apontamentos teoria geral do direito civil

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  • 8/16/2019 Apontamentos Teoria Geral Do Direito Civil

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    #.  Ti$os de %ormla&'es le!ais. ( ado$tada $elo C)di!o Civil@m Cdigo Civil pode corresponder a modelos diversos, sob o ponto de

    vista do tipo de formulaç$o legal adoptada. @m autor alem$o distingue tr/stipos de formulações legais1 o tipo casusta, o tipo dos conceitos gerais eabstractos e o tipo de simples directivas.

    & tipo de formulação casuísta* tradu#-se na emiss$o de normas %urdicasque prev/em o maior n+mero possvel de situações da vida, descritas comtodas as particularidades e tentando fa#er corresponder a essa discriç$o umaregulamentaç$o etremamente minuciosa.

    & tipo de formulações, que recorre a conceitos gerais e abstractos,consiste na elaboraç$o de tipos de situações da vida mediante conceitosclaramente definidos, !fios e determinados" aos quais o %ui# deve subsumir assituações que l)e surgem e deve tamb'm encontrar neles as situaçõesrespectivas. Este tipo assenta na consci/ncia da impossibilidade de prever todas as )ipteses geradas na vida social e na necessidade ou, pelo menos,conveni/ncia de recon)ecer o carácter activo e valorativo A n$o apenas

    passivo e mecBnico A de intervenç$o do %ui# ao aplicar a lei. ?s mesmas ra#ões, mais acentuadas ainda, podem levar a optar pelo tipo

    de formulaç$o que recorre *s meras directivas, o legislador limita-se a indicar lin)as de orientaç$o, que fornece ao %ui#, formulando conceitos etremamentemaleáveis nos quais n$o )á sequer uma #ona segura e portanto consideram-seconceitos indeterminados.

    & nosso Cdigo Civil, adopta a formulaç$o de conceitos gerais e abstractos.o entanto o legislador introdu#iu cláusulas gerais, ou se%a, crit'rios valorativosde apreciaç$o e por ve#es recorreu tamb'm ele a conceitos indeterminados. +.  Fins do Direito

    Visa reali#ar determinados valores1- ? certeza do Direito- ? segurança da vida dos omens- ? razoabilidade das soluções.Pode-se di#er que as normas %urdicas civis s$o um con%unto desordenado

    ou avulso de preceitos desprovidos em si de uma certa cone$o. E s$oprincpios fundamentais do Direito Civil que formam a espinal-medula deste,ostentando todas as normas que v/em depois desenvolver esses princpiosgerais que t/m o valor de fundamentos e sustentam as normas queposteriormente desenvolvem.

    O, PRINC-PIO, FUND(/NT(I, DO DIR/ITO CI0I .  (s Normas a$li34veis 5s rela&'es de Direito Civil. Direito Civil e

    Direito Constit3ional. ($li3a&6o de normas 3onstit3ionais 5srela&'es entre $arti3lares

     ?s normas de Direito Civil est$o fundamentalmente contidas no Cdigo CivilPortugu/s de 3:FF, revisto em 3:

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    indicativo, mas normas vinculativas que devem ser acatadas pelo legislador,pelo %ui# e demais rg$os estaduais.

    & legislador deve emitir normas de Direito Civil n$o contrárias *Constituiç$o o %ui# e os rg$os administrativos n$o devem aplicar normasinconstitucionais.

     ?s normas constitucionais, designadamente as que recon)ecem DireitosGundamentais, t/m tamb'm, eficácia no domnio das relações entreparticulares, impondo-se, por eemplo, * vontade dos su%eitos %urdico-privadosnas suas convenções.

    & recon)ecimento e tutela destes direitos fundamentais e princpiosvalorativos constitucionais no domnio das relações de Direito Privadoprocessa-se mediante os meios de produç$o prprios deste ramo de direito,nulidade, por ser contra a ordem p+blica !art. 6784 CC".

     ? aplicaç$o das normas constitucionais * actividade privada fa#-se1a" ?trav's de normas de Direito Privado que reprodu#em o seu conte+do,

    por e. o art.

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    & omem ' a figura central de todo o direito. o Direito Civil )á umatend/ncia )umanista e a o omem e os seus direitos constituem o ponto maisimportante do tratamento dos conflitos de interesse que s$o regidos peloDireito Civil Portugu/s.

    (odos os omens s$o iguais perante a lei. ? Personalidade 5urdica do

    omem ' imposta ao Direito como um con%unto de fundamentos de váriaordem, como sendo um valor irrecusável. & art. 34 da C2P ' quem recon)eceeste princpio. o art. 364 C2P ' tamb'm frisado. Este princpio gan)a maisimportBncia quando no art. 3F496 C2P di# que os preceitos constitucionais elegais relativos aos direitos fundamentais devem ser interpretados e integradosde )armonia com a Declaraç$o @niversal dos Direitos do omem. & art. FF4CC di# que, a personalidade adquire-se no momento do nascimento completo ecom vida. ? prpria Personalidade 5urdica ' indispensável. o art. F:4,ningu'm pode renunciar, no todo ou em parte, * sua Capacidade 5urdica. ?Personalidade 5urdica ' uma qualidade imposta ao Direito e que encontrapro%ecç$o na dignidade )umana.

     

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    H. 2econ)ecimento do carácter insubstituvel dos progenitores emrelaç$o * pessoa dos seus fil)os no que toca * sua integral reali#aç$ocomo )omens, arts. F7496, ;F49H9F C2P.

     11.  Prin38$io da $ersonalidade 3ole3tiva

     ?s Pessoas Colectivas %urdicas criadas pelo efeito do Direito demarcam-sedas pessoas %urdicas singulares, embora funcionem tamb'm com centrosautnomos de imputaç$o de direitos e deveres, art. 36496 C2P, as PessoasColectivas go#am de direitos e est$o su%eitas aos deveres compatveis com asua nature#a. Este artigo recon)ece uma individualidade prpria *s PessoasColectivas quando afirma que elas go#am de direitos que s$o compatveis *sua nature#a. 12.  Prin38$io da atonomia $rivada

    &s efeitos s se produ#em na medida em que o Direito os admite ou prev/.sto porque s$o fenmenos criados pelo Direito.

    Este princpio está directamente ligado ao princpio da liberdade contratual,segundo o qual, ' lcito tudo o que n$o ' proibido. ? este princpio contrapõe-seo princpio da compet/ncia. 0egundo este, s ' lcito aquilo que ' permitido. 1#.  Prin38$io da res$onsabilidade 3ivil

    Encontra fundamento no princpio da liberdade do omem. Esta ideiaassentava na imputaç$o psicolgica do acto do agente.

    Com a evoluç$o das relações comerciais passou a surgir um conceito deresponsabilidade ob%ectiva. 5á n$o tem a ver com o dolo do agente mas simcom o risco que acompan)a toda a actividade )umana. 1+.  Prin38$io da $ro$riedade $rivada

     ? tutela constitucional da propriedade privada está epressamenteconsagrada no art. F6493 C2P, segundo o qual “a todos ! garantido o direito à propriedade privada e à sua transmissão em vida ou em morte, nos termos daconstituição” , bem como nos arts. F34 e 774 C2P, relativos * tutela da iniciativae da propriedade privadas.

    & Cdigo Civil, n$o define o direito de propriedade, mas o art. 3;8H4caracteri#a-o, di#endo que “o propriet"rio goza de modo pleno e e#clusivo dosdireitos de uso, fruição e disposição das coisas que l$e pertencem, dentro doslimites da lei e com observ%ncia das restrições por ela impostas”

    I Sector Público1 bens e unidades de produç$o pertencentes ao Estadoou a outras entidades p+blicas, art. 76496 C2PI Sector Privado? pertencem os meios de produç$o da propriedade e

    gest$o privada que n$o se enquadre no sector p+blico nem nocooperativo, art. 7649; C2P

    I Sector oo!erativo? o sector cooperativo refere-se aos meios deproduç$o possudos e geridos pelas cooperativas, em obedi/ncia aosprincpios cooperativos aos meios de produç$o comunitários, possudose geridos por comunidades locais aos meios de produç$o ob%ecto deeploraç$o colectiva por trabal)adores, art. 7649> C2P.

     

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    1.  O $rin38$io s3ess)rio ? ordem %urdica portuguesa recon)ece o fenmeno da sucess$o mortis

    causa. o nosso sistema %urdico, este princpio decorre do corolário lgico dorecon)ecimento da propriedade privada, art. F6493 C2P.

    Princpio da transmissibilidade da generalidade dos bens patrimoniais, e#

    vi legis& arts. 686>4, 686H4, 63HF4 !quota indisponvel".'uota indisponível, o titular dos bens tem uma ampla liberdade para testar.Por este efeito pode afastar da sucess$o um con%unto de familiares que n$oeste%am includos no conceito de pequena famlia. ? sucess$o legitimária,funciona sempre a favor dos )erdeiros legitimários1 cJn%uge, descendentesascendentes.

     

    R/(ÇÃO @UR-DIC( 17.  O s:eito de Direito. Personalidade e Ca$a3idade @r8di3a

    &s 0u%eitos de Direito s$o os entes susceptveis de serem titulares de

    direito e obrigações, de serem titulares de relações %urdicas. 0$o su%eitos dedireito as pessoas, singulares e colectivas.

     ? Personalidade "urídica tradu#-se precisamente na susceptibilidade deser titular de direitos e se estar adstrito a vinculações, art. FF493 CC.

     K Personalidade 5urdica ' inerente a Capacidade 5urdica ou a Capacidadede Lo#o de direitos !art. F

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    Por oposto eiste a &nca!acidade "urídica, que ' a medida de direitos evinculações de que uma pessoa n$o ' susceptvel. á pessoas que s$otitulares da Capacidade de Lo#o, mas n$o de eerccio. Pode-se ter Capacidade de Lo#o gen'rica e n$o ter uma Capacidade de Eercciogen'rica, e. menores.

     ? ncapacidade de +ozo n$o admite suprimento, enquanto que aCapacidade de Eerccio ' suprvel. ? ncapacidade de +ozo reporta-se * titularidade de direitos e vinculações

    de que uma pessoa pode go#ar. este campo n$o ' viável suprir umaincapacidade.

    a ncapacidade de Eerccio está em causa a impossibilidade de certapessoa que ' titular de um determinado direito, eerc/-lo pessoalmente. oentanto, %á ' viável a outra pessoa que ven)a a eercer esse mesmo direito emcon%unto com o incapa#, ou em substituiç$o deste. ? ideia de suprimento 'sempre inerente * ideia de Capacidade de Eerccio. 

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     ? ratificação, di#-se que )á ratificaç$o ou aprovaç$o quando amanifestaç$o de vontade do assistente ' posterior * manifestaç$o de vontadedo incapa#.

    & inca!a$, ' a pessoa que sofre de incapacidade gen'rica ou deincapacidade especfica que abran%a um n+mero significativo de direitos e

    vinculações no campo pessoal ou patrimonial. ? le!itimidade, ' asusceptibilidade de certa pessoa eercer um direito ou cumprir uma vinculaç$o,resultante de uma relaç$o eistente entre essa pessoa e o direito ouvinculaç$o. Para o prof )astro -endes, ! a susceptibilidade ouinsusceptibilidade de uma certa pessoa e#ercer um direito ou cumprir umavinculação, resultante não das qualidades ou situações (urídicas da pessoa,mas das relações entre ela e o direito ou obrigações em causa

     ? esfera (urídica, ' o con%unto de direitos e vinculações que certa pessoaestá adstrita em determinado momento. Comporta dois )emisf'rios distintos1 opatrimonial e o n$o patrimonial ou pessoal. 

