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  • PLANO DE DESENVOLVIMENTO PRELIMINAR

    APL DE FITOTERPICOS E FITOCOSMTICOS

    CIDADE PLO: MANAUS

    MANAUS AGOSTO/2008

  • Plano de Desenvolvimento Preliminar - APL de Fitoterpicos e Fitocosmticos

    2

    SUMRIO 1. PROCESSO DE ELABORAO DO PLANO DE DESENVOLVIMENTO 03 2. CONTEXTUALIZAO E CARACTERIZAO DO ARRANJO 05 3. SITUAO ATUAL 23

    3.1. ACESSO A MERCADOS INTERNO E EXTERNO 25 3.2. FORMAO E CAPAC ITAO 29 3.3. GOVERNANA E COOPERAO 32 3.4. INVESTIMENTO E FINANCIAMENTO 36 3.5. QUALIDADE E PRODUTIVIDADE 37 3.6. TECNOLOGIA E INOVAO 41

    4. DESAFIOS E OPORTUNIDADES DE DESENVOLVIMENTO 44 5. RESULTADOS ESPERADOS 49 6. INDICADORES DE RESULTADO 51 7. AES REALIZADAS E EM ANDAMENTO 53 8. AES PREVISTAS 60 9. GESTO DO PLANO DE DESENVOLVIMENTO 64 10. ACOMPANHAMENTO E AVALIAO 66 REFERNCIAS 68 ANEXOS 69

  • Plano de Desenvolvimento Preliminar - APL de Fitoterpicos e Fitocosmticos

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    1. PROCESSO DE ELABORAO DO PLANO DE DESENVOLVIMENTO

    O Plano de Desenvolvimento foi elaborado a partir da parceria entre a SEPLAN, SDS,

    SEPROR, SECT, IDAM, ADS, Prefeituras, UEA, SEBRAE/AM, SUFRAMA, EMBRAPA,

    INPA, IPAAM, AFEAM, Banco da Amaznia, Banco do Brasil, entre outras instituies e

    representaes da sociedade civil organizada, que compem o Ncleo Estadual de Arranjos

    Produtivos Locais NEAPL, relacionadas cadeia produtiva do segmento econmico de

    Fitoterpicos e Fitocosmticos.

    A metodologia de trabalho se pautou em uma abordagem sistmica de sensibilizao e

    mobilizao do protagonismo local, por meio de reunies, oficinas, seminrios, etc,

    possibilitando o resgate das informaes acerca das intervenes realizadas e a realizar, como

    tambm o levantamento da situao atual deste segmento que foi priorizado como APL em

    outubro de 2001, quando do lanamento do Programa Plataformas Tecnolgicas, momento

    em que se avaliou a viabilidade da cadeia produtiva com os atores locais, visando fornecer

    contedos para que o governo possa junto com os demais agentes econmicos, promover o

    seu desenvolvimento sustentvel.

    Neste processo se buscou a identificao de diversos aspectos, em especial as

    restries que representam gargalos ao aumento da competitividade, a partir de uma

    concepo de pesquisa para conhecer os diferentes fatores intervenientes e conceber processos

    produtivos exemplares, no se reduzindo apenas a juno de vrias reas do conhecimento,

    mas, sobretudo, estabelecendo um fluxo de aglutinao desses saberes, definindo-se como

    norte a busca pela sustentabilidade.

    A criao do Ncleo de Gesto Compartilhada - NGTC (2004), no mbito da

    Secretaria de Estado de Cincia e Tecnologia SECT, interveniente nos projetos do MCT

    desde 2003, se constituiu em um apoio vital, posto que tem a misso prioritria de apoiar a

    manuteno e agregar novos recursos financeiros e, especialmente, gerar informaes e

    conhecimentos que contribuam para a gesto do plano e a transferncia, para a economia

    local, das solues tecnolgicas encontradas.

    O I Seminrio de Arranjos Produtivos Locais e o Desenvolvimento Regional

    (set/2006), organizado pela SECT, se caracterizou como um balano dos APLs no

    Amazonas, incluindo apresentaes e debates sobre o status dos arranjos definidos como

    prioritrios. Segundo a diretriz do MDIC durante a Oficina de Orientao Instalao de

    Ncleos Estaduais de Apoio a APLs Regio Norte (fev/2007), o APL de Fitoterpicos e

  • Plano de Desenvolvimento Preliminar - APL de Fitoterpicos e Fitocosmticos

    4

    Fitocosmticos, assim como os demais selecionados, deveria ser validado junto ao GTP APL,

    no grupo dos cinco APLs j priorizados.

    Os municpios selecionados inicialmente levando-se em conta as indicaes do

    Plataformas Tecnolgicas, foram validados na Oficina Estadual de APLs (maio/2007), os

    quais so: Manaus, Presidente Figueiredo, Manaquiri, Barreirinha. Neste evento se

    discutiu a formalizao do Ncleo Estadual de Arranjos Produtivos Locais no Amazonas

    NEAPL/AM, a metodologia de trabalho e a necessidade de visitas aos APLs. Na ocasio,

    formou-se ainda o grupo de parceiros que se lanaram como membros e/ou indicaram outros,

    a saber:

    Governo Estadual/Municipal: Secretaria de Estado de Planejamento e

    Desenvolvimento Econmico - SEPLAN; Secretaria de Estado da Produo Rural - SEPROR;

    Secretaria de Estado de Cincia e Tecnologia - SECT e vinculadas; Fundao de Amparo

    Pesquisa do Estado do Amazonas FAPEAM; Secretaria de Estado do Meio Ambiente e

    Desenvolvimento Sustentvel - SDS e vinculadas; Secretaria de Estado do Trabalho -

    SETRAB; Instituto de Desenvolvimento Agropecurio do Estado do Amazonas - IDAM;

    Universidade do Estado do Amazonas - UEA; Instituto de Proteo Ambiental do Estado do

    Amazonas - IPAAM; Instituto de Pesos e Medidas do Amazonas - IPEM; Agncia de

    Desenvolvimento Sustentvel - ADS; Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econmico

    Local - SEMDEL/Prefeitura Municipal de Manaus PMM, Associao Amazonenses de

    Municpios - AAM.

    Governo Federal: Superintendncia do Desenvolvimento da Zona Franca de Manaus

    - SUFRAMA; Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecurias - EMBRAPA; Universidade

    Federal do Amazonas - UFAM; Instituto Nacional de Pesquisas da Amaznia - INPA;

    Delegacia Federal da Agricultura no Amazonas/Ministrio da Agricultura e do Abastecimento

    - DFA/AM; Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis -

    IBAMA.

    Sistema S: Servio Brasileiro de Apoio Micro e Pequenas Empresas do Amazonas

    SEBRAE/AM; Servio Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo/Organizao das

    Cooperativas Brasileiras SESCOOP/OCB; Servio Social da Indstria SESI / Instituto

    Euvaldo Lodi - IEL.

    Instituies financeiras: Banco da Amaznia; Agncia de Fomento do Estado do

    Amazonas - AFEAM; Banco do Brasil - BB; Caixa Econmica Federal - CEF.

    Setor empresarial: Federao das Indstrias do Estado do Amazonas - FIEAM;

    Centro da Indstria do Estado do Amazonas - CIEAM.

  • Plano de Desenvolvimento Preliminar - APL de Fitoterpicos e Fitocosmticos

    5

    Sistema C&T: Fundao Centro de Anlise, Pesquisa e Inovao Tecnolgica

    FUCAPI.

    Representao dos trabalhadores: Federao da Agricultura e Pecuria do Estado do

    Amazonas FAEA; Conselho Regional de Economia - CORECON; Conselho Regional de

    Engenharia, Arquitetura e Agronomia CREA; Conselho Regional de Farmcia dos Estados

    do Amazonas e Roraima - CRF/AM/RR; Conselho Regional de Qumica CRQ.

    A partida para a elaborao do PDP foi dada na I Reunio do Frum (jun/2007), onde

    foram encaminhados os seguintes assuntos: validao dos municpios; metodologia;

    licenciamento ambiental; legislao especial; subsdios; programa de crdito;

    associativismo/cooperativismo; levantamento de mercado; questionrio.

    Ficou acertado que as organizaes deveriam informar as aes realizadas, fornecendo

    indicativos de aes, estratgias e parcerias institucionais que venham culminar na

    implementao de atividades, a partir da alocao de recursos, com o fim de promover a

    reduo das desigualdades inter-regionais e a incluso social, gerando ocupao produtiva e

    melhor nvel de renda. Em julho de 2007, realizou-se a II Reunio do Frum, em que se

    definiram os municpios e a agenda de visitas.

    Aps esta definio, foram realizadas as visitas aos APLs nas seguintes

    datas/municpios:

    17 e 18/07/07 Manaquiri

    24 a 27/07/07 Presidente Figueiredo

    01 e 02/08/07 Manaus

    Em resposta ao solicitado pelo NEAPL na III Reunio do Frum (out/2007), as

    instituies parceiras enviaram em dezembro/2007 as informaes disponveis, que foram

    includas na verso 1.0, posteriormente remetida (maro/2007) para as devidas correes e

    consolidao das informaes. Aps aprovada, a verso final foi encaminhada ao GTP APL,

    contendo um elenco de aes voltadas para o desenvolvimento sustentvel do APL de

    Fitoterpicos e Fitocosmticos no Amazonas.

    2. CONTEXTUALIZAO E CARACTERIZAO DO ARRANJO

    O avano na investigao cientfica da maior biodiversidade do planeta existente na

    Amaznia, por iniciativa dos agentes econmicos (empresas, governo e sociedade), se

    constituiu em um forte apelo ao segmento nos ltimos anos, a ponto de despertar entre os

  • Plano de Desenvolvimento Preliminar - APL de Fitoterpicos e Fitocosmticos

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    atores locais uma atitude proativa em prol da formatao de um arranjo produtivo local no

    Amazonas.

    Em 2001, o Governo do Estado iniciou um processo de implementao de polticas de

    Cincia e Tecnologia, no Departamento de Cincia e Tecnologia, da antiga SEDEC -

    Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econmico (atual SEPLAN), que na ocasio se

    apresentou como interveniente entre o Ministrio da Cincia e Tecnologia - MCT e a

    Fundao Centro de Anlise e Pesquisa e Inovao Tecnolgica FUCAPI, na implantao

    do Programa Plataformas Tecnolgicas para a Amaznia Legal, que veio contribuir com o

    processo, discutindo gargalos importantes na cadeia produtiva.

    Embora esta iniciativa tenha representado uma ao relevante, a idia de trabalhar em

    prol do fortalecimento do segmento tomou fora somente em 2002, durante a elaborao do

    documento intitulado Subsdios para Poltica Pblica de Biotecnologia para o Estado do

    Amazonas, dentro do Programa Plataformas Tecnolgicas, do MCT, induzindo a um

    processo de envolvimento e negociao entre os participantes do setor produtivo,

    universidades, centros de pesquisas, SEBRAE, SENAI, A EMBRAPA, etc., e o Governo

    Estadual.

    Este trabalho indicou as potencialidades de Arranjos Produtivos Locais (APL's) para a

    gerao de emprego e renda em diversos setores econmicos, entre eles, o da bioindstria

    formado pelos segmentos de fitoterpicos, fitocosmticos e fitofrmacos. Foi o resultado da

    viso prospectiva de um grupo representativo de diversos segmentos sociais, da sua

    conscincia de cidadania, comprometimento e inabalvel confiana na possibilidade de

    concretizao de um projeto, objetivando o desenvolvimento econmico baseado na

    explorao sustentada dos recursos naturais da regio.

