apostila 2 portuguÊs · uso do trema ... acento diferencial de tonicidade..... 6 uso do hÍfen

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APOSTILA 2 – PORTUGUÊS

2

APOSTILA 2 – PORTUGUÊS

SUMÁRIO

NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO .............................................................................................................. 4

ALFABETO .................................................................................................................................................. 4

USO DO TREMA ( ¨ ) ................................................................................................................................. 4

CASOS QUE EXTINGUEM A ACENTUAÇÃO ...................................................................................... 5

ACENTO AGUDO ( ´ ) ........................................................................................................................... 5

ACENTO CIRCUNFLEXO ( ^ ) ............................................................................................................. 6

ACENTO DIFERENCIAL DE TONICIDADE ....................................................................................... 6

USO DO HÍFEN ...................................................................................................................................... 7

Exercícios Simulados ............................................................................................................................. 7

COLOCAÇÃO PRONOMINAL ...................................................................................................................... 8

Exercícios Simulados ............................................................................................................................. 8

CRASE ............................................................................................................................................................. 9

USO DE “HÁ” E “A” ...................................................................................................................................... 11

Exercícios Simulados ........................................................................................................................... 11

REGÊNCIA VERBAL ................................................................................................................................... 12

REGÊNCIA NOMINAL ................................................................................................................................. 14

Exercícios Simulados ........................................................................................................................... 14

CONCORDÂNCIA VERBAL ....................................................................................................................... 15

CONCORDÂNCIA NOMINAL ..................................................................................................................... 17

Exercícios Simulados ........................................................................................................................... 18

PONTUAÇÃO ................................................................................................................................................ 19

Exercícios Simulados ........................................................................................................................... 22

TÉCNICAS DE REDAÇÃO FORENSE ..................................................................................................... 23

Citação de Leis.......................................................................................................................................... 23

Citação de artigos da lei .......................................................................................................................... 24

3

APOSTILA 2 – PORTUGUÊS

Citação do texto de um artigo e seus incisos ....................................................................................... 24

Representação dos parágrafos .............................................................................................................. 24

Representação das alíneas .................................................................................................................... 24

Representação de data e número da lei ............................................................................................... 24

Citação de outras normas ....................................................................................................................... 24

Referências feitas a números, valores monetários e percentuais. ................................................... 24

Emprego dos pronomes de tratamento ................................................................................................. 26

Fechos para comunicações .................................................................................................................... 27

Formatação dos documentos ................................................................................................................. 27

Emprego de Expressões Latinas ........................................................................................................... 27

Exercícios Simulados ........................................................................................................................... 28

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................................... 30

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APOSTILA 2 – PORTUGUÊS

NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

O acordo é um documento assinado pela

Comunidade dos Países de Língua Portuguesa

(CPLP) com o objetivo de unificar as regras do

português escrito em todos os países que têm a

língua portuguesa como idioma oficial.

O presente documento foi assinado por

Angola, Brasil, Cabo-Verde, Guiné Bissau,

Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e

Timor-Leste.

A obrigatoriedade do uso do acordo

ortográfico da Língua Portuguesa assinado em

2008 está previsto para entrar em vigor em 1º de

janeiro de 2016.

ALFABETO

O alfabeto oficial da língua portuguesa é

composto por 26 letras, como representado a

seguir:

Maiúsculas Minúsculas Lê-se

A a á

B b bê

C c cê

D d dê

E e é

F f efe

G g ge/guê

H h agá

I i i

J j jota

K k capa/cá

L l ele

M m eme

N n ene

O o ó

P p pê

Q q quê

R r erre

S s esse

T t tê

U u u

V v vê

W w dáblio

X x xis

Y y ípsilon

Z z zê

As letras K, W e Y são empregadas na

escrita de palavras e nomes estrangeiros já

incorporados à língua portuguesa, bem como em

nomes estrangeiros e seus derivados como:

Wendell, Kevin, Franklin, frankliniano, Darwin,

darwinismo, Wagner, wagneriano, boy, yang,

Kafka e Yokohama.

Também podem ser utilizados para

indicar símbolos, siglas, abreviaturas e

unidades de medidas internacionais: kg

(quilograma), K (elemento químico potássio), W

(watts).

USO DO TREMA ( ¨ )

O trema foi totalmente abolido dos vocábulos

portugueses, porém a pronúncia das palavras

ficam mantidas.

Anterior ao acordo Atualmente

agüentar aguentar

tranqüilizar tranquilizar

sagüi sagui

cinqüenta cinquenta

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APOSTILA 2 – PORTUGUÊS

IMPORTANTE O trema poderá ser usado em palavras

derivadas de nomes próprios

estrangeiros: Müller, mülleriano.

CASOS QUE EXTINGUEM A ACENTUAÇÃO

ACENTO AGUDO ( ´ )

a) Nos ditongos abertos ei e oi das

palavras paroxítonas.

Exemplos: assembleia, plateia, joia,

paranoico, tipoia, heroico.

DICA! As palavras oxítonas terminadas em:

éis, éu, éus, ói e óis continuam a ser

acentuadas. Exemplo: anéis, chapéu,

anzóis. Exceção: destróier e Méier.

b) Nas palavras paroxítonas com i e u

tônicos que formam hiato com a

vogal anterior.

Exemplos: baiuca, feiura, boiuno,

bocaiuva e Sauipe.

IMPORTANTE Foi mantido o acento agudo no “i” e “u”

tônicos das oxítonas. Ex.: Tuiuiú, Piauí

c) No uso das formas verbais ARGUIR

(contradizer com argumentos) /

REDARGUIR (responder com

argumentos)

Anterior ao acordo Atualmente

Argúis (tu) arguis

Argúem (eles) arguem

Redargúis (tu) redarguis

Redargúem (eles) redarguem

d) Verbos terminados em GUAR, QUAR

e QUIR

Exemplos: aguar, averiguar, apaziguar,

desaguar, enxaguar, obliquar, delinquir,

etc.

Observe como estes verbos ficam

conjugados no presente do indicativo e no

presente do subjuntivo:

Presente do Indicativo Presente do Subjuntivo

Enxáguo (eu) Enxágue (eu)

Enxáguas (tu) Enxágues (tu)

Enxágua (ele) Enxágue (ele)

Enxaguemos (nós)

Enxáguam (eles) Enxáguem (eles)

Delínquo (eu) Delínqua (eu)

Delínques (tu) Delínquas (tu)

Delínque (ele) Delínqua (ele)

Delínquam (eles)

EI

OI

EU

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APOSTILA 2 – PORTUGUÊS

Há uma variação na pronúncia dos verbos terminados em guar, quar e quir, como aguar, averiguar, apaziguar, desaguar, enxaguar, obliquar, delinquir etc. Esses verbos admitem duas pronúncias em algumas formas do presente do indicativo, do presente do subjuntivo e também do imperativo. Veja: - se forem pronunciadas com a ou i tônicos, essas formas devem ser acentuadas. Exemplos: verbo enxaguar: enxáguo, enxáguas, enxágua, enxáguam; enxágue, enxágues, enxáguem. verbo delinquir: delínquo, delínques, delínque, delínquem; delínqua, delínquas, delínquam. - se forem pronunciadas com u tônico, essas formas deixam de ser acentuadas. Exemplos (a vogal sublinhada é tônica, isto é, deve ser pronunciada mais fortemente que as outras): verbo enxaguar: enxaguo, enxaguas, enxagua, enxaguam; enxague, enxagues, enxaguem. verbo delinquir: delinquo, delinques, delinque, delinquem; delinqua, delinquas, delinquam. Atenção: no Brasil, a pronúncia mais corrente é a primeira, aquela com a e i tônicos. (Fonte: http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?typePag=novaortografia )

ACENTO CIRCUNFLEXO ( ^ )

Os hiatos ‘oo’ e ‘ee’ não recebem mais

acento.

Exemplos: magoo, voo, enjoo, perdoo, doo.

