apostila de língua_portuguesa (1)

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1 TEORIA LINGUÍSTICA: NGB AGUINALDO MACHADO WYX Gramática Nomenclatura Gramatical Brasileira PORTARIA Nº 36, DE 28 DE JANEIRO DE 1959 O MINISTRO DE ESTADO DA EDUCAÇÃO E CULTURA, tendo em vista as razões que determinaram a expedição da Portaria nº 52, de 24 de abril de 1957, e considerando que o trabalho proposto pela Comissão resultou de minucioso exame das contribuições apresentadas por filólogos e lingüistas de todo o País, ao Anteprojeto de Simplificação e Unificação da Nomenclatura Gramatical Brasileira, RESOLVE Art. 1º - Recomendar a adoção da Nomenclatura Gramatical Brasileira, que segue anexa à presente Portaria, no ensino programático da Língua Portuguesa e nas atividades que visem à verificação do aprendizado, nos estabelecimentos de ensino; Art. 2º Aconselhar que entre em vigor: a) para o ensino programático e atividades dele decorrentes, a partir do início do primeiro período do ano letivo de 1959; b) para os exames de admissão, adaptação, habilitação, seleção e do art. 91, a partir dos que se realizarem em primeira época para o período letivo de 1960. Clóvis Salgado

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Page 1: Apostila de língua_portuguesa (1)

1

TEORIA LINGUÍSTICA: NGB

AGUINALDO MACHADO WYX

Gramática

Nomenclatura Gramatical Brasileira

PORTARIA Nº 36, DE 28 DE JANEIRO DE 1959

O MINISTRO DE ESTADO DA EDUCAÇÃO E

CULTURA, tendo em vista as razões que

determinaram a expedição da Portaria nº 52, de 24 de

abril de 1957, e considerando que o trabalho proposto

pela Comissão resultou de minucioso exame das

contribuições apresentadas por filólogos e lingüistas de

todo o País, ao Anteprojeto de Simplificação e

Unificação da Nomenclatura Gramatical Brasileira,

RESOLVE

Art. 1º - Recomendar a adoção da Nomenclatura

Gramatical Brasileira, que segue anexa à presente

Portaria, no ensino programático da Língua

Portuguesa e nas atividades que visem à verificação do

aprendizado, nos estabelecimentos de ensino;

Art. 2º Aconselhar que entre em vigor: a) para o

ensino programático e atividades dele decorrentes, a

partir do início do primeiro período do ano letivo de

1959;

b) para os exames de admissão, adaptação,

habilitação, seleção e do art. 91, a partir dos que se

realizarem em primeira época para o período letivo de

1960.

Clóvis Salgado

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Os classificatórios do português e a Nomenclatura Gramatical Brasileira

Na nossa cultura brasileira herdamos, via Portugal, o velho modelo tradicional da gramática

greco-latina. Aqui como em Portugal se vem discutindo também, há um certo tempo, o modelo

classificatório por nós herdado.

Neste século alguns gramáticos brasileiros tentaram inovar, aqui e ali, aspectos mais

aberrantes da classificação tradicional. José Oiticica criticava a gramática normativa do seu

tempo, por preocupar-se apenas com a face intelectiva da linguagem, esquecendo a sua parte

afetiva e expressiva. Daí a sua proposta de distinguirmos três classes de palavras: 1) ideativas,

2) emotivas, 3) denotativas.

Said Ali e Antenor Nascentes também fizeram restrições ao modelo tradicional.

Entre os lingüistas brasileiros contemporâneos, convém nomear o quadro classificatório de J.

Mattoso Câmara Jr. Resumindo-o: do ponto de vista semântico, as palavras se distribuem em:

1) nomes, 2) verbos, 3) pronomes. De um ponto de vista funcional: 1) substantivos, 2) adjetivos,

3) advérbios. Trata-se aqui da tríplice oposição funcional de Jespersen em termos primários,

secundários e terciários na estrutura da oração. Por outro lado, do ponto de vista gramatical,

algumas línguas admitem instrumentos gramaticais ou vocábulos-morfema. Entretanto, tais

palavras de valor instrumental só existem nas línguas de estrutura morfossintática muito

elaborada.

O filólogo brasileiro Gladstone Chaves de Melo propunha, na sua Iniciação à filologia

portuguesa, o seguinte esquema:

substantivo

nome qualificativo

numeral

adverbial

palavras pessoal

lexicográficas demonstrativo

pronome possessivo

indefinido

relativo

verbo

artigo

demonstrativo

possessivo

determinantes indefinido

instrumentos numeral

gramaticais adverbial

pronome (morfema de pessoa)

conectivo (preposição, conjunção, correlativos)

Tal esquema é eclético, considerando ora o valor semântico, ora o valor gramatical. Contudo,

também o é o modelo de Mattoso Câmara e, a rigor, como já dissemos, os dados são

excessivamente heterogêneos para que qualquer classificação possa ter unidade de critério.

Imperando a confusão e a polêmica, desde sempre nesses territórios gramaticais, resolveu-se,

no Brasil, apelar para um legislador para dirimir a questão. Foi posposta a elaboração de uma

Nomenclatura gramatical brasileira, e, em 13/8/1957, Antenor Nascentes, Clóvis Monteiro,

Cândido Jucá Filho, Celso Ferreira da Cunha, Carlos Henrique Rocha Lima apresentaram o

seu anteprojeto. Quanto às classes de palavras, o anteprojeto propunha dez (substantivo,

adjetivo, artigo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição, conjunção e interjeição) e mais

uma classe de partículas e locuções, por não se enquadrarem essas dentro daquelas dez classes.

Tais partículas e locuções subdividiam-se em dez subclasses: 1) de negação; 2) de afirmação; 3)

de exclusão; 4) de inclusão; 5) de duvida; 6) de designação; 7) de retificação: 8) de intensidade;

9) de realce; 10) de afetividade. Argumentava-se que tais palavras não se integram dentro do

sistema gramatical da língua, mas dentro do seu sistema afetivo, deslizando dos domínios da

gramática para os da estilística.

As comissões de especialistas consultadas sobre esse anteprojeto não o pouparam. Cada um

fez suas ressalvas conforme a sua maneira de ver a questão. Cândido Jucá Filho, apesar de ter

participado da elaboração do projeto, também deu o seu parecer crítico sobre o mesmo.

Salientou que uma classificação de palavras só é possível dentro do contexto da oração, onde se

consideram as associações entre os vocábulos. Assim o papel da função é fundamental, o da

significação, secundário. Portanto, nas línguas modernas não tem sentido dizer que uma palavra

é substantivo, adjetivo ou pronome, fora de sua atuação na oração. Por outro lado, Cândido

Page 3: Apostila de língua_portuguesa (1)

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Jucá Filho não aceita uma classe de partículas e locuções, por considerar a gramática e a

estilística como modos opostos de encarar a linguagem. Analisa algumas dessas partículas no

seu contexto com o objetivo de assinalar a impropriedade da sua classificação no anteprojeto.

A Academia Brasileira de Filologia também investiu contra as partículas e locuções, julgando

que muitas das palavras aí arroladas derivam do domínio da estilística. Por outro lado,

ponderou que foi a restrição demasiada da classe do advérbio que determinou o surgimento

dessa nova classe. Esquecendo que o anteprojeto falava em “partículas e locuções”, os

acadêmicos censuraram a expressão “partícula” por serem incluídas nessa classe palavras

como: certamente, sobretudo, infelizmente.

Os gramáticos da Faculdade Nacional do Rio de Janeiro estranharam a indeterminação

quanto ao número de classes e discordaram também das “partículas e locuções”. Os da

Faculdade de Filosofia do Rio Grande do Sul pediam que se excluísse a interjeição das classes de

palavras de valor morfológico, por ser uma aberração incluí-la aí.

Para concluir: gramáticos e lingüistas brasileiros que opinaram a respeito deste anteprojeto,

sempre lhe opuseram umas tantas restrições. Conseqüentemente, adotou-se uma atitude política

e não-científica, tirando-se a média entre os pareceres de gregos e troianos. Desse acordo entre

os detentores da verdade gramatical resultou a portaria ministerial de 28/1/1959 que institui a

Nomenclatura gramatical brasileira. As classes de palavras continuaram sendo dez. A classe

adverbial, abandonando os seus arrojos inovadores, voltava às suas fronteiras antigas com

algumas novas faixas agregadas. Assim se estabelecia como tipos de advérbios os seguintes: de

lugar, tempo, negação, afirmação, dúvida, intensidade, além de uma classe de advérbios

interrogativos (de lugar, tempo, modo e causa) e locuções adverbiais. Finalmente vinha a

“Nota”: “a) Podem alguns advérbios estar modificando toda a oração; b)certas palavras, por não se poderem enquadrar entre os advérbios, terão classificação à parte. São palavras que denotam exclusão, inclusão, situação, designação, retificação, realce, afetividade, etc.”

Do livro Teoria Lingüística de Maria Tereza C. Biderman. Ed. Martins Fonte, São Paulo, 2001.

Págs. 240 a 246

Observações: Incoerências da sintaxe tradicional: 1)O adjunto adverbial de negação, nem

sempre nega o verbo. Pode aparecer na frase negando outro termo, até mesmo o tempo verbal:

A Rússia não ganhou o Brasil. 2) A gramática tradicional não respeita a indivisibilidade do

todo: Fazer os pés. Fazer as mãos. Meter o pé na estrada. 3)A gramática normativa costuma dar

“status” iguais à coisas diferentes: Ele falou de cinema. Ele falou de tarde. 4) A gramática se

contradiz ao classificar orações coordenadas que não apresentam valores idênticos: Eu sei que a

dor não mata, mas machuca. Não sabia como estudar, logo fiquei preocupado. 5) Não aceita voz

passiva com verbo transitivo indireto: O jogo foi assistido por todos. 6) Classifica como verbos

intransitivos, determinados verbos que deveriam ser classificados como transitivos: Eu vou à

feira. Eu fui ao teatro. Eu estou no banho. 7) Falsa coordenação. Classifica determinadas

orações como coordenadas, quando na realidade são subordinadas: Chovia muito, portanto

fiquei em casa (logo fiquei preocupado). 8) Complemento nominal – Adjunto Adnominal: O

descobrimento do Brasil foi importante. O descobrimento de Cabral nos trouxe... 9) Nem

sempre o objeto direto é o ser para o qual se dirige a ação: O menino recebeu um tapa. 10)

Nomenclaturas inadequadas: a) verbo de ligação: todos os verbos ligam e não só este; b)

adjetivo: expressa qualidade, no entanto, gentileza, beleza são substantivos que também indicam

qualidade; c) verbo: termo que exprime ação, no entanto notação, corrida, transporte são

substantivos e também exprimem ação. 11) Algumas vezes, a gramática classifica um termo

como predicado, e, no entanto, ele pode ser adjunto adnominal: O juiz julgou o réu inocente. 12)

No caso das partículas de realce ou expletivas, faz uma análise do discurso, deixando a frase

inalisável: Comer muito (é que) eu não gosto).

Gramática: regras normatizadas do uso da linguagem,

em consonância com o idioma e suas tradições.

PRIMEIRA PARTE

FONÉTICA

I – A fonética pode ser:

Descritiva

Histórica

Sintática

Page 4: Apostila de língua_portuguesa (1)

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A fonética é o estudo do meio fônico da linguagem

articulada humana e a Fonologia estuda os sistemas de

sons e suas funções. Na Fonética, o estudo não se leva em

conta a pertinência dos sons, a uma língua.

A fonética descritiva estuda a formação e a combinação

dos fonemas.

A fonética histórica: estuda a evolução fonética dos

vocábulos, de sua forma originária à forma atual.

A fonética combinatória ou sintática: estudo de palavras

com palavras em suas relações fonéticas.

II – Fonemas:

vogais

consoantes

semivogais

Fonemas: elementos que são sons da fala, estudados na

sua articulação.

Vogais: sons que em sua formação, a emissão sonora não

encontra obstáculos na cavidade bucal: /a/, /e/, /i/, /o/, /u/.

Consoantes: ruídos que para sua formação, a emissão

encontra obstáculos na cavidade bucal: /b/, /c/, /d/, /f/, /g/,

/j/, /l/, /m/, /n/, /o/, /p/, /q/, /r/, /t/, /v/, /x/ /z/

Semivogais: são os sons /y/ = i, e /w/= u, com valor de

consoante, que se juntam às vogais para formar ditongos.

1. Classificação das vogais

Classificam-se as vogais:

a) quanto à zona de articulação, em:

anteriores, médias e posteriores Vogais anteriores: /é/: café; /ê/: dê; /i/: pirulito.

Vogais médias: /a/: casa

Vogais posteriores: /ó/: avó; /ô/: avô; /u/: chuva.

b) quanto ao timbre, em:

abertas, fechadas e reduzidas Vogais abertas: /a/: mata; /é/: picolé; /ó/: pólo.

Vogais fechadas: /ê/: letra; /ô/: povo; /u/: tudo; /i/: litro.

Vogais reduzidas: /a/: chuva; /i/: padre; /u/: todo.

c) quanto ao papel das cavidades bucal e nasal, em:

orais e nasais

Page 5: Apostila de língua_portuguesa (1)

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Vogais orais: /a/, /é/, /ê. /i/. /ó/, /ô/, /u/: abra, legado, leda,

livro, loto, luto.

Vogais nasais: /ã/, /~e/, /~i/, /õ/, /~u/: também, timbre,

tombo, tunda.

d) quanto à intensidade, em:

átonas e tônicas Vogais átonas: taba, morde, sinistro, moro, tupi.

Vogais tônicas: morada, pele, milho, topa, tudo.

2. Classificação das consoantes

Classificam-se as consoantes:

a) quanto ao modo de articulação, em:

oclusivas

fricativas

constritivas laterais

vibrantes Consoantes oclusivas: /p/, /b/, /t/, /d/, /k/, /g/: pampa, bota,

tico, dele, casa, guerra.

Consoantes constritivas fricativas: /f/, /v/, /s/, /z/, /x/, /j/:

figo, volta, sua, vozes, jeito.

Consoantes constritivas laterais: /l/, /lh/: lado, alho.

Consoantes constritivas vibrantes: /r/, /rr/: arara, carro.

b) quanto ao ponto de articulação, em;

bilabiais alveolares

labiodentais palatais

linguodentais velares Consoantes bilabiais: /p/, /b/, /m/: pato, bala, mato.

Consoantes labiodentais: /f/, /v/: fala, vale.

Consoantes linguodentais: /t/, /d/, /n/: toda, nada.

Consoantes alveolares: /s/, /z/, /l/, /r/: som, zinco, lado,

para.

Consoantes palatais: /x/, /j/, /lh/, /nh/: xenofobia, jeito,

lhama, minha.

Consoantes velares: /k/, /g/, /rr/: cara, gato, torrado.

c) quanto ao papel das cordas vocais, em:

surdas e sonoras Consoantes surdas: /p/, /t/, /k/, /f/, /s/, /x/.

Consoantes sonoras: /b/, /d/, /g/, /v/, /z/, /j/, /l/, /lh/, /r/,

/rr/, /m/, /n/, /nh/.

d) quanto ao papel das cavidades bucal e nasal, em:

orais e nasais Consoantes nasais: /m/, /n/, /nh/.

Page 6: Apostila de língua_portuguesa (1)

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Consoantes orais: as outras, com exceção das nasais.

III – 1. Ditongos

Classificam-se os ditongos em:

crescentes e decrescentes

orais e nasais Ditongo: encontro de vogais com semivogais ou

semivogais com vogais: pai, sinfonia

Ditongo crescente: a semivogal se posiciona antes da

vogal: sinfonia

Ditongo decrescente: a vogal se posiciona antes da

semivogal: pai

2. Tritongos

Classificam-se os tritongos em:

orais e nasais Tritongo: é o encontro de semivogal com a vogal e com

outra semivogal: Paraguai

3. Hiatos

É o encontro de duas vogais em sílabas separadas: ru-a;

sa-í-da

Nota – Os encontros –ia, -ie, -io, -ua, -eu, -uo, finais,

átonos, seguidos, ou não, de s, classificam-se quer

como ditongos, quer como hiatos, uma vez que ambas

as emissões existem no domínio da Língua Portuguesa:

histó-ri-a e histó-ria; sé-ri-e e sé-rie; pá-ti-o e pá-tio; ár-

du-a e –ar-dua; te-nu-e e te-nue; vá-cu-o e vá-cuo.

4. Encontros consonantais

Duas ou mais consoantes se encontram em uma seqüência

em uma mesma palavra:

São imperfeitos quando separáveis, as consoantes se

encontram em sílabas diferentes: bs: ob – ses – são; ft: naf

– ta – li – na; cç: fric – ção; ct: pac – to; dm: ad – mis –

são; pç: op – ção; tn: et – ni – a

Estes imperfeitos, quando iniciais, não se separam,

conforme observação abaixo:

gn: in – cóg – ni – ta: mn: am – né – sia; pt: op – tar; tm:

rit – mo; pn: disp – néia; ps: rap – só – dia

Obs: gn: gno – mo; mn: mne – mô – ni – co; pt: pte – ro –

dác – ti – lo; tm: tme – se; pn: pneu – má – ti – co; ps: psi

– co – lo – gi -a

Page 7: Apostila de língua_portuguesa (1)

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São perfeitos quando estão em uma mesma sílaba e

inseparáveis:

Bl: blu - sa; a- bla – ção; br: bro – to; a – bra – çar; cl: cla

– ra; cla – ve; cr: cri – vo; en- cra – var; dr: dro – ga; pe –

dra; fl: flâ – um – la; in - flar; fr: fri – o;

es – fri – ar; gl: glân – du – la, a – glu – ti – nar; gr: gran –

de; a – gra – dar; pl: pla – no; a – pla – nar; pr: pri – mei –

ro; a – pri – mo – rar; tl: tlin; a – tle – ta; tr: tro – te; tra –

que; vr: li - vre

São mistos quanto os dois modos se misturam:

Ltr: fel –tro; spl: dis – pli – cen - te, str:des – tro.

Dígrafo: encontro de duas letras para representar um

único fonema.

São consonantais, quando representam um fonema

consonantal: ch: chato, chove; sc, sç, xc: crescer, desço,

exceto; lh: filho, falha; gu e qu (seguidos de e ou i):

guerra, aquilo; rr: carro, serra; nh: alinhar, banha; ss:

passo, sossego.

São vocálicos, quando representam fonema vocálico: am,

an: ambos (ãbos), anta; om, on: ombro, monstro: em, en:

tempo, venda; um, un: álbum, mundo; im, in: limpa,

minto.

IV – Sílaba

Sílaba: é um fonema ou grupo de fonemas usados como

ou para a formação de palavras.

Classificam-se os vocábulos, quanto ao número de

sílabas, em: monossílabos (formados por uma sílaba),

dissílabos (por duas sílabas), trissílabos (por três sílabas)

e polissílabos (por quatro ou mais).

V – Tonicidade:

1. Acento

Principal: é aquele representado pela sílaba tônica:

alegremente

Secundário: representado pelas sílabas átonas: a –

le – gre – men - te

2. Sílabas: fonema ou grupo de fonema emitidos num

só ímpeto aéreo.

Page 8: Apostila de língua_portuguesa (1)

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Tônicas: representa o acento tônico da palavra:

mobilização.

Subtônicas: são as átonas, com exceção da tônica:

mo – bi – li – za – ção.

pretônicas: estão antes da tônica: a -

le - gre – men - te

átonas

postônicas: estão após a tônica: a –

le – gre – men - te

3. Quanto ao acento tônico, classificam-se os

vocábulos em:

oxítonos: quando a sílaba tônica é a última: Abaeté.

paroxítonos: é a penúltima: ampola.

proparoxítonos: é a antepenúltima: ântomo.

Obs: estudávamo-lo (anterior a antepenúltima), temos

uma palavra bisexdrúxula.

4. Classificam-se os monossílabos em:

átonos: pronunciados fracamente e se apóiam nas

palavras que os circundam: O tal da Sé.

tônicos: pronunciados com maior intensidade que os

outros: O tal da Sé.

Distinção entre átonos e tônicos, quanto a classe

gramatical:

Átonos: artigos, alguns pronomes pessoais oblíquos (me,

te, se, lhe, o, a, nos, vos, lhes, os, as), o pronome relativo

que, preposições (sob, sem, por, em, de, com, a),

conjunções (que, se, pois, ou, nem, e, mas), combinação

das preposições com artigos ( à. às, num, no, da, etc),

formas de tratamento ( frei, são, dom).

Tônicos: substantivos, adjetivos, advérbios, pronomes

pessoais retos, alguns pronomes pessoais oblíquos (mim,

ti, si), verbos.

5. Rizotônico: a sílaba tônica está no radical da

palavra: alegre.

Arrizotônico: a sílaba tônica está fora do radical

da palavra: alegremente

Page 9: Apostila de língua_portuguesa (1)

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6. Ortoepia: estuda a adequada pronúncia dos

fonemas. Ex.: fexe:feixe, pexe: peixe; trabalhá,

falá, colhê, folinha, desiguino, róba (rouba).

7. Prosódia: estuda a adequada acentuação tônica

das palavras. Ex:

Nobel, gratuito, rubrica (barbarismos prosódicos ou

silabadas).

Obs: quando o acento é oscilante temos aceitáveis as duas

pronúncias, são as variantes prosódicas: acrobata e

acróbata, homília e homilia, Oceânia e Oceania. Na

Fonologia não estudamos apenas o acento, mas também a

entonação, a pausa, os tons e a duração nas sílabas das

palavras das línguas.

Nota – São átonos os vocábulos sem acentuação

própria, isto é, os que não têm autonomia fonética,

apresentando-se como sílabas átonas do vocábulo

seguinte ou do vocábulo anterior.

São tônicos os vocábulos com acentuação própria,

isto é, os que têm autonomia fonética.

Pode ocorrer que, conforme mantenha, ou não, sua

autonomia fonética, o mesmo vocábulo seja átono

numa frase, porém tônico em outra.

Tal pode acontecer, também, com vocábulos de

mais de uma sílaba serem átonos numa frase, e tônicos

em outra.

SEGUNDA PARTE

MORFOLOGIA Obs: Como se sabe, a gramática latina fundamentou-se em descrições gramaticais do

grego, língua que tinha muitas afinidades genéticas e tipológicas com o latim, por

remontarem a uma mesma família lingüística: o indo-europeu. A tradição latina mais

antiga distinguia oito partes orationis: nômina (nomes), pronomina (pronomes), verba

(verbos), adverbia (advérbios), participia (particípios), coniunctiones (conjunções),

interiectiones (interjeições), Os gramáticos latinos medievais incluíram nessa lista duas

novas classes ao distinguir os adjetivos dos substantivos na classe nominal e ao

acrescentarem a classe dos numerais, a saber: nômina substantiva, nômina adjectiva e

numeralia. A descrição mais antiga das classes de palavras remonta a Dionísio da Trácia

(séc. I a.C.). A lista que nos fornecem esse e outros gramáticos gregos, é a seguinte:

onoma (nome), antonímia (pronome), roma (verbo), epirrema (advérbio), merokhé

(particípio), rindesmos (conjunção), prótheris (preposição), arthron (artigo). Os gregos

identificaram, na sua língua, uma categoria – o artigo – que o latim não possuía, não

sendo, pois, assinalada na tradição gramatical latina. Por outro lado, os gramáticos latinos

Page 10: Apostila de língua_portuguesa (1)

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acrescentaram a classe das interjeições e, na Idade Média, a classe dos adjetivos e a dos

numerais. In: Biderman, Maria Teresa C. Teorias Lingüísticas. Págs 217, 218 e 219. Ed.

Martins Fontes, São Paulo, 2001.

A Morfologia trata das palavras:

a) quanto a sua estrutura e formação;

b) quanto a suas flexões; e

c) quanto a sua classificação.

A. Estrutura das palavras

1. Raiz

Radical: é a parte significativa do vocábulo e

pertencente a uma família de palavras:

CANT or; CANT oria; CANT ata; CANT

iga; CÂNT igo. PEDR a; PEDR eiro; PEDR

egulho; PEDR aria; em PEDR ar; PEDR

egoso.

Tema: é o radical acrescido de uma das

vogais temáticas (A, E, I (ou O, como em puer >

pôr)), que caracterizam a conjugação verbal:

falAr, fazEr, ferIr): radical = Cant + a: canta =

tema; beb + e: beber; part + i : parti.

prefixo

Afixo

Sufixo

Afixos: são morfemas que se ajuntam ao radical, para

modificar seu significado: en – lua – r – ada.

Prefixo: quando se coloca o afixo antes do radical: re –

fazer e sufixo: depois do radical: goiab – ada.

PREFIXOS DE ORIGEM GREGA

-A-

A-, an privação, negação

ateu, acéfalo

Além aproximação

além-mar, além-túmulo

Ana- movimento de baixo para

anagrama, anatomia

Anfi- duplicidade, de um e outro

anfíbio, anfiteatro

Page 11: Apostila de língua_portuguesa (1)

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Anti- oposição

antídoto, antipatia

Apo- afastamento

apogeu, apóstrofe

Aquém anterioridade

aquém-mar

Arqui-, arque-. arci-, arce- movimento para baixo

arquiduque, arquétipo

Arce a partir de; ordem

arcebispo, arcipreste

-C-

Cata movimento para baixo

catálogo, catástrofe

Co junto com outro ou outros

cooperar

-D-

Di- duas vezes

diedro, dígrafo, diodo

Dia- movimento através de

diâmetro, diálogo

Dis dificuldade

dispnéia, disenteria

-E-

En-, em-, e-, endo- posição interna, direção

encéfalo, emblema

Endo- posição interior

endocárdio, endovenoso

Epi- posição superior

epiderme, epitáfio

Eu-, ev- excelência, perfeição, verdade

eucaristia, evangelho

Ex-, ec-, exo-, ecto movimento para fora

êxodo, eclipse

-H-

Hemi metade

hemicídio, hemisfério

Hiper posição superior, excesso

hipertrofia, hipertônico

Hipo posição inferior

hipodérmico, hipótese

-M-

Meio mediação

meio-dia, meio-tempo

Page 12: Apostila de língua_portuguesa (1)

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Menos privação, negação

menosprezar

Meta- mudança, além, posterior

metamorfose, metafísica

-P-

Para ao lado de

parapsicologia

Peri em torno de

periferia, perímetro

Poli multiplicidade, pluralidade

poligamia, poliglota

Pro posição em frente

prólogo, programa

Pros- adjunção, em adição a

prosélito, prosódia

Proto- início, começo, anterioridade

protótipo, proto-história

-S-

Sem privação

sem-cerimônia

Sin-, sim- simultaneidade, reunião

sintaxe, simpatia

-T-

Tele distância, afastamento, controle

telepatia, telégrafo

Tris (tri) triplicação

trissílabo, tritongo

PREFIXOS DE ORIGEM LATINA

-A-

Ab-, abs, a, afastamento, separação abdicar, abjurar,

abster, abstrair, amovível

Ad-, a-, (ar-,as-) aproximação, direção adjunto, adjacência,

abeirar, arribar

Alterni alternado alternípede

Alttiel alto altiplano

Ambi duplicidade, ao redor ambidestro,

ambiente

Ante- anterioridade antebraço, antepor

anterior emigrar, evadir

-B-

Bem, bene bem, excelência de um fato bendizer,

benfazejo, beneficiente

Bi, bis dois bienal, bisavô

Page 13: Apostila de língua_portuguesa (1)

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-C-

Caper capri (cabra) capricante,

caprípede

Circum movimento circular circunferência,

circuito

Cis anterioridade cisalpino, cisplatino

Contra oposição contradizer,

contrapor

Cum concomitância, reunia cúmplice, cumprir

-D-

De- movimento de cima para baixo decair, decrescer

Dês separação, ação contrária desviar, desfazer

Dis, di, (dir) separação, movimento para dissidente,

distender, dilacerar, dirimir

diversos lados, negação

-E-

-I-

In-(im-) i(ir) em(en) movimento para dentro ingerir, impelir,

imigrar, irromper,

In, (im), i (ir) negação, privação inativo,

impermeável, ilegal, irrestrito

Infra posição inferior, abaixo infra-assinado,

infravermelho

Inter, entre posição intermediária internacional,

interromper, entreabrir,

Intra posição interior intramuscular,

intravenoso

Intro movimento para dentro introduzir,

intrometer

-J-

Justa aproximação justaposição

-M-

Mal, male mal (contrário de bem) malcriado,

maledicente, maldizer

Multi muitos multinacional,

multicolor

-O-

Ob, o posição em frente, oposição objeção, obstáculo,

oponente,opor

-P-

Pene, pen quase penumbra,

península

Per movimento através percorrer, perfurar

Pluri pluralidade pluripartidário,

plurilígue

Pos posterioridade pospor, postônico

Pré anterioridade prefácio, pretônico

Page 14: Apostila de língua_portuguesa (1)

14

Preter além de, posteriodade pretérito,

preternatural

Pro movimento para frente progresso,

progredir

Re movimento para trás refluir, refazer

Retro movimento mais para trás retroceder,

retrospectivo

-S-

Se apartamento, separação seduzir (conduzir

fora, extraviar)

Semi mediação semideus

Semi metade, quase semicírculo, seminu

Sesqui um e meio sesquiáltera,

sesquicentenário

Soto-, sota posição inferior soto-mestre, soto-

soberania,

Sub, sus, su, sob, so movimento de baixo para cima subclasse,

subdelegado, suspender

Subter posição inferior subterfúgio

Super, sobre posição em cima, excesso superfície,

superpovoado

Supra posição acima, excesso supracitado, supra-

sumo

Sus movimento para cima suspender, sustentar

-T-

Trans, tras, tra, três movimento para além de transpor,

transalpino

Tri três tricampeão,

triângulo

-U-

Ultra posição além do limite ultrapassar, ultra-

sensível

Uni unidade, união unilateral

-V-

Vice-, vis- (vizo-) substituição, em lugar de vice-reitor, vice-

cônsul

RADICAIS LATINOS

Origem latina (forma) sentido

exemplos

- A -

Ager, agri (agri) campo

agricultura

Ala asa

alinegro, alípede

Ambo (agri) ambos

ambidestro

Page 15: Apostila de língua_portuguesa (1)

15

Anguis cobra

angüiforme

Angustus estreito

angustímano

Arbor, -oris (arbori) árvore

arborícola

Avis, -is (avi) ave

avifauna

Aequus, -a, -um (equi) direito, justo

igualdade, equidade

Ago, agis, egi, actum, agere impelir, fazer

ator, agenda, exigir

Alter,-a, -um outro

alternativa, altruísmo

Ango, angis, anxi, -ere apertar

angústia, ansiedade

Aedes, aedis casa

edificar, edifício, edil

-B-

Beli guerra

belicoso, beligerante

Bis, bi (bis) duas vezes

bisneto, bicampeão

-C-

Calor, -oris (calori) calor

calorífero

Crux, -ucis (cruci) cruz

crucifixo

Curvus, -a, -um (curvi) curvo

curvilíneo

Cida, cídio que mata, matar

regicida, suicida

Colo, -is, -ui, -tum, -ere que cultiva ou habita

vitícolo, arborícola (cola)

Cultura ato de cultivar

apicultura, psicultura

Cor, cordis coração

acordo, cordial, discórdia

Cado, cadis, cecidi, casum, cadere cair

acidente, cadente, incidir

Caedo, caedis, cecidi, caesum, caedere cortar

cesariana, cesura, conciso,

Capio, capis, cepi, captum, capere tomar

antecipar, cativo

Caput, capitis cabeça

cabeça, capital, precipício

Caveo, caves, cavi, cautum, cavere ter cuidado

cautela, precaução

-D-

Page 16: Apostila de língua_portuguesa (1)

16

Dico, dicis, dixi, dictum, dicere dizer

abdicar, bendito

Do, das dedi, datum, dare dar

data, doação, editar

Doceo, doces, docui, doctum, docere ensinar

docente, documento

Duo, duae, duo dois

dobro, dual, dúvida

Duco, ducis, duxi, ductum, ducere levar, dirigir

produzir, traduzir

-E-

Eo, is, ivi, itum, ire ir

comício, transitivo Ex, es, e movimento para fora, estado

exportar, extrair, escorrer

-F-

Facio, facis, feci, factum, facere fazer

factível, malefício, fácil

Ferol, fers, tuli, latum ferre (fero) levar, conter que

oferecer, relator, ablativo

contém ou produz

Ferrum, ferri ferro

ferroviário, ferrugem

Frango, frangis, fregi, fractum,

frangere quebrar

fratura, frágil, fração

Fundo, -is, -i, -fusum, -ere derreter

funil, fundir

Forme que tem a forma de

cuneiforme, floriforme

Fugo que foge ou faz fugir

centrífugo, febrífugo

Fide fé

fidedigno,fidelidade Frater

irmão fraterno,

fraternidade

-G-

Gero que contém ou produz

armígero, beligero

-J-

Jacio, jacis, jeci, jactum, jaceere lançar

objecto, jacto, jeito

-I-

Page 17: Apostila de língua_portuguesa (1)

17

Ignis, is fogo

ignição, ígneo

-L-

Lac, lactis leite

leiteira, lácteo, laticínio

Lego, legis, legi, lectum, legere ler

florilégio, legível, leitura

Lympha água

endolinfa.

Loquor, loqueris, loctus sum, loqui falar

colóquio, locução

Locus, i (loco) lugar

locomotiva, locomotiva

Ludo jogo

ludoterapia, lúdico

-M-

Mors, mortis (morti) morte

mortífero

Multus, -a, -um (multi) muito

multiforme

Mito, mittis, misi, misum, muttere mover

móvel, remover, motor

Mater mãe

materno, maternidade

-O-

Omnis, e (oni) todo

onipotência, ônibus

Opus, operi obra

obra, cooperar, opúsculo

Oleum, -i (olei, oleo) azeite, óleo

oleígeno, oleoduto

-P-

Pes, pedis (pedi) pé

pedicuro, velocípede

Piscis, -is (pisci) peixe

piscicultor

Paro que produz

multíparo, ovíparo

Pluvi chuva

pluvial, pluviômetro

Puer criança

pueril, puericultura

Plico, plicas, plicavi ou plicui,

plicatum fazer pregas

dobrar, aplicar, cúmplice

Pono, ponis, posui, positum,

Page 18: Apostila de língua_portuguesa (1)

18

Ponere por

aposto, depósito

Patior, pateris, passus, sum, pati sofrer

paciente, passivo

- Q -

Quattuor (quadri, quadru) quatro

quadrimotor, quadrúpede

Quaero, quaeris, quaesivi ou

Quaesii, quaesitum procurar

adquirir, inquirir, questão

- R -

Radius, -ii (radio) raio

radiografia

Rector rétor

retórica

Rectus, -a, -um (reti) reto

retilíneo

Rego, regis, rexi, rectum, regere dirigir

regência, reto, correto

Regula regra

regrado

Regresus regresso

regressivo

Relaxans relaxante

relaxantemente

Relaxare relaxar

relaxamento

Relevium relevo

relevografia

Remissivus remissível

remissivo, remissóriio

Remuneratio remuneração

remunerável

Representatio representação

representável

Representare representar

representativo

Rescriptum rescrito

rescrito

Rescriptus rescrito

reescrito

Respublica república

republicídio

Retrix retriz

retriz (pena de ave)

Reverentia reverência

reverencial

Revocabilis revogável

revogavelmente

Rumpo, rumpis, rupi,

Page 19: Apostila de língua_portuguesa (1)

19

ruptum, regere romper

corruptela, roto, corrupção

Rex rei

reinar

- S -

Sabini, orum Sabino

Sabino (sabinos)

Semi metade

semicírculo

Seco, secas, secui, sectum, secare cortar

secante, inseto, bissetriz

Solvo, solvis, solvi,

solutum, solvere desunir

resolver, solução, absolver

Specio, specis, spexi,

spectum, specere ver

espetáculo, perspectiva

Sto, stas, steti, statum, stare estar

estação, estante, substância

Sterno, sternis, stravi,

stratum, sternere estender por cima

estrada, prostar, consternar

Sumo, sumir, sumpsi,

sumptum, sumere tomar, apoderar-se

assumir, consumir, sumário

-T-

Tres, tria (tri) três

tricolor

Tauro touro

taurino, tauromaquia

Tango, tangis, tetigi, tactum, tangere tocar

atingir, contacto, tangente

Tendo, tenes, tenui, tentum, tenere ter

tenor, tenente, sustentar

Torqueo, torques, torsi,

tortum, torquere torcer

tortura, extorquir, distorção

-U-

Unus, -a, -um (uni) um

uníssono

RADICAIS GREGOS

-A- Actino raio actinofonia

Ableps cego ablepsia

Ácanta espinho acantocarpo,

acantóforo

Page 20: Apostila de língua_portuguesa (1)

20

Acros alto, ponta, topo acrópole,

acróstico

Adelos invisível adelocéfalo

Adelphos irmão aldelfixa

(direção), monadelfo

Aden glândula adenalgia Adros, andro homem escafandro

Aero ar aerofagia,

aeronave

Afé tato disafia,

anafilaxia

Agan muito agacéfalo Àgape amor agapornis (ave)

Agathos bom agatófilo

Aggeion vaso angialgia

Agkon cotovelo ancôneo

Agkylos curvo ancilóide Agkyra âncora anciróide

Aglaos brilhante aglaóspora

(semente)

Agnoeln ignorar agnoítas (povo)

Agnos puro agnólito (pedra)

Agogô que conduz demagogo, pedagogo

Agon luta antagonista

Agonos sem ângulo agnóstomo

(boca)

Agora praça agorafobia, ágora

Agrios selvagem agriófago

Agros campo agronomia

Agrostis grama (veg) agrostiologia

Ainigma palavra obscura enigma,

enigmático Aisthesis sensação estereometria

Aithon, onos ardente etogênico

Aix, aigos cabra egofonia

Akiros impróprio acirologia

Aknetos imóvel acinético (subst.)

Akon involuntário aconurese

(micção)

Akos remédio acografia

Akouen ouvir acuofone

Akra cima acranto Akritos confuso acritocomacia

Akyros império acirologia

Alalos mudo álalo

Aleiphar, atos óleo alifárico

(substância) Alektor galo alectromaquia

(luta)

Alélon um e outro, oposição paralelo,

paralelograma, alelomaquia

Algia dor cefalalgia,

nevralgia

Page 21: Apostila de língua_portuguesa (1)

21

Allage mudança alagita

(substância)

Allage mudança alagita

Allelon oposição, luta alelomaquia

Allos outro alócera (chifre)

Allotrios estranho alotriodontia Alogos desproporcionado alogotrofia

Alôs outro alomórfico,

alopatia, alotropia

Alphiton farinha alfitomorfo

Alysmos ansiedade alismomania

Ana inversão anagrama por entre anasarca

privação anáspide

Amaxa carro, veículo amaxofobia

Amoibe ameba amebiase

Ampelos vinha ampelófago Amphiskios dos dois lados anfísio

Ampsis de uma e outra parte anfimixia

Amygdale amêndoa amigdalóide

Ana por cima anacâmplico

Anabainem trepar anabenodáctilo

Anabole demora anabolismo Anagoge elevação anagogia

Anapnoe respiração anapnógrafo

Anaptisis expectoração anaptisia

Andreios viril andriopétalo

Andro homem (eanér) andróide, andrógino

Anekdotos inédito anedota

Anemo vento anemógrafo,

anemômetro

Angeion vaso

gastrangienfraxe Angelos mensageiro evangelho, anjo

Anisos desigual anisanto

Anktésis recuperação anactesia

Anômalos irregular anomalia

Anti contra geanticlinal Antome ação de cortar anatomia

Antos flor antófilo,

antografia

Ântrax, âtracos carvão antracose,

antracômetro

Antropo homem antropófogo, antropologia, misantropo

Aorte aorta aortoclasia

Aphe contato afalgesia

Aphé tato anafia

Aphros espuma afrossiderita Arc, archos chefe que comanda monarca

Arca que comanda, chefe heresiarca,

monarca, escolarca

Arcaios antigo, velho arcaismo,

arcaico

Arctos urso ático, antártico Argia inatividade hepatargia

Page 22: Apostila de língua_portuguesa (1)

22

Argiros prata argiritrósio

Aristós ótimo aristocracia,

aristodemocracia

Aritmós número Aritmética

Arkhein comandar monarquia

Arkhos chefe escolarca Arkos anus arcocele

Arktos estreitamento arteriarctia

Arqueo antigo arqueografia,

arqueologia

Arquia comando, governo anarquia,

monarquia Arrhen másculo arrenuro

Arsis elevação arsenal

Artao suspender artabótrio

Arthron, arthrosis articulação anfiartrose

Ártos pão artófago, artólatra

Ártron articulação disartria,

artralgia

Asbóle fuligem asbólito

Ase moléstia amebiase

Askaris lombriga ascaridíase Aspalakos toupeira aspalacossome

Aspis escudo anáspide

Astakos lagosta astacóide

Astenia debilidade neurastenia,

psicastenia Áster estrela (e atrós) astrologia,

astrolábio

Asthma respiração asmático

Atmos vapor atmosfera,

Atréia cura geriatria

Áuleron farinha aleurômetro, aleurona

Auto de si mesmo, de si próprio autobiografia,

autógrafo, automóvel

Auxein crescer actinauxismo

-B-

Bakteria bastão actinobacteria

Baktrons vara bactromancia

Balo, ballo projetar, lançar balística,

problema, símbolo

Barís pesado barisfera, barítono, barita

Baros peso barômetro

Báros peso, pressão barologia

Basis base abasicarpo

Batós caminhante dendrobata, nefelibata, acrobata

Bátracos sapo, rã batráquio,

batracóide

Biblion livro biblioteca,

bibliografia

Bios vida biologia, biografia

Page 23: Apostila de língua_portuguesa (1)

23

Blastos germe geoblasto

Blennós muco iscoblenia

Blepsis vista monoblepsia

Bombos bombo zabumba

Botané planta botânica,

botanomancia Botrys cacho artabótis

Boule vontade actinobulia

Brady lento, devagar bradípode

Bragkhia brânquia branquícola

Brakhion braço braçudo

Branquíon braço braquídeo, braquitomia

Braquis curto braquicéfalo

Brogkhos brônquio bronquite

Broma, brómatos alimento bromatologia,

bromatólogo Bromos mau cheiro bomureto

Broncos garganta

broncopneumonia, broncorragia

Bronté trovão brontossauro,

brontofobia

Brykhein dente bricomania Bule vontade abúlico, abulia

Bútiron manteiga butiráceo,

butirômetro

-C- Caco mau cacofonia,

cacografia

Calços cobre, bronze calcografia,

calcocita

Cali belo (cálos) califasia,

caligrafia, calidoscópio Cardia coração cardialgia,

cardiograma

Caris graça eucaristia,

carisma

Carpós fruto carpologia, endocarpo

Catá posição de cima para baixo catástrofe,

catclismo, catacumba

Cathetós cada lado do ângulo reto cateto

Cefalé cabeça acéfalo, cefaléia

Céramos argila, barro cerâmica, ceramista

Christós (cristo) ungido, sagrado Cristo,

cristandade

Cianos azul cianose,

cianípede Ciclo círculo ciclometria,

ciclotímico

Cíon, cinós cão (cino) cínico,

cinografia

Cir, quiros mão cirurgia

Cístis bexiga cistoplegia, cistóide, cistoscopia

Page 24: Apostila de língua_portuguesa (1)

24

Cito cavidade, célula citologia,

citoplasma

Clados ramo áclado

Clamos manto aclâmide

Clasis quebra, ruptura alocásio

Cloros verde clorofila Co junto com outro ou outros coordenado

Cole, chole bílis melancolia

Cólon parte do intestino cólon, cólica

Come cabeleira argirócomo

Condri tristeza hipocondria

Condro cartilagem condrite Condylo juntas acôndilo

Copro fezes coprofagia

Córa, córos região corografia,

corográfico

Core pupila (olho) anisocória Coréia, córos dança coreografia,

corógrafo

Córos medida isocórico,

anisocoria

Cosmo mundo cosmógrafo,

cosmologia Cracia poder (ou cratos) democracia,

plutocracia

Cranion crânio craniomancia,

craniometria

Crásis temperamento, compleição idiossincracia Cripto oculto criptografia

Criso ouro crisógrafo,

crisólita

Croa cor alocroado

Croma cor cromatismo

Cronos tempo cronômetro

-D-

Dactilos dedo datilografia,

datiloscopia Daimon demônio demonografia

Deca dez decaedro,

decalitro

Délos visível urodelo,

psicodélico

Demos povo democracia Dendro árvore eleodendro

Déndron árvore dendrofobia,

dendrobata

Derma, atos pele epiderme,

dermatose Despótes déspotas despótico,

despotismo

Di dois dipétalo,

dissílabo

Diakritos julgamento adiacritolatria

Diathermainem aquecer completamente adiatermancia Dica em dois dicotomia

Page 25: Apostila de língua_portuguesa (1)

25

Dikaia justiça etnodicéia

Dinamis força dinamite

Dipsa sede dipsomania,

dipsético

Dódeca doze dodecardia

Dolicos comprido dolicocéfalo, dolicópode

Doron dom, presente pandora, dose,

antídoto

Doxo que opina, doutrina heterodoxo,

ortodoxo

Drama, atos ação, drama drama, dramático, melodrama

Dromo lugar para correr hipódromo,

velódromo

Dromos corrido palíndromo

Dynástes soberano, poderoso dinasta, dinastia

-E-

Eco (oicos) casa economia,

antecos Edaphos solo edafologia

Edema inchação edematoso,

edemaciar

Edro base, face pentaedro,

poliedro Eethós costume etognosia,

etopéia

Eicon, icon imagem iconoclasta,

iconografia

Eidolon ídolo idólatra

Eídon imagem idolatria, idólatra

Eikosi vinte icosaedro

Eirene paz irenista

Eisagoge introduzir em isagoge,

isagógico Ek fora esplenectomia

Ek desde, fora ecmnésia

Ekbole aborto ecbólico

Ekhein guardar eunuco

Ekhidna víbora equidmico

Ekho eco ecolalia, ecpiesma

Ekklesia igreja eclesiofobia

Eklampsis explosão eclampsia

Eklektikos que escolhe eclético,

ecletismo Ektasis tensão distenção,

dilatação, ectasia

Ekthyma pustula éctima

Ektome corte adenectomia

Ektopos deslocação angiectopia

Ekzema irritação eczema, eczematoso

Page 26: Apostila de língua_portuguesa (1)

26

Elaion azeite eleodendro

Elastes impulsor elastério

Ele(c)tro eletricidade eletroímã,

eletroscopia

Élemosme esmola esmolambado

Elkosis ulceração angielcose Elytron vagina gastrelitrotomia,

elitrorragia

Elytron estojo elitron

Embrion que germina dentro embriocardia,

embrião

Emena mênstruo emenagogo Empharaxis obstrução

gastrangienfraxe

Emphaxis obstrução adenenfraxia

Emphraxis obstrução angienfraxia

Empsuchoun animar metempsicose En dentro empiose

Enatios oposto enantiomorfo,

enantiopatia

Endo dentro endocárpio

Enea nove eneágono,

eneassílabo Enkhyma infusão actinênqima

Enklisis inclinação ênclise

Enkyklios circular encíclico

Énos vinho enologia, enol

Enter entranha enterite, disenteria

Enteron intestino disenteria

Éntomon inseto entomologia,

entômico

Epeisódion incidente epsódio

Ephebos adolescente efebo Epi sobre epicárpio

Epigrama poesia satírica epigrama

Epigraphe inscrição anepigrafia

Epilepsia coisa súbita epileptiforme

Epiploon que fica por cima gastrepiplóico Episterme ciência epistemologia

Epitasis tensão epítase

Epódium estribilho epiódia

Epodos estribilho epodo

Er fora gastrectasia

Eremia ausência irideremia Ergon trabalho ergômetro

Ergon trabalho energia, cirurgia

Eritrós vermelho eritrose,

eritrofobia

Éros, érotos amor erótico, erotofobia

Erythros vermelho agiritrósis

Éscatos último escatologia,

escatológico

Eso dentro esofosia

Estalaktos que cai em gotas estalactífero

Page 27: Apostila de língua_portuguesa (1)

27

Estatos, statos que se mantém aeróstato,

hidrostática

Estéreo, stereo sólido estereótipo,

estereotomia

Estesis sensação, sensibilidade estética,

anestesia Esthes vestimenta anestesista

Estrefo virar, voltar apóstrofe,

catástrofe

Etimo origem etimologia

Etnos raça etnografia

Étos, éteos costume, tradição ética, cacoete Eu bem, bom eucalipto,

eufonia

Eukhè oração eucológico

Euné leito eunuco

Euphués belo enfuísmo Eurys largo euricéfalo

Eidos forma geóide

Exegesis interpretação exegético

Exegiesis interpretação exegético,

exégese

-F-

Fago comer antropófago

Fanerós visível fanerógamo,

faneroscopia Fano, foros levar, trazer, que traz fósforo,

semáforo

Farmaco medicamento farmacologia,

farmacopéia

Filon folha clorofila

Filos amigos filologia, filomático

Fisio natureza fisiologia,

fisionomia

Fíton planta, vegetal fitografia,

fitóide, fitoterapia Flebo veia flebite,

flebotomia

Fobo medo courofobia

(medo de palhaço)

Fono voz, som fonógrafo,

fonologia Foto, fos fogo, luz fotometro,

fotosfera

Frén, frenós mente esquizofrenia,

frenologia

-G-

Gala leite galazime,

Gála, gálactos leite galactose,

galactoscópio

Galiankon homem de braço curto galianconismo

Gamia casamento monogamia, poligamia

Page 28: Apostila de língua_portuguesa (1)

28

Gammaros camarão gamarografia

Gamo que casa bígamo,

polígamo

Ganos brilho ganofilita

Gastro estômago gastrocolite,

gastrônomo Gena prole geneagênese

Gêneo que gera heterogêneo,

homogêneo

Genesis origem, geração genesiário

Genetle geração genetliologia

Genos nascimento eugenia, genética

Genos (pref) origem, reprodução genocídio

Gentikes geração eugenético

Geo terra geografia,

geologia Geras velhice geriatria

Geron velho gerodermia

Géron, gérontos velho geriatria,

gerontocracia

Gimnós nu gimnofobia,

gimimnodonte Giné, ginecós mulher ginecologia,

gineceu

Glaucós verde glauco,

glauconita

Glicís doce glicerina Glifo gravar hieróglifo

Glota , glossa língua poliglota,

isoglota

Gnosis conhecimento gnosiologia,

diagnóstico

Gomphiase ranger agnofíase Gon (o) origem, geração, semente epígono,

teogonia, oogônico

Gonia ângulo trigonometria,

pentágono

Gono ângulo pentágono, polígono

Gónos sêmem gonócito,

gonorréia

Gophyra ponte gefirofobia

Grafia escrita, descrição ortografia,

geografia Grafo que escreve calígrafo,

polígrafo

Grama escrito, peso, letra telegrama,

quilograma, anagrama

-H-

Hágios santo

hagiografia, hagiomaquia

Haimatos glóbulo vermelho hemácia,

hematia

Page 29: Apostila de língua_portuguesa (1)

29

Haploos simples haplóide,

haplotomia

Hebdomás semana

hebdômada, hebdomadário

Hécaton cem

hecatombe Hedoné prazer

hedonismo, hedonista

Hedra face isoédrico

Helco úlcera

helcolozia

Hélio sol heliografia, helioscópio

Hellen grego heleno

Hemera dia

hemerelogia, hemeralopia

Heméra dia efeméride

Hemi metade

hemifério, hemistíquio

Hemo, hemato sangue

hemoglobina, hematócrito

Hêpar, hépatos fígado hepatite, hepatólise

Hepta sete

heptágono, heptassílabo

Hereo, haireo tomar, escolher heresia,

herético Heros herói

heróicidade, heroísmo

Hetero outro, diferente

heterônimo, heterogênio

Héteros diferente

heteroplastia Hetória prostituta

heterismo

Hexa, hex seis

hexágono, hexâmetro

Hiálos vidro hialino, hialosssomo

Hidrárgiros mercúrio

hidrargírico, hidrargirose

Hidro água, suor

hidrogênio, hidrografia

Higiés sadio higiene, higiologia

Higrós úmido

higrômetro(umidade do ar)

Hiper muito, em alto grau, além

hiperafrodisia Hipnos sono

hipnotismo

Hipo diminuição, debaixo,

grau inferior hipoalgia

Hipo cavalo

hipódromo, hipopótamo

Page 30: Apostila de língua_portuguesa (1)

30

Hipso altura

hipsofobia

Hister útero

histerômetro

Histéra útero

histeróclise, histerólito Histo tecido orgânico

histofisiologia

Histós tecido

histologia, histonomia

Hodós caminho

hodômetro, hodógrafo Hodos caminho ânodo

Hólos inteiro

holoedro, holômetro

Holos inteiro

holócrina Hom (e) o semelhante, igual

homeopatia, homófono

Homóios semelhante

homocromia, ipoméia

Hora hora

horóscopo Horologion relógio

relojoaria

Horízon o que limita

horizonte

Horama visão panorama, Cosmorama

Hydragiros mercúrio

hidragírio, hidragirismo

Hylos vidro

hialografo

Hymen hímem himeneu Hymnos hino

hinografia

Hyphen união antífen

- I - Ia tratado

angeologia

Ia tratado

angeologia (anggelos+ logos+ia)

Iama remédio

iamalogia Iatro medicina

Iatrologia

Icono imagem

iconoclasta, iconografia

Ictio peixe ictiófago, ictiologia

Ideo idéia

ideofemia

Idios próprio idioma,

idiomorfo

Ignis fogo ignípede Iskhngs fraco iscofonia

Page 31: Apostila de língua_portuguesa (1)

31

Ikteros amarelo icteróide

Iodès roxa

iodofórmio

Iodis roxo iodo

Iion o que vai, o que anda ionizar

Ion, ionos violeta ionoma Iòsò igual isólogo

Ips verme ipoméia

Iskhngs fraco

isconofonia

Iskhion bacia (anat.) ísquio

Iskhô retenho iscoblenia

Isso igual isócrono,

isósceles

Ixis direção adelfixa

-K-

Kados que é de? Onde está? Cadê?

