anim-013 - principais enfermidades que acometem os animais de criaÇÃo

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    PRINCIPAIS ENFERMIDADES QUE ACOMETEM OS ANIMAIS DE CRIAO

    As enfermidades infecto-contagiosas e parasitrias acarretam graves prejuzos econmicos aoprodutor e ao Estado. Altas taxas de morbidade e mortalidade, reduo na produtividade dos

    rebanhos, rejeio de carcaas de animais abatidos, gasto com medicamentos, so alguns dositens que provocam aumento importante nos custos de produo, minimizando os ganhos doprodutor e influenciando diretamente na economia agropecuria do Estado.

    Destacam-se a seguir, dentre as espcies de interesse econmico, as principais enfermidades aserem diagnosticadas e controladas:

    1. - BOVINOS

    1.1. - SALMONELOSE

    uma zoonose, sendo uma doena causada por diferentes espcies de Salmonella e se manifestaclinicamente por uma das trs principais sndromes: septicemia superaguda; enterite e enteritecrnica.

    Em bovinos, a doena causada porSalmonella Dublin geralmente endmica em uma fazenda emparticular, com a ocorrncia de casos espordicos quando os animais individualmente soexpostos a estresse. Quando o agente a Salmonella Typhimurium, em geral existe apenas umanimal ou um pequeno grupo de animais acometidos ao mesmo tempo. Quando a doena ocorrena populao de bezerros, costuma ser muito mais grave e com maior nmero de animaisacometidos.

    As principais fontes de infeco so os animais portadores e raes de origem animalcontaminadas. A vacinao um assunto controvertido na discusso do controle da Salmonelose,pois embora vacinas comerciais tenham fornecido boa proteo, em algumas situaes somente abacterina autgena, feita a partir de uma bactria isolada de animais da propriedade, tem efeitosignificativo.

    1.2. - COLIBACILOSE

    Ocorre em animais recm-nascidos e a principal causa de perdas neste grupo etrio.

    A diarria em animais recm-nascidos at os 15 dias de idade uma das doenas mais comuns ecausa significativa de prejuzo econmico em rebanhos bovinos. Investigaes a campo e dadoslaboratoriais indicam que no existe uma etiologia simples da diarria de bezerros, e que a causa complexa, com freqncia envolvendo interao entre bactrias e vrus enteropatognicos, aimunidade do animal e os efeitos do ambiente.

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    Em bezerros leiteiros criados sob condies intensivas, a morbidade pode alcanar 75%, mas emgeral est ao redor de 30%. Os casos fatais podem variar de 10 a 50%. Por ser tambm umazoonose, de grande importncia em Sade Pblica.

    1.3. - COCCIDIOSE OU EIMERIOSE

    uma doena infecciosa cosmopolita conhecida por diarria de sangue, curso vermelho e enteritehemorrgica, comum em bezerros, mas que pode acometer animais mais velhos. As condies deestresse, higiene precria e alta densidade populacional favorecem as infeces.

    Os principais sintomas so diarria sanguinolenta, desidratao e perda de peso, que variam coma idade dos animais, espcie, dose infectante e sistema de produo.

    A Coccidiose determina grandes perdas econmicas devido reduo do crescimento emortalidade dos animais. Foi considerada, em 1978, nos Estados Unidos, como uma das cincodoenas mais importantes em animais. Em 1980, foram estimadas perdas mundiais da ordem deUS$ 723 milhes/anuais devido enfermidade.

    1.4. - VERMINOSE

    uma doena parasitria de alta prevalncia, causada por infeces mistas, ou seja, por vriasespcies de nematdeos (vermes) que vivem no abomaso (estmago) ou intestinos dos animais.

    Os animais mais sensveis so os jovens, j que os adultos, infectados sucessivamente, adquiremcerta resistncia.

    Os principais sintomas so: plo arrepiado e sem brilho, anemia, inapetncia, emagrecimento,

    diarria e, consequentemente, morte. Entretanto, ela pode ocorrer sem manifestaes clnicas,causando reduo da produtividade. A ao espoliativa dos vermes, alimentando-se de sangue noestmago ou intestinos e dos nutrientes ingeridos pelo animal interferindo no metabolismovitamnico, proteico e mineral, determina grandes perdas econmicas, que podem ser causadaspelo baixo ndice de crescimento dos animais, queda da produo de leite, decrscimo nafertilidade e mesmo pela morte dos mesmos por ao direta dos vermes ou por queda daresistncia s infeces secundrias.

    1.5. - CLOSTRIDIOSE

    Dentre as Clostridioses, destaca-se o Carbnculo Sintomtico, que uma doena infecciosa agudacausada pelo Clostridium chauvoeie caracterizada por inflamao dos msculos, toxemia grave ealta mortalidade.

    Provoca perdas econmicas graves para criadores de bovinos, assim como de caprinos, e ossurtos podem ser prevenidos pela vacinao. Quando a doena ocorre, comum um certo nmerode animais ser acometido em espao de poucos dias. O Carbnculo Sintomtico enzotico emalgumas reas e a taxa de letalidade se aproxima dos 100%.

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    Nas reas em que a doena enzotica, a vacinao anual de todos os bovinos entre seis mesese dois anos de idade deve ser recomendada.

    1.6. - TUBERCULOSE

    Em bovinos ocorre com maior freqncia no gado leiteiro. O agente causal geralmente oMycobacterium bovis, embora o Mycobacterium tuberculosis tambm possa ocasionalmente estarenvolvido.

    A doena pode ocorrer em todas as espcies, incluindo o Homem, e de importncia por razesde Sade Pblica, bem como por seus efeitos prejudiciais na produo animal. difcil avaliar aimportncia econmica da doena em bovinos. Sem considerar as mortes, estima-se que osanimais infectados percam de 20 a 60% da sua eficincia produtiva.

    1.7. - BRUCELOSE

    uma zoonose que est amplamente disseminada e tem grande importncia econmica,particularmente entre rebanhos leiteiros. A incidncia varia consideravelmente entre os rebanhos.

    Em relao sade humana, a doena importante, pois o agente etiolgico (Brucella spp.) podecausar a febre ondulante no Homem. Devido possibilidade de a infeco ocorrer pela ingesto doleite contaminado, imprescindvel que este seja comercializado somente aps a pasteurizao.

