apostila de língua_portuguesa (1)
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TEORIA LINGUÍSTICA: NGB
AGUINALDO MACHADO WYX
Gramática
Nomenclatura Gramatical Brasileira
PORTARIA Nº 36, DE 28 DE JANEIRO DE 1959
O MINISTRO DE ESTADO DA EDUCAÇÃO E
CULTURA, tendo em vista as razões que
determinaram a expedição da Portaria nº 52, de 24 de
abril de 1957, e considerando que o trabalho proposto
pela Comissão resultou de minucioso exame das
contribuições apresentadas por filólogos e lingüistas de
todo o País, ao Anteprojeto de Simplificação e
Unificação da Nomenclatura Gramatical Brasileira,
RESOLVE
Art. 1º - Recomendar a adoção da Nomenclatura
Gramatical Brasileira, que segue anexa à presente
Portaria, no ensino programático da Língua
Portuguesa e nas atividades que visem à verificação do
aprendizado, nos estabelecimentos de ensino;
Art. 2º Aconselhar que entre em vigor: a) para o
ensino programático e atividades dele decorrentes, a
partir do início do primeiro período do ano letivo de
1959;
b) para os exames de admissão, adaptação,
habilitação, seleção e do art. 91, a partir dos que se
realizarem em primeira época para o período letivo de
1960.
Clóvis Salgado
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Os classificatórios do português e a Nomenclatura Gramatical Brasileira
Na nossa cultura brasileira herdamos, via Portugal, o velho modelo tradicional da gramática
greco-latina. Aqui como em Portugal se vem discutindo também, há um certo tempo, o modelo
classificatório por nós herdado.
Neste século alguns gramáticos brasileiros tentaram inovar, aqui e ali, aspectos mais
aberrantes da classificação tradicional. José Oiticica criticava a gramática normativa do seu
tempo, por preocupar-se apenas com a face intelectiva da linguagem, esquecendo a sua parte
afetiva e expressiva. Daí a sua proposta de distinguirmos três classes de palavras: 1) ideativas,
2) emotivas, 3) denotativas.
Said Ali e Antenor Nascentes também fizeram restrições ao modelo tradicional.
Entre os lingüistas brasileiros contemporâneos, convém nomear o quadro classificatório de J.
Mattoso Câmara Jr. Resumindo-o: do ponto de vista semântico, as palavras se distribuem em:
1) nomes, 2) verbos, 3) pronomes. De um ponto de vista funcional: 1) substantivos, 2) adjetivos,
3) advérbios. Trata-se aqui da tríplice oposição funcional de Jespersen em termos primários,
secundários e terciários na estrutura da oração. Por outro lado, do ponto de vista gramatical,
algumas línguas admitem instrumentos gramaticais ou vocábulos-morfema. Entretanto, tais
palavras de valor instrumental só existem nas línguas de estrutura morfossintática muito
elaborada.
O filólogo brasileiro Gladstone Chaves de Melo propunha, na sua Iniciação à filologia
portuguesa, o seguinte esquema:
substantivo
nome qualificativo
numeral
adverbial
palavras pessoal
lexicográficas demonstrativo
pronome possessivo
indefinido
relativo
verbo
artigo
demonstrativo
possessivo
determinantes indefinido
instrumentos numeral
gramaticais adverbial
pronome (morfema de pessoa)
conectivo (preposição, conjunção, correlativos)
Tal esquema é eclético, considerando ora o valor semântico, ora o valor gramatical. Contudo,
também o é o modelo de Mattoso Câmara e, a rigor, como já dissemos, os dados são
excessivamente heterogêneos para que qualquer classificação possa ter unidade de critério.
Imperando a confusão e a polêmica, desde sempre nesses territórios gramaticais, resolveu-se,
no Brasil, apelar para um legislador para dirimir a questão. Foi posposta a elaboração de uma
Nomenclatura gramatical brasileira, e, em 13/8/1957, Antenor Nascentes, Clóvis Monteiro,
Cândido Jucá Filho, Celso Ferreira da Cunha, Carlos Henrique Rocha Lima apresentaram o
seu anteprojeto. Quanto às classes de palavras, o anteprojeto propunha dez (substantivo,
adjetivo, artigo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição, conjunção e interjeição) e mais
uma classe de partículas e locuções, por não se enquadrarem essas dentro daquelas dez classes.
Tais partículas e locuções subdividiam-se em dez subclasses: 1) de negação; 2) de afirmação; 3)
de exclusão; 4) de inclusão; 5) de duvida; 6) de designação; 7) de retificação: 8) de intensidade;
9) de realce; 10) de afetividade. Argumentava-se que tais palavras não se integram dentro do
sistema gramatical da língua, mas dentro do seu sistema afetivo, deslizando dos domínios da
gramática para os da estilística.
As comissões de especialistas consultadas sobre esse anteprojeto não o pouparam. Cada um
fez suas ressalvas conforme a sua maneira de ver a questão. Cândido Jucá Filho, apesar de ter
participado da elaboração do projeto, também deu o seu parecer crítico sobre o mesmo.
Salientou que uma classificação de palavras só é possível dentro do contexto da oração, onde se
consideram as associações entre os vocábulos. Assim o papel da função é fundamental, o da
significação, secundário. Portanto, nas línguas modernas não tem sentido dizer que uma palavra
é substantivo, adjetivo ou pronome, fora de sua atuação na oração. Por outro lado, Cândido
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Jucá Filho não aceita uma classe de partículas e locuções, por considerar a gramática e a
estilística como modos opostos de encarar a linguagem. Analisa algumas dessas partículas no
seu contexto com o objetivo de assinalar a impropriedade da sua classificação no anteprojeto.
A Academia Brasileira de Filologia também investiu contra as partículas e locuções, julgando
que muitas das palavras aí arroladas derivam do domínio da estilística. Por outro lado,
ponderou que foi a restrição demasiada da classe do advérbio que determinou o surgimento
dessa nova classe. Esquecendo que o anteprojeto falava em “partículas e locuções”, os
acadêmicos censuraram a expressão “partícula” por serem incluídas nessa classe palavras
como: certamente, sobretudo, infelizmente.
Os gramáticos da Faculdade Nacional do Rio de Janeiro estranharam a indeterminação
quanto ao número de classes e discordaram também das “partículas e locuções”. Os da
Faculdade de Filosofia do Rio Grande do Sul pediam que se excluísse a interjeição das classes de
palavras de valor morfológico, por ser uma aberração incluí-la aí.
Para concluir: gramáticos e lingüistas brasileiros que opinaram a respeito deste anteprojeto,
sempre lhe opuseram umas tantas restrições. Conseqüentemente, adotou-se uma atitude política
e não-científica, tirando-se a média entre os pareceres de gregos e troianos. Desse acordo entre
os detentores da verdade gramatical resultou a portaria ministerial de 28/1/1959 que institui a
Nomenclatura gramatical brasileira. As classes de palavras continuaram sendo dez. A classe
adverbial, abandonando os seus arrojos inovadores, voltava às suas fronteiras antigas com
algumas novas faixas agregadas. Assim se estabelecia como tipos de advérbios os seguintes: de
lugar, tempo, negação, afirmação, dúvida, intensidade, além de uma classe de advérbios
interrogativos (de lugar, tempo, modo e causa) e locuções adverbiais. Finalmente vinha a
“Nota”: “a) Podem alguns advérbios estar modificando toda a oração; b)certas palavras, por não se poderem enquadrar entre os advérbios, terão classificação à parte. São palavras que denotam exclusão, inclusão, situação, designação, retificação, realce, afetividade, etc.”
Do livro Teoria Lingüística de Maria Tereza C. Biderman. Ed. Martins Fonte, São Paulo, 2001.
Págs. 240 a 246
Observações: Incoerências da sintaxe tradicional: 1)O adjunto adverbial de negação, nem
sempre nega o verbo. Pode aparecer na frase negando outro termo, até mesmo o tempo verbal:
A Rússia não ganhou o Brasil. 2) A gramática tradicional não respeita a indivisibilidade do
todo: Fazer os pés. Fazer as mãos. Meter o pé na estrada. 3)A gramática normativa costuma dar
“status” iguais à coisas diferentes: Ele falou de cinema. Ele falou de tarde. 4) A gramática se
contradiz ao classificar orações coordenadas que não apresentam valores idênticos: Eu sei que a
dor não mata, mas machuca. Não sabia como estudar, logo fiquei preocupado. 5) Não aceita voz
passiva com verbo transitivo indireto: O jogo foi assistido por todos. 6) Classifica como verbos
intransitivos, determinados verbos que deveriam ser classificados como transitivos: Eu vou à
feira. Eu fui ao teatro. Eu estou no banho. 7) Falsa coordenação. Classifica determinadas
orações como coordenadas, quando na realidade são subordinadas: Chovia muito, portanto
fiquei em casa (logo fiquei preocupado). 8) Complemento nominal – Adjunto Adnominal: O
descobrimento do Brasil foi importante. O descobrimento de Cabral nos trouxe... 9) Nem
sempre o objeto direto é o ser para o qual se dirige a ação: O menino recebeu um tapa. 10)
Nomenclaturas inadequadas: a) verbo de ligação: todos os verbos ligam e não só este; b)
adjetivo: expressa qualidade, no entanto, gentileza, beleza são substantivos que também indicam
qualidade; c) verbo: termo que exprime ação, no entanto notação, corrida, transporte são
substantivos e também exprimem ação. 11) Algumas vezes, a gramática classifica um termo
como predicado, e, no entanto, ele pode ser adjunto adnominal: O juiz julgou o réu inocente. 12)
No caso das partículas de realce ou expletivas, faz uma análise do discurso, deixando a frase
inalisável: Comer muito (é que) eu não gosto).
Gramática: regras normatizadas do uso da linguagem,
em consonância com o idioma e suas tradições.
PRIMEIRA PARTE
FONÉTICA
I – A fonética pode ser:
Descritiva
Histórica
Sintática
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A fonética é o estudo do meio fônico da linguagem
articulada humana e a Fonologia estuda os sistemas de
sons e suas funções. Na Fonética, o estudo não se leva em
conta a pertinência dos sons, a uma língua.
A fonética descritiva estuda a formação e a combinação
dos fonemas.
A fonética histórica: estuda a evolução fonética dos
vocábulos, de sua forma originária à forma atual.
A fonética combinatória ou sintática: estudo de palavras
com palavras em suas relações fonéticas.
II – Fonemas:
vogais
consoantes
semivogais
Fonemas: elementos que são sons da fala, estudados na
sua articulação.
Vogais: sons que em sua formação, a emissão sonora não
encontra obstáculos na cavidade bucal: /a/, /e/, /i/, /o/, /u/.
Consoantes: ruídos que para sua formação, a emissão
encontra obstáculos na cavidade bucal: /b/, /c/, /d/, /f/, /g/,
/j/, /l/, /m/, /n/, /o/, /p/, /q/, /r/, /t/, /v/, /x/ /z/
Semivogais: são os sons /y/ = i, e /w/= u, com valor de
consoante, que se juntam às vogais para formar ditongos.
1. Classificação das vogais
Classificam-se as vogais:
a) quanto à zona de articulação, em:
anteriores, médias e posteriores Vogais anteriores: /é/: café; /ê/: dê; /i/: pirulito.
Vogais médias: /a/: casa
Vogais posteriores: /ó/: avó; /ô/: avô; /u/: chuva.
b) quanto ao timbre, em:
abertas, fechadas e reduzidas Vogais abertas: /a/: mata; /é/: picolé; /ó/: pólo.
Vogais fechadas: /ê/: letra; /ô/: povo; /u/: tudo; /i/: litro.
Vogais reduzidas: /a/: chuva; /i/: padre; /u/: todo.
c) quanto ao papel das cavidades bucal e nasal, em:
orais e nasais
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Vogais orais: /a/, /é/, /ê. /i/. /ó/, /ô/, /u/: abra, legado, leda,
livro, loto, luto.
Vogais nasais: /ã/, /~e/, /~i/, /õ/, /~u/: também, timbre,
tombo, tunda.
d) quanto à intensidade, em:
átonas e tônicas Vogais átonas: taba, morde, sinistro, moro, tupi.
Vogais tônicas: morada, pele, milho, topa, tudo.
2. Classificação das consoantes
Classificam-se as consoantes:
a) quanto ao modo de articulação, em:
oclusivas
fricativas
constritivas laterais
vibrantes Consoantes oclusivas: /p/, /b/, /t/, /d/, /k/, /g/: pampa, bota,
tico, dele, casa, guerra.
Consoantes constritivas fricativas: /f/, /v/, /s/, /z/, /x/, /j/:
figo, volta, sua, vozes, jeito.
Consoantes constritivas laterais: /l/, /lh/: lado, alho.
Consoantes constritivas vibrantes: /r/, /rr/: arara, carro.
b) quanto ao ponto de articulação, em;
bilabiais alveolares
labiodentais palatais
linguodentais velares Consoantes bilabiais: /p/, /b/, /m/: pato, bala, mato.
Consoantes labiodentais: /f/, /v/: fala, vale.
Consoantes linguodentais: /t/, /d/, /n/: toda, nada.
Consoantes alveolares: /s/, /z/, /l/, /r/: som, zinco, lado,
para.
Consoantes palatais: /x/, /j/, /lh/, /nh/: xenofobia, jeito,
lhama, minha.
Consoantes velares: /k/, /g/, /rr/: cara, gato, torrado.
c) quanto ao papel das cordas vocais, em:
surdas e sonoras Consoantes surdas: /p/, /t/, /k/, /f/, /s/, /x/.
Consoantes sonoras: /b/, /d/, /g/, /v/, /z/, /j/, /l/, /lh/, /r/,
/rr/, /m/, /n/, /nh/.
d) quanto ao papel das cavidades bucal e nasal, em:
orais e nasais Consoantes nasais: /m/, /n/, /nh/.
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Consoantes orais: as outras, com exceção das nasais.
III – 1. Ditongos
Classificam-se os ditongos em:
crescentes e decrescentes
orais e nasais Ditongo: encontro de vogais com semivogais ou
semivogais com vogais: pai, sinfonia
Ditongo crescente: a semivogal se posiciona antes da
vogal: sinfonia
Ditongo decrescente: a vogal se posiciona antes da
semivogal: pai
2. Tritongos
Classificam-se os tritongos em:
orais e nasais Tritongo: é o encontro de semivogal com a vogal e com
outra semivogal: Paraguai
3. Hiatos
É o encontro de duas vogais em sílabas separadas: ru-a;
sa-í-da
Nota – Os encontros –ia, -ie, -io, -ua, -eu, -uo, finais,
átonos, seguidos, ou não, de s, classificam-se quer
como ditongos, quer como hiatos, uma vez que ambas
as emissões existem no domínio da Língua Portuguesa:
histó-ri-a e histó-ria; sé-ri-e e sé-rie; pá-ti-o e pá-tio; ár-
du-a e –ar-dua; te-nu-e e te-nue; vá-cu-o e vá-cuo.
4. Encontros consonantais
Duas ou mais consoantes se encontram em uma seqüência
em uma mesma palavra:
São imperfeitos quando separáveis, as consoantes se
encontram em sílabas diferentes: bs: ob – ses – são; ft: naf
– ta – li – na; cç: fric – ção; ct: pac – to; dm: ad – mis –
são; pç: op – ção; tn: et – ni – a
Estes imperfeitos, quando iniciais, não se separam,
conforme observação abaixo:
gn: in – cóg – ni – ta: mn: am – né – sia; pt: op – tar; tm:
rit – mo; pn: disp – néia; ps: rap – só – dia
Obs: gn: gno – mo; mn: mne – mô – ni – co; pt: pte – ro –
dác – ti – lo; tm: tme – se; pn: pneu – má – ti – co; ps: psi
– co – lo – gi -a
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São perfeitos quando estão em uma mesma sílaba e
inseparáveis:
Bl: blu - sa; a- bla – ção; br: bro – to; a – bra – çar; cl: cla
– ra; cla – ve; cr: cri – vo; en- cra – var; dr: dro – ga; pe –
dra; fl: flâ – um – la; in - flar; fr: fri – o;
es – fri – ar; gl: glân – du – la, a – glu – ti – nar; gr: gran –
de; a – gra – dar; pl: pla – no; a – pla – nar; pr: pri – mei –
ro; a – pri – mo – rar; tl: tlin; a – tle – ta; tr: tro – te; tra –
que; vr: li - vre
São mistos quanto os dois modos se misturam:
Ltr: fel –tro; spl: dis – pli – cen - te, str:des – tro.
Dígrafo: encontro de duas letras para representar um
único fonema.
São consonantais, quando representam um fonema
consonantal: ch: chato, chove; sc, sç, xc: crescer, desço,
exceto; lh: filho, falha; gu e qu (seguidos de e ou i):
guerra, aquilo; rr: carro, serra; nh: alinhar, banha; ss:
passo, sossego.
São vocálicos, quando representam fonema vocálico: am,
an: ambos (ãbos), anta; om, on: ombro, monstro: em, en:
tempo, venda; um, un: álbum, mundo; im, in: limpa,
minto.
IV – Sílaba
Sílaba: é um fonema ou grupo de fonemas usados como
ou para a formação de palavras.
Classificam-se os vocábulos, quanto ao número de
sílabas, em: monossílabos (formados por uma sílaba),
dissílabos (por duas sílabas), trissílabos (por três sílabas)
e polissílabos (por quatro ou mais).
V – Tonicidade:
1. Acento
Principal: é aquele representado pela sílaba tônica:
alegremente
Secundário: representado pelas sílabas átonas: a –
le – gre – men - te
2. Sílabas: fonema ou grupo de fonema emitidos num
só ímpeto aéreo.
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Tônicas: representa o acento tônico da palavra:
mobilização.
Subtônicas: são as átonas, com exceção da tônica:
mo – bi – li – za – ção.
pretônicas: estão antes da tônica: a -
le - gre – men - te
átonas
postônicas: estão após a tônica: a –
le – gre – men - te
3. Quanto ao acento tônico, classificam-se os
vocábulos em:
oxítonos: quando a sílaba tônica é a última: Abaeté.
paroxítonos: é a penúltima: ampola.
proparoxítonos: é a antepenúltima: ântomo.
Obs: estudávamo-lo (anterior a antepenúltima), temos
uma palavra bisexdrúxula.
4. Classificam-se os monossílabos em:
átonos: pronunciados fracamente e se apóiam nas
palavras que os circundam: O tal da Sé.
tônicos: pronunciados com maior intensidade que os
outros: O tal da Sé.
Distinção entre átonos e tônicos, quanto a classe
gramatical:
Átonos: artigos, alguns pronomes pessoais oblíquos (me,
te, se, lhe, o, a, nos, vos, lhes, os, as), o pronome relativo
que, preposições (sob, sem, por, em, de, com, a),
conjunções (que, se, pois, ou, nem, e, mas), combinação
das preposições com artigos ( à. às, num, no, da, etc),
formas de tratamento ( frei, são, dom).
Tônicos: substantivos, adjetivos, advérbios, pronomes
pessoais retos, alguns pronomes pessoais oblíquos (mim,
ti, si), verbos.
5. Rizotônico: a sílaba tônica está no radical da
palavra: alegre.
Arrizotônico: a sílaba tônica está fora do radical
da palavra: alegremente
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6. Ortoepia: estuda a adequada pronúncia dos
fonemas. Ex.: fexe:feixe, pexe: peixe; trabalhá,
falá, colhê, folinha, desiguino, róba (rouba).
7. Prosódia: estuda a adequada acentuação tônica
das palavras. Ex:
Nobel, gratuito, rubrica (barbarismos prosódicos ou
silabadas).
Obs: quando o acento é oscilante temos aceitáveis as duas
pronúncias, são as variantes prosódicas: acrobata e
acróbata, homília e homilia, Oceânia e Oceania. Na
Fonologia não estudamos apenas o acento, mas também a
entonação, a pausa, os tons e a duração nas sílabas das
palavras das línguas.
Nota – São átonos os vocábulos sem acentuação
própria, isto é, os que não têm autonomia fonética,
apresentando-se como sílabas átonas do vocábulo
seguinte ou do vocábulo anterior.
São tônicos os vocábulos com acentuação própria,
isto é, os que têm autonomia fonética.
Pode ocorrer que, conforme mantenha, ou não, sua
autonomia fonética, o mesmo vocábulo seja átono
numa frase, porém tônico em outra.
Tal pode acontecer, também, com vocábulos de
mais de uma sílaba serem átonos numa frase, e tônicos
em outra.
SEGUNDA PARTE
MORFOLOGIA Obs: Como se sabe, a gramática latina fundamentou-se em descrições gramaticais do
grego, língua que tinha muitas afinidades genéticas e tipológicas com o latim, por
remontarem a uma mesma família lingüística: o indo-europeu. A tradição latina mais
antiga distinguia oito partes orationis: nômina (nomes), pronomina (pronomes), verba
(verbos), adverbia (advérbios), participia (particípios), coniunctiones (conjunções),
interiectiones (interjeições), Os gramáticos latinos medievais incluíram nessa lista duas
novas classes ao distinguir os adjetivos dos substantivos na classe nominal e ao
acrescentarem a classe dos numerais, a saber: nômina substantiva, nômina adjectiva e
numeralia. A descrição mais antiga das classes de palavras remonta a Dionísio da Trácia
(séc. I a.C.). A lista que nos fornecem esse e outros gramáticos gregos, é a seguinte:
onoma (nome), antonímia (pronome), roma (verbo), epirrema (advérbio), merokhé
(particípio), rindesmos (conjunção), prótheris (preposição), arthron (artigo). Os gregos
identificaram, na sua língua, uma categoria – o artigo – que o latim não possuía, não
sendo, pois, assinalada na tradição gramatical latina. Por outro lado, os gramáticos latinos
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acrescentaram a classe das interjeições e, na Idade Média, a classe dos adjetivos e a dos
numerais. In: Biderman, Maria Teresa C. Teorias Lingüísticas. Págs 217, 218 e 219. Ed.
Martins Fontes, São Paulo, 2001.
A Morfologia trata das palavras:
a) quanto a sua estrutura e formação;
b) quanto a suas flexões; e
c) quanto a sua classificação.
A. Estrutura das palavras
1. Raiz
Radical: é a parte significativa do vocábulo e
pertencente a uma família de palavras:
CANT or; CANT oria; CANT ata; CANT
iga; CÂNT igo. PEDR a; PEDR eiro; PEDR
egulho; PEDR aria; em PEDR ar; PEDR
egoso.
Tema: é o radical acrescido de uma das
vogais temáticas (A, E, I (ou O, como em puer >
pôr)), que caracterizam a conjugação verbal:
falAr, fazEr, ferIr): radical = Cant + a: canta =
tema; beb + e: beber; part + i : parti.
prefixo
Afixo
Sufixo
Afixos: são morfemas que se ajuntam ao radical, para
modificar seu significado: en – lua – r – ada.
Prefixo: quando se coloca o afixo antes do radical: re –
fazer e sufixo: depois do radical: goiab – ada.
PREFIXOS DE ORIGEM GREGA
-A-
A-, an privação, negação
ateu, acéfalo
Além aproximação
além-mar, além-túmulo
Ana- movimento de baixo para
anagrama, anatomia
Anfi- duplicidade, de um e outro
anfíbio, anfiteatro
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Anti- oposição
antídoto, antipatia
Apo- afastamento
apogeu, apóstrofe
Aquém anterioridade
aquém-mar
Arqui-, arque-. arci-, arce- movimento para baixo
arquiduque, arquétipo
Arce a partir de; ordem
arcebispo, arcipreste
-C-
Cata movimento para baixo
catálogo, catástrofe
Co junto com outro ou outros
cooperar
-D-
Di- duas vezes
diedro, dígrafo, diodo
Dia- movimento através de
diâmetro, diálogo
Dis dificuldade
dispnéia, disenteria
-E-
En-, em-, e-, endo- posição interna, direção
encéfalo, emblema
Endo- posição interior
endocárdio, endovenoso
Epi- posição superior
epiderme, epitáfio
Eu-, ev- excelência, perfeição, verdade
eucaristia, evangelho
Ex-, ec-, exo-, ecto movimento para fora
êxodo, eclipse
-H-
Hemi metade
hemicídio, hemisfério
Hiper posição superior, excesso
hipertrofia, hipertônico
Hipo posição inferior
hipodérmico, hipótese
-M-
Meio mediação
meio-dia, meio-tempo
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Menos privação, negação
menosprezar
Meta- mudança, além, posterior
metamorfose, metafísica
-P-
Para ao lado de
parapsicologia
Peri em torno de
periferia, perímetro
Poli multiplicidade, pluralidade
poligamia, poliglota
Pro posição em frente
prólogo, programa
Pros- adjunção, em adição a
prosélito, prosódia
Proto- início, começo, anterioridade
protótipo, proto-história
-S-
Sem privação
sem-cerimônia
Sin-, sim- simultaneidade, reunião
sintaxe, simpatia
-T-
Tele distância, afastamento, controle
telepatia, telégrafo
Tris (tri) triplicação
trissílabo, tritongo
PREFIXOS DE ORIGEM LATINA
-A-
Ab-, abs, a, afastamento, separação abdicar, abjurar,
abster, abstrair, amovível
Ad-, a-, (ar-,as-) aproximação, direção adjunto, adjacência,
abeirar, arribar
Alterni alternado alternípede
Alttiel alto altiplano
Ambi duplicidade, ao redor ambidestro,
ambiente
Ante- anterioridade antebraço, antepor
anterior emigrar, evadir
-B-
Bem, bene bem, excelência de um fato bendizer,
benfazejo, beneficiente
Bi, bis dois bienal, bisavô
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-C-
Caper capri (cabra) capricante,
caprípede
Circum movimento circular circunferência,
circuito
Cis anterioridade cisalpino, cisplatino
Contra oposição contradizer,
contrapor
Cum concomitância, reunia cúmplice, cumprir
-D-
De- movimento de cima para baixo decair, decrescer
Dês separação, ação contrária desviar, desfazer
Dis, di, (dir) separação, movimento para dissidente,
distender, dilacerar, dirimir
diversos lados, negação
-E-
-I-
In-(im-) i(ir) em(en) movimento para dentro ingerir, impelir,
imigrar, irromper,
In, (im), i (ir) negação, privação inativo,
impermeável, ilegal, irrestrito
Infra posição inferior, abaixo infra-assinado,
infravermelho
Inter, entre posição intermediária internacional,
interromper, entreabrir,
Intra posição interior intramuscular,
intravenoso
Intro movimento para dentro introduzir,
intrometer
-J-
Justa aproximação justaposição
-M-
Mal, male mal (contrário de bem) malcriado,
maledicente, maldizer
Multi muitos multinacional,
multicolor
-O-
Ob, o posição em frente, oposição objeção, obstáculo,
oponente,opor
-P-
Pene, pen quase penumbra,
península
Per movimento através percorrer, perfurar
Pluri pluralidade pluripartidário,
plurilígue
Pos posterioridade pospor, postônico
Pré anterioridade prefácio, pretônico
14
Preter além de, posteriodade pretérito,
preternatural
Pro movimento para frente progresso,
progredir
Re movimento para trás refluir, refazer
Retro movimento mais para trás retroceder,
retrospectivo
-S-
Se apartamento, separação seduzir (conduzir
fora, extraviar)
Semi mediação semideus
Semi metade, quase semicírculo, seminu
Sesqui um e meio sesquiáltera,
sesquicentenário
Soto-, sota posição inferior soto-mestre, soto-
soberania,
Sub, sus, su, sob, so movimento de baixo para cima subclasse,
subdelegado, suspender
Subter posição inferior subterfúgio
Super, sobre posição em cima, excesso superfície,
superpovoado
Supra posição acima, excesso supracitado, supra-
sumo
Sus movimento para cima suspender, sustentar
-T-
Trans, tras, tra, três movimento para além de transpor,
transalpino
Tri três tricampeão,
triângulo
-U-
Ultra posição além do limite ultrapassar, ultra-
sensível
Uni unidade, união unilateral
-V-
Vice-, vis- (vizo-) substituição, em lugar de vice-reitor, vice-
cônsul
RADICAIS LATINOS
Origem latina (forma) sentido
exemplos
- A -
Ager, agri (agri) campo
agricultura
Ala asa
alinegro, alípede
Ambo (agri) ambos
ambidestro
15
Anguis cobra
angüiforme
Angustus estreito
angustímano
Arbor, -oris (arbori) árvore
arborícola
Avis, -is (avi) ave
avifauna
Aequus, -a, -um (equi) direito, justo
igualdade, equidade
Ago, agis, egi, actum, agere impelir, fazer
ator, agenda, exigir
Alter,-a, -um outro
alternativa, altruísmo
Ango, angis, anxi, -ere apertar
angústia, ansiedade
Aedes, aedis casa
edificar, edifício, edil
-B-
Beli guerra
belicoso, beligerante
Bis, bi (bis) duas vezes
bisneto, bicampeão
-C-
Calor, -oris (calori) calor
calorífero
Crux, -ucis (cruci) cruz
crucifixo
Curvus, -a, -um (curvi) curvo
curvilíneo
Cida, cídio que mata, matar
regicida, suicida
Colo, -is, -ui, -tum, -ere que cultiva ou habita
vitícolo, arborícola (cola)
Cultura ato de cultivar
apicultura, psicultura
Cor, cordis coração
acordo, cordial, discórdia
Cado, cadis, cecidi, casum, cadere cair
acidente, cadente, incidir
Caedo, caedis, cecidi, caesum, caedere cortar
cesariana, cesura, conciso,
Capio, capis, cepi, captum, capere tomar
antecipar, cativo
Caput, capitis cabeça
cabeça, capital, precipício
Caveo, caves, cavi, cautum, cavere ter cuidado
cautela, precaução
-D-
16
Dico, dicis, dixi, dictum, dicere dizer
abdicar, bendito
Do, das dedi, datum, dare dar
data, doação, editar
Doceo, doces, docui, doctum, docere ensinar
docente, documento
Duo, duae, duo dois
dobro, dual, dúvida
Duco, ducis, duxi, ductum, ducere levar, dirigir
produzir, traduzir
-E-
Eo, is, ivi, itum, ire ir
comício, transitivo Ex, es, e movimento para fora, estado
exportar, extrair, escorrer
-F-
Facio, facis, feci, factum, facere fazer
factível, malefício, fácil
Ferol, fers, tuli, latum ferre (fero) levar, conter que
oferecer, relator, ablativo
contém ou produz
Ferrum, ferri ferro
ferroviário, ferrugem
Frango, frangis, fregi, fractum,
frangere quebrar
fratura, frágil, fração
Fundo, -is, -i, -fusum, -ere derreter
funil, fundir
Forme que tem a forma de
cuneiforme, floriforme
Fugo que foge ou faz fugir
centrífugo, febrífugo
Fide fé
fidedigno,fidelidade Frater
irmão fraterno,
fraternidade
-G-
Gero que contém ou produz
armígero, beligero
-J-
Jacio, jacis, jeci, jactum, jaceere lançar
objecto, jacto, jeito
-I-
17
Ignis, is fogo
ignição, ígneo
-L-
Lac, lactis leite
leiteira, lácteo, laticínio
Lego, legis, legi, lectum, legere ler
florilégio, legível, leitura
Lympha água
endolinfa.
Loquor, loqueris, loctus sum, loqui falar
colóquio, locução
Locus, i (loco) lugar
locomotiva, locomotiva
Ludo jogo
ludoterapia, lúdico
-M-
Mors, mortis (morti) morte
mortífero
Multus, -a, -um (multi) muito
multiforme
Mito, mittis, misi, misum, muttere mover
móvel, remover, motor
Mater mãe
materno, maternidade
-O-
Omnis, e (oni) todo
onipotência, ônibus
Opus, operi obra
obra, cooperar, opúsculo
Oleum, -i (olei, oleo) azeite, óleo
oleígeno, oleoduto
-P-
Pes, pedis (pedi) pé
pedicuro, velocípede
Piscis, -is (pisci) peixe
piscicultor
Paro que produz
multíparo, ovíparo
Pluvi chuva
pluvial, pluviômetro
Puer criança
pueril, puericultura
Plico, plicas, plicavi ou plicui,
plicatum fazer pregas
dobrar, aplicar, cúmplice
Pono, ponis, posui, positum,
18
Ponere por
aposto, depósito
Patior, pateris, passus, sum, pati sofrer
paciente, passivo
- Q -
Quattuor (quadri, quadru) quatro
quadrimotor, quadrúpede
Quaero, quaeris, quaesivi ou
Quaesii, quaesitum procurar
adquirir, inquirir, questão
- R -
Radius, -ii (radio) raio
radiografia
Rector rétor
retórica
Rectus, -a, -um (reti) reto
retilíneo
Rego, regis, rexi, rectum, regere dirigir
regência, reto, correto
Regula regra
regrado
Regresus regresso
regressivo
Relaxans relaxante
relaxantemente
Relaxare relaxar
relaxamento
Relevium relevo
relevografia
Remissivus remissível
remissivo, remissóriio
Remuneratio remuneração
remunerável
Representatio representação
representável
Representare representar
representativo
Rescriptum rescrito
rescrito
Rescriptus rescrito
reescrito
Respublica república
republicídio
Retrix retriz
retriz (pena de ave)
Reverentia reverência
reverencial
Revocabilis revogável
revogavelmente
Rumpo, rumpis, rupi,
19
ruptum, regere romper
corruptela, roto, corrupção
Rex rei
reinar
- S -
Sabini, orum Sabino
Sabino (sabinos)
Semi metade
semicírculo
Seco, secas, secui, sectum, secare cortar
secante, inseto, bissetriz
Solvo, solvis, solvi,
solutum, solvere desunir
resolver, solução, absolver
Specio, specis, spexi,
spectum, specere ver
espetáculo, perspectiva
Sto, stas, steti, statum, stare estar
estação, estante, substância
Sterno, sternis, stravi,
stratum, sternere estender por cima
estrada, prostar, consternar
Sumo, sumir, sumpsi,
sumptum, sumere tomar, apoderar-se
assumir, consumir, sumário
-T-
Tres, tria (tri) três
tricolor
Tauro touro
taurino, tauromaquia
Tango, tangis, tetigi, tactum, tangere tocar
atingir, contacto, tangente
Tendo, tenes, tenui, tentum, tenere ter
tenor, tenente, sustentar
Torqueo, torques, torsi,
tortum, torquere torcer
tortura, extorquir, distorção
-U-
Unus, -a, -um (uni) um
uníssono
RADICAIS GREGOS
-A- Actino raio actinofonia
Ableps cego ablepsia
Ácanta espinho acantocarpo,
acantóforo
20
Acros alto, ponta, topo acrópole,
acróstico
Adelos invisível adelocéfalo
Adelphos irmão aldelfixa
(direção), monadelfo
Aden glândula adenalgia Adros, andro homem escafandro
Aero ar aerofagia,
aeronave
Afé tato disafia,
anafilaxia
Agan muito agacéfalo Àgape amor agapornis (ave)
Agathos bom agatófilo
Aggeion vaso angialgia
Agkon cotovelo ancôneo
Agkylos curvo ancilóide Agkyra âncora anciróide
Aglaos brilhante aglaóspora
(semente)
Agnoeln ignorar agnoítas (povo)
Agnos puro agnólito (pedra)
Agogô que conduz demagogo, pedagogo
Agon luta antagonista
Agonos sem ângulo agnóstomo
(boca)
Agora praça agorafobia, ágora
Agrios selvagem agriófago
Agros campo agronomia
Agrostis grama (veg) agrostiologia
Ainigma palavra obscura enigma,
enigmático Aisthesis sensação estereometria
Aithon, onos ardente etogênico
Aix, aigos cabra egofonia
Akiros impróprio acirologia
Aknetos imóvel acinético (subst.)
Akon involuntário aconurese
(micção)
Akos remédio acografia
Akouen ouvir acuofone
Akra cima acranto Akritos confuso acritocomacia
Akyros império acirologia
Alalos mudo álalo
Aleiphar, atos óleo alifárico
(substância) Alektor galo alectromaquia
(luta)
Alélon um e outro, oposição paralelo,
paralelograma, alelomaquia
Algia dor cefalalgia,
nevralgia
21
Allage mudança alagita
(substância)
Allage mudança alagita
Allelon oposição, luta alelomaquia
Allos outro alócera (chifre)
Allotrios estranho alotriodontia Alogos desproporcionado alogotrofia
Alôs outro alomórfico,
alopatia, alotropia
Alphiton farinha alfitomorfo
Alysmos ansiedade alismomania
Ana inversão anagrama por entre anasarca
privação anáspide
Amaxa carro, veículo amaxofobia
Amoibe ameba amebiase
Ampelos vinha ampelófago Amphiskios dos dois lados anfísio
Ampsis de uma e outra parte anfimixia
Amygdale amêndoa amigdalóide
Ana por cima anacâmplico
Anabainem trepar anabenodáctilo
Anabole demora anabolismo Anagoge elevação anagogia
Anapnoe respiração anapnógrafo
Anaptisis expectoração anaptisia
Andreios viril andriopétalo
Andro homem (eanér) andróide, andrógino
Anekdotos inédito anedota
Anemo vento anemógrafo,
anemômetro
Angeion vaso
gastrangienfraxe Angelos mensageiro evangelho, anjo
Anisos desigual anisanto
Anktésis recuperação anactesia
Anômalos irregular anomalia
Anti contra geanticlinal Antome ação de cortar anatomia
Antos flor antófilo,
antografia
Ântrax, âtracos carvão antracose,
antracômetro
Antropo homem antropófogo, antropologia, misantropo
Aorte aorta aortoclasia
Aphe contato afalgesia
Aphé tato anafia
Aphros espuma afrossiderita Arc, archos chefe que comanda monarca
Arca que comanda, chefe heresiarca,
monarca, escolarca
Arcaios antigo, velho arcaismo,
arcaico
Arctos urso ático, antártico Argia inatividade hepatargia
22
Argiros prata argiritrósio
Aristós ótimo aristocracia,
aristodemocracia
Aritmós número Aritmética
Arkhein comandar monarquia
Arkhos chefe escolarca Arkos anus arcocele
Arktos estreitamento arteriarctia
Arqueo antigo arqueografia,
arqueologia
Arquia comando, governo anarquia,
monarquia Arrhen másculo arrenuro
Arsis elevação arsenal
Artao suspender artabótrio
Arthron, arthrosis articulação anfiartrose
Ártos pão artófago, artólatra
Ártron articulação disartria,
artralgia
Asbóle fuligem asbólito
Ase moléstia amebiase
Askaris lombriga ascaridíase Aspalakos toupeira aspalacossome
Aspis escudo anáspide
Astakos lagosta astacóide
Astenia debilidade neurastenia,
psicastenia Áster estrela (e atrós) astrologia,
astrolábio
Asthma respiração asmático
Atmos vapor atmosfera,
Atréia cura geriatria
Áuleron farinha aleurômetro, aleurona
Auto de si mesmo, de si próprio autobiografia,
autógrafo, automóvel
Auxein crescer actinauxismo
-B-
Bakteria bastão actinobacteria
Baktrons vara bactromancia
Balo, ballo projetar, lançar balística,
problema, símbolo
Barís pesado barisfera, barítono, barita
Baros peso barômetro
Báros peso, pressão barologia
Basis base abasicarpo
Batós caminhante dendrobata, nefelibata, acrobata
Bátracos sapo, rã batráquio,
batracóide
Biblion livro biblioteca,
bibliografia
Bios vida biologia, biografia
23
Blastos germe geoblasto
Blennós muco iscoblenia
Blepsis vista monoblepsia
Bombos bombo zabumba
Botané planta botânica,
botanomancia Botrys cacho artabótis
Boule vontade actinobulia
Brady lento, devagar bradípode
Bragkhia brânquia branquícola
Brakhion braço braçudo
Branquíon braço braquídeo, braquitomia
Braquis curto braquicéfalo
Brogkhos brônquio bronquite
Broma, brómatos alimento bromatologia,
bromatólogo Bromos mau cheiro bomureto
Broncos garganta
broncopneumonia, broncorragia
Bronté trovão brontossauro,
brontofobia
Brykhein dente bricomania Bule vontade abúlico, abulia
Bútiron manteiga butiráceo,
butirômetro
-C- Caco mau cacofonia,
cacografia
Calços cobre, bronze calcografia,
calcocita
Cali belo (cálos) califasia,
caligrafia, calidoscópio Cardia coração cardialgia,
cardiograma
Caris graça eucaristia,
carisma
Carpós fruto carpologia, endocarpo
Catá posição de cima para baixo catástrofe,
catclismo, catacumba
Cathetós cada lado do ângulo reto cateto
Cefalé cabeça acéfalo, cefaléia
Céramos argila, barro cerâmica, ceramista
Christós (cristo) ungido, sagrado Cristo,
cristandade
Cianos azul cianose,
cianípede Ciclo círculo ciclometria,
ciclotímico
Cíon, cinós cão (cino) cínico,
cinografia
Cir, quiros mão cirurgia
Cístis bexiga cistoplegia, cistóide, cistoscopia
24
Cito cavidade, célula citologia,
citoplasma
Clados ramo áclado
Clamos manto aclâmide
Clasis quebra, ruptura alocásio
Cloros verde clorofila Co junto com outro ou outros coordenado
Cole, chole bílis melancolia
Cólon parte do intestino cólon, cólica
Come cabeleira argirócomo
Condri tristeza hipocondria
Condro cartilagem condrite Condylo juntas acôndilo
Copro fezes coprofagia
Córa, córos região corografia,
corográfico
Core pupila (olho) anisocória Coréia, córos dança coreografia,
corógrafo
Córos medida isocórico,
anisocoria
Cosmo mundo cosmógrafo,
cosmologia Cracia poder (ou cratos) democracia,
plutocracia
Cranion crânio craniomancia,
craniometria
Crásis temperamento, compleição idiossincracia Cripto oculto criptografia
Criso ouro crisógrafo,
crisólita
Croa cor alocroado
Croma cor cromatismo
Cronos tempo cronômetro
-D-
Dactilos dedo datilografia,
datiloscopia Daimon demônio demonografia
Deca dez decaedro,
decalitro
Délos visível urodelo,
psicodélico
Demos povo democracia Dendro árvore eleodendro
Déndron árvore dendrofobia,
dendrobata
Derma, atos pele epiderme,
dermatose Despótes déspotas despótico,
despotismo
Di dois dipétalo,
dissílabo
Diakritos julgamento adiacritolatria
Diathermainem aquecer completamente adiatermancia Dica em dois dicotomia
25
Dikaia justiça etnodicéia
Dinamis força dinamite
Dipsa sede dipsomania,
dipsético
Dódeca doze dodecardia
Dolicos comprido dolicocéfalo, dolicópode
Doron dom, presente pandora, dose,
antídoto
Doxo que opina, doutrina heterodoxo,
ortodoxo
Drama, atos ação, drama drama, dramático, melodrama
Dromo lugar para correr hipódromo,
velódromo
Dromos corrido palíndromo
Dynástes soberano, poderoso dinasta, dinastia
-E-
Eco (oicos) casa economia,
antecos Edaphos solo edafologia
Edema inchação edematoso,
edemaciar
Edro base, face pentaedro,
poliedro Eethós costume etognosia,
etopéia
Eicon, icon imagem iconoclasta,
iconografia
Eidolon ídolo idólatra
Eídon imagem idolatria, idólatra
Eikosi vinte icosaedro
Eirene paz irenista
Eisagoge introduzir em isagoge,
isagógico Ek fora esplenectomia
Ek desde, fora ecmnésia
Ekbole aborto ecbólico
Ekhein guardar eunuco
Ekhidna víbora equidmico
Ekho eco ecolalia, ecpiesma
Ekklesia igreja eclesiofobia
Eklampsis explosão eclampsia
Eklektikos que escolhe eclético,
ecletismo Ektasis tensão distenção,
dilatação, ectasia
Ekthyma pustula éctima
Ektome corte adenectomia
Ektopos deslocação angiectopia
Ekzema irritação eczema, eczematoso
26
Elaion azeite eleodendro
Elastes impulsor elastério
Ele(c)tro eletricidade eletroímã,
eletroscopia
Élemosme esmola esmolambado
Elkosis ulceração angielcose Elytron vagina gastrelitrotomia,
elitrorragia
Elytron estojo elitron
Embrion que germina dentro embriocardia,
embrião
Emena mênstruo emenagogo Empharaxis obstrução
gastrangienfraxe
Emphaxis obstrução adenenfraxia
Emphraxis obstrução angienfraxia
Empsuchoun animar metempsicose En dentro empiose
Enatios oposto enantiomorfo,
enantiopatia
Endo dentro endocárpio
Enea nove eneágono,
eneassílabo Enkhyma infusão actinênqima
Enklisis inclinação ênclise
Enkyklios circular encíclico
Énos vinho enologia, enol
Enter entranha enterite, disenteria
Enteron intestino disenteria
Éntomon inseto entomologia,
entômico
Epeisódion incidente epsódio
Ephebos adolescente efebo Epi sobre epicárpio
Epigrama poesia satírica epigrama
Epigraphe inscrição anepigrafia
Epilepsia coisa súbita epileptiforme
Epiploon que fica por cima gastrepiplóico Episterme ciência epistemologia
Epitasis tensão epítase
Epódium estribilho epiódia
Epodos estribilho epodo
Er fora gastrectasia
Eremia ausência irideremia Ergon trabalho ergômetro
Ergon trabalho energia, cirurgia
Eritrós vermelho eritrose,
eritrofobia
Éros, érotos amor erótico, erotofobia
Erythros vermelho agiritrósis
Éscatos último escatologia,
escatológico
Eso dentro esofosia
Estalaktos que cai em gotas estalactífero
27
Estatos, statos que se mantém aeróstato,
hidrostática
Estéreo, stereo sólido estereótipo,
estereotomia
Estesis sensação, sensibilidade estética,
anestesia Esthes vestimenta anestesista
Estrefo virar, voltar apóstrofe,
catástrofe
Etimo origem etimologia
Etnos raça etnografia
Étos, éteos costume, tradição ética, cacoete Eu bem, bom eucalipto,
eufonia
Eukhè oração eucológico
Euné leito eunuco
Euphués belo enfuísmo Eurys largo euricéfalo
Eidos forma geóide
Exegesis interpretação exegético
Exegiesis interpretação exegético,
exégese
-F-
Fago comer antropófago
Fanerós visível fanerógamo,
faneroscopia Fano, foros levar, trazer, que traz fósforo,
semáforo
Farmaco medicamento farmacologia,
farmacopéia
Filon folha clorofila
Filos amigos filologia, filomático
Fisio natureza fisiologia,
fisionomia
Fíton planta, vegetal fitografia,
fitóide, fitoterapia Flebo veia flebite,
flebotomia
Fobo medo courofobia
(medo de palhaço)
Fono voz, som fonógrafo,
fonologia Foto, fos fogo, luz fotometro,
fotosfera
Frén, frenós mente esquizofrenia,
frenologia
-G-
Gala leite galazime,
Gála, gálactos leite galactose,
galactoscópio
Galiankon homem de braço curto galianconismo
Gamia casamento monogamia, poligamia
28
Gammaros camarão gamarografia
Gamo que casa bígamo,
polígamo
Ganos brilho ganofilita
Gastro estômago gastrocolite,
gastrônomo Gena prole geneagênese
Gêneo que gera heterogêneo,
homogêneo
Genesis origem, geração genesiário
Genetle geração genetliologia
Genos nascimento eugenia, genética
Genos (pref) origem, reprodução genocídio
Gentikes geração eugenético
Geo terra geografia,
geologia Geras velhice geriatria
Geron velho gerodermia
Géron, gérontos velho geriatria,
gerontocracia
Gimnós nu gimnofobia,
gimimnodonte Giné, ginecós mulher ginecologia,
gineceu
Glaucós verde glauco,
glauconita
Glicís doce glicerina Glifo gravar hieróglifo
Glota , glossa língua poliglota,
isoglota
Gnosis conhecimento gnosiologia,
diagnóstico
Gomphiase ranger agnofíase Gon (o) origem, geração, semente epígono,
teogonia, oogônico
Gonia ângulo trigonometria,
pentágono
Gono ângulo pentágono, polígono
Gónos sêmem gonócito,
gonorréia
Gophyra ponte gefirofobia
Grafia escrita, descrição ortografia,
geografia Grafo que escreve calígrafo,
polígrafo
Grama escrito, peso, letra telegrama,
quilograma, anagrama
-H-
Hágios santo
hagiografia, hagiomaquia
Haimatos glóbulo vermelho hemácia,
hematia
29
Haploos simples haplóide,
haplotomia
Hebdomás semana
hebdômada, hebdomadário
Hécaton cem
hecatombe Hedoné prazer
hedonismo, hedonista
Hedra face isoédrico
Helco úlcera
helcolozia
Hélio sol heliografia, helioscópio
Hellen grego heleno
Hemera dia
hemerelogia, hemeralopia
Heméra dia efeméride
Hemi metade
hemifério, hemistíquio
Hemo, hemato sangue
hemoglobina, hematócrito
Hêpar, hépatos fígado hepatite, hepatólise
Hepta sete
heptágono, heptassílabo
Hereo, haireo tomar, escolher heresia,
herético Heros herói
heróicidade, heroísmo
Hetero outro, diferente
heterônimo, heterogênio
Héteros diferente
heteroplastia Hetória prostituta
heterismo
Hexa, hex seis
hexágono, hexâmetro
Hiálos vidro hialino, hialosssomo
Hidrárgiros mercúrio
hidrargírico, hidrargirose
Hidro água, suor
hidrogênio, hidrografia
Higiés sadio higiene, higiologia
Higrós úmido
higrômetro(umidade do ar)
Hiper muito, em alto grau, além
hiperafrodisia Hipnos sono
hipnotismo
Hipo diminuição, debaixo,
grau inferior hipoalgia
Hipo cavalo
hipódromo, hipopótamo
30
Hipso altura
hipsofobia
Hister útero
histerômetro
Histéra útero
histeróclise, histerólito Histo tecido orgânico
histofisiologia
Histós tecido
histologia, histonomia
Hodós caminho
hodômetro, hodógrafo Hodos caminho ânodo
Hólos inteiro
holoedro, holômetro
Holos inteiro
holócrina Hom (e) o semelhante, igual
homeopatia, homófono
Homóios semelhante
homocromia, ipoméia
Hora hora
horóscopo Horologion relógio
relojoaria
Horízon o que limita
horizonte
Horama visão panorama, Cosmorama
Hydragiros mercúrio
hidragírio, hidragirismo
Hylos vidro
hialografo
Hymen hímem himeneu Hymnos hino
hinografia
Hyphen união antífen
- I - Ia tratado
angeologia
Ia tratado
angeologia (anggelos+ logos+ia)
Iama remédio
iamalogia Iatro medicina
Iatrologia
Icono imagem
iconoclasta, iconografia
Ictio peixe ictiófago, ictiologia
Ideo idéia
ideofemia
Idios próprio idioma,
idiomorfo
Ignis fogo ignípede Iskhngs fraco iscofonia
31
Ikteros amarelo icteróide
Iodès roxa
iodofórmio
Iodis roxo iodo
Iion o que vai, o que anda ionizar
Ion, ionos violeta ionoma Iòsò igual isólogo
Ips verme ipoméia
Iskhngs fraco
isconofonia
Iskhion bacia (anat.) ísquio
Iskhô retenho iscoblenia
Isso igual isócrono,
isósceles
Ixis direção adelfixa
-K-
Kados que é de? Onde está? Cadê?
