revista da abp nr8

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    PlanetariaRevista da Associao Brasileira de Planetrios

    PlanetariaRevista da Associao Brasileira de Planetrios

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    OS MEDIADORESProfissional representa a interface

    entre o espao e seu visitante.

    15

    QUESTO DE CRENAO que um seminarista estariafazendo num festival fulldome?12

    ESTRELAS DO SULO importante no era apenasdiscutir Astronomia, mas divertir.19

    Sumrio

    Numa galxia no muito distante ....................... 06Evento que acontece pela paixo dos organizadores tem umingrediente muito especial: o Planetrio da Gvea, no Rio.

    Rio ShowDome 2015 ................................................. 10

    O que surgiu em 2012 como uma mostra de filmes imersivos emparalelo com um workshopevoluiu ainda mais este ano.

    Procurando nos cus por sinais de f ............... 13Cincia e religio no competem em comunicar sobre a origem,evoluo e o destino do Universo?

    Formao de planetaristas ....................................... 18Com que frequncia a formao desses profissionais tem sidodiscutida entre os pesquisadores da rea?

    Noite das Estrelas em Bag .................................... 20Em meio a um evento j bastante diversificado ainda havia sessesde planetrio e atividades de observao do cu.

    EFEMRIDES

    O grande caador e meteoros no Carnaval ..... 22O cu de vero nos lembra grandes riquezas mitolgicas e aindapode ajudar a distinguir entre constelaes e asterismos.

    COLUNA: AL, AL, DESASTRNOMO

    Selena azul ...................................................................... 26Essa uma histria sobre aqueles momentos em que o mediadorpode ficar em dvida sobre como proceder.

    ESPECIAL

    Resumos ........................................................................... 28Dos trabalhos apresentados no XX Encontro da ABP em Braslia.

    JEDIS E PLANETRIOSA Fora ainda maior se os doisestiverem juntos.

    I just love it when all the concept comes together

    Em algum lugar, algumacoisa incrvelest esperando

    para ser encontradaCarl Sagan

    Vocacaba de descobriruma.

    A Associao Brasileira de Planetrios incentiva e ajuda rgospblicos e privados na instalao de novos planetrios, promoveencontros e atividades para estimular o trabalho dos j existentes

    e divulga a importncia educacional desses espaos - que atingemum pblico de milhares de professores e milhes de jovens pelo pas.

    Anuncie aqui e faa a sua marca se encontrar com esses lugaresincrveis. Seja parceiro da PLANETARIA a revista da ABP.

    PlanetariaDez/2015 - No8 - Ano 2

    3Comonum

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    ASSOCIAO BRASILEIRA DE PLANETRIOSFale conosco [email protected]

    mailto://[email protected]://[email protected]
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    PlanetariaRevista da Associao Brasileira de Planetrios

    PlanetariaRevista da Associao Brasileira de PlanetriosEditorial

    O que um evento para fs do filme Guerra nas Estrelas tem a vercom planetrios?

    Outra pergunta (que no tem necessariamente relao com a anterior): oque a crena num poder sobrenatural tem a ver com os filmes sobre Cinciano formato fulldome, exibidos nos modernos planetrios digitais?

    A resposta tem tudo a ver certamente no agradar a todos. Mas justamente isso que defendem alguns dos autores que colaboram comesta edio de fim de ano da Planetaria que chega quente como umdia de vero.

    Trabalhar com planetrios (desnecessrio dizer) muito estimulante.Mas trabalhar efetivamente com esses espaos inclui necessariamentecompreender o seu pblico.

    Quais as referncias que eles trazem? Qual o olhar deles sobre as mesmascoisas que os planetaristas veem, dia aps dia, no interior da cpula? E comoa mediao entre esses dois olhares pode se dar, da melhor forma?

    Quem trabalha com planetrios deve se questionar sobre coisas assimdiariamente. Nosso ambiente de trabalho ainda relativamente novo e estse renovando ainda mais. Ainda no um territrio consagrado de pesquisasem Ensino-Aprendizagem. Embora seja um ambiente propcio para tais.

    A ABPe a revista Planetariaentendem a importncia desses desafios e osencara com seriedade, promovendo um debate sadio e o questionamentoconstante de ideias consagradas deste que um espao que at bem poucotempo era de domnio exclusivo de fsicos e astrnomos, mas a c ada dia, acada novo visitante, se convida a outros profissionais e outras contribuies.

    Ento, como sero os planetrios na prxima dcada? Sero muitos mais(assim esperamos!) e sabero dialogar muito melhor com seu pblico (assimesperamos tambm!). Educar e, sobretudo, inspirar para o conhecimentodevero continuar sendo suas metas.

    Se, no futuro, estaremos fazendo contribuies mais eficazes dependerde podermos, agora, evoluir e nos adaptar, construindo pontes entre osdiferentes olhares e expectativas do nosso pblico e o mesmo cu dosnossos antepassados.

    Boa leitura. E Boas Festas.

    SSOCIAO BRASILEIRA DE PLANETRIOS, ABP

    IRETOR-PRESIDENTEUAN BERNARDINO MARQUES BARRIO

    IRETOR DE PATRIMNIO E FINANASAULO HENRIQUE AZEVEDO SOBREIRA

    IRETOR TCNICO-CIENTFICONTONIO AUGUSTO RABELLO

    IRETOR DE COMUNICAO E MARKETINGOS ROBERTO DE VASCONCELOS COSTA

    ECRETARIAlanetrio da Univ. Federal de Goisv. Contorno No 900, Parque Mutiramaoinia/GO - 74055-140ones (62) 3225-8085 e 3225-8028

    Web: www.planetarios.org.br

    EVISTA PLANETARIA

    DITOR-CHEFEOS ROBERTO DE VASCONCELOS COSTA

    DITOR ASSOCIADOLEXANDRE CHERMAN

    EDAO E DESIGN GRFICOOS ROBERTO DE VASCONCELOS COSTA

    ORNALISTA RESPONSVELMARCUS NEVES FERNANDES

    OLABORADORES DESTA EDIOENRIQUE GRANADOLEXANDRE CHERMANAFAEL DRELICHLIJAH DAVIDSONUCAS GUIMARES BARROSODOLFO LANGHIUILHERME F. MARRANGHELLOAULO HENRIQUE AZEVEDO SOBREIRAEANDRO GUEDESANDRO RICARDO DE SOUZA

    PlanetariaDez/2015 - No8 - Ano 2 - 1aedio

    PLANETARIA (ISSN 2358-2251), ano 2, no8 uma publicao trimestral da ASSOCIAO BRASILEIRA DEPLANETRIOS (ABP), associao civil sem fins lucrativos, de inte resse coletivo com sede e foro na cidade dePorto Alegre/RS, na Av. Ipiranga, 2000, CEP 90.160-091, CNPJ 02.498.713/0001-52, e secretaria no Planetrioda Universidade Federal de Gois, na Av. Contorno, 900, Parque Mutirama, Goinia/GO, CEP 74055-140.

    CAPA: FOTO DE THAIS DUARTE. DIVULGAO DA JEDICON 2015 - RIO DE JANEIRO/RJ.OS ARTIGOS ASSINADOS SO DE INTEIRA RESPONSABILIDADE DE SEUS AUTORES E NO REPRESENTAMNECESSARIAMENTE A OPINIO DOS EDITORES OU DA ASSOCIAO BRASILEIRA DE PLANETRIOS.

    JOS ROBERTO DE VASCONCELOS COSTAEditor-chefe

    Mensagem do

    PRESIDENTE

    5

    Caro(a) leitor(a).

    Em pleno sculo XXI, numa sociedade que se diz desenvolvida, parece impossvel que um acidente como o deMariana ou atentados como o de Paris e muitos outros que so perpetrados diariamente pelo mundo afora, possam estaracontecendo.

    Apesar de todo o desenvolvimento cientfico e tecnolgico, os sectarismos e os interesses econmicos das grandespotencias e das multinacionais, acabam transformando nossas vidas numa constante incgnita.

    Nessa realidade planetria, para uma melhor formao cientfica das pessoas importante o aprofundamento em todosos setores educativos, e em particular na divulgao da Cincia.

    Nesse sentido, a tarefa dos Planetrios na difuso e popularizao do conhecimento cientfico se torna ainda maissignificativa para formar cidados com capacidade de maior discernimento.

    Este ano realizamos, em Braslia, o XX Encontro Anual da ABP e acreditamos que, apesar da situao poltica e dasdificuldades enfrentadas, foi um momento muito importante para nossa entidade.

    Aprovamos a reformulao do Estatuto da ABP; discutimos aspectos da nossa atuao profissional e houve um aumentoimportante na qualidade dos trabalhos apresentados. Como nosso caminho feito pelos nossos prprios passos tenhoplena certeza de que ser de xito.

    Que em 2016 nossos sonhos continuem vivos e cada dia mais fortes.

    JUAN BERNARDINO MARQUES BARRIODiretor-Presidente da ABP

    Num mundo no qual as explicaes pseudocientficas e msticasocupam grandes espaos nos meios de comunicao, o conhecimentoda Astronomia uma das coisas mais preciosas que temos e um doscaminhos mais seguros para a felicidade.

    http://www.planetarios.org.br/http://www.planetarios.org.br/
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    H muito tempo, numa galxia no to distante... um

    grupo de jovens fs resolve assumir um compromissoousado: realizar, sozinhos, uma conveno de Star Warsnosmoldes das realizadas nos Estados Unidos.

    O ano 1999, a galxia o Rio de Janeiro e os fs somembros dos Conselhos Jedi Rio de Janeiro, So Paulo e MinasGerais. Na poca, os trs grupos eram ainda pequenos e anica experincia que tinham com organizao de eventoseram os encontros mensais que realizavam em shoppingscentersou bares pela cidade e que reuniam algumas poucasdezenas de fs para trocar experincias, informaes ecolecionveis da saga cinematogrfica de George Lucas.

    Apesar da pouca experincia, a paixo que movia essesgrupos era forte. Os Estados Unidos realizavam, no mesmoano, a primeira Celebration, a conveno oficial de StarWars, e no havia nenhuma perspectiva de que tal eventoocorresse um dia no Brasil. Ento, como diria Jean Cocteau:no sabendo que era impossvel, foram l e fizeram. Oevento foi um sucesso, reunindo 700 fs de vrios estados

    numa pequena igreja em So Paulo.Hiperespao

    Damos agora um salto no hiperespao e nos deslocamosno tempo e no espao: o ano 2015 e o local no poderia sermais propcio, o Planetrio da Gvea (Fundao Planetrio dacidade do Rio de Janeiro).