    As perdas com a produo animal por causa dessa doena podem ser de grande importncia,primariamente devido ao declnio na produo de leite nas vacas que abortam. A seqela comumda infertilidade aumenta o perodo entre as lactaes e, em um rebanho infectado, o perodo mdioentre os partos pode ser prolongado por muitos meses. Alm dos prejuzos ocasionados pela

    diminuio da produo de leite, h perda de bezerros e interferncia no programa de reproduo.A alta incidncia de infertilidade temporria e permanente resulta na eliminao de vacas valiosase algumas mortes ocorrem devido metrite, que sobrevm reteno da placenta.

    A infeco ocorre em bovinos de todas as idades, porm persiste mais comumente em animaissexualmente maduros. A enfermidade congnita pode acometer bezerros nascidos de vacasinfectadas. A fmea que nasce infectada pode apresentar uma infeco latente no incio da vida,com resultados sorolgicos negativos, at que ocorra o primeiro parto.

    1.8. - MASTITE

    uma enfermidade que acomete a glndula mamria, ocasionando significativas perdaseconmicas, alm de comprometer a qualidade do leite e seus derivados.

    A produo do leite, assim como a concentrao dos constituintes deste, so alteradas pelaMastite, levando reduo da produo e da qualidade do leite, comprometendo o seu valornutricional. Considerando o leite como um alimento bsico, torna-se essencial o diagnsticopreciso e o controle da Mastite para a obteno de leite e seus subprodutos de forma econmica esegura.

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    A enfermidade provoca enorme prejuzo econmico, diminuindo a capacidade produtora dosanimais afetados, levando ao descarte de leite, gastos com medicamentos e servios de mdicosveterinrios, alm da substituio de animais. Entretanto, as principais perdas provocadas pelaMastite esto relacionadas com o decrscimo da produo leiteira.

    Sugere-se que o total de perdas econmicas causadas pela Mastite composto dos seguintes

    itens:

    Valor da produo perdida 70% Valor de vacas perdidas por descarte prematuro 14% Valor de leite descartado ou desvalorizado 8% Despesas com mdico-veterinrio e tratamento 8%

    1.9. - RAIVA

    O vrus da Raiva, um Lyssavrus da famlia dos Rhabdoviridae, pode infectar todos os animais desangue quente, e em quase todas as oportunidades a infeco culmina com a morte. Apesar deocorrer em praticamente todo o mundo, a Raiva bovina relevante na Amrica do Sul e Central,onde se estima que mais de um milho de bovinos morrem da afeco anualmente. Em vriospases, a Raiva silvestre tem crescido em importncia, sendo que no Brasil, o morcego hematfago considerado um dos principais transmissores da Raiva para os animais domsticos de interesseeconmico.

    O controle da Raiva nos diferentes pases do mundo se apresenta sob diversos aspectos,dependendo se o pas est livre da enfermidade, se industrializado ou em desenvolvimento, etambm se a presena de morcegos hematfagos representa problema.

    Em pases da Amrica Latina, a Raiva canina representa problema srio, sendo controlada pelascampanhas anuais de vacinao e programas educacionais organizados pela Sade Pblica.

    Quando a Raiva um problema econmico, afetando as criaes domsticas, principalmente debovinos, os esforos se concentram na vacinao anti-rbica preventiva dos bovinos e, maisrecentemente, no uso de anti-coagulantes no controle da populao de morcegos hematfagos.Quando os morcegos hematfagos se alimentam em animais tratados com o anti-coagulante, elessofrem de hemorragia fatal nos capilares das asas.

    Vacinas anti-rbicas animais, produzidas em culturas de clulas, tanto as de vrus inativados comoatenuados, so bastante eficientes. Cada tipo de vacina tem suas indicaes e contra-indicaes,que devem ser respeitadas para a eficcia da vacinao.

    1.10. - FEBRE AFTOSA

    Afeco de mamferos, atinge aqueles de casco fendido, e se apresenta sob a forma de vesculasou aftas nas mucosas, principalmente bucal e nasal e epitlio interdigital, rompendo-seposteriormente e produzindo leses ulceradas extensas. Causa sintomas clnicos mais severos embovinos e sunos, apresentando mais a forma subclnica em outras espcies. Animais silvestresapresentam uma diversidade de reaes, desde a infeco inaparente, doena severa e at amorte.

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    Nos pases onde a eliminao compulsria no pode ser introduzida devido a seus altos custos,utiliza-se a vacinao para reduzir a prevalncia da enfermidade. Vacinas inativadas, produzidasem linhagens celulares a partir dos vrus de ocorrncia na regio, e acrescidas de adjuvantes, sode uso rotineiro em todo o mundo.

    1.11. - TENASE/CISTICERCOSE

    O bovino hospedeiro intermedirio da Taenia saginata, albergando a forma larvria (cisticerco),cujo hospedeiro definitivo o Homem, que sendo parasitado pela forma adulta, dissemina os ovosinfectantes por via direta ou indireta. Direta quando existe um relacionamento prximo do Homemcom animais, atravs de mos contaminadas ou de defecaes nos locais em que os animais sealimentam, e indireta quando ocorre contaminao do meio ambiente dos animais. O Homem secontamina por ingesto de carne crua ou mal cozida de bovinos, contendo cisticerco, vindo adquirira tenase.

    A Cisticercose bovina causada pelo Cysticercus bovis, levando a condenao de carcaas,rgos e vsceras.

    Nos bovinos, a Cisticercose pode levar ao aparecimento de febre, rigidez muscular e morte pormiocardite degenerativa.

    Os casos de infestao do Homem pelo Cysticercus bovis sorarssimos, sendo muitas vezesesses achados considerados polmicos, no sendo tomados em considerao. Portanto o bovinono tem expresso na etiologia da cisticercose humana.

    Para o controle dessa parasitose, necessria a interveno do mdico veterinrio a nvel decampo e a nvel de inspeo sanitria, para o controle das condies sanitrias nas criaes,impedindo a comercializao de carnes contendo o cisticerco, bem como a orientao dapopulao quanto hbitos bsicos de higiene pessoal e os principais meios de contaminao.

    2. - SUNOS

    2.1. - SALMONELOSE

    A doena pode ocorrer em qualquer faixa etria. Na forma septicmica ocorre febre, depresso eeritema de pele. O envolvimento sistmico ocorre com foco necrtico no fgado, petquias nos rinse nos linfonodos mesentricos. A mortalidade pode ser alta.

