apostila de fisiopatologia da nutriÇÃo e dietoterapia - modulo i

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APOSTILA DE FISIOPATOLOGIA DA NUTRIÇÃO E DIETOTERAPIA MÓDULO I Profa. Ms Adriana Cruz Lopes

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Page 1: APOSTILA DE FISIOPATOLOGIA DA NUTRIÇÃO E DIETOTERAPIA - MODULO I

APOSTILA DE FISIOPATOLOGIA DA

NUTRIÇÃO E DIETOTERAPIA

MÓDULO I

Profa. Ms Adriana Cruz Lopes

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Módulo I – Fisiopatologia e Dietoterapia I

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DEFINIÇÃO

Compreende o tratamento através da dieta e envolve modificações na ingestão diária de

alimentos.

Pode ser um tratamento auxiliar ao tratamento medicamentoso ou constituir a única forma de

intervenção terapêutica.

A dietoterapia é um tipo de tratamento que tem por base a modificação dos alimentos pela

adição de substâncias alimentares com propriedades de cura, ao tempo de suprimir outras, cujo

organismo doente se encontra incapacitado de metabolizar, o que por si só neste último caso

induz ou agrava a doença.

OBJETIVOS

DIETAS TERAPÊUTICAS

Modificações do padrão dietético normal, aplicadas em cada caso

conforme necessário para atender as necessidades individuais (ex:

capacidade de digestão e absorção, alívio da doença, fatores

psicossociais).

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PRESCRIÇÃO DIETÉTICA – DIETOTERÁPICA

1° item da prescrição médica;

Tem a mesma finalidade da prescrição medicamentosa, designando o tipo, quantidade

freqüência e via de administração dos alimentos;

Deve ser um consenso entre médicos e nutricionistas.

Aspectos a serem considerados na prescrição dietoterápica

ETAPAS DA DIETOTERAPIA

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL

(Indicadores antropométricos, bioquímicos, dietéticos e clínicos)

CÁLCULOS DAS NECESSIDADES NUTRICIONAIS

(energia, proteínas, lipídios, carboidratos, minerais, vitaminas, etc)

DETERMINAÇÃO DA VIA DE ADMINISTRAÇÃO

(Oral, enteral, parenteral)

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PROCESSO DO CUIDADO NUTRICIONAL

Consiste de:

Avaliação do estado nutricional;

Identificação das necessidades ou problemas nutricional;

Planejamento e priorização dos objetivos do cuidado nutricional para atingir essas necessidades;

Complementação de atividades nutricionais para atingir os objetivos;

Avaliação do cuidado nutricional.

SAÚDE HÁBITOS ALIMENTARES DOENÇA

PACIENTE HOSPITALIZADO

EQUIPE MULTIPROFISSIONAL

Médico, dentista, fisioterapeuta, enfermeiro, farmacêutico, fonodiólogo, psicólogo e nutricionista.

IDENTIFICAÇÃO DO RISCO NUTRICIONAL

Custo hospitalar;

Triagem hospitalar:

Idade; Altura;

Peso habitual e ideal;

Alteração do apetite;

Disfagia ou dificuldade de mastigação;

Presença de náuseas; Vômitos; Diarréia;

Avaliação geral do trato gastro intestinal

Albumina sérica; Hemoglobina; Hematócrito; Contagem total de linfócitos; Glicemia; Proteínas

totais e frações; Colesterol total e frações; Triglicérides; Uréia; Creatinina; ETC.

Avaliação de todos os pacientes no máximo em 3 dias após a entrada e deverá ser repetida a

cada 7 dias no mínimo;

Risco nutricional aumenta em pacientes hospitalizados por duas semanas ou mais

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OBJETIVOS PARA O CUIDADO NUTRICIONAL

IMPLEMENTAÇÃO DO CUIDADO NUTRICIONAL

Incluem todas as atividades ou intervenções que possibilitarão ao pacientes atingir os objetivos já

definidos;

Atividades incluídas:

Prescrição de dieta;

Aconselhamento e orientação nutricional;

Abastecimento de alimentos necessários;

Aconselhamento sobre auxílios públicos e vales alimentos (o que ajudará o paciente a resolver

economicamente suas necessidades nutricionais);

Intervenções ou ações são numeradas para se correlacionarem com os objetivos que elas devem

atingir.

Devem ser completas e incluir condições que, onde, quando e como da atividade, a fim de que

toda a equipe de saúde (incluindo paciente) saberá o que está sendo feito;

As informações sobre o tratamento e progresso de um pacientes deverão ser acessíveis à equipe

de saúde, à partir de um registro centralizado.

REGISTRO DO CUIDADO NUTRICIONAL

O processo de cuidado nutricional, tal como aplicado a um paciente em um hospital ou

ambulatório, deve ser documentado em um registro de saúde Prontuário

Apresenta as seguintes vantagens:

Ajuda o paciente a compreender seu cuidado nutricional e saber que deverá ser participante

ativo;

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Ajuda a assegurar que o cuidado nutricional será relevante, completo e efetivo por fornecer

um registro que identifica os problemas e estabelece critérios para avaliá-lo;

Permite a toda equipe compreender as razões para o cuidado nutricional e os meios pelos

quais será fornecido;

Permite a toda equipe de saúde a participar do cuidado nutricional e reforçar a educação do

paciente sempre que houver uma oportunidade.

Um registro detalhado de cuidados nutricionais pode ficar com o nutricionista, mas, neste caso,

as informações nele contidas deverão ser periodicamente sumarizadas no registro permanente

de saúde.

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ETAPAS COMPONENTES FATORES A CONSIDERAR

1. Avaliação do Estado Nutricional Coletar informações (dados) Identificar problemas

As informações deverão ser precisas, pertinenao paciente e apropriadamente interpretadas;

Os problemas deverão receber o mesmo númque consta no registro médico, colocados graus de prioridade de acordo com importância, estar relacionados com dados avaliação e incluir problemas presentes e potencial.

2. Planejamento do Cuidado Nutricional Estabelecer objetivos

Informações adicionais necessárias Recursos disponíveis Nível educacional do paciente e sua família Modificação da dieta Suplementação de nutrientes Medidas para possibilitar ao paciente atingir

necessidades nutricionais Tratamento dos problemas médicos que afetam

estado nutricional

3. Implementação Cuidado Nutricional Determinar intervenções nutricionais

Modificação da alimentação necessária a tornaceitável ao paciente

Ensinamentos ao paciente e sua família a respdo plano do cuidado nutricional

Provisão dos suplementos nutricionais necessáde forma aceitável

Resolução de problemas de saúde Inscrição do paciente em programas de assistên

alimentar, se necessário.

4. Avaliação do Cuidado Nutricional Determinar a eficácia do cuidado nutriciona

alterá-los, se necessário.

