apostila quimica experimental parfor 2011

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO MARANHÃO DIRETORIA DE DESENVOLVIMENTO DE ENSINO DEPARTAMENTO DE ENSINO SUPERIOR E TECNOLÓGICO APOSTILA DE QUÍMICA GERAL EXPERIMENTAL I Zé Doca-MA 2011

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Apostila disponibilizada pela professora Josilene - Química experimental - IFMA Zé Doca - MA

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Page 1: Apostila quimica experimental parfor 2011

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO MARANHÃO DIRETORIA DE DESENVOLVIMENTO DE ENSINO

DEPARTAMENTO DE ENSINO SUPERIOR E TECNOLÓGICO

APOSTILA DE QUÍMICA GERAL EXPERIMENTAL I

Zé Doca-MA 2011

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1. LABORATÓRIO Observe que o laboratório químico sempre que possível deve contém as seguintes características de segurança aos que nele trabalham.

- Janelas amplas de ambos os lados que possibilitam boa ventilação do ambiente;

- Portas em dois locais distintos, que abram para fora (facilitam a saída em caso de emergência), sendo uma das portas grande (dupla) para possibilitar a entrada de equipamentos;

- Salas anexas para aparelhagem (balanças, aparelhos para ponto fusão, dentre outros);

- Sala de armazenagem de reagentes; - Instalações:

a) Elétrica: A instalação elétrica deve incluir sistema de aterramento para segurança e evitar choques em aparelhos, como banhos termostáticos etc. As tomadas devem ser internas ou tipo pedestal, diferenciadas para as voltagens 110 e 220 V. b) Iluminação: O nível de iluminação recomendada deve ser de 500 a 100 lux. As luminárias devem ser embutidas no forro e as lâmpadas devem ter proteção para evitar queda sobre a bancada ou piso do laboratório. c) Hidráulica: A tubulação interna da água e de escoamento dos efluentes diluídos deve ser projetada considerando os produtos que serão manuseados e a necessária. A tubulação de esgoto e os demais materiais (cuba, canaletas, sifões, bojos) devem ser de materiais quimicamente inertes ás substâncias utilizadas, sendo recomendada ao menos uma cuba com profundidade para limpeza de bureta. d) Instalações de gases: As tubulações de gás GLP (Gás Liquefeito do Petróleo) não podem correr em canaletas fechadas ou postas em espaços confinados atrás das bancadas. Devem sempre percorrer espaços ventilados e serem pintadas na cor amarela. Os cilindros de armazenamento de gases oferecem altos riscos em casos de vazamento ou queda, exigindo dessa forma cuidados especiais, tais como:

O transporte dos cilindros deve ser feito em carrinhos apropriados; Durante seu uso ou estocagem devem ser mantidos presos á parede

com correntes e cadeados; Os cilindros devem ser armazenados preferencialmente do lado externo

do laboratório; e) Proteção contra incêndio: O laboratório deve ser possuir instalações e equipamentos de proteção contra incêndio, em atendimento á NR 23. Os extintores de incêndio devem ser compatíveis com os materiais e equipaments que estão sendo utilizados. f) Ventilação e exaustores: O laboratório deve possuir um sistema de exaustão e ventilação corretamente projetado para as atividades realizadas, incluindo capelas, coifas, ar condicionado, exaustores e ventiladores. A manutenção deve ser periódica para garantir a eficiência das instalações.