    A Salmonelose em sunos pode apresentar a forma septicmica, levando a uma descoloraovermelho-escura a arroxeada da pele, especialmente do abdmen e orelhas, e hemorragiaspetequiais subcutneas, podendo ainda serem observados sinais nervosos, como tremor,fraqueza, paralisia e convulses. Na forma aguda, a principal caracterstica uma pneumoenteriteocasionalmente associada encefalite.

    2.2. - COLIBACILOSE

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    A presena de enterotoxinas com antgeno de adeso, so descritas para E. coli. Em sunos amaioria das amostras patognicas so ETEC, ou seja, enteropatognicas possuindo ambas astoxinas, termolbil (LT) e termoestvel (ST).

    Em sunos a Colibacilose pode ocorrer como diarria neonatal profusa, que leva rpidadesidratao de leites com 1 e 3 dias de idade. A morte uma ocorrncia freqente.

    A enterite em fmeas paridas tambm pode ocorrer, e se caracteriza por uma diarria esverdeada,sem sangue, anorexia acompanhada da chamada "febre do leite". A mortalidade menor que 10%,mas os sinais clnicos persistem por algum tempo. a diarria mais comum no ps-parto.

    2.3. - VERMINOSE

    As verminoses em sunos provocam elevadas perdas econmicas e so necessrios para o seucontrole exames parasitolgicos peridicos e um plano de vermifugao dos animais nas diferentesfaixas etrias.

    Em sunos, as espcies mais freqentes so:Ascaris suum, Oesophagostomum dentatum, O.quadrispimulatum, Strongyloides ransoni, Trichuris suis, Hyostrongylus ribidus, Stephanurusdentatus e Metastrongylus salmi, entre outros.

    2.4. - CLOSTRIDIOSE

    Os Clostrdios patognicos em geral esto presentes nos solos ricos em humo. Tambm soencontrados no contedo intestinal de animais sadios e s causam doenas em circunstnciasespeciais. A caracterstica ubiqidade destes microorganismos torna a erradicao das doenasprovocadas por Clostrdios extremamente difcil, necessitando de controle por meio de medidas

    profilticas eficazes.

    TTANO

    Uma alta incidncia de ttano pode ocorrer em sunos aps a castrao de animais jovens.

    uma doena infecciosa, altamente fatal, que atinge todas as espcies de animais domsticos,causada pela toxina do Clostridium tetani. Clinicamente caracteriza-se por hiperestesia, rigidezmuscular e convulses.

    A neurotoxina do C. tetani extremamente potente, mas h uma grande variao nasusceptibilidade entre as espcies, sendo que os sunos no so dos mais sensveis; entretanto huma alta incidncia.

    Muitos casos de ttano podem ser evitados com a desinfeco adequada dos instrumentos e dapele durante a castrao, ou outros procedimentos cirrgicos. Estas cirurgias devem ocorrer emambientes limpos, evitando-se ao mximo as contaminaes.

    ENTEROTOXEMIA

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    A infeco causada porC. perfringens tipo C resulta numa enterite com diarria e desinteria emsunos.

    Os Clostrdios causadores ocorrem comumente no solo e nas vias digestivas de animais sadios, edesencadeiam a doena por fatores ainda no bem explicados. Em geral, a doena atinge sunoslactentes durante a primeira semana de vida.

    2.5. - TUBERCULOSE

    Em sunos a incidncia de Tuberculose geralmente reflete a ocorrncia da enfermidade napopulao bovina local, embora geralmente seja em menor proporo. A infeco deriva tanto daingesto de produtos lcteos ou pela criao na mesma pastagem que os bovinos. A incidnciarelativamente baixa em sunos se deve a vrios fatores, em particular devido ao fato de grandeparte dos animais serem abatidos ainda jovens.

    As leses tuberculosas nos linfonodos cervicais em geral no causam qualquer anormalidadeclnica, a menos que ocorra ruptura para o exterior. Casos generalizados apresentam uma

    sndrome semelhante quela vista em bovinos, embora seja mais comum, o envolvimentotuberculoso das meninges e articulaes.

    Alm dos problemas de Sade Pblica, a doena provoca perdas econmicas, principalmente pelarejeio de carcaas ou partes da mesma nos matadouros.

    A tuberculinizao mais utilizada em sunos para a deteco da doena a do teste intradrmiconico, feito com a inoculao de 0,1 ml de tuberculina na prega da pele na base da orelha, sendo aleitura feita em 24 a 48 horas.

    Entre os sunos no ocorre uma transmisso significativa de animal para animal, sendo que estesatuam normalmente como reservatrios da Tuberculose para outras espcies, e a eliminao da

    fonte de infeco no rebanho em geral suficiente para erradicar a doena dos grupospreviamente acometidos. importante a identificao do agente etiolgico para deteco daespcie animal de onde a infeco teve origem. Quando a infeco tem origem na espciehumana, o agente o Mycobacterium tuberculosis e em geral resulta da alimentao dos sunoscom sobras domsticas provenientes de pessoas tuberculosas ou pelo contato com tratadorestuberculosos.

    Para o controle da Tuberculose em um rebanho suno remove-se a fonte de infeco e, aps ostestes de tuberculinizao, os animais reagentes.

    2.6. - BRUCELOSE

    A Brucelose causada pela Brucella suis uma enfermidade crnica que acomete os sunos e se

    manifesta por esterilidade, abortos, alta mortalidade de leites e orquite nos varres.

    O microorganismo patognico principalmente para sunos e para o Homem. A susceptibilidadevaria com a faixa etria, sendo a incidncia maior em sunos adultos. A infeco se dissemina pelaingesto de alimentos contaminados pelas secrees (urina, smen, corrimentos vaginais) deanimais infectados, e principalmente pelo coito.

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    2.7. - MASTITE

    Nos sunos relativamente comum a ocorrncia de uma sndrome ps-parto, que provoca mastite,metrite e agalactia (MMA). Possui etiologia complexa, associada geralmente presena deEscherichia coli, estresse e um desbalano hormonal. As fmeas jovens so mais acometidas. Osanimais apresentam depresso e anorexia, podendo levar morte.

    O diagnstico feito pelo isolamento da E.coli,ou outra enterobactria, do leite e das descargasuterinas.

