apostila do curso parte 1[1]

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Curso Bsico de Manuteno

Arquimedes Paschoal Escola Esprita Francisco de Assis

Copyright 2000 by

Escola Esprita Francisco de Assis Rua Henrique de Holanda, s/n Centro Camaragibe PE 54.762-430

Reservados todos os direitos. proibida a duplicao Ou reproduo desta obra, ou de partes da mesma, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrnico, mecnico, gravao, fotocpia, ou outros), sem permisso expressa da Idia Engenharia.

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provvel que um mecnico de automvel no se aventure a mexer numa mquina de costura. E a costureira ou o alfaiate talvez elevem as mos para os cus diante da possibilidade de terem que regular o motor de um carro. Trabalhar com um computador no diferente. Eles s so inacessveis aos que no os experimentam! Winn L. Rosch

1. Introduo

fantstico observar como os computadores pessoais evoluram desde a sua introduo h pouco mais de duas dcadas. Os atuais computadores pessoais so muitas vezes mais potentes do que os computadores de grande porte usados nos grandes centros de pesquisas da dcada de 80.1 A que se deve esta evoluo espetacular? Qual o limite desta evoluo? O que devemos esperar dos computadores do futuro? Como esta evoluo ir afetar nossas vidas? Certamente, estas indagaes andam nas cabeas de todos ns. Em parte, esta evoluo se deve, a capacidade de reunir em um nico componente eletrnico uma quantidade muito grande de circuitos eletrnicos so os chamados Circuitos Integrados. O processo de miniaturizao foi decorrente da corrida espacial, uma vez que o espao disponvel nas aeronaves era bastante reduzido. Para se ter uma idia do impacto da miniaturizao permitida pelos circuitos integrados, um computador Palmtop (que cabe na palma da mo)

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Computadores de grande porte so chamados de Mainframes

Introduo

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ocuparia uma sala inteira se no fossem utilizados circuitos integrados. A figura a seguir ilustra um circuito integrado.

Figura 1: Circuito Integrado Atualmente, alguns circuitos integrados conseguem reunir milhes de componentes eletrnicos em uma mesma pastilha de silcio, so os chamados circuitos integrados VLSI (Very Large Scale Integration, traduzindo: Escala de integrao muito ampla). Esta capacidade de integrao ditada pelos limites tecnolgicos de se implementar minsculos componentes em uma pequena pastilha de silcio e tambm pelo limite fsico (dimenso atmica). Graas aos circuitos integrados consegue-se uma reduo nas dimenses do computador, uma reduo de perda de potncia (calor) muito grande, alm de uma velocidade de troca de informaes incrivelmente alta. difcil dizer em quanto tempo a tecnologia ir atingir o seu limite; mas, independentemente disto, a maioria dos usurios de computadores certamente no usam mais do que 10% de sua capacidade real. Note que um computador lento no significa que o seu usurio est usando suas capacidades ao mximo; outrossim, isto significa que o computador est sem recursos (pouca memria, pouco espao livre no HD, etc). impressionante como as pessoas esto dependentes da tecnologia dos computadores: Correio eletrnico, Saldo/Extrato, Movimentaes financeiras, Compras pela Internet, Bate-papo, Declarao de Imposto de Renda, Pagamentos, etc. Viver no preciso, navegar preciso!

Introduo

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Espera-se que o evento da Internet mude completamente a sociedade e at mesmo as relaes interpessoais. Ser o fim do papel moeda? As pessoas passaro a trabalhar em suas prprias residncias conectadas a empresa (ou devemos dizer empresas?) em que trabalham? Traio conjugal virtual? Ol, eu sou [email protected]. Tudo bem?. Querido, a feira j est quase no fim. Liga a o computador! Eu vi um forno de microondas em promoo no www.hiper.com.br A utilizao dos computadores trs tambm a necessidade de se proteger contra um mal: os vrus! Os vrus so pequenos programas que invadem os nossos computadores sem a nossa permisso e causam algum tipo de dano: formatam o disco rgido onde ficam guardados os nossos dados, causam travamentos, etc. Da mesma forma que os vrus biolgicos, os vrus cibernticos se multiplicam dentro do nosso computador e infectam mais e mais arquivos. Ns os levamos conosco em arquivos que copiamos para um disquete e contaminamos outros computadores onde utilizamos o disquete com o arquivo infectado. Em mdia, 10 novos vrus so criados por dia! Os computadores modernos usam discos rgidos cada vez maiores. Dos 10MB comum nos anos 80 passamos para a casa dos 30.000MB, nos dias atuais. um aumento de 3000 vezes em apenas 20 anos. Tanta capacidade de armazenamento nos fora a sermos muito cuidadosos com as informaes que mantemos nestes discos. Uma perda de dados, nos dias atuais, pode significar o equivalente a 3000 computadores perdendo seus dados, h vinte anos atrs. A tecnologia trs maravilhas, mas tambm tem suas implicaes. O hbito de se fazer cpia de segurana (Backup) dos dados um diferencial que pode ser a diferena entre o sucesso e a bancarrota.

Introduo

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2. As Geraes dos Computadores

Os primeiros computadores eletrnicos foram construdos usando-se vlvulas. Eram computadores enormes que dissipavam uma quantidade de calor muito grande, pouco confiveis, possuam pouca memria e precisavam ser programados atravs de pequenas chaves (dip switches) que definiam os valores a serem carregados na memria e as operaes que seriam realizadas.

Figura 2: Vlvula Pentodo Certamente, estes primeiros computadores no eram nem um pouco Userfriendly2. So os chamados computadores de Primeira Gerao. Exemplos destes computadores so o ENIAC e o UNIVAC. Os computadores de primeira gerao foram construdos para serem utilizados nos centros de inteligncia militar e nos grandes centros de pesquisa universitria. Foi devido a um problema em um computador de primeira gerao que surgiu a expresso bug (Bug, quer dizer inseto). O que aconteceu foi que um inseto entrou dentro de um tal computador e provocou um problema que o fez paralisar. A Segunda Gerao iniciou com a utilizao dos transistores. Bem menores do que as vlvulas, estes componentes eletrnicos permitiam produzir um computador menor e mais estvel. O tamanho do computador foi reduzido a um2

Esta expresso muito utilizada para denotar a capacidade que um programa (ou equipamento) possui de interagir com o usurio facilitando sua instalao e seu uso.

Introduo

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quinto e a confiabilidade foi multiplicada por dez. Exemplo de um computador de segunda gerao o IBM 1401.

Figura 3: Transistor Como dissemos anteriormente, a corrida espacial trouxe a miniaturizao. Assim, diversos circuitos puderam ser encapsulados em uma nica pastilha de silcio. Estavam surgindo os Circuitos Integrados e com eles uma nova gerao de computadores: Terceira Gerao. Os computadores da terceira gerao eram menores ainda do que os computadores da segunda gerao, mais confiveis e cada vez mais rpidos. Os circuitos integrados utilizados nos computadores de Terceira Gerao conseguiam englobar dezenas de milhares de componentes em uma mesma pastilha. Eram os chamados circuitos integrados de pequena escala de integrao (SSI, Small Scale Integration). Os computadores de terceira gerao j conseguiam executar vrios programas simultaneamente (Multitarefa) graas a sua capacidade de executar milhares de instrues de mquina por segundo (MIPS). Exemplo de um computador de terceira gerao o IBM 360. Com o avano da Microeletrnica, conseguia-se aumentar a passos largos a escala de integrao. A Quarta Gerao inicia com a introduo dos computadores utilizando circuitos integrados de mdia e alta escala de integrao (MSI, Medium Scale Integration e LSI, Large Scale Integration). Estavam nascendo os computadores domsticos! Agora, os computadores deixavam de ser um instrumento de laboratrio para invadir as pequenas e mdias empresas e at mesmo os lares dando incio a um evento jamais visto anteriormente: a massificao da tecnologia.Introduo5

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medida que o hardware evolua, os programas tambm ficavam mais poderosos, mais simples de utilizar no requerendo um especialista para us-los.

3. O Computador nos dias atuais

No parece mais to irreal ter um computador capaz de entender a fala humana e de se comunicar usando a linguagem. J existem programas que escrevem o que ditamos atravs de um simples microfone (IBM Via Voice, por exemplo). Seria o fim do teclado? Observa-se cada vez mais a adoo de uma tecnologia que se convencionou chamar de Userfriendly, ou seja, amiga do usurio. At mesmo uma criana rapidamente consegue usar um computador, fazendo dele instrumento de pesquisa escolar, brinquedo e meio atravs do qual encontra amigos. Com a velocidade de processamento saindo da casa do 2MHz para a casa dos 1000MHz, em menos de 20 anos, o computador se mistura com a telefonia viabilizando a comunicao on line de voz, dados e imagem. o videofone! Na dcada de 90, observamos uma massificao da comunicao entre as pessoas atravs do que se convencionou chamar de Internet. Mais adiante discutiremos melhor a origem da Internet e suas implicaes. Por ora, estamos interessados em mostrar como a evoluo dos computadores atuou na mudana dos valores, na gerao de empregos, nas relaes comerciais, etc. Para se ter uma idia da importncia do computador nos dias atuais, tente pensar em algo que no envolva a utilizao de um computador. Vejamos! No supermercado onde fazemos nossas compras existe um computador poderoso que controla todos os itens que so comercializados pelo supermercado (estoque,Introduo6

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preo, etc). Se almoarmos em um restaurante, existe um PDV (Ponto de Venda) que instalado (por fora de lei) em um computador. Se chamarmos um txi pela rdio, no preciso dizer o nosso endereo porque ele est em um cadastro da base de dados da rdio. O lixo transportado pelos caminhes da coleta de lixo levado para os aterros sanitrios onde o peso dos caminhes medido por computadores. As contas que pagamos...Estas nem se falam! Todos ns possumos pelo menos dois nmeros, RG e CPF. Estes nmeros so gerados e controlados por um computador. Nossa vida, enfim, est amarrada a um computador. Concluso: Quem no souber operar um computador no est em condies de disputar vaga para emprego algum! Sempre haver necessidade de profissionais que saibam operar computadores e dar manuteno nos mesmos.

Introduo

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Begin at the beginning the king said, gravely, and go on till you come to the end; then stop (Comece pelo comeo disse o Rei de forma grave e siga em diante at voc chegar ao final, ento pre.) Lewis Carroll Alice no Pas das Maravilhas

Captulo 1 - Noes ElementaresAs Partes que Compe um Sistema de Computao

Um sistema um conjunto partes interligadas visando cumprir uma determinada tarefa. Um sistema de computao, na sua forma mais simples, composto pelos seguintes elementos: 1. Gabinete 2. Monitor 3. Teclado 4. Mouse 5. Estabilizador de Tenso Estes so os componentes mais comuns, outros incluem: impressora, Zip Drive, Scanner, Cmera, Microfone, Caixa de Som, etc. Cada componente responsvel por uma determinada tarefa. Por exemplo, cabe ao monitor exibir as informaes para permitir que o usurio possa interagir com sistema. O teclado o por onde o usurio insere comandos para o computador. Uma rpida anlise destas partes componentes nos permite identificar que algumas delas enviam informaes para o computador (teclado,Captulo 18

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mouse) enquanto que outras recebem informaes do computador (monitor, impressora). Dizemos, ento, que os dispositivos que enviam informaes para o computador so dispositivos de Entrada, enquanto que os dispositivos que recebem informaes do computador so dispositivos de Sada. Pergunta: E o leitor de disquetes um dispositivo de entrada ou de sada? Vejamos, quando estamos gravando um arquivo no disquete, o computador est enviando informaes e quando estamos lendo o contedo de um disquete o computador est recebendo informaes. Portanto, o leitor de disquetes (tambm conhecido como drive pronuncia-se draive) uma unidade de entrada e de sada (Unidade E/S). Vamos agora conversar um pouco sobre a finalidade de cada parte.