    2>.  Patrim)nioM tudo aquilo que se mostra susceptvel de ser avaliado em din)eiro.& $emisf!rio patrimonial da esfera (urídica, ' o con%unto de direitos e

    vinculações pertencentes a certa pessoa em determinado momento e que 'susceptvel de avaliaç$o em din)eiro.

    & $emisf!rio não patrimonial da esfera (urídica, ' constitudo pelos demaisdireitos e vinculações do su%eito. 21.  ,entidos do $atrim)nio

    Pode ser usado no seu sentido (urídico,  identifica-se com o )emisf'riopatrimonial. M o con%unto de direito e obrigações pertencentes a certa pessoa eque s$o susceptveis de avaliaç$o em din)eiro. E., direito de propriedadesobre um pr'dio urbano. Em sentido material, entende-se por patrimnio ocon%unto de bens pertencentes a certa pessoa em determinado momentoavaliáveis em din)eiro, e., pr'dio urbano em si mesmo. 22.  Fn&'es do $atrim)nio

    & Patrimnio tem uma funç$o eterna, em que o patrimnio do devedor ' agarantia comum dos credores do seu titular. sto porque aparece a actuar emrelaç$o a pessoas diversas do seu titular. ? garantia comum dos credores fa#-se pela via %udicial e por efeito de uma acç$o eecutiva !pen)ora".

     & patrimnio ' a garantia comum dos credores, mas tem dois desvios1 Alargamento da garantia, tradu#-se numa quebra do princpio daigualdade dos credores, mediante a alguns deles de uma posiç$o maisfavorável em relaç$o ao patrimnio do devedor.

    Limitação da garantia, pode ser de ordem legal ouconvencional. .imitação da garantia legal, os vários casos deimpen)orabilidade previstos na lei. .imitações de garantiaconvencional, resultam da vontade dos prprios interessados. 2#.  Garantias $revistas no C)di!o Civil $ara a 3onserva&6o do

    $atrim)nio

    Eistem quatro garantias e com elas visa-se a manutenç$o tanto quantopossvel do patrimnio do devedor, que em termos tais possa vir a recair uma

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    acç$o do credor, sempre que este necessite de obter a satisfaç$o do seucr'dito, as quatro garantias s$o1

    *  +eclaração de nulidade possibilita que o credor obten)a adeclaraç$o de nulidade de actos praticados pelo devedor quando eles sepro%ectem desfavoravelmente sobre a garantia patrimonial, art. F8H4 CC

    -*   Acção sub.rogat/ria s ' possvel quando se%a essencial parasatisfaç$o do credor ou para sua garantia, arts. F8F4 a F8:4 CC0*  &m!ugnação !auliana respeita indistintamente a actos válidos e

    inválidos praticados pelo devedor, desde que ten)am conte+dopatrimonial e envolvem diminuiç$o e garantia patrimonial, arts. F384 aF374

    1*   Arresto consiste numa apreens$o %udicial de bens do devedor para oefeito de conservaç$o da garantia patrimonial, quando o credor ten)a um %usto receio de ver essa garantia ameaçada por um acto do devedor.(rata-se de acautelar a conservaç$o dos bens a que respeita o tal receiodo credor, colocando esses bens á guarda do (ribunal, para que eles

    eistam e este%am em condições de poder ser pen)orados quando ocredor este%a em condições de eercer efectivamente o seu cr'dito, emeecuç$o parcial, arts. F3:4 e seguintes do CC.

     2+.  Patrim)nio 3oletivo

    Nassa patrimonial que ' pertença por mais de uma pessoa. a titularidadede cada uma dessas pessoas, o que eiste ' o direito a um con%untopatrimonial na globalidade. &s titulares do direito no caso do patrimniocolectivo, s tem o direito a uma quota de liquidaç$o desse patrimnio quandoocorrer a divis$o do patrimnio colectivo. Este caracteri#a-se tamb'm por encontrar afecto a um determinado fim, que ' o fim que visa prosseguir.2.  Cara3ter8sti3as do $atrim)nio 3ole3tivo

    &s credores deste tipo de patrimnio, s se podem fa#er pagar pelo valor dessa massa patrimonial que está em con%unto e s posteriormente ' quepodem c)amar os bens pessoais das pessoas contitulares do patrimniocolectivo, caso aquele patrimnio n$o tivesse suficiente para a satisfaç$o docr'dito dos credores. &s credores pessoais dos membros do grupo que s$ocontitulares do patrimnio, n$o se podem fa#er pagar pelo bens destepatrimnio colectivo, e s aps a divis$o deste patrimnio ' que l)es serápossvel incidir o seu direito n$o sobre o patrimnio colectivo, mas sobre bensdesse patrimnio que l)e foram atribudos ao seu devedor na divis$o

     27.  /stado $essoal e estado 3ivil& Estado !essoal * ' a qualidade da pessoa, quando essa ' relevante na

    fiaç$o da capacidade dessa pessoa e da qual decorre a investiduraautomática de um con%unto de direitos e vinculações. M tamb'm uma qualidadefundamental na vida %urdica, relevante na determinaç$o da sua capacidade eque depende de uma massa pr'-determinada de direitos e vinculações.

    & Estado ivil * s$o as posições fundamentais da pessoa na vida %urdica,posições essas que dada sua importBncia devem ser de fácil con)ecimentopela generalidade dos cidad$os. 

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    29.  IndividaliAa&6o e identi%i3a&6o das $essoas0$o esquemas epeditos que promovem a identificaç$o da pessoa, atrav's

    do apuramento de um con%unto de caracteres, que s$o prprios das pessoas eque constituem a identidade. ? pessoa aps o nascimento ' imediatamenteinscrita no 2egisto Civil, este registo ' obrigatrio !art. 34-a C2C".

     ? individuali#aç$o ' uma operaç$o abstracta que condu# a um resultadoconcreto, ou se%a, * fiaç$o da identidade %urdica da pessoa que se trata, odesen)ar de um com que retracto %urdico privativo do individuali#ado, o queassegura a suas mesm/ncia %urdica. 2

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     ? lei permite que se façam doações aos nascituros concebidos ou n$oconcebidos !art. :H64 CC" e se defiram sucessões A sem qualquer restriç$o,quanto aos concebidos !art. 68;;493 CC" e apenas testamentária econtratualmente, quando aos n$o concebidos !art. 68;;496 CC".

     ? lei admite ainda o recon)ecimento dos fil)os concebidos fora do

    matrimnio !arts. 37>4, 37HH CC".o entanto, o art. FF496, estabelece que os direitos recon)ecidos por lei aosnascituros dependem do seu nascimento. #2.  Termo da $ersonalidade :r8di3a

    a)  2orte nos termos do art. F7493 CC, a personalidade cessa com amorte. o momento da morte, a pessoa perde, assim, os direitos edeveres da sua esfera %urdica, etinguindo-se os de nature#a pessoal etransmitindo-se para seus sucessores mortis causa os de nature#apatrimonial. Nas, os direitos de personalidade go#am igualmente deprotecç$o depois da morte do respectivo titular !art.

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    posiç$o do )omem em relaç$o * sociedade1 !a" direito * )onra !b" direito *intimidade privada !c" direito * imagem !d"direito ao ambiente !e" direito aotrabal)o. Depois fa# referencia a elementos instrumentais, que se encontramconeos com bens de personalidade, o direito * )abitaç$o. E direitos referentesa elementos !erif9ricos, art.

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    refere ser reali#ados pelo incapa# ou por seu procurador, mas podendo s/-loatrav's dos meios destinados %ustamente ao suprimento da incapacidade.Estes meios destinados %ustamente ao suprimento da ncapacidade deEerccio s$o1 o instituto da representaç$o legal !e. art. 36>4, 36H496, 3;:4 CC"e o instituto da assist/ncia !e. art. 3H;4 CC".

     #9.  Determina&6o da 3a$a3idade ne!o3ial de eBer383ioa)  :uanto a Pessoas olectivas,  tem plena capacidade negocial de

    eerccio. 0 sofrerá restrições quando ecepcionalmente, estiveremprivadas dos seus rg$os, agindo outras entidades em seu nome e noseu interesse, ou quando, para dados efeitos, se%a necessária aautori#aç$o de certas entidades al)eias * Pessoa Colectiva !art. 3F84CC".

    b)  :uanto a !essoas singulares, em princpio todas as pessoassingulares t/m Capacidade de Eerccio de direitos. (al regra resulta, n$odo art. F

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    #=.  /%eitos no $lano da in3a$a3idade de !oAo e de eBer383io& menor tem Capacidade de Lo#o gen'rica !art. F4 CC".M claro que s ' suprvel a incapacidade dos menores, na media em que )a%auma mera ncapacidade de Eerccio. Ouando se trata de uma ncapacidadede Lo#o esta ' insuprvel. os domnios em que ' recon)ecida ao menor Capacidade de Eerccio, este ' admitido a agir por si mesmo. 

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    +2.  O $oder $aternal& conte+do está regulado no art. 374 3:874 3:3;493, inibiç$ode pleno direito 3:3;496 inibiç$o legal parcial do CC".

    & poder paternal cessa quando o menor morre pela maioridade do fil)o,sem pre%u#o do disposto no art. 3;34 CC por morte de ambos os cJn%uges. ?cessaç$o implica imediatamente a necessidade do (ribunal suprir aincapacidade do menor atrav's do instituto da tutela. ++.  Ttela

    M o meio subsidiário ou sucedBneo de suprir a incapacidade do menor noscasos em que o poder paternal n$o pode em absoluto ser eercido. Portanto, 'o meio normal de suprimento do poder paternal. Deve ser instaurado sempreque se verifique algumas das situações previstas no art. 3:634 CC. Est$o nela

    integradas o tutor, protutor, o consel)o de famlia e como rg$o de controlo evigilBncia, o (ribunal de menores. +.  ando Ee a ttela instit8da

    & art. 3:634 regula a instituiç$o da tutela.& menor está obrigatoriamente su%eito * tutela nos seguintes casos1

    a" 0e os pais )ouverem falecidob" 0e estiverem inibidos do poder paternal quanto * reg/ncia da pessoa

    do fil)oc" 0e estiverem * mais de seis meses impedidos de facto de eercer o

    poder paternal

    d" 0e forem incgnitos.

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     ? instituiç$o de uma tutela, depende sempre da decis$o %udicial e o (ribunalpode agir oficiosamente ou n$o, art. 3:6;493 CC.

    Nas a lei estabelece restrições aos poderes do tutor !este, ' o rg$oeecutivo da tutela, tem poderes de representaç$o abrangendo, em princpio,tal como os do pai, a generalidade da esfera %urdica do menor, mas o poder do

    tutor, ' todavia, mais redu#ido que o poder paternal - arts. 3:;4 define as condições de escusa de tutela. & tutor tamb'm pode ser removido arts. 3:>74 e 3:>:4 CC. & tutor tamb'm pode ser eonerado, por sua iniciativa, por fundamento em escusa. +

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    reg/ncia da pessoa do fil)o, foram ecludos, inibidos ou suspensos da ?dministraç$o de todos os bens do menor ou de alguns deles !b" quando aentidade competente para designar o tutor confie a outrem, no todo ou emparte, a ?dministraç$o dos bens do menor. 

    >.  Interdi&6o ? incapacidade resultante de interdiç$o ' a!lic;vel a!enas a maiores, poisos menores, embora dementes, surdos-mudos ou cegos, est$o protegidos pelaincapacidade por menoridade. ? lei permite, todavia, o requerimento e odecretamento da interdiç$o dentro de um ano anterior * maioridade. ?interdiç$o resulta sempre de uma decis$o %udicial, art. 3;7496 CC.

