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ÉTICA E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Página 1 de 20 ÉTICA E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Bem-vindo ao curso Ética e Administração Pública! Aqui você saberá um pouco mais sobre esse tema tão importante quanto polêmico e poderá discuti-lo com seus colegas, no Fórum. Quanto às leituras, vídeos e avaliações, o curso é todo autoinstrucional: você vai avançando em seu próprio ritmo de aprendizado, respeitando, é claro, o prazo máximo de 2 meses para a finalização do curso (contados a partir da data de matrícula). Siga em frente e bom estudo. Equipe de Educação a Distância do ILB Guia do Estudante As orientações abaixo o ajudarão em sua trajetória de aprendizagem. O material didático, elaborado conforme os preceitos da Educação a Distância, é autoinstrucional, e o próprio aluno determina seu ritmo de estudos. Compõe-se de módulos e unidades, com informações e avaliações necessárias para o cumprimento dos objetivos propostos. Prazo - O sistema considera o dia da sua matrícula como data inicial do curso. A partir de então, você terá 60 dias para conclusão. O não cumprimento do prazo estabelecido implicará o cancelamento automático de sua matrícula e consequente impedimento por 3 meses de nova matrícula nos cursos oferecidos pelo ILB (contados a partir da data prevista para finalização do curso). Atividades de estudo - Diversas atividades irão auxiliá-lo, funcionando como reforço na aprendizagem. Após o estudo do conteúdo de cada unidade e módulo, procure visitar o fórum e postar suas impressões sobre os temas propostos para debate. Avaliação Final - Para concluir o curso, faça a Avaliação Final, clicando no item "Avaliações" do menu lateral. Lembre- se de que a Avaliação Final é o único instrumento válido para a certificação do curso. IMPORTANTE: Você só pode acessar a Avaliação Final quando concluídas todas as etapas do curso. Porém, procure respondê-la quando estiver efetivamente preparado, visto que as questões não são as mesmas a cada tentativa. Atenção: por segurança o sistema sofre bloqueio quando se passam mais de 30 minutos sem ação do usuário. Certificação - Na Avaliação Final você deverá obter no mínimo 70 pontos (de 100 possíveis). Nesse caso, será aprovado e fará jus à certificação. O certificado, bem como uma declaração com o conteúdo programático, será disponibilizado 60 (sessenta) dias após a data de efetivação da matrícula. Caso não tenha obtido o desempenho exigido, não desista. Você pode inscrever-se novamente, após 3 meses, neste ou em outro de nossos cursos sem tutoria. No certificado virá um código de autenticidade digital. Basta acessar www.senado.gov.br/trilhas, clicar em "Autenticar certificado" e lá digitar esse código. Sugerimos que você imprima seu certificado em cores e com gramatura (espessura da folha) específica para diplomas. Suporte técnico O Núcleo Web do ILB oferece apoio a problemas de acesso ao ambiente virtual de aprendizagem e orientações para a utilização dos recursos e ferramentas de EaD. E-mail:[email protected] Identifique a mensagem, informando seu nome completo e o curso em que está inscrito.) Telefone: (00+55) (61) 3303-1475 Horários de atendimento ao aluno virtual: 10h às 12h e 15h às 17h (dias úteis)

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ÉTICA E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Página 1 de 20

ÉTICA E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Bem-vindo ao curso Ética e Administração Pública!

Aqui você saberá um pouco mais sobre esse tema tão importante quanto polêmico e poderá discuti-lo com seus colegas, no Fórum.

Quanto às leituras, vídeos e avaliações, o curso é todo autoinstrucional: você vai avançando em seu próprio ritmo de aprendizado, respeitando, é claro, o prazo máximo de 2 meses para a finalização do curso (contados a partir da data de matrícula).

Siga em frente e bom estudo. Equipe de Educação a Distância do ILB Guia do Estudante

As orientações abaixo o ajudarão em sua trajetória de aprendizagem. O material didático, elaborado conforme os preceitos da Educação a Distância, é autoinstrucional, e o próprio

aluno determina seu ritmo de estudos. Compõe-se de módulos e unidades, com informações e avaliações necessárias para o cumprimento dos objetivos propostos. Prazo - O sistema considera o dia da sua matrícula como data inicial do curso. A partir de então, você terá 60 dias para conclusão. O não cumprimento do prazo estabelecido implicará o cancelamento automático de sua matrícula e consequente impedimento por 3 meses de nova matrícula nos cursos oferecidos pelo ILB (contados a partir da data prevista para finalização do curso). Atividades de estudo - Diversas atividades irão auxiliá-lo, funcionando como reforço na aprendizagem. Após o estudo do conteúdo de cada unidade e módulo, procure visitar o fórum e postar suas impressões sobre os temas propostos para debate. Avaliação Final - Para concluir o curso, faça a Avaliação Final, clicando no item "Avaliações" do menu lateral. Lembre-se de que a Avaliação Final é o único instrumento válido para a certificação do curso. IMPORTANTE: Você só pode acessar a Avaliação Final quando concluídas todas as etapas do curso. Porém, procure respondê-la quando estiver efetivamente preparado, visto que as questões não são as mesmas a cada tentativa. Atenção: por segurança o sistema sofre bloqueio quando se passam mais de 30 minutos sem ação do usuário. Certificação - Na Avaliação Final você deverá obter no mínimo 70 pontos (de 100 possíveis). Nesse caso, será aprovado e fará jus à certificação. O certificado, bem como uma declaração com o conteúdo programático, será disponibilizado 60 (sessenta) dias após a data de efetivação da matrícula. Caso não tenha obtido o desempenho exigido, não desista. Você pode inscrever-se novamente, após 3 meses, neste ou em outro de nossos cursos sem tutoria.

No certificado virá um código de autenticidade digital. Basta acessar www.senado.gov.br/trilhas, clicar em "Autenticar certificado" e lá digitar esse código.

Sugerimos que você imprima seu certificado em cores e com gramatura (espessura da folha) específica para diplomas. Suporte técnico

O Núcleo Web do ILB oferece apoio a problemas de acesso ao ambiente virtual de aprendizagem e orientações para a utilização dos recursos e ferramentas de EaD. E-mail:[email protected] Identifique a mensagem, informando seu nome completo e o curso em que está inscrito.) Telefone: (00+55) (61) 3303-1475 Horários de atendimento ao aluno virtual: 10h às 12h e 15h às 17h (dias úteis)

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MÓDULO I – ÉTICA Objetivos

Ao final deste módulo, você conhecerá um pouco do histórico da Ética e sua conceituação, e será capaz de diferenciar Ética e Moral.

Conteúdo do Módulo Unidade 1 – Importância do estudo, histórico e conceituação

Importância do estudo da Ética As raízes da Ética Conceitos formais e informais

Unidade 2 – Ética x Moral Moral Diferenciando Ética e Moral

Unidade 1 – Importância do estudo, histórico e conceituação Importância do estudo da Ética As raízes da Ética Conceitos formais e informais Importância do estudo da Ética Observe com atenção as seguintes imagens. Hiroshima, Japão, anos 40

Vietnã, anos 60

África, anos 80

Brasil, ainda hoje

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Você ainda tem dúvidas sobre a importância do estudo... e da prática da Ética? Nós também não. Portanto, prossigamos no curso.

As raízes da Ética

Por que não estou sendo ético ao utilizar o papel A4 do órgão onde trabalho para imprimir as fotos da minha última festa de aniversário?

Por que fere a Ética dizer que é minha uma ideia nova que foi desenvolvida por outro servidor público que atua no meu setor?

E ainda: quando alguém liga e peço ao meu colega de trabalho para dizer que não estou: é uma atitude ética? Como se pode perceber, as questões éticas estão até nas mais simples ações humanas e nas mais corriqueiras

atividades profissionais. Ética: nas duas últimas décadas, no Brasil, temos cada vez mais nos familiarizado com essa palavra, até então

quase uma ilustre desconhecida, estudada só nas universidades, e em apenas alguns cursos. Era com frequência acompanhada de termos filosóficos, porque entendia-se que a Ética vinha da Filosofia, e nela, principalmente nela, deveria ser estudada.

Por isso, costumávamos ouvir, e ainda ouvimos, que a Ética surge com os gregos, notadamente com a trinca Sócrates, Platão e Aristóteles, a partir do Século IV a.C.

Mas terá sido assim mesmo? Dizer que a Ética surgiu no período áureo da antiga filosofia grega é um pouco simplista. Na verdade, desde que o ser humano se reconheceu como racional e viu no outro um seu semelhante, a questão

ética surgiu. A preocupação com o pensar e agir de modo coerente e de forma a preservar a vida está na própria humanidade.

Evitando, porém, nos alongarmos nessa discussão, lembremos que, antes dos gregos, havia culturas milenares, do médio e extremo orientes, portadoras de grande sabedoria, que já consideravam as questões éticas em seu relacionamento social.

Exemplos podemos encontrar, entre outras, nas civilizações egípcia, hindu, chinesa e judaica.

No antigo Egito, civilização de mais de 6.000 anos, as atividades profissionais revestiam-se de caráter ético em todas as suas manifestações, mesmo porque eram intrinsecamente ligadas às crenças e ritos religiosos.

