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Anexo IV da Nota Técnica n° SGT/SRD/SRG/SFF/SFG/ANEEL RELATÓRIO DE ANÁLISE DAS CONTRIBUIÇÕES REFERENTES À AUDIÊNCIA PÚBLICA AP nº 62/2017 – Submódulo 5.1 e 5.2 do PRORET Submódulo 5.1 do PRORET 1 Fator de corte de perdas regulatórias 1.1 Equatorial Energia Requer a Equatorial Energia que o fator de corte de perdas de energia seja apurado mensalmente para fins de limitação dos reembolsos da CCC ao nível eficiente de perdas e aplicado anualmente em parcela única, após apuração do fator de incentivo. Segundo a Equatorial Energia, a metodologia precisa ser simplificada utilizando valores realizados de perda e a aplicação do fator de incentivo de uma única vez. A metodologia atual de apuração de fator de corte com valores previstos, além de tornar o processo mais complexo, ela é feita sobre estimativas e no entendimento da CELPA não é a melhor forma, já que exige a apuração ex-post do realizado e a necessidade de fazer ajustes das glosas. No caso específico da CELPA, o mecanismo de aplicação de valor provisório e ajuste ex-post não tem funcionado a contendo, o que indica a necessidade de ajustes, razão pela qual a empresa propõe a simplificação. Exemplificando, a empresa solicitou formalmente à ANEEL que fosse realizado a aplicação pela Eletrobras do ajuste compensatório e incentivo regulatório que tem direito (SIC 48513.025594/2016-00) mas até o momento esses valores se encontram pendentes. i. Resposta ANEEL/SGT Não Aceita. Tendo em vista a existência de concessionárias com níveis de perdas ainda significativamente acima dos níveis regulatórios, entende-se que a eliminação do fator de corte no cálculo dos reembolsos com posterior aplicação do fator de corte poderia representar a transferência de recursos consideráveis do fundo setorial aos agentes neste intervalo de tempo. Entendemos que a proposta desta Audiência já converge com a simplificação do processo, uma vez que inclui a definição de um fator de corte estimado, e ainda, diminui a circulação de recursos entre os agentes e o fundo setorial. Justitfica-se, ainda, que devido ao processo de fiscalização das obrigações pendentes da CCC, que envolve o recálculo de todos os reembolsos efetuados às distribuidoras pela Eletrobras de julho de 2009 a abril de 2017, a apuração do fator do incentivo de perdas regulatórias e do ajuste compensatório só será possível com o resultado dessa fiscalização. 1.2 Energisa No cálculo de fator de perdas regulatórias, o procedimento regulatório prevê como se dará o cálculo do fator de perda excedentes e fator de perda real em função de “ausência ou má qualidade de informação por parte da concessionária”. A Energisa propõe a alteração do termo “má qualidade de informação” para “não esclarecimentos adicionais por parte da concessionária quando solicitadas pela Aneel” visto que a expressão considerada é subjetiva, podendo ter interpretações distintas, de abstrusa mensuração. ii. Resposta ANEEL/SGT. Aceita. A redação proposta esclarece o procedimento a ser adotado no cálculo de fator de perdas regulatórias.

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Anexo IV da Nota Técnica n° SGT/SRD/SRG/SFF/SFG/ANEEL

RELATÓRIO DE ANÁLISE DAS CONTRIBUIÇÕES REFERENTES À AUDIÊNCIA PÚBLICA AP nº 62/2017 – Submódulo 5.1 e 5.2 do PRORET

Submódulo 5.1 do PRORET

1 Fator de corte de perdas regulatórias 1.1 Equatorial Energia

Requer a Equatorial Energia que o fator de corte de perdas de energia seja apurado mensalmente para fins de limitação dos reembolsos da CCC ao nível eficiente de perdas e aplicado anualmente em parcela única, após apuração do fator de incentivo. Segundo a Equatorial Energia, a metodologia precisa ser simplificada utilizando valores realizados de perda e a aplicação do fator de incentivo de uma única vez. A metodologia atual de apuração de fator de corte com valores previstos, além de tornar o processo mais complexo, ela é feita sobre estimativas e no entendimento da CELPA não é a melhor forma, já que exige a apuração ex-post do realizado e a necessidade de fazer ajustes das glosas. No caso específico da CELPA, o mecanismo de aplicação de valor provisório e ajuste ex-post não tem funcionado a contendo, o que indica a necessidade de ajustes, razão pela qual a empresa propõe a simplificação. Exemplificando, a empresa solicitou formalmente à ANEEL que fosse realizado a aplicação pela Eletrobras do ajuste compensatório e incentivo regulatório que tem direito (SIC 48513.025594/2016-00) mas até o momento esses valores se encontram pendentes.

i. Resposta ANEEL/SGT Não Aceita.

Tendo em vista a existência de concessionárias com níveis de perdas ainda significativamente acima dos níveis regulatórios, entende-se que a eliminação do fator de corte no cálculo dos reembolsos com posterior aplicação do fator de corte poderia representar a transferência de recursos consideráveis do fundo setorial aos agentes neste intervalo de tempo. Entendemos que a proposta desta Audiência já converge com a simplificação do processo, uma vez que inclui a definição de um fator de corte estimado, e ainda, diminui a circulação de recursos entre os agentes e o fundo setorial. Justitfica-se, ainda, que devido ao processo de fiscalização das obrigações pendentes da CCC, que envolve o recálculo de todos os reembolsos efetuados às distribuidoras pela Eletrobras de julho de 2009 a abril de 2017, a apuração do fator do incentivo de perdas regulatórias e do ajuste compensatório só será possível com o resultado dessa fiscalização.

1.2 Energisa No cálculo de fator de perdas regulatórias, o procedimento regulatório prevê como se dará o cálculo do fator de perda excedentes e fator de perda real em função de “ausência ou má qualidade de informação por parte da concessionária”. A Energisa propõe a alteração do termo “má qualidade de informação” para “não esclarecimentos adicionais por parte da concessionária quando solicitadas pela Aneel” visto que a expressão considerada é subjetiva, podendo ter interpretações distintas, de abstrusa mensuração.

ii. Resposta ANEEL/SGT. Aceita. A redação proposta esclarece o procedimento a ser adotado no cálculo de fator de perdas regulatórias.

2 CCC 2.1 Concelpa

Com relação a Conta de Consumo de Combustível - CCC onde os resultados dependem dos processos tarifários das concessionárias de distribuição, concordamos com a posição das áreas técnicas de que as metodologias de cálculo e os procedimentos desses valores sejam definidas no PRORET. Entendemos que a agência reguladora deve acompanhar com atenção e cobrar das concessionárias que possuem sistemas isolados o cumprimento da programação de manutenção das máquinas das usinas no sentido de evitar possível consumo excessivo de combustível, o que reflete diretamente no custo operacional e na tarifa de energia elétrica.

iii. Resposta ANEEL/SGT. Já prevista. Um dos principais objetivos das propostas de regulamentação da Audiência Pública 62/2017 é a garantia de transparência dos fundos setoriais, prezando por exigências de eficiência econômica e energética.

2.2 CCEE

Na proposta apresentada na Audiência Pública, para fins de apuração dos reembolsos mensais da CCC, a Aneel publicaria anualmente os valores do ACR médio e dos fatores de corte de perdas regulatórias, por meio de despacho da SGT até 30 de outubro de cada ano. A CCEE sugere alteração do prazo limite para 30 de setembro, tendo em vista o prazo para a CCEE encaminhar à ANEEL as informações atinentes ao Orçamento da CDE até 15 de outubro. A CCEE também sugere a exclusão do item 40 do submódulo 5.1, tendo em vista a duplicidade de informação com o item 3.

iv. Resposta ANEEL/SGT. Parcialmente Aceita.

Tendo em vista o prazo para a CCEE encaminhar à Aneel o orçamento consolidado, propomos alteração da data de 30 de outubro para 05 de outubro de cada ano para a publicação do despacho. Concordamos com a exclusão do item 40 pelos motivos apontados.

2.3 CCEE Na proposta apresentada na Audiência Pública, havia a previsão de proposição pela CCEE de revisão do orçamento caso identificasse que a arrecadação de recursos não se mostrasse suficiente para a cobertura dos reembolsos da CCC. A CCEE sugere a exclusão dos itens do submódulo 5.1 que tratam da revisão do orçamento da CCC, itens 20 a 22, uma vez que está incorporado no orçamento da CDE, objeto do submódulo 5.2.

v. Resposta ANEEL/SGT. Aceita.

A SGT acata a contribuição da CCEE, uma vez que as disposições referentes a possíveis revisões orçamentárias estarão previstas no submódulo 5.2 do PRORET.

2.4 CCEE Na proposta apresentada na Audiência Pública, há a previsão de que caso algum empreendimento venha a ter restrição de operação, o valor a ser considerado para o cálculo do reembolso poderá ser reduzido de forma proporcional à redução de geração verificada no mês, conforme análise da CCEE, não sujeito a compensação posterior. A A CCEE entende razoável a alteração do item para: “O reembolso será pago pela CCEE ao beneficiário conforme a geração realizada do respectivo empreendimento” em razão do pagamento do reembolso ao beneficiário ser proporcional à sua geração, como já é realizado.

vi. Resposta ANEEL/SGT/SRG. Parcialmente Aceita. A nova redação torna o item mais preciso. Entretanto, a área técnica sugere a complementação com a expressão “não sujeito a compensação posterior”.

3 Comercialização de Energia no ACR 3.1 CCEE

Na proposta apresentada na Audiência Pública, consta que até a plena interligação da distribuição ao SIN, o resultado da comercialização de energia no Ambiente de Contratação Regulada – ACR, é objeto de reembolso da CCC, não sendo reconhecido nos reajustes e revisões tarifárias. Sobre este item, a CCEE sugere que é necessário deixar claro que a interligação da distribuidora ao SIN será considerada efetiva, a partir da publicação do Despacho da Aneel atestando tal efetivação.

vii. Resposta ANEEL/SGT. Aceita.

A redação sugerida torna o texto mais claro.

Submódulo 5.2 do PRORET

4 Fontes de recursos 4.1 CCEE

A CCEE sugere alteração no item que trata da fonte de recursos de modo a incluir a expressão “entre outros”. Essa adequação textual deixaria em aberto outras fontes de recursos da CDE que possam surgir futuramente. viii. Resposta ANEEL/SGT. Aceita. A contribuição da CCEE adequa o texto a possíveis alterações legislativas futuras que prevejam outras fontes de recursos à CDE.