Kainos ceno (recente) mioceno

Kalipto cobrir eucalipto

Kakodes mau cheiro cacodilo Kampe planta campelia

Kamptein fletir

anacâmptico

Kapnos fumo, fumaça

capnomancia Kara rosto cara

Karabus caravela

caraveleiro

Karkhasion carcaça

carcaçada

Karakteristikos característico caracterização

Kardiakos cardíaco cardíaco

Karpos carpo

monocarpo

Kapnos fumo, fumaço capnomancia

Karabus caravela

caraveleiro

Karpho mão, dedo

carfologia

Karvo caro caríssimo

Karpos fruto

carpófago

Katadoupos catadupa

catadupa (catarata) Kataglottismos cataglotismo

cataglotismo (emprego de

palavras

rebuscadas)

Katakresis catacrese

catacrese

Page 32: Apostila de língua_portuguesa (1)

32

Kategorema categorema

categorema (tipos supremos de

predicação)

Kategoria categoria

categorização Katule cotilar (tromba)

monocotilar

Kelê tumor

arquiocele, enterocele

Kéleuma celeuma celeuma

(algazarra) Kemai cama cama de

solteiro

Ketron centro

geocêntrico

Keras cero (chifre) monócero

Khalkós esculpir em metais

calcografia

Kharté carta cartada,

carteiro

Khezein evacuar aloquézia

Khroa cor

alocroado

Khton terra alódone

Kinesis movimento eucinésia

Khatisis sentar-se atéia

Katholicos católico

catolização

Kaulos caule

caulocarpo Khole bílis cacolia

Klados ramo áclado

Klamos manto aclâmide

Klasis quebra geoclase

Kleidos chave clidomancia

Kleptein roubar

cleptofobia

Klima temperatura

climograma

Kline leito geossinclinal

Klinein inclinar-se

geanticlinal

Klyster clister

clisterização Klasis ruptura, quebra

aortoclasia, aloclásio

Koimos comum

ceneoscopia

Koilia ventre

encelialgia

Page 33: Apostila de língua_portuguesa (1)

33

Koiliakos celíaco celíaco

(do intestino)

Kolon intestino, membro

gastrenterocolite

Kolpos vagina

encolpismo Kondylo juntas acôndilo

Kondyloma condiloma (excrescência

carnosa)

condiloma

Konos cone cone

Korax corvo coráceos, coracóide

Kordon córdio

monocórdio

Kore pupila (olho)

anisocoria Kranion crânio

craniocele

Kratein força

geocrático

Kreas carne creofagia

Krina segredo endócrino

Krites juiz

onirocricia

Kymbos comba comba

(vale) Kyklikos círculo

anacíclico

Kuklus ciclo

monociclo

- L -

Lagnéia perversão

algolagnia

Lale balbucio alolalia Lalia fala eulalia,

disfalia

Lambanein tomar analabo

Lâmpás, lampâdos facho, archote

lâmpada, relâmpago

Latria culto, adoração idolatria, zoolatria

Latreno, latra adorar idiólatra

Lemma altura analema

Lépsis convulsão

epilepsia, catalepsia Lete esquecimento letargia,

letargiar

Leuco branco leucemia

Leucós branco

leucemia, leucanto

Leukos branco angioleucite

Page 34: Apostila de língua_portuguesa (1)

34

Léxis, léxeo dicção dislexia,

léxico

Licos solúvel gasólito

Likon estátua liconista

Limne lago

limnegrafia, limnômetro Lios liso liócomo,

liodermo

Lísis dissolução divisão

hidrólise, análise

Lito pedra

litografia, litopsia Litres adorador

estaurolatria

Logia discurso, tratado, ciência

arqueologia, nanologia

Logo que fala ou trata, palavra monólogo, diálogo, teólogo

Lysis dissolução

agalisiano

-M- Macro grande, longo

macróbio, macrodáctilo

Malacós mole

malacodermo, malacozoário

Malakia amolecimento adenomalácia

Mancia loucura, tendência

megalomania, monomania

Mano louco, inclinado

bibliômano, mitômano,

Manós pouco denso manômetro, manometria

Manteia adivinhar

capnomancia

Maquia combate

logomaquia, tauromaquia Mártir testemunho mártir,

martirólogo

Martus, urus testemunha mártir,

martirológico

Mastix, igos chicote

mastigóforo Mastos mama

mastodonte

Mátema ordem, disciplinação

matemática

Mazós, mastós mama, teta, seio mastóide, amazia

Mega(lo) grande

megatério, megalomaníaco

Méion menos mioceno

Mekhanikos mecânico

mecanografia

Page 35: Apostila de língua_portuguesa (1)

35

Melas negro (melan)

melanésia, melanospermo

Melissa abelha

melissografia

Melo canto melodia,

melopéia Melon face

meloplastia

Men, mês menos

menopausa

Menix meninges

meningite Menos regra

iscomenia

Meros parte isomeria

Meros parte, porção isomero,

homômero Meros, meris parte mero,

merologia

Meso meio

mesóclise, mesopotâmia

Meta fora, mudança

metaplasmo, metonímia Metallon metal

metalografia

Metallourgia metalurgia

metalurgista

Meteoros elevado no ar meteorologia

Meter mãe

metrópole

Metra, Meira útero

metrografia, endométrico

Metria medida antropometria, biometria

Metro que mede

hidrômetro, pentâmetro

Micro pequeno

micróbio, microscópio Mielós medula

poliomielite, mieloscopia

Mimos que imita mímica,

mimologia

Mimos que imita

mimologia Miria dez mil, numeroso

miriâmetro, miríade

Mis, mios músculo

mioplegia, mioma

Misêin odiar misogamia, misógino

Miso que odeia

misógino, misantropo

Mito fábula, lenda

mitologia, mitômano

Mitos filamento ou condão mitose

Page 36: Apostila de língua_portuguesa (1)

36

Mixis mistura

anfimixia

Mneme memória amnésia

Monasterion mosteiro mosteiro

(convento)

Mono um só, único monarca, monótno

Morfo que tem a forma

antropomorfo, polimorfo

Morphe morfe (idem) morféia

(lepra), Morfeu (morte)

Moron amora amora-brava

Mousiké música

musicógrafo, musiquim

Muein piscar os olhos miose,

miótico Mus, muos músculo

miógrafo, miologia

Muxa mucosidade

mixedema

Mykes cogumelo

actinomicete

-N-

Narce entorpecimento

narcótico, narcotizar

Necro morto necrópole, necrotério

Néfos, nefele núvem

nefelibata, nefelóide

Nefros rim nefrite,

nefropatia

Neo novo neolatino, neologismo

Nephos nefro (rins)

nefrologia

Neros líquido aneróide

Nesos ilha melanésia

Neuro, nevro nervo

neurologia, neurastenia

Nix, nictós noite

nictofobia, nictêmero

Nomia lei, regra agronomia, astronomia

Nomo que regula, lei

autônomo, metrônomo

Nósos doença

nosocômio, nosofobia Nymphe água

angiolinfite

-O-

Óclos multidão

oclocracia, oclofobia

Page 37: Apostila de língua_portuguesa (1)

37

Octo oito

octossílabo, octaedro

Odonto, odus dente

odontologia, odontalgia

Odos caminho

electródio Odyne dor anodínia

Ofis serpente, cobra ofiologia,

ofídico

Oftalmo olho

oftalmologia, oftalmoscópio

Oikia casa annomalecro

Oinos vinho enântico

Oisô levarei esofago

Olene braço anóleno

Olígos pouco oligarquia, oligotrofia

Oma tumor seboso

esteatoma, hematoma

Omphalos umbigo anônfala

Omos Omo (carne crua) omófago

Onimo, onoma nome sinônimo, pseudônimo

Oniros sonho onírico,

oniromancia

Ónix, ónicos unha

onicólise, onicofagia Onomato nome

onomatologia, onomatopéia

Ôon ovo oogônico

Ophis serpente ofídico

Opisto por detrás

apistógrafo Óps, opós vista, olho óptica,

disopia, miopia

Orama vista

Cosmorama, panorama

Órexis fome anorexia, cinorexia

Orkhis testículo

orquiócele

Ornis ave

ornitologia

Ornito pássaro, ave ornitologia, ornitorrinco

Oro, óros montanha, monte

orografia, orologia

Orto reto, justo, direito

ortografia, ortoxo Ose doença

leptospirose

Osme cheiro, olfato

alotriosmia, anosmia, isosmica

Osme cheiro

agatosmo

Page 38: Apostila de língua_portuguesa (1)

38

Osmos corrente

endosmose, ombro, omoplata

Osmós impulso, corrente

endosmose, exosmose

Ostéon osso

osteomielite Osteon osso

anosteozoário, osteogênese

Oura cauda anuro,

arrenuro

Ouresis micção

aconurese Ouron urina urologia,

iscúria

Ous, otós ouvido otite,

ototomia

Oxi agudo, ácido, penetrante oxígono, oxítono, aroxigênios

-P-

Pachys pequeno comprimento

paquímetro Palaios antigo palozóico

Paleo antigo

paleografia, paleontologia

Pan todos, tudo

panteísmo, pan-americano Papyrus papel papelada

Paquís espesso, grosso

paquímetro, paquiderme

Para defeito

paralexia, paralogismo

Paralysis paralisia paralisante

Parténos virgem

partenologia, partenogenese

Pato doença

patogenético, patologia Pausis suspensão

menopausa

Ped(o) criança

pediatria, pedologia

Pedia instrução, correção

ortopedia, enciclpédia Péia ato de fazer

melopéia, onomatopéia

Penta cinco

pentágono, pentâmetro

Pépsis digestão dispepsia, péptico

Petalon pétala

andriopétalo

Pexis fixação

bacteriopexia

Phainomenon fenômeno fenomenologia

Page 39: Apostila de língua_portuguesa (1)

39

Phainos aparecer fosfeno

Phakos cristalino afacia

Phalakros calvo falacrose

Phantasma fantasma

fantasmagórico

Phasis palavra esquizofazia

Phassein formar

metaplasmo, aloplasma

Phenos espírito

esquizofrenia

Phérein usar mastigóforo

Phlogistos inflamado

antiflogístico

Phoròs que se dirige esoforia

Phoros suporto euforia Phoros que traz homem, portador

andróforo, electróforo

Phos, photo luz osfeno

Photodes luminoso

fotodoscópio

Phtongos voz oftongia Phullon folha mesófilo

Phuton fito (tipo) monófito

Phylaxis proteção

anafilaxia

Phyton vegetal fitófago Piezo comprimir

piezômetro, piezeletricidade

Pinas, pínacos pintura, quadro

pinacoteca, pinacóide

Píon pus piorréia,

piodermite Piretós febre

antipirético,piretoterapia

Piro, pir fogo, febre

pirosfera, pirotcnia, antipirina

Pítecos macaco pitecantropo, pitecóide

Plágios oblíquo

plagiocéfalo, plagióstomo

Plastés que prepara

meloplastia

Plastia reforço heteroplastia

Platé plano omoplata

Platís largo

platirrino, platirrostro

Plegé, plegia paralisação, paralisia paraplégico, hemiplegia

Pléos cheio, mais

pleonasmo, pleorama

Pleura lado, franco pleurite

Pluto riqueza, rico pluto,

plutomania

Page 40: Apostila de língua_portuguesa (1)

40

Pneumon pulmão,respiração

pneumonia, pneumoplegia

Pnoia respiração eupnéia

Pode, podós pé

gastropode, miriápode, ápode

Pogon barba andropogão

Poiesis poesia

poetrastro

Polein vender

monopólio

Pólemos guerra polêmico, polemarco

Poli muito poliglota,

polígono

Polin de novo

políndromo Pólis, pole cidade, pátria

Petrópolis, metrópole,

Potamo rio

potamografia, potamologia

Présbis velho

presbitísmo, presbítero Proktos ânus aproctia

Proto primeiro

protótipo, protozoário

Pseudo falso

psudônimo, pseudo-esfera Psico alma, espírito

psicologia, psicanálise

Psis visão fonopsia

Psitacós papagaio

psitacismo, psitacídeo

Ptero asa, que tem asas íptero, helicóptero

Ptosis queda

metroptose

Pyein supurar ecpiema

Pyon pus mepiose

- Q -

Quilo mil (quilo)

quiliógono, quilograma

Quiro mão

quiróptero, quiromancia

- R -

Ragé corrimento

hemorragia, blenorragia

Raquia coluna vertebral acefalorraquia

Ráquis coluna vertebral

raquicentese, raquítico

Reo, rheo correr, fluir catarro,

diarréia

Rétor orador retórica, retórico

Page 41: Apostila de língua_portuguesa (1)

41

Rhein correr reostato

Rheuma catarro reuma

Rhynkos, rinco bico

anorrinco

Rhysis, rise obstáculo

adiemorrise Rino nariz

rinoceronte, rinoplastia

Riso raiz rizófilo,

rizotônico

Riza raiz

arrizotônico, rizanto Ródon rosa

rodografia

- S -

Sácaron açúcar sacarose, sacarina

Sarcós carne

sarcófago

Sarkos, sarca carne anasarca

Sáuros agarto

dinossauro, saurólogo Scáfe barco

escafandro, batiscafo

Scopia, scópeo ato de ver, examinar

periscópio, colposcopia

Selene lua selenista, selenomancia

Sema sinal, significado

semântica, semáforo

Sepsis putrefação

antissepsia

Sfigmós pulsação esfigmômetro, esfigmógrafo

Shaphe, cafo barca escafóide

Sídero ferro

siderólito, siderurgia

Sinergia colaboração assinergia

Sipron sifão

assifonados

Sismós terremoto

sismógrafo, sísmico

Skaphos, scafos barco escafandro

Skatos, catos excremento

escatófago

Skhia, scio sombra anfíscio

Skhistos separados asquislodáctilia

Skhizo, squizo separo

esquizofagia

Skhole escola

escolarca

Skleros, cleros duro esclerectasia

Page 42: Apostila de língua_portuguesa (1)

42

Smyrizein polir

esmerilador

Sofia saber filosofia,

teosofia

Soma corpo

cromossomo, indossomatologia Soma, sómatos corpo

somático, somatologia

Spasmós convulção

espasmo, espasmofilia

Spermas semente

aspidosperma Sphen, enós cunha

esfenóide

Sphigx, finge esfinge

androsfinge

Sphygmos, sfigmos pulso asfigmia Splankhnon, splancno víceras

esplancnografia

Splén baço

esplênico, esplenomegalia

Splenos baço

esplenectomia Spondylos, spondilos vértebra

aspondílico

Spora semente

monósporo

Stalagmos filtração estalagmite

Staphyle cacho de uvas

estafilococo

Stasis parada algóstase

Stasis parar

estasiofobia, estase Statiké, stática estou de pé

estereostática

Statos estável reostato

Stauros cruz

estaurolatria Stéar sebo

esteatoma

Stéas sebo estearino

Stema filamento

meristema

Stenos estreito estenografia

Sténos estreito

estonocardia

Stereo sólido

estereometria Sternon, stetos peito

esternalgia, estetoscópio

Stethos peito

estetoscópio

Senos estreito

estenocardia

Page 43: Apostila de língua_portuguesa (1)

43

Sthenos rápido

estenografia

Stico verso dístico,

monóstico

Stigma sinal

estigmônios Stigme manchar estigma,

estigmônios

Stikhos fileira acróstico

Stikhos, stico fileira acróstico

Stólos ato de enviar apóstolo,

apostolizar Stoma, stomatos boca

estomatite, crisóstomo

Strábon vesgo

estrábico, estrabismo

Stratós exército estratégia, estratego

Stréphein voltar

homeótropo

Streptos torto

estreptococo

Strykhnos, stricno planta amarga, venenosa estricnina

Symbolon sinal

assimbolia

Syn junto

geossinclinal

-T-

Tafos túmulo epitáfio

Tálamos leito nupcial, casamento tálamo,

epitalâmico

Tánatos morte tanatognose, tanatofobia

Taqui rápido

taquicardia, taquigrafia

Tarsos grade

acrotarso Tasis dilatação

gastrectasia

Táuma, táumatos milagre

taumaturgo, taumaturgia

Tauro touro taurino,

tauromaquia Tauto o mesmo

tautologia

Taxis ordem eutaxia

Téa espetáculo teatro,

politeama Teca lugar onde se guarda

biblioteca, discoteca

Tecno arte, ciência

tecnografia, tecnologia

Tefro cinza

tefromancia

Page 44: Apostila de língua_portuguesa (1)

44

Tele longe telefone,

telegrama

Teo deus

teocracia, teólogo

Terapia cura

fisoterapia, hidroterapia Teras, teratos prodígio, fenômeno,

monstro

teratologia

Termo quente, calor

termômetro, diatermia

Terpô agrado enterpe Tesis ação de por, ter antítese,

síntese

Tetra quatro tetrarca,

tetraedro

Teukhos, teuco livro heptateuco

Thanasia morte

eutanasia

Thymos colera

agriotimia

Timós mente ciclotimia, lipotimia

Tipo figura, marca

tipografia, tipologia

Tocos parto eutocia

Tome cortadura, secção tomo, átomo, esterotomia

Tome corte

elitrotomia, flebotomia

Tomia corte, divisão

dicotomia, nevrotomia

Tongo som ditongo, tritongo

Tono tensão, tom barítono,

monótono, átono

Topo lugar

topografia, toponímia Tórax , -acos tórax torácico,

toracospia

Traquéia garganta

traqueocele, traqueotomia

Trauma, -atos ferimento

traumático, traumatismo Trepein reviramento, voltar, girar ectrópio,

homótropo

Tresis canal atresia

Tri três tríade,

trissílabo Trigono triângulo

trigonometria

Trikos cabelo

adenotriquia

Triqué em três

tricotômico

Page 45: Apostila de língua_portuguesa (1)

45

Trobo trombo (coágulo)

troboplastina

Trophe alimento, nutrição eutrofia,

alotrofia

Trophe nutrição

cacotrofia Tropo direção

hemitropia

Tropos mudança, direção isótropo,

troponônimo

Tropos volta

geotropismo Trypos tipo, molde éctipo

- U -

Urá cauda

melanuro, uromorfo Úron urina

uricemia, urocrasia

- X -

Xeno estrangeiro

xenofobia, xenomanca Xero seco xerofilia,

xerófito

Xilo madeira xilógrafo,

xilogravura

- Z -

Zélia imitação cacozélia

Zimé fermento enzima,

zimogenia, galazime

Zoarion animalzinho espizoário, protozoário

Zoo animal zoógrafo,

zoologia

Continuação:

nominal

Desinência:

Verbal

Desinência: morfema que indica flexão. É nominal,

quando se refere a gênero e número e verbal, quando

indica número, tempo, modo e pessoa dos verbos.

Page 46: Apostila de língua_portuguesa (1)

46

Vogal temática: são as vogais a, e, i, que

caracterizam a conjugação verbal: falAr, fazEr, ferIr, o

“o” é considerada 2ª: por (puer).

Vogal e consoante de ligação: são colocadas

entre os elementos mórficos para melhorar a pronúncia:

pau + Ada: pau- l -ada; Auro + verde: aur- i -verde.

2. Cognato: vocábulo que tem raiz comum com

outros: orelha; orelhão; orelhudo.

3.

B. Formação das palavras

1. Derivação: formação de uma palavra

derivada através de uma primitiva, com o acréscimo de

afixos, ou diminuição de elemento no final do vocábulo.

Temos cinco modos para fazê-la: prefixação (desfazer,

super-homem); sufixação (amoroso, beleza); prefixação e

sufixação (inutilmente, infelizmente); parassíntese

(emudecer); regressiva (mudar: muda; pescar: pesca) e

imprópria ( o falar, o sim).

Composição: unimos dois ou mais radicais

ou palavras para aumentar-lhe a significação. Há duas

maneiras: Por justaposição: há a independência e sílaba

tônica do vocábulo (couve-flor) e por aglutinação: há a

queda de uma ou mais letras e mudança da tônica da

sílaba (aguardente, fidalgo).

2. Hibridismo: usamos elementos de línguas

diferentes para esta formação (alcoômetro: álcool: árabe +

metro: grego).

C. Flexão das palavras

Quanto a sua flexão, as palavras podem ser:

variáveis: mudam de forma:

substantivo, verbo, adjetivo, artigo, numeral e pronome.

invariáveis: não mudam de forma:

advérbio, preposição, conjunção e interjeição.

D. Classificação das palavras:

Page 47: Apostila de língua_portuguesa (1)

47

Substantivo: nomeia os seres.

Artigo: determina ou indetermina o

substantivo.

Adjetivo: caracteriza os seres.

Numeral: indica quantidade ou ordem

dos seres.

Pronome: representa ou acompanha o

substantivo.

Verbo: indica ação, estado ou

fenômeno.

Advérbio: indica circunstâncias.

Preposição: liga dois termos de uma

oração.

Conjunção: relaciona duas orações

Interjeição: expressa sentimento ou

emoção.

I – Substantivos

Substantivo: é a palavra variável em gênero, número e

grau, que sugere independentemente ou não, um nome

para o ser (coisa: átomo, pessoa: João, ou animal: Petita)

à qualidade (feiúra, bondade), ao sentimento: (tristeza,

alegria), à ação (vingança) e ao estado (vida), reais ou

não.

1. Classificam-se os substantivos em:

comuns e próprios

concretos e abstratos

Concreto: sugere nome ao ser real ou fictício e

independente: esponja, fada, vento.

Abstrato: sugere nome à qualidade, à ação, ao sentido ou

ao estado que existem por dependerem do ser: alegria,

tristeza, contentamento, o verde.

Próprio: sugere nome a um ser da espécie, às pessoas

(antropônimo), aos lugares (topônimos), aos animais e

coisas de determinada espécie: África do Sul, Antônia, El

Salvador, “A Marmota” (jornal).

Comum: sugere nome ao ser que pertence a uma classe,

espécie, com o mesmo conjunto de características: tigre,

vento, pedra, homem.

Coletivo: palavra que nomeia o conjunto de seres da

mesma espécie:

Page 48: Apostila de língua_portuguesa (1)

48

Abadágio: rendimentos de uma abadia

Abati: trincheira formada de árvores cortadas

Abesana: junta de bois

Acórdão: de sentenças Adversária: apontamentos para um livro

Álbum: de lembranças, figurinhas, retratos

Aléia: de árvore Alfeire: de porcos

Aludel: de vasos

Andaina: de velames da embarcação Apeiragem: correias

Apevio: de utensílios de lavoura

Arcabuzeiro: batalhão, regimento Armadura: cavaleiros da Idade Média

Armeu: de lã, linho

Armentilho: de flores Armentio: de rebanhos de gado grande

Bana: agrupamento de vilas, cidades

Bagulho: de bagos pisados

Banquisa: de gelo nas costas marítimas

Barda: de erros

Bardia: de lenha Batelada: arroz

Bazulaque: fígados Boana: de peixes miúdos

Burocracia: de funcionários públicos

Burzigada: de coisas amassadas Cabidela: miúdos de aves

Cabroada: de bodes

Caceia: de redes de pesca Capela: de macacos

Carrada: de razões

Carrilhão: de sinos Carusma: cinzas no ar

Catálogo: de lista

Choldraboldra: de assassinos Chorrilho: de asneiras, tolices

Cingel: de bois

Claque: aplausos Clínica: de doentes

Coivara: pilha de ramos mal queimados nos

roçados Coleção: de moedas, livros, selos, quadros,

medalhas, antiguidades

Colégio: eleitores, alunos Coletânea: de trechos literários ou científicos

Coligação: de pessoas

Colméia: de abelhas Colônia: de imigrantes ou migrantes,

bactérias, formigas, cupins

Comboio: de vagões, de caminhões Comentário: anotações

Comício: de cidadãos, espectadores para

tratar de assuntos políticos Comissão; grupo particular de pessoas para

tratar de assuntos políticos

Comitê: grupo particular de pessoas para tratar de assuntos políticos

Companhia: de soldados

Comunidade: de religiosos, de pessoas Conciliábulo: pessoas reunidas secretamente,

de feiticeiros, conspiradores

Concílio: prelados, deuses, bispos Conclave: cardeais para elegerem o papa

Concorrência: afluência de pessoas no

mesmo momento para o mesmo lugar. Confraria: de religiosos, pessoas reunidas

com finalidade religiosa

Congregação: de religiosos, padres, professores

Congresso: sábios, diplomatas,

representantes de classe

Conselho: de ministros

Consistório: assembléia de cardeais,

presidida pelo papa

Constelação: de estrelas Convenção: reunião de indivíduos ou

representação de classes, de associações

Conventículo: reunião para maus fins Cordão: de formigas

Cordame: de cabos de um navio

Cordoalha: de cabos de um navio Cordilheira: colinas, montanhas, montes

Coro: bando de cantores

Corja: de vadios, tratantes, velhacos, ladrões Corporação: pessoas sob a mesma regra ou

estatuto

Corpo: jurados, eleitores, alunos, professores Correame: correias

Correição: de formigas

Corso (õ): de peixes pequenos, piabas,

sardinhas

Corso: sardinhas, camarões

Cortejo: pessoas que acompanham outro por dever ou cortesia

Cortiço: de abelhas, de casas da habitação de classes pobres

Crestomatia: de trechos literários ou

científicos escolhidos Datiloteca: de anéis

Datas: de pancadas

Década: de dez anos Decálogo: dez leis

Delta: braços do rio ao lançarem-se ao mar

Dígono: dois ângulos Discoteca: de discos

Doutrina: de dogmas

Dossiê: de documentos para processo Duma: de parlamentos russos

Duna: areia

Ementa: apontamentos Encame: de javalis

Enfiada: de asneiras, tolices

Elenco: de atores, artista de uma companhia, peça ou filmes

Enxame: de abelhas, vespas, marimbondos

Enxaravia: de meretrizes Enxárcia: cabos que prendem os mastros de

um navio

Enxoval: de roupas Equipagem: de marinheiros

Espinel: de anzóis

Esquadra: de navios de guerra Esquadrilha: de aviões

Especilégio: coleção metódica de

documentos Espicha: camarões

Facção: bando sedicioso (que perturba a

ordem pública) Falange: de herois, guerreiros, espíritos,

soldados, anjos, bandidos

Farândula: bando de maltrapilhos Fardel: de matalotagem

Fardo: de papel ou de fazenda

Fáscio: grupo de fascistas Fato: de cabras

Fauna: conjunto de animais próprios de uma

região Federação: de estados

Feixe: de lenha, de capim, de raios luminosos

Festão: de flores Fichário: de fichas

Fila: de cadeiras

Page 49: Apostila de língua_portuguesa (1)

49

Fileira: de peças de artilharia, de cadeiras,

coisas em série

Filmoteca: de filmes

Flora: conjunto de plantas de uma

determinada região

Florilégio: de trechos literários ou científicos Flotilha: de aviões ou torpedos

Folclore: de lendas populares

Fornada: pães, biscoitos feitos de uma só vez Fossário: de covas ou buracos

Frota: de navios de guerra, mercante, de

ônibus, de aviões, veículos Gabela: feixe de espigas

Gadario: de gado vacum

Gado: conjunto de animais criados nas fazendas

Galeria: de quadros, de estátuas

Gavela: feixe de espigas Girândola: de fogos de artifício

Gliptoteca: de pedras gravadas

Granizo: de pedras, balas, setas

Grei: de bois, ovelhas, carneiros, paroquianos

Grêmio: sociedade de pessoas para fim

comum Grosa: de doze dúzias

Hemeroteca: de jornais e revistas arquivadas

Herbário: coleção de plantas para exposição ou estudo

Hinário: de hinos

Horda: bando indisciplinar, nômades, vândalos, salteadores

Hoste: de soldados, inimigos

Humanidades: de estudos Iconoteca: coleção de imagens, de retratos

Instrumental: de instrumentos de orquestra,

de cirurgia, mecânicos Irmandade: de religiosos

Jaribara: galhos de árvores abatidas e

recobertas de trepadeiras

Jugada: de bois

Jugo: de bois

Junta: de credores, médicos, bois, examinadores

Júri: de jurados

Legião: de soldados, anjos, demônios Leitegado: de leitões de um parto

Leva: retirantes, recrutas, presos

Linha: de cadeiras Lio: de lenha, de capim

Lote: de burros, de bestas de carga, coisas,

pessoas Lustro: de cinco anos

Maço: de cigarros Magistratura: de juízes

Magote: de pessoas

Malhada: de burros, bestas de carga, ovelhas Malta: gente de baixa condição, ladrões,

vagabundos

Manada: de éguas, cavalos, porcos, bois, búfalos, elefantes

Manoca: de tabaco

Manhuço: de grãos Manípulo ou manojo: feixe de erva ou

qualquer objeto que a mão não abrange

Manolho: de grãos Manta: de peixes

Manzar: penca de cocos

Mão: de cinco cadernos Mapoteca: coleção de mapas

Marajatina: de marajás

Marinhagem: de marinheiros Maromba: de bois, ovelhas

Maruja: de marinheiros

Matalotagem: mantimentos para uma viagem

Matilha: de cães de caça

Matula: de vadios

Meda: montão, de cereal

Mesnada: gente assalariada para a guerra,

tropa militar Mexoalho: de caranguejos em putrefação

Milênio: de mil anos

Miríade: gafanhotos, marimbondos, percevejos, dez mil, inúmeras estrelas

Mistifório: confusão

Miuçalha: de crianças Mixórdia: de artigos

Mó: de gente

Mobília: de móveis Mobiliário: de móveis

Mocedo ou moçame: de moças

Mole: de gente Molho (ó): de lenha, de capim, chaves,

aventuras, verduras

Moncalho: de trapos

Montão: de lixo, de palha, de pedras

Monte: de palha, de lixo, de pedras

Monturo: de coisas repugnantes, esterco Mortualha: de cadáveres

Muladar: de esterco

Muletada: de gado muar Multidão: pessoas em geral

Ninhada: de pintos, filhotes de ave

Novena: de nove dias Nuvem: gafanhotos, marimbondos,

percevejos, insetos

Olimpíada: período de quatro anos entre as celebrações dos jogos olímpicos

Onda: gafanhotos, marimbondos, percevejos

Ordem: de religiosos Orquestra: de músicos

Oviário: de burros, de bestas de carga,

ovelhas

Palamenta: de apetrechos de um navio

Paliçada: de estacas fincadas em forma de

cerca Panapaná: de borboletas

Panóplia: cavaleiros da Idade Média

Parenéptica: de discursos Parenéptica: animais de raça

Parlamento: casas legislativas

Patrulha: de soldados Paveia: feixe de espigas

Pelotão: de soldados

Penca: de chaves, bananas, laranjas Pentatlo: exercícios de atletas

Pessoal: de uma fábrica, repartição pública, escola, loja

Piara: de porcos

Plantel: de atletas, de animais de raça Plêiade: grupo de pessoas de um certo nível

ou profissão. Constelação.

Plenário: de juízes ou representantes do povo Poliantéia: escritos em homenagem a alguém

Poligrafia: coleção de obras literárias

diversas ou científicas Prole: de filhos

Pugilo: alguma coisa que se pode abranger

com os dedos polegar, indicador e médio, de bravos

Quadriga: quatro cavalos que puxam um

carro Quadrilha: de ladrões, bandidos

Quarteirão: de casas

Qüinqüênio: de cinco anos Qüinqüídio: de cinco dias

Racino: cacho de uvas, flores

Page 50: Apostila de língua_portuguesa (1)

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Raivel: de frutas

Ramalhete: de flores

Ramo: de flores

Rancho: de soldados

Rebanho: de cabras, de ovelhas, bois

Récova: de cavalgaduras, corja de vadios de bestas de cargas

Récua: ajuntamento de bestas de cargas

presas umas às outras Resíduos: de ouro ou prata

Resma: quinhentas folhas de papel

Renque: árvores, colunas, velas Repertório: de peças musicais, teatrais

Réstia: de alho, cebola

Revoada: de aves, pardais, pássaros em vôo Roda: de espectadores, de pessoas

Rol: de roupas

Romanceiro: conjunto de poesias narrativas Ronda: de policiais que percorrem as ruas

Ror: multidão, grande quantidade

Roupagem: roupas, vestes, fardas

Ruma: de tábuas, livros, malas

Sabá: de bruxas

Salsada: confusão Sarabulho: de coisas amassadas

Saraiva: de pedras, balas, setas

Sarapatel: de coisas amassadas Século: período de cem anos

Seleta: de trechos literários ou científicos

Seqüência: série de cartas do mesmo naipe Séquito: pessoas que acompanham outras

Série: colinas, montanhas, montes, ações,

reis, papas Sermonário: de sermões

Seringal: de seringueiros

Serviço: utensílios de cozinha

Sínodo: de párocos em assembléia

Sociedade: grupo de indivíduos que vivem

sob normas comuns

Sodalício: de sábios Souto: de árvores, de castanheiros

Súcia: gente de má fama, velhacos,

desonestos Talha: de lenha

Teclado: de teclas

Teoria: anjos Tertúlia: reunião de parentes, amigos,

pessoas íntimas, intelectuais

Tetrástilo: de edifícios Torcida: espectadores para aplaudir ou patear

Tríduo: de três dias

Trindade: grupo de três Tripulação: de marinheiros, aeroviários

Troço (ô): de soldados

Troféu: de bandeiras ou despojos

Tropa: de animais de carga, muares

Trouxa: de roupa

Tuna: de estudantes que viajam por várias terras

Turba: de muitas pessoas reunidas em

desordem Turma: de estudantes, trabalhadores, médicos

Vassas: de uvas

Vara: de porcos Viveiro: de pássaros

Vocabulário: de palavras

Zengo: de flautas

Observação: O coletivo especial geralmente dispensa a enunciação da pessoa ou coisa a que se refere.

Tal omissão torna-se mesmo obrigatória, quando o coletivo é um mero derivado de substantivo a que

se aplica. Assim, dir-se-á: A boiada seguia vagarosamente. A marinhagem estava a postos. Quando, porém, a significação do coletivo não for específica, deve-se nomear o ser a que se refere: Um feixe

de capim, lenha. Uma legião de soldados, demônios, etc. Sufixos designativos de coleção: -ada:

boiada, manada,: -agem: plumagem, folhagem: -al: canavial, cafezal: alha: parentalha, cainçalha: -ama: courama, dinheirama: -ame: vasilhame, raizame: -aria: cavalaria, livraria: -dade: humanidade,

cristandade: -edo: arvoredo, vinhedo: -ena: novena, dezena, centena: -eiro: formigueiro, braseiro: -

eria: vozeria, grosseria: -ia: maresia, penedia: -io: gentio, mulherio: -ulho: pedregulho, bagulho: -ume: cardume, tapume.

2. Formação do substantivo

Primitivo e derivado

Simples e composto

Primitivo: nome que não deriva de outra palavra da

Língua Portuguesa, substantiva isolado, sem afixos:

chuva, engenho, neve, anjo, Japão.

Simples: nome formado de uma única palavra: obra,

docente, goma.

Derivado: nome que deriva de outra palavra na língua

portuguesa: pedreiro, engenharia, gaiteiro.

Composto: nome formado de duas ou mais palavras: mão-

de-obra, livre-docente, goma-arábica.

3. Flexão do substantivo:

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a) gênero: flexão que indica se o substantivo é masculino

ou feminino.

Masculino: usados para os seres do sexo

masculino: homem, menino.

Feminino: usados para os seres do sexo feminino

mulher, menina.

Gênero

Formação do feminino com os substantivos biformes

(uma forma para o masculino e uma para o feminino):

Troca-se a terminação:

1) –o por –a: garoto: garota; aluno: aluna.

2) –ão por –ã, por –oa e por –ona: órfão: órfã; folião:

foliona; patrão: patroa.

3) –or para –a: amador: amadora; servidor: servidora,

cantor: cantora. Obs: alguns fazem com o sufixo –

eira, indicando também qualidade: arrumador,

lavrador, trabalhadeira, faladeira.

4) Recebem o –a no feminino: parente; presidente;

alfaiate; contramestre; deus; general; elefante;

hóspede; monge; oficial; zagal (pastor) juiz;

marechal; mestre; ministro.

5) Substantivos que indicam ocupações especiais e de

títulos, flexionam-se usando os sufixos:

esa: barão; camponês; cônsul; duque; jogral; prior; inglês

isa: profeta; sacerdote; papa; poeta; cônego; diácono

triz: ator; embaixador; imperador

ina: alcaide (governador); czar; felá (camponês egípcio);

landgrave (proprietário de vastas propriedades); herói,

maestro; mandarim

ona: castelão; figurão; folião

6) Formações irregulares do feminino:

ateu: atéia; avô: avó; capiau: capioa; deus: diva, déia ou

deusa; confrade: confreira; dom: dona; egeu: egéia;

europeu: européia; frade: freira; galo: galinha; guri: guria;

ilhéu: ilhoa; jaboti: jabota; jacaré: jacaroa; judeu: judia;

ladrão: ladra; monge: monja; marajá: marani; melro:

mélroa; mulo: mula; papa: papisa; parvo: párvoa; pavão:

pavoa; perdigão: perdiz; peru: perua; pigmeu: pigméia;

píton: pitonisa; prior: priora ou prioresa; pulgo: pulga; raja

ou rajá: rani ou râni; réu: ré; sabichão: sabichona; sandeu:

Page 52: Apostila de língua_portuguesa (1)

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sandia; sultão: sultana; tabaréu: tabaroa; tecelão: teceloa;

varão: virago, varoa, matrona; peixe-boi: peixe-mulher.

7) heterônimos ou desconexos (apresentam radicais

diferentes na flexão do gênero):

bode: cabra; boi: vaca; burro: besta; cão: cã, cadela;

capitari: tartaruga; carneiro: ovelha: cavalo: égua;

cavaleiro: amazona; cavalheiro: dama; caxarelo: baleia;

elefante: aliá; frei: sóror, soror, sor; genro: nora; homem:

mulher; jaboti: jabota; macharão: onça; marido: mulher;

pai: mãe; rinoceronte: abada; tubarão: tintureira: touro:

vaca; veado: cerva; vitu: saúva; zangão, zângão: abelha

Epiceno

Comum de dois gênero

Sobrecomum Formação do feminino com os substantivos uniformes

(uma só forma para o gênero masculino e o feminino):

Comum-de-dois: diferenciam o gênero, quando se lhe

antepõe o artigo: o doente: a doente; o estudante: a

estudante.

Epicenos (ou promíscuos): usamos as palavras “macho ou

fêmea”, para a mudança de gênero: mamão macho; cobra

fêmea

Sobrecomuns: temos uma só forma para indicar o gênero

masculino e o feminino (não admite a flexão dos artigos):

a criança; a testemunha; o ente.

Mudança de sentido pela mudança de gênero:

a cabeça: parte do corpo

o cabeça: o chefe

a capital: cidade principal

o capital: dinheiro, bens

a caixa: objeto

o caixa: pessoa

a cisma: idéia fixa

o cisma: separação

a cura: restabelecimento

o cura: padre

a grama: relva

Page 53: Apostila de língua_portuguesa (1)

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o grama: unidade de peso

a guarda: vigilância

o guarda: vigia

a guia: formulário; meio-fio

o guia: pessoa que orienta

a lente: grau de aumento

o lente: professor

a língua: órgão muscular, idioma

o língua: o intérprete

a lotação: capacidade de um carro, navio

o lotação; forma abreviada de autolotação

a moral: parte da filosofia; moral de um fato; conclusão

o moral: ânimo

a rádio: a estação

o rádio: o aparelho

a voga: moda, popularidade

o voga: o remador

Substantivos de gênero incerto (gêneros que podem

oferecer dúvida):

Masculinos: os nomes das letras do alfabeto, clã,

champanha, dó, eclipse, formicida, jângal, lança-perfume,

milhar, pijama, proclama, saca-rolhas, sanduíche, sósia,

telefonema, soma (o organismo tomado como corpo

físico), guaraná, trema.

Femininos: aguardente, análise, fama, cal, cataplasma,

cólera, cólera-morbo, dinamite, Omoplata, alface, elipse,

faringe, fruta-pão, libido, preá, síndrome, tíbia, variante,

omelete e os nomes terminados em –gem: pastagem,

lavagem, libidinagem, vagem.

São indiferentemente masculinos ou femininos: ágape

(refeição dos cristãos), aluvião, avestruz, caudal

(cachoeira), crisma, diabete, gambá, hélice, íris, juriti,

lama ou lhama, laringe, ordenança, renque (disposição de

coisas ou pessoas na mesma fileira, série), sabiá,

sentinela, soprano, suástica, tapa, trama (intriga), víspora.

Page 54: Apostila de língua_portuguesa (1)

54

Alguns possuem mais de um feminino: aldeão: aldeã,

aldeoa; deus: deusa, déia, diva; elefante: elefanta, aliá;

javali: javalinha, gironda; hóspede: hospeda, hóspede;

ladrão: ladra, ladrona, ladroa; melro: mélroa, melra;

pardal: pardoca, pardaloca, pardal; parente: parenta,

parente; parvo: párvoa, parva; polonês: polonesa, polaca;

vilão: vilã, viloa

Flexão é a variação que o substantivo apresenta para

expressar número (singular e plural), gênero (feminino e

masculino) e grau (aumentativo e diminutivo).

b) número:

singular

plural

Número

I- Formamos o plural com o acréscimo de –s aos

substantivos terminados em vogal ou ditongo

oral: criatura: criaturas; série: séries

Plural dos substantivos simples

Os terminados:

II- Em –m fazem o plural em –ns: fim: fins;

flautim: flautins; homem: homens

III- Em –z ou –r, fazem o plural acrescentando –es:

raiz: raízes, mar: mares

Observação: caráter: caracteres; Lúcifer: Lucíferes; júnior:

juniores; Júpiter: Júpiteres; sênior: seniores

IV- em –s, oxítonos ou monossílabos tônicos

recebem –es na formação do plural: país: países,

ananás: ananases

Observação: cais, cós e xis são invariáveis

V- em –s, paroxítonos, ficam invariáveis: lápis,

vírus

VI- em x com sílaba átona, não variam no plural: o

tórax: os tórax; o látex: os látex

VII- em L:

a- precedidos de a, e, o, u, trocam o L por IS:

animal: animais; papel: papéis; farol: faróis;

paul: pauis Observação: mal: males; cônsul:

cônsules; real: reis (moeda antiga)

Page 55: Apostila de língua_portuguesa (1)

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b- precedidos de i, formam o plural de duas

maneiras:

- os oxítonos trocam o L

por S: funil: funis; réptil:

réptis

- os paroxítonos trocam o

il por –eis: fóssil:

fósseis,; réptil: répteis

VIII- em –n, recebem –s: prótons, pólens e as formas

paralelas também: abdome: abdomens;

espécime: espécimes; germe: germes

IX- em ão:

Esses vocábulos provêm de palavras latinas terminadas

com os sufixos ANUM, ANEM, ONEM. No “Português”,

as palavras terminadas em –ão, fazem o plural com –ãos, -

ães e –ões, porque houve a dissolução analógica que

substitui as duas últimas terminações pela primeira:

singular plural

1- Christianum > cristão: christianus > cristãos

2- Panem > pão: panes > pães

3- Leonem > leão: leones > leões

a- substantivos terminados em –ão que recebem –s na

formação do plural:

acórdão (sentença): acórdãos; benção; cidadão; chão;

cristão; demão; desvão; golfão; grão; irmão; mão; órfão;

órgão; pagão; sótão; vão

b- substantivos terminados em –ão, que formam o plural

em –ões:

ação: ações; balão; botão; canção; coração; espião; folião;

formão; fração; grilhão; ladrão; lampião; lição, limão;

mamão; melão; procissão; razão; reunião; talão; tecelão;

verão e os aumentativos amigalhão, bobalhão, casarão,

etc.

c- mudam o –ão para –ães:

alemão: alemães; Bastião, cão; capelão; Catalão; capitão;

escrivão; guardião; pão; tabelião

d- admitem duas ou três formas de plural:

Page 56: Apostila de língua_portuguesa (1)

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alazão: alazões, alazães; aldeão: adeãos, aldeões, aldeães;

alão: -ãos, -ões, -ães; ancião (idem); anão: anãos, anões;

castelão: castelãos, castelões; cirurugião: cirurgiões,

cirurgiães; charlatão: charlatões, charlatães; corrimão:

corrimãos, corrimões; cortesão: cortesãos, cortesões;

deão: deãos, deões, deães; ermitão: ermitãos, ermitões,

ermitães; faisão (ave): faisões, faisães; fuão (fulano):

fuãos, fuões; guardião: guardiões, guardiães; hortelão:

hortelãos, hortelões; peão: peões, peães; refrão: refrãos,

refrães; rifão (provérbio): rifões, rifães; rufião (explorador de

mulheres): -ães, -ões; sacristão: -ãos; -ões; sultão: -ãos; -ões,

-ães; truão (bobo) –ões, -ães; verão: -ões, -ãos; vilão: -ãos,

-ões, -ães; vulcão: -ãos, -ões

X – Plural metafônico (singular (ô), plural (ó)):

Abrolho (planta), antolho (pala, tampa-olho), caroço;

choco, corcovo (salto de cavalo); corno; coro; corpo;

corvo; despojo (espólio); destroço (devastação); esforço;

escolho; fogo; forno; foro (pensão); forro; fosso (fossa);

imposto; jogo; miolo; molho; olho; osso; ovo; poço;

porco; porto; posto; povo; reforço; rogo; sobrolho

(sobrancelhas); socorro; tijolo; tremoço (grão de

tremoceiro); torto; troco; troço (pedaço de madeira,

multidão);

XI – Plural dos diminutivos terminados em –zinho e –

zito:

Lar: larzinho = lares = lare + Zinho + s = larezinhos

Flor: florzita = flores = flore + zita + s = florezitas

Rapaz: rapazito = rapazes = rapaze + Ito + s = rapazezitos

Coração: coraçãozinho = corações = coraçõe + zinho + s

= coraçõezinhos

XII – Mudança de sentido de substantivos, quando são

pluralizados:

Antolho: aparência; antolhos: pala para tampar o olho; ar:

camada gasosa que envolve a terra; ares: clima; féria:

soma dos salários da semana; férias: descanso; ferro:

metal; ferros: âncora, grilhões

Page 57: Apostila de língua_portuguesa (1)

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Particularidades

a- Plural dos nomes próprios: quando designam vários

indivíduos com o mesmo nome ou empregados

figuradamente, admitem o plural como os nomes

comuns: os Freitas, os Cunhas.

b- Plural dos nomes das letras: obedecem às regras

gerais ou duplicam a letra: o dê: os dês; o ce: os

cês; os bb, os uu.

c- Substantivos que só se empregam no plural:

afazeres, alvíssaras, anais (história), arredores,

avós, belas-artes, cãs, condolências, confins, copas,

espadas (naipes), fastos (anais), férias (descanso),

fezes, hemorróidas, mês (espírito, almas); matinas

(manhã), núpcias; óculos; olheiras; ouros (naipes);

parabéns, paus (naipes); pêsames; trevas, víveres

(mantimentos).

Plural dos substantivos compostos

1- Ambos elementos vão para o plural

Geralmente os elementos que são substantivos ou

adjetivos, vão para o plural:

a) substantivo + substantivo: couves-flores; cartas-

bilhetes; alunos-mestres; banhos-marias; cirurgiões-

dentistas; mestres-escolas; tenentes-coronéis;

traquéias-artérias

b) substantivo + adjetivo: capitães-mores; amores-

perfeitos; cabras-cegas; águas-fortes; águas-

furtadas; altares-mores; barrigas-verdes; cabeças-

chatas; cartões-postais

c) adjetivo + substantivo: altos-relevos; baixos-

relevos; boas-vidas; gentis-homens; más-línguas;

públicas-formas

d) os numerais ou os pronomes adjetivos dos

compostos vão para o plural: segundas-feiras;

meios-fios; meios-dias, padres-nossos

e) se a palavra guarda é um substantivo: guardas-

mores; guardas-civis; guardas-noturnos; guardas-

florestais; guardas-noturnos. Obs: “guardas-

marinha” não admite plural no segundo elemento.

