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* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência. Nota Técnica nº 010/2016-SRG/ANEEL Em 29 de janeiro de 2016 Processo nº: 48500.005188/2015-00 Assunto: Análise das contribuições da AP nº 083/2015 - Orçamento das parcelas CCC e carvão mineral, para composição da CDE ano 2016. I. DO OBJETIVO 1. A presente Nota Técnica tem por objetivo analisar as contribuições da Audiência Pública – AP nº 083/2015 quanto às parcelas do orçamento da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) para 2016 de competência da Superintendência de Regulação dos Serviços de Geração (SRG), a saber: aquelas referentes à Conta de Consumo de Combustíveis (CCC) dos Sistemas Isolados e ao carvão mineral nacional. II. DOS FATOS 2. Por meio das Notas Técnicas n os 143/2015-SRG/ANEEL, de 07/12/15, e 329/2015- SGT/ANEEL, de 10/12/15, as Superintendências de Regulação dos Serviços de Geração (SRG) e de Gestão Tarifária (SGT) encaminharam, com vista à realização de Audiência Pública, suas proposta para a definição do orçamento da Conta de Desenvolvimento Energético – CDE de 2016. 3. Na 47ª Reunião Pública Ordinária, realizada no dia 16/12/15, a Diretoria da ANEEL decidiu, por unanimidade: (i) instaurar Audiência Pública, por intercâmbio documental, no período de 17 de dezembro de 2015 a 15 de janeiro de 2016, a fim de colher subsídios e informações adicionais para a fixação das cotas da CDE-Uso de 2016, a serem pagas por todos os agentes do Sistema Interligado Nacional – SIN; e (ii) fixar, em caráter provisório, a cota da CDE-Energia de 2016, relativa à devolução dos recursos repassados às concessionárias de distribuição de energia elétrica no período de janeiro de 2013 a janeiro de 2014, para a cobertura de custos do mercado cativo, em atendimento ao Decreto nº 7.945/2013.

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* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

Nota Técnica nº 010/2016-SRG/ANEEL

Em 29 de janeiro de 2016

Processo nº: 48500.005188/2015-00 Assunto: Análise das contribuições da AP nº 083/2015 - Orçamento das parcelas CCC e carvão mineral, para composição da CDE ano 2016.

I. DO OBJETIVO 1. A presente Nota Técnica tem por objetivo analisar as contribuições da Audiência Pública – AP nº 083/2015 quanto às parcelas do orçamento da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) para 2016 de competência da Superintendência de Regulação dos Serviços de Geração (SRG), a saber: aquelas referentes à Conta de Consumo de Combustíveis (CCC) dos Sistemas Isolados e ao carvão mineral nacional. II. DOS FATOS 2. Por meio das Notas Técnicas nos 143/2015-SRG/ANEEL, de 07/12/15, e 329/2015-SGT/ANEEL, de 10/12/15, as Superintendências de Regulação dos Serviços de Geração (SRG) e de Gestão Tarifária (SGT) encaminharam, com vista à realização de Audiência Pública, suas proposta para a definição do orçamento da Conta de Desenvolvimento Energético – CDE de 2016. 3. Na 47ª Reunião Pública Ordinária, realizada no dia 16/12/15, a Diretoria da ANEEL decidiu, por unanimidade: (i) instaurar Audiência Pública, por intercâmbio documental, no período de 17 de dezembro de 2015 a 15 de janeiro de 2016, a fim de colher subsídios e informações adicionais para a fixação das cotas da CDE-Uso de 2016, a serem pagas por todos os agentes do Sistema Interligado Nacional – SIN; e (ii) fixar, em caráter provisório, a cota da CDE-Energia de 2016, relativa à devolução dos recursos repassados às concessionárias de distribuição de energia elétrica no período de janeiro de 2013 a janeiro de 2014, para a cobertura de custos do mercado cativo, em atendimento ao Decreto nº 7.945/2013.

Pág. 2 da Nota Técnica nº 010/2016-SRG/ANEEL, de 29/01/2016.

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

4. Isto posto, foi instaurada a Audiência Pública nº 083/2015. Essa AP recebeu contribuições de 25 empresas ou instituições, descritas a seguir: ABCM - Associação Brasileira de Carvão Mineral; SNIEC - Sindicato Nacional da Indústria da Extração de Carvão; Copel – Companhia Paranaense de Energia; Cigás – Companhia de Gás do Amazonas; Distribuidoras da Eletrobras (Amazonas, Rondônia, Acre e Roraima); Petrobras Gás e Energia; Petrobras Distribuidora; Eletrobras Gestora da CDE; IEP - Instituto de Engenharia do Paraná; Brookfield Energia Renovável S.A.; Enel Brasil Participações Ltda.; AES Brasil; Celesc Distribuição; Cemig – Companhia Energética de Minas Gerais; Equatorial Energia (CELPA e CEMAR); CPFL - Companhia Paulista de Força e Luz; EDP Energias do Brasil S.A.; Elektro; Light Serviços de Eletricidade; FIESP – Federação de Indústrias do Estado de São Paulo; Conselho de Consumidores da CELPA; Conselho de Consumidores da ENERGISA; Conselho de Consumidores da CEMIG; ABRACEEL - Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia e ABRACE - Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres. 5. As análises apresentadas a seguir referem-se às contribuições cujos assuntos são de competência da SRG. A planilha resumo contendo as contribuições encaminhadas, se as mesmas foram acatadas ou não, bem como as respectivas justificativas se encontra em anexo. III. DA ANÁLISE CCC – Gás natural (quantitativo) 6. As Distribuidoras do grupo Eletrobras (Amazonas, Rondônia, Acre e Roraima) e a Petrobras Gás e Energia pediram que se desconsidere o corte em função de take-or-pay e ship-or-pay acima da capacidade de consumo das UTEs. A Eletrobras Distribuição Amazonas (AmE) entende que a ANEEL não poderá estabelecer limites de reembolso diferentes daqueles estabelecidos nos Anexos I, II e III da Resolução Normativa nº 427/2011, conforme definido no art.12 dessa resolução e, no caso do gás natural, no § 2º do referido artigo. Informa ainda que qualquer aplicação de limites no reembolso do combustível só poderá ocorrer mediante alteração da legislação vigente, após a instauração de audiência pública. Por fim, informa que esse corte poderá impactar excessivamente a saúde financeira da empresa. 7. A Petrobras Gás e Energia reforçou o argumento de que o corte considerado na proposta de orçamento é uma inovação de ordem jurídica, com perda da estabilidade jurídica e regulatória, já que no momento da assinatura dos contratos de gás não havia qualquer previsão relacionada à limitação dos valores a serem reembolsados pela CCC. Observa também que a ANEEL, ao adotar essa conduta, expõe a Petrobras ao risco de inadimplemento por parte da AmE, haja vista a atual inadimplência da AmE em relação à Petrobras. Adicionalmente, destaca que a proposta da NT nº 143/2015-SRG/ANEEL é incoerente com a decisão anterior da Agência de promover o reembolso do custo de geração via CCC para a UTE Mauá 3. No voto que justificou a outorga da UTE Mauá 3, a ANEEL se posicionou indicando que o reembolso da CCC para o take-or-pay e ship-or-pay é integral, mesmo que não tenha a contrapartida da geração. 8. Já o IEP, ao contrário, solicitou que se mantenha o corte apontado acima, bem como demanda que as despesas com geração a gás natural em Manaus, já integrada ao SIN, sejam desconsideradas da CCC e que os contratos de gás sejam revistos, transferindo-os para outras atividades industriais existentes na região. Nessa mesma esteira, a ABRACE, além de corroborar com a necessidade

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dessa glosa no orçamento, pede a devolução dos custos pretéritos com o gás natural comprado em montante superior à capacidade de consumo das UTEs.