Os rituais da civilização egípcia, tais como a mumificação dos corpos e o colossal erguimento de pirâmides, demonstravam o reconhecimento da importância e do significado da vida como força cósmica.

Os chineses, também há milênios, bem como os hindus, mantinham sua Ética baseada na cosmologia, na interação entre tudo o que existe e, por isso mesmo, na integração do indivíduo ao todo.

Essa visão de mundo conduz a profundas implicações éticas, tanto em relação à vida em sociedade quanto à simbiose homem-natureza.

No Ocidente, a tradição judaico-cristã, também de raiz oriental, foi a que mais influenciou nossa formação ética.

O Antigo Testamento apresenta extenso repertório de leis e mandamentos (inclusive o Livro das Leis e os Dez Mandamentos registrados por Moisés).

Os ensinamentos cristãos, estes baseados na vida de Jesus, moldaram eticamente, em especial, a Europa e as Américas.

Se o ser humano, muito antes do período clássico grego, já se preocupava com as questões éticas, cabe, então, repetir a pergunta e formular uma outra:

Por que se atribui a Sócrates, Platão e Aristóteles o surgimento da Ética? E o que isso interessa à Administração Pública?

A primeira será respondida a seguir. Quanto à segunda pergunta, será abordada um pouco mais adiante, mas já é interessante refletirmos sobre essas implicações.

Considerá-los como legítimos “pais fundadores” da Ética é justificado, principalmente porque, pela sua abordagem das questões humanas sob uma forma radicalmente mais racional que seus antecessores, foram determinantes para a separação entre Religião e Filosofia.

Assim, abordada já sob o ponto de vista filosófico, a Ética descola-se das amarras religiosas, ditadas pelos deuses de então, e é vista como decorrente da racionalidade do ser humano.

Sócrates é o primeiro dos três a aplicar a razão para chegar às questões éticas, tais como: existe algo que pode ser considerado Bem e o seu contrário, chamado de Mal? Podemos discernir no mundo e nas atitudes aquilo que é Justiça daquilo que é Injustiça? Podemos chamar de Belo aquilo cuja essência ética e equilíbrio nos encanta, comove e ilumina, e considerar Feio o inverso?

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E o principal: somos capazes de, efetivamente, agir dentro dos princípios de Verdade, Beleza e Justiça? Essa aplicação da Ética na vida foi talvez a maior contribuição daquele filósofo. Tanto que, injustamente julgado e

condenado à morte, os amigos e discípulos ofereceram-se para subornar os guardas e garantir-lhe a liberdade em outras terras, mas Sócrates, então, declara que não aceita, visto que contrariaria a Verdade.

Pois bem, Sócrates foi mestre de Platão, e este, professor de Aristóteles. Daí por que as preocupações éticas foram sendo progressivamente estudadas.

Observe a imagem à direita. Ela reproduz parte do famoso quadro “Escola de Atenas”, de Rafael Sanzio. Na obra, vemos ao centro os filósofos Platão (com manto vermelho) e Aristóteles

(manto azul). Como veremos a seguir, o quadro apresenta algumas importantes referências que nos

levam ao tema deste curso: a Ética. Agora, veja um detalhe da cena anterior. Você consegue perceber que, com a mão esquerda, Platão segura um livro? O filósofo traz o Timeu, um dos seus famosos diálogos, cujo tema central é a Justiça. Com a mão direita, ele aponta para cima, indicando que essa justiça, e portanto a Ética,

pode ser encontrada em estado puro somente no mundo das ideias. Platão defendia que o homem alcançava a excelência, quando permanentemente

buscava o belo, o nobre, o justo. As implicações éticas são, portanto, bastante claras.

Em contrapartida, Aristóteles (à direita), com a mão esticada horizontalmente,

representa a visão mais focada no mundo físico e no humano. Daí por que ele - é possível ver no detalhe - segura um de seus escritos, a Ética. Ele é

considerado o fundador da disciplina Ética como um dos ramos da Filosofia.

Verdade, justiça, bondade e honestidade foram temas recorrentes e aprofundados pelos gregos clássicos. Portanto, embora não sejam os primeiros a tratar de Ética, seguramente os três filósofos contribuíram para seu

estudo, importância e aplicação à vida individual e em sociedade. A seguir veremos como esses conceitos evoluíram.

Conceitos formais e informais

Existem inúmeros conceitos para Ética, de acordo com abordagens mais ou menos acadêmicas. Vamos ver alguns? Existem os de tipo erudito:

“O todo da Ética é integrado pela Deontologia [deveres] e pela Diceologia [direitos].” (Paulo L. Netto Lobo) Outros, um tanto simples e engraçados: “Por que o indivíduo seria honesto no escuro?” (Niklas Luhmann) Ainda há os que vão à raiz do termo: “Ética é termos a coragem de sermos o que realmente somos."(Victor D. Sallis)

E, claro, os dicionarizados. Examinemos os verbetes dos dois mais difundidos dicionários brasileiros:

Conceito de ética, Dicionário Aurélio – Século XXI [Do lat. ethica < gr. ethiké.] Estudo dos juízos de apreciação referentes à conduta humana suscetível de qualificação

do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente a determinada sociedade, seja de modo absoluto.

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Conceito de ética, Dicionário Houaiss 1 parte da filosofia responsável pela investigação dos princípios que motivam,

distorcem, disciplinam ou orientam o comportamento humano, refletindo esp. a respeito da essência das normas, valores, prescrições e exortações presentes em qualquer realidade social

2 conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e moral de um indivíduo, de um grupo social ou de uma sociedade

Que tal conhecermos também a definição sob a ótica de um cientista político renomado? Para Norberto Bobbio, Ética é “a atribuição [subjetiva] de valor ou importância a pessoas, condições e

comportamentos e, sob tal dimensão, é estabelecida uma noção específica de Bem a ser alcançado em determinadas realidades concretas, sejam as institucionais ou sejam as históricas”.

Vamos propor uma síntese dos conceitos apresentados. . Simplificando, poderíamos dizer que Ética é o estudo da conduta humana, ou a busca da conduta humana

voltada para o bem e para o correto. E, mais que o estudo simplesmente, a incorporação dos valores éticos decorrentes desse estudo, que deverão

passar a integrar a conduta do indivíduo e, por extensão, das sociedades. Mas o conceito e a prática do bem e do correto não diferem de uma pessoa para outra? De uma nação para

outra? De um momento histórico para outro? Sim. Por isso, há que se estabelecer uma distinção entre Ética e Moral. É o que faremos a seguir. Mas antes, leia o box abaixo.

É verdade?!

Diógenes de Abdera, o cínico, era um filósofo-mendigo que viveu na Grécia antiga por

volta do século IV a.C. Diz-se que, ao invés de casa, morava num barril e contestava com ironia o modus vivendi e a pretensa sabedoria dos cidadãos atenienses, bem como a corrupção da época.

Conta-se, como uma de suas peripécias, que ele costumava sair com uma lanterna em pleno dia, com ar muito sério e investigativo. Aos passantes que lhe perguntavam o que procurava, ele respondia com gravidade:

– Um homem honesto. Procuro por um homem honesto. E seguia resoluto, olhando pelos cantos e também iluminando bem de perto o rosto dos

cidadãos gregos.

.Unidade 2 – Ética x Moral

Nesta unidade, vamos estabelecer a distinção entre os dois conceitos, de forma a prosseguir nossos estudos com maior segurança quanto ao uso dessas expressões. Diferenciando Ética e Moral

Muito se discute sobre o que difere Ética e Moral. De certa forma, a palavra Ética tem sido usada com frequência em lugar de Moral, uma vez que esta última

adquiriu para muitos um sentido pejorativo, ligado a “moralidade” e “moralismo”. Respeitadas as opiniões divergentes, podemos estabelecer, numa síntese razoável e simples, as principais

diferenças entre elas.

ÉTICA MORAL

Princípios Costumes

Adquirida pela reflexão Adquirida no meio em que se vive

Imutável (ou mais resistente à mudança) Mutável (ou mais aberta à mudança)

Valores Práticas

Imposta pelo indivíduo a si mesmo Imposta pela sociedade

Mais abrangente que a moral Decorrente da Ética

Universal Cultural

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O quadro acima demonstra que existem diferenças entre ambas, mas que também há interdependência. Pode-se, por exemplo, colocar a Ética em prática pela via da Moral. Quer um exemplo? Temos toda uma legislação para prevenir e punir crimes contra a vida – ou seja, a legislação (de ordem moral)

está reforçando e colocando em prática um princípio ético (a vida é o maior valor humano). Vamos fazer uma pausa na leitura e assistir ao vídeo seguinte?

Vídeo Ética e Moral Com sua linguagem acessível e divertida, exemplos instigantes e a inconfundível voz de barítono, o filósofo

Mário Sérgio Cortella nos conceitua e diferencia Ética e Moral. Na sequência, continuaremos a analisar a Ética, contextualizando-a em segmentos específicos de interação social.