O arco-íris: os arco-íris

Page 58: Apostila de língua_portuguesa (1)

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2- Apenas o primeiro elemento se pluraliza

a) unidos por preposição: pés-de-moleque; copos-de-

leite; mulas-sem-cabeça; galinhas-d’angola; pães-

de-ló; bicos-de-lacre; fogões-a-gás; estradas-de-

ferro; estrelas-do-mar; chefes-de-seção

b) o segundo elemento determina o primeiro

(exprimindo idéia de fim ou semelhança): navios-

escola; salários-família; mangas-rosa; peixes-boi;

pombos-correio; cafés-concerto; canetas-tinteiro;

papéis-moeda; decretos-lei; peixes-espada;

bananas-maçã; cajás-manga. Obs: a flexão de

ambos também é aceita.

3 – Varia apenas o segundo elemento

a) quando não há hífen: pontapés, clarabóias; fidalgos;

girassóis; madressilvas; santelmos; pernaltas

b) quando o primeiro elemento é palavra invariável

(preposição, advérbio, conjunção, interjeição ou

verbo): ave-marias (ave: salve); ex-diretores (adv.);

vice-reis; ex-governadores; vice-líderes (adv.);

ante-salas (prep.) ; contra-almirantes (prep.)

c) verbo + substantivo: beija-flores; arranha-céus;

caça-níqueis; vira-balas; bate-bolas

d) advérbio + adjetivo: sempre-vivas; abaixo-

assinados; bem-amados

e) palavras repetidas: quero-queros (ave); reco-recos;

tico-ticos; tique-taques; teu-téus (ave); pisca-piscas;

ruge-ruges (barulho das saias no chão); luze-luzes

(pirilampo); quebra-quebras (arruaça); chepe-

chepes (terreno pantanoso)

f) com os prefixos grão, grã e bel: bel-prazeres, gão-

priores; grã-cruzes

4 – Ficam invariáveis

a) verbo + advérbio: os bota-fora; os pisa-mansinho;

os cola-tudo; os ganha-pouco

b) verbo + substantivo plural: (o) (os) saca-rolhas;

louva-a-deus; pára-quedas

c) verbo + verbo: (o) (os) ganha-perde; leva-e-traz;

morde-e-assopra; diz-que-diz; entra-e-sai

Page 59: Apostila de língua_portuguesa (1)

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d) compostos de verbos de sentido oposto: (o) (os)

entra-e-sai; leva-e-traz; vai-e-volta

e) certas frases substantivas: (o) (os) bumba-meu-boi;

disse-me-disse; não-sei-que-diga

f) se a palavra guarda é um verbo: guarda-chuvas;

guarda-sóis; guarda-louças; guarda-roupas; guarda-

pós; guarda-comidas

5 – admitem mais de um plural: padres-nossos ou padre-

nossos; ruges-ruges ou ruge-ruges; salvos-condutos ou

salvo-condutos.

c) grau É a propriedade que as palavras tem de exprimir o

aumento ou a diminuição da grandeza do ser em relação

ao tipo médio ou normal: espada: grau normal; espadagão:

grau aumentativo; espadim: grau diminutivo.

Aumentativo:

- sintético: mulheraça,

cabeçorra

- analítico: mulher grande,

cabeça enorme

Diminutivo:

- sintético: menininha,

velhota

- analítico: menino

pequeno, velha

minúscula

Aumentativo sintético

Forma-se com sufixos aumentativos:

- ão: vozeirão; areão; garrafão; chapelão; amigão; malotão

- aça: barcaça; bocaça; mulheraça; fumaça; vidraça

- aço: balaço; ricaço; volumaço; vilanaço; animalaço;

mestraço

- achão: bonachão

- alha: muralha; fornalha

- alhão: amigalhão; bobalhão; facalhão; dramalhão

- alhaz: facalhaz

- ana: ratazana

- anca: festança

- anga: nariganga

Page 60: Apostila de língua_portuguesa (1)

60

- anzil: corpanzil

- ápula: manápula

- aréu: fogaréu, povaréu

- arra: bocarra, naviarra

- arro: atuarro (dim. de atum)

- arão: barrão, tubarão

- arrão: gatarrão; homenzarrão; macharrão; insetarrão;

santarrão

- asco: penhasco

- astro: medicastro; poetastro

- az: canaz; cartaz; fatacaz; facalhaz; ladravaz; machacaz;

lobaz

- ázio: copázio; balázio; gatázio; pratázio

- eirão: chapeirão; boqueirão; vozeirão

- eiro: cruzeiro

- erna: luzerna

- errão: beberrão

- iço: magriço

- ilhão: dentilhão

- ichão: dentilhão

- io: livrório

- jão: avejão

- oca: beijoca, beiçoca

- ona: mulherona, mocetona

- opla: manopla

- onha: carantonha

- orra: cabeçorra; beiçorra; manzorra

- pácio: cartapácio (carta)

- uça: dentuça

- ulho: pedregulho

- ulho: pedregulho

- zão: pezão

- zarrão: homenzarrão

Obs: Às vezes, o substantivo no aumentativo, funciona

como um aumentativo pejorativo (expressa desprezo):

gentalha; mulheraça; etc.

Aumentativo analítico:

Forma-se por meio dos adjetivos grande, enorme, imenso,

etc.: cidade imensa; homem grande.

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61

Diminutivo sintético:

Forma-se com sufixos diminutivos:

- acho: riacho; lobacho; fogacho; penacho; populacho

(povo)

- ato: lobato; sulfato

- culo: animálculo; corpúsculo; febrícula; vermículo;

opúsculo; versículo

- cula: radícula

- ebre: casebre

- eco: livreco

- eca: folheca

- eiro: ribeiro (rio)

- ejo: lugarejo; animalejo; vilarejo

- el: saquitel; cordel; povileu; fardel

- ela: ruela; magricela; colunela; ruela; radicela (raiz);

viela

- elo: portelo, colunelo

- elho: rapazelho; aselha (asa); artiguelho: francelho

- elha: chavelha, azelha

- éolo: ventéolo

- eta: maleta; cruzeta; lingüeta; banqueta; arvoreta; saleta;

faceta; sineta

- ete: diabrete; filete; bastonete; farolete; vagonete;

corpete

- eto: poemeto; coreto; folheto

- iço: burrico

- ica: marica

- iça: roliça

- icho: canicho; barbicha; rabicho

- iço: veranico; burrico; nanico; namorico; abanico

(abano)

- iço: aranhiço

- il: corpanzil; covil; pernil

- ilha: mantilha; palmilha; cartilha

-ilho: cintilho; (cinto); flotilha (frota); fitilho (fita);

cartilha; vidrilho; pecadilho (pecado), peitilho

- im: flautim; festim; camarim; selim; fortim; tamborim;

espadim

- ina: heroína

- ino: Antonino; pequenino

- inho (a) ou zinho: livrinho; avozinho; armarinho

- ino: pequenino

Page 62: Apostila de língua_portuguesa (1)

62

- iola: padiola

- isco: pedrisco; chuvisco

- ipso: galipso (galo); calipso (calo)

- ita: senhorita; florita; pequenita

- ito: mosquito; canito; animalito; palito, granito

- ixa: lagartixa

- oca: engenhoca

- oco: bicharoco

- olho: pimpolho

- ola: aldeola; gloríola

- olo: cochicholo; folíolo (folha); bolinholo, nucléolo

- oque: cavalicoque

- ota: lajota; bolota

- oto: garoto; maroto; perdigoto; picoto

- ote: serrote; caixote; saiote; rapazote; frangote

- uça: dentuça

- ucho: papelucho; casucha; gorducho

- ula: célula; partícula; gemula (gema); nótula; fórmula

- ulha: fagulha

- ulo: fascículo (feixe); glóbulo; grânulo; álula (asa);

nódulo; glóbulo; nódulo

- únculo: homúnculo; questiúncula; porciúncula

- úsculo: corpúsculo

- zito: cãozito; florezita; mãezita; pezito

Obs: Às vezes o substantivo no diminutivo expressa

carinho, ternura, afeto, piedade: filhinho, mãezinha,

irmãozinho, etc; ou pejorativo (desprezo, antipatia):

careta, livreco, papelucho, etc.

Os adjetivos que recebem os sufixos de grau adquirem

o valor de superlativo: espertinho: muito esperto;

bonitinho: muito bonito; bobão: muito bobo, etc.

II. Artigo: palavra que determina ou indetermina o

substantivo quando é colocada antes dele.

1. Classificação do artigo:

Definido: o, a, os, as. Usamo-los quando nos referimos

a um substantivo determinado: O menino chegou?

Indefinido: um, uma, uns, umas. Usamo-los quando

nos referimos a um substantivo indeterminado, isto é, um

entre vários: Um menino chegou lá.

2. Flexão do artigo:

Page 63: Apostila de língua_portuguesa (1)

63

a) gênero:

masculino: o, um

feminino: a, uma

b) número:

singular: o, a, um, uma

plural: os, as, uns, umas

Emprego do artigo

a) refere-se a uma espécie inteira: Os japoneses são

trabalhadores.

b) uso obrigatório conjuntamente com o adjetivo no

superlativo relativo: o mais..de; o menos...de: O

rock é o mais estridente de todos os ritmos.

c) denota familiaridade quando vem antes de nomes

próprios: A Lucinha estava aqui.

d) antes da palavra casa, não usamos, se ela se refere à

própria casa: Minha casa é meu lar.

e) é usado antes de nomes próprios geográficos: O Rio

Paranaíba já estava próximo.

f) denota aproximação quando anteposto ao numeral:

Ele teria uns 90 anos.

Omissões do artigo

a) antes de pronomes de tratamento: Vossa Senhoria

foi convidada.

b) antes das palavras terra e bordo: Em terra firme

quero ser mais forte.

c) antes de alguns nomes de cidades: Belo Horizonte

é um concreto armado no meu coração Obs: se vier

determinado por adjetivo ou locução adjetiva, o

uso é obrigatório: A Lisboa dos meus sonhos.

d) antes dos pronomes indefinidos certo, outro,

qualquer: Outro dia, eu a vi.

e) não pode ser repetido antes do superlativo e antes

do substantivo: Queriam as músicas as mais lindas.

Usos facultativo

a) antes dos pronomes adjetivos possessivos: A minha

casa. Minha casa.

Page 64: Apostila de língua_portuguesa (1)

64

Obs: A palavra artigo vem do grego e significa adaptar,

preparar. Do latim, veio do acusativo ILLUM e suas

formas antigas eram LO, LA. Há quem diz que o artigo

definido deriva-se de hoc, hac, hos, formas do ablativo do

singular e do acusativo do plural do demonstrativo latino

hic, hoe, hoc. Não havia artigo no latim clássico e quase

no fim do Império, começaram a antepor aos substantivos,

os demonstrativos ILLE, HICCE, HIS, que deu origem ao

artigo românico. ILLE: o, a, derivados do ablativo

singular HOC, HAC, com a queda do c e os e as dos

acusativos do plural HOS, HAS. O artigo definido

pertence à classe dos pronomes demonstrativos e o artigo

indefinido à classe dos pronomes indefinidos. O artigo EL

que existiu no português antigo, só aprece-nos usado na

expressão EL-REI

III - Adjetivo

Do latim “adietivum” de “ad icere” (por a par, justaposto

a, colocado ao lado de) é o nome variável, que modifica o

substantivo concedendo-lhe qualidade, defeito, aspecto,

modos do ser, propriedade, condição ou estado: menino

bom, ruim, pagão, libertino, louro, doente, rico, carnal,

humano.

Dividem-se em explicativos e restritivos:

1-Adjetivo explicativo: que atribui qualidade

essencial ao substantivo: água incolor; céu azul.

2-Adjetivo restritivo: denota qualidade,

propriedade, condição ou estado do ser: água

suja; céu nublado.

1. Formação do adjetivo:

primitivo e derivado

simples e composto

Primitivo: não tem origem em outra palavra: forte, feio.

Derivado: provém de outra palavra: fortificado; feioso.

Simples: formado de um só radical: brasileiro; mudo.

Composto: formado de mais de um radical: luso-

brasileiro; surdo-mudo.

2. Flexão do adjetivo:

a) gênero

Page 65: Apostila de língua_portuguesa (1)

65

masculino

feminino

Podem ser masculinos ou femininos

Uniformes: apresentam uma só forma para indicar os dois

gêneros: amigo leal; amiga leal.

Biformes: apresentam duas flexões, uma para cada

gênero: bom; boa.

Flexão:

a- terminados em EU passam a ÉIA:

ateu: atéia; hebreu: hebréia;

europeu: européia.

b- Terminados em ES, OR, OL e UL

passam a A: português: portuguesa;

espanhol: espanhola; cru: crua;

cantor: cantora.

c- Terminados em ÃO passam a

ONA; Ã e OA: órfão: órfã;

sabichão: sabichona; tabaréu:

tabaroa. Exceções: réu: ré; ilhéu:

ilhoa; judeu: judia; tabaréu:

tabaroa; sandeu: sandia.

d- Compostos: flexionam apenas o

último elemento: acordo luso-

brasileiro: relação luso-brasileira.

b) número

singular

plural

Segue as mesmas regras do substantivo: bom: bons;

saudável: saudáveis

a- os adjetivos compostos recebem a flexão,

apenas no último elemento: luso-brasileira(s)

b- designação de cor:

a) o último elemento se pluraliza: lenço azul-escuro;

lenços azul-escuros

b) os compostos formados de adjetivo + substantivo

ou substantivo + adjetivo, permanecem invariáveis:

Obs: substantivos usados como adjetivos que

correspondem à cor, em que se subentende a expressão

“da cor de”, permanecem invariáveis: anéis amarelo-ouro;

cuecas amarelo-palha; meias pérola; calcinhas abóbora;

cobertor rosa; cobertores rosa.

Adjetivos e suas locuções adjetivas correspondentes:

Page 66: Apostila de língua_portuguesa (1)

66

Adamantino: de diamantes; afio: que não se interrompe;

alectório: de galo; anoto: que não possui orelhas;

amudado: de mau humor; anacâmptico: que reflete a luz

ou o som; anserino: de ganso ou de pato antino: da flor;

argírio: de prata; arietino: de carneiro; avuncular: do tio,

tia; azerado: da cor do aço ou do chumbo; avoengo: do

avô; azoterado: com raiva; bombicino: de tonalidade

amarelo-pálida; capital: da cabeça; celular: da célula;

cervical: do pescoço; cinéreo: de cinza; coriáceo: de

couro; cróceo: da cor do açafrão; crural: da perna, da

coxa; dial: de cada dia; dilatório: que retarda; eferente:

que conduz do interior para o exterior; eôo: da aurora, do

oriente; epidíctico: cheio de aparato (discurso); éreo: de

cobre ou bronze; escalrichado: sem sabor; esplâncnico:

das víceras; esplênico: do baço; estibiado: de chumbo com

antimônio; estrito: que tem exatidão; estuante: quer ferve;

esurino: que provoca fome; etéreo: do éter; enxacoco: que

fala mal uma língua estrangeira qualquer; exangue: sem

sangue; expletivo: para encher ou completar; evo (é): que

é eterno; expletivo: para encher ou completar: falcato: da

forma de foice; fenido: que sofreu ferimento: feral:

relativo à fúnebre; ficiforme: em forma de figo; fidedigno:

digno de fé; flente: que chora; flutícolo: que habita no

mar; formicular: da formiga; fotelétrico: que transforma

energia luminosa em elétrica; fraterno: do irmão;

furfúreo: da farinha; genal: das faces; genicular: do

joelho; gípseo: de gesso; gris: de cor cinzento-azulada,

parda; havana: da cor castanho-clara; halial: do dedo

polegar: hesterno: do dia de ontem; hircino: do bode;

imbrífero: que traz chuva; incontinenti: sem controle;

infundibuliforme: de aspecto de funil; inguinal: da virilha;

inosso: sem sal; intorso: voltado para dentro; secorário: do

fígado; jocoso: que provoca riso; leporino: da lebre; letal:

da morte; letífero: que causa a morte; leucócomo: de

cabelos brancos; longímano: de mãos longas; maleiforme:

semelhante ao martelo; marcial: da guerra; nédio: de pele

lustrosa; nefasto: que causa a desgraça; nemoral: dos

bosques; neotérico: da mocidade; netuniano: do oceano;

numário: de medalhas; materno: da mãe; parietal: de

parede; pluvial: da chuva; preênsil: que segura ou agarra;

pudendo: que tem vergonha; paterno: do pai; precatório:

que se pede algo; prosaico: da prosa; quadrícipide: de um

Page 67: Apostila de língua_portuguesa (1)

67

músculo da coxa; salubre: com saúde; qüera: que não é

covarde; roaz: que rói; rocal: duro como pedra; roto: que

se rompeu; saporífero: que tem sabor; sarandie: sem

ocupação; saxifrugo: que dissolve pedras; seral: que

acontece durante a noite; sérico: da seda; setentrional: que

está no norte; sinápico: da mostarda; sorrateiro: que aje às

ocultas e astuciosamente; terrísono: de som aterrador;

tornadísso: à volta; torvo: que provoca horror; turino: de

incenso; vexativo: que afronta; vidual: de viuvez; vináceo:

do vinho; volátil: que voa.

Adjetivos pátrios: designam a origem, proveniência de

cidade, estado país, etc.:

Sufixos designativos: ACO: austríaco – AICO: hebraico,

judaico – ANO: baiano, mexicano –ÁTICO: asiático –

ENGO: judengo - ENHO: portenho, estremenho – ENO:

santareno, madrileno – ENSE: maranhense, caldense –

ÊS: português, inglês - ESCO: senegalesco – IO: índio,

sírio - ISTA: nortista, paulista – OTO: minhoto.

Abâncio: da Eubéia (antiga)

Abântico: da Gália-transalpina (povo celto-ibero-ligúrico)

Abios: da Cítia

Aças: povo pigmeu da África Central Açoriense, açoriano: Açores

Acreano: acre

Afegão, afegã:, afegane: Afeganistão Africano: África

Aimoreense: Aimorés

Alasquense, alasquiano: Alasca Alcobacense: Alcobaça

Alegretense: Alegrete

Alenquerense: Alenquer Alentejano: Alentejo

Alexandrino: Alexandria

Alfenense: Alfenas

Algarviense, algarvio: Algarve

Alhadense: de Alhadas (Portugal)

Alhandrense: Alhandra Alijoense: de Alijó

Aljubarrotense: Aljubarrota

Alpense, alpino: Alpes Almafitano: de Amáti (Itália)

Alsacioano: Alsácia

Alonos: da Mesopotâmia Alorita: de Aloro (Macedônia)

Amapense: Amapá

Amarantino: Amarante Amazonense, amazônico: Amazonas

Amparense: Amparo

Amsterdamês: Amsterdã Anapolino: Anápolis (GO)

Ancarense: Ancara

Andaluz: Andaluzia Angrense: Angra dos Reis

Antilhano, antilhense: Antilhas

Antuerpiano: Antuérpia Aracajuense: Aracaju

Aretino: Arezo

Argelinho: Argélia Armênio: Armênia

Asampatas: antigo povo da Cítia

Asclepitano: de Epidauro (cidade antiga da Argólida)

Ascreeu: de Ascra (antiga cidade da Beócia,

pátria de Hesíodo) Asculano: de Ásculo (antiga cidade de

Piceno)

Asdodita: de Asdod

Asenos: da Índia (antiga)

Aseus: da Cítia Asiática (antiga)

Assírio: Assíria Assisense: Assis

Assuanês: de Assua, Egito.

Asturiano: Astúrias Ataleense: de Ataléia (MG)

Atatinos: da antiga Sogdiana

Atramitas: antigo povo da Arábia Central Barriga verde: Santa Catarina

Bassutos: da África Austro-Central

Bequimõense: de Bequimão (Maranhão) Brusquense: de Brusque (Santa Catarina)

Buenairense; portenho: Buenos Aires

Coimbrão; conimbriense: Coimbra Capixaba: Espírito Santo

Page 68: Apostila de língua_portuguesa (1)

68

Caraquense ou salvadorenho: Caracas

Cipriota: Chipre

Damasceno: de Damasco (Síria)

Daomeano: de Daomé (África)

Decani: de Decão (Índia)

Egípicio: Egito Entebense: de Entebe (Uganda)

Erexinense: de Erexim

Erse: da alta Escócia Escalabitano: de Santarém

Etrusco: da Etrúria

Filandês ou finês: Finlândia Fueguino: da Ilha do Fogo

Gaúcho: Rio Grande do Sul

Gaélico: celtas da Inglaterra, Irlanda e Escócia

Galiense: da Gália, cidade de São Paulo

Galo: da França Gimnete: antigo povo da Índia e da Etiópia

Gitano: cigano espanhol

Grajau ou carajau: de Grajaú, Maranhão

Grajense: de Granja, Ceará

Guanchos: de Terenife

Hamburguense: de Novo Hamburgo, Rio Grande do Sul

Hamburguês: de Hamburgo, Alemanha

Hanoveriano: de Hanôver, Alemanha Heteu: antigo povo de Cannã, Palestina

Hieronímico: de São Jerônimo

Hierosomilitano: Belém Hispalense: de Sevilha

Hititas: povo antigo da Ásia Menor

Idumeu: da Iduméia, Ásia Iemenita: de Iêmem, Arábia

Iracemapolense: de Iracemápolis, São Paulo

Ireceense: de Irecê, Bahia Isodorense: de Major Isidoro, Alagoas

Jaboatense: de Jaboatão, Pernambuco

Jacutinguense: de Jacutinga, Minas Gerais

Jaguapitanense: de Jaguaraçu, Minas Gerais

Jaguaraçuense: de Jaguaraçu, Minas Gerais

Jaguarense: de Jaguarão, Rio Grande do Sul Jaguaribano: de Jaguaribe, Ceará

Jacarezinhense: de Jacarezinho, Paraná

Jaguaridense: de Jaguaripe, Bahia Jaguariense: de Jaguari, Rio Grande do Sul

Jaguarimense: de Jaguaruna, Ceará

Jambeirense: de Jambeiro, São Paulo Janaubense: de Janaúba, Minas Gerais

Jandaiense: de Jandaí, Goiás

Japirense: de Japira, Paraná Japoatanense: de Japoatã, Sergipe

Jarguaense: de Jaraguá, Goiás Jaraguariense: de Jaraguari, Mato Grosso

Jaraguariunense: de Jaguariúna, São Paulo

Jardinopolitano: de Jardinópolis, São Paulo Jarinense: de Jarinu, São Paulo

Jatiense: de Jati, Ceará

Jebuseu: povo antigo da Palestina Jecearense: de Jeceaba, Minas Gerais

Jequeriense: de Jequeri, Minas Gerais

Jequiense: de Jequié, Bahia Jequitaiense: de Jequiteí, Minas Gerais

Jequitibaense: de Jequitibá, Minas Gerais

Jeremoabense: de Jeremoabo, Bahia Jericuntino: de Jericó, Palestina

Jeronimense: de São Jerônimo, Paraná

Jesuanense: de Jesuânia, Minas Gerais Jesuense: de Bom Jesus, RS, BA, PI

Jiqueiriçaense: de Jequiriça, Bahia

Joaçabense: de Soaçaba, Santa Catarina Joaimense de Joaima, Minas Gerais

Joaquinense: de São Joaquim, Santa Catarina

ou São Paulo

Jucurutuense: de Jucurutu, Rio Grande do

Norte

Juiz-forense: de Juiz-de-Fora, Minas Gerais

Juliopolita: de Julinópolis, Bitínia e Egito Jundiaiense: de Jundiaí, São Paulo

Junqueirense: de Junqueiro, Alagoas

Junqueiropolense: de Junqueirópolis, São Paulo

Juraiense: de Juraia, Minas Gerais

Lambariense: de Lambari, Minas Gerais Lapense: de Bom Jesus da Lapa, Bahia

Lavrense: de Lavras, Minas Gerais e Ceará

Lemense: de Lema, São Paulo Leonês: de Leão, Espanha

Lésbio: de Lesbos

Letão: da Letônia Libertense: de Liberdade, Bahia

Líbio: da Líbia, África do Norte

Lídio: da Lídia, Ásia Menor

Lígure: da Ligúria, Itália

Londrinense: de Londrina

Londrino: de Londres Linense: de Lins, São Paulo

Lionês ou lugdunense: de Lião, França:

Lisboeta: Lisboa Lobatense: de Monteiro Lobato

Lombardo: da Lombardia

Lorenense: de Lorena, São Paulo Luandense: de Luanda, Angola

Ludovicense: de São Luís

Luxemburguês: de Grão-ducado de Luxemburgo

Macaense: de Macau

Madagascarense ou malgaxe: de Madagascar (ilha do mar das Índias)

Madalenense: de Santa Maria Madalena, Rio

de Janeiro

Madrileno ou madrilense ou madrilês: de

Madri

Mafrense: de Mafra, Santa Catarina Marajoara: da Ilha de Marajó

Magalhense: de Magalhães de Almeida,

Maranhão Mageense: de Magé, Rio de Janeiro

Magiar ou húngaro: da Hungria

Maiorquino: da Ilha de Majorco Malagenho: de Málaga, Espanha

Malaio: da Malásia

Maltês: da Ilha Malta (Mediterrâneo Central) Manchú: da Manchúria

Mangaratibano: de Mangaratiba, Rio de Janeiro

Maraãense: do Maraã, Amazonas

Marabaense: de Marabá Paulista Maracajuano ou maracajuense: de Maracaju,

Mato Grosso

Marajoara: da Ilha de Marajó, Pará Marata: da Índia meridional

Maratônio: de Maratona

Marcelinense: de Marcelino Vieira, Rio Grande do Norte

Matoense: de Matões, Maranhão

Matonense: de Matão, São Paulo Matrilense ou madrilenho: de Madri,

Espanha

Mauriense: de São Mauro Medo: da Média, Ásia

Minhoto: de Minho, Portugal

Minorquino: de Minorca, Espanha Mirandês: de Miranda, Portugal

Missão-velhense: de Missão Velha, Ceará

Page 69: Apostila de língua_portuguesa (1)

69

Moabita: de Moab

Mocoquense: de Mococa, São Paulo

Moçoroense: de Moçoró, Rio Grande do Sul

Modenense: de Módena, Itália

Montenegrino: de Montenegro, Europa

Moreota: da Moréia, Grécia Moscovita: de Moscou, Rússia

Napolitano: Belém

Navarro: de Navarra, Espanha Nazareno: de Nazaré (Palestina e Bahia),

Nazareno(MG), Nazaré da Mata (PE)

Neandertalense: de Neandertal, Alemanha Nórdico: do norte europeu: suecos,

dinamarqueses, noruegueses

Nórico: da Nórica, Áustria Numantino: da Numância

Orleanês: de Orleans, França

Ourense: de Conceição dos Ouros, Minas Gerais

Ouro-pretano: de Ouro Preto, Minas Gerais

Pacenho: La Paz

Pacotiense: de Pacoti, Ceará

Paduano: de Santo Antônio de Pádua, Rio de

Janeiro Penafidelense: de Penafiel, Portugal

Permiano: de Perm, Rússia

Pindense: Pindamonhangaba Potiguar; Rio Grande do Norte

Quatrumano: sertanejo do Rio São Francisco

Remense: de Reims, França

Resendense: de Resende, Rio de Janeiro

Rifenho: do Rife, África

Romeno: Romênia

Sabeu: de Sabá

Salamanquense: da Salamanca

Salmantino: da Salamanca Salvadorenho: da República do Salvador

Samaritano: da Samaria

Sâmio: da Ilha de Samos Samoiedeos: da União Soviética, região do

Mar Branco

Santuense: de Santo Antônio de Iça, Amazonas

Sardo: da Sardenha

Serra-pretense: de Serra Preta, Bahia Sete-lagoano:de Sete Lagoas, Minas Gerais

Setubalense: de Setúbal, Portugal

Siberiano: da Sibéria, Rússia Sionita: Sião

Singalês, sintrão: da Ilha de Ceilão

Sorocabano: de Sorocaba, São Paulo

Soteropolitano: de São Salvador (BA)

Suliota: do Suli, Grécia antiga

Tarraconense: de Tarragona, Espanha Tunisino: da Tunísia ou da cidade de Tunis,

África

Ubaense: de Ubá, Minas Gerais Ubajarense: de Ubajara, Ceará

Ubatubense: de Ubatuba, São Paulo

Vimaranense:Guimarães

c) grau

exprime o aumento ou a diminuição de grandeza do ser

em relação ao tipo médio ou normal

de igualdade: Maria é tão inteligente

quanto Pedro.

comparativo de superioridade analítico:

Maria é mais inteligen-

te que

Antônio.

Sintético:

Maria é inteligentíssi-

ma

de inferioridade: João é menos

inteligente que Maria.

relativo de inferioridade: Ele era o

menos esperto da sala.

superlativo

analítico: Ele era

amabilíssimo.

absoluto

Page 70: Apostila de língua_portuguesa (1)

70

sintético: Ele era muito

amável.

3. Locução adjetiva

Expressão formada de uma preposição com um

substantivo: O amor de irmão (fraterno); carne de vaca

(bovina).

IV. Numeral

1. Classificação do numeral:

cardinal

ordinal

multiplicativo

fracionário

Classificação dos numerais

Cardinais: indicam quantidade: um, dois, três, quatro...

Ordinais: indicam ordem: primeiro, segundo, terceiro...

Multiplicativos: exprimem aumento proporcional da

quantidade: duplo/dobro, triplo/tríplice, quádruplo,

quíntuplo, sêxtuplo, séptuplo, óctuplo, nônuplo, décuplo,

cêntuplo...

Fracionários: exprimem a diminuição proporcional da

quantidade: meio, terço, quarto, quinto, sexto, sétimo,

oitavo, nono, décimo, vigésimo, centésimo, milésimo,

milionésimo, doze avos, trinta e quatro avos, etc.

cardinais ordinais multiplicativos

fracionários

um primeiro (simples) -

dois segundo dobro, duplo

meio

três terceiro triplo, tríplice

terço

quatro quarto quádruplo

quarto

cinco quinto quíntuplo

quinto

seis sexto sêxtuplo

sexto

Page 71: Apostila de língua_portuguesa (1)

71

sete sétimo sétuplo

sétimo

oito oitavo óctuplo

oitavo

nove nono nônuplo

nono

dez décimo décuplo

décimo

onze décimo primeiro undécuplo

onze avos

doze décimo segundo duodécuplo

doze avos

treze décimo terceiro -

treze avos

quatorze décimo quarto -

catorze avos

quinze décimo quinto -

quinze avos

dezesseis décimo sexto -

dezesseis avos

dezessete décimo sétimo -

dezessete avos

dezoito décimo oitavo -

dezoito avos

dezenove décimo nono -

dezenove avos

vinte vigésimo -

vinte avos

trinta trigésimo -

trinta avos

quarenta quadragésimo -

quarenta avos

cinqüenta qüinquagésimo -

cinqüenta avos

sessenta sexagésimo -

sessenta avos

setenta septuagésimo -

setenta avos

oitenta octogésimo -

oitenta avos

noventa nonagésimo -

noventa avos

Page 72: Apostila de língua_portuguesa (1)

72

cem, cento centésimo cêntuplo

centésimo

duzentos ducentésimo -

ducentésimo

trezentos trecentésimo -

trecentésimo

quatrocentos quadringentésimo -

quadringentésimo

quinhentos qüingentésimo -

quingentésimo

seiscentos sexcentésimo -

sexcentésimo

setecentos septingentésimo -

septingentésimo

oitocentos octingentésimo -

octingentésimo

novecentos nongentésimo -

nongentésimo

mil milésimo -

milésimo

milhão milionésimo -

milionésimo

bilhão bilionésimo -

bilionésimo

trilhão trilhionésimo -

trilhionésimo

2. Flexão do numeral É a palavra que simboliza nome de número.

a) gênero: “um”, “dois”, e as centenas a partir de

“duzentos”, os ordinais e os fracionários apresentam

masculino e feminino.

masculino: um, dois, meio, primeiro, segundo, etc...

feminino: uma, duas, meia, primeira, segunda, etc...

b) número: alguns numerais apresentam esta flexão.

singular: um, primeiro, segundo,

plural: uns, primeiros, segundos,

Obs: Os coletivos (conjunto de elementos com número

exato) sofrem flexão de número: bíduo, bimestre, centena,

centenário, decálogo, decúria, dezena, dístico, dúzia,

Page 73: Apostila de língua_portuguesa (1)

73

grosa, lustro, milênio, milheiro, novena, par, quarentena,

quarteto, quina, qüinqüênio, resma, semestre, septênio,

sesquicentenário, sexênio, sextilha, terceto, terno, trezena,

triênio, trinca. Não confunda: não são numerais, mas

adjetivos: “último”, “anterior” e derivados. Ambos,

ambas: substituem o cardinal “os dois”. 14 e 50 podem ser

grafados de dois modos: quatorze ou catorze; cinquenta

ou cincoenta (forma do séc. XIII), mas cincoenta e hum

(bancária) é inadequada no padrão-formal culto. 2.000º

em diante é grafado o primeiro número como cardinal, o

ordinal como primeiro número, como segunda opção:

2032º: dois milésimo trigésimo segundo (segundo

milésimo trigésimo segundo). Milhão, bilhão e trilhão,

podem ser grafados milião, bilião, trilião e recebem flexão

de número: milhões, bilhões, etc... Na leitura e na escrita

dos cardinais devemos intercalar a conjunção “e” entre as

unidades, as dezenas e as centenas: vinte e dois;

seiscentos e oitenta e nove. Não se emprega a conjunção

“e” entre o milhar e a centena: mil duzentos e trinta e seis.

Quando a centena começar por zero usamos a conjunção

“e”: quatro mil e quarenta e quatro e, quando a centena

terminar por dois zeros: dois mil e oitocentos. Quando a

centena começar por zero e quando ela terminar por dois

zeros, temos que intercalar a conjunção “e”: 7.022: sete

mil e vinte e dois; 2.800: dois mil e oitocentos. Na escrita

de numerais muito extensos, empregamos

obrigatoriamente o “e” entre os elementos de uma mesma

ordem de unidade. Quando passamos de uma ordem a

outra, omitimos a conjunção: 343 286: trezentos e

quarenta e três mil duzentos e oitenta e seis; 124 876 321:

cento e vinte e quatro milhões oitocentos e setenta e seis

mil trezentos e vinte e um. Palavras que se referem a

numerais: biênio: dois anos; tríduo: três dias; triênio: três

anos; qüinqüênio: cinco anos; sesquicentenário: cento e

cinqüenta anos; terceto, dueto, quintilha quadrimotor,

bienal (de dois em dois anos), século, centena, dezena. Os

multiplicativos: duplo, dobro, triplo, quádruplo, quíntuplo,

sêxtuplo, sétuplo, óctuplo, nônuplo, décuplo, cêntuplo.

Nos campeonatos usamos os gregos: campeão, bi-

campeão, tri-campeão, tetra, penta, hexa, septa, octa,

nônupla, deca, undeca, duodeca, etc....

Page 74: Apostila de língua_portuguesa (1)

74

Emprego:

a- Para se referir aos dias do mês e às horas,

usamos os cardinais: primeiro de dezembro;

dois de dezembro, viemos às vinte horas.

b- Na designação de portarias, decretos e leis,

usamos o ordinal até o nono e o cardinal de

dez em diante: artigo oitavo, artigo dez; lei

vinte e dois, lei oitava; decreto nono, decreto

dez.

c- Usamos os ordinais até o décimo e, os

cardinais de onze em diante, na designação

de partes de uma obra, de papas, reis séculos

e imperadores: século IX, século XX, papa

onze, papa décimo, Henrique décimo, João

onze.

d- Se a palavra CASA está indicando a ordem

de sua colocação entre outras, e se o numeral

vem depois do nome, usamos o cardinal.

e- Usamos o cardinal após a palavra DIA (mas

não quando o numeral for PRIMEIRO, aqui

podemos representá-la pelo cardinal ou pelo

ordinal): dia 1º/9/68 ou dia 1/9/68.

f- Nas datas usamos os cardinais, a não ser no

primeiro dia do mês, em que usamos o

ordinal: 1º/9/68.

V – Pronome: palavra que não dá nome ao ser, mas o

representa, se se refere a ele.

1. Classificação do pronome

reto: eu, tu, ele, ela, nós, vós,

eles, elas

pessoal oblíquo (reflexivo, não

reflexivo): tônicos: mim,

comigo, ti, contigo, si, consigo,

conosco, convosco,

si, consigo, eles, elas; átonos:

me, te, se, lhe, o a, se,

nos, vos, lhes, se, os, as

de tratamento:

Page 75: Apostila de língua_portuguesa (1)

75

você (tratamento familiar), o

senhor, a senhora (o Sr. a Sra)

(tratamento cerimonioso)

Vossa Senhoria (V. Sa)

(funcionários públicos graduados

ou à pessoas com certa

cerimônia);

Vossa Excelência (V. Exa.) (altas

autoridades do governo)

Vossa Majestade (V.M.) (reis,

imperadores)

Vossa Alteza (V.A) (príncipes,

duques, condes)

Vossa Santidade (V.S.) (papas);

Vossa Eminência (V. Ema)

(cardeais);

Vossa Magnificência (V. Maga)

(reitores de universidades);

Vossa Paternidade (abades)

Vossa Reverendíssima (V.

Revma

) (sacerdotes)

Meritíssimo: juízes

Observação a respeito dos pronomes de tratamento: aqueles do tipo protocolar são empregados na

correspondência oficial, bancária, comercial e ambientes de elevado respeito.. Usamos o possessivo VOSSA para a pessoa com quem se fala e SUA para a pessoa de quem se fala. Para nos dirigir a

pessoas de hierarquia usamos um pronome de tratamento e a saudação: CIVÍS = Cônsul: Ex.mo Sr.

Cônsul do.../ Prezado Sr. Cônsul; Deputado: Ex.mo Sr. Deputado/ Prezado Sr. Deputado; Embaixador: Ex.mo Sr. Embaixador do../ Prezado Sr. Embaixador; Governador: Ex.mo Sr. Governador/

Excelentíssimo Senhor; Juiz: Meritíssimo Sr. Juiz/ Prezado Senhor; Ministro: Ex.mo Sr... DD.

Ministro do.../ Excelentíssimo Senhor; Presidente da Assembléia Legislativa: Ex.mo Sr.... DD. Presidente da Assembléia Legislativa/ Excelentíssimo Senhor; Presidente da Câmara dos Deputados:

Ex.mo Sr. ... DD. Presidente da Câmara dos Deputados/ Excelentíssimo Senhor; Presidente da Câmara

dos Vereadores: Ex.mo Sr. ... DD. Presidente da Câmara dos Vereadores; Presidente da República: Ex.mo Sr. ... DD. Presidente da República do Brasil/ Excelentíssimo Senhor; Reitor: Ex.mo Sr.

Magnífico Reitor da Universidade.../ Excelentíssimo Senhor; Senador: Ex.mo Sr. Senador.../ Muito

honrado Senhor; Vice-Presidente da República: Ex.mo Sr. ... DD. Vice-Presidente da República do.../ Excelentíssimo Senhor; ECLESIÁSTICOS = Abade: A Sua Paternidade o Abade.../ Reverendíssimo

Senhor; Arcebispo: Ex.mo e Ver.mo Sr. Arcebispo.../ Reverendíssimo Prelado; Bispo: Ex.mo e Ver.mo

Bispo .../ Reverendíssimo Prelado; Cardeal: Em.mo Sr. Cardeal .../ Eminentíssimo Senhor; Deão:

Ver.mo Ser. Deão .../ Reverendíssimo Senhor; Madre Superiora: Ver.ma Sra Madre Superiora .../

Reverendíssima Madre; Ministro: Ex.mo Sr. Rev.o ... / Senhor Reverendo; Monsenhor: Rev.mo Sr.

Mons. .../ Reverendíssimo Senhor; Núncio: Em.mo Sr. Núncio Apostólico .../ Eminentíssimo Senhor; Padre: Rev.mo Sr. P.e .../ Reverendíssimo Padre; Papa: A Sua Santidade o Papa .../ Beatíssimo Padre;

Rabino: Ex.mo Sr. Rev.o .../ Senhor Reverendo; MILITARES = Almirante: Il.mo Sr. Almirante ... /

Prezado Senhor; Capitão-de-mar-e-guerra: Il.mo Sr. Capitão-de-mar-e-Guerra .../ Prezado Senhor; Comandante General: Ex.mo Sr. Com. Gen. .../ Excelentíssimo Senhor; Coronel: Il.mo Sr. C.el .../

Prezado Senhor; General: Ex.mo Sr. Gen. .../ Excelentíssimo Senhor; General (Ministro da Guerra):

Ex.mo Sr. Gen. ... DD. Ministro da Guerra/ Excelentíssimo Senhor; Major: Il.mo Sr. Maj. ... / Senhor Major; Major General: Ex.mo Sr. Maj. Gen. .../ Excelentíssimo Senhor; Tenente: Il.mo Sr. T.te ..../

Prezado Senhor; Tenente-Coronel: Il.mo Sr. T.te C.el .../ Prezado Senhor. A forma “consigo” é

composto de “com” e “sigo” ( pronome. de terceira pessoa singular reflexivo) e só se pode referir ao sujeito da oração que esteja na terceira pessoa singular: Não usamos “Irei consigo”, mas “Irei com

você”, porém podemos usar: “Ele pensou consigo mesmo”. “Disse ela de si para consigo”.

Page 76: Apostila de língua_portuguesa (1)

76

possessivo: meu(s), minha(s), teu(s), tua(s), seu (s),

sua(s), nosso(s), nossa(s), vosso(s), vossa(s).

demonstrativo: localiza o ser no espaço ou no

tempo, com relação às pessoas do discurso, são variáveis

1a pessoa: este, esta; 2

a: esse, essa; 3

a aquele, aquela;

invariáveis: 1a: isto; 2

a: isso e 3

a: aquilo (são também

chamados de pronomes dêiticos).

indefinido: dão um sentido vago, impreciso ao ser

ou exprimem quantidade indeterminada; referem-se à

terceira pessoa do discurso; são variáveis: algum(s),

alguma(s), nenhum(a)(s), certo(a) (s), muito(a) (s),

outro(a)(s), pouco(a)(s), todo(a)(s), vário(a)(s),

tanto(a)(s), quanto(a)(s), qualquer, quaisquer, diversos

(as), um(a)(s), tamanho(a)(s). Invariáveis: alguém,

ninguém, cada, outrem, tudo, nada, algo, que.

interrogativo: introduzem uma interrogação,

pergunta, são variáveis: qual, quais, quanto(a)(s) e

invariáveis: quem, que.

relativo: representam um termo mencionado

anteriormente: que, quem, onde, cujo(a)(s), o qual, a qual,

os quais, as quais, quanto(a)(s).

2. Flexão do pronome:

a) gênero:

masculino

feminino

b) número:

singular

plural

c) pessoa:

primeira

segunda

terceira

3. Locução pronominal: cada um, cada qual, quem quer

que, todo aquele que, seja quem for, seja qual for.

Nota – Os que fazem às vezes de substantivo

chamam-se pronomes substantivos; os que

acompanham o substantivo, pronomes adjetivos.

Page 77: Apostila de língua_portuguesa (1)

77

VI – Verbo: palavra que exprime ação, estado, fenômeno

por meio do modo, tempo, pessoa, número e voz.

1. Classificação do verbo:

regular: seguem um modelo comum de

conjugação, um mesmo paradigma.

irregular: sofrem alterações no radical e nas

terminações.

anômalo: apresentam radicais com profundas

alterações, como o verbo “ser” e “ir”, porque suas formas

provêm de radicais latinos. “Ser” veio das formas latinas

“esse”, “sedere”, “fugere”. As formas que tem “e” (eram,

eram) vieram de “esse”; as que têm “s” (sou, seremos) de

“sedere” (de onde também se fez o Imperativo

Afirmativo: sê tu, sede vós); em “f” (foi, foram) de

“fugere”. Do verbo “ir” as formas em “i” (ia, irei) vieram

de “ire”; em “v” (vamos, vades) de “vadere”; em “f” (fui,

fôramos) de “fugere”

defectivo: não possuem conjugação completa,

falta-lhes alguns tempos e pessoas. Temos os verbos que

só se conjugam nas formas em se mantém o “i” da

terminação: advir, adir, aguerrir, combalir, compelir,

demolir, embair, empedernir, esbaforir, extorquir, falir,

florir, fornir, polir, remir, ressarcir, retorquir. Outros sós

são conjugados nas formas em que ao radical se segue “i”

ou “e”: abolir, aquiescer, aturdir, banir, bramir, brandir,

colorir, carpir, combalir, demolir, discernir, exaurir,

fremir, fulgir, imergir, impingir, ruir, ungir. O verbo

“reaver”, derivado de haver, só existe nas formas em que

no verbo haver aparecer o “v”. O verbo “precaver-se”

segue o modelo da segunda conjugação conjugado na

primeira e segunda pessoas do plural no presente do

indicativo; segunda do plural no imperativo afirmativo, no

imperativo negativo e presente do subjuntivo, não existe.

Alguns impessoais são defectivos, porque não tem sujeito

e só são conjugados na terceira pessoa do singular:

Choveu, ventava, havia, (fazer) faz, fez, florescer, uivar,

latir.

abundante: apresentam duas ou mais maneiras de

exprimir uma forma verbal, temos as formas regulares

(aceitado, anexado) e as formas irregulares (aceito,

anexo).

Page 78: Apostila de língua_portuguesa (1)

78

auxiliar: verbo que se junta ao principal, para

auxiliá-lo na conjugação dos tempos compostos.

Lista dos verbos abundantes regulares e irregulares:

Em geral, emprega-se a forma regular com os auxiliares ter e haver na voz ativa, ficando o

particípio invariável (tenho aceitado), e a forma irregular com os auxiliares ser e estar (ser

aceito/aceitado). tornando-se o particípio variável. As formas irregulares são empregadas

como adjetivos.

Infinitivo particípio regular particípio

irregular

Absorver absorvido absorto

Aceitar aceitado aceito

Acender acendido aceso

Adquirir adquirido aquisto

Afligir afligido aflito

Agradecer agradecido grato

Anexar anexado anexo

Aprontar aprontado pronto

Assentar assentado assente

Atender atendido atento

Benzer benzido bento

Benquistar benquistado benquisto

Cativar cativado cativo

Cegar cegado cego

Circundar circundado circunciso

Completar completado completo

Comprimir comprimido compresso

Concretar concretado concreto

Confessar confessado confesso

Conhecer conhecido cógnito

Convencer convencido convicto

Conter contido conteúdo

Corrigir corrigido correto

Cultivar cultivado culto

Curvar curvado curvo

Descalçar descalçado descalço

Despertar despertado desperto

Devolver devolvido devoluto

Dirigir dirigido direto

Dispersar dispersado disperso

Dissolver dissolvido dissoluto

Distinguir distinguido distinto

Page 79: Apostila de língua_portuguesa (1)

79

Eleger elegido eleito

Entregar entregado entregue

Enxugar enxugado enxuto

Esconder escondido escuso

Estreitar estreitado estreito

Escusar escusado escuso

Excetuar excetuado exceto

Excluir excluído excluso

Expressar expressado expresso

Exprimir exprimido expresso

Expulsar expulsado expulso

Extremar extremado extremo

Faltar faltado falto

Fartar fartado farto

Findar findado findo

Frigir frigido frito

Fixar fixado fixo

Ganhar ganhado(desus.) ganho

Gastar gastado gasto

Ignorar ignorado ignoto

Infetar infetado infeto ou

infecto

Infestar infestado infesto

Inserir inserido inserto

Libertar libertado liberto

Limpar limpado limpo

Livrar livrado livre

Manifestar manifestado manifesto

Matar matado morto

Misturar misturado misto

Morrer morrido morto

Murchar murchado murcho

Nascer nascido nato ou nado

Ocultar ocultado oculto

Prender prendido preso

Quitar quitado quite

Remover removido remoto

Requisitar requisitado requisito

Resolver resolvido resoluto

Restringir restringido restrito

Romper rompido roto

Salvar salvado salvo

Page 80: Apostila de língua_portuguesa (1)

80

Situar situado sito

Submeter suspendido submisso

Suprimir suprimido supresso

Surgir surgido surto

Suspender suspendido suspenso

Suxar (afrouxar) suxado suxo

Tender tendido tenso

Tingir tingido tinto

Torcer torcido torto

2. Conjugações:

Três são as conjugações:

a 1ª com o tema terminado em a: cantar, falar, chamar.

a 2ª com o tema terminado em e: fazer, correr, perder.

a 3ª com o tema terminado em i: ferir, sorrir, pedir.

Formação do verbo:

primitivo e derivado: componho, decomponho.

simples e composto – simples: uma só forma verbal: eu

canto; compostos: uma forma verbal que é o auxiliar e

outra, o principal: tenho cantado.

3. Flexão verbal

a) modo: indica a atitude da pessoa em relação ao fato

que enuncia.

indicativo: enuncia um fato como real, concreto.

subjuntivo: enuncia o fato como desejado, suposto ou

julgado possível.

imperativo: indica ordem, desejo, súplica, convite e

exortação.

b) formas nominais do verbo: funcionam como nomes,

além de seu valor verbal. Participam da natureza do verbo

e do nome, substantivo ou adjetivo,e do advérbio.

flexionado

infinitivo pessoal não flexionado

impessoal

pessoal (flexionado): vender, venderes, vender,

vendermos, venderdes, venderem: (não flexionado):

vender; impessoal: vender.

gerúndio: forma verbal com a terminação –ndo:

cantando, falando.

Page 81: Apostila de língua_portuguesa (1)

81

particípio: forma verbal, que no passado, quando

regular, apresenta as terminações –do, -to: falado, feito. infinitivo: participa da natureza do substantivo, exercendo uma de suas

funções: Esquecer era-lhe uma constante (O esquecimento...): gerúndio:

participa da natureza do advérbio, indicando uma circunstância em que se

dá o fato: água fervendo (fervente), estudando conseguirei (modifica o

verbo): particípio: tem valor de adjetivo: estava perdido entre a multidão.

Observações sobre o uso do infinitivo flexionado: 1- sempre que estiver

acompanhado de um nominativo sujeito, nome ou pronome (quer igual ou

de outro verbo, quer diferente): Declaramos (nós) estarem (eles)

saudáveis. 2- sempre que se tornar necessário, destacar o agente, e a ação

referir especialmente a um sujeito, para esclarecer o pensamento, ele

concordará com o sujeito que temos em mente: Viu partirem as duas

mulheres. 3- quando o autor quer relevar a pessoa a que o verbo se refere:

Pode você ser o maioral, que não me importo.

