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caderno do PROFESSOR EDUCAÇÃO FÍSICA ensino médio volume 3 - 2009 1 a - SÉRIE

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caderno doPROFESSOR

EDUC

AçÃO

FÍS

ICA

ensino médio

volume 3 - 20091a- SÉRIE

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São Paulo (Estado) Secretaria da Educação.

Caderno do professor: educação física, ensino médio - 1ª- série, volume 3 / Secretaria da Educação; coordenação geral, Maria Inês Fini; equipe, Jocimar Daolio, Luciana Venâncio, Luiz Sanches Neto, Mauro Betti. – São Paulo : SEE, 2009.

ISBN 978-85-7849-319-6

1. Educação Física 2. Ensino Médio 2. Estudo e ensino I. Fini, Maria Inês. II. Daolio, Jocimar. III. Venâncio, Luciana. IV. Sanches Neto, Luiz. V. Betti, Mauro. VI. Título.

CDU: 373.5:796

S239c

A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo autoriza a reprodução do conteúdo do material de sua titularidade pelas demais se-cretarias de educação do país, desde que mantida a integridade da obra e dos créditos, ressaltando que direitos autorais protegidos* deverão ser diretamente negociados com seus próprios titulares, sob pena de infração aos artigos da Lei nº 9.610/98.

* Constituem “direitos autorais protegidos” todas e quaisquer obras de terceiros reproduzidas no material da SEE-SP que não estejam em domínio público nos termos do artigo 41 da Lei de Direitos Autorais.

Catalogação na Fonte: Centro de Referência em Educação Mario Covas

GovernadorJosé Serra

Vice-GovernadorAlberto Goldman

Secretário da EducaçãoPaulo Renato Souza

Secretário-AdjuntoGuilherme Bueno de Camargo

Chefe de GabineteFernando Padula

Coordenadora de Estudos e NormasPedagógicasValéria de Souza

Coordenador de Ensino da RegiãoMetropolitana da Grande São PauloJosé Benedito de Oliveira

Coordenador de Ensino do InteriorRubens Antonio Mandetta

Presidente da Fundação para oDesenvolvimento da Educação – FDEFábio Bonini Simões de Lima

EXECUÇÃO

Coordenação GeralMaria Inês Fini

ConcepçãoGuiomar Namo de MelloLino de MacedoLuis Carlos de MenezesMaria Inês FiniRuy Berger

GESTÃO

Fundação Carlos Alberto Vanzolini

Presidente do Conselho Curador:Antonio Rafael Namur Muscat

Presidente da Diretoria Executiva:Mauro Zilbovicius

Diretor de Gestão de Tecnologias aplicadas à Educação: Guilherme Ary Plonski

Coordenadoras Executivas de Projetos: Beatriz Scavazza e Angela Sprenger

COORDENAÇÃO TÉCNICACENP – Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas

Coordenação do Desenvolvimento dosConteúdos Programáticos e dos Cadernos dos Professores

Ghisleine Trigo Silveira

AUTORESCiências Humanas e suas TecnologiasFilosofia: Paulo Miceli, Luiza Christov, Adilton Luís Martins e Renê José Trentin Silveira

Geografia: Angela Corrêa da Silva, Jaime Tadeu Oliva, Raul Borges Guimarães, Regina Araujo, Regina Célia Bega dos Santos e Sérgio Adas

História: Paulo Miceli, Diego López Silva, Glaydson José da Silva, Mônica Lungov Bugelli e Raquel dos Santos Funari

Sociologia: Heloisa Helena Teixeira de Souza Martins, Marcelo Santos Masset Lacombe, Melissa de Mattos Pimenta e Stella Christina Schrijnemaekers

Ciências da Natureza e suas Tecnologias

Biologia: Ghisleine Trigo Silveira, Fabíola Bovo Mendonça, Felipe Bandoni de Oliveira, Lucilene Aparecida Esperante Limp, Maria Augusta Querubim Rodrigues Pereira, Olga Aguilar Santana, Paulo Roberto da Cunha, Rodrigo Venturoso Mendes da Silveira e Solange Soares de Camargo

Ciências: Ghisleine Trigo Silveira, Cristina Leite, João Carlos Miguel Tomaz Micheletti Neto, Julio Cézar Foschini Lisbôa, Lucilene Aparecida Esperante Limp, Maíra Batistoni e Silva, Maria Augusta Querubim Rodrigues Pereira, Paulo Rogério Miranda Correia, Renata Alves Ribeiro, Ricardo Rechi Aguiar, Rosana dos Santos Jordão, Simone Jaconetti Ydi e Yassuko Hosoume

Física: Luis Carlos de Menezes, Estevam Rouxinol, Guilherme Brockington, Ivã Gurgel, Luís Paulo de Carvalho Piassi, Marcelo de Carvalho Bonetti, Maurício Pietrocola Pinto de Oliveira, Maxwell Roger da Purificação Siqueira, Sonia Salem e Yassuko Hosoume

Química: Maria Eunice Ribeiro Marcondes, Denilse Morais Zambom, Fabio Luiz de Souza, Hebe Ribeiro da Cruz Peixoto, Isis Valença de Sousa Santos, Luciane Hiromi Akahoshi, Maria Fernanda Penteado Lamas e Yvone Mussa Esperidião

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias

Arte: Gisa Picosque, Mirian Celeste Martins, Geraldo de Oliveira Suzigan, Jéssica Mami Makino e Sayonara Pereira

Educação Física: Adalberto dos Santos Souza, Jocimar Daolio, Luciana Venâncio, Luiz Sanches Neto, Mauro Betti e Sérgio Roberto Silveira

LEM – Inglês: Adriana Ranelli Weigel Borges, Alzira da Silva Shimoura, Lívia de Araújo Donnini Rodrigues, Priscila Mayumi Hayama e Sueli Salles Fidalgo

Língua Portuguesa: Alice Vieira, Débora Mallet Pezarim de Angelo, Eliane Aparecida de Aguiar, José Luís Marques López Landeira e João Henrique Nogueira Mateos

Matemática

Matemática: Nílson José Machado, Carlos Eduardo de Souza Campos Granja, José Luiz Pastore Mello, Roberto Perides Moisés, Rogério Ferreira da Fonseca, Ruy César Pietropaolo e Walter Spinelli

Caderno do Gestor

Lino de Macedo, Maria Eliza Fini e Zuleika de Felice Murrie

Equipe de Produção

Coordenação Executiva: Beatriz ScavazzaAssessores: Alex Barros, Beatriz Blay, Carla de Meira Leite, Eliane Yambanis, Heloisa Amaral Dias de Oliveira, José Carlos Augusto, Luiza Christov, Maria Eloisa Pires Tavares, Paulo Eduardo Mendes, Paulo Roberto da Cunha, Pepita Prata, Renata Elsa Stark, Solange Wagner Locatelli e Vanessa Dias Moretti

Equipe Editorial

Coordenação Executiva: Angela Sprenger

Assessores: Denise Blanes e Luis Márcio Barbosa

Projeto Editorial: Zuleika de Felice Murrie

Edição e Produção Editorial: Conexão Editorial, Buscato Informação Corporativa, Edições Jogo de Amarelinha e Occy Design (projeto gráfico)

APOIO

FDE – Fundação para o Desenvolvimento da Educação

CTP, Impressão e Acabamento

Esdeva Indústria Gráfica

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Caras professoras e caros professores,

Tenho a grata satisfação de entregar-lhes o volume 3 dos Cadernos do Professor.

Vocês constatarão que as excelentes críticas e sugestões recebidas dos profis-

sionais da rede estão incorporadas ao novo texto do currículo. A partir dessas

mesmas sugestões, também organizamos e produzimos os Cadernos do Aluno.

Recebemos informações constantes acerca do grande esforço que tem caracte-

rizado as ações de professoras, professores e especialistas de nossa rede para

promover mais aprendizagem aos alunos.

A equipe da Secretaria segue muito motivada para apoiá-los, mobilizando

todos os recursos possíveis para garantir-lhes melhores condições de trabalho.

Contamos mais uma vez com a colaboração de vocês.

