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1 Curso: Contábeis Disciplina: Introdução ao Direito – 1º bimestre Professora: Fatima I– INTRODUÇÃO AO DIREITO 1.1 – CONCEITO A palavra direito vem do latim “directum”, que significa aquilo que é reto. Designa aquilo que esta de acordo com a lei. E ainda origina do latim “dirigere”, com o sentido de direção, servindo para guiar-nos. Sua origem confunde-se com da própria vida. Desde que existe o homem, existe o Direito, “ubi homo, ib jus” (onde está o homem, está o direito). Por mais que procuremos no passado seu início, veremos sempre, que o Direito ainda que rudimentar, tem por fim regular as regras de convivência em sociedade, seja ela no organismo familiar, na unidade tribal ou na entidade estatal, ou seja, regula as relações humanas. O direito busca o equilíbrio. Simbolicamente é o que mostra a imagem da balança. Juristas, filósofos e sociólogos, divergem quanto ao modo de conceituar o direito em face da existência de várias escolas, cada qual com teoria própria sobre sua origem e seu papel.

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Curso: Contábeis

Disciplina: Introdução ao Direito – 1º bimestre Professora: Fatima

I– INTRODUÇÃO AO DIREITO 1.1 – CONCEITO A palavra direito vem do latim “directum”, que significa aquilo que é reto. Designa aquilo que esta de acordo com a lei. E ainda origina do latim “dirigere”, com o sentido de direção, servindo para guiar-nos. Sua origem confunde-se com da própria vida. Desde que existe o homem, existe o Direito, “ubi homo, ib jus” (onde está o homem, está o direito). Por mais que procuremos no passado seu início, veremos sempre, que o Direito ainda que rudimentar, tem por fim regular as regras de convivência em sociedade, seja ela no organismo familiar, na unidade tribal ou na entidade estatal, ou seja, regula as relações humanas. O direito busca o equilíbrio. Simbolicamente é o que mostra a imagem da balança. Juristas, filósofos e sociólogos, divergem quanto ao modo de conceituar o direito em face da existência de várias escolas, cada qual com teoria própria sobre sua origem e seu papel.

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Direito é segundo: a) Washington de Barros Monteiro: “o conjunto de normas

gerais e positivas, ditadas por um poder soberano e que disciplina a vida social”;

b) Radbruch: “o conjunto das normas gerais e positivas, que

regulam a vida social”; c) Caio Mário da Silva Pereira: “o princípio de adequação

do homem à vida social”; d) Maximilianus Cláudio Américo Führer: “a regra de

conduta que permite a coação, em certas circunstâncias, a ser exercida pelo poder competente. Direito é a ciência do dever ser” , e

e) Sérgio Pinto Martins: “o conjunto de princípios, de regras

e de instituições destinados a regular a vida humana em sociedade”.

O direito esta na lei como exteriorização do comando do Estado, integra-se na consciência do indivíduo, esta no anseio de Justiça, como ideal eterno do homem. 1.1.2 – CONCEITO DE MORAL Moral é o conjunto de normas de conduta, de procedimentos que regulam os atos dos homens, tendo por fim o bem-estar do indivíduo e da sociedade. Sua origem é a consciência social. Ex.: gratidão, cortesia, urbanidade, educação, etc..

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1.1.3 – Distinção entre Direito e Moral Direito como acabamos de estudar, é o conjunto de normas que regulam a vida em sociedade e moral, o conjunto de condutas que regulam os atos dos homens. O direito e a amoral em muito se assemelham. Ambos são normas de conduta essências à convivência em sociedade. Embora não se confundam, a moral e o direito entrelaçam-se e interpenetram-se. As normas morais tendem a converter-se em normas jurídicas, como por exemplo, aconteceu com o dever do pai de cuidar (sustentar, amparar, educar) o filho e com a indenização por acidente do trabalho, art. 17 da Lei de Introdução ao Código Civil, arts. 395, 413, inciso V e 1.183 do mesmo Código. As ações humanas impostas ou proibidas, encontram sanção no ordenamento jurídico. As ações humanas que se cumprem ou se descumprem sem que o direito interfira, vão buscar sanção no foro íntimo, no foro da consciência, até onde não chega a força cogente do Estado. Podemos dizer que o princípio moral envolve a norma jurídica, geralmente, a ação juridicamente condenável o é também pela moral. Mas a coincidência não é absoluta. Ex.: quando o devedor invoca a prescrição para se furtar ao pagamento, vale-se de uma faculdade assegurada pela ordem jurídica, com a qual foge ao cumprimento da palavra empenhada e deixa de restituir ao credor que lhe cabe.

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O direito e a moral dessemelham-se nos seguintes pontos: a) no campo de ação, o da moral é mais amplo, pois atinge

os deveres do homem para com Deus, para consigo mesmo e para com seus semelhantes; o do direito é mais restrito, atinge somente os deveres do homem para com os semelhantes;

b) o direito tem a coação, a moral é incoercível, sendo a

sanção sua principal distinção. A moral comporta sanções internas (remorso, arrependimento, desgosto interno, sentimento de reprovação geral). O direito comporta sanções para coagir os homens no sentido de garantir a segurança e a justiça para a humanidade. A coação é necessária para fazer o indivíduo a observar a norma e é inseparável do direito;

c) a moral tem por objetivo a abstenção do mal e a prática do

bem, enquanto o direito, tem por objetivo evitar que se lese ou se prejudique a outrem;

d) a moral atua no foro íntimo, psíquico, na intenção que

determina o ato e o direito atua no foro exterior, físico. À moral, interessa a intenção de quem age, ao direito, interessa apenas as atividades dos homens nas relações com o mundo externo;

e) a moral é unilateral. A regra é ditada no sentido da

realização do bem ou do aperfeiçoamento individual. O direito é bilateral. A regra jurídica, quando limita ou obriga, concede ao mesmo tempo a exigibilidade de um procedimento. Ex.: A moral diz a um que ame seu próximo. Pronuncia-o unilateralmente, sem que se possa reclamar aquele amor. Já no direito, quando determinado ao

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devedor que pague, bilateralmente concede ao credor a faculdade de receber;

f) o direito é mais definido enquanto a moral é mais difusa. 1.1.4 – FONTES DO DIREITO “ São os meios pelos quais se formam as regras jurídicas”, segundo Maximilianus Cláudio Américo Füher. As fontes do direito se classificam em: a) fontes diretas ou imediatas, pois pela sua própria força,

são suficientes para gerar a regra jurídica, como são as leis e os costumes ;

b) fontes indiretas ou mediatas, são as que não possuem

força própria, mas que com o passar do tempo, levam à elaboração da norma, como são as doutrinas e as jurisprudências.

a) – LEI “É a norma imposta pelo Estado e tornada obrigatória na sua observância, assumindo forma coativa”, de acordo com Ruggiero-Maroi. A lei é ditada pelo Poder Legislativo. b) – COSTUME É a reiterada constância de uma conduta, transformando-a em ordem autoritária do ente coletivo.

