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ABCFARMA FITOTERÁPICOS Especial 10 • Ano 3 • nº Novembro / Dezembro / Janeiro/2014

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Edição de novembro/2013

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ABCFARMAFITOTERÁPICOS

ABCFARMAFITOTERÁPICOSEspecial

ABCFARMAFITOTERÁPICOS

ABCFARMAFITOTERÁPICOS10 • Ano 3 • nº

ABCFARMAABCFARMANovembro / Dezembro / Janeiro/2014

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Produtos FitoterápicosSegundo o dicionário Michaelis, fi toterapia é defi nida

como um tratamento com remédios de origem vegetal. Aproveitando a defi nição e escrevendo para esta nossa revista especial sobre o tema, aproveito para destacar o

trabalho da entidade na representação do comércio na destinação de resíduos sólidos.

O Ministério do Meio Ambiente divulgou, no mês passado, edital de chamamento para elaboração de acordo setorial, com a fi nalidade de implementar o sistema de logística reversa de medicamentos. Por ser um assunto superatual, vale abordá-lo aqui como forma de se revelar o trabalho da ABCFARMA nas discussões que objetivam resolver um grave problema da humanidade, que é a destinação dos resíduos sólidos.

Diante da especifi cidade desta revista sobre fi toterápicos, vale ressaltar uma peculiaridade do tratamento dos resíduos: os diferentes níveis de sua periculosidade.

Conforme a defi nição apresentada no citado dicionário, podemos questionar que, por serem de origem vegetal ou orgânica, os resíduos oriundos desse tipo de produto, embora industriais, são de pouca ou nenhuma capacidade lesiva à vida humana e ao meio ambiente.

É uma particularidade importante a ser destacada, pois, por possuírem esses resíduos uma potencialidade lesiva inferior à dos resíduos inorgânicos, é de se questionar se resíduos dessa natureza deverão ser ou não incluídos no acordo setorial em negociação. Enfi m, são pontos que deverão ser aprofundados nos próximos meses.

Importante destacar que a Lei defi ne que fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, consumidores e poderes públicos com atribuições de garantir a limpeza urbana compartilham a responsabilidade ambiental pelo ciclo de vida dos produtos, com a fi nalidade de minimizar o volume de resíduos sólidos e com isso reduzir os impactos à saúde humana e à qualidade ambiental.

Este é mais um dos importantes trabalhos da ABCFARMA na representação do comércio farmacêutico, que justifi ca a respeitabilidade e a credibilidade de todas as publicações de nossa entidade.

Uma ótima leitura!

Renato RomoloTamarozziDiretor Executivo

[email protected]

3ABCFARMA • Especial Fitoterápicos

Diretor PresidentePedro Zidoi

Jornalista ResponsávelCelso Arnaldo AraujoMTB: 13.064

Gerente de Marketing e VendasGraziele C. Lucato

Diagramação e ArteABCFARMA

Fale conosco

Editora LisonRua Santa Isabel, 160 - 5º andarVila Buarque, São Paulo/SPCep: 01221-010(11) 3361-5705fi [email protected]

ABCFARMA(11) 3223-8677www.abcfarma.org.br

DistribuiçãoABCFARMA

PublicidadeLison Editora

Impressão e AcabamentoGráfi ca Prol

EditorialFitoterápicos

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4 ABCFARMA • Especial Fitoterápicos

Fitoterápicos

A Amazônia abriga, seguramente, 50% da biodiversidade do Planeta. De acordo com dados de instituições

de pesquisas da região, cerca de cinco mil, dentre as 25 mil espécies amazônicas, já foram catalogadas e suas propriedades terapêuticas estudadas. É a mais exuberante farmácia verde do planeta

O uso de plantas como medicamento é provavelmente tão antigo quanto o aparecimento do próprio homem. A preocupação com a cura de doenças sempre se fez presente ao longo da história da humanidade. Bem antes do surgimento da escrita, o homem já utilizava ervas para fi ns alimentares e medicinais. Buscando as espécies vegetais mais apropriadas para sua alimentação