Paulo Renato SouzaSecretário da Educação do Estado de São Paulo

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São Paulo faz escola – Uma Proposta Curricular para o Estado 5

Ficha do Caderno 7

Orientação sobre os conteúdos do Caderno 8

Tema 1 – Esporte – Sistemas de jogo e táticas em modalidade coletiva: o rúgbi e o futebol americano 10

Situação de Aprendizagem 1 – Flagball: o futebol sem contato 16

Situação de Aprendizagem 2 – Compreensão e aplicação dos sistemas de jogo no rúgbi 17

Situação de Aprendizagem 3 – Elaboração de táticas no futebol americano 19

Atividade Avaliadora 20

Proposta de Situações de Recuperação 20

Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema 21

Tema 2 – Corpo, saúde e beleza – Conceitos: atividade física, exercício físico e saúde 22

Situação de Aprendizagem 4 – É ativo quem quer? 26

Atividade Avaliadora 28

Proposta de Situações de Recuperação 29

Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema 29

Considerações finais 31

Quadro de conteúdos 32

SUmáRiO

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SãO PaUlO Faz ESCOla – Uma PROPOSTa CURRiCUlaR PaRa O ESTadO

Prezado(a) professor(a),

É com muita satisfação que lhe entregamos mais um volume dos Cadernos do Professor, parte integrante da Proposta Curricular de 5ª- a 8ª- séries do Ensino Fundamental – Ciclo II e do Ensino Médio do Estado de São Paulo. É sempre oportuno relembrar que esta é a nova versão, que traz também a sua autoria, uma vez que inclui as sugestões e críticas recebidas após a implantação da Proposta.

É também necessário relembrar que os Cadernos do Professor espelharam-se, de forma objetiva, na Base Curricular, referência comum a todas as escolas da rede estadual, e deram origem à produção dos Cadernos dos Alunos, justa reivindicação de professores, pais e famí-lias para que nossas crianças e jovens possuíssem registros acadêmicos pessoais mais organi-zados e para que o tempo de trabalho em sala de aula pudesse ser melhor aproveitado.

Já temos as primeiras notícias sobre o sucesso do uso dos dois Cadernos em sala de aula. Este mérito é, sem dúvida, de todos os profissionais da nossa rede, especialmente seu, professor!

O objetivo dos Cadernos sempre será o de apoiar os professores em suas práticas de sala de aula. Podemos dizer que este objetivo está sendo alcançado, porque os professores da rede pública do Estado de São Paulo fizeram dos Cadernos um instrumento pedagógico com bons resultados.

Ao entregar a você estes novos volumes, reiteramos nossa confiança no seu trabalho e contamos mais uma vez com seu entusiasmo e dedicação para que todas as crianças e jo-vens da nossa rede possam ter acesso a uma educação básica de qualidade cada vez maior.

Maria Inês FiniCoordenadora Geral

Projeto São Paulo Faz Escola

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FiCha dO CadERnO

Esporte; Corpo, saúde e beleza

nome da disciplina: Educação Física

área: Linguagens, códigos e suas tecnologias

Etapa da educação básica: Ensino Médio

Série: 1a

Volume: 3

Temas e conteúdos: Esporte

Corpo, saúde e beleza

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OrientaçãO sObre Os cOnteúdOs dO cadernO

Caro professor,

Este Caderno foi elaborado para servir de apoio ao seu trabalho pedagógico cotidiano com a 1a série do Ensino Médio. Os temas deste 3o bimestre são enfocados com base na concepção teórica da disciplina, já explicitada anteriormente, fundamentada nos conceitos de cultura de Movimento e se-Movimentar.

Assim, pretende-se que as Situações de Aprendizagem aqui sugeridas para os temas Esporte e Corpo, saúde e beleza possibilitem aos alunos confrontar suas experiências de Se-Movimentar com importantes dimensões do mundo contemporâneo, gerando conteúdos mais próximos de sua vida cotidiana. Espe- ra-se, desse modo, contribuir para a constru-ção de uma autonomia crítica e autocrítica no âmbito da Cultura de Movimento. Há ainda a expectativa de que o enfoque adotado para o desenvolvimento dos conteúdos neste bimestre seja compatível com as intencionalidades do projeto político-pedagógico de cada escola.

No tema Esporte, serão abordados os siste-mas de jogo e as táticas de duas modalidades coletivas ainda não conhecidas pelos alunos – o rúgbi e o futebol americano –, com ên-fase na análise das táticas e sua importância no desempenho esportivo. Pretende-se que os alunos consigam discriminar as diferenças e semelhanças entre os sistemas táticos dessas duas modalidades, a fim de capacitá-los para uma apreciação mais qualificada do espetá-culo esportivo. É importante destacar que o projeto político-pedagógico da escola poderá optar por outra modalidade esportiva.

Em Corpo, saúde e beleza, serão tratados os conceitos de atividade física, exercício físi-co e saúde, de modo que os alunos consigam

identificar e discriminar esses conceitos, bem como estabelecer relações entre eles e os pa-drões de beleza corporal vigentes em nossa sociedade, com o objetivo de capacitá-los a construir uma argumentação crítica a respei-to do tema, relacionando-o cada um com sua própria vida.

As estratégias escolhidas – que incluem tanto a realização de gestos/movimentos e a participação em jogos, como a busca de infor-mações, projeção de vídeos, o debate, o relato das próprias percepções, a resolução de situ-ações-problema etc. – procuram ampliar as possibilidades de aprendizagem e compreensão por parte dos alunos.

Os procedimentos propostos para a avalia- ção caminham na direção de uma avaliação integrada ao processo de ensino e aprendiza-gem, sem estabelecer procedimentos isolados e formais. As propostas de avaliação devem favorecer a geração, por parte dos alunos, de informações ou indícios, qualitativos e quan-titativos, verbais e não verbais, que serão in-terpretados por você, professor, nos termos das competências e habilidades que se pre-tendem desenvolver em cada tema/conteúdo. Privilegia-se a proposição de Situações de Aprendizagem que favoreçam a aplicação de conhecimentos em situações coletivas e a ela-boração de textos-síntese relacionados aos temas abordados, bem como questionamen-tos dirigidos aos alunos ao longo das aulas, visando checar a compreensão dos conteúdos e a aquisição das competências e habilidade propostas.

A quadra é o tradicional espaço da aula de Educação Física, mas algumas Situa- ções de Aprendizagem aqui sugeridas podem ser desenvolvidas na sala de aula, no pátio ex-

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Educação Física - 1a série - Volume 3

terno ou em outro espaço da escola, como bi-blioteca, sala de informática ou de vídeo, desde que compatíveis com as atividades programa-das. Também algumas etapas podem ser reali-zadas pelos alunos como atividade extra-aula.

As orientações e sugestões a seguir pre-tendem oferecer subsídios para facilitar o de-senvolvimento dos temas apresentados. Não pretendem apresentar as Situações de Apren-dizagem como as únicas a serem realizadas, nem restringir a sua criatividade, como pro-fessor, para outras atividades ou variações de abordagem dos mesmos temas.

Neste mesmo sentido, o Caderno do Aluno é mais um instrumento para servir de apoio ao seu trabalho e ao aprendizado dos alunos. Elaborado a partir do Caderno do Professor, este material adicional não tem a pretensão de restringir ou limitar as possibilidades do seu fazer pedagógico.

De acordo com o projeto político-pedagógi-co da escola e da sua condução do componente curricular, é possível que os temas nele elencados, selecionados dentre os propostos no Caderno do Professor, não coincidam com as atividades que vêm sendo desenvolvidas na escola. Neste caso, a expectativa é subsidiar a condução dessas ati-vidades para que sejam realizadas de maneira similar às propostas no Caderno do Aluno.

Para otimizar seu tempo em quadra, o Caderno do Aluno apresenta as Situações de Aprendizagem de caráter teórico, também propostas no Caderno do Professor, como sugestões de pesquisa e atividades de lição de casa. Além disso, traz, em todos os volumes, dicas sobre nutrição ou postura, afim de con-tribuir para a construção da autonomia dos alunos, um dos princípios da Proposta Curri-cular da disciplina.

Isto posto, professor, bom trabalho!

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O rúgbi tem sua origem diretamente as-sociada ao processo de escolarização na In-glaterra, em meados do século XIX, quando as regras do futebol foram formalmente in-troduzidas em sete escolas públicas daquele país. Seis dessas escolas estavam praticando o mesmo tipo de esporte, mas na Rugby School (fundada em 1567) parecia haver uma versão completamente diferente.

