de 50mm até 2.400mm e para vários

tipos de materiais de tubo e de revestimento.

Recomenda-se, segundo Baracuhy Neto (2002), item 8.22, adotar coeficiente de

rugosidade de 120 para as canalizações do tipo galvanizado e de 140 para as mangueiras

com revestimento interno de borracha.

Para referência de cálculo de perda de carga para mangueira semirrígida no

diâmetro de 1� (DN 25 mm), para aplicação em edifícios de ocupação residencial e

comercial, podendo ser fornecida em carretel específico para mangotinhos, segue as

seguintes especificações técnicas: Pressão máxima de trabalho 21 kgf/cm2; Pressão de

ruptura 63 kgf/cm2; Peso 0,340 kg/m. A perda de carga unitária ocorre de acordo com o

Quadro 7 a seguir:

Q (L/min) PERDA (kPa/m)

50 2,87

60 4,05

70 5,31

80 6,91

90 8,73

100 10,45

110 12,55

120 14,34

130 16,80

140 19,29

150 21,95 Observação: 1 kPa = 1.000 Pa = 0,001 MPa = 0,0102 kgf/cm2 = 0,102 mca

Quadro 7 - Vazão e perda de carga unitário em mangotinho (Fonte: INMASP, 2012)

6.1.3 Tubulação do sistema

A tubulação consiste num conjunto de tubos, conexões e válvulas e outros materiais,

destinados a conduzir água, desde o reservatório específico até os pontos de hidrantes ou

de mangotinhos. Todo e qualquer material previsto ou instalado deve ser capaz de resistir

ao efeito do calor, mantendo seu funcionamento normal. O meio de ligação entre os tubos,

as conexões e os acessórios diversos deve garantir a estanqueidade e a estabilidade

196

mecânica da junta, não deve sofrer comprometimento de desempenho se for exposto ao

fogo.

Descreve Secco (1982) que a rede de canalização do sistema de hidrantes e de

mangotinhos consiste em

[...] complexo de tubos necessários à adução da água recalcada pelas

bombas até os pontos de utilização - os hidrantes. A tubulação pode ser

aérea ou subterrânea, quando aérea é de aço preto, galvanizado ou cobre,

com conexões rosqueadas, soldadas, flangeadas ou especial tipo alverius;

a subterrânea de aço galvanizado, aço preto protegido, ferro fundido, cimento-amianto e PVC rígido (p. 13).

Os materiais termoplásticos, na forma de tubos e de conexões, somente devem ser

utilizados enterrados e fora da projeção da planta da edificação, satisfazendo os requisitos

necessários ao funcionamento da instalação em termos de resistência à pressão interna e a

esforços mecânicos.

Nenhuma tubulação de alimentação dos pontos do sistema pode ter diâmetro

nominal inferior a 65 milímetros (mm), somente em condições específicas conforme a NBR

nº 13.714:00 e IT nº 22/2011 (SÃO PAULO, 2011c)

6.1.3.1 Tubos

Descreve Pereira e Araújo Jr. (2010) que um tubo (ou cano) é um cilindro oco

comprido geralmente fabricado em cerâmico, metal ou plástico. Tubos são geralmente

utilizados em transporte de líquidos e/ou gases, construção civil, revestimento de poços de

petróleo, partes de máquinas e equipamentos mecânicos. Na construção civil, são

utilizados, inclusive, para a instalação do sistema de hidrantes e de mangotinhos. Os tubos

mais utilizados para instalação de sistema de hidrantes e de mangotinhos são os do tipo

galvanizado, cobre e policloreto de vinila - PVC (específico - enterrado e fora da projeção da

planta da edificação).

Para o dimensionamento do sistema, deverá ser observado o Fator �C� de Hazen-

Williams (vide Quadro 1), conforme previsto na NBR nº 13.714:2000 e IT nº 22/2011.

6.1.3.1.1 Tubos - Cálculo da perda de carga distribuída

A perda de carga distribuída é calculada pela fórmula de Hazen-Williams, mostrada

pela equação 2, tanto para o tubo da sucção (entre o reservatório e a bomba hidráulica),

como o tubo da rede distribuição (entre a bomba hidráulica e o hidrante/mangotinho).

Cita Macintyre (1996), relativo à perda de carga, que

a perda de carga, ou de energia, resulta do atrito interno do líquido, isto é,

de sua viscosidade, da resistência oferecida pelas paredes em virtude de

197

sua rugosidade e das alterações nas trajetórias das partículas impostas

pelas peças e dispositivos intercalados no encanamento (p. 25).

Deve-se adotar coeficiente de rugosidade de acordo com o tipo de tubulação a ser

utilizada, conforme consta no quadro 1.

6.1.3.1.2 Tubos - Velocidade de escoamento da água

A velocidade da água no tubo de sucção não deve ser superior a 2 metros por

segundo (m/s) - sucção negativa - ou a 3 metros por segundo (m/s) - sucção positiva. A

velocidade máxima da água na rede de distribuição não deve ser superior a 5 metros por

segundo (m/s), pois esses valores estão estipulados na IT nº 22/2011 (SÃO PAULO, 2011c).

Na NBR nº 13.714:2000, a velocidade no tubo de sucção não deve ser superior a 4

metros por segundo (m/s), tanto que a velocidade na rede de distribuição não pode ser

superior a 5 metros por segundo (m/s).

Para os casos citados, a velocidade da água deve ser calculada pela equação:

(6)

Observação: para da área deve ser considerado o diâmetro interno da

tubulação

Sendo:

V = velocidade da água, em metros por segundo (m/s); Q = vazão de água, metros cúbicos por segundo (m

3/s); A = área interna da tubulação, metros quadrados (m

2).

6.1.3.2 Válvulas e conexões

As válvulas são peças destinadas a controlar ou bloquear o fluxo de água no interior

das tubulações como registro de globo aberto, registro de ângulo aberto, válvula de

retenção, etc. No interior do abrigo do sistema, pode ser instalada a válvula angular, desde

que o seu manuseio e manutenção estejam garantidos. As válvulas dos hidrantes devem ser

do tipo angular de diâmetro nominal de 65 milímetros (mm). Poderá ser utilizada, para os

hidrantes, válvula angular com diâmetro nominal de 40 milímetros (mm) para o sistema que

utilizem mangueiras de diâmetro nominal de 40 milímetros (mm), desde que comprovado

seu desempenho para essa aplicação, conforme NBR nº 13.714:2000 e IT nº 22/2011.

Define Telles (2001), quanto às válvulas, que

[...] são dispositivos destinados a estabelecer, controlar e interromper o fluxo em uma tubulação. São os acessórios mais importantes existentes nas

tubulações, e que por isso devem merecer o maior cuidado na sua seleção,

especificação e localização (p. 38).

198

É recomendada a instalação de válvulas de bloqueio adequadamente posicionadas,

para proporcionar manutenção em trechos da tubulação sem a desativação do sistema. No

sistema de hidrantes e de mangotinhos, auxiliará no processo de manutenção do sistema e

na execução de manobra de água quando da necessidade de uso em caso de emergência.

As válvulas que comprometem o abastecimento de água a qualquer ponto do

sistema, quando estiverem em posição fechada, devem ser do tipo indicadoras.

Recomenda-se a utilização de dispositivos de travamento para manter as válvulas na

posição aberta. As válvulas devem satisfazer aos ensaios de estanqueidade pertinentes.

As conexões são as curvas, os �Tê�, joelhos e outras peças que irão efetuar a união

dos tubos da rede de sucção e distribuição, permitindo a montagem completa do sistema.

6.1.3.2.1 Válvulas e conexões - Cálculo da perda de carga localizada

As válvulas e as conexões provocam perdas de carga localizadas na rede de sucção

e distribuição do sistema. No cálculo, a perda localizada é representada pelo comprimento

equivalente, isto é, o comprimento de tubulação da mesma bitola que produz a mesma

perda de carga. As perdas localizadas ocorrem devido à descontinuidade do conduto,

chamadas de singularidades, que gera turbulência adicional e maior dissipação de energia.

Descrevem Giles et al. (1996), quanto às perdas de carga localizadas, que

[...] aparecem quando há uma modificação significativa na configuração do

escoamento. Sendo assim, elas ocorrem em contrações e em alargamentos

dos condutos (tanto de forma repentina como gradual), em válvulas, em

conexões, em curvas etc., e em entrada ou saída de um conduto. Em

alguns casos, uma perda �localizada� pode ser bastante importante (p. 179).

Na execução do dimensionamento do sistema, são utilizadas tabelas de

comprimentos equivalentes para alguns tipos de acessórios comuns de tubulações, as quais

serão objetivo deste estudo de pesquisa - vide Quadro 8. O somatório dos valores

correspondente à perda localizada de cada peça (válvulas e conexões - singularidades) é

acrescido ao comprimento do tubo, cujo comprimento total (singularidades mais

comprimento do tubo) deve ser multiplicado pela perda de carga distribuída.

199

CONEXÃO

DIÂMETRO NOMINAL X EQUIVALÊNCIA EM METROS DE CANALIZAÇÃO

MATERIA

L ¾� 1� 1 ¼� 1 ½� 2� 2 ½� 3� 4� 5�

CURVA 90º

PVC 0,5 0,6 0,7 1,2 1,3 1,4 1,5 1,6 1,9

Metal 0,4 0,5 0,6 0,7 0,9 1,0 1,3 1,6 2,1

CURVA 45º

PVC 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 1,1

Metal 0,2 0,2 0,3 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,9

JOELHO 90º

PVC 1,2 1,5 2,0 3,2 3,4 3,7 3,9 4,3 4,9

Metal 0,7 0,8 1,1 1,3 1,7 2,0 2,5 3,4 4,2

JOELHO 45º

PVC 0,5 0,7 1,0 1,3 1,5 1,7 1,8 1,9 2,5

Metal 0,3 0,4 0,5 0,6 0,8 0,9 1,2 1,5 1,9

TÊ DE PASSAGEM DIRETA

PVC 0,8 0,9 1,5 2,2 2,3 2,4 2,5 2,6 3,3

Metal 0,4 0,5 0,7 0,9 1,1 1,3 1,6 0,03 2,7

TÊ DE SAÍDA LATERAL

PVC 2,4 3,1 4,6 7,3 7,6 7,8 8,0 8,3 10,0

Metal 1,4 1,7 2,3 2,8 3,5 4,3 5,2 6,7 8,4

TÊ DE SAÍDA BILATERAL

PVC 2,4 3,1 4,6 7,3 7,6 7,8 8,0 8,3 10,0

Metal 1,4 1,7 2,3 2,8 3,5 4,3 5,2 6,7 8,4

UNIÃO

PVC 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,15 0,2 0,25

Metal 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,02 0,03 0,04

SAÍDA DE CANALIZAÇÃO

PVC 0,9 1,3 1,4 3,2 3,3 3,5 3,7 3,9 4,9

Metal 0,5 0,7 0,9 1,0 1,5 1,9 2,2 3,2 4,0

LUVA DE REDUÇÃO (*)

PVC 0,3 0,2 0,15 0,4 0,7 0,8 0,85 0,95 1,2

Aço 0,29 0,16 0,12 0,38 0,64 0,71 0,78 0,9 1,07

REGISTRO DE GAVETA OU ESFERA

ABERTO

PVC 0,2 0,3 0,4 0,7 0,8 0,9 0,9 1,0 1,1

Metal 0,1 0,2 0,2 0,3 0,4 0,4 0,5 0,7 0,9

REGISTRO DE GLOBO ABERTO Metal 6,7 8,2 11,3 13,4 17,4 21,0 26,0 34,0 43,0

REGISTRO DE ÂNGULO ABERTO Metal 3,6 4,6 5,6 6,7 8,5 10,0 13,0 17,0 21,0

VÁLVULA DE PÉ COM CRIVO

PVC 9,5 13,3 15,3 18,3 23,7 25,0 26,8 28,8 37,4

Metal 5,6 7,3 10,0 11,6 14,0 17,0 22,0 23,0 30,0

VÁLVULA DE

RETENÇÃO

HORIZONTAL Metal 1,6 2,1 2,7 3,2 4,2 5,2 6,3 6,4 10,4

VERTICAL Metal 2,4 3,2 4,0 4,8 6,4 8,1 9,7 12,9 16,1

Observações:

1. Os valores acima estão de acordo com a NBR nº 5626:1982 e a Tabela de Perda de Carga da Tigre para PVC rígido e

cobre, e NBR nº 92:1980 e Tabela de Perda de Carga Tupy para ferro fundido galvanizado, bronze ou latão. 2. (*) Os diâmetros indicados referem-se à menor bitola de reduções concêntricas, com fluxo da maior para a menor

bitola, sendo a bitola maior uma medida acima da menor. Exemplo: 1 1/4" x 1" - 1 1/2" x 1 1/4"

Quadro 8 - Tabela de comprimentos equivalentes em metros de canalização

200

6.1.4 Bombas de incêndio

A bomba de incêndio tem a finalidade de efetuar o deslocamento de água no interior

das tubulações, quando necessária, depois de constatado mediante a elaboração do cálculo

hidráulico do sistema, para atendimento das vazões e das pressões mínimas estipuladas na

norma ou legislação técnica adotada.