Gabinete

Figura 4: Gabinete O gabinete onde fica a chamada placa-me (Mais adiante falaremos sobre a placa-me!). Todos os componentes possuem algum tipo de conexo com a placa-me. Assim, por exemplo, o monitor ligado em uma placa chamada placa de vdeo (ou adaptador de vdeo) que deve ser conectada na placa-me. Normalmente, o gabinete contendo a placa-me chamado de CPU3

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Em portugus, dizemos UCP (Unidade Central de Processamento).

Captulo 1

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(Esta abreviatura vem de Central Processing Unit). A expresso gabinete reservada para a caixa vazia. Existem gabinetes horizontais e verticais. Normalmente, de acordo com a fonte de alimentao utilizada classificamos o gabinete em: Gabinetes AT (usam fonte AT) e Gabinetes ATX (usam fonte ATX). Mais adiante falaremos sobre fontes AT e ATX. Por ora, apenas destacamos o fato de que as fontes ATX so melhores porque permitem algum tipo de controle sobre o consumo de energia. Dois itens muito importantes em uma placa-me so a Memria e o Processador (Veremos mais adiante!). Antes de comprar uma placa-me, faz-se necessrio saber qual o processador e o tipo de memria que ser utilizado na mesma. Nem todo processador pode ser instalado em uma dada placa-me. Da mesma forma, como veremos mais adiante, existem diferentes tipos de memria RAM.

Monitor

Figura 5: Monitor O Monitor aquela espcie de Televiso onde aparecem as imagens do computador. Quanto capacidade de reproduzir cores, podemos classificar os monitores em Coloridos ou Monocromticos (Fsforo verde, mbar, etc). Os monitores atuais so quase todos coloridos; difcil encontrar um monitorCaptulo 110

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monocromtico (Os monitores de 9, muito comuns em armazns, casas de ferragem e farmcias, normalmente so monocromticos). A quantidade de cores que os atuais monitores coloridos podem reproduzir varia de 16 cores at 4,2 bilhes de cores (32 bits). Quanto ao tamanho, normalmente encontramos monitores de 9, 14, 15, 17, 20 e 21 (O smbolo aps o nmero representa polegadas. 1 polegada igual a 2,54 cm). Estas medidas correspondem ao tamanho da diagonal da tela do monitor. Na verdade, a rea visvel menor do que a especificada. Por exemplo, um monitor de 14, normalmente, possui uma rea visvel de apenas 13,3. Os monitores so os responsveis por boa parte do consumo de um computador, especialmente os monitores de tela grande; assim, os monitores modernos so dotados de um circuito eletrnico que os desliga aps um certo tempo de inatividade. A tabela a seguir ilustra o consumo de vrios modelos de monitores fabricados pela LG Electronics, um dos melhores fabricantes do mercado. Normalmente, recomendamos que a energia AC do monitor seja obtida diretamente do estabilizador, ao invs de liga-lo diretamente na CPU.Modelo Consumo (W) 795FT 775FT 221U 577LM 110 105 160 48 575MS 36 880LC 995E 775N 77M 57M 60 110 105 115 105

Tabela 1: Consumo de alguns modelos de monitores LG Alm do consumo desnecessrio, importante notar que se o monitor ficar ligado durante muito tempo, com a mesma imagem, o raio de eltrons que atinge a tela ir danificar a pintura interna da mesma, podendo inclusive chegar a marca-la definitivamente. Os programas protetores de tela, comuns no Windows, tm a funo de evitar que isto ocorra. claro que os monitores modernos, dotados do circuito de autodesligamento (aps um certo tempo de inatividade), conforme comentado anteriormente, no necessitam de taisCaptulo 111

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programas de proteo de tela. Duas caractersticas importantes dos monitores so a curvatura da tela e o tamanho do menor ponto reproduzvel (tambm chamado de pixel). Os monitores de tela plana, como o Flatron fabricado pela LG, so totalmente livres de cansao visual, no apresentando qualquer tipo de distoro. Os tubos dos monitores coloridos possuem a superfcie da tela recoberta por trs tipos de substncias fosforescentes que quando atingidas por um feixe de eltrons emitem as cores primrias vermelho, verde e azul. Estas substncias esto dispostas na forma de pontos, numa estrutura chamada trade. Nessa estrutura, o termo dot pitch se refere distncia entre quaisquer dois pontos de mesma cor. Quanto menor o DP, melhor a qualidade final da imagem. Portanto, um monitor com DP de 0,28mm possui uma melhor imagem do que um outro de 0,40mm.

R

R

Dot Pitch

G B

G B

Figura 6: Trades Outras caractersticas dos monitores incluem: Low Emission, PlugAnd-Play e Power Saving. Low Emission se refere a emisso de radiao eletromagntica (quanto menor for a emisso de radiao, melhor para a sua sade); Plug-And-Play (padro definido pela Microsoft em parceria com a Intel) se refere a capacidade de ser detectado e instalado automaticamente e Power Saving se refere ao modo de economia de energia discutido anteriormente. A quantidade de pontos que podem ser reproduzidos em uma tela de monitor o que chamamos de Resoluo. Valores usuais incluem: 640 x 480, 800 x 600, 1024 x 768, 1280 x 1024 e 1600 x 1200. Observe que todas estas resoluesCaptulo 112

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seguem, aproximadamente, o padro de 4 x 3. Nem todas as interfaces de vdeo (e nem todos os monitores) suportam todas estas resolues. Quanto ao tipo de slot onde encaixamos a interface de vdeo, podemos ter XT, ISA, EISA, VESA, PCI e AGP. Quanto resoluo as interfaces de vdeo podem ser classificadas como: MDA: Interface monocromtica, sem capacidade de gerar cores e grficos (Resoluo de 25 linhas por 80 colunas). CGA: Interface capaz de operar em modo texto (25 linhas por 80 caracteres) ou nos modos grficos de 320x200 (4 cores) e 640x200 (2 cores). EGA: Interface capaz de operar em modo texto ou nos modos grficos de 320x200 (4 ou 16 cores), 640x200 (2, 4 ou 16 cores), 640x350 (4 ou 16 cores). VGA: Interface capaz de operar em modo texto ou em modo grfico, incluindo todos os modos grficos da interface EGA e mais 320x200 (256 cores) e 640x480 (16 cores). SVGA: As interfaces Super VGA melhoraram ainda mais a resoluo e quantidade de cores possveis. Em um monitor de 14 a resoluo pode chegar a 1024x768 com at 16,7 milhes de cores.

Teclado

Figura 7: TecladoCaptulo 113

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O teclado por onde entramos com as informaes para o computador. Existem basicamente trs tipos de teclado, quanto ao tipo de conector utilizado pelo mesmo: Teclados DIN, Mini-DIN (ou PS/2) e USB.

Figura 8: Conector de teclado padro DIN Tambm podemos encontrar configuraes de teclas diferentes ( o que chamamos de Lay-out, pronuncia-se: Leiaut). Assim, temos teclados ABNT , ABNT-2, Portugus de Portugal, Estados Unidos Internacional, etc. Alm das teclas alfanumricas, todo teclado possui algumas teclas especiais. Por exemplo, , , , , , , , , , , , , , , , etc. A finalidade de algumas destas teclas pode variar dependendo da aplicao. Por exemplo, um determinado programa pode utilizar a tecla para sair do mesmo; enquanto que em um outro programa a tecla pode no ter o menor efeito. No Windows, a tecla utilizada para apagar um arquivo, jogando o mesmo para a lixeira; enquanto que no Word a mesma tecla utilizada para apagar um caractere direita do cursor. J a tecla no tem outra funo que no seja a de ativar o modo de escrita com letras maisculas.

Mouse

Figura 9: Mouse de dois botesCaptulo 114

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O Mouse aquele dispositivo parecido com um Rato que utilizamos para mover um ponteiro que aparece na tela do monitor. A informao que o mouse envia para o computador uma informao de posicionamento. Quando movemos o mesmo, ele informa sua nova posio para o computador para que ele desenhe o ponteiro no seu novo local. Os mouses podem possuir trs, dois ou um boto. Os mouses de um boto so utilizados pelos computadores conhecidos pelo nome de Macintoshi (Pronuncia-se Maquintochi). Atualmente, no encontramos mais mouses com trs botes, todos os mouses vm com dois botes (boto esquerdo e boto direito). O boto esquerdo utilizado pressionando-se uma nica vez ou duas vezes consecutivas. J o boto direito utilizado pressionando-se apenas uma nica vez. Um clique simples com o boto esquerdo, tem a finalidade de selecionar ou determinar uma escolha em um menu de opes, enquanto que um clique duplo normalmente significa executar uma ao. Um clique simples no boto direito normalmente faz surgir uma janela com um menu de opes. Observe que esta janela sensvel ao contexto, ou seja, a janela que surge quando voc clica com o boto direito em uma rea livre da rea de trabalho no a mesma que surge que surge quando voc clica com o boto direito no cone Meu Computador, por exemplo. O uso do boto direito pode simplificar muitas tarefas.

Impressora

Figura 10: Impressora a jato de tinta A impressora aquele dispositivo que utilizamos para imprimirCaptulo 115

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relatrios, propostas, trabalhos escolares, tickets, etc. Um computador certamente pode funcionar sem uma impressora; mas, certamente isto nos impede de distribuir cpias impressas daquilo que fazemos. Em muitos casos, uma impressora considerada fundamental. Existem vrios tipos de impressoras: Matricial (LX-300, impressora de Cupon fiscal), Jato de Tinta (HP694C, HP660, Epson Stylus Color 600), Laser (Pronuncia-se Leizer), Cera, etc. Para o usurio domstico, as impressoras mais comuns so as de jato de tinta. Apesar de utilizar uma tecnologia mais antiga, as impressoras matriciais so mais caras. Este alto preo justificado pelo baixo preo da fita de impressora e pela maior capacidade de impresso. Para se ter uma idia, a fita de uma impressora matricial custa 40 vezes menos e ela consegue imprimir cerca de 2000 cpias; enquanto que uma impressora a jato de tinta somente consegue imprimir 500 cpias com um mesmo par de cartuchos. Em resumo, a impressora matricial chega a ser 160 vezes mais econmica. Atualmente, observamos no mercado um grande nmero de empresas oferecendo cartuchos remanufaturados, ou seja, so cartuchos de tinha que foram recarregados por uma empresa que no os fabricou. O cartucho remanufaturado chega a custar menos da metade do preo do cartucho original. O problema da maioria dos cartuchos remanufaturados que eles vazam tinta e isto pode levar uma impressora a funcionar mal. Por exemplo, a impressora a jato de tinta HP 680C possui uma fita tica que define o posicionamento da cabea de impresso. Caso esta fita tica fique suja devido ao vazamento de tinta, a impressora perde a noo de posicionamento levando muitas vezes a cabea de impresso a bater fortemente na lateral.

