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Cocriando soluções para mitigar perdas e desperdícios de alimentos no Brasil
White Paper baseado em discussões de especialistas realizadas no Creator Space™ Tour São Paulo
Uma visão geral da cadeia de valor de culturas de destaque da agricultura brasileira e dos hábitos de consumo
BASF CREATOR SPACETM TOUR: WHITE PAPER SOBRE O COMBATE A PERDA E DESPERDÍCIO DE ALIMENTOS
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AgradecimentosGostaríamos de agradecer imensamente a todos que colaboraram para a realização deste projeto.
Agnes Hanashiro, PREFEITURA DE SÃO PAULO
Alan Bonjanic, FAO
Allan Kardec Braga Ramos, EMBRAPA
Andrea Koga Vicente, UNICAMP
Andrea Wang Catalani, PREFEITURA DE SÃO PAULO
Augusto Boccia, SÃO RAFAEL
Dag Mendonça Lima, UNICAMP
Daniel Taichi Watanabe, LABRUNIER
Eduardo Sekita de Oliveira, SEKITA
Érico Trebeschi, TREBESCHI
Gustavo Porpino de Araujo, EMBRAPA
Helio Mattar, INSTITUTO AKATU
Luiz Alberto de Paula Bueno, LAVOURA E PECUÁRIA IGARASHI LTDA
Luiz Cornacchioni, ABAG
Marcelo Mikio Hanashiro, EMBRAPA
Murillo Freire, EMBRAPA
Prof. Franco Lajolo, USP
Prof. Helio Vanucchi, USP
Prof. Jorge Mancini, USP
Prof. Paulo César Tavares de Melo, ESALQ / USP
Prof. Rui Curi, USP
Prof. Walter Belik, UNICAMP
Renata Anaruma, MAPA-SP
Renata Welinski da Silva Seabra, ONU/PACTO GLOBAL
Ricardo Magnani, ANPEI
Ricardo Nardon, BUNGE
Ricardo Young, CÂMARA MUNICIAL DE VEREADORES DE SÃO PAULO
Rita de Fátima Alves Luengo, EMBRAPA HORTALIÇAS
Roberto Carlos Painelli, COOPAVEL
Roger Mizushima, BUNGE
Tatiana Lorocca, NESTLÉ
Considerações finais pag. 30
Referências pag. 31
Sumário
3Como reduzir as perdas e desperdícios de tomate no Brasil?
pag. 20
4Como promover o consumo mais consciente para redução das PDAs?
pag. 24
1Como melhorar a sustentabilidade da produção de batatas no Brasil?
pag. 8
2Como reduzir perdas e desperdícios na cadeia produtiva de trigo no Brasil?
pag. 14
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Propósito
Atualmente, uma em cada nove pessoas no mundo sofre com a fome e a má-nutrição (FAO, IFAD, e WFP 2015). Em 2050, a população mundial terá 2 bilhões de pessoas a mais. Populações mais urbanizadas e com maiores níveis de renda vão demandar 60% a mais de alimentos considerando-se o nível de produção global entre 2005 e 2007 (Alexandratos e Bruinsma, 2012). Mais do que isto, fatores como a mudança climática vão tornar ainda
mais complexas as questões de segurança alimentar a longo prazo. Caso ações visando o enfrentamento destes desafios não sejam tomadas agora, a escassez de alimentos afetará um número cada vez maior de seres humanos.
De acordo com um estudo da Nações Unidas, um terço da produção de alimento é perdida ou desperdiçada a cada ano como resultado de práticas de produção
e consumo pouco sustentáveis. (FAO, 2011). É importante ressaltar que além de fatores éticos que permeiam a questão das perdas e desperdícios de alimentos (PDAs), é possível verificar também a existência de impactos ambientais, sociais e econômicos significativos (FAO, 2013). O descarte de material orgânico, por exemplo, gera níveis demasiadamente altos de CO2 – cerca de 3,3 bilhões de toneladas por ano – agravando o efeito estufa.
Fome e desperdício
Em 2050a população mundial terá
2 bilhões de pessoas a mais
60% a mais de alimentos serão
necessários
Atualmente
Uma em cada nove pessoas, no mundo, sofre com a fome e a má-nutrição
Um terço da produção de alimentos (1.3 bilhão de toneladas) é perdido ou desperdiçado a cada ano
Enquanto
Perdas e desperdícios de alimentos também contribuem para o uso não
sustentável de recursos, como:
E gera gases de efeito estufa, contribuindo para o aquecimento global e mudanças climáticas
Terra Energia Trabalho e capital
Água
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O Brasil é um grande produtor, mas ainda perde e desperdiça muito
A produção total de alimentos foi de 209,15 bilhões de dólares em 2013 35% desta produção foi perdida ou
desperdiçada 50% no transporte, 10% na colheita, 30% nos
centros de distribuição e 10% na comercialização
e consumo final
Perdas e desperdícios em números
50% Transporte
10% Colheita
30% Centros de distribuição
10% Comercialização e consumo final
Deve-se ainda considerar que fatores e recursos produtivos que poderiam ser utilizados na produção de outros bens e serviços são usados de maneira improdutiva, assim como os alimentos descartados. A FAO estima que as PDAs demandam aproximadamente 250 quilômetros cúbicos de água e 1,4 bilhão de hectares de terras a cada ano (FAO, 2013).
A BASF, seus parceiros e outros representantes da sociedade civil acreditam que reflexões sobre a produção sustentável e consumo consciente de alimentos é um caminho possível para eliminar o crescente hiato entre as necessidades humanas e a disponibilidade insuficiente de alimentos no mundo.
De acordo com os dados da FAO, o Brasil é o segundo maior fornecedor
de alimentos do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. As previsões da FAO, no entanto, indicam que o Brasil se tornará o maior produtor mundial de alimentos até 2050, devido ao crescimento e ganhos de eficiência tanto de pequenos como grandes produtores. Atualmente, a produção agrícola familiar responde por cerca de 70% dos alimentos consumidos no Brasil, segundo estimativas do Ministério do Desenvolvimento Agrário. Certamente, incentivos à pequena produção terão efeitos na redução do êxodo rural, melhorando a segurança alimentar das populações urbanas e as condições de vida dos pequenos agricultores.
Durante a última década, o Brasil avançou consideravelmente no combate à fome, de maneira que o país saiu do Mapa da Fome em 2014.
O bom desempenho está associado a políticas de gastos sociais e maiores incentivos à produção de alimentos. No entanto, a despeito da implementação de uma série de projetos em busca do crescimento e da maior sustentabilidade da produção e do consumo, atuais níveis de perdas e desperdício de alimentos são, ainda, muito preocupantes. É importante lembrar que a precariedade de parte da malha rodoviária e a falta de outros meios de transporte se configuram como entraves importantes à redução das perdas de alimentos e podem virtualmente anular ganhos de sustentabilidade alcançados no campo. Esta situação é comum na maior parte dos países em desenvolvimento.
Portanto, o Brasil não só é reconhecido como um dos maiores produtores mundiais, mas também como um dos dez maiores países no ranking das perdas e desperdício de alimentos, com cerca de 35% da produção indo para o lixo todos os anos. Em 2013, a produção total de alimentos foi de 209,15 bilhões de dólares (FAOSTAT, 2016). Considerando
O Brasil, como um grande produtor e consumidor de alimentos, certamente, vai ter um papel muito importante no enfrentamento desses desafios no futuro próximo.
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que 35% desta produção tenha sido perdida ou desperdiçada, cerca de 73,20 bilhões de dólares foram desperdiçados em 2013, e continuam a ser a cada ano. Este valor representa aproximadamente 3,3% do PIB brasileiro de 2013 (2,24 trilhões de dólares).