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c) – DOUTRINA “ É a interpretação da lei, feita pelos estudiosos da matéria, em comentários, aulas, tratados, pareceres, monografias, etc.”, segundo Maximilianus Cláudio Américo Füher. d) – JURISPRUDÊNCIA É a interpretação da lei realizada pelos Juizes e Tribunais, nas suas decisões, configurando o caminho predominante de entendimento para aplicação da lei. São pelas reiteradas decisões sobre um determinado assunto, que a jurisprudência se firma. 1.1.5 – DIVISÕES DO DIREITO O direito divide-se em: a) direito positivo e direito natural; b) direito objetivo e direito subjetivo; c) direito público e direito privado; d) direito nacional e direito internacional e e) direito congênito e direito adquirido. a) – DIREITO POSITIVO E DIREITO NATURAL

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DIREITO POSITIVO é o conjunto de regras jurídicas em vigor num determinado país e numa determinada época (direito brasileiro, direito alemão, direito inglês, etc.), não importa seja escrito ou não. É o que esta em vigor num povo determinado, compreendendo toda a disciplina de conduta, abrangendo as leis votadas pelo poder competente, os regulamentos, as disposições normativas de qualquer espécie. O fundamento do direito positivo é a vigência, por isso é contingente e variável. Ex.: o direito positivo não obriga ao pagamento de duplicata prescrita. DIREITO NATURAL é a idéia abstrata do direito, ou seja, aquilo que corresponde ao sentimento de justiça da comunidade. Simboliza a perfeita justiça. Constitui o paradigma em que se deve inspirar o legislador, ao editar suas normas. O direito natural como as normas morais, tendem a converter-se em direito positivo, ou a modificar o direito preexistente. Ex.: o respeito à Deus, à liberdade, aos bens, à defesa da pátria, etc.. b) – DIREITO OBJETIVO E DIREITO SUBJETIVO DIRIETO OBJETIVO é o direito posto ou imposto pelo Estado e dirigido à todos, como norma geral de agir (norma agendi). É a mesma noção do direito positivo. Ex.: Direitos humanos, direito civil em vigor, direito de propriedade como instituição jurídica. O pagamento de uma divida, o impedimento matrimonial.

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DIREITO SUBJETIVO é a faculdade que cada um tem de agir dentro das regras da lei e de invocar a sua proteção e aplicação na defesa de seus legítimos interesses (facultas agendi). Ex.: o direito do credor de exigir o pagamento da divida; c) – DIREITO PÚBLICO E DIREITO PRIVADO DIREITO PÚBLICO , são normas de ordem pública com caráter obrigatório, por meio das quais se disciplinam os interesses gerais da comunidade. Ex.: A punição no homicídio é obrigatória mesmo havendo a concordância ou perdão da vítima, por se tratar de norma de ordem pública prevista no Código Penal. DIREITO PRIVADO, é o conjunto de normas que regulam as relações entre particulares ou seja, dos indivíduos entre si. Ex.: As despesas com a construção de um muro divisório pode ser dispensada, por vontade dos interessados, por se tratar de norma de ordem privada prevista no Código Civil, em seu artigo 588, parágrafo 1º . d) – DIREITO NACIONAL E DIREITO INTERNACIONAL DIREITO NACIONAL , é o conjunto de normas que existem dentro dos limites de um país e subdividem-se em direito nacional público e direito nacional privado.

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DIREITO INTERNACIONAL , é o conjunto de normas que regulam as relações entre os Estados enquanto nações e subdividem-se em direito internacional público e direito internacional privado. e) – DIREITO CONGÊNITO E DIREITO ADQUIRIDO DIREITO CONGÊNITO, são os direito que resultam da natureza humana, como por exemplo, a vida, a liberdade, a defesa, a honra. DIREITO ADQUIRIDO, são os direitos que dependem do ato lícito próprio ou de outrem, como por exemplo, o direito de propriedade, o direito de crédito, os direitos de família. 1.1.6 – RAMOS DO DIREITO Existem dois ramos no direito, sendo eles DIREITO PÚBLICO e DIREITO PRIVADO. a) – DIREITO PÚBLICO Classificam-se como ramos do Direito Público: a) Direito constitucional;

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b) Direito Administrativo; c) Direito eleitoral; d) Direito penal; e) Direito tributário; f) Direito ambiental; g) Direito trabalhista; h) Direito processual. i) Direito da seguridade social; j) Direito eclesiástico. b) – DIREITO PRIVADO Classificam-se como ramos do Direito Privado: a) Direito Civil e b) Direito comercial. II – DIREITO PÚBLICO 2.1 – O ESTADO

2.1.1 – Conceito A dinâmica da vida moderna da uma visão ativa como característica atual do Estado, que vincula o desenvolvimento às relações humana em procura da estabilidade interna e externa dessas mesmas relações. Ao Estado compete a organização e a manutenção da ordem jurídica, compreendendo-se ordem jurídica como sinônimo de ausência de injustiça e de ilegalidade. Incumbe também com

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exclusividade, a organização política da sociedade humana, a tutela do direito O Estado é um sistema de normas jurídicas através d as quais uma ou mais nações se organizam, dentro de um ou de vários territórios, em uma unidade de governo tendente à promoção do desenvolvimento social de forma soberana, ou seja: o Estado é a nação politicamente organizada segundo Bluntschli. 2.1.2 – Elementos do Estado No conceito do Estado, destacam-se três elementos fundamentais e indissociáveis: povo, território e governo soberano . O povo é o componente humano do Estado e o território a sua base de povo no sentido subjetivo. Nação é a idéia de povo organizado e unido pôr ideais definidos e comuns, sendo ela que define a organização política do Estado. a) – POVO É a população do Estado, entidade jurídica ou grupo humano que habita o mesmo território sujeitos às mesmas leis, mas nem sempre ligados pêlos mesmos sentimentos e aspirações. São as pessoas nacionais. População é a totalidade dos habitantes de um Estado. São as pessoas nacionais e estrangeiras.

