apostila ensino fundamental ceesvo - história 03

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Para facilitar seus estudos: Leia atentamente os módulos e se achar necessário responda NO CADERNO as atividades propostas. Elas não são obrigatórias. Consulte o dicionário sempre que não souber o significado das palavras. Se necessário, utilize o volume da biblioteca. Se você tiver dúvidas com a matéria, consulte uma das professoras na sala de História. IMPORTANTE: NÃO ESCREVA NA APOSTILA, POIS ELA SERÁ TROCADA POR OUTRA. A TROCA SÓ SERÁ FEITA SE A APOSTILA ESTIVER EM PERFEITO ESTADO .

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Page 1: Apostila Ensino Fundamental  CEESVO - História 03

Para facilitar seus estudos:

� Leia atentamente os módulos e se achar necessário responda NO CADERNO as atividades propostas. Elas não são obrigatórias.

� Consulte o dicionário sempre que não souber o significado das palavras. Se necessário, utilize o volume da biblioteca.

� Se você tiver dúvidas com a matéria, consulte uma das professoras na sala de História.

IMPORTANTE:

NÃO ESCREVA NA APOSTILA, POIS ELA SERÁ TROCADA POR OUTRA.

A TROCA SÓ SERÁ FEITA SE A APOSTILA ESTIVER EM PERFEITO ESTADO.

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HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 7ª série

CEESVOCEESVOCEESVOCEESVO 2

Bem, você mora no Brasil, e provavelmente nasceu aqui. Sabe que o Brasil é um país que tem aproximadamente 180 milhões de habitantes e mais de 08 milhões e 500 mil Km2.

A língua que você fala é a portuguesa – herança cultural do colonizador português. Os usos e costumes que você pratica são resultados da mistura de várias culturas, principalmente indígena, africana, européia e asiática.

Bem, oficialmente, os portugueses chegaram no Brasil durante a expansão marítima, nos fins do século XV, sob o comando de Pedro Álvares Cabral, no dia 22 de abril de 1500.

Nos primeiros anos, após a chegada de Cabral, a preocupação dos portugueses foi a de extrair pau-brasil, com o auxílio dos índios para mandar à Europa, onde a madeira era negociada. Mas, a prioridade dos portugueses era continuar explorando e vendendo as especiarias (cravo, pimenta, canela...) da Índia, na Europa.

A bem da verdade os portugueses não se animaram muito com a nova possessão.

Justificavam que uma terra que só tinha pau-brasil e aves exóticas não proporcionaria os mesmos lucros

que as especiarias da Índia - no Oriente.

Será que sempre teve esse tamanho e o mesmo número de

habitantes?

Você já se preocupou em saber, por que o país onde nós vivemos,

apresenta essa mistura de raças?

Já sei! Se voltarmos no tempo (até os fins do século XV), poderemos descobrir se o

Brasil sempre teve essas mesmas características!

Vamos lá!

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Portugal, um pequeno país, se vê diante da tarefa de ocupar uma colônia gigantesca como o Brasil !

Quanto custaria isso em gente e em dinheiro?

Assim, somente a partir de 1530, quando as especiarias deram sinal de esgotamento, é que a Coroa Portuguesa iniciou de fato a colonização do Brasil.

Ciente disso, o rei de Portugal, D. João III, encontra uma saída para não arcar com as despesas da colonização. Sabendo que os nobres portugueses sonhavam em possuir grandes extensões de terra, decidiu em 1534, dividir o Brasil em 15 grandes faixas de terras (mapa ao lado) e entregá-las à senhores de razoáveis condições financeiras.

Surgiram as capitanias hereditárias.

O nobre donatário recebia apenas o direito de posse, mas não se tornava proprietário da capitania – o proprietário era o rei. Se a administração da capitania fosse boa, seria transferida hereditariamente aos herdeiros do donatário. Se fosse ruim, o rei dava a posse para outro nobre.

Bem, os nobres gastariam muito dinheiro para montar a produção açucareira, construir engenhos e portos, transferir os colonizadores para o continente americano, lutar contra índios e piratas, enquanto o rei ficava na confortável posição de cobrador de impostos sobre as atividades econômicas implantadas na Colônia.

A maioria das capitanias fracassou por vários motivos: poucos investimentos (por falta de recursos ou de interesse dos donatários), freqüentes ataques dos indígenas, grande distância entre as povoações e entre o Brasil e Portugal.

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CEESVOCEESVOCEESVOCEESVO 4

“Os escravos negros eram as mãos e os pés do senhor do engenho”

Terras pertencentes à Espanha

Interior, Interior, Interior, Interior,

sertão...sertão...sertão...sertão...

para onde se para onde se para onde se para onde se

dirigiam os dirigiam os dirigiam os dirigiam os

bandeirantes...bandeirantes...bandeirantes...bandeirantes...

PERNAMBUCO

SÃO VICENTE

Terras pertencentes à Portugal

Dessa forma, somente as capitanias de Pernambuco e São Vicente deram lucros, porque seus donatários souberam resistir aos ataques indígenas e investiram muito dinheiro para dotar as capitanias de engenho, bois, instrumentos agrícolas, soldados etc. O rei de Portugal não desistiu das capitanias, mas resolveu melhorar o sistema. Para controlar os donatários e ajudá-los na colonização, D. João III nomeou, em 1548, um governador-geral para o Brasil, que era um representante do rei na colônia, a quem os donatários e todos os colonos deviam obedecer. A instalação do governo-geral significou a centralização administrativa da colônia. O primeiro governador-geral Tomé de Sousa, fundou Salvador, a primeira cidade e capital do Brasil. Trouxe gado e instalou vários engenhos de cana-de-açúcar.

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A colonização do Brasil compreendia a fixação de colonos na terra e uma produção que atendesse ao mercado europeu, com fins lucrativos. Assim, a colonização no Brasil teve a cultura da cana-de-açúcar como o seu primeiro produto agrícola, e para produzir açúcar, foram trazidos negros da África como mão-de-obra. A produção deveria ser em grande escala, pois este produto era raro na Europa e, portanto, caro.

• ESCRAVISMOESCRAVISMOESCRAVISMOESCRAVISMO O sistema econômico montado na América foi o escravista.

O escravismo é um sistema social e econômico no qual o agente de produção é predominantemente o escravo, que é comercializado, sendo vendido, comprado ou trocado como uma mercadoria ou objeto. Os motivos da utilização da mão-de-obra escrava na América foram:

• escravismo proporcionou a montagem do tráfico internacional de escravos gerando lucros fabulosos aos traficantes;

• os escravos supriam a mão-de-obra no trabalho dentro das colônias em lugar dos colonizadores europeus.

O escravismo, na época moderna, não era uma novidade, pois já havia escravidão entre povos da Antigüidade, como por exemplo, entre os gregos e romanos.

A igreja impedia que o índio fosse escravizado, pois estava interessada em sua catequese e como mão-de-obra nas aldeias jesuítas, mas, ao mesmo tempo, continuava justificando a escravidão do negro.

O escravismo era aceito e justificado pela Igreja e pela sociedade como uma prática normal e lucrativa,

pois, tanto os traficantes como à Igreja ganhavam grandes porcentagens com o tráfico de negros.

Responda em seu caderno:

01. Portugal decide efetivamente ocupar a colônia portuguesa na América, somente em 1530. Explique com suas palavras, o motivo.

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Escravidão e preconceito persistem no século XXI.

Assim, os colonizadores, utilizavam o negro como escravo, aumentando o volume do tráfico africano e conseqüentemente as vantagens e lucros obtidos por quem promovia esse comércio.

A proteção ao índio era relativa, pois ao mesmo tempo em que se proibia legalmente a sua escravização, o governo permitia que a mesma ocorresse através das “guerras justas”.

quelas feitas com licença do rei ou do governador-geral contra os povos indígenas que combatiam os portugueses, impediam o comércio ou que fizessem aliança com outras nações européias. Os índios capturados nessas guerras justas eram levados para aldeias de repartição e distribuídos entre os colonos por tempo determinado”. (Azanha, G. Senhores destas terras. Atual, 1991).

Os padres jesuítas eram grandes defensores da não escravização do índio pelos colonos, no entanto, os jesuítas faziam uso da mão-de-obra indígena para os diversos trabalhos nas missões, além de desestruturarem a sua cultura quando lhes impunham os costumes e a religião do colonizador português, através das catequeses.

Reação Negra e Indígena ao Escravismo

Tanto o índio como o negro foi dominado e escravizado pelos brancos europeus. Os negros foram trazidos do Continente Africano, pela força, para servir de mão-de-obra escrava no trabalho braçal na lavoura, minas e serviços domésticos. Desde a captura na África,

...e o que eram essas “guerras justas?”

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Índios soldados de Bandeirantes, escoltando índios selvagens aprisionados. O primeiro grande ciclo bandeirista teve a finalidade de apresamento de indígenas.

já eram separados de suas famílias e nações para que chegassem na América desunidos e sem disposição de reagir ao cativeiro. Eram transportados para o Brasil nos porões dos navios negreiros também chamados “navios tumbeiros”, nas piores condições possíveis, o que provocava a morte de mais de 50% dos negros durante as viagens, entretanto, nem negros e nem índios aceitaram passivamente essa dominação.

O desmonte da cultura indígena e da cultura negra africana, além de outros motivos, ocorreu porque o colonizador português não permitiu a manifestação religiosa desses povos.

� Índios: o colonizador português foi introduzindo ao cotidiano novos conceitos religiosos que foram impostos como parte da salvação de suas almas.

� Negros: apesar da proibição de culto religioso, feita pelo colonizador branco português, criaram uma mistura da religião africana com a religião católica como forma de burlar essa proibição.

Com a colonização, os portugueses impuseram tanto aos índios, quanto aos negros, sua forma de organização social, econômica e política. O índio, mesmo reagindo, foi sendo exterminado ou se misturando à cultura branca. O negro fugia para os quilombos; entretanto, se recapturado, era levado de volta aos engenhos e forçado a se adaptar culturalmente, ou morria, devido aos castigos físicos.