Kainos ceno (recente) mioceno
Kalipto cobrir eucalipto
Kakodes mau cheiro cacodilo Kampe planta campelia
Kamptein fletir
anacâmptico
Kapnos fumo, fumaça
capnomancia Kara rosto cara
Karabus caravela
caraveleiro
Karkhasion carcaça
carcaçada
Karakteristikos característico caracterização
Kardiakos cardíaco cardíaco
Karpos carpo
monocarpo
Kapnos fumo, fumaço capnomancia
Karabus caravela
caraveleiro
Karpho mão, dedo
carfologia
Karvo caro caríssimo
Karpos fruto
carpófago
Katadoupos catadupa
catadupa (catarata) Kataglottismos cataglotismo
cataglotismo (emprego de
palavras
rebuscadas)
Katakresis catacrese
catacrese
32
Kategorema categorema
categorema (tipos supremos de
predicação)
Kategoria categoria
categorização Katule cotilar (tromba)
monocotilar
Kelê tumor
arquiocele, enterocele
Kéleuma celeuma celeuma
(algazarra) Kemai cama cama de
solteiro
Ketron centro
geocêntrico
Keras cero (chifre) monócero
Khalkós esculpir em metais
calcografia
Kharté carta cartada,
carteiro
Khezein evacuar aloquézia
Khroa cor
alocroado
Khton terra alódone
Kinesis movimento eucinésia
Khatisis sentar-se atéia
Katholicos católico
catolização
Kaulos caule
caulocarpo Khole bílis cacolia
Klados ramo áclado
Klamos manto aclâmide
Klasis quebra geoclase
Kleidos chave clidomancia
Kleptein roubar
cleptofobia
Klima temperatura
climograma
Kline leito geossinclinal
Klinein inclinar-se
geanticlinal
Klyster clister
clisterização Klasis ruptura, quebra
aortoclasia, aloclásio
Koimos comum
ceneoscopia
Koilia ventre
encelialgia
33
Koiliakos celíaco celíaco
(do intestino)
Kolon intestino, membro
gastrenterocolite
Kolpos vagina
encolpismo Kondylo juntas acôndilo
Kondyloma condiloma (excrescência
carnosa)
condiloma
Konos cone cone
Korax corvo coráceos, coracóide
Kordon córdio
monocórdio
Kore pupila (olho)
anisocoria Kranion crânio
craniocele
Kratein força
geocrático
Kreas carne creofagia
Krina segredo endócrino
Krites juiz
onirocricia
Kymbos comba comba
(vale) Kyklikos círculo
anacíclico
Kuklus ciclo
monociclo
- L -
Lagnéia perversão
algolagnia
Lale balbucio alolalia Lalia fala eulalia,
disfalia
Lambanein tomar analabo
Lâmpás, lampâdos facho, archote
lâmpada, relâmpago
Latria culto, adoração idolatria, zoolatria
Latreno, latra adorar idiólatra
Lemma altura analema
Lépsis convulsão
epilepsia, catalepsia Lete esquecimento letargia,
letargiar
Leuco branco leucemia
Leucós branco
leucemia, leucanto
Leukos branco angioleucite
34
Léxis, léxeo dicção dislexia,
léxico
Licos solúvel gasólito
Likon estátua liconista
Limne lago
limnegrafia, limnômetro Lios liso liócomo,
liodermo
Lísis dissolução divisão
hidrólise, análise
Lito pedra
litografia, litopsia Litres adorador
estaurolatria
Logia discurso, tratado, ciência
arqueologia, nanologia
Logo que fala ou trata, palavra monólogo, diálogo, teólogo
Lysis dissolução
agalisiano
-M- Macro grande, longo
macróbio, macrodáctilo
Malacós mole
malacodermo, malacozoário
Malakia amolecimento adenomalácia
Mancia loucura, tendência
megalomania, monomania
Mano louco, inclinado
bibliômano, mitômano,
Manós pouco denso manômetro, manometria
Manteia adivinhar
capnomancia
Maquia combate
logomaquia, tauromaquia Mártir testemunho mártir,
martirólogo
Martus, urus testemunha mártir,
martirológico
Mastix, igos chicote
mastigóforo Mastos mama
mastodonte
Mátema ordem, disciplinação
matemática
Mazós, mastós mama, teta, seio mastóide, amazia
Mega(lo) grande
megatério, megalomaníaco
Méion menos mioceno
Mekhanikos mecânico
mecanografia
35
Melas negro (melan)
melanésia, melanospermo
Melissa abelha
melissografia
Melo canto melodia,
melopéia Melon face
meloplastia
Men, mês menos
menopausa
Menix meninges
meningite Menos regra
iscomenia
Meros parte isomeria
Meros parte, porção isomero,
homômero Meros, meris parte mero,
merologia
Meso meio
mesóclise, mesopotâmia
Meta fora, mudança
metaplasmo, metonímia Metallon metal
metalografia
Metallourgia metalurgia
metalurgista
Meteoros elevado no ar meteorologia
Meter mãe
metrópole
Metra, Meira útero
metrografia, endométrico
Metria medida antropometria, biometria
Metro que mede
hidrômetro, pentâmetro
Micro pequeno
micróbio, microscópio Mielós medula
poliomielite, mieloscopia
Mimos que imita mímica,
mimologia
Mimos que imita
mimologia Miria dez mil, numeroso
miriâmetro, miríade
Mis, mios músculo
mioplegia, mioma
Misêin odiar misogamia, misógino
Miso que odeia
misógino, misantropo
Mito fábula, lenda
mitologia, mitômano
Mitos filamento ou condão mitose
36
Mixis mistura
anfimixia
Mneme memória amnésia
Monasterion mosteiro mosteiro
(convento)
Mono um só, único monarca, monótno
Morfo que tem a forma
antropomorfo, polimorfo
Morphe morfe (idem) morféia
(lepra), Morfeu (morte)
Moron amora amora-brava
Mousiké música
musicógrafo, musiquim
Muein piscar os olhos miose,
miótico Mus, muos músculo
miógrafo, miologia
Muxa mucosidade
mixedema
Mykes cogumelo
actinomicete
-N-
Narce entorpecimento
narcótico, narcotizar
Necro morto necrópole, necrotério
Néfos, nefele núvem
nefelibata, nefelóide
Nefros rim nefrite,
nefropatia
Neo novo neolatino, neologismo
Nephos nefro (rins)
nefrologia
Neros líquido aneróide
Nesos ilha melanésia
Neuro, nevro nervo
neurologia, neurastenia
Nix, nictós noite
nictofobia, nictêmero
Nomia lei, regra agronomia, astronomia
Nomo que regula, lei
autônomo, metrônomo
Nósos doença
nosocômio, nosofobia Nymphe água
angiolinfite
-O-
Óclos multidão
oclocracia, oclofobia
37
Octo oito
octossílabo, octaedro
Odonto, odus dente
odontologia, odontalgia
Odos caminho
electródio Odyne dor anodínia
Ofis serpente, cobra ofiologia,
ofídico
Oftalmo olho
oftalmologia, oftalmoscópio
Oikia casa annomalecro
Oinos vinho enântico
Oisô levarei esofago
Olene braço anóleno
Olígos pouco oligarquia, oligotrofia
Oma tumor seboso
esteatoma, hematoma
Omphalos umbigo anônfala
Omos Omo (carne crua) omófago
Onimo, onoma nome sinônimo, pseudônimo
Oniros sonho onírico,
oniromancia
Ónix, ónicos unha
onicólise, onicofagia Onomato nome
onomatologia, onomatopéia
Ôon ovo oogônico
Ophis serpente ofídico
Opisto por detrás
apistógrafo Óps, opós vista, olho óptica,
disopia, miopia
Orama vista
Cosmorama, panorama
Órexis fome anorexia, cinorexia
Orkhis testículo
orquiócele
Ornis ave
ornitologia
Ornito pássaro, ave ornitologia, ornitorrinco
Oro, óros montanha, monte
orografia, orologia
Orto reto, justo, direito
ortografia, ortoxo Ose doença
leptospirose
Osme cheiro, olfato
alotriosmia, anosmia, isosmica
Osme cheiro
agatosmo
38
Osmos corrente
endosmose, ombro, omoplata
Osmós impulso, corrente
endosmose, exosmose
Ostéon osso
osteomielite Osteon osso
anosteozoário, osteogênese
Oura cauda anuro,
arrenuro
Ouresis micção
aconurese Ouron urina urologia,
iscúria
Ous, otós ouvido otite,
ototomia
Oxi agudo, ácido, penetrante oxígono, oxítono, aroxigênios
-P-
Pachys pequeno comprimento
paquímetro Palaios antigo palozóico
Paleo antigo
paleografia, paleontologia
Pan todos, tudo
panteísmo, pan-americano Papyrus papel papelada
Paquís espesso, grosso
paquímetro, paquiderme
Para defeito
paralexia, paralogismo
Paralysis paralisia paralisante
Parténos virgem
partenologia, partenogenese
Pato doença
patogenético, patologia Pausis suspensão
menopausa
Ped(o) criança
pediatria, pedologia
Pedia instrução, correção
ortopedia, enciclpédia Péia ato de fazer
melopéia, onomatopéia
Penta cinco
pentágono, pentâmetro
Pépsis digestão dispepsia, péptico
Petalon pétala
andriopétalo
Pexis fixação
bacteriopexia
Phainomenon fenômeno fenomenologia
39
Phainos aparecer fosfeno
Phakos cristalino afacia
Phalakros calvo falacrose
Phantasma fantasma
fantasmagórico
Phasis palavra esquizofazia
Phassein formar
metaplasmo, aloplasma
Phenos espírito
esquizofrenia
Phérein usar mastigóforo
Phlogistos inflamado
antiflogístico
Phoròs que se dirige esoforia
Phoros suporto euforia Phoros que traz homem, portador
andróforo, electróforo
Phos, photo luz osfeno
Photodes luminoso
fotodoscópio
Phtongos voz oftongia Phullon folha mesófilo
Phuton fito (tipo) monófito
Phylaxis proteção
anafilaxia
Phyton vegetal fitófago Piezo comprimir
piezômetro, piezeletricidade
Pinas, pínacos pintura, quadro
pinacoteca, pinacóide
Píon pus piorréia,
piodermite Piretós febre
antipirético,piretoterapia
Piro, pir fogo, febre
pirosfera, pirotcnia, antipirina
Pítecos macaco pitecantropo, pitecóide
Plágios oblíquo
plagiocéfalo, plagióstomo
Plastés que prepara
meloplastia
Plastia reforço heteroplastia
Platé plano omoplata
Platís largo
platirrino, platirrostro
Plegé, plegia paralisação, paralisia paraplégico, hemiplegia
Pléos cheio, mais
pleonasmo, pleorama
Pleura lado, franco pleurite
Pluto riqueza, rico pluto,
plutomania
40
Pneumon pulmão,respiração
pneumonia, pneumoplegia
Pnoia respiração eupnéia
Pode, podós pé
gastropode, miriápode, ápode
Pogon barba andropogão
Poiesis poesia
poetrastro
Polein vender
monopólio
Pólemos guerra polêmico, polemarco
Poli muito poliglota,
polígono
Polin de novo
políndromo Pólis, pole cidade, pátria
Petrópolis, metrópole,
Potamo rio
potamografia, potamologia
Présbis velho
presbitísmo, presbítero Proktos ânus aproctia
Proto primeiro
protótipo, protozoário
Pseudo falso
psudônimo, pseudo-esfera Psico alma, espírito
psicologia, psicanálise
Psis visão fonopsia
Psitacós papagaio
psitacismo, psitacídeo
Ptero asa, que tem asas íptero, helicóptero
Ptosis queda
metroptose
Pyein supurar ecpiema
Pyon pus mepiose
- Q -
Quilo mil (quilo)
quiliógono, quilograma
Quiro mão
quiróptero, quiromancia
- R -
Ragé corrimento
hemorragia, blenorragia
Raquia coluna vertebral acefalorraquia
Ráquis coluna vertebral
raquicentese, raquítico
Reo, rheo correr, fluir catarro,
diarréia
Rétor orador retórica, retórico
41
Rhein correr reostato
Rheuma catarro reuma
Rhynkos, rinco bico
anorrinco
Rhysis, rise obstáculo
adiemorrise Rino nariz
rinoceronte, rinoplastia
Riso raiz rizófilo,
rizotônico
Riza raiz
arrizotônico, rizanto Ródon rosa
rodografia
- S -
Sácaron açúcar sacarose, sacarina
Sarcós carne
sarcófago
Sarkos, sarca carne anasarca
Sáuros agarto
dinossauro, saurólogo Scáfe barco
escafandro, batiscafo
Scopia, scópeo ato de ver, examinar
periscópio, colposcopia
Selene lua selenista, selenomancia
Sema sinal, significado
semântica, semáforo
Sepsis putrefação
antissepsia
Sfigmós pulsação esfigmômetro, esfigmógrafo
Shaphe, cafo barca escafóide
Sídero ferro
siderólito, siderurgia
Sinergia colaboração assinergia
Sipron sifão
assifonados
Sismós terremoto
sismógrafo, sísmico
Skaphos, scafos barco escafandro
Skatos, catos excremento
escatófago
Skhia, scio sombra anfíscio
Skhistos separados asquislodáctilia
Skhizo, squizo separo
esquizofagia
Skhole escola
escolarca
Skleros, cleros duro esclerectasia
42
Smyrizein polir
esmerilador
Sofia saber filosofia,
teosofia
Soma corpo
cromossomo, indossomatologia Soma, sómatos corpo
somático, somatologia
Spasmós convulção
espasmo, espasmofilia
Spermas semente
aspidosperma Sphen, enós cunha
esfenóide
Sphigx, finge esfinge
androsfinge
Sphygmos, sfigmos pulso asfigmia Splankhnon, splancno víceras
esplancnografia
Splén baço
esplênico, esplenomegalia
Splenos baço
esplenectomia Spondylos, spondilos vértebra
aspondílico
Spora semente
monósporo
Stalagmos filtração estalagmite
Staphyle cacho de uvas
estafilococo
Stasis parada algóstase
Stasis parar
estasiofobia, estase Statiké, stática estou de pé
estereostática
Statos estável reostato
Stauros cruz
estaurolatria Stéar sebo
esteatoma
Stéas sebo estearino
Stema filamento
meristema
Stenos estreito estenografia
Sténos estreito
estonocardia
Stereo sólido
estereometria Sternon, stetos peito
esternalgia, estetoscópio
Stethos peito
estetoscópio
Senos estreito
estenocardia
43
Sthenos rápido
estenografia
Stico verso dístico,
monóstico
Stigma sinal
estigmônios Stigme manchar estigma,
estigmônios
Stikhos fileira acróstico
Stikhos, stico fileira acróstico
Stólos ato de enviar apóstolo,
apostolizar Stoma, stomatos boca
estomatite, crisóstomo
Strábon vesgo
estrábico, estrabismo
Stratós exército estratégia, estratego
Stréphein voltar
homeótropo
Streptos torto
estreptococo
Strykhnos, stricno planta amarga, venenosa estricnina
Symbolon sinal
assimbolia
Syn junto
geossinclinal
-T-
Tafos túmulo epitáfio
Tálamos leito nupcial, casamento tálamo,
epitalâmico
Tánatos morte tanatognose, tanatofobia
Taqui rápido
taquicardia, taquigrafia
Tarsos grade
acrotarso Tasis dilatação
gastrectasia
Táuma, táumatos milagre
taumaturgo, taumaturgia
Tauro touro taurino,
tauromaquia Tauto o mesmo
tautologia
Taxis ordem eutaxia
Téa espetáculo teatro,
politeama Teca lugar onde se guarda
biblioteca, discoteca
Tecno arte, ciência
tecnografia, tecnologia
Tefro cinza
tefromancia
44
Tele longe telefone,
telegrama
Teo deus
teocracia, teólogo
Terapia cura
fisoterapia, hidroterapia Teras, teratos prodígio, fenômeno,
monstro
teratologia
Termo quente, calor
termômetro, diatermia
Terpô agrado enterpe Tesis ação de por, ter antítese,
síntese
Tetra quatro tetrarca,
tetraedro
Teukhos, teuco livro heptateuco
Thanasia morte
eutanasia
Thymos colera
agriotimia
Timós mente ciclotimia, lipotimia
Tipo figura, marca
tipografia, tipologia
Tocos parto eutocia
Tome cortadura, secção tomo, átomo, esterotomia
Tome corte
elitrotomia, flebotomia
Tomia corte, divisão
dicotomia, nevrotomia
Tongo som ditongo, tritongo
Tono tensão, tom barítono,
monótono, átono
Topo lugar
topografia, toponímia Tórax , -acos tórax torácico,
toracospia
Traquéia garganta
traqueocele, traqueotomia
Trauma, -atos ferimento
traumático, traumatismo Trepein reviramento, voltar, girar ectrópio,
homótropo
Tresis canal atresia
Tri três tríade,
trissílabo Trigono triângulo
trigonometria
Trikos cabelo
adenotriquia
Triqué em três
tricotômico
45
Trobo trombo (coágulo)
troboplastina
Trophe alimento, nutrição eutrofia,
alotrofia
Trophe nutrição
cacotrofia Tropo direção
hemitropia
Tropos mudança, direção isótropo,
troponônimo
Tropos volta
geotropismo Trypos tipo, molde éctipo
- U -
Urá cauda
melanuro, uromorfo Úron urina
uricemia, urocrasia
- X -
Xeno estrangeiro
xenofobia, xenomanca Xero seco xerofilia,
xerófito
Xilo madeira xilógrafo,
xilogravura
- Z -
Zélia imitação cacozélia
Zimé fermento enzima,
zimogenia, galazime
Zoarion animalzinho espizoário, protozoário
Zoo animal zoógrafo,
zoologia
Continuação:
nominal
Desinência:
Verbal
Desinência: morfema que indica flexão. É nominal,
quando se refere a gênero e número e verbal, quando
indica número, tempo, modo e pessoa dos verbos.
46
Vogal temática: são as vogais a, e, i, que
caracterizam a conjugação verbal: falAr, fazEr, ferIr, o
“o” é considerada 2ª: por (puer).
Vogal e consoante de ligação: são colocadas
entre os elementos mórficos para melhorar a pronúncia:
pau + Ada: pau- l -ada; Auro + verde: aur- i -verde.
2. Cognato: vocábulo que tem raiz comum com
outros: orelha; orelhão; orelhudo.
3.
B. Formação das palavras
1. Derivação: formação de uma palavra
derivada através de uma primitiva, com o acréscimo de
afixos, ou diminuição de elemento no final do vocábulo.
Temos cinco modos para fazê-la: prefixação (desfazer,
super-homem); sufixação (amoroso, beleza); prefixação e
sufixação (inutilmente, infelizmente); parassíntese
(emudecer); regressiva (mudar: muda; pescar: pesca) e
imprópria ( o falar, o sim).
Composição: unimos dois ou mais radicais
ou palavras para aumentar-lhe a significação. Há duas
maneiras: Por justaposição: há a independência e sílaba
tônica do vocábulo (couve-flor) e por aglutinação: há a
queda de uma ou mais letras e mudança da tônica da
sílaba (aguardente, fidalgo).
2. Hibridismo: usamos elementos de línguas
diferentes para esta formação (alcoômetro: álcool: árabe +
metro: grego).
C. Flexão das palavras
Quanto a sua flexão, as palavras podem ser:
variáveis: mudam de forma:
substantivo, verbo, adjetivo, artigo, numeral e pronome.
invariáveis: não mudam de forma:
advérbio, preposição, conjunção e interjeição.
D. Classificação das palavras:
47
Substantivo: nomeia os seres.
Artigo: determina ou indetermina o
substantivo.
Adjetivo: caracteriza os seres.
Numeral: indica quantidade ou ordem
dos seres.
Pronome: representa ou acompanha o
substantivo.
Verbo: indica ação, estado ou
fenômeno.
Advérbio: indica circunstâncias.
Preposição: liga dois termos de uma
oração.
Conjunção: relaciona duas orações
Interjeição: expressa sentimento ou
emoção.
I – Substantivos
Substantivo: é a palavra variável em gênero, número e
grau, que sugere independentemente ou não, um nome
para o ser (coisa: átomo, pessoa: João, ou animal: Petita)
à qualidade (feiúra, bondade), ao sentimento: (tristeza,
alegria), à ação (vingança) e ao estado (vida), reais ou
não.
1. Classificam-se os substantivos em:
comuns e próprios
concretos e abstratos
Concreto: sugere nome ao ser real ou fictício e
independente: esponja, fada, vento.
Abstrato: sugere nome à qualidade, à ação, ao sentido ou
ao estado que existem por dependerem do ser: alegria,
tristeza, contentamento, o verde.
Próprio: sugere nome a um ser da espécie, às pessoas
(antropônimo), aos lugares (topônimos), aos animais e
coisas de determinada espécie: África do Sul, Antônia, El
Salvador, “A Marmota” (jornal).
Comum: sugere nome ao ser que pertence a uma classe,
espécie, com o mesmo conjunto de características: tigre,
vento, pedra, homem.
Coletivo: palavra que nomeia o conjunto de seres da
mesma espécie:
48
Abadágio: rendimentos de uma abadia
Abati: trincheira formada de árvores cortadas
Abesana: junta de bois
Acórdão: de sentenças Adversária: apontamentos para um livro
Álbum: de lembranças, figurinhas, retratos
Aléia: de árvore Alfeire: de porcos
Aludel: de vasos
Andaina: de velames da embarcação Apeiragem: correias
Apevio: de utensílios de lavoura
Arcabuzeiro: batalhão, regimento Armadura: cavaleiros da Idade Média
Armeu: de lã, linho
Armentilho: de flores Armentio: de rebanhos de gado grande
Bana: agrupamento de vilas, cidades
Bagulho: de bagos pisados
Banquisa: de gelo nas costas marítimas
Barda: de erros
Bardia: de lenha Batelada: arroz
Bazulaque: fígados Boana: de peixes miúdos
Burocracia: de funcionários públicos
Burzigada: de coisas amassadas Cabidela: miúdos de aves
Cabroada: de bodes
Caceia: de redes de pesca Capela: de macacos
Carrada: de razões
Carrilhão: de sinos Carusma: cinzas no ar
Catálogo: de lista
Choldraboldra: de assassinos Chorrilho: de asneiras, tolices
Cingel: de bois
Claque: aplausos Clínica: de doentes
Coivara: pilha de ramos mal queimados nos
roçados Coleção: de moedas, livros, selos, quadros,
medalhas, antiguidades
Colégio: eleitores, alunos Coletânea: de trechos literários ou científicos
Coligação: de pessoas
Colméia: de abelhas Colônia: de imigrantes ou migrantes,
bactérias, formigas, cupins
Comboio: de vagões, de caminhões Comentário: anotações
Comício: de cidadãos, espectadores para
tratar de assuntos políticos Comissão; grupo particular de pessoas para
tratar de assuntos políticos
Comitê: grupo particular de pessoas para tratar de assuntos políticos
Companhia: de soldados
Comunidade: de religiosos, de pessoas Conciliábulo: pessoas reunidas secretamente,
de feiticeiros, conspiradores
Concílio: prelados, deuses, bispos Conclave: cardeais para elegerem o papa
Concorrência: afluência de pessoas no
mesmo momento para o mesmo lugar. Confraria: de religiosos, pessoas reunidas
com finalidade religiosa
Congregação: de religiosos, padres, professores
Congresso: sábios, diplomatas,
representantes de classe
Conselho: de ministros
Consistório: assembléia de cardeais,
presidida pelo papa
Constelação: de estrelas Convenção: reunião de indivíduos ou
representação de classes, de associações
Conventículo: reunião para maus fins Cordão: de formigas
Cordame: de cabos de um navio
Cordoalha: de cabos de um navio Cordilheira: colinas, montanhas, montes
Coro: bando de cantores
Corja: de vadios, tratantes, velhacos, ladrões Corporação: pessoas sob a mesma regra ou
estatuto
Corpo: jurados, eleitores, alunos, professores Correame: correias
Correição: de formigas
Corso (õ): de peixes pequenos, piabas,
sardinhas
Corso: sardinhas, camarões
Cortejo: pessoas que acompanham outro por dever ou cortesia
Cortiço: de abelhas, de casas da habitação de classes pobres
Crestomatia: de trechos literários ou
científicos escolhidos Datiloteca: de anéis
Datas: de pancadas
Década: de dez anos Decálogo: dez leis
Delta: braços do rio ao lançarem-se ao mar
Dígono: dois ângulos Discoteca: de discos
Doutrina: de dogmas
Dossiê: de documentos para processo Duma: de parlamentos russos
Duna: areia
Ementa: apontamentos Encame: de javalis
Enfiada: de asneiras, tolices
Elenco: de atores, artista de uma companhia, peça ou filmes
Enxame: de abelhas, vespas, marimbondos
Enxaravia: de meretrizes Enxárcia: cabos que prendem os mastros de
um navio
Enxoval: de roupas Equipagem: de marinheiros
Espinel: de anzóis
Esquadra: de navios de guerra Esquadrilha: de aviões
Especilégio: coleção metódica de
documentos Espicha: camarões
Facção: bando sedicioso (que perturba a
ordem pública) Falange: de herois, guerreiros, espíritos,
soldados, anjos, bandidos
Farândula: bando de maltrapilhos Fardel: de matalotagem
Fardo: de papel ou de fazenda
Fáscio: grupo de fascistas Fato: de cabras
Fauna: conjunto de animais próprios de uma
região Federação: de estados
Feixe: de lenha, de capim, de raios luminosos
Festão: de flores Fichário: de fichas
Fila: de cadeiras
49
Fileira: de peças de artilharia, de cadeiras,
coisas em série
Filmoteca: de filmes
Flora: conjunto de plantas de uma
determinada região
Florilégio: de trechos literários ou científicos Flotilha: de aviões ou torpedos
Folclore: de lendas populares
Fornada: pães, biscoitos feitos de uma só vez Fossário: de covas ou buracos
Frota: de navios de guerra, mercante, de
ônibus, de aviões, veículos Gabela: feixe de espigas
Gadario: de gado vacum
Gado: conjunto de animais criados nas fazendas
Galeria: de quadros, de estátuas
Gavela: feixe de espigas Girândola: de fogos de artifício
Gliptoteca: de pedras gravadas
Granizo: de pedras, balas, setas
Grei: de bois, ovelhas, carneiros, paroquianos
Grêmio: sociedade de pessoas para fim
comum Grosa: de doze dúzias
Hemeroteca: de jornais e revistas arquivadas
Herbário: coleção de plantas para exposição ou estudo
Hinário: de hinos
Horda: bando indisciplinar, nômades, vândalos, salteadores
Hoste: de soldados, inimigos
Humanidades: de estudos Iconoteca: coleção de imagens, de retratos
Instrumental: de instrumentos de orquestra,
de cirurgia, mecânicos Irmandade: de religiosos
Jaribara: galhos de árvores abatidas e
recobertas de trepadeiras
Jugada: de bois
Jugo: de bois
Junta: de credores, médicos, bois, examinadores
Júri: de jurados
Legião: de soldados, anjos, demônios Leitegado: de leitões de um parto
Leva: retirantes, recrutas, presos
Linha: de cadeiras Lio: de lenha, de capim
Lote: de burros, de bestas de carga, coisas,
pessoas Lustro: de cinco anos
Maço: de cigarros Magistratura: de juízes
Magote: de pessoas
Malhada: de burros, bestas de carga, ovelhas Malta: gente de baixa condição, ladrões,
vagabundos
Manada: de éguas, cavalos, porcos, bois, búfalos, elefantes
Manoca: de tabaco
Manhuço: de grãos Manípulo ou manojo: feixe de erva ou
qualquer objeto que a mão não abrange
Manolho: de grãos Manta: de peixes
Manzar: penca de cocos
Mão: de cinco cadernos Mapoteca: coleção de mapas
Marajatina: de marajás
Marinhagem: de marinheiros Maromba: de bois, ovelhas
Maruja: de marinheiros
Matalotagem: mantimentos para uma viagem
Matilha: de cães de caça
Matula: de vadios
Meda: montão, de cereal
Mesnada: gente assalariada para a guerra,
tropa militar Mexoalho: de caranguejos em putrefação
Milênio: de mil anos
Miríade: gafanhotos, marimbondos, percevejos, dez mil, inúmeras estrelas
Mistifório: confusão
Miuçalha: de crianças Mixórdia: de artigos
Mó: de gente
Mobília: de móveis Mobiliário: de móveis
Mocedo ou moçame: de moças
Mole: de gente Molho (ó): de lenha, de capim, chaves,
aventuras, verduras
Moncalho: de trapos
Montão: de lixo, de palha, de pedras
Monte: de palha, de lixo, de pedras
Monturo: de coisas repugnantes, esterco Mortualha: de cadáveres
Muladar: de esterco
Muletada: de gado muar Multidão: pessoas em geral
Ninhada: de pintos, filhotes de ave
Novena: de nove dias Nuvem: gafanhotos, marimbondos,
percevejos, insetos
Olimpíada: período de quatro anos entre as celebrações dos jogos olímpicos
Onda: gafanhotos, marimbondos, percevejos
Ordem: de religiosos Orquestra: de músicos
Oviário: de burros, de bestas de carga,
ovelhas
Palamenta: de apetrechos de um navio
Paliçada: de estacas fincadas em forma de
cerca Panapaná: de borboletas
Panóplia: cavaleiros da Idade Média
Parenéptica: de discursos Parenéptica: animais de raça
Parlamento: casas legislativas
Patrulha: de soldados Paveia: feixe de espigas
Pelotão: de soldados
Penca: de chaves, bananas, laranjas Pentatlo: exercícios de atletas
Pessoal: de uma fábrica, repartição pública, escola, loja
Piara: de porcos
Plantel: de atletas, de animais de raça Plêiade: grupo de pessoas de um certo nível
ou profissão. Constelação.
Plenário: de juízes ou representantes do povo Poliantéia: escritos em homenagem a alguém
Poligrafia: coleção de obras literárias
diversas ou científicas Prole: de filhos
Pugilo: alguma coisa que se pode abranger
com os dedos polegar, indicador e médio, de bravos
Quadriga: quatro cavalos que puxam um
carro Quadrilha: de ladrões, bandidos
Quarteirão: de casas
Qüinqüênio: de cinco anos Qüinqüídio: de cinco dias
Racino: cacho de uvas, flores
50
Raivel: de frutas
Ramalhete: de flores
Ramo: de flores
Rancho: de soldados
Rebanho: de cabras, de ovelhas, bois
Récova: de cavalgaduras, corja de vadios de bestas de cargas
Récua: ajuntamento de bestas de cargas
presas umas às outras Resíduos: de ouro ou prata
Resma: quinhentas folhas de papel
Renque: árvores, colunas, velas Repertório: de peças musicais, teatrais
Réstia: de alho, cebola
Revoada: de aves, pardais, pássaros em vôo Roda: de espectadores, de pessoas
Rol: de roupas
Romanceiro: conjunto de poesias narrativas Ronda: de policiais que percorrem as ruas
Ror: multidão, grande quantidade
Roupagem: roupas, vestes, fardas
Ruma: de tábuas, livros, malas
Sabá: de bruxas
Salsada: confusão Sarabulho: de coisas amassadas
Saraiva: de pedras, balas, setas
Sarapatel: de coisas amassadas Século: período de cem anos
Seleta: de trechos literários ou científicos
Seqüência: série de cartas do mesmo naipe Séquito: pessoas que acompanham outras
Série: colinas, montanhas, montes, ações,
reis, papas Sermonário: de sermões
Seringal: de seringueiros
Serviço: utensílios de cozinha
Sínodo: de párocos em assembléia
Sociedade: grupo de indivíduos que vivem
sob normas comuns
Sodalício: de sábios Souto: de árvores, de castanheiros
Súcia: gente de má fama, velhacos,
desonestos Talha: de lenha
Teclado: de teclas
Teoria: anjos Tertúlia: reunião de parentes, amigos,
pessoas íntimas, intelectuais
Tetrástilo: de edifícios Torcida: espectadores para aplaudir ou patear
Tríduo: de três dias
Trindade: grupo de três Tripulação: de marinheiros, aeroviários
Troço (ô): de soldados
Troféu: de bandeiras ou despojos
Tropa: de animais de carga, muares
Trouxa: de roupa
Tuna: de estudantes que viajam por várias terras
Turba: de muitas pessoas reunidas em
desordem Turma: de estudantes, trabalhadores, médicos
Vassas: de uvas
Vara: de porcos Viveiro: de pássaros
Vocabulário: de palavras
Zengo: de flautas
Observação: O coletivo especial geralmente dispensa a enunciação da pessoa ou coisa a que se refere.
Tal omissão torna-se mesmo obrigatória, quando o coletivo é um mero derivado de substantivo a que
se aplica. Assim, dir-se-á: A boiada seguia vagarosamente. A marinhagem estava a postos. Quando, porém, a significação do coletivo não for específica, deve-se nomear o ser a que se refere: Um feixe
de capim, lenha. Uma legião de soldados, demônios, etc. Sufixos designativos de coleção: -ada:
boiada, manada,: -agem: plumagem, folhagem: -al: canavial, cafezal: alha: parentalha, cainçalha: -ama: courama, dinheirama: -ame: vasilhame, raizame: -aria: cavalaria, livraria: -dade: humanidade,
cristandade: -edo: arvoredo, vinhedo: -ena: novena, dezena, centena: -eiro: formigueiro, braseiro: -
eria: vozeria, grosseria: -ia: maresia, penedia: -io: gentio, mulherio: -ulho: pedregulho, bagulho: -ume: cardume, tapume.
2. Formação do substantivo
Primitivo e derivado
Simples e composto
Primitivo: nome que não deriva de outra palavra da
Língua Portuguesa, substantiva isolado, sem afixos:
chuva, engenho, neve, anjo, Japão.
Simples: nome formado de uma única palavra: obra,
docente, goma.
Derivado: nome que deriva de outra palavra na língua
portuguesa: pedreiro, engenharia, gaiteiro.
Composto: nome formado de duas ou mais palavras: mão-
de-obra, livre-docente, goma-arábica.
3. Flexão do substantivo:
51
a) gênero: flexão que indica se o substantivo é masculino
ou feminino.
Masculino: usados para os seres do sexo
masculino: homem, menino.
Feminino: usados para os seres do sexo feminino
mulher, menina.
Gênero
Formação do feminino com os substantivos biformes
(uma forma para o masculino e uma para o feminino):
Troca-se a terminação:
1) –o por –a: garoto: garota; aluno: aluna.
2) –ão por –ã, por –oa e por –ona: órfão: órfã; folião:
foliona; patrão: patroa.
3) –or para –a: amador: amadora; servidor: servidora,
cantor: cantora. Obs: alguns fazem com o sufixo –
eira, indicando também qualidade: arrumador,
lavrador, trabalhadeira, faladeira.
4) Recebem o –a no feminino: parente; presidente;
alfaiate; contramestre; deus; general; elefante;
hóspede; monge; oficial; zagal (pastor) juiz;
marechal; mestre; ministro.
5) Substantivos que indicam ocupações especiais e de
títulos, flexionam-se usando os sufixos:
esa: barão; camponês; cônsul; duque; jogral; prior; inglês
isa: profeta; sacerdote; papa; poeta; cônego; diácono
triz: ator; embaixador; imperador
ina: alcaide (governador); czar; felá (camponês egípcio);
landgrave (proprietário de vastas propriedades); herói,
maestro; mandarim
ona: castelão; figurão; folião
6) Formações irregulares do feminino:
ateu: atéia; avô: avó; capiau: capioa; deus: diva, déia ou
deusa; confrade: confreira; dom: dona; egeu: egéia;
europeu: européia; frade: freira; galo: galinha; guri: guria;
ilhéu: ilhoa; jaboti: jabota; jacaré: jacaroa; judeu: judia;
ladrão: ladra; monge: monja; marajá: marani; melro:
mélroa; mulo: mula; papa: papisa; parvo: párvoa; pavão:
pavoa; perdigão: perdiz; peru: perua; pigmeu: pigméia;
píton: pitonisa; prior: priora ou prioresa; pulgo: pulga; raja
ou rajá: rani ou râni; réu: ré; sabichão: sabichona; sandeu:
52
sandia; sultão: sultana; tabaréu: tabaroa; tecelão: teceloa;
varão: virago, varoa, matrona; peixe-boi: peixe-mulher.
7) heterônimos ou desconexos (apresentam radicais
diferentes na flexão do gênero):
bode: cabra; boi: vaca; burro: besta; cão: cã, cadela;
capitari: tartaruga; carneiro: ovelha: cavalo: égua;
cavaleiro: amazona; cavalheiro: dama; caxarelo: baleia;
elefante: aliá; frei: sóror, soror, sor; genro: nora; homem:
mulher; jaboti: jabota; macharão: onça; marido: mulher;
pai: mãe; rinoceronte: abada; tubarão: tintureira: touro:
vaca; veado: cerva; vitu: saúva; zangão, zângão: abelha
Epiceno
Comum de dois gênero
Sobrecomum Formação do feminino com os substantivos uniformes
(uma só forma para o gênero masculino e o feminino):
Comum-de-dois: diferenciam o gênero, quando se lhe
antepõe o artigo: o doente: a doente; o estudante: a
estudante.
Epicenos (ou promíscuos): usamos as palavras “macho ou
fêmea”, para a mudança de gênero: mamão macho; cobra
fêmea
Sobrecomuns: temos uma só forma para indicar o gênero
masculino e o feminino (não admite a flexão dos artigos):
a criança; a testemunha; o ente.
Mudança de sentido pela mudança de gênero:
a cabeça: parte do corpo
o cabeça: o chefe
a capital: cidade principal
o capital: dinheiro, bens
a caixa: objeto
o caixa: pessoa
a cisma: idéia fixa
o cisma: separação
a cura: restabelecimento
o cura: padre
a grama: relva
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o grama: unidade de peso
a guarda: vigilância
o guarda: vigia
a guia: formulário; meio-fio
o guia: pessoa que orienta
a lente: grau de aumento
o lente: professor
a língua: órgão muscular, idioma
o língua: o intérprete
a lotação: capacidade de um carro, navio
o lotação; forma abreviada de autolotação
a moral: parte da filosofia; moral de um fato; conclusão
o moral: ânimo
a rádio: a estação
o rádio: o aparelho
a voga: moda, popularidade
o voga: o remador
Substantivos de gênero incerto (gêneros que podem
oferecer dúvida):
Masculinos: os nomes das letras do alfabeto, clã,
champanha, dó, eclipse, formicida, jângal, lança-perfume,
milhar, pijama, proclama, saca-rolhas, sanduíche, sósia,
telefonema, soma (o organismo tomado como corpo
físico), guaraná, trema.
Femininos: aguardente, análise, fama, cal, cataplasma,
cólera, cólera-morbo, dinamite, Omoplata, alface, elipse,
faringe, fruta-pão, libido, preá, síndrome, tíbia, variante,
omelete e os nomes terminados em –gem: pastagem,
lavagem, libidinagem, vagem.
São indiferentemente masculinos ou femininos: ágape
(refeição dos cristãos), aluvião, avestruz, caudal
(cachoeira), crisma, diabete, gambá, hélice, íris, juriti,
lama ou lhama, laringe, ordenança, renque (disposição de
coisas ou pessoas na mesma fileira, série), sabiá,
sentinela, soprano, suástica, tapa, trama (intriga), víspora.
54
Alguns possuem mais de um feminino: aldeão: aldeã,
aldeoa; deus: deusa, déia, diva; elefante: elefanta, aliá;
javali: javalinha, gironda; hóspede: hospeda, hóspede;
ladrão: ladra, ladrona, ladroa; melro: mélroa, melra;
pardal: pardoca, pardaloca, pardal; parente: parenta,
parente; parvo: párvoa, parva; polonês: polonesa, polaca;
vilão: vilã, viloa
Flexão é a variação que o substantivo apresenta para
expressar número (singular e plural), gênero (feminino e
masculino) e grau (aumentativo e diminutivo).
b) número:
singular
plural
Número
I- Formamos o plural com o acréscimo de –s aos
substantivos terminados em vogal ou ditongo
oral: criatura: criaturas; série: séries
Plural dos substantivos simples
Os terminados:
II- Em –m fazem o plural em –ns: fim: fins;
flautim: flautins; homem: homens
III- Em –z ou –r, fazem o plural acrescentando –es:
raiz: raízes, mar: mares
Observação: caráter: caracteres; Lúcifer: Lucíferes; júnior:
juniores; Júpiter: Júpiteres; sênior: seniores
IV- em –s, oxítonos ou monossílabos tônicos
recebem –es na formação do plural: país: países,
ananás: ananases
Observação: cais, cós e xis são invariáveis
V- em –s, paroxítonos, ficam invariáveis: lápis,
vírus
VI- em x com sílaba átona, não variam no plural: o
tórax: os tórax; o látex: os látex
VII- em L:
a- precedidos de a, e, o, u, trocam o L por IS:
animal: animais; papel: papéis; farol: faróis;
paul: pauis Observação: mal: males; cônsul:
cônsules; real: reis (moeda antiga)
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b- precedidos de i, formam o plural de duas
maneiras:
- os oxítonos trocam o L
por S: funil: funis; réptil:
réptis
- os paroxítonos trocam o
il por –eis: fóssil:
fósseis,; réptil: répteis
VIII- em –n, recebem –s: prótons, pólens e as formas
paralelas também: abdome: abdomens;
espécime: espécimes; germe: germes
IX- em ão:
Esses vocábulos provêm de palavras latinas terminadas
com os sufixos ANUM, ANEM, ONEM. No “Português”,
as palavras terminadas em –ão, fazem o plural com –ãos, -
ães e –ões, porque houve a dissolução analógica que
substitui as duas últimas terminações pela primeira:
singular plural
1- Christianum > cristão: christianus > cristãos
2- Panem > pão: panes > pães
3- Leonem > leão: leones > leões
a- substantivos terminados em –ão que recebem –s na
formação do plural:
acórdão (sentença): acórdãos; benção; cidadão; chão;
cristão; demão; desvão; golfão; grão; irmão; mão; órfão;
órgão; pagão; sótão; vão
b- substantivos terminados em –ão, que formam o plural
em –ões:
ação: ações; balão; botão; canção; coração; espião; folião;
formão; fração; grilhão; ladrão; lampião; lição, limão;
mamão; melão; procissão; razão; reunião; talão; tecelão;
verão e os aumentativos amigalhão, bobalhão, casarão,
etc.
c- mudam o –ão para –ães:
alemão: alemães; Bastião, cão; capelão; Catalão; capitão;
escrivão; guardião; pão; tabelião
d- admitem duas ou três formas de plural:
56
alazão: alazões, alazães; aldeão: adeãos, aldeões, aldeães;
alão: -ãos, -ões, -ães; ancião (idem); anão: anãos, anões;
castelão: castelãos, castelões; cirurugião: cirurgiões,
cirurgiães; charlatão: charlatões, charlatães; corrimão:
corrimãos, corrimões; cortesão: cortesãos, cortesões;
deão: deãos, deões, deães; ermitão: ermitãos, ermitões,
ermitães; faisão (ave): faisões, faisães; fuão (fulano):
fuãos, fuões; guardião: guardiões, guardiães; hortelão:
hortelãos, hortelões; peão: peões, peães; refrão: refrãos,
refrães; rifão (provérbio): rifões, rifães; rufião (explorador de
mulheres): -ães, -ões; sacristão: -ãos; -ões; sultão: -ãos; -ões,
-ães; truão (bobo) –ões, -ães; verão: -ões, -ãos; vilão: -ãos,
-ões, -ães; vulcão: -ãos, -ões
X – Plural metafônico (singular (ô), plural (ó)):
Abrolho (planta), antolho (pala, tampa-olho), caroço;
choco, corcovo (salto de cavalo); corno; coro; corpo;
corvo; despojo (espólio); destroço (devastação); esforço;
escolho; fogo; forno; foro (pensão); forro; fosso (fossa);
imposto; jogo; miolo; molho; olho; osso; ovo; poço;
porco; porto; posto; povo; reforço; rogo; sobrolho
(sobrancelhas); socorro; tijolo; tremoço (grão de
tremoceiro); torto; troco; troço (pedaço de madeira,
multidão);
XI – Plural dos diminutivos terminados em –zinho e –
zito:
Lar: larzinho = lares = lare + Zinho + s = larezinhos
Flor: florzita = flores = flore + zita + s = florezitas
Rapaz: rapazito = rapazes = rapaze + Ito + s = rapazezitos
Coração: coraçãozinho = corações = coraçõe + zinho + s
= coraçõezinhos
XII – Mudança de sentido de substantivos, quando são
pluralizados:
Antolho: aparência; antolhos: pala para tampar o olho; ar:
camada gasosa que envolve a terra; ares: clima; féria:
soma dos salários da semana; férias: descanso; ferro:
metal; ferros: âncora, grilhões
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Particularidades
a- Plural dos nomes próprios: quando designam vários
indivíduos com o mesmo nome ou empregados
figuradamente, admitem o plural como os nomes
comuns: os Freitas, os Cunhas.
b- Plural dos nomes das letras: obedecem às regras
gerais ou duplicam a letra: o dê: os dês; o ce: os
cês; os bb, os uu.
c- Substantivos que só se empregam no plural:
afazeres, alvíssaras, anais (história), arredores,
avós, belas-artes, cãs, condolências, confins, copas,
espadas (naipes), fastos (anais), férias (descanso),
fezes, hemorróidas, mês (espírito, almas); matinas
(manhã), núpcias; óculos; olheiras; ouros (naipes);
parabéns, paus (naipes); pêsames; trevas, víveres
(mantimentos).
Plural dos substantivos compostos
1- Ambos elementos vão para o plural
Geralmente os elementos que são substantivos ou
adjetivos, vão para o plural:
a) substantivo + substantivo: couves-flores; cartas-
bilhetes; alunos-mestres; banhos-marias; cirurgiões-
dentistas; mestres-escolas; tenentes-coronéis;
traquéias-artérias
b) substantivo + adjetivo: capitães-mores; amores-
perfeitos; cabras-cegas; águas-fortes; águas-
furtadas; altares-mores; barrigas-verdes; cabeças-
chatas; cartões-postais
c) adjetivo + substantivo: altos-relevos; baixos-
relevos; boas-vidas; gentis-homens; más-línguas;
públicas-formas
d) os numerais ou os pronomes adjetivos dos
compostos vão para o plural: segundas-feiras;
meios-fios; meios-dias, padres-nossos
e) se a palavra guarda é um substantivo: guardas-
mores; guardas-civis; guardas-noturnos; guardas-
florestais; guardas-noturnos. Obs: “guardas-
marinha” não admite plural no segundo elemento.
O arco-íris: os arco-íris
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2- Apenas o primeiro elemento se pluraliza
a) unidos por preposição: pés-de-moleque; copos-de-
leite; mulas-sem-cabeça; galinhas-d’angola; pães-
de-ló; bicos-de-lacre; fogões-a-gás; estradas-de-
ferro; estrelas-do-mar; chefes-de-seção
b) o segundo elemento determina o primeiro
(exprimindo idéia de fim ou semelhança): navios-
escola; salários-família; mangas-rosa; peixes-boi;
pombos-correio; cafés-concerto; canetas-tinteiro;
papéis-moeda; decretos-lei; peixes-espada;
bananas-maçã; cajás-manga. Obs: a flexão de
ambos também é aceita.