Segundo Macintyre (1997), tem-se que,

no Brasil, as bombas para combate a incêndio, em geral, obedecem às

prescrições da National Fire Protection Association (NFPA); do Underwriters�s Laboratories; do Fire Office�s Committee (FOC), da

Inglaterra; da ABNT e, naturalmente, do Corpo de Bombeiros da Municipalidade (p. 532).

A bomba de incêndio entra em funcionamento mediante acionamento manual -

botoeira tipo liga-desliga próximo aos hidrantes - ou automático - por meio de chave de fluxo

para reservatórios elevados ou pressostatos/manômetros para reservatórios subterrâneos,

no nível do piso ou semienterrados. As bombas de incêndio devem ser do tipo centrífugas e

acionadas por motor elétrico ou a explosão, pois esse tipo é obrigatório para proteção de

tanques de líquidos e gases combustíveis ou inflamáveis, de acordo com a NBR nº

13.714:2000 e as IT nº 22/2011 (SÃO PAULO, 2011c).

Para os sistemas automatizados com o auxílio de pressostatos e manômetros, onde

haja necessidade de manter a rede pressurizada em uma faixa preestabelecida e para

compensar pequenas perdas de pressão, será necessária a previsão de instalação de

bomba de pressurização (jockey), além da bomba principal. A IT nº 22/2011 estabelece que

a vazão máxima da bomba de pressurização deverá ser de 20 L/min, e a pressão de

operação deve ser, no mínimo, 5 mca acima da pressão da bomba principal, medida sem

vazão, inclusive, recomenda que o diferencial de pressão entre os acionamentos

sequenciais das bombas seja de, aproximadamente, 10 mca (100 kPa).

6.1.4.1 Bomba de incêndio - Cálculo da potência

É previsto, na IT nº 22/2011, que, no caso de ocupações mistas como residencial e

indústria, com uma bomba de incêndio principal, deve ser feito o dimensionamento de vazão

da bomba e de reservatório para o maior risco, e os esguichos e mangueiras podem ser

previstos de acordo com os riscos específicos. A altura manométrica total da bomba

(pressão total) deve ser calculada para o ponto (hidrante/mangotinho) mais desfavorável do

sistema.

Para o cálculo da potência, consumida pelo motor (BARACUHY NETO, 2002, p. 13),

necessária, utiliza-se a equação 7:

201

(7)

Observação: 1 m3/s = 60000 L/min

1 kgf/cm2 = 10000 kgf/m

2 = 10 mca

Sendo:

N = potência consumida pelo motor, em cavalo-vapor (cv); ɣ = peso específico da água, em quilogramas por metro cúbico (1000

kgf/m3); Q = vazão, em metros cúbicos por segundo (m

3/s); H = altura manométrica, em metros de coluna d�água (mca); ɳ= rendimento (decimal);

A potência consumida pela bomba depende do seu rendimento ou de sua eficiência.

O rendimento das bombas centrífugas varia, normalmente, de 0,45 a 0,75. Bombas de

grandes dimensões podem atingir o rendimento de 0,85 (BRASIL J., 2005, p. 150).

O rendimento também pode ser obtido por meio da curva característica da bomba, a

qual pode ser fornecida pelo fabricante, porém, Neto (2002), item 8.19, cita que o

rendimento a ser considerado deve ser acima de 50% (ɳ = 0,5).

Segundo Creder (1991), quanto à escolha da bomba de recalque da água, destaca

que,

[...] em edifícios ou outras instalações, é normalmente feito por bombas

centrífugas acionadas por motores elétricos. Para dimensionarmos a

bomba, precisamos conhecer a altura manométrica, a vazão e o rendimento

do conjunto motor-bombas que, para instalações prediais, é da ordem de

40%. Para bomba de grande potência o rendimento é muito aumentado,

podendo atingir 80%, para o conjunto (p.63).

Para escolha de uma bomba, são recomendadas (BRASIL J., 2005, p. 51) as

seguintes medias: determine a vazão e a altura manométrica (pressão da bomba) total

requerida; procure a bomba de menor potência que satisfaça esses valores, ou seja, a

bomba mais eficiente, de melhor rendimento; para determinar a potência aproximada da

bomba, calcule-a utilizando um rendimento de 0,50, pois por coincidência irá encontrar um

bomba comercial exatamente adequada às necessidades do sistema.

6.1.5 Reserva de incêndio

O reservatório d�água é um compartimento construído na edificação para

armazenamento de água para o sistema. O reservatório de água poderá ser construído na

202

edificação, em concreto armado, metal apropriado ou qualquer outro material que apresente

resistência mecânica às intempéries e ao fogo.

Segundo Brentano (2007), no abastecimento de água para o sistema de hidrantes,

deve-se considerar

o volume de água reservado para incêndio para o sistema sob comando,

chamado de reserva técnica de incêndio (RTI) é armazenado em

reservatório próprio, superior ou inferior, quando obtida da rede pública ou

de poços, ou então, pode ser usada água diretamente de fontes naturais como lagos, represas, açudes e rios ou, até, de piscina, que é recalcada

através de um sistema de bombas exclusivo, na hora do incêndio (p. 443).

A reserva para incêndio, portanto, destina-se a armazenar uma quantidade de água

que, efetivamente, deverá ser fornecida para o uso exclusivo de combate a incêndio. Quanto

à localização, os reservatórios podem ser elevados, no nível do solo, semienterrados ou

subterrâneos, devendo ser observadas as exigências previstas nas normas e nas

especificações técnicas (NBR nº 13.714:2000 e IT nº 22/2011), quanto às suas

características construtivas e localização. Os reservatórios devem estar - dentro das

possibilidades - em local acessível aos veículos do Corpo de Bombeiros. A capacidade da

reserva de incêndio deverá ser suficiente para garantir o suprimento dos pontos de

hidrantes, considerados em funcionamento simultâneo, ou para o tempo previsto para

funcionamento, de acordo com as normas e especificações técnicas.

É importante destacar que, quando o abastecimento do reservatório elevado é feito

somente pela ação da gravidade, este deve estar à altura suficiente para fornecer as vazões

e as pressões mínimas requeridas para cada sistema. Essa altura é considerada: do fundo

do reservatório (quando a adução for feita na parte inferior do reservatório) até os pontos

mais desfavoráveis considerados no cálculo, da face superior do tubo de adução (quando a

adução for feita nas paredes laterais dos reservatórios) até os pontos mais desfavoráveis

considerados no cálculo.

No caso do reservatório elevado não for suficiente para fornecer as vazões e as

pressões requeridas, para os pontos dos hidrantes ou de mangotinhos mais desfavoráveis

considerados no cálculo, deve-se utilizar uma bomba de reforço (bomba de incêndio), em

sistema by pass, para garantir as pressões e as vazões mínimas para aqueles pontos.

A instalação de bombas de incêndio será obrigatória para os casos em que o

reservatório for subterrâneo, nível do piso ou outros, cujos hidrantes ou mangotinhos mais

desfavoráveis estão localizados em posições elevadas em relação a estes reservatórios.

Nestes casos, não é preciso o sistema by pass.

203

Nos sistemas com reservatório elevado, a tubulação de descida, na expedição da

bomba de incêndio, deve ser provida de um registro de globo aberto e uma válvula de

retenção, considerando o sentido reservatório-sistema. No by pass, somente a válvula de

retenção. As válvulas de retenção devem ter passagem livre, sentido reservatório-sistema.

6.1.5.1 Reserva de incêndio - Cálculo do volume

Cita Macintyre (1990, p. 152) que �[...] a reserva para incêndio é fixada pela

legislação estadual e depende do tipo de prédio, do número de pavimentos e do sistema

segundo o qual são alimentadas as caixas de incêndio com hidrantes�.

Para qualquer sistema, conforme a NBR nº 13.714:2000, o volume mínimo de água

da reserva de incêndio deve ser determinado conforme indicado:

(8)

Observação: t é o tempo de 60 minutos (min) para sistemas do tipo 1 e 2, e de 30

minutos (min) para sistema do tipo 3, constantes na NBR nº 13714:2000

Sendo: Q = vazão total do sistema aplicado, em litros por minuto (L/min); t = tempo mínimo aceito de funcionamento, em minutos (min); V = volume da reserva, em Litros (L).

O volume da reserva de incêndio e o tipo de sistema a ser previsto, em

algumas legislações e/ou em especificações técnicas, poderão estar definidos em

tabela (vide Quadro 5), de acordo com a área construída e a classificação da

ocupação da edificação ou da área de risco com, por exemplo, a Instrução Técnica

no 22/2011 do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo (SÃO

PAULO, 2011c).

204

ÁREA DAS EDIFICAÇÕES E

ÁREAS DE RISCO

CLASSIFICAÇÃO DAS EDIFICAÇÕES E ÁREAS DE RISCO CONFORME

TABELA 1 DO DECRETO ESTADUAL 56.819/11

A-2, A-3, C-1, D-1 (até 300

MJ/m2), D-2, D-3 (até 300

MJ/m2), D-4 (até 300 MJ/m2),

E-1, E-2, E-3, E-4, E-5, E-6, F-1 (até 300 MJ/m

2), F-2, F-3, F-4, F-8, G-1, G-2, G-3, G-4, H-1, H-2, H-3, H-5, H-6; I-1, J-1, J-2

e M-3

D-1 (acima de 300 MJ/m2), D-3 (acima de 300 MJ/m2), D-4

(acima de 300 MJ/m2), B-1, B-2, C-

2 (acima de 300 MJ/m2), C-3, F-1 (acima de 300

MJ/m2), F-5, F-6, F-7, F-9, F-10, H-4, I-2

(acima de 300 MJ/m2), J-2 e J-3 (acima de 300 até

800MJ/m2)

C-2 (acima de 1000 MJ/m2), I-2 (acima de 800

MJ/m2), J-3 (acima de 800 MJ/m2). L-1, M-

1, M-5

G-5, I-3, J-4, L-2 e L-3

ATÉ 2.500 M2

Tipo 1 RTI 5 m3

Tipo 2 RTI 8 m3

Tipo 3 RTI 12 m3

Tipo 4 RTI 28 m3

Tipo 4 RTI 32 m3

ACIMA DE 2.500 M2 ATÉ 5.000

M2

Tipo 1 RTI 8 m3

Tipo 2 RTI 12 m3

Tipo 3 RTI 18 m3

Tipo 4 RTI 32 m3

Tipo 4 RTI 48 m3

ACIMA DE 5.000 M2,

ATÉ

10.000 M

2

Tipo 1 RTI 12 m3

Tipo 2 RTI 18 m3

Tipo 3 RTI 25 m3

Tipo 4 RTI 48 m3

Tipo 5 RTI 65 m3

ACIMA DE 10.000 M2 ATÉ

20.000 M2

Tipo 1 RTI 18 m3

Tipo 2 RTI 25 m3

Tipo 3 RTI 35 m3

Tipo 4 RTI 64 m3

Tipo 5 RTI 96 m3

ACIMA DE 20.000 M2 ATÉ

50.000 M2

Tipo 1 RTI 25 m3

Tipo 2 RTI 35 m3

Tipo 3 RTI 48 m3

Tipo 4 RTI 96 m3

Tipo 5 RTI 120 m3

ACIMA DE 50.000 M2

Tipo 1 RTI 35 m3

Tipo 2 RTI 48 m3

Tipo 3 RTI 70 m3

Tipo4 RTI 120 m3

Tipo 5 RTI 180 m3

Quadro 9 - Tipo de sistemas e volume da reserva de incêndio (m³)

6.1.6 Elevação - Cálculo

O cálculo da elevação total (sentido vertical) corresponde ao somatório das

elevações correspondentes ao trecho da rede (sucção ou distribuição) que está sendo

efetuado o cálculo, sendo que, se o fluxo de água estiver no mesmo sentido da força da

gravidade, considerando o sistema em operação, deve-se considerar o valor negativo (-);

se o fluxo de água estiver sentido oposto à força da gravidade, considerando o sistema em

operação, deve-se considerar o valor positivo (+).

6.1.7 Registro de recalque

O sistema de hidrantes e de mangotinhos, de acordo com a NBR nº 13.714:2000 e IT

nº 22/2011, deve ser dotado de registro de recalque, consistindo em um prolongamento da

tubulação, com diâmetro nominal mínimo de 65 milímetros até as entradas principais da

edificação, cujos engates devem ser compatíveis com os utilizados pelo Corpo de

Bombeiros.

Descreve Pereira (2000, p. 76) que, quando o engate estiver no passeio, este deverá

ser enterrado, ou seja, em caixa de alvenaria, com tampa. A introdução de diâmetro nominal

de 65 mm (diâmetro mínimo) e com tampão tem de estar voltada para cima em ângulo de 45

graus e posicionada, no máximo, a 15 centímetros de profundidade em relação ao piso do

205

passeio. O volante de manobra da válvula deve estar situado no máximo 50 cm acima do

nível do piso acabado.

Destaca Brentano (2004) que

o hidrante de recalque ou de passeio deve ser instalado em local perfeitamente visível e acessível e mais próximo possível da rua, para que o

corpo de bombeiros possa instalar seus equipamentos e linhas de mangueiras e chegar ao local do incêndio sem a interferência de muros,

postes ou outros obstáculos (p. 96).

