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CONCURSO MELHOR QUEIJO 2011 REALIZA-SE A 27 E 28 DE OUTUBRO FILEIR AGRO-PECUÁRIA DIVULGA MEMORANDO SOBRE RELAÇÕES COM A DISTRIBUIÇÃO ANO XI NÚMERO 9 SETEMBRO 2011 ANIL I N F O R M A Ç Ã O RELAÇÕES FORNECEDORES/DISTRIBUIDORES AS PERGUNTAS MAIS FREQUENTES ASSUNÇÃO CRISTAS EM ENTREVISTA DE FUNDO AO EXPRESSO

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CONCURSO MELHOR QUEIJO 2011

REALIZA-SE A 27 E 28 DE OUTUBRO

FILEIR AGRO-PECUÁRIA DIVULGA MEMORANDO

SOBRE RELAÇÕES COM A DISTRIBUIÇÃO

ANO XI NÚMERO 9 SETEMBRO 2011

ANIL I N F O R M A Ç Ã O

RELAÇÕES FORNECEDORES/DISTRIBUIDORES AS PERGUNTAS MAIS FREQUENTES

ASSUNÇÃO CRISTAS EM ENTREVISTA DE FUNDO

AO EXPRESSO

Page 2: ANI ILN F O R M A Ç Ã O - ANILACT.PT - Inícioe do Bovino Leiteiro 2011.10.27-30 AveiroExpo (Aveiro) Feileite 2011 2011.10.31-11.04 S. Paulo (Brasil) World Food Kazakhstan2011 2011.11.01-04

2 ■ Informação ANIL Set 2011 ■

NACI

ONAL

Lei n.º 49/2011 2011-09-07, AR Aprova uma sobretaxa extraordinária sobre os rendimen-tos sujeitos a IRS auferidos no ano de 2011, alterando o Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Sin-gulares, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 442-A/88, de 30 de Novembro.

Despachos n.º 10886-7-8/2011 (2.ª Série) 2011-09-02, MAMAOT Nomeação, no Gabinete de Planeamento e Políticas, em substituição, para o cargo de Directora de Serviços de Normalização e Segurança Alimentar, de Ana Paula Bico, para o cargo chefe de divisão de Valorização da Qualidade, de Cristina Hagatong, e para o cargo de director de servi-ços de Produção e Mercados Agrícolas, de David Gouveia.

Portaria n.º 271/2011 2011-09-22, MAMAOT Procede à quinta alteração ao Regulamento do Regime de Apoio às Acções Colectivas, aprovado pela Portaria n.º 719-C/2008, de 31 de Julho.

Listagem n.º 133/2011 (2.ª Série) 2011-09-26, MAMAOT Publicação dos subsídios, subvenções, bonificações, ajudas e incentivos atribuídos a pessoas singulares ou colectivas exteriores ao sector público administrativo, pagos no âmbito da actividade do IFAP, relativos ao 1.º semestre de 2011.

U. E

UROP

EIA

Regulamento (UE) n.º 914/2011 2011-09-14, L 237 Altera o Regulamento (UE) n.º 605/2010 que estabelece as condições de saúde pública e de sanidade animal e os requisitos de certificação veterinária para a introdução na União Europeia de leite cru e de produtos lácteos destina-dos ao consumo humano.

Regulamento (UE) n.º 931/2011 2011-09-20, L 242 Relativo aos requisitos de rastreabilidade estabelecidos pelo Regulamento (CE) n.º 178/2002 do Parlamento Euro-peu e do Conselho para os géneros alimentícios de origem animal.

Decisão 2011/540/UE 2011-09-21, L 244 Altera a Decisão 2007/589/CE no que se refere à inclusão de orientações para a monitorização e a comunicação das emissões de gases com efeitos de estufa decorrentes de novas actividades e gases.

Regulamento (UE) n.º 957/2011 2011-09-27, L 249 Altera o Regulamento (UE) n.º 1272/2009 no que respeita à compra e venda de manteiga e leite em pó desnatado.

R.A.

AÇOR

ES Portaria n.º 79/2011

2011-09-19, SRAF Aprova um regime de ajuda extraordinário a conceder à aquisição de produto de categoria fibrosa destinado à ali-mentação do efectivo pecuário da Região Autónoma dos Açores.

Portaria n.º 81/2011 2011-09-27, SRAF Altera a Portaria n.º 20/2010, de 19 de Fevereiro, que esta-belece as normas de atribuição do prémio aos produtores de leite.

LEGISLAÇÃO

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■ Informação ANIL Set 2011 ■ 3

NESTA EDIÇÃO Legislação do mês 2

Não pactuar com o ‘’dividir-para-reinar’ 3

Agenda 4

Fileira pecuária preocupada com as relações com a moderna distribuição

5

Números em imagem 6

Memorando “Novo modelo de relacionamento com a Grande Distribuição é essencial...”

8

Regulamento do Concurso Nacional “Melhor Queijo 2011

11

Assunção Cristas: “É preciso gerar diálogo com a distribuição!

14

João Paulo Girbal: “Indústria foi fragilizada pela distribuição”

16

Relações Fornecedores/Distribuidores: as perguntas mais frequentes

18

Grande consumo inicia Verão com perdas 22

ANIL quer redução dos prazos de pagamento 24

Produzir custa mais 30% do que há 10 anos... 25

Unileite, Bel e Unicol sobem preço à produção 27

Quota média espanhola chega aos 259.000 kg 29

Procura gera cooperação entre Arla e DMK 33

Arla insiste na compra da alemã Allgäuland 34

Nova Frilac substitui a Agrovouga 35

Nada compensaria aumento do IVA 36

CAP não quer alterações no IVA 37

Acabar com “prepotência” da distribuição 38

Makro redefine estratégia para crescer 39

MN&FII aguarda declaração de insolvência 40

Melhor Queijo 2011: convite à participação 46

Maria do Céu Patrão Neves: “Agricultura em debate no Parlamento Europeu”