3 – Varia apenas o segundo elemento
a) quando não há hífen: pontapés, clarabóias; fidalgos;
girassóis; madressilvas; santelmos; pernaltas
b) quando o primeiro elemento é palavra invariável
(preposição, advérbio, conjunção, interjeição ou
verbo): ave-marias (ave: salve); ex-diretores (adv.);
vice-reis; ex-governadores; vice-líderes (adv.);
ante-salas (prep.) ; contra-almirantes (prep.)
c) verbo + substantivo: beija-flores; arranha-céus;
caça-níqueis; vira-balas; bate-bolas
d) advérbio + adjetivo: sempre-vivas; abaixo-
assinados; bem-amados
e) palavras repetidas: quero-queros (ave); reco-recos;
tico-ticos; tique-taques; teu-téus (ave); pisca-piscas;
ruge-ruges (barulho das saias no chão); luze-luzes
(pirilampo); quebra-quebras (arruaça); chepe-
chepes (terreno pantanoso)
f) com os prefixos grão, grã e bel: bel-prazeres, gão-
priores; grã-cruzes
4 – Ficam invariáveis
a) verbo + advérbio: os bota-fora; os pisa-mansinho;
os cola-tudo; os ganha-pouco
b) verbo + substantivo plural: (o) (os) saca-rolhas;
louva-a-deus; pára-quedas
c) verbo + verbo: (o) (os) ganha-perde; leva-e-traz;
morde-e-assopra; diz-que-diz; entra-e-sai
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d) compostos de verbos de sentido oposto: (o) (os)
entra-e-sai; leva-e-traz; vai-e-volta
e) certas frases substantivas: (o) (os) bumba-meu-boi;
disse-me-disse; não-sei-que-diga
f) se a palavra guarda é um verbo: guarda-chuvas;
guarda-sóis; guarda-louças; guarda-roupas; guarda-
pós; guarda-comidas
5 – admitem mais de um plural: padres-nossos ou padre-
nossos; ruges-ruges ou ruge-ruges; salvos-condutos ou
salvo-condutos.
c) grau É a propriedade que as palavras tem de exprimir o
aumento ou a diminuição da grandeza do ser em relação
ao tipo médio ou normal: espada: grau normal; espadagão:
grau aumentativo; espadim: grau diminutivo.
Aumentativo:
- sintético: mulheraça,
cabeçorra
- analítico: mulher grande,
cabeça enorme
Diminutivo:
- sintético: menininha,
velhota
- analítico: menino
pequeno, velha
minúscula
Aumentativo sintético
Forma-se com sufixos aumentativos:
- ão: vozeirão; areão; garrafão; chapelão; amigão; malotão
- aça: barcaça; bocaça; mulheraça; fumaça; vidraça
- aço: balaço; ricaço; volumaço; vilanaço; animalaço;
mestraço
- achão: bonachão
- alha: muralha; fornalha
- alhão: amigalhão; bobalhão; facalhão; dramalhão
- alhaz: facalhaz
- ana: ratazana
- anca: festança
- anga: nariganga
60
- anzil: corpanzil
- ápula: manápula
- aréu: fogaréu, povaréu
- arra: bocarra, naviarra
- arro: atuarro (dim. de atum)
- arão: barrão, tubarão
- arrão: gatarrão; homenzarrão; macharrão; insetarrão;
santarrão
- asco: penhasco
- astro: medicastro; poetastro
- az: canaz; cartaz; fatacaz; facalhaz; ladravaz; machacaz;
lobaz
- ázio: copázio; balázio; gatázio; pratázio
- eirão: chapeirão; boqueirão; vozeirão
- eiro: cruzeiro
- erna: luzerna
- errão: beberrão
- iço: magriço
- ilhão: dentilhão
- ichão: dentilhão
- io: livrório
- jão: avejão
- oca: beijoca, beiçoca
- ona: mulherona, mocetona
- opla: manopla
- onha: carantonha
- orra: cabeçorra; beiçorra; manzorra
- pácio: cartapácio (carta)
- uça: dentuça
- ulho: pedregulho
- ulho: pedregulho
- zão: pezão
- zarrão: homenzarrão
Obs: Às vezes, o substantivo no aumentativo, funciona
como um aumentativo pejorativo (expressa desprezo):
gentalha; mulheraça; etc.
Aumentativo analítico:
Forma-se por meio dos adjetivos grande, enorme, imenso,
etc.: cidade imensa; homem grande.
61
Diminutivo sintético:
Forma-se com sufixos diminutivos:
- acho: riacho; lobacho; fogacho; penacho; populacho
(povo)
- ato: lobato; sulfato
- culo: animálculo; corpúsculo; febrícula; vermículo;
opúsculo; versículo
- cula: radícula
- ebre: casebre
- eco: livreco
- eca: folheca
- eiro: ribeiro (rio)
- ejo: lugarejo; animalejo; vilarejo
- el: saquitel; cordel; povileu; fardel
- ela: ruela; magricela; colunela; ruela; radicela (raiz);
viela
- elo: portelo, colunelo
- elho: rapazelho; aselha (asa); artiguelho: francelho
- elha: chavelha, azelha
- éolo: ventéolo
- eta: maleta; cruzeta; lingüeta; banqueta; arvoreta; saleta;
faceta; sineta
- ete: diabrete; filete; bastonete; farolete; vagonete;
corpete
- eto: poemeto; coreto; folheto
- iço: burrico
- ica: marica
- iça: roliça
- icho: canicho; barbicha; rabicho
- iço: veranico; burrico; nanico; namorico; abanico
(abano)
- iço: aranhiço
- il: corpanzil; covil; pernil
- ilha: mantilha; palmilha; cartilha
-ilho: cintilho; (cinto); flotilha (frota); fitilho (fita);
cartilha; vidrilho; pecadilho (pecado), peitilho
- im: flautim; festim; camarim; selim; fortim; tamborim;
espadim
- ina: heroína
- ino: Antonino; pequenino
- inho (a) ou zinho: livrinho; avozinho; armarinho
- ino: pequenino
62
- iola: padiola
- isco: pedrisco; chuvisco
- ipso: galipso (galo); calipso (calo)
- ita: senhorita; florita; pequenita
- ito: mosquito; canito; animalito; palito, granito
- ixa: lagartixa
- oca: engenhoca
- oco: bicharoco
- olho: pimpolho
- ola: aldeola; gloríola
- olo: cochicholo; folíolo (folha); bolinholo, nucléolo
- oque: cavalicoque
- ota: lajota; bolota
- oto: garoto; maroto; perdigoto; picoto
- ote: serrote; caixote; saiote; rapazote; frangote
- uça: dentuça
- ucho: papelucho; casucha; gorducho
- ula: célula; partícula; gemula (gema); nótula; fórmula
- ulha: fagulha
- ulo: fascículo (feixe); glóbulo; grânulo; álula (asa);
nódulo; glóbulo; nódulo
- únculo: homúnculo; questiúncula; porciúncula
- úsculo: corpúsculo
- zito: cãozito; florezita; mãezita; pezito
Obs: Às vezes o substantivo no diminutivo expressa
carinho, ternura, afeto, piedade: filhinho, mãezinha,
irmãozinho, etc; ou pejorativo (desprezo, antipatia):
careta, livreco, papelucho, etc.
Os adjetivos que recebem os sufixos de grau adquirem
o valor de superlativo: espertinho: muito esperto;
bonitinho: muito bonito; bobão: muito bobo, etc.
II. Artigo: palavra que determina ou indetermina o
substantivo quando é colocada antes dele.
1. Classificação do artigo:
Definido: o, a, os, as. Usamo-los quando nos referimos
a um substantivo determinado: O menino chegou?
Indefinido: um, uma, uns, umas. Usamo-los quando
nos referimos a um substantivo indeterminado, isto é, um
entre vários: Um menino chegou lá.
2. Flexão do artigo:
63
a) gênero:
masculino: o, um
feminino: a, uma
b) número:
singular: o, a, um, uma
plural: os, as, uns, umas
Emprego do artigo
a) refere-se a uma espécie inteira: Os japoneses são
trabalhadores.
b) uso obrigatório conjuntamente com o adjetivo no
superlativo relativo: o mais..de; o menos...de: O
rock é o mais estridente de todos os ritmos.
c) denota familiaridade quando vem antes de nomes
próprios: A Lucinha estava aqui.
d) antes da palavra casa, não usamos, se ela se refere à
própria casa: Minha casa é meu lar.
e) é usado antes de nomes próprios geográficos: O Rio
Paranaíba já estava próximo.
f) denota aproximação quando anteposto ao numeral:
Ele teria uns 90 anos.
Omissões do artigo
a) antes de pronomes de tratamento: Vossa Senhoria
foi convidada.
b) antes das palavras terra e bordo: Em terra firme
quero ser mais forte.
c) antes de alguns nomes de cidades: Belo Horizonte
é um concreto armado no meu coração Obs: se vier
determinado por adjetivo ou locução adjetiva, o
uso é obrigatório: A Lisboa dos meus sonhos.
d) antes dos pronomes indefinidos certo, outro,
qualquer: Outro dia, eu a vi.
e) não pode ser repetido antes do superlativo e antes
do substantivo: Queriam as músicas as mais lindas.
Usos facultativo
a) antes dos pronomes adjetivos possessivos: A minha
casa. Minha casa.
64
Obs: A palavra artigo vem do grego e significa adaptar,
preparar. Do latim, veio do acusativo ILLUM e suas
formas antigas eram LO, LA. Há quem diz que o artigo
definido deriva-se de hoc, hac, hos, formas do ablativo do
singular e do acusativo do plural do demonstrativo latino
hic, hoe, hoc. Não havia artigo no latim clássico e quase
no fim do Império, começaram a antepor aos substantivos,
os demonstrativos ILLE, HICCE, HIS, que deu origem ao
artigo românico. ILLE: o, a, derivados do ablativo
singular HOC, HAC, com a queda do c e os e as dos
acusativos do plural HOS, HAS. O artigo definido
pertence à classe dos pronomes demonstrativos e o artigo
indefinido à classe dos pronomes indefinidos. O artigo EL
que existiu no português antigo, só aprece-nos usado na
expressão EL-REI
III - Adjetivo
Do latim “adietivum” de “ad icere” (por a par, justaposto
a, colocado ao lado de) é o nome variável, que modifica o
substantivo concedendo-lhe qualidade, defeito, aspecto,
modos do ser, propriedade, condição ou estado: menino
bom, ruim, pagão, libertino, louro, doente, rico, carnal,
humano.
Dividem-se em explicativos e restritivos:
1-Adjetivo explicativo: que atribui qualidade
essencial ao substantivo: água incolor; céu azul.
2-Adjetivo restritivo: denota qualidade,
propriedade, condição ou estado do ser: água
suja; céu nublado.
1. Formação do adjetivo:
primitivo e derivado
simples e composto
Primitivo: não tem origem em outra palavra: forte, feio.
Derivado: provém de outra palavra: fortificado; feioso.
Simples: formado de um só radical: brasileiro; mudo.
Composto: formado de mais de um radical: luso-
brasileiro; surdo-mudo.
2. Flexão do adjetivo:
a) gênero
65
masculino
feminino
Podem ser masculinos ou femininos
Uniformes: apresentam uma só forma para indicar os dois
gêneros: amigo leal; amiga leal.
Biformes: apresentam duas flexões, uma para cada
gênero: bom; boa.
Flexão:
a- terminados em EU passam a ÉIA:
ateu: atéia; hebreu: hebréia;
europeu: européia.
b- Terminados em ES, OR, OL e UL
passam a A: português: portuguesa;
espanhol: espanhola; cru: crua;
cantor: cantora.
c- Terminados em ÃO passam a
ONA; Ã e OA: órfão: órfã;
sabichão: sabichona; tabaréu:
tabaroa. Exceções: réu: ré; ilhéu:
ilhoa; judeu: judia; tabaréu:
tabaroa; sandeu: sandia.
d- Compostos: flexionam apenas o
último elemento: acordo luso-
brasileiro: relação luso-brasileira.
b) número
singular
plural
Segue as mesmas regras do substantivo: bom: bons;
saudável: saudáveis
a- os adjetivos compostos recebem a flexão,
apenas no último elemento: luso-brasileira(s)
b- designação de cor:
a) o último elemento se pluraliza: lenço azul-escuro;
lenços azul-escuros
b) os compostos formados de adjetivo + substantivo
ou substantivo + adjetivo, permanecem invariáveis:
Obs: substantivos usados como adjetivos que
correspondem à cor, em que se subentende a expressão
“da cor de”, permanecem invariáveis: anéis amarelo-ouro;
cuecas amarelo-palha; meias pérola; calcinhas abóbora;
cobertor rosa; cobertores rosa.
Adjetivos e suas locuções adjetivas correspondentes:
66
Adamantino: de diamantes; afio: que não se interrompe;
alectório: de galo; anoto: que não possui orelhas;
amudado: de mau humor; anacâmptico: que reflete a luz
ou o som; anserino: de ganso ou de pato antino: da flor;
argírio: de prata; arietino: de carneiro; avuncular: do tio,
tia; azerado: da cor do aço ou do chumbo; avoengo: do
avô; azoterado: com raiva; bombicino: de tonalidade
amarelo-pálida; capital: da cabeça; celular: da célula;
cervical: do pescoço; cinéreo: de cinza; coriáceo: de
couro; cróceo: da cor do açafrão; crural: da perna, da
coxa; dial: de cada dia; dilatório: que retarda; eferente:
que conduz do interior para o exterior; eôo: da aurora, do
oriente; epidíctico: cheio de aparato (discurso); éreo: de
cobre ou bronze; escalrichado: sem sabor; esplâncnico:
das víceras; esplênico: do baço; estibiado: de chumbo com
antimônio; estrito: que tem exatidão; estuante: quer ferve;
esurino: que provoca fome; etéreo: do éter; enxacoco: que
fala mal uma língua estrangeira qualquer; exangue: sem
sangue; expletivo: para encher ou completar; evo (é): que
é eterno; expletivo: para encher ou completar: falcato: da
forma de foice; fenido: que sofreu ferimento: feral:
relativo à fúnebre; ficiforme: em forma de figo; fidedigno:
digno de fé; flente: que chora; flutícolo: que habita no
mar; formicular: da formiga; fotelétrico: que transforma
energia luminosa em elétrica; fraterno: do irmão;
furfúreo: da farinha; genal: das faces; genicular: do
joelho; gípseo: de gesso; gris: de cor cinzento-azulada,
parda; havana: da cor castanho-clara; halial: do dedo
polegar: hesterno: do dia de ontem; hircino: do bode;
imbrífero: que traz chuva; incontinenti: sem controle;
infundibuliforme: de aspecto de funil; inguinal: da virilha;
inosso: sem sal; intorso: voltado para dentro; secorário: do
fígado; jocoso: que provoca riso; leporino: da lebre; letal:
da morte; letífero: que causa a morte; leucócomo: de
cabelos brancos; longímano: de mãos longas; maleiforme:
semelhante ao martelo; marcial: da guerra; nédio: de pele
lustrosa; nefasto: que causa a desgraça; nemoral: dos
bosques; neotérico: da mocidade; netuniano: do oceano;
numário: de medalhas; materno: da mãe; parietal: de
parede; pluvial: da chuva; preênsil: que segura ou agarra;
pudendo: que tem vergonha; paterno: do pai; precatório:
que se pede algo; prosaico: da prosa; quadrícipide: de um
67
músculo da coxa; salubre: com saúde; qüera: que não é
covarde; roaz: que rói; rocal: duro como pedra; roto: que
se rompeu; saporífero: que tem sabor; sarandie: sem
ocupação; saxifrugo: que dissolve pedras; seral: que
acontece durante a noite; sérico: da seda; setentrional: que
está no norte; sinápico: da mostarda; sorrateiro: que aje às
ocultas e astuciosamente; terrísono: de som aterrador;
tornadísso: à volta; torvo: que provoca horror; turino: de
incenso; vexativo: que afronta; vidual: de viuvez; vináceo:
do vinho; volátil: que voa.
Adjetivos pátrios: designam a origem, proveniência de
cidade, estado país, etc.:
Sufixos designativos: ACO: austríaco – AICO: hebraico,
judaico – ANO: baiano, mexicano –ÁTICO: asiático –
ENGO: judengo - ENHO: portenho, estremenho – ENO:
santareno, madrileno – ENSE: maranhense, caldense –
ÊS: português, inglês - ESCO: senegalesco – IO: índio,
sírio - ISTA: nortista, paulista – OTO: minhoto.
Abâncio: da Eubéia (antiga)
Abântico: da Gália-transalpina (povo celto-ibero-ligúrico)
Abios: da Cítia
Aças: povo pigmeu da África Central Açoriense, açoriano: Açores
Acreano: acre
Afegão, afegã:, afegane: Afeganistão Africano: África
Aimoreense: Aimorés
Alasquense, alasquiano: Alasca Alcobacense: Alcobaça
Alegretense: Alegrete
Alenquerense: Alenquer Alentejano: Alentejo
Alexandrino: Alexandria
Alfenense: Alfenas
Algarviense, algarvio: Algarve
Alhadense: de Alhadas (Portugal)
Alhandrense: Alhandra Alijoense: de Alijó
Aljubarrotense: Aljubarrota
Alpense, alpino: Alpes Almafitano: de Amáti (Itália)
Alsacioano: Alsácia
Alonos: da Mesopotâmia Alorita: de Aloro (Macedônia)
Amapense: Amapá
Amarantino: Amarante Amazonense, amazônico: Amazonas
Amparense: Amparo
Amsterdamês: Amsterdã Anapolino: Anápolis (GO)
Ancarense: Ancara
Andaluz: Andaluzia Angrense: Angra dos Reis
Antilhano, antilhense: Antilhas
Antuerpiano: Antuérpia Aracajuense: Aracaju
Aretino: Arezo
Argelinho: Argélia Armênio: Armênia
Asampatas: antigo povo da Cítia
Asclepitano: de Epidauro (cidade antiga da Argólida)
Ascreeu: de Ascra (antiga cidade da Beócia,
pátria de Hesíodo) Asculano: de Ásculo (antiga cidade de
Piceno)
Asdodita: de Asdod
Asenos: da Índia (antiga)
Aseus: da Cítia Asiática (antiga)
Assírio: Assíria Assisense: Assis
Assuanês: de Assua, Egito.
Asturiano: Astúrias Ataleense: de Ataléia (MG)
Atatinos: da antiga Sogdiana
Atramitas: antigo povo da Arábia Central Barriga verde: Santa Catarina
Bassutos: da África Austro-Central
Bequimõense: de Bequimão (Maranhão) Brusquense: de Brusque (Santa Catarina)
Buenairense; portenho: Buenos Aires
Coimbrão; conimbriense: Coimbra Capixaba: Espírito Santo
68
Caraquense ou salvadorenho: Caracas
Cipriota: Chipre
Damasceno: de Damasco (Síria)
Daomeano: de Daomé (África)
Decani: de Decão (Índia)
Egípicio: Egito Entebense: de Entebe (Uganda)
Erexinense: de Erexim
Erse: da alta Escócia Escalabitano: de Santarém
Etrusco: da Etrúria
Filandês ou finês: Finlândia Fueguino: da Ilha do Fogo
Gaúcho: Rio Grande do Sul
Gaélico: celtas da Inglaterra, Irlanda e Escócia
Galiense: da Gália, cidade de São Paulo
Galo: da França Gimnete: antigo povo da Índia e da Etiópia
Gitano: cigano espanhol
Grajau ou carajau: de Grajaú, Maranhão
Grajense: de Granja, Ceará
Guanchos: de Terenife
Hamburguense: de Novo Hamburgo, Rio Grande do Sul
Hamburguês: de Hamburgo, Alemanha
Hanoveriano: de Hanôver, Alemanha Heteu: antigo povo de Cannã, Palestina
Hieronímico: de São Jerônimo
Hierosomilitano: Belém Hispalense: de Sevilha
Hititas: povo antigo da Ásia Menor
Idumeu: da Iduméia, Ásia Iemenita: de Iêmem, Arábia
Iracemapolense: de Iracemápolis, São Paulo
Ireceense: de Irecê, Bahia Isodorense: de Major Isidoro, Alagoas
Jaboatense: de Jaboatão, Pernambuco
Jacutinguense: de Jacutinga, Minas Gerais
Jaguapitanense: de Jaguaraçu, Minas Gerais
Jaguaraçuense: de Jaguaraçu, Minas Gerais
Jaguarense: de Jaguarão, Rio Grande do Sul Jaguaribano: de Jaguaribe, Ceará
Jacarezinhense: de Jacarezinho, Paraná
Jaguaridense: de Jaguaripe, Bahia Jaguariense: de Jaguari, Rio Grande do Sul
Jaguarimense: de Jaguaruna, Ceará
Jambeirense: de Jambeiro, São Paulo Janaubense: de Janaúba, Minas Gerais
Jandaiense: de Jandaí, Goiás
Japirense: de Japira, Paraná Japoatanense: de Japoatã, Sergipe
Jarguaense: de Jaraguá, Goiás Jaraguariense: de Jaraguari, Mato Grosso
Jaraguariunense: de Jaguariúna, São Paulo
Jardinopolitano: de Jardinópolis, São Paulo Jarinense: de Jarinu, São Paulo
Jatiense: de Jati, Ceará
Jebuseu: povo antigo da Palestina Jecearense: de Jeceaba, Minas Gerais
Jequeriense: de Jequeri, Minas Gerais
Jequiense: de Jequié, Bahia Jequitaiense: de Jequiteí, Minas Gerais
Jequitibaense: de Jequitibá, Minas Gerais
Jeremoabense: de Jeremoabo, Bahia Jericuntino: de Jericó, Palestina
Jeronimense: de São Jerônimo, Paraná
Jesuanense: de Jesuânia, Minas Gerais Jesuense: de Bom Jesus, RS, BA, PI
Jiqueiriçaense: de Jequiriça, Bahia
Joaçabense: de Soaçaba, Santa Catarina Joaimense de Joaima, Minas Gerais
Joaquinense: de São Joaquim, Santa Catarina
ou São Paulo
Jucurutuense: de Jucurutu, Rio Grande do
Norte
Juiz-forense: de Juiz-de-Fora, Minas Gerais
Juliopolita: de Julinópolis, Bitínia e Egito Jundiaiense: de Jundiaí, São Paulo
Junqueirense: de Junqueiro, Alagoas
Junqueiropolense: de Junqueirópolis, São Paulo
Juraiense: de Juraia, Minas Gerais
Lambariense: de Lambari, Minas Gerais Lapense: de Bom Jesus da Lapa, Bahia
Lavrense: de Lavras, Minas Gerais e Ceará
Lemense: de Lema, São Paulo Leonês: de Leão, Espanha
Lésbio: de Lesbos
Letão: da Letônia Libertense: de Liberdade, Bahia
Líbio: da Líbia, África do Norte
Lídio: da Lídia, Ásia Menor
Lígure: da Ligúria, Itália
Londrinense: de Londrina
Londrino: de Londres Linense: de Lins, São Paulo
Lionês ou lugdunense: de Lião, França:
Lisboeta: Lisboa Lobatense: de Monteiro Lobato
Lombardo: da Lombardia
Lorenense: de Lorena, São Paulo Luandense: de Luanda, Angola
Ludovicense: de São Luís
Luxemburguês: de Grão-ducado de Luxemburgo
Macaense: de Macau
Madagascarense ou malgaxe: de Madagascar (ilha do mar das Índias)
Madalenense: de Santa Maria Madalena, Rio
de Janeiro
Madrileno ou madrilense ou madrilês: de
Madri
Mafrense: de Mafra, Santa Catarina Marajoara: da Ilha de Marajó
Magalhense: de Magalhães de Almeida,
Maranhão Mageense: de Magé, Rio de Janeiro
Magiar ou húngaro: da Hungria
Maiorquino: da Ilha de Majorco Malagenho: de Málaga, Espanha
Malaio: da Malásia
Maltês: da Ilha Malta (Mediterrâneo Central) Manchú: da Manchúria
Mangaratibano: de Mangaratiba, Rio de Janeiro
Maraãense: do Maraã, Amazonas
Marabaense: de Marabá Paulista Maracajuano ou maracajuense: de Maracaju,
Mato Grosso
Marajoara: da Ilha de Marajó, Pará Marata: da Índia meridional
Maratônio: de Maratona
Marcelinense: de Marcelino Vieira, Rio Grande do Norte
Matoense: de Matões, Maranhão
Matonense: de Matão, São Paulo Matrilense ou madrilenho: de Madri,
Espanha
Mauriense: de São Mauro Medo: da Média, Ásia
Minhoto: de Minho, Portugal
Minorquino: de Minorca, Espanha Mirandês: de Miranda, Portugal
Missão-velhense: de Missão Velha, Ceará
69
Moabita: de Moab
Mocoquense: de Mococa, São Paulo
Moçoroense: de Moçoró, Rio Grande do Sul
Modenense: de Módena, Itália
Montenegrino: de Montenegro, Europa
Moreota: da Moréia, Grécia Moscovita: de Moscou, Rússia
Napolitano: Belém
Navarro: de Navarra, Espanha Nazareno: de Nazaré (Palestina e Bahia),
Nazareno(MG), Nazaré da Mata (PE)
Neandertalense: de Neandertal, Alemanha Nórdico: do norte europeu: suecos,
dinamarqueses, noruegueses
Nórico: da Nórica, Áustria Numantino: da Numância
Orleanês: de Orleans, França
Ourense: de Conceição dos Ouros, Minas Gerais
Ouro-pretano: de Ouro Preto, Minas Gerais
Pacenho: La Paz
Pacotiense: de Pacoti, Ceará
Paduano: de Santo Antônio de Pádua, Rio de
Janeiro Penafidelense: de Penafiel, Portugal
Permiano: de Perm, Rússia
Pindense: Pindamonhangaba Potiguar; Rio Grande do Norte
Quatrumano: sertanejo do Rio São Francisco
Remense: de Reims, França
Resendense: de Resende, Rio de Janeiro
Rifenho: do Rife, África
Romeno: Romênia
Sabeu: de Sabá
Salamanquense: da Salamanca
Salmantino: da Salamanca Salvadorenho: da República do Salvador
Samaritano: da Samaria
Sâmio: da Ilha de Samos Samoiedeos: da União Soviética, região do
Mar Branco
Santuense: de Santo Antônio de Iça, Amazonas
Sardo: da Sardenha
Serra-pretense: de Serra Preta, Bahia Sete-lagoano:de Sete Lagoas, Minas Gerais
Setubalense: de Setúbal, Portugal
Siberiano: da Sibéria, Rússia Sionita: Sião
Singalês, sintrão: da Ilha de Ceilão
Sorocabano: de Sorocaba, São Paulo
Soteropolitano: de São Salvador (BA)
Suliota: do Suli, Grécia antiga
Tarraconense: de Tarragona, Espanha Tunisino: da Tunísia ou da cidade de Tunis,
África
Ubaense: de Ubá, Minas Gerais Ubajarense: de Ubajara, Ceará
Ubatubense: de Ubatuba, São Paulo
Vimaranense:Guimarães
c) grau
exprime o aumento ou a diminuição de grandeza do ser
em relação ao tipo médio ou normal
de igualdade: Maria é tão inteligente
quanto Pedro.
comparativo de superioridade analítico:
Maria é mais inteligen-
te que
Antônio.
Sintético:
Maria é inteligentíssi-
ma
de inferioridade: João é menos
inteligente que Maria.
relativo de inferioridade: Ele era o
menos esperto da sala.
superlativo
analítico: Ele era
amabilíssimo.
absoluto
70
sintético: Ele era muito
amável.
3. Locução adjetiva
Expressão formada de uma preposição com um
substantivo: O amor de irmão (fraterno); carne de vaca
(bovina).
IV. Numeral
1. Classificação do numeral:
cardinal
ordinal
multiplicativo
fracionário
Classificação dos numerais
Cardinais: indicam quantidade: um, dois, três, quatro...
Ordinais: indicam ordem: primeiro, segundo, terceiro...
Multiplicativos: exprimem aumento proporcional da
quantidade: duplo/dobro, triplo/tríplice, quádruplo,
quíntuplo, sêxtuplo, séptuplo, óctuplo, nônuplo, décuplo,
cêntuplo...
Fracionários: exprimem a diminuição proporcional da
quantidade: meio, terço, quarto, quinto, sexto, sétimo,
oitavo, nono, décimo, vigésimo, centésimo, milésimo,
milionésimo, doze avos, trinta e quatro avos, etc.
cardinais ordinais multiplicativos
fracionários
um primeiro (simples) -
dois segundo dobro, duplo
meio
três terceiro triplo, tríplice
terço
quatro quarto quádruplo
quarto
cinco quinto quíntuplo
quinto
seis sexto sêxtuplo
sexto
71
sete sétimo sétuplo
sétimo
oito oitavo óctuplo
oitavo
nove nono nônuplo
nono
dez décimo décuplo
décimo
onze décimo primeiro undécuplo
onze avos
doze décimo segundo duodécuplo
doze avos
treze décimo terceiro -
treze avos
quatorze décimo quarto -
catorze avos
quinze décimo quinto -
quinze avos
dezesseis décimo sexto -
dezesseis avos
dezessete décimo sétimo -
dezessete avos
dezoito décimo oitavo -
dezoito avos
dezenove décimo nono -
dezenove avos
vinte vigésimo -
vinte avos
trinta trigésimo -
trinta avos
quarenta quadragésimo -
quarenta avos
cinqüenta qüinquagésimo -
cinqüenta avos
sessenta sexagésimo -
sessenta avos
setenta septuagésimo -
setenta avos
oitenta octogésimo -
oitenta avos
noventa nonagésimo -
noventa avos
72
cem, cento centésimo cêntuplo
centésimo
duzentos ducentésimo -
ducentésimo
trezentos trecentésimo -
trecentésimo
quatrocentos quadringentésimo -
quadringentésimo
quinhentos qüingentésimo -
quingentésimo
seiscentos sexcentésimo -
sexcentésimo
setecentos septingentésimo -
septingentésimo
oitocentos octingentésimo -
octingentésimo
novecentos nongentésimo -
nongentésimo
mil milésimo -
milésimo
milhão milionésimo -
milionésimo
bilhão bilionésimo -
bilionésimo
trilhão trilhionésimo -
trilhionésimo
2. Flexão do numeral É a palavra que simboliza nome de número.
a) gênero: “um”, “dois”, e as centenas a partir de
“duzentos”, os ordinais e os fracionários apresentam
masculino e feminino.
masculino: um, dois, meio, primeiro, segundo, etc...
feminino: uma, duas, meia, primeira, segunda, etc...
b) número: alguns numerais apresentam esta flexão.
singular: um, primeiro, segundo,
plural: uns, primeiros, segundos,
Obs: Os coletivos (conjunto de elementos com número
exato) sofrem flexão de número: bíduo, bimestre, centena,
centenário, decálogo, decúria, dezena, dístico, dúzia,
73
grosa, lustro, milênio, milheiro, novena, par, quarentena,
quarteto, quina, qüinqüênio, resma, semestre, septênio,
sesquicentenário, sexênio, sextilha, terceto, terno, trezena,
triênio, trinca. Não confunda: não são numerais, mas
adjetivos: “último”, “anterior” e derivados. Ambos,
ambas: substituem o cardinal “os dois”. 14 e 50 podem ser
grafados de dois modos: quatorze ou catorze; cinquenta
ou cincoenta (forma do séc. XIII), mas cincoenta e hum
(bancária) é inadequada no padrão-formal culto. 2.000º
em diante é grafado o primeiro número como cardinal, o
ordinal como primeiro número, como segunda opção:
2032º: dois milésimo trigésimo segundo (segundo
milésimo trigésimo segundo). Milhão, bilhão e trilhão,
podem ser grafados milião, bilião, trilião e recebem flexão
de número: milhões, bilhões, etc... Na leitura e na escrita
dos cardinais devemos intercalar a conjunção “e” entre as
unidades, as dezenas e as centenas: vinte e dois;
seiscentos e oitenta e nove. Não se emprega a conjunção
“e” entre o milhar e a centena: mil duzentos e trinta e seis.
Quando a centena começar por zero usamos a conjunção
“e”: quatro mil e quarenta e quatro e, quando a centena
terminar por dois zeros: dois mil e oitocentos. Quando a
centena começar por zero e quando ela terminar por dois
zeros, temos que intercalar a conjunção “e”: 7.022: sete
mil e vinte e dois; 2.800: dois mil e oitocentos. Na escrita
de numerais muito extensos, empregamos
obrigatoriamente o “e” entre os elementos de uma mesma
ordem de unidade. Quando passamos de uma ordem a
outra, omitimos a conjunção: 343 286: trezentos e
quarenta e três mil duzentos e oitenta e seis; 124 876 321:
cento e vinte e quatro milhões oitocentos e setenta e seis
mil trezentos e vinte e um. Palavras que se referem a
numerais: biênio: dois anos; tríduo: três dias; triênio: três
anos; qüinqüênio: cinco anos; sesquicentenário: cento e
cinqüenta anos; terceto, dueto, quintilha quadrimotor,
bienal (de dois em dois anos), século, centena, dezena. Os
multiplicativos: duplo, dobro, triplo, quádruplo, quíntuplo,
sêxtuplo, sétuplo, óctuplo, nônuplo, décuplo, cêntuplo.
Nos campeonatos usamos os gregos: campeão, bi-
campeão, tri-campeão, tetra, penta, hexa, septa, octa,
nônupla, deca, undeca, duodeca, etc....
74
Emprego:
a- Para se referir aos dias do mês e às horas,
usamos os cardinais: primeiro de dezembro;
dois de dezembro, viemos às vinte horas.
b- Na designação de portarias, decretos e leis,
usamos o ordinal até o nono e o cardinal de
dez em diante: artigo oitavo, artigo dez; lei
vinte e dois, lei oitava; decreto nono, decreto
dez.
c- Usamos os ordinais até o décimo e, os
cardinais de onze em diante, na designação
de partes de uma obra, de papas, reis séculos
e imperadores: século IX, século XX, papa
onze, papa décimo, Henrique décimo, João
onze.
d- Se a palavra CASA está indicando a ordem
de sua colocação entre outras, e se o numeral
vem depois do nome, usamos o cardinal.
e- Usamos o cardinal após a palavra DIA (mas
não quando o numeral for PRIMEIRO, aqui
podemos representá-la pelo cardinal ou pelo
ordinal): dia 1º/9/68 ou dia 1/9/68.
f- Nas datas usamos os cardinais, a não ser no
primeiro dia do mês, em que usamos o
ordinal: 1º/9/68.
V – Pronome: palavra que não dá nome ao ser, mas o
representa, se se refere a ele.
1. Classificação do pronome
reto: eu, tu, ele, ela, nós, vós,
eles, elas
pessoal oblíquo (reflexivo, não
reflexivo): tônicos: mim,
comigo, ti, contigo, si, consigo,
conosco, convosco,
si, consigo, eles, elas; átonos:
me, te, se, lhe, o a, se,
nos, vos, lhes, se, os, as
de tratamento:
75
você (tratamento familiar), o
senhor, a senhora (o Sr. a Sra)
(tratamento cerimonioso)
Vossa Senhoria (V. Sa)
(funcionários públicos graduados
ou à pessoas com certa
cerimônia);
Vossa Excelência (V. Exa.) (altas
autoridades do governo)
Vossa Majestade (V.M.) (reis,
imperadores)
Vossa Alteza (V.A) (príncipes,
duques, condes)
Vossa Santidade (V.S.) (papas);
Vossa Eminência (V. Ema)
(cardeais);
Vossa Magnificência (V. Maga)
(reitores de universidades);
Vossa Paternidade (abades)
Vossa Reverendíssima (V.
Revma
) (sacerdotes)
Meritíssimo: juízes
Observação a respeito dos pronomes de tratamento: aqueles do tipo protocolar são empregados na
correspondência oficial, bancária, comercial e ambientes de elevado respeito.. Usamos o possessivo VOSSA para a pessoa com quem se fala e SUA para a pessoa de quem se fala. Para nos dirigir a
pessoas de hierarquia usamos um pronome de tratamento e a saudação: CIVÍS = Cônsul: Ex.mo Sr.
Cônsul do.../ Prezado Sr. Cônsul; Deputado: Ex.mo Sr. Deputado/ Prezado Sr. Deputado; Embaixador: Ex.mo Sr. Embaixador do../ Prezado Sr. Embaixador; Governador: Ex.mo Sr. Governador/
Excelentíssimo Senhor; Juiz: Meritíssimo Sr. Juiz/ Prezado Senhor; Ministro: Ex.mo Sr... DD.
Ministro do.../ Excelentíssimo Senhor; Presidente da Assembléia Legislativa: Ex.mo Sr.... DD. Presidente da Assembléia Legislativa/ Excelentíssimo Senhor; Presidente da Câmara dos Deputados:
Ex.mo Sr. ... DD. Presidente da Câmara dos Deputados/ Excelentíssimo Senhor; Presidente da Câmara
dos Vereadores: Ex.mo Sr. ... DD. Presidente da Câmara dos Vereadores; Presidente da República: Ex.mo Sr. ... DD. Presidente da República do Brasil/ Excelentíssimo Senhor; Reitor: Ex.mo Sr.
Magnífico Reitor da Universidade.../ Excelentíssimo Senhor; Senador: Ex.mo Sr. Senador.../ Muito
honrado Senhor; Vice-Presidente da República: Ex.mo Sr. ... DD. Vice-Presidente da República do.../ Excelentíssimo Senhor; ECLESIÁSTICOS = Abade: A Sua Paternidade o Abade.../ Reverendíssimo
Senhor; Arcebispo: Ex.mo e Ver.mo Sr. Arcebispo.../ Reverendíssimo Prelado; Bispo: Ex.mo e Ver.mo
Bispo .../ Reverendíssimo Prelado; Cardeal: Em.mo Sr. Cardeal .../ Eminentíssimo Senhor; Deão:
Ver.mo Ser. Deão .../ Reverendíssimo Senhor; Madre Superiora: Ver.ma Sra Madre Superiora .../
Reverendíssima Madre; Ministro: Ex.mo Sr. Rev.o ... / Senhor Reverendo; Monsenhor: Rev.mo Sr.
Mons. .../ Reverendíssimo Senhor; Núncio: Em.mo Sr. Núncio Apostólico .../ Eminentíssimo Senhor; Padre: Rev.mo Sr. P.e .../ Reverendíssimo Padre; Papa: A Sua Santidade o Papa .../ Beatíssimo Padre;
Rabino: Ex.mo Sr. Rev.o .../ Senhor Reverendo; MILITARES = Almirante: Il.mo Sr. Almirante ... /
Prezado Senhor; Capitão-de-mar-e-guerra: Il.mo Sr. Capitão-de-mar-e-Guerra .../ Prezado Senhor; Comandante General: Ex.mo Sr. Com. Gen. .../ Excelentíssimo Senhor; Coronel: Il.mo Sr. C.el .../
Prezado Senhor; General: Ex.mo Sr. Gen. .../ Excelentíssimo Senhor; General (Ministro da Guerra):
Ex.mo Sr. Gen. ... DD. Ministro da Guerra/ Excelentíssimo Senhor; Major: Il.mo Sr. Maj. ... / Senhor Major; Major General: Ex.mo Sr. Maj. Gen. .../ Excelentíssimo Senhor; Tenente: Il.mo Sr. T.te ..../
Prezado Senhor; Tenente-Coronel: Il.mo Sr. T.te C.el .../ Prezado Senhor. A forma “consigo” é
composto de “com” e “sigo” ( pronome. de terceira pessoa singular reflexivo) e só se pode referir ao sujeito da oração que esteja na terceira pessoa singular: Não usamos “Irei consigo”, mas “Irei com
você”, porém podemos usar: “Ele pensou consigo mesmo”. “Disse ela de si para consigo”.
76
possessivo: meu(s), minha(s), teu(s), tua(s), seu (s),
sua(s), nosso(s), nossa(s), vosso(s), vossa(s).
demonstrativo: localiza o ser no espaço ou no
tempo, com relação às pessoas do discurso, são variáveis
1a pessoa: este, esta; 2
a: esse, essa; 3
a aquele, aquela;
invariáveis: 1a: isto; 2
a: isso e 3
a: aquilo (são também
chamados de pronomes dêiticos).
indefinido: dão um sentido vago, impreciso ao ser
ou exprimem quantidade indeterminada; referem-se à
terceira pessoa do discurso; são variáveis: algum(s),
alguma(s), nenhum(a)(s), certo(a) (s), muito(a) (s),
outro(a)(s), pouco(a)(s), todo(a)(s), vário(a)(s),
tanto(a)(s), quanto(a)(s), qualquer, quaisquer, diversos
(as), um(a)(s), tamanho(a)(s). Invariáveis: alguém,
ninguém, cada, outrem, tudo, nada, algo, que.
interrogativo: introduzem uma interrogação,
pergunta, são variáveis: qual, quais, quanto(a)(s) e
invariáveis: quem, que.
relativo: representam um termo mencionado
anteriormente: que, quem, onde, cujo(a)(s), o qual, a qual,
os quais, as quais, quanto(a)(s).
2. Flexão do pronome:
a) gênero:
masculino
feminino
b) número:
singular
plural
c) pessoa:
primeira
segunda
terceira
3. Locução pronominal: cada um, cada qual, quem quer
que, todo aquele que, seja quem for, seja qual for.
Nota – Os que fazem às vezes de substantivo
chamam-se pronomes substantivos; os que
acompanham o substantivo, pronomes adjetivos.
77
VI – Verbo: palavra que exprime ação, estado, fenômeno
por meio do modo, tempo, pessoa, número e voz.
1. Classificação do verbo:
regular: seguem um modelo comum de
conjugação, um mesmo paradigma.
irregular: sofrem alterações no radical e nas
terminações.
anômalo: apresentam radicais com profundas
alterações, como o verbo “ser” e “ir”, porque suas formas
provêm de radicais latinos. “Ser” veio das formas latinas
“esse”, “sedere”, “fugere”. As formas que tem “e” (eram,
eram) vieram de “esse”; as que têm “s” (sou, seremos) de
“sedere” (de onde também se fez o Imperativo
Afirmativo: sê tu, sede vós); em “f” (foi, foram) de
“fugere”. Do verbo “ir” as formas em “i” (ia, irei) vieram
de “ire”; em “v” (vamos, vades) de “vadere”; em “f” (fui,
fôramos) de “fugere”
defectivo: não possuem conjugação completa,
falta-lhes alguns tempos e pessoas. Temos os verbos que
só se conjugam nas formas em se mantém o “i” da
terminação: advir, adir, aguerrir, combalir, compelir,
demolir, embair, empedernir, esbaforir, extorquir, falir,
florir, fornir, polir, remir, ressarcir, retorquir. Outros sós
são conjugados nas formas em que ao radical se segue “i”
ou “e”: abolir, aquiescer, aturdir, banir, bramir, brandir,
colorir, carpir, combalir, demolir, discernir, exaurir,
fremir, fulgir, imergir, impingir, ruir, ungir. O verbo
“reaver”, derivado de haver, só existe nas formas em que
no verbo haver aparecer o “v”. O verbo “precaver-se”
segue o modelo da segunda conjugação conjugado na
primeira e segunda pessoas do plural no presente do
indicativo; segunda do plural no imperativo afirmativo, no
imperativo negativo e presente do subjuntivo, não existe.
Alguns impessoais são defectivos, porque não tem sujeito
e só são conjugados na terceira pessoa do singular:
Choveu, ventava, havia, (fazer) faz, fez, florescer, uivar,
latir.
abundante: apresentam duas ou mais maneiras de
exprimir uma forma verbal, temos as formas regulares
(aceitado, anexado) e as formas irregulares (aceito,
anexo).
78
auxiliar: verbo que se junta ao principal, para
auxiliá-lo na conjugação dos tempos compostos.
Lista dos verbos abundantes regulares e irregulares:
Em geral, emprega-se a forma regular com os auxiliares ter e haver na voz ativa, ficando o
particípio invariável (tenho aceitado), e a forma irregular com os auxiliares ser e estar (ser
aceito/aceitado). tornando-se o particípio variável. As formas irregulares são empregadas
como adjetivos.
Infinitivo particípio regular particípio
irregular
Absorver absorvido absorto
Aceitar aceitado aceito
Acender acendido aceso
Adquirir adquirido aquisto
Afligir afligido aflito
Agradecer agradecido grato
Anexar anexado anexo
Aprontar aprontado pronto
Assentar assentado assente
Atender atendido atento
Benzer benzido bento
Benquistar benquistado benquisto
Cativar cativado cativo
Cegar cegado cego
Circundar circundado circunciso
Completar completado completo
Comprimir comprimido compresso
Concretar concretado concreto
Confessar confessado confesso
Conhecer conhecido cógnito
Convencer convencido convicto
Conter contido conteúdo
Corrigir corrigido correto
Cultivar cultivado culto
Curvar curvado curvo
Descalçar descalçado descalço
Despertar despertado desperto
Devolver devolvido devoluto
Dirigir dirigido direto
Dispersar dispersado disperso
Dissolver dissolvido dissoluto
Distinguir distinguido distinto
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Eleger elegido eleito
Entregar entregado entregue
Enxugar enxugado enxuto
Esconder escondido escuso
Estreitar estreitado estreito
Escusar escusado escuso
Excetuar excetuado exceto
Excluir excluído excluso
Expressar expressado expresso
Exprimir exprimido expresso
Expulsar expulsado expulso
Extremar extremado extremo
Faltar faltado falto
Fartar fartado farto
Findar findado findo
Frigir frigido frito
Fixar fixado fixo
Ganhar ganhado(desus.) ganho
Gastar gastado gasto
Ignorar ignorado ignoto
Infetar infetado infeto ou
infecto
Infestar infestado infesto
Inserir inserido inserto
Libertar libertado liberto
Limpar limpado limpo
Livrar livrado livre
Manifestar manifestado manifesto
Matar matado morto
Misturar misturado misto
Morrer morrido morto
Murchar murchado murcho
Nascer nascido nato ou nado
Ocultar ocultado oculto
Prender prendido preso
Quitar quitado quite
Remover removido remoto
Requisitar requisitado requisito
Resolver resolvido resoluto
Restringir restringido restrito
Romper rompido roto
Salvar salvado salvo
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Situar situado sito
Submeter suspendido submisso
Suprimir suprimido supresso
Surgir surgido surto
Suspender suspendido suspenso
Suxar (afrouxar) suxado suxo
Tender tendido tenso
Tingir tingido tinto
Torcer torcido torto
2. Conjugações:
Três são as conjugações:
a 1ª com o tema terminado em a: cantar, falar, chamar.
a 2ª com o tema terminado em e: fazer, correr, perder.
a 3ª com o tema terminado em i: ferir, sorrir, pedir.
Formação do verbo:
primitivo e derivado: componho, decomponho.
simples e composto – simples: uma só forma verbal: eu
canto; compostos: uma forma verbal que é o auxiliar e
outra, o principal: tenho cantado.
3. Flexão verbal
a) modo: indica a atitude da pessoa em relação ao fato
que enuncia.
indicativo: enuncia um fato como real, concreto.
subjuntivo: enuncia o fato como desejado, suposto ou
julgado possível.
imperativo: indica ordem, desejo, súplica, convite e
exortação.
b) formas nominais do verbo: funcionam como nomes,
além de seu valor verbal. Participam da natureza do verbo
e do nome, substantivo ou adjetivo,e do advérbio.
flexionado
infinitivo pessoal não flexionado
impessoal
pessoal (flexionado): vender, venderes, vender,
vendermos, venderdes, venderem: (não flexionado):
vender; impessoal: vender.
gerúndio: forma verbal com a terminação –ndo:
cantando, falando.
81
particípio: forma verbal, que no passado, quando
regular, apresenta as terminações –do, -to: falado, feito. infinitivo: participa da natureza do substantivo, exercendo uma de suas
funções: Esquecer era-lhe uma constante (O esquecimento...): gerúndio:
participa da natureza do advérbio, indicando uma circunstância em que se
dá o fato: água fervendo (fervente), estudando conseguirei (modifica o
verbo): particípio: tem valor de adjetivo: estava perdido entre a multidão.
Observações sobre o uso do infinitivo flexionado: 1- sempre que estiver
acompanhado de um nominativo sujeito, nome ou pronome (quer igual ou
de outro verbo, quer diferente): Declaramos (nós) estarem (eles)
saudáveis. 2- sempre que se tornar necessário, destacar o agente, e a ação
referir especialmente a um sujeito, para esclarecer o pensamento, ele
concordará com o sujeito que temos em mente: Viu partirem as duas
mulheres. 3- quando o autor quer relevar a pessoa a que o verbo se refere:
Pode você ser o maioral, que não me importo.
Obs: Tem o nome de infinitivo (ou infinito), porque é uma forma
invariável em todas as línguas, entretanto na Língua Portuguesa tem
formas iguais com a 1a e a 3
a pessoas do Futuro do Subjuntivo.
c) tempo: indica o momento em que se dá o fato expresso
pelo verbo.
presente: eu canto, eu corro, eu falo
imperfeito: se eu cantasse, se eu
corresse
pretérito perfeito simples: eu cantei, eu
corri
composto: tenho
cantado, tenho corrido
mais-que-perfeito simples: se eu
cantasse
composto:
tinha cantado
simples: cantarei,
correrei
do presente composto: for
cantado
futuro
do pretérito simples: cantaria,
correria, amaria (veio
do antigo condicional:
amar + havia)
82
composto: tenha
sido cantado
d) número:
singular
plural
e) pessoa:
primeira: eu, nós
segunda: tu, vós, você
terceira: ele(a), ele(a)s
f) voz: indica o relacionamento do sujeito com o processo
verbal.
ativa: o sujeito é agente da ação verbal: Ele quebrou o
vaso.
passiva com auxiliar: o sujeito é paciente: O vaso
foi quebrado por ele.
reflexiva com pronome apassivador: o sujeito é
agente e paciente simultaneamente: Ele se barbeou.
5. Locução verbal: dois ou mais verbos que se juntam
para representar o valor de um, em que o(s) auxiliar(es)
antecedem o principal: tenho estudado; queria estar
estudando; tentou ficar esperando chover; está querendo
suportar agüentar estudar.