    Na reunio de lanamento e sensibilizao realizada no dia 02/10/2001 de

    Fitoterpicos e Fitocosmticos, foi debatida a Resoluo n. 17 da ANVISA no que se refere

    conceituao de Fitoterpicos e Fitocosmticos, etapas da cadeia produtiva, os gargalos

    tecnolgicos e no tecnolgicos e aes possveis para suas solues.

    Concluiu-se que a cadeia produtiva dessas plantas composta pelas seguintes etapas

    no processo produtivo: obteno da matria-prima vegetal; processamento da matria-prima

    vegetal; processamento do produto-acabado e mercado. Na ocasio, tambm foram

    apresentados os gargalos na cadeia produtiva e instituies que poderiam resolv-los:

    a) Obteno da matria-prima vegetal:

    Legislao ambiental: IBAMA, IPAAM, MCT E SIPEAM;

    Certificao das matrias-primas: IBAMA, IPAAM, MCT, Bioamaznia e

  • Plano de Desenvolvimento Preliminar - APL de Fitoterpicos e Fitocosmticos

    7

    SIPEAM;

    Identificao botnica: INPA, Bioamaznia e UFAM - Curso de Farmcia;

    Identificao fitoqumica: INPA, UFAM, UEA e Bioamaznia;

    Controle de qualidade/Anlises microbiolgicas: INPA, UFAM, UEA e

    Bioamaznia;

    b) Processamento da matria-prima vegetal:

    Identificao fsico-qumica de insumo: INPA, UFAM, UEA e Bioamaznia;

    Pesquisa fitoqumica de marcadores: INPA, UFAM, UEA e Bioamaznia;

    Processo industrial na produo de insumos: UFAM e IPT;

    Testes necessrios para validao e registro do insumo vegetal junto aos rgos

    sanitrios

    UFAM, IPT, FAM, HMTM, HUGV, FUCAPI; SEDEC (atual SEPLAN),

    ABIN e SEBRAE;

    c) Processamento do produto-acabado:

    Capacitao de pessoal em formulaes: UFAM, UEA, Bioamaznia e

    FUCAPI;

    Controle de qualidade do produto-acabado UFAM, UEA, Bioamaznia,

    FUCAPI e SEDEC (atual SEPLAN);

    Capacitao de pessoal em designer embalagens e rtulos FUCAPI,

    UFAM, SEBRAE, SEDEC (atual SEPLAN) e SUFRAMA;

    Patentes FUCAPI, UFAM, UEA, ABIN, Bioamaznia, SEBRAE, SEDEC

    (atual SEPLAN) e SUFRAMA.

    d) Mercado

    Selo de qualidade ambiental e social vinculado ao Amazonas Certificao -

    FGV, SEBRAE, FUCAPI, Bioamaznia, IBAMA, IPAAM e UFAM;

    Estudo de mercado - FGV, SEBRAE, FUCAPI;

    e) Clulas de apoio ao estudo da cadeia produtiva.

    Criao da cmara tcnica de fitoterpicos e fitocosmticos com a participao

    das instituies envolvidas;

    Aquisio de publicaes tcnico-cientficas para formao do acervo

    bibliogrfico necessrio para apoio s diferentes atividades a serem

    desenvolvidas na cadeia produtiva.

  • Plano de Desenvolvimento Preliminar - APL de Fitoterpicos e Fitocosmticos

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    Em uma segunda reunio realizada no dia 09/11/2001, selecionou-se 11 plantas que

    deveriam ser priorizadas no APL de Fitoterpicos e Fitocosmticos por serem promissoras, as

    quais so:

    Plantas Selecionadas como Fitoterpicas: Unha de gato Uncaria tomentosa (Wild)

    DC Famlia Rubiaceae; Muirapuama Ptychopetalum olacoides Benth Famlia

    Olacaceae; Pedra-hume-ca Myrcia Citrifolia (Aubl.) Pers. Famlia Myrtaceae; Chichu

    Maytenus guianensis Klot. Famlia Celastraceae.

    Plantas selecionadas como Fitocosmticas: Mulateiro Calycophylum spruceanum

    (Benth) Hook F. ex. Schum. Famlia Rubiaceae; Preciosa Aniba canellila (H.B.K) Mez

    Famlia Lauraceae; Crajir Arrabidaea chica Verl. Famlia Bignoniaceae; Cupua

    Theobroma grandiflorum (Wild. Ex. Spreng) Schum. Famlia Sterculiaceae; Buriti

    Mauritia flexuosa L. Famlia Palmae; Patau Jessenia bataua (Mart.) Burret Famlia

    Palmae; Pau Rosa Aniba duckei Kosterm. Famlia Lauraceae.

    Em reunio realizada no dia 06/05/2002 se definiu que o principal gargalo tecnolgico

    do APL de Fitoterpicos e Fitocosmticos o da validao, pois para que um produto desse

    segmento possa ser inserido no mercado consumidor ele precisa ser validado e registrado

    junto a ANVISA Ministrio da Sade, e o processo de validao consiste em se realizar

    diversos ensaios qumicos, fsico-qumicos, microbiolgicos, analticos, toxicolgicos e

    farmacolgicos, assegurando desta forma a segurana e a eficcia do produto em todas as

    fases do seu prazo de validade, incluindo o armazenamento, a distribuio e o uso.

    Nesta reunio chegou-se tambm a concluso de que validar as onze plantas

    selecionadas seria uma tarefa impraticvel, decidindo-se ento trabalhar com apenas trs

    plantas, as quais seriam escolhidas das 11 pr-selecionadas, e a deciso deveria ser com base

    tcnica, atravs de informaes j existentes sobre a aplicabilidade e o uso, devendo ser

    objeto de validao, as plantas que apresentassem o maior nmero de informaes disponveis

    e com maior potencial fitoterpico e fitocosmtico.

    Em reunio realizada no dia 13/05/2002 apresentaram-se quais plantas esto mais

    preparadas para serem validadas, sendo elas duas fitoterpicas e uma fitocosmtica:

    Fitoterpica: Muirapuama Ptychopetalum olacoides Benth (Famlia Olacaceae) e

    Chichu Maytenus guianensis Klot (Famlia Celastraceae).

    Fitocosmtica: Crajiru Arrabidaea chica Verl. Famlia Bignoniaceae.

    Definiu-se tambm trs coordenadores, sendo eles: Dr. Juan Revilla INPA

    (Botnica), Dr. Adrian Pohlit INPA (Fitoqumica) e Dra. Maria Rosa Lozano Borrs

    UFAM (Toxicologia, Farmacologia e Microbiologia).

  • Plano de Desenvolvimento Preliminar - APL de Fitoterpicos e Fitocosmticos

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    Os coordenadores de cada rea tiveram as funes de reunir, quem deveria estar

    envolvido em cada rea especificada acima para validar e elaborar conjuntamente o projeto

    para cada uma das trs plantas selecionadas, os quais seriam encaminhados para a agncia

    financiadora.

    Em reunio realizada no dia 23/05/02, foram apresentadas pelos coordenadores quais

    etapas deveriam estar presentes nos projetos em elaborao, para cada uma das reas para que

    os projetos atingissem a validao das trs plantas, sendo eles:

    Botnica: Reviso bibliogrfica; Inventrio botnico; Descrio macroscpica e

    microscpica;

    Distribuio geogrfica;

    Fitoqumica: Padronizao qualitativa e quantitativa dos princpios ativos ou

    marcadores; Padronizao fsico-qumica; Padronizao da metodologia analtica; Formao

    de um banco de padres; Determinao de contaminantes (principalmente metais pesados).

    Farmacologia, Toxicologia e Microbiologia: Atividade antidiabtica; DL50;

    Toxicidade sub-aguda; Toxicidade crnica; Exposio a msculo liso; Exposio a msculo

    estriado; Open field; Presso arterial; Corao; Atividade antiinflamatria; Ao

    fertilizante.

    Em paralelo a esta ao, se amadureceu a idia de pleitear a criao de um plo de

    bioindstria, um projeto que deveria ser pensado pelos atores locais e construdo em parceria

    com o Governo do Estado. Assim, em 2003, o Governo do Amazonas, por intermdio da

    SEPLAN, em seu Departamento de Micro e Pequenas Empresas DEMPE concebeu o

    Programa de Distritos Industriais de Micro e Pequenas Empresas, que envolveria a construo

    de vrios distritos industriais para micro e pequenas empresas locais, objetivando a criao de

    empregos, tanto no interior quanto na capital.

    Em abril de 2004, a Fundao Nacional de Sade, encaminhou ao Excelentssimo

    Governador do Estado, o Relatrio Final do I Seminrio de Insero de Fitoterpicos na

    Assistncia Farmacutica do SUS, que serviu de reforo ao pleito, manifestando o desejo

    de todos os participantes de verem a proposta de criao do Plo da Bioindstria do

    Amazonas transformada em prioridade do Governo.

    A partir de uma interlocuo da SEPLAN junto a SUFRAMA, se obteve desta

    instituio, a doao de um terreno localizado no Distrito Industrial II, para a construo do I

    DIMPE, que incluiria em seu espao o segmento de madeira-mvel e o de bioindstria.

    Entretanto, sua construo neste local, foi inviabilizada, em funo de o terreno apresentar um

    acentuado desnvel, o que exigiria um alto custo na terraplanagem, extrapolando a verba

  • Plano de Desenvolvimento Preliminar - APL de Fitoterpicos e Fitocosmticos

    10

    planejada e pleiteada junto ao Governo Federal, por meio da SUFRAMA, com contrapartida

    do Governo do Estado.

    Levando em considerao esta inviabilidade e por sugesto do arquiteto do projeto, os

    atores definiram que os plos poderiam ser construdos em terrenos separados e em outros

    lugares. Nas reunies de entendimento, se sugeriu que o Plo Madeireiro poderia ficar em um

    terreno situado no Tarum e o da Bioindstria na Max Teixeira, Cidade Nova.

    Como o recurso obtido da SUFRAMA no seria suficiente para a implantao

    simultnea dos dois projetos, houve o direcionamento para o Plo Madeireiro, em virtude de

    apresentar um maior nmero de empresas envolvidas no pleito. Assim, o I DIMPE, com

    nfase no segmento de madeira-mvel, entrou em processo de construo, tendo sido

    contemplado com o lanamento da pedra fundamental no dia 22/06/2006, data oficial do

    inicio de sua obra.

    Esta primeira obra exigiu a definio de novas estratgias para se implementar um

    plo de bioindstria no Amazonas, o qual poderia incluir a construo de 27 lotes de 1200 m2

    cada, a partir de um investimento total estimado de R$ 9,38 milhes. A estratgia elaborada

    definiu as seguintes concepes metodolgicas: setores contemplados; conceitos norteadores;

    estratgia de ao e metas.

    Em 15 de dezembro de 2005, foi protocolado na SUFRAMA o Ofcio no. 446/2005-

    GS-DEMPE, encaminhando nova proposta de implantao de um parque de bioindstria no

    Amazonas, que seria instalado em uma rea de 67.342 m2 de propriedade do Estado, situado

    margem direita da avenida Max Teixeira, reservado verbalmente em reunio entre a equipe da

    SEPLAN e do Conselho de Desenvolvimento Humano CDH, com a presena da

    excelentssima Primeira Dama do Estado.

    A SUFRAMA respondeu a este encaminhamento atravs de seu Ofcio no. 1741/SAP,

    de 23 de maro de 2006, informando que em vista do projeto ter sido encaminhado no final do

    exerccio, no houve tempo hbil para apreciao do Grupo Tcnico de Anlise de Projetos de

    Desenvolvimento Regional GTAPDER, nem disponibilidade de recursos financeiros para

    atendimento do mesmo naquele momento.