23

Xunta quer OPL única a negociar preços 30

Expectativas pouco animadoras para o queijo 42

Vendas da distribuição aumentaram 6% 41

Envelhecimento cria novas oportunidades 44

Maiores potências aumentam recolha em 2011 43

ANO XI

NÚMERO 09

DATA SETEMBRO. 2011

NÃO PACTUAR COM O ‘DIVIDIR-PARA-REINAR’ O 'ruído' crescente que os sectores fornecedores vêm desenvolvendo, as refe-rências da classe política de uma atenção em crescendo ao problema da comer-cialização de produtos nacionais na moderna distribuição ou as declarações recentes de membros do Governo colocando o dossier na linha de topo das suas prioridades de actuação, são sinais que contribuem para que o tema das relações produção-distribuição seja, não obstante os constrangimentos e receios sempre presentes, cada vez menos um dossier-tabú e cada vez mais um assunto para dis-cussão e uma 'pedra-no-sapato' na operação de cosméstica que os operadores da distribuição permantemente desenvolvem. São várias as formas de aferir como a tal 'pedra-no-sapato' é cada vez mais incó-moda para as grandes cadeias do retalho! Multiplicam-se as iniciativas de puro 'show-off'. A corrente de patrocínios parece não ter fim. Todas as ocasiões são boas para passar a mensagem propagandística de apoio ao consumidor e de apoio à produção nacional. Acabaram os pruridos no que se refere a desferir ataques individuais em relação a pessoas, empresas ou entidades que não partilhem esta ‘cartilha’ e que tenham a veleidade de denunciar práticas e actuações que, sob a capa do interesse do consumidor ou do produtor, beneficiam apenas e só os ope-radores da moderna distribuição. O país atravessa uma crise profunda e os seus reflexos estão ainda longe de esta-rem totalmente percebidos e menos ainda absorvidos. Pessoas e empresas atra-vessam um período de enormes dificuldades, económicas e financeiras. Contudo, não deixa de ser curioso que - como se pode ler neste INFORMAÇÃO ANIL - dez das principais entidades do sector agro-pecuário tenham elaborado um memoran-do conjunto (entretanto entregue a diferentes membros do Governo) em que afirmam, por exemplo, que “as dificuldades de relacionamento com a grande distribui-ção constituem, actualmente, um dos problemas mais complexos, senão mesmo o estrangulamento com maior impacto negativo no desempenho do sector agro-alimentar nacional”. Como ‘curioso’ é também o facto de, face a uma natural contracção (em volume, mas, muito em especial, em valor) do consumo e a uma atitude mui-to defensiva do consumidor, a distribuição, no óbvio esforço de não penalizar, se não o volume de negócios, pelo menos as suas margens e resultados, não hesite em pressionar - ainda mais - o elo mais fraco da cadeia: os seus fornecedores. As empresas assumem as suas crescentes dificuldades em fornecer os seus produ-tos nas condições exigidas e, consequentemente, em remunerar, de forma mais adequada, as matérias-primas que adquirem. Os produtores, por seu lado, con-frontados com um forte agravamento dos custos de produção (que afecta tam-bém o sector transformador) tentam perceber, muito legitimamente, como se estrutura a cadeia de valor e de que forma se reparte pelos seus diversos elos. É neste contexto que deve ser enquadrado o estudo encomendado pela CAP ao CISEP, sobre preços e margens nos sectores da carne e do leite, recentemente divulgado. Mas é também no contexto da complexidade das relações entre pro-dução e distribuição que essa avaliação deveria ser feita, recusando facilitismos e análises apressadas, em que boas intenções são totalmente colocadas em causa por análises redutoras e enviesadas ou por utilização de dados estatísticos que estão longe, muito longe, de representar os efectivos fluxos financeiros associa-dos aos fornecimentos de produtos daqueles sectores à moderna distribuição. A forma como aquele estudo foi apresentado, as consequências extraídas ou os preconceitos enunciados, transformaram uma intenção lógica e legítima, num manifesto propagandista de ataque à indústria de lacticínios nacional, que recolhe, transforma e tenta valorizar da forma mais adequada os milhões de litros de leite que todos os dias saem dos milhares de explorações espalhadas por Portugal, a quem pontualmente paga os valores acordados e, em simultâneo, num enorme frete realizado aos operadores da distribuição a actuar em Portugal. Definitivamente, as organizações do sector têm que saber escolher aliados e adversários e perceber que, não o fazendo, estão a fazer o jogo da distribuição organizada, a qual, neste campo, tem um lema único: ‘dividir-para-reinar’!...

Pedro Pimentel

NOTA DE ABERTURA

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4 ■ Informação ANIL Set 2011 ■

FEIR

AS

Anuga 2011 Colónia (Alemanha) 2011.10.08-12 www.anuga.com

Fispal Bahia 2011 Bahia (Brasil) 2011.10.18-21 www.fispalfoodservicenordeste.com.br

Portugal Exporta 2011 2011.10.25-27 S. Paulo (Brasil) www.portugalexporta.com

World Food Ukraine 2011 2011.10.25-28 Kiev (Ucrânia) www.worldfood.com.ua

FRILAC 2011 - Feira Nacional do Leite e do Bovino Leiteiro 2011.10.27-30 AveiroExpo (Aveiro) www.aveiroexpo.pt

Feileite 2011 2011.10.31-11.04 S. Paulo (Brasil) www.feileite.com.br

World Food Kazakhstan2011 2011.11.01-04 Almaty (Casaquistão) www.worldfood.kz

World Food India 2011 2011.11.09-11 Nova Delhi (Índia) www.food-exhibitions.com

Seoul Food Week Trade Fair 2011 2011.11.09-12 Seul (Coreia do Sul) www.koreafoodexpo.com

FHC China 2011 2011.11.16-18 Xangai (China) www.fhcchina.com

Winter Fancy Food Show 2012 2012.01.15-17 S. Francisco (EUA) www.specialityfood.com

International Green Week 2012 2012.01.20-22 Berlim (Alemanha) www.gruenewoche.com

Portugal Exportador 2011 2011.10.13 Centro de Congressos (Lisboa) www.portugalexportador.aip.pt

IDF World Dairy Summit 2011.10.15-19 Parma (Itália) www.fil-idf.org

Conveying the Benefits of Dairy to Consumers 2011.10.18 Parma (Itália) www.fil-idf.org

Global Environmental Footprint of Dairy 2011.10.19 Parma (Itália) www.fil-idf.org

Sustainable Public Health and Dairy Nutrition Economics 2011.10.19 Parma (Itália) www.fil-idf.org

III Concurso Nacional “Melhor Queijo 2011” 2011.10.20-21 Pavilhão de Exposições (Aveiro) www.anilact.pt