ICA! A terceira pessoa do plural dos verbos

CRER, DAR, LER e VER não recebem

mais o acento circunflexo: creem,

deem, leem, veem

IMPORTANTE Continuam acentuados (ele) vê, (eles)

vêm <verbo vir>, (eles) têm.

ACENTO DIFERENCIAL DE TONICIDADE

Alguns substantivos e formas verbais

recebiam o acento gráfico para distingui-los de

outras palavras que possuem a mesma grafia.

Exemplos:

a) É preciso apelar para não perder a

causa. (preposição)

b) A interposição de embargos não para

a contagem do prazo. (verbo)

c) Os réus foram condenados pela

respeitável sentença. (junção da

preposição por + artigo a)

d) Em tempos de calor, Sávio pela o seu

cachorro. (verbo pelar = tirar o pelo)

e) O laudo pericial constatou a presença

de pelo no alimento examinado.

(substantivo)

f) O advogado apelou pelo trancamento

do processo. (junção da preposição

por + artigo o)

DICA! Palavras compostas também não são

acentuadas: para-raios, para-brisa

IMPORTANTE Para manter a clareza, permanece a

acentuação no verbo pôr e na forma

verbal pôde.

CRÊ

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APOSTILA 2 – PORTUGUÊS

USO DO HÍFEN

Quando o segundo elemento começar por ‘h’

Exemplos: anti-horário, mini-hotel, super-herói,

sobre-humano.

Para separar vogais ou consoantes iguais

Exemplos: anti-inflamatório, micro-organismo,

inter-racial, hiper-requintado.

IMPORTANTE Se o prefixo terminar em vogal e a

palavra seguinte iniciar em ‘r’ ou ‘s’,

essas letras serão dobradas.

Exemplo: contrarrazões (contra +

razões), ultrassom (ultra + som),

autorretrato (auto + retrato)

Prefixos pós, pré, pró, além, aquém, recém e sem

Exemplos: pós-graduação, pró-reitor, pré-datado,

sem-teto, aquém-fronteira, além-mar, recém-

nascido

Prefixos ‘pan’ ou ‘circum’

Será usado hífen após estes prefixos quando

seguidos por palavras iniciadas:

por vogal (a, e , i, o, u); por ‘h’; por ‘m’ ou ‘n’

Exemplos: pan-americano, circum-navegação,

pan-helenismo.

Exercícios Simulados

1) Assinale a opção que apresenta o uso adequado do trema ( ¨ ) a) Müller foi treinador do Grêmio

Maringá em 2014. b) Preciso de um tranqüilizante. c) Na próxima semana, completarei

cinqüenta anos. d) As alegações do advogado foram

eloqüentes.

e) O sagüi fugiu do zoológico nesta manhã.

2) Assinale o item cuja palavra em destaque

está grafada incorretamente. a) Todos creem no sucesso do curso. b) Em alguns minutos o avião alçará

vôo. c) Ninguém pôde conter o atentado. d) Os frascos contêm 100 miligramas. e) Preciso pôr o assunto em dia.

3) Assinale o item cuja sequência apresenta uma palavra com a grafia incorreta:

a) Hiper-hidrose, super-homem, inter-racial. b) Pré-escolar, pró-educação, pós-colonial. c) Arquirrival, contrarregra, microssistema. d) Além-mar, aquém-fronteira, recém-

formado. e) Circum-adjacente, panamericano, circum-navegação.

4) A famosa ‘selfie’ poderia ser considerada um autorretrato? A palavra em destaque está incorreta. ( ) Verdadeiro ( ) Falso

5) Depois da nova reforma ortográfica, as palavras ‘geleia’, ‘jiboia’ e ‘chapeu’ deixaram de ser acentuadas. ( ) Verdadeiro ( ) Falso

6) Após a inicial, o requerido redarguiu tudo o que fora exposto. Na tréplica, o autor arguiu a contestação, apresentando provas. A grafia das palavras em destaque está correta. ( ) Verdadeiro ( ) Falso

Gabarito

1 – A 4 – Falso

2 – B 5 – Falso

3 – E 6 – Verdadeiro

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APOSTILA 2 – PORTUGUÊS

COLOCAÇÃO PRONOMINAL

Os pronomes oblíquos átonos: me, te, se,

o(s), a(s), lhe(s), nos, vos podem ocupar três

posições na frase:

a) antes do verbo – próclise: Não te perdoo.

b) no meio do verbo – mesóclise: Deixar-te-ia

exausto com a aplicação dos exercícios

abdominais.

c) depois do verbo – ênclise: Decifre-me se

for capaz.

1) PRÓCLISE ocorre nos principais casos:

a) em orações que contenham palavras

negativas que antecedem o verbo.

Exemplos:

Não se esqueça de mim.

Nunca me senti sozinho antes.

Ninguém me ama.

Nada se cumpriu quanto ao profetizado.

ATENÇÃO! Advérbios, pronomes e conjunções

subordinativas são palavras atrativas e,

por isso, ocorre PRÓCLISE .

b) nas orações interrogativas iniciadas por

pronomes ou advérbios interrogativos.

Exemplos:

Quem te contou?

Onde a encontraste?

c) com advérbios ou pronomes indefinidos.

Aqui se ensina a língua inglesa.

Aquela classe nos representa.

2) A MESÓCLISE é usada diante de verbos

no futuro do presente ou futuro do

pretérito.

Exemplos:

Falar-te-ei tudo sobre a minha vida.

Deixar-me-ia infeliz se você fosse embora.

3) A ÊNCLISE ocorre:

a) Com verbos no infinitivo:

Bom mesmo é amar-se.

b) Com verbos que iniciam a oração:

Contou-me um segredo.

Exercícios Simulados

1) Assinale a opção que apresenta

incorreção quanto à colocação

pronominal

a) Nunca diga-me o que fazer. b) Enumere-se corretamente as folhas dos

presentes autos. c) Diante das alegações, certifique-se o

trânsito em julgado. d) Antes de dar prosseguimento aos autos, é

necessário que se verifique o decurso do prazo para apresentação da impugnação.

e) Diga-me com quem andas e dir-te-ei quem és.

2) O pronome está mal colocado em: a) Vendo-o entrar, todos se calaram. b) Responderei-lhe tudo o que for

questionado. c) Quando te vejo novamente? d) Se a lua não me trair, serei lobo

brevemente. e) Jamais te trairia. 3) Assinale a opção em que a próclise atende

às recomendações da norma culta:

a) Me devolve o prazo antes que sua decisão

seja agravada. b) Independente do resultado, te ajudarei na

realização do trabalho.

9

APOSTILA 2 – PORTUGUÊS

c) Aproveitem a promoção que está se finalizando.

d) Resolva-se e te escolho. e) Quem te viu na festa?

4) Comprou-nos os equipamentos

necessários. Neste caso, ocorre próclise.

( ) Verdadeiro ( )

Falso 5) Receber-vos-emos para o almoço no

próximo fim de semana. Neste caso, ocorre ênclise.

( ) Verdadeiro ( ) Falso

6) Jamais te direi o que queres ouvir. Neste caso, há mesóclise.

( ) Verdadeiro ( ) Falso

Gabarito

1 – A 4 – Falso

2 – B 5 – Falso

3 – E 6 – Falso

_______________________________

CRASE

Uso do acento indicativo de crase

A palavra crase, que vem do grego krásis, significa mistura, fusão, combinação.

Usamos o acento grave (`) para indicar

quando ocorre a fusão de a + a

a + a à O primeiro a é sempre uma preposição,

que pode fundir-se com: a) O artigo feminino a b) O a inicial dos demonstrativos:

aquele, aquela, aquilo c) O pronome demonstrativo a

O verbo ‘ir’, por exemplo, pede a

preposição ‘a’. O substantivo feminino ‘escola’ é antecedido pelo artigo feminino ‘a’. Neste caso, temos:

1- Ele vai [a] + (a) escola. Ele vai à escola. 2- Ele vai [a]+(um) lugar. >> Ele vai a um lugar. 3- Ele vai [a]+(Ø) Salvador. >> Ele vai a Salvador. 4- Ele vai [a]+(o) colégio. >> Ele vai ao colégio. 5- Ele vai [a]+(aquele) parque. > Ele vai àquele parque.

