antibióticos beta-lactâmicos; penicilinas

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Universidade Federal da Bahia Instituto de Ciências da Saúde Departamento de Farmacologia IV Docente: Neuza Gusmão Discente: Thaline Eveli Martins Araújo Antibióticos Beta- lactâmicos. Penicilinas

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Page 1: Antibióticos Beta-lactâmicos; Penicilinas

Universidade Federal da BahiaInstituto de Ciências da Saúde

Departamento de Farmacologia IVDocente: Neuza Gusmão

Discente: Thaline Eveli Martins Araújo

Antibióticos Beta-lactâmicos.Penicilinas

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ANTIOBIÓTICOS BETA-LACTÂMICOS O grupo dos antibióticos beta-lactâmicos é formado

pelas penicilinas, cefalosporinas, cefamicinas, ácido clavulânico, carbapenens, nocardicinas e monobactâmicos.

Os β-lactâmicos são uma classe ampla de antibióticos, que inclui a penicilina e seus derivados, que possuem agente antibiótico e o núcleo β-lactâmico em sua estrutura molecular.

Há mais de 50 anos os antibióticos beta-lactâmicos têm demostrado eficiência terapêutica e sua baixa toxicidade. Inicialmente mais ativos contra as bactérias Gram-positivas, porém tiveram seus espectros antimicrobianos ampliados.

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ANTIOBIÓTICOS BETA-LACTÂMICOS Derivados semi-sintéticos e sintéticos permitiram o

uso dos betalactâmicos no combate também ás bactérias Gram-negativas.

Cefalosporinas de terceira geração e dos antibioticos carnapenemicos tem potente ampla atividade amtimicorbiana. Os monolactâmicos (aztreonam) mostraram serem especificos contra atividades das bacterias Gram-negativas , inclusive Pseudomonas e muitas raças bacterianas de resistência múltipla.

É o mais usado grupo de antibióticos.

Embora não seja antibiótico verdadeiro, o inibidor β-lactamase é muitas vezes incluído nesse grupo.

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ANTIBIÓTICOS BETA-LACTÂMICOS São antibióticos que inibem a síntese da parede

celular de bactérias, impedindo que as ligações cruzadas entre as fitas de peptideoglicano se formem.

http://search.babylon.com/?affID=110825&tt=0112_6&babs

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HISTÓRIA DA PENICILINA

A penicilina foi descoberta em 1928 por Alexander Fleming quando saiu de férias e esqueceu algumas placas com culturas de microrganismos em seu laboratório. Quando voltou, reparou que uma das suas culturas de Staphylococcus tinha sido contaminada por um bolor, e em volta das colônias deste não havia mais bactérias.

Então Fleming e seu colega, Dr. Pryce, descobriram um fungo do gênero Penicillium, e demonstraram que o fungo produzia uma substância responsável pelo efeito bactericida: a penicilina. Eles comprovaram as suas qualidades antibióticas, assim como a sua não-toxicidade e a utilizaram clinicamente em 1941.

Fleming foi médico militar durante a Primeira Guerra Mundial, ficando impressionando com a mortalidade através de feridas por arma de fogo que resultavam em gangrena gasosa

Após sua descoberta e consequente utilização a penicilina pôde diminuir expressivamente o número de doenças causadas por doenças infecciosas

Foi o marco inicial da Era dos antibióticos.

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ALEXANDER FLEMING

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Page 8: Antibióticos Beta-lactâmicos; Penicilinas

QUÍMICA As penicilinas tem como núcleo formador o ácido

aminopenicilânico (6-APA), que é um intermediário na manufatura de penicilinas semi-sintéticas.

Quando adicionada a 6-APA em diferentes grupos químicos, obtêm-se várias famílias de penicilinas, dotadas de novas propriedades físico-químicas, farmacológicas e terapêuticas.

A estrutura química do núcleo das penicilinas provém de dois aminoácidos: Cisteína e Valina

Quando esses aminoácidos se interagem, formam o ácido penicilâmico (6-APA) surgindo os anéis beta-lactâmico e tiazolidínico.