Congresso Nacional GS1 Portugal 2011 (De)Coding the Future Value Chain 2011.11.10 Museu do Oriente (Lisboa) www.congressogs1portugal2011.org

II Jornadas de Ciência e Tecnologia Alimentar Dieta Alimentar - passado, presente e futuro 2011.11.11-12 Esc. Sup. Saúde Vale do Ave (V.N.Famalicão) www.cespu.pt

FICHA TÉCNICA Responsável: Pedro Pimentel Colaboradores: Maria Cândida Marramaque Cristina Pinto ANIL - ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS INDUSTRIAIS DE LACTICÍNIOS Rua de Santa Teresa, 2C - 2.º 4050-537 Porto Tel.: (351) 222 001 229 Fax: (351) 222 056 450 E-Setl: [email protected] Website: www.anilact.pt

EVEN

TOS

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A Fileira Pecuária e a indústria agro-alimentar, cujas activida-des de maior peso são as ligadas à produção de carnes, leite, ovos e alimentação animal, são responsáveis por um volume de negócios anual de 16 000 milhões de €, asseguram a manutenção e sobrevivência de 154 000 explorações agro-pecuárias e um emprego directo a mais de 270 000 famílias, situadas na sua maior parte em zonas rurais, com poucas ou nenhumas alternativas de emprego. A diminuição do consumo para níveis historicamente baixos, os sucessivos aumentos dos custos de produção (alimentação animal, energia e combustíveis), as crescentes dificuldades no acesso ao crédito e a consequente asfixia financeira têm agravado as condições de funcionamento das empresas, conduzindo a um clima insustentável que põe em causa a sobrevivência da produção pecuária e da indústria agro-alimentar em Portugal no muito curto prazo. Por outro lado, as matérias-primas e outros factores de pro-dução têm vindo a sofrer, desde meados de 2009, uma espi-ral inflacionista com impacto brutal nos custos operacionais de explorações e indústrias transformadoras, que não tem sido possível repercutir no mercado por força da posição de recusa de aceitação desses aumentos por parte dos opera-dores da Grande Distribuição Organizada (GDO). De facto, as dificuldades de relacionamento com a grande distribuição constituem, actualmente, um dos problemas mais complexos, senão mesmo o estrangulamento com maior impacto negativo no desempenho do sector agro-alimentar nacional. Saudamos as recentes declarações de Vossa Excelência no sentido de, em estreita articulação com o Ministério da Eco-nomia, assumirem como prioridade as relações entre a pro-dução, indústria e distribuição, assegurando um melhor fun-cionamento da cadeia alimentar e consideramos da maior urgência, face à conjuntura particularmente difícil que atra-vessamos, a apresentação a Vossa Excelência de um conjun-to de reflexões e de propostas concretas que desenvolve-mos num documento que se anexa. (ver páginas 8 a 10) Sendo certo que as dificuldades económicas que o País atra-vessa levam à utilização de diversos produtos do sector agro-pecuário como isco para a atracção dos consumidores aos seus espaços comerciais: • É fundamental que a GDO não impeça os seus fornecedo-res do sector agro-alimentar e, muito em especial, do sector agro-pecuário, de apresentar as revisões (fundamentadas) das tabelas de preços, que reflictam, no mínimo, os custos de produção, permitindo mecanismos de ajustamento sem-pre que factores como as matérias-primas e energia tenham variações significativas. • É fundamental que os produtos do sector agro-pecuário

deixem de ser utilizados na interminável “guerra de pre-ços” entre os operadores da GDO, que com as suas mar-cas próprias, apenas promovem a degradação de valor e a destruição do sector agro-pecuário nacional.

• É fundamental que a GDO torne transparente a sua política de margens, aplicadas aos produtos de Marca de Fornece-dor, permitindo que estes possam concorrer lealmente no

EM FOCO

mercado com os produtos de Marca de Distribuidor. • É fundamental que a GDO transcreva, de forma inequívo-

ca, nos contratos com fornecedores, as regras de revisão de preços passíveis de acontecer por ambas as partes.

• É fundamental que a distribuição abdique de utilizar o recurso a importações adicionais e desnecessárias, com o objectivo de pressionar, ainda mais, os fornecedores nacionais.

As Propostas da Fileira: Os sectores representativos da agro-pecuária nacional exi-gem uma revisão da legislação aplicável a matérias sensíveis, tais como: - As práticas restritivas do comércio, reforçando instrumen-tos que impeçam uma concorrência desleal, em matérias como a proibição de aplicação de preços ou de condições de venda discriminatórias; a imposição de tabelas de pre-ços e condições de venda; a proibição de práticas de venda com prejuízo, a proibição de recusa de venda de bens ou de prestação de serviços ou a proibição das repetidas prá-ticas negociais abusivas.

- A disciplina dos prazos de pagamento, alargando o espec-tro de aplicação do Decreto-Lei n.º 118/2010, de 25 de Outubro, que define prazos de pagamento máximos para efeitos de pagamento do preço nos contratos de compra e venda ou de fornecimento de bens alimentares destinados ao consumo humano e que deverá abranger a totalidade das empresas fornecedoras, independentemente da res-pectiva dimensão.

- O reforço dos mecanismos de avaliação das operações de concentração no sector da grande distribuição e de outras áreas de aplicação do direito da concorrência, dando importância acrescida à avaliação das implicações respecti-vas não apenas ao nível dos operadores da distribuição concorrentes, ou dos consumidores, mas também relativa-mente ao impacto no correspondente tecido de fornece-dores.

- A regulação da presença no mercado das chamadas Mar-cas de Distribuição, a qual em termos resumidos, deve implicar que seja cumprido, do ponto de vista legal, aquilo que os operadores da distribuição reclamam para os seus produtos, ou seja uma Marca, pelo que esses produtos deverão ser sujeitos à mesma legislação e regras que qual-quer outra marca comercial.

É fundamental que se perceba que, apesar das dificuldades conjunturais, o funcionamento mais equilibrado da cadeia alimentar constitui um problema estrutural que urge resol-ver. Nesta perspectiva, um novo modelo de relacionamento com a GDO é essencial para garantir a sustentabilidade da Fileira Agro-Alimentar nacional. Caso contrário, assistiremos ao colapso da produção agro-pecuária nacional, desaparecendo uma parte importante do nosso tecido produtivo e aumentando ainda mais a vulnera-bilidade e dependência alimentar do País, bem como os pro-blemas económicos e sociais, de ordenamento do territó-rio, de sobrevivência da paisagem e de funcionamento do Mundo Rural.

