apostila de balistica forense 02

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POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ACADEMIA ESTADUAL DE POLÍCIA SILVIO TERRA DIVISÃO DE ENSINO POLICIAL APOSTILA PARA O CURSO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL PARA PERITO CRIMINAL / 2009 Professoras: Rosicléa Coutinho Lobato Marques e Andréia Gamillscheg Felippe Peritos Criminais lotadas no Serviço de Perícias de Armas de Fogo do ICCE/SEDE/RJ NOÇÕES BÁSICAS DE BALÍSTICA FORENSE OBJETIVOS: Introdução à Balística Forense Exames em Armas Curtas Exames em Armas Longas Exames em Munições Exames em Projétis Informações mínimas que devem constar em Exames Periciais de Balística Forense (padrão SPAF-ICCE/RJ) O Laudo Pericial de Arma de Fogo Regras de Segurança Legislações pertinentes à Arma de Fogo e seus componentes Noções Básicas de Confronto Balístico CONCEITO DE BALÍSTICA FORENSE É a parte do Conhecimento da Criminalística e Médico Legal que tem como estudo principal a arma de fogo, sua munição e os fenômenos e efeitos produzidos pelos tiros dessas armas, objetivando elucidar e provar a ocorrência de questões de fato no

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Page 1: Apostila de Balistica Forense 02

POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

ACADEMIA ESTADUAL DE POLÍCIA SILVIO TERRA DIVISÃO DE ENSINO POLICIAL

APOSTILA PARA O

CURSO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL

PARA PERITO CRIMINAL / 2009

Professoras:

Rosicléa Coutinho Lobato Marques

e

Andréia Gamillscheg Felippe

Peritos Criminais lotadas no Serviço de Perícias de Armas de Fogo do ICCE/SEDE/RJ

NOÇÕES BÁSICAS DE BALÍSTICA FORENSE

OBJETIVOS:

Introdução à Balística Forense

Exames em Armas Curtas

Exames em Armas Longas

Exames em Munições

Exames em Projétis

Informações mínimas que devem constar em Exames Periciais de Balística Forense

(padrão SPAF-ICCE/RJ)

O Laudo Pericial de Arma de Fogo

Regras de Segurança

Legislações pertinentes à Arma de Fogo e seus componentes

Noções Básicas de Confronto Balístico

CONCEITO DE BALÍSTICA FORENSE

É a parte do Conhecimento da Criminalística e Médico Legal que tem como

estudo principal a arma de fogo, sua munição e os fenômenos e efeitos produzidos pelos

tiros dessas armas, objetivando elucidar e provar a ocorrência de questões de fato no

Page 2: Apostila de Balistica Forense 02

interesse da justiça.

CONTEÚDO DA BALÍSTICA FORENSE

O conteúdo é altamente técnico, apesar de sua finalidade específica ser

jurídica , por isso recebe o nome de FORENSE.

A perícia balística é um estudo especializado sobre a prova, pois o Perito é

um auxiliar da Justiça (artigo 275 do CPP). O Ilustre Professor Hélio Tornaghi, em sua

expressão célebre diz que a perícia não prova e sim ilumina a prova.

Assim, quando o perito depõe em juízo não o faz como testemunha, mas presta

esclarecimentos técnicos enquanto auxiliar da justiça. Tanto o laudo pericial como as

declarações dos peritos serão sempre elementos subsidiários para a valoração da prova

pelo juiz.

O corpo do delito para a balística forense é a arma de fogo e seus

componentes e a munição e o Laudo é o exame do Corpo do Delito.

DIVISÃO DA BALÍSTICA FORENSE

BALÍSTICA INTERNA – estuda a estrutura, os mecanismos, o funcionamento das armas

de fogo, a capacidade da arma de produzir tiros ou não, a munição e os componentes de

munição.

BALÍSTICA EXTERNA – estuda a trajetória do projetil desde a saída da boca do cano da

arma de fogo até a sua parada final.

BALÍSTIC A TERMINAL OU DOS EFEITOS – estuda os efeitos produzidos pelo projetil

quando este atinge o alvo (animado ou inanimado).

CONCEITO DE ARMA

É todo objeto ou instrumento concebido e destinado com finalidade

específica para o ataque e para a defesa do homem.

Certos objetos são feitos pelo homem, com a finalidade de serem usados

como armas. São denominados ARMAS PRÓPRIAS, como por exemplo, revólver, pistola,

fuzil etc.

Outros instrumentos podem, eventualmente, ser utilizados para matar ou ferir,

como martelo, foice, machado. Esses não são produzidos, objetivando aumentar o ataque

Page 3: Apostila de Balistica Forense 02

ou defesa do homem, mas podem ser usados para tal, por isso são denominados de

ARMAS IMPRÓPRIAS.

CONCEITO DE ARMAS DE FOGO

São peças construídas com um ou dois canos, abertos numa das extremidades,

parcialmente fechados na parte de trás, por onde se coloca o projetil o qual é lançado à

distância através da força expansiva dos gases pela combustão de determinada

quantidade de pólvora.

CLASSIFICAÇÃO DAS ARMAS DE FOGO

A) Quanto às suas dimensões

portáteis

Ex. revólver, pistola, garrucha, espingarda, carabina etc.

Não portáteis

Ex. canhão

B) Quanto ao modo de carregar

antecarga – o carregamento é feito pela extremidade anterior do cano (boca);

retrocarga – o carregamento é feito pela extremidade posterior do cano.

Atualmente, a maioria das armas de fogo são deste tipo, por exemplo, pistola,

revólver, carabina etc.

C) Quanto à alma do cano – o cano das armas de fogo é confeccionado a partir de um

cilindro de aço perfurado, longitudinalmente, em sua região mediana, por uma broca. Por

isso, as armas podem ser:

de alma lisa – são aquelas cuja superfície interna do cano é lisa e, totalmente ou

parcialmente cilíndrica. Temos como exemplo as espingardas.

de alma raiada – são aquelas cujo cano foi provido, internamente, de estriamento,

o qual está constituído por um número equivalente de sulcos (as raias) e de cristas

(os cheios) de forma helicoidal, alternada e paralelamente dispostos com

Page 4: Apostila de Balistica Forense 02

regularidade, e se destina a imprimir aos projéteis, por forçamento, um movimento

de rotação transversal à trajetória.

Há armas com 04 (quatro) 05(cinco) ou 06 (seis) raias, algumas com

orientação dextrogira (para a direita) outras sinistrogira (para a esquerda). Como por

exemplo, os revólveres, as pistola, as submetralhadoras, os fuzis etc.

D) Quanto ao Sistema de Inflamação

Por mecha

Por atrito

Essas duas acima estão definitivamente relegadas à condição de meras

curiosidades, como peças de museus e colecionadores.