Notas – a) O verbo pôr (e os dele formados) constitui
anomalia da 2ª conjugação;
c) a denominação futuro do pretérito “amaria”
(simples e composto) substitui a de condicional
“amar havia” (simples e composto).
Conjugação verbal de verbos regulares – CANTAR
– 1a conjugação
INDICATIVO SUBJUNTIVO
IMPERATIVO
Presente Pret. imperf. Presente
Afirm.
canto cantava cante
-
cantas cantavas cantes
canta
83
canta cantava cante
cante
cantamos cantávamos cantemos
cantemos
cantais cantáveis canteis
cantai
cantam cantavam cantem
cantem
Pret. Perf. Pret. mais –q.-perf. Pret. imperf
Neg. (não...)
cantei cantara cantasse
-
cantaste cantaras cantasses
cantes
cantou cantara cantasse
cante
cantamos cantáramos cantássemos
cantemos
cantastes cantáreis cantásseis
canteis
cantaram cantaram cantassem
cantem
Fut. do pres. Fut. do pret. Futuro
GERÚNDIO
Cantarei cantaria cantar
cantando
Cantarás cantarias cantares
Cantará cantaria cantar
Cantaremos cantaríamos cantarmos
PARTICÍPIO
Cantareis cantaríeis cantardes
Cantarão cantariam cantarem
cantado
VENDER – 2a conjugação
INDICATIVO SUBJUNTIVO
IMPERATIVO
Presente Pret. imperf. Presente
Afirm.
vendo vendia venda
-
vendes vendias vendas
vende
84
vende vendia venda
venda
vendemos vendíamos vendamos
vendamos
vendeis vendíeis vendais
vendei
vendem vendiam vendam
vendam
Pret. Perf. Pret. mais –q.-perf. Pret. imperf
Neg. (não...)
vendi vendera vendesse
-
vendeste venderas vendesses
vendas
vendeu vendera vendesse
venda
vendemos vendêramos vendêssemos
vendamos
vendestes vendêreis vendêsseis
vendais
venderam venderam vendessem
vendam
Fut. do pres. Fut. do pret. Futuro
GERÚNDIO
venderei venderia vender
vendendo
venderás venderias venderes
venderá venderia vender
venderemos venderíamos vendermos
PARTICÍPIO
vendereis venderíeis venderdes
venderão venderiam venderem
vendido
PARTIR – 3a conjugação
INDICATIVO SUBJUNTIVO
IMPERATIVO
Presente Pret. imperf. Presente
Afirm.
parto partia parta
-
partes partias partas
parte
85
parto partia parta
parta
partimos partíamos partamos
partamos
partis partíeis partais
parti
partem partiam partam
partam
Pret. Perf. Pret. mais –q.-perf. Pret. imperf
Neg. (não...)
parti partira partisse
-
partiste partiras partisses
partas
partiu partira partisse
parta
partimos partíramos partíssemos
partamos
partistes partíreis partísseis
partais
partiram partiram partissem
partam
Fut. do pres. Fut. do pret. Futuro
GERÚNDIO
partirei partiria partir
partindo
partirás partirias partires
partirá partiria partir
partiremos partiríamos partirmos
PARTICÍPIO
partireis partiríeis partirdes
partirão partiriam partirem
partido
Conjugação dos tempos compostos
VOZ ATIVA
I - Modo Indicativo
Pret. Perf. Pret.mais-que-perf. Fut. do pres.
Fut. do pret.
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Tenho cantado Tinha cantado Terei cantado
teria cantado
Tens cantado Tinhas cantado Terás cantado
terias cantado
Tem cantado Tinha cantado Terá cantado
teria cantado
Temos cantado Tínhamos cantado Teremos
cantado teríamos cantado
Tendes cantado Tínheis cantado Tereis cantado
teríeis cantado
Têm cantado Tinham cantado Terão cantado
teriam cantado
II – Modo Subjuntivo
Pret. perf. Pret. mais-que-perf.
Futuro
Tenha cantado tivesse cantado
tiver cantado
Tenhas cantado tivesse cantado
tiveres cantado
Tenha cantado tivesse cantado
tiver cantado
Tenhamos cantado tivéssemos cantado
tivermos cantado
tenhais cantado tivésseis cantado
tiverdes cantado
tenham cantado tivessem cantado
tiverem cantado
III – Formas nominais
Infinitivo pessoal ou flexionado Infinitivo impessoal
ou não flexionado
Ter cantado ter cantado
Teres cantado
Ter cantado
Termos cantado Gerúndio
Terdes cantado tendo cantado
Terem cantado
Obs: com exceção do pretérito perfeito do modo indicativo, todas as outras formas verbais,
também são conjugadas com o verbo HAVER.
VOZ PASSIVA
Modo Indicativo
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Pres. Pret. imperf. Pret. Perf. Simples
Pret. Perf. Comp
Sou cantado Era cantado Fui cantado
Tenho sido cantado
És cantado Eras cantado Foste cantado
Tens sido cantado
É cantado Era cantado Foi cantado
Tem sido cantado
Somos cantados Éramos cantados Fomos cantados
Temos sido cantados
Sois cantados Éreis cantados Fostes cantados
Tendes sido cantados
São cantados Eram cantados Foram cantados
Têm sido cantados
Pret. mais-q-perf. Pret.mais-q-perf. Fut. do pres.simples
Fut. do pres. composto
simples composto
Fora cantado Tinha sido cantado serei cantado
Terei sido cantado
Foras cantado Tinhas sido cantado serás cantado
Terás sido cantado
Fora cantado Tinha sido cantado será cantado
Terá sido cantado
Fôramos cantados Tínhamos sido cant seremos cantado
Teremos sido cantado
Fôreis cantados Tínheis sido cantado sereis cantados
Tereis sido cantados
Foram cantados Tinham sido cantado Serão cantados
Terão sido cantados
Futuro do pretérito simples Futuro do
pretérito composto
Seria cantado Teria sido
cantado
Serias cantado Terias sido
cantado
Seria cantado Teria sido
cantado
Seríamos cantados Teríamos sido
cantados
Seríeis cantados Teríeis sido
cantados
Seriam cantados Teriam sido
cantados
88
Obs: Auxiliares acurativos: combinam-se com o infinitivo ou gerúndio do verbo principal para
determinar com mais rigor os aspectos do momento da ação verbal, que não se acham bem definidas
na divisão geral do tempo presente, passado e futuro. Denotam: a) início de ação: começar a escrever,
pôr-se a correr; b) iminência de ação (prestes a acontecer): estar para ouvir, estar por falar; c)
desenvolvimento gradual da ação: andar falando; d)repetição de ação: tornar a dizer; voltar a beber; e) término de ação: acabar de fazer, deixar de fumar. Auxiliares modais: combinam-se com o infinitivo
ou gerúndio do verbo principal, para determinar com mais rigor, o modo como se realiza ou se deixa
de realizar a ação verbal. Expressam: a) necessidade, obrigação, dever: ter de comprar; precisar falar; b) possibilidade, capacidade: poder andar; saber redigir; c) vontade, desejo: querer fazer; desejar ter;
d) tentativa ou esforço: atrever-se a errar; tentar subir, pretender namorar; e)consecução: conseguir
vencer; lograr falar; f) aparência, dúvida: parecer falar; g) movimento para realizar um intento futuro: ir viajar (amanhã); ir escrever; h) resultado: vir a escrever.
Locuções verbais perfeitas: ambos verbos possuem um só sujeito; locuções com auxiliares causativos
(mandar, deixar, fazer ou sinônimos) ou com auxiliares sensitivos (ver, ouvir, olhar, sentir ou sinônimos) são locuções imperfeitas, porque cada verbo forma uma oração diferente: Mandei-o entrar.
Senti Maria vacilando. Verbos incoativos (com sufixo ECER): indicam o começo de estado ou ação e
aumento progressivo de ação: entardecer; enobrecer; amadurecer. Verbos freqüentativos: indicam ação repetida: dedilhar, lambiscar, saltitar; bebericar; guerrear; folhear; com o particípio imperfeito
indicam com mais ênfase a ação expressa pelo predicado: vir vindo; vou indo bem. Verbos
perifrásticos (que formam perífrases, circunlóquios): estar escrevendo. Outra observação quanto ao
acrescentamento de pronomes oblíquos aos verbos: quando a forma verbal terminar em vogal oral,
acrescentamos: o, a, os, as: comprar + o: comprá-lo; se terminar em r, s ou z, a consoante desaparece e
pronome toma a forma lo, la, los, las: pus + a: pu-la; ferir + o: feri-lo; fiz + a: fi-la; se terminar em vogal nasal ou ditongo nasal, temos no; na; nos; nas: compram + o: compram-no; pões + a: põe-na.
Voz reflexiva e verbo pronominal
São aqueles que só se conjugam com pronomes oblíquos:
arrepender-se, queixar-se, apaixonar-se, etc. Outros vêm com os
pronomes oblíquos na voz reflexiva: ferir-se; pentear-se; etc.: eu me
queixo, tu te queixas ou queixo-me, queixas-te; Verbo ter + o:
tenho-o, tem-lo, tem-no, temo-lo, tende-lo, têm-no.
VII – Advérbio: palavra que exprime circunstância e pode
modificar um verbo, um adjetivo ou um advérbio.
1. Classificação do advérbio
a) de lugar: aqui, cá, lá, acolá, ali, aí, além, aquém,
algures, alhures, nenhures, atrás, fora, dentro, perto,
longe, adiante, diante, onde, avante, através,
defronte, aonde
de tempo: hoje, amanhã, depois, antes, agora,
anteontem, sempre, nunca, já, logo, cedo, tarde, ora,
afinal, outrora, então, amiúde, breve, entrementes,
brevemente, raramente, imediatamente, ainda,
presentemente, atualmente
de modo: bem, mal, assim, depressa, devagar, como,
debalde, pior, melhor, suavemente, tenazmente,
comumente, apenas, acinte, adrede, rente, (e os
adjetivos terminadas em mente: sabiamente,
justamente, etc.)
de negação: não
de dúvida: talvez, acaso, porventura, possivelmente,
quiçá, decerto, provavelmente,
de intensidade: muito, pouco, assaz, mais, menos,
tão, bastante, demasiado, meio, completamente,
89
profundamente, quanto, quão, tanto, bem, mal, quase,
apenas
de afirmação: sim, deveras, certamente, realmente,
efetivamente,
b) advérbios interrogativos
de lugar: onde?
de tempo: quando?
de modo: como?
de causa: por que? e ainda finalidade: para quê?
2. Flexão do advérbio: apesar de serem palavras
invariáveis, alguns admitem a flexão de grau.
grau
de igualdade: Belo Horizonte
fica tão perto quanto
Ouro Preto.
a) comparativo de superioridade: Ele
datilografava mais rapidamente
que ela.
de inferioridade: O cearense
agiu menos calmamente
que o mineiro.
b) superlativo sintético: Uberlândia fica
muito longe daqui
absoluto analítico: Uberlândia fica
pertíssimo daqui
relativo superioridade: Ande o mais
rapidamente possível
inferioridade: Ande o menos
rapidamente possível
c) diminutivo: pode aparecer com valor superlativo:
Ele trabalha pertinho de nós. Faremos agorinha
mesmo.
3. Locução adverbial
Locuções adverbiais: duas ou mais palavras equivalentes a um
advérbio:
de lugar: à esquerda, à direita, à tona, à distância, à frente, à entrada,
à saída, ao lado, ao fundo, ao longo, de fora, de lado, por fora, em
frente, por dentro, por perto, de longe, de perto, em cima, de cima,
por onde, para onde, por trás, por aqui, por ali
de tempo: em breve, nunca mais, hoje em dia, de tarde, à tarde, à
noite, à noitinha, às ave-marias, ao pôr-do-sol, ao entardecer, de
manhã, de noite, por ora, por fim, de repente, de vez em quando, a
90
tempo, às vezes, de quando em quando, de vez em vez, de longe em
longe
de modo: à vontade, à toa, ao léu, ao acaso, a contento, a esmo, de
bom grado, de cor, de mansinho, de chofre, a rigor, de preferência,
em geral, a cada passo, às avessas, de enviés, ao invés, às claras, às
pressas, a medo, a pique, à uma, às bandeiras despregadas, de
repente, a olhos vistos, num átimo, de propósito, de súbito, de
soslaio, por um triz
de meio ou instrumento: a pau, a pé, a cavalo, a martelo, a máquina,
a tinta, a paulada, mão, a pauladas, às pauladas, a facadas, a
picareta
de afirmação: na verdade, de fato, de certo
de dúvida: por certo, quem sabe, com certeza
Notas – a) Podem alguns advérbios estar modificando
toda a oração;
b) Certas palavras, por não se poderem
enquadrar entre os advérbios, terão classificação à
parte. São palavras que denotam exclusão, inclusão,
situação, designação, retificação, realce, afetividade,
etc.
Palavras denotativas: não se enquadram entre os advérbios, por isso
têm classificação à parte:
a) exclusão: só, salvo, apenas, senão, somente, apenas,
unicamente, exclusivamente, exclusive
b) inclusão: também, até, mesmo, inclusive
c) situação: mas, então, agora, afinal
d) designação: eis, eis aí, eis aqui, eis ali
e) retificação: aliás, isto é, ou melhor, ou antes, digo, minto,
não, melhor, quer dizer, ou antes.
f) realce: cá, lá, só, é que, ainda, mas, também, ora, lá, se ainda
Obs: temos ainda:
g) afirmativas positivas: sim, certo, certamente, naturalmente,
perfeitamente, realmente, sem dúvida, decerto, por força,
com efeito.
h) Afirmativas negativas: não, nada, nunca, qual nada, não vê,
pois sim!, que esperança!
i) Avaliativas: acima de, abaixo de, mais de, menos de, para lá
de, cerca de, aproximadamente, mais ou menos, uns, por
volta de, lá por, quase, um tanto, algo, seu quanto de.
j) Comparativas: como por assim dizer, como dizer, digamos
assim
k) Concessivas: ainda, mesmo, quando muito, quando nada, no
mínimo, no máximo, sequer, todavia, entretanto
91
l) Distributivas: primeiro, segundo, terceiro, primeiramente,
depois, antes de tudo, em seguida, afinal, finalmente, por
último, ultimamente, enfim, até que enfim, por fim de contas
VIII – Preposição: liga dois termos, sendo que o segundo (regido)
é dependente do primeiro (regente). Estabelece várias relações:
Posse: carro de Maria. Parte: pé da cadeira. Pertença: presilha da
calça. Classificação: cantiga de ninar. Finalidade: caixa de sapato.
Lugar: invenções da União Soviética. Tempo: prazo de um ano.
Matéria: roda de aço fundido. Conteúdo: garrafa de cerveja. Preço:
anel de dois reais. Temos várias preposições: de, a, até, com, em
para, por, sobre,
.
1. Classificação das preposições:
essenciais
acidentais
Dividem-se em essenciais as que funcionam sempre como
preposições: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre,
para, per, perante, por, sem, sob, sobre, trás e acidentais as que
passaram a funcionar como preposições: conforme, consoante,
segundo, durante, mediante, como salvo, fora (advindas de outras
classes gramaticais como verbos, adjetivos, advérbios)
2. Combinação: em + o = no, em + a = na, etc.
3. Contração
Combinação e contração: quando as preposições a, de, em, per
unem-se a outras palavras: ao, àquele, do, dum, deste, dela, doutra,
daqui, no, num, naquela, pela.
4. Locução prepositiva: duas ou mais palavras
com valor de preposição:
abaixo de, cerca de, acima de, a fim de, em cima de, antes de,
através de, ao lado de, ao longo de, a par com, à roda de, a respeito
de, dentro de, dentro em, em favor de, à frente de, junto a, até a,
detrás de, para com, de conformidade com, na conta de, de acordo
com, por meio de, diante de, em vez de (sempre terminam por
preposições).
IX – Conjunção: liga duas orações entre si, numa mesma oração,
dois termos independentes, entre si.
1. Classificação das conjunções: coordenativas
(ligam duas ou mais orações independentes;
subordinativas (ligam orações dependentes
entre si, a primeira é a principal e a segunda
pode ser sujeito, adjunto ou complemento da
primeira)).
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aditivas: e, nem, não só... mas
também, não somente... senão
ainda
adversativas: mas, porém,
contudo, entretanto, não
obstante, todavia
coordenativas: alternativas: ou, ou...ou,
ora...ora, já...já, quer...quer
conclusivas: logo, portanto,
por conseguinte, por
conseqüência, pois (após o
verbo)
explicativas: pois, porque,
que, porquanto Aditivas: ligam orações equivalentes (concatenação); adversativas ligam as que contrastam
entre si; alternativas: que se excluem ou se alternam; conclusivas: quando a segunda
encerra a dedução ou conclusão; explicativas: a segunda justifica a anterior.
integrantes: que, se
causais: porque, visto que,
porquanto, já que, como
comparativas: como, tal...tal,
menos...do que, mais...do que,
tal...qual
concessivas: embora, ainda
que, mesmo que, conquanto,
posto que, se bem que, por
mais que, por menos que,
suposto que
Subordinativas condicionais: se, caso, salvo
se, desde que, a menos que,
sem que, contanto que
consecutivas: embora, ainda
que, mesmo que, conquanto,
posto que, se bem que, por
mais que, por menos que,
suposto que
finais: para que, a fim de que,
que, porque
temporais: quando, enquanto,
apenas, mal, logo que, depois
que, antes que, até que, que
proporcionais: à medida que,
à proporção que, quanto
mais...tanto mais, tanto
menos....quanto mais
conformativas: como,
segundo, conforme
Causais: a primeira oração é o efeito, e a segunda, a causa; comparativas: a segunda oração
é o segundo termo da comparação; concessivas: o fato da segunda oração impede a
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realização da idéia da oração principal; condicionais: expressa uma condição, uma
hipótese;
consecutivas: exprime uma conseqüência; finais: circunstância de finalidade; temporais:
circunstância de tempo; proporcionais: a segunda indica fato que acontece ao mesmo
tempo que outro; conformativas: exprime circunstância de conformidade ou modo da
primeira.
2. locução conjuntiva: duas ou mais palavras
com valor de conjunção: à proporção que, se
bem que, contanto que, em que pese a, etc.
Nota - as conjunções que, porque, e
equivalentes, ora têm valor
coordenativo, ora subordinativo; no primeiro caso, chamam-se
explicativas; no segundo, causais.
X – Interjeição: exprimem emoções repentinas ou estado afetivo:
Ai!, oh! Psiu!, oba!
Locução interjectiva: palavras que equivalem a uma
interjeição: que assim seja! Pobre de mim! Muito bem!
XI - 1. Palavra: é um som ou conjunto de sons que
tem significação
2.Vocábulo: é a palavra em seus aspectos
materiais.
3.Sincretismo: designa o fenômeno pelo qual
uma forma assume diversas funções: o tempo
verbal “mais que perfeito simples” acumulou as
funções do “futuro do pretérito”.
4.Forma variante: é o caso das palavras que
apresentam mais de uma forma: assobio/assovio,
bassoura/vassoura.
5.Conectivo: pronomes relativos, preposições e
conjunções. Usado para conectar parágrafos,
orações, palavras.
TERCEIRA PARTE
SINTAXE
A. Divisão da sintaxe:
a) de concordância nominal
verbal
Concordância nominal
Regra Geral: o adjetivo, o pronome e o artigo concordam em
gênero, número ou pessoa com o substantivo com que se relaciona:
Fabricava brinquedos lindos e maravilhosos.
O ADJETIVO VAI PARA O PLURAL:
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a) o adjetivo posposto a dois ou mais substantivos se sua
referência se estender a todos: Fugia do pensamento e
preocupação inúteis.
b) Adjetivo anteposto a nomes próprios de pessoas ou a títulos:
Os inconfundíveis Guimarães Rosa e Camões abordaram este tema.
c) Adjetivo em função de predicativo do sujeito ou objeto,
quando se refere a dois ou mais substantivos de gêneros diferentes:
Ela achava belos o garção e o caixeiro.
O ADJETIVO FICA NO SINGULAR:
a) Dois ou mais adjetivos pospostos a um substantivo, que se
referem a partes de que compõem este substantivo: As
inspirações mental e intuitiva ajudaram-no a compor.
O ADJETIVO CONCORDA COM O SUBSTANTIVO MAIS
PRÓXIMO:
a) quando se pospõe a dois ou mais substantivos:
1. substantivos sinônimos entre si: Tinha amor e
dedicação descomedida aos estudos.
2. com substantivos em gradação crescente ou
decrescente:
Uma nota, um resumo, um enredo elaborado transformou aquilo em
um livro.
b) quando o adjetivo se antepõe a dois substantivos: Tinha
grande pensamento e idéia para escrevê-lo.
c) o predicativo anteposto a dois ou mais núcleos do objeto:
Tenho como vencedor o boxeador e o alterofilista.
O ADJETIVO NO MASCULINO:
a) O adjetivo posposto a dois ou mais substantivos de gêneros
diferentes:
A introspecção e pensamento bons convenceram-me.
b) O adjetivo em função de predicativo do sujeito e do objeto,
referindo-se a dois ou mais substantivos do mesmo gênero:
Antônio e Pedro voltaram alegres da recepção.
O ADJETIVO NO FEMININO:
a) Adjetivo posposto a dois ou mais substantivos e se o último
estiver no feminino plural: Reis e rainhas honestas julgaram-no
inocente.
CASOS PARTICULARES:
a)muito obrigada, eu mesma, eu própria: concordam com o
nome a que se referem: Ela disse muito obrigada/ Ele disse
muito obrigado. b) só, sós: só (sozinho é variável, sentido de
somente, apenas é advérbio e invariável). Ex: Ele está só, eles
95
estão sós. Nós só queríamos cantar. c) quite/ quites: concorda
com o nome a que se refere; d) meio: funciona como adjetivo
(varia) e como advérbio (não varia). e) um e outro:
modificando um substantivo fica no singular (pode o verbo
também aceitar o plural). Referindo-se a pessoas de sexos
diferentes fica no masculino: Pedro e Maria queriam-se um ao
outro. e) salvo, exceto: quando é preposição não varia, quando é
particípio varia. f) sujeito do verbo ser, sem determinante: o
substantivo permanece neutro (forma do masculino), do
contrário, concorda: Pimenta é bom/ a pimenta é boa. g) Leso:
adjetivo que concorda com o substantivo. h) pseudo: prefixo
invariável. i)Alerta: é advérbio, por isso, invariável. i) mesmo e
próprio concordam com o nome a que se referem. j)
barato/caro/bastante/longe: como advérbio, são invariáveis e
como adjetivos ou numerais concordam com o nome. l) anexo:
é adjetivo e concorda com o termo a que se refere: Seguem
anexas, as fotos.
Concordância Verbal
I. O verbo concorda com o sujeito simples em número e pessoa:
João escreveu o livro.
II. O verbo vai para o plural, se o sujeito é composto:
João e Pedro escreveram o livro.
III. O verbo concorda com o núcleo mais próximo, se o verbo vem
antes do sujeito:
Morreu Maria e José. Morreram Maria e José.
IV. Sujeito composto constituído de diferentes pessoas gramaticais:
a) o verbo vai para a 1a pessoa, se houver um pronome de 1
a
pessoa: Maria e eu compramos um computador.
b) O verbo vai para a 2a pessoa do plural, ou fica na 3
a pessoa
do plural, se houver um pronome de 2a pessoa e não um de
1a: Tu e teus companheiros gostareis da viagem. Tu e teus
companheiros gostarão da viagem.
c) O verbo fica no singular se o sujeito composto for resumido
por “tudo”, “nada”, “nenhum”, “ ninguém”: Dinheiro,
mulheres, viagens, tudo encantava Joaquim.
V. O verbo fica no singular, se mais de um nome no singular
representa um ser único, expresso por palavras sinônimas: A beleza
e a lindeza encantou Joaquim.
VI. O verbo fica no singular, se o sujeito é um “coletivo” no
singular: O enxame foi exterminado pelo fazendeiro.
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VII. “Que” e “quem”: se o sujeito for o pronome relativo que, o
verbo concorda com o antecedente dele. Com o pronome quem, o
verbo fica na 3a pessoa do singular ou concorda também com o
antecedente: A música fui eu que compus. A música fomos nós que
compusemos. A música fomos nós quem compôs. A música fomos
nós quem compusemos.
VIII. O verbo concorda com a 3a pessoa do plural ou concorda com
o pronome nós ou vós quando os pronomes quais, quantos, muitos,
poucos, vários de nós, de vós, dentre nós dentre vós aparecem::
Quantos de nós faremos o trabalho? (quando estão no singular, o
verbo vai para a 3a pessoa do singular): Qual de nós fará o trabalho?
IX. O verbo fica no singular ou no plural com as expressões grande
quantidade de, grande número de, grande parte de, a maioria de, a
maior parte de, etc.: A maioria das andorinhas chegou ao Sul.
Grande parte dos políticos usaram a Oratória.
X. O verbo fica no singular ou no plural, com as expressões “um e
outro”: Um e outro homem falou. Um e outro homem falaram; mas
um ou outro, nem um nem outro pedem o verbo no singular: Um ou
outro aluno representará a turma.
XI. o verbo fica no singular ou no plural, com a expressão “um dos
que”: Maria foi uma das que foi contemplada com um carro. Maria
foi uma das que foram contempladas com um carro.
XII. Mais de apresenta duas concordâncias: seguido de substantivo
no singular, o verbo fica no singular; se o substantivo que segue
estiver no plural, leva o verbo ao plural: Mais de um cantor
prometeu ajudar. Mais de quatro cantores prometeram ajudar.
XIII. O verbo fica na 3a pessoa do singular em orações sem sujeito:
Relampeou antes da chuva. Havia estrelas no céu. Faz tempo que
não a vejo.
XIV. O verbo concorda com número de horas, com os verbos dar,
bater e soar: Deram oito horas no velho cuco da sala.
XV. O verbo ficará no singular ou no plural com sujeitos ligados
por nem: Nem João nem Maria veio. Nem João nem Maria vieram.
XVI. O verbo concordará com o mais próximo se o sujeito unido
por “ou” terá idéia de exclusão, e irá para o plural, se tiver idéia de
adição: O professor ou o especialista aplicará a prova. O professor
ou o especialista aplicaram a prova.
XVII. Quando o sujeito do verbo “ser” for “tudo” ou “um dos
demonstrativos neutros”, o verbo vai para o plural, se o predicativo
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estiver no plural, pode ficar também no singular: Tudo são prazeres.
Isso é automóveis de praça.
XVIII. O verbo concorda com o pronome pessoal se ele for o
sujeito ou o predicativo: Eu sou o professor. O professor sou eu. O
verbo concordará com o sujeito se for pessoa: Maria era as
resistências de João.
XIX. O verbo ser concorda com seu predicativo: Hoje são doze de
janeiro (há alguns autores que consideram: Hoje é doze de janeiro
(“é” concordando com a vocábulo dia). São duas horas da
madrugada.
XX. O verbo ficará no singular com as locuções “é muito”, “é
menos de”, “é pouco”, “é tanto”, “é mais de”, com especificação de
quantidade, peso, preço ou outros: Dez meses é pouco. Dois
dólares é pouco para compra-lo.
b) de regência: nominal
verbal
A regência trata das relações de dependência entre as orações ou
entre os termos regentes e regidos. Regentes são os elementos dos
quais outros dependem e regidos são os dependentes. Exs: Mania
(regente) de louco (regido).Comprava (regente) ouro (regido).
Maria (regente) amava (regido). Escreviam (regente) livros e jornais
(regido). Precisamos (regente) de papel (regido). A (regente) casa
(regido) branca (regente). A cachorrinha morreu (regente), quando
amanheceu (regido).
A regência é nominal quando o termo regente é um nome
(substantivo, adjetivo ou advérbio) e verbal quando o termo regente
é um verbo.
Regência nominal
Substantivos, adjetivos e advérbios têm a sua significação
completada por preposições Temos aqui alguns com as suas.
Abundante de, em (adj)
Acessível a (adj) Acostumado a, com (adj)
Adaptado a
Aflito com, por Ajustado a (adj)
Alheio a (adj)
Aliado de, por (adj) Alusão a
Amante de (adj)
Ambição de (subst) Análogo a
Ânsia de (subst)
Antipatia a (subst) Aplicado a (adj)
Aplicado em (adj)
Aptidão para (subst) Apto a, para (adj)
Apto a, para (adj)
Assíduo em (ad) Atento a (adj)
Atento a, em (adj)
Aversão a (subst) Avesso a (adj)
Ávido de, por (adj)
Certo de (adj) Cheio de (adj)
Cioso de (adj)
Cobiçoso de (adj) Combate a, com, contra (subst)
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Compaixão de, para, com, por (subst)
Comparação a, com (subst)
Concernente a (adj)
Confiante em (adj)
Conformidade a (subst)
Contíguo a (adj) Cuidadoso de, com (adj)
Curioso de, por (adj)
Desconfiado de (adj) Desejoso de (adj)
Desgosto de, por (subst)
Desgostoso de, com (adj) Desprezo a, de, por (subst)
Devoto de (adj)
Diferente de (adj) Difícil de (adj)
Digno de (adj)
Disposição de, para (subst) Disposto a (adj)
Empenho de, em, por (subst)
Entendido em (adj)
Envolto em (adj)
Equivalente a (adj)
Estranho a (adj) Exato em (adj)
Experimentado em (adj)
Fácil a, de, para (adj) Facilidade de, em, para (subst)
Falho de, em
Farto de (adj) Favorável a (adj)
Feliz com, de, por, em (adj)
Fiel a (adj) Firme em (adj)
Grato a (adj)
Hábil em (adj) Hostil a (adj)
Hostilidade a, para com (subst)
Idêntico a (adj)
Imbuído de, em
Imune a
Incapaz de, em (adj) Inclinado a (adj)
Incompatível com
Inconstante em (adj) Indiferença a (subst)
Indiferente a (adj)
Indignidade de (subst) Indulgência com, para com (subst)
Inerente a (adj)
Infatigável em (adj)
Influência em, sobre (subst)
Ingratidão com, para com (subst)
Ingrato com, para com (adj)
Iniciado em (adj)
Insensível a (adj) Intolerante com, para com (adj)
Invejoso de (adj)
Isento de (adj) Leal a (adj)
Lealdade a (subst)
Lento em (adj) Livre de (adj)
Merecedor de (adj)
Moderação em (subst) Necessário a (adj)
Nocivo a (adj)
Obediência a (subst) Obediente a (adj)
Oposto a (adj)
Orgulhoso com, de, para com (adj)
Paralelo a (adj)
Passível de (adj)
Perito em (adj) Pertencente a (adj)
Pobre de (adj)
Possuído de (adj) Prático em (adj)
Preferível a
Prejudicial a (adj) Pródigo de, em (adj)
Propenso a, para (adj)
Próprio a, de, para (adj) Proveitoso a (adj)
Respeito a, com, de, para com (subst)
Rico de (adj) Sedento de, por (adj)
Seguro de, em (adj)
Sensível a (adj)
Severo em, com, para com (adj)
Simpatia a, por (subst)
Sito em (adj) Submisso a (adj)
Suspeição a, de (subst)
Temeroso de (adj) Triste com, de (adj)
União a, com, entre (subst)
Vizinho a, com, de (adj) Zeloso/de/(adj)
Regência verbal
O problema ocorre com a regência dos verbos transitivos indiretos.
Vejamos alguns:
abster-se de
abusar de acontecer a, com
aderir a
admirar-se de, com, por afastar-se de
agradar a
anelar por ansiar por
antepor a
apressar-se a, em, por apressar-se em
aproximar-se a, de
arrepender-se de assemelhar-se a, com
assustar-se com
atrever-se a, em atribuir a
chamar por
combinar com comparar a, com
comparecer a
condoer-se de conformar-se a, com
continuar a, em, com
conversar com cuidar de
dedicar a
deparar com depender de
derivar de
descender de desconfiar de
desgostar-se de, com
desistir de deter-se em
discordar de
disputar com distribuir a, com, por,
entre
duvidar de empenhar-se com, em, por
encarregar de
encomendar a encontrar-se com
99
enganar-se com, em
esforçar-se em, para, por
espantar-se com, de, por
esquecer-se de
estender-se a, em, por
estender-se em eximir de
eximir-se a, de
exortar a extrair de
falar a, de, com, em, sobre
falar com faltar a, com
felicitar por
fugir a, de gostar de
hesitar em
impor a incumbir de
induzir a
insistir em
insistir em, por, sobrei
interceder por
interessar-se por investir com, contra
isentar de
lembrar de libertar de
lutar com, contra, por
meditar em, sobre necessitar de
obedecer a
ocupar-se com, de, em orar por
pagar a
participar de,, em pegar em
pensar em
perdoar a
perguntar a, por
precisar de
preocupar-se com presidir a
provir de
queixar-se a, de recair em, sobre
recorrer a
refletir em, sobre responder a
rodear-se de, por
rogar por submeter a
suceder a suspeitar de
terminar com, em, por
traduzir de, em, para verter de, em, para
zelar/por
100
Verbos que mudam de regência, quando mudam sua significação:
1. Aspirar
Transitivo direto: inspirar, sorver: Ele aspirava o ar poluído.
Transitivo indireto: pretender, desejar, almejar: Maria
aspirava o cargo de Major. (repele o lhe: Maria aspirava a
ele)
2. Assistir
Transitivo direto: estar presente, presenciar: Ele assistiu ao
jogo. (Não se usa o lhe na 3a pessoa do singular).
Transitivo direto ou indireto: prestar assistência, auxiliar: O
professor assistia o aluno (o professor o assistia); O
professor assistia ao aluno (Ele lhe assistia).
Intransitivo: morar, residir: Pedro assistia num quartinho nos
fundo da casa.
3. Chamar
Transitivo direto ou Transitivo indireto com a prep. Por:
invocar, fazer vir, convocar, mandar vir: Pedro chamou
Maria para ajudar. Pedro chamou por Maria.
Com predicados verbo-nominais: dar nome, apelidar: Objeto
direto e predicativo preposicionado e com predicativo não
preposicionado: Ela o chamou de valente. Ela o chamou
valente. Com objeto indireto e predicativo preposicionado e
com predicativo não preposicionado: Ela lhe chamou de
valente. Ela lhe chamou valente.
4. Chegar
Não usamos o adjunto adverbial de lugar com a preposição em.
Usamos a preposição a:
Chegou em casa: Chegou à casa.
5. Faltar, custar
O pronome oblíquo funciona como objeto indireto, quando o sujeito
é um infinitivo: Falta-me consertar o atrapalhado (consertar o
atrapalhado: sujeito). Custa-me entender a complicação.
6. Gostar
Transitivo indireto (prep de): achar bom gosto, ter afeição,
aprovar: Ela gosta muito dele/.
Transitivo direto: experimentar, provar, gozar: Gostei o
ensopado e vomitei.
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7. Implicar
Transitivo indireto: acarretar, causar: O trabalho implica
muito esforço. (Brasil: rege a prep. EM: O trabalho implica
em muito esforço).
8. Informar
Transitivo direto e indireto: Ele informou Maria do caso. Ele
informou à Maria o caso.
Pronominal: tomar conhecimento, inteirar-se: O professor
informou-se do caso.
9. Lembrar, esquecer
Não pronominal: Lembrei o caso. Pronominal: Lembrei-me do
caso. Transitivo direto e indireto: Lembrei-me o fato. Transitivo
direto: Esqueci o caso. Transitivo indireto: Esqueci-me do caso.
Transitivo direto e indireto: Esqueci-me o fato.
10. Pensar
Transitivo indireto (avaliar pelo raciocínio): Pensou em ir à
casa.
Transitivo direto: aplicar curativo a: Pensou as feridas do
soldado indefeso.
11. Perdoar, pagar, agradecer
Transitivo direto e indireto, mas o objeto direto é coisa e o objeto
indireto é pessoa: O padre perdoou o pecado. O padre perdoou ao
pecador. Juca pagou o ordenado. Juca pagou ao ajudante.
Alcebíades agradeceu a ajuda. Alcebíades agradeceu ao ajudante
12. Precisar, necessitar
Transitivo direto: calcular, indicar de modo preciso. Ele
precisou a hora do encontro
Transitivo indireto (com prep. de): Preciso de mais dinheiro
para inteirar o salário que não cobre minhas despesas.
13. Preferir
Transitivo direto e indireto: (objeto direto de coisa e o
indireto de pessoa): Ele prefere o campo à cidade ( não
aceita “ante ou mais... do que”).
14. Proceder
Transitivo direto (prep. a): realizar, começar, prosseguir
alguma coisa: O professor procederá às pesquisas.
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Intransitivo: comportar-se: O professor procedia com
idoneidade.
Intransitivo: ter fundamento: Nossos dizeres não procedem
Transitivo indireto (prep. de): Ele procedia de família
africana.
15. Querer
Transitivo indireto: ter afeto, estimar: Ele lhe queria bem.
Transitivo direto: desejar: Ele a queria bem.
16. Simpatizar e antipatizar
Transitivos indiretos (prep. com): Simpatizo com meus
professores. Antipatizo com os desordeiros.
17. Suceder
Intransitivo: acontecer: Sucederam bons acontecimentos,
naquele dia.
Transitivo indireto (prep a ): seguir-se, vir depois, ser
sucessor: O sobrinho sucedeu ao tio na profissão.
18. Visar
Transitivo indireto (prep. a) pretender, ter em vista: Ela visa
ao cargo de contadora da empresa.
Transitivo direto: pôr o visto ou tomar como alvo: Visou a
declaração. Visou a caça no pântano.
c) de colocação
Sintaxe de colocação: é aquela que estuda o modo de dispor os
termos na oração e as orações no período. Temos a ordem direta:
“sujeito, verbo e complemento” e outras inversas (usadas na
Estilística).
Nota – Na colocação dos pronomes oblíquos átonos, adotem-
se as denominações de próclise, mesóclise e ênclise.
Colocação dos pronomes pessoais oblíquos átonos
Próclise: o pronome vem antes do verbo: 1- quando o pronome
indefinido, ou certos advérbios vêm antes do verbo: Tudo lhe
mostrava o caminho certo. Alegremente me entreguei a ela. 2- nas
orações optativas: Que Deus te abençoe! 3- Nas orações negativas:
103
Não me diga, Dona Diga. 4- Nas orações subordinadas: Quando me
chamou, eu não fui.
Mesóclise: 1- quando o verbo estiver iniciando a frase e estiver no
futuro do presente ou no futuro do pretérito e/ou não iniciando sem
razão que reclame a próclise:: Dar-lhe-ei o recado. O prêmio ser-
lhe-á socorredor (timese).
2- Locuções verbais:
I- O auxiliar no modo finito e o
principal no infinitivo ou no
gerúndio: usamos o pronome
antes, entre e depois da locução:
Eu vou enviar-lhe um e-mail. (eu
vou-lhe enviar ou eu lhe vou
enviar). Com o advérbio NÃO
podemos usar: Não lhe vou enviar
um e-mail ou Não vou enviar-lhe.
II- Locuções com o particípio: Eu lhe
tinha dito. Eu tinha-lhe dito. Não
lhe tinha dito (o particípio não
aceita a ênclise).
Ênclise: 1-Quando o verbo estiver no infinitivo impessoal: Para
alertá-lo, batiam nas latas e nos pratos. 2- Quando o verbo inicia
período ou oração: Sinto-me lisonjeado com isso. 3- Imperativos
positivos, quando acompanha o gerúndio: Relacionando-se às
configurações, não concordei com nenhuma delas. (o pronome é
colocado antes do verbo, se o gerúndio na oração negativa ou com a
preposição em: Em se referindo às oscilações, não me opus. Não lhe
requerendo o parecer, não se manifeste).
B. Análise Sintática
Existem outros estudos e teorias sobre a sintaxe como o Gerativismo de Chomsky e o
Funcionalismo (escolas lingüísticas). O Funcionalismo adota outra terminologia para as partes
da oração. Há gramáticos que usam o sistema da gramática gerativa (em seus primórdios), no
Ensino Médio, usam explicar através dos sintagmas nominais e verbais e, separam em sistema
de árvores os determinantes, a circunstância e os modificadores, assim como o sintagma
adjetival. [In: Gramática. Palavra. Frase. Texto; José de Nicola, 1a ed. Ed. Scipione, São Paulo,
SP, 2005]
- Da oração
1. Termos essenciais da oração:
a) Sujeito: nele declaramos alguma coisa de um ser: João
representou o político.
- simples: apresenta um só núcleo: João ama Maria.
- composto: apresenta dois núcleos: João e Pedro amam Maria.
- indeterminado: sujeito que existe, mas não é determinado. Ë
encontrado em orações com o verbo na 3a pessoa do plural:
104
Roubaram o celular. Com o verbo na 3a pessoa do singular mais o
pronome “se”: Gosta-se de dançar o frevo ali. Obs: aqui o pronome
se é pronome indeterminador do sujeito, ou índice de
indeterminação – quando o se tornar o sujeito indeterminado, o
verbo tem que estar sempre na 3a pessoa do singular e tem que ser
transitivo indireto, intransitivo ou de ligação: Precisa-se de
pedreiros. Não o confunda com o SE pronome apassivador, que
ocorre com os verbos transitivos diretos: Aprovou-se o projeto: O
projeto foi aprovado. Há gramáticos que classificam “alguém” como sujeito simples e outros como sujeito indeterminado:
Alguém tocou a campanhia.
- oração sem sujeito
São orações que não têm sujeito:
a) aquelas que exprimem fenômenos da natureza: Relampejava
intensamente, durante a chuva.
b) Com o verbo haver, quando significa existir, ou indicando
tempo decorrido: Não há nuvens no céu. Há dois anos que
estudo informática.
c) Com o verbo “ser”, em expressão de tempo ou com os
verbos “haver”, “estar”, “fazer” indicando tempo,
temperatura e período do dia: Faz tempo que ela não vem
aqui. São duas horas. Hoje são dois de abril (ou
concordando com o dia: Hoje é dois de abril). Está tarde.
Está muito quente aqui. Fez 10o C, de manhã. É manhã.
Obs: verbos parecer e ficar: Parece verão. Ficou nublado de
repente. Verbo “passar” indicando tempo: Passava das duas
horas. Qualquer locução verbal que tenha algum dos verbos
acima como principal: Deve haver muito recurso para você
se virar.
b) Predicado: é o que declaramos do sujeito. Ou o fato a que se
refere, se não há o sujeito: João representará o político.
Representará o político.
- nominal: é formado por um verbo de ligação (ser, estar,
parecer, continuar, ficar, permanecer andar) e um predicativo
(palavra ou expressão que representa estado, condição ou qualidade
em referência ao sujeito ou ao objeto): Pedro ficou nervoso: o
núcleo é o nome Pedro ( ou pronome Ele ficou nervoso).
- verbal: o núcleo do predicado é o verbo. O núcleo pode ser um
verbo intransitivo, um verbo transitivo direto, um verbo transitivo
indireto ou um verbo transitivo direto e indireto: Pedro fugiu. João
ainda ama Maria. Maria gosta de Pedro. Maria entregou a Pedro
uma flor.
- verbo-nominal: é formado por um verbo significativo
(transitivo ou intransitivo) e um nome com função de predicativo.
Temos aqui dois núcleos: o verbo e o nome. Pedro fugiu triste.
c) Predicativo
105
- do sujeito: o estado, condição ou qualidade está referindo-se
ao sujeito: Maria está pobre.
- do objeto: o estado, condição ou qualidade está se referindo ao
objeto: Elegeram-no vereador do arraial.
d) Predicação verbal - verbo de ligação: verbo que serve para ligar o predicativo ao
sujeito, não é significativo e não dá sentido à frase (estar, ser, andar,
permanecer, ficar, continuar, parecer): Ela ficou abismada. Ele anda
doente. Ele está emocionado.
- verbo intransitivo: sozinho exprime o que se quer declarar,
não necessita de complemento: João Morreu. Maria também fugiu.
- verbo transitivo: direto: a ação do verbo transita diretamente
ao seu objeto direto, que é seu complemento: João ama Maria.
indireto: a ação do verbo transita
indiretamente ao seu objeto indireto (que é seu complemento), por
meio de uma preposição: Maria gosta de João.
2. Termos integrantes da oração: completam a significação de
verbos ou nomes, para completar o sentido da oração.
- complemento nominal: completam o sentido de um nome
ou de um advérbio.
- complemento verbal: completam a significação de um verbo
transitivo.
objeto: direto: complemento de
verbo transitivo direto.
indireto: complemento de
verbo transitivo indireto.
- agente da passiva: ser que praticou a ação expressa pelo
verbo na voz passiva analítica: O texto foi escrito por Adalberto
Ponte Nova.
3. Termos acessórios da oração:
- adjunto adnominal: qualifica, delimita ou determina um
substantivo, pode ser representado por um artigo, pronome adjetivo,
numeral, locução adjetiva, pronome oblíquo átono com valor de
pronome possessivo: Olhou as nossas duas coleções de verão.
- adjunto adverbial: indica uma circunstância do verbo
(chegamos tarde), adjetivo(ela é muito prestativa) ou do advérbio
(saímos cedo).
- aposto: expressão usada para esclarecer o sentido de outra (
Pelé, o rei do futebol, fez a caridade).
4. Vocativo: expressão ou termo considerados à parte da
estrutura da frase, usada para chamar, dirigir a palavra a alguém (
Mãe, onde está o caderno?)
106
- Do Período: frase organizada em orações, coesivamente e
coerentemente relacionadas entre si. Frase é a unidade da fala
contendo sentido completo, pode ser uma palavra ou várias
palavras, com ou sem verbo: Fogo! Que legal!. Descobriram o
Brasil. Oração pode ser uma palavra ou mais de uma, requer um
verbo ou locução verbal. A frase pode ter uma ou mais orações: A
renovadora música chamava a atenção de todos. A música possuía
uma harmonia inovadora e convidava a todos a analizá-la.
1. Tipos de período:
simples: aquele que tem uma oração (oração absoluta).
composto: aquele que tem duas ou mais orações.
2. Composição do período:
coordenação: formado de orações independentes (usamos as
conjunções coordenativas ou a justaposição de orações).
subordinação: formado por orações que dependem da oração ou
orações principais.
3. Classificação das orações:
a) absoluta: aquela que forma o período simples: A aleudrina
provocou a estagnação.
b) principal: é a que pede uma dependente: A piega postura, que
emula os dissidentes, constrói a ética.
c) coordenada:
assindética: não possuem conjunções na
independência de uma com outra: A excessiva
concepção revogava a propalação, inferia-lhe erros.
sindética: aditiva (usa as
conjunções aditivas): A excessiva concepção revogava a propalação
e inferia-lhe erros. adversativa: O
altruísmo elege o outro, mas a empatia vai te ajudar.
alternativa: Ou
apreende, ou mentaliza em sua sucetibilidade.
conclusiva: A
astenia levava-o ao psicodelismo, logo precisava de um anseolítico.
explicativa: A
trapizonga era incomensurável, porque o bem da comunidade estava
em primeiro plano. Obs.: ver as conjunções na pág. 72.
d) subordinada:
107
-substantivas: exercem as funções do substantivo e são
introduzidas pelas conjunções integrantes “que” e “se”:
subjetiva: Convém lembrar que Q.I.,
quociente de inteligência, é a proporção de inteligência,
determinada com alguma medida mental.
objetiva: direta: Ele respondeu
que a nanotecnologia iria revolucionar o mundo.
Indireta: Maria insistia
em obliterar a imanência psicológica.
completiva nominal: Tenho
esperança de que a cognição trará bens intelectivos ao homem.
predicativa: O importante é que o
solipsismo não existia ali.
apositiva: Desejamos apenas isto: não
use óxido nitrido excessivamente.
- adjetivas: restritiva: define, aponta e individualizam um
nome ou pronome antecedente: Ela percebia o sofômano, que
sofrera o mal de Parkinson.
explicativa: acrescentam mais uma idéia para
explicar ou esclarecer o termo antecedente, são separadas por
vírgulas: A hipsofobia, que significa pavor de altura, era confundida
com acropofobia.
- adverbiais: exercem a função sintática de adjunto adverbial e
são introduzidas pelas conjunções subordinativas:
Causal: Como a compunção era
enorme, resolveu perdoar.
Comparativa: O anódino era forte
como uma morfina.
Consecutiva: Tanta foi a
perplexidade, que desistiu.
Concessiva: Mefistófeles cominava
desespero, ainda que isso lhe causasse
acoimentos.
- adverbial: Condicional: Se houver empenho, a
vicissitude aparecerá.
Conformativa: Virei, conforme
prometi.
Final: A decocção foi evoluindo, para
a fabricação do chá.
Proporcional: À proporção que
bebiam, vomitavam.
Temporal: Quando presumia,
subsumia a lista de nomes.
108
Obs: A classificação “transitivo direto e indireto” corresponde ao transitivo relativo.
Há alguns autores que não consideram intransitivos os verbos ir, vir e outros e usam
para eles a denominação transitivo circunstancial.
As orações subordinadas podem apresentar-se, também,
como os verbos numa de suas formas nominais; chamam-se,
neste caso, reduzidas:
de infinitivo
de gerúndio
de particípio
as quais se classificam como as desenvolvidas: substantivas
(subjetivas etc.), adjetivas, adverbiais (temporais etc.).
a) reduzidas de infinitivo:
1- substantiva subjetiva: Convém fazer a tarefa
(desenvolvida: Convém que faça a tarefa).
2- substantiva objetiva direta: Ela diz ser a mulher
maravilha (Ela diz que é a mulher maravilha).
3- substantiva objetiva indireta: Ela me aconselhou a
trabalhar (Ela me aconselhou que trabalhasse).
4- substantiva predicativa: O importante é lutar (O
importante é que lute).
