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TEORIA GERAL DO PROCESSO

I SOCIEDADE E DIREITOO ser humano um ser gregrio, se agrupa para viver. A convivncia humana em sociedade, no entanto, exige o estabelecimento de regras de condutas com o objetivo de alcanar uma certa paz social. No h vida social sem um mnimo regulamentar (normas, regulamentos).ROMANOS: ubi homo, ibi societas; ubi societas, ibi jus onde h homem, existe a sociedade; onde h sociedade, existe o direito.

II CONFLITOS e INSATISFAESVivendo o ser humano em sociedade, vez por outra, depara-se ele com a presena de conflitos e insatisfaes sociais, por exemplo:- comprar um eletrodomstico defeituoso e no obter reparao;- locar um imvel e no receber o aluguel pactuado;- emprestar e no ter a restituio do objeto emprestadoTais conflitos, assim como diversos outros, so perniciosos coexistncia social porque causa certa desarmonia entre os indivduos numa determinada sociedade, a soluo desses conflitos de suma importncia para o restabelecimento da ordem e paz social.Temos ento, nos exemplos dados, o direito como sistema normativo destinado a solucionar tais conflitos:a) Direito objetivo (material): que determina:- que o vendedor repare o dano causado ao consumidor;- que o locatrio pague o aluguel;- que o objeto emprestado seja devolvido ao legtimo dono

b) Direito subjetivo (processual): que serve para instrumentalizar a materializao desses direitos.NOTA: o Direito, ento, tem dupla dimenso- estabelece normas de conduta = direito objetivo- serve como instrumento para a soluo dos litgios = direito processual

III SOLUO dos CONFLITOS e INSATISFAES01) Conceito de LIDE. nasce um com conflito de interesses todas as vezes que, para um mesmo bem, se voltem as atenes de pelo menos dois indivduos, havendo da parte de ambos uma tal intensidade de interesse em relao ao mesmo bem, que a excluso do interesse contrrio a meta de ambos. A esse desejo de afastar o interesse alheio em benefcio do prprio, denomina-se pretenso. Se da outra parte houver resistncia, estaremos diante de uma LIDE ou LITGIO (conflito de interesses caracterizado por uma pretenso resistida)

02) FORMAS de COMPOSIO de LITGIOSa) AUTOTUTELA: modalidade de soluo dos litgios pela imposio da vontade individual do litigante mais forte ou mais astuto sobre o mais fraco.

. Caractersticas- inexistncia de um sujeito imparcial para a soluo do litgio; o prprio litigante, unilateralmente, o soluciona- imposio do mais forte ou mais astuto

. Admissibilidade- na Antiguidade era muito utilizada, hodiernamente est ultrapassadaArt. 345, CP Fazer justia pelas prprias mos, para satisfazer pretenso, embora legtima, salvo quando a lei o permitePena: deteno, de 15 dias a um 01 ms, ou multa, alm da pena correspondente a violncia

OBS: SALVO = EXCETO quando a lei o permite

- a legtima defesa da propriedade: Art. 1210, 1, CC-o direito de cortar ramos, galhos e razes de rvores limtrofes que ultrapassem o limite do terreno: Art. 1283, CC- a priso em flagrante: Art. 301, CP

b) AUTOCOMPOSIO: pode ocorrer dentro ou fora do processo, desde que o direito em conflito seja disponvel

. Espcies- Desistncia: abro mo de um direito- Submisso: abdico da resistncia- Transao: quando ambas as partes resolvem a lide por meio de concesses mtuas

c) HETEROCOMPOSIO: modalidade de soluo litgios derivada da atuao de um terceiro.

. Espcies- ARBITRAGEM: Lei 9.307/1996: partes devem ser capazes de contratar; direitos patrimoniais disponveis.

- JURISDIO: heterocomposio levado a cabo por um terceiro Magistrado, por meio do processo.

IV DIREITO PROCESSUAL. conjunto de normas jurdicas que dispem sobre a constituio dos rgos jurisdicionais e sua competncia, disciplinando essa realidade que chamamos processo e que consiste numa sria coordenada de atos tendentes produo de um efeito jurdico final que, no caso de processo jurisdicional, a deciso e sua eventual execuo Jos de Albuquerque Rocha- FONTES (lugar de onde algo se origina): podemos utilizar dois enfoques para o emprego da palavraa) CRIAO: do Estado Art. 22, I, CFb) EXPRESSO DA NORMA: leis, outras expresses do Direito

01) FONTE FORMAL: so aquelas que possuem fora vinculante, sendo, portanto, obrigatrias para todos (direito positivo) = Lei02) FONTE MATERIAL: no tem fora vinculante, servindo apenas para esclarecer o verdadeiro sentido das fontes formais = princpios gerais de direito, costume, doutrina e jurisprudncia

FONTES FORMAIS - LEIa) Constituio da Repblica. direito constitucional processual: conjunto de normas de ndole constitucional cuja finalidade garantir a processo, assegurando que este seja, tanto quanto possvel, um processo justo. Compe-se dos chamados princpios gerais do Direito Processual

. direito processual constitucional: conjunto de normas de ndole processual que se encontram na Constituio com o fim de garantir a aplicao e a supremacia hierrquica da Carta Magna

b) Lei OrdinriaFederal: apenas esta fonte e no a lei complementar que somente se adqua s hipteses em que for expressamente exigida pela CFNota: Ada Pellegrini Grinover considera lei complementar como fonte

c) Lei Estadual: contradio Art. 22, I x Art. 24, XI ambos da CF- para Vicente Greco Filho Art. 24, XI CF procedimentos em matria processual seriam procedimentos administrativos de apoio ao processo tais como: procedimento para arquivamento ou desarquivamento dos autos de um processo, para remessa Imprensa Oficial das notcias dos atos processuais que devero ser publicadas por aquele rgo. Da que: a Unio legisla sobre Direito Processual podendo o Estado expedir to somente normas jurdicas suplementares das gerais sobre procedimentos administrativos de apoio ao processo.OBS: Os Juizados Especiais de Pequenas Causas (Art. 24, X, CF)= fica estabelecida competncia concorrente com a Unio para legislar sobre processo, assim, nesta hiptese, a lei estadual fonte do Direito Processual, ressaltando-se, apenas, que a lei estadual de matria processual no pode contrariar as normas gerais editadas pela Unio sobre a mesma matria.