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Nação é a sociedade natural dos homens, dentro de um território, com mesma origem, costumes, língua e comunhão de vida. É um grupo de indivíduos que se sentem unidos pela origem comum, pêlos interesses comuns e, principalmente, pôr idéias e aspirações comuns. Nação é uma entidade moral. Da conexão existente entre povo e território, transcorre o vínculo de nacionalidade. Nacionalidade segundo Pontes de Miranda, “é o vínculo jurídico político de Direito Público Interno, que faz da pessoa um dos elementos componentes da dimensão pessoal do Estado”. Sociologicamente, de acordo com José Afonso da Silva, a nacionalidade indica a pertinência da pessoa a uma nação. Assim, a nação é uma unidade social e política, mesmo quando formada pôr grupos étnicos diversos. O território do Estado é ocupado pôr uma população, que se compõe de pessoas nele nascidas (nacionais) e de pessoas que para ele imigram ou nele estão transitoriamente (estrangeiros). Ex.: A Inguslava, há bem pouco tempo, era um Estado composto de um povo (população) e várias nações. O Império romano foi um grande Estado, com, uma população que se distribua pôr muitas nações. Os Judeus durante séculos, unidos pela religião e pelo conceito de raça, foram uma nação, mas somente a partir da Segunda grande guerra, com o território definido, se organizaram um Estado.

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b) – TERRITÓRIO “É o elemento material, espacial ou físico do Estado. Compreende a superfície do solo que o Estado ocupa, seu mar territorial e o espaço aéreo”, segundo Sérgio Pinto Martins. É o meio físico onde o povo desenvolve suas atividade, exercendo avultada influência sobre cultura desse mesmo povo. O Estado soberano exerce poder sobre o seu território pôr um vínculo demitirem e sobre as pessoas que nele se encontrem, sejam elas nacionais ou estrangeiras. A noção jurídica de território é mais ampla que os limites do espaço físico que ele representa. Assim, os navios de guerra, as embaixadas, os navios mercantes (quando em alto mar) e as aeronaves são territórios do país de origem. Os navios e as aeronaves (território flutuante), são considerados territórios ficto. O território geográfico é limitado pôr fronteiras, que podem ser terrestres fluviais, lacustres ou marítimas, definidas pôr acordos ou demarcadas pelo tempo. c) - GOVERNO SOBERANO Soberania é o poder de organizar-se juridicamente. É o poder de editar suas próprias leis, que auto-limitem o próprio Estado. A soberania é vista sob dois aspectos: o interno que define-se pela subordinação da nação às leis do Estado e a externa que define-se pelo reconhecimento dos outros Estados. Assim, a independência do Estado é a concepção política da soberania.

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A soberania, como o mais alto poder do Estado, manifesta-se através da auto-organização e da auto determinação. A soberania consiste num poder: incondicionado, absoluto, sem qualquer limite; originário (é derivado do próprio Estado); exclusivo, só o Estado pode exercê-lo. A soberania é um dos fundamentos da República Federativa do Brasil – art. 1º , I, C.F., é exercida pôr meio do sufrágio universal e pelo voto direto e secreto com igual valor para todos, art. 14 da Constituição Federal. Governo é a organização necessária para o exercício do poder político segundo Pedro Salvetti Netto. O Estado tem pôr fim, assegurar a vida humana em sociedade, garantir a ordem interna, assegurar a soberania na ordem internacional, fazer regras de conduzam distribuir Justiça. A República Federativa do Brasil, que é um Estado Democrático de Direito, tem pôr objetivos fundamentais: (art. 3º da C.F.), construir uma sociedade livre, justa e solidária; garantir o desenvolvimento social; erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. O Estado pode ser unitário ou simples quando existe uma única fonte de Direito que é de âmbito nacional, estendendo-se uniformemente sobre todo o seu território. Ex.: a França, Bélgica, Itália e Portugal são Estados unitários. E pode ser Estado Federado, quando existe a reunião de vários Estados

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que formam a federação. Existem várias fontes de Direito, que são federal, a estadual e a municipal. Ex.: O Brasil, os Estados Unidos. O Estado pode Ter como forma de governo a monarquia ou a república. Monarquia é o governo soberano, que é supremo legislador. É o governo do rei. O monarca exerce o poder vitaliciamente e há sucessão hereditária. República é a forma de governo democrática, exercitada pelo povo, em seu benefício. Os mandatos políticos são temporários e não há sucessão hereditária. Os governos podem ter como sistema o parlamentar e o presidencial. No regime parlamentar, o Parlamento representa o Estado. O governo é efetivamente estabelecido pôr um colegiado, com a direção do primeiro-ministro, o qual não tem qualquer responsabilidade política. O regime parlamentarista é empregado nas monarquias Inglaterra e Espanha e a República da Itália. No Brasil, existiu no período do Império e em 1961, a Emenda Constitucional nº 4 instituiu o sistema parlamentar, tendo terminado pela manifestação do povo no referendo de 06 de janeiro de 1963. No sistema de governo presidencialista, o presidente governa durante seu mandato. É eleito direta ou indiretamente pelo povo. Ocorre este sistema no Brasil, França, Estados Unidos. No dia 7 de setembro de 1993, o povo definiu, pôr meio de plebiscito que a forma de governo é a república e o sistema de governo é o presidencialista, de acordo com o art. 2º do

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Ato da Disposições Constitucionais transitórias da Constituição Federal. O regime político pode ser democrático, autocrático , ditatorial. Democracia é o governo do povo, pelo povo e para o povo. De acordo com o parágrafo único do art. 1º da Cf. que todo poder emana do povo, que o exerce pôr meio de representantes eleitos ou diretamente. Autocracia é o governo absoluto exercido pôr uma só pessoa. Sua vontade é a lei. Ditadura é o governo que estabelece tudo e reúne em si todos os poderes públicos, inclusive legislando. Ocorreu no Brasil nos regimes militares. Regime Político é um complexo estrutural de princípios e forças políticas que configuram determinada concepção do Estado e da sociedade, e que inspiram seu ordenamento jurídico, segundo a concepção de um grupo de professores da Universidade de Barcelona. 2.2 – Constituição 2.2.1 – Conceito Antes de conceituarmos constituição, necessário se faz conceituarmos “ Direito Constitucional”.

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Direito Constitucional pertence ao setor do Direito Público pôr tratar-se diretamente da organização e funcionamento do Estado, portanto, “ é o ramo do Direito Público que estuda os princípios e as regras estruturadoras do Estado e garantidoras dos direitos e liberdades individuais” , segundo Paulino Jacques. Assim, podemos dizer que Constituição é “ um sistema de normas jurídicas, escritas ou costumeira, que regula a forma do Estado, a forma de seu governo, o modo de aquisição e o exercício do poder, o estabelecimento de seus órgãos, os limites de sua ação, os direitos fundamentais do homem e as respectivas garantias”. Segundo José Afonso da Silva, constituição é o conj unto de princípios e regras que organizam os elementos constitutivos do Estado (povo, território e governo soberano). Pode-se denominar a constituição também como carta magna, carta política, norma ápice, lei fundamento, estatuto supremo, lei maior, etc. Carta magna e carta política, devem ser empregadas para constituições que foram outorgadas ou impostas às pessoas (regimes totalitários e militares e não votadas). O Brasil teve oito (8) constituições, datando a primeira de 1.824. Após a proclamação da independência do Brasil, havia a necessidade da elaboração de uma constituição, a qual foi “promulgada” pelo imperador Dom Pedro I, sendo a de mais longa duração de nossa história, vigindo pôr sessenta e cinco (65) anos, com a aprovação de uma única emenda constitucional, o ato adicional de 1.834. As outras

