apostila iii - limpeza, desinfecÇÃo, esterilizaÇÃo e controle

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PROFª ENFª RENATA PAULINO 1 Para ___/___/___ Módulo II – CME – Apostila III 20 de fevereiro de 2013 REPROCESSAMENTO NA CME LIMPEZA DE ARTIGOS Consiste na remoção de sujidade visível de um artigo e, na retirada da sua carga microbiana. Deve preceder (vir antes) a desinfecção ou a esterilização; A presença de matéria orgânica protege os micro-organismos, tornando as etapas subsequentes insuficientes. O emprego da ação mecânica e de soluções adequadas AUMENTA a eficiência da limpeza; Quando o número inicial de micro-organismos contaminantes (bioburden) é muito alto, há redução na probabilidade de eliminação de tais agentes no fim do processo de limpeza. A limpeza eficiente diminui a carga de micro-organismos m 99,99%. OBJETIVOS: Reduzir a carga microbiana natural dos artigos; Extrair contaminantes orgânicos e inorgânicos; Remover a sujidade dos artigos; LIMPADORES ENZIMÁTICOS São compostos basicamente de enzimas, surfactantes, solubilizantes e álcool isopropílico; Remoção da matéria orgânica dos artigos em curto período de tempo: 3 minutos; Contém enzimas – amilases, proteases e lipases – que agem nos artigos, quebrando os carboidratos, proteínas e lipídios da matéria orgânica, facilitando e aumentando a eficácia da limpeza; Seu uso não dispensa o emprego da ação mecânica; Limpeza Preparo e Empacota mento Esterilizaçã o Guarda Distribuiçã o e Uso

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PROFª ENFª RENATA PAULINO

1 Para ___/___/___ Módulo II – CME – Apostila III

20 de fevereiro de 2013

REPROCESSAMENTO NA CME

LIMPEZA DE ARTIGOS

• Consiste na remoção de sujidade visível de um artigo e, na retirada da sua carga

microbiana.

• Deve preceder (vir antes) a desinfecção ou a esterilização;

• A presença de matéria orgânica protege os micro-organismos, tornando as etapas

subsequentes insuficientes.

• O emprego da ação mecânica e de soluções adequadas AUMENTA a eficiência da

limpeza;

• Quando o número inicial de micro-organismos contaminantes (bioburden) é muito

alto, há redução na probabilidade de eliminação de tais agentes no fim do processo

de limpeza.

• A limpeza eficiente diminui a carga de micro-organismos m 99,99%.

• OBJETIVOS:

Reduzir a carga microbiana natural dos artigos;

Extrair contaminantes orgânicos e inorgânicos;

Remover a sujidade dos artigos;

LIMPADORES ENZIMÁTICOS

• São compostos basicamente de enzimas, surfactantes, solubilizantes e álcool isopropílico;

• Remoção da matéria orgânica dos artigos em curto período de tempo: 3 minutos;

• Contém enzimas – amilases, proteases e lipases – que agem nos artigos, quebrando os carboidratos,

proteínas e lipídios da matéria orgânica, facilitando e aumentando a eficácia da limpeza;

• Seu uso não dispensa o emprego da ação mecânica;

Limpeza

Preparo e Empacota

mento

Esterilização

Guarda

Distribuição e Uso

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2 Para ___/___/___ Módulo II – CME – Apostila III

20 de fevereiro de 2013

RECOMENDAÇÕES PARA O USO DE LIMPADORES ENZIMÁTICOS

• Verificar modo de diluição, o prazo de validade após a diluição, o tempo de imersão e o método de utilização;

• Selecionar apenas produtos que possuam registro no Ministério da Saúde;

• Uso obrigatório em instrumentos endoscópios.

DETERGENTES E DESINCRUSTANTES

• Produtos que facilitam a suspensão das partículas;

• Menos eficaz que os enzimáticos;

• Recomendados para artigos com pouca matéria orgânica devido ao seu custo menor;

• Não pode ser misturado com outros agentes limpantes.