Page 9: Antibióticos Beta-lactâmicos; Penicilinas

ESTRUTURA QUÍMICA

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QUÍMICA

As penicilinas se caracterizam por três aspectos estruturais:

• Estrutura beta-lactâmica

• Carboxila livre

• É um ou mais grupos amino, convenientemente substituídos na cadeia lateral

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CLASSIFICAÇÃO DAS PENICILINAS As modificações realizadas na molécula do 6-APA

permitiram a classificação das penicilinas nos seguintes grupos:

Grupo 1 – Penicilinas sensíveis à penicilinase.- Benzilpenicilina ou penicilina G- Fenoximetilpenicilina ou penicilina V- Carbenicilina

Grupo 2 – Penicilinas que resistem a penicilinase.- Meticilina- Nafcilina- Oxacilina- Dicloxacilina- Cloxacilina

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CLASSIFICAÇÃO DAS PENICILINAS

Grupo 3 – Penicilinas de espectro aumentadoAmoxilina

Ampicilina

Grupo 4 – Penicilinas antipseudomonas

TicarcilinaAzlocilina

PiperacilinaCarbenicilina

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FARMACOCINÉTICA A penicilina G (benzilpeninilina) é inativada pelo pH ácido do

estômago, razão pela qual é usada exclusivamente por vias parenterais.

O ácido do estômago hidrolisa a cadeia lateral amídica e abre o anel beta-lactâmico, fazendo com que a penicilina G perca sua atividade antibacteriana.

Apenas 15% do medicamento administrado por via oral chega ao duodeno, sendo rapidamente absorvido. A penicilina G é utilizada nas formas: cristalina sódica e potássica; procaína e benzatina.

A diferença entre estas formas está nas suas características farmacocinéticas. Assim, a penicilina G cristalina (sódica e potássica), quando administrada por via subcutânea ou intramuscular, apresenta latência de cerca de 30 minutos para atingir os níveis terapêuticos, e estes se mantêm por 4 a 6 horas.

A penicilina G procaína, por estas mesmas vias, tem latência de 1 a 3 horas para atingir níveis terapêuticos, que são mantidos por 12 horas.

Page 14: Antibióticos Beta-lactâmicos; Penicilinas

FARMACOCINÉTICA A penicilina G benzatina apresenta latência de 8 horas,

com níveis podendo perdurar por 3 a 30 dias; ressalta-se que estes níveis vão decaindo gradativamente e, na dependência do microorganismo, as concentrações mínimas podem ser atingidas mais rapidamente ou não.

Devido ao fato das penicilinas G procaína e benzatina permanecem no organismo do animal por tempo prolongado e são chamadas de penicilinas de longa duração ou de depósito.

As penicilinas se distribuem por vários tecidos , tendo dificuldade de atravessar a barreira cérebro-sangue integra, não são biotransformadas no organismo, sendo eliminadas pelos rins, 90% por secreção tubular e 10% por filtração glomerular. As penicilinas possuem um aspecto de ação natural e de curta ação atuando principalmente sobre gram-positivos.

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MECANISMO DE AÇÃO

Todos os antibióticos beta-lactâmicos (penicilinas e cefalosporinas) interferem na síntese de parede celular bacteriana, através da ligação de enzimas PBP.

A penicilina acopla num receptor presente na membrana interna bacteriana PBP (proteínas ligantes de penicilina) e interfere com a transpeptidação que ancora o peptidoglicano estrutural de forma rígida em volta da bactéria. Como o interior desta é hiperosmótico, sem uma parede rígida há afluxo de água do exterior e a bactéria lisa.

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MECANISMO DE AÇÃO A parede celular das bactérias é composta de

peptideoglicanos, ou seja, é feita de peptídeos e unidades de açúcar. A estrutura da parede celular consiste de um esqueleto de açúcares, contendo dois tipos de açúcares, o ácido N-acetilmurâmico (NAM) e a N-acetilglucosamina (NAG). As cadeias de peptídeo são ligadas ao NAM e, no passo final da biossíntese da parede celular, essas cadeias de peptídeos se ligam pela substituição da D-alanina de uma cadeia pela glicina de outra cadeia. A enzima responsável pela reação de ligação cruzada é conhecida como transpeptidase.

O último passo da reação cruzada que é inibido pelas penicilinas e cefalosporinas, de forma que a estrutura da parede celular não fique unida. Como resultado a parede celular torna-se fraca, uma vez que a concentração salina dentro da célula é maior do que fora, com isso a água penetra na célula, essa fica inchada e acaba se rompendo (lise bacteriana).