MÓDULO II – ÉTICA EM CONTEXTO Objetivos

Ao final deste Módulo II, você será capaz de compreender o papel e a importância da Ética em relação a outros sujeitos sociais. Conteúdo do Módulo Unidade 1 – A Ética, eu e o outro Unidade 2 – Ética, imprensa e novas mídias Unidade 3 – Ética e lei Unidade 4 – Ética e Estado Unidade 5 – Ética, vida e natureza Unidade 1 - A Ética, eu e o outro

Nesta unidade vamos tratar dos princípios éticos de um indivíduo em relação a si próprio e em relação a seu semelhante. A Ética, eu e o outro

O que podemos compreender dos conceitos e informações apresentadas é que o ser humano é dotado de razão e por isso pode, sim, tomar a iniciativa de seus atos com vista a buscar o bom e o justo ou, por outro lado, a maldade e a injustiça.

Claro, esses conceitos – bom, mau, justo e injusto – não chegam a ser universais, diferindo de acordo com a cultura, a época, o grupo social e muitas outras variáveis.

Porém, há dois valores dos quais se pode afirmar que são universais: a vida humana e, decorrente desta, a importância do outro.

Este princípio, o da alteridade (alter, em latim, significa “outro”), implica dizer que o ser humano, por ser gregário, necessita viver em grupo, tem no seu semelhante um igual, com os mesmos direitos básicos que ele próprio.

Existem algumas máximas populares e religiosas que ecoam essa verdade: “Não faz ao outro o que não queres que façam a ti.” “Ama ao próximo como a ti mesmo.”

Temos também aquelas que contrariam o preceito:

“O inferno são os outros." (Jean-Paul Sartre)

Para o bem ou para o mal é pelo contato com o outro e pela visão do outro que me reconheço como integrante dessa categoria chamada humanidade.

Para referendar o que acabamos de ver, o imaginário popular e a indústria cultural criaram personagens esplêndidos para ilustrar o que acontece com uma pessoa criada longe de qualquer ser humano. Alguns deles:

Rômulo e Remo: Os irmãos gêmeos mitológicos teriam sido amamentados e criados por uma loba e posteriormente sido os responsáveis pela fundação de Roma na Antiguidade.

Tarzan: O filho das selvas, personagem do escritor Edgar Rice Burroughs, que aparece pela primeira vez em 1912, no livro Tarzan of the Apes. O garoto europeu, perdido na África e criado por macacos de uma espécie fictícia denominada mangani, protagonizou dezenas de livros, histórias em quadrinhos, animações e filmes. (Na foto, um dos muitos Tarzans do cinema, com sua inseparável amiga Cheetah – em português, Chita.

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Mogli: Criado originalmente pelo escritor indo-britânico Rudyard Kipling num conto chamado O livro da selva, foi imortalizado por Walt Disney em uma de suas memoráveis animações. Narra também a história de um garoto criado na selva, cujos melhores amigos são um urso e uma pantera, tendo por inimigos uma serpente e um violento tigre.

Nell: Neste filme estrelado pela atriz Jodie Foster, uma garota cresce na floresta sem a presença de humanos, após a morte do pai. Não desenvolve a capacidade de comunicação linguística humana e sofre muito na tentativa de socializar-se, após ser retirada do isolamento selvagem.

Vídeo O vídeo abaixo, conduzido por Viviane Mosé, mostra-nos a condição de alheamento em relação ao outro, sem dúvida um dos piores males da sociedade moderna. (Duração: 9min25)

Unidade 2 - Ética e sociedade

Nesta unidade veremos a Ética quando aplicada não mais ao indivíduo, mas entre os diversos integrantes de um grupo humano. Unidade 2 - Ética e sociedade

Se a Ética está intrinsecamente ligada ao outro, então ela se aplica igualmente à sociedade como um todo, visto ser esta composta de muitos “outros” a relacionar-se com um determinado indivíduo.

Dessa forma, temos que, ainda aqui, existem princípios éticos a serem respeitados, sob pena de o grupo humano fragmentar-se sob ideias e atividades danosas aos indivíduos e, portanto, ao próprio grupo.

Exemplo disso pode ser encontrado na prática do trabalho escravo. Há pouco mais de dois séculos, ou menos ainda, era comum o trabalho de escravos ou o trabalho em troca de

comida pura e simplesmente. Mesmo crianças de até 5 anos de idade eram empregadas nas fábricas inglesas, em plena Revolução Industrial.

Na Ouro Preto do Ciclo do Ouro, no século XVIII, crianças também eram amarradas a cordas e descidas por buracos escuros, para trazerem de lá o minério.

Já no século XX, era frequente no Brasil a ação dos "gatos", aliciadores de pessoas para trabalhar em regiões pouco habitadas ou latifúndios, cujo salário aviltado deveria ser trocado por comida, o que acabava convertendo-se em dívida e escravidão.

Submeter o ser humano a condições degradantes de trabalho é hoje crime reconhecido em todo o planeta, embora ainda praticado em diversos países.

Porém, é fora de dúvida a razão ética primordial que condena tais atos: valorizar o indivíduo em sua condição humana.

Vídeo Exercitando a Ética Este vídeo contrasta, em linguagem simples e poética, os maiores erros e os melhores princípios éticos. Vale a pena acompanhá-lo. (Duração: 2min10)

Unidade 2 - Ética e sociedade

Se a Ética está intrinsecamente ligada ao outro, então ela se aplica igualmente à sociedade como um todo, visto ser esta composta de muitos “outros” a relacionar-se com um determinado indivíduo.

Dessa forma, temos que, ainda aqui, existem princípios éticos a serem respeitados, sob pena de o grupo humano fragmentar-se sob ideias e atividades danosas aos indivíduos e, portanto, ao próprio grupo.

Exemplo disso pode ser encontrado na prática do trabalho escravo. Há pouco mais de dois séculos, ou menos ainda, era comum o trabalho de escravos ou o trabalho em troca de

comida pura e simplesmente. Mesmo crianças de até 5 anos de idade eram empregadas nas fábricas inglesas, em plena Revolução Industrial.

Na Ouro Preto do Ciclo do Ouro, no século XVIII, crianças também eram amarradas a cordas e descidas por buracos escuros, para trazerem de lá o minério.

Já no século XX, era frequente no Brasil a ação dos "gatos", aliciadores de pessoas para trabalhar em regiões pouco habitadas ou latifúndios, cujo salário aviltado deveria ser trocado por comida, o que acabava convertendo-se em dívida e escravidão.

Submeter o ser humano a condições degradantes de trabalho é hoje crime reconhecido em todo o planeta, embora ainda praticado em diversos países.

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Porém, é fora de dúvida a razão ética primordial que condena tais atos: valorizar o indivíduo em sua condição humana.

Vídeo Exercitando a Ética Este vídeo contrasta, em linguagem simples e poética, os maiores erros e os melhores princípios éticos. Vale a pena acompanhá-lo. (Duração: 2min10)

Alguém, contudo, poderia afirmar: – Ora, mas então a Ética evolui? Ela se transforma ao sabor das culturas, povos e civilizações? No passado, o

trabalho escravo e infantil era corriqueiro; hoje é condenado. Tal afirmação, apesar de merecer reflexão de nossa parte, desconsidera que hoje ou há milênios, a vida humana

era e é uma dádiva a ser preservada. Ocorre que o conhecimento e o processo civilizatório evoluíram, sim – a despeito do que dizem os pessimistas de ontem e sempre. Nesse sentido, seria como se a Ética mais profunda e duradoura estivesse progressivamente sendo "descoberta" pela humanidade, quando esta, ao olhar para trás, vê claramente os erros cometidos e, mediante reflexão, considera que pode adotar universalmente novas práticas, voltadas ao bem comum e em todos os tempos.

O cuidado, de novo, é não se confundir Ética e Moral. Compare o tema do trabalho escravo com o caso a seguir.

Andar nu, em público, é considerado ilegal e inadmissível. Mas essa proibição não é um valor aplicável a várias tribos indígenas. E em Tambaba, uma praia na Paraíba, onde se pratica o naturismo, a situação pode até se inverter. Existe um espaço específico em que é proibido entrar com roupas. O nu é a regra.

O exemplo acima não nos deve confundir. Trata-se não de questão ética, mas sim moral. A moral pode ser relativizada pelos costumes e frequentemente muda de país para país, de um momento

histórico para outro. Muda mesmo, como no caso acima, de uma praia para outra. Já a Ética possui alicerces bem mais firmes e se pretende mesmo válida para todos os indivíduos, em qualquer

região e em qualquer época. Unidade 3 - Ética, imprensa e novas mídias

Nesta unidade vamos estabelecer a distinção entre os dois conceitos, de forma a prosseguir nossos estudos com maior segurança quanto ao uso dessas expressões, bem como elencar os desafios éticos que se apresentam às mídias convencional e digital. Ética, imprensa e novas mídias

O pensador da comunicação Marshall McLuhan, na década de 60 do século XX, já apontava que o mundo se tornaria uma imensa "aldeia global", ou seja, com o incremento da tecnologia de informação e comunicação, haveria maior, mais eficiente e mais rápida integração entre indivíduos, grupos sociais e nações.