    0$o fundamento da interdiç$o as situações de anomalia psquica, surde#-mude# ou cegueira, quando pela sua gravidade tornem o interditando incapa#de reger a sua pessoa e bens !art. 3;74 CC". Ouando a anomalia psquica n$ovai ao ponto de tornar o demente inapto para a prática de todos os negcios %urdicos, ou quando os refleos de surde#-mude# ou na cegueira sobre o

    discernimento do surdo-mudo ou do cego n$o ecluem totalmente a suaaptid$o para gerir os seus interesses, o incapa# será inabilitado.

    Para que o (ribunal decrete a interdiç$o por via destas causas, s$onecessários os seguintes requisitos1

    I Devem ser incapacitantesI ?tuais2 3ermanentes

    M necessário que em cada uma das causas se verifiquem estes tr/srequisitos. & processo %udicial de interdiç$o que condu# a esta decis$o, vemregulado do Cdigo de Processo Civil !CPC", art. :>>4 e seg.

    7* Princí!io a acç$o de interdiç$o s pode ser intentada a maiores,ecepto, se uma acç$o de interdiç$o for intentada contra menores no anoanterior * maioridade, podendo a sentença ser proferida durante amenoridade, mas os seus efeitos s se produ#em aps ele ter amaioridade.

    -7* Princí!io o art. 3>34 CC, enumera as pessoas que podem intentar aacç$o de interdiç$o1 !3" o cJn%uge !6" qualquer parente sucessvel !;"minist'rio p+blico.

    07*  Princí!io a lei regula basicamente o processo de interdiç$o para o casode anomalia psquica e manda que as demais causas de interdiç$o se%aaplicado o mesmo regime, arts. :>>4 e :H74 CPC.

    17* Princí!io a interdiç$o e a tutela do interdito ficam su%eitas a registo, fa#-se a inscriç$o desse registo no assento de nascimento por averbamento.

    & regime da incapacidade por interdiç$o ' id/ntico ao da incapacidade por menoridade, quer quanto ao valor dos actos praticados em contravenç$o daproibiç$o em que ela cifra, quer quanto aos meios de suprir a incapacidade, art.3;:4 CC. 1.  /%eitos da interdi&6o na 3a$a3idade de !oAo

     ?s limitações que decorrem desta interdiç$o podem repartir-se em doisgrupos, consoante as causas que est$o na origem da interdiç$o1

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    7*  aso < nterdições que resultem de anomalias psquicas, aqui osinterditos n$o podem1 !3" casar, art. 3F834-b CC !6" perfil)ar, art. 37H8493CC !;" testar, art. 637:4-b CC !>" eercer o pleno eerccio do poder paternal, art. 3:3;493-b.

    -7*  aso < Ouando resultam de quaisquer outras causas1 !3" no que toca ao

    poder paternal a interdiç$o ' apenas parcial, art. 3:3;496 CC !6" noentanto nen)um interdito, qualquer que se%a a causa da suaincapacidade, pode ser tutor, art. 3:;;493-a CC !;" n$o podem ser vogaisdo consel)o de famlia, art. 3:H;4 CC !3:;;4, 3:;>4 CC" !>" n$o podemser administradores, art. 3:74 CC que di# que os actos s$o anuláveis, e do art. 3H84 CC, quemanda aplicar o regime da incapacidade acidental !art. 3HH4 CPC, e a interdiç$o vem a ser decretada, )averá lugar *anulabilidade, desde que “ se mostre que o neg4cio (urídico causou pre(uízo ao interdito”, art. 3>:4 CC. &s negcios %urdicos praticados pelointerdicendo, na depend/ncia do processo de interdiç$o, s ser$oanuláveis, se forem considerados pre%udiciais numa apreciaç$o reportadaao momento da pratica do acto, n$o se tomando em contaeventualidades ulteriores, que tornariam agora vanta%oso n$o ser 

    reali#ado.c" ?ctos praticados pelo interdito posteriormente ao registo da sentença,art. 3>74 CC, s$o anuláveis.

    Cabe ao tutor invocar a anulabilidade do acto, quanto ao pra#o resulta daremiss$o para o art. 67:496 CC.

    & tutor s começa a desempen)ar as suas funções depois do registo dasentença. 

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    +.  ,$rimento da in3a$a3idade dos interditos ? incapacidade ' suprida mediante o instituto da representaç$o legal.

    Estabelece-se uma tutela regulada pelas mesmas normas que regulam a dosmenores, no funcionamento da representaç$o legal dos menores ' definida, noque se refere * incapacidade dos interditos, ao (ribunal Comum, art. 3>84 CC.

     ? sentença de interdiç$o definitiva deve ser registada, sob pena de n$opoder ser invocada contra terceiros de boa f', art. 3>

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     ? inabilitaç$o abrangerá os actos de disposiç$o de bens entre vivos e osque forem especficos na sentença, dadas as circunstBncias do caso !art. 3H;4CC". Pode todavia, a prpria ?dministraç$o do patrimnio do inabilitado ser-l)eretirada e entregue ao curador !art. 3H>4 CC". 

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    71.  Cessa&6o da inabilita&6o ? incapacidade s deia de eistir quando for levantada a inabilitaç$o.& art. 3H;4 CC, cont'm, acerca do levantamento da inabilitaç$o, um regime

    particular. Estabelece-se que, quando a inabilitaç$o tiver por causa aprodigalidade ou o abuso de bebidas alcolicas ou de estupefacientes, o seu

    levantamento eige as condições seguintes1a" Prova de cessaç$o daquelas causas de inabilitaç$ob" Decurso de um pra#o de cinco anos sobre o trBnsito em %ulgado da

    sentença inabilitaç$o ou da sentença que desatendeu um pedido anterior de levantamento.

    & Cdigo de Processo Civil, no seu art. :F74, regula as causa inabilitaç$opor inabilitaç$o psquica, surde#-mude#, cegueira.

    & art. :F;4 CPC, regula o cerimonial das situações n$o previstas acima. oentanto, se as causas de inabilitaç$o se agravarem, transformam-se eminterdiç$o. Caso contrário, se as causas de inabilitaç$o forem cessando, passa-se do regime da inabilitaç$o para o da assist/ncia.

     72.  In3a$a3idades a3identais

    & actual cdigo n$o inclui regulamentaç$o da incapacidade acidental !art.6H4 CC, do qual resulta ser a anulabilidade uma forma de invalidadeecepcional.

    (ratando-se de incapacidades de eerccio, tem lugar a anulabilidade dosactos praticados pelos incapa#es.

    a incapacidade dos menores, dos interditos ou dos inabilitados, aanulabilidade tem as caractersticas enumeradas no art. 36H4 CC, aplicável por força dos arts. 3;:4 e 3HF4 CC. 7+.  Insolv"n3ia e %al"n3ia

    Causas que provocam a incapacidade dos autores de Direito.

    Estas limitações, est$o relacionadas com a sua situaç$o patrimonial.mpossibilidade dessas pessoas cumprirem as suas obrigações.

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     ?ssenta numa certa inaptidade de gest$o do patrimnio por parte de umapessoa. 7.  O domi38lio das $essoas

    & conceito de +omicílio volunt;rio geral, ' nos fornecido pelo art. 764 CC,

    e coincide com o lugar da resid/ncia )abitual.$o se trata do local onde a pessoa se encontra em cada momento, isto ',n$o coincide com o paradeiro, cu%a noç$o se pode descortinar no art. 76496 CC.

    Nas, uma pessoa pode ter mais que uma resid/ncia )abitual& prof )astro -endes, discorda. Di# que se )ouver mais do que um

    domiclio )abitual e voluntário, ambos contam como um.o entanto, no art. 76493 CC, di# que a pessoa que residir alternadamente

    em diversos lugares, tem-se por domiciliada em qualquer deles. ?ssim umapessoa pode ter mais de um domiclio, se tem duas ou mais resid/ncias)abituais.

     ? resid/ncia pode ser ocasional se a pessoa vive com alguma perman/ncia,

    mas temporária, ou ocasionalmente, num certo local. ? resid/ncia ocasional,n$o fa# surgir um domiclio, embora na falta de domiclio de uma pessoa,funcione como seu equivalente !art. 76496 CC".

    Em regra, o estabelecimento do domiclio, bem como o seu termo, resultamde um acto voluntário. Este acto voluntário n$o ', por'm, um negcio %urdico,mas sim um simples acto %urdico, verificando-se a produç$o, por força da lei,dos efeitos %urdicos respectivos, mesmo que a pessoa em causa n$o ostivesse em mente ou at' os quisesse impedir.

     ?o lado do domiclio voluntário geral, a lei recon)ece um domiclioprofissional e um domiclio electivo. 77.  Domi38lio $ro%issional* domi38lio ele3tivo e domi38lio le!al

    & domicílio !rofissional   !art. 7;4 CC", verifica-se para as pessoas queeercem uma profiss$o e ' relevante para as relações que esta se referem,locali#ando-se no lugar onde a profiss$o ' eercida.

    & domicílio electivo !art. 7>4 CC", ' um domiclio particular, estipulado, por escrito, para determinados negcios %urdicos. ?s partes convencionam que,para todos os efeitos %urdicos, se t/m por domiciliadas ou em certo local,diferente do seu domiclio geral ou profissional.

    & domicílio legal ou necess;rio, ' um domiclio fiado por lei, portantoindependentemente da vontade da pessoa.

    &s crit'rios de distinç$o entre domiclio voluntário e o legal ou necessário,s$o1 !3" a vontade do indivduo !6" quando ele escol)e ' voluntário, quandon$o escol)e ' legal ou necessário. 

    79.  Domi38lio le!al dos menores e inabilitadosM regido pelo art. 7H4 CC.1

    I Caso os pais se%am casados, o menor tem domiclio no lugar deresid/ncia da famlia !art. 7H493 - art. 3F

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    I Caso o menor este%a entregue a terceira pessoa ou a estabelecimentode educaç$o ou assist/ncia, o menor tem como domiclio o do progenitor que eerce o poder paternal !art. 7H96 CC"

    I Caso de tutela, o menor tem como domiclio o do tutor !art. 7H49; CC"I o caso de interdito, o domiclio ' o do tutor !art. 7H49;".

    o art. 7H49H CC, )á uma lacuna, pois di# que estas disposições acimaepostas s valem para o domiclio no territrio nacional. o entanto n$o serefere qual o regime para o domiclio no estrangeiro. Por analogia aplica-se oart. 764 CC, Domiclio Leral Voluntário. 7, tradu#ido num desaparecimento sem notcias, ou nos termosda lei, do desaparecimento de algu'm “sem que dele de saiba parte” !art. 7:493CC", que o termo aus/ncia ' tomado, para o efeito de providenciar pelos bensda pessoa ausente, carecidos de ?dministraç$o, em virtude de n$o ter deiadorepresentante legal ou voluntário !procurador".

    Para o Direito este facto s ' preocupante quando ele determina aimpossibilidade ou a dificuldade de actuaç$o %urdica do ausente no seurelacionamento com mat'rias que eigem a intervenç$o dessa pessoa.omeadamente quando essa aus/ncia determina a impossibilidade do ausentegerir o seu prprio patrimnio, fala-se em aus/ncia simples ou aus/nciaqualificada. 9>.  ConseE"n3ias da as"n3ia

    I  A aus'ncia de um c?n(uge, por um perodo n$o inferior a tr/s anos,dá direito ao outro cJn%uge pedir o divrcio litigioso !art. 3

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    91.  /lementos Ee inte!ram o 3on3eito de as"n3ia Eali%i3ada3. $o presença da pessoa6. Em determinado lugar, lugar este de resid/ncia )abitual;. gnorBncia geral do seu paradeiro por parte das pessoas com quem o

    ausente mant'm contactos sociais mais primos.