Monitoração da ingestão alimentar e fluidos Avaliação da ingestão para se adequar às me

das necessidades nutricionais do paciente Avaliação do conhecimento nutricional refletido

alteração comportamental (escolha alimentar) Monitoração dos dados bioquímicos relaciona

com o estado nutricional Monitoração dos dados antropométricos Monitoração do estado clínico

Avaliação deverá incluir uma comparação entrcomportamento observado e o esperado

Uma determinação da eficácia da intervenção atingir os objetivos

Uma explicação da eficácia e ineficácia intervenção ou sugestões para revisão do planocuidados, baseadas na avaliação.

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AVALIAÇÃO

1. ANTROPOMÉTRICOS

2. BIOQUÍMICOS

3. EXAME CLÍNICO

Efeitos da doença, medicamentos, cirurgia recente, radiação, quimioterapia ou outros

tratamentos sobre o suporte nutricional, necessidades e perdas.

4. HISTÓRIA NUTRICIONAL

Ingestão Dietética recordatório de 24hs

Freqüência alimentar

Registro Alimentar

Informações relativas a nutrição suplementação

Alergias, intolerâncias

Conhecimento nutricional

Atividade física

Informações Psicossociais:

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Ambiente de cozinha e alimentação

Atitudes quanto a alimentos e alimentação

Fatores econômicos

Histórico social relevante

Origem étnica

NOTA: Baseado nestes dados é feito à avaliação do estado nutricional, e são identificados quaisquer

problemas ou necessidades e suas prioridades.

INTERVENÇÃO NUTRICIONAL

1. MODIFICAÇÃO DE DIETAS

Todas as dietas terapêuticas são baseadas no padrão dietético normal que é modificada com a

finalidade de:

A dieta terapêutica deve desviar-se o mínimo possível do normal para o indivíduo, a menos que as

inadequações devam ser modificadas;

As necessidades de nutrientes essenciais deverão suprir tão generosamente quanto as condições

da moléstia permitirem;

A dieta deverá reconhecer e levar em consideração os hábitos e preferências alimentares do

paciente, seu nível sócio econômico, práticas religiosas e quaisquer fatores ambientais que se

relacionem coma dieta onde são feitas as refeições e quem as prepara.

No hospital deve-se prestar atenção ao ambiente da hora da refeição de cada indivíduo.

2. PRESCRIÇÃO DA DIETA

A prescrição da dieta em nutrição obedece ao mesmo propósito dos medicamentos prescritos em

terapêutica:

Tipo

Quantidade

Freqüência

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Especifica um nível de energia baseado no peso atual e atividade normal do organismo, mais as

quantidades e formas dos nutrientes.

Proteínas

Carboidratos

Lipídios

Sais minerais

Vitaminas

Fibras

Líquidos

Outras substâncias que julgar necessária.

3. MODIFICAÇÕES DA DIETA NORMAL

Podem ser classificadas em:

a) QUALITATIVAS

b) QUANTITATIVAS

1) Alteração da consistência dos alimentos

Líquida

Líquida restrita

Branda

Rica em fibras

Pobre em fibras

Pastosa

Leve

Sólida

2) Aumento ou diminuição do valor energético da dieta

3) Aumento ou diminuição dos alimentos específicos

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4. ALIMENTOS COMO FONTES DE NUTRIENTES

Conhecimento dos nutrientes contidos em diferentes alimentos é essencial para a correta

avaliação das dietas terapêuticas;

É útil estar atento aos alimentos altamente nutritivos que contribuem efetivamente para a

adequacidade dietética.

5. CUIDADO NUTRICIONAL PARA PACIENTE HOSPITALIZADO

Serviço alimentar é tão importante quanto o suporte nutricional;

Requer imaginação e habilidade para planejar uma variedade de alimentos familiares ao paciente;

Aparência dos alimentos na bandeja, cor, textura, composição e temperatura;

Tornar o sabor bom e agradável do alimento é extremamente importante no cuidado nutricional.

Trato gastro intestinal íntegro

Condições de ingestão, digestão e absorção dos alimentos.

Devem ser adequados de acordo com as patologias, às condições físicas, obedecendo às leis

fundamentais da alimentação fixadas por Escudero.

Distribuídos de maneira equilibrada, conforme as recomendações da SBAN, do CODEX, RDA,

de acordo com a pirâmide dos alimentos.

Elaboração = cuidados sanitários = pontos críticos de controle no preparo das refeições.

Êxito do tratamento dependerá:

DIETAS HOSPITALARES PADRÕES

Hospitais e instituições envolvidos com alimentação de doentes tem algumas dietas específicas

para facilitar o serviço do SND.

São baseadas e formuladas a partir da RDA.

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É importante que essas dietas seja flexíveis de modo a satisfazer as necessidades nutricionais

freqüentemente reforçadas em pacientes hospitalares. São designadas como:

DIETA GERAL

Conhecida como normal, livre ou da casa;

Balanceada conforme Guia Alimentar da Pirâmide do Departamento de Agricultura dos EUA e

recomendações da Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição.

Dieta normal, básica, adequada

DIETA LEVE

Dieta de consistência semi-líquida, normal em calorias e nutrientes.

Dieta adequada que apresenta níveis de celulose mais baixos, tecido conjuntivo e também pobre

em resíduos, que deverão ser abrandados na cocção moído ou desfiado.

Indicadas para pacientes com problemas mecânicos de deglutição e de mastigação, em casos em

que a função gastro intestinal esteja moderadamente alterada, para preparo de exames e de

cirurgias e também no pré e pós-operatório.

Em utilização prolongada deficiência de nutrientes avaliação contínua

Dieta não sobrecarrega o TGI fácil digestão

Não provoca estímulos mecânicos

Composição média 1500 Kcal

Quantidades de calorias, proteínas, gorduras e CHO são ajustáveis de acordo com as

necessidades individuais, baseadas na atividade, altura, peso, sexo, idade e qualquer necessidade

específica causada pela moléstia.

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EXEMPLO

REFEIÇÕES ALIMENTOS QUANT.g MED. CAS. SUBST.

DESJEJUM Chá ervas claras

Açúcar

Biscoito água e sal

200

20

40

1 copo

1 colher sopa

6 unidades

COLAÇÃO

LANCHE

CEIA

Mingau 200 1 prato fundo

ALMOÇO

E

JANTAR

Sopa de legumes

Suco de frutas natural

Pudim

300

200

200

1 prato cheio

1 copo

1 porção

DIETA BRANDA

Similar a dieta geral

Consistência mais macia, abrandada pela cocção, sendo permitido pedaços de alimentos como

legumes, vegetais, carnes, que não precisam ser obrigatoriamente triturados ou moídos

Evitar frituras e condimentos fortes

Indicada em indivíduos com problemas mecânicos e facilitar a digestão de alguns pós-operatórios.

Dieta usada como transição para dieta geral;

Útil para pacientes com pouco ou nenhum dente, ou com dentaduras;

Composição média 1800 a 2000 Kcal

Constituída de alimentos bem cozidos, normocalórica, restrita em celulose e alimentos

fermentecíveis;

São proibidos alimentos crus como verduras e frutas.

EXEMPLO

REFEIÇÕES ALIMENTOS QUANT.g MED CAS SUBST.