    Milhares de fs de todo o pas esto por toda a parte,ocupando auditrios, tendas, espaos abertos, tentandoaproveitar toda a programao da Jedicon 2015 RJ, queocorreu nos dias 28 e 29 de Novembro.

    realmente preciso ter vivenciado esses dois momentospara entender o crescimento gradual da Jedicon. O sucesso

    HENRIQUE GRANADODesigner Grfico e gerente executivo da Nerdwear

    Foto

    doautor

    Numa galxia nomuito distante...Um evento como aquele tinha

    de acontecer em um planetrio

    Da

    rthVa

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    blico

    de

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    bertos.

    Foto:

    Eduardo

    Fre

    ire

    Evento para os fs do universo deGuerra nas Estrelas (Star Wars)

    ganha fora com o lanamento donovo filme. Conselho Jedi do Rio

    de Janeiro conta com site, grupoepginanas redes sociais.

    http://www.jedirio.com.br/http://www.facebook.com/groups/conselhojedihttp://www.facebook.com/jediriohttp://www.facebook.com/jediriohttp://www.facebook.com/groups/conselhojedihttp://www.jedirio.com.br/
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    do evento se d, em grande parte, pela paixo dosorganizadores por Star Wars( um evento legitimamentefeito de f para f, com o corao), mas as ltimasedies da conveno ganharam um ingrediente muitoimportante: o Planetrio da Gvea um espao perfeitopara todos aqueles apaixonados pelo que existe fora denosso planeta.

    O Museu do Universo, com seus planetas gigantessuspensos sobre os visitantes. A nave escola, comseus aparatos curiosos e divertidos. As cpulas que,majestosas, encantam adultos e crianas.

    Acrescente a este cenrio uma legio destormtroopers,mestres Jedi, lordes sith, caadores de recompensa,drides, princesas Leia, o prprio Darth Vader e temos

    um cenrio intergalctico perfeito.

    Uma nova esperana

    Mesmo com umaequipe apaixonadae um local ideal,ainda faltavaum ingredienteessencial paraa realizaode qualquerevento: verba (oumidichlorians, comoanunciado peloConselho Jedi).

    Sem investimentoou patrocinadores,o evento no foirealizado em 2014e corria o riscode ficar fora docalendrio da cidademais uma vez. A salvaoveio dos prprios fs:com a ajuda de uma plataforma de crowdfunding, todosos apaixonados pela saga puderam contribuir para que a

    Jedicondeixasse o lado negro da Fora para trs.

    O crowdfunding uma prtica ainda nova no Brasil,e muitos confundem com vaquinha virtual oudoaes. Na verdade, o crowdfundingconsiste em uminvestimento coletivo, onde todos os colaboradoresinvestem o quando quiserem e recebem, em retorno,recompensas compatveis com o valor investido (na

    Jedicon, por exemplo, os investimentos variavam de R$10,00 que dava direito incluso dos nomes numa listade agradecimentos no site e no evento, at R$ 500,00 que oferecia como recompensa ingressos para o evento,camiseta e pster exclusivos, bottons, acesso VIP, lugarreservado nos auditrios e participao numa cerimniade entrega das medalhas de bravura, reproduzindo aicnica cena final de Episdio IV Uma Nova Esperana).

    Diverso para todos

    AJedicon um evento que preza pelas atividades paratodos os gostos e idades. Nas duas cpulas (Carl Sagan eGalileu Galilei), com todos os seus assentos ocupados emtodas as atraes, foram realizadas diversas palestras,duelos de sabre de luz, apresentao de mgica (quer

    dizer, da Fora), entrega de prmios, at shows combandas tocando trilhas sonoras em releituras de rock.

    A apresentaodo eventoficou a cargodo humoristaFernando Caruso,membro doConselho Jedi RJdesde 99 e quej apresenta oevento desde2012, e dajornalista mineiraMariana Mel, quefaz sucesso emuma rdio deItajub-MG pelasimpatia e vasto

    conhecimento decultura pop.

    Duas palestrasque merecem

    destaque foram apresentadas por astrnomos doprprio Planetrio: Naelton Arajo utilizou o domo daCpula Galileu Galilei para uma apresentao incrvelde modelos de naves da fico cientfica, enquantoAlexandre Cherman desvendou alguns dos mistrios douniverso que despertam a curiosidade dos aficionadospor cincia e fico cientfica.

    Outro grande destaque do evento deste ano foi apresena especial do americano Timothy Zahn, autor

    de diversos livros que expandem o universo Star Wars,entre eles a consagrada Trilogia Thrawn (Herdeirodo Imprio, A Asceno da Fora Sombria e O ltimoComando) relanada recentemente em portugus pelaeditora Aleph.

    A trilogia sempre foi considerada por muitos fs como

    a continuao perfeita para a saga (os episdios VII,

    VIII e IX) at a Disney resolver continuar a saga nos

    cinemas, o que tornou Timothy Zahn uma espcie de

    George Lucas do Universo Expandido.

    Os cosplayers (juno dos termos em ingls

    costume + players, ou seja, fantasia + interpretao)

    tambm fazem a diferena nos eventos nerds, e no

    seria diferente na Jedicon. Muitos participam de um

    disputado concurso ao fim do evento, mas alguns vo

    fantasiados simplesmente para demonstrar sua paixo

    pelo universo Star Wars.

    Alm da amizade

    Desde os trajes improvisados com itens que podemser encontrados em casa (os famosos cospobres) attrajes riqussimos, confeccionados por meses fio commuita dedicao (e s vezes muito dinheiro) ao longodo ano, os cosplayers passam o dia se dividindo entreas atraes do evento e as centenas de pausas parafotos com o pblico.

    Desde sua fundao, em 1997, o Conselho Jedi Riode Janeiro sempre deixou clara sua misso: promovero encontro e a amizade entre os fs de Star Wars. Emalguns casos, Star Warsvai alm da amizade e geralaos ainda mais fortes.

    Este ano, pela primeira vez, foi celebrado naJediconum legtimo casamento Jedi, que contou com apresena do prprio Darth Vader oficializando a relaodo casal Fransciso e Vivian, com direito a R2-D2 levandoas alianas. Um momento mgico e inesquecvel!

    Se voc perdeu aJedicon, no precisa fugir do planeta.

    Enquanto a prxima edio no chega, o Conselho Jedi

    Rio de Janeiro oferece uma vasta programao durante

    o ano para todos os fs, desde o adorado Cineclube

    Sci-Fi, que acontece mensalmente no Planetrio da

    Gvea e traz clssicos da fico cientfica e palestras

    relacionadas, at encontros mais informais com o intuito

    de aproximar os fs.

    Cpula Carl Sagan lotada durante edio do JediCon 2015 na FundaoPlanetrio da cidade do Rio de J aneiro. Foto: Stephen Kurczy.

    Cosplayersdos personagens de Obi-Wan e Anakin Skywalker

    Foto de Eduardo Freire.

    JediCon: evento realizado nos ambientes do planetrioaumenta as chances de sucesso. Foto de Eduardo Freire.

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    A cpula D. Pedro II, inaugurada em 2008 no bairro deSanta Cruz, Rio de Janeiro, abriga o primeiro planetriodigital fixo aberto ao pblico no Brasil. Pertence Fundao Planetrio da Cidade do Rio de Janeiro, ligada Prefeitura. Este foi apenas o primeiro passo, demuitos, dado pela Fundao Planetrio rumo s novastecnologias de projeo imersiva digital, conhecidascoletivamente como fulldome.

    Em 2011, a cpula Galileu (a mais antiga da Fundao,localizada no bairro da Gvea, e que abrigava umprojetor Zeiss Spacemaster desde 1970) foi modernizada,tornando-se tambm uma cpula digital. Esta cpulapossui hoje um total de 90 assentos unidirecionaise seis projetores, que trabalham em conjunto paraproporcionar uma sensao de imerso, sob o comandode um conjunto de hardware e software fornecido pelaempresa francesa RSA Cosmos.

    Neste mesmo ano, a Fundao Planetrio promoveuseu primeiro Workshop de Produo Fulldome. Estavaclaro para a instituio que a modernizao da cpulano traria todas as vantagens almejadas se no

    trouxesse consigo a possibilidade de mantermos aproduo local de contedo original para a apresentaojunto ao nosso pblico. Mantendo uma tradio iniciadadesde a dcada de 1970, a Fundao Planetrio temorgulho de ser produtora de contedo original e inditopara suas cpulas.

    No ano seguinte, 2012, uma nova edio do Workshop

    de Produo Fulldome foi promovida, desta vez comaporte financeiro da FAPERJ e parceria direta da PontifciaUniversidade Catlica do Rio de Janeiro. Paralelamente,a Fundao Planetrio ofereceu populao carioca efluminense, e tambm aos participantes do Workshop,o primeiro festival de filmes fulldomedo Brasil: o RioShowDome 2012.

    Tecnicamente, o Rio ShowDome no um festival,uma vez que no tem carter competitivo. uma mostrainternacional, onde produtores do mundo inteiro enviammaterial indito para ser exibido em carter exclusivoe nico durante aquela semana especfica. Em suaprimeira edio foram exibidas seis produes inditasde quatro pases diferentes. Este modelo, Workshop

    ShowDome

    Rio

    de Produo durante o dia e Rio ShowDome durante anoite, se manteve por mais dois anos, culminando coma criao do Ncleo de Produo Fulldomeda FundaoPlanetrio, ao final de 2014.

    Com uma sala prpria, novos equipamentos e umaequipe exclusiva e dedicada, o Ncleo de ProduoFulldome comeou a repensar o modelo do RioShowDome. Em 2015, um novo caminho comeoua ser trilhado...

    Buscando otimizar a interao com o pblico, nossoalvo principal no desenvolvimento do Rio ShowDome,em 2015 concentramos a exibio dos filmes em umnico dia: um sbado. Esta deciso se mostrou acertadae neste nico dia tivemos mais pblico do que na

    semana inteira do Rio ShowDome 2014!

    certo que no foi somente a opo pelo sbadoque impulsionou nossos nmeros. Aproveitamosa oportunidade nica apresentada pelo FestivalMultiplicidade (um evento que j acontece h 11 anos,e pelo segundo ano teve atividades no Planetrio) etransformamos a cpula Carl Sagan (a maior do Brasil,com 23 metros de dimetro e 260 lugares) em umambiente digital.

