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Sul/Sudeste aponta rumos do movimento médico Encontro no Cremers define necessidade de mais união e ação na defesa da Medicina Ano 4 | nº 38 | Novembro/2006 | Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul Crise na saúde provoca audiência pública na Assembléia Legislativa dia 13 de dezembro Médicos Residentes: movimento vitorioso prova a força da união INFORMATIVO

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Sul/Sudeste aponta

rumos do movimentomédico

Encontro no Cremers define necessidade de mais união e ação na defesa da Medicina

Ano 4 | nº 38 | Novembro/2006 | Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul

Crise na saúde provoca audiência pública na Assembléia Legislativa dia 13 de dezembro

• Médicos Residentes: movimento vitorioso prova a força da união

INFORMATIVO

Presidente: Luiz Augusto PereiraVice-presidente: Fernando Weber Matos

1o Secretário: Joaquim José Xavier2o Secretário: Flávio Job

Tesoureiro: Marco Antônio BeckerCorregedor: Martinho Álvares da Silva

Conselheiros Antônio Celso Koehler Ayub | Carlos Antônio Mascia Gottschall

Céo Paranhos de Lima | Cláudio Balduíno Souto FranzenErcio Amaro de Oliveira Filho | Fernando Weber da Silva Matos

Flávio José Mombrú Job | Isaias Levy | Ismael MaguilnikIvan de Mello Chemale | João Pedro Escobar Marques Pereira

Joaquim José Xavier | José de Jesus Peixoto Camargo José Pio Rodrigues Furtado | Luiz Augusto Pereira

Marco Antônio Becker | Marineide Melo RochaMartinho Álvares da Silva | Newton Barros

Regis de Freitas Porto | Rogério Wolf de Aguiar Alberi Nascimento Grando | Cláudio André Klein Cléber Ribeiro Álvares da Silva | Douglas Pedroso

Enio Rotta | Euclides Viríssimo Santos Pires Fernando Antônio Lucchese | Geraldo Druck Sant’Anna

Ibrahim El Ammar | Iseu Milman Izaias Ortiz Pinto | Jefferson Pedro Piva

José Pedro Lauda | Luciano Bauer Gröhs Magno José Spadari | Marco Antônio Oliveira de Azevedo Maria Lúcia da Rocha Oppermann | Mário Antônio Fedrizzi

Moacir Assein Arús | Silvio Pereira Coelho | Tomaz Barbosa Isolan

O Informativo Cremers é uma publicação doConselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul

Av. Princesa Isabel, 921 CEP 90620-001 – Porto Alegre/RSFone (51) 3219.7544 Fax (51) 3217.1968

E-mail: [email protected] – www.cremers.com.br

Conselho EditorialLuiz Augusto Pereira, Fernando Weber da Silva Matos,

Joaquim José Xavier, Flávio Job e Marco Antônio BeckerRedação: W/COMM Comunicação

Jornalista Responsável: Ilgo Wink – Mat. 2556Repórter: Viviane Schwäger – Reg. 10233

Estagiário: Luis Felipe dos SantosRevisão: Raul Rubenich

Fotos: W/COMM Comunicação

Projeto e Produção Gráfica Stampa Design

Direção: Eliane CasassolaEditoração: Leandro Camiña

CTI: Ana Paula AlmeidaIlustrações: Leandro CamiñaRevisão: Lucia Helena Righi

(51) 3023.4866 [email protected]

Tiragem: 30.000 exemplares

CREMERSINFORMATIVO

A Redação reserva-se o direito de publicar ou não o material a ela enviado, bem como editá-lopara fins de publicação. Maté rias as sinadas não expressam necessariamente a opinião da Diretoria do Cremers. O conteúdo do Informativo Cremers po de ser reproduzido, desde que mencionados o autor e a fonte.

A Resolução CFM 1.793/2006 está provocando

muita polêmica. O presidente do Cremers destaca que a

medida não pode ser interpretada de forma a prejudicar

a medicina brasileira: “Se permite interpretação dúbia,

deve ser mudada”, enfatiza Luiz Augusto Pereira. “Não

há outra interpretação senão a de que quem quiser pra-

ticar ato médico, tem de ser médico formado no Brasil e,

se formado no exterior, ter revalidado o seu diploma em

universidade pública federal brasileira.”

Ainda conforme Pereira, “residência médica é trei-

namento médico em serviço e, portanto, só pode ser

realizada por médico. Aprender medicina é uma coisa,

praticar medicina é outra”. O presidente do Cremers

explica: “Os residentes legalmente não estão aprenden-

do medicina, estão exercendo medicina. Assim, os que

apóiam que não médicos realizem residência merecem

a reprovação de toda a sociedade”. (ver página 20)

Residência médicae médicos formados

no exterior

Durante o XXI Encontro dos Conselhos Sul/Sudeste

ocorreu uma reunião dos presidentes dos Conselhos do

RS, SC, PR, SP, RJ, ES e MG com o presidente do CFM.

Ficou decidido que a partir de agora manterão um

Fórum de Correspondência Eletrônica e a reunião com

os presidentes fará parte da programação de todos os

encontros. O objetivo principal é alinhar as políticas

regionais com as do CFM. Os CRMS da região Sul/

Sudeste englobam mais de 70% dos médicos do Brasil.

Em 2007, deverá ocorrer renovação de diretorias de

vários Conselhos. A eleição para a nova diretoria do

CFM, que tem na presidência o médico amazonense

Edson de Oliveira Andrade, será em março.

Sul/Sudeste aproxima presidentes

Novembro/20062 CREMERSINFORMATIVO

NOTAS

Luiz Augusto PereiraPresidente do Cremers

A saúde tem uma dimensão maior

do que os médicos e suas entida-

des representativas, mas pensar em

saúde sem pensar na medicina e nos médicos

é tão absurdo como pensar que só os médi-

cos podem ajudar as pessoas nos seus agra-

vos de saúde.

Exercemos uma profissão milenar, em

tempos difíceis, de grandes e rápidas mu-

danças, por isso nunca foi tão importante

estarmos unidos para impedir a descarac-

terização da nossa ciência e arte. Sabemos

o valor que temos e juntos poderemos

vencer qualquer dificuldade. Há espaço

para todas as profissões para que, nos li-

mites de suas prerrogativas, ajudem a mi-

nimizar a dor e o sofrimento humano.

Hoje, no Rio Grande do Sul, somos mais

de vinte e dois mil médicos em atividade, en-

frentando forças, conscientes e inconscientes,

que se contrapõem ao que se convencionou

denominar o “poder médico”, visão equivo-

cada que confunde o poder com a autori-

dade. Autoridade que o médico adquire pelo

conhecimento e pela capacidade de resolver

com competência a maioria dos problemas

de saúde da população. Diante deste fato, a

união passa a ser a palavra de ordem e uma

condição necessária para mudar visões distor-

cidas da nossa atividade profissional. Acredito

que a desejada unidade médica só será pos-

sível se tutelada por todos e se eliminarmos

o espaço dos “salvadores da pátria”, dos que

ainda não aprenderam que não há união pos-

sível sem participação, sem respeito às diver-

gências, como exige a democracia.

A ética deve estar sempre presente em

todo e qualquer processo de construção do

ser humano e em todo o processo que une

as pessoas, pois na vida, como na profissão,

cada um se constrói à sua maneira e ninguém

se constrói por igual. A ética é fundamental

em nossa existência, busca razões últimas e

universais para adequar a conduta humana ao

bem do universo.

Não há como pensar e agir pela união

sem estar junto aos médicos buscando per-

manente e coletivamente a solução para os

problemas que são de todos nós. É hora de

consolidar uma instância de unidade política,

de respeito e responsabilidade com foco no

interesse da classe médica. O Cremers há um

bom tempo está trabalhando para isso.

O fim de ano se aproxima e com ele vem

não só o agradecimento aos médicos por con-

tinuarem dignificando a profissão, mas a es-

perança de um melhor ano de 2007. É tempo

de renovação. Renovar o nosso compromisso

com a medicina e com todos aqueles que

querem construir um mundo melhor. É tempo

de renovar a diretoria do Cremers, cujo novo

Regimento Interno não permite a reeleição de

um diretor em um mesmo cargo.

Na prática estamos deixando a presidên-

cia em fevereiro de 2007 com a convicção de

que teremos continuidade do modelo de ges-

tão instituído pelo Cremers, pois ninguém fez

nada sozinho.

É tempo de agradecer aos médicos a

oportunidade que tivemos de, em vinte

meses (junho 2006/janeiro 2007), buscar

atingir as principais metas da gestão: ges-

tão tecnológica e de aproximar mais os mé-

dicos. Reconhecemos que há muito a fazer.

Não deixaremos de agir para que tenhamos

um Cremers cada vez mais inserido na socie-

dade, respeitado, que lute permanentemente

pelas prerrogativas do médico em benefício

dos pacientes. Neste fim de ano, meus agra-

decimentos a todos os médicos que contri-

buem para a busca da felicidade das pessoas,

a eterna busca do ser humano. Feliz Natal e

Próspero Ano Novo!

União, Ética e Renovação

É hora de consolidar

uma instância de

unidade política, de

respeito e responsabilidade

com foco no interesse da

classe médica.

Novembro/2006 3CREMERSINFORMATIVO

EDITORIAL

O PROGRAMA DESAFIOS ÉTICOS

do Cremers, edição número 15, abordou mais

um tema polêmico na noite de 27 de outu-

bro: Mulher na Atividade Profissional, com

a participação de representantes em diver-

sas áreas de saúde: Nutrição, Odontologia,

Medicina, Enfermagem e Farmácia. O presi-

dente do Cremers, Luiz Augusto Pereira, sau-

dou os presentes, destacando que o evento

era prestigiado também pelo vice-presidente

do Conselho Regional de Odontologia, Flávio

Borella, e da representante da Ajuris, a ma-

gistrada Leila Torelly Fraga. Também desta-

cou a complexidade do assunto e a neces-

sidade de uma abordagem multidisciplinar

do tema. O debate foi coordenado pelo con-

selheiro Magno Spadari, que abriu os traba-

lhos passando a palavra para a médica Maria

Lúcia Oppermann.

A magistrada Leila disse que existe atual-

mente uma necessidade da mulher em procu-

rar o seu sustento: "No Brasil, hoje, mais de

30% das famílias tem a mulher como chefe.