    Esta ignorBncia tem como consequ/ncia a impossibilidade de contactar essa pessoa, para obter certas provid/ncias no sentido da gest$o dos seusbens.

     ? ideia c)ave do regime da aus/ncia, ' a de estabelecer meios destinadosa assegurar a ?dministraç$o do ausente, dado que n$o ' possvel contactar com ele para providenciar tal respeito. 92.  (s"n3ia $resmida o 3radoria $rovis)ria

    &s pressupostos de que a lei fa# depender a nomeaç$o de um curador  !rovis/rio, s$o o desaparecimento de algu'm sem notcia, a necessidade deprover acerca da ?dministraç$o dos seus bens e a falta de representante legal

    ou de procurador !art. 7:4 CC". ? presunç$o da lei, nesta fase, ' de um possvel regresso do ausente tanto

    o Ninist'rio P+blico como qualquer interessado, t/m legitimidade para requerer a curadoria provisria e as provid/ncias cautelares indispensáveis !art. :34CC", a qual deve ser definida a uma das seguintes pessoas1 !3" cJn%uge !6"algum ou alguns dos )erdeiros presumidos !;" ou alguns dos interessados naconservaç$o dos bens !art. :64 CC". & curador funciona como um simplesadministrador !art. :>4 CC", devendo prestar cauç$o !art. :;4 CC" e apresentar anualmente ou quando o (ribunal o eigir !art. :H4 CC".

     ? curadoria provisria termina quando, nos termos da lei !art. :74 CC"1a" Pelo regresso do ausenteb" 0e o ausente providenciar acerca da ?dministraç$o dos bensc" Pela compar/ncia da pessoa que legalmente represente o ausente ou

    de procurador bastanted" Pela entrega dos bens aos curadores definitivos ou ao cabeça-de-

    casal, nos termos do art. 38;4 CC.e" Pela certe#a do ausente.Para a aus/ncia presumida a lei prev/ como forma de suprimento a

    curadoria provisria. 9#.  (s"n3ia :sti%i3ada o de3larada* o 3radoria de%initiva

     ? probabilidade de a pessoa ausente n$o regressar ' nessa fase maior,visto que a lei a possibilita o recurso * %ustificaç$o da aus/ncia no caso de eleter deiado representante legal ou procurador bastante art. ::4 CC".

    Como requisitos ' necessário1a" ?us/ncia qualificadab" Eist/ncia de bens carecidos de ?dministraç$oc" Certo perodo da aus/ncia. ? legitimidade para o pedido de instauraç$o da curadoria definitiva pertence

    tamb'm aqui ao Ninist'rio P+blico ou a algum dos interessados, sendo estes,contudo, al'm do cJn%uge, os )erdeiros do ausente e todos os que tiveremsobre os seus bens qualquer direito dependente da sua morte.

     ? curadoria definitiva termina !art. 3364 CC".a" Pelo regresso do ausente

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    b" Pela notcia da sua eist/ncia e do lugar onde residec" Pela certe#a da sua mortePara a aus/ncia %ustificada. ? lei prev/ como forma de suprimento

    a curadoria definitiva* 

    9+.  orte $resmida ?ssenta no prolongamento anormal do regime da aus/ncia. á umainvers$o da probabilidade de o ausente estar vivo.

    Decorridos de# anos sobre a data das +ltimas notcias, ou passados cincoanos, se entretanto o ausente completar oitenta anos de idade, os interessadospara o efeito do requerimento da curadoria definitiva, t/m legitimidade parapedirem a declaraç$o de morte presumida do ausente !art. 33>493 CC".Contudo, se a pessoa ausente for menor, ' necessário que decorram cincoanos sobre a data declarada a morte presumida !art. 33>496 CC".

    Com fundamento numa alta probabilidade prática da morte fsica doausente, o art. 33H4 CC, prescreve que a declaraç$o da morte presumida

    produ# os mesmos efeitos que a morte.Nas, por eemplo o casamento n$o cessa ipso facto !art. 33H4 CC", embora oart. 33F4 CC d/ ao cJn%uge do ausente a possibilidade de contrair novocasamento sem necessidade de recorrer ao divrcio.

    a esfera patrimonial, em caso de regresso, verifica-se um fenmeno desub-rogaç$o geral, isto ', tem o ausente direito1

    a" ?os bens directamente adquiridos por troca com os bens prprios doseu patrimnio !sub-rogaç$o directa"

    b" ?os bens adquiridos com o preço dos alienados, se no documento deaquisiç$o se fe# menç$o da provid/ncia do din)eiro !sub-rogaç$oindirecta"

    c" ?o preço dos bens alienados !sub-rogaç$o directas".E, obviamente, ser-l)e-á devolvido o patrimnio que era seu, no estado em

    que se encontrar. avendo, por'm, má-f' dos sucessores, o ausente temdireito tamb'm * indemni#aç$o do pre%u#o sofrido !art. 33:4 CC".

     

    P/,,O(, ,INGU(R/, #>.  Pessoas sin!lares e 3ome&o da $ersonalidade

     ? categoria da pessoa singular ' prpria do )omem. o que toca *personalidade, o &rdenamento 5urdico portugu/s, sobretudo a Constituiç$o,

    no art. 3;496, n$o admite qualquer desigualdade ou privil'gio em ra#$o denen)um dos aspectos lá focados. ? personalidade, nos termos do art. FF493 CC, adquire-se no momento do

    nascimento completo e com vida.Para o Direito Portugu/s adquire-se Personalidade 5urdica quando )á vida,

    independentemente do tempo que se está vivo. ? durabilidade n$o temimportBncia para a Personalidade 5urdica, geralmente, o “ponto”  de refer/nciapara o começo da Personalidade 5urdica ' a constataç$o da eist/ncia derespiraç$o. sto porque a respiraç$o vem significar o começo de vida. #1.  Condi&6o :r8di3a dos nas3itros

    http://octalberto.no.sapo.pt/Teoria_Geral_do_Direito_Civil.htmhttp://octalberto.no.sapo.pt/Teoria_Geral_do_Direito_Civil.htm

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     ? lei portuguesa parece atribuir direitos a pessoas ainda n$o nascidas A osnascituros. sto quer para os nascituros %á concebidos, como para os ainda n$oconcebidos A os concepturos.

     ? lei permite que se façam doações aos nascituros concebidos ou n$oconcebidos !art. :H64 CC" e se defiram sucessões A sem qualquer restriç$o,

    quanto aos concebidos !art. 68;;493 CC" e apenas testamentária econtratualmente, quando aos n$o concebidos !art. 68;;496 CC". ? lei admite ainda o recon)ecimento dos fil)os concebidos fora do

    matrimnio !arts. 37>4, 37HH CC".o entanto, o art. FF496, estabelece que os direitos recon)ecidos por lei aos

    nascituros dependem do seu nascimento. #2.  Termo da $ersonalidade :r8di3a

    a)  2orte nos termos do art. F7493 CC, a personalidade cessa com amorte. o momento da morte, a pessoa perde, assim, os direitos edeveres da sua esfera %urdica, etinguindo-se os de nature#a pessoal e

    transmitindo-se para seus sucessores mortis causa os de nature#apatrimonial. Nas, os direitos de personalidade go#am igualmente deprotecç$o depois da morte do respectivo titular !art.

  • 8/16/2019 Apontamentos Teoria Geral Do Direito Civil

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    destes direitos, e s$o1 !a" direitos do prprio corpo !b" direitos da prpria vida!c" direitos de liberdade !d" direito * sa+de !e" direito * educaç$o. Ga# tamb'mreferencia a elementos e%ternos do indivduo e que se prendem com aposiç$o do )omem em relaç$o * sociedade1 !a" direito * )onra !b" direito *intimidade privada !c" direito * imagem !d"direito ao ambiente !e" direito ao

    trabal)o. Depois fa# referencia a elementos instrumentais, que se encontramconeos com bens de personalidade, o direito * )abitaç$o. E direitos referentesa elementos !erif9ricos, art.

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    podem ser concludos por outra pessoa em nome do incapa#, nem por estecom autori#aç$o de outra entidade.

     ? incapacidade negocial de e#ercício, provoca a anulabilidade dosnegcios %urdicos respectivos e ' suprvel, n$o podendo os negcios a que serefere ser reali#ados pelo incapa# ou por seu procurador, mas podendo s/-lo

    atrav's dos meios destinados %ustamente ao suprimento da incapacidade.Estes meios destinados %ustamente ao suprimento da ncapacidade deEerccio s$o1 o instituto da representaç$o legal !e. art. 36>4, 36H496, 3;:4 CC"e o instituto da assist/ncia !e. art. 3H;4 CC". #9.  Determina&6o da 3a$a3idade ne!o3ial de eBer383io

    a)  :uanto a Pessoas olectivas,  tem plena capacidade negocial deeerccio. 0 sofrerá restrições quando ecepcionalmente, estiveremprivadas dos seus rg$os, agindo outras entidades em seu nome e noseu interesse, ou quando, para dados efeitos, se%a necessária aautori#aç$o de certas entidades al)eias * Pessoa Colectiva !art. 3F84

    CC".b)  :uanto a !essoas singulares, em princpio todas as pessoas

    singulares t/m Capacidade de Eerccio de direitos. (al regra resulta, n$odo art. F

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     ? incapacidade do menor tamb'm pode cessar atrav's da emancipaç$o,esta fa# cessar a incapacidade mas n$o a condiç$o de menor !arts. 3;;4,3F>:4 CC". Em Portugal a emancipaç$o s ' feita atrav's do casamento !arts.3;64, 3F834 CC".

     

    #=.  /%eitos no $lano da in3a$a3idade de !oAo e de eBer383io& menor tem Capacidade de Lo#o gen'rica !art. F4 CC".M claro que s ' suprvel a incapacidade dos menores, na media em que )a%a

    uma mera ncapacidade de Eerccio. Ouando se trata de uma ncapacidade

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    de Lo#o esta ' insuprvel. os domnios em que ' recon)ecida ao menor Capacidade de Eerccio, este ' admitido a agir por si mesmo. +2.  O $oder $aternal

    & conte+do está regulado no art. 374 3:874 3:3;493, inibiç$ode pleno direito 3:3;496 inibiç$o legal parcial do CC".

    & poder paternal cessa quando o menor morre pela maioridade do fil)o,sem pre%u#o do disposto no art. 3;34 CC por morte de ambos os cJn%uges. ?cessaç$o implica imediatamente a necessidade do (ribunal suprir aincapacidade do menor atrav's do instituto da tutela. ++.  Ttela

    M o meio subsidiário ou sucedBneo de suprir a incapacidade do menor nos

    casos em que o poder paternal n$o pode em absoluto ser eercido. Portanto, 'o meio normal de suprimento do poder paternal. Deve ser instaurado sempreque se verifique algumas das situações previstas no art. 3:634 CC. Est$o nelaintegradas o tutor, protutor, o consel)o de famlia e como rg$o de controlo evigilBncia, o (ribunal de menores. +.  ando Ee a ttela instit8da

    & art. 3:634 regula a instituiç$o da tutela.& menor está obrigatoriamente su%eito * tutela nos seguintes casos1

    a" 0e os pais )ouverem falecidob" 0e estiverem inibidos do poder paternal quanto * reg/ncia da pessoa

    do fil)o

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    c" 0e estiverem * mais de seis meses impedidos de facto de eercer opoder paternal

    d" 0e forem incgnitos. ? instituiç$o de uma tutela, depende sempre da decis$o %udicial e o (ribunal

    pode agir oficiosamente ou n$o, art. 3:6;493 CC.