Estima-se que, no Brasil, as perdas ocorridas durante o transporte e manuseio represente 50% do total de PDAs. Os outros 50% de PDAs ocorrem na colheita (10%), armazenagem nos centros de distribuição (30%) e nos supermercados e lares brasileiros (10%) (Val, 2012).
O Creator Space™ Tour São Paulo teve como foco explícito a cocriação de soluções visando
maior sustentabilidade na produção e no consumo de alimentos. O evento reuniu diversos atores com conhecimentos sólidos e interesse pela causa – consumidores, empreendedores locais, estudantes, cientistas, técnicos, formuladores de políticas, entre outros – com o propósito de cocriar soluções para os problemas de PDAs. O Creator Space™ Tour São Paulo enriqueceu-se da realização conjunta com a 10ª edição do Top Ciência, uma iniciativa que reúne especialistas
de várias áreas na cocriação de inovações em tecnologias agrícolas.
Como uma companhia diversificada do setor químico com mais de 100 anos de experiência na provisão de soluções para melhoria de processos produtivos na agricultura no mundo todo, a BASF tem muito a contribuir para a mitigação dos impactos negativos de perdas e desperdícios de alimentos, ajudando, assim, a alimentar o mundo de maneira mais digna e eficiente.
Consciente destes desafios, a BASF promoveu o Creator Space™ Tour São Paulo, em 2015, como parte das comemorações dos seus 150 anos.
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Inovações agrícolas de grande impacto sempre fizeram parte do DNA da BASF, como fica claro em ações como a criação do processo Haber-Bosch para síntese de amônia no começo do século XX, que permitiu a produção de fertilizantes em larga escala. Hoje, como uma das líderes do setor de defensivos agrícolas e com amplo portfólio de produtos químicos e biológicos, a BASF auxilia produtores agrícolas na busca de ganhos de produtividade e qualidade, contribuindo para a sustentabilidade na produção de alimentos. Ao disseminar a cultura de inovação, sempre em consonância com as necessidades dos consumidores, as tecnologias desenvolvidas pela BASF buscam garantir que os cultivares cresçam de forma mais saudável e tenham maior resistência a fatores de estresse como a seca e condições atípicas de aquecimento, além de combater pragas, doenças e plantas invasoras em importantes cultivos.
Dada a natureza diversa e complexa das questões relacionadas aos PDAs, os esforços de cocriação foram mantidos sobre algumas culturas específicas comumente cultivadas no Brasil. Grandes volumes de perdas e desperdícios, importância social e econômica e o impacto potencial de reduções de perdas e desperdícios foram critérios que guiaram a seleção de culturas para este relatório. A partir deste ponto, é necessário definir desperdício como um ato voluntário de descarte de alimentos próprios ao consumo, que ocorrem nos estágios finais de distribuição e, sobretudo, em países de renda média alta. Perdas, em contraste, dizem respeito à diminuição na massa de alimentos que ocorre durante as etapas de cultivo e colheita, pós-colheita e processamento. Perdas ocorrem em maior proporção em países em desenvolvimento. Neste sentido, a cocriação deu-se sobre os problemas específicos das cadeias produtivas da batata, trigo e tomate.
Produtores
Operadores Logísticos
Consumidores
Varejo
Soluções requerem ações integradas que reduzam perdas e desperdícios. Requer maior eficiência, sustentabilidade e consciência dos:
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Tubérculos e raízes
O grupo de tubérculos e raízes, além de representar uma fração importante do total de perdas e desperdícios de alimentos, tem importância social e econômica expressiva no contexto brasileiro. De acordo com estimativas da FAO, a produção de tubérculos e raízes somou 1,9 bilhão de dólares em 2013, enquanto perdas e desperdícios
GrãosNo Brasil, as deficiências na infraestrutura logística, bem como a falta de coordenação entre os produtores, operadores logísticos e processadores, aumentam o nível de perdas e desperdícios ao longo das cadeias produtivas de grãos. A despeito da baixa produção, o Brasil é um grande consumidor de trigo. Neste sentido, políticas
totalizaram 202,9 milhões de dólares – 10,38% da produção total. A batata é a cultura mais importante deste grupo. Reduções de perdas e desperdícios de batatas podem melhorar as condições de vida de pequenos produtores, incluindo produtores familiares, de maneira significativa.
TomatesAs maiores perdas e desperdícios ocorrem nas cadeias produtivas de frutas e alimentos, principalmente pelo fato dessas culturas serem altamente perecíveis. Em média, nas dez maiores capitais brasileiras, o consumo anual per capita de vegetais é de 35 kg, enquanto o desperdício per capita é de 37 kg. A
produção do tomate é importante tanto do ponto de vista do volume como dos impactos econômicos causados pelas perdas e desperdícios. De acordo com estimativas, perdas e desperdícios de tomate podem alcançar até 54% do total produzido (ver FAO, 2011).
Perdas do lado da oferta são, certamente, um problema, mas a BASF, seus parceiros e especialistas sabem que para redução global e efetiva das perdas, o comportamento do consumidor também dever ser considerado. Alguns hábitos de consumo e preparo de alimentos, como por exemplo a relutância em se comer frutas e vegetais sem boa aparência, são fontes importantes de desperdício. Levando isto em consideração, o Creator Space™ Tour São Paulo também buscou cocriar soluções visando a maior conscientização dos consumidores
sociais e econômicas capazes de aumentar a oferta doméstica de trigo, melhorando assim o nível de segurança alimentar nacional, são necessárias. No caso dos grãos, o desperdício de fatores e recursos produtivos, incluindo água, trabalho, terra, dentre outros, são mais importantes que as perdas ocorridas sobre a produção total.
sobre os efeitos das PDAs. Problemas de infraestrutura como a qualidade das rodovias, embora importantes, não foram discutidos de forma direta pelos participantes. Reconhece-se, assim, que a solução destes problemas demanda a participação ativa de órgãos governamentais.
Este White Paper não esgota as discussões levantadas, de forma que sumariza algumas das propostas elaboradas no contexto do Creator Space™ Tour São Paulo e eventos paralelos.
Este relatório está organizado considerando a discussão de vários “desafios”, ou temas levantados durante o encontro, realizado no Creator Space™ Tour São Paulo. Todos os desafios tangenciam os altos índices de PDAs no Brasil. O Desafio 1 trata dos problemas identificados na cadeia produtiva da batata. O Desafio 2 está focado nos problemas relacionados a cadeia produtiva do trigo. O Desafio 3 trata dos problemas da cadeia produtiva de tomate. Por fim, o Desafio 4 traz elementos do comportamento do consumidor e seus impactos nos volumes globais das PDAs.
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Como melhorar a sustentabilidade da produção de batatas no Brasil?
1DESAFIO :
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Produção de batata no Brasil
3,7
132
Mais de 10%desperdiçados ou
381,5 Toneladas
Demanda por importações 2013 - toneladas
187,7Leste da
África
182,4Ásia
Central
85,3Leste
Asiático
96,9América do Sul
370Desperdício
no Brasil
POTATOmilhões de toneladas 2014
mil hectares
No Brasil, o cultivo da batata ocorre nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Bahia, Goiás e Santa Catarina. A batata é uma cultura bastante sensível a fatores climáticos e às diferentes práticas de manejo, fazendo com que o perfil dos produtores e os níveis de produtividade variem significativamente entre as diferentes regiões produtoras.
Em geral, o processo de “produção e distribuição” inclui o cultivo, colheita, limpeza, classificação, embalagem, comercialização e consumo. Entre um estágio e outro, deve-se considerar, ainda, o transporte e a estocagem necessários para movimentar o produto para as próximas etapas do processo.