d) Tratados Internacionais: importa observar que estes esto em paridade hierrquica com lei interna e assim sendo, pode ser revogado pela mesma quando posterior e incompatvel com o Tratado.

e) Regimentos Internos dos Tribunais: regem o funcionamento interno dos tribunais, mas podem conter normas processuais (procedimento a ser observado no recurso de embargos de divergncia Art. 546, CPC)

FONTES MATERIAISa) Princpios Gerais de Direito: regras no escritas mas que se encontram em todo o sistema jurdico, informando-o.- o Direito no socorre os que dormem- allegatio et non probatio quasi no allegatio (alegado e no provado como no alegado)

b) Costume: conduta socialmente aceita e que realizada para criar um sensao de obrigatoriedade. H a convico de que no o realizando ou agindo de outra forma, poder ser punido ou sofrer algum prejuzo- costumes secundum legem e praeter legem so considerados fontes- costume contra legem NOEx: Art. 282,VI e Art. 300, ambos do CPC

c) Doutrina: conjunto de lies dos jurisconsultosd) Jurisprudncia: decises reiteradas e num mesmo sentido dos tribunais superiores acerca de uma mesma matria

Obs: Art. 103-A, CF Smula Vinculante fonte formal

NOTA: doutrina = interpretaes divergentes bom Jurisprudncia= interpretaes divergentes ruim. Contraria Princpio da Isonomia.

V POSIO ENCICLOPDICA DO DIREITO PROCESSUAL- ramo do direito pblico porque tem por objeto a atividade jurisdicional estatal dicotomia?VI DIVISO- por critrio meramente didtico, dividimos o direito processual em 03 grandes ramos:a) Processo Civil: estabelece princpios gerais do direito processual e atua nas questes voltadas para a soluo de conflitos de mbito privado (civil, comercial), pblico (constitucional, administrativo, financeiro, tributrio), ou qualquer outro que no tenha regramento especfico RESIDUALb) Processo Penal: rege o jus puniendi estatal, quais sejam, as regras relacionadas aplicao das penas e medidas de segurana aos infratores.c) Processo Trabalhista: relaes trabalhistas

VII PRINCPIOS INFORMATIVOS DO DIREITO PROCESSUAL- PRINCPIOS: so as verdades fundamentais que se colocam na base de uma cincia ou ramo do conhecimento humano com o objetivo de sustentar a validade do que se afirma. Segundo Jos Augusto Rodrigues Pinto so as ideias estruturais do Direito, capazes de sustenta-lo, enquanto sistema, do mesmo modo que as fundaes suportam o peso de um edifcio.A Constituio Federal de 1988 estabeleceu a constitucionalizao do processo e de sua considerao como uma das garantias fundamentais do cidado, incluiu em seu bojo uma srie de princpios basilares da cincia processual.01) Princpio do Devido Processo Legal (Art. 5, LIV, CF). corolrio dos demais princpios. Deve ser entendido como uma garantia ao trinmio vida liberdade propriedade, atravs da qual se assegura que a sociedade s seja submetida a leis razoveis, as quais devem atender aos anseios da sociedade, demonstrando assim sua finalidade social, sendo certo que ningum pode ser privado de sua liberdade ou de seus bens sem que tenha sido submetido a um julgamento prolatado com base no pertinente instrumento estatal previsto em lei para a soluo daquele conflito especfico de interesses.

02) Princpio da Isonomia (Art. 5, caput e inc I, CF) ver tambm Art 125, I, CPC. garantia aos sujeitos da processo que estes ingressaro no mesmo em igualdade de armas, ou seja, em condies equilibradas (par conditio)- tratamento igual para pessoas iguais e tratamento desigual para os desiguais, na medida de suas desigualdades

QUESTO: Art. 188, CPC que garante prazo em qudruplo para contestar em dobro para recorrer para a Fazenda Pblica e para o Ministrio Pblico, ofende o Princpio da Isonomia?

Nota: o inciso I do art.44 da Lei Complementar n 132, de 7 de Outubro de 2009 garante a contagem dos prazos em dobro em favor dos membros da Defensoria Pblica

03) Princpio do Juiz Natural (Art. 5, XXXVII e LIII, CF) imparcialidade. XXXVII= no haver juzo ou tribunal de exceo. LIII= ningum ser processado nem sentenciado seno pela autoridade competentePara melhor entendimento devemos observar que esta garantia possui duas faces:a) Uma ligada ao rgo jurisdicional, ou seja, ao juzo e no propriamente pessoa natural do Juiz: a CF/88 consagra este aspecto (Princpio do Juiz Constitucional) assegurando que os processos tramitem perante juzos cuja competncia constitucional pr-estabelecida em relao ao fato que ser submetido apreciao do Judicirio.b) Ligada diretamente pessoa natural que exerce, no processo, a funo de Juiz. Trata-se da exigncia de imparcialidade, que se no existir retira a legitimidade da deciso proferida.

04) Princpio da Inafastabilidade do Controle Jurisdicional (Art. 5 XXXV, CF)- a lei no excluir da apreciao do Poder Judicirio leso ou ameaa a direito. Fica assegurado a todo aquele que se sentir lesado ou ameaado em seus direitos o acesso aos rgos judiciais, no podendo a lei vedar este acesso.