    Posteriormente, em 20/jun/2006, a SUFRAMA informou ao representante dos

    empresrios do CIDE, por meio do Of. no. 4332/ CGDER-SAP, que o projeto em referncia, o

    qual foi objeto de uma audincia sobre o expediente da SEPLAN acima citado, se encontra

    cadastrado e analisado, sendo considerado enquadrado nos critrios adotados pela instituio

    para aplicao de recursos financeiros, no tendo sido atendido naquele exerccio por

  • Plano de Desenvolvimento Preliminar - APL de Fitoterpicos e Fitocosmticos

    11

    restries oramentrias e financeiras, mas que ficaria aguardando somente o

    descontingenciamento dos recursos pelo Governo Federal.

    Desde ento, os pleitos do segmento de bioindstria, incluindo as atividades do APL

    em referncia, passaram a ser conduzidos pela Cmara Setorial, por meio das propostas 001 e

    002, apresentadas no anexo deste.

    CARACTERIZAO

    O fitoterpico um medicamento obtido empregando-se exclusivamente matrias-

    primas ativas vegetais. caracterizado pelo conhecimento da eficcia e dos riscos de seu uso,

    assim como pela reprodutibilidade e constncia de sua qualidade. Sua eficcia e segurana so

    validadas atravs de levantamentos etnofarmacolgicos de utilizao, documentaes tcnico-

    cientficas e publicaes ou ensaios clnicos fase 3. No se considera medicamento

    fitoterpico aquele que, na sua composio, inclua substncias ativas isoladas, de qualquer

    origem, nem as associaes destas com extratos vegetais. (RDC n48 de 16/03/04).

    O foco no tema fitoterpicos surge da ateno mundial ao assunto e do potencial da

    Floresta Amaznica em plantas cujos princpios ativos tm ao j comprovada ou ainda a

    identificar para a sade. A bioprospeco com o objetivo de localizar essas plantas interessa

    ao setor farmacutico e ao setor de cosmticos; o conhecimento tradicional da populao local

    d pistas prospeco.

    O segmento de fitoterpicos e fitocosmticos tem sido alvo de interesse de

    profissionais altamente qualificados, propiciando um ndice elevado de pesquisas cientficas

    nos pases desenvolvidos, fundamentais para o contnuo desenvolvimento e lanamento de

    novos produtos. Estudos farmacolgicos e experimentais esto disponveis para as principais

    plantas e seus derivados comercializados no pas.

    A diviso por classes teraputicas dos fitoterpicos vendidos na Unio Europia est

    em sintonia com as doenas que afetam sua populao. Em termos de produtos por classe

    teraputica, na Alemanha, entre os 100 fitoterpicos mais prescritos, 29 so voltados para

    desordens respiratrias e 19 para desordens do sistema nervoso central.

  • Plano de Desenvolvimento Preliminar - APL de Fitoterpicos e Fitocosmticos

    12

    INDICAES PARA OS 100 FITOTERPICOS MAIS PRESCRITOS NA ALEMANHA

    INDICAO NO. DE

    PRODUTOS VENDAS EM US$

    MILHES Desordens do sistema nervoso central 19 345,38

    Desordens respiratrias 29 143,27

    Desordens do trato urinrio 11 118,26

    Desordens cardiovasculares 10 115,76

    Desordens do estmago, intestino, fgado e trato biliar 10 82,03

    Promoo de resistncia desordens 6 50,75

    Desordens da pele e tecido conectivo 11 44,21

    Desordens ginecolgicas 4 17,34 Fonte: Blumenthal, M. 1998.

    No mbito regional o setor composto de poucas empresas, de pequeno porte com

    administrao familiar e voltadas para o mercado regional. As receitas so obtidas de poucos

    produtos, especialmente leo de copaba, leo de andiroba e compostos base de mel e

    extratos vegetais. O nvel de pesquisa ainda baixo e basicamente orientado para adaptar,

    para a regio, produtos lanados no exterior. O desenvolvimento de produtos inovadores

    pouco relevante e a estratgia de lanamento de novos produtos segue as tendncias do

    mercado internacional.

    Classes teraputicas dos fitoterpicos vendidos na UE e principais doenas*

    CLASSE TERAPUTICA % PRINCIPAIS DOENAS Cardiovascular 27,2 Sistema circulatrio

    Respiratrio 15,3 Cncer

    Digestivo 14,4 Sistema respiratrio

    Tnico 14,4

    Hipntico / sedativo 9,3

    Tpico 7,4

    Outras 12,0 Fonte: Blumenthal, M. 1998. OMS, 1998. * Pases desenvolvidos.

    As empresas mais expressivas existentes no Estado Amazon Ervas, Pronatus e S.A

    Pharmacos e Cosmticos, esto em pleno processo de expanso. Nos ltimos anos,

    investiram em novas plantas industriais. O Centro de Incubao e Desenvolvimento

    Empresarial (CIDE) manteve no seu espao e fora dele, como associada, as seguintes

    empresas deste ramo: Essencial, Amazon Cosmticos, Magama Industrial, Extractamazonia,

  • Plano de Desenvolvimento Preliminar - APL de Fitoterpicos e Fitocosmticos

    13

    Pronatus, S.A Pharmacos e Cosmticos, Ajuri Florestal, Sohervas da Amaznia e a

    Crodamazon.

    Todas as empresas so de capital nacional privado. Apesar de no ser possvel obter

    informaes patrimoniais, pode-se estimar que as empresas no possuem nveis elevados de

    patrimnio lquido, podendo ser classificadas como de pequeno porte. Na maioria das

    empresas a administrao concentrada no scio-proprietrio ou distribuda por sua famlia.

    A tomada de deciso tambm passa exclusivamente pelos proprietrios, mesmo nas empresas

    que possuem estruturas funcionais mais organizadas.

    A insistncia do scio-proprietrio em querer atuar em todas as reas e utilizar a

    famlia como mo-de-obra tende a ser motivada pela conteno de custos e pela confiana.

    Este estilo de administrao pode no ser suficiente. A experincia verificada em algumas

    empresas mostra que somente a contratao de pessoal especializado, notadamente para o

    setor de vendas, permite superar as deficincias de estruturas familiares.

    V-se na tabela que a evoluo do faturamento nesta srie no muito representativa,

    pois a base de empresas que informaram os valores no se repetiu em nenhum ano. Com base

    nesses dados, estima-se um faturamento anual consolidado, para as empresas da regio, de at

    R$ 5 milhes. Os nmeros de emprego total e na produo tambm tiveram nesta amostra a

    base de empresas diferentes a cada ano. A anlise individual mostra grande predominncia da

    relao de dois empregados na produo para cada trs empregados da empresa. Em parte,

    estes nmeros refletem a tendncia concentrao de funes pelos scios-proprietrios e de

    familiares, os quais em algumas empresas no so considerados como empregados.

    EVOLUO DO FATURAMENTO, EMPREGO NA PRODUO E EMPREGO TOTAL

    DISCRIMINAO 1995 1996 1997 1998

    Faturamento (R$ mil) 389,2 2.821,1 2.980,1 3.208,4

    Emprego total 31 70 26 109

    Emprego na produo 22 51 16 71

    Nmero de empresas (em relao ao faturamento) 2 4 4 2

    Grau de concentrao da principal empresa N/A 65.6% 64.0% 70.2%

    Fonte: SEPLAN. Dados consolidados.

    As empresas do Amazonas investiram recentemente em novas instalaes industriais e

    em mquinas e equipamentos. A motivao bsica foi a forte expectativa de crescimento das

    vendas. Elas j esto pensando em novas expanses na prpria cidade de Manaus. Outros

  • Plano de Desenvolvimento Preliminar - APL de Fitoterpicos e Fitocosmticos

    14

    investimentos tidos como importantes tem sido em treinamento de funcionrios e em controle

    de qualidade.A estrutura de custos foi obtida, confirmando as expectativas sobre a

    importncia das matrias-primas e mo-de-obra. Estes dois fatores so indicados pelas

    empresas como sendo os custos mais influentes.

    Os custos com embalagens so maiores que os custos de frete e despesas comerciais.

    Cabe observar que o design de embalagens fundamental para a atrao dos consumidores e,

    sem dvida, este no um item forte das empresas da regio. Este ponto dever receber mais

    ateno caso a conquista de novos mercados se transforme em planos de investimentos. Os

    investimentos e as operaes tendem a ser financiadas com gerao de caixa.

    ORDEM DE IMPORTNCIA DOS CUSTOS

    ORDEM CUSTO

    1 Matria-prima

    2 Mo-de-obra

    3 Embalagem

    4 Despesas administrativas

    5 Frete

    6 Despesas comerciais

    7 Manuteno dos equipamentos Fonte: SEPLAN

    A procedncia de cada matria-prima bem determinada. As plantas regionais e seus

    derivados so comprados na prpria regio, principalmente Par e Amazonas. O mel do

    Nordeste e em menor escala de Santa Catarina. As plantas no regionais e seus derivados so

    compradas em So Paulo. Este estado tambm fornece insumos e servios. Rio de Janeiro,

    Pernambuco e Cear tambm so fornecedores. Os servios prestados exclusivamente em So

    Paulo so o encapsulamento de leos e a esterilizao por raio gama.

    ORDEM VANTAGEM

    COMPETITIVA NMERO DE CITAES

    1 Marca 6

    2 Qualidade do produto 5

    3 Preo 4

    4 Canais de distribuio 4

    5 Propaganda 4

    6 Prazo de pagamento 3

    7 Tecnologia 3 Fonte: SEPLAN

  • Plano de Desenvolvimento Preliminar - APL de Fitoterpicos e Fitocosmticos

    15

    As empresas da regio concentram suas vendas em produtos base de mel com

    extratos vegetais, nas cpsulas de copaba e nas cpsulas de andiroba. provvel que a

    concorrncia se instale na regio quando empresas de estados vizinhos passassem a atuar

    nestas atividades. Esta situao no est to distante, j que elas vm se preparando para isto.

    Empresas com produtos que no possuem concorrncia desfrutam de posies mais

    confortveis, com maiores possibilidades para manter ou aumentar suas margens de lucro.

    As anlises sobre vantagens competitivas mostram dois resultados diferentes. A marca

    a vantagem mais notada, seguida de qualidade. Este resultado demonstra a preocupao com

    a imagem da empresa, atravs da marca e da qualidade do produto. A anlise individual,

    entretanto, revela outro aspecto. Apesar de no ser o mais citado, o preo foi considerado a

    principal vantagem competitiva.

    A possibilidade de novas concorrncias tem de ser vista em dois nveis: produtos

    regionais e produtos gerais. Os primeiros so produzidos por todas as empresas e so

    basicamente derivados de copaba, andiroba e guaran. Neste nvel, a concorrncia ser

    basicamente entre as empresas da regio e dificilmente envolver empresas de outras regies.

    A entrada de novos produtores no deve ser esperada nas atuais condies. Nas empresas de

    fora da regio, os investimentos que as atraem, so relacionados pesquisa de novos

    medicamentos e cosmticos, e com o cultivo de plantas de interesse. No se percebe intenes

    de construo de novas unidades de produo, principalmente pelos aumentos de custos.

    No nvel dos produtos que a maioria do setor produz, como Ginkgo biloba, e

    Equincea, a concorrncia envolve empresas de outras regies, principalmente do Sul/Sudeste

    e do exterior. Porm, atualmente somente as empresas do Amazonas tm condies de ter

    uma linha de produtos to abrangente. Elas tm a vantagem de menores custos de transporte e

    de estarem mais perto dos consumidores, mas somente estes fatores so insuficientes para a

    conquista do mercado.