A dificuldade no mercado de trabalho tam-

bém existe no judiciário, apesar de ser menos

grave do que atualmente. Cada vez mais mu-

lheres assumem cargos - no judiciário, são

mais de 50% - e nos concursos, os primeiros

lugares têm sido femininos. Sendo que elas

não deixam nem de casar, nem de ter filhos".

A conselheira do Cremers Maria Lúcia

Oppermann iniciou a sua exposição falando

da estranheza em abordar o tema da mulher

no exercício profissional, uma vez que o seu

papel nos dias atuais deveria ser igual ao papel

do homem. “Sempre se entendeu que a mu-

lher não assumia cargos de chefia por opção.

O autor Stephen Jay Gould foi muito feliz

quando afirmou que poucas injustiças podem

ser mais profundas do que impedir o direito

de melhorar, de ter esperança, por um limite

imposto de fora, mas fazendo acreditar

que este limite é interno. Muitas vezes

a mulher acredita que não é capaz de

tomar decisões e exercer cargos di-

retivos, graças a essa forma sutil

de discriminação imposta na socie-

dade”, declarou.

O número de mulheres em

pesquisas científicas também é

baixo – estudos demonstram

que uma mulher tem de ser

duas vezes mais produtiva que

um homem para conseguir financia-

mento. “Este estudo demonstrou

uma forma muito sutil de discrimi-

nação sexual”, declarou.

Existe uma forma sutilde discriminação

Maria Lúcia também mostrou um estudo

histórico a respeito das primeiras mulheres

formadas em medicina no mundo. Citou

casos como o da Dra. James Batty, mulher

que se disfarçou de homem para exercer a

medicina. A primeira médica brasileira foi

Maria Augusta Generoso Estrela, que se for-

mou em 1879 e começou a exercer a profis-

são em 1882, após alcançar a maioridade.

A gaúcha de Rio Grande Rita Lobato Velho

Lopes foi a primeira médica for-

Painel debate a Mulher na Atividade Profissional

Leila Torelly FragaMagistrada

"Cada vez mais mulheres assumem cargos - no judiciário, são mais de 50% - e nos concursos, os primeiros lugares têm sido femininos."

Novembro/20064 CREMERSINFORMATIVO

DESAFIOS ÉTICOS

"Muitas vezes a mulher acredita que não é capaz de

tomar decisões e exercer cargos diretivos, graças a essa

forma sutil de discriminação imposta na sociedade."

Maria Graça PivaEnfermeira

"Há uma grande presença feminina na universidade,

mas em relação à produção de conhecimento ainda está

muito aquém em relação ao sexo masculino."

"Recentemente um colega disse que não saía mais

para a rua porque a mulher dele ganhava salário e ele

estava desempregado. Hoje, são muitas as mulheres

que sustentam os homens."

mada no Brasil – pela Faculdade de Medicina

da Bahia, em 1887.

O segundo painel foi apresentado pela ci-

rurgiã-dentista Ângela Maria Nunes, represen-

tando o Conselho Regional de Odontologia.

Uma das questões mais criticadas pela odon-

tóloga foi a falta de planejamento na aber-

tura de novas faculdades. Ângela Maria lem-

brou um artigo da revista Science, datado de

1965, que tentava responder à questão “Por

que há tão poucas mulheres na ciência”. O es-

tudo da importante revista científica demons-

trou os motivos: entre eles, falta de habilidade

intelectual, de persistência no trabalho, maior

envolvimento com fatores sociais do que aca-

dêmicos e incompatibilidade da carreira com o

casamento e a maternidade.

“A grande mudança acontece a partir de

1968, quando a mulher começa a se inserir no

mercado de trabalho. Desde a década de 90,

as mulheres são maioria nos cursos

universitários. Há uma grande

presença feminina na

universidade, mas

em relação à produção de conhecimento ainda

está muito aquém em relação ao sexo mascu-

lino”. Segundo Ângela, a participação das mu-

lheres nas áreas científicas de saúde está pro-

gredindo, ainda que o índice permaneça baixo.

A enfermeira Maria Graça Piva, presidente

do Conselho Regional de Enfermagem/RS, falou

sobre os mitos e verdades na relação entre mu-

lher e enfermagem. “Uma frase típica da enfer-

magem afirma: ‘temos que deixar de fora das re-

lações de trabalho o mundo dos problemas de

casa’. Mas como é possível desvincular?” ques-

tionou a enfermeira. A origem da profissão da

enfermagem é intimamente ligada ao universo

feminino, pois remete às funções femininas nas

sociedades ocidentais. “O homem provê o sus-

tento da família, a mulher gerencia o lar. Essa

cultura ainda se perpetua. Recentemente um

colega disse que não saía mais para a rua por-

que a mulher dele ganhava salário e ele estava

desempregado. Hoje, são muitas as mulheres

que sustentam os homens”.

No século 19, porém, a ciência adotou um

discurso mais preconceituoso. A mulher não

desenvolve o saber científico, pois é conside-

rada delicada e sentimental demais para isso

– a enfermagem acaba sendo uma ocupação li-

gada ao papel de mãe e esposa, no universo do-

méstico, muito semelhante à função das donas

de casa. A enfermeira Florence Nightingale, no

século XIX, ajudou a mudar o conceito da pro-

fissão, designando-a como “arte assexuada”.

No século XX um novo cenário tomou

forma, no qual as mulheres começaram a obter

igualdade formal diante do homem e abusos

de médicos contra enfermeiras passaram a ser

denunciados. A partir de então a mulher pas-

sou a sair de casa, e as profissões que acolhe-

ram inicialmente essa independência foram o

magistério e a enfermagem. Passou a acontecer

um maior profissionalismo nas relações, pois

as relações de cuidado com os pacientes assu-

Maria Lúcia Oppermann

Médica

Ângela Maria Nunes

Odontóloga

Novembro/2006 5CREMERSINFORMATIVO

miram a identidade profissional do enfermeiro,

assim como a construção da imagem do sím-

bolo sexual. “A sociedade muitas vezes ignora

os anseios da mulher profissional”, afirmou.

A quarta profissional a palestrar foi Carmem

Franco, presidente do Conselho Regional de

Nutricionistas. A nutrição é uma atividade es-

sencialmente feminina, e 96,5% dos profissio-

nais são mulheres. O reconhecimento da pro-

fissão aconteceu no século 20, com a regu-

lamentação datando de 1991. A evolução da

profissão trouxe uma série de reconhecimentos

sociais, como a criação de novos cursos e de

entidades profissionais, devido à importância

adquirida pela profissão na saúde pública nos

dias atuais. A atividade se expandiu, abran-

gendo desde a nutrição clínica até a alimen-

tação científica, sendo fundamental nas áreas

esportivas e industriais.

Homens ocupam maioria de cargos de comando

No conceito de relacionar a vida profis-

sional com a maternidade e a vida conjugal,

a mulher profissional acaba tendo menos cui-

dado com a alimentação, o que provoca con-

seqüências problemáticas para a sua saúde.

A partir daí os níveis de sobrepeso e obesidade

aumentam de forma progressiva. O papel do

nutricionista nesta sociedade é orientar a esco-

lha dos alimentos que vão fazer parte das nos-

sas vidas, a definição das quantidades a serem

compradas, a forma de preparo e de armazena-

mento. "Como meta, no conceito da inserção

da mulher no mercado de trabalho, o nutricio-

nista busca promover saúde através de uma

alimentação saudável", concluiu.

Daniele Jost, do Conselho Regional de

Farmácia, encerrou o debate. Destacou que há

um número expressivo de mulheres atuando

no Conselho, especialmente nas comissões

estabelecidas pela entidade. O número de far-

macêuticas mulheres é muito superior no Rio

Grande do Sul, ultrapassando 70% do total.

“Temos um total de 15 conselheiros, dez são

mulheres. Temos o dobro de mulheres na ple-

nária em relação aos homens. Entretanto, na di-

retoria, temos três homens e uma mulher. Por

que eu trouxe isso? Vemos que dentro da pró-

pria instituição, os cargos de comando são ocu-

pados por homens”, disse Daniele. Muitos ho-

mens inclusive preferem dizer que são bioquí-

micos a farmacêuticos, pois a função de farmá-

cia seria relativa a “balconistas de farmácia”.

O crescimento do sexo feminino na ativi-

dade profissional ficou evidente a partir da dé-

cada de 70 – até então, o número de farma-

cêuticos homens era maior. A profissão ante-

riormente era essencialmente masculina e foi

mudando esse aspecto no decorrer dos anos.

Daniele questionou o motivo pelo qual a mu-

lher entra no mercado de trabalho – melho-

res condições financeiras, poder, satisfação.

“Muitas vezes nem notamos as dificuldades

das mulheres no mercado de trabalho, uma vez

que a sociedade está evoluindo neste sentido,

mas estas ainda existem”, concluiu.

"Como meta, no conceito da inserção da mulher no mercado de trabalho, o nutricionista busca promover saúde através de uma alimentação saudável que se insira no dia-a-dia das pessoas."

Carmem FrancoNutricionista

"Muitas vezes nem notamos as dificuldades das mulheres no mercado de trabalho, uma vez que a sociedade está evoluindo neste sentido, mas estas ainda existem."

Daniele JostFarmacêutica

O painel, coordenado pelo Conselheiro Magno Spadari, teve a participação de

representantes dos Conselhos de Medicina, Odontologia, Farmácia, Nutrição e Enfermagem

Novembro/20066 CREMERSINFORMATIVO

DESAFIOS ÉTICOS

A GREVE DOS MÉDICOS RESI DEN TES,

deflagrada dia 1° de novembro, terminou

com sucesso. No dia 28 de novembro, o

Senado acompanhou a Câmara, que na se-

mana anterior havia aprovado o Projeto de

Lei 7.561/01, que reajusta em 30% a bolsa-

auxílio aos residentes. Desde os primeiros

dias o movimento ganhou o apoio de en-

tidades médicas de todo o país, como o

Cremers, em cuja sede foram realizadas duas

assembléias da categoria.

O presidente do Conselho, Luiz Augusto

Pereira, comemorou a vitória dos médicos re-

sidentes. “Eles merecem. É uma justa reivin-

dicação e eles demonstraram que sabem lutar

por seus direitos. Ganham os residentes e

ganha a população, a quem esse jovens mé-

dicos prestam um serviço inestimável”.