O dispositivo de recalque, com base na IT nº 22 (SÃO PAULO, 2011c) , pode ser

instalado na fachada da edificação, ou em muro da divisa com a rua, com a introdução

voltada para rua e para baixo em ângulo de 45 graus, e a uma altura entre 60 cm e um

metro em relação ao piso do passeio. Em alguns casos, é aceito como recalque o hidrante

de acesso à edificação.

Na elaboração do isométrico para elaboração do cálculo hidráulico, este

deverá ser lançado para identificação do mesmo.

6.1.8 Símbolos gráficos

Na realização do cálculo hidráulico do sistema, há necessidade de elaboração do

isométrico, para identificação dos componentes básicos e de suas características, como, por

exemplo, reserva de incêndio, volume da reserva de incêndio, bomba de incêndio, rede de

sucção, diâmetro da rede de sucção, rede de distribuição, diâmetro da rede de distribuição,

material da tubulação, hidrantes, mangotinho, botoeiras de acionamento, pontos de

equilíbrios de cálculo, comprimento das mangueiras, diâmetro das mangueiras, tipo de

mangueira, tipo de esguicho, diâmetro do bocal do esguicho, pontos equilíbrio para o cálculo

hidráulico.), portanto, esse isométrico deverá ser elaborado, adotando-se os símbolos

gráficos, previstos nas normas ou nas legislações técnicas específicas.

Na IT nº 4 (SÃO PAULO, 2011e), item 5, descreve-se que os símbolos gráficos

devem constar nos projetos de segurança contra incêndio das edificações e das áreas de

risco. Os símbolos gráficos são compostos por uma forma geométrica básica, que define

uma categoria de segurança contra incêndio e por um símbolo suplementar, que, quando

colocado no interior da forma geométrica básica, define o significado específico do conjunto.

As dimensões dos símbolos devem estar em uma mesma escala, proporcional à escala de

desenho do projeto, devendo permitir a perfeita visualização dos sistemas e dos

equipamentos de segurança contra incêndios. Símbolos complementares, que não constem

206

no anexo da instrução técnica, podem ser incorporados ao projeto de segurança contra

incêndio, desde que devidamente definidos em legenda.

Neste trabalho de pesquisa, estão contidos os seguintes símbolos gráficos conforme

abaixo:

= Hidrante simples - corresponde a um registro de ângulo aberto

= Mangotinho

= Registro de recalque com válvula de retenção

= Registro de recalque sem válvula de retenção

= Acionador de bomba de incêndio (botoeira tipo liga-desliga)

= Bomba de incêndio

= Reserva de incêndio

= Válvula de retenção tipo leve - horizontal/vertical

= Registro de globo aberto

= Curva de 90º

= �T� de passagem direta (fluxo) ou �T� de saída lateral (fluxo)

= Válvula de pé com crivo

Outros:

C = Comprimento da mangueira

D = Diâmetro da mangueira

E = Diâmetro do esguicho

EB = Expedição da Bomba de Incêndio

207

IB = Introdução da Bomba de incêndio

P = Pressão

P1 = Pressão mínima local 1

P2 = Pressão mínima local 2

PA = Ponto de equilíbrio A

Pb = Pressão total da bomba de incêndio

Q = Vazão

Q1 = Vazão mínima local 1

Q2 = Vazão mínima local 2

QB = Vazão total da bomba de incêndio

RI = Reserva de incêndio

V = Volume

(SÃO PAULO, 2011e)

Os sistemas podem ser instalados nas mais diversas formas, conforme previsto nas

normas e nas legislações técnicas, ou seja, reservatório elevado, subterrâneo, ao nível do

piso, etc. Portanto, no que se refere à posição, ao tipo e à quantidade dos acessórios e das

conexões hidráulicas, devem ser consultadas as exigências específicas e elaborados os

símbolos gráficos, caso não previsto em norma, para identificação no isométrico. A

identificação dessas peças auxiliará no desenvolvimento do cálculo hidráulico e a facilitará a

instalação do sistema na edificação ou na área de risco.

Para determinação da vazão, da pressão da bomba de incêndio e do volume da

reserva de água para combate a incêndio do sistema de hidrantes prediais, é preciso

considerar a natureza da ocupação da edificação e o risco. Antes de iniciar o cálculo

hidráulico, entretanto, é importante verificar qual a norma ou especificação técnica a que se

deseja atender, bem como as fórmulas hidráulicas e os símbolos gráficos correspondentes.

Por exemplo, pode-se usar como parâmetro a legislação federal - NBR nº

13.714:2000, a Estadual (São Paulo) - Decreto no 56.819/11/SP, ou a municipal - Código de

Obras do Município, Especificações do Seguro ou outras: como as do Ministério do Trabalho

ou normas internacionais. Caso seja necessário o atendimento de diversas normas técnicas

ou legislações, recomenda-se adotar os parâmetros mais rígidos.

Com base na norma técnica ou na legislação adotada, os valores de referência

estarão definidos para o início do cálculo - a pressão e a vazão dos pontos (hidrantes ou

mangotinhos) mais desfavoráveis, a quantidade de hidrantes a ser calculado, o tempo

mínimo de funcionamento da bomba de incêndio para atender o sistema, o volume mínimo

208

da reserva de incêndio, os tipos de esguichos, o diâmetro dos esguichos, o diâmetro das

mangueiras e/ou o comprimento máximo de mangueiras.

Cita Brentano (2007, p. 470) que, assim como se deve adotar um esguicho de

diâmetro adequado, para que tenha uma pressão mínima recomendada, não se deve

descuidar da pressão máxima no sistema. A pressão máxima deve ser calculada para se

verificar a necessidade de instalação de dispositivos de redução de pressão. Segundo a

NBR nº 13.714:2000 e IT nº 22/2011, a pressão máxima de trabalho, em qualquer ponto do

sistema, não deve ultrapassar 1000 kPa ou 100 mca. Recomenda-se, porém, que a pressão

máxima de trabalho seja de 50 mca para vazões até 300 L/min, quando o hidrante for

utilizado pelos usuários da edificação ou da área de risco. Acima destes valores, até 100

mca, quando houver brigada de emergência na edificação.

É obrigatório submeter o sistema da edificação à manutenção preventiva periódica,

de modo a assegurar que esteja constantemente em condições ideais de funcionamento.

Um plano de manutenção deve ser elaborado pelo projetista, de forma a garantir a

preservação de todos os componentes. Após a instalação, toda a tubulação deve receber

uma lavagem interna, para remoção de detritos e, em seguida, devem ser levados a efeito

os procedimentos para aceitação do sistema. Caso ocorram mudanças no dimensionamento

do sistema esses deverão ser reavaliados, mediante elaboração de novos cálculos

hidráulicos com base nas normas e nas legislações técnicas em vigor.

209

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13714: sistema de hidrantes e de mangotinhos para combate a incêndio. Rio de Janeiro, 2000.

BARACUHY NETO, Norberto. Sistemas contra incêndio. 2002. Trabalho de Conclusão de Curso (monografia)-Faculdade de Engenharia de Agrimensura de Pirassununga, São Paulo, 2002.

BRASIL, Jacuzzi. Noções de hidráulica e mecânica dos fluídos. ALO SOLAR -

aquecimento de água por energia solar, p. 130-151, 2005. Disponível em: <http://www.hidro.ufcg.edu.br/twiki/pub/Disciplinas/Fen%F4menosDeTransporte/Texto03.pdf>. Acesso em: 30 nov. 2010.

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março de 1992. Regulamento para concessão de descontos as riscos que

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TELLES, Pedro C. Silva. Tubulações industriais - materiais, projeto, montagem. 9ª ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2001.

212

APÊNDICE I - Questionário de avaliação do curso

QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DO CURSO

Instruções

O objetivo deste questionário é para nos ajudar a compreender o quanto este assunto, por

meio da tecnologia da informação e da comunicação, permitiu-lhe aprender.

Cada uma das 14 afirmações abaixo pergunta sobre a sua experiência nesta unidade.

Não há �certo� ou �errado� para as respostas, pois estamos interessados apenas em sua

opinião.

Tenha certeza de que suas respostas serão tratadas com um alto grau de confidencialidade,

e não afetará a sua avaliação.

As suas respostas cuidadosamente consideradas ajudar-nos-ão a melhorar a forma como

esta unidade será apresentada on-line no futuro.

Muito obrigado pela sua ajuda.

1. Inserção do curso no projeto pedagógico da engenharia

Inserção

( ) A atividade não se insere no projeto pedagógico (1).

( ) A atividade está inserida no projeto pedagógico, mas não contribui para o objetivo do

mesmo (2).

( ) A atividade está inserida no projeto pedagógico e contribui para o objetivo do mesmo

(3).

( ) Existe coerência completa entre a atividade e projeto pedagógico (4).

Atividades de aprendizagem ativa

( ) O curso não apresenta atividades de aprendizagem ativa (1).

( ) O curso apresenta atividades de aprendizagem ativa, mas essas atividades não

estão relacionadas com os objetivos (2).

( ) O curso apresenta atividades de aprendizagem ativa que atingem parcialmente os objetivos (3).

( ) O curso apresenta atividades de aprendizagem ativa que atingem totalmente os objetivos (4).

2. Conteúdo da atividade

Clareza e precisão

( ) O conteúdo não foi definido (1).

( ) O conteúdo foi definido, mas não está claro (2).

( ) O conteúdo está claro, mas não atende aos objetivos de aprendizagem (3).

( ) O conteúdo está claro e atende aos objetivos de aprendizagem (4).

213

Bibliografia

( ) A bibliografia não foi definida (1).

( ) A bibliografia foi definida, mas não está coerente com o conteúdo (2).

( ) A bibliografia está coerente com o conteúdo, mas não disponível (3).

( ) A bibliografia está coerente e disponível (4).

3. Organização e estrutura da disciplina

Os objetivos de aprendizagem

( ) Não foram definidos (1)

( ) Foram definidos, mas não estão claros (2).

( ) Definidos de forma clara, mas não estão coerentes com os projetos pedagógico (3).

( ) Definidos de forma clara e coerentes com o projeto pedagógico (4).

Estrutura

( ) Não foi definida (1).

( ) Foi definida, mas está confusa (2).

( ) Foi definida de forma clara, mas não está coerente com o projeto pedagógico (3).

( ) Está clara e coerente com o projeto pedagógico (4).

4. Interatividade e Comunicação

Comunicação do docente

( ) O docente não se comunica com os alunos ao longo do desenvolvimento da disciplina (1).

( ) O docente faz raras intervenções não relacionadas com o conteúdo da disciplina (2).

( ) O docente faz raras intervenções relacionadas ao conteúdo (3).

( ) O docente intervém frequentemente com observações relacionadas ao conteúdo (4).

Uso de fórum de discussão pelo docente

( ) O docente não participa do fórum (1).

( ) O docente participa do fórum, mas não contribui para a discussão (2).

( ) O docente participa do fórum raramente e contribui para a discussão (3).

( ) O docente participa frequentemente do fórum e contribui para a discussão e participação (4).

Uso do fórum de discussão pelos alunos

( ) A média de participação dos alunos com comentários dentro do conteúdo está

abaixo de 20% (1).

( ) A média de participação dos alunos com comentários dentro do conteúdo está entre

20% e 50% (2).

( ) A média de participação dos alunos com comentários dentro do conteúdo está entre

50% e 75% (3).

( ) A média de participação dos alunos com comentários dentro do conteúdo está

acima de 75% (4).

214

5. Usabilidade

Facilidade de navegação

( ) O aluno não consegue acessar o conteúdo (1).

( ) O aluno consegue acessar o conteúdo, mas o download é demorado (2).

( ) O aluno acessa o conteúdo, faz o download rapidamente, mas não consegue abrir o

arquivo (3).

( ) O aluno acessa o conteúdo, faz o download e usa as mídias conforme planejado (4).

Acessibilidade

( ) O aluno não consegue encontrar os links do ambiente (1).

( ) O aluno encontra os links, mas não consegue acessá-los (2).

( ) O aluno encontra os links, acessa, mas não consegue editar (3).

( ) O aluno encontra os links, acessa e edita (4).

6. Planejamento e Programação das Aulas

Planejamento

( ) As aulas não foram planejadas (1).

( ) As aulas foram planejadas, mas o conteúdo não está bem distribuído (2).

( ) As aulas foram planejadas, o conteúdo foi bem distribuído, mas é excessivo (não é

adequado) (3).

( ) As aulas foram planejadas, o conteúdo está bem distribuído e é adequado à carga

horária (4).

Programação

( ) Não foi feita a programação de cada aula (1).

( ) Foi feita a programação de cada aula, mas o conteúdo está excessivo para a carga

horária específica (2).

( ) Foi feita a programação, o conteúdo está bem distribuído, mas não está coerente

com o objetivo da disciplina (3).

( ) Foi feita a programação, o conteúdo está bem distribuído e coerente com os

objetivos da disciplina (4).

7. Conhecimento produzido e absorvido

Conhecimento produzido

( ) Os alunos não realizaram as atividades previstas (1).

( ) Abaixo de 30% dos alunos realizaram todas as atividades (2).

( ) Entre 30% e 70% dos alunos realizaram todas as atividades (3).

( ) Mais de 70% dos alunos realizaram todas as atividades (4).

215

Conhecimento absorvido

( ) Abaixo de 30% dos alunos obtiveram aprovação (1).

( ) Entre 30% e 50% dos alunos obtiveram aprovação (2).

( ) Entre 50% e 70% dos alunos obtiveram aprovação (3).