    Marca e preo so dois fatores decisivos na compra de um fitoterpico. Empresas

    nacionais mais conhecidas ou produtos importados costumam transmitir uma imagem de

    marca mais confivel, mesmo que no seja verdade, e podem conseguir at preos maiores.

    Recursos financeiros e capacidade gerencial e de marketing sero decisivos neste nvel de

    competio.

    Focando apenas a regio amaznica, a presso dos medicamentos como substitutos

    dos fitoterpicos no muito forte. O uso de plantas medicinais est enraizado na cultura

    regional. Alm disso, o custo de fitoterpicos inferior aos dos medicamentos, fator

  • Plano de Desenvolvimento Preliminar - APL de Fitoterpicos e Fitocosmticos

    16

    significativo, considerando a baixa renda per capita regional atual. Estas vantagens no se

    verificam com tanta intensidade em outras regies, diminuindo a penetrao do fitoterpico.

    PARTICIPAO DOS DERIVADOS DE PRODUTOS NATURAIS NO FATURAMENTO TOTAL DA EMPRESA

    PARTICIPAO NO FATURAMENTO

    N DE EMPRESAS

    Baixa - < 30% 8

    Mdia - entre 30% e 60% 0

    Alta - > 60% 0 Fonte: SEPLAN

    O levantamento das empresas do setor de frmacos e fitoterpicos localizadas fora da

    regio amaznica identificou o interesse pela utilizao de produtos naturais da Amaznia e

    as intenes de investimentos na regio. A participao dos produtos derivados de produtos

    naturais da Amaznia no faturamento total da empresa baixa.

    PRINCIPAIS MOTIVOS PARA A UTILIZAO DE PRODUTOS NATURAIS DA AMAZNIA

    MOTIVO N DE EMPRESAS

    Demanda de mercado 8

    Preo 0

    Outros 2 Fonte: SEPLAN

    No se deve esperar que esta participao eleve-se para nveis apreciveis no curto

    prazo. O lanamento de fitoterpicos e suplementos nutricionais dirigido pelo mercado

    internacional, especialmente o americano e o alemo. As empresas nacionais costumam

    copiar os produtos lanados no exterior, que geralmente no contm derivados de plantas

    amaznicas. A demanda de mercado o principal motivador para as empresas trabalharem

    com produtos amaznicos. E no poderia ser diferente, j que os motivos para a no utilizao

    destes produtos so bem mais significativos.

    A irregularidade no fornecimento de produtos o principal problema para a rejeio

    aos produtos amaznicos. A falta de estrutura de cultivo, quando vivel, colheita e/ou coleta e

    m distribuio so problemas que tm que ser solucionados para que sejam criadas

    oportunidades de maior utilizao destes recursos regionais.

  • Plano de Desenvolvimento Preliminar - APL de Fitoterpicos e Fitocosmticos

    17

    PRINCIPAIS MOTIVOS PARA A NO UTILIZAO DE PRODUTOS NATURAIS DA AMAZNIA

    MOTIVO N DE EMPRESAS

    Falta de demanda 2

    Preo 1

    Baixa qualidade dos produtos 2

    Irregularidade no fornecimento de produtos 4

    Perda de qualidade dos produtos no transporte 1

    Outros 5 Fonte: SEPLAN

    Apoio pesquisa nos centros e institutos, cultivo e incentivo aos produtores locais, so

    as reas de interesse. Os motivos so o maior controle de qualidade da matria-prima e a

    busca por novos medicamentos fitoterpicos e fitocosmticos. Entre os motivos alegados para

    a falta de interesse em investir na regio destacam-se a falta de infra-estrutura e de corpo

    tcnico.

    Na relao dos produtos mais vendidos e suas origens, o leo de copaba

    predominante, sendo vendido em cpsulas ou componente de outros produtos, em especial

    compostos de mel e xaropes. Esses compostos so muito procurados. So lderes de vendas

    para a maioria das empresas. O leo de andiroba tambm destaque, e como o de copaba,

    pode ser encontrado em cpsulas ou componente de outros.

    PRINCIPAIS MOTIVOS PARA NO INVESTIR NA REGIO AMAZNICA

    MOTIVO N DE EMPRESAS

    Falta de infra-estrutura na regio 3

    Falta de corpo tcnico na regio 3

    Aumento dos custos 2

    Distncia dos centros consumidores 1

    Falta de mo-de-obra especializada na regio 1

    Outros 6 Fonte: SEPLAN

    A linha de produtos das empresas muito vasta. Algumas empresas tm mais de 150

    produtos em seus catlogos. Esta variedade, entretanto, no representa a utilizao da

    biodiversidade amaznica. Ao contrrio, a maioria dos produtos derivada de plantas ou

    materiais trazidos de outras regies do pas ou do exterior e mantm relao direta com o

    consumo mundial de fitoterpicos e suplementos nutricionais.

  • Plano de Desenvolvimento Preliminar - APL de Fitoterpicos e Fitocosmticos

    18

    PRODUTOS MAIS VENDIDOS DERIVADOS DE PRODUTOS AMAZNICOS

    PRODUTO ORIGEM

    Cpsulas de leo de copaba - diversos fabricantes leo de copaba

    Mel para tosse - diversos fabricantes Mel, leo de copaba e outros extratos vegetais

    Cpsulas de leo de andiroba leo de andiroba

    Xaropes Mastruz com leite de amap, juc, catuama, guaran

    Derivados de guaran Guaran

    Fonte: SEPLAN

    O desenvolvimento de novos produtos determinado pelo mercado. Como o

    desenvolvimento interno raro, as empresas monitoram o que est sendo lanado no exterior

    e verificam as possibilidades de sucesso no pas. Caso uma oportunidade seja identificada,

    inicia-se o processo de adaptao para o mercado local. Na tabela a seguir, o nmero de

    produtos utilizveis (21) pequeno comparado com o potencial da regio, mas no

    inexpressivo, principalmente se comparado com os outros 97, independente da origem

    geogrfica, utilizados por empresas nacionais.

    A preferncia dos produtores de outras regies tambm recai sobre produtos de plantas

    medicinais que seguem a tendncia mundial. Especificamente sobre produtos de plantas

    amaznicas, existem dados referentes aos diversos tipos de produtos, procedncia, finalidade,

    destino da produo e nmero de empresas que os utilizam.

    Informaes sobre quantidades no so divulgadas pelas empresas, sendo muito difcil

    estim-las. O nmero de produtores que utilizam cada produto serve como indicador da

    importncia destes. Verifica-se que o guaran o produto mais procurado, sendo

    transformado em fitoterpico ou sendo revendido e tem como destino os mercados nacionais e

    internacionais.

    O mercado internacional para produtos de plantas medicinais amaznicas ainda no

    muito expressivo. Foram identificados alguns fornecedores e produtores, principalmente nos

    EUA. Baseado nesse aspecto, estimou-se os produtos mais comercializados nesse pas.

    O guaran o destaque, embora muito inferior se comparado com as plantas de maior

    sucesso comercial. O Pau d'Arco, usado h anos como adstringente, antiinflamatrio e

    analgsico, tem seus constituintes qumicos e ingredientes ativos bem documentados. A Suma

    (Pfaffia paniculata, Ginseng brasileiro) uma das mais efetivas para problemas femininos, pois

    atua inicialmente como regulador dos sistemas endcrino, nervoso, muscular-esqueltico e

    digestivo, sendo classificada como um verdadeiro "adaptogen", j que se difere de outras

  • Plano de Desenvolvimento Preliminar - APL de Fitoterpicos e Fitocosmticos

    19

    plantas por poder ser utilizada com segurana diariamente. Sua ao normalizadora ao invs

    de estimulante ou inibitiva.

    PRINCIPAIS PRODUTOS NATURAIS DA REGIO AMAZNICA

    NO. DE PRODUTORES PRODUTO

    NATURAL PROCEDNCIA FINALIDADE DESTINO

    A B Total

    Guaran Manaus/Belm AM/SP

    Revenda Fitoterpico

    Interno Exportao

    20 3 23

    Copaba* bidos (AM) Maring

    Revenda Fitoterp./Cosmtico

    Interno Exportao

    9 9 18

    Muirapuama* So Paulo Norte

    Fitoterpico Revenda

    Interno 11 2 13

    Andiroba Anpolis Norte

    Revenda Fitoterp./Cosmtico

    Interno Exportao

    4 8 12

    Pedra ume ca* Norte Fitoterpico Interno 7 2 9 Pau d'Arco* Norte Fitoterpico Interno 6 2 8 Jaborandi Maranho Fitofrmaco

    Cosmtico Interno Exportao

    5 2 7

    Pata de vaca Manaus Fitoterpico Interno 4 2 6 Mastruz Norte Fitoterpico Interno 3 2 5 Urucum* S. Jos do Rio Preto Fitoterpico Interno 4 1 5 Imbaba* Registro(SP) Fitoterpico

    Revenda Interno 3 0 3

    Ipecacuanha So Paulo Norte

    Fitoterpico Revenda

    Interno Exportao

    3 0 3

    Amap Manaus Revenda Interno 1 2 3 Sacaca Manaus Fitoterpico Interno 0 3 3 Cumaru verdadeiro

    Manaus So Paulo

    Revenda Fitoterpico

    Interno 2 0 2

    Casca preciosa Manaus Revenda Interno 1 1 2 Juc Manaus Fitoterpico Interno 1 1 2 Crajiru Manaus Fitoterpico Interno 0 2 2 Carapanaba Manaus Fitoterpico Interno 0 1 1 Cip miraruira Manaus Fitoterpico Interno 0 1 1 Cip tuira Manaus Fitoterpico Interno 0 1 1

    Fonte: SEPLAN, material de divulgao impresso e Internet. A: empresas fora da regio amaznica B: empresas da regio amaznica

    As informaes do comrcio internacional no ajudam muito na tentativa de se estimar

    valores para os produtos de plantas medicinais amaznicas. Informaes sobre volumes de

    extrao, coleta ou de extratos so escassas e duvidosas1. Para agravar, as informaes da

    SECEX sobre o comrcio exterior destes produtos so agrupadas em poucas contas,

    inviabilizando a visualizao de valores e volumes de produtos especficos.

    1 As informaes do IBGE sobre volumes de extrao vegetal entre os anos de 1990 e 1996 apresentam distores, como a pequena produo de leo de copaba no Estado do Par e a inexistncia de produo de urucum no Amazonas e no Par.

  • Plano de Desenvolvimento Preliminar - APL de Fitoterpicos e Fitocosmticos

    20

    ESTIMATIVA DAS PLANTAS MEDICINAIS BRASILEIRAS MAIS NEGOCIADAS NOS EUA

    PLANTA MEDICINAL N DE

    FORNECEDORES IDENTIFICADOS

    N DE PRODUTORES

    IDENTIFICADOS Guaran - Paullinia cupana 49 99

    Pau d'Arco - Tabebuia impetiginosa 7 59

    Suma - Pfaffia paniculata 29 46 Fonte: Catlogos de produtores e fornecedores e lojas virtuais de suplementos nutricionais.

    Quanto aos fitocosmticos, podemos afirmar que so preparaes constitudas por

    substncias naturais, de uso externo nas diversas partes do corpo humano, pele, sistema

    capilar, unhas, lbios, rgos genitais externos, dentes e membranas mucosas da cavidade

    oral, com o objetivo exclusivo ou principal de limp-los, perfum-los, alterar sua aparncia,

    corrigir odores corporais e ou proteg-los ou mant-los em bom estado.