5- substantiva completiva nominal: Tenho certeza de
ganhar no jogo (Tenho certeza que ganha no jogo).
6- substantiva apositiva: Peço-te isto: não seres egoísta
(Peço-te que não sejas egoísta).
7- adverbial temporal: Ao chover, o vale inundou
(Quando choveu, o vale inundou).
8- adverbial final: Ele pedia para a filha voltar (que a
filha voltasse)
9- adverbial concessiva: Apesar de não estudar,
conseguiu concluir o curso (Embora não estudasse,
conseguiu concluir o curso).
10- adverbial causal: Não comprou, por ser muito pobre
(Não comprou, porque era muito pobre).
11- adverbial condicional: A ser eu o patrão, não a
despediria (Se eu fosse o patrão, não a despediria).
b) reduzidas de gerúndio:
1- subordinada adjetiva: Havia pessoas rezando na praça
(Havia pessoas que rezavam na praça).
2- adverbial temporal: Terminando o recreio, o professor tocou
o sino (Quando terminou o recreio, o professor tocou o
sino).
109
3- adverbial concessiva: Mesmo chorando, foi à escola (Ainda
que chorasse, foi à escola).
4- adverbial condicional: Trabalhando dobrado, conseguirás
compra-lo (Quando trabalhar dobrado, conseguirás compra-
lo).
5- adverbial causal: Sentindo-se melhor, continuou a marcha
(Como se sentiu melhor, continuou a marcha).
6- coordenada aditiva: Picou as folhas, passando-lhes a régua
(Picou as folhas e passou-lhes a régua).
c) reduzidas de particípio:
1- subordinadas adjetivas: A música composta por mim, foi
regravada (A música que gravei, foi regravada).
2- adverbiais temporais: Concluídas as atividades, ele se
inscreveu em um concurso (Quando concluiu as atividades,
ele se inscreveu em um concurso).
3- adverbiais concessivas: Mesmo quebrado, funcionou até o
último instante ( Embora estivesse quebrado, funcionou até
o último instante).
Notas – 1. Coordenadas entre si podem estar, quer
principais, quer independentes, quer subordinadas,
(desenvolvidas ou reduzidas).
2. Devem ser abandonadas as classificações:
a) de lógico e gramatical, ampliado e inampliado, complexo
e incomplexo, total e parcial, para qualquer elemento
oracional;
b) de oração (quanto à forma plena, elítica etc.); quanto à
ordem (direta, inversa, partida etc.); quanto ao conectivo
(conjuncional, não conjuncional, relativa).
3. Na classificação da oração subordinada bastará
dizer-se:
oração subordinada substantiva subjetiva (ou qualquer
outra);
oração subordinada adjetiva restritiva, ou explicativa;
oração subordinada adverbial causal (ou qualquer outra).
110
APÊNDICE
I – Figuras de Sintaxe
anacoluto: consiste na mudança súbita de construção
ou no emprego de um pronome relativo sem antecedente: Eu, também me parece que as leio, mas vou sempre dizendo que
não. (Garrett) elipse: supressão de termos facilmente subentendíveis:
pode ser do sujeito (eu) escrevi o livro; ligação: Rolou
(pela) estrada abaixo.
pleonasmo: repetição de termos, aqui usado como
recurso estilístico: Morrer de morte trágica.
silepse: um dos elementos é mentalmente suprimido:
Ele é (homem) bondoso. Temos as de gênero, número e
pessoa. De Gênero: São José está muito bem cuidada
(cidade: cuidada). De Pessoa: Todos nesta igreja somos
humanos (seria são). De Número: O japonês são um povo
inteligente (são: é).
II – Gramática Histórica
aférese: subtração ou supressão de sons que se dão no início do
vocábulo: aliança > liança.
altura (som): qualidade físico-acústica dos fonemas, consiste no
grau de elevação da voz, quando emitimos fonemas. Lutu > Lodo:
abaixamento de um grau, na altura.
analogia: princípio pelo qual, a linguagem tende a uniformizar-
se, reduzindo as formas irregulares às regulares (analogia é
influência e assimilação é semelhança): astrum: stella > estrela.
Anaptixe: epêntese que consiste em desfazer um grupo de
consoantes pela intercalação de uma vogal, também chamado de
“suarabacti”: brata > blatta > barata.
apócope: muito > mui; santo > são.
assimilação: é a troca de fonema vocálico ou consonantal, por
aproximação ou perfeita identidade, com outro fonema, em virtude
da influência que exerce sobre o outro.
Total: persicu > pêssego; per + los > pello >
pelo.
Parcial: factu > faitu > feito; auru > ouro.
111
assimilação: Progressiva: mol(i)nariu > mollairo >
molleiro > moleiro.
Regressiva: ersa > essa; reversu > revesso.
consonantismo: estudo da evolução das consoantes. (ver
consonantização na linha abaixo).
consonantização: permuta de uma semivogal em consoante O
“i” e o “u” transformam-se nas consoantes “j” e “v”: ieiunu >
jejum; uiuere > viver.
convergente: formas que apesar de vindas de vocábulos
diferentes em latim, têm em português a mesma grafia e pronúncia.
Sunt (latim) > são (Português); sanu > sadio.
crase: fusão de dois sons fracos idênticos em um forte: tenere >
teer > ter.
desnasalização: é a troca de vogal nasal em vogal oral: cena >
cã > cea > ceia.
despalatalização: troca de consoante palatal em consoante não
palatal, observa-se na pronúncia inadequada: muler e mulher.
dissimilação: permuta resultante da diversificação e um fonema,
por existir outro igual ou semelhante na palavra.
total: Marsilia > Marselha; potionea >
peçonha.
dissimilação: parcial: libellu > livel > nível.
progressiva: cribru > crivo; prora >
proa.
regressiva: mel > (i)mellu > marmelo.
ditongação: é o metaplasmo que transforma uma vogal em
ditongo: arena > área > areia.
divergente: formas que se originam da mesma fonte latina e
apresentam diferença na forma e na significação: macula > malha,
mancha, mágoa, mangra.
elisão (ou sinalefa): supressão da vogal final átona de um
vocábulo diante da vogal inicial do vocábulo seguinte: de + este:
deste, este + outro: estoutro.
empréstimo: vocábulos que nos séculos XII e XIV, foram
acrescentados ao Português para suprir as deficiências do idioma
incipiente em sua formação: suco, mapa (fenício); raio, grama,
carro, camisa (celta).
epêntese: adição de som no meio do vocábulo: marte > mavorte;
florinha > florzinha.
etimologia: estuda a origem e a formação do vocabulário de
uma língua.
haplologia: é a contração ou redução dos elementos similares
de um vocábulo, é um caso especial de síncope: bondoso por
bondadoso; idólatra por idolólatra.
112
hiperbibasmo: deslocação do acento tônico de uma palavra, ou
para a sílaba anterior (sístole): amavamos > amávamos; ou para a
sílaba posterior (diástole): murmurio > murmúrio.
intensidade (som): é acento característico da língua portuguesa,
a sílaba e a vogal sobre a qual recai é a tônica, sendo átona a vogal e
a sílaba sem acento. Xícara: Xí: tônica
metátese: é a transposição de fonemas na mesma sílaba: pro >
por; inter > entre.
nasalização: é a permuta de uma vogal oral em uma vogal nasal:
mihi > mii > mi > mim; sic > si > sim.
neologismo: emprego de palavras novas que podem ser
formadas dentro da própria língua, como importadas de línguas
estrangeiras: rodoviário; sambódromo; importadas: decímetro,
fonógrafo.
palatalização: é a permuta de consoante fricativa lateral alveolar
sonora “i” ou da consoante oclusiva nasal alveolar sonora “n”, bem
como dos grupos por elas formados pelas consoantes palatais lh e
nh ou ainda de certos grupos consonantais na consoante palatal: lh:
filia > filha; malleu > malho; teneo > tenho.
paragoge: adição de som no fim do vocábulo: mártir > mártire;
ante > antes.
patronímico: substantivos que eram usados como sobrenome e
que derivavam de nomes próprios por meio do sufixo ici (latino),
que deu ez e depois es: Alvarez > Álvares. Fernandez > Fernandes.
prótese: adição de sons no início do vocábulo: levantar >
alevantar; recear: arrecear.
síncope: subtração que se dá no meio do vocábulo: maior > mor;
malu > mau.
sonorização: permuta também chamada abrandamento. É a
passagem de um consoante surda a uma sonora, por influência de
um fonema sonoro. P>B – lupu > lobo; c > g: cattu>gato
substrato: influência da língua de um povo vencido sobre a
língua de um povo vencedor: Celta-íbero na Península Ibérica.
superstrato: influência da língua de um povo vencedor sobre a
língua de um povo vencido: bárbaros na Península Ibérica.
vocalismo: parte da fonética história que estuda a evolução das
vogais e das semivogais através dos tempos.(ver vocalização na
linha abaixo).
vocalização: permuta de uma consoante em uma semivogal.
Acontece com o i e o u da primeira consoante dos grupos: et, it, pt,
le, lp, bs, gen: factu > feito; alteru > auteru > outro; falce > fouce >
foice; tegnu > reino.
III – Ortografia
Abreviatura: redução de uma palavra ou expressão: BA:
Bahia, AV.: Avenida. Obs: Sigla: é a abreviatura formada pelas
letras iniciais: NGB (Norma Gramatical Brasileira), PVOLP
(Pequeno Vocabulário da Língua Portuguesa).
113
alfabeto (ver abaixo)
dígrafo – grupo de letras que representam um só fonema
Exs.: ch (chave) qu (quero)
gu (guerra) rr (carro)
nh (manhã) ss (passo)
homógrafo: palavras que se escrevem com as mesmas letras:
manga (fruta)/ manga (parte da roupa).
homófono: palavras que têm o mesmo som: sessão/ seção.
letra:símbolo gráfico que estando isolada ou em conjunto,
equivale a um fonema. Existem princípios que regulam o uso: letra
maiúscula ou letra minúscula:
maiúscula: A, B, C, D, E, F, G, H, I, J, (K),
L, M, N, O, P, Q, R, S, T, U, V, (W), (X),
(Y), Z .
letra:
minúscula: a, b, c, d, e, f, g, h, i, j, (k). l, m,
n, o, p, q, r, s, t, u, v, (w), (x), (y), z. Obs: com a Reforma publicada em 12/10/2008, as letras k, w e y, foram incorporadas ao alfabeto
português.
Emprego das iniciais maiúsculas, de acordo com as Instruções da Academia
Brasileira de Letras:
“49. Emprega-se a letra inicial maiúscula:
1o – No começo de período, verso ou citação direta: John Lennon disse: o sonho
acabou! Usamos a inicial maiúscula no início dos versos de uma estrofe. À moda
espanhola, usamos a minúscula no princípio de cada verso, quando a pontuação o
permite.
2o – Nos substantivos próprios de qualquer espécie: antropônimos, topônimos,
patronímicos, cognomes, alcunhas, tribos e castas, designações de comunidades
religiosas e políticas, nomes sagrados e relativos a religiões, entidades
mitológicas e astronômicas, etc. Observações: a) As formas onomásticas que
entram na composição de palavras do vocabulário comum escrevem-se com
inicial minúscula, quando constituem, com os elementos a que se ligam por hífen,
uma unidade semântica; quando não constituem unidade semântica, devem ser
escritas sem hífen e com inicial maiúscula: pé-de-moleque, martim-pescador,
além Andes, aquém Pacífico. b) Os nomes de povos escrevem-se com inicial
minúscula, não apenas quando designam habitantes ou naturais de um estado,
província, cidade, vila ou distrito, mas ainda quando representam coletivamente
uma nação: amazonenses, russos, baianos, patrocinenses.
3o – Nos nomes próprios de eras históricas e épocas notáveis: Idade Média,
Seiscentos (o século XVII). Obs: os nomes de meses, com inicial minúscula:
janeiro, fevereiro...
4o – Nos nomes de vias e lugares públicos: Avenida Rui Barbosa, Praça da
Matriz, Rua Rio Branco.
5o – Nos nomes que designam altos conceitos religiosos, políticos ou
nacionalistas: Igreja Católica, Presbiteriana, Espírita. Nação. Estado. Pátria. Raça.
Obs: quando são empregados em sentido geral, ou indeterminado.
114
6o - Nos nomes que designam artes, ciências ou disciplinas, e nos nomes que
sintetizam, em sentido elevado, as manifestações do engenho e do saber: Direito,
Medicina, Arte, Ciência, Cultura. Obs: idioma, idioma pátrio, língua, língua
portuguesa, vernáculo e outros análogos, empregados com especial relevo,
escrevem-se com inicial maiúscula.
7o – Nos nomes que designam altos cargos, dignidades ou postos: Papa, Cardeal,
Arcebispo, Bispo, Patriarca, Vigário, Vigário-Geral, Presidente da República,
Ministro da Educação.
8o – Nos nomes de repartições, corporações ou agremiações, edifícios e
estabelecimentos públicos ou particulares: Inspetoria de Ensino, Presidência da
República, Banco do Brasil, Teatro Municipal, Tipografia Modelo.
9o – Nos títulos de livros, jornais, revistas, produções artísticas, literárias e
científicas. Obs: as partículas monossilábicas que acham no interior de vocábulos
compostos e ou de locuções ou expressões que têm iniciais maiúsculas: Queda do
Império, Dom Casmurro, O tronco do Ipê.
10o – Nos nomes de fatos históricos e importantes, de atos solenes e de grandes
empreendimentos públicos: Centenário da Independência do Brasil.
Descobrimento do Brasil. Questão Religiosa. Reforma Protestante. Festa das
Mães. Dia do Município. Obs: nos nomes das festas pagãs ou populares, usamos
a inicial minúscula: carnaval, entrudo, saturnais, etc.
11o – Nos nomes de escolas de qualquer espécie ou grau de ensino: Faculdade de
Filosofia, Ciências e Letras. Escola Estadual “Dom Lustosa”.
12o – Nos nomes comuns, quando personificados ou individuados e de seres
morais ou fictícios: A Capital da República, a Capital do Brasil, o Natal de Jesus,
os Habitantes da Ilha, a Bondade, o Amor, o Lobo, o Cordeiro. Obs: Incluem aqui
os nomes que designam atos das autoridades da República, quando empregados
em correspondência ou documentos oficiais: A Lei de 25 de março, o Decreto-lei
no 623.482, o Decreto n
o 321.426, o Regulamento n
o 279, o Acórdão de 4 de
abril.
13o – Nos nomes dos pontos cardeais, quando designam regiões: Os povos do
Oriente. O falar do Nordeste. A guerra do Oriente. Obs: usa-se com inicial
minúscula, quando designam direções ou limites geográficos: Estudava todo o
país; de norte a sul e de leste a oeste.
14o – Nos nomes, adjetivos, pronomes ou expressões de tratamento ou reverência:
D. (Dom ou Dona), DD. Ou Dig.mo
(Digníssimo), MM. ou M.mo
(Meritíssimo).
Obs: as formas ligadas a essas expressões, também: Ex.ma
Sr.a Diretora.”
notações léxicas: os sinais gráficos (acentos grave, agudo,
circunflexo) atribuem às letras, determinado valor fonético. O
agudo é usado pra indicar timbre aberto ou sílaba tônica, o grave, a
crase e o circunflexo, timbre fechado.
Agudo ( ´ )
acento: grave ( ` )
circunflexo ( ^ ), trema ( ¨ ) abolido.
apóstofro: indica a supressão de vogal ou fonemas: d` água.
cedilha: mostra que o “c” tem valor de ss: caçar.
115
hífen: separa elementos de vocábulo composto (couve-flor);
separa pronomes de forma verbal (pedir-te-ia); separa sílabas em
fim de linha.
til: denota nasalidade
trema: colocado na vogal “u”, mostra que não forma ditongo
com a que lhe está próxima (cinqüenta, freqüente)[foi abolido].
sigla: letras iniciais de vocábulos, constituindo abreviaturas:
OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).
Usos do hífen:
a) nos vocábulos que têm os prefixos:
1- SEM, SOTA, SOTO, VICE, VIZO, EX: vice-
diretor, ex-ministro,
2- AUTO, CONTRA, EXTRA, INFRA, INTRA,
NEO, PROTO, PSEUDO, SEMI, SUPRA, ULTA,
ANTE, ANTI, ARQUI, SOBRE, quando a palavra
que vem depois iniciar-se por vogal, h, r, ou s: auto-
retrato, extra-humano, contra-ataque, infra-som.
Exceção: extraordinário.
3- BEM com a palavra que tem vida autônoma, ou
quando a pronúncia o requerer: bem-querer
4- CIRCUM com palavra iniciada por vogal: circum-
adjacente.
5- MAL, PAN, com palavra iniciada por vogal ou H:
mal-humorado, mal-educado.
6- AB, AD, OB, SOB, SUB com palavra iniciada por
R: ab-rogar,
b) nas palavras que têm acentuação própria, formando uma
unidade semântica: grã-mestre, beija-flor.
c) com os sufixos MIRIM, GUAÇU, AÇU se a palavra
anterior terminar em sílaba tônica: capim-açu.
d) nas formas verbais com a colocação pronominal enclítica
ou a mesoclítica: comprá-lo-ei.
e) EIS seguido de pronome de pronome pessoal átono: eis-me
aqui.
f) Nos adjetivos compostos: euro-lusitano, verde-azul.
g) Em palavras com prefixos que têm acentuação própria: pré-
história, pós-graduação
Obs: com a reforma da língua portuguesa, não se usará
mais o hífen: 1- quando o segundo elemento começar com
s ou r, devendo estas consoantes ser duplicadas, como
em antirreligioso, antissemita, contrarregra, infrassom.
Exceção: será mantido o hífen quando os prefixos
terminam com r, ou seja, hiper-, inter- e super-, como em
hiper-requintado, inter-resistente e super-revista. 2-
quando o prefixo terminar em vogal e o segundo elemento
116
começar com um vogal diferente: extraescolar,
aeroespacial, autoestrada
Usos do hífen após a Reforma Ortográfica:
h) nos vocábulos que têm os prefixos:
1- SEM, SOTA, SOTO, VICE, VIZO, EX: continuam
a usar o hífen independente do segundo elemento
começar com R, S ou não: vice-diretor, ex-ministro,
sem-sal, vice-secretário, sota-rei. sem-razão, ex-
reitor, mas: exsolver, exsurgir (continuam como
eram antes),
2- AUTO, CONTRA, EXTRA, INFRA, INTRA,
NEO, PROTO, PSEUDO, SEMI, SUPRA, ULTA,
ANTE, ANTI, ARQUI, SOBRE, quando a palavra
que vem depois iniciar-se por vogal, h, vamos usar o
hífen: sobre-humano, se começar com r, ou s, temos
que duplica-los: autorretrato, infrassom. Se começar
com vogal, não usamos o hífen: extraordinário,
porém com vogais idênticas: contra-ataque,
microondas.
3- BEM com a palavra que tem vida autônoma, ou
quando a pronúncia o requerer: bem-querer, bem-
remunerado
4- CIRCUM com palavra iniciada por vogal: circum-
adjacente circum-resistente.
5- MAL, PAN, com palavra iniciada por vogal ou H:
mal-humorado, mal-educado, pan-russo
6- AB, AD, OB, SOB, SUB com palavra iniciada por
R: ab-rogar, sub-reino, ex-reitor, pós-romano.
i) nas palavras que têm acentuação própria, formando uma
unidade semântica: couve-flor, navio-escola.
j) com os sufixos MIRIM, GUAÇU, AÇU se a palavra
anterior terminar em sílaba tônica: capim-açu, feijão-açu.
k) nas formas verbais com a colocação pronominal enclítica
ou a mesoclítica: comprá-lo-ei.
l) EIS seguido de pronome de pronome pessoal átono: eis-me
aqui.
m) Nos adjetivos compostos: euro-lusitano, verde-azul, luso-
afro.
n) Em palavras com prefixos que têm acentuação própria: pré-
história, pós-graduação, exceção do prefixo co-: coautor;
co-réu: corréu (juntamente com outro réu).
Revisão referente às observações sobre o novo Acordo
Ortográfico de 1995
Foi assinado em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990 por Cabo
Verde, São Tomé e Príncipe, Angola, Brasil, Portugal, Guiné-
117
Bissau, Moçambique e posteriormente por Timor-Leste. Foi
aprovado no Brasil pelo Decreto Legislativo no 54 de 18/4/1995 e
terá obrigatoriamente seu uso em 2012. A implantação das regras se
deu em janeiro de 2009.
O USO DO HÍFEN
Não usam o hífen:
Palavras com prefixos terminados em vogal com o segundo
elemento iniciado por “R” ou “S”: autorresistência.
Prefixo “ANTE”
antessocrático, antessabor, anterrosto, anterrepublicano,
anterreal, antessacristia, antessala.
Prefixo “Re-”
Com este não vamos seguir a regra que diz que “quando o
prefixo termina em uma vogal e o segundo elemento começa
com a mesma vogal, devemos usar o hífen”.
Reeditar, reeducar, reelevar (mas: micro-ondas); aceitamos
duas formas: reeleito e re-eleito.
Prefixo “AUTO”
autossugestão, autossuficiência, autosseroterapia, autorredução,
autorregulamentação, autorretrato.
Prefixo “ANTI”
antissoviético, antissofista, antissinodal, antissimbólico,
antissifilítico antissemita, antissátira, antirrevolução,
antirrevisionista, antirreumático, antirrepublicano,
antirregulamentar, antirreformista, antirrealista, antirreal,
antirraquítico, antirracional, antissocial, antirrugas,
antirreligioso, antirracismo, antirrábico, antirrugas, antissocial.
Prefixo “ARQUI”
arquissofista, arquissinagoga, arquissátrapa, arquissacerdote,
arquirrabino, arquirrivalidade, arquirromântico.
Prefixo “CONTRA”
contrassoca, contrassinal, contrassignificação, contrasselas,
contrassaafra, contrarruptura, contrarroda, contrarrevolução,
contrarrevolta, contrarresposta, contrarréplica, contrarreparo,
contrarreforma, contrarreação, contrarrancho, contrassenha,
contrassenso, contrarregra.
Prefixo “EXTRA”
118
estrassensorial, extrassensível, extrassagital,
extrarregulamentar, extrarregimento, extrasseco, extrassístole,
extrarregimento.
Prefixo “INFRA”
infrarrotulado, infrassônico, infrarrenal.
Prefixo “ULTRA”
ultrassonoterapia, ultrassensível, ultrassecular, ultrassecreto,
ultrassonografia, ultrarromântico, ultrassom, ultrarresistente.
Prefixo “SUPRA”
suprassegmental, suprarrealista, suprassumo, suprarrenal,
suprassensível.
Prefixo “BIO”
A união desse prefixo com as palavras começadas com R ou S já
era feita sem o uso de hífen: biorritmo, biossocial
Prefixo “CO”
cossenso, corré (réu juntamente com outros réus), corregência,
corresponsabilidade, cossecante.
Prefixo “MICRO”
usamos a nova regra em “microssistema”, “microssaia”, em
outras palavras como microrregião, microrreprodução, a união
já era feita sem o uso do hífen.
Prefixo “NEO”
neorrepública, neorrealismo, neorromano, neossimbolista.
Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a
noção de composição: girassol, madressilva, mandachuva,
paraquedas, paraquedista, pontapé.
Acentuação:
“ÉI e ÓI”:
São acentuados nas palavras oxítonas: herói, troféu, papéis.
Não são acentuados nas palavras paroxítonas: androide, apoia.
O “I” e o “U” tônicos após ditongos, nas palavras paroxítonas:
Não são acentuados: feiura, baiuca.
São acentuados em palavras oxítonas quando estiverem no final
ou seguidos de “S”: Piauí, tuiuiú.
Acento diferencial:
119
Não se usa : pára/para, , péla(s)/pela(s), pêra/pêra,
pólo(s)/polo(s), pêlo(s)/pelo(s).
Usa-se: pôde/pode, pôr/por, têm/tem, (e derivados),
intervém/intervem,. Facultativo: fôrma/forma.
Acento Agudo:
Os verbos AGUAR, AVERIGUAR, APAZIGUAR, DESGUAR,
ENXAGUAR, OBLIQUAR, DELINQUIR (admitem duas
pronúncias).
Não se usa: tu aguis, ele argui, eles arguem (ARGUIR E
REDARGUIR).
Usa-se, quando o as formas forem pronunciadas com “a” ou “i”
tônicos: Enxaguar: enxáguo, enxáguas, enxágua, enxáguam,
enxágue, enxágues, enxáguem. Delinquir: delínquo, delinques,
delínque, delínquem, delínqua, delinquas, delíquam. Se forem
pronunciadas com u tônico, não são acentuadas.
Uso do hífen em palavras compostas: 1-unidade sintagmática e
semântica: Emprega-se o hífen nas palavras compostas por
justaposição cujos elementos constituem uma unidade
sintagmática e semântica e mantêm acento próprio, podendo
dar-se o caso de o primeiro elemento estar reduzido: Ano-luz,
arco-íris, decreto-lei, és-sueste, médico-cirurgião, tio-avô,
tenente-coronel, Amor-perfeito, guarda-noturno, mato-
grossense, norte-americano, porto-alegrense, sul-africano; afro-
asiático, azul-escuro, luso-brasileiro, primeiro-ministro,
primeiro-sargento, segunda-feira, conta-gotas, guarda-chuva.
Obs: certos compostos, em relação aos quais se perdeu, em
certa medida, a noção de composição, grafam-se
aglutinadamente: Girassol, madressilva, mandachuva, pontapé,
paraquedas, paraquedista, etc. Usa-se o hífen nas palavras
compostas que designam espécies botânicas ou zoológicas:
Abóbora-menina, couve-flor, erva-doce, feijão-verde, ervilha-
de-cheiro, bem-me-quer (nome de planta que também se dá à
margarida e ao malmequer); andorinha-grande, cobra-capelo,
formiga-branca, andorinha-do-mar, cobra-d’água, lesma-de-
conchinha; bem-te-vi.
IV – Pontuação: sistema de sinais gráficos para facilitar a
compreensão da frase e fornecer-lhe determinados cambiantes.
aspas “”
asterisco *
colchetes [ ]
dois-pontos :
parágrafo
parênteses ( )
ponto-de-exclamação !
120
ponto-de-interrogação ?
ponto-e-vírgula ;
ponto-final .
reticências ...
travessão ___
vírgula ,
1- A vírgula: indica uma pausa curta, e serve para separar:
a) as orações coordenadas, que não são introduzidas pela conjunção
aditiva “e”: Cantou, bebeu, chorou.
b) as orações adverbiais, quando vêm antes da principal: Mas, como somos
humanos e sentimos dor, o absurdo foi colocado de lado.
c) as orações adjetivas explicativas: E, ali estavam os mestres, que tanto
dominam assuntos, que tanto se enganam com a diversidade de teorias.
d) as orações intercaladas: A “antropausa” , dizia o professor, aparece nos
homens aos quarenta ou aos cinqüenta anos.
e) os termos intercalados que quebram a ordem direta da frase: Os Néfelins
transitavam ali, maldosos, insuportáveis, aterrorizadores.
f) os pleonasmos, anacolutos e termos repetidos: A Maiéutica, usaram-na
muito para saber da verdade escondida.
g) nos apostos e vocativos: A vontade do irmão não estava em sua
compleição, sua disposição de espírito, por isso não participou. Ó Deus,
onde estais que não me respondes?
h) numa enumeração: Foi ao supermercado e comprou arroz, feijão, óleo,
farinha e cebola.
2- O ponto final: serve para encerrar a frase: “Know-how” é o conjunto de
conhecimentos necessários ao desempenho.
3- As aspas:
a) para realçar com ironia o significado de uma palavra: Coromandel em
aramaico significa “paraíso”.
b) nas transcrições literais: John Lennon disse: “O sonho acabou”.
c) para destacar estrangeirismos, gírias e neologismos: “Azarar” em certo
momento cronológico, significou na gíria, “namorar”.
4- Os dois pontos:
a) para esclarecer: O masculino de sereia não é sereio: é tritão.
b) para indicar uma citação: John Lennon disse: “O sonho acabou”.
5- O ponto e vírgula: indica pausa mais longa que a vírgula e separa:
a) considerandos, artigos, decretos, disposições em leis, regulamentos,
contratos:
CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE MINAS GERAIS (1989)
Art. 196 – O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I – igualdade de condições para o acesso e freqüência à escola e
permanência nela;
II – liberdade de aprender, ensinar e pesquisar, e de divulgar o
pensamento, a arte e o saber;
III – pluralismo de idéias e de concepções filosóficas, políticas, estéticas,
religiosas e pedagógicas, que conduza o educando à formação de uma postura
ética e social próprias;
IV – preservação dos valores educacionais regionais e locais;
V – gratuidade do ensino público; (...)
b) orações: Ouço a beleza da harmonia da música; a inversão das notas da
clave de fá; as dissonâncias e as tridissonâncias; a mistura das
combinações dos intervalos das notas sétimas, nonas, décimas terceiras
combinando com a linda e elaborada melodia, em uma voz de timbre
seguro e afinada.
6- Os parênteses:
121
a) palavras ou expressões intercaladas no discurso: O estudo que dá
preferência ao todo e não à separação: O “Holismo” (em um de seus
sentidos), era o que interessava naquele momento.
7- Ponto de exclamação:
a) exprime surpresa, admiração, temor, alegria: Que linda que ela era!
8- Ponto de interrogação:
a) usado nas interrogativas diretas: Por que você não foi à festa?
9- O travessão:
a) isolar palavras ou frases: Os “radicais livres” – destruidores de células –
são alimentos que são quebrados, mas não são absorvidos pelo
organismo.
b) marcar a mudança de interlocutor em um diálogo:
- O que significa “Filogenético” e “Ontogenético”?
- “Filogenético” é o amigo da evolução na formação e “Ontogenético” é a
evolução do ser desde a fecundação até a maturidade.
10- As reticências:
a) idéia incompleta: Eu queria...
b) interrupção da frase, do pensamento: Eu ia andando, quando de
repente...
V – Significação das Palavras antônimo: vocábulos que têm significados opostos: bem: mal.
homônimo: vocábulos de mesma pronúncia, mas de escrita
diferente: sessão/ seção.
homófonos: vocábulos que têm o mesmo som, com grafia e
sentido diferente: passo: paço; senso: censo.
parônimos: vocábulos que têm sons semelhantes: descrição:
discrição.
sinônimo: vocábulos que têm o mesmo significado: Balípodo:
Futebol.
sentido figurado: sentido que a palavra assume, quando
empregada fora de seu significado normal: O coração da selva.
VI – Vícios de Linguagem: deturpam a linguagem, ao contrário
das figuras de sintaxe que servem para embelezá-la:
barbarismo: emprego de termos estranhos, tanto na forma
(fuge: foge) como na idéia (púdico: pudico).
cacofonia: união de vocábulos que causam estranham
pronúncia, que dá a entender outro significado: Uma por cada.
preciosismo: linguagem rebuscada em excesso que causa dano à
naturalidade: O gigantesco e assombroso navio em tamanho, com
elevada e exagerada carga, atravessava lento e calmo, o enorme
oceano que banha as Américas (O grande navio, com uma carga
enorme, atravessava o Atlântico).
solecismo: inadequação sintática de concordância ou regência
(palavra que se origina de Soles, colônia grega, onde se falavam
erradamente o grego): Haviam sinos nas montanhas (Havia).Temos
aqueles de sintaxe e outros de semântica. Ex:
1- Troca de preposições: empregam a preposição “a” em
vez de “de”: incumbido a dizer: incumbido de dizer; moinho
a vento: moinho de vento; combinação a dois: combinação
122
de dois; equação a duas incógnitas: equação de duas
incógnitas; sob o ponto de vista: do ponto de vista. Tenho
muito a dizer: tenho muito que dizer
2- Preposição “contra”: dizem “pagar contra recibo:
pagar com recibo, mediante recibo.Encostar a mesa
contra a parede: encostar a mesa à parede. Remete-se
contra reembolso: remete-se a reembolso (ou “a
cobrança”).
3- Preposição “em”: barco em madeira: barco de
madeira; capa em azul: capa azul; TV em cores: TV
à cores.
4- Expressões: Pessoas de alguns vinte anos: Pessoas
dos seus vinte anos. Quando me viu e que me falou:
Quando me viu e me falou. O dia amanhecendo:
Amanhecendo o dia. Ele ganhou a rua: Ele alcançou
a ruas. Repare na atitude dele: Repare na postura
dele. A aula terminada: Terminada a aula. Obs:
Temos a expressão “é que” e o “infinitivo
flexionado” que são “maneiras de dizer” no falar
culto, mas em choque com ele (idiotismo ou
expressão idiomática). (Evanildo Bechara)
={idiotismos fraseológicos: pobre de mim; triste de
mim; o maldito do rapaz [são frases idiomáticas que
não podem ser analisadas. Idiomatismos léxicos = 1-
o infinitivo pessoal (usado em Portugal); 2- Mudança
de sentido: homem simples, simples homem; o
cabeça, a cabeça; 3- a palavra saudade não traduzida
em outras línguas.
Estilística É uma parte da retórica = (conjunto de regras ao bem falar ou
oratória [arte de falar em público; oratória: discurso oral, usado em comícios, que
apresenta introdução, proposição, confirmação e refutação]), tem por objeto o estilo,
que é o modo particular de cada escritor.
Classificação do Estilo: quanto à história, forma e matéria.
Forma:
Qualidade:(simples: visa a convicção; moderado:
florido ou ornado [históricos e narrativos]; sublime: muito ornado, é
o dos discursos oratórios e obras épicas).
Quantidade: pode ser preciso (as palavras correspondem exatamente
às idéias) =[ático], conciso (com o menor número de palavras se
obtém o maior efeito de expressão =[lacônico]; redundante
(palavras, empolado, a uma idéia correspondem muitas palavras);
médio (fica entre o preciso e o redundante =[estilo ródio]).
Matéria: épico, lírico, dramático, cômico,
espirituoso, epistolar, faceto, forense, humorístico, parlamentar.
Ortografia
123
Obs: com a reforma publicada em 12/10/2008, no português lusitano , desaparecerão o “c” e o “p” de
palavras em que essas letras não são pronunciadas, como acção, acto, adopção que se tornam ação,
ato, adoção e ótimo.
1) Usos do “S”:
a) nas formas verbais dos verbos “querer” e “pôr” e seus derivados,
no pretérito perfeito do indicativo: quis: quiseste: pus: pusesse
b) nos sufixos formadores de feminino: “esa” e “isa”: poetisa,
princesa
c) no verbo “coser” que significa costurar.
d) nas palavras provenientes de um verbo cognato (que tem a
mesma raiz) terminados em “ender”: pretender: pretensão.
e) nos sufixos “oso, osa” e “es, esa” que formam adjetivos:
fabuloso, inglês.
f) após um ditongo: maisena.
g) em palavras de origem grega (ase, eses, ise, ose): catequese,
análise, metamorfose.
h) verbos que tenham em seus substantivos a letra “S”, por isso
terminados em “ISAR”: bisar, analisar.
2) Usos do “Z”:
a) verbos que derivam dos substantivos e adjetivos usam o sufixo
“IZAR”:realizar suavizar profetizar.
b) nas palavras que provêm daquelas que tenham radical terminados
em “Z”: Cruz: cruzeiro.
c) nos sufixos “EZ” e “EZA” que formam substantivos abstratos:
riqueza, nobreza.
3) Usos do “X”:
a) após a sílaba “ME”: mexer Obs: mas não usamos na palavra
“mecha”(substantivo).
b) nas palavras iniciadas por “EN”, após esta sílaba: enxugar,
enxurrada, mas não usamos na palavra “encher” e nas derivadas de
outras que se escrevem com CH: charco: encharcar, chouriço:
enchouriçar.
c) após um ditongo: peixe, caixa, ameixa.
Palavras que se escrevem com “x”: puxar, muxiba, broxar (perder a
potência sexual, pintar com broxa), extravagante, enxerido,
enxergar, faxina, bruxa, mexerica, xingar, xampu.
4) Usos do “J”:
a) palavras em que usamos o “J”: viajem (verbo), ajeitar, ultraje,
berinjela, traje, cafajeste, jeito, laje, majestade, ojeriza, sarjeta,
trajeto, projeção, objeção, pajem.
b) nas palavras de origem indígena ou africana: jenipapo, jiló, pajé.
Mas não em Sergipe.
c) nas palavras derivadas cujas primitivas grafam-se com “J”: canja:
canjica, cereja: cerejeira.
d) nos verbos terminados em –jar ou –jear: arranjar, sujar, granjear,
lisonjear.
124
5) Usos do “H”:
Não é consoante e é usado:
a) no segundo elemento de palavras compostas: super-herói, pré-
história.
b) no final e no início de algumas palavras: puh, ah, haver, humilde.
c) quando a etimologia o exige: horizonte (horízon do grego),
humanização (humanitas do latim).
d) nos dígrafos nh, lh, ch: chaveiro, nhoque, palha.
Obs: O nome do estado se escreve “Bahia”, mas os derivados são
escritos sem o “H”: baiano. O “h” se conserva pela etimologia nas
palavras derivadas, mesmo que a primitiva não o tenha: erva:
herbanário, inverno: hibernal.
6) Usos do “G”
a) nas palavras que tem seus finais em ágio, égio, ígio, ógio, úgio:
colégio, relógio.
b) nas palavras que tem “gem” em seu final: massagem,
malandragem.
c) nas palavras que derivam de outras que se escrevem com g:
fingir: fingido: fingimento.
Obs: “pajem” é a exceção e “viagem” é o substantivo e “viajem” é
forma verbal.
7) Usos do “I”:
a) no prefixo dis- que significa movimento para diversos lados e
dificuldade: dispensar, disfunção, dislexia.
b) nos prefixos im- e in- (movimento para dentre e privação,
negação):impugnar, infalível.
c) no prefixo anti- que indica posição contrária: antídoto,
antialcoólico.
d) na 2a e 3
a pessoas do singular do presente do indicativo dos
verbos terminados em –uir, -air e –oer: cair: cais, cai, doer: dói,
sair: sais, sai.
8) Usos de C, Ç, S, SS. SC. XC:
a) “C” e “Ç” nas palavras que vieram do árabe, tupi e do africano:
caçula, açaí, criciúma, Ceci, Juçara, paçoca.
b) após os ditongos, usamos o “c” e o “ç”: foice, refeição, louça.
c) nos derivados dos verbos terminados em –nder e –ndir, usamos o
S: pretender: pretensão; fundir: fusão.
d) usamos SS ou S, após N e R nos derivados de verbos terminados
em –DER, -DIR, TIR e –MIR: ceder: cessão, compreender:
compreensão, reprimir: repressão. Obs: partir: partição: sumir:
sumiço; se o verbo perder a terminação –ter no substantivo
derivado, escrevemos com –ção: autorização, contradição,
descrição, resolução.
125
Acentuação Gráfica
a) PROPAROXÍTONAS: todas são acentuadas
LÂMpada - trabaLHÁssemos – Cárie
b) OXÍTONAS: são acentuadas as terminadas em A, E, O, EM,
ENS: armazém, vatapá.
c) MONOSSÍLABOS TÔNICOS: são acentuados os terminados em
A(s), E(s), O(s): pá, pés, pó.
d) PAROXÍTONAS: são acentuadas as terminadas em:
1- I, IS, US, UM, UNS: júri, álbum, ônus, bíceps.
2- L, N, R. X, OS, Ã(s): amável, próton, ônix, órfã,
revólver.
3- Ditongos crescentes e decrescentes: ciência, jóquei.
e) DITONGOS: vogais tônicas e abertas devem ser acentuadas:
troféu, corrói (exceto em palavras paroxítonas (alcaloide)
f) U TÔNICO dos grupos gu ou qu, quando são seguidos de E ou I:
tranqüilo, lingüiça*(abolido).
g) HIATOS: o “U” e o “I” tônicos: saúde, juízes.*
Obs: excetua-se a acentuação, quando estes U e I são seguidos de L,
M, N, R, Z ou NH: ruim, rainha.
h) HIATO “OO”: o primeiro O é acentuado: vôo*.
i) EE: o primeiro E quando tônica: dêem*.
j) VERBOS TER E VIR (e compostos): acentua-se as 3as
pessoas
do plural do presente do indicativo: eles têm, eles vêm.
l) ACENTO DIFERENCIAL: pôde/pode, pára/para, pélo/pêlo,
pólos/pólos, pêra/pêra, quê/que, côa/côa, pôr/por*.
m) os ditongos abertos: éi, oi, eu: troféu, anéis, faróis*. * Obs: com a Reforma publicada em 12/10/2008: o trema deixará de existir, a não ser em nomes
próprios e seus derivados. O acento diferencial não será usado mais para diferenciar: o verbo pára da preposição para; o verbo péla (pelar) de pela, combinação da preposição com o artigo; o substantivo
pólo de polo combinação antiga de por + o; a forma verbal pélo (pelar) de pêlo, substantivo e de pelo,
combinação da preposição com o artigo; pêra (fruta) de pêra (pedra) e pêra (preposição arcaica). Não se usará mais o acento agudo: 1- nos ditongos abertos ei e oi de palavras paroxítonas, como
assembléia, idéia, heróica, jibóia. 2- nas palavras paroxítonas, com i e u tônicos, quando precedidos
de ditongo: feiúra, baiúca. 3- nas formas verbais que têm o acento tônico na raiz, com u tônico precedido de g ou q e seguido de e ou i: averigúe, apazigúe e argúem (arg(û/u)ir), passam a ser
grafadas averigue, apazigue, arguem. (ver detalhes na pág 98).
126
CRASE
É a contração do artigo feminino “a” ou dos demonstrativos aquele,
aquela, aquilo, a, as, com a preposição “A”: Ele foi à escola.
Entreguei o papel àquela senhora.
Regra geral: emprega-se a crase apenas antes de palavras femininas
(exceção: casacos à Pierre Cardin, porque a palavra “moda” está
subentendida).
Emprega-se a crase:
a) referindo-se a hora, antes de numeral, empregamo-la: Veio às
duas horas.
b) nas locuções prepositivas (estava à procura de emprego),
adverbiais ( às vezes, à toa, à esquerda), conjuntivas (à proporção
que, à medida que). c) diante da palavra CASA, quando
determinada ou designar dinastia ou estabelecimento comercial:
Fomos à casa de Maria. Fomos à Casa do Lavrador. d) senhora,
dona e senhorita (expressões de tratamento): Deram o papel à
senhora. e) tratamento íntimo ou familiar, antes de nome próprio de
pessoa, precedido de preposição: Entregamos o prêmio à Lulu.
Uso facultativo
a) com nomes próprios femininos: Referiu-se à (a) Marli.
b) com a palavra “até”: Fui até à (a) despensa da casa.
c) com pronomes possessivos femininos: Foi à(a) sua escola.
Omissão:
a) pronomes de tratamento: Entreguei o discurso a V. Excelência.
b) verbos: Estava a pensar.
c) pronomes pessoais: Referi-me a você, a ela, a todos.
Figuras de retórica (Obs: Em Portugal são chamadas de retórica, no
Brasil, de linguagem) Acribia: rigor na escolha das palavras, exatidão de estilo. Anacenose: figura de arte de bem falar, que consiste em nos fazermos participantes das palavras ou
ações de outra pessoa.
Anadiplose: repetição de frase contida no fim de um período e no começo do período imediato. Anominação: substituição de uma palavra por outra de sentido oposto.
Antanáclase: uso de palavras iguais no som, mas de sentido diverso.
Antanagoge: voltam-se contra o adversário, os argumentos que lhe serviam para funcionar uma acusação.
Antapódose: consiste no emprego de dois ou mais trechos onomatopaicos na mesma frase.
Antimetábole: nome dado à formação de uma frase com vocábulos de outra ou anagrama Antiparástase: recurso de oratória, que apresenta um ato praticado por alguém como elogiável,
apesar de tido como passível de condenação.
Antístrofe: mudança de sentido na associação de certas palavras, pela sua repetição em ordem inversa.
Aparitmese: consiste em separar algo em suas diversas partes, enumerando-as sucessivamente.
Aparte: interrupção feita a um orador, em meio a seu discurso. Apodioxe: repulsão de um argumento por ser absurdo.
Aposiopse: interrupção propositada de uma frase. Reticência.
Apostrofar: dirigir subitamente a palavra a alguém. Assíndeto: supressão de conjunções coordenativas entre orações.
Diácope: figura na qual é representada uma palavra, pondo outra ou outras de permeio, consiste na
repetição da mesma palavra, com outra ou outras intercaladas: Maria, a bonita Maria. Tu, só tu. Diáfora: repetição de uma palavra na frase, com significados diferentes: Primavera, vera (a verdade),
vera (o nome), vera (o verbo), veremos.
Diaporese: figura pela qual o orador se interrompe.
127
Enargia: figura que consta da representação exata de um objeto no decurso de uma alocução.
Epanadiplose: figura que consiste em se repetir uma expressão ou palavra, no início e fim de cada
verso ou frase.
Epanáfora: consiste em se repetir uma palavra ou expressão no início de cada verso ou frase.
Epanalepse: consiste em se repetir uma palavra ou expressão entre duas frases seguidas.
Epanástrofe: consiste em repetir em frase ou verso a palavra final da frase ou do verso anterior. Epânodo: consiste em se repetir separadamente, palavras que foram ditas juntas, anteriormente.
Epítrope: consiste em conceder alguma coisa, que se poderia contestar, para dar maior autoridade ao
que se quer provar. Epizeuxe: consiste em se repetir imediatamente uma palavra ou expressão após ela ter sido
pronunciada pela primeira vez.
Hipálage: figura que consiste em atribuir-se a certas palavras de uma frase o que pertence a outras da mesma frase: O sapateiro meteu o sapato na forma por O sapateiro meteu a forma no sapato.
Histerologia: erro do orador ou do escritor que se refere em primeiro lugar àquilo que deveria vir
depois. Litotes: sistema de afirmação empregando a negação do contrário.
Metábole: repete uma idéia de modos diferentes: deve-se comer para viver e não viver para comer.
Metagoge: atribui sentimento às coisas inanimadas. Metalepse: toma o antecedente pelo conseqüente e vice-versa.
Metástase: o orador declina de si a responsabilidade de alguma alegação.
Mimese: imita a voz ou o gesto do orador.
Paralipse: firma-se ou atrai a atenção para alguma idéia ou objeto, fingindo desviá-la.
Preterição: figura que consiste em fingir calar alguma coisa que na realidade, está enunciado.
Prolepse: nela se acabam antecipadamente, as objeções do adversário. Prosonomásia: tem por base a similtude de vozes.
Simploce: figura utilizada para determinar o fato segundo o qual se fala; a repetição da palavra no
início e no fim da oração. Sintomia: figura sinônima de exposição resumida.
Sizetese: figura com que se inicia uma discussão.
Subjeção: figura pela qual o orador interroga o adversário e, prevendo a resposta, dá logo a réplica.
Figuras de construção
Homeoptoto: emprego consecutivo de verbos nos
mesmos tempos, e pessoas, ou por vários substantivos ou
adjetivos precedidos pelos mesmos artigos, preposição,
etc. Fui, lutei, cheguei, venci.
Homoptoto: que designa os vocábulos que têm o mesmo
prefixo. Utilização sucessiva de nomes nos mesmos casos,
ou de verbos nos mesmos tempos e pessoas. Recriei,
refiz, revoltei.
Homoteleuto: desinência parecida de palavras sucessivas.
Fazendo, querendo e tentando.
Metonomásia: substituição. Disfarce de um nome pela
sua tradução em outra língua. Rosa Palmeirão (Palmeirão
é aproximação de uma palavra estrangeira: rosa Paul
Neyron).
Poliptoto: ato de empregar, num período, uma palavra
sob diversas formas gramaticais. Amar, o amar amante
dos amados.
Sínese: construção sintática em que se atende mais ao
sentido do que ao rigor da forma. Aconteceu comigo (em
vez de: aconteceu a mim).
Tropo: uso de palavra em sentido figurado: Menina dos
cabelos de ouro (loiros)
128
FIGURAS DE ESTILO: Figuras de pensamento
(alterações na frase)
Antítese: expressões com idéias opostas: Queria pregar o
bem, mas só via o mal. Paradoxo: idéias absurdas: (O
amor e o ódio estavam nele).
Prosopopéia: atribui qualidades e ações humanas a seres
inanimados: A tarde chora por você.
Ironia: oposto do que se quer dizer, para obter efeito
crítico ou de desprezo: Que bonitinho!
Apóstrofe: interpelação enfática: José, tu ainda hás de me
pagar!
Exclamação: realce de uma emoção: Que coisa mais
louca!
Interrogação: interrogação para uma afirmação: O sonho
acabou?
Hipérbole: exagero do pensamento: Chorei rios de
lágrimas.
Eufemismo: quando suavizamos uma expressão
agressiva: Passou desta para a melhor (morreu).
Gradação: sucessão de idéias: Escrevi uma anotação, um
comentário, uns capítulos e um livro.
Perífrase: rodeio de palavras: Cidade Luz (Paris).
Alegoria: muitas figuras: O bem e o mal são apenas fatos
loucos de uma realidade colorida da vida temporona.
Comparação: confronto entre duas idéias: Ela é linda
como uma flor!
FIGURAS DE ESTILO: Figuras de palavras
(alterações no sentido da palavra), também denominadas
“tropo”.
Sinédoque: consta em tomarmos a parte pelo todo, o
continente pelo conteúdo e o gênero pela espécie:
Rasgaram o meu paletó.
Metáfora: comparação subjetiva em que não há o
conectivo: As nuvens de algodão enfeitavam o céu de
marmelada.