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constituições dataram de 1.891, 1.934, 1.937, 1.946, 1.967, 1.968 e 1.988. As constituições de 1.891, 1.934, 1.946 e 1.988, foram elaboradas de forma democráticas as de 1.824, 1.937, 1.967 e 1.969, foram impostas de maneira autoritária. 2.2.2 – CLASSIFICAÇÃO As constituições se classificam: QUANTO AO CONTEÚDO a) Materiais: é o conjunto das normas que disciplinam a

organização; b) Formais: é a norma escrita. QUANTO Á FORMA a) Escritas: é a codificada e sistematizada num único texto,

documento. b) Não Escritas: é o conjunto de regras que não são

previstas num único documento, mas são decorrentes de leis esparsas, costumes, convenções. Ex.: Na constituição Inglesa, constam vários textos que nunca foram codificados. O Direito inglês adota o direito comum (Common Law), aonde os tribunais estabelecem precedentes sobre questões, sem que exista exatamente uma norma escrita para regular as condutas das pessoas. As primeiras constituições escritas foram editadas nas

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colônias Inglesas da América do Norte e depois estabelecida a constituição dos Estados Unidos em 1.787, entrando em vigor em 1.789. A maioria dos países adotam as constituições escritas.

QUANTO AO MODO DE ELABORAÇÃO a) Dogmáticas: são as constituições escritas e

sistematizadas por um órgão constituinte que sistematizam os dogmas ou idéias fundamentais da teoria política e do Direito dominantes no momento. É conexa com a escrita;

b) Históricas ou Costumeiras: é a não escrita, decorrente

da formação paulatina da norma no curso do tempo, de acordo com as tradições de um povo. É conexa com a não escrita. Ex.: constituição Inglesa.

QUANTO À ORIGEM a) Promulgadas, populares, democráticas: são as

constituições que se originam de um órgão constituinte composto de representantes do povo, eleitos para o fim de as elaborar e estabelecer;

b) Outorgadas: são as elaboradas e estabelecidas sem a

participação do povo. São impostas geralmente pelo ditador, sem que sejam votadas.

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QUANTO À ESTABILIDADE a) Rígidas: são as constituições alteráveis somente

mediante processos e exigências formais especiais diferentes das necessárias à modificação das leis ordinárias ou complementares. Ex.: Emendas constitucionais, reformas e revisões.

b) Flexíveis: são as constituições que podem ser alteradas,

segundo o critério de modificações da lei ordinária; c) Semi-rígidas: são as constituições que possuem uma

parte rígida outra flexível. Ex.: Constituição do Brasil de 1.824, em seu art. 178 dizia que: “ é só constitucional o que diz respeito aos limites e atribuições respectivas dos poderes políticos, e aos direitos políticos e individuais do cidadão; tudo o que não é constitucional pode ser alterado sem as formalidades referidas nos artigos 173 a 177, pelas legislaturas ordinárias”.

A constituição de 1.988 é rígida, pois para ser modificada é necessário emenda constitucional com quorum de 3/5 dos membros de cada Casa do Congresso Nacional (parágrafo 2º do art. 60 da C.F.). QUANTO À EXTENSÃO E À FINALIDADE a) Analíticas: são as normas constitucionais detalhistas, que

tratam de muitos assuntos como a constituição de 1.988;

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b) Sintéticas: são as constituições que tratam apenas de princípios e normas gerais, estabelecendo direitos e garantias fundamentais.

2.2.3 – PRINCÍPIOS BÁSICOS OU FUNDAMENTAIS O Brasil é uma República Federativa, pois a sucessão não é feita pôr hereditariedade, mas pelo voto. Representa uma Federação, pois os Estados, Municípios e Distrito Federal são reunidos de forma indissolúvel, não podendo haver sucessão ou desligamento de seus entes, como ocorre na confederação. O Brasil é um Estado de Direito, em razão de que é governado pôr meio de leis (preâmbulo da C.F.). São fundamentos da república Federativa do Brasil: soberania, cidadania, dignidade da pessoa humana, valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, plurarismo político, sendo vedada a existência de partido único (art. 1º da C.F.). São poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o legislativo, o executivo e o judiciário (art. 2º da C.F.). Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: construir uma sociedade livre, justa e solidaria, garantir o desenvolvimento nacional, erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais, promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação (art. 3º da C.F.).

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Nas relações internacionais, o Brasil é regido pelos seguintes princípios: independência nacional, prevalência dos direitos humanos, autodeterminação dos povos, não intervenção, igualdade entre os Estados, defesa da paz, solução pacífica dos conflitos, repúdio ao terrorismo e ao racismo, cooperação entre os povos para o progresso da humanidade, concessão de asilo político (art. 4º da C.F.). O Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando a formação de uma comunidade latino-americana de nações, (parágrafo único, art. 4º da C.F. – Mercosul). Poder constituinte é a manifestação da vontade política de um povo em estabelecer regras que irão regular condutas e a própria organização do Estado. O titular deste poder é o povo, exercendo-o por meio do voto quando da escolha dos representantes do Congresso Nacional. A constituição pode ser revisada ou reformada como já vimos anteriormente, mas existem algumas hipóteses que não poderiam ser nem revistas, nem reformadas, como consta do parágrafo 4º , do artigo 60 da C.F.: “ não será objeto de deliberação a proposta de emenda a abolir: a forma federativa de Estado; o voto direto, secreto, universal e periódico; a separação dos Poderes e os direitos e garantias individuais”. No artigo 3º dos Atos das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT, que após cinco (5) anos da promulgação da constituição, a mesma poderia ser revisada por voto da maioria absoluta (metade + um) dos membros do Congresso Nacional em sessão unicameral.

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A revisão iniciou-se em 1.993, tendo sido editadas apensas seis emendas de revisão, as quais começaram à ser promulgadas em 1.994. A revisão não mais poderá ser realizada. Para modificar a constituição agora, só outra constituição. Cláusulas Pétreas: decorrentes de pedra, de algo duro, que não podem ser modificadas. É uma limitação material. São dispositivos constitucionais insuscetíveis de ser modificados ou revogados, visando impedir inovações temerárias em certos temas, como de cidadania e do Estado. Só podem ser modificadas por outra constituição. O parágrafo 4º do art. 60 da C.F. é considerada Cláusula Pétrea. ARTIGO 5º “ CAPUT” DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL – DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS Os direitos e garantias individuais vieram à tona para impedir os abusos praticados pelas autoridades. Somente os direitos individuais contidos no art. 5º da C.F., não podem ser modificadas e devem ser respeitadas pelo Estado. Trata-se de obrigação de fazer, já os direitos sociais, contidos no art. 7º da C.F. (nacionalidade, direitos políticos e partidos políticos), podem ser modificados por emendas. Direitos e garantias não se confundem, pois os direitos são os aspectos inerentes da personalidade humana no que diz respeito as suas relações com a sociedade ou os indivíduos que a compõem, já as garantias são os meios assecuratórios ou, os instrumentos, para o exercício desses direitos. Muitas das vezes os direitos e as garantias se confundem num único artigo.