MÉTODOS DE LIMPEZA

Selecionar o métodos que seja mais adequado ao artigo utilizado, de acordo com as demandas e com os recursos disponíveis

no serviço.

LIMPEZA MANUAL

É o processo executado por meio de fricção com escovas e do uso de soluções de

limpeza. É indicada a materiais delicados, que não suportam o uso de métodos automatizados.

Deve-se lavar os materiais, peça por peça, submersos em água para evitar a formação

de aerossóis.

Realizar fricção por no mínimo 5 vezes, seguindo a direção das ranhuras com

produtos não abrasivos;

Empregar preferencialmente soluções enzimáticas;

Utilizar escovas não abrasivas;

Enxaguar peças abundantemente com água até remover a sujidade e o detergente.

Limitações da limpeza manual:

Falta de uniformidade de execução pelos diferentes profissionais;

Baixa produtividade;

Riscos ocupacionais, biológicos e químicos;

RECOMENDAÇÕES PARA A LIMPEZA MANUAL

Utilizar os EPI adequados:

Luva grossa de borracha, antiderrapante, cano longo;

Avental impermeável;

Bota;

Gorro;

Protetor facial ou máscara;

Óculos de proteção.

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LIMPEZA MECÂNICA

É aquela desenvolvida por meio de equipamentos - lavadoras:

Ultrassônica;

Esterilizadora;

Termodesinfetadora;

De descarga e pasteurizadora.

Observação Importante: Não dispensa o uso de EPI!

Vantagens

Redução do manuseio dos artigos contaminados Diminui o risco de acidentes com material biológico

Reprodutividade do processo

Controle dos parâmetros (químico, biológico e visual)

Maior produtividade

Controle do processo de limpeza de artigos

• A avaliação do processo de limpeza deve ser realizada por meio de controle microbiológico, químico e visual.

Controle Microbiológico:

Parafusos de aço inoxidável, previamente contaminados em meio de cultura, e expostos ao processo de lavagem e

desinfecção térmica;

Indicador que fornece informações sobre a eficiência do equipamento na limpeza

Controle Químico:

Soil test: pó que misturado com a água, simula o sangue e é aplicado no instrumental cirúrgico teste;

Detecta possíveis falhas no processo de limpeza, caso reste resíduos;

Controle Visual:

A olho nu ou com o auxílio de lupa;

Observar principalmente:

Ranhura;

Articulações;

Encaixes de dentes e sistema de trava das peças.

PREPARO E EMPACOTAMENTO DE ARTIGOS

Preparo

• Constituído por uma inspeção criteriosa da limpeza e da funcionalidade dos materiais;

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• Etapa fundamental para que um material possa ser reutilizado – resíduos orgânicos e inorgânicos podem impedir o contato do

agente esterilizante ou desinfetante;

• Confirmada a limpeza, os materiais precisam ser embalados para garantir a manutenção da esterilidade ao usuário final.

Inspeção Visual

Objetivo: identificar sujidade residual e possíveis falhas mecânicas nos instrumentos;

Estrutura do local:

Mesa de material passível de desinfecção com álcool

70%: desinfecção deve ser feita a cada troca de plantão

ou quando da contaminação por limpeza ineficiente

dos materiais;

Sobre a mesa: colocar campos de tecido de cor clara –

absorção de água e facilidade de visualizar qualquer

sujidade. Trocar os campos sempre que molhados

e/ou sujos e sempre a cada troca de plantão;

Iluminação satisfatória + auxílio de lentes de aumento,

como lupas.

Profissionais envolvidos no processo:

Usar roupas privativas do local e gorro;

Não há consenso quanto ao uso de luvas e máscaras durante esse momento:

o Recomendável que não conversem muito sobre os materiais;

o Higienização das mãos;

Secagem deve ser feita após a lavagem – evita a aderência de micro-organismos.