O gaúcho Aníbal Abelin, secretário-exe-

cutivo da Associação Nacional dos Médicos

Residentes, entidade que liderou a greve,

avaliou que o resultado obtido é a prova da

justiça das reivindicações dos residentes,

mas lamentou que o governo tenha mantido

o desconto do INSS: “Eles não aceitaram ne-

gociar esse ponto, embora outras categorias

semelhantes à nossa não sofram esse des-

conto. De qualquer modo, vamos seguir mo-

bilizados para buscar a correção integral de

nossas perdas”. A correção de 30% começa

a vigorar a partir de 1° de janeiro de 2007.

A bolsa auxílio, congelada desde 2001, é

de pouco mais de R$ 1,4 mil. Descontando

o INSS e o Imposto de Renda, o valor cai

para menos de R$ 1,2 mil. Depois de asse-

gurado o reajuste, a categoria quer discutir

formas de reposição de mais 23,7%, percen-

tual que integra a correção dos 53,7% (per-

das de 2001 a 2005) reivindicados. Hoje, são

17 mil médicos residentes no país, e aproxi-

madamente 1,5 mil no Estado.

Residentes encerram greve com importante conquista

Residentes saíram às ruas

A Comissão de Saúde da Assembléia

Legislativa promoveu audiência pública

no dia 29 de novembro para debater

a questão da residência médica. O en-

contro, coordenado pelo presidente da

Comissão, deputado Pedro Westphalen,

contou com a participação de médicos

residentes, lideranças médicas e repre-

sentantes da Secretaria da Saúde do

Estado e do Ministério da Saúde, além

de autoridades do setor.

O presidente do Cremers saudou a

campanha vitoriosa dos médicos resi-

dentes na luta por reajuste na bolsa e

melhores condições de trabalho. “Foi

um movimento legítimo, apoiado pelo

Conselho desde o primeiro momento

por ser ético, justo e legal”, destacou

Luiz Augusto Pereira.

Audiência Pública na Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa

Reunião realizada dia 29 de novembro

Assembléia realizada no Cremers

Novembro/2006 7CREMERSINFORMATIVO

RESIDÊNCIA MÉDICA

A ACADEMIA SUL-RIO-GRANDENSE DE MEDICINA

realizou no dia 18 de novembro, no Cremers, mais uma edição do

curso Tópicos Sobre a História da Medicina. Médicos e estudantes de

medicina participaram da atividade.

De acordo com o presidente da Academia e conselheiro do

Cremers, professor Carlos Gottschall, o curso supre uma lacuna na

formação do médico: “A história da medicina infelizmente não consta

da maioria dos currículos das escolas médicas. É um tema tão impor-

tante quanto a fisiologia, a patologia, a clínica, porque permite ao es-

tudante avaliar o alcance da sua profissão”.

O prof. Gottschall acrescenta: “É através da história que o médico vai

poder avaliar melhor o que é importante e o que é discutível, criando con-

dições mais adequadas para evitar erros do passado. Em países do Primeiro

Mundo, a história da medicina integra o currículo dos cursos médicos.

Aqui isso não ocorre porque o Brasil é um país sem memória”.

As aulas foram ministradas pelos professores Paulo Prates,

Antônio Celso Ayub, José Moreira, Cléber Álvares da Silva, Blau

F. Souza, além do prof. Gottschall. Foram abordados temas como

Medicina: mito, técnica e ciência; A maior descoberta da medicina;

História da tocoginecologia; A tuberculose na história; Sydenham e a

dança; O início da cirurgia cardíaca; A Faculdade de Medicina de Porto

Alegre e a medicina no RS.

Curso sobre ahistória da Medicina

Dr. Carlos Gottschall ministrou o curso no Cremers

O SUS que não queremos

AS ENTIDADES MÉDICO-

hospitalares deverão desenca-

dear, após audiência pública a

ser realizada pela Comissão de

Saúde da Assembléia Legislativa

do estado do Rio Grande do Sul

prevista para o dia 13 de de-

zembro, um grande movimento

de resgate do Sistema Único

de Saúde (SUS). A defasagem

acumulada no SUS a partir do

Plano Real (vide tabela ao lado)

fala por si só. Para o presidente

do Cremers, é inconcebível que

continuemos a tolerar este des-

respeito com a população que

é usuária do Sistema. "Os hos-

pitais literalmente estão que-

brando, e os médicos não su-

portam mais trabalhar com defa-

sagem absurda com relação aos

valores pagos pelo seu trabalho.

Está mais no que na hora de de-

flagrar um grande movimento de

valorização da Saúde, que passa

por valorizar mais os hospitais

e os médicos, que são vítimas,

tanto quanto a população, de

políticas equivocadas, para não

dizer perversas."

Defasagem acumulada SUS a partir do Plano Real

Variação até outubro/2006

Tabela SUS 37,30%

IGP-M (FGV) 418,10%

Inflação dos Hospitais 386,20%

Gasolina 1 528,61%

Energia Elétrica 1 595,53%

Comunicações 1 613,06%

Água 1 533,04%

Gás de cozinha 1 672,01%

Transporte urbano 1 626,87%

Remédios 1 273,36%

Entidades médico-hospitalares reúnem-se em audiência pública, dia 13 de dezembro, para tomar posição diante da crise na Saúde

1 Fonte: UFRGS - Centro de Estudos e Pesquisas Econômicas - IEPE.

Novembro/20068 CREMERSINFORMATIVO

ATUAÇÃO

O SEGUNDO MÓDULO DO PRO-

grama de Educação Médica a Distância do

Cremers teve continuidade nos meses de ou-

tubro e novembro, com as aulas “Atualização

em insuficiência cardíaca”, “Atualização em

tratamento de doença carotídea” e “Ética nas

emergências”. A primeira foi ministrada no

dia 31 de outubro pelo professor Luiz Beck da

Silva Neto. A segunda ocorreu no dia 14 de

novembro com o professor Rogério Sarmento

Leite, que se mostrou entusiasmado com a

tecnologia do sistema de videoconferência e

afirmou: “Sempre que tenho a oportunidade,

participo de aulas interativas”.

A aula final do módulo de clínica médica em

medicina de urgência foi ministrada pelo presi-

dente do Cremers, Luiz Augusto Pereira, acom-

panhado pelo secretário Flávio Job. O presidente

reafirmou a intenção de continuar e ampliar o

Programa de Educação Médica a Distância do

Cremers, agradecendo a cooperação de todos

que participaram dos dois primeiros módulos.

“Esta é uma grande conquista da atual gestão,

um sistema que levou tempo para ser concre-

tizado mas provou-se eficaz e exitoso. Espero

que a próxima gestão dê continuidade aos pro-

gramas que levam o Ensino Médico continuado

de forma gratuita aos médicos do Interior atra-

vés de videoconferências”.

O terceiro módulo acontece em dezembro

e contemplará a especialidade de psiquiatria,

com aulas sobre a psiquiatria na atenção pri-

mária e as emergências psiquiátricas. A inicia-

tiva pretende levar atualização profissional gra-

tuita aos médicos de Pelotas e região através

de videoconferência, reduzindo custos e facili-

tando o acesso à educação continuada.

O novo módulo de Educação

Médica a Distância, com as au-

las de Atualização Profissional em

Psiquiatria, começa no dia 5 de

dezembro. A primeira aula será

sobre psiquiatria na atenção primá-

ria e será ministrada pelo profes-

sor Rogério Aguiar, conselheiro do

Cremers e docente na Faculdade de

Medicina da UFRGS. No dia 12, a

aula será do professor Emílio Salle,

abordando a questão das emergên-

cias psiquiátricas. As aulas serão na

sede da AMP, rua XV de Novem-

bro 607, 11° andar, com início às

19h30. As inscrições são gratuitas e

devem ser feitas na Associação Mé-

dica de Pelotas – (53) 3222.3522 –

ou a Delegacia Seccional de Pelotas –

(53) 3227.1363.

Atualização Profissionalem Psiquiatria

Videoconferência cada vez mais consolidada

Transmissão da sede do Cremers

Dr. Flávio Job

Dr. Luiz Beck da Silva Neto Dr. Rogério Sarmento Leite

Segundo módulo chega ao final

Novembro/2006 9CREMERSINFORMATIVO

ENSINO MÉDICO

A RESOLUÇÃO SOBRE A TERMI-

nalidade da vida, aprovada no dia 9 de no-

vembro, por unanimidade pela Plenária do

Conselho Federal de Medicina, foi publicada

no Diário Oficial da União no dia 28 de no-

vembro. O texto prevê a suspensão de pro-

cedimentos e tratamentos que prolongam da

vida de pacientes terminais com enfermida-

des graves e incuráveis.

Com isso, a partir de agora, o médico

poderá limitar ou suspender procedimen-

tos e tratamentos que prolonguem a vida

do doente, garantindo-lhe todos os cuida-

dos necessários para aliviar o sofrimento,

de acordo com a vontade do paciente ou

seu representante legal, prevendo assis-

tência integral.

As Câmaras Técnicas do Cremers partici-

param ativamente do processo de elaboração

da Resolução, enviando sugestões para a sua

redação, tanto em termos de conteúdo como

na formatação para tornar o texto mais claro

e acessível à população em geral, detendo-se

em pontos que poderiam provocar dúvidas.

Segundo o presidente do Cremers, a re-

solução foi profundamente discutida com a

sociedade e entre a classe médica. “A socie-

dade precisa manter sua confiança no mé-

dico, pois ele nunca provocará intencional-

mente a morte de um paciente. O que de-

verá ser permitido ao médico, através dessa

normatização ética, é limitar ou suspender

procedimentos e tratamentos do doente em

fase terminal de uma doença grave e incurá-

vel, desde que se respeite a sua vontade ou

a do seu representante legal”.