5 Reserva Técnica 5.1 IEP

O Instituto de Engenharia do Paraná – IEP ) sugere a não implantação do fundo de reserva de 5% e que a compensação seja obtida por uma cobrança mais efetiva sobre os agentes que não cumpram com suas obrigações.

ix. Resposta ANEEL/SGT. Não Aceita. A formação de Reserva Técnica visa à manutenção do equilíbrio econômico e financeiro da Conta para fazer frente a contingências, como o atraso nos repasses de recursos da União ou falta de recursos devido às liminares. Já há mecanismos de cobrança dos agentes que não cumpram suas obrigações, mas que não cumprem os objetivos pretendidos da Reserva Técnica. Ademais, a previsão de Reserva Técnica em valor proporcional às despesas totais do Orçamento Anual é importante não somente para fazer frente às contingências da Conta, mas também para possibilitar que futuramente a definição das quotas para as concessionárias seja feita de forma concatenada com os processos tarifários.

5.2 Concel/ MT

A CONCEL/MT propõe que seja desconsiderada a reserva técnica proposta de 5% para contabilização dos valores da CDE a serem considerados na tarifa de energia. Porém, caso tal

contribuição seja negada, que seja definido a forma como essa reserva será retornada para a modicidade tarifária em função de sua não utilização integral

x. Resposta ANEEL/SGT. Não Aceita. Como exposto anteriormente, a Reserva Técnica é necessária ao equilíbrio econômico e financeiro da Conta. Caso haja superávit na CDE, o saldo positivo será considerado no orçamento do ano posterior, reduzindo a necessidade de arrecadação de cotas e repercutindo, portanto, na modicidade tarifária..

5.3 Concelpa

Não concordamos com a Reserva Técnica de 5% proposta e entendemos que deve ser considerada para os valores contabilizados da CDE e que seja retornada a modicidade tarifária caso não venha a ser utilizada integralmente.

xi. Resposta ANEEL/SGT. Não Aceita.

Vide justificativa do item anterior.

5.4 Abiape Quanto aos aprimoramentos metodológicos e de procedimentos vinculados a CDE, a Associação Brasileira dos Investidores em Autoprodução de Energia (ABIAPE) entende serem positivos os procedimentos propostos na AP 062/2017 quanto ao rito de elaboração e aprovação do orçamento da CDE, a unificação das metodologias de benefícios tarifários, assim como a habilitação da CCEE para fazer o encontro de contas entre débitos e créditos da conta. Contesta-se porém a regulamentação da Agência sobre a formação de reserva técnica. Segundo a associação, a referida regulamentação feita pela ANEEL contraria os esforços da própria Agência e do Ministério em enxugar o orçamento da CDE, impactando diretamente as quotas uso 2018 em mais de 7% com relação aos valores do ano anterior, contribuindo com o encaminhamento para aprovação do segundo maior valor de quotas uso do histórico. Argumenta ainda que a regulamentação de uma reserva técnica desse porte provaca efeito contrário à retomada do crescimento econômico. E, por fim, a Abiape faz um paralelo com a recente deliberação da Aneel sobre a redução temporária da margem de segurança da CONER em favor da liberação de maiores recursos via MCP para os consumidores, usuários de energia de reserva. Apesar de temporário, o corpo técnico da Agência estaria propondo a revisitação dos parâmetros de forma definitiva, questionando as margens de segurança da conta. Em movimento oposto, por sua vez, a regulamentação sobre a CDE significaria a elevação abrupta da margem de segurança por meio da formação de reserva técnica. xii. Resposta ANEEL/SGT. Não Aceita.

É verdade que há um movimento visando à redução estrutural das despesas da CDE, conforme demonstra o §2º A do art. 13 da Lei 10.438/2002, incluído pela Lei nº 13.360/2016, que prevê que o Poder concedente deverá apresentar, até 31 de dezembro de 32017, plano de redução estrutural das despesas da CDE ou mesmo a Consulta Pública nº 33 do Ministério de Minas e Energia, cujo tema foi discutir o aprimoramento do marco do setor elétrico e tratou, dentre outros itens, da racionalização de descontos na CDE, com uniformização de alguns descontos pagos pela CDE e estabelecimento de um teto por unidade de desconto concedida e um limite global para esses descontos infralegais. Entretanto, não se verifica contradição entre esse movimento e a previsão de Reserva Técnica à CDE, visto que não está se criando uma despesa adicional a ser custeada por esse fundo, apenas está se buscando a manutenção do equilíbrio da Conta Setorial. No que se refere à “margem de segurança” da CONER e da CDE, acredita-se que não sejam comparáveis. A área técnica tem verificado que o fundo setorial tem enfrentado, de forma recorrente, escassez

de recursos,- impulsionando, por exemplo, pedidos de revisão extraordinária das quotas anuais pelo gestor-, que pode inviabilizar políticas setoriais custeadas pela CDE, caso não haja medidas preventivas que solucionem essa questão.

5.5 EDP

A EDP afirma que a proposta da ANEEL de formular reserva técnica, que represente 5% do orçamento da CDE, é bastante relevante para garantir a cobertura de caixa da CDE para a concatenação das quotas com os processos tarifários das Distribuidoras. Em virtude da solicitação da EDP para antecipação da concatenação de 2019 para 2018, foi realizada uma simulação considerando a necessidade de caixa para cobrir os processos tarifários ao longo de 12 meses. Calculou-se o montante que se deixaria de arrecadar em 2018 com reserva técnica caso ocorra a concatenação apenas dos R$ 900 milhões previstos para a reserva já em janeiro de 2018. O valor não arrecadado de reserva técnica seria de aproximadamente R$ 450 milhões, ou seja, metade do valor orçado para o ano de 2018, de R$ 900 milhões. Esse montante não arrecadado em 2018 continuaria a ser arrecadado em 2019, fazendo-se assim, apenas um deslocamento temporal. Com base nessa simulação, entende-se que seria possível, para que a concatenação possa ser antecipada para 2018, seria formada reserva técnica ao longo do primeiro semestre suficiente para a concatenação das quotas do segundo semestre. Assim, a EDP solicita que a concatenação do componente reserva técnica seja antecipada para 2018. xiii. Resposta ANEEL/SGT. Não Aceita. A área técnica entende que não há viabilidade econômica e financeira da Conta Setorial para antecipação da concatenação das quotas anuais de 2019 para 2018. Além disso, há que se reiterar que a formação da Reserva Técnica não visa apenas à concatenação das quotas anuais, sendo também importante para contingências das conta, como a falta de recursos devido às liminares.

5.6 Neoenergia Entendemos que a concatenação é algo desejável e benéfico para as distribuidoras, além de evitar custos adicionais também para os consumidores, uma vez que as diferenças entre cobertura e pagamento capturadas via CVA serão repassadas aos consumidores corrigidas pela SELIC. No âmbito da Audiência Pública 063/2017, o valor de Reserva Técnica então proposto é avaliado em R$ 900 milhões, representando um aumento adicional de 10% sobre as cotas da CDE USO, além do aumento de 25% verificado para fazer frente às necessidades do fundo CDE, o que resulta num aumento geral de 35% da cota geral da CDE USO. A fim de garantir o monitoramento dos valores a serem arrecadados pela Reserva Técnica, e para não onerar de maneira não igualitária os consumidores de distribuidoras que apresentam processos tarifários em diferentes períodos do ano, propomos uma separação entre a cota CDE USO, apurada normalmente pelo fundo, da quota de CDE a ser cobrada para constituição da Reserva Técnica, de modo que essa segunda cota seja concatenada com o processo tarifário de cada distribuidora durante o ano de 2018.

xiv. Resposta ANEEL/SGT. Não Aceita. Vide justificativa do item anterior.

5.7 Abrace

A Abrace é a favor da exclusão da reserva de contingências. Nesta audiência, está em discussão a constituição de um fundo de reserva da CDE, para evitar que os compromissos da CDE não sejam honrados no prazo adequado. A nota técnica cita como exemplos os seguintes eventos que

poderiam ocasionar insuficiência de recursos na CDE: liminares judiciais, frustração de aportes do Tesouro Nacional, inadimplência e descasamento de fluxos financeiros. Segundo a proposta, a reserva de contingências seria definida como 5% do orçamento anual da CDE – em 2018, essa regra impõe a arrecadação de R$ 900 milhões adicionais para a CDE. Ponderamos que a constituição de uma reserva de contingências não é a forma mais adequada para lidar com as contingências da CDE. Em caso de liminares judiciais que contestam despesas consideradas controversas, por exemplo, o mais razoável seria glosar o repasse aos beneficiários dos itens questionados judicialmente. Este, inclusive, é o atual entendimento da Aneel, conforme expresso no Despacho nº 1.576, de 14 de junho de 2016, que não apenas determinou que os demais consumidores não devem ser onerados de forma a compensar a frustração de arrecadação em decorrência de liminares, como também entendeu que os recursos arrecadados a maior com essa finalidade devem ser devolvidos aos consumidores. Outro problema relacionado à formação de um fundo de reserva para compensar o efeito de liminares está na incompatibilidade entre o uso dessa reserva e o integral cumprimento de liminares que afastem o pagamento de itens controversos. Isto porque, ao arrecadar recursos de todos os consumidores para formar a reserva, os consumidores protegidos por liminar também participarão do pagamento da despesa controversa afastada pela liminar. O segundo ponto elencado pela nota técnica para o qual poderia ser necessário usar os recursos da reserva de contingências, compensar atrasos nos aportes do Tesouro Nacional, não é razoável dada a conjuntura econômica do país. Desde 2015 a União não destina recursos para a CDE. No curto prazo, a ABRACE não vislumbra perspectiva de modificação desse cenário. Quanto a inadimplências dos agentes setoriais, ponderamos que o uso de recursos provenientes de uma reserva técnica poderia ter como efeito indesejado a redução do esforço empregado na recuperação desses recursos. Não cabe transferir aos consumidores adimplentes o ônus causado por agentes inadimplentes – em último caso, as penalidades impostas aos inadimplentes podem ser usadas para compensar o atraso dos repasses para os beneficiários da conta. Por fim, cabe mencionar que já existe uma forma para lidar com descasamentos de fluxos financeiros, qual seja, a revisão do orçamento anual da CDE. Assim, se ficar claro que os recursos arrecadados durante o ano não são suficientes para garantir os compromissos da CDE, é sempre possível para a CCEE solicitar uma revisão extraordinária do orçamento.

xv. Resposta ANEEL/SGT. Não Aceita.