• BANDEIRASBANDEIRASBANDEIRASBANDEIRAS

A capitania de São Vicente foi o primeiro núcleo povoador de nosso país. Mas, apesar de ter sido bem administrada, num segundo momento, começou a ter problemas econômicos e os investidores não mais se interessavam pela capitania. São

Responda em seu caderno:

02. O que você acha da chamada “guerra justa” defendida durante a colonização do Brasil?

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O bandeirante, Domingos Jorge Velho, carrasco de Palmares, levou ao governador nada menos que 30 mil pares de orelhas dos negros que executara!!

Responda em seu caderno:

03. O que você acha da atividade realizada pelos bandeirantes no período colonial?

Vicente, Santos, Santo André, São Paulo – cidades dessa capitania, tornaram-se tão pobres, que deixaram de ter atrativos para manter os seus habitantes, assim, qualquer esperança de melhoria de vida bastava para que alguns decidissem sair de seus lares - eram os bandeirantes. A pobreza da capitania de São Vicente explica a expansão bandeirante paulista pelo sertão.

Quando os holandeses invadiram Pernambuco, decidiram também invadir as regiões africanas que “exportavam” escravos para o Brasil. Isso prejudicou terrivelmente os donos de engenho da Bahia, que, sem ter como comprar escravos negros, a saída encontrada por esses proprietários foi bem simples: utilizar escravos indígenas, que seriam capturados no sertão e vendidos pelos bandeirantes.

Os bandeirantes, que eram pobres, mas não eram ingênuos, sabiam que era muito difícil capturar índios no meio da mata. Por isso invadiram as reduções jesuíticas, onde os índios já estavam catequizados, habituados às atividades agrícolas, agrupados e, o que é melhor, desarmados pelos padres jesuítas.

O aprisionamento de indígenas se manteve enquanto os holandeses mantiveram seu domínio sobre Pernambuco.

Com a volta da utilização do escravo negro, após a expulsão dos holandeses, os bandeirantes passam a procurar ouro e pedras preciosas no interior do território brasileiro. Os resultados econômicos foram muito pequenos, mas, devido a isso, o território brasileiro foi muito além daquele estabelecido pelo Tratado de Tordesilhas. Alguns anos após a expulsão dos holandeses, os portugueses constataram um fato preocupante: os negros, em grande quantidade, haviam fugido de seus engenhos! O pior é que se organizaram em quilombos, fortaleceram-se economicamente, conquistaram uma invejável unidade social. Dessa forma os quilombos passaram a atrair os escravos, que agora tinham grandes esperanças de sobreviver à fuga. Qual a única maneira de evitar o crescimento das fugas de escravos? Destruindo os quilombos. Quem seria capaz de destruir os quilombos? Os bandeirantes! E eles fizeram o serviço com terrível competência. Mesmo o maior dos quilombos, Palmares, foi totalmente destruído. Os bandeirantes recebiam por escravo quilombola morto. Para provar que realmente o negro havia sido morto, era necessário apresentar à autoridade pagadora um par de orelhas de negro.

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Você já deve ter ouvido falar sobre a libertação dos escravos e que esse fato foi possível devido uma lei assinada por uma pessoa. Estamos falando da Lei Áurea (1888) e da princesa Isabel. Não fica a impressão de que os escravos somente conseguiram liberdade devido à bondade dessa gentil integrante da família real? É, mas esquecem de dizer que o ato da princesa foi apenas o último, e talvez o menos importante, de uma longa jornada na qual quem principalmente lutou foram os maiores interessados na questão: os escravos.

Desde o momento em que eram capturados na África e trazidos à força para trabalhar como escravos no Brasil, os africanos se rebelavam. Primeiro tentando evitar a captura, depois, já em território brasileiro, lutando contra a condição de escravo que lhes era imposta.

Muitas foram as formas de resistência: da fuga pura e simples ao suicídio. Ficava evidente que a opção era: melhor morrer com dignidade do que morrer como escravo. No caso das fugas, imagine: o que fazer ou para onde ir numa terra estranha? O melhor lugar era o mais distante possível do local de cativeiro. Mas, apenas isso não bastava. Tinha também de ser um local que dificultasse a chegada dos caçadores de escravos fugitivos. As serras do interior muitas vezes reuniam as condições adequadas, e foi numa delas, no interior da região que hoje faz divisa entre os Estados de Pernambuco e Alagoas, que se ergueu o mais imponente dos redutos de escravos que fugiam para a liberdade. Locais assim foram denominados de quilombos, e aquele a que nos referimos é o de Palmares. O Quilombo de Palmares, na Serra da Barriga, am Alagoas, chegou a abrigar aproximadamente 30 000 pessoas.

Foi o maior quilombo brasileiro. Como muitos outros de que se formaram

de norte a sul do Brasil, não abrigava apenas escravos fugidos. Na verdade, a maioria dos quilombos eram sociedades miscigenadas, que davam abrigo também para indígenas e mesmo brancos pobres.

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Organizados nos moldes africanos, Palmares não era uma pequena aldeia e sim um grupo de

cidades, denominadas de mocambos.

Cada mocambo tinha um chefe. Juntos elegiam o rei do quilombo, um dos mais conhecidos foi ZUMBI, chefe guerreiro, assassinado pelas forças de repressão da coroa portuguesa em 20 de novembro de 1695.

As forças dos mocambos se uniam sempre que ocorria algum tipo de ataque ao quilombo ou quando eram formadas

expedições guerreiras para libertar escravos das fazendas. Palmares era uma sociedade

complexa, onde se praticavam a agricultura e a criação de animais.

Os palmarinos também fabricavam armas e ferramentas, visto que

conheciam a arte da metalurgia trazida da África pelos negros. Enfim, Palmares era uma nação dentro de uma colônia portuguesa.

Símbolo máximo da luta pela liberdade, Palmares existiu por cerca de 100 anos (1597 a 1694) antes de ser destruído pela voracidade impiedosa daqueles que tratavam seres humanos como se fossem COISAS.

Quem prova o gosto da liberdade não volta facilmente para a condição de escravo. Quem nunca foi escravo, e somente tinha referência da escravidão por meio das histórias que eram contadas, como era o caso daqueles que nasceram e viveram em Palmares, não tinha a menor intenção de experimentar a degradação que havia sido imposta a seus antepassados ou aos ex-escravos com os quais conviviam.

Os nascidos em Palmares, por sua vez, agiam como um irmão mais novo para o qual as portas já foram abertas pelos direitos conquistados pelo mais velho.

Dessa forma, nenhum dos habitantes do quilombo aceitaria outra opção que não fosse a liberdade. Para manter essa condição, contava com o difícil acesso ao quilombo e também com o número imenso de habitantes que lá viviam para poder defendê-lo.

As matas impediam manobras de cavalaria e a inexistência de estradas dificultava o transporte de armamentos pesados, como os canhões.

Os habitantes de Palmares, por sua vez, evitavam confrontos abertos e desfavoráveis, preferindo minar a resistência dos portugueses utilizando-se de emboscadas e ações que, atualmente, poderíamos denominar de guerrilhas, ou seja, pequenos ataques surpresa com retirada logo a seguir.

Mas a partir de 1670, os portugueses intensificaram as expedições contra Palmares. Chegar lá não era tarefa fácil.

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Zumbi fez seu próprio exército e começou a reorganizar a comunidade da Palmares. As lutas continuaram e, em 1693, o governo estabeleceu como prioridade a destruição do quilombo.

Aproximava-se a batalha final para a qual haviam sido contratados mercenários de uma região distante: os bandeirantes paulistas. Esses chegaram em Alagoas para ali organizar os preparativos do ataque a Palmares, que daria início ao capítulo final da existência do quilombo. Com canhões e mais de 10 000 militares, o chefe da expedição, também paulista, o bandeirante Domingos Jorge Velho, conseguiu realizar o massacre em Palmares - era a barbárie. Morria ali a nação livre com a qual os escravos e tantos outros sonharam.

Zumbi, embora ferido, conseguiu fugir. Dois anos depois, as tropas militares o assassinaram, após capturar e torturar um dos membros do seu grupo. Sua morte ocorreu no dia 20 de novembro de 1695. Foi esfaqueado, degolado, tendo sua cabeça exposta em praça pública. Por essa razão, o Movimento Negro Brasileiro instituiu essa data como Dia Nacional da Consciência Negra.

Mas, o percurso para a liberdade, ainda que esta demorasse a chegar, estava aberto, com muito mais esforço do que o simples levantar da pena pelas mãos de uma princesa.

(Texto adaptado: Projeto Escola e Cidadania - Movimentos Sociais no Campo, pág.12-16, Ed. do Brasil, 2000).

Se algum dia você acreditou em HEROÍSMO DE BANDEIRANTE, é melhor refletir de novo!

Bem, para começar, Sorocaba foi fundada por um bandeirante, Baltasar Fernandes, nascido em 1580, no atual bairro do lbirapuera, em São Paulo.

Ele e seu irmão participaram ativamente da caça ao índio, tomando parte, entre 1629 e 1630 na destruição das últimas reduções

jesuítas da região e na conseqüente captura dos indígenas.

Com sua família e mais 400 índios escravos, estabelece moradia nessas terras, às margens do rio chamado

pelos índios Sorocaba, onde constrói sua casa e uma capela, dedicada a Nossa Senhora da Ponte. Essa capela, atualmente dedicada à Santa Ana, junto com o

E o que SOROCABA tem a ver

com os bandeirantes?

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Mosteiro de São Bento, são as mais antigas construções de Sorocaba. Daqui de Sorocaba partiram diversas bandeiras rumo ao interior e numa dessas, Pascoal Moreira Cabral encontrou ouro na região do rio Cuiabá; fundou a vila de Nossa Senhora da Penha de França e com isso, ocorreu um enorme deslocamento de pessoas para aquela região, sendo necessário criar um sistema de transportes, para levar pessoas e mercadorias, usando principalmente os rios em épocas de cheias. Essas expedições, chamadas Monções, partiam principalmente da atual Porto Feliz, descendo o rio Tietê usando embarcações indígenas. Sabe-se que várias monções partiram de Sorocaba, principalmente para levar mercadorias para a região de Cuiabá.

Contin

uando...

• A ECONOMIA COLONIALA ECONOMIA COLONIALA ECONOMIA COLONIALA ECONOMIA COLONIAL O Brasil foi colonizado por Portugal e, como tal, esteve envolvido por um sistema colonialista cujo objetivo principal era fazer da colônia fonte fornecedora de matérias-primas e produtos tropicais para a metrópole, além de mercado consumidor de produtos vindos de além-mar. Denominou-se Sistema Colonial a maneira pela qual as colônias americanas foram exploradas economicamente pelas suas metrópoles européias.