( ) Mais de 70% dos alunos obtiveram aprovação (4).

8. Condução das aulas

Acompanhamento do professor

( ) O professor acompanha as atividades de menos de 30% dos alunos (1).

( ) O professor acompanha as atividades de 30% a 50% dos alunos (2).

( ) O professor acompanha as atividades de 50% a 75% dos alunos (3).

( ) O professor acompanha as atividades de mais de 75% dos alunos (4).

Acompanhamento do tutor

( ) O tutor acompanha as atividades de menos de 30% dos alunos (1).

( ) O tutor acompanha as atividades de 30% a 50% dos alunos (2).

( ) O tutor acompanha as atividades de 50% a 75% dos alunos (3).

( ) O tutor acompanha as atividades de mais de 75% dos alunos (4).

9. Atividades avaliativas - Exercícios de fixação

Coerência com os objetivos da disciplina

( ) A avaliação não foi coerente com os objetivos da disciplina (1).

( ) De 30% a 50% das questões estavam coerentes com os objetivos da disciplina (2).

( ) De 50% a 70% das questões estavam coerentes com os objetivos da disciplina (3).

( ) Acima de 70% das questões estavam coerentes com os objetivos da disciplina (4).

Coerência com o conteúdo desenvolvido na disciplina

( ) A avaliação não foi coerente com o conteúdo da disciplina (1).

( ) De 30% a 50% das questões estavam coerentes com o conteúdo da disciplina (2).

( ) De 50% a 70% das questões estavam coerentes com o conteúdo da disciplina (3).

( ) Acima de 70% das questões estavam coerentes com o conteúdo da disciplina (4).

10. Avaliação discente

Satisfação dos alunos

( ) A disciplina atingiu menos de 30% de critérios classificados como bom e ótimo (1).

( ) A disciplina atingiu entre 30% a 50% de critérios como bom e ótimo (2).

( ) A disciplina atingiu entre 50% e 80% entre bom e ótimo (3).

( ) A disciplina atingiu mais de 80% entre bom e ótimo (4).

216

APÊNDICE J - Modelo de isométrico

MODELO DE ISOMÉTRICO

Coordenador do Grupo (nome): ________________________________________________

Identificação do projeto: Residencial Multifamiliar

DADOS INICIAIS

Norma ou especificação técnica adotada: ________________________________________

Medidas de comprimento em metro

Medidas de diâmetros em milímetros

Sem escala

Tubulação em ________________________________________________

Sucção (DN) ____________________ mm (DI) __________________ mm

Rede (DN) ______________________ mm (DI) __________________ mm

TIPO DE SISTEMA ____________________________________________

OBS.: vide isométrico e planilha de cálculo

LEGENDA

HIDRANTE SIMPLES

MANGOTINHO

BOMBA DE INCÊNDIO

ACIONADOR MANUAL DA BOMBA DE INCÊNDIO

REGISTRO DE RECALQUE SEM VÁLVULA DE RETENÇÃO

217

RESERVA DE INCÊNDIO

REGISTRO GLOBO

VÁVLULA DE RETENÇÃO

�T� DE PASSAGEM DIRETA

COTOVELO DE RAIO CURTO Outros dados:

D = DIÂMETRO DA MANGUEIRA/MANGOTINHO E = DIÂMETRO DO ESGUICHO C = COMPRIMENTO DA MANGUEIRA/MANGOTINHO RI = RESERVATÓRIO D�ÁGUA DE INCÊNDIO IB = INTRODUÇÃO DA BOMBA DE INCÊNDIO EB = EXPEDIÇÃO DA BOMBA DE INCÊNDIO PA = PONTO DE EQUILÍBRIO P1 = PRESÃO MÍNIMA EM H1 (mca) P2 = PRESSÃO MÍNIMA EM H2 (mca) Q1 = VAZÃO EM H1 (L/min) Q2 = VAZÃO EM H2 (L/min) PB = PRESSÃO NA BOMBA DE INCÊNDIO (mca) QB = VAZÃO NA BOMA DE INCÊNDIO (L/min) DN - DIÂMETRO NOMINAL (mm) DI = DIÂMETRO INTERNO (mm) VI = VOLUME DA RESERVA DE INCÊNDIO (m

3) POT. = POTÊNCIA (cv)

218

ISOMÉTRICO - REDE DE HIDRANTES

Obs.: no caso de sistema de mangotinhos, a legenda deverá ser compatível, bem como

deverão ser reavaliados os dados iniciais de cálculo em relação ao sistema de hidrantes.

Coloque a medidas no isométrico, de acordo com o projeto de arquitetura da edificação, e

dimensione o sistema utilizando a planilha de cálculo.

219

APÊNDICE K - Memorial de cálculo do sistema de hidrantes e de

mangotinhos

MEMORIAL DE CÁLCULO DO SISTEMA DE HIDRANTES E DE MANGOTINHOS

IT Nº 22/2011 - CB/PMESP

220

APÊNDICE L - Relatório final

RELATÓRIO FINAL

OBS.: TODOS OS ITENS CITADOS ABAIXO DEVEM SER ENTREGUES

SITUAÇÃO-PROBLEMA

INTEGRANTES DO GRUPO (nome)

Coordenador: ___________________ RGM ________________________

Secretário: ______________________ RGM ________________________

Membro: _______________________ RGM ________________________

DADOS FINAIS DO CÁLCULO (situação-problema)

OBS.: vide modelo preenchido no módulo IV (slide 45)

Área construída: 1.500 m2

Ocupação/uso: Residencial Divisão: A-2 Exemplo: Edifícios de apartamentos em geral Carga de Incêndio: 300 Mj/m

2 - IT 14/2011 CB-PMESP Descrição: Habitação Multifamiliar Norma adotada: - Decreto Estadual Nº Tipo de sistema: _______________________________________________________ Volume mínimo da reserva de incêndio ( ______ ): __________________________ m3 Diâmetro nominal e tipo de esguicho: DN (mm) ____________ ; Tipo _____________ Diâmetro nominal e comprimento da mangueira/mangotinho: DN (mm) _____ ; Número de expedições: _________________________________________________ Vazão mínima na válvula do hidrante/mangotinho mais desfavorável (L/min): _______ Vazão na válvula do segundo hidrante/mangotinho mais favorável (L/min): ________ Pressão mínima no hidrante/mangotinho mais desfavorável (mca): ________________ Pressão mínima no segundo hidrante/mangotinho mais desfavorável (mca): _______ Acionamento da bomba de incêndio: _______________________________________ Tubulação em _______________ : DN (mm) _________________________ - DI (mm) (rede de distribuição); DN (mm) ' - DI (mm) ' (sucção) Altura manométrica da bomba de incêndio - BI (mca): _________________________ Vazão da BI (L/min): ____________________________________________________ Potência da BI (cv): ____________________________________________________

221

ANEXOS

Obs.: estes itens devem ser anexados ao relatório final

Isométrico do sistema de hidrantes/mangotinhos da edificação (situação-problema) - vide modelo no módulo IV - slide 44 (exemplo);

Planilha de cálculo do sistema de hidrantes e de mangotinhos - dados do cálculo da

situação-problema / vide modelo módulo IV - slide 43 (exemplo); Questionário - Avaliação de desempenho/Módulo V - individual/um por aluno

integrante do grupo; Questionário - Avaliação do processo educacional/Módulo V - individual/um por aluno

integrante do grupo;

Questionário - Avaliação do método instrucional/Módulo V - um por grupo; Questionário - Avaliação final/Módulo V - um por grupo; Relatório parcial - um por grupo.

OBSERVAÇÕES FINAIS

As respostas dos questionários e do relatório parcial poderão ser manuscritas/digitadas; Realizar os exercícios de sistematização - acessar os módulos; Preencher o questionário de avaliação do curso - acesso eletrônico.

222

APÊNDICE M - Notas da Turma A

G

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2222

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223

APÊNDICE N - Notas da Turma B

Continua

Gru

po

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I,II

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75

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5 1,

75

3,75

8

8

224

Continuação

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I,II

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até

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FIN

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5

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5

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B

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A

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0,62

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875

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4,5

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5 0,

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5

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5

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5

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28

0,37

5

287

dia

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68

0,66

447

3684

0,

6151

3157

9 1,

0756

5789

5 4,

2565

7894

7 7,

3782

8947

4

7,55

2631

579

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nte

225

APÊNDICE O - MATERIAL COMPLEMENTAR

Segurança contra incêndios

A evolução do mundo civilizado e da vida nas cidades, especialmente intensa ao longo do

século 21, converteu o projeto de edificações em um processo complexo. Tal processo

envolve conhecimentos especializados e o emprego de novos materiais e tecnologias. A importância das perdas econômicas e de vidas humanas e a agressão ao meio ambiente,

envolvidos em incêndios, possibilitaram o incremento das pesquisas e investigações nesta

área do conhecimento das últimas décadas, ou seja, na segurança contra incêndios.

A credibilidade dos sistemas de segurança contra incêndios depende da conscientização

dos usuários acerca do objetivo da instalação desses sistemas e da necessidade de

controle de sua manutenção, inclusive da elaboração do projeto de acordo com as normas e

as especificações existentes.

Nas edificações e nas áreas de risco do Estado de São Paulo, além de outros Estados da

federação, como Brasília, Rio de Janeiro, Santa Catarina, é obrigatória a previsão de medidas

de proteção contra incêndios, portanto, ratifica-se a necessidade de estudo sobre o dimensionamento dessas medidas e o aperfeiçoamento no processo de ensino e aprendizagem

para os futuros profissionais que atuarão no setor mediante o uso da tecnologia da informação e

da comunicação.

1.1 Segurança contra incêndios - embasamento legal

É notório que a Administração Pública constitui-se de um sistema, subdividido em diversos subsistemas a serviço do Estado, e objetivamente é a expressão do Estado agindo para

satisfação de seus fins de conservação e bem-estar social, sendo regido por um arcabouço

de normas específicas para o seu funcionamento. Diante do descrito, é fundamental o

conhecimento das legislações, referentes à segurança contra incêndios, aplicáveis às

edificações e às áreas de risco do Estado de São Paulo, pois se trata do Estado onde a

pesquisa será desenvolvida.

1.1.1 Segurança contra incêndios e a Constituição da República Federativa do Brasil

A Constituição da República Federativa do Brasil, vigente desde 1988, discrimina, em seu artigo 144 (BRASIL, 1988), que a segurança pública, dever do Estado, direito e

responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da

incolumidade das pessoas e do patrimônio.

No artigo 144, § 5º, a Constituição Federal traz a missão Constitucional das polícias militares

e dos corpos de bombeiros militares, onde explicita: �[...] § 5º - às polícias militares cabem a

polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos corpos de bombeiros militares,

além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil [...]�

(BRASIL, 1988).

Defesa civil é o conjunto de ações preventivas, de socorro, assistenciais e recuperativas

destinadas a evitar ou minimizar os desastres, preservar o moral da população e

226

restabelecer a normalidade social (BRASIL, 2005). O incêndio pode provocar desastres

irreparáveis, portanto, ações preventivas educativas à população devem ser realizadas

para preservação da vida, do meio ambiente e do patrimônio.

No § 6º, desse mesmo artigo, a Constituição Federal subordina os corpos de bombeiros

militares, as polícias militares e as polícias civis aos governadores dos Estados federados,

conforme segue: [...] § 6º - As polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças

auxiliares e reserva do Exército, subordinam-se, juntamente com as polícias civis, aos

governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos territórios. [...] (BRASIL, 1988).

A Constituição Federal, em seu artigo 25, disciplina a competência dos Estados Federados,

conforme segue:

[...] Art. 25 - Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis

que adotarem, observados os princípios desta Constituição.

§ 1º - São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam

vedadas por esta Constituição. [...] (BRASIL, 1988).

Portanto, a Constituição Federal dá existência às corporações militares dos Estados e do

Distrito Federal - corpos de bombeiros e polícias militares, e atribui a elas a competência e a incumbência constitucionais, cria o vínculo de subordinação aos respectivos governadores

de Estados e dá autonomia aos Estados à medida que devem ser organizados e regidos

com base em Constituição e em leis próprias, que observem os princípios constitucionais.

Após estudo da Constituição Federal, verifica-se que compete aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, a execução das atividades de defesa civil

(BRASIL, 1988).

Ao estudar a Constituição do Estado de São Paulo, é possível destacar alguns dispositivos

importantes, dentre os quais:

[...] Art. 23 - As leis complementares serão aprovadas pela maioria absoluta

dos membros da Assembleia Legislativa, observados os demais termos da votação das leis ordinárias.

Parágrafo único - Para os fins deste artigo, consideram-se complementares:

[...] 6 - a Lei Orgânica da Polícia Militar;

[...] 15 - o Código Estadual de Proteção contra Incêndios e Emergências;

[...] (SÃO PAULO, 1989).

A Constituição Paulista de 1989 recepciona a Lei Orgânica da Polícia Militar, dando força de

Lei Complementar, como se verifica no artigo 23 desse diploma (SÃO PAULO, 1989). A Lei

Orgânica da Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMESP) em vigor é Lei Estadual n°

616, de 17 de dezembro de 1974, que será citada mais adiante (SÃO PAULO, 1994a).

[...] Art. 139 - A segurança pública, dever do Estado, direito e

responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública

e incolumidade das pessoas e do patrimônio.