O Decreto 9.022/17 dispõe que o valor da Reserva Técnica é destinada a garantir os compromissos assumidos pela CDE, não especificando os itens a serem cobertos pela Reserva Técnica. Nesse sentido, não há restrição quanto ao uso da reserva técnica. A constituição da reserva técnica não significa a criação de uma despesa adicional da CDE, trata-se da formação de capital de giro para fazer frente às flutuações das receitas e despesas do fundo, com previsão legal, que pode movimentar recursos da ordem de R$ 20 bilhões. Essas flutuações decorrem da própria imprecisão do orçamento anual, bem como de fatos alheios à gestão da CCEE ou da atuação regulatório e fiscalizatória da ANEEL, como inadimplência setorial e decisões judiciais. A Abrace pondera que a Reserva Técnica não é o meio mais adequado para se lidar com as contingências da Conta Setorial. Segundo a Abrace, em caso de liminares judiciais, os beneficiários dos itens questionados judicialmente deveriam ser os únicos afetados. Ocorre que embora essa nova forma de cumprimento das liminares exposta por meio do Despacho nº 1.576, de 14 de junho de 201,6 não afete de forma imediata os consumidores da mesma área de concessão, inevitavelmente os orçamentos dos anos posteriores poderão ser afetados por esses custos, e, portanto, todos os consumidores do país serão afetados, sob pena da inviabilidade das políticas setoriais custeadas pela CDE. Além disso há ações judiciais que não se limitam a contestar despesas específicas, afetando o fundo de forma mais abrangente, como aquelas que

discutem a forma de rateio das quotas. Também há ações judiciais que afastam regulamentos da ANEEL que estabelecem limites de eficiência no preço e na quantidade dos custos cobertos pela CDE, impondo despesas adicionais ao fundo É fato que ao arrecadar recursos de todos os consumidores para formar a reserva, os consumidores protegidos por determinada liminar também participarão indiretamente do pagamento da despesa por meio da Reserva, mas há que se destacar que não há a priori vinculação entre receita e custo da CDE. Não há que se falar em referibilidade entre benefício e custeio. A Reserva Técnica visa, em última instância, a manutenção do equilíbrio econômico e financeiro dessa Conta Setorial e, nesse sentido, opera em favor da modicidade tarifária. A revisão extraordinária do orçamento anual não elimina a necessidade de formação da reserva técnica, uma vez que a mesma não é imediata, depende de abertura de processo administrativo, análise técnica e deliberação pela diretoria colegiada da ANEEL.

5.8 CCEE

A CCEE entende ser necessária a inclusão do seguinte item para elucidação da finalidade do uso da reserva técnica a fim de garantir mais transparência na destinação e justificativa do recurso: “A reserva técnica será utilizada para garantir as obrigações do fundo, tendo em vista as diferenças entre os fluxos de receitas e despesas mensais e as frustações de caixa, a exemplo de inadimplências e/ou ações judiciais”. xvi. Resposta ANEEL/SGT. Aceita. A área técnica concorda com maior transparência na destinação do recurso. Sugerimos também a inclusão na apresentação do Relatório de Prestação de Contas a justificativa do uso da Reserva Técnica pela CCEE.

6 Rito Orçamentário 6.1 Concelpa

O Conselho de Consumidores da Celpa – Concelpa acredita que a definição de prazos para fornecimento de informações por parte da ANEEL, CCEE, ELETROBRAS e ONS é imprescindível para possibilitar a elaboração, análise e possíveis ajustes de valores para aprovação do Orçamento Anual, ferramenta vital para uma boa gestão do setor elétrico. xvii. Resposta ANEEL/SGT. Já prevista. As propostas de regulamentação apresentadas na AP 062/2017 visam a esses objetivos elencados.

6.2 Abrace A ABRACE contribui para que as audiências públicas para discutir o orçamento da CDE sejam abertas até dia 22 de outubro do ano anterior. Essa proposta privilegia o debate com a sociedade ao ampliar o prazo de audiência pública e tem como consequência a redução do período entre o recebimento das informações da CCEE e a abertura da audiência, que passa de quinze dias para uma semana. No entanto, considerando que eventuais erros não identificados pela Aneel até a abertura da audiência ainda poderão ser corrigidos no curso da audiência, entendemos que não há prejuízo com essa alteração de prazos.

xviii. Resposta ANEEL/SGT/ SRD/ SRG/SFF/SFG. Não Aceita. As áreas técnicas acreditam que já se buscou, na proposta apresentada na AP 062/17, otimização dos prazos para elaboração do orçamento anual da CDE, tendo em vista os marcos temporais dispostos no Decreto 9.022/17.

6.3 CCEE Na proposta apresentada na AP, a estimativa de repasses da CDE para a subvenção à TSEE, seria feita pela CCEE e encaminhadas anualmente à ANEEL até 15 de outubro de cada ano. A CCEE reforça que as atividades relativas às essas estimativas extrapolam as atividades contraídas por aquela Câmara, em face da Lei 13.360/2016, regulamentada pelo Decreto 9.022/2017, devendo, portanto, ser realizada pela ANEEL. Além disso, propõe a alteração de prazo de 15 de outubro para 15 de setembro do envio da referida informação pela ANEEL à CCEE, tendo em vista que a CCEE deverá encaminhar a previsão de Orçamento Anual da CDE à ANEEL, até 15 de outubro, conforme determina § 3º do art. 9º do citado Decreto. xix. Resposta ANEEL/SGT. Aceita. Tendo em vista o disposto no item 13.11, a atribuição para a realização de estimativa de repasses da CDE para a subvenção à TSEE continuará a ser feita pela ANEEL.

6.4 CCEE

Sob a mesma justificativa da contribuição anterior, a CCEE contribui para que a ANEEL realize as previsões de gastos da CDE com benefícios tarifários na distribuição e as encaminhe à CCEE até 15 de setembro de cada ano.

xx. Resposta ANEEL/SGT. Aceita.

Vide justificativa do item anterior.

6.5 CCEE A CCEE também solicita ajuste na data limite de envio da estimativa do orçamento associado aos benefícios tarifários na transmissão e previsões de subvenção para cooperativas de eletrificação rural pela SGT à CCEE de 15 de setembro para 10 de setembro. xxi. Resposta ANEEL/SGT. Não Aceita. Na proposta apresentada na AP, buscou-se uniformização do prazo para envio das informações consolidadas da ANEEL para a CCEE. Ademais, a CCEE terá um mês (até 15 de outubro) para consolidação do orçamento e envio a ANEEL.

6.6 CCEE

A CCEE solicita inclusão de item para formalizar a atividade de envio pelo ONS de informações relacionadas às alíquotas de PIS/COFINS a ser considerado no reembolso da CDE, por transmissora, para o ano civil subsequente. xxii. Resposta ANEEL/SGT. Aceita. Alterou-se a redação de modo a deixar claro que no valor do reembolso da CDE por Transmissora deverá incluir o custo de PIS/COFINS.

6.7 CCEE

Na proposta apresentada na AP, definiu-se que a SGT encaminhará à CCEE, até 10 de outubro de cada ano, os custos de geração própria, definidos pela ANEEL, o custo médio da potência e energia comercializadas no Ambiente de Contratação Regulada do Sistema Interligado Nacional – SIN (ACR médio), e os fatores de corte de perdas regulatórias. A CCEE solicita ajuste de prazo para 10 de setembro, em razão de haver tempo hábil para que a CCEE elabore a proposta de Orçamento de CDE consolidado, conforme dipõe o § 3º do art. 9º do citado Decreto. Além disso,

a CCEE afirma que além das informações discriminadas no submódulo, é necessário definir também que será encaminhado à CCEE pela ANEEL o estoque estratégico de combustível, para elaboração do Orçamento da CDE pela CCEE, até 10 de setembro de cada ano.

xxiii. Resposta ANEEL/SGT/ SRG. Parcialmente aceita. Propõe-se ajuste na data de envio das informações à CCEE para 05 de outubro, tendo em vista a data limite de publicação do Despacho com as informações do ACR médio e dos fatores de corte. Sobre a necessidade de envio do estoque estratégico de combustível, destaca-se que conforme dispõe o art 3º da minuta da Resolução Normativa que substituirá as REN 427 e 500, o estoque estratégico refere-se à quantidade de carvão, em toneladas, que equivale a 2 (dois) meses de operação plena da central termelétrica, podendo ser calculado pela CCEE.

7 Quotas Anuais 7.1 Concelpa

A definição de metodologia de cálculo das quotas anuais do encargo a ser incluído nas tarifas de uso dos sistemas de distribuição e transmissão e procedimentos de pagamento das quotas visando ao longo dos anos proporcionar ajuste gradual e uniforme dos custos da CDE para eliminar as diferenças regionais é válida, por outro lado, deve-se observar uma forma de não penalizar as regiões N/NE que por conta de serem mais complexas, o que as obriga a pagar tarifas mais caras apesar de possuírem menor renda per capita. Esta distorção tem que ter toda a atenção por parte da ANEEL e ser corrigida com brevidade.

xxiv. Resposta ANEEL/SGT. Não se aplica. Embora se reconhece a importância da questão levantada pela Concelpa, há que se enfatizar que a eliminação de diferença das quotas entre as regiões é decorrente de dispositivo legislativo, não abarcando a discricionariedade técnica da agência.

7.2 EDP

Conforme a Lei no 13.360/2017, a atual relação de 4,53 entre os valores pagos de componente CDE-Uso das regiões S/SE/CO em relação às regiões N/NE passaria a ser uma relação unitária, de forma gradual, até o ano de 2030. Ou seja, independentemente da localização geográfica, todos os consumidores estarão sujeitos às mesmas regras de proporção das quotas, conforme o mercado consumidor das distribuidoras. Quanto à proposta apresentada pelo MME, o prazo para a convergência regional passaria de 2030 para o ano de 2023. A proposta possui o efeito de antecipar um mecanismo já previsto, que no caso se daria em um intervalo menor de tempo. A EDP defende a convergência da CDE entre as regiões no ano de 2023, a qual se apresenta como uma oportunidade para eliminar o subsídio cruzado e a sinalização do custo ao consumidor e apoia o princípio da cobrança diferenciada da CDE entre níveis de tensão. As diferenças a serem pagas entre os níveis de tensão devem ser fundamentadas em metodologias e critérios transparentes. xxv. Resposta ANEEL/SGT. Não se aplica. A questão sobre o prazo de convergência das quotas da CDE está fora do escopo da AP, visto ser decorrente de disposições legislativas. Por outro lado, a transição para a convergência entre as regiões e a proporção entre os níveis de tensão foi prevista de modo a proporcionar um ajuste percentual uniforme, conforme proposto na Audiência Pública que tratou do orçamento da CDE do ano de 2017.