Mais recentemente, na década de 90 passada, o jornalista norte-americano Thomas Friedman lança o livro "O Mundo é Plano", em que demonstra indubitavelmente que a previsão de McLuhan se confirmara: o mundo se tornara não apenas unificado, mas ideias, criações, serviços e mercadorias eram criados ou prestados por grupos de pessoas e empresas que frequentemente não estavam num mesmo espaço físico e nem no mesmo país, e tais artigos circulavam pelo planeta com velocidade antes nunca vista e crescente.

Num mundo sabidamente integrado em tempo real, a questão ética vem à tona com relevância ainda maior. Sim, pois, se antes história e reputações eram criadas ou destruídas ao longo de décadas, anos, meses ou dias, na

era da comunicação em que vivemos isso ocorre no curto período de horas ou minutos. O papel das mídias convencionais e virtuais aparece maximizado, pois as informações e opiniões veiculadas

atingem milhões, às vezes bilhões de pessoas. Nesse contexto, o rigor na apuração das informações e a responsabilidade na veiculação da notícia aparecem

como destaque para a prática ética do jornalismo e da prestação de serviços via mídia. Uma das formas de fazê-lo é quando da emissão de juízos de valor por parte de um veículo de comunicação.

Tanto a posição pró ou contra determinado tema poderá ser considerada ética, se ficar explícito ao ouvinte, telespectador, leitor ou internauta que aquela é a opinião daquele veículo de mídia, ou seja, é a verdade "para ele".

Outra modalidade que, expressando ponto de vista, coloca o destinatário da informação à vontade para criar seu próprio entendimento é a prática da imprensa de, após artigo assinado, apor a expressão: "O artigo não expressa necessariamente a opinião deste periódico."

Assim, a revista ou jornal mantém postura de transparência sobre a opinião do articulista (autor do artigo). Em geral, os periódicos se utilizam de uma coluna denominada Editorial, cujo conteúdo expressa o pensamento

daquele veículo de comunicação.

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Fórum - Conflitos éticos: você decide WIKILEAKS

O site Wikileaks conseguiu com um informante documentos contendo conversas ocorridas no âmbito do governo norte-americano e também de outros, causando mal-estar diplomático e acusações de que o site cometera ilegalidade ao divulgá-las.

Ora, o sigilo de fonte de jornalistas é garantido, por isso o site veiculou os documentos, inclusive em parceria com grandes periódicos da Inglaterra e da Alemanha. Por outro lado, os documentos pertencem ao governo dos EUA, que os guardava sob o status de segredo de estado, com vista a garantir a segurança do país. Por isso, ele resolveu retaliar o site e seu fundador. Quer relembrar ou saber um pouco mais sobre o caso? Clique aqui. E então, quem está sendo mais e quem está sendo menos ético?

Discuta essa questão no Fórum com seus colegas.

Abaixo, transcrevemos notícia sobre um dos maiores e mais tradicionais periódicos ingleses, que, flagrado em práticas antiéticas, acabou sendo fechado.

É verdade?!

Entenda as denúncias contra o tabloide "News of the World" DA REUTERS

O escândalo de grampos ilegais realizados pelo tabloide britânico "News of the World" surgiu em 2005, mas ganhou novo tom com a descoberta de que o jornal hackeou os telefones de vítimas do atentado de Londres, em 2005, e de uma menina desaparecida. O jornal é acusado ainda de pagar policiais por informações.

O escândalo vem no momento em que a empresa irmã do tabloide News Corp tenta comprar o canal de TV paga britânico BSkyB por aproximadamente US$ 14 bilhões.

O "News of the World" é o jornal mais vendido aos domingos no Reino Unido, com uma circulação média de quase 2,8 milhões de exemplares.

As empresas fazem parte de um conglomerado britânico de mídia, o News Corporation International, de propriedade do magnata australiano Rupert Murdoch. Fonte: UOL Unidade 4 - Ética e lei Nesta unidade vamos compreender as justaposições, intersecções e limites entre Ética e lei. Ética e lei

A lei é, geralmente, preceito de ordem moral e, portanto, costuma se modificar bastante de acordo com o povo que a cria e para a qual ela é orientada. Assim, é da natureza das leis que procurem refletir a Ética, mas elas não são a "Ética em si". Vejamos os seguintes exemplos:

Há poucas décadas, era comum os pais fumarem, ansiosos, na sala de espera da maternidade, esperando o nascimento do filho. Na época, era legal e admissível; hoje, ilegal e antiético. Valor ético: Devemos preservar tanto a nossa saúde física quanto a dos outros, em especial daqueles que não podem se defender (as parturientes e os bebês da maternidade).

Em boa parte dos países islâmicos, em especial nos estados teocráticos, a esposa, oficial e declaradamente, é subordinada ao marido. Lá, é legal e admissível; aqui, ilegal e antiético. Valor ético: Os seres humanos não podem ser considerados superiores uns aos outros e devem ter os mesmos direitos de cidadania.

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Existem pessoas que, consternadas pela situação do outro, dão esmola a mendigos nas ruas e a pedintes nos semáforos; mas também existem as que se negam a dar esmolas, por considerar que esse ato alimenta a preguiça, a exploração infantil e mesmo o tráfico e consumo de drogas. Para uns, a doação é legal e admissível; para outros, deveria ser ilegal e é antiética. Valor ético: Os seres humanos não podem ser abandonados à condição de fome e mendicância.

Como vimos, existem situações na experiência humana que nos podem colocar em dilema: qual é a conduta ética

a praticar numa ou noutra situação? Unidade 5 – Ética e Estado

Nesta unidade vamos adentrar a relação entre a Ética e o Estado constituído, de maneira a compreendermos a importância desse relacionamento. Esta parte servirá também para fundamentar, na sequência, o papel da Ética na Administração Pública. Ética e Estado

O Estado é um organismo criado e mantido pela sociedade. Assim, em geral ocorre que suas leis, aperfeiçoadas e atualizadas ao longo do tempo, reflitam a preocupação ética.

No caso do Brasil, temos o primeiro grande exemplo em nossa própria Constituição Federal, a lei maior do País. Observe o art. 1º de nossa Carta Magna, que estipula os fundamentos da nação-Brasil e no qual colorimos alguns

trechos:

TÍTULO I Dos Princípios Fundamentais

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do

Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I - a soberania; II - a cidadania; III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político. Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou

diretamente, nos termos desta Constituição. Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o

Judiciário. Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras

formas de discriminação. Note que os itens em verde têm inegável fundamentação ética. Em outras palavras, os pilares legais do Estado brasileiro são marcadamente éticos. Por favor, releia-os e lembre-se: toda a legislação brasileira deve se pautar pela Constituição, e todo o texto constitucional está, em tese, de acordo com os princípios acima. Unidade 6 – Ética, vida e natureza

Nesta unidade abordaremos um dos mais comentados temas da atualidade, mas que constitui um debate ainda novo em termos históricos: os princípios éticos baseados na vida e na natureza. Ética, vida e natureza

Uma das mais recentes preocupações éticas da humanidade é a questão ambiental. Há cerca de 30, 40 anos, o ser humano pouco se importava com a emissão de poluentes,

também pouquíssimo conhecimento tinha do aquecimento global, dos buracos na camada de ozônio causados por CFC (clorofluorcarbonos) e da extinção de diversas espécies terrestres, aéreas ou

aquáticas.

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Também se considerava que recursos como a água doce e os minérios, incluindo aí os hidrocarbonetos (dentre os quais destaca-se o petróleo), eram quase infinitos e que, portanto, sua exploração poderia ocorrer de forma indiscriminada, no ritmo mais forte possível, buscando o máximo de eficiência em sua retirada. Não havia, ou eram escamoteados, dados científicos e governamentais alertando para a gravidade da situação que se aproximava.

Apenas na década de 80 do século XX, os partidos verdes europeus começaram a conquistar número significativo de votos a serem respeitados, desfazendo, assim, junto à sociedade, a sua imagem de "novos hippies" ou de "um bando de vegetarianos" querendo fazer política partidária.

Daí que as questões ambientais alcançaram outro nível de debates. Os cientistas que já se dedicavam ao estudo do planeta em suas variações climáticas começaram a ser

procurados pelos governos, para se manifestarem sobre os problemas ambientais. Organizações não governamentais, as ONGs, surgiram ou se fortaleceram nos mais diversos países, em todos os

continentes. Também houve a internacionalização de algumas dessas instituições, como o Greenpeace e a WWF, e a criação no Brasil de importantes organizações desse chamado Terceiro Setor e voltadas à ecologia, como a SOS Mata Atlântica.

O que há em comum entre essas ações e associações é a preocupação com a vida na face da Terra. Proteger os animais, as florestas, os mares, a qualidade da água e do ar, entre outros itens da pauta

ambiental, harmoniza-se, portanto, com a questão ética maior, que é a da preservação da vida. Daí nos deparamos com um conceito, que é um verdadeiro novo ramo de estudos: é a chamada Bioética. A Bioética surgiu para que a humanidade reflita sobre as fronteiras de sua atuação no que concerne à vida. Assim, pertencem ao campo de estudos da Bioética temas como o aborto, a eutanásia, as experiências genéticas,

a pena de morte e vários outros assuntos que têm a vida como centro da discussão e da decisão sobre como se deve e como não se deve agir.