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Exerccios 1) Escreva abaixo a finalidade das partes componentes Monitor: Impressora: Mouse: Teclado: 2) Faa abaixo uma ilustrao indicando a conexo das partes componentes. Use setas para indicar a direo das informaes.

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Dificilmente, um usurio conseguir conectar um dispositivo no conector errado. No computador, os conectores so todos diferentes. Assim, as portas seriais, onde ligamos o mouse, a balana, a impressora fiscal, por exemplo, utilizam um tipo de conector conhecido como DB9-Macho ou DB25-Macho. J as impressoras paralelas, utilizam um conector DB25-Fmea. O monitor de vdeo utiliza um conector DB15-Fmea. Quando o computador possuir mais de conector de mesmo tipo, pode acontecer do perifrico ser ligado no local destinado para outro perifrico de mesmo tipo. Por exemplo, um computador com duas portas paralelas e quatro portas seriais. Cada porta paralela (e cada porta serial) est reservada a um perifrico. Por exemplo, a primeira porta serial est reservada para o mouse, a segunda porta serial para uma balana, etc. Uma conexo errada, tipo ligar o mouse na segunda porta serial e a balana na primeira porta serial, no far o equipamento queimar, mas tambm no permitir sua utilizao, uma vez que o programa esperava encontrar o mouse na primeira porta e a balana na segunda porta e no o contrrio. Nesta situao importante que exista alguma identificao que permita ao usurio ter a certeza de que est fazendo a conexo no local correto.

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Hardware e Software

Vejamos como poderamos definir Hardware e Software. Hardware: Conjunto das partes fsicas que compe um sistema de computao. Por exemplo, o Monitor faz parte do Hardware. Software: Conjunto de programas que so utilizados por um sistema de computao. Por exemplo, um editor de textos como o Word faz parte do Software. Todo equipamento possui suas especificaes tcnicas. Vejamos quais so as principais especificaes tcnicas de um computador. Modelo: O modelo de um computador corresponde ao modelo do seu processador.4 Os modelos mais comuns, atualmente, so os Pentium(1, 2, 3, 4), K6-2, Duron. Mas, ainda encontramos computadores 486 e 386. Velocidade: A velocidade de um computador medida atravs da freqncia de operao do seu processador. Alguns valores tpicos so 166 MHz (Pronuncia-se 166 Megarrrts), 233 MHz, 500 MHz, 800 MHz, 1GHz (Pronuncia-se 1 Gigarrrts). Quantidade de Memria: O computador precisa de alguma memria para poder funcionar. Existem vrios tipos de memria, como veremos mais adiante. Mas, a que normalmente especificada a chamada memria RAM. Quanto mais memria RAM, melhor o desempenho do computador. Alguns valores tpicos so 16 MB (Pronuncia-se 16 mega bites), 32 MB, 64 MB, 128 MB, 256 MB e 512 MB.4

Processador um dispositivo eletrnico que capaz de alterar informaes de entrada produzindo resultados, ou informaes de sada.

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Mas, o que significa byte? Para entendermos o que significa byte, precisamos primeiro discutir como que o computador funciona. Bem, na inglaterra se fala o ingls, na alemanha, o alemo e aqui no Brasil se fala o portugus. So trs formas distintas de expressar (codificar) as nossas idias, sentimentos, etc. O computador uma mquina. E mquina no fala? Correto? Certamente o computador no pensa e nem possui vontade prpria. Como todo idioma possui seu alfabeto, o computador tambm possui um alfabeto. No caso do computador, este alfabeto possui apenas dois smbolos. Todas as palavras so formadas a partir de combinaes destes dois smbolos. Ento, podemos dizer que o computador uma mquina binria. Estes dois smbolos poderiam ter qualquer representao; mas, para facilitar o entendimento, vamos cham-los de 0 (zero) e 1 (um). Estes dgitos (0 e1) so chamados de bits (proveniente da palavra inglesa, Binary Digit). Os bits isoladamente no dizem muita coisa, assim como de nada nos serve as letras do alfabeto isoladamente; por outro lado, combinando bits, assim como se combinam as letras para formar as palavras, j se consegue dizer algo. Uma reunio de 8 bits o que chamamos de byte (proveniente do ingls Binary Term, ou seja, palavra binria). Portanto, o byte a palavra do computador. Um detalhe que em computs um byte formado exatamente por oito bits. Da mesma forma que reunimos as palavras para formar frases que expressam os nossos mais profundos sentimentos reunimos as palavras de computador (bytes) para formar instrues. As instrues codificam o que deve ser feito.

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O byte e seus mltiplos

No dia a dia estamos acostumados a utilizar expresses do tipo: Vou comprar 1 Kg de arroz, O consumo da fbrica este ms foi de 100 MW, etc. No mundo do computador vamos estabelecer as seguintes convenes: 1024 bytes 1 KB (Pronuncia-se 1 quilobaite) 1024x1024 bytes 1 MB (Pronuncia-se 1 megabaite) 1024x1024x1024 1 GB (Pronuncia-se 1 gigabaite) A razo para termos adotado 1024 bytes (e no 1000) com um 1KB ser dada mais adiante.

O computador Hipottico Imagine uma tartaruga de brinquedo com um computador no seu interior que somente entenda as seguintes instrues: V para frente 1 passo. V para trs 1 passo. Gire para a direita 90 graus. Gire para a esquerda 90 graus.

Como se trata de um computador, ele somente entende o que 0 e 1, certo? Ento, cada instruo dever ser codificada como uma seqncia de 0 e 1. Assim, vamos estabelecer a seguinte correspondncia:

Captulo 1

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Instruo V para frente 1 passo V para trs 1 passo Gire para a direita 90 graus Gire para a esquerda 90 graus

Palavra de computador 00 01 10 11

Para conduzir a tartaruga at o sol, voc teria que fornecer as seguintes instrues para o computador da tartaruga: 00, 00, 00, 00, 10, 00, 00, 00,00

Figura 11: Problema de conduo da tartaruga Perceba como foi possvel guiar a tartaruga utilizando apenas seqncias de 0 e 1! exatamente assim que funciona um computador. Note que a palavra de computador neste caso no possui 8 bits, mas 2 bits. Imagine agora que o computador da nossa tartaruga reconhea as seguintes instrues: V para frente 1 passo. V para trs 1 passo. Gire para a direita x graus (x um nmero que deve ser informado). Gire para a esquerda y graus (y um nmero que deve ser informado). Nesta situao as duas ltimas instrues requerem o fornecimentoCaptulo 122

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do ngulo que a tartaruga dever girar. Ou seja, estas instrues requerem dados. Utilizando dois bits podemos estabelecer a seguinte correspondncia: 00 0 graus 01 90 graus 10 180 graus 11 270 graus Portanto, o programa anterior fica deste jeito: 00, 00, 00, 00, 10, 01,00, 00, 00, 00.

Concluses: 1) Todo programa inicia por uma instruo. 2) Algumas instrues requerem o fornecimento de dados 3) No se pode dizer se uma dada palavra de computador corresponde a um dado ou a uma instruo, se no estamos acompanhando a execuo do programa. Note, que a palavra de computador 01 pode indicar a instruo v para trs 1 passo ou o ngulo de giro 90 graus. Jamais o computador vai ficar confuso porque ele sabe exatamente se o que ele est esperando uma instruo ou um dado requerido por uma instruo.

Exerccio: Escreva o programa necessrio para conduzir nossa tartaruga para o raio. Considere que o tamanho da estrada antes da curva como sendo de 6 passos e depois da curva com sendo de 4 passos. Utilize o conjunto de instrues melhorado (o ltimo).

Captulo 1

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Soluo:

Captulo 1

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Bases numricas

Os

nmeros

foram

criados

pelo

homem para

representar

quantidades. Provavelmente porque temos 10 dedos nas mos, o nosso sistema utiliza 10 smbolos. Os dgitos utilizados por este sistema decimal so 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9. Para representar qualquer quantidade, agrupamos os dgitos decimais atribuindo a cada dgito um valor que depende de sua posio na seqncia. Assim, temos a casa das unidades, dezenas, centenas, milhares, dezenas de milhares, etc. Por exemplo, considere o nmero abaixo:

123.O dgito mais direita est na casa das unidades. Portanto, seu valor posicional de 3 unidades. O dgito 2 est na casa das dezenas e, portanto, seu valor posicional de 2 dezenas (20 unidades). O dgito 1 est na casa das centenas e, portanto, seu valor posicional de 1 centena (100 unidades). Ou seja, 1 centena + 2 dezenas + 3 unidades. Ou ainda, 1 x 102 + 2 x 101 + 3 A quantidade de dgitos que temos nossa disposio para formar os nmeros o que chamamos de base numrica. No caso acima, a base 10 porque temos 10 nmeros a nossa disposio. Note que todo nmero sempre pode ser escrito como uma soma de potncias da base.

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Exerccio resolvido: Escreva o nmero 1.543 como uma soma de potncias da base decimal. Soluo: Como 1.543 possui quatro casas, vamos desenhar quatro linhas, cada uma correspondendo a um dos dgitos do nmero em questo. A casa mais direita a casa das unidades (1), a casa seguinte a casa das dezenas (101), a seguinte a casa das centenas (102) e a casa mais esquerda a casa dos milhares (103). ___ M ___ C ___ D ___ U

Agora, vamos escrever o nmero 1.543 acima das linhas. Isto ,

1__________

5_________

4_________

3___________

M

C

D

U

Cada nmero possui um valor que depende de sua posio. Assim, por exemplo, como o 1 est na casa dos milhares (103), seu valor de 1x103. Portanto, temos: 1 x 103 + 5 x 102 + 4 x 101 + 3 O computador uma mquina binria, ou seja, todas as informaes so escritas como nmeros da base numrica 2. Da mesma forma com mostramos para a base 10, todo nmero na base 2 pode ser escrito como uma soma de potncias da base 2. Por exemplo, o nmero 010011 pode ser escrito da seguinte forma: 0 x 25+1x24+0x23+0x22+1x21+1. Ou ainda, 0+1x16+0+0+1x2+1 = 16+2+1 = 19.Captulo 126

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Portanto, o nmero 010011 corresponde ao nmero 19 na base decimal! Exerccios: Converta para a base decimal. a) 110100 Soluo: b) 001010

Agora, j estamos aptos para entender porque 1 KB 1024 bytes e no 1000 bytes. Observe que o prefixo K usualmente indica 1000 unidades, ou seja, a potncia decimal 103. Ora, como o computador no utiliza a base decimal no podemos falar em 103. A potncia da base binria (base 2) mais prxima de 1000 210, ou seja, 1024. Exerccios: Calcule o que se pede. a) 25 b) 27 Exerccios: Passe para a base decimal. a) 11 b) 01101

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Por dentro do Computador

Falamos anteriormente que dentro do gabinete existe um circuito eletrnico chamado placa-me. Permita-nos agora explorar a placa-me em maior detalhe. A figura a seguir ilustra uma placa-me.

