anÁlise da aplicaÇÃo dos princÍpios da construÇÃo...

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ANÁLISE DA APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA CONSTRUÇÃO ENXUTA EM UMA CONSTRUTORA DE JOÃO PESSOA-PB Joanderson de Souza Marinho (UFPB ) [email protected] Alan de Oliveira Castro (UNIPÊ ) [email protected] Joalysson de Souza Marinho (UFPB ) [email protected] Ruan Eduardo Carneiro Lucas (UFPB ) [email protected] Jose Flavio Rique Junior (UFPB ) [email protected] Tendo como base os desperdícios inerentes ao setor da construção civil e da grande competividade entre as empresas do gênero, buscam-se novas formas para aprimorar o gerenciamento e a execução das obras. Dentre essas formas, surgiu uma novaa filosofia, denominada de “Lean Construction”. O objetivo do presente trabalho é analisar as práticas adotadas no processo construtivo de uma construtora da cidade de João Pessoa - PB, enquadrando-as nos princípios da construção enxuta. O trabalho foi realizado por meio de observação direta e mediante aplicação de um questionário com questões baseadas na filosofia “Lean construction” através do mapeamento e diagnóstico de construção enxuta realizado na empresa, pôde-se concluir que a organização utiliza os princípios dessa filosofia de forma eficiente e os procedimentos adotados pela construtora na realização do processo construtivo se encaixam nos onze princípios da construção enxuta. Palavras-chave: Construção enxuta, pensamento enxuto, filosofia lean XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil João Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016.

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ANÁLISE DA APLICAÇÃO DOS

PRINCÍPIOS DA CONSTRUÇÃO

ENXUTA EM UMA CONSTRUTORA DE

JOÃO PESSOA-PB

Joanderson de Souza Marinho (UFPB )

[email protected]

Alan de Oliveira Castro (UNIPÊ )

[email protected]

Joalysson de Souza Marinho (UFPB )

[email protected]

Ruan Eduardo Carneiro Lucas (UFPB )

[email protected]

Jose Flavio Rique Junior (UFPB )

[email protected]

Tendo como base os desperdícios inerentes ao setor da construção civil

e da grande competividade entre as empresas do gênero, buscam-se

novas formas para aprimorar o gerenciamento e a execução das obras.

Dentre essas formas, surgiu uma novaa filosofia, denominada de

“Lean Construction”. O objetivo do presente trabalho é analisar as

práticas adotadas no processo construtivo de uma construtora da

cidade de João Pessoa - PB, enquadrando-as nos princípios da

construção enxuta. O trabalho foi realizado por meio de observação

direta e mediante aplicação de um questionário com questões baseadas

na filosofia “Lean construction” através do mapeamento e diagnóstico

de construção enxuta realizado na empresa, pôde-se concluir que a

organização utiliza os princípios dessa filosofia de forma eficiente e os

procedimentos adotados pela construtora na realização do processo

construtivo se encaixam nos onze princípios da construção enxuta.

Palavras-chave: Construção enxuta, pensamento enxuto, filosofia lean

XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil

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1. Introdução

A indústria da construção civil é um sistema produtivo que vem absorvendo mudanças

consideráveis ano a ano. Nesse sentido, Formoso (2001) indica que esse tipo de indústria tem

sofrido e continuará sofrendo mudanças substanciais, provocadas pelo crescente grau de

competição existente entre as empresas do setor, o crescente nível de exigência por parte dos

consumidores e a reduzida disponibilidade de recursos financeiros para a realização de

empreendimentos.

Diante da mudança econômica desse setor e da necessidade de diferenciação, as organizações

passaram a buscar com maior frequência formas de otimizar processos que não agregam valor

ao produto final e que resultam principalmente em atraso das obras e aumento nos custos.

Essa busca por melhoria contínua vai ao encontro das filosofias baseadas no Sistema Toyota

de Produção (STP) e ao pensamento enxuto utilizado em diversos outros setores produtivos

(ROSENBLUM, 2008).