As seis escolas associaram-se e prossegui-ram na formalização do esporte, chamando-o de Football Association (que é a modalidade esportiva mais popular no Brasil, o futebol, atualmente regulamentada pela Fédération Internationale de Football Association, a Fifa), enquanto a modalidade praticada na Rugby School desenvol veu-se de modo diferente. Há controvérsia e incerteza sobre os motivos dessa diferenciação, mas ela é comumente atribuída à insistência dos alunos em correr com a bola nas mãos, o que era válido nas regras anteriores. Sabe-se que, na década de 1830, esse tipo de joga-da era comum entre os alunos daquela escola.

Algumas regras estabelecidas naquele perío-do permaneceram, como as pontuações por chutar a bola entre duas traves (verticais) e aci-ma de um travessão (horizontal), permitindo tentativas de gol de longa distância, e o direito ao “prêmio” de uma tentativa extra de chutar, caso o jogador consiga invadir a defesa adver-sária com a bola em mãos. Era comum entre os defensores a permanência em grupo próxi-mo às traves como tática. Por isso, a formação inicial do ataque e da defesa em cada jogada e a regra do impedimento foram tópicos defini-dos na época. O impedimento ocorria quando um jogador ultrapassava a linha demarcatória do local de início da jogada, antes da autori-

zação. Essa “linha” separava as duas equipes e, assim como ocorre no momento do passe/lançamento no futebol, ela é também imagi-nária no rúgbi, dependendo de cada situação de jogo. Não era permitido passar a bola com as mãos para um jogador posicionado à fren-te. Nesse caso o chute se faz necessário para realizar o passe.

Figura 1 – Tentativa de chute ao gol no rúgbi.

Entretanto, as regras foram registradas apenas em 1863, quando os alunos da Rugby School começaram a disputar competições com outras escolas e clubes. Com o aumento da competitividade, ocorreram algumas mu-danças, sobretudo para minimizar as lesões e acidentes mais graves e, por volta de 1893, as regras do rúgbi tornaram-se praticamen- te as mesmas utilizadas até hoje e o esporte profissionalizou-se.

O futebol americano, derivado do rúgbi e do futebol, também teve sua origem vinculada ao processo de escolarização nos Estados Unidos

TEma 1 – ESPORTE – SiSTEmaS dE JOGO E TáTiCaS Em mOdalidadE COlETiVa: O RúGbi E O FUTEbOl amERiCanO

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no decurso do século XIX, mas a partir das faculdades e fraternidades de estudantes universitários. Um jogo que parece ter influen-ciado a modalidade foi o ballown, disputado por grupos de alunos na Universidade de Prin-ceton, em que os jogadores deveriam transpor a defesa adversária, conduzindo a bola com os punhos e os pés. Não havia regras registra-

das quanto à agressividade no contato entre os jogadores ou à velocidade no jogo. Em Harvard, um jogo semelhante era disputado entre calouros e veteranos, marcando a con-fraternização dos estudantes no início do ano letivo. O jogo era disputado em uma segunda-feira chamada “sangrenta” por causa das con-dições da disputa.

Figuras 2, 3 e 4 – Linguagens e códigos do futebol: rúgbi, futebol americano e futebol.

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As regras e a sua institucionalização nas duas modalidades têm semelhanças e diferenças. A seguir estão algumas:

Rúgbi Futebol americano

Origem nas escolas públicas do sistema de Educação Básica da Inglaterra.

Origem nas faculdades do sistema privado de Ensino Superior dos Estados Unidos.

Duas equipes com 15 ou 7 jogadores em campo que não podem fazer passes com as mãos para a frente. Nesse caso os passes podem ser feitos com os pés. Geralmente cada equipe tem jogadores polivalentes: os mesmos jogadores atacam e defendem, podendo haver cinco substituições no caso do jogo de 15 e três no jogo de 7.

Duas equipes com 11 jogadores em campo cada uma que só podem fazer passes com as mãos para a frente antes de ultrapassar a “linha” inicial de cada jogada. Geralmente cada equipe tem dois times: os jogadores que atacam não são os mesmos que defendem. Obs.: quando uma equipe joga com os mesmos jogadores no ataque e na defesa diz-se que ela tem o estilo iron men (“homens de ferro”).

A equipe não é obrigada a avançar durante todo o tempo, mas cada tentativa de fazer gol recebe uma pontuação diferenciada (cada try vale cinco pontos), valendo mais caso seja convertida (cada conversion vale dois pontos).

Cada equipe tem quatro tentativas para avan-çar determinada distância (10 jardas, equiva-lente a 9,14 metros) e manter a posse da bola; caso não avance, a bola passa para a equipe adversária.

Se o jogador conseguir invadir o espaço do gol adversário portando a bola nas mãos e tocá-lo no solo (touchdown) com a bola em mãos ganha uma “tentativa de gol” (try); caso ocorra uma infração às regras, há o chu-te de pênalti (vale três pontos).

Se o jogador conseguir invadir o espaço do gol e tocar o solo (touchdown) com a bola em mãos, marca gol (seis pontos), tendo direito a um chute extra ao gol (um ponto).

Jogos semelhantes tornaram-se popu-lares na região de Boston e as universida-des passaram a organizar disputas entre suas equipes, até que em 1867 as primeiras regras foram formalizadas por iniciativa de Princeton. O esporte mantinha caracte-rísticas comuns ao rúgbi e ao futebol, mas várias modificações foram feitas, princi-palmente a regulamentação do passe dire-

cionado à frente com as mãos, e em 1906 foram estabelecidas as regras conhecidas atualmente. As mudanças ocorreram prin-cipalmente pela pressão das fraternidades e dos patrocinadores das universidades, cujos filhos praticavam a modalidade, para reduzir a incidência de lesões graves. Logo depois, o futebol americano tor- nou-se profissional.

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Figura 5 – Equipamentos do rúgbi.

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Figura 6 – Equipamentos do futebol americano.

O jogador pode chutar a bola para o gol fazendo transpor o travessão entre as traves durante as partidas (droap goal), marcando três pontos ou, ainda, optar pelo chute, no caso de cobrança de penalidade (três pontos).

O jogador pode chutar a bola para o gol (field goal), fazendo-a transpor o travessão entre as traves (vale três pontos).

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Os sistemas de jogo no rúgbi refletem sua organização estratégica e também ca-racterísticas culturais e antropológicas das equipes, como no caso dos jogadores da

Figura 7 – A Haka – celebração aborígine da tribo Maori realizada pelos jogadores de rúgbi da Nova Zelândia.

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Nova Zelândia (chamados “all blacks”) e de outros países da Oceania, que incorpo-raram uma celebração aborígine na prepa-ração para as partidas.

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No futebol americano as táticas têm um papel preponderante na apreciação do espe-táculo esportivo, especialmente pela possibi-lidade de as equipes realizarem passes curtos ou de longa distância. Além dessa incerteza para os defensores, a dinâmica complexa de elaboração das jogadas pode ter relação di-reta com o contexto original da modalidade no Ensino Superior, em que havia uma bus-ca por teorias que justificassem os diferentes sistemas utilizados nesse esporte.

Figura 10 – Variação do rúgbi e do futebol americano jogado na praia.

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Figura 8 – Tática no futebol americano – diagrama de uma jogada.

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No Brasil praticam-se o rúgbi e algumas variações do futebol americano na areia das praias e nos campos dos parques. Embora seja mais comum a ocorrência no Rio de Ja-neiro, no litoral paulista também é possível observar partidas de beach football e beach rugby. Nas cidades do Estado de São Paulo, sobretudo na região metropolitana da capi-tal, é comum haver jogadores em parques, como o Parque do Ibirapuera, disputando flag football, flagball ou mesmo rugby.

Figura 9 – Variação do rúgbi e do futebol americano jogado no parque.

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SITUAçãO DE APRENDIZAGEM 1 FLAGBALL: O FUTEBOL SEM CONTATO

O objetivo desta Situação de Aprendiza-gem é proporcionar a compreensão de carac-terísticas importantes do rúgbi e do futebol americano. Os alunos vivenciarão um jogo semelhante ao flag football – que apresenta características comuns ao rúgbi e ao futebol

Tempo previsto: de 3 a 4 aulas.

Conteúdos e temas: sistemas de jogo e táticas no flag football.

