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RUBENS MELLO Apostila de Técnica e Expressão Vocal 1

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DESCOBRINDO AS FERRAMENTAS QUE UTILIZAMOS NO CANTO E EXERCICIOS PARA RECUPERAÇÃO DA VOZ CANSADA

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Page 1: Apostila Técnica Vocal

RUBENS MELLO

Apostila de Técnica e Expressão Vocal 1

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TÉCNICA E EXPRESSÃO VOCAL

CANTOR

Personalidade criadora. Ele projeta e cria uma obra de arte através da voz e, ao mesmo tempo é essa obra de arte. Neste processo a integração ‘corpo - voz‘ é um dos parâmetros básicos para se expressar o equilíbrio emocional e expressivo. Corpo e voz devem conter a mesma intenção.

Levando em conta as informações e o compromisso do profissional da voz com seus ouvintes cabe a ele a responsabilidade de apresentar um produto de qualidade, para isso, o aquecimento é fundamental.

O primeiro passo é a boa postura pois devemos levar em consideração os músculos envolvidos como os da cintura escapular, face, peito e costas, pois deles resultam a qualidade vocal (boa ou ruim).

RESGATANDO A ORIGEM

Na bíblia encontra-se a primeira manifestação de linguagem e voz – Deus disse: “Faça-se a luz” e a luz foi feita (cap. Inicial do Gênesis).

No velho Egito, segundo antiga crença, dando um forte grito, o deus Tot criou o Mundo e do som de sua voz saíram quatro deuses que ordenaram o Universo.

O homem primitivo aos poucos foi descobrindo que os sons expressam sentimentos, atribuíam a voz um poder sobrenatural, mágico, de comunicação com espíritos, de cura e alcance a todos os desejos. E a palavra se desenvolveu através de símbolos lingüísticos frente a necessidade de comunicação.

Na antigüidade os grandes filósofos já se interessavam pela manifestação de linguagem e deixaram registrado verdadeiras obras primas sobre oratória (Aristóteles – A Retórica -; Cícero – De Oratore -).

J.L. Barrault (1949), NO SEU LIVRO Réflexions sur le Théâtre, compara a vóz do ator a uma orquestra:

“O cantor, nas suas mudanças de voz, faz vibrar alternadamente seusinstrumentos de corda, suas madeiras, seus metais e mesmo sua percussão.”

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RECONHECENDO DIFERENÇAS DO MUNDO EXPRESSIVO

Linguagem: é abstrata, indomável, constituinte do conhecimento individual e coletivo. Ela é expressa sonoramente pela fala e voz, através de signos lingüísticos comuns.

“A Linguagem é o Mundo que cada um conhece, como o conhece!”

Edmée B.S. Mello

Fala: é o som articulado, real e coordenado por um sujeito imerso numa comunidade lingüística.

“A fala consiste numa relação simbólica entre todos os elementos de nossa experiência e apenas alguns sons da voz humana”

Edmée B.S. Mello

Voz: é o som produzido pelas cordas vocais, que estão localizadas dentro de um tubo chamado laringe.

“As forças emocionais manifestam-se nas dimensões e na qualidade da voz, nas entonações e nos ritmos.

Edmée B.S. Mello

IMPORTANTE

O cantor sabe muito pouco sobre os processos anatomofisiológicos da fala e voz. É muito importante fornecer a ele noções de como funciona seu aparelho fonador e do que depende seu funcionamento. Desta forma ele terá condições favoráveis para sentir, perceber, e manter equilibrada sua dinâmica fonatória de forma consciente!

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Page 4: Apostila Técnica Vocal

COMO SÃO PRODUZIDAS VÓZ E FALA? DO QUE DEPENDEM?

Respiração Vocalização Ressonância Articulação

O APARELHO FONOARTICULATÓRIO

LARINGE FARINGE CAVIDADE BUCAL:LÍNGUA, LÁBIOS, DENTES,PALATO MOLE E DURO,

MANDIBULA CAVIDADE NASAL

O Aparelho Fonoarticulatório é o conjunto de cavidades e estruturas que participam diretamente da produção sonora: tem como limite inferior a região glótica e como limite superior os lábios e/ ou narinas. Se retificarmos (alinharmos) o trato vocal, criaremos um cilindro de aproximadamente 17 cm de comprimento e 4 de diâmetro.

Fontes sonoras: glótica (som laríngeo) e friccionais (som dos articuladores)

A teoria mais aceita para descrever a dinâmica da fonação é a mio-elástica-aerodinamica de Van den Berg (1958), que apresenta a fonação como o inter-relacionamento da respiração e das forças elásticas dos tecidos musculares da laringe. O equilíbrio entre estas forças caracteriza uma boa qualidade vocal.

Conhecendo melhor o trato vocal, reconhecendo alguns cuidados

Laringe: É um tubo vertical com luz que faz parte do Aparelho Respiratório, localizado nos pescoço, tem função primaria de proteger as vias aéreas inferiores (ação esfinctriana), É na laringe que se localizam as pregas vocais, que é um músculo recoberto por uma mucosa, responsável pela produção do som. A laringe tem mobilidade e, para que esteja melhor posicionada e tenha melhor flexibilidade, a cabeça deve estar num ângulo de 90º.

Faringe: É um tubo vertical que está localizado atrás da laringe e faz parte do Aparelho Respiratório e Digestivo, se divide em 3 porções: rinofaringe – orofaringe – hipofaringe. É uma caixa de ressonância importante.

Lábios: porta de entrada e saída da cavidade oral, precisa ter tônus e mobilidade adequados, para ser um bom articulador.

Língua: Está diretamente conectada a faringe, necessita de postura, tônus e mobilidade adequados para funcionar bem. Quando marcada no seu rebordo pode significar tensões.

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Dentes: Importantes na mastigação e articulação. Eventuais falhas e má oclusão (também associados a tensões musculares) podem prejudicar o equilíbrio buco-facial.

Palato Duro e Mole: Dividem a cavidade oral da nasal, evitam refluxos nasais durante deglutição (engolir) e equilibram a ressonância dos sons da língua.

Mandíbula: Responsável pela abertura e fechamento da boca, necessita de movimentação livre, principalmente pela abertura e fechamento da boca, necessita de movimentação no eixo vertical, o que proporciona maior projeção sonora, evitando desgastes.

Cavidade Nasal: Faz parte do Aparelho respiratório, necessita de boa ventilação para realizar suas funções de aquecer, filtrar e umedecer o ar, funcionando também como caixa de ressonância.

Sistema de Ressonância: É o conjunto de elementos do aparelho fonador que guardam íntima relação entre si, visando à modelagem e a projeção do som no espaço. A ressonância consiste no reforço da intensidade de sons de determinadas freqüências e no amortecimento de outras. É preciso existir um equilíbrio ressonantal, a isto confere uma emissão, um caráter de ajustamento perfeito, qualidade sonora difusa, exteriorização melhor das emoções, sem concentração excessiva de energia em nenhuma região do aparelho fonador.

Caixas de Ressonâncias Intrínsecas: Pulmões, laringe, faringe, cavidade oral, cavidade nasal e seios paranasais.

Caixas de Ressonâncias Extrínsecas: diversos ambientes onde falamos, funcionam como ressoadores de nossas vozes e falas.

Esse sistema pode ser infinitamente modificado, de modo extremamente flexível, durante a fala. Isto é responsável muitas vezes pelas características estéticas de uma voz, embelezando-a ou não, tornando-a agradável ou não. Então a ressonância é uma “carta escondida” na manga do cantor e deve ser explorada ao máximo, afim de se atingir resultados satisfatórios no palco e na vida!

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A RESPIRAÇÃO LARINGE e FARINGE

Laringe vista de frente e de perfil

A laringe é um curto canal que se encontra no pescoço adiante do esôfago. O seu comprimento no adulto é de 4 a 5 centímetros. Começa ela em cima na faringe e é continuada embaixo pela traquéia. A função da laringe não é só aquela de dar passagem ao ar que se dirige aos pulmões ou que deles sai, mas também aquela de emitir a voz. É ela, portanto, o órgão da "fonação". Tal tarefa é desempenhada pelas cordas vocais que se acham no interior do canal laríngeo. As cordas vocais são constituídas por duas pregas músculo-membranosas, de forma prismática, dispostas, horizontalmente, de diante para trás, e que fecham em parte o canal laríngeo. O ar que sai dos pulmões, passando pela laringe, as faz vibrar. Conforme as cordas vocais estão mais ou menos tensas, os sons que elas produzem são mais ou menos agudos.'Dentro das cordas vocais há, na verdade, um músculo muito delgado, chamado tíreo-aritenóideo: a tensão desse músculo é regulável pela nossa vontade, que transmite as necessárias ordens ao nervo laríngeo inferior.. e este, por sua vez, faz contrair ou relaxar o músculo. Em conseqüência, a fenda glótica, isto é, o espaço compreendido entre os bordos das cordas vocais, se alarga ou se restringe segundo o caso. É evidente então que o ar que passa pela glote provoca vibrações de intensidade diversa, a cada uma das quais corresponde uma nota musical ou um som elementar. O timbre da voz depende essencialmente da forma

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da própria laringe e pode variar na dependência das diversificações que afetam este órgão. No homem, antes da puberdade, o canal laríngeo tem uma secção redonda e a voz é ainda de soprano; depois do desenvolvimento sexual, a faringe muda de forma, a sua secção torna-se elíptica, e o timbre da voz se torna mais grave. Na mulher, ao contrário, a laringe não muda de aspecto e a voz feminina fica geralmente mais aguda e mais metálica do que a do homem.

A laringe é formada essencialmente por cartilagens, que são: a cartilagem tireóide, adiante: a cartilagem cricóide, embaixo; e as duas cartilagens aritenóides, dos lados. A maior dessas cartilagens é a cartilagem tireóide (que não deve ser confundida com a glândula tireóide, com a qual, na verdade, se acha em contato). A cartilagem tireóide forma na frente uma saliência, particularmente perceptível nos indivíduos adultos do sexo masculino: é isso o que vulgarmente se chama "pomo de Adão".Na abertura superior da laringe encontra-se uma pequena formação, também essa cartilaginosa, a epiglote, que pode abater-se sobre a laringe fechando-a inteiramente. Isto tem lugar automaticamente durante a deglutição. Graças à epiglote, o alimento engolido não entra nas vias respiratórias mas vai ter ao esôfago. Apenas realizado o ato da deglutição, a epiglote se levanta imediatamente de modo que a laringe possa de novo dar passagem ao ar. Na verdade, quando uma pessoa respira não pode engolir e quando engole não pode respirar.A laringe é formada por músculos: uns, ditos extrínsecos a movem no seu todo; outros, ditos intrínsecos fazem mover as diferentes cartilagens. Músculos e cartilagens constituem o arcabouço da laringe, cujo volume varia com o sexo e a idade. No seu interior, é ela forrada por uma mucosa que se segue à boca, concorrendo assim para a articulação das palavras.É o órgão da fonação.

Utiliza o ar expirado para produzir a voz, já que nela se encontram as cordas vocais. Intervém no processo da tosse, fechando as vias aéreas de maneira a produzir a pressão necessária para gerar a tosse, depois se abre e permite a libertação do ar de forma brusca (tosse), que limpa as vias do muco e das partículas estranhas.

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Imagens laringoscópicas da laringe. A)-Glote na posição de repouso; B) Glote durante a atividade. 1)-Glote; 2)-Cordas vocais; 3)-Epiglote; 4)-Comissura anterior; 5)-Cartilagens aritenóides; 6)-Comissura posterior.

FARINGE

Aqui se cruzam os condutos dos aparatos digestivo e respiratório. Os alimentos passam da faringe ao esôfago e depois ao estômago.O ar passa para a laringe e a traquéia. Para evitar que os alimentos penetrem nas vias respiratórias, uma válvula chamada epiglote se fecha, mediante um ato reflexivo na parte superior da laringe.

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A RESPIRAÇÃO LARINGE II

É uma estrutura alongada de forma irregular que conecta a faringe com a traquéia. Tem um esqueleto formado por diversas peças cartilaginosas e elásticas, unidas por tecido conjuntivo fibroelástico. Seu contorno se percebe desde fora pelo que se chama a "noz" ou "pomo-de-adão"; contém as cordas vocais, pregas de epitélio que vibram ao passar o ar entre elas, produzindo o som.

CAVIDADE BUCAL

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Localizada na parte inicial do sistema digestivo, apresenta um formato oval no seu diâmetro antero-posterior (corte sagital médio). É dividida em duas partes pelos arcos dentais. Seus limites topográficos são: na parte superior, o paladar; na parte inferior, a língua e a base bucal; e nos lados os dentes, gengivas e face (maçãs do rosto). O pálato separa a boca da cavidade nasal para evitar que as matérias alimentícias passem para a mesma. A língua, dentes e glândulas salivares funcionam na ingestão e digestão; no homem, a língua e os dentes servem também para articular a linguagem. O órgão do sentido do gosto é a língua. A língua é um músculo grosso recoberto por uma mucosa que apresenta diversas granulações e finos riscos perceptíveis à vista. Na parte axial de sua face superior observa-se um sulco longitudinal que vai desde a ponta até bem mais da sua metade, seguido por duas séries de granulações bastante grandes, que convergem no eixo da língua e formam um v ao contrário chamado uve lingual. Na parte inferior a língua possui uma dobra mucosa que a une à mucosa bucal: é o Freio da língua. A mucosa que recobre a língua possui numerosos pequenos órgãos mais ou menos volumosos e ásperos, denominados papilas gustativas, que nos permitem apreciar o sabor dos alimentos que ingerimos. Apresentam diversas formas e aspectos: filiformes, de textura filamentosa e que ocupam toda a porção da superfície dorsal situada na frente da uve lingual, fungiformes, em forma de cogumelos, avermelhadas, muito visíveis e em número de cerca de 150 a 200, e calciformes, que constam de um botão central rodeado por um sulco, formando a uve lingual. Para que uma substância tenha sabor deve ser total ou parcialmente solúvel na saliva. Só podemos perceber quatro sabores: o amargo, o doce, o ácido e o salgado. O amargo é sentido na base da língua; o doce na ponta, o ácido na ponta e nas bordas; e o salgado em toda a superfície. Certas áreas da língua são insensíveis. Os sabores complexos dos alimentos, como o sabor de peixe, alho, vinho, etc... resultado da união das sensações gustativas com as olfativas; por isso quando estamos resfriados a comida nos parece insípida.