9. A ABRACE remeteu sua análise ao disposto no § 9º do art. 11 do Decreto nº 7.246/2010 (o qual estabelece que, para incentivar a eficiência econômica e energética, a ANEEL poderá estabelecer limites para o reembolso dos custos com o take-or-pay e ship-or-pay caso a contratação seja direta, o que é o caso em tela1), e acrescenta o entendimento de que o contido nesse dispositivo jamais poderá ser lido como objeto de poder discricionário da Agência: “a busca da modicidade tarifária (art. 6º, I, Lei nº 8.987/95) e o combate ao enriquecimento ilícito (art. nº 884, Código Civil de 2002) de agente ineficiente (como reconhece a própria ANEEL) não estão afetos a critérios de conveniência ou oportunidade”. Na sequencia, pede que haja compensação com o custo pago inadvertidamente nos anos anteriores. 10. A SRG, na NT nº 143/2015-SRG/ANEEL, focou sua análise na eficiência da gestão dos recursos públicos. Em especial, examina as medidas para evitar desperdícios e para a promoção da melhor utilização dos recursos públicos por parte dos agentes credores de reembolso da CCC. Nesse sentido, não se questiona diretamente o pagamento do take-or-pay e ship-or-pay do gás natural oriundo do gasoduto Urucu-Manaus, mas sim se a CCC deve reembolsar um montante contratado impossível de ser consumido pelas UTEs instaladas.

11. Sendo assim, questionam-se as ações ou inações da beneficiária do subsídio. Em outras palavras, interpela-se sobre a gestão da empresa para viabilizar a instalação de potencia elétrica capaz dar sustentação ao contrato firmado, ou sobre a sua atuação na assinatura de contrato, tendo em vista a cláusula relativa ao volume de gás incompatível com a potência instalada do parque térmico.

12. Isto posto, a despeito do que afirmam a AmE e a Petrobras Gás e Energia, a ANEEL não está inovando o ordenamento jurídico, mas atua em coerência com disposto no § 9º do art. 11 do Decreto nº 7.246/2010 (já elucidado acima) e com princípio constitucional da eficiência da Administração Pública, inserido explicitamente no art. 37 da Constituição da República. Esse princípio, além satisfazer o interesse coletivo, tem como objetivo primordial acolher a preocupação da sociedade pela melhoria na qualidade dos serviços públicos, de modo a evitar que a Administração Pública seja gerida com descaso e/ou que produza resultados insatisfatórios. Segundo Hely Lopes Meirelles2, o princípio da eficiência deve ser entendido como:

“o que se impõe a todo agente público de realizar suas atribuições com presteza, perfeição e rendimento funcional. É o mais moderno princípio da função administrativa, que já não se contenta em ser desempenhada apenas com legalidade, exigindo resultados positivos, para o serviço público e satisfatório atendimento das necessidades da comunidade e de seus membros.”

13. Face o exposto acima, e considerando que foi contratado um volume (5.500.000 m3/dia) 37,5% superior de à capacidade máxima de consumo das UTEs instaladas (4.076.156 m3/dia), mantem-se a conclusão de que a diferença entre o volume contratado e a capacidade máxima de consumo (1.423.844 m3/dia) não pode ser considerado custo eficiente e, portanto, não merece cobertura de reembolso pela

1 O contrato do suprimento de gás natural para as usinas dentro da área de concessão da Amazonas Energia foi firmado diretamente pela Amazonas Energia e junto à Cigás, com anuência da Petrobras, Eletrobras e Eletronorte. 2 Meirelles, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 1996.

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CCC. Do contrário, a atuação da empresa, com reflexo no subsídio CCC, estaria onerando terceiros alheios à sua gestão, a saber: os consumidores de energia elétrica. 14. Ademais, entende-se que a quantidade de combustível contratada a maior, sem a respectiva capacidade de consumo por usinas termoelétricas, não tem como destinação a geração de energia, e, portanto, não pode ter seus custos cobertos pela CCC. 15. Quanto ao apontamento da Petrobras Gás e Energia de que o corte proposto é incoerente com o voto do diretor relator do processo de outorga da UTE Mauá 3, por meio do qual foi assentido que “a CCC reembolsa integralmente a parcela referente às despesas de transporte, de reserva de capacidade de transporte dutoviário e de reserva de consumo de contrato de gás natural, ainda que sem contrapartida da geração de energia elétrica para suprimento da AmE”, tem-se a relatar que o entendimento não é divergente: permanece a leitura de que o take-or-pay e o ship-or-pay devem ser integralmente reembolsáveis, mesmo que não tenha a contrapartida da geração de energia elétrica, entretanto, devido somente “na medida da potência instalada dos empreendimentos”. 16. Em relação à solicitação da IEP de que despesas relacionadas com geração a gás natural em Manaus, já integrada ao SIN, devem ser desconsideradas da CCC, dada a legislação vigente, observa-se que a mesma não deve prosperar.

17. De acordo com a Lei nº 12.111/2009 (§§ 5º e 6º do art. 3º), o direito ao reembolso relativo à contratação de potência e energia, bem como dos custos da geração própria, permanecem durante toda a vigência dos contratos ou da outorga das usinas (no caso da geração própria), sendo que o Decreto nº 7.246/2010, em seu art. 11, § 3º, reconhece como reembolsáveis os custos relativos às despesas de transporte, de reserva de capacidade de transporte dutoviário (ship-or-pay) e de reserva de consumo mínimo (take-or-pay). Assim, entende-se o custo do gás natural é reembolsável até o final dos contratos de compra de potência e energia ou da outorga da central geradora (geração própria).

18. A ABRACE solicitou que a instrução do processo nº 48500.003390/2013-98 (o qual trata da devolução à CCC, pela Eletrobras Amazonas Energia, do custo do gás natural associado a localidades sem o respectivo consumo - Anori, Anamã, Caapiranga, Coari e Codajás) seja prontamente concluída. Em análise, destaca-se que tal consumo foi retirado do orçamento de 2016, sendo que os montantes eventualmente reembolsados nos exercícios anteriores estão sendo vistos pela área de fiscalização e pela Diretoria da ANEEL. 19. A ABRACE pediu também a devolução dos custos pretéritos com a compra do gás em montante superior à capacidade de consumo das UTEs em Manaus. Em relação a esse ponto, está em análise o processo conduzido pela área de fiscalização da Agência com vistas ao levantamento desse passivo. Contudo, entende-se que a deliberação da Diretoria quanto ao corte proposto nesta NT dará a diretriz necessária para a efetiva atuação da fiscalização da ANEEL em relação aos exercícios anteriores. Ademais, recomenda-se que o trabalho da fiscalização em relação à quantificação desse passivo seja concluído ainda no ano de 2016, de modo a considerar o resultado no orçamento de 2017.

CCC – Gás natural (preço) 20. A Cigás pediu que se considere a atualização do preço da parcela dos ramais termelétricos, aprovada pelo Comitê de Revisão do Preço dos Ramais Termelétricos, o qual compõe a

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* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

margem de distribuição do GN (Contrato OC 1902/2006). Verifica-se que o assunto encontra-se em análise pela Agência (processo nº 48500.000289/2014-66), sendo que ainda há pendências de informações a serem prestadas pela Cigás. Uma vez concluído, o eventual reembolso poderá ser efetuado independentemente da composição orçamentária de 2016. 21. As Distribuidoras da Eletrobras e a Petrobras Gás e Energia solicitaram que se aguarde a análise dos dois pedidos de reconsideração quanto à fixação do preço regulatório da tarifa de transporte do GN, de modo que, por ora, se considere o preço anterior.

22. Em análise, pondera-se que esse assunto vem sendo intensamente discutido desde 2014, sendo o preço da parcela transporte do gás natural objeto de análise por parte da ANP. Nesse processo, o preço foi rediscutido com a Petrobras em várias ocasiões. Por fim, após a ANP encaminhar sua conclusão, tal preço foi confirmado por unanimidade na 47ª Reunião Pública Ordinária da Diretoria da ANEEL, em 15/12/2015. Isto posto, opina-se por manter no orçamento o preço vigente. 23. A ABRACE avaliou que a ANEEL não pode, passivamente, acolher e reproduzir o valor apurado pela ANP para o preço regulatório do GN.