A indústria da construção civil é subdivida em: construções pesadas, montagem industrial e

edificações. Nesse último observa-se que todo o processo produtivo acontece em canteiros de

obra, onde é comum encontrar inúmeros processos e práticas que comprometem o tempo de

construção. Essa situação acontece em função de desperdícios como: tempo de espera,

transportes desnecessários e um mau gerenciamento de projeto. Nesse contexto, Sarcinelli

(2008) indica que a baixa eficiência produtiva do setor existe e deve ser investigada, visto

que, historicamente, recebem-se muitas críticas nesse aspecto.

Devido a isso, um modelo de gerenciamento da produção com raízes no STP bem como

ferramentas que auxiliam na gestão da produção, podem ser utilizadas para reduzir

consideravelmente esses déficits. O STP é um modelo que possui princípios muito versáteis e

que podem ser aplicados em vários sistemas produtivos, inclusive na indústria da construção

civil. Em 1992, Lauri Koskela publicou o artigo “Aplication of the new production

Philosophy to construction” que mostrou técnicas e passos de aplicação do pensamento “lean”

na construção civil, o que deu inicio a adaptação conhecida como “construção enxuta”.

Diante do cenário exposto anteriormente, buscou-se novas formas para aprimorar o

gerenciamento e a execução das obras. Dentre essas formas surgiu uma nova filosofia,

denominada de “Lean Construction”, que mudou a forma de planejar e de construir a obra

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através de fluxos de processos (SENAI, 2013). Nesse contexto, o objetivo desse trabalho é

analisar as práticas adotadas no processo construtivo de uma construtora da cidade de João

Pessoa – PB, enquadrando-as nos princípios do “Lean Construction” propostos por (Koskela,

1992).

2. Referencial teórico

2.1 Pensamento Enxuto

O pensamento enxuto consiste em focar na melhoria e reorganização de um ambiente

produtivo, identificando o que agrega valor para o cliente e eliminando os desperdícios. Com

essas melhorias consegue-se reduzir o tempo de atendimento aos clientes, reduzir as falhas,

aumentar a rotatividade dos estoques e baixar os custos de produção (LIMA, 2012).

“O termo enxuto, como tradução de “lean”, surgiu na literatura de

negócios para adjetivar o Sistema Toyota de fabricação. Tal sistema

era lean por uma série de razões: requeria menos esforço humano para

projetar e produzir os veículos necessitava menos investimento por

unidade de capacidade de produção, trabalhava com menos

fornecedores, operava com menos peças em estoque em cada etapa do

processo produtivo, registrava um menor número de defeitos, o

número de acidentes de trabalho era menor e demonstrava

significativas reduções de tempo entre o conceito de produto e seu

lançamento em escala comercial, entre o pedido feito pelo cliente e a

entrega e entre a identificação de problemas e a resolução dos

mesmos”. (Figueiredo, 2006).

2.2 Construção enxuta ou “Lean Construction”

“A abordagem da Construção Enxuta é uma nova forma de olhar para os desperdícios que

existem ao longo do sistema produtivo e de como eliminá-los ou reduzi-los para aumentar a

eficiência do sistema” (KOSKELA; DAVE, 2008 apud Barbosa, George et al).

Essa abordagem oriunda do STP ganhou notoriedade a partir do trabalho “Application of the

new production philosophy in the construction industry”, de Lauri Koskela (1992).

Posteriormente foi criado o International Group for Lean Construction (IGLC), engajado na

adaptação e disseminação do novo paradigma no setor da construção civil em diversos países”

(Formoso 2002).

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“A construção enxuta consiste em tem três objetivos principais: a entrega do produto, a

maximização do valor e a redução do desperdício. Assim, propõe uma melhor organização do

processo, eliminando a mão de obra ociosa e otimizando os recursos disponíveis" (Baer,

2014). Na construção civil visa sequenciar as atividades de modo integrado, planejando-as de

forma balanceada e tornando o processo como um todo equilibrado. Ou seja, visa tornar a

sequência produtiva mais eficiente a partir da integração e do ritmo equilibrado entre os

processos.