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g) Bancadas de trabalho: As bancadas devem ser constituídas de material rígido e quimicamente inerte, sendo, portanto, resistentes a possíveis derramamentos de reagentes, como solventes orgânicos, ácidos, álcalis e produtos químicos usado para descontaminação da área de trabalho e dos equipamentos, bem como calor moderado. As opções mais utilizadas no mercado são granito, fórmica ou similar. 2. EQUIPAMENTOS E VIDRARIAS UTILIZADOS EM LABORATÓRIO DE QUÍMICA Vários equipamentos e vidrarias são utilizados em um laboratório de Química e o manuseio adequado destes é fundamental para o analista. Porém, o completo domínio de sua manipulação advém da experiência adquirida com sua utilização. O quadro abaixo relaciona alguns equipamentos de uso comum no laboratório e suas aplicações. 2.1 Materiais de vidro 01 Tubo de ensaio - utilizado principalmente para efetuar reações químicas em pequena escala. Pode ser aquecido, com cuidado, diretamente sobre a chama do bico de Bunsen. 02 Becker - recipiente com ou sem graduação, utilizado para dissolver substâncias, efetuar reações, aquecer líquidos, efetuar pesagens, deixar substâncias em repouso, etc. Pode ser aquecido sobre tripé com tela de amianto. 03 Erlenmeyer - utilizado para aquecer líquidos, fazer reações, dissolver substâncias e fazer titulações (uma vez que sua forma cônica evita perdas de líquidos por agitação). Pode ser aquecido, com cuidado, diretamente sobre a chama do bico de Bunsen. 04 Proveta ou cilindro graduado - usado para medidas aproximadas de volumes de líquidos. Não pode ser aquecido. 05 Pipetas - recipientes calibrados para medida precisa de volume de líquidos. Existem dois tipos de pipetas: pipeta graduada (utilizada para escoar volumes variáveis de líquidos. Esta pipeta é usada para medir pequenos volumes e tem pouca aplicação sempre que se quer medir volumes líquidos com elevada precisão) e pipeta volumétrica (utilizada para escoar volumes fixos de líquidos). Não podem ser aquecidas. 06 Bureta (com torneira de vidro) - equipamento calibrado para medida precisa de volume de líquidos. É utilizada em análises volumétricas. Existem também as buretas automáticas, que possuem dispositivos pelos quais o líquido é levado até seu interior automaticamente. 07 Balão volumétrico - recipiente calibrado, de precisão, destinado a conter um determinado volume de líquido, a uma dada temperatura (geralmente 20°C), podendo ser utilizado sem erro apreciável, a temperaturas mais ou menos 8°C acima ou abaixo da indicada. É utilizado no preparo de soluções de concentrações definidas. Possui o traço de aferição situado no gargalo do balão e tem fundo chato.

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08 Balão de fundo chato e de fundo redondo - usados para aquecer líquidos e fazer reações com desprendimentos gasosos. Podem ser aquecidos sobre tripé com tela de amianto. 9 Kitassato - recipiente munido de saída lateral e usado em filtração a vácuo. 10 Funil de adição – utilizado para adição de reagentes em um sistema reacional. 11 Funis de separação (ou de decantação) - usados para separar líquidos imiscíveis. 12 Dessecador- utilizado no armazenamento e resfriamento de substâncias quando se necessita de uma atmosfera com baixo índice de umidade. Também pode ser utilizado para manter as substâncias sob pressão reduzida. 13 Condensadores – usados para condensar os vapores nas destilações e nos aquecimentos sob refluxo. 14 Funil de vidro - utilizado na transferência de líquidos e nas filtrações simples. O funil com colo longo e estrias é chamado de funil analítico. 15 Conectores – utilizado para montagem de aparelhos e interligações. 16 Vidro de relógio - usado para cobrir becker, pesar sólidos e evaporar líquidos. 17 Bastão de vidro ou baqueta - cilindro maciço de vidro, usado para agitar e facilitar as dissoluções, na transferência de líquidos, além de auxiliar nas filtrações, etc. 18 Pesa-filtro – indicado para a pesagem de sólidos quando o composto é higroscópico. 2.2 Materiais de Porcelana 01 Funil de Büchner - utilizado em filtração a vácuo, devendo ser acoplado a um kitassato. Sobre a placa perfurada deve ser colocado um papel de filtro de diâmetro menor que o da placa. 02 Cápsulas - usadas em evaporações e secagens; podem também ser utilizadas em estufas. 03 Cadinho - usado para aquecimentos a seco (calcinações) no bico de Bunsen e mufla. 04 Almofariz e pistilo - usados na pulverização e trituração de sólidos. 2.3 Materiais Metálicos 01 Suporte universal 02 Anel ou argola 03 Garras - São usados na sustentação de várias peças, tais como funil de vidro e de decantação, condensadores, etc. 4 Tripé - usado para sustentar a tela de amianto. 5 Tela de amianto - tela metálica, contendo amianto, utilizada para distribuir uniformemente o calor, durante o aquecimento de recipientes de vidro à chama de um bico de gás. 06 Espátulas e colheres - usadas para transferir substâncias sólidas. Podem ser encontradas em porcelana, aço inoxidável e níquel. 07 Pinça metálica casteloy - usada para segurar objetos aquecidos.