Em 2014, a produção brasileira de batata foi de 3,7 milhões de toneladas, cultivadas em uma área de 132 mil hectares (FAOSTAT, 2015). De acordo com a Associação
Da perspectiva do consumo humano, a batata é a cultura alimentar mais importante do mundo depois do arroz e do trigo.(International Potato Center, 2016)
Brasileira da Batata (ABBA), a produção industrial inclui a batata processada e congelada (9% da produção total) e batata chips e palito (11% da produção total). A batata in natura representa mais de 62% do mercado de batata, enquanto 8% são sementes. A “indústria do desperdício” consome os demais 10%. Isto representa aproximadamente 381,5 mil toneladas de batata que vão direto para o lixo todos os anos. Este montante seria suficiente para suprir toda a demanda por importações de 2013 de todo os países do Leste da África, Ásia Central, América do Sul ou, ainda, do Leste Asiático.
Fazendeiros e especialistas comumente elencam falta de
boas práticas de cultivo como o plantio fora de época, variedades ruins, fertilização e tratamento fitossanitários inadequados, colheita precoce, processamento pós-colheita inapropriado (lavagem e secagem), empacotamento inadequado, transporte e manuseio inadequados, tempo demasiado de exposição nos supermercados, baixos preços pagos aos produtores e informação assimétricas no mercado como as maiores causas de perdas e desperdícios da batata (Henz e Sieglinde, 2004). Em outras palavras, o alto índice de doenças e problemas fisiológicos, danos mecânicos e tempo demasiado entre produção e consumo formam a combinação perfeita para os altos índices de perdas e desperdícios.
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Os padrões de consumo e produção diferem consideravelmente de acordo com a destinação final do produto. Por uma série de razões, os volumes de perdas e desperdícios tendem a ser maiores entre os pequenos produtores que cultivam variedades de mesa.
Primeiro, os pequenos produtores tendem a ter menos acesso à assistência técnica e financeira de maneira que sentem de forma mais aguda os entraves à produção. Isto resulta em maiores frações da produção classificadas como de baixa qualidade. Segundo, os consumidores de batata in natura em geral preferem batatas de “boa-aparência” de casca e poupa amareladas e medindo entre 42-70 mm. Porém, variedades que costumam ter essas características tendem a ser menos resistentes à pragas e doenças, bem como apresentam menores níveis de produtividade por hectare.
Alguns pequenos agricultores também produzem batatas para o processamento industrial. No entanto, a tolerância a pequenos defeitos que não afetam características nutricionais e
Principais causas de perdas e desperdícios
Grande proporção de produtos fora de padrãoPráticas de cultivo ruins e danos mecânicos
Maus hábitos de consumoGrande preferência por batatas amareladas e limpas
Falta de acesso a mercados alternativos e tempo demasiado entre a produção e o consumo
de inocuidade é maior entre os consumidores industriais. Porém, a produção industrial vai poder ser comercializada somente depois de processamento prévio para remover algumas imperfeições.
Pequenos produtores, geralmente, não possuem capacidade técnica para realizar este processamento prévio, ou não produzem volumes necessários para despertar o interesse de processadores independentes. Este problema existe também na produção de batata in natura, visto que batatas com pequenas imperfeições poderiam
ser utilizadas como ingredientes para seleta de legumes após algum processamento mínimo.
Desta forma, a grande fração de batatas fora de especificação resultantes de práticas inadequadas de cultivo, processamento e comercialização, incluindo a relutância no consumo de batatas com pequenas imperfeições, configuram-se como os desafios centrais a serem enfrentados. Somente a partir do enfrentamento destes desafios será possível reduzir os níveis de perdas e desperdícios identificados na cadeia produtiva da batata.
Após muitos debates, os participantes puderam propor uma série de ações visando o enfrentamento simultâneo destes problemas, isto é, a diminuição do volume de batatas fora de padrão bem como o melhor escoamento desses produtos através de mercados alternativos.
Na produção, existem pequenos e grandes agricultores que produzem variedades para fins industriais, bem como batata in natura para supermercados e feiras livres.
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Projeto para melhoria de práticas de manejo e desenvolvimento de mercados alternativos para batatas fora de padrão no Brasil
As ações propostas tratam o problema a partir dos dois ângulos destacados de forma simultânea. Por um lado, estas ações visam possibilitar que os produtores tenham ganhos de eficácia e eficiência por meio de melhor acesso à tecnologia e às melhores práticas de cultivo. Por outro, ao reconhecer que seria virtualmente impossível zerar o percentual de batatas fora de padrão, as ações visam, também, auxiliar os produtores na busca de mercados alternativos para estes produtos.
A BASF exerce um papel fundamental na implementação deste tipo de projeto dada sua capacidade de reunir agricultores, indústria e
mercados alternativos em prol de um objetivo comum, que resulta, também, em maiores retornos para estes agentes. Entretanto, o comprometimento de outros agentes com a causa é um pré-requisito para o sucesso do projeto.
No campo, a BASF já auxilia os produtores na busca de maior sustentabilidade provendo assistência técnica, treinamento em manejo sustentável e outras práticas sustentáveis orientadas para ganhos de produtividade sem negligenciar questões relacionadas à boa aparência dos produtos. Os agricultores, por outro lado, precisam engajar-se na implementação de melhores práticas e compreender que uma visão mais holística deve sempre sobrepor-se a decisões de curto-prazo baseadas exclusivamente em custos de produção. Ferramentas como o AgBalance™, desenvolvida pela BASF, serão essenciais no atingimento destes objetivos. O AgBalance™ é um método que avalia o grau de sustentabilidade das práticas agrícolas a partir de diversas perspectivas e aponta os principais entraves a melhorias. O
IDEIAS
método consiste essencialmente no levantamento de dados, análise por meio de algoritmos e interpretação dos resultados que avaliam a sustentabilidade relativa de diferentes práticas, processos e sistemas produtivos.
Na fase de processamento e classificação, a BASF pode operar por meio de parcerias para garantir a correta classificação das batatas em diversas categorias como, por exemplo, especial e outras. Entretanto, quando as perdas são advindas de práticas inadequadas de processamento, como lavagem e secagem inapropriadas, representantes da indústria de processamento precisam estar envolvidos na busca de melhores práticas.
Na fase de comercialização, a BASF pode promover a melhor coordenação e comunicação entre agricultores e indústria, bem como entre agricultores e mercados alternativos, visto que limitações de tamanho e a falta de articulação entre pequenos produtores acabam por impossibilitar grande parte destas conexões.
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Mais do que isso, os mercados alternativos para batatas fora de padrão demandam novos parceiros que operem em novas rotas, visto que os centros de distribuição e armazenagem tradicionais não devem receber o produto fora de padrão. Melhorias logísticas devem reduzir o percentual de perdas causados pelo tempo demasiado que o produto permanece no estágio de distribuição, sobretudo para o segmento de batata in natura.
Sem dúvidas, todos estes esforços serão limitados sem que ocorram melhorias correspondentes nas práticas de consumo. Atualmente, existem diversas campanhas que buscam maior sensibilização dos consumidores com a causa das “frutas feias” e redução do
desperdício de alimentos. Alinhado a estas tendências, o Creator Space™ Tour São Paulo traz uma proposta adicional, uma campanha de conscientização, que será discutida mais adiante neste documento (Desafio 4).