    Nas a lei estabelece restrições aos poderes do tutor !este, ' o rg$oeecutivo da tutela, tem poderes de representaç$o abrangendo, em princpio,tal como os do pai, a generalidade da esfera %urdica do menor, mas o poder dotutor, ' todavia, mais redu#ido que o poder paternal - arts. 3:;4 define as condições de escusa de tutela. & tutor tamb'm pode ser removido arts. 3:>74 e 3:>:4 CC. & tutor tamb'm pode ser eonerado, por sua iniciativa, por fundamento em escusa.

     +

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    +=.  (dministra&6o de bens ? instituiç$o da ?dministraç$o de bens, como meio de suprimento da

    incapacidade do menor terá lugar, coeistindo com a tutela ou com o poder paternal, nos termos do art. 3:664 CC1 !a" quando os pais, mantendo areg/ncia da pessoa do fil)o, foram ecludos, inibidos ou suspensos da

     ?dministraç$o de todos os bens do menor ou de alguns deles !b" quando aentidade competente para designar o tutor confie a outrem, no todo ou emparte, a ?dministraç$o dos bens do menor. >.  Interdi&6o

     ? incapacidade resultante de interdiç$o ' a!lic;vel a!enas a maiores, poisos menores, embora dementes, surdos-mudos ou cegos, est$o protegidos pelaincapacidade por menoridade. ? lei permite, todavia, o requerimento e odecretamento da interdiç$o dentro de um ano anterior * maioridade. ?interdiç$o resulta sempre de uma decis$o %udicial, art. 3;7496 CC.

    0$o fundamento da interdiç$o as situações de anomalia psquica, surde#-

    mude# ou cegueira, quando pela sua gravidade tornem o interditando incapa#de reger a sua pessoa e bens !art. 3;74 CC". Ouando a anomalia psquica n$ovai ao ponto de tornar o demente inapto para a prática de todos os negcios %urdicos, ou quando os refleos de surde#-mude# ou na cegueira sobre odiscernimento do surdo-mudo ou do cego n$o ecluem totalmente a suaaptid$o para gerir os seus interesses, o incapa# será inabilitado.

    Para que o (ribunal decrete a interdiç$o por via destas causas, s$onecessários os seguintes requisitos1

    I Devem ser incapacitantesI ?ctuaisI Permanentes.M necessário que em cada uma das causas se verifiquem estes tr/s

    requisitos. & processo %udicial de interdiç$o que condu# a esta decis$o, vemregulado do Cdigo de Processo Civil !CPC", art. :>>4 e seg.

    7* Princí!io a acç$o de interdiç$o s pode ser intentada a maiores,ecepto, se uma acç$o de interdiç$o for intentada contra menores no anoanterior * maioridade, podendo a sentença ser proferida durante amenoridade, mas os seus efeitos s se produ#em aps ele ter amaioridade.

    -7* Princí!io o art. 3>34 CC, enumera as pessoas que podem intentar aacç$o de interdiç$o1 !3" o cJn%uge !6" qualquer parente sucessvel !;"

    minist'rio p+blico.07*  Princí!io a lei regula basicamente o processo de interdiç$o para o casode anomalia psquica e manda que as demais causas de interdiç$o se%aaplicado o mesmo regime, arts. :>>4 e :H74 CPC.

    17* Princí!io a interdiç$o e a tutela do interdito ficam su%eitas a registo, fa#-se a inscriç$o desse registo no assento de nascimento por averbamento.

    & regime da incapacidade por interdiç$o ' id/ntico ao da incapacidade por menoridade, quer quanto ao valor dos actos praticados em contravenç$o daproibiç$o em que ela cifra, quer quanto aos meios de suprir a incapacidade, art.3;:4 CC. 

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    1.  /%eitos da interdi&6o na 3a$a3idade de !oAo ?s limitações que decorrem desta interdiç$o podem repartir-se em dois

    grupos, consoante as causas que est$o na origem da interdiç$o17*  aso < nterdições que resultem de anomalias psquicas, aqui os

    interditos n$o podem1 !3" casar, art. 3F834-b CC !6" perfil)ar, art. 37H8493

    CC !;" testar, art. 637:4-b CC !>" eercer o pleno eerccio do poder paternal, art. 3:3;493-b.-7*  aso < Ouando resultam de quaisquer outras causas1 !3" no que toca ao

    poder paternal a interdiç$o ' apenas parcial, art. 3:3;496 CC !6" noentanto nen)um interdito, qualquer que se%a a causa da suaincapacidade, pode ser tutor, art. 3:;;493-a CC !;" n$o podem ser vogaisdo consel)o de famlia, art. 3:H;4 CC !3:;;4, 3:;>4 CC" !>" n$o podemser administradores, art. 3:74 CC que di# que os actos s$o anuláveis, e do art. 3H84 CC, quemanda aplicar o regime da incapacidade acidental !art. 3HH4 CPC, e a interdiç$o vem a ser decretada, )averá lugar *anulabilidade, desde que “ se mostre que o neg4cio (urídico causou pre(uízo ao interdito”, art. 3>:4 CC. &s negcios %urdicos praticados pelointerdicendo, na depend/ncia do processo de interdiç$o, s ser$o

    anuláveis, se forem considerados pre%udiciais numa apreciaç$o reportadaao momento da pratica do acto, n$o se tomando em contaeventualidades ulteriores, que tornariam agora vanta%oso n$o ser reali#ado.

    c" ?ctos praticados pelo interdito posteriormente ao registo da sentença,art. 3>74 CC, s$o anuláveis.

    Cabe ao tutor invocar a anulabilidade do acto, quanto ao pra#o resulta daremiss$o para o art. 67:496 CC.

    & tutor s começa a desempen)ar as suas funções depois do registo dasentença.

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     +.  ,$rimento da in3a$a3idade dos interditos

     ? incapacidade ' suprida mediante o instituto da representaç$o legal.Estabelece-se uma tutela regulada pelas mesmas normas que regulam a dosmenores, no funcionamento da representaç$o legal dos menores ' definida, no

    que se refere * incapacidade dos interditos, ao (ribunal Comum, art. 3>84 CC. ? sentença de interdiç$o definitiva deve ser registada, sob pena de n$opoder ser invocada contra terceiros de boa f', art. 3>

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    interdições. ? sentença pode determinar uma etens$o maior ou menor daincapacidade.

     ? inabilitaç$o abrangerá os actos de disposiç$o de bens entre vivos e osque forem especficos na sentença, dadas as circunstBncias do caso !art. 3H;4CC". Pode todavia, a prpria ?dministraç$o do patrimnio do inabilitado ser-l)e

    retirada e entregue ao curador !art. 3H>4 CC". 

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     71.  Cessa&6o da inabilita&6o

     ? incapacidade s deia de eistir quando for levantada a inabilitaç$o.& art. 3H;4 CC, cont'm, acerca do levantamento da inabilitaç$o, um regime

    particular. Estabelece-se que, quando a inabilitaç$o tiver por causa a

    prodigalidade ou o abuso de bebidas alcolicas ou de estupefacientes, o seulevantamento eige as condições seguintes1a" Prova de cessaç$o daquelas causas de inabilitaç$ob" Decurso de um pra#o de cinco anos sobre o trBnsito em %ulgado da

    sentença inabilitaç$o ou da sentença que desatendeu um pedido anterior de levantamento.

    & Cdigo de Processo Civil, no seu art. :F74, regula as causa inabilitaç$opor inabilitaç$o psquica, surde#-mude#, cegueira.

    & art. :F;4 CPC, regula o cerimonial das situações n$o previstas acima. oentanto, se as causas de inabilitaç$o se agravarem, transformam-se eminterdiç$o. Caso contrário, se as causas de inabilitaç$o forem cessando, passa-

    se do regime da inabilitaç$o para o da assist/ncia. 72.  In3a$a3idades a3identais

    & actual cdigo n$o inclui regulamentaç$o da incapacidade acidental !art.6H4 CC, do qual resulta ser a anulabilidade uma forma de invalidadeecepcional.

    (ratando-se de incapacidades de eerccio, tem lugar a anulabilidade dosactos praticados pelos incapa#es.

    a incapacidade dos menores, dos interditos ou dos inabilitados, aanulabilidade tem as caractersticas enumeradas no art. 36H4 CC, aplicável por força dos arts. 3;:4 e 3HF4 CC. 7+.  Insolv"n3ia e %al"n3ia

    Causas que provocam a incapacidade dos autores de Direito.

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    Estas limitações, est$o relacionadas com a sua situaç$o patrimonial.mpossibilidade dessas pessoas cumprirem as suas obrigações.

     ?ssenta numa certa inaptidade de gest$o do patrimnio por parte de umapessoa. 

    7.  O domi38lio das $essoas& conceito de +omicílio volunt;rio geral, ' nos fornecido pelo art. 764 CC,e coincide com o lugar da resid/ncia )abitual.

    $o se trata do local onde a pessoa se encontra em cada momento, isto ',n$o coincide com o paradeiro, cu%a noç$o se pode descortinar no art. 76496 CC.

    Nas, uma pessoa pode ter mais que uma resid/ncia )abitual& prof )astro -endes, discorda. Di# que se )ouver mais do que um

    domiclio )abitual e voluntário, ambos contam como um.o entanto, no art. 76493 CC, di# que a pessoa que residir alternadamente

    em diversos lugares, tem-se por domiciliada em qualquer deles. ?ssim umapessoa pode ter mais de um domiclio, se tem duas ou mais resid/ncias

    )abituais. ? resid/ncia pode ser ocasional se a pessoa vive com alguma perman/ncia,

    mas temporária, ou ocasionalmente, num certo local. ? resid/ncia ocasional,n$o fa# surgir um domiclio, embora na falta de domiclio de uma pessoa,funcione como seu equivalente !art. 76496 CC".

    Em regra, o estabelecimento do domiclio, bem como o seu termo, resultamde um acto voluntário. Este acto voluntário n$o ', por'm, um negcio %urdico,mas sim um simples acto %urdico, verificando-se a produç$o, por força da lei,dos efeitos %urdicos respectivos, mesmo que a pessoa em causa n$o ostivesse em mente ou at' os quisesse impedir.

     ?o lado do domiclio voluntário geral, a lei recon)ece um domiclioprofissional e um domiclio electivo. 77.  Domi38lio $ro%issional* domi38lio ele3tivo e domi38lio le!al

    & domicílio !rofissional   !art. 7;4 CC", verifica-se para as pessoas queeercem uma profiss$o e ' relevante para as relações que esta se referem,locali#ando-se no lugar onde a profiss$o ' eercida.

    & domicílio electivo !art. 7>4 CC", ' um domiclio particular, estipulado, por escrito, para determinados negcios %urdicos. ?s partes convencionam que,para todos os efeitos %urdicos, se t/m por domiciliadas ou em certo local,diferente do seu domiclio geral ou profissional.

    & domicílio legal ou necess;rio, ' um domiclio fiado por lei, portantoindependentemente da vontade da pessoa.&s crit'rios de distinç$o entre domiclio voluntário e o legal ou necessário,

    s$o1 !3" a vontade do indivduo !6" quando ele escol)e ' voluntário, quandon$o escol)e ' legal ou necessário. 