IMPORTANTE

Ocorre crase da preposição + artigo:

1. Se o termo anterior exigir a

preposição ‘a’;

2. Se o termo posterior aceitar o artigo

‘a’;

Ex.: Dirigiu-se à cidade.

a a

preposição artigo

DICA!

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APOSTILA 2 – PORTUGUÊS

Só se usa o acento indicativo de crase

DIANTE DE PALAVRA FEMININA.

Substitua a palavra feminina, por uma

masculina. Se aparecer “ao”, usa-se o

acento:

Vou à cidade. / Vou ao teatro.

Viu a peça teatral. / Viu o filme.

Refiro-me a ela. / Refiro-me a ele.

IMPORTANTE

SEMPRE ocorre crase:

1. Na indicação de horas determinadas:

Chegamos às nove horas.

Almoçamos às 2:00.

2. Nas expressões adverbiais femininas:

Cheguei à tarde.

Comeu à vontade.

Matou à bala.

Escreveu a carta à mão.

DICA:

Observe se a expressão contém uma

palavra feminina ou masculina!

escrever à tinta X escrever a lápis

às vezes, à noite, à moda da casa, à

vontade, à vista X a prazo, a pé, a

cavalo

A palavra feminina pode estar

subentendida nas expressões “à moda

de”, “à maneira de”:

Usavam sapatos à Luís XV.

Comemos bife à milanesa e macarrão à

bolonhesa.

Preparamos um churrasco à gaúcha.

DICA:

Observe o sentido das palavras e o significado da frase.

“A festa de ontem estava maravilhosa! Comemos à vontade! Comemos coxinhas, bolinhos de queijo...”

[ELE COMEU A VONTADE.]

IMPORTANTE

NÃO OCORRE CRASE antes de palavras

que não aceitam o artigo “a”:

- MASCULINO: Andei a cavalo.

- VERBO: Estamos aptos a começar.

- ARTIGO INDEFINIDO: Refiro-me a uma

pessoa específica.

- PRONOMES DE TRATAMENTO: Dirigiu-

se a V.Exa. (Vossa Excelência) com

cautela. / Queremos oferecer flores a

você.

- PRONOMES PESSOAIS: Nada revelei a

ela. / Dirigiu-se a mim com ironia.

- PRONOMES DEMONSTRATIVOS (esta /

essa): O perito não deu importância a

essa prova.

NÃO OCORRE CRASE:

- em expressões formadas de palavras

repetidas: dia a dia, cara a cara;

- Quando o “a” estiver no singular e a

palavra seguinte no plural:

Não viajo a cidades estranhas.

Falei a vendedoras desta loja.

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APOSTILA 2 – PORTUGUÊS

Podemos também usar o mecanismo de

substituição da preposição a pela preposição

para. Onde couber o artigo a, ocorre crase.

Ex.: Fui [a] praia. >> Fui [para a] praia. >>

Fui à praia.

DICA:

→ Se estiver em dúvida, substitua o “a”

por “para a”. Neste caso, o “a” terá

acento:

Ele vai [a] escola. (?)

Ele vai [para a] escola.

Ele vai à escola.

Ele foi [a] Salvador. (?)

Ele foi [para] Salvador.

Ele foi a Salvador.

→ A substituição também pode gerar

outras preposições, como, ‘na’, ‘pela’:

Sentou-se [a] sombra. (?)

Sentou-se [na*] sombra.

Sentou-se [à] sombra.

(* na = em + a)

Jurou amor [a] pátria. (?)

Jurou amor [pela*] pátria.

Jurou amor [à] pátria.

(* pela = por + a)

PRESTE ATENÇÃO no exemplo:

Trabalhamos de segunda a sexta, das

11:00 às 19:00.

- na sequência “de > a” não há o artigo,

somente a preposição;

- na sequência “da > à”, temos a

preposição + o artigo (de + a = da; a + a

= à).

ATENÇÃO!!

Não existe “a” com acento agudo (´) Á

USO DE “HÁ” E “A”

Além do uso do acento indicativo de

crase, é importante relembrarmos o emprego de

“HÁ” (forma verbal) e “A” (preposição).

IMPORTANTE

“HÁ” é a forma verbal usada para

indicar TEMPO DECORRIDO, TEMPO

PASSADO, e pode ser substituído por

‘faz’:

Fiz a inscrição há 10 dias.

Trabalho no TJ há muito tempo.

“A” é a preposição usada para

indicar TEMPO FUTURO, ou INDICAÇÃO

DE DISTÂNCIA:

Paguei a conta no dia 8, a dois dias do

vencimento.

Minha casa fica a 20 quilômetros daqui.

Exercícios Simulados

1) O uso do acento indicativo de crase está correto em:

Ele jurou que não volta mais àquela cidade. ( ) Verdadeiro ( ) Falso

2) O emprego do acento indicativo de crase está correto em:

Ele compareceu à audiência. ( ) Verdadeiro ( ) Falso

12

APOSTILA 2 – PORTUGUÊS

3) Marque a alternativa em que o emprego do acento indicativo de crase está de acordo com a Norma Padrão da língua. a) Ele nunca diz a verdade cara à cara. b) A menina sentou-se a mesa em silêncio. c) Trabalhamos à partir das 11h00. d) Sempre íamos à escola de carona. e) Não passe seus dados à pessoas

estranhas.

4) Ontem ___ tarde fui ao centro da cidade ____ pé. Queria ver ___ nova loja em frente ___ igreja.

A alternativa que completa corretamente o texto acima é: a) à – à – a – a b) à – a – à – a c) a – a – a – a d) à – à – a – à e) à – a – a – à

5) I - Meus pais são casados há 20 anos.

II - Daqui a um mês, eu completarei 18 anos de idade.

III - Faremos uma festa naquele restaurante que fica a 100 metros da igreja.

IV – Pagaremos bolo e champanhe a todos os convidados.

Estão corretas: a) todas as alternativas. b) apenas I e II. c) apenas II e III. d) apenas I, III e IV. e) nenhuma das alternativas.

6) I - “Manifeste-se ___ parte interessada sobre a petição de fls. 85/90.” II - “___ parte interessada: Retirar Mandado de Levantamento em Cartório em 05 dias.” III – “Digam ___ partes ___ provas que pretendem produzir.” IV – “Diga o Ministério Público e, após, remetam os autos ___ Contadoria.”

A alternativa que completa corretamente os trechos acima é:

a) a – À – as – as – à b) a – A – às – as – a c) à – À – as – às – à d) a – A – as – as – à e) a – À – as – as – a

Gabarito

1 – verdadeiro 4 – E

2 – verdadeiro 5 – A

3 – D 6 – A

REGÊNCIA VERBAL

É a relação de dependência que se

estabelece entre um verbo e seu complemento.

Estes verbos estão diretamente ligados aos seus

complementos ou indiretamente ligados por

meio de uma preposição.

Observe o comportamento de alguns

verbos, conforme varia o seu significado nas

frases abaixo:

1) Aspirar

(= respirar, sorver, exalar) não exige

preposição.

Exemplo: A vítima afirmou ter aspirado um

perfume floral em seu sequestrador.

(= desejar, pretender) exige a preposição a.

Não admite como complemento o pronome

lhe.

Exemplo: O réu aspira a uma condenação

menor diante de sua confissão.

13

APOSTILA 2 – PORTUGUÊS

DICA! Quando o verbo não admitir o pronome

lhe(s), substitua por a ele, a ela, a eles

ou a elas.

Exemplo: A um futuro melhor, sempre

aspiramos a ele.

2) Assistir

(= prestar assistência, socorrer) pode ou

não exigir preposição.

Exemplos:

O escrevente assistia o juiz durante o

pronunciamento da sentença. (ou)

O escrevente assistia ao juiz durante o

pronunciamento da sentença.

