quimica forense

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0 CENTRO UNIVERSITÁRIO FEEVALE Daiane de Lima Huffell Linck Métodos Colorimétricos de Identificação de Drogas de Abuso NOVO HAMBURGO, JUNHO 2008

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  • 0

    CENTRO UNIVERSITRIO FEEVALE

    Daiane de Lima Huffell Linck

    Mtodos Colorimtricos de Identificao de Drogas de Abuso

    NOVO HAMBURGO, JUNHO 2008

  • 1

    Daiane de Lima Huffell Linck

    Mtodos Colorimtricos de Identificao de Drogas de Abuso

    Centro Universitrio Feevale Instituto de Cincias da Sade Curso de Toxicologia Forense

    Trabalho de Concluso de Curso

    Professor orientador: Dr. Fernando Morisso

    Novo Hamburgo, junho de 2009.

  • 2

    RESUMO

    A procura de alternativas que minimizem as ocorrncias de trfico de drogas ilcitas

    nas rodovias federais inspirou a proposta deste estudo que engloba uma ampla reviso

    bibliogrfica sobre mtodos de identificao rpida de drogas de abuso em campo. Dentro

    destes, os testes de cores foram os selecionados por apresentarem reaes qumicas simples,

    produzirem resultados visveis que podem ser interpretados a olho nu e por possurem limites

    de deteco muito sensveis, tipicamente de 1 a 50 mg. Este estudo ainda agrupa as variaes

    que podem ocorrer nos testes de cores para melhorar sua especificidade e sensibilidade, assim

    como os cuidados especiais necessrios para evitar que ocorram falsos positivos e falsos

    negativos. Com base nas informaes sobre os testes e nas necessidades dos policiais, foi

    sugerido um protocolo de utilizao de testes de identificao rpida de drogas de abuso em

    campo.

    Palavras-chaves: teste de cor, deteco de drogas, testes qumicos em spot, identificao de drogas em campo.

  • 3

    ABSTRACT

    The search for alternatives that minimizes the occurrence of drug dealling in federal

    highways inspired the proposal of this study that cover a broad literature review on methods

    for rapid identification of drugs of abuse in the action field of the police. Within these, the

    tests of color were selected for presenting simple chemical reactions, producing visible results

    that can be easily read and due to very sensitive limits of detection, typically 1 to 50 mg. This

    study also includes changes that may occur in the tests of color to improve its sensitivity and

    specificity as well as any special care required to prevent false positives and false negatives.

    Based on information about the tests and the needs of police, it was suggested a protocol for

    use of tests for rapid identification of drugs of abuse in the field.

    Keywords: color test, drug detection, chemical spot test, drug identification.

  • 4

    SUMRIO

    INTRODUO .................................................................................................................................. 7

    1 MATERIAIS E MTODOS .............................................................................................................. 10

    1.1 BUSCA BIBLIOGRFICA............................................................................................................. 10

    1.2 CRITRIO DE SELEO DE ESTUDOS ......................................................................................... 10

    1.3 ANLISE DOS DADOS ............................................................................................................... 11

    2 ASPECTOS GERAIS....................................................................................................................... 12

    2.1 TERMINOLOGIA DAS DROGAS.................................................................................................. 12

    2.1.1 DROGAS..................................................................................................................................... 12

    2.1.2 MACONHA ................................................................................................................................. 13

    2.1.3 COCANA .................................................................................................................................... 14

    2.1.4 ANFETAMINAS E SUBSTNCIAS RELACIONADAS .................................................................................. 15

    2.1.5 ALUCINGENOS ........................................................................................................................... 16

    2.1.6 OPICEOS................................................................................................................................... 16

    2.2 ANLISE DE PRODUTOS ILCITOS.............................................................................................. 17

    2.2.1 IDENTIFICAO DAS DROGAS TESTES DE CORES ............................................................................... 17

    2.2.2 Material Suspeito ............................................................................................................... 19

  • 5

    2.2.3 Realizao de Testes de Campo ......................................................................................... 20

    2.2.4 Interpretao dos Testes.................................................................................................... 22

    2.3 MTODOS RECOMENDADOS PARA TESTE DAS DROGAS .......................................................... 23

    2.3.1 MACONHA ................................................................................................................................. 23

    2.3.1.1 Amostragem.................................................................................................................... 23

    2.3.1.2 Anlise............................................................................................................................. 23

    2.3.2 COCANA .................................................................................................................................... 24

    2.3.2.1 Amostragem.................................................................................................................... 24

    2.3.2.2 Anlise............................................................................................................................. 24

    2.3.3 ANFETAMINAS/ METANFETAMINAS E DERIVADOS DE ANFETAMINAS ....................................................... 25

    2.3.3.1 Amostragem.................................................................................................................... 25

    2.3.3.2 Anlise............................................................................................................................. 25

    2.3.4 LYSERGIDE (LSD) ......................................................................................................................... 26

    2.3.4.1 Tcnicas de Extrao....................................................................................................... 26

    2.3.4.2 Mtodo............................................................................................................................ 26

    2.3.4.3 Anlise............................................................................................................................. 26

    2.3.5 HERONA.................................................................................................................................... 26

    2.3.5.1 Anlise............................................................................................................................. 26

  • 6

    2.4 REAGENTES UTILIZADOS NOS TESTES DE CAMPO..................................................................... 27

    2.5 VARIAES DOS TESTES DE CORES........................................................................................... 29

    2.6 FALSOS POSITIVOS E FALSOS NEGATIVOS ................................................................................ 32

    RESULTADOS E DISCUSSO............................................................................................................ 39

    CONCLUSO .................................................................................................................................. 42

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ...................................................................................................... 44

    ANEXO I PROTOCOLO DE UTILIZAO DOS KITS ......................................................................... 47

  • 7

    INTRODUO

    Ao longo dos ltimos anos tem havido um aumento considervel nas quantidades de

    drogas ilcitas apreendidas, tais como a herona, as anfetaminas, a cocana, a maconha e seus

    derivados. Esta tendncia mundial, de aumento na freqncia e volume de apreenses, faz

    com que aumente a presso sobre os policiais em suas operaes de campo. Alm disso,

    novas formas das drogas tradicionais tm aparecido no trfico e novas drogas tm sido

    produzidas por laboratrios clandestinos. Esta situao apresenta um novo desafio no s s

    autoridades nacionais responsveis pela aplicao da lei, mas tambm para o pessoal tcnico e

    cientfico dos laboratrios forenses (UNITED NATIONS, 1994).

    Analistas devem ser capazes de lidar com vrias substncias e preparar mtodos mais

    rpidos, mais precisos e mais especficos de identificao e anlise. Alm disso, o carter

    internacional do trfico de drogas exige uma rpida troca de dados analticos entre

    laboratrios e autoridades policiais tanto a nvel nacional quanto internacional (UNITED

    NATIONS, 1989).

  • 8

    Considerando que no Brasil, um dos principais meios de entrada e distribuio das

    drogas so as rodovias federais, a necessidade de identificao mais rpida e segura das

    substncias apreendidas pela Polcia Rodoviria Federal aumenta com o crescente nmero de

    ocorrncias de trfico. A falta de efetivo, o aprimoramento nas formas de mascarar a droga,

    agravada com aumento da quantidade de drogas ilcitas que passam pelas rodovias, exige que

    tenhamos uma polcia mais tcnica e que faa uso de instrumentos mais especficos para

    combater o trfico.

    Segundo dados fornecidos pela Polcia Federal (Tabela 1) e Polcia Rodoviria

    Federal (Tabela 2), evidente o aumento das apreenses de drogas ilcitas no pas com o

    passar dos anos. Apesar do aumento na comercializao de novas drogas, so as drogas

    tradicionais, maconha e cocana, e seus derivados que dominam o comrcio de drogas no pas,

    isso pode ser constatado nas Tabelas 1 e 2.

    Uma variedade de kits para testes de drogas de abuso em campo tm sido

    desenvolvidos e comercializados durante os ltimos 20 anos, a maioria dos quais so apenas

    destinados rpida identificao presuntiva de drogas de abuso tradicionais (UNITED

    NATIONS, 1988).

    Levando em conta a evoluo delineada do trfico e a importncia de auxiliar a

    aplicao da lei, considera-se oportuno e indispensvel proceder a uma reviso completa dos

    mtodos de testes de uso em campo existentes. Essa seria uma reviso destinada a identificar

    os melhores mtodos disponveis para testes preliminares de uso em campo para as mais

    freqentes drogas ilcitas apreendidas nas rodovias federais.