    2.8. - FEBRE AFTOSA

    Essa doena de importncia limitada nessa espcie, a no ser pela possibilidade de transmissopara a espcie bovina. Os sunos contraem a infeco por ingesto de restos de carnecontaminada. A transmisso destes sunos para os bovinos ocorre pela movimentao de pessoas,restos de abatedouro, sendo a ingesto de material contaminado o mtodo mais provvel dedisseminao, mantendo o vrus no meio ambiente.

    Os sinais clnicos so semelhantes aos encontrados nos bovinos, com a presena de lesesvesiculares nos espaos interdigitais e na cavidade bucal.

    2.9. - CISTICERCOSE

    O complexo Tenase/Cisticercose uma zoonose que se expressa no Homem atravs de duasformas: uma parasitose intestinal - a tenase - tendo como etiologia a Taenia solium, cujohospedeiro intermedirio o suno, ou uma parasitose extra-intestinal - a Cisticercose, produzidapela forma larvria da T. solium, o Cysticercus cellulosae.

    O Homem, como nico hospedeiro definitivo da T.solium, o disseminador em potencial dos ovosinfectantes, seja por via direta ou indireta. Direta quando existe um relacionamento prximo doHomem com animais, atravs de mos contaminadas ou de defecaes nos locais em que osanimais se alimentam, e indireta quando ocorre contaminao do meio ambiente dos animais. OHomem se contamina por ingesto de carne crua ou mal cozida de sunos, contendo cisticerco,vindo a adquirir a tenase.

    A Cisticercose adquirida pelo Homem atravs do contato com mos, gua e alimentoscontaminados com ovos de T. solium.

    No examepost-mortem, so encontradas pequenas vesculas, nos msculos do corao, cabea,fgado, mastigadores, pilares diafragmticos, esfago, diafragma, lngua, corao, crebro,

    encfalo, de cores claras e transparentes, opacas ou j apresentando degeneraes caseosas ecalcificadas, de acordo com o tempo de infeco.

    Uma forma muito grave, a neurocisticercose, pode ocorrer tanto no Homem como nos animais.

    A Cisticercose suna causada pelo Cysticercus cellulosae e tambm est distribuda em 18pases Latino Americanos. As condenaes de carcaas, rgos e vsceras de sunos so grandesna Amrica Latina, principalmente no Brasil. Achados de infestao macia em rgos comocorao, fgado, pulmo e crebro, so freqentes.

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    Para o controle dessa zoonose, necessria a interveno do mdico veterinrio a nvel de campoe a nvel de inspeo sanitria, para o controle das condies sanitrias nas criaes, impedindo acomercializao de carnes contendo o cisticerco, bem como a orientao da populao quanto hbitos bsicos de higiene pessoal e os principais meios de contaminao.

    2.10. - MICOPLASMOSE

    Pneumonia enzotica dos sunos

    Doena altamente contagiosa que se manifesta clinicamente por uma pneumonia de gravidademoderada e por baixas taxas de crescimento do plantel.

    Atinge animais de todas as idades, mas as leses no pulmo so mais comumente encontradasem animais com idade entre 8 e 16 semanas.

    O agente etiolgico o Mycoplasma hyopneumoniae, entretanto em casos mais graves podeocorrer associao com Haemophyllusparasuis e Klebsiellapneumoniae.

    O Mycoplasma sp. habitante do sistema respiratrio de sunos e a transmisso ocorre porcontato direto entre os animais.

    Poliartrite e poliserosite

    A artrite porMycoplasmahyosynoviae ocorre em sunos jovens, na faixa de 12 a 24 semanas deidade, afetando as articulaes dos animais, dificultando o crescimento destes. Ocorre febre e ossinais clnicos se mantem por cerca de 10 dias.

    O Mycoplasma hyorhinis provoca uma inflamao generalizada das serosas em leites lactentes (1a 8 semanas de idade), levando febre, dispnia, depresso e inapetncia.

    Ambas as doenas esto amplamente relacionadas com situaes de estresse, ocasionadas pelomanejo inadequado.

    2.11. - DOENA DE AUJESZKY

    Enfermidade infecto-contagiosa causada por um Herpesvrus que afeta a maioria dos animaisdomsticos, sendo o suno considerado o principal reservatrio do vrus.

    A alta mortalidade pela doena entre sunos jovens causa de perdas econmicas considerveis.

    Animais com menos de 3 semanas de idade so altamente sensveis, podendo apresentarsintomas nervosos como incoordenao motora, tremores musculares, convulses, paralisia ouapenas prostrao como sinal clnico. Sunos adultos apresentam forma menos acentuada dadoena, tipo influenza. Observa-se dispnia, corrimento nasal, tosse, vmito e diarria. Atemperatura pode chegar a 41C. s vezes, observa-se conjuntivite. Normalmente, no se observaprurido. H casos em que a doena tambm evolui para a forma nervosa e os sunos tmincoordenao e hipersensibilidade.

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    Nas fmeas adultas, verifica-se, freqentemente, inapetncia, temperatura de 41C e cessao daproduo de leite, alm de aborto.

    Normalmente, os sunos adultos apresentam infeco subclnica e eliminam o vrus na descarganasal e brnquica at 20 dias depois da infeco e alguns portadores continuam excretando o vruspor at 1 ano.

    A exemplo dos demais Herpesvrus, a infeco se produz na forma aguda ou evolui para a formalatente, tornando-se o animal portador durante sua vida til, eliminando o vrus quando emcondies de estresse.

    Provavelmente, a movimentao de sunos portadores o principal veculo para disseminao dadoena entre granjas.

    A enfermidade s ocorre em bovinos, caninos, felinos e ovinos quando estes se encontram emcontato estreito com sunos. Para estas espcies, a doena invariavelmente fatal.

    O controle prev medidas sanitrias que dificultem a entrada do vrus na criao e omonitoramento sorolgico adequado para detectar a presena da infeco.

    Alm disso, as vacinas inativadas ou contendo vrus vivo atenuado no previnem a infeco,apenas podendo reduzir a severidade dos sintomas clnicos ou mascarar o diagnstico sorolgico.

    Atravs das tcnicas de soroneutralizao, imunofluorescncia indireta e ensaiosimunoenzimticos (ELISA), realiza-se o diagnstico pela deteco de anticorpos especficos.