    O Brasil exporta alguns produtos e, de forma inexplicvel, importa outros, cujas

    plantas dos mesmos so abundantes em nossa flora. Por exemplo, ainda se importa leo de

    eucalipto, cuja produo relativamente grande no Sul, porm ligado mais economia

    informal, que de forma industrial, o que dificulta muito a avaliao deste produto. De maneira

    geral, este produto tem um pequeno uso medicinal, sendo mais utilizado na indstria de

    desinfetantes domsticos.

    O Pas tem grande potencial para produo e exportao de leos de palmeiras em

    geral. Entretanto, falta uma poltica especfica para o setor, impedindo o desenvolvimento de

    segmento de mercado, que se concentra principalmente no interno, menos exigente em

    relao qualidade. A maior dificuldade de utilizao desses leos pela indstria de

    cosmticos est na falta de mtodos de refino e eliminao dos perxidos, presentes na

    maioria dos leos naturais. Aparentemente estas dificuldades no se constituem em obstculos

    tecnolgicos, uma vez que o Brasil dispe de massa crtica suficientemente qualificada e

    parque industrial capacitado para desenvolver a tecnologia necessria.

    Outro aspecto importante a significativa diminuio na produo de leo de copaba

    entre 1984 e 1990, que pode ser atribuda lenta degradao da rvore pelas madeireiras.

    Apenas uma dezena de produtos desta classe foi registrada pelo IBGE, provavelmente devido

    ao grande comrcio informal existente neste segmento de mercado. Alm disso, muitos desses

    produtos tambm so utilizados fora da medicina, como por exemplo: o extrato do cumaru em

    cosmticos, o leo de eucalipto em domissaniantes, o extrato de barbatimo em curtume, etc.

    Originrio da coleta de resinas de vrias espcies vegetais e misturado com cera,

    provavelmente produzida pelas abelhas (Apis mellifera), a prpolis outro produto que

  • Plano de Desenvolvimento Preliminar - APL de Fitoterpicos e Fitocosmticos

    21

    merece um destaque, por ser muito usado pela medicina tradicional. O Brasil atualmente o

    maior produtor mundial, produzindo cerca de 100 t/anuais; entretanto, apenas 20% desta

    quantidade so exportados legalmente (na forma de produto in natura e extratos em soluo

    alcolica); a maior parte das 80 t restantes so exportadas no mercado negro, representando

    um mercado ilegal de US$ 10 milhes/ano.

    A indstria de cosmticos composta de quatro segmentos principais: perfumes,

    produtos para cabelos, maquiagem e cosmticos dermatolgicos, corporais ou faciais,

    incluindo os bronzeadores. A grande maioria das empresas vende uma marca, que simboliza

    beleza ou elegncia, e no desenvolve a prpria tecnologia, recorrendo a centros de pesquisas.

    O uso de extratos e leos essenciais na indstria de cosmticos, e em particular, no

    ramo de perfumes remonta a antiguidade. Com o desenvolvimento da qumica orgnica no

    final do sculo XIX, comea-se a desvendar a composio dos mesmos. Como resultado

    destas pesquisas a indstria de perfumes passou de 50 a mais de 1000 fragrncias

    sintetizadas.

    O desafio na continuidade da sntese de novas fragrncias consistia na volatilidade do

    odor que se modificava quando do corte ou transporte das plantas. Nos anos de 1970, os

    mtodos de anlise instrumental (cromatografia e espectrometria de massas) permitiram

    captar as fragrncias de plantas cortadas, reproduzindo quimicamente sua composio.

    Na mesma dcada, a Givaudam Roure comeou o programa para detectar estas

    fragrncias, utilizando-se de um sistema absorvente com carvo ativado, o Porapak e Tenax.

    O faturamento da empresa somado o ramo das fragrncias (51%) e dos aromatizados (49%)

    atingiu 1,4 bilhes de francos suos em 1997. As fragrncias so destinadas a perfumes de

    luxo, cosmticos, sabonetes e outros produtos domsticos.

    Os aromatizantes so tanto naturais como aditivos sintticos, voltados notadamente

    para indstria de bebidas, alimentcia, farmacutica, higiene oral e alimento natural. As

    vendas da Givaudam Roure concentram-se nos EUA (39%) e Europa (37%). A sia absorve

    16% e a Amrica Latina apenas 8%. Atualmente a empresa est investindo para aumentar sua

    capacidade em 50%.

    A LOreal, por sua vez, patenteou e comercializou, em seus 30 anos de existncia,

    mais de 100 molculas. a lder internacional da indstria de cosmticos no registro de

    patentes, com um total de 2.000 (sendo que 70% somente nos ltimos cinco anos). muito

    provvel que as duas empresas acima tenham obtido muitas de suas molculas, na

    biodiversidade Amaznica. Ambas investem entre 3 e 5% de seus faturamentos em pesquisas.

  • Plano de Desenvolvimento Preliminar - APL de Fitoterpicos e Fitocosmticos

    22

    Apesar das facilidades na bioprospeco, a expanso da demanda por produtos

    naturais, reorientou parte da indstria de cosmticos para extratos e leos essenciais. Segundo

    a American Chemical Society e a Royal Society of Chemistry, as indstrias de cosmticos dos

    EUA vendem cerca de US$ 18 bilhes por ano, dos quais 10% so de produtos com bases

    naturais. A participao dos insumos naturais no valor de vendas da ordem de 10%.

    Neste contexto, a indstria de cosmticos foi buscar no conhecimento tradicional,

    receitas para rejuvenecimento, hidratao e relaxamento da pele e dos cabelos. Os leos

    essenciais, por sua vez, transformam-se em gis e ganham novas embalagens. As principais

    empresas de porte mdio e grande que utilizam os produtos naturais so: Clarins, Yver

    Rocher, Biotherm, Ushua, Rose Brier e Mahogany. Recentemente empresas como LOreal,

    Esther Laudel e Clinique criaram linhas especficas de produtos com bases naturais.

    Na sia, as japonesas Shiseido e Mitsubishi tm crescido muito nos ltimos anos,

    devido aos grandes investimentos nesta linha de bases naturais, principalmente com o uso de

    antioxidantes naturais em seus cosmticos. O faturamento da Clarins demonstra a

    potencialidade do mercado de cosmticos contendo bases naturais: atingiu 10 US$ bilhes em

    1999, com crescimento anual mdio de 10% na ltima dcada.

    Em nvel nacional e local apenas pequenas empresas comercializam cosmticos com

    bases naturais, tais como a Natura, Boticrio, Chamma e Juru, alm de farmcias de

    manipulao. Segundo entrevista com empresrios brasileiros do setor e exportadores, tem

    havido uma grande procura da matria-prima de bases naturais, como leos e antioxidantes

    flavonlicos, porm raras vezes concretiza-se uma venda para estas grandes empresas.

    Os fatores apontados como entraves, so os clssicos de produtos naturais no Brasil:

    dificuldades de fornecimento nas quantidades desejadas; fornecimento contnuo de matria-

    prima da mesma espcie vegetal; falta de controle de qualidade; excesso de perxido nos

    extratos de plantas amaznicas, sem a existncia de unidades de purificao, para eliminao

    ou reduo destes elementos a nveis aceitveis internacionalmente; e ausncia de certificao

    ambiental.

    A relao da indstria de cosmticos com a biodiversidade se d de duas formas

    distintas:

    I) associao ao extrativismo: mantm relao com o povo da floresta. Se trata de

    insumos naturais para empresas de cosmticos tradicionais ou para especializadas em

    produtos naturais. A produo em escala esbarra no arcaismo, exigindo a introduo de novas

    formas de cultivo;

  • Plano de Desenvolvimento Preliminar - APL de Fitoterpicos e Fitocosmticos

    23

    II) bioprospeco de molculas: baseia-se na sintetizao qumica, muito semelhante

    quela desenvolvida pela indstria farmacutica. Neste caso, requer-se a institucionalizao

    da coleta de materiais, em particular da flora, para evitar-se a biopirataria e/ou a extino das

    espcies incorporadas ao processo de produo.

    O dinamismo do mercado dos leos essenciais, pode ser ilustrado com a instalao da

    Agronol, coligada ao grupo Santa Izabel, para a produo e extrao de leo de seis ervas

    medicinais, com investimentos de US$ 2 milhes (Gazeta Mercantil, 5/4/98). Esta empresa

    produz cerca de 12 t/ms de leos em seus 300 ha cultivados, produzindo seis produtos, entre

    os quais eugenol e geraniol voltados respectivamente, para os mercados farmacutico e

    cosmtico. A Agronol importou algumas espcies da frica, demonstrando a estrutura

    institucional inadequada do setor biotecnolgico no Brasil.

    Entre os produtos da Amaznia que tem utilizao segura na indstria de cosmticos,

    e que tm tido constante procura no mercado, pode-se mencionar:

    leo de copaba: tem uma forte demanda no mercado de Manaus, como remdio

    natural com amplo espectro de uso. Tem sido experimentado pela indstria de cosmticos,

    mas a baixa tecnologia de cultivo e extrao, o deixa dependente do puro extrativismo

    predatrio, tornando seu preo muito elevado e sua qualidade muito baixa, para sua utilizao

    e comercializao em maior escala;

    Urucum: utilizado na indstria de alimento como corante natural, pode ser tambm

    utilizado na indstria de cosmticos. No tem sido estudado no Brasil para se descrever a

    estrutura qumica de seus pigmentos;

    Andiroba: planta de uso medicinal, cujo leo utilizado em medicina caseira para

    frico de tecidos inflamados, como repelente e na indstria de cosmticos como protetor

    solar;

    Pau-rosa: produz um leo muito utilizado pelas indstrias de cosmticos

    multinacionais como fixador de perfumes; tem sido explorado de forma predatria e est

    fadado extino; tem sua comercializao proibida.

    3. SITUAO ATUAL DO ARRANJO

    H mais de 40 anos atrs foi criada a Zona Franca de Manaus e, somente agora,

    possvel afirmar que est consolidada, levando a sociedade amazonense a vislumbrar um

    outro universo possvel em que os recursos gerados em nosso Estado no sejam

    exclusivamente do Plo Industrial de Manaus, mostrando ao grande mercado mundial suas

  • Plano de Desenvolvimento Preliminar - APL de Fitoterpicos e Fitocosmticos

    24

    potencialidades e o quanto um arranjo produtivo neste setor poder trazer de retorno social,

    ambiental e econmico para o Amazonas, que possui, dentro da cadeia produtiva dos

    fitoterpicos e fitocosmticos, quatro segmentos:

    i. Fornecedor de matria-prima

    Extrativista: est num estgio de coleta predatria, por falta de conhecimento de

    tcnicas adequadas de manejo florestal e de cuidados com a qualidade e padronizao do

    produto. Trabalha de forma isolada.

    Agricultor: baixa produtividade, falta de tcnicas agrcolas mais adequadas para

    obteno de um melhor padro de qualidade da matria-prima. Trabalha de forma isolada.

    ii. Usina de extrao de leo bruto

    Extrao de leo de pau-rosa e copaba, semente de andiroba, entre outras, e esto

    situadas nos municpios do interior do Estado como Parintins, Itacoatiara, Presidente

    Figueiredo, Borba, Carauri.

    iii. Indstria de refinamento de leos vegetais.