2.3 Princípios da construção enxuta

Os princípios da construção enxuta são subdivididos em dez itens que estão listados abaixo.

2.3.1 Redução da parcela de atividades que não agregam valor

A forma de gestão utilizada por algumas construtoras é baseada em processos de conversão,

que transformam os materiais em produtos intermediários e finais. Porém, há atividades que

compõem os fluxos físicos necessários para essa realização entre essas atividades de

conversão. Atividades como inspeção, espera e transporte são exemplos disso. Essas

atividades são caracterizadas por não agregar valor ao produto. (KOSKELA, 1992).

2.3.2 Aumentar o valor do produto através das considerações dos clientes

A aplicação desse principio envolve o mapeamento do processo, identificando de forma

sistemática os clientes e seus requisitos para cada estágio do mesmo. (FORMOSO, 2011).

Garantindo, assim, os requisitos e necessidades dos clientes na sequencia de atividades.

2.3.3 Reduzir variabilidade

São diversos os tipos de variabilidade relacionados com os processos de produção. A

variação dos materiais entregues e a não uniformidade na execução de uma determinada tarefa

são alguns exemplos disso. As razões para redução dessas variações dão-se a partir de dois

pontos de vista. O primeiro diz respeito ao cliente, que determina que um produto com uma

única forma é mais bem aceito. O outro ponto seria que a variabilidade aumenta o tempo para

se executar uma tarefa, assim como a quantidade de atividades que não agregam valor.

(ARANTES, 2010).

2.3.4 Redução do tempo de ciclo

A aplicação desse principio está embasado na grande ênfase à necessidade de apertar e reduzir

o tempo disponível para, com isso, forçar a eliminação das atividades de fluxo (Formoso,

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2011). Com a compressão desses fluxos, de acordo com (Koskela, 1992), além da redução dos

desperdícios, obtêm-se algumas outras vantagens:

a) Entrega mais rápida ao cliente;

b) Redução da necessidade de prever demandas futuras;

c) Diminuição de interrupções no processo produtivo devido a mudanças na demanda;

d) Facilidade na gestão do processo, pois haverá menos pedidos de alteração por parte

dos clientes.

2.3.5 Simplificar através da redução do número de passos ou partes

Quanto maior o numero de partes em um processo, maior o numero de atividades que não

agregam valor. Essa redução de partes e passos nos processos pode ser feita com o uso de

elementos pré-fabricados e equipes polivalentes, visando simplificar os processos

construtivos, agilizar os procedimentos e evitar os desperdícios ocasionados pelas atividades

que não agregam valor.

2.3.6 Aumentar a flexibilidade de saída

É um modo de alterar as características dos produtos que serão entregues aos clientes, sem

aumentar, necessariamente, seu preço. Isso pode ser feito com a minimização dos lotes para

aproximá-los de sua demanda, através da customização do produto no tempo mais tarde

possível, e utilizando processos construtivos que permitam o produto se tornar flexível, sem

grande perda para a produção.

2.3.7 Aumentar a transparência do processo

Com esse principio, visando a transparência do processo, os problemas podem ser

identificados mais facilmente no momento da execução dos serviços, reduzindo a

possibilidade de erros. De acordo com (Koskela, 1992), há algumas maneiras de aumentar a

transparência no processo, que são:

a) Remoção de obstáculos visuais, tais como divisórias e tapumes;

b) Utilização de dispositivos visuais, tais como cartazes, sinalização e demarcação de

áreas;

c) Emprego de indicadores de desempenho, que tornam visíveis atributos do processo;

d) Aplicação de programas de melhorias da organização e limpeza do canteiro como o

5S.