    2.12. - PESTE SUNA CLSSICA

    Causada por vrus pertencente ao Pestivrus, encontra-se distribuda por todo o mundo. No suno,

    nica espcie naturalmente infectada, apresenta-se muito contagiosa e de desenvolvimentogeralmente fatal.

    Sua difuso ocorre por contato direto e ingesto de alimento contaminado. Os sintomas surgem de3 a 7 dias ps-exposio e os mais comuns incluem febre, apatia, vmito, secreo ocular, diarriae hemorragias cutneas. Sintomas condizentes com encefalomielites so freqentes, j quealgumas amostras so neurotrpicas.

    As leses patolgicas compreendem degenerao dos pequenos vasos sangneos, levando apequenas hemorragias nos rins, bexiga, pele, linfonodos e enfartos, principalmente no bao, sendoque sunos com bito no incio do surto apresentam poucas leses macroscpicas. No SistemaNervoso Central, observa-se eventualmente microgliose. Em fase mais adiantada da doena,pode-se observar pneumonia e botes ulcerativos nos intestinos.

    Sem dvida, a doena mais importante dos sunos em termos econmicos. As perdas devido morte dos animais so agravadas pelo alto custo dos programas de vacinao em reasenzoticas, j que estes programas no so completamente eficazes no controle de epidemias. Afonte de vrus sempre o suno infectado e seus produtos, e a infeco, em geral, ocorre poringesto, sendo a inalao tambm uma importante porta de entrada.

    Em reas livres da doena, a introduo do vrus feita pela importao de animais portadores oupela alimentao com raes que contenham resduos de carne suna mal cozidas.

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    A transmisso mais comum feita pelo movimento e pela venda de sunos infectados.

    O controle dever ser estabelecido a partir da identificao do Estado como rea livre ouenzotica, dessa forma pode ser feito atravs da vacinao, preferencialmente com vrus inativado,sendo que alguns pases introduziram uma poltica de erradicao atravs do sacrifcio de todos osanimais positivos presentes na rea de foco. Em reas enzoticas, faz-se opo pela vacinao e

    orientao dos criadores para notificao dos casos, com adoo de medidas especficas.

    A identificao do vrus pode ser feita atravs de conjugados fluorescentes em tecidos alvo ouatravs da visualizao de efeito citoptico em cultivo de clulas.

    3. CAPRINOS

    3.1. - SALMONELOSE

    Em caprinos a doena se caracteriza por problemas entricos com diarria aguda, desinteria esepticemia. A infeco porSalmonella spp.provoca tambm abortos que eventualmente ocorremsem sintomas clnicos de enterite. Os microorganismos podem ser isolados do feto abortado eplacenta, bem como das fezes diarricas.

    Na profilaxia usa-se a vacinao, sendo que em alguns rebanhos necessria a produo devacina autctone.

    3.2. COLIBACILOSE

    Ocorre mais frequentemente em animais neonatos. Um dos principais fatores predisponentes ono fornecimento de colostro logo aps o nascimento dos filhotes, o que compromete a imunizaopassiva destes animais com os anticorpos maternos.

    A Escherichia coliprovoca uma diarria aguda, podendo haver septicemia e alta taxa demortalidade.

    3.3. - COCCIDIOSE OU EIMERIOSE

    A coccidiose uma enterite contagiosa causada pela infeco porEimeria spp.

    Sua maior importncia se d nos locais onde os animais ficam abrigados ou confinados empequenas reas.

    Em caprinos so comuns as infeces subclnicas associada a eventuais surtos de diarrias quepodem levar a disenteria grave.

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    Os surtos ocorrem em infestaes macias quando da multiplicao do parasito no trato intestinal.

    O diagnstico se faz por exame parasitolgico (oocistos aparecem nas fezes de 2 a 4 dias aps oaparecimento da disenteria).

    O controle se faz por um manejo adequado, controle parasitolgico peridico e o uso de

    coccidiosttico quando necessrio.

    3.4. - VERMINOSE

    Os parasitos gastrointestinais especialmente os nematdeos so um dos maiores causadores deprejuzos para os caprinocultores, sendo os responsveis pela maior taxa de mortalidade, retardono crescimento, baixa produo leiteira e baixa fertilidade. Vrios fatores interferem no aumentopopulacional dos parasitos, sejam relacionados ao hospedeiro ou ao meio ambiente. A idade,estado nutricional, lactao, introduo de animais novos no rebanho, podem aumentar apopulao de parasitos no organismo animal. Os fatores fsicos tais como temperatura, umidadetanto do ar como do solo, irradiao solar e a precipitao que a mais importante, interferem no

    aumento populacional de parasitos no meio ambiente.

    A severa anemia principalmente porHaemonchus sp., caracteriza a infeco por nematdeos. Asmucosas aparentes apresentam-se hiperdescoradas, apresentando ainda diarria, perda de peso edesidratao nos casos agudos; e progressivamente a debilidade orgnica, edema mandibular, equeda na produo leiteira, no estado crnico; levando na maioria das vezes morte.

    O diagnstico laboratorial feito pelos exames parasitolgicos de fezes (OPG) e/ou coprocultura.O controle feito atravs de aplicao de anti-helmnticos associado praticas de manejo queauxiliam na reduo da infeco no hospedeiro, diminuindo, consequentemente, a contaminaoambiental.

    3.5. CLOSTRIDIOSES

    TTANO

    Doena infecciosa, altamente fatal, causada pela toxina do Clostridium tetani. Clinicamentecaracteriza-se por hiperestesia, tetania e convulses. O perodo de incubao de 10-14 dias,sendo que a mortalidade em caprinos pode chegar a 80%.

    Muitos casos de ttano podem ser evitados com a desinfeco adequada dos instrumentos e dapele durante as cirurgias, bem como o tratamento correto do coto umbilical.

    ENTEROTOXEMIA

    A disenteria provocada pela enterotoxina do Clostridium perfringens tipo B pode levar morte empoucas horas. Atinge animais com cerca de um ms de idade, os quais apresentam diarria e fortedor abdominal.

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    3.6. TUBERCULOSE

    Em caprinos a broncopneumonia a forma mais comum da doena e se manifesta por meio detosse e dificuldade respiratria. Em alguns caprinos ocorre ulcerao intestinal, com diarria eaumento dos linfonodos do trato digestivo.