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Na constituição vigente, apesar do título II enunciar “Dos Direitos e Garantias Fundamentais”, o capítulo I, enuncia somente “ Dos Direitos e Deveres Individuais e coletivos”, deixando de expressamente referir-se as garantias, mas elas estão nele e em outros artigos da nossa C.F. Assim, direitos e garantias fundamentais são os princípios que resumem as situações jurídicas sem as quais as pessoas humanas não convivem de forma digna, livre e igual. Sua história inicia-se com a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1.789 (Revolução Francesa). A partir daí, sua natureza indiscutivelmente passou a ser constitucional, pois consta de todas as constituições como também fazia parte por meio do artigo 16 da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1,789, portanto trata-se de princípio da soberania popular. Segundo Pérez Leno, “ é a limitação imposta pela soberania popular aos poderes constituídos do Estado que dela dependem”. As normas as quais se referem aos direitos fundamentais democráticos e individuais, são de eficácia e aplicabilidade imediatas. Ex.: direito à vida, à propriedade, à liberdade, à igualdade. Já as normas que se referem aos direitos econômicos e sociais na maioria, dependem de legislação ulterior à sua aplicabilidade. Ex.: seguro - desemprego, fundo de garantia por tempo de serviço, piso salarial. Os direitos fundamentais são históricos como qualquer direito, pois nascem, modificam-se e desaparecem. São direitos intransferíveis, indisponíveis, não têm conteúdo econômico - patrimonial. São direitos imprescritíveis, quer dizer, nunca deixam de ser exigíveis. E são direitos

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irrenunciáveis. Alguns deles podem até não ser exercidos, mas não podem ser renunciados. Com base na nossa constituição, os direitos fundamentais se classificam em cinco (5) grupos, quais sejam: 1- direitos individuais (art. 5º ); 2- direitos coletivos (art. 5º ); 3- direitos sociais (art. 6º e 193 e ss.); 4- direitos à nacionalidade (art. 12); 5- direitos políticos (arts. 14 a 17). A constituição não inclui os direitos referentes as relações econômicas entre os direitos fundamentais sociais, mas eles existem e estão estabelecidos nos art. 170 a 192 quando trata da ordem econômica e financeira. Como já dissemos anteriormente, na maior parte das vezes a nossa constituição reconhece alguns direitos garantido-os, como por exemplo acontece quando diz que “ é assegurado o direito de resposta...”, inciso V do art. 5º da C.F.; “ é assegurada a prestação de assistência religiosa...”, inc. VII do art. 5º da C.F.); “é garantido o direito de propriedade “, inc. XXII, art. 5º da C.F., ou ainda quando diz que “ a casa é asilo inviolável do indivíduo”, inc. XI do art. 5º da C.F.; “ é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas...”, inc. XII do art. 5 da C.F. . Já no inc. X do art. 5º da C.F. “são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas...”, a garantia e o direito se integram, onde a inviolabilidade corresponde à garantia e a intimidade, vida privada, honra e imagem pessoal, corresponde ao direito de privacidade.

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Existem ainda garantias expressas como é o caso do parágrafo 2º do art. 5º da C.F. “ os direitos e garantias expressas nesta constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte”, e ainda das garantias da magistratura contidas no artigo 95 da C.F.. De acordo com o artigo 5º “caput” da C.F., os destinatários dos direitos e garantias individuais são os brasileiros e os estrangeiros residentes no país. Apesar de tratar-se dos direitos e garantias individuais, muitos deles se estendem à pessoas jurídicas, como é o caso do princípio da isonomia (todos são iguais perante a lei), inc. I do art. 5º da C.F.; o princípio da legalidade (ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei), inc. II do art. 5º da C.F.; o direito de resposta; o direito de propriedade; o sigilo de correspondência e das comunicações em geral; a inviolabilidade do domicílio; a garantia do direito adquirido; ao ato jurídico perfeito é a coisa julgada, assim como a proteção jurisdicional e o direito de impetrar mandado de segurança. Existem ainda, direitos próprios da pessoa jurídica, tais como o direito à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signas distintivos (logotipos, fantasias). As empresas de capital estrangeiros, incluindo as multinacionais, não são destinatárias desses direitos e garantias individuais, salvo, no que se refere a marcas, nomes e signos, proteção de direito internacional. Ao estrangeiro residente no país, estendem-se também os outros direitos e garantias constitucionais individuais existentes além as das contidas no art. 5º da C.F. como por exemplo, os direitos sociais, especialmente os trabalhistas. Já com relação ao estrangeiro não residente no país se formos interpretar o art. 5º “caput” ao pé da letra, ele

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não gozará de nenhum dos direitos e garantias ali contidos. Os estrangeiros não residentes, quando regularmente se encontrem no território nacional possuem para protegê-los, outras normas jurídicas, garantindo-lhes seus direitos, inclusive o Direito Internacional, além das legislações especiais que definem os direitos e as condições jurídicas do estrangeiro não residente. Além do que o Brasil é subscritor das Declarações Universais e Americanas dos Direitos Humanos que por força do parágrafo 2º do art. 5º da C.F. e art. 1º da C.F., tem a obrigação de tratar com respeito e dignidade a estas pessoas. Os direitos individuais se dividem nos seguintes grupos: 1- direito à vida; 2- direito à intimidade; 3- direito de igualdade; 4- direito de liberdade; 5- direito de propriedade. O capítulo I do Título II, se refere também aos direitos e garantias coletivos, mas pouco diz a respeito. O artigo 5º trata somente do direito a liberdade de reunião e de associação (incisos XVI a XX); de entidade associativa de representar seus filiados (inc. XXI), o de receber informações de interesse coletivo (inc.XXXIII) e de petição (inc.XXXIV). Alguns deles não são direitos propriamente coletivos, mas direitos individuais de expressão coletiva, como as liberdades de reunião e de associação. Sendo que a maioria dos direitos coletivos estão espalhados pelo texto constitucional como é o caso do direito social da liberdade de associação profissional e sindical (arts. 8º e 37, inc. VI); o direito de greve (arts. 9º e 37, inc. VII); o direito de participação de trabalhadores e empregadores nos colegiados de órgãos públicos (art. 10); a representação dos empregados junto aos empregadores (art.