Utilizar panos macios e de cor clara;

Evitar a secagem mecânica – em caso de limpeza ineficiente, pode haver um ressecamento do resíduo no material, dificultando

posterior limpeza;

Observar minuciosamente:

Reentrâncias e Cremalheiras;

Desmontar peças articuladas;

Observar o encaixe das subpeças – risco de se soltarem ou quebrarem durante a

cirurgia;

Testar o fio das lâminas de materiais cortantes – com faixas de borracha para compressão cirúrgica;

Esfregar uma borracha sobre as manchas dos materiais de aço inox – diferenciar manchas de corrosão.

Retirar material de uso se apresentar:

• Rachaduras;

• Componentes quebrados

• Sem encaixe perfeito;

• Corroídas;

• Desgastadas;

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• Funcionamento comprometido.

Importância da inspeção

• Garantia de uma esterilização e desinfecção eficazes;

• Evitar uso de materiais com falhas mecânicas que podem:

Causar danos ao paciente;

Ampliar o tempo operatório;

Gerar insatisfação à equipe cirúrgica;

Acondicionamento pós-inspeção

• Quando acondicionadas em caixas para serem esterilizadas:

Instrumentos devem ocupar 80% da capacidade do estojo – agente esterilizante entre em contato com a

superfície de todos eles;

Instrumento estejam desmontado e com as cremalheiras abertas.

Empacotamento

Embalagem

• Funções primárias:

Permitir a esterilização do conteúdo;

Mantê-los esterilizados até que sejam utilizados;

Permitir a retirada asséptica do material;

Características de uma embalagem ideal

Permitir adequada penetração e remoção do agente

esterilizante;

Prover barreira adequada aos micro-organismos;

Resistir a rasgos, abrasões e perfurações;

Permitir um método de selagem eficiente que possibilite perceber violação;

Proporcionar abertura asséptica e não delaminar;

Ser apropriada ao método de esterilização escolhido.

Tipos de Embalagem

1) Algodão tecido É reutilizável; Deve ser confeccionado com tecido 100% algodão; Econômica; Eficaz em sua função de barreira, alta resistência; Recomendado até 65 reprocessos; Não remendar em caso de furos e rasgos – inspecionar;

2) Papel Grau cirúrgico

Embalagem descartável;

Um lado papel e outro de filme plástico;

Necessita de selagem térmica;

Possui indicador químico classe 3 impregnado;

Baixo custo;

Compatível com vários métodos de esterilização;

Indicado para materiais pequenos e leves – risco de ruptura.

3) Contêiner Rígido

Sistema de embalagem permanente;

Acondiciona e protege os instrumentos cirúrgicos;

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Alumínio, aço inox ou plástico;

Possui áreas perfuradas – entrada do agente esterilizante e saída do ar;

Vantagens:

o Economia de tempo no preparo;

o Segurança no transporte e manuseio;

o Alta resistência;

o Mecanismo de lacre;

o Compatibilidade com a maioria dos métodos de

esterilização;

o Reuso.

Acondicionamento

Quando acondicionadas em caixas para serem esterilizadas:

o Instrumentos devem ocupar 80% da capacidade do estojo – agente esterilizante entre em contato com a

superfície de todos eles;

o Instrumento estejam desmontado e com as cremalheiras abertas.

Identificação do Pacote

o Descrição do conteúdo;

o Data da esterilização e da validade;

o Lote da carga;

o Funcionário que realizou o pacote.

DESINFECÇÃO DE ARTIGOS

• É o processo de eliminação e destruição de micro-organismos, presentes em superfícies e produtos para a

saúde;

• Menor poder letal que a esterilização – não destrói todas as formas de vida microbiana, principalmente os

esporos;

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• Aplicação de agentes físicos ou químicos, chamados de desinfetantes ou germicidas,

capazes de destruir esses agentes em um intervalo de tempo operacional de 10 a 30

minutos.