    79.  Domi38lio le!al dos menores e inabilitadosM regido pelo art. 7H4 CC.1

    I Caso os pais se%am casados, o menor tem domiclio no lugar deresid/ncia da famlia !art. 7H493 - art. 3F

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    I Caso n$o eista resid/ncia de famlia, o menor tem domiclio, o doprogenitor a cu%a a guarda estiver !art. 7H493 CC"

    I Caso o menor este%a entregue a terceira pessoa ou a estabelecimentode educaç$o ou assist/ncia, o menor tem como domiclio o do progenitor que eerce o poder paternal !art. 7H96 CC"

    I Caso de tutela, o menor tem como domiclio o do tutor !art. 7H49; CC"I o caso de interdito, o domiclio ' o do tutor !art. 7H49;".o art. 7H49H CC, )á uma lacuna, pois di# que estas disposições acima

    epostas s valem para o domiclio no territrio nacional. o entanto n$o serefere qual o regime para o domiclio no estrangeiro. Por analogia aplica-se oart. 764 CC, Domiclio Leral Voluntário. 7, tradu#ido num desaparecimento sem notcias, ou nos termosda lei, do desaparecimento de algu'm “sem que dele de saiba parte” !art. 7:493CC", que o termo aus/ncia ' tomado, para o efeito de providenciar pelos bensda pessoa ausente, carecidos de ?dministraç$o, em virtude de n$o ter deiadorepresentante legal ou voluntário !procurador".

    Para o Direito este facto s ' preocupante quando ele determina aimpossibilidade ou a dificuldade de actuaç$o %urdica do ausente no seurelacionamento com mat'rias que eigem a intervenç$o dessa pessoa.omeadamente quando essa aus/ncia determina a impossibilidade do ausentegerir o seu prprio patrimnio, fala-se em aus/ncia simples ou aus/nciaqualificada. 9>.  ConseE"n3ias da as"n3ia

    I  A aus'ncia de um c?n(uge, por um perodo n$o inferior a tr/s anos,dá direito ao outro cJn%uge pedir o divrcio litigioso !art. 3

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    Para que se verifique a aus/ncia ' necessária uma decis$o %udicial. 91.  /lementos Ee inte!ram o 3on3eito de as"n3ia Eali%i3ada

    3. $o presença da pessoa6. Em determinado lugar, lugar este de resid/ncia )abitual

    ;. gnorBncia geral do seu paradeiro por parte das pessoas com quem oausente mant'm contactos sociais mais primos.Esta ignorBncia tem como consequ/ncia a impossibilidade de contactar 

    essa pessoa, para obter certas provid/ncias no sentido da gest$o dos seusbens.

     ? ideia c)ave do regime da aus/ncia, ' a de estabelecer meios destinadosa assegurar a ?dministraç$o do ausente, dado que n$o ' possvel contactar com ele para providenciar tal respeito. 92.  (s"n3ia $resmida o 3radoria $rovis)ria

    &s pressupostos de que a lei fa# depender a nomeaç$o de um curador 

     !rovis/rio, s$o o desaparecimento de algu'm sem notcia, a necessidade deprover acerca da ?dministraç$o dos seus bens e a falta de representante legalou de procurador !art. 7:4 CC".

     ? presunç$o da lei, nesta fase, ' de um possvel regresso do ausente tantoo Ninist'rio P+blico como qualquer interessado, t/m legitimidade para requerer a curadoria provisria e as provid/ncias cautelares indispensáveis !art. :34CC", a qual deve ser definida a uma das seguintes pessoas1 !3" cJn%uge !6"algum ou alguns dos )erdeiros presumidos !;" ou alguns dos interessados naconservaç$o dos bens !art. :64 CC". & curador funciona como um simplesadministrador !art. :>4 CC", devendo prestar cauç$o !art. :;4 CC" e apresentar anualmente ou quando o (ribunal o eigir !art. :H4 CC".

     ? curadoria provisria termina quando, nos termos da lei !art. :74 CC"1a" Pelo regresso do ausenteb" 0e o ausente providenciar acerca da ?dministraç$o dos bensc" Pela compar/ncia da pessoa que legalmente represente o ausente ou

    de procurador bastanted" Pela entrega dos bens aos curadores definitivos ou ao cabeça-de-

    casal, nos termos do art. 38;4 CC.e" Pela certe#a do ausente.Para a aus/ncia presumida a lei prev/ como forma de suprimento a

    curadoria provisria.

     9#.  (s"n3ia :sti%i3ada o de3larada* o 3radoria de%initiva ? probabilidade de a pessoa ausente n$o regressar ' nessa fase maior,

    visto que a lei a possibilita o recurso * %ustificaç$o da aus/ncia no caso de eleter deiado representante legal ou procurador bastante art. ::4 CC".

    Como requisitos ' necessário1a" ?us/ncia qualificadab" Eist/ncia de bens carecidos de ?dministraç$oc" Certo perodo da aus/ncia. ? legitimidade para o pedido de instauraç$o da curadoria definitiva pertence

    tamb'm aqui ao Ninist'rio P+blico ou a algum dos interessados, sendo estes,

    contudo, al'm do cJn%uge, os )erdeiros do ausente e todos os que tiveremsobre os seus bens qualquer direito dependente da sua morte.

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     ? curadoria definitiva termina !art. 3364 CC".a" Pelo regresso do ausenteb" Pela notcia da sua eist/ncia e do lugar onde residec" Pela certe#a da sua mortePara a aus/ncia %ustificada. ? lei prev/ como forma de suprimento

    a curadoria definitiva* 9+.  orte $resmida

     ?ssenta no prolongamento anormal do regime da aus/ncia. á umainvers$o da probabilidade de o ausente estar vivo.

    Decorridos de# anos sobre a data das +ltimas notcias, ou passados cincoanos, se entretanto o ausente completar oitenta anos de idade, os interessadospara o efeito do requerimento da curadoria definitiva, t/m legitimidade parapedirem a declaraç$o de morte presumida do ausente !art. 33>493 CC".Contudo, se a pessoa ausente for menor, ' necessário que decorram cincoanos sobre a data declarada a morte presumida !art. 33>496 CC".

    Com fundamento numa alta probabilidade prática da morte fsica doausente, o art. 33H4 CC, prescreve que a declaraç$o da morte presumidaprodu# os mesmos efeitos que a morte.Nas, por eemplo o casamento n$o cessa ipso facto !art. 33H4 CC", embora oart. 33F4 CC d/ ao cJn%uge do ausente a possibilidade de contrair novocasamento sem necessidade de recorrer ao divrcio.

    a esfera patrimonial, em caso de regresso, verifica-se um fenmeno desub-rogaç$o geral, isto ', tem o ausente direito1

    a" ?os bens directamente adquiridos por troca com os bens prprios doseu patrimnio !sub-rogaç$o directa"

    b" ?os bens adquiridos com o preço dos alienados, se no documento deaquisiç$o se fe# menç$o da provid/ncia do din)eiro !sub-rogaç$oindirecta"

    c" ?o preço dos bens alienados !sub-rogaç$o directas".E, obviamente, ser-l)e-á devolvido o patrimnio que era seu, no estado em

    que se encontrar. avendo, por'm, má-f' dos sucessores, o ausente temdireito tamb'm * indemni#aç$o do pre%u#o sofrido !art. 33:4 CC".

     

    COI,(, / P(TRIHNIO 1##.  No&6o :r8di3a de 3oisa

    um sentido corrente e amplo, coisa ' tudo o que pode ser pensado, aindaque n$o ten)a eist/ncia real e presente. um sentido fsico, coisa ' tudo oque tem eist/ncia corprea,“quod tangi potest”, ou pelo menos, ' susceptvelde ser captado pelos sentidos.

    Ouanto ao sentido %urdico de coisa, )á que considerar o art. 6864 CC, ondese cont'm a seguinte definiç$o1 “diz0se coisa tudo aquilo que pode ser ob(ectode relações (urídicas” 

    Podemos definir as coisas em sentido %urdico como os bens !ou entes" decarácter estático, desprovidos de personalidade e n$o integradores deconte+do necessário desta, susceptveis de constiturem ob%ecto de relações %urdicas, ou, toda a realidade aut/noma que não sendo !essoa em sentido

     (urídico, 9 dotada de utilidade e susce!tibilidade de denominação !elo@omem*

    http://octalberto.no.sapo.pt/Teoria_Geral_do_Direito_Civil.htmhttp://octalberto.no.sapo.pt/Teoria_Geral_do_Direito_Civil.htm

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    &s bens de carácter estático, carecidos de personalidade, s s$o coisas emsentido %urdico quando puderem ser ob%ecto de relações %urdicas. Para essesefeito devem apresentar as seguintes caractersticas1

    a" Eist/ncia autnoma ou separadab" Possibilidade de apropriaç$o eclusivas por algu'm

    c" ?ptid$o para satisfa#er interesses ou necessidades )umanas.nversamente n$o ' necessário1a" Oue se trate de bens de nature#a corpreab" Oue se trate de bens permutáveis, isto ', com valor de trocac" Oue se trate de bens efectivamente apropriados.& Cdigo Civil define no art. 68>4 e seguintes os tipos de coisas. Dá

    tamb'm o conceito de frutos !art. 6364". Define igualmenteas benfeitorias !art. 63F4". 1#+.  Classi%i3a&6o das 3oisas

     ? lei indica no art. 68;4 CC, as várias classificações de coisas1

    I oisas cor!/reas s$o caracteri#adas por serem apreendidas pelossentidos

    I oisas incor!/reas ser$o as meras criações do esprito )umano,n$o podendo como tais ser apreendidas pelos sentidos

    I oisas materiais s$o tamb'm coisas corpreasI oisas imateriais podem ser corpreas ou incorpreas.&s direitos sobre as coisas corpreas seguem o regime especial do Cdigo

    Civil, enquanto os direitos sobre as coisas incorpreas s$o regidos por leiespecial !arts. 3;864 e 3;8;4 CC".

     ?l'm desta classificaç$o, distingue-se ainda coisas no com9rcio, aquelasque s$o susceptveis de apropriaç$o privada e coisas fora docom9rcio, aquelas que escapam * apropriaç$o privada. Est$o * disposiç$oda generalidade dos )omens. 0$o comuns a todos.

    & prof. Castro Nendes, refere-nos que1 “são bens potencialmente dominiaisque ainda não estão em poder do Estado”

    0$o coisas que n$o s$o individualmente aprováveis, porque o seu prprioregime n$o permite essa apropriaç$o !os baldios", e outras coisas que emborapossam ser ob%ecto de relações privadas, s$o insusceptveis de apropriaç$oindividual !bens de personalidade". 1#.  Cate!orias das 3oisas im)veis

    &s arts. 68>4 e 68H4 CC, distinguem por enumeraç$o coisas imveis decoisas mveis.Da confrontaç$o das diversas categorias, cr/-se a sua conduç$o em dois

    grupos1- &m/veis !or nature$a, pr'dios r+sticos, pr'dios urbanos e águas do

    seu estado natural- &m/veis !or relação, n$o sendo em si imveis, t/m essa categoria

    por disposiç$o, por isso encontramos aqui realidades que criam em simesmas, a nature#a das coisas mveis.

     ? classificaç$o dessas coisas mveis como imveis, vem-l)es de certarelaç$o que mant'm com determinadas coisas imveis, resultando daqui duas

    consequ/ncias1

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    - Ouebrada essa relaç$o com a coisa imvel, essas coisas readquirema sua qualidade de mveis e passam pelo direito a ser tratadas comoigual

    - ?o incluir essas coisas na categoria de imveis, o legislador pretendeu mais do que classificá-las como tal, atribuir-l)es o regime

     %urdico das coisas imveis. Por isso, para essas coisas, o mel)or que)avia a fa#er era di#er-se que seriam coisas mveis, su%eitas ao regimede coisa imveis.

    Pr9dio rústico ' uma parcela delimitada de solo terrestre e as construçõesa eistentes que n$o ten)am autonomia econmica.

    Pr9dio urbano qualquer edifcio incorporado no solo, com carácter deestabilidade e perman/ncia e os terrenos que l)e serviam de logradouro.