Resolução sobre Terminalidade da Vida já está em vigor

Resolução n° 1.805, de 9 de novembro de 2006O Conselho Federal de Medicina, no

uso das atribuições conferidas pela Lei nº

3.268, de 30 de setembro de 1957, alte-

rada pela Lei nº 11.000, de 15 de dezem-

bro de 2004, regulamentada pelo Decreto

nº 44.045, de 19 de julho de 1958, e

CONSIDERANDO que os Conselhos

de Medicina são ao mesmo tempo julga-

dores e disciplinadores da classe médica,

cabendo-lhes zelar e trabalhar, por todos

os meios ao seu alcance, pelo perfeito de-

sempenho ético da Medicina e pelo prestí-

gio e bom conceito da profissão e dos que

a exerçam legalmente;

CONSIDERANDO o art. 1º, inciso

III, da Constituição Federal, que elegeu o

princípio da dignidade da pessoa humana

como um dos fundamentos da República

Federativa do Brasil;

CONSIDERANDO o art. 5º, inciso III,

da Constituição Federal, que estabelece que

“ninguém será submetido a tortura nem a

tratamento desumano ou degradante”;

CONSIDERANDO que cabe ao médico

zelar pelo bem-estar dos pacientes;

CONSIDERANDO que o art. 1° da

Resolução CFM n° 1.493, de 20.5.98, deter-

mina ao diretor clínico adotar as providências

cabíveis para que todo paciente hospitalizado

tenha o seu médico assistente responsável,

desde a internação até a alta;

CONSIDERANDO que incumbe ao

médico diagnosticar o doente como portador

de enfermidade em fase terminal;

CONSIDERANDO, finalmente, o de-

cidido em reunião plenária de 9/11/2006,

resolve:

Art. 1° É permitido ao médico limitar

ou suspender procedimentos e tratamen-

tos que prolonguem a vida do doente em

fase terminal, de enfermidade grave e in-

curável, respeitada a vontade da pessoa

ou de seu representante legal.

§ 1° O médico tem a obrigação de

esclarecer ao doente ou a seu represen-

tante legal as modalidades terapêuticas

adequadas para cada situação.

§ 2° A decisão referida no caput

deve ser fundamentada e registrada no

prontuário.

§ 3° É assegurado ao doente ou a

seu representante legal o direito de soli-

citar uma segunda opinião médica.

Art. 2° O doente continuará a rece-

ber todos os cuidados necessários para

aliviar os sintomas que levam ao sofri-

mento, assegurada a assistência inte-

gral, o conforto físico, psíquico, social

e espiritual, inclusive assegurando-lhe o

direito da alta hospitalar.

Art. 3° Esta resolução entra em vigor

na data de sua publicação, revogando-se

as disposições em contrário.

Novembro/200610 CREMERSINFORMATIVO

LEGISLAÇÃO

IMPRENSA

A RESOLUÇÃO SOBRE A TERMINALIDADE DA VIDA

causou muita polêmica, antes mesmo de ser publicada no Diário

Ofical da União, o que acabou acontecendo no dia 28 de no-

vembro. A medida provocou uma série de manifestações de se-

tores da sociedade, a maioria favorável à medida. A Conferência

Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou nota apoiando a

iniciativa. No Estado, foram realizados programas de rádio e te-

levisão e reportagens em jornais sobre o assunto, sempre com a

participação do Cremers.

No dia 15 de novembro, o presidente do Conselho teve o seu ar-

tigo “Médicos Não Matam” veiculado pelo jornal Zero Hora, causando

repercussão positiva na comunidade gaúcha. Confira a publicação:

Resolução com forte repercussão na sociedade

Médicos não matam

A recente resolução do Conselho Federal de Medicina sobre a terminalidade da vida com foco na ortotaná-sia (morte correta) tem trazido muita inquietude para

todos aqueles que se preocupam com o processo de mor-rer. A normatização aprovada permite - mas não obriga - ao médico limitar ou suspender procedimentos e tratamentos que prolonguem a vida do doente em fase terminal de enfer-midade grave e incurável, respeitadas a vontade da pessoa

ou de seu representante legal.Na prática, os médicos continuarão

fazendo o que têm feito, mas agora passam a contar com uma orientação expressa de como proceder diante de-sta situação crítica. A Resolução do CFM remete à dignidade da pessoa hu-mana, à escolha de como se vai morrer, mas está muito distante da eutanásia (ato deliberado de terminar a vida de um paciente), que é considerada crime no ordenamento jurídico nacional. A

medida, apesar de opiniões divergentes, é legal e tem fun-damento no artigo 5º da Constituição Federal, que estabel-ece que ninguém será submetido a tratamento desumano ou degradante, e está longe de ser considerada homicídio privilegiado (aquele cometido por motivo de relevante fa-tor social ou moral).

Os limites entre a Ética e a Lei Civil muitas vezes são difíceis de delimitar , mas neste caso, se confl ito existe, é aparente. Não há falta de assistência, os médicos não têm autorização para matar e não se transformam em donos da vida e da morte. Reconhecem os limites da Medicina e compartilham a informação com o paciente e sua família , e a partir daí decidem, em conjunto, o caminho a tomar.

A prioridade é a pessoa doente e não o tratamento da doença. Os médicos registrarão no prontuário a decisão fundamentada e assegurarão ao doente ou seu representante legal o direito de solicitar uma segunda opinião médica. É preciso refl etir um pouco mais sobre o signifi cado ético da vida e da morte. Praticar a obstinação terapêutica que re-sulta na distanásia (morte lenta e dolorosa) é uma forma de cuidado indesejável. Não é ético que se continue adiando a morte às custas de insensato e prolongado sofrimento para os doentes terminais e sua família. É igualmente impor-tante analisar em profundidade a fi nitude do ser humano e a obstinação de manter a vida biológica a qualquer custo.

O ser humano sempre será uma complexa realidade bi-opsicossocial e espiritual em que, se presente a sabedoria, encarará a morte como sendo um fenômeno tão natural quanto o nascimento. A Medicina tem como principal obje-tivo aliviar e não prolongar o sofrimento do ser humano. Na doença como na vida, a verdade é o melhor caminho.

Não é éticoque secontinueadiando amorte àscustas deprolongadosofrimento

LUIZ AUGUSTO PEREIRA*

ZERO HORA > QUARTA | 15 | NOVEMBRO | 2006

*Presidente do Conselho Regional de Medicina doRio Grande do Sul

Novembro/2006 11CREMERSINFORMATIVO

A SOLENIDADE DE ABERTURA DO

XXI Encontro dos Conselhos de Medicina

das Regiões Sul/Sudeste reuniu lideranças

médicas estaduais e nacionais, e autorida-

des da área da saúde em uma cerimônia mar-

cada por discursos que ressaltaram a impor-

tância da união das entidades em torno de

objetivos comuns e também a necessidade

de ações práticas em favor da classe médica

e da saúde da população.

Em sua manifestação, o presidente do

Cremers, Luiz Augusto Pereira, conseguiu

refletir o sentimento de todos aqueles que

buscam uma situação melhor para o exer-

cício da medicina no país. “Este evento,

que é conseqüência do esforço conjunto

dos Conselhos do Sul e do Sudeste, com-

preende um temário que preocupa todo o

Brasil, porque as questões da saúde dizem

respeito a todos. É preciso ousar mais, mas

é preciso, acima de tudo, agir. E agir com

organização e planejamento para que os re-

sultados apareçam”, afirmou.

“Os médicos clamam por maior ação

dos Conselhos, porque os Conselhos são a

grande esperança da classe médica no en-

frentamento das dificuldades do setor saúde,

que não são poucas e que se agravam a cada

ano”, enfatizou Pereira, com entusiasmo.

A mesa da solenidade foi composta pelos

presidentes dos sete Estados do Sul e do

Sudeste, pelo presidente do Conselho Federal

de Medicina, pelo Secretário Estadual de

Saúde, João Gabbardo dos Reis, e pelos depu-

tados Darcísio Perondi e Pedro Westphalen.

Foram apresentados ao público os vídeos

produzidos pelo Cremers ao longo do ano - o

vídeo institucional e os dos comerciais de TV

alusivos ao Dia do Médico e à campanha de

valorização profissional. A seguir, o sexteto

de cordas da Orquestra Sinfônica de Porto

Alegre (Ospa) apresentou um programa de

peças populares que foi muito aplaudido

pelos presentes. Após o interlúdio musical,

os compone ntes da mesa fizeram uso da

palavra para compartilhar suas impressões e

expectativas acerca do evento.

O secretário Gabbardo registrou a sua

Encontro Sul/Sudeste ressa importância da união e

"Foi um evento que se caracterizou pela qualidade dos temas abordados. O painel sobre a Saúde Pública foi muito esclarecedor. A fala do deputado Darcísio Perondi deu uma visão nacional sobre o assunto. Já o secretário estadual, o Dr. João Gabbardo dos Reis, abordou a questão no âmbito regional. O que se percebeu, ao final, é que os problemas no setor saúde são de difícil solução, que dependem basicamente de uma mudança de postura do governo federal. Todos os problemas têm como origem a falta de financiamento. Existe solução, mas não existe determinação política para resolver o problema da saúde no país."

Fernando MatosVice-presidente do Cremers

Martinho Álvares da SilvaCorregedor

Lideranças médicas e autoridades da saúde prestigiaram o evento no Cremers

Novembro/200612 CREMERSINFORMATIVO

SUL/SUDESTE

aproximação com o Cremers: “Agradeço pela

convivência, o diálogo e o entendimento re-

cíproco que tivemos com o Conselho du-

rante esses quatro anos em que estive na

Secretaria Estadual da Saúde. Tenho muito

orgulho de pertencer a esta casa”.

O deputado federal da Frente Parlamentar

da Saúde Darcísio Perondi seguiu no rumo do

discurso do presidente do Cremers: “Nossas

lideranças precisam discutir fortemente as

ameaças que pairam sobre a classe médica.

E mais que isso, começar um movimento

pela valorização profissional”.

O presidente da Comissão de Saúde

da Assembléia Legislativa, deputado Pedro

Westphalen, elogiou o encontro e salientou

que os médicos “precisam ocupar os espa-

ços políticos para que outras profissões não

tomem o seu lugar”.

O presidente do CFM, Edson de Oliveira

Andrade, acentuou: “A persist ência do mo-

vimento médico é uma forma de ousadia,

mas é preciso ousar muito mais: não aceitar

as coisas como são, confrontar paredes for-

tes na esperança de conseguir rompê-las em

favor do bem da sociedade”.

Em seu discurso, o presidente do Cremesc,

Wilmar de Athayde Gerent, demonstrou pre-

ocupação com o futuro: “Podemos mostrar

à sociedade que é possível fazer uma medi-

cina melhor para nossos filhos e, quiçá, nos-

sos netos, mas é necessário que o governo

invista mais na saúde”.