24. Em análise, tem-se a relatar que a ANEEL deve se ater ao que é de sua competência legal, sendo que no entendimento da ANEEL cabe à ANP atuação quanto à análise do preço do gás natural. Ademais, conclui-se que, dessa maneira, a ANEEL atende também ao Acórdão nº 336/2014, por meio do qual o Plenário do TCU determinou à ANEEL que, em articulação com a ANP, fixasse preço regulatório para o reembolso do combustível pela CCC, à vista da impossibilidade de se considerar o preço indicado pelos agentes envolvidos na operação, tal qual como a atribuição Legal definida no inciso VII do art. 3º da Lei nº 9.427/1996. 25. A Eletrobras Amazonas Distribuidora declarou que a previsão para as despesas acessórias de gás natural (take-or-pay e ship-or-pay) seria de R$ 688 milhões, portanto menor que o valor orçado pela ANEEL, de R$ 1.313 milhões. Em análise, verifica-se que a Eletrobras-gestora CCC apresentou um orçamento de R$ 2.145 milhões, que foi então reduzido pela ANEEL para R$ 1.313 milhões em função do preço regulatório da parcela transporte e do ajuste da quantidade do gás natural.

26. Caso fosse adotado o valor ora proposto pela Eletrobras Amazonas Distribuidora, de R$ 688 milhões, o mesmo equivaleria ao consumo de 1,8 MMm³/dia de gás natural, valor incompatível com o considerado no orçamento, de 4,07 MMm³/dia. Estima-se que a diferença o valor proposto pela distribuidora seja referido à quantidade não consumida do produto, enquanto que o valor do orçamento refere-se à quantidade bruta. CCC – Obrigações pendentes 27. O item obrigações pendentes refere-se (i) aos três Contratos de Confissão de Dívidas (CCDs) celebrados entre a Eletrobras, na qualidade de gestora do fundo CDE, e as Distribuidoras da Eletrobras Amazonas, Rondônia, Acre e Roraima, bem como (ii) aos valores incluídos pela Eletrobras no Plano Anual de Custos – PAC 2016 da CCC. Segundo informação da Eletrobras, os CCDs foram realizados em função da falta de repasses aos beneficiários da CCC, por falta de recursos financeiros no caixa do Fundo. Os três CCDs somados, item (i), equivalem a R$ 9.116.645.747,38.

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* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

28. Já os custos relativos ao item (ii) totalizam R$ 1.399.027.897,01, sendo divididos da seguinte forma: (a) R$ 383.080.000,00 referente a “reembolsos de Custo Total de Geração até setembro de 2015 (setembro com valores estimados) não liberados”; (b) R$ 874.857.380,61 relativo a “transferências de tributos até setembro de 2015 não liberados”; e (c) R$ 141.090.516,40 que “refletem a necessidade de captação para transferência para a conta corrente mantida para quitação futura dos valores do passivo do Fundo”. 29. A Tabela a seguir apresenta os valores dos CCDs discriminados por empresa e suas parcelas pagas em 2015, a totalização das outras obrigações pendentes constantes do PAC 2016, bem como o “total das obrigações pendentes” (CCDs + outras obrigações pendentes), resultando no montante de R$ 9.460.344.202,05.

Tabela 1 – CCDs e obrigações pendentes constantes no PAC 2016

1º CCD 2º CCD 3º CCD TOTAL CCDs

Outras obrigações pendentes

TOTAL

AmE 3.101.476.231,00 1.694.272.320,00 1.858.846.402,81 6.654.594.953,81 - -

CERON 1.027.373.669,00 462.627.654,00 562.373.780,39 2.052.375.103,39 - -

Boa Vista 69.364.383,00 44.816.141,00 73.620.625,68 187.801.149,68 - -

Eletroacre 61.343.696,00 94.407.876,00 66.122.968,50 221.874.540,50 - -

Total CCDs 4.259.557.979,00 2.296.123.991,00 2.560.963.777,38 9.116.645.747,38 - -

Pago em 2015

1º CCD 707.755.807,70 - -

2º CCD 347.573.634,64 - -

Saldo 8.061.316.305,04 1.399.027.897,01 9.460.344.202,05

Fonte: Planilhas encaminhadas pela Eletrobras à ANEEL.

30. As Distribuidoras da Eletrobras (Amazonas, Rondônia, Acre e Roraima) encaminharam contribuição no sentido de se incluir ao orçamento, além das obrigações pendentes referentes aos CCDs, o valor relativo à diferença de tributos em 2014 (R$ 395.272.435,00). Alegam o direito na Resolução Normativa nº 597/2013, que deu nova redação ao artigo 9º da Resolução Normativa nº 427/2011, “os agentes beneficiários da CCC terão direito ao reembolso do custo decorrente dos créditos não compensados de ICMS e de PIS/PASEP e COFINS, constituídos e acumulados a partir de agosto de 2009”. Além disso, argumentam que os contratos de confissão de divida estão assinados e reconhecidos pelo Fundo CCC e pela Agência. 31. Nessa mesma esteira, a Petrobras Gás e Energia, a Petrobras Distribuidora, e a Eletrobras Gestora da CDE também solicitam a inclusão dos valores referentes às obrigações pendentes, excluídos do orçamento, pela ANEEL, devido à falta de dados e de documentos comprobatórios a serem fornecidos pela Eletrobras-gestora CCC. As empresas afirmam que a ANEEL já reconheceu os valores dos CCDs, que já ocorreu o entendimento quanto ao tema junto à Agência e, dessa forma, que o valor supracitado deve ser incluído no orçamento CDE 2016. Além disso, a Eletrobras-gestora CCC informa que as movimentações da CCC compreendidas entre julho/09 e dezembro/15 deverão ser reprocessadas em função da morosidade na regulamentação da matéria por parte da ANEEL e das suas posteriormente alterações. Declarou ainda que o reprocessamento depende de ajustes no Sistema de Gestão do Fundo CCC, com previsão de conclusão dentro de 180 dias.

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* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

32. Já a ABRACE traz posição contrária. A instituição apresenta o disposto no Relatório de Fiscalização da Superintendência de Fiscalização Econômica Financeira – SFF da ANEEL (Termo de Notificação nº 66/2014) e no Memorando nº 736/2015-SFF, os quais elencam os fatos que corroboram com a dificuldade da análise de passivo da conta CCC devido às severas dificuldades de apuração das informações apresentadas pela respectiva gestora. Além disso, a ABRACE pede que seja lavrado o Auto de Infração, sem prejuízo de que sejam determinadas correções estruturais nos processos de gestão da Eletrobras. 33. Em análise, quanto às contribuições das Distribuidoras da Eletrobras (Amazonas, Rondônia, Acre e Roraima) de que direito ao reembolso do custo decorrente dos créditos não compensados de ICMS e de PIS/PASEP e COFINS já foi regulamentado, tem-se a relatar que isso não retira a necessidade de comprovação desses valores. O mesmo vale para o fato de os CCDs já estarem assinados. Em relação ao reconhecimento pelo Fundo CCC (Eletrobras Gestora) dos CCDs, tal argumento também não cabe prosperar, uma vez que as distribuidoras da Eletrobras são subsidiárias do holding Eletrobras, gestora do Fundo CCC. 34. Em contribuição juntamente com as Distribuidoras da Eletrobras, a Petrobras Gás e Energia, a Petrobras Distribuidora e a Eletrobras Gestora alegaram que os CCDs já foram reconhecidos também pela ANEEL. Em especial, citou-se o Despacho nº 504, de 27/02/2015.

35. Em análise, cabe notar que reconhecer não implica “homologar”, o qual denota confirmar ou aprovar alguma coisa ou algum acontecimento por autoridade competente. Ademais, o citado Despacho foi publicado em fevereiro de 2015, e o que se observou ao longo de 2015 foi a mesma dificuldade já constatada em anos anteriores (vide TN nº 66/2014 - Termo de Notificação emitido pela SFF em 2014). Há espaço, portanto, para uma ação da Agência com vistas a dar uma melhor sinalização às empresas credoras da CCC e à Eletrobras-gestora CCC, de modo que as mesmas se organizem para prover as informações com o nível de detalhamento necessário para a comprovação dos R$ 9.460.344.202,05 (total de Obrigações Pendentes solicitados pela Eletrobras, conforme Tabela 1). 36. Quanto à informação de que “já ocorreu o entendimento quanto ao tema junto à ANEEL e, dessa forma, que o valor supracitado será incluído no orçamento CDE 2016”, cabe esclarecer que se trata de equívoco. O entendimento administrativo próprio da Agência, passível de ser utilizado como fundamento em processos, é somente aquele exteriorizado por meio de decisões da Diretoria Colegiada da ANEEL ou de outras autoridades a quem ela delegar essa competência. Merece também ser elucidada a afirmação da Eletrobras de que as movimentações compreendidas entre julho/09 e dezembro/15 deverão ser reprocessadas em função da morosidade na regulamentação da matéria por parte da ANEEL e das suas posteriormente alterações. Nesse ponto, destaca-se o fato da Resolução Normativa nº 427/2011 ter sido publicada após 6 meses3 da emissão do Decreto nº 7.246/2010, sendo que o Decreto foi publicado 7 meses após a Lei nº 12.111/20094. Dessa forma, nota-se que a ANEEL atou com devida presteza. Ademais, apesar de posteriores alterações na Resolução Normativa nº 427/2011, ocorre que, mesmo quando da vigência das normas anteriores a essa resolução, a Eletrobras nunca apresentou à ANEEL informações de forma clara e estruturada.