Figura 12: Placa-me Na placa-me vamos encontrar: Processador: Normalmente, localizado por baixo de um pequeno ventilador chamado muito comumente de cooler. Memria RAM: Normalmente, existem de 2 a 4 bancos de memria onde encaixamos os pentes de memria. Memria Cache: um tipo especial de memria utilizado para melhorar o desempenho do computador. Atualmente, os pentes de memria cache esto desaparecendo. A memria cache est vindo embutida na prpria placa-me. Slots: So fendas onde inserimos as interfaces. Existem vrios padres (ISA, EISA, VESA, PCI, AGP). Vamos falar um pouco sobre cada um destes itens.

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Processador Existem vrios fabricantes de processador. Em se tratando de computadores PC, os mais comuns so: Intel, AMD e Cyrix. Existem outras empresas que fabricam processadores para outros tipos de computadores, como o caso da Motorola que fabrica processadores para Macintosh. Como o processador dissipa muito calor necessrio ter-se um dissipador metlico sobre o mesmo e um pequeno ventilador, chamado cooler (Pronuncia-se cler). No corpo do processador encontramos algumas informaes, tipo: Nome do Fabricante, Modelo do Processador e Velocidade. O processador instalado (encaixado) em um soquete como o mostrado na Figura 12, abaixo.

Figura 13: Soquete ZIF (Zero Insertion Force) para instalao do Processador A Figura 13 abaixo mostra um processador com o ventilador instalado.

Figura 14: Processador Intel com ventilador.

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Quando dizemos que nosso computador um Pentium estamos dizendo que o processador utilizado um Pentium. Quando dizemos que um 486, ento, o processador um 486. Por outro lado, quando dizemos que o nosso computador um Compaq (Toshiba, Dell, IBM) estamos nos referindo ao fabricante e no ao modelo do processador. A figura abaixo de um processador Pentium (Primeira Gerao) de 133 MHz.

Figura 15: Processador Pentium 133 MHz Memria RAM Antes de falarmos sobre a memria RAM, permita-nos um breve comentrio sobre a memria do computador. Podemos classificar a memria do computador basicamente em dois tipos: Memria Voltil: A palavra voltil significa aquilo que se perde. No caso do computador, a memria voltil a chamada memria de trabalho. O termo voltil deve-se ao fato de que se o computador for desligado, seu contedo perdido. Os nossos arquivos, quando estamos trabalhando neles, ficam na memria voltil. Memria Permanente: A memria permanente onde ficam as informaesCaptulo 130

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que no so modificadas. Por exemplo, o Windows, o ELBA e o Word ficam guardados na memria permanente. Quando salvamos os nossos arquivos feita uma cpia dos mesmos na memria permanente. Exemplo de memria permanente: Disquete. Quanto maior a memria do computador, melhor. O tamanho da memria do computador medido em termos da quantidade de palavras de computador (bytes) que podemos armazenar na mesma. A memria de trabalho normalmente fica em torno de 32 MB at 512 MB. Enquanto que a memria permanente precisa ser bem maior, uma vez que todos os programas so guardados nesta memria. Valores tpicos: 1,44 MB (Disquete), 100 MB (Zip), 20 GB (HD). A memria de trabalho a que nos referimos acima conhecida pelo nome de memria RAM. O termo RAM vem do ingls Random Access Memory e significa memria de acesso aleatrio. Este nome tem a ver com a forma como a memria acessada. A memria RAM uma memria onde possvel gravar e ler dados. Ou seja, uma memria de leitura e escrita. Em contraposio com a memria somente de escrita, ROM (Read Only Memory). Existem vrios tipos de memria RAM, as principais so: - DRAM (RAM dinmica) - SRAM (RAM esttica) Nos computadores atuais, os dois tipos mais comuns de memria DRAM so SIMM e DIMM. A Figura abaixo mostra um pente de memria DRAM SIMM sendo encaixado no seu slot.

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Figura 16: Instalao de um pente de memria SIMM de 72 vias

Figura 17: Instalao de um pente de memria DIMM Memria Cache A memria RAM convencional (DRAM) uma memria relativamente lenta (Tipicamente 60ns). A fim de melhorar o desempenho da memria RAM, utiliza-se uma memria especial chamada Memria Cache. Uma certa poro dos dados da memria RAM levada para a memria cache, de onde os dados seguiro para o processador na medida em que forem sendo solicitados. Isto o que chamamos de pr-busca (prefetching). Como a memria cache rpida (Tipicamente 15 ns, ou seja, 4 vezes mais rpida do que a DRAM convencional), o desempenho melhora. Pode acontecer de que estes dados no mais representem os dados de que o processador necessita e, ento, feita uma nova busca.Captulo 132

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Fonte de Alimentao A Fonte de Alimentao do PC fornece tenses de 5 e 12, alm de um sinal conhecido como Power Good, PG. O sinal de Power Good indica se a fonte est boa, ou no. Se PG = +5 Volts, ento, a fonte est boa.

ATENO: O conector da fonte que ligado na placa-me , naverdade, formado por dois conectores. A forma correta de lig-lo placa-me observando que os fios pretos (Terra) nos dois conectores devem ficar juntos. Os conectores de alimentao que sero ligados nos diversos dispositivos possuem um chanfro de modo que somente entram em uma dada posio. A Figura abaixo ilustra uma fonte de alimentao tpica de um PC.

Figura 18: Fonte de Alimentao Tpica de um PC Observe na Figura acima que existe um ventilador para resfriar a fonte. Normalmente, este ventilador alimentado por uma tenso DC de +12Captulo 133

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Volts. Existem dois conectores AC na parte traseira da fonte; um para ligar a tomada de fora do computador e o outro para se ligar, por exemplo, um monitor. Existe tambm uma chave seletora de voltagem (110Vac ou 220Vac).

ATENO: Antes de ligar a fonte, observe se a tenso da redecorresponde quela escolhida na chave seletora.

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EletricidadeNa antiga Grcia, os filsofos se perguntaram: Se dividssemos um material qualquer ao meio, e depois tomssemos uma destas metades e, novamente, a dividssemos ao meio; at que ponto poderamos continuar com este processo de diviso?. Os gregos acreditavam que, aps inmeras divises, chegaramos a um elemento indivisvel, que foi batizado de tomo. tomo, em grego, significa indivisvel. Hoje, sabemos que a matria (ou seja, tudo aquilo que tem massa e ocupa lugar no espao) constituda de tomos, os quais so minsculas partculas divisveis. Na sua estrutura mais simples, dizemos que o tomo constitudo por eltrons, prtons e nutrons. Os eltrons, que giram ao redor de um ncleo central onde ficam os prtons e nutrons, so partculas com carga eltrica negativa, os prtons possuem carga eltrica positiva e os nutrons no possuem carga eltrica. Observou-se que cargas eltricas opostas se atraem, enquanto que cargas eltricas iguais se repelem. Assim, um eltron atrado por um prton, e vice-versa. A lei que rege esta atrao (ou repulso) chamada Lei de Coulomb. Segundo esta Lei, a fora de atrao (ou repulso) diretamente proporcional ao valor de cada carga e inversamente proporcional ao quadrado da distncia que as separa.Q1 * Q 2 R2

Lei de Coulomb:

F=K

Note, pela Lei de Coulomb, que a fora que a carga q1 exerce sobre a carga q2 a mesma que a carga q2 exerce sobre a carga q1. A influncia entre cargas eltricas distantes entre si pode ser melhor aceita se imaginarmos que cada carga eltrica cria em torno de si um certo campo de influncia que se propagaCaptulo 135

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pelo espao. Chamamos este campo de influncia de Campo Eltrico. Definimos o campo eltrico como sendo o quociente E = F/q. Portanto, se imaginarmos uma carga de prova q0 onde existe uma distribuio de cargas eltricas q1, q2, ..., qi; ento, a fora resultante sobre esta carga de prova

F = q0 i

kq i ri 2 0

A carga de prova, discutida acima, ir se mover devido ao da fora resultante F. Os eltrons em movimento estabelecem uma corrente eltrica. Os milhares de eltrons livres no espao iro se mover devido ao dos campos eltricos. Quando que tal corrente resultante no ser nula? Sabemos, da Fsica Clssica, que energia tudo aquilo capaz de realizar um trabalho. Assim, temos a energia dos ventos (elica), eltrica (energia associada corrente eltrica), e outras formas de energia. Ao movimentar a carga de prova q0 do ponto A para o ponto B, o campo eltrico realizou um certo trabalho. Sabemos que a Energia Total a soma Energia Potencial + Energia Cintica. Supondo que a carga se movimente a uma velocidade constante, ento, como no houve variao na energia cintica, deve ter havido variao na energia potencial (porque houve trabalho!). Dizemos, ento, que a diferena de potencial eltrico entre os pontos A e B foi o responsvel pela variao da energia potencial. De uma forma simplificada, a carga de prova q0 se moveu devido diferena de potencial eltrico entre os pontos A e B. Para haver corrente eltrica preciso haver diferena de potencial eltrico. Sabemos, que alguns materiais conduzem melhor a corrente eltrica do que outros. Por exemplo, o cobre um bom condutor de corrente eltrica ao passo que o vidro um mal condutor, ou isolante. Na verdade, cada material possui sua prpria natureza de facilitar ou dificultar o movimento dos eltrons. Assim, dizemos que cada material possui suaCaptulo 136

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prpria resistncia eltrica. Um cientista, chamado Ohm, provou que existe uma relao entre Resistncia eltrica, Corrente Eltrica e Potencial Eltrico. A Lei de Ohm estabelece que Lei de Ohm:V = R *I

Onde, V a tenso eltrica (medida em Volts - V), R a resistncia eltrica (medida em Ohms - ) e I a corrente eltrica (medida em Ampres - A). A tabela a seguir ilustra os mltiplos e submltiplos mais comuns das unidades de Corrente eltrica, Tenso eltrica e Resistncia eltrica.Mltiplo/Submltiplo Tenso Corrente Resistncia

Mega (106) Kilo (103) mili (10-3) micro (10-6) nano (10-9) pico (10-12)

MV KV MV V NV PV

MA KA mA A nA pA

M K m n p

Note que os mltiplos so escritos com letra maiscula, enquanto que os submltiplos so escritos com letra minscula. Existem vrias formas de se obter uma tenso eltrica. Uma bateria, por exemplo, fornece uma tenso eltrica constante no tempo. Chamamos esta tenso de DC. A tenso fornecida pela companhia de eletricidade (Iberdrola, antiga Celpe) uma tenso que varia de intensidade no tempo segundo uma forma de onda de uma senide, chamamos esta tenso eltrica de AC. Diversos problemas podem afetar a qualidade da energia que nos Captulo 137

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entregue pela companhia de eletricidade. Por exemplo, podemos observar os seguintes fenmenos: 1. Pico de tenso 2. Sobretenso 3. Subtenso 4. Blackout (corte) 5. Rudo Mais adiante, ainda neste captulo, iremos definir e discutir cada um destes fenmenos. Nossa preocupao, neste momento, informar que os equipamentos eletrnicos so sensveis a estes fenmenos e que devemos nos preocupar em fornecer uma energia com uma certa qualidade mnima. Outro ponto muito importante a proteo do prprio usurio. Como sabemos a vida no tem preo. No h quem no conhea alguma histria sobre algum que tenha morrido eletrocutado ou, pelo menos, tomado um bom susto. Neste Captulo, iremos discutir sobre o aterramento. O que significa aterrar, por que o aterramento importante, como avaliar a qualidade do aterramento, como melhorar um aterramento existente. As finalidades do aterramento so: 1. Proteger o usurio contra descargas eletrostticas 2. Proteger o equipamento 3. Facilitar a operao dos dispositivos de segurana (Disjuntores, fusveis, etc) Sabe-se que a carcaa de um equipamento (um computador, por exemplo) pode concentrar cargas eltricas. Ao tocarmos na carcaa do mesmo,Captulo 138

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estaremos fornecendo um caminho para que as cargas eltricas fluam, atravs do nosso corpo, para a Terra. Quando a carcaa do equipamento est conectada ao fio terra, ento, esta concentrao de cargas no acontece porque a pequena resistncia do fio terra descarregar esta energia eletrosttica. Ento, uma condio para um bom terra ter uma pequena resistncia eltrica. Como podemos, ento, verificar se a tomada do computador5 est com problemas? Em primeiro lugar, vejamos como identificar os pinos de uma tomada. So eles: Fase, Neutro e Terra.