Depois de observar que os problemas

dos CRMs são semelhantes, o presidente do

Cremerj, Paulo César Geraldes, disse que os

“Conselhos são corporações que devem fazer

o que ninguém faz pelo médico, por sua de-

fesa e sua educação”.

Desiré Callegari, presidente do Cremesp,

destacou a importância da troca de idéias e in-

formações: "Quem milita no movimento mé-

dico sabe do desgaste que temos ao discutir-

mos muitos dos tópicos deste evento, mas é

preciso revitalizar tudo o que perdemos".

O presidente do CRM-ES, Rodrigues

Costa, salientou a sua convicção de que “o

movimento médico só tem a ganhar realizando

eventos como esse, em que temas relevantes

para os médicos e a socidade são debatidos”.

O presidente do CRM-PR, Hélcio Bertolozzi

Soares, colocou sua certeza de que a mobiliza-

ção médica só tende a crescer: “Estamos aqui

reunidos em busca de respostas às nossas in-

dagações e preocupações”.

O presidente do CRM-MG, Hermann Von

Tiesenhausen, afirmou que se sentia honrado

em participar do evento: “Quero cumprimentar

o presidente Pereira, que sempre foi um amigo

e parceiro do Conselho de Minas, cujo maior

objetivo é ser um conselho conselheiro”.

Os presidentes dos CRMs de Alagoas,

Manuel Fortes Gonçalves, e do Mato Grosso

do Sul Mauro de Brito Ribeiro também partici-

param do evento.

alta de ações efetivas

"A integração entre os Conselhos é algo que deve ser destacado. Mas o fundamental é que o evento

propiciou que todos recarregassem as baterias para entrar 2007 com posições mais fortes em

defesa da medicina, da valorização do trabalho médico, da saúde, enfim. Fiquei satisfeito com a exposição do secretário João Gabbardo, que

mostrou qual o investimento per capita em saúde no Brasil, em comparação a outros países,

provando que se investe muito pouco aqui. "

"Foram abordados temas de interesse ético-profissional em profundidade, principalmente no que diz respeito ao arcabouço do papel dos Conselhos, buscando aperfeiçoar sua parte processualística. Um exemplo foi a discussão sobre o Código de Processo Ético-Profissional e mecanismos evolutivos do Código de Ética Médica que, apesar de bastante recente, necessita de revisão, dado o ritmo do desenvolvimento social e a dinâmica da profissão."

Os médicos clamam por

maior ação dos Conselhos,

porque os Conselhos são a

grande esperança da classe

médica no enfrentamento das

dificuldades do setor saúde,

que não são poucas e que se

agravam a cada ano.

Luiz Augusto Pereira

Encontro debateu temas relevantes

para os médicos e a sociedade em geral

Flávio Job Segundo-secretário

Novembro/2006 13CREMERSINFORMATIVO

O ENCONTRO SUL/SUDESTE FOI

aberto com o painel Formação Médica, no qual

foram debatidos temas como a abertura de es-

colas médicas, avaliação da graduação, reco-

nhecimento recíproco de diplomas de médi-

cos formados em Cuba e a residência médica,

assunto abordado pelo professor da USP Luiz

Alberto Bacheschi. A presidência dos trabalhos

foi do presidente do Cremesp, Desiré Carlos

Callegari, com Henrique Liberato Salvador

como secretário e, como relator, o presidente

do CRM-MG, Herman Von Tiesenhauser.

Ao discorrer sobre a formação médica, o

vice-presidente do Cremesp, Isac Jorge Filho,

enfatizou que esse é um problema da comuni-

dade, do país, não apenas dos médicos. “Está

havendo uma crise de qualidade, que começa

pelo excesso de escolas médicas. O problema

é que as cidades querem as faculdades de me-

dicina. Mas a sociedade precisa saber o que

significa a abertura indiscriminada de cur-

sos de medicina. Aumenta o número de jo-

vens médicos e a qualidade segue caindo, o

que acaba atingindo a comunidade”, enfati-

zou, lembrando que o Brasil já é o país com o

maior número de cursos de medicina.

Em seguida, o palestrante alertou para

o grande número de médicos formados no

exterior e que buscam ingressar no mercado

de trabalho brasileiro: "Na Bolívia, são dez

cursos de medicina, parte deles de brasilei-

ros. Existem lá seis mil jovens estudando.

Em Cuba, são 600. Eles vão estudar lá por-

que não precisam fazer vestibular e porque é

mais barato. No caso de Cuba, pode ser até

de graça. Depois, eles voltam e não conse-

guem passar nos exames de revalidação."

De acordo com Isac, os Conselhos devem

se mobilizar não apenas contra a abertura de

novos cursos no país, mas também pela distri-

buição mais equilibrada dos milhares de médi-

cos que se formam a cada ano. Outra provi-

dência que ele sugere é a avaliação externa do

médico. “A exemplo do que existe em outros

países, como os Estados Unidos, é importante

fazer uma avaliação dos egressos. Fizemos isso

no Cremesp no ano passado e repetimos neste

ano. Uma das maneiras para melhorar o ensino

médico no Brasil é instituir a avaliação externa

dos egressos dos cursos de medicina”.

Painel debateu a formação médica, alertando para o excesso de curso de medicina

Excesso de cursos de medicina: quantidade x qualidade

"É sempre muito positiva essa troca de informações entre os conselhos sobre as

bandeiras de luta. É importante também que tenhamos embasamento científico

para nossas ações. Por exemplo, em São Paulo contratamos um instituto para

avaliar os planos de saúde nos últimos anos, sob vários aspectos. De posse de

dados objetivos e concretos, poderemos negociar de maneira mais segura e

eficaz com as operadoras."Desiré Callegari

Presidente do Cremesp

“O Encontro serviu entre outras coisas para rever os nossos pontos em comum, que são muitos, e a partir daí seguir uma linha de ação com um mínimo de identidade para que tenhamos mais sucesso na luta. Mesmo que existam algumas divergências em termos de ação entre os Conselhos, é importante que a linguagem seja a mesma. Quero destacar também a qualidade do evento, com temas bem escolhidos e bem expostos.”

Dr. Herman Von TiesenhauserPresidente CRM-MG

Novembro/200614 CREMERSINFORMATIVO

SUL/SUDESTE

A SAÚDE PÚBLICA FOI TEMA DO

segundo painel do Encontro dos Conselhos

Regionais de Medicina. Foram debatidos os

temas Judicialização e Conflitos de Interesse

na Saúde, Regulamentação da Emenda 29,

CPMF, Contratualização, Plano de Carreira

e Programa de Saúde da Família. O painel

foi presidido pelo presidente do Cremers,

Luiz Augusto Pereira, tendo o vice-presi-

dente Fernando Matos como secretário, e,

como relatores, o diretor Flávio Job e o con-

selheiro Moacir Arús.

O deputado federal Darcísio Perondi, da

Frente Parlamentar da Saúde, discorreu sobre

a crise no setor saúde, destacando a Emenda

29 e a aplicação integral dos recursos da

CPMF, conclamando toda à união para melho-

rar o orçamento da saúde previsto para 2007.

A proposta orçamentária do governo fede-

ral prevê o repasse de R$ 42,4 bilhões para a

saúde – R$ 1,7 bilhão a menos do que o pre-

visto pela Constituição, sem previsão de rea-

juste da tabela do SUS, afetando diretamente

a prestação de serviços.

“Estamos lutando por um aumento no

orçamento da saúde para o próximo ano,

mas nós sabemos que isso só será possí-

vel com muita luta, com muita mobilização.

O governo só responde com pressão. E a hora

de pressionar é agora quando ainda dá para

mexer no orçamento”, acentuou o deputado.

O secretário da Saúde do RS, João

Gabbardo dos Reis, deu ênfase para a

Contratualização, explicando que o gestor

é obrigado a trabalhar com contratos, e la-

mentou o baixo investimento do governo

federal no setor: “No Brasil, se investe 212

dólares por pessoa ao ano, sendo que desse

valor apenas 96 dólares vêm do governo.

Na Argentina, são mais de 400 dólares por

pessoa. Nos Estados Unidos, são 6 mil dó-

lares ao ano por pessoa. Com esses recursos

não é possível acabar com as filas, a falta de

medicamentos, etc.”

Emenda 29: regulamentação deve ser urgente

Saúde pública: mobilização para evitar corte no orçamento

Painel debateu os graves problemas que afetam o trabalho médico no país

A necessidade de regulamentação

urgente da Emenda 29 foi destaca-

da pelo deputado Darcísio Perondi,

que regulamentou os repasses para

a saúde nas três esferas de poder.

Explicou que a União precisa inves-

tir tudo o que foi investido no ano

anterior multiplicado pela diferença

percentual entre o PIB nominal dos

dois anos. “Essa regulamentação é

fundamental para acabar com os des-

vios dessas verbas para outras áreas.

O governo já estuda uma proposta

para desvincular a Emenda 29, ligan-

do os reajustes aos valores da inflação

e do crescimento populacional”, afir-

mou o deputado.

Segundo Perondi, a proposta do

governo federal para as áreas de

alta e média complexidade é investir

menos do que no ano passado, o

que demanda uma luta das entida-

des médicas e dos parlamentares

ligados à saúde.

Novembro/2006 15CREMERSINFORMATIVO

O médico, a interface profissionale a relação com a imprensa

NA MANHÃ DO DIA 24, O SEGUNDO

painel apresentado foi sobre o Médico e

a Interface Profissional, a respeito das re-

lações do exercício profissional médico

com as demais áreas da saúde e da socie-

dade. Iniciou a exposição a jornalista Marta

Gleich, do jornal Zero Hora, demonstrando

os conflitos referentes ao caso do Caderno

Vida. A jornalista relatou que o caderno é

um dos setores mais lidos do jornal, o que

potencializa o risco do noticiário sem qua-

lidade. Marta enumerou uma série de de-

safios importantes para a mídia na área da

saúde, como o conflito de interesses entre a

necessidade de informar e a função do pro-

fissional de saúde em estabelecer um julga-

mento criterioso. Outros temas como a di-

vulgação de terapias alternativas não reco-

nhecidas pela medicina foram comentados.

Ao final da sua exposição, o secretário da

mesa Luís Fernando Moraes sugeriu à jor-

nalista que tais terapias poderiam ser divul-

gadas enfatizando o não-reconhecimento

destas pelas entidades médicas.