    3.7. - BRUCELOSE

    A Brucelose em caprinos tem como principal via de transmisso a ingesto de pastagemcontaminada com restos de placenta e fetos abortados, entretanto a infeco pelo coito tambmpode ocorrer.

    O aborto acontece normalmente com 4 meses de prenhez. Orquite e artrite so raras.

    Os microorganismos podem ser eliminados no leite, placenta, secrees vaginais e smen.

    A infeco porBrucella abortus pode ocorrer devido ao contato com bovinos, embora o caprinoseja o hospedeiro natural da Brucella melitensis.

    3.8. MASTITE

    Caracteriza-se por alteraes fsico-qumicas e bacteriolgicas no leite, bem como alteraespatolgicas no tecido glandular do bere.

    Enfermidade de importncia econmica para a caprinocultura leiteira, tem como principais agentesetiolgicos o Staphylococcus aureus e Streptococcus spp.

    No diagnstico devem ser utilizados mtodos bacteriolgicos e fsico-qumicos, determinando oagente causal e sua sensibilidade a drogas antimicrobianas, o que possibilita um tratamentoadequado e evita a gerao de microorganismos resistentes antibiticos.

    O controle feito com adoo de higiene rigorosa antes, durante e aps a ordenha, bem comomedidas de manejo especficas, tais como: linha de ordenha, descarte de animais, entre outros.

    3.9. - RAIVA

    A raiva uma zoonose, de curso agudo e fatal que se manifesta por sintomatologia nervosa. O

    agente etiolgico um RNA vrus da famlia Rhabdoviridae. A introduo do vrus no organismo sed pela mordedura de ces, gatos e morcegos hematfagos, sendo este o principal transmissorpara a espcie caprina, atingindo o sistema nervoso central, onde se multiplica ativamente. Ossintomas aparecem entre 2 e 60 dias aps o animal ser infectado, observando-se nos animaismudanas de hbito, ansiedade, dilatao da pupila, ocorrendo a morte entre 5 a 10 dias aps oaparecimento dos sintomas clnicos. A forma paraltica mais freqente.

    O diagnstico baseia-se nos sintomas clnicos e laboratorialmente, nas incluses acidfilasintracitoplasmticas nas clulas nervosas e no teste de imunofluorescncia.

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    Dado a sua importncia e reemergncia da doena, inclusive com morte de humanos notificadasnos ltimos meses, h a necessidade de alertar os criadores, ratificando a necessidade devacinao dos animais, e o controle da populao de morcegos, j que no existe tratamento.

    3.10. - FEBRE AFTOSA

    A doena causada por vrus da famlia Picornaviridae, que se caracteriza pela formao devesculas localizadas na mucosa da boca, patas e bere.

    A transmisso se d pelo contato com animais doentes, utenslios, tratadores, secrees,pastagens contaminadas, penetrando o vrus pela via digestiva ou respiratria, com a formao devesculas de 24 a 48 horas aps. Ocorrem manifestaes de febre alta e baba abundante peladificuldade de deglutio devido aftas na lngua, gengivas e lbios. H tambm dificuldade delocomoo devido leses nos cascos.

    Causa prejuzos econmicos, desde a perda de animais jovens, diminuio da produo de carnee leite, proibio de participao em feiras ou exposies, impedimento da exportao dos

    produtos de origem animal e interdio da propriedade onde tenha sido constatada a presena deanimais contaminados.

    Como profilaxia deve-se fazer a vacinao dos animais.

    3.11. - MICOPLASMOSE

    Doena que se caracteriza por reaes inflamatrias nas articulaes, glndulas mamrias,pulmes e olhos, causada por espcies do gnero Mycoplasma. No Brasil, as espcies isoladasforam: M.mycoides subespcie capri, M.argininie M.ovipneumoniae. A transmisso ocorre atravs

    do contato de animais sadios com secrees nasais, oculares, mamrias ou ainda dos lquidosarticulares puncionados de animais infectados. Os jovens se contaminam, principalmente, atravsdo leite de cabras infectadas.

    As infeces so crnicas e o exsudato fibrinoso produzido contribui para esta cronicidade. Naforma articular, os sintomas mais evidentes so o aumento do volume da articulao e a presenade exsudato fibrinopurulento. Na forma respiratria, so comuns a temperatura elevada e a tossee, s vezes, o corrimento nasal. Quando o agente infeccioso atinge o sistema nervoso, provocauma meningoencefalite levando ao aparecimento de sintomas neurolgicos. A glndula mamriaapresenta-se aumentada e endurecida, havendo queda na produo de leite. As leses ocularespodem levar cegueira.

    Deve ser feito o diagnstico diferencial com a CAEV, atravs de exames sorolgicos, e a profilaxia

    semelhante da CAEV, tais como evitar entrada de animais doentes, o desmame precoce efornecimento de leite e colostro aquecido a 56o C durante 60 minutos.

    3.12. - LINFADENITE CASEOSA

    Doena de curso crnico que atinge caprinos, conhecida tambm como Mal do Caroo ouPseudotuberculose. Causada pelo Corynebacterium pseudotuberculosis, caracteriza-se pela

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    formao de abcessos internos e externos. No h predileo por idade, raa ou sexo. O principalmeio de propagao da bactria o pus caseoso, que tem como via de penetrao no animalsadio a pele lesada ou as vias digestiva e respiratria.

    Os caroos se localizam nos linfonodos subcutneos, podendo tambm se manifestar emtestculos e glndulas mamrias. Os animais sofrem de emagrecimento progressivo e anemia. A

    importncia econmica se deve desvalorizao da pele (devido s cicatrizes decorrentes dotratamento) e danos reproduo animal.

    3.13. - ARTRITE ENCEFALITE CAPRINA A VRUS (CAEV)

    Acomete caprinos de qualquer raa, sexo, idade, mas as raas leiteiras so as mais afetadas. causado por um Lentivrus que apresenta semelhana morfolgica e bioqumica com o vrus daVisna Maedi. Conhecida tambm como Leucoencefalomielite, Encefalite Caprina e Visna Caprina,entre outros. Caracteriza-se por apresentar um perodo de incubao e curso clnico prolongado.Sua introduo no Brasil, acredita-se que tenha ocorrido quando da importao de raas leiteirasna dcada de 1980, e que j esteja distribuida em quase todos os estados, no existindo,

    entretanto, um programa oficial de preveno e controle. A principal via de transmisso o colostroe o leite.