Por Percussão Extrínseca - as primeiras armas deste tipo foram os do sistema

Lefaucheux (pino lateral). Neste a cápsula contendo a carga de ignição é uma peça

isolada a qual se adapta a um pequeno tubo saliente, em comunicação com o interior da

câmara por um conduto, ou ouvido (a chaminé) sendo deflagrada por um percutor cuja

extremidade é conformada,de sorte a cobrir perfeitamente a cápsula e comprimi-la contra

os bordos da chaminé, detonando-a e, ao mesmo tempo, forçando os gases

incandescentes da deflagração para o interior da câmara.l

Por Percussão Intrínseca a cápsula de fulminante é parte integrante do cartucho,

estando engastada neste e detonando no interior do mesmo, ao sofrer o impacto do pino

percutor.

Este tipo de percussão ainda são divididos em: central e radial, conforme o

modo de impacto do pino percutor.

Se o pino percutor imprimir marca periférica, radial ou circular teremos a

percussão intrínseca radial, que também pode ser direta ou indireta, caso o percutor

esteja no cão ou no mecanismo, respectivamente. Ex. Pistola .22LR, Revólver .22 LR,

Garrucha .22LR, Carabina .22 LR.

Se o pino percutor imprimir marca central, então teremos uma percussão

central, que também poderá ser direta ou indireta. Por exemplo, revólver, pistola,

carabina,fuzil.

Conforme a orientação, as raias podem ser:

DEXTROGIRA, a direção das raias é para direita;

SINISTRÓGIRA, a direção das raias é para a esquerda.

Page 5: Apostila de Balistica Forense 02

É importante informar que as raias são observadas posicionando o cano para a

frente do examinador.

E) Quanto ao Funcionamento

De Tiro Unitário são aquelas que comportam carga para um único tiro, devendo,

assim, ser substituída esta carga, isto é, renovada parfa cada novo disparo, pelo

atirador, manualmente. Em outras palavras: são armas cujo carregamento não é

mecânico, porém manual.

Armas de Repetição são aquelas cujo carregamento se faz mecanicamente isto é,

armas que comportam carga para vários tiros, podendo efetuar outros tantos

disparos antes de ser necessário alimentá-las novamente.

Podem ser:

Não Automática (revólver);

Semiautomática (pistola) e;

Automática (fuzil).

É importante esclarecer que arma alimentada é quando no seu carregador,

foi colocada toda munição que ela comporta; e estará carregada quando contiver, na

câmara de combustão, o projétil e a carga de projeção diretamente alinhados com o cano,

em condições de serem imediatamente ativados pelo disparo.

Assim, numa arma de tiro unitário, a alimentação e o carregamento

coincidem e são, necessariamente, realizados por uma só e a mesma operação,

executada pelo atirador: nas armas de repetição não existe esta coincidência, podendo

conservar-se a arma, perfeitamente, alimentada e não carregada.

F) Quanto à Mobilidade e ao Uso

Fixas quando o suporte no qual estão montadas não podem ser deslocadas de sua

posição, mas apenas comportando movimentos angulares nos planos horizontal e

vertical, como é o caso dos canhões.

Móveis quando são montadas sobre bases providas de rodas ou esteiras.

Semiportáteis quando podem ser desmontadas em duas partes (arma ou suporte) e,

assim, conduzidas sem demasiado esforço por dois homens. Por exemplo, as

metralhadoras pesadas

Page 6: Apostila de Balistica Forense 02

Portáteis são aquelas adequadas para o porte do homem isolado. As armas portáteis

podem ser longas (fuzil, espingarda, carabina) e curtas (revólver, pistola, garrucha).

AS ARMAS DE FOGO CURTAS

REVÓLVER

Características principais:

no seu manejo exige o emprego apenas de uma das mãos do atirador

arma de fogo curta e portátil;

de repetição;

não automática;

com um só cano (sempre medir o comprimento do cano) e várias câmaras (5, 6, 7

ou 8) de combustão que intergram integram um cilindro denominado tambor:

o cano não possui câmara de combustão;

os cartuchos ficam alojados na câmara do tambor giratório;

os cartuchos são detonados e deflagrados quando, pelo giro do tambor ao redor do

seu eixo, entram em alinhamento com o cano e o percutor;

o revólver é a única arma de fogo desprovida de culatra propriamente dita. As

câmaras do tambor são abertas nas duas extremidades e a base dos cartuchos,

colocdos em cada uma delas, serve de culatra, exceto no momento do tiro, quando

toca na placa localizada na região posterior da montagem (retângulo do ajojamento

do tambor). Esta placa, que seria a culatra propriamente dita receo o nome de

placa de obturação;

Placas de empunhadura em material polimérico ( ou madeira;

Compõem-se de quatro partes fundamentais, as quais são ARMAÇÃO, O

TAMBOR, O CANO E O MECANISMO DE DISPARO.

PARTES FUNDAMENTAIS DO REVÓLVER

ARMAÇÃO – é a peça inerte, também conhecida como corpo da arma, serve

de suporte e (oalojamento para os demais elementos e dá a arma a sua forma anatômica

adequada para permitir a sua empunhadura e o seu uso eficiente pelo atirador. Há

revólveres de armação pequena, média e grande. Em sua caixa do mecanismo se alojam

Page 7: Apostila de Balistica Forense 02

as peças móveis.

TAMBOR encontram-se externamente entalhes localizados entre as

câmaras e ocupando os dois terços anteriores, chamdos de caneluras. Há modelos onde

o tambor não apresenta as caneluras, que se denominam lisos. Na parte externa da

região posterior do tambor, estão presentes sulcos de formato aproximadamente

retangular, denominados de fresados, que servem para o alojamento da extremidade

superior do retém do tambor.

Há revólveres com 05 (cinco), 06(seis), 07(sete) ou 08 (oito) câmaras.

CANO – a extremidade anterior é chamada de boca do cano. Na superfície

externa de sua região posterior, há uma rosca, na qual é atarraxado à armação, podendo

ser imobilizado ounão por um pino. Na parte posterior, internamente, o cano não possui

raias e com diâmetro levemente superior ao da superfície raiada do cano. Esta parte

desprovida de raias é denominada de conde de forçamento.

Na região superior do cano, próximo à boca, encontra-se a massa de mira,

fixa e interiça ou em formato de rampa com inserto colorido e na região posterior a alça de

mira,que pode ser fixa ou regulável na horizontal e vertical. Há algumas armas que

possuem, ainda, banda ventilada, recortes localizados na parte superior do cano e

compensador de recuo.

MECANISMO DE DISPARO

Constituído pelo cão e seu percutor, fixo ou oscilante, gatilho, mola real de

percussão, pinos e molas.