  • 9

    Tabela 1: demonstrativo das apreenses de drogas ilcitas no Pas.

    DESCRIO 2004 2005 2006 2007

    Cocana (Kg) 7.199,380 15.656,84 13.387,51 16.510,76

    Crack (Kg) 100,410 125,75 162,26 578,60

    Haxixe (Kg) 66,112 93,96 101,15 160,93

    L.S.D. (un) 715 927 31.785 3.239

    Ecstasy (un) 81.951 52.144 19.094 211.145

    Maconha (Kg) 153.875,46 151.044,80 161.302,98 196.830,50

    Merla (Kg) 19,965 130,98 0,66 5,25

    Pasta Base (Kg) 573,098 302,37 331,1 1.248,98

    Ps de Maconha (un) 552.343 1.544.680 1.066.090 591.188

    Sementes de Maconha (Kg) 297,690 323,98 19,33 65,20

    Herona (Kg) 50,135 13,42 88,43 10,10

    Relatrio Anual 2007 - DPF Tabela 2: demonstrativo das apreenses de drogas ilcitas no Pas pela Polcia Rodoviria Federal.

    DESCRIO 2004 2005 2006 2007

    Cocana (Kg) 973,04 2.210,44 3.105,40 4.241,89

    Crack (Kg) 0,00 46,30 182,20 295,45

    Haxixe (un) 88 52.553 66.603 114.495

    Maconha (Ton) 36,26 235,70 46,63 43,92

    Ps de Maconha (un) 0 0 263.459 252.300

    Anfetaminas (un) 0 120.212 310.320 322.601

    Relatrio Operacional 2007 - DPRF

  • 10

    1 MATERIAIS E MTODOS

    1.1 Busca Bibliogrfica

    Realizou-se uma investigao em estudos publicados entre 1961 e 2008, em diversos

    bancos de dados eletrnicos, sites governamentais e sites cientficos de acesso livre e privado,

    tais como: Scopus, Pubmed, Medline, Bireme, Lilacs, Peridicos Capes, Free Medical

    Journals, Scielo, WHO, Opas. Foram utilizadas palavras-chaves como: teste de cores;

    deteco de drogas; testes qumicos em spot; drogas de abuso; identificao de drogas.

    1.2 Critrio de Seleo de Estudos

    A partir dos resultados obtidos pela pesquisa foram lidos os resumos para uma

    triagem e seleo dos artigos, sendo priorizados os estudos que continham testes de execuo

    simples, utilizavam materiais com baixo custo, alm disso, apresentavam-se eficazes. Foi

    necessrio identificar quais substncias e quais circunstncias podem gerar falsos positivos ou

    falsos negativos nos resultados dos testes.

  • 11

    1.3 Anlise dos Dados

    Aps a seleo e leitura dos artigos, os testes foram catalogados e os resultados

    descritos em um quadro. Foram realizadas pesquisas de empresas que comercializam os

    kits de narcotestes.

    Com base nas informaes sobre os testes e nas necessidades dos policiais, foi

    elaborado um protocolo de utilizao dos kits (Anexo I).

  • 12

    2 ASPECTOS GERAIS

    2.1 Terminologia das Drogas

    2.1.1 DROGAS

    Droga toda e qualquer substncia, natural ou sinttica que, introduzida no

    organismo modifica suas funes. As drogas naturais so obtidas atravs de determinadas

    plantas, de animais e de alguns minerais. Exemplo a cafena (do caf), a nicotina (presente no

    tabaco), o pio (na papoula) e o THC (tetrahidrocanabiol, da canabis). As drogas sintticas

    so fabricadas em laboratrio, exigindo para isso tcnicas especiais. O termo droga, presta-se

    a vrias interpretaes, mas ao senso comum uma substncia proibida, de uso ilegal e

    nocivo ao indivduo, modificando-lhe as funes, as sensaes, o humor e/ou o

    comportamento (OBID, 2009).

    Droga de abuso qualquer substncia ou preparao, com pouco uso mdico usada

    primariamente pelos seus efeitos prazerosos, exticos ou estimulantes. Dentre elas temos: o

    tabaco e o lcool, que so drogas sociais por excelncia; os inalantes, a maconha, a cocana, o

    LSD, a mescalina e extratos de cogumelos que so drogas ilcitas; e substncias que s devem

    ser usadas sob receita mdica, como moderadores do apetite, estimulantes, calmantes, entre

  • 13

    outras que tambm passam a serem drogas de abuso, quando utilizadas para outros fins ou em

    excesso (UFCSPA, 2008).

    As primeiras experincias humanas com substncias psicoativas deram-se por meio

    do consumo de plantas. A partir do sculo XIX o homem conseguiu isolar o princpio ativo

    vegetal (alcalide), mas continuava a depender das plantas. Uma terceira etapa comeou no

    final dos anos vinte, com o surgimento das anfetaminas. Pela primeira vez, uma substncia

    psicoativa fora sintetizada totalmente em laboratrio, sem precursores vegetais. Uma ltima

    etapa comeou nos anos oitenta: a popularizao das designer drugs. Designer significa

    desenhar, projetar. Essas drogas tm como caracterstica essencial o fato de terem sido

    modificadas em laboratrio, com o intuito de potencializar ou criar efeitos psicoativos ou

    evitar efeitos indesejveis. A disponibilidade e o barateamento tecnolgico permitem hoje que

    tais drogas sejam sintetizadas com facilidade em laboratrios clandestinos domsticos (OBID,

    2009).

    2.1.2 MACONHA

    O principal ingrediente psicoativo da maconha o tetrahidrocanabinol, tambm

    conhecido como Delta-9-THC. A percentagem de THC depende de onde e como as plantas de

    maconha foram cultivadas, e de que forma a droga foi preparada (UNITED NATIONS,

    1973).

    A maconha um preparo cru de toda a planta, incluindo folhas, flores, caule e

    sementes. O haxixe, muito mais potente, preparado da resina retirada das folhas da copa

    vegetal. O haxixe ou "cnhamo ndico concentrado" como se conhece no mbito legal e

  • 14

    mdico, simplesmente a resina concentrada que se extrai da maconha. lgico supor que a

    potncia do contedo de THC no haxixe est diretamente relacionada com a maconha de que

    se extrai. Entretanto, uma regra bsica que o haxixe de 8 a 10 vezes mais forte que o grau

    mdio da maconha "comercial". O contedo geral de THC varia de 0,5 a 22% (GEOCITIES,

    2009).

    2.1.3 COCANA

    possvel encontrar nas ruas a matria prima da cocana, a pasta de cocana, que por

    definio corresponde ao extrato das folhas do arbusto da coca. Esta contm principalmente

    alcalides e chamada de pasta base. A purificao da coca produz a cocana. A pasta de coca

    um p grosso com colorao bege ou creme que contem agregados e geralmente mido.

    Possui odor caracterstico ((UNITED NATIONS, 1986).

    A cocana propriamente dita corresponde ao alcalide encontrado nas folhas da coca

    ou preparado por sntese da ecgonina (UNITED NATIONS, 1994). A cocana um p

    inodoro e cristalino que preparado da pasta da coca. usualmente encontrado na forma de

    um sal, normalmente cloridrato de cocana. O cloridrato de cocana normalmente inalado

    (aspirado) ou injetado (UNITED NATIONS, 1986).

    Uma variao da cocana que atualmente bastante encontrada nas ruas o Crack.

    Este uma base da cocana (base livre) obtida de uma converso especfica e completa do

    cloridrato de cocana que o torna adequado para fumar. O nome crack descreve o som feito

    pelos cristais estourando quando so aquecidos. O crack obtido quando o cloridrato de

    cocana dissolvido em gua e a ele adicionado soda ou hidrxido de amnio, depois a

  • 15

    mistura aquecida e resfriada, e os cristais precipitados so coletados por filtrao. O

    tradicional processo de base livre envolve aquecimento com outros solventes orgnicos

    inflamveis que criam um alto risco de fogo e exploso. O crack usualmente encontrado na

    forma de fragmentos, pedaos ou pedras brancas. fumado em cachimbos de gua ou

    espalhado em tabaco ou maconha para ser fumado como um cigarro (OBID, 2009).