(= ver, presenciar, estar presente) exige a

preposição a. Não admite como complemento

o pronome lhe.

Exemplo: Todos assistiram de pé à condenação

do acusado. (ou)

A condenação do acusados, todos assistiram de

pé a ela.

3) Esquecer / lembrar

Estes verbos podem ser usados nas

seguintes formas (com ou sem o pronome

reflexivo):

Lembrou o que aconteceu durante a

oitiva das testemunhas (ou)

Lembrou-se do que aconteceu durante a

oitiva das testemunhas.

DICA! Apareceu o reflexivo (me, te, se, nos,

vos, o(s), a(s), lhe(s) pediu

preposição.

4) Obedecer / Desobedecer

Sempre exige a preposição ‘a’

Exemplos:

Os infratores são aqueles que nunca

obedecem às leis.

A petição foi considerada inepta por

desobedecer àquilo que prescrevia o

Código de Processo Civil.

5) Preferir

(=gostar mais, escolher) sem

preposição

Exemplo: Ao optar pelo bem a ser

penhorado, o executado preferiu o carro.

(=decidir entre uma coisa e outra)

Sem preposição + preposição ‘a’

Exemplo: Todos preferem Direito Penal a

Direito Civil

6) Proceder

(=ter fundamento) sem complemento

Exemplo: Suas alegações não procedem.

(=originar-se) com preposição ‘de’

Exemplo: Eu procedi do sertão

nordestino.

(= iniciar, realizar) com preposição ‘a’

Exemplo: Ao encontrar o requerido, o

oficial de justiça procedeu à citação.

7) Visar

(=mirar, dirigir o olhar para, vistar) sem

preposição

Exemplos:

O atacante visava as redes.

Foi constatado que todas as páginas não

estavam visadas.

(=desejar, almejar, ter em vista) com

preposição ‘a’

14

APOSTILA 2 – PORTUGUÊS

Exemplo: A conciliação visa a garantir a

celeridade processual.

8) Verbos que indicam movimento

Chegar, ir, voltar etc.

Exigem a preposição “a”.

Exemplos:

Foi descontado um terço porque chegou

atrasado ao cartório.

O preso foi ao cartório cumprir

determinação da execução.

O supervisor voltou ao cartório.

9) Verbos que indicam estaticidade

Morar, ficar, residir etc.

Exigem a preposição “em”.

Exemplos:

Ele mora na rua José Bonifácio.

Ficarei em Roma até a próxima semana.

O advogado reside em Jundiaí.

REGÊNCIA NOMINAL

Alguns nomes não possuem sentido

completo, e por isso, exigem outro que

lhe complete o sentido.

Segue abaixo uma lista com alguns

nomes e suas preposições mais

frequentes:

Adequado a

Agradável a

Alheio a, de

Amante de

Amigo de

Ansioso de, por

Atencioso com, para com

Certo de

Compatível com

Comum a, de, em, entre, para

Consulta a

Constituído com, de, por

Domiciliado a, em

Dúvida acerca de, de, em, sobre

Favorável a

Hostil a, para com

Incapaz de, para

Junto a, com, de

Morador em

Negligente em

Passível de

Precedido a, com, de

Próximo a, de

Residente em

Situado a, em, entre

Vizinho a, com, de

Exercícios Simulados

1) Marque onde há erro na regência do verbo

a) Ela chegou em casa bem tarde. b) Obedeça às leis de trânsito ou sujeite-se

à multa. c) Ele visou o cheque no mesmo dia. d) Procedi ao arrolamento dos bens do

devedor. e) Não se esqueça de cumprir o mandado

com urgência.

2) Estava tão indecisa, que preferiu assistir ______ filme em casa _____ ir ao cinema.

a) o – a b) ao - a c) ao – de que d) o – de que e) o - que

15

APOSTILA 2 – PORTUGUÊS

3) A regência verbal está correta no item:

a) Estava atrasado porque residia à outra cidade.

b) Tentou evitar a fumaça do cigarro, mas não houve como não lhe aspirar.

c) Lembrei do nosso último encontro. d) Iremos na Argentina no próximo fim de

semana. e) Preferiu ficar em casa.

4) Devemos ser cuidadosos em usar a preposição adequada ___ regência do nome.

a) para b) com c) para com d) à e) para a

5) O juiz era residente _____ mesma

comarca em que trabalhava. a) à b) da c) na d) pela e) com a 6) Fui residir junto ao departamento de

trânsito. A expressão em destaque está correta.

( ) Verdadeiro ( ) Falso

Gabarito

1 – A 4 – D

2 – B 5 – C

3 – E 6 – Verdadeiro

________________________________

CONCORDÂNCIA VERBAL

O verbo deve ser ajustado para

concordar em pessoa* e número** com o seu sujeito.

Ex.: Vieram, naquele dia, dois funcionários. Verbo Sujeito (3ª pessoa plural) (3ª pessoa plural)

O advogado chegou cedo ao fórum. Sujeito Verbo

Os advogados chegaram cedo ao fórum. Sujeito Verbo

*Pessoas do verbo: 1ª pessoa do singular – eu 2ª pessoa do singular – tu 3ª pessoa do singular – ele/ela 1ª pessoa do plural – nós 2ª pessoa do plural – vós 3ª pessoa do plural – eles/elas **Número: Singular; Plural.

REGRA GERAL: O verbo concorda em número e pessoa

com o seu sujeito.

ATENÇÃO!

Procure o sujeito a que o verbo se

refere:

O número de pessoas que vieram foi

grande. As pessoas vieram; o número foi

grande;

Falta um minuto.

Faltam cinco minutos.

Soou uma hora.

Soaram duas horas.

16

APOSTILA 2 – PORTUGUÊS

IMPORTANTE:

Quando o sujeito é formado de

expressão partitiva*, o verbo pode ficar

no singular ou no plural, concordando

com o núcleo da expressão ou com o

termo plural que o acompanha.

Ex.: A maior parte dos estudantes foi

aprovada.

→ O verbo “foi” concorda com o núcleo

da expressão “parte”.

A maior parte dos estudantes foram

aprovados.

→ O verbo “foram” concorda com o

termo plural “estudantes” que

acompanha a expressão.

*Exemplos de expressões partitivas:

- a maior parte de;

- metade de;

- uma porção de;

- a maioria de;

- grande número de; etc.

“QUEM PAGA AS

CONTAS?”

“SOU EU QUE PAGO.”

X

“SOU EU QUEM PAGA.”

ATENÇÃO:

→ Quando usamos o pronome “QUE” o

verbo concorda, obrigatoriamente, com

o sujeito do verbo:

Sou eu que atendo o público.

É aquela menina que toma todo o café.

São eles que separam os processos.

ATENÇÃO:

→ Quando usamos o pronome “QUEM” o

verbo permanece na 3ª pessoa do

singular:

Sou eu quem trabalha no fórum.

É ela quem me liga todos os dias.

Somos nós quem leva o prejuízo.

Também é aceitável, neste caso, a

concordância com o sujeito da oração

principal:

Sou eu quem fico até tarde.

Somos nós quem fechamos as portas.

IMPORTANTE:

→ Quando usamos PRONOMES DE

TRATAMENTO, o verbo é conjugado na

3ª pessoa, singular ou plural.

“Vossa Excelência agiu com

moderação.”

“Vossas Excelências fizeram um belo

julgamento.”

IMPORTANTE:

17

APOSTILA 2 – PORTUGUÊS

→ Os verbos FAZER e HAVER, quando

impessoais, são usados na 3ª pessoa do

singular:

Há 250 pessoas nesta sala.

Havia cem pessoas na manifestação.

Faz dois dias que não o vejo.

No próximo mês, fará dez anos que

trabalho no TJ.

DICA:

O verbo é impessoal quando o sujeito é inexistente (oração sem sujeito).

O verbo “haver”, quando impessoal, tem

o sentido de “existir”.