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2.3.8 Controle do processo global

Esse principio pode ser aplicado com a formação de parcerias com os fornecedores, buscando

reduzir os erros com produtos defeituosos, atrasos e desperdícios além de outros fatores que

atrapalham a produtividade da empresa. Pois, havendo essa parceria a transparência pode ser

alcançada e os erros minimizados.

2.3.9 Introduzir melhoria continua no processo

Como afirma (Koskela, 1992 apud Teixeira), os esforços para reduzir desperdícios e aumentar

o valor do produto devem ocorrer de maneira contínua na empresa.

2.3.10 Manter um equilíbrio entre melhorias nos fluxos e nas conversões

Como afirma (Koskela, 1992), quanto mais complexo o processo produtivo é, maior os

impactos produzidos com as melhorias do fluxo. Para (Arantes, 2010), quão maior for o

desperdício ligado ao processo produtivo, maiores os benefícios nas melhorias dos fluxos em

comparação com as melhorias na conversão. Portanto, deve haver um balanceamento para

ocorrer poucas variações no processo produtivo.

3. Metodologia

A metodologia utilizada subdividiu-se em duas etapas. Na primeira etapa foi realizada uma

coleta de dados através da Observação Direta, que consistiu no registro de fatos e eventos

relevantes ao processo produtivo da construtora presente na cidade de João Pessoa-PB. Nesse

tipo de observação os pesquisadores assumem posturas imparciais e impessoais quanto aos

processos que estão sendo desenvolvidos no ambiente analisado. Em paralelo, e com

autorização da construtora, foram tiradas fotos dos elementos importantes através de uma

máquina fotográfica de modelo Nikon D3200.

A segunda etapa, por sua vez, consistiu em um método mais objetivo, onde foi aplicado ao

responsável pela obra um questionário relacionando as condições técnicas e gerais daquela

construção com onze pontos da filosofia “Construction Lean” (Tabela 1). Em segundo plano,

foram realizadas entrevistas com os técnicos (dois técnicos em edificações) com duração

média de 30 minutos e entrevistas curtas com os operários.

Tabela 1- Questionário aplicado

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ITEM DE VERIFICAÇÃO Sim Não Não se

aplica

1- Reduzir a parcela de atividades que não acrescentam

valor:

(1.1) A obra possui um arranjo físico para armazenamento de

materiais visando minimizar distancia entre locais de descarga e

os respectivos locais de utilização

(1.2) Existe evidencias de redução de atividades de

movimentação, inspeção e espera (utilização de algum

dispositivo de melhoria do fluxo do processo)

2) Aumentar o valor do produto através da consideração nas

necessidades do cliente:

2.1) São identificadas as necessidades do cliente internos e

externos

2.2) Os processos são mapeados e identificados os clientes e seus

requisitos

2.3) Existe alguma forma sistemática para obter os requisitos do

cliente (pesquisa de mercado e avaliações pós-ocupação)

2.4) Existe retroalimentação com projetistas como reuniões onde

são debatidos os requisitos dos clientes

2.5) Existe planejamento das tarefas afim de garantir os

requisitos dos clientes internos na sequência de atividades

3) Reduzir variabilidade;

3.1) Existem procedimentos padronizados para execução das

tarefas

3.2) Existem procedimentos padronizados para recebimento dos

materiais

3.3) Existe controle da variabilidade na execução das tarefas

4) Reduzir o tempo do ciclo de produção;

4.1) Existem boas condições de trabalho, com segurança e

equipamentos adequados ao operários

4.2) Existe uma divisão dos ciclos de produção (como pacotes de

trabalho, conclusão de uma metragem especificada, conclusão

por pavimento)

4.3) Existe alguma evidência de eliminação de atividades de

fluxo que fazem parte de um ciclo de produção

5) Simplificar através da redução do número de passos ou

partes;

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5.1) É evidenciada a utilização de elementos pré-fabricados, kits

ou

máquinas polivalentes no processo de produção

5.2) Existe um planejamento do processo de produção

5.3) Existe uma constante avaliação do processo, buscando a

melhoria (reuniões, discussões para identificação de

simplificação das operações)

5.4) Existe uma organização no canteiro com relação ao

armazenamento de equipamentos e material visando eliminar ou

reduzir a ocorrência de movimentação e deslocamento

6) Aumentar a flexibilidade de saída;

6.1) O produto é customizado no tempo mais tarde possível.