05) Princpio do Contraditrio (Art. 5, LV, CF)- aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral so assegurados o contraditrio e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes- deve ser entendido sob dois enfoques:a) enfoque jurdico: garantia de cincia bilateral dos fatos e termos do processo com a conseqente possibilidade de manifestao sobre os mesmos.

b) enfoque poltico: assegura a legitimidade do exerccio do poder, o que se consegue pela participao dos interessados na formao do provimento jurisdicional. Legtimo o provimento jurisdicional emanado de um processo em que se tenha assegurado o direito de participao de todos aqueles que, de alguma forma, sero atingidos pelos efeitos do referido provimento.

QUESTO: e as decises proferidas inaudita altera parte?- periculum in mora e fummus boni jris- contraditrio postecipado

06) Princpio das Motivaes das Decises Judiciais (Art. 93, IX, CF)- toda deciso judicial ser motivada, sob pena de nulidade- Por que da exigncia?a) interesse das partesb) interesse pblico

EXCEO Tribunal do Jri

07) Princpio da Publicidade (Art. 5, LX, CF)- a lei s poder restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem- restrio: sigilo votao jri / direito de famlia

08) Princpio do Duplo Grau de Jurisdio (Art. 5, LV, CF) ampla defesa- toda deciso ou sentena judicial est sujeita, como regra, a um reexame por instncia superior, provocada por recurso da parte possivelmente prejudicada com o ato judicial, este procedimento diminui a margem de erro atravs da reanlise por juzes mais experientes, geralmente de maneira colegiada

VIII EFICCIA DA LEI PROCESSUAL NO ESPAO E NO TEMPO01) Eficcia da norma processual no Espao. lei processual brasileira, por ser da competncia da Unio, tem aplicao em todo o territrio nacional. Vigora o Princpio da Territorialidade, Art. 1, CPC e Art. 1, CPP, que esto em correlao com a soberania estatal, ou seja, uma norma processual deve ser elaborada para viger dentro de um determinado espao fsico.

Considera-se espao territorial brasileiro:a) O solo e o sub-solo do DF e de todos os Estados Membrosb) guas territoriais: martimas, fluviais e lacustres. Sendo que as interiores de forma integral e as fronteirias de forma divididac) Plataforma submarinad) Espao areo acima da superfcie terrestre e das guas territoriaise) Os navios e aeronaves de guerra onde quer que se encontremf) Navios mercantes e aeronaves particulares em alto mar e ou no espao areo correspondenteNOTA: as legaes diplomticas (prdios) no integram o territrio brasileiro. Embora inviolveis, o Brasil no exerce soberania sobre tais reas- exceo regra da territorialidade a imunidade diplomtica. Segundo a Conveno de Viena, diplomatas estrangeiros, uma vez cometendo infraes penais no Brasil, estaro imunes jurisdio brasileira. 02) Eficcia da norma processual no Tempo. toda norma tem vida til, ou seja, nasce, vigora por determinado perodo at vir a ser revogada. Assim ocorre com a lei processual.A Lei Processual:. nasce com sua promulgao . passa a viger com a sua publicao no D.O. . torna-se erga omnes Art. 3 LICC , na data da publicao ou no cumprimento da vacatio legisOBS: Lei Complementar 95/1998 estabelece que a lei deve, necessariamente, indicar de forma clara e expressa quando vai entrar em vigor. Pode, a lei, ter vigncia temporria (autorrevogvel), mas a regra que a mesma vigore at que outra lei a revogue. No possui efeito repristinatrioAplica-se a Lei Processual o Princpio Tempus Regit Actum, ou seja, a norma processual entra em vigor imediatamente e tem efeito geral. No entanto, respeita:a) Direito adquirido: aquele que permite gozar dos efeitos de lei no mais em vigor, por j ter sido incorporado ao patrimnio de seu titular.

b) Ato jurdico perfeito: o ato consumado de acordo com a lei vigente ao tempo em que se efetuou. Pressupe: agente capaz, vontade livre, objeto lcito e forma prescrita ou no defesa em lei

c) Coisa julgada: Art. 5, XXXVI, CF e Art. 6, LICC

Obs: Sistema do Isolamento dos Atos Processuais

IX INTERPRETAO DA LEI PROCESSUAL. interpretar a Lei Processual consiste em determinar o seu significado e fixar o seu alcance. Descobrir o que a lei quer, efetivamente, dizer, os casos em que aplicvel.. lei clara dispensa interpretao? NO. Lei somente se torna clara depois de interpretada.MTODOS DE INTERPRETAO- consideraremos cinco mtodos, porm, nenhum suficiente para determinar a vontade da lei, sendo essencial a utilizao de todos. 01) Mtodo Literal Gramatical: interpretao da norma atravs da verificao do sentido literal das palavras e frases. Qualquer interpretao da lei impossvel sem que a mesma seja lida e suas palavras compreendidas. 02) Mtodo Lgico Sistemtico: dispositivos legais no tem existncia isolada, mas inserem-se organicamente em um sistema, que o ordenamento jurdico, em recproca dependncia com as demais regras de direito que o integram.

03) Mtodo Histrico: direito um fenmeno histrico cultural e a norma jurdica somente se revela por inteiro quando colocada na sua perspectiva histrica, com o estudo das vicissitudes sociais de que resultou e das aspiraes a que correspondem.

04) Mtodo Comparativo: ordenamentos jurdicos, alm de enfrentarem problemas idnticos ou anlogos, avizinham-se e se influenciam mutuamente.- Art. 1.102A a 1.102C, todos do CPC Ao Monitria (Direito Italiano)

05) Mtodo Teleolgico: conjunto de especulaes aplicadas noo de finalidade, assim o intrprete deve ter sempre em mente os fins sociais a que a lei se destina assim como o bem comum- entre duas interpretaes razoveis cabveis, o intrprete deve pender para aquela que melhor traduza os anseios da sociedade.