3 Dentro desses 6 meses, somente a Audiência Pública ficou aberta por um mês. Ademais, a Resolução Normativa nº 427/2011

revogou em sua totalidade mais de 9 normativos, os quais foram emitidos entre 1991 a 2010. 4 O Decreto nº 7.246, de 28/07/10, regulamentou a Lei nº 12.111, de 09/12/09, e por sua vez a Resolução Normativa nº 427, de 22/02/11, regulamentou o Decreto nº 7.246/2010 e a Lei nº 12.111/2009.

Pág. 8 da Nota Técnica nº 010/2016-SRG/ANEEL, de 29/01/2016.

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

37. Ao se debruçar sobre essa questão, conclui-se que a gestão da Eletrobras em relação ao Fundo CCC tem sido marcada por uma evidente falta de recursos adequados para tratar do tema, fato este agravado, em alguma medida, pelo atual modelo de governança desse processo que impõe à Gestora do Fundo processar o reembolso do benefício para empresas controladas pela própria Gestora. Ou seja, além da gestão da CCC consumir recursos internos da Eletrobras (não gerando lucro como outras atividades da empresa), tendo em vista o atual desenho institucional de governança e por se tratar de um subsídio pago pelos consumidores de todo o país, não há estímulos nem para que as subsidiárias da holding atuem com a devida eficiência, nem para que a holding aplique rigor nas regras contra as atuações ineficientes das suas subsidiárias. Por fim, constata-se que o cerne da questão está no desenho da governança setorial, sendo as atuações da holding e das subsidiárias um reflexo disso. 38. Ao que pese a falta de informações com o nível de detalhamento adequado para a comprovação das despesas relativas aos CCDs e às outras obrigações pendentes constantes no PAC 2016 (valores apresentados na Tabela 1), as cargas desses sistemas elétricos foram atendidas e, portanto, houve geração de energia elétrica. Em regra, essa geração é registrada pelo Sistema de Coleta de Dados – SCD instalados nas usinas, e seus dados são enviados para a Eletrobras.

39. Na sequência, a Eletrobras processa mensalmente esses dados com vistas à elaboração das planilhas disponíveis no seu sítio eletrônico na Internet (Programas e Fundos Setoriais → Conta de Consumo de Combustíveis (CCC)). Na planilha “Custo Total de Geração” (ano 2011, 2012, 2013, 2014 e 2015) constam os valores consolidados referentes tanto ao custo total de geração como ao desconto do ACRmed. Além disso, nas últimas colunas dessa planilha estão o “custo aprovado”, o “valor reembolsado”, e a “diferença” entre o valor já reembolsado e o custo aprovado para reembolso, ou seja, os valores ainda “pendentes de reembolso”.

40. A Tabela a seguir apresenta, por período, os valores totais extraídos das memórias de cálculo provenientes desse regular processamento dos dados (citado no parágrafo anterior).

Tabela 2 – Valores pendentes de reembolso – planilhas “Custo Total de Geração”

Período Pendente de reembolso (R$)

2009(jul) - 2011(abr) 212.398.527,48

2011 (mai-dez) 196.421.008,59

2012 4.484.691.405,85

2013 208.056.884,18

2014 - 15.543.551,86

2015 179.963.781,02

Total 5.265.988.055,27

Fonte: Todas as planilhas estão disponíveis no site da Eletrobras, com exceção do período 2009(jul)-2011(abr) que foi entregue pela Eletrobras em reunião realizada na ANEEL nos dias 5 e 6/8/ 2015, conforme Ata de Reunião nº 128/2015-

SFG/ANEEL.

41. Por conseguinte, observa-se que é possível extrair um valor ainda pendente de reembolso igual a R$ 5.265.988.055,27. Já o total de obrigações pendentes solicitadas pela Eletrobras em função dos CCDs e dos outros valores constantes do PAC 2016 (Tabela 1) é de R$ 9.460.344.202,05.

Pág. 9 da Nota Técnica nº 010/2016-SRG/ANEEL, de 29/01/2016.

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

42. Isto posto, ponderando que, por um lado, a análise das memórias de cálculo descrita acima (resumida na Tabela 2) mostra valores ainda pendentes de reembolso, mas, por outro, os valores do período de julho de 2009 a dezembro de 2015 ainda carecem de reprocessamento e comprovação, sugere-se que se aplique um corte nos valores solicitados pela Eletrobras para o ano de 2016 (Tabela 1 - CCDs e PAC 2016) proporcional ao total constante na Tabela 2. Ou seja, sugere-se que seja aplicada uma glosa de 55% (5.265.988.055,27 / 9.460.344.202,05) sobre os 9.460.344.202,05.

43. Para o ano de 2016, extrai-se do total de pagamentos pendentes solicitados pela Eletrobras (CCDs e outras obrigações pendentes), o valor igual a R$ 4.454.259.855,39. A Tabela a seguir apresenta as parcelas que compõem o esse valor.

Tabela 3 – Rubrica “obrigações pendentes” no orçamento CCC 2016

Para 2016 Valor total (R$)

Parcelas 1º CCDs 740.851.590,83

Parcelas 2º CCDs 408.269.787,33

Parcelas 3º CCDs 1.906.110.580,22

Outras obrigações pendentes constante no PAC 2016

1.399.027.897,01

Total 4.454.259.855,39

44. Aplicando a glosa de 55% para os valores relativos ao ano de 2016, resta, dentro da rubrica “obrigações pendentes” do orçamento 2016, o total de R$ 2.449.842.920,46. 45. A presente conclusão guarda relação apenas com o orçamento de 2016 e não significa o reconhecimento total das obrigações pendentes. Ao contrário, recomenda-se que a Eletrobras seja orientada a repassar apenas os valores relativos aos R$ 2.449.842.920,46 aos beneficiários da CCC para os quais haja comprovação de materialidade e memórias de cálculo dos custos incorridos e não pagos, com vistas a posterior demonstração às áreas de fiscalização da ANEEL. CCC – Outros itens 46. A Eletrobras Amazonas Distribuidora informou que deve ser acrescentado ao seu custo total de geração o montante de R$ 21.551.197,31 referente à atualização das despesas com Contratação de Potência e Energia Elétrica, uma vez que o orçamento é elaborado com a base de custos de outubro e o reajuste dos contratos para o atendimento de Manaus é feito em Novembro. 47. Em análise, pondera-se a contribuição procedente, devendo ser acrescentado o montante sugerido ao orçamento. 48. A empresa pediu também que se inclua no orçamento da CCC o montante de R$ 7.906.299,01 relativo às despesas acessórias com transporte de combustível que a Amazonas Distribuidora de Energia incorreu no período de setembro/2011 a dezembro/2014 para suas usinas do interior.

Pág. 10 da Nota Técnica nº 010/2016-SRG/ANEEL, de 29/01/2016.

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

49. Em análise, avalia-se que o valor apresentado deveria estar contabilizado pela Eletrobras-gestora CCC. Caso esteja incluído na parcela de obrigações pendentes, haverá o reconhecimento pela ANEEL tão logo a Eletrobras-gestora faça a demonstração e a comprovação dos valores. A mesma Eletrobras Amazonas Distribuidora solicita a consideração no orçamento da CCC quanto ao reembolso do montante de aproximadamente R$ 14.819.188,00, referente à sub-rogação das usinas de Mauá Bloco III e Aparecida. Contudo, não é possível fazer provisionamento sem a efetiva aprovação da sub-rogação.