Vídeo Mais um pouco de Ética...Entrevistado, Mário Sérgio Cortella explora um pouco mais as questões éticas, trazendo, inclusive, uma proposta polêmica: erotizar a natureza.

MÓDULO III – ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Objetivos Após o estudo deste Módulo III, você será capaz de, quanto à Administração Pública:

conceituá-la e reconhecer seus agentes; conhecer os princípios que a regem; identificar as principais instâncias de controle interno e externo; reconhecer a questão ética implícita em cada um dos itens acima; refletir sobre a ética no Poder Legislativo.

Conteúdo deste módulo Unidade 1 – Administração Pública - Conceito - Agentes Públicos Unidade 2 – Ética e administração pública - Princípios - Práticas éticas - Instâncias internas de controle - Instâncias externas de controle (ONGs, sites e outros) - Códigos de Ética Unidade 3 – Ética no Legislativo - Origem e estado atual - Mitos - Dilemas - Os novos caminhos - Os novos caminhos do Senado Federal

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Unidade 1 – Administração Pública Conceito Agentes Públicos

Conceitos

De saída é importante diferenciarmos dois conceitos que muitas vezes são confundidos: Governo e Administração Pública.

Por governo devemos entender o conjunto dos poderes e instituições públicas, considerado sobretudo pelo "comando" destes. O Governo é quem conduz os negócios públicos, estabelecendo linhas-mestras de atuação.

Já a Administração Pública caracteriza-se pelas funções próprias do Estado e a prática necessária para o cumprimento dessas funções. Assim, é a Administração Pública a executora das atividades visando ao bem comum.

Dessa forma, não cabe à Administração Pública a prática de atos de governo, mas sim de atos administrativos próprios do Estado. Ela é responsável pela execução desses atos, daí por que seus agentes devem primar pela Ética, pois estão agindo em nome de todos em prol da coletividade.

Por isso é também importante conceituarmos "serviço público", nas palavras do mestre Hely Lopes Meirelles: Serviço público é todo aquele prestado pela Administração ou por seus delegados, sob normas e controles

estatais, para satisfazer necessidades essenciais ou secundárias da coletividade ou simples conveniência do Estado." Quando o conceito se refere a "delegados", está tratando daqueles que, mesmo não sendo servidores públicos,

recebem da Administração Pública a tarefa de agir em nome dela. É comum as empresas públicas de energia elétrica ou de água e saneamento terceirizarem algumas de suas

atividades, como a ligação ou religação do fornecimento. Por isso, no Distrito Federal, por exemplo, vemos veículos identificados como "A serviço da CEB" (a Companhia Energética de Brasília). Essa prática acontece em todas as unidades da Federação. Assim, também é importante que conceituemos quem são os agentes públicos, ou seja, aqueles que compõem a Administração Pública ou que para ela prestam serviços. É o que veremos a seguir.

Agentes públicos: servidores e empregados públicos

A denominação mais abrangente para aqueles que prestam serviços em nome do Estado é a de agentes públicos, cuja característica principal é a de serem pessoas físicas prestando serviços ao Estado. Estes, porém, podem ser subdivididos em quatro categorias:

agentes administrativos: servidores públicos num sentido mais amplo. agentes delegados: são os particulares incumbidos pelo Estado de prestarem serviços ou executar atividades; agentes honoríficos: razoavelmente raros na Administração Pública, a eles são incumbidas atribuições por

sua honorabilidade ou profundo conhecimento num dado ramo do saber (é o caso de membros de júri e mesários eleitorais);

agentes políticos: aqueles em função de maior poder decisório ou do primeiro escalão (ministros, congressistas, magistrados, presidentes de estatais, entre outros).

Vamos nos deter um pouco mais sobre os agentes administrativos, que compõem a grande maioria da

Administração Pública brasileira. Os agentes administrativos dividem-se em:

agentes temporários: contratados por período limitado de tempo; empregados públicos: contratados pelo regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT); militares: os pertencentes aos quadros das Forças Armadas; servidores públicos: contratados pelo regime estatutário, ocupam cargos públicos pertencentes à

Administração direta, às autarquias ou às fundações públicas. Unidade 2 – Ética e administração pública

Princípios da Administração Pública Práticas éticas Instâncias internas de controle Instâncias externas de controle (ONGs, sites e outros) Códigos de Ética

Princípios da Administração Pública

Legalidade Este princípio assegura que a Administração Pública só pode agir em nome e respaldada pela lei. Caso esse princípio não seja obedecido, a atividade pública será ilícita e, portanto, deverá ser punida.

Impessoalidade

Aqui se assegura que os atos administrativos são responsabilidade da Administração Pública e não de um servidor público específico.

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Por outro lado, é também esse princípio que proíbe a promoção pessoal de ocupantes de cargos públicos. Exemplo clássico era o de se batizarem viadutos e pontes com o nome do governador ou do prefeito. Atualmente, isso só pode ocorrer em homenagem a pessoas ilustres já falecidas, evitando justamente a autopromoção por meio da Administração Pública e seus recursos.

Moralidade

Este princípio, em síntese, alerta que “nem tudo que é legal é honesto”. Há casos em que, apesar da permissão da lei, em certas circunstâncias, uma ou outra ação administrativa pode caracterizar-se como não moral ou não ética.

Veja o que diz o inciso LXXIII do art. 5º de nossa Constituição: “qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência”.

Em outros termos, é o seguinte: Imaginemos que um cidadão presencie a utilização de carros oficiais (portanto, pertencentes à Administração

Pública) para fins particulares. Ele poderá coletar provas e propor ação na Justiça para cessar o ato e reparar o dano. Como está agindo em nome da cidadania (se o fizer de boa-fé), não precisará custear nada na Justiça, nem mesmo se vier a perder a causa. A conclusão é de que era um cidadão interessado em preservar a moralidade da Administração Pública.

Publicidade Este princípio, também mandamento constitucional, é hoje mais popularmente conhecido como transparência.

Esse termo veio à tona, na história recente, com a derrocada da URSS, em que se exigia a glasnost (= transparência). Em suma, significa que aos atos administrativos, pelo seu caráter público, deve ser dada ampla divulgação, de

modo que os cidadãos possam acompanhar e avaliar tais atividades. Há um outro sentido para o termo, muito bem explicitado pela Constituição Federal, quando, em seu art. 5º,

inciso XXXIII, afirma que “todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado”.

Eficiência De todos os princípios que devem ser seguidos pela Administração Pública, este é o mais recente e já observa a

modernidade exigida por qualquer instituição, pública ou privada. Ele estipula que não basta os atos públicos serem legais, impessoais, de acordo com a moral e amplamente

divulgados: eles devem também buscar a eficiência, o atendimento real dos objetivos a que se propõem, sempre em nome da sociedade, da população, que os financia. O servidor público e as práticas éticas

Se a Administração Pública se rege por princípios, os agentes públicos são os responsáveis por colocá-los em prática.

No caso específico dos servidores públicos, estes têm normas para atuação. Do mesmo modo que um trabalhador na iniciativa privada deve prestar contas de suas atividades, produção e

atitudes ao seu empregador, também o servidor público deve fazê-lo. Neste caso, a Administração Pública, em seus diversos níveis e nas várias instituições de que é formada, possui

uma hierarquia própria. Há deveres e direitos daqueles que nela trabalham, bem como também dos usuários de seus produtos e serviços.

Mas como o servidor público pode se conscientizar do que constituem os seus direitos e deveres? Em primeiro lugar, basta dar uma boa lida na Constituição Federal, particularmente no Título III (Da Organização

do Estado), Capítulo VII (Da Administração Pública), Seção II (Dos Servidores Públicos) Por ser a Lei Maior do País, é recomendável que se comece por aí: nenhuma outra lei irá contrariá-la; portanto,

no que ela se referir aos direitos e deveres do servidor e à amplitude e limites de sua atuação, ali certamente estarão envolvidas questões éticas e estabelecidos princípios e práticas de atuação.

Em segundo lugar, o servidor público deve ter sempre por perto, para consulta, o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, das autarquias, inclusive as em regime especial, e das fundações públicas federais.

Em terceiro lugar, ele deve procurar saber se existe um Código de Ética próprio, de sua categoria funcional ou da própria instituição. Tais códigos costumam explicitar com maior minúcia o que é ético no comportamento profissional do servidor e o que ele deve evitar, sob pena de transgressão.

Então, veja que temos no Brasil três níveis básicos a serem “checados” quanto à Ética Profissional do servidor público:

1) Constituição Federal (e Constituições estaduais e Lei Orgânica do Distrito Federal); 2) Regime dos Servidores Públicos (federal, estaduais/distrital e municipais); 3) Código de Ética (se houver).

Note-se que esses três níveis vêm sob uma forma legal, ou seja, expressos por legislação própria, por uma norma que é a todos imposta e deve ser por todos respeitada.