Observe o gráfico abaixo:

Observe o gráfico e veja que existia uma relação de dependência entre a Colônia e a Metrópole. Essa relação denominou-se “Exclusivo Colonial”, ou

O Raposo Tavares era bandeirante e virou até nome de uma importante rodovia estadual.

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seja, monopólio da metrópole sobre a colônia.

Pelo exclusivo colonial, a colônia deveria:

• Fornecer metais preciosos e vender produtos agrícolas a preços baixos para a metrópole.

• Comprar escravos e produtos manufaturados a preços altos, da metrópole.

Desta forma, toda a economia foi organizada com o objetivo de atender aos interesses do Estado e da burguesia de Portugal e das elites coloniais, transferindo para a metrópole a maior parte dos lucros.

Um pequeno grupo detinha a posse da terra e das riquezas, explorando a mão-de-obra livre de brancos, escravos, índios e negros. Assim, os negros, índios, mestiços e brancos pobres ficaram completamente marginalizados.

Essa situação de dependência fez com que a economia do Brasil, até recentemente, se baseasse em períodos de predomínio de um determinado produto, como por exemplo: o açúcar, o ouro, o algodão, para citar os principais, e como davam apenas lucros para as camadas dominantes de Portugal, eram incentivados na colônia.

Somente a partir de 1950 nossa economia passou a ser mais diversificada através da industrialização.

Então, o sistema colonial foi organizado com o objetivo de atender os interesses da metrópole.

, ainda hoje, a economia brasileira é caracterizada pela dependência do capital estrangeiro. Para você entender é só se lembrar da nossa dívida

externa com o FMI (Fundo Monetário Internacional).

O declínio do Antigo Sistema Colonial

COLONIZAR

Significa ocupar uma terra, explorando de modo sistemático e constante tudo o que ela possa produzir. Quem coloniza acaba impondo seus costumes, sua língua e sua religião aos nativos.

Dessa forma, a terra brasileira foi ocupada pelos portugueses, fato que gerou problemas que continuam até hoje, como por exemplo, a problemática da terra, ou seja, grandes propriedades de terras improdutivas nas mãos de poucas pessoas, ao mesmo tempo em que muitas pessoas que podem produzir, não possuem terra alguma.

Responda em seu caderno:

04. Na economia colonial, a preferência do comércio era da colônia ou da metrópole?

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Revolta de Beckaman (1684)

Revolta dos Mascates (1710) Rev. Pernambucana (1817)

Conjuração Baiana (1798)

Revolta de Vila Rica (1720) Conjuração Mineira (1789)

Revolta dos Emboabas (1708-1709)

Nos fins do século XVIII, começaram a surgir conflitos nas colônias americanas contra as metrópoles.

No Brasil colônia, século XVI a XIX, houve muitos conflitos internos que em conjunto com outros fatores externos (conflitos políticos) pesaram para desencadear a crise do sistema colonial implantado pelos europeus em toda a América, em vigor desde o século XVI, período em que a Coroa Portuguesa começou a ter um rigor maior na cobrança de impostos.

Essa situação promoveu uma forte reação da população que não podia arcar como peso dos impostos cobrados por Portugal e os altos preços manipulados pelas Companhias de Comércio. Assim, desde fins do século XVII, e por todo o século XVIII, ocorrem em várias partes do Brasil, movimentos que assumem a forma de lutas armadas, que mostram a insatisfação generalizada da população. Essa insatisfação foi manifestada principalmente pela camada privilegiada constituída por senhores de engenho, comerciantes e grandes mineradores da sociedade colonial, as quais se uniram momentaneamente às camadas inferiores (trabalhadores de engenhos e vilas, pequenos proprietários, escravos). Os principais movimentos contra a metrópole portuguesa

Observe no mapa ao

lado, os locais onde

ocorreram as rebeliões.

• Revolta chefiada

por Beckman: em

1684, no Maranhão.

Finalidade: forçar a Cia. de Comércio a diminuir os preços dos produtos e escravos.

Resultado: os revoltosos foram vencidos e seu chefe executado pelas autoridades.

• Guerra dos

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HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 7ª série

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Casa de Fundição: forno e balança – usada para

transformar ouro em barras e

controlar a arrecadação do imposto real.

Emboabas: em 1708, na região das Minas (atual Minas Gerais).

Finalidade: Os mineiros pobres pretendiam ter o mesmo tratamento e direitos dos mineradores ricos, que eram privilegiados na região das minas, por ficarem com as maiores e mais rendosas minas.

Resultado: esse conflito terminou desfavorável aos mineradores pobres que foram massacrados traiçoeiramente no episódio chamado “Capão da Traição”.

• Revolta de Vila Rica: em 1720, na região das Minas.

Finalidade: fechar as Casas de Fundição e forçar a baixar do custo de vida.

Resultado: essa revolta foi reprimida com violência pelas autoridades que mandaram executar Felipe dos Santos acusado de ser um dos líderes da mesma.

• Guerra dos Mascates: em 1710, entre Olinda e Recife.

Finalidade: os senhores de engenho de Olinda, liderados por Bernardo Vieira de Mello se revoltaram contra a elevação de Recife à categoria de vila, o que deixaria os olindenses sem receber os impostos pagos pelos comerciantes portugueses sediados em Recife.

Resultado: as autoridades confirmaram a elevação de Recife à categoria de vila, o que desgostou profundamente os senhores de engenho.

• Inconfidência Mineira: em 1789 - Vila Rica.

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Finalidade: separar as regiões das minas, do domínio português. Foi um movimento de elite da região (comandantes militares, intelectuais, padres), contra a cobrança dos impostos atrasados (derrama). O movimento foi influenciado pelos ideais iluministas e pela independência das colônias inglesas da América do Norte.

Resultado: os conspiradores, na grande maioria pertencentes a elite social, foram denunciados e condenados à morte, mas no final apenas Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, que era o mais pobre, foi enforcado. Os outros inconfidentes tiveram sua pena mudada para degredo perpétuo na África.

• Conjuração dos Alfaiates ou Conjuração Baiana: 1798 - Salvador.

Finalidade: separação do Brasil de Portugal, implantação de uma república, fim da escravidão, liberdade de comércio. Esse movimento teve uma base constituída por idéias revolucionárias tomadas da revolução Francesa, e teve participação de pessoas pertencentes às camada populares (alfaiates, soldados, negros libertos) e da elite (advogados, médicos e padres). Houve influência da maçonaria. Foi o primeiro movimento em que se falou mais claramente em separar o Brasil de Portugal.

Resultado: seus líderes foram descobertos, presos e condenados à forca, mas só foram executadas pessoas das camadas populares como João de Deus Nascimento Luís Gonzaga das Virgens, Manoel Faustino dos Anjos. Os membros da elite, ou seja, da classe privilegiada foram perdoados.

Você já estudou que essa política era baseada no absolutismo que concentrava todo poder nas mãos dos reis permitindo que os mesmos tivessem

Apesar de não terem conseguido atingir seus objetivos, esses movimentos serviram para demonstrar que havia uma insatisfação generalizada

na população brasileira contra a política de Portugal, a partir da segunda metade do século XVII.

Responda em seu caderno:

05. Explique porque ocorreram revoltas nas populações da colônia.

E qual era essa política?

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Bem, você já deve ter visto na televisão a rainha Elizabeth da Inglaterra, os príncipes (seu marido, seu filho e netos), a princesa Diana (em memória), e outras pessoas que fazem parte da Corte Inglesa do mundo

atual, certo!?

também o controle total da economia (mercantilismo). Assim todas as regras políticas e econômicas para as colônias eram determinadas e fiscalizadas pelas metrópoles. Entretanto, a partir do século XVIII, esses mecanismos já não eram mais do interesse da burguesia que se via envolvida em seus negócios.

Saiba que o Brasil em 1808 também teve a corte Portuguesa Saiba que o Brasil em 1808 também teve a corte Portuguesa Saiba que o Brasil em 1808 também teve a corte Portuguesa Saiba que o Brasil em 1808 também teve a corte Portuguesa

instalada no Rio de Janeiro.instalada no Rio de Janeiro.instalada no Rio de Janeiro.instalada no Rio de Janeiro.

Nessa época, o que será que mudou no nosso país, Nessa época, o que será que mudou no nosso país, Nessa época, o que será que mudou no nosso país, Nessa época, o que será que mudou no nosso país,

em relação a Portugal?em relação a Portugal?em relação a Portugal?em relação a Portugal?

O período em que a Corte Portuguesa ficou no Brasil (1808-1821), foi decisório para a separação do Brasil de Portugal.

Uma das características das relações de Portugal com o Brasil era o monopólio comercial. Imagine se o seu país fosse obrigado a fazer comércio somente com um país mais poderoso. Será fácil concluir que o seu país se veria obrigado a comprar e a vender produtos pelos preços que lhe fossem impostos. Outra proibição de Portugal sobre o Brasil era de que aqui não podiam funcionar indústrias, para que a população consumisse produtos industrializados, na maioria ingleses, que Portugal mandava para cá.

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HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 7ª série

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Mas, em 1811, D. João inaugurou a Fábrica de Ferro do lpanema. As proibições de Portugal se faziam sentir também na vida cultural, pois obras literárias só circulavam na colônia quando permitidas pela Coroa portuguesa e a imprensa era proibida de existir. Na época colonial, não interessava ao governo português que o povo brasileiro se tornasse crítico. Por esse motivo foram proibidas as manifestações literárias. Na época em que a Corte esteve no Brasil, o rei convidou uma missão francesa para retratar o Brasil através da pintura. Essas pinturas deveriam mostrar o Brasil sob o ponto de vista europeu, destacando somente com a beleza, sem estimular a racionalidade, para que não promovesse qualquer compreensão crítica da realidade brasileira. Durante os séculos XIV e XVII, na Europa surgiu um movimento cultural denominado Humanismo que tinha como objetivo a valorização do homem. Esse movimento foi característico das artes, da literatura, da música e procurava dar ênfase à razão e não a fé para explicar os problemas terrenos. Os movimentos Humanismo e Renascimento, não tiveram tanta influência no Brasil-colônia devido às proibições e censura da Metrópole Portuguesa que objetivava a alienação da população colonial, a fim de evitar possíveis tentativas de independência.