Metonímia: relação de sentido ou associação de idéias, na
substituição de um termo pó outro. As substituições são:
1- marca pelo produto: Tomou uma Skol e se foi; lugar
pelo produto: Queria comprar um Stradivarius. 2- autor
pela obra: Lia Oswald de Andrade. 3- Matéria pelo objeto:
Você tem uma prata? (moeda). 4- Conteúdo pelo
129
continente: bebi dois cafezinhos (xícaras de); 5- causa
pelo efeito: Ele ganha a vida jogando bola (ganha os
meios para viver); 6- O todo pela parte do todo: O bigode
não veio.
Antonomásia: com ela nomeamos um ser pelo seu epíteto: Sábio
Grego (Ulisses).
Catacrese: é um tipo de metáfora utilizada para suprir a
falta de um termo específico: pé de mesa, dente de alho.
Figuras de sintaxe (complementação)
São as alterações na concordância, na regência ou na
colocação:
Anástrofe: ordem inversa, conseguida pela anteposição
ou inversão dos termos: O trabalho, faremos; o sucesso,
conseguiremos.
Hipérbato: consiste na transposição de um termo pela
interposição de outro, que o separa daquele com que se
relaciona normalmente: O das águas gigante caudaloso (O
gigante caudaloso das águas).
Sínquise: consiste numa transposição violenta dos termos.
Polissíndeto: repetição enfática do conectivo: E chora, e
ri e canta. Assíndeto: omissão do conectivo: Chora, ri,
canta.
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
Variedades Linguísticas
Há várias maneiras de falar a língua portuguesa,
devido a diferenças familiares, ou de cidades, regiões,
idade, classe social; essas variações da língua são
denominadas Variedades linguísticas. Como não existe
uma variedade considerada a certa para falar, temos a
variedade padrão ou norma culta (língua culta), que tem
grande prestígio na sociedade (é usada nos textos
científicos, didáticos, em alguns jornais, revistas,
documentos, etc.). As outras variedades são denominadas
de língua não padrão. Temos que conhecê-las para
adequar seu uso às diferentes situações ou para falar com
pessoas de qualquer região do país ou diferentes níveis
sociais.
Variações de registro
130
Existem tipos de variação que ocorrem na língua
padrão e na língua não padrão, são usadas em situação de
“oralidade” ou de “escrita” ou na situação de
“formalidade” ou de “informalidade”. É conhecida como
gíria. São palavras e expressões que são próprias a grupos,
como estudantes, policiais, surfistas, policiais, skatistas,
etc. Palavras como busão: ônibus, trampo: trabalho, vazar:
ir embora, etc.
Os dialetos e falares
Em todas as regiões ou estados, temos os dialetos
regionais em que temos palavra e expressões diferentes,
assim como diferenças de pronúncia. Ex: “bichim” no
nordeste é “menino”; “pavorosa” no Maranhão é
“ambulância”, etc. Temos também estudos na Variação
Linguística de “falares regionais” que apresentam muitas
diferenças da variedade padrão (língua padrão) como o
“Dourados” (falar de uma região da cidade de Patrocínio-
MG no Alto Paranaíba. Temos a “Calunga dos escravos”
(também na cidade de Patrocínio, séculos XVII e XVIII) e
o estudo das línguas indígenas, como o Tupi, que
contribuiu com alguns significados, principalmente nos
topônimos (nomes de lugares como Sapucaí, Via
Anhanguera, Araçuaí, Savassi, etc.). Vejamos um
pequeno estudo de cada uma, para exemplificar.
As Línguas Indígenas Enquanto a maior parte da população do país fala um único
idioma, o português, os índios brasileiros falam, pelo menos, 170
línguas diferentes e talvez outras mais, ainda desconhecidas. As
diferenças entre uma e outra língua indígena podem ser muito
grandes – como as que existem por exemplo, entre o português e o
japonês – ou pequenas como as que notamos entre o português e o
espanhol.
Para facilitar o estudo das línguas indígenas, elas são agrupadas
da seguinte maneira: Várias línguas semelhantes constituem uma
família. Várias famílias de línguas semelhantes, por sua vez, fazem
parte de um tronco linguistico. Os dois únicos troncos conhecidos
são o Macro-Jê e o Tupi. Do tronco Macro-Jê fazem parte as
línguas dos índios Xavante, de Mato Grosso, dos Kaiapós do Pará,
dos Kaingang, de São Paulo ou Rio Grande do Sul, e muitas outras.
No tronco Tupi, existem pelo menos duas famílias: a Tupi-
guarani – da qual fazem parte, entre outras, a línguas dos índios
Kamaiurá, do Parque Nacional do Xingu, em Mato Grosso, dos
131
Parintintin, do Amazonas, dos Urueuwauwau, de Rondônia, ou dos
Guarani, do Mato Grosso do Sul e da região Sul do país – e a
família dos Mondé, com línguas diferentes para os índios Cinta-
Larga, Gavião, Suriú, Zoró, Aruá.
Existem, ainda, várias outras famílias de línguas, que não têm
relação comprovada com nenhum dos troncos citados. Há também
línguas isoladas, ou seja, sem “parentesco” com nenhuma família
ou tronco. É o caso da língua dos índios Trumai, do Parque do
Xingu, ou a dos Ticuna, do Amazonas.
As Línguas
O tupi-guarani era a mais difundida dentre as 350 línguas. Couto
de Magalhães afirmou que “o tupi e o guarani são a mesma língua
em dois períodos: o tupi, mais primitivo, quase monossilábico; o
guarani, mais desenvolvido”.
De Cananéia para o sul e até o vale do rio Paraguai, ouvia-se o
guarani. Mas não exclusivamente, segundo mostra a geografia, pois
nomes de locais como Goio-ere, Xanxerê, Chapecó são do falar
carijó, enquanto Noiaque, no sul do Mato Grosso do Sul, indica a
influência regional dos guaicurus, povo não-guarani.
O padres Anchieta e Luís Figueira organizaram gramáticas do
tupinambá, o mais difundido dialeto ou variante do tupi. Anchieta,
outros religiosos e alguns viajantes recolheram lendas e criaram
literatura nessa variante.
Eis um trecho do “Auto da Festa de São Lourenço”, da autoria
de Anchieta. O diabo Guaixara revela o plano de subjugar a aldeia
por meio da embriaguês. Com isso, o autor condenava o uso
imoderado das bebidas:
Xe anho Eu somente
Co taba pupe aico nesta aldeia estou
çerecoaramo uitecobo como seu guardião fazendo
xereco rupi imoingobe com que ela/ obedeça ao meu
querer
Para ajudar a compreensão: Na língua tupi, a ordem direta construía
as frases, colocando as preposições e conjunções no final, depois do
tema. Teodoro Sampaio escolheu este exemplo:
O caçador e o cão entraram no mato.
Em tupi: Camonoçára yauára irumo oikeana caá opé (=caçador cão
e entraram mato no).
A língua, forte elemento de orgulho, traço de união para tribos e
nações. Para o tupi, a nhenhengatu, a sua língua é a melhor de
todas. O mesmo dizia o guarani da sua, a ava nhenhen. A Primeira
causa da guerra permanentes entre tupis e tapuias era o fato de estes
não falarem a língua daqueles.
A língua tupi incorporou o vocabulário do idioma português e
foi gramaticalmente disciplinada pelos jesuítas. Tornou-se a língua
132
geral ou brasílica, mais falada do que a portuguesa até meados do
século XVIII. Só não se fixou como a língua brasileira, porque a
3/5/1757 o seu ensino e uso público foram proibidos por ordem
real.
No entanto, um pouco dessa língua permanece conosco,
especialmente na fala caipira ou interiorana. Pelo fato de não
existirem entre as dezenove letras do tupi as letras “f”, “l”, “j”,
“z”, “v” e também o “r” forte, o “s” sibilante e os grupos “lh”,
“rr”, sucedeu que o som palatal “lh” soou “ie” (“paia” em vez
de “palha”, “fio” em vez de “filho”) e o “l” gutural (o “l” de
“animal”) soou “r”: “animar”. Assim diz o povo no modo de
falar tupinizado ou acaipirado: “paia”, “fio”, “animar”. A língua dos tapuias ou jês, comparada à tupi, pareceu aos
europeus menos rica e bem mais difícil e por isso rotularam-na de
língua travada. Poucos se interessam por ela, apontada por alguns
como fusão de falares “aimará” e “abanheengá”. Nomes tapuias de
sítios do nordeste mostram lugares habitados pelos “jês”: Cariri,
Moxotó, Catolé, Mossoró.
Nomes poesia
Suave e melodiosa, a língua tupi permitiu criar poesia. É poesia
o que certos autores encontraram, por exemplo, em nomes próprios
femininos, se é que estes foram corretamente preservados:
“Ibatira” ou “Potira”, que hoje é Bartira: Flor, bonina.
“Moema” ou “Coema”: Aurora
“Iracê” (Iraci): Doçura
“Aracê” ou “Iracê”: Manhã, nascer do dia
“Jandira”: Mel, doçura
A língua “caribe” – praticada desde as Pequenas Antilhas, na
América Centro, e o norte da América do Sul até a Amazônia
brasileira -, objeto de estudos recentes, é apontada pelo linguista
Aryon Rodrigues, como tendo a mesma origem do tupi. O alto
Xingu seria o berço de ambas, as quais conservam muitas palavras
em comum.
O “aruaque” fez-se ouvir da Flórida, EUA, às Antilhas e
Guianas. No Brasil, pela bacia amazônica e ao norte do planalto
matogrossense.
Das centenas de outras línguas do Brasil de Cabral, não
dispomos nem mesmo dessas poucas referências. – Obs: Textos
extraídos dos livros: A QUESTÃO DO ÍNDIO – Portela, Fernando
Mindlin, Betty -Viagem pela Geografia – Editora Ática – 10a ed.
1998 –SP. OS ÍNDIOS DO BRASIL – Donato, Hêrnani – Povos
do Passado. Editora Melhoramentos –12a ed. 1995 – SP.
No triângulo mineiro tínhamos as tribos dos Bororós, Cataguás
(catu-auá: gente boa), Caiapós (nômades), Inás e Araxás (que foram
133
extintos pela matança indiscriminada dos portugueses, no séc.
XVIII).
Pequeno dicionário do
tupi A
A: o homem, considerado a
união do corpo e do espírito.
Aba: cabelos
Aba: homem
Abaçaí: homem de respeito
Abaeté: homem de respeito
Abana: cabelo forte, cabelo
duro
Abaré: padre, homem
diferente
Abati: milho
Abeguar: comedor de gente
Acemira: faz doer, doloroso
(anagrama de América)
Aci: mãe
Acoiaba: tanga
Açu, çu: sufixo que significa
grande
Aí: rio
Aiara: caçador
Aíba, iba: que não presta
Aimberê: duro, inflexível;
flauta imprestável ou
lagartixa. Variação: amberê
Aimoré: Hai + mbo’ ré: o
mordedor; do verbo “mbor”
(ter)
Airumã: Estrela d’alva (o
planeta Marte)
Airuoca: casa do socorro
Aisó: formosa
Aiura: filha
Aiury: o socorro, a ajuda
Ajira: sobrinho
Ajuricaba: muito irritável.
Espécie de abelha. Índio
amazonense que, preso pelos
portugueses se jogou às águas
do rio, para escapar
Ajuru: papagaio
Ajyra: sobrinha
Aman: chuva
Amanacy: mãe da chuva,
pássaro que anuncia a chuva
Amanara: dia chuvoso
Amanayara: o senhor da
chuva
Amandy: água da chuva
Amary: tipo de árvore
Amana: chuva, núvem
Amonati: além, distante
Anajá: palmeira alta
Anajé: gaviáo
Anamí: nome de uma árvore
Ananã: cheiroso, fruta
cheirosa, abacaxi
Andirá: vampiro
Anema: ruim
Anga: alma
Angere: a alma, o espírito
Anhangá: alma só, diabo
Anhangûera: o fantasma,
diabo consumado, o espectro
Anho: só
Anira: anel
Anvi: anel
Apiúma: pintado de preto
Apoema: aquela que enxerga
longe
Ara: dia
Arabi: lindas lágrimas,
Vitória-régia
Aracaê: pássaro briguento
Aracê: aurora, despontar
Aracéli: altar do céu
Aracema: saída do dia, aurora
Araci ou aracy: mãe do dia, a
aurora
Araçuaí: rio grande do dia ou
do papagaio
Aracunda: papagaio forte,
parrudo
Araguarino: a água ou o rio
da baixada dos papagaios
134
Araíba: papagaio ou tempo
mau, tempestade
Arani: tempo furioso
Arapuã: abelha que faz o
enxu redondo
Araquém pássaro que dorme,
dorminhoco
Ararê: amigo dos papagaios,
dos pássaros
Arari: arara amarela, canidé.
A tinta e a árvore de que se
extrai
Araribóia: cobra do rio das
araras, cobra roncadeira
Araripe: rio dos papagaios
Araruna: arara preta
Aratama: terra dos papagaios
Arati: antiga tribo
matogrossense, da qual
descendem os atuais parecis
Araxá: lugar alto de onde
primeiro se avista o sol
Aricema: palma que brota
Aruana: jeitoso, hábil
Ati, atiati: gaivotas
Atibaia: ave sadia.
Atu: boa
Auati, avati: milho
Avaré: homem amigo
Avatí: herói de um mito
indígena (milho)
Ayacá: cesto de vime, taquara
Ayoacy: jovem, moça,
rapariga
Ayra: sobrinha
Ayra: sobrinho, filho do
irmão
Ayssô: belo, formoso, lindo
B
Bacuara: sábio, homem de
preparo, inteligente
Baependi: o que queres? Que
coisa queres?
Baepera: o limpo, a clareira, a
aberta
Bagé: sozinho
Baíra: Deus criador e
civilizador
Bambuí: rio muito corrente e
sinuoso
Baraúna: madeira preta
Bariri: água agitada,
corredeira
Bartira: flor. Nome da filha de
Tibirica, cacique guaianá,
casada com João Ramalho
Belmiry: a carreira, corrida
Beramim (guarani): parecer
Biara: presa de capa, de
guerra
Bira: empinado(a)
Birigui: mosquito
Bocaina: sobrenome,
depressão numa serra
Bocaiuva: palmeira
Bonjy: rio barulhento,
rumoroso
Botucatu: bons ares, bom
clima ou bom vento
Boyrá: colar de contas, jóias,
coisa preciosa
Buriti: nome de uma
palmeira, coqueiro
C
Caá: erva-mate, erva, arbusto,
mato ralo
Caapotyraguá: flor do vale, da
mata
Caápuã: capão do mato,
morador do mato
Caássyca: nome uma planta
resinosa, oleosa
Caátia: planta que segrega um
suco lácteo
Cabayba: vespa ruim,
venenosa
Caçapava: travessia do mato
Caeté: mata verdadeira
Caetetá: mata verdadeira
Cahy, caraí: macaco
Cai: folha
Caiçuara: o que ama, o
amante
Cainã: morador do mato
Cainana: mulher adoidada,
enfurecida
135
Cairé: auxiliar de Rudá (Deus
do mar), lua cheia
Cairu: árvore de folha escura
Caiuá: morador do mato
Caiubi: folhas azuis
Cajary: rio de cajá
Cajati: árvore grande
Cajuru: boca do mato, entrada
do mato
Camapuã: seio redondo,
empinado, colina arredondada
em forma de seio
Camb: planta
Cambaúba: nome de uma
árvore
Cambuci: vaso de água
Cambuquira: planta brotada
Camby: líquido do peito, leite
Cambyçara: ama, mulher que
amamenta
Caminhoá: o peitinho liso
Camirim: folhinha, plantinha
Camocim: vaso de água
Camury: peixe, nome de
robalo
Camuty: peixe
Canará: planta que se
assemelha à cana
Candéa: perfeito, limpo,
bonito
Cangurú: cabelo grande
Canidé: arara de belas pernas
azuis escuras
Cantanduva: mato ralo
Caoby: folha azul, o anil
Capanema: mato que não
presta, mato sem graça
Capatyra: flor silvestre, flor
do campo, flor do mato
Capitu, caapitu: nome de uma
planta da flora brasileira
Capivari: rio das capivaras
Caraguatatuba: mato de
gravatás
Caraí: espécie de macacos
Carampã (guarani): curvado,
arcado
Caramuru: homem do fogo,
filho do trovão
Caraquatá: planta espinhosa
que produz frutos amarelos
em cachos
Caratinga: homem branco
Carayba: anjo da guarda
Cari: branco
Caribé: alimento preparado
com polpa de abacate
Carijó: descendente de branco
Carinhanha: rio que corre
rápido
Carioca: casa de branco
Cariri: pacífico, taciturno
Caruana: gênio que habitava o
fundo dos rios
Cat (a): mato
Cataia: erva medicinal, folha
que queima
Catumbi: o mato verde
Catyba: mata cerrada, espessa
Cauim: vinho, bebida
embriagante
Caxangá: mato estendido
Cayari: rio dos cajás
Ceci: minha mãe
Cegytara: o carregador, o que
faz transporte
Cembiyá: estrela d’alva
Cendi: a luz
Cendira: irmã
Cerayma: sem nome, pagão,
não batizado
Ceuci: mãe do prato
Chapecó: caminho trilhado
frequentemente
Churi (guarani): ema
Cipoúna: cipó preto
Coaraci, guaraci: sol
Coaraci: co –ara-cy: a mãe do
dia, sol
Coaraci: sol
Coaraciaba: cabelos do sol,
loira
Coaracyaraá: muito sol,
verão, vermelho
Coemitã: aurora, manhã
vermelha
Côiguara: morador da roça,
roceiro
136
Coniã (timbiras): rei dos
festins guerreiros
Cori: pinheiro
Coribaba: valente, corajoso
Cotiara: pintada
Cuiabá: farinheiro
Cumari: pimenta
Cumari: pimenta
Cunhambebe: língua que
corre rasteira, que fala
mansamente, devagar
Cupara: o alisador, o polidor,
o debastador
Curuça: cruz
Curumim: menino
Cururupeba: sapo (kururu),
peba (chato)
Cy: dia
Cyeíma: sem mãe, órfão
Cymeíma: áspero, não liso
D
Dassuen: pássaro de penas
azuis e roxas
Diacira: favo de mel
Duiruna: divindade indígena
E
Eça: olhos
Eçabara: o que procura, que
busca
Eçaí: risonho, alegre
Eçaraia: esquecido,
esquecimento
Eçauna: de olhos pretos
Ecoateyma: avarento,
miserável
Ecobuaba: compreensão,
conhecimento, entender
Ecoema: manhã
Ecomonhanga: o que governa,
dirige
Eiguara: plebeu, vulgar
Eira: abelha
Eirapuã: abelha que faz a
colmeia no alto das árvores;
estrela
Eiratã: mel cristalizado,
açucarado
Eiratí: abelhinha
Eiretama: colmeia
Eirubi: abelha roxa, escura
Emarã: falar mal,
mexeriqueiro, maledicência
Embu: córrego, arroio
Emoema: mentira, mentiroso
Endiyá: lampejar, chamejar
Endy: luz, luzir, brilhante
Epi, epy: fundamento,
princípio
Erapuã: nome de uma estrela
Eroró: que faz barulho
Essoby: de olhos verdes ou
azuis
G
Gipe: abundante em (sergipe)
Goiana: nome de uma planta
semelhante ao anil (azul)
Goiás: gente da mesma raça
Graciema: saída do sol
Grajaú: pássaro comedor
Gravataí: rio dos gravatás
Guacira: talo aguçado,
cortante
Guaiani: mulher velha
Guaíba: água na baía
Guaira(guarani): intransitável,
não se pode atravessar
Guairá: abreviatura de
guaicará
Guairacá (guarani): lobo da
água
Guajará: penca de frutas,
nome de uma árvore
Guanabara: braço do mar
Guanandi: nome de uma
árvore
Guaporé: cachoeira no campo
Guará: garça, pássaro
Guaraaqueçaba: o ninho das
garças
Guaracei: o criador, o sol
Guaraciaba: cabelos louros,
cabelos de sol
Guaraciba: variação de
guaraciaba
137
Guaramiranga: o mesmo que
guarapiranga
Guarani: guerrear, guerreiro
Guarantã: madeira comprida,
madeira dura
Guaráoboi: verde-azulado
Guarapari: garça vermelha
Guarapuava: o rumor dos
pássaros
Guararapes: o estrondo dos
tambores
Guaratinguetá: garças brancas
Guaratuba: lugar onde se
juntam as garças
Guarpiranga: guará vermelho
Guaru: aquele que come
Guarujá: comedores,
barrigudos
Guarulhos: dos guarus
Guataçara: andarilho, viajante
Guaxupé: abelha negra
Guayr: filho
Guaytí: ninho de pássaros
Guirá: ave
Guvia: ave
H
Hipurina: donzela, flor, fruta
Hiren: gavião pequeno
Hurassi: núvem
I
Iabá: orgulhoso, arrogante
Iacê: poderosa telepatia
Iaci (jaci): lua
Iagê: tem qualidades de
telepatia
Iandeyara: Jesus Cristo
Iapuama: cheiroso, rescender
Iara: senhora das águas ou
água, beleza tentadora das
águas
Iautiuca: batatinha (outro
tipo)
Iayí: gota de orvalho
Ibá: fruta
Iba: que não presta, sufixo
Ibacy: terra boa
Ibaiapina: terra sem vegetação
Ibaíra: árvore do mel
Ibiã: ladeira, barranco
Ibiá: terra
Ibiapava: chapada, terra
desmoronada
Ibinayaya (guarani): cobra-
d’água
Ibiracy: mão de árvore
Ibotira: flor, pé de flor
Icaua: cheia
Icoracy: raio de sol
Igara: canoa
Igaura: lugar onde se bebe
água
Igua: água
Iguaçu: água grande
Iguana: lagarto
Iguapé: seio d’água
Iguará: canoa
Iguassu: variação de Iguaçu
Iguatu: água boa
Ijuí: água com espinho
Imirá: árvore, madeira
Inaicí: palmeira de coco
comestível
Inaiê: gavião solitário
Inajá: palmeira de coco
comestível
Inayé: o mesmo que Inaê
Indaiá: palmeira
Indaiatuba: palmeiral
Inhaém: panela
Inhuã: campo elevado
Ini: rede
Ipanema: água que não presta
Ipatinga: água branca
Ipauçu: Ilha grande
Ipipiara: gênio das águas,
inimigo dos pescadores e
lavadeiras
Ipiranga: água vermelha
Ipoema: ave do pântano
Ipu: olho d’água, água
estagnada
Iraci: ira: mel, cy: mãe; mãe
do mel: abelha
Iraê: o doce, que tem gosto de
mel
Iraí: rio do mel
138
Irajá: cabaça de mel
Iramaia: mãe do mel, abelha
mestra
Irani: abelha, mel enfurecido
Irapuã: abelha redonda
Irecê: a mercê da água,
superfície da água
Irupê: que anda junto,
companheiro, vitória-régia
Ita: pedra, rocha
Itaberá: pedra resplandescente
Itaberaí: pedra do rio de
cristal
Itabira: pedra empinada
Itaboca: pedra rachada
Itaboraí: rio de pedra bonita
Itacira: pedra cortante
Itacoatiara: inscrições em
pedras, pedra pintada
Itacolomi: a pedra e o filho (a
pedra grande coma pequena)
Itacotiara: pedra pintada
Itacuruça: pedra cruz
Itagiba: braço de pedra,
braço: yiba, de pedra: ita
Itaguaí: rio de pedra furada
Itaipava: parede de pedra
Itaipu: fonte que nasce da
pedra
Itajaí: rio pedregoso, rio cheio
de pedras
Itajubá: pedra amarela, ouro,
mina de ouro
Itamaracá: chocalho de pedras
Itamarandiba: de pedras
pequenas, local de pedregulho
Itamarati: água entre pedras
soltas
Itambé: pedra afiada
Itaoca: fortaleza de pedra,
casa de pedra
Itaocara: terreiro de pedra,
praça empedrada
Itapagibe: rio de pedra chata
Itaparica: o cercado de pedra
Itapecerica: lage escorregadia,
pedra lisa
Itapemirim: pedra pequena
Itaperuma: aldeia extinta e
negra
Itapetininga: passagem a vau,
à raso
Itapeva: pedra chata
Itapicuru: pedra cheia de
saliências pontiagudas
Itapoã: pedra redonda, pedra
exposta
Itápolis: grego + tupi: cidade
de pedra
Itaporanga: pedra bonita
Itarará: pedra escavada pelas
águas
Itatiaia: pedra criçada, pedra
em gancho
Itatiba: pedregal, muitas
pedras
Itatinga: pedra branca, prata,
mina de prata
Itaú: pedra preta
Itaúna: pedra preta preciosa
Itaverava: pedra que brilha
Itiberê: campo de arroio claro
Itu: o salto, a cachoeira
Ituverava: pedra que brilha
Iucyara: que limpa, limpadora
Iura: enchente, maré
Iuruara: queixosa,
murmurante
Ivaí: rio, rio das flexas
Ivair: rio das flechas ou fruta
d’água
Ivirapema: tacape para a
execução de prisioneiro
J
Jaboatão: árvore de tronco
reto
Jaca: peito
Jacaúna: do peito negro
Jaceyru: lugar das melancias
Jaci icaua: a lua cheia
Jaci omunhã: a lua nova
Jaci: la – ci: a mãe dos frutos,
a lua
Jaciara: dia de lua, despontar
da lua
139
Jaciema: saída ou movimento
da lua
Jaciendi: lua, luz, lua cheia, o
luar, luz da lua
Jacimar: lua da guerra, lua
boa para guerra ou caça
Jacina: libélula
Jacir: variação de Jaci
Jacira: abelha da lua, abelha
noturna, cor de mel
Jaciredy: luar, lua cheia
Jacui: rio dos jacus
Jaguar: o cão, a onça, o tigre
Jaguaraiara: o senhor das
onças, o caçador
Jaguarão: a onça feroz
Jaguarayava: vira lata,
cachorro ruim
Jaguari: rio de onça
Jaguaribe: no rio das onças
Jaguarundi: gato do mato
Jaíba: rio de água ruim
Janari: árvore brasileira da
região amazônica
Jandaia: nome de uma espécie
de arara
Jandira: a abelha de mel
Janduí: desconhecido
Japy: a nascente
Jataí: árvore do fruto duro;
nome de uma abelha
Jaú: o que devora, o que
estreita
Jauri: rio dos Jaús
Jerimum: abóbora
Joaci: sedento
Ju: dourado
Juacema: saída dos juás
Juarama: planta semelhante
ao juá
Juatama: terra dos juás
Juatuba: cheio de joá
Juçara: que tem espinhos,
comichão, que arde
Jucê: limpo, asseado
Jupiacara: cercado de
espinhos
Jupira: alimento, o que foi
comido
Juraci: Yura – cy: mãe das
ostras (masc. e fem.)
Jurandi (ou Jurandir): o que
foi trazido pela luz do céu
Jurecê: boca doce
Jurecem: água na boca
Jurecema: o mesmo que
Juracema
Jurema: Iu – r – ema:
espinheiro suculento, Plantas
entorpecentes do Brasil
Juriti: pombinha
Juruapa: murmurar, falar mal
Juruna: boca negra
Jurupari: demônio que tapa a
boca dos que dormem
Jurupi: silencioso, calado
Jururê: suplicante
Juparaná: mar de rãs
K
Koiara: pequeno
Kunari: comadre
Kunataí: menina
Kunumi-miri: menino
Kugnatim-miri: menina
Kunumy: moço, jovem
Kugnatim-miri: moça
M
Maíra: ente superior, criador e
destruidor
Maloca: cabana, casa, oca
Manhumirim: Chuva fraca
Mani: deusa da mandioca
Mantiqueira: a chuva goteja, a
água cai
Marã: a guerra, a desordem
Maraara: envergonhado
Maracajara: aquele que
agitava o maracajá, feiticeiro
Maracaju: pontas de terras
altas
Marambaia: cerco do mar,
arrecifes
Maranei: uma espécie de
vestais no templo de
Mbocabog
140
Maraneyma: virgem, sem
guerra, pura
Maranguape: vale de luta
Maranguara: desordeiro
Maranhão: mar grande, mar
que corre
Marapendi: mar limpo
Maricá: espinheiro
Mariúy: rio das moscas
Marni: provocador de brigas,
rixento
Maru: mosca
Mauá: espinheiro
Mauarí: nome de uma ave,
gênio do mal, personagem de
uma lenda
Maurici: de mãe elevada
Mbaerayi: nervura das folhas,
fibra
Mbaeupeguara: idôneo, capaz
Mbarajara: senhor do maracá,
feiticeiro, curandeiro da tribo
Mbé: afiado (sufixo)
Mbiacy: lua cortada
Mbiguayara: aprisionar,
prender na guerra
Mearim: o rio do povo
Meary: rio do povo
Mebycoi: gêmeo
Meengara: doador, ofertante
Membi: flauta
Membyra: filha
Membyrara: dar à luz, ser
mãe
Memonô: o neto, o
ascendente
Mendara: casamento, casado
Mendeyma: o solteiro
Mendobi: amendoim
Meruype: rio das moscas
Miarará: espírito que habita as
lagoas
Mindiuara: senhor da lança,
lanceiro, que sabe manejar a
lança
Moacir: Mô – acyr: colorido,
magoado ou pessoa que
magoa, que faz sofrer
Moara: ajuda a nascer, dar à
luz
Mocanhimbara: destruidor,
demolir
Mococa: a plantação, o
roçado
Moema: exausta, desfalecida,
que faz sair o dia
Moóca: pouso, rancho
Morubixaba: chefe, cacique
Muricy: árvore de frutos
saborosos
Muyra: árvore bela
Myr: gente (sufixo)
Myruna: gente preta, negra
N
Nheengaba: conselho tribal
Niterói: água escondida
O
Oca: casa
Oiara: vaiação de Iara
Ocara: praça central da taba
P
Pacaembu: arroio das pacas
Pacova: banana
Pajé: feiticeiro, xamã
Pama: batendo
Paquerer: onde dormem as
pacas
Paquetá: as pacas
Pará: o rio
Paracambi: onde os rios se
encontram
Paraguaçu: grande seio do
mar
Paraíba: rio imprestável, rio
ruim para a navegação por
causa das pedras
Paranaguá: enseada do rio
grande
Paranaíba: rio caudaloso,
grande ruim, imprestável
Paranapanema: rio grande
sem peixes
141
Paranapuã: ilhas do mar(
nome antigo da Ilha do
Governador)
Paraopeba: rio de águas rasas,
rio raso
Parati: mar branco
Paraúna: rio caudaloso e
negro
Parica: cercado
Pé: caminho
Pecerica: liso (a)
Peitan: criança até dois anos
Permambuco: pedra furada,
buraco que faz o mar
Petúnia: flor vermelha
Peva: chata
Piá: meu filho
Piaçagüera: porto velho
Piancó: pomba que geme
Picuru: saliências agudas
Pindorama: terra das
palmeiras
Piquerobi: peixinho verde
Piracicaba: lugar de peixe
Piraçununga: peixe que ronca
Piragibe: braço de peixe, ou
barbatana
Pirajá: viveiro de peixes
Piraju: peixe dourado
Piranga: vermelho
Pirapama: peixe batendo
Pirapora: peixe que salta
Piraquara: buraco de peixe
Piratini: peixe seco
Piratininga: seca-peixe, lugar
onde rio transborda e põe os
peixes no seco
Pitanga: menino
Pitangui: rio das pitangas, ou
rio das crianças
Pium – i: rio dos mosquitos
Pium: mosquito
Poã: redonda
Poá: riacho alto
Poconé: apanhar, prender
Poracé: dança
Poranga: bonita
Poru: comer
Potengi: rio dos camarões
Potira: flor bonita
Propriá: dente de cobra
Q
Quatiara: escrita, pintada
R
Raíra: filho
Rama: sufixo, planta
Rana: semelhante
Raré: escavada
Rê: sufixo, bando
Ré: sufixo, diferente (abaré:
homem diferente, padre)
Re: amigo
Retama: sufixo, terra dos
Ribe: sufixo, no rio
Rudá: deus do mar
Ruiquara: bondoso, agradável
S
Sabará: pedra luzente
Sabaúna: concha preta
Sapucaí: rio dos galos
Sapucaia: espécie de
amêndoa, galo, galinha
Sarandi: rio dos sarás (nome
de uma planta)
Sepetiba: sapezal, cerrado de
sapê
Ser: caranguejo
Sergipe: abundante em
caranguejos
Seridó: de muitos
carangueijos
Serinhaém: a panela de
caranguejos
Shy: água dos olhos, lágrimas
Sinimbu: aquele que brilha
Sorocaba: lugar de romper
Suass: veado
Suassuna: suaçuna (veado
negro)
Suaçupucu: veado comprido
Suaçutinga: veado branco
T
Tabajara: senhor da aldeia
142
Tabatinga: barro branco
Tacira: que corta, instrumento
cortante
Taiguara: livre, liberdade
Taíra: filho pelo lado materno
Tama: terra de, lugar de
Tamacavi: o hércules das
lendas indígenas
Tamandaré: aquele que deu
origem à caça
Tambaú: marisco preto
Tapajós: proveniente da
aldeia
Tapuia: bárbaro, inimigo
Taquari: taquara (bambu fino)
Taquerembó: taquara fina
Tarumã: fruta que dá em
penca
Tatá-rendaba: fogueira
(doméstica)
Tatuí: rio dos tatus
Tauá: argila, barro
Taubaté: aldeia grande
Tembetá: ornato para o nariz,
símbolo da virilidade
Tendyra: irmã ou prima da
mulher
Ti: muito
Tiaia: gancho
Tiba: sufixo, muito(a) (s)
Tibiriçá: o vigia da terra, o
maioral, o chefe
Tibji: o rio pouso
Tietê: muito fundo
Tijuca: brejo
Tinga: branca
Tiqueira: que cai
Tocantins: bico de tucano
Tu: pai
Tuba: -al (sufixo formador de
coletivo, palmeiral)
Tupã: Deus supremo, grande
espírito
Tupi: Tu – upi: o pai
supremo, o progenitor, o da
primeira gera;áo
Tupinambá: tupi – nã – mbá:
raça tupi
U
Ubá: o que se colhe da árvore,
canoa feita de árvore
Ubaí: rio da canoaUber: água
Uberaba: água cristalina
Uberlândia: cidade da água
Ubi: pau, madeira
Ubiracema: pau que brota
Ubiraci: madeira boa, dura
Ubirajara: senhor da lança
Ubiratã: tacape forte, rijo
Umari: árvore que verte água
Uma, u: preta(o)
Uru: cesto com tampa
Urubupungá: o grasnar dos
urubus
Urupema: cesta grande,
esteira
Uyba: flecha
Uybací: flecha envenenada
V
Voturantim: ladeira branca
Y
Yakira: verde
Yapikve: o primeiro filho
Yapora: arco
Ybotira: flor
Ykeira: irmão mais velho
Ynúbia: que soa
agradavelmente
KALUNGA DOS ESCRAVOS
É uma mistura do português com palavras
africanas deturpadas e são grafadas conforme sua
pronúncia, uma vez que não há uso de regras ou sinais
143
gráficos, forma sendo agregado ao dialeto no convívio
diário das senzalas. (Patrocínio, Ontem e Hoje, vol. I,
Almeida, Maria de Fátima Machado).
Tínhamos nos anos de 1700 e de 1800 em
Patrocínio escravos que usavam esse falar para
conversar perto dos senhores das fazendas e estes não
entenderem algum segredo que queriam revelar um ao
outro. Alguns grupos de escravos usavam o verbo
“aprumar” e outros que usavam “embanzar” para
flexionar as palavras. Vejamos um trecho, daqueles
que usavam o “aprumar”:
A Calunga do kamano do imbuê de barbante
( A fala do violeiro)
I
“Camano da inglaterra de cengo, apruma curiná na
quiçaça” (Homem da roça, vai trabalhar na lavoura)
“Emberelas, mafungafás, fain no embieté, curiná com
engome, cangulo e sanche” (carnes, bananas, faca no pau, trabalhar com vaca, porco e frango)
“Pra aprumá mavero, emberelas nas mucota dos camano” ( para colocar leite, carnes nas bocas do povo).
II
“Camano da inglaterra de injó, apruma curiná nos injó” (Homem da cidade vai trabalhar nas casas)
“Bacuri, escrivante e caiúma, sucanado e semá” (rádio, estudante e polícia, cartório, cabelo)
“Apruma a calunga do Kamano gula” (use a fala dos escravos)
“Apruma tiponga, saravá e banzo, nanga, beca e zipaque”
(use o chapéu, a dança e o sexo, calça, camisa e dinheiro)
“Apruma marafu, tiambote e ireranha, combêdi e amparo
aprumado” (use a cachaça, coisa à toa e cigarro, coisa séria, e o rosto bonito)
Dicionário de Calunga Obs: algumas palavras semelhantes às do
Banto e outras línguas da África, aqui
aparecem com outros significados.
amparo de semá: barba amparo: rosto, proteção
aprumado: bonito
aprumar rango: almoçar
arprumar banzo: fazer sexo bacuri: caixa
bacuri de kalunga: rádio
bambé: frio banzo: sexo
144
beca: camisa
bronze: coração
buraco da nanga: bolso da calça
cacunda: costa
caéo: minuto
caiúma maioral: cel da polícia caiúma: polícia
caixinha de semá: vagina
calungar tiambote: conversar fiado cangundo: safado
caturina: café
coimbiá ou embiá: cão ou cadela conena: fezes
conzecá: dormir
cumbre: horas curiata: comida
curinar: trabalhar
emberela de cangulo: carne de porco emberela de engome:, carne de vaca
emberela de ramo: abóbora
emberela de sanche: carne de frango
emberela: carne
embieté: pau
embira: defunto (morrer) embirado: cinto
engarona: égua
escrivante: estudante esquinhamas: pernas
fain: faca
ganzipe: pênis gula: castigo
imbu: copo
imbuê de barbante: violão indandará: criança
indaracin: bêbê
indarado: noite indaro: sol
inglaterra de embira: cemitério
inglaterra: terra
injó de banzo: zona meretrícia
injó de emberela: açougue
injó de embira: funerária
injó de engome: curral
injó de escrivante: colégio
injó de maioral: prefeitura
injó de marafu: boteco
injó de naite: padaria
injó de santo: Igreja
injó de semá: salão de cabelo
injó de sucanado: cartório civil
injó de urungo de quatro quinhama:
oficina de carro injó de zipac: banco
kalunga de combêdí: conversa séria
kalunga vaporou: conversa escapou
Kamano fu: homem preto
Kamano pedaço do pedaço: neto
kamano pedaço: filho
Kamano: homem
kamono-ocaio: homossexual masculino
mapia: ladrão
mapuim: ar
marangola: cavalo
mãzap: mão
moché: sapo
mucafo; velho
muribi de mavêro: queijo
nacumba: dia
naiate: quitanda
naite: pão
oa: feio, ruim
ocanha: vagina
okaio: mulher
okaio-camano: homossexual feminino
omenha de ganzipe: urina
omenha de mavêro: leite
omenha maioral: rio
omenha na inglaterra: chuva
omenha: água
pisante: sapato
ponto de escutante: ouvido
ponto fungante: nariz
pote de conena: ânus
quiçaça: lavoura, mato rasteiro
sanche: frango
saravá: dança
semá: cabelo
sengo: mato
tiponga: boné (chapéu)
zingrine: dente
O Falar “Dourados”
Conforme o método de Fernando Tarallo (linguista de
Campinas, já falecido) em que se coleta os dados,
transcreve-os em “corpus”, analisa a estratificação da fala,
utiliza a célula social, utiliza os pressupostos teórico-
metodológicos para procurar as determinadas variantes
(que são a marca da célula linguística), analisa através de
envelopes de variação e encaixamentos linguísticos,
dizemos que se determinada variante é usada por mais
de vinte falantes, ela é considerada do falar da região).
Algumas não predominaram e foram consideradas como
145
uso individual, idioleto, própria de uma ou duas pessoas,
outras como atesta a lista abaixo, são usadas por mais de
vinte falantes ( é bom lembrar que algumas palavras
segue o português rural geral. Vimos também, que há
algumas que existem pela influência das línguas indígenas
(animal: animar; milho: mio):
Aca: vaca
Agardeço: agradeço
Alembru: me lembro
Antão: então
Antonti: anteontem
Apiá: apear
Arrasta pé: dança
Arribá: levantar
Barrê: varrer
Belzonti: Belo
Horizonte
Beraba: Uberaba
Berlândia: Uberlândia
Biá: Ibiá
Big border Brasil: Big
Brother Brasil
Bóia: comida
Borça: bolsa
Brechó: Belchior
Brigadu: obrigado
Cá pressas banda:
aqui por essas bandas
Cabido: cabide
Cabô: acabou
Cadrão: calderão
Carença: carência
Chápi-chápi: comida
Chuja: suja
Cômbida: Kombi
(veículo)
Conzinha: cozinha
Coxão: colchão
Cráudio: Cláudio
Creozeni: querozene
Corgo: córrego
Côvi: couve
Cumadi: comadre
Cumé quié: como que
é
Cumé qui vai ocê:
como vai você?
Cumpadi: compadre
Cunóis: conosco
Cupai: com o pai
Custume: costume
Daudápi: Hand up
Derría, dizanda:
diarréia
Dicumento:
documento
Difruçu: defluxo
Dirrubado: fulano
acabou-se
Dispois: depois
Dotori: doutor
Drumi: dormir
Dua: duas
Ele foi quêu: ele foi
comigo
Espalta: espátula
Estambo, istamo:
estômago
Evangéreo: Evagelho
Eu ouvo: eu ouço
Famia: família
Féjão: feijão
Fêma: femea
Frango de cerca:
abóbora
Gais: gás
Galfo: garfo
Gili: Gil
Hormonho: hormônio
Horrive: horrivel
Imergênça:
emergência
In roda: ao redor
Incoiê: encolher
Ingersão: injeção
Inrricou: ficou rico
Inté nóis vê: até mais
ver
Intrumitidu:
intrometido
Inzame: exame
Ispêi: espelho
Ispichá: espichar
Isturdia, ôtru dia:
outro dia
Jinela: janela
Juêiu: joelho
Levadô: elevador
Liança: aliança
Lúis: luz
Mais maió: maior
Mais piqueno: menor
Maquinha:
maquininha
Mina Gerais: Minas
Gerais
Mio: milho
Mió: melhor
Na pitimba: na pior
Notá: anotar
Nutiça: notícia
Núvi: nuvem
Ocrim, ocrinho:
oculuzinho
Onti: ontem
Ôru Preto: Ouro Preto
Pa roça: para a roça
Peraí: Espera aí
Patusino: Patrocínio
Petobrás: Petrobrás
Píntia: penteia
Pintidadera:
penteadeira
Posá: pousar
Pra mode: pra isso
Praneta: planeta
Prefessora: professora
Presistença:
persistência
Própio: próprio
Puliça: polícia
Quadô: coador
Quêjo: queijo
Querditano:
acreditando
Qui nem: igual, como
Relá: ralar
Relójo: relógio
Rodoviára: rodoviária
Rotá: anotar
Rusáru: rosário
Sambranceia:
sobrancelhas
Seringola: seringuela
Sodade, sardade:
saudade
Sóli, sór: sol
Somo malungo: somos
da mesma idade
Sôina: Sônia
Sovêti: sorvete
Sunga: suspende
Tamém: também
Tá na tapera: fulano
acabou-se
Tatinha: batatinha
Tirica: Icterícea
Trabicero: travesseiro
Trasantionti:
trasanteontem
Varêia: varia
Vião: avião
Vévi: vive
Unha de fome: seguro,
miserável
Xúpi: Catchup
Ziface: alface
Zoreia: orelha
146
Zóvus: ovos Zunha: unha Zuvidu::ouvido
Apresenta também mudanças nas construções sintáticas:
Cê tem féjão hômi do bago grande?
Vô te falá pro cê, Jão.
Vem Zé cum eu na casa do Jão.
Cê num qué não dá aquele porco na antena?
Quando a variante não predomina, o problema deve estar
no falante, por isso devemos atentar às diversas doenças
da lista abaixo:
DOENÇAS QUE
CAUSAM
DISTÚRBIOS À FALA,
À ESCRITA E AO
SENTIDO:
Acatafasia: dificuldade de por as palavras de
uma frase em ordem sintática, sem deixar,
porém, de expressar as idéias com lógica. Acatamatesia: dificuldade na compreensão
ou percepção.
Acatelepsia: dificuldade em compreender. Abjurar filosoficamente o que não é
compreensível.
Acroase: impossibilidade de compreensão sem detalhadas explicações.
Afasia: perda da capacidade de falar.
Supressão da fala que não é conseqüente, nem da alteração da inteligência, nem de
lesão dos órgãos periféricos da articulação
dos sons. Afemestesia: cegueira ou surdez verbal.
Incapacidade de compreensão de linguagem
ou de linguagem. Afrosina: desequilíbrio das faculdades da
inteligência.
Alalia: diminuição ou perda da articulação da palavra, decorrente de paralisia dos
músculos dos órgãos vocálicos.
Alexia: incapacidade de ler, mesmo estando conservada a visão.
Alolalia: perturbação nervosa que ocasiona a
emissão desordenada de palavras diferentes
da que o doente pretendia pronunciar.
Anacinema: enfraquecimento de força,
devido ao excesso de exercícios. Anacusia: enfraquecimento da faculdade de
ouvir.
Anartria: impossibilidade de articulação de palavras.
Angofrasia: fenômeno da linguagem falada que consiste na intercalação de vogais longas
ou de ditongos na oração.
Aprosexia: dificuldade de fixar a atenção (psicologia).
Asafia: titubeação, defeito de pronúncia das
pessoas vulgarmente chamadas tatebitates.
Asquematia: perturbação psíquica pela qual
se perde a noção do esquema do nosso corpo
(psiquiatria). Ataxia: incoordenação patológica dos
movimentos do corpo. Fenômenos nervosos
que complicam certas doenças graves e acusam desarranjo nas funções cerebrais.
Ataxofemia: falta de ordem ou de
coordenação das palavras da linguagem falada.
Autismo: estado mental que se caracteriza
pela tendência do indivíduo alhear-se do mundo exterior e estar em permanente
introspecção.
Blesidade: vício de pronúncia em que uma consoante forte é substituída por outra fraca:
“student” por “student”
Bradifrasia: forma lenta de se pronunciar as palavras.
Datismo: repetição fastidiosa de sinônimos
para exprimir idéias simples. Digressão: mudança de rumo ou de assunto
Dislexia: incapacidade, devida à lesão
central, para ler compreensivelmente. Dislogia: perturbação do poder do raciocínio
ou da fala, devida a alterações mentais.
Galimatias: confusão de palavras cujo sentido mal se pode entender.
Gamacismo: dificuldade em dizer as letras
g, k e x. Gasguita: que pronuncia com dificuldade.
Indivíduo de voz esganiçada, que fala
gritando. Graforreia: anomalia psíquica em que o
doente escreve muito e sem nexo.
Hotentotismo: pronúncia viciosa parecida à dos hotentotes, e que consiste em
articulações confusas.
Ideofrenia: perversão da idéia. Idiotismo: estado do idiota. Locução
particular de uma língua. Insânia, estupidez,
cretinice. Imbecilidade: afecção mental que torna
aparvalhados os que dela padecem. Infacundo: adj: que não é eloqüente. Que
não sabe exprimir-se oralmente.
Jargonofasia: paralisia, na qual o doente é incompreensível na linguagem.
Logorréia: incontinência de linguagem.
Hábito de falar demais. Mania: distúrbio mental caracterizado por
grande agitação e excitação física.
147
Metacismo: repetição com freqüência da
letra m.
Mutacismo: vício de elocução que consiste
em trocar por m, p e b outras letras.
Paramnésia: anomalia da memória pelo
esquecimento ou desordem das palavras. Estado em que o doente parece relembrar
pessoas, coisas ou fatos que jamais existiram.
Paranóia: doença mental caracterizada pelo conceito exagerado de si mesmo.
Desconfiança.
Parequema: defeito da linguagem que
consiste em principiar uma palavra com
sílaba igual à última sílaba da palavra
anterior.
Presbiofremia: fraqueza do cérebro com
amnésia e desorientação. Psitacismo: hábito de linguagem que
consiste no emprego de palavras vazias de
sentido. Verborréia.
Zetacismo: pronúncia viciosa do s ou do z.
Referências Bibliográficas
Moderna Gramática portuguesa. Bechara, Evanildo. 37a ed. RJ: Lucerna, 2006.
Curso de Português – Interpretação de textos e fatos da língua. Riquet, Eliana Pimentel e
Seiblitz, Sylvia de Lossio. 1a ed. RJ: Ao Livro Técnico, 1980.
Dicionário de Gramática e Noções Básicas de Gramática. Guimarães, João. 6a ed. RJ: Edições
Spiker, 1963.
Como se deve dizer e como não se deve dizer. 4a ed. Victória, Luís A. P. RJ: Editora Científica,
1963.
Língua e Literatura. Faraco e Moura. 16a ed. Vols I, II e III. São Paulo: Editora Ática, 1996.
Que Nome Darei a meu Filho? – Pandu, Pandia & Pandu, Ana. 29a ed. Editora Ediouro, 2002.
Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. Ferreira, Aurélio Buarque de Holanda. 2a ed.
RJ: Nova Fronteira.
Novos Modelos de Cartas Para Todos os Fins. Barbosa, Osmar. Edições de Ouro. Editora
Tecnoprint Ltda. RJ.
Palavra em Ação. Minimanual de pesquisa. GRAMÁTICA, Massabki, Vera & Saliba, Marco. 3a
ed. 2005. Editora Claranto. Uberlândia – MG.