• Recomendada para os produtos semicríticos que entram em contato com membranas

mucosas colonizadas ou com pele não íntegra.

MÉTODOS DE DESINFECÇÃO

Física: por ação térmica

o Equipamentos de pasteurização, termodesinfetadoras, lavadoras de descarga.

Química: pelo uso de desinfetantes químicos

o Produtos a base de aldeídos, ácido peracético, soluções cloradas e álcool.

CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO ESPECTRO DE AÇÃO:

Alto Nível

Nível Intermediário

Baixo Nível

ORDEM DECRESCENTE DE RESISTÊNCIA DOS MICRO-ORGANISMOS AOS MÉTODOS E SOLUÇÕES GERMICIDAS

PRIONS Creutzefeld Jacob Disease

ESPOROS BACTERIANOS Bacillus subtillis

Clostridium difficile MYCOBACTERIA

Mycobactrium tuberculosis Mycobacterias atípicas

VÍRUS NÃO LIPÍDICOS Poliovírus Rinovírus FUNGOS Candida sp

Criptococcus sp BACTERIAS VEGETATIVAS

Pseudomonas sp Salmonella sp

VIRUS LIPÍDICOS HBV / HIV / Herpes vírus

DESINFECÇÃO FÍSICA

• Deve ser a primeira escolha se o artigo suportar o método sem sofrer danos; • Recomenda-se obter materiais semicríticos termorresistentes – siliconados;

Vantagens

• Desinfecção de alto nível; • Não deixa resíduos no material; • Não é tóxica para o paciente e para o meio ambiente; • Baixo risco ocupacional – queimaduras passíveis de prevenção; • Baixo custo operacional.

ALTA

RESISTÊNCIA

BAIXA

RESISTÊNCIA

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DESINFECÇÃO

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DESINFECÇÃO QUÍMICA

• Deve ser a última opção para o processamento de produtos de produtos termossensíveis: • Complexidade do processo de desinfecção manual por imersão; • Toxicidade dos desinfetantes para os profissionais, pacientes e meio ambiente.

Fatores que interferem na ação do desinfetante químico

Natureza do item a ser desinfetado;

Número de micro-organismos presentes no produto – quanto mais alta a carga microbiana, mais tempo deve ter de contato com o germicida;

Resistência dos micro-organismos;

Quantidade de matéria orgânica e inorgânica presente:

Grande quantidade de micro-organismos abrigados; Impedimento da penetração do germicida; Inativação direta e rápida de alguns germicidas.

Tipo e concentração do germicida utilizado – escolher o produto correto e diluir corretamente!

Tempo e temperatura da exposição – obedecer as recomendações do fabricante.

DESINFECÇÃO DE ALTO NÍVEL

• Destrói todas as bactérias vegetativas, mas não todos os esporos bacterianos. Ex.: micobactérias, fungos, vírus. • Enxágue com água estéril, manuseio seguindo técnica asséptica; • Lâminas de laringoscópio, equipamentos de terapia respiratória; • Ácido peracético é o produto mais comumente utilizado.

DESINFECÇÃO DE NÍVEL INTERMEDIÁRIO

• Tem ação virucida e bactericida para formas vegetativas, inclusive contra o bacilo da tuberculose, porém não destrói esporos.

• Compostos utilizados: cloro, iodóforos, fenólicos e álcoois.

DESINFECÇÃO DE BAIXO NÍVEL

• Consegue eliminar todas as bactérias na forma vegetativa, porém não age contra esporos, vírus não lipídicos e o bacilo da tuberculose.