Existem evidências

6.2) O processo construtivo permite a flexibilização do produto

rapidamente sem grandes ônus para a produção (como utilização

de divisória de gesso acartonado, lajes planas)

6.3) As equipes de produção são polivalentes

6.4) Existe uma minimização no tamanho dos lotes aproximando-

os de sua demanda

7) Aumentar a transparência do processo;

7.1) O canteiro de obras está livre de obstáculos visuais como

divisórias

7.2) No canteiro são utilizados dispositivos visuais, como

cartazes, sinalização e demarcação de áreas

7.3) São empregados indicadores de desempenho que tornam

visíveis atributos do processo

7.4) São empregados programas de melhoria na organização e

limpeza como o Programa 5S

8) Focar o controle no processo global;

8.1) A empresa faz parceria com fornecedores, no sentido de

reduzir atividade que não agregam valor no momento da entrega

e qualidade do material

8.2) Existe planejamento e controle da produção afim de garantir

a entrega da obra no prazo

9) Introduzir melhoria continua no processo;

9.1) Existem evidencias exemplos de dignificarão e iniciativas de

apoio a mão-de-obra

9.2) Existem procedimentos para monitorar as ações corretivas

(as causas reais) e a eliminação com ações preventivas

9.3) A gestão é participativa, são aceitas sugestões de

funcionários

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9.4)Utiliza-se indicadores de desempenho para monitoramento

dos processos

10) Manter um equilíbrio entre melhorias nos fluxos e nas

conversões;

10.1) São evidenciadas práticas de melhorias nos fluxos como o

mapeamento do processo

10.2) Existe uma estratégia de ataque à obra

11) Referenciais de ponta (benchmarking).

11.1) A empresa conhece seus próprios processos (estão descritos

e entendidos)

11.2) São evidenciadas aprendizado a partir de praticas adotadas

em outras empresas similares,

11.3) Adapta as boas práticas encontradas a sua realidade Fonte: KUREK, Juliana, et al. (2013)

4. Resultados

Partindo dos princípios da construção enxuta, segue abaixo as práticas adotadas pela empresa

em relação a cada um dos onze princípios.

4.1 Redução da parcela de atividades que não agregam valor

A empresa adota várias práticas em relação a esse princípio, um exemplo é o almoxarifado

que fica próximo à cremalheira (Ver figura 1), visando reduzir o tempo gasto com transportes

desnecessários.

Figura 1 - Acesso do elevador próximo ao almoxarifado

Fonte: Fornecida pela empresa analisada (2015)

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A limpeza da obra é feita no momento da elaboração de cada etapa, um exemplo disso é na

elevação da alvenaria, na qual o piso sempre é mantido limpo para que os excessos de

argamassa que caem no chão possam ser reutilizados, fazendo com que não se perca tempo na

limpeza final e evitando o desperdício de material. Outro desperdício reduzido é o de

inspeção. Na figura 2 é mostrada uma placa com os níveis do pavimento, assim quando um

colaborador for executar uma determinada atividade em um pavimento, não desperdiçará

tempo verificando os níveis do piso.

Figura 2- Níveis de piso do pavimento

Fonte: O autor (2015)

4.2 Aumentar o valor do produto através das considerações dos clientes:

A obra está localizada em uma área nobre da cidade, apresentando fluxo contínuo de pessoas

e automóveis, e que tem eventos frequentemente. Diante desse cenário, a organização adotou

alguns procedimentos para atender às exigências e conforto dos clientes. Para redução dos

ruídos externos, por exemplo, a empresa utilizou lã de vidro entre as paredes duplas de

alvenaria (Figura 3) e lã de pet (lã eco silêncio) na laje, a qual foi colocada antes de ser feito o

contra piso, proporcionando um maior conforto ao usuário.