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11); o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado (art. 225); ou como institutos de democracia direta nos artigos 14, incs. I, II e III; parágrafo 4º ; 29, XIII e 61, parágrafo 2º ou ainda, como instituto de fiscalização financeira, art. 31, parágrafo 3. E finalizando, o capítulo I do título II, menciona ainda os deveres individuais e coletivos. 2.3 - PODER E PROCESSO LEGISLATIVO 2.3.1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS - NOÇÃO Como já vimos no Capítulo anterior, a Constituição estabelece que os poderes da União são O LEGISLATIVO, O EXECUTIVO E O JUDICIÁRIO, bem como são independentes e harmônicos entre si. O Poder Legislativo tem como função típica a elaboração de leis e a fiscalização da atuação do Poder Executivo (art. 49, inciso X). A sua função legislativa é definida na Constituição Federal por meio da divisão da competência, ou seja, quando da competência da União, a função legislativa é exercida pelo Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e Senado Federal), pelo sistema bicameral. Sendo a competência dos Estados-Membros a função legislativa é exercida pelas Assembléias Legislativas. No Distrito Federal, é exercida pela Assembléia Distrital. Nos municípios, a função legisaltiva é exercida pelas Câmaras Municipais.

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COMPOSIÇÃO Compõe o Poder Legislativo o Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e Senado Federal), Assembléias Legislativas, Assembléia Distrital e Câmara Municipais. 2.3.2 - CONGRESSO NACIONAL (ART. 44 DA C.F.) O Congresso Nacional é composto por duas Casas Legislativas, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal, adotando o sistema bicameral. O Sistema bicameral surgiu no Brasil a partir da primeira Constituição republicana, em 1891, nos moldes norte-americano, aonde a Câmara dos Deputados é composta dos representantes do povo e o Senado Federal, é integrado pelos representantes do Estado. Já nas outras esferas de poder, estaduais e municipais, no Brasil, adotamos o unicameralismo, isto é, existe uma única casa legislativa. As atribuições exclusivas do Congresso Nacional podem ser classificadas em cinco grupos: a) atribuições legislativas: cabe ao Congresso Nacional legislar, elaborar, discutir e aprovar projetos de leis, sujeitos à sanção ou veto do Presidente da República, em todas as matérias de competência legislativa da União; b) atribuições meramente deliberativas: são atribuições de competências exclusivas do Congresso Nacional, não sujeitas à sanção ou veto do Presidente da República. São deliberações de caráter concreto, resoluções, autorizações feitas por resolução ou decreto legislativo;

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c)atribuições de fiscalização e controle: cabe fiscalizar e controlar os atos do Poder Executivo, utilizando-se para tanto de pedidos de informações por escrito, comissões parlamentares de inquérito, controle externo com auxílio do Tribunal de Contas e da Comissão Mista (formada por membros da Câmara dos Deputados e Senado em conjunto), fiscalização e controle dos atos do Poder do Executivo e tomada de contas pela Câmara dos Deputados, quando o Presidente não as prestar no prazo de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, ou seja, até 15 de abril de cada ano; d) atribuições de julgamento de crimes de responsabilidade: julgar o Presidente da República e outras autoridades federais pela prática de crimes de responsabilidade. À Câmara dos Deputados autoriza a instauração do processo no caso de crimes comuns e de responsabilidade e ao Senado Federal, processar e julgar a acusação n processo de impeachment; e) atribuições constituintes: aprovar emendas à Constituição. O Congresso Nacional e suas Casas Legislativas, Câmara dos Deputados e Senado Federal, possuem os seguintes órgãos internos: a) Mesa: são os órgão de direção, sua composição é regimental e cada Casa a disciplina como melhor lhe parecer. São compostas de representação proporcional dos partidos ou dos blocos partidários de cada Casa Legislativa. A Mesa do Congresso Nacional é presidida pelo presidente do Senado Federal. São suas atribuições entre outras, a convocação para comparecimento de Ministros, as referentes à perda de mandatos de congressistas, à propositura da ação direta de inconstitucionalidade;

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b) Comissões Parlamentares: são órgãos constituídos por cada Casa, com um número menor de parlamentares, com finalidades específicas de examinar determinadas questões. Antes da votação em Plenário, os atos legislativos, são discutidos e votados em diversas comissões. Existem diversos tipos de comissões a saber: - Comissão permanente: Existem em todas as legislaturas. Ex.: Comissão de Constituição e Justiça e Comissão de Orçamento; - Comissão Temporária ou Especial: instituída com uma finalidade determinada, extinguindo-se pela conclusão dos trabalhos, pelo decurso do prazo ou pelo término da legislatura; - Comissão Mista: composta por representantes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal; - Comissão Representativa: representa o Congresso Nacional no período de recesso parlamentar e - Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI): instituída para apuração de fato determinado por prazo certo, com poderes de investigação próprios das autoridade judiciais, sendo as conclusões encaminhadas ao Ministério Público para apuração da responsabilidade civil e criminal dos infratores; c) Polícia e Serviços Administrativos: É um corpo de guarda próprio das Casas do Congresso Nacional, destinados ao policiamento interno, bem como os serviços administrativos, são as secretarias, incluindo serviços gráficos, bibliotecas e serviços de referência legislativa e assessorias, reguladas pelo regimento interno. Legislatura é o período legislativo que corresponde ao mandato dos Deputados Federais e Senadores, dividas em quatro sessões legislativas ordinárias que por sua vez, se subdividem em dois períodos legislativos, sendo o seu primeiro período, 15 de fevereiro a 30 de junho e o segundo

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de 1º de agosto a 15 de dezembro, e cada sessão legislativa e divida em sessões ordinárias, extraordinárias e preparatórias. 2.3.3 - CÂMARA DOS DEPUTADOS (ART. 45 DA C.F.) A Câmara dos Deputados é composta pelos representantes do povo, eleitos pelo sistema proporcional, sendo assegurado a cada Estado e o Distrito Federal o número mínimo de oito e o máximo de setenta representantes, bem como o fixo de quatro para cada Território. O mandato dos deputados é de quatro anos. O número total de Deputados e a representação de cada Estado e do Distrito Federal são fixados por lei complementar, de forma proporcional à população, realizando-se os ajustes necessários para se respeitar o número mínimo e máximo de representantes para cada unidade da Federação. É a Lei Complementar nº 78/93, que estabelece o número máximo de quinhentos e treze (513) representantes, ficando a cargo do IBGE, no ano anterior às eleições, fornecer a estatística demográfica de cada Estado, para que o Tribunal Superior Eleitoral possa fixar o número de cargos postos em disputa . O nosso Estado, São Paulo, tem p número máximo de representantes, setenta (70) Deputados Federais. Os Deputados Federais são invioláveis por suas opiniões, palavras e votos, bem com desde a expedição do diploma, não podem ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável, nem processados criminalmente, sem prévia licença de sua Casa. Trata-se da imunidade parlamentar.