Ex.: Há 10 mil processos no cartório. No caso do verbo “fazer”, o sentido é de

tempo decorrido. Não há um sujeito que faz a ação desse verbo.

Ex.: Faz tempo que trabalho no TJ. Também pode ocorrer com outros verbos

quando descrevemos fenômenos meteorológicos. Ex.: Faz muito frio em Paranapiacaba. Choveu mais que o dobro do esperado

para esse mês. Ontem nevou mais de 30 centímetros

em Londres.

ATENÇÃO:

→ Em locuções verbais, o verbo auxiliar

permanece na 3ª pessoa do singular:

Podia haver muitas pessoas no local.

Vai haver manifestações em todo país.

Deve fazer mais de dez anos que

terminei a faculdade.

ATENÇÃO:

→ Se o sujeito é um NOME PRÓPRIO, de

forma PLURAL, a concordância depende

do ARTIGO:

Campinas é uma bela cidade. (sem artigo,

verbo no singular)

Os Estados Unidos são um país rico.

(artigo no plural, verbo no plural)

O Amazonas é um rio muito extenso.

(artigo no singular, verbo no singular)

CONCORDÂNCIA NOMINAL

É a adequação entre o substantivo e os elementos que a ele se referem.

REGRA GERAL:

O artigo, o numeral, o adjetivo e o

pronome adjetivo concordam em gênero

(masculino / feminino) e número

(singular / plural) com o nome a que se

referem.

Ex.: Aqueles dois funcionários novos chegaram cedo. [masculino; plural] Aquela funcionária nova chegou cedo. [feminino; singular]

CASOS ESPECIAIS:

ANEXO / INCLUSO – Concordam com o

nome a que se referem:

Segue anexo o ofício.

Seguem anexas as procurações.

Vai inclusa a carta precatória.

Vão inclusos os documentos.

ATENÇÃO!

18

APOSTILA 2 – PORTUGUÊS

A expressão “EM ANEXO” é invariável:

Enviou a procuração em anexo.

Enviaram os ofícios em anexo.

IMPORTANTE: “É BOM”

“É PRECISO”

“É NECESSÁRIO”

Nessas locuções, entre outras do

mesmo tipo, a concordância é feita no

MASCULINO SINGULAR, se não houver

determinação por um artigo.

Água mineral é bom.

É preciso cautela para fazer a prova.

É necessário disciplina para estudar em

casa.

Aquela água é boa.

A atenção é necessária.

COMPARE:

É proibido venda de mercadorias no

trem.

É proibida a entrada de pessoas não

autorizadas.

É necessário ter coragem.

A coragem é necessária.

DICA:

Quando o substantivo está no plural, o verbo deve concordar com ele, havendo ou não a presença de artigo: Ex.: Celulares são proibidos durante a prova. (masculino plural)

Todas as frutas são boas para a saúde. (feminino plural)

ATENÇÃO!

As palavras “MENOS” e “ALERTA” são

invariáveis:

Havia menos barulho naquela rua.

Havia menos pessoas na sala.

A professora ficou alerta.

Os alunos ficaram alerta.

IMPORTANTE:

→ A palavra “MEIO” é variável somente

se for um adjetivo, no sentido de

“metade”:

Bebi meio litro de água.

Derramei meia xícara de café.

Sempre almoço meio-dia e meia.

(12:30 → 12 horas = metade do dia, + 30

minutos = metade de 1 hora)

→ Se for um advérbio, no sentido de “um

pouco”, permanecerá invariável:

Ela está meio cansada. (= um pouco

cansada)

As meninas ficaram meio tristes. (= um

pouco tristes)

Exercícios Simulados

1) “Digam as partes as provas que pretendem produzir.”

Nesta frase, o verbo “pretendem” concorda com o sujeito “as partes”.

( ) Verdadeiro ( ) Falso

2) O emprego do verbo “haver” está correto em:

19

APOSTILA 2 – PORTUGUÊS

“Havia provas não investigadas.”

( ) Verdadeiro ( ) Falso

3) Indique a opção correta, no que se refere à concordância verbal, de acordo com a norma culta:

a) Haviam candidatos bem preparados. b) Faziam muitos anos que ela não vinha aqui. c) Bateram nove horas e ele entrou apressado. d) Podiam haver mais de mil pessoas alí. e) Fui eu quem abri a porta do gabinete.

4) Assinale a frase em que há erro de concordância verbal:

a) É o juiz quem assina as sentenças. b) Metade dos funcionários receberam

aumento. c) Sou eu que guardo os processos. d) O requerente entregou as petições. e) Fomos nós que resolveu a questão.

5) I – Os Andes percorrem boa parte da América do Sul. II – Foi o escrevente que fez o pedido de material. III– Fazem dois verões que não vou à praia. Quanto à concordância verbal, está/estão correta(s):

a) apenas I. b) apenas I e II. c) apenas I e III. d) apenas II. e) todas.

6) I – As cópias seguem anexas às respectivas procurações. II – No gabinete ao lado do nosso, trabalhavam menas funcionárias. III – A sala de audiência estava meia lotada.

Está/Estão correta(s), quanto à concordância nominal:

a) apenas I. b) apenas II. c) apenas III. d) apenas I e II. e) apenas II e III.

7) De acordo com a norma culta, a alternativa que apresenta concordância nominal correta é:

a) É proibida permanência nos corredores. b) É necessária diligência ao novo endereço. c) Os policiais estavam alertas. d) A escrivã saiu ao meio-dia e meio. e) Alegria é benéfico para todos.

8) O requerente referiu-se aos artigos 25 e 26 que ampara sua petição.

O verbo sublinhado está no singular para concordar com o termo “petição”. ( ) Verdadeiro ( ) Falso

Gabarito

1 – Verdadeiro

2 – Verdadeiro

3 – C

4 – E

5 – B

6 – A

7 – E

8 – Falso (O verbo deve

concordar com o sujeito composto: “os artigos 25 e 26” amparam)

PONTUAÇÃO

Os sinais de pontuação são sinais

gráficos usados na língua escrita para recuperar recursos específicos da língua falada, como a entonação de uma pergunta ou a surpresa de uma exclamação, as pausas, etc. Usamos: Ponto (.) - para indicar o final de uma frase declarativa ou separar períodos: “Julgo procedente o pedido.” “Manifeste-se o exequente em termos de prosseguimento. No silêncio, ao arquivo.” - em abreviaturas: MM. Juiz (Meritíssimo Juiz): Ex.ª (Excelência).

20

APOSTILA 2 – PORTUGUÊS

Dois pontos (:) - introduzir citação ou fala: Ele disse: “Acredito em você.” Como disse Lucie Delarme-Mardrus: “Escrever bem a sua língua é uma forma de patriotismo.” - discriminar, enumerar ou explicar ideias anteriores: Tenho poucos amigos: Pedro, André e Tiago. Ela só pensa em uma coisa: ganhar dinheiro. Ponto e vírgula (;) - separar orações coordenadas muito extensas ou aquelas nas quais já tenham sido utilizadas vírgulas: Ele prefere pizza; eu, churrasco. - separar orações coordenadas que expressam ideias contrárias e não estão ligadas por preposição: Muitos se esforçam; poucos conseguem. Uns trabalham; outros descansam.

IMPORTANTE:

→ Usamos PONTO E VÍRGULA para

separar os itens de uma lei, de um

decreto, de uma petição, de uma

sequência, etc.:

Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:

I - o Supremo Tribunal Federal;

I-A o Conselho Nacional de Justiça;

II - o Superior Tribunal de Justiça;

III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes

Federais;

IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho;

V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;

VI - os Tribunais e Juízes Militares;

VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do

Distrito Federal e Territórios.

Ponto de exclamação (!) - após interjeições: Ufa! Que calor. Ai! Cortei o dedo. - após vocativo: Corra, Forrest! - após imperativo: Cale-se!