Obs: Tem o nome de infinitivo (ou infinito), porque é uma forma

invariável em todas as línguas, entretanto na Língua Portuguesa tem

formas iguais com a 1a e a 3

a pessoas do Futuro do Subjuntivo.

c) tempo: indica o momento em que se dá o fato expresso

pelo verbo.

presente: eu canto, eu corro, eu falo

imperfeito: se eu cantasse, se eu

corresse

pretérito perfeito simples: eu cantei, eu

corri

composto: tenho

cantado, tenho corrido

mais-que-perfeito simples: se eu

cantasse

composto:

tinha cantado

simples: cantarei,

correrei

do presente composto: for

cantado

futuro

do pretérito simples: cantaria,

correria, amaria (veio

do antigo condicional:

amar + havia)

Page 82: Apostila de língua_portuguesa (1)

82

composto: tenha

sido cantado

d) número:

singular

plural

e) pessoa:

primeira: eu, nós

segunda: tu, vós, você

terceira: ele(a), ele(a)s

f) voz: indica o relacionamento do sujeito com o processo

verbal.

ativa: o sujeito é agente da ação verbal: Ele quebrou o

vaso.

passiva com auxiliar: o sujeito é paciente: O vaso

foi quebrado por ele.

reflexiva com pronome apassivador: o sujeito é

agente e paciente simultaneamente: Ele se barbeou.

5. Locução verbal: dois ou mais verbos que se juntam

para representar o valor de um, em que o(s) auxiliar(es)

antecedem o principal: tenho estudado; queria estar

estudando; tentou ficar esperando chover; está querendo

suportar agüentar estudar.

Notas – a) O verbo pôr (e os dele formados) constitui

anomalia da 2ª conjugação;

c) a denominação futuro do pretérito “amaria”

(simples e composto) substitui a de condicional

“amar havia” (simples e composto).

Conjugação verbal de verbos regulares – CANTAR

– 1a conjugação

INDICATIVO SUBJUNTIVO

IMPERATIVO

Presente Pret. imperf. Presente

Afirm.

canto cantava cante

-

cantas cantavas cantes

canta

Page 83: Apostila de língua_portuguesa (1)

83

canta cantava cante

cante

cantamos cantávamos cantemos

cantemos

cantais cantáveis canteis

cantai

cantam cantavam cantem

cantem

Pret. Perf. Pret. mais –q.-perf. Pret. imperf

Neg. (não...)

cantei cantara cantasse

-

cantaste cantaras cantasses

cantes

cantou cantara cantasse

cante

cantamos cantáramos cantássemos

cantemos

cantastes cantáreis cantásseis

canteis

cantaram cantaram cantassem

cantem

Fut. do pres. Fut. do pret. Futuro

GERÚNDIO

Cantarei cantaria cantar

cantando

Cantarás cantarias cantares

Cantará cantaria cantar

Cantaremos cantaríamos cantarmos

PARTICÍPIO

Cantareis cantaríeis cantardes

Cantarão cantariam cantarem

cantado

VENDER – 2a conjugação

INDICATIVO SUBJUNTIVO

IMPERATIVO

Presente Pret. imperf. Presente

Afirm.

vendo vendia venda

-

vendes vendias vendas

vende

Page 84: Apostila de língua_portuguesa (1)

84

vende vendia venda

venda

vendemos vendíamos vendamos

vendamos

vendeis vendíeis vendais

vendei

vendem vendiam vendam

vendam

Pret. Perf. Pret. mais –q.-perf. Pret. imperf

Neg. (não...)

vendi vendera vendesse

-

vendeste venderas vendesses

vendas

vendeu vendera vendesse

venda

vendemos vendêramos vendêssemos

vendamos

vendestes vendêreis vendêsseis

vendais

venderam venderam vendessem

vendam

Fut. do pres. Fut. do pret. Futuro

GERÚNDIO

venderei venderia vender

vendendo

venderás venderias venderes

venderá venderia vender

venderemos venderíamos vendermos

PARTICÍPIO

vendereis venderíeis venderdes

venderão venderiam venderem

vendido

PARTIR – 3a conjugação

INDICATIVO SUBJUNTIVO

IMPERATIVO

Presente Pret. imperf. Presente

Afirm.

parto partia parta

-

partes partias partas

parte

Page 85: Apostila de língua_portuguesa (1)

85

parto partia parta

parta

partimos partíamos partamos

partamos

partis partíeis partais

parti

partem partiam partam

partam

Pret. Perf. Pret. mais –q.-perf. Pret. imperf

Neg. (não...)

parti partira partisse

-

partiste partiras partisses

partas

partiu partira partisse

parta

partimos partíramos partíssemos

partamos

partistes partíreis partísseis

partais

partiram partiram partissem

partam

Fut. do pres. Fut. do pret. Futuro

GERÚNDIO

partirei partiria partir

partindo

partirás partirias partires

partirá partiria partir

partiremos partiríamos partirmos

PARTICÍPIO

partireis partiríeis partirdes

partirão partiriam partirem

partido

Conjugação dos tempos compostos

VOZ ATIVA

I - Modo Indicativo

Pret. Perf. Pret.mais-que-perf. Fut. do pres.

Fut. do pret.

Page 86: Apostila de língua_portuguesa (1)

86

Tenho cantado Tinha cantado Terei cantado

teria cantado

Tens cantado Tinhas cantado Terás cantado

terias cantado

Tem cantado Tinha cantado Terá cantado

teria cantado

Temos cantado Tínhamos cantado Teremos

cantado teríamos cantado

Tendes cantado Tínheis cantado Tereis cantado

teríeis cantado

Têm cantado Tinham cantado Terão cantado

teriam cantado

II – Modo Subjuntivo

Pret. perf. Pret. mais-que-perf.

Futuro

Tenha cantado tivesse cantado

tiver cantado

Tenhas cantado tivesse cantado

tiveres cantado

Tenha cantado tivesse cantado

tiver cantado

Tenhamos cantado tivéssemos cantado

tivermos cantado

tenhais cantado tivésseis cantado

tiverdes cantado

tenham cantado tivessem cantado

tiverem cantado

III – Formas nominais

Infinitivo pessoal ou flexionado Infinitivo impessoal

ou não flexionado

Ter cantado ter cantado

Teres cantado

Ter cantado

Termos cantado Gerúndio

Terdes cantado tendo cantado

Terem cantado

Obs: com exceção do pretérito perfeito do modo indicativo, todas as outras formas verbais,

também são conjugadas com o verbo HAVER.

VOZ PASSIVA

Modo Indicativo

Page 87: Apostila de língua_portuguesa (1)

87

Pres. Pret. imperf. Pret. Perf. Simples

Pret. Perf. Comp

Sou cantado Era cantado Fui cantado

Tenho sido cantado

És cantado Eras cantado Foste cantado

Tens sido cantado

É cantado Era cantado Foi cantado

Tem sido cantado

Somos cantados Éramos cantados Fomos cantados

Temos sido cantados

Sois cantados Éreis cantados Fostes cantados

Tendes sido cantados

São cantados Eram cantados Foram cantados

Têm sido cantados

Pret. mais-q-perf. Pret.mais-q-perf. Fut. do pres.simples

Fut. do pres. composto

simples composto

Fora cantado Tinha sido cantado serei cantado

Terei sido cantado

Foras cantado Tinhas sido cantado serás cantado

Terás sido cantado

Fora cantado Tinha sido cantado será cantado

Terá sido cantado

Fôramos cantados Tínhamos sido cant seremos cantado

Teremos sido cantado

Fôreis cantados Tínheis sido cantado sereis cantados

Tereis sido cantados

Foram cantados Tinham sido cantado Serão cantados

Terão sido cantados

Futuro do pretérito simples Futuro do

pretérito composto

Seria cantado Teria sido

cantado

Serias cantado Terias sido

cantado

Seria cantado Teria sido

cantado

Seríamos cantados Teríamos sido

cantados

Seríeis cantados Teríeis sido

cantados

Seriam cantados Teriam sido

cantados

Page 88: Apostila de língua_portuguesa (1)

88

Obs: Auxiliares acurativos: combinam-se com o infinitivo ou gerúndio do verbo principal para

determinar com mais rigor os aspectos do momento da ação verbal, que não se acham bem definidas

na divisão geral do tempo presente, passado e futuro. Denotam: a) início de ação: começar a escrever,

pôr-se a correr; b) iminência de ação (prestes a acontecer): estar para ouvir, estar por falar; c)

desenvolvimento gradual da ação: andar falando; d)repetição de ação: tornar a dizer; voltar a beber; e) término de ação: acabar de fazer, deixar de fumar. Auxiliares modais: combinam-se com o infinitivo

ou gerúndio do verbo principal, para determinar com mais rigor, o modo como se realiza ou se deixa

de realizar a ação verbal. Expressam: a) necessidade, obrigação, dever: ter de comprar; precisar falar; b) possibilidade, capacidade: poder andar; saber redigir; c) vontade, desejo: querer fazer; desejar ter;

d) tentativa ou esforço: atrever-se a errar; tentar subir, pretender namorar; e)consecução: conseguir

vencer; lograr falar; f) aparência, dúvida: parecer falar; g) movimento para realizar um intento futuro: ir viajar (amanhã); ir escrever; h) resultado: vir a escrever.

Locuções verbais perfeitas: ambos verbos possuem um só sujeito; locuções com auxiliares causativos

(mandar, deixar, fazer ou sinônimos) ou com auxiliares sensitivos (ver, ouvir, olhar, sentir ou sinônimos) são locuções imperfeitas, porque cada verbo forma uma oração diferente: Mandei-o entrar.

Senti Maria vacilando. Verbos incoativos (com sufixo ECER): indicam o começo de estado ou ação e

aumento progressivo de ação: entardecer; enobrecer; amadurecer. Verbos freqüentativos: indicam ação repetida: dedilhar, lambiscar, saltitar; bebericar; guerrear; folhear; com o particípio imperfeito

indicam com mais ênfase a ação expressa pelo predicado: vir vindo; vou indo bem. Verbos

perifrásticos (que formam perífrases, circunlóquios): estar escrevendo. Outra observação quanto ao

acrescentamento de pronomes oblíquos aos verbos: quando a forma verbal terminar em vogal oral,

acrescentamos: o, a, os, as: comprar + o: comprá-lo; se terminar em r, s ou z, a consoante desaparece e

pronome toma a forma lo, la, los, las: pus + a: pu-la; ferir + o: feri-lo; fiz + a: fi-la; se terminar em vogal nasal ou ditongo nasal, temos no; na; nos; nas: compram + o: compram-no; pões + a: põe-na.

Voz reflexiva e verbo pronominal

São aqueles que só se conjugam com pronomes oblíquos:

arrepender-se, queixar-se, apaixonar-se, etc. Outros vêm com os

pronomes oblíquos na voz reflexiva: ferir-se; pentear-se; etc.: eu me

queixo, tu te queixas ou queixo-me, queixas-te; Verbo ter + o:

tenho-o, tem-lo, tem-no, temo-lo, tende-lo, têm-no.

VII – Advérbio: palavra que exprime circunstância e pode

modificar um verbo, um adjetivo ou um advérbio.

1. Classificação do advérbio

a) de lugar: aqui, cá, lá, acolá, ali, aí, além, aquém,

algures, alhures, nenhures, atrás, fora, dentro, perto,

longe, adiante, diante, onde, avante, através,

defronte, aonde

de tempo: hoje, amanhã, depois, antes, agora,

anteontem, sempre, nunca, já, logo, cedo, tarde, ora,

afinal, outrora, então, amiúde, breve, entrementes,

brevemente, raramente, imediatamente, ainda,

presentemente, atualmente

de modo: bem, mal, assim, depressa, devagar, como,

debalde, pior, melhor, suavemente, tenazmente,

comumente, apenas, acinte, adrede, rente, (e os

adjetivos terminadas em mente: sabiamente,

justamente, etc.)

de negação: não

de dúvida: talvez, acaso, porventura, possivelmente,

quiçá, decerto, provavelmente,

de intensidade: muito, pouco, assaz, mais, menos,

tão, bastante, demasiado, meio, completamente,

Page 89: Apostila de língua_portuguesa (1)

89

profundamente, quanto, quão, tanto, bem, mal, quase,

apenas

de afirmação: sim, deveras, certamente, realmente,

efetivamente,

b) advérbios interrogativos

de lugar: onde?

de tempo: quando?

de modo: como?

de causa: por que? e ainda finalidade: para quê?

2. Flexão do advérbio: apesar de serem palavras

invariáveis, alguns admitem a flexão de grau.

grau

de igualdade: Belo Horizonte

fica tão perto quanto

Ouro Preto.

a) comparativo de superioridade: Ele

datilografava mais rapidamente

que ela.

de inferioridade: O cearense

agiu menos calmamente

que o mineiro.

b) superlativo sintético: Uberlândia fica

muito longe daqui

absoluto analítico: Uberlândia fica

pertíssimo daqui

relativo superioridade: Ande o mais

rapidamente possível

inferioridade: Ande o menos

rapidamente possível

c) diminutivo: pode aparecer com valor superlativo:

Ele trabalha pertinho de nós. Faremos agorinha

mesmo.

3. Locução adverbial

Locuções adverbiais: duas ou mais palavras equivalentes a um

advérbio:

de lugar: à esquerda, à direita, à tona, à distância, à frente, à entrada,

à saída, ao lado, ao fundo, ao longo, de fora, de lado, por fora, em

frente, por dentro, por perto, de longe, de perto, em cima, de cima,

por onde, para onde, por trás, por aqui, por ali

de tempo: em breve, nunca mais, hoje em dia, de tarde, à tarde, à

noite, à noitinha, às ave-marias, ao pôr-do-sol, ao entardecer, de

manhã, de noite, por ora, por fim, de repente, de vez em quando, a

Page 90: Apostila de língua_portuguesa (1)

90

tempo, às vezes, de quando em quando, de vez em vez, de longe em

longe

de modo: à vontade, à toa, ao léu, ao acaso, a contento, a esmo, de

bom grado, de cor, de mansinho, de chofre, a rigor, de preferência,

em geral, a cada passo, às avessas, de enviés, ao invés, às claras, às

pressas, a medo, a pique, à uma, às bandeiras despregadas, de

repente, a olhos vistos, num átimo, de propósito, de súbito, de

soslaio, por um triz

de meio ou instrumento: a pau, a pé, a cavalo, a martelo, a máquina,

a tinta, a paulada, mão, a pauladas, às pauladas, a facadas, a

picareta

de afirmação: na verdade, de fato, de certo

de dúvida: por certo, quem sabe, com certeza

Notas – a) Podem alguns advérbios estar modificando

toda a oração;

b) Certas palavras, por não se poderem

enquadrar entre os advérbios, terão classificação à

parte. São palavras que denotam exclusão, inclusão,

situação, designação, retificação, realce, afetividade,

etc.

Palavras denotativas: não se enquadram entre os advérbios, por isso

têm classificação à parte:

a) exclusão: só, salvo, apenas, senão, somente, apenas,

unicamente, exclusivamente, exclusive

b) inclusão: também, até, mesmo, inclusive

c) situação: mas, então, agora, afinal

d) designação: eis, eis aí, eis aqui, eis ali

e) retificação: aliás, isto é, ou melhor, ou antes, digo, minto,

não, melhor, quer dizer, ou antes.

f) realce: cá, lá, só, é que, ainda, mas, também, ora, lá, se ainda

Obs: temos ainda:

g) afirmativas positivas: sim, certo, certamente, naturalmente,

perfeitamente, realmente, sem dúvida, decerto, por força,

com efeito.

h) Afirmativas negativas: não, nada, nunca, qual nada, não vê,

pois sim!, que esperança!

i) Avaliativas: acima de, abaixo de, mais de, menos de, para lá

de, cerca de, aproximadamente, mais ou menos, uns, por

volta de, lá por, quase, um tanto, algo, seu quanto de.

j) Comparativas: como por assim dizer, como dizer, digamos

assim

k) Concessivas: ainda, mesmo, quando muito, quando nada, no

mínimo, no máximo, sequer, todavia, entretanto

Page 91: Apostila de língua_portuguesa (1)

91

l) Distributivas: primeiro, segundo, terceiro, primeiramente,

depois, antes de tudo, em seguida, afinal, finalmente, por

último, ultimamente, enfim, até que enfim, por fim de contas

VIII – Preposição: liga dois termos, sendo que o segundo (regido)

é dependente do primeiro (regente). Estabelece várias relações:

Posse: carro de Maria. Parte: pé da cadeira. Pertença: presilha da

calça. Classificação: cantiga de ninar. Finalidade: caixa de sapato.

Lugar: invenções da União Soviética. Tempo: prazo de um ano.

Matéria: roda de aço fundido. Conteúdo: garrafa de cerveja. Preço:

anel de dois reais. Temos várias preposições: de, a, até, com, em

para, por, sobre,

.

1. Classificação das preposições:

essenciais

acidentais

Dividem-se em essenciais as que funcionam sempre como

preposições: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre,

para, per, perante, por, sem, sob, sobre, trás e acidentais as que

passaram a funcionar como preposições: conforme, consoante,

segundo, durante, mediante, como salvo, fora (advindas de outras

classes gramaticais como verbos, adjetivos, advérbios)

2. Combinação: em + o = no, em + a = na, etc.

3. Contração

Combinação e contração: quando as preposições a, de, em, per

unem-se a outras palavras: ao, àquele, do, dum, deste, dela, doutra,

daqui, no, num, naquela, pela.

4. Locução prepositiva: duas ou mais palavras

com valor de preposição:

abaixo de, cerca de, acima de, a fim de, em cima de, antes de,

através de, ao lado de, ao longo de, a par com, à roda de, a respeito

de, dentro de, dentro em, em favor de, à frente de, junto a, até a,

detrás de, para com, de conformidade com, na conta de, de acordo

com, por meio de, diante de, em vez de (sempre terminam por

preposições).

IX – Conjunção: liga duas orações entre si, numa mesma oração,

dois termos independentes, entre si.

1. Classificação das conjunções: coordenativas

(ligam duas ou mais orações independentes;

subordinativas (ligam orações dependentes

entre si, a primeira é a principal e a segunda

pode ser sujeito, adjunto ou complemento da

primeira)).

Page 92: Apostila de língua_portuguesa (1)

92

aditivas: e, nem, não só... mas

também, não somente... senão

ainda

adversativas: mas, porém,

contudo, entretanto, não

obstante, todavia

coordenativas: alternativas: ou, ou...ou,

ora...ora, já...já, quer...quer

conclusivas: logo, portanto,

por conseguinte, por

conseqüência, pois (após o

verbo)

explicativas: pois, porque,

que, porquanto Aditivas: ligam orações equivalentes (concatenação); adversativas ligam as que contrastam

entre si; alternativas: que se excluem ou se alternam; conclusivas: quando a segunda

encerra a dedução ou conclusão; explicativas: a segunda justifica a anterior.

integrantes: que, se

causais: porque, visto que,

porquanto, já que, como

comparativas: como, tal...tal,

menos...do que, mais...do que,

tal...qual

concessivas: embora, ainda

que, mesmo que, conquanto,

posto que, se bem que, por

mais que, por menos que,

suposto que

Subordinativas condicionais: se, caso, salvo

se, desde que, a menos que,

sem que, contanto que

consecutivas: embora, ainda

que, mesmo que, conquanto,

posto que, se bem que, por

mais que, por menos que,

suposto que

finais: para que, a fim de que,

que, porque

temporais: quando, enquanto,

apenas, mal, logo que, depois

que, antes que, até que, que

proporcionais: à medida que,

à proporção que, quanto

mais...tanto mais, tanto

menos....quanto mais

conformativas: como,

segundo, conforme

Causais: a primeira oração é o efeito, e a segunda, a causa; comparativas: a segunda oração

é o segundo termo da comparação; concessivas: o fato da segunda oração impede a

Page 93: Apostila de língua_portuguesa (1)

93

realização da idéia da oração principal; condicionais: expressa uma condição, uma

hipótese;

consecutivas: exprime uma conseqüência; finais: circunstância de finalidade; temporais:

circunstância de tempo; proporcionais: a segunda indica fato que acontece ao mesmo

tempo que outro; conformativas: exprime circunstância de conformidade ou modo da

primeira.

2. locução conjuntiva: duas ou mais palavras

com valor de conjunção: à proporção que, se

bem que, contanto que, em que pese a, etc.

Nota - as conjunções que, porque, e

equivalentes, ora têm valor

coordenativo, ora subordinativo; no primeiro caso, chamam-se

explicativas; no segundo, causais.

X – Interjeição: exprimem emoções repentinas ou estado afetivo:

Ai!, oh! Psiu!, oba!

Locução interjectiva: palavras que equivalem a uma

interjeição: que assim seja! Pobre de mim! Muito bem!

XI - 1. Palavra: é um som ou conjunto de sons que

tem significação

2.Vocábulo: é a palavra em seus aspectos

materiais.

3.Sincretismo: designa o fenômeno pelo qual

uma forma assume diversas funções: o tempo

verbal “mais que perfeito simples” acumulou as

funções do “futuro do pretérito”.

4.Forma variante: é o caso das palavras que

apresentam mais de uma forma: assobio/assovio,

bassoura/vassoura.

5.Conectivo: pronomes relativos, preposições e

conjunções. Usado para conectar parágrafos,

orações, palavras.

TERCEIRA PARTE

SINTAXE

A. Divisão da sintaxe:

a) de concordância nominal

verbal

Concordância nominal

Regra Geral: o adjetivo, o pronome e o artigo concordam em

gênero, número ou pessoa com o substantivo com que se relaciona:

Fabricava brinquedos lindos e maravilhosos.

O ADJETIVO VAI PARA O PLURAL:

Page 94: Apostila de língua_portuguesa (1)

94

a) o adjetivo posposto a dois ou mais substantivos se sua

referência se estender a todos: Fugia do pensamento e

preocupação inúteis.

b) Adjetivo anteposto a nomes próprios de pessoas ou a títulos:

Os inconfundíveis Guimarães Rosa e Camões abordaram este tema.

c) Adjetivo em função de predicativo do sujeito ou objeto,

quando se refere a dois ou mais substantivos de gêneros diferentes:

Ela achava belos o garção e o caixeiro.

O ADJETIVO FICA NO SINGULAR:

a) Dois ou mais adjetivos pospostos a um substantivo, que se

referem a partes de que compõem este substantivo: As

inspirações mental e intuitiva ajudaram-no a compor.

O ADJETIVO CONCORDA COM O SUBSTANTIVO MAIS

PRÓXIMO:

a) quando se pospõe a dois ou mais substantivos:

1. substantivos sinônimos entre si: Tinha amor e

dedicação descomedida aos estudos.

2. com substantivos em gradação crescente ou

decrescente:

Uma nota, um resumo, um enredo elaborado transformou aquilo em

um livro.

b) quando o adjetivo se antepõe a dois substantivos: Tinha

grande pensamento e idéia para escrevê-lo.

c) o predicativo anteposto a dois ou mais núcleos do objeto:

Tenho como vencedor o boxeador e o alterofilista.

O ADJETIVO NO MASCULINO:

a) O adjetivo posposto a dois ou mais substantivos de gêneros

diferentes:

A introspecção e pensamento bons convenceram-me.

b) O adjetivo em função de predicativo do sujeito e do objeto,

referindo-se a dois ou mais substantivos do mesmo gênero:

Antônio e Pedro voltaram alegres da recepção.

O ADJETIVO NO FEMININO:

a) Adjetivo posposto a dois ou mais substantivos e se o último

estiver no feminino plural: Reis e rainhas honestas julgaram-no

inocente.

CASOS PARTICULARES:

a)muito obrigada, eu mesma, eu própria: concordam com o

nome a que se referem: Ela disse muito obrigada/ Ele disse

muito obrigado. b) só, sós: só (sozinho é variável, sentido de

somente, apenas é advérbio e invariável). Ex: Ele está só, eles

Page 95: Apostila de língua_portuguesa (1)

95

estão sós. Nós só queríamos cantar. c) quite/ quites: concorda

com o nome a que se refere; d) meio: funciona como adjetivo

(varia) e como advérbio (não varia). e) um e outro:

modificando um substantivo fica no singular (pode o verbo

também aceitar o plural). Referindo-se a pessoas de sexos

diferentes fica no masculino: Pedro e Maria queriam-se um ao

outro. e) salvo, exceto: quando é preposição não varia, quando é

particípio varia. f) sujeito do verbo ser, sem determinante: o

substantivo permanece neutro (forma do masculino), do

contrário, concorda: Pimenta é bom/ a pimenta é boa. g) Leso:

adjetivo que concorda com o substantivo. h) pseudo: prefixo

invariável. i)Alerta: é advérbio, por isso, invariável. i) mesmo e

próprio concordam com o nome a que se referem. j)

barato/caro/bastante/longe: como advérbio, são invariáveis e

como adjetivos ou numerais concordam com o nome. l) anexo:

é adjetivo e concorda com o termo a que se refere: Seguem

anexas, as fotos.

Concordância Verbal

I. O verbo concorda com o sujeito simples em número e pessoa:

João escreveu o livro.

II. O verbo vai para o plural, se o sujeito é composto:

João e Pedro escreveram o livro.

III. O verbo concorda com o núcleo mais próximo, se o verbo vem

antes do sujeito:

Morreu Maria e José. Morreram Maria e José.

IV. Sujeito composto constituído de diferentes pessoas gramaticais:

a) o verbo vai para a 1a pessoa, se houver um pronome de 1

a

pessoa: Maria e eu compramos um computador.

b) O verbo vai para a 2a pessoa do plural, ou fica na 3

a pessoa

do plural, se houver um pronome de 2a pessoa e não um de

1a: Tu e teus companheiros gostareis da viagem. Tu e teus

companheiros gostarão da viagem.

c) O verbo fica no singular se o sujeito composto for resumido

por “tudo”, “nada”, “nenhum”, “ ninguém”: Dinheiro,

mulheres, viagens, tudo encantava Joaquim.

V. O verbo fica no singular, se mais de um nome no singular

representa um ser único, expresso por palavras sinônimas: A beleza

e a lindeza encantou Joaquim.

VI. O verbo fica no singular, se o sujeito é um “coletivo” no

singular: O enxame foi exterminado pelo fazendeiro.

Page 96: Apostila de língua_portuguesa (1)

96

VII. “Que” e “quem”: se o sujeito for o pronome relativo que, o

verbo concorda com o antecedente dele. Com o pronome quem, o

verbo fica na 3a pessoa do singular ou concorda também com o

antecedente: A música fui eu que compus. A música fomos nós que

compusemos. A música fomos nós quem compôs. A música fomos

nós quem compusemos.

VIII. O verbo concorda com a 3a pessoa do plural ou concorda com

o pronome nós ou vós quando os pronomes quais, quantos, muitos,

poucos, vários de nós, de vós, dentre nós dentre vós aparecem::

Quantos de nós faremos o trabalho? (quando estão no singular, o

verbo vai para a 3a pessoa do singular): Qual de nós fará o trabalho?

IX. O verbo fica no singular ou no plural com as expressões grande

quantidade de, grande número de, grande parte de, a maioria de, a

maior parte de, etc.: A maioria das andorinhas chegou ao Sul.

Grande parte dos políticos usaram a Oratória.

X. O verbo fica no singular ou no plural, com as expressões “um e

outro”: Um e outro homem falou. Um e outro homem falaram; mas

um ou outro, nem um nem outro pedem o verbo no singular: Um ou

outro aluno representará a turma.

XI. o verbo fica no singular ou no plural, com a expressão “um dos

que”: Maria foi uma das que foi contemplada com um carro. Maria

foi uma das que foram contempladas com um carro.

XII. Mais de apresenta duas concordâncias: seguido de substantivo

no singular, o verbo fica no singular; se o substantivo que segue

estiver no plural, leva o verbo ao plural: Mais de um cantor

prometeu ajudar. Mais de quatro cantores prometeram ajudar.

XIII. O verbo fica na 3a pessoa do singular em orações sem sujeito:

Relampeou antes da chuva. Havia estrelas no céu. Faz tempo que

não a vejo.

XIV. O verbo concorda com número de horas, com os verbos dar,

bater e soar: Deram oito horas no velho cuco da sala.

XV. O verbo ficará no singular ou no plural com sujeitos ligados

por nem: Nem João nem Maria veio. Nem João nem Maria vieram.

XVI. O verbo concordará com o mais próximo se o sujeito unido

por “ou” terá idéia de exclusão, e irá para o plural, se tiver idéia de

adição: O professor ou o especialista aplicará a prova. O professor

ou o especialista aplicaram a prova.

XVII. Quando o sujeito do verbo “ser” for “tudo” ou “um dos

demonstrativos neutros”, o verbo vai para o plural, se o predicativo

Page 97: Apostila de língua_portuguesa (1)

97

estiver no plural, pode ficar também no singular: Tudo são prazeres.

Isso é automóveis de praça.

XVIII. O verbo concorda com o pronome pessoal se ele for o

sujeito ou o predicativo: Eu sou o professor. O professor sou eu. O

verbo concordará com o sujeito se for pessoa: Maria era as

resistências de João.

XIX. O verbo ser concorda com seu predicativo: Hoje são doze de

janeiro (há alguns autores que consideram: Hoje é doze de janeiro

(“é” concordando com a vocábulo dia). São duas horas da

madrugada.

XX. O verbo ficará no singular com as locuções “é muito”, “é

menos de”, “é pouco”, “é tanto”, “é mais de”, com especificação de

quantidade, peso, preço ou outros: Dez meses é pouco. Dois

dólares é pouco para compra-lo.

b) de regência: nominal

verbal

A regência trata das relações de dependência entre as orações ou

entre os termos regentes e regidos. Regentes são os elementos dos

quais outros dependem e regidos são os dependentes. Exs: Mania

(regente) de louco (regido).Comprava (regente) ouro (regido).

Maria (regente) amava (regido). Escreviam (regente) livros e jornais

(regido). Precisamos (regente) de papel (regido). A (regente) casa

(regido) branca (regente). A cachorrinha morreu (regente), quando

amanheceu (regido).

A regência é nominal quando o termo regente é um nome

(substantivo, adjetivo ou advérbio) e verbal quando o termo regente

é um verbo.

Regência nominal

Substantivos, adjetivos e advérbios têm a sua significação

completada por preposições Temos aqui alguns com as suas.

Abundante de, em (adj)

Acessível a (adj) Acostumado a, com (adj)

Adaptado a

Aflito com, por Ajustado a (adj)

Alheio a (adj)

Aliado de, por (adj) Alusão a

Amante de (adj)

Ambição de (subst) Análogo a

Ânsia de (subst)

Antipatia a (subst) Aplicado a (adj)

Aplicado em (adj)

Aptidão para (subst) Apto a, para (adj)

Apto a, para (adj)

Assíduo em (ad) Atento a (adj)

Atento a, em (adj)

Aversão a (subst) Avesso a (adj)

Ávido de, por (adj)

Certo de (adj) Cheio de (adj)

Cioso de (adj)

Cobiçoso de (adj) Combate a, com, contra (subst)

Page 98: Apostila de língua_portuguesa (1)

98

Compaixão de, para, com, por (subst)

Comparação a, com (subst)

Concernente a (adj)

Confiante em (adj)

Conformidade a (subst)

Contíguo a (adj) Cuidadoso de, com (adj)

Curioso de, por (adj)

Desconfiado de (adj) Desejoso de (adj)

Desgosto de, por (subst)

Desgostoso de, com (adj) Desprezo a, de, por (subst)

Devoto de (adj)

Diferente de (adj) Difícil de (adj)

Digno de (adj)

Disposição de, para (subst) Disposto a (adj)

Empenho de, em, por (subst)

Entendido em (adj)

Envolto em (adj)

Equivalente a (adj)

Estranho a (adj) Exato em (adj)

Experimentado em (adj)

Fácil a, de, para (adj) Facilidade de, em, para (subst)

Falho de, em

Farto de (adj) Favorável a (adj)

Feliz com, de, por, em (adj)

Fiel a (adj) Firme em (adj)

Grato a (adj)

Hábil em (adj) Hostil a (adj)

Hostilidade a, para com (subst)

Idêntico a (adj)

Imbuído de, em

Imune a

Incapaz de, em (adj) Inclinado a (adj)

Incompatível com

Inconstante em (adj) Indiferença a (subst)

Indiferente a (adj)

Indignidade de (subst) Indulgência com, para com (subst)

Inerente a (adj)

Infatigável em (adj)

Influência em, sobre (subst)

Ingratidão com, para com (subst)

Ingrato com, para com (adj)

Iniciado em (adj)

Insensível a (adj) Intolerante com, para com (adj)

Invejoso de (adj)

Isento de (adj) Leal a (adj)

Lealdade a (subst)

Lento em (adj) Livre de (adj)

Merecedor de (adj)

Moderação em (subst) Necessário a (adj)

Nocivo a (adj)

Obediência a (subst) Obediente a (adj)

Oposto a (adj)

Orgulhoso com, de, para com (adj)

Paralelo a (adj)

Passível de (adj)

Perito em (adj) Pertencente a (adj)

Pobre de (adj)

Possuído de (adj) Prático em (adj)

Preferível a

Prejudicial a (adj) Pródigo de, em (adj)

Propenso a, para (adj)

Próprio a, de, para (adj) Proveitoso a (adj)

Respeito a, com, de, para com (subst)

Rico de (adj) Sedento de, por (adj)

Seguro de, em (adj)

Sensível a (adj)

Severo em, com, para com (adj)

Simpatia a, por (subst)

Sito em (adj) Submisso a (adj)

Suspeição a, de (subst)

Temeroso de (adj) Triste com, de (adj)

União a, com, entre (subst)

Vizinho a, com, de (adj) Zeloso/de/(adj)

Regência verbal

O problema ocorre com a regência dos verbos transitivos indiretos.

Vejamos alguns:

abster-se de

abusar de acontecer a, com

aderir a

admirar-se de, com, por afastar-se de

agradar a

anelar por ansiar por

antepor a

apressar-se a, em, por apressar-se em

aproximar-se a, de

arrepender-se de assemelhar-se a, com

assustar-se com

atrever-se a, em atribuir a

chamar por

combinar com comparar a, com

comparecer a

condoer-se de conformar-se a, com

continuar a, em, com

conversar com cuidar de

dedicar a

deparar com depender de

derivar de

descender de desconfiar de

desgostar-se de, com

desistir de deter-se em

discordar de

disputar com distribuir a, com, por,

entre

duvidar de empenhar-se com, em, por

encarregar de

encomendar a encontrar-se com

Page 99: Apostila de língua_portuguesa (1)

99

enganar-se com, em

esforçar-se em, para, por

espantar-se com, de, por

esquecer-se de

estender-se a, em, por

estender-se em eximir de

eximir-se a, de

exortar a extrair de

falar a, de, com, em, sobre

falar com faltar a, com

felicitar por

fugir a, de gostar de

hesitar em

impor a incumbir de

induzir a

insistir em

insistir em, por, sobrei

interceder por

interessar-se por investir com, contra

isentar de

lembrar de libertar de

lutar com, contra, por

meditar em, sobre necessitar de

obedecer a

ocupar-se com, de, em orar por

pagar a

participar de,, em pegar em

pensar em

perdoar a

perguntar a, por

precisar de

preocupar-se com presidir a

provir de

queixar-se a, de recair em, sobre

recorrer a

refletir em, sobre responder a

rodear-se de, por

rogar por submeter a

suceder a suspeitar de

terminar com, em, por

traduzir de, em, para verter de, em, para

zelar/por

Page 100: Apostila de língua_portuguesa (1)

100

Verbos que mudam de regência, quando mudam sua significação:

1. Aspirar

Transitivo direto: inspirar, sorver: Ele aspirava o ar poluído.

Transitivo indireto: pretender, desejar, almejar: Maria

aspirava o cargo de Major. (repele o lhe: Maria aspirava a

ele)

2. Assistir

Transitivo direto: estar presente, presenciar: Ele assistiu ao

jogo. (Não se usa o lhe na 3a pessoa do singular).

Transitivo direto ou indireto: prestar assistência, auxiliar: O

professor assistia o aluno (o professor o assistia); O

professor assistia ao aluno (Ele lhe assistia).

Intransitivo: morar, residir: Pedro assistia num quartinho nos

fundo da casa.

3. Chamar

Transitivo direto ou Transitivo indireto com a prep. Por:

invocar, fazer vir, convocar, mandar vir: Pedro chamou

Maria para ajudar. Pedro chamou por Maria.

Com predicados verbo-nominais: dar nome, apelidar: Objeto

direto e predicativo preposicionado e com predicativo não

preposicionado: Ela o chamou de valente. Ela o chamou

valente. Com objeto indireto e predicativo preposicionado e

com predicativo não preposicionado: Ela lhe chamou de

valente. Ela lhe chamou valente.

4. Chegar

Não usamos o adjunto adverbial de lugar com a preposição em.

Usamos a preposição a:

Chegou em casa: Chegou à casa.

5. Faltar, custar

O pronome oblíquo funciona como objeto indireto, quando o sujeito

é um infinitivo: Falta-me consertar o atrapalhado (consertar o

atrapalhado: sujeito). Custa-me entender a complicação.

6. Gostar

Transitivo indireto (prep de): achar bom gosto, ter afeição,

aprovar: Ela gosta muito dele/.

Transitivo direto: experimentar, provar, gozar: Gostei o

ensopado e vomitei.

Page 101: Apostila de língua_portuguesa (1)

101

7. Implicar

Transitivo indireto: acarretar, causar: O trabalho implica

muito esforço. (Brasil: rege a prep. EM: O trabalho implica

em muito esforço).

8. Informar

Transitivo direto e indireto: Ele informou Maria do caso. Ele

informou à Maria o caso.

Pronominal: tomar conhecimento, inteirar-se: O professor

informou-se do caso.

9. Lembrar, esquecer

Não pronominal: Lembrei o caso. Pronominal: Lembrei-me do

caso. Transitivo direto e indireto: Lembrei-me o fato. Transitivo

direto: Esqueci o caso. Transitivo indireto: Esqueci-me do caso.

Transitivo direto e indireto: Esqueci-me o fato.

10. Pensar

Transitivo indireto (avaliar pelo raciocínio): Pensou em ir à

casa.

Transitivo direto: aplicar curativo a: Pensou as feridas do

soldado indefeso.

11. Perdoar, pagar, agradecer

Transitivo direto e indireto, mas o objeto direto é coisa e o objeto

indireto é pessoa: O padre perdoou o pecado. O padre perdoou ao

pecador. Juca pagou o ordenado. Juca pagou ao ajudante.

Alcebíades agradeceu a ajuda. Alcebíades agradeceu ao ajudante

12. Precisar, necessitar

Transitivo direto: calcular, indicar de modo preciso. Ele

precisou a hora do encontro

Transitivo indireto (com prep. de): Preciso de mais dinheiro

para inteirar o salário que não cobre minhas despesas.

13. Preferir

Transitivo direto e indireto: (objeto direto de coisa e o

indireto de pessoa): Ele prefere o campo à cidade ( não

aceita “ante ou mais... do que”).

14. Proceder

Transitivo direto (prep. a): realizar, começar, prosseguir

alguma coisa: O professor procederá às pesquisas.

Page 102: Apostila de língua_portuguesa (1)

102

Intransitivo: comportar-se: O professor procedia com

idoneidade.

Intransitivo: ter fundamento: Nossos dizeres não procedem

Transitivo indireto (prep. de): Ele procedia de família

africana.

15. Querer

Transitivo indireto: ter afeto, estimar: Ele lhe queria bem.

Transitivo direto: desejar: Ele a queria bem.

16. Simpatizar e antipatizar

Transitivos indiretos (prep. com): Simpatizo com meus

professores. Antipatizo com os desordeiros.

17. Suceder

Intransitivo: acontecer: Sucederam bons acontecimentos,

naquele dia.

Transitivo indireto (prep a ): seguir-se, vir depois, ser

sucessor: O sobrinho sucedeu ao tio na profissão.

18. Visar

Transitivo indireto (prep. a) pretender, ter em vista: Ela visa

ao cargo de contadora da empresa.

Transitivo direto: pôr o visto ou tomar como alvo: Visou a

declaração. Visou a caça no pântano.

c) de colocação

Sintaxe de colocação: é aquela que estuda o modo de dispor os

termos na oração e as orações no período. Temos a ordem direta:

“sujeito, verbo e complemento” e outras inversas (usadas na

Estilística).

Nota – Na colocação dos pronomes oblíquos átonos, adotem-

se as denominações de próclise, mesóclise e ênclise.

Colocação dos pronomes pessoais oblíquos átonos

Próclise: o pronome vem antes do verbo: 1- quando o pronome

indefinido, ou certos advérbios vêm antes do verbo: Tudo lhe

mostrava o caminho certo. Alegremente me entreguei a ela. 2- nas

orações optativas: Que Deus te abençoe! 3- Nas orações negativas:

Page 103: Apostila de língua_portuguesa (1)

103

Não me diga, Dona Diga. 4- Nas orações subordinadas: Quando me

chamou, eu não fui.

Mesóclise: 1- quando o verbo estiver iniciando a frase e estiver no

futuro do presente ou no futuro do pretérito e/ou não iniciando sem

razão que reclame a próclise:: Dar-lhe-ei o recado. O prêmio ser-

lhe-á socorredor (timese).

2- Locuções verbais:

I- O auxiliar no modo finito e o

principal no infinitivo ou no

gerúndio: usamos o pronome

antes, entre e depois da locução:

Eu vou enviar-lhe um e-mail. (eu

vou-lhe enviar ou eu lhe vou

enviar). Com o advérbio NÃO

podemos usar: Não lhe vou enviar

um e-mail ou Não vou enviar-lhe.

II- Locuções com o particípio: Eu lhe

tinha dito. Eu tinha-lhe dito. Não

lhe tinha dito (o particípio não

aceita a ênclise).

Ênclise: 1-Quando o verbo estiver no infinitivo impessoal: Para

alertá-lo, batiam nas latas e nos pratos. 2- Quando o verbo inicia

período ou oração: Sinto-me lisonjeado com isso. 3- Imperativos

positivos, quando acompanha o gerúndio: Relacionando-se às

configurações, não concordei com nenhuma delas. (o pronome é

colocado antes do verbo, se o gerúndio na oração negativa ou com a

preposição em: Em se referindo às oscilações, não me opus. Não lhe

requerendo o parecer, não se manifeste).

B. Análise Sintática

Existem outros estudos e teorias sobre a sintaxe como o Gerativismo de Chomsky e o

Funcionalismo (escolas lingüísticas). O Funcionalismo adota outra terminologia para as partes

da oração. Há gramáticos que usam o sistema da gramática gerativa (em seus primórdios), no

Ensino Médio, usam explicar através dos sintagmas nominais e verbais e, separam em sistema

de árvores os determinantes, a circunstância e os modificadores, assim como o sintagma

adjetival. [In: Gramática. Palavra. Frase. Texto; José de Nicola, 1a ed. Ed. Scipione, São Paulo,

SP, 2005]

- Da oração

1. Termos essenciais da oração:

a) Sujeito: nele declaramos alguma coisa de um ser: João

representou o político.

- simples: apresenta um só núcleo: João ama Maria.

- composto: apresenta dois núcleos: João e Pedro amam Maria.

- indeterminado: sujeito que existe, mas não é determinado. Ë

encontrado em orações com o verbo na 3a pessoa do plural:

Page 104: Apostila de língua_portuguesa (1)

104

Roubaram o celular. Com o verbo na 3a pessoa do singular mais o

pronome “se”: Gosta-se de dançar o frevo ali. Obs: aqui o pronome

se é pronome indeterminador do sujeito, ou índice de

indeterminação – quando o se tornar o sujeito indeterminado, o

verbo tem que estar sempre na 3a pessoa do singular e tem que ser

transitivo indireto, intransitivo ou de ligação: Precisa-se de

pedreiros. Não o confunda com o SE pronome apassivador, que

ocorre com os verbos transitivos diretos: Aprovou-se o projeto: O

projeto foi aprovado. Há gramáticos que classificam “alguém” como sujeito simples e outros como sujeito indeterminado:

Alguém tocou a campanhia.

- oração sem sujeito

São orações que não têm sujeito:

a) aquelas que exprimem fenômenos da natureza: Relampejava

intensamente, durante a chuva.

b) Com o verbo haver, quando significa existir, ou indicando

tempo decorrido: Não há nuvens no céu. Há dois anos que

estudo informática.

c) Com o verbo “ser”, em expressão de tempo ou com os

verbos “haver”, “estar”, “fazer” indicando tempo,

temperatura e período do dia: Faz tempo que ela não vem

aqui. São duas horas. Hoje são dois de abril (ou

concordando com o dia: Hoje é dois de abril). Está tarde.

Está muito quente aqui. Fez 10o C, de manhã. É manhã.

Obs: verbos parecer e ficar: Parece verão. Ficou nublado de

repente. Verbo “passar” indicando tempo: Passava das duas

horas. Qualquer locução verbal que tenha algum dos verbos

acima como principal: Deve haver muito recurso para você

se virar.

b) Predicado: é o que declaramos do sujeito. Ou o fato a que se

refere, se não há o sujeito: João representará o político.

Representará o político.

- nominal: é formado por um verbo de ligação (ser, estar,

parecer, continuar, ficar, permanecer andar) e um predicativo

(palavra ou expressão que representa estado, condição ou qualidade

em referência ao sujeito ou ao objeto): Pedro ficou nervoso: o

núcleo é o nome Pedro ( ou pronome Ele ficou nervoso).

- verbal: o núcleo do predicado é o verbo. O núcleo pode ser um

verbo intransitivo, um verbo transitivo direto, um verbo transitivo

indireto ou um verbo transitivo direto e indireto: Pedro fugiu. João

ainda ama Maria. Maria gosta de Pedro. Maria entregou a Pedro

uma flor.

- verbo-nominal: é formado por um verbo significativo

(transitivo ou intransitivo) e um nome com função de predicativo.

Temos aqui dois núcleos: o verbo e o nome. Pedro fugiu triste.

c) Predicativo

Page 105: Apostila de língua_portuguesa (1)

105

- do sujeito: o estado, condição ou qualidade está referindo-se

ao sujeito: Maria está pobre.

- do objeto: o estado, condição ou qualidade está se referindo ao

objeto: Elegeram-no vereador do arraial.

d) Predicação verbal - verbo de ligação: verbo que serve para ligar o predicativo ao

sujeito, não é significativo e não dá sentido à frase (estar, ser, andar,

permanecer, ficar, continuar, parecer): Ela ficou abismada. Ele anda

doente. Ele está emocionado.

- verbo intransitivo: sozinho exprime o que se quer declarar,

não necessita de complemento: João Morreu. Maria também fugiu.

- verbo transitivo: direto: a ação do verbo transita diretamente

ao seu objeto direto, que é seu complemento: João ama Maria.

indireto: a ação do verbo transita

indiretamente ao seu objeto indireto (que é seu complemento), por

meio de uma preposição: Maria gosta de João.

2. Termos integrantes da oração: completam a significação de

verbos ou nomes, para completar o sentido da oração.

- complemento nominal: completam o sentido de um nome

ou de um advérbio.

- complemento verbal: completam a significação de um verbo

transitivo.

objeto: direto: complemento de

verbo transitivo direto.

indireto: complemento de

verbo transitivo indireto.

- agente da passiva: ser que praticou a ação expressa pelo

verbo na voz passiva analítica: O texto foi escrito por Adalberto

Ponte Nova.

3. Termos acessórios da oração:

- adjunto adnominal: qualifica, delimita ou determina um

substantivo, pode ser representado por um artigo, pronome adjetivo,

numeral, locução adjetiva, pronome oblíquo átono com valor de

pronome possessivo: Olhou as nossas duas coleções de verão.

- adjunto adverbial: indica uma circunstância do verbo

(chegamos tarde), adjetivo(ela é muito prestativa) ou do advérbio

(saímos cedo).

- aposto: expressão usada para esclarecer o sentido de outra (

Pelé, o rei do futebol, fez a caridade).

4. Vocativo: expressão ou termo considerados à parte da

estrutura da frase, usada para chamar, dirigir a palavra a alguém (

Mãe, onde está o caderno?)

Page 106: Apostila de língua_portuguesa (1)

106

- Do Período: frase organizada em orações, coesivamente e

coerentemente relacionadas entre si. Frase é a unidade da fala

contendo sentido completo, pode ser uma palavra ou várias

palavras, com ou sem verbo: Fogo! Que legal!. Descobriram o

Brasil. Oração pode ser uma palavra ou mais de uma, requer um

verbo ou locução verbal. A frase pode ter uma ou mais orações: A

renovadora música chamava a atenção de todos. A música possuía

uma harmonia inovadora e convidava a todos a analizá-la.

1. Tipos de período:

simples: aquele que tem uma oração (oração absoluta).

composto: aquele que tem duas ou mais orações.

2. Composição do período:

coordenação: formado de orações independentes (usamos as

conjunções coordenativas ou a justaposição de orações).

subordinação: formado por orações que dependem da oração ou

orações principais.

3. Classificação das orações:

a) absoluta: aquela que forma o período simples: A aleudrina

provocou a estagnação.

b) principal: é a que pede uma dependente: A piega postura, que

emula os dissidentes, constrói a ética.

c) coordenada:

assindética: não possuem conjunções na

independência de uma com outra: A excessiva

concepção revogava a propalação, inferia-lhe erros.

sindética: aditiva (usa as

conjunções aditivas): A excessiva concepção revogava a propalação

e inferia-lhe erros. adversativa: O

altruísmo elege o outro, mas a empatia vai te ajudar.

alternativa: Ou

apreende, ou mentaliza em sua sucetibilidade.

conclusiva: A

astenia levava-o ao psicodelismo, logo precisava de um anseolítico.

explicativa: A

trapizonga era incomensurável, porque o bem da comunidade estava

em primeiro plano. Obs.: ver as conjunções na pág. 72.

d) subordinada:

Page 107: Apostila de língua_portuguesa (1)

107

-substantivas: exercem as funções do substantivo e são

introduzidas pelas conjunções integrantes “que” e “se”:

subjetiva: Convém lembrar que Q.I.,

quociente de inteligência, é a proporção de inteligência,

determinada com alguma medida mental.

objetiva: direta: Ele respondeu

que a nanotecnologia iria revolucionar o mundo.

Indireta: Maria insistia

em obliterar a imanência psicológica.

completiva nominal: Tenho

esperança de que a cognição trará bens intelectivos ao homem.

predicativa: O importante é que o

solipsismo não existia ali.

apositiva: Desejamos apenas isto: não

use óxido nitrido excessivamente.

- adjetivas: restritiva: define, aponta e individualizam um

nome ou pronome antecedente: Ela percebia o sofômano, que

sofrera o mal de Parkinson.

explicativa: acrescentam mais uma idéia para

explicar ou esclarecer o termo antecedente, são separadas por

vírgulas: A hipsofobia, que significa pavor de altura, era confundida

com acropofobia.

- adverbiais: exercem a função sintática de adjunto adverbial e

são introduzidas pelas conjunções subordinativas:

Causal: Como a compunção era

enorme, resolveu perdoar.

Comparativa: O anódino era forte

como uma morfina.

Consecutiva: Tanta foi a

perplexidade, que desistiu.

Concessiva: Mefistófeles cominava

desespero, ainda que isso lhe causasse

acoimentos.

- adverbial: Condicional: Se houver empenho, a

vicissitude aparecerá.

Conformativa: Virei, conforme

prometi.