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RESISTÊNCIA ÀS PENICILINAS O principal mecanismo de resistência de bactérias à

penicilina baseia-se na produção de Beta-lactamases, enzimas que degradam a penicilina impedindo sua ação. Outro mecanismo de ação da penicilina é a inativação do inibidor das enzimas autolíticas na parede celular. Isto dá, como resultado, a lise celular.

As bactérias adquirem resistência às penicilinas através dos seguintes mecanismos, decorrente do modo de ação desses antibióticos:

A inativação enzimática pelas beta-lactamases biossintetizadas pelas bactérias;

Redução da permeabilidade da parede celular bacteriana às penicilinas que, assim, não conseguem alcançar seus locais de ligação representadas por proteínas específicas (PLP)

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RESISTÊNCIA ÀS PENICILINAS

Alterações conformacionais nessas proteínas de ligação das penicilinas, bloqueando a atividade antibiótica

E o aparecimento do fenômeno da tolerância

Page 19: Antibióticos Beta-lactâmicos; Penicilinas

TOXICIDADE E HIPERSENSIBILIDADE As penicilinas são drogas de elevado índice terapêutico e

relativamente atóxicas para o homem. Em certas percentagens em pacientes, observam-se reações

alérgicas ou de hipersensibilidade à droga As formas farmacêuticas atuais mais responsáveis por essas reações

são as parentais e as orais. Um paciente que jamais tomou penicilina pode desenvolver reação de hipersensibilidade se esteve exposto anteriormente a fontes naturais de fungos produtores de penicilina.

As reações alérgicas às penicilinas são classificadas como imediatas, aceleradas, tardias e reações menos comuns.

As reações imediatas são as mais perigosas e desencadeiam-se até 30 minutos após a administração, os sintomas são provocados pela liberação de histamina e outras substâncias por mastócitos e basófilos. As reações aceleradas surgem 1 a 72 horas, geralmente não põem a vida em risco. As tardias são as mais frequentes, aparecem dias ou semanas após sua administração e as menos comuns raramente acorrem e são representadas por: febre, anemia hemolítica, infiltração pulmonar, eosinofília, vasculite, eritrema multiforme, etc.

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OUTRAS REAÇÕES ADVERSAS À PENICILINA Toxicidade da procaína, após uso da penicilina G procaína;

dor e inflamação estéril no local da injeção intramuscular; flebite ou tromboflebite, quando se usa a via intravenosa; irritação no trato gastrointestinal, com pirose, anorexia, vômitos, diarréia, após administração oral (ampicilina); irritação do SNC, após uso de grandes doses; nefrite intersticial (meticilina); hipercalemia, arritmias, parada cardíaca em grandes doses de penicilina G potássica; hipocalemia, quando usa-se grandes doses intravenosas de carbenicilina e ticarcilina; hipernatremia em pacientes renais, cardíacos ou hepáticos; toxicidade hematológica raramente, podendo aparecer neutropenia, anemia hemolítica; alterações na flora bacteriana, podendo propiciar superinfecções por microrganismo resistentes; colite pseodomembranosa.Na gravidez, as penicilinas são consideradas os antibióticos mais seguros.

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FARMACOCINÉTICA: A benzilpenicilina ou penicilina G pode ser administradas pelas vias oral,

intramuscular e intravenosa. As preparações usadas por via oral podem ser inativadas pelo suco gástrico, e sua absorção é imprevisível.

A porcentagem de absorção das preparações orais varia de 20 a 30%, ao nível do duodeno

Quando administrada por via oral, a adultos em jejum, 30 a 60 minutos observa-se o nível sérico máximo da droga

O alimento retarda a absorção e, por isso, quando se administra benzilpenicilina por via oral, a droga deve ser usada de 2 a 3 horas antes ou depois das refeições

Por via intramuscular os níveis sanguíneos máximos da droga são atingidos 15 a 30 minutos após a injeção de penicilina cristalina em solução aquosa

Pela via intravenosa, com essa forma de penicilina os níveis séricos máximos são atingidos imediatamente. Esses níveis são de quatro a cinco vezes maiores do que os obtidos por via oral

