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  • Apostila Catequese Crisma Adultos 2012 1

    Parquia Nossa Senhora de Ftima

    Vila Leopoldina

    Apostila

    Catequese Crisma

    Catequista: Ivair Reis N. Abreu

  • Apostila Catequese Crisma Adultos 2012 2

    PLANEJAMENTO CATEQUESE ADULTA - 2012 - 1 Semestre

    Catequista: Ivair Reis N. Abreu - email [email protected]

    1. Objetivo: preparar o adulto (maior de 21 anos) para a primeira eucaristia e/ou crisma.

    A formao ser baseada em 3 pontos procurando sempre a integrao com a comunidade

    de nossa parquia.

    O ser humano inserido no mundo sob a tica da f crist e da Igreja Catlica

    Estudo e fundamentos da Bblia

    Os 7 sacramentos.

    2. Programao e calendrio:

    A Catequese para Adultos ser ministrada em 10 encontros, todos aos Domingos aps a

    missa das 9:00 (entre 10:15 e 10:30).

    1 Semestre - Programao:

    26/02 Encontro 1: Incio do curso, apresentao e diretrizes da Catequese para adultos. 04/03 Encontro 2: Minha Identidade. Quem sou eu? A Busca de Deus pelo homem. 18/03 Encontro 3: O Ser Humano no plano de Deus. Sofrimento e Felicidade. A Igreja e a vivncia em comunidade.

    25/03 Encontro 4: Como ler a Bblia. A Bblia no caiu do cu. Histria do Povo de Deus. (semana santa)

    15/04 Encontro 5: O no do Homem. Deus renova a Aliana com seu povo. 22/04 Encontro 6: O profeta, porta-voz de Deus. Maria, modelo de fidelidade Aliana. (Feriado Dia Trabalho)

    06/05 Encontro 7: Jesus Cristo, Fiador da nova Aliana. Jesus Cristo Vivo. 13/05 Encontro 8: Sacramentos: atualizao da Aliana. Batismo: adeso Aliana. Eucaristia: vitalizao da Aliana.

    20/05 Encontro 9: Reconciliao: retorno de fidelidade Aliana. Uno dos Enfermos. Casamento..

    (Pentecostes)

    03/06 Encontro 10: Vida Consagrada: religiosos e missionrios leigos consagrados Crisma: sacramento do testemunho. Engajamento do crismando na comunidade.

    09/06 Confisso e Ensaio Geral (a confirmar) 10/06 Crisma (a confirmar)

    3. Estrutura do Encontro e Metodologia: o crismando ser incentivado a refletir sobre o

    tema do encontro, muitas vezes baseados em questes relacionadas, levando cada um a

    buscar respostas pessoais.

    Mtodo Socrtico:

  • Apostila Catequese Crisma Adultos 2012 3

    "Socrtes acreditava que ningum tinha as respostas definitivas para essas perguntas. Desse

    modo, perambulava por Atenas, fazendo as questes que considerava bsicas sobre

    moralidade e poltica. As pessoas se reuniam a sua volta e Scrates lanava uma questo.

    A cada resposta, fazia novas perguntas, levando a pessoa a aprimorar sua resposta inicial ou

    descart-la. Desse modo, basicamente ele estimulava a discusso e se definia como um

    parteiro de idias." (http://educacao.uol.com.br/filosofia/ult3323u39.jhtm)

    Apesar da importncia de alguns dogmas (crena/doutrina imposta, que no admite

    contestao) como a Existncia de Deus, Ressurreio de Jesus Cristo, Virgindade de Maria

    me de Deus, etc, o curso sempre levar o participante a questionar para que respostas

    FUNDAMENTAIS sejam direcionadas dentro de uma filosofia crist e BASEADAS NA

    PALAVRA DA SAGRADA ESCRITURA.

    O aprendizado ser direcionado atravs da Bblia Sagrada, participao das missas,

    Eucaristia, Orao e participao da comunidade.

    Estrutura de cada encontro:

    Orao e intenes iniciais.

    Tempo Litrgico:

    Apresentao do Tema.

    Texto bblico.

    Debate.

    Orao final.

    Os encontros sero sempre uma experincia com o ESPRITO SANTO.

    JO 14,15-20 (Promessa do Esprito Santo)

    4. Bibliografia:

    Bblia Sagrada Catlica.

    Diretrio nacional de Catequese CNBB

    Catecismo da Igreja Catlica.

  • Apostila Catequese Crisma Adultos 2012 4

    5. Texto Complementares:

    5.1 Scrates

    O busto de Scrates no museu do Louvre

    Scrates (em grego, [Skrts], (470399 a.C.) foi um filsofo ateniense e um dos mais importantes cones da tradio filosfica ocidental e um dos fundadores da atual

    Filosofia Ocidental. As fontes mais importantes de informaes sobre Scrates so Plato,

    Xenofonte e Aristteles (Alguns historiadores afirmam s se poder falar de Scrates como

    um personagem de Plato, por ele nunca ter deixado nada escrito de sua prpria autoria.).

    Os dilogos de Plato retratam Scrates como mestre que se recusa a ter discpulos, e um

    homem piedoso que foi executado por impiedade. Scrates no valorizava os prazeres dos

    sentidos, todavia se escalava o belo entre as maiores virtudes, junto ao bom e ao justo.

    Dedicava-se ao parto das idias (Fedro) dos cidados de Atenas, mas era indiferente em

    relao a seus prprios filhos.

    O julgamento e a execuo de Scrates so eventos centrais da obra de Plato (Apologia e

    Crton). Scrates admitiu que poderia ter evitado sua condenao (beber o veneno chamado

    cicuta) se tivesse desistido da vida justa. Mesmo depois de sua condenao, ele poderia ter

    evitado sua morte se tivesse escapado com a ajuda de amigos. A razo para sua cooperao

    com a justia da plis e com seus prprios valores mostra uma valiosa faceta de sua

    filosofia, em especial aquela que descrita nos dilogos com Crton.

    Bibliografia: (http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%B3crates)

    O mtodo socrtico consiste numa prtica muito famosa de Scrates, o filsofo, em que,

    utilizando um discurso caracterizado pela maiutica e pela ironia, levava o seu interlocutor

    a entrar em contradio, tentando depois lev-lo a chegar concluso de que o seu

    conhecimento limitado.

  • Apostila Catequese Crisma Adultos 2012 5

    atribudo a Scrates, o grande filsofo grego do sculo IV AEC/A.C., devido ao seu uso

    constante, registrado nos livros de Plato.

    O Mtodo Socrtico uma abordagem para gerao e validao de idias e conceitos

    baseada em perguntas, respostas e mais perguntas.

    Tambm conhecido como Maiutica: " o mtodo que consiste em parir idias complexas a

    partir de perguntas simples e articuladas dentro dum contexto."

    Bibliografia: http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%B3crates

    5.3 Aristteles

    Busto de Aristteles no Museu do Louvre.

    Aristteles (em grego ) nasceu em Estagira, na Calcdica (384 a.C. - 322 a.C.). Filsofo grego, aluno de Plato e professor de Alexandre, o Grande, considerado

    um dos maiores pensadores de todos os tempos e criador do pensamento lgico.

    Ele est entre os mais influentes filsofos gregos, junto com Scrates e Plato, que

    transformaram a filosofia pr-socrtica, construindo um dos principais fundamentos da

    filosofia ocidental. Aristteles prestou contribuies fundantes em diversas reas do

    conhecimento humano, destacando-se: tica, poltica, fsica, metafsica, lgica, psicologia,

    poesia, retrica, zoologia, biologia, histria natural. considerado por muitos o filsofo

    que mais influenciou o pensamento ocidental.

    Por ter estudado uma variada gama de assuntos, e por ter sido tambm um discpulo que em

    muito sentidos ultrapassou seu mestre, Plato, conhecido tambm como o filsofo.

    Aristteles tambm foi chamado de o estagirita, por sua terra natal.

    Bibliografia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Arist%C3%B3teles

  • Apostila Catequese Crisma Adultos 2012 6

    5.3 So Tomas de Aquino

    Santo Toms de Aquino por Fra

    Angelico (1395 1455)

    Vida

    Toms de Aquino que foi chamado o mais sbio dos santos e o mais santo dos sbios.

    Nasceu em famlia nobre em maro de 1225 no castelo de Roca-Seca, perto da cidade de

    Aquino, no reino de Npoles, na Itlia. Com apenas cinco anos seu pai, conde de Landulfo

    d'Aquino, o internou no mosteiro de Monte Cassino onde recebeu a educao, a sua famlia

    esperava que viesse a ser monge beneditino e tinha a esperana de um dia vir a ser o abade

    daquele mosteiro.

    Aos 19 anos fugiu de casa para, contra o desejo dos pais, se juntar aos dominicanos

    mendicantes, entrando na Ordem fundada por So Domingos de Gusmo. Estudou filosofia

    em Npoles e depois em Paris, onde se dedicou ao ensino e ao estudo de questes

    filosficas e teolgicas. Estudou teologia em Colnia e em Paris se tornou discpulo de

    Santo Alberto Magno que o "descobriu" e se impressionou com a sua inteligncia. Por este

    tempo foi apelidado de "boi mudo". Dele disse Santo Alberto Magno: "Quando este boi

    mugir, o mundo inteiro ouvir o seu mugido."

    Foi mestre na Universidade de Paris no reinado de Lus IX da Frana morrendo, com 49

    anos, na Abadia de Fossanova, quando se dirigia para Lio a fim de participar do Conclio

    de Lio, a pedido do Papa.

    Filosofia

    Seu maior mrito foi a sntese do cristianismo com a viso aristotlica do mundo,

    introduzindo o aristotelismo, sendo redescoberto na Idade Mdia, na escolstica anterior,

    compaginou um e outro, de forma a obter uma slida base filosfica para a teologia e

    retificando o materialismo de Aristteles. Em suas duas "Summae", sistematizou o

  • Apostila Catequese Crisma Adultos 2012 7

    conhecimento teolgico e filosfico de sua poca : so elas a "Summa Theologiae", a

    "Summa Contra Gentiles".

    A partir dele, a Igreja tem uma teologia (fundada na revelao) e uma filosofia

    (baseada no exerccio da razo humana) que se fundem numa sntese definitiva: f e

    razo, unidas em sua orientao comum rumo a Deus. Sustentou que a filosofia no

    pode ser substituda pela teologia e que ambas no se opem. Afirmou que no pode

    haver contradio entre f e razo.

    Explica que toda a criao boa, tudo o que existe bom, por participar do ser de

    Deus, o mal a ausncia de uma perfeio devida e a essncia do mal a privao ou

    ausncia do bem.

    Alm da sua Teologia e da Filosofia, desenvolveu tambm uma Teoria do

    Conhecimento e uma Antropologia, deixou tambm escrito conselhos polticos: Do

    governo do Prncipe, ao rei de Chipre, que se contrape, do ponto de vista da tica, ao

    "Prncipe" de Maquiavel.

    Com o uso da razo possvel demonstrar a existncia de Deus, para isto prope as 5 vias

    de demonstrao:

    Primeira via

    Primeiro Motor Imvel: Tudo o que se move movido por algum, impossvel

    uma cadeia infinita de motores provocando o movimento dos movidos, pois do

    contrrio nunca se chegaria ao movimento presente, logo h que ter um primeiro

    motor que deu incio ao movimento existente e que por ningum foi movido.