• Tem ação apenas relativa sobre os fungos; • Compostos Utilizados: quaternário de amônia, Álcool 70%

ESTERILIZAÇÃO DE ARTIGOS

TIPOS DE ESTERILIZAÇÃO

Esterilizações por Meios Físicos Vapor saturado sob pressão Calor seco Radiação ionizante Radiação não ionizante

Esterilizações por Meios Químicos e Físico-Químicos Formaldeído Glutaraldeído Óxido de Etileno Plasma de Peróxido de Hidrogênio

ESTERILIZAÇÕES MEIOS FÍSICOS

Vapor Saturado sob Pressão - Autoclave

Baseia-se no uso de vapor saturado acima de 100ºC;

Consiste no vapor de água, livre de qualquer outro gás,

É o método mais utilizado e o que maior segurança oferece ao meio hospitalar.

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Melhor que o Calor Seco por utilizar a água (utiliza menor tempo e temperatura);

Econômico, fácil controle de qualidade, não deixa resíduos tóxicos;

Limitações: artigos termossensíveis, óleos e pós;

Elementos essenciais para esterilização: vapor saturado; pressão, temperatura, tempo.

Invólucros (embalagens) compatíveis: papel grau cirúrgico, contêiner, tecido de algodão, papel crepado e Tyvec;

Recomendações Básicas para o carregamento da Autoclave

Ocupar entre 70% a 80% da autoclave – proporciona espaço livre para a circulação do vapor na câmara;

Espaçar aproximadamente 1cm entre os pacotes – permite que o vapor alcance todas as faces dos pacotes;

Não posicionar pacotes encostados nas paredes internas da câmara – evita que as laterais encostadas na parede interna não tenham contato com vapor.

Tipos de Autoclaves

- a injeção de vapor na câmara força a saída do ar frio.

- 10 a 25 min.

- 15 a 30 min.

-vácuo - Por meio de bomba de vácuo contido no equipamento, o ar é removido do artigo e da câmara.

Calor Seco

É realizada em estufa ou forno de Pasteur feito por irradiação do calor, que é menos penetrante e uniforme do que o calor úmido. Requer tempo de exposição mais prolongado e maiores temperaturas, sendo inadequado para tecidos e borrachas. Os invólucros utilzados só podem ser frascos de vidro e caixas metálicas, sendo bons condutores de temperatura. Não estão recomendados qualquer tecido ou papel para embalagem de artigos a serem esterilizados por esse método. Está em desuso por não ser confiável. Método indicado apenas para pós-estáveis ao calor, ceras, vaselinas, parafinas, bases e pomadas oftalmológicas.

A esterilização através do calor seco pode ser alcançada pelos seguintes métodos:

• Raios infravermelhos

Utiliza-se de lâmpadas que emitem radiação infravermelha, essa radiação aquece a superfície exposta a uma temperatura de cerca de 180º C.

• Estufa de ar quente

Constitui-se no uso de estufas elétricas. É o método mais utilizado dentre os de esterilização por calor seco.

ESTERILIZAÇÕES POR PROCESSOS FÍSICOS - QUÍMICOS

Vapores de Baixa Temperatura e Formaldeído (VBTF)

Indicações: É utilizado para esterilização de artigos críticos:

- cateteres, drenos e tubos de borracha, náilon, teflon, PVC e poliestireno.

Vantagens Baixas temperaturas Aeração mecânica Uso imediato; Custo; Monitorização biológica e química Não inflamável e não explosivo no ar ambiente Sem restrições quanto a embalagens

Desvantagens Tempo requerido: 3h30min ( 60oc); 5h (50oc) Restrições a artigos com papelão, látex e têxteis

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Óxidos de Etileno

É um gás incolor à temperatura ambiente, é altamente inflamável. Em sua forma líquida é miscível com água. Para que possa ser utilizado o óxido de etileno é misturado com gases inertes, que o torna não-inflamável e não-explosivo. Invólucros compatíveis: papel grau cirúrgico, Tyvec, papel crepado.

• Indicações: É empregado em produtos médico-hospitalares que não podem ser expostos ao calor ou a agentes esterilizantes líquidos: Instrumentos de uso intravenoso, Tubos endotraqueais, Instrumentos telescópios (citoscópios, broncoscópios, etc.), Materiais elétricos (eletrodos, fios elétricos), Marca-passos e muitos outros.