Neutro Terra Figura 19: Tomada Tripolar

Fase

Normalmente, as tomadas destes equipamentos possuem 3 pinos: Fase, Neutro e Terra. As tomadas de 2 pinos apenas utilizam a Fase e o Neutro fornecidos pela companhia de distribuio de energia. No nosso caso especfico, a Iberdrola. As tomadas de dois pinos tambm so conhecidas como tomadas nopolarizadas, uma vez que as mesmas podem ser invertidas. O terceiro pino o pino do Terra. Este pino, normalmente, conectado a uma haste de cobre, no caso de uma casa, ou ferragem que passa dentro de uma viga, no caso de um edifcio. Falamos anteriormente que as tomadas a dois pinos no so polarizadas, ou seja, voc pode introduzi-la em qualquer posio. Ento, imagine

5

Na verdade, no apenas computador; mas, tambm da impressora, do scanner, etc. Ou seja, de todos os dispositivos que compe um sistema de computao.

Captulo 1

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que por uma questo de segurana algum resolva conectar o neutro da tomada do chuveiro na sua carcaa. Se a tomada for introduzida na posio correta, ento, de fato o neutro ficar conectado carcaa do chuveiro; caso a tomada seja introduzida na posio contrria, quem ficar em contato com a carcaa do chuveiro ser o fase!!! Portanto, este sistema a dois fios (fase e neutro) apresenta srios riscos. Quem de ns nunca presenciou a situao em que algum pede para inverter a tomada porque est levando choque ?! E se eu colocar um preguinho na parede est resolvido o problema? No, de forma alguma! Observe que mesmo o fio Terra possui uma certa resistncia passagem da corrente eltrica. Portanto, se a oposio passagem da corrente eltrica do fio Terra for maior do que aquela oferecida pela carcaa do chuveiro claro que a corrente eltrica vai preferir vazar atravs da carcaa do chuveiro. Para termos um bom Terra devemos seguir certas regras estabelecidas pela ABNT (Associao Brasileira de Normas Tcnicas). A forma de avaliarmos a qualidade do Terra medindo a tenso (diferena de potencial) entre o Terra e o Neutro (fornecido pela companhia). A ABNT estabelece que est tenso deve ser de, no mximo, 3 Volts. Na verdade, o ideal medir o valor da resistncia do Terra, o que normalmente no possvel. E se eu utilizar um "Terra Eletrnico?. Os equipamentos vendidos como "Terra Eletrnico", com alguma possvel exceo ainda no analisada pela Idia Engenharia, no substituem o aterramento convencional com haste de cobre. Na verdade, eles consistem apenas de um filtro de linha. Aps instalar o Terra, de acordo com o padro ABNT, como que eu fao para medir a tenso entre o Terra e o Neutro? Existe um aparelho para este fim. Chama-se Multmetro (Multi = Muitas, vrias; Metro = Medidas). O Multmetro, normalmente, mede correnteCaptulo 140

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eltrica, tenso eltrica e resistncia eltrica. Alguns multmetros medem outras grandezas, tais como: frequncia e temperatura. Abaixo temos uma ilustrao de um multmetro porttil.

Figura 20: Multmetro Digital Observe que existem quatro conectores, identificados por: (V, ), COM, mA e 10A. Vejamos o significado de cada um destes conectores. Conector (V, ): Aqui conectamos a ponteira vermelha (positiva) do multmetro quando vamos medir tenso ou resistncia. Conector COM: Aqui conectamos a ponteira preta, independente do que vamos medir. A palavra COM vem de COMUM. Conector mA: Aqui conectamos a ponteira vermelha (positiva) do multmetro quando vamos medir corrente na faixa de miliampres (1 mA = 1 milsimo do Ampre). Conector 10A: Aqui conectamos a ponteira vermelha (positiva) do multmetro quando vamos medir corrente at 10 A.Captulo 141

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Observe tambm a existncia das seguintes escalas: DCV: Esta escala utilizada para medir tenso DC (ou contnua) ACV: Esta escala utilizada para medir tenso AC (ou alternada). : Esta escala utilizada para medir resistncias. DCA: Esta escala utilizada para medir corrente DC. A tenso fornecida pela Iberdrola de 220 VAC. Portanto, devemos utilizar a escala ACV para verificar a tenso da rede fornecida pela Iberdrola. As tenses de sada do estabilizador e do No-break tambm so tenses alternadas e, portanto, devem ser medidas na escala ACV. As tenses fornecidas pela fonte de alimentao so contnuas (ou DC) e, portanto, devem ser medidas utilizando-se a escala DCV.

ATENO: possvel que a tomada no esteja dentro dos padresfixados pela ABNT. Neste caso, ao medir a tenso entre Terra e Neutro baseando-se no padro ilustrado na Figura 1, voc estar medindo a tenso entre Fase e Terra. E, portanto, encontrar um valor muito prximo da tenso de rede local. Antes de tentar medir a tenso da rede, selecione adequadamente a escala do multmetro. Por exemplo, se um multmetro possui duas escalas para tenso AC, digamos 200 VAC e 700 VAC. Ento, voc deve selecionar a escala de 700 VAC para medir a tenso da rede, uma vez que a tenso da rede de 220 VAC. Vejamos como medir a tenso da rede: 1. Ligue o Multmetro 2. Selecione medio de tenso alternada (ACV ou VAC) 3. Selecione a escala adequada para medio da tensoCaptulo 142

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4. Coloque a ponteira vermelha no pino de Fase. 5. Coloque a ponteira preta no pino de Neutro. 6. Efetue a leitura no visor do aparelho Observao: Observe que no caso de medies AC no importa a ordem das ponteiras. Ou seja, poderamos ter colocado a ponteira vermelha no pino de Neutro e a ponteira preta no pino de Fase. A leitura seria a mesma! O mesmo procedimento acima deve ser utilizado para medir qualquer tenso AC, como por exemplo, a tenso na sada do estabilizador ou na sada do No-break. Tudo bem! Eu j sei medir as tenses. Mas, como posso saber se elas so aceitveis? Em primeiro lugar, vamos verificar se de fato conhecemos a funo de cada parte: Estabilizador: um equipamento utilizado para controlar a faixa de variao de uma tenso AC. Caso a tenso da rede varie acima de um certo limite, o estabilizador corta a tenso de alimentao na sua sada. Atualmente, a grande maioria dos estabilizadores j vem com um filtro de linha incorporado. Filtro de linha: um equipamento que filtra picos na tenso de alimentao. No-Break: um equipamento que fornece tenso AC (110 VCA ou 220 VCA) na falta de energia na rede durante um tempo limitado. Bem, dissemos anteriormente que a tenso entre o Neutro e a Terra no deve exceder 3V. De fato, isto no basta! Existem outras especificaes que devem ser respeitadas. Bem, vamos supor que ligado tomada da parede temos um No-Break, ligado no No-Break temos um estabilizador e ligado noCaptulo 143

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estabilizador temos o nosso equipamento (Poderamos ter ligado o Estabilizador na parede, ligado no estabilizador o No-Break e ligado no No-Break o nosso equipamento ?). Cada um destes equipamentos possui certas especificaes eltricas. Vejamos: No estabilizador est escrito: Potncia nominal de sada: 0,5 KVA ~ 0,8 KVA Mx Faixa de regulao 110 VCA: 95 a 130 VCA Faixa de regulao 220 VCA: 180 a 245 VCA Tenso de sada: 110 VCA com uma preciso de 3,5%. Frequncia de operao: 50/60 Hz No No-Break est escrito: Potncia: 2 KVA No computador no tem nada escrito. No monitor est escrito: Tenso de entrada: 100 VCA ~ 240 VCA Frequncia de operao: 50/60 Hz Corrente: 1,4 A Na impressora est escrito: Tenso de entrada: 100 VCA ~ 240 VCA Frequncia de operao: 50/60 Hz Corrente: 1 A Potncia: 50 W Atualmente, a maioria dos No-Breaks j vem com estabilizador embutido e, portanto, em princpio, no haveria a necessidade de ter-se um estabilizador. No caso do No-Break no possuir estabilizador (No-Break Off-line), ento, devemos ligar o No-Break na sada do estabilizador, desde que oCaptulo 144

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estabilizador possa fornecer a potncia requerida pelo No-Break. No nosso caso acima, o estabilizador no pode com o No-Break!! Portanto, no poderamos ligar o No-Break na sada do estabilizador, neste caso especfico. A verificao da parte eltrica pode ser resumida da seguinte forma: Passo 1: Verificar (na tomada da parede) se tenso entre Neutro e Terra menor do que 3 V. Passo 2: Antes de ligar qualquer aparelho deve-se verificar o consumo total, em termos de potncia. Este consumo total dever ser menor do que a potncia fornecida pelo No-break (ou estabilizador, caso no se esteja utilizando um NoBreak). Passo 3: Verificar, para cada aparelho, se a tenso que est sendo fornecida est dentro de sua faixa de operao. No caso do estabilizador e do No-Break, verificar se a tenso de sada est de acordo com as especificaes fornecidas pelo fabricante. Por exemplo, um estabilizador que fornece 110 VCA na sada com uma preciso de 3,5%, deve fornecer uma tenso mnima de 106,15 VCA at uma tenso mxima de 113,85 VCA. Observao: A maioria dos computadores sem marca no vem com manual de usurio ou qualquer indicao de seu consumo externamente. Portanto, deve-se abrir o seu gabinete para verificar a potncia da fonte. Nas especificaes do estabilizador, o que significa faixa de regulao? Muito bem! Vamos entender melhor como funciona um estabilizador e como podemos avali-lo.Captulo 145

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A tenso alternada da rede pode sofrer variaes bruscas devido, principalmente, ligao de motores, como o motor de uma enceradeira ou de um ar-condicionado. Tambm possvel que outros equipamentos irradiem sinais eletromagnticos que sujam a tenso de alimentao. Vejamos isto em uma figura!