A organização também destinou aumentar o valor do produto implantando processos de

automação residencial. Pode-se citar como exemplo: fechadura eletrônica, controle de

temperatura, ativação do sistema de alarmes, sistema de alertas, controle de iluminação,

sonorização interna, automação de cortinas e monitoramento das câmeras e segurança. Esses

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dispositivos proporcionam mais conforto e aumentam a satisfação do usuário quanto ao

produto adquirido.

Figura 3- Camada de lã de vidro entre alvenaria dupla

Fonte: O autor (2015)

4.3 Reduzir variabilidade:

Como nos últimos anos o setor entrou em desaceleração, as organizações buscaram maneiras

de reduzir os custos. Dentre essas maneiras, a redução do desperdício de materiais tornou-se

algo prioritário. Seguindo essa linha, a empresa utilizou na alvenaria blocos modulares (figura

4) fornecidos por uma empresa terceirizada, onde a mesma dimensionou o quantitativo exato

dos blocos a serem utilizados, evitando assim a quebra e perdas desnecessárias de materiais.

Figura 4 - Alvenaria de blocos modulada

Fonte: O autor (2015)

4.4 Redução do tempo de ciclo:

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O canteiro de obra apresenta uma estrutura eficiente, com boas condições de trabalho e com

equipamentos de segurança adequados aos operários. Esse cenário existente possibilita a

redução de qualquer acidente que possa ocorrer e, consequentemente, atrapalhar o processo

produtivo.

A utilização de concreto usinado e o manuseio através de equipamentos como a “bomba

lança” (Figura 5), traz ao empreendimento agilidade e redução no tempo de confecção das

peças estruturais, evitando o transporte de matérias de forma manual ou com equipamentos

rudimentares.

Figura 5- Utilização de EPI’s e concretagem da laje

Fonte: Fornecida pela empresa analisada (2015)

4.5 Simplificar através da redução do número de passos ou partes:

A empresa utiliza um conjunto de processos destinado ao armazenamento de equipamentos e

materiais visando eliminar ou reduzir o número de etapas. Para isso, adota-se procedimentos

padronizados para recebimento dos materiais. No momento em que os materiais são recebidos

eles passam por uma inspeção para verificar a qualidade. Caso apresentem alguma

irregularidade ou não estejam dentro das condições pré-estabelecidas, eles retornam

imediatamente para a empresa fornecedora. Este procedimento visa manter a padronização

nos materiais que serão utilizados. Com isso, boa parte dos materiais já são direcionados aos

postos de utilização, fazendo com que haja apenas uma movimentação na logística de

transporte de materiais (Figura 6).

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Figura 6 - Transporte dos materiais feito com empilhadeira

Fonte: Fornecida pela empresa analisada (2015)

4.6 Aumentar a flexibilidade de saída

Para aumentar a flexibilidade de saída, a organização focou na redução dos estoques de

matéria prima, no uso de uma mão de obra polivalente, na customização do produto e na

utilização de processos construtivos que permitam a flexibilidade do produto sem grande

perda na produção.

4.7 Aumentar a transparência do processo:

O canteiro de obras é bem sinalizado, apresentando uma área livre de obstáculos visuais. A

utilização de cartazes de sinalização e demarcação de áreas, como mostra a figura 7, facilita a

identificação dos pontos de entrega e localização de materiais.

Como são implantados programas de melhoria, com o 5S, ficou evidente a transparência do

processo, resultado de uma boa estrutura gerencial e organizacional. Esses conceitos resultam

em um canteiro enxuto, organizado e com um alto grau de limpeza e organização, como

mostra a figura 8.