Emmanuel Fortes Cavalcanti apresen-

tou um painel sobre alterações no projeto

de regulamentação dos conselhos. O prin-

cipal tema da sua exposição foi o projeto

substitutivo PL 92, que estabelece algumas

mudanças na regulamentação. Emanuel de-

fende alterações como o estabelecimento

de multas para os médicos e as instituições

que não obedecem às decisões do Conselho.

“Em Alagoas já estão fazendo uma tabela de

multas de acordo com as ordens descum-

pridas. Elas serão aplicadas a pessoas jurí-

dicas públicas e privadas, dando mais poder

de autuação ao CRM”, afirma. Francisco

Albanesi Filho falou sobre a importância das

equipes multidisciplinares para o exercício

da profissão. Ressaltou o fato de existirem

2.767 escolas de formação de profissionais

da área, o que traz uma grande responsabi-

lidade às equipes. “Se cada profissional co-

nhecer o seu limite, o tratamento dos pa-

cientes será melhorado”, afirmou Albanesi

Filho ao final da sua exposição.

Presidiu a mesa o presidente do Cremerj,

Paulo César Geraldes, com Luís Fernando

Moraes de secretário. Os relatores foram

Anastácio Neto e João Batista Gomes Soares.

"Em cada encontro há sempre um intercâmbio de experiências entre os conselhos, que na verdade enfrentam dificuldades semelhantes. É o SUS que remunera mal, é a questão da formação médica, do excesso de faculdades de medicina. Este é um problema que já discutimos muito. O diagnóstico está feito, falta aplicar a terapêutica. Precisamos ir ao Legislativo, ao Executivo. Lutar pelo estabelecimento de exigências para a abertura de novos cursos. Que cada curso tenha obrigatoriamente um hospital-escola. E também que para cada vaga aberta, seja aberta uma vaga para a residência médica."

Paulo César Geraldes Presidente do Cremerj

Painel discutiu as relações do médico com as demais áreas da saúde e da sociedade

Jorn. Marta Gleich

Novembro/200616 CREMERSINFORMATIVO

SUL/SUDESTE

"Essas reuniões são bem-vindas para aprimorar e estreitar propostas, dando uma visão do grau de dificuldade que enfrentam todos os CRMs. A experiência propicia a oportunidade de conhecer soluções já testadas. A importância dessas reuniões, especialmente com a participação do CFM, é marcante, pois traz informações que muitas vezes não chegam pela formatação oficial. Só por isto é sempre renovador nos reunirmos em busca de propósitos incluídos na pauta da discussão."

“O XXI Encontro dos CRMs das Regiões Sul/Sudeste despertou grande interesse

entre os participantes, pois abordou temas atuais e pertinentes da medicina,

envolvendo desde a Lei do Ato Médico, os Honorários Médicos, a Reforma

do Código de Ética Médica e do Código do Processo Ético Profissional,

entre outros. Além disso, o clima de confraternização dominou todas as

atividades, sendo prazeroso participar das mesas, sem falar da generosa

acolhida dos Conselheiros Gaúchos.”

NO PAINEL DA TARDE DO DIA 24,

sobre a organização administrativa dos

Conselhos Regionais de Medicina, Henrique

Carlos Gonçalves abriu a exposição falando

sobre recadastramento. O conselheiro do

Cremesp abordou a experiência da sua re-

gião, onde as cédulas antigas, mais vul-

neráveis, foram trocadas por documentos

com códigos de barras e outros instrumen-

tos de autenticação. Logo depois, Donizetti

Giamberdino falou sobre a Fiscalização, in-

dicando que o trabalho não pode se limi-

tar apenas a ações proativas de punição.

“É muito importante prever os problemas e

consertá-los no início”, afirmou. Segundo o

conselheiro, os princípios fundamentais do

trabalho de fiscalização são segurança, or-

ganização, e práticas de excelência, através

de atitudes profissionais.

Gérson Zafalon Martins falou sobre o

tema Educação Médica Continuada, dis-

sertando a respeito da importância da

atualização profissional como eventos a

distância. “Essas ações do Conselho são

muito importantes para os profissionais

que não conseguem participar de congres-

sos”, afirmou Martins. Destacou os proje-

tos do CFM como o convênio com o Sipam

e o pólo de telemedicina da Amazônia. O

corregedor do CFM Roberto d’Ávila encer-

rou o painel, falando a respeito das atu-

alizações necessárias no Código de Ética

e no CPEP. Segundo d’Ávila, a intenção é

iniciar os trabalhos para um novo Código

de Ética Médica até 2008. “Este é o mo-

mento propício para essa discussão”, afir-

mou o corregedor, que ressaltou a pre-

sença de alguns artigos desligados da rea-

lidade e contraditórios.

Presidiu a mesa o presidente do CRM do

Paraná Hélcio Bertolozzi Soares. A secretá-

ria foi Raquele Rotta Burkiewicz e os rela-

tores, Luiz Ernesto Pujol e Ricardo Cristiano

Leal da Rocha.

Organização dos Conselhos e mudanças no Código de Ética

Hélcio Bertolozzi SoaresPresidente do CRM-PR

Dr. Wilmar de Athayde Gerent

Presidente do CRM-SC

A organização administrativa dos Conselhos também foi discutida no Encontro

Novembro/2006 17CREMERSINFORMATIVO

O secretário executivo da Asso-

ciação Nacional dos Médicos Resi-

dentes (ANMR), Aníbal Abelin, foi

o último palestrante do encontro,

falando sobre atualização científica

e mercado de trabalho para médicos

residentes. Abelin citou as principais

ferramentas de atualização disponí-

veis aos residentes, tais como livros,

sites da internet e computadores

de mão (handhelds ou palm tops),

apontando as vantagens e desvanta-

gens de cada uma.

Abelin ressaltou a importância

dos Conselhos de Medicina no pro-

cesso: “Os Conselhos são os únicos

órgãos capazes de proporcionar in-

formação científica isenta, livre de

conflitos de interesses”.

O presidente Luiz Augusto Pereira

encerrou o XXI Sul/Sudeste ladeado

pelos presidentes dos Conselhos de

Minas Gerais e Paraná, que saudaram

a organização e o bom andamento

do encontro. “Agradeço ao presidente

Pereira a oportunidade de resgatar

a democracia do CRM-MG. Sinto-me

reintegrado após tantos anos de parti-

cipação no movimento dos Conselhos,

o evento não poderia ser melhor”,

disse Herman Von Tiesenhauser, presi-

dente do Conselho de Minas Gerais.

O presidente do CRM-PR, Hélcio

Bertolozzi Soares, comentou: "Fico en-

grandecido de poder discutir tudo o

que aqui foi proposto, desde assuntos

administrativos até os que mais ferem

a classe médica". A participação é

a principal ferramenta da democra-

cia, destacou Luiz Augusto Pereira ao

proferir as palavras de encerramento.

Emocionado, afirmou que a presença

de médicos de tão diferentes faixas

etárias no mesmo auditório representa

“em uma ponta, a experiência; na ou-

tra, a esperança do agir ético dentro

da medicina. É preciso que os médicos

mostrem que não se dobrarão a mano-

bras de quem quer que seja”.

O ENCONTRO SUL-SUDESTE FOI

encerrado, dia 25, em alto nível com a progra-

mação científica, que teve como primeiro tema

Atualização em Células-Tronco. Dois especialis-

tas no assunto, os professores e conselheiros

do Cremers João Pedro Marques Pereira e Carlos

Gottschall, foram os palestrantes. A mesa foi

presidida pelo conselheiro Tomaz Isolan.

Ambos deixaram claro que ainda há muito

a ser descoberto em relação ao uso de células-

tronco. O prof. Marques Pereira, que desenvolve

trabalhos nessa área no Hospital de Clínicas de

Porto Alegre e no Instituto de Cardiologia, infor-

mou, entre outras coisas, que a medula óssea

abriga o modelo mais estudado hoje de célula-

tronco adulta, a hematopoiética, que possui

grande capacidade de auto-renovação e poten-

cial proliferativo. Disse, ainda, que o Hospital de

Clínicas tem um banco de sangue do cordão

umbilical e do sangue periférico.

O prof. Gottschall, que atua no Instituto

de Cardiologia, relatou algumas áreas para apli-

cação clínica de células-tronco: regeneração

dentária, patologias oftalmológicas, doenças

do sistema nervoso central, doenças pancreá-

ticas, doenças cardiovasculares, doenças hepá-

ticas, diabetes, etc. Destacou também o uso de

células-tronco em cirurgias cardiovasculares.

Programação científicaencerra o Encontro

Aníbal Abelin da ANMR, palestrou no encerramento do Encontro Sul/Sudeste

Residência foi tema de debate

Células-tronco foram tema do painel

Novembro/200618 CREMERSINFORMATIVO

SUL/SUDESTE

Em reunião realizada no dia 9 de novembro, as entida-

des médico-hospitalares conseguiram do Ministério Público

Estadual apoio à luta pelo repasse dos valores atrasados do

IPE Saúde. O Procurador-Geral de Justiça Roberto Bandeira

Pereira afirmou que se preocupa com a questão: “Estamos

solidários à reivindicação dos prestadores de serviço do IPE,

porque é um problema que atinge diretamente significativa

parcela da população gaúcha”.

O presidente do Cremers disse que o Ministério Público

Estadual tem sido um parceiro de primeira hora para melho-

rar todo o sistema de saúde do nosso estado.

Estiveram presentes o deputado federal Darcísio Perondi,

o deputado estadual Pedro Westphalen, os procuradores

Mauro Luís Silva de Souza, Eduardo de Lima Veiga e Antônio

Carlos Avelar Bastos, o presidente da AHRGS Paulo Maciel e

o diretor do Simers Cesar Augusto Trinta Weber.

Caso IPERGS:Ministério Público Estadual apóia a luta das entidades

Ministério Público Estadual foi informado da crise

NO MUNICÍPIO DE SANTA CRUZ

do Sul, o Delegado Seccional do Conselho

Regional de Medicina do Estado do Rio

Grande do Sul, Dr. Mauro Thies, relata que

os exames citopatológicos estão sendo fir-

mados por bioquímicos.

Parecer do CremersA Resolução do Conselho Federal de

Medicina n° 1.473/97 determina em seu

artigo 1° que “os laudos citohistoanato-

mopatológicos decorrentes dos diagnós-

ticos dos exames acima referidos são de

competência e responsabilidade exclusiva

do profissional médico”.