■ Informação ANIL Set 2011 ■ 5

FILEIRA PECUÁRIA PREOCUPADA COM RELAÇÕES COM A DISTRIBUIÇÃO

CARTA CONJUNTA ENDEREÇADA À MINISTRA DA AGRICULTURA

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6 ■ Informação ANIL Set 2011 ■

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NÚMEROS EM IMAGEM

STOCKS 2011.09.22 (em ton)

MANTEIGA

Intervenção 977

Armazenagem Privada 84.577

LEITE EM PÓ

Intervenção 104.018

STOCKS DE MANTEIGA STOCKS DE

LEITE EM PÓ DESNATADO

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■ Informação ANIL Set 2011 ■ 7

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A Fileira Pecuária e a indústria agro-alimentar, cujas actividades de maior peso são as ligadas à produção de car-nes, leite, ovos e alimentação animal – bens de origem animal essenciais a uma saudável alimentação da população por-tuguesa - são responsáveis por um volume de negócios anual de 16 000 milhões de € e asseguram a manuten-ção e sobrevivência de 154 000 explo-rações agro-pecuárias e um emprego directo a mais de 270 000 famílias, situadas na sua maior parte em zonas rurais, com poucas ou nenhumas alter-nativas de emprego. Preocupadas com a progressiva degra-dação da conjuntura e tendo em conta as dificuldades económicas e financeiras do nosso País, em Fevereiro de 2011 as associações signatárias elaboraram um documento intitulado “Uma Fileira Agro-Alimentar Unida Pela Sua Sobre-vivência” do conhecimento, quer de Vossa Excelência, quer do Senhor Secretário de Estado da Agricultura. No entanto, a diminuição do consumo para níveis historicamente baixos, os sucessivos aumentos dos custos de produção (alimentação animal, energia e combustíveis), as crescentes dificulda-des no acesso ao crédito e a conse-quente asfixia financeira têm agravado as condições de funcionamento das empresas, conduzindo a um clima insustentável que põe em causa a sobrevivência da produção pecuária e da indústria agro-alimentar em Portugal no muito curto prazo. As matérias-primas e outros factores de produção têm vindo a sofrer, desde meados de 2009, uma espiral inflacio-nista com impacto brutal nos custos

operacionais de explorações e indús-trias transformadoras, impacto esse que não tem sido possível repercutir no mercado por força da posição de recusa de aceitação desses aumentos por parte dos operadores da Grande Distribuição Organizada (GDO). De facto, as dificuldades de relaciona-mento com a grande distribuição cons-tituem, actualmente, um dos problemas mais complexos, senão mesmo o estrangulamento com maior impacto negativo no sector agro-alimentar nacional. A pressão exercida pela GDO é sentida por todos os sectores ditos do grande consumo, mas é particularmente importante nas actividades mais direc-tamente ligadas à agro-pecuária, por se tratar de sectores que fornecem um leque alargado de produtos básicos e essenciais, e, por muito paradoxal que tal possa parecer, pelo facto de alguns desses sectores estarem quase exclusi-vamente direccionados para o mercado

nacional. Para a Fileira, é essencial que o merca-do funcione, de forma transparente e justa, dando oportunidades similares a todos os produtos e proporcionando uma repartição mais equilibrada da rentabilidade pelos diferentes elos da cadeia. Nesta perspectiva, saudamos as recen-tes declarações quer de Vossa Excelên-cia, quer do Secretário de Estado da Agricultura no sentido de, em estreita articulação com o Ministério da Econo-mia, assumirem como prioridade as relações entre a produção, indústria e distribuição, assegurando um melhor funcionamento da cadeia alimentar. Deste modo, consideramos da maior urgência face à conjuntura particular-mente difícil que atravessamos, a apre-sentação a Vossa Excelência de um conjunto de reflexões e de propostas concretas, baseadas em 5 áreas de actuação: a legislação relativa aos pra-zos de pagamento; a definição do papel da Autoridade da Concorrência; a imposição de regras para as Marcas de Distribuidor, que devem ser pautadas por normas de funcionamento idênticas às Marcas dos Fabricantes; as taxas relativas ao pagamento dos serviços e a necessidade de um plano de avaliação, com recolha de informações sobre preços e fornecimentos.

Situação Actual: Os fornecedores pagam elevadas ver-bas para vender os seus produtos na GDO, verbas que assumem as formas mais imaginosas. A GDO exige geral-mente margens desproporcionadas e ao pretender, em simultâneo, apresen-tar ao consumidor os preços mais bai-xos do mercado, fazem-no à custa do esmagamento dos preços pagos aos

NOVO MODELO DE RELACIONAMENTO COM A GRANDE DISTRIBUIÇÃO É ESSENCIAL PARA GARANTIR A SUSTEN-TABILIDADE DA FILEIRA AGRO-ALIMENTAR NACIONAL

Um conjunto alargado de Associações do sector agro-alimentar e agro-pecuário, a saber: ANEB – Associação Nacional dos Engordadores de Bovinos ANIL - Associação Nacional dos Industriais de Lacticínios APCRF - Associação Portuguesa de Criadores de Raças Frísias APIC – Associação Portuguesa dos Industriais de Carnes FENALAC – Federação Nacional das Uniões de Cooperativas de Leite e Lacticínios FEPABO - Federação Portuguesa de Associações de Bovinicultores FEPASA - Federação Portuguesa das Associações Avícolas FIPA - Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares FPAS - Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores IACA - Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais endereçaram o presente memorando à Sr.º Ministra da Agricultura, do mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, Prof.ª Doutora Assunção Cristas.