A maior farmácia natural do mundo

Amazônia

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5ABCFARMA • Especial Fitoterápicos

ou para cura de seus males, nossos ancestrais foram descobrindo as que serviam para se alimentar, se medicar, as que eram venenosas e as que causavam efeitos alucinógenos. Um tratado médico datado de 3.700 a C., escrito pelo imperador chinês Shen Wung, é um dos mais antigos documentos conhecidos sobre as propriedades medicinais das plantas. Os egípcios, em 1.500 a. C., já utilizavam ervas aromáticas na medicina,

na culinária e, principalmente, em suas técnicas para embalsamar os mortos. Os sumérios da Mesopotâmia possuíam receitas valiosas, que só eram conhecidas por sábios e feiticeiros. Na Índia, aproximadamente no ano 1.000 a. C., o uso de ervas era bastante difundido. Durante a Idade Média, o cultivo das ervas utilizadas como alimentos, bebidas e remédios fi cou a cargo dos monges, que as plantavam ao redor dos mosteiros e igrejas.

A maior farmácia natural do mundo

Amazônia

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6 ABCFARMA • Especial Fitoterápicos

Fitoterápicos

A FITOTERAPIA HOJEHoje, na Europa, principalmente na

Inglaterra, a medicina alternativa tem cada vez mais adeptos, e nos Estados Unidos há uma grande quantidade de farmácias naturais. No Brasil, o conhecimento das propriedades de plantas medicinais é uma das maiores riquezas da cultura indígena, uma sabedoria tradicional que passa de geração em geração. O índio tem um conhecimento profundo da fl ora medicinal, retirando dela os mais diversos remédios, usados de diferentes formas. Suas práticas curativas e preventivas estão relacionadas com o modo como ele percebe a doença e suas causas, sendo realizadas pelo pajé em rituais cheios de elementos mágicos e místicos. Na Amazônia, as plantas medicinais podem ser adquiridas em mercados públicos, lojas de ervas, podem ser colhidas no campo ou cultivadas em jardins, hortas e até em vasos. De modo geral, mais de 25% de todos os medicamentos são de origem

vegetal. As plantas medicinais sempre foram objeto de estudo, buscando-se novas fontes para obtenção de princípios ativos, responsáveis por sua ação farmacológica ou terapêutica.

AINDA COMEÇANDODo ponto de vista científi co, porém, e

apesar de toda a riqueza de nossa fl ora, esse ainda é um campo pouco estudado e difundido no País, fi cando os estudos na área mais restritos à antropologia e ao folclore, através da medicina popular. Apesar de muitas plantas serem úteis ao homem, existem aquelas que produzem substâncias tóxicas ou venenosas. É preciso conhecer bem as características de cada planta para poder usá-la como remédio. É comum se ouvir dizer que o uso das plantas medicinais se não fi zer bem, mal não fará, mas não é bem assim. Sua utilização inadequada pode produzir efeitos indesejados. É necessário ter conhecimento da doença ou do sintoma

abacate – A casca é vermífuga e anti-hemorrágica; o caroço ralado é um tonificante para todo tipo de couro cabeludo e o chá das folhas é indicado para problemas renais

abóbora (jerimum) – Vermífugo especialmente indicado para a taeníase (tênia); (verminose)

agrião – Infecções das vias respiratórias, antianêmico e digestivo

alfavaca – Antigripal, diurética e hipotensora. As sementes são usadas contra blenorragia

alho roxo – Dores de dente, cólicas, flatulência, asma e prisão de ventre

andiroba – O óleo das sementes friccionadas é usado para bursites e nevralgias, funcionando também como repelente de insetos

arnica (erva lanceta ou rabo de rojão) – Serve para pancadas, contusões

babosa – O sumo das folhas é usado como xampu anti-caspa, combate à queda de cabelos e para lavar feridas, úlceras, eczemas e hemorroidas

boldo – Digestivo, antitóxico, combate a prisão de ventre e é usado também nas febres intermitentes

camomila – Antiespamódica, antinevrálgica, digestiva, combate urticárias e inflamações de garganta

cabacinha – Utilizada em infusão para o combate à sinusite. O chá é abortivo

capim-santo – Tranquilizante, usado também contra as diarreias e a hipertensão

carrapicho – O chá das folhas serve para combater diarreias e problemas renais

cidreira – O chá é calmante e faz bem ao estômago e combate a diarreia

eucalipto – O chá combate a febre e a inalação serve para sinusite e bronquite

EM ORDEM ALFABÉTICA, ALGUMAS PL ANTAS MEDICINAIS COM SEUS NOMES POPULARES E SUAS INDICAÇÕES TER APÊUTICAS NA MEDICINA POPULAR:

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AMAZÔNIA

7ABCFARMA • Especial Fitoterápicos

apresentado e fazer a seleção correta da planta a ser utilizada, além de preparação adequada. A forma de uso, a freqüência e a quantidade

são aspectos muito importantes para sua utilização. A dosagem deve observar a idade e o tipo de metabolismo de cada pessoa.