227

§ 1º - O Estado manterá a segurança pública por meio de sua polícia,

subordinada ao Governador do Estado.

§ 2º - A polícia do Estado será integrada pela Polícia Civil, Polícia Militar e

Corpo de Bombeiros.

§ 3º - A Polícia Militar, integrada pelo Corpo de Bombeiros, é força auxiliar,

reserva do Exército (SÃO PAULO, 1994a).

Assim, pode-se considerar que, para o Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, as

atribuições definidas em lei, previstas no artigo 144 da Constituição Federal (BRASIL, 1988)

e no artigo 142 da Constituição Paulista (SÃO PAULO, 1989), são as atribuições da Polícia

Militar, previstas na Lei Estadual nº 616, de 17 de dezembro de 1974 (SÃO PAULO, 1994a).

Integrado que é o Corpo de Bombeiros (CB) à Polícia Militar do Estado de São Paulo

(PMESP), cabe a ele, além da tradicional atividade-fim de prevenção e o combate a

incêndios e a busca e o salvamento, as atividades técnicas relacionadas à Polícia Militar

como um todo, como mencionado na Lei nº 616/74 (SÃO PAULO, 1994a), ou seja,

[...] Art. 2º - Compete à Polícia Militar:

I - executar com exclusividade, ressalvadas as missões peculiares da Força

Armada, o policiamento ostensivo fardado, planejado pelas autoridades policiais competentes, conceituadas na legislação federal pertinente, a fim

de assegurar o cumprimento da lei, a manutenção da ordem pública e o

exercício dos poderes constituídos;

II - atuar de maneira preventiva, como força de dissuasão, em locais ou

áreas específicas, onde se presuma ser possível a perturbação da ordem;

III - atuar de maneira repressiva, em caso de perturbação da ordem,

precedendo o eventual emprego das Forças Armadas;

[...] V - realizar serviços de prevenção e de extinção de incêndios,

simultaneamente com o de proteção e salvamento de vidas humanas e

materiais no local do sinistro, bem como o de busca e salvamento, prestando socorros em casos de afogamentos, inundações, desabamentos,

acidentes em geral, catástrofes e calamidades públicas;

[...] VII - atender às requisições que sejam impostas pelo Poder Judiciário;

VIII - colaborar com a Polícia Civil;

IX - auxiliar os demais órgãos de segurança interna, quando solicitada por

autoridade competente;

Art. 4º - À Polícia Militar subordina-se hierárquica, administrativa e

funcionalmente ao Secretário da Segurança Pública.

[...] Art. 5º - A administração, o comando e o emprego da Corporação é da

competência e responsabilidade do Comandante Geral, assessorado e

auxiliado pelos órgãos de direção.

Parágrafo único - A administração da Polícia Militar obedecerá às normas

administrativas estabelecidas pelo Estado.

Art. 6º - A Policia Militar será estruturada em órgãos de direção, órgãos de

apoio e órgãos de execução.

[...] CAPÍTULO IV

Constituição e Atribuição dos Órgãos de Execução

[...] SEÇÃO II

228

Corpo de Bombeiros

Art. 38 - O Corpo de Bombeiros da Polícia Militar terá a seguinte

organização:

I - Comando do Corpo de Bombeiros;

II - Unidades Operacionais.

Art. 39 - O Comando do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar é o órgão

responsável perante o Comando Geral pelo planejamento, comando,

execução, coordenação, fiscalização e controle de todas as atividades de

prevenção, extinção de incêndios e de buscas e salvamentos, bem como

das atividades técnicas a elas relacionadas no território estadual.

Parágrafo único - O Comandante do Corpo de Bombeiros é o responsável

perante o Comando Geral pelo planejamento, coordenação, fiscalização e

controle dos suprimentos e manutenção dos materiais tipicamente

operacionais das unidades subordinadas.

Art. 40 - O Comando do Corpo de Bombeiros compreende:

I - Comandante;

II - Estado Maior;

III - Secretaria;

IV - Seção de Comando.

[...] § 2 - O Estado Maior terá a seguinte organização:

Chefe do Estado Maior;

1ª Seção (B/1): pessoal;

2ª Seção (B/2): informações;

3ª Seção (B/3): instrução e operações;

4ª Seção (B/4): fiscalização administrativa e logística;

5ª Seção (B/5): assuntos civis;

6ª Seção (B/6): Seção de Serviço Técnico, incumbida de:

a) executar e supervisionar o disposto na legislação do Estado, quanto à

instalação de equipamentos e às medidas preventivas contra incêndio;

b) proceder a exames de plantas e perícias;

c) realizar testes de incombustibilidade;

d) realizar vistorias e emitir pareceres;

e) supervisionar a instalação da rede de hidrantes públicos.

[...] (SÃO PAULO, 1994a).

Verifica-se, portanto, que o Brasil é uma República Federativa formada pela união

indissolúvel dos estados-membros, municípios e do Distrito Federal. Constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: a soberania, a cidadania, a dignidade da

pessoa humana, os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, o pluralismo político

(BRASIL, 1988).

229

A organização da administração pública brasileira deriva da divisão perpetrada pela

Constituição Federal, ao criar os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. Os três

poderes são reconhecidos na esfera da União, dos estados-membros e do Distrito Federal, enquanto o município conta com o Poder Executivo e Legislativo. Os demais órgãos, com

maior ou menor subordinação, sempre com alguma modalidade de vinculação, a eles se

prendem.

A Constituição Federal, além do segundo nível de poder, o dos estados-membros, consagrou um terceiro nível de poder político, o municipal, que coparticipa do exercício de

parte do núcleo fundamental do poder estatal (BRASIL, 1988).

A Constituição determina que a segurança pública é dever do Estado, direito e

responsabilidade de todos. Será exercida para a preservação da ordem pública e da

incolumidade das pessoas e do patrimônio.

Incolumidade, como define o Dicionário Aurélio, é a qualidade ou estado de incólume.

Incólume, de acordo com o célebre dicionário, entende-se como �livre de perigo; são e

salvo; intacto; ileso� (FERREIRA, 2010).

Antes de tudo, com absoluta prioridade, sem qualquer bem ou valor que se possa assemelhar a este, a segurança pública deve preservar a incolumidade das pessoas. O provimento da segurança pública inscreve-se dentro de um quadro de respeito à cidadania. A cidadania

exige que se viva dentro de um ambiente de segurança pública. Não pode haver pleno

usufruto da cidadania, se o cidadão trabalhar e dormir sob o signo do medo, do temor, da ameaça de dano ou lesão a nossa individualidade ou à incolumidade de nossa família

(PEREIRA; ARAÚJO JR., 2010b, p. 28).

O �direito à segurança em geral� e o �direito à segurança pública� são �direitos humanos

fundamentais�. Não há qualquer oposição entre �direitos humanos� e �segurança pública�,

como certo discurso tendencioso pretende sugerir. Todo homem tem direito à vida, à

liberdade e à segurança pessoal (DHNET, 2007).

O poder público, com a participação da sociedade, há de prover a segurança pública como

caminho para o exercício da cidadania. No provimento da segurança pública, deverá o Estado estar atento ao conjunto dos �direitos humanos� e dos �direitos do cidadão�.

Ser cidadão significa ter acesso pleno a todos os direitos individuais e políticos, sociais e econômicos que assegurem uma vida digna ao ser

humano, à comunidade e à sociedade. Há, portanto, uma estreita ligação

entre cidadania e direitos humanos (SÃO PAULO, 1996a, p. 25).

A busca da segurança pública e da cidadania deve constituir projeto solidário da gestão

pública nas cidades, sendo que englobe o poder público e a sociedade.

A Constituição Federal de 1988 prevê, em seu artigo 144, a responsabilidade do Estado de

realizar a �segurança pública, exercida para a preservação da ordem pública e da

incolumidade das pessoas e do patrimônio� (BRASIL, 1988). Essa responsabilidade está

prevista também no artigo 139 da Constituição Estadual de São Paulo (SÃO PAULO, 1989).

O Estado pode legislar concorrentemente com a União, a respeito do Direito Urbanístico, na

230

área de prevenção de incêndios. (artigo 24, inciso I da Constituição Federal) (SÃO PAULO,

2005a, p.101).

OCORRÊNCIAS ATENDIDAS - 2011

Atendimentos Capital Grande São Paulo Interior Total Geral

Incêndio 15.706 11.847 41.163 68.716

Prod. perigosos 1.246 770 2.145 4.161

Resgate 105.719 47.094 194.250 347.063

Salvamento aquático 722 506 1.896 3.124

Salvamento terrestre 7.494 4.921 57.505 69.920

TAC 10.705 4.816 18.738 34.259

TOTAL 141.592 69.954 315.697 527.243

Quadro 1 - Resumo de ocorrências atendidas pelo Corpo de Bombeiros do Estado

de São Paulo- 2011 [Fonte: Corpo de Bombeiros - PMESP - EM/CB - B.3 -

2012]

Figura 1 - Evolução dos incêndios no Estado de São Paulo - 1975 à 2006 [Fonte:

Anuário Estatístico do Corpo de Bombeiros de São Paulo - Ano 2006]

No Estado de São Paulo, no exercício da preservação da incolumidade das pessoas e do

patrimônio, cabe ao Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo, dentre

as várias atribuições, promover a prevenção de incêndio das edificações e das áreas de

risco.

231

1.1.2 Prevenção de incêndio em edificações e em áreas de risco no Estado de São

Paulo

O Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do São Paulo atua na gestão pública de prevenção de

incêndio em edificações e em áreas de risco desde a sua criação em 10 de março de 1880,

portanto, nos últimos 117 anos (TECNOLOGIA E DEFESA, 1997, p.4).

Compete à Polícia Militar do Estado de São Paulo, instituição subordinada à Secretária de

Segurança Pública, por meio do Corpo de Bombeiros, realizar serviços de prevenção e de

extinção de incêndio, simultaneamente a exemplo de proteção e salvamento de vidas humanas

materiais, no local do sinistro, bem como o de busca e salvamento, prestando socorros em casos de afogamento, inundações, desabamentos, acidentes em geral, catástrofes e

calamidades públicas (PEREIRA, 2009a, p. 15).

Ao Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo, por meio do

Departamento de Segurança Contra Incêndio (DSCI), cabe regulamentar, analisar e vistoriar as medidas de proteção contra incêndio nas edificações e áreas de risco, bem como realizar

pesquisas de incêndios reais (SÃO PAULO, 2007a).

O Serviço de Prevenção do Corpo de Bombeiros, no Estado de São Paulo, iniciou-se, na década de 1950, quando a ligação de água ficava condicionada à apresentação do Projeto

de Prevenção e de Combate a Incêndios, aprovado junto ao Corpo de Bombeiros, uma vez

que a legislação da época não obrigava as edificações a possuírem equipamentos contra incêndio. Assim sendo, os proprietários apresentavam um jogo de plantas da edificação e os

oficiais do Corpo de Bombeiros, designados para o Serviço de Prevenção, carimbavam nas

plantas onde os extintores seriam instalados (SÃO PAULO, 2007a).

A gestão do Corpo de Bombeiros (órgão público) na prevenção de incêndio em edificações

e em áreas de risco, portanto, exterioriza-se por meio de atos das divisões e das seções

responsáveis pela análise das propostas de segurança para as edificações e áreas de risco. Esses atos e/ou exigências materializam-se na previsão das proteções nas plantas

construtivas, submetidas à orientação do órgão público (CB), e na constatação, por meio de

vistoria técnica, da colocação, da instalação e do funcionamento das proteções previstas em plantas (PEREIRA; ARAÚJO JR., 2010b, p. 28).

Nesse contexto, o Corpo de Bombeiros da PMESP desenvolve a atividade de análise e

vistoria (Serviços de Segurança Contra Incêndio), baseada em Decreto Estadual, sendo o

atual o de nº 56.819/11 (SÃO PAULO, 2011a) (Este Regulamento dispõe sobre as medidas

de segurança contra incêndio nas edificações e áreas de risco, atendendo ao previsto no

artigo 144, § 5º da Constituição Federal (BRASIL, 1988), ao artigo 142 da Constituição

Estadual (SÃO PAULO, 1989), ao disposto na Lei Estadual nº 616 (SÃO PAULO, 1994a) de

17 de dezembro de 1974 e na Lei Estadual nº. 684 (SÃO PAULO, 1994b), de 30 de

setembro de 1975 e no Decreto Estadual no. 55.660, de 30 de março de 2010 (SÃO

PAULO, 2010).

No artigo 142 da Constituição Estadual, consta o seguinte:

232

[...] Art. 142 - Ao Corpo de Bombeiros, além das atribuições destinadas em

lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil, tendo seu quadro

próprio e funcionamento definidos na legislação prevista no § 2º do artigo

anterior [...] (SÃO PAULO, 1989).

A Lei nº. 616/74 (SÃO PAULO, 1994a) (Organização Básica da Polícia Militar), no artigo 2º,

inciso V, foi recepcionada pela Constituição Estadual e determina que compete à Polícia

Militar a realização de serviços de prevenção e de extinção de incêndio (SÃO PAULO,

2005a, p. 4).