O cão é formado por uma cabeça e seu prolongamento, denominado crista

do cão. Nos revólveres de percussão central e direta, o percutor ou percussor, pode ser

oscilante ou fixo. Nos revólveres de percussão central e indireta, o percutor está inserido

na armação.

O funcionamento do revólver é todo mecânico.

O disparo de cada tiro depende de um sistema de alavancas e molas que

interliga e muda a posição de três peça essenciais: o gatilho, o cão e o tambor.

O primeiro passo é acionar a tecla do gatilho. Quando o gatilho é acionado,

duas alavancas são acionadas: o impulsor do gatilho que empurra o cão para trás e o

retém do tambor que é responsável por girar o tambor, onde estão alojados os cartuchos,

Page 8: Apostila de Balistica Forense 02

deixando na posição de disparo.

Depois que uma das alavancas empurrou o cão para trás, uma mola na

parte de baixo da peça faz o movimento inverso, jogando-o novamente para a frente.

No final do movimento, o pino bate na cápsula de espoletamento localizada

no estojos

Esse impacto faz a pólvora dentro do cartucho explodir, empurrando o

projétil para frente.

Quanto ao mecanismo de disparo os revólveres podem ser:

DE AÇÃO SIMPLES – recuar manualmente o cão e acionar a tecla do

gatilho a cada disparo para produzir tiros.

DE AÇÃO DUPLA – basta acionar a tecla do gatilho para produzir tiros.

CALIBRES NOMINAIS COMUMENTE ENCONTRADOS NOS REVÓLVERES

• 5,5 mm Velodog;

• .22 Long Rifle ou Short Rifle;

• .32 SWL;

• .38 SPL, .38SWL ou .38 Curto;

• .357 Magnum;

• .44 Magnum;

• .45 AR

NUMERAÇÕES NOS REVÓLVERES

Diversos números individualizam uma arma de fogo, tais como:

1. Série de fabricação este número, geralmente, é encontrado na face direita da

armação ou na base da coronha (ou empunhadura) e pode ser formado por

algarismos ou letras, ou somente3 algarismos. Nos revólveres da marca Taurus, .

32SWL e .38 SPL de percussão central e direta pode-se visualizar o número na

parte interna do mecanismo, abaixo do impulsor do gatilho.

2. Montagem encontrado no suporte do tambor. Este pode também ser encontrado na

coronha (abaixo das placas de empunhadura) e nas peças internas do mecanismo

de disparo;

3. Modelo observa-se no suporte do tambor (abaixo do número de montagem).

Page 9: Apostila de Balistica Forense 02

ALGUMAS MARCAS E PAÍS DE FABRICAÇÃO DE REVÓLVERES:

TAURUS Brasil

ROSSI Brasil

INA Brasil

COLT EUA

S&W(Smith & Wesson) EUA

RUGER EUA

DOBLEMAN Argentina

ITALO GRA Argentina

OH (Orbeas Hermanos) Espanha

TANK Espanha

TANQUE Brasil

GARRUCHA

Características:

• Arma de fogo curta e portátil;

• O seu cano pode ser raiado ou não;

• Tiro a tiro;

• Cano único ou duplo;

• Gatilho e cão único ou duplo;

• cano basculante (articulável);

• utiliza cartuchos de calibre nominal .320, .380 ou .22LR ou Short;

• Os estojos são cônicos.

É difícil encontrar número de série.

Pode apresentar número de montagem na parte posterior do cano (parte

basculante, articulável).

ALGUMAS MARCAS DE GARRUCHA:

ROSSI

CASTELO

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LERAP

PISTOLAS

Características:

• De Repetição;

• Semiautomática ou automática;

• Cano unitário;

• Dotado de ferrolho;

• Uso de carregador para municiamento dos cartuchos;

• Peças: cano, ferrolho, retém do ferrolho, mola recuperadora e sua guia, estojo da

mola recuperadora e armação.

• Sistema de pontaria: alça de mira e massa de mira variáveis (alça de mira

regulável na horizontal e vertical; sistema de três pontos, massas intercambiáveis;

alça regulável e massa fixa, com sistema de 3 pontos).

É importante sempre verificar a parte posterior do ferrolho das pistolas Glock

pois elas podem ostentar um dispositivo que as transformam de regime intermitente para

regime em rajadas, ou o dispositivo de um lado é regime intermitente e de outro é regime

em rajadas.

CALIBRES NOMINAIS COMUMENTE ENCONTRADOS NAS PISTOLAS:

• .22 LR

• .25 AUTO (6,35mm);

• .32 AUTO (7,65mm);

• .380 AUTO (9 mm Curto ou 9 mm Browning);

• 9mm Luger ou 9 mm Parabelum;

• .40 S&W;

• .45 AUTO.

NUMERAÇÕES DAS PISTOLAS:

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No ferrolho das pistolas geralmente localizam-se os números que se referem

ao modelo.

Na armação constatam-se os números de série e algumas inscrições de

patrimônio.

Nos modelos atuais das pistolas Taurus encontram-se numerações no cano,

armação e abaixo da placa da empunhadura.

Ao examinar a arma interiormente é sempre conveniente descrever a

inscrição interna do cano (no caso da Taurus).

Pistola Colt .45 AUTO atentar para o detalhe do número externo localizado

na face direita da armação, acima do guarda-mato e também na porção traseira abaixo da

tampa do percussor.

Na pistola Glock os números são identificados no cano, armação e plaqueta

de alumínio abaixo da parte inferior do cano.

ALGUMAS MARCAS E PAÍS DE FABRICAÇÃO DE PISTOLAS:

TAURUS Brasil

COLT EUA

SMITH & WESSON EUA

RUGER EUA

GLOCK Áustria

BERSA Argentina

IMI Israel

BERETTA Itália

BERETTA Brasil

CZ (Ceská Zbrojvska) Tchecoslováquia

H&K (Heckler and Kock) – Alemanha ou EUA

STAR – Espanha

BROWNING EUA Bélgica

SUBMETRALHADORAS

Características principais:

também denominadas de metralhadoras de mão;

utilizam cartuchos de pistola;

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podem ser armas curtas ou longas;

possuem coronha fixa ou móvel (rebatível, removível, dobrável ou retrátil);

opera em regime automático (regime rajadas) ou/e em regime semiautomático (tiro

intermitente).

CALIBRES NOMINAIS COMUMENTE ENCONTRADOS NAS SUMETRALHADORAS

• .380 AUTO (9 mm Curto ou 9 mm Browning);

• 9mm Luger ou 9 mm Parabelum;

• .40 S&W;

• .45 AUTO.

PEÇAS PRINCIPAIS DAS SUBMETRALHADORAS

CANO localizada na parte anterior da arma. Alguns modelos apresentam luva

refrigeradora.