As plantas medicinais podem ser preparadas utilizando-se diversas formas:• cataplasmas (preparação de uma espécie de pomada para uso externo, de uso tópico)

• decocção (fervura para dissolução das substâncias através de ação prolongada da água ou calor)

• inalação (combinação de vapor d’água com substâncias voláteis das plantas aromáticas)• infusão (modo tradicional de preparação dos chás)

• maceração (a substância vegetal fica em contato com álcool, óleo, água ou outro líquido para dissolver o princípio ativo)• sumos ou sucos (espremidos em pano, triturados em liquidificador ou pilão, podendo ser adicionada água ou não)

• vinhos medicinais (preparações para dissolver as substâncias vegetais em vinho puro)• poções (soluções onde são agregados xaropes, tinturas, extratos ou outros ingredientes)

• torrefação (utilizando-se o fogo para retirar a água e modificar algumas propriedades da planta)

• unguento e pomadas (preparado através da mistura do suco, tintura ou chá da planta medicinal com vaselina ou lanolina)

• xarope (preparações dissolvendo-se a substância da planta em açúcar e água aquecidos, obtendo-se o ponto de fio)

erva-doce – Tranquilizante, antiespamódico, afrodisíaco e diurético

fava – A infusão das folhas é usada para banhos e em emplastros é usada contra impetigo

goiaba – O chá dos brotos novos serve para combater a diarreia

graviola – O chá das folhas é usado contra o diabetes

hortelã – É antiespamódica, atua contra vômitos, combate enxaquecas

ipecacunha – O chá da raiz combate anginas, úlceras e sífilis. O lambedor é usado contra a gripe

jabuticaba – Gargarejo com a casca do fruto cozido serve para afecções da garganta

jurubeba – Desintoxicante e combate os males do fígado

louro – O chá das folhas é usado contra reumatismo e nevralgias

manjericão – O chá com leite é sedativo da tosse

maracujá – Tanto as folhas como o fruto são calmantes

mastruço – Expectorante, anti-inflamatório, o chá serve para cólicas

melancia – Diurético

mulungu – O chá é indicado para bronquite, asma, febre e problemas hepáticos, e o banho com a infusão da casca é calmante e combate a insônia

pau-brasil – A infusão das folhas é indicada para o combate ao diabetes

pitanga – O chá das folhas é antitérmico

quebra-pedras – O chá é antitóxico e diurético, sendo indicado para a diluição de cálculos renais

romã – A infusão da casca do fruto é antitóxica e digestiva, tendo também ação atiespamódica

unha-de-vaca – Indicada para o diabetes.

EM ORDEM ALFABÉTICA, ALGUMAS PL ANTAS MEDICINAIS COM SEUS NOMES POPULARES E SUAS INDICAÇÕES TER APÊUTICAS NA MEDICINA POPULAR:

Especial

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8 ABCFARMA • Especial Fitoterápicos

Fitoterápicos

Especialista explica as vantagens dos medicamentos à base de extratos vegetais no tratamento de vários

males e como eles agem no organismo

Por que escolher remédios naturais em vez das drogas sintéticas? Esse é um questionamento muito frequente, principalmente pelo desconhecimento que existe sobre os medicamentos formulados a partir de extratos vegetais. São considerados medicamentos fi toterápicos os obtidos com emprego exclusivo de matérias-primas ativas vegetais. Os medicamentos fi toterápicos, assim como todos os medicamentos, são caracterizados pelo conhecimento da efi cácia e dos riscos de seu uso, assim como pela reprodutibilidade e constância de sua qualidade o que permite a existência de diversos medicamentos devidamente aprovados pelas autoridades de saúde, como a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) no Brasil.