A Lei Estadual nº 684 (SÃO PAULO, 1994b), de 30 de setembro de 1975, autoriza o Poder

Executivo do Estado a firmar convênios com os municípios, no que concerne às atividades

afetas ao Corpo de Bombeiros da Polícia Militar, dentre as quais se destacam as atividades

de prevenção de incêndio e de prevenção de acidentes, cabendo, ainda, estabelecer as

normas de fiscalização e as sanções a que estarão sujeitos os infratores.

O Decreto nº 56.819/11 (SÃO PAULO, 2011a), que substituiu o Decreto Estadual no 46.076/01 (SÃO PAULO, 2005b), incorpora novas tecnologias, contempla o uso de novos

equipamentos de segurança, de modo a acompanhar a evolução da sociedade com o

progresso da prevenção, para que evite possível falha e, em consequência, os incêndios

não ocorram.

Às edificações e às áreas de risco aplica-se o Decreto Estadual no 56.819/11 (SÃO PAULO,

2011a) para regularização junto ao Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, para

efeito de aprovação do processo de segurança contra incêndios (SÃO PAULO, 2011a)15 e

do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) (SÃO PAULO, 2005c, p. 135)16.

1.1.3 Prevenção de incêndio em edificações e em áreas de risco no Município de São

Paulo

A atuação do Corpo de Bombeiros na prevenção de incêndio nos municípios ocorre por

meio de convênios. No Estado de São Paulo, ocorre desde 1942, sendo que atualmente o

Corpo de Bombeiros continua a celebrar convênios com os municípios, decorrentes da Lei

Estadual nº 684/75 (SÃO PAULO, 1994b), em que a Assembleia Legislativa autoriza o Poder Executivo a celebrar convênios com os municípios sobre assuntos de bombeiros

(SÃO PAULO, 1994b).

No artigo 3º, caput, e no parágrafo único da Lei Estadual nº. 684/75, consta o seguinte:

[...] Art. 3º - Os municípios obrigarão a autorizar o órgão competente do Corpo

de Bombeiros da Polícia Militar, a pronunciar-se nos processos referentes à

aprovação de projetos e à concessão de alvarás para construção, reforma ou

conservação de imóveis, os quais, à exceção dos que se destinarem às

15 É a documentação que contém os elementos formais exigidos pelo PMESP-CB na apresentação das

medidas de segurança contra incêndio de uma edificação e áreas de risco que devem ser projetadas para

avaliação em análise técnica. 16 Documento emitido pelo Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo certificando que,

durante a vistoria, a edificação possuía as condições de segurança contra incêndios previstas pela legislação

e constantes no processo, estabelecendo um período de revalidação.

233

residências unifamiliares, somente serão aprovados ou expedidos se verificado,

pelo órgão, a fiel observância das normas técnicas de prevenção e segurança

contra incêndio. Parágrafo Único: A autorização de que se trata este artigo é

extensiva à vistoria para concessão de alvará de �habite-se� e de

funcionamento [...] (SÃO PAULO, 1994b)

Verifica-se que, uma vez firmado o convênio entre o Estado e o Município, uma das

atribuições do primeiro é disponibilizar o efetivo necessário, tecnicamente habilitado, para o exercício das funções que lhe competem. Por outro lado, conforme se verifica no artigo 3º,

caput, os municípios obrigam-se a submeterem os processos referentes à aprovação de

projetos e de alvarás dos imóveis, exceto de residências unifamiliares, ao órgão competente

do Corpo de Bombeiros, a fim de se verificar a fiel observância das normas técnicas de

prevenção e de segurança contra incêndios. No parágrafo único desse mesmo artigo,

verifica-se que o legislador também obriga o município a autorizar o pronunciamento do Corpo de Bombeiros referente à realização da vistoria para a concessão de alvará de

�habite-se� e de funcionamento e para a verificação da efetiva observância das normas

técnicas.

Portanto, celebrado o convênio entre o Estado e Município, todas as edificações e áreas de

risco, por ocasião de construção, da reforma ou ampliação, regularização e mudança de

ocupação, necessitam de aprovação do Corpo de Bombeiros, com exceção das residências

unifamiliares (PEREIRA, 2009a, p. 16).

No município onde não existe posto de bombeiros, nem convênio entre Estado e Município,

a aprovação das edificações dependerá de iniciativa do interessado ou por determinação

das autoridades competentes (Executivo e Judiciário). Neste caso, deverá ser procurado o posto de bombeiros do município mais próximo para as devidas orientações. No Município

de São Paulo, há o convênio com o governo do Estado de São de Paulo (PEREIRA;

POPOVIC, 2007, p. 174).

O órgão público atua na gestão de prevenção de incêndio, por meio de aplicação de

exigências técnicas, que se externam por meio de atos administrativos que geram

responsabilidades. A gestão pública é informada por diversos princípios gerais, destinados,

de um lado, a orientar a ação do administrador na prática dos atos administrativos e, de outro lado, a garantia à boa administração, que se consubstancia na correta gestão dos

negócios públicos e no manejo dos recursos públicos no interesse do coletivo, como

também se assegura aos administrados o seu direito a práticas administrativas honestas e

probas. Os atos administrativos praticados pela gestão pública deverão estar de acordo com

os princípios constitucionais, ou seja, os da legalidade, da impessoalidade, da moralidade,

da publicidade e da eficiência (PEREIRA, 2009a, p. 17).

As legislações de prevenção de incêndios são de competência dos entes estatais, que. de

forma concorrente ou suplementar, disciplinam as exigências de proteção. Essas podem ser

classificadas em nacional, estadual ou municipal. Todas as normas e legislações de

proteção contra incêndios, decorrentes da competência constitucional da União e do Estado,

concorrem para legislar quanto ao Direito Urbanístico e, consequentemente, à prevenção de

incêndios, devendo ser cumpridas.

A atuação do Corpo de Bombeiros na prevenção de incêndios exterioriza-se por meio de

234

atos das seções responsáveis pela análise das propostas de segurança para os edifícios e

áreas de risco. Esses atos estão abrangidos no Direito Administrativo.

Segundo Lazarinni (1985), a problemática da prevenção de incêndios está centrada no

Direito Urbanístico, que é um capítulo do moderno Direito Administrativo.

Essa problemática, com relação ao Direito Urbanístico, ocorre, segundo Moreira Neto apud Lazarinni (1985), porque o urbanismo, como disciplina físico-social dos espaços habitáveis,

tem necessidade de arrimar-se sobre normas cogentes que tornem gerais e compulsórias

suas determinações: daí a importância de um sistema legal, uma disciplina jurídica do

urbanismo - o Direito Urbanístico.

Cretella (apud LAZARINNI, 1985) escreve que a prevenção de incêndios está relacionada

com o Direito Urbanístico, na proteção da coletividade, pois medidas preventivas não devem

ser esquecidas pelos órgãos dos poderes públicos locais, encarregados de fiscalizar as edificações. Na época moderna, elevadores, escadas de emergência, aparelhos contra

incêndios, sinais de alarme devem integrar as partes acessórias dos edifícios, servindo para

impedir a ocorrência de males que atentem contra a coletividade.

Porém, essa obrigação de fiscalizar não é competência exclusiva dos poderes públicos

locais, conforme Lazarinni (1985) afirma, interessando também aos demais entes estatais,

como a União, os estados-membros e o Distrito Federal.

As legislações municipais, portanto, também devem ser consideradas, porém, de forma

suplementar e pelo serviço de atividades técnicas do Corpo de Bombeiros que atua nas

respectivas áreas de jurisdição.

No processo de gestão pública nas cidades, em prevenção contra incêndios, numa

sequência, deverão ser atendidas as normas e as legislações da União e do Estado, no geral, a do Município, no específico, sempre respeitando a superveniência das legislações.

Deve haver sempre a prevalência da condição mais rigorosa (PEREIRA, 2009b, p. 277).

A gestão pública nas cidades do Estado de São Paulo deverá ter especial atenção com a

prevenção de incêndios nas edificações e nas áreas de risco, sendo que, no planejamento

da proteção de uma coletividade, abrange a educação pública quanto à proteção contra incêndio nas edificações e nas áreas de risco. Essa proteção engloba medidas que visam a

proteger a vida dos ocupantes das edificações e áreas de risco, em caso de incêndio;

dificultar a propagação do incêndio, reduzindo danos ao meio ambiente e ao patrimônio;

proporcionar meios de controle e extinção do incêndio; dar condições de acesso para as

operações do Corpo de Bombeiros. É exigida nas edificações por meio de legislações e

normas técnicas, adotadas pelos órgãos públicos (PEREIRA, 2009b, p. 277).

A gestão pública - nas cidades do Estado de São Paulo - de prevenção contra incêndios é

executada pelo Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, desde sua fundação. Na

atualidade, faz as exigências de proteção contra incêndios por meio do Decreto Estadual nº 56.819/11. (Regulamento de segurança contra incêndio das edificações e áreas de risco)

(SÃO PAULO, 2011a).

As atribuições exercidas pelo órgão público estão fundamentadas na Constituição Federal e

235

Estadual e na lei de celebração de convênios com os municípios para os serviços de

Bombeiros. Nesta lei, os municípios obrigam-se a autorizar o órgão público competente a se

pronunciar quanto à observância das normas técnicas de prevenção contra incêndios

(PEREIRA, 2009b, p. 277).

No processo de gestão pública da prevenção contra incêndios, o órgão responsável (Corpo

de Bombeiros da PMESP), inclusive por ser órgão Executivo, pronuncia nos processos por

meio de atos administrativos, portanto, deve-se pautar pelos princípios da legalidade,

impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Esses atos administrativos, praticados

pelos seus agentes, geram responsabilidades e direitos. Assim, caso houver falhas no processo de gestão pública de prevenção contra incêndios, decorrentes de omissão do

agente responsável pela análise e vistoria, o Estado pode vir a responder civilmente pelos

danos daí decorrentes para terceiros, respondendo, posteriormente, o agente responsável

pelo ato administrativo falho, na forma regressiva (PEREIRA, 2009b, p. 277).

As normas técnicas e as legislações existem em vários níveis e são elaboradas pelos

organismos de normatização, nas quais há a participação de integrantes da sociedade. Esta

variedade torna difícil, porém necessário, acompanhar as evoluções das mesmas. Os

cidadãos devem conhecer e entender as classificações das normas para fazer o uso e

emprego correto, para melhoria contínua da prevenção contra incêndios nas edificações e

nas áreas de risco existentes nas cidades.

1.2 Legislações de proteção contra incêndios aplicáveis às edificações e às áreas

de risco no Estado de São Paulo

O Corpo de Bombeiros conseguiu as suas primeiras Especificações para Proteção e

Combate a Incêndio em 1983 - para o fim específico da aplicação da Lei nº 684 (SÃO

PAULO, 1994b), de 30 de setembro de 1975, que autoriza o Poder Executivo a celebrar convênios com municípios sobre serviços de bombeiros - anexas a uma legislação, o

Decreto Estadual nº 20.811 (SÃO PAULO, 1983). Essas especificações aumentaram o

número de exigências de proteção contra incêndios aos edifícios e provocaram mudanças e

inovações significativas no setor.

Essas especificações tinham por finalidade fixar critérios básicos indispensáveis ao

fornecimento de uma razoável segurança aos ocupantes de uma edificação ou área de risco

em caso de incêndio.

Os objetivos do decreto, incluindo o descrito na sua finalidade, eram minimizar as probabilidades de propagação do fogo para prédios vizinhos e diminuir danos. Esses

objetivos poderiam ser alcançados por meio de exigências mínimas quanto à localização,

arranjo físico e construção dos edifícios, bem como quanto ao sistema de combate a

incêndio que deveriam ser utilizados pelos ocupantes de uma edificação.

Essas especificações aplicavam-se às edificações, por ocasião da construção, da reforma

ou ampliação, e mudança de ocupação de edificações já existentes. Ficavam isentas das

exigências apenas as edificações destinadas a residências unifamiliares (PEREIRA, 2009c,

p. 99).

236

Faria (1988) relata que essas especificações ampliaram as exigências de proteção contra Incêndio nas edificações.

O item 8, do capítulo VIII do Decreto Estadual nº 20.811, descrevia os procedimentos para

instalação do sistema de hidrantes internos ou externos em edificações (SÃO PAULO,

1983).

No que tange à legislação municipal, após os incêndios dos edifícios Joelma e Andraus, a

cidade de São Paulo editou novo Código de Edificações - Lei Municipal nº 8.266 de 20 de

julho de 1975, introduzindo medidas preventivas para os novos prédios e obrigando os

edifícios antigos a se adequarem, na medida do possível.

Em 1985, foi aprovada a Nota de Instrução Técnica nº CCB - 001 - 01/85, que implantou o Glossário de Pareceres Técnicos (SÃO PAULO, 1985). Esse glossário continha adaptações

e interpretações sobre os casos omissos e duvidosos do Decreto Estadual nº 20.811/83. Em

1991, foi editada a interpretação formal, que era uma forma de interpretação não oficial para

aplicação dos itens do Decreto Estadual nº 20.811/83 (SÃO PAULO, 1991).

Em 1992, com a Lei nº 11.228, de 25 de junho de 1992, foi aprovado o novo Código de

Obras e Edificações do Município de São Paulo, bem como o Decreto nº 32.329, de 23 de

setembro de 1992, que regulamentava o Código (SÃO PAULO, 1993a e 1993).