Competências e habilidades: identificar a sistemática ofensiva e defensiva da modalidade esportiva; reconhecer aspectos táticos em situações-problema típicas da modalidade esportiva.

Recursos: quadra com tabelas de basquetebol (ou com traves de futebol, ou um espaço equivalente com paredes nas extremidades em que se possa riscar “traves” com giz), bola de futebol americano ou de rúgbi (ou uma bola murcha com formato irregular), coletes, tiras/fitas de tecido (uma para cada aluno), folhas de papel e canetas.

americano, sem o contato entre os jogado-res – e, em seguida, analisarão as suas regras. Depois elaborarão estratégias para colocá-las em prática na dinâmica do jogo, percebendo implicações táticas e alternativas para os sis-temas de jogadas.

desenvolvimento da Situação de aprendizagem 1

Etapa 1 – Todo jogo de futebol tem contato?

Proponha a formação de duas equipes mistas envolvendo todos os alunos da tur-ma. Opcionalmente, solicite que as equipes sejam formadas de acordo com a seme- lhança na vestimenta dos alunos, para fa-cilitar o reconhecimento pelos colegas, ou que vistam um colete sobre a camiseta. Se a quantidade de alunos em quadra for mui-to grande, organize subgrupos: dois times em cada equipe, um para o ataque e outro para a defesa.

Sorteie a equipe que iniciará o jogo com a posse de bola e explique as seguintes regras para os alunos. Introduza-as aos poucos durante a realização do jogo ou modifique-as conforme as características de cada turma.

o jogo terá início no centro da quadra e fcada equipe terá quatro chances consecu-tivas para fazer gol; caso não consiga, a bola passará para a equipe adversária;

o movimento inicial deve ser feito com a fbola no solo (jogo parado) e com um joga-dor passando-a entre os membros inferio-res para seu colega (jogo iniciado);

para marcar ponto (fazer gol ou f touchdown), um jogador deve ultrapassar a linha de fundo da quadra com a bola nas mãos ou recebê-la nesse local;

o contato entre os jogadores não é permi- ftido e apenas o jogador que estiver com a bola nas mãos poderá ser tocado, in-terrompendo a jogada no momento em que ocorrer o toque (semelhante ao “pe- ga-pega”). Caso o jogador esteja reali-zando um passe quando for tocado, a jo-gada poderá prosseguir;

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são permitidos passes apenas com o uso das fmãos e para frente e quando o jogador com a posse da bola não tiver ultrapassado o local de início da jogada; essa é a “linha de impe-dimento”, que varia de acordo com o local inicial de cada tentativa para marcar ponto;

a seguinte pontuação é sugerida: seis pontos fpara o gol com direito a um chute extra; e três pontos para um chute de campo. O chu-te extra, que vale um ponto, poderá ser reali-zado na linha de lance livre do basquetebol. E a qualquer momento a equipe com a pos-se de bola pode optar pelo chute de campo, realizando-o no ponto em que está com a bola. Em ambos os casos, solicita-se aos alu-nos que aguardem o momento do chute, que será livre, para prosseguir o jogo. O aluno que chutar deverá acertar na tabela de bas-quete (ou acima do travessão de futebol, se não houver tabelas disponíveis) para ganhar a pontuação do chute extra ou de campo.

Etapa 2 – Sem plano, sem chance

Solicite aos alunos de cada equipe que discutam e combinem uma estratégia para o jogo, diferenciando-a no ataque e na de-fesa. Retorne ao jogo e faça pausas para que as equipes possam rever suas estraté-gias. É necessário que todas as eventuais alterações no plano de ação definido pelos alunos sejam registradas, para viabilizar a discussão posterior dos critérios que utili-zaram.

Organize um debate entre os alunos para evidenciar os pontos bem-sucedidos de cada estratégia utilizada. Questione-os sobre os pontos em que ocorreram falhas na expecta-tiva ou na execução, buscando soluções para resolver os problemas percebidos.

Etapa 3 – O que é flag football ou flagball?

Realize um novo jogo com os alunos, pro-curando manter as mesmas equipes da vivência anterior. Solicite-lhes que reelaborem as estra-tégias e que atribuam funções específicas aos jogadores, tanto no ataque quanto na defesa.

Dessa vez, o jogo será disputado com as condições do flagball, sendo necessário que os alunos prendam uma tira de tecido comum ou texturizado (ou algo como fitas, coletes, cadarços, barbantes ou sacolas plásticas) na cintura, deixando uma ponta aparente. No flagball o jogador com a posse de bola deve manter sua “flâmula” ou “bandeira”, sendo bloqueado quando algum adversário remo-vê-la de sua cintura. É importante ressaltar para os alunos que apenas esse contato será permitido.

Faça pausas durante o jogo para a revisão das estratégias e, depois, discuta as impressões dos alunos, caracterizando os planos de ação para o ataque e para a defesa de cada equipe. Solicite às equipes que sugiram alternativas para as táticas elaboradas pelo adversário e que registrem suas conclusões.

O objetivo desta Situação de Aprendizagem é proporcionar a compreensão do código de regras e condutas do rúgbi, vivenciando-o e comparando-o a códigos semelhantes de outras manifestações do futebol. O pro-

pósito é que os alunos elaborem estratégias durante o jogo, adaptando-as a sistemas coerentes de ações individuais e coletivas, e percebendo as implicações táticas de cada escolha. Após pesquisar e comparar os có-

SITUAçãO DE APRENDIZAGEM 2 COMPREENSãO E APLICAçãO DOS SISTEMAS

DE JOGO NO RÚGBI

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Tempo previsto: de 3 a 4 aulas.

Conteúdos e temas: sistemas de jogo e táticas do rúgbi; códigos de regras e condutas do rúgbi, do fute-bol e do futebol americano.

Competências e habilidades: identificar a sistemática ofensiva e defensiva no rúgbi; reconhecer aspectos táticos em situações-problema típicas do rúgbi.

Recursos: computadores com internet para pesquisa e quadra com tabelas de basquetebol (ou com tra-ves de futebol, ou um espaço equivalente com paredes nas extremidades em que se possa riscar “traves” com giz), bola de futebol americano ou de rúgbi (ou uma bola murcha com formato irregular), coletes, folhas de papel e canetas (uma para cada equipe).

digos de regras do rúgbi, os alunos viven-ciarão jogos baseados em regras elaboradas nas três modalidades de futebol, enfatizan-do os códigos do rúgbi. Depois elaborarão

desenvolvimento da Situação de aprendizagem 2

Etapa 1 – diferentes linguagens e códigos no futebol

No século XIX, cada escola inglesa tinha regras próprias para jogar futebol. Antes da organização das competições interescolares com regras comuns, os capitães das equipes encontravam-se e definiam as regras para aquela partida. Sugira aos alunos que tratem da mesma situação-problema.

Solicite-lhes que pesquisem previamente as regras do rúgbi, do futebol e do futebol americano ou, se considerar mais adequa-do, acompanhe diretamente a pesquisa dos alunos nos computadores da escola durante uma aula. Utilize os sites indica-dos neste Caderno ou outros que tragam as regras dessas modalidades esportivas. Em seguida, escolha dois códigos diferentes de

estratégias para colocá-las em prática na dinâmica de um torneio com vários jogos, discutindo implicações táticas e alternativas para os sistemas de jogadas.

regras (um do rúgbi e outro do futebol ou do futebol americano) e sugira que definam dez tópicos ou mais que serão obedecidos para a realização das partidas. Peça-lhes que registrem todos os tópicos escolhidos em um “livro de regras”.

Etapa 2 – Torneio “híbrido” de rúgbi

Organize equipes com os alunos e, antes de iniciar cada partida, solicite às equipes que re-gistrem suas intenções em um plano de ação, estabelecendo os detalhes do que pretendem fazer durante o jogo. Organize a vivência e discuta, ao final ou nos intervalos entre as partidas, as opções escolhidas por equipe em função do sistema definido para a disputa. Compare, junto com os alunos, as estratégias definidas na Situação de Aprendizagem ante-rior (flagball) e as colocadas em prática nas partidas. É importante que os alunos elabo-rem argumentos coerentes para justificar suas escolhas e condutas.