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Figura 7 - Demarcação de áreas

Fonte: o autor (2015)

Figura 8- Área limpa de corredor

Fonte: Empresa visitada (2015)

4.8 Focar o controle no processo global:

Visando melhorias no processo global e redução de custos, a empresa contrata empresas

terceirizadas, especializadas em determinado serviço, para executar cada etapa do

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empreendimento. Alguns exemplos disso, como mostra a figura 9, são os serviços de

automação; luminotecnia; e modulação de alvenaria. Essa delegação de atividades permite

resultados eficientes, entregues no prazo, garantindo ao cliente o melhor produto.

Figura 9- Empresas terceirizadas

Fonte: O autor (2015)

4.9 Introduzir melhoria continua no processo:

Reuniões frequentes são realizadas para verificar se os processos estão sendo executados da

maneira correta, bem como definir novos procedimentos ou a utilização de novos materiais

que possam reduzir custos e agregar mais valor ao produto final. Nesse sentido, constata-se

que algumas situações e métodos empregados nessa obra basearam-se em ideias do

engenheiro responsável e em outras construções da própria construtora.

Figura 10- Isolamento dos sacos de cimento

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Fonte: O autor (2015)

4.10 Manter um equilíbrio entre melhorias nos fluxos e nas conversões:

Cada atividade planejada em um processo construtivo visa atender o padrão previamente

estabelecido. Nessa construção, os processos básicos e de fácil aplicabilidade, como locação

do terreno, fundações, estrutura, alvenaria e acabamentos, foram desenvolvidos visando a

praticidade e o maior nível de qualidade. Para isso, novas tecnologias foram utilizadas, mas

como foram direcionadas a empresas especializadas, essas melhorias de processo não

prejudicaram o cronograma de prazos.

4.11 Referências de ponta (Benchmark):

De acordo com engenheiro, algumas práticas que foram empregadas nessa obra, basearam-se

em outras construções e empreendimentos da própria construtora, como também do próprio

engenheiro responsável pela obra. Mas nada impede a empresa de adotar boas práticas

encontradas à sua realidade, visando sempre à melhoria contínua do processo.

5. Conclusões

A construção civil sempre foi marcada por ser um mercado muito concorrido e de alta

rentabilidade. Entretanto, nos últimos anos o país entrou em um cenário político-econômico

conturbado que influenciou diretamente na economia e principalmente nos setores produtivos.

Como a construção civil está diretamente relacionada a esses dois fatores, acabou sofrendo

um impactos expressivos.

Os impactos gerados nesse setor fizeram com que a concorrência entre as empresas

aumentasse de forma expressiva, fazendo com que estas buscassem novas maneiras de reduzir

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custos e obter vantagem competitiva. Nesse sentido, fatores como o aumento de atividades

que agregam valor, busca pelo aperfeiçoamento do processo produtivo e diminuição dos

desperdícios surgiram como fortes direcionadores competitivos.

Partindo deste ponto, este trabalho teve como objetivo identificar como uma construtora da

cidade de João Pessoa – PB se encaixava nos princípios da construção enxuta. Através do

mapeamento e diagnóstico de construção enxuta realizado na empresa, pôde-se concluir que a

organização utiliza os princípios dessa filosofia de forma eficiente e os procedimentos

adotados pela construtora na realização do processo construtivo se encaixam nos onze

princípios da Construção Enxuta. Esse encaixe resulta em uma produção enxuta, com menos

desperdícios de materiais e com processos mais eficientes, fazendo com que a empresa tenha

redução de custos e uma vantagem competitiva.

Referências

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empresas da construção civil. USP, São Paulo. 2010.

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Koskela, Lauri. Application of the new production philosophy to construction. No. 72. Stanford, CA:

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SARCINELLI, W.T. Construção enxuta através da padronização de tarefas e projetos. Minas Gerais,

UFMG, 2008. Monografia.

Serviço Nacional de aprendizagem industrial. Planejamento e gestão da produção: módulo específicos III- Série

construção civil, volume 1.Departamento Regional da Bahia- Brasilia: Senai/DN. 2013.