Segundo Ono (2002), esse código dá ênfase às medidas construtivas para garantir a segurança das pessoas no abandono da edificação, deixando para a regulamentação

estadual as medidas ativas de proteção contra incêndio como, por exemplo, extintores,

sistema de hidrantes e mangotinhos.

Em 5 de agosto de 1993, foi criado o Sistema de Atividades Técnicas, por meio da

publicação da Portaria do Comandante de 02 de julho de 1993, em Diário Oficial do Estado

(SÃO PAULO, 1993c, p. 146). Esse sistema definia as atribuições dos órgãos do Corpo de

Bombeiros que atuavam no setor de prevenção de incêndio, bem como estabelecia as

competências e as capacitações das pessoas que atuavam nas seções (credenciamento).

Nesse mesmo período, foram publicados os despachos normativos com conteúdos

semelhantes aos pareceres técnicos, porém, não eram divulgados ao público em geral

(FARIA, 1988).

Devido às inovações construtivas e tecnológicas (que ocorreram no período de vigência do

Decreto Estadual nº 20.811/83), o surgimento de interpretações formais de itens do decreto

e o surgimento de despachos normativos houve a necessidade de uma regulamentação que

abordasse os casos omissos e duvidosos, pois a legislação já estava comprometida.

Portanto, o período de 1983 até 1993 caracterizou-se pela adaptação das novas exigências

e dos mecanismos para que as alterações e as interpretações tornassem-se públicas,

portanto, houve a necessidade de atualização do referido decreto estadual.

Em 15 de dezembro de 1993, foi aprovado o Decreto Estadual nº 38.069, que possuía, em

anexo, as especificações para Instalação de proteção contra incêndio (SÃO PAULO, 2000).

No capítulo IX, do citado decreto, era previsto as exigências para instalação de sistema de

proteção por hidrantes em edificações a serem instalados na área interna ou externa.

237

Os anos noventa caracterizaram-se pela publicação das Instruções Técnicas do Corpo de

Bombeiros para padronização das exigências de proteção contra incêndios, portanto,

descreviam medidas para alcançar os objetivos estabelecidos nas especificações do Corpo

de Bombeiros.

A Instrução Técnica nº. CB - 001-33-96 estabeleceu a alteração do nome de Atestado de

Vistoria do Corpo de Bombeiros para Auto de Vistoria Corpo de Bombeiros, a fim de adequar a natureza jurídica do documento, bem como passou a ser fornecido em duas vias

(SÃO PAULO, 1996). O Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros é documento emitido pelo

Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo certificando que, durante a

vistoria, a edificação ou área de risco possua as condições de segurança contra incêndios,

previstas pela legislação e constantes no processo, estabelecendo um período de

revalidação (SÃO PAULO, 2005c, p. 135). A vistoria do Serviço de Segurança contra

Incêndio da PMESP-CB na edificação e na área de risco é realizada mediante solicitação do

proprietário, responsável pelo uso ou por responsável técnico com a apresentação de

documentos pré-estabelecidos (SÃO PAULO, 2005d, p. 59). O AVCB - na atualidade - no caso de edificações (como residencial, comercial ou industrial), é emitido para o prazo de

validade de três anos, estando a edificação ocupada, caso contrário (desocupada), por um

ano (SÃO PAULO, 2005d, p.63).

Em 31 de agosto de 2001, foi aprovado o Decreto Estadual nº 46.076, que instituiu o

Regulamento de Segurança contra Incêndios, dispondo sobre as medidas de segurança

contra incêndios nas edificações e nas áreas de risco, incorporando novas tecnologias,

contemplando o uso de novos equipamentos de segurança de modo acompanhar a

evolução da sociedade com o progresso da prevenção (SÃO PAULO, 2005b, p. 9). Atende

ao previsto no artigo 144, parágrafo 5º, da Constituição Federal (BRASIL, 1988), ao artigo

142 da Constituição Estadual, ao disposto na Lei nº 616 (SÃO PAULO, 1994a), de 17 de

setembro de 1974 e na Lei Estadual nº. 684, de 30 de setembro de 1975. São objetivos do regulamento proteger a vida dos ocupantes das edificações e áreas de risco, em caso de

incêndio, dificultar a propagação do incêndio, reduzindo danos ao meio ambiente e ao

patrimônio, proporcionar meios de controle e extinção do incêndio e dar condições às

operações do Corpo de Bombeiros.

Posteriormente, em 22 de dezembro de 2001, foram aprovadas as instruções técnicas que

estabeleceram os critérios técnicos e administrativos para aplicação das medidas de

segurança nas edificações e áreas de risco. Esse regulamento (Decreto Estadual nº

46.076/01) incluiu novidades em relação aos anteriores, como o de classificação de risco

por carga de incêndio e a existência de instruções técnicas, como a de proteção de túneis, a

de controle de materiais de acabamento e revestimento, além de outros - total de 38 instruções técnicas (SÃO PAULO, 2007b).

Em 2011, foi aprovado o novo decreto, ou seja, o nº 56.819/11 que substituiu o nº 46.076/01,

porém as instruções técnicas permanecem com os respectivos números.

A Instrução Técnica nº 22, Sistema de hidrantes e mangotinhos para combate a incêndio,

inserida no Decreto Estadual no 46.076/01 e contida no Decreto Estadual nº 56.819/11, fixa

as condições necessárias exigíveis para o dimensionamento, instalação, manutenção,

aceitação, e manuseio, bem como as características dos componentes do sistema, sendo

para uso exclusivo de combate a incêndio. Aplica-se às edificações e às áreas de risco em

238

que sejam necessárias as instalações de sistema de hidrantes e/ou mangotinhos para

combate a incêndio.

1.3 Incêndios no Município de São Paulo

Os incêndios sempre foram acontecimentos trágicos, que deixaram, nas pessoas

envolvidas, marcas indeléveis em sua memória. Os grandes incêndios ocorreram, em sua

maioria, devido às falhas durante o processo de prevenção e/ou na execução do combate

inicial, inclusive, por ausência de políticas públicas na gestão da prevenção de incêndios

nas cidades. Diversos incêndios ocorreram nas últimas décadas e até hoje deixam marcas

de desespero, dor, horror e morte. Os brasileiros vêm aprendendo, com o decorrer do

tempo, a lidar com aquele que se fez e está presente na história da humanidade, ou seja,

o incêndio. (PEREIRA, 2009d, p. 96). Alguns incêndios históricos foram registrados no Município de São Paulo, conforme segue:

- 24 de fevereiro de 1972 - Edifício Andraus (SÃO PAULO, 2005a);

- 10 de fevereiro de 1974 - Edifício Joelma (SÃO PAULO, 2005a);

- 14 de fevereiro de 1981 - Edifício Grande Avenida (SÃO PAULO, 2005a);

- 21 de maio de 1987 - Torres CESP, ocorrido em 21 de maio, o conjunto tinha dois blocos, um com 21 pavimentos e outro com 27 pavimentos, sendo que ocorreu a propagação de

incêndio entre blocos e, em decorrência, colapso da estrutura com desabamento,

ocasionando duas mortes; entre outros (SÃO PAULO, 2005a).

Até a década de 1960, no Estado de São Paulo, o Corpo de Bombeiros apenas exigia a

instalação de hidrantes e de extintores nos edifícios, e a obediência a essas regras era

garantida pelo Departamento de Águas e Esgotos do Estado de São Paulo - atual SABESP - que não fornecia água para consumo caso o projeto não fosse aprovado pela Corporação

(FARIA, 1988, p. 37).

Com a ocorrência dos incêndios catastróficos dos edifícios Andraus (1972) e Joelma (1974),

tornou-se notório que a legislação preventiva estava falha, seguindo um Código de Obras

dos anos 3017. Em 1983, foi publicado o Decreto Estadual nº 20.811, referente a

Especificações para Instalação de Proteção Contra Incêndios (SÃO PAULO, 1983),

substituído posteriormente pelo Decreto Estadual nº 38.069/93 (SÃO PAULO, 2000), sendo

a última publicação o Decreto Estadual 46.076, de 31 de agosto de 2001 que institui o

Regulamento de Segurança contra Incêndio das edificações e das áreas de risco (SÃO

PAULO, 2005b), cujo último Decreto Estadual publicado o no 56.819/11 (SÃO PAULO,

2011a).

O incêndio no Edifício Andraus (SÃO PAULO, 1994c), de 31 andares, matou 16 pessoas e

feriu outras 375. Localizada na Avenida São João, 869, esquina com Rua Pedro Américo,

em Santa Ifigênia, região central da cidade de São Paulo/SP, a edificação em concreto

17 Em 1955, o Município de São Paulo, por meio da Lei n

o 4.615, de 13 de janeiro, incorporou ao Código de

Obras �Arthur Saboya�, exigências de proteção contra incêndio, conforme citado nas Especificações de 1962

(SÃO PAULO, 1961, p. 2).

239

armado abrigava escritórios e uma loja de departamentos, e o incêndio foi exemplo inusitado

de propagação exterior de incêndio em um prédio elevado.

Naquela data, por volta das 16 horas, um empregado da loja de departamentos, no 5º andar,

percebeu a presença de fogo na área de armazenamento de combustível. Quando ele e

outros empregados abriram as janelas para operar os extintores, entretanto, o fogo entrou no edifício, propagando-se para os pisos superiores através do forro do 5º andar. Os

empregados afirmaram que foram obrigados a abandonar o prédio em virtude da rápida

propagação do fogo. O incêndio desenvolveu-se em quatro andares da loja de departamentos e a seguir propagou-se externamente, envolvendo outros 24 andares. Um heliponto proveu refúgio para 300 pessoas, enquanto outras 200 ficaram presas numa

escadaria durante a propagação do incêndio. Os bombeiros salvaram 100 pessoas da

escadaria no 15º andar, por meio de escadas prolongáveis armadas de um prédio

adjacente. Durante as quatro horas de operação, helicópteros salvaram 350 pessoas, e as

outras saíram pelas escadas assim que o fogo foi controlado. Os andares dos escritórios

eram servidos por uma escada de alvenaria enclausurada e cinco elevadores. O edifício não

tinha sinalização de segurança contra incêndio e pânico, nem iluminação de emergência,

sistema automático de detecção e alarme de incêndio ou sistema automático de extinção de

incêndio. O sistema de hidrantes era composto por uma rede com diâmetro de 63 mm com conexões do mesmo diâmetro (PEREIRA, 2009d, p. 97).

Na manhã de 1º de fevereiro de 1974 (SÃO PAULO, 1994c, p. 10), um incêndio que

começou em um aparelho de ar condicionado localizado numa janela do 12º andar do

Edifício Joelma, de 25 andares - localizado na esquina da Avenida Nove de Julho com Rua Santo Antônio, no centro de São Paulo/SP - propagou-se rapidamente pelo seu exterior, causando 189 mortes, 300 feridos e destruição total das dependências internas. O fogo

consumiu todo o conteúdo combustível e materiais de acabamento interno do 12º ao 25º

andares. Vários ocupantes do prédio foram para o telhado esperando ser resgatados por

helicópteros; outros decidiram ficar nos seus andares e esperavam sobreviver encharcando-se com água das mangueiras. Ainda outros pularam para a morte numa tentativa desesperada de escapar do calor intenso proveniente do fogo e da fumaça. Das 189 vítimas

fatais, 40 saltaram para a morte, enquanto as outras 149 pessoas ou foram queimadas ou sucumbiram aos produtos de combustão. Destes, 90 morreram no telhado e 59 dentro do

prédio. Em alguns casos os corpos encontrados dentro do prédio haviam sido incinerados.

Embora a construção básica fosse resistente ao fogo, o acabamento interno era

inteiramente constituído por materiais combustíveis, o que contribuiu para o rápido

alastramento do fogo ao longo do edifício (PEREIRA, 2009d, p. 97).

O Edifício Joelma não contava com as condições mínimas de segurança para a

sobrevivência em situação de incêndio. A única escada existente não se encontrava

enclausurada. Não havia alarme de incêndio para evacuação, sinalização de segurança

contra incêndio e pânico ou mesmo procedimentos de emergência para orientar os

ocupantes (SÃO PAULO, 1994c, p. 12).

Diversas pessoas, tendo presente na memória o incêndio do Andraus, dois anos antes,

foram para o telhado esperando ser resgatados por helicópteros. Entretanto, foi impossível a

aproximação segura e o pouso, uma vez que o fogo se propagava pelos dois lados do

prédio, com densa fumaça encobrindo o telhado e colunas térmicas provocando problemas

240

de sustentação e arrastamento (PEREIRA, 2009d, p. 97).

Em 14 de fevereiro de 1981, por volta das 11 horas da manhã, teve início um grande

incêndio de lamentáveis consequências no Edifício Grande Avenida, com 23 andares, no número 1.754 da Avenida Paulista, em São Paulo-SP (SÃO PAULO, 1994c, p. 1). Segundo

testemunhas, foi ouvido um estouro seguido imediatamente dos primeiros focos de chamas. O incêndio teria começado nos dois primeiros andares, onde funcionava um escritório. No

dia do incêndio foram constatadas 12 vítimas fatais. Após o rescaldo, entretanto, foram

encontrados mais cinco corpos juntos, elevando-se para 17 o número de mortos. Das 53

pessoas internadas com queimaduras e intoxicação, 11 eram soldados do Corpo de Bombeiros e 10 do Comando de Operações Especiais da Polícia Militar (PEREIRA, 2009d,

p. 97).