MUDANÇAS NA COLÔNIA

Observe que, quando há uma repressão do governo há sempre uma reação do povo. Entretanto, mesmo que o Brasil quisesse reagir ao governo português, no período da colônia, não tinha infra-estrutura, ou seja, condições para isso. Somente a partir de 1808, com vinda da Corte no Brasil, começou a ser formada essa infra-estrutura:

• O primeiro ato do então príncipe regente D. João foi declarar abertos os portos do Brasil às nações amigas. Ou seja, a partir daí o Brasil poderia comercializar com qualquer país, acabando assim o monopólio português, ao mesmo tempo que beneficiava a Inglaterra que era o país de comércio mais expressivo na época.

A Fábrica de Ferro do lpanema

Fundada em 1811, em Campo Largo, hoje Araçoiaba da Serra. Atualmente a fundição está no município de lperó. Essa fábrica misturava o minério de ferro que existe no morro de Ipanema, com pedras de carvão de madeira, pedra cal, pedaços de madeira de fácil combustão e levava ao forno. Dessa mistura era produzido o ferro líquido que depois de endurecido ia para a forja. Na forja, adquiria formas de ferraduras, aros de carroças, fogões, utensílios domésticos, etc. A fundição terminou em 1990. Hoje ainda existem os fornos.

(Aluísio de Almeida - História de Sorocaba para crianças, 1980 - adaptado)

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• Em 1810 foi assinado um tratado entre Portugal e Inglaterra que dava privilégios aos ingleses, pois os produtos ingleses pagavam tarifas alfandegárias (taxas pagas por um país quando seus produtos entram em outros países) de 15% levando vantagem sobre todos os demais países que pagavam 16% (Portugal) e 24% (os demais países). Esse tratado foi renovado mais tarde, por ocasião do reconhecimento da separação Brasil/Portugal. Essa medida foi uma espécie de complementação da abertura dos portos.

• Além da abertura dos portos, foi decretada a liberdade de instalação de

manufaturas, embora o Brasil não tivesse condições favoráveis para tanto. Também foi criada a imprensa régia que permitiu o funcionamento da imprensa e circulação do primeiro jornal.

• Outras medidas foram tomadas tais como: fundação do primeiro Banco no

Brasil, o Arsenal da Marinha, Jardim Botânico, Faculdade de Medicina além de outras.

Essas medidas foram muito importantes para que o Brasil pudesse se libertar de Portugal em 1822. Entretanto, as medidas tomadas pela Corte, eram favoráveis à uma pequena parcela da população. A maioria do povo continuava na situação de pobreza, desnutrição, analfabetismo. Os portugueses residentes no Brasil continuavam controlando a exportação e importação. Por isso as manifestações contrárias ao governo português continuavam a ocorrer na colônia. Dessa forma, o Brasil estava cada vez mais consciente da necessidade da separação de Portugal, bem como já possuía condições sócio-econômicas e culturais para formalizar essa separação. Pressionada, a Corte Real voltou para Portugal em 1821. Governando o Brasil, D. João deixou o seu filho D. Pedro como regente. A partir daí começaram a se precipitar os acontecimentos que acabaram levando à separação definitiva do Brasil de Portugal, no dia 07 de setembro de 1822.

Responda em seu caderno:

06. Portugal proibiu a criação de industrias na colônia brasileira. Explique o motivo.

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Bem, até aqui você aprendeu que...

O Brasil colônia estava descontente com as pressões que Portugal fazia, dominando a política, a economia e a sociedade local. Com a vinda da família real portuguesa para o Brasil, o país passou por várias transformações:

• Reações às medidas de repressão à cultura, porque não se podia ter liberdade de expressão.

• Reações às medidas político-econômicas como a imposição de impostos pesados.

• Formação de uma infra-estrutura desenvolvida pelos próprios interesses do rei português, que possibilitaria a Independência do Brasil.

O Brasil se separou de Portugal em 07/09/1822. Ao se separar, o Brasil passou a ser um país, que deveria ter suas próprias leis e governantes próprios. O Brasil adotou o regime imperial que teve início em 1822 e terminou em 1889. Nesse período, houve dois reinados, sendo imperadores D. Pedro I (1822-1831) e D. Pedro II (1840-1889).

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O BRASIL APÓS A INDEPENDÊNCIA • 1º Reinado ( 1822-1831) – D. Pedro I • Período Regencial (1831-1840) • O Tropeirismo em nossa região

Você votou nas últimas eleições para presidente da República?

O voto é uma conquista de um povo, porque através

dele é feita a escolha do indivíduo que vai governá-lo. O Brasil é uma República e como tal os governantes

são escolhidos através de eleições em todos os níveis - federal, estadual e municipal.

Entretanto, nem sempre foi possível escolher os governantes do Brasil porque no tempo da colônia o povo brasileiro era governado pelos representantes da Coroa Portuguesa. No tempo do Império só havia eleição para deputados e senadores, nessas eleições só participavam cidadãos que tinham renda superior a 100 mil réis anuais.

Com a vinda do príncipe regente D. João para o Brasil em 1808, o país passou a ter condições para possuir um governo próprio. Por isso, as idéias de liberdade se desenvolveram e quando D. João voltou para Portugal em 1821, vários políticos brasileiros iniciaram um processo de apoio e ao mesmo tempo de pressão a D. Pedro I, que estava governando o Brasil no lugar de D. João VI.

A idéia era separar definitivamente o Brasil de Portugal, tendo como chefe de governo D. Pedro I.

CONSIDERAÇÕES SOBRE A INDEPENDÊNCIA

A independência política do Brasil não foi acompanhada por mudanças importantes na sociedade e na economia brasileira, porque foi o resultado de um arranjo político entre as classes dominantes e D. Pedro I.

A organização política do Brasil depois da separação de Portugal diferenciava-se da dos outros países latino-americanos que haviam se tornado independentes aproximadamente na mesma época. O Brasil adotou a monarquia como forma de governo, enquanto as ex-colônias espanholas adotaram a república. Além disso, o Brasil foi o único país que, ao se tornar independente, passou a ser governado por um membro da família real de sua ex-metrópole.

A economia continuou dependente do capital e dos mercados externos e

RESPONDA EM SEU CADERNO:

1. Compare as diferenças entre a escolha dos governantes do Brasil na colônia, no Império e atualmente.

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permaneceu o modelo colonial de produção, isto é, o SISTEMA ESCRAVISTA, rural e exportador.

A aristocracia (camada social constituída dos grandes proprietários de terra) permaneceu como classe privilegiada e as demais camadas populares, compostas por mestiços e brancos pobres, continuaram vivendo miseravelmente, sem direito de votar e escolher seus representantes.

O arranjo político entre D. Pedro, aristocratas e grandes comerciantes, para que a independência política fosse concretizada por um membro da família real, foi feita porque a classe dominante estava apavorada com os movimentos populares em prol da independência, e pela conseqüente instalação de um governo que acabasse com os seus privilégios.

Essa é a razão de, após a independência, a elite ter apoiado a adoção da monarquia. A monarquia era a forma ideal de governo para a classe dominante, porque lhe asseguraria os privilégios, defenderia seus interesses, e manteria as camadas populares marginalizadas e sem possibilidade de participação política. E o que era fundamental para os grandes proprietários, manteria a ESCRAVIDÃO.

O GOVERNO DE D. PEDRO I Logo no início de seu governo, D. Pedro I teve que enfrentar uma série

de problemas. Um deles era fazer com que a independência fosse aceita por todos os brasileiros. Como na época não havia rádio, telefone ou televisão, as informações demoravam um pouco para chegar aos lugares mais distantes. Portanto, demorou um certo tempo para que os habitantes dessas regiões

ficassem sabendo da independência. Nessas regiões ainda havia muitas tropas do exército português que

ainda não aceitavam a idéia da separação. Foi preciso combatê-las e expulsá-las do País.

Havia um outro problema: o Brasil não tinha um exército. Como posse portuguesa, as terras brasileiras eram defendidas por exércitos de Portugal.

Como a situação estava grave, D. Pedro I contratou oficiais, exércitos e navios estrangeiros para combater as tropas portuguesas que ainda estavam no Brasil e não aceitavam a independência.

Cerca de um ano após a independência, esses problemas no nordeste já estavam resolvidos.

• O RECONHECIMENTO DA INDEPENDÊNCIA

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Constituição - Lei maior que rege um país. Documento no qual estão estabelecidos os princípios de organização e funcionamento da vida social, econômica e política de um povo.

Constituinte - Reunião de representantes do povo para elaborar uma Constituição.

Os outros países demoraram um pouco para reconhecer o Brasil como um país livre, independente de Portugal. Por isso, estava difícil comercializar com eles. Na Europa, países como a Inglaterra, por exemplo, esperavam uma reação portuguesa para a questão. Já na América, países que haviam se tornado independentes antes do Brasil, como o Chile e a Argentina, desconfiavam do novo governo brasileiro. O primeiro país a reconhecer a Independência do Brasil foi os Estados Unidos, em 1824. Na época, esse país era governado por James Monroe. Segundo ele, os países do continente americano não deveriam aceitar qualquer interferência dos países europeus. Esta idéia estava clara no seu lema, que era “A América para os americanos”. Dessa forma, os Estados Unidos procuravam ajudar os demais países do continente americano a se separarem oficialmente de suas metrópoles européias. Essa atitude ficou conhecida como Doutrina Monroe. Portugal aceitou a independência em 1825, quando reconheceu o Brasil como um país livre. Para isso, o Brasil teve que pagar 2 milhões de libras (moeda inglesa) como indenização. Como não tinha esse dinheiro, o Brasil pediu emprestado para a Inglaterra (essa foi a 1ª dívida externa do Brasil independente).

• AS CONSTITUIÇÕES DO lº REINADO

O Brasil já não pertencia mais a Portugal e, portanto, não precisava mais seguir as leis e as regras portuguesas. Era preciso escrever as suas próprias leis para que se tornasse um país realmente independente. Naquela época, os estados eram chamados de províncias. Cada província elegeu seus representantes, que formaram a primeira Assembléia Nacional Constituinte, com o objetivo de elaborar a primeira Constituição brasileira. Os representantes eleitos nas províncias eram chamados de “deputados”. Eram, na maioria, filhos de grandes e poderosos fazendeiros, ou então ricos comerciantes.