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A boca é uma cavidade que desempenha uma função ativa na digestão. Não constitui somente a abertura superior do tubo digestivo, a porta de entrada dos alimentos. É ela também a sede da mastigação e da insalivação que, triturando e agregando os alimentos (e em parte transformando-os quimicamente), iniciam a digestão. A recomendação de mastigar lentamente e de não engolir rapidamente os alimentos tem um verdadeiro fundamento fisiológico.

Na boca distinguem-se:

a base na qual se destaca uma massa muscular muito móvel que é a língua; o palato e as duas paredes laterais. O palato constitui o teto da boca e tem a forma mais ou menos recurva, tanto que é chamado também abóbada palatina. Há tipos

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de palato que formam justamente um arco agudo, semelhante às ogivas das igrejas (palato ogival) .O palato que é, na sua maior parte, ósseo, continua posteriormente com um apêndice exclusivamente músculo-membranoso, chamado véu palatino e também palato mole que apresenta no meio um prolongamento cilíndrico, a úvula (vulgarmente chamada campainha ). Dos lados da úvula, o palato mole desce lateralmente em duas pregas que formam os chamados pilares) entre os quais estão aninhadas as duas tonsilas ou amígdalas.As paredes laterais da boca estão limitadas pelas bochechas e pelos dois ossos maxilares, no bordo dos quais se acham implantados os dentes.

PALATO DURO E MOLE

MANDÍBULA

CAVIDADE NASALAparelhos sensoriais Nariz

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A cavidade nasal, que começa a partir das janelas do nariz, está situada em cima da boca e debaixo da caixa craniana. Contém os órgãos do sentido do olfato, e é forrada por um epitélio secretor de muco. Ao circular pela mesma, o ar se purifica, umedece e esquenta. Se seus capilares se dilatam e o muco se secreta em excesso, o nariz fica obstruído, sintoma característico do resfriado. O órgão olfativo do sentido do olfato é a mucosa que forra a parte interior e superior das fossas nasais, chamada mucosa amarela, para distingui-la da vermelha, que é a que cobre a parte inferior. A mucosa vermelha é dessa cor por ser muito rica em vasos sangüíneos, e contém glândulas que segregam um muco que mantém úmida a região. A mucosa amarela é muito rica em terminações nervosas do nervo olfativo. As fossas nasais apresentam três pregas duplas, separadas por meatos que se dividem em superior, médio e inferior. Os das inferiores recobrem os cornetos ósseos, e sua função é aumentar em pouco espaço a superfície sensorial. Os produtos voláteis ou gases perfumados que se desprendem das diversas substâncias, ao ser inspirados, entram nas fossas nasais e se dissolvem, se é que não estão suficientemente volatilizados, no muco que impregna a mucosa. Desagregados nele, excitam as terminações ao centro olfativo do córtex cerebral, e nos produzem a sensação de cheiro ou odor.

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Focos de Ressonância

Vertical :

1. Baixo: Ressonancia excessiva na laringe, pouca projeção, vos tensa, “presa na garganta”; pode ser laringo-faringea, então a voz tem qualidade estrangulada, comprimida.

2. Oral: Geralmente revela uma personalidade de caráter narcisista. Nestes casos a articulação comumente é demasiada trabalhada (sobrearticulação)

3. Nasal : Geralmente associados a alteração anatomofisiológica do palato mole, como fissura palatina, insuficiência ou incompetência velofaríngea. Observamos também a ressonância Denasal, observado nos alérgicos, gripados etc.

Horizontal :

1. Anterior : Parece que o som está no “bico”. É uma voz mais grave, geralmente.

2. Posterior / Cul de Sac :Ressonância faríngea, o som é metalizado, maios agudo, estridente.

Articulação :

Diz respeito ao processo de ajustes motores na produção e formação dos sons e ao encadeamento deles na fala, o que é denominado coarticulação. Determinadas alterações articulatórias, podem exigir um ajustamento muscular que envolva alteração no dinamismo da laringe.

RESPIRAÇÃO

“A respiração é o intercâmbio entre nós e o ecossistema aéreo: o ar. O modo de respirar visa cumprir, com o máximo de eficácia, nossa adaptação harmoniosa ao ambiente atmosférico como parte do todo, A maneira apropriada de respirar também pé essencial para nossa saúde e felicidade, juntamente com nossa compreensão e consciência universais.” (DO_IN)

Respirar significa insuflar vida! A respiração é primeiramente uma função vital, um ato reflexo e inconsciente, e secundariamente é base fundamental para fonação.

O ciclo respiratório apresenta duas fases, separadas entre si por um pequeno intervalo: a inspiração e a expiração. E participam deste ciclo os músculos diafragma e intercostais associados a elasticidade pulmonar.

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Inspiração: fase ativa; o diafragma passa da sua posição natural em cúpula a retificação (alinhamento), com auxilio da ação dos músculos intercostais internos, aumentando o volume da caixa torácica. Esta fase é regulada de forma reflexa pelo centro bulbar, mas interferências podem ocorrer por via emocional.

Expiração : processo passivo, resultante do relaxamento do diafragma e da elasticidade das paredes musculares da caixa torácica, o que provoca a expulsão do ar armazenado. Durante a fonação ocorre a contração dos músculos intercostais e de toda Árvore tranqueobronquial, podemos dizer que agora a expiração é um processo ativo.

* Respiração em pouso – fase inspiratória é, em média, três vezes maior que o da fase expiratória.

* Respiração durante a fonação durante a fonação – necessita-se de uma expiração muito mais lenta para a produção do discurso, e tanto mais lenta e controlada quanto for a emissão.

MODO RESPIRATÓRIO

1. NASAL: Ideal, pois a nariz filtra, aquece e umedece o ar, protegendo assim as vias aéreas inferiores.

2. BUCAL: Inadequada. Resseca o trato vocal. Pode trazer infecções, crises alérgicas etc.

3. BUCO-NASAL: Apropriada durante a fonação. Deve-se alternar, mantendo a respiração rápida, silenciosa e efetiva.

TIPO RESPIRATÓRIO

1. Clavicular ou Superior

2. Média, Mista ou Torácica

3. Inferior ou Abdominal

4. Completa, diafragmático-abdominal ou Costo-diafragmático-Abdominal

1. Clavicular : expande somente a parte superior da caixa torácica; associa-se elevação visual dos ombros, participação da musculatura do pescoço e contração do músculo esternocleidomastóide (auxiliar na inspiração para

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produção de sons fortes) e ainda acompanha tensão laríngea. A produção vocal é alterada pelo aporte insuficiente de ar.

2. Respiração Mista: mais observada na população. Pouca movimentação superior ou inferior e deslocamento anterior da região torácica média. Inadequada para o uso profissional da voz.

3. Respiração Abdominal : ausência da movimentação da região superior e expansão da região inferior, geralmente acompanha rotação anterior de ombros e aparece em indivíduos com pouca energia ou ainda mal orientados.

4. Respiração Costo-diafragmática-abdominal: caracteriza pela expansão harmônica de toda caixa torácica, sem excesso na região superior ou inferior. Existe o aproveitamento de toda área pulmonar, tornando este processo mais eficaz para o uso profissional da voz. No entanto não basta expandir todo o pulmão e não controlar a saída do ar. \isto pode exigir um esforço de todo Aparelho /fonador, o que resulta em fadiga vocal, tensões cervicais.

COORDENAÇÃO PEUMO FONOARTICULATÓRIA (CPFA)

A CPFA é o resultado da inter-relação harmônica das forças expiratórias, mioelásticas da laringe e musculares da articulação. Uma emissão com CPFA adequada, transmite ao ouvinte a sensação de estabilidade, domínio da fonação e harmonia.Quando existe o que chamamos de “ ICPFA”, a qualidade de fala e voz fica demasiadamente prejudicada. Podemos identificar como ICPFA quando o sujeito utiliza ar de reserva, emite com excesso de ar, fona com pouco ar, fona na inspiração, interrompe as frases sem obedecer as pausas esperadas, isto geralmente reflete uma fala cansada, muitas vezes tensa e estrangulada etc.

“A respiração é um dos elementos-chaves na busca das emoções. Ela dá características específicas a cada manifestação emotiva.”

Eudósia Acunã Quinteiro

“A respiração é considerada um dos mais importantes elementos do reflexo da dinâmica emocional de um indivíduo, a pulsação básica da vida: nascemos para o

mundo pela primeira respiração e dele nos retiramos através do ultimo suspiro”Mara Behlau e Paulo Pontes

EXERCICIOS

Primeiro precisamos identificar que tipo e modo respiratório mantemos, só assim poderemos justificar e propor qualquer mudança. O ato de respirar, apesar de reflexo é voluntário e inconsciente, portanto podemos modificá-las a favor dos

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nossos propósitos, mas não é tão simples mudarmos um hábito vital como este, é? Para tanto é necessário querer, perceber e mudar! Vamos iniciar os exercícios deitados, para facilitar e relaxar!

1. Experimentando diversas respirações: Peitoral Abdominal Costo-diafragmática-abdominal (manter esta respiração).

2. Respiração DiafragmáticaPessoa deitada com um livro no abdome. A intenção é elevar o livro.

3. Diafragma e IntercostaisEm pé, fazendo a respiração diafragmática, e expandindo as laterais do tórax.

4. Inspire em 4 tempos, segure 4 tempos, expire em 4 tempos, de uma pausa de 4 tempos e recomece, com ritmo e sem esforço, direcionando o ar, colocando os lábios em posição de /u/. como referencial tátil pressione com as mãos a região das costelas, feche os olhos e sinta o movimento. É preciso estar atento a respiração, então, inspire nas 3 dimensões:

Verticalmente = expansão do ventre Horizontalmente = expansão das costelas Ântero-posterior= expansão ligeira da região costal-superior e expire obedecendo a mesma ordem, sem qualquer esforço.

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5. Inspire, faça uma breve pausa com os lábios em /u/ , sopre sobre a mão, mas com suavidade e compare a intensidade do sopro anterior.

6. Inspire e ao soprar longamente intercale com pausas ritmicamente, inicie com 2. Depois aumente para 4 pausas. Fique atento para evitar:

esforços da glote inspirações durante as pausas desperdiço de ar durante as pausas e apenas diminuir a intensidade do sopro

no lugar da pausa.

7. Exercícios associados a movimentos corporais Psicocalistênicos:

Pés mais afastados do que a largura dos ombros, joelhos soltos. Dobre-se para frente, entrelace os dedos e inalando, faça uma rotação com o tronco num semicírculo para cima de sua cabeça, quando você está outra vez em posição ereta, os braços se mantém esticados. Sem para o movimento, exale e faça rotação para o outro lado. Deixe que seu corpo e seus braços façam todos os movimentos levados pela sua respiração (repita 5x para cada lado).

Pés afastados na mesma distância dos ombros, inale, jogando seus braços, paralelos no nível do ombro, para a esquerda, tão longe quanto puder, deixe que a pelve e o tronco girem juntos, a cabeça acompanha o movimento, os pés mantêm-se na mesma posição e os braços não chegam a bater no peito. Imagine que você atira vigorosamente algo para trás. Exale quando retornar os braços para frente, imediatamente inale novamente, levando os braços para o outro lado (repita 6x)

8. Apoio Diafragmático: isto é muito importante quando precisamos de projeção mais resistente (grito, sussurro etc.), evitamos mantendo um bom apoio, qualquer sobrecarga sobre as cordas vocais e laringe. Durante a expiração fonatória, deve-se contrair a região baixo – ventre (+ ou - quatro dedos abaixo do umbigo), e região glútea / “barriguinha de praia e segurando as fezes”.

9. CPFA (Coordenação –Peumo-Fono-Articulatória): Inspire, faça uma pausa breve e expire emitindo /s/, /f/, /ch/, cada som numa série. Deverá acontecer variações na duração da emissão, ora prolongando-a, ora encurtando –a. Depois repita ao exercício emitindo /z/, /v/, /j/,. Este exercício ajuda no controle de reabastecimento de ar conforme as necessidades, de forma a aproveitar as pausas sintáticas (próxima frase). Não esqueça, inspire logo depois da pausa, mesmo sem completar a explicação.

10.CPFA: inspire em 4 tempos, segure 4 tempos e emita:

O dia esta lindo de morrer e eu quero ir a praia tomar sol, um banho de mar e ver as garotas bonitas!

Paulo Sérgio caiu do muro hoje cedo pela manha e machucou-se numa pedra grande!

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João amava Teresa que amava Raimundo que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém. - / João foi para os estados unidos, Teresa para o convento, Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia, Joaquim suicidou-se e Lili casou –se com J. Pinto Fernandes que não tinha entrado na história. -/

SUA VOZ

A capacidade de falar é muito mais do que simplesmente emitir sons.É a expressão da humanização.O homem aprendeu a dar nome às coisas, criou as palavras e passou a pensar através delas. Aprendeu a expressar seus sentimentos e desejos, dos mais simples aos mais profundos e abstratos.Alguns fazem isso melhor do que outros, é bem verdade...Cabe aqui definir, então, alguns termos já utilizados para que não haja confusão.Voz é a emissão sonora simplesmente.Fala é a articulação das palavras, é a “ tradução” da linguagem. Linguagem é o sistema, o código utilizado para veicular pensamentos e sentimentos.Não é maravilhoso pensar que Deus dotou o homem com a capacidade de falar pra que ele pudesse dizer “eu te amo”, “obrigada”, “bom dia”... Infelizmente, às vezes, usamos esse dom para destruir e magoar.Pense nisso antes de emitir sons que podem ferir mais que a espada, e aproveite bem esse presente precioso... sua voz!!!!