    Lidam com a elaborao de produtos naturais como matria-prima para a utilizao

    nas indstrias de cosmticos, alimentcias, farmacuticas, fito-frmacos, dentre outras, como

    o caso da Magama Industrial Ltda. Tem como meta para 2002 a produo de leos fixos

    (andiroba, buriti, castanha do Brasil, cupuau, etc.); de leos essenciais (copaba, pau-rosa,

    preciosa, etc.); e de extratos hidroalcolicos (carapanaba, unha de gato, urucum, camu-camu,

    guaran, etc.). Atualmente produz lcool neutro com grau alimentcio para a Coca-Cola, com

    uma capacidade produtiva de 15.000 litros/dias e extrato de guaran com uma capacidade

    instalada de 2.000 kg de material extrado/dia. Uma outra indstria que trabalhou com

    produtos naturais voltados para a industrializao de cosmticos e farmacuticos foi a

    Crodamazon cujos produtos tropicais utilizados como matria-prima foram: cupuau, buriti,

    pequi, maracuj e castanha do Brasil.

    iv. Indstria de fitoterpicos e cosmticos

    Neste estgio tecnolgico-industrial existem trs empresas implantadas no Estado que

    trabalham com fitoterpicos que so a Pronatus, a Amazon Ervas e a Phrmacos. Tambm

    neste estgio esto as empresas incubadoras que fazem parte do Centro de Incubao e

    Desenvolvimento Empresarial (CIDE), localizado numa rea de 12.000 m2 do Distrito

    Industrial de Manaus. Fazem parte atualmente do CIDE onze empresas e dentre estas se

  • Plano de Desenvolvimento Preliminar - APL de Fitoterpicos e Fitocosmticos

    25

    destaca a Phytofarma do Amazonas uma indstria que trabalha com produtos nativos na

    produo de frmacos e cosmticos. So utilizados como matria-prima amor crescido,

    jaborandi, crajiru, mangarataia, unha de gato, copaba, urucum, entre outras. Tambm existem

    empresas de perfumaria que alm de utilizarem essncias naturais, utilizam embalagens

    artesanais feitas na prpria regio.

    SEGMENTO PRINCIPAIS PRODUTOS PARA O MERCADO

    Fitoterpicos xaropes; chs; ungentos; emplastros; tinturas; cpsulas; pomadas; cremes; solues; ps.

    Fitocosmticos leos fixos; extratos vegetais; leos essenciais; corantes; xampus; cremes; sabonetes; colnias; perfumes; batons; maquiagens; desodorantes; dentifrcios; leos; talcos; sais; loes.

    Estudos de projeo para o Estado do Amazonas, segundo avaliao realizada pela

    Secretaria de Estado de Planejamento e Desenvolvimento Econmico SEPLAN sugerem

    que em 10 anos, o Amazonas poder estar participando do mercado com uma parcela de

    US$20,8 bilhes de dlares, dos quais sero agregados na regio US$11 bilhes de dlares

    com a gerao de 357.000 postos de trabalho, com uma receita de US$653 milhes de dlares

    em impostos estaduais diretos e indiretos.

    3.1 ACESSO AOS MERCADOS INTERNO E EXTERNO

    O mercado internacional, em expanso h duas dcadas sem sinais de

    enfraquecimento, deve ser considerado contendo produtos semelhantes de contedo, mas

    classificados de forma diversa, como fitoterpico e suplemento alimentar em pases da Unio

    Europia - UE e suplemento nutricional nos EUA. Estimativas citadas por Ferreira (1997),

    apontam para um mercado mundial2 de US$ 12,4 bilhes, representando cerca de 5% do

    faturamento do mercado mundial de produtos farmacuticos.

    Os valores estimados para o mercado norte-americano variam entre US$ 2 bilhes e

    US$ 3,24 bilhes. Um estudo sobre as preferncias do consumidor para avaliar o uso

    potencial de produtos derivados de plantas indicou claramente a tendncia de crescimento no

    uso destes produtos entre pessoas que atualmente no os utilizam.

    2 Desta estimativa no fazem parte a Amrica do Sul, Central e frica, tornando este valor abaixo do real.

  • Plano de Desenvolvimento Preliminar - APL de Fitoterpicos e Fitocosmticos

    26

    VENDAS DE SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS NOS EUA E FITOTERPICOS NA ALEMANHA

    ESTADOS UNIDOS 1997 ALEMANHA - 1996b

    US$ milhes

    US$ milhes

    US$ milhes

    US$ milhes

    Ginkgo

    biloba

    90,2 Evening Primrose oil

    7,3 Ginkgo biloba

    211,9 Stinging Nettle root

    20,2

    Ginseng 86,0 Cranberry 6,2 Hypericum 71,0 Ivy 19,1 Alho 71,4 Valerian 6,1 Horse Chest-

    nut seed

    51,2 Mistletoe 18,0

    Echinacea/ Goldenseal

    c 49,2 Bilberry 4,5 Levedura 33,0 Milk Thistle 16,8

    Hypericum 47,7 Milk Thistle 3,0 Hawthorn 29,0 Bromelian pi-neapple enzyme

    13,2

    Saw Palmetto 18,3 Kava-Kava 2,9 Myrtle 27,0 Echinacea 10,8 Grapeseed

    extract

    9,9 Saw Palmetto

    24,4 Camomila 8,3

    Fonte: Blumenthal, M. 1998. a - Monopreparados e prescritos. b - Converso do marco alemo a US$ 1,80/DM, em 26/01/1998. c - Reflete as vendas individuais e em compostos.

    Na UE, as vendas de fitoterpicos foram estimadas em US$ 7 bilhes. Esta estimativa

    baseia-se nas informaes acrescidas das taxas mdias de crescimento. Os pases que mais se

    destacam so a Alemanha respondendo por US$ 3,5 bilhes, 50% do consumo e a Frana com

    US$ 1,8 bilho. Em termos per capita, a populao alem consome US$ 42,9 e a francesa

    US$ 31,2 contra US$ 6,9 e US$ 6,4 da Gr-Bretanha e Holanda respectivamente. Na

    Alemanha, os fitoterpicos correspondem a 30% do total de medicamentos vendidos.

    A relao dos suplementos nutricionais vendidos em lojas de varejo, comida e drogas

    nos EUA, e dos fitoterpicos monopreparados e prescritos na Alemanha, esto na lista de

    vendas dos dois pases. Ginkgo, erva So Joo, Saw Palmetto, Echinacea e Milk Thistle so

    produtos lderes de vendas nos dois pases.

    A concentrao de vendas em poucos produtos chama a ateno, contrastando com o

    grande nmero de plantas medicinais com indicaes teraputicas conhecidas. Entre os

    suplementos vendidos nos EUA, conforme a tabela acima, somente Goldenseal ainda no se

    tornou objeto de pesquisas clnicas e farmacolgicas, especialmente na Europa Ocidental.

    J o mercado brasileiro de produtos contendo exclusivamente princpios ativos de

    origem vegetal, foi estimado3 em US$ 355 milhes, 5,5% do valor total das vendas de

    medicamentos. Aplicando este percentual para as vendas de US$ 10,3 bilhes da indstria

    farmacutica em 1998 chega-se a uma estimativa de US$ 566 milhes.

    2 Ferreira et al., 1997

  • Plano de Desenvolvimento Preliminar - APL de Fitoterpicos e Fitocosmticos

    27

    As empresas responsveis pelas maiores vendas de medicamentos trabalham pouco

    com fitoterpicos. De uma amostra dos onze maiores faturamentos (o menor era de US$ 73

    milhes), apenas trs empresas apresentaram percentuais acima de 20% para fitoterpicos.

    Contrastando com esta situao, as sete empresas com mais de 30% do faturamento baseadas

    nestes produtos apresentaram faturamento total abaixo de US$ 16 milhes.

    As regies Norte e Nordeste so os principais mercados para as empresas, em especial

    os Estados do Amazonas, Par e Amap. A forte tradio de uso de plantas medicinais e

    facilidade de acesso ao mercado so as razes mais citadas pelas empresas para a

    concentrao nestas reas.

    Penetrar nos mercados do Sul e Sudeste objetivo de todas as empresas do Amazonas.

    O principal obstculo a ser vencido a falta de recursos para marketing e divulgao. O frete

    tambm tido como obstculo, mas no crucial. Assim, as dificuldades de penetrar em outros

    mercados pressionam as empresas a concentrarem esforos nas regies em que j atuam.

    Exportao meta de algumas empresas, embora no seja prioridade. Encapsulados e

    produtos base de mel so os produtos preferidos pelos importadores. Estas vendas ainda so

    pouco representativas no seu faturamento.

    Os canais de distribuio mais utilizados so as vendas diretas ao varejo, os

    distribuidores e os atacadistas. Este perfil est de acordo com os mercados abrangidos pelas

    empresas. A proximidade dos comerciantes torna a venda direta mais rentvel e eficiente,

    alm de proporcionar maior acesso s informaes sobre consumo e mudanas de

    preferncias. O uso de atacadistas e distribuidores est mais orientado para as vendas em reas

    fora das cidades das empresas.

    As instituies capazes de realizar um trabalho de interveno na questo da

    acessibilidade aos mercados so:

    Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentvel SDS/Agncia de

    Desenvolvimento Sustentvel - ADS

    Tem a misso de formular, coordenar e implementar a poltica estadual de meio

    ambiente e desenvolvimento sustentvel, programas intersetoriais, dos recursos hdricos, da

    fauna e flora, da gesto poltica estadual de florestas e de ordenamento pesqueiro, visando

    valorizao econmica e a sustentabilidade dos produtos florestais, mediante aes de

    fortalecimento das cadeias produtivas do setor florestal nos plos de desenvolvimento

    sustentvel e implementao das aes de assistncia tcnica e organizao dos produtos da

    floresta. No APL em pauta, a SDS tem como representante, a Agncia de Desenvolvimento

    Sustentvel ADS que substituiu a Agncia de Florestas e a Agncia de Agronegcios do

  • Plano de Desenvolvimento Preliminar - APL de Fitoterpicos e Fitocosmticos

    28

    Estado do Amazonas, empresa pblica de administrao indireta do executivo, que tem como

    misso executar as aes relativas ao trabalho e poltica estadual de apoio ao

    desenvolvimento, integrao e comercializao de produtos das diversas cadeias do setor

    primrio. A empresa tem personalidade jurdica de direito privado, com autonomia

    administrativa e financeira, sendo vinculada SEPROR.

    Secretaria de Estado da Produo Rural - SEPROR

    Instituio que tem como misso formular, coordenar e implementar a poltica de

    desenvolvimento integrado da agricultura, pecuria, pesca e aqicultura; executar o

    planejamento da produo para implementao das cadeias produtivas; realizar estudos e

    oferecer subsdios aos planos municipais; definir necessidades e apoiar a concesso de

    fomento e fornecimento de infra-estrutura; implementar aes de ATER e de incentivo

    organizao dos produtores atravs do associativismo e cooperativismo; organizar a produo,

    apoiar as aes de comercializao e de reforma agrria, da defesa sanitria animal e vegetal e

    da capacitao profissional. Especificamente neste APL, a SEPROR tem a misso de formular

    as diretrizes de ao para a promoo do crescimento harmnico e competitivo dos segmentos

    da cadeia produtiva de fitoterpicos e fitocosmticos, visando o desenvolvimento scio-

    econmico, equilbrio do meio ambiente e bem-estar da sociedade.