7.3 CCEE Segundo a proposta apresentada na AP, as quotas dos agentes de transmissão são definidas mensalmente por meio de Despacho da SGT, resultante da aplicação do custo unitário da CDE para o respectivo subsistema e nível de mercado, ao mercado realizado. A CCEE ressalta a necessidade de estabelecer prazo de até quatro dias úteis antecendetes à respectiva data de pagamento para publicação de ato regulatório pela ANEEL, com o intuito de assegurar os pagamentos ou recebimentos dos agentes, de modo tempestivo.

xxvi. Resposta ANEEL/SGT. Aceita. O estabelecimento de prazo para a publicação do Despacho pela ANEEL, de fato, assegura o pagamento tempestivo dos agentes.

8 Procedimento de Cobrança das Quotas Anuais 8.1 Energisa

O submódulo 5.2 do PRORET, ao disciplinar o procedimento de cobrança das quotas anuais, dispõe que as quotas anuais das concessionárias e permissionárias de distribuição deverão ser convertidas em duodécimos e recolhidas à CDE até o dia 10 (dez) do mês seguinte ao mês de competência. A Energisa propõe a inclusão do texto “concatenado aos processos tarifários das concessionárias e permissionárias de distribuição”. Segundo a Energisa, a concatenação dos pagamentos com os processos tarifários é benéfica aos consumidores mitigando o efeito financeiro nos processos tarifários, amortizando o impacto no caixa das distribuidoras e reduzindo o homem-hora envolvido na homologação e fiscalização da CVA CDE.

xxvii. Resposta ANEEL/SGT. Não Aceita. Não se verifica necessidade de adaptação do texto do item 79, tendo em vista que o procedimento da concatenação das quotas anuais com os processos tarifários não se dará imediatamente.

8.2 EDP

A EDP posiciona-se favoravelmente à concatenação das quotas das distribuidoras com os processos tarifários. A EDP entende que a concatenação é primordial para o caixa das distribuidoras, em especial, para períodos de redução de mercado e elevação do orçamento da CDE. Para o grupo, a concatenação constitui elemento essencial também para a suavização das tarifas, uma vez que o efeito do caixa não mais afetará as tarifas dos consumidores. Além de beneficiar o próprio consumidor, evita o aumento da inadimplência.

xxviii. Resposta ANEEL/SGT. Já prevista. A proposta de concatenação das quotas anuais com os processos tarifários visou todos esses objetivos elencados.

8.3 Cemig

A Cemig sugere adaptação no item 80 do Submódulo 5.2 do PRORET de modo a prever que as concessionárias de transmissão deverão recolher à CDE somente os valores efetivamente arrecadados. A obrigação de recolhimento da quota integral de CDE sem que os valores correspondentes tenham sido efetivamente recebidos resulta em impactos negativos no resultado das Transmissoras. Como exemplo, nos dois últimos anos houve proliferação de liminares que concederam isenção do pagamento de parcelas do encargo da CDE a consumidores específicos, associados da ABRACE. Desta forma, estes consumidores suspenderam o pagamento e as Transmissoras tinham a obrigação de recolher a quota mensal de CDE incluindo os valores não arrecadados. A

situação descrita resultou em impactos negativos no resultado das Transmissoras, uma vez que as empresas não arrecadavam os valores e eram obrigadas a recolher a quota de CDE mensal integral. Assim, no exemplo citado, os impactos para as Transmissoras foram significativos, sendo mitigado somente após a emissão de Despacho pela Diretoria da Aneel, desobrigando as Transmissoras de recolhimento da CDE não arrecadada. A contribuição proposta visa dar celeridade à mitigação dos efeitos do eventual não recebimento de valores, além de evitar processos junto a Diretoria da Aneel e, principalmente, prejuízos para as Transmissoras.

xxix. Resposta ANEEL/SGT. Não Aceita. Casos excepcionais devem ser tratados por meio de análises específicas. A proposta sugerida pela Cemig faria com que até mesmo eventuais inadimplementos fossem arcados pelo fundo setorial.

8.4 CPFL Energia

A CPFL Energia sugere modificação na redação do item 151 do PRORET. Na proposta apresentada na Audiência Pública, temos o seguinte texto: “A concatenação das quotas das concessionárias de distribuição com os seus respectivos processos tarifários dependerá da devida previsão orçamentária.” . O Grupo CPFL sugere: “A concatenação das quotas das concessionárias de distribuição com os seus respectivos processos tarifários será realizada a partir de 2019 e dependerá da devida previsão orçamentária. ” A CPFL Energia entende como oportuno constar na definição dos procedimentos no Submódulo 5.2 do PRORET. xxx. Resposta ANEEL/SGT. Não Aceita. A área técnica entende como desnecessária inclusão de previsão de data no dispositivo do PRORET quanto à concatenação das quotas, visto que o texto atual não impede sua realização a partir de 2019, como deseja a CPFL Energia.

8.5 CCEE

A CCEE demostra que é necessário “estabelecer prazo para pagamento das quotas anuais de CDE, em razão da previsibilidade do fluxo de caixa do fundo. Adicionalmente, em termos processuais, vale ressaltar que os pagamentos realizados pela CCEE se iniciam a partir do décimo dia útil do mesmo mês, ou seja tem-se tempo hábil no gerenciamento da relação de recebimento e de pagamento.”

xxxi. Resposta ANEEL/SGT. Já prevista. A data de pagamento das quotas já estava disciplinada nos itens referentes aos procedimentos de cobrança das quotas anuais.

9 Gestão Econômica e Financeira – juros e multa 9.1 Equatorial Energia

A Equatorial Energia solicita que valores de juros e mora estabelecidos para atrasos de repasses pelo fundo devem ser os mesmos constantes nos CCESI, para garantir o equilíbrio econômico e financeiro das distribuidoras que atuam em sistemas isolados. Em conformidade com a Cláusula 9ª do CCESI nº 01/2016, que trata “Da Mora do Pagamento”, determina que para as parcelas em atraso incida multa de 2% de juros de mora de 1% ao mês “pro rata tempore”, além da atualização monetária, visando restaurar a igualdade real dos débitos referentes aos dispêndios da CCC.

Com relação aos atrasos no desembolso da conta CDE e a consequente perda do poder aquisitivo da moeda, a Procuradoria da ANEEL já se manifestou no sentido de que os débitos em atraso da CDE devidos pela gestora do fundo estão sujeitos à correção monetária, com vistas preservar seu valor (v. voto que embasou o Despacho ANEEL nº 1.320, de 30.04.2013), tendo inclusive fundamentado seu entendimento em decisão do STJ:

“15. A incidência de correção monetária objetiva tão somente a recomposição do valor da moeda. E quando não houver índice previsto em lei especial, aplicam-se os índices oficiais regularmente estabelecidos. Essa a inteligência que também se pode extrair da Nota Técnica CGCOB/DIGEAP no 064/2010, da Coordenação-Geral de Cobrança da Procuradoria Geral-Federal, que se referindo aos créditos arrecadados por autarquias e fundações públicas, nos casos em que somente se aplica a correção monetária, manifestou-se no sentido de que o índice oficial no período de 01.01.1999 a 31.11.2008 foi o IPCA- E (Lei no 8.981, de 1995), não estando excluída “[...] a hipótese da autarquia [...] ter optado por ‘índice diverso’ em legislação própria”.

A aplicação de juros de 1% ao ano, nem sequer atualiza a inflação do período, que fica em torno de 5%.

xxxii. Resposta ANEEL/SGT/SFF. Parcialmente aceita. Vide justificativa do item xl.

9.2 Copel Dis A Copel Dis também contribuiu no mesmo sentido. A concessionária entende que não há justificativa para a distinção de tratamento aos Agentes Setoriais e à CCEE com relação às eventuais obrigações inadimplidas. Sendo assim, prezando pelo princípio da isonomia, solicitamos a aplicação do mesmo percentual de multa e juros de mora nas duas situações, ou seja, para a CCEE e para os demais agentes . Desta forma, solicita a adequação da redação do parágrafo 51, conforme o que dispõe o parágrafo 50 da Nota Técnica.

xxxiii. Resposta ANEEL/SGT/SFF. Não Aceita. Vide justificativa do item xl.

9.3 CPFL Energia A CPFL Energia propõe que o atraso nos desembolsos da CDE, CCC e da RGR pela CCEE ensejará a incidência dos juros de mora de 1% (um por cento) ao mês e não juros de mora de 1% (um por cento) ao ano como estava na minuta do Submódulo 5.2 do PRORET colocado em AP.

xxxiv. Resposta ANEEL/SGT/SFF. Aceita. Houve erro material ao se escrever “juros de mora de 1% (um por cento) ao ano”, quando, na verdade, a redação correta era de juros de mora de 1% (um por cento) ao mês.

9.4 CPFL Energia A CPFL Energia propõe ainda que “a CCEE deverá realizar encontro de contas dos débitos e créditos dos agentes com obrigações pendentes. Em caso de inadimplemento do agente, na apuração do débito deverá ser aplicado a incidência de multa de 2% (dois por cento) acrescidos de juros moratórios de 1% (um por cento) ao mês, deduzindo-se do valor resultante, eventuais créditos em favor deste, sendo que neste caso não será devida qualquer correção sobre os créditos devidos pelo fundo CDE. Em contrapartida, caso o inadimplemento ocorra por conta de insuficiência de recursos do fundo ou atraso nos desembolsos pela CCEE, a compensação se dará sem a correção dos débitos (devidos no mês em questão) e considerando a atualização dos créditos (que se encontrem vencidos) com incidência de juros de 1% ao mês e multa de 0,5%. ” Segundo o grupo, a alteração se faz necessária para regulamentar o tratamento a ser dado no caso de eventual inadimplemento por parte do fundo.

xxxv. Resposta ANEEL/SGT/SFF. Não Aceita.

Em razão do disposto no item xl, em caso de mora do fundo setorial, haverá somente a incidência de juros de 1% ao mês, sem multa.

9.5 Cemig A Cemig, em relação à aplicação de penalidades relacionadas a atrasos, solicita aplicar tratamento isonômico tanto para atraso de pagamento pelos Agentes quanto nos repasses da CDE, com critérios uniformes aplicáveis à CCEE e Distribuidoras/Transmissoras (incidência de multa de 0,5% acrescidos de juros moratórios de 1% ao mês).

xxxvi. Resposta ANEEL/SGT/SFF. Não Aceita. Vide justificativa do item xl.

9.6 EDP Aponta-se a necessidade de revisitar a multa para a CCEE em caso de atraso. Não há motivo legal para diferenciar a punição entre CCEE e Distribuidoras/Transmissoras, qual seja, de 0,5% do benefício e 2% da quota, respectivamente. Assim, a EDP pleiteia que o percentual de multa seja equalizado.

xxxvii. Resposta ANEEL/SGT/SFF. Aceita. Vide justificativa do item xl.