BENZILPENICILINA OU PENICILINA G

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O volume de distribuição aparente da droga é de 0,2 l/kg A distribuição é ampla na massa muscular pulmões, fígado,

rins, ossos, fluidos intersticial, sinovial, pericárdio, peritoneal e pleural

Quando não há inflamação a distribuição da benzilpenicilina é diminuta no líquor, no Humor aquoso e na próstata. Nesses territórios entretanto quando há inflamação, a distribuição é grande

A placenta é facilmente atravessada pela benzilpenicilina A eliminação da benzilpenicilina é muito rápida. Na

adiminstração parenteral, a droga é eliminada,na taxa de 60 a 90%, pela urina, 1 hora após sua adminitração, principalmente pelo mecanismo de secreção tubular. Esse tipo de excreção pode ser retardado da probenecida

Uma pequena parte da droga é excretada pela bile e cerca de 20% são metabolizados, produzindo derivados inativos do ácido penicilóico

BENZILPENICILINA OU PENICILINA G

Page 23: Antibióticos Beta-lactâmicos; Penicilinas

Nos pacientes com função renal normal, a meia-vida da fase beta de eliminação é de aproximadamente de 30 min

Nos pacientes com insuficiência renal, a meia-vida pode ser prolongada

Nos paciente anúricos, pode alcançar de 6 a 10 horas, o que exigirá ajustes de posologia

Em pacientes idosos a meia- vida da benzilpenicilina é prolongada

A maior parte da penicilina, por via oral, não é absorvida, é inativada por bactérias do cólon.

BENZILPENICILINA OU PENICILINA G

Page 24: Antibióticos Beta-lactâmicos; Penicilinas

ESPECTRO ANTIBACTERIANO Benzilpenicilina é a primeira escolha no tratamento

de infecções causadas por cocos Gram-positivos em pacientes não alérgicos. Ex.: estreptococos dos grupos A,B e D não-enterococos; S. viridans e o S. pneumoniae

Os enterococos são menos sensíveis à benzilpenicilina. Apesar disso, a benzilpenicilina (em associação com a gentamicina ou estreptomicina) é útil em certas infecções enterocócicas, sobretudo na endocardite. Ex.: S. faecalis, S. durans, S.liquefaciens e S. zymogens

BENZILPENICILINA OU PENICILINA G

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A maioria dos Staphylococus produz beta-lactamase e é resistente ao antibiótico

A benzilpenicilina também é a droga de eleição para os cocos Gram-negativos sensíveis, inclusive a Neisseria meningitidis e a N. gonorrhoeae. Algumas raças de N. gonorrhoeae são produtoras de penicilinases e são resistentes (PPNG)

Também é preferiada também para infecções causadas por certos bacilos Gram-positivos. Alguns bacilos Gram-negativos também são sensíveis à benzilpenicilina

BENZILPENICILINA OU PENICILINA G

Page 26: Antibióticos Beta-lactâmicos; Penicilinas

A penicilina V é um derivado semi-sintético, do grupo das fenoxipenicilinas, possui a seguinte fórmula estrutural:

PENICILINA V

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PENICILINA VFARMACOCINÉTICA A penicilina V foi desenvolvida para obviar a

desvantagem da benzilpenicilina ou penicilina G de ser inativada pelo suco gástrico, tendo como vantagem a possibilidade de ser administrada por via oral

É absorvida na taxa de 60%, principalmente ao nível do duodeno

A presença de alimento, ao contrário do que acontece com a benzilpenicilina , não interfere na absorção da penicilina V

Page 28: Antibióticos Beta-lactâmicos; Penicilinas

PENICILINA V Quando se necessita de concentrações mais

elevadas , como nas infecções mais graves, prefere-se a benzilpenicilina por via parenteral

A distribuição da penicilina V é ampla É eliminada rapidamente pelos rins, pelo mecanismos

de secreção tubular renal. A probenecida retarda essa eliminação

A meia-vida da penicilina V dura aproximadamente 30 a 60 minutos

É metabolizada na taxa de 55% em derivados do ácido penicilóico

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PENICILINA V

INDICAÇÕES Faringite estreptocócica por estreptococos beta-

hemolíticos do grupo A, durante 10 dias Piodermas estreptocócicos brandos, infecção brandas

do trato respiratório superior por Streptococos pneumoniae

Profilaxia secundária da febre reumática ( deve-se preferir a penicilina G benzatina) e profilaxia, por via oral, em certos pacientes da alto risco, antes de intervenção dentária ou cirúrgica e instrumentação no trato respiratório superior