DESJEJUM Chá ervas claras

Açúcar

Biscoito água e sal

200

20

40

1 copo

1 colher sopa

6 unidades

COLAÇÃO

LANCHE

CEIA

Mingau 200 1 prato fundo

ALMOÇO

E

JANTAR

Sopa de legumes

Suco de frutas natural

Pudim

300

200

200

1 prato cheio

1 copo

1 porção

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RECOMENDAÇÕES ALIMENTOS PERMITIDOS

Carnes magras moídas, frango desfiado sem pele, em preparações cozidas, refogadas e

ensopadas;

Legumes como batata, cenoura, abobrinha, chuchu bem cozidos ou na forma de purês;

Arroz papa, sopas e caldos;

Leguminosas somente o caldo: feijão, lentilha e ervilha;

Chá de ervas claras: erva doce, camomila, hortelã, cidreira, etc;

Frutas somente cozidas: maçã, pêra, banana;

Biscoite de água e sal, maisena, leite, torradas;

Substituir se possível o açúcar por adoçante ou dextrosol.

ALIMENTOS PROIBIDOS

DIETA PASTOSA

Dieta usada para pacientes com problemas de deglutição, pós-operatório de buço maxilo e outras;

Consistência em pasta;

Composição calórica normal, sem restrições de alimentos, evitando apenas as fibras e resíduos;

Exemplos: arroz amassado, caldo de feijão, mingau de aveia, chocolate, maisena, purês de

legumes, suco de frutas, pudins, cremes, papa de legumes, sopas e caldos, frutas cozidas (pêra,

maçã e banana) e amassadas, gemada, suspiro, gelatinas, vitaminados de frutas, leite e derivados

como iogurtes, danones, polenta, sorvetes, ovo quente, etc.

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DIETA LÍQUIDA

Recomendada a pacientes que requeiram alimentos de fácil digestão e consumo, que seja isentos

de agentes mecânicos ou condimentos que possam causar irritação;

Com dificuldades de mastigação ou deglutição, que usam próteses dentárias ou pacientes

cirúrgicos de buço maxilo;

Pode ser indicada em pacientes no pós-operatório, para fornecer líquidos e alguns eletrólitos e

pequena quantidade de calorias antes do retorno da função TGI;

Utilizam todos os alimentos que sejam líquidos, a temperatura ambiente ou corpórea ou mesmo

gelada;

É servida em intervalos pequenos e freqüentes para suprir os tecidos de água e aliviar a sede;

Se for bem elaborada consegue atingir as necessidades nutricionais do paciente, exceto em

relação às fibras;

Apresenta aproximadamente 1300 à 1500 kcal com 5g de proteínas, 65g de gorduras e 150g de

CHO;

De acordo com as necessidades do paciente essa dieta pode ser modificada na quantidade dos

nutrientes, em relação aos macronutrientes, ou seja, ou as quantidades;

Suplementos protéicos e vitamínicos podem ser acrescentados aos líquidos, aumentando assim a

ingestão de nutrientes;

Com uso prolongado pode ocorrer constipação por essa dieta ser pobre em fibras

industrializada.

EXEMPLO:

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Hipocalórica – Hiperglicídica - Hipoprotéica e Hipolipídica

Hipocalórica – hiperglicídica – hipoprotéica – hipolipídica – sem leite

Consistência líquida

Indicada em casos em que há necessidade de deixar o intestino limpo, preparo de exames, pré e

pós-operatório imediatos.

Utilizada apenas para hidratação por períodos curtos

Caso contrário obrigatoriedade da suplementação

Normoglicídica – normoprotéica – normolipídica.

Consistência abrandada pela cocção e processos mecânicos com alimentos moídos, liquidificados,

em forma de purês e papas, sem leite e sem alimentos crus.

Indicadas em casos de facilitação da ingestão, deglutição e também repouso intestinal e em

alguns pós-operatórios.

TIPO DESCRIÇÃO INDICAÇÕES COMENTÁRIOS

HIPOCALÓRICA Fracionada

4 a 6 refeições/dia

Adequada em vitaminas

minerais

Monitorar cálcio e ferro

HIPERCALÓRICA Fracionada

6 a 7 refeições/dia

utilizar complemen

nutricionais hipercalóricos

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TIPO DESCRIÇÃO INDICAÇÕES COMENTÁRIOS

HIPOLIPÍDICA Modificação do conteúdo de lipídios

15 a 25% VCT

Adequada em nutrientes

Rica em CHO 60 a 65% do VCT

Oferta de TCM

Substituição de TCL por TCM

melhora:

Absorção de gorduras

Ingestão calórica

Em caso de esteatorréia

suplementar vitaminas

lipossolúveis

Ofertar enzimas pancreáticas

POBRE

COLESTEROL

Restrita em gorduras

Máximo 30% VCT

Oferta de gordura monoinsaturada (az

de oliva)

Restrição de alimentos ricos em coleste

Oferta de fibras

Excluído álcool e açúcar

Fibra dietética diminui a absorçã

de colesterol

Sais biliares

TIPO DESCRIÇÃO INDICAÇÕES COMENTÁRIOS

HIPOPROTÉICA Aporte de proteínas depende:

Da gravidade da doença;

Da função renal e hepática;

As proteínas devem ser ricas

aa essenciais e/ou ramificados

HIPERPROTÉICA

Monitorar função renal

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CONCEITO

Alimentos para fins especiais com ingestão controlada de nutrientes, na forma isolada ou

combinada, de composição química definida ou estimada, especialmente elaborada para uso por

sondas ou via oral, industrializadas ou não, utilizados exclusiva ou parcialmente para substituir ou

complementar a alimentação oral em pacientes desnutridos ou não, conforme suas necessidade

nutricionais, em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, usando a síntese ou manutenção

dos tecidos, órgãos ou sistema.

ANVISA. Portaria n° 337

Administração de nutrientes através do trato gastro intestinal

Termo utilizado referindo-se a pacientes submetidos à alimentação forçada pelo trato gastro

intestinal, através de sondas nasoenterais, nasogástricas ou estomias, localizadas em vários

locais do tubo digestivo.

Pacientes com afecções que impedem a ingestão oral como cirurgia oral, cirurgia gastro

intestinal, disfagia, inconsciência, anorexia ou obstrução esofágica, precisam de alimentação

líquida através de sonda.

Outros por várias razões não conseguem atingir nutrição adequada através da ingestão oral

isolada, necessitam de refeições adicionais supridas enteralmente.

INDICAÇÕES

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CONTRA INDICAÇÕES

Doença terminal Complicações superam benefícios

SIC Do tipo maciço ou em fase inicial de reabilitação Int.