9.7 Neoenergia Quanto a questão das penalidades incidentes sobre atrasos no pagamento/recebimento dos valores do fundo, entendemos que quando o atraso no pagamento da DMR do baixa renda ou dos subsídios tarifários às distribuidoras ocorrer devido a falha na operacionalização da apuração dos valores e pagamentos por parte dos órgãos incumbidos de fazê-la, que também incida juros e multa sobre o principal. Adicionalmente, as penalidades no atraso de pagamento e recebimento da CDE deveriam ser iguais tanto para a CCEE quanto para as Distribuidoras/Transmissoras;

xxxviii. Resposta ANEEL/SGT/SFF. Parcialmente Aceita. Vide justificativa do item xl.

9.8 Abrace A Abrace solicita manifestação sobre o motivo de valores diferentes de multas e juros em caso de inadimplência: (i) dos agentes setoriais com os fundos; e (ii) dos fundos setoriais com os beneficiários dos repasses.

xxxix. Resposta ANEEL/SGT/SFF. Aceita. Vide justificativa do item xl.

9.9 CCEE A proposta apresentada na AP disciplina que o atraso no desembolso da CDE, CCC e da RGR pela CCEE ensejará a incidência dos juros de mora de 1% (um por cento) ao ano, havendo incidência de multa de 0,5% (meio por cento) somente no caso em que não haja insuficiência de recursos dos fundos setoriais. A CCEE sugere a exclusão desse item. Segundo a CCEE, a exclusão foi feita no sentido de esclarecer que o fundo honra com os pagamentos pela eventual mora no repasse, sob o princípio de que é o próprio fundo que recebe toda e qualquer contrapartida financeira, em linha com o art. 2º, incs. VII e VIII do Decreto nº 9.022/2017. Tal exclusão, inclusive, estaria em consonância com o art. 11, inc. I do Decreto nº 9.022/2017, pelo qual a CCEE, como gestora dos Fundos Setoriais, não pode ter lucro ou prejuízo com tal delegação,

cabendo o resguardo de seu orçamento associativo relacionado às atividades para a viabilização da comercialização de energia no SIN.

xl. Resposta ANEEL/SGT/ SFF. Parcialmente Aceita. A regulamentação, por meio do Submódulo 5.2 do PRORET, referente à gestão econômica e financeira da Conta Setorial, deve seguir os dispositivos do Decreto 9.022/17. Segundo o art. 11, incisos I e V do referido Decreto compete à CCEE, conforme regulamentação da ANEEL, realizar a movimentação da CDE, da RGR e da CCC de modo a não obter vantagem ou prejuízo econômico ou financeiro e sem assumir compromissos ou riscos incompatíveis com a sua condição de designada para movimentar os créditos e os débitos da CDE; aplicar juros, multas e outras penalidades em função da inadimplência dos agentes com as obrigações da CDE e da RGR. Por sua vez, o art. 15 do Decreto 9.022/17 prevê que o atraso nos desembolsos da CDE, da CCC e da RGR ensejará a incidência dos juros de mora e da multa de que trata o §2º do art. 17 da Lei nº 9.427, de 1996. A maioria das contribuições acerca da gestão econômica e financeira da CDE foram no sentido de se aplicar o mesmo tratamento tanto para atraso de pagamento pelos Agentes quanto nos repasses da CDE pelo gestor da Conta. Entretanto, conforme os dispositivos elencados, resta limitada discricionariedade à Agência em sua regulamentação para compatibilizar a isonomia entre os agentes e a competência da CCEE na gestão dos fundos setoriais. Nesse sentido, alteramos a redação do item 87 de modo a prever que o atraso nos desembolsos da CDE, CCC e da RGR, por insuficiência de recursos ensejará a incidência dos juros de mora de 1% (um por cento) ao mês (a redação apresentada na AP estava equivocada ao dispor o percentual de 1% ao ano) de modo a compensar os agentes em caso de atraso, sem aplicação de multa. A não incidência de multa, em caso de atraso de repasses do fundo aos beneficiários é decorrente, portanto, do risco limitado que a CCEE deve assumir na gestão das contas setoriais. Dessa forma, a incidência de multa nos repasses da CDE realizados em atrasos apenas resultaria em custos financeiros adicionais a serem suportados pelo próprio fundo, ou seja, pelos consumidores de energia. Ademais, a CCEE, na condição de gestora dos fundos setoriais já está submetida à aplicação de multas e outras penalidades em caso de descumprimento de regras ou má gestão.

9.10 Concelpa Com relação a Gestão da Conta concordamos integralmente com as penalidades aplicadas aos agentes aos fundos setoriais no caso de ocorrerem inadimplências, uma vez que esta medida visa justamente fazer com que os agentes melhorem a gestão. xli. Resposta ANEEL/SGT. Já prevista.

As propostas apresentadas na AP 062/17 visam esse objetivo.

10 Gestão Econômica e Financeira – insuficiência de recursos 10.1 CCEE

A CCEE dispõe que na hipótese de insuficiência de recursos no fundo da CDE, a CCEE deverá efetuar na data da efetivação do pagamento, os desembolsos de forma proporcional aos direitos dos beneficiários, preservadas as finalidades cujos recursos possuem destinação específica, conforme item 6.1, e o CAFT da CCEE. A CCEE defende a adequação do texto prevendo a atualização monetária pelo IPCA, de modo a compatibilizar a prática já adotada pela CCEE. xlii. Resposta ANEEL/SGT/SFF. Não Aceita. Em atendimento ao art. 15 do Decreto 9.022/17 que prevê que “O atraso nos desembolsos da CDE, da CCC e da RGR ensejará a incidência dos juros de mora e da multa de que trata o §2º do art. 17 da Lei nº 9.427, de 1996”, alteramos a redação do item 87 de modo a prever que o atraso

nos desembolsos da CDE, CCC e da RGR, por insuficiência de recursos ensejará a incidência dos juros de mora de 1% (um por cento) ao mês. Todavia, ajustes nos reembolsos da CCC, CDE e RGR, decorrentes de correções ou reprocessamentos de dados, serão atualizados monetariamente pelo IPCA.

10.2 Cemig A Cemig defende, ainda, a pertinência da atualização dos valores monetários dos repasses efetuados em atraso devido à insuficiência de fundos. Segundo a concessionária, esse entendimento é reconhecida por essa Agência, conforme avaliação efetuada na Nota Técnica nº 33/SGT-SRG/ANEEL, de 26/02/2015, fls. 16 e 17 e voto do Diretor-Relator na Audiência Pública nº 003/2015, que considerou devida a aplicação de correção a partir da competência março/2015. xliii. Resposta ANEEL/SGT/ SFF. Não Aceita. Vide justificativa do item anterior.

10.3 Equatorial Energia A Equatorial Energia solicita que na hipótese de insuficiência de recursos no fundo da CDE, a CCEE deverá efetuar, na data da efetivação do pagamento, os desembolsos de forma proporcional aos direitos dos beneficiários, desde que não seja comprometido o Equilíbrio Econômico e Financeiro das Concessões, preservadas as finalidades cujos recursos possuem destinação específica, conforme item 6.1, e o CAFT da CCEE. A Equatorial Energia afirma que o recebimento em sua totalidade, e de forma tempestiva, dos recursos do fundo CDE para a cobertura dos dispêndios da CCC é parte da equação econômico-financeira da concessão. xliv. Resposta ANEEL/SGT/SFF. Não Aceita. O item em discussão faz referência a procedimentos a serem seguidos pelo gestor da Conta Setorial, que não tem informações suficientes acerca do comprometimento do equilíbrio econômico e financeiro das concessões. Caso o não repasse integral dos desembolsos comprometa o equilíbrio econômico e financeiro das concessões, as concessionárias podem solicitar revisão tarifária extraordinária, instituto já previsto nos contratos de concessão.

10.4 Equatorial Energia

A Equatorial Energia solicita a inclusão do Parágrafo. 105. O desembolso de forma proporcional constante no Parágrafo 104 somente será realizado 60 (sessenta) dias após comunicação oficial aos beneficiários. Segundo a Equatorial, a comunicação com antecedência é fundamental para garantir o fluxo de pagamento do Agente Vendedor de Energia no SI, evitando assim a inadimplência por parte da distribuidora. xlv. Resposta ANEEL/SGT/ SFF. Não Aceita. A hipótese de insuficiência de recursos pode ser decorrente de evento imprevisível, tornando inviável o dispositivo sugerido pela Equatorial Energia.

11 Gestão econômica e financeira – Encontro de contas 11.1 CCEE

Na proposta apresentada na AP, foi disposto que a CCEE deverá realizar encontro de contas dos débitos e créditos dos agentes com benefícios e obrigações pendentes. A CCEE contribuiu no sentido de deixar a possibilidade de a CCEE avaliar a conveniência e a oportunidade da compensação, com o fim de evitar impacto no fluxo de caixa e no orçamento anual. Além disso, é

válido reforçar que as obrigações pendentes são aquelas relacionadas exclusivamente aos fundos setoriais, e não outras obrigações associadas à CCEE. xlvi. Resposta ANEEL/SGT/ SFF. Aceita. A redação sugerida vai ao encontro do papel desempenhado pelo gestor da conta. Além disso, as obrigações pendentes referem-se somente àquelas relacionadas aos fundos setoriais, razão pela qual se opinar por aceitar a contribuição.

11.2 EDP Entende-se que, nas situações em que houver crédito por parte da Distribuidora ou Transmissora, o montante poderá ser compensado automaticamente no pagamento da quota seguinte. Por exemplo, caso a Distribuidora ou Transmissora realize um pagamento a maior no Mês 1, ela poderá abater a diferença no pagamento da quota do Mês 2. Será preciso, contudo, formalizar tal procedimento no PRORET 5.2.

xlvii. Resposta ANEEL/SGT/ SFF. Já prevista. Esse procedimento já está indiretamente previsto no item 92 do Submódulo 5.2 do PRORET.