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08 Pinça de Mohr e de Hoffman - usadas para impedir ou diminuir a passagem de gases ou de líquidos através de tubos flexíveis. 2.4 Materiais de Aquecimento 01 Bico de gás (Bunsen) - fonte de calor destinado ao aquecimento de materiais não inflamáveis. No caso de materiais inflamáveis, usa-se a “manta elétrica”. 02 Manta de aquecimento - é encontrada em vários modelos. É usada para aquecimento com temperatura controlada. 03 Banho-maria - usado para banho de aquecimento. Geralmente é equipado com termostato. 04 Mufla ou forno - produz altas temperaturas. É utilizada, em geral, na calcinação de substâncias. Alcança até 1500°C. 05 Estufas - aparelhos elétricos, controlados por termostatos, que permitem temperaturas de 40°C a 300° C. São empregadas, em geral, na secagem de materiais, entre outras funções. 06 Placa de Aquecimento – fonte de aquecimento para sistemas reacionais diversos, geralmente vem com sistema de agitação magnética. 2.5 Materiais Diversos

i. Balança - Instrumento para determinação de massa (pesagem). Como exemplos tem-se:

Balança analítica elétrica - é encontrada com precisão de cinco casas

decimais (centésimos de miligrama) e as mais comuns com quatro casas decimais (décimos de miligrama).

Balança romana (um prato) - usada em pesagens de pouca precisão.

ii. Centrífugas manual e elétrica - usadas para acelerar a sedimentação. iii. Bomba de vácuo – utilizada para acelerar as filtrações realizadas sob

vácuo. iv. Pisseta - recipiente geralmente contendo água destilada ou outros

solventes. É usado para efetuar a lavagem de recipientes ou materiais com jatos do solvente nele contido.

v. Torneiras – utilizada em conecções diversas. vi. Termômetro – utilizado para medida de temperatura em sistemas

reacionais ou destilação. vii. Macaco – utilizado na suspensão de materiais diversos em montagem

de reações. viii. Cilindro – utilizado na armazenagem de gases que serão utilizados em

reações ou para geração de atmosfera específica. ix. Frasco para reagente - usado para conservar reagentes químicos.

Dependendo da substância a ser guardada, o frasco a ser utilizado pode ser incolor ou âmbar.

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2.6. Limpeza das vidrarias É importante que o usuário do laboratório habitue-se a limpar o material de vidro logo após o término do experimento, enquanto a natureza do resíduo é conhecida. O material de vidro após o uso deve ser lavado com água e detergente com o auxílio de uma escova. Depois de bem enxaguado com água da torneira, enxaguar três vezes com água destilada. Depois de lavado, o vidro deve permitir o escoamento de água sobre sua superfície, sem formar gotas, que indicam a presença de matéria gordurosa. O material muito sujo e engordurado pode ser lavado com solução sulfonítrica ou solventes orgânicos, tais como álcool, acetona ou éter (neste caso, desde que não haja chama no laboratório), dependendo da natureza da sujeira, e depois lavado como foi descrito.

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3. SEGURANÇA 3.1 EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA

- EPC’s (Equipamentos de proteção coletiva):

a) Lava-olhos e chuveiro: São dispositivos de emergência que fornecem um fluxo de água contínuo e são utilizados para lavar os locais atigidos por contaminantes químicos. Eles devem ser mantidos de forma a estarem preparados para uso imediato a qualquer instante.

b) Extintores de incêndio próximos ao laboratório: É preciso conhecer,

identificar bem o incêndio que se vai combater, antes de escolher o agente extintor ou equipamento de combate ao fogo. Um erro na escolha de um extintor pode tornar inútil o esforço de combater as chamas; ou pode piorar a situação, aumentando ainda mais as chamas, espalhando-as, ou criando novas causas de fogo (curtos-circuitos).

Classes de Incêndios e tipos de extintores:

TIPOS DE EXTINTORES CLASSES EXEMPLOS

Água pressurizada

Gás Carbônico Espuma Pó Químico

Seco

A

Materiais que queimam em superfície e

em profundidade.

Exemplo: madeira,

papel, tecido.

SIM

(excelente eficiência)

NÃO (sem

eficiência)

SIM (boa

eficiência)

NÂO (sem

eficiência)

B

Materiais que queimam em

superfície. Exemplo:

álcool, gasolina,

querosene

NÃO (sem

eficiência)

SIM (boa

eficiência)

SIM (ótima

eficiência)

SIM (ótima

eficiência)

C

Equipamentos elétricos e eletrônicos

energizados. Exemplo:

computadores, televisores,

motores.