Sinal limpo Os

Sinal com picos de tenso picos so eliminados que pelo a

estabilizador, filtro de linha. Sinal com interferncia

enquanto

interferncia (sujeira) eliminada pelo

Figura 21: A tenso da rede A chamada faixa de regulao corresponde faixa de valores da tenso de entrada que o estabilizador consegue regular (manter mais ou menos amarrada). No nosso exemplo, tnhamos que para 220 V a faixa de regulao era de 180 VAC a 245 VAC. Portanto, dentro desta faixa, a tenso de sada est regulada (amarrada). Para valores acima de 245 VAC (sobretenso), a tenso de sada no est regulada e pode danificar o nosso equipamento. Para valores abaixo de 180 VAC (subtenso), a tenso de sada no est regulada. Observe ainda que aCaptulo 146

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tenso de sada foi especificada com uma preciso de 3,5%. Isto significa que a tenso de sada pode variar de 106,15 VCA at 113,85 VAC. Na verdade devemos dizer que os problemas de energia eltrica so os grandes causadores de defeitos nos computadores e na perda de dados. Basicamente, temos os seguintes tipos de problemas: Subtenses: Tambm conhecidas como quedas de voltagem, as subtenses so diminuies na tenso de rede por um curto perodo. Este tipo de problema abrange 85% de todos os tipos de problemas relacionados com a parte eltrica. Normalmente, as subtenses so causadas pelas exigncias de energia durante a partida de equipamentos eltricos, tais como: elevadores, motores, etc. Blackout: O Blackout a perda total de energia (Falta de energia). Normalmente, so causados por uma demanda excessiva de energia, por raios/tempestades, acidentes, etc. Pico: Representa um aumento instantneo na tenso de rede. Normalmente causado pela queda de um raio prximo a sua instalao ou causado pela prpria companhia fornecedora de energia eltrica quando esta retorna de uma interrupo no fornecimento de energia. Surto: Representa um aumento na tenso da rede durante um perodo de, no mnimo, 1/120 do segundo (~8,33 ms). Aparelhos de ar-condicionado e outros equipamentos eltricos podem causar surtos. Quando o equipamento desligado, a tenso (ou voltagem) extra dissipada pela linha de energia eltrica. Rudo: O rudo eltrico quebra a suavidade da onda senoidal. Basicamente, existem dois tipos de rudos eltricos, a interferncia eletromagntica (EMI) e a interferncia por rdio frequncia (RFI). O rudo eltrico pode ser causado por raios, motores, equipamentos industriais, transmissores, etc. Permita-nos comparar a proteo oferecida por um estabilizador com a oferecida por um No-break.Captulo 147

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Estabilizadores: Protegem contra pico, surto e rudo. No-Breaks: Protegem contra pico, surto, rudo, subtenses e blackout. Portanto, se o computador utilizado em reas sujeitas a subtenses e blackouts, ou o computador fica ligado por longos perodos, recomendvel o uso de um No-break. Caso contrrio, pode-se utilizar um estabilizador. Mas, como que eu posso determinar qual a potncia que um Nobreak ou um estabilizador deve possuir para proteger os meus equipamentos de informtica? Bem, devemos considerar dois casos. Primeiro quando a potncia expressa em VA (Volt-Ampre), ou no indicada, e depois quando a potncia expressa em W (Watts). Caso 1: Potncia em VA (ou no indicada) 1. Verificar na parte traseira de cada equipamento o valor da tenso. aquele nmero que seguida pela letra V ou pela palavra Volts. 2. Verificar, tambm na parte traseira, o valor da corrente. aquele nmero que seguido pela letra A ou pela palavra Ampres. 3. Para cada equipamento que ser ligado ao No-break (ou estabilizador), multiplicar os valores de tenso e corrente. O valor obtido a potncia em VA. 4. Somar todas as potncias encontradas. 5. A potncia do No-break, ou do estabilizador, a ser adquirido dever ser, no mnimo, 30% superior a potncia total encontrada no item 4. Ou seja, multiplique o valor da potncia total obtido no item 4 por 1,3. A potncia desejada dever ser igual ou maior do que este valor encontrado. Exemplo: Dois equipamentos, A e B, sero ligados a um No-break (ouCaptulo 148

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estabilizador). Foram colhidas as seguintes especificaes: Equipamento A: 110 V e 5 A Equipamento B: 110 Volts e 2 Ampres Deseja-se saber a potncia do No-break (ou estabilizador) requerido. Soluo: Potncia de A: PA = 110 x 5 = 550 VA Potncia de B: PB = 110 x 2 = 220 VA Potncia Total = PA + PB = 770 VA Potncia do No-Break: PNB 1,3 x 770 VA PNB 1001 VA 1 KVA Portanto, deve-se escolher um No-break (ou estabilizador) com, pelo menos, 1 KVA. Caso 2: Potncia em W (Watts) 1. Para cada equipamento que ser ligado ao No-break (ou estabilizador), anotar a sua potncia. 2. Somar todas as potncias encontradas. 3. Multiplicar o valor da potncia total por 1,52 para passar de W para VA. 4. A potncia do No-break, ou do estabilizador, a ser adquirido dever ser, no mnimo, 30% superior a potncia total encontrada no item 4. Ou seja, multiplique o valor da potncia total obtido no item 4 por 1,3. A potncia desejada dever ser igual ou maior do que este valor encontrado. Exemplo: Dois equipamentos, A e B, sero ligados a um No-break (ou estabilizador). Foram colhidas as seguintes especificaes:

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Equipamento A: 200 W Equipamento B: 100 Watts Deseja-se saber a potncia do No-break (ou estabilizador) requerido. Soluo: Potncia de A: PA = 200 x 1,52 = 304 VA Potncia de B: PB = 100 x 1,52 = 152 VA Potncia Total = PA + PB = 456 VA Potncia do No-Break: PNB 1,3 x 456 VA PNB 592,80 VA. Portanto, deve-se escolher um No-break (ou estabilizador) com, pelo menos, 600 VA. Os valores que calculamos at agora no esto levando em considerao uma possvel expanso do sistema. Ento, qual deveria ser a potncia do No-break (ou estabilizador) para exista uma folga visando uma possvel ampliao do sistema? Uma boa conduta seria adquirir um No-break (ou estabilizador) com uma folga de 40%, ou seja, estaramos empregando 60% da potncia total. Esta folga permite que outros equipamentos sejam ligados ao No-break (ou estabilizador) sem precisar troc-los. Todavia, na hora de expandir o sistema, tenha a garantia de que a nova potncia total do sistema continua dentro da faixa de operao do No-break (ou estabilizador). H necessidade de se utilizar um estabilizador junto com o No-break, para garantir mais proteo ? Esta pergunta, trs a tona uma classificao dos No-breaks. Podemos dizer que existem dois tipos de No-Breaks, No-Breaks On Line e No-Breaks OffCaptulo 150

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Line. Os No-Breaks On Line incorporam um estabilizador, no necessitando do mesmo externamente. J os No-Breaks Off Line no incorporam um estabilizar e poderamos perfeitamente colocar um estabilizador externamente para garantir uma maior proteo. Pode-se ligar uma bateria externa sem desconectar a bateria interna ? Perfeitamente! Porm, importante no ultrapassar a capacidade da bateria que o fabricante do No-Break recomenda. O que significa a sigla UPS ? A sigla UPS significa Uninterruptable Power Suply, ou seja, fonte de alimentao sem interrupo. o mesmo que No-Break. Qualquer bateria automotiva serve para o meu No-Break ? No! Voc deve verificar as especificaes do fabricante do NoBreak. Existem muitos tipos diferentes de baterias. Tudo bem, ficou claro que a quantidade de equipamentos que eu posso ligar a um No-Break (ou Estabilizador) vai depender da potncia que estes equipamentos vo exigir do No-Break (ou Estabilizador); mas, e quantos equipamentos eu posso ligar diretamente a uma tomada de parede ? Observe que em toda tomada de parede vem escrito a mxima corrente que poder passar pela mesma sem fundir os seus terminais. Portanto, suponha que est escrito 10 A na tomada. Logo, a soma das correntes drenadas por cada equipamento no deve ser superior a 10 A. O uso de Benjamins (os chamados T) permitido ? Os Benjamins deveriam ser abolidos do comrcio pelas seguintes razes: Primeira: A tomada muitas vezes fica mal conectada, com folga, ocasionando um mal contato eltrico. Este mal contato faz com que sejam gerados pulsos (centelhamentos) que podem queimar o equipamento. Segunda: Por falta de esclarecimento, o consumidor empilha equipamentos noCaptulo 151

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Benjamin. Isto pode fazer o prprio Benjamin derreter e causar um curto na rede (risco de incndio). E quanto ao uso de uma rgua de tomadas ? Vale o que foi dito anteriormente! A corrente drenada de uma tomada de parede no deve exceder o valor de 10 Ampres. Portanto, o uso de uma rgua de tomadas deve ser feito com certa cautela. Tenha sempre em mente qual o valor da corrente que cada equipamento ir puxar. Verificando Danos na parte Eltrica Na tomada de parede Em primeiro lugar, para se verificar se uma tomada de parede est em condio de uso vamos precisar de um multmetro.

ATENO: A chave de teste no serve, uma vez que ela apenas nosindica se h ou no tenso. Ela pode ser utilizada para indicar onde est o fio Fase. Com o multmetro na mo devemos efetuar as seguintes medies: - Tenso Fase-Neutro - Tenso Neutro-Terra Caso no exista nenhuma tenso na tomada, verifique se existe um disjuntor que controla aquela tomada e se o mesmo no abriu. Verifique qual a corrente especificada no disjuntor e se ela apropriada para aquela tomada. Para computadores, normalmente, utiliza-se um disjuntor de 4A. Mas, isto vai dependerCaptulo 152

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da corrente que cada equipamento de seu sistema consome. No Estabilizador (ou No-Break) Desconecte todos os equipamentos do Estabilizador (ou No-Break). Ligue-o numa tomada aterrada que j tenha sido verificada e esteja em perfeitas condies de uso. Mea a tenso na sada do Estabilizador (ou No-Break) e compare o valor obtido com as especificaes fornecidas pelo fabricante. Caso a tenso de sada seja nula (zero), verifique o fusvel, se este for acessvel externamente. Caso o fusvel seja interno, chame um tcnico qualificado. No Computador/Perifricos Desligue todos os perifricos externos do computador (Monitor, impressora, Modem Externo, Scanner, etc.). Ligue o computador num Estabilizador que esteja funcionando. Caso o ventilador do computador comece a funcionar, ento, provavelmente sua fonte est boa. Observe se o computador emitiu algum som (um nico bip) quando foi ligado: este um bom sinal. Na verdade, a quantidade de bips que um computador emite ao ser ligado nos d informaes sobre o estado da memria, da placa de vdeo, etc. Isto ser visto mais adiante no Captulo de Hardware.