Final: A decocção foi evoluindo, para

a fabricação do chá.

Proporcional: À proporção que

bebiam, vomitavam.

Temporal: Quando presumia,

subsumia a lista de nomes.

Page 108: Apostila de língua_portuguesa (1)

108

Obs: A classificação “transitivo direto e indireto” corresponde ao transitivo relativo.

Há alguns autores que não consideram intransitivos os verbos ir, vir e outros e usam

para eles a denominação transitivo circunstancial.

As orações subordinadas podem apresentar-se, também,

como os verbos numa de suas formas nominais; chamam-se,

neste caso, reduzidas:

de infinitivo

de gerúndio

de particípio

as quais se classificam como as desenvolvidas: substantivas

(subjetivas etc.), adjetivas, adverbiais (temporais etc.).

a) reduzidas de infinitivo:

1- substantiva subjetiva: Convém fazer a tarefa

(desenvolvida: Convém que faça a tarefa).

2- substantiva objetiva direta: Ela diz ser a mulher

maravilha (Ela diz que é a mulher maravilha).

3- substantiva objetiva indireta: Ela me aconselhou a

trabalhar (Ela me aconselhou que trabalhasse).

4- substantiva predicativa: O importante é lutar (O

importante é que lute).

5- substantiva completiva nominal: Tenho certeza de

ganhar no jogo (Tenho certeza que ganha no jogo).

6- substantiva apositiva: Peço-te isto: não seres egoísta

(Peço-te que não sejas egoísta).

7- adverbial temporal: Ao chover, o vale inundou

(Quando choveu, o vale inundou).

8- adverbial final: Ele pedia para a filha voltar (que a

filha voltasse)

9- adverbial concessiva: Apesar de não estudar,

conseguiu concluir o curso (Embora não estudasse,

conseguiu concluir o curso).

10- adverbial causal: Não comprou, por ser muito pobre

(Não comprou, porque era muito pobre).

11- adverbial condicional: A ser eu o patrão, não a

despediria (Se eu fosse o patrão, não a despediria).

b) reduzidas de gerúndio:

1- subordinada adjetiva: Havia pessoas rezando na praça

(Havia pessoas que rezavam na praça).

2- adverbial temporal: Terminando o recreio, o professor tocou

o sino (Quando terminou o recreio, o professor tocou o

sino).

Page 109: Apostila de língua_portuguesa (1)

109

3- adverbial concessiva: Mesmo chorando, foi à escola (Ainda

que chorasse, foi à escola).

4- adverbial condicional: Trabalhando dobrado, conseguirás

compra-lo (Quando trabalhar dobrado, conseguirás compra-

lo).

5- adverbial causal: Sentindo-se melhor, continuou a marcha

(Como se sentiu melhor, continuou a marcha).

6- coordenada aditiva: Picou as folhas, passando-lhes a régua

(Picou as folhas e passou-lhes a régua).

c) reduzidas de particípio:

1- subordinadas adjetivas: A música composta por mim, foi

regravada (A música que gravei, foi regravada).

2- adverbiais temporais: Concluídas as atividades, ele se

inscreveu em um concurso (Quando concluiu as atividades,

ele se inscreveu em um concurso).

3- adverbiais concessivas: Mesmo quebrado, funcionou até o

último instante ( Embora estivesse quebrado, funcionou até

o último instante).

Notas – 1. Coordenadas entre si podem estar, quer

principais, quer independentes, quer subordinadas,

(desenvolvidas ou reduzidas).

2. Devem ser abandonadas as classificações:

a) de lógico e gramatical, ampliado e inampliado, complexo

e incomplexo, total e parcial, para qualquer elemento

oracional;

b) de oração (quanto à forma plena, elítica etc.); quanto à

ordem (direta, inversa, partida etc.); quanto ao conectivo

(conjuncional, não conjuncional, relativa).

3. Na classificação da oração subordinada bastará

dizer-se:

oração subordinada substantiva subjetiva (ou qualquer

outra);

oração subordinada adjetiva restritiva, ou explicativa;

oração subordinada adverbial causal (ou qualquer outra).

Page 110: Apostila de língua_portuguesa (1)

110

APÊNDICE

I – Figuras de Sintaxe

anacoluto: consiste na mudança súbita de construção

ou no emprego de um pronome relativo sem antecedente: Eu, também me parece que as leio, mas vou sempre dizendo que

não. (Garrett) elipse: supressão de termos facilmente subentendíveis:

pode ser do sujeito (eu) escrevi o livro; ligação: Rolou

(pela) estrada abaixo.

pleonasmo: repetição de termos, aqui usado como

recurso estilístico: Morrer de morte trágica.

silepse: um dos elementos é mentalmente suprimido:

Ele é (homem) bondoso. Temos as de gênero, número e

pessoa. De Gênero: São José está muito bem cuidada

(cidade: cuidada). De Pessoa: Todos nesta igreja somos

humanos (seria são). De Número: O japonês são um povo

inteligente (são: é).

II – Gramática Histórica

aférese: subtração ou supressão de sons que se dão no início do

vocábulo: aliança > liança.

altura (som): qualidade físico-acústica dos fonemas, consiste no

grau de elevação da voz, quando emitimos fonemas. Lutu > Lodo:

abaixamento de um grau, na altura.

analogia: princípio pelo qual, a linguagem tende a uniformizar-

se, reduzindo as formas irregulares às regulares (analogia é

influência e assimilação é semelhança): astrum: stella > estrela.

Anaptixe: epêntese que consiste em desfazer um grupo de

consoantes pela intercalação de uma vogal, também chamado de

“suarabacti”: brata > blatta > barata.

apócope: muito > mui; santo > são.

assimilação: é a troca de fonema vocálico ou consonantal, por

aproximação ou perfeita identidade, com outro fonema, em virtude

da influência que exerce sobre o outro.

Total: persicu > pêssego; per + los > pello >

pelo.

Parcial: factu > faitu > feito; auru > ouro.

Page 111: Apostila de língua_portuguesa (1)

111

assimilação: Progressiva: mol(i)nariu > mollairo >

molleiro > moleiro.

Regressiva: ersa > essa; reversu > revesso.

consonantismo: estudo da evolução das consoantes. (ver

consonantização na linha abaixo).

consonantização: permuta de uma semivogal em consoante O

“i” e o “u” transformam-se nas consoantes “j” e “v”: ieiunu >

jejum; uiuere > viver.

convergente: formas que apesar de vindas de vocábulos

diferentes em latim, têm em português a mesma grafia e pronúncia.

Sunt (latim) > são (Português); sanu > sadio.

crase: fusão de dois sons fracos idênticos em um forte: tenere >

teer > ter.

desnasalização: é a troca de vogal nasal em vogal oral: cena >

cã > cea > ceia.

despalatalização: troca de consoante palatal em consoante não

palatal, observa-se na pronúncia inadequada: muler e mulher.

dissimilação: permuta resultante da diversificação e um fonema,

por existir outro igual ou semelhante na palavra.

total: Marsilia > Marselha; potionea >

peçonha.

dissimilação: parcial: libellu > livel > nível.

progressiva: cribru > crivo; prora >

proa.

regressiva: mel > (i)mellu > marmelo.

ditongação: é o metaplasmo que transforma uma vogal em

ditongo: arena > área > areia.

divergente: formas que se originam da mesma fonte latina e

apresentam diferença na forma e na significação: macula > malha,

mancha, mágoa, mangra.

elisão (ou sinalefa): supressão da vogal final átona de um

vocábulo diante da vogal inicial do vocábulo seguinte: de + este:

deste, este + outro: estoutro.

empréstimo: vocábulos que nos séculos XII e XIV, foram

acrescentados ao Português para suprir as deficiências do idioma

incipiente em sua formação: suco, mapa (fenício); raio, grama,

carro, camisa (celta).

epêntese: adição de som no meio do vocábulo: marte > mavorte;

florinha > florzinha.

etimologia: estuda a origem e a formação do vocabulário de

uma língua.

haplologia: é a contração ou redução dos elementos similares

de um vocábulo, é um caso especial de síncope: bondoso por

bondadoso; idólatra por idolólatra.

Page 112: Apostila de língua_portuguesa (1)

112

hiperbibasmo: deslocação do acento tônico de uma palavra, ou

para a sílaba anterior (sístole): amavamos > amávamos; ou para a

sílaba posterior (diástole): murmurio > murmúrio.

intensidade (som): é acento característico da língua portuguesa,

a sílaba e a vogal sobre a qual recai é a tônica, sendo átona a vogal e

a sílaba sem acento. Xícara: Xí: tônica

metátese: é a transposição de fonemas na mesma sílaba: pro >

por; inter > entre.

nasalização: é a permuta de uma vogal oral em uma vogal nasal:

mihi > mii > mi > mim; sic > si > sim.

neologismo: emprego de palavras novas que podem ser

formadas dentro da própria língua, como importadas de línguas

estrangeiras: rodoviário; sambódromo; importadas: decímetro,

fonógrafo.

palatalização: é a permuta de consoante fricativa lateral alveolar

sonora “i” ou da consoante oclusiva nasal alveolar sonora “n”, bem

como dos grupos por elas formados pelas consoantes palatais lh e

nh ou ainda de certos grupos consonantais na consoante palatal: lh:

filia > filha; malleu > malho; teneo > tenho.

paragoge: adição de som no fim do vocábulo: mártir > mártire;

ante > antes.

patronímico: substantivos que eram usados como sobrenome e

que derivavam de nomes próprios por meio do sufixo ici (latino),

que deu ez e depois es: Alvarez > Álvares. Fernandez > Fernandes.

prótese: adição de sons no início do vocábulo: levantar >

alevantar; recear: arrecear.

síncope: subtração que se dá no meio do vocábulo: maior > mor;

malu > mau.

sonorização: permuta também chamada abrandamento. É a

passagem de um consoante surda a uma sonora, por influência de

um fonema sonoro. P>B – lupu > lobo; c > g: cattu>gato

substrato: influência da língua de um povo vencido sobre a

língua de um povo vencedor: Celta-íbero na Península Ibérica.

superstrato: influência da língua de um povo vencedor sobre a

língua de um povo vencido: bárbaros na Península Ibérica.

vocalismo: parte da fonética história que estuda a evolução das

vogais e das semivogais através dos tempos.(ver vocalização na

linha abaixo).

vocalização: permuta de uma consoante em uma semivogal.

Acontece com o i e o u da primeira consoante dos grupos: et, it, pt,

le, lp, bs, gen: factu > feito; alteru > auteru > outro; falce > fouce >

foice; tegnu > reino.

III – Ortografia

Abreviatura: redução de uma palavra ou expressão: BA:

Bahia, AV.: Avenida. Obs: Sigla: é a abreviatura formada pelas

letras iniciais: NGB (Norma Gramatical Brasileira), PVOLP

(Pequeno Vocabulário da Língua Portuguesa).

Page 113: Apostila de língua_portuguesa (1)

113

alfabeto (ver abaixo)

dígrafo – grupo de letras que representam um só fonema

Exs.: ch (chave) qu (quero)

gu (guerra) rr (carro)

nh (manhã) ss (passo)

homógrafo: palavras que se escrevem com as mesmas letras:

manga (fruta)/ manga (parte da roupa).

homófono: palavras que têm o mesmo som: sessão/ seção.

letra:símbolo gráfico que estando isolada ou em conjunto,

equivale a um fonema. Existem princípios que regulam o uso: letra

maiúscula ou letra minúscula:

maiúscula: A, B, C, D, E, F, G, H, I, J, (K),

L, M, N, O, P, Q, R, S, T, U, V, (W), (X),

(Y), Z .

letra:

minúscula: a, b, c, d, e, f, g, h, i, j, (k). l, m,

n, o, p, q, r, s, t, u, v, (w), (x), (y), z. Obs: com a Reforma publicada em 12/10/2008, as letras k, w e y, foram incorporadas ao alfabeto

português.

Emprego das iniciais maiúsculas, de acordo com as Instruções da Academia

Brasileira de Letras:

“49. Emprega-se a letra inicial maiúscula:

1o – No começo de período, verso ou citação direta: John Lennon disse: o sonho

acabou! Usamos a inicial maiúscula no início dos versos de uma estrofe. À moda

espanhola, usamos a minúscula no princípio de cada verso, quando a pontuação o

permite.

2o – Nos substantivos próprios de qualquer espécie: antropônimos, topônimos,

patronímicos, cognomes, alcunhas, tribos e castas, designações de comunidades

religiosas e políticas, nomes sagrados e relativos a religiões, entidades

mitológicas e astronômicas, etc. Observações: a) As formas onomásticas que

entram na composição de palavras do vocabulário comum escrevem-se com

inicial minúscula, quando constituem, com os elementos a que se ligam por hífen,

uma unidade semântica; quando não constituem unidade semântica, devem ser

escritas sem hífen e com inicial maiúscula: pé-de-moleque, martim-pescador,

além Andes, aquém Pacífico. b) Os nomes de povos escrevem-se com inicial

minúscula, não apenas quando designam habitantes ou naturais de um estado,

província, cidade, vila ou distrito, mas ainda quando representam coletivamente

uma nação: amazonenses, russos, baianos, patrocinenses.

3o – Nos nomes próprios de eras históricas e épocas notáveis: Idade Média,

Seiscentos (o século XVII). Obs: os nomes de meses, com inicial minúscula:

janeiro, fevereiro...

4o – Nos nomes de vias e lugares públicos: Avenida Rui Barbosa, Praça da

Matriz, Rua Rio Branco.

5o – Nos nomes que designam altos conceitos religiosos, políticos ou

nacionalistas: Igreja Católica, Presbiteriana, Espírita. Nação. Estado. Pátria. Raça.

Obs: quando são empregados em sentido geral, ou indeterminado.

Page 114: Apostila de língua_portuguesa (1)

114

6o - Nos nomes que designam artes, ciências ou disciplinas, e nos nomes que

sintetizam, em sentido elevado, as manifestações do engenho e do saber: Direito,

Medicina, Arte, Ciência, Cultura. Obs: idioma, idioma pátrio, língua, língua

portuguesa, vernáculo e outros análogos, empregados com especial relevo,

escrevem-se com inicial maiúscula.

7o – Nos nomes que designam altos cargos, dignidades ou postos: Papa, Cardeal,

Arcebispo, Bispo, Patriarca, Vigário, Vigário-Geral, Presidente da República,

Ministro da Educação.

8o – Nos nomes de repartições, corporações ou agremiações, edifícios e

estabelecimentos públicos ou particulares: Inspetoria de Ensino, Presidência da

República, Banco do Brasil, Teatro Municipal, Tipografia Modelo.

9o – Nos títulos de livros, jornais, revistas, produções artísticas, literárias e

científicas. Obs: as partículas monossilábicas que acham no interior de vocábulos

compostos e ou de locuções ou expressões que têm iniciais maiúsculas: Queda do

Império, Dom Casmurro, O tronco do Ipê.

10o – Nos nomes de fatos históricos e importantes, de atos solenes e de grandes

empreendimentos públicos: Centenário da Independência do Brasil.

Descobrimento do Brasil. Questão Religiosa. Reforma Protestante. Festa das

Mães. Dia do Município. Obs: nos nomes das festas pagãs ou populares, usamos

a inicial minúscula: carnaval, entrudo, saturnais, etc.

11o – Nos nomes de escolas de qualquer espécie ou grau de ensino: Faculdade de

Filosofia, Ciências e Letras. Escola Estadual “Dom Lustosa”.

12o – Nos nomes comuns, quando personificados ou individuados e de seres

morais ou fictícios: A Capital da República, a Capital do Brasil, o Natal de Jesus,

os Habitantes da Ilha, a Bondade, o Amor, o Lobo, o Cordeiro. Obs: Incluem aqui

os nomes que designam atos das autoridades da República, quando empregados

em correspondência ou documentos oficiais: A Lei de 25 de março, o Decreto-lei

no 623.482, o Decreto n

o 321.426, o Regulamento n

o 279, o Acórdão de 4 de

abril.

13o – Nos nomes dos pontos cardeais, quando designam regiões: Os povos do

Oriente. O falar do Nordeste. A guerra do Oriente. Obs: usa-se com inicial

minúscula, quando designam direções ou limites geográficos: Estudava todo o

país; de norte a sul e de leste a oeste.

14o – Nos nomes, adjetivos, pronomes ou expressões de tratamento ou reverência:

D. (Dom ou Dona), DD. Ou Dig.mo

(Digníssimo), MM. ou M.mo

(Meritíssimo).

Obs: as formas ligadas a essas expressões, também: Ex.ma

Sr.a Diretora.”

notações léxicas: os sinais gráficos (acentos grave, agudo,

circunflexo) atribuem às letras, determinado valor fonético. O

agudo é usado pra indicar timbre aberto ou sílaba tônica, o grave, a

crase e o circunflexo, timbre fechado.

Agudo ( ´ )

acento: grave ( ` )

circunflexo ( ^ ), trema ( ¨ ) abolido.

apóstofro: indica a supressão de vogal ou fonemas: d` água.

cedilha: mostra que o “c” tem valor de ss: caçar.

Page 115: Apostila de língua_portuguesa (1)

115

hífen: separa elementos de vocábulo composto (couve-flor);

separa pronomes de forma verbal (pedir-te-ia); separa sílabas em

fim de linha.

til: denota nasalidade

trema: colocado na vogal “u”, mostra que não forma ditongo

com a que lhe está próxima (cinqüenta, freqüente)[foi abolido].

sigla: letras iniciais de vocábulos, constituindo abreviaturas:

OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).

Usos do hífen:

a) nos vocábulos que têm os prefixos:

1- SEM, SOTA, SOTO, VICE, VIZO, EX: vice-

diretor, ex-ministro,

2- AUTO, CONTRA, EXTRA, INFRA, INTRA,

NEO, PROTO, PSEUDO, SEMI, SUPRA, ULTA,

ANTE, ANTI, ARQUI, SOBRE, quando a palavra

que vem depois iniciar-se por vogal, h, r, ou s: auto-

retrato, extra-humano, contra-ataque, infra-som.

Exceção: extraordinário.

3- BEM com a palavra que tem vida autônoma, ou

quando a pronúncia o requerer: bem-querer

4- CIRCUM com palavra iniciada por vogal: circum-

adjacente.

5- MAL, PAN, com palavra iniciada por vogal ou H:

mal-humorado, mal-educado.

6- AB, AD, OB, SOB, SUB com palavra iniciada por

R: ab-rogar,

b) nas palavras que têm acentuação própria, formando uma

unidade semântica: grã-mestre, beija-flor.

c) com os sufixos MIRIM, GUAÇU, AÇU se a palavra

anterior terminar em sílaba tônica: capim-açu.

d) nas formas verbais com a colocação pronominal enclítica

ou a mesoclítica: comprá-lo-ei.

e) EIS seguido de pronome de pronome pessoal átono: eis-me

aqui.

f) Nos adjetivos compostos: euro-lusitano, verde-azul.

g) Em palavras com prefixos que têm acentuação própria: pré-

história, pós-graduação

Obs: com a reforma da língua portuguesa, não se usará

mais o hífen: 1- quando o segundo elemento começar com

s ou r, devendo estas consoantes ser duplicadas, como

em antirreligioso, antissemita, contrarregra, infrassom.

Exceção: será mantido o hífen quando os prefixos

terminam com r, ou seja, hiper-, inter- e super-, como em

hiper-requintado, inter-resistente e super-revista. 2-

quando o prefixo terminar em vogal e o segundo elemento

Page 116: Apostila de língua_portuguesa (1)

116

começar com um vogal diferente: extraescolar,

aeroespacial, autoestrada

Usos do hífen após a Reforma Ortográfica:

h) nos vocábulos que têm os prefixos:

1- SEM, SOTA, SOTO, VICE, VIZO, EX: continuam

a usar o hífen independente do segundo elemento

começar com R, S ou não: vice-diretor, ex-ministro,

sem-sal, vice-secretário, sota-rei. sem-razão, ex-

reitor, mas: exsolver, exsurgir (continuam como

eram antes),

2- AUTO, CONTRA, EXTRA, INFRA, INTRA,

NEO, PROTO, PSEUDO, SEMI, SUPRA, ULTA,

ANTE, ANTI, ARQUI, SOBRE, quando a palavra

que vem depois iniciar-se por vogal, h, vamos usar o

hífen: sobre-humano, se começar com r, ou s, temos

que duplica-los: autorretrato, infrassom. Se começar

com vogal, não usamos o hífen: extraordinário,

porém com vogais idênticas: contra-ataque,

microondas.

3- BEM com a palavra que tem vida autônoma, ou

quando a pronúncia o requerer: bem-querer, bem-

remunerado

4- CIRCUM com palavra iniciada por vogal: circum-

adjacente circum-resistente.

5- MAL, PAN, com palavra iniciada por vogal ou H:

mal-humorado, mal-educado, pan-russo

6- AB, AD, OB, SOB, SUB com palavra iniciada por

R: ab-rogar, sub-reino, ex-reitor, pós-romano.

i) nas palavras que têm acentuação própria, formando uma

unidade semântica: couve-flor, navio-escola.

j) com os sufixos MIRIM, GUAÇU, AÇU se a palavra

anterior terminar em sílaba tônica: capim-açu, feijão-açu.

k) nas formas verbais com a colocação pronominal enclítica

ou a mesoclítica: comprá-lo-ei.

l) EIS seguido de pronome de pronome pessoal átono: eis-me

aqui.

m) Nos adjetivos compostos: euro-lusitano, verde-azul, luso-

afro.

n) Em palavras com prefixos que têm acentuação própria: pré-

história, pós-graduação, exceção do prefixo co-: coautor;

co-réu: corréu (juntamente com outro réu).

Revisão referente às observações sobre o novo Acordo

Ortográfico de 1995

Foi assinado em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990 por Cabo

Verde, São Tomé e Príncipe, Angola, Brasil, Portugal, Guiné-

Page 117: Apostila de língua_portuguesa (1)

117

Bissau, Moçambique e posteriormente por Timor-Leste. Foi

aprovado no Brasil pelo Decreto Legislativo no 54 de 18/4/1995 e

terá obrigatoriamente seu uso em 2012. A implantação das regras se

deu em janeiro de 2009.

O USO DO HÍFEN

Não usam o hífen:

Palavras com prefixos terminados em vogal com o segundo

elemento iniciado por “R” ou “S”: autorresistência.

Prefixo “ANTE”

antessocrático, antessabor, anterrosto, anterrepublicano,

anterreal, antessacristia, antessala.

Prefixo “Re-”

Com este não vamos seguir a regra que diz que “quando o

prefixo termina em uma vogal e o segundo elemento começa

com a mesma vogal, devemos usar o hífen”.

Reeditar, reeducar, reelevar (mas: micro-ondas); aceitamos

duas formas: reeleito e re-eleito.

Prefixo “AUTO”

autossugestão, autossuficiência, autosseroterapia, autorredução,

autorregulamentação, autorretrato.

Prefixo “ANTI”

antissoviético, antissofista, antissinodal, antissimbólico,

antissifilítico antissemita, antissátira, antirrevolução,

antirrevisionista, antirreumático, antirrepublicano,

antirregulamentar, antirreformista, antirrealista, antirreal,

antirraquítico, antirracional, antissocial, antirrugas,

antirreligioso, antirracismo, antirrábico, antirrugas, antissocial.

Prefixo “ARQUI”

arquissofista, arquissinagoga, arquissátrapa, arquissacerdote,

arquirrabino, arquirrivalidade, arquirromântico.

Prefixo “CONTRA”

contrassoca, contrassinal, contrassignificação, contrasselas,

contrassaafra, contrarruptura, contrarroda, contrarrevolução,

contrarrevolta, contrarresposta, contrarréplica, contrarreparo,

contrarreforma, contrarreação, contrarrancho, contrassenha,

contrassenso, contrarregra.

Prefixo “EXTRA”

Page 118: Apostila de língua_portuguesa (1)

118

estrassensorial, extrassensível, extrassagital,

extrarregulamentar, extrarregimento, extrasseco, extrassístole,

extrarregimento.

Prefixo “INFRA”

infrarrotulado, infrassônico, infrarrenal.

Prefixo “ULTRA”

ultrassonoterapia, ultrassensível, ultrassecular, ultrassecreto,

ultrassonografia, ultrarromântico, ultrassom, ultrarresistente.

Prefixo “SUPRA”

suprassegmental, suprarrealista, suprassumo, suprarrenal,

suprassensível.

Prefixo “BIO”

A união desse prefixo com as palavras começadas com R ou S já

era feita sem o uso de hífen: biorritmo, biossocial

Prefixo “CO”

cossenso, corré (réu juntamente com outros réus), corregência,

corresponsabilidade, cossecante.

Prefixo “MICRO”

usamos a nova regra em “microssistema”, “microssaia”, em

outras palavras como microrregião, microrreprodução, a união

já era feita sem o uso do hífen.

Prefixo “NEO”

neorrepública, neorrealismo, neorromano, neossimbolista.

Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a

noção de composição: girassol, madressilva, mandachuva,

paraquedas, paraquedista, pontapé.

Acentuação:

“ÉI e ÓI”:

São acentuados nas palavras oxítonas: herói, troféu, papéis.

Não são acentuados nas palavras paroxítonas: androide, apoia.

O “I” e o “U” tônicos após ditongos, nas palavras paroxítonas:

Não são acentuados: feiura, baiuca.

São acentuados em palavras oxítonas quando estiverem no final

ou seguidos de “S”: Piauí, tuiuiú.

Acento diferencial:

Page 119: Apostila de língua_portuguesa (1)

119

Não se usa : pára/para, , péla(s)/pela(s), pêra/pêra,

pólo(s)/polo(s), pêlo(s)/pelo(s).

Usa-se: pôde/pode, pôr/por, têm/tem, (e derivados),

intervém/intervem,. Facultativo: fôrma/forma.

Acento Agudo:

Os verbos AGUAR, AVERIGUAR, APAZIGUAR, DESGUAR,

ENXAGUAR, OBLIQUAR, DELINQUIR (admitem duas

pronúncias).

Não se usa: tu aguis, ele argui, eles arguem (ARGUIR E

REDARGUIR).

Usa-se, quando o as formas forem pronunciadas com “a” ou “i”

tônicos: Enxaguar: enxáguo, enxáguas, enxágua, enxáguam,

enxágue, enxágues, enxáguem. Delinquir: delínquo, delinques,

delínque, delínquem, delínqua, delinquas, delíquam. Se forem

pronunciadas com u tônico, não são acentuadas.

Uso do hífen em palavras compostas: 1-unidade sintagmática e

semântica: Emprega-se o hífen nas palavras compostas por

justaposição cujos elementos constituem uma unidade

sintagmática e semântica e mantêm acento próprio, podendo

dar-se o caso de o primeiro elemento estar reduzido: Ano-luz,

arco-íris, decreto-lei, és-sueste, médico-cirurgião, tio-avô,

tenente-coronel, Amor-perfeito, guarda-noturno, mato-

grossense, norte-americano, porto-alegrense, sul-africano; afro-

asiático, azul-escuro, luso-brasileiro, primeiro-ministro,

primeiro-sargento, segunda-feira, conta-gotas, guarda-chuva.

Obs: certos compostos, em relação aos quais se perdeu, em

certa medida, a noção de composição, grafam-se

aglutinadamente: Girassol, madressilva, mandachuva, pontapé,

paraquedas, paraquedista, etc. Usa-se o hífen nas palavras

compostas que designam espécies botânicas ou zoológicas:

Abóbora-menina, couve-flor, erva-doce, feijão-verde, ervilha-

de-cheiro, bem-me-quer (nome de planta que também se dá à

margarida e ao malmequer); andorinha-grande, cobra-capelo,

formiga-branca, andorinha-do-mar, cobra-d’água, lesma-de-

conchinha; bem-te-vi.

IV – Pontuação: sistema de sinais gráficos para facilitar a

compreensão da frase e fornecer-lhe determinados cambiantes.

aspas “”

asterisco *

colchetes [ ]

dois-pontos :

parágrafo

parênteses ( )

ponto-de-exclamação !

Page 120: Apostila de língua_portuguesa (1)

120

ponto-de-interrogação ?

ponto-e-vírgula ;

ponto-final .

reticências ...

travessão ___

vírgula ,

1- A vírgula: indica uma pausa curta, e serve para separar:

a) as orações coordenadas, que não são introduzidas pela conjunção

aditiva “e”: Cantou, bebeu, chorou.

b) as orações adverbiais, quando vêm antes da principal: Mas, como somos

humanos e sentimos dor, o absurdo foi colocado de lado.

c) as orações adjetivas explicativas: E, ali estavam os mestres, que tanto

dominam assuntos, que tanto se enganam com a diversidade de teorias.

d) as orações intercaladas: A “antropausa” , dizia o professor, aparece nos

homens aos quarenta ou aos cinqüenta anos.

e) os termos intercalados que quebram a ordem direta da frase: Os Néfelins

transitavam ali, maldosos, insuportáveis, aterrorizadores.

f) os pleonasmos, anacolutos e termos repetidos: A Maiéutica, usaram-na

muito para saber da verdade escondida.

g) nos apostos e vocativos: A vontade do irmão não estava em sua

compleição, sua disposição de espírito, por isso não participou. Ó Deus,

onde estais que não me respondes?

h) numa enumeração: Foi ao supermercado e comprou arroz, feijão, óleo,

farinha e cebola.

2- O ponto final: serve para encerrar a frase: “Know-how” é o conjunto de

conhecimentos necessários ao desempenho.

3- As aspas:

a) para realçar com ironia o significado de uma palavra: Coromandel em

aramaico significa “paraíso”.

b) nas transcrições literais: John Lennon disse: “O sonho acabou”.

c) para destacar estrangeirismos, gírias e neologismos: “Azarar” em certo

momento cronológico, significou na gíria, “namorar”.

4- Os dois pontos:

a) para esclarecer: O masculino de sereia não é sereio: é tritão.

b) para indicar uma citação: John Lennon disse: “O sonho acabou”.

5- O ponto e vírgula: indica pausa mais longa que a vírgula e separa:

a) considerandos, artigos, decretos, disposições em leis, regulamentos,

contratos:

CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE MINAS GERAIS (1989)

Art. 196 – O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

I – igualdade de condições para o acesso e freqüência à escola e

permanência nela;

II – liberdade de aprender, ensinar e pesquisar, e de divulgar o

pensamento, a arte e o saber;

III – pluralismo de idéias e de concepções filosóficas, políticas, estéticas,

religiosas e pedagógicas, que conduza o educando à formação de uma postura

ética e social próprias;

IV – preservação dos valores educacionais regionais e locais;

V – gratuidade do ensino público; (...)

b) orações: Ouço a beleza da harmonia da música; a inversão das notas da

clave de fá; as dissonâncias e as tridissonâncias; a mistura das

combinações dos intervalos das notas sétimas, nonas, décimas terceiras

combinando com a linda e elaborada melodia, em uma voz de timbre

seguro e afinada.

6- Os parênteses:

Page 121: Apostila de língua_portuguesa (1)

121

a) palavras ou expressões intercaladas no discurso: O estudo que dá

preferência ao todo e não à separação: O “Holismo” (em um de seus

sentidos), era o que interessava naquele momento.

7- Ponto de exclamação:

a) exprime surpresa, admiração, temor, alegria: Que linda que ela era!

8- Ponto de interrogação:

a) usado nas interrogativas diretas: Por que você não foi à festa?

9- O travessão:

a) isolar palavras ou frases: Os “radicais livres” – destruidores de células –

são alimentos que são quebrados, mas não são absorvidos pelo

organismo.

b) marcar a mudança de interlocutor em um diálogo:

- O que significa “Filogenético” e “Ontogenético”?

- “Filogenético” é o amigo da evolução na formação e “Ontogenético” é a

evolução do ser desde a fecundação até a maturidade.

10- As reticências:

a) idéia incompleta: Eu queria...

b) interrupção da frase, do pensamento: Eu ia andando, quando de

repente...

V – Significação das Palavras antônimo: vocábulos que têm significados opostos: bem: mal.

homônimo: vocábulos de mesma pronúncia, mas de escrita

diferente: sessão/ seção.

homófonos: vocábulos que têm o mesmo som, com grafia e

sentido diferente: passo: paço; senso: censo.

parônimos: vocábulos que têm sons semelhantes: descrição:

discrição.

sinônimo: vocábulos que têm o mesmo significado: Balípodo:

Futebol.

sentido figurado: sentido que a palavra assume, quando

empregada fora de seu significado normal: O coração da selva.

VI – Vícios de Linguagem: deturpam a linguagem, ao contrário

das figuras de sintaxe que servem para embelezá-la:

barbarismo: emprego de termos estranhos, tanto na forma

(fuge: foge) como na idéia (púdico: pudico).

cacofonia: união de vocábulos que causam estranham

pronúncia, que dá a entender outro significado: Uma por cada.

preciosismo: linguagem rebuscada em excesso que causa dano à

naturalidade: O gigantesco e assombroso navio em tamanho, com

elevada e exagerada carga, atravessava lento e calmo, o enorme

oceano que banha as Américas (O grande navio, com uma carga

enorme, atravessava o Atlântico).

solecismo: inadequação sintática de concordância ou regência

(palavra que se origina de Soles, colônia grega, onde se falavam

erradamente o grego): Haviam sinos nas montanhas (Havia).Temos

aqueles de sintaxe e outros de semântica. Ex:

1- Troca de preposições: empregam a preposição “a” em

vez de “de”: incumbido a dizer: incumbido de dizer; moinho

a vento: moinho de vento; combinação a dois: combinação

Page 122: Apostila de língua_portuguesa (1)

122

de dois; equação a duas incógnitas: equação de duas

incógnitas; sob o ponto de vista: do ponto de vista. Tenho

muito a dizer: tenho muito que dizer

2- Preposição “contra”: dizem “pagar contra recibo:

pagar com recibo, mediante recibo.Encostar a mesa

contra a parede: encostar a mesa à parede. Remete-se

contra reembolso: remete-se a reembolso (ou “a

cobrança”).

3- Preposição “em”: barco em madeira: barco de

madeira; capa em azul: capa azul; TV em cores: TV

à cores.

4- Expressões: Pessoas de alguns vinte anos: Pessoas

dos seus vinte anos. Quando me viu e que me falou:

Quando me viu e me falou. O dia amanhecendo:

Amanhecendo o dia. Ele ganhou a rua: Ele alcançou

a ruas. Repare na atitude dele: Repare na postura

dele. A aula terminada: Terminada a aula. Obs:

Temos a expressão “é que” e o “infinitivo

flexionado” que são “maneiras de dizer” no falar

culto, mas em choque com ele (idiotismo ou

expressão idiomática). (Evanildo Bechara)

={idiotismos fraseológicos: pobre de mim; triste de

mim; o maldito do rapaz [são frases idiomáticas que

não podem ser analisadas. Idiomatismos léxicos = 1-

o infinitivo pessoal (usado em Portugal); 2- Mudança

de sentido: homem simples, simples homem; o

cabeça, a cabeça; 3- a palavra saudade não traduzida

em outras línguas.

Estilística É uma parte da retórica = (conjunto de regras ao bem falar ou

oratória [arte de falar em público; oratória: discurso oral, usado em comícios, que

apresenta introdução, proposição, confirmação e refutação]), tem por objeto o estilo,

que é o modo particular de cada escritor.

Classificação do Estilo: quanto à história, forma e matéria.

Forma:

Qualidade:(simples: visa a convicção; moderado:

florido ou ornado [históricos e narrativos]; sublime: muito ornado, é

o dos discursos oratórios e obras épicas).

Quantidade: pode ser preciso (as palavras correspondem exatamente

às idéias) =[ático], conciso (com o menor número de palavras se

obtém o maior efeito de expressão =[lacônico]; redundante

(palavras, empolado, a uma idéia correspondem muitas palavras);

médio (fica entre o preciso e o redundante =[estilo ródio]).

Matéria: épico, lírico, dramático, cômico,

espirituoso, epistolar, faceto, forense, humorístico, parlamentar.

Ortografia

Page 123: Apostila de língua_portuguesa (1)

123

Obs: com a reforma publicada em 12/10/2008, no português lusitano , desaparecerão o “c” e o “p” de

palavras em que essas letras não são pronunciadas, como acção, acto, adopção que se tornam ação,

ato, adoção e ótimo.

1) Usos do “S”:

a) nas formas verbais dos verbos “querer” e “pôr” e seus derivados,

no pretérito perfeito do indicativo: quis: quiseste: pus: pusesse

b) nos sufixos formadores de feminino: “esa” e “isa”: poetisa,

princesa

c) no verbo “coser” que significa costurar.

d) nas palavras provenientes de um verbo cognato (que tem a

mesma raiz) terminados em “ender”: pretender: pretensão.

e) nos sufixos “oso, osa” e “es, esa” que formam adjetivos:

fabuloso, inglês.

f) após um ditongo: maisena.

g) em palavras de origem grega (ase, eses, ise, ose): catequese,

análise, metamorfose.

h) verbos que tenham em seus substantivos a letra “S”, por isso

terminados em “ISAR”: bisar, analisar.

2) Usos do “Z”:

a) verbos que derivam dos substantivos e adjetivos usam o sufixo

“IZAR”:realizar suavizar profetizar.

b) nas palavras que provêm daquelas que tenham radical terminados

em “Z”: Cruz: cruzeiro.

c) nos sufixos “EZ” e “EZA” que formam substantivos abstratos:

riqueza, nobreza.

3) Usos do “X”:

a) após a sílaba “ME”: mexer Obs: mas não usamos na palavra

“mecha”(substantivo).

b) nas palavras iniciadas por “EN”, após esta sílaba: enxugar,

enxurrada, mas não usamos na palavra “encher” e nas derivadas de

outras que se escrevem com CH: charco: encharcar, chouriço:

enchouriçar.

c) após um ditongo: peixe, caixa, ameixa.

Palavras que se escrevem com “x”: puxar, muxiba, broxar (perder a

potência sexual, pintar com broxa), extravagante, enxerido,

enxergar, faxina, bruxa, mexerica, xingar, xampu.

4) Usos do “J”:

a) palavras em que usamos o “J”: viajem (verbo), ajeitar, ultraje,

berinjela, traje, cafajeste, jeito, laje, majestade, ojeriza, sarjeta,

trajeto, projeção, objeção, pajem.

b) nas palavras de origem indígena ou africana: jenipapo, jiló, pajé.

Mas não em Sergipe.

c) nas palavras derivadas cujas primitivas grafam-se com “J”: canja:

canjica, cereja: cerejeira.

d) nos verbos terminados em –jar ou –jear: arranjar, sujar, granjear,

lisonjear.

Page 124: Apostila de língua_portuguesa (1)

124

5) Usos do “H”:

Não é consoante e é usado:

a) no segundo elemento de palavras compostas: super-herói, pré-

história.

b) no final e no início de algumas palavras: puh, ah, haver, humilde.

c) quando a etimologia o exige: horizonte (horízon do grego),

humanização (humanitas do latim).

d) nos dígrafos nh, lh, ch: chaveiro, nhoque, palha.

Obs: O nome do estado se escreve “Bahia”, mas os derivados são

escritos sem o “H”: baiano. O “h” se conserva pela etimologia nas

palavras derivadas, mesmo que a primitiva não o tenha: erva:

herbanário, inverno: hibernal.

6) Usos do “G”

a) nas palavras que tem seus finais em ágio, égio, ígio, ógio, úgio:

colégio, relógio.

b) nas palavras que tem “gem” em seu final: massagem,

malandragem.

c) nas palavras que derivam de outras que se escrevem com g:

fingir: fingido: fingimento.

Obs: “pajem” é a exceção e “viagem” é o substantivo e “viajem” é

forma verbal.

7) Usos do “I”:

a) no prefixo dis- que significa movimento para diversos lados e

dificuldade: dispensar, disfunção, dislexia.

b) nos prefixos im- e in- (movimento para dentre e privação,

negação):impugnar, infalível.

c) no prefixo anti- que indica posição contrária: antídoto,

antialcoólico.

d) na 2a e 3

a pessoas do singular do presente do indicativo dos

verbos terminados em –uir, -air e –oer: cair: cais, cai, doer: dói,

sair: sais, sai.

8) Usos de C, Ç, S, SS. SC. XC:

a) “C” e “Ç” nas palavras que vieram do árabe, tupi e do africano:

caçula, açaí, criciúma, Ceci, Juçara, paçoca.

b) após os ditongos, usamos o “c” e o “ç”: foice, refeição, louça.

c) nos derivados dos verbos terminados em –nder e –ndir, usamos o

S: pretender: pretensão; fundir: fusão.

d) usamos SS ou S, após N e R nos derivados de verbos terminados

em –DER, -DIR, TIR e –MIR: ceder: cessão, compreender:

compreensão, reprimir: repressão. Obs: partir: partição: sumir:

sumiço; se o verbo perder a terminação –ter no substantivo

derivado, escrevemos com –ção: autorização, contradição,

descrição, resolução.

Page 125: Apostila de língua_portuguesa (1)

125

Acentuação Gráfica

a) PROPAROXÍTONAS: todas são acentuadas

LÂMpada - trabaLHÁssemos – Cárie

b) OXÍTONAS: são acentuadas as terminadas em A, E, O, EM,

ENS: armazém, vatapá.

c) MONOSSÍLABOS TÔNICOS: são acentuados os terminados em

A(s), E(s), O(s): pá, pés, pó.

d) PAROXÍTONAS: são acentuadas as terminadas em:

1- I, IS, US, UM, UNS: júri, álbum, ônus, bíceps.

2- L, N, R. X, OS, Ã(s): amável, próton, ônix, órfã,

revólver.

3- Ditongos crescentes e decrescentes: ciência, jóquei.

e) DITONGOS: vogais tônicas e abertas devem ser acentuadas:

troféu, corrói (exceto em palavras paroxítonas (alcaloide)

f) U TÔNICO dos grupos gu ou qu, quando são seguidos de E ou I:

tranqüilo, lingüiça*(abolido).

g) HIATOS: o “U” e o “I” tônicos: saúde, juízes.*

Obs: excetua-se a acentuação, quando estes U e I são seguidos de L,

M, N, R, Z ou NH: ruim, rainha.

h) HIATO “OO”: o primeiro O é acentuado: vôo*.

i) EE: o primeiro E quando tônica: dêem*.

j) VERBOS TER E VIR (e compostos): acentua-se as 3as

pessoas

do plural do presente do indicativo: eles têm, eles vêm.

l) ACENTO DIFERENCIAL: pôde/pode, pára/para, pélo/pêlo,

pólos/pólos, pêra/pêra, quê/que, côa/côa, pôr/por*.

m) os ditongos abertos: éi, oi, eu: troféu, anéis, faróis*. * Obs: com a Reforma publicada em 12/10/2008: o trema deixará de existir, a não ser em nomes

próprios e seus derivados. O acento diferencial não será usado mais para diferenciar: o verbo pára da preposição para; o verbo péla (pelar) de pela, combinação da preposição com o artigo; o substantivo

pólo de polo combinação antiga de por + o; a forma verbal pélo (pelar) de pêlo, substantivo e de pelo,

combinação da preposição com o artigo; pêra (fruta) de pêra (pedra) e pêra (preposição arcaica). Não se usará mais o acento agudo: 1- nos ditongos abertos ei e oi de palavras paroxítonas, como

assembléia, idéia, heróica, jibóia. 2- nas palavras paroxítonas, com i e u tônicos, quando precedidos

de ditongo: feiúra, baiúca. 3- nas formas verbais que têm o acento tônico na raiz, com u tônico precedido de g ou q e seguido de e ou i: averigúe, apazigúe e argúem (arg(û/u)ir), passam a ser

grafadas averigue, apazigue, arguem. (ver detalhes na pág 98).

Page 126: Apostila de língua_portuguesa (1)

126

CRASE

É a contração do artigo feminino “a” ou dos demonstrativos aquele,

aquela, aquilo, a, as, com a preposição “A”: Ele foi à escola.

Entreguei o papel àquela senhora.

Regra geral: emprega-se a crase apenas antes de palavras femininas

(exceção: casacos à Pierre Cardin, porque a palavra “moda” está

subentendida).

Emprega-se a crase:

a) referindo-se a hora, antes de numeral, empregamo-la: Veio às

duas horas.

b) nas locuções prepositivas (estava à procura de emprego),

adverbiais ( às vezes, à toa, à esquerda), conjuntivas (à proporção

que, à medida que). c) diante da palavra CASA, quando

determinada ou designar dinastia ou estabelecimento comercial:

Fomos à casa de Maria. Fomos à Casa do Lavrador. d) senhora,

dona e senhorita (expressões de tratamento): Deram o papel à

senhora. e) tratamento íntimo ou familiar, antes de nome próprio de

pessoa, precedido de preposição: Entregamos o prêmio à Lulu.

Uso facultativo

a) com nomes próprios femininos: Referiu-se à (a) Marli.

b) com a palavra “até”: Fui até à (a) despensa da casa.

c) com pronomes possessivos femininos: Foi à(a) sua escola.

Omissão:

a) pronomes de tratamento: Entreguei o discurso a V. Excelência.

b) verbos: Estava a pensar.

c) pronomes pessoais: Referi-me a você, a ela, a todos.

Figuras de retórica (Obs: Em Portugal são chamadas de retórica, no

Brasil, de linguagem) Acribia: rigor na escolha das palavras, exatidão de estilo. Anacenose: figura de arte de bem falar, que consiste em nos fazermos participantes das palavras ou

ações de outra pessoa.

Anadiplose: repetição de frase contida no fim de um período e no começo do período imediato. Anominação: substituição de uma palavra por outra de sentido oposto.

Antanáclase: uso de palavras iguais no som, mas de sentido diverso.

Antanagoge: voltam-se contra o adversário, os argumentos que lhe serviam para funcionar uma acusação.

Antapódose: consiste no emprego de dois ou mais trechos onomatopaicos na mesma frase.

Antimetábole: nome dado à formação de uma frase com vocábulos de outra ou anagrama Antiparástase: recurso de oratória, que apresenta um ato praticado por alguém como elogiável,

apesar de tido como passível de condenação.

Antístrofe: mudança de sentido na associação de certas palavras, pela sua repetição em ordem inversa.

Aparitmese: consiste em separar algo em suas diversas partes, enumerando-as sucessivamente.

Aparte: interrupção feita a um orador, em meio a seu discurso. Apodioxe: repulsão de um argumento por ser absurdo.

Aposiopse: interrupção propositada de uma frase. Reticência.

Apostrofar: dirigir subitamente a palavra a alguém. Assíndeto: supressão de conjunções coordenativas entre orações.

Diácope: figura na qual é representada uma palavra, pondo outra ou outras de permeio, consiste na

repetição da mesma palavra, com outra ou outras intercaladas: Maria, a bonita Maria. Tu, só tu. Diáfora: repetição de uma palavra na frase, com significados diferentes: Primavera, vera (a verdade),

vera (o nome), vera (o verbo), veremos.

Diaporese: figura pela qual o orador se interrompe.

Page 127: Apostila de língua_portuguesa (1)

127

Enargia: figura que consta da representação exata de um objeto no decurso de uma alocução.

Epanadiplose: figura que consiste em se repetir uma expressão ou palavra, no início e fim de cada

verso ou frase.

Epanáfora: consiste em se repetir uma palavra ou expressão no início de cada verso ou frase.

Epanalepse: consiste em se repetir uma palavra ou expressão entre duas frases seguidas.

Epanástrofe: consiste em repetir em frase ou verso a palavra final da frase ou do verso anterior. Epânodo: consiste em se repetir separadamente, palavras que foram ditas juntas, anteriormente.

Epítrope: consiste em conceder alguma coisa, que se poderia contestar, para dar maior autoridade ao

que se quer provar. Epizeuxe: consiste em se repetir imediatamente uma palavra ou expressão após ela ter sido

pronunciada pela primeira vez.

Hipálage: figura que consiste em atribuir-se a certas palavras de uma frase o que pertence a outras da mesma frase: O sapateiro meteu o sapato na forma por O sapateiro meteu a forma no sapato.

Histerologia: erro do orador ou do escritor que se refere em primeiro lugar àquilo que deveria vir

depois. Litotes: sistema de afirmação empregando a negação do contrário.

Metábole: repete uma idéia de modos diferentes: deve-se comer para viver e não viver para comer.

Metagoge: atribui sentimento às coisas inanimadas. Metalepse: toma o antecedente pelo conseqüente e vice-versa.

Metástase: o orador declina de si a responsabilidade de alguma alegação.

Mimese: imita a voz ou o gesto do orador.

Paralipse: firma-se ou atrai a atenção para alguma idéia ou objeto, fingindo desviá-la.

Preterição: figura que consiste em fingir calar alguma coisa que na realidade, está enunciado.

Prolepse: nela se acabam antecipadamente, as objeções do adversário. Prosonomásia: tem por base a similtude de vozes.

Simploce: figura utilizada para determinar o fato segundo o qual se fala; a repetição da palavra no

início e no fim da oração. Sintomia: figura sinônima de exposição resumida.

Sizetese: figura com que se inicia uma discussão.

Subjeção: figura pela qual o orador interroga o adversário e, prevendo a resposta, dá logo a réplica.

Figuras de construção

Homeoptoto: emprego consecutivo de verbos nos

mesmos tempos, e pessoas, ou por vários substantivos ou

adjetivos precedidos pelos mesmos artigos, preposição,

etc. Fui, lutei, cheguei, venci.

Homoptoto: que designa os vocábulos que têm o mesmo

prefixo. Utilização sucessiva de nomes nos mesmos casos,

ou de verbos nos mesmos tempos e pessoas. Recriei,

refiz, revoltei.

Homoteleuto: desinência parecida de palavras sucessivas.

Fazendo, querendo e tentando.

Metonomásia: substituição. Disfarce de um nome pela

sua tradução em outra língua. Rosa Palmeirão (Palmeirão

é aproximação de uma palavra estrangeira: rosa Paul

Neyron).

Poliptoto: ato de empregar, num período, uma palavra

sob diversas formas gramaticais. Amar, o amar amante

dos amados.

Sínese: construção sintática em que se atende mais ao

sentido do que ao rigor da forma. Aconteceu comigo (em

vez de: aconteceu a mim).

Tropo: uso de palavra em sentido figurado: Menina dos

cabelos de ouro (loiros)

Page 128: Apostila de língua_portuguesa (1)

128

FIGURAS DE ESTILO: Figuras de pensamento

(alterações na frase)

Antítese: expressões com idéias opostas: Queria pregar o

bem, mas só via o mal. Paradoxo: idéias absurdas: (O

amor e o ódio estavam nele).

Prosopopéia: atribui qualidades e ações humanas a seres

inanimados: A tarde chora por você.

Ironia: oposto do que se quer dizer, para obter efeito

crítico ou de desprezo: Que bonitinho!

Apóstrofe: interpelação enfática: José, tu ainda hás de me

pagar!

Exclamação: realce de uma emoção: Que coisa mais

louca!

Interrogação: interrogação para uma afirmação: O sonho

acabou?

Hipérbole: exagero do pensamento: Chorei rios de

lágrimas.

Eufemismo: quando suavizamos uma expressão

agressiva: Passou desta para a melhor (morreu).