    2.1.4 ANFETAMINAS E SUBSTNCIAS RELACIONADAS

    Sustncias qumicas e sintticas relatadas com efeitos estimulantes do sistema

    nervoso central. Dentre as substancias mais comuns desta famlia esto anfetaminas,

    metanfetaminas, pemolina e fenetilina (UNITED NATIONS, 1987).

    Uma variao das anfetaminas so as substancias projetadas (designer drugs), que

    dentre as mais comuns esto a tenanfetamina (MDA), a 3,4-metilenodioximetanfetamina

    (MDMA), a N-etil-3,4-metilenodioxianfetamina (MDE) e a brolanfetamina (DOB) (UNITED

    NATIONS, 1987).

    A metilenodioximetanfetamina (MDMA), mais conhecida por ecstasy, uma droga

    moderna sintetizada (feita em laboratrio). vendido sob a forma de comprimidos e

    ocasionalmente em cpsulas. Embora estudos mostrem que a neurotoxicidade do ecstasy no

    cause danos permanentes em doses recreativas, ainda suspeita-se que o consumo de ecstasy

    cause tais danos a cada dose e perigo de desenvolvimento de doenas psicticas (e.g.

    esquizofrenia). Os estudos a respeito do ecstasy em humanos so pouco difundidos por

    questes legais, que probem ministrar doses de MDMA para humanos (NIDA, 2009).

  • 16

    2.1.5 ALUCINGENOS

    Alucingenos compem um grupo de substncias que produzem um estado alterado

    de conscincia com percepes auditivas e/ou visuais que no so compartilhadas com outros

    observadores. Alucingenos so tambm como psicodlicos (revelantes da mente) (UNITED

    NATIONS, 1994).

    O LSD uma droga semi-sinttica derivada do cido lisrgico, um alcalide

    encontrado em Claviceps purpurea, um fungo que cresce no centeio e outros gros

    (cravagem) que figura como um dos mais potentes alucingenos. tambm conhecido como

    cido lisrgico dietilamina e LSD-25. O LSD uma substncia cristalina, incolor,

    inodora, inspida, solvel em gua ou lcool (UNITED NATION, 1994).

    2.1.6 OPICEOS

    pio significa o suco coagulado do opium poppy. Opium poppy significa a planta

    da espcie Papaver somniferum L. (UNITED NATIONS, 1961).

    Papaver somniferum L. uma planta com crescimento anual em muitos pases ao

    redor do mundo com clima moderado. Possui flores brancas e vermelhas; e cpsulas redondas

    com sementes, cuja cor violeta escuro.

  • 17

    A categoria dos opiceos corresponde a drogas derivadas imediatamente do pio, tais

    como morfina e codena; mais geralmente aplicada a outros compostos (incluindo sintticos)

    com comparvel potente atividade de alvio da dor (DUQUESNE e REEVES, 1982).

    A morfina o alcalide principal do pio e do poppy straw. Morfina um alcalide

    fabricado do pio bruto ou extrado diretamente do poppy straw. Poppy straw significa

    todas as partes (exceto as sementes) do opium poppy, aps serem roadas (UNITED

    NATIONS, 1961).

    A herona um opiceo semi-sinttico sintetizado a partir da morfina.

    2.2 ANLISE DE PRODUTOS ILCITOS

    2.2.1 IDENTIFICAO DAS DROGAS TESTES DE COR

    Testes de cor fazem parte dos mais antigos instrumentos para a identificao

    presuntiva de drogas e venenos usados por toxicologistas e criminalistas (ONEAL et al.,

    2000; HASAN et al., 2008). Estes testes continuam a ser populares por vrias razes. Eles

    dependem de reaes qumicas simples e produzem resultados visveis que podem ser

    interpretados a olho nu. Os reagentes e os materiais de laboratrio necessrios para realizar os

    testes so baratos e facilmente disponveis. Os testes podem ser realizados por tcnicos sem

    extensa formao. Uma vez que os testes exigem quantidade mnima de reagentes e materiais,

    at mesmo pequenos e mdios laboratrios podem realizar os testes no local. Eles tambm

    podem ser empregados em campo pelos policiais. A utilidade destes testes demonstrada pelo

    fato de ainda hoje, mesmo com a utilizao de instrumentao analtica sofisticada, serem to

  • 18

    onipresentes e uma parte integrante do arsenal de testes dos laboratrios forenses (ONEAL et

    al., 2000).

    Os testes de cor envolvem a adio de um ou mais reagentes qumicos a um material

    desconhecido observando a ocorrncia de qualquer mudana de cor. O desenvolvimento de

    uma cor pode indicar a presena de uma droga ou de uma determinada classe de drogas. Uma

    vez que mais de um composto pode dar o mesmo resultado, os testes de cor no so

    especficos e no identificam conclusivamente a presena de um composto. Por outro lado,

    eles so uma boa ferramenta para anlise preliminar e para determinar a prxima estratgia de

    ao. Por este motivo e pelo fato de que eles so simples de executar, esses testes so

    comumente usados pelas polcias como uma primeira anlise para testar materiais suspeitos

    de conter drogas ilcitas.

    A cor formada pode ser influenciada por vrios fatores, tais como o tempo de reao,

    a temperatura, a estabilidade e as concentraes dos reagentes e da presena de corantes ou

    outras substncias que geram cor em funo de reaes paralelas (RASMUSSEN e

    KNUTSEN, 1985).

    Os testes qumicos de cor realizados no local so aplicados por possurem limites de

    deteco muito baixos e sensveis, tipicamente de 1 a 50 mg, dependendo do teste e do analito

    (ONEAL et al., 2000; US Department of Justice, 2000).

  • 19

    2.2.2 MATERIAL SUSPEITO

    A qualidade, a aparncia fsica, bem como a concentrao da substncia ativa no

    material de drogas ilcitas varia consideravelmente. A droga quando na sua produo pode ser

    quase pura (perto de 100% pureza), mas em nvel de venda nas ruas pode ser

    significativamente diluda e a prpria quantidade de material suspeito apreendido para ser

    testado pode ser muito baixa (por exemplo, o LSD). Alm disso, a presena de um corante ou

    um diluente colorido (adulterante), bem como materiais naturais (pio, canabis) pode

    obscurecer ou perturbar o curso da reao e avaliao dos resultados (US Department of

    Justice,1994).

    Combinaes de drogas tambm so freqentemente encontradas no mercado ilcito

    e, nesta situao, a cor dos testes tambm pode sofrer alteraes. Por isso, tais amostras

    devero ser submetidas a um exame especial de laboratrio. Embora estes fatores possam

    limitar o valor dos testes simples de campo, a literatura mostra que eles so ferramentas

    operacionais muito teis (US Department of Justice,1994).

    A fim de assegurar o mximo de confiabilidade dos testes, as seguintes instrues

    gerais devem ser observadas:

    1. Se a quantidade de material suspeito demasiadamente pequena para ser

    submetida tanto a um teste de campo quanto a um exame laboratorial, o conjunto da amostra

    deve ser apresentado ao laboratrio.

    2. Para amostras em p o teste realizado com apenas alguns gros ou partculas. Se

    for necessrio repeti-lo, aumentasse o montante a aproximadamente quantidade de uma

    cabea de fsforo.

  • 20

    3. Para tabletes ou outro material slido ou resinoso de drogas (por exemplo, haxixe,

    pio), retire um pequeno pedao com uma esptula ou um dispositivo de corte, moa at ficar

    um p e prossiga com o teste.

    4. Para cpsulas, abra uma cpsula com muito cuidado e utilize apenas algumas

    partculas de seu contedo para o teste.

    5. Para os materiais vegetais, pegue pequenos pedaos da amostra suspeita, moa e

    prossiga com o teste.

    6. Para os cigarros, abra um cigarro e retire uma pequena quantidade do

    material vegetal, triture e prossiga com o teste.

    7. Para os materiais vegetais que dem resultados negativos com os habituais testes,

    mas que sejam suspeitos de terem sido tratados ou combinados com alguma droga, toda a

    amostra dever ser apresentada ao laboratrio para anlise (US Department of Justice,1994).