RESULTADOS DA INTERPRETAO DA LEI PROCESSUAL01) Declarativo: lei significa exatamente o que est escrito- Art. 513, CPC da sentena caber apelao

02) Restritivo: a lei diz mais que o seu real significado, tendo um alcance inferior ao que aparenta ter (minus voluit quam dixit)- Art. 564, III, d, CPP em relao ao Art. 572, CPP

03) Extensivo: lei diz menos do que queria, seu alcance maior do que aparenta possuir (dixit minus quam voluit)- Art. 10, CPC outorga uxria- Art. 1723, CC x Art. 226, 3, CF

04) Ab rogante: se d quando o exegeta verifica que a norma que est sendo interpretada no pode ser aplicada (inconstitucional/revogada tacitamente)- Art. 331. 2, CPC -- revoga Art. 451, CPC

X INTEGRAO DA LEI PROCESSAL inegvel que a lei pode apresentar lacunas, omisses, porquanto certo que o legislador no conseguir conceber e regrar todos os eventos da vida. Para determinadas situaes concretas inexistir lei incidente e essa omisso dever ser sanada. A atividade atravs da qual se preenchem as lacunas verificadas na lei, mediante a pesquisa e formulao da regra jurdica pertinente situao concreta no prevista pelo legislador d-se o nome de INTEGRAO. Previso: Art. 126, CPC cc Art. 4, LICC Para suprir: Princpios Gerais de Direito; Costume e ANALOGIA: aplicar a um caso para o qual no exista norma especificamente aplicvel, uma norma jurdica prevista originariamente para um caso semelhante. Ex. Art. 259, VI, CPC valor da causa ao de alimentos x exonerao

XI TRILOGIA ESTRUTURAL DO DIREITO PROCESSUAL- Direito Processual est estruturado sobre trs conceitos fundamentais: JURISDIO, AO E PROCESSO. NOTA: alguns doutrinadores falam em quadrilogia, estabelecendo que a Defesa(jus exceptionis) faria parte dessa estrutura. No entanto, a moderna doutrina reconhece que no h processo sem contraditrio, da que no existe processo sem possibilidade de defesa.

AS FUNES DO ESTADO E A FUNO JURISDICIONAL- o Estado, no exerccio de seu poder soberano, exerce trs funes:a) legislativab) administrativac) jurisdicionalO poder do Estado uno e indivisvel, mas o exerccio desse poder se d atravs das funes acima referidas01) FUNO LEGISLATIVA: atua diante de hipteses consideradas em abstrato- a funo Jurisdicional atua diante de fatos j ocorridos, subsumindo a norma abstrata ao caso concreto.

02) FUNO ADMINISTRATIVA. Estado Administrao parcial posto que interessada no resultado da atividade que exerce.. ato administrativo passvel de revogao ou modificao a qualquer tempo.. prpria do Estado, sempre lhe coube

FUNO JURISDICIONAL. imparcialidade do Estado Juiz. ato jurisdicional sentena, tende a se tornar definitivo, bastando para isso que se esgotem os recursos cabveis. exercida pelo Estado como forma de substituir a atividade dos interessados

JURISDIOI Conceito: uma das funes do Estado, mediante a qual este se substitui, na pessoa de um Juiz, aos titulares dos interesses em conflito, para, imparcialmente, aplicar o direito ao caso concreto, a fim de fornecer uma pacfica soluo ao litgio, reafirmando a autoridade da ordem jurdica e a verticalidade da relao Estado particular.- JURIS = direito- DICTIO = ao de dizer II Caractersticas essenciais da Jurisdio1) INRCIA: em regra, a jurisdio somente exercida se provocada, Estado-Juiz somente atua se provocada (ne procedat iudex ex officio Juiz no procede de ofcio) regra geral conhecida como Princpio do Demanda ou Princpio da Inrcia Art. 2, CPCExceo: Art. 989, CPC (abertura de inventrio)

2) SUBSTITUTIVIDADE: o Estado, ao exercer a funo jurisdicional, est praticando uma atividade que anteriormente no lhe cabia, a defesa de interesses juridicamente relevantes. Ao agir assim, est substituindo a vontade das partes, impedindo a justia privada (autotutela).

3) NATUREZA DECLARATRIA: o Estado, ao exercer a funo jurisdicional, no cria direitos subjetivos, mas to somente reconhece direitos pr existentesEx: usucapio; inventrio e partilha; direito de punir do Estado; reclamao trabalhista.

4) ATIVIDADE INDECLINVEL: Juiz no pode se furtar a exercer a Jurisdio

5) LIDE: conflito de interesses caracterizado por uma pretenso resistida

- Minoria: lide elemento acidental do exerccio da jurisdio que poder ocorrer mesmo que no haja nenhuma lide a ser compostaEx1: processo penal em que o MP pede a absolvio do ru no h lideEx2: ao monitria em que o demandado, ao receber o mandado de pagamento, cumpre sua obrigao no prazo legal no houve lide

III Escopos (fim, propsito) da Jurisdio: so 031) SOCIAIS: pacificar com justia Realizar o bem comum Educar a sociedade (possibilidade de sano)

2) JURDICO: aplicao da vontade concreta da lei

3) POLTICO: afirmao do poder estatal Tutela das garantias pblicas

IV Princpios prprios da Jurisdio

1) INVESTIDURA: jurisdio s pode ser exercida por quem tenha sido regularmente investido na autoridade de Juiz.

2) INDELEGABILIDADE: vedado a qualquer poder delegar atribuies. A CF/88 fixou as atribuies do Poder Judicirio e estas no podem ser delegadas.Obs: Conveno de Arbitragem Lei 9.307/96

3) INEVITABILIDADE: a jurisdio impe-se independentemente da vontade das partes, que a ela devem sujeitar-se.4) ADERNCIA AO TERRITRIO: cada magistrado exerce a sua atividade jurisdicional, dentro do territrio nacional, nos limites de sua competncia.