    A doena se manifesta mais freqentemente sob as formas articular, nervosa e mamria. Odiagnstico laboratorial feito por imunodifuso. Deve ser feito o diagnstico diferencial com aMicoplasmose Caprina, que apresenta sintomatologia semelhante.

    No existe tratamento ou vacina eficaz, recomendando-se a eliminao dos animais doentes. Emcasos de plantis com alta prevalncia da doena, recomenda-se a utilizao de programas decontrole baseados em medidas que visem reduzir a incidncia clnica e sorolgica da doena.

    3.14. - ECTIMA CONTAGIOSO DE CAPRINOS

    Conhecido vulgarmente como Boqueira e causado por vrus do grupo Pox. Caracteriza-se porlevar ao aparecimento de ppulas, pstulas e crostas na boca e comissuras labiais, podendo seestender pelo focinho e narinas, alm de se desenvolver tambm nos espaos interditais, vulva ebere. Afeta geralmente animais jovens e a transmisso ocorre pela ruptura das vesculas econseqente contaminao de alimentos, cochos e outros animais, sendo o perodo de incubaode 6 a 8 dias. A mortalidade baixa enquanto a morbidade alta.

    Os transtornos econmicos decorrem das leses na boca que dificultam o animal a se alimentar,retardando o crescimento, bem como das complicaes advindas das infeces bacterianassecundrias. Em caso de surto, recomenda-se o uso de autovacinas. O Homem pode se infectar

    ao tratar o animal, portanto deve ter os cuidados necessrios no manuseio.

    A doena pode ser controlada pela vacinao sistemtica.

    4. - EQDEOS

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    4.1. - ANEMIA INFECCIOSA EQINA (AIE)

    uma doena de equdeos, contagiosa, causada por um Lentivirus da famlia Retroviridae,caracterizada por uma enfermidade longa e crnica.

    Embora as estatsticas de incidncia no sejam to precisas, em algumas regies, principalmentena regio do Pantanal (MS) - no Brasil - a doena est disseminada comprometendo a criaoexistente.

    A dificuldade de diagnstico e a persistncia de condio de "animal portador" durante muitosanos, a mais provvel causa de tal disseminao, sendo os animais subnutridos, parasitados edebilitados os mais susceptveis.

    Todas as raas e grupos etrios de eqdeos esto sujeitos contaminao, no existindo vacinanem tratamento especfico vivel.

    O vrus est presente em todos os tecidos, secrees e excrees e pode persistir no organismodurante muitos anos, constituindo-se numa fonte de infeco - "portadores clinicamente normais".

    A transmisso do tipo mecnica, atravs de moscas e mosquitos hematfagos, podendo sertransmitida tambm por agulhas e instrumentos cirrgicos contaminados.

    Para o controle e a preveno desta enfermidade devem ser observados os seguintes critrios:

    Drenagem de regies pantanosas e controle de insetos podem auxiliar na conteno dadoena.

    Utilizao de instrumentos cirrgicos e agulhas esterilizadas. Controle epidemiolgico da criao com exames laboratoriais especficos. Sacrifcios dos animais afetados.

    O diagnstico laboratorial feito atravs do exame do soro do animal suspeito ou sob controle desanidade, fornecendo um resultado negativo ou positivo em 48 horas.

    4.2. - ENCEFALOMIELITE

    Causada por umAlphavirus da famlia Togaviridae, apresenta-se sob 3 formas: encefalomielite dooeste, do leste e venezuelana. transmitida por vetores que podem ser pssaros silvestres,mosquitos e roedores. Altamente contagiosa entre os eqdeos, tem uma significante viremia.

    A encefalomielite pode atingir o Homem, sendo que a do leste apresenta alta mortalidade.

    Os animais apresentam febre, sinais de depresso, incoordenao, paralisia geral e morte noscasos agudos.

    Para o diagnstico feita a sorologia ou isolamento e identificao do vrus a partir de crebro esangue, quando o animal est febril e antes de surgirem os sintomas nervosos.

    No controle feita a vacinao dos potros com seis meses de idade.

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    4.3. CLOSTRIDIOSES

    TTANO

    Os eqdeos so particularmente susceptveis ao Clostridium tetani. Geralmente ocorre apspequenas cirurgias (ex: castrao), quando o microorganismo invade o tecido lesado, prolifera eproduz neurotoxinas potentes, as quais alcanam o sistema nervoso desencadeando os quadrosde rigidez muscular. A sintomatologia progride at levar a morte do animal por asfixia, devido aparada respiratria.

    O controle feito com a imunizao dos animais a serem manipulados cirurgicamente.

    4.4. GARROTILHO

    Doena aguda dos eqdeos causada pela infeco porStreptococcus equi. Caracteriza-se porinflamao das vias respiratrias superiores e abscedao dos linfonodos adjacentes.

    Atinge animais de qualquer faixa etria, entretanto mais comum em animais jovens. Ocorrefrequentemente nas pocas frias. A transmisso se d atravs do corrimento nasal de animaisinfectados, que contamina as pastagens, alimentos e gua.

    O diagnstico feito coletando-se e examinando-se bacteriologicamente as secrees nasais oupunes dos linfonodos afetados (principalmente os mandibulares), para o isolamento do agente.

    Para o controle no plantel feita a vacina autctone.

    4.5. - BRUCELOSE

    causada pela Brucella abortus e provoca, em alguns casos, um abscesso que forma fstulas naregio da cernelha. A transmisso ocorre geralmente por ingesto de pastagem contaminada coma Brucella sp. (fetos, placenta, secreo vaginal).

    O diagnstico feito pela sorologia (aglutinao rpida e acidificada) e o controle se baseia nostestes peridicos dos plantis com o descarte dos animais reagentes.

    4.6. RAIVA

    A raiva em eqdeos tem as mesmas caractersticas da doena em bovinos. A transmisso ocorreprincipalmente por mordedura de morcegos hematfagos.

    Seu controle e preveno seguem os mesmos critrios descritos para os bovinos.

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    5. - AVES

    5.1. SALMONELOSE

    Nas aves, a importncia da Salmonelose, assim como da Micoplasmose, deve- se ao elevadoprejuzo causado pela mortalidade, queda na produo de ovos e perda de peso devido baixaconverso alimentar. Alm disso, a carne de aves e ovos infectados porSalmonella spp. seconstituem em importantes veculos de toxinfeces alimentares para o Homem.