8 ■ Informação ANIL Set 2011 ■

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fornecedores, designadamente à indús-tria agro-alimentar. A ausência de alternativas equivalentes para a comercialização dos seus produ-tos e o risco de saída de linha são argu-mentos que fazem com que as empre-sas fornecedoras sejam coagidas a acei-tar estas exigências, sendo confronta-das, ao mesmo tempo, com a fortíssima concorrência dos produtos de Marca de Distribuidor, que apresentam como principal argumento comercial os pre-ços mais baixos. Mas: Existirá justificação efectiva para esse diferencial de preços? Será que os produtos de Marca de Dis-tribuidor têm uma estrutura de custo assim tão distinta? Será que os produtos de Marca de Dis-tribuidor e os de Marca de Fabricante, quando entram nos armazéns da distri-buição, apresentam realmente aqueles diferenciais de preço? Será que as margens que os distribuido-res aplicam aos seus próprios produtos são idênticas às que aplicam aos produ-tos das Marcas de Fabricante? Há ou não subsidiação cruzada entre produtos? Assim, a relativamente reduzida dimen-são do mercado, a ausência de alterna-tivas equivalentes e o risco de saída de linha condicionam desde logo os forne-cedores, pressionando-os a: • Pagar valores excessivamente eleva-

dos para poderem vender os seus produtos nas prateleiras da GDO.

• Aceitar a exigência de margens incomportáveis e crescentes no tem-po e garantias de melhor preço.

• Aceitar determinadas campanhas publicitárias e de promoção, como por exemplo as relativas ao IVA ou o “cabaz de produtos”.

• Enfrentar a concorrência das Marcas de Distribuidor, que lhes condicio-nam o preço, a margem e o espaço/localização em prateleira.

• Conviver com políticas de aprovisio-namento em que o recurso à impor-tação surge como forma de pressão.

• Assinar Contratos em que o Forne-cedor e a GDO não têm os mesmos direitos e obrigações.

Paradoxalmente, ou talvez não, as difi-culdades económicas que o País atra-vessa levam à utilização de diversos produtos do sector agro-pecuário como isco para a atracção dos consu-midores aos seus espaços comerciais.

Por tudo isto e em resumo: • É fundamental que a GDO não impe-ça os seus fornecedores do sector agro-alimentar e, muito em especial, do sector agro-pecuário, de apresen-tar as revisões (fundamentadas) das tabelas de preços, que reflictam, no mínimo, os custos de produção, per-mitindo mecanismos de ajustamento sempre que factores como os cereais e outras matérias-primas e a energia tenham variações significativas. Essas revisões deverão reflectir os interes-ses de todos os actores: produtores, transformadores, consumidores e da própria distribuição.

• É fundamental que os produtos do sector agro-pecuário deixem de ser utilizados na interminável “guerra de preços” entre os operadores da GDO, que com as suas marcas pró-prias, apenas promovem a degradação de valor e a destruição do sector agro-pecuário nacional.

• É fundamental que a GDO torne transparente a sua política de mar-gens, aplicadas aos produtos de Marca de Fornecedor, permitindo que estes possam concorrer lealmente no mer-cado com os produtos de Marca de Distribuidor.

• É fundamental que a GDO transcreva, de forma inequívoca, nos contratos com fornecedores, as regras de revi-são de preços passíveis de acontecer por ambas as partes.

• É fundamental que a distribuição abdi-que de utilizar o recurso a importa-ções adicionais e desnecessárias, com o objectivo de pressionar, ainda mais, os fornecedores nacionais.

As Propostas da Fileira: Em Outubro de 2010, a Autoridade da Concorrência (Adc) apresentou um Relatório sobre as relações entre a Distribuição e os seus Fornecedores. A Autoridade foi muito assertiva na iden-tificação de muitos aspectos que penali-zam o tecido fornecedor, constatando o já referido e enorme desequilíbrio

nas relações comerciais entre distribui-dores e fornecedores e que esse dese-quilíbrio é agravado pelo papel desem-penhado pelas Marcas de Distribuidor. Apesar das inúmeras constatações, as recomendações produzidas no Relató-rio são praticamente inócuas porque: → Não se questiona a ausência de

actuação fiscalizadora. → Não se exige o exercício efectivo da

função reguladora por parte da pró-pria AdC ou de qualquer outra enti-dade competente.

→ Sugere-se a implementação de altera-ções legislativas, mas não se aponta qualquer pista em relação às linhas de evolução da legislação em matéria de concorrência, de práticas restritivas do comércio ou em relação às regras a que deverá obedecer a presença das Marcas de Distribuidor no mer-cado.

A legislação que enquadra as relações entre GDO e os seus fornecedores é, hoje em dia, razoavelmente ampla e oferece possibilidades de aplicação alar-gadas, o que permite penalizar - caso o acompanhamento de mercado fosse desenvolvido de forma justa, eficaz e atempada pelas autoridades competen-tes –, os comportamentos ilegais e terminar com o sentimento de impuni-dade que hoje atravessa a estrutura de muitos dos operadores da GDO a ope-rar no nosso País. Apesar disso, os sectores representati-vos da agro-pecuária nacional, até pela necessidade de adequação aos novos formatos e conceitos de mercado, têm vindo a exigir uma revisão da legislação aplicável a matérias sensíveis, tais como: ♦ As práticas restritivas do comércio,

reforçando instrumentos que impe-çam uma concorrência desleal, em matérias como a proibição de aplica-ção de preços ou de condições de venda discriminatórias; a imposição de tabelas de preços e condições de

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venda; a proibição de práticas de venda com prejuízo, a proibição de recusa de venda de bens ou de pres-tação de serviços ou a proibição das repetidas práticas negociais abusivas. Deve permitir-se uma melhor defini-ção e aplicação mais adequada dos conceitos de abuso de posição domi-nante e de abuso de dependência económica.

♦ A disciplina dos prazos de paga-mento, alargando o espectro de apli-cação do Decreto-Lei n.º 118/2010, de 25 de Outubro, que, recorde-se, define prazos de pagamento máximos para efeitos de pagamento do preço nos contratos de compra e venda ou de fornecimento de bens alimentares destinados ao consumo humano e que deverá abranger a totalidade das empresas fornecedoras, independen-temente da respectiva dimensão, bem como procedendo à revisão do Des-pacho n.º 1747-B/2011, publicado em suplemento da 2.ª Série do Diário da República de 21 de Janeiro, que con-tém a “Lista dos produtos alimenta-res destinados exclusivamente ao consumo humano, perecíveis, frescos e refrigerados”, lista que foi prepara-da sem qualquer racionalidade técnica ou económica e totalmente ao arre-pio dos interesses de um alargado leque de empresas fornecedoras.