    O sbado foi dividido em trs fatias bastante distintas

    entre si. Na parte da tarde, mantivemos a Mostra

    Internacional de Filmes Fulldome, com seis ttulos:

    Zula Patrol: Under the Weather, Grossology, The Longest

    Night, Solar Superstorms, Supervolcanoes e From Earth

    to the Universe. Todas as produes, com exceo da

    Zula Patrol, foram exibidas com udio original em ingls;

    todas as sesses, sem exceo, foram gratuitas.

    A fatia intermediria do sbado, na hora do almoo,serviu para a exibio, pela primeira vez na cpula,do documentrio Jedi Carioca sobre a formaodo Conselho Jedi do Rio, que apenas duas semanasdepois estaria promovendo, no planetrio, sua grandeconveno para fs, aJediCon(veja matria na pg. 6).

    A primeira fatia, durante a manh, foi batizada deExperimenta Fulldome. O Planetrio abriu suas portasa produtores, artistas e desenvolvedores que quisessemfazer experimentaes no formato fulldome, fosse pormeio de exibio de contedo original ou de tentativasde adaptao de formatos. Isso s foi possvel graas interface oferecida atravs da digitalizao temporriada cpula Carl Sagan.

    Cenas

    damostra.

    Fot

    os

    dosautores.

    ALEXANDRE CHERMANAstrnomo da Fundao Planetrio do Rio de Janeiro

    RAFAEL DRELICHNcleo de Produo Fulldome da Fundao Planetrio

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    GravuradeJennyMotta

    Durante o sbado de manh, artistas, produtores edesenvolvedores participaram de um bate-papo com osorganizadores, que apresentaram a histria da relaoda Fundao Planetrio com o universo fulldome etcnicas de produo de contedo imersivo.

    Em sequncia, artistas participantes da convocatriaartstica, previamente realizada, exibiram suas produesaudiovisuais e peas de arte digital interativas,feitas para fulldome. Ao fim da manh, aqueles queparticiparam do Experimenta Fulldome puderam jogarjogos, de diferentes artistas internacionais, adaptadospara o formato fulldome, que foram enviados pelocolaborador Charles Veasey.

    Este modelo agradou muito a todos os envolvidos,

    pblico, instituio, parceiros e organizadores(particularmente aos autores). O Rio ShowDome nasceuem 2012 com a proposta de ser uma mostra de filmesimersivos (o nome uma contrao de showcase onfulldome, mostra de fulldome). Ele evoluiu em 2015.Hoje podemos dizer que o Rio ShowDome maisautoexplicativo ainda. um SHOW na cpula (dome),abraando vrias correntes e tecnologias.

    Que venha agora 2016!

    Foto

    dosautores.

    O Rio ShowDomeno um festival, umavez que no tem carter

    competitivo. uma mostrainternacional, em que produtores

    do mundo inteiro enviam

    material indito para serexibido em carter

    exclusivo

    Procurando porsinais de

    ELIJAH DAVIDSONCo-diretor do Reel Spirituality do Centro Brehm para tratar de filmes e f no Seminrio Teolgico Fuller

    no festival fulldomede Fiske

    f

    Recentemente, compareci aoFestival de Filmes Fulldomede Fiske,na Universidade do Colorado, emBoulder (EUA). Um filme fulldomeum filme produzido para o ambiente

    da cpula, onde a tela abrange 180graus de seu campo de viso.

    Tipicamente, um filme assim seassiste sentado em uma cadeirareclinada e olhando para cima.De uma perspectiva puramentevisual, os 44 filmes fulldome queassistimos ao longo dos trs diasdo festival esto entre as produesaudiovisuais mais criativas einspiradoras que j vi.

    Quase todos os cinemas fulldomeso planetrios, e quase todas as

    peas audiovisuais neste formatoso programas de planetrio comtemtica astronmica. Eu assistia cinco filmes que no falavam deastronomia seis, se contarmos

    uma srie que retrata diferentesmontanhas russas atravs dasgalxias, usando o contextoespacial, mas sem contedocientifico e apenas dois destesno falavam de Cincia.

    Ento, o que um seminaristaestaria fazendo em um festivaldedicado a um formato audiovisualimersivo e inovador, uma maneirainspiradora de comunicar populao conceitos cientficos sobrea origem, a evoluo e o destino doUniverso? A Cincia e a religio no

    competem nestes quesitos? E o queas artes tm a ver com isso?

    Neste artigo, vou defender que

    filmes fulldome em planetrios

    merecem a ateno de cristos emtodos os lugares e que devemos

    assisti-los com a mente aberta e o

    esprito caridoso. A histria mais

    comum nestes filmes importante,

    e cristos tm muito a oferecer a

    esta conversa cientfica.

    A histria

    Se a prtica cientfica o atode explorar o todo por meio deobservaes e experimentaes,e se a prtica artstica o ato dese expressar de forma criativa

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    tanto o que aprendemos quantoas perguntas sobre aquilo queainda no sabemos, ento quandonos sentamos para apreciar estestrabalhos de arte sobre cincia,nos maravilhamos com o que jsabemos e celebramos a majestosacomplexidade das coisas e nosmotivamos a explorar ainda mais ea nos expressar cada vez melhor, eisso uma experincia religiosa.

    Religio simplesmente a crena

    em e a reverncia a um poder que

    determina a natureza e a evoluo

    de todas as coisas. O Festival de

    Filmes Fulldomede Fiske foi o festival

    mais rico em termos teolgicos ao

    qual j fui.

    Ao longo do festival, vi a mesma

    histria sendo contada vrias vezes

    de maneiras incrivelmente criativas.

    A histria mais ou menos assim:

    no comeo, havia algo. E deste

    algo, surgiu tudo. No comeo, esse

    tudo era o mais simples possvel. E

    os pedaos simples foram atrados

    entre si por uma fora chamada

    gravidade, que ns no

    conhecemos por completo.

    Estes pedaos que sereuniram se organizaramem estruturas cada vez

    mais complexas. Quasesempre se desmantelavam.Milagrosamente, algumasdestas estruturas complexasse encontraram na imensidoe puderem se protegermutuamente da destruio.

    A Terra se formou e, nela,alguns pedaos simples ficaramabrigados e continuaram a setornar mais complexos, dandoorigem a estruturas que podiamse reproduzir, ficar mais fortese inteligentes.

    Vez ou outra, estas coisascomplexas cometiam um erro ou,por acaso, acontecia um cataclismo,e quase toda a vida era destruda.Mas os sobreviventes se tornavammelhores e a vida continuava ase desenvolver.

    Em determinado momento,quando a terra e o mar se separaram,depois que o Sol e a Lua comearamsua dana no cu, depois que ospadres climticos surgiram, edepois que os insetos e os peixese as aves e os anfbios e os rpteise os outros mamferos j estavamnadando, voando, rastejandoou correndo pela Terra, ao finalde toda esta complexidade queo primeiro grande BUM criou, oshumanos surgiram.

    Os humanos eram diferentes doresto, porque os humanos faziamperguntas sobre por qu e comoeles estavam ali e por qu e comoeles deveriam continuar ali. Algumasdas respostas a estas perguntasajudaram com todo o resto.

    Algumas respostas contriburampara estragar tudo. Se os humanosno tomarem cuidado, eles podemdestruir tudo. Se forem cuidadosos,podem descobrir mais do que jamaissonharam. Humanos, separadosdeste todo pela conscincia de quetudo existe, so parte indissolvel de

    tudo o que existe, e sempre sero.

    Agora percebam duas coisasimportantes nessa histria:

    1) A frase mais comum nanarrativa desses filmes cientistasacreditam.

    Ainda que apoiada em fatosobservacionais, a histria , emltima anlise, uma questo decrena, uma declarao de f. Osprprios cientistas prontamente

    admitem isso.

    Frequentemente vemospessoas que acreditam naTeoria do Big Bang sendorepresentadas como dogmticosteimosos, arrogantemente

    surdos perante os argumentosde outros sobre a cosmologiade todas as coisas. Cristosso retratados de formasemelhante. Nenhuma dasduas imagens justa.

    Muitos cientistas e muitoscristos admitem que estoagindo com base naquiloque acreditam ser o corretosobre o Universo. A f uma nau de incertezaspacficas, e um barco queambos compartilhamos.

    2) H espao para apresena e para a ao deDeus nesta histria.

    Muitos cristos leriam essahistria e a veriam comouma oposio histria daCriao como contada naBblia. Mas, historicamente,poucos cristos teriam feitoesta leitura. A interpretaoestritamente literal da Bblia um fenmeno relativamenterecente, e um modo deler a Bblia que surgiu comouma reao ao tipo de

    pensamento cientificoretratado nesta histria.

    Isso importante. A cinciaveio primeiro. O literalismobblico veio depois.

    As pessoas que primeiramentedefenderam o literalismo bblicoo fizeram porque outros estavamquestionando a autoridade da Igreja,no porque estavam questionando aautoridade da Bblia.

    Naquela poca, o poder da Igrejae o poder poltico se misturavam, eambos eram usados para subjugaras massas. Esta poderosa elitereligiosa/poltica usava a palavrada Bblia como um meio de garantirseus direitos em governar; para

    acabar com o poder dessas elites, opovo comeou a questionar o modocomo a Bblia era usada por eles.

    Isso ocorreu durante a RevoluoCientfica, de modo que o mtodode questionamento era cientfico.Em uma tentativa de manter aautoridade da Bblia, pessoasbem intencionadas, mas deviso limitada, passaram a tentarprovar que a Bblia tambm eracientfica e agruparam tudo o queno podia ser explicado na categoriapoder de Deus.

    Antes disso, quase todos oscristos entendiam que as vriaspartes da Bblia deveriam ser lidas deacordo com suas respectivas formasliterrias. Mitos eram para ser lidoscomo mitos, poesia como poesia,histria como histria, evangelhocomo evangelho, apocalipse comoapocalipse etc.

    Assim, as narrativas de criaodo Gnesis podiam ser lidas comoexplicaes poticas ou mitolgicassobre como o mundo surgiu. Aparte importante da histria no

    eram os fatos literais. Muito pelocontrrio: era a mensagem geralque se contrapunha aos outrosmitos de criao contados poroutras civilizaes.