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Educação Física - 1a série - Volume 3

SITUAçãO DE APRENDIZAGEM 3 ELABORAçãO DE TÁTICAS NO FUTEBOL AMERICANO

O objetivo desta Situação de Aprendi-zagem é proporcionar a compreensão de aspectos táticos ofensivos e defensivos do futebol americano. O propósito é que os alunos elaborem estratégias e as apliquem durante os jogos, percebendo as implica-ções táticas de suas escolhas. Os alunos

vivenciarão jogos semelhantes ao futebol americano, elaborando, aplicando e ana-lisando estratégias. Depois discutirão as implicações táticas, propondo alternativas para os sistemas de jogadas ofensivas e de-fensivas, voltando a colocá-las em prática na dinâmica do jogo.

Tempo previsto: de 3 a 4 aulas.

Conteúdos e temas: sistemas de jogo e táticas no futebol americano; o espetáculo esportivo no futebol americano.

Competências e habilidades: identificar a sistemática ofensiva e defensiva no futebol americano; inter-pretar aspectos táticos em situações-problema típicas do futebol americano.

Recursos: lousa e quadra com tabelas de basquetebol (ou com traves de futebol, ou um espaço equiva-lente com paredes nas extremidades em que se possa riscar “traves” com giz), bola de futebol america-no ou de rúgbi (ou uma bola murcha com formato irregular), coletes, folhas de papel e canetas (uma para cada equipe).

desenvolvimento da Situação de aprendizagem 3

Etapa 1 – Saída pela direita, pela esquerda ou pelo centro?

Organize um torneio com os alunos, en-volvendo as mesmas equipes da vivência anterior (rúgbi) ou organizando outras. Utilizando o código de regras já pesqui-sado anteriormente sobre o futebol ameri-cano, solicite-lhes que definam por escrito a função de cada jogador para o ataque e para a defesa: quem arremessará a bola, quem protegerá o arremessador, quem cor-rerá para receber os passes, quem chutará a bola etc., e quem defenderá cada uma dessas situações. Solicite que façam um gráfico das jogadas que criarem e que nomeiem suas variações.

É importante reforçar o contato restri-to entre os jogadores para evitar acidentes, por isso utilize a mesma estratégia do “pe-ga-pega” ou do flagball. Assim, cada jogada será interrompida com o simples toque no corpo do colega. Recomende que, ao tocar os colegas, cada aluno se preocupe com sua conduta para evitar acidentes, preservando a si mesmo e os demais.

Etapa 2 – desafiando os estrategistas

Peça aos grupos que expliquem suas jo-gadas aos demais, utilizando uma lousa, e discuta com todos os alunos as implica-ções táticas bem-sucedidas e/ou frustradas durante o torneio. Valorize tanto as táticas ofensivas quanto as defensivas, inclusive o desempenho individual dos alunos que tal-vez não tenham marcado pontos, mas que

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realizaram a proteção para quem pontuou, trabalhando em equipe. Sugira que escolham as jogadas mais bem-sucedidas no ataque e na defesa.

ATIVIDADE AVALIADORA

Observe os alunos durante o desenvol-vimento das Situações de Aprendizagem, avaliando suas ações e como expõem sua compreensão a respeito das atividades. Anali-se as decisões tomadas pelos grupos, as ações realizadas, as diferentes negociações ocor-ridas em relação às regras. Analise também o envolvimento de todos na elaboração das estratégias e dos sistemas de jogo. Verifique a compreensão das posições específicas den-tro de cada sistema, ofensivo e defensivo, e a combinação de ambas, como no exemplo do “iron men”, em que os jogadores jogam tanto no ataque quanto na defesa.

Ao longo da realização das atividades, pro-ponha a redação de textos-síntese sobre aquilo que foi trabalhado e discutido nos ambientes de aula. Aproveite os registros das estratégias elaboradas pelos alunos ou faça questiona-mentos orais, individualmente ou em grupo, como forma de verificar suas compreensões.

Ao longo das situações de aula, você pode apresentar algumas questões como:

Quais são as principais características das •modalidades esportivas vivenciadas?

Dessas características, quais são as seme- •lhantes e quais são as diferentes?

Como podemos compreender o desem- •penho e o espetáculo esportivo do ponto de vista dos praticantes das modalidades analisadas?

Se algum aluno já assistiu na TV a uma •partida de rúgbi ou de futebol ameri-cano, ou a algum filme ou seriado que retrata jogos dessas modalidades, inda-gue se as vivências realizadas nas aulas corresponderam às expectativas de de-sempenho e de espetáculo esportivo mostrados pela mídia.

Peça que reelaborem suas táticas, aperfei-çoando-as com base no que foi discutido. Orga-nize outros jogos para que apliquem as novas táti-cas e analise os critérios utilizados nas inovações.

PROPOSTA DE SITUAçÕES DE RECUPERAçãO

Durante o percurso pelas várias Situa ções de Aprendizagem, alguns alunos poderão não apreender os conteúdos ou desenvolver as habilidades da forma esperada. É neces-sário, então, professor, propor outras Situa-ções de Aprendizagem em que as táticas, os sistemas de ataque e defesa e a apreciação do desempenho e do espetáculo esportivo possam ser questionadas. Essas situações devem ser diferentes daquelas que geraram dificuldade nos alunos. Tais estratégias po-dem ser desenvolvidas durante as aulas ou

em outros momentos e podem envolver to-dos os alunos ou apenas aqueles que apre-sentaram dificuldades na compreensão dos temas. Por exemplo:

roteiro de estudos referentes às táticas e faos sistemas de jogo das modalidades es-portivas estudadas, e posterior apresenta-ção em registro escrito;

pesquisas em f sites ou outras fontes para posterior apresentação.

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Educação Física - 1a série - Volume 3

RECURSOS PARA AMPLIAR A PERSPECTIVA DO PROFESSOR E DO ALUNO PARA A COMPREENSÃO DO TEMA

Artigo

FRONTELMO, Paulo Antônio C. S.; RIBEIRO, Carlos Henrique de V. Futebol ame-ricano no Brasil: estratégias e limitações no país do futebol. Lecturas: Educación Física y Depor-tes, Buenos Aires, v. 11, n. 102, nov. 2006. Dis-ponível em: <http://www.efdeportes.com/efd102 /futebol.htm>. Acesso em: 23 fev. 2009.

Trata da origem e do contexto mais recente do futebol americano praticado nas praias do Rio de Janeiro. Comenta a influência da mídia na divulgação da modalidade esportiva.

Sites

Associação de Futebol Americano do Bra-sil. Disponível em: <http://www.afabonline.com.br>. Acesso em: 23 fev. 2009.

Traz informações sobre a prática do fu-tebol americano no país, tratando de suas variações na areia e na grama, além do flag football. Apresenta também o processo his-tórico da modalidade, suas regras e eventos.

Associação Brasileira de Rugby. Dispo-nível em: <http://www.brasilrugby.com.br>. Acesso em: 23 fev. 2009.

Apresenta informações sobre o rúgbi, pro-cesso histórico no Brasil e no mundo, calen-dário de competições e equipes dos países que praticam a modalidade.

Filmes

Desafiando gigantes (Facing the Giants). Direção: Alex Kendrick. EUA, 2006. Sony Pictures. Drama. 111 min.

Trata da história de um técnico de futebol americano de uma escola de Ensino Médio que, em seis anos, jamais conseguiu levar seu time a um campeonato. Sua vida pro-

fissional não é muito diferente de sua vida pessoal, o que o faz pensar em desistir do esporte. Sua visão começa a mudar quando percebe que o poder da perseverança poderá lhe dar a chave para que os alunos da equipe possam vencer.

Duelo de titãs (Remember the Titans). Direção: Boaz Yakin. EUA, 2000. Walt Disney Productions/Jerry Bruckheimer Films/Buena Vista Pictures. Drama. 113 min.

O filme narra uma história de inte-gração racial no início dos anos de 1970, em Virgínia. O técnico do time de futebol americano é substituído por um técnico afro-americano, gerando desconforto entre os jogadores racistas. Mas a força de vontade do técnico tentará fazer unir os jogadores de am- bas as raças para um objetivo maior: superar as diferenças e vencer o campeonato.

O rei da água (The Waterboy). Direção: Frank Coraci. EUA, 1998. Touchstone Pictures/Waterboy Productions/Buena Vista Internacio-nal. Comédia. 90 min.