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Deveres e proibições do servidor público na Lei nº 8.112/90 Você viu na tela anterior o link e a referência ao regime jurídico dos servidores. Muita gente conhece ou ao

menos já ouviu falar da “8112”. É assim que, informalmente, servidores públicos, advogados e concurseiros se referem à Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, que trata do regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais.

Para não nos alongarmos muito na lei em si, que pode ser consultada na íntegra no link acima, optamos por apresentar aqui um quadro sinótico dos deveres e das proibições do servidor público estatutário, ou seja, daquele servidor que é regido pela Lei nº 8.112/90. Repare que cada atividade traz em si, explícita ou implicitamente, um dos princípios da Administração Pública, vale dizer, um item ético.

DEVERES

Atividade Princípio a cumprir

Exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo MORALIDADE

Ser leal às instituições a que servir MORALIDADE

Observar as normas legais e regulamentares LEGALIDADE

Cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais LEGALIDADE

Atender com presteza: ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo; à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou esclarecimento de situações de interesse pessoal; às requisições para a defesa da Fazenda Pública

EFICIÊNCIA

Levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo

LEGALIDADE

Zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público ECONOMICIDADE

Guardar sigilo sobre assunto da repartição MORALIDADE

Manter conduta compatível com a moralidade administrativa MORALIDADE

Ser assíduo e pontual ao serviço EFICIÊNCIA

Tratar com urbanidade as pessoas MORALIDADE

Representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder LEGALIDADE

Fonte: Lei nº 8.112/90 – Título IV, Capítulo I, art. 116.

PROIBIÇÕES

Atividade Princípio violado

Ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato LEGALIDADE MORALIDADE

Retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou objeto da repartição LEGALIDADE MORALIDADE

Recusar fé a documentos públicos LEGALIDADE

Opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou execução de serviço EFICIÊNCIA

Promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição MORALIDADE

Cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado

LEGALIDADE

Coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação profissional ou sindical, ou a partido político

IMPESSOALIDADE

Manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil

IMPESSOALIDADE

Valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública

IMPESSOALIDADE

Participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário

LEGALIDADE MORALIDADE

Atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro

LEGALIDADE IMPESSOALIDADE

MORALIDADE

Receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas atribuições LEGALIDADE IMPESSOALIDADE

Aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro LEGALIDADE IMPESSOALIDADE

MORALIDADE

Praticar usura sob qualquer de suas formas LEGALIDADE MORALIDADE

Proceder de forma desidiosa EFICIÊNCIA

Utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares IMPESSOALIDADE ECONOMICIDADE

Cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias

LEGALIDADE

Exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho

IMPESSOALIDADE

Recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado LEGALIDADE Fonte: Lei nº 8.112/90 – Título IV, Capítulo II, art. 117.

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Dicas para reafirmar a prática ética do servidor público

Como é aparentemente fácil não ser ético Cobramos sempre ética do outro, mas nos esquecemos de que o primeiro lugar a implantá-la é dentro de nós

mesmos. Exemplo: é muito comum falarmos dos políticos em geral - são gananciosos, corruptos, não pensam na

população. Mas quem de nós já não ficou tentado ao se defrontar com uma situação de “levar vantagem”? Veja abaixo: já lhe aconteceu algum desses episódios? Utilizar a carteirinha de estudante de um colega para um show caro, ou mesmo obter uma sem ser propriamente

estudante? Comemorar um troco a mais, errado, que o caixa da padaria entregou? Constatar, feliz, que o funcionário público não nos cobrou a multa que era obrigatória num dado caso? Pagar suborno ao mau policial que nos parou na blitz? Se essas situações já lhe ocorreram e você sequer ficou tentado, parabéns! Está com o seu eticômetro

funcionando bem e sempre. Mas muitos de nós, nesses casos, podemos ser levados a pensar: - Ora, se meu carro for apreendido, vou pagar dez vezes mais para retirá-lo do depósito. Ou: - Ora, estou deixando de levar uma multa, quando existe toda a roubalheira do dinheiro público. E na verdade

essa multa nem é lá muito justa... Ou: - Ora, o caixa da padaria deve enganar vários fregueses todos os dias, fica sempre no lucro. Além do mais, que

padaria careira... Ou: - Ora, por que só estudantes podem pagar meia entrada? Eu sou professor (ou arquiteto, ou advogado etc.) e

tenho a mesma necessidade de lazer e cultura. Enfim, em geral buscamos uma justificação racional para nossos atos que contrariam a moral ou a Ética.

Atitudes éticas: modo de usar

Portanto, como acabamos de ver, um recurso para driblar a Ética é relativizar a verdade. Mas pense bem: é pequeno o número de vezes que, se pararmos e refletirmos um pouco, teremos dúvida real sobre se uma atitude é ética ou não. Por isso, devemos sempre nos lembrar de que a Verdade é um princípio tão ético que se inscreve como pilar da religião e da filosofia.

Ética é quase sinônimo de postura correta, de conduta verdadeira tanto nas menores quanto nas maiores ações. Uma das noções de Ética é consciência pessoal em relação a seus atos, à justeza deles e ao cuidado com sua repercussão sobre o outro.

Mas ser ético é ser perfeito? Longe disso. Ainda cometeremos deslizes e atitudes incorretas. Porém, a diferença é que eles tenderão a ser cada vez mais excepcionais e/ou inconscientes.

Vamos, então, a uma pequena lista, apenas ilustrativa, de ações éticas que podemos praticar em nosso dia a dia? Dê o crédito a seus colegas e subordinados, quando tiverem boas ideias e ações. Não se aproprie do mérito deles. Não aceite presentes cuja causa esteja em sua função, seu trabalho. Seja honesto consigo mesmo e com os outros. Aja de acordo com a lei. (Para isso, consulte a legislação, de modo a assegurar-se da correção de seus atos. Lembre-se de que a ninguém é

dado alegar desconhecimento da lei.) Considere os recursos públicos como se denominam: públicos, de todos e para todos. Seja ético também quando ninguém o estiver observando. Existem aqueles que são éticos no atacado, mas antiéticos no varejo, ou seja, praticam grandes e vistosos atos

éticos, mas, no cotidiano, cometem uma série de "pecadilhos éticos". Durante um longo período histórico considerava-se que esse "jeitinho" para burlar a ética era um traço de caráter do brasileiro.

O Brasil, contudo, tem mudado em sua cultura e nas práticas. Isso vem avançando a ponto de que temos hoje indivíduos e grupos sociais, no Brasil, preocupados e vigilantes com as questões éticas. E esse número só cresce, com a percepção de que o agir bem traz benefícios a todos e a cada um.

Por isso, agir de maneira correta deve ser um exercício diário e consciente. Repetimos: Ética equivale a conduta verdadeira tanto nas menores quanto nas maiores ações. Instituições são mais ou menos éticas de acordo com as pessoas que nelas atuam. Assim, devemos ter cuidado

com expressões como “o parlamento não é ético”. Estamos falando de todos os integrantes desse parlamento ou de alguns de seus representantes? O que devemos considerar é que a ética está ou não nas pessoas - mais ainda, está em suas atitudes.

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Dessa forma, a preocupação ética dos membros de uma instituição reflete-se diretamente na impressão que a população em geral tem daquela instituição. As pessoas fazem a instituição e não o contrário. A decisão final é de cada um, de acordo com seus princípios e consciência individual.

Isso ainda mais se aplica a instituições governamentais, em que estão em questão a forma e os objetivos para os quais são gerados os recursos públicos.

Dessa forma, há duas maneiras de se encarar uma questão relativa à lei: 1) o "jeitinho", ou dura lex, sed latex ("a lei é dura mas estica", conforme a anedota); 2) dura lex, sed lex (a lei é dura mas é lei). A postura ética se coaduna apenas com a opção de número 2, porém pode nos surgir a seguinte pergunta: - Ora, e se uma lei for injusta, devo seguir a legalidade ou a justiça? A questão já foi e continua a ser motivo de debate e controvérsia ao longo dos séculos. Basta lermos o clássico

"Antígona" (clique aqui para baixá-lo na íntegra), monumental peça teatral de Sófocles, representada pela primeira vez em 422 a.C., e veremos que essa preocupação é bem antiga para cidadãos e governantes.

A resposta, porém, hoje nos parece mais segura: caso se considere a lei injusta, siga-se ainda assim a lei. Porém,

busque-se a justiça por meio do Judiciário para reparar uma legislação danosa e busque-se a mudança dessa norma por meio do Legislativo, o responsável pela criação e também supressão das leis.

Com a evolução e democratização dos processos legislativos, e ainda com a maior transparência e rapidez nos

procedimentos, resultado das novas tecnologias de informação e comunicação, hoje podemos ser mais conscientes de nossas escolhas e mais ágeis em nossa atuação cidadã.

Para refletir: Antígona Leia o artigo Ser ético, ser herói, do filósofo Renato Janine Ribeiro, em que revitaliza a questão ética, também utilizando como ponte para reflexão a história de Antígona.