• Vantagens Potente biocida Difusão “padrão ouro” Compatibilidade “padrão ouro” 45º a 55ºc Acondicionamento prévio Monitorizarão biológica

• Desvantagens TOXICIDADE: carcinogênico, teratogênico Inflamável e explosivo Aeração difícil: processo muito demorado (24 - 36h) Funcionamento em Central

PLASMAS DE PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO (STERRAD)

• Indicações: É utilizado como alternativa para artigos sensíveis a altas temperaturas e à umidade. É aplicado em materiais como alumínio, bronze, látex, cloreto de polivinila (PVC), silicone, aço inoxidável, teflon,

borracha, fibras ópticas, materiais elétricos e outros. Não é oxidante. • Vantagens

Rapidez (50’-75’) 45º a 55ºc Baixa toxicidade Uso imediato Acondicionamento prévio Monitorizarão biológica Simples instalação Validação pelo fabricante a cada novo artigo a ser processado

• Desvantagens Incompatível com celulose e líquidos Restrição em lumens estreitos e longos Alto custo do equipamento, insumos e controles Câmara pequena Ambiente climatizado (longe das autoclaves)

ESTERILIZAÇÃO MEIOS QUÍMICOS

Glutaraldeído (2,0% a 3,4%) - 8 a 12hs para esterilização

• Indicações: Ainda tem sido utilizado para desinfecção de alguns equipamentos como: endoscópios, conexões de respiradores, equipamentos de terapia respiratória, deslizadores

• Vantagens Compatibilidade Custo Recursos para monitoração do pH que assegura o reuso

• Desvantagens Fixa matéria orgânica se o processo de limpeza do material não foi feito de forma eficaz.T Toxicidade por inalação/contato Profissionais com histórico de asma não podem ser ezpostos a esse produto Odor pungente

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Reuso Enxágüe difícil

Toxicidade do Glutaraldeído

• Inalação: irritação de mucosas (dos olhos, Face, Corpo, Mãos, nariz, garganta, tosse, bronquite, pneumonite, asma, epistaxe), cefaléia, náusea e vômito. Leucocitose.

• contato: alergia, dermatite

“... Utilizar como E.P.I.: luvas de borracha butílica ou nitrílica, avental impermeável, protetor facial, máscara contra “fumos” e

vapores orgânicos. Lavar as mãos enluvadas antes da sua retirada. Manter o recipiente sempre tampado...”

Esterilização por Ácido Peracético (0,2% - 0,35%)

Origem: ácido acético + peróxido de hidrogênio

• Vantagens Rápido: 1 hora Monitoração Enxágüe fácil Baixa toxicidade Não gera resíduos tóxicos É esporicida Remove sujidade residual, não é desativado na presença de matéria orgânica

• Desvantagens Processo manual Incompatível com aço bronze, latão e ferro galvanizado custo alto odor avinagrado

INDICADORES DE RESULTADOS

Monitoramentos dos Processos de Esterilização

• Classe 1: Indicador de processo, ou seja, indica se o pacote passou ou não processado. São tiras impregnadas com tinta termocrômicas que mudam de coloração quando expostos a temperatura. Também conhecida como fita zebrada, deve identificar todo o pacote e caixas de instrumentais.

• Classe 2: teste de BOWIE & DICK - testa a eficácia do sistema de vácuo da autoclave pré-vácuo (remoção do ar, e penetração uniforme nos materiais). Uso diário no 1º ciclo, sem carga, na parte mais fria da autoclave (sobre o dreno), a 134 °C por 3,5 a 4 minutos sem secagem. Espera-se mudança uniforme da cor do papel, em toda sua extensão caso não haja homogeneidade na revelação, efetuar revisão imediata do equipamento.