50. Requereram também a inclusão da previsão para os custos de operação e manutenção do sistema de coleta de dados das usinas termoelétricas da Amazonas Distribuidora de Energia do Interior, no valor total de R$ 58.136.970,57, com impacto para 2016 de R$ 28.070.000,00.

51. Em análise, avalia-se que os custos de O&M das centrais geradoras como um todo são passíveis de reembolso pela CCC dentro do custo eficiente, conforme o limite estabelecido na Resolução Normativa nº 427/2011. Entretanto, não existe rubrica específica para cada parcela de custo de O&M de uma usina.

52. Novamente, demandaram que se conste no orçamento da CCC o custo de implantação do SCD instalado nas usinas termoelétricas da Amazonas Distribuidora de Energia da Capital, R$ 1.656.416,17, e do Interior, R$ 21.575.000,00.

53. Em análise, destaca-se que tais custos, se elegíveis a reembolso, poderão ser autorizados pela ANEEL e ressarcidos independentemente de previsão específica no orçamento.

54. Pediram ainda que se acrescente ao CTGP da Eletrobras Distribuição Amazonas o montante de R$ 732.576,67 referente aos custos de O&M das Miniusinas Fotovoltaicas (MIGDI) para o ano de 2016, de R$ 3.436.986,41 referente aos custos de O&M das Miniusinas Fotovoltaicas no período de 2011 a 2015, bem como os seguintes custos relativos aos Sistemas Fotovoltaicos Individuais – SIGFI para o ano de 2016: Eletrobras Amazonas Energia - R$ 152.880,06; Eletrobras Distribuição Acre - R$ 270.519,58.

55. Em análise, aponta-se que os custos de O&M de MIGDI são passíveis de reembolso proporcionalmente à geração efetivamente medida por meio do SCD e contabilizada pela Eletrobras Gestora da CCC, sendo os custos de O&M de SIGFI também passíveis de reembolso, desde que estejam em operação e que sejam contabilizados pela Eletrobras Gestora da CCC. 56. As distribuidoras do grupo Eletrobras, além da CELPA e CEMAT, solicitaram a inclusão no orçamento de pleitos ainda não atendidos (implantação de SCD, sub-rogação, reembolso do combustível líquido e do seu transporte, despesas com GN, compras de energia, atualização monetária de repasses fora do prazo, flexibilização do limite de consumo específico).

57. Em análise, entende-se que as despesas, se autorizadas, já estão incluídas na parcela de obrigações pendentes.

58. A Eletrobras Amazonas Distribuidora sugeriu que os preços dos combustíveis com referência em setembro de 2015, utilizados para fins de orçamento, sejam atualizados para janeiro de 2016.

Pág. 11 da Nota Técnica nº 010/2016-SRG/ANEEL, de 29/01/2016.

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

59. Em análise, entende-se que os preços dos combustíveis líquidos sofrem influência de diversos fatores como o preço internacional dos derivados de petróleo e a cotação do dólar americano. Uma vez que tais fatores podem fazer os preços aumentarem ou diminuírem ao longo do tempo, não há como se fazer uma previsão segura. É certo que os valores de janeiro são referências mais aderentes, porém, o mesmo ocorre com a previsão da carga e do despacho das usinas, e, nesse caso, caberia a atualização de todas as estimativas.

60. A ABRACE avaliou que o custo médio da energia subsidiada pela CCC, considerando o orçamento da CCC (R$ 5,8 bilhões) e a carga prevista de 452 MWmed, resulta em R$ 1.571,42 R$/MWh. 61. Em análise, confere-se que o cálculo da Associação foi simplório e não computou a geração das usinas de Manaus, correspondente aos custos de gás natural, combustíveis secundários e de contratação de potência e energia. Considerando a geração estimada para os cinco PIEs contratados pela Eletrobras Amazonas Distribuidora em Manaus e ainda a UHE Balbina, a UTE Aparecida e a UTE Mauá Bloco 3 (cujo montante total de 5.950.020 MWh foi considerado no cálculo da tarifa da distribuidora ao valor do ACRméd) o custo médio da energia subsidiada pela CCC, já incluídos os ajustes orçamentários, resulta em 422,29 R$/MWh. 62. A ABRACE citou que, no processo tarifário das distribuidoras que atuam nos sistemas isolados, foram incluídos ao valor do ACRméd os custos dos contratos de usinas recentemente interligadas ao SIN, entretanto, sem o respectivo desconto no orçamento da CCC.

63. Aponta-se esta a contribuição mais relevante da ABRACE. Observa-se que a Eletrobras-Gestora CCC de fato incluiu o custo de geração das usinas recentemente interligadas ao SIN, oriundas de contratos existentes, sem descontar a respectiva energia valorada pelo ACRméd. Desta forma, faz-se a devida correção, incluindo o desconto pelo ACRméd referente ao montante de energia de 5.950.020 MWh (UTE Breitener Jaraqui, UTE Breitener Tambaqui, UTE Cristiano Rocha, UTE Manauara, UTE Ponta Negra, UHE Balbina, UTE Aparecida e UTE Mauá bloco 3), de acordo com a Nota Técnica nº 276/2015-SGT/ANEEL, de 2015, e com a REH nº 1980/2015. Em paralelo, aponta-se a necessidade de verificação, pelas áreas de fiscalização da ANEEL, a possível ocorrência dessa inconsistência nos reembolsos contabilizados nos exercícios anteriores, principalmente desde o ano de 2015, quando da interligação de Manaus ao SIN.

64. Da mesma forma, a ABRACE citou que há no orçamento um valor reservado para o pagamento de contrato de compra de energia entre a CEA e a Eletronorte no valor de R$ 94,7 milhões sem o respectivo desconto no orçamento da CCC.

65. Em consulta aos dados da base tarifária da CEA, verifica-se que não foi considerado nenhum contrato de compra de energia válido por parte da distribuidora. Assim, retira-se do orçamento o montante citado de R$ 94,7 milhões. 66. A ABRACE chamou a atenção para o fato de que, no período de mai-dez/15, o reembolso da CCC para o custo de geração de usinas interligadas ao SIN deveria ser promovido ao limite do PLD.

67. Quanto a esse ponto, informa-se que a ANEEL está avaliando a melhor interpretação do dispositivo para a aplicação aos casos de empreendimentos com CVU nulo.

Pág. 12 da Nota Técnica nº 010/2016-SRG/ANEEL, de 29/01/2016.

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

68. Por fim, a ENEL solicitou o acompanhamento mensal da CCC pela ANEEL, por item de despesa, para assegurar que não ocorram glosas; a ABRACE apontou a necessidade de uma equipe técnica exclusiva para acompanhar o fundo, e solicitou que a ANEEL divulgue informações sobre a CCC independentemente da Eletrobras.

69. Em relação a essas questões, noticia-se que as áreas de fiscalização e regulação da ANEEL interagem continuamente com a Eletrobras-gestora CCC e atuam visando evitar glosas e/ou pagamentos indevidos. Por outro lado, atualmente é a Eletrobras a gestora do fundo, cabendo à mesma se responsabilizar pela gestão das informações e pela gestão dos recursos financeiros.

Orçamento atualizado – CCC 70. Considerando as contribuições da AP nº 083/2015, bem como as análises efetuadas sobre as parcelas de custo da CCC, obteve-se o valor de R$ 4.190.568.727,01 para as despesas correntes da CDE para 2016, o que representa uma redução de 27% (R$ 1.568.819.424,32) em relação ao valor posto em Audiência Pública, ou de 36% em relação ao valor inicial orçado pela Eletrobras, conforme descrito na tabela a seguir. O maior movimento refere-se ao desconto da energia das usinas de Manaus pelo ACRmed, antes não contabilizado.