    Segunda via

    Causa Primeira: Decorre da relao "causa-e-efeito" que se observa nas coisas

    criadas. necessrio que haja uma causa primeira que por ningum tenha sido

    causada, pois a todo efeito atribuda uma causa, do contrrio no haveria nenhum

    efeito pois cada causa pediria uma outra numa sequncia infinita.

    Terceira via

    Ser Necessrio: Existem seres que podem ser ou no ser (contingentes), mas nem

    todos os seres podem ser desnecessrios se no o mundo no existiria, logo

    preciso que haja um ser que fundamente a existncia dos seres contingentes e que

    no tenha a sua existncia fundada em nenhum outro ser.

    Quarta via

    Ser Perfeito: Verifica-se que h graus de perfeio nos seres, uns so mais perfeitos

    que outros, qualquer graduao pressupe uma parmetro mximo, logo deve existir

    um ser que tenha este padro mximo de perfeio e que a Causa da Perfeio dos

    demais seres.

    Quinta via

    Inteligncia Ordenadora: Existe uma ordem no universo que facilmente verificada,

    ora toda ordem fruto de uma inteligncia, no se chega ordem pelo acaso e nem

    pelo caos, logo h um ser inteligente que disps o universo na forma ordenada.

    A verdade

  • Apostila Catequese Crisma Adultos 2012 8

    "A verdade definida como a conformidade da coisa com a inteligncia. Toms de Aquino concluiu que a descoberta da verdade ia alm do que visvel. Antigos filsofos

    acreditavam que era verdade somente o que poderia ser visto. Aquino j questiona que a

    verdade era todas as coisas porque todas so reais, visveis ou invisveis, exemplificando:

    uma pedra que est no fundo do oceano no deixa de ser uma pedra real e verdadeira s

    porque no pode ser vista. Aquino concorda e aprimora Agostinho quando diz que A verdade o meio pelo qual se manifesta aquilo que . A verdade est nas coisas e no intelecto e ambas convergem junto com o ser. O no-ser no pode ser verdade at o intelecto o tornar conhecida, ou seja, isso apreendido atravs da razo. Aquino chega a

    concluso que s se pode conhecer a verdade se voc conhece o que o ser. A verdade

    uma virtude como diz Aristteles, porm o bem posterior a verdade. Isso porque a

    verdade est mais prximo do ser, mais intimamente e o que o sujeito ser do bem depende

    do intelecto, racionalmente a verdade anterior . Exemplificando: o intelecto apreende o ser em si; depois, a definio do ser, por ultimo a apetncia do ser. Ou seja, primeiramente

    a noo do ser; depois, a construo da verdade, por fim, o bem. Sobre a eternidade da

    verdade ele, Toms, discorda em partes com Agostinho. Para Agostinho a verdade

    definitiva. Imutvel. J para Aquino, a verdade a conseqncia de fatos causados no

    passado. Ento na supresso desses fatos verdade deixa de existir. O exemplo que Toms

    de Aquino traz o seguinte: A frase Scrates est sentado a verdade. Seja por uma matria, uma observao ou analise, mas ele est sentado. Ao se levantar, ficando de p, ele

    deixa de estar sentado. Alterando a verdade para a segunda opo, mudando a primeira.

    Contudo, ambos concordam que na verdade divina a verdade por no ter sido criada, j que

    Deus sempre existiu, no pode ser desfeita no passado e ento imutvel.

    tica

    Segundo So Toms de Aquino, a tica consiste em agir de acordo com a natureza racional.

    Todo o homem dotado de livre-arbtrio, orientado pela conscincia e tem uma capacidade

    inata de captar, intuitivamente, os ditames da ordem moral. O primeiro postulado da ordem

    moral : faz o bem e evita o mal.

    H uma Lei Divina, revelada por Deus aos homens, que consiste nos Dez Mandamentos.

    H uma Lei Eterna, que o plano racional de Deus que ordena todo o universo e uma Lei

    Natural, que conceituada como a participao da Lei Eterna na criatura racional, ou seja,

    aquilo que o homem levado a fazer pela sua natureza racional.

    A Lei Positiva a lei feita pelo homem, de modo a possibilitar uma vida em sociedade.

    Esta subordina-se Lei Natural, no podendo contrari-la sob pena de se tornar uma lei

    injusta; no h a obrigao de obedecer lei injusta - (Este o fundamento objectivo e

    racional da verdadeira objeco de conscincia).

    A Justia consiste na disposio constante da vontade em dar a cada um o que seu - suum

    cuique tribuere - e classifica-se como Comutativa, Distributiva e Legal, conforme se faa

    entre iguais, do soberano para os sbditos e destes para com aquele, respectivamente.

  • Apostila Catequese Crisma Adultos 2012 9

    Bibliografia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Tomas_de_Aquino

    O Esprito Santo na vida do cristo

    No Cenculo, na ltima noite de sua vida terrena, Jesus promete cinco vezes o Dom do

    Esprito Santo (cf. Jo 14, 16-17; 14, 26; 15, 26-27; 16, 7-11; 16, 12-15). no mesmo lugar,

    na tarde de Pscoa, o Ressuscitado se apresenta aos apstolos e infunde o Esprito

    prometido, com o gesto simblico do hlito e com as palavras: "Recebei o Esprito Santo!"

    (Jo 20, 22). Cinqenta dias depois, outra vez no Cenculo, o Esprito Santo irrompe com

    sua potncia transformando os coraes e a vida das primeiras testemunhas do Evangelho.

    Desde ento, toda a histria da Igreja, em suas dinmicas mais profundas, est impregnada

    pela presena da ao do Esprito, "entregue sem medida" aos que crem em Cristo (cf. Jo

    3, 34). O encontro com Cristo comporta o dom do Esprito Santo que, como dizia o grande

    padre da igreja, Baslio, "se difunde em todos sem que experimente diminuio alguma,

    est presente em cada um dos que so capazes de receb-lo como se fossem os nicos, e em

    todos difunde a graa suficiente e completa" ("De Spiritu Sancto", IX, 22). Desde os

    primeiros instantes de vida crist.

    2. O apstolo Paulo, na passagem da Carta aos Glatas que acabamos de escutar (cf. 5, 16-

    18. 22-25), delineia "o fruto do Esprito" (5, 22) fazendo a lista de una gama de virtudes

    que faz florescer na existncia do fiel. O Esprito Santo se encontra na raiz da experincia

    de f. De fato, no Batismo, nos convertemos em filhos de Deus graas precisamente ao

    Esprito: "A prova de que sois filhos que Deus enviou a nossos coraes o Esprito de seu

    Filho que clama: Abb, Pai!" (Gl 4, 6).

    No prprio manancial da existncia crist, quando nascemos como criaturas novas,

    encontra-se o sopro do Esprito, que nos faz filhos no Filho e nos faz "caminhar" pelos

    caminhos de justia e salvao (cf. Gl 5, 16).

    O Esprito na prova

    3. Toda a aventura do cristo ter que desenvolver-se, portanto, sob a influncia do

    Esprito. Quando Ele nos volta a apresentar a Palavra de Cristo, resplandece em nosso

    interior a luz da verdade, como tinha prometido Jesus: "o Parclito, o Esprito Santo, que o

    Pai enviar em meu nome, vos ensinar tudo e vos recordar tudo o que eu vos disse" (Joo

    14, 26; cf. 16,12-15).

    O Esprito est junto de ns no momento da prova, convertendo-se em nosso defensor e

    apoio: "Quando vos entregares, no vos preocupeis de como ou o que deveis falar. O que

    tendes que falar vos ser comunicado naquele momento. Porque no sereis vs que falareis,

  • Apostila Catequese Crisma Adultos 2012 10

    mas o Esprito de vosso Pai que falar em vs" (Mt 10, 19-20). O Esprito se encontra nas

    razes da liberdade crist, que liberta do jugo do pecado. O diz claramente o apstolo Paulo:

    "A lei do esprito que d a vida em Cristo Jesus te libertou a lei do pecado e da morte"

    (Romanos 8, 2). A vida moral --como nos lembra So Paulo-pelo fato de ser irradiada pelo

    Esprito produz frutos de "amor, alegria, paz, pacincia, afabilidade, bondade, fidelidade,

    mansido, domnio de si" (Glatas 5, 22).

    O Esprito e a comunidade

    4. O Esprito anima a toda a comunidade dos fiis em Cristo. Esse mesmo apstolo celebra

    atravs da imagem do corpo a multiplicidade e a riqueza, assim como a unidade da Igreja,

    como obra do Esprito Santo. Por um lado, Paulo faz uma lista da variedade de carismas,

    quer dizer, dos dons particulares oferecidos aos membros da Igreja (cf. 1Cor 12, 1-10); por

    outro, confirma que "todas estas coisas so obra de um mesmo e nico Esprito,

    distribuindo-as a cada um em particular segundo sua vontade" (1Cor 12, 11). De fato, "em

    um s Esprito fomos todos batizados, para no formar mais que um corpo, judeus e gregos,

    escravos e livres. E todos bebemos de um s Esprito" (1Cor 12, 13). O Esprito e nosso

    destino Por ltimo, devemos ao Esprito o poder alcanar nosso destino de glria. So

    Paulo utiliza neste sentido a imagem do "selo" e o "penhor": "fostes selados com o Esprito

    Santo da Promessa, que penhor de nossa herana, para redeno do Povo de sua

    possesso, para louvor de sua glria" (Ef 1, 13-14; cf. 2Cor 1, 22; 5,5). Em sntese: toda a

    vida do cristo, desde as origens at sua ltima meta, est sob a bandeira e a obra do

    Esprito Santo.

    Mensagem do Jubileu

    5. Gosto de lembrar, no transcurso deste ano jubilar, o que afirmava na encclica dedicada

    ao Esprito Santo: "O grande Jubileu do ano dos mil contm, portanto, uma mensagem de

    libertao por obra do Esprito, que o nico que pode ajudar as pessoas e as comunidades

    a libertar-se dos velhos e novos determinismos, guiando-os com a "lei do esprito que d a

    vida em Cristo Jesus", descobrindo e realizando a plena dimenso da verdadeira liberdade

    do homem. Com efeito --como escreve So Paulo-- "onde est o Esprito do Senhor, ali est

    a liberdade"" (Dominum et vivificantem, n. 60). Ponhamo-nos, portanto, nas mos da ao

    libertadora do Esprito, fazendo nossa a surpresa de Simeo o Novo Telogo, que se dirige

    terceira pessoa divina nestes termos": "Vejo a beleza de tua graa, contemplo seu fulgor e

    o reflexo de sua luz; me arrebata seu esplendor indescritvel; sou empurrado fora de mim

    enquanto penso em mim mesmo; vejo como era e o que sou agora. prodgio! Estou

    atento, cheio de respeito para mim mesmo, de reverncia e de temor, como se estivesse

    diante de ti; no sei o que fazer porque a timidez me domina; no sei onde sentar-me, aonde

    aproximar-me, onde reclinar estes membros que so teus; em que obras ocupar estas

    surpreendentes maravilhas divinas" (Hinos II, 19-27; cf. Exortao apostlica ps-sinodal

    "Vita consecrata", n. 20).

    *

    Joo Paulo II, Audincia geral, 13 setembro 2000

    FONTE-> http://www.universocatolico.com.br/content/view/13840/160/

  • Apostila Catequese Crisma Adultos 2012 11

    Encontro 2

    Minha Identidade. Quem sou eu? A Busca de Deus pelo homem

    1. Orao e intenes iniciais.

    2. Tempo Litrgico:

    3. Tema / Debate:

    Minha Identidade. Quem sou eu?

    Textos:

    MT 25, 14-30 Para que nasci? Para que existo? Para onde irei?