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2.3.4 - SENADO FEDERAL (ART. 46 C.F.) O Senado Federal é a câmara representativa dos Estados federados, composta por três representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos pelo sistema majoritário. A representação é atribuída ao candidato que obtiver o maior número de votos. Os Senadores são eleitos para mandatos de oito anos, com dois suplentes. A renovação do Senado é feita de forma alternada, de quatro em quatro anos, por 1/3 e 2/3. Sua representação é de igual número de representantes para todos os Estados - Membros da Federação. O Brasil é composto por vinte e seis (26) Estados - Membros e do Distrito Federal, num total de oitenta e um (81) Senadores. Os Senadores deverão ter pelo menos trinta e cinco (35) anos. Os Senadores são invioláveis por suas opiniões, palavras e votos, bem como, desde a expedição do diploma, não podem ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável, nem processados criminalmente, sem prévia licença de sua Casa. Trata-se da imunidade parlamentar. 2.3.5 - ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA Da mesma forma que na Câmara Federal, nas Assembléias Legislativas segue o sistema proporcional para a eleição dos Deputados Estaduais. Os Deputados Estaduais também gozam da imunidade parlamentar, quais sejam: são invioláveis por suas opiniões, palavras e votos, bem como, desde a expedição do diploma, não podem ser presos, salvo em flagrante de crime

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inafiançável, nem processados criminalmente, sem prévia licença de sua Casa. 2.3.6 - CÂMARA DE VEREADORES Na Câmara dos Vereadores, também é utilizado o sistema proporcional para eleição de seus representantes. Com relação a imunidade parlamentar, é somente assegurado a inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do Município.

2.4 – PROCESSO LEGISLATIVO (ART.59 CF) 2.4.1 – Conceito Processo legislativo é o conjunto de atos realizados pelos órgãos legislativos para a elaboração de leis. São objetos do processo legislativo: a) a elaboração de emendas à constituição;

b) leis complementares; c) leis ordinárias; d) leis delegadas;

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e) medidas provisórias; f) decretos legislativos; g) resoluções. 2.4.2 - São fases do processo legislativo: a) iniciativa legislativa É a legitimidade que se atribui a alguém ou algum órgão para apresentar projetos de lei ao Legislativo. A iniciativa pode ser concorrente, exclusiva ou popular. É concorrente quando uma pessoa ou órgão pode exercê-la em conjunto ou isoladamente, em casos expressos como o da iniciativa de emendas à Constituição, a qual cabe concorrentemente a um terço dos membros da Câmara dos Deputados, a um terço dos membros do Senado, ao Presidente da República e a mais da metade das Assembléias Legislativas da unidades da Federação. É exclusiva quando a iniciativa é reservada à uma só pessoa ou órgão. Ex.: é de iniciativa exclusiva do Presidente da República, os projetos de lei para fixar ou modificar o efetivo das Forças Armadas. E é popular a iniciativa de projetos de leis ordinárias e complementares por parte dos cidadãos. A Constituição garante a iniciativa popular podendo apresentar projetos de lei à Câmara dos Deputados, desde que subscrito por no mínimo um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles. Sendo garantido na esfera Estadual e municipal da mesma forma.

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b) emendas É a faculdade exclusiva dos parlamentares em sugerirem modificações, alterações nos projetos de leis apresentados. c) votação É o ato de decisão que se toma por maioria de votos, sendo geralmente precedida de estudos e pareceres das comissões técnicas e de debates em plenário. A votação pode ser por maioria simples ou relativa, igual a maioria dos membros presentes, para aprovação dos projetos de leis ordinárias; maioria absoluta dos membros das Câmaras, para aprovação dos projetos de lei complementar e maioria de três quintos dos membros das Casas do Congresso, para aprovação de emendas constitucionais. d) sanção ou veto Sanção é a aquiescência, adesão do Chefe do Poder Executivo ao projeto de lei elaborado Poder Legislativo. A sanção incide somente sobre o projeto de lei e pode ser expressa ou tácita. É expressa quando o Chefe do Poder Executivo emite o ato de sanção assinando o projeto de lei, e é tácita quando o Chefe do Poder Executivo não assina o projeto durante os quinze dias úteis subsequentes ao recebimento.

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Veto é a discordância do Chefe do Executivo com o projeto de lei aprovado por entendê-lo insconstitucional ou contrário ao interesse público. Pode ser total ou parcial. O veto deve ser comunicado ao presidente do Senado Federal no prazo de quarenta e oito horas a fim de ser apreciado pelo Congresso Nacional, em sessão conjunta, no prazo de trinta dias a contar de seu recebimento. e) promulgação É o ato pelo qual se constata a existência de uma lei, sendo ela obrigatória e de competência do Chefe do Poder Executivo. f) publicação É o ato para se dar ciência aos destinatários da lei sobre sua existência e conteúdo. A lei entra em vigor e torna-se eficaz, após sua publicação em jornal oficial, sendo de competência do Chefe do Poder Executivo. A publicação é ato que encerra o processo legislativo. 2.4.3 – Espécies de Procedimentos Legislativo O modo pelo qual os atos do processo legislativo se realizam, denomina-se procedimento legislativo. É o que se chama de tramitação do projeto na prática.

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Existem três espécies de procedimento legislativo: a) procedimento legislativo ordinário; b) procedimento legislativo sumário; c) procedimentos legislativos especiais. O procedimento legislativo ordinário , se destina à elaboração de leis ordinárias. É um procedimento comum, mais demorado. São quatro as fases de desenvolvimento: 1) Introdutória : que é a apresentação do projeto; 2) exame do projeto nas comissões permanentes, as quais estudam e emitem pareceres favoráveis ou desfavoráveis à sua aprovação, apresentando emendas ou substitutivos ao projeto; 3) discussão da matéria em plenário da casa aonde o projeto foi apresentado, já com o parecer das comissões. Fase aonde pode-se apresentar emendas ao projeto; 4) decisória, fase aonde o projeto é votado. Se aprovado, será remetido à outra Casa para revisão. A revisão do projeto, passa pelas mesmas fases, se aprovado, será remetido à sanção e promulgação, se houver emendas, voltará à Casa iniciadora, para aprovação ou rejeição, encaminhando-a à sanção. Poderá haver dois turnos de discussão e votação, mas na revisão, só existirá um turno. Se rejeitado o projeto em qualquer das Casas, será arquivado (a matéria só poderá constituir objeto de novo projeto, na