CAIXA DA CULATRA - é o corpo da sumetralhadora, onde está alojado o ferrolho que

está acoplada a mola recuperadora. Alguns modelos ostentam nesta peça as inscrições

referentes à marca, fabricante e número de série.

CORONHA fixa ou móvel.

MOLA RECUPERADORA E O SEU GUIA alojados na caixa da culatra.

ARMAÇÃO, geralmente constituída em acabamento oxidado.

ALGUMAS MARCAS E PAÍS DE FABRICAÇÃO DE SUBMETRALHADORAS:

BERETTA Itália

INA Brasil

THOMPSON EUA

STAR Espanha

INGRAM EUA

COBRAY EUA

URU Brasil

IMI Israel

FAMAE Chile

ARMAS LONGAS

ESPINGARDAS

Page 13: Apostila de Balistica Forense 02

Características:

Espingardas mais primitivas possuíam o sistema de percussão extrínseca e de

carregamento pela boca (antecarga)

De Repetição

Não Automática

Cano unitário/Dois canos com alma lisa

Carregamento direto na câmara ou em depósito tubular (carregamento de mais de

um cartucho – usualmente de 5 a 8 cartuchos

dotados de coronha e telha (guarda-mão).

Há modelos do tipo pump action (ação de bomba) e do tipo lever action (alavanca

de mão)

Numerações encontradas:

CBC, BOITO → na face esquerda da armação há o número de série e o modelo.

MOSSBERG → na face inferior da armação, próximo ao depósito tubular.

ROSSI → no cano, próximo à articulação. Neste tipo também há na telha o número de

montagem.

CALIBRES NOMINAIS COMUMENTE ENCONTRADOS NAS PISTOLAS:

• 12

• 16

• 20

• 24

• 28

• 32

• 36

ALGUMAS MARCAS E PAÍS DE FABRICAÇÃO DE ESPINGARDAS:

CBC Brasil

BOITO Brasil

ERA Brasil

MOSSBERG EUA

ROSSI Brasil

TRABUCO

são armadilhas utilizadas para caçar animais.

Page 14: Apostila de Balistica Forense 02

Utilizam-se calibres próprias de espingardas.

CARABINA

Características

De Repetição

Não automática ou semiautomática

Modelo do tipo lever action(alavanca de manejo) e pump action (sistema bomba)

Cano unitário com alma raiada

carregamento direto na câmara ou em depósito tubular (carregamento de mais de

um cartucho – usualmente de 10 a 12 cartuchos

Utilizam-se cartuchos .22 Long Rifle (LR) ou .22 Short, .22 Magnum, .38 SPL, .44-

40 WIN, .32-20 WIN, .357 Magnum, .40 S&W (CT 40 TAURUS) semiautomática.

Numerações encontradas nas carabinas: cano e/ou armação.

ALGUMAS MARCAS E PAÍS DE FABRICAÇÃO DE CARABINA

ROSSI Brasil

WINCHESTER EUA

FUZIL

Características principais:

De Repetição – não automático, Semiautomático, automático

Cano unitário com alma raiada;

Carregamento em carregador próprio a cada tipo de fuzil (usualmente com

capacidade para 20 a 30 cartuchos)

Os cartuchos são considerados de alta velocidade (acima de 600 m/s).

Munição utilizada: família 7,62

Uso Restrito conforme Decreto 3665/2000

Numerações encontradas

Page 15: Apostila de Balistica Forense 02

na armação, no cano, ferrolho, impulsor do ferrolho e na caixa da culatra.

Obs: alguns fuzis como AR15, não apresentam números nem em seu ferrolho e nem em

seu impulsor.

CARTUCHOS DE FUZIL

5,56 x 45 mm Nato (.223 REM) → FN

7,62 x 51 mm Nato (.308 WIN) → FAL, HK G3,

7,62 x 39 mm → AK 47

5,56 x 45 mm (.223 REM) → AR 15, Ruger Mini 14, Imbel MD2, HK 33, PARAFAL,

CETME

12,7 x 99 mm (.50 Browning) BAR

7,62 x 63 mm (.30-06) → Garand, BAR (Browning Automatic Rifle)

7 x 57 mm (7mm Mauser) → Mauser 1908

ALGUMAS MARCAS E PAÍS DE FABRICAÇÃO DE FUZIL:

IMBEL Brasil

COLT EUA

RUGER EUA

FN Bélgica

DWM Alemanha

HK Alemanha (há algumas marcas americanas)

G3 Alemanha, Portugal, EUA

BAR EUA

HOTCHKISS França

ARMA DE PRESSÃO

Características:

• Tiro individual de chumbinho;

• arma cujo princípio de funcionamento implica o emprego de gases comprimidos

para impulsão do CHUMBINHO, os quais podem estar previamente armazenados

em um reservatório ou ser produzidos por ação de um mecanismo, tal como um

êmbolo solidário a uma mola, no momento do disparo (conceito do artigo 3º, XV do

Page 16: Apostila de Balistica Forense 02

Decreto 3665/2000);

• Sistema de engatilhamento através de alavanca acionada pelo basculamento do

cano;

• Calibre nominal 5,5 mm (.177”);

• Acabamento: oxidado;

• Alça de mira regulável e massa de mira variáveis;

• De acordo com a Portaria no 36-DMB, de 09 de dezembro de 1999, armas de

pressão por ação de mola, com calibre igual ou inferior

a 6mm, não são armas de fogo;

• Não necessitam de registro para sua aquisição, sendo a sua venda permitida a

maiores de 18 anos;

• Não necessitam de guia de tráfego para transporte e deslocamento.

ALGUMAS MARCAS E PAÍS DE FABRICAÇÃO DE ARMAS DE PRESSÃO

ROSSI – Brasil

CBC - Brasil

DAISY EUA

MARKSMAN EUA

CROSSMAN EUA

GAMO EUA

URKO Brasil

CALIBRE REAL X CALIBRE NOMINAL

CALIBRE REAL – é a medida correspondente ao diâmetro interno do cano, tomada na

região mediana do cano nas armas com cano de alma lisa, e correspondente à medida

entre dois cheios diametralmente opostos nas armas com cano de alma raiada. É

expresso em mm.

CALIBRE NOMINAL – é designativo de um tipo particular de munição e também da arma

na qual este tipo de munição deve ser usado corretamente.

Nas armas de alma lisa, o CALIBRE NOMINAL é o numero que indica a quantidade

de esferas de chumbo com diâmetro igual ao da alma do cano, necessárias para formar 1

lb (453,5 gramas).

Page 17: Apostila de Balistica Forense 02

Nas armas raiadas o calibre nominal vem expresso na base do estojo.

Para um mesmo calibre real podem existir vários calibres nominais

Ex.: calibre real 9 mm

calibres nominais .38 SPL, .380 AUTO, 9 mm Luger.