Homem trabalha como ajudante em uma equipe de futebol, servindo os atletas, que constantemente o humilham. Ele busca espa-ço em uma equipe com menos prestígio e pas-sar a jogar profissionalmente.

Um domingo qualquer (Any Given Sunday). Direção: Oliver Stone. EUA, 1999. Warner Bros/Illusion Entertainement. Drama. 162 min.

Trata das vitórias e das derrotas de uma equipe de futebol americano, focando os in-teresses financeiros envolvidos no esporte profissional, e as consequências para a vida pessoal de jogadores, técnicos e dirigentes.

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TEma 2 – CORPO, SaúdE E bElEza – COnCEiTOS: aTiVidadE FÍSiCa, EXERCÍCiO FÍSiCO E SaúdE

Os conceitos de atividade física, exercício e saúde sempre estiveram presentes na Edu-cação Física escolar brasileira desde a sua origem. A atividade física inclui toda movi-mentação produzida pela musculatura esque-lética com gasto expandido de energia, como nas atividades domésticas, laborais e de lazer, exercícios e esportes.

A atividade física previamente planejada, orientada e proposta para a manutenção ou melhora dos componentes da aptidão física re-lacionada à saúde (resistência aeróbia, resistên-cia anaeróbia e força muscular, flexibilidade e composição corporal), realizada repetidamente, é denominada exercício físico. Portanto, o exer-cício é uma subcategoria da atividade física.

Já o debate sobre o conceito de saúde enca-minha-se para duas visões que se contrapõem. Por um lado, o viés biológico (considera a saú-de como a ausência de doença) e individuali-zado (responsabiliza o sujeito pela prevenção aos fatores de risco). De outro, o entendimen-to da saúde em sua dimensão coletiva, que leva em conta a história do indivíduo e sua relação com a sociedade. Os defensores desta última perspectiva criticam os que culpam a pessoa por não evitar a doença em virtude do pouco

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Figura 11 – Jovem fazendo abdominal.

Figura 12 – Jovem medindo a cintura com fita métrica.

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Figura 14 – Autonomia física para as tarefas diárias. Figura 15 – Jovem correndo em parque.

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Figura 13 – Jovem fazendo alongamento em parque.

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controle sobre seus hábitos relacionados à saúde, já que esta é fortemente vinculada a va-riáveis socioeconômicas, como alimentação, moradia, renda, trabalho e transporte, entre outros.

O envolvimento da comunidade para a melhoria da saúde é privilegiado no concei-to de promoção da saúde, que propõe a ca-pacitação dos indivíduos e grupos para que reconheçam suas aspirações e necessidades e reivindiquem ambientes favoráveis ao de-senvolvimento de um estado de completo bem-estar multifatorial; físico, mental e so-cial (OMS, 1986).

Segundo BUSS (2003), a participação social está na base dessa formulação con-ceitual que valoriza o conhecimento popu-lar nas atividades que podem ser dirigidas

à transformação dos comportamentos dos indivíduos ou naquelas voltadas ao coletivo e ao ambiente. O autor acrescenta a impor-tância do conceito de “empoderamento”, que significa a aquisição de poder técnico e consciência política para atuar na direção de assuntos de saúde por intermédio da ca-pacitação popular.

Na Educação Física, pode-se pensar o co-nhecimento técnico como referente à prescri-ção e formas de execução dos exercícios, ao passo que a consciência política pode ser es-timulada por meio do questionamento e da reflexão que levem à reivindicação dos recur-sos e condições necessários ao exercício físi-co, como equipamentos adequados (materiais esportivos e de ginástica, vestimenta, equipa-mentos adaptados e de segurança) e espaços acessíveis (academias, clubes, parques, praças, ruas seguras, limpas e arborizadas).

Figura 16 – Jovem exercitando-se em academia. Figura 17 – Jovem exercitando-se ao ar livre.

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Educação Física - 1a série - Volume 3

Tal concepção contrapõe-se ao conceito de saúde, pautado em estudos epidemiológicos sobre os fatores de risco para doenças dege-nerativas cardiovasculares, como o sedenta-rismo e a obesidade. Tais estudos enfatizam a presença de fatores de risco no estilo de vida das pessoas, inclusive de crianças, e tendem a valorizar a transmissão de informações rela-cionadas à importância da prática de ativida-des físicas e exercícios por toda a vida.

Todavia, autores como FARINATTI (2002) criticam as campanhas de prevenção e educa-ção em saúde que visam à promoção de estilos de vida ativos, pois se concentram de forma exagerada na transmissão de informações, ne-gligenciando projetos pessoais como a motiva-ção e adesão para a prática de atividade física, além de responsabilizar o indivíduo pela práti-ca de sua atividade física, independentemente de condições ambientais adversas.

Tais críticas não desmerecem a importân-cia dos estudos epidemiológicos, mas é neces-sário que a Educação Física adote estratégias didáticas adequadas na utilização dessas in-formações, de modo que os alunos realmente consigam mudanças de condutas a longo pra-zo, e não um acréscimo ao seu repertório de informações sobre saúde. Por sinal, tais infor-mações estão amplamente disponíveis a todos nos meios de comunicação – o que parece não ser condição suficiente para levar as pessoas a mudarem seus hábitos de vida.

A saúde também é relacionada aos pa-drões de beleza da sociedade. A obesidade, por exemplo, que em determinados períodos históricos foi sinônimo de saúde, beleza e sedução, hoje é sinônimo de doença e falta de controle sobre o corpo. Os atuais padrões de beleza, estabelecidos em grande parte pelos meios de comunicação, têm levado a

Figura 20 – Exercício em barra paralela.

Figura 18 – Exercício físico praticado em parque. Figura 19 – Atletismo paraolímpico.

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uma busca desenfreada por um corpo ma-gro, com adesão a práticas alimentares e de exercitação física que ameaçam a saúde orgânica e psicológica, como já tratado no 2o bimestre da 1a série do Ensino Médio.

Os padrões estéticos da sociedade também têm pressionado o consumo de produtos e ser-viços por parte da população que está envelhe-cendo. A pele enrugada e os cabelos brancos, por exemplo, têm sido manipulados como ten-tativa de negar o envelhecimento como parte do ciclo da vida, estimulando a ideia de que

ter o corpo eternamente jovem é um requisito para a felicidade.

Por outro lado, a prática sistemática e ade-quada de atividades e exercícios físicos, ao oti-mizar o potencial de plasticidade presente no organismo humano, contribui para a preven-ção de doenças associadas ao envelhecimento e melhora a qualidade de vida na chamada Terceira Idade. E a Educação Física pode con-tribuir decisivamente para isso, ao fornecer informações e parâmetros para sua prática, du-rante os vários ciclos de escolarização.

SITUAçãO DE APRENDIZAGEM 4 É ATIVO QUEM QUER?

O objetivo desta Situação de Aprendizagem é demarcar a diferença, do ponto de vista da prá-tica de exercícios físicos, entre saúde individual e coletiva. Os alunos apontarão atividades físicas e exercícios realizados com frequência, bem como suas práticas favoritas, quer as realizem ou não, classificando-as quanto ao conceito: atividade física ou exercício. Os dados serão comparados e analisados à luz da concepção de saúde cole-

tiva, com identificação de fatores e motivos que dificultam ou impedem sua participação nas prá-ticas apontadas como favoritas. Em seguida, na perspectiva da saúde individual, os alunos elabo-rarão exercícios para estimular componentes da aptidão física (resistência aeróbica, força muscu-lar, flexibilidade), que possam ser facilmente rea-lizados, individualmente, com material adaptado e em locais acessíveis.

Tempo previsto: de 5 a 6 aulas.

Conteúdos e temas: conceitos – atividade física, exercício, saúde individual e coletiva.

Competências e habilidades: identificar e diferenciar atividade física e exercício; diferenciar e reconhe-cer as características dos conceitos de saúde individual e coletiva, e suas implicações para a prática de exercícios físicos; identificar a relação entre condições socioeconômicas e acesso a programas e espaços para a exercitação física; reconhecer e valorizar a necessidade de espaços adequados e acessíveis para a prática de exercícios físicos.

Recursos: folhas de papel; canetas; materiais alternativos como garrafas PET contendo areia, cabos de vassoura, ou outros.

desenvolvimento da Situação de aprendizagem 4

Etapa 1 – atividade física ou exercício?