    Outras civilizaes acreditavamque o mundo tinha surgido a partirda guerra, da morte, ou do conflito,e que os humanos eram pouco maisdo que pees ou escravos de deusescovardes, e que o destino de todasas coisas era a destruio.

    Cristos e seus antepassadosjudeus defendiam que Deus fez o

    Universo por amor, e separoua humanidade de todo oresto de sua criao para queela tomasse conta de tudo,e que nosso destino seriaa perfeio. A mecnica daatividade criativa de Deus nahistria do Gnesis deveria serlida como poesia. A fsica portrs disso tudo ainda estavapor ser descoberta.

    H cristos hoje que

    abraam a explicao cientfica

    da criao do Universo e de

    sua evoluo, e que apenas

    acrescentariam que Deus est

    por trs de tudo, intimamente

    envolvido com o processo,

    garantindo o seu sucesso. A

    Cincia apenas descreve o

    mecanismo do Universo. Ela

    no faz nenhuma afirmao sobre o

    Engenheiro Divino por trs de tudo.

    Onde estamos?

    Eu acho que muito triste que

    muitos cristos tenham, desde a

    poca de Galileu, ficado contra a

    Cincia. Um dos filmes exibidos

    durante o festival foi Journey to a

    Billion Suns (figura acima), de uma

    produtora alem, a Stargarten.

    Foi um dos meus filmes favoritos,porque fez um excelente trabalhoem equilibrar a Cincia com ocontexto histrico do qual a Cinciaemerge. Journey to a Billion Sunsinclui uma histria sobre como asdiferentes culturas interagiram comas estrelas e o que elas acreditavamsobre os astros, mas a narrativa seencerra em Galileu e em momentoalgum menciona o Cristianismo.

    O filme evita a controvrsia. Osantigos egpcios, os antigos gregos,os aborgenes australianos, os

    Imagem: divulgao

    Religio simplesmentea crena em

    um poder quedetermina anatureza e aevoluo de

    todas as coisas. OFestival de Fiske

    foi o mais rico emtermos teolgicos

    ao qual j fui.

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    PlanetariaRevista da Associao Brasileira de Planetrios

    PlanetariaRevista da Associao Brasileira de Planetrios

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    povos nativos da Amrica do Nortee at os homens das cavernas forammencionados. Mas no os cristos.

    Talvez seja isso mesmo. Talvez nosno queiramos ser includos numalistagem de povos supersticiosos.Mas, por outro lado, onde estamos?

    O festival tambm exibiu um filmefulldomededicado a colocar a platiano centro do desenvolvimentohistrico do Isl. Deen Al Qayyima,encomendado pelo Sharija Centre for

    Astronomy and Space e produzidopelos muito talentosos profissionais

    da NSC Creative, nos conta a histriado Isl, comeando na criao doUniverso pela morte do Profeta.

    Os produtores se preocuparamem respeitar as tradies islmicas,o que incluiu encontrar uma maneiracriativa para contornar o fato de queno se pode retratar o Profeta. Ondeest o equivalente cristo?

    Poderamos estar l

    Eu gostaria de defender que olegado do pensamento cristo estavapresente no festival, ainda que oscristos de hoje no estivessem.

    Journey to a Billion Suns parou

    de falar sobre as religies mundiais

    quando comeou a falar de Galileu.

    Galileu era cristo. Assim como

    Coprnico, Kepler; at mesmo

    Isaac Newton se declarava cristo

    (ainda que suas crenas fossem

    pouco ortodoxas).

    No foi a Cincia que abandonouo Cristianismo. Fomos ns que

    abandonamos a Cincia. Ns nos

    afastamos de nossas mentes mais

    brilhantes, mas eles continuaram

    fazendo o que Deus os fez fazer

    buscar nos cus os escritos divinos.

    Quanto mais eles liam, mais eles se

    maravilhavam com Deus.

    Ns precisamos seguir o exemplodeles, aprendendo a ver a majestadeda Criao atravs dos seus olhos.Precisamos celebrar Galileu e todosos cientistas que vieram depois dele.

    O Vaticano j pediu desculpas aGalileu em 1992. Ns, Protestantes,devemos abandonar nossos archotestambm. Tambm precisamosreaprender a ler a Bblia, node forma defensiva, mas com acuriosidade natural, com um olhona pgina e o outro no telescpio,para ver o trabalho divino em ambosos lugares.

    Se crescemos em uma culturaque dispensa completamente aCincia moderna, devemos correratrs do prejuzo. V ao planetriomais prximo, compre um ingressopara uma apresentao fulldomee deixe-se maravilhar pelo que aHumanidade j descobriu sobre amecnica que comanda este bomUniverso de Deus.

    POST SCRIPTUm chamado para produtores cristos

    considerarem o formato fulldome

    O que o formato fulldome consegue melhor

    do que o formato usual de cinema em pelo menosuma coisa: como a tela de projeo fica ao redordo espectador, no h moldura, no h borda daimagem e, portanto, no h uma fronteira entre oprojetado e o real.

    A realidade projetada em fulldome absoluta.Ao assistir um filme fulldome, voc abandona oseu mundo e entra no mundo do filme.

    Filmes fulldomelhe mostram um jeito diferentede ver o mundo, pois eles se apossam dosseus olhos.

    Durante o festival, tambm vi um filme chamado

    Samskara, que abordava a temtica hindu.O filme em si era maravilhoso, mesmo que asimagens conflitassem com minha crena crist.

    Neste filme, eu percebi o poder do formatofulldomepara criar a imerso do espectador nosomente no Universo fsico, mas tambm noUniverso espiritual.

    Outro filme, Leo and Art, uma produobacana sobre a histria da arte e sobre como a artefrequentemente se misturava com a Cincia, falavaem detalhes sobre Leonardo da Vinci, e termina noslevando para dentro do quadro Noite Estrelada,

    de Van Gogh. Leo and Art demonstra de formadramtica a genialidade desses homens, mas nofaz nenhuma aluso f deles e sobre como isso essencial para entendermos seus trabalhos.

    O que temos a dizer do ponto de vista cinemticosobre a formao das estrelas e dos planetas, sobrea origem da vida e sobre a responsabilidade quetemos sobre isso tudo?

    Como nossa f e espiritualidade pode serrespeitosa e fielmente visualizada neste formatoimersivo?

    Estas so perguntas pertinentes em parte porqueeste formato muito eficiente e em parte porquetemos sede de contedo neste formato. A rede dedistribuio malevel, a necessidade por novoscontedos grande e filmes sob uma perspectivacrist que honrem a comunidade cientfica seriamnicos.

    Artigo originalmente publicado, em ingls,no site do Brehm Center.

    Traduo de Alexandre Cherman

    Planetrios so mquinas sofisticadas, de grande preciso e alta tecnologia.Mas no so feitas para trabalhar sozinhas. O elemento humano, bem

    preparado e comprometido com a misso de inspirar para o conhecimento, definitivamente essencial. A ABP reconhece essa importncia e reune a

    expertisede profissionais com longa experincia em planetrios para repartirsaberes, debater estratgias e dar suporte a iniciantes.

    Venha descobrir mais sobre este fascinante Universo.

    Filie-se Associao Brasileira de Planetrios.

    ASSOCIAO BRASILEIRA DE PLANETRIOS Visite nosso site www.planetarios.org.br

    Faa as coisas da forma mais simples

    possvel, mas no as mais simples Albert Einstein

    http://www.brehmcenter.com/initiatives/reelspirituality/film/articles/searching-the-heavens-for-signs-of-faith-at-the-fiske-fulldome-film-festivahttp://../AppData/Local/Adobe/InDesign/Version%208.0/en_US/Caches/InDesign%20ClipboardScrap1.pdfhttp://../AppData/Local/Adobe/InDesign/Version%208.0/en_US/Caches/InDesign%20ClipboardScrap1.pdfhttp://www.brehmcenter.com/initiatives/reelspirituality/film/articles/searching-the-heavens-for-signs-of-faith-at-the-fiske-fulldome-film-festiva
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    PlanetariaRevista da Associao Brasileira de Planetrios

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    planetaristasA formao de

    LUCAS GUIMARES BARROSAluno de mestrado - UNESP/Bauru

    RODOLFO LANGHIDocente - UNESP/Bauru

    e monitores para atividades de popularizao da Astronomia

    Quais impresses e recordaes constituem a memriado pblico que visita um planetrio? Seguramente, noh uma resposta definitiva nem mesmo nica, dadasas distintas caractersticas do pblico que, por sua vez,conduziro o mesmo apreenso de determinadosaspectos do local, podendo ser sensoriais, emocionaisou cognitivos. Capazes de fazer das visitas umaoportunidade singular e marcante para o pblico que osfrequenta, os planetrios podem ser considerados comoespaos de Educao no Formal, do mesmo modo quemuseus e observatrios astronmicos.

    Apesar da ausncia de consenso sobre o seusignificado e da mescla com outras expresses comoeducao informal, aprendizagem por livre escolha etc,conceituamos como Educao no Formal aquela queapresenta grande flexibilidade em relao Educao

    Formal escolar, cujas atividades so dissociadas decomponentes essencialmente formais e escolares, comoavaliaes e progresso de sries.

    Os espaos de Educao no Formal tm comoaspecto primordial o desenvolvimento de atividades depopularizao da Cincia, sendo esta definida como acomunicao do conhecimento cientfico, fundamentadatanto nas caractersticas do pblico destinado a elascomo nas caractersticas do prprio espao de visita.

    Contudo, o desenvolvimento dessas atividades requera presena de um profissional que represente a interfaceentre o espao e o pblico visitante. O monitor (tambmconhecido como mediador, tutor, guia, instrutor,

    planetarista etc) surge ento como responsvel porconduzir a visita ao local e/ou a sesso do planetrio.

    Seus encargos e responsabilidades so dos maisdiversificados, e variam conforme as necessidadesde cada espao, podendo se dar desde a organizaofsica do local limpeza do espao, organizao dosmateriais, montagem e desmontagem de equipamentosetc at as atividades de mediao entre o espao eo pblico, por meio de oficinas, exposies, palestras,exibio de vdeos e sesses do planetrio, simulaescomputacionais, entre outras.

    Isto posto, compreende-se que o xito das atividadesde popularizao da Astronomia, sejam elas nosplanetrios ou em outros espaos de Educao noFormal, tem um componente primordial, sendo este a

    atuao do monitor.