REVELAÇÃO DO NÚMERO DE SÉRIE

É bastante frequente a eliminação do número de série das armas examinadas,

objetivando ocultar a sua origem e seu proprietário. O agente utiliza-se de vários métodos,

tais como:

Raspagem (ou limagem) → a eliminação é feita com esmeril ou lima manual.

Puncionamento → o agente martela a superfície onde se encontra gravado o

número de série, esta punção geralmente é pontiaguda, para ocultar, parcial ou

totalmente.

Regravação → o número de série original é substituído por um número outro,

podendo ser parcial ou total.

Brocagem → utiliza-se uma brocagem para a remoção completa do número.

Soldagem → a eliminação é feita aquecendo o local da superfície onde encontra-se

gravado o número.

Métodos de remoção do Número de Série Reveláveis – a brocagem e soldagem podem

remover permanentemente o número.

O primeiro passo para revelar o número de série é o polimento da área (usa-se lixa

d'água de numeração 600 ou 1200 ou esmeril fino). Após este polimento, a área deve ser

limpa com acetona ou clorofórmio. Depois disso, aplica-se um reagente a base de ácido

clorídrico (com auxílio de um cotonete de algodão), que ataca a superfície polida do

metal, produzindo uma micromordedura; após um minuto remove-se o reagentge com

acetona. Durante alguns instantes, verifica-se uma área visível, permitindo a

identificação. Caso não aparece nada depois disso, recomenda-se repetir o processo. Há

situações que se deve repetir a operação.

Após a utilização do reagente, deve-se lavar e secar a área para retirar o resíduo de

reagente, evitando-se, assim, a oxidação.

O método não é eficaz em gravações feitas com raio laser.

Reagente de Hatcher (para armas em aço carbono e titânio):

ácido clorídrico 55 ml

cloreto cuproso 4 g

Page 18: Apostila de Balistica Forense 02

cloreto cúprico 11g

água destilada 31 ml

Reagente de Besseman e Haemers (para armas em aço inoxidável)

ácido clorídrico 120 ml

ácido etílico 100ml

cloreto férrico 8 g

cloreto de cobre 6 g

Reagente de Keller (para armas em peças em alumínio)

ácido fluorídrico 2 ml

ácido clorídrico 3 ml

ácido nítrico 5 ml

água destilada 190 ml

O LAUDO PERICIAL DE BALÍSTICA FORENSE

O Laudo Pericial de Balística Forense é a síntese de todo o trabalho técnico

desenvolvido, em cada caso, em face do material apresentado a exame, bem como os

questionamentos feitos a seu respeito, conforme preceitua o Artigo 160 do CPP, transcrito

na íntegra:

“Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descreverão minuciosamente o que

examinarem, e responderão aos quesitos formulados.”

A estrutura básica de um laudo pericial de Balística Forense deverá conter, no mínimo, os

seguintes itens:

1. Introdução ou preâmbulo;

2. Descrição do material enviado para exames;

3. Exames Periciais realizados;

4. Conclusão;

5. Fotos (se possível)

6. Assinatura do Perito (ou Peritos)

O laudo Pericial de Arma de Fogo do SPAF/ICCE/SEDE deverá conter:

Classificação da arma – curta ou longa, porte ou portátil

Marca

Page 19: Apostila de Balistica Forense 02

Fabricação

Modelo

Calibre

Nº de Série

Nº de Montagem

Cano

Sistema de Pontaria

Empunhadura

Acabamento

Observação (caso seja necessário)

A quesitação irá depender da investigação.

Não se deve esquecer a resposta da capacidade de produzir tiros, se por acaso não tiver

quesitação sobre este item.

QUESITAÇÃO DE USO PERMITIDO E RESTRITO

1ª hipótese → Esclarecem os Peritos que a arma e a munição são de USO PERMITIDO,

de acordo com o Art. 17, inciso I, do Decreto nº 3665 de 20 de novembro de 2000, o qual

dá nova redação ao Regulamento para a Fiscalização de Produtos Controlados (R-105).

2ª hipótese → Embora os Signatários entendam que não é atribuição da Perícia Criminal

a interpretação e/ou adequação da legislação em vigor, cabendo às Autoridades

Competentes tal afirmativa, informam que a arma enviada é de USO RESTRITO, de

acordo de acordo com o Art. 16, do Decreto nº 3665 de 20 de novembro de 2000, o qual

dá nova redação ao Regulamento para a Fiscalização de Produtos Controlados (R-105).

3ª hipótese → Os Signatários entendem que não é atribuição da Perícia Criminal a

interpretação e/ou adequação da legislação aos fatos, atêm-se aos aspectos técnico-

científicos das armas examinadas e deixam a cargo das autoridades competentes a

afirmativa categórica quanto às considerações de natureza jurídica.

CARTUCHOS DE MUNIÇÃO DAS ARMAS DE FOGO

CARTUCHO

É a unidade de munição das armas de fogo de retrocarga.

Há cartuchos para armas raiadas de percussão central e radial, bem como cartuchos para

armas de alma lisa.

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Os cartuchos para armas raiadas de percussão central são compostos por:

ESTOJOS

É o elemento que é percutido pela arma de fogo;

Constituídos de latão (70% de cobre e 30% de zinco). Alguns também são

confeccionados em cobre e em alumínio (não reaproveitáveis). Muitos estojos de

latão recebem um banho de níquel;

Na base estão estampados as inscrições do calibre, fabricante, e em alguns o ano

de fabricação;

Componente externo e de maior dimensão nos cartuchos;

Apresentam maior variedade de forma e constituição;

Constitui o componente inerte do cartucho;

Na parte anterior e aberta aloja-se o projetil;

Na base (ou culote) encontra-se a espoleta. Atualmente, os fabricantes estão

gravando no culote o número do lote;

No interior a carga de projeção;

Os estojos podem ser cilíndrico ou levemente cônico, liso ou estrangulado em sua

região anterior, com gargalo (do tipo garrafa – comumente usado nos fuzis)

Os estojos de fogo circular (.22 LR) não apresentam cápsula de espoletamento;

Os estojos dos cartuchos para espingardas podem ser de papelão ou de plástico.

ESPOLETA

Pequeno recipiente metálico, em forma de cápsula.

Contém a mistura iniciadora (carga de inflamação)

montada no alojamento localizado no centro do culote do estojo;

Todos os cartuchos que possuem espolota são denominados FOGO CENTRAL.

Os cartuchos de fogo radial (.22 LR) não possuem a espoleta. A mistura iniciadora

aloja-se na própria orla oca, saliente, da base do estojo, e em contato direto com a

pólvora.