Códigos de Ética Os chamados Códigos de Ética são documentos criados por instituições ou categorias profissionais específicas,

para regular a atuação desses agentes. Selecionamos, abaixo, alguns dos importantes códigos brasileiros. Trata-se de uma seleção, dentre tantas outras

possíveis, que incluiriam outros ou excluiriam alguns destes. A despeito disso, parece-nos ao menos uma lista representativa. Portanto, é interessante que você clique nos

links e procure ler, no todo ou em parte, esses Códigos de Ética. Sem querer pautar sua leitura, recomendamos, apenas a título de sugestão, duas abordagens críticas: 1) procure lê-las comparativamente, notando o que possuem em comum e em que se diferenciam pela natureza

específica de sua atuação; e/ou 2) leia-as considerando se se trata realmente de Códigos de Ética (mais universais) ou Códigos Morais (relativos

a posturas de uma dada época, região ou cultura). Boa leitura!

CÓDIGO DE ÉTICA E DECORO PARLAMENTAR - SENADO

Este é o Código a que estão submetidos todos os parlamentares de nossa Câmara Alta, ou seja, o Senado Federal. CÓDIGO DE ÉTICA E DECORO PARLAMENTAR - CÂMARA DOS DEPUTADOS

Também a Câmara dos Deputados possui seu Código de Ética. Leia-o e compare-o com o do Senado e de outras categorias de servidores públicos e profissionais. CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO SERVIDOR PÚBLICO CIVIL DO PODER EXECUTIVO FEDERAL

Aplica-se ao servidor público civil do Poder Executivo, mas, pela abrangência, muitos de seus fundamentos são aplicáveis a outros níveis da Administração Pública. CÓDIGO DE ÉTICA DA MAGISTRATURA

O Judiciário brasileiro possui Código de Ética próprio, com seus princípios e também os seus limites de atuação. Conheça-os. CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA

De autoria do Conselho Federal de Medicina (CFM), foi atualizado e passou a vigorar, em sua nova versão, a partir de 13 de abril de 2010.

Por ser um documento da área médica, que tem por missão maior a preservação da vida, vale a pena dar uma olhada.

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CÓDIGO DE ÉTICA E DISCIPLINA DOS ADVOGADOS Este é um documento da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e estabelece os princípios e limites para a ação

dos advogados em todo o Brasil. Neste caso, por ser uma função que visa a garantir o direito das pessoas, também é um bom referencial para a

análise da conduta ética. Instâncias internas de controle

Essas unidades administrativas são comumente denominadas no serviço público de "Controle Interno". Daí por que se encontram nos organogramas das instituições públicas nomes como "Secretaria de Controle Interno", "Coordenação de Controle Interno" e seus sinônimos.

Alguns órgãos da Administração Pública, seguindo o exemplo do Governo Federal, preferem utilizar "Controladoria", termo enxuto, que mantém inalterada a significação e, por conseguinte, seu espectro de atuação.

Uma instância interna de controle (ou Controle Interno, ou Controladoria) é o setor responsável por fiscalizar os atos da própria instituição. Com esse objetivo, ela pode também estabelecer mecanismos educacionais ou normativos para garantir boas práticas, antecipando-se mesmo à ação fiscalizatória.

Fórum - Conflitos éticos: você decide

FAIRPLAY OU REGRA? Analise os dois casos abaixo, ilustrados pelos respectivos vídeos. O jogador do Ajax, da Holanda, ao devolver gentilmente a bola ao adversário, numa atitude de fairplay (jogo

limpo), sem querer marca um gol no outro time, que, parado, apenas aguardava a devolução. Veja o que segue. A atitude seguinte do Ajax provoca aplausos efusivos dos torcedores no estádio. Mas observe este outro lance, ocorrido aqui mesmo no Brasil. O jogador do Palmeiras a rigor não desrespeita a

regra, mas, mesmo assim, provoca reclamações veementes do time adversário e vaias da torcida. E então, quem está sendo mais e quem está sendo menos ético?

Discuta essa questão no Fórum com seus colegas. Instâncias externas de controle No setor público, atuam no controle externo alguns órgãos ou instituições específicas. Seguem alguns exemplos: . Tribunal de Contas da União (TCU) e os Tribunais de Contas dos Estados e do DF . Controladoria-Geral da República . Ministério Público Federal . Ouvidorias públicas

Note-se que, com o surgimento e universalização da internet, o controle externo vem sendo realizado também por organizações não governamentais e mesmo grupos de cidadãos, valendo-se das informações veiculadas pelos sites da Presidência da República, do Senado Federal, da Câmara dos Deputados, do Supremo Tribunal Federal, apenas para ficarmos na instância maior dos respectivos poderes.

O Senado, por exemplo, mantém o Portal da Transparência, com informações relevantes sobre seus trabalhos, gastos, remuneração e diversos outros temas de importância para o eleitor e o cidadão.

Além disso, a imprensa, num país democrático, atua também no papel de controle externo, no sentido de que investiga, denuncia e cobra posicionamento das autoridades contra atos lesivos ao Estado e à sociedade.

Abaixo, mais alguns links para instâncias ou ações externas de controle, nessa acepção mais abrangente. Contas Abertas Transparência Brasil Portal da Transparência Instituto Ethos Unidade 3 – Ética no Legislativo

Por que uma "Ética no Legislativo"? Mitos e duras verdades Os códigos de Ética do Legislativo federal Os Conselhos de Ética Dilemas e novos caminhos

Por que uma "Ética no Legislativo"?

Após tudo o que viu neste curso, você pode estar se perguntando: Ética é algo universal. Por que, então, falar em uma "Ética no Legislativo"?

Da mesma forma que analisamos a Ética sob o ponto de vista da mídia ou do ponto de vista sob o qual a coloca um ou outro grupo social, existem princípios específicos, que podemos também chamar de éticos, para categorias específicas de pessoas.

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Uma dessas categorias é a da profissão. De início, é fundamental lembrarmos: o Poder Legislativo, tal como concebido no Brasil, tem uma função

REPRESENTATIVA. Nesse sentido, os imperativos éticos estão presentes desde o nascimento da atividade do parlamentar. Ora, como

posso ser o representante de milhares ou milhões de pessoas sem considerar suas opiniões e pensamento em cada atividade rotineira que exerço?

Para ficarmos apenas no Legislativo, isso vale para senador, deputado federal, estadual e distrital e também para vereador em todo o território brasileiro. Mitos e duras verdades

Apresentamos, a seguir, uma listagem das críticas comumente dirigidas aos parlamentares e servidores do Poder Legislativo, contrapondo o que é um mito (ou exagero, ou informação distorcida) ao que é uma dura verdade (erros que podem e devem ser corrigidos).

Concordando ou não, apresentamos essa listagem, para que você reflita e ajude a formar seu próprio juízo de valor.

Mito nº 1: Os parlamentares trabalham pouco

Talvez seja esse o mito mais fácil de ser desfeito. Uma visita presencial ou virtual às Casas legislativas demonstra que, em geral, lá se trabalha, e muito. Isso porque o trabalho legislativo não se resume à presença e aos discursos inflamados em plenário, mas também, e talvez principalmente, nas reuniões políticas e com os diversos setores da sociedade, nas comissões permanentes e temporárias e em eventos dos quais precisa participar em função de sua representatividade. Dura verdade nº 1: Alguns parlamentares faltam a sessões plenárias Alguns parlamentares, é fato, faltam às sessões plenárias. Porém, esse número vem progressivamente diminuindo, mesmo porque o poder do parlamentar é decorrente de sua participação efetiva; inclusive o seu próprio partido tende a cobrar sua atuação e seus votos. Mito nº 2: Os parlamentares desfrutam de inúmeros privilégios

Considerando-se o alto nível de responsabilidade do representante legislativo, e também os gastos decorrentes da atividade do mandato (releia o item anterior), não se pode efetivamente falar de forma genérica em "privilégios". Em verdade, ajustes têm sido feitos com relação ao tema, nos três níveis do Poder Legislativo, o que é salutar para o próprio desempenho do mandato eletivo. Dura verdade nº 2: Alguns parlamentares fazem malversação dos recursos do mandato

Sim, ainda se reportam casos de nepotismo clássico e cruzado, de "caixinha" de servidores em comissão repassada ao parlamentar ou ao partido, e aberrações similares. A legislação vem se aprimorando para coibir essas e outras transgressões, da mesma forma que a imprensa e outras instâncias de controle vêm atuando para denunciar tais atos.