Tabela 4 – CCC, despesas correntes de 2016

Parcela Orçamento Eletrobras Orçamento AP 83/15

(NT 143/2015-SRG/ANEEL)

Orçamento corrigido

CTCOMB 1.782.488.347,91 1.782.488.347,91 1.782.488.347,91

CTCOMB (acessórias) 2.162.868.216,66 1.331.280.916,14 1.331.280.916,14

CTGP 587.422.883,20 587.422.883,20 676.656.361,36

CTCE 2.375.510.044,89 2.375.510.044,89 2.302.276.866,68

CTISOL 6.908.289.492,66 6.076.702.192,13 6.092.702.492,09

desconto ACRmed - 1.215.791.989,27 - 1.215.791.989,27 -2.971.640.235,37

Perdas eficientes - 462.998.310,68 - 380.671.167,93 -209.642.646,11

Tributos 1.270.155.106,06 1.185.392.764,14 1.185.392.764,14

Sub-rogação 93.756.352,26 93.756.352,26 93.756.352,26

Reembolso CCC 6.593.410.651,03 5.759.388.151,33 4.190.568.727,01

71. Acrescenta-se a despesa de R$ 2.449.842.920,46, relativa à rubrica “obrigações pendentes”, cujo detalhamento está tratado nesta Nota Técnica. 72. Como crédito, há a devolução, pela Amazonas Distribuidora de Energia, de R$ 301.478.358,48 relativos à receita excedente auferida com a comercialização de energia no SIN durante o período de janeiro de 2012 a abril de 2015, conforme decisão da ANEEL pelo Despacho nº 123/2016.

73. Assim, o montante total do orçamento CCC para 2016 fica em R$ 6.338.933.288,99.

Pág. 13 da Nota Técnica nº 010/2016-SRG/ANEEL, de 29/01/2016.

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

CDE – Carvão Mineral 74. A ABCM e a SINEC sugerem a suspensão do § 4º do art. 3º da Resolução Normativa nº 500/2012, por meio do qual se aplica, a partir de 1º/1/2016, o corte de reembolso que penaliza UTEs que não atingirem o patamar mínimo de eficiência. 75. Em análise, quanto ao orçamento da CDE carvão mineral para 2016 em si, entende-se que não foi apontado erro ou transgressão à norma vigente. Observa-se que as instituições fazem contestação à Resolução Normativa nº 500/2012 de forma ampla, no sentido de afastar por completo os critérios de eficiência ali definidos. Uma vez que a citada Resolução Normativa está válida, esta deve ser aplicada na composição do orçamento da respectiva rubrica. Assim, entende-se que as contestações à norma devem ser feitas em fórum específico, e, caso acatadas, seguirão com alteração do ato normativo.

76. A Copel encaminhou contribuição no sentido da correção do corte de reembolso da UTE Figueira (de 59,2% para 100%) em função da prorrogação do prazo que trata o § 5º do art. 3º da REN 500/12. 77. Quanto a essa questão, informa-se que houve confirmação da área técnica da ANEEL para a citada postergação da aplicação do corte de reembolso pelo critério de eficiência, cujo detalhamento pode ser acompanhado no processo nº 48500.000121/2016-12.

78. A Copel reiterou a solicitação de alteração da previsão de geração de referencia da UTE Figueira para o ano 2014, em função de ocorrência de sinistro.

79. Esse assunto encontra-se em análise pela Agência, no processo nº 48500.001924/2015-11. Uma vez decidido, o eventual reembolso será efetuado independentemente da composição orçamentária de 2016. 80. A ABRACE solicitou, como medida saneadora, corte de 100% dos custos estimados com carvão mineral de todo o Complexo Presidente Médici, mantidos apenas os valores relativos ao combustível secundário.

81. Em análise, verifica-se que a CGTEE – Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica sofreu glosas nos anos anteriores em função do não atingimento da geração de referência (glosa de 62% em 2015), sendo necessária uma análise mais cuidadosa para verificar o que de fato foi pago pela CDE e não destinado à geração de energia. Dessa forma, recomenda-se que a área de fiscalização da ANEEL realize diligência para levantar o volume de estoque acumulado pela empresa, de modo que, tão logo seja concluída essa análise, se aplique a glosa no repasse da CDE para o complexo termoelétrico Presidente Médici e UTE Candiota III.

Orçamento atualizado – Carvão Mineral 82. A tabela a seguir apresenta os valores revisados da parcela carvão mineral para 2016, por empreendimento, considerando as contribuições da AP nº 083/2015 e conforme as análises efetuadas.

Pág. 14 da Nota Técnica nº 010/2016-SRG/ANEEL, de 29/01/2016.

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

Tabela 5 – Orçamento carvão mineral para 2016

Uni

dade

Total 2016 Charqueadas

Presidente Médici complexo

Figueira fases A+B fase C Jorge Lacerda

compra mínima t

346.392 800.000*** 1.700.000 2.400.000 78.000

contratual R$/t

141,90 66,70*** 52,73 302,94 397,32

R$ 950.200.980,58 49.153.024,80 53.360.000,00 89.640.995,78 727.056.000,00 30.990.960,00

compra adicional R$ 63.617.400,00 - - - 63.617.400,00 -

comb. secundário R$ 39.389.215,30 1.713.900,00 11.888.327,00 12.025.964,00 13.561.371,00 199.653,30

total combustíveis R$ 1.053.207.595,88 50.866.924,80 65.248.327,00 101.666.959,78 804.234.771,00 31.190.613,30

corte geração ref.** % 100% 55,0% 100% 100% 100%

custo subtotal R$ 1.023.845.848,73 50.866.924,80 35.886.579,85 101.666.959,78 804.234.771,00 31.190.613,30

corte eficiência ref.* % 82,1% 74,0% 100% 100% 100%

custo total R$ 1.005.404.297,19 41.751.571,88 26.560.381,23 101.666.959,78 804.234.771,00 31.190.613,30

* Corte de reembolso pela aplicação do critério do § 6º, art. 3º da Resolução Normativa nº 500/2012, com valores estimados conforme eficiência histórica dos empreendimentos.

** Corte de reembolso pelo descumprimento do requisito do § 4º, art. 3º da Resolução Normativa nº 500/2012, estimado com base na geração de referência e na geração verificadas em 2014 e 2015.

*** Redução da compra mínima, de 1.800.000 para 800.000 t/ano, e aumento do preço, de R$ 53,43/t para R$ 66,70/t.

IV. DO FUNDAMENTO LEGAL 83. A legislação presente nesta Nota Técnica inclui: a Lei nº 12.111, de 9 de dezembro de 2009; o Decreto nº 7.246, de 28 de julho de 2010; a Resolução Normativa nº 427, de 22 de fevereiro de 2011; a Lei nº 10.438, de 26 de abril de 2002, o Decreto nº 4.541, de 23 de dezembro de 2002 e a Resolução Normativa nº 500, de 17 de julho de 2012. V. DA CONCLUSÃO 84. Com vistas à definição do orçamento da CDE referente à parcela de custo CCC para o ano de 2016, conclui-se que é devido o montante de R$ 6.338.933.288,99. Para o orçamento da parcela carvão mineral, conclui-se pelo orçamento de R$ 1.005.404.297,19. VI. DA RECOMENDAÇÃO 85. Ante o exposto, considerando a previsão de custos das parcelas CCC e carvão mineral, que comporão o orçamento da CDE para 2016, recomenda-se:

a) a fixação da quantidade de gás natural para fins de reembolso pela CCC, referente aos compromissos de take-or-pay e ship-or-pay do gasoduto Urucu-Manaus, no valor de 4.076.156 m³/dia;

b) que, após a deliberação da Diretoria Colegiada da ANEEL quanto à fixação da quantidade do gás natural proveniente do gasoduto Urucu-Manaus, a SFG atue para quantificar o passivo relativo aos anos anteriores, de modo a ser incluído no orçamento da CDE para 2017;

Pág. 15 da Nota Técnica nº 010/2016-SRG/ANEEL, de 29/01/2016.