Ponto de interrogação (?) - em perguntas diretas: Qual é seu nome? Reticências (...) - indicar dúvidas ou hesitação dos falantes Então... eu queria te dizer que... esquece. - interrupção de uma frase, gramaticalmente completa ou não, sugerindo prolongamento da ideia: Sua pele era radiante como a luz do sol, seus cabelos, macios como seda... - indicar supressão de palavra(s) em uma frase transcrita: “Eu gosto de olhos que sorriem, de gestos que se desculpam (...) e de silêncios que se declaram.” ―Machado de Assis Aspas (“ ”) - indicar uma citação textual: “A boa redação deve necessariamente respeitar a verdade. Falar a verdade e, mais ainda, registrá-la por escrito é um dever ético, um ato de cidadania e de respeito aos direitos humanos, indispensável na convivência social.” (Técnica de Redação Forense – Desembargador Alexandre Moreira Germano) - indicar e isolar palavras ou expressões que fogem à norma culta, palavras estrangeiras, expressões populares, etc.: O diretor leu o relatório e me deu um “feedback”. Parênteses ( ( ) ) - isolar palavras ou frases explicativas, intercaladas. Podem substituir a vírgula ou o travessão. Durante a ditadura no Brasil (1964 - 1985) milhares de opositores foram presos. Travessão ( — ) - dar início à fala de um personagem: A aluna perguntou: — Para quando é o trabalho? Colchetes ( [ ] ) - a mesma função dos parênteses, porem é usado em textos didáticos, filológicos ou científicos.

21

APOSTILA 2 – PORTUGUÊS

Asterisco ( * ) - usado para chamar a atenção do leitor para alguma explicação ou observação. Barra ( / ) - separar dia, mês e ano na indicação de datas: O jogo final da Copa foi em 13/07/2014. - indicar o intervalo das folhas citadas: “A sentença de fls. 810/822 foi registrada no sistema em 10/05/2015.” Vírgula ( , )

IMPORTANTE:

A sequência SUJEITO VERBO OBJETO

nunca é separada por vírgulas.

Exemplos:

Todos os desembargadores foram homenageados na cerimônia. A construção da nova sede custou sacrifício aos realizadores. A intrigante pergunta do aluno ao professou despertou interesse da sala.

IMPORTANTE:

→ USA-SE A VÍRGULA:

I – para marcar intercalação:

O juiz, certamente, sustentará opinião

contrária.

Não há, portanto, nenhuma alternativa

correta.

Todos contribuíram com doações, ou

seja, foi muito fácil montar a biblioteca.

II – para marcar inversões:

Por cautela, fizemos uma reserva.

(Fizemos uma reserva por cautela.)

A maioria dos alunos, durante as férias,

viaja.

Durante as férias, a maioria dos alunos

viaja.

(A maioria dos alunos viaja durante as férias.)

III – separar termos de uma

enumeração:

Ele vendou a casa, o carro, a moto e até

a bicicleta.

IV – separar vocativos:

João, venha aqui.

Bom dia, Maria, como vai?

V – separar o “SIM” ou o “NÃO”, usados

como resposta, no início da frase:

Maria, você aceita João como seu

legítimo esposo?

Sim, aceito.

Você vai trabalhar no sábado?

Não, vou viajar.

VI – marcar a omissão de um termo:

Ela prefere ver a novela, e eu, o jogo.

(omissão do verbo “ver”)

Gosto mais de feijão; ela, de arroz.

(omissão do verbo “gostar”)

Note que nesse último caso, o ponto e vírgula substitui a conjunção “e”, enquanto a vírgula marca a omissão do verbo usado na primeira

oração.

ATENÇÃO:

A palavra “et cetera” tem sua

origem no Latim e significa “e outras

coisas”, “e assim por diante”.

Usada ao final de frases, em sua

forma abreviada (etc.) não é precedida

pela conjunção “e”, o uso de vírgula é

facultativo.

Compramos tudo para a festa: enfeites,

salgados, doces, bolo, refrigerantes,

cerveja etc.

E uma vírgula poupou-lhe a vida...

22

APOSTILA 2 – PORTUGUÊS

Um rei impiedoso e um escrivão clemente

Um desafeto político do rei estava

preso, aguardando a sentença. Perguntou-se

ao soberano se o condenado poderia contar

com a bondade real.

Respondeu o rei:

"Não, mate!" Mas o

esperto escrivão

retirou a vírgula no

documento que

levou à assinatura

do soberano. Assim, a ordem que os guardas

receberam foi: "Não mate!". E o prisioneiro foi

salvo...

Exercícios Simulados

1) I - “Esse, juiz, é corrupto.” II - “Esse juiz é corrupto.”

Podemos afirmar que as duas frases acima têm o mesmo significado.

( ) Verdadeiro ( ) Falso

2) O emprego da vírgula está correto em:

“Limpamos toda a casa ontem: o quintal, a cozinha, a sala, os banheiros, etc.”

( ) Verdadeiro ( ) Falso

3) “E com uma letra bem pequena, lá estava escrito no seu epitáfio ( ) Tentou ser ( ) não conseguiu ( ) tentou ter, não possuiu; tentou continuar, não prosseguiu; e nessa vida de expectativas frustradas tentou até amar ( ) Pois bem, não conseguiu, e aqui está.” (Machado de Assis – Dom Casmurro)

Nos espaços entre parênteses, encontrados no texto acima, estão faltando, respectivamente, os seguintes sinais de pontuação: a) dois pontos; vírgula; ponto e vírgula;

reticências. b) vírgula; dois pontos; vírgula; exclamação. c) aspas; ponto e vírgula; vírgula; ponto. d) ponto; vírgula; vírgula; ponto. e) ponto; ponto e vírgula; ponto e vírgula;

exclamação. 4) Os períodos abaixo apresentam diferenças

de pontuação. Assinale a alternativa em que a vírgula foi usada de maneira correta.

a) Mais tarde quando chegaram outros

convidados, a festa ficou mais animada. b) Mais tarde, quando chegaram outros

convidados, a festa ficou mais animada. c) Mais tarde, quando chegaram, outros

convidados a festa ficou mais animada. d) Mais tarde quando chegaram outros,

convidados a festa, ficou mais animada. e) Mais tarde, quando chegaram outros

convidados, a festa, ficou mais animada.

5) Leia com atenção: I – Seul, capital da Coréia do Sul, sediou os

jogos em 1988. II – Paulo, ontem o escrivão lhe fez vários

elogios. III – Coleciono figurinhas, revistas, selos,

discos... IV – Gosto de Português, ele de Matemática.

A pontuação está correta em:

a) I. b) I e II. c) I, II e III. d) I, III e IV. e) Todos.

Gabarito

1 – Falso (Em I, a palavra “juiz” é um vocativo e uma terceira pessoa é o corrupto. Em II, o juiz é o corrupto - sujeito da oração.)

2 – VERDADEIRO (o uso de vírgula é opcional antes de “etc.”)

3 – A

4 – B

5 – C

23

APOSTILA 2 – PORTUGUÊS

São Paulo, 26 de janeiro de 2015.

Ofício nº. 35 / 2015 – 72ª Câmara (kdu)

Referência :

Mandado de Segurança nº. 1234567-89

2ª Vara Cível da Comarca de Barueri

Impetrante: João Abecedário

Impetrado: Departamento Estadual de Trânsito de São

Paulo

Prezado(a) Senhor(a),

Pelo presente, transmito ao conhecimento de

Vossa Senhoria, para as providências cabíveis, o teor da

sentença proferida nos autos do Mandado de Segurança

em epígrafe, conforme cópia que segue anexa.

Atenciosamente,

DR(A). FABIANA KARLA

Juiz(a) de Direito

Ao(À) Sr(a).

Diretor Presidente do Departamento Estadual de

Trânsito de São Paulo - Detran/SP

Rua Boa Vista, 209, Centro

CEP 01014-001, São Paulo-SP

TÉCNICAS DE REDAÇÃO FORENSE

A redação técnica forense é uma forma de

comunicação objetiva. Obedece a uma

padronização que facilita o trabalho e dá a quem

redige mais segurança de sua eficiência.