Mito nº 3: Os parlamentares só legislam em causa própria ou de seus financiadores

Se essa afirmação fosse verdadeira, as minorias na sociedade ainda estariam em regime de escravidão e não contariam com benefícios como o 13º salário, a licença-maternidade e outras conquistas no campo trabalhista e social. Mais uma vez, aqui a generalização não condiz com a verdade. Se determinados parlamentares, de fato, priorizam seus próprios interesses em detrimento de quem o elegeu, cabe ao eleitorado dar-lhe a lição definitiva na eleição seguinte: essa é a regra de ouro do sistema democrático. E se o parlamentar houver infringido a lei, cabe ao Judiciário tomar as medidas cabíveis, sempre com a vigilância e o apoio - por que não? - da pressão popular. Dura verdade nº 3: Alguns parlamentares atuam com interesses próprios ou escusos

Sabe-se que essas práticas existem: há parlamentares que colocam seus próprios interesses financeiros ou projetos de poder acima das atribuições e deveres para com o mandato que lhes foi conferido pelos cidadãos. Com o cuidado de não generalizar, cabem as denúncias contra os arrivistas travestidos de parlamentares, até porque maculam a atuação correta e diuturna dos que honram seus mandatos. (Veja neste curso os diversos links para ouvidorias e instâncias de controle externo, que podem auxiliar na checagem da Ética na atuação parlamentar.) Mito nº 4: Os servidores do Legislativo trabalham pouco e ganham muito

De fato, se tomarmos como base o salário médio dos brasileiros, os servidores do Legislativo, do Judiciário e de determinadas carreiras do Executivo são bem remunerados. Isso não implica dizer que trabalhem pouco. Mais uma vez, há que se reconhecer aqui uma injustiça, onde "os justos pagam pelos pecadores". É frequente os servidores do Legislativo permanecerem no trabalho noite adentro e até de madrugada, notadamente nas sessões de comissões, em votações de alto impacto social no plenário e mesmo no trabalho nos gabinetes. Infelizmente, essas particularidades não têm tanto destaque na mídia, mas um maior conhecimento da prática legislativa indicará que existem sim, e em bom número, esses verdadeiros servidores públicos.

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ÉTICA E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Página 19 de 20

Dura verdade nº 4: Alguns servidores do Legislativo não cumprem responsabilidades Num universo tão amplo de servidores, sem dúvida existem os que não cumprem a jornada de trabalho prevista

e, ainda pior, não se desincumbem de suas tarefas. Esses casos têm sido tratados cada vez com maior rigor tanto pela lei quanto pelas normas internas das Casas Legislativas. Exemplos como o do Senado, com o programa PRORESULTADOS, que visa a profissionalizar ainda mais os processos e fluxos de trabalho, e a retomada da capacitação dos servidores, são importantes para essa mudança de cultura. Mito nº 5: No Legislativo a maioria dos servidores entra "pela janela"

Desde a promulgação da Constituição Federal de 1988, o concurso público é o caminho legal, natural e culturalmente já aceito como porta de entrada para as carreiras na Administração Pública, o que vale também para o Poder Legislativo. Dura verdade nº 5: Existem algumas exceções para contratação temporária sem concurso

Nos três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), existe um número restrito de cargos em comissão a serem preenchidos sem concurso público. Também houve nos últimos anos um incremento da terceirização de algumas atribuições, o que implica contratação sem concurso. No entanto, no caso dos comissionados, estes podem ser demissíveis ad nutum (ou seja, a qualquer momento e mesmo sem justificação); e os terceirizados não são propriamente servidores públicos, mas sim prestadores de serviço que também não terão vínculos permanentes com a Administração Pública. Os Códigos de Ética do Legislativo federal

Como estamos em um curso no âmbito legislativo, cabe agora uma pausa para que você leia o Código de Ética e Decoro Parlamentar das duas Casas Legislativas federais: o Senado e a Câmara dos Deputados. Código de Ética e Decoro Parlamentar do Senado Federal Instituído pela Resolução do Senado nº 20, de 1993 Código de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados Instituído pela Resolução da Câmara nº 25, de 2001

Fórum - Conflitos éticos: você decide

CÓDIGOS DE ÉTICA Várias categorias profissionais criaram seu Código de Ética, ou seja, as condutas que devem ser seguidas para o bom cumprimento da profissão. Mas, se ele estabelece condutas específicas, não seria melhor chamado de Código de Moral?

Discuta essa questão no Fórum com seus colegas. Os Conselhos de Ética

Senado Federal e Câmara dos Deputados mantêm Conselhos de Ética e Decoro Parlamentar para analisar casos de supostas transgressões de parlamentares federais. Esses órgãos funcionam como mecanismos internos de controle à atividade parlamentar, buscando garantir as melhores práticas, conduzindo à punição de parlamentares infratores dos princípios éticos estabelecidos nos respectivos Códigos de Ética e, por via de consequência, transgressões à lei.

A seguir, os links para os Conselhos.

Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado Federal

Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados Os novos caminhos do Senado

O Senado Federal vem progressivamente aperfeiçoando tanto seus mecanismos de controle quanto os meios para ouvir o que os cidadãos têm a sugerir ou reclamar.

Abaixo, listamos algumas dessas ações e os links de acesso às informações e vias para contato. Portal da Transparência

Tem por finalidade veicular dados e informações detalhados sobre a gestão administrativa e a execução orçamentária e financeira do Senado Federal. Siga Brasil

É um sistema de informações sobre orçamento público, que permite acesso amplo e facilitado ao SIAFI e a outras bases de dados sobre planos e orçamentos públicos, por meio de uma única ferramenta de consulta. Manual de Obtenção de Recursos Federais para Municípios

Criado pelo ILB e disponível em sua página, possibilita que prefeitos e gestores municipais busquem recursos federais diretamente, facilitando os procedimentos e economizando recursos gastos com intermediação Agenda de trabalho do Senado Federal

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Aqui você pode consultar diariamente os trabalhos que serão realizados pelos senadores. Ouvidoria do Senado

Canal para reclamações e críticas à instituição Senado, seus servidores e parlamentares. Alô, Senado

De qualquer lugar do Brasil ligue 0800 612211 ou por outros meios disponíveis no portal, tire dúvidas, obtenha informações e ajude a realizar as mudanças no Senado. Instituto Legislativo Brasileiro (ILB)

Cursos a distância com e sem tutoria, e semitutorados, disponibilizados gratuitamente aos cidadãos. Manual de Obtenção de Recursos Federais para Municípios

Criado pelo ILB e disponível em sua página, possibilita que prefeitos e gestores municipais busquem recursos federais diretamente, facilitando os procedimentos e economizando recursos gastos com intermediação. Portal de Acompanhamento de Gastos para a Copa do Mundo de 2014

Criado pelo PRODASEN, órgão do Senado voltado à tecnologia, esse portal possibilita consultar a previsão orçamentária e os gastos efetivos realizados por União, Estados e Municípios em ações relativas à Copa do Mundo de Futebol que será realizada no Brasil em 2014. Para finalizar... recomeçando

O ser humano é gregário, relacional, expressa-se e realiza-se em sociedade. Nos países democráticos, o Poder Legislativo representa a sociedade em seus anseios por mais oportunidades, melhor qualidade de vida e justiça social.

Após a virada do milênio, e notadamente com o incrível aumento de abrangência das novas tecnologias de informação e comunicação, representar a sociedade não é mais tarefa que fica restrita a decisões de gabinete, apertos de mão ou vaias públicas. O cidadão-eleitor tem agora mecanismos de consulta de informações e de análise desses dados para formar sua própria opinião.

Se considerarmos que, em princípios do século XX, o número de periódicos e de livros era, pode-se afirmar, escasso, hoje as informações nos saltam aos olhos pelos periódicos, sim, mas também por rádio, TV, celulares, notebooks e os demais dispositivos móveis ou não que nos permitem acessar a rede mundial de computadores, nossa conhecida web ou internet.

O conceito de teia (web, em inglês) nos dá a perfeita analogia: a sociedade, e com ela a Administração Pública, é um todo indissociável, e essa união de destinos torna-se cada vez mais clara à medida que se avança em descobertas, invenções e apreensão ou desenvolvimento do saber.

Mas o saber em si, como a internet, como qualquer ferramenta, pode ser usado com bons ou maus propósitos. Daí a importância da Ética.

Como já tratado neste curso, os princípios éticos podem ser seguidos por todos e nas mais prosaicas e banais atividades cotidianas e também nas decisões estratégicas nacionais e mundiais.

No Brasil dos últimos anos, tem havido incontestáveis avanços nas leis e na penalização de atos contra a vida e o bem público. As manchetes de jornais e os protestos em grupo ou individuais contra essas transgressões e esses transgressores demonstram que a cultura brasileira, um dia já considerada tão somente cordial e conciliadora, tem a capacidade de se indignar e de exigir seus direitos, e que estes sejam

respeitados por aqueles que os representam ou que administram a res publica, a coisa pública, o patrimônio de todos. Lembremos sempre que a vida é o bem mais precioso; por isso é a principal guardiã e o principal objetivo da

Ética. E que a vida, e a Ética, não existem apenas nas aulas de biologia ou de filosofia. Querendo sempre se expressar, elas estão, o tempo todo, em cada um de nós.

Créditos Conteudista Marcelo Larroyed Revisão geral Carlos Escosteguy Polliana Alves Desenho instrucional Marcelo Larroyed Coordenação Lucas Machado Núcleo pedagógico

Carlos Escosteguy Claudia Pohl Gabriel Ladeira Jenifer de Freitas Lucas Machado Marcelo Larroyed Polliana Alves Simone Dourado Tatiana Beust Valéria Maia e Souza William Robespierre Athanazio Núcleo web Alessandra Brandão

Bruno Carvalho Carlos Inocente Francisco Wenke Renerson Ian Sônia Mendes Núcleo administrativo Luciano Marques Paula Meschesi