“Atualmente, a má digestão é um dos distúrbios mais tratados por fi toterápicos, que colaboram na normalização das funções do sistema digestivo. Plantas como o boldo, que possui propriedades benéfi cas para o fígado, o ruibarbo, que é conhecido por ser digestivo, e a cáscara sagrada, que melhora o fl uxo da secreção do pâncreas, são excelentes para esse

Má digestãoComo agem os fitoterápicos

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9ABCFARMA • Especial Fitoterápicos

Má digestãoComo agem os fitoterápicos

tipo de problema”, afi rma a Dra. Vanderlí Marchiori, nutricionista especialista em fi toterapia. Nestes casos, os fi toterápicos assumem um papel importante no combate ao desconforto digestivo.

Produzidos a partir de matérias-primas vegetais ativas, como os chás, extratos e tinturas, os fi toterápicos podem ser usados como tratamento terapêutico para diferentes males, assim como a má digestão; porém, é importante saber qual planta é efi caz para cada caso. Além disso, a especialista explica como esses medicamentos agem no organismo: “Toda planta fabrica substâncias específi cas para se proteger e nós conseguimos utilizá-las em benefício próprio. Isso quer dizer que os ativos presentes nessas substâncias agem diretamente no trabalho celular ou em órgãos específi cos do nosso corpo”.

Os fi toterápicos são substâncias utilizadas desde a antiguidade na medicina popular, porém hoje, após diversas abordagens científi cas e estudos, vêm se aprimorando cada vez mais. “Existe um desconhecimento sobre a fi toterapia e o que ela proporciona. Muita gente não sabe como esse tipo de medicamento age no organismo, muito menos que ele pode, inclusive, colaborar no processo de cura. É muito importante que a população conheça os fi toterápicos, que representam uma opção efi caz e, em alguns casos, mais barata de tratamento”, comenta a Dra. Vanderlí.

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10 ABCFARMA • Especial Fitoterápicos

Fitoterápicos

Um dos males típicos da vida moderna, o estresse faz parte do dia a dia – e tem seu lado bom, em termos de aumento do estado de vigilância e da

competitividade, o que pode contar pontos no mundo corporativo. Mas, em estado bruto, indomável, o estresse pode ser avassalador. A medicina natural tem nos chás algumas de suas armas mais reconfortantes para ”baixar a bola” de uma pessoa em momentos particularmente nervosos. Conheça 15 tipos de chá antiestressantes

Calma no Brasil!

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Calma no Brasil!

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12 ABCFARMA • Especial Fitoterápicos

Fitoterápicos

1. Camomila (Matricaria Chamomilla)Parte usada: fl or.

2. Erva-cidreira (Lippia alba)Parte usada: folhas.

3. Erva-doce (Pimpinella anisum)Parte usada: semente.

4. Hortelã de horta (Mentha crispa)Parte usada: folhas.

5. Capim-limão (Cymbopogon citratus)Parte usada: folhas.

6. Sete-sangrias (Cuphea ingrata)Parte usada: planta toda.

7. Alfazema (Lavandula ofi ccinalis)Parte usada: fl or

8. Melissa (Melissa ofi cinalis)Parte usada: fl or.

9. Maracujá (Passifl ora edulis)Parte usada: folhas.

10. Anis-estrelado (Illicium verum)Parte usada: semente e caule.

11. Jambolão(Syzygium jambolanum)Parte usada: folhas.

12. Tília (Tilia cordata)Parte usada: folhas.

4. Hortelã de horta

Modo de preparo: ferva uma xícara (chá) de

água e despeje nela uma colher (chá) da erva. Tampe

por 15 minutos e tome (se possível, sem adoçar).

Consumo: no caso de estresse moderado, beba

até três xícaras (chá) ao dia. Se o cansaço for intenso,

ingira de quatro a seis xícaras diariamente.

Contraindicação: mulheres grávidas devem

consultar um médico antes de consumir qualquer

chá relaxante. Já os hipertensos não podem tomar a

bebida feita com as ervas citadas, pois elas possuem

substâncias estimulantes

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CHÁS

13ABCFARMA • Especial Fitoterápicos

Especial

Outras opções recomendadas

Lelington Lobo Franco, químico e fi tologista, indica contra o cansaço:

Guaraná (Paullinia cupana)O mais indicado: o pó feito da fruta.Modo de preparo: despeje 250 ml de água

fervente em um recipiente com uma colher (chá) do pó e tampe por dez minutos. Beba uma xícara (chá) ao acordar e outra à tarde.