5) INAFASTABILIDADE (j estudado)6) JUIZ NATURAL (j estudado)

V Espcies de Jurisdio1) Qto. a pretenso. civil: comercial, administrativo, constitucional, tributrio, etc.... penal: pretenso punitiva geralmenteNOTA: HC e Reviso Criminal

2) Qto. ao grau:. inferior: exercida pelo primeiro rgo a conhecer da causa 1 grau de jurisdio. superior: conhece da causa em grau de recurso 2 grau de jurisdio (competncia recursal)OBS: Instncia: termo ligado a organizao judiciria, sendo certo que no judicirio existem rgos hierarquicamente inferiores (1 instncia) e rgos superiores (2 instncia)- Grau de Jurisdio: geralmente 1 grau de jurisdio coincide com 1 instncia assim como o 2 grau de jurisdio com 2 instncia, PORM, no so sinnimos

3) Qto. ao rgo:. especial: militar, eleitoral e trabalhista. comum: julgam pretenses de quaisquer natureza, EXCETO as submetidas s Justias Especiais, portanto, civil e penal

4) Qto. a forma:. Contenciosa: a atividade inerente ao Poder Judicirio, com o Estado-Juiz atuando substitutivamente s partes na soluo dos conflitos, mediante o proferimento de sentena de mrito que aplique o direito ao caso concreto.

. Voluntria: administrao pblica, exercida pelo Poder Judicirio, de interesses privadosEx divrcio consensual onde existem incapazes

JURISDIO VOLUNTRIA generalidades. no raro, negcios jurdicos demandam, como requisito formal, a participao de autoridades pblicas para atingirem validade. Legislador, por vezes, opta por demandar a participao do Juiz de Direito como requisito formal essencial de validade ao negcio jurdico

Teoria Clssica (majoritria)a) Jurisdio voluntria no jurisdio por no ser destinada a compor lidesb) No ser substitutivac) No ter natureza declaratria, mas constitutiva (cria novas situaes jurdicas)d) Provimentos emitidos pelo Estado no alcanariam autoridade de coisa julgadae) H mero procedimento e no processof) H interessados e no partesQUADRO COMPARATIVOCONTENCIOSA VOLUNTRIA- lide - acordo de vontades- partes - interessados- sentena de mrito - homologao- funo jurisdicional - atribuio administrativa

Teoria Revisionista: jurisdio voluntria caso de jurisdioa) Lide elemento acidental > existem hipteses de jurisdio contenciosa em que inexiste lideb) Existe substitutividade uma vez que a lei impede que os titulares dos interesses na jurisdio voluntria possam livremente negoci-los, devendo o Juiz exercer uma atividade que originariamente no lhe cabiac) Natureza constitutiva > atua sobre direitos pr- existentesd) Existe parte pois quem prope a demanda o autore) No alcanada pela coisa julgada > sentena cautelar tambm no, e no lhe pode negar natureza jurisdicionalf) Art. 1, CPC lei afirma que jurisdio voluntria jurisdio

VI COMPETNCIASabemos que uma das funes que caracteriza a soberania do Estado a jurisdio e o seu objetivo o de fazer valer a ordem jurdica na composio dos conflitos no mbito de validade e de impositividade do ordenamento jurdico de um pas. Decorre da o princpio da unidade da jurisdio e por isso se diz que ela uma. Porm, o seu exerccio se reparte entre todos os rgos que integram o Poder Judicirio. Assim, COMPETNCIA precisamente o conjunto de atribuies cometido a um rgo judicirio para que este decida as causas que lhe couber no exerccio da funo jurisdicional.- conjunto de limites dentro dos quais cada rgo do Judicirio pode exercer legitimamente a funo jurisdicional. Fora desse limite pr estabelecido o exerccio da funo jurisdicional ser ilegtimo (juzo incompetente). A competncia limita a jurisdio e funciona como medida dela, sendo que todo Juiz tem jurisdio, mas somente ser competente para conhecer da lide aquele a quem a lei atribuir poder para tal, decorrendo da sua legitimidade.Determinao da Competnciaa) Constituio Federal/88: STF Art. 102 STJ Art. 105 TRF Art.108 TRE Art. 121 Juzes Federais Art. 109 Justia do Trabalho Art. 114

b) Leis Federais de Processo: CPC< CPP e CPPMilitar (Art. 124, CF)c) Leis de Organizao Judiciria locais

Classificao da CompetnciaO Estado exerce a jurisdio dentro dos limites de seu territrio, pois, na ordem internacional, outras soberanias tambm a exercem sobre os seus interesses e dentro do espao fsico onde se reconhece validade ao seu ordenamento jurdico. Isso significa que os Estados tem interesse em limitar o prprio espao de atuao para facilitar a convivncia internacional, respeitar outras ordens jurdicas e no ver contestado o exerccio de sua prpria jurisdio.- Estado = funo jurisdicional + f legislativa + f administrativa compem estrutura democrtica de exerccio dos poderes inerentes soberania. Cada Estado, no contexto internacional, detentor de soberania, razo pela qual a jurisdio, como expresso do poder dela decorrente, encontra barreira natural nas jurisdies dos demais Estados. Em razo disso, h regras que disciplinam a necessidade de convivncia da atividade jurisdicional de um Estado diante de atividade da mesma ndole nos demais Estados.O Legislador brasileiro criou um sistema de normas para disciplinar esta matria, estabelecendo limites da jurisdio estrangeira em face da jurisdio nacional; definiu tambm hipteses em que somente se admitem decises proferidas por juzos nacionaisTemos ento:- competncia internacional ou externa e Competncia Interna