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PENICILINAS PENICILINASES-RESISTENTES

Nesta categoria as penicilinas, também chamadas de antiestafilocócicas, caracterizam-se por sua capacidade de resistir a ação de penicilinases, especialmente produzidas por Staphylococcus aureus. São representadas pela Meticilina, Nafcilina, e pelas penicilinas Isoxazolíticas ou Izoxazolilpenicilinas (Oxacilina, Cloxacilina e Dicloxacilina).

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METICILINA

A meticilina é uma penicilina semi-sintética, penicilinase-resistente, possui a seguinte forma estrutural:

Page 32: Antibióticos Beta-lactâmicos; Penicilinas

METICILINA

FARMACOCINÉTICA A meticilina é inativada pelo suco gástrico e não é

absorvida pelo trato gastrointestinal, sua administração só pode ser feita por via parenteral

De trinta a sessenta minutos após a injeção intra muscular atingem-se as concentrações séricas máximas

O antibiótico se liga às proteínas plasmáticas, especialmente albumina na porcentagem de 35 a 40%

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METICILINA

A distribuição é ampla A excreção é rápida principalmente pelo

mecanismo de secreção tubular renal. A associação com probenecida reduz a excreção

Meia vida da meticilina em pacientes normais é de aproximadamente trinta minutos. Na insuficiência renal é prolongada chegando a quatro horas

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METICILINA

ESPECTRO ANTIBACTERIANO A Meticilina é ativada contra a maioria das raças de

Staphylococcus aureus, mesmo as que produzem beta-lactamases

Muitas cepas do S. epidermides também são sensíveis

A maioria dos estreptococos (viridans, pneumoniae, pyogenes)

A benzilpenicilina, entretanto, é mais potente que a meticilina contra estreptococos, e nesse caso deve ser preferível.

Page 35: Antibióticos Beta-lactâmicos; Penicilinas

METICILINA

Os enterococos e as bactérias Gram-negativas são resistentes a meticilina

As resistências que muitas espécies adquirem à meticilina é provocada pela redução da afinidade entre o antibiótico e as proteínas que especificamente se ligam às penicilinas

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METICILINA

INDICAÇÕES São indicadas em infecções causadas por

estafilococos produtores da penicilinase, motivo pelo qual se tornam as penicilinas de primeira linha nas infecções por estafilococos resistentes a benzilpenicilina

Nas cepas meticilina-resistentes, usa-se a vancomicina

Infecções causadas por Staphylococcus aureus: bacteremias, endocardite, meningite, osteomielite, artrite séptica, pneumonia, empiema, piodermas e abscessos renais. Mas em geral, preferem-se a nafcilina e a oxacilina nessas indicações, por causa da nefrite intersticial que meticilina pode provocar.

Page 37: Antibióticos Beta-lactâmicos; Penicilinas

METICILINA

TOXICIDADE De modo geral a meticilina é bem tolerada,

porém pode apresentar reações alérgicas que caracterizam todas as penicilinas

Das penicilinas antiestafilocócicas, a meticilina é a que mais provoca nefrite intersticial

Page 38: Antibióticos Beta-lactâmicos; Penicilinas

NAFCILINA

A nafcilina é uma penicilina semi-sintética, penicilinase resistente, possui a seguinte forma estrutural:

Page 39: Antibióticos Beta-lactâmicos; Penicilinas

NAFCILINA

FARMACOCINÉTICA Pode ser utilizada por via oral mas prefere-se a

via parenteral pois sua absorção é maior A nafcilina liga-se as proteínas plasmáticas na

taxa de 87 a 90% Se distribui de modo amplo Diferentemente de outras penicilinas ela é

secretada principalmente pela bile e menor quantidade pela urina

Em paciente normais 60% da nafcilina é metabolizada pelo fígado e 10% são recuperáveis na urina