NÃO

(perigoso, conduz

eletricidade)

SIM (ótima

eficiência)

NÃO

(perigoso, conduz

eletricidade)

SIM (boa

eficiência, contudo pode causar danos

em equipamentos

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delicados)

D

Materiais que requerem agentes

extintores específicos. Exemplo: pó

de zinco, sódio,

magnésio

NÃO NÃO NÃO SIM (Pó químico

especial)

Operações e efeitos dos extintores:

TIPOS DE EXTINTORES DISCRIMINAÇÃO Água pressurizada

Gás Carbônico Espuma Pó Químico

Seco

Como operar extintores

a) Puxe a trava rompendo o lacre b) Aperte o gatilho, c) Dirija o jato para a base do fogo.

a) Retire o grampo b) Aperte o gatilho, c) Dirija o jato para a base do fogo.

a) Vire o aparelho com a tampa para baixo b) Dirija o jato para a base do fogo.

a) Puxe a trava rompendo o lacre ou acione a válvula com o cilindro de gás (pressurizável) b) Aperte o gatilho ou empurre a pistola difusora (pressurízavel) c) Dirija o jato para a base do fogo.

EFEITOS Resfriamento Abafamento Abafamento

e resfriamento

Abafamento

ATENÇÃO! Vapores podem ser fontes de explosões e incêndios. Por exemplo, éter (utilizado para anestesiar e sacrificar animais) libera vapores potencialmente explosivos. Em laboratórios que costumam guardar, na geladeira, carcaças de animais em formol, podem também ocorrer explosões, como conseqüência de faíscas geradas dentro da geladeira fechada. Fumaça inalada pode causar problemas graves e até fatais. Produtos de laboratório são, em muitos casos, inflamáveis e/ou explosivos. Eles podem agravar um incêndio de origem elétrica, tanto ao espalhar as chamas quanto ao provocar ferimentos por estilhaços. Incêndios podem ser gerados por reações químicas como, por exemplo, a neutralização de ácidos fortes por bases fortes. Recomenda-se que materiais passíveis de reagirem entre si sejam guardados em armários separados.

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c) Capelas e/ou coifas: São equipamentos imprescindíveis, onde se executam operações que envolvam riscos de acidente, explosão ou possam liberar gases ou vapores tóxicos, corrosivos ou agentes biológicos patogênicos.

- Equipamentos de Proteção Individual (EPI)

São todos dispositivos de uso individual, destinados a proteger a integridade física dos trabalhadores.

Tipos de EPI’s: * Avental ou roupas de proteção * Luvas * Proteção facial/ ocular * Proteção respiratória (máscaras) Deve-se: * Usá-lo apenas para a finalidade que se destina. * Responsabiliza-se por sua guarda e conservação. * Comunicar qualquer alteração que o torne impróprio para o uso. * Adquirir o tipo adequado a atividade do empregado. * Treinar o trabalhador sobre seu uso adequado. * Tornar obrigatório seu uso. * Substituí-lo quando danificado ou extraviado. 3.2 NORMAS BÁSICAS DE SEGURANÇA NO LABORATÓRIO A segurança no laboratório é uma responsabilidade que deve ser assumida por professores, monitores e alunos. No recinto do laboratório não é permitida ou atitudes que possam provocar danos para si ou outras pessoas. Apesar disso, os laboratórios de química não são necessariamente lugares embora muito dos perigos estejam associados a eles. Acidentes são na maioria das vezes, causados por falta de cuidado, ignorância e desinteresse pelo assunto. Embora não seja possível enumerar todas as causas de possíveis acidentes num laboratório, existem alguns cuidados que são básicos e que, se observados, ajudam a evitá-los. 1. É PROIBIDO comer, beber ou fumar no laboratório; 2. Evite trabalhar sozinho no laboratório, a presença de outras pessoas será sempre uma valiosa ajuda em caso de acidentes; 3. Prepare-se antes de tentar realizar os experimentos. Procure ler e entender os roteiros experimentais; consulte a literatura especializada. Em caso de dúvidas, discuta o assunto com o professor antes de tentar fazer o experimento;