    O ser humano o nico animal com conscincia.

    Todos tm talentos.

    Podem ser utilizados para o bem ou para o mal.

    Utilizar os talentos para a comunidade.

    Os talentos s so vlidos a partir de ao.

    Qual o seu talento?

    Quais so os valores que a sociedade nos apresenta?

    Leitura Complementar MT 6,25-34

    Preocupar-se demais bom?

    Como Deus cuida de cada um de ns?

    Isto significa que no precisamos trabalhar?

    A Busca de Deus pelo Homem.

    Textos:

    Gn 1,1-31 Cada um de ns tem um busca por Deus diferente. Cada um precisa responder POR

    QUE DEUS EXISTE?

    possvel imaginar a existncia humana atravs apenas da Teoria da Evoluo?

    Luis Pauster: "Um pouco de Cincia nos afasta de Deus, muita Cincia nos aproxima".

    Vivemos em um mundo racional. Como responder a pergunta DEUS EXISTE nos tempos de hoje.

    Se ficarmos apenas no campo da f existir o risco de deixar de acreditar em momentos de dificuldade.

    Como a cincia explica a criao do universo?

    Quem criou Deus?

    Algum pode ver Deus? Deus invisvel? Ningum jamais viu a Deus (Jo, 1,18)

    Leitura Indicada: A Linguagem de Deus - Francis Collins

    Deus Existe - Antony Flew

  • Apostila Catequese Crisma Adultos 2012 12

    4. Texto Complementares:

    4.1 Toda f na razo

    Papa Joo Paulo II elogia Coprnico, outrora banido pela Igreja, e diz que a

    religio precisa da cincia

    Pablo Nogueira

    O astrnomo polons Nicolau Coprnico enviou a Roma uma

    cpia de sua tese sobre o movimento dos planetas no mesmo

    ano de sua morte, 1543. Em carta anexa, pedia ao papa Paulo

    III tolerncia para a teoria que ajudaria a revolucionar o

    conhecimento do mundo fsico: a de que o Sol o centro do

    universo, e no a Terra, como era sustentado pela Igreja

    Catlica na poca. Longe de ser saudado como uma

    contribuio cientfica, o livro despertou furor e esteve no ndex

    das obras proscritas pela Santa S at o sculo XIX. Tornou-se

    ainda mais notvel como piv do julgamento de Galileu Galilei,

    a mais famosa vtima da intolerncia religiosa. O que levou o

    fsico e astrnomo italiano s mos da Inquisio, em 1633, foi

    ter tentado provar que a teoria heliocntrica de Coprnico

    estava correta. Na segunda-feira passada, mais de 400 anos

    depois, a histria deu a volta completa, e Coprnico encontrou

    um defensor de peso no seio da Igreja Catlica o prprio papa. Em essncia, o que Joo Paulo II disse na universidade que leva o nome do

    astrnomo em Torun, sua cidade natal na Polnia, que no h contradio entre f e

    razo.

    A defesa de Coprnico nada tem de casual. Pode ser melhor entendida no contexto do

    exame de conscincia com o qual Joo Paulo II pretende preparar a Igreja Catlica para o

    terceiro milnio (veja quadro). A tarefa inclui uma varredura em regra do entulho sombrio

    acumulado por sculos nos pores da Santa S. Logo depois de assumir o trono de So

    Pedro, em 1978, ele nomeou uma comisso mista internacional para estudar a reabilitao

    de Galileu. Para escapar da fogueira, o astrnomo precisou abjurar suas teses e viveu os

    ltimos oito anos de vida em regime de semi-recluso, obrigado a uma penitncia de

    recitao de salmos. por envolver Coprnico que a danao do italiano toca pessoalmente

    o papa. Karol Wojtyla, o atual Joo Paulo II, foi cardeal em Cracvia, a cidade polonesa

    onde Coprnico estudou.

    Galileu Galilei foi oficialmente reabilitado em 1992. O livro de Coprnico deixou o ndex

    em 1822. A ironia que, apesar da inegvel contribuio cincia moderna, Coprnico e

    Galileu tropearam num erro fundamental. Isso porque o Sol o centro de um sistema

    planetrio, no do universo, como imaginavam. O papa da poca, por sua vez, apegou-se a

    uma interpretao literal da Bblia e temeu no haver lugar para Deus em um mundo cujo

    funcionamento pudesse ser comprovado por mtodo cientfico. Para Joo Paulo II, ao

    Coprnico, elogiado pelo

    papa: "Uma razo

    aberta ao mistrio"

  • Apostila Catequese Crisma Adultos 2012 13

    contrrio, a verdade cientfica irm da verdade religiosa. Trs anos atrs, chegou a

    declarar a teoria da evoluo e a f em Deus como assuntos compatveis. Exposta pela

    primeira vez em 1859, pelo naturalista ingls Charles Darwin, a teoria de que os seres vivos

    evoluem at hoje contestada por cristos radicais porque contradiz a explicao literal da

    Bblia para a criao da vida na Terra.

    Joo Paulo II o papa que mais se tem esforado para estabelecer um relacionamento

    amistoso entre a cincia e a f a reabilitao de Coprnico deve ser vista tambm como parte desse empenho. Em Torun, o papa defendeu o astrnomo citando sua ltima encclica,

    Fides et Ratio (F e Razo), divulgada em outubro do ano passado. Falando a estudantes e

    professores, muitos deles ex-colegas de seu tempo como professor de filosofia na Polnia,

    Joo Paulo II advertiu que desprovida de razo a f se arrisca a deixar de ser "uma

    proposio universal". "O que o papa est dizendo que a f sem razo descamba para a

    superstio e para o misticismo", interpreta o telogo Oscar Beozzo, de So Paulo. "Ao

    mesmo tempo, ele pede uma razo aberta ao mistrio." A lua-de-mel entre a cincia e a f

    no perfeita. Pisa-se em ovos quando o assunto envolve biotica, como a fertilizao in

    vitro. "O que preciso", disse Joo Paulo II na Polnia, " estabelecer limites para a

    interveno da tecnologia humana na natureza."

    Sempre se considerou escandaloso que a f se tivesse colocado contra a cincia. A

    novidade com Joo Paulo II a disposio para reconhecer que houve algo de errado no

    comportamento dos doutores da Igreja. Ele remoeu a conscincia catlica ao se desculpar,

    ainda que muitas vezes indiretamente, pelos horrores da escravido africana, pelo massacre

    dos indgenas na Amrica e tambm pelo prprio silncio durante o extermnio dos judeus

    na II Guerra. Em todos os casos, a Igreja preferiu pedir desculpas pelos erros individuais

    dos catlicos, mesmo quando eram membros importantes da hierarquia, sem admitir

    responsabilidade como instituio. H quem tora o nariz ao fato de o mea-culpa poupar a

    Santa S. Muito mais surpreendente, contudo, a coragem de ir to fundo no

    reconhecimento dos pecados do passado. "Que outra instituio tem julgado a si mesma e

    reconhecido que cometeu falhas?", pondera o padre Joo Batista Libnio, professor de

    teologia em Belo Horizonte. O exame de conscincia a que est sendo submetida a Igreja

    nada tem a ver com a doutrina. Joo Paulo II conservador em todos os assuntos que digam

    respeito a f, moral e ritual. Em seus pronunciamentos, o papa enfatiza a indissolubilidade

    do casamento, condena o aborto e os mtodos artificiais de contracepo. No quer ouvir

    falar em sacerdcio feminino nem no fim do celibato. bem provvel que a Igreja chegue

    ao ano 2000 de conscincia mais leve mas com certeza no ter nada de ps-moderna.

    Bibliografia: Veja 15/06/1999

  • Apostila Catequese Crisma Adultos 2012 14

    4.2 - Entrevista: Francis Collins - Veja

    Cincia no exclui Deus

    O bilogo que desvendou o genoma humano

    explica por que possvel aceitar as teorias de Darwin e ao mesmo tempo manter a f religiosa

    Gabriela Carelli

    O bilogo americano Francis Collins um dos cientistas mais notveis da atualidade.

    Diretor do Projeto Genoma, bancado pelo governo americano, foi um dos responsveis

    por um feito espetacular da cincia moderna: o mapeamento do DNA humano, em

    2001. Desde ento, tornou-se o cientista que mais rastreou genes com vistas ao

    tratamento de doenas em todo o mundo. Collins tambm conhecido por pertencer a

    uma estirpe rara, a dos cientistas cujo compromisso com a investigao do mundo

    natural no impede a profisso da f religiosa. Alvo de crticas de seus colegas, cuja

    maioria nega a existncia de Deus, Collins decidiu reagir. Ele lanou h pouco nos

    Estados Unidos o livro The Language of God (A Linguagem de Deus). Nas 300 pginas

    da obra, o bilogo conta como deixou de ser ateu para se tornar cristo aos 27 anos e

    narra as dificuldades que enfrentou no meio acadmico ao revelar sua f. "As

    sociedades precisam tanto da cincia como da religio. Elas no so incompatveis, mas complementares", explica o cientista. A seguir, a entrevista de Collins a VEJA:

    Veja No livro A Linguagem de Deus, o senhor conta que era um "ateu insolente" e, depois, se converteu ao cristianismo. O que o fez mudar suas convices?

    Francis Collins Houve um perodo em minha vida em que era conveniente no acreditar em Deus. Eu era jovem, e a fsica, a qumica e a matemtica pareciam ter

    todas as respostas para os mistrios da vida. Reduzir tudo a equaes era uma forma

    de exercer total controle sobre meu mundo. Percebi que a cincia no substitui a

    religio quando ingressei na faculdade de medicina. Vi pessoas sofrendo de males

    terrveis. Uma delas, depois de me contar sobre sua f e como conseguia foras para

    lutar contra a doena, perguntou-me em que eu acreditava. Disse a ela que no

    acreditava em nada. Pareceu-me uma resposta vaga, uma frase feita de um cientista

    ingnuo que se achava capaz de tirar concluses sobre um assunto to profundo e

    negar a evidncia de que existe algo maior do que equaes. Eu tinha 27 anos. No

    passava de um rapaz insolente. Estava negando a possibilidade de haver algo capaz de

    explicar questes para as quais nunca encontramos respostas, mas que movem o mundo e fazem as pessoas superar desafios.

    Veja Que questes so essas para as quais no encontramos respostas? Collins Falo de questes filosficas que transcendem a cincia, que fazem parte da existncia humana. Os cientistas que se dizem ateus tm uma viso empobrecida

    sobre perguntas que todos ns, seres humanos, nos fazemos todos os dias. "O que

    acontece depois da morte?" ou "Qual o motivo de eu estar aqui?". No certo negar

    aos seres humanos o direito de acreditar que a vida no um simples episdio da

    natureza, explicado cientificamente e sem um sentido maior. Esse lado filosfico da f,

    na minha opinio, uma das facetas mais importantes da religio. A busca por Deus

    sempre esteve presente na histria e foi necessria para o progresso. Civilizaes que

  • Apostila Catequese Crisma Adultos 2012 15

    tentaram suprimir a f e justificar a vida exclusivamente por meio da cincia como, recentemente, a Unio Sovitica de Stalin e a China de Mao falharam. Precisamos da cincia para entender o mundo e usar esse conhecimento para melhorar as condies humanas. Mas a cincia deve permanecer em silncio nos assuntos espirituais.

    Veja A maioria dos cientistas argumenta que a crena em Deus irracional e incompatvel com as descobertas cientficas. O zologo Richard Dawkins, com quem o

    senhor trava um embate filosfico sobre o tema, diz que a religio a vlvula de

    escape do homem, o vrus da mente. Como o senhor responde a isso?