♦ O reforço dos mecanismos de ava-liação das operações de concentra-ção no sector da grande distribuição e de outras áreas de aplicação do direito da concorrência, dando importância acrescida à avaliação das implicações respectivas não apenas ao nível dos operadores da distribui-ção concorrentes, ou dos consumi-dores, mas também relativamente ao

impacto no correspondente tecido de fornecedores. Deverá ser permiti-da uma maior participação das asso-ciações empresariais nesses proces-sos, não apenas como forma de obter uma sensibilidade alargada daqueles impactos, mas também como forma de contornar os conhecidos receios de represálias comerciais.

♦ A regulação da presença no mercado das chamadas Marcas de Distri-buição, a qual em termos resumidos, deve implicar que seja cumprido, do ponto de vista legal, aquilo que os operadores da distribuição reclamam para os seus produtos, ou seja uma Marca; assim, esses produtos deverão ser sujeitos à mesma legislação e regras que qualquer outra marca comercial, o que, entre outros aspec-tos, implicará uma separação, se não da titularidade, pelo menos de fun-ções entre a produção e colocação de produtos no mercado e a respec-tiva distribuição.

A Fileira tem reiterado igualmente um reforço da actuação ao nível do acom-panhamento do mercado e a sua fiscali-zação por parte das entidades compe-tentes. Em nossa opinião, carece de melhor definição quem (Autoridade da Concorrência? ASAE?) e com que meios deverá realizar esse acompanha-mento do mercado e a sua correspon-

dente fiscalização. Por outro lado, no contexto actual e considerando um fortíssimo diferencial do poder negocial entre os mais impor-tantes operadores da GDO e os res-pectivos fornecedores, a Fileira não vê qualquer viabilidade na adopção de mecanismos de auto-regulação céleres e eficazes. Temos acompanhado com grande aten-

ção os desenvolvimentos e reflexões que sobre esta matéria vêm ocorrendo no plano comunitário, com destaque para os trabalhos no sector do leite ou para o denominado Fórum de Alto Nível para reforço da transparência na cadeia alimentar, sendo que considera-mos que uma harmonização de concei-tos, práticas e modelos de regulação no espaço europeu, constitui um elemento que permitirá potenciar o reforço da transparência ao longo da cadeia ali-mentar. Aconselhamos uma avaliação atenta dos modelos que estão a ser imple-mentados em diferentes Estados-membros – França, Espanha e Reino Unido – sendo que o Governo portu-guês e os operadores do lado da pro-dução e da distribuição daí poderão recolher ensinamentos que se mostra-rão certamente favoráveis ao reforço da regulação do mercado e à concreti-zação de uma maior transparência no melhor funcionamento da cadeia ali-mentar. Infelizmente, a actual situação é bem mais difícil que a apresentada no docu-mento de Fevereiro: → Os preços das principais matérias-

primas para a alimentação animal não dão sinais de abrandamento,

→ Os custos das produções animais continuam em alta,

→ Os preços na produção e na indústria apresentam uma tendência de manu-tenção ou mesmo de quebra,

→ As margens da actividade da generali-dade das explorações pecuárias são negativas, comprometendo a viabili-dade da Fileira no muito curto prazo.

É pois fundamental que se perceba que, apesar das dificuldades conjunturais, o funcionamento mais equilibrado da cadeia alimentar constitui um problema estrutural que urge resolver. Nesta perspectiva, um novo modelo de relacionamento com a GDO é essen-cial para garantir a sustentabilidade da Fileira Agro-Alimentar nacional. Caso contrário, assistiremos ao colapso da produção agro-pecuária nacional, desa-parecendo uma parte importante do nosso tecido produtivo e aumentando ainda mais a vulnerabilidade e depen-dência alimentar do País, bem como os problemas económicos e sociais, de ordenamento do território, de sobrevi-vência da paisagem e de funcionamento do Mundo Rural.

23/Setembro/2011

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O presente concurso rege-se pelas seguintes normas: 1. REGRAS DE ADMISSÃO

A) QUEIJOS ADMITIDOS

1. O concurso está aberto a todos os fabricantes de queijo em Portugal.

2. Podem ser presentes a concurso, os queijos elaborados em Portugal, pro-cedentes de estabelecimentos devida-mente autorizados, de acordo com o estabelecido nos Regulamentos (CE) n.º 852/2004 e 853/2004, do Parla-mento Europeu e do Conselho e que correspondam a um lote destinado à comercialização.

3. Estão expressamente excluídos os queijos Denominação de Origem Protegida (DOP), Indicação Geográfi-ca Protegida (IGP) e as marcas de distribuidor (MDD).

B) CATEGORIAS DE QUEIJOS

São estabelecidas as seguintes catego-rias de queijo para presente concurso:

Queijo Fresco: Queijo produzido com leite pasteurizado, por coagulação láctica, ou enzimática ou por acção conjunta, não curado

Requeijão: Produto obtido pela coa-gulação por aquecimento do soro de queijo Queijo Flamengo: Queijo produzido de acordo com a NP 1920:1985 Queijo de Vaca: Queijo produzido com leite de vaca cru ou pasteurizado com menos de 60 dias de cura. Queijo de Vaca (cura prolongada): Queijo produzido com leite de vaca cru ou pasteurizado com mais de 60 dias de cura. Queijo de Ovelha: Queijo produzido com leite de ovelha cru ou pasteuriza-do com menos de 60 dias de cura. Queijo de Ovelha (cura prolongada): Queijo produzido com leite de ovelha cru ou pasteurizado com mais de 60 dias de cura. Queijo de Cabra: Queijo produzido com leite de cabra cru ou pasteurizado com menos de 60 dias de cura. Queijo de Cabra (cura prolongada): Queijo produzido com leite de cabra cru ou pasteurizado com mais de 60 dias de cura. Queijo de Mistura: Queijo produzido com mistura de leites cru ou pasteuri-zado com menos de 60 dias de cura.

Queijo de Mistura (cura prolonga-da): Queijo produzido com mistura de leites cru ou pasteurizado com mais de 60 dias de cura.