O texto a ser elaborado deve conter nível

culto, ser gramaticalmente correto, claro, objetivo

e com vocabulário adequado ao meio jurídico.

Na administração pública, a

correspondência formal é feita por meio de ofício.

Exemplo de um Ofício:

O Decreto n° 4.176, de 28 de março de

2002 estabelece regras para a redação de atos

normativos que podem ser aplicadas ao Poder

Judiciário conforme excerto abaixo:

Citação de Leis

Para realizar a citação de uma lei num

texto de natureza jurídica (petição, despacho,

sentença, acórdão), devem ser seguidos estes

passos:

a) Indicação do número da lei:

Lei n.º 9.099

b) Data em que a lei foi assinada,

sem abreviação do mês e ano:

26 de setembro de 1995

Assim, a citação será feita da seguinte

forma:

Lei n.º 9.099, de 26 de setembro de

1995.

Observação: Quando se referir novamente

à lei, basta indicar apenas o número e o ano (Lei

n° 9.099, de 1995; ou Lei n° 9.099/95).

24

APOSTILA 2 – PORTUGUÊS

Citação de artigos da lei

a) Utilize a forma abreviada “art.”

b) Use numerais ordinais para os artigos de

numeração 1 a 9 (1º, 2º, 3º, ... ,9º)

c) Use numerais cardinais a partir do artigo 10.

Exemplos:

Art. 1º, art. 5º, art. 9°, art. 10, art. 225 etc.

Citação do texto de um artigo e seus incisos

a) Inicie o texto com maiúscula; b) Temine por ponto ( . ). Se contiver incisos,

termine por dois pontos ( : ); c) Os incisos são representados por algarismos

romanos, seguidos de hífen. Exemplo: Dispõe a Constituição Federal: “Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I – construir uma sociedade livre, justa e solidária; II – garantir o desenvolvimento nacional; III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

Representação dos parágrafos

a) Será grafado por extenso: referências

a parágrafo único, parágrafo seguinte, parágrafo

anterior e referências semelhantes. Exemplo:

parágrafo único do art. 4º;

b) Havendo mais de um parágrafo, estes

serão representados pelo símbolo §, seguido do

ordinal correspondente.

Exemplo: § 4º do art. 5º;

c) Para citar mais de um parágrafo,

dobra-se o símbolo §.

Exemplo: §§ 1º e 2º do art. 5º.

Representação das alíneas

Deverão ser grafadas com letra

minúscula entre aspas ou seguida por

parêntese.

Exemplos:

“De acordo com as alíneas a) a c) do inciso II, do

§4º do art. 544 do Código de Processo Civil”.

Ou

“De acordo com as alíneas “a” a “c” do inciso II,

do §4º do art. 544 do Código de Processo Civil”.

Representação de data e número da lei

a) As datas devem ser escritas por extenso:

23 de agosto de 2006.

Observação: os dias 1 a 9 são escritos sem o

zero à esquerda;

b) O ano não tem ponto para dividir as

unidades de milhar;

c) O número da lei é separado por unidades

de milhar;

Assim: Lei 11.343, de 23 de agosto de 2006.

Citação de outras normas

Será utilizada a mesma técnica apresentada

anteriormente, devendo-se mencionar o

dispositivo normativo conforme abaixo:

Decreto-lei n° ou Dec.-lei n°

Decreto Estadual n°

Lei Municipal n°

Emenda Constitucional ou EC

Lei Complementar ou LC

Medida Provisória ou MP

Referências feitas a números, valores

monetários e percentuais.

Tais referências devem ser grafadas por

extenso, exceto nos casos em que houver

prejuízo para a compreensão do texto.

25

APOSTILA 2 – PORTUGUÊS

Veja os exemplos abaixo:

A menor tinha 8 (oito) anos de idade;

O nível de álcool registrado pelo aparelho era

1,2 (um vírgula dois);

A requerida foi condenada a pagar R$

5.000,00 (cinco mil reais) a título de danos

morais.

IMPORTANTE:

CITAÇÃO DE NÚMEROS DEVEM VIR

ACOMPANHADAS COM SEU EQUIVALENTE POR

EXTENSO ENTRE PARÊNTESES

I - Da Redação (art. 23 do Dec. 4.176, de

2002)

Art. 23. As disposições normativas serão redigidas com clareza, precisão e ordem lógica, observado o seguinte:

I - para a obtenção da clareza:

a) usar as palavras e as expressões em seu sentido comum, salvo quando a norma versar sobre assunto técnico, hipótese em que se pode empregar a nomenclatura própria da área em que se está legislando;

b) usar frases curtas e concisas;

c) construir as orações na ordem direta, evitando preciosismo, neologismo e adjetivações dispensáveis;

d) buscar a uniformidade do tempo verbal em todo o texto das normas legais, de preferência o tempo presente ou o futuro simples do presente;

e) usar os recursos de pontuação de forma judiciosa, evitando os abusos de caráter estilístico;

II - Para a obtenção da precisão:

a) articular a linguagem, técnica ou comum, com clareza, de modo que permita perfeita compreensão do objetivo, do conteúdo e do alcance do ato normativo;

b) expressar a ideia, quando repetida no texto, por meio das mesmas palavras, evitando o emprego de sinonímia com propósito meramente estilístico;

c) evitar o emprego de expressão ou palavra que confira duplo sentido ao texto;

d) escolher termos que tenham o mesmo sentido e significado na maior parte do território nacional, evitando o uso de expressões locais ou regionais;

e) usar apenas siglas consagradas pelo uso, observado o princípio de que a primeira referência no texto seja acompanhada de explicitação de seu significado;

f) indicar, expressamente, o dispositivo objeto de remissão, por meio do emprego da abreviatura "art." seguida do correspondente número, ordinal ou cardinal;

g) utilizar as conjunções "e" ou "ou" no penúltimo inciso, alínea ou item, conforme a sequência de dispositivos seja, respectivamente, cumulativa ou disjuntiva;

26

APOSTILA 2 – PORTUGUÊS

h) grafar por extenso quaisquer referências a números e percentuais, exceto data, número de ato normativo e casos em que houver prejuízo para a compreensão do texto;

i) expressar valores monetários em algarismos arábicos, seguidos de sua indicação por extenso, entre parênteses;

j) empregar nas datas as seguintes formas:

1. 4 de março de 1998 e não 04 de março de 1998;

2. 1o de maio de 1998 e não 1 de maio

de 1998;

l) grafar a remissão aos atos normativos das seguintes formas:

1. Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, na ementa, no preâmbulo, na primeira remissão e na cláusula de revogação; e

2. Lei no 8.112, de 1990, nos demais

casos;

m) grafar a indicação do ano sem o ponto entre as casas do milhar e da centena;

III - para a obtenção da ordem lógica:

a) reunir sob as categorias de agregação – subseção, seção, capítulo, título e livro – apenas as disposições relacionadas com a matéria nelas especificada;

b) restringir o conteúdo de cada artigo a um único assunto ou princípio;

c) expressar por meio dos parágrafos os aspectos complementares à norma enunciada no caput do artigo e as exceções à regra por este estabelecida; e

d) promover as discriminações e enumerações por meio dos incisos, das alíneas e dos itens

Emprego dos pronomes de tratamento

a) Vossa Excelência (V. Exª), para as

autoridades a seguir:

Auditores da Justiça Militar; Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais; Deputados Federais, Estaduais e Distritais; Embaixadores; Governadores e Vice; Juízes; Membros de Tribunais; Membros do Poder Legislativo e Judiciário; Ministro do Tribunal de Contas da União; Ministros de Estado; Ministros dos Tribunais Superiores; Oficiais-Generais das Forças Armadas; Prefeitos Municipais; Presidente da República e Vice; Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais; Secretários de Estado dos Governos Estaduais; Secretários-Executivos de Ministérios; e Senadores.

b) Vossa Senhoria (V.Sª): demais

autoridades e particulares.