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Risco de Choque e AterramentoA maior parte dos equipamentos eletrnicos modernos, especialmente aqueles mais sensveis problemas relacionados com a parte eltrica, possuem uma tomada com trs pinos. Este artigo pretende explicar a finalidade do pino de "Terra" e porque existe risco de choque caso o aterramento esteja mal feito. O sistema de distribuio de energia utilizado na maior parte dos Estados Unidos da Amrica emprega uma tenso alternada (senoidal) de 120V a uma freqncia de 60Hz. Durante muito tempo o padro consistia de dois fios, um conhecido como "vivo" (fase - normalmente de cor preta) e o outro como neutro (ou terra - normalmente de cor branca). Nestes tempos, sequer havia um padro de cor e, algumas vezes, os dois fios eram "vivos". Este sistema ainda pode ser encontrado em edifcios antigos.

Sempre havia um certo "receio" de se tomar um choque, mas as pessoasno sabiam como nem por que. Vamos revisar este sistema. O fio "vivo" estava a um potencial eltrico de 120 V e o outro era neutro. Se uma pessoa tocasse apenas no fio neutro, ela no tomava nenhum choque simplesmente porque este fio estava a um potencial eltrico nulo. Se ela tocasse apenas no fio "vivo", novamente ela no tomava nenhum choque a no ser que uma outra parte de seu corpo estivesse aterrada. Uma pessoa considerada aterrada quando ela entra em contato com uma torneira, com um condutor metlico, com o fio neutro ou com o fio terra, ou se estiver descala com os ps no cho. Normalmente, as pessoas esto isoladas do terra eltrico quando usam sapatos de couro ou de borracha. Em outras palavras, nenhum fio representa risco de choque a no ser que a pessoa esteja aterrada e, nesse caso, apenas o fio "vivo" (fase) dar choque. claro que se uma pessoa tocar em ambos os fios ao mesmo tempo ela levar um choque porque seu corpo estar completando a ligao entre os fios fase e neutro. medida em que o uso da eletricidade se tornou universal, ficou aparente que o sistema tinha srios problemas; e, ento, vrias agncias de "padronizao" comearam a revisar produtos e prticas relacionados com eletricidade. Como resultado de tudo isto, surgiu o "Underwriters Laboratories" (UL) e muitos outros que foramCaptulo 154

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criados a fim de auxiliar no projeto de um sistema que reduzisse o risco de choque. Posteriormente, algumas mudanas dramticas levaram a introduo de um sistema cuja tomada usa trs pinos, dentre outras melhorias. Estas mudanas causaram muitos problemas para os fabricantes de equipamentos, uma vez que as tomadas dos equipamentos deveriam se adequar este novo sistema. Estes problemas decorriam principalmente do fato de que muitas construes antigas utilizavam o sistema a dois fios com tomadas de paredes adequadas para receber dois pinos. Afim de poder utilizar os equipamentos modernos nestas situaes, algumas pessoas simplesmente quebravam o pino de terra. Muito embora tenham surgidos adaptadores de terra, muitas pessoas no ter que se preocupar com isto e realmente no pensavam duas vezes na hora de quebrar o pino de terra. Tambm, observou-se que muitas pessoas transformavam as tomadas de parede projetadas para o sistema a trs fios num sistema a dois fios com resultados terrveis incluindo choques ou, no pior dos casos, danos fsicos pessoa (podendo levar morte) ou incndio. Infelizmente, a integridade de tais instalaes raramente era questionada e o usurio somente descobria os problemas quando era tarde demais. No comeo, os equipamentos e utenslios projetados para este sistema a dois fios era aceito com seguro, porque a caixa metlica no estava conectada a nenhum dos dois fios da alimentao. Em outras palavras, dizia-se que a "caixa metlica" ficava flutuando. Utenslios como uma torradeira e um ferro de passar roupas ainda so fornecidos desta forma. Por que no conectar a caixa destes equipamentos ao neutro? Esta pode parecer uma boa idia at que voc perceba que a tomada destes equipamentos (ou a tomada de parede) no so "polarizados", ou seja, voc pode inverter a tomada!! Ento, agora existe 50% de chance de conectar a fase na caixa destes utenslios. Uma tomada polarizada possui um pino mais largo, que o neutro, de modo que somente possvel conect-la de uma forma.

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Uma cabea magntica sobrevoando a superfcie de um disco a uma altura de 25 nm a cerca de 20 metros/segundo equivalente a uma aeronave voando a cerca de 0.2 m do solo a 900 km/h. Isto o que o HD experimenta durante sua operao. Magnetic Storage Systems Beyond 2000 George C. Hadjipanayis, p. 487

Captulo 2 - Recuperando o HDApesar dos avanos tecnolgicos no tocante a confiabilidade dos meios magnticos de armazenamento, a incidncia de perda de dados est crescendo. Foram identificadas as cinco principais causas: Problemas de Hardware e do sistema (44%), Erro humano (32%), Problemas de programas (14%), Vrus (7%) e Desastres Naturais (3%). Para levantar estes dados, foram examinados mais de 50.000 discos rgidos (HD) e outros meios de armazenamento de dados contendo informaes inacessveis ao usurio. A perda de dados um dos conceitos menos entendido em computao. Repentinamente, o usurio no consegue mais acessar um arquivo e levado a um estado de confuso e pnico, pergunta: Onde esto os meus dados ? Como eu posso obt-los de volta ? Por que eu os perdi ? O que foi que fiz que no deveria ter feito ? Esta confuso no nos surpreende uma vez que muito pouco se publica sobre este assunto e as informaes existentes so desencontradas. Devido mensagens pouco esclarecedoras que os usurios recebem, eles no conseguem avaliar a sua situao e fazem algumas tentativas sensatas na tentativa de resolverem o problema.

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Em que consiste a perda de dados ?A confuso grande porque a indstria, normalmente, apresenta a perda de dados como sendo a destruio permanente de informaes. Na realidade, 75% dos dados perdidos podem ser recuperados. Quando os usurios perdem o acesso aos seus dados, os especialistas podem recuper-los. Infelizmente, centenas de gigabytes so perdidos porque os usurios tentam recuperar os dados sem ouvir uma opinio dos especialistas. A queda de um relmpago, por exemplo, pode danificar um HD. Caso o usurio desconhea este fato, e simplesmente relate que no est conseguindo acessar os dados no HD, a verdadeira causa pode jamais ser descoberta. A causa da perda pode ser diagnosticada como uma falha no HD (problema de Hardware), quando a causa real foi natural.

Estado Atual da Perda de DadosOs engenheiros que trabalham com a recuperao de HD observaram trs fatores que contribuem fortemente para aumentar a perda de dados. 1) Uma quantidade maior de informao est sendo armazenada num espao cada vez menor. H dez anos atrs, um HD armazenava 40 Mb. Atualmente, os discos rgidos chegam a armazenar 9 Gb em uma mdia menor do que aquela utilizada pelos discos rgidos de dez anos atrs. O aumento na capacidade de armazenamento trouxe consigo um maior impacto na perda de dados. Cada vez que mais e mais informao passa a ser armazenada em mdias cada vez menores e mais densas, a preciso mecnica fica cada vez mais crtica. Como consequncia, a tolerncia6 do drive (HD) diminui. Uma pequena pancada, uma variao na fonte6

Tolerncia de um drive a distncia entre a cabea de leitura e gravao e a mdia onde o dado armazenado 57

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de alimentao ou um contaminante introduzido no drive pode causar um toque da cabea sobre a mdia resultando no que se chama Head Crash. Em alguma situaes, os dados que se encontravam na rea atingida pela cabea so permanentemente destrudos. A tolerncia dos drives atuais de 1 a 2 micropolegadas. Uma partcula de poeira possui de 4 a 8 micropolegadas e um cabelo humano possui cerca de 10 micropolegadas. Contaminantes deste tamanho podem danificar seriamente o HD. 2) Os dados armazenados so cada vez mais crticos. So transaes bancrias, teses, projetos de engenharia, etc. Os usurios armazenam dados nos seus computadores pessoais que so crticos para as organizaes onde trabalham e at mesmo para sua vida pessoal. A perda de dados crticos, por definio, causa a parada de grandes negcios. Isto, por sua vez, pode levar a empresa a falncia. Os administradores do sistema podem perder os seus empregos, as empresas podem perder credibilidade por no cumprirem prazos. As ramificaes (financeiras, legais e produtivas) associadas com a perda de dados crticos colocam as empresas e os indivduos em risco. 3) Muitos usurios confiam nos seus backups como fonte de recuperao no caso da perda de dados. Para alguns isto funciona; mas, nem todos tem a mesma sorte. Algumas vezes, os equipamentos (ou mesmo sua mdia) de backup falham. Eles falham porque os sistemas foram projetados para trabalhar dependendo do homem e do prprio equipamento. Por exemplo, um sistema de backup assume que o hardware est funcionando bem, o usurio possui o tempo e a experincia necessrios, a fita ou cartucho (mdia) est boa e que o programa de backup no est corrompido. Na realidade, o hardware pode falhar, nem sempre a mdia de boa qualidade (fita/cartucho), o Software pode estar corrompido, o usurio pode acidentalmente fazer backup incorreto ou de informaes corrompidas. Os backups no so infalveis.

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Problemas de Hardware e do sistema (44%)Sintomas Mensagem de erro dizendo que o dispositivo no reconhecido Dados acessveis desaparecem repentinamente Sons raspando e barulhentos Disco do HD no gira Computador ou HD no funciona Exemplos Falha eltrica Crash da cabea de leitura/gravao Falha na controladora Medidas Preventivas Proteja os componentes eletrnicos mantendo os mesmos em um ambiente seco, sem iluminao solar direta, limpo e sem poeira. Utilize um No-Break (UPS) para proteger contra variaes e subsequentes falhas eltricas Evite balanar o dispositivo. Mesmo o menor movimento pode causar uma quebra de cabea ou um desalinhamento da mdia. Dicas de Recuperao Os equipamentos que sofreram danos fsicos devem ser abertos em uma sala Classe 100 para garantir que o ambiente est controlado. No tente utilizar um HD que voc suspeita ter um problema de hardware ou de sistema. Nunca utilize programas utilitrios de recuperao de dados, tal como o NortonCaptulo 2

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Disk Doctor. Estes utilitrios assumem que o hardware est funcional e podem acabar piorando a situao.

Problemas causados por Erro Humano (32%)Sintomas Dados acessveis desaparecem repentinamente Exemplos Deleo acidental Erro do Administrador Trauma causado por choque/queda Medidas Preventivas Nunca tente fazer instalaes, reparos ou quaisquer operaes sem possuir uma experincia anterior. Para evitar o trauma, evite mover o computador especialmente quando ele estiver em operao. Dicas de Recuperao Os arquivos deletados acidentalmente podem ser recuperados com as ferramentas de recuperao (undelete) normalmente disponveis nos Sistemas Operacionais. Apenas confie os seus dados a algum que tenha sido treinado e possua a experincia tcnica para reparar o seu sistema, ou recuperar seus dados. Para evitar o trauma, evite mover o computador especialmente quando ele estiver em operao.Captulo 260

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Problemas causados por Software corrompido ou com problemas (14%)Sintomas Mensagem de erro dizendo que os dados so inacessveis ou esto corrompidos. Erros de memria. Computador com problemas. Aplicativo no carrega os dados. Exemplos Corrupo causada por programas de diagnstico/reparo Backups com problemas Complexidade da configurao Medidas Preventivas Ao gravar ou copiar dados para o HD, confirme se a rea para onde os dados esto sendo escritos realmente a rea onde a informao deve ser armazenada. No corra o risco de sobrescrever dados bons (ntegros). Regularmente, faa backup de seus dados e teste se voc consegue recuper-los. S porque voc possui backup no significa que voc conseguir recuper-los quando precisar. Entenda perfeitamente a configurao do sistema antes de tentar instalar um novo software. Use ferramentas de diagnstico com cautela. Dicas de Recuperao Tenha a certeza de que todos os Softwares esto instalados corretamente. Re-instale do backup. Somente utilize utilitrios de reparo se voc tiver certeza de que a parte comCaptulo 261

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problema algum software. Usar estes programas de recuperao em certas situaes, pode lev-lo a perder os seus dados para sempre.