Page 40: Antibióticos Beta-lactâmicos; Penicilinas

NAFCILINA

TOXICIDADE De modo geral é bem tolerada. Os efeitos colaterais

são brandos e são causados pelas reações de hipersensibilidade

INDICAÇÕES Idênticas àquelas da meticilina, sendo a principal

indicação representada pelas infecções graves provocadas por Staphylococcus aureus. Não é recomendada em lactantes nem em pacientes com disfunção hepática

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PENICILINA DE ESPECTRO AMPLIADO Estão nesse grupo: Penicilinas da segunda geração ou

Aminopenicilinas: Ampicilina, Amoxilina, Bacompicilina, Ciclacilina

Penicilinas da terceira geração ou Antipseudomonas: Carbenicilina, Ticarcilina

Penicilinas da quarta geração: Azlocilina, Mezlocilina.

Piperazinopenicilina: piperacilina

→ As aminopenicilinas foram às primeiras penicilinas com atividade contra bactérias Gram-negativas. Pertencem a esta classificação a amoxicilina e ampicilina.

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AMPICILINA

A ampicilina é uma penicilina de amplo espectro, resistente à ação do suco gástrico, porém sensíveis às beta-lactamases. Pertencem a classe das aminopenicilinas e tem a seguinte fórmula estrutural:

Page 43: Antibióticos Beta-lactâmicos; Penicilinas

AMPICILINA

FARMACOCINÉTICA Pode ser administrada pelas vias oral, intramuscular e

intravenosa Apesar de resistir à ação do suco gástrico, sua

absorção, ao nível gastrointestinal, varia de 30 a 50% da dose ingerida

O alimento, no trato gastrointestinal, reduz a absorção do antibiótico

A ampicilina se liga às proteínas plasmáticas na taxa de 20%

É principalmente eliminada por via renal, através da secreção tubular

Page 44: Antibióticos Beta-lactâmicos; Penicilinas

AMPICILINA

Após a administração parenteral, a ampicilina pode ser recuperada na urina na taxa de 90% e, após a administração oral na taxa de 40%

Apenas 10% da droga é metabolizada A meia- vida na fase beta da eliminação

dura cerca de 1 hora, na presença de função renal normal

Page 45: Antibióticos Beta-lactâmicos; Penicilinas

AMPICILINA

ESPECTRO ANTIBACTERIANO É ativa in vitro contra a maioria das

bactérias Gram-positivas, estafilococos, estreptococos, com exceção dos estafilococos produtores de beta-lactamases. Além de cocos Gram-positivos, bactérias anaeróbias com exceção de algumas bactérias

É ativa contra algumas bactérias Gram-Negativas

A ampicilina é hidrolisada pelas beta-lactamases produzidas por diversas bactérias

Page 46: Antibióticos Beta-lactâmicos; Penicilinas

AMPICILINA

TOXICIDADE A ampicilina é bem tolerada e os efeitos

colaterais são brandos, representados por exantemas e diarréia

INDICAÇÕES É bactericida, possui elevado índice terapêutico Cistite aguda bacteriana, pielonefrite aguda,

epidídimo-orquite aguda, gonorréia não complicada ou disseminada, meningite, pneumonia, infecções cultâneas, otite média aguda, sinusite aguda, entre outros

Page 47: Antibióticos Beta-lactâmicos; Penicilinas

AMOXICILINA A amoxicilina é uma penicilina de amplo

espectro, porém sensíveis as beta-lactamases

Administradas por via oral

Pertence à classe das aminopenicilinase.

Page 48: Antibióticos Beta-lactâmicos; Penicilinas

AMOXICILINA

FARMACOCINÉTICA Resistente à ação do suco gástrico, e sua

absorção pelo trato gastrointestinal atinge 75 a 80% da dose oral

Uma a 2 horas após a administração de uma dose de 500 mg, atingem-se as concentrações séricas máximas

A alimentação não interfere, de maneira significativa, na absorção do antibiótico, motivo pelo qual é preferido em lugar da ampicilina, por via oral

Page 49: Antibióticos Beta-lactâmicos; Penicilinas

AMOXICILINA A amoxicilina se liga às proteínas

plasmáticas na taxa de cerca de 20% Atinge elevadas concentrações na bile e na

urina É eliminada rapidamente por secreção

tubular renal. Cerca de 50 a 70% são excretados pela urina, sob a forma inalterada

É metabolizada na taxa de 10% Nos paciente com função renal normal, a

meia- vida da fase beta de eliminação dura aproximadamente 1 hora

Page 50: Antibióticos Beta-lactâmicos; Penicilinas

AMOXICILINA

ESPECTRO ANTIBACTERIANO Similar a da ampicilina, porém exerce menor

atividade contra espécie de Shigella. É inativada pelas beta-lactamases

produzidas por diversas bactérias como S. aureus, H. Influenze, N. gonorrhoeae e várias enterobactérias, como E. coli e Salmonella sp.