A implementação destas ações beneficiaria diversos agentes ao longo da cadeia de produção. Os agricultores poderiam ter ganhos positivos de marca (no caso da identificação de procedência), melhor acesso ao treinamento, incrementos de receita e melhor identificação de suas necessidades. Os processadores e distribuidores finais se beneficiariam do maior acesso a produtos de alto valor nutritivo e novas tecnologias, e também poderiam ter ganhos de reputação por meio do suporte a
Batatas fora de padrão(danificadas; tamanho inapropriado; aparência ruim)
Reduzindo perdas e desperdícios de batata no Brasil
Assistência Técnica
Batatas especiais - Mercados convencionais
Mercados alternativos via parcerias (mercados de baixo custo), após classificação e processamento mínimo.
Indústria de insumosBatatas especiais demandam mais insumos
Ações sustentáveis
Treinamento
Menos produtos fora de padrão, mais produtividade e mais mercados alternativos
Resultados positivos para:
Menos batatas fora de especificação e maior valor agregado
Centros de comercializaçãoOferta maior e mais estável de batatas
ConsumidoresMelhores preços e maior satisfação
Meio-ambienteRedução do desperdício de recursos naturais
A participação de ONGs e supermercados comprometidos em promover o maior consumo de frutas e vegetais fora do padrão culturalmente impostos, também serão essenciais.
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pequenos produtores e práticas de preservação do meio-ambiente. Por fim, a indústria de insumos agrícolas teria uma oportunidade única para se familiarizar com as necessidades particulares de pequenos produtores.
Pequenos e médios agricultores, em geral enfrentam dificuldades de acesso e de implementação de novas tecnologias.Muitas vezes, essas dificuldades acabam por disseminar práticas de cultivo pouco sustentáveis. Estes agricultores representam uma parcela importante da produção agrícola no Brasil, e políticas destinadas a este segmento têm grande impacto potencial na esfera social. Estes agricultores, em geral, são essenciais para o abastecimento de supermercados locais e provisão de alimentos para merenda escolar.
Desta forma, as ações propostas podem aumentar a disponibilidade local ao mesmo tempo que ampliar o acesso a alimentos frescos.
As PDAs e seus impactos negativos no meio-ambiente seriam reduzidos de forma consistente com o aumento do número de participantes no projeto. Além disto, muitas oportunidades de negócio seriam criadas, em especial em alguns mercados de nicho.
Este modelo de negócios, embora baseado primeiramente no caso da batata, pode ser facilmente adaptado e expandido para outras culturas, sobretudo frutas e vegetais. Notadamente, o projeto também pode ser implementado em outros países e regiões ao redor do globo que estejam enfrentando desafios similares
Os benefícios dos projetos, obviamente, acabam por beneficiar outros agentes envolvidos na cadeia de produção e distribuição.
na redução do total de perdas e desperdícios de alimentos.
A BASF tem tido êxito na implementação de projetos de escopo semelhante em países, como Peru, Colômbia e Brasil. Estes projetos têm proporcionado aos produtores mais produtividade e melhor acesso aos mercados.
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Como reduzir perdas e desperdícios na cadeia produtiva de trigo no Brasil?
2DESAFIO :
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Concomitantemente, fatores como a mudança climática e restrições às exportações têm impactado negativamente a oferta global de trigo. Como resultado, os preços têm subido de forma persistente durante as últimas décadas, passando de 2,61 dólares por bushel em 1990 para 7,75 dólares em 2012 (USDA, 2016). Baixos níveis de estoque e os choques de demanda também têm causado volatilidade significativa dos preços.
O trigo é uma cultura típica de climas temperados, mas uma série de desenvolvimentos tecnológicos, em especial na indústria de sementes, tem tornado possível a expansão da produção para outras regiões. No Brasil, alguns centros de pesquisa
têm obtido avanços consideráveis neste campo, como por exemplo no desenvolvimento de variedades adaptadas para o cultivo de trigo no cerrado brasileiro, o que tem elevado tanto a produtividade quanto os volumes produzidos no país.
No entanto, a despeito de ser um dos maiores consumidores de trigo e derivados (dada a proeminente indústria de processamento nacional), o Brasil tem tido desempenho insuficiente na tentativa de produzir trigo de maior qualidade de forma eficiente, e em quantidades suficientes. A produção sofreu queda significativa após avanços das políticas de abertura comercial e cortes profundos nos subsídios agrícolas no início dos anos de 1990. Enquanto o consumo interno de trigo gira em torno de 12 milhões de toneladas (MT), somente 5 MT são produzidas internamente, forçando o país a importar mais de 7 MT de trigo todos os anos (FAOSTAT, 2016 - com base nos dados de 2013).
O trigo é uma cultura de risco, altamente sensível a condições climáticas e do solo, e é consumido de forma contínua pela indústria. Dado que a qualidade e a disponibilidade estão sujeitas a riscos, a produção de trigo acaba
por exigir maior coordenação entre as partes envolvidas em comparação com algumas culturas. Os agentes que operam na cadeia de suplemento do trigo comumente apontam para as ineficiências causadas pela falta de coordenação entre os diferentes atores como um dos fatores centrais no aumento do nível geral de perdas e desperdícios do setor.
Para a maioria dos produtores, a produtividade por hectare ainda é o fator de maior peso na hora de escolher qual variedade produzir. Uma das razões para esta racionalidade é o fato de que os moinhos usualmente pagam os produtores por volume. Por outro lado, estes mesmos moinhos encontram dificuldades para atingir os níveis de qualidade exigidos pela indústria de alimentos. Em resposta, os moinhos geralmente fazem o blend do trigo produzido localmente com trigo importado de melhor qualidade, o que acaba por gerar altos graus de variabilidade nas características da farinha. A indústria de alimentos, mais à frente na cadeia de valor, incorre em altos custos ao ter que ajustar continuamente as máquinas e equipamentos à alta variabilidade da qualidade da farinha.
Água
Terra
Energia
Trabalho e capital
Uso ine�ciente de recursos:
Produção de trigo no Brasil
Falta de coordenação e altos riscos de agir individualmente
ProdutorBusca obter o máximo de produtividade por hectare
MoinhoPagamentos por volumes e grandes esforços para atingir a qualidade requerida pela indústria (blend)
Indústria de processamentoAltos custos de ajuste do processo produtivo dada alta variabilidade da farinha
O consumo per capita de trigo tem crescido a nível global, principalmente como resultado do crescimento da renda mundial.
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Critica-se, também, a adequação das políticas públicas do setor, como aquelas que estabelecem os critérios de classificação do produto e preços mínimos. A indústria, sobretudo, argumenta que essas políticas são ineficientes e não atendem suas necessidades reais.
Em outras palavras, sob a atual estrutura de governança, as transações são feitas de maneira similar a um mercado spot, com o mecanismo de preços guiando as decisões de produção, baixo nível de controle hierárquico entre os agentes e contratos com baixo poder de coerção. Muitas transações em mercados agrícolas envolvem estes atributos, de maneira que a existência de crescentes esforços a níveis globais na busca de integração mais eficiente das cadeias agroalimentares não se dá por acaso.
Curiosamente, a forte intervenção estatal fez com que o Brasil quase atingisse a autossuficiência em trigo nos anos 1980, mas muitos especialistas acreditam que a intervenção excessiva foi também a causa da “quebra” do setor durante os anos de 1990. De fato, anos de políticas de preços mínimos e a garantia de comercialização, sem os devidos incentivos à melhoria da qualidade, acabou por ampliar o crescente hiato entre a qualidade do produto e as demandas da indústria de alimentos.