    5.2. COLIBACILOSE

    Apresenta principalmente a forma septicmica e granulomatosa. Muitas vezes a Colibacilose est

    associada a outras enfermidades, tais como: Doena de Newcastle, Bronquite Infecciosa eMicoplasmose, como tambm pode estar relacionada ao estresse. O combate doena se d peloemprego de medidas de higiene e isolamento das aves doentes.

    5.3. - VERMINOSES

    Causam prejuzos considerveis, estando entre as cinco doenas mais diagnosticadas. Vriasespcies podem atingir as aves, entretanto, so mais freqentes nematdeos do gneroAscaridia,Heterakis e Capillaria.

    5.4. - MICOPLASMOSE

    Provoca a Doena Crnica Respiratria (D.C.R.), cujo agente causal o Mycoplasmagallisepticum, em galinha, e o Mycoplasma meleagridis, responsvel por uma sinusite grave emperus.

    uma das principais causas de condenao de carcaa em abatedouro.

    A D.C.R., muitas vezes, aparece de repente, atingindo muitas aves ao mesmo tempo. disseminada por aves portadoras assintomticas ou pelo contato com aves doentes (aerossis).

    Alm de galinhas, a D.C.R. atinge perus, galinholas, faises e codornas. Os sintomas so

    parecidos com os da Coriza Infecciosa, comeando com espirros, corrimento nasal e ronqueira quereflete o comprometimento da traquia e dos brnquios.

    O Micoplasma tornou-se um dos maiores inimigos da criao de aves. Sua capacidade deeliminao pelo ovo explica sua perpetuao nas criaes. importante ressaltar o fato de que asprincipais vacinas, hoje empregadas nas granjas, so produzidas a partir de ovos embrionados,possibilitando a entrada do agente infeccioso nas criaes.

    5.5. DOENA DE NEWCASTLE

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    uma virose que acomete galinhas, perus, faises, codornas e outras aves, determinando umapneumoencefalite com manifestaes respiratrias associadas a perturbaes nervosas.

    A transmisso pode ocorrer pela gua ou aerossis de cama contaminada por fezes, sendo ainfeco via area por secreo respiratria a mais importante.

    Os sintomas podem iniciar-se pelo aparelho respiratrio ou sistema nervoso, levando a espasmose paralisia, tambm podendo ocorrer associados a conjuntivite e diarria aquosa esverdeada.

    No existe tratamento; em casos de surto revacinar imediatamente o lote e demais aves da Granja,e at mesmo da regio. A preveno da doena feita pelo uso de vacinas.

    5.6. - BOUBA AVIRIA

    uma das doenas mais comuns em aves. Acomete galinhas, perus e pssaros. Tanto jovensquanto adultos.

    Nota-se o aparecimento de ndulos (forma cutnea) ao nvel da crista, barbela, patas e canto dobico. Na forma diftrica observa-se a formao de exsudato caracterstico na mucosa bucal,esfago, fossas nasais, laringe, traquia, brnquios e sinus, determinando o inchao da face emtorno dos olhos.

    A vacinao preconizada e o tipo de cepa a ser utilizada vai depender de fatores como:incidncia da doena, severidade, tipo de ave, entre outros. Deve-se procurar vacinar depreferncia entre 7 a 10 dias antes do aparecimento do problema.

    Normalmente aplicada por escarificao e/ou atravs de agulhas. Em algumas regies os pintosrecebem a vacinao aos 21 dias, em outros j no 1 dia por ocasio da vacinao contra Marek.

    5.7. DOENA DE MAREK

    uma enfermidade infecciosa e altamente contagiosa, determinada por um Herpesvrus. Faz partedas chamadas doenas do "Complexo Leuctico Avirio", onde destaca-se a Leucose Linfide,virose com a qual a Doena de Marek mantm semelhanas, principalmente no aparecimento dasleses macroscpicas (tumores).

    Acomete principalmente galinhas, mas tambm pode ocorrer em perus e faises. Todas as raasde galinhas so sensveis mas dentro de cada raa, h linhagens mais susceptveis que outras.So mais sensveis as aves jovens (12 a 24 semanas de idade), mas pode aparecer em aves de 6semanas de idade e em aves com mais de 24 semanas.

    O vrus da Doena de Marek se difunde rapidamente de aves infectadas para as no infectadas.Est presente em lavados bucais, nasais e traqueais, swab de cloaca e nas clulas epiteliais dosfolculos das penas, permanecendo ativo por pelo menos 1 ano. A infeco pode ser transmitidapor via area. No h evidncia de transmisso vertical (ovo).

    Possui 4 formas, que podem estar associadas ou no: paraltica, visceral, ocular e cutnea.A formamais comum da doena a nervosa (paraltica), caracterizada por uma paralisia progressiva dasasas e das patas. A medida que a doena progride, a ave fica deitada, o peito no cho e as patas

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    estendidas, geralmente uma para a frente e a outra para trs (posio de bailarina). Em algunscasos nota-se paralisia de papo. J na forma visceral, observa-se nvel de necropsia, tumores nofgado, rins, bao, pulmo, ovrio, bem como nos nervos (braquial e citico) e msculos. As formasocular e cutnea so mais raras, causam respectivamente o descoramento da ris, com destruiodo globo ocular (aves adultas), e tumores na pele das aves.

    necessrio fazer uma anlise histopatolgica, para auxiliar o mdico veterinrio no diagnsticodiferencial; e a observao de sintomas, idade, epidemiologia da doena, histrico do lote ecalendrio de vacinao adotado, tambm so fatores de extrema importncia para o diagnsticofinal da doena.

    s vezes a necropsia no revela alteraes perceptveis olho nu, mas nvel microscpicoobservamos na Doena de Marek a presena de infiltrado tumoral, composto de pequenos, mdiose grandes linfcitos atpicos. Por outro lado, na Leucose o infiltrado tumoral composto delinfoblastos bastante atpicos e pobremente diferenciados, sendo frequentes as figuras de mitose.

    No existe tratamento, e o melhor prevenir com a vacinao no 1 dia de idade, no prprioincubatrio. Antes do uso das vacinas contra a Doena de Marek, esta era certamente a causaprincipal de mortalidade, determinando graves perdas econmicas na indstria avcola.