Gradação: sucessão de idéias: Escrevi uma anotação, um

comentário, uns capítulos e um livro.

Perífrase: rodeio de palavras: Cidade Luz (Paris).

Alegoria: muitas figuras: O bem e o mal são apenas fatos

loucos de uma realidade colorida da vida temporona.

Comparação: confronto entre duas idéias: Ela é linda

como uma flor!

FIGURAS DE ESTILO: Figuras de palavras

(alterações no sentido da palavra), também denominadas

“tropo”.

Sinédoque: consta em tomarmos a parte pelo todo, o

continente pelo conteúdo e o gênero pela espécie:

Rasgaram o meu paletó.

Metáfora: comparação subjetiva em que não há o

conectivo: As nuvens de algodão enfeitavam o céu de

marmelada.

Metonímia: relação de sentido ou associação de idéias, na

substituição de um termo pó outro. As substituições são:

1- marca pelo produto: Tomou uma Skol e se foi; lugar

pelo produto: Queria comprar um Stradivarius. 2- autor

pela obra: Lia Oswald de Andrade. 3- Matéria pelo objeto:

Você tem uma prata? (moeda). 4- Conteúdo pelo

Page 129: Apostila de língua_portuguesa (1)

129

continente: bebi dois cafezinhos (xícaras de); 5- causa

pelo efeito: Ele ganha a vida jogando bola (ganha os

meios para viver); 6- O todo pela parte do todo: O bigode

não veio.

Antonomásia: com ela nomeamos um ser pelo seu epíteto: Sábio

Grego (Ulisses).

Catacrese: é um tipo de metáfora utilizada para suprir a

falta de um termo específico: pé de mesa, dente de alho.

Figuras de sintaxe (complementação)

São as alterações na concordância, na regência ou na

colocação:

Anástrofe: ordem inversa, conseguida pela anteposição

ou inversão dos termos: O trabalho, faremos; o sucesso,

conseguiremos.

Hipérbato: consiste na transposição de um termo pela

interposição de outro, que o separa daquele com que se

relaciona normalmente: O das águas gigante caudaloso (O

gigante caudaloso das águas).

Sínquise: consiste numa transposição violenta dos termos.

Polissíndeto: repetição enfática do conectivo: E chora, e

ri e canta. Assíndeto: omissão do conectivo: Chora, ri,

canta.

VARIAÇÃO LINGUÍSTICA

Variedades Linguísticas

Há várias maneiras de falar a língua portuguesa,

devido a diferenças familiares, ou de cidades, regiões,

idade, classe social; essas variações da língua são

denominadas Variedades linguísticas. Como não existe

uma variedade considerada a certa para falar, temos a

variedade padrão ou norma culta (língua culta), que tem

grande prestígio na sociedade (é usada nos textos

científicos, didáticos, em alguns jornais, revistas,

documentos, etc.). As outras variedades são denominadas

de língua não padrão. Temos que conhecê-las para

adequar seu uso às diferentes situações ou para falar com

pessoas de qualquer região do país ou diferentes níveis

sociais.

Variações de registro

Page 130: Apostila de língua_portuguesa (1)

130

Existem tipos de variação que ocorrem na língua

padrão e na língua não padrão, são usadas em situação de

“oralidade” ou de “escrita” ou na situação de

“formalidade” ou de “informalidade”. É conhecida como

gíria. São palavras e expressões que são próprias a grupos,

como estudantes, policiais, surfistas, policiais, skatistas,

etc. Palavras como busão: ônibus, trampo: trabalho, vazar:

ir embora, etc.

Os dialetos e falares

Em todas as regiões ou estados, temos os dialetos

regionais em que temos palavra e expressões diferentes,

assim como diferenças de pronúncia. Ex: “bichim” no

nordeste é “menino”; “pavorosa” no Maranhão é

“ambulância”, etc. Temos também estudos na Variação

Linguística de “falares regionais” que apresentam muitas

diferenças da variedade padrão (língua padrão) como o

“Dourados” (falar de uma região da cidade de Patrocínio-

MG no Alto Paranaíba. Temos a “Calunga dos escravos”

(também na cidade de Patrocínio, séculos XVII e XVIII) e

o estudo das línguas indígenas, como o Tupi, que

contribuiu com alguns significados, principalmente nos

topônimos (nomes de lugares como Sapucaí, Via

Anhanguera, Araçuaí, Savassi, etc.). Vejamos um

pequeno estudo de cada uma, para exemplificar.

As Línguas Indígenas Enquanto a maior parte da população do país fala um único

idioma, o português, os índios brasileiros falam, pelo menos, 170

línguas diferentes e talvez outras mais, ainda desconhecidas. As

diferenças entre uma e outra língua indígena podem ser muito

grandes – como as que existem por exemplo, entre o português e o

japonês – ou pequenas como as que notamos entre o português e o

espanhol.

Para facilitar o estudo das línguas indígenas, elas são agrupadas

da seguinte maneira: Várias línguas semelhantes constituem uma

família. Várias famílias de línguas semelhantes, por sua vez, fazem

parte de um tronco linguistico. Os dois únicos troncos conhecidos

são o Macro-Jê e o Tupi. Do tronco Macro-Jê fazem parte as

línguas dos índios Xavante, de Mato Grosso, dos Kaiapós do Pará,

dos Kaingang, de São Paulo ou Rio Grande do Sul, e muitas outras.

No tronco Tupi, existem pelo menos duas famílias: a Tupi-

guarani – da qual fazem parte, entre outras, a línguas dos índios

Kamaiurá, do Parque Nacional do Xingu, em Mato Grosso, dos

Page 131: Apostila de língua_portuguesa (1)

131

Parintintin, do Amazonas, dos Urueuwauwau, de Rondônia, ou dos

Guarani, do Mato Grosso do Sul e da região Sul do país – e a

família dos Mondé, com línguas diferentes para os índios Cinta-

Larga, Gavião, Suriú, Zoró, Aruá.

Existem, ainda, várias outras famílias de línguas, que não têm

relação comprovada com nenhum dos troncos citados. Há também

línguas isoladas, ou seja, sem “parentesco” com nenhuma família

ou tronco. É o caso da língua dos índios Trumai, do Parque do

Xingu, ou a dos Ticuna, do Amazonas.

As Línguas

O tupi-guarani era a mais difundida dentre as 350 línguas. Couto

de Magalhães afirmou que “o tupi e o guarani são a mesma língua

em dois períodos: o tupi, mais primitivo, quase monossilábico; o

guarani, mais desenvolvido”.

De Cananéia para o sul e até o vale do rio Paraguai, ouvia-se o

guarani. Mas não exclusivamente, segundo mostra a geografia, pois

nomes de locais como Goio-ere, Xanxerê, Chapecó são do falar

carijó, enquanto Noiaque, no sul do Mato Grosso do Sul, indica a

influência regional dos guaicurus, povo não-guarani.

O padres Anchieta e Luís Figueira organizaram gramáticas do

tupinambá, o mais difundido dialeto ou variante do tupi. Anchieta,

outros religiosos e alguns viajantes recolheram lendas e criaram

literatura nessa variante.

Eis um trecho do “Auto da Festa de São Lourenço”, da autoria

de Anchieta. O diabo Guaixara revela o plano de subjugar a aldeia

por meio da embriaguês. Com isso, o autor condenava o uso

imoderado das bebidas:

Xe anho Eu somente

Co taba pupe aico nesta aldeia estou

çerecoaramo uitecobo como seu guardião fazendo

xereco rupi imoingobe com que ela/ obedeça ao meu

querer

Para ajudar a compreensão: Na língua tupi, a ordem direta construía

as frases, colocando as preposições e conjunções no final, depois do

tema. Teodoro Sampaio escolheu este exemplo:

O caçador e o cão entraram no mato.

Em tupi: Camonoçára yauára irumo oikeana caá opé (=caçador cão

e entraram mato no).

A língua, forte elemento de orgulho, traço de união para tribos e

nações. Para o tupi, a nhenhengatu, a sua língua é a melhor de

todas. O mesmo dizia o guarani da sua, a ava nhenhen. A Primeira

causa da guerra permanentes entre tupis e tapuias era o fato de estes

não falarem a língua daqueles.

A língua tupi incorporou o vocabulário do idioma português e

foi gramaticalmente disciplinada pelos jesuítas. Tornou-se a língua

Page 132: Apostila de língua_portuguesa (1)

132

geral ou brasílica, mais falada do que a portuguesa até meados do

século XVIII. Só não se fixou como a língua brasileira, porque a

3/5/1757 o seu ensino e uso público foram proibidos por ordem

real.

No entanto, um pouco dessa língua permanece conosco,

especialmente na fala caipira ou interiorana. Pelo fato de não

existirem entre as dezenove letras do tupi as letras “f”, “l”, “j”,

“z”, “v” e também o “r” forte, o “s” sibilante e os grupos “lh”,

“rr”, sucedeu que o som palatal “lh” soou “ie” (“paia” em vez

de “palha”, “fio” em vez de “filho”) e o “l” gutural (o “l” de

“animal”) soou “r”: “animar”. Assim diz o povo no modo de

falar tupinizado ou acaipirado: “paia”, “fio”, “animar”. A língua dos tapuias ou jês, comparada à tupi, pareceu aos

europeus menos rica e bem mais difícil e por isso rotularam-na de

língua travada. Poucos se interessam por ela, apontada por alguns

como fusão de falares “aimará” e “abanheengá”. Nomes tapuias de

sítios do nordeste mostram lugares habitados pelos “jês”: Cariri,

Moxotó, Catolé, Mossoró.

Nomes poesia

Suave e melodiosa, a língua tupi permitiu criar poesia. É poesia

o que certos autores encontraram, por exemplo, em nomes próprios

femininos, se é que estes foram corretamente preservados:

“Ibatira” ou “Potira”, que hoje é Bartira: Flor, bonina.

“Moema” ou “Coema”: Aurora

“Iracê” (Iraci): Doçura

“Aracê” ou “Iracê”: Manhã, nascer do dia

“Jandira”: Mel, doçura

A língua “caribe” – praticada desde as Pequenas Antilhas, na

América Centro, e o norte da América do Sul até a Amazônia

brasileira -, objeto de estudos recentes, é apontada pelo linguista

Aryon Rodrigues, como tendo a mesma origem do tupi. O alto

Xingu seria o berço de ambas, as quais conservam muitas palavras

em comum.

O “aruaque” fez-se ouvir da Flórida, EUA, às Antilhas e

Guianas. No Brasil, pela bacia amazônica e ao norte do planalto

matogrossense.

Das centenas de outras línguas do Brasil de Cabral, não

dispomos nem mesmo dessas poucas referências. – Obs: Textos

extraídos dos livros: A QUESTÃO DO ÍNDIO – Portela, Fernando

Mindlin, Betty -Viagem pela Geografia – Editora Ática – 10a ed.

1998 –SP. OS ÍNDIOS DO BRASIL – Donato, Hêrnani – Povos

do Passado. Editora Melhoramentos –12a ed. 1995 – SP.

No triângulo mineiro tínhamos as tribos dos Bororós, Cataguás

(catu-auá: gente boa), Caiapós (nômades), Inás e Araxás (que foram

Page 133: Apostila de língua_portuguesa (1)

133

extintos pela matança indiscriminada dos portugueses, no séc.

XVIII).

Pequeno dicionário do

tupi A

A: o homem, considerado a

união do corpo e do espírito.

Aba: cabelos

Aba: homem

Abaçaí: homem de respeito

Abaeté: homem de respeito

Abana: cabelo forte, cabelo

duro

Abaré: padre, homem

diferente

Abati: milho

Abeguar: comedor de gente

Acemira: faz doer, doloroso

(anagrama de América)

Aci: mãe

Acoiaba: tanga

Açu, çu: sufixo que significa

grande

Aí: rio

Aiara: caçador

Aíba, iba: que não presta

Aimberê: duro, inflexível;

flauta imprestável ou

lagartixa. Variação: amberê

Aimoré: Hai + mbo’ ré: o

mordedor; do verbo “mbor”

(ter)

Airumã: Estrela d’alva (o

planeta Marte)

Airuoca: casa do socorro

Aisó: formosa

Aiura: filha

Aiury: o socorro, a ajuda

Ajira: sobrinho

Ajuricaba: muito irritável.

Espécie de abelha. Índio

amazonense que, preso pelos

portugueses se jogou às águas

do rio, para escapar

Ajuru: papagaio

Ajyra: sobrinha

Aman: chuva

Amanacy: mãe da chuva,

pássaro que anuncia a chuva

Amanara: dia chuvoso

Amanayara: o senhor da

chuva

Amandy: água da chuva

Amary: tipo de árvore

Amana: chuva, núvem

Amonati: além, distante

Anajá: palmeira alta

Anajé: gaviáo

Anamí: nome de uma árvore

Ananã: cheiroso, fruta

cheirosa, abacaxi

Andirá: vampiro

Anema: ruim

Anga: alma

Angere: a alma, o espírito

Anhangá: alma só, diabo

Anhangûera: o fantasma,

diabo consumado, o espectro

Anho: só

Anira: anel

Anvi: anel

Apiúma: pintado de preto

Apoema: aquela que enxerga

longe

Ara: dia

Arabi: lindas lágrimas,

Vitória-régia

Aracaê: pássaro briguento

Aracê: aurora, despontar

Aracéli: altar do céu

Aracema: saída do dia, aurora

Araci ou aracy: mãe do dia, a

aurora

Araçuaí: rio grande do dia ou

do papagaio

Aracunda: papagaio forte,

parrudo

Araguarino: a água ou o rio

da baixada dos papagaios

Page 134: Apostila de língua_portuguesa (1)

134

Araíba: papagaio ou tempo

mau, tempestade

Arani: tempo furioso

Arapuã: abelha que faz o

enxu redondo

Araquém pássaro que dorme,

dorminhoco

Ararê: amigo dos papagaios,

dos pássaros

Arari: arara amarela, canidé.

A tinta e a árvore de que se

extrai

Araribóia: cobra do rio das

araras, cobra roncadeira

Araripe: rio dos papagaios

Araruna: arara preta

Aratama: terra dos papagaios

Arati: antiga tribo

matogrossense, da qual

descendem os atuais parecis

Araxá: lugar alto de onde

primeiro se avista o sol

Aricema: palma que brota

Aruana: jeitoso, hábil

Ati, atiati: gaivotas

Atibaia: ave sadia.

Atu: boa

Auati, avati: milho

Avaré: homem amigo

Avatí: herói de um mito

indígena (milho)

Ayacá: cesto de vime, taquara

Ayoacy: jovem, moça,

rapariga

Ayra: sobrinha

Ayra: sobrinho, filho do

irmão

Ayssô: belo, formoso, lindo

B

Bacuara: sábio, homem de

preparo, inteligente

Baependi: o que queres? Que

coisa queres?

Baepera: o limpo, a clareira, a

aberta

Bagé: sozinho

Baíra: Deus criador e

civilizador

Bambuí: rio muito corrente e

sinuoso

Baraúna: madeira preta

Bariri: água agitada,

corredeira

Bartira: flor. Nome da filha de

Tibirica, cacique guaianá,

casada com João Ramalho

Belmiry: a carreira, corrida

Beramim (guarani): parecer

Biara: presa de capa, de

guerra

Bira: empinado(a)

Birigui: mosquito

Bocaina: sobrenome,

depressão numa serra

Bocaiuva: palmeira

Bonjy: rio barulhento,

rumoroso

Botucatu: bons ares, bom

clima ou bom vento

Boyrá: colar de contas, jóias,

coisa preciosa

Buriti: nome de uma

palmeira, coqueiro

C

Caá: erva-mate, erva, arbusto,

mato ralo

Caapotyraguá: flor do vale, da

mata

Caápuã: capão do mato,

morador do mato

Caássyca: nome uma planta

resinosa, oleosa

Caátia: planta que segrega um

suco lácteo

Cabayba: vespa ruim,

venenosa

Caçapava: travessia do mato

Caeté: mata verdadeira

Caetetá: mata verdadeira

Cahy, caraí: macaco

Cai: folha

Caiçuara: o que ama, o

amante

Cainã: morador do mato

Cainana: mulher adoidada,

enfurecida

Page 135: Apostila de língua_portuguesa (1)

135

Cairé: auxiliar de Rudá (Deus

do mar), lua cheia

Cairu: árvore de folha escura

Caiuá: morador do mato

Caiubi: folhas azuis

Cajary: rio de cajá

Cajati: árvore grande

Cajuru: boca do mato, entrada

do mato

Camapuã: seio redondo,

empinado, colina arredondada

em forma de seio

Camb: planta

Cambaúba: nome de uma

árvore

Cambuci: vaso de água

Cambuquira: planta brotada

Camby: líquido do peito, leite

Cambyçara: ama, mulher que

amamenta

Caminhoá: o peitinho liso

Camirim: folhinha, plantinha

Camocim: vaso de água

Camury: peixe, nome de

robalo

Camuty: peixe

Canará: planta que se

assemelha à cana

Candéa: perfeito, limpo,

bonito

Cangurú: cabelo grande

Canidé: arara de belas pernas

azuis escuras

Cantanduva: mato ralo

Caoby: folha azul, o anil

Capanema: mato que não

presta, mato sem graça

Capatyra: flor silvestre, flor

do campo, flor do mato

Capitu, caapitu: nome de uma

planta da flora brasileira

Capivari: rio das capivaras

Caraguatatuba: mato de

gravatás

Caraí: espécie de macacos

Carampã (guarani): curvado,

arcado

Caramuru: homem do fogo,

filho do trovão

Caraquatá: planta espinhosa

que produz frutos amarelos

em cachos

Caratinga: homem branco

Carayba: anjo da guarda

Cari: branco

Caribé: alimento preparado

com polpa de abacate

Carijó: descendente de branco

Carinhanha: rio que corre

rápido

Carioca: casa de branco

Cariri: pacífico, taciturno

Caruana: gênio que habitava o

fundo dos rios

Cat (a): mato

Cataia: erva medicinal, folha

que queima

Catumbi: o mato verde

Catyba: mata cerrada, espessa

Cauim: vinho, bebida

embriagante

Caxangá: mato estendido

Cayari: rio dos cajás

Ceci: minha mãe

Cegytara: o carregador, o que

faz transporte

Cembiyá: estrela d’alva

Cendi: a luz

Cendira: irmã

Cerayma: sem nome, pagão,

não batizado

Ceuci: mãe do prato

Chapecó: caminho trilhado

frequentemente

Churi (guarani): ema

Cipoúna: cipó preto

Coaraci, guaraci: sol

Coaraci: co –ara-cy: a mãe do

dia, sol

Coaraci: sol

Coaraciaba: cabelos do sol,

loira

Coaracyaraá: muito sol,

verão, vermelho

Coemitã: aurora, manhã

vermelha

Côiguara: morador da roça,

roceiro

Page 136: Apostila de língua_portuguesa (1)

136

Coniã (timbiras): rei dos

festins guerreiros

Cori: pinheiro

Coribaba: valente, corajoso

Cotiara: pintada

Cuiabá: farinheiro

Cumari: pimenta

Cumari: pimenta

Cunhambebe: língua que

corre rasteira, que fala

mansamente, devagar

Cupara: o alisador, o polidor,

o debastador

Curuça: cruz

Curumim: menino

Cururupeba: sapo (kururu),

peba (chato)

Cy: dia

Cyeíma: sem mãe, órfão

Cymeíma: áspero, não liso

D

Dassuen: pássaro de penas

azuis e roxas

Diacira: favo de mel

Duiruna: divindade indígena

E

Eça: olhos

Eçabara: o que procura, que

busca

Eçaí: risonho, alegre

Eçaraia: esquecido,

esquecimento

Eçauna: de olhos pretos

Ecoateyma: avarento,

miserável

Ecobuaba: compreensão,

conhecimento, entender

Ecoema: manhã

Ecomonhanga: o que governa,

dirige

Eiguara: plebeu, vulgar

Eira: abelha

Eirapuã: abelha que faz a

colmeia no alto das árvores;

estrela

Eiratã: mel cristalizado,

açucarado

Eiratí: abelhinha

Eiretama: colmeia

Eirubi: abelha roxa, escura

Emarã: falar mal,

mexeriqueiro, maledicência

Embu: córrego, arroio

Emoema: mentira, mentiroso

Endiyá: lampejar, chamejar

Endy: luz, luzir, brilhante

Epi, epy: fundamento,

princípio

Erapuã: nome de uma estrela

Eroró: que faz barulho

Essoby: de olhos verdes ou

azuis

G

Gipe: abundante em (sergipe)

Goiana: nome de uma planta

semelhante ao anil (azul)

Goiás: gente da mesma raça

Graciema: saída do sol

Grajaú: pássaro comedor

Gravataí: rio dos gravatás

Guacira: talo aguçado,

cortante

Guaiani: mulher velha

Guaíba: água na baía

Guaira(guarani): intransitável,

não se pode atravessar

Guairá: abreviatura de

guaicará

Guairacá (guarani): lobo da

água

Guajará: penca de frutas,

nome de uma árvore

Guanabara: braço do mar

Guanandi: nome de uma

árvore

Guaporé: cachoeira no campo

Guará: garça, pássaro

Guaraaqueçaba: o ninho das

garças

Guaracei: o criador, o sol

Guaraciaba: cabelos louros,

cabelos de sol

Guaraciba: variação de

guaraciaba

Page 137: Apostila de língua_portuguesa (1)

137

Guaramiranga: o mesmo que

guarapiranga

Guarani: guerrear, guerreiro

Guarantã: madeira comprida,

madeira dura

Guaráoboi: verde-azulado

Guarapari: garça vermelha

Guarapuava: o rumor dos

pássaros

Guararapes: o estrondo dos

tambores

Guaratinguetá: garças brancas

Guaratuba: lugar onde se

juntam as garças

Guarpiranga: guará vermelho

Guaru: aquele que come

Guarujá: comedores,

barrigudos

Guarulhos: dos guarus

Guataçara: andarilho, viajante

Guaxupé: abelha negra

Guayr: filho

Guaytí: ninho de pássaros

Guirá: ave

Guvia: ave

H

Hipurina: donzela, flor, fruta

Hiren: gavião pequeno

Hurassi: núvem

I

Iabá: orgulhoso, arrogante

Iacê: poderosa telepatia

Iaci (jaci): lua

Iagê: tem qualidades de

telepatia

Iandeyara: Jesus Cristo

Iapuama: cheiroso, rescender

Iara: senhora das águas ou

água, beleza tentadora das

águas

Iautiuca: batatinha (outro

tipo)

Iayí: gota de orvalho

Ibá: fruta

Iba: que não presta, sufixo

Ibacy: terra boa

Ibaiapina: terra sem vegetação

Ibaíra: árvore do mel

Ibiã: ladeira, barranco

Ibiá: terra

Ibiapava: chapada, terra

desmoronada

Ibinayaya (guarani): cobra-

d’água

Ibiracy: mão de árvore

Ibotira: flor, pé de flor

Icaua: cheia

Icoracy: raio de sol

Igara: canoa

Igaura: lugar onde se bebe

água

Igua: água

Iguaçu: água grande

Iguana: lagarto

Iguapé: seio d’água

Iguará: canoa

Iguassu: variação de Iguaçu

Iguatu: água boa

Ijuí: água com espinho

Imirá: árvore, madeira

Inaicí: palmeira de coco

comestível

Inaiê: gavião solitário

Inajá: palmeira de coco

comestível

Inayé: o mesmo que Inaê

Indaiá: palmeira

Indaiatuba: palmeiral

Inhaém: panela

Inhuã: campo elevado

Ini: rede

Ipanema: água que não presta

Ipatinga: água branca

Ipauçu: Ilha grande

Ipipiara: gênio das águas,

inimigo dos pescadores e

lavadeiras

Ipiranga: água vermelha

Ipoema: ave do pântano

Ipu: olho d’água, água

estagnada

Iraci: ira: mel, cy: mãe; mãe

do mel: abelha

Iraê: o doce, que tem gosto de

mel

Iraí: rio do mel

Page 138: Apostila de língua_portuguesa (1)

138

Irajá: cabaça de mel

Iramaia: mãe do mel, abelha

mestra

Irani: abelha, mel enfurecido

Irapuã: abelha redonda

Irecê: a mercê da água,

superfície da água

Irupê: que anda junto,

companheiro, vitória-régia

Ita: pedra, rocha

Itaberá: pedra resplandescente

Itaberaí: pedra do rio de

cristal

Itabira: pedra empinada

Itaboca: pedra rachada

Itaboraí: rio de pedra bonita

Itacira: pedra cortante

Itacoatiara: inscrições em

pedras, pedra pintada

Itacolomi: a pedra e o filho (a

pedra grande coma pequena)

Itacotiara: pedra pintada

Itacuruça: pedra cruz

Itagiba: braço de pedra,

braço: yiba, de pedra: ita

Itaguaí: rio de pedra furada

Itaipava: parede de pedra

Itaipu: fonte que nasce da

pedra

Itajaí: rio pedregoso, rio cheio

de pedras

Itajubá: pedra amarela, ouro,

mina de ouro

Itamaracá: chocalho de pedras

Itamarandiba: de pedras

pequenas, local de pedregulho

Itamarati: água entre pedras

soltas

Itambé: pedra afiada

Itaoca: fortaleza de pedra,

casa de pedra

Itaocara: terreiro de pedra,

praça empedrada

Itapagibe: rio de pedra chata

Itaparica: o cercado de pedra

Itapecerica: lage escorregadia,

pedra lisa

Itapemirim: pedra pequena

Itaperuma: aldeia extinta e

negra

Itapetininga: passagem a vau,

à raso

Itapeva: pedra chata

Itapicuru: pedra cheia de

saliências pontiagudas

Itapoã: pedra redonda, pedra

exposta

Itápolis: grego + tupi: cidade

de pedra

Itaporanga: pedra bonita

Itarará: pedra escavada pelas

águas

Itatiaia: pedra criçada, pedra

em gancho

Itatiba: pedregal, muitas

pedras

Itatinga: pedra branca, prata,

mina de prata

Itaú: pedra preta

Itaúna: pedra preta preciosa

Itaverava: pedra que brilha

Itiberê: campo de arroio claro

Itu: o salto, a cachoeira

Ituverava: pedra que brilha

Iucyara: que limpa, limpadora

Iura: enchente, maré

Iuruara: queixosa,

murmurante

Ivaí: rio, rio das flexas

Ivair: rio das flechas ou fruta

d’água

Ivirapema: tacape para a

execução de prisioneiro

J

Jaboatão: árvore de tronco

reto

Jaca: peito

Jacaúna: do peito negro

Jaceyru: lugar das melancias

Jaci icaua: a lua cheia

Jaci omunhã: a lua nova

Jaci: la – ci: a mãe dos frutos,

a lua

Jaciara: dia de lua, despontar

da lua

Page 139: Apostila de língua_portuguesa (1)

139

Jaciema: saída ou movimento

da lua

Jaciendi: lua, luz, lua cheia, o

luar, luz da lua

Jacimar: lua da guerra, lua

boa para guerra ou caça

Jacina: libélula

Jacir: variação de Jaci

Jacira: abelha da lua, abelha

noturna, cor de mel

Jaciredy: luar, lua cheia

Jacui: rio dos jacus

Jaguar: o cão, a onça, o tigre

Jaguaraiara: o senhor das

onças, o caçador

Jaguarão: a onça feroz

Jaguarayava: vira lata,

cachorro ruim

Jaguari: rio de onça

Jaguaribe: no rio das onças

Jaguarundi: gato do mato

Jaíba: rio de água ruim

Janari: árvore brasileira da

região amazônica

Jandaia: nome de uma espécie

de arara

Jandira: a abelha de mel

Janduí: desconhecido

Japy: a nascente

Jataí: árvore do fruto duro;

nome de uma abelha

Jaú: o que devora, o que

estreita

Jauri: rio dos Jaús

Jerimum: abóbora

Joaci: sedento

Ju: dourado

Juacema: saída dos juás

Juarama: planta semelhante

ao juá

Juatama: terra dos juás

Juatuba: cheio de joá

Juçara: que tem espinhos,

comichão, que arde

Jucê: limpo, asseado

Jupiacara: cercado de

espinhos

Jupira: alimento, o que foi

comido

Juraci: Yura – cy: mãe das

ostras (masc. e fem.)

Jurandi (ou Jurandir): o que

foi trazido pela luz do céu

Jurecê: boca doce

Jurecem: água na boca

Jurecema: o mesmo que

Juracema

Jurema: Iu – r – ema:

espinheiro suculento, Plantas

entorpecentes do Brasil

Juriti: pombinha

Juruapa: murmurar, falar mal

Juruna: boca negra

Jurupari: demônio que tapa a

boca dos que dormem

Jurupi: silencioso, calado

Jururê: suplicante

Juparaná: mar de rãs

K

Koiara: pequeno

Kunari: comadre

Kunataí: menina

Kunumi-miri: menino

Kugnatim-miri: menina

Kunumy: moço, jovem

Kugnatim-miri: moça

M

Maíra: ente superior, criador e

destruidor

Maloca: cabana, casa, oca

Manhumirim: Chuva fraca

Mani: deusa da mandioca

Mantiqueira: a chuva goteja, a

água cai

Marã: a guerra, a desordem

Maraara: envergonhado

Maracajara: aquele que

agitava o maracajá, feiticeiro

Maracaju: pontas de terras

altas

Marambaia: cerco do mar,

arrecifes

Maranei: uma espécie de

vestais no templo de

Mbocabog

Page 140: Apostila de língua_portuguesa (1)

140

Maraneyma: virgem, sem

guerra, pura

Maranguape: vale de luta

Maranguara: desordeiro

Maranhão: mar grande, mar

que corre

Marapendi: mar limpo

Maricá: espinheiro

Mariúy: rio das moscas

Marni: provocador de brigas,

rixento

Maru: mosca

Mauá: espinheiro

Mauarí: nome de uma ave,

gênio do mal, personagem de

uma lenda

Maurici: de mãe elevada

Mbaerayi: nervura das folhas,

fibra

Mbaeupeguara: idôneo, capaz

Mbarajara: senhor do maracá,

feiticeiro, curandeiro da tribo

Mbé: afiado (sufixo)

Mbiacy: lua cortada

Mbiguayara: aprisionar,

prender na guerra

Mearim: o rio do povo

Meary: rio do povo

Mebycoi: gêmeo

Meengara: doador, ofertante

Membi: flauta

Membyra: filha

Membyrara: dar à luz, ser

mãe

Memonô: o neto, o

ascendente

Mendara: casamento, casado

Mendeyma: o solteiro

Mendobi: amendoim

Meruype: rio das moscas

Miarará: espírito que habita as

lagoas

Mindiuara: senhor da lança,

lanceiro, que sabe manejar a

lança

Moacir: Mô – acyr: colorido,

magoado ou pessoa que

magoa, que faz sofrer

Moara: ajuda a nascer, dar à

luz

Mocanhimbara: destruidor,

demolir

Mococa: a plantação, o

roçado

Moema: exausta, desfalecida,

que faz sair o dia

Moóca: pouso, rancho

Morubixaba: chefe, cacique

Muricy: árvore de frutos

saborosos

Muyra: árvore bela

Myr: gente (sufixo)

Myruna: gente preta, negra

N

Nheengaba: conselho tribal

Niterói: água escondida

O

Oca: casa

Oiara: vaiação de Iara

Ocara: praça central da taba

P

Pacaembu: arroio das pacas

Pacova: banana

Pajé: feiticeiro, xamã

Pama: batendo

Paquerer: onde dormem as

pacas

Paquetá: as pacas

Pará: o rio

Paracambi: onde os rios se

encontram

Paraguaçu: grande seio do

mar

Paraíba: rio imprestável, rio

ruim para a navegação por

causa das pedras

Paranaguá: enseada do rio

grande

Paranaíba: rio caudaloso,

grande ruim, imprestável

Paranapanema: rio grande

sem peixes

Page 141: Apostila de língua_portuguesa (1)

141

Paranapuã: ilhas do mar(

nome antigo da Ilha do

Governador)

Paraopeba: rio de águas rasas,

rio raso

Parati: mar branco

Paraúna: rio caudaloso e

negro

Parica: cercado

Pé: caminho

Pecerica: liso (a)

Peitan: criança até dois anos

Permambuco: pedra furada,

buraco que faz o mar

Petúnia: flor vermelha

Peva: chata

Piá: meu filho

Piaçagüera: porto velho

Piancó: pomba que geme

Picuru: saliências agudas

Pindorama: terra das

palmeiras

Piquerobi: peixinho verde

Piracicaba: lugar de peixe

Piraçununga: peixe que ronca

Piragibe: braço de peixe, ou

barbatana

Pirajá: viveiro de peixes

Piraju: peixe dourado

Piranga: vermelho

Pirapama: peixe batendo

Pirapora: peixe que salta

Piraquara: buraco de peixe

Piratini: peixe seco

Piratininga: seca-peixe, lugar

onde rio transborda e põe os

peixes no seco

Pitanga: menino

Pitangui: rio das pitangas, ou

rio das crianças

Pium – i: rio dos mosquitos

Pium: mosquito

Poã: redonda

Poá: riacho alto

Poconé: apanhar, prender

Poracé: dança

Poranga: bonita

Poru: comer

Potengi: rio dos camarões

Potira: flor bonita

Propriá: dente de cobra

Q

Quatiara: escrita, pintada

R

Raíra: filho

Rama: sufixo, planta

Rana: semelhante

Raré: escavada

Rê: sufixo, bando

Ré: sufixo, diferente (abaré:

homem diferente, padre)

Re: amigo

Retama: sufixo, terra dos

Ribe: sufixo, no rio

Rudá: deus do mar

Ruiquara: bondoso, agradável

S

Sabará: pedra luzente

Sabaúna: concha preta

Sapucaí: rio dos galos

Sapucaia: espécie de

amêndoa, galo, galinha

Sarandi: rio dos sarás (nome

de uma planta)

Sepetiba: sapezal, cerrado de

sapê

Ser: caranguejo

Sergipe: abundante em

caranguejos

Seridó: de muitos

carangueijos

Serinhaém: a panela de

caranguejos

Shy: água dos olhos, lágrimas

Sinimbu: aquele que brilha

Sorocaba: lugar de romper

Suass: veado

Suassuna: suaçuna (veado

negro)

Suaçupucu: veado comprido

Suaçutinga: veado branco

T

Tabajara: senhor da aldeia

Page 142: Apostila de língua_portuguesa (1)

142

Tabatinga: barro branco

Tacira: que corta, instrumento

cortante

Taiguara: livre, liberdade

Taíra: filho pelo lado materno

Tama: terra de, lugar de

Tamacavi: o hércules das

lendas indígenas

Tamandaré: aquele que deu

origem à caça

Tambaú: marisco preto

Tapajós: proveniente da

aldeia

Tapuia: bárbaro, inimigo

Taquari: taquara (bambu fino)

Taquerembó: taquara fina

Tarumã: fruta que dá em

penca

Tatá-rendaba: fogueira

(doméstica)

Tatuí: rio dos tatus

Tauá: argila, barro

Taubaté: aldeia grande

Tembetá: ornato para o nariz,

símbolo da virilidade

Tendyra: irmã ou prima da

mulher

Ti: muito

Tiaia: gancho

Tiba: sufixo, muito(a) (s)

Tibiriçá: o vigia da terra, o

maioral, o chefe

Tibji: o rio pouso

Tietê: muito fundo

Tijuca: brejo

Tinga: branca

Tiqueira: que cai

Tocantins: bico de tucano

Tu: pai

Tuba: -al (sufixo formador de

coletivo, palmeiral)

Tupã: Deus supremo, grande

espírito

Tupi: Tu – upi: o pai

supremo, o progenitor, o da

primeira gera;áo

Tupinambá: tupi – nã – mbá:

raça tupi

U

Ubá: o que se colhe da árvore,

canoa feita de árvore

Ubaí: rio da canoaUber: água

Uberaba: água cristalina

Uberlândia: cidade da água

Ubi: pau, madeira

Ubiracema: pau que brota

Ubiraci: madeira boa, dura

Ubirajara: senhor da lança

Ubiratã: tacape forte, rijo

Umari: árvore que verte água

Uma, u: preta(o)

Uru: cesto com tampa

Urubupungá: o grasnar dos

urubus

Urupema: cesta grande,

esteira

Uyba: flecha

Uybací: flecha envenenada

V

Voturantim: ladeira branca

Y

Yakira: verde

Yapikve: o primeiro filho

Yapora: arco

Ybotira: flor

Ykeira: irmão mais velho

Ynúbia: que soa

agradavelmente

KALUNGA DOS ESCRAVOS

É uma mistura do português com palavras

africanas deturpadas e são grafadas conforme sua

pronúncia, uma vez que não há uso de regras ou sinais

Page 143: Apostila de língua_portuguesa (1)

143

gráficos, forma sendo agregado ao dialeto no convívio

diário das senzalas. (Patrocínio, Ontem e Hoje, vol. I,

Almeida, Maria de Fátima Machado).

Tínhamos nos anos de 1700 e de 1800 em

Patrocínio escravos que usavam esse falar para

conversar perto dos senhores das fazendas e estes não

entenderem algum segredo que queriam revelar um ao

outro. Alguns grupos de escravos usavam o verbo

“aprumar” e outros que usavam “embanzar” para

flexionar as palavras. Vejamos um trecho, daqueles

que usavam o “aprumar”:

A Calunga do kamano do imbuê de barbante

( A fala do violeiro)

I

“Camano da inglaterra de cengo, apruma curiná na

quiçaça” (Homem da roça, vai trabalhar na lavoura)

“Emberelas, mafungafás, fain no embieté, curiná com

engome, cangulo e sanche” (carnes, bananas, faca no pau, trabalhar com vaca, porco e frango)

“Pra aprumá mavero, emberelas nas mucota dos camano” ( para colocar leite, carnes nas bocas do povo).

II

“Camano da inglaterra de injó, apruma curiná nos injó” (Homem da cidade vai trabalhar nas casas)

“Bacuri, escrivante e caiúma, sucanado e semá” (rádio, estudante e polícia, cartório, cabelo)

“Apruma a calunga do Kamano gula” (use a fala dos escravos)

“Apruma tiponga, saravá e banzo, nanga, beca e zipaque”

(use o chapéu, a dança e o sexo, calça, camisa e dinheiro)

“Apruma marafu, tiambote e ireranha, combêdi e amparo

aprumado” (use a cachaça, coisa à toa e cigarro, coisa séria, e o rosto bonito)

Dicionário de Calunga Obs: algumas palavras semelhantes às do

Banto e outras línguas da África, aqui

aparecem com outros significados.

amparo de semá: barba amparo: rosto, proteção

aprumado: bonito

aprumar rango: almoçar

arprumar banzo: fazer sexo bacuri: caixa

bacuri de kalunga: rádio

bambé: frio banzo: sexo

Page 144: Apostila de língua_portuguesa (1)

144

beca: camisa

bronze: coração

buraco da nanga: bolso da calça

cacunda: costa

caéo: minuto

caiúma maioral: cel da polícia caiúma: polícia

caixinha de semá: vagina

calungar tiambote: conversar fiado cangundo: safado

caturina: café

coimbiá ou embiá: cão ou cadela conena: fezes

conzecá: dormir

cumbre: horas curiata: comida

curinar: trabalhar

emberela de cangulo: carne de porco emberela de engome:, carne de vaca

emberela de ramo: abóbora

emberela de sanche: carne de frango

emberela: carne

embieté: pau

embira: defunto (morrer) embirado: cinto

engarona: égua

escrivante: estudante esquinhamas: pernas

fain: faca

ganzipe: pênis gula: castigo

imbu: copo

imbuê de barbante: violão indandará: criança

indaracin: bêbê

indarado: noite indaro: sol

inglaterra de embira: cemitério

inglaterra: terra

injó de banzo: zona meretrícia

injó de emberela: açougue

injó de embira: funerária

injó de engome: curral

injó de escrivante: colégio

injó de maioral: prefeitura

injó de marafu: boteco

injó de naite: padaria

injó de santo: Igreja

injó de semá: salão de cabelo

injó de sucanado: cartório civil

injó de urungo de quatro quinhama:

oficina de carro injó de zipac: banco

kalunga de combêdí: conversa séria

kalunga vaporou: conversa escapou

Kamano fu: homem preto

Kamano pedaço do pedaço: neto

kamano pedaço: filho

Kamano: homem

kamono-ocaio: homossexual masculino

mapia: ladrão

mapuim: ar

marangola: cavalo

mãzap: mão

moché: sapo

mucafo; velho

muribi de mavêro: queijo

nacumba: dia

naiate: quitanda

naite: pão

oa: feio, ruim

ocanha: vagina

okaio: mulher

okaio-camano: homossexual feminino

omenha de ganzipe: urina

omenha de mavêro: leite

omenha maioral: rio

omenha na inglaterra: chuva

omenha: água

pisante: sapato

ponto de escutante: ouvido

ponto fungante: nariz

pote de conena: ânus

quiçaça: lavoura, mato rasteiro

sanche: frango

saravá: dança

semá: cabelo

sengo: mato

tiponga: boné (chapéu)

zingrine: dente

O Falar “Dourados”

Conforme o método de Fernando Tarallo (linguista de

Campinas, já falecido) em que se coleta os dados,

transcreve-os em “corpus”, analisa a estratificação da fala,

utiliza a célula social, utiliza os pressupostos teórico-

metodológicos para procurar as determinadas variantes

(que são a marca da célula linguística), analisa através de

envelopes de variação e encaixamentos linguísticos,

dizemos que se determinada variante é usada por mais

de vinte falantes, ela é considerada do falar da região).

Algumas não predominaram e foram consideradas como

Page 145: Apostila de língua_portuguesa (1)

145

uso individual, idioleto, própria de uma ou duas pessoas,

outras como atesta a lista abaixo, são usadas por mais de

vinte falantes ( é bom lembrar que algumas palavras

segue o português rural geral. Vimos também, que há

algumas que existem pela influência das línguas indígenas

(animal: animar; milho: mio):

Aca: vaca

Agardeço: agradeço

Alembru: me lembro

Antão: então

Antonti: anteontem

Apiá: apear

Arrasta pé: dança

Arribá: levantar

Barrê: varrer

Belzonti: Belo

Horizonte

Beraba: Uberaba

Berlândia: Uberlândia

Biá: Ibiá

Big border Brasil: Big

Brother Brasil

Bóia: comida

Borça: bolsa

Brechó: Belchior

Brigadu: obrigado

Cá pressas banda:

aqui por essas bandas

Cabido: cabide

Cabô: acabou

Cadrão: calderão

Carença: carência

Chápi-chápi: comida

Chuja: suja

Cômbida: Kombi

(veículo)

Conzinha: cozinha

Coxão: colchão

Cráudio: Cláudio

Creozeni: querozene

Corgo: córrego

Côvi: couve

Cumadi: comadre

Cumé quié: como que

é

Cumé qui vai ocê:

como vai você?

Cumpadi: compadre

Cunóis: conosco

Cupai: com o pai

Custume: costume

Daudápi: Hand up

Derría, dizanda:

diarréia

Dicumento:

documento

Difruçu: defluxo

Dirrubado: fulano

acabou-se

Dispois: depois

Dotori: doutor

Drumi: dormir

Dua: duas

Ele foi quêu: ele foi

comigo

Espalta: espátula

Estambo, istamo:

estômago

Evangéreo: Evagelho

Eu ouvo: eu ouço

Famia: família

Féjão: feijão

Fêma: femea

Frango de cerca:

abóbora

Gais: gás

Galfo: garfo

Gili: Gil

Hormonho: hormônio

Horrive: horrivel

Imergênça:

emergência

In roda: ao redor

Incoiê: encolher

Ingersão: injeção

Inrricou: ficou rico

Inté nóis vê: até mais

ver

Intrumitidu:

intrometido

Inzame: exame

Ispêi: espelho

Ispichá: espichar

Isturdia, ôtru dia:

outro dia

Jinela: janela

Juêiu: joelho

Levadô: elevador

Liança: aliança

Lúis: luz

Mais maió: maior

Mais piqueno: menor

Maquinha:

maquininha

Mina Gerais: Minas

Gerais

Mio: milho

Mió: melhor

Na pitimba: na pior

Notá: anotar

Nutiça: notícia

Núvi: nuvem

Ocrim, ocrinho:

oculuzinho

Onti: ontem

Ôru Preto: Ouro Preto

Pa roça: para a roça

Peraí: Espera aí

Patusino: Patrocínio

Petobrás: Petrobrás

Píntia: penteia

Pintidadera:

penteadeira

Posá: pousar

Pra mode: pra isso

Praneta: planeta

Prefessora: professora

Presistença:

persistência

Própio: próprio

Puliça: polícia

Quadô: coador

Quêjo: queijo

Querditano:

acreditando

Qui nem: igual, como

Relá: ralar

Relójo: relógio

Rodoviára: rodoviária

Rotá: anotar

Rusáru: rosário

Sambranceia:

sobrancelhas

Seringola: seringuela

Sodade, sardade:

saudade

Sóli, sór: sol

Somo malungo: somos

da mesma idade

Sôina: Sônia

Sovêti: sorvete

Sunga: suspende

Tamém: também

Tá na tapera: fulano

acabou-se

Tatinha: batatinha

Tirica: Icterícea

Trabicero: travesseiro

Trasantionti:

trasanteontem

Varêia: varia

Vião: avião

Vévi: vive

Unha de fome: seguro,

miserável

Xúpi: Catchup

Ziface: alface

Zoreia: orelha

Page 146: Apostila de língua_portuguesa (1)

146

Zóvus: ovos Zunha: unha Zuvidu::ouvido

Apresenta também mudanças nas construções sintáticas:

Cê tem féjão hômi do bago grande?

Vô te falá pro cê, Jão.

Vem Zé cum eu na casa do Jão.

Cê num qué não dá aquele porco na antena?

Quando a variante não predomina, o problema deve estar

no falante, por isso devemos atentar às diversas doenças

da lista abaixo:

DOENÇAS QUE

CAUSAM

DISTÚRBIOS À FALA,

À ESCRITA E AO

SENTIDO:

Acatafasia: dificuldade de por as palavras de

uma frase em ordem sintática, sem deixar,

porém, de expressar as idéias com lógica. Acatamatesia: dificuldade na compreensão

ou percepção.

Acatelepsia: dificuldade em compreender. Abjurar filosoficamente o que não é

compreensível.

Acroase: impossibilidade de compreensão sem detalhadas explicações.

Afasia: perda da capacidade de falar.

Supressão da fala que não é conseqüente, nem da alteração da inteligência, nem de

lesão dos órgãos periféricos da articulação

dos sons. Afemestesia: cegueira ou surdez verbal.

Incapacidade de compreensão de linguagem

ou de linguagem. Afrosina: desequilíbrio das faculdades da

inteligência.

Alalia: diminuição ou perda da articulação da palavra, decorrente de paralisia dos

músculos dos órgãos vocálicos.

Alexia: incapacidade de ler, mesmo estando conservada a visão.

Alolalia: perturbação nervosa que ocasiona a

emissão desordenada de palavras diferentes

da que o doente pretendia pronunciar.

Anacinema: enfraquecimento de força,

devido ao excesso de exercícios. Anacusia: enfraquecimento da faculdade de

ouvir.

Anartria: impossibilidade de articulação de palavras.

Angofrasia: fenômeno da linguagem falada que consiste na intercalação de vogais longas

ou de ditongos na oração.

Aprosexia: dificuldade de fixar a atenção (psicologia).

Asafia: titubeação, defeito de pronúncia das

pessoas vulgarmente chamadas tatebitates.

Asquematia: perturbação psíquica pela qual

se perde a noção do esquema do nosso corpo

(psiquiatria). Ataxia: incoordenação patológica dos

movimentos do corpo. Fenômenos nervosos

que complicam certas doenças graves e acusam desarranjo nas funções cerebrais.

Ataxofemia: falta de ordem ou de

coordenação das palavras da linguagem falada.

Autismo: estado mental que se caracteriza

pela tendência do indivíduo alhear-se do mundo exterior e estar em permanente

introspecção.

Blesidade: vício de pronúncia em que uma consoante forte é substituída por outra fraca:

“student” por “student”

Bradifrasia: forma lenta de se pronunciar as palavras.

Datismo: repetição fastidiosa de sinônimos

para exprimir idéias simples. Digressão: mudança de rumo ou de assunto

Dislexia: incapacidade, devida à lesão

central, para ler compreensivelmente. Dislogia: perturbação do poder do raciocínio

ou da fala, devida a alterações mentais.

Galimatias: confusão de palavras cujo sentido mal se pode entender.

Gamacismo: dificuldade em dizer as letras

g, k e x. Gasguita: que pronuncia com dificuldade.

Indivíduo de voz esganiçada, que fala

gritando. Graforreia: anomalia psíquica em que o

doente escreve muito e sem nexo.

Hotentotismo: pronúncia viciosa parecida à dos hotentotes, e que consiste em

articulações confusas.

Ideofrenia: perversão da idéia. Idiotismo: estado do idiota. Locução

particular de uma língua. Insânia, estupidez,

cretinice. Imbecilidade: afecção mental que torna

aparvalhados os que dela padecem. Infacundo: adj: que não é eloqüente. Que

não sabe exprimir-se oralmente.

Jargonofasia: paralisia, na qual o doente é incompreensível na linguagem.

Logorréia: incontinência de linguagem.

Hábito de falar demais. Mania: distúrbio mental caracterizado por

grande agitação e excitação física.

Page 147: Apostila de língua_portuguesa (1)

147

Metacismo: repetição com freqüência da

letra m.

Mutacismo: vício de elocução que consiste

em trocar por m, p e b outras letras.

Paramnésia: anomalia da memória pelo

esquecimento ou desordem das palavras. Estado em que o doente parece relembrar

pessoas, coisas ou fatos que jamais existiram.

Paranóia: doença mental caracterizada pelo conceito exagerado de si mesmo.

Desconfiança.

Parequema: defeito da linguagem que

consiste em principiar uma palavra com

sílaba igual à última sílaba da palavra

anterior.

Presbiofremia: fraqueza do cérebro com

amnésia e desorientação. Psitacismo: hábito de linguagem que

consiste no emprego de palavras vazias de

sentido. Verborréia.

Zetacismo: pronúncia viciosa do s ou do z.

Referências Bibliográficas

Moderna Gramática portuguesa. Bechara, Evanildo. 37a ed. RJ: Lucerna, 2006.

Curso de Português – Interpretação de textos e fatos da língua. Riquet, Eliana Pimentel e

Seiblitz, Sylvia de Lossio. 1a ed. RJ: Ao Livro Técnico, 1980.

Dicionário de Gramática e Noções Básicas de Gramática. Guimarães, João. 6a ed. RJ: Edições

Spiker, 1963.

Como se deve dizer e como não se deve dizer. 4a ed. Victória, Luís A. P. RJ: Editora Científica,

1963.

Língua e Literatura. Faraco e Moura. 16a ed. Vols I, II e III. São Paulo: Editora Ática, 1996.

Que Nome Darei a meu Filho? – Pandu, Pandia & Pandu, Ana. 29a ed. Editora Ediouro, 2002.

Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. Ferreira, Aurélio Buarque de Holanda. 2a ed.

RJ: Nova Fronteira.

Novos Modelos de Cartas Para Todos os Fins. Barbosa, Osmar. Edições de Ouro. Editora

Tecnoprint Ltda. RJ.

Palavra em Ação. Minimanual de pesquisa. GRAMÁTICA, Massabki, Vera & Saliba, Marco. 3a

ed. 2005. Editora Claranto. Uberlândia – MG.

Teoria Lingüística. Biderman, Maria Tereza C.. Ed. Martins Fonte, São Paulo, 2001.

Redação

Índice

A dissertação. Estudos Preparatórios. Os defeitos de um texto e

ausência de coesão........120

A articulação do

texto.....................................................................................................

....125

Page 148: Apostila de língua_portuguesa (1)

148

A subordinação de

idéias....................................................................................................

128

Dissertação..........................................................................................

................................135

Gramática

Textual.................................................................................................

.............141

Principais operadores

discursivos......................................................................................14

2

Referências

Bibliográficas......................................................................................

............146

CURSO DE REDAÇÃO (Obs: Intertextualmente, as definições

abaixo, foram extraídas dos livros

mencionados nas Referências

Bibliográficas que estão no final do

capítulo).

Estudos preparatórios:

OS DEFEITOS DE UM TEXTO E

AUSÊNCIA DE COESÃO:

Page 149: Apostila de língua_portuguesa (1)

149

Ao escrever, devemos evitar

defeitos que podem prejudicar a

compreensão e empobrecem nosso

texto:

1- Ambigüidade(ou anfibologia):

ocorre quando a frase apresenta mais

de um sentido e se dá com a má

pontuação ou mau emprego de

palavras ou expressões. É um defeito

da prosa, porque prejudica a clareza.

Exs:

João ficou com Mariana em sua casa./

-Alice saiu com sua irmã. (Aqui o

possessivo SUA pode estar se

referindo a mais de um elemento;

para evitar, substituímo-lo pelos

pronomes dele(s) ou dela(s)).

2- Obscuridade ou “falta de clareza”.

A obscuridade se dá quando há

períodos muito longos, linguagem

rebuscada, má pontuação.

Observe:

Deparar-me com semelhante conceito transformado em

definições ântomas compreensíveis, significada e

requintadamente tem-me ocorrido muitíssimas vezes no

meu fazer duradouro, suporta e seguida do compor após

levar em conta precisa e inaparecível uma posposição

inédito por muitas vezes. Preciosismo: é a linguagem muito

rebuscada, que prejudica a

naturalidade: A doçura de criança, com os

rosto encharcado de suor, reescrevia frágil a

lição de sua camarada, em vez de: A dócil

criança, com suor no rosto reescrevia a lição de

sua colega.

3- Pleonasmo (ou redundância): é a

repetição desnecessária de um termo.

Exs: A brisa matinal da manhã

enchia-o de alegria.

Ele teve uma hemorragia de sangue.

Subiu pra cima. Obs: Alguns autores recorrem ao pleonasmo

com função estilística, a fim de tornar a

mensagem mais expressiva (aqui não é

considerado defeito): A mim, ensinou-me tudo./

A ti, troco-te a máquina mercante.

Outros: Perissologia ou tautologia: pleonasmos viciosos que consiste no emprego de palavras

cognatas ou sinônimas, sem necessidade ou ênfase: Ele apoderou-se o poder, por ele apoderou-se da

autoridade. Peregrinismos: termos estranhos introduzidos na linguagem, como soirée, superávit, etc.; difere do estrangeirismo, que é termo estranho, mas já aportuguesado (seja por necessidade ou uso

prolongado, como no caso dos galicismos: comportamento, audacioso, bom-tom; boas graças, tomar a

palavra). Plebeísmo: são termos criados ou adulterados pelo povo como bagunça, encrenca, enguiçar, etc.

4- Cacofonia (ou cacófato): é o som

desagradável pela união de sílabas

Page 150: Apostila de língua_portuguesa (1)

150

finais de uma palavra com as iniciais

de outra. Veja: Nunca gaste dinheiro com bobagens. A boca dela. Alma minha.

Uma herdeira confisca gado em Mato Grosso.

Estas idéias, como as concebo, são irrealizáveis. Osmar Turbando telefonou. Paula Tejano disse. Alma minha; etc.

5- Eco: é a repetição de palavras

terminadas pelo mesmo som.

Observe:

A votação da comissão não causou emoção na

enturmação.

O aluno repetente sente tristemente.

6- Prolixidade: é o uso de mais

palavras do que o necessário para

exprimir uma idéia; é o oposto da

concisão. Ser prolixo é ficar

“enrolando”, “enchendo lingüiça”,

não ir direto ao assunto.

O uso de cacoetes, expressões que

não acrescentam nada ao texto,

servindo tão somente para prolongar

o discurso, também pode tornar um

texto prolixo. Expressões do tipo:

“antes de mais nada”, “pelo

contrário”, “por outro lado”, “por sua

vez” são, muitas vezes, utilizadas só

para prolongar o discurso. Cuidado

com elas.

Ex:

Os calouros ensinam alguma coisa aos veteranos do curso superior?

Antecipadamente, minhas colocações não seriam tão

certeiras. Por alto, temos constantemente e em todos os

tempos uma discordância entre as posições. Os calouros

agem de um modo, talvez, anormal, que até mesmo

ofende os veteranos... Agora os veteranos noutra vertente,

têm por hábito, em boa parte das vezes, pensar que os

calouros algumas vezes, não possuem certamente nada a

expedir aos veteranos.

7- Frases feitas, chavões: expressões

que de tanto uso, gastaram-se:

“inflação galopante”; “vitória

esmagadora”; “esmagadora maioria”;

“caixinha de surpresas”; “caloroso

abraço”; “silêncio sepulcral”; “nos

píncaros da glória”.

8- Pedantismo: uso de palavras

difíceis e desconhecidas, usadas para

tentar impressionar os outros.

Embora algumas pessoas assim

Page 151: Apostila de língua_portuguesa (1)

151

procedam (sobretudo os políticos),

isso deve ser evitado, pois revela

defeito grave de redação:

9- Solecismo: vício de linguagem ou

erro de sintaxe (uso errado de

concordância, regência ou colocação):

Eu vi ele não faz muito tempo. Vícios

de linguagem popular: estar na janela

(à): para mim comer (eu); sem eu

(mim).

10- Uso inadequado do conectivo

(preposição, pronome relativo e

conjunção).

Exs:

CONJUNÇÃO: Empenhei muito no

preparo da viagem e resolvi não ir (E

= MAS).

PREPOSIÇÃO: O desprezo de

“notebook” é pura estupidez (DE =

PELO); acontecem com muita

freqüência na regência de verbos e

nomes.

PRONOME RELATIVO: Os débitos

os quais penso são difíceis de liquidar

(NOS QUAIS, EM QUE).

11- Erros gramaticais: ortografia,

pontuação, crase, divisão silábica,

forma verbal, maiúscula/minúscula,

etc. Exs:

Ortografia:

Re-editar: reeditar; bisorro: besouro; Freiada: freada; carangueijo:

caranguejo; mortandela: mortadela; raio X: raios X; degladiar: digladiar;

meia zonza: meio zonza; dignatário: dignitário; barguilha: braguilha;

diminuitivo: diminutivo; casemira: casimira; idoniedade: idoneidade; clips:

clipe; impingem: impigem; turquez: torquês; propietário: proprietário;

menas confiança: menos confiança; fortuito, gratuito: fortuito, gratuito (ui:

ditonto) ; estou quites: estou quite; re-educar: reeducar; tiriça: icterícia;

previlégio: privilégio; rubríca: rubrica (ú); miniotel: mini-hotel; arpa:

harpa; mandato de segurança: mandado de segurança; comprimentá-lo-hei:

cumprimenta-lo-ei; cortarei meu cabelo: cortarei meus cabelos;

confraternizar-se-hão: confraternizar-se-ão; dar uma telefonema: dar um

telefonema; Jeovah: Jeová; o fuzil do aparelho de televisão: o fusível do

aparelho de televisão; Felipe: Filipe; a moral dos jogadores: o moral dos

jogadores; fucinho: focinho; vagalumes: os vaga-lumes; esseção: exceção;

ele coa o suco: ele côa o suco; os abaixoassinados: os abaixo- assinados;

estravagante: extravagante; sinto tanta dó: sinto tanto dó; flexa: flecha;

passoca: paçoca; manteigueira: mantegueira; desinteria: disenteria; Ivan:

Ivã; mulher à toa: mulher à-toa; catorze ou quatorze (ambas adequadas);

vive à-toa: vive à toa; cotidiano, quotidiano (ambas adequadas); meretissimo

Juiz: meritíssimo Juiz; tomar um suador: tomar um suadouro; cota, quota

(ambas adequadas); agro-pecuária: agropecuária; impecilho: empecilho;

pré-estabeleceu: preestabeleceu; pré-existente: preexistente; pre-exercício:

pré-exercicio; preextréia: pré-estréia; pré-eleito: preeleito (ambas são

aceitas); tijela: tigela; reboliço: rebuliço; vestido de musseline: vestido de

musselina; beringela: berinjela; áudio-visual: audiovisual; giló: jiló;

salchicha: salsicha; muinto: muito; supertição: superstição; cemintério:

Page 152: Apostila de língua_portuguesa (1)

152

cemitério; porvilho: polvilho: brucha: bruxa; enchorrada: enxurrada;

mecher: mexer; sal no alface: sal na alface; mini-saia: minissaia; imbigo:

umbigo; pixe: piche; maizena: maisena; Felipe: Filipe; Baltazar: Baltasar;

Diniz: Dinis; Manoel: Manuel; Cacildo: Cassildo; Suzana: Susana (obs:

nomes próprios consideram a forma com que foram registrados na certidão

de nascimento); ferpa: felpa; paralizia: paralisia; manicure: manicura;

quarador: coradouro; puleiro: poleiro; convulução: convulsão;

prazeirosamente: prazerosamente; coeso (é); obesa (é); absoleta (é); bem

estar: bem-estar; benvindo: bem-vindo; chingar: xingar; sombrancelhas:

sobrancelhas; Tereza, Luiz Cleuza, Tomaz, Queiroz, Souza, Mariza = todos

se escrevem com S; cincoenta: cinquenta; misto-quente: mixto quente;

octagésimo: octogésimo; imundice: imundície; catavento: cata-vento;

beneficiência: beneficência; estadia: estada; concessão: conceção; sub-seção:

subseção; compania: companhia; analizar: analisar; largatixas: lagartixas;

bicabornato: bicarbonato; obseção: obsessão; Nobel (ó): Nobel (é);

reinvindidicar: reivindicar; cabelereiro: cabeleireiro; ponteagudos:

pontiagudos; óbulo: óbolo; jaboticaba: jabuticaba; M.G. = MG; berruga:

verruga; dispensa (cômodo): despensa; garage: garagem; malcriação: má-

criação; lantejoula: lentejoula; marimbondo: maribondo; cataclisma:

cataclismo; incontinente (pessoa a quem falta moderação): incontinenti

(imediatamente); conjetura: suposição: conjuntura: oportunidade, situação.

Erros de construção:

Prefiro maçã do que banana: prefiro maçã a banana. /Aquele é o espetáculo,

que eu gostaria de assistir: Aquele é o espetáculo, a que eu gostaria de

assistir. Encontrei com João: Encontrei-me com João./ Cheguei em casa:

Cheguei à casa../ Você assustou?: Você se assustou?/ Namoro com Juventina:

Namoro Juventina./ Está na janela: Está à janela (porta, mesa)./ Tem

alguém aí: Há alguém aí./ Nada tenho a dizer: Nada tenho que dizer./ Ela

reaveu o dinheiro: Ela reouve o dinheiro./ Assim que entregaram-me a

conta: Assim que me entregaram a conta./ A festa que você foi: A festa a que

você foi./ Passou em revista a cela: Passou revista à cela./ Quantas pessoas

haviam no auditório?: Quantas pessoas havia na auditório?/ Já não vai

mais? Já não vai?/ Foi lançado no rio: Foi lançado ao rio/ Hoje tem jogo:

Hoje há jogo/ Terminei de ler o testamento: Terminei a leitura do

testamento/ Não pude vim/ Não pude vir /Encontro impróprio a menores:

Encontro impróprio para menores./ Prefere mais cantar que compor:

prefere cantar a compor./ Ela é de menor?: Ele é menor?./ Queremos que

façam dias de sol: Queremos que faça dias de sol./ Somos honestos conosco

mesmo: Somos honestos com nós mesmos./ Você vai ao rodeio? Você irá ao

rodeio?/ Ela mora à Rua Tupis: Ela mora na Rua Tupis./ Onde foram as

mulheres?: Aonde foram as mulheres?./ Está na hora do João voltar: Está

na hora de o João voltar. Pagou a farmácia: Pagou à farmácia./ Pratique a

ginástica e ficará feliz: Pratica a ginástica e ficarás feliz. Ele distratou o

padre: Ele destratou o padre. Estamos habituados com aquela vidinha

calma: Estamos habituados àquela vidinha calma./ Faça um consulta com o

vidente: Faça uma consulta ao vidente (médico). Não seremos nós quem

inventaremos o nanômetro: Não seremos nós quem inventará o nanômetro./

Necessitam-se de vaqueiros: Necessita-se de vaqueiros./ Ela é bacharel em

biologia: Ela é bacharela em Biologia./ São uma hora e dez minutos: É uma

hora e dez minutos./ Alegro-me em revê-la: Alegro-me de revê-la./ Não me

contento de ser pobre: Não me contento em ser pobre./ Tu e Joana são

irmãs: Tu e Joana sois irmãs?/ O sol ia se pondo: O sol ia-se pondo.

Respondi seu bilhete: Respondi a seu bilhete./ Foi eu que fiz: Fui eu que fiz./

Você tinha amizade com o chefe? Você tinha amizade ao chefe./ Eu agúo

jardim: Eu águo o jardim./ A luz apagou: A luz apagou-se./ O assassinato foi

premeditado: O assassínio foi premeditado./ Tenho antipatia de certas

pessoas: Tenho antipatia por certas pessoas./ Vi dizer que você se casará:

Ouvi dizer que você se casará./ Deus lhe abençoe: Deus o abençoe./ Já não se

faz músicas como antigamente: Já não se fazem músicas como antigamente./

Page 153: Apostila de língua_portuguesa (1)

153

Maria compartilhou da sorte do Marido: Maria compartilhou com a sorte

do marido./ Você tem respeito por seus pais: Você tem respeito a seus pais./

Custa um real cada: Custa um real cada um/uma./ Eu já reavi o dinheiro:

Eu já reouve o dinheiro./ Nem João nem Pedro serão meus empregados:

Nem João nem Pedro será meus empregados./ Seu trabalho visa o que? Seu

trabalho visa a quê?/ Ele chorou pelo pai estar doente: Ele chorou por o pai

estar doente./ Conserta-se sapatos: Consertam-se sapatos./ Lembro-me o dia

da festa: Lembra-me o dia da festa ou Lembro-me do dia da festa./ Preço

caro, barato: preço alto e baixo./ Seção: divisão de repartição pública;

sessão: tempo de duração; cessão: ato de ceder./ Desobedece-lo: desobedecer-

lhe./ Destra: ágil; dextra: direita./ Venha talvez amanhã: talvez venha

amanhã; talvez virá amanhã: Virá talvez amanhã./ Desapercebido:

desprevenido; despercebido: a que não se dá atenção./ A moral: gênero

feminino quando significa conjunto de regras que regem os costumes: A

moral do povo norte-americano é elevada; O moral: estado de espírito: O

moral da tropa estava baixo./ Escutar: prestar atenção; ouvir: possuir a

audição./ Deparei-me com uma linda paisagem: Deparou-se-me uma linda

paisagem (significado de encontrar casualmente só pode ser conjugado nas

3as

pessoas, sob a forma passiva./ Cadê e quede: vícios de linguagem,

significam “que é de”: Que é (feito) do caderno que te emprestei?/ Tenho

horror pelo trabalho: Tenho horror ao trabalho./ Vendas à vista e à prazo:

Vendas à vista e a prazo./ O que é isto?: Que é isto?/ Se eu retesse a matéria

na memória: Se eu retivesse a matéria na memória./ Cheguei em casa:

Cheguei à casa./ Se você intervir, conseguirei o emprego: Se você intervier,

conseguirei o emprego./ Gostei bastante do filme: Gostei muito do filme./ Ao

invés do mestre, lecionou seu assistente: Em vez do mestre, lecionou seu

assistente./ Não pude assisti-la: Não pude assistir a ela./ Se você depor, diga a

verdade: Se você depuser, diga a verdade./ Minha fortuna consiste de

imóveis: Minha fortuna consiste em imóveis./ Quanto que custa a blusa?:

Quanto custa a blusa?/ Tenho amor pelos livros: Tenho amor aos livros./ A

fama, quem não a aspira?: A fama, quem não aspira a ela?/ Tenho me

esforçado nos estudos: Tenho-me esforçado nos estudos./ Ele está desiludido

com o mundo: Ele está desiludido do mundo./ Estava jogando de goleiro:

estava jogando como goleiro./ O preço está caro: O preço está alto./ Os filhos

puxam os pais: Os filhos puxam aos pais./ Ceiamos no Natal: Ceamos no

Natal./ Se você não se conter, será prejudicado: Se você não se contiver, será

prejudicado. / São melhor preparados que os outros: São mais bem

preparados que os outros./ Muito obrigado disse a moça: Muito obrigada

disse a moça./ Se ele impor-se, haverá disciplina: Se ele impuser-se, haverá

disciplina./ Ele receberá tudo que tem direito: Ele receberá tudo a que tem

direito./ Eu não intervi, ninguém interviu: Eu não intervim, ninguém

interveio./ 10 hs. 30 mins : 10 h 30 min/ Toda regra tem exceção: Em toda

regra há exceção./ O carro já estava na porta: O carro já estava à porta./

Ele pegou-me despercebido: Ele pegou-me desapercebido./ Ele pisou no

cimento fresco: Ele pisou o cimento fresco./ Ela foi na festa: Ela foi à festa./

Tenho amor pela música: Tenho amor à música./ Todos os dois foram:

Ambos foram./ Terá lugar amanhã o baile: Realizar-se-á amanhã o baile./

Alguém furou o meu pneu: Aluguem furou o pneu de meu carro./ Trabalha

aqui a muito tempo: Trabalha aqui há muito tempo./ Ela trouxe bolo para

mim comer: Ela trouxe bolo para eu comer./ Não pode desobedecer seus

pais: Não pode desobedecer a seus pais./ Se você ver Maria, chame-a: Se

você vir Maria, chame-a/ Hoje tem jogo do Brasil: Hoje haverá jogo do

Brasil./ É meio dia e meio: É meio-dia e meia./ O juiz da partida: O árbitro

da partida./ João mudou a cinco anos: João mudou-se há cinco anos./ Se você

repor a quantia, nada lhe acontecerá: Se você repuser a quantia, nada lhe

acontecerá./ Só Deus sabe porque sofro: Só Deus sabe por que sofro./ O circo

estreiou ontem: O circo estreou ontem./ Preciso estudar, motivo porque lhe

procurei: Preciso estudar, motivo por que o procurei./ Dez anos são muito?

Dez anos é muito?/ Fui eu quem fiz o trabalho: Fui eu quem fez o trabalho./

Page 154: Apostila de língua_portuguesa (1)

154

É nossa intenção passearmos na praça: É nossa intenção passear na praça./

Ponha a roupa no sol: Ponha a roupa ao sol./ Os Estados Unidos é uma

potência: Os Estados Unidos são uma potência./ Vou agrada-la: Vou

agradar-lhe./ Minha despesa foi dez reais: Minha despesa foram dez reais./

Ele pediu-me para ajuda-lo: Ele pediu-me que o ajudasse./ Viva os mestres:

Vivam os mestres./ O trem descarrilhou: O trem descarrilou./ Deus lhe

ajude: Deus o ajude./ Viemos agora conversar com ele: Vimos agora

conversar com ele./ Raspar a barba: Rapar a barba./ Custamos resolver a

equação: Custou-nos resolver a equação./ Dois dias fazem que ele morreu:

Dois dias faz que ele morreu./ Não sei porque ela não veio: Não sei por que

ela não veio./ Sem eu, nada fará: Sem mim, nada fará./ Eu formei no ano

passado: Eu me formei no ano passado./ És tu quem pagas: És tu quem

paga./ Ele desinteressou pela música: Ele desinteressou-se da música./Meu

desejo é de abraça-la: Meu desejo é abraça-la./ Ele está endemoniado: Ele

está endemoninhado./ Ele virá de noite: Ele virá à noite./ Aconteceu de dia:

Aconteceu durante o dia./ Estou comunicando-lhe que chegarei: Estou lhe

comunicando que chegarei./ Precavenha-se contra os maus amigos: Previna-

se contra os maus amigos./ Há pessoas dignas de serem imitadas: Há pessoas

dignas de ser imitadas./ O grupo está usando ternos cinzas: O grupo está

usando ternos cinza./ Ela é uma bela manequim: Ela é um belo manequim./

Eu tenho ódio deles: Eu lhes tenho ódio./ Posso utilizar seu telefone?: Posso

utilizar-me de seu telefone?/ Se você me ver abraçado com mulher feia...: Se

você me vir abraçado com mulher feia.../ Que hora que o ônibus sai?: A que

horas sairá o ônibus? Já é tempo deles voltarem: Já é tempo de eles

voltarem./ Eles exibiram para a multidão: Eles exibiram-se para a multidão./

Ele será favorecido pela aprovação: Ele será favorecido com a aprovação./

Repare na moça: Repare a moça./ Nunca faltei-lhe com o respeito: Nunca lhe

faltei com o respeito./ As horas pareciam que voavam: As horas parecia que

voavam./ O navio sumiu nas águas: O navio sumiu-se nas águas./ Comprei

um pacote contendo chocolates: Comprei um pacote que continha

chocolates./ Quase que perdi o ônibus: Quase perdi o horário do ônibus./

Trabalhou afim de obter dinheiro: Trabalhou a fim de obter dinheiro./

Aconselhou-o que estude: Aconselhou-o a que estude./ Fica acerca de cem

metros: Fica a cerca de cem metros./ Dá-se aulas a domicílio: Dão-se aulas

em domicílio./ Viajaram a pé: Viajaram de pé./ O pai que dependo dele,

viajou: O pai de quem dependo, viajou./ É ela, já falecida, quem disse: Foi

ela, já falecida, quem disse./ Costumam-se fazer casas: Costuma-se fazer

casas./ Devem haver outros candidatos: Deve haver outros candidatos./ Está

servido? É servido?/ Não entre nem saia do ônibus: Não entre no ônibus nem

saia dele./ Ela foi a mais preferida: Ela foi a preferida./ Isto foi inscrito sobre

o círculo: Isto foi inscrito no círculo./ Deixo-lhes a discutir o assunto: Deixo a

eles discutir o assunto./ Entrou e saiu da casa: Entrou em casa e saiu dela./ O

benefício que preciso e que poucos prescindem: O benefício de que preciso e

de que poucos prescindem./ Se antes estavam bem, hoje estão melhores: Se

antes estavam bem, hoje estão melhor./ O vestido foi feito sob medida: O

vestido foi feito por medida./ Foi de encontro do poste: Foi de encontro ao

poste./ Estava à frente da casa: Estava em frente a casa./ É melhor amar a

odiar: É melhor amar que odiar./ Refutou apoiado sob fundamentos legais:

Refutou apoiado em fundamentos legais./ Situada à Rua Presidente Vargas:

Situada na Rua Presidente Vargas./ Eu servi licor pra ele: Eu o servi de

licor./ Formou-se a dez anos: Formou-se há dez anos./ Vou atrás do muro:

Vou a trás do muro./ Compareceram na escola: Compareceram à escola./ A

cadeira era as malas: A cadeira eram as malas./ Meu consolo é os colegas:

Meu consolo são os colegas./ O amigo que muito o quer: O amigo que muito

lhe quer./ Foi eu quem escreveu a carta: Fui eu quem escreveu a carta./ Esse

arroz parece ser mais inferior: Esse arroz parece ser inferior./ João, venha

cá: João, venha aqui./ Acontecem destas coisas: Acontecem estas coisas./

Esta é a mulher que almocei na casa dela: Esta é a mulher, em cuja casa

almocei./ Isto constitue, de fato, o que devemos descriminar, pois, ofensas são

Page 155: Apostila de língua_portuguesa (1)

155

o que mais nos indignam: Isto constitui, de fato, o que devemos discriminar,

pois ofensas é o que mais nos indigna./ Abriu-se as janelas, e já era tarde

demais: o termômetro desceu abaixo de zero e foi difícil me conter:

Abriram-se as janelas, e já era tarde demais: o termômetro desceu abaixo de

zero e foi difícil conter-me./ Elas exultaram de alegria com a notícia e

parecem que não irão ao baile, forçando-me a ir onde elas estariam depois de

meio-dia: Elas exultaram com alegria com a notícia, e parece que não irão ao

baile, forçando-me a ir aonde elas estariam depois de meio dia./ Não veio,

nem tão pouco telefonou: Não veio nem tampouco telefonou./ Qualquer

jovem será nomeado presidente do grêmio: Algum jovem será nomeado

presidente do grêmio./Um e meio quilo bastam para a refeição: Um e meio

quilo basta para a refeição./ Sou um desses que tudo faz: Sou um desses que

tudo fazem./ Uma e meia dúzia satisfazem: Uma e meia dúzia satisfaz./ Saiu

debaixo da mesa: Saiu de baixo da mesa./ Ela disse que seu irmão morreu:

Ela disse que o irmão dela morreu./ Não acho que eles têm coisas demais:

Não acho que eles têm muitas coisas./ Falou de maneiras que agradou a

todos: Falou de maneiras como se agradasse a todos./ Encareceu o preço da

gasolina: Aumentou o preço da gasolina./ O filme foi assistido por milhares

de pessoas: Milhares de pessoas assistiram ao filme./ Minha mãe falou que

este macarrão é mais superior: Minha mãe disse que este macarrão é

superior./ É disso de que gosto: É disso que gosto./ Há dois anos atrás, que

estive aqui: Há dois anos, que estive aqui./ Prefiro estudar do que trabalhar:

Prefiro estudar a trabalhar./ Chegou há dois dias e partirá daqui há quatro:

Chegou há dois dias e partirá após quatro./ Vou consigo ao cinema: Vou com

você ao cinema./ Hoje tem aula de Matemática: Hoje temos aula de

Matemática./ Aluga-se apartamento: Alugam-se apartamentos./ Ele acenou o

lenço: Ele acenou com o lenço./Falou de modos que imprenssionou: Falou

bem que impressionou./ Preciam-se de funcionários: Precisa-se de

funcionários./ O jogo foi assistido por uma multidão: Uma multidão assistiu

o jogo./ Fazerei o possível: Farei o possível./ Os chefes-de-seções convidaram

os vices-presidentes da firma para os bota-foras de uns amigos: Os chefes-

de-seção convidaram os vice-presidentes da firma para os bota-fora de uns

amigos./ Bom seria que você fosse ao litoral todas as sexta-feiras conversar

com os guardas-mor a respeito dos navios-escolas: Bom seria que você fosse

ao litoral todas as sexta-feiras para conversar com os guardas-mores a

respeito dos navios-escola./ Encontrei nos dois guardas-roupas muitas peças:

duas blusas amarelas-laranja, duas luvas azuis-celestes, dois ternos azuis-

marinhos e três lenços roxos-escuros: Encontrei nos dois guardas-roupas

muitas peças: duas blusas amarela-laranja, duas luvas azul-celeste, dois

ternos azul-marinho e três lenços roxo-escuros./ Não recordo-me do dia em

que esrevi-lhe: Não me recordo do dia em que lhe escrevi./ O indivíduo que

acostuma-se a determinadas manias, quando alguém chama-lhe a atenção,

lhe custa ouvir a resposta de ofensa: O indivíduo que se acostuma a

determinadas manias, quando alguém lhe chama a atenção, custa lhe ouvir a

resposta de ofensa./ Vossa Senhoria, vossa esposa e vossos filhos: Vossa

Senhoria, sua esposa e seus filhos./ Os cadernos? Os pus na pasta: não

trouxe-os hoje, os trarei amanhã: Os cadernos? Pu-los na pasta: não os

trouxe hoje, trá-los-éi amanhã./ Isto foi me atribuído, depois de muitas

provas: Isto me foi atribuído, depois de muitas provas./ Executou a tarefa,

segundo informaram-me os amigos: Executou a tarefa, segundo me

informaram os amigos./ Creio ter se enganado os que assim nos julgam:

Creio terem se enganado os que assim nos julgam./ O técnico apertou os

jogadores durante o treino: O técnico apertou com os jogadores durante o

treino./ Você cria pombos-correios: Você cria pombos-correio./ Pouco a

pouco transformou-se em amor: Pouco a pouco se transformou em amor./

Basta-me essas explicações: Bastam-me essas explicações./ Projetam-se criar

mais escolas: Projeta-se criarem-se mais escolas./ Ali vai a moça que viagei

com ela: Ali vai a moça com quem viajei./ Se eu ver isso, muito me alegrará:

Se eu vir isso, muito me alegrará./ Leve contigo a tua pasta: Leva contigo a

Page 156: Apostila de língua_portuguesa (1)

156

tua pasta./ Haja vista os sucessos dos fortes: Hajam vista os sucessos dos

fortes./ Sentou-se entre eu e tu: Sentou-se entre mim e ti./ Custei a entender a

lição: Custou-me entender a lição./ Ele respondeu o meu ofício: Ele

respondeu ao meu ofício./ Olhou-se no espelho: Olhou-se ao espelho./ É hora

do pão chegar: É hora de o pão chegar./ Custo a crer: Custa-me a crer/ A

novela me aborrece: Aborreço esta novela (aborrecer: sentir horror por)/

Aconteceu com Pedro: Aconteceu a Pedro/ Tenho admiração por ela: Tenho

lhe admiração/ Atenda-se ao pedido: Atenda-se o pedido/ Escrevi para meu

pai: Escrevi a meu pai/ As formas de se fazer ciências: As formas de se fazer

ciência (conhecimento, fundamento)/ A Ciência Humana é social com a

esclusão do sujeito: As Ciências Humanas são sociais com a exclusão do

sujeito.

A articulação do texto

É o mesmo que a articulação do pensamento, ela

envolve as relações existentes entre as orações que

formam um período: a coordenação e a subordinação.

A coordenação de idéias

Não há dependência sintática: as

orações se relacionam pelo sentido

sem que haja entre elas uma

hierarquia. É útil na descrição,

porque apresenta ao leitor uma visão

do todo, sem que haja predominância

de um detalhe sobre outro: e na

narração permite apresentar a

seqüência de ações de personagens,

aqui embora as orações sejam

independentes, têm que ser dispostas

em uma certa ordem, que não pode

ser alterada, pois prejudica o sentido

da frase:

Acordou cedo, vestiu-se e saiu.

Também é útil na dissertação, quando queremos enumerar

explicar, enfatizar um contraste ou enumerar idéias. As conjunções coordenativas

estabelecem entre as orações,

dependência semântica (de sentido):

adição ou concatenação, oposição ou

contraste, alternância, conclusão e

explicação.

Ao fazermos uma enumeração

coordenamos vocábulos ou termos de

uma oração. Ex:

1- Complementos para verbos:

ao homem

aos animais

A água não basta às plantas

Page 157: Apostila de língua_portuguesa (1)

157

.......................

.......................

.......................

alimento

roupas

sapatos

Comprar .........................

.........................

.........................

.........................

2- Determinantes para substantivos:

amargurada

bela

passageira

Vida .......................

......................

......................

......................

3- Vários vocábulos se coordenam num só adjuntos

adverbial:

gritinhos (e)

avisos

palavras Ela chega com

.....................................

.....................................

.....................................

4- Duas ou mais orações se coordenam para indicar várias ações ou fatos

que são autônomos ou independentes (assindéticas: não há conectivos):

Ele corre, toma banho, escova os

dentes,...................................,..............................................

........,............................................,.......................... .

4- Sindéticas (utilizando conectivos):

a, aditivas:

Vive bem a vida e.........................................................

Não gosta de frio nem...................................................

Perdeu a batalha, mas também......................................

Page 158: Apostila de língua_portuguesa (1)

158

b, alternativas:

Trabalham, ou gozam as férias,

ou................................................., ou escrevem um livro,

ou..............................................................,

ou............................................................... .

c, Combinação de aditivas e alternativas:

Vivem a vida e esperam que tudo vá melhorar ou

desanimam de tudo.

d, Oposição ou contraste (adversativas):

mas não estava preocupado.

porém esqueceu o chapéu.

Saiu apressado todavia.........................

entretanto.....................

contudo.........................

no entanto......................

e, Conclusão (conclusivas):

portanto não pôde comparecer.

logo..........................................

Estava doente portanto...................................

então.........................................

........................................., pois.

f, Explicação (explicativas):

que já é tarde.

Vá correndo porque...........................

pois.................................

A subordinação de idéias

Page 159: Apostila de língua_portuguesa (1)

159

Aqui, além da dependência de sentido, há também a

sintática (uma oração não sobrevive sem a outra). As

orações subordinadas são utilizadas para complementar a

significação da principal, para ampliar o sentido de um

nome (Ex: ...pessoas que deveriam nos indicar o

caminho.), para indicar alguma circunstância: Visitamos a

casa, quando lá estivemos.

As subordinadas que indicam circunstância são muito

úteis para caracterizar um fato que está sendo narrado, já

que podem indicar diversas circunstâncias de um mesmo

ou em que ocorre o fato:

(tempo) enquanto...........................

(lugar) onde....................................

(causa) porque...............................

Luana ficou (finalidade) a fim de.....................

(conseqüência) que......................

(condição) desde que....................

(concessão) ainda que...................

(conformação) conforme..............

(comparação) como......................

Além dessas adverbiais acima, ainda temos as adjetivas e

as substantivas:

a) adjetivas: determinam ou caracterizam

(explicam) o substantivo (ou o pronome

substantivo). Ex:

Esse planeta, que não tem culpa, é destruído pela

poluição.

b) substantivas: completam o sentido do

substantivo ou do verbo. Ex:

Gostam de ver o espetáculo.

disso.

1- Subordinadas adjetivas:

Page 160: Apostila de língua_portuguesa (1)

160

a- O efeito estufa transforma esse planeta,

que.......... que.......... que.............

b- Refere-se a jovens que..........

ou se lembra dos velhos que..........

2- Subordinadas adverbiais:

A sucesso é garantido,

concessão conformidade

embora....................... como.......................

ainda que................... segundo...................

se bem que.................. consoante.................

conquanto..................

O doente perderia a noção de seus perigos e

contaminações,

condição

se..............................................................................

O policial pune o presidiário,

causa fim

como................. para que................

porque............... a fim de que..........

visto que...........

pois que.............

Nós nos alegramos,

Page 161: Apostila de língua_portuguesa (1)

161

tempo

quando.............................

enquanto..........................

logo que...........................

depois que.........................

antes que...........................

desde que...........................

Cresce o fascínio pela ciência,

Proporção

a medida que..................................

a proporção que.............................

quanto mais........................tanto mais.......................

quanto menos.....................tanto menos....................

3- Subordinadas substantivas:

a) Subjetivas:

É provável.......

Sabe-se..........

É necessário.........

b) Objetivas diretas:

Desconfio......

Achei...............

c) Objetivas indiretas:

Ele se lembrou........

que...............................

....................................

....................................

...................................

que.....................................

..........................................

..........................................

.........................................

que..................................

.......................................

.......................................

................................

que...............................

....................................

....................................

...................................

que.....................................

..........................................

..........................................

.........................................

que..................................

.......................................

.......................................

................................

de

que...............................

....................................

....................................

.............................

de

que.....................................

..........................................

..........................................

.........................................

de

que..................................

.......................................

.......................................

................................

Page 162: Apostila de língua_portuguesa (1)

162

d) Predicativas:

A verdade é........

O importante é..........

Sua conclusão era.....

e) Completivas nominais:

Tenho certeza............

Tenho necessidade.........

Tenho medo.......

f) Apositiva:

Digo-te uma coisa:

Desejei uma coisa:

DESCRIÇÃO – NARRAÇÃO E

DISSERTAÇÃO

Temos os textos informativos ou explicativos que devem ter uma linguagem objetiva e não se confundem com os

textos de natureza artística ou literária. São os textos da imprensa, do professor, dos relatórios técnicos ou científicos. Transmitem conhecimentos e analisam um

fenômeno ou uma teoria. O texto injuntivo ou apelativo

que...............................

....................................

....................................

...................................

que.....................................

..........................................

..........................................

.........................................

que..................................

.......................................

.......................................

................................

de

que...............................

....................................

....................................

...................................

de

que.....................................

..........................................

..........................................

.........................................

de

que..................................

.......................................

.......................................

................................

....................................

....................................

....................................

............................

..........................................

..........................................

..........................................

...................................

.......................................

.......................................

.......................................

..........................

Page 163: Apostila de língua_portuguesa (1)

163

(a palavra injunção significa ordem formal, imposição,

exigência). Uma das formas verbais do texto injuntivo é o imperativo. Esses textos exemplificam o uso da

linguagem em sua função conativa ou apelativa.

DESCRIÇÃO Quando caracterizamos as personagens e o

ambiente onde ocorrem os acontecimentos, estamos usando a descrição. Todos os seres existentes no universo real – físico e psicológico – ou no imaginário,

podem ser descritos. Exemplos: a- Descrição de pessoa: Está desaparecida desde 30 de

outubro Maria Azambuja Cunha (foto) de 21 anos,

1,79m de altura. Saiu de casa no bairro Europa, em São José; vestindo calça jeans e blusa roxa. Telefone

para recados: 2896 – 6432; profissão mecânica. Tinha costeletas compridas. Era honesto, trabalhador, educado e bom.

b- Descrição de ambiente geográfico: No Rio Grande do Sul, principalmente na região fronteiriça ao

Uruguai, existe uma grande área coberta por uma vegetação rasteira, formada por gramíneas, denominada campos da Campanha Gaúcha ou

Pampa. Os campos da Campanha Gaúcha são excelentes áreas para a criação de gado. (Geografia – O Brasil e suas Regiões Econômicas- Adas, Melhem,

vol 2, Editora Moderna – 3ª Ed, 2001, p. 106) c- Descrição de espaço ficcional: A nave espacial de

1000 metros quadrados, possuía dois andares, no primeiro estavam os mecanismos que a controlavam, no segundo, quartos, salas, banheiros.

Temos a descrição objetiva e a subjetiva. Na objetiva, a

realidade é exibida com exatidão, sem qualquer opinião ou julgamento. Na subjetiva, a realidade é retratada de acordo com a opinião do emissor.

A ordem na descrição

Os textos descritivos fazem parte de um texto maior,

do tipo narrativo. Por isso, a descrição deve se considerada em dois níveis, quanto à sua montagem:

Articulação externa: é a posição do texto descritivo em relação ao texto maior do qual faz parte. Nesse caso, o autor do texto pode optar por diferentes localizações da

descrição dentro do texto maior: a- colocando-a no início da narrativa:

Page 164: Apostila de língua_portuguesa (1)

164

O túmulo da minha avó tinha a aparência de uma

mesa de açougueiro, com seus azulejos brancos e as bordas aumentadas aos lados dos suportes.

b- inserindo a descrição no final da narrativa; Numa planície de Minas Gerais, onde se encontram as cidades de Uberlândia e de Monte Carmelo, a 637

quilômetros de Belo Horizonte, encontraram um diamante que ninguém nunca vira no mundo. É um

enorme diamante que pesa 254,4 quilates, chamado de Estrela do Sul, que deu esse nome à cidade.

Esquema de descrição de pessoas – variação 1 (Branca Granatic):

Introdução: 1o parágrafo = Primeira impressão ou abordagem de

qualquer aspecto de caráter geral

Desenvolvimento: 2o parágrafo = Características físicas: altura,

peso, cor da pele, idade, cabelos, traços do rosto (olhos, nariz,

boca), voz, vestimenta. 3o parágrafo = Características psicológicas:

personalidade, temperamento, caráter, preferências, inclinações,

postura, objetivos.

Conclusão: 4o parágrafo = Retomada de qualquer outro aspecto de

caráter geral (ex.: maneira como a pessoa descrita costuma

relacionar-se com os outros ou afirmar algo sobre sua simpatia e

comunicabilidade - ou referir-se à pessoa).

Esquema de descrição de pessoas – variação 2 (Branca Granatic):

Introdução: 1o parágrafo = Primeira impressão ou abordagem de

qualquer aspecto de caráter geral.

Desenvolvimento: 2o parágrafo = Análise das características

físicas, associadas às características psicológicas (1a parte). 3

o

parágrafo = Análise das características físicas associadas às

características psicológicas (2a parte).

Conclusão: 4o parágrafo = Retomada de qualquer outro aspecto de

caráter geral.

Obs: O desenvolvimento pode também ser ampliado para três ou

quatro parágrafos, dependendo de sua conveniência.

Esquema da descrição de objetos – variação 1 (Branca Granatic)

Introdução: 1o parágrafo = Observações de caráter geral referentes

à procedência ou localização do objeto descrito.

Desenvolvimento: 2o parágrafo = Detalhes (1

a parte): formato e

dimensões. Formato: comparação com figuras geométricas e com

objetos semelhantes. Dimensões: largura, comprimento, altura,

diâmetro, etc. 3o parágrafo: Detalhes (2

a parte): material, peso,

cor/brilho, textura.

Conclusão: 4o parágrafo: Observações de caráter geral referentes à

sua utilidade ou qualquer outro comentário que envolva o objeto

como um todo.

Page 165: Apostila de língua_portuguesa (1)

165

Esquema da descrição de objetos – variação 2 – objetos constituídos

de várias partes (Branca Granatic)

Introdução: 1o parágrafo = Observações de caráter geral referentes

à procedência ou localização do objeto descrito.

Desenvolvimento: 2o parágrafo = Enumeração (e rápidos

comentários) das partes que compõem o objeto, associada à

explicação de como as partes se agrupam para formar o todo. 3o

parágrafo = Detalhes do objeto visto como um todo (externamente):

formato, dimensões, material, peso, textura, cor e brilho.

Conclusão: 4o parágrafo = Observação de caráter geral referente à

sal utilidade ou qualquer outro comentário que envolva o objeto na

sua totalidade.

Esquema de descrição de ambientes (idem)

Introdução: 1o parágrafo = Comentário de caráter geral.

Desenvolvimento: 2o parágrafo = Detalhes referentes à estrutura

global do ambiente: paredes (janelas e portas), chão, teto,

luminosidade e aroma (se houver). 3o parágrafo = Detalhes

específicos em relação a objetos lá existentes: móveis,

eletrodomésticos quadros, esculturas ou quaisquer outros objetos.

Conclusão: 4o parágrafo: Observação sobre a atmosfera que paira

no ambiente.

Esquema de descrição de paisagens (idem)

Introdução: 1o parágrafo = Comentário sobre sua localização ou

qualquer outra referência de caráter geral.

Desenvolvimento: 2o parágrafo: Observação do plano de fundo:

explicação do que se vê ao longe. 3o parágrafo: Observação dos

elementos mais próximos do observador: explicação detalhada dos

elementos que compõem a paisagem, de acordo com determinada

ordem.

Conclusão: 4o parágrafo = Comentários de caráter geral,

concluindo acerca da impressão que a paisagem causa em quem a

contempla.

NARRAÇÃO/TIPOS DE DISCURSOS Discurso: é a fala dos personagens em uma narração. Há três tipos: direto, indireto e indireto livre. Discurso

direto: reproduz textualmente as palavras do emissor: “Uma tarde o rapaz se atreveu. - Papai eu estava querendo conversar com o senhor.” Discurso indireto:

transmite-se apenas o sentido da frase, não as palavras textuais das personagens: E contou que estava

escrevendo umas coisas. Geralmente usa-se um verbo de elocução (falar, dizer, perguntar, responder, afirmar, etc.) seguido de oração introduzida, na maioria das

vezes, por uma conjunção integrante (que). Discurso indireto livre: registram-se as ideias e os sentimentos

Page 166: Apostila de língua_portuguesa (1)

166

da personagem sem, todavia, aparecer o verbo de

elocução ou qualquer conectivo. Constroem-se dois períodos: o 1º, sem o verbo de elocução (limitado por

um ponto; logo a seguir, a fala textual do falante: Queria a sua opinião franca. Estava disposto a ver a bobagem?

Transposição do discurso direto para o discurso indireto: 1ª e 2ª pessoa = 3ª pessoa; presente =

pretérito imperfeito; pretérito perfeito = pretérito mais que perfeito; futuro do presente = futuro do pretérito; imperativo = imperfeito do subjuntivo (ex.: quisesse);

vocativo = objeto indireto; este, esse = aquele ; hoje = naquele dia ; ontem = no dia anterior ; amanhã = no dia seguinte; aqui, ai = ali, lá ; agora = então ; atrás =

antes ; na próxima semana = na semana seguinte ; na última noite = na noite anterior.

NARRAÇÃO

É o relato de um fato, de um acontecimento, com

personagens atuando e um narrador que relata a ação. São elementos da narrativa:

a- Enredo (ou trama ou intriga) é o “esqueleto” da narrativa, aquilo que dá sustentação à história, ou seja, é o desenrolar dos acontecimentos.

Geralmente, o enredo está centrado num conflito, responsável pelo nível de tensão na narrativa.

b- Ambiente (espaço) é onde circulam personagens e se

desenrola o enredo. c- Tempo: localização cronológica do acontecimento; é

comum a ação se desenvolver em diversos momentos (passado remoto, passado próximo, presente). Ex.: eu tinha onze anos.

d- Personagens: são seres que atuam e vivem o enredo. Protagonista: personagem principal. Antagonista:

personagem adversário, opositor e- Narrador: aquele que narra o enredo. Dependendo

da posição do narrador em relação ao fato narrado,

a narrativa pode ser feita em 1ª ou em 3ª pessoa do singular. Em 1ª pessoa: participa dos acontecimentos; tem dupla função: o personagem-

narrador. Pode ter uma participação secundária nos acontecimentos destacando-se, dessa maneira, seu

papel de narrador. Por outro lado, pode exercer papel fundamental nos acontecimentos, podendo ser o personagem principal (o protagonista). Nesse caso,

a narração em 1ª pessoa permite ao autor penetrar e desvendar em profundidade o mundo psicológico do personagem. É importante observar que, nas

Page 167: Apostila de língua_portuguesa (1)

167

narrativas em 1ª pessoa, nem tudo o que o narrador

afirma se reportará à “verdade” já que corresponde à visão necessariamente parcial de um narrador, que

é a parte interessada nos fatos. Em 3ª pessoa: o narrador está fora dos acontecimentos; podemos dizer que ele paira acima de tudo e de todos. Essa

situação permite ao narrador saber de tudo, do passado e do futuro, das emoções e pensamentos

dos personagens (por isso é chamado de onisciente). Obs: ao redigir uma narrativa, o texto tem que apresentar os elementos mínimos da narração: voz

narrativa e enredo, personagem(s), ambiente e transcurso de tempo; a voz narrativa tem que organizar o relato e/ou não oscilar entre a primeira e a terceira

pessoas; o texto não pode ser apenas uma lista de eventos ou informações que não chegam a constituir

enredo, os elementos descritivos têm que articular de modo a definir uma direção narrativa; os eventos e/ou informação tem que ser articulados de modo não frágil

e os elementos descritivos tem que ser dispostos de modo não precário.

Exemplo de uma narração:] Tecnologia do futuro: laptop poderá ser levado enrolado

Em um futuro próximo, tudo estará ao alcance de poucos toques e as telas estarão em toda parte. O computador deverá ser levado a tira colo e a tela não

será mais necessária. Embarque imediato para o futuro. Na passagem aérea eletrônica, cabem todas as informações: horário e número do voo, hora estimada

da chegada e o terminal de desembarque no aeroporto. No avião, a mãe checa a lição interativa que a filha fez na escola com alunos de várias partes do mundo. Tudo

ao alcance de poucos toques. “A tecnologia vai ser cada vez mais invisível, apesar de

ela estar mais presente”, prevê Paulo Iudicibus, diretor de novas tecnologias da Microsoft.

As telas estarão em toda parte. Nas janelas, nas mesas dos escritórios. Mas, quem quiser continuar usando o computador parecido com o que temos hoje,

um modelo poderá ser levado a tiracolo: enrolado no ombro. Esse computador vai funcionar com toques

diretos na tela. O criador da novidade é o designer alemão Eugêni Orkín. Pela internet, ele conta ao Fantástico que, daqui a dois ou três anos, essa

tecnologia flexível já estará no mercado. Os telefones celulares também vão ficar mais

Page 168: Apostila de língua_portuguesa (1)

168

inteligentes. Vão nos ajudar até a sair de uma saia

justa. Se em uma festa, por exemplo, você encontrar um amigo, mas não se lembrar do nome dele, fique

tranquilo. O celular resolverá o seu problema. O aparelho reconhece a imagem e imediatamente traz todas as informações sobre aquela pessoa.

Daqui a dez anos, quando essa e outras tecnologias

estiverem prontas e popularizadas, em uma sala de aula o lápis será a ponta do dedo. Uma menina rabisca de um lado e, do outro lado, um amigo acompanha. O

desenho ganha vida, vira animação. Ela fala inglês e a tela traduz e transcreve tudo para ele, que é indiano. “É uma garota na Austrália conversando com um

garoto na Índia, no mesmo momento. É uma grande televisão, que é capaz de transmitir a minha imagem

para uma pessoa que está do outro lado da tela e vice-versa. É uma televisão grande que me projeta em tamanho natural e dá a impressão de que eu estou só

separado por um vidro. A televisão tem softwares por trás que permitem entender a voz dos garotos e fazer traduções simultâneas”, explica o Iudicibus. Tudo isso

não é ficção-científica. São pesquisas já avançadas ou protótipos que já existem, ou simplesmente a mistura

de tecnologias que já existem. Há pouco tempo atrás, as aulas eram dadas em lousas. Se o professor errasse o que estava escrevendo,

precisava de um apagador para, aí sim, começar tudo de novo. Hoje, em mais de 10 mil colégios espalhados

pelo mundo, já há um sistema diferente. A tela é sensível ao toque, e em uma aula de ciência, por exemplo, é possível conseguir ver o coração e o pulmão

bem de perto e, ainda por cima, de todos os ângulos. Fica muito mais interessante. E segundo os especialistas, em um futuro nem tão distante, nem a

tela será mais necessária, porque toda tecnologia estará nos nossos gestos.

No filme de ficção científica “Minority report - A nova lei”, o policial vivido por Tom Cruise usa uma espécie

de luva para acessar informações no computador. Ele nem precisa encostar na tela. Os gestos do policial comandam a máquina.