Trigo é importante para segurança alimentar e balança comercial
Principais Desa�os
Maior importação de farinha (ameaças a produção interna de farinha)
Balança comercial de alimentos (trigo é um dos produtos mais importados pelo Brasil)
Ineficiência levando a preços mais altos e riscos ambientais
Em 2013, de
12 MTconsumidas
FAOSTAT, 2016
5 MTproduzidas
internamente
7 MTimportadas
50,8%na produção agrícola
42,4%nas cooperativas (armazenagem)
42,2no transporte (fazenda – cooperativa)
2,6%no transporte (cooperativa- moinho)
Perdas e desperdícios totais somam quase
12% dos quais:
O fato é que os produtores deixam de gozar de uma série de benefícios ao não comercializar variedades de maior qualidade.
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Sem dúvidas, a falta de coordenação entre os agentes envolvidos na oferta doméstica de trigo é maléfica para o Brasil como um todo, e afeta a indústria de trigo de várias formas. Os moinhos incorrem em custos extras para “corrigir” a baixa qualidade do trigo e sofrem a ameaça da tendência recente de importação de farinha pela indústria nacional. A estrutura de custos da indústria de alimentos também é impactada de forma adversa com pausas na produção para ajustes a variabilidade da farinha, ou ainda, perdas advindas da baixa qualidade. Por fim, os consumidores pagam mais pelos produtos derivados do trigo, um ingrediente sempre presente na mesa dos brasileiros.
Estas ineficiências também geram desperdício de terras, capital, trabalho, e outros recursos que, se utilizados de maneira mais efetiva, poderiam melhorar o bem-estar da sociedade como um todo. A desaceleração da indústria nacional e consequente substituição da produção interna por importações significam menos empregos, sobretudo, na produção agrícola e na moagem. A dependência das importações coloca o país em posição de maior risco em relação à segurança alimentar, além dos
impactos potenciais diretos sobre o bem-estar. Finalmente, moinhos que dependem da importação de parte dos seus insumos estão sujeitos a períodos de desvalorizações cambiais, como estamos vendo agora com as atuais crises política e econômica.
A Universidade de São Paulo (USP/ESALQ) e a Universidade de Illinois (UIUC) estimam que as perdas e desperdícios totalizam 11,8% da produção total de trigo no Rio Grande do Sul, estado que responde por 50% do total produzido no país. Das perdas e desperdícios, 50,8% ocorrem no cultivo, 42,4% nas cooperativas durante a armazenagem, 4,2% durante o transporte das fazendas às cooperativas e 2,6% no transporte das cooperativas aos moinhos. Este montante representa cerca de 200.000 toneladas por ano, o suficiente para alimentar 3.000 pessoas pelo mesmo período (Bartholomeu et al., 2015).
Os gastos totais por safra com insumos agrícolas como sementes, fertilizantes, herbicidas, inseticidas e fungicidas representam em média 11,3 milhões de dólares. Operações, incluindo plantio e colheita, somam 11 milhões, incluindo os custos de trabalho permanente.
Neste caso, não se trata apenas de se beneficiar de uma cadeia de valor mais integrada, mas sim da sobrevivência das operações de alguns elos da cadeia produtiva doméstica.
Com isto em mente, a BASF, seus parceiros públicos e privados, clientes e a sociedade civil trazem ao conhecimento do público uma série de ações que devem superar os desafios da produção nacional de trigo e gerar várias oportunidades de negócio para os agentes envolvidos. O Consórcio Pré-Competitivo vai atuar no sentido de melhorar a governança da cadeia de suplementos, otimizando as decisões a fim de gerar ganhos globais para todos os envolvidos.
O atual cenário demanda ações urgentes e conjuntas por parte dos agentes envolvidos na cadeia produtiva.
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Consórcio Pré-Competitivo na cadeia de suplementos do trigo
O Consórcio Pré-Competitivo estabeleceria melhores mecanismos de incentivo, aumento do controle conjunto da cadeia de valor e melhora no desenho dos contratos via estabelecimento de padrões claros de qualidade e formação de preços.
Soluções de curto e médio-prazo devem ser implementadas em comum acordo entre os diversos atores da cadeia de suplemento, ou seja, agricultores, moinhos e a indústria de alimentos. Ao estabelecer padrões de qualidade e preços de forma clara, a indústria de alimentos transformaria o atual estado dos negócios. Um sistema de prêmios pagos por farinha de alta qualidade, estabelecido pela indústria de alimentos no ponto entre redução de custos e preços de importação, configuraria um incentivo evidentemente mais adequado do
que as políticas de preço mínimo e atuais padrões de classificação. Os moinhos se encarregariam da transmissão das informações e recompensariam os produtores pelos esforços empreendidos na entrega de variedades de melhor valor agregado. Os produtores, dado o acesso mais simétrico à informação, enfrentariam menores riscos de agir individualmente, tendo assim maiores incentivos para cultivar melhores variedades e adotar boas práticas de manejo. A concentração industrial, neste caso particular, facilitaria o alcance do comum acordo entre os agentes relevante da cadeia de valor.
Soluções de longo prazo seriam implementadas em conjunto com as soluções de curto e médio-prazo. Dado que a produtividade do trigo no Brasil está abaixo da média mundial, a pesquisa e desenvolvimento
visando o desenvolvimento de melhores sementes, por exemplo, seriam essenciais. Além disto, o desenvolvimento de melhores práticas de controle de pragas e zoneamento agrícola também impactaria positivamente nos níveis de produtividade. Melhorias logísticas seriam, obviamente, necessárias para redução dos custos globais e viabilizariam a maior segregação do trigo por qualidade. Tais ações dependeriam significativamente de intervenções do setor público, ainda que através de parcerias público-privadas. O uso de silos menores, respeitando os limites dados pelos ganhos de escala, é uma prática promissora e possível para maior segregação (IP - Identity Preservation), dado que diferentes variedades poderão ser mais facilmente separadas ainda que produzidas em quantidades relativamente menores.
Consórcio Pré-Competitivo do Trigo
Promovendo a coordenação da Estrutura de Governança para redução de perdas e desperdícios
IndústriaDefine os padrões e prêmios por qualidade
MoinhosRepassam as informações e remuneram produtores pela qualidade
ProdutoresCultivam melhores variedades, com menos riscos de tomar decisões no “escuro”
Sustentabilidade, menos perdas e desperdícios
Resultados Positivos
Preços menos voláteis e maior retorno para cadeia
de suplementoCriação de empregos
Menor dependência externa
Ações de longo prazo
Avanços na melhoria de sementes
Melhor controle de pragas e ervas daninhas
Silos menores para IP
Zoneamento agrícola
IDEIAS
O consórcio proposto deve ser visto como o início de um processo que elevaria a governança da cadeia a um patamar de maior eficiência e eficácia.
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Uma vez que os agentes possam perceber os benefícios econômicos de se priorizar a qualidade ao invés da quantidade, o consórcio formal pode se tornar desnecessário, embora a disponibilidade de informações e padrões claros de preços baseados em qualidade continuem sendo essenciais.
A cadeia de valor mais integrada traria, certamente, uma série de resultados positivos. Primeiro, pode-se esperar uma redução significativa dos níveis de perdas e desperdícios, atualmente em 10% da produção total, e a melhor utilização dos fatores e recursos produtivos. Segundo, pode-se esperar menor volatilidade dos preços com ganhos de qualidade na indústria de alimentos, eficiência melhorada na moagem e maiores retornos para os agricultores.
A indústria de insumos agrícolas, por exemplo, se beneficiaria da maior demanda por insumos, visto que variedades de trigo de maior valor agregado demandam uso mais intensivo de defensivos agrícolas.
Operadores logísticos teriam uma série de oportunidades, visto que uma cadeia de valor com maiores rendimentos globais teria maior capacidade de investir em melhorias de transporte e armazenagem. O setor de tecnologia de sementes, público e privado, teria espaço para o desenvolvimento de novas variedades com atributos desejáveis.