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Constituição Outorgada - Não é feita pela Assembléia Constituinte, ou seja, pelos deputados eleitos pelo povo. É uma Constituição encomendada pelo governante, atendendo aos seus interesses. A Constituição Outorgada é imposta à nação. A Constituição de 1824 foi outorgada porque D. Pedro encomendou-a a um grupo de amigos, atendendo aos seus interesses como imperador, uma vez que ele havia se desentendido com os deputados na Assembléia Constituinte, mandando dissolvê-la.

Atualmente o direito de votar está garantido pela

Constituição, promulgada em 1988, a todos os cidadãos maiores de 16 anos.

Logo nas primeiras reuniões da Assembléia Nacional Constituinte, os deputados do Partido Brasileiro (que eram maioria) apresentaram diversas propostas que limitavam os poderes de D. Pedro I, que ficou preocupado com essa questão. Ao perceber que estas propostas poderiam ser aprovadas, D. Pedro mandou as tropas do exército cercarem o prédio e dissolveu (desfez) a Assembléia Nacional Constituinte.

Poucos dias depois, D. Pedro convocou um grupo limitado de pessoas de sua confiança, que ficaram encarregadas de elaborar a Constituição brasileira. No dia 25 de março de 1824, D. Pedro I finalmente anunciou a Primeira Constituição do Brasil, que tinha como principais características o seguinte:

• a forma de governo seria a monarquia hereditária, o poder máximo estava nas mãos do imperador e deveria ser passado de pai para filho;

• a religião oficial do Brasil seria o catolicismo; qualquer outro culto ou religião estavam proibidos;

• eleições apenas para deputados e senadores; • o voto seria censitário, ou seja, para votar o eleitor deveria ter alguma

riqueza, e para se candidatar também (ser proprietário de terras, por exemplo);

• A ESCRAVIDÃO FOI MANTIDA.

Os deputados estavam divididos em dois partidos:

• Partido Brasileiro: defendia que o Brasil deveria ser um país livre e que seu governante não deveria ter todos os poderes concentrados em suas mãos.

• Partido Português: defendia que o Brasil deveria possuir um governante que centralizasse todos os poderes em suas mãos, como acontecia com o rei de Portugal.

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Além destas características, a Constituição apresentava QUATRO PODERES:

• Poder Moderador: exercido pelo imperador. Estava acima de todos os outros e, portanto, o imperador poderia intervir nos outros poderes, recusando qualquer proposta que não lhe agradasse, ou impondo aquilo que fosse de sua vontade.

• Poder Executivo: exercido pelo Imperador e pelos ministros do Império, que executavam as leis aprovadas pelos deputados e senadores.

• Poder Legislativo: exercido pelos deputados e senadores, que elaboravam as leis. O cargo de senador era vitalício, isto é, uma vez eleito, continuaria sendo senador até morrer. Já o deputado era eleito para um mandato de 4 anos. A constituição do império (1824) garantia a cidadania política somente a quem tinha renda pessoal superior a 100 mil réis anuais, para ser eleito, e exigia renda de 400 mil réis anuais, para poder ser candidato a deputado.

• Poder Judiciário: exercido pelos juízes, que fiscalizavam e julgavam a aplicação das leis.

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Como podemos ver, essa Constituição manteve D. Pedro I como um governante muito poderoso. Manteve também o poder político nas mãos das camadas mais ricas da população. Para os mais pobres e escravos,

praticamente nada mudou.

Observe!

• CONFERAÇÃO DO EQUADOR E GUERRA DA CISPLATINA

Essa Constituição não foi tão bem recebida pelo povo, como D. Pedro I esperava. Em vários pontos do país surgiram manifestações e revoltas. A Constituição deveria ser jurada nas câmaras municipais de todo o país. Em Pernambuco, um grupo de liberais radicais de Olinda e Recife se recusou a jurá-la e também não aceitou o presidente da província (hoje seria o governador) nomeado por D. Pedro I para governar a província. Essa oposição ao governo imperial cresceu e, em julho de 1824, desencadeou uma revolta separatista e republicana. O movimento se alastrou por outras províncias. Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí se declararam separados do Brasil e formaram a Confederação do Equador. D. Pedro agiu com rapidez e violência, mandando navios e tropas. Após três meses de combates sangrentos, os rebeldes foram derrotados. Dezesseis líderes foram condenados à morte, entre eles o popular frei Caneca. No ano seguinte, em 1825, D. Pedro I declarou guerra à província Cisplatina que reivindicava a sua independência do Brasil. Foram três anos de Oriental do Uruguai. Com essa guerra inglória e impopular,

o Império brasileiro ganhou apenas enormes dívidas, que aprofundaram a crise financeira do país.

A Constituição brasileira atual é promulgada porque foi elaborada pelos deputados e senadores eleitos pelo povo para formar a Assembléia Constituinte, representando os interesses do povo brasileiro. Ela estabelece:

• Brasil: República Federativa Presidencialista;

• Forma de governo: presidencialismo, sendo o cargo de presidente eletivo e temporário;

• Estabelece três poderes: Executivo, Legislativo, Judiciário. Os poderes, embora independentes, devem agir com coerência e compatibilidade;

• Brasil dividido em Estados Federativos, isto é, com Constituições autônomas, desde que não firam a Constituição Federal;

• Garante a cidadania sem distinção de cor, sexo, credo religioso, facção política ou qualquer outro motivo que discrimine uma pessoa em relação às demais.

NÃO BASTA VOTAR PARA TER UMA PARTICIPAÇÃO DEMOCRÁTICA E INFLUIR NA VIDA DO PAÍS. É PRECISO QUE ACOMPANHEMOS O TRABALHO DOS NOSSOS

REPRESENTANTES, EXIGINDO QUE ATUEM PARA O BEM DO PAÍS.

RESPONDA EM SEU CADERNO: 02. Estabeleça as diferenças entre a Constituição atual e a Constituição de 1824.

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• ECONOMIA DO BRASIL DURANTE O 1º REINADO

A economia brasileira continuava dependendo quase exclusivamente da produção de gêneros agrícolas destinados à exportação, principalmente açúcar e algodão. Mas, nessa época, os países consumidores de açúcar podiam comprar o produto de outros fornecedores, como Cuba e Jamaica, e, na Europa, começava a fabricação do açúcar de beterraba.

O algodão, que tinha se tornado um produto de grande consumo devido ao desenvolvimento da indústria têxtil, sofria a concorrência da produção norte-americana desde o final da Guerra de Independência.

A produção de café, embora estivesse aumentando, ainda não representava um volume muito grande nas exportações.

Assim, o Brasil não tinha, naquele momento, nenhum produto de exportação capaz de equilibrar sua economia. Essa situação se agravava ainda mais porque, ao mesmo tempo que as exportações estavam em crise, o volume das importações aumentava constantemente.

As baixas taxas alfandegárias (impostos sobre produtos que entravam no Brasil) cobradas aos países estrangeiros causaram uma verdadeira “avalanche” de mercadorias nos portos brasileiros. Esses produtos precisavam ser pagos, e para isso seria necessário que as exportações correspondessem às importações, o que não acontecia. Para compensar a diferença, o império se endividava, pedindo empréstimos aos bancos estrangeiros.

Outra conseqüência da entrada ilimitada de mercadorias estrangeiras no Brasil, vindas principalmente da Inglaterra, foi a falta de estímulo para a criação de manufaturas no país. Quem se arriscaria a montar uma fábrica, se os produtos ingleses eram encontrados nas lojas a preços tão baixos?

Assim o país, embora tivesse se tornado independente de Portugal, continuava com as mesmas características econômicas de uma colônia, agora submetida aos interesses da Inglaterra.

• O FIM DO 1º REINADO

Em 1831, a crise interna do país começou a se agravar a ponto do Imperador passar a ser desacatado em público. Sua vida pessoal era criticada até pela imprensa, cuja maioria estava na oposição.

Os choques entre os partidários do imperador e seus opositores já estavam ganhando as ruas. Percebendo não ter mais condições de

continuar no cargo, o Imperador resolveu abdicar do trono, em favor de seu filho, ainda uma criança de 5 anos, em 7 de abril de 1831.

Com a abdicação de D. Pedro I, teve início o Período Regencial.

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A REGÊNCIA NO BRASIL (1831-1840)

Chamamos de período regencial o período em que o Brasil foi governado por regentes, que deveriam dirigir o país até que D. Pedro de Alcântara tivesse idade suficiente para se tornar imperador. Como Pedro de Alcântara ainda tinha 5 anos de idade, a Constituição determinava que três regentes, eleitos pelos deputados, deveriam governar até que ele completasse 18 anos de idade, ou seja, até que atingisse a maioridade.O Brasil teve quatro regências: duas regências trinas (governo de três regentes) e duas

regências unas (um só regente). Esse período foi muito agitado devido às lutas partidárias e às revoltas que

ocorreram em diversas províncias.

Em algumas delas, o povo estava descontente com a exploração dos grandes latifundiários e isso motivou também agitações, tal como a

Cabanagem, no Pará. Em outras províncias, os revoltosos chegaram a implantar um governo republicano, desligado do governo regencial. Foi o

caso do Rio Grande do Sul, onde a Guerra dos Farrapos ou Revolução Farroupilha transformou-se numa verdadeira guerra civil, que durou dez

anos, durante a qual foram proclamadas duas Repúblicas que provocaram inclusive, a separação do Rio Grande do Sul do restante do país.

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OBSERVE AS REVOLTAS QUE OCORRERAM NESTE PERÍODO:

TRADIÇÃO DE RESISTÊNCIA: os escravos da Bahia A revolta dos Malês

A situação dos escravos em Salvador era diferente da de outros lugares do Brasil. A maioria deles era compota de africanos convertidos à religião muçulmana e vinha da África Ocidental (atual Nigéria, Togo e Daomé). Eles representavam cerca da metade da população da cidade, e muitos exerciam pequenos ofícios: eram alfaiates, carpinteiros, vendedores ambulantes, acendedores de lampião. Estes, conhecidos como escravos de ganho, tinham a possibilidade de ficar com uma pequena parte do dinheiro que ganhavam. No entanto, eram obrigados a dar a maior parte a seus donos. Em alguns casos, com o dinheiro ganho, o escravo comprava a sua alforria ou mesmo outro escravo. Entretanto, mesmo libertos, os negros eram tratados com desprezo e não tinham qualquer possibilidade de ascensão social. Essa situação levou-os a se revoltarem diversas vezes contra os dominadores brancos e seus subordinados mulatos. A mais importante dessas revoltas ocorreu em janeiro de 1835. Organizada por africanos de formação muçulmana – os malês –, a rebelião foi dizimada pelas tropas do governo, com o apoio das classes dominantes baianas. Muitos negros foram proibidos de circular à noite pelas ruas da capital e de praticar suas cerimônias religiosas. Outros foram presos,torturados e assassinados.