Problemas causados por Vrus (7%)Sintomas Mensagens aparecem na sua tela. Por exemplo, no caso do vrus Stoned, aparece a mensagem Your computer is now stoned. Tela sem sinal de vdeo. Comportamento estranho e imprevisvel. Mensagem de erro: File not found. Exemplos (Os 5 mais encontrados) Anti-CMOS Anti-EXE Michelangelo Monkey Stoned Medidas Preventivas Use programas AntiVirus e atualize suas definies, pelo menos, quatro vezes por ano. Verifique todos os disquetes que so colocados no seu computador, especialmente disquetes de terceiros. Isto inclui programas comprados, baixados via modem, programas provenientes de BBS ou da Internet. Obtenha programas apenas de fontes confiveis. No aceite correspondncias eletrnicas com arquivos atachados se voc noCaptulo 262

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conhece quem est enviando. Verifique todos os arquivos que voc receba via correio eletrnico. Sempre retire o disquete antes de desligar o computador Dicas de Recuperao Procure um vendedor de programas AntiVrus. Normalmente, os dados tornamse acessveis ao retirar os vrus. No reformate o seu HD ou disquete. Isto ir remover os vrus; mas, ir destruir os seus dados de forma permanente.

Problemas causados por Desastres Naturais (3%)Sintomas Enchentes, Incndios e Furaces deixam sintomas visveis. J os relmpagos frequentemente no deixam pistas, voc apenas no consegue acessar os seus dados. Exemplos Enchentes Relmpagos Incndios Terremotos e Furaces Medidas Preventivas Armazene as cpias de segurana (backup) em um outro local onde no ocorrem os mesmos desastres naturais. Instale um No-Break Dicas de Recuperao Possua um plano de ao que inclua instrues para recuperao dos dados emCaptulo 263

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caso de desastre. No tente operar um HD que est visivelmente danificado ou que voc suspeita. No armazene seus dados em um dispositivo que tenha sido exposto ao calor, umidade ou fuligem.

Anatomia da Perda de DadosComo um HD armazena seus dados ? O HD armazena seus dados em um ou mais disco coberto por um xido metlico. Estes discos, que giram a uma velocidade entre 3600 a 7200 revolues por minuto (rpm), armazenam cargas magnticas. Uma cabea de leitura/escrita presa a um brao (atuador) paira a uma distncia de 1-2 micropolegadas da superfcie do disco. Os dados fluem desta cabea, e para a mesma, atravs de conexes eltricas. Qualquer fora que altere este processo pode causar a perda de dados.

Utilizando o Data AdvisorUm utilitrio que vale a pena ter o Data Advisor da Ontrack. Ele um software distribudo gratuitamente pela Ontrack atravs de seu site na Internet (www.ontrack.com). O Data Advisor tem a finalidade de testar o HD e determinar sua funcionalidade. Ele faz cinco testes no HD: 1. Quick Functional Test: Verifica a parte eltrica e mecnica do HD. Caso no sejam encontrados problemas neste item, ento, pode-se assegurar de que a controladora do HD est boa. 2. SMART (Self Monitoring, Analysis and Reporting Technology): O Data Advisor l as informaes armazenadas no SMART. A chamada tecnologia SMART, disponvel apenas nos HDs mais recentes, permite um acompanhamento melhor das falhas que ocorrem no HD. Sempre que ocorre alguma falha, por menor que

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seja, ela registrada no SMART. 3. Thorough surface scan: Verifica a integridade fsica do HD. 4. Structural Tests: O Data Advisor verifica a integridade do registro mestre de inicializao (MBR, do ingls Master Boot Record), das tabelas de alocao (FAT), das tabelas de diretrios e dos parmetros da BIOS (BPB, do ingls BIOS Parameter Block). 5. System Memory Tests: Testa os primeiros 32 MB de RAM do seu sistema. Caso o seu sistema possua mais de 32 MB, isto no ir afetar os resultados dos outros testes. Aps analisar o seu HD, o Data Advisor determina se , ou no, possvel um reparo remoto. Caso no seja possvel um reparo remoto, o HD deve ser encaminhado para alguma empresa especialista em recuperao de HD, como a Ontrack. Caso seja possvel um reparo remoto, ento, isto significa que possvel atravs de uma simples ligao telefnica Ontrack atravs de um modem, recuperar o HD. A recuperao feita por um especialista da Ontrack e o custo ir variar de acordo com o tamanho do HD e a dificuldade encontrada no seu reparo, entre outros fatores. Na sua verso mais recente, o Data Advisor verifica a existncia de vrus no seu HD.

ConceitosPartio: Poro de um disco rgido tratada como se fosse uma unidade independente. Um disco C de 1,2GB pode ser definido para ter trs parties de 400 MB cada, correspondentes s unidades C, D e E. Com o utilitrio FDISK, do DOS e do Windows, a rediviso do disco em parties diferentes (em nmero ou em tamanho) implica a perda de todos os dados j gravados. Existem, todavia,Captulo 265

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programas que fazem esta operao sem afetar os arquivos existentes. Formatao de Baixo Nvel: Mapeamento dos setores na superfcie do disco. Formatao de Alto Nvel (Lgica): Criao do diretrio raiz, preparao da Tabela de alocao de arquivos (FAT), criao dos registros de inicializao, cpia dos arquivos de sistema (opcional). Setor: Da mesma forma que a superfcie do disco dividida em trilhas, as trilhas so divididas em setores. Trilha: As trilhas so crculos concntricos imaginrios, igualmentes espaados. Cilindro: um grupo de trilhas de mesmo nmero. Por exemplo, em um HD de quatro cabeas, temos que o conjunto: Trilha 0/Cabea 0+Trilha 0/Cabea 1+Trilha 0/Cabea 2+Trilha 0/Cabea 3 forma o cilindro 0.

Cluster: Corresponde ao menor tamanho de arquivo que possvel gravar em um disco. Ou seja, se o Cluster mede 32 KB, qualquer arquivo com menos de 32 KB ir obrigatoriamente ocupar 32 KB. Dependendo do tamanho da partio, o cluster pode possuir tamanhos diferentes. FAT: Sigla de File Allocation Table, ou Tabela de Alocao de Arquivos. TrataCaptulo 266

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se de uma lista mantida pelo sistema operacional para controlar as reas livres e ocupadas num disco.

Utilizando o FDISKO FDISK um utilitrio usado para criar/remover parties,

ativar/desativar parties, ou simplesmente para visualizar as parties definidas. A tela a seguir ilustra o menu principal do FDISK.

Figura 1: Tela inicial do FDISK Unidade de disco atual: Diferentemente do que estamos acostumados, o fdisk enumera as unidades de disco. Assim, podemos ter unidade 1, 2, etc. Nesta opo, entramos com o valor 1 quando quisermos nos referir a unidade C:, 2 para D:, e assim por diante.

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Criar Partio do DOS ou Unidade Lgica do DOS: Neste menu definimos as nossas parties. Definir Partio Ativa: Neste menu, escolhemos qual ser a nossa partio ativa. Somente uma partio poder estar ativa. Excluir Partio do DOS ou Unidade Lgica do DOS: Neste menu, exclumos as parties indesejadas. Exibir Informaes de Partio: Neste menu, exibimos todas as informaes sobre as parties definidas.

Figura 2: Informaes relevantes ao disco fixo 1

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Figura 3: Definio da partio ativa

Figura 4: Criao das parties

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Figura 5: Excluso de parties

Figura 6: Confirmao de excluso

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Utilizando o EZDRIVEO EZDRIVE um programa destinado instalao de discos rgidos IDE. O EZDRIVE automaticamente identifica o HD, particiona, formata e coloca os arquivos de sistema de modo a permitir o boot atravs deste HD. Se o EZDRIVE detectar que a BIOS de seu micro no suporta o HD (devido ao seu tamanho), instalado o EZ-BIOS. O EZ-BIOS permite que o seu PC antigo, que no suporta discos grandes (maiores do que 504 MB, ou 528 MB - dependendo de como se define 1 MB), passe a enxerg-los.

Formatao Lgica de um HDA formatao lgica de um HD feita atravs do comando FORMAT do DOS. Note que se voc utiliza um programa como o EZDRIVE, ento, esta etapa feita automaticamente pelo prprio EZDRIVE. Caso contrrio, voc dever primeiro utilizar o FDISK para criar as parties. No esquea de escolher uma partio como sendo a partio ativa. S possvel fazer a formatao lgica de um HD cujas parties j tenham sido definidas previamente.

Criando um Disquete de Partida (Boot)No DOS: Simplesmente, digite o seguinte (escrito em itlico): C:\> Format A: \S Neste caso, alm de formatar voc est pedindo para colocar o sistema operacional.Captulo 271

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No Windows 3.x: A partir do gerenciador de arquivos voc pode criar um disco de boot. No Windows 95: No painel de controle, selecione Adicionar ou Remover Programas. Na tela que surge, selecione a guia Disco de Inicializao.

Figura 7: Preparando um disco de boot no Windows 95

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10 Dicas de Preveno1. Regularmente, faa backup de seus dados e teste se o backup ficou bem feito atravs de sua recuperao. Tenha a certeza de que os dados certos foram backupiados. 2. Mantenha o seu computador em um ambiente seco, controlado, limpo e livre de poeira. Coloque o seu computador em uma rea onde no exista muito trfego de pessoas para evitar trepidaes no HD. 3. Apenas confie os seus dados a algum treinado e que possua a experincia necessria para recuper-los. 4. Utilize as ferramentas de diagnstico e reparo com cautela. Nunca utilize algum programa para recuperao de dados em um dispositivo que suspeita-se estar danificado (eltrica ou mecanicamente). 5. Utilize programas AntiVrus e atualize suas definies, no mnimo, quatro vezes por ano. 6. Verifique todos os disquetes que so colocados no seu computador, especialmente disquetes de terceiros. Isto inclui programas comprados, baixados via modem, programas provenientes de BBS ou da Internet. 7. No tente operar um HD que est visivelmente danificado ou que voc suspeita. No armazene seus dados em um dispositivo que tenha sido exposto ao calor, umidade ou fuligem. 8. No balance ou remova as tampas dos HDs ou das fitas (Tapes). 9. Use um No-Break (UPS) para proteo eltrica. 10.Imediatamente, desligue o seu computador se ele comear a fazer algum rudo estranho. Sua operao pode danificar seus dados a ponto de no ser mais possvel recuper-los.

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Perguntas e RespostasP: Antes de enviar o meu HD para conserto eu posso tentar utiliza