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

c) o crédito, no orçamento da CCC, da devolução, pela Amazonas Distribuidora de Energia, de R$ 301.478.358,48 relativos à receita excedente auferida com a comercialização de energia no SIN durante o período de janeiro de 2012 a abril de 2015, conforme decisão da ANEEL pelo Despacho nº 123/2016;

d) a inclusão da despesa ao orçamento da CCC referente à parcela “obrigações pendentes”, no valor de R$ 2.449.842.920,46;

e) que seja determinado à Eletrobras para apenas repassar aos beneficiários da CCC os valores relativos às “obrigações pendentes” para os quais haja comprovação de materialidade e memórias de cálculo dos custos incorridos e não pagos, com vistas a posterior demonstração às áreas de fiscalização da ANEEL;

f) que seja verificada pela SFG e SFF a possível ocorrência, nos exercícios anteriores, da falta do desconto da parcela ACRmed aos reembolsos da CCC já efetuados;

g) a aprovação do orçamento da parcela CCC no valor total de R$ 6.338.933.288,99, relativo à soma das despesas correntes de 2016, em R$ 4.190.568.727,01, do crédito descrito no item “c” e da despesa do item “d”;

h) a aprovação do orçamento da parcela carvão mineral no valor de R$ 1.005.404.297,19;

i) que a SFG realize diligência para levantar o volume de estoque eventualmente acumulado pela CGTEE e reembolsado pela CDE, de modo que, tão logo seja concluída essa análise, se aplique a glosa no respectivo reembolso; e

j) que a SFF e a SFG façam gestão junto à Eletrobras (i) pelo descumprimento do art. 54 da Resolução Normativa nº 427/2011, especialmente no que diz respeito à disponibilização do histórico de preços dos combustíveis desde 2014, (ii) pela falta da aplicação dos critérios de corte da Resolução Normativa nº 500/2012 ao orçamento da parcela carvão mineral, e ainda (iii) pela falta de informações que comprovem o montante de reembolsos pendentes da CCC.

FELIPE ALVES CALABRIA Especialista em Regulação

GABRIEL DE JESUS AZEVEDO BARJA Especialista em Regulação

De acordo:

CHRISTIANO VIEIRA DA SILVA Superintendente de Regulação dos Serviços de Geração

Área Acatada ou não Justificativa

ABCM

SNIEC

• Correção do corte do reembolso da UTE Figueira (de 59,2% para 100%), em função

da prorrogação do prazo que trata o § 5º do art. 3º da REN 500/12.SRG Sim

Houve confirmação da área técnica da ANEEL para a citada postergação da aplicação do corte de reembolso pelo

critério de eficiência, cujo detalhamento pode ser acompanhado no processo nº 48500.000121/2016-12.

• Visando atender o § 6º do art 3º da REN 500/12, a empresa reitera solicitação de

alteração da previsão de geração de referencia da UTE Figueira para 2014, em função

de ocorrência de sinistro.

SRG ParcialmenteVerifica-se que o assunto encontra-se em análise pela Agência, no processo nº 48500.001924/2015-11. Uma vez

decidido, o eventual reembolso será efetuado independentemente da composição orçamentária de 2016.

Cigás

• Consideração do preço da parcela dos ramais termelétricos que compõem o preço do

gás natural do Contrato OC 1902/2006, conforme informação do Comitê de Revisão do

Preço dos Ramais Termelétricos.

SRG Parcialmente

Verifica-se que o assunto encontra-se em análise pela Agência, no processo nº 48500.000289/2014-66, pendente de

informações a serem prestadas pela Cigás. Uma concluído, o eventual reembolso será efetuado independentemente

da composição orçamentária de 2016.

Deve-se incluir no orçamento da CCC o reembolso do montante de R$ 7.906.299,01

referente às despesas acessórias com transporte de combustível que a Amazonas

Distribuidora de Energia incorreu no período de setembro/2011 a dezembro/2014 para

suas usinas do interior.

SRG Não

O valor apresentado deveria estar contabilizado pela Eletrobras-gestora CCC. Caso esteja incluído na parcela de

obrigações pendentes, haverá o reconhecimento pela ANEEL tão logo a Eletrobras-gestora faça a demonstração e

comprovação dos valores.

Deve-se incluir no orçamento da CCC o reembolso do montante de aproximadamente

R$ 14.819.188,00 referente a subrogação das usinas de Mauá Bloco III e Aparecida.SRG Não Não é possível fazer provisionamento sem a efetiva aprovação da subrrogação.

Deve-se incluir no orçamento previsão para os custos de operação e manutenção do

sistema de coleta de dados das usinas termoelétricas da Amazonas Distribuidora de

Energia do Interior, no valor total de R$ 58.136.970,57. Com impacto para 2016 de R$

28.070.000,00.

SRG Não

Os custos de O&M das centrais geradoras são passíveis de reembolso pela CCC dentro do custo eficiente, conforme

o limite estabelecido na REN nº 427/2011. Entretanto, não existe rubrica específica para cada parcela de custo de

O&M.

Deve-se incluir no orçamento da CCC o custo de implantação do SCD instalado nas

usinas termoelétricas da Amazonas Distribuidora de Energia da Capital, R$

1.656.416,17, e do Interior, R$ 21.575.000,00.

SRG ParcialmenteTais custos, se elegíveis a reembolso, serão autorizados pela ANEEL e ressarcidos independentemente de previsão

específica no orçamento.

O PAC 2016 elaborado pela Eletrobras, não contempla em seu orçamento o reembolso

do gás natural a ser consumido pelas UTE que operam na cidade de Manaus, mesmo

sabendo que seu reembolso é assegurado com a interligação de Manaus ao Sistema

Interligado Nacional – SIN. Dessa forma, há que se ajustarem as parcelas de custos

relacionados a este combustível em relação ao orçamento encaminhado pela Eletrobras

no PAC 2016. A tabela abaixo informa as quantidades e o custo de cada parcela que

compõe o custo do gás natural a ser consumido pelas UTE que operam com gás natural

no Amazonas.

SRG Parcialmente Em esclarecimento, foi considerada a totalidade do consumo das usinas de Manaus, no limite de 4,07 MMm³/dia.

Deve-se acrescentar ao CTGP da Eletrobras Distribuição Amazonas o montante de R$

732.576,67 referente aos custos de O&M das Miniusinas Fotovoltaicas para o ano de

2016, bem como R$ 3.436.986,41 referente aos custos de O&M das Miniusinas

Fotovoltaicas no período de 2011 a 2015.

SRG ParcialmenteOs custos de O&M de MIGDI são passíveis de reembolso proporcionalmente à geração efetivamente medida por

meio do SCD e contabilizada pela Eletrobras-gestora CCC.

Deve-se acrescentar ao CTGP das empresas de distribuição os custos de O&M dos

Sistemas Fotovoltaicos Individuais – SIGFI para o ano de 2016, conforme abaixo:

Eletrobras Amazonas Energia - R$ 152.880,06, Eletrobras Distribuição Acre - R$

270.519,58

SRG SimOs custos de O&M de SIGFI são passíveis de reembolso, desde que estejam em operação e que sejam

contabilizados pela Eletrobras-gestora CCC.

Análise ANEEL

Empresa Contribuição

SRG

A citada Resolução Normativa está válida, os critérios ali definidos devem ser os presentes na composição do

orçamento da respectiva rubrica. Assim, entende-se que as contestações à norma devem ser feitas em fórum

específico, e, caso acatadas, seguirão com alteração do ato normativo.

Não

• Suspensão do § 4º do art. 3º da REN 500/12, por meio do qual se aplica, a partir de

01/01/2016, a fórmula que penaliza UTEs ineficientes, provocando descontos no

reembolso do carvão.

Copel

Distribuidoras

da Eletrobras

Deve-se acrescentar ao CTGP da Eletrobras Distribuição Amazonas o montante de R$

21.551.197,31 referente atualização das despesas com Contratação de Potência e

Energia Elétrica.

SRG Sim

A previsão do CTGP da Eletrobras Distribuição Amazonas, no que se refere a Contratação de Potência e Energia

Elétrica para o atendimento do mercado da cidade de Manaus, foi realizado com base nos preços contratuais vigentes

em outubro de 2015, no entanto, anualmente no mês de novembro, os referidos contratos passam por reajustes,

desta forma, tais reajustes devem ser repassados para a composição do CTGP da Eletrobras Distribuição Amazonas

para o ano de 2016.

Atualização das despesas com combustível líquido das empresas: Eletrobras

Distribuição Amazonas - R$ 94.739.305, Eletrobras Distribuição Acre - R$ 6.856.065SRG Não

Entende-se que as despesas autorizadas já estão incluídas na parcela de obrigações pendentes. Entretanto, para as

despesas pendentes de autorização, neste momento não há elegibilidade para a sua inclusão no orçamento

• Desconsideração do corte em função de take-or-pay e ship-or-pay acima da

capacidade de consumo real das UTEs, e realização de reajustes indicados pela

empresa.