    Collins Essa perspectiva de Dawkins cheia de presuno. Eu acredito que o atesmo a mais irracional das escolhas. Os cientistas ateus, que acreditam apenas na

    teoria da evoluo e negam todo o resto, sofrem de excesso de confiana. Na viso

    desses cientistas, hoje adquirimos tanta sabedoria a respeito da evoluo e de como a

    vida se formou que simplesmente no precisamos mais de Deus. O que deve ficar claro

    que as sociedades necessitam tanto da religio como da cincia. Elas no so

    incompatveis, mas sim complementares. A cincia investiga o mundo natural. Deus

    pertence a outra esfera. Deus est fora do mundo natural. Usar as ferramentas da

    cincia para discutir religio uma atitude imprpria e equivocada. No ano passado

    foram lanados vrios livros de cientistas renomados, como Dawkins, Daniel Dennett e

    Sam Harris, que atacam a religio sem nenhum propsito. uma ofensa queles que

    tm f e respeitam a cincia. Em vez de blasfemarem, esses cientistas deveriam

    trabalhar para elucidar os mistrios que ainda existem. o que nos cabe.

    Veja O senhor afirma que as sociedades precisam da religio, mas como justificar as barbaridades cometidas em nome de Deus atravs da histria?

    Collins Apesar de tudo o que j aconteceu, coisas maravilhosas foram feitas em nome da religio. Pense em Madre Teresa de Calcut ou em William Wilberforce, o

    cristo ingls que passou a vida lutando contra a escravatura. O problema que a

    gua pura da f religiosa circula nas veias defeituosas e enferrujadas dos seres

    humanos, o que s vezes a torna turva. Isso no significa que os princpios estejam

    errados, apenas que determinadas pessoas usam esses princpios de forma

    inadequada para justificar suas aes. A religio um veculo da f essa, sim, imprescindvel para a humanidade.

    Veja O senhor diz que a cincia e a religio convergem, mas devem ser tratadas separadamente. Como v o movimento do "design inteligente", em que cientistas

    usam a religio para explicar fatos da natureza que permanecem um mistrio para a

    cincia?

    Collins Essa abordagem um grande erro. Os cientistas no podem cair na armadilha a que chamo de "lacuna divina". Lamento que o movimento do design

    inteligente tenha cado nessa cilada ao usar o argumento de que a evoluo no

    explica estruturas to complicadas como as clulas ou o olho humano. dever de

    todos os cientistas, inclusive dos que tm f, tentar encontrar explicaes racionais

    para tudo o que existe. Todos os sistemas complexos citados pelo design inteligente o mais citado o "bacterial flagellum", um pequeno motor externo que permite

    bactria se mover nos lquidos so um conjunto de trinta protenas. Podemos juntar artificialmente essas trinta protenas, que nada vai acontecer. Isso porque esses

    mecanismos se formaram gradualmente atravs do recrutamento de outros

    componentes. No curso de longos perodos de tempo, as mquinas moleculares se desenvolveram por meio do processo que Darwin vislumbrou, ou seja, a evoluo.

  • Apostila Catequese Crisma Adultos 2012 16

    Veja Qual a sua leitura da Bblia? Collins Santo Agostinho, no ano 400, alertou para o perigo de se achar que a interpretao que cada um de ns d Bblia a nica correta, mas a advertncia foi

    logo esquecida. Agostinho j dizia que no h como saber exatamente o que significam

    os seis dias da criao. Um exemplo de que uma interpretao unilateral da Bblia

    equivocada que h duas histrias sobre a criao no livro do Gnesis 1 e 2 e elas so discordantes. Isso deixa claro que esses textos no foram concebidos como um

    livro cientfico, mas para nos ensinar sobre a natureza divina e nossa relao com Ele.

    Muitas pessoas que crem em Deus foram levadas a acreditar que, se no levarmos ao

    p da letra todas as passagens da Bblia, perderemos nossa f e deixaremos de

    acreditar que Cristo morreu e ressuscitou. Mas ningum pode afirmar que a Terra tem

    menos de 10 000 anos a no ser que se rejeitem todas as descobertas fundamentais

    da geologia, da cosmologia, da fsica, da qumica e da biologia.

    Veja O senhor acredita na Ressurreio? Collins Sim. Tambm acredito na Virgem Maria e em milagres.

    Veja No uma contradio que um cientista acredite em dogmas e milagres? Collins A questo dos milagres est relacionada forma como se acredita em Deus. Se uma pessoa cr e reconhece que Ele estabeleceu as leis da natureza e est pelo

    menos em parte fora dessa natureza, ento totalmente aceitvel que esse Deus seja

    capaz de intervir no mundo natural. Isso pode aparecer como um milagre, que seria

    uma suspenso temporria ou um adiamento das leis que Deus criou. Eu no acredito

    que Deus faa isso com freqncia nunca testemunhei algo que possa classificar como um milagre. Se Deus quis mandar uma mensagem para este mundo na figura de

    seu filho, por meio da Ressurreio e da Virgem Maria, e a isso chamam milagre, no

    vejo motivo para colocar esses dogmas como um desafio para a cincia. Quem

    cristo acredita nesses dogmas ou ento no cristo. Faz parte do jogo.

    Veja possvel acreditar nas teorias de Darwin e em Deus ao mesmo tempo? Collins Com certeza. Se no comeo dos tempos Deus escolheu usar o mecanismo da evoluo para criar a diversidade de vida que existe no planeta, para produzir criaturas

    que sua imagem tenham livre-arbtrio, alma e capacidade de discernir entre o bem e

    o mal, quem somos ns para dizer que ele no deveria ter criado o mundo dessa forma?

    Veja Alguns cientistas afirmam que a religio e certas caractersticas ligadas crena em Deus, como o altrusmo, so ferramentas inerentes ao ser humano para

    garantir a evoluo e a sobrevivncia. O senhor concorda?

    Collins Esses argumentos podem parecer plausveis, mas no h provas de que o altrusmo seja uma caracterstica do ser humano que permite sua sobrevivncia e seu

    progresso, como sugerem os evolucionistas. Eles querem justificar tudo por meio da

    cincia, e isso acaba sendo usado para difundir o atesmo.

    Veja Mas o altrusmo visto hoje pela gentica do comportamento como uma caracterstica herdada pelos genes, assim como a inteligncia. O senhor, como

    geneticista, discorda da gentica comportamental?

    Collins H muitas teorias interessantes nessa rea, mas so insuficientes para explicar os nobres atos altrustas que admiramos. O recado da evoluo para cada um

    de ns propagar o nosso DNA e tudo o que est contido nele. a nossa misso no

    planeta. Mas no assim, de forma to lgica, que entendo o mundo, muito menos o

    altrusmo e a religiosidade. Penso em Oskar Schindler, que se sacrificou por um longo

  • Apostila Catequese Crisma Adultos 2012 17

    perodo para salvar judeus, e no pessoas de sua prpria f. Por que coisas desse tipo

    acontecem? Se estou caminhando beira de um rio, vejo uma pessoa se afogar e

    decido ajud-la mesmo pondo em risco a minha vida, de onde vem esse impulso?

    Nada na teoria da evoluo pode explicar a noo de certo e errado, a moral, que

    parece ser exclusiva da espcie humana.

    Veja Muitas religies so contrrias ao uso de tcnicas cientficas que poderiam salvar vidas, como a do uso de clulas-tronco. Como o senhor se posiciona nessa

    polmica?

    Collins Temos de ser sensveis e respeitar as diferentes religies no que diz respeito aos avanos cientficos. Mas interromper as pesquisas cientficas ou impedir que uma

    pessoa com uma doena terrvel tenha uma vida melhor s porque a religio no

    aceita determinado tratamento antitico. Por outro lado, existem fronteiras que a

    cincia no deve transpor, como a clonagem humana, que alm de tudo no serviria

    para nada a no ser para nos repugnar. Cada caso tem de ser avaliado isoladamente.

    Veja Os geneticistas so muitas vezes acusados de brincar de Deus. Como o senhor encara essas crticas?

    Collins Se todos brincssemos de Deus como Deus gostaria, com esperana e amor, ningum se abateria muito com comentrios do gnero. Mas somos seres humanos e

    temos propenso ao egosmo e aos julgamentos equivocados. O importante no

    reagir de forma exagerada perspectiva de que as pessoas possam vir a fazer mau

    uso das descobertas da gentica, mas sim focar o lado bom dessa "brincadeira". A

    maior parte das pesquisas genticas busca a cura de doenas como cncer, problemas

    cardacos, esquizofrenia. So objetivos louvveis. Para evitar o uso imprprio da

    cincia, o Projeto Genoma Humano apia um programa que visa a preservar a tica

    nas pesquisas genticas e certificar-se de que todas as nossas descobertas

    beneficiaro as pessoas e a sociedade.

    Veja O que esperar das pesquisas genticas no futuro? Collins Nos prximos dois ou trs anos vamos descobrir os fatores genticos que criam a propenso ao cncer, ao diabetes e s doenas cardiovasculares. Isso

    possibilitar que as pessoas saibam que provavelmente vo desenvolver esses males e

    tomem medidas preventivas contra eles, com a ajuda do mdico. Mais frente, as

    descobertas das relaes entre o genoma e as doenas faro com que os tratamentos

    e os remdios sejam personalizados, tornando-os mais eficientes e com menos efeitos

    colaterais.

    Veja O senhor acredita que Deus ouve suas preces e as atende? Collins Eu nunca ouvi Deus falar. Algumas pessoas ouviram. No acredito que rezar seja um caminho para manipular as intenes de Deus. Rezar uma forma de

    entrarmos em contato com Ele. Nesse processo, aprendemos coisas sobre ns mesmos

    e sobre nossas motivaes.

  • Apostila Catequese Crisma Adultos 2012 18

    Encontro 3

    O Ser Humano no plano de Deus. Sofrimento e Felicidade. A Igreja e a vivncia em comunidade.

    1. Orao e intenes iniciais.

    2. Tempo Litrgico:

    3. Tema / Debate: O Ser Humano no plano de Deus.

    Textos:

    Sl 8,1-9 O que o homem? 1Cor 12,4-11 Diversidade dos dons*

    Salmo: E o fizeste pouco menos do que um deus, coroando-o de gloria e de beleza. Par a que domine as obras de tuas mos sob seus ps tudo colocaste.

    O ser humano a nica criao com controle sobre a natureza e conscincia prprias.

    Foi criado com inteligncia, vontade livre (livre arbtrio), participao na natureza e na vida divina.

    1Cor 12: Cada um recebe o dom de manifestar o Esprito para a utilidade de todos. Comunidade.

    O que significa o homem ser a imagem de Deus?

    4. Tema / Debate: Sofrimento e Felicidade

    Mt 8,23-26*

    Mt 27,45-46

    Lc 11,5-13* Quem o responsvel pelas guerras, desigualdades sociais e violncia?

    E acidentes e doenas?

    Deus deseja o sofrimento da humanidade? Deus castiga?

    Quem responsvel pelo sofrimento e felicidade?

    Exemplos de sofrimento: morte de um ente querido, morte de um jovem com leucemia / cncer, morte em acidente de carro, doenas em crianas, etc.

    Por que existem doenas?

    Por que existem pobres e ricos?

    Como Deus interfere na histria da humanidade?

    5. Tema / Debate: A Igreja e a vivncia em comunidade.

    Textos:

    AT 2,42-47

    Rm 12,3-8

    Jo 14,1-7*

  • Apostila Catequese Crisma Adultos 2012 19

    O que Igreja?