É necessário que se apresentem pelo menos cinco queijos diferentes por categoria para que se abra a categoria a concurso. Nas categorias de queijo “cura prolon-gada” reserva-se a organização o direi-to de criar uma única categoria “Queijo de cura prolongada”, onde serão incluí-dos todos os queijos de cura prolonga-da, caso não haja número suficiente para abrir as diferentes categorias indi-viduais. Do facto será dada nota aos participantes

C) INSCRIÇÃO E ENVIO DE AMOSTRAS

Inscrição a) Os queijos apresentados a concurso

deverão ser de elaboração própria da empresa participante.

b) Cada fabricante poderá concorrer em quantas categorias deseje, no máximo com duas referências por categoria.

c) A participação no concurso obriga ao completo preenchimento e envio da ficha de inscrição até às 12h30m do dia 15 de Outubro de 2011, bem como ao pagamento de uma taxa de inscrição no valor de 50€ por refe-rência inscrita, através cheque à ordem de ANIL – Associação Nacional dos Industriais de Lacticínios, ou por transferência bancária para o NIB 0033 0000 0000 0104 809 55 – MIL-LENNIUM BCP.

d) Deverá ser preenchida uma ficha de inscrição por referência e enviada por fax: 222056450 ou para o email: [email protected], ao cuidado de Cristina Pinto.

e) A acompanhar o envio da ficha de inscrição deverá ser enviada uma cópia da ficha de especificação do produto e cópia do comprovativo de pagamento relativo à taxa de inscri-ção.

Envio e entrega de amostras a) As amostras de queijo a apresentar a

concurso devem constituir-se por queijos inteiros.

b) Devem apresentar-se sem qualquer rótulo ou marca comercial, de forma a que a organização possa garantir o anonimato das amostras.

c) Para cada amostra devem ser envia-das, no mínimo, 2 peças inteiras de

CONCURSO NACIONAL “MELHOR QUEIJO 2011” REGULAMENTO DO CONCURSO

Com o objectivo de promover e divulgar os queijos de qualidade elaborados em Portugal, a ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS INDUSTRIAIS DE LACTICÍNIOS (ANIL) organiza, com a colaboração da AVEIROEXPO, EM, o concurso “Melhor Queijo 2011”. A Organização designa como Coordenador do concurso a FullSense – Análise Senso-rial, cuja missão é a de garantir o cumprimento do presente regulamento, velar pelo per-feito desenvolvimento da preparação e exame organoléptico das amostras, e pela comuni-cação dos resultados.

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queijo, num total de 2 kg. Caso o formato de apresentação comercial do queijo não perfaça o peso indica-do, deverão apresentar-se um núme-ro de peças que perfaçam 2 kg. Quando o tamanho do queijo exce-da, numa peça só, os 3 kg de peso, será suficiente enviar um só queijo inteiro. As peças apresentadas devem ser do mesmo lote.

d) Os queijos apresentados tornam-se propriedade da organização do Con-curso.

e) As amostras a concurso deverão ser entregues nas instalações do Parque de Exposições de Aveiro, ao cuida-do da Sr.ª Dr.ª Sandra Carvalho nos dias 18 e 19 de Outubro de 2011, entre as 9h e as 18h.

f) Juntamente com cada artigo a con-curso deve ser enviada a respectiva Ficha de Entrega, devidamente preenchida e com rótulo comercial do produto colado, acondicionada em bolsa plástica fechada.

g) As amostras devem ser enviadas livres de encargos financeiros.

h) As amostras apresentadas para além das 18 horas do dia 19 de Outubro de 2011 perderão direito a participar no concurso, não sendo recebidas pela organização.

i) A organização não se responsabiliza pela deterioração que a amostra possa sofrer durante o transporte.

j) A organização responsabiliza-se por armazenar as amostra em condições óptimas de refrigeração.

D) DESCLASSIFICAÇÃO

São factores de desclassificação e elimi-nação imediata da amostra: • o não cumprimento de qualquer das

condições exigidas em C1 e C2 • a falta de veracidade nos dados sub-

metidos a concurso

2. RECEPÇÃO E CONTROLO DE

QUEIJOS

• A Coordenação do Concurso adop-tará um sistema de controlo, por registo, de todos os queijos recebi-dos, admitidos e não admitidos e respectivos documentos que os acompanhem.

• Mediante os documentos entregues, classificará os queijos por categorias e informará todos os membros do Júri dos diferentes tipos apresenta-dos assim como das suas principais

características, possibilitando a uni-formização dos critérios de avalia-ção.

• A cada queijo será atribuído um número de entrada e colocada a data de recepção.

• A organização conservará os queijos recebidos em condições ambientais adequadas, para que estejam em perfeito estado durante as sessões de prova.

• A organização poderá fazer as análi-ses laboratoriais pertinentes, em qualquer fase do concurso, para verificar os dados declarados na ficha de inscrição, eliminando os que não correspondam ao aí declarado.

• No dia anterior ao concurso, os queijos serão colocados numa sala a 22ºC para unificar a temperatura dos mesmos antes da prova. Neste momento, ser-lhe-á retirado o filme ou envoltório e serão codificados. Excepção considerada para os quei-jos frescos e requeijões que só serão retirados em tempo necessário para a sua preparação.

3. JÚRI (PAINEL DE PROVADORES)

• O Júri será composto por 16 a 24 elementos, consoante o número amostras submetidas a concurso, provenientes de diferentes meios, nomeadamente, representantes do sector, dos organismos de controlo e certificação, de instituições de ensino, da restauração e gastrono-mia, distribuição e dos meios de comunicação.

• Os elementos do Júri são nomeados a título pessoal, pelo que só a orga-nização do concurso poderá proce-der à sua substituição.

• Após a definição dos elementos que formarão o júri, e tendo por fim esclarecer a sua missão, serão os mesmos convocados para uma ou mais sessões de formação.

4. CONCURSO

Dependendo do número de queijos a concurso, poderá o mesmo ser realiza-do em um ou mais dias.

Antes do início da prova, a Coordena-ção do Concurso: • verificará a organização das sessões

de prova, verificando a ordem por que serão apresentados os queijos ao Júri.

• adoptará os meios de controlo ade-quados que assegurem o cumpri-mento dos requisitos necessários para levar a bom termo todas as fases do concurso.

• controlará as condições ambientais da sala de prova para que sejam as

correctas. À sala de prova só terão acesso as pessoas directamente rela-cionadas com o Concurso e as habi-litadas para o efeito.

• assegurará que o corte dos queijos seja feita em sala anexa, devidamente preparada para o efeito.

• controlará o tratamento das amos-tras, evitando a possibilidade de erros, garantindo o segredo dos resultados, até ao momento do seu

■ Informação ANIL Set 2011 ■ 12 12 ■ Informação ANIL Set 2011 ■

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anúncio, bem como o anonimato dos participantes

Na possibilidade da ocorrência de algu-ma dúvida, por parte de algum dos ele-mentos do Júri, no decorrer da prova de queijos, o mesmo será resolvido pela Organização do Concurso, que empregará os recursos que considere oportunos para o efeito. A sua decisão será inapelável.