COMPETNCIA INTERNACIONAL- encontra-se definida, primeiramente, no Art. 12 LICC e o CPC reproduz e alarga essa norma. Temos, ento:1) Competncia Internacional Exclusiva Art. 89, CPC. estabelece algumas aes em que o Poder Judicirio brasileiro o nico competente para conhecer e julgar. Segundo esta regra, o Juiz brasileiro estar habilitado ao exerccio da jurisdio, com EXCLUSO de qualquer outro, para julgar:a) Aes que digam respeito a imveis situados no territrio brasileirob) Para proceder a inventrio e partilha de bens que estejam localizados no Brasil, mesmo que o falecido seja estrangeiro e tenha residido fora do territrio nacional

OBS: no Brasil, no se reconhece sentena acerca destas matrias proferida por Juiz estrangeiro

2) Competncia Internacional Concorrente Art. 88, CPC- casos em que no houve a excluso do Juiz estrangeiro, tanto podendo, pois, ser instaurada ao a respeito desses casos perante Juiz brasileiro quanto diante de Juiz estrangeiro a) Aes em que o ru, independentemente de sua nacionalidade, tenha domiclio n Brasil c) Obrigao que deva ser cumprida no Brasild) Aes decorrentes de fatos praticados no Brasil

OBS: Art. 90, CPC estabelece que no gera litispendncia (duas aes diferentes acerca de uma mesma relao jurdica), certa ao pode estar em curso em pas estrangeiro, nos casos acima elencados, e tambm ser intentada perante autoridade judiciria brasileira, tendo validade a sentena que transitar em julgado em primeiro lugar.

Competncia Internacional com relao a Leis Penais- aplica-se o Princpio da Extraterritorialidade. O Art. 7 CP traz a relao de crimes que, embora cometidos no exterior, ficam sujeitos lei brasileira. So os seguintes: I Incondicionada- crimes praticados contra o Presidente da Repblica e o patrimnio das pessoas jurdicas de direito pblico, punindo-se e agente na forma da lei brasileira, ainda que julgado no exterior Unio, DF, Estado, Territrio ou Municpio.- genocdio (crime contra a humanidade/acabar com etnia)- contra a administrao pblica, por quem est a seu servio>> agente ser punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiroNOTA: se condenado, pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas ou nela computada, quando idnticas

II Condicionada: os crimes- que por tratado ou convenes o Brasil se obrigou a reprimir- praticados por brasileiro- praticados em aeronaves ou embarcaes brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quanto em territrio estrangeiro e a no sejam julgados

CONDIES:a) Entrar o agente em territrio nacionalb) Ser o fato punvel tambm no pas em que foi praticadoc) Estar o crime includo entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza extradiod) No ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou no ter a cumprido a penae) No ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, no estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorvel

COMPETNCIA INTERNA- a competncia interna divide as atribuies inerentes jurisdio entre todos os rgos do Poder Judicirio.A competncia fixada no momento da propositura da ao, pelas regras vigentes nesta data, pouco importando alteraes de fato ou de direito supervenientes Princpio da Perpetuatio Jurisdictionis (Art. 87, CPC)EXCEES: - supresso do rgo judicirio originalmente competente - Alterao em razo da matria ou da hierarquia

Para se fixar competncia interna utilizamos trs critrios:

01) Critrio Objetivoa) Competncia em razo do Valor da Causa: com base no valor da causa, as normas de organizao judiciria podero atribuir competncia para rgos distintos

b) Competncia em razo da Pessoa: leva em considerao a funo exercida pela pessoa

c) Competncia em razo da Matria: determinada a partir da natureza da relao jurdica de direito material discutida no processo

REGRA GERAL: organizao judiciria estabelece

02) Critrio Funcional: aquela que divide as atribuies entre os vrios juzes que, eventualmente, atuaro no mesmo processoa) Competncia funcional pode ser dividida no mesmo grau de jurisdio: mais de um Juiz pode atuar para o correto desenvolvimento do feito.b) Competncia funcional pode ser dividida com graus superiores de jurisdio (diversos rgos): competncia originria e recursal para um mesmo processo, cabendo a cada um deles o exerccio de um grau de jurisdio.

03) Critrio Territorial: atribuio da competncia se faz em razo de aspectos ligados, exclusivamente, posio geogrfica. Por este critrio se pretende aproximar o Estado Juiz dos fatos ligados pretenso manifestada pelo autor.

Todo exerccio de jurisdio deve aderir a um territrio (Princpio da Aderncia da Jurisdio). Foro a delimitao territorial onde o Juiz exerce sua atividade, sendo esse local chamado de Comarca (justia estadual), ou seo judiciria (justia federal). O CPC disciplina a competncia territorial, ou de foro, nos Arts. 94 a 100, e pela sistematizao da matria, possvel falar na existncia de um foro geral ou comum e em foros especiais.

a) Foro Geral ou Comum : aquele que se aplica a todo caso de definio de competncia, salvo quando a lei fixar foro especial- no processo civil = foro comum o do domiclio do ru Art. 94, CPC- no processo trabalhista = fora da prestao de servios ao empregador - Art. 651, CLT- no processo penal = lugar de consumao do delito Art. 70, CPP

b) Foros Especiais Arts. 95 a 100, CPC. aquele definido em lei com o objetivo de oferecer proteo a um determinado bem ou valor considerado de relevncia ou interesse social.- conforme a natureza do direito versado nos autos- qualidade especial da parte (ratione personae)- a situao da coisa (ratione loci)- local de cumprimento da obrigao ou da prtico do ilcito

- Art. 95, 1 parte, CPC: aes fundadas em direito real sobre imveis, competente o foro da situao da coisa (frum rei sitae) COMPETNCIA ABSOLUTAExs: direito de propriedade, vizinhana, servido, posse, diviso e demarcao de terras e nunciao de obra nova

- Art. 95, 2 parte,CPC: aes fundadas em direito pessoal sobre imveis, foro ser o do domiclio do ru ou de eleio COMPETNCIA RELATIVAExs: despejo, usufruto, resciso ou anulao do compromisso de compra e venda

- Art. 100, CPC foros privilegiados. inc I: separao dos cnjuges e a converso desta em divrcio, e para a anulao de casamento, competente o foro do domiclio da mulherDiscute-se a compatibilidade da norma e o vigente ordenamento constitucional que probe a criao, por norma infraconstitucional, de qualquer privilgio em razo de sexo.. QUESTO: aes de divrcio e de reconhecimento ou de dissoluo da unio estvel, cabe a regra? A regra inconstitucional?