A VERDADEIRA VOZ.

Diferente do falsete, a verdadeira voz utiliza músculos específicos para os agudos, médios e graves, configurando as pregas vocais de diferentes formas para que a emissão saia como desejada no cérebro.Ao ativar esta musculatura, provocamos ondulações no par de músculos cartilaginosos, que é a voz.Situados na glote, espaço que separa os pulmões (fonte de ar) da faringe (garganta), temos a fonte sonora, onde chamamos espaço laríngeo ou laringe.Assim, imaginamos que dentro de nós formamos um tubo de ar quando emitimos um som, que nasce na glote (pelo ar que roubou dos pulmões) e sobe até a caixa craniana, passeando pela laringe, faringe, cavidade bucal e nasal, nesta ordem.As paredes mucosas deste tubo respiratório são maleáveis e são nelas que iremos acomodar o som de maneira que possamos enriquecê-lo e amplificá-lo, dinamizando a voz dentro da intensidade que se objetiva. Forte, fraco ou médio, emitimos de acordo com a pressão aérea que enviamos da glote. Muita pressão nos fortes e pouca pressão nos fracos.

CLASSIFICAÇÃO VOCAL

Para um professor inexperiente. é um problema difícil e delicado. E também um problema sério pois dela vai depender a carreira do cantor. Existem vozes naturais que podem ser imediatamente classificadas. Outras, mais numerosas, só podem

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ser classificadas após longos meses. De uma forma geral , os professores de canto confiam no seu ouvido, na facilidade do aluno para o grave ou para o agudo, na tessitura, e principalmente no timbre. Mas a apreciação de sua qualidade varia com cada indivíduo!

Não podemos tomar como referencia somente o gosto do professor ou do aluno, nem o resultado da técnica de alguém que não é mais um iniciante. Esta última seria conseqüência de uma pesquisa sistemática da ressonância palatal, nasal, bucal, sendo importante que, através de um trabalho bem adaptado, se possa distribuí-las harmoniosamente, obtendo-se desta forma as características acústicas do timbre natural do cantor. ___Para ser válida, a classificação da voz deve ser feita, principalmente, sobre as bases anatômicas, morfológicas e acústicas. É preciso considerar vários fatores, dos quais uns são predominantes e outros são secundários.

Fatores Predominantes.

1 - A tessitura - é o conjunto de notas que o cantor pode emitir facilmente. 2 - A extensão vocal - abrange a totalidade dos sons que a voz pode realizar.

A extenssão vocal pode variar de acordo com :

2.1 - A forma e o volume das cavidades de ressonância.Que são variáveis para cada indivíduo.

2.2 - O comprimento_ e a espessura das cordas vocais.

2.3 - O timbre que é uma qualidade do som que permite diferenciar cada pessoa, de reconhecê-la... Ele é apreciado de modos diferentes.

1 - A capacidade respiratória e o desenvolvimento torácico e abdominal.

2 - A altura tonal da voz falada, desde que o sujeito utilize aquela que corresponde à sua constituição anatômica.

3 - A amplitude vocal que indica uma voz com sonoridades amplas, arredondadas sobre toda a extensão vocal.

4 - A intensidade que permite a potência sem esforço.

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5 - O temperamento que representa o conjunto das qualidades do cantor em relação às suas possibilidades vocais.

6 - As características morfológicas. Geralmente admitimos que um tenor ou um soprano são brevilíneos, baixos e gordos, que um baixo ou um contralto são altos e magros!... Mas isto não é uma constante. Há tantas exceções que estes fatores não podem ser considerados como determinantes. Eles podem apenas confirmar os fatores predominantes e facilitar a classificação.

CARCTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS

Geralmente admitirnos que um tenor ou um soprano são brevilineos, baixos e gordos, que um baixo ou um contralto são altos e magros!... Mas isto não é uma constante. Há tantas exceções que estes fatores não podem ser considerados como determinantes. Eles podem apenas confirmar os fatores predominantes e facilitar a classificação.

Devemos considerar, também, que numerosas pessoas apresentam desarmonias nos órgãos vocais e respiratórios. Desta forma podemos encontrar cantores com cordas vocais grandes e caixas de ressonância pequenas, ou uma capacidade respiratória insuficiente, ou pequenas cordas vocais com um grande ressonador , ou uma laringe assimétrica: uma corda vocal ou uma aritenoide mais desenvolvida de um lado, uma assimetria faringo-laringea provocada por uma escoliose cervical.

Tudo é possível! Quando existe muita discordância, a voz, mesmo sendo muito bela, será curta, ela terá poucos graves ou um agudo limitado. Mas quando estas discordâncias são pouco sensíveis, dada a capacidade de adaptação dos orgãos vocais e se utilizamos uma boa técnica respiratória, elas poderão ser compensadas com eficácia.

Sabemos que um cantor pode produzir sons que parecem ser de boa qualidade, mas emitidos com péssimas coordenações musculares, o que leva mais ou menos rapidamente, a dificuldades vocais. Acontece também que uma pessoa adquire um timbre particular por mau hábito, por uma técnica mal adaptada ou por imitação. Ela pode estar cantando numa outra categoria de voz, forçando nos graves, ampliando anormalmente sua extensão em direção aos agudos etc... Pois, quando é jovem, o cantor pode fazer de tudo com sua voz e portanto pode mudar seu timbre natural. Estas multiplas modificações podem ser explicadas pelas possibilidades de adaptação das cavidades de ressonância, que permitem uma grande variedade de coloridos utilizados de maneiras diferentes dependendo do caráter da obra musical.

É importante saber que a classificação da voz falada se processa como a da voz cantada. É o mesmo instrumento, a mesma constituição anatômica, a mesma função fisiológica. Deve haver concordância entre as duas vozes, tanto para o timbre como para o modo de emissão. Caso contrário, ou o cantor esta mal classificado, ou ele modifica a altura tonal da voz falada, geralmente tornado-a mais grave. De qualquer modo, é prejudicial para um cantor, falar ou cantar com

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uma voz que não corresponda a sua constituição anatômica. Portanto, quando se fala é preciso lembrar daquilo que chamamos "0 uso primordial da voz". Para um soprano é aproximadamente o re 3 para um mezzo si 2 e para um contralto, sol 2. Em definitivo, o melhor critério para a classificação do cantor é quando a emissão se apóia no bom uso do sopro, o que é obtido graças ao controle das atitudes fonatórias e articulatórias corretas. Pois não podemos classificar uma pessoa que faça um esfôrço, seja ao nível da respiração ou dos órgãos vocais e que não saiba usar a respiração nem as cavidades de ressonância.

Temos seis categorias principais para classificar as vozes das mulheres e dos homens. Em cada uma delas encontramos diferenças de extensão. Estas podem variar de algumas notas, de intensidade, de amplitude vocal, de volume e de timbre. Estas particularidades justificam sub-categorias e usos variáveis. Duas vozes não fazem parte da classificação habitual. São elas: a voz de apito e a voz de falsete.

A voz de apito é muito rara. Ela permite, a um soprano agudo, acrescentar algumas notas a extensão normal e chegar a atingir o dó6. Nesta tessitura, as cordas vocais apresentam uma pequena fenda fusiforme.

Vozes Masculinas.

(extensão das vozes)

Tenor Do2 ao Ré 4 Voz Aguda

Barítono Sol1 ao Lá3 Voz Intermediária

Baixo Do1 ao Fá3 Voz Grave

Derivações da sub-classificação

Tenor

Contratenor - Voz de homem muito aguda, que iguala ou mesmo ultrapassa em extensão a de um contralto (Voz Grave Feminina). Muito apreciada antes de 1800, esta é a voz dos principais personagens da ópera antiga francesa (Lully, Campra, Rameau), de uma parte das óperas italianas, do contralto das cantatas de Bach, etc.

Tenor ligeiro - Voz brilhante, que emite notas agudas com facilidade, ou nas óperas de Mozart e de Rossini, por exemple, voz ligeira e suave. Exemplo: Almaviva, em Il barbiere di Siviglia [O brabeiro de Servilha], de Rossini; Tamino, em Die Zauberflöte [A flauta Mágica], de Mozart.

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Tenor lírico. Tipo de voz bem próxima da anterior, mais luminosa nos agudos e ainda mais cheia no registro médios e mais timbrada.

Tenor dramático - Com relação à anterior, mais luminosa e ainda mais cheia no registro médio. Exemplo: Tannhäuser, protagonista da ópera homônima de Wagner Barítono

Barítono "Martin", ou Barítono francês - Voz clara e flexível, próxima da voz de tenor. Exemplo: Pelléas, na ópera Pelléas et Mélisande, de Debussy.

Barítono verdiano - Exemplo: o protagonista da ópera Rigolleto, de Verdi.

Baixo-barítono - Mais à vontade nos graves e capaz de efeitos dramáticos. Exemplo: Wotan, em Die Walküre [A Valquíria], de Wagner.

BAIXO

Baixo cantante - Voz próxima à do barítono, mais naturalmente lírica do que dramática. Exemplo: Boris Godunov, protagonista da ópera de mesmo nome, de Mussorgski.

Baixo profundo - Voz de grande extensão a amplitude no registro grave. Exemplo: Sarastro em Die Zauberflöte [A flauta mágica] de Mozart.

Vozes Femininas

(extensão das vozes)

Soprano __ Dó3 ao Fá5 Voz Aguda

Mezzo __ Lá2 ao Si4 Voz Intermediária

Contralto __ Mi2 ao Lá4 Voz Grave

Derivações da sub-classificação

SOPRANO

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Soprano coloratura (palavra italiana), ou soprano ligeiro, o termo coloratura significava, na origem, "virtuosismo" e se aplicava a todas as vozes. Hoje, aplica-se a um tipo de soprano dotado de grande extensão no registro agudo, capazes de efeitos velozes e brilhantes. Exemplo: a personagem das Rainha da Noite, em Die Zauberflöte [A flauta mágica], de Mozart.

Soprano lírico. Voz brilhante e extensa. Exemplo: Marguerite, na ópera Faust [Fausto], de Gounod.

Soprano dramático. É a voz feminina que, além de sua extensão de soprano, pode emitir graves sonoras e sombrias. Exemplo: Isolde, em Tristan und Isolde [Tristão e Isolda], de Wagner.

MEZZO

Ou Mezzo-soprano (palavra italiana). Voz intermediária entre o soprano e o contralto. Exemplo: Cherubino, em Le nozze di Figaro [ As bodas de Fígaro]

CONTRALTO

Muitas vezes abreviada para alto, a voz de contralto prolonga o registro médio em direção ao grave , graças ao registro "de peito". Exemplo: Ortrude, na ópera Lohengrin, de Wagner

SOBRE A EXTENÇÃO VOCAL

Muita gente me pergunta como conseguir aumentar a extensão vocal.As pregas vocais são filetes de músculo e como qualquer outro músculo do corpo, necessita de um trabalho regular pra se desenvolver.No caso, a "malhação" da musculatura da voz se faz através de vocalises.Sempre acompanhados de um trabalho também regular da respiração e apôio diafragmático.Não se consegue bons agudos sem uma respiração e apôio corretos.O aumento da extensão vocal não é algo que se consiga de um dia pro outro...Leva anos de trabaho duro com a voz.E devo ressaltar também que se você não executa corretamente os exercícios, você pode estar comprometendo sua voz para o futuro.Por isso é importante a presença de um profissional competente te monitorando.A exetensão vocal não aumenta indefinidamente...O limite está na conformação física e anatômica de cada pessoa.Resumindo, trabalhe sua respiração (nesse blog tem as dicas da inspiração DISSOCIADA e vários exercícios que devem ser feitos diariamente).Trabalhe seu

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apôio diafragmático.Faça vocalizes sempre de maneira confortável e sem forçar absolutamente nada.Com o tempo você perceberá que consegue chegar em notas mais agudas e graves que antes.Sempre cante as músicas nos tons confortáveis para a sua voz.Cantar tudo nos tons originais...ficar brigando com sua voz porque não alcansa os tons do vocalista de sua preferência, vai detonar sua voz com o tempo.Portanto, transponha os tons para sua extensão vocal atual.Sua performance vai melhorar consideravelmente!!!!

MELHORANDO A CAPACIDADE RESPIRATÓRIA

Os exercícios "FRENO-LABIAIS" são exelentes!!!

1. Inspire (inspiração DISSOCIADA-veja as dicas 1,2 e 3)2. Solte o ar CONTINUAMENTE fazendo o som de SSSSSSSSSS3. Inspire novamente4. Solte o ar CONTINUAMENTE fazendo o som de ShShShShSh5. Inspire novamente6. Solte o ar CONTINUAMENTE fazendo o som de FFFFFFFFFF

7. Repita todos esses passos mas ao invés de soltar o ar continuamente,solte o ar dando MINÚSCULAS PAUSAS, assim:Sss (pausa) Ssss (pausa) Ssss (pausa) ........ShSh (pausa) ShSh(pausa) ShSh(pausa)......Ffff (pausa) Ffff (pausa) Fffff (pausa).........

Esses exercícios que você solta o ar CONTINUAMENTE vão dilatar as vias aéreas e melhorar sua capacidade respiratória.Os exercícios com a PAUSA vão trabalhar também a musculatura do diafragma.Lembre-se de fazê-los todos os dias e SEMPRE antes de cantar.

VOCALIZES PARA AQUECIMENTO

VIDE CD

MELHORANDO A PERFORMANCE VOCAL DICA 1

Se você controla o ar...controla sua voz.Comece aprimorando sua respiração profunda, ou abdominal.Deitado de costas numa superfície plana, coloque um livro sobre o abdomem e procure levantar o livro com a inspiração e abaixar o livro com a expiração.

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Quando sentir que está dominando esse movimento, trabalhe então sua respiração abdominal em pé.

MELHORANDO A PERFORMANCE VOCAL DICA 2

Agora que você já domina o exercício da "dica 1", vamos em frente!!Com as mãos sobre suas costelas ( logo abaixo do tórax, nas laterais) inspire pelo nariz como se estivesse levando o ar para suas costas...Você vai sentir suas costelas se abrindo...Agora expire o ar com a boca aberta e vai sentir suas costelas se fechando.Você acaba de praticar uma respiração inter costal!!! Parabéns!!!Treine bastante...quanto mais suas costelas se abrirem melhor!!!