Um pesquisador do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos Estados Unidos, se inspirou na

ideia. Criou uma tecnologia chamada de “sexto sentido”, que já está disponível. Ela transforma qualquer superfície em tela de computador. O

Page 169: Apostila de língua_portuguesa (1)

169

equipamento é composto por um projetor e uma

câmera que o usuário carrega no pescoço, conectados a um computador de bolso com acesso à internet. Eles

interpretam os gestos dos sensores dos usuários, que são dedais coloridos.

Para tirar uma foto, basta enquadrar a paisagem. Depois, com os dedos, os arquivos são, digamos,

“arremessados” na tela. E mais: ao comprar um livro, por exemplo, você pode projetar nele críticas e comentários sobre a obra. A folha do jornal vai exibir

vídeos. E se não há uma superfície disponível? Neste caso, o próprio corpo pode servir de tela, até para telefonar. A tecnologia reconhece e envia os comandos

projetados na pele. E a roupa mostra informações sobre as pessoas. Tudo muito simples de se usar.

“O computador, depois do mouse e do teclado, vai ser capaz de nos entender. Ele vai entender gestos, voz e toques. Isso é uma grande tendência que simplifica

muito o uso da tecnologia”, conta Paulo Iudicibus. Enquanto esse futuro não chega, objetos do dia a dia já vão mostrando os novos caminhos da tecnologia.

Nos Estados Unidos, o telefone celular é agora um instrumento musical. A caixa de som fica no pulso dos

músicos. Os sons podem ser experimentais, muito eletrônicos. Ou mais convencionais, como o piano e a bateria.

“No futuro próximo, a gente pode imaginar um mundo sem barreiras geográficas, sem barreiras de

língua, sem barreiras culturais, até aproximando as pessoas, fazendo com que elas tenham uma vida mais produtiva e uma vida melhor sob o ponto de vista

pessoal. A gente vai ter mais tempo para nos dedicar à vida pessoal, também por conta dessas tecnologias”, prevê Paulo Iudicibus. Então, que venha logo esse

admirável mundo novo! Fantástico, Rede Globo, 3/1/2010.

Para elaborar uma narração, temos que organizar os elementos básicos do texto narrado (fato, tempo, lugar, personagens, causa, consequências). Há inúmeras

formas de dispô-los, dependendo do fato a ser narrado. A autora Branca Granatic, do livro “Técnicas Básicas

de REDAÇÃO” sugeriu um esquema de narração que pode ser utilizado para contar qualquer fato. O esquema propõe-se a situar os elementos em diferentes

parágrafos:

Page 170: Apostila de língua_portuguesa (1)

170

Introdução: 1o parágrafo = Explicar que fato será narrado. Determinar o tempo e o lugar. 2o parágrafo = Desenvolvimento: Causa do fato e apresentação dos

personagens envolvidos. 3o parágrafo = Modo pelo qual tudo aconteceu (detalhadamente). Conclusão: 4o parágrafo = Consequências do fato.

Obs: As personagens aparecem não só no 2o parágrafo,

mas no decorrer de toda a narração, porque são os desencadeadores da sequência narrativa. O elemento causa pode ou não existir numa narração, porque há

fatos que decorrem de causa específica e outros de que não precisamos explicar as causas. Os três elementos mencionados na Introdução (fato, tempo e lugar) não

precisam necessariamente aparecer nesta ordem.

DISSERTAÇÃO

Recomendações: ao redigir uma dissertação utilize sempre a primeira pessoa do plural e nunca a primeira

do singular. Não devemos usar gírias, provérbios ou ditos populares, não incluir fatos de nossa vida

particular (usar de modo impessoal e com total objetividade), não propagar doutrinas religiosas, não analisar temas com emoções exageradas, não utilizar

exemplos contando fatos ocorridos com terceiros, que não sejam de domínio público, evitar as abreviações, nunca repetir várias vezes a mesma palavra, não variar

a caligrafia das letras, para não torná-las irreconhecíveis, não analisar assuntos propostos, sob

apenas um dos ângulos da questão e não fugir ao tema proposto. Nunca pode acontecer de os elementos dispostos no texto, não constituírem sequer

comentários; o texto não pode ser apenas uma lista de comentários, que não chegam a constituir argumentos,

ou seja, as formulações não estão articuladas de modo a definir uma direção; a direção de movimento do texto não pode ser pouco definida (constituição de

argumentos por uma articulação parcial das formulações).

Diferença entre Dissertação e Argumentação

Page 171: Apostila de língua_portuguesa (1)

171

A dissertação é uma exposição desenvolvida do que se

estudou, ou de um ponto doutrinário, para se apresentar ao professor e a

argumentação é uma exposição desenvolvida em que se aduz considerando, conjecturando, tirando ilações, discutindo o raciocínio, pelo qual se tira uma

consequência ou dedução, para convencer o leitor O que acontece é que a Argumentação pode aparecer

na Dissertação (neste caso o texto se torna subjetivo), quando essa for uma redação escolar ou de vestibular, porque, vez ou outra, exige de quem escreve, a defesa

de um ponto de vista, em que se usa argumentos, para convencer o leitor.

Passos para redigir uma dissertação 1- Delimitação do tema (obs: assunto é a história em si

e tema é menor que o assunto, é aspecto da realidade para analisar, expressa-se por um substantivo abstrato, como “amor, violência, injustiça social, etc.);

2- Fixar o objetivo (escolher o pensamento que estar [a presente em todo o texto); 3- Parágrafo de abertura (

tem que ser mantido nos limites do objetivo fixado, é o que será desenvolvido); 4- Desenvolvimento (ordem das ideias do parágrafo de abertura): Temos vários tipos de

desenvolvimento: por enumeração, por causa/consequência, por exemplificação, por comparação (semelhança e contraste), por definição

(pode vir com a exemplificação, enumeração, comparação), por dados estatísticos, por ordenação

cronológica, por citação (dizeres de outras pessoas), por contra-argumentação (refutação); 5- Parágrafo de conclusão (resumo do objetivo proposto na introdução,

mais os argumentos do desenvolvimento).

A DISSERTAÇÃO

É um texto que se caracteriza pela defesa de uma ideia, de um ponto de vista, ou pelo questionamento

acerca de um determinado assunto. Em geral, para se obter maior clareza na exposição do ponto de vista,

costuma-se distribuir a matéria em três partes: a- introdução: em que se apresenta a ideia ou ponto de vista que será defendido. b- desenvolvimento ou

argumentação: em que se desenvolve o ponto de vista. Para convencer o leitor, você deverá usar de sólida argumentação, citar exemplos, recorrer a opiniões de

Page 172: Apostila de língua_portuguesa (1)

172

especialistas, fornecer dados, etc. c- conclusão: em que

se dá um fecho coerente com o desenvolvimento, com os argumentos apresentados. A elaboração de um texto

dissertativo não está centrada na linguagem, mas na colocação e defesa de ideias. Exemplo de uma dissertação:

DISSERTAÇÃO: A DELIMITAÇÃO DO TEMA

A dissertação pressupõe espírito crítico, raciocínio,

clareza e objetividade na exposição dos argumentos. Para tanto, o primeiro cuidado que se deve ter é delimitar o tema, quando este for muito amplo. Assim,

um tema como “A violência” pode ser abordado sob vários ângulos. Eis alguns deles: A violência urbana. A

violência no campo, A violência como consequência da miséria. A violência como característica de todo ser humano. A violência contra os meninos de rua. A

violência na família. A violência contra as minorias. Poderíamos enumerar muitas outras maneiras de

desenvolver esse tema. Essas que aí estão constituem apenas algumas dentre as inúmeras possibilidades de abordagem de um tema tão complexo.

O PARÁGRAFO DE ABERTURA NA DISSERTAÇÃO

Depois de delimitar ou restringir o assunto (quando vamos escrever sobre determinado assunto, muitas

ideias poderão surgir e torna-se difícil ou trabalhoso selecionar quais as que serão escritas, delimitando ou restringindo o assunto para facilitar a organização das

ideias, a sua ordenação), fixar o objetivo ( escolhe-se o objetivo para dar direção ao assunto, selecionar as

ideias, é selecionar a linha de pensamento que estará presente em todo o texto), pode-se começar a escrever. É importante redigir, em primeiro lugar, uma ou mais

frases que traduzam o objetivo escolhido. Essa ou essas frases iniciais são o parágrafo de abertura. O parágrafo de abertura mantém o parágrafo nos

limites do objetivo fixado, isto é, serve de instrumento para garantir que, ao escrever, a pessoa não se afastará

do objetivo fixado. Frequentemente abre o texto, introduz o assunto no texto. É uma oração ou conjunto de orações, que apresenta um quando geral daquilo

que será desenvolvido. Ele indica ao leitor como foi delimitado o assunto e que objetivo dirige seu desenvolvimento.

Page 173: Apostila de língua_portuguesa (1)

173

O DESENVOLVIMENTO NA DISSERTAÇÃO

Como a dissertação é um tipo de texto em que predomina a exposição de ideias, essas ideias devem ser ordenadas de forma que conduzam à conclusão

lógica do texto. Vários são os recursos que permitem organizar as ideias com finalidade de desenvolver um

raciocínio e fundamentar conclusões: 1- Enumeração de razões; 2- causa/consequência; 3- exemplificação; 4- comparação; 5- definição; 6- dados

estatísticos; 7- ordenação cronológica; 8- interrogação; 9- citação; 10- contra-argumentação

1-O

DESENVOLVIMENTO POR ENUMERAÇÃO

Enumerar significa expor as partes de um todo,

uma por uma. Qualquer ideia de sentido geral ou amplo, numa enumeração, pode ser desdobrada

através da enumeração de seus diversos aspectos. A enumeração é, portanto, uma exposição de pormenores que podem: a- desenvolver uma ideia geral; b- justificar

uma opinião; c- fundamentar uma hipótese. Veja um exemplo de parágrafo em que a ideia geral foi desenvolvida através de uma enumeração:

A credulidade em um Deus e em outros devem ser reavaliadas. Eis algumas razões, que justificam essa

opinião: a- Temos mais de trinta religiões em todo o mundo,

algumas monoteístas, outras politeístas.

b- A ciência diz que as teorias dogmáticas são mitologia, isto é são fundamentadas em fatos que

não são reais. c- Não podemos dizer que uma religião é verdadeira

e as outras não são, porque os olhares são

diversos, enquanto uma se acha, a outra é que se acha.

Quando desenvolvemos uma ideia geral através da enumeração,

podemos encadear livremente os elementos enumerados ou seguir

um critério de importância do elemento mais importante para o

menos importante ou vice-versa.

2- O

DESENVOLVIMENTO POR CAUSA/CONSEQÜÊNCIA

Page 174: Apostila de língua_portuguesa (1)

174

Uma ideia geral de um parágrafo também pode ser

desenvolvida através de uma ou mais orações que indiquem: a- causa (fato que provoca ou justifica o que

está expresso na ideia principal); b- consequência (fato que decorre daquilo que está exposto na ideia principal). Essa relação pode ocorrer: a- entre duas

orações de um período (separadas ou não por pontuação):

O excesso de gás carbônico, na atmosfera, vindo das descargas dos automóveis e das chaminés das fábricas, aumenta o aquecimento global, provocando enorme

derretimento de gelo dos polos do nosso planeta. b- entre dois parágrafos de um texto:

A nanotecnologia é um sistema de engenharia molecular, em que se colocam cada átomo e cada

molécula no lugar desejado. Se conseguirmos desenvolver esse sistema, o resultado será uma nova revolução industrial.

Além disso, teríamos também importantes consequências econômicas, sociais, ambientais e

militares, mas também graves riscos como armas perigosas, corridas armamentistas, ameaças à continuidade da humanidade, novas formas de vida,

entre outras. No texto acima, o primeiro parágrafo apresenta o que é nanotecnologia. O segundo expressa as

consequências disso: como seria nossa vida após o uso da nanotecnologia em nossas vidas.

Portanto, entre o primeiro e o segundo parágrafos estabelece-se uma relação de causa e consequência.

3- O DESENVOLVIMENTO POR EXEMPLIFICAÇÃO É outro processo que pode ser utilizado para

desenvolver o parágrafo dissertativo. Nesse procedimento, geralmente o autor do texto: a- busca comprovar uma afirmativa pessoal; b-

procura confirmar uma teoria; c- ilustra uma regra ou um princípio. Com a exemplificação, uma ideia geral fica mais clara para o leitor, já que normalmente utiliza

ocorrências, que podem ser comprovadas. Por isso, é um procedimento utilizado com muita frequência, em

textos de caráter didático. O autor do parágrafo seguinte utiliza esse processo: Quase toda descoberta ou invenção científica do

período compreendido entre os séculos XVIII ao XIX, apareceu nos anos 50 e 60. No mais, tudo é cópia ou

Page 175: Apostila de língua_portuguesa (1)

175

aprimoramento. A chegada do homem á lua, o

computador, milhares de teorias científicas. O automóvel, por exemplo, continua com as

mesmas características, apenas aprimoraram o que já existia nele. O computador era enorme e com pouco recurso, mas não deixou de ser o mesmo, funcionando

com o sistema binário e levando a outras modificações. Com muitas das novas teorias, não foi de outro jeito.

4- O

DESENVOLVIMENTO POR

COMPARAÇÃO Essa técnica de desenvolvimento da ideia-núcleo ocorre quando o autor do texto compara seres, fatos,

ideias, realçando as semelhanças ou diferenças entre eles. A técnica da comparação pode se desenvolver em

dois sentidos: a- semelhança – em que se estabelecem paralelos entre

fatos, ideias ou seres:

Não há diferença entre os escapamentos dos automóveis e as chaminés das fábricas. São armas

poderosas na destruição da camada de ozônio. Um carro se apresenta dizendo ser pequeno e que não faz a diferença, mas em conjunto com outros

proporciona um resultado maior que os das indústrias. Os tubos de combustão em tamanho maior são em quantidade menor, porém exalam quase o mesmo

volume. b- por contraste – em que se realçam as diferenças

entre fatos, seres ou ideias: Na língua dos esquimós, os falantes usam seus vocábulos como se fossem orações. Combinam

sujeito, verbo, objeto numa unidade única, o que é diferente da colocação da nossa Língua Portuguesa,

em que os dispomos um após o outro, dentro de uma oração.

5- O

DESENVOLVIMENTO POR DEFINIÇÃO

A definição de um dos termos – geralmente o mais importante – da ideia-núcleo também é um recurso bastante utilizado no desenvolvimento do parágrafo

dissertativo. Observe: “Para o linguista Weinrich, o texto é uma sequência linear de lexemas e morfemas que se condicionam

Page 176: Apostila de língua_portuguesa (1)

176

reciprocamente e que, de modo recíproco, constituem

“contexto”. Texto é, pois, “um andaime de determinações onde tudo se encontra interligado, uma

estrutura determinativa”. Para ele, toda Linguística é necessariamente Linguística de texto. Nesse sentido, “texto” é qualquer produção

linguística, falada ou escrita, de qualquer tamanho, que possa fazer sentido numa situação de comunicação

humana”. O desenvolvimento da ideia-núcleo (ideia-central ou

tópico frasal) através da definição, geralmente vem acompanhado de outros procedimentos, como a exemplificação, a enumeração ou a comparação por

analogia ou confronto. Um autor pode utilizar o processo do confronto a partir de uma definição.

6- O DESENVOLVIMENTO

POR DADOS ESTATÍSTICOS

Outro procedimento a que se pode recorrer num texto dissertativo é a utilização de dados estatísticos. Muitas vezes, os dados são mais esclarecedores e

convincentes do que qualquer argumento. Um exemplo: “Das 100 carteiras, 60 foram devolvidas com dinheiro. Ribeirão Preto conquistou o título de cidade

mais honesta do Brasil, pois as dez carteiras retornaram intactas.

Mulheres superam homens em nosso teste. Das 39 mulheres que pegaram as carteiras, 31 as devolveram com dinheiro, ou seja, 79,5%. Dos 61 homens que

apanharam as carteiras, 29 as devolveram intactas, correspondendo a 47,5%”. (Reader’s Digest Seleções –

dezembro de 1997, pág. 25). É importante salientar que esse tipo de argumentação requer uma pesquisa cuidadosa para

não se incorrer em erros grosseiros.

7- O

DESENVOLVIMENTO POR ORDENAÇÃO CRONOLÓGICA

Frequentemente, sentimos necessidade de situar os fatos que narramos no tempo. Ao fazermos uma dissertação, essa ordenação no tempo também se faz

necessária para esclarecer alguns argumentos. Dependendo da natureza do tema que está sendo

Page 177: Apostila de língua_portuguesa (1)

177

abordado, esse recurso pode ser muito valioso. Por

exemplo:

Só no estado do Rio de Janeiro, o Corpo de Bombeiros registrou 1.507 acidentes em 1996 – média de três acidentes por dia. Entre janeiro e junho de

1997, a média subiu para 3,5 acidentes a cada dia. (Reader’s Digest Seleções, dezembro de 1997, p. 75)

8- O DESENVOLVIMENTO DA DISSERTAÇÃO: INTERROGAÇÃO

Um dos maiores problemas em pedir a Deus é que

nem sempre Ele atende. Quando atende a alguns e não a outros, parece que tem favoritos. Deus é injusto ou

simplesmente parece sê-lo? A pergunta é tão velha quanto o Livro de Jô. Fiéis têm lutado desde então com a resposta que Deus dá:

“Quem tem queixa contra mim pela qual eu deva pagar?” (Reader’s Digest Seleções – 9/1997 – p.48)

9- O

DESENVOLVIMENTO DA DISSERTAÇÃO: CITAÇÃO

Quando expomos nossas ideias, refletimos sobre

determinados assuntos, surgem às vezes lembranças de autores que lemos. Ex:

Pensei em defender minha tese, mas tinha quase certeza de que não convenceria a banca examinadora, porque como disse Polan Ree Lacan, com sua metáfora

do buque invertido, o ponto de vista afeta a constituição do objeto e o nosso olho nos engana. O

objeto real é empírico, as minhas condições é que vão determinar como a imagem é construída, por isso a imagem não é empírica.

10- O

DESENVOLVIMENTO DA

DISSERTAÇÃO: CONTRA-ARGUMENTAÇÃO

Em vez de expor nossas ideias a partir de uma citação, como vimos acima, podemos proceder de maneira oposta, isto é, demonstrar falsidade da argumentação

de alguém. Esse procedimento, a que chamamos de contra-argumentação, consiste em refutar argumentos alheios. Ex:

Page 178: Apostila de língua_portuguesa (1)

178

Os autores de outras áreas afirmam que a

Linguística não é ciência, é arte. Ao contrário, os linguistas não aceitam e se defendem dizendo que a

Linguística é empírica, opera com dados verificáveis por meio de observações e experiências e expõe às outras ciências que o conhecimento não é universal.

O PARÁGRAFO DE CONCLUSÃO Outro item importante para se redigir um texto dissertativo é a formulação conclusão. Esta deve conter

de uma forma resumida o objetivo proposto na introdução, acrescido de argumentação básica empregada no desenvolvimento.

O autor reorganiza resumidamente os diversos aspectos da fase de desenvolvimento em uma frase final, que fecha o texto. Formula um parágrafo de

conclusão: uma reapresentação sucinta ou geral do objetivo proposto no parágrafo de abertura e dos

aspectos ou detalhes particulares dos parágrafos do desenvolvimento.

Exemplo de uma dissertação:

DEPRESSÃO: a epidemia silenciosa do século 21

O relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre saúde mental, publicado no mês

passado, indica que a depressão já é uma das

doenças mais comuns do mundo e que será a principal causa de incapacitação no trabalho em

2030, à frente do câncer e das doenças cardiovasculares.

Hoje, cerca de 121 milhões de pessoas sofrem da

doença. A falta de consenso semântico entre os especialistas e, consequentemente, de métodos

adequados de tratamento para cada caso exige a discussão urgente e aprofundada sobre o assunto.

Há visões conflitantes entre as duas principais

disciplinas práticas que tratam do tema: a psiquiatria e a psicanálise. O jornalista Wilker Souza conversou

com especialistas das duas áreas e apresenta em sua reportagem os principais focos de divergência entre

elas.

Page 179: Apostila de língua_portuguesa (1)

179

Táki Cordás, renomado especialista em depressão no âmbito da psiquiatria, explica o fenômeno sob a

perspectiva da medicina. Decio Gurfinkel, por outro lado, introduz a visão da psicanálise partindo da

compreensão de Freud sobre a melancolia e encontrando paradoxalmente um valor positivo para a

depressão. Já Christian Dunker expõe a tensão entre as duas áreas e defende antes a mutualidade do que

o conflito no esclarecimento da doença, relativizando a ação dos medicamentos, sem, no entanto,

demonizá-los.

Por fim, é possível enumerar algumas das

necessidades clínicas prementes para o tratamento adequado dos quadros depressivos: combater o

estigma de modo que a procura por assistência médica seja rápida e possibilite o diagnóstico de

maneira precoce; implantar a modalidade de tratamento medicamentoso mais eficaz e com menos

efeitos colaterais para o combate da fase aguda; estabelecer o melhor tratamento medicamentoso

associado à psicoterapia para evitar futuras recaídas.

Fonte: Revista Cult, ano 12, out. 2009.

Esquema de composição de texto misto (Branca Granatic)

Aqui utilizamos modalidades diferentes: dissertação e narração, dissertação e descrição, narração e

descrição. Vejamos um esquema em que aparecem a narração e a descrição: Introdução: 1o parágrafo = Explicação sobre que fato

ocorreu. Quando aconteceu. Onde tudo se passou. Desenvolvimento: 2o parágrafo = Descrição do local onde o fato ocorreu. 3o parágrafo = Personagens

envolvidos e causa do fato (incluindo trecho de descrição de algum personagem). Como tudo

aconteceu.

Conclusão: 4o parágrafo = Consequências do fato.

Redija uma redação com vários parágrafos, obedecendo às

seguintes instruções:

Assunto: Carnaval

Delimitação do assunto: O Carnaval, hoje.

Page 180: Apostila de língua_portuguesa (1)

180

Objetivo: Contrastar o Carnaval de hoje com o Carnaval do

passado.

Parágrafo de introdução:.............................................

.............................................................................................................

...................................................................

Plano de desenvolvimento:

1ª parte: O Carnaval do passado:

a) Como eram as comemorações:.....................

.......................................................................................

........................................................................................

b) Que sentimentos dominavam as pessoas:.........

..................................................................................

..................................................................................

2ª parte: O Carnaval hoje:

a) Como são as comemorações:............................

......................................................................................

......................................................................................

b) Que sentimentos dominam as pessoas:.............

......................................................................................

......................................................................................

Conclusão: retomar e reformular as ideias básicas da

introdução:.............................................................

......................................................................................

.......................................................................................

........................................................................................

GRAMÁTICA TEXTUAL

Elementos coesivos: elementos linguísticos articuladores do texto.

Coerência: resultado das relações estabelecidas entre o emissor, o

receptor e o texto propriamente dito. É a formação de sentido.

Coesão: é um fenômeno localizado, explícito, com marcas

linguísticas evidentes. Refere-se à ligação das partes de um texto, às

relações entre seus segmentos

1- Coesão por retomada:

a) Coesão por retomada nominal ou gramatical: usamos artigos

definidos, artigos indefinidos, pronomes demonstrativos,

possessivos, pessoais, numerais advérbios.

Page 181: Apostila de língua_portuguesa (1)

181

b) Coesão por retomada lexical: relações metonímicas (a parte pelo

todo), hiponímicas (elemento do 1º elemento), metafórica,

sinonímica, substantivos, adjetivos, verbos.

2- Coesão por repetição: não podemos ficar repetindo palavras,

porque ela empobrece o texto, mas pode ser produtiva e interessante

como mecanismo de coesão (principalmente quando o mesmo nome

tem significados diferentes).

Sequenciadores temporais, sequenciadores temporais e

ordenadores espaciais

a) Sequenciadores temporais: os mecanismos de coesão

servem também para marcar uma progressão no tempo. Se

um texto se desenvolve no tempo, é porque não pode ficar

“parado”, tem de “progredir” temporalmente. A essa

progressão chamamos de “sequenciação” Um fato sucede-

se a outro fato, como sequências temporais: marcar se a

história ocorre em dois dias, um mês, um ano, etc. O

“pretérito perfeito” marca a sucessão de eventos nos

textos narrativos. Também usamos o presente e o futuro

do presente.

b) Ordenadores espaciais: o espaço é o lugar em que ocorre o

fato, a coesão se dá pela apresentação: neste mundo

(“neste” antecipa-se ao espaço). Essa ordenação impõe

ordem. Usamos também advérbios ou locuções adverbiais.

Encadeamento argumentativo: é o trabalho de coesão que procura

ligar argumentos nos textos. Argumentos são recursos de que

dispomos para convencer os outros, aqui usamos os conectores, que

são elementos relacionais que ligam as partes.

Diferença entre os elementos: -de coesão por retomada: retomam

um termo que já está no texto); -de coesão

por conexão: juntam dois ou mais argumentos, sem retomar nada.

Justaposição e sequenciação conversacional: neste caso, a ligação

entre os segmentos do texto não exige conectores. Os nexos entre os

segmentos são estabelecidos pelo receptor, que lhes atribui um

conector. Os segmentos do texto são justapostos uns aos outros,

como se estivessem colados. É a coesão por justaposição. Usamos:

os dois pontos (:), ponto final (.), vírgula (,), ponto e vírgula (;), que

exercem a função dos conectores (e, então, mas, etc.).

Embora os conectores estejam ausentes, há regras gramaticais, que

permitem sua utilização.

No diálogo, quando os falantes pretendem alterar a condução da

conversa ou introduzir novo assunto, usam os elementos de coesão,

que se referem às expressões utilizadas. Ex:

“Por falar nisso, queria remeter-nos aos componentes curriculares

expostos no ano passado. Neles, vamos encontrar não só os

fundamentos para o novo assunto, mas também para os próximos.

Porém, voltando ao que eu estava falando, psicoterapia não é

Page 182: Apostila de língua_portuguesa (1)

182

psicologia. Abrindo parênteses vamos retomar um pouco às nossas

noções sobre a mente”.

Principais operadores discursivos

RELAÇÕES

COESIVAS

FUNÇÕES

OPERADORES MAIS FREQÜENTES

1- Conjunção a) ligação de

argumentos em favor

de uma conclusão

b) gradução de

argumentos em um

série de dois ou mais

c) estabelecimento de

aspecto decisório na

argumentação

e, é, também, não só... mas também, tanto

como, além de, além disso, ainda, nem (=e

não), a par de

até, mesmo, até mesmo, inclusive, ao menos,

pelo menos, no mínimo, no máximo, quando

muito.

aliás, além do mais, além de tudo, além disso,

ademais.

2- Conclusão Estabelecimento de

conclusão tendo em vista

outro(s) argumento(s)

apresentados(s)

Portanto, logo, por conseguinte, pois.

3- Restrição Explicações

Justificativas

Explicitações

Ilustrações

Generalizações,

amplificações

Pois, porque

Que, porque, já que

Desse modo, dessa maneira, assim

Por exemplo, para se ter uma idéia

De fato, realmente, aliás, também, é verdade

que

4- Redefinição Correções, retificações,

esclarecimentos

Isto é, se, ou melhor, de fato, pelo contrário,

ao contrário, ou seja, quer dizer, em outras

palavras

5- Comparação Comparações de

inferioridade, igualdade e

superioridade

Tanto.. como... tal como... tanto/tão...

quanto... mais que... mais do que... menor

que... menos do que

6- Disjunção Oposição conclusiva – o

argumento introduzido

leva a uma conclusão

oposta à de outro(s)

Ou, ou então, quer... quer, seja... seja, caso

contrário

7- Contrajunção Contraposição de

argumentos de

orientações

argumentativas

diferentes, fazendo

prevalecer o argumento

introduzido pela

conjunção adversativa

mas não o introduzido

pela conjunção concessiva

a) conjunções adversativas: mas,

porém, todavia, contudo, no

entanto, entretanto

b) conjunções concessivas: embora,

ainda, que, mesmo que, apesar de

que

Classifique as relações coesivas dos operadores discursivos:

a) Já que estou na chuva, tenho que me molhar.

Page 183: Apostila de língua_portuguesa (1)

183

b) Aquele texto argumentativo foi refutado, porque não

externava seu ponto de vista.

c) Ela era tão suscetível e humilde, mas não possuía

capacidade..

d) A aleudrina é sedativa e hipnótica. Logo, a substância

preferida para fabricar calmantes.

e) O mal foi causado pelos radicais livres, isto é, alimentos que

quando são quebrados, não são absolvidos e voltam para o

organismo em forma de energia, prejudicando-o.

f) A gravação da música que compus, deixou-me emocionado.

Todos a ouviram e, além disso, rendeu-me uns trocados.

g) Os terráqueos têm que ter consciência da destruição da

camada de ozônio, talvez tentar diminuí-la, caso contrário o

fim será fatal.

Diga quais as relações que os operadores discursivos estabelecem

entre as frases (ou argumentos):

A adaptação é o meio mais potente

Os Philosofum Doctors expõem-nos uma enorme gama de

teorias Um assunto é visto sob vários ângulos. Não sabemos quem

está certo ou errado, se é que isso existe.

Ninguém pode provar que algo é verdadeiro e melhor que outro,

se existe milhares e milhares de teorias científicas. Só acreditamos

em algumas se essas se adaptam ao que já conhecemos, isto é, à

bagagem de conhecimentos que cada um tem.

Assim como Lacan disse, cada pessoa vê determinado assunto ao

seu modo, as teorias científicas se adaptam às verdades de cada um.

A adaptação do repertório pessoal de conhecimentos àquela

teoria com que se relaciona, é que faz a revolução intelectual tanto

do inventor, como do compositor.

A adaptação de nosso conhecimento à algumas teoria científicas

é importante também para outros formadores de novas teorias,

sobretudo para os estudantes dos cursos de pós-graduação stricto

sensu. Um mestrando é bom, na medida em que seu conjunto de

conhecimentos é grande e abrange outros.

A adaptação é o meio mais potente para a transformação

científica, tanto na defesa de uma nova tese, como na descoberta de

outras teorias novas.

Adaptar significa extrapolar, inventar. Adaptar é socializar-se, é

refazer, é cortar, é fazer rupturas.

Quanto mais adaptações, mais verdades e soluções.

Adaptar seu conhecimento à outras teorias, mesclá-la a outras e

até dar continuidade é o lance bom.

A credulidade de muitos, que os levam a pensar que a verdade

existe sobre o certo e o errado, o céu e o inferno é tão grande, que

nos impede de acreditar, que o que temos em nossa cabeça vai nos

servir de algum modo.

Page 184: Apostila de língua_portuguesa (1)

184

Aliás, não é somente aos crédulos da verdade inexistente que

falta um meio de encontrar a adaptação, é só olhar para o lado das

teorias dogmáticas, para ver que há muitos que seguem o pensar

pelo lado de uma fé mitológica e, por isso mesmo vão se vendo

diante de tantas religiões, e adaptando-se ao esmo. Pode ser que tais

deuses de tantas religiões, existam, mas enquanto não houver

provas concretas ou fundamento, não há como acreditar

A religiosidade fervorosa é tão incomodante para a vida pessoal

e ao entrosamento com pessoas de outras religiões, quanto os

costumes de outras religiões orientais e outras europeias são.

Gêneros textuais São textos padronizados, são produzidos quase sempre com as

mesmas características (assunto, estrutura e o tipo de linguagem) e

são utilizados para atender a uma necessidade relacionada a uma

situação específica.

Obs: Além desses abaixo, há outros que surgiram com a fusão de

dois ou mais como a “crônica lírica”. Outros já se apresentam

classificados em conjunto como no estudo do “jornal”, da “revista”

(entrevista, artigo, editorial, etc.). Conforme pesquisas, alemães

enumeraram milhares e milhares de gêneros. Vejamos alguns deles:

Acroase: discurso que revela vastos e

profundos conhecimentos. Preleção

sobre uma disciplina.

Adivinha: trecho com expressões que

leva a pessoa que lê, tentar adivinhar,

enigma.

Anacreôntica: ode cujos assuntos são

graciosos, suaves, linguagem leve, estilo

agradável. (De Anacreonte, poeta lítico

da Grécia - séc. VI a.C., que cantou o

vinho, o amor, a gastronomia).

Anedota: relato sucinto de fato jocoso.

Anúncio: notícia ou aviso pelo qual se

dá qualquer coisa a conhecimento do

público.

Armanha: conversa para lograr ou

enganar.

Artigo: escrito de jornal, revista.

Apologia: discurso ou escrito para

louvar ou defender.

Apólogo: visa uma lição moral, a

diferença é que aqui as personagens são

seres inanimados, uma árvore, um

prego, uma caneta pode falar e agir.

Arcádico: poema que tem uma quadra

que se repete a cada duas quadras e não

vai além de oito quadras.

Aviso: conselho, advertência.

Auto: gênero de teatro originário da

Idade Média, com personagens em geral

alegóricos, como os pecados, as

virtudes, os santos, etc., podendo

também comportar elementos cômicos

ou jocosos. Há dois tipos: auto de

devoção e auto de folgar.

Autobiografia: biografia que o autor

faz de si mesmo.

Auto de devoção: neste há ligação com

a Bíblia e o objetivo é moral.

Auto de folgar: há ligação com o social

e o caráter é crítico.

Bilhete: carta simples e breve.

Biografia: história da vida de uma

pessoa.

Canção: poema de forma livre que

apresenta canto terno e amoroso e tem

como origem, a “canzone” italiana.

Cantata: é um tipo de canção que pode

ser recitativa, onde é exposto o assunto,

ou ária, onde é exprimido o sentimento

do recitativo.

Cantiga: poesia cantada, dividida em

estrofes iguais.

Carta: comunicação manuscrita ou

impressa, endereçada a uma ou várias

pessoas, apresentando assuntos

diversos: de amor, comercial, etc.

Carta aberta: aquela que é dirigida à

alguém e ao público, ao mesmo tempo.

Carta do leitor (em jornais, revistas):

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Conto: apresenta um instantâneo da

realidade, verossimilhança redução de

personagens e apenas um conflito.

Curriculum vitae: conjunto de dados

relativos ã vida estudantil, profissional,

etc., de quem se candidata a emprego,

concurso, etc.

Cartão (de aniversário, de casamento

etc.): Impresso que tem uma ilustração

ou uma foto e uma dedicação de desejo

a outrem, pela passagem de uma data

comemorativa.

Cartaz: impresso de grande formato,

para afixação em lugar público, e que

traz anúncio, aviso ou mensagens.

Causo: conto, história, caso.

Charge: representação pictória em que

se satiriza um fato de caráter político e

que é do conhecimento do público.

Comédia: gênero teatral que tem como

origem o “Canto da aldeia”, que era a

base das comemorações dionisíacas,

festas que alternavam alegria e tristeza

com orgia.

Comentário: série de observações com

que se esclarece ou critica uma

produção literária ou científica.

Conto: gênero textual que representa

um instantâneo da realidade, apresenta

verossimilhança, um único conflito e

redução de personagens.

Conto de fada: pequena narrativa

infantil em que aparece uma fada e

muda todo o destino da história.

Convite: mensagem pela qual se

convida

Crônica: gênero em prosa que se baseia

num tempo presente, no cotidiano, no

dia-a-dia da humanidade; com dimensão

curta e apresenta verossimilhança e

número reduzido de personagens como

o conto.

Crônica lírica: mistura de poesia com

crônica.

Declaração: documento da redação

oficial em que alguma coisa é declarada

por alguém que se manifesta

identificado com documentos pessoais.

Definições: expressões com que se

define.

Diagrama: representação gráfica de

determinado fenômeno.

Diário: registro da relação do que se faz

ou sucede em cada dia.

Discurso político: peça oratória

proferida em público, cujo assunto é a

política.

Dissertação: exposição desenvolvida,

oral ou escrita, de um ponto doutrinário.

Ditirambo: poema de forma livre que

apresenta a exaltação do vinho e

dedicação a Baco, deus do Vinho.

Drama: gênero teatral em que há a

fusão da tragédia com a comédia: a

tragicomédia; fica muito próximo do

real, foi criado na Antigüidade clássica

e só se desenvolve com o Romantismo.

Écloga ou égloga: poesia pastoril com a

presença de diálogo, sentimento

amoroso e exaltação do campo.

Editorial: artigo de jornal que exprime

a opinião do órgão.

Elegia: poema de forma livre, que

expressa dor ou tristeza; temos dois

tipos: a nênia e a endecha.

e-mail: correspondência eletrônica,

redigida em computador e enviada por

meio da Internet.

Embolada: espécie de composição

músico-poética, utilizada no Nordeste

do Brasil, e que tem um andamento

rápido, podendo ser dialogada ou em

coral.

Encômio: louvor feito à alguém através

de um discurso e durante uma

festividade.

Endecha ou romancilho: elegia que

apresenta melancolia, sentimentos

íntimos de desengano.

Ensaio: estudo literário, menor que um

tratado, sobre determinado assunto.

Entimema: tipo de silogismo onde se

omite algum dos princípios.

Entrevista: comentário ou opinião dada

diretamente a jornalista, para ser

divulgada em jornal, rádio, televisão,

etc.

Epicédio ou nênia: elegia que chora a

morte de alguém.

Epigrama: poesia conceituosa ou

satírica que termina com um dito agudo.

Epinício: composição poética ou

musical, feita com a finalidade de

celebrar uma vitória.

Epiquirema: silogismo (dedução) em

que uma das premissas se acompanha

de prova.

Epitalâmio: composição musical ou

poética, feita coma finalidade de

celebrar um casamento.

Epodo: sentença ou máxima moral. A

terceira estância da ode grega. Poema

latino composto em versos jâmbicos.

Esquema: representação sumária de

algo, ou em diagrama, de algo.

Escólio: elucidação de um texto

qualquer. Explicações que se fazem, a

fim de tornar acessível a todos as obras

dos autores clássicos.

Escorso: obra de pequenas proporções,

resumo.

Esparsa: tipo de poesia antiga com

versos de seis sílabas.

Espiche: discurso.

Estatutos: leis orgânicas de um Estado,

sociedade ou associação.

Explicações: textos usados para

esclarecer, explicar.

Epigrama: sátira, poesia conceituosa

ou satírica que termina com um dito

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agudo, ou frases que se punham sobre

uma estátua ou um túmulo.

Epiquirema: silogismo em que uma

das premissas se acompanha de provas.

Dizeres de filósofos.

Epimítio: a moral de uma fábula.

Epinício: composição poética ou

musical, feita com a finalidade de

celebrar uma vitória de uma batalha de

guerreiros.

Epitalâmia: composição musical ou

poética, feita com a finalidade de

celebrar um casamento. (Aparece em

Romeu e Julieta nas noites nupciais).

Epódica ou filosofia: ode cujos

assuntos são filosóficos.

Epopéia: gênero textual poético que

narra acontecimentos históricos ou

lendários; com estilo majestoso; tem

caráter universalizante e sua

característica é a objetividade.

Apresenta uma estrutura clássica

seguindo a ordem: proposição,

invocação, dedicatória, narração e

epílogo. Exs: Ilíada de Homero; Eneida

de Virgílio; Divina Comédia de Dante e

Os Lusíadas, de Camões.

Estrambote: composição métrica

italiana pela qual se faz um acréscimo

de três versos aos quatorze que

compõem um soneto.

Fábula: espécie de composição literária

que encerra uma verdade moral.

Composição de tipo literário, alegoria

que contém uma lição de moral,

apólogo, peta. Visa uma lição moral,

tem, como personagens, animais..

Filípica: discurso de Demóstenes contra

Filipe da Macedônia, discurso violento

e pessoal.

Flos-santório: livro contendo biografia

dos santos.

Galimatias: discurso confuso.

Gazel, gazal: poesia amorosa ou

báquica dos persas e dos árabes.

Glosa: verso feito sobre mote. Censura,

crítica.

Gnoma, gnome: provérbio, sentença

moral, adágio.

História em quadrinhos: história

contata em quadrinhos em que há

desenho dos personagens e suas falas

em balões.

Inquérito: interrogatório de

testemunhas. Sindicância, investigação,

indagação.

Jaléu: canto e dança populares da

Andaluzia.

Jangalamarte: folguedo do Nordeste

também chamado arre-burrinho ou

janicéfalo.

Játaca: conto oriental relativo a Buda.

Idílio: poesia pastoril que é um

monólogo com exaltação do campo e

sentimento amoroso.

Lenda: narração de caráter

maravilhoso, em que os fatos históricos

são deformados pela imaginação do

povo ou do poeta.

Lipograma: composição literária

escrita com a intenção de não conter

uma ou mais letras do alfabeto.

Lista: relação de nomes, de pessoas ou

de coisas, para fornecer informação.

Loa: discurso laudatório. Apologia.

Prólogo de qualquer composição

dramática, destinado a captar a

benevolência do auditório.

Loas: cantigas populares em honra dos

santos. Parlatice.

Logogrifo: enigma em que as letras da

palavra insinuada pelo conceito,

principalmente combinadas, formam

outros vocábulos que é preciso

adivinhar para se chegar àquela palavra.

Madrigal: composição poética que

celebra a formosura das mulheres.

Poesia pastoril. Galanteio; poesia

pastoril com elogio da vida simples,

delicadeza e fundo amoroso.

Manual de instruções: livreto que

acompanha alguma máquina ou

aparelho para informar o uso ou

manuseio ao portador.

Máxima: Axioma, aforismo, ditado

popular. Sentença que serve de regra de

conduta do pensamento e das ações.

Memorando: usado para assuntos

menores que os do ofício, em

repartições.

Memórias: dissertação sobre assunto

científico, literário ou artístico.

Minuta: sustentação por escrito, de

recurso interposto.

Mito: narrativa de significação

simbólica, transmitida de geração em

geração dentro de determinado grupo e

considerada verdadeira por ele.

Monódia: monólogo nas tragédias

antigas. Canto plangente de uma só voz.

Monograma: cruzamento das letras

iniciais de um nome.

Nênia: canto fúnebre. Elegia.

Nômina: oração escrita e posta numa

bolsinha para nos livrar de certos males.

Nomo: poema, que na Antigüidade, se

atribuía qualidades ou morais, ou

apenas eficiência ritual.

Notícia: resumo dum acontecimento ou

assunto qualquer.

Novela: gênero textual que apresenta

uma estrutura composta de partes

autônomas que possuem um elo para o

seu encadeamento, a busca do final é o

aspecto marcante; tem narração direta; a

escassez narrativa é devido ao fato de

ela não deixar de ser teatro.

Oratória: discurso oral, usado em

comícios, reunião de negócios,

coordenação de debates, mesas-

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redondas, que apresenta introdução

(exórdio), proposição (indicação do

assunto), confirmação (tenta convencer

o auditório), refutação (tenta anular a

resistência do auditório).

Outdoor: anúncio de propaganda que

se coloca em placas grandes pertos das

ruas avenidas e rodovias

Palestra: conferência despretensiosa.

Parábola: narração alegórica, na qual o

conjunto de elementos evoca outra

realidade de ordem superior.

Projeto de pesquisa: projeto em que se

expõe os passos, metodologia,

justificativa, objetivos, biografias, etc.,

de uma pesquisa.

Oaristo: diálogo entre marido e mulher.

Entretenimento íntimo. Colóquio meigo.

Ode: composição em verso, para ser

cantada. Poema lírico, cântico, de

origem grega, apresenta solenidade de

estilo, sentimentos de dor ou alegria. Há

vários tipos, de acordo com o assunto.

Palíndromo: verso ou frase que se tem

o mesmo sentido, quer se leia num ou

noutro sentido.

Panegírico: discurso encomiástico,

elogioso.

Parábase: fala do autor aos

espectadores, na antiga comédia grega.

Parábola: visa um ensinamento moral,

mas apresenta um aspecto diferente

quanto às personagens, são seres

humanos, traz muitas ligações com o

mundo religioso.

Parêmia: breve alegoria. Adágio.

Provérbio. Sentença moral.

Parênese: provérbio

Parlenda: Discussão. Tagarelado.

Palavreado. Diz-se também parlenga.

Peça de teatro: trabalho dramático,

literário ou artístico.

Piada: dito espirituoso; pilhéria, chiste,

anedota.

Pindárica ou heróica: ode que exalta

grandes heróis.

Poema: obra em verso ou não, em que

há poesia.

Poema heróico: é uma redução da

epopéia, narra acontecimento histórico

ou lendário; o estilo é grandiloqüente;

visão mais restrita do mundo;

anonimato do poeta; narração de algo

regional, particular, menor dimensão.

Exs: O Uraguai de Basílio da Gama;

Caramuru de Santa Rita Durão.

Proêmio, exórdio: discurso ou escrito

prévio. Exórdio.

Poesia pastoril: poesia que apresenta a

presença de pastores e exalta a natureza.

Quadrinha: estrofe com quatro versos

com rimas alternadas.

Recado: comunicação escrita ou oral.

Receita: indicação das proporções dos

componentes e do método que se deve

seguir no preparo de algo; fórmula.

Relato de experiências: descrição das

experiências de alguém.

Relato pessoal: descrição de fatos da

vida pessoal de alguém.

Relatório: exposição, mais ou menos

minuciosa, do que se viu, ouviu ou

observou.

Relatório de pesquisa: descrição

minuciosa dos procedimentos de uma

pesquisa.

Reportagem: pesquisa de determinado

assunto feita por repórteres.

Reportagem (de TV e rádio): cobertura de acontecimento, apuração

de fatos, pesquisa de assunto,

interpretação de informações e redação

do texto final.

Resenha: descrição minuciosa.

Resumo: exposição abreviada de uma

sucessão de acontecimentos, das

características gerais de algo, etc.,

extrato, síntese, sinopse, sumário.

Romança: composição para canto e

piano, típica do século XIX,

Romance: é mais importante e

complexa forma de expressão literária

dos tempos modernos, originou-se nas

façanhas de cavalaria, representava um

poema épico, com o Romantismo houve

a transformação de sua visão. Nele, há

simultaneidade de ações, tempo

(cronológico, psicológico), espaço

(pode ocorrer pluralidade geográfica);

temos: romances policiais, psicológicos,

históricos, de costumes, campesinos,

passionais, biográficos, etc.

Rondó: poema de origem francesa, cujo

assunto é o amor, possui várias formas.

Rótulo: papel que se cola em

embalagens e recipientes, com

indicação sobre o conteúdo.

Rimance: pequeno canto épico. Xácara.

Rondel: composição poética, formada

de duas quadras e uma quintilha, com os

dois últimos versos da segunda quadra

iguais aos dois primeiros da primeira, e

o primeiro desta, o último da quintilha.

No rondel há só duas rimas.

Rondó: poema de forma fixa, de origem

francesa, assunto predominante o amor,

o que não exclui sua variedade temática.

Temos quatro tipos: o simples, o

dobrado, o francês e o arcádico.

Rondó arcádico: possui uma quadra

que se repete a cada duas quadras, não

ultrapassa oito quadras.

Rondó dobrado: possui oito quadras

ou cinco quadras e uma sétima

Rondó francês: possui uma quintilha,

um terceto (acrescido do primeiro

hemistíquio do primeiro verso) e uma

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quintilha (acrescido do primeiro

hemistíquio do primeiro verso)

Rondó simples: que possui duas

quadras e uma sextilha, sendo as duas

estrofes finais acrescidas do primeiro

hemistíquio do primeiro verso.

Sacra ou religiosa: ode cujo assunto

são cânticos de fé, exaltação da religião.

Sáfica ou moral: ode que possui

assuntos morais.

Saianete: pequena comédia, com duas

ou três personagens.

Serena: variedade de canção comum

entre os poetas provençais.

Sermão: discurso que o padre

pronuncia no púlpito, para exortar os

fiéis. Prática moral.

Serrana: canção popular da Beira.

Espécie de fandango.

Sevilhana: canto popular de Sevilha.

Silogismo: argumento composto de três

termos, sendo os dois primeiros, as

proposições e o terceiro a conclusão.

Soneto: poema de forma fixa que

apresenta dois quartetos e dois tercetos

(quatorze versos); possui a “chave de

ouro”, quando o último verso sintetiza

todo o conteúdo da temática foi criado

na Sicília, pelo poeta Giacomo de

Lentino no século XIII.

Sorites: argumento de uma série de

proposições ligadas entre si de modo

que o atributo de cada uma venha a ser

o sujeito da seguinte até a última

(conclusão) que tem como atributo da

penúltima e como sujeito, o sujeito da

primeira.

Tautograma: escrito poético em que

todas as palavras principiam pela

mesma letra.

Tirinha: seqüência de quadrinhos.

Trava-língua: frase que por apresentar

repetições de fonemas se torna difícil de

pronunciar.

Tedeum: cântico clérigo em ação de

graças que inicia pelas palavras latinas

Te Deum laudamus.

Telegrama: comunicação telegráfica.

Tragédia: gênero teatral que teve

origem nas festas dionisíacas, para

comemorar a colheita, em que os gregos

sacrificavam um bode em

agradecimento aos deuses e usavam

fantasiar-se de bode; com a evolução

surgiu a tragédia, trago: bode, edia:

canto; visa despertar nobres

sentimentos, usa grandes efeitos e

virtudes e há a presença da desgraça e

do trágico.

Verbete: palavra ou expressão dum

dicionário ou enciclopédia com o(s)

significado(s) e outras informações

Vidalita: canção popular do norte da

Argentina.

Vilancete: composição poética de

caráter campesino; composta

geralmente de um mote (motivo) e uma

glosa (desenvolvimento) em certo

número de coplas.

Vilancico: composição poética, curta,

de caráter sacro.

Xácara: narrativa popular em versos.

Zamacueca, cuenca: música popular de

alguns países sul-americanos. Cuenca é

o nome que ela recebe no Chile.

Bibliografia:

Técnicas de Redação: Magda Becker Soares & Edson Nascimento

Campos

Redação para o 2º grau: Ernani Terra

Português: Linguagens: William Roberto Cereja & Thereza Cochar

Magalhães.

Língua Portuguesa – volume único – Ensino Médio Harry Vieira

Lopes. Jeosafá Fernandez Gonçalves. Simone Gonçalves da Silva.

Zuleika de Felice Murrie.

Dicionário de Gramática e Noções Básicas de Gramática.

Guimarães, João. 6a ed. RJ: Edições Spiker, 1963.

Como se deve dizer e como não se deve dizer. 4a ed. Victória, Luís

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Língua e Literatura. Faraco e Moura. 16a ed. Vols I, II e III. São

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Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. Ferreira, Aurélio

Buarque de Holanda. 2a ed. RJ: Nova Fronteira.

Erros de Português e Suas Correções. Resende, Júlio César. 2a ed.

Patrocínio-MG: Gráfica da FAFI- Patrocínio, 1984.

Novíssimo Dicionário da Língua Portuguesa Ilustrado – Soares,

Fernandes – 1972 – Editora Formar Ltda. SP – Volumes I, II e III.

REDAÇÃO PARA O 2O GRAU - Pensando, lendo e escrevendo.

Ernani & Nicola. 1a ed, São Paulo: Scipione, 1996.

Técnicas Básicas de REDAÇÃO – Branca Granatic. Editora

Scipione. 9a ed., 1993 São Paulo – SP.