    O que significa IGREJA CATLICA APOSTLICA ROMANA? Mt 16,18 (tu s Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja) Mc 16,15 (ide por todo o mundo, proclamai o Evangelho A TODA CRIATURA)

    Como era a Igreja no incio? A Igreja j formava uma comunidade (reunio de pessoas com um objetivo comum)? Havia brigas no incio da Igreja?

    A Igreja no Brasil apoiava a Escravido. A Igreja na Segunda Guerra no ajudou os judeus. A Igreja na Idade Mdia incentivou as Cruzadas (quem morresse lutando teria um lugar no cu).

    Conclio Vaticano 2 (Papa Joo XXIII 1962). Aproxima a Igreja do povo.

    Teologia da Libertao x Renovao Carismtica x Opus Dei.

    Como ficam as outras religies? Seus seguidores vo para o inferno?

    IGREJA -> ASSEMBLIA -> COMUNIDADE

    6. Textos Complementares

    6.1 Bento 16 visita o antigo campo de extermnio de Auschwitz Folha Online28/05/2006 - 13h07

    O papa Bento 16 visitou neste domingo o antigo campo de extermnio nazista de Auschwitz, no local onde o regime nazista de Adolf Hitler matou mais de um milho de pessoas na Segunda Guerra Mundial. Acompanhado por um grupo de cardeais e bispos, o papa avanou lentamente a p at o muro de fuzilamentos sob o som dos sinos de uma igreja. A entrada no antigo campo de concentrao de Auschwitz, nos limites da cidade polonesa de Oswiecim, a ltima etapa, carregada de simbolismo, de uma viagem de quatro dias de Bento 16 Polnia, antes de seu retorno Roma na noite deste domingo. Trata-se de uma visita difcil para o papa, por sua origem alem e pelo passado de Joseph Ratzinger, que se alistou obrigatoriamente durante a adolescncia nas Juventudes Hitlerianas. "Falar neste lugar de horror, neste lugar onde crimes em massa sem precedentes foram cometidos contra Deus e o homem, quase impossvel --e particularmente difcil e problemtico para um cristto, para um papa da Alemanha", afirmou Bento 16. "Num lugar assim, as palavras falham e no fim h apenas um silncio ttrico, um silncio que um grito profundo em direo a Deus. Por que, Senhor, permaneceste em silncio?" O porta-voz do Vaticano, Joaqun Navarro Vals, disse que Bento 16 ia para Auschwitz "como filho do povo alemo", assim como, em 1979, Joo Paulo 2 o fez "como filho do povo polons". O pontfice disse que queria realizar esta visita "antes de nada como catlico" para rezar nesse lugar, smbolo do Holocausto de judeus, na memria de todas as vtimas da barbrie nazista. Cerca de 1,1 milho de pessoas morreram neste campo de extermnio entre 1940 e 1945, um milho deles de origem judaica, nas cmaras de gs.

  • Apostila Catequese Crisma Adultos 2012 20

    6.2 - Resposta Onde Estava Deus durante o holocausto? - Montfort.org.br

    (http://montfort.org.br/index.php?secao=cartas&subsecao=outros&artigo=2006052922112

    4&lang=bra)

    PERGUNTA

    Nome: Jordano Copetti

    Enviada em: 29/05/2006

    Local: Cruz Alta - RS, Brasil

    Religio: Catlica

    Idade: 38 anos

    Escolaridade: Ps-graduao concluda

    Profisso: Mdico

    O Papa bento XVI questinou ontem, na sua visita Polnia, no campo de concentrao de Auchvitz, onde estava Deus no holocausto, porque Ele se calou e permitiu que tantas vidas fossem massacradas. Esta pergunta vindo de um Papa levanta muitas questes: - O Papa no tem as chaves do cu? No ocupa o trono de Pedro? Ento como ele no sabe porque Deus se calou durante o holocausto? - Se o Papa no sabe porque Deus se calou, como culpar que pessoas comuns duvidem da existncia de Deus e se afastem da Igreja? - Se Deus se calou no holocausto, no maior massacre da histria, quando ento ele vai se manifestar? A pergunta do Papa deixa todo um mundo inseguro. Se o Papa no sabe porque Deus se calou, quem poder manter uma f firme? Jordano

    RESPOSTA

    Muito prezado Dr.Jordano, Salve Maria.

    Agradeo-lhe por sua carta que honra o site Montfort pela confiana com que nos faz sua pergunta. Creio que poderei ajud-lo a compreender a pergunta do Papa. Tambm Nosso Senhor, na Cruz, perguntou a Deus Pai: "Senhor, Senhor, por que me abandonaste?" H mistrios na ao de Deus na Histria que s compreenderemos no Juzo Final. O que o Papa Bento XVI quis dizer que a maldade humana -- tal qual se revelou em Auschwitz -- nos coloca diante de dois mistrios: o mistrio do mal e o mistrio da Histria. Deus nos deu liberdade pela qual podemos responsavelmente escolher am-Lo ou, infeliz e desgraadamente, odi-Lo. Nisso se oculta o que a Igreja chama de mistrio da iniquidade. Outro mistrio o da Histria, na qual Deus providencialmente permite que acontea o mal -- at o do Declnio no Calvrio -- e desse mal Ele capaz de retirar um bem. Santo Agostinho disse que Deus to bom que at do mal retira algum bem, enquanto o diabo to mau que at do bem quer tirar um mal. A exclamao de Bento XVI diante do campo de atrocidades e genocdio de Auschwitz a pergunta perplexa do homem diante do mistrio da maldade humana que fica estarrecida e pergunta: Meu Deus por que permitiste isso? Do mesmo modo que perguntamos: Por que, meu Deus, permitistes a morte de teu Filho na Cruz? Como o senhor, doutor Jordano, certamente assistindo doentes terminais em sofrimentos terrveis se perguntou: Meu Deus, por que?

  • Apostila Catequese Crisma Adultos 2012 21

    Esse o sentido da pergunta do Papa. No que Bento XVI no soubesse onde estava Deus. Apenas sua pergunta era um espanto diante da imensa maldade humana. Coloco ento aqui as palavras do Papa que terminam na citao de um salmo, mostrando a conformidade com a vontade de Deus mesmo quando ela nos misteriosa e incompreensvel, como incompreensvel a maldade humana:

    "Onde estava Deus naqueles dias? Porque Ele se calou ento? Como pode tolerar este excesso de destruio, este triunfo do mal? Vem-nos mente as palavars do Salmo XLIV, a lamentao de Israel sofredor: Tu nos batestes num local de chacais, e nos envolvestes em sombras tenebrosas. Por Ti fomos postos morte, considerados como ovelhas num matadouro. Levanta-Te Senhor! Por que pareceis dormir , Senhor? Levanta-Te, no nos repilais para sempre! Por que escondes o teu rosto, esquecendo de nossa misria e opresso? Porque estamos prostrados no p, e o nosso corpo est extendido no cho. Levanta-Te, vem em nossa ajuda; salva-nos por tua misericrdia" (Salmo 44,20.23-27).

    Essas belas palavras de Bento XVI e do Salmo XLIV, cabem tambm para a situao da Igreja, hoje. Porque hoje, caro dr. Jordano, a Igreja sofre um massacre de almas semelhante ao de Auschwitz. Vivemos num Auschwitz espiritual. E ns tambm, como So Pedro na barca durante a tempestade, podemos perguntar a Deus Nosso Senhor: "Onde ests, Senhor? Por que pareceis dormir? No vedes que perecemos? No vedes quantas almas se perdem nos vcios, nas drogas, na luxria e no crime? No vedes que vossos sacerdotes -- com santas excees -- traem a F? Onde ests, Senhor Jesus, que no vedes a tragdia da Igreja, as profanaes das Missas, o escndalo de tantos sacerdotes infiis a seus votos e traidores da Igreja, correndo atrs dos ridculos e mentirosos aplausos do mundo. Onde ests, Senhor? Por que pareceis dormir? Por que permitis tanto mal?" Espero, Doutor, t-lo ajudado a compreender as palavras do Papa, e que, comigo o senhor reze por Bento XVI, -- como ele mesmo tem pedido -- para que Deus d a ele a coragem para enfrentar os lobos vermelhos e avermelhados... Escreva-me sempre.

  • Apostila Catequese Crisma Adultos 2012 22

    Encontro 4

    Como ler a Bblia / Histria do Povo de Deus

    1. Orao e intenes iniciais.

    2. Tempo Litrgico:

    3. Tema / Debate: Come ler a Bblia

    Textos:

    Lc 8,26-39 (O endemoninhado de Gerasa)*

    Mt 2,1-12 (Homenagem dos Magos)* Ex 21,22-25 olho por olho, dente por dente Jo 13,34 Dou-vos um novo mandamento: Ama-vos uns aos outros. Como eu vos tenho amado, assim tambm vs deveis amar-vos uns aos outros.

    - Tradio Oral: transmisso das histrias de boca em boca. Muito comum a 4000 anos atrs e mesmo hoje.

    - Tradio Escrita: passagem para textos da

    tradio oral. Muitas vezes esta passagem ocorreu

    500 anos aps o acontecimento (Ex: Abrao).

    - Os textos foram sendo modificados durante 4000

    anos atravs de releituras constantes a partir do fato

    ocorrido.

    - O importante no s texto em si mas sua

    mensagem (domnio da f). A Bblia no pode pode

    ser lida ao p da letra.

    - Exemplo de releitura: Ex 14,5-31 (sada do Egito)

    e 1 Cor 10,1-2 (ligao com o Batismo).

    - O importante sua interpretao para o nosso

    tempo. A BBLIA UM CLSSICO.

    - A Bblia no foi escrita por uma s pessoa mas por diversos autores (a maioria

    desconhecidos).

    - A Bblia dividida em 2 grandes blocos: Antigo Testamento e Novo Testamento.

    CRIAO ABRAO MOISS ANTIGO TESTAMENTO CRISTO (NT) HOJE

    -------------- _______________________________________________________________

    ? 1800 a.C 1.250 a.C 1000 anos 100 anos

  • Apostila Catequese Crisma Adultos 2012 23

    - Cuidado para no levar a Bblia ao p da letra. O IMPORTANTE A MENSAGEM NOS DIAS ATUAIS.

    - Os diversos smbolos utilizados so para a poca que foram escritos ( Eu Sou o bom pastor).

    Imaginem a seguinte cena: um arquelogo daqui a 4000 anos lendo alguns textos de hoje e

    sua concluso se for levada ao p da letra:

    MORAVAM EMBAIXO DA TERRA (entrou pelo cano). ANDAVAM MUITO LIMPOS (vai tomar banho).

    NO TINHAM CABEA (perdeu a cabea). MORRIAM FACILMENTE (morri de tanto rir, a moa morreu de vergonha).

    COMIAM CAPIM (Comeu que nem um boi).

    - Entender os smbolos: o homem feito de barro, a mulher tirada da costela de Ado. - Smbolo no mentira. a melhor maneira de explicar algo.

    - Smbolos freqentem na Bblia: BOM PASTOR, AGRICULTOR, VINHATEIRO,

    CAMINHO, LUZ, etc.

    IMPORTANTE:

    INSPIRAO: toda palavra da Bblia , ao mesmo tempo, palavra do homem (redator) e

    palavra de Deus (Esprito Santo).

    INERRNCIA: os livros inspirados so isentos de erros no domnio da F MAS NO

    SO ISENTO DE ERROS NO DOMNIO DA CINCIA (Geografia, Histria, Biologia,

    evoluo, etc) pois os autores escreveram de acordo com o seu conhecimento de seu tempo.