MELHORANDO A PERFORMANCE VOCAL DICA 3

Inspiração DissociadaA inspiração dissociada é a junção da respiração abdominal com a intercostal.Comece inspirando abdominalmente (dica 1) .Quando seu abdomem tiver se movimentado para frente só um pouquinho, você interrompe a inspiração.Em seguida, faça a inspiração intercostal (dica 2) , que deve durar mais tempo do que a abdominal.Expire o ar pela boca, fazendo o som de "sssssssss".No início o treino deve ser feito assim em duas etapas mesmo...com a prática, você conseguirá executar essa inspiração num único movimento.

A VOZ PRECISA MESMO DE AQUECIMENTO?

Pois é...precisa sim!!!!As pregas vocais são filetinhos de músculos.E como qualquer outra musculatura de seu corpo, precisam ser aquecidas antes de usar...Faça uma respiração profunda (dicas 1, 2 e 3) solte o ar fazendo vibrações labiais (brrrrrbbbrrrrr) com voz.E vibrações linguais (rrrrrrrrrr) com voz também, no tom que você fala e fazendo um biquinho com os lábios.Depois faça os mesmos sons imitando uma sirene indo do grave até o agudo e do agudo até o grave, tudo numa tacada só.Mas nunca force sua voz quando estiver se aquecendo!!!Suba até um agudo confortável pra você.Para exercitar agudos mais difíceis você precisa de um profissional da voz te acompanhando, pra ter orientar como fazer isso corretamente.Faça esses exercícios diariamente!!!

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O "FALSETE"

O FALSETE, como o próprio nome já induz, significa voz FALSA.São as falsas pregas vocais que você usa para executar esse tipo de som; músculos que não têm participação direta na ativação das pregas verdadeiras.Também utilizado como recurso para alcançar tons mais agudos, principalmente pelos homens, o falsete não requer esforço muscular, como apôio abdominal ou respiração costo-diafragmática, o que torna a laringe (região onde se abrigam as pregas falsas e verdadeiras) a responsável por produzir este tipo de som.Lança-se mão do FALSETE quando queremos imitar voz de criancinha ou voz de desenho animado mas....ATENÇÃO: a grande desvantagem do uso freqüente dessa voz é que pode condicionar o indivíduo de tal forma que não consiga utilizar sua voz verdadeira, ou tenha muita dificuldade para tanto, quando solicitado.Portanto, cuidado!!!!!!".

O falsete era inicialmente empregado para performance de "falsa voz feminina", quando cantores na igreja cantavam notas agudas.Embora geralmente utilizemos “voz de cabeça” como sinônimo de falsete, isso é errôneo e os cientistas vocais consideram três os registros: basal, modal (com os sub-registros de peito e cabeça) e elevado (ou seja, falsete).Os registros têm realidade auditiva, muscular, acústica e aerodinâmica diferentes.Todos teoricamente temos zonas de passagem que podem ser mais ou menos evidenciadas por meio das quebras de registros.Alguns cantores são naturalmente mais hábeis e essas zonas não aparecem, outros as usam como recurso interpretativo, outros ainda não têm controle sobre elas, devendo exercitar-se especificamente.

SOBRE A MUDA VOCAL

A muda vocal no sexo feminino tem início por volta dos 9 anos.No sexo masculino a muda vocal inicia por volta dos 11 ou 12 anos. Quando ambos os sexos atingem seu desenvolvimento criança/adulto completo, observa-se que a voz masculina cai pelo menos uma oitava inteira e a voz feminina cai quase meia oitava.Nas disfonias da muda vocal por alguma razão, a voz masculina apesar de toda a mudança no aparelho fonador (a laringe cresce, as pregas vocais aumentam), a voz não desce pelo menos uma oitava como deveria.Existem alguns casos de mutações que não se desenvolvem completamente.MUTAÇÃO INCOMPLETA: Descida de 4 ou 5 tons ao invés de toda uma oitava. Características vocais: voz aguda, esforço e limitação na eficiência vocal.FALSETE MUTACIONAL: quando ocorre a muda orgânica, mas não a funcional. A laringe situa-se em posição elevada no pescoço. Características vocais: voz aguda em até duas oitavas acima da esperada, intensidade vocal reduzida, rápida fadiga vocal (nesse caso ele utiliza o falsete ora sim, ora não).Também pode haver algum problema endócrino e o cantor ainda não ter passado pela muda vocal. Trata-se da mutação retardada, que vem associada a outras características, como falta de crescimento de pêlos e outros.O músculo TA (tireoaritenoideo), é o músculo da prega vocal.

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Para conseguirmos colocar a voz em falsete, por este som ser muito agudo, as pregas vocais devem ficar hiperalongadas e quem faz esse alongamento é outro músculo, chamado CT (cricotireoideo), que se contrai alongando o músculo vocal (TA).Assim, o CT não é o músculo que dá o som agudo (e agudíssimo), mas ele é fundamental para que este som aconteça.

Alfred Deller, um dos mais extraordinários contratenores de música antiga do século XX, era um baixo-barítono e declarava que as vozes graves, por terem menor extensão de agudos, dispunham de maior extensão de falsete.Mas, independente da voz de peito do cantor, a prática do falsete é não somente enriquecedora para o timbre da voz em toda sua extensão como um excelente aprendizado para seu uso econômico, já que deve ser abordada com exercícios de ligeireza e flexibilidade, sem sustentação, antes de tentar sons sustentados ou notas longas.Por ser um registro em que qualquer apoio indevido, qualquer tensão ou esforço mal feito aparece inconfundível e imediatamente, o trabalho em falsete pode constituir o melhor dos exercícios se bem usado.Além do mais, a prática de escalas descendentes sem suporte do falsete para a voz de peito, é maravilhosa para manter o brilho nas regiões mais graves da voz e também para se conseguir uma mistura de falsete com agudo, muito útil tanto para o cantor popular quanto lírico.Como qualquer outro registro, o mau uso do falsete é sem dúvida nocivo. Quanto à comparação do falsete com a voz feminina:Sem entrar na descrição científica, existe um registro nas vozes femininas, chamado registro de flauta, que se assemelha em muitos aspectos ao falsete. Fica situado acima de um dó ou dó sustenido sobreagudo, e deve ser trabalhado da mesma maneira: leveza, flexibilidade, rapidez, agilidade.Escalas, ou até glissandos, arpejos, grupetos, muito soltos, sem suporte, ou com pouco suporte, começando na região média (de preferência com trinados, quando a aluna consegue facilmente), tudo feito junto com movimentação corporal para soltura - balançar joelhos e braços, pulsos, cabeça, etc. - tudo isso facilita o aparecimento do registro de flauta, assim como seu desenvolvimento. Exercícios de "staccatto" também, com muito cuidado.Mas não se deve esquecer que nem todas as vozes possuem este registro: nunca se deve insistir quando não aparece espontaneamente em função dos exercícios específicos. A aluna não deve praticar isso sozinha antes de ter identificado bem - é indispensável um professor com muita experiência desse tipo de trabalho e um excelente par de ouvidos.Mas quando bem sucedida, a prática do registro de flauta traz um brilho, uma leveza, uma precisão e uma clareza extras a toda a extensão da voz.

ARTICULAÇÃO

A articulação correta, além de facilitar a compreensão do que estamos cantando, tem um papel importante na impostação da voz nas ressonâncias específicas (voz de peito,face e cabeça)VOGAL "A"Sempre ovalada.

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Separe bem as arcadas dentárias e ovale os lábios.Isso vale para os graves,médios e agudos.VOGAL "E"Quando se está cantando no grave, faça com os lábios um sorriso.Nos médios, separe as arcadas dentárias uma da outra muito levemente.Nos agudos, separe bastante as arcadas dentárias uma da outra,fazendo um oval com os lábios.Quanto mais oval, mais fácil a impostação na voz de cabeça.VOGAL "I"Nos graves...faça um sorriso.Nos médios, o sorriso é bem menor, bem mais suave.Nos agudos, feche os lábios em forma de biquinho.VOGAL "O"Nos graves, articule em forma de biquinho, projetando bem os lábios para frente.Nos médios, o biquinho se desfaz e as arcadas dentárias se afastam uma da outra levemente.Nos agudos, separe bastante as arcadas dentárias uma da outra e forme um oval com os lábios.VOGAL"U"Tanto nos graves, médios e agudos, o "U" é articulado sempre com os lábios bem projetados para frente, fazendo um biquinho.

Lembrem-se de que a mandíbula deve sempre estar bem relaxada.Não tenha vergonha de articular os sons...Mexa mesmo sua boca, exercite as articulações acima..vocês vão notar a diferença!!!

MANTENDO A VOZ SAUDÁVEL E PODEROSA!!!!!! 1

Muita hidratação!!! água pouca é bobagem...em locais com ar condicionado, carregue sua garrafinha de água!!Se estiver dodói, evite cantar.Evite falar em ambientes muito ruidozos...isso te obrigaria a falar numvolume de voz acima do habitual....e é realmente péssimo pra saúde vocal!Articule muito bem as palavras!!!Sempre aqueça a voz!!!Faça bocejos depois de usar muito sua voz!!Respeite seus limites vocais!!! Cante sempre nos tons favoráveis a você.Não seja auto didata!!! Procure um profissional da voz para ajudá-lo adesenvolver seu potencial vocal corretamente!!Se perceber que está ficando rouco sempre que faz muito uso da voz,procure um especialista (Otorrino e Fono) para avaliar suas pregasvocais!!

IMPOSTAÇÃO VOCAL

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Imaginem uma forma de bolo.Imaginem uma cozinheira maravilhosa!Seus bolos se desenformam com perfeição.Agora imaginem que sua voz deva ser colocada dentro de uma 'forma' dentro de suas cavidades ou caixas de ressonância e amplificação lá no seu trato respiratório.Pense no ar sonorizado dentro de paredes mucosas maleáveis, cavidade bucal, cavidade nasal e caixa craniana.O foco do seu som deverá sempre se direcionar para estas regiões altas.Nunca permita que fique num foco baixo, como na faringe (garganta), pois assim estará cometendo um 'abuso vocal' na resistência das pregas. Voz 'entubada' não se permite impostar.As vogais devem ser valorizadas, pois são elas que conferem o caráter sonoro da fala e do canto.Cada vogal posicionará sua língua num determinado lugar.A língua deve ter boa mobilidade por todos os lugares da sua boca. Uma língua parada, flácida, é um problema a ser tratado com um profissional.Como na vogal /o/, a língua deverá se posicionar nas regiões baixas da boca.Na vogal /e/, a língua deve se posicionar nas regiões médias da boca.E regiões altas, como na vogal /i/.Procure sempre manter a língua em forma de 'concha' ou 'colher', para que dê passagem ao som, mesmo que o corpo da língua esteja alto, como na vogal /i/.Por exemplo:pense na ampliação e flexibilidade da forma. Ela é fixa, mas é abundante em território, tem espaço para enriquecimento. E isso quem comanda não é a sua laringe, mas o seu cérebro.Pensou?Agora desenforme o som que sairá uniforme e terá condições de projetá-lo muito bem. Hummmmmmmmmmmm!!!!!!Que bolo gostoso!!!!!!! Ops! Que som gostoso de se ouvir!!!!!!!!

MANTENDO A VOZ SAUDÁVEL E PODEROSA!!!!!! 2

Evite o consumo de bebidas e alimentos gelados.Isso contrai os vasos sanguíneos na região das pregas vocais, dificultando a irrigação sanguínea.Além de que também causa um inchaço nas pregas vocais (edema) levando à rouquidão (disfonia)..Evite usar bebidas alcoólicas como ferramenta de aquecimento vocal antes de cantar ou falar.O álcool (principalmente os destilados) anestesia as pregas vocais e dá a falsa sensação de que a voz está aquecida.Então você usa e abusa, mas as cordas vocais não estavam prontas pra responder a esse uso....daí.....já sabe o resultado....Evite cantar depois de ter comido muito.Sabe aquela feijoada no sabadão? Pois é...dá um refluxo danado....e aquele suco gástrico voltando na sua garganta, machuca suas pregas vocais de um jeito que você nem imagina....

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VOZ DE PEITO E VOZ DE CABEÇA

.A voz de peito é predominantemente de caráter masculino, enquanto que a de cabeça é de abrangência feminina.O que não significa que homens não consigam atingir a voz de cabeça e nem que as mulheres não registrem a voz de peito.Na voz cantada até os baixos (os mais graves do gênero masculino) alcançam voz de cabeça em seus tons mais agudos e, os barítonos e tenores o fazem com mais facilidade, por serem, naturalmente, menos graves.As sopranos (as mais agudas do gênero feminino) também chegam a voz de peito se trabalharem nos extremos de seus tons mais graves.As mezzos e as contraltos atingem-nos com maior facilidade.Como todos os tipos de vozes tem notas graves, médias e agudas, devemos fazer estas considerações.

MAS, AFINAL, O QUE QUER DIZER VOZ DE PEITO E DE CABEÇA?

Na emissão de peito sentimos a VIBRAÇÃO SONORA no peito (se colocar a mão no peito você pode sentir), enquanto que na voz de cabeça, sentimos a ressonância do som na cabeça.As pessoas que não estão acostumadas ou condicionadas à voz de cabeça (tons agudos e agudíssimos) até sentem uma leve tontura e até dor de cabeça.CONCLUSÃO: A prática ensina e exercita a colocação da voz de peito e cabeça na "caixa" de ressonância adequada (ressonador).

CONTROLANDO O AR

Exercício Da Vela

Ascenda uma vela de coloque a chama na altura da sua boca, a uma distância de um palmo.Não pode haver rajada de ar no lugar em que você estiver fazendo esse exercício!Inspire profundamente.Quando expirar...a chama da vela não poderá se movimentar de jeito nenhum!!!!Para conseguir isso....você deverá controlar a saída de ar de uma maneira que parecerá que você está expirando apenas um fiozinho de ar muito pequeno.Esse exercício, ajuda muito a quem tem excesso de ar na emissão da voz.Também ajuda nos problemas de fenda nas pregas vocais.E é bastante relaxante também!!!