O Parecer do Conselho Federal de

Medicina n° 08/73, motivado por con-

sulta semelhante à do presente, tem a se-

guinte conclusão: “Não pode a interpre-

tação do exame colpocitológico ser reali-

zada senão por médico, devidamente ha-

bilitado, constituindo tal procedimento

(interpretação por bioquímico ou qual-

quer outro profissional) exercício ilegal

da medicina”.

Em virtude do exposto, e conside-

rando que no município de Santa Cruz

do Sul existem médicos em número su-

ficiente para realizar o exame citopato-

lógico e elaborar o laudo atinente a tal

exame, opina-se pela impossibilidade de

bioquímico firmar o laudo mencionado,

sob pena de restar caracterizado exer-

cício ilegal da Medicina, devendo-se in-

formar o Ministério Público Estadual e a

Vigilância Sanitária.

Importa ressaltar, ainda, que, con-

forme determina o artigo 2° da Resolução

CFM no 1.473/97, os médicos assisten-

tes que aceitarem os laudos firmados por

bioquímicos estarão incorrendo em in-

fração ética, a qual será apurada em sin-

dicância instaurada ex offcio por este

Conselho Regional de Medicina (artigo 6°

da Resolução CFM 1.617/2001).

Exame citopatológico:médicos devem firmar o laudo

Novembro/2006 19CREMERSINFORMATIVO

MOBILIZAÇÃO

A COMISSÃO DE ASSUNTOS SOCIAIS

do Senado aprovou no dia 29 de novem-

bro o substitutivo da senadora Lúcia Vânia

(PSDB-GO) aos projetos de lei que regu-

lamentam o exercício da medicina (PLS

25/02 e 268/02).

A nova proposta define o campo de

atuação do médico e as atividades que só

poderão ser realizadas pelo profissional.

Algumas destas atividades são a indica-

ção do uso de órteses e próteses, a indi-

cação de internação e alta médica nos ser-

viços de atenção à saúde, a execução de

sedação profunda, bloqueios anestésicos

e anestesia geral, a atestação médica de

condições de saúde, deficiência e doença e

os atestados de óbito, à exceção de casos

de morte natural em localidade onde não

haja médico.

Segundo a senadora, o detalhamento,

associado às exceções, permitiu que o

texto final fosse obtido em consenso com

os representantes dos médicos e dos pro-

fissionais das demais áreas de saúde. A

matéria será votada em caráter suplemen-

tar na próxima reunião da CAS, já que o

texto aprovado foi um substitutivo. Se não

houver recurso para exame do Plenário, se-

guirá para a Câmara.

Comissão do Senado regulamenta o exercício da medicinaSubstitutivo aprovado define o campo de atuação profissional do médico

Residência médica e médicosformados no exterior

RESUMO DO PARECER DO CONSULTOR

jurídico do Cremers, Jorge Alcibiades Perrone

de Oliveira:

A Resolução CFM 1.793/06 criou um Registro de

Médicos Estrangeiros e de Brasileiros formados no ex-

terior com diplomas não revalidados no Brasil, dando

nova redação à Resolução CFM 1669/03, em seus §§

3º, 4º e 5º, do art. 7º.

O Cremers, porém entende que a citada resolução

só se aplica aos cursos de especialização, que são defi-

nidos como de complementação de curso médico.

A Residência tem disciplina diferente, no art. 5º,

“caput” da Resolução 1.669/03, não alterado.

Isso porque a legislação sobre Residência

médica exige inscrição regular nos Conselhos

de medicina, para os médicos brasileiros, e visto

permanente para estrangeiros, poderem se regis-

trar para exercer a medicina no Brasil. A razão é

que a Residência Médica, não implica só em um

“curso”, mas também e principalmente, a prática

contínua de atos médicos, que a lei 3.268/57 re-

serva unicamente aos médicos regularmente ins-

critos nos Conselhos de medicina. Para essa ins-

crição a lei exige revalidação de diplomas (para

médicos brasileiros) e a legislação de estrangeiros

exige o visto permanente.

A Resolução do CFM, não tendo conteúdo

ético, não tem força de lei e, portanto, não pode

revogar a legislação vigente.

Assim, na visão do Cremers, os médicos es-

trangeiros sem visto permanente, bem como os

médicos brasileiros formados no exterior, sem re-

validação do diploma no Brasil, embora possam se

inscrever em cursos de pós-graduação, não podem

se inscrever em residências médicas, que exijam a

prática constante de atos médicos.

Confira a íntegra do Substitutivo no site www.cremers.org.br.

Novembro/200620 CREMERSINFORMATIVO

TRABALHO MÉDICO

ENTRE OS DIAS 2 E 4 DE NOVEMBRO, EM BENTO

Gonçalves, aconteceu a 13ª Jornada da Sociedade Gaúcha de Medicina

do Trabalho, entidade presidida pelo Dr. Antônio Mário de Carvalho

Guimarães. O presidente do Cremers, Luiz Augusto Pereira, falou na

mesa de abertura sobre o tema Ética Médica. O professor René Mendes,

presidente da Associação Nacional de Medicina do Trabalho discor-

reu sobre Ampliação dos Espaços e Oportunidades para a Medicina do

Trabalho de Vanguarda.

Médicos da Sociedade de Cardiologia do RS ministraram um curso

sobre reanimação cardiopulmonar no ambiente de trabalho. O conse-

lheiro do Cremers Iseu Milman coordenou uma mesa sobre Avaliação de

Trabalhadores em Condições de Trabalho de Risco. A sessão de temas li-

vres contou com a apresentação de diversos trabalhos, pelos Drs. Dirceu

Francisco de Araújo Rodrigues, Vitor Hugo Von Mengden, Dra. Márcia

Maria Paes Lesbich e João Luiz Cavalieri Machado sob a coordenação do

Dr. Mário José Fernandes e teve grande interação com a platéia.

LEVANDO ADIANTE O PROJETO DE

interiorização, o Cremers realizou mais uma

edição do Fórum do prontuário Médico em

Bagé. Junto ao evento, aconteceu visita à de-

legacia, que foi totalmente reestruturada, e

uma homenagem aos médicos jubilados da

região. A atividade aconteceu no dia 10 de

novembro e contou com a participação do

presidente do Cremers, Luiz Augusto Pereira;

do segundo-secretário do Cremers Flávio Job;

e de autoridades locais: o secretário munici-

pal de Saúde, Manif Curi Jorge, o presidente

da Câmara de Vereadores, Delvo Rodrigues de

Oliveira, e o provedor da Santa Casa Mário

Abunader Kalil. Também estiveram presen-

tes a presidente da Sociedade de Medicina de

Bagé, Cledinara Salazar, o presidente da OAB

local, Reginaldo Gasso Rodrigues. O delegado

seccional de Bagé, Aírton Torres de Lacerda,

conduziu os trabalhos.

Mais de setenta pessoas participaram do

Fórum do Prontuário Médico, no qual palestra-

ram o presidente do Cremers, o consultor jurí-

dico Jorge Perrone e o promotor do Ministério

Público Estadual Mauro Luís Silva de Souza.

Sucederam o debate a homenagem aos médicos

jubilados e um jantar comemorativo. Os even-

tos ocorreram na sede da Associação Rural.

Foram homenageados na ocasião os se-

guintes médicos:

Alceu Malafaia Barreto

Gilberto Garcez Garcia

Jesus Olle Vives

João de Deus Teixeira Gonçalves

Joaquim Pedro Pitre Gaffree

José Emílio Osorio Alcalde

Luiz Mario de Moraes Gonçalves

Mario Mansur Michel Kalil

Pascoal Marcelo Brandi

Fórum do Prontuário Médico e Homenagem aos Jubilados em Bagé

Evento na Delegacia de Bagé reuniu lideranças médicas, Ministério Público Estadual e autoridades públicas da região

Jornada de Medicina do Trabalho

Diretoria da Sogamt com o presidente do Cremers

Novembro/2006 21CREMERSINFORMATIVO

DELEGACIAS

LÍDER NO MERCADO DE PLANOS DE SAÚDE E MAIOR

cooperativa médica do país, a Unimed Porto Alegre conquistou mais de

50 mil clientes em 2006. “Estamos fechando o ano com um faturamento

de R$ 600 milhões e um total de 440 mil usuários”, afirma Paulo Afonso

Oppermann, presidente. A segmentação de produtos, através de planos

direcionados a cada necessidade, foi utilizada pela cooperativa, que com-

pleta 35 anos em dezembro, para atingir a meta.

O resultado é decorrente de investimentos em incentivo de vendas e

ações promocionais. Desde 2002, a cooperativa direciona-se para um pla-

Dr. Décio Passos Sampaio Péres

Preocupação é com atrasos nos pagamentos

Alegrete

Seção Delegado

Alegrete Dr. Décio Passos Sampaio Péres

Bagé Dr. Airton Torres de Lacerda

Cachoeira do Sul Dr. Osmar Fernando Tesch

Camaquã Dr. Vitor Hugo da Silveira Ferrão

Carazinho Dr. Airton Luís Fiebig

Caxias do Sul Dr. Alexandre Ernesto Gobbato

Cruz Alta Dr. João Carlos Stona Heberle

Erechim Dr. Juliano Sartori

Ijuí Dra. Miréia Simões Pires Wahys

Lajeado Dr. Roberto da Cunha Wagner

Novo Hamburgo Dr. Jorge Luiz Siebel

Osório Dr. Ângelo Mazon Netto

Palmeira das Missões Dr. Áttila Sarlo Maia Júnior

Passo Fundo Dr. Alberto Villarroel Torrico

Pelotas Dr. Marco Antônio Silveira Funchal

Rio Grande Dr. Job José Teixeira Gomes

Santa Cruz do Sul Dr. Mauro José Thies

Santa Maria Dr. João Alberto Larangeira

Santa Rosa Dr. Omar Celso Ceccagno dos Reis

Santana do Livramento Dr. Leandro Nin Tholozan

Santo Ângelo Dr. Ubiratã Gomes de Almeida

São Borja Dr. João Umberto Del Fabro

São Gabriel Dr. Clóvis Renato Friedrich

São Jerônimo Dra. Lori Nídia Schmitt

São Leopoldo Dr. Renato Brufatto Machado

Três Passos Dr. Dary Pretto Filho

Uruguaiana Dr. Jorge Augusto Hecker Kappel

Em Alegrete, a situação da de-

legacia seccional é de serenidade.