(História Total – José Jobson Arruda)

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Observe no mapa atual do Brasil, as províncias que se

rebelaram contra o governo regencial.

Todas essas rebeliões, e outras menos importantes, foram sufocadas pelo

governo central, isto é, pelos regentes, muitas vezes com a morte de muita gente.

RESPONDA EM SEU CADERNO: 03. Com base no texto da página anterior, escreva as diferenças dos escravos malês e dos outros escravos desse período.

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Foi mantida, assim a unidade do território brasileiro. Crescia, porém, a distância entre aqueles que defendiam a continuação do regime monárquico, reunidos no Partido Conservador, e aqueles que desejavam a implantação do regime republicano, membros ou simpatizantes do Partido Liberal.

• A ECONOMIA NO PERÍODO REGENCIAL A partir do século XIX o café avançou pelo Vale do Paraíba, no

Rio de Janeiro, trazendo o desenvolvimento de diversos povoados e cidades. Essa expansão foi possível graças ao aproveitamento dos recursos existentes: terras, equipamentos, tropas de mulas e mão-de-obra escrava.

A economia, no entanto, continuou voltada para exportação de produtos gerados pelo trabalho escravo, predominando as

atividades agrícolas.

O período regencial durou até 1840, quando a

Câmara dos Deputados aprovou uma lei especial que considerava D. Pedro II, com 14 anos de idade, apto a assumir o trono.

A partir daí tem início o 2º Reinado que vai abranger o período de 1840 a 1889, quando foi proclamada a República.

O golpe da maioridade objetivava evitar as lutas provinciais que poderiam levar a uma

fragmentação do Estado brasileiro. Desta forma, a aristocracia continuaria no

poder.

TROPEIRISMO Você já ouviu falar sobre o tropeirismo? Ele tem muito a ver com a nossa região. Por volta de 1695 foi descoberto ouro na região das Minas Gerais. Com

isso, criou-se uma verdadeira febre do ouro: milhares de pessoas, vindas de todos os lugares da colônia e de Portugal se dirigiram para as minas, a

procura de riqueza fácil.

RESPONDA EM SEU CADERNO: 04. Por que houve regências no Brasil? 05. Explique como ficou a economia brasileira nesse período.

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O problema que surgiu era abastecer toda essa gente, levando mercadorias para o interior e trazendo para o Rio de Janeiro o ouro encontrado. O meio de transporte ideal para isso era o muar, ou seja, a mula, resultante do cruzamento do jumento com a égua ou do cavalo com a jumenta.

No lombo das mulas transportava-se gêneros alimentícios para as minas de ouro de Goiás,

Mato Grosso ou Minas gerais; sal para criação de gado de corte nas fazendas de Itapetininga e Itapeva, ou desciam aos portos de Santos e Ubatuba as produções de açúcar, aguardente e fumo.

Nesses tempos, era impensável outro meio de transporte de mercadorias, dada a precariedade das vias de comunicação: pequenas picadas abertas a facão, em meio às densas matas que, quando muito,

deixavam passar esses animais, um a um. Vem daí à procura dos muares e seu alto preço de mercado.

Sorocaba transformou-se em entreposto de compra e venda de animais, e era para esta cidade que afluíam mineradores, plantadores de cana,

peões e todo tipo de gente ligada a esse comércio: de seleiros a domadores, de ferreiros a fornecedores de gêneros. Instalou-se ali a

conhecida Feira de Muares não domesticados, estrategicamente colocada a meio caminho entre os campos do sul e as plantações de cana de

Campinas e Itu ou das minas de ouro das Gerais e Goiás.

� Os muares eram criados nos campos do sul, onde hoje é a Argentina, Uruguai e Rio Grande do Sul. Em 1733, Cristóvão Pereira de Abreu, vindo da Colônia do Sacramento, no Uruguai, passa por Sorocaba trazendo uma tropa xucra com centenas de mulas e cavalos. Estava assim aberto o Caminho das Tropas, a rota que trouxe os muares do sul, que foram usados como animais de carga por todo o Brasil.

� Logo, o governo Português viu a oportunidade de lucrar com esse comércio de tropas e em 1750 instalou, junto à ponte sobre o rio Sorocaba, no final da atual rua 15 de Novembro, o Registro de Animais, onde se recolheria o imposto sobre cada muar que passasse. E por que esse Registro foi instalado aqui em Sorocaba? Porque em toda a região, até os campos de Curitiba, aqui estava a única ponte, obrigando os tropeiros a passar por aqui. Como o imposto tinha que ser pago aqui, era aqui que os tropeiros, que vinham trazendo os muares do sul, vendiam para os interessados. Assim, Sorocaba acabou se tornando ponto de reunião, onde se encontravam aqueles que traziam as tropas e aqueles que as levavam para o resto do Brasil. Todo ano acontecia então a Feira de Muares.

� Entre 1841 e 1842, os impostos recolhidos no Registro de Animais de Sorocaba geravam quase 30% do total de impostos da Província de São Paulo. Um dos impostos cobrados no Registro de Animais serviu para ajudar na reconstrução de Lisboa, destruída por um terremoto em 1755. Mesmo depois de reconstruída, o dito imposto continuou a ser cobrado

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até o início da República, na década de 1890! � A feira trouxe grande riqueza para Sorocaba, pois a cidade se

transformava quando acontecia a feira. A reunião de compradores e vendedores criava um clima para atividades comerciais de todo tipo, de sofisticados arreios a alimentos caseiros. Havia uma enorme oferta de diversões — espetáculos teatrais e circenses, casas de jogos e bebidas, etc.

� A riqueza também trouxe prestígio político. O brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar, nascido em Sorocaba, cuja família era ligada ao comércio de tropas, foi presidente da Província de São Paulo por algumas vezes, além de liderar a Revolução Liberal de 1842. Por ser um dos homens mais ricos de São Paulo em seu tempo, era apelidado de “reizinho de São Paulo”.

� Pelo Caminho das Tropas, diversas cidades surgiram nos pontos de pouso dos tropeiros. Cidades como Viamão, Cruz Alta e Passo Fundo, no Rio Grande do Sul; Lajes e Mafra, em Santa Catarina; Rio Negro, Lapa, São José dos Pinhais, Guarapuava, Palmeira, Ponta Grossa, Castro e Jaguariaíva, no Paraná e ltararé, ltapeva, Buri, ltapetininga, Alambari e Campo Largo (atual Araçoiaba da Serra), em São Paulo.

A Feira de Muares decaiu a partir da inauguração da estrada de ferro

Sorocabana, em 1875 e chegou a desaparecer em 1897, com as epidemias de febre amarela, que aconteceram durante a realização das feiras. Mesmo assim, o transporte de muares do Rio Grande do Sul para São Paulo aconteceu até meados da década de 1950, tendo como um dos centros mais importantes a cidade de ltapetininga, na qual, entretanto não chegou a haver feira.

RESPONDA EM SEU CADERNO: 06. O que você achou mais interessante sobre o Tropeirismo?

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Mas, porque usamos o que não precisamos? Se o produto não é necessário, por que o

compramos?

Você já parou para pensar nos produtos que você consome diariamente?

No seu dia a dia, você utiliza diversos produtos e, muitas vezes, vários produtos que nem seriam realmente necessários.

É simples, isto acontece porque as pessoas estão condicionadas a consumir sempre mais, mesmo que não precisem daquele determinado produto. O que acontece com você, quando vai a supermercados ou ainda em lojas pelo centro de sua cidade, depois de assistir comerciais na TV e em outros meios de comunicação, sobre determinado produto?

Será que a propaganda não cria em você o sentimento de necessidade de possuir os produtos visualizados nos comerciais e nas lojas?

Certamente isso ocorre com muita freqüência! Na maioria das vezes, o consumo exagerado é resultado, não de necessidades do consumidor, mas sim de um processo de propaganda e marketing que atende aos interesses dos grandes empresários, que visam somente o lucro.

Consumir é ato tipicamente humano, que atende à maioria das nossas necessidades, não somente as essências, isto é, de caráter orgânico, para

ConsumirConsumirConsumirConsumir é comprar tudo é comprar tudo é comprar tudo é comprar tudo o que é anunciado?o que é anunciado?o que é anunciado?o que é anunciado?

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nossa sobrevivência, mas, também aquelas ligadas ao nosso crescimento como indivíduos pertencentes e aceitos em uma sociedade. Nesse sentido o ato de consumir depende da sociedade em que estamos inseridos, além, é claro, da relação particular que cada indivíduo ou cada grupo dessa sociedade mantém com o consumo.

Diante dessas reflexões, podemos dividir o ato de consumo em não-alienado e alienado.

O consumo alienado é o mais freqüente, pois as necessidades de consumo de uma pessoa não são reais. São artificialmente estimuladas, sobretudo, pelas propagandas dos comerciais da TV, novelas, revistas, ou seja, pelos meios de comunicação de massa: o consumo, portanto, torna-se consumismo.

É interessante refletir sobre isso para percebermos se realmente temos necessidade daquilo que nos é oferecido.

Será que não estamos sendo influenciados?

O consumo não-alienado é aquele em que o indivíduo se torna um consumidor com possibilidades de livre escolha, ou seja, de escolha consciente; mesmo diante de propagandas, ele prioriza suas necessidades, preferências ou ainda opta por consumir ou não, determinado produto.

Bem, não é possível negar que a Revolução Industrial e a constante inovação tecnológica do sistema de produção estiveram a serviço do desenvolvimento da própria humanidade. Mas, no que diz respeito ao CONSUMO, em muito aumentou e estiveram a serviço do poder capitalista de produção e comercialização.