VIBRATO

O vibrato, aquele som percebido na sustentação de uma nota,

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no prolongamento de uma sílaba, está assentado numa vogal,seja ela /a/, /ê/, //é/, /i/, /ó/, /ô/ ou /u/.Por que vogal e não consoante?Porque a vogal é que sempre confere o caráter sonoro da fala e do canto. Quando o ar é bombeado para as pregas vocais (o par de pregas),elas entram em ondulação e o som nasce.Se o cantor(a) colocar a nota no lugar “certinho” (na caixa de amplificação/ressonador) e tiver ar sobrando, o vibrato pode acontecer naturalmente. É o conforto da emissão.O que não quer dizer que para se emitir uma nota, com conforto, precisamos do vibrato. Pode acontecer ou não.Alguns têm vibrato natural, flui facilmente, sem o menor esforço, outros forçam o vibrato e fica, auditivamente, mal sonorizado. Não soa bem e não é desejável desta forma.Como posso realizar um vibrato?Aprendendo e automatizando a respiração correta para o canto e utilizando um apoio muscular necessário à sustentação do som.O vibrato deve ser sempre uma conseqüência e não um objetivo.

MELHORANDO A CAPACIDADE RESPIRATÓRIA

Enchendo Balões

Procure encher um balão, desses de festa de aniversário (alguns dizem bexiga), mas sem inflar as bochechas.Isso trabalhará seu diafragma que é uma maravilha!!!!!Dilatará suas vias aéreas..aumentando sua capacidade respiratória.Simples como brincadeira de criança e muito eficiente!!!!

Os exercícios "FRENO-LABIAIS" são execentes!!!

1. Inspire (inspiração DISSOCIADA ver dica 1,2 e 3) : abdominal + intercostal.2. Solte o ar CONTINUAMENTE fazendo o som de SSSSSSSSSS3. Inspire novamente4. Solte o ar CONTINUAMENTE fazendo o som de ShShShShSh5. Inspire novamente6. Solte o ar CONTINUAMENTE fazendo o som de FFFFFFFFFF

7. Repita todos esses passos mas ao invés de soltar o ar continuamente,solte o ar dando MINÚSCULAS PAUSAS, assim:Sss (pausa) Ssss (pausa) Ssss (pausa) ........ShSh (pausa) ShSh(pausa) ShSh(pausa)......Ffff (pausa) Ffff (pausa) Fffff (pausa).........

A LÍNGUA FLÁCIDA

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A língua flácida é uma língua hipotônica.E o que vem a ser isto? É uma língua com tônus muscular baixo.Sabemos que a língua é um músculo, e como tal, precisa de condicionamento para possa obedecer aos comandos da deglutição e da fala.E qual é o problema de tônus baixo?A língua fica grande, solta, com pouca mobilidade e flexibilidade. Desta forma, não se posicionará corretamente na emissão sonora. Os fonemas estarão distorcidos e a dicção prejudicada.A língua flácida também forçará uma respiração bucal (respirar de boca aberta), pois é como se ela não coubesse dentro da cavidade oral, empurrará as arcadas dentárias para fora, e com o tempo, toda a dentição estará comprometida. Respirando pela boca, não existem condições de encher os pulmões de ar até a base, portanto o resultado será uma má formação de massa de ar e má emissão sonora.O cantor ou o orador, com língua flácida, respirará mal, não se fará entender pelo seu ouvinte, poderá expelir saliva durante a emissão e sentirá fadiga após o show, pois, certamente, terá forçado a voz na região das pregas e não se utilizará de apoio muscular.Pessoas que se identificam com este problema devem se encaminhar para um fonoaudiólogo, que lhe proporcionará exercícios que fortalecerão seu tônus de língua e restabelecerão um posicionamento adequado.Com a língua em posição de concha(colher dentro da cavidade oral), o indivíduo deve estar com a ponta voltada para cima, para o palato duro (céu da boca)...assim, a língua estará na posição ideal de repouso. Consequentemente, sua respiração estará apropriada e, sendo a respiração o carro-chefe do bom desempenho vocal, o orador ou cantor terá domínio de seu instrumento natural, que é a voz.

UM EXERCÍCIO QUE VOCÊ PODE FAZER EM CASA

Faça um rotatório com sua língua, girando-a nos sentidos horário e anti-horário, passando pelas bochechas, região da mucosa superior à arcada e região da mucosa inferior à arcada.Não fique toda a vida girando para o mesmo lado, alterne sempre

CONSOANTES E VOGAIS

Consoantes

As consoantes são o que chamamos de “barreiras articulatórias”. “Barreiras" à passagem do ar/som”.Pois todas elas vão exigir pontos de encontro entre a língua, as arcadas dentárias, a úvula (campainha) e os lábios.

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Por exemplo: o "m" é bilabial, porque qualquer palavra com "m" a gente pronuncia tocando os lábios superior e inferior; já o "f" é labiodental, porque precisamos que o lábio inferior toque a arcada dentária superior; e o "k" é velar porque faz a gente “mexer” a úvula (campainha).As consoantes são responsáveis por impulsionar o som ao se juntar às vogais. São a base de sustentação aérea. São o pontapé inicial do jogo da fala e do canto.Experimente e perceba em você como se processam estas “barreiras” para que, no canto, você possa ter boa dicção e ser inteligível para os seus ouvintes ou para o seu público.

Vogais

Exatamente o oposto das consoantes, as vogais reinam absolutas!São todas sonoras, todas fazem as pregas vocais se ondularem e o som vibrar.São elas que lançam as verdadeiras ondas sonoras no meio-ambiente. Não têm “barreiras” à passagem de som, como na vocalização das consoantes.Portanto, nosso único objetivo é enriquecê-las nas “caixas de som” naturais: nossas cavidades de ressonância, lá onde amplificamos ou reduzimos a quantidade de ar que idealizamos expirar, principalmente, nas cavidades oral e nasal.Ali elas vão ganhar “corpo” e volume (se requisitado) até ficarem prontas para saírem na direção da abertura bucal.Sejam bons (boas) motoristas da sua voz.

Mais de 97% dos problemas vocais estão relacionados, diretamente, aos ABUSOS VOCAIS.São usos inadequados da voz, provocados por quem a utiliza.A projeção vocal no espaço aéreo, seja em intensidade aumentada ou reduzida, deve ser feita sem que a pessoa faça qualquer tipo de força ou esforço na garganta ou, sinta qualquer tipo de fadiga após o uso da voz.

ENTRE OS EXEMPLOS DE ABUSOS VOCAIS TEMOS:

Gritos.Falar regularmente em tom agudo ou grave demais para a tessitura, ao invez do tom mediano.Utilizar a voz em ambientes insalubres, pleno de poluentes aéreos, com partículas de poeira, pó químico industrial, ou, simplesmente, ter contacto constante com a poluição ambiental, inalando a "fumaça preta" que sai dos veículos com motor desregulado.

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Conversar fazendo competição sonora com o ambiente para se fazer ouvir, como na rua das grandes cidades ou nas baladas.Uso da voz em ambiente com ar condicionado, diariamente ou repetitivamente.Tomar bebidas extremamente geladas ou quentes, fazendo um choque térmico com a temperatura corporal; etc.Estes e muitos outros exemplos fazem parte do universo da origem dos problemas vocais, dos mais simples aos mais comprometedores.Uma voz que comete algum destes ABUSOS, acima exemplificados, pode adquirir fendas ou nódulos (calos), que são tratáveis com fonoterapia, mas também cistos ou poliposes vocais terríveis, que, muito provavelmente, só serão removidos com cirurgia. E depois de uma cirurgia de voz, ela, dificilmente, voltará ao que era antes.Se depender de nós, mantenhamos nossas vozes saudáveis! Afinal é o nosso instrumento natural, que nos é mais o caro de todos!

ARTICULAÇÃO

A articulação correta, além de facilitar a compreensão do que estamos cantando, tem um papel importante na impostação da voz nas ressonâncias específicas (voz de peito,face e cabeça)VOGAL "A"Sempre ovalada.Separe bem as arcadas dentárias e ovale os lábios.Isso vale para os graves,médios e agudos.VOGAL "E"Quando se está cantando no grave, faça com os lábios um sorriso.Nos médios, separe as arcadas dentárias uma da outra muito levemente.Nos agudos, separe bastante as arcadas dentárias uma da outra,fazendo um oval com os lábios.Quanto mais oval, mais fácil a impostação na voz de cabeça.VOGAL "I"Nos graves...faça um sorriso.Nos médios, o sorriso é bem menor, bem mais suave.Nos agudos, feche os lábios em forma de biquinho.VOGAL "O"Nos graves, articule em forma de biquinho, projetando bem os lábios para frente.Nos médios, o biquinho se desfaz e as arcadas dentárias se afastam uma da outra levemente.Nos agudos, separe bastante as arcadas dentárias uma da outra e forme um oval com os lábios.VOGAL"U"Tanto nos graves, médios e agudos, o "U" é articulado sempre com os lábios bem projetados para frente, fazendo um biquinho.

Lembrem-se de que a mandíbula deve sempre estar bem relaxada.Não tenha vergonha de articular os sons...Mexa mesmo sua boca, exercite as articulações acima..vocês vão notar a diferença!!!

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DRIVES

Pensem no drive como uma "consequência" e não como uma força a mais que você deva fazer.A colocação da voz com drive deve acontecer aproveitando-se o impulso do apôio. Por exemplo, uma bexiga cheia que você pega no bico e o estica , vai emitir um som causado pelo atrito da borracha e pela pressão do ar. Com o drive é a mesma coisa. Você deverá mandar o impulso gerado pelo apôio e apenas posicionar o drive pra que ele saia com naturalidade e sem força.Atenção, só respirar corretamente não basta. O drive precisa de um bom apôio pra você não tensionar a garganta.

IRRITAÇÕES

Na hora de fazer o drive, pode-se estar tensionando toda a região da garganta! Por isso ocorrem irritações que piorarão com o passar do tempo.Se você trabalhar sem tensionar,utilizando bastante apôio diafragmático, o perigo é um pouco menor porque nosso organismo tende a se regenerar sozinho em casos menores, porém, tenha sempre à mão um copo d'agua!Se você realmente pretende utilizar o drive, até porque é bacana sim, principalmente no rock, utilize só quando precisar mesmo, nos shows e gravações,alternando sempre com a voz limpa. Já os ensaios e em casa poupe-se bastante.

COMO FAZER

O drive, seja ele vindo das pregas verdadeiras, falsas, mais no peito,mais na boca, mais nasal, tanto faz! O ato de fazer é fisiológico de cada um.O que se pode fazer com estudo é desenvolver aos poucos o seu drive natural!Não é boa a tese da imitação, pois cada um tem que trabalhar seu próprio drive pra não forçar!Melhores resultados são obtidos induzindo à simulações com vocalizações de sons naturais que devem ser feitos com o próprio timbre de cada pessoa, por exemplo: uma porta rangendo, um cão rosnando, um bebê chorando.Todas essas simulações são texturas bem finas que vão sendo aumentadas com o tempo e exercícios.Façam essas vocalizações com 3 notas apenas(por exemplo: sol,lá,si) e no máximo até 3 tons subindo e descendo.Outro fator é o psicológico, principalmente nas mulheres que é mais difícil de se extrair um drive.

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Às vezes a própria personalidade da pessoa torna sua voz passiva demais a ponto de inibir o drive.Se a pessoa mentalizar situações extremas consegue liberar de maneira surpreendente.Outro fator que ajuda, é você cantar de tudo, variar muitos os timbres. Isso vai trabalhar a musculatura e dinâmica vocal, consequentemente a qualidade do drive.Incentivar o uso, não posso fazer, porque seria como um pai incentivar o filho a ir no puteiro, porém, é como se eu deixasse a chave do carro e uns trocados em cima da mesa!

APÔIO

O apoio é uma técnica fundamental não só no metal, mas no canto em geral.Quando se perde a força no meio de uma nota, perde-se afinação, não se consegue fazer uma nota que pra sua voz seria fácil, daí você manda tudo pra garganta.Volta e meia assistindo alguns cantores brasileiros, principalmente os sertanejos quando fazem aqueles agudos, parecem que vão explodir de tanto esforço. Você percebe as veias do pescoço saltando pra fora, sombracelhas subindo, a cabeça se projetando para frente ou para cima.Tudo isso é falta ou perda do apoio. Porém, pra cada situação há um apôio diferente.Se você precisa de volume e força, no caso do canto LÍRICO, você vai usar o apôio frontal, mais especificamente na regiãopélvica, contraindo para dentro e empurrando o ar para obter maior projeção principalmente na voz de peito.Já pra cantar METAL, que é o meu caso,eu uso o apôio lateral diafragmático pois me dá mais controle e sustentação para a voz plena de cabeça, falsetes, drives, belting, etc. Pra mim, dá muito mais dinâmica! Embora eu também tenha estudado canto lírico e usado muito o frontal.E devo admitir que já vi vocalistas fazendo o apôio frontal no metal. Vi em vídeo o Edu Falashi, o que respeito totalmente. Se ele se dá melhor com esse, ótimo. Pelo fato do metal ser versátil, possibilita essa opção de você poder utilizar os dois.Se você estiver numa rodinha de violão cantando tipo... Tears of The Dragon e jogar toda força na voz, vai ficar muito alto e destoar do violão, e ao contrário do que se pensa, cantando em volume fraco você precisa muito mais de apôio do que soltando mais a voz. O controle tem que ser muito maior do que quando você está no palco e no pique de detonar.

POR QUE SE CHAMA APÔIO?

Na minha definição é exatamente como a palavra diz, um "escoramento"!! Uma força que você deve focalizar na região da cintura pra cima.O que se faz é controlar para que essa força não caia, não escape, e se concentre somente na emissão do som.Imagine, apenas "imagine" que você dê um soco num saco de arroz, depois dê um soco na parede! Qual vai te devolver mais força? A parede, certo?