    2.2.3 REALIZAO DE TESTES DE CAMPO

    Testes de campo podem ser realizados das mais diversas formas sobre qualquer

    material suspeito. O mtodo mais comumente utilizado emprega uma placa marcada (spot

    plate) onde a amostra colocada numa depresso da chapa (spot) e tratada com reagente(s)

    (Figura 1). O desenvolvimento de uma cor pode indicar a presena de uma droga ou de uma

    determinada classe de drogas. A placa utilizada geralmente branca para reforar a percepo

    do teste de cor. Testes de cor so provavelmente os mais simples de serem executados, mas

    so inconvenientes para alguns reagentes e podem no ser utilizados em algumas reaes. As

  • 21

    placas marcadas devem ser lavadas com gua e um solvente orgnico (acetona ou metanol),

    aps cada utilizao para evitar contaminao.

    Figura 1: placa marcada onde a amostra colocada na depresso da chapa e tratada

    com reagente(s).

    Outra tcnica utiliza tubos de ensaio abertos, onde a amostra introduzida e o teste

    realizado de acordo com o protocolo prestado.

    Outros mtodos tambm esto disponveis fazendo uso de papel de filtro, tiras de

    teste ou reagentes pr-medidos e pr-embalados em um recipiente teste (ampolas). Estas

    tcnicas podem utilizar reagentes semelhantes ou modificaes desses reagentes, com sucesso

    comparvel.

    Os testes rpidos de drogas de abuso levam em conta aspectos prticos, como a

    simplicidade, rapidez, segurana e economia, bem como aspectos qumicos, tais como o

    mecanismo qumico das reaes envolvidas, a sua sensibilidade e especificidade. Sendo

  • 22

    assim, podem ser amplamente usados por policiais como um primeiro teste de screening para

    materiais suspeitos de conter drogas ilcitas.

    2.2.4 INTERPRETAO DOS TESTES

    As seguintes diretrizes gerais destinam-se a assistir os agentes na interpretao dos

    resultados dos testes.

    1. Somente a(s) cor(es) indicada(s) para cada teste deve(m) ser interpretada(s) como

    um resultado positivo e, em qualquer caso, significa somente a possibilidade da(s)

    substncia(s), para a qual o teste foi destinado, estar(em) presente(s).

    2. Para todos os casos que os resultados obtidos sejam positivos ou duvidosos, o

    material suspeito deve ser encaminhado a um laboratrio para anlise detalhada.

    3. Quando um teste produzir resultado negativo ou duvidoso, o policial pode

    prosseguir com um segundo teste sugerido para a mesma substncia. Se este teste tambm der

    negativo, pode-se concluir que a amostra no contm a droga. No entanto, se houver motivos

    para suspeita baseada em outras evidncias, toda a amostra dever ser apresentada ao

    laboratrio para anlise, indicando as provas coletadas no campo, os seus resultados e a razo

    da suspeita (Department of Justice,1988).

    Deve-se lembrar que todo teste de cor so destinados apenas para a identificao

    presumida do material suspeito e no deve em nenhum caso ser interpretada como prova

    definitiva (Department of Justice,1988).

  • 23

    2.3 MTODOS RECOMENDADOS PARA TESTE DAS DROGAS

    2.3.1 MACONHA

    2.3.1.1 Amostragem

    A maconha possui um problema especial na sua anlise. As quantidades apreendidas

    geralmente so grandes e o teste qumico utilizado requer uma pequena alquota.

    Homogeneizao no apropriada nesta situao. Se todo o material apreendido for

    visualmente o mesmo, possvel adotar uma das duas aproximaes:

    (1) O contedo de alguns pacotes pode ser combinado e o material combinado pode

    ento ser homogeneizado;

    (2) Alternativamente, testes qumicos podem ser aplicados em inmeros pacotes do

    material (UNITED NATIONS, 1987).

    2.3.1.2 Anlise

    Os testes de cores mais comuns para a maconha incluem aqueles desenvolvidos por

    Duquenois e suas modificaes. Um estudo de 270 diferentes espcies de plantas e 200

    compostos orgnicos tem mostrado que a modificao Duquenois-Levine a mais especfica.

    O teste Fast Blue B Salt (cloreto de di-o-anisidintetrazol) a reao de cor mais comum para

    a visualizao de padres de TLC, mas tambm pode ser usado um teste de cor em um papel

    de filtro (ELSOHLY, 2007).

  • 24

    Para a identificao da maconha e seus derivados podem ser usados dois testes:

    A. Teste Fast Blue B Salt (DITZEL et al., 1983; KOVAR et al., 1982)

    B. Teste Duquenois-Levine (KOVAR et al., 1988)

    2.3.2 COCANA

    2.3.2.1 Amostragem

    Homogeneizar uma parte aleatria dos pacotes e aplicar o teste de cor (UNITED

    NATIONS, 1986).

    2.3.2.2 Anlise

    So dois os testes de campo possveis para identificao de cocana:

    A. Teste de tiocianato de cobalto (KOVAR et al., 1982)

    B. Teste de tiocianato de cobalto modificado (Teste de Scott) (KOVAR et

    al., 1989)

    Alm destes dois testes de cor possvel realizar um teste de odor: teste de benzoato

    de metila (GRANT et al., 1975; UNITED NATIONS, 1986).

  • 25

    2.3.3 ANFETAMINAS/METANFETAMINAS E DERIVADOS DE

    ANFETAMINAS

    2.3.3.1 Amostragem

    Preparaes comerciais ou lcitas usualmente sofrem controle de qualidade pelos

    fabricantes, portanto poucas informaes teis seriam adquiridas pela anlise de um grande

    nmero de unidades de cada pacote. Um montante determinado de ingredientes por

    comprimido ou cpsulas ser estatisticamente vlido para todo o lote (UNITED NATIONS,

    1987).

    Nas formas ilcitas no h controle de qualidade, logo podem ocorrer grandes

    variaes na composio dos comprimidos, embora na maioria dos casos, alguns dos

    constituintes ativos estaro presentes em cada comprimido. Portanto, algumas anlises de

    unidades individuais ou recipientes so necessrias (UNITED NATIONS, 1987).

    2.3.3.2 Anlise

    Para identificao de anfetaminas / metanfetaminas e derivados de anfetaminas

    podem ser utilizados como testes de campo:

    A. Teste de Marqus (BRIESKORN et al., 1965; WHO, 1991)

    B. Teste de Simon (W HO, 1991; WIEGREBE et al., 1981)

    C. Teste de Mandelin (ENLIGHTEN, 2008)

  • 26

    2.3.4 CIDO LISRGICO (LSD)

    2.3.4.1 Tcnicas de Extrao

    Para aplicao de testes presuntivos, assim como anlises qualitativas do LSD, uma

    extrao simples da matriz com metanol suficiente (UNITED NATIONS, 1989).

    2.3.4.2 Mtodo

    Misturar a amostra durante 30 segundos com uma pequena quantidade de metanol

    suficiente para obter um soluo de aproximadamente 1 micrograma de LSD em 1 ml. Aps

    filtrao, o extrato pode ser utilizado diretamente na anlise (UNITED NATIONS, 1989).

    2.3.4.3 Anlise

    LSD pode ser identificado atravs do teste de Ehrlich (PINDUR, 1982).

    2.3.5 HERONA

    2.3.5.1 Anlise

    A herona pode ser analisada em campo por dois testes de cor:

    A. Teste de Marquis (AUTERHOFF e BRAUN, 1973; UNITED NATIONS, 1998)

    B. Teste de Mandelin (ENLIGHTEN, 2008)

  • 27

    2.4 REAGENTES UTILIZADOS NOS TESTES DE CAMPO

    A. Fast Blue B Salt

    A1: Misturar cuidadosamente Fast Blue B salt com sulfato de sdio anidro em uma

    reao 2.5:100.

    A2: Clorofrmio.

    A3: Soluo aquosa 0,1N de hidrxido de sdio.

    B. Duquenois-Levine

    B1: Dissolver 0,4g de vanilina em 20 mL de etanol 95% e ento adicionar 0,5mL de

    acetaldedo.

    B2: Acido clordrico concentrado.

    B3: Clorofrmio.

    C. Tiocianato de Cobalto

    C1: 16% de soluo de cido clordrico.

    C2: Dissolver 2,5g de tiocianato de cobalto (II) em 100mL de gua.

  • 28

    D. Scott Modificado

    D1: Dissolver 1g de tiocianato de cobalto (II) em 50mL de cido actico e ento

    diluir a soluo com 50mL de glicerina.

    D2: cido clordrico concentrado.