    Dada essa importncia para o pleno desenvolvimento

    das atividades de popularizao da Astronomia,

    levantamos o seguinte questionamento: quo recorrente

    a formao desses profissionais tem sido discutida entre

    os pesquisadores da rea?

    Visando responder esta pergunta, realizamos umlevantamento de trabalhos da rea de Educao emCincias, buscando, em peridicos da rea de Ensinode Cincias de maior circulao nacional e trabalhos decongressos, identificar o estado da atual produo sobrea formao de monitores em espaos de educao noformal, no perodo 2010-2014.

    Os peridicos analisados foram: Revista Brasileira dePesquisa em Educao em Cincias (RBPEC), RevistaBrasileira de Ensino de Fsica (RBEF), Cincia & Educao(CIEDU), Ensaio: Pesquisa em Educao em Cincias(Ensaio), Investigaes em Ensino de Cincias (IENCI),Caderno Brasileiro de Ensino de Fsica (CBEF) e RevistaLatino-americana de Educao em Astronomia (RELEA).Nas produes de congressos, foram analisados trabalhosdo ENPEC, EPEF, SNEA e SNEF.

    No quadro abaixo, esquerda, apresenta-se osresultados do levantamento de artigos, totalizando1.513 trabalhos publicados no perodo. Aps leitura dosttulos, resumos e palavras-chave, foram identificados25 trabalhos relacionados Educao no Formal emcincias, dos quais apenas 2 discutiam aspectos relativos

    formao de monitores.

    Dentre as produes em congressos da rea, deum total de 4.076 trabalhos analisados no perodo,foram encontradas 201 produes voltadas Educaono Formal, dentre as quais 22 esto diretamenterelacionadas formao de monitores (quadro direita).

    Os resultados apresentados nos quadros indicamuma quantidade bastante escassa de trabalhosrelacionados temtica da formao de monitores, aopasso que nenhum trabalho fora encontrado relacionadoespecificamente ao papel do planetarista.

    Defronte dessa situao e da necessidade deorientaes e parmetros para formao dessesprofissionais em atividades de Popularizao daAstronomia, esboamos resumidamente duas sugestesde aes que podem contribuir para com esse processo(conforme indicam resultados de pesquisas da rea).

    O primeiro a insero da Educao no Formalcomo componente curricular fundamental formaodo licenciando em cursos de graduao. E a segunda o estmulo para com licenciandos experincia decolaborao desses como monitores em planetrios eoutros espaos de popularizao da Astronomia.

    De maneira especfica, no que diz respeito aosprogramas de formao de monitores, quando existem,faz-se necessrio considerar alguns aspectos, tais comoindicados em artigos publicados na literatura acadmica:1) relao entre o desenvolvimento de atividadesdo planetrio e o pblico visitante, considerando assuas caractersticas (faixa etria, escolaridade etc),concepes e expectativas relacionadas visita; 2)fundamentao terica da formao em aspectos da

    educao e comunicao da Cincia, destinada aointeracionismo e ao estabelecimento do dilogo entreo monitor e o pblico, superando um atendimentopredominantemente transmissivo e demasiadamenteexpositivo; 3) estmulo troca de experincia e reflexoentre os monitores aps atividades de atendimento aopblico nos planetrios, de modo que possam ser sanadasas dificuldades encontradas e aprimorar a prtica dessesno espao; 4) ateno s concepes espontneas dopblico e destreza para lid-las; 5) considerao transposio didtica, de modo que os conhecimentosastronmicos possam ser cognoscveis para o pblicovisitante, evitando, por outro lado, simplificaesexageradas passveis de distores conceituais; 6)considerao Natureza da Cincia, de modo que sejamevitadas interpretaes da Cincia como conhecimentoimutvel desenvolvida linearmente.

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    Negros, Matria Escura,Saturno, Lua e outros,havia sesses deplanetrio e observaodo cu. Haviam tambmmais algumas surpresas.

    Ao final da primeiranoite do evento, umaapresentao de danacigana com trechosda pea Sob um CuEstrelado encantouo pblico.

    O mesmo pblico

    que recebeu, ao longodo sbado, trechos de poesiasrepletas de contedos astronmicos no intervalodas palestras.

    Duas exposies foram montadas: uma sobre osquadrinhos do personagem Starman e outra com

    fotografias do cu feitaspor um aluno do ensinomdio da cidade.

    O encerramento

    do evento ficou por

    conta de uma palestra

    proferida pelo prof.

    Magno Machado sobre

    o Prmio Nobel de Fsica

    de 2015 e um show com

    a banda URB, composta

    por professores e alunos

    da Unipampa.

    Ansioso pela II Noite

    das Estrelas a ser realizadaem Bag (RS) no prximo ano,

    este foi de longe o evento que mais gostei de organizar eparticipar. Fica aqui o convite para que mais planetriosse unam a este evento em 2016, fazendo desta umagrande Festa da Astronomia.

    A Noite das Estrelas nasceu na Frana, em1991. Em 2009, por ocasio do Ano Internacional daAstronomia, o Mxico iniciou suas atividades que, agora,comea a se espalhar por toda a Amrica Latina. Aoparticipar do encontro da RedPop em Medelln, tomeiconhecimento deste evento que j organizado halguns anos na Colmbia.

    Este ano o evento aconteceu no dia 28 de novembro

    e o Planetrio da Unipampa se inseriu nestas atividades.Descrevo aqui um pouquinho desta Noite das Estrelas.

    O trabalho comea muito antes, com a divulgaode matrias no jornal, rdio, televiso e web, contandotambm com a distribuio de cartazes nas escolas dacidade. No apenas a organizao, mas efetivamente oevento comeou no dia 27, s 17h20.

    Em um auditrio decorado especialmente para aocasio, com luzes espalhadas pelo teto, foguetes depapelo e papel alumnio, telescpios e painis,onde foi realizada a abertura, com o tradicional temade 2001: Uma Odisseia no Espao, um astronauta entrana sala, interessado em investigar estes aliengenas

    que o miravam. Este foi o esprito da Noite dasEstrelas em Bag, no apenas discutir Astronomia, masdivertir o pblico.

    Ao longo dos dois dias de evento, foram 9 palestrascom tempo entre 20 a 30 minutos, proferidas pelosbolsistas do projeto Astronomia para Todos. A estasfalas, somaram-se uma palestra interativa, utilizandoclickers, tambm com 20-30 minutos de durao, sobre

    os 100 anos da Relatividade Geral.

    O uso dos clickerspossibilitou ter uma resposta, emtempo real, da receptividade do pblico pela palestra,alm de uma investigao sobre as concepes dopblico em determinados assuntos.

    Neste evento tambm contamos com a participao do

    prof. Walmir Thomazi Cardoso, em duas oportunidades.

    Na sexta-feira noite, a palestra foi sobre O Cu das

    Culturas, enquanto no sbado pela manh foi a vez

    de falar sobre os recursos da TVEscola, como o Sala de

    Professor e o ABC da Astronomia.

    Em meio a um turbilho de palestras sobre Buracos

    GUILHERME F. MARRANGHELLODoutor em Fsica Terica pela UFRGS

    Equipe do Planetrio da Unipampa. Foto do autor.

    Faa a diferena

    Junte-se maior organizao deprofissionais de planetrios do mundo

    Por que entrar para a International Planetarium Society (IPS)?

    Voc pode se conectar com pessoas experientes que trabalham com planetrios todos os dias para educar jovens dediferentes faixas etrias e formaes e com d iferentes estilos. Pode descobrir mais sobre as tendncias e inovaesque so populares nos cinemas imersivos.

    Os membros da IPS recebem o peridico trimestral Planetarian, repleto de artigos interessantes e uma amplavariedade e outros recursos. Voc pode escrever na Planetariane compartilhar seus projetos e realizaes por todoo planeta.

    Nossos membros so uma parte vital da sociedade. Como voluntrios, eles lideram comisses e projetos, dandovaliosas contribuies. Como membro, voc tambm pode fazer a diferena.

    As conferncias bienais da IPS renem centenas de profissionais de planetrios de todo o mundo em apresentaes,oficinas, debates, demonstraes e exposies de fornecedores. Nossa prxima conferncia ser de 19 a 25 de junhode 2016 em Varsvia, na Polnia.

    As anuidades individuais custam US $65 (US $100 por dois anos). Para mais informaes ou para se filiar entre emcontato com Ann Bragg pelo e-mail [email protected]. Ou filie-se on linepelo sitewww.ips-planetarium.org.

    Imagine o que podemos fazer juntos

    http://www.ips-planetarium.org/http://www.ips-planetarium.org/
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    Por LEANDRO GUEDESEfemrides

    Braslia-DF, Brasil

    Lat.:-15,79 Long.: -47,88

    Elevao: 1.091,18 m

    Data: 6/fev/2016

    0h0min0s UTC

    O grande caador e meteoros no Carnaval

    As noites de vero se caracterizam pela constelao do riondominando o cu. Uma das lendas a respeito desse personagem damitologia grega conta que ele era um grande e nada modesto caador,que um dia atreveu-se a afirmar que seria capaz de caar qualqueranimal sobre a Terra. Dizendo isso, enfureceu Gaia, deusa da Terra, queenviou um escorpio gigante em sua direo.

    A cena dessa perseguio est eternizada no cu com as constelaes

    do rion e do Escorpio localizadas em posies opostas, de modo quenunca se encontram. Ou seja: quando rion se pe, nasce o Escorpiodo outro lado, e vice-versa.

    Outra verso dessa lenda diz que rion foi picado pelo monstrogigante mas salvo por um antdoto dado por Ofico, que tambm estrepresentado em uma constelao entre rion e Escorpio.

    Alm de nos lembrar das riquezas mitolgicas representadas nasestrelas, esse cu do vero tambm pode ser usado para falar sobre adiferena entre asterismos e constelaes.

    O cu est dividido em 88 constelaes. O grupo de estrelas quechamamos no Brasil de Trs Marias (na Frana, por exemplo, sochamadas de Os Trs Reis Magos, les rois mages), so uma partenotvel da constelao do rion. Chamamos a isso de asterismo, queno uma das 88 constelaes. Outro asterismo fcil de ser visto nessapoca o focinho do Touro, formado pelas estrelas do aglomeradodas Hades.