    & elemento essencial do pr'dio urbano ' o edifício, n$o )avendo noentanto qualquer definiç$o legal de edifcio. & Cdigo Civil adoptou a soluç$ode n$o admitir a classificaç$o de pr'dios mistos. &s pr'dios r+sticosabrangem tamb'm as construções que neles eistem, quando estas n$o

    ten)am autonomia econmica. os pr'dios urbanos incluem-se tamb'm oslogradouros. 0$o ainda indicadas como coisas imveis, as partes integrantesdos pr'dios r+sticos e urbanos. ? definiç$o de parte integrante resultaclaramente do art. 68>49> CC. 

    1#7.  Cate!oria das 3oisas m)veis&s bens mveis escapam a uma classificaç$o taativa, podem ser mveis

    por1- ature#a- 2elaç$o- mposiç$o legal.oisas semoventes s$o uma categoria das coisas mveis. $o est$o

    previstas autonomamente no Cdigo Civil, e abrangem as coisas que semovem por si mesmas, em virtude de uma força anmica prpria, incluindo-seportanto os animais, com eclus$o do omem.

    á direitos que s podem ter por ob%ecto coisas imveis, eemplos1I Direitos de )abitaç$oI Direitos de superfcie e servidões prediaisI Condomnio )ori#ontal.á ainda os direitos reais de aquisiç$o, que podem incidir sobre coisas

    imveis e sobre mveis su%eitos a registo.

    2egistáveis s$o al'm de todos os imveis, os veculos automveis, asembarcações e navios e as aeronaves. ? esta classificaç$o tamb'm fa# refer/ncia o art. 68H496, ao mandar aplicar 

    *s coisas mveis su%eitas a registo o mesmo regime das coisas mveis, emtudo o que n$o se%a especialmente regulado. 

    1#9.  Coisas %n!8veis e n6o %n!8veis ? diferença assenta na posiç$o por elas ocupadas na relaç$o %urdica. Em

    certos casos em que s$o consideradas no Direito pela sua individualidade, ouse%a, pelas suas caractersticas especficas, pelo contrário, noutras relações %urdicas as coisas s$o tomadas segundo o seu g'nero e determinadas apenas

    pela sua qualidade e pela sua quantidade.

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     ?s primeiras valem pelo que nelas )á de individual e de especfico, porques essas coisas ' que t/m essa caracterstica especfica e mais nen)uma outracoisa tem essa caracterstica, e ' nesse elemento especfico que se encontrama vontade e a intenç$o da pessoa que contrata a respeito dessa coisa que temessas caractersticas especficas.

     ?s segundas %á valem pelo que nelas )á de gen'rico, ou se%a, pelo quenelas )á de comum em relaç$o a outras do mesmo g'nero, e ' nesseelemento gen'rico que se concentram a vontade e a intenç$o das pessoas quecontratam sobre esses tipo de coisas.

     ?tende-se no art. 68

  • 8/16/2019 Apontamentos Teoria Geral Do Direito Civil

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    Das universalidades de facto, conv'm demarcar as universalidades dedireito, universalidade esta que será constituda por elementos patrimoniaisactivos e passivos, e vinculações. ?s universalidades de facto ser$oconstitudas por bens e por elementos patrimoniais activos. (endo comocaractersticas1

    - á sempre uma unidade de tratamento do con%unto- ?utonomia %urdica dos elementos. ? circunstBncia de um con%unto poder ser tomado autonomamente em si

    mesmo, tradu#indo individualidade para al'm dos seus prprios elementos,acarreta uma consequ/ncia de alteraç$o dos elementos da universalidade.

    Verificando-se a universalidade de facto, n$o perde a sua individualidade, eessa variabilidade de elementos da universalidade pode manifestar-se atrav'sde tr/s modalidades distintas1

    3. om!ressibilidade, tradu#indo uma possibilidade de diminuiç$o doselementos da universalidade

    6. E%tensibilidade, envolvendo a possibilidade de aumento dos

    elementos da universalidade;. ungibilidade, a viabilidade de substituiç$o dos elementos da

    universalidade eistente em certo momento, por outros. 

    1+>.  Coisas $rin3i$ais e a3ess)rias ? classificaç$o de coisa acessria pressupões a eist/ncia de uma coisa,

    que será a coisa principal, a coisa que eiste em si mesma e que n$opressupõe a eist/ncia de uma outra. M de esta outra que ela, coisa acessria,depende.

    oisa !rinci!al, ' aquela cu%a eist/ncia ou sorte %urdica n$o está nadepend/ncia de outras !art. 638493 CC".

    oisas acess/rias, ou pertenças, as coisas mveis que, n$o constituindopartes integrantes, est$o afectadas por forma duradoura ao serviço ouornamentaç$o de uma outra.

    3arte integrante, ' toda a coisa mvel ligada materialmente ao pr'dio comcarácter de perman/ncia.

    &rdem de consequ/ncias1- Decorre do prprio conceito de parte integrante !art. 68>49; CC", que a

    coisa acessria n$o pode estar ligada materialmente, com carácter deperman/ncia, * coisa principal

    - 0ignifica que a coisa acessria n$o pode ser um elemento da coisa

    principal.& primeiro elemento positivo do conceito de coisa acessria resulta da+ltima parte deste art. 638493 CC. Esta afectaç$o pode ser de ordemeconmica ou de ordem estática, mas tamb'm pode ser uma afectaç$o deordem %urdica.

    De todas as coisas que revestem estas caractersticas se podem entender como acessrias, porque o art. 638496 CC, impõe a necessidade de seestabelecer uma restriç$o nas coisas que, embora em abstracto, caibam nasrestrições do n.4 3 do artigo

     ? ra#$o para tal, reside no facto deste preceito determinar que as coisasacessrias n$o seguem os princpios dos negcios respeitantes a estas, salvo

    disposiç$o em contrário.

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    0egundo o prof. Castro Nendes, devem ser estabelecidas na noç$o do art.638493 CC, duas distinções1

    I á que distinguir coisas acess/rias com valor aut/nomodesafet;veis da coisa !rinci!alB

    I oisas acess/rias sem valor aut/nomo,  ligadas * coisa principal

    mas s economicamente.Pode ainda )aver lugar a alguma censura a este preceito, se seidentificarem as coisas acessrias com pertenças.

    Pertenças, s$o as coisas mveis em sentido restrito !art. 638493 CC". $ot/m portanto valor autnomo e n$o podem ser destacadas da coisa principal,sob pena desta ficar pre%udicada na sua utilidade normal. este sentido, 'necessário que a coisa mvel se encontre afectada * coisa principal, sendoque se tratará de uma afectaç$o de destino, distinguindo-se por isso daligaç$o material que se verifica nas partes componentes e nas partesintegrantes. 

    1+1.  FrtosM tudo o que uma coisa produ# periodicamente, sem pre%u#o da sua

    substBncia. M tudo o que nasce e renasce de uma coisa !art. 6364 CC".-  Produtos, coisas que, sem carácter de periodicidade, podem ser 

    destacadas de outras coisas principais, sem pre%u#o da sua substBncia.&s frutos classificam-se em !art. 636496 CC"1

    - rutos naturais s$o os que prov/m directamente da coisa, quer por efeitos das forças da nature#a, quer por acç$o do )omem em con%untocom estas

    - rutos civis rendas ou interesses que a coisa produ# emconsequ/ncia de uma relaç$o %urdica.

    - &s frutos podem ainda distinguir-se1- rutos !ercebidos s$o s que est$o separados da coisa principal

    mediante uma operaç$o de col)eita.- rutos !endentes  s$o os frutos naturais que n$o se encontram

    ainda separados da coisa que os produ#. 1+2.  en%eitorias

    0$o todas as despesas para conservaç$o ou mel)oramento da coisa !art.63F493 CC".

    2espeitam tanto a cosas mveis como a coisas imveis e repartem-se por 

    tr/s categorias que o art. 63F496 e ; CC, contemplam e definem1- Cenfeitorias necess;rias, quando t/m por fim evitar a perda,deterioraç$o ou destruiç$o da coisa

    - Cenfeitorias úteis, s$o as que, n$o sendo indispensáveis para a suaconservaç$o, l)e aumentam, todavia, o valor

    - Cenfeitorias volu!tu;rias, s$o as que, n$o sendo indispensáveispara a sua conservaç$o, nem l)e aumentando o valor, servem apenaspara recreio do benfeitori#ante.

    Estas benfeitorias visam unicamente a satisfaç$o ou recreio de quem asreali#a, torna o bem mais agradável para quem dele desfruta. & regime dasbenfeitorias varia consoante a modalidade que cada uma destas merece.

    & instituto da posse distingue muito significativamente no seu regime, asdiferenças relativas aos diversos tipos de benfeitorias.

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    o que respeita *s benfeitorias necessárias, o possuidor de um bem de boaou má f', tem sempre o direito de ser indemni#ado pelas benfeitorias que )a%areali#ado nesse bem !art. 36

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    Ginalmente, num sentido mais restrito, pode designar-se por patrimnio oc)amado patrim4nio líquido, isto ', o saldo patrimonial.

    & patrimnio distingue-se pois, facilmente da esfera (urídica. Esta ' atotalidade das relações %urdicas de que uma pessoa ' su%eito. ?brange, assimo patrimnio e os direitos e obrigações n$o avaliáveis em din)eiro

    !pessoais $oc sensu6, encabeçados na pessoa.& conceito de patrimnio tradu# a soma ou con%unto das relações %urdicasavaliáveis em din)eiro, pertencentes a uma pessoa. 7ão se trata de umob(ecto (urídico 1nico ou universalidade 1+.  O %en)meno da atonomia $atrimonial o se$ara&6o de

    $atrim)niosa esfera %urdica de uma pessoa eiste normalmente apenas um

    patrimnio. Em certos casos, por'm, seremos forçados a concluir eistir natitularidade do mesmo su%eito, al'm do se patrim4nio geral , um con%unto derelações patrimoniais submetido a um tratamento %urdico particular, tal como se

    fosse de pessoa diversa A estamos ent$o perante um patrim4nio aut4nomo ouseparado

    0e o patrimnio tem como funç$o principal responder pelas dvidas do seutitular, ent$o parece que o crit'rio mais adequado para caracteri#ar aseparaç$o de patrimnios deve ser o da eist/ncia de um tratamento %urdicoparticular em mat'ria de responsabilidade por dívidas

    3atrim4nio aut4nomo ou separado será, assim, o que “responde por dívidas pr4prias”, isto ', s4 responde e responde s4 ele por certas dvidas. 1+7.  ( %i!ra do $atrim)nio 3ole3tivo

    a )iptese de autonomia patrimonial eistem na titularidade do mesmosu%eito duas ou mais massas patrimoniais separadas.

     ? figura do patrim4nio colectivo apresenta-se-nos quando, inversamente,um +nico patrimnio tem vários su%eitos. Duas ou mais pessoas, que possuem A cada uma A o seu patrimnio que l)es pertence globalmente.

    & patrimnio colectivo n$o se confunde, por'm, com a compropriedade ou propriedade em comum a propriedade em comum ou compropriedade, figurade proced/ncia romanstica, estamos perante uma comun)$o por quotasideais, isto ', cada comproprietário ou consorte tem direito a uma quota idealou fracç$o do ob%ecto comum. & patrim4nio colectivo pertence em bloco,globalmente ao con%unto de pessoas correspondente. ndividualmente nen)um

    dos su%eitos tem direito a qualquer quota ou fracç$o o direito sobre a massapatrimonial em causa cabe ao grupo no seu con%unto. Da que nen)um dosmembros da colectividade titular do patrimnio colectivo possa alienar umaquota desse patrimnio ou possa requerer a divis$o, enquanto n$o terminar acausa geradora do surgimento do patrimnio colectivo.