11.3 Neoenergia

Atualmente, a operacionalização do fundo da CDE implica em dois processos principais, que ocorrem em momentos distintos: (I) o pagamento por parte das distribuidoras de cotas mensais definidas anualmente por REH específica, pagos no dia 10 de cada mês;(II) reembolso por parte do fundo da CDE dos subsídios tarifários e descontos aplicados à classe de baixa renda às distribuidoras, recebidos no 15º dia útil de cada mês. Para que haja mais eficiência, inclusive para a CCEE, na administração e operacionalização do fundo da CDE, propomos que haja um encontro de contas entre os pagamentos e recebimentos apurados a cada mês para os agentes, de modo que o valor líquido resultante, seja a pagar ou a receber, seja liquidado em uma única data. Isso implica em mais agilidade no fechamento contábil tanto para a CCEE, como para as distribuidoras, e ajuda na identificação e mitigação de inadimplência.

xlviii. Resposta ANEEL/SGT/ SFF. Não Aceita. A diferença de datas de pagamento e recebimento de recursos para a CDE é importante para a operacionalização dos fluxos dos recursos que nem sempre são provenientes e se destinam aos mesmos agentes.

11.4 CPFL Energia

A CPFL Energia propõe que as quotas anuais das concessionárias e permissionárias de distribuição deverão ser convertidas em duodécimos e deduzidas dos créditos relativos a subvenções e subsídios em favor destas, sendo que o resultado credor ou devedor, deverá ser recolhido ao fundo ou repassado ao agente até o dia 10 (dez) do mês seguinte ao mês de competência. A exemplo do que ocorreu recentemente com a apuração dos créditos de bandeiras tarifárias, onde os mesmos eram utilizados para “compensar” eventuais resultados de liquidações financeiras do MCP devedoras, o Grupo CPFL entente que para melhor gestão do caixa das distribuidoras e do próprio fundo CDE, seria oportuno realizar um “encontro de contas” como este, evitando um “desencaixe” de aproximadamente 3 dias entre o pagamento da quotas no dia 10 e o recebimento dos subsídios no 10° dia útil (prazo limite para repasse), descomprometendo o fluxo

de caixa das empresas e simplificando o processo de cobrança/pagamento por parte do gestor do fundo. xlix. Resposta ANEEL/SGT/ SFF. Não Aceita. Vide justificativa do item anterior.

12 Gestão Econômica e Financeira - Parcelamento 12.1 CCEE

Na proposta apresentada na AP, dispôs-se que compete à CCEE realizar parcelamento de débitos com as obrigações da CDE e da RGR em atraso, mediante requerimento escrito e fundamentado do Agente Setorial interessado. A CCEE propõe a inclusão da expressão “em atraso referente aos contratos pactuados a partir de 1º de maio de 2017” de modo a delimitar os contratos pactuados em data iqual àquela definida na Lei 13.360/206 atrelada à assunção das atividades de gestão contas setoriais pela CCEE.

l. Resposta ANEEL/SGT/SFF. Não Aceita. A área técnica discorda dessa contribuição, tendo em vista que a assunção da gestão da CDE pela CCEE a partir de 1º de maio de 2017 não inviabiliza a realização de parcelamento de débitos de contratos anteriores. Ademais, essa contribuição está incoerente com aquela referente ao item 153 do Submódulo 5.2 do Proret, analisada no item 19 desse anexo.

12.2 CCEE Na proposta apresentada na AP, dispôs-se que a CCEE deverá exigir dos Agentes Setoriais a constituição de garantia(s) suficiente(s) para a cobertura dos valor total do parcelamento concedido e idônea(s) em seu favor. A CCEE sugere a garantia de pelo menos 3 parcelas, tendo em vista a particularidade do Setor Elétrico Brasileiro em que as empresas devem estar adimplentes para aplicar o percentual de reajuste decorrente dos processos tarifários.

li. Resposta ANEEL/SGT/SFF. Aceita. Não se vislumbra inconveniente em se adequar a garantia do parcelamento, tendo em vista os argumentos expostos pela CCEE, razão pela qual se propõe acatar a contribuição.

12.3 CCEE

Na proposta apresentada na AP, dispôs-se que o parcelamento poderá cancelado automaticamente, com a devida execução da garantia ofertada, quando houver inadimplência de 3 (três) parcelas consecutivas. A CCEE apresenta que é importante que fique claro que a consequência do cancelamento será o vencimento antecipado da dívida, evitando-se maiores prejuízos que poderão advir da mora, estando em linha com o disposto no artigo 1.425 do Código Civil.

lii. Resposta ANEEL/SGT/SFF. Aceita. A contribuição da CCEE é no sentido de criar um incentivo adicional para o cumprimento das obrigações advindas de parcelamentos, razão pela qual se propõe acatar a contribuição.

12.4 CCEE A CCEE sugere a adequação de termos no item 106, alteração da palavra Fundos para Contas. liii. Resposta ANEEL/SGT/SFF. Aceita.

A área técnica concorda com a uniformização dos termos.

13 Benefícios Tarifários 13.1 EDP

A EDP expõe que a proposição da NT2017 de tornar função da Distribuidora a atualização cadastral, com todas as atividades envolvidas em tal função, extrapola a alçada de atuação da distribuição de energia. A EDP pleiteia que seja retirada essa obrigatoriedade e que instituições governamentais cumpram com suas responsabilidades relacionadas à elaboração de lista de beneficiários e atualizações pertinentes. Alternativamente, as Distribuidoras poderão exercer a função de meras recebedoras das documentações exigidas para todos os beneficiários, de forma que o consumidor deverá se dirigir aos canais de atendimento com os devidos documentos e comprovações na data de vencimento do seu contrato para análise da Distribuidora, a qual terá 8 dias úteis para análise. Em caso de não atendimento, que o consumidor tenha um prazo de 15 dias corridos para reapresentar as documentações. Finalizado o prazo, o consumidor perderá o benefício. liv. Resposta ANEEL/SGT/ SRD. Não Aceita.

Avalia-se que não deve ser acatada a contribuição para a não instituição do procedimento de revisão, considerando o montante de recursos envolvidos e o impacto para os demais consumidores e para a sociedade como um todo. Além disso, observa-se que os próprios consumidores beneficiados é que passarão a ter a obrigação periódica de revisar suas informações cadastrais, sendo que o papel da distribuidora será o de notificar os consumidores e proceder à análise para a concessão, da mesma forma que é feita para novos pedidos.

13.2 EDP A EDP nada tem a acrescentar sobre os prazos de pagamento por parte das Distribuidoras e Transmissoras, mas sim quanto à necessidade de instituição de prazo para a CCEE repassar os benefícios tarifários concedidos na CDE. Embora a gestão da CCEE tenha regularizado a data dos reembolsos, em comparação com a gestão da Eletrobras, é importante que esteja regulamentada a data limite do repasse.

lv. Resposta ANEEL/SGT/ SRD. Já Prevista.

Os prazos limites para o repasse estão disciplinados no item 8.1.2 na minuta do Submódulo 5.2 do PRORET.

13.3 EDP

No que diz respeito à mudança de metodologia para tornar mensais todos os repasses dos benefícios tarifários pela CCEE às Distribuidoras, a EDP entende que essa medida será benéfica para o setor. De forma geral, o fluxo mensal de concessão de subsídio sistematicamente supera o de recebimento dos repasses, gerando déficit de caixa nas Distribuidoras. Isso vem ocorrendo tanto em períodos de crescimento, tal como no ano de 2015, como em períodos de decréscimo de mercado, em 2016 e 2017. Essa mudança implicaria relatos mensais detalhados para a CCEE, explicitando os benefícios concedidos para cada classe de consumidor. Tendo em vista o grande detalhamento, principalmente para empresas com elevado número de consumidores rurais e irrigantes, entende-se ser necessário ampliar o prazo de envio de 10 dias para 15 dias. Existe grande responsabilidade na publicação desses dados no site da CCEE, uma vez que uma eventual publicação equivocada poderia gerar ruído com os consumidores finais. Por esse motivo, cuidado adicional deve ser dado

para o envio das informações. Entende-se também ser importante prever que eventuais correções envolvendo o cadastro e os montantes poderão ser enviadas até o mês seguinte. lvi. Resposta ANEEL/SGT/ SRD. Não Aceita.

O prazo para o envio de 10 dias (REN 472/2012) será unificado com o prazo disposto no Submódulo 10.6 do PRORET, tratado na Audiência Pública nº 73/2017.

13.4 EDP

A EDP externa preocupação sobre o crescimento dos descontos tarifários nos últimos anos e mostra-se favorável à proposta do MME na Consulta Pública 033 de 2017 que pretende estabelecer que os descontos tarifários não poderão ultrapassar o valor desembolsado no ano de 2016 lvii. Resposta ANEEL/SGT/ SRD. Não se aplica. Fora do escopo da AP.

13.5 EDP

Concordamos com a posição da agencia reguladora com relação ao Reembolsos dos Benefícios Tarifários só entre em vigor a partir do dia 01/01/2019, para justamente haver tempo hábil para a CCEE desenvolver os sistemas necessários e para adequação dos agentes. A EDP defende o estabelecimento de valor teto para os benefícios da CDE, pois se configura como uma medida positiva para a limitação dos gastos crescentes observados nos últimos anos, além de melhorar a sinalização de preço e a alocação de custos no Setor Elétrico. A EDP também apóia a mudança da aplicação de descontos para as classes específicas de consumidores da metodologia atual baseada na aplicação de percentual sobre a tarifa de referência para um desconto fixo em MWh, como forma de facilitar a gestão orçamentária da CDE.

lviii. Resposta ANEEL/SGT/ SRD. Não se aplica. Embora se reconheça a importância das questões tratadas pela EDP, a temática encontra se fora do escopo da AP.

13.6 EDP

A EDP defende o estabelecimento de uma tarifa única nacional para os consumidores baixa renda, como forma de dar tratamento isonômico a todos os consumidores dessa classe, independentemente da área de concessão onde habitam.

lix. Resposta ANEEL/SGT/ SRD. Não se aplica.

Embora se reconheça a importância da questão tratada pela EDP, a temática encontra se fora do escopo da AP.