Alcaçuz (Glycyrrhiza glabra)Parte usada: folhas.Modo de preparo: em um recipiente com

uma colher (sobremesa) da erva, acrescente duas xícaras (chá) de água fervente e tampe por dez minutos. Beba uma vez ao dia, de manhã.

Alecrim (Rosmarinus offi cinalis)Parte usada: folhas.Modo de preparo: adicione uma colher

(sobremesa) de alecrim à uma xícara (chá) de água fervente e tampe por dez minutos. Beba uma dose de manhã e a outra à tarde.

(chá) do pó e tampe por dez minutos. Beba uma xícara (chá) ao acordar e outra à tarde.

Alcaçuz (Glycyrrhiza glabra)

uma colher (sobremesa) da erva, acrescente duas xícaras (chá) de água fervente e tampe por dez minutos. Beba uma vez ao dia, de manhã.

Alecrim (Rosmarinus offi cinalis)

(sobremesa) de alecrim à uma xícara (chá) de água fervente e tampe por dez minutos. Beba uma dose de manhã e a outra à tarde.

Potencialize o efeito:

- Misture duas das ervas. Vale colocar uma ou

meia medida indicada para cada planta na mesma

medida de água. No dia a dia, alterne os sabores.

- Dispense o açúcar, produto que contém

componentes que podem neutralizar o efeito

calmante da bebida. Se for inevitável adoçar, use o

mínimo possível.

- Se a erva for na forma de folha ou galho,

pique-a. Se em semente, esmague com uma

colher - isso ajuda a extrair melhor as substâncias

da planta.

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14 ABCFARMA • Especial Fitoterápicos

Fitoterápicos

Temos a maior farmácia natural do mundo, uma fl ora gigantesca de mais de 43 mil espécies – das quais apenas

algumas centenas já foram pesquisadas em termos de propriedades medicinais. Proporcionalmente a seu enorme potencial, a fi toterapia brasileira ainda engatinha. Mas já demos um passo importante no ano passado, quando o governo ampliou para 12 os fi toterápicos disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde, com opções contra colesterol alto, gastrite, dor nas costas, etc. Esse número ainda modesto deve crescer nos próximos anos, à medida que os pesquisadores confi rmem, nos laboratórios, a efi cácia e a segurança terapêutica de mais plantas. Por ora, eis o que a ciência já sabe sobre algumas das plantas já transformadas em fi toterápicos ofi ciais pelo SUS:

GUACO: MAIS AREsse arbusto tem longo currículo na

medicina popular, como antídoto contra doenças nas vias aéreas. Suas propriedades broncodilatadoras e expectorantes lhe renderam a inclusão no rol do SUS. Hoje, seu xarope entra como um bom coadjuvante no tratamento de bronquites e infecções respiratórias. Segundo uma revisão da Universidade Federal do Paraná, ainda é preciso identifi car melhor suas substâncias e realizar estudos clínicos para testar

seus benefícios. “Na maioria dos fi toterápicos, falta documentação sobre efetividade. Precisamos ter trabalhos comparativos para saber se a ação é mesmo do remédio ou da evolução natural da doença”, diz a pneumologista Ana Luísa Fernandes, da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.

ESPINHEIRA-SANTA: O BURACO É EMBAIXO

Típica da Mata Atlântica, ela ostenta o status de planta antigastrite e se apresenta na forma de cápsula ou soluções a serem misturadas em água. “Estudos mostram que os extratos da folha contêm fl avonoides e taninos, que atuam na cicatrização do estômago”, diz o químico João Paulo Viana, da Universidade

Seleção brasileira

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15ABCFARMA • Especial Fitoterápicos

Federal de Viçosa, em Minas Gerais. Graças a esses componentes, o fi toterápico ajuda a tratar infl amações nesse órgão e até mesmo úlceras. Em laboratório, ele já revelou que também repele a bactéria H. pylori, que ataca o estômago e nem sempre é fácil de ser eliminada, mesmo com antibióticos. Como as gastrites costumam ser crônicas, a espinheira-santa seria coadjuvante ou alternativa às drogas sintéticas no controle de quadros leves ou moderados.