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Agora imagine que você dê um soco numa câmara de pneu de caminhão. Ela não só te devolve a força como te dá um impulso. A idéia do apoio é essa, você inspira e depois devolve um impulso para cantar melhor e/ou sustentar uma nota, controlar sua afinação, um agudo difícil e deixando de apoiar tudo na garganta.Bom vou passar um princípio pra quem quiser tentar fazer o diafragmático lateral, mais usado no metal, porém, é preciso trabalhar legal isso numa aula, pra desenvolver de forma correta, na região correta, porque dicas não fazem mágicas.Fique em pé, coloque as mãos fechadas e empunhadas um pouco acimada cintura, tipo acima do osso.Nessa postura então você inspira. Depois faz uma força como se quisesse empurrar sua mão pra fora.Utilize o som "TS" como um soco rápido, isso vai ajudar.Pra quem fez um pouco de karatê, está mais pra aquela força que você deve concentrar pra não receber um golpe muito violento!Atenção, é o músculo que faz o impulso e não o ar! Não é estufando de ar que se apoia, cuidado!

Segurar o apôio nada mais é do que você manter essa força enquanto produz uma nota. Porque ela te devolve um impulso pra cantar, o controle pra sua afinação, etc.!

ABUSO VOCAL

Mais de 97% dos problemas vocais estão relacionados, diretamente, aos ABUSOS VOCAIS.São usos inadequados da voz, provocados por quem a utiliza.A projeção vocal no espaço aéreo, seja em intensidade aumentada ou reduzida, deve ser feita sem que a pessoa faça qualquer tipo de força ou esforço na garganta ou, sinta qualquer tipo de fadiga após o uso da voz.

Entre os exemplos de ABUSOS VOCAIS temos:Gritos.Falar regularmente em tom agudo ou grave demais para a tessitura, ao invez do tom mediano.Utilizar a voz em ambientes insalubres, pleno de poluentes aéreos, com partículas de poeira, pó químico industrial, ou, simplesmente, ter contacto constante com a poluição ambiental, inalando a "fumaça preta" que sai dos veículos com motor desregulado.Conversar fazendo competição sonora com o ambiente para se fazer ouvir, como na rua das grandes cidades ou nas baladas.Uso da voz em ambiente com ar condicionado, diariamente ou repetitivamente.Tomar bebidas extremamente geladas ou quentes, fazendo um choque térmico com a temperatura corporal; etc.Estes e muitos outros exemplos fazem parte do universo da origem dos problemas vocais, dos mais simples aos mais comprometedores.Uma voz que comete algum destes ABUSOS, acima exemplificados, pode adquirir fendas ou nódulos (calos), que são tratáveis com fonoterapia, mas também cistos ou poliposes vocais terríveis, que, muito provavelmente, só serão removidos com

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cirurgia. E depois de uma cirurgia de voz, ela, dificilmente, voltará ao que era antes.Se depender de nós, mantenhamos nossas vozes saudáveis! Afinal é o nosso instrumento natural, que nos é mais o caro de todos!

O CORPO FALA

Nós nos comunicamos utilizando não somente a voz, mas todo o corpo. A interação corpo - voz é um dos parâmetros básicos para avaliação do equilíbrio emocional do indivíduo. Portanto, o corpo para o cantor é de extrema importância, através dele cria suas personagens que conquistam a vida, o movimento e a fala. Então o cantor precisa cuidado dos seus instrumentos de trabalho: o corpo e a voz. Mas antes é necessário conhecer o seu corpo, identificar seu funcionamento, para depois manipulá-lo de acordo com suas possibilidades.

A boa postura é o primeiro passo, o apoio do corpo deve estar sobre dois pés, a coluna ereta, a cabeça em 90º. Apesar de alguns cantores no palco adotar uma postura agressiva, deve se tomar os devidos cuidados para não sobrecarregar seu corpo e consequentemente a voz.

Você sabia que a voz também é reflexo da postura corporal? Regiões como cintura escapular, face, peito e costas quando tensas colaboram quase diretamente para uma qualidade vocal ruim.

Atente para seu corpo, reconheça- o como provedor de equilíbrio biopsicossocial”!

EXERCÍCIOS CORPORAIS

1. “SIM” / “Não” / “Talvez” – e de cada2. rotação de cabeça – 5x para cada lado3. Ombros: rotação, erguer contraindo- 5x4. Face: massageada com ponta dos dedos e com toda a mão realizando

movimentos circulares

VOZ PROFISSIONAL, O PROFISSIONAL DA VOZ

Quando o cantor/ ator perde a voz, sua apresentação acaba. O profissional da voz tem um compromisso com seus ouvintes, o compromisso de fazer arte de verdade e com verdade. Cabe a ele a responsabilidade de apresentar um produto de qualidade , sua voz é sua alma expressa em sons, que espera envolver aqueles que ouvem e se entregam encantados com um espetáculo sonoro vivo.

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QUALIDADE VOCAL: FATORES QUE A DETERMINAM

Altura : parâmetro vocal relacionado a freqüência fundamental que é a freqüência da vibração das pregas vocais e a sensação psicoacustica da freqüência (aguda, média, grave). Os: quando a laringe está elevada o som é mais agudo, do contrário o som fica mais grave.

Intensidade : parâmetro físico ligado diretamente a pressão subglótica da coluna aérea, amplitude da vibração e tensão da pregas vocais. A sensação psicoacústica verifica se um som é forte ou fraco.

Ataque vocal : é a maneira como se inicia o som e está relacionado a configuração glótica no momento da emissão. Pode ser realizado de três modos:

1. Suave: eficiente. Coincide com o inicio da expiração

2. Brusco: agressivo. Inadequado, existe adução (condução) forte que impede a passagem do ar.

3. Aspirado: inadequado, coaptação ineficiente das pregas vocais.

Extensão vocal : é o numero de notas que o sujeito pode emitir, da mais grave à mais aguda. Chamamos de tessitura da voz falada as regiões de extensão potencial que podem ser usadas para fala / canto, ou seja, o que utilizamos sem gerar fadiga vocal. Obs. : a corda vocal pode esticar 9agudo), como também pode encurtar (grave).

Registros vocais: refere-se aos diversos modos de emitir os sons da tessitura.

1. Registro Basal: apresenta freqüências mais graves de toda tessitura, a intensidade é débil.

2. Registro Modal: da fala habitual, é o maior de todos os registros. Subdividido em peito (grave), misto (médio), cabeça (agudo).

3. Registro Elevado: emissão das freqüências mais agudas. Temos o falsete e flata (apito).

Ressonância : parâmetro de grande importância e interferência na qualidade vocal. Passível de mudanças.

Articulação e Pronuncia : articulação indica o controle da dinâmica fono-articulatória. A pronuncia refere-se ao uso de determinadas substituições de sons nas palavras ou a variação articulatórias de um mesmo som, e está de acordo com o código lingüístico de uma população. Devemos respeitar o ponto

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e modo articulatório, traço de sonoridade e ressonância. Uma boa articulação supre o volume de voz.

Ritmo e velocidade de Fala : são parâmetros conectados à articulação e representam mecanismos de controle neural refinado. No entanto a emoção e a personalidade interferem nestes parâmetros, quem interferem na qualidade vocal.

CPFA Corpo Psicodinâmica Vocal Emoção Integridade dos Sistemas Envolvidos

EXERCICIOS VOCAIS

Sons de Apoio

Promovem um melhor equilíbrio funcional da produção vocal, são facilitadores da emissão.

Sons Vibrantes: Vibração de língua e lábios. Este exercício facilita uma emissão nomotensa e equilibra a ressonância. É uma massagem nas pregas vocais. Pode ser trabalhado :

1. Isoladamente

2. Extensão vocal : com escalas crescentes e decrescentes de freqüência e com canto (ex. parabéns a você)

3. Articulação: fazendo bico / sorriso

Sons Nasais : suavizam a emissão, reduzem as tensões laríngeas e faringeas e funcionam como projetores do som, principalmente quando associados a vogais. É o trabalho de ressonância ou voz na máscara. Pode ser trabalhado:

1. / m / mastigado

2. / mmmm a mmmm / repetindo com demais vogais

3. / mmm nnn iii /

4. mini mini ... a - é – ê – i – ó – ô – u

5. acompanhando musicas

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Sons Fricativos : trabalham direção de fluxo aéreo para o ambiente, temo máximo de emissão, apoio respiratório e o controle de intensidade. Pode ser trabalhado:

1. / ssss....zzzz /

2. / sss...zzz...a / e demais vogais

3. / vzj vjz vjz /

Som Basal : quando realizado sem esforço e dentro de uma proposta terapêutica, pode proporcionar melhor coaptação glótica, aumento da amplitude de vibração da mucosa, redução da tensão fonatória e decréscimo na freqüência fundamental. Pode ser trabalhado:

1. Produzir o som basal continuamente depois acrescenta – se silabas, de modo repetido (lá, má, nhá, bá, dá )

TÉCNICAS DE ASSOCIAÇÃO DE MOVIMENTOS DAS FUNÇÕES REFLEXO VEGETATIVAS À EMISSÃO

Estas associações propõem uma emissão vocal mais equilibrada.

Técnica do Bocejo : auxilia na projeção vocal, reduz ataques vocais bruscos, melhora ajustes motor e relaxam o trato vocal. Após uma inspiração profunda, a boca se abre, a língua se abaixa e a faringe se amplia. Deve-se aproveitar os bocejos naturais. Pode ser trabalhado:

1. Emissão seguidas das vogais

2. Aaaahhhh...mmmm...aaaa (vogal carregada pelo som de apoio nasal)

Técnica do Estalo de Língua associado ao Som Nasal: objetiva o reequilibro fonatório, projeção e amplificação vocal.

Método Mastigatório: recurso efetivo que trabalha para o equilíbrio da produção vocal, aumentando a resistência à fala prolongada, modificando a qualidade vocal globalmente. Inicie mastigando normalmente, de boca fechada, em seguida inicie uma “mastigação selvagem”, abrindo a boca com amplos e vigorosos movimentos e produzindo uma grande variedade de sons.

Exercícios de Rotação de Língua no Vestíbulo: propicia uma excelente reorganização muscular e uma melhor qualidade vocal. Inicie rodando a língua no vestíbulo de modo lento e amplo, duas vezes em cada sentido , sem pausas e ir aumentando paulatinamente. Juntar a saliva e deglutir . pode associar um som nasal, suave e prolongado.

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TÉCNICA DE MUDANÇA DE POSTURA

Pode ser de ação direta ou indireta sobre o aparelho fonador. Procura-se obter melhor harmonia entre a comunidade oral e a comunicação corporal.

Manipulação digital da Laringe: objetiva relaxar a laringe. Através de movimentos digitais descendentes, do queixo para o osso externo, exercendo uma pressão nos contornos laterais da laringe, ou ainda com pequenos movimentos rotatórios na membrana tíreo-hióidea. Pode ser realizada com a cabeça para trás, abrindo e fechando a boca.

Deslocamento Língual : exteriorizando e posteriorizando a língua. Ajuda a relaxar a laringe.

Exercícios Cervicais sonorizados : “sim”, “não”, “talvez” associados a um som de apoio.

AQUECIMENTO VOCAL

Tem por objetivo:

adequar coaptação da mucosa maior extensão vocal permitir inspirações rápidas e curtas e expirações controladas deixar a mucosa mais solta dar maior intensidade e projeção a voz melhor articulação dos sons

Enfim, reunir melhores condições gerais de produção vocal.

Corpo

1. ficar de pé, com os pés separados, oscilar levemente o corpo e perceber o deslocamento do peso.

2. Alongar, estendendo os braços para cima como se fosse pegar um objeto, segurando por um tempo, em seguida soltando-os bruscamente // inclinar o tronco para frente, deixando a cabeça e os braços pendurados, emitindo um som nasal, subindo aos poucos, levantando a cabeça por ultimo //

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contrair os ombros elevando-os por um tempo, para em seguida relaxar, soltando-os rapidamente.

3. Rotação de ombros, juntos e separadamente4.Rotação de cabeça – “Sim, “Não” e “Talvez”

5.Massagem facial – tocar levemente toda a face com a ponta dos dedos, como se fosse tocar piano

Obs.: trabalhar simultaneamente a respiração.Voz

1. Sons nasais - / m /, / n / - associados a rotação de língua no vestíbulo, mastigação sonorizada / selvagem, estalo de língua.

2. Sons vibrantes – vibração de língua e lábio // fazer escalas decrescente e crescente.

3. Vocalizações com seqüência de vogais: í, ê, é, a, ô, ó, u .

4. Exercícios articulatórios – trava-línguas.

5. Controle de intensidade com sons nasais, fricativos, vibrantes, iniciar com intensidade fraca, aumentá-la, diminuí-la, sem variar freqüência. Não esquecer do controle respiratório!

DESAQUECIMENTO VOCAL

1. Técnica do Bocejo, espreguiçando-se, associado a emissão relaxada das vogais.

2. Rotação de cabeça.

3. Sons nasais e/ou vibrantes associados a escala decrescente.

PSICODINÂMICA VOCAL

A vos é uma das extensões ais fortes da personalidade, podemos reconhecê-la como sendo mais profunda na sua dimensão não verbal. Podemos fazer uma leitura vocal em vários níveis de análise: físicos, psicológicos, sociais, culturais, econômicos de um determinado sujeito.

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A imagem viva da voz projeta sentimentos, emoções, intenções pelo simples gesto de ouvir. No entanto atualmente por escutarmos menos perdemos a sensibilidade em atribuir a voz significados implícitos, importantes para a comunicação.

Psicodinâmica vocal é o efeito que a voz causa no outro, ou seja as atribuições que fazemos a voz que ouvimos (sexo, idade, procedência, cultura, tipo físico etc.)Isto é o que mais importa para o profissional da voz, A IMAGEM VOCAL, que pretende desenvolver para atingir seus propósitos. Todos os parâmetros que caracterizam a qualidade vocal constróem a Psicodinâmica Vocal, desta forma o cantor poderá, manipulando tais parâmetros, encontrar a melhor forma interpretação (dentro do objetivo traçado) .