    Planetas

    Em termos de planetas, o mais notvel e num horrio convenientepara observao, ser Jpiter o maior do Sistema Solar. Sua observaoao telescpio tem o atrativo de oferecer a possibilidade de visualizar atquatro de seus satlites possveis de serem observados com pequenosinstrumentos: Io, Calisto Ganimedes e Europa. Descobertos por Galileu,eles so conhecidos como satlites galileanos, e ajudaram a corroborara ideia de que nem tudo girava ao redor da Terra.

    Para quem gosta de virar a noite, um pouco antes do amanhecerser possvel observar Marte e Saturno nas proximidades do Escorpio.Essa constelao estar nascendo aps rion ter fugido dela, se pondono horizonte oposto.

    Particularmente no dia 6 de Fevereiro, por volta das 5h30, uma bonitatriangulao com a Lua, Mercrio e Vnus dar as boas vindas ao Sol.

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    Por LEANDRO GUEDESCalendrio lunar

    Detalhe do cu de 6 de Fevereiro de 2016, s 5h30 em Braslia.

    Duas chuvas de meteoros estaro tambm acontecendo nesse perodo, ambas na constelao do Centauro, quepoder ser vista aps as 3h da manh:

    Alfa Centaurdeas ocorre entre 28 de Janeiro e 21 de Fevereiro, com mximo previsto para 8 de Fevereiro;

    Teta Centaurdeas ocorre entre 23 de Janeiro e 12 de Maro, com mximo previsto para 22 de Fevereiro.

    Nenhuma dessas chuvas classificada como intensa, e a quantidade de meteoros por hora gira em torno de 5.

    Mas, como sempre digo, se h a oportunidade, tente observar. Aproveite que o mximo de atividade de AlfaCentaurdeas acontece na vspera da tera-feira de Carnaval. Consegue imaginar uma forma mais astronmica decair na folia?

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    A histria que vamos contar um causo verdico, ocorrido noPlanetrio de Vitria (ES), na pocaem que eu atuava como monitor.

    Uma noite, recebemos umaligao de uma jovem, que aquichamaremos de Selena. Selena nosperguntou se naquela noite haveriaalguma programao especial noplanetrio, pois ela havia visto nosjornais que aquela seria ocasio deLua Azul.

    Informei que, de fato, empoucos minutos apresentaramosuma sesso especial falando sobrea Lua, e aproveitei para convid-lapara assistir.

    Ela lamentou e me informou queno poderia vir, pois morava muitolonge e no chegaria a tempo. Mas,logo em seguida, ela me disse algo

    que me surpreendeu.

    Ela disse que, apesar de nopoder ir, iria observar a Lua decasa mesmo. E que, inclusive, jconseguia ver a belssima Lua Cheia,que j surgia l fora, e que de fato,ela j estava meio azulada no cu,que era possvel perceber um tomazulado na Lua. Estava ntido!

    Bom... Este um daquelesmomentos em que quem trabalhacom divulgao cientfica fica comdvida de como proceder.

    A Lua Azul um evento que ocorreem funo da forma como definimosnosso calendrio. Alguns referem-se a este fenmeno quando se tem

    uma segunda lua cheia no ms.

    Sendo assim, um eventoextremamente raro, pois o ms tem30 ou 31 dias e a Lua repete sua faseem aproximadamente 28 dias.

    Outros textos trazem ainda que aLua Azul apenas quando a segundalua cheia ocorre no ms de Fevereiro,e desta forma, o evento seria aindamais raro, pois este ms tem 28dias, e em anos bissextos tem 29.Portanto, para termos uma Lua Azul,temos que ter a coincidncia de

    ocorrer Lua Cheia no incio do ms para que a segundaocorra antes do ms acabar.

    Tanto se pensarmos na Lua Azul sendo a segundalua cheia de um ms, ou mais raro ainda, a segundalua cheia no ms de Fevereiro, trata-se de um eventoextremamente raro.

    A caracterstica de ser um evento raro, fez com queisto gerasse, na Idade Mdia, a expresso te pagona Lua Azul, algo como quem dissesse te pago nodia de So Nunca, ou seja, era sinnimo de algo quenunca ocorria.

    Portanto, do ponto de vista fsico, no h mudanasno brilho ou na cor de nosso satlite natural. A Lua nofica azul durante a Lua Azul.

    Se nosso ms fosse definido com uma durao de 10dias, nunca teramos uma Lua Azul. Por outro lado, setivssemos um ms com 60 dias, teramos possivelmenteum nmero muito maior de luas azuis.

    Mas, ento, por que e como Selena viu a Lua numtom azulado?

    A Lua no estava azul, mas a sugesto do ttulo, aliadaa uma falta de explicaes, provavelmente induziramnossa jovem espectadora a ver o que ela esperaria ver.

    Quem atua em planetrios e observatrios sabe que

    estas vises so muito comuns. Os seres humanos sointeligentes e apaixonados.

    Quando vemos algo que nos fascina, queremossaber o que , queremos entender. Entretanto, estafascinao, sem um conhecimento bsico de fundo,pode levar o espectador a interpretar o avistamentode um satlite artificial, por exemplo, como sendo umanave extraterrestre.

    Afinal, no o que propagam anos de filmes deHollywood, de que o espao sideral est cheio de navesde outros mundos, sobrevoando os cus da Terra?

    A minha resposta a Selena foi a explicao dadaacima. E aproveitamos a oportunidade para falarmos dediversos outros fenmenos fsicos que ocorrem com aLua e eventos relacionados aos calendrios.

    Acredito que tenha sido uma conversa proveitosapara ambos. Mas me pergunto quantas Selenas noligaram? Quantos observadores no estariam vendo aLua com uma cor azul, naquela noite de Lua Azul?

    Quantos planetrios e observatrios no tero que serconstrudos para dar s pessoas uma fonte segura deinformao. No para quebrar o encanto de se apreciaruma linda noite enluarada, mas de compartilhar comos astrnomos os encantamentos do cu. Afinal, a Lua

    nasce para todos. SANDRO RICARDO DE SOUZAMestre em Astronomia pelo Observatrio Nacional

    SelenaAzul

    Ocorrncias da Lua Azul (ou Blue Moon, a expresso original) at 2030 mostram que fenmeno no to raro.O ano de 2018, por exemplo, apresentar duas delas, em janeiro e maro. Fonte: www.zenite.nu/lua-azul/

    AL, AL, DESASTRNOMO

    http://www.zenite.nu/blue-moon/http://www.zenite.nu/blue-moon/
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    PlanetariaRevista da Associao Brasileira de Planetrios

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    RESUMOSXX ENCONTRO DA ASSOCIAO BRASILEIRA DE PLANETRIOS

    BRAS L IA - DF2015

    PlanetriodeBraslia

    No perodo de 28 de outubro a 1ode novembro de2015ocorreu, no Planetrio de Braslia, o XX Encontro daAssociao Brasileira de Planetrios (ABP).

    Este evento se repete anualmente desde 1996, ocasioem que se deu a fundao da ABP.

    A cada ano um dos planetrios associados oferecesuas instalaes para congregar planetaristas e outrosdivulgadores/difusores de Cincia e Astronomia,predominantemente do Brasil e, normalmente comparticipaes de alguns estrangeiros.

    Agradecemos ao CNPq pelo apoio financeiro e sempresas patrocinadoras: RSA Cosmose Fulldome.proea participao de todos os envolvidos no evento, tantona organizao quanto na realizao dele, por meioda presena em discusses sobre o novo estatuto daABP, nas composies das mesas redondas, palestras,comunicaes orais, painis e na frequncia oficina.

    Os resumos publicados a seguir se referem scomunicaes orais e aos painis que foram avaliadospela Comisso Cientfica (composta pelos membros dadiretoria da ABP) e apresentados durante o evento.

    Planetrio Via Lctea nas escolas da Rede Pblica de Cuiab, MT:passos para a incluso da Astronomia no ambiente escolar

    Carlos Wagner Ribeiro, Ronisdalber Junior Ribeiro, Tayn Iracema Moraes de Arruda,Arlete Gonalves de Arruda, Divina Maria dos Santos

    Utilizao do cinema imersivo, por intermdio do Planetrio Digital Via-Lctea, para divulgao de cinciasastronmicas e afins.

    Considerando a importncia das cincias da natureza e, muitas vezes, a dificuldade que os estudantes tm emcompreend-las, possibilitou-se o surgimento deste projeto, o qual se destina a trazer ao pblico estudantil o cinemaimersivo, cuja misso promover e popularizar as cincias da natureza, em especial, a Astronomia. A finalidade doprojeto se aninha em deixar as crianas e os jovens bem pertinho das referncias csmicas e, ao mesmo tempo,possibilitar a obteno de contato com um mundo desconhecido, visto por eles de uma maneira bastante complexa.O planetrio pode lev-los a uma viagem inesquecvel para conhecer os enigmas do espao sideral.

    O Planetrio Via-Lctea uma cpula inflvel (que mede 4,0 m de altura por 8,0 m de dimetro) com um visualincrvel, onde podemos acomodar com conforto at 60 pessoas dependendo da faixa etria. Dentro do planetrio,exibimos filmes, desenhos, e documentrios de cincias, em especial, a Astronomia, por meio de um equipamento

    que projeta as imagens em um novo conceito de exibio conhecido como CINEMA IMERSIVO.Este gnero cinematogrfico permite um envolvimento muito maior com o tema, uma vez que o filme apresentado em uma cpula de 360, que rodeia totalmente o expectador, possibilitando ao estudante emergirno enredo, perdendo a noo dos limites da sala, e ser transportado para outro lugar, como se estivesse emuma nave espacial. Com o uso dessas ferramentas didticas avanadas, os estudantes tero a oportunidade deconhecer a histria do universo desde a sua formao, as teorias sobre as origens da vida e muitas outras histriasmaravilhosas. O som outra particularidade que proporciona envolvimentos Bsico e emocional aos estudantes,garantido pelo arranjo de caixas estrategicamente distribudas no recinto. Dotado de equipamentos modernos efilmes produzidos especialmente para planetrios digitais, este gnero representa o cinema do futuro, favorecendoa transdisciplinaridade das apresentaes, possibilitando a utilizao mais ampla do espao planetrio. O CinemaImersivo uma tecnologia que j utilizada em muitos pases de primeiro mundo, representando a ampliaoe o aprofundamento da aprendizagem curricular e do universo cultural, atendendo aos desafios do mundocontemporneo. A Cincia e a Tecnologia ficam muito mais prximas dos estudantes, que aprendem enquanto sedivertem e se divertem enquanto aprendem.