Redução da dependência das importações, maior criação de empregos, maior nível de segurança alimentar, redução de preços ao consumidor, dentre outros fatores, trariam benefícios à economia brasileira como um todo. Em especial, a redução da dependência externa pode ser bastante benéfica para a balança comercial, visto
que o trigo é um dos produtos de maior peso na pauta de importação nacional (Júnior, Sidonio, e Moraes, 2011). Além disto, a criação de empregos e redução dos preços beneficiaria a população de menor renda, visto que os derivados do trigo representam parte considerável da dieta nacional.
Por último, mas não menos importante, o crescimento da produção de trigo no Brasil poderia reduzir a tão preocupante escassez de oferta global.
A BASF tem interesse em reunir os agentes envolvidos e disponibilizar soluções agrícolas para alcançar o objetivo comum de obter uma cadeia produtiva mais sustentável.
Ao aumentar os retornos globais da cadeia de valor, o Consórcio também criaria oportunidades de negócio para outros agentes.
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Como reduzir as perdas e desperdícios de tomate no Brasil?
3DESAFIO :
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O Brasil é o 8˚ maior produtor de tomate do mundo. Em 2013, o país produziu 4,19 milhões de tonelada do produto. Os principais estados produtores são Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Bahia. Aproximadamente dois terços da produção total vão para o mercado de tomate de mesa, enquanto um terço é destinado à indústria de processamento. Fato importante, os tomates cultivados para uso industrial, em campo aberto, podem ser comercializados como tomate de mesa em períodos de escassez de oferta. A produção de tomate para indústria está concentrada no estado de Goiás, onde 80% da produção total é destinada para este fim. Em contraste, em São Paulo, somente 12% da produção total é destinada à indústria.
Tomates são frutas bastante frágeis, tendo em sua composição entre 93-97% de água. Neste sentido, características intrínsecas contribuem para que o volume de perdas e desperdícios seja bastante alto. Estima-se que, na América latina, 20% da produção total de tomate é perdida na produção agrícola, 10% no pós-colheita (manipulação
e armazenagem), 20% durante o processamento e embalagem, 12% na distribuição e 10% no consumo final (FAO, 2011). Estes percentuais são condizentes com as estimativas feitas por Lana et al. (1999) para o caso específico da produção e distribuição de tomate no Brasil.
Desta forma, estima-se que mais de 2,27 milhões de toneladas de tomate foram para o lixo em 2013, isto é, 54% da produção brasileira total para o mesmo ano.
Este montante foi maior que a produção total de tomates de países como a Indonésia, Filipinas, Tailândia e Paraguai no ano de 2013.
Especialistas afirmam que os maiores desafios colocados à cadeia de valor do tomate compreendem a baixa qualidade do produto, tempo excessivo gasto entre a fazenda e a mesa do consumidor, danos mecânicos (cortes e esmagamentos acidentais), doenças, condições de transporte ruins, embalagens inadequadas e disposição inapropriada nos supermercados e mercearias. Esta combinação de causas, juntamente com as características intrínsecas já mencionadas, eleva as perdas e desperdícios para patamares alarmantes.
O Brasil é o 8º maior produtor mundial
Indústria
tomate de mesa
Principais causas: Manuseio excessivo na produção, distribuição e consumo
20% na produção
54%vai para o lixo,
mais que
2,27milhões de toneladas
em 2013
1/3do mercado
2/3do mercado
Estatísticas de perdas e desperdícios
10% no pós-colheita
20% processamento e embalagem
12% distribuição
10% consumo
Produção de tomate no Brasil
Mais tomates são desperdiçados e perdidos do que efetivamente consumidos.
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Soma-se a isto alguns comportamentos do consumidor que agravam a situação, como manuseio excessivo de frutas nos supermercados e mercearias antes de colocá-las no carrinho, compra de quantidade maior do que a necessária e relutância em consumir frutas “feias”.
Ineficiências agrícolas a parte, após muito debate, os especialistas concluíram que a embalagem apropriada dos tomates tem papel fundamental na redução dos altos níveis de perdas e desperdícios, visto que o manuseio excessivo dos tomates é considerado uma das principais causas do problema. Com isto em mente, a BASF busca engajar o público no diálogo sobre um sistema multi-caixas para o tomate, combinado, certamente, com ações paralelas que devem reduzir os níveis atuais de perdas e desperdícios para esta cultura.
Um sistema multi-caixas para o tomate no Brasil
A BASF acredita que o desenvolvimento de um sistema multi-caixas combinando embalagens internas e externas, paletizáveis, tendo a caixa externa a capacidade de 20 kg, poderia reduzir drasticamente a necessidade de manuseio durante o transporte do produto. Sem dúvidas, os ganhos de redução de perdas e desperdícios de tomate seriam ainda maiores quando o sistema multi-caixas fosse utilizado em conjunto com carrinhos padronizados na etapa de cultivo (melhorando o processo de colheita e empacotamento dos tomates nas fazendas) e caminhões refrigerados para cobrir longas distâncias de transporte.
o ambiente externo. Estas ações reduziriam perdas e desperdícios ao permitir que consumidores possam comprar quantidades mais condizentes com suas necessidades e estender o ciclo de vida dos produtos.
Quando combinado com sistemas de rastreabilidade, o sistema multi-caixas operaria como um incentivo à adoção de melhores práticas ao expor os produtores rurais que ofertam tomates de baixa qualidade e/ou se utilizam de práticas menos sustentáveis. Esforços para se negociar fretes por peso ao invés de volume, um problema recorrente também no transporte de outras frutas e vegetais, seriam necessários para evitar perdas durante o transporte.
Se por um lado os níveis de perdas e desperdícios do tomate são alarmantes, por outro podemos afirmar que muito progresso pode ser efeito com a implementação do projeto multi-caixas. O projeto reduziria os danos ao fruto ao mesmo tempo que criaria incentivos
O projeto demandaria que operadores logísticos administrassem o uso de embalagens recicláveis e reutilizáveis, de maneira a garantir a higiene, limpeza, reuso e correto tratamento e destinação dos resíduos. Os centros de comercialização próximos aos centros de distribuição devem utilizar embalagens retornáveis, enquanto os mais distantes (650 km, por exemplo) devem utilizar caixas recicláveis para evitar custos elevados de retorno das embalagens.
As caixas internas devem ser adaptadas a diferentes perfis de consumo de acordo com a disponibilidade a pagar e a proximidade dos centros de distribuição, dentre outros fatores. Para consumidores com maior disponibilidade a pagar, o tamanho das caixas deve ser customizado para o consumo reduzido (aproximadamente 500 g, ou de 4 a 6 tomates para consumidores individuais), e as embalagens devem permitir trocas gasosas com
Sistema multi-caixas para evitar manuseio excessivo dos tomates
Caixa externa com capacidade de 20 kg
Caixas internas para 4 ou 6 tomates
Troca gasosa
Fácil paletização e carregamento na fazenda
Mercados consumidores mais próximos
Caixas retornáveis
Caixas recicláveis
Mercados consumidores mais distantes
Caminhões não refrigerados
Caminhões refrigerados
IDEIAS
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a melhorias de qualidade através da maior aproximação entre os produtores e os consumidores. Consequentemente, o impacto global do projeto deve ser neutro do ponto de vista do aumento dos preços, existindo, ainda, a possibilidade de movimentos de queda dos preços ao consumidor.