Page 51: Antibióticos Beta-lactâmicos; Penicilinas

INDICAÇÕES 1- INFECÇÕES ESTREPTOCÓCICAS

Faringite, amigdalite, otite média, sinusite, impetigo, erisipela, pneumonia

2- INFECÇÕES PNEUMOCÓCICASPneumonia

3- INFECÇÕES GONOCÓCICAS

4- SÍFILIS

5- INFECÇÕES ESTAFILOCÓCICASBroncopneumonia, septicemia, meningoencefalites, abcessos, osteomielites, furúnculos

6- INFECÇÕES POR BACILOS GRAM-NEGATIVOS

7- INFECÇÕES POR PSEUDOMONAS

Page 52: Antibióticos Beta-lactâmicos; Penicilinas

PENICILINAS ANTIPSEUDOMONAS

CARBENICILINA

A carbenicilina é uma penicilina semi-sintética, sensível à ação do suco gástrico e das beta-lactamases.

Pertence ao grupo das penicilinas antipseudomonas

Page 53: Antibióticos Beta-lactâmicos; Penicilinas

CARBENICILINA

FARMACOCINÉTICA: A carbenicilina não é absorvida após administração

oral, devendo ser aplicada por via parental. Se liga a proteínas plasmáticas na taxa de 5%.

Distribui-se como outras penicilinas, primariamente no líquido extracelular.

É eliminada rapidamente por secreção tubular renal, e a probenicida associada retarda a excreção. Menos de 5% da carbenicilina sofrem metabolização.

O derivado indanílico da carbenicilina, também usado em clínica, resiste à ação do suco gástrico e pode ser dado via oral, sendo utilizado para tratamento de infecções urinárias.

Page 54: Antibióticos Beta-lactâmicos; Penicilinas

CARBENICILINA

ESPECTRO ANTIBACTERIANO: Ativa contra a maioria dos cocos Gram-positivos e

Gram-negativos, mas nessas indicações, é muito menos ativa que a benzilpenicilina e a ampicilina.

A maior vantagem clínica da carbenicilina consiste na sua atividade contra diversas raças de Pseudomonas aeruginosa e também ativa contra cepas de Acinetobacter e, entre os anaeróbios, Fusobacteruim e Bacteroides, inclusive muitas raçãs sensíveis de B. fragilis.

Como a carnenicilina é sensível à ação de beta-lactamases, o aparecimento de raças resistentes de bacilos Gram-negativos é muito comum.

Page 55: Antibióticos Beta-lactâmicos; Penicilinas

CARBENICILINA

INTERAÇÃO DROGA-DROGA E TOXICIDADE: A carbenicilina e as outras penicilinas antipseudomonas

inativam a gentamicina ou tobramicina, quando se misturam os antibióticos antes de serem administrados. Devem, portanto, ser aplicadas separadamente, quando se utiliza essa associação.

Apesar de ser bem tolerada, a carbenicilina pode provocar reações típicas das penicilinas (hipersensibilidade). Seu uso prolongado com doses elevadas pode provocar alterações hematológicas: neutropenia, eosinofilia, perturbação da coagulação sanguínea, além de alteração eletrolíticas.

Como outras penicilinas, doses intravenosas elevadas podem provocar convulsões, sobretudo em pacientes renais nos quais não fizeram ajustes na posologia. Também já foram registradas elevação das transaminases, nefrites intertisciais e superinfecções.

Page 56: Antibióticos Beta-lactâmicos; Penicilinas

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SILVA, Penildon. Farmacologia. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.

GUYTON, A.C., HALL, J.E Tratado De Fisiologia Médica 9. Ed. Rj . Guanabara Koogan, 1997.

FARIAS, S. M. Revista Sociedade Brasileira de Pediatria: Penicilinas