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4. Utilize sempre que necessários materiais que possam garantir maior segurança no trabalho tais como: luvas, pinça, óculos (obrigatório), jaleco (obrigatório) etc. Procure manter seu jaleco limpo. 5. Conserve sempre limpos os equipamentos, vidrarias e sua bancada de trabalho. Evite derramar líquidos, mas se o fizer, limpe o local imediatamente; 6. Gavetas e portas dos armários devem ser mantidas sempre fechadas quando não estiverem sendo utilizadas; 7. Ao término do período de laboratório, lave o material utilizado, limpe sua bancada de trabalho, seu banco, a pia e outras áreas de uso em comum. Verifique se os equipamentos estão limpos e desligados e os frascos reagentes fechados; 8. Lave suas mãos freqüentemente durante o trabalho prático, especialmente se algum reagente químico for respingado. Ao final do trabalho, antes de deixar o laboratório, lave as mãos; 9. Leia com atenção os rótulos dos frascos de reagentes químicos para evitar pegar o frasco errado. Certifique-se de que o reagente contido no frasco é exatamente o citado no roteiro experimental; 10. Nunca torne a colocar no frasco, o reagente não utilizado. Não coloque objeto algum nos frascos de reagentes, exceto o conta-gotas de que alguns são providos; 11. Evite contato físico com qualquer tipo de reagente químico. Tenha cuidado ao manusear substâncias corrosivas como ácidos e bases use a CAPELA; 12. A diluição de ácidos concentrados deve ser feita adicionando-se o ácido, lentamente, com agitação constante, sobre a água - com essa metodologia adequada, o calor gerado no processo de mistura é absorvido e dissipado no meio. NUNCA proceda ao contrário (água sobre o ácido). 13. Nunca deixe frascos contendo reagentes químicos inflamáveis próximos à chama; 14. Não deixe nenhuma substância sendo aquecida por longo tempo sem supervisão; 15. Não jogue nenhum material sólido dentro das pias ou ralos. O material inútil (rejeito) deve ser descartado de maneira apropriada; 16. Quando for testar um produto químico pelo odor, não coloque o frasco sobre o nariz. Desloque os vapores que se desprendem do frasco com a mão para a sua direção; 17. Use a CAPELA para experiências que envolvem o uso ou liberação de gases tóxicos ou corrosivos; 18. Não aqueça tubos de ensaio com a extremidade aberta voltada para si mesmo ou para alguém próximo. Sempre que possível o aquecimento deve ser feito na CAPELA; 19. Não deixe recipientes quentes em lugares em que possam ser pegos inadvertidamente. Lembre-se de que o vidro quente tem a mesma aparência do vidro frio; 20. Não pipete de maneira alguma, líquidos corrosivos ou venenosos, por sucção, com a boca. Procure usar sempre a “pêra de sucção” para pipetar. 21. O bico de Bunsen deve permanecer aceso somente quando estiver sendo utilizado; 22. Não trabalhe com material imperfeito; 23. Em caso de acidentes, comunique o professor imediatamente. Ele deverá decidir sobre a gravidade do acidente e tomar as atitudes necessárias;

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24. Em caso de possuir alguma alergia, estar grávida ou em qualquer outra situação que possa ser afetado quando exposto a determinados reagentes químicos, comunique o professor logo no primeiro dia de aula; 25. Em caso de incêndio este deverá ser abafado imediatamente com uma toalha ou, se necessário, com o auxilio do extintor de incêndio apropriado; 26. Comunique o professor, monitor ou técnico sempre que notar algo anormal no laboratório; 27. Faça apenas as experiências indicadas pelo professor. Caso deseje tentar qualquer modificação do roteiro experimental discuta com o professor antes de fazê-lo; 28. No laboratório é OBRIGATÓRIO o uso do jaleco e de óculos de segurança. 4. SELEÇÃO E MANUSEIO DE REAGENTES E PRODUTOS QUÍMICOS

a) Manuseio de produtos químicos Todo trabalho com produtos químicos em laboratório deve ser precedido por pesquisa sobre as propriedades químicas, físicas e toxicológicas dos produtos, seu manuseio seguro e medidas de primeiros socorros em casos de acidente, afim de conscientizar o operador sobre os riscos aos quais estará exposto.

b) Rotulagem Nenhum produto pode ser manipulado no laboratório sem que se saiba exatamente o seu comportamento. Os rótulos devem sempre conter informações necessárias para a perfeita caracterização, bem como indicações de riscos, medidas de prevenção para o manuseio e instruções para o caso de eventuais acidentes, tais como: contato ou exposição, antídotos e informações para médicos, instruções em caso de fogo, derrame ou vazamento; instruções para manuseio e armazenamento em recipientes.