Resultados Positivos
Menos perdas e desperdícios
Maior retorno para produtores mais eficientes
Oportunidades de negócio – indústria de insumo e operadores logísticos, principalmente
Outrasações
combinadas
Centro de Gestão de
Caixas para reciclagem
e reuso
Rastreabilidade identificando boas
e más práticas de manejo
Legislação para melhores
práticasFretes
por peso ao invés de volume
O projeto criaria, também, um espectro amplo de novas oportunidades de negócio, com destaque para a instalação de empresas que operem no design e administração da circulação das caixas pela rede de distribuição. Operadores com frota de caminhões refrigerados e outros capazes de antecipar o potencial transformador deste projeto também se beneficiariam.
Os melhores agricultores seriam recompensados pelos esforços de manutenção da qualidade e sustentabilidade uma vez que os tomates possam ser identificados de acordo com a origem. Neste sentido, novas oportunidades surgiriam para empresas de certificação.
Os consumidores e a sociedade como um todo se beneficiariam do melhor uso dos fatores e recursos produtivos, aumento da produção, possível queda dos preços e a redução de efeitos adversos do ponto de vista ético e ambiental associados às PDAs. Um espectro mais amplo de tamanhos para as embalagens condizentes com diferentes tipos de consumidores seria um benefício para todos aqueles comprometidos com a causa da redução de PDAs.
Evidentemente, algumas etapas do projeto dependeriam das autoridades regulatórias, as quais devem exigir a implementação e adoção de melhores práticas e padrões mais sustentáveis de embalagem. Além disto, deve haver, também, a disposição dos consumidores em comprar tomates e outras frutas e vegetais de maneira diferente. A BASF certamente pode contribuir de forma significativa com o projeto por meio do compartilhamento de conhecimentos e portfólio de produtos, bem como no engajamento de partes interessadas em prol do objetivo comum de atingir maiores níveis de sustentabilidade na cadeia de produção e distribuição de tomates no Brasil.
Acredita-se que os custos com o sistema multi-caixas possam ser compensados pela maior oferta efetiva de tomates.
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Como promover o consumo mais consciente para redução das perdas e desperdícios de alimentos?
4DESAFIO :
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Comportamento do consumidor
Como foi observado anteriormente, o aumento da consciência do consumidor sobre os impactos sociais, econômicos e ambientais é necessário para a redução dos altos níveis de PDAs. De acordo com os dados da FAO, 10% dos cereais, 4% das raízes e tubérculos, 2% das oleaginosas e leguminosas, 10% das frutas e vegetais, 6% das carnes, 4% dos peixes e frutos do mar e 4% do leite são desperdiçados na casa dos consumidores latinos americanos todos os anos (FAO, 2013).
Por um lado, maiores rendas per capita ao redor do globo têm levado ao maior consumo de alimentos frescos, ao mesmo tempo que a correria da vida moderna tem elevado a preferência por frutas e vegetais processados. Por outro lado, nossa sociedade tem avançado muito pouco em termos de educação no consumo de alimentos, de forma que o consumidor médio sabe muito pouco sobre os impactos das PDAs e como evitá-los. Esta foi uma das constatações obtidas nas discussões sobre o comportamento do consumidor no Creator Space™ Tour São Paulo. O descarte voluntário de comida própria ao consumo acontece, em geral, na casa dos consumidores finais. O desperdício de alimentos (DA) ocorre mais frequentemente em países de renda alta.
Perdas e desperdícios nos lares latino-americanos
10% Cereais
4% Leite
4% Peixe e frutos do mar
10% Frutas e vegetais
Resultados
6% Carne
2% Oleaginosas e leguminosas
4% Raízes e tubérculos
Aumento do consumo de alimentos frescos
Hábitos culturais (ex. não consumir certas partes de frutas e vegetais sem boa aparência)
Legislação restritiva para doações
Falta de consciência dos efeitos danosos do desperdício
Principais causasConsumo não-consciente sobre
o impacto do desperdício
Principais causas no Brasil Socioeconômicos
Redução do bem-estar, aumento da fome e piora do orçamento familiar
Ambiental Lixo orgânico representa 52% do lixo total
SaúdeObesidade causa mais mortes que a fome – 52,5% dos brasileiros estão acima do peso
XEntretanto, é importante levar em consideração que as consequências dos desperdícios e perdas de alimentos vão muito além dos efeitos diretamente observáveis.
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Os produtores sabem que as variedades atuais de batata in natura não são as melhores em termos agronômicos e valores nutricionais. Eles também sabem que a lavagem antes da exposição nas gôndolas dos supermercados diminui a vida útil da batata. A despeito disto, os consumidores têm fortes preferências por batatas limpas e de casca e poupa amareladas, de maneira que aos produtores cabe satisfazer tais preferências.
No Brasil, é possível observar que alguns hábitos culturais, regulações e a falta de consciência geral a respeito dos efeitos perversos das PDAs contribuem para a situação atual. O consumo de partes menos nobres dos alimentos, embora próprias ao consumo, não costuma ser visto com bons olhos. Além disto, preparar refeições e se alimentar de frutas e vegetais sem boa aparência, ou ainda comprar produtos de fim de feira com bons descontos, não é algo que a maioria das pessoas sintam orgulho em fazer. Normas e regulações a respeito da inocuidade de alimentos doados por restaurantes e supermercados desestimulam a doação de refeições, visto que os doadores serão responsabilizados por qualquer problema de inocuidade, mesmo que ocorram após a doação de alimento comprovadamente próprio ao consumo no momento da doação.
O Congresso Nacional vem discutindo alterações na lei desde 1988.
Além de questões sociais, práticas de consumo não conscientes impactam também o meio-ambiente. Pelo baixo nível de compostagem pode-se dizer que o lixo brasileiro tem alto teor de matéria orgânica, atualmente 52% do total dos resíduos. Nos Estados Unidos este valor é de 12% (IPEA, 2012).
De acordo com a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE, uma família média brasileira com renda mensal entre R$ 1.245,00 e R$2.490,00, gasta aproximadamente R$ 379,00 por mês com a compra de frutas e vegetais. Isto significa que, dado a média de desperdício de 10%, R$ 37,90 são desperdiçados todo mês. Se este montante fosse investido a uma taxa de retorno de 8% ao ano, resultaria em 1,2 milhão de reais após 70 anos, que seria uma expectativa média de vida.
O consumo de batatas é um exemplo de como a preferência dos consumidores pode contribuir para o nível global de PDAs.
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A economia do desperdício de alimentos
R$ 37,90
1,2 milhão de reais
Investidos todo mês
poupados até os 70 anos
A obesidade também tem se configurado como um problema. Especialistas tem frequentemente apontado para a crescimento da renda e a falta de tempo para o preparo de alimentos como causas principais do crescimento dos casos de obesidade. Isto porque, sob estas condições, as pessoas acabam comendo mais comida processada. Mesmo para pequenos incrementos de renda, a classe média baixa acaba consumindo produtos processados
de forma excessiva. O Fórum Econômico Internacional relatou que doenças ligadas à obesidade como diabetes e doenças cardíacas causam mais mortes do que a má-nutrição. Mais de 56% dos adultos latino-americanos são considerados obesos, enquanto a média mundial é de 34%.
Está claro que a melhor educação do consumo tem grande potencial de impactar positivamente a redução
das PDAs, com efeitos adicionais no orçamento familiar e na saúde. A BASF acredita que boa parte dos comportamentos associados ao desperdício resultam da falta de consciência dos impactos sócio econômicos e ambientais relacionados as PDAs. Com isto em mente, a BASF traz ao conhecimento do público uma série de ideias cocriadas para combater hábitos de consumo ligados ao desperdício.