Teoria Lingüística. Biderman, Maria Tereza C.. Ed. Martins Fonte, São Paulo, 2001.
Redação
Índice
A dissertação. Estudos Preparatórios. Os defeitos de um texto e
ausência de coesão........120
A articulação do
texto.....................................................................................................
....125
148
A subordinação de
idéias....................................................................................................
128
Dissertação..........................................................................................
................................135
Gramática
Textual.................................................................................................
.............141
Principais operadores
discursivos......................................................................................14
2
Referências
Bibliográficas......................................................................................
............146
CURSO DE REDAÇÃO (Obs: Intertextualmente, as definições
abaixo, foram extraídas dos livros
mencionados nas Referências
Bibliográficas que estão no final do
capítulo).
Estudos preparatórios:
OS DEFEITOS DE UM TEXTO E
AUSÊNCIA DE COESÃO:
149
Ao escrever, devemos evitar
defeitos que podem prejudicar a
compreensão e empobrecem nosso
texto:
1- Ambigüidade(ou anfibologia):
ocorre quando a frase apresenta mais
de um sentido e se dá com a má
pontuação ou mau emprego de
palavras ou expressões. É um defeito
da prosa, porque prejudica a clareza.
Exs:
João ficou com Mariana em sua casa./
-Alice saiu com sua irmã. (Aqui o
possessivo SUA pode estar se
referindo a mais de um elemento;
para evitar, substituímo-lo pelos
pronomes dele(s) ou dela(s)).
2- Obscuridade ou “falta de clareza”.
A obscuridade se dá quando há
períodos muito longos, linguagem
rebuscada, má pontuação.
Observe:
Deparar-me com semelhante conceito transformado em
definições ântomas compreensíveis, significada e
requintadamente tem-me ocorrido muitíssimas vezes no
meu fazer duradouro, suporta e seguida do compor após
levar em conta precisa e inaparecível uma posposição
inédito por muitas vezes. Preciosismo: é a linguagem muito
rebuscada, que prejudica a
naturalidade: A doçura de criança, com os
rosto encharcado de suor, reescrevia frágil a
lição de sua camarada, em vez de: A dócil
criança, com suor no rosto reescrevia a lição de
sua colega.
3- Pleonasmo (ou redundância): é a
repetição desnecessária de um termo.
Exs: A brisa matinal da manhã
enchia-o de alegria.
Ele teve uma hemorragia de sangue.
Subiu pra cima. Obs: Alguns autores recorrem ao pleonasmo
com função estilística, a fim de tornar a
mensagem mais expressiva (aqui não é
considerado defeito): A mim, ensinou-me tudo./
A ti, troco-te a máquina mercante.
Outros: Perissologia ou tautologia: pleonasmos viciosos que consiste no emprego de palavras
cognatas ou sinônimas, sem necessidade ou ênfase: Ele apoderou-se o poder, por ele apoderou-se da
autoridade. Peregrinismos: termos estranhos introduzidos na linguagem, como soirée, superávit, etc.; difere do estrangeirismo, que é termo estranho, mas já aportuguesado (seja por necessidade ou uso
prolongado, como no caso dos galicismos: comportamento, audacioso, bom-tom; boas graças, tomar a
palavra). Plebeísmo: são termos criados ou adulterados pelo povo como bagunça, encrenca, enguiçar, etc.
4- Cacofonia (ou cacófato): é o som
desagradável pela união de sílabas
150
finais de uma palavra com as iniciais
de outra. Veja: Nunca gaste dinheiro com bobagens. A boca dela. Alma minha.
Uma herdeira confisca gado em Mato Grosso.
Estas idéias, como as concebo, são irrealizáveis. Osmar Turbando telefonou. Paula Tejano disse. Alma minha; etc.
5- Eco: é a repetição de palavras
terminadas pelo mesmo som.
Observe:
A votação da comissão não causou emoção na
enturmação.
O aluno repetente sente tristemente.
6- Prolixidade: é o uso de mais
palavras do que o necessário para
exprimir uma idéia; é o oposto da
concisão. Ser prolixo é ficar
“enrolando”, “enchendo lingüiça”,
não ir direto ao assunto.
O uso de cacoetes, expressões que
não acrescentam nada ao texto,
servindo tão somente para prolongar
o discurso, também pode tornar um
texto prolixo. Expressões do tipo:
“antes de mais nada”, “pelo
contrário”, “por outro lado”, “por sua
vez” são, muitas vezes, utilizadas só
para prolongar o discurso. Cuidado
com elas.
Ex:
Os calouros ensinam alguma coisa aos veteranos do curso superior?
Antecipadamente, minhas colocações não seriam tão
certeiras. Por alto, temos constantemente e em todos os
tempos uma discordância entre as posições. Os calouros
agem de um modo, talvez, anormal, que até mesmo
ofende os veteranos... Agora os veteranos noutra vertente,
têm por hábito, em boa parte das vezes, pensar que os
calouros algumas vezes, não possuem certamente nada a
expedir aos veteranos.
7- Frases feitas, chavões: expressões
que de tanto uso, gastaram-se:
“inflação galopante”; “vitória
esmagadora”; “esmagadora maioria”;
“caixinha de surpresas”; “caloroso
abraço”; “silêncio sepulcral”; “nos
píncaros da glória”.
8- Pedantismo: uso de palavras
difíceis e desconhecidas, usadas para
tentar impressionar os outros.
Embora algumas pessoas assim
151
procedam (sobretudo os políticos),
isso deve ser evitado, pois revela
defeito grave de redação:
9- Solecismo: vício de linguagem ou
erro de sintaxe (uso errado de
concordância, regência ou colocação):
Eu vi ele não faz muito tempo. Vícios
de linguagem popular: estar na janela
(à): para mim comer (eu); sem eu
(mim).
10- Uso inadequado do conectivo
(preposição, pronome relativo e
conjunção).
Exs:
CONJUNÇÃO: Empenhei muito no
preparo da viagem e resolvi não ir (E
= MAS).
PREPOSIÇÃO: O desprezo de
“notebook” é pura estupidez (DE =
PELO); acontecem com muita
freqüência na regência de verbos e
nomes.
PRONOME RELATIVO: Os débitos
os quais penso são difíceis de liquidar
(NOS QUAIS, EM QUE).
11- Erros gramaticais: ortografia,
pontuação, crase, divisão silábica,
forma verbal, maiúscula/minúscula,
etc. Exs:
Ortografia:
Re-editar: reeditar; bisorro: besouro; Freiada: freada; carangueijo:
caranguejo; mortandela: mortadela; raio X: raios X; degladiar: digladiar;
meia zonza: meio zonza; dignatário: dignitário; barguilha: braguilha;
diminuitivo: diminutivo; casemira: casimira; idoniedade: idoneidade; clips:
clipe; impingem: impigem; turquez: torquês; propietário: proprietário;
menas confiança: menos confiança; fortuito, gratuito: fortuito, gratuito (ui:
ditonto) ; estou quites: estou quite; re-educar: reeducar; tiriça: icterícia;
previlégio: privilégio; rubríca: rubrica (ú); miniotel: mini-hotel; arpa:
harpa; mandato de segurança: mandado de segurança; comprimentá-lo-hei:
cumprimenta-lo-ei; cortarei meu cabelo: cortarei meus cabelos;
confraternizar-se-hão: confraternizar-se-ão; dar uma telefonema: dar um
telefonema; Jeovah: Jeová; o fuzil do aparelho de televisão: o fusível do
aparelho de televisão; Felipe: Filipe; a moral dos jogadores: o moral dos
jogadores; fucinho: focinho; vagalumes: os vaga-lumes; esseção: exceção;
ele coa o suco: ele côa o suco; os abaixoassinados: os abaixo- assinados;
estravagante: extravagante; sinto tanta dó: sinto tanto dó; flexa: flecha;
passoca: paçoca; manteigueira: mantegueira; desinteria: disenteria; Ivan:
Ivã; mulher à toa: mulher à-toa; catorze ou quatorze (ambas adequadas);
vive à-toa: vive à toa; cotidiano, quotidiano (ambas adequadas); meretissimo
Juiz: meritíssimo Juiz; tomar um suador: tomar um suadouro; cota, quota
(ambas adequadas); agro-pecuária: agropecuária; impecilho: empecilho;
pré-estabeleceu: preestabeleceu; pré-existente: preexistente; pre-exercício:
pré-exercicio; preextréia: pré-estréia; pré-eleito: preeleito (ambas são
aceitas); tijela: tigela; reboliço: rebuliço; vestido de musseline: vestido de
musselina; beringela: berinjela; áudio-visual: audiovisual; giló: jiló;
salchicha: salsicha; muinto: muito; supertição: superstição; cemintério:
152
cemitério; porvilho: polvilho: brucha: bruxa; enchorrada: enxurrada;
mecher: mexer; sal no alface: sal na alface; mini-saia: minissaia; imbigo:
umbigo; pixe: piche; maizena: maisena; Felipe: Filipe; Baltazar: Baltasar;
Diniz: Dinis; Manoel: Manuel; Cacildo: Cassildo; Suzana: Susana (obs:
nomes próprios consideram a forma com que foram registrados na certidão
de nascimento); ferpa: felpa; paralizia: paralisia; manicure: manicura;
quarador: coradouro; puleiro: poleiro; convulução: convulsão;
prazeirosamente: prazerosamente; coeso (é); obesa (é); absoleta (é); bem
estar: bem-estar; benvindo: bem-vindo; chingar: xingar; sombrancelhas:
sobrancelhas; Tereza, Luiz Cleuza, Tomaz, Queiroz, Souza, Mariza = todos
se escrevem com S; cincoenta: cinquenta; misto-quente: mixto quente;
octagésimo: octogésimo; imundice: imundície; catavento: cata-vento;
beneficiência: beneficência; estadia: estada; concessão: conceção; sub-seção:
subseção; compania: companhia; analizar: analisar; largatixas: lagartixas;
bicabornato: bicarbonato; obseção: obsessão; Nobel (ó): Nobel (é);
reinvindidicar: reivindicar; cabelereiro: cabeleireiro; ponteagudos:
pontiagudos; óbulo: óbolo; jaboticaba: jabuticaba; M.G. = MG; berruga:
verruga; dispensa (cômodo): despensa; garage: garagem; malcriação: má-
criação; lantejoula: lentejoula; marimbondo: maribondo; cataclisma:
cataclismo; incontinente (pessoa a quem falta moderação): incontinenti
(imediatamente); conjetura: suposição: conjuntura: oportunidade, situação.
Erros de construção:
Prefiro maçã do que banana: prefiro maçã a banana. /Aquele é o espetáculo,
que eu gostaria de assistir: Aquele é o espetáculo, a que eu gostaria de
assistir. Encontrei com João: Encontrei-me com João./ Cheguei em casa:
Cheguei à casa../ Você assustou?: Você se assustou?/ Namoro com Juventina:
Namoro Juventina./ Está na janela: Está à janela (porta, mesa)./ Tem
alguém aí: Há alguém aí./ Nada tenho a dizer: Nada tenho que dizer./ Ela
reaveu o dinheiro: Ela reouve o dinheiro./ Assim que entregaram-me a
conta: Assim que me entregaram a conta./ A festa que você foi: A festa a que
você foi./ Passou em revista a cela: Passou revista à cela./ Quantas pessoas
haviam no auditório?: Quantas pessoas havia na auditório?/ Já não vai
mais? Já não vai?/ Foi lançado no rio: Foi lançado ao rio/ Hoje tem jogo:
Hoje há jogo/ Terminei de ler o testamento: Terminei a leitura do
testamento/ Não pude vim/ Não pude vir /Encontro impróprio a menores:
Encontro impróprio para menores./ Prefere mais cantar que compor:
prefere cantar a compor./ Ela é de menor?: Ele é menor?./ Queremos que
façam dias de sol: Queremos que faça dias de sol./ Somos honestos conosco
mesmo: Somos honestos com nós mesmos./ Você vai ao rodeio? Você irá ao
rodeio?/ Ela mora à Rua Tupis: Ela mora na Rua Tupis./ Onde foram as
mulheres?: Aonde foram as mulheres?./ Está na hora do João voltar: Está
na hora de o João voltar. Pagou a farmácia: Pagou à farmácia./ Pratique a
ginástica e ficará feliz: Pratica a ginástica e ficarás feliz. Ele distratou o
padre: Ele destratou o padre. Estamos habituados com aquela vidinha
calma: Estamos habituados àquela vidinha calma./ Faça um consulta com o
vidente: Faça uma consulta ao vidente (médico). Não seremos nós quem
inventaremos o nanômetro: Não seremos nós quem inventará o nanômetro./
Necessitam-se de vaqueiros: Necessita-se de vaqueiros./ Ela é bacharel em
biologia: Ela é bacharela em Biologia./ São uma hora e dez minutos: É uma
hora e dez minutos./ Alegro-me em revê-la: Alegro-me de revê-la./ Não me
contento de ser pobre: Não me contento em ser pobre./ Tu e Joana são
irmãs: Tu e Joana sois irmãs?/ O sol ia se pondo: O sol ia-se pondo.
Respondi seu bilhete: Respondi a seu bilhete./ Foi eu que fiz: Fui eu que fiz./
Você tinha amizade com o chefe? Você tinha amizade ao chefe./ Eu agúo
jardim: Eu águo o jardim./ A luz apagou: A luz apagou-se./ O assassinato foi
premeditado: O assassínio foi premeditado./ Tenho antipatia de certas
pessoas: Tenho antipatia por certas pessoas./ Vi dizer que você se casará:
Ouvi dizer que você se casará./ Deus lhe abençoe: Deus o abençoe./ Já não se
faz músicas como antigamente: Já não se fazem músicas como antigamente./
153
Maria compartilhou da sorte do Marido: Maria compartilhou com a sorte
do marido./ Você tem respeito por seus pais: Você tem respeito a seus pais./
Custa um real cada: Custa um real cada um/uma./ Eu já reavi o dinheiro:
Eu já reouve o dinheiro./ Nem João nem Pedro serão meus empregados:
Nem João nem Pedro será meus empregados./ Seu trabalho visa o que? Seu
trabalho visa a quê?/ Ele chorou pelo pai estar doente: Ele chorou por o pai
estar doente./ Conserta-se sapatos: Consertam-se sapatos./ Lembro-me o dia
da festa: Lembra-me o dia da festa ou Lembro-me do dia da festa./ Preço
caro, barato: preço alto e baixo./ Seção: divisão de repartição pública;
sessão: tempo de duração; cessão: ato de ceder./ Desobedece-lo: desobedecer-
lhe./ Destra: ágil; dextra: direita./ Venha talvez amanhã: talvez venha
amanhã; talvez virá amanhã: Virá talvez amanhã./ Desapercebido:
desprevenido; despercebido: a que não se dá atenção./ A moral: gênero
feminino quando significa conjunto de regras que regem os costumes: A
moral do povo norte-americano é elevada; O moral: estado de espírito: O
moral da tropa estava baixo./ Escutar: prestar atenção; ouvir: possuir a
audição./ Deparei-me com uma linda paisagem: Deparou-se-me uma linda
paisagem (significado de encontrar casualmente só pode ser conjugado nas
3as
pessoas, sob a forma passiva./ Cadê e quede: vícios de linguagem,
significam “que é de”: Que é (feito) do caderno que te emprestei?/ Tenho
horror pelo trabalho: Tenho horror ao trabalho./ Vendas à vista e à prazo:
Vendas à vista e a prazo./ O que é isto?: Que é isto?/ Se eu retesse a matéria
na memória: Se eu retivesse a matéria na memória./ Cheguei em casa:
Cheguei à casa./ Se você intervir, conseguirei o emprego: Se você intervier,
conseguirei o emprego./ Gostei bastante do filme: Gostei muito do filme./ Ao
invés do mestre, lecionou seu assistente: Em vez do mestre, lecionou seu
assistente./ Não pude assisti-la: Não pude assistir a ela./ Se você depor, diga a
verdade: Se você depuser, diga a verdade./ Minha fortuna consiste de
imóveis: Minha fortuna consiste em imóveis./ Quanto que custa a blusa?:
Quanto custa a blusa?/ Tenho amor pelos livros: Tenho amor aos livros./ A
fama, quem não a aspira?: A fama, quem não aspira a ela?/ Tenho me
esforçado nos estudos: Tenho-me esforçado nos estudos./ Ele está desiludido
com o mundo: Ele está desiludido do mundo./ Estava jogando de goleiro:
estava jogando como goleiro./ O preço está caro: O preço está alto./ Os filhos
puxam os pais: Os filhos puxam aos pais./ Ceiamos no Natal: Ceamos no
Natal./ Se você não se conter, será prejudicado: Se você não se contiver, será
prejudicado. / São melhor preparados que os outros: São mais bem
preparados que os outros./ Muito obrigado disse a moça: Muito obrigada
disse a moça./ Se ele impor-se, haverá disciplina: Se ele impuser-se, haverá
disciplina./ Ele receberá tudo que tem direito: Ele receberá tudo a que tem
direito./ Eu não intervi, ninguém interviu: Eu não intervim, ninguém
interveio./ 10 hs. 30 mins : 10 h 30 min/ Toda regra tem exceção: Em toda
regra há exceção./ O carro já estava na porta: O carro já estava à porta./
Ele pegou-me despercebido: Ele pegou-me desapercebido./ Ele pisou no
cimento fresco: Ele pisou o cimento fresco./ Ela foi na festa: Ela foi à festa./
Tenho amor pela música: Tenho amor à música./ Todos os dois foram:
Ambos foram./ Terá lugar amanhã o baile: Realizar-se-á amanhã o baile./
Alguém furou o meu pneu: Aluguem furou o pneu de meu carro./ Trabalha
aqui a muito tempo: Trabalha aqui há muito tempo./ Ela trouxe bolo para
mim comer: Ela trouxe bolo para eu comer./ Não pode desobedecer seus
pais: Não pode desobedecer a seus pais./ Se você ver Maria, chame-a: Se
você vir Maria, chame-a/ Hoje tem jogo do Brasil: Hoje haverá jogo do
Brasil./ É meio dia e meio: É meio-dia e meia./ O juiz da partida: O árbitro
da partida./ João mudou a cinco anos: João mudou-se há cinco anos./ Se você
repor a quantia, nada lhe acontecerá: Se você repuser a quantia, nada lhe
acontecerá./ Só Deus sabe porque sofro: Só Deus sabe por que sofro./ O circo
estreiou ontem: O circo estreou ontem./ Preciso estudar, motivo porque lhe
procurei: Preciso estudar, motivo por que o procurei./ Dez anos são muito?
Dez anos é muito?/ Fui eu quem fiz o trabalho: Fui eu quem fez o trabalho./
154
É nossa intenção passearmos na praça: É nossa intenção passear na praça./
Ponha a roupa no sol: Ponha a roupa ao sol./ Os Estados Unidos é uma
potência: Os Estados Unidos são uma potência./ Vou agrada-la: Vou
agradar-lhe./ Minha despesa foi dez reais: Minha despesa foram dez reais./
Ele pediu-me para ajuda-lo: Ele pediu-me que o ajudasse./ Viva os mestres:
Vivam os mestres./ O trem descarrilhou: O trem descarrilou./ Deus lhe
ajude: Deus o ajude./ Viemos agora conversar com ele: Vimos agora
conversar com ele./ Raspar a barba: Rapar a barba./ Custamos resolver a
equação: Custou-nos resolver a equação./ Dois dias fazem que ele morreu:
Dois dias faz que ele morreu./ Não sei porque ela não veio: Não sei por que
ela não veio./ Sem eu, nada fará: Sem mim, nada fará./ Eu formei no ano
passado: Eu me formei no ano passado./ És tu quem pagas: És tu quem
paga./ Ele desinteressou pela música: Ele desinteressou-se da música./Meu
desejo é de abraça-la: Meu desejo é abraça-la./ Ele está endemoniado: Ele
está endemoninhado./ Ele virá de noite: Ele virá à noite./ Aconteceu de dia:
Aconteceu durante o dia./ Estou comunicando-lhe que chegarei: Estou lhe
comunicando que chegarei./ Precavenha-se contra os maus amigos: Previna-
se contra os maus amigos./ Há pessoas dignas de serem imitadas: Há pessoas
dignas de ser imitadas./ O grupo está usando ternos cinzas: O grupo está
usando ternos cinza./ Ela é uma bela manequim: Ela é um belo manequim./
Eu tenho ódio deles: Eu lhes tenho ódio./ Posso utilizar seu telefone?: Posso
utilizar-me de seu telefone?/ Se você me ver abraçado com mulher feia...: Se
você me vir abraçado com mulher feia.../ Que hora que o ônibus sai?: A que
horas sairá o ônibus? Já é tempo deles voltarem: Já é tempo de eles
voltarem./ Eles exibiram para a multidão: Eles exibiram-se para a multidão./
Ele será favorecido pela aprovação: Ele será favorecido com a aprovação./
Repare na moça: Repare a moça./ Nunca faltei-lhe com o respeito: Nunca lhe
faltei com o respeito./ As horas pareciam que voavam: As horas parecia que
voavam./ O navio sumiu nas águas: O navio sumiu-se nas águas./ Comprei
um pacote contendo chocolates: Comprei um pacote que continha
chocolates./ Quase que perdi o ônibus: Quase perdi o horário do ônibus./
Trabalhou afim de obter dinheiro: Trabalhou a fim de obter dinheiro./
Aconselhou-o que estude: Aconselhou-o a que estude./ Fica acerca de cem
metros: Fica a cerca de cem metros./ Dá-se aulas a domicílio: Dão-se aulas
em domicílio./ Viajaram a pé: Viajaram de pé./ O pai que dependo dele,
viajou: O pai de quem dependo, viajou./ É ela, já falecida, quem disse: Foi
ela, já falecida, quem disse./ Costumam-se fazer casas: Costuma-se fazer
casas./ Devem haver outros candidatos: Deve haver outros candidatos./ Está
servido? É servido?/ Não entre nem saia do ônibus: Não entre no ônibus nem
saia dele./ Ela foi a mais preferida: Ela foi a preferida./ Isto foi inscrito sobre
o círculo: Isto foi inscrito no círculo./ Deixo-lhes a discutir o assunto: Deixo a
eles discutir o assunto./ Entrou e saiu da casa: Entrou em casa e saiu dela./ O
benefício que preciso e que poucos prescindem: O benefício de que preciso e
de que poucos prescindem./ Se antes estavam bem, hoje estão melhores: Se
antes estavam bem, hoje estão melhor./ O vestido foi feito sob medida: O
vestido foi feito por medida./ Foi de encontro do poste: Foi de encontro ao
poste./ Estava à frente da casa: Estava em frente a casa./ É melhor amar a
odiar: É melhor amar que odiar./ Refutou apoiado sob fundamentos legais:
Refutou apoiado em fundamentos legais./ Situada à Rua Presidente Vargas:
Situada na Rua Presidente Vargas./ Eu servi licor pra ele: Eu o servi de
licor./ Formou-se a dez anos: Formou-se há dez anos./ Vou atrás do muro:
Vou a trás do muro./ Compareceram na escola: Compareceram à escola./ A
cadeira era as malas: A cadeira eram as malas./ Meu consolo é os colegas:
Meu consolo são os colegas./ O amigo que muito o quer: O amigo que muito
lhe quer./ Foi eu quem escreveu a carta: Fui eu quem escreveu a carta./ Esse
arroz parece ser mais inferior: Esse arroz parece ser inferior./ João, venha
cá: João, venha aqui./ Acontecem destas coisas: Acontecem estas coisas./
Esta é a mulher que almocei na casa dela: Esta é a mulher, em cuja casa
almocei./ Isto constitue, de fato, o que devemos descriminar, pois, ofensas são
155
o que mais nos indignam: Isto constitui, de fato, o que devemos discriminar,
pois ofensas é o que mais nos indigna./ Abriu-se as janelas, e já era tarde
demais: o termômetro desceu abaixo de zero e foi difícil me conter:
Abriram-se as janelas, e já era tarde demais: o termômetro desceu abaixo de
zero e foi difícil conter-me./ Elas exultaram de alegria com a notícia e
parecem que não irão ao baile, forçando-me a ir onde elas estariam depois de
meio-dia: Elas exultaram com alegria com a notícia, e parece que não irão ao
baile, forçando-me a ir aonde elas estariam depois de meio dia./ Não veio,
nem tão pouco telefonou: Não veio nem tampouco telefonou./ Qualquer
jovem será nomeado presidente do grêmio: Algum jovem será nomeado
presidente do grêmio./Um e meio quilo bastam para a refeição: Um e meio
quilo basta para a refeição./ Sou um desses que tudo faz: Sou um desses que
tudo fazem./ Uma e meia dúzia satisfazem: Uma e meia dúzia satisfaz./ Saiu
debaixo da mesa: Saiu de baixo da mesa./ Ela disse que seu irmão morreu:
Ela disse que o irmão dela morreu./ Não acho que eles têm coisas demais:
Não acho que eles têm muitas coisas./ Falou de maneiras que agradou a
todos: Falou de maneiras como se agradasse a todos./ Encareceu o preço da
gasolina: Aumentou o preço da gasolina./ O filme foi assistido por milhares
de pessoas: Milhares de pessoas assistiram ao filme./ Minha mãe falou que
este macarrão é mais superior: Minha mãe disse que este macarrão é
superior./ É disso de que gosto: É disso que gosto./ Há dois anos atrás, que
estive aqui: Há dois anos, que estive aqui./ Prefiro estudar do que trabalhar:
Prefiro estudar a trabalhar./ Chegou há dois dias e partirá daqui há quatro:
Chegou há dois dias e partirá após quatro./ Vou consigo ao cinema: Vou com
você ao cinema./ Hoje tem aula de Matemática: Hoje temos aula de
Matemática./ Aluga-se apartamento: Alugam-se apartamentos./ Ele acenou o
lenço: Ele acenou com o lenço./Falou de modos que imprenssionou: Falou
bem que impressionou./ Preciam-se de funcionários: Precisa-se de
funcionários./ O jogo foi assistido por uma multidão: Uma multidão assistiu
o jogo./ Fazerei o possível: Farei o possível./ Os chefes-de-seções convidaram
os vices-presidentes da firma para os bota-foras de uns amigos: Os chefes-
de-seção convidaram os vice-presidentes da firma para os bota-fora de uns
amigos./ Bom seria que você fosse ao litoral todas as sexta-feiras conversar
com os guardas-mor a respeito dos navios-escolas: Bom seria que você fosse
ao litoral todas as sexta-feiras para conversar com os guardas-mores a
respeito dos navios-escola./ Encontrei nos dois guardas-roupas muitas peças:
duas blusas amarelas-laranja, duas luvas azuis-celestes, dois ternos azuis-
marinhos e três lenços roxos-escuros: Encontrei nos dois guardas-roupas
muitas peças: duas blusas amarela-laranja, duas luvas azul-celeste, dois
ternos azul-marinho e três lenços roxo-escuros./ Não recordo-me do dia em
que esrevi-lhe: Não me recordo do dia em que lhe escrevi./ O indivíduo que
acostuma-se a determinadas manias, quando alguém chama-lhe a atenção,
lhe custa ouvir a resposta de ofensa: O indivíduo que se acostuma a
determinadas manias, quando alguém lhe chama a atenção, custa lhe ouvir a
resposta de ofensa./ Vossa Senhoria, vossa esposa e vossos filhos: Vossa
Senhoria, sua esposa e seus filhos./ Os cadernos? Os pus na pasta: não
trouxe-os hoje, os trarei amanhã: Os cadernos? Pu-los na pasta: não os
trouxe hoje, trá-los-éi amanhã./ Isto foi me atribuído, depois de muitas
provas: Isto me foi atribuído, depois de muitas provas./ Executou a tarefa,
segundo informaram-me os amigos: Executou a tarefa, segundo me
informaram os amigos./ Creio ter se enganado os que assim nos julgam:
Creio terem se enganado os que assim nos julgam./ O técnico apertou os
jogadores durante o treino: O técnico apertou com os jogadores durante o
treino./ Você cria pombos-correios: Você cria pombos-correio./ Pouco a
pouco transformou-se em amor: Pouco a pouco se transformou em amor./
Basta-me essas explicações: Bastam-me essas explicações./ Projetam-se criar
mais escolas: Projeta-se criarem-se mais escolas./ Ali vai a moça que viagei
com ela: Ali vai a moça com quem viajei./ Se eu ver isso, muito me alegrará:
Se eu vir isso, muito me alegrará./ Leve contigo a tua pasta: Leva contigo a
156
tua pasta./ Haja vista os sucessos dos fortes: Hajam vista os sucessos dos
fortes./ Sentou-se entre eu e tu: Sentou-se entre mim e ti./ Custei a entender a
lição: Custou-me entender a lição./ Ele respondeu o meu ofício: Ele
respondeu ao meu ofício./ Olhou-se no espelho: Olhou-se ao espelho./ É hora
do pão chegar: É hora de o pão chegar./ Custo a crer: Custa-me a crer/ A
novela me aborrece: Aborreço esta novela (aborrecer: sentir horror por)/
Aconteceu com Pedro: Aconteceu a Pedro/ Tenho admiração por ela: Tenho
lhe admiração/ Atenda-se ao pedido: Atenda-se o pedido/ Escrevi para meu
pai: Escrevi a meu pai/ As formas de se fazer ciências: As formas de se fazer
ciência (conhecimento, fundamento)/ A Ciência Humana é social com a
esclusão do sujeito: As Ciências Humanas são sociais com a exclusão do
sujeito.
A articulação do texto
É o mesmo que a articulação do pensamento, ela
envolve as relações existentes entre as orações que
formam um período: a coordenação e a subordinação.
A coordenação de idéias
Não há dependência sintática: as
orações se relacionam pelo sentido
sem que haja entre elas uma
hierarquia. É útil na descrição,
porque apresenta ao leitor uma visão
do todo, sem que haja predominância
de um detalhe sobre outro: e na
narração permite apresentar a
seqüência de ações de personagens,
aqui embora as orações sejam
independentes, têm que ser dispostas
em uma certa ordem, que não pode
ser alterada, pois prejudica o sentido
da frase:
Acordou cedo, vestiu-se e saiu.
Também é útil na dissertação, quando queremos enumerar
explicar, enfatizar um contraste ou enumerar idéias. As conjunções coordenativas
estabelecem entre as orações,
dependência semântica (de sentido):
adição ou concatenação, oposição ou
contraste, alternância, conclusão e
explicação.
Ao fazermos uma enumeração
coordenamos vocábulos ou termos de
uma oração. Ex:
1- Complementos para verbos:
ao homem
aos animais
A água não basta às plantas
157
.......................
.......................
.......................
alimento
roupas
sapatos
Comprar .........................
.........................
.........................
.........................
2- Determinantes para substantivos:
amargurada
bela
passageira
Vida .......................
......................
......................
......................
3- Vários vocábulos se coordenam num só adjuntos
adverbial:
gritinhos (e)
avisos
palavras Ela chega com
.....................................
.....................................
.....................................
4- Duas ou mais orações se coordenam para indicar várias ações ou fatos
que são autônomos ou independentes (assindéticas: não há conectivos):
Ele corre, toma banho, escova os
dentes,...................................,..............................................
........,............................................,.......................... .
4- Sindéticas (utilizando conectivos):
a, aditivas:
Vive bem a vida e.........................................................
Não gosta de frio nem...................................................
Perdeu a batalha, mas também......................................
158
b, alternativas:
Trabalham, ou gozam as férias,
ou................................................., ou escrevem um livro,
ou..............................................................,
ou............................................................... .
c, Combinação de aditivas e alternativas:
Vivem a vida e esperam que tudo vá melhorar ou
desanimam de tudo.
d, Oposição ou contraste (adversativas):
mas não estava preocupado.
porém esqueceu o chapéu.
Saiu apressado todavia.........................
entretanto.....................
contudo.........................
no entanto......................
e, Conclusão (conclusivas):
portanto não pôde comparecer.
logo..........................................
Estava doente portanto...................................
então.........................................
........................................., pois.
f, Explicação (explicativas):
que já é tarde.
Vá correndo porque...........................
pois.................................
A subordinação de idéias
159
Aqui, além da dependência de sentido, há também a
sintática (uma oração não sobrevive sem a outra). As
orações subordinadas são utilizadas para complementar a
significação da principal, para ampliar o sentido de um
nome (Ex: ...pessoas que deveriam nos indicar o
caminho.), para indicar alguma circunstância: Visitamos a
casa, quando lá estivemos.
As subordinadas que indicam circunstância são muito
úteis para caracterizar um fato que está sendo narrado, já
que podem indicar diversas circunstâncias de um mesmo
ou em que ocorre o fato:
(tempo) enquanto...........................
(lugar) onde....................................
(causa) porque...............................
Luana ficou (finalidade) a fim de.....................
(conseqüência) que......................
(condição) desde que....................
(concessão) ainda que...................
(conformação) conforme..............
(comparação) como......................
Além dessas adverbiais acima, ainda temos as adjetivas e
as substantivas:
a) adjetivas: determinam ou caracterizam
(explicam) o substantivo (ou o pronome
substantivo). Ex:
Esse planeta, que não tem culpa, é destruído pela
poluição.
b) substantivas: completam o sentido do
substantivo ou do verbo. Ex:
Gostam de ver o espetáculo.
disso.
1- Subordinadas adjetivas:
160
a- O efeito estufa transforma esse planeta,
que.......... que.......... que.............
b- Refere-se a jovens que..........
ou se lembra dos velhos que..........
2- Subordinadas adverbiais:
A sucesso é garantido,
concessão conformidade
embora....................... como.......................
ainda que................... segundo...................
se bem que.................. consoante.................
conquanto..................
O doente perderia a noção de seus perigos e
contaminações,
condição
se..............................................................................
O policial pune o presidiário,
causa fim
como................. para que................
porque............... a fim de que..........
visto que...........
pois que.............
Nós nos alegramos,
161
tempo
quando.............................
enquanto..........................
logo que...........................
depois que.........................
antes que...........................
desde que...........................
Cresce o fascínio pela ciência,
Proporção
a medida que..................................
a proporção que.............................
quanto mais........................tanto mais.......................
quanto menos.....................tanto menos....................
3- Subordinadas substantivas:
a) Subjetivas:
É provável.......
Sabe-se..........
É necessário.........
b) Objetivas diretas:
Desconfio......
Achei...............
c) Objetivas indiretas:
Ele se lembrou........
que...............................
....................................
....................................
...................................
que.....................................
..........................................
..........................................
.........................................
que..................................
.......................................
.......................................
................................
que...............................
....................................
....................................
...................................
que.....................................
..........................................
..........................................
.........................................
que..................................
.......................................
.......................................
................................
de
que...............................
....................................
....................................
.............................
de
que.....................................
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162
d) Predicativas:
A verdade é........
O importante é..........
Sua conclusão era.....
e) Completivas nominais:
Tenho certeza............
Tenho necessidade.........
Tenho medo.......
f) Apositiva:
Digo-te uma coisa:
Desejei uma coisa:
DESCRIÇÃO – NARRAÇÃO E
DISSERTAÇÃO
Temos os textos informativos ou explicativos que devem ter uma linguagem objetiva e não se confundem com os
textos de natureza artística ou literária. São os textos da imprensa, do professor, dos relatórios técnicos ou científicos. Transmitem conhecimentos e analisam um
fenômeno ou uma teoria. O texto injuntivo ou apelativo
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163
(a palavra injunção significa ordem formal, imposição,
exigência). Uma das formas verbais do texto injuntivo é o imperativo. Esses textos exemplificam o uso da
linguagem em sua função conativa ou apelativa.
DESCRIÇÃO Quando caracterizamos as personagens e o
ambiente onde ocorrem os acontecimentos, estamos usando a descrição. Todos os seres existentes no universo real – físico e psicológico – ou no imaginário,
podem ser descritos. Exemplos: a- Descrição de pessoa: Está desaparecida desde 30 de
outubro Maria Azambuja Cunha (foto) de 21 anos,
1,79m de altura. Saiu de casa no bairro Europa, em São José; vestindo calça jeans e blusa roxa. Telefone
para recados: 2896 – 6432; profissão mecânica. Tinha costeletas compridas. Era honesto, trabalhador, educado e bom.
b- Descrição de ambiente geográfico: No Rio Grande do Sul, principalmente na região fronteiriça ao
Uruguai, existe uma grande área coberta por uma vegetação rasteira, formada por gramíneas, denominada campos da Campanha Gaúcha ou
Pampa. Os campos da Campanha Gaúcha são excelentes áreas para a criação de gado. (Geografia – O Brasil e suas Regiões Econômicas- Adas, Melhem,
vol 2, Editora Moderna – 3ª Ed, 2001, p. 106) c- Descrição de espaço ficcional: A nave espacial de
1000 metros quadrados, possuía dois andares, no primeiro estavam os mecanismos que a controlavam, no segundo, quartos, salas, banheiros.
Temos a descrição objetiva e a subjetiva. Na objetiva, a
realidade é exibida com exatidão, sem qualquer opinião ou julgamento. Na subjetiva, a realidade é retratada de acordo com a opinião do emissor.
A ordem na descrição
Os textos descritivos fazem parte de um texto maior,
do tipo narrativo. Por isso, a descrição deve se considerada em dois níveis, quanto à sua montagem:
Articulação externa: é a posição do texto descritivo em relação ao texto maior do qual faz parte. Nesse caso, o autor do texto pode optar por diferentes localizações da
descrição dentro do texto maior: a- colocando-a no início da narrativa:
164
O túmulo da minha avó tinha a aparência de uma
mesa de açougueiro, com seus azulejos brancos e as bordas aumentadas aos lados dos suportes.
b- inserindo a descrição no final da narrativa; Numa planície de Minas Gerais, onde se encontram as cidades de Uberlândia e de Monte Carmelo, a 637
quilômetros de Belo Horizonte, encontraram um diamante que ninguém nunca vira no mundo. É um
enorme diamante que pesa 254,4 quilates, chamado de Estrela do Sul, que deu esse nome à cidade.
Esquema de descrição de pessoas – variação 1 (Branca Granatic):
Introdução: 1o parágrafo = Primeira impressão ou abordagem de
qualquer aspecto de caráter geral
Desenvolvimento: 2o parágrafo = Características físicas: altura,
peso, cor da pele, idade, cabelos, traços do rosto (olhos, nariz,
boca), voz, vestimenta. 3o parágrafo = Características psicológicas:
personalidade, temperamento, caráter, preferências, inclinações,
postura, objetivos.
Conclusão: 4o parágrafo = Retomada de qualquer outro aspecto de
caráter geral (ex.: maneira como a pessoa descrita costuma
relacionar-se com os outros ou afirmar algo sobre sua simpatia e
comunicabilidade - ou referir-se à pessoa).
Esquema de descrição de pessoas – variação 2 (Branca Granatic):
Introdução: 1o parágrafo = Primeira impressão ou abordagem de
qualquer aspecto de caráter geral.
Desenvolvimento: 2o parágrafo = Análise das características
físicas, associadas às características psicológicas (1a parte). 3
o
parágrafo = Análise das características físicas associadas às
características psicológicas (2a parte).
Conclusão: 4o parágrafo = Retomada de qualquer outro aspecto de
caráter geral.
Obs: O desenvolvimento pode também ser ampliado para três ou
quatro parágrafos, dependendo de sua conveniência.
Esquema da descrição de objetos – variação 1 (Branca Granatic)
Introdução: 1o parágrafo = Observações de caráter geral referentes
à procedência ou localização do objeto descrito.
Desenvolvimento: 2o parágrafo = Detalhes (1
a parte): formato e
dimensões. Formato: comparação com figuras geométricas e com
objetos semelhantes. Dimensões: largura, comprimento, altura,
diâmetro, etc. 3o parágrafo: Detalhes (2
a parte): material, peso,
cor/brilho, textura.
Conclusão: 4o parágrafo: Observações de caráter geral referentes à
sua utilidade ou qualquer outro comentário que envolva o objeto
como um todo.
165
Esquema da descrição de objetos – variação 2 – objetos constituídos
de várias partes (Branca Granatic)
Introdução: 1o parágrafo = Observações de caráter geral referentes
à procedência ou localização do objeto descrito.
Desenvolvimento: 2o parágrafo = Enumeração (e rápidos
comentários) das partes que compõem o objeto, associada à
explicação de como as partes se agrupam para formar o todo. 3o
parágrafo = Detalhes do objeto visto como um todo (externamente):
formato, dimensões, material, peso, textura, cor e brilho.
Conclusão: 4o parágrafo = Observação de caráter geral referente à
sal utilidade ou qualquer outro comentário que envolva o objeto na
sua totalidade.
Esquema de descrição de ambientes (idem)
Introdução: 1o parágrafo = Comentário de caráter geral.
Desenvolvimento: 2o parágrafo = Detalhes referentes à estrutura
global do ambiente: paredes (janelas e portas), chão, teto,
luminosidade e aroma (se houver). 3o parágrafo = Detalhes
específicos em relação a objetos lá existentes: móveis,
eletrodomésticos quadros, esculturas ou quaisquer outros objetos.
Conclusão: 4o parágrafo: Observação sobre a atmosfera que paira
no ambiente.
Esquema de descrição de paisagens (idem)
Introdução: 1o parágrafo = Comentário sobre sua localização ou
qualquer outra referência de caráter geral.
Desenvolvimento: 2o parágrafo: Observação do plano de fundo:
explicação do que se vê ao longe. 3o parágrafo: Observação dos
elementos mais próximos do observador: explicação detalhada dos
elementos que compõem a paisagem, de acordo com determinada
ordem.
Conclusão: 4o parágrafo = Comentários de caráter geral,
concluindo acerca da impressão que a paisagem causa em quem a
contempla.
NARRAÇÃO/TIPOS DE DISCURSOS Discurso: é a fala dos personagens em uma narração. Há três tipos: direto, indireto e indireto livre. Discurso
direto: reproduz textualmente as palavras do emissor: “Uma tarde o rapaz se atreveu. - Papai eu estava querendo conversar com o senhor.” Discurso indireto:
transmite-se apenas o sentido da frase, não as palavras textuais das personagens: E contou que estava
escrevendo umas coisas. Geralmente usa-se um verbo de elocução (falar, dizer, perguntar, responder, afirmar, etc.) seguido de oração introduzida, na maioria das
vezes, por uma conjunção integrante (que). Discurso indireto livre: registram-se as ideias e os sentimentos
166
da personagem sem, todavia, aparecer o verbo de
elocução ou qualquer conectivo. Constroem-se dois períodos: o 1º, sem o verbo de elocução (limitado por
um ponto; logo a seguir, a fala textual do falante: Queria a sua opinião franca. Estava disposto a ver a bobagem?
Transposição do discurso direto para o discurso indireto: 1ª e 2ª pessoa = 3ª pessoa; presente =
pretérito imperfeito; pretérito perfeito = pretérito mais que perfeito; futuro do presente = futuro do pretérito; imperativo = imperfeito do subjuntivo (ex.: quisesse);
vocativo = objeto indireto; este, esse = aquele ; hoje = naquele dia ; ontem = no dia anterior ; amanhã = no dia seguinte; aqui, ai = ali, lá ; agora = então ; atrás =
antes ; na próxima semana = na semana seguinte ; na última noite = na noite anterior.
NARRAÇÃO
É o relato de um fato, de um acontecimento, com
personagens atuando e um narrador que relata a ação. São elementos da narrativa:
a- Enredo (ou trama ou intriga) é o “esqueleto” da narrativa, aquilo que dá sustentação à história, ou seja, é o desenrolar dos acontecimentos.
Geralmente, o enredo está centrado num conflito, responsável pelo nível de tensão na narrativa.
b- Ambiente (espaço) é onde circulam personagens e se
desenrola o enredo. c- Tempo: localização cronológica do acontecimento; é
comum a ação se desenvolver em diversos momentos (passado remoto, passado próximo, presente). Ex.: eu tinha onze anos.
d- Personagens: são seres que atuam e vivem o enredo. Protagonista: personagem principal. Antagonista:
personagem adversário, opositor e- Narrador: aquele que narra o enredo. Dependendo
da posição do narrador em relação ao fato narrado,
a narrativa pode ser feita em 1ª ou em 3ª pessoa do singular. Em 1ª pessoa: participa dos acontecimentos; tem dupla função: o personagem-
narrador. Pode ter uma participação secundária nos acontecimentos destacando-se, dessa maneira, seu
papel de narrador. Por outro lado, pode exercer papel fundamental nos acontecimentos, podendo ser o personagem principal (o protagonista). Nesse caso,
a narração em 1ª pessoa permite ao autor penetrar e desvendar em profundidade o mundo psicológico do personagem. É importante observar que, nas
167
narrativas em 1ª pessoa, nem tudo o que o narrador
afirma se reportará à “verdade” já que corresponde à visão necessariamente parcial de um narrador, que
é a parte interessada nos fatos. Em 3ª pessoa: o narrador está fora dos acontecimentos; podemos dizer que ele paira acima de tudo e de todos. Essa
situação permite ao narrador saber de tudo, do passado e do futuro, das emoções e pensamentos
dos personagens (por isso é chamado de onisciente). Obs: ao redigir uma narrativa, o texto tem que apresentar os elementos mínimos da narração: voz
narrativa e enredo, personagem(s), ambiente e transcurso de tempo; a voz narrativa tem que organizar o relato e/ou não oscilar entre a primeira e a terceira
pessoas; o texto não pode ser apenas uma lista de eventos ou informações que não chegam a constituir
enredo, os elementos descritivos têm que articular de modo a definir uma direção narrativa; os eventos e/ou informação tem que ser articulados de modo não frágil
e os elementos descritivos tem que ser dispostos de modo não precário.
Exemplo de uma narração:] Tecnologia do futuro: laptop poderá ser levado enrolado
Em um futuro próximo, tudo estará ao alcance de poucos toques e as telas estarão em toda parte. O computador deverá ser levado a tira colo e a tela não
será mais necessária. Embarque imediato para o futuro. Na passagem aérea eletrônica, cabem todas as informações: horário e número do voo, hora estimada
da chegada e o terminal de desembarque no aeroporto. No avião, a mãe checa a lição interativa que a filha fez na escola com alunos de várias partes do mundo. Tudo
ao alcance de poucos toques. “A tecnologia vai ser cada vez mais invisível, apesar de
ela estar mais presente”, prevê Paulo Iudicibus, diretor de novas tecnologias da Microsoft.
As telas estarão em toda parte. Nas janelas, nas mesas dos escritórios. Mas, quem quiser continuar usando o computador parecido com o que temos hoje,
um modelo poderá ser levado a tiracolo: enrolado no ombro. Esse computador vai funcionar com toques
diretos na tela. O criador da novidade é o designer alemão Eugêni Orkín. Pela internet, ele conta ao Fantástico que, daqui a dois ou três anos, essa
tecnologia flexível já estará no mercado. Os telefones celulares também vão ficar mais
168
inteligentes. Vão nos ajudar até a sair de uma saia
justa. Se em uma festa, por exemplo, você encontrar um amigo, mas não se lembrar do nome dele, fique
tranquilo. O celular resolverá o seu problema. O aparelho reconhece a imagem e imediatamente traz todas as informações sobre aquela pessoa.
Daqui a dez anos, quando essa e outras tecnologias
estiverem prontas e popularizadas, em uma sala de aula o lápis será a ponta do dedo. Uma menina rabisca de um lado e, do outro lado, um amigo acompanha. O
desenho ganha vida, vira animação. Ela fala inglês e a tela traduz e transcreve tudo para ele, que é indiano. “É uma garota na Austrália conversando com um
garoto na Índia, no mesmo momento. É uma grande televisão, que é capaz de transmitir a minha imagem
para uma pessoa que está do outro lado da tela e vice-versa. É uma televisão grande que me projeta em tamanho natural e dá a impressão de que eu estou só
separado por um vidro. A televisão tem softwares por trás que permitem entender a voz dos garotos e fazer traduções simultâneas”, explica o Iudicibus. Tudo isso
não é ficção-científica. São pesquisas já avançadas ou protótipos que já existem, ou simplesmente a mistura
de tecnologias que já existem. Há pouco tempo atrás, as aulas eram dadas em lousas. Se o professor errasse o que estava escrevendo,
precisava de um apagador para, aí sim, começar tudo de novo. Hoje, em mais de 10 mil colégios espalhados
pelo mundo, já há um sistema diferente. A tela é sensível ao toque, e em uma aula de ciência, por exemplo, é possível conseguir ver o coração e o pulmão
bem de perto e, ainda por cima, de todos os ângulos. Fica muito mais interessante. E segundo os especialistas, em um futuro nem tão distante, nem a
tela será mais necessária, porque toda tecnologia estará nos nossos gestos.
No filme de ficção científica “Minority report - A nova lei”, o policial vivido por Tom Cruise usa uma espécie
de luva para acessar informações no computador. Ele nem precisa encostar na tela. Os gestos do policial comandam a máquina.
Um pesquisador do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos Estados Unidos, se inspirou na
ideia. Criou uma tecnologia chamada de “sexto sentido”, que já está disponível. Ela transforma qualquer superfície em tela de computador. O
169
equipamento é composto por um projetor e uma
câmera que o usuário carrega no pescoço, conectados a um computador de bolso com acesso à internet. Eles
interpretam os gestos dos sensores dos usuários, que são dedais coloridos.
Para tirar uma foto, basta enquadrar a paisagem. Depois, com os dedos, os arquivos são, digamos,
“arremessados” na tela. E mais: ao comprar um livro, por exemplo, você pode projetar nele críticas e comentários sobre a obra. A folha do jornal vai exibir
vídeos. E se não há uma superfície disponível? Neste caso, o próprio corpo pode servir de tela, até para telefonar. A tecnologia reconhece e envia os comandos
projetados na pele. E a roupa mostra informações sobre as pessoas. Tudo muito simples de se usar.