IMPRESSÕES TRANSMITIDAS PELOS TIPOS DE VOZES E FALAS

O padrão básico de emissão de um indivíduo, que caracteriza seu Tipo de Voz, está relacionado aos ajustes motores empregados (pregas vocais, laringe, ressonância), dimensões biológicas, psicológicas e sócio-educacionais.

Voz Rouca: qualidade vocal ruidosa e grave. Transmite cansaço, mas dificilmente chega a ser desagradável.

Voz Soprosa : acompanhada de ar não sonorizado, fonação ruidosa. Transmite fraqueza e falta de potência, mas também pode ter efeito sensual.

Voz Áspera : esforço à fonação, ataques vocais bruscos. Transmite agressividade, incômodo, aflição, sendo sempre desagradável.

Voz sussurrada : é o extremo da voz Soprosa. Transmite interesse em contar segredos.

Voz Fluída: contração glótica intermediária entre vozes neutras e soprosas. A laringe está baixa, voz grave. Confere sensualidade e passa sedução ao ouvinte. Comum em locutores, apresentadores de tele-jornal.

Voz Gutural : emissão tensa, abafamento dos harmônicos, ressonância laríngo – faríngea. Transmite raiva e agressividade contidas

Voz Comprimida : contração exagerada do vestíbulo laríngeo. Traduz um caráter rígido do falante, esforço para tudo.

Voz Monótona: monoaltura, monointensidade, inflexões e tessitura reduzidas. Não captura o ouvinte, sem vida e desinteressante, comum em casos de desordem neurológica.

Voz Trêmula : instabilidade da emissão. Transmite sensibilidade excessiva, fragilidade, indecisão, medo e também senilidade. Está presente em fortes emoções, desordens neurológicas (Parkinson).

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Voz Crepitante ou Fry : uso do registro basal, no uso habitual é considerado abuso vocal. “Sedução Barata”, voz de monstro, assustadora, aflição.

Voz Infantilizada : aguda, elevação da laringe, anteriorização da língua. Origem psicológica, muda vocal incompleta. Confere falta de amadurecimento psicológico, ingenuidade.

Voz Virilizada : encontrada em mulheres, tom grave, associado a edemas de pregas vocais, menopausa. Traz características masculinas.

Voz Hipernasal : uso excessivo da cavidade nasal. Transmite limitações intelectuais “fanhoso”, quando discreta transmite afeto, carinho, sensualidade.

Intensidade Forte : fraqueza dos sentimentos, vitalidade, falta de educação e de paciência, invasão do outro. Pode ser resultado de um modelo familiar.

Extensão Vocal Excessivamente Variada : falta de controle emocional.

Articulação Bem Definida : clareza de idéias, desejo de ser compreendido, preocupação com o ouvinte.

Articulação Exagerada : narcisismo.

Articulação Imprecisa : desorganização mental, falta de interesse pela comunicação.

Articulação Travada : raiva, pouco confiante.

Velocidade de Fala Lento : lentidão do pensamento, o ouvinte se desliga.

Velocidade elevada : ansiedade, tensão, vontade de omitir dados do discurso, egocentrismo.

Respiração Calma e Regulada : organismo equilibrado, mente calma.

Palavra e Voz: Uma parceria de valor

A voz e a palavra, bem combinados com a respiração, levam a emoção.

Quando a palavra mente, o som denuncia!

O Cantor precisa se escutar, para que consiga dizer a verdade. Letras decoradas, não devem permanecer decoradas, precisam fazer parte da linguagem oral espontânea do cantor, caso contrário se torna um amontoado de letras, silabas e palavras sem sentido emocional algum.

A letra de música precisa ser explorada, vivenciada para que se torne um dizer completo, rico em significações. É verdade que o texto gráfico apresenta diferenças com relação ao discurso oral, por ser outro código, outra linguagem. No

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entanto cabe ao cantor adaptá-la á sua linguagem musical, traduzindo o texto à sua respiração, ao seu ritmo, velocidade etc.

Toda palavra de significação tem uma sílaba tônica. Existem também palavras inacentuadas, as átonas, como os artigos, conjunções. No ato de fala, podemos apontar o Grupo Rítmico, caracterizado pela estruturação frasal, pronunciada em torno de um Acento Dominante. A palavra átona pode adquirir numa frase uma tonicidade enfática, pode existir mais de um acento dominante numa frase.

Além das acentuações, existe as inflexões, a que chamamos de entonação, que faz parte de uma expressão sintática, mas é um meio pelo qual a voz traduz os estados afetivos, emocionais e de contaminação ambiental.Entonação é a musicalidade das palavras e nas palavras.

Existem grupos fônicos, caracterizados pelas pausas, que podem ser:

Expressivas (emoção, sentimento)

Sintáticas (oração, discurso)

Respiratórias (reabastecimento )

As pausas Respiratórias coincidem coma a pausa Expressiva, ou com a Sintática, mas estas não necessariamente coincidem com as pausas Respiratórias. A tudo isso agrega-se o Ritmo. Destacamos aqui a duração de cada vocábulo (palavra) correlacionado aos demais de uma frase.

Como exemplo, leia a frase:

“Se queres sentir felicidade de amar...”

Em seguida repita novamente, acompanhando cada sílaba pronunciada com um bater de palmas.

A pontuação de um texto marca sua entonação e suas pausas ,e não deve ser entendida coma marcação melódica da Linguagem oral (canto).A Articulação transforma o som em vogal ou consoante. Articular bem é valorizar cada sílaba, dando relevo as consoantes e sonoridade as vogais.A boa pronuncia é a estética da Articulação. Garante a emissão correta dos fonemas da Língua e acentuação (exemplo:. Fêlicidade, félicidade, felicidadi) .

O MAIOR PROBLEMA NÃO É O DA LINGUAGEM, MAS O DO HOMEM QUE FALA

EXERCÍCIOS

Para manipular o texto e a fala podemos:

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Articular melhor uma palavra Acentuar certos termos Aumentar ou reduzir a velocidade Alterar a altura Alterar a intensidade . Não pode existir exageros grosseiros.

1. Cantar colando a vogal / u / antes de todas as vogais do texto (ex. Puaruabuéns ua vuocuê...)

2. Exprimir sentimento com as frases:

VONTADE HEI DE VENCER!ALEGRIA COMO É BOA A VIDA! TRISTEZA MORRO DE SAUDADES!

MEDO ESTÃO ARROMBANDO A PORTA.ANGÚSTIA O MÉDICO NÃO CHEGA.ESPANTO VOCÊ POR AQUI?

INDIFERENÇA JÁ ESPERAVA POR VOCÊ.CERTEZA ISTO NÃO É BOM PRA VOCÊ.

CALMA TEM TEMPO, JÁ VOU.ALÍVIO GRAÇAS A DEUS!

Faça o mesmo com as vogais:

VONTADE

A E I O U

ALEGRIATRISTEZA

MEDOANGÚSTIAESPANTO

INDIFERENÇACERTEZA

CALMAALÍVIO

HÁBITOS E HIGIÊNES VOCAIS

Hábito: (1) disposição adquirida pela repetição freqüente de um ato costume

Higiene : (1) arte de conservar a saúde; (2) limpeza, asseio.

1. Hidratação do Organismo : beber água (8 à 12 copos por dia) é fundamental para o profissional da voz. Mucosa ressecada, pode trazer alterações orgânicas pelo atrito das pregas vocais. A hidratação também pode ser feita com a inalação nasal de um pano úmido, que não solte fiapos.

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Page 49: Apostila Técnica Vocal

2. Fumo : agride o sistema respiratório, provoca irritação, resseca o trato vocal, causa pigarro, edema, tosse, aumento de secreção e infecções. Falar por muito tempo em ambientes de fumantes também não é bom.

3. Álcool : promove imunodepressão, sensação de melhora na voz por efeito anestesia.

4. Drogas : a maconha é extremamente lesiva, resseca o trato vocal, causa choque térmico. A cocaína lesa a mucosa diretamente, provoca fadiga vocal.

5. Alergias : propiciam problemas vocais, tendência a edema das mucosas, dificulta a vibração livre das pregas vocais.

6. Ar Condicionado : agressão a mucosa das pregas vocais por ressecamento importante, induz produção de voz com tensão e esforço.

7. Hábitos Vocais Inadequados :

Gritar sem apoio respiratório ou mesmo com apoio de forma demasiada / falar alto sempre

Evitar competição sonora / evitar falar em ambientes abertos

Golpe de glote

Tosse e pigarro, raspar a garganta

Rir alto

Evitar sussurro ou cochilo

Cantar abusivamente sem técnica

Falar fora da freqüência habitual

Imitar sons, vozes ruídos

Descanso inadequado

8. Temperatura : clima muito frio e úmido podem afetar o trato vocal, deve se tentar evitar choques térmicos.

9. Alimentação : Evitar alimentos muito pesados que dificultam a digestão e a movimentação

livre do diafragma

Evitar ingestão de derivados de leite antes do uso profissional da voz

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Page 50: Apostila Técnica Vocal

Evitar bebidas gasosas que provocam distensão gástrica

Maça e sucos cítricos são adstringentes e favorecem a ressonância por absorverem os excessos de secreção

Evita choque térmico com a ingestão de alimentos muito quentes ou muito gelados

Consultar um médico se tiver queixa de RGE (refluxo-gastro-estomacal)

Evitar ingestão de cafeína em excesso.

10. Vestuário : roupas leves e folgadas permitem a movimentação livre do corpo. Evitar o uso de roupas apertadas na região dom pescoço e cintura, usar sapatos confortáveis de preferência com o solado de couro. Não usar saltos altos.

FAÇA A ARTE DE CONSERVAR ASAÚDE VOCAL

COMO PERCEBER UM PROBLEMA NA VÓZ

Se ao falar você sente cansaço, ardência, dor na garganta, perde a voz ou rouquidão, que permaneça por mais de duas semana, VOCÊ deve procurar com urgência um médico Otorrinolaringologista ou um Fonoaudiólogo.

OTORRINOLARINGOLOGISTA - FONOAUDIÓLOGO

O otorrinolaringologista é o profissional habilitado e capacitado que trabalha comestudo e tratamento das doenças do ouvido, nariz e garganta.

O fonoaudiólogo é o profissional habilitado e capacitado que trabalha com a comunicação humana (prevenindo, habilitando e reabilitando) voz e fala, produtos da comunicação, preciosos para cantores e atores.

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Page 51: Apostila Técnica Vocal

O QUE É DISFONIA?

É um distúrbio de comunicação, no qual a voz não consegue cumprir o seu papel básico de transmissão da mensagem verbal e emocional de um sujeito.

Uma disfonia representa qualquer dificuldade na emissão vocal que impeça a produção da voz:

esforço à emissão

dificuldade em manter a voz

cansaço ao falar

variações na freqüência fundamental habitual

rouquidão

falta de volume e projeção

perda da eficiência vocal

pouca resistência ao falar, entre outras

quem apresenta disfonia se beneficia da fonoterapia

classificação das disfonias:

1. Funcionais : alterações no processo de emissão vocal que decorrem do uso da própria voz, isto é, da função de fonação da laringe. A voz é resultado de vida de cada um. É realizado não só por comandos mas por imitação de padrões e por desejo de comunicação. Por ex.:

Afonia de conversão (perda completa da voz)

Uso divergente de registros

2. Organo - Funcionais: geralmente é uma disfonia funcional diagnostica tardiamente. Por ex.:

Nódulos

Pólipos

Edema de Reicke

Apostila de Técnica e Expressão Vocal 51

Page 52: Apostila Técnica Vocal

3. Orgânicas : existe um componente orgânico que justifica o problema vocal, por ex.:

Cisto

Papiloma

Neuplasia

CRENÇAS POPULARES NO TRATAMENTO DA SAÚDE VOCAL

É comum atores e cantores utilizarem diversos meios para manter uma boa saúde vocal. São altamente emotivos e sugestionáveis quando existe qualquer ameaça a sua integridade vocal. Deixam se levar pela ‘moda’ mais absurda! Basta que um cantor mencione uma cura mágica qualquer e a romaria começa.

PROCEDIMENTOS MAIS UTILIZADOS PARA OBTER MELHOR DESEMPÉNHO VOCAL OU PARA INTERFERIR NAS ALTERAÇÕES VOCAIS

Uso de substâncias nas cavidades oral e nasal

Modificações de conduta de uso da fala e da voz

Uso de medicamentos alopatas, homeopáticos e chinesa

Aquecer o pescoço externamente

SUBSTÂNCIAS DE PREFERÊNCIA:

SUBSTANCIAS FORMA DE USOÁgua Beber e vaporizar.Água e sal (soro fisiológico) Pingar no nariz; gargarejar puro; com limão.Alho Mastigar ou beber o chá.Bicarbonato de sódio Gargarejar com água morna; com chá de

camomila; com água; sal e limão .Canela Mascar.

Apostila de Técnica e Expressão Vocal 52

Page 53: Apostila Técnica Vocal

Cenoura Comer o melado produzido pela cenoura com açúcar.

Cepacol Gargarejar; bochechar e chupar em pastilhas.Conhaque Beber puro ou com mel.Cravo Mascar .Elixir de Kutelak Gargarejar Gengibre Mastigar puro ou em cristais; gargarejar ou beber

o chá.Goiaba Gargarejar com chá feito de folhas.Jiló Gargarejar com chá.Leite Beber leite quente com açúcar e mel.Limão Gargarejar.Mel Puro, com água quente; com conhaque e limão,

com limão; com leite quente; e como xarope de melagrião.

Propólis Beber pura ou com mel; vaporizar a garganta (spray); com menta e água; chupar balas; gargarejar com água morna (acrescido ou não de mel, sal ou mel e limão).

Romã Gargarejar ou beber o chá da casca, adicionando ou não açúcar e sal, com ou sem própolis.