PÓLVORA OU CARGA DE PROJEÇÃO

É um combustível sólido, granular, com diversos formatos de grãos, podendo

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inflamar-se com grande rapidez, com a produção de grande volume de gases e

elevação da temperatura, sem necessitar de oxigênio do exterior;

Elemento ativo do cartucho;

A pólvora mais antiga, que ainda se usa em alguns tipos de cartuchos – Pólvora

Negra (75% de salitre, 13 de carvão vegetal e 12% de enxofre);

Atualmente, as pólvoras são químicas ou pólvoras sem fumaça;

Pólvoras mais usadas: de base simples (nitrocelulose) e de base dupla

(nitrocelulose e nitroglicerina).

MISTURA INICIADORA

• ou CARGA DE INFLAMAÇÃO;

• Contida nas cápsulas de espoletamento;

• Misturas iniciadoras explosivas à base de estifinato de chumbo, nitrato de bário,

trissulfeto de antimônio, tetrazeno e alumínio atomizado. Para os cartuchos de fogo

circular (radial ou periférico) a mistura iniciadora possui a mesma composição,

exceto o alumínio, pelo fato de estar em contato direto com a pólvora e não haver

necessidade da produção de chama muito grande ou muito viva.

PROJETIL OU PROJÉTIL

• É o elemento vulnerante do cartucho;

• É o componente de munição que é expelido, deflagrado pela arma de fogo;

• Carregam os cartuchos de fogo central e fogo circular;

• Alojado total ou parcialmente no interior do estojo;

• Podem ser constituídos: de liga de chumbo, revestidos (jaquetados ou

encamisados) e de cobre.

• Projetis encamisados são compostos de núcleo de chumbo revestidos de ligas

metálicas acobreadas, niqueladas ou cúprica (copper bullet)

• A base dos projetis de liga de chumbo podem ser côncava ou plana;;

• São constituídos de três partes:

• OGIVA (ou ponta do projetil) parte que não fica engastada no estojo. A

forma da ogiva pode ser: ponta ogival, ogival ponta plana, ponta oca, cone

truncado, canto vivo e semicanto vivo. Nos projetis encamisados

Page 22: Apostila de Balistica Forense 02

encontramos pontiagudo e ponta oca expansivo.

• CORPO CILÍNDRICO - encontra-se ranhuras (sulcos ou anéis

serrilhados) onde se colocam lubrificantes sólidos. Não se encontram nos

projetis encamisados

• BASE – nos projetis encamisados as bases podem ser abertas (sem

revestimento) e fechadas (revestidas). A base aberta ainda pode ser

côncava e plana.

Portanto, o Laudo de Exame Macroscópico do Projetil deve conter:

1) Constituição;

2) Tio e diâmetro da base;

3) Tipo da ponta;

4) Presença ou não de anel serrilhado/canelura de lubrificação;

5) Aderências;

6) Deformações;

7) Comprimento;

8) Massa;

9) Raiamento – direcionamento e quantitativo;

10)Conclusão – determinação do calibre real ou nominal e as armas compatíveis com

o calibre.

REGRAS DE SEGURANÇA

1) Nunca, em nenhuma hipótese, aponte qualquer arma, carregada ou não para

alguém ou coisa que você não deseja atingir ou destruir;

2) Trate sempre todas as armas como se elas estivesses carregadas;

3) Mantenha o dedo fora do gatilho;

4) Mantenha sua arma e sua munição em loal seguro e de fácil acesso somente para

você;

5) Nunca puxe o gatilho, antes de verificar se a arma está descarregada e o faça em

lugar seguro;

6) Carregue e descarregue sua arma com o cano apontado para um lugar seguro;

7) Evite atirar em superfícies rígidas ou líquidas, pois, conforme o ângulo de incidênci

pode haver ricochete;

8) Use somente munição indicada para a arma examinada;

9) Em caso de suspeita de obstrução do cano, imediamente descarregue a arma,

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verifique se o cano não está obstruído e se não houve dano ao mecanismo, antes

de voltar a atirar;

10) Antes de atirar verificar o estgado do cano (abaulamento, obstrução) e checar o

mecanismo de disparo.

LEGISLAÇÕES PERTINENTES À ARMA DE FOGO E SEUS COMPONENTES

DECRETO 3665 de 20 de novembro de 2000 → dá nova redação ao Regulamento

para a Fiscalização de Produtos Controlados (R-105).

LEI 10.826 de 22 de dezembro de 2003 (Lei do Desarmamento ou Estatuto do

Desarmamento) dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de fogo

e munição.

O DECRETO 3665 de 20 de novembro de 2000

Dá nova redação ao Regulamento para a Fiscalização de Produtos

Controlados (R-105). Enquanto não for editado outro decreto, temos que utilizá-lo.

Os artigos 16 e 17, do Decreto citado, definem o que são armas de USO

RESTRITO e USO PERMITIDO, respectivamente.

DECRETO 3665 DE 20 DE NOVEMBRO DE 2000

Dá nova redação ao Regulamento para

a Fiscalização de Produtos Controlados (R-105).

PRODUTOS CONTROLADOS DE USO RESTRITO E PERMITIDO

Art. 15. As armas, munições, acessórios e equipamentos são classificados, quanto ao uso, em:

I - de uso restrito; e

II - de uso permitido.

Art. 16. São de uso restrito:

I - armas, munições, acessórios e equipamentos iguais ou que possuam alguma característica no que diz respeito aos empregos tático, estratégico e técnico do material bélico usado pelas Forças Armadas nacionais;

II - armas, munições, acessórios e equipamentos que, não sendo iguais ou similares ao material bélico usado pelas Forças Armadas nacionais, possuam características que só as tornem aptas para emprego militar ou policial;

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III - armas de fogo curtas, cuja munição comum tenha, na saída do cano, energia superior a (trezentas libras-pé ou quatrocentos e sete Joules e suas munições, como por exemplo, os calibres .357 Magnum, 9 Luger, .38 Super Auto, .40 S&W, .44 SPL, .44 Magnum, .45 Colt e .45 Auto;

IV - armas de fogo longas raiadas, cuja munição comum tenha, na saída do cano, energia superior a mil libras-pé ou mil trezentos e cinqüenta e cinco Joules e suas munições, como por exemplo, .22-250, .223 Remington, .243 Winchester, .270 Winchester, 7 Mauser, .30-06, .308 Winchester, 7,62 x 39, .357 Magnum, .375 Winchester e .44 Magnum;

V - armas de fogo automáticas de qualquer calibre;

VI - armas de fogo de alma lisa de calibre doze ou maior com comprimento de cano menor que vinte e quatro polegadas ou seiscentos e dez milímetros;

VII - armas de fogo de alma lisa de calibre superior ao doze e suas munições;

VIII - armas de pressão por ação de gás comprimido ou por ação de mola, com calibre superior a seis milímetros, que disparem projéteis de qualquer natureza;