O delegado Décio Passos Sampaio

Péres afirma não existirem questões

muito adversas para resolver na região, embora algumas situa-

ções de dificuldade persistam. Entre estas, o valor recebido do

SUS pelos procedimentos. “O SUS paga com um pouco de atraso,

mas está tudo bem. O que incomoda é o valor irrisório pago pelos

procedimentos, que deixa os hospitais da região numa situação de

penúria”, afirma Péres. No entanto, a situação não está muito mais

grave que o habitual. A relação com o IPE-Saúde é semelhante,

segundo o delegado. O IPE paga em dia as consultas, mas o paga-

mento dos procedimentos atrasa. “A Santa Casa só agora recebeu

o mês de agosto”, declarou.

Péres saúda a iniciativa do Conselho em cobrar do IPE os re-

passes atrasados aos prestadores de serviço. “Quando o Cremers

atua nesse sentido, é para defender a classe médica. É uma postura

coerente”, afirma. Em relação à situação dos médicos peritos, o

delegado está preocupado com o quadro atual. “Este é um problema

muito sério. Recebemos várias denúncias dos colegas contra médicos

peritos, denúncias que repassamos sempre para a Corregedoria.

Alguns médicos assumem uma posição pró-INSS e esquecem das

suas atribuições”, acredita Décio. O delegado, porém, ressalta a im-

portância do médico perito examinar o paciente encaminhado por

outro profissional. “O médico não pode dizer que não vai aceitar o

atestado sem examinar o paciente”, afirma.

Décio Peres parabeniza a política de interiorização do

Cremers, considerando esta uma “iniciativa louvável”. “A maioria

dos médicos não está na capital. O Dr. Luiz Augusto Pereira tem

uma visão bem clara disto, de estender o debate das questões

médicas em todo o Estado”. A delegacia de Alegrete abrange

as cidades de Manoel Viana, São Francisco, Quaraí e Alegrete,

totalizando 127 médicos da região.

Unimed Porto Alegre fecha ano com mais de 50 mil novos clientes

Novembro/200622 CREMERSINFORMATIVO

DELEGACIAS SECCIONAIS

nejamento estratégico voltado ao crescimento.

Reposicionando seu negócio, implementou fer-

ramentas de controle e incrementou seu sis-

tema de informações. Houve a implementação

de Call Center próprio, Centro de Diagnóstico,

loja no Shopping Praia de Belas e Clínica Odontológica. Na linha de adequa-

ção da oferta, também surgiram o Saúde Complementar e o Cartão Fácil, SOS

Emergência Médicas e Área Protegida e o Odonto Unimed. Em 2005, a satis-

fação dos clientes, conforme pesquisa do Cepa/UFRGS, atingiu 85,6%.

Dr. Alexandre Ernesto Gobbato

Respaldo de Câmaras Técnicas é importante

Caxias do Sul

Fone Endereço

(55) 3422.4179 R. Vasco Alves, 431/402

(53) 3242.8060 R. General Neto, 161/204

(51) 3723.3233 R. Pinheiro Machado, 1020/104 | [email protected]

(51) 3671.3191 R. Júlio de Castilhos, 235

(54) 3330.1038 R. Bernardo Paz, 162

(54) 3221.4072 R. Bento Gonçalves, 1759/702 | [email protected]

(55) 3324-2800R. Venâncio Aires, 614 salas 45 e 46 | CEP: 98005-020 | [email protected]

(54) 3321.0568 Av. 15 de Novembro, 78/305 | [email protected]

(55) 3332.6130 R. Siqueira Couto, 93/406 | [email protected]

(51) 3714.1148 R. Fialho de Vargas, 323/304 | [email protected]

(51) 35811924 R. Joaquim Pedro Soares, 500/sl. 55/56

(51) 3663.2755 R. Barão do Rio Branco, 261/08-9

(55) 3742.1503 R. César Westphalen, 195

(54) 3311.8799 R. Bento Gonçalves, 190/207 | [email protected]

(53) 3227.1363 R. General Osório, 754/602 | [email protected]

(53) 3232.9855 R. Zalony, 160/403 | [email protected]

(51) 3713.1532 R. Ramiro Barcelos, 1365

(55) 3221.5284 Av. Pres. Vargas, 2135/503 | [email protected]

(55) 3512.8297R. Fernando Ferrari, 281/803 | CEP [email protected]

(55) 3242.2434 R. 13 de Maio, 410 / 501

(55) 3313.4303 R. Três de Outubro, 256/202 | [email protected]

(55) 3431.3433 Av. Presidente Vargas, 1440

(55) 3232.2713 R. Jonathas Abbot, 636

(51) 3651.1361 R. Salgado Filho, 435

(51) 3592.1646 R. Feitoria, 178

(55) 3522.2324 R. Bento Gonçalves, 222 | CEP 98600-000

(55) 3412.5068 R. Dr. Domingos de Almeida, 3.801

A delegacia seccional de Caxias do

Sul abrange 47 municípios, fiscalizando

o exercício de 1.910 profissionais na

região serrana. O delegado seccional

do Cremers para a região, Alexandre

Ernesto Gobbato, afirma que o trabalho passa por momento de

relativa tranqüilidade. Uma das questões de saúde pública que

mais preocupavam a sociedade foi resolvida recentemente, com a

aquisição de um novo tomógrafo para o Hospital Geral de Caxias.

“Este hospital é referência na região nordeste, atendendo casos mais

graves. A compra deste equipamento aconteceu muito devido à

influência da mídia, que mobilizou a população”, afirma Gobbato.

Os casos de sindicâncias não são freqüentes e estão centralizados

na cidade de Caxias do Sul, pois as instituições caxienses atendem

os pacientes mais graves das outras cidades na região. “O ritmo não

ultrapassa uma sindicância por mês e quase sempre as denúncias

têm a ver com a relação médico-paciente”.

Mesmo a situação conflituosa dos médicos peritos não apresenta

maiores transtornos na região de Caxias do Sul. Dois concursos

realizados recentemente aumentaram o número de profissionais, di-

minuindo os atritos nesta área e mantendo baixo o número de denún-

cias. “O Cremers tem dado toda a sustentação e o respaldo técnico

para o nosso trabalho, especialmente as câmaras técnicas”, ressaltou

Gobbato. O delegado também acha positiva a manifestação dos mé-

dicos residentes em busca de melhores condições de ensino, embora

ressalte que a paralisação pouco afetou o rendimento dos hospitais.

O delegado está feliz com a mobilização do Cremers, junto às

entidades médicas, hospitalares e laboratoriais, para assegurar o

pagamento das dívidas. “É uma obrigação do IPE ressarcir o trabalho

dos prestadores, a população precisa de atendimento. Um pagamento

digno para hospitais e médicos é necessário para atingir a qualidade

desejada”, declara Gobbato. O delegado caxiense está satisfeito com

as iniciativas de interiorização, que considera “excelente”, pois levam

o médico a tomar a frente dos problemas naturais da profissão.

Dr. Paulo Afonso Oppermann

Novembro/2006 23CREMERSINFORMATIVO

CREMERSPROGRAMA DESAFIOS ÉTICOS

Agende-se:

29 de dezembroàs 19h30min, no Cremers

A maternidade precoce é um dos

mais graves problemas sociais bra-

sileiros, com números que crescem

a cada ano. Evasão escolar, de-

semprego e desestruturação familiar

são alguns dos principais obstáculos

enfrentados pelas jovens mães, ori-

ginárias, em sua maioria, de famí-

lias pobres.

Dados do IBGE apontam que, em

cada cinco gestantes, uma é adoles-

cente, com idade entre 12 e 19 anos –

o que representa cerca de 700 mil

meninas dando à luz anualmente.

No Rio Grande do Sul, os índices são

de 20% a cada 100 partos de nascidos

vivos. Os pais desses bebês também

costumam ser jovens, sem trabalho

remunerado e pouca escolaridade.

Pesquisas recentes divulgadas pe-

la Unesco informam que a gravidez

na adolescência é a terceira causa

de morte nesta faixa etária e a

maior responsável pela evasão esco-

lar entre as meninas. Campanhas de

conscientização são freqüentes mas,

mesmo aliadas a políticas públicas

de prevenção, não são capazes de

interromper o avanço da gravidez

precoce. O conhecimento sobre mé-

todos contraceptivos é difundido, mas

dificilmente posto em prática por falta

de acesso ou simples descuido.

O Programa Desafios Éticos com-

pleta 16 edições no dia 29 dezembro,

quando será abordada a gravidez na

adolescência. Aspectos diversos do te-

ma serão discutidos, como políticas de

prevenção, campanhas educacionais e

o impacto social da maternidade prema-

tura. A atividade é disciplina optativa do

curso de Medicina da FFCMPA.

O tema será debatido pelo presi-

dente da Associação Rio-grandense

de Ginecologia e Obstetrícia, João

Steibel, e pelo conselheiro Antônio

Celso Ayub e por representante do Mi-

nistério Público Estadual. O evento será

coordenado pelo Conselheiro Magno

Spadari e a abertura contará com a

presença do presidente do Cremers.

O número de adolescentes que se tor-

nam mães muito cedo aumenta a cada ano.

As complicações durante a gravidez são

a terceira causa de morte entre jovens, e

o parto normal é a principal causa de in-

ternação de meninas entre 10 e 14 anos.

A evasão escolar e o abalo da estrutura

familiar são os principais efeitos desse

grave problema social.

O programa Desafios Éticos é uma

iniciativa da Comissão de Ética e Bio-

ética do Cremers que busca integrar

as diferentes áreas da sociedade na

discussão de assuntos contundentes e

atuais. O Cremers propicia um debate

na última sexta-feira de cada mês en-

tre a população, a classe médica e os

mais diversos especialistas sobre temas

polêmicos da área da saúde que atin-

gem diretamente a vida cotidiana.

Maternidade precoce: um grave problema social

Gravidez na Adolescência

Informações e inscrições gratuitas, pelo telefone (51) 3219.7544, pelo e-mail [email protected] ou no local do evento: Rua Bernardo Pires, 415 (estacionamento gratuito em frente).

AVISO: O Cremers solicita aos médicos que atualizem seus endereços de correio eletrônico através do site www.cremers.com.br