Indicadores Químicos Internos:

• Classe 3: controla um único parâmetro -a temperatura pré-estabelecida. Utilizados no centro dos pacotes

• . Classe 4: Indicador multiparamétrico-controla a temperatura e o tempo necessários para o processo.

• Classe 5: Integrador - controla temperatura, tempo e qualidade do vapor. O SEU DESEMPENHO É

TEORICAMENTE COMPARADO AO INDICADOR BIOLÓGICO (ISO 11140-11995). Deve ser colocado em todos os pacotes mais densos. Deve estar em todos os pacotes com artigos implantáveis.

• Classe 6: Simulador de confiança - Intervalo de confiança maior que classe 5. Responde a todos os parâmetros críticos de um ciclo específico. Só reage até 95% do ciclo de esterilização tenha sido feito.Deve ser colocado em todos os pacotes mais densos. Deve estar em todos os pacotes com artigos implantáveis.

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Indicadores Biológicos

São preparações padronizadas de esporo (Geobacillus Stearothermophilus), comprovadamente resistentes e específicos para um particular processo de esterilização para demonstrar a efetividade do processo. Deve ser feito diariamente, ou no mínimo, semanalmente em uma carga padrão. Deve estar em todos os pacotes com artigos implantáveis.

1ª geração: tiras de papel com esporos microbianos, incubados em laboratório de microbiologia com leitura em 2-7 dias

2ª geração: auto-contidos com leitura em 24 a 48 horas

3ª geração: auto-contidos com leitura em 1 a 3 horas

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1. Qual é a importância da Limpeza para o Reprocessamento de Artigos?

2. Quando devemos realizar a Limpeza Manual? Descreva suas desvantagens.

3. Quais são os benefícios da Limpeza Mecânica?

4. Quais são os tipos (métodos e espectros) de desinfecção de artigos existentes?

5. O que faz a desinfecção de alto nível? Quais tipos de bactérias ela mata e quais artigos de saúde são recomendados que se

passe por esse processo?

6. Quais devem ser os critérios de escolha de um produto para desinfecção?

7. Como a Esterilização pode ser classificada? Escreva os tipos de esterilização existentes para cada uma das classificações.

8. Qual o método físico de esterilização mais confiável? Justifique descrevendo suas vantagens.

9. Descreva a indicação, vantagens e desvantagens do Vapor de Baixa Temperatura e Formaldeído e do Óxido de Etileno.

10. Descreva a indicação, vantagens e desvantagens do Glutaraldeído e do Ácido Peracético como produtos para Esterilização

Química.

11. Relacione as seguintes colunas:

a. Indicador Classe 1

b. Indicador Classe 2

c. Indicador Classe 3

d. Indicador Classe 6

e. Indicador Biológico

( ) Controla um único parâmetro -a temperatura pré-estabelecida. Utilizados no centro dos pacotes

( ) Simulador de confiança - Intervalo de confiança maior que classe 5. Responde a todos os parâmetros críticos de

um ciclo

específico. Só reage até 95% do ciclo de esterilização tenha sido feito.

( ) Indicador de processo, ou seja, indica se o pacote passou ou não processado.

( ) São preparações padronizadas de esporo (Geobacillus Stearothermophilus), comprovadamente resistentes e

específicos para um particular processo de esterilização para demonstrar a efetividade do processo.

( ) Testa a eficácia do sistema de vácuo da autoclave pré-vácuo (remoção do ar, e penetração uniforme nos

materiais).

( ) Deve ser utilizado em todos os pacotes mais densos.

( ) Conhecido como Fita zebrada.

( ) Um exemplo é o Teste BOWIE & DICK.

( ) Deve ser feito diariamente, ou no mínimo, semanalmente em uma carga padrão.

( ) São tiras impregnadas com tinta termocrômicas que mudam de coloração quando expostos a temperatura.

( ) Uso diário no 1º ciclo, sem carga, na parte mais fria da autoclave (sobre o dreno), a 134 °C por 3,5 a 4 minutos

sem secagem.