Esse processo leva-nos a refletir sobre a autonomia do pensar: será que nossos pensamentos realmente estão livres das garras da ideologia capitalista?

É a garantia do exercício da cidadania que nos dá o direito de decidir livremente sobre o nosso consumo. É preciso ter bem claro o conceito do que é consumo, para podermos, então, decidir quanto às nossas verdadeiras necessidades: seja, de consumir ou não consumir determinados produtos.

O exercício pleno da nossa cidadania nos diferencia de meros consumistas para consumidores conscientes. Isso quer dizer que o direito a emprego e salário descente, livre acesso às informações e às condições de compreendê-las (boa educação), garantia de saúde e de boa qualidade de vida, bem como amparo legal para que tudo isso ocorra, são pré-requisitos para o consumo consciente. Ser cidadão não é simplesmente ter o direito de consumo, e sim ter

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condições para o consumo consciente e direcionado para o nosso bem-estar.

• Não são apenas os empresários de nossa época que pensam em lucros. Em diversos períodos da história da civilização houve pessoas ou grupos que tinham como principal objetivo o acúmulo de riquezas. As grandes navegações foram produto desse pensamento (século XV).

• Muitas das mercadorias, consumidas diariamente, não fazem parte do consumo da maioria da população, mas sim, de parte da população que tem poder aquisitivo maior.

• O processo de produção industrial, iniciado no século XVIII, trouxe lucros para os empresários e proporcionou um grande número de empregos para a classe operária. Entretanto, a partir do momento em que ocorreu a mecanização da produção, as máquinas passaram cada vez mais a substituir o trabalho do homem, causando o mal do desemprego, já no século XIX.

• Atualmente, o grande problema do mundo se concentra no desemprego, gerando graves flagelos sociais.

No que se refere às relações de trabalho, a Revolução Industrial foi o processo que tornou predominante as relações assalariadas de produção.

Então, para os empresários (burguesia), a ideologia do capitalismo é incentivar o consumo desenfreado de

todo e qualquer produto; a meta é produzir mais e mais, para vender mais e mais, para lucrar mais e mais.

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É uma relação de compra e venda do trabalho. Um indivíduo vende livremente a sua capacidade de trabalho, ou sua força de trabalho, por um determinado período de tempo mediante um pagamento previamente combinado. O que ele vai fazer, a hora de começar e de terminar a jornada (duração diária) de trabalho, a hora e a duração do intervalo para a refeição são combinados entre o indivíduo que VENDE (trabalhador) e o que COMPRA (patrão, empresário).

É o que chamamos de contrato de trabalho. Veja bem! O trabalhador não vende a sua pessoa, pois isso seria o mesmo que a escravidão. O comprador não pode dispor do vendedor como bem queira, pois ele foi contratado para fazer um determinado trabalho, especificado no contrato, e não outro qualquer.

� Comprar e Vender Trabalho

Por que alguém teria interesse em comprar a força de trabalho de outra pessoa? Essa compra, na sociedade capitalista, é feita com o objetivo de obter lucro produzindo mercadorias para serem vendidas no mercado. O empresário possui os meios de produção: as terras, as máquinas, os equipamentos, as instalações, ou seja, tudo aquilo que é necessário para produzir, mas o empresário não pode possuir a força de trabalho necessária para que os meios de produção sejam utilizados e se efetive a produção de mercadorias. Ele não pode mais ter escravos e ninguém mais é obrigado a servir outra pessoa, pois as leis consideram as pessoas livres e iguais. Dessa forma, a única maneira de se obter força de trabalho é comprando-a.

O camponês que possuía terra e equipamentos trabalhava para si mesmo. Produzia para o seu sustento e o da sua família e, eventualmente, para vender no mercado e com isso obter dinheiro para comprar o que não produzia. O mesmo ocorria com o artesão que possuía a sua oficina e seus instrumentos de trabalho. Ambos, camponês e artesão, trabalhavam para si mesmos com seus próprios meios de produção. Mesmos os servos da sociedade medieval possuíam os seus instrumentos de trabalho e o direito de usarem um lote de terra para plantar.

Mas o que são as relações de produção capitalistas?

Ou, mais simplesmente, o que é o trabalho assalariado?

E por que alguém estaria disposto a vender a sua força de trabalho?

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Cada vez mais rico!

Tinham direito também ao uso coletivo das terras, embora devessem obrigações para os senhores feudais e do clero, produziam para si mesmos.

O trabalhador que está disposto a vender a sua força de trabalho é aquele que não tem condições de produzir para si mesmo. Tem a sua força de trabalho, mas lhe faltam os meios de produção.

Assim, mesmo sendo livre do ponto de vista jurídico, não é verdadeiramente livre do ponto de vista econômico, pois se vê obrigado a vender a sua força de trabalho. É obrigado a trabalhar para outro para poder sobreviver.

Assim, as relações de trabalho capitalistas dependem da existência de uma massa de pessoas sem os meios de produção. Só com a existência dessa multidão de pessoas sem posses se forma um mercado de mão-de-obra.

Como o trabalhador assalariado vende a sua força de trabalho por um determinado período de tempo de cada dia, nada do que ele produz nesse tempo é dele. Os capitalistas são os donos de todos esses produtos.

Mas como os capitalistas não compraram força de trabalho nem equipamentos e matérias-primas para produzir bens de subsistência (feijão, arroz, batata...), e sim para produzir mercadorias e vendê-las no mercado com lucro, precisam transformar os produtos em dinheiro.

Os trabalhadores, por sua vez, receberam dinheiro, mas precisam comprar os bens necessários à sua subsistência. Foi para isso que venderam a força de trabalho. Trocam, então, o dinheiro por aquilo que eles próprios produziram.

Os trabalhadores não produzem apenas bens de

consumo (comida, roupas, geladeiras...), mas também meios de produção, ou seja, máquinas equipamentos, ferramentas, que serão usados futuramente na produção.

Grande parte dessa produção serve apenas para substituir o desgaste, quebra etc. dos meios de produção, mas uma parte serve para aumentar a capacidade produtiva. Essa parte da riqueza que foi acrescentada pelo aumento dos meios de produção e que não foi consumida constitui o lucro do capitalista. Não é difícil perceber que, na medida em que o capitalista vai acumulando lucro, a capacidade de produção também cresce, pois aumenta a

quantidade de meios de produção. A qualidade desses meios também pode melhorar, quando o capitalista investe na inovação técnica.

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Para responder em seu caderno:

07. Explique porque o trabalho assalariado é uma relação de produção.

08. Nas sociedades capitalistas, o empresário está disposto a comprar a força de trabalho e o trabalhador a vendê-la. Por que isso ocorre?

� Ciência e a Inovação na indústria

No aspecto técnico, a Revolução Industrial é um processo contínuo. O reinvestimento do lucro e a competição entre os capitalistas individualmente e entre os países capitalistas entre si provocam constantes inovações e competições.

A partir de um determinado momento, houve um verdadeiro casamento entre desenvolvimento da ciência e a inovação na indústria.

Descobrimentos da ciência se transformavam rapidamente em novas máquinas, novos produtos e novas fontes de energia. A lista dessas inovações é infindável: eletricidade, petróleo, motor a explosão, produtos químicos, alimentos enlatados e pasteurizados, refrigeração, energia atômica, raio laser, informática, robótica, sementes híbridas, vacinas...

No aspecto social, as relações que os indivíduos mantém uns com os outros para produzirem os bens necessários à sobrevivência da sociedade recebem o nome de relações sociais de produção.

Os cientistas sociais deram nomes às diversas sociedades antigas e atuais a partir das relações de trabalho que encontraram nelas. Assim, temos relações de trabalho comunitárias, como nas diversas sociedades indígenas brasileiras do passado e mesmo do presente; relações de trabalho feudais, como na Europa medieval; relações de trabalho assalariadas ou capitalistas, como no Brasil atual, nos Estados Unidos e em vários outros países.

O capitalismo é um sistema em que toda a produção (inclusive o

trabalho humano) e todas as atividades comerciais (compra e venda de mercadorias) são voltadas para a obtenção de lucro. Dessa forma estabeleceu regras de mercado visando a divisão:

� Da sociedade - em classes sociais (uma classe se diferencia da outra à medida que tem mais dinheiro).

� Dos países - em exploradores e explorados, ou desenvolvidos e subdesenvolvidos, ou ricos e pobres.

Esse sistema, portanto, definiu os padrões de riqueza e acentuou as

diferenças entre as nações.

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Mas, voltando à questão da industrialização, qual foi o pontapé inicial do

processo da Revolução Industrial?

Cabe definir, antes de qualquer coisa, o significado das palavras revolução e industrialização.

� Revolução: significa uma mudança radical. No caso da Revolução Industrial as mudanças foram em diversos setores:

• Na forma de produção: passou de manual para mecanizada.

• Na organização social: definindo as duas classes sociais: burguesia e proletariado.

• Na própria organização econômica: surgimento de bolsas de valores, grandes empresas.

• Nos meios de transporte: navios a vapor, ferrovias.

� Industrialização: é a transformação de matéria-prima em produto trabalhado para ser consumido pelo homem.

A Revolução Industrial pode ser definida como a passagem do trabalho manual (manufatura) para o trabalho realizado com máquinas (maquinofatura), utilizando-se num primeiro momento a energia a vapor.

Com o passar do tempo e um maior desenvolvimento tecnológico, passou-se a utilizar outras formas de energia como: eletricidade, motor a combustão, até nossos dias com a energia nuclear, solar.

Bem, por que a Revolução Industrial aconteceu na Bem, por que a Revolução Industrial aconteceu na Bem, por que a Revolução Industrial aconteceu na Bem, por que a Revolução Industrial aconteceu na Europa, no sécuEuropa, no sécuEuropa, no sécuEuropa, no século XVIII?lo XVIII?lo XVIII?lo XVIII?

Porque houve o favorecimento de várias condições que proporcionaram novas relações sociais no Continente Europeu. Quais foram essas condições?

• Ampliação dos mercados consumidores; • Existência de capital proveniente da atividade comercial, concentrado nas

mãos da burguesia, especialmente da burguesia inglesa; • Existência de matéria-prima; inovações técnicas; • Grande quantidade de mão-de-obra disponível.

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DESDOBRAMENTOS DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL A Revolução Industrial teve início na Inglaterra, durante o século XVIII, e se espalhou por diversos países da Europa.