. inc. II: na ao em que se pedem alimentos, o foro competente ser o do alimentando razo hipossuficinciaOBS: ao hbrida = permanece a regra (investigao de paternidade cumulada com alimentos) Smula 01 STJ

INCOMPETNCIA ABSOLUTA E RELATIVA. entre os critrios de fixao da competncia interna, alguns h que so criados em razo de interesse pblico, e outros h que a lei prev com o fim de proteger precipuamente interesses particulares>> em razo do interesse pblico: critrios absolutos de fixao da competncia

>> em razo do interesse privado: critrios relativos de fixao da competncia

a) Critrios absolutos: competncia em razo da matria Competncia funcional

b) Critrios relativos: competncia em razo do valor da causa Competncia territorial (exceo Art. 95, 1 parte, CPC)

OBS: desrespeitado qualquer dos critrios de fixao da competncia interna, estaremos diante de juzo incompetente

Exemplo1: - sendo o ru domiciliado em So Paulo, a ao proposta em Campinas ao proposta perante juzo incompetente em razo do territrio, INCOMPETNCIA RELATIVA

Exemplo 2: ao de alimentos proposta diante de vara criminal, ao proposta diante de juzo incompetente em razo da matria INCOMPETNCIA ABSOLUTA

NOTA: Por que importante diferenci-las?

a) Incompetncia relativa = admite prorrogaob) Incompetncia absoluta = NO admite prorrogaoOBS: prorrogar competncia tornar competente um juzo originalmente incompetente

CAUSAS DE MODIFICAO DE COMPETNCIA (prorrogao). somente critrios relativos podem ser modificados, os absolutos jamais j que tem por fim proteger interesses pblicos.

I CONEXO Art. 103, CPC. quando a causa de pedir ou o pedido de duas (ou mais) demandas so comunsExemplo: Caio prope ao em face da S/A MUSTER para anulao de uma deliberao tomada na assemblia X. Tcio prope ao em face da mesma S/A para anular a mesma deliberao da assemblia X- as demandas de Caio e Tcio so conexas

- Arts. 105 e 106, ambos do CPC: sendo conexas duas ou mais demandas ajuizadas perante juzos diferentes, podero ser reunidas para julgamento conjunto pelo juzo prevento PREVENO vis atractiva atrai as demais aes

Situaes:1) Juzos de mesma competncia territorial: provento o juzo onde se proferiu o primeiro despacho liminar positivo (Art. 106, CPC) ordena que o ru seja citado cite-se2) Juzos de diferente competncia territorial: prevento ser o juzo onde se realizou a primeira citao vlida

POLMICA : Art. 105, CPC diz que o Juiz PODE reunir as demandas conexas. Essa reunio obrigatria ou no?. primeira corrente = mera faculdade do Juiz, no sempre obrigatria, cabendo anlise de convenincia da reunio (economia processual; se o conjunto probatrio for comum s demandas)- Smula 235 STJ- processos em diferentes estgios de desenvolvimento

. segunda corrente: obrigatrio para evitar risco de decises contraditrias

II CONTINNCIA Art. 104, CPC ( uma espcie qualificada de Conexo). quando for comum as partes e a causa de pedir, exigindo-se, ainda, que o pedido formulado em uma delas seja mais amplo que o formulado na outra, devendo este estar contido naquele.Exemplo: Caio ajuza demanda em face de Tcio Caio pleiteia declarao de existncia de dvida do r no valor de R$10.00 Origem da dvida = contrato de mtuo (processo pendente)

Caio ajuza outra ao em face de Tcio (mesma partes) Tem por base o mesmo contrato de mtuo (mesma causa de pedir) Pede condenao de Tcio ao pagamento de R$10.000 (pedido diferente mas contm o de declarao da existncia da dvida)

- h entre as duas demandas Continncia- consequncias e forma de fixao: iguais as adotadas para Conexo

III VONTADE DAS PARTES. podem eleger, por via contratual, o foro que ser competente para os processos de que sejam partes foro de eleio (comum em cartes de crdito; locao de imveis; prestao de servios; etc...)

IV INRCIA. ao proposta perante juzo relativamente incompetente, deve o r u oferecer exceo de incompetncia dentro do prazo que o demandado possui para a contestao no o fazendo, a competncia ser prorrogada.

DECLARAO DE INCOMPETNCIA

1) DECLARAO DE INCOMPETNCIA ABSOLUTA Art. 113. CPC. no preclui, vcio insanvel. pode ser argida depois de se ter formado a coisa julgada at 02 anos (ao rescisria). pode ser de oficio ou a requerimento das partes, podendo ser alegada a qualquer tempo ou grau de jurisdio por mera petio nos autosOBS: Art. 113, 1, CPC: dispe que no sendo argida a incompetncia absoluta no contestao ou na primeira oportunidade em que couber a parte falar nos autos, responder a mesma, integralmente, pelas custas do retardamento do processo ainda que vencedora no final. O 2 estabelece que, uma vez declarada a incompetncia absoluta, os autos seguiro para o juzo competente, sendo certo que OS ATOS DECISRIOS SER NULOS, OS DEMAIS PERMANECEM VLIDOS.Ex: ao de alimentos ajuizada na vara cvel (inc. absoluta matria)- deciso que fixar os alimentos provisrios= NULA- citao do demandado= VLIDA