Obstrução Intestinal Ausência de trânsito intestinal total ou localizado

Sangramento TGI Ocasiona náuseas, vômito e melena ou enterorragia

Vômitos Dificultam a manutenção da sonda

Diarréia Avaliar a causa, considerar drogas, perdas hidroeletrolíticas

Fístulas Intestinais Especialmente jejunais e de alto débito

Isquemia Gastrintestinal Doentes críticos, com sepse, disfunção de múltiplos órgãos,

instabilidade cardiopulmonar

Íleo Paralítico Intestinal Peritonites, hemorragia intra peritoneal, perfuração intestinal,

diabetes grave, lesão nervosa central, hipocalemia

Inflamação do TGI Enterites graves por moléstia inflamatória grave dos cólons,

enterite actínica intensa e por quimioterapia, pancreatite grave

Hiperêmese gravídica

VANTAGENS

TÉCNICAS DE ACESSO AO TUBO DIGESTIVO

SONDAGEM NASO ENTERAL

Método de administração de dieta enteral por sonda nasogástrica ou nasoenteral, utilizando-

se de sondas plásticas de polietileno tipo Levine, vem há muito tempo sendo praticado.

Quando utilizadas por período acima de 15 dias podem ocasionar:

Escara de asa do nariz;

Desabamento do dorso do nariz;

Sinusite aguda;

Otite média aguda;

Rouquidão;

Esofagite;

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Ulceração estenosante de laringe;

Ulceração estenosante de esôfago;

Fístula traqueoesofágica;

Ruptura de varizes de esôfago;

Distensão gasosa intestinal.

Para minimizar sondas de fino calibre, flexíveis e macias, constituídas de borracha de

silicone ou poliuretano, denominadas nasoenterais.

Uso prolongado de suporte nutricional enteral estomia:

Faringostomia e Esofagostomia

Gastrostomia

Jejunostomia

FARINGOSTOMIA e ESOFAGOSTOMIA

GASTROSTOMIA

CONTRA INDICAÇÃO

Ascite e hipertensão

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COMPLICAÇÕES

Deslocamento da sonda

Infecção

Fístula gástrica persistente

Sangramento gastro intestinal a partir da incisão gástrica;

Vazamento do conteúdo gástrico para cavidade abdominal;

Aspiração pulmonar;

Escoriação da pele;

Persistência de fístula após remoção da sonda;

Migração da sonda e obstrução antropilórica.

JEJUNOSTOMIA

COMPLICAÇÕES

CUIDADOS NA MANUTENÇÃO DAS ESTOMIAS

Vazamento do suco gástrico ou duodenal para a pele, ou tensão da sonda sobre a pele pode

causar irritação e ulceração remoção imediata

Como prevenção limpeza diária da pele ao redor da sonda com água morna e sabão

neutro.

Aplicar gazes e fixar com fita alergênica

TUBO GASTRO INTESTINAL NORMAL

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DIFICULDADES DE ACESSO AO INTESTINO NORMAL

ANORMALIDADES FUNCIONAIS DO INTESTINO

Doenças intestinais neonatais, obstrução crônica, do esvaziamento gástrico;

Fístula digestiva;

Síndrome do intestino curto;

Íleo gástrico colônico;

Anormalidades metabólicas do intestino;

Má absorção, alergia alimentar;

Pancreatite;

Anorexia, câncer;

Estados hipermetabólicos;

Queimadura, infecção grave, trauma extenso; cirurgia e hipertiroidismo

GASTRINTESTINAL

MISCELÂNEAS

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ENTEROSTOMIA INDICAÇÃO

PRIMÁRIA Disfunção na deglutição;

Desordens no SNC;

Obstrução do TGI alto;

Neoplasia de orofaringe;

Neoplasia/estreitamento esofagiano;

Neoplasia gástrica

Neoplasia/estreitamento duodenal;

Neoplasia pancreática.

SECUNDÁRIA Esofagectomia;

Gastrectomia;

Pancreatectoduodenostomia;

Ressecção maciça do ID;

Pancreatectomia.

NEUROLÓGICA - PSIQUIÁTRICA

OROFARINGEAL – ESOFAGEAL

Anorexia, perda de peso;

Crescimento deficiente;

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Ingesta de volume oral inadequada;

Desnutrição aguda, crônica e hipoproteinemia;

Estados hipercatabólicos queimaduras, sepsis, trauma múltiplo, doenças cardiológicas e

doenças respiratórias.

Doenças neurológicas:

Dificuldade ou incapacidade de sucção e deglutição;

Facilidade de aspiração.

Coma por tempo prolongado;

Anomalias congênitas:

Fissura do palato;

Atresia de esôfago;

Fístula traqueoesofágica;

Outras anomalias do TGI.

Doença ou obstrução esofágica;

Síndrome do intestino curto;

Fibrose cística;

Câncer associado à quimioterapia, radioterapia e/ou cirurgia.

OROGÁSTRICA NASOJEJUNAL TRANSPILÓRICA

NE por mais que 8 a 10 sem.

Doenças cardio-respiratórias graves

Anomalias congênitas: atresia esofágica, fístula traqueoesofágica, alguns tipos de fissuras de

palato.

Dificuldade de sucção ou deglutição

Moléstia esofágica: estenose por ingestão de soda cáustica, cirurgia e/ou radiação orofaringe.

Coma prolongado reduz o risco de aspiração

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INTERMITENTE CONTÍNUO

Técnica

Administração

Bolo: Injeção com seringa de 100 a 350ml de diet

no estômago a cada 2 ou 6hs

Gravitacional: Volume de 100 a 350ml administra

por gotejamento (60ml/min) a cada 2 a 6 horas

Fisiologia Distensão gástrica estimula secreção

cloridropéptica

Retardo do esvaziamento gástrico com risco de

aspiração

Indicações

específicas

Para pacientes com esvaziamento gástrico nor

e com NE domiciliar

Aspectos

Psicológicos

Mais desejável ao paciente domiciliar

Permite deambulação

Custo Operaciona

Administração gástrica de dieta infundida pelo método intermitente pode ser iniciada com vol.

de 100ml, com gradativo de 50ml por dose até atingir vol. máximo de 350ml com intervalos de

3 a 4hs.

Infusão contínua administrar inicialmente 25 a 30ml/h e gradativamente até velocidade

máxima de 100 à 150ml/h

Criança progressão volume deve ser adequado com peso ponderal

A progressão se dá de acordo com tolerância

Aspiração gástrica deve ser feita a cada 24hs se o volume aspirado for > que a metade do

volume infundido, a progressão deverá ser mais lenta.

Não se deve progredir simultaneamente o volume e a [ ] da dieta

Quando a sonda se localiza em porções distais ao piloro duodeno ou jejuno o gotejamento

deve ser observado com atenção, pois o escoamento rápido pode provocar cólicas, distensão,

diarréia e do aproveitamento nutricional e prejuízo ao paciente.

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GÁSTRICA DUODENAL-JEJUNAL

VANTAGENS > Tolerância a fórmulas variadas (prot. intactas, pr

isoladas, aa cristalinos

Boa aceitação de fórmulas hiperosmóticas

Permite progressão mais rápida para alcançar o V

ideal

Devido a dilatação receptiva gástrica, permite

introdução de grandes volumes em curto tempo

Fácil posicionamento da sonda

DESVANTAGENS Alto risco de aspiração em pacientes com dificulda

neuromotoras de deglutição

Ocorrência de tosse, náusea ou vômitos, favorec

saída acidental de sonda nasoenteral

Dietas enterais ricas em macro e micronutrientes são excelentes meios para crescimento de

microorganismos;

Administração de dietas eventualmente contaminada por ≠ germes pode causar distúrbios GI

como náusea, vômito e diarréia.