ALCACHOFRA: DA MESA À FARMÁCIA

Essa flor comestível, muita apreciada na culinária, fornece ingredientes para um fitoterápico destinado a silenciar desconfortos após a refeição e auxiliar a

reduzir os níveis de colesterol. Atenção: embora seja bem-vindo ao corpo e ao paladar, degustar alcachofras em si não surte o mesmo efeito. Estamos falando aqui de cápsulas do extrato da planta, que devem ser receitadas por um médico. “Elas não visam substituir de vez as estatinas, drogas anticolesterol, mas representam, dependendo do quadro clínico, uma opção a pacientes com níveis não muito elevados”, diz Miguel do Nascimento, do Ministério da Saúde. Se o exame de sangue apontar colesterol nas alturas, a alcachofra não ajudará a formar um escudo contra desastres cardiovasculares. Mas esse fito seria uma alternativa especialmente nos casos em que as estatinas provocam efeitos colaterais, como dores musculares.

Seleção brasileira

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16 ABCFARMA • Especial Fitoterápicos

Fitoterápicos

BABOSA: CICATRIZANTEMuito comum em xampus e cremes, a

Aloe vera também é recomendada para tratar queimaduras de primeiro e segundo grau. “Constituintes químicos da babosa, como a barbalodina e a aloína, ajudam a cicatrizar e regenerar a pele”, diz o botânico Cleber Ferrão Corrêa, da Universidade Católica de Santos. E a diferença, segundo estudos dessa instituição, é gritante: em cobaias não submetidas ao fi toterápico, a melhora na pele demorou de nove a 12 dias. Já naquelas que receberam o gel, o tempo caiu para seis. O consumo de alimentos e bebidas com babosa está proibido pela Anvisa, a despeito do motivo de uso. “A planta tem compostos tóxicos que fazem mal quando ingeridos”, adverte Corrêa. Daí que a ciência só a autoriza na forma de gel ou pomada.

HORTELÃ: CONTRA A IRRITAÇÃO

Figura carimbada nos chás, a Mentha piperita aparece na lista do SUS por tratar distúrbios gastrointestinais, como quadros iniciais da síndrome do cólon irritável. Suas cápsulas ainda ajudam a reduzir gases e enjoos. “Os fi toterápicos originários da hortelã vêm de um extrato cheio de substâncias distintas. Por isso, suas indicações variam bastante”, explica a bióloga Flávia Vidal, da Universidade Federal do Maranhão. Essa é uma das características que difi cultam a criação de um remédio padronizado. Assim, ainda não se recomenda hortelã para fazer frente a problemas intestinais mais intensos.

ISOFLAVONA DA SOJA: MELHORES DIAS

Suas cápsulas buscam aliviar sintomas do climatério, período em que vai cessando a produção dos hormônios femininos. “A isofl avona é efi caz para mulheres na menopausa que apresentam sintomas leves ou moderados, como ondas de calor, difi culdades para dormir, mudanças de humor e diminuição da libido”, lista o ginecologista Armando Delmanto, da Universidade Estadual Paulista, em Botucatu. A reposição hormonal convencional, com drogas sintéticas, não pode ser trocada pelo fármaco à base da Glycine max, a soja. “A isofl avona é mais adequada para os casos em que a paciente prefere usar fi toterápicos ou se existe contraindicação à terapia tradicional com hormônios”, diz o ginecologista Rogério Moreno, do Hospital São Luiz, em São Paulo.

OS 12 1 • Alcachofra: para má digestão e

colesterol;2 • Aroeira: para problemas

ginecológicos;3 • Babosa: para queimaduras e psoríase;4 • Cáscara-sagrada: para constipação;5 • Espinheira-santa: para gastrite e

úlcera;6 • Guaco: para problemas respiratórios;7 • Garra-do-diabo: para dor nas costas e

artrose; 8 • Hortelã: para desordens intestinais;9 • Isofl avona (soja): para incômodos da

menopausa10 • Plantago: para distúrbios intestinais;11 • Salgueiro: para dor lombar e12 • Unha-de-gato: para problemas

reumatológicos.