IX - armas de fogo dissimuladas, conceituadas como tais os dispositivos com aparência de objetos inofensivos, mas que escondem uma arma, tais como bengalas-pistola, canetas-revólver e semelhantes;

X - arma a ar comprimido, simulacro do Fz 7,62mm, M964, FAL;

XI - armas e dispositivos que lancem agentes de guerra química ou gás agressivo e suas munições;

XII - dispositivos que constituam acessórios de armas e que tenham por objetivo dificultar a localização da arma, como os silenciadores de tiro, os quebra-chamas e outros, que servem para amortecer o estampido ou a chama do tiro e também os que modificam as condições de emprego, tais como os bocais lança-granadas e outros;

XIII - munições ou dispositivos com efeitos pirotécnicos, ou dispositivos similares capazes de provocar incêndios ou explosões;

XIV - munições com projéteis que contenham elementos químicos agressivos, cujos efeitos sobre a pessoa atingida sejam de aumentar consideravelmente os danos, tais como projéteis explosivos ou venenosos;

XV – espadas e espadins utilizados pelas Forças Armadas e Forças Auxiliares;

XVI - equipamentos para visão noturna, tais como óculos, periscópios, lunetas, etc;

XVII - dispositivos ópticos de pontaria com aumento igual ou maior que seis vezes ou diâmetro da objetiva igual ou maior que trinta e seis milímetros;

XVIII - dispositivos de pontaria que empregam luz ou outro meio de marcar o alvo;

XIX - blindagens balísticas para munições de uso restrito;

XX - equipamentos de proteção balística contra armas de fogo portáteis de uso restrito, tais como coletes, escudos, capacetes, etc; e

XXI - veículos blindados de emprego civil ou militar.

Art. 17. São de uso permitido:

I - armas de fogo curtas, de repetição ou semi-automáticas, cuja munição comum tenha, na saída do cano, energia de até trezentas libras-pé ou quatrocentos e sete Joules e suas munições, como por exemplo, os calibres .22 LR, .25 Auto, .32 Auto, .32 S&W, .38 SPL e .380 Auto;

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II - armas de fogo longas raiadas, de repetição ou semi-automáticas, cuja munição comum tenha, na saída do cano, energia de até mil libras-pé ou mil trezentos e cinqüenta e cinco Joules e suas munições, como por exemplo, os calibres .22 LR, .32-20, .38-40 e .44-40;

III - armas de fogo de alma lisa, de repetição ou semi-automáticas, calibre doze ou inferior, com comprimento de cano igual ou maior do que vinte e quatro polegadas ou seiscentos e dez milímetros; as de menor calibre, com qualquer comprimento de cano, e suas munições de uso permitido;

IV - armas de pressão por ação de gás comprimido ou por ação de mola, com calibre igual ou inferior a seis milímetros e suas munições de uso permitido;

V - armas que tenham por finalidade dar partida em competições desportivas, que utilizem cartuchos contendo exclusivamente pólvora;

VI - armas para uso industrial ou que utilizem projéteis anestésicos para uso veterinário;

VII - dispositivos óticos de pontaria com aumento menor que seis vezes e diâmetro da objetiva menor que trinta e seis milímetros;

VIII - cartuchos vazios, semi-carregados ou carregados a chumbo granulado, conhecidos como "cartuchos de caça", destinados a armas de fogo de alma lisa de calibre permitido;

IX - blindagens balísticas para munições de uso permitido;

X - equipamentos de proteção balística contra armas de fogo de porte de uso permitido, tais como coletes, escudos, capacetes, etc; e

XI - veículo de passeio blindado.

A Lei 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento)

Alguns artigos importantes:

Posse irregular de arma de fogo de uso permitido

Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, em desacordo com determinação legal ou regulamentar, no interior de sua residência ou dependência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o titular ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa:

Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.

Omissão de cautela

Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa portadora de deficiência mental se apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse ou que seja de sua propriedade:

Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprietário ou diretor responsável de empresa de segurança e transporte de valores que deixarem de registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de arma de fogo, acessório ou munição que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro) horas depois de ocorrido o fato.

Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido

Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, sem autorização e em desacordo com

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determinação legal ou regulamentar:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável, salvo quando a arma de fogo estiver registrada em nome do agente. (Vide Adin 3.112-1)

Disparo de arma de fogo

Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, desde que essa conduta não tenha como finalidade a prática de outro crime:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito

Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso proibido ou restrito, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.

Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem:

I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de identificação de arma de fogo ou artefato;

II – modificar as características de arma de fogo, de forma a torná-la equivalente a arma de fogo de uso proibido ou restrito ou para fins de dificultar ou de qualquer modo induzir a erro autoridade policial, perito ou juiz;

III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar;

IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com numeração, marca ou qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado;

V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo, acessório, munição ou explosivo a criança ou adolescente; e

VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou adulterar, de qualquer forma, munição ou explosivo.

Comércio ilegal de arma de fogo

Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.

Parágrafo único. Equipara-se à atividade comercial ou industrial, para efeito deste artigo, qualquer forma de prestação de serviços, fabricação ou comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em residência.

Tráfico internacional de arma de fogo

Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território nacional, a qualquer título, de arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização da autoridade competente:

Page 27: Apostila de Balistica Forense 02

Pena – reclusão de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.

Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena é aumentada da metade se a arma de fogo, acessório ou munição forem de uso proibido ou restrito.

Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a pena é aumentada da

metade se forem praticados por integrante dos órgãos e empresas referidas nos arts. 6o,

7o e 8o desta Lei.

Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são insuscetíveis de liberdade provisória. (Vide Adin 3.112-1)

CAPÍTULO V

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 22. O Ministério da Justiça poderá celebrar convênios com os Estados e o Distrito Federal para o cumprimento do disposto nesta Lei.

Art. 23 A classificação legal, técnica e geral bem como a definição das armas de fogo e demais produtos controlados, de usos proibidos, restritos, permitidos ou obsoletos e de valor histórico serão disciplinadas em ato do chefe do Poder Executivo Federal, mediante proposta do Comando do Exército. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)

§ 1o Todas as munições comercializadas no País deverão estar acondicionadas em embalagens com sistema de código de barras, gravado na caixa, visando possibilitar a identificação do fabricante e do adquirente, entre outras informações definidas pelo regulamento desta Lei.

§ 2o Para os órgãos referidos no art. 6o, somente serão expedidas autorizações de compra de munição com identificação do lote e do adquirente no culote dos projéteis, na forma do regulamento desta Lei.

§ 3o As armas de fogo fabricadas a partir de 1 (um) ano da data de publicação desta Lei conterão dispositivo intrínseco de segurança e de identificação, gravado no corpo da

arma, definido pelo regulamento desta Lei, exclusive para os órgãos previstos no art. 6o.