Independente da administração é fundamental que as dietas enterais sejam preparadas com >

cuidado para evitar contaminação

Dietas naturais e industrializadas querem técnicas individuais no preparo.

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1- Paramentação total

2- Lavar as mãos com água e sabão e secar em toalhas de papel

3- Utilizar luvas cirúrgicas descartáveis para o preparo de dietas naturais

4- Preparar a dieta em área limpa, passando álcool na área a ser utilizada.

5- Utilizar água filtrada e fervida (25min.) para preparação da dieta.

PARA DIETA INDUSTRIALIZADA

Utilizar água fria

Liquidificar o pó e a água por 4min.

PARA DIETA NATURAL

Preparadas a base de alimentos in natura, produtos alimentícios e/ou módulos de nutrientes.

Requerem suplementação de vitaminas e minerais.

Controle de qualidade físico-químico e microbiológica do alimento deve ser rigoroso.

TGI com capacidade de digestão e absorção normais nutrientes forma intacta alimentos in

natura e produtos alimentícios.

Pacientes graves em situações metabólicas especiais nutrientes específicos

Pacientes com risco aumentado de imunodepressão, HIV, idosos, bebes prematuros, pacientes

com câncer ou em tratamento de quimioterapia e radioterapia e outros contaminação da

dieta.

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FONTES DE NUTRIENTES DAS PREPARAÇÕES NÃO-INDUSTRIALIZADAS

CARBOIDRATOS

Alto poder sobre a viscosidade da dieta.

da viscosidade impede adequado gotejamento fornecimento adequado nutricional

Mistura de CHO simples e complexos

Objetivo manter a osmolalidade +

risco de diarréias osmóticas

Alimentos in natura batata, inhame, mandioca, arroz

Produtos alimentícios amido de milho, creme de arroz, tapioca, outros.

Açúcar simples das frutas frutose comercial

Lactose + comum em NE não industrializada do que formulações e dietas industrializadas

Dextrosol ou glicose tem poder adoçante e osmolaridade.

FIBRAS

PROTEÍNAS

Preparações com alimentos in natura e produtos alimentícios = proteína intacta derivadas do

leite ou produtos a base deleite, ovos, carnes

Proteína de soja + utilizada na NE in natura ou módulo

Isolado protéico de soja proteína pura isolada dos açúcares, gorduras e fibras da soja

geralmente suplementados com aa como L-metionina, taurina e carnitina.

Módulo de proteínas comercialmente disponíveis fornece proteínas intactas caseinatos e

isolados protéicos de soja ou também como hidrolisados, em peptídeos ou aa na forma livre.

Apresenta-se em pó e requerem diluição para o consumo.

LIPÍDIOS

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VITAMINAS E MINERAIS

OLIGOELEMENTOS E NUTRIENTES CONDICIONALMENTE ESSENCIAIS

ÁGUA

Volume e qualidade da água 2 aspectos importantes

Densidade calórica reflete a densidade das calorias fornecidas por volume

Dietas normocalóricas apresentam volume de água > que dietas hipercalóricas 85 e 70%.

Pode representar um risco no produto final:

TEMPERATURA

Diferentes processamentos

Mudanças físicas, químicas e biológicas dos alimentos.

Proteínas sofrem desnaturação a 80°C.

Caseína, albumina, ß-globulina + termoestáveis que prot. Soro.

Cor alteração que caracteriza a ação da T sobre as proteínas reação de Maillard perda

de lisina e caramelização que ocorre pela formação de melanóides

CHO ≠ graus de alterações físicas

Mudanças químicas dos CHO:

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T° afetam composição dos lipídios

Mudança de sabor > quantidades de lactonas e metilcetonas

Vitamina C perdas de 30 a 100% esterilização

Vitaminas lipossolúveis + termoestáveis

Atenção às possíveis mudanças físico-químicas.

ESTABILIDADE DOS NUTRIENTES

INTERAÇÃO DROGA NUTRIENTE

Acréscimo de suplementos medicamentosos nas preparações não industrializadas implica em

incompatibilidade.

Formação de coalhos

Alterações de viscosidade

Consistência

Entupimento da sonda

Outras incompatibilidades farmacêuticas, fisiológicas ou farmacocinéticas não visíveis

QUALIDADE

ANÁLISE DAS CARACTÉRICAS FÍSICO-QUÍMICAS

Densidade calórica

Perfil e variabilidade de nutrientes

Osmolalidade

pH

Carga de soluto renal

Aroma

Sabor

Resíduos

Viscosidade

Alteração visual da fórmula

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CARACTERÍSTICAS MICROBIOLÓGICAS

Pacientes com TNE >suscetibilidade a infecções, toxinas e contaminação alimentar

Literatura

NE não industrializada está associada a contaminação bacteriana

Alimentos in natura suscetível a contaminação e toxiinfecção alimentar.

Uso criterioso

INTRODUÇÃO

Início dec. de 60 e desenvolvimento em 70

Dietas utilizadas à base de caldo de carne bovina e frango

Administradas via jejunostomia

Intercorrências distensão abdominal, cólicas diarréias, flatulência

Década de 70 Divisão de Nutrição do Instituto de Cirurgia do HC e USP criaram a dieta isosmolar,

polimérica artesanal à base de soja em grão

Década de 80 dietas nacionais enterais Protein Plus, Nutrogast e Lioprotein em pó

Formuladas para pacientes com GI absortiva e digestiva íntegra

Passaram então de artesanal para quimicamente definidas

Paralelamente surgiram frascos e bolsas descartáveis garantindo a segurança do produto final

As indicações e a operacionalização da TE passaram a obedecer critérios melhor definidos para

a manipulação e preparo da dieta

DIETAS ENTERAIS INDUSTRIALIZADAS

1) DIETAS INDUSTRIALIZADAS EM PÓ PARA CONSTITUIÇÃO

VANTAGENS

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DESVANTAGENS

2) DIETAS INDUSTRIALIZADAS LÍQUIDAS SEMIPRONTAS PARA USO

Dietas prontas

Apresenta-se em latas ou frascos de vidro com 230 a 260ml

Quantidade suficiente para um horário de dieta

VANTAGENS

DESVANTANGENS

3) DIETAS INDUSTRIALIZADAS PRONTAS PARA USO

Apresentam-se envasadas

Acondicionadas em frascos de vidros ou bolsas próprias com 500 e 1000ml

Diretamente acopladas no equipo

VANTAGENS

DESVANTAGENS

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PORTARIA N° 337, 14/04/1999

Transferência da dieta da embalagem para o frasco, reconstituição e mistura de ingredientes

favorecem a contaminação das formulações.