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Campanha de Conscientização
Parcerias
BASF, ONGs, Universidades, Sociedade civil e Governo
FerramentasAplicativos, jogos, vídeos, cartilhas, livros eletrônicos, palestras e dados estatísticos
ControleAnálise de desempenho e nível de consciência dos consumidores1 2 3
Estágio Estágio Estágio
Resultados Positivos
Oportunidade de negócios
Produção mais sustentável
Mais saúdeMelhora do orçamento familiar
Uma campanha de conscientização e promoção de melhores hábitos de consumo
O projeto para uma campanha de conscientização é focado no combate ao desperdício de alimentos e promoção da melhor educação alimentar. O projeto
está dividido em três estágios, a saber: desenvolvimento de parcerias com as partes envolvidas, desenvolvimento de portfólio de ferramentas educacionais e de treinamento, e o desenvolvimento de indicadores centrais para avaliação de desempenho do projeto.
Parcerias entre a BASF, ONGs, universidades, sociedade civil e instituições governamentais devem prover o know-how necessário para execução. O projeto requer, basicamente, dois tipos de parcerias.
Por um lado, seriam necessárias parcerias para obtenção de financiamento, e por outro, para o desenvolvimento de material educacional.
IDEIAS
Os materiais educacionais iriam compreender várias ações para promover a cultura do “use e reuse”.
Mais consciência
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Aplicativos seriam desenvolvidos, por exemplo, para auxiliar as pessoas no preparo diário de alimentos com partes menos nobres das frutas e vegetais, ou com ingredientes que seriam descartados. Um aplicativo para o cálculo de porções facilitaria a vida dos consumidores ao mesmo tempo que promoveria maior sustentabilidade ao informar a quantidade exata de ingredientes para cada receita.
Além disto, vídeos, apostilas e livros eletrônicos reuniriam informações para promover o consumo consciente frente aos problemas nacionais, como altos índices de má-nutrição, PDAs e seus impactos sociais, econômicos e ambientais, incluindo os impactos no orçamento familiar.
Reconhecendo-se a necessidade de mobilizar tanto os adultos como as crianças na busca de resultados mais efetivos, seriam desenvolvidas palestras e outras atividades, tanto em empresas como em escolas. As palestras e atividades nas empresas devem focar, por exemplo, na discussão de temas relacionados a dietas funcionais e
orçamento familiar. Nas escolas, o projeto buscaria a conscientização do consumo por meio de atividades práticas e dinâmicas como visitação a propriedades rurais, concursos culturais, aulas de culinária para o preparo de refeições saudáveis e de baixo custo e aulas sobre temas ligados a PDAs.
Finalmente, indicadores de acompanhamento seriam criados e trazidos ao conhecimento do público para medir o sucesso do programa na redução de perdas e desperdícios de alimentos, tendo em mente que o maior objetivo é reduzir de forma significativa o desperdício por meio da maior conscientização do consumo. Outros efeitos, entretanto, devem emergir naturalmente a partir das ações tomadas no escopo do projeto.
O projeto gera oportunidades para uma ampla gama de organizações e agentes envolvidos. As empresas privadas se beneficiariam de consumidores mais conscientes que buscam o equilíbrio entre hábitos culturais e produção sustentável. Existe espaço para o surgimento de negócios nas áreas de alimentos funcionais, mercados alternativos,
processamento e embalagem e desenvolvimento de softwares e materiais educativos, entre outros. Finalmente, o projeto seria uma oportunidade única para que as empresas associem suas marcas a ações positivas que tangenciam os temas tratados.
O governo se beneficiaria da redução dos gastos de saúde e programas sociais relacionados a hábitos alimentares ruins e má-nutrição, em especial com as doenças ligadas à obesidade. Por último, mas não menos importante, uma sociedade mais consciente demandaria mais ativamente normas e regulações que facilitem a doação de alimentos.
De maneira geral, a sociedade ganharia com a maior disponibilidade de alimentos e o uso mais eficiente dos recursos.
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A escassez de alimentos e os níveis alarmantes de perdas e desperdícios de alimentos (PDAs) são uma dura realidade global. O desafio colocado à sociedade como um todo é pensar maneiras de mitigar os impactos da escassez de alimentos bem como tornar as cadeias produtivas e as práticas de consumo mais sustentáveis, para que as pessoas em todo o mundo possam viver de forma mais digna e saudável. Acabar com a fome e a má-nutrição, assim como mitigar outros efeitos negativos das PDAs, pode parecer ambicioso demais num primeiro momento. Mas tal feito pode sim ser alcançado, com um passo após o outro, através de projetos e ideias que nos aproxime do nosso objetivo final, ajustando a rota sempre que necessário.
Trata-se de um dever ético, e agentes públicos e privados devem se comprometer com a busca da maior sustentabilidade de produção e consumo. Em outras palavras, atores dos mais variados setores devem se unir na cocriação de soluções para produzirmos de forma mais eficiente e promovermos o consumo consciente.
O Creator Space™ Tour São Paulo pode ser visto como primeiro passo desta jornada, que começou por ouvir a opinião dos agentes envolvidos e por reunir aqui algumas de suas melhores ideias. Mas muitos outros passos podem e devem ser dados na busca dos nossos
Considerações finais
objetivos. Projetos específicos vão sempre demandar bases de apoio mais sólidas. Parceiros com notáveis qualificações científicas e habilidades de planejamento poderão contribuir com a elaboração de projetos e assegurar que os investimentos estão sendo feitos da melhor maneira possível. Através da mídia, associações comunitárias e outros canais de comunicação estes parceiros poderão fazer uso de sua credibilidade para informar sobre os progressos atingidos e ajudar a manter os grupos de apoio. A BASF também acredita que os empresários têm papel central na redução do volume global de perdas e desperdícios, e, consequentemente, dos impactos sociais, econômicos e ambientais envolvidos.
Esforços devem ser direcionados para articular estes projetos empresariais com as soluções delineadas neste documento. Para o levantamento de fundos complementares, oportunidades de financiamento participativo poderão ser apresentadas a parceiros de desenvolvimento. Esforços devem ser feitos com o mesmo entusiasmo para despertar o interesse tanto de pequenos empresários como das grandes corporações. A participação dos governos local, municipal, estadual e federal será necessária para resolução dos entraves regulatórios apontados.
A BASF, como um dos vários agentes engajados na realização dos
objetivos propostos, pode contribuir com a execução dos projetos, sempre em conformidade com os critérios estabelecidos internamente. Além de apoio financeiro, a BASF pode contribuir consideravelmente com o desenvolvimento de soluções mais completas. Para isso, a BASF coloca à disposição uma ampla gama de soluções agrícolas e pode atuar na busca de parcerias para superação dos problemas de comercialização e promoção do consumo consciente. A companhia pode contribuir ainda com seu vasto e profundo conhecimento em diversas áreas adquirido a partir de anos de atuação global e expertise de seus colaboradores.
O desafio da produção e do consumo sustentáveis de alimento deve sensibilizar a todos nós. O planeta é nossa casa, e possui recursos e capacidade de regeneração limitados. Ainda hoje, no mundo, uma em cada nove pessoas tem dificuldades de se alimentar e prover alimentos para sua família. Além dos efeitos avassaladores da fome, é importante considerar que a nutrição adequada é pré-requisito na busca da igualdade de oportunidades, já que dela depende o desenvolvimento físico e mental das crianças. Como você tem contribuído para manter o planeta vivo? Como você vai contribuir para o combate à fome e o futuro das nossas crianças? A melhoria global da qualidade de vida é responsabilidade de todos.
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BASF CREATOR SPACETM TOUR: WHITE PAPER SOBRE O COMBATE A PERDA E DESPERDÍCIO DE ALIMENTOS
BASF CREATOR SPACETM TOUR: WHITE PAPER SOBRE O COMBATE A PERDA E DESPERDÍCIO DE ALIMENTOS
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World Economic Forum: Annual Meeting (2015).
BASF SE
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