“O computador, depois do mouse e do teclado, vai ser capaz de nos entender. Ele vai entender gestos, voz e toques. Isso é uma grande tendência que simplifica
muito o uso da tecnologia”, conta Paulo Iudicibus. Enquanto esse futuro não chega, objetos do dia a dia já vão mostrando os novos caminhos da tecnologia.
Nos Estados Unidos, o telefone celular é agora um instrumento musical. A caixa de som fica no pulso dos
músicos. Os sons podem ser experimentais, muito eletrônicos. Ou mais convencionais, como o piano e a bateria.
“No futuro próximo, a gente pode imaginar um mundo sem barreiras geográficas, sem barreiras de
língua, sem barreiras culturais, até aproximando as pessoas, fazendo com que elas tenham uma vida mais produtiva e uma vida melhor sob o ponto de vista
pessoal. A gente vai ter mais tempo para nos dedicar à vida pessoal, também por conta dessas tecnologias”, prevê Paulo Iudicibus. Então, que venha logo esse
admirável mundo novo! Fantástico, Rede Globo, 3/1/2010.
Para elaborar uma narração, temos que organizar os elementos básicos do texto narrado (fato, tempo, lugar, personagens, causa, consequências). Há inúmeras
formas de dispô-los, dependendo do fato a ser narrado. A autora Branca Granatic, do livro “Técnicas Básicas
de REDAÇÃO” sugeriu um esquema de narração que pode ser utilizado para contar qualquer fato. O esquema propõe-se a situar os elementos em diferentes
parágrafos:
170
Introdução: 1o parágrafo = Explicar que fato será narrado. Determinar o tempo e o lugar. 2o parágrafo = Desenvolvimento: Causa do fato e apresentação dos
personagens envolvidos. 3o parágrafo = Modo pelo qual tudo aconteceu (detalhadamente). Conclusão: 4o parágrafo = Consequências do fato.
Obs: As personagens aparecem não só no 2o parágrafo,
mas no decorrer de toda a narração, porque são os desencadeadores da sequência narrativa. O elemento causa pode ou não existir numa narração, porque há
fatos que decorrem de causa específica e outros de que não precisamos explicar as causas. Os três elementos mencionados na Introdução (fato, tempo e lugar) não
precisam necessariamente aparecer nesta ordem.
DISSERTAÇÃO
Recomendações: ao redigir uma dissertação utilize sempre a primeira pessoa do plural e nunca a primeira
do singular. Não devemos usar gírias, provérbios ou ditos populares, não incluir fatos de nossa vida
particular (usar de modo impessoal e com total objetividade), não propagar doutrinas religiosas, não analisar temas com emoções exageradas, não utilizar
exemplos contando fatos ocorridos com terceiros, que não sejam de domínio público, evitar as abreviações, nunca repetir várias vezes a mesma palavra, não variar
a caligrafia das letras, para não torná-las irreconhecíveis, não analisar assuntos propostos, sob
apenas um dos ângulos da questão e não fugir ao tema proposto. Nunca pode acontecer de os elementos dispostos no texto, não constituírem sequer
comentários; o texto não pode ser apenas uma lista de comentários, que não chegam a constituir argumentos,
ou seja, as formulações não estão articuladas de modo a definir uma direção; a direção de movimento do texto não pode ser pouco definida (constituição de
argumentos por uma articulação parcial das formulações).
Diferença entre Dissertação e Argumentação
171
A dissertação é uma exposição desenvolvida do que se
estudou, ou de um ponto doutrinário, para se apresentar ao professor e a
argumentação é uma exposição desenvolvida em que se aduz considerando, conjecturando, tirando ilações, discutindo o raciocínio, pelo qual se tira uma
consequência ou dedução, para convencer o leitor O que acontece é que a Argumentação pode aparecer
na Dissertação (neste caso o texto se torna subjetivo), quando essa for uma redação escolar ou de vestibular, porque, vez ou outra, exige de quem escreve, a defesa
de um ponto de vista, em que se usa argumentos, para convencer o leitor.
Passos para redigir uma dissertação 1- Delimitação do tema (obs: assunto é a história em si
e tema é menor que o assunto, é aspecto da realidade para analisar, expressa-se por um substantivo abstrato, como “amor, violência, injustiça social, etc.);
2- Fixar o objetivo (escolher o pensamento que estar [a presente em todo o texto); 3- Parágrafo de abertura (
tem que ser mantido nos limites do objetivo fixado, é o que será desenvolvido); 4- Desenvolvimento (ordem das ideias do parágrafo de abertura): Temos vários tipos de
desenvolvimento: por enumeração, por causa/consequência, por exemplificação, por comparação (semelhança e contraste), por definição
(pode vir com a exemplificação, enumeração, comparação), por dados estatísticos, por ordenação
cronológica, por citação (dizeres de outras pessoas), por contra-argumentação (refutação); 5- Parágrafo de conclusão (resumo do objetivo proposto na introdução,
mais os argumentos do desenvolvimento).
A DISSERTAÇÃO
É um texto que se caracteriza pela defesa de uma ideia, de um ponto de vista, ou pelo questionamento
acerca de um determinado assunto. Em geral, para se obter maior clareza na exposição do ponto de vista,
costuma-se distribuir a matéria em três partes: a- introdução: em que se apresenta a ideia ou ponto de vista que será defendido. b- desenvolvimento ou
argumentação: em que se desenvolve o ponto de vista. Para convencer o leitor, você deverá usar de sólida argumentação, citar exemplos, recorrer a opiniões de
172
especialistas, fornecer dados, etc. c- conclusão: em que
se dá um fecho coerente com o desenvolvimento, com os argumentos apresentados. A elaboração de um texto
dissertativo não está centrada na linguagem, mas na colocação e defesa de ideias. Exemplo de uma dissertação:
DISSERTAÇÃO: A DELIMITAÇÃO DO TEMA
A dissertação pressupõe espírito crítico, raciocínio,
clareza e objetividade na exposição dos argumentos. Para tanto, o primeiro cuidado que se deve ter é delimitar o tema, quando este for muito amplo. Assim,
um tema como “A violência” pode ser abordado sob vários ângulos. Eis alguns deles: A violência urbana. A
violência no campo, A violência como consequência da miséria. A violência como característica de todo ser humano. A violência contra os meninos de rua. A
violência na família. A violência contra as minorias. Poderíamos enumerar muitas outras maneiras de
desenvolver esse tema. Essas que aí estão constituem apenas algumas dentre as inúmeras possibilidades de abordagem de um tema tão complexo.
O PARÁGRAFO DE ABERTURA NA DISSERTAÇÃO
Depois de delimitar ou restringir o assunto (quando vamos escrever sobre determinado assunto, muitas
ideias poderão surgir e torna-se difícil ou trabalhoso selecionar quais as que serão escritas, delimitando ou restringindo o assunto para facilitar a organização das
ideias, a sua ordenação), fixar o objetivo ( escolhe-se o objetivo para dar direção ao assunto, selecionar as
ideias, é selecionar a linha de pensamento que estará presente em todo o texto), pode-se começar a escrever. É importante redigir, em primeiro lugar, uma ou mais
frases que traduzam o objetivo escolhido. Essa ou essas frases iniciais são o parágrafo de abertura. O parágrafo de abertura mantém o parágrafo nos
limites do objetivo fixado, isto é, serve de instrumento para garantir que, ao escrever, a pessoa não se afastará
do objetivo fixado. Frequentemente abre o texto, introduz o assunto no texto. É uma oração ou conjunto de orações, que apresenta um quando geral daquilo
que será desenvolvido. Ele indica ao leitor como foi delimitado o assunto e que objetivo dirige seu desenvolvimento.
173
O DESENVOLVIMENTO NA DISSERTAÇÃO
Como a dissertação é um tipo de texto em que predomina a exposição de ideias, essas ideias devem ser ordenadas de forma que conduzam à conclusão
lógica do texto. Vários são os recursos que permitem organizar as ideias com finalidade de desenvolver um
raciocínio e fundamentar conclusões: 1- Enumeração de razões; 2- causa/consequência; 3- exemplificação; 4- comparação; 5- definição; 6- dados
estatísticos; 7- ordenação cronológica; 8- interrogação; 9- citação; 10- contra-argumentação
1-O
DESENVOLVIMENTO POR ENUMERAÇÃO
Enumerar significa expor as partes de um todo,
uma por uma. Qualquer ideia de sentido geral ou amplo, numa enumeração, pode ser desdobrada
através da enumeração de seus diversos aspectos. A enumeração é, portanto, uma exposição de pormenores que podem: a- desenvolver uma ideia geral; b- justificar
uma opinião; c- fundamentar uma hipótese. Veja um exemplo de parágrafo em que a ideia geral foi desenvolvida através de uma enumeração:
A credulidade em um Deus e em outros devem ser reavaliadas. Eis algumas razões, que justificam essa
opinião: a- Temos mais de trinta religiões em todo o mundo,
algumas monoteístas, outras politeístas.
b- A ciência diz que as teorias dogmáticas são mitologia, isto é são fundamentadas em fatos que
não são reais. c- Não podemos dizer que uma religião é verdadeira
e as outras não são, porque os olhares são
diversos, enquanto uma se acha, a outra é que se acha.
Quando desenvolvemos uma ideia geral através da enumeração,
podemos encadear livremente os elementos enumerados ou seguir
um critério de importância do elemento mais importante para o
menos importante ou vice-versa.
2- O
DESENVOLVIMENTO POR CAUSA/CONSEQÜÊNCIA
174
Uma ideia geral de um parágrafo também pode ser
desenvolvida através de uma ou mais orações que indiquem: a- causa (fato que provoca ou justifica o que
está expresso na ideia principal); b- consequência (fato que decorre daquilo que está exposto na ideia principal). Essa relação pode ocorrer: a- entre duas
orações de um período (separadas ou não por pontuação):
O excesso de gás carbônico, na atmosfera, vindo das descargas dos automóveis e das chaminés das fábricas, aumenta o aquecimento global, provocando enorme
derretimento de gelo dos polos do nosso planeta. b- entre dois parágrafos de um texto:
A nanotecnologia é um sistema de engenharia molecular, em que se colocam cada átomo e cada
molécula no lugar desejado. Se conseguirmos desenvolver esse sistema, o resultado será uma nova revolução industrial.
Além disso, teríamos também importantes consequências econômicas, sociais, ambientais e
militares, mas também graves riscos como armas perigosas, corridas armamentistas, ameaças à continuidade da humanidade, novas formas de vida,
entre outras. No texto acima, o primeiro parágrafo apresenta o que é nanotecnologia. O segundo expressa as
consequências disso: como seria nossa vida após o uso da nanotecnologia em nossas vidas.
Portanto, entre o primeiro e o segundo parágrafos estabelece-se uma relação de causa e consequência.
3- O DESENVOLVIMENTO POR EXEMPLIFICAÇÃO É outro processo que pode ser utilizado para
desenvolver o parágrafo dissertativo. Nesse procedimento, geralmente o autor do texto: a- busca comprovar uma afirmativa pessoal; b-
procura confirmar uma teoria; c- ilustra uma regra ou um princípio. Com a exemplificação, uma ideia geral fica mais clara para o leitor, já que normalmente utiliza
ocorrências, que podem ser comprovadas. Por isso, é um procedimento utilizado com muita frequência, em
textos de caráter didático. O autor do parágrafo seguinte utiliza esse processo: Quase toda descoberta ou invenção científica do
período compreendido entre os séculos XVIII ao XIX, apareceu nos anos 50 e 60. No mais, tudo é cópia ou
175
aprimoramento. A chegada do homem á lua, o
computador, milhares de teorias científicas. O automóvel, por exemplo, continua com as
mesmas características, apenas aprimoraram o que já existia nele. O computador era enorme e com pouco recurso, mas não deixou de ser o mesmo, funcionando
com o sistema binário e levando a outras modificações. Com muitas das novas teorias, não foi de outro jeito.
4- O
DESENVOLVIMENTO POR
COMPARAÇÃO Essa técnica de desenvolvimento da ideia-núcleo ocorre quando o autor do texto compara seres, fatos,
ideias, realçando as semelhanças ou diferenças entre eles. A técnica da comparação pode se desenvolver em
dois sentidos: a- semelhança – em que se estabelecem paralelos entre
fatos, ideias ou seres:
Não há diferença entre os escapamentos dos automóveis e as chaminés das fábricas. São armas
poderosas na destruição da camada de ozônio. Um carro se apresenta dizendo ser pequeno e que não faz a diferença, mas em conjunto com outros
proporciona um resultado maior que os das indústrias. Os tubos de combustão em tamanho maior são em quantidade menor, porém exalam quase o mesmo
volume. b- por contraste – em que se realçam as diferenças
entre fatos, seres ou ideias: Na língua dos esquimós, os falantes usam seus vocábulos como se fossem orações. Combinam
sujeito, verbo, objeto numa unidade única, o que é diferente da colocação da nossa Língua Portuguesa,
em que os dispomos um após o outro, dentro de uma oração.
5- O
DESENVOLVIMENTO POR DEFINIÇÃO
A definição de um dos termos – geralmente o mais importante – da ideia-núcleo também é um recurso bastante utilizado no desenvolvimento do parágrafo
dissertativo. Observe: “Para o linguista Weinrich, o texto é uma sequência linear de lexemas e morfemas que se condicionam
176
reciprocamente e que, de modo recíproco, constituem
“contexto”. Texto é, pois, “um andaime de determinações onde tudo se encontra interligado, uma
estrutura determinativa”. Para ele, toda Linguística é necessariamente Linguística de texto. Nesse sentido, “texto” é qualquer produção
linguística, falada ou escrita, de qualquer tamanho, que possa fazer sentido numa situação de comunicação
humana”. O desenvolvimento da ideia-núcleo (ideia-central ou
tópico frasal) através da definição, geralmente vem acompanhado de outros procedimentos, como a exemplificação, a enumeração ou a comparação por
analogia ou confronto. Um autor pode utilizar o processo do confronto a partir de uma definição.
6- O DESENVOLVIMENTO
POR DADOS ESTATÍSTICOS
Outro procedimento a que se pode recorrer num texto dissertativo é a utilização de dados estatísticos. Muitas vezes, os dados são mais esclarecedores e
convincentes do que qualquer argumento. Um exemplo: “Das 100 carteiras, 60 foram devolvidas com dinheiro. Ribeirão Preto conquistou o título de cidade
mais honesta do Brasil, pois as dez carteiras retornaram intactas.
Mulheres superam homens em nosso teste. Das 39 mulheres que pegaram as carteiras, 31 as devolveram com dinheiro, ou seja, 79,5%. Dos 61 homens que
apanharam as carteiras, 29 as devolveram intactas, correspondendo a 47,5%”. (Reader’s Digest Seleções –
dezembro de 1997, pág. 25). É importante salientar que esse tipo de argumentação requer uma pesquisa cuidadosa para
não se incorrer em erros grosseiros.
7- O
DESENVOLVIMENTO POR ORDENAÇÃO CRONOLÓGICA
Frequentemente, sentimos necessidade de situar os fatos que narramos no tempo. Ao fazermos uma dissertação, essa ordenação no tempo também se faz
necessária para esclarecer alguns argumentos. Dependendo da natureza do tema que está sendo
177
abordado, esse recurso pode ser muito valioso. Por
exemplo:
Só no estado do Rio de Janeiro, o Corpo de Bombeiros registrou 1.507 acidentes em 1996 – média de três acidentes por dia. Entre janeiro e junho de
1997, a média subiu para 3,5 acidentes a cada dia. (Reader’s Digest Seleções, dezembro de 1997, p. 75)
8- O DESENVOLVIMENTO DA DISSERTAÇÃO: INTERROGAÇÃO
Um dos maiores problemas em pedir a Deus é que
nem sempre Ele atende. Quando atende a alguns e não a outros, parece que tem favoritos. Deus é injusto ou
simplesmente parece sê-lo? A pergunta é tão velha quanto o Livro de Jô. Fiéis têm lutado desde então com a resposta que Deus dá:
“Quem tem queixa contra mim pela qual eu deva pagar?” (Reader’s Digest Seleções – 9/1997 – p.48)
9- O
DESENVOLVIMENTO DA DISSERTAÇÃO: CITAÇÃO
Quando expomos nossas ideias, refletimos sobre
determinados assuntos, surgem às vezes lembranças de autores que lemos. Ex:
Pensei em defender minha tese, mas tinha quase certeza de que não convenceria a banca examinadora, porque como disse Polan Ree Lacan, com sua metáfora
do buque invertido, o ponto de vista afeta a constituição do objeto e o nosso olho nos engana. O
objeto real é empírico, as minhas condições é que vão determinar como a imagem é construída, por isso a imagem não é empírica.
10- O
DESENVOLVIMENTO DA
DISSERTAÇÃO: CONTRA-ARGUMENTAÇÃO
Em vez de expor nossas ideias a partir de uma citação, como vimos acima, podemos proceder de maneira oposta, isto é, demonstrar falsidade da argumentação
de alguém. Esse procedimento, a que chamamos de contra-argumentação, consiste em refutar argumentos alheios. Ex:
178
Os autores de outras áreas afirmam que a
Linguística não é ciência, é arte. Ao contrário, os linguistas não aceitam e se defendem dizendo que a
Linguística é empírica, opera com dados verificáveis por meio de observações e experiências e expõe às outras ciências que o conhecimento não é universal.
O PARÁGRAFO DE CONCLUSÃO Outro item importante para se redigir um texto dissertativo é a formulação conclusão. Esta deve conter
de uma forma resumida o objetivo proposto na introdução, acrescido de argumentação básica empregada no desenvolvimento.
O autor reorganiza resumidamente os diversos aspectos da fase de desenvolvimento em uma frase final, que fecha o texto. Formula um parágrafo de
conclusão: uma reapresentação sucinta ou geral do objetivo proposto no parágrafo de abertura e dos
aspectos ou detalhes particulares dos parágrafos do desenvolvimento.
Exemplo de uma dissertação:
DEPRESSÃO: a epidemia silenciosa do século 21
O relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre saúde mental, publicado no mês
passado, indica que a depressão já é uma das
doenças mais comuns do mundo e que será a principal causa de incapacitação no trabalho em
2030, à frente do câncer e das doenças cardiovasculares.
Hoje, cerca de 121 milhões de pessoas sofrem da
doença. A falta de consenso semântico entre os especialistas e, consequentemente, de métodos
adequados de tratamento para cada caso exige a discussão urgente e aprofundada sobre o assunto.
Há visões conflitantes entre as duas principais
disciplinas práticas que tratam do tema: a psiquiatria e a psicanálise. O jornalista Wilker Souza conversou
com especialistas das duas áreas e apresenta em sua reportagem os principais focos de divergência entre
elas.
179
Táki Cordás, renomado especialista em depressão no âmbito da psiquiatria, explica o fenômeno sob a
perspectiva da medicina. Decio Gurfinkel, por outro lado, introduz a visão da psicanálise partindo da
compreensão de Freud sobre a melancolia e encontrando paradoxalmente um valor positivo para a
depressão. Já Christian Dunker expõe a tensão entre as duas áreas e defende antes a mutualidade do que
o conflito no esclarecimento da doença, relativizando a ação dos medicamentos, sem, no entanto,
demonizá-los.
Por fim, é possível enumerar algumas das
necessidades clínicas prementes para o tratamento adequado dos quadros depressivos: combater o
estigma de modo que a procura por assistência médica seja rápida e possibilite o diagnóstico de
maneira precoce; implantar a modalidade de tratamento medicamentoso mais eficaz e com menos
efeitos colaterais para o combate da fase aguda; estabelecer o melhor tratamento medicamentoso
associado à psicoterapia para evitar futuras recaídas.
Fonte: Revista Cult, ano 12, out. 2009.
Esquema de composição de texto misto (Branca Granatic)
Aqui utilizamos modalidades diferentes: dissertação e narração, dissertação e descrição, narração e
descrição. Vejamos um esquema em que aparecem a narração e a descrição: Introdução: 1o parágrafo = Explicação sobre que fato
ocorreu. Quando aconteceu. Onde tudo se passou. Desenvolvimento: 2o parágrafo = Descrição do local onde o fato ocorreu. 3o parágrafo = Personagens
envolvidos e causa do fato (incluindo trecho de descrição de algum personagem). Como tudo
aconteceu.
Conclusão: 4o parágrafo = Consequências do fato.
Redija uma redação com vários parágrafos, obedecendo às
seguintes instruções:
Assunto: Carnaval
Delimitação do assunto: O Carnaval, hoje.
180
Objetivo: Contrastar o Carnaval de hoje com o Carnaval do
passado.
Parágrafo de introdução:.............................................
.............................................................................................................
...................................................................
Plano de desenvolvimento:
1ª parte: O Carnaval do passado:
a) Como eram as comemorações:.....................
.......................................................................................
........................................................................................
b) Que sentimentos dominavam as pessoas:.........
..................................................................................
..................................................................................
2ª parte: O Carnaval hoje:
a) Como são as comemorações:............................
......................................................................................
......................................................................................
b) Que sentimentos dominam as pessoas:.............
......................................................................................
......................................................................................
Conclusão: retomar e reformular as ideias básicas da
introdução:.............................................................
......................................................................................
.......................................................................................
........................................................................................
GRAMÁTICA TEXTUAL
Elementos coesivos: elementos linguísticos articuladores do texto.
Coerência: resultado das relações estabelecidas entre o emissor, o
receptor e o texto propriamente dito. É a formação de sentido.
Coesão: é um fenômeno localizado, explícito, com marcas
linguísticas evidentes. Refere-se à ligação das partes de um texto, às
relações entre seus segmentos
1- Coesão por retomada:
a) Coesão por retomada nominal ou gramatical: usamos artigos
definidos, artigos indefinidos, pronomes demonstrativos,
possessivos, pessoais, numerais advérbios.
181
b) Coesão por retomada lexical: relações metonímicas (a parte pelo
todo), hiponímicas (elemento do 1º elemento), metafórica,
sinonímica, substantivos, adjetivos, verbos.
2- Coesão por repetição: não podemos ficar repetindo palavras,
porque ela empobrece o texto, mas pode ser produtiva e interessante
como mecanismo de coesão (principalmente quando o mesmo nome
tem significados diferentes).
Sequenciadores temporais, sequenciadores temporais e
ordenadores espaciais
a) Sequenciadores temporais: os mecanismos de coesão
servem também para marcar uma progressão no tempo. Se
um texto se desenvolve no tempo, é porque não pode ficar
“parado”, tem de “progredir” temporalmente. A essa
progressão chamamos de “sequenciação” Um fato sucede-
se a outro fato, como sequências temporais: marcar se a
história ocorre em dois dias, um mês, um ano, etc. O
“pretérito perfeito” marca a sucessão de eventos nos
textos narrativos. Também usamos o presente e o futuro
do presente.
b) Ordenadores espaciais: o espaço é o lugar em que ocorre o
fato, a coesão se dá pela apresentação: neste mundo
(“neste” antecipa-se ao espaço). Essa ordenação impõe
ordem. Usamos também advérbios ou locuções adverbiais.
Encadeamento argumentativo: é o trabalho de coesão que procura
ligar argumentos nos textos. Argumentos são recursos de que
dispomos para convencer os outros, aqui usamos os conectores, que
são elementos relacionais que ligam as partes.
Diferença entre os elementos: -de coesão por retomada: retomam
um termo que já está no texto); -de coesão
por conexão: juntam dois ou mais argumentos, sem retomar nada.
Justaposição e sequenciação conversacional: neste caso, a ligação
entre os segmentos do texto não exige conectores. Os nexos entre os
segmentos são estabelecidos pelo receptor, que lhes atribui um
conector. Os segmentos do texto são justapostos uns aos outros,
como se estivessem colados. É a coesão por justaposição. Usamos:
os dois pontos (:), ponto final (.), vírgula (,), ponto e vírgula (;), que
exercem a função dos conectores (e, então, mas, etc.).
Embora os conectores estejam ausentes, há regras gramaticais, que
permitem sua utilização.
No diálogo, quando os falantes pretendem alterar a condução da
conversa ou introduzir novo assunto, usam os elementos de coesão,
que se referem às expressões utilizadas. Ex:
“Por falar nisso, queria remeter-nos aos componentes curriculares
expostos no ano passado. Neles, vamos encontrar não só os
fundamentos para o novo assunto, mas também para os próximos.
Porém, voltando ao que eu estava falando, psicoterapia não é
182
psicologia. Abrindo parênteses vamos retomar um pouco às nossas
noções sobre a mente”.
Principais operadores discursivos
RELAÇÕES
COESIVAS
FUNÇÕES
OPERADORES MAIS FREQÜENTES
1- Conjunção a) ligação de
argumentos em favor
de uma conclusão
b) gradução de
argumentos em um
série de dois ou mais
c) estabelecimento de
aspecto decisório na
argumentação
e, é, também, não só... mas também, tanto
como, além de, além disso, ainda, nem (=e
não), a par de
até, mesmo, até mesmo, inclusive, ao menos,
pelo menos, no mínimo, no máximo, quando
muito.
aliás, além do mais, além de tudo, além disso,
ademais.
2- Conclusão Estabelecimento de
conclusão tendo em vista
outro(s) argumento(s)
apresentados(s)
Portanto, logo, por conseguinte, pois.
3- Restrição Explicações
Justificativas
Explicitações
Ilustrações
Generalizações,
amplificações
Pois, porque
Que, porque, já que
Desse modo, dessa maneira, assim
Por exemplo, para se ter uma idéia
De fato, realmente, aliás, também, é verdade
que
4- Redefinição Correções, retificações,
esclarecimentos
Isto é, se, ou melhor, de fato, pelo contrário,
ao contrário, ou seja, quer dizer, em outras
palavras
5- Comparação Comparações de
inferioridade, igualdade e
superioridade
Tanto.. como... tal como... tanto/tão...
quanto... mais que... mais do que... menor
que... menos do que
6- Disjunção Oposição conclusiva – o
argumento introduzido
leva a uma conclusão
oposta à de outro(s)
Ou, ou então, quer... quer, seja... seja, caso
contrário
7- Contrajunção Contraposição de
argumentos de
orientações
argumentativas
diferentes, fazendo
prevalecer o argumento
introduzido pela
conjunção adversativa
mas não o introduzido
pela conjunção concessiva
a) conjunções adversativas: mas,
porém, todavia, contudo, no
entanto, entretanto
b) conjunções concessivas: embora,
ainda, que, mesmo que, apesar de
que
Classifique as relações coesivas dos operadores discursivos:
a) Já que estou na chuva, tenho que me molhar.
183
b) Aquele texto argumentativo foi refutado, porque não
externava seu ponto de vista.
c) Ela era tão suscetível e humilde, mas não possuía
capacidade..
d) A aleudrina é sedativa e hipnótica. Logo, a substância
preferida para fabricar calmantes.
e) O mal foi causado pelos radicais livres, isto é, alimentos que
quando são quebrados, não são absolvidos e voltam para o
organismo em forma de energia, prejudicando-o.
f) A gravação da música que compus, deixou-me emocionado.
Todos a ouviram e, além disso, rendeu-me uns trocados.
g) Os terráqueos têm que ter consciência da destruição da
camada de ozônio, talvez tentar diminuí-la, caso contrário o
fim será fatal.
Diga quais as relações que os operadores discursivos estabelecem
entre as frases (ou argumentos):
A adaptação é o meio mais potente
Os Philosofum Doctors expõem-nos uma enorme gama de
teorias Um assunto é visto sob vários ângulos. Não sabemos quem
está certo ou errado, se é que isso existe.
Ninguém pode provar que algo é verdadeiro e melhor que outro,
se existe milhares e milhares de teorias científicas. Só acreditamos
em algumas se essas se adaptam ao que já conhecemos, isto é, à
bagagem de conhecimentos que cada um tem.
Assim como Lacan disse, cada pessoa vê determinado assunto ao
seu modo, as teorias científicas se adaptam às verdades de cada um.
A adaptação do repertório pessoal de conhecimentos àquela
teoria com que se relaciona, é que faz a revolução intelectual tanto
do inventor, como do compositor.
A adaptação de nosso conhecimento à algumas teoria científicas
é importante também para outros formadores de novas teorias,
sobretudo para os estudantes dos cursos de pós-graduação stricto
sensu. Um mestrando é bom, na medida em que seu conjunto de
conhecimentos é grande e abrange outros.
A adaptação é o meio mais potente para a transformação
científica, tanto na defesa de uma nova tese, como na descoberta de
outras teorias novas.
Adaptar significa extrapolar, inventar. Adaptar é socializar-se, é
refazer, é cortar, é fazer rupturas.
Quanto mais adaptações, mais verdades e soluções.
Adaptar seu conhecimento à outras teorias, mesclá-la a outras e
até dar continuidade é o lance bom.
A credulidade de muitos, que os levam a pensar que a verdade
existe sobre o certo e o errado, o céu e o inferno é tão grande, que
nos impede de acreditar, que o que temos em nossa cabeça vai nos
servir de algum modo.
184
Aliás, não é somente aos crédulos da verdade inexistente que
falta um meio de encontrar a adaptação, é só olhar para o lado das
teorias dogmáticas, para ver que há muitos que seguem o pensar
pelo lado de uma fé mitológica e, por isso mesmo vão se vendo
diante de tantas religiões, e adaptando-se ao esmo. Pode ser que tais
deuses de tantas religiões, existam, mas enquanto não houver
provas concretas ou fundamento, não há como acreditar
A religiosidade fervorosa é tão incomodante para a vida pessoal
e ao entrosamento com pessoas de outras religiões, quanto os
costumes de outras religiões orientais e outras europeias são.
Gêneros textuais São textos padronizados, são produzidos quase sempre com as
mesmas características (assunto, estrutura e o tipo de linguagem) e
são utilizados para atender a uma necessidade relacionada a uma
situação específica.
Obs: Além desses abaixo, há outros que surgiram com a fusão de
dois ou mais como a “crônica lírica”. Outros já se apresentam
classificados em conjunto como no estudo do “jornal”, da “revista”
(entrevista, artigo, editorial, etc.). Conforme pesquisas, alemães
enumeraram milhares e milhares de gêneros. Vejamos alguns deles:
Acroase: discurso que revela vastos e
profundos conhecimentos. Preleção
sobre uma disciplina.
Adivinha: trecho com expressões que
leva a pessoa que lê, tentar adivinhar,
enigma.
Anacreôntica: ode cujos assuntos são
graciosos, suaves, linguagem leve, estilo
agradável. (De Anacreonte, poeta lítico
da Grécia - séc. VI a.C., que cantou o
vinho, o amor, a gastronomia).
Anedota: relato sucinto de fato jocoso.
Anúncio: notícia ou aviso pelo qual se
dá qualquer coisa a conhecimento do
público.
Armanha: conversa para lograr ou
enganar.
Artigo: escrito de jornal, revista.
Apologia: discurso ou escrito para
louvar ou defender.
Apólogo: visa uma lição moral, a
diferença é que aqui as personagens são
seres inanimados, uma árvore, um
prego, uma caneta pode falar e agir.
Arcádico: poema que tem uma quadra
que se repete a cada duas quadras e não
vai além de oito quadras.
Aviso: conselho, advertência.
Auto: gênero de teatro originário da
Idade Média, com personagens em geral
alegóricos, como os pecados, as
virtudes, os santos, etc., podendo
também comportar elementos cômicos
ou jocosos. Há dois tipos: auto de
devoção e auto de folgar.
Autobiografia: biografia que o autor
faz de si mesmo.
Auto de devoção: neste há ligação com
a Bíblia e o objetivo é moral.
Auto de folgar: há ligação com o social
e o caráter é crítico.
Bilhete: carta simples e breve.
Biografia: história da vida de uma
pessoa.
Canção: poema de forma livre que
apresenta canto terno e amoroso e tem
como origem, a “canzone” italiana.
Cantata: é um tipo de canção que pode
ser recitativa, onde é exposto o assunto,
ou ária, onde é exprimido o sentimento
do recitativo.
Cantiga: poesia cantada, dividida em
estrofes iguais.
Carta: comunicação manuscrita ou
impressa, endereçada a uma ou várias
pessoas, apresentando assuntos
diversos: de amor, comercial, etc.
Carta aberta: aquela que é dirigida à
alguém e ao público, ao mesmo tempo.
Carta do leitor (em jornais, revistas):
185
Conto: apresenta um instantâneo da
realidade, verossimilhança redução de
personagens e apenas um conflito.
Curriculum vitae: conjunto de dados
relativos ã vida estudantil, profissional,
etc., de quem se candidata a emprego,
concurso, etc.
Cartão (de aniversário, de casamento
etc.): Impresso que tem uma ilustração
ou uma foto e uma dedicação de desejo
a outrem, pela passagem de uma data
comemorativa.
Cartaz: impresso de grande formato,
para afixação em lugar público, e que
traz anúncio, aviso ou mensagens.
Causo: conto, história, caso.
Charge: representação pictória em que
se satiriza um fato de caráter político e
que é do conhecimento do público.
Comédia: gênero teatral que tem como
origem o “Canto da aldeia”, que era a
base das comemorações dionisíacas,
festas que alternavam alegria e tristeza
com orgia.
Comentário: série de observações com
que se esclarece ou critica uma
produção literária ou científica.
Conto: gênero textual que representa
um instantâneo da realidade, apresenta
verossimilhança, um único conflito e
redução de personagens.
Conto de fada: pequena narrativa
infantil em que aparece uma fada e
muda todo o destino da história.
Convite: mensagem pela qual se
convida
Crônica: gênero em prosa que se baseia
num tempo presente, no cotidiano, no
dia-a-dia da humanidade; com dimensão
curta e apresenta verossimilhança e
número reduzido de personagens como
o conto.
Crônica lírica: mistura de poesia com
crônica.
Declaração: documento da redação
oficial em que alguma coisa é declarada
por alguém que se manifesta
identificado com documentos pessoais.
Definições: expressões com que se
define.
Diagrama: representação gráfica de
determinado fenômeno.
Diário: registro da relação do que se faz
ou sucede em cada dia.
Discurso político: peça oratória
proferida em público, cujo assunto é a
política.
Dissertação: exposição desenvolvida,
oral ou escrita, de um ponto doutrinário.
Ditirambo: poema de forma livre que
apresenta a exaltação do vinho e
dedicação a Baco, deus do Vinho.
Drama: gênero teatral em que há a
fusão da tragédia com a comédia: a
tragicomédia; fica muito próximo do
real, foi criado na Antigüidade clássica
e só se desenvolve com o Romantismo.
Écloga ou égloga: poesia pastoril com a
presença de diálogo, sentimento
amoroso e exaltação do campo.
Editorial: artigo de jornal que exprime
a opinião do órgão.
Elegia: poema de forma livre, que
expressa dor ou tristeza; temos dois
tipos: a nênia e a endecha.
e-mail: correspondência eletrônica,
redigida em computador e enviada por
meio da Internet.
Embolada: espécie de composição
músico-poética, utilizada no Nordeste
do Brasil, e que tem um andamento
rápido, podendo ser dialogada ou em
coral.
Encômio: louvor feito à alguém através
de um discurso e durante uma
festividade.
Endecha ou romancilho: elegia que
apresenta melancolia, sentimentos
íntimos de desengano.
Ensaio: estudo literário, menor que um
tratado, sobre determinado assunto.
Entimema: tipo de silogismo onde se
omite algum dos princípios.
Entrevista: comentário ou opinião dada
diretamente a jornalista, para ser
divulgada em jornal, rádio, televisão,
etc.
Epicédio ou nênia: elegia que chora a
morte de alguém.
Epigrama: poesia conceituosa ou
satírica que termina com um dito agudo.
Epinício: composição poética ou
musical, feita com a finalidade de
celebrar uma vitória.
Epiquirema: silogismo (dedução) em
que uma das premissas se acompanha
de prova.
Epitalâmio: composição musical ou
poética, feita coma finalidade de
celebrar um casamento.
Epodo: sentença ou máxima moral. A
terceira estância da ode grega. Poema
latino composto em versos jâmbicos.
Esquema: representação sumária de
algo, ou em diagrama, de algo.
Escólio: elucidação de um texto
qualquer. Explicações que se fazem, a
fim de tornar acessível a todos as obras
dos autores clássicos.
Escorso: obra de pequenas proporções,
resumo.
Esparsa: tipo de poesia antiga com
versos de seis sílabas.
Espiche: discurso.
Estatutos: leis orgânicas de um Estado,
sociedade ou associação.
Explicações: textos usados para
esclarecer, explicar.
Epigrama: sátira, poesia conceituosa
ou satírica que termina com um dito
186
agudo, ou frases que se punham sobre
uma estátua ou um túmulo.
Epiquirema: silogismo em que uma
das premissas se acompanha de provas.
Dizeres de filósofos.
Epimítio: a moral de uma fábula.
Epinício: composição poética ou
musical, feita com a finalidade de
celebrar uma vitória de uma batalha de
guerreiros.
Epitalâmia: composição musical ou
poética, feita com a finalidade de
celebrar um casamento. (Aparece em
Romeu e Julieta nas noites nupciais).
Epódica ou filosofia: ode cujos
assuntos são filosóficos.
Epopéia: gênero textual poético que
narra acontecimentos históricos ou
lendários; com estilo majestoso; tem
caráter universalizante e sua
característica é a objetividade.
Apresenta uma estrutura clássica
seguindo a ordem: proposição,
invocação, dedicatória, narração e
epílogo. Exs: Ilíada de Homero; Eneida
de Virgílio; Divina Comédia de Dante e
Os Lusíadas, de Camões.
Estrambote: composição métrica
italiana pela qual se faz um acréscimo
de três versos aos quatorze que
compõem um soneto.
Fábula: espécie de composição literária
que encerra uma verdade moral.
Composição de tipo literário, alegoria
que contém uma lição de moral,
apólogo, peta. Visa uma lição moral,
tem, como personagens, animais..
Filípica: discurso de Demóstenes contra
Filipe da Macedônia, discurso violento
e pessoal.
Flos-santório: livro contendo biografia
dos santos.
Galimatias: discurso confuso.
Gazel, gazal: poesia amorosa ou
báquica dos persas e dos árabes.
Glosa: verso feito sobre mote. Censura,
crítica.
Gnoma, gnome: provérbio, sentença
moral, adágio.
História em quadrinhos: história
contata em quadrinhos em que há
desenho dos personagens e suas falas
em balões.
Inquérito: interrogatório de
testemunhas. Sindicância, investigação,
indagação.
Jaléu: canto e dança populares da
Andaluzia.
Jangalamarte: folguedo do Nordeste
também chamado arre-burrinho ou
janicéfalo.
Játaca: conto oriental relativo a Buda.
Idílio: poesia pastoril que é um
monólogo com exaltação do campo e
sentimento amoroso.
Lenda: narração de caráter
maravilhoso, em que os fatos históricos
são deformados pela imaginação do
povo ou do poeta.
Lipograma: composição literária
escrita com a intenção de não conter
uma ou mais letras do alfabeto.
Lista: relação de nomes, de pessoas ou
de coisas, para fornecer informação.
Loa: discurso laudatório. Apologia.
Prólogo de qualquer composição
dramática, destinado a captar a
benevolência do auditório.
Loas: cantigas populares em honra dos
santos. Parlatice.
Logogrifo: enigma em que as letras da
palavra insinuada pelo conceito,
principalmente combinadas, formam
outros vocábulos que é preciso
adivinhar para se chegar àquela palavra.
Madrigal: composição poética que
celebra a formosura das mulheres.
Poesia pastoril. Galanteio; poesia
pastoril com elogio da vida simples,
delicadeza e fundo amoroso.
Manual de instruções: livreto que
acompanha alguma máquina ou
aparelho para informar o uso ou
manuseio ao portador.
Máxima: Axioma, aforismo, ditado
popular. Sentença que serve de regra de
conduta do pensamento e das ações.
Memorando: usado para assuntos
menores que os do ofício, em
repartições.
Memórias: dissertação sobre assunto
científico, literário ou artístico.
Minuta: sustentação por escrito, de
recurso interposto.
Mito: narrativa de significação
simbólica, transmitida de geração em
geração dentro de determinado grupo e
considerada verdadeira por ele.
Monódia: monólogo nas tragédias
antigas. Canto plangente de uma só voz.
Monograma: cruzamento das letras
iniciais de um nome.
Nênia: canto fúnebre. Elegia.
Nômina: oração escrita e posta numa
bolsinha para nos livrar de certos males.
Nomo: poema, que na Antigüidade, se
atribuía qualidades ou morais, ou
apenas eficiência ritual.
Notícia: resumo dum acontecimento ou
assunto qualquer.
Novela: gênero textual que apresenta
uma estrutura composta de partes
autônomas que possuem um elo para o
seu encadeamento, a busca do final é o
aspecto marcante; tem narração direta; a
escassez narrativa é devido ao fato de
ela não deixar de ser teatro.
Oratória: discurso oral, usado em
comícios, reunião de negócios,
coordenação de debates, mesas-
187
redondas, que apresenta introdução
(exórdio), proposição (indicação do
assunto), confirmação (tenta convencer
o auditório), refutação (tenta anular a
resistência do auditório).
Outdoor: anúncio de propaganda que
se coloca em placas grandes pertos das
ruas avenidas e rodovias
Palestra: conferência despretensiosa.
Parábola: narração alegórica, na qual o
conjunto de elementos evoca outra
realidade de ordem superior.
Projeto de pesquisa: projeto em que se
expõe os passos, metodologia,
justificativa, objetivos, biografias, etc.,
de uma pesquisa.
Oaristo: diálogo entre marido e mulher.
Entretenimento íntimo. Colóquio meigo.
Ode: composição em verso, para ser
cantada. Poema lírico, cântico, de
origem grega, apresenta solenidade de
estilo, sentimentos de dor ou alegria. Há
vários tipos, de acordo com o assunto.
Palíndromo: verso ou frase que se tem
o mesmo sentido, quer se leia num ou
noutro sentido.
Panegírico: discurso encomiástico,
elogioso.
Parábase: fala do autor aos
espectadores, na antiga comédia grega.
Parábola: visa um ensinamento moral,
mas apresenta um aspecto diferente
quanto às personagens, são seres
humanos, traz muitas ligações com o
mundo religioso.
Parêmia: breve alegoria. Adágio.
Provérbio. Sentença moral.
Parênese: provérbio
Parlenda: Discussão. Tagarelado.
Palavreado. Diz-se também parlenga.
Peça de teatro: trabalho dramático,
literário ou artístico.
Piada: dito espirituoso; pilhéria, chiste,
anedota.
Pindárica ou heróica: ode que exalta
grandes heróis.
Poema: obra em verso ou não, em que
há poesia.
Poema heróico: é uma redução da
epopéia, narra acontecimento histórico
ou lendário; o estilo é grandiloqüente;
visão mais restrita do mundo;
anonimato do poeta; narração de algo
regional, particular, menor dimensão.
Exs: O Uraguai de Basílio da Gama;
Caramuru de Santa Rita Durão.
Proêmio, exórdio: discurso ou escrito
prévio. Exórdio.
Poesia pastoril: poesia que apresenta a
presença de pastores e exalta a natureza.
Quadrinha: estrofe com quatro versos
com rimas alternadas.
Recado: comunicação escrita ou oral.
Receita: indicação das proporções dos
componentes e do método que se deve
seguir no preparo de algo; fórmula.
Relato de experiências: descrição das
experiências de alguém.
Relato pessoal: descrição de fatos da
vida pessoal de alguém.
Relatório: exposição, mais ou menos
minuciosa, do que se viu, ouviu ou
observou.
Relatório de pesquisa: descrição
minuciosa dos procedimentos de uma
pesquisa.
Reportagem: pesquisa de determinado
assunto feita por repórteres.
Reportagem (de TV e rádio): cobertura de acontecimento, apuração
de fatos, pesquisa de assunto,
interpretação de informações e redação
do texto final.
Resenha: descrição minuciosa.
Resumo: exposição abreviada de uma
sucessão de acontecimentos, das
características gerais de algo, etc.,
extrato, síntese, sinopse, sumário.
Romança: composição para canto e
piano, típica do século XIX,
Romance: é mais importante e
complexa forma de expressão literária
dos tempos modernos, originou-se nas
façanhas de cavalaria, representava um
poema épico, com o Romantismo houve
a transformação de sua visão. Nele, há
simultaneidade de ações, tempo
(cronológico, psicológico), espaço
(pode ocorrer pluralidade geográfica);
temos: romances policiais, psicológicos,
históricos, de costumes, campesinos,
passionais, biográficos, etc.
Rondó: poema de origem francesa, cujo
assunto é o amor, possui várias formas.
Rótulo: papel que se cola em
embalagens e recipientes, com
indicação sobre o conteúdo.
Rimance: pequeno canto épico. Xácara.
Rondel: composição poética, formada
de duas quadras e uma quintilha, com os
dois últimos versos da segunda quadra
iguais aos dois primeiros da primeira, e
o primeiro desta, o último da quintilha.
No rondel há só duas rimas.
Rondó: poema de forma fixa, de origem
francesa, assunto predominante o amor,
o que não exclui sua variedade temática.
Temos quatro tipos: o simples, o
dobrado, o francês e o arcádico.
Rondó arcádico: possui uma quadra
que se repete a cada duas quadras, não
ultrapassa oito quadras.
Rondó dobrado: possui oito quadras
ou cinco quadras e uma sétima
Rondó francês: possui uma quintilha,
um terceto (acrescido do primeiro
hemistíquio do primeiro verso) e uma
188
quintilha (acrescido do primeiro
hemistíquio do primeiro verso)
Rondó simples: que possui duas
quadras e uma sextilha, sendo as duas
estrofes finais acrescidas do primeiro
hemistíquio do primeiro verso.
Sacra ou religiosa: ode cujo assunto
são cânticos de fé, exaltação da religião.
Sáfica ou moral: ode que possui
assuntos morais.
Saianete: pequena comédia, com duas
ou três personagens.
Serena: variedade de canção comum
entre os poetas provençais.
Sermão: discurso que o padre
pronuncia no púlpito, para exortar os
fiéis. Prática moral.
Serrana: canção popular da Beira.
Espécie de fandango.
Sevilhana: canto popular de Sevilha.
Silogismo: argumento composto de três
termos, sendo os dois primeiros, as
proposições e o terceiro a conclusão.
Soneto: poema de forma fixa que
apresenta dois quartetos e dois tercetos
(quatorze versos); possui a “chave de
ouro”, quando o último verso sintetiza
todo o conteúdo da temática foi criado
na Sicília, pelo poeta Giacomo de
Lentino no século XIII.
Sorites: argumento de uma série de
proposições ligadas entre si de modo
que o atributo de cada uma venha a ser
o sujeito da seguinte até a última
(conclusão) que tem como atributo da
penúltima e como sujeito, o sujeito da
primeira.
Tautograma: escrito poético em que
todas as palavras principiam pela
mesma letra.
Tirinha: seqüência de quadrinhos.
Trava-língua: frase que por apresentar
repetições de fonemas se torna difícil de
pronunciar.
Tedeum: cântico clérigo em ação de
graças que inicia pelas palavras latinas
Te Deum laudamus.
Telegrama: comunicação telegráfica.
Tragédia: gênero teatral que teve
origem nas festas dionisíacas, para
comemorar a colheita, em que os gregos
sacrificavam um bode em
agradecimento aos deuses e usavam
fantasiar-se de bode; com a evolução
surgiu a tragédia, trago: bode, edia:
canto; visa despertar nobres
sentimentos, usa grandes efeitos e
virtudes e há a presença da desgraça e
do trágico.
Verbete: palavra ou expressão dum
dicionário ou enciclopédia com o(s)
significado(s) e outras informações
Vidalita: canção popular do norte da
Argentina.
Vilancete: composição poética de
caráter campesino; composta
geralmente de um mote (motivo) e uma
glosa (desenvolvimento) em certo
número de coplas.
Vilancico: composição poética, curta,
de caráter sacro.
Xácara: narrativa popular em versos.
Zamacueca, cuenca: música popular de
alguns países sul-americanos. Cuenca é
o nome que ela recebe no Chile.
Bibliografia:
Técnicas de Redação: Magda Becker Soares & Edson Nascimento
Campos
Redação para o 2º grau: Ernani Terra
Português: Linguagens: William Roberto Cereja & Thereza Cochar
Magalhães.
Língua Portuguesa – volume único – Ensino Médio Harry Vieira
Lopes. Jeosafá Fernandez Gonçalves. Simone Gonçalves da Silva.
Zuleika de Felice Murrie.
Dicionário de Gramática e Noções Básicas de Gramática.
Guimarães, João. 6a ed. RJ: Edições Spiker, 1963.
Como se deve dizer e como não se deve dizer. 4a ed. Victória, Luís
A. P. RJ: Editora Científica, 1963.
Língua e Literatura. Faraco e Moura. 16a ed. Vols I, II e III. São
Paulo: Editora Ática, 1996.
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Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. Ferreira, Aurélio
Buarque de Holanda. 2a ed. RJ: Nova Fronteira.
Erros de Português e Suas Correções. Resende, Júlio César. 2a ed.
Patrocínio-MG: Gráfica da FAFI- Patrocínio, 1984.
Novíssimo Dicionário da Língua Portuguesa Ilustrado – Soares,
Fernandes – 1972 – Editora Formar Ltda. SP – Volumes I, II e III.
REDAÇÃO PARA O 2O GRAU - Pensando, lendo e escrevendo.
Ernani & Nicola. 1a ed, São Paulo: Scipione, 1996.
Técnicas Básicas de REDAÇÃO – Branca Granatic. Editora
Scipione. 9a ed., 1993 São Paulo – SP.