Com a ocorrência destas três tragédias (Incêndios nos Edifícios: Andraus, Joelma e Grande

Avenida), constatou-se que a cidade de São Paulo, no Estado de São Paulo, não estava

preparada para enfrentar grandes incêndios. Não havia regulamentos de proteção contra

incêndios, as indústrias de equipamentos e sistemas de combate a incêndio eram poucas, o

próprio Corpo de Bombeiros não estava equipado, não existiam Normas Técnicas de

Segurança Contra Incêndios - com exceção dos extintores de incêndio.

A sequência de catástrofes despertou não apenas a opinião pública, mas também os

governantes, devido à necessidade de adoção de medidas para melhoria da gestão de prevenção contra incêndios nas cidades.

Em 1987, portanto, a cidade já contava com os Regulamentos de Segurança Contra

Incêndio, como parte do Código de Obras e Edificações do Município de São Paulo (SÃO

PAULO, 1994c, p. 14). O Corpo de Bombeiros dispunha do Decreto Estadual de Proteção

Contra Incêndios e havia adquirido vários equipamentos. Paralelamente, as indústrias

passaram a produzir diversos sistemas de combate e de detecção de incêndios.

Devido à série de incêndios, em 1990, foi criado o Comitê Brasileiro de Segurança Contra

Incêndio, o CB-24, na Associação Brasileira de Normas Técnicas (SÃO PAULO, 1994c, p.

15).

Os incêndios continuam a ocorrer, sendo que, segundo Pereira e Araújo Jr. (2010, p. 75),

mesmo após os surgimentos das legislações e das normas técnicas sobre o assunto, no

Estado de São Paulo, os incêndios aumentam desde 1975, sendo significante o número de

atendimento de incêndios em edificações, por volta de 30% do total, o que significa

aproximadamente 140.000 ocorrências (ano base 2006).

Nos edifícios e/ou nas áreas de risco, há possibilidades de surgimento de incêndios, sendo

estes atendidos pelo Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, portanto, é plausível a

preocupação quanto à prevenção nestas ocupações, inclusive, quanto à instalação de

sistema de hidrantes e mangotinhos para combate ao incêndio.

Na Revista Bombeiros Emergência, Sampaio (1997), editor da revista e Coronel Polícia

Militar do Estado de São Paulo, ex-comandante do Corpo de Bombeiros, comenta: �[...] no

período de 1966 a 1990, o número de incêndios no Brasil vem crescendo anualmente� (p.

23).

241

Nos edifícios e nas áreas de risco, cabe a elaboração de projetos e a realização de

instalações de acordo com as normas técnicas e as especificações pertinentes, pois há

possibilidade de ocorrências de incêndios e necessidade de utilização do sistema de

hidrantes e mangotinhos, que deverão estar em perfeitas condições para o uso para o

efetivo combate e extinção do sinistro.

1.4 Prevenção contra incêndios para edificações e áreas de risco

A prevenção18 é o conjunto de medidas que visam a evitar que os sinistros surjam, mas não

havendo essa possibilidade, que sejam mantidos sob controle, evitando a propagação e

facilitando o combate. Ela pode ser alcançada por diversas formas:

- atividades educativas como palestras e cursos nas escolas, empresas, edificações

residenciais;

- divulgação pelos meios de comunicação;

- elaboração de normas e leis que obriguem a aprovação de projetos de proteção contra

incêndio, instalação dos equipamentos, testes e manutenção adequados;

- formação, treinamento e exercícios práticos de brigadas de incêndio.

As edificações e as áreas de risco estão sujeitas à previsão de medidas de proteção contra

incêndio, de acordo com o previsto nas legislações e nas normas técnicas a respeito. O

dimensionamento dos sistemas de proteção contra incêndios, instalação e a sua manutenção é

fundamental para o perfeito desempenho no caso de emergência.

Silva (2001) descreve que

o risco à vida devido ao colapso em edifícios dimensionados de maneira adequada à temperatura ambiente e equipados com os

dispositivos apropriados de segurança, geralmente exigidos pelo

poder público, é ainda menor, pois para sua avaliação deve-se considerar a probabilidade da ocorrência de início de incêndio, a probabilidade de que os meios de proteção ativa não sejam eficazes

e o incêndio se generalize [...] (p. 67).

A exigência de medidas de proteção contra incêndios das edificações e das áreas de risco

varia de acordo com a legislação vigente na época da construção e a legislação atual, pois

houve as atualizações ocorridas dos decretos estaduais, principalmente a partir de 1983. As

medidas de proteção contra incêndios podem ser do tipo proteção passiva ou proteção ativa

(CAMARGO FILHO, 1988, p. 279):

- Proteção passiva é prevista na fase de elaboração do projeto e que, depois de

incorporada na obra, dificulta a propagação do incêndio nas edificações como

18 A prevenção contra incêndio é um dos tópicos abordados mais importantes na avaliação e planejamento da

proteção de uma coletividade. O termo �prevenção� expressa tanto a educação pública como as medidas de

proteção contra incêndio em um edifício (SÃO PAULO, 2005a, p. 99).

242

acabamento interno, acabamento externo, paredes corta-fogo, compartimentação, meios

de escape, sinalização, acesso para o Corpo de Bombeiros e outros.

- Proteção ativa - Equipamentos que se destinam à proteção e ao combate ao fogo, que

dependem de operação automática ou manual como sistema de alarme, iluminação de

emergência, extintores portáteis, sistema de hidrantes e mangotinhos, sistema de chuveiros automáticos e outros.

A proteção contra incêndios, para Seito (1988, p. 10), é definida como medidas tomadas

para o controle do crescimento do incêndio e sua consequente contenção ou extinção.

Berto (1988, p. 25) define a proteção contra incêndios como um conjunto de disposições,

sistemas ou equipamentos em um edifício, que visam a reduzir o perigo para os ocupantes e

para a propriedade por meio da detecção e da contenção do incêndio.

Ferreira (1985, p. 13) descreve que a proteção contra incêndios possui duas grandes

divisões: prevenção contra incêndios e o combate a incêndios.

No entanto, uma das principais medidas de proteção exigidas nos edifícios e nas áreas de

risco - previstas do Decreto Estadual nº 20.811/83 (SÃO PAULO, 1983), Decreto Estadual nº

38.069/93 (SÃO PAULO, 2000), Decreto Estadual nº 46.076/01 (SÃO PAULO, 2005e) e

Decreto Estadual nº 56.819/11 (SÃO PAULO, 2011a), é o sistema de hidrantes e de

mangotinhos para combate a incêndio, pois faz uso da água como agente extintor. Este

sistema será previsto de acordo com as características construtivas da edificação e da área

de risco.

Conclui Pereira (2008), quanto às medidas de proteção contra incêndios, conforme segue:

�[...] em condições adequadas para o uso, poderão auxiliar durante as ações de combate de

um possível incêndio e evitar a propagação para toda edificação, inclusive reduzir os efeitos

danosos [...]� (p. 162).

São consideradas as características construtivas da edificação ou da área de risco, como altura da edificação, espaçamento ou afastamento entre edificações, área total de

construção, área útil construída, existência de parede corta-fogo, porta resistente ao fogo, afastamento entre aberturas, as quais devem ser analisadas pelo órgão competente pela aprovação do projeto de proteção contra incêndios na fase da análise (ato de verificação

das exigências das medidas de segurança contra incêndios das edificações e áreas de risco

do processo de segurança contra incêndios (SÃO PAULO, 2011a).

O projeto de proteção contra incêndios é o conjunto de peças gráficas e escritas,

necessárias à definição das características principais do sistema de combate a incêndio,

composto de plantas, seções, elevações, detalhes e perspectivas isométricas, planilhas de cálculo hidráulico e, inclusive, das especificações de materiais e equipamentos. O processo

de segurança contra incêndios é toda documentação que contém os elementos formais

exigidos pelo Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo na apresentação das medidas de segurança contra incêndios de uma edificação e de uma

áreas de risco que devem ser projetadas para avaliação em análise técnica (SÃO PAULO,

2011a).

243

As atividades que visam à proteção contra incêndios dos edifícios e das áreas de risco podem ser agrupadas em: atividades relacionadas com as exigências de medidas de

proteção contra incêndio nas diversas ocupações e com atividades relacionadas com a

extinção, perícia e coleta de dados dos incêndios pelos órgãos públicos, que visam a aprimorar técnicas de combate e investigação, estudo dos casos reais e estudo quantitativo

dos incêndios no Estado de São Paulo (SÃO PAULO, 2011c).

Ratifica-se que a proteção contra incêndios nos edifícios e nas áreas de risco é um conjunto

de medidas para o controle, a detecção, a contenção e a extinção de um incêndio, visando a

garantir a segurança das pessoas, prevenir a conflagração e propagação do incêndio e

proteger a propriedade (conteúdo e estrutura do edifício), inclusive o meio ambiente.

Essas medidas de proteção são exigidas por meio de legislações e de normas técnicas de

prevenção de incêndio, que fornecem o embasamento técnico e jurídico, para que os órgãos

oficiais possam realizar a fiscalização de edificações e de áreas de risco.

A avaliação das condições dos sistemas de proteção contra incêndios em edificações e em

áreas de risco visa a garantir a satisfação das necessidades dos seus usuários quanto à

segurança contra incêndios. Essas necessidades estão relacionadas à prevenção de incêndio,

a qual tem como objetivos (SÃO PAULO, 2011c):

- A garantia da segurança à vida das pessoas que se encontram no interior de um

edifício, quando da ocorrência de um incêndio;

- A prevenção da conflagração e da propagação do incêndio, envolvendo todo o edifício;

- A proteção do conteúdo e da estrutura do edifício;

- A minimizar os danos materiais de um incêndio.

Os objetivos da prevenção de incêndios são alcançados pelos seguintes meios (IT nº

02/2011 CB) (SÃO PAULO, 2011c):

- Controle da natureza e da quantidade de materiais combustíveis constituintes e

contidos no edifício;

- Dimensionamento da compartimentação interna, do distanciamento entre edifícios e da

resistência ao fogo dos elementos de compartimentação;

- Dimensionamento da proteção e de resistência ao fogo da estrutura do edifício;

- Dimensionamento de sistemas de detecção e alarme de incêndio, sistema de hidrantes

e mangotinhos, sistemas de chuveiros automáticos de extinção de incêndio e/ou

equipamentos manuais para combate;

- Dimensionamento das rotas de escape e dos dispositivos para controle do movimento da fumaça, controle de fontes de ignição e riscos de incêndio e o acesso para os

equipamentos de combate a incêndio;

- Treinamento de pessoal habilitado a combater um princípio de incêndio e coordenar o

244

abandono seguro da população de um edifício;

- Gerenciamento e manutenção dos sistemas de proteção contra incêndio instalado;

- Controle dos danos ao meio ambiente decorrente de um incêndio.

A segurança contra incêndios será atingida mediante ações e recursos internos ou externos à edificação e que permitam controlar o risco de incêndio e sua propagação.

Seito (2001), Engenheiro MSc e coordenador da GSI/NUTAU/USP, Grupo de Pesquisas em Segurança contra incêndios do Núcleo de Pesquisa em Tecnologia da Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, em artigo publicado na Revista Incêndio,

descreve que

o principal objetivo da prevenção do incêndio é reduzir a probabilidade do

incêndio iniciar e se alastrar. Alguns cuidados para atingir esse objetivo são

dados a seguir. Gerenciar a segurança contra incêndio (durante o uso de

um edifício deve-se controlar a fonte de inflamável, manutenção de

equipamentos de combate a incêndio e vigilância de atividades) (p.10).

No caso de edificações e de áreas de risco, em relação aos itens descritos, verifica-se que a manutenção e/ou eficácia da proteção contra incêndios é de fundamental importância para

segurança dos usuários da edificação.

Segundo Faria (1988, p. 63), a proteção contra incêndios é exigida para as edificações por

meio de leis e normas. As leis e normas são oriundas do processo de regulamentação e

normalização, que os poderes públicos e as associações utilizam para expressar seus

instrumentos.

No que se refere às condições apresentadas no projeto de proteção contra incêndios e

durante a fase de ocupação da edificação ou uso da área de risco, serão exigidas as

condições do sistema de hidrantes e mangotinhos para combate a incêndio, conforme as

normas técnicas e legislações pertinentes [Ex. NBR 13.714:00 (ABNT, 2000) - Sistemas de Hidrantes e de mangotinhos para combate a incêndio e Instrução Técnica nº 22 do Decreto

Estadual nº 46.076/01] (SÃO PAULO, 2005e) - e Decreto Estadual nº 56.819/11 (SÃO

PAULO, 2011a).

As medidas de proteção contra incêndios, em condições ideais para o uso, como o sistema

de hidrantes e mangotinhos, poderão auxiliar durante as ações de combate de um possível

incêndio e evitar sua propagação para toda edificação, inclusive reduzir os efeitos danosos

até a presença do Corpo de Bombeiros. O funcionamento eficaz do sistema hidráulico está

relacionado ao correto dimensionamento, portanto, a aplicação de um processo adequado

de ensino e aprendizagem adequado, com o uso da tecnologia da informação e da

comunicação, poderá contribuir para a existência de edificações e áreas de risco em

condições de segurança para o efetivo combate ao incêndio.

245

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