    D3: Clorofrmio.

    E. Benzoato de Metila

    Dissolver 5g de hidrxido de potssio em metanol.

    F. Marqus

    F1: Adicionar 8-10 gotas de soluo de formaldedo 40% em 10mL de cido actico

    glacial.

    F2: cido sulfrico concentrado.

    G. Simon

    G1: Adicionar acetaldedo 10% (vol./vol.) em uma soluo aquosa 1% de

    nitroprussiato de sdio.

    G2: Dissolver 2g de carbonato de sdio em 100 mL de gua.

    H. Simon com Acetona

    H1: Dissolver 1g de nitroprussiato de sdio em 100mL de acetona aquosa 5%.

  • 29

    H2: Dissolver 2g de carbonato de sdio em 100 mL de gua.

    I. Mandelin

    Dissolver 1g de vanadato de amnio em 100 mL de cido sulfrico concentrado.

    J. Ehrlich

    Dissolver 1g de para-dimetilaminobenzaldedo em 10mL de metano, ento adicionar

    10mL de cido orto-fosfrico concentrado.

    2.5 VARIAES DOS TESTES DE COR

    Algumas autoridades consideram que o reagente Fast blue B salt possui um potencial

    carcinognico e essas mesmas autoridades afirmam que o corante Fast blue BB salt

    (cloreto de 4-benzoilamino-2,5-dietoxibenzenodiazoniozinco, C17H18N3O3Cl 1/2 ZnCl2)

    possui um menor potencial carcinognico. Fast blue BB salt apresenta resultados igualmente

    aceitveis e, se possvel, deveria ser o corante usado para o teste de cores para os produtos

    derivados de canabis (UNITED NATIONS, 1987).

    Durante investigao do mecanismo e especificidade do teste de Scott para a cocana,

    foi descoberto que a temperatura ambiente afeta o equilbrio entre os resultados dos testes,

    rosa (negativo) e azul (positivo). A 4C a sensibilidade do teste foi dobrada quando

    comparada a temperatura ambiente (22C), enquanto que em temperaturas superiores a 40C

    diminui a sensibilidade do teste mais do que duas vezes a da temperatura ambiente. Estes

    achados podem causar impacto no armazenamento, uso e interpretao dos kits comerciais de

    testes disponveis para a cocana. Algumas recomendaes so oferecidas para minimizar os

  • 30

    efeitos das altas temperaturas, como por exemplo, manter os kits em refrigeradores e

    transport-los em veculos com ar condicionado (Mc GILL et al., 2008).

    A utilizao de um quarto reagente contendo cloreto frrico em uma soluo de cido

    perclrico e cido ntrico aumenta a especificidade do teste de Scott (SCHLESINGER, 1985).

    Um interessante anlogo do teste de tiocianato de cobalto descrito por Travnikoff,

    que desenvolveu um reagente complexo composto de uma fase aquosa, contendo uma soluo

    de sulfato de cobre e tiocianato de potssio, e uma fase orgnica constituda de clorofrmio. A

    adio de cocana torna a camada de clorofrmio marrom. A pureza da cocana pode ser

    aproximadamente estimada pela observao da intensidade da cor na camada de clorofrmio.

    Um nmero limitado de drogas comuns foi examinado. Nenhum composto interferente foi

    encontrado (TRAVNIKOFF, 1983).

    Um agregado branqueador (soluo de hipoclorito de sdio) tem sido usado h

    algum tempo como um teste inicial para a cocana, assim como um teste para a deteco de

    alguns adulterantes comuns. A especificidade do teste foi estudada e os resultados

    comparados com os obtidos com o reagente de tiocianato de cobalto. A comparao foi

    realizada sob condies simuladas de campo. O reagente branqueador forneceu resultados

    superiores (SAMUELS, 1978).

    Quatro cidos (clordrico, sulfrico, ntrico e actico) foram usados como reagentes

    acidificantes nos testes de tiocianato de cobalto para cocana base. Foi constatado que os

    cidos sulfrico, ntrico e actico so to rpidos quanto o cido clordrico concentrado (cido

    padro usado no teste). Alm disso, cido clordrico diludo (abaixo de 0,1N) foi constatado

    ser to efetivo quanto cido clordrico concentrado. Unicamente cido clordrico concentrado

  • 31

    fornece uma cor azul passageira quando adicionado sobre o reagente de tiocianato de cobalto,

    mesmo quando no existe cocana base na amostra. Um nmero de outras sustncias

    controladas, adulterantes, e diluentes tambm foram testadas e confirmaram no dar falsos

    positivos com cidos sulfrico, ntrico, actico, ou cido clordrico diludo (DEAKIN, 2003).

    Foi testado o uso de solventes alternativos nos testes de Duquenois-Levine e

    tiocianato de cobalto. Cloreto de metileno pode substituir o clorofrmio (solvente orgnico

    tradicionalmente utilizado nestes testes) em ambos os testes. Porm, cloreto de butila no

    um solvente substituto confivel para usar no teste de tiocianato de cobalto. Cloreto de

    metileno tambm pode ser usado como solvente extrator no lugar do clorofrmio (HANSON,

    2005).

    Oito spot testes com diferentes reagentes cromatognicos (p-aminoantipirina, cido

    dodecamolibdofosforico, azul de tetrazol, ,`- dipiridil, p-aminofenol, acetanilida, fast blue

    salt RR, cinamaldedo) foram introduzidos para a identificao de diferentes drogas derivadas

    da canabis. Estas reaes em spots produziram resultados satisfatrios com todos os materiais

    testados, em ambas as superfcies de reao: camadas de slica-gel e tiras de papel filtro. No

    entanto, melhores resultados foram obtidos com a primeira. O spot teste com cinamaldedo foi

    o mais sensvel, da ordem de 0,1, 0,5 e 2,0 mg / ml, respectivamente, para a resina, a florao

    do topo e as folhas da canabis. O teste produziu instantaneamente uma cor vermelho-

    alaranjado, que foi observada e desapareceu gradualmente. Outras duas reaes altamente

    sensveis foram observadas com o cido dodecamolibdofosforico e com o fast blue RR salt

    (cloreto de 4-benzoilamino-2,5-dimetoxibenzenodiazoniozinco, C15H14ClN3O3 1/2 ZnCl2),

    que renderam resultados bastante satisfatrios na faixa de 0,1 a 4 mg / ml. A sensibilidade foi

  • 32

    medida por repetidas observaes usando diferentes diluies do produto (TEWARI e

    SHARMA, 1982).

    Testes qumicos de cor so amplamente aceitos como testes presuntivos para

    deteco da droga. Estes testes fornecem informaes que permitem que o analista possa

    escolher procedimentos apropriados para confirmar a identidade da droga suspeita. A cor real

    produzida pelos reagentes para cada frmaco pode variar dependendo de muitos fatores: a

    concentrao da droga, se a droga est na forma de sal ou de base livre, em que forma o sal

    est presente, diluentes ou quaisquer outros contaminantes presentes na amostra, a

    discriminao de cor do analista e as condies em que o teste foi realizado (ONEAL et al.,

    2000).

    2.6 FALSOS POSITIVOS E FALSOS NEGATIVOS

    As reaes de colorao usadas para a deteco de uma dada substncia controlada

    no so especficas unicamente para uma droga, os reagentes usualmente reagem com outros

    materiais formando cores similares. Por outro lado, podem ocorrer casos em que as reaes

    no funcionam mesmo na presena de drogas controladas (UNITED NATIONS, 1988).

    Se houver fortes indicaes de que o material suspeito pode conter uma droga

    controlada, as amostras devem ser enviadas para o laboratrio mesmo que o teste de campo

    tenha dado resultados negativos ou inconclusivos (UNITED NATIONS, 1988).

    Resultados positivos de testes de cor podem indicar que uma determinada droga ou

    classe de drogas est presente na amostra, mas os testes no so especficos para uma nica

    droga ou classe. Por esta razo, os kits de testes de campo devem contar com uma bateria de

  • 33

    testes de cor para a identificao preliminar de uma droga desconhecida (ONEAL et al.,

    2000).

    Todos reagentes usados nos testes de cor devem ser cuidadosamente controlados para

    no sofrerem decomposio. Os reagentes so coloridos e podem levar a concluses erradas

    sobre a natureza da substncia testada (UNITED NATIONS, 1988).