Fatores que minimizam riscos de contaminação:

Implantar rotinas e procedimentos de validação de cada etapa qualidade microbiológica

Documentação referente à preparação da NE deverão ser arquivados por 5 anos

ÁREA DE RECEBIMENTO

Local onde se recebe o material entregue pelo fornecedor

Avaliar qualitativa e quantitativamente

Verificar data de validade e fabricação

Condições da embalagem limpas e íntegras

Condições do entregador

Conferir a rotulagem:

HIGIENIZAÇÃO

Umedecer as mãos e antebraços com água;

Lavar com sabonete líquido, neutro, inodoro. Pode ser sabonete líquido anti-séptico;

Massagear, escovar e enxaguar bem as mãos e antebraços;

Secar com papel toalha descartável, não reciclável, ar quente ou outro procedimento apropriado;

Aplicar anti-séptico, deixando secar naturalmente ao ar, quando não usar sabonete anti-séptico;

Pode ser aplicado anti-séptico com as mãos úmidas;

Anti-sépticos permitidos pelo MS são: álcool a 70%, soluções iodadas e outros produtos.

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UNIFORMES

Deve ser completo;

Cor clara;

Sapato fechado ou bota;

Avental fechado ou macacão com manga, decote fechado;

Gorro ou touca que proteja totalmente o cabelo;

Máscaras que proteja da liberação de partículas provenientes de respiração, espirro, tosse, suor

e cabelo.

PREPARO DAS DIETAS INDUSTRIALIZADAS SEMIPRONTAS

Após higienização das embalagens abrir com cuidado perda do conteúdo e contaminação;

Condicionar em recipientes atóxicos e compatíveis físico-quimicamente com a composição do

conteúdo;

Recipientes devem ser isentos de microorganismos patogênicos;

Descartáveis.

PREPARO DAS DIETAS EM PÓ

Exemplo

Nome do paciente

Leito

Tipo de Dieta

Velocidade de administração

Via de acesso

Data e hora da manipulação

Prazo de validade

Numero seqüencial

responsável

CONSERVAÇÃO E TRANSPORTE

Depois de prontas e rotuladas geladeira exclusiva

T 2°C a 8°C aferida com Termômetro

Transporte recipientes térmicos exclusivos mantêm a T e protegem da luz solar direta

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INDICADORES PARA SELEÇÃO DE DIETAS

Identificação do paciente para TNE plano dietoterápico

DENSIDADE CALÓRICA X QUANTIDADE DE LÍQUIDO RECOMENDADO

Quantidade de calorias/mililitro de dieta pronta

Dependerá do VCT do paciente x volume da dieta que deverá ser administrada durante o dia

tolerância

Recomendação

Adulto 25 a 40ml/kg/dia

Criança 50 a 60ml/kg/dia

Água 690 a 860ml por litro de dieta

Dietas com > densidades calóricas apresentam < quantidades de água

OSMOLARIDADE E OSMOLALIDADE

NUTRIENTES QUE + AFETAM A OSMOLALIDADE

Carboidratos simples mono e dissacarídeos

Efeito osmótico > do que CHO de > peso molecular amido

Minerais e eletrólitos Na, cloreto, potássio

Proteínas hidrolisadas e aa cristalinos

TCM + solúveis que TCL

Quanto + componentes hidrolisados > osmolalidade

FÓRMULA ENTERAL X VIA E TIPO DE ADMINISTRAÇÃO DE DIETAS ENTERAIS

A escolha da via de administração, tipo de infusão influenciará na escolha da formulação;

Horários de administração da dieta

Volume a ser infundido

Velocidade de infusão

Tipo de administração contínua ou intermitente gotejamento gravitacional Bomba

de infusão ou em bolo

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POSICIONAMENTO DA SONDA

PRÉ-PILÓRICO

VOLUME

OSMOLALIDADE

FRACIONAMENTO

Depende do volume total/dia e tolerância do paciente

Opção < fracionamento (4 a 6/dia) e > volume em cada tomada

TEMPO DE ADMINISTRAÇÃO

EQUIPAMENTOS

Funil plástico gastrostomia

Seringa bolo

Equipos com pinça intermitente

Equipo para uso de bomba de infusão contínuo

PÓS-PILÓRICO

VOLUME

Se intermitente volume limitado 300ml/horário

Paciente já adaptado

OSMOLALIDADE

FRACIONAMENTO

TEMPO DE ADMINISTRAÇÃO

Fase inicial 60 gotas/min

Fase adaptada 120 gotas/min

EQUIPAMENTOS

Seringa bolo

Equipos com pinça intermitente

Equipos próprios de bomba de infusão contínuo

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CARBOIDRATOS Energia 40 a 60% VCT da DE

Mono, di, oligo e polissacarídeos.

Principais fontes:

Oligossacarídeos

Lactose

Verificar intolerância a lactose

Intercorrências digestivas

Diarréia

Desconforto pós-prandial

Flatulência excessiva

Distensão abdominal

Desnutrição deficiência de lactase nas bordas em escova e

microvilosidades intestinais

Chineses e negros exponencial com a doença

DE geralmente são isentas de lactose poderá ser adicionada

CHO variam quanto ao n° de moléculas de glicose:

Monossacarídeos glicose – frutose – galactose

Dissacarídeos sacarose – lactose – maltose

Oligossacarídeos maltodextrinas

Polissacarídeos amido

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FIBRAS ALIMENTARES

Polissacarídeos não amiláceos e lignina

Resistem à hidrólise pelas enzimas do aparelho digestivo

São fermentadas pelas bactérias intestinais na luz intestinal

Iniciar com quantidade pequena e aumentar gradativamente de acordo com a tolerância

digestiva

Não há necessidade de atingir as recomendações mobilidade de mudanças de hábitos

alimentares

Fontes:

Regularização do Tempo de trânsito intestinal

Diarréia

Diarréia/constipação

Conteúdo de fibras de DE varia entre 4 a 20g

Verificar o calibre da sonda obstrução

PROTEÍNAS

Correspondem a 14 a 20% do VCT

Não vinculada ao fornecimento de calorias prover aa, retenção nitrogênio massa

muscular.

Literatura:

BNP 150 calorias não protéicas para cada grama de nitrogênio 150:1

Fontes

Proteínas intactas (poliméricas)

Extrato protéico de soja

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Isolado protéico de soja

Lactoalbumina

Caseína

PROTEÍNAS HIDROLISADAS OU À BASE DE PEPTÍDEOS DE CADEIA CURTA

AMINOÁCIDOS LIVRES OU CRISTALINOS

Quando a proteína se encontra fragmentada em suas < partes dividem-se em essenciais

e não essenciais

Proporção de aa nas fórmulas varia sadios à alterações metabólicas

Pacientes com trauma aa cadeia ramificada

Glutamina estímulo para mucosa intestinal durante stress massa celular e altura

das vilosidades da mucosa

Presença deste aa NE à NPT.