FITOTERÁPICOS DO SUS

Unha-de-gato: para problemas

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17ABCFARMA • Especial Fitoterápicos

Fitoterápicos

Um dos países com a maior biodiversidade do planeta, o Brasil ainda encontra entraves para explorar todo o seu potencial no

mercado de fi toterápicos. Segundo estimativas da Associação Brasileira das Empresas do Setor Fitoterápico, Suplemento Alimentar e de Promoção da Saúde (Abifi sa), os produtos com base em plantas medicinais representam apenas 3% do mercado farmacêutico total no país, com faturamento da ordem de US$ 1 bilhão. Com uma expectativa de crescimento anual em torno de 15%, o setor ainda carece de mão de obra especializada e investimentos para impulsionar sua expansão. Em dimensão global, esse mercado movimenta anualmente cerca de US$ 20 bilhões.

Segundo a professora dos cursos de Identifi cação de Plantas Medicinais e Cultivo de Plantas Medicinais, da SNA, Cláudia Fortes, “o mercado é promissor e, infelizmente, sofre com a falta de mão de obra e de interessados em negócios ligados às plantas medicinais, como produção de cosméticos e problemas de saúde diversos, além do mercado de energéticos. A demanda é crescente e deve ser aproveitada, principalmente, por produtores da agricultura familiar e orgânica”.

Para diminuir as barreiras burocráticas e ampliar o número de produtores e interessados no segmento, o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) fi rmou acordo com a Fiocruz e

SETOR DE FITOTERÁPICOS sofre com a FALTA DE MÃO DE OBRA especializada e de INVESTIMENTO

a Itaipu Binacional para capacitar agricultores familiares na produção e comercialização de plantas medicinais, e promover o Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos do Brasil (PNPMF). Com o objetivo de ampliar as opções terapêuticas e fortalecer o complexo produtivo, o uso sustentável da biodiversidade e o acesso aos medicamentos fi toterápicos pela população, o programa receberá R$ 12 milhões em recursos este ano, o dobro de 2012.

Para Fortes, a iniciativa deve atrair novos ofertantes e contribuir para o crescimento do setor. “É importante, pois a produção será toda absorvida por empresas púbicas, como a Fiocruz e o Sistema Único de Saúde. A Fiocruz já fez contatos com companhias que comercializam plantas medicinais e com agricultores das regiões Centro-Sul fl uminense e Médio-Paraíba para iniciarem os plantios, sob supervisão, com garantia de compra de toda a produção”, explica a professora.

Além da possibilidade de atuar em instituições da saúde pública e na criação de fi toterápicos, os produtores encontram em lojas de produtos naturais outro importante nicho de atuação. “Hoje a tendência é a produção de plantas destinadas a chás, comercializadas em lojas de produtos naturais, principais destinos para o escoamento da produção. Na área de condimentares, os restaurantes estão ávidos por produtos de qualidade”, destaca Cláudia.

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18 ABCFARMA • Especial Fitoterápicos

Fitoterápicos

Procure sempre orientação

A grande maioria dos pacientes, nesses casos, lança mão de uso contínuo de medicamentos, como corticosteroides, analgésicos e anti-infl amatórios, que acabam por agredir a parede intestinal, podendo levar à disbiose, e até agravar o problema.

De qualquer maneira, o tratamento com fi toterápicos pode ser coadjuvante ao tratamento medicamentoso, e deve ser

com cuidadoNaturais: use

I nfl amação e outras síndromes dolorosas são reações do organismo frente a uma agressão ou a uma lesão.

Por exemplo: lesão articular decorrente de treinamento intenso, que envolve diversas reações bioquímicas que o organismo produz para reverter, reparar e curar a dor.

prescrito e acompanhado pelo nutricionista. Esse profi ssional saberá a melhor forma a ser prescrita, como e quando incluir em sua rotina alimentar.

Diversos fi toterápicos têm sido utilizados no tratamento de doenças e sintomas associados à infl amação e dor, como: boswellia, calêndula, erva baleeira, cúrcuma, garra do diabo, erva de São João, unha de gato, urtiga e gengibre.

Ainda existem muitos questionamentos a serem respondidos e mais pesquisas ainda são necessárias para se avaliar mecanismos de atuação desses fi toterápicos e sua possível toxicidade. Vale ressaltar que a grande maioria dos fi toterápicos apresenta importante interação com outros medicamentos e nutrientes, e, por isso, usar qualquer um desses por conta própria pode ser perigoso.

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