Comunicações dirigidas aos Chefes de Poder

deverão conter no vocativo a forma de tratamento

seguida do cargo respectivo.

Excelentíssimo Senhor Presidente da

República,

Excelentíssimo Senhor Presidente do

Congresso Nacional,

Excelentíssimo Senhor Presidente do

Supremo Tribunal Federal,

O vocativo Senhor será usado para as

demais autoridades:

Senhor Senador,

Senhor Juiz,

Senhor Ministro,

No local reservado ao destinatário, ficará

assim:

A Sua Excelência o Senhor ou

Ao Senhor

27

APOSTILA 2 – PORTUGUÊS

Ao falar delas no texto do documento,

trocamos VOSSA por SUA.

Sua Excelência (S. Exª) ou Sua Senhoria

(S.Sª)

Fechos para comunicações

Para autoridades superiores,

inclusive o Presidente da República:

Respeitosamente,

Para autoridades de mesma

hierarquia ou de hierarquia inferior:

Atenciosamente,

Formatação dos documentos

Adote a seguinte estrutura: Espaçamento entre linhas: simples ou 1,5 linhas;

Fonte: “Times New Roman” ou “Arial”;

Tamanho da fonte 12 ou 14;

Estilo normal;

Margem superior: 4,5 cm;

Margem inferior: 4,0 cm;

Margem esquerda: 4,5 cm;

Margem direita: 2,5 cm;

Cabeçalho: 3,8 cm;

Rodapé: 2,5 cm.

Emprego de Expressões Latinas

No meio jurídico ainda é comum o uso de

expressões latinas, porém tal prática deve ser

restrita aos casos em que há real necessidade do

emprego dessas expressões, com o intuito de

manter a clareza e simplicidade do texto.

Segue abaixo uma relação com as

expressões mais usadas:

Ab initio: desde o começo;

Ad hoc: Para isso, para esse caso. Designado

para executar determinada tarefa;

Ad quem: na expressão tribunal ad quem,

significa tribunal para o qual se recorre.

A quo: na expressão juiz a quo, significa juízo

que está sendo recorrido.

Causa mortis: causa da morte;

Concessa vênia: concedida, dada a

permissão;

Citra petita: concessão dada pelo juiz inferior

à pedida pelo autor

Curriculum vitae: conjunto de dados sobre a

vida de um indivíduo;

Data vênia: com a devida licença, permissão.

Expressão com que se inicia argumentação

divergente do interlocutor;

De cujus: usado para se referir à pessoa

falecida: o morto, o inventariado, o sucedido;

Erga omnes: perante todos, sobre todos tem

efeito;

Ex nunc: De agora em diante, sem efeito

retroativo;

Ex officio: por força do cargo. É o ato de

natureza oficial que se concretiza sem

provocação das partes;

Ex tunc: desde então, com efeito retroativo;

Extra petita: fora do pedido;

28

APOSTILA 2 – PORTUGUÊS

Fumus boni juris: Fumaça do bom direito.

Usada para mostrar que o fundamento do

interesse demonstrado pelo autor em sua

postulação se percebe de logo e dificilmente pode

ser contestado.

In albis: em branco, quer dizer, sem nenhum

conhecimento, sem ideia alguma daquilo que

deveria saber, sem resposta.

ATENÇÃO: Quando houver decurso de prazo, sem

manifestação, considera-se que o prazo

passou em branco, ou seja, ‘in albis’.

In fine: no fim.

Infra petita: concessão dada pelo juiz inferior

à pedida pelo autor

Inaudita altera pars: concessão dada pelo juiz

sem audiência prévia da parte demandada.

Inter vivos: entre vivos.

Lato sensu: em sentido amplo.

Mandamus: expressão empregada em

relação às ordens de habeas data, habeas

corpus, mandado de segurança e mandado de

injunção.

Pacta Sunt Servanda: O contrato faz lei entre

as partes.

Periculum in mora: A demora é perigosa.

Pro rata: indica que uma conta deve ser feita

com base em dias e não no mês todo.

Quorum: número mínimo para funcionamento

de colegiado.

Retro: que está atrás, já mencionado.

Sine qua non: refere-se a uma condição sem

a qual o ato não se efetiva.

Status quo: condição anterior.

Sub judice: sob apreciação do juiz;

postulação judicial ainda em curso;

Sui generis: especial, particular.

Supra: acima.

Ultra petita: concessão dada pelo juiz superior

à pedida pelo autor.

Vacatio legis: período compreendido entre a

publicação de uma lei e sua entrada em vigor.

Exercícios Simulados

1) O juiz da 3ª Vara Cível fundamentou sua

decisão com fulcro no Código de Defesa do

Consumidor. A menção correta da lei é:

a) Lei n° 8078, de 11 de setembro de

1990.

b) Lei n° 8.078, de 11 de setembro de

1.990.

c) Lei n° 8078, de 11 de setembro de

1.990.

d) Lei n° 8.078, de 11 de setembro de

1990.

e) Lei n° 8078, de 1.990.

2) O art. 6º do Código Eleitoral prevê:

“O alistamento e o voto são obrigatórios

para os brasileiros de um e outro sexo,

salvo:

I – quanto ao alistamento:

a) Os inválidos;

b) Os maiores de setenta anos;

c) Os que se encontrem fora do país

(...)”

O trecho acima, representado pelas letras “a”, “b”

e “c” é chamado de:

a) Inciso

b) Alínea

c) Parágrafo

d) Título

e) Seção

29

APOSTILA 2 – PORTUGUÊS

3) Para que haja uma boa redação, é necessário

que o texto contenha clareza, precisão e ordem

lógica. Qual dos elementos abaixo não

contribuiria para isso?

a) Uso de frases curtas e concisas.

b) Construir orações na ordem direta.

c) Evitar o emprego de expressão ou

palavra que confira duplo sentido ao

texto.

d) Restringir o conteúdo de cada artigo

a um único assunto ou princípio.

e) Valores monetários não precisam ser

indicados por extenso, pois a unidade

monetária que os antecedem já os

define.

4) Em “Gostaria de falar _____ sobre a

possibilidade de receber o _____ autógrafo, pelo

que muito _____ agradeço”, as lacunas serão

corretamente preenchidas pelos pronomes:

a) com Vossa Excelência – vosso – o

b) com Vossa Senhoria – seu – lhe

c) com Sua Senhoria – vosso – o

d) com Sua Excelência – seu – lhe

e) consigo – seu – lhe

5) Transcorrido, sem manifestação do

interessado, o interregno quinquenal, é de se

convocar os particulares para participar do

processo de seu interesse, a fim de desfrutar das

garantias do contraditório e da ampla defesa.

A expressão latina que poderia substituir o texto

em destaque no despacho acima, sem modificar

o seu conteúdo seria:

a) Data venia

b) In fine

c) In albis

d) Citra petita

e) Mandamus

Gabarito

1 – D

2 – B

3 – E

4 – B

5 – C

30

APOSTILA 2 – PORTUGUÊS

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, Nilson Teixeira de. Gramática da Língua Portuguesa para concursos, vestibulares, ENEM, colégios técnicos e militares. 9. Ed. São Paulo: Saraiva, 2009 BECHARA, Evanildo. Gramática Escolar da Língua Portuguesa. 2ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2010. GERMANO, Alexandre Moreira. Técnica de Redação Forense. (apostila).São Paulo, 2004 LUFT, Celso Pedro. Decifrando a crase. São Paulo: Globo, 2005. MARTINO, Agnaldo. Português esquematizado: gramática, interpretação de texto, redação oficial, redação discursiva. 2. Ed. São Paulo: Saraiva, 2013. NADÓLSKIS, Hêndricas & TOLEDO, Marleine Paula Marcondes e Ferreira de. Comunicação Jurídica: orientação completa para a correta redação de textos jurídicos. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2006. TUFANO, Douglas. Guia prático da nova ortografia. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?typePag=novaortografia. Acessado em 28/05/2015.