    Servio de Apoio Micro e Pequenas Empresas do Amazonas - SEBRAE/AM

    O SEBRAE/AM tem as suas diretrizes polticas de fomento e apoio s micro e

    pequenas empresas estabelecidas por um Conselho Deliberativo Estadual - CDE, composto

    por 13 entidades representativas de diversos segmentos, entre elas: FIEAM, FAEA,

    FECOMRCIO, ACA; IEL, UFAM, SUFRAMA, ADA, SEPLAN, AFEAM, Banco da

    Amaznia, Banco do Brasil e o Sebrae Nacional. Sob a orientao do CDE, o SEBRAE/AM

    administrado por uma Diretoria Executiva, composta de um diretor superintendente e de dois

    diretores operacionais. Diretoria Executiva cabe o comendamento de todas as aes

    desenvolvidas em prol das micro e pequenas empresas. O presidente do Conselho

    Deliberativo Estadual, que deve ser sempre um representante do Comrcio, da Indstria ou da

    Agricultura, eleito pelos seus membros para um mandato de dois anos, podendo ser

    reconduzido. A Diretoria Executiva tambm eleita pelos membros do Conselho.

    Federao das Indstrias do Estado do Amazonas - FIEAM

    Entidade de grau superior integrante do Sistema Confederativo da CNI - Confederao

    Nacional da Indstria, constituda em agosto de 1960, tendo seu estatuto aprovado em maio

  • Plano de Desenvolvimento Preliminar - APL de Fitoterpicos e Fitocosmticos

    29

    de 1961, quando foi expedida a Carta Sindical pelo ento Ministro de Estado de Negcios do

    Trabalho. Seu fundador e 1. Presidente, Abraho Sabb, exerceu o mandato de diretoria

    provisria (agosto/1960 a maio/1961), quando foi eleita a 1 Diretoria com mandato de

    junho/1961 a outubro/1966. Hoje com 27 sindicatos filiados, a FIEAM compe-se de

    Diretoria, Conselho de Representantes, formado por dois delegados de cada sindicato filiado e

    tambm de uma Diretoria Adjunta, consignada competncia do Presidente, escolhida dentre

    os industriais e dirigentes da indstria, que compem as Coordenadorias, que tm por

    finalidade instrurem processos a serem levados para deciso final de diretoria. Integram o

    Sistema FIEAM as entidades SESI-AM, SENAI-AM e IEL-AM.

    Centro da Indstria do Estado do Amazonas - CIEAM

    Instituio que tem por misso congregar as indstrias do Amazonas, representando,

    defendendo e preservando os interesses das empresas associadas frente s entidades pblicas e

    privadas na busca de solues e alternativas que visem o contnuo fortalecimento e

    desenvolvimento do Plo Industrial de Manaus. Visa ser uma instituio que gera solues de

    vanguarda, antecipando-se s mudanas do ambiente, atravs de pesquisas, estudos e

    parcerias estratgicas, contribuindo para a melhoria da competitividade das empresas

    associadas.

    3.2 FORMAO E CAPACITAO

    A valorizao da vida humana ser estimulada pelo desenvolvimento da cincia

    atravs do fomento e incentivo a gerao, absoro, implantao, adaptao e difuso de

    projetos inovadores de cunho tecnolgico, sempre considerando o homem como seu maior

    beneficirio e detentor do forte componente etno-cultural dos povos tradicionais da Amaznia

    com sua particularidade ao meio ambiente, permitindo a criao de oportunidades com a

    eliminao dos entraves e que gerem renda, contribuindo assim em assegurar o seu

    aperfeioamento contnuo e melhores condies de vida para as geraes atuais e futuras.

    Tomando-se como base os produtores do Amazonas, pode-se afirmar que o nvel de

    conhecimento baixo em relao a outros estados e pior quando se compara a outros pases

    mais eficientes. Um dos fatores o baixo nvel de capacitao tcnica dos produtores, e a

    precria assistncia tcnica. Assim, necessrio estimular novos conhecimentos sobre o uso

    da biodiversidade, com a formao de uma nova gerao de profissionais diferenciados com

    viso inter, multi e transdisciplinar, que possam produzir conhecimentos, estabelecerem

    bioindstrias, obterem produtos biotecnolgicos novos, desenvolverem processos e

  • Plano de Desenvolvimento Preliminar - APL de Fitoterpicos e Fitocosmticos

    30

    tecnologias de produo, conservao e validao da utilizao teraputica, cosmtica e de

    nutrio das plantas estudadas e que esses fatores interfiram positivamente no atual estgio de

    desenvolvimento econmico da sociedade amazonense. As instituies que devero participar

    neste aspecto so:

    Instituto de Desenvolvimento Agropecurio do Estado do Amazonas - IDAM

    Instituto vinculado a SEPROR responsvel pela assistncia tcnica e extenso rural no

    Amazonas, prestando servios s comunidades rurais desde a dcada de 1970. Atualmente

    conta com 30 escritrios instalados nos municpios do interior e na capital, constituindo um

    quadro funcional de cerca de 500 funcionrios oriundos de outras instituies: SEPROR,

    EMATER, CODEAGRO, SEPA. A rea de ATER deste plano est compreendida entre os

    temas de responsabilidade do IDAM.

    Universidade Federal do Amazonas - UFAM

    Desde a sua criao em janeiro de 1909 recebeu vrias denominaes e mudanas

    institucionais, sendo atualmente chamada de Universidade Federal do Amazonas. Oferece

    atualmente 42 cursos de graduao, 11 de ps-graduao stricto sensu e 23 latu sensu. Possui

    5 campi na cidade de Manaus e 6 no interior do Estado. A UFAM atua nos cursos de

    graduao de Agronomia, Cincias Biolgicas, Zootecnia e Engenharia Florestal. Atua

    tambm por meio de cursos de ps-graduao, entre os quais: Mestrado em Sistemas

    Agroflorestais; Mestrado em Cincias Ambientais; Mestrado e Doutorado em Agronomia

    Tropical e Mestrado em Farmcia.

    Universidade do Estado do Amazonas - UEA

    Os fins institucionais que norteiam a UEA, na condio de academia amaznica,

    colocam-na diante do desafio de democratizar o acesso dos amazonenses ao seu universo

    discente e pelejar para a superao das racionalidades impermeveis ao reconhecimento de

    uma cultura da Regio.

    Assim, a UEA existe e interfere num contexto de transformao significativa dos

    paradigmas de educao, de desenvolvimento e de civilizao, tendo por base o

    reconhecimento de uma pluralidade de modelos, de culturas, de espiritualidades e

    diversificaes socioeconmicas.

    Cincia e tecnologia so ambas indispensveis para atingir essas metas, mas os

    resultados positivos somente podem ser alcanados por meio de uma reintegrao da cincia e

    da cultura, de modo a assegurar um sentido de finalidade, por meio de um enfoque

  • Plano de Desenvolvimento Preliminar - APL de Fitoterpicos e Fitocosmticos

    31

    integrativo, com o objetivo de superar as fragmentaes que conduziram a uma interrupo

    nas comunicaes culturais.

    Servio Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo SESCOOP/Organizao das

    Cooperativas Brasileiras - OCB

    A SESCOOP o rgo executor da capacitao, monitoramento e promoo social.

    a interao entre a representao e a autogesto do cooperativismo brasileiro. Instituio

    privada, sem fins lucrativos, integrante do Sistema S, criado pela Medida Provisria n1715

    de 03 de setembro de 1998 e o Decreto n3.017 de 06 de abril de 1999 vinculado

    Organizao das Cooperativas Brasileiras OCB. Seus objetivos so:

    Organizar, administrar e executar o ensino, a formao profissional e a promoo

    social dos trabalhadores e dos cooperados;

    Assistir as sociedades cooperativas na elaborao e execuo de programas de

    treinamento;

    Exercer a coordenao, superviso e fiscalizao da execuo dos programas e

    projetos de formao profissional e de Gesto em cooperativas.

    A OCB um rgo de representao do Sistema Cooperativo Brasileiro, sendo que no

    Amazonas atua como sindicato e organizao das cooperativas. uma entidade patronal, sem

    fins lucrativos e de durao indeterminada, fundada em 07/03/1973. Exerce a representao

    poltica do cooperativismo do Amazonas e oferece suporte tcnico e institucional para sua

    organizao, fortalecimento e defesa. Tem como viso ser a referncia do cooperativismo

    amazonense, garantindo ambiente favorvel ao seu desenvolvimento. Seus objetivos so:

    Representar politicamente e integrar todos os ramos de cooperativas no Amazonas;

    Manter servios de apoio na consolidao do ideal cooperativista, dentro e fora do

    pas e na formao de recursos humanos;

    Promover a integrao e o fortalecimento do cooperativismo como setor relevante.

    Zelar pela doutrina e prtica cooperativista, sem discriminaes.

    Fomentar e orientar a constituio de cooperativas de todos os ramos;

    Prestar assessria tcnica-consultiva ao Governo sobre questes do

    cooperativismo.

    Federao da Agricultura e Pecuria do Estado do Amazonas FAEA/Servio Nacional de

    Aprendizagem Rural - Administrao Regional do Estado do Amazonas - SENAR

    Entidade sindical de grau superior constituda para fins de coordenao, promoo,

    defesa e representao dos interesses dos produtores rurais integrantes da categoria econmica

  • Plano de Desenvolvimento Preliminar - APL de Fitoterpicos e Fitocosmticos

    32

    rural Plano Confederao da Agricultura e Pecuria do Brasil CNA Brasil. a sucessora

    da Federao das Associaes Rurais. Seu patrimnio maior so os onze sindicatos rurais

    filiados e tambm produtores rurais direta ou indiretamente representados por ela. Tem estado

    presente em todas as discusses que nortearam o processo de securitizao de dvidas rurais e

    encaminhado vrios expedientes s autoridades, na condio de porta voz dos anseios da

    categoria. Neste APL a FAEA tem o Servio Nacional de Aprendizagem Rural -

    Administrao Regional do Estado do Amazonas - SENAR-AR/AM como sua via de atuao,

    posto que uma instituio educacional, de direito privado, paraestatal, sem fins lucrativos,

    vinculada a nvel nacional CNA e a nvel estadual FAEA. Foi implantado em 01/06/1993,

    sendo administrado por um Conselho Administrativo que tem como presidente nato o titular

    da FAEA, formado ainda por representantes da classe dos trabalhadores rurais, na pessoa do

    Presidente da Federao dos Trabalhadores na Agricultura do Amazonas - FETAGRI, do

    SENAR - Administrao Central e de dois representantes do setor produtivo. Seu objetivo

    organizar, administrar e executar a Formao Profissional Rural (FPR) e a Promoo Social

    (PS) dos produtores e trabalhadores rurais.