A maioria das fábricas se instalou próximas das minas que forneciam fonte de energia para o funcionamento das máquinas (como por exemplo, carvão) e dos portos que facilitavam a embarcação para exportação dos produtos.

A mecanização da produção proporcionou diversas mudanças na Europa:

1. No aspecto econômico

• Com a Revolução Industrial, a máquina foi instalada em vários setores da produção industrial. Com isso, se pôde produzir cada vez mais, em menos tempo.

• O espírito capitalista dominou as grandes empresas industriais. Essas empresas, preocupadas com a obtenção de lucros, passaram a dominar importantes áreas comerciais de todo o mundo, através da livre concorrência. Assim, elas dominaram os mercados fornecedores de matéria-prima e os consumidores de produtos industrializados.

• Criaram-se companhias de comércio, bolsas de valores; modernizaram-se os transportes.

2. No aspecto político

• O controle da vida política passou a ser exercido pela burguesia. Esta, para se manter no poder, criou o voto censitário. Segundo essa modalidade de voto, apenas as pessoas que possuíam certos rendimentos poderiam participar da vida política. Dessa maneira assegurou-se à burguesia toda a representação no governo e afastou-se qualquer tipo de representação popular.

• As leis sociais eram formuladas lentamente e eram manobradas, em função dos interesses dos grandes empresários industriais (burguesia).

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_Eu burguês e você proletário.

3. No aspecto social

• As cidades cresceram rapidamente com a migração da mão-de-obra do campo para a cidade.

• As fábricas alteraram a paisagem e o equilíbrio do meio-ambiente com a poluição das suas chaminés.

• Definição de duas classes sociais: de um lado a burguesia que constitui a classe, dominante, e de outro o proletariado, classe dos trabalhadores urbanos assalariados, encarregados da produção nas fábricas. As condições de vida da classe proletária eram péssimas.

A jornada

de trabalho era de quinze horas; não havia lei trabalhista ou qualquer regulamentação para o trabalho de mulheres e crianças.

As manifestações dos operários eram

reprimidas pela polícia. Os salários eram baixos e a alimentação precária, o que provocava a disseminação de doenças que muitas vezes levavam à morte.

nquanto isso, a burguesia se

enriquecia cada vez mais com a

exploração dos trabalhadores

em suas fábricas.

Assim, aumentou a distância entre ricos e pobres (burguesia e proletários), gerando conflitos entre classes e provocando o surgimento das idéias socialistas, contrárias à desigualdade e exploração provocadas pelo capitalismo. A idéia dos pensadores do socialismo era de formar um sistema político-econômico que trouxesse uma igualdade entre as classes sociais, tendo o Estado como poder centralizador e regulador de todas as atividades econômicas.

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Observe no quadro abaixo as diferenças da ECONOMIA no sistema capitalista e no sistema socialista:

SOCIALISMOSOCIALISMOSOCIALISMOSOCIALISMO CAPITALISMOCAPITALISMOCAPITALISMOCAPITALISMO

� Objetivo principal

Atender as necessidades Atender as necessidades Atender as necessidades Atender as necessidades básicas da básicas da básicas da básicas da população com população com população com população com

alimentação, saúde, alimentação, saúde, alimentação, saúde, alimentação, saúde, educação, emprego, educação, emprego, educação, emprego, educação, emprego,

moradia.moradia.moradia.moradia.

LucroLucroLucroLucro

� Meios de

produção como:

terras, máquinas, indústrias, bancos, etc.

� pertencem a sociedade e pertencem a sociedade e pertencem a sociedade e pertencem a sociedade e geralmente são controlados geralmente são controlados geralmente são controlados geralmente são controlados pelo Estado; pelo Estado; pelo Estado; pelo Estado;

� a pequena propra pequena propra pequena propra pequena propriedade iedade iedade iedade rural continua existindo;rural continua existindo;rural continua existindo;rural continua existindo;

� os bens como os bens como os bens como os bens como automóveis e automóveis e automóveis e automóveis e eletrodomésticos eletrodomésticos eletrodomésticos eletrodomésticos são propriedades são propriedades são propriedades são propriedades individuais.individuais.individuais.individuais.

� pertencem às pertencem às pertencem às pertencem às pessoas;pessoas;pessoas;pessoas;

� as empresas as empresas as empresas as empresas são propriedades são propriedades são propriedades são propriedades particulares particulares particulares particulares (privadas)(privadas)(privadas)(privadas)

Saiba que a burguesia capitalista acabou adotandSaiba que a burguesia capitalista acabou adotandSaiba que a burguesia capitalista acabou adotandSaiba que a burguesia capitalista acabou adotando o o o o o o o

liberalismo como ideologia.liberalismo como ideologia.liberalismo como ideologia.liberalismo como ideologia.

Então, LIBERALISMO: É o conjunto de idéias que pregam a liberdade individual nas atividades econômicas e políticas, com a interferência mínima do Estado. Segundo o liberalismo, o Estado deve ser um mero mediador das atividades desenvolvidas pela sociedade. A propriedade dos meios de produção deve estar nas mãos de particulares (propriedade privada). SOCIALISMO: Ideologia revolucionária que prega a tomada do poder pelo proletariado, cujos representantes deverão dirigir o Estado incorporando os meios de produção, máquinas, terras, escolas, hospitais, deverão estar disponíveis a toda a sociedade.

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Para responder em seu caderno:

09. Com suas palavras, explique o que foi a Revolução Industrial.

10. Explique uma conseqüência da Revolução Industrial.

Francisco Matarazzo, imigrante italiano e criador do império industrial da tradicional família Matarazzo da cidade de São Paulo, iniciou sua vida em Sorocaba, com uma fábrica de banha no Cerrado e um armazém na rua da Penha.

A presença do estilo de vida capitalista dos Estados Unidos no Brasil é muito marcante.

No dia-a-dia de quase todos nós, podemos comprovar a invasão dos

hábitos, costumes e produtos norte-americanos: bebemos coca-cola;

praticamos surf; curtimos rock; vestimos jeans, lanchamos no Mac

Donald’s; as crianças brincam no play-ground; escovamos os

dentes com close-up; adoramos hot dog, milk-shake,

sundaes e chicletes.

Estes hábitos importados são apenas uma pequena amostra da dominação estrangeira no Brasil.

Atualmente, o liberalismo está sendo reativado em várias partes do mundo, com o nome de neoliberalismo (o significado é o mesmo). Isso começou a ocorrer a partir do pós-guerra (mais ou menos por volta de 1947). Hoje está mais acentuado com a globalização da economia.

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No Brasil existe, o “mito da democracia racial”, isto é, que existe na sociedade brasileira igualdade de oportunidades para brancos, negros e mestiços, mas, o preconceito existe sim no nosso país - daqueles que o sofrem, uns o percebem de forma sutil e outros abertamente. A democracia racial no Brasil é um “mito”.

Os dados do "Mapa da População Negra no Mercado de Trabalho",

publicado pelo INSPIR (Instituto Sindical Interamericano Pela Igualdade Racial) em 1999 - estudo realizado nas regiões metropolitanas de São Paulo, Salvador, Recife, Belo Horizonte, Porto Alegre e Distrito Federal - e de uma pesquisa realizada no município de São Carlos em 1996, fornecida pelo Núcleo de Pesquisa e Documentação da Universidade Federal de São Carlos, mostra que há uma predominância do sexo masculino no mercado de trabalho em todas as regiões estudadas, com uma maior participação da faixa etária de 25 a 39 anos, e maior taxa de empregados com curso universitário.

Também em todas as regiões a maior taxa de desemprego entre trabalhadores negros está entre os que possuem Ensino Médio incompleto.

O tempo e a procura por emprego demonstraram ser parecido em todas as regiões estudadas, observando que:

� Em São Paulo, um trabalhador branco consegue um posto de trabalho em menos tempo que um trabalhador negro quando ambos são analfabetos.

E como se apresenta esse preconceito no mercado de trabalho brasileiro?

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� Em todas as regiões, os trabalhadores negros com maior estabilidade no emprego, são aqueles que tem curso universitário completo.

� Em todas as regiões o trabalhador negro recebe um salário menor do que

um trabalhador branco com o mesmo nível de escolaridade. Um caso extremo foi observado em Salvador onde um trabalhador negro recebe 53% do salário de um trabalhador branco em média.

Concluímos que, apesar, de observarmos melhores condições de trabalho entre pessoas com curso universitário completo, os salários recebidos pelos trabalhadores negros é menor que do trabalhador branco. Nas regiões metropolitanas, a situação agrava-se entre trabalhadores analfabetos onde as diferenças são gritantes.

Estudos realizados em 2004 mostram que a situação é a mesma.

A constante divulgação do “mito da democracia racial” na sociedade brasileira, que insiste em dizer que isso é “coisa do passado”, que já superamos essa “bobagem de desigualdade”, que “existe uma convivência muito harmoniosa com os negros”, que “policiais cumprem o seu dever quando fazem ‘revista policial’ e jamais encaram o negro como suspeito”, permitiu esconder as desigualdades raciais, que eram e são constatadas nas práticas discriminatórias de acesso ao emprego, nas dificuldades de mobilidade social da população negra, que ocupou e ocupa até hoje os piores lugares na estrutura social, que recebe remuneração inferior à do branco pelo mesmo trabalho, tendo a mesma qualificação profissional.

Texto adaptado. (A mestiçagem no pensamento brasileiro – Kabengele Munanga e site Universidade Fed.

de São Carlos).

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ESTA APOSTILA FOI ELABORADA PELA

EQUIPE DE HISTÓRIA DO CEESVO

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO SUPLETIVA DE VOTORANTIM

PROFESSORAS: DENICE NUNES DE SOUZA MEIRE DA SILVA OMENA DE SOUZA ZILPA LAURIANO DE CAMPOS

COORDENAÇÃO: NEIVA APARECIDA FERRAZ NUNES

DIREÇÃO:

ELISABETE MARINONI GOMES MARIA ISABEL R. DE C. KUPPER

VOTORANTIM, 2005. (Revisão 2007)

OBSERVAÇÃO

MATERIAL ELABORADO PARA USO EXCLUSIVO DO CEESVO,

SENDO PROIBIDA A SUA COMERCIALIZAÇÃO.

APOIO

PREFEITURA MUNICIPAL DE VOTORANTIM