2) DECLARAO DE INCOMPETNCIA RELATIVA Art. 111, 2 parte, CPC). gerada por vcio menos grave, sanvel. no pode ser declarada de ofcio. no pode ser argida pelas partes a qualquer tempo, devendo ser provocada atravs da exceo (Arts. 304 a 311, CPC). prazo o da contestao 15 dias. no argida, prorroga-se a competncia, vcio considerado sanadoOBS: declarada a incompetncia relativa, os autos seguiro para o juzo competente, porm, todos os atos praticados no processo sero vlidos

AO

Examinado o fenmeno do Estado que fornece o servio jurisdicional, mister analisar a pessoa que pede esse servio estatal direito de ao. Vedada, em princpio, a autotutela e limitadas a autocomposio e a arbitragem, o Estado moderno reservou para si o exerccio da funo jurisdicional, cabendo-lhe, pois, solucionar os conflitos e controvrsias surgidos na sociedade. Mas a jurisdio inerte, necessitando que o titular de uma posio jurdica de vantagem a provoque e assim fazendo, o sujeito do interesse estar exercendo um direito que a ao

I Conceito- o direito ao exerccio da atividade jurisdicional (Ada Pellegrini Grinover). o direito de invocar o exerccio da funo jurisdicional

II Natureza Jurdica- um direito subjetivo de pedir ao Estado a prestao de sua atividade jurisdicional num caso concreto

III Elementos Identificadores- ao se individualiza e se identifica por seus elementos. Quem age formula uma pretenso quanto a um bem da vida em relao a outrem, pedindo ao Estado, a quem a justifica, uma providncia jurisdicional que a tutele.

1) Partes: pessoas fsicas ou jurdicas que vm para o processo com a finalidade de obter um provimento jurisdicional que reconhea a prevalncia de seus prprios interesses. So autor e ru (personae); ao pressupe 02 sujeitos = ativo e passivo.

2) Causa de Pedir. quem invoca uma providncia jurisdicional quanto a um bem pretendido, cumpre dizer no que se funda o seu pedido- Art. 282, III, CPC > insta ao autor expor na inicial os fatos e os fundamentos jurdicos do pedido. Assim, a lei pede:>> causa prxima: fundamentos jurdicos (natureza do direito)>> causa remota: fato gerador do direito (levados ao conhecimento do Juiz narra-me os fatos e te darei o direito)Ex1: pedido de pagamento de dvida - prxima: ato ou contrato- remota: dvida venceu e no foi paga

Ex2: calnia - prxima: indenizao por dano moral - remota: ataque honra ntima

3) Objeto da Ao. ncleo da petio inicial, o pedido do autor , ou seja, resultado prtico (vantagem no plano dos fatos) que o autor pretende obter com a demanda judicial. ele que limita a atividade jurisdicional do Juiz.

a) Pedido Imediato: consiste na providncia jurisdicional solicitadaEx: sentena condenatria: declaratria: constitutiva; etc.

b) Pedido Mediato: a utilidade que se quer alcanar pela sentena, ou providncia jurisdicional, isto , o bem material ou imaterial pretendido pelo autorEx: recebimento de um crdito: entrega de uma coisa mvel ou imvel; prestao de um servio; etc.

NOTA: aes meramente declaratrias: pedido imediato e mediato se confundem porque na declarao da existncia ou no do direito alegado se esgota a pretenso e a finalidade da ao

NOTA: faltou elementos identificadores: provoca indeferimento liminar da petio inicial por INPCIA Arts. 284 e 285, CPC

Esses elementos que identificam a ao, servem para isol-la e distingu-la das demais aes j propostas, das que venham a s-lo ou de qualquer outra que se possa imaginar.

- lei exige clara identificao logo na pea inicial:a) petio cvel: Art. 282, incs. II, III e IV, CPCb) petio trabalhista: Art. 840, 1, CLTc) petio criminal: Art. 41, CPP

OBS: Art. 301, 2, CPC uma ao idntica a outra quanto tem as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido- eadem personae- eadem causa petendi- eadem petitum

IV Condies da Ao. so requisitos que este deve preencher para que se profira uma deciso de mrito1) Possibilidade Jurdica do Pedido. o direito de ao pressupe que o seu exerccio visa obteno de uma providncia jurisdicional sobre uma pretenso tutelada pelo direito objetivo. a condio que diz respeito viabilidade em abstrato do pedido em face do ordenamento jurdico, seja porque nele previsto ou no vedado, est visto, pois, que para o exerccio do direito de ao a pretenso formulada pelo autor dever ser de natureza a poder ser reconhecida em juzoEx: pedido de providncia jurisdicional que condene o ru a pagar uma dvida de jogo Ao penal movida em casos de crime impossvel

2) Interesse de Agir. a condio que decorre da necessidade de se obter do Estado um pronunciamento jurisdicional para a proteo de um bem da vida. O interesse de agir, ou interesse processual, torna-se manifesto quando reunir 02 requisitos:a) Necessidade: se configura quando a pretenso no puder ser satisfeita sem a interveno estatal devido a resistncia da parte contrria ou porque a lei exige provimento jurisdicional anterior- aes cveis de carter constitutivo- ao penal: sano pressupe deciso condenatria

b) Adequao: deve traduzir a relao necessria entre o conflito submetido apreciao do Juiz e deciso pleiteada, ou seja, preciso que o demandante tenha ido juzo em busca de provimento adequado para a tutela do direito alegado por ele na petio inicial, valendo-se da via processual adequada

3) Legitimidade para a Causa (legitimatio ad causam) qualidade para agir. o autor dever ser o titular do interesse que se contm na sua pretenso com relao ao ru. a condio daquele que titular do direito pleiteado (legitimidade ativa) ou daquele que deve responder pelo mesmo (legitimidade passiva).

>> Legitimao Ordinria: posto que os titulares dos interesses em conflito pedem em juzo Art. 6, 1 parte