    Reagente de Marqus degrada dentro de 48 horas aps a preparao. Todos os outros

    reagentes tm uma vida til de pelo menos duas semanas e as ampolas de Narco Testes pelo

    menos seis meses.

    O reagente slido do teste fast blue B salt logo que preparado quase branco ou uma

    cor amarela muito plida. Deve ser armazenado em local frio e seco dentro de um saco

    plstico; mant-lo em um compartimento refrigerado o ideal. Quando este reagente se

    decompe assume uma colorao cinza e deve ser descartado (UNITED NATIONS, 1987).

    O reagente B1 do teste de Duquenois-Levine deve ser mantido em local escuro e frio

    e deve ser descartado se assumir uma colorao amarela (UNITED NATIONS, 1987).

    A interpretao das cores difcil sem cartes de referncia. Para a identificao de

    drogas desconhecidas, importante usar cartes de referncia de cor de Munsell e ICSS-NCS

    que representam as cores das reaes com resultados positivos (ONEAL et al., 2000). Se

    possvel, as cores formadas pelos reagentes dos testes devem ser comparadas com as dos

    cartes de referncia devido avaliao de cor pelos indivduos ser subjetiva, o que pode

    levar a uma interpretao equivocada dos resultados (UNITED NATIONS, 1988).

  • 34

    Os testes de cor para a cocana so especialmente propensos a produzirem falsos

    positivos. Muitos outros materiais, a princpio, inofensivos ou no controlados, podem

    apresentar cores similares quando submetidos aos reagentes dos testes. Outras drogas

    controladas encontradas como p branco (por exemplo, mataquelona) fornecem resultados

    parecidos, bem como anestsicos sintticos que so trocados por cocana no trfico (UNITED

    NATIONS, 1986).

    O teste de Scott sensvel a quantidade de material submetido anlise, quantidades

    insuficientes ou excessivas de cocana so documentadas por produzirem falsos negativos, o

    peso de amostragem dever ser de 1 mg ou menos (TSUMURA et al., 2005).

    Alguns tipos de drogas designer recentes produzem resultados similares a cocana

    nos testes de Scott, levando possivelmente a decises equivocadas em campo. Em fevereiro

    de 2004, trs jovens foram presos desta maneira pela polcia, em Tquio. Em ltima anlise,

    ficou claro que a sua substncia no era cocana, mas uma droga no controlada (TSUMURA

    et al, 2005).

    Vrios qumicos forenses tm relatado problemas na especificidade do teste de Scott,

    porm outros vrios autores reconhecem uma superior especificidade do teste (TSUMURA et

    al, 2005).

    Segundo Tsumura, quando o precipitado azul no desaparecer completamente na

    segunda etapa do teste de Scott, 2 ml de uma terceira soluo (clorofrmio) devem ser

    acrescentados, porque a cocana apresenta cor azul, mesmo com esse aumento na quantidade

    de soluo, enquanto que qualquer outra substncia testada no.

  • 35

    Algumas substncias com tamanho de amostras maiores apresentam a mesma

    seqncia de cores que a de uma quantidade normal de cocana. Portanto outros testes de

    campo, tais como Marqus ou Ehrlich, devem ser feitos adicionalmente no caso do peso da

    amostra no ser bem controlada (TSUMURA et al, 2005; SCHLESINGER, 1985).

    O teste de Scott pode indicar falsos negativos se no houver gua suficiente presente

    seja no reagente, ou seja, na amostra testada. Outra falha no teste est em lidar com amostras

    de cocana contendo excipientes insolveis (GRANT et al., 1975).

    Testes de deteco baseados no odor so geralmente suspeitos se sutis diferenas

    qualitativas ou quantitativas entre os odores so exigidas. No entanto, estes tipos de distines

    no so exigidos nos testes de campo, mas recomendado pelas seguintes razes:

    1. Mais de cem amostras de uma grande variedade de drogas foram testadas e no

    deram qualquer tipo de cheiro. Em cocana e piperocana foram isolados benzoato de steres

    e, portanto, deram um teste positivo. Ocasionalmente um fraco odor de peixe foi notado

    quando o reagente do teste libera uma amina de baixo peso molecular, tais como as

    anfetaminas, a partir do seu sal.

    2. Teste de sensibilidade e especificidade superiores s dos testes de campo

    existentes para a cocana. Isto permite que cocana seja detectada em baixa concentrao, na

    presena dos excipientes ou outras drogas. A gua pode interferir com o teste, sendo assim, o

    reagente e a amostra devem ser mantidos secos.

    3. A simplicidade do teste o torna admiravelmente adaptada rea de trabalho.

  • 36

    4. Este se revelou o teste de campo escolhido para identificao de cocana pelas

    polcias estaduais e municipais de New York (GRANT et al., 1975).

    Todos os alcalides ergotamnicos, muitos dos quais so legtimos produtos

    farmacuticos no sujeitos a controles nacionais ou internacionais, daro resultados

    semelhantes com os testes de cor. Alm disso, componentes de uma ampla variedade de

    matrizes nos quais o LSD esta incorporado, podem tambm resultar em amostras que daro

    falsos positivos ou negativos. , portanto, muito recomendvel aos analistas confirmarem

    estes resultados atravs da utilizao de tcnicas alternativas (NATIONS UNITED, 1989).

    Na anlise de anfetaminas, metanfetaminas e derivados de anfetaminas, muitos

    outros materiais, como anfetaminas substitudas e substncias que so inofensivas e no

    controladas por legislao nacional ou tratados internacionais, podem gerar uma colorao

    similar com o reagente teste. Alguns agentes de corte tambm podem resultar em uma

    amostra dando falsos positivos ou negativos. Isto particularmente verdade para o reagente

    de Simon. Sendo assim obrigatrio que os analistas confirmem tais resultados com o uso de

    tcnicas alternativas (UNITED NATIONS, 1987).

    cido acetilsaliclico utilizado como um analgsico, anti-inflamatrio, e

    antipirtico (redutor de febre). Qumicos forenses comumente utilizam aspirina como um

    controle (cor vermelho-rosa dentro de 5 minutos) para verificar se o reagente de Marqus foi

    preparado corretamente. (ENLIGHTEN, 2008)

    Teste de Mandelin um teste suplementar para os opiceos e anfetaminas. Cores de

    respostas: marrom-esverdeados mudando para verde-oliva, indicativo da presena de DL ou

    D-anfetaminas; metadona vira imediatamente um azul profundo; verde-oliva mudando para

  • 37

    cinza-oliva indicativo de codena; vermelho pode indicar a presena de herona

    (ENLIGHTEN, 2008)

    Boas tcnicas analticas so procedimentos simples que maximizam a probabilidade

    de um resultado verdadeiro e minimizam a probabilidade de um falso positivo. Para os testes

    de cores, a fonte mais comum de um falso positivo a contaminao do spot plate.

    Felizmente, um spot plate contaminado pode ser excludo muito facilmente pela primeira

    colocao de 1 a 3 gotas do reagente em cima do spot plate, e ento adicionar uma pequena

    quantidade da amostra ao reagente (UNITED NATIONS, 1998).

    H unicamente trs problemas significativos que um analista pode ter com a maior

    parte dos testes de cor. So eles (1) o fato bvio que estes testes no so especficos, (2) o uso

    de muita amostra suprime o reagente qumico (i.e., tcnica pobre) e (3) contribuio para a

    colorao de outros componentes na amostra. Por este ultimo motivo, pio, herona negra, e

    amostras contendo corantes podem produzir resultados problemticos no teste de cor, embora

    em muitas instncias um bom teste de cor positivo pode ser obtido mesmo com esses

    problemas na amostra. Para estes casos quando um teste de cor falhar pelo mascaramento, um

    dos seguintes procedimentos ir permitir que o teste seja aceitvel:

    Coloque uma pequena quantidade (aproximadamente 10mg) da amostra dentro de

    um tubo de ensaio pequeno. Adicione aproximadamente 10 gotas de gua, e agite a mistura

    com um basto de vidro para dissolver a amostra. Faa um pequeno filtro por embalagem

    hermtica de uma pequena quantidade de l de vidro dentro de uma pipeta descartvel.