    Ex: os autores acreditavam que o Sol girava em volta da Terra. Hoje sabemos que o

    contrrio.

    4. Tema / Debate: A Bblia no caiu do cu - Como ler a Bblia

    Que Bblia escolher?

    Como procurar uma citao bblica?

    ABREVIATURA CAPTULO, VERSCULO INICIAL VERSCULO FINAL JO 15,13-20

    Se tivermos apenas um versculo no necessrio colocar o HFEN.

    JO 15,13

    As abreviaturas so padronizadas e seu significado est normalmente no incio da Bblia.

    s vezes h nmero antes da abreviatura. Isto acontece quando existem livro com o

    mesmo nome.

    1Cr 2,10-15 (primeiro livro das Crnicas)

    2Mc 3,1-2 (segundo livro dos Macabeus)

    3Jo 1,1-5 (terceira epstola de Joo)

  • Apostila Catequese Crisma Adultos 2012 24

    A Bblia foi escrita em 3 lnguas:

    HEBRAICO

    GREGO

    ARAMAICO

    No sculo 4 foi traduzida para o Latim.

    As Bblias so diferentes? No. A Bblia judaica (Tora) no tem os livros escritos em Grego (Judite, Tobias, 1 e 2 Macabeus, Sabedoria, Eclesistico, Baruc, alguns

    trechos de Ester e os captulos 13 e 14 de Daniel.

    As tradues para as lnguas (a Bblia j foi traduzida para mais de 2000 lnguas) pode apresentar variaes e mesmo na mesma lngua podem haver mudanas MAS

    O SENTIDO O MESMO.

    As Bblias dos Evanglicos so iguais? Sim. Apenas alguns crentes no tem os livros em grego j citados. As citaes a Maria, mo de Jesus, no so alteradas.

    Bblia: uma biblioteca com vrios livros

  • Apostila Catequese Crisma Adultos 2012 25

    Pentateuco-> Primeira Alina (Abrao, histria do povo Judeu, lei e normas de conduta).

    Ex 20,1-17

    Livros Histricos -> Detalham a histria dos judeus atravs dos vrios reis / personagens.

    2Sm11-2,5

    Livros Sapincias -> livros de sabedoria e comportamento.

    Sl 110,10 Eclo 30,22-25

    Livros Profticos -> vida dos profetas, orientaes e previses.

    Is11,1-8

    Evangelhos e Atos -> vida, morte, ressureio de Jesus. Primeiros passos da Igreja.

    Epistolas de So Paulo

    1Cor 13

    Epstolas Catlicas -> evangelizao dos apstolos.

    Apocalipse -> escrito por So Joo. Simblico e mostrando o fim dos tempos.

    5. Tema / Debate: HISTRIA DO POVO DE DEUS

    A Bblia dividida em 2 partes que representam as 2 grandes alianas de Deus com a humanidade:

    o AT: conta-nos a histria da antiga Aliana, celebrada entre Deus e seu povo, por intermdio de Moiss. Os 10 mandamentos relatam as normas

    desta Aliana. (Ex 19,1-8; 20,1-21)*

    o NT: conta-nos a histria da nova Aliana, celebrada entre Deus e seu povo, por intermdio de JESUS. A mensagem das bem-aventuranas (Mt 5,3-12;

    Lc 6,20-26)*

    Antigo Testamento: pode ser dividido em 8 atos em 3 regies do Oriente Mdio (Mesopotmia, Palestina e Egito). Toda esta histria narrada nos 46 livros do

    Antigo Testamento.

    o Os Patriarcas: os Patriarcas (Abrao, Isaac, Ismael, Jac e Jos). Abrao sai da Mesopotmia 1850 a.C. procura de uma nova terra Cana (Gn 12,1-

    3). Abrao teve dois filhos Ismael (filho da escrava Agar) e Isaac (filho da

    esposa Sara), e um neto, Jac depois chamado de Israel. Um dos filhos de

    Jac, Jos, foi vendido pelos irmos como escravo para os egpcios (Gn

    37,28) onde se tornou primeiro ministro. Aps um perodo de muita fome

    em Cana os irmos de Jos migraram para o Egito.

    o Estadia no Egito: aps 4 sculos os israelitas caram em desgraa no Egito. Surgiu MOISS que libertou o povo (dez pragas). A sada ocorreu em 1250

    a. C.(Ex 14,27-31). O povo andou pelo deserto por 40 anos at entrar na

    Palestina (morte de Moiss). Jos sucedeu Moises e por 200 anos os judeus

    lutam contra Cananeus e Filisteus.

    o Os Juzes: forma personagens ilustres que, depois da morte de Josu at a constituio do Reino (sculo 11 a. C). Os mais famosos foram: Dbora,

    Gedeo, Jeft, Sanso e Samuel.

    o Os Reis: seguindo os povos vizinhos, o Reino elege um rei (1 Sm 8,1-5), sendo o primeiro Saul sucedido por Davi que terminou a conquista da

    Palestina. Jerusalm torna-se a capital do Reino. O filho de Davi, Salomo,

    constri o Templo de Jerusalm . Aps a morte de Salomo (935 a.C) o

    reino de divide em 2.

  • Apostila Catequese Crisma Adultos 2012 26

    o O Reino do Norte (Israel): capital Samaria. Tiveram 2 sculos de autonomia sendo em 721 a.C. conquistados pelos Assrios. ELIAS, ELISEU, AMS e

    OSEAS so os grandes profetas do Norte.

    o O Reino do Sul (Jud): as 2 tribos do sul resistiram at 586 a.C. quando os Babilnios conquistaram a capital, Jerusalm. O templo foi destrudo.

    o O Cativeiro na Babilnia: perodo de maior sofrimento do povo de Deus. um perodo de lamentaes (Jeremias, Isaas e Ezequiel).

    o O Judasmo: quando os Persas vencem os Babilnios o povo do Reino libertado voltando para a Palestina. Com Esdras e Meemias comeou a

    reconstruo de Jerusalm e do templo. poca de observncia da Lei de

    Moiss. Assim nasceu o Judasmo. Aps um perodo de dominao dos

    Gregos (332 a.C), perodo de lutas como os 2 livros de Macabeus, o povo

    tem um curto perodo de independncia (143 a 63 a.C) quando comea o

    domnio dos Romanos.

    Novo Testamento: tambm pode ser dividida em 3 partes. o O nascimento e a vida oculta de Jesus: prximo do ano zero nasce o

    Messias (anunciado vrias vezes pelos profetas do antigo testamento) aps

    Maria ser escolhida por Deus para ser a me de Jesus (Natal) (Lc 1,30-35).

    Jesus primo de Joo Batista, o ltimo profeta. Depois da visita dos Reis

    Magos e a matana dos bebes de at 3 anos ordenada por Herodes, a famlia

    sagrada foge para o Egito (Mt 2,13-18). Jesus reaparece apenas aos 12 anos

    no meio de doutores. No se tem notcias da infncia, adolescncia e

    juventude de Jesus (Lc 2,51-52).

    o A vida pblica de Jesus: aos 30 anos comeou a vida pblica de Jesus recebendo o BATISMO de Joo Batista. Jesus se aproximou daqueles dos

    quais ningum se aproxima: os doentes (Lc 4,38-41), os pecadores (Lc

    5,29-32), os cobradores de impostos (Mc 26,3-9), as mulheres (Lc 13,10-

    17), as crianas (Mc 10,13-16), os inimigos (Mt 5,43-48). Jesus escolhe 12

    discpulos (Mt 10,2-4) que ir catequizar por 3 anos. Havia um grupo maior

    de 72 discpulos (Lc 10,1-6) do qual vrias mulheres faziam parte (Lc 8,2).

    Por ter anunciado uma vida de justia e amor (diferente a lei do Antigo

    Testamento) Jesus condenado a morrer na cruz no meio de 2 bandidos (Lc

    23,32-46). Mas Jesus ressuscita no terceiro dia (Lc 24,46). Este evento

    torna-se a Pscoa Crist (diferente da Pscoa Judaica). Jesus reaparece aos

    discpulos por 40 dias confirmando a Ressureio (1Cor15,3-8)

    o O surgimento da Igreja: a Igreja nasce no dia de Pentecostes com o dom do Esprito Santo (At 2,1-4). Os primeiros cristos destacavam-se pelo esprito

    de orao, partilha, fraternidade e ensinamento dos apstolos (At 2,42-47).

    Os padres e bispos so os sucessores dos apstolos. O Papa (Bento XVI)

    continua a misso de Pedro. Mateus, Marcos, Lucas e Joo so os

    evangelistas. Lucas autor do ATOS DOS APSTOLOS. Paulo

    evangeliza fora da Palestina e escreve 14 epstolas. Os apstolos escrevem

    mais 7 cartas e o livro do Apocalipse.

    6. Textos Complementares

  • Apostila Catequese Crisma Adultos 2012 27

    6.1 - Biblia - Origens - Verses e tradues bblicas

    http://pt.wikipedia.org/wiki/B%C3%ADblia

    A palavra grega Bblia, em plural, deriva do grego bblos ou bblion () que significa "rolo" ou "livro". Bblion, no caso nominativo plural, assume a forma bblia, significando

    "livros". No latim medieval, bibla usado como uma palavra singular uma coleco de livros ou "a Bblia". Foi So Jernimo, tradutor da Vulgata Latina, que chamou pela

    primeira vez ao conjunto dos livros do Antigo Testamento e Novo Testamento de

    "Biblioteca Divina". A Bblia uma coleo de livros catalogados, considerados como

    divinamente inspirados pelas trs grandes religies dos filhos de Abrao, que so o

    Cristianismo, o Judaismo e o Islamismo. e por isso so conhecidas como as religies do

    Livro. sinnimo de "Escrituras Sagradas" e "Palavra de Deus".

    Os livros bblicos considerados cannicos pela Igreja Crist so ao todo 66 livros, sendo 39

    livros no Antigo Testamento e 27 livros no Novo Testamento. A Bblia Catlica contm 7

    livros a mais no Antigo Testamento do que outras tradues bblicas usadas pelas religies

    crists no-catlicas e pelo Judasmo. Esses livros so chamados pela Igreja Catlica de

    deuterocannicos ou livros do "segundo Cnon". A lista dos livros deuterocannicos a

    seguinte: Tobias, Judite, I Macabeus, II Macabeus, Sabedoria, Eclesistico (Ben Sira ou

    Sircida) e Baruque. Alm disso, ela possui alguns trechos a mais em alguns livros

    protocannicos (ou livros do "primeiro Cnon") de Ester e Daniel. Outras denominaes

    religiosas consideraram estes livros deuterocannicos como apcrifos, ou seja, livros ou

    escritos que carecem de inspirao divina, reconhecendo, porm, o valor histrico dos

    livros dos Macabeus.

    Livro do Gnesis, Bblia em Tamil de 1723

    Apesar da antiguidade dos livros bblicos, os manuscritos mais antigos que possumos

    datam a maior parte do III e IV Sculo d.C.. Tais manuscritos so o resultado do trabalho

  • Apostila Catequese Crisma Adultos 2012 28

    de copistas (escribas) que, durante sculos, foram fazendo cpias dos textos, de modo a

    serem transmitidos s geraes seguintes. Transmitido por um trabalho desta natureza o

    texto bblico, como bvio, est sujeito a erros e modificaes, involuntrios ou

    voluntrios, dos copistas, o que se traduz na coexistncia, para um mesmo trecho bblico,

    de vrias verses que, embora no afectem grandemente o contedo, suscitam diversas

    leituras e interpretaes dum mesmo texto. O trabalho desenvolvido por especialistas que

    se dedicam a comparar as diversas verses e a seleccion-las, denomina-se Crtica Textual.