LIPÍDEOS

Nutrientes de > densidade calórica substratos energéticos

Correspondem a 30-35% do VCT

Podem aparecer na forma intacta TCL

Veiculados por fontes alimentares que carreiam os TCM e TCC

Ácidos graxos poliinsaturados TCL

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Óleo de milho

Óleo de girassol

Gordura Láctea

Óleo de peixe

TCM

Óleo de coco

TCM industrialmente extraído

Lípides estruturados

PUFA

Procedentes de óleos vegetais

TCM

VITAMINAS E SAIS MINERAIS

Podem ser classificadas em:

ANORMALIDADES GASTRINTESTINAIS

Mais comum

Náuseas 10-25% dos pacientes

Vômitos

Estase gástrica pacientes diabéticos a gastroparesia diabética

Refluxo gastro esofágico

Distensão abdominal, Cólicas, Empachamento, Flatulência

Diarréia/constipação

Freqüência de 2,3 a 68%

Desnutrição absortiva intestinal microvilosidades

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Hipoalbuminemia da absorção retenção de líquidos na luz intestinal e a

motilidade intestinal

Hipoalbuminemia ministração endovenosa de albumina

Contaminação da dieta

Nutrição enteral + antibioticoterapia Clostridium difficile anaeróbico produz

enterotoxina associada a colite e diarréia intensa. Recomendado uso de Lactobacillus

acidophilus para reposição da flora intestinal

Atualmente DE suplementadas com prebióticos:

Frutooligossacarídeos propiciam o crescimento de bactérias resistentes no cólon

metabolicamente ativas e importantes da reposição da flora intestinal

Administração de Sacchoromyces boulardii reduz em 25%.

Medicamentos que causam diarréia

Antiácidos com magnésio, Digitais, Lactulose, Laxativos, Colchichina, Aminofilina,

Propanol, Suplementos com potássio e ferro

COMPLICAÇÕES METABÓLICAS

Menos freqüentes

Aporte adequado de água evita desidratação e hiper-hidratação

Hiper-hidratação

Desidratação

Hiperglicemia

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Hipoglicemia

Suspensão súbita da dieta em pacientes hiperglicêmicos

Excesso de administração de insulina

Monitorar os níveis de glicemia diariamente no mesmo horário

Quadro clínico sudorese e vertigem

Administrar 20ml de glicose a 50% EV repetir glicemia obs

Anormalidades de eletrólitos e elementos-traços

Alteração da função hepática

COMPLICAÇÕES MECÂNICAS

Relacionadas com sonda nasoenteral:

Erosão nasal, necrose e abscesso septonasal:

Sondas de calibre grosso e de pouca flexibilidade

Usar sondas com diâmetro 5 a 12F

Utilizar sondas de silicone ou poliuretano

Realizar limpeza e lubrificação das narinas

Utilizar fitas adesivas apropriadas para fixar a sonda

Sinusite aguda, rouquidão, otite:

Faringite

Esofagite, ulceração esofágica, estenose:

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Sonda de grosso calibre

Vômitos persistentes RGE

Utilizar sondas com diâmetro de até 12 F

Retirar a sonda e usar jejunostomia

Fístula traqueoesofágica

Ruptura de varizes esofágicas

Saída ou migração acidental da sonda

Obstrução da sonda

Obstrução 6-10%

Aspiração do conteúdo gástrico

Lavagem incorreta da sonda após a dieta e medicamentos

Impactação de medicamentos pouco solúveis em água

Dobramento e nó na sonda

Administrar 30 de água filtrada após cada dieta

Desobstrução com Vitamina C, água morna, enzimas (pancrealipase), bebidas

carbonatadas e bicarbonato de sódio.

Retirar e reintroduzir se possível

COMPLICAÇÕES INFECCIOSAS

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COMPLICAÇÕES RESPIRATÓRIAS

Pneumonia aspirativa incidência 21 a 95%

Causas:

Precauções

COMPLICAÇÕES PSICOLÓGICAS

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Administração por outras vias

CONCEITOS

NPT administração de todos os nutrientes necessários para a sobrevida por outras vias que

não o TGI. Pode ser:

NUTRIÇÃO PARENTERAL CENTRAL

Administrada por meio de uma veia de grande diâmetro subclávia ou jugular interna

diretamente ao coração

NUTRIÇÃO PARENTERAL PERIFÉRICA

Administrada através de uma veia menor mão ou antebraço

INDICAÇÃO

a) Pré-operatória

b) Complicações cirúrgicas pós-operatórias

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c) Pós-traumática

d) Desordens Gastrintestinais

e) Moléstia inflamatória intestinal

f) Insuficiências Orgânicas

g) Condições pediátricas

OBS: NPT não deve ser usada rotineiramente em pacientes terminais, quando não houver

esperanças de vida e do sofrimento.

Câncer

Pré-operatório

Doença inflamatória intestinal

Insuficiência renal

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Pancreatite

Pacientes críticos

SIC

Fístulas digestivas e íleo paralítico prolongado

Outras

QUANDO INICIAR A NP ?

Deve ser indicada quando a duração prevista é por pelo menos 7 dias

Iniciar tão logo seja possível

Aceita-se como adequado um período de 7 a 15 dias de nutrição pré-operatória

Continua até que o paciente consiga se alimentar via enteral ou oral

Senão houver sinais de desnutrição não há necessidade de uso da TNP para pacientes que vão

ser submetidos a tratamentos não complicados e que estão em estado nutricional adequado

Caso a função gastrintestinal não se restabeleça em 5 dias após o tratamento deve-se então

indicar a TNP até que a alimentação possa ser realizada via oral ou enteral

Nos casos de complicações pós-operatórias que impedem o uso do TGI a TNP deve ser iniciada

imediatamente.

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QUANDO TERMINAR A NPT ??

Restauração do TGI normal

Transição deve ser gradual de preferência via enteral para permitir que o TGI

anteriormente inativo se readapte ao processo digestivo

Via oral o paciente deve receber alimentos líquidos e depois dieta branda assim que conseguir

atingir as necessidades via oral é cessada a TN suplementar.

OBS: Crianças e adultos que estão em TNP prolongada devem ingerir periodicamente algum

alimento para impedir a inatividade intestinal atrofia e translocação bacteriana.

TNP todos os nutrientes essenciais devem ser fornecidos em quantidades adequadas

Carboidratos, gorduras, aa, eletrólitos, minerais, vitaminas e oligoelementos não

conhecidos totalmente.

NPT deve suprir todas as necessidades, mas obstáculos farmacotécnicos impedem:

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RECOMENDAÇÕES DE MACRONUTRIENTES PARA ADULTOS EM NPT – Adaptada de Skipper A, 1998

NUTRIENTE PACIENTES CRÍTICOS ESTÁVEIS Proteína 1,2 a 1,5g/kg/dia 0,8 a 1,0g/kg/dia

CHO ≤4mg4kg4min ≤ 7mg/kg/min

Lípides 1g/kg/dia 1g/kg/dia

Calorias Totais 25 a 30kcal/kg/dia 30 a 35kcal/kg/dia *

Líquidos Mín necessário para fornecer 30 a 40ml/kg/dia **

os Macronutrientes

* Varia de acordo com o nível de atividade ** Pode variar se o paciente estiver perdendo líquido

RECOMENDAÇÕES DE ELETRÓLITOS PARA NUTRIÇÃO PARENTERAL

Sheldon Pesquisadores Grant Schlictig Potássio 120 – 160 mmol/d 70 – 150 mEq 70 – 100 mEq

Sódio 125 – 150 mmol/d 60 – 150 mEq 70 – 100 mEq

Fósforo 12 – 25 mmol/1000 kcal 7 – 10 mmol/1000kcal 20 – 30 mmol

Magnésio 7,5 – 10 mmol/d 0,35 – 0,45 mEq/kg/d 15 – 20 mEq

Cálcio 0,2 – 0,3 mEq/kg/d 10 – 20 mmol

Cloro igual ao Na para evitar distúrbios ácido base

Modificado de: Skipper A., 1998.