§ 4o As instituições de ensino policial e as guardas municipais referidas nos incisos III e

IV do caput do art. 6o desta Lei e no seu § 7o poderão adquirir insumos e máquinas de recarga de munição para o fim exclusivo de suprimento de suas atividades, mediante autorização concedida nos termos definidos em regulamento. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

Art. 24. Excetuadas as atribuições a que se refere o art. 2º desta Lei, compete ao Comando do Exército autorizar e fiscalizar a produção, exportação, importação, desembaraço alfandegário e o comércio de armas de fogo e demais produtos controlados, inclusive o registro e o porte de trânsito de arma de fogo de colecionadores, atiradores e caçadores.

Art. 25. As armas de fogo apreendidas, após a elaboração do laudo pericial e sua juntada aos autos, quando não mais interessarem à persecução penal serão encaminhadas pelo juiz competente ao Comando do Exército, no prazo máximo de 48 (quarenta e oito) horas, para destruição ou doação aos órgãos de segurança pública ou às Forças Armadas, na forma do regulamento desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)

§ 1o As armas de fogo encaminhadas ao Comando do Exército que receberem parecer favorável à doação, obedecidos o padrão e a dotação de cada Força Armada ou órgão de

Page 28: Apostila de Balistica Forense 02

segurança pública, atendidos os critérios de prioridade estabelecidos pelo Ministério da Justiça e ouvido o Comando do Exército, serão arroladas em relatório reservado trimestral a ser encaminhado àquelas instituições, abrindo-se-lhes prazo para manifestação de interesse. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

§ 2o O Comando do Exército encaminhará a relação das armas a serem doadas ao juiz competente, que determinará o seu perdimento em favor da instituição beneficiada. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

§ 3o O transporte das armas de fogo doadas será de responsabilidade da instituição beneficiada, que procederá ao seu cadastramento no Sinarm ou no Sigma. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

§ 4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

§ 5o O Poder Judiciário instituirá instrumentos para o encaminhamento ao Sinarm ou ao Sigma, conforme se trate de arma de uso permitido ou de uso restrito, semestralmente, da relação de armas acauteladas em juízo, mencionando suas características e o local onde se encontram. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

Art. 26. São vedadas a fabricação, a venda, a comercialização e a importação de brinquedos, réplicas e simulacros de armas de fogo, que com estas se possam confundir.

Parágrafo único. Excetuam-se da proibição as réplicas e os simulacros destinados à instrução, ao adestramento, ou à coleção de usuário autorizado, nas condições fixadas pelo Comando do Exército.

Art. 27. Caberá ao Comando do Exército autorizar, excepcionalmente, a aquisição de armas de fogo de uso restrito.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica às aquisições dos Comandos Militares.

Art. 28. É vedado ao menor de 25 (vinte e cinco) anos adquirir arma de fogo, ressalvados os integrantes das entidades constantes dos incisos I, II, III, V, VI, VII e X do

caput do art. 6o desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)

NOÇÕES BÁSICAS DE CONFRONTO BALÍSTICO

OBJETIVOS

Introdução aos Conceitos para a Microcomparação Balística

Identificar os tipos de raiamento em uma arma de fogo raiada e suas respectivas

impressões nos projetis

Identificar as deformações presentes nos projetis

Page 29: Apostila de Balistica Forense 02

Identificar as possíveis impressões presentes em estojos de armas de fogo de

alma lisa e raiada

Definir microcomparação balística

Realizar exames macroscópicos e microscópicos em projetis e estojos

Confeccionar laudos periciais

A identificação de uma de fogo pode ser realizada através de dois métodos:

Direta ou imediata

Indireta ou mediata

Identificação direta ou imediata

Baseia-se nas características e peculiaridades distintivas da arma.

Ex: Sinais de fabricante, série, bancos de prova.

Três são as categorias fundamentais de identificação direta:

Genérica

Específica

Individual

Muitas vezes, o material apresenta condições apenas para sua identificação genérica ou

específica, porém somente com a identificação individual de uma arma pode-se garantir

que as conclusões do laudo se referem à uma determinada arma.

Identificação indireta ou mediata de uma arma de fogo

Ocorre através de estudos comparativos macro e microscópicos, entre as deformações

pela arma produzidas, nos elementos de sua munição, e as deformações presentes nos

elementos de munição questionados ou suspeitos

Deformações produzidas nos estojos e nas cápsulas de espoletamento

Page 30: Apostila de Balistica Forense 02

Produzidas pelo pino percussor

Na superfície da culatra

Pelo ejetor e pelo extrator

Deformações nos projetis

Normais

Periódicas

Acidentais

Técnica dos Exames de Confronto Balístico

Exames macroscópicos ou macrocomparativos

Exames microcomparativos

Exames macroscópicos

1º) Do projetil

Massa

Comprimento

Diâmetro de base

Determinação de calibre nominal

Determinação do número e orientação de ressaltos e cavados

Deformações

2º) Do estojo

Verificação do calibre nominal impresso

Identificação de marcas de percussão

Exames Microscópicos

1. Não existem duas armas de fogo nas quais as características particulares das

superfícies em questão sejam absolutamente coincidentes, ainda que oriundas de

Page 31: Apostila de Balistica Forense 02

uma mesma série e fabricadas com o mesmo rigor técnico.

2. Entre componentes de munição da mesma natureza

3. Utilização de microscópio comparador apropriado

Do projetil

Comparação por observação direta nas oculares do microscópio de comparação,

buscando através do mesmo localizar elementos característicos e próprios do raiamento

de cada arma, impressos na superfície dos projetis (estrias ou microestrias

convergentes/divergentes).

Do estojo

As características podem variar de acordo com os diversos tipos de armas e incluem

microestrias presentes na percussão (radial ou central), na base do estojo, na superfície

externa da cápsula de espoletamento, ou na periferia do culote, nos casos de armas

semiautomática e automática.

Coleta de Padrões

O sucesso do exame dependerá da qualidade dos padrões utilizados, que devem

preencher alguns requisitos:

− adequabilidade: os padrões devem manter características dos questionados

− autenticidade: origem certa e inquestionável

− contemporaneidade: o padrão e questionados devem ser fabricados na mesma

época

− quantidade: tantos quanto forem necessários para formar a convicção do perito

Conclusões dos Exames Microcompativos

A conclusão deste trabalho dependerá das condições dos componentes (elementos)

de munição questionados, seu número e valor das deformações comparados a um

material padrão adequado.

Baseiam-se em elementos concretos e objetivos presentes nos materiais

Page 32: Apostila de Balistica Forense 02

confrontados e podem ser:

Positivos

Negativos

Inconclusivos

Cuidados com os Projetis

Não utilizar pinças sobre a região dos microvestígios.

Lavar os projetis com água e sabão neutro.

Acondicionar individuamente cada projetil.

Identificar e lacrar c orretamente os invólucros.