    E o resultado de seu trabalho so os Textos-Padro.

    A grande fonte hebraica para o Antigo Testamento o chamado Texto Massortico. Trata-

    se do texto hebraico fixado ao longo dos sculos por escolas de copistas, chamados

    Massoretas, que tinham como particularidade um escrpulo rigoroso na fidelidade da cpia

    ao original. O trabalho dos massoretas, de cpia e tambm de vocalizao do texto hebraico

    (que no tem vogais, e que, por esse motivo, ao tornar-se lngua morta, necessitou de as

    indicar por meio de sinais), prolongou-se at ao Sculo VIII d.C.. Pela grande seriedade

    deste trabalho, e por ter sido feito ao longo de sculos, o Texto Massortico (sigla TM)

    considerado a fonte mais autorizada para o texto hebraico bblico original.

    No entanto, outras verses do Antigo Testamento tm importncia, e permitem suprir as

    deficincias do Texto Massortico. o caso do Pentateuco Samaritano (os samaritanos

    eram uma comunidade tnica e religiosa separada dos judeus, que tinham culto e templo

    prprios, e que s aceitavam como livros sagrados os do Pentateuco), e principalmente a

    Septuaginta Grega (sigla LXX).

    A Verso dos Setenta ou Septuaginta Grega, designa a traduo grega do Antigo

    Testamento, elaborada entre os sculos IV e II a.C., feita em Alexandria, no Egipto. O seu

    nome deve-se lenda que referia ter sido essa traduo um resultado milagroso do trabalho

    de 70 eruditos judeus, e que pretende exprimir que no s o texto, mas tambm a traduo,

    fora inspirada por Deus. A Septuaginta Grega a mais antiga verso do Antigo Testamento

    que conhecemos. A sua grande importncia provm tambm do facto de ter sido essa a

    verso da Bblia utilizada entre os cristos, desde o incio, e a que citada na grande parte

    do Novo Testamento.

    Da Septuaginta Grega fazem parte, alm da Bblia Hebraica, os Livros Deuterocannicos

    (aceites como cannicos apenas pela Igreja Catlica), e alguns escritos apcrifos (no

    aceites como inspirados por Deus por nenhuma das religies crists ocidentais).

    Encontram-se 4 mil manuscritos em grego do Novo Testamento, que apresentam variantes.

    Diferentemente do Antigo Testamento, no h para o Novo Testamento uma verso a que

    se possa chamar, por assim dizer, normativa. H contudo alguns manuscritos mais

    importantes, pelas sua antiguidade ou credibilidade, e que so o alicerce da Crtica Textual.

    Uma outra verso com importncia a chamada Vulgata Latina, ou seja, a traduo latim

    por So Jernimo, em 404 d.C., e que foi utilizada durante muitos sculos pelas Igrejas

    Crists do Ocidente como a verso bblica autorizada.

  • Apostila Catequese Crisma Adultos 2012 29

    De acordo com o Scripture Language Report, a Bblia j foi traduzida para 2 403 lnguas

    diferentes, sendo o livro mais traduzido do mundo.

    Uma cpia da Bblia de Gutenberg, de propriedade do Congresso norte-americano

    A Bblia em portugus

    Os primeiros registros da traduo de trechos da Bblia para o portugus remontam ao final

    do sculo XIII, por Dom Dinis. Mas a primeira Bblia completa em lngua portuguesa foi

    publicada somente em 1753, na traduo do pastor Joo Ferreira de Almeida (1628-1691).

    O pastor, missionrio e tradutor Joo Ferreira de Almeida foi o principal tradutor da Bblia

    para a lngua portuguesa. Ele j conhecia a Vulgata, j que seu tio era padre. Aps

    converter-se ao protestantismo aos 14 anos, Almeida partiu para a Batvia. Aos 16 anos

    traduziu um resumo dos evangelhos do espanhol para o portugus, que nunca chegou a ser

    publicado. Em Malaca traduziu partes do Novo Testamento tambm do espanhol.

    Aos 17, traduziu o Novo Testamento do latim, da verso de Theodore Beza, alm de ter se

    apoiado nas verses italiana, francesa e espanhola.

    Aos 35 anos, iniciou a traduo diretamente dos originais, embora seja um mistrio como

    ele aprendeu os idiomas originais. certo que ele usou como base o Texto Massortico

    para o Antigo Testamento, o Textus Receptus, editado em 1633 pelos irmos Elzevir, e

    alguma traduo da poca, como a Reina-Valera. A traduo do Novo Testamento ficou

    pronta em 1676.

    O texto foi enviado para a Holanda para reviso. O processo de reviso durou 5 anos, sendo

    publicado em 1681, e teve mais de mil erros. A razo que os revisores holandeses

    queriam harmonizar a traduo com a verso holandesa publicada em 1637. A Companhia

    das ndias Orientais ordenou que se recolhesse e destrusse os exemplares defeituosos. Os

    que foram salvos foram corrigidos e utilizados em igrejas protestantes no Oriente, sendo

    que um deles est exposto no Museu Britnico. Aps sua morte foram detectados 1.119

    erros de traduo.

    6.2 - Vulgata

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Vulgata

  • Apostila Catequese Crisma Adultos 2012 30

    A Vulgata uma traduo para o latim da Bblia escrita em meados do sculo IV por So

    Jernimo, a pedido do Papa Dmaso I, que foi usada pela Igreja Catlica e ainda muito

    respeitada.

    Nos seus primeiros sculos, a Igreja serviu-se sobretudo da lngua grega. Foi nesta lngua

    que foi escrito todo o Novo Testamento, incluindo a Carta aos Romanos, de So Paulo,

    bem como muitos escritos cristos de sculos seguintes.

    No sculo IV, a situao mudara e ento que o importante biblista So Jernimo traduz

    pelo menos o Antigo Testamento para latim e rev a Vetus Latina. A Vulgata foi produzida

    para ser mais exata e mais fcil de compreender do que suas predecessoras. Foi a primeira,

    e por sculos a nica, verso da Bblia que verteu o Velho Testamento diretamente do

    hebraico e no da traduo grega conhecido como Septuaginta. No Novo Testamento, So

    Jernimo selecionou e revisou textos. Ele inicialmente no considerou cannicos os sete

    livros, chamados por catlicos e ortodoxos de deuterocannicos. Porm, trabalhos seus

    posteriores mostram sua mudana de conceito, pelo menos a respeito dos livros de Judite,

    Sabedoria de Salomo e o Eclesistico (ou Sabedoria de Sirac), conforme atestamos em

    suas ltimas cartas a Rufino. Chama-se Vulgata a esta verso latina da Bblia, que foi

    usada pela Igreja Catlica Romana durante muitos sculos, e ainda hoje fonte para

    diversas tradues.

    O nome vem da frase versio vulgata, isto "verso dos vulgares", e foi escrito em um latim

    cotidiano usado na distino consciente ao latim elegante de Ccero, do qual Jernimo era

    um mestre.

    Aps o Conclio Vaticano II, por determinao de Paulo VI, foi realizada uma reviso da

    Vulgata, sobretudo para uso litrgico. Esta reviso, terminada em 1975, e promulgada pelo

    Papa Joo Paulo II em 25 de abril de 1979, denominada Nova Vulgata.

    6.3 - Bblia Textos Originais

    Bibliografia: http://www.labiblia.org/tipos_pt.htm

    Durante os primeiros anos de expanso da igreja, se desenvolveram o que hoje

    conhecemos como "textos locais" do novo testamento. As novas congregaes

    estabelecidas em grandes cidades ou nas proximidades delas, tais como alexandria,

    antioquia, constantinopla, cartago ou roma, providenciaram cpias das escrituras no

    estilo corrente naquela rea. Ao serem feitas cpias adicionais, o nmero de leituras

    especiais e interpretaes eram conservadas e at certo ponto ampliadas, de maneira

    que veio a surgir uma classe de texto que era mais ou menos prrio daquela

    localidade.

  • Apostila Catequese Crisma Adultos 2012 31

    Hoje possvel identificar a classe do texto preservado em

    manuscritos do Novo Testamento ao comparar suas

    caractersticas textuais com as citaes dessas mesmas

    passagens nos escritos dos pais da Igreja, que viviam nos

    principais centros eclesisticos, ou prximo a eles.

    Ao mesmo tempo, as peculiaridades do texto local tendiam a

    diluir-se e mesclar-se com outras classes de texto. Por

    exemplo, um manuscrito do Evangelho segundo Marcos copiado

    em Alexandria e levado logo Roma exerceria, sem dvida,

    alguma influncia nos copistas que transcreviam o texto de

    Marcos que era corrente em Roma. Entretanto, durante os

    primeiros sculos, as tendncias para desenvolver e preservar

    um tipo particular de texto, prevaleceram sobre a mescla dos mesmos. Dessa maneira,

    se formaram vrios tipos de texto do Novo Testamento, os mais importantes dos

    quais, so o Alexandrino, o Ocidental, o Cesariense e o Bizantino.

    Monjes Da poca Bizantina

    Texto Alexandrino

    usualmente considerado como o melhor e mais fiel na preservao do original. Suas

    caractersticas so a brevidade e a austeridade. Isto , o Alexandrino geralmente

    mais curto que outras classes de texto, e no exibe o grau de esmero gramatical e

    estilstica que caracterizam o tipo de texto Bizantino e em menor grau o tipo de texto

    Cesariense.

    At h pouco tempo, os dois principais testemunhos do tipo de texto Alexandrino eram

    o Cdice Vaticano e o Cdice Sinatico (manuscritos em pergaminho da metade do

    sculo IV).

    No entanto, com a aquisio dos papiros Bodmer, particularmente o P66 e o P75

    (ambas as cpias prximas do final do sculo II), existe evidncia de que o tipo de

    texto Alexandrino retrocede at um arqutipo publicado no princpio do segundo sculo.

    Este tipo era corrente na Itlia, Glia, frica do norte e outras partes (incluindo o

    Egito). Pode tambm retroceder at o segundo sculo. Utilizado por vrios Pais

    (Cipriano, Tertuliano, Irineu e Tatiano), sua presena no Egito est demonstrada pelos

    papiros P38 (cerca de 300 d.C.) e P48 (prximo ao final do sculo III). Os manuscritos

    gregos mais importantes que representam o tipo do texto Ocidental so o Cdice Beza

    (D), do sculo VI, (que continha as Epstolas Paulinas) e o Cdice Washingtonianus

    (W), do final do sculo IV (que continha desde Marcos 1.1 at 5.30). De igual maneira,

    as velhas verses latinas so testemunhos notveis do tipo de texto Ocidental, e se

    Monjes Da poca Bizantina

  • Apostila Catequese Crisma Adultos 2012 32

    encontram dentro de grupos principais, tais como as formas africana, italiana e

    hispnicas do texto latino antigo. A caracterstica principal do tipo de texto Ocidental sua intensa parfrase (Nota: escrever com palavras prprias uma determinada idia).

    Parece ter-se originado no Egito (est apoiado pelo papiro Chster Beatty P45).

    Orgenes pode t-lo levado para Cesaria, onde Eusbio e outros fizeram uso dele. De

    Cesaria foi levado a Jerusalm, onde foi usado por Cirilo e por armnios que em

    pocas recentes tinham uma colnia em Jerusalm. Os missionrios armnios levaram

    o tipo de texto Cesariense para a Georgia, onde influenciou a Verso Georgiana, como

    tambm o manuscrito grego do sculo IX, Cdice Korideti (Q).