     

    F(CTO @UR-DICO / (CTO @UR-DICO 1+9.  No&6o de %a3to :r8di3o

    F todo o acto @umano ou acontecimento natural (uridicamenterelevante* Esta relevBncia %urdica tradu#-se principalmente, sen$o mesmo

    necessariamente na produç$o de efeitos %urdicos.

    http://octalberto.no.sapo.pt/Teoria_Geral_do_Direito_Civil.htmhttp://octalberto.no.sapo.pt/Teoria_Geral_do_Direito_Civil.htm

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     ? constituiç$o de uma relaç$o %urdica depende sempre de um evento,evento esse a que o Direito recon)ece relevBncia como fonte de eficácia %urdica. ? delimitaç$o de facto %urdico ' tarefa que cabe ao prprio Direito.

     ? criaç$o de efeitos %urdicos cabe * norma %urdica. Da que, os factos %urdicos constituam a caracteri#aç$o das situações que sob forma )ipot'tica a

    norma fa# depender a produç$o de efeitos de Direito.Para o prof. &liveira ?scens$o1 a factisp!cie pressupõe (" uma situação (uridicamente valorada, a que se ligam ulteriores efeitos (urídicos, para o factode sobrevir determinado facto (urídico 1+

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    & prof. Castro Nendes, di# que s4 estamos na presença de um acto (urídicoquando pensamos num facto volunt"rio a que a 8rdem *urídica liga efeitos de9ireito, em atenção à sua voluntariedade

     ? simples con%ugaç$o destes elementos permite a formulaç$o de actos %urdicos, entendendo-se aqui, a manifestação de vontade como tal, a norma

     (urídica atribuí efeitos de +ireito* 1>.  Classi%i3a&6o

     ? classificaç$o dos actos %urdicos obedece a diferentes crit'rios. ?ssim, noque toca * estrutura do acto, distingue-se acto %urdico simples e acto %urdicocompleo. 0e atendermos *modalidade dos efeitos, distingue-se entre actospositivos e actos negativos, actos principais e actos secundários, e actos lcitose actos ilcitos.

    & papel que ' reservado * vontade na formulaç$o dos efeitos do acto,permite-nos ainda fa#er a distinç$o entre actos %urdicos simples ou n$ointencionais, e actos %urdicos intencionais. &s actos intencionais ser$o de

    conte+do determinado e de conte+do n$o determinado ou indeterminado.o acto intencional de conte+do determinado, o conte+do da manifestaç$o

    de vontade está pr'-determinado, ficando assim definindo o efeito do acto. 11.  (3tos sim$les e a3tos 3om$leBos

     ?tendendo-se ao crit'rio da estrutura, definir-se-á como actosim!les, aquele que ' formado por um s elemento. 2elativamente ao actocom!le%o e em antinomia ao acto simples, tem-se a destacar diversoselementos1

    I &s actos %urdicos compleos )á que estabelecer a distinç$oconsoantes se produ#em os seus elementos constitutivos

    I &s elementos, quando ocorrem todos a um tempo, definem um actocompleo de formaç$o instantBnea ou simultBnea.

     Actos com!le%os de formação sucessiva ou !lurissubsistente, osvários elementos de um acto compleo acabam por se produ#ir em temposdiferentes, )avendo no entanto um tempo interm'dio entre cada declaraç$ode vontade o que se tornará relevante em termos %urdicos.

     12.  (3tos :r8di3os $ositivos e ne!ativos

    Estes actos, situam o crit'rio de distinç$o no plano dos efeitos %urdicos doacto e atendendo-se ao modo como eles se pro%ectam sobre uma situaç$o

     %urdica eistente no momento da sua prática.&s actos positivos, consistem sempre em acções, num facere Em certassituações, tamb'm se pode considerar a omiss$o, um non facere, conducente* manutenç$o de um estado de coisas anterior. 1#.  (3tos :r8di3os $rin3i$ais e se3nd4rios

    Esta disposiç$o prende-se muito com a eficácia do acto, da prpriarelevBncia do acto %urdico como aut/ntica fonte criadora de factos %urdicos.

    &s factos a que a &rdem 5urdica liga efeitos %urdicos, s$o factos principais.0e atendermos * modalidade dos efeitos que produ#em, os actos principaispodem agrupar-se em certas classificações1

    - ?ctos constitutivos- ?ctos modificativos

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    - ?ctos etintivos- ?ctos aquisitivos modificativos dispositivos de direitos, o facto

    adstritos em relaç$o * esfera %urdica de outra pessoa !e. ;>64 CC".&s actos secundários em si mesmos, n$o s$o causas de efeitos. o

    entanto, interferem com eficácia dos actos principais, impedindo ou

    confirmando essa mesma eficácia. este sentido, di#emos que estamosperante actos impeditivos, permissivos ou confirmativos de actos principais. 

    1+.  (3tos :r8di3os l83itos e il83itos& crit'rio de distinç$o ' o de conformidade com a lei, pro%ectando-se esta

    distinç$o igualmente no regime dos efeitos %urdicos do acto, ' uma distinç$oprivativa dos actos %urdicos.

     ? ra#$o de ser desta delimitaç$o reside na circunstBncia de a ilicitudeenvolver sempre um elemento de nature#a sub%ectiva que se manifesta numn$o acatamento, numa rebeldia * &rdem 5urdica instituda. Envolve sempreuma violaç$o da norma %urdica, sendo nesse sentido a atitude adoptada pela

    lei a repress$o, desencadeando assim um efeito tipo da violaç$o A a sanç$o.&s actos ilcitos, s$o contrários * &rdem 5urdica e por ela reprovados,

    importam uma sanç$o para o seu autor !infractor de uma norma %urdica".&s actos lcitos s$o conformes * &rdem 5urdica e por ela consentidos. $o

    podemos di#er que o acto ilcito se%a sempre inválido. @m acto ilcito pode ser válido, embora produ#a os seus efeitos sempre acompan)ado de sanções. Damesma feita, a invalidade n$o acarreta tamb'm a ilicitude do acto.

     ? distinç$o entre actos %urdicos simples ou n$o intencionais ou calculados,n$o põe em causa o problema da intervenç$o da vontade, n$o obstante seatenda * relevBncia da vontade no regime dos efeitos %urdicos do acto.

    á certos actos %urdicos que bastam com a vontade do agente, dirigida auma conduta em si mesma. Esta conduta, tem no entanto de ser querida peloagente e necessita sempre de uma acç$o )umana A sendo esta apta esuficiente para que se produ#am os efeitos previstos na forma %urdica.

    &s actos (urídicos intencionais, podem distinguir-se entre determinados eindeterminados. á nestes actos %urdicos aquilo a que alguns autoresc)amam1 a nota finalista da conduta $umana

    a modalidade dos actos %urdicos intencionais ' possvel distinguir-se avontade )umana, sendo que esta ' considerada para o direito, como a g'neseda voluntariedade de determinar Direito A vontade epressa de uma certaacç$o. outros casos para al'm dessa voluntariedade, atende-se tamb'm ao

    facto de o agente querer epressar uma determinada conduta de pensamento. ? vontade funcional encontra-se sempre nos actos intencionais, n$o tendono entanto em todos eles a mesma etens$o, processando-se a distinç$o nostermos seguintes. Em certos actos %urdicos intencionais, a vontade, embora serefira aos efeitos do acto, n$o estipula esses efeitos. & agente tem de acatar osefeitos n$o patrimoniais do casamento. $o s$o, neste caso, os nubentes quedefinem os efeitos n$o patrimoniais do acto. &s efeitos do acto indeterminado,n$o s$o fios t$o s pela norma %urdica, como tamb'm pelo agente.

    em a norma nem o agente determinam os efeitos do acto em termosabsolutos. ? norma confere uma certa liberdade ao agente na determinaç$odos efeitos.

     

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    1.  Fa3tos volnt4rios o a3tos :r8di3osEstes podem, segundo outra classificaç$o de caracter fundamental,

    distinguir-se em negcios %urdicos e simples actos %urdicos ou actos %urdicos “sirito sensu” . Estamos no domnio dos factos voluntários, apesar disso nem sempre os efeitos %urdicos respectivos s$o produ#idos por terem

    sido queridos e na medida em que o foram.&s neg/cios (urídicos, s$o factos voluntários, cu%o n+cleo essencial 'integrado por uma ou mais declarações de vontade a que o ordenamento %urdico atribui efeitos %urdicos concordantes com o conte+do da vontade daspartes, tal como este ' ob%ectivamente !de fora" apercebido.

    &s sim!les actos (urídicos, s$o factos voluntários cu%os efeitos seprodu#em, mesmo que n$o ten)am sido previstos ou queridos pelos seusautores, embora muitas ve#es )a%a concordBncia entre a vontade destes e osreferidos efeitos. &s efeitos dos simples actos %urdicos ou actos %urdicos “siritosenso”  produ#em-se “e# lege” e n$o “e# voluntate”

    Dentro dos simples actos %urdicos ' usual fa#er-se uma distinç$o entre1

    )  :uase.neg/cio (urídicos ou actos (urídicos quase. neg/cio, tradu#em-se na manifestaç$o eterior da vontade !e. art. >

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     ? concepç$o de negcio %urdico como acto voluntário intencional fia-se navontade dos su%eitos. @m dos aspectos mais relevantes ' o papel da vontadena elaboraç$o do negcio %urdico, sendo certo que a norma %urdicadesempen)a o papel principal.

     ?ssim, tem-se a norma %urdica como verdadeira fonte criadora de efeitos

     %urdicos, fa#endo no entanto o Direito depender a produç$o desses efeitos deuma vontade.a concepç$o clássica, concebia-se a vontade como fonte de efeitos de

    Direito. o campo %urdico, a vontade, por si mesma, n$o tem eficácia algumaa eficácia ' t$o s e apenas a susceptibilidade de produ#ir efeitos atribuda *vontade pela lei. esta esteira, como dado assente e definitivo, s a norma %urdica tem poderes criadores dos efeitos %urdicos, ainda que esses efeitosdependem de uma vontade. ? norma %urdica, ao criar efeitos %urdicos confere* vontade um campo lacto, onde este se pode e deve manifestar com bastanterelevBncia na produç$o desses efeitos.

     ? eficácia da vontade %urdica n$o ' uma eficácia causativa como a da

    vontade psicolgica, mas uma eficácia normativa. o acto %urdico tem de )aver uma determinada vontade de acç$o. $o )avendo, o acto poderá ser considerado ineistente enquanto negcio !e. art. 6>F4 CC".

    Ouer isto di#er que, o autor do acto tem de querer livremente a produç$o decertos efeitos um comportamento eterior que se manifesta atrav's depalavras, de gestos, sendo que estes elementos eteriores correspondem *predeterminaç$o da vontade. Esse comportamento eterior, n$o basta ser querido, tem tamb'm de ser manifestado.

    & Direito no entanto, ' bastante eigente quanto ao problema da vontadenos negcios %urdicos, porquanto ela se deve orientar com vista * obtenç$o deum certo resultado, resultado este que deveria ser querido, e ' em funç$odesse resultado que )á efeitos de direito.

    o negcio %urdico, a voluntariedade do acto ' tomada pela lei, na suamáima epress$o. Portanto, podemos di#er que tem de )aver vontade deacç$o, sob pena de o negcio ser ineistente. este sentido se fala tamb'mem vontade funcional, dirigida * produç$o de certos efeitos %urdicos. 0ituações)á em que se pode verificar a eist/ncia de vontade de acção e de vontadede declaração e no entanto faltar a vontade funcional  !e. art. 6>H4 CC". onegcio %urdico, a vontade