Solicite aos alunos que citem, em uma folha de papel, atividades físicas, exercícios e práticas esportivas que realizam com mais frequência em seu dia a dia, como varrer a

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Educação Física - 1a série - Volume 3

casa, lavar louça, caminhar, jogar futebol etc. Solicite-lhes também que identifiquem quais são suas práticas favoritas e quais são aquelas que gostariam de realizar, mas que por algum motivo não as realizam. Em seguida, explique os critérios que diferenciam atividade física e exercício e peça-lhes que classifiquem as práti-cas apontadas.

Solicite aos alunos, divididos em grupos de sete a oito integrantes, que comparem suas listagens e busquem encontrar semelhanças e diferenças entre elas. Por exemplo:

Aparecem mais práticas classificadas fcomo atividade física ou exercício?

Em qual grupo aparecem mais práticas fclassificadas como exercício físico: no das práticas cotidianas ou no das favoritas?

As práticas favoritas são ou não efetiva- fmente realizadas?

Em caso afirmativo, com frequência maior fou menor do que as realizadas cotidiana-mente?

Quais são as práticas favoritas mais fre- fquentes?

Peça-lhes ainda que apresentem e discutam possíveis motivos e fatores que dificultam ou impedem a participação nas práticas favoritas. Ao final, cada grupo deverá apresentar seus dados e conclusões para toda a turma.

Questione os alunos se no bairro em que eles moram há locais e programas (centros es-portivos públicos, academias particulares etc.) ou espaços públicos adequados (praças, ruas e terrenos), para a prática dos exercícios ou esportes escolhidos, e que tipo de público os

frequenta (faixa etária, sexo, camada socioe-conômica etc.). Você pode ainda sugerir aos alunos que, divididos em grupos, visitem tais locais e pesquisem seu público, as exigências que as instituições apresentam para aceitar os interessados em participar dos programas ofe-recidos, os custos financeiros e a viabilidade de sua própria participação, apresentando os resultados também nesta etapa.

Procure concluir, destacando as caracterís-ticas das práticas favoritas mais citadas – se são esportes ou outros tipos de atividades fí-sicas e exercícios; se são atividades individuais ou coletivas; se exigem ou não materiais e lo-cais específicos para a prática –, assim como os fatores que dificultam ou impedem a parti-cipação dos interessados: tempo livre; acesso a locais e materiais; qualidade dos locais dis-poníveis; orientação especializada; impossibi-lidade financeira ou outros.

Etapa 2 – a saúde é da minha conta

Retome o conceito de saúde que destaca os aspectos biológicos e a responsabilidade pessoal sobre os fatores de risco. Em seguida, proponha aos alunos que, em grupos de cin-co a seis integrantes, elaborem e apresentem exercícios que estimulem alguns componentes da aptidão física relacionada à saúde (força, resistência e flexibilidade) e que possam ser realizados individualmente, em espaços aces-síveis. Sugira aos grupos que elaborem exercí-cios relacionados aos diferentes componentes de maneira a que todos eles sejam aborda-dos. Leve alguns materiais alternativos para facilitar a elaboração dos exercícios, como garrafas pet contendo areia em várias quan-tidades (para obter variação de peso), cabos de vassoura etc. Se necessário, reapresente os conceitos das diversas capacidades físicas, já abordados no Ensino Fundamental.

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A seguir, proponha que os grupos apre-sentem os exercícios para que toda a turma os vivencie. Auxilie-os a analisar cada um deles, quanto à adequação em relação à capaci-

dade física que se propõe estimular e à via-bilidade em termos de execução individual, bem como locais para práticas acessíveis a todos.

ATIVIDADE AVALIADORA

associam condições socioeconômicas ao facesso a espaços, programas e práticas de exercícios físicos;

viabilizam alternativas para prática de fexercícios individuais, visando a melhoria da própria aptidão física;

reconhecem possibilidades e limitações fnos espaços disponíveis em sua própria comunidade para a prática de exercí-cios físicos.

Durante as diversas etapas, procure verifi-car se os alunos, em suas manifestações ver-bais e escritas, individualmente ou em grupo:

diferenciam e reconhecem as caracterís- fticas dos conceitos de saúde individual e coletiva, e suas implicações na prática de exercícios físicos;

diferenciam atividade física de exercício ffísico, tanto em suas próprias experiências de Se-Movimentar, como em práticas des-critas pelo professor ou colegas;

Força: f no campo da atividade física, representa o nível de tensão exercido por um músculo contra determinada resistência (carga). Resulta da contração ou tensão muscular, que pode ser máxima ou não, com ou sem movimentação e/ou variação do comprimento do músculo. Pode ser classifi-cada em diferentes tipos: (a) conforme o trabalho produzido pelo músculo, em estática (isométri-ca) ou dinâmica (isotônica); (b) quanto à forma de aplicação motora, em máxima (pura), rápida (explosiva ou potência muscular) e de resistência.

Resistência: f é a capacidade que permite sustentar determinada carga de trabalho pelo período de tempo mais longo possível, até o surgimento dos sinais/sintomas de fadiga, sem perda da qualidade de execução do(s) movimento(s). Possui diversas formas de manifestação: (a) quanto à demanda me-tabólica predominante, divide-se em aeróbia e anaeróbia; (b) quanto à cota de participação muscular, diferencia-se em geral e local (localizada); (c) quanto ao tempo de duração, em curta, média e longa.

Flexibilidade: f é a capacidade que permite “a amplitude máxima de um movimento, em uma ou mais articulações” (GOBBI; VILLAR; ZAGO, 2005, p. 53), sem causar lesão. Para SABA (2003, p. 104): “flexibilidade é a capacidade de realizar movimentos amplos, utilizando com facilidade a mobilidade articular”.

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PROPOSTA DE SITUAçÕES DE RECUPERAçãO

Durante o percurso pelas várias etapas da Situação de Aprendizagem, alguns alu-nos poderão não apreender os conteúdos da forma esperada. É necessário, então, professor, que outras Situações de Apren-dizagem sejam propostas, permitindo ao aluno revisitar o processo de outra manei-ra. Essas situações devem ser diferentes da-quela que gerou a dificuldade dos alunos. Tais estratégias podem ser desenvolvidas durante as aulas ou em outros momentos, serem realizadas em grupo ou individual-mente, envolver todos os alunos ou apenas

aqueles que apresentaram dificuldades. Por exemplo:

roteiro de estudos sobre os conceitos abor- fdados, para posterior apresentação em re-gistro escrito ou outra forma;

reelaboração individual de algumas tare- ffas anteriormente realizadas em grupo: in-vestigação sobre espaços para a prática de exercícios físicos na comunidade, proposi-ção de outros exercícios para melhoria da aptidão física.

RECURSOS PARA AMPLIAR A PERSPECTIVA DO PROFESSOR E DO ALUNO PARA A COMPREENSãO DO TEMA

livros

BUSS, Paulo M. Uma introdução ao con-ceito de promoção da saúde. In: CZERESNIA, D.; FREITAS, C. M. (Org.). Promoção da saúde: conceitos, reflexões, tendências. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2003. p. 15-38.

Aborda as principais ideias que permeiam o conceito de promoção da saúde, apresentan-do uma linha histórica das conferências que o definiram.

GOBBI, Sebastião; VILLAR, Rodrigo; ZAGO, Anderson S. Bases teórico-práticas do condicionamento físico. Rio de Janeiro: Gua-nabara Koogan, 2005.

Conceitua, classifica e evidencia a im-portância das capacidades físicas ao longo da vida e apresenta formas de administrar e planejar um programa de condicionamento físico.

SABA, Fabio. Mexa-se: atividade física, saúde e bem-estar. São Paulo: Takano, 2003.

Evidencia os benefícios da prática de exercícios físicos, abordando temas como saúde, bem-estar, qualidade de vida, nutri-ção, aptidão física, lesões, envelhecimento, estética etc.

artigos

ANDRADE, Sandra dos Santos. Saúde e beleza do corpo feminino: algumas repre-sentações no Brasil do século XX. Movi-mento, Porto Alegre, v. 9, no 1, p. 119-143, jan./abr. 2003. Disponível em: <http://www.seer.ufrgs.br/index.php/Movimento/article/view/2665/1298>. Acesso em: 23 fev. 2009.

Aborda o corpo, principalmente o feminino, como um construto histórico, social e cultural, apresentando as transformações nas representa-ções de saúde e beleza durante o século XX.