    Extraia o lquido de cima para uma segunda pipeta de vidro, e coloque o lquido no topo da l

    de vidro no filtro. Com cuidado, o lquido pode ser filtrado e depositado diretamente para o

    filtro, uma gota de cada vez, pela parede do tubo que contenha o reagente de cor. Ento a gua

  • 38

    ira diluir o reagente colorido, limitando a quantidade de amostra por spot no spot plate a 1

    gota, e utilizar pelo menos 3 gotas de reagente colorido.

    Tratar a amostra como em (1) exceto pelo fato de usar aproximadamente 1mL de

    metanol (ou 4:1 cloreto metanol-metileno) em vez de 10 gotas de gua. Aps filtrar o metanol

    atravs da l de vidro, evaporar a seco. Reconstituir a amostra em uma quantidade mnima de

    gua, e ento proceder com o teste de cor como em (1) iniciando a adio gota a gota.

    O propsito destes procedimentos minimizar a contribuio de cor de outras fontes

    que no aquelas obtidas pela reao do analito com o reagente de cor. O procedimento (1)

    leva um pouco menos de tempo que (2) por causa da supresso de um passo de evaporao,

    embora (2) seja usualmente mais eficaz na eliminao de artefatos coloridos (UNITED

    NATIONS, 1998).

  • 39

    RESULTADOS E DISCUSSO

    O Quadro 1 apresenta um resumo dos resultados esperados para cada um dos testes

    de cor, considerando os testes mais recomendados para determinado material suspeito.

    Considerando a necessidade de incentivar o uso de kits com teste de cor pela Polcia

    Rodoviria Federal, foi realizado um levantamento de empresas com sites de vendas pela

    internet para a aquisio de kits de reagentes para anlise de narcticos, porm constatou-se

    que no Brasil existem apenas empresas que importam estes kits de outros pases, no foi

    encontrado nenhuma fbrica no Brasil. Nas pesquisas foram encontrados kits de Narcotest

    da ODV importados pela Militaria Comrcio Exportao e Importao Ltda e kits Nark da

    Sirchie importados pela Conecta190.

    Poucos mtodos so perfeitos, pois as drogas em anlise forense mostram uma

    variao significativa tanto na sua forma fsica quanto na sua composio qumica. A escolha

    da metodologia de anlise permanece dentro do trabalho de controle do policial. Este o

    nico a ter visto o material suspeito e melhor pode avaliar a abordagem correta para o

    problema que tem em mos. Alm disso, a escolha dos mtodos depende necessariamente da

  • 40

    disponibilidade de materiais de referncia e de instrumentao (UNITED NATIONS, 1989).

    O policial em campo tem que ter conhecimento suficiente para fazer o melhor uso do material

    disponvel. A utilizao adequada dos kits para testes de drogas de abuso em campo requer

    experincia especialmente na interpretao dos resultados e manipulao segura dos

    diferentes reagentes. Sendo assim, necessrio um treinamento adequado para os policiais

    inclusive fazendo parte de seus programas de formao (UNITED NATIONS, 1988).

    Quadro 1: Resultados tpicos para o uso de testes rpidos em campo.

    Material Reagente Colorao Final Maconha, haxixe Fast Blue B Salt Vermelho-arroxeado

    Duquenois-Levine Roxo profundo

    Cocana, merla, crack Tiocianato de cobalto Azul Tiocianato de cobalto mod. Azul Benzoato de metila Fraco odor de peixe

    Anfetaminas Marqus Laranja-marrom brilhante Simon com acetona Roxo Mandelin Amarelo-verde

    Matanfetaminas Marqus Verde amarelado Simon Azul profundo Mandelin Azul-verde

    MDMA (Ecstasy) Marqus Preto Simon Azul profundo Mandelin Roxo escuro / preto

    cido Lisrgico (LSD) Ehrlich Violeta

    Herona Marqus Violeta a roxo avermelhado Mandelin Marrom avermelhado

  • 41

    Nem todos os mtodos listados tm que ser aplicados em todas as amostras suspeitas

    de conter drogas ilcitas. Os requisitos podem variar, por exemplo, como resultado das

    tendncias locais encontradas nas amostras, bem como o tipo de prova aceitvel pelo

    Ministrio Pblico no mbito do qual o policial trabalha. A fim de estabelecer a identidade de

    qualquer droga controlada, sugerido que os critrios devam ser de pelo menos dois

    parmetros analticos independentes. Ou seja, para determinar exatamente o material

    apreendido, este precisaria ser analisado por outra tcnica, quando encaminhado para polcia

    judiciria. O uso de testes rpidos em campo pelo policial uma forma de agilizar o flagrante,

    fornecendo subsdios para o mesmo.

  • 42

    CONCLUSO

    Os testes qumicos de campo descritos no so de modo algum exaustivos. A seleo

    e o transporte dos testes de campo para uso das polcias, devem ser realizados dando

    prioridade mxima simplicidade e a efetividade. As autoridades nacionais sero, portanto,

    encorajadas a fazer uso das informaes contidas neste trabalho para estabelecer o seu prprio

    programa de desenvolvimento de kits de testes para uso em campo, levando em considerao

    a situao prevalecente nacional e regional da droga. A rea de aplicao dos testes pode se

    desenvolver em funo da evoluo dos fluxos de trfego de drogas ilcitas. necessria a

    aplicao de investimentos por parte do governo para aquisio destes testes ou para a

    fabricao dos mesmos pelas polcias.

    Atravs deste trabalho busca-se maior segurana para o policial na apresentao das

    ocorrncias com apreenso de materiais suspeitos de conterem substncias que possam ser

    drogas ilcitas. Espera-se incentivar a Polcia Rodoviria Federal a implantar o uso de kits

    com testes de cor e que com isso os policiais tenham maior agilidade na conduo da priso

    em flagrante. Nesse sentido o policial chegar rea judiciria com todo o embasamento

  • 43

    necessrio para o flagrante. Agilidade tambm poder ser observada no servio da polcia

    tcnica, que com o uso dos testes de cor em campo, j receber um material com uma pr-

    anlise e s precisar confirmar os resultados.

    Baseado nos estudos feitos para este trabalho considera-se importante no s a

    implantao dessas tcnicas de identificao, mas o incentivo a mais estudos sobre os

    interferentes e quem sabe sobre novas tcnicas ainda no publicadas.

    Sugere-se um estudo para a implantao de um laboratrio na Polcia Rodoviria

    Federal, onde seriam confeccionados os kits de testes rpidos para uso em campo.

  • 44

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

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  • 45

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  • 46

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    WIEGREBE, W.; VILBIG, M.. Ztg. Naturforsch., v.36b, p.1297, 1981.

  • 47

    ANEXO I Protocolo de Utilizao dos Kits

    MACONHA, HAXIXE (canabinoides: THC, CBN, CBD)

    - Teste Fast Blue B Salt

    Material: reagentes A1, A2 e A3; um tubo de ensaio; basto de vidro; esptula.

    Mtodo: coloque uma pequena quantidade do material suspeito (planta pulverizada,

    resina ou pequena gota de canabis lquida) em um tubo de ensaio; adicione uma quantidade

    muito pequena do reagente slido (A1) e 1 mL da soluo A2; agite o tubo de ensaio por um

    minuto; adicione 1mL da soluo A3; agite o tubo de ensaio por dois minutos; deixe o tubo

    em repouso por dois minutos.

    Resultados: a presena de uma colorao vermelha-prpura na camada lquida

    inferior (camada do clorofrmio) indica um resultado positivo. A cor da camada lquida

    superior deve ser ignorada.

    Reagentes:

    Reagente slido A1 - O regente slido feito diluindo Fast Blue B salt com sulfato

    de sdio anidro (2.5:100).

    Soluo A2 - Clorofrmio.

    Soluo A3 - soluo aquosa 0,1N de hidrxido de sdio.

  • 48

    - Teste Duquenois-Levine

    Material: reagentes B1, B2 e B3; um tubo de ensaio; basto de vidro; esptula.

    Mtodo: coloque uma pequena quantidade do material suspeito em um tubo de

    ensaio e agite com 2mL da soluo B1 por um minuto; adicione 2mL da soluo B2 e agite a

    mistura e ento a deixe repousando por dez minutos; se desenvolver alguma colorao

    adicione 2mL da soluo B3.

    Resultados: se a camada inferior (clorofrmio) tornar-se violeta, isto indica a

    presena de um produto derivado de canabis.

    Reagentes:

    Soluo B1 - Dissolver 0,4g de vanilina em 20mL de etanol 95% e ento adicionar

    0,5mL de acetaldedo.