Sal Chupar uma pitada ou uma pedra de sal marinho.Suco de Fruta Beber suco de cajú, acerola, laranja e limão.Tanchagem Gargarejar ou beber o chá.Vinagre Gargarejar com iodo; com sal, mel e limão.Outros Tomar café quente com manteiga salgada antes

de entrar no palco; tomar coisas que aquecem a garganta; chocolate ou chá; comer alguma coisa.

EFEITOS RELATADOS

* SENSAÇÕES CORPORAIS:

Desobstrução da região oral e faríngea (abre a garganta, limpa a secreção, solta, desincha, etc.)

Aquecimento (aquece a garganta, sente a circulação)

Anestesia (passa o ardor, para de doer)

Apostila de Técnica e Expressão Vocal 53

Page 54: Apostila Técnica Vocal

Ressecamento (boca seca, gosma grossa)

Hidratação (saliva fluida, lubrifica a garganta)

Higienização (refresca, desinfeta)

Desobstrução da cavidade nasal

SENSAÇÕES AUDITIVAS:

Menor grau de rouquidão (voz clara e limpa)

Nasalidade (fanho)

Aumento de sonoridade (voz solta)

Aumento da ressonancia oral e nasal (fica encorpada, clareia a voz)

Emissão mais suavizada (amacia)

SENSAÇÕES PSCOLÓGICAS:

Maior segurança

CONDUTAS PARALELAS AO USO DAS SUBSTÂNCIAS

Falar pouco ou manter silêncio

Evitar gelado

Dormir ou descansar

Fazer aquecimento vocal

Evitar cigarro e álcoolApostila de Técnica e Expressão Vocal 54

Page 55: Apostila Técnica Vocal

Não falar ao telefone

Não gritar

Parar de cantar

Fazer relaxamento

Fazer exercícios respiratórios

Não se expor ao frio

Fazer exercícios de voz

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

Parece que nestes momentos ritualísticos, a utilidade do procedimento não é o que mais importa, sendo o simbólico suficientemente eficaz, assim como a credibilidade e confiança atribuída a quem indicou o procedimento.

Apesar de todo o caráter simbólico, os procedimentos mais utilizados podem e devem ser avaliados com bom senso pelo cantor / ator, antes de se tornar uma prática descabida.

A literatura alerta que muitos métodos são paliativos, tais como:Gargarejo, leite e mel, chá quente com limão, pois suavizam a região inflamada e alguns sintomas como a rouquidão podem desaparecer. Entretanto os problemas persistem, já que não é eliminada a causa, mascarando a dor, permitindo o abuso vocal.

Misturas e ervas devem ser utilizadas com muita cautela, pois não há valor medicinal comprovado sobre os efeitos da mucosa do trato vocal.

Gargarejos não tem nenhuma eficácia comprovada, sendo provável que somente sejam prejudicais quando envolvem uma vocalização alta e abusiva. Mesmo assim deve ser evitado sem indicação médica, pois pode acarretar destruição da defesa natural da boca e garganta, predispondo a infecções.

Procedimentos como: comer maçã (efeito adstringente); ingerir sucos cítricos (auxiliar na retenção de líquidos); gargarejo com água morna e sal marinho (higienização); suco de limão e chás de ervas (demulcente/ suavizar); inalação de vapor / ingestão de água (hidratação).

Algumas substâncias apontadas podem trazer benefícios oferecendo alívio aos sintomas corporais e por conseqüência vocais. Os líquidos tem efeito sobre a mucosa do trato respiratório e vocal. O mel é empregado como demulcente e vaso dilatador. O gengibre tem efeito expectorante, antitussigeno, antitérmico e vaso

Apostila de Técnica e Expressão Vocal 55

Page 56: Apostila Técnica Vocal

dilatador´periférico. A própolis tem atividade bactericida e o sal é antiinflámatório tópico e mucolítico.

Ao que se refere à técnica de emprego, o calor é analgésico, antiespasmódico, descongestionante e sedativo, ajuda na dissolução de edemas inflamatórios.

É comum o uso das imagens mentais para auxiliar o aluno a projetar a voz, embora a variedade e falta de precisão destas gerem equívocos, podendo favorecer abusos vocais.

A mudança de sensibilidade da região do trato vocal poderia facilitar a imagem mental, ajudando no direcionamento do ar para as cavidades de ressonância e precisão articulatória, melhorando assim a projeção vocal e inteligibilidade do canto.Talvez esta seja a explicação do porquê de tantos cantores usarem gengibre antes do espetáculo, como parte do aquecimento vocal. Assim como outras substância apontadas como m da sensibilidade e propriocepção oral e faríngeaÉ claro que o cantor deve se responsabilizar por sua saúde vocal buscando o melhor, de forma consciente.

EXERCICIOS DE AQUECIMENTO

Exercícios corporais:

O primeiro passo :

checar a respiração lembrando que a ideal é a costo-diafragmática-abdominal .

“A respiração é um dos elementos chaves na busca das emoções. E fundamental para o canto”.

trabalhando os músculos do pescoço :

“SIM”, “NÃO” (vibrando sem e com som) 5minutosRotação de cabeça – 5 x cada lado

Acrescentando ombros e músculos referentes (peito –costas):

Rotação para frente e para trás – 5xErguer os ombros segurando-os por alguns segundos e soltá-los repentinamente. –5x

Acrescentando corpo (até a cintura):

Apostila de Técnica e Expressão Vocal 56

Page 57: Apostila Técnica Vocal

Ficar em pé, com os pés separados (paralelos ) oscilar levemente o corpo e perceber o deslocamento do eixo; alongar levantando os braços o mais alto possivel, como se tentasse pegar algo, segurando um tempo, em seguida soltando-os bruscamente deixar o corpo pender para frente – flexionando levemente os joelhos para não tencionar- deixando braços e cabeça pendurados, voltando a posição ereta lentamente, sentido como se a coluna vertebral fosse se encaixando gomo por gomo, levantando a cabeça por ultimo. – 3x com som “mnhi”.

Músculos faciais

Beijinho – sorriso (boca fechada) – 5 xPeixinho –sorriso (boca aberta) – 5xRebolada -(com lábios e maxilar)-5xAbrir e fechar ( boca) – 5xEngolir lábios (superior e inferior alternadamente) – 10x

Acrescentando a língua

Colocar a língua para fora lentamente e recolhê-la rapidamente –5xColocar a língua para fora rapidamente e recolhê-la lentamente –5xLíngua circular (mov. interno –direita e esquerda) 5x cada ladoTirando chope (direita e esquerda) -5x cada ladoLimpador de para brisa – 10xCavalinho (abrindo e fechando a boca) –10x Língua loca (acrescentando som) –5x

Sons vibrantes

Vibração de língua (escala crescente) – 5x RrruVibração de lábios –(escala crescente) – 5x Brrru

Sons nasais

Ressonância (boca fechada) –5xRessonância mastigação selvagem –5xRessonância terminando em vogais (mmma-mmmé-mmme…) –5xRessonância todas as vogais numa respiração (mmmaéeióou) –5x

Sons fricativos (resp. apoio)

Respirar e expirar (sss – zzz) -5x cada Vzj vzj vzj - 5x (alternar com Ssi –Ffu – Chi – A) Trava -lingua

Mas mos mus mes mas mos mis mesNas nos nus nes nas nos nis nes Tras tros trus tres tras tros tris tres

Apostila de Técnica e Expressão Vocal 57

Page 58: Apostila Técnica Vocal

Nraz nroz nruz nrez nraz nroz nriz nrez Blaf bléf blef blif blóf blof blufBlaf a af – blé é éf –blef e ef –blif í if –blóf ó óf - bluf u uf

Retomar aquecimento corporal

Com exercícios para pernas, braços, e demais músculos do corpo, levando em consideração o tipo de espetáculo a ser apresentado.

AQUECIMENTO VOCAL BÁSICO

HIDRATAÇÃO RELAXAMENTO CERVICAL (OMBRO-COSTAS) TÉCNICA DE VIBRAÇÃORrrrrrrrrrrruuu OU Brrrrrrrrrrrruuu (MAIS CERVICAIS)

RrrrrrrrrrrrrrrrrruuuRRRRRRRRRRRrrrrrrrrrrrruuu

TÉCNICA DE RESSONANCIA

Mãos em concha mmmmmmmmmmmmmmmmmMãos sobre o nariz mmmmmmmmmmmmmmmmMstigando mmmmmmmmmmmmmmmmmmmMMastigando exafgerado mmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmMMMMMMMMMmmmmmmmmmmmmmmmmmmMMMMMMMMMmmmmmmmm

ARTICULAÇÃO

rrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrA ( A, E, É, I, O, Ó, U )rrrrrrrrrrrArrrrrrrrrrrrrrrrArrrrrrrrrrrrrrArrrrrrrrrrrA ( A, E, É, I, O, Ó, U )

EXERCICIOS DE ARTICULAÇÃO

DESAQUECIMENTO VOCAL BÁSICO I

HIDRATAÇÃO ALONGAMENTO RESPIRAÇÃO (NORMALIZAR RITMO) RELAXAMENTO DE CERVICAIS TÉCNICA DE VIBRAÇÃORrrrrrrrrrrrrrrrrrr OU Brrrrrrrrrrrr (MAIS CERVICAIS)

TÉCNICA DO BOCEJOBocejo prolongado, finalizando com emissão suave de vogais

Apostila de Técnica e Expressão Vocal 58

Page 59: Apostila Técnica Vocal

REPOUSO VOCAL

DESAQUECIMENTO VOCAL BÁSICO II

TÉCNICA DE VIBRAÇÃO: IR DO SOM AGUDO PARA O GRAVE (ESCALA DECRESCENTE), MANTENDO, POR ALGUNS SEGUNDOS, A NOTA MAIS GRAVE.

TRUUUUUUUUUUUUUUUTRUUUUUUUUUUUUUUUTRUUUUUUUUUUUUUUU

CONTAGEM REGRESSIVA, MANTENDO POR ALGUNS SEGUNDOS, OS SONS FRICATIVOS (SSSS; ZZZZZ)

DEZZZZZZZZZNOVVVVVVVEOITOSSSSSSSETE SEISSSSSSSSSSSSSSCINCOQUATROTRÊSSSSSSSSDOISSSSSSSSUM

REPETIR TRÊSVEZES, DIMINUINDO A TONALIDADE E A INTENSIDADE

HOJJJJJJJJJJJJE EU VVVVVVVVVOU JJJJJJJJJJJANTAR ACARAJJJJJJJJJÉ.

INSPIRAR, COLOCAR A MÃO SOBRE A BOCA E SOPRAR. RETIRAR A MÃO E EXPIRAR. REPETIR POR 4 VEZES.

EXERCÍCIOS PARA VÓZ CANSADA E SOPROSA / FENDA GLÓTICA

UMA VEZ AO DIA (BRU................) sempre em escala crescente.

Apostila de Técnica e Expressão Vocal 59

Page 60: Apostila Técnica Vocal

CHU..................ATOBRU................BRUA................A

CHU................EIOBRU................BRU................E

CHU................ÉLABRU................CH................É

CHU................ITABRU................CHU................Í

CH................ÕCOBRU................CHU................Ô

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CH................ UTABRU................CHU................U

F................ALABRU................BRU................A

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.

F................ÔNOBRU................BRU................Ô

F................ÓCABRU................BRU................Ó

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Apostila de Técnica e Expressão Vocal 60

Page 61: Apostila Técnica Vocal

S................APOBRU................BRU................A

S................ÊDOBRU................BRU................Ê

S................ÉLABRU...............BRU................É

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.

S................ÔCOBRU................BRU................Ô

S................ÓCABRU................BRU................Ó

S................UMOBRU................BRU................U

BRU................ (TRÊS VEZES AO DIA)(BRU................) sempre em escala crescente.

Apostila de Técnica e Expressão Vocal 61

Page 62: Apostila Técnica Vocal

F................ABRU................

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F................ÉBRU...............

F................IBRU...............

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S................ABRU................

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Apostila de Técnica e Expressão Vocal 62

Page 63: Apostila Técnica Vocal

CH................ABRU................

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DEZ VEZES BRU................ em escala crescente e decrescente. Vide gráfico.

BRU...............BRU...............BRU...............BRU...............BRU...............BRU...............BRU...............BRU...............BRU...............BRU...............

ONDULAÇÃO COM VOGAIS Em escala crescente e decrescente (vide gráfico).

Apostila de Técnica e Expressão Vocal 63

Page 64: Apostila Técnica Vocal

BRU...............A...............ABRU...............Ê...............ÊBRU...............É...............ÉBRU...............I.................IBRU...............Ô...............ÔBRU...............Ó...............ÓBRU...............U...............U

(BRU................) sempre em escala crescente.

BRU...............ABRU...............ÊBRU...............ÉBRU...............IBRU...............ÔBRU...............ÓBRU...............U----------------------------------------------------------------------------------------------UM.............MALAUM.............MEDOUM.............MÉLAUM.............MIAUM.............MONAUM.............MÓLAUM.............MULA

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Apostila de Técnica e Expressão Vocal 64

Page 65: Apostila Técnica Vocal

BRU...............IBRU...............I BRU...............I

BRU.....................I...............IBRU.....................I...............IBRU.....................I...............I

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S..........................ABRU......................

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S..........................ÔBRU......................

S..........................ÓBRU......................

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Apostila de Técnica e Expressão Vocal 65

Page 66: Apostila Técnica Vocal

Dez vezes.

TRU.....................I...............I

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PESQUISA E ORIENTAÇÃO:

DRA EVANI MOLINA (Fonoaudióloga) DRA MÔNICA BARROS PEREIRA (Otorrinolaringologia) ANDRÉ RIMA (Professor de técnica vocal e vocalista das bandas After:Life e Craft) ISABEL CRISTINA VIOLA – dissertação de Mestrado puc “Estudo descritivo

das crenças populares no tratamento das alterações vocais em profissionais da voz”

CÍNTIA SCOLA JACQUELINE TRINDADE VIEIRA (Fonoaudióloga) MATEUS REZENDE MARTINS

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