FARINATTI, Paulo de Tarso V. Ativida-de física, envelhecimento e qualidade de vida. In: Seminário internacional sobre atividades físicas para a terceira idade: educação física e envelhecimento, 5., 2002, São Paulo. Anais...

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São Paulo: Universidade de São Paulo, Escola de Educação Física, 2002. p. 79-86.

Faz uma crítica ao discurso de prevenção de doenças, em contraposição ao ideário da promoção da saúde.

GONçALVES, Aguinaldo; PIRES, Giovani de L. Educação física e saúde. Motriz, Rio Claro, v. 5, n. 1, p. 15-17, jun. 1999. Dispo-nível em: <http://www.rc.unesp.brib/efisica /motriz/05n1/5n1_ART05.pdf>. Acesso em: 23 fev. 2009.

Denuncia concepções e práticas que consideram a atividade física como “pas-saporte mágico” para a saúde, e discute as contribuições da epidemiologia para o tra-tamento crítico do tema.

PALMA, Alexandre. Atividade física, processo saúde-doença e condições socioeco-nômicas: uma revisão de literatura. Revista Paulista de Educação Física, São Paulo, v. 14, n. 1, p. 97-106, jan./jul. 2000. Disponível em: <http://www.usp.br/eef/rpef/v14n1/v14n1.htm>. Acesso em: 23 fev. 2009.

O autor apresenta vários estudos que associam as condições socioeconômicas ao processo de saúde-doença e à atividade física.

Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas, v. 27, n. 3, p. 7-202, maio 2006. Disponível em: <http://www.rbceonline.org.br>. Acesso em: 23 fev. 2009.

Publicação periódica do Colégio Brasi-leiro de Ciências do Esporte (CBCE), que dedicou essa edição ao tema saúde, socie-dade e educação física/ciências do espor-te, apresentando vários artigos, sob várias abordagens.

dissertação

MONTEIRO, Henrique L. Saúde coletiva e aptidão física de escolares de segundo grau. Cam-pinas, 1993. Dissertação (Mestrado em Educação Física) – Faculdade de Educação Física, Universi-dade de Campinas. Disponível em: <http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000062611>. Acesso em: 23 fev. 2009.

Revisa conceitos relacionados aos temas da saúde e aptidão física (inclusive os de exercí-cio e atividade física), explorando os possíveis efeitos de variáveis relacionadas à saúde, como diferentes modalidades esportivas, parâmetros de desenvolvimento pubertário e aspectos so-cioculturais, sobre os padrões de aptidão física de escolares do Ensino Médio.

Outros documentos

Organização Mundial da Saúde. Carta de Ottawa. Disponível em: <http://www.opas.org.br/promocao/uploadArq/Ottawa.pdf>. Acesso em: 2 abr. 2008.

Documento resultante da Primeira Confe-rência Internacional sobre Promoção da Saú-de, realizada em Ottawa, Canadá, 1986. Trata do conceito de promoção da saúde, abordando temas como: pré-requisitos para a saúde, capa-citação, políticas públicas de saúde, ação comu-nitária, serviços de saúde etc.

Organização Mundial da Saúde. Declara-ção de Jacarta. Disponível em: <http://www.opas.org.br/promocao/uploadArq/Jacarta.pdf >. Acesso em: 2 abr. 2008.

Documento resultante da 4a Conferência In-ternacional de Promoção da Saúde, realizada em Jacarta, Indonésia, no ano de 1997. Aprofunda a proposição de estratégias e prioridades para a promoção de saúde no século XXI.

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Educação Física - 1a série - Volume 3

COnSidERaçõES FinaiS

Professor, as Situações de Aprendizagem aqui propostas permitem as mais diferentes adaptações em virtude das características espe- cíficas de cada escola, assim como uma análise crítica de sua parte, no sentido de aperfeiçoar a Proposta Curricular da disciplina de Educa-ção Física. Esperamos ter contribuído com o seu fazer cotidiano na perspectiva de ampliar o significado do Se-Movimentar dos alunos no âmbito da Cultura de Movimento.

É preciso também lembrar que os temas e conteúdos propostos para o Ensino Médio constroem uma continuidade ao longo das diversas séries e bimestres. Portanto, as Si-tuações de Aprendizagem propostas neste 3o

bimestre, assim como as competências e habi-lidades nelas trabalhadas, não devem ser to-madas de modo isolado, mas em relação ao que foi desenvolvido anteriormente e ao que se seguirá.

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QUadRO dE COnTEúdOS – EnSinO médiO

1a série 2a série 3a série

1o bim

estr

e

Esporte– Sistemas de jogo e táticas em uma mo-dalidade coletiva já conhecida dos alunos.Corpo, Saúde e beleza– Padrões e estereótipos de beleza corporal.– Consumo e gasto calórico: alimentação, exercício físico e obesidade.

Ginástica– Práticas contemporâneas: ginástica aeróbica, ginástica localizada e/ou outras.Corpo, Saúde e beleza– Capacidades físicas: conceitos e ava-liação.mídias– Significados/sentidos no discurso das mídias sobre a ginástica e o exercício físico.– O papel das mídias na definição de mo-delos hegemônicos de beleza corporal.

luta– Modalidade de luta já conhecida dos alunos: capoeira, caratê, judô, taekwondo, boxe ou outra.Corpo, Saúde e beleza– Princípios do treinamento físico: individualidade biológica, sobrecarga e reversibilidade.Contemporaneidade – Corpo, cultura de movimento, diferença e preconceito.

2o bim

estr

e

atividade Rítmica– Ritmo vital e ritmo como organização expressiva do movimento.– Tempo e acento rítmicos.Esporte– Modalidade individual: atletismo, ginástica artística ou ginástica rítmica. Corpo, Saúde e beleza– Corpo e beleza em diferentes períodos históricos.

Esporte– Modalidade individual ainda não conhecida dos alunos.Corpo, Saúde e beleza– Efeitos do treinamento físico: fisiológi-cos, morfológicos e psicossociais.– Exercícios resistidos (musculação): benefícios e riscos à saúde nas várias faixas etárias.Contemporaneidade – Corpo, cultura de movimento, diferença e preconceito.

atividade rítmica– Manifestações rítmicas ligadas à cultura jovem: hip-hop, streetdance e outras. lazer e Trabalho– Saúde e trabalho.Contemporaneidade– Esporte e cultura de movimento na contemporaneidade.

3o bim

estr

e

Esporte– Sistemas de jogo e táticas em uma modalidade coletiva ainda não conhecida dos alunos.Corpo, Saúde e beleza– Conceitos: atividade física, exercício físico e saúde.

Esporte– Modalidade “alternativa” ou popular em outros países: beisebol, badminton, frisbee ou outra.Corpo, Saúde e belezaFatores de risco à saúde: sedentarismo, alimentação, dietas e suplementos ali-mentares, fumo, álcool, drogas, doping e anabolizantes, estresse e repouso.Doenças hipocinéticas e relação com a atividade física e o exercício físico: obesi-dade, hipertensão e outras.mídias– A transformação do esporte em espetá-culo televisivo e suas consequências.

atividade rítmica– Manifestações e representações da cultura rítmica nacional - o samba.lazer e trabalho– O lazer como direito do cidadão e dever do Estado.Contemporaneidade– A virtualização do corpo na contempo-raneidade.

4o bim

estr

e

Ginástica– Práticas contemporâneas: ginástica aeróbica, ginástica localizada e/ou outras.luta– Princípios orientadores, regras e técni-cas de uma luta ainda não conhecida dos alunos.

Ginástica– Ginástica alternativa: alongamento, relaxamento ou outra. Corpo, Saúde e beleza– Atividade física/exercício físico e prática esportiva em níveis e condições adequadas. Contemporaneidade– Corpo, cultura de movimento, diferença e preconceito.

Esporte, Ginástica, luta e atividade Rítmica– Organização de eventos esportivos e/ou festivais (apresentações) de ginástica, luta e/ou dança.lazer e trabalho– Espaços, equipamentos e políticas públicas de lazer.– O lazer na comunidade escolar e em seu entorno: espaços, tempos, interesses e estratégias de intervenção.Corpo, Saúde e beleza– Estratégias de intervenção para pro-moção da atividade física e do exercício físico na comunidade escolar.