    Soluo B2 - Acido clordrico concentrado.

    Soluo B3 - Clorofrmio.

    COCANA (p, crack, merla, pasta base)

    - Teste de Scott ou Tiocianato de Cobalto

    Material: reagentes B1 e B2, um tubo de ensaio, esptula de metal, gral e pistilo de

    vidro.

  • 49

    Mtodo: caso o material esteja na forma de pedras (crack) ou comprimidos, colocar

    uma pedra ou um comprimido dentro do gral e, com o pistilo, pressionar verticalmente

    realizando movimentos rotacionais at a reduo do material p fino.

    Transferir uma pequena quantidade do p ou da pasta (do tamanho de uma cabea de

    fsforo) para o interior de um tubo de ensaio. Adicionar uma gota da soluo C1 e agitar

    durante 10 segundos. Adicionar uma gota da soluo C2 e agitar durante 10 segundos.

    Resultados: a presena de uma colorao azul indica resultado positivo.

    Reagentes:

    Soluo C1- Soluo aquosa 16% de HCl

    Soluo C2 - Soluo aquosa 2,5% de tiocianato de cobalto II (dissolver 2,5g de

    tiocianato de cobalto II em 100 mL de gua).

    - Teste de Scott ou Tiocianato de Cobalto Modificado

    Material: reagentes D1, D2 e D3; um tubo de ensaio; esptula de metal; gral e pistilo

    de vidro.

    Mtodo: caso o material esteja na forma de pedras (crack) ou comprimidos, colocar

    uma pedra ou um comprimido dentro do gral e, com o pistilo, pressionar verticalmente

    realizando movimentos rotacionais at a reduo do material a p fino.

  • 50

    Passo 1. Transferir uma pequena quantidade do p ou da pasta (do tamanho de uma

    cabea de fsforo) para o interior de um tubo de ensaio. Adicionar cinco gotas da soluo D1

    e agitar por 10 segundos. Se cocana estiver presente uma cor azul desenvolve imediatamente.

    Se a cor azul no aparecer, acrescente uma quantidade igual de material inicialmente suspeito.

    Se a cor azul no aparecer, o material suspeito no contm cocana.

    Passo 2. Adicionar uma gota da soluo D2 e agitar durante 10 segundos. Se cocana

    estiver presente a cor azul torna-se rosa claro. Se a cor azul no desaparecer adicione uma

    segunda gota da soluo D2.

    Passo 3. Adicionar cinco gotas da soluo D3 e agitar durante 10 segundos. A cor

    azul deve reaparecer na camada lquida inferior (clorofrmio) indicando a presena de

    cocana.

    Notas: 1. fundamental que as trs etapas ocorram para indicar a presena de

    cocana.

    2. As quantidades de solues usadas de D1 e D3, no so crticas. Contudo a

    razo da soluo D1 e D2 crtica. Se um excesso de cido clordrico for adicionado na

    soluo D1 aps a colorao azul ter se desenvolvido com cocana, ir resultar em uma

    soluo mais azul do que rosa; sendo assim, o azul no ser extrado na camada de

    clorofrmio.

    Reagentes:

    Soluo D1- Dissolver 1g de tiocianato de cobalto II Co(CNS)2 em 50mL de

    cido actico 10% e ento diluir a soluo com 50mL de glicerina 96%.

  • 51

    Soluo D2 cido clordrico concentrado.

    Soluo D3 Clorofrmio.

    - Teste de benzoato de metila

    Material: reagente E; gral; basto de vidro.

    Mtodo: a amostra seca completamente umedecida com o reagente em um prato ou

    outro local com superfcie no-corrosiva, poucos minutos so necessrios para a evaporao

    do excesso de lcool (aquecimento no necessrio), e o odor notado.

    Resultado: fraco odor de peixe caracterstico de possvel presena de cocana.

    Nota: Este reagente deve servir ao seu objetivo por muitos meses se mantido em um

    recipiente hermeticamente fechado para minimizar a evaporao de lcool metlico e o acesso

    da umidade.

    Reagentes E - 1g de hidrxido de sdio ou hidrxido de potssio dissolvido em 20

    ml de metanol seco.

  • 52

    ANFETAMINAS, METANFETAMINAS, MDMA (ECSTASY)

    - Teste de Marqus

    Material: reagentes F1 e F2; spot plate; basto de vidro.

    Mtodo: coloque uma pequena quantidade ( 1-2 mg de p; 1 ou 2 gotas de lquido)

    de material suspeito em um spot plate.Adicione uma gota do reagente F1. Adicione duas

    gotas do reagente F2.

    Resultados: colorao laranja mudando para marrom indica a possvel presena de

    anfetaminas. Colorao verde amarelado indica a possvel presena de metanfetaminas.

    Colorao preta pode indicar a presena de Ecstasy.

    Reagentes:

    Soluo F1 - Adicionar 8-10 gotas de soluo de formaldedo 40% em 10mL de

    cido actico glacial.

    Soluo F2 - cido sulfrico concentrado.

    - Teste de Simon

    Material: reagentes G1 e G2; spot plate; basto de vidro.

    Mtodo: coloque uma pequena quantidade de material suspeito em um spot plate.

    Adicione uma gota do reagente G1. Adicione duas gotas do reagente G2.

  • 53

    Resultados: uma colorao azul indica possvel presena de metanfetamina e

    MDMA.

    Reagentes:

    Soluo G1 Dissolver 1g de nitroprussiato de sdio em 50mL de gua destilada e

    adicionar 2mL de acetaldeido a soluo com uma mistura minuciosa.

    Soluo G2 - Dissolver 2g de carbonato de sdio em 100 mL de gua.

    - Teste de Simon com Acetona

    Material: reagentes H1 e H2; spot plate; basto de vidro.

    Mtodo: coloque uma pequena quantidade de material suspeito em um spot plate.

    Adicione uma gota do reagente H1. Adicione duas gotas do reagente H2.

    Resultados: uma colorao roxa indica possvel presena de anfetaminas.

    Reagentes:

    Soluo H1 Dissolver 1g de nitroprussiato de sdio em 100mL de acetona aquosa

    5%.

    Soluo H2 - Dissolver 2g de carbonato de sdio em 100 mL de gua.

  • 54

    - Teste de Mandelin

    Material: reagente I; spot plate; basto de vidro.

    Mtodo: coloque uma pequena quantidade de material suspeito em um spot plate.

    Adicione duas gotas do reagente I.

    Resultados: uma colorao roxa indica possvel presena de anfetaminas.

    Reagente:

    Soluo I - Dissolver 1g de vanadato de amnio em 100 mL de cido sulfrico

    concentrado.

    LSD

    - Teste de Ehrlich

    Material: reagente J; spot plate; basto de vidro.

    Mtodo: coloque uma pequena quantidade de material suspeito em um spot plate.

    Adicione duas gotas do reagente J.

    Resultado: aparecimento de uma colorao violeta em poucos minutos indica

    possvel presena de Lysergide (LSD).

    Nota: na suspeita de LSD impregnado em papel, retire apenas uma dosagem do

    formulrio e juntamente com o papel coloque em um spot plate e prossiga com o teste.

  • 55

    Reagente:

    Soluo J - Dissolver 1g de para-dimetilaminobenzaldedo em 10mL de metano,

    ento adicionar 10mL de cido ortofosfrico concentrado.

    HERONA

    - Teste de Marqus

    Material: reagentes F1 e F2; spot plate; basto de vidro.

    Mtodo: coloque uma pequena quantidade de material suspeito em um spot plate

    Adicione uma gota do reagente F1. Adicione trs gotas do reagente F2.

    Resultado: colorao violeta a roxo avermelhado indica a possvel presena de

    morfina ou codena ou herona.

    Reagentes:

    Soluo F1 - Adicionar 8-10 gotas de soluo de formaldedo 40% em 10mL de

    cido actico glacial.

    Soluo F2 - cido sulfrico concentrado.

  • 56

    - Teste de Mandelin

    Material: reagente I; spot plate; basto de vidro.

    Mtodo: coloque uma pequena quantidade de material suspeito em um spot plate.

    Adicione duas gotas do reagente I.

    Resultados: uma colorao marrom avermelhada indica possvel presena de herona.

    Reagente:

    Soluo I - Dissolver 1g de vanadato de amnio em 100 mL de cido sulfrico

    concentrado.