13.7 CPFL Energia

A proposta apresentada na minuta do Submódulo 5.2 do Proret traz a definição do mecanismo para a apuração e recebimento dos reembolsos relacionados aos descontos tarifários. Contudo, entende ser necessária abertura de Audiência Pública específica para definição de metodologia do valor dos subsídios a serem custeados pelo fundo setorial, conforme estabelecido no Decreto 7.891/2013. Atualmente, o valor dos subsídios homologado pela Agência não é o mesmo valor do subsídio efetivamente concedido pelas distribuidoras, que por sua vez cumprem fielmente as disposições sobre faturamento contidas na Resolução Normativa nº 414/2010. A ANEEL não considera as tarifas proporcionais no mês do processo tarifário, o mercado subsidiado

efetivamente realizado pela distribuidora no mês anterior ao do processo tarifário, dentre outras divergências. Considerando o disposto no Artigo 24º do Decreto nº 9.022/2017, que trata da publicidade dos valores dos subsídios efetivamente concedidos aos beneficiários previstos em Lei, o Grupo CPFL entende ser necessária a definição urgente de metodologia de apuração do subsídio a ser custeado pelo fundo setorial CDE coerente com o valor efetivamente incorrido pelas distribuidoras, propiciando a transparência citada no Artigo 24º do Decreto nº 9.022/2017. O Grupo CPFL salienta a importância da celeridade na abertura da referida Audiência Pública, para definição da metodologia de cálculo e sistemática de apresentação dos valores a serem reembolsados, para que todas as adequações de sistemas sejam efetuadas em tempo hábil, de forma que a previsão que consta na Nota Técnica s/n° /2017 – SGT/SRD/SRG/SFF/SFG/ANEEL, de início da vigência da nova metodologia em janeiro de 2019 seja possível.

lx. Resposta ANEEL/SGT/ SRD. Aceita Parcialmente. A nova metodologia proposta para o Submódulo 5.2 do PRORET já prevê o que o reembolso dos subsídios tarifários passará a ser realizado pelo faturamento efetivamente realizado pelas distribuidoras, mediante o encaminhamento das informações por unidade consumidora, conforme disposições do Submódulo 10.6 do PRORET (AP 73/2017), de modo que se avalia não ser necessária a realização de nova AP para tratar do assunto.

13.8 EDP

A EDP defende o estabelecimento de contrapartidas como a comprovação da atividade econômica praticada e/ou inclusão em cadastros oficiais para que os consumidores beneficiados mantenham seus subsídios adquiridos. Adicionalmente, seria importante adicionar para todos os consumidores beneficiários a contrapartida de manutenção de descontos integrais apenas em caso de adimplemento.

lxi. Resposta ANEEL/SGT/ SFF. Não se aplica.

Fora do escopo da AP.

13.9 Neoenergia Outra proposta contida na Nota Técnica nº /2017-SGT/SRD/SRG/SFF/SFG/ANEEL é a de que a sistemática de apuração e pagamento dos subsídios tarifários siga procedimento similar ao que existe atualmente para o reembolso do subsídio para a classe baixa renda. Ou seja, as distribuidoras encaminhariam mensalmente à CCEE relatório contendo informações dos benefícios concedidos, para que sejam validados e, assim, efetuados os ressarcimentos. Entretanto, a alteração da atual sistemática implicará, no primeiro mês, em um descasamento de caixa para as distribuidoras, uma vez que, conforme a proposta, equivalente aos prazos atuais para o processamento dos da subvenção baixa renda, eles seriam recebidos apenas no 2º mês subsequente ao da competência, sendo que hoje eles são reembolsado no 1º mês subsequente, o que provocaria uma lacuna no fluxo de caixa das empresas. Ou seja, em 2019, as distribuidoras apenas receberiam 11 parcelas da CDESubsídios. Também para a CCEE, haveria o pagamento efetivo de apenas 11 parcelas no ano de 2019. Além disso, haverá necessidade nos processos tarifários de 2019, de ser apurado e contemplado um AJUSTE das diferenças entre os descontos previstos e concedidos ao longo do ano de 2018, até ter ocorrido a mudança da sistemática. Visando mitigar este efeito de descasamento de caixa, a título de processo de transição, propomos que o montante referente à PREVISÃO de subsídios calculada no processo tarifário de 2018 ainda seja pago no primeiro mês referente à alteração do procedimento, conforme a proposta jan/19, gerando um valor a ser compensado em conjunto com as demais parcelas de AJUSTE a serem

apuradas entre a competência do reajuste 2018 e dez/18, relativos aos descontos concedidos diferentes da previsão. Este encontro de contas seria realizado no respectivo processo tarifário de 2019. Tal ajuste, poderia ser pago de forma única no pagamento da CDE seguinte ao processo tarifário ou mesmo com a sistemática anterior, ao longo de 12 meses subsequentes ao reajuste. Adicionalmente, propomos que a alteração da sistemática dos subsídios tarifários comece a ser aplicada a partir dos processos tarifários de cada distribuidora ao invés de Janeiro/2019, de forma a concatenar as mudanças de procedimentos, bem como a apuração de ajustes dos períodos anteriores. Neste caso, conforme abordado acima, seria necessário ainda contemplar uma parcela de previsão para o mês de competência do reajuste em 2019, de forma a não provocar descasamento de caixa. lxii. Resposta ANEEL/SGT/ SFF. Não se aplica. A nova metodologia entrará em vigor de forma conjunta com o Submódulo 10.6 do PRORET (AP 73/2017). Eventuais ajustes, caso necessário, serão realizados nos respectivos processos tarifários de cada distribuidora.

13.10 Neoenergia Considerando a mudança de procedimentos previstos, é importante que no Manual de Instruções a ser disponibilizado pela CCEE seja definido um fluxo de processo, de modo a orientar os agentes quanto ao modelo e forma de apuração, bem como em relação ao envio das informações. Existem pontos que podem gerar dúvidas, necessitando de maiores esclarecimentos. Em relação ao desconto de fontes incentivadas, pela proposta, o envio das informações deve ser realizado até o 10º dia útil do mês subsequente à competência, entretanto, os descontos relacionados a estes clientes são publicados pela própria CCEE em um momento posterior a este prazo, o que impossibilitaria o envio das informações com o desconto definitivo referente à competência. Neste caso, dos subsídios de fontes incentivadas, atualmente na apuração por meio do SAMP já são utilizados os descontos definitivos, uma vez que a apuração somente ocorre a cada 12 meses no reajuste tarifário, mas o novo procedimento, com apurações mensais, deve prevê que os descontos deveriam ser aqueles efetivamente concedidos no faturamento de cada mês, na lógica do faturamento, no qual é utilizado por orientação da própria ANEEL, um desconto previsto estipulado com base no desconto da competência (C-2), bem como incluindo em seu cálculo os ajustes das diferenças do faturamento da competência (C-2) já obtidos pela aplicação correta dos respectivos descontos já publicados pela CCEE. Este defasamento ocorre em função do cronograma de divulgação da CCEE que ocorre 2 meses após a competência de faturamento. Assim, solicitamos constar um esclarecimento maior em relação aos procedimentos e operacionalização da informação da apuração desses descontos.

lxiii. Resposta ANEEL/SGT/ SFF. Não se aplica. Os itens 118 a 121 da minuta do Submódulo 5.2 do PRORET tratam do reembolso pelos valores efetivamente faturados e do envio das informações relativas aos ajustes de faturamento, os quais serão detalhados na operacionalização do Submódulo 10.6 do PRORET (AP 73/2017).

13.11 CCEE

A proposta apresentada na AP dispõe que as distribuidoras que concederem os benefícios tarifários dispostos nos itens 3.2.2 e 3.2.6 deverão encaminhar à CCEE, até o décimo dia útil do mês subsequente ao mês de competência, a solicitação de reembolso financeiro, por meio do envio das informações de seu sistema de faturamento, de forma individualizada para cada beneficiário, conforme Manual de Instruções a ser disponibilizado pela CCEE.A CCEE afirma que essa atividade extrapola as atividades da Câmara.

lxiv. Resposta ANEEL/SGT/ SFF. Parcialmente Aceita. Sobre a questão apresentada pela CCEE, observa-se que o art. 11 do Decreto 9.022/2017 estabelece a competência da CCEE, conforme regulamentação da ANEEL, de realizar a movimentação da CDE, sem assumir compromissos e riscos incompatíveis com sua condição. O Decreto define ainda no art. 24 que é de responsabilidade da ANEEL a fiscalização da movimentação da CDE. Nesse sentido, observa-se que na AP 62/2017 a proposta é que, para otimizar o fluxo de informações e permitir a publicidade exigida pelo Decreto, a distribuidora encaminhe a base de beneficiários diretamente à CCEE, que processaria o pagamento do reembolso e publicaria as informações na internet, com a posterior fiscalização da ANEEL. Entretanto, considerando que a Agenda Regulatória da ANEEL contemplou para o biênio 2018-2019 no item 72 a Elaboração do Submódulo 10.6 do PRORET - Informações Periódicas das Distribuidoras, que está associado ao desenvolvimento do Sistema de Inteligência Analítica do Setor Elétrico – SIASE, com Audiência Pública 73/2017 em andamento, avalia-se oportuno e conveniente que não seja exigido da CCEE o desenvolvimento de um sistema que brevemente se tornaria desnecessário. Assim, a redação do item 8.1 do Submódulo 5.2 será adequada para contemplar a integração do processo de reembolso dos benefícios tarifários ao Submódulo 10.6 do PRORET (SIASE).

13.12 Concelpa

Concordamos com a posição da agência reguladora com relação a Concessão dos Benefícios Tarifários em submeter o assunto à audiência pública no sentido de criar novo capitulo na REN 414/2010 para tratar das tarifas de aplicação para cada classe/subclasse, dos critérios de enquadramento, dos benefícios tarifários e da solicitação e perda dos benefícios. lxv. Resposta ANEEL/SGT/ SRD. Já Prevista. A proposta colocada na AP nº 62/2017 consolidou as disposições relacionadas aos benefícios tarifários, enquanto direito dos consumidores, nas Condições Gerais de Fornecimento, visando dar maior clareza, precisão e ordem lógica ao regulamento, visto que alguns benefícios somente são tratados atualmente nas resoluções homologatórias e no PRORET. Nesse sentido, a proposta reuniu a redação recém-aprovada pela Resolução Normativa nº 768/2017, que aprimorou os critérios de classificação das unidades consumidoras, com as disposições contidas em outros normativos.

14 Validação da solicitação 14.1 CCEE

A CCEE propõe a exclusão integral da seção referente à validação da solicitação, por afirmar que essa atividade extrapola suas competências.

lxvi. Resposta ANEEL/SGT/SRD. Parcialmente Aceita. Conforme avaliação anterior, a redação do item 8.1 do Submódulo 5.2 será adequada para contemplar a integração do processo de reembolso dos benefícios tarifários ao Submódulo 10.6 do PRORET (SIASE).

15 Auditoria e Fiscalização 15.1 Abiape

A Associação Brasileira dos Investidores em Autoprodução de Energia (ABIAPE) congratula o empenho da Agência manifesto na fiscalização dos valores indevidos reembolsados pela CCC

entre os anos de 2009 e 2016. Entretanto, dada a multiplicidade de destinações e agentes beneficiários da CDE, assim como a natural assimetria de informações entre o regulador e os agentes, observa-se bastante espaço para evolução do processo fiscalizatório. Nesse sentido, espera-se que a ANEEL continue o aprimoramento de seus procedimentos de fiscalização com vistas a ampliar a transparência das contas da CDE, mitigando a contestação de destinações indevidas de dinheiro da conta, seja por vias administrativas ou judiciais.

lxvii. Resposta ANEEL/SGT/ SRD. Já prevista. As propostas apresentadas na AP 062/17 também visam ao aprimoramento da fiscalização da agência. Ademais, para 2018, informamos que a SFF está desenvolvendo projeto de monitoramento contínuo e remoto dos fundos setoriais de forma a aumentar a celeridade e a eficácia dos processos de fiscalização.