SRG NãoA conclusão da área técnica é de que não cabe reembolso pela CCC das parcelas relativas ao volume de gás

contratado acima da capacidade máxima de consumo das UTEs.

• Redução das despesas acessórias do GN, pois a Amazonas Energia terá despesa

inferior à orçada pela ANEEL.SRG Sim

Caso fosse adotado o valor ora proposto pela Eletrobras Amazonas Distribuidora, de R$ 688 milhões, o mesmo

equivaleria a 1,8 MMm³/dia de gás natural, valor incompatível com o considerado no orçamento, de 4,07 MMm³/dia.

Estima-se que a diferença o valor proposto pela distribuidora seja referido à quantidade não consumida do produto,

enquanto que o valor do orçamento refere-se à quantidade bruta

• Solicita que se aguarde a análise dos dois pedidos de reconsideração quanto à fixação

do preço regulatório da tarifa de transporte do GN. Por ora, pede para considerar o preço

anterior.

SRG Não Não há tempo hábil, uma vez que o primeiro recolhimento da CDE ocorrerá em 10/2/2016.

• Inclusão, como obrigações pendentes, dos valores de tributos (395.272.435) e do CCD

(3.318.195.617,45).SRG Parcialmente Conforme análise constante na NT, propõe-se que seja aplicada uma glosa de 55%.

• Consideração dos pleitos ainda não atendidos: SCD, subrogação, reembolso do

combustível líquido e do seu transporte, despesas com GN, compras de energia,

atualização monetária de repasses fora do prazo, flexibilização do limite de consumo

específico.

SRG Parcialmente

As despesas já autorizadas estão incluídas na parcela de obrigações pendentes, apresentada pela Eletrobras-

gestora. Entretanto, apenas serão reconhecidas pela ANEEL após a demonstração e comprovação dos valores. As

despesas ainda não autorizadas não fazem jus ao reembolso neste momento.

• Desconsideração do corte em função de take-or-pay e ship-or-pay acima da capacidade

de consumo real das UTEs.SRG Não

A conclusão da área técnica é de que não cabe reembolso pela CCC das parcelas relativas ao volume de gás

contratado acima da capacidade máxima de consumo das UTEs.

• Solicita que se aguarde a análise dos dois pedidos de reconsideração quanto à fixação do

preço regulatório da tarifa de transporte do GN. Por ora, pede para considerar o preço

anterior.

SRG Não

Esse assunto vem sendo intensamente discutido desde 2014, sendo o preço do gás analisado pela ANP e já

deliberado pela ANEEL. Isto posto, conclui-se por manter o preço atualmente vigente até nova Decisão da Diretoria

Colegiada da ANEEL

• Inclusão dos valores referentes às obrigações pendentes, excluídos do orçamento devido

falta de dados e documentos. SRG Parcialmente Conforme análise constante na NT, propõe-se que seja aplicada uma glosa de 55%.

Petrobras

Distribuidora

• Inclusão dos valores referentes às obrigações pendentes, excluídos do orçamento devido

falta de dados e documentos.SRG Parcialmente Conforme análise constante na NT, propõe-se que seja aplicada uma glosa de 55%.

Eletrobras

Gestora

• Inclusão dos valores referentes às obrigações pendentes, excluídos do orçamento devido

falta de dados e documentos.SRG Parcialmente Conforme análise constante na NT, propõe-se que seja aplicada uma glosa de 55%.

• Consideração do corte em função de take-or-pay e ship-or-pay acima da capacidade de

consumo real das UTEs.SRG Sim

A conclusão da área técnica é de que não cabe reembolso pela CCC das parcelas relativas ao volume de gás

contratado acima da capacidade máxima de consumo das UTEs.

• As despesas com a geração a gás natural em Manaus, já integrada ao SIN, deveriam ser

desconsideradas da CCC, e os contratos de gás revistos e transferidos para outras

atividades industriais existentes na região.

SRG Não

De acordo com a Lei nº 12.111/09 (§§ 5º e 6º do art. 3º), o direito ao reembolso relativo aos contratos de compra de

potência e energia permanecem durante toda a sua vigência dos contratos, e o refetente à geração própria mantém-

se após a interligação ao SIN. 21. Já o Decreto nº 7.246/2010, em seu art. 11, § 3º, estabelece que serão

reconhecidos para efeito de reembolso os custos relativos às despesas de transporte, de reserva de capacidade de

transporte dutoviário (ship-or-pay) e de reserva de consumo mínimo (take-or-pay).

• Solicita o acompanhamento mensal por item da ANEEL para assegurar que não ocorram

glosas.SRG Parcialmente

As áreas de fiscalização e regulação da ANEEL atuam continuamente com a Eletrobras Gestora. Por outro lado,

atualmente é a Eletrobras a gestora do fundo, cabendo à mesma se responsabilizar pela gestão das informações e

pela gestão dos recursos.

• Solicita repasse de valor pendente no o montante de aproximadamente R$ 177,2 milhões. SRG Parcialmente

As despesas já autorizadas estão incluídas na parcela de obrigações pendentes, apresentada pela Eletrobras-

gestora. Entretanto, apenas serão reconhecidas pela ANEEL após a demonstração e comprovação dos valores. As

despesas ainda não autorizadas não fazem jus ao reembolso neste momento.

Equatorial

(CELPA e

CEMAR)

Distribuidoras

da Eletrobras

Petrobras Gas

e Energia

IEP

ENEL

• Pede uma equipe técnica exclusiva para acompanhar a CDE, e solicita que a ANEEL

divulgue informações independente da Eletrobras.SRG Parcialmente

As áreas de fiscalização e regulação da ANEEL atuam continuamente com a Eletrobras Gestora. Por outro lado,

atualmente é a Eletrobras a gestora do fundo, cabendo à mesma se responsabilizar pela gestão das informações e

pela gestão dos recursos.• Pede devolução dos custos pretéritos com a compra do gás em montante superior à

capacidade de consumo das UTEs.SRG Parcialmente O valor será apurado ao longo de 2016 com vistas à sua exclusão do orçamento CDE 2017.

• Avalia que no PAC não se observa o reembolso da CCC acima do custo médio do ACR. SRG Sim

Observa-se que a Eletrobras-gestora CCC de fato incluiu o custo de geração das usinas recentemente interligadas ao

SIN, oriundas de contratos existentes, sem considerar a respectiva energia no desconto pelo ACRméd. Desta forma,

faz-se a devida correção, incluindo o desconto pelo ACRméd.

• Chama a atenção para o fato de que, no período de mai-dez/15, o reembolso da CCC

seria promovido com base no PLD.SRG Parcialmente

A ANEEL está em tratativas com o MME visando interpretar a aplicação desse dispositivo nos casos em que os

empreendimentos têm CVU nulo.

• Avalia que a ANEEL não pode passivamente acolher e reproduzir o valor apurado pela

ANP para o preço regulatório do GN.SRG Não

A ANEEL deve se ater ao que é de sua competência legal, sendo que no entendimento da ANEEL cabe à ANP

atuação quanto à definição do preço do gás natural.

• Solicita glosa dos valores não comprovados pela Eletrobras. SRG Parcialmente Conforme análise constante na NT, propõe-se que seja aplicada uma glosa de 55%.• Pede que se discuta o reembolso devido à Amazonas Energia relativo ao processo

48500.003390/2013-98, que trata da devolução à CCC, pela Eletrobras Amazonas Energia,

do custo do gás natural associado a localidades sem o respectivo consumo (Anori, Anamã,

Caapiranga, Coari e Codajás).

SRG SImTal consumo foi retirado no orçamento de 2016, sendo que os montantes eventualmente reembolsados serão objeto

de apuração pelas áreas de fiscalização da ANEEL

• Solicita, como medida saneadora, corte de 100% dos custos estimados com carvão

mineral de Presidente Médici, mantidos apenas os valores relativos ao combustível

secundário.

SRG Parcialmente

A UTE Presidente Médici sofreu glosas nos anos anteriores. Dessa forma, recomenda-se que a SFG realize diligência

para levantar o volume de estoque acumulado pela empresa, de modo que, tão logo seja concluída essa análise, se

aplique a glosa no repasse da CDE para a UTE Presidente Médici

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