    O Essencial invisvel aos olhos: A construo de material didticopara ensino de Astronomia para deficientes visuais

    Carolina de Assis, Isabella Santos, Gabriela Almeida, Ester Zerfas e Cristiane Fernandes

    A Organizao das Naes Unidas para a Educao, a Cincia e a Cultura (UNESCO) comemora em 2015 o Ano

    Internacional da Luz. Buscando explorar a temtica ao mximo em suas comemoraes, o Museu Cincia e Vida,localizado na Baixada Fluminense, decidiu por uma abordagem que sasse do comum: neste ano, a luz seriaapresentada queles que no conseguem v-la. Alm da apresentao de oficinas e palestras sobre o tema,uma grande exposio ttil, montada pelo departamento de Fsica da Universidade Federal de So Carlos, deuincio s festividades, que culminaram em uma abertura institucional jamais presenciada para uma abordagemmais inclusiva.

    Aproveitando esta nova poltica, a equipe do planetrio Astronauta Marcos Pontes decidiu montar uma sessode planetrio para deficientes visuais, onde todos os conceitos trabalhados em uma sesso de planetrio tpica(identificao do cu noturno e sazonalidade das constelaes, cor e temperatura de estrelas e sistema solar)possam ser vivenciados por este pblico especfico.

    O projeto O Essencial invisvel aos Olhos se originou ao redor da construo desta sesso e diversos modelostteis e sonoros, todos de baixssimo custo, foram desenvolvidos em funo desta nova demanda. Todos os modelosforam devidamente testados por profissionais do Instituto Benjamin Constant, que ainda atuaram em parceria equipe, na construo das legendas.

    Neste trabalho, apresentaremos o processo de pesquisa e construo desses modelos, cujo mtodo de confecoexpandiremos para professores do ensino bsico, e compartilharemos a experincia de adaptao do contedo, semdvida alguma a tarefa mais desafiadora de todas.

    NDICE

    01 Planetrio Via Lctea nas escolas da Rede Pblica de Cuiab [...] ________________________________2902 O Essencial invisvel aos olhos: A construo de material didtico [...] _________________________2903 Planetrio digital mvel UDESC Oeste Percepes e Potencialidades ____________________________3004 O Planetrio como ator no ensino de Astronomia sob o prisma da Teoria Ator-Rede (TAR) ___________3005 O Planetrio da Unipampa como espao de Formao Inicial ____________________________________ 3006 Estrelando, o planetarista! __________________________________________________________________3007 Planetrios Zeiss RFP Spacemaster: histria de um objeto ______________________________________ 3108 Contribuio do Projeto Astronomia Viva [...] __________________________________________________3109 O uso dos telescpios para divulgao da Cincia e Astronomia ao publico leigo __________________ 3110 Planetrio UNIPAMPA _______________________________________________________________________3111 O cu como patrimnio: projeto de documentrio em fulldome __________________________________ 3212 Cantiga de roda e poesia no cu _____________________________________________________________ 3213 Caf com estrelas __________________________________________________________________________3214 Sistema Solar em escala com realidade aumentada _____________________________________________ 3215 Canpus ___________________________________________________________________________________ 3316 Planetrio vai escola ______________________________________________________________________ 3317 Relatos de Experincias Pedaggicas no Planetrio Digital _______________________________________ 33

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    PlanetariaRevista da Associao Brasileira de Planetrios

    Planetrio Digital Mvel UDESC Oeste Percepes e Potencialidades

    Daniel Iunes Raimann, Alexandra Fabila Becker, Aline Bolsoni Demartini, Geovanna Ceregatti,Monick Weber dos Santos e Sabrina Franceschi

    Este trabalho parte da ideia de que os conhecimentos adquiridos ao longo da histria pelas cincias da naturezae tecnologia devem fazer parte do rol de conhecimentos necessrios na formao geral do cidado atual.

    Conhecimentos que so apresentados aos cidados atravs de noticirios, jornais e revistas de divulgaocientfica, mas em poucas ocasies discutidos em um espao especfico. Fizemos a aquisio (com recursos doCNPq) de um planetrio mvel com cpula inflvel, com projetor digital fulldome capaz de projetar o cu estreladode qualquer regio, em qualquer poca do ano, sem poluio ou iluminao. Por ser um equipamento digital,permite a projeo de filmes e animaes de diversas reas do conhecimento, desde que preparadas para este tipode projeo. Temas que despertam a curiosidade de todas as pessoas podem ser apresentados, tais como aquelesrelacionados a astronomia, tecnologia espacial e climatologia.

    H um ano em execuo, foram realizadas 250 sesses para um pblico de cerca de 5.500 pessoas. Foramrealizadas sesses em eventos e escolas. Em muitas dessas sesses conduziu-se um momento de discusso com opblico aps a apresentao da sesso.

    O Planetrio como ator no ensino de Astronomia sob o prisma da Teoria Ator-Rede (TAR)

    Erica de Oliveira Gonalves (UDESC) e Tnia Maris Pires Silva (UFSC)

    O Planetrio capaz de instigar a busca de noes sobre posicionamento dos astros, movimento de planetase estrelas e demais corpos celestes. Se constitui em um dos principais espaos educativos para o ensino e paraaprendizagem de astronomia aos diferentes nveis escolares (educao infantil, ensino fundamental, mdio esuperior). Neste sentido, o Planetrio deve ser considerado em sua materialidade a fim de discutir acerca dascontribuies e dos efeitos nos processos educativos. Para isso, possvel analisar o Planetrio sob a perspectivade uma teoria que seja capaz de colocar pessoas e objetos, humanos e no humanos, Planetrio e professores,no mesmo plano ontolgico de anlise, ou seja, a Teoria Ator-Rede (TAR). A TAR prope que tanto humanos eno humanos podem ser atores de determinadas aes ao serem analisados sob o mesmo prisma. As relaese associaes entre humanos (os visitantes, professores) e os elementos no humanos (tecnologias, aparelhos,projetores, espao fsico) explicitam a multiplicidade de conexes compostas de redes de elementos heterogneosque produzem significado e aprendizagem.

    O Planetrio da Unipampa como espao de Formao Inicial

    Guilherme Frederico Marranghello

    Espaos de Educao No-Formal, como Museus, Observatrios e Planetrios constituem locais de grande interaoentre, por exemplo, uma universidade e uma determinada comunidade. Quando um espao destes dirigido poruma universidade, ele passa a ter um carter essencial na formao dos alunos desta instituio. A Astronomia,em especial, atravs de um Planetrio, possui um incrvel poder voltado para a formao inicial de jovens das maisdiversas reas de atuao. Este trabalho apresenta uma janela aberta pelo Planetrio da Unipampa, capaz de reunirem um mesmo projeto, profissionais das reas de fsica, computao, msica, letras e comunicao, dentre outras,destacando o papel do Planetrio na formao acadmica de seus alunos, bolsistas ou voluntrios.

    Estrelando, o Planetarista!

    Joo Paulo Delicato

    O que , afinal, um planetarista? Qual deve ser a sua formao?Agora com os planetrios digitais, seria o Planetarista um mero operador de Data Show?Essa uma discusso delicada. Envolve responsabilidade profissional, envolve formao profissional, tica,

    habilidade, envolve o ego de muita gente (inclusive o do autor) e envolve a necessidade de acompanhar os avanostecnolgicos e adaptar-se a eles. Envolve tambm o prprio papel do planetrio no novo mundo que se apresenta.

    Nesse trabalho o autor nos conduz passo a passo, observando as caractersticas atuais e futuras do profissionalenvolvido, fazendo um levantamento realista dessa situao para chegar a uma concluso no muito comum, masmais adequada de como pode ser entendido o trabalho do Planetarista, sua formao e atuao.

    Planetrios Zeiss RFP Spacemaster: histria de um objeto

    Marcelo Cavalcanti da Silveira

    A histria dos projetores de estrelas Zeiss RFP Spacemaster e suas caracteristicas intrnsecas e extrnsecas. Oacordo Brasil/RDA e os cinco Planetrios instalados nos anos 1970. A partir da analise dos planetrios de PortoAlegre, Goinia e Braslia entender a importncia que tiveram na difuso da astronomia e quais so as possibilidadesde se manter esses projetores Spacemaster em funcionamento, em relao a sua trajetria e se ainda apresentam ocu com qualidade e preciso para justificar os custos de manuteno. Apresentar as caracteristicas desses objetoscomo patrimnio da Cincia e Tecnologia e suas memrias incorporadas. Discorrer sobre o fichamento de registrode um RFP Spacemaster de acordo com as fichas modelo do MAST, mostrando a FICHA DE REGISTRO do projetor dePorto Alegre.

    Contribuio do Projeto Astronomia Viva na Olimpada Brasileira deAstronomia e Astronutica OBA nas Escolas do Estado do Cear

    Rafael Sousa Csar; Leonardo Tavares de Oliveira; Tayane Oceti da Silva

    O Astronomia Viva um dos projetos de extenso da Universidade Estadual do Cear UECE, juntamente com aFaculdade de Educao, Cincias e Letras de Iguatu - FECLI, na qual atua na cidade de Iguatu regio Centro-Sul. Oobjetivo geral consiste em divulgar de forma ampla e sistemtica conhecimentos que so direta e indiretamenteligados Astronomia, atravs de atividades que faam uso de um planetrio inflvel itinerante, a fim de despertara curiosidade reflexiva em torno de objetos e efemrides astronmicas em diversas comunidades interioranas noestado do Cear. Alm disso, visamos ter um aumento quantitativo e qualitativo na participao dos estudantes daregio na Olimpada Brasileira de Astronomia e Astronutica OBA. Destarte, no referido trabalho ser apresentadocomo o Astronomia Viva contribui na formao dos alunos das escolas pblicas e particulares da regio na OBA.

    O uso dos telescpios para divulgao da Cincia e Astronomia ao publico leigo

    Roberto Caldeira Brant

    Desenvolver a vocao cientfica e o gosto pela Cincia focada na rea astronmica, para que as crianas ejovens se transformem de agentes passivos(onde recebem a informao pronta, sem questionamento) vetoresde mudana(buscando solues criativas, inteligentes)em nossa sociedade. Mostrar que a Cincia est tentandoresponder s perguntas que desde sempre existem: porque o Universo existe? O que existe alm dele? Quem(ou o

    que)fez com que ele (o Universo) existisse? Porque (o Universo) como ? As respostas no so fceis, talvez (grifomeu TALVEZ) essas perguntas no tenham jamais as respostas; entretanto o espirito humano se questionar sempresobre o seu lugar no Universo. Para cada pergunta respondida sempre haver mais o que se descobrir, o que sequestionar, o que se aprender.