15.2 Energisa

O submódulo 5.2 do PRORET dispõe que quando da realização dos procedimentos de auditoria e de fiscalização da concessão dos benefícios tarifários, a ANEEL poderá encaminhar à CCEE determinações contendo eventuais glosas a serem compensadas nos pagamentos subsequentes dos reembolsos da CDE aos Agentes. A Energisa sugere que a ANEEL encaminhe o resultado da fiscalização às concessionparias e permissórias de distribuição para considerações finais e só então a ANEEL possa encaminhar à CCEEE determinações contendo eventuais glosas. Segundo a Energisa, faz-se necessário que as concessionárias e permissionárias de distribuição corroborem os valores a serem glosados, desse modo elimina-se o risco de glosas devido à ausência de esclarecimentos adicionais.

lxviii. Resposta ANEEL/SGT/ SRD. Aceita parcialmente. Os processos de glosa e de fiscalização realizados pela ANEEL contemplam o contraditório e a ampla defesa por parte da distribuidora, com a devida instrução processual. Redação será aprimorada para deixar mais claro esse conceito.

15.3 CPFL Energia A CPFL Energia propõe que quando da realização dos procedimentos de auditoria e de fiscalização da concessão dos benefícios tarifários, a ANEEL poderá encaminhar à CCEE determinações contendo eventuais glosas a serem compensadas nos pagamentos subsequentes dos reembolsos da CDE aos Agentes, desde que tenha sido encaminhado aos agentes setoriais atingidos com antecedência e somente após ter sido exercido o contraditório e a ampla defesa. lxix. Resposta ANEEL/SGT/ SRD. Aceita Parcialmente. Vide justificativa do item anterior.

15.4 CCEE

No PRORET apresentado, para fins de auditoria e fiscalização das informações, há a previsão de que a CCEE disponibilizará bases de dados contendo um conjunto de informações. A CCEE propõe a adequação do texto de modo a prever que a CCEE disponibilizará essas informações por meio de seu sítio na internet. lxx. Resposta ANEEL/SGT/ SRD. Não Aceita. O texto proposto inviabilizaria que a disponibilização dessas informações seja feita de outra forma que possa ser mais adequada à fiscalização, por exemplo. O local, periodicidade e o detalhamento das informações que deverão ser disponibilizadas pela CCEE não precisa constar da redação do Submódulo 5.2 do PRORET.

15.5 Concel / MT

Para o CONCEL/MT a distribuidora deve ser a responsável por manter os dados relacionados aos benefícios considerados por Lei na tarifa atualizados, entretanto, o consumidor não pode ficar à mercê dessa única forma de controle. A Agência deve incluir uma sistemática de controle e fiscalização de tais informações que não seja apenas no momento de mudança de tarifa. Assim, a contribuição do CONCEL/MT é: Que seja incluído item específico para o controle e fiscalização de tais informações em dispositivo regulatório, considerando a cientificação do Conselho de Consumidores em tais dispositivos. lxxi. Resposta ANEEL/SGT/ SRD. Parcialmente Aceita. A redação do item 8.1.3 da minuta do Submódulo 5.2 contempla a realização de procedimentos de auditoria e de fiscalização dos beneficiários, não sendo adequado prever a cientificação do Conselho de Consumidores a cada processo aberto na Agência.

16 Publicidade 16.1 CCEE

A CCEE sugere adequação da redação do item 139: “As receitas e despesas da CDE deverão ser tornadas públicas, em sítio da internet” para “As receitas e despesas da CDE, da CCC e da RGR deverão ser tornadas públicas, em sítio da internet pelo MME, ANEEL, CCEE, ONS, ELETROBRAS e pelos Agentes e Beneficiários”. Segundo a CCEE, a redação complementar sugerida vai ao encontro de definir publicidade e transparência entre todas as instituições envolvidas na operacionalização dos Fundos Setoriais.

lxxii. Resposta ANEEL/SGT/ SFF/ SRD. Não Aceita O item sugerido trata de forma geral onde as informações serão disponibilizadas, sendo que a responsabilidade pela divulgação é tratada nos itens subsequentes.

16.2 Concelpa Em função das considerações apresentadas entendemos que a concessionária é a responsável por manter os dados relacionados aos benefícios considerados sempre atualizados, no entanto, o consumidor deve ter conhecimento das informações e para tanto a agência reguladora deve disponibilizar no seu site os valores recebidos, além de manter uma sistemática permanente de controle e fiscalização para confirmar a autenticidade das informações ao longo do ano e não apenas quando da mudança de tarifa.

lxxiii. Resposta ANEEL/SGT/ SRD. Já prevista. O regulamento já prevê a publicidade de informações e mecanismos de auditoria e fiscalização.

16.3 CPFL Energia

A CPFL Energia propõe que os Agentes Setoriais e beneficiários deverão divulgar mensalmente, em seu sítio na internet, o recebimento dos recursos dos fundos setoriais e sua destinação. Para as distribuidoras e permissionárias a divulgação da destinação dos recursos poderá ser segregada por classe e/ou subclasse de consumo. O grupo CPFL entende que a privacidade dos dados cadastrais dos consumidores, tais como o Cadastro de Pessoas Físicas – CPF, devem ser preservados, ainda que estes sejam contemplados por benefícios tarifários, pois isso poderá implicar no descumprimento ao Código de Proteção e Defesa do Consumidor (Lei n° 8.078, de 11 de setembro de 1990).

Desse modo, a inserção de dados pessoais em sítio na internet poderá gerar questionamentos judiciais por estar em desacordo ao determina a legislação que protege os consumidores. A transparência das informações será mantida pela divulgação da destinação dos recursos de forma segregada por classe e/ou subclasse de consumo, o que for aplicável.

lxxiv. Resposta ANEEL/SGT/ SRD. Parcialmente Aceita A divulgação das informações será realizada pela ANEEL, considerando a regulamentação do Submódulo 10.6 do PRORET (SIASE) que está sendo discutida na AP nº 73/2017. O número do CPF será divulgado de forma parcial.

17 Universalização 17.1 IEP

Para o IEP, o programa deveria ser paralisado pois é um contrassenso em plena crise econômica investir em atendimento de novos consumidores que tem baixa carga e alto investimento em rede o que torna o fornecimento totalmente inviável economicamente. Todo o projeto deve ser repensado. Os valores previstos pelo MME de acordo com a Portaria 363/2017 indicam valores unitários muito elevados, notadamente os estados de Roraima e Amazonas. A se manter o programa Luz para Todos, por exclusiva imposição do Governo Federal os recursos para estes desembolsos devem vir de Aportes da União e não de cotização da conta CDE a ser paga pelos demais consumidores de energia elétrica.Também deve-se repensar o atendimento do PLPT com novas tecnologias de geração distribuída utilizando fontes de energia renovável a exemplo da Solar. A grande vantagem será o menor investimento e a redução expressiva do custo operacional e significativo decréscimo da CCC.

lxxv. Resposta ANEEL/SGT/ SRD. Não se aplica. Conforme art. 2º da Lei 9.427/1996, a ANEEL deve atuar em conformidade com as políticas e diretrizes do governo federal, dentre as quais se insere a universalização e o Programa Luz para Todos. Portanto, não cabe à ANEEL paralisar a universalização do serviço público de distribuição. No caso do Programa Luz para Todos, é o Ministério de Minas e Energia que define as metas e os prazos em cada Estado ou área de concessão, conforme art. 1º, §3º do Decreto 7.520/2011, com fundamento no art. 14, §13 da Lei nº 10.438/2002. Observa-se ainda que somente no Estado do Paraná o Programa Luz para Todos executou mais de 80.000 ligações no período a partir de 2004. Sobre o atendimento com “novas tecnologias”, o PLPT já possui um Manual para Atendimento às Regiões Remotas dos Sistemas Isolados, sendo a última versão aprovada pela Portaria MME nº 521, de 13 de novembro de 2015. As distribuidoras Eletrobras Amazonas Energia, Celpa e Eletrobras Distribuição Rondônia possuem metas contratadas para os anos de 2017 e 2018 para o atendimento por meio de Microssistemas Isolados de Geração e Distribuição de Energia Elétrica – MIGDI com tecnologia solar fotovoltaica.

18 Prestação de contas 18.1 CCEE

Na proposta apresentada na AP, há a disposição de que a CCEE elaborará, anualmente, Relatório de Prestação de Contas do Exercício da CDE, da CCC e da RGR, que deverá ser enviado para a ANEEL até 31 dia abril do ano subsequente, com a aprovação de seu Conselho de Administração e de sua Assembleia Geral. A CCEE propõe estipular o prazo para envio do Relatório de Prestação de Contas do Exercício da CDE, da CCC e da RGR em 31 de maio do ano subsequente, pois

consta estabelecido no Estatudo da CCEE, em seu artigo 12, o prazo para realização da Assembleia Geral Ordinária até 30 de abril de cada ano.

lxxvi. Resposta ANEEL/SGT/ SFF. Aceita. A adequação do prazo para envio de Prestação de Contas pela CCEE não prejudica a fiscalização e a transparência do uso dos recursos das Contas.

19 Disposições Finais e Transitórias 19.1 CCEE

Nas disposições finais e transitórias, está disposto que a celebração dos Termos Aditivos para esses contratos assinados pela Eletrobras está dispensada de qualquer anuência da Aneel, cabendo à CCEE manter as mesmas cláusulas constantes dos contratos originais, visando apenas efetuar a troca da Eletrobras pela CCEE. A CCEE sugere alteração do texto de modo a contemplar a possibilidade da CCEE aprimorar as garantias do parcelamento. No interesse de melhor assegurar as operações de parcelamento pactuadas, a CCEE sugere a possibilidade de substituição ou aprimoramento das garantias do parcelamento pactuadas, cabendo aprimorar a captura dos recebíveis por alienação fiduciária de conta corrente ou sua substituição por garantias com boa liquidez, a exemplo de fianças.

lxxvii. Resposta ANEEL/SGT/ SFF. Aceita As áreas técnicas acreditam que essa atividade está entre as atribuições do gestor da conta setorial, podendo aprimorar as garantias de parcelamento.