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c) Operação envolvendo produtos voláteis tóxicos

Devem ser feitas exclusivamente em capelas, locais em que a exaustão dos vapores e gases evita a disseminação no ambiente do laboratório (ou seja, em local aberto).

d) Descarte de rejeitos (resíduos)

Até há pouco tempo, os laboratórios descartavam seus rejeitos (resíduos) sem os cuidados necessários; solventes voláteis eram evaporados (lançados para a atmosfera), sólidos eram descarregados em lixo comum e, líquidos e soluções, eram descartados na pia. Essas práticas não são recomendadas e, atualmente, existe uma preocupação maior no descarte de rejeitos químicos. Existem regras estabelecidas para o descarte de rejeitos, especialmente os perigosos; no entanto, muitas vezes são difíceis e de custo elevado para serem implementadas. Assim, na prática, procura-se, sempre que possível, minimizar a quantidade de resíduos perigosos gerados nos laboratórios de ensino. Alguns procedimentos são adotados nesse sentido, como por exemplo: a) Redução da escala (quantidade de sustância) de produtos químicos usados nos experimentos; b) Substituição de reagentes perigosos por outros menos perigosos; c) Conversão dos resíduos para uma forma menos perigosa através de reação química, antes do descarte; d) Redução dos volumes a serem descartados (concentrando as soluções ou separando os componentes perigosos por precipitação); e) Recuperação dos reagentes para novamente serem utilizados. Instruções para descarte dos resíduos são fornecidas junto com as experiências. Quando os resíduos gerados na experiência não forem perigosos, poderão ser descartados na pia de acordo com as seguintes instruções: 1) Soluções que podem ser jogadas na pia devem ser antes diluídas com água, ou jogar a solução vagarosamente acompanhada de água corrente; 2) Sais solúveis podem ser descartados como descrito em 1. 3) Pequenas quantidades de solventes orgânicos solúveis em água (ex: metanol ou acetona) podem ser diluídos antes de serem jogados na pia. Grandes quantidades desses solventes, ou outros que sejam voláteis, não devem ser descartados dessa maneira. No caso, tentar recuperá-los. 4) Soluções ácidas e básicas devem ter seu pH ajustado na faixa de 2 a 11 antes de serem descartadas. Em caso de pequenos volumes dessas soluções (por exemplo, 10 mL ou pouco mais), essas podem ser diluídas e descartadas. 5) Em caso de dúvida, perguntar ao professor como proceder o descarte. Algumas orientações básicas: I) RESÍDUO INSOLÚVEL NÃO PERIGOSO: Papel, cortiça, areia, podem ser, descartados em um cesto de lixo comum do laboratório. Alumina, sílica gel, sulfato de sódio, sulfato de magnésio e outros, devem ser embalados para

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evitar a dispersão do pó e descartados em lixo comum. Se esses materiais estiverem contaminados com resíduos perigosos, deverão ser manuseados de outra forma. II) RESÍDUOS SÓLIDOS SOLÚVEIS NÃO PERIGOSOS: Alguns compostos orgânicos (exemplo o ácido benzóico) podem ser dissolvidos com bastante água e descarregados no esgoto. Podem, também, ser descartados junto com resíduos insolúveis não perigosos. Caso estejam contaminados com materiais mais perigosos deverão ser manuseados de outra forma. III) RESÍDUOS LÍQUIDOS ORGÂNICOS NÃO PERIGOSOS: Substâncias solúveis em água podem ser descartadas no esgoto. Por exemplo, etanol pode ser descartado na pia do laboratório; 1-butanol, éter etílico e a maioria. dos solventes e compostos que não são miscíveis em água, não podem ser descartados dessa maneira. Líquidos não miscíveis com a água deverão ser colocados em recipientes apropriados para líquidos orgânicos, para posterior tratamento. IV) RESÍDUOS PERIGOSOS GENÉRICOS: Neste grupo estão incluídas substâncias como hexano, tolueno, aminas (anilina, trietilamina), amidas, ésteres, ácido clorídrico e outros. Deve-se ter especial atenção para as incompatibilidades, ou seja, algumas substâncias não podem ser colocadas juntas no mesmo recipiente devido à reação entre elas. Por exemplo, cloreto de acetila e dietilamina reagem vigorosamente; ambos são reagentes perigosos e seus rejeitos devem ser mantidos em recipientes separados. Compostos halogenados como 1-bromobutano, cloreto de t-butila e outros, também devem ser guardados em recipientes separados dos demais compostos. V) ÁCIDOS E BASES INORGÂNICAS FORTES: Devem ser neutralizados, diluídos e então descartados. VI) AGENTES OXIDANTES E REDUTORES: Oxidar os redutores e reduzir os oxidantes antes do descarte. O professor dará informações de como proceder. Esses são alguns exemplos de procedimentos de descarte de rejeitos produzidos no Laboratório Químico. É prática comum, antes de iniciar em experimento, buscar na literatura especializada informações sobre os efeitos tóxicos das substâncias que serão utilizadas e os cuidados necessários para manuseio e descarte das mesmas. 5. ACIDENTES COMUNS EM LABORATORIO E PRIMEIRO SOCORROS I. QUEIMADURAS a) Causadas pelo calor - quando leve aplicar pomada de Picrato de Butesina e, quando grave, devem ser cobertas com gaze esterilizada, previamente umedecida com solução aquosa de bicarbonato de sódio 5%. b) Causadas por ácidos - deve-se lavar imediatamente a região com bastante água durante pelo menos 5 minutos. Em seguida, tratar com solução de bicarbonato de sódio a 5% e lavar novamente com água. c) Causadas por bases - proceder como em b, aplicando solução de ácido acético 1%.