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mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer Casa do Congresso Nacional. Por fim, a casa que concluir a votação, enviará o projeto ao Presidente da República para aquiescer, sancionar, promulgar e publicar ou se considerá-lo em todo ou em parte inconstitucional ou contrário ao interesse público, poderá vetá-lo total ou parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, contados do seu recebimento e em quarenta e oito horas, comunicará ao presidente do Senado Federal os motivos do veto, o qual será apreciado em sessão conjunta dentro de trinta dias de seu recebimento, precisando dos votos da maioria absoluta para ser rejeitado, em voto secreto. No caso de silêncio do Presidente da República no prazo de quinze dias, o projeto dá-se por sancionado. O procedimento legislativo sumário , ou regime de urgência é um procedimento abreviado, cuja aplicação depende da vontade do Presidente da República, faculdade esta conferida pela Constituição Federal, com o intuito de solicitar urgência para apreciação de projeto de sua iniciativa. Neste procedimento, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal devem manifestar-se, sucessivamente, em até quarenta e cinco dias, a contar de seu recebimento, sobre o projeto apresentado, portanto, no prazo total de noventa dias para o pronunciamento de ambas as Casas. No caso do Senado apresentar emendas, a Câmara dos Deputado terá o prazo de dez dias para manifestar-se. Se não houver pronunciamento num da Câmara, nem do Senado nos prazos acima referidos, o projeto será incluído na ordem do dia, para votação da matéria urgente. Após o pronunciamento de ambas as Casas, dentro ou não do prazo, com a aprovação do projeto, este irá à sanção. Observa-se que não há mais aprovação de projeto por decurso de prazo. Dentro ou fora do prazo, terão que ser votados.

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Os procedimentos legislativos especiais são estabelecidos para a elaboração de emendas constitucionais, de leis financeira (lei do plano plurianual, lei de diretrizes orçamentárias, lei do orçamento anual e de abertura de créditos adicionais), de leis delegadas, de medidas provisórias e de leis complementares. As regras básicas do processo legislativo adotadas na esfera federal, são de observância obrigatória nas esferas estaduais, distritais e municipais. 2.4.4 - ATOS LEGISLATIVOS A Constituição Federal em seu art. 59, cita sete espécies de atos legislativos: a) emendas à Constituição; b) leis complementares; c) leis ordinárias; d) leis delegadas; e) medidas provisórias; f) decretos legislativos; g) resoluções.

a) EMENDAS Á CONSTITUIÇÃO a) As emendas são os atos praticados no sentido de ser

realizada modificações, reforma no texto da Constituição,

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sendo o Poder Legislativo o órgão a quem foi atribuída tal função.

b) LEIS COMPLEMENTARES De acordo com o parágrafo único do art. 59 da CF, a “lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das leis”, sendo esta a sua principal característica. As leis complementares segues o mesmo procedimento das leis ordinárias para serem aprovadas, sancionadas ou vetadas pelo Presidente da República, diferindo-se com relação ao quorum para aprovação. Nesta exige-se a aprovação por maioria absoluta (mais da metade da totalidade da casa legislativa, considerando os presentes e ausentes). Este fator da aprovação por maioria absoluta a torna mais difícil de ser alterado do que a lei ordinária. C) LEIS ORDINÁRIAS Lei ordinária é toda lei apresentada que não for lei complementar ou delegada. É a conhecida “lei”, é o ato legislativo típico. A lei ordinária pode tratar de toda e qualquer matéria, excluindo-se as de competência da lei complementar, dos decretos legislativos e resoluções.

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a) LEIS DELEGADAS São as leis elaboradas pelo Presidente da República em face de autorização do Poder Legislativo a título de função legislativa. São comuns nos regimes parlamentaristas. Essa autorização ou delegação é feita pelo Congresso Nacional ao Presidente da República, por meio de resolução, devendo ter especificado ‘’ seu conteúdo e os termos de seu exercício” (CF, art.68, par.2º ), não podendo ser ilimitada sua função. b) MEDIDAS PROVISÓRIAS São “atos editados pelo Presidente da República, com força de lei, em situações de relevância e urgência, devendo ser submetidas de imediato ao Congresso Nacional, sob pena de perder a eficácia, se não forem aprovadas no prazo de sessenta dias”, de acordo com Rodrigo César Rebello Pinho. A medida provisória pode ser prorrogada uma vez por igual período, nos termo do parágrafo 7º do artigo 62 da Constituição Federal e deverá ser disciplinada pelo Congresso Nacional, por meio de decreto legislativo. O prazo de sessenta dias, canta-se da publicação da medida provisória, suspendendo-se durante os períodos de recesso do Congresso Nacional, iniciando-se a sua votação na Câmara dos Deputados. A medida provisória tem como efeito: a) vigência temporária: se não apreciada no prazo de

sessenta dias, perde a eficácia;

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b) suspensão da eficácia de leis anteriores com ela conflitantes: somente após aprovada a medida provisória transforma-se em lei, revogando assim, as disposições em contrário.

As medidas provisórias não podem tratar de matéria penal, matéria sujeita a lei complementar, regulamentação de emendas constitucionais e matérias que não possam ser delegadas. São pressupostos para edição de medida provisória, a relevância e a urgência , cabendo ao Presidente da República e ao Congresso Nacional a avaliação desses pressupostos. c) DECRETOS LEGISLATIVOS São atos de competência exclusiva do Congresso Nacional, não sujeitos à sanção ou veto do Presidente da República, normalmente com efeitos externos àquelas Casas, nas hipóteses previstas no art. 49 da CF., como por exemplo: resolver sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional; autorizar o Presidente da República a declarar guerra; autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausentar do país, quando a ausência exceder a quinze dias, etc.. d) RESOLUÇÕES São atos de competência privativa do Congresso Nacional, do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, geralmente com efeitos internos e nos casos previstos pelos arts. 51 e 52 da CF. e nos regimentos internos respectivos.

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BIBLIOGRAFIA: BÁSICA

1. OLIVEIRA, José Carlos de, “Oito em um acadêmico: Código Civil, Código de Processo Civil, Código Penal, Código de Processo Penal, código Tributário, Consolidação das Leis Trabalhistas, código de Defesa do Consumidor, Constituição Federal, Índices alfabéticos remissivos e legislação compelmentar. José Carlos de Oliveira. São Paulo: Lemos e Cruz, 2006;

2. MONTEIRO, Washington de Barros, “Curso de Direito Civil”, Parte

Geral; 3. MONTEIRO, Washington de Barros, “Curso de Direito Civil”, Direito das Coisas ; 4. MONTEIRO, Washington de Barros, “Curso de Direito Civil”, Direito das Obrigações; 5. RODRIGUES, Silvio , “Direito Civil”, Parte Geral; 6. PEREIRA, Caio Mário da Silva, Instituições de Direito Civil” – Vol.I ;

7. MARTINS, Sérgio Pinto, “Instituições de Direito Público e Privado”.

COMPLEMENTAR

1. sites jurídicos;

2. revistas jurídicas.