RECOMENDAÇÕES DA AMA PARA PRESCRIÇÃO DE VITAMINAS POR VIA PARENTERAL

VITAMINA QUANTIDADE

VITAMINA A 3300 UI

VITAMINA D 200UI

VITAMINA E 10UI

ÁCIDO ASCÓRBICO 100 mg

FOLACINA 400 ug

NIACINA 40 mg

RIBOFLAVINA 3,6 mg

TIAMINA 3,0 mg

B6 PIRIDOXINA 4,0 mg

B12 CIANOCOBALAMINA 5,0 ug

ÁCIDO PANTOTÊNICO 15,0 mg

BIOTINA 60 mg

Adaptado da American Medical Association Departament of Foods and Nutrition

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Também por motivos farmacotécnicos não são colocados alguns aa :

Outros colocados em excesso :

Emulsões parenterais fornecem:

PRESCRIÇÃO INICIAL

Associação de aa, glicose, lípides, vitaminas, eletrólitos e minerais e um mesmo frasco

Foi utilizada pela primeira vez na França em 1972

Nos EUA somente em 1982 FDA aprovou a solução

A partir daí tem-se comparado

Solução padrão de NPT sistema glicídico com

Mistura 3 em 1 sistema lipídico que

Utiliza junto com a glicose a emulsão de lípides como fonte calórica em preparação de até

40% do VCT

Ambas soluções promovem balanço nitrogenado + em pacientes hipercatabólicos grande

queimado e septicemia

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VANTAGENS DA NPT 3 EM 1

CONTRA INDICAÇÕES DA MISTURA 3 EM 1

Em adultos pode iniciar em partes iguais de aa a 10% e glicose a 50% na velocidade de 50ml/h

primeiras 24hs

Se não ocorrer hiperglicemia eleva-se gradualmente a oferta até 100 a 120ml/h de acordo com

seu VCT

Tomar cuidado caso o paciente esteja com restrição hídrica

Indivíduo hipometabólico > risco de hiperalimentação iniciar lentamente por uma

semana até atingir totalmente as necessidades evitando a hipofosfatemia e insuficiência

cardíaca

Paciente hipermetabólico em estresse devido às rápidas perdas procura-se atingir as

necessidades calóricas em 24-36hs iniciando 50ml/h e aumentando a cada 8hs

FINALIZANDO A NPT

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Vários tipos de cateteres são utilizados para administração NPT todos posicionam sua

extremidade na veia cava superior

Isso permite a administração de soluções hiperosmolares a solução infundida é diluída pelo

intenso fluxo sanguíneo neste local

Também útil para infusão de quimioterápicos

CONTRA INDICAÇÕES RELATIVAS A PUNÇÃO VENOSA POR INTRACATH

PUNÇÃO DA VEIA SUBCLÁVIA

PUNÇÃO DA VEIA JUGULAR

COMPLICAÇÕES DAS INSERÇÕES DE CATETERES VENOSOS CENTRAIS

Pneumotórax

Hemotórax

Lesão do plexo braquial

Hidrotórax

Punção e laceração arterial

Lesão do nervo frênico

Lesão da traquéia

Trombose venosa

Embolia pulmonar

Embolia gasosa

Embolia do cateter ou fio guia

Arritmia cardíaca

Mau posicionamento do cateter

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COMPLICAÇÕES SÉPTICAS

Contaminação do cateter atinge índices de 30% potencial foco de contaminação

Sinais clínicos de contaminação:

Cateter infectado pode determinar outros focos de contaminação

FOCOS DE CONTAMINAÇÃO DO CATETER VENOSO CENTRAL

Contaminação na introdução do cateter

Emprego de soluções contaminadas por:

Uso inadequado do equipo de infusão:

A partir da pele:

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A partir de outros focos infecciosos:

Peritonite

Queimaduras de pele

broncopneumonia

Susceptibilidade do paciente:

Imunodeficiência

Desnutrição

Câncer avançado

DEFINIÇÃO

Administração de uma solução de glicose ou outro CHO sorbitol emulsão gordurosa e aa

por veia periférica

Composta com soluções de osmolaridade

Pacientes bem nutridos jejum de curta duração

Pouca influência no estado nutricional reassume ingestão oral em pouco tempo

INDICAÇÕES

CONTRA INDICAÇÕES

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Módulo I – Fisiopatologia e Dietoterapia I

Profª Ms Adriana Lopes 55

OSMOLARIDADE E QUANTIDADE DE CALORIAS DAS SOLUÇÕES DE GLICOSE E

EMULSÕES LIPÍDICAS

CONCENTRAÇÃO DE GLICOSE % OSMOLARIDADE mOsmL CALORIAS KCAL/L

5 278 170

10 523 340

20 1250 680

30 1569 1020

40 2092 1360

50 2615 1700

70 3660 2330

CONCENTRAÇÃO DE LIPÍDEOS % OSMOLARIDADE mOsmL CALORIAS KCAL/L

10 280 1100

20 330 2000

30 330 3000

Retirado de: Shills, 1999.

VIAS DE ACESSO

INÍCIO E FIM DA SP

EFEITOS DA NUTRIÇÇÃO PARENTERAL SUPLEMENTADA COM GLUTAMINA E PEPTÍDEO DE

GLUTAMINA

Evita atrofia intestinal relacionada a trauma

Melhora o ganho de peso em pacientes hematológicos

Redução da internação hospitalar

Melhora da sobrevida

Reduz a liberação de citocinas pro inflamatórias IL8, TNF α

Aumenta a expressão de citocinas antiinflamatórias IL10

Aumenta a proliferação de linfócitos

Reduz a duração da dependência da NPT e ventilador em RN

Melhora a imunidade

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Módulo I – Fisiopatologia e Dietoterapia I

Profª Ms Adriana Lopes 56

OBS: Em doenças graves a capacidade antioxidante é diminuída devido à formação de radicais

livres e com o suplemento de glutamina tem-se demonstrado como preservado da glutationa

hepática e dos estoques de glutationa da mucosa intestinal (Hong e col., 1992; Harward e col., 1994)

IMPORTÂNCIA DA GLUTAMINA EM DIFERENTES SITUAÇÕES CLÍNICAS

DOENÇAS CATABÓLICAS GRAVES

DISFUNÇÃO INTESTINAL

SÍNDROMES DE IMUNODEFICIÊNCIA

PACIENTES COM DOENÇAS MALIGNAS AVANÇADAS