    Planetrio UNIPAMPA

    Guilherme Frederico Marranghello, Vicente Debortoli dos Santos

    Apresentamos, neste trabalho, as atividades desenvolvidas pelo Planetrio da Unipampa, no ano de 2015. Como avano da obra de construo do Planetrio, com trmino previsto para o final do ano, resta apenas a aquisiode alguns equipamentos para sua finalizao. Enquanto isto, o planetrio inflvel desenvolve suas atividades,recebendo a visita de escolas dentro da Unipampa e tambm viajando pela regio da fronteira. Dentre as atividadesdesenvolvidas pelo planetrio, destacamos um curso de programao, as viagens para Dom Pedrito, Caapava e SoBorja, atividades prticas desenvolvidas para a recepo dos visitantes e a aquisio de um novo telescpio, almdas atividades programadas para o final do ano. 31

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    O cu como patrimnio - Projeto de documentrio em fulldome

    Vitor Amaro Lacerda, Maurcio Silva Gino

    Esta comunicao se prope a apresentar e discutir os objetivos e metodologias do projeto de produoaudiovisual O cu como patrimnio: uma experincia em documentrio imersivo. Iniciativa pioneira no Brasil econcebido pela equipe do Espao do Conhecimento UFMG, o projeto visa a produo de um filme documentrioem formato fulldome que pretende abordar, poeticamente, o carter fundante do cu para a formao das culturashumanas, compreendendo-o como um patrimnio em sentido ampliado, isto , um bem que ao mesmo temponatural e social. Por meio de uma abordagem transversal, o documentrio busca mobilizar e valorizar as diferentesformas pelas quais a humanidade se relaciona com o cu e seus fenmenos, oferecendo um contraponto aoenfraquecimento das possibilidades de contemplao vivenciadas na modernidade. Atualmente, o filme se encontraem fase de produo com recursos originrios do Edital Filme em Minas 2014, da S EC-MG (Secretaria de Estado deCultura de Minas Gerais).

    Cantiga de Roda e Poesia no Cu

    Ana Maria Vieira de Souza, Ana Alice Camargo, Luiza Melo Isaac, Raysa Aguiar, Stephanie Caroline Paulino Silva

    O Projeto Cantigas de Roda e poesia no Cu chega para despertar o interesse das crianas da Educao infantilna rea da astronomia e Cincias Afins, e de promover transmisso do aprendizado atravs da leitura, das oficinas,promovendo observaes no cu com telescpios no deck do Planetrio Digital de Anpolis e a divulgao dasCincias Afins. Portanto, a essncia do projeto possibilitar o conhecimento, onde as crianas percebero queexistem outros planetas, como devemos cuidar do meio ambiente, e outros temas. Nesse contexto haver umespao ldico, mgico, um ambiente facilitador que promover todo processo de aprendizagem.

    Caf com estrelas

    Greifell Santos de Oliveira, Ldia Carla do Nascimento, Humberto de Carvalho Neves, Fabrzio de Almeida Ribeiro,Juliana Vasconcelos Braga, Maurcio da Silva Xavier, Gedson Pereira Chrisstomo, Kedna Regina Alves

    O caf com estrelas consiste em uma mesa redonda, onde a cada semestre o Planetrio, atravs do ncleode divulgao e popularizao da cincia, propem um tema relevante e convida a comunidade a discutir junto apessoas renomadas esses temas, desde sua primeira edio em 2014, vem se aprimorando. A abordagem simples,mas significativa, tendo pblico alvo diversificado em cada edio, sendo pessoas da comunidade em uma edio,e em outra edio universitrios de diversos cursos como: biologia, fsica, qumica, matemtica...

    A primeira edio contou com a presena do DR Juan Bernardino do Planetrio da UFG, e de representantes dojudicirio, executivo e legislativo de Anpolis em agosto de 2014, apontando caminhos para o Planetrio Digital deAnpolis, recm-inaugurado e com muitas expectativas de atuao enquanto agente de divulgao e popularizaoda cincia.

    Sistema Solar em escala com realidade aumentada

    Guilherme Queiroz Vasconcelos, Amrico Tsuneo Fujii

    Os fenmenos celestes como movimentos de rotao e translao, estaes do ano fazem parte de nossocotidiano e podem ser vistos dentro dos contedos escolares, no entanto por ser um contedo de difcil abstraoos professores apresentam dificuldades de elucid-los.

    Atualmente por meio da computao, possvel a utilizao de um software em realidade aumentada - ferramentada Computao Grfica que combina representaes virtuais com a percepo do mundo fsico - sendo assimuma estratgia alternativa de ensino que torna vivel para disseminao possvel a visualizao destes e outroscontedos que exigem um pouco mais de imaginao em 3 dimenses.

    Este trabalho tem como objetivo fazer o uso de programas para mostrar a realidade em 3 dimenses dosPlanetas do Sistema Solar a metodologia consta das seguintes etapas: desenvolvimento modelos em 3 dimensespara representar os planetas do Sistema Solar, combinar os modelos com um programa de realidade aumentada;aplicao do mesmo ao pblico em geral durante atendimento ao pblico no Planetrio de Londrina no dia 29 de

    Agosto de 2015 durante o horrio de atendimento ao pblico. O projeto est em fase de andamento mas j obteveresultados positivos, durante a exibio foi possvel ilustrar com clareza escala de tamanho Sistema Solar e ofenmeno de rotao.

    Canpus

    Humberto de Carvalho Neves, Lidia Carla do Nascimento, Greifell Santos de Oliveira,Fabrizio de Almeida Ribeiro, Juliana Vasconcelos Braga, Gustavo Antenor Oliveira,

    Jean Carlos Gomes Martins, Fabricia Rejane Gomes da Silva, Matheus Jos de Carvalho

    Com a inaugurao do planetrio em janeiro de 2014 iniciou-se a divulgao da cincia em nossa cidade. Aprincpio a houve a organizao do 45 EREA (o primeiro a realizar-se no Centro-Oeste) e em seguida a OBA, nacidade de Anpolis.

    Com professores e alunos estimulados, constatou-se significativamente a participao na Olimpada Brasileira deAstronomia, onde existiam apenas 2 unidades de ensino participantes em 2013 para 29 escolas no ano seguinte.Conquistando ainda 24 medalhas nacionais.

    Como parte desse apoio, divulgao e popularizao da cincia surgiu o Projeto Canpus. Que consiste napreparao de alunos da cidade, inseridos no nvel 2 da OBA (4 e 5 ano), sendo o quantitativo de 2 alunos porunidade escolar.

    Com grande empenho por parte da equipe, dos alunos e familiares durante a semana do respectivo curso, foramrealizadas 8 aulas que contemplavam os diversos temas previstos na Olimpada.

    O sucesso em 2014, garantiu a realizao da segunda edio, em 2015, cujos resultados conheceremos emoutubro quando a OBA divulgar a relao dos medalhistas.

    Planetrio vai Escola

    Lidia Carla do Nascimento, Humberto de Carvalho Neves, Greifell Santos de Oliveira,Fabrizio de Almeida Ribeiro, Juliana Vasconcelos Braga, Rodrigo Alves Nadagi, Roberto Caldeira Brant,

    Marcos Paulo de Oliveira Silva, Nathalia Xavier Ferreira, Nathlia Rocha de Oliveira

    O Projeto Planetrio vai Escola atendeu 1382 alunos da Rede Pblica de Anpolis/GO em maro de 2015. QuatorzeUnidades Escolares aderiram ao Projeto que envolveu alunos do 6 oao 9oe Ensino Mdio. Toda a Equipe do ncleode Divulgao e popularizao da Cincia, bem como a equipe gestora da Secretaria Municipal de Cincia, Tecnologiae Inovao se envolveram fortemente, com o objetivo de divulgar e popularizar a cincia. O tema abordado foi oSistema Solar.

    Aes realizadas: uma palestra sobre o tema, a dinmica da bola astronmica reforando o contedo de formaldica e a apresentao de maquetes com comparao dos tamanhos dos planetas e do sol. Como efeito desseprojeto temos: o agendamento de visitas dessas escolas ao Planetrio e tambm a presena de familiares dosalunos no complexo que inclui o Planetrio e o Observatrio Astronmico, o que confirma o alcance de nossoobjetivo primeiro que seria a divulgao e popularizao da cincia em nosso municpio considerando que o espao

    foi recentemente inaugurado e que a cidade no tem tradio nesse sentido. Assim o projeto Planetrio vai Escolafez um chamado ao pblico escolar visando ampliar o interesse pela Cincia.

    Relatos de Experincias Pedaggicas no Planetrio Digital

    Nilma Maria de Paula e Sergio Ferreira Querido

    O trabalho pretende atravs de relatos de experincias didticas explicitadas atravs de dois professores daRede Pblica de Ensino, expandir apresentaes do Planetrio Digital, para desenvolver e incentivar nos estudantesa vocao pelas Cincias Espaciais, utilizando-se de recursos dinmicos com tecnologia 3D e scripts de variadastemticas adequadas ao currculo escolar, com apresentaes ldicas e interativas, dando suporte para despertarna formao de futuros cientistas.

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    Solstciode

    vero-2015

    Associao Brasileira de Planetrios

    Sede: Planetrio da Universidade Federal de GoisAv. Contorno No900, Parque Mutirama - Goinia/GO

    CEP 74055-140 Fones (62) 3225-8085 e 3225-8028

    Web: www.planetarios.org.br

    Email: contato@ planetarios org br

    Dez/2015 - No8 - Vol. 2

    Planetaria

    Foto da sonda Dawn mostra a cratera Occator, no planeta ano Ceres, vista em falsas cores para evidenciar diferentes materiais. Um artigopublicado recentemente na revista Nature sugere que as manchas brilhantes so reflexos em plancies de sulfato de magnsio ou de outro sal.

    ISSN 2358-2251

    Associao Brasileira de Planetrios

    DISTRIBUIO GRATUITA

    Cr

    ditos:

    NASA/JPL

    -Ca

    ltec

    h/UCLA/MPS/DLR/IDA

    http://www.planetarios.org.br/mailto://[email protected]://[email protected]://www.planetarios.org.br/