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II. ÁCIDOS NOS OLHOS – Deve-ser lavar com bastante água durante aproximadamente 15 minutos e aplicar solução de bicarbonato de sódio 1%. III. BASES NOS OLHOS – Proceder como em II e aplicar solução de ácido bórico 1%. IV. INTOXICAÇÃO POR GASES – Remover a vítima para um ambiente arejado e deixar descansar. Em caso de asfixia fazer respiração artificial. V. INGESTÃO DE SUBSTÂNCIAS TÓXICAS – Recomenda-se beber muita água e em seguida beber: a) Um copo de solução de bicarbonato de sódio 1% ou leite de magnésia, em caso de ingestão de ácidos; b) Um copo de solução de ácido cítrico ou ácido acético a 2%, em caso de ingestão de bases. 6. ROTEIRO DE RELATÓRIO Um relatório é um resumo de uma prática. Portanto, a sua apresentação adequada é fundamental, isso inclui clareza, organização e uma grafia legível de forma que possa ser entendido por qualquer pessoa que dele necessite. Assim, mesmo que o relatório seja escrito a mão, utilize um papel adequado, mantenha a limpeza e estética na confecção do mesmo. O aluno deverá apresentar um relatório que deve constar, além do sumário, sete itens: capa com a identificação da experiência, introdução, finalidade ou objetivos, parte experimental, resultados e discussão, conclusão e bibliografia, descritos como seguem: 1. Capa – nome da instituição, departamento, curso, componente curricular, identificação do aluno, o número e nome da experiência, local, data etc. 2. Introdução – Uma breve revisão sobre o tema do experimento. 3. Finalidade – de forma objetiva o aluno deve citar os principais objetivos da experiência. 4. A parte experimental deve ser cuidadosamente descrita com o verbo no passado e na forma impessoal. Veja o roteiro recebido da prática lá consta os materiais utilizados e o procedimento em si. 5. Na parte de resultados e discussão o aluno deverá apresentar todas as reações realizadas devidamente balanceadas. No caso de haver folha de dados, esta deverá ser transportada para o relatório devidamente preenchida. O aluno deve responder as questões relativas ao tratamento de dados, atentando para o cuidado de fazer os cálculos exigidos no caso das práticas envolvendo reagente limitante e rendimento. Os cálculos devem ser devidamente apresentados. 6. Conclusão - Indicar se os resultados obtidos concordam com os valores conhecidos através da literatura ou cálculos teóricos. Procure explicar as diferenças observadas. Discuta se a finalidade da experiência foi alcançada. 7. Bibliografia – Listar os livros, sítios e revistas consultados.

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7. REFERÊNCIAS SANTOS, F. K.G.; ROCHA, M. V. P.; SILVA, M. L. P.; SANTOS, Z. M. Laboratório de Química Geral. Universidade Federal Rural do Semi-árido. Mossoró-RN. Gil Valdo José da Silva • Paulo Marcos Donate Mauricio Gomes Constantino. Apostila de Fundamentos de Química Experimental.