    3.3 GOVERNANA E COOPERAO

    Cada vez mais a cooperao condio necessria para a sobrevivncia e o

    desenvolvimento dos pequenos negcios, com o auxlio de mecanismos de coordenao e

    intermediao dos mltiplos interesses e objetivos envolvidos. O programa de APLs no

    Amazonas que se encontra sob a coordenao do Ncleo Estadual de APLs NEAPL, criado

    no mbito da SEPLAN/AM, tem por finalidade desenvolver estratgias e aes que

    possibilitem a consolidao e o fortalecimento de potenciais segmentos econmicos, por meio

    da cooperao entre os atores locais, identificados a partir de seu envolvimento no setor, em

    especial a pesquisa tcnico-cientfica para a melhoria dos processos produtivos. Neste APL as

    instituies vocacionadas ao tema so:

    Secretaria de Estado de Planejamento e Desenvolvimento Econmico - SEPLAN

    rgo que tem como rea de atuao o desenvolvimento do sistema de planejamento

    estratgico, bem como, coordenao das polticas pblicas de desenvolvimento

    socioeconmico do Estado do Amazonas, o cumprimento da legislao estadual e federal

    relativas ao desenvolvimento econmico e planejamento estratgico. Tambm a elaborao, o

    acompanhamento e a avaliao do plano plurianual, a formulao e a execuo de estratgia

    de crescimento econmico, contemplando a inovao tecnolgica e a busca do pleno

  • Plano de Desenvolvimento Preliminar - APL de Fitoterpicos e Fitocosmticos

    33

    emprego, estmulo elevao da produtividade e dos salrios reais, dinamizao das

    empresas e prosperidade dos seus municpios, articulao e cooperao entre Estado e

    Sociedade, estabelecimento de negociaes econmicas nos planos nacional e internacional

    visando investimentos estratgicos atravs da captao de recursos e cooperao tcnica, a

    formulao de polticas de incentivos fiscais e tecnolgicos para o fortalecimento da

    economia estadual, o apoio implantao de empresas geradoras de emprego e renda, a

    coordenao, assistncia e superviso ao Programa Nacional de Apoio a Modernizao da

    Gesto e do Planejamento dos Estados e do Distrito Federal PNAGE/AM, e a realizao de

    estudos e pesquisas de acompanhamento da conjuntura socioeconmica para subsidiar a

    formulao de polticas pblicas, promover a insero internacional, fomentar as relaes

    multilaterais ao desenvolvimento scio-econmico, cultural e cientfico.

    Secretaria de Estado de Cincia e Tecnologia e vinculadas - SECT

    SECT foi criada para formular e gerir a poltica estadual de Cincia e Tecnologia -

    C&T buscando articular os esforos de fazer com que o conhecimento produzido nas

    universidades, nos centros de pesquisa e nos laboratrios, sejam revertidos em alternativas

    eficazes para a promoo de um desenvolvimento sustentvel, humano e solidrio.

    Superintendncia de Desenvolvimento da Zona Franca de Manaus - SUFRAMA

    Autarquia vinculada ao MDIC, responsvel pela administrao dos incentivos fiscais e

    pela atrao de investimentos para a ZFM, Amaznia Ocidental e reas de Livre Comrcio de

    Macap e Santana, no Amap. A ZFM foi criada pela Lei No 3.173 de 6/6/1957. Dez anos

    depois, o Governo Federal, por meio do Decreto-Lei no. 288, de 28/2/1967, ampliou e

    regulamentou essa legislao, estabelecendo incentivos fiscais por 30 anos para implantao

    de um plo industrial, comercial e agropecurio, instituindo, assim, o atual modelo de

    desenvolvimento. Em 15/8/1968, o Decreto-Lei No 365/68, estendeu esses benefcios a toda a

    Amaznia Ocidental. No caso especfico da produo de pescado, a SUFRAMA possui uma

    Coordenao Geral de Anlise e Acompanhamento de Projetos Agropecurios CGPAG, que

    tem como competncia: I implementar e coordenar as aes previstas na poltica da

    SUFRAMA para o setor agropecurio na Amaznia Ocidental; II analisar, acompanhar e

    avaliar projetos tcnico-econmicos de investidores que se estabelecem em sua rea de

    abrangncia.

    Instituto de Proteo Ambiental do Estado do Amazonas - IPAAM

  • Plano de Desenvolvimento Preliminar - APL de Fitoterpicos e Fitocosmticos

    34

    Tem por finalidade coordenar e executar as Polticas Estaduais de Meio Ambiente e de

    Cincia e Tecnologia. vinculado ao Governo do Estado, possuindo uma autonomia

    administrativa financeira e tem por objetivo atender a sociedade em geral nas questes

    ambientais. Responde pela Secretaria Executiva do Fundo Estadual de Meio Ambiente,

    Cincia e Tecnologia FUMCITEC, e integra o Conselho Estadual do Meio Ambiente,

    Cincia e Tecnologia COMCITEC, cabendo ao Governador do Estado do Amazonas a

    presidncia do mesmo. Possui estrutura organizacional composta por duas Diretorias voltadas

    diretamente s Polticas Estaduais de Meio Ambiente e de Cincia e Tecnologia, e uma

    Diretoria Administrativa-Financeira.

    Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econmico Local - SEMDEL/Prefeitura Municipal

    de Manaus - PMM

    A SEMDEL um rgo do Executivo Municipal voltado para o incentivo do

    empreendedorismo e gerao de trabalho e renda nas zonas urbana e rural de Manaus. Realiza

    um trabalho de capacitao e qualificao profissional voltado para pessoas que buscam

    conhecimento, oportunidades de insero no mercado de trabalho e que necessitam de

    orientaes para consolidar seus prprios empreendimentos. Suas competncias so:

    Instituir e gerir polticas e aes de desenvolvimento e apoio ao empreendedorismo

    local, entre elas, as de orientao e capacitao empresarial; Promover o desenvolvimento de

    novas tecnologias de produo em todos os setores da atividade empresarial; Promover e

    incentivar a participao de empreendedores em feiras, congressos, seminrios, exposies e

    outros eventos; Gerenciar a articulao de polticas setoriais de desenvolvimento local;

    Promover estudos e elaborar diagnsticos no seu mbito de atuao, buscando definir

    mecanismos de acompanhamento e avaliao das aes; Promover o desenvolvimento de

    aes de terceirizao e quarteirizao; Coordenar aes e programas a cargo dos diversos

    setores com impactos sobre o desenvolvimento local; Articular-se com o Estado, o Governo

    Federal e instituies no governamentais para a promoo de iniciativas de desenvolvimento

    local integrado e sustentvel; Realizao e divulgao de estudos e oportunidades de

    investimento, assessoramento a empreendedores e oferta de infra-estrutura para a instalao e

    ampliao de seus negcios; Promover a produo e a disseminao de informaes

    estratgicas sobre os mercados de trabalho e produtos das micro, pequenas e mdias empresas

    e da economia familiar; Promover a organizao de arranjos locais; Promover o

    desenvolvimento de organizaes de micro finanas e da economia solidria; Exercer outras

    atribuies necessrias ao cumprimento de suas finalidades.

  • Plano de Desenvolvimento Preliminar - APL de Fitoterpicos e Fitocosmticos

    35

    Podemos destacar, entre as principais aes da SEMDEL os seguintes programa:

    Universidade do Povo; Manaus Empreendedora; O Cultivo do Cupuau gerando trabalho e

    renda na Comunidade N. S. de Ftima. A SEMDEL tambm administra feiras e exposies

    em Manaus: Valorizando o Trabalho, Centro de Artes e Artesanato da Ponta Negra e a

    Exposio Indgena P Kaa Mos da Mata, projeto visionrio e indito que d vez e voz s

    comunidades indgenas que vivem na capital.

    Superintendncia Federal de Agricultura no Estado do Amazonas SFA/AM/Delegacia Federal

    da Agricultura no Amazonas - DFA/AM/Ministrio da Agricultura, Pecuria e do

    Abastecimento - MAPA

    A SFA/AM tem sob sua responsabilidade o conjunto de atividades diretamente ligadas

    inspeo, fiscalizao e ao controle de produtos agropecurios, bem como as atividades de

    fomento e desenvolvimento da produo agrcola, todas coordenadas pelo Servio de Defesa

    Agropecuria.

    Sua misso executar aes de controle e preveno, atravs da inspeo e

    fiscalizao dos produtos e subprodutos agropecurios de forma a preservar a sade animal,

    vegetal e humana, assegurando qualidade e competitividade no mercado nacional e

    internacional. Sua viso alcanar o padro de excelncia na prestao de servios,

    destacando-se em nvel nacional e internacional, atravs da melhoria no atendimento e

    satisfao dos clientes.

    Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis - IBAMA

    Criado em fevereiro de 1989, pela fuso de entidades brasileiras que trabalhavam na

    rea ambiental, o IBAMA um rgo gerenciador da questo ambiental, responsvel por

    formular, coordenar, executar e fazer executar a Poltica Nacional do Meio Ambiente e da

    preservao, conservao e uso racional, fiscalizao, controle e fomento dos recursos

    naturais renovveis, objetivos reforados na Rio-92, quando a sociedade que vinha se

    organizando nas ltimas dcadas pressionou as autoridades pela proteo ao meio ambiente.

    Essas, preocupadas com a repercusso internacional das teses discutidas na Conferncia

    Mundial sobre o Meio Ambiente, determinaram em outubro de 1992, a criao do Ministrio

    do Meio Ambiente - MMA, rgo de hierarquia superior, com o objetivo de estruturar a

    poltica do meio ambiente no Brasil.

    Conselho Regional de Economia - CORECON

  • Plano de Desenvolvimento Preliminar - APL de Fitoterpicos e Fitocosmticos

    36

    Tem por atribuio organizar e manter o registro profissional dos economistas,

    fiscalizar a profisso, expedir as carteiras profissionais, impor penalidade infrao da

    legislao profissional e cooperar com o COFECON em seu programa de trabalho, destinado

    valorizao profissional.

    3.4 INVESTIMENTO E FINANCIAMENTO

    Neste aspecto se observa a necessidade de implantar um sistema de crdito com

    recursos financeiros estaduais e federais e determinar um percentual especfico para o setor

    oriundo dos fundos constitucionais (estadual e federal), utilizando-se dos servios das

    seguintes instituies financeira:

    Banco da Amaznia

    O Banco da Amaznia a principal instituio financeira federal de fomento com a

    misso de promover o desenvolvimento da regio. Possui papel relevante tanto no apoio

    pesquisa quanto no crdito de fomento, respondendo por mais de 60% do crdito de longo

    prazo. Com sua atuao, se articula com diversos rgos vinculados aos governos, atravs de

    parcerias com diversas entidades, universidades, ongs ligadas ao fomento sustentvel e

    representativas patronais ou laborais. Possui pontos de atendimento que cobrem toda a regio,

    cerca de 59% do territrio nacional. Alm disso, opera com exclusividade o Fundo

    Constitucional de Financiamento do Norte - FNO e ainda atende com outras fontes, como:

    Banco Nacional de Desenvolvimento Social - BNDES, Fundo de Amparo ao Trabalhador -

    FAT, Fundo da Marinha Mercante - FMM, - Fundo de Desenvolvimento da Amaznia - FDA,

    Oramento Geral da Unio - OGU e recursos prprios. Seus colaboradores tambm trabalham

    pautados com a conscincia de que so agentes de desenvolvimento sustentvel, respeitando

    princpios como: a tica, excelncia, ousadia, criatividade, transparncia, confiana,

    rentabilidade e respeito ao ser humano. Dessa forma, busca novas alternativas de negcios

    que utilizem tecnologias e suporte tcnico para desenvolver a regio favorecendo a criao de

    novos produtos e servios, mas alinhado com a sustentabilidade para garantir recursos para as

    geraes futuras.

    Agncia de Fomento do Estado do Amazonas - AFEAM

    Instituda como rgo da administrao indireta, na modalidade de empresa pblica

    revestida da forma de sociedade annima no bancria, a AFEAM tem como misso

  • Plano de Desenvolvimento Preliminar - APL de Fitoterpicos e Fitocosmticos

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    concorrer para o desenvolvimento scio-econmico, por meio de aes de apoio tcnico e

    creditcio que propiciem a gerao de emprego e renda e a melhoria da qualidade de vida do

    povo amazonense.

    Banco do Brasil - BB

    Fundado em outubro de 1808, o banco tinha a funo de emissor de moeda. A

    primeira utilizao da denominao Banco do Brasil aconteceu j em 1808, resultado da

    associao do seu ramo de atividade ao nome do pas. Na mesma poca, pode-se observar

    dife