    Parece, pois, que o tipo de texto Cesariense teve uma longa e acidentada carreira. De

    acordo com o ponto de vista da maioria dos eruditos, se trata de um texto oriental, e

    est caracterizado por uma mescla de leituras ocidentais e alexandrinas. Pode-se

    tambm observar o propsito de tornar elegantes as expresses, caracterstica

    especialmente notvel no tipo de texto Bizantino.

    o ltimo dos vrios tipos distintos do texto do novo testamento, caracterizando-se

    pelo seu esforo em parecer completo e lcido. Os construtores deste texto tentaram,

    sem dvida, polir qualquer forma rude de linguagem, combinar duas ou mais leituras

    divergentes em uma s leitura expandida (fuso), e harmonizar passagens paralelas

    divergentes.

    Este tipo de texto combinado, talvez produzido em Antioquia (Sria), foi levado para

    Constantinopla e dali distribudo amplamente atravs de todo o Imprio Bizantino. Seu

    melhor representante hoje o Cdice Alexandrino e a grande massa de manuscritos

    minsculos.

    Durante o perodo transcorrido entre o sculo VI at a inveno da imprensa no sculo

    XV, o tipo de texto Bizantino veio a ser reconhecido como o texto autorizado

    (normativo) e foi o de maior circulao e o mais aceito.

    A descrio clssica do tipo de texto Bizantino feita por F. J. A. Hort. Ele diz: "... As

    qualidades que os autores do texto Bizantino pareciam mais interessados em ressaltar,

    eram a lucidez e o fato de ser completo. Estavam evidentemente ansiosos, at onde

    fosse possvel, e sem recorrer a medidas violentas, em remover todas as pedras de

    tropeo no caminho do leitor comum. Desejavam igualmente que est

    e obtivesse os benefcios da parte instrutiva contida em todo texto existente, evitando

    confundir ou introduzir aparentes contradies. Novas omisses, por conseguinte, so

    raras, e quando ocorrem, geralmente o fazem para aparentar simplicidade. Por outro

    lado, abundam as novas interpolaes, a maioria delas feitas devido harmonizao

    ou outra similitude, sendo, porm, afortunadamente identificveis por serem

    caprichadas ou incompletas.

    Tanto no tema como na dico, o texto Srio visivelmente um texto "completo".

    Deleita-se em pronomes, conjunes, expletivos, e prov combinaes de todo tipo,

    assim como adies de considerao. Distinguindo-se do valor denodado dos escribas

    ocidentais e da erudio dos alexandrinos, o esprito de suas correes ao mesmo

    tempo sensvel e dbil. Totalmente iimpecvel em bases literrias ou religiosas com

    respeito a uma dico vulgar ou indigna, porm mostra ausncia de discernimento

    crtico-espiritual, apresentando o Novo Testamento de forma branda e atrativa, porm

    notavelmente empobrecida em sua fora e sentido, sendo mais apropriada para a

    leitura rpida ou recitativa que para o estudo diligente e repetido".

    De tal forma alterada do texto provm as bases para quase todas as tradues do

    Novo Testamento at o sculo XIX. A edio de Erasmo de Rotterdam, publicada por J.

    Froben em 1516, baseou-se no Texto Bizantino. Esta verso grega do Novo

  • Apostila Catequese Crisma Adultos 2012 33

    Testamento e edies subseqentes foram amplamente difundidas, reconhecidas e

    aceitas como o texto normativo da igreja protestante, e chegou a ser famosa por seu nome latino de Texto Receptus.

    6.5 - Evangelhos sinpticos

    Os exegetas (nota: pessoa que se dedica a interpretar ou explicar determinado assunto)

    chamam evangelhos sinpticos aos de Mateus, Marcos e Lucas; desde que a exegese

    comeou a ser aplicada Bblia ainda no sculo XVIII que os especialistas se aperceberam

    que, dos quatro evangelhos, os trs primeiros apresentavam grandes semelhanas em si, de

    tal forma que se colocados em trs grelhas paralelas - donde vem o nome sinptico, do

    grego , "syn" (junto) e , "opsis" (ver) -, os assuntos neles abordados correspondiam quase inteiramente. Por parecer que quase teriam ido beber as suas

    informaes a uma mesma fonte, como os primeiros grandes exegetas eram alemes,

    designaram essa fonte por Q, abreviatura de Quelle, que significa precisamente fonte em

    alemo.

    Os evangelhos sinticos esto relacionados um com o outro segundo o seguinte esquema:

    se o contedo de cada evangelho indexado em 100, ento quando se compara esse

    resultado se obtm: Marco tem 7 peculiaridades e 93 coincidncias. Mateus tem 42

    peculiaridades e 58 coincidncias. Lucas tem 59 peculiaridades e 41 coincidncias. Isso ,

    13/14 (treze quatorze avos) de Marcos, 4/7 de Mateus e 2/5 de Lucas descrevem os mesmos

    eventos em linguagem similar.

    O estilo de Lucas mais polido do que o de Mateus e Marcos, com menos hebraismos.

    Lucas utiliza algumas palavras latinas (q.v. Lucas 7,41; 8,30; 11,33; 12,6 e 19,20), mas

    nada de termos em aramaico ou hebraico, exceto sikera, uma bebida estimulante da

    natureza do vinho, mas no processada de uvas (do hebraico shakar, "ele est intoxicado",

    Levtico 10,9), provavelmente vinho de palmeira. Esse Evangelho contm 28 referncias

    distintas ao Antigo Testamento.

    Quanto ao quarto evangelho, o de Joo, relata a histria de Jesus de um modo

    substancialmente diferente, pelo que no se enquadra nos sinpticos.

    Enquanto que os evangelhos sinpticos apresentam Jesus como uma personagem humana

    destacando-se dos comuns pelas suas aces milagrosas, j o Evangelho de Joo descreve

    um Jesus como um Messias com um carcter divino, que traz a redeno absoluta ao

    mundo

    Bibliografia http://pt.wikipedia.org/wiki/Evangelhos_sin%C3%B3pticos

    6.5 - Os Evangelhos Sinticos

    O Novo Testamento (NT) o nome dado coletnea de vinte e sete livros inspirados da

    nova aliana entre Deus e os homens, estabelecida por Jesus Cristo (Mt 26,28}. A

    expresso "Novo Testamento" foi usada inicialmente por So Paulo (2Cor 3,6.14) para

    caracterizar as disposies novas e definitivas inauguradas por Cristo, que regem as

  • Apostila Catequese Crisma Adultos 2012 34

    relaes entre Deus e seu povo. A partir do II sculo passou a designar o conjunto dos

    escritos neotestamentrios.

    "Evangelho" vem do grego "euangelion" e significa "a recompensa pela boa notcia

    trazida", ou a prpria "boa notcia". No NT indica a "boa-nova da salvao trazida por Jesus

    Cristo" (Mc 1,1).

    Traduz o termo hebraico bissar (presente tambm na palavra portuguesa de origem rabe

    "alvssara"), que significa "anunciar a boa-nova da salvao" (Is 40,9; 52,7; 61,1), a alegre

    notcia escatolgica da irrupo do reino de Deus.

    A partir do II sculo, "evangelho" passa a designar tambm cada um dos quatro livros

    escritos que contm esta mensagem: segundo Mateus, segundo Marcos, segundo Lucas e

    segundo Joo.

    Neles foram recolhidos os fatos e ditos de Jesus, conservados durante cerca de quarenta

    anos de tradio oral, transmitida e elaborada pela pregao, liturgia e catequese.

    Embora fiis aos dados vivos da tradio, para atender s necessidades espirituais das

    comunidades, os evangelistas selecionavam os materiais que melhor se adaptassem ao fim

    peculiar teolgico-catequtico, bem determinado, dos respectivos escritos.

    Apesar das perspectivas prprias de cada evangelista, nota-se nos evangelhos de Mateus,

    Marcos e Lucas muita semelhana quanto ao plano geral: a) Pregao de Joo Batista e

    batismo de Jesus; b) Ministrio de Jesus na Galilia; c) Viagem para Jerusalm; d) Paixo,

    morte e ressurreio de Jesus.

    Tal semelhana aparece tambm nos fatos escolhidos, na sequncia, no vocabulrio e na

    maneira de apresentar os ensinamentos de Jesus. Por isso os trs primeiros evangelhos so

    chamados sinticos (do grego syn-opsis = olhar de conjunto), porque podem ser dispostos

    em trs colunas paralelas para serem vistos num olhar de conjunto.

    Texto da "Bblia Sagrada", da Editora Vozes

    Bibliografia:http://www.franciscanos.org.br/nossaorigem/especiais/setembro/os_evangelho

    s.htm

    6.6 - Texto: A Biblia e o Celular

    Autor Desconhecido

    J imaginou o que aconteceria se tratssemos a nossa Bblia do jeito que tratamos o

    nosso celular?

    E se sempre carregssemos a nossa Bblia no bolso ou na bolsa?

    E se dssemos uma olhada nela vrias vezes ao dia?

    E se voltssemos para apanh-la quando a esquecemos em casa, ou no escritrio... ?

  • Apostila Catequese Crisma Adultos 2012 35

    E se a usssemos para enviar mensagens aos nossos amigos?

    E se a tratssemos como se no pudssemos viver sem ela?

    E se a dssemos de presente s crianas?

    Se a usssemos quando viajamos?

    E se lanssemos mo dela em caso de emergncia?

    'Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto est perto'! (Is 55:6)*

    Ao contrrio do celular, a Bblia no fica sem sinal.

    Ela 'pega' em qualquer lugar.

    No preciso se preocupar com a falta de crdito porque Jesus j pagou a conta e os

    crditos no tm fim.

    E o melhor de tudo: no cai a ligao e a carga da bateria para toda a vida.

    NELA ENCONTRAMOS ALGUNS TELEFONES DE EMERGNCIA:

    Para saber o segredo da felicidade, ligue Colossenses 3:12-17.

    Quando voc estiver triste, ligue Joo 14.

    Quando pessoas falarem de voc, ligue Salmo 27.

    Quando voc estiver nervoso, ligue Salmo 51.

    Quando voc estiver preocupado, ligue Mateus 6:19,34.

    Quando voc estiver em perigo, ligue Salmo 91.

    Quando Deus parecer distante, ligue Salmo 63.

    Quando sua f precisar ser ativada, ligue Hebreus 11.

    Quando voc estiver solitrio e com medo, ligue Salmo 23.

    Quando voc for spero e crtico, ligue 1 Corntios 13.

    Quando voc quiser paz e descanso, ligue Mateus 11:25-30.

    Quando voc sentir-se triste e sozinho,ligue Romanos 8:31-39.

    Quando o mundo parecer maior que Deus, ligue Salmo 90.

  • Apostila Catequese Crisma Adultos 2012 36

    Encontro 5

    O no do Homem. Deus renova a Aliana com seu povo.

    1. Orao e intenes iniciais.

    2. Tempo Litrgico:

    3. Tema / Debate: O NO DOS HOMENS

    Textos:

    Gn 3,1-13,20-24 *

    Recordando a primeira aliana: criao do Universo, Terra, Plantas, Animais e a

    Humanidade.

    A Humanidade, Scia de Deus: o Deus criou o mundo e viu que isto era bom (Gn 1,4.10.12.18.21.25.31).

    Repete que BOM por 7 vezes!

    o Deus criou o Homem / Mulh