No final do concurso, a Organização reserva-se o direito de utilizar as peças que sobrem do concurso, para fins de prova no decorrer da iniciativa “Tr3s dias com Queijo”, doar aos colabora-dores que a ajudaram graciosamente na sua organização ou a instituições sem fins lucrativos.

O concurso será realizado em duas fases distintas: Fase Prévia e Final. Para tal, as amostras recebidas serão dividi-das, pela organização, em dois lotes de peças similares, sendo um destes lotes utilizado na Fase Prévia e o segundo lote reservado para a Final, para ser utilizado no caso de o queijo passar a esta.

Todos os participantes serão informa-dos da classificação obtida pelos queijos que apresentaram a concurso quer na Fase Prévia quer na Final.

FASE PRÉVIA • Na fase prévia o júri será dividido

por equipas de júri, dependendo do número de amostras a concurso.

• Os queijos serão distribuídos alea-toriamente por séries de amostras e avaliados por uma das equipas de júri.

• A avaliação dos queijos inicia-se por uma fase visual, seguida da fase ol-facto-gustativa. Para proceder à avaliação, o Júri disporá de 2 fichas diferentes para cada uma das fases.

• Os três queijos que obtenham as melhores pontuações em cada uma das categorias a concurso, serão seleccionados para a final.

• A classificação final é obtida pelo somatório das pontuações de cada característica avaliada.

FINAL • Todos os queijos seleccionados

para esta fase serão avaliados por todos os membros do Júri.

• A metodologia, Fichas de prova e ponderações, seguem as mesmas regras que as estabelecidas para a Fase Prévia.

• O Queijo Vencedor, de cada cate-goria será o que obtiver maior pon-tuação global. Em caso de empate entre dois ou mais queijos, o Ven-cedor será o que obtiver maior pontuação na fase olfato-gustativa. Se ainda assim se mantiver o empa-te, o vencedor será eleito por deli-beração do Júri.

5. ENTREGA DE PREMIOS • Será atribuído um prémio por cate-

goria, àquele que obtiver maior pon-tuação, e duas menções honrosas, aos que obtiverem classificação ime-diatamente a seguir.

• Os resultados serão divulgados e tornados públicos em sessão própria.

• Ao vencedor de cada categoria será atribuído um diploma e o direito de utilização do respectivo logotipo reprodutível nos rótulos comerciais, a usar de acordo com o estipulado no Manual de Utilização próprio.

• Unicamente os premiados poderão fazer menção do prémio nas suas acções de promoção e publicidade, indicando sempre a categoria, e o ano em que o mesmo foi outorgado.

• As menções honrosas, apenas podem comunicar a mesma nas diferentes acções de promoção e publicidade, mas não sobre o produto.

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Expresso (Exp): Porque é que a extinção da Parque Expo foi a pri-meira grande medida de cortes de despesa do seu ministério e apare-ceu de forma isolada? Assunção Cristas (AC): Estes cortes não são um coelho tirado da cartola, são parte de uma estratégia concertada do Governo que decorre da avaliação da presença do Estado na economia. Tive de olhar para todas as empresas sob a alçada do ministério — Parques de Sintra-Monte da Lua, Companhia das Lezírias, Docapesca, Parque Expo, Arco Ribeirinho Sul e Águas de Portugal — e tirar conclusões. As funções desempe-nhadas por essas empresas devem ou não ser desempenhadas pelo Estado? Se sim, estão a ser desempenhadas da melhor forma? E que custos têm? Nes-te caso trata-se de uma estrutura que se foi prolongando no tempo. A Parque Expo não é um bom exemplo. Há umas coisas que faz sentido estarem no Esta-do e outras não. Todas as estruturas e empresas esperam que o novo governo diga alguma coisa sobre o que vai acon-tecer. Podia ter-se anunciado a nossa decisão em bloco em relação a todas as empresas, mas será que eu conseguiria explicar aos portugueses o que se pre-tende fazer com cada uma delas numa única conferência de imprensa?

Exp: O anterior Governo acelerou a execução do projecto de Alqueva. Vai ficar por ali ou vai concluir-se o regadio? AC: Vai concluir-se o regadio. Mas na data prevista, 2013, possivelmente não. O Alqueva foi feito essencialmente com fundos comunitários e a parte nacional foi composta por dívida. Neste momento a EDIA, que é a empresa que trata a infraestrutura de Alqueva, deve mais de €600 milhões. Para concluir o Alqueva estão previstos investimentos de cerca de €300 milhões. Nem eu nem o ministro das Finanças temos no bolso €300 milhões. Inicialmente a con-clusão estava prevista para 2025 e depois foi antecipada para 2013. As

condições de financiamento do Estado português degradaram-se muito... Nes-te momento já há muitos hectares com regadio, mais de metade (54 mil) do que estava previsto, brevemente esta-remos nos 60 mil hectares. O que é que já está feito com aquele regadio? Parece-nos muito mais importante saber isso do que saber se consegui-mos concluir em 2013, 2014 ou 2015. Vamos fazer uma análise do que já foi feito para mostrar ao país o que já exis-te — nomeadamente vinho e olival.

Exp: O que quer fazer da EDIA? AC: A EDIA é para fazer a obra e, em princípio, quando concluir a obra, deve fechar.

Exp: Quais são as suas prioridades para a agricultura? AC: Uma delas é aumentar a produção e isso não é o Governo que faz, são os agricultores. Mas é essencial criar con-dições para escoar essa produção e isso passa por haver concentração de produtores. É também preciso conse-guir gerar diálogo com a distribuição, que resolva alguns nós que existem e que o Governo anterior já tentou desa-tar. A produção queixa-se muitíssimo da grande distribuição, também há queixas da grande distribuição nomea-damente de que há falta de concentra-ção da oferta, dizem muitas vezes que gostariam de se abastecer em Portugal mas os produtores não se conseguem organizar para satisfazer as necessida-des atempadamente e não podem dar-se ao luxo de ter as prateleiras vazias. Até do ponto de vista ambiental há interesse em que se compre e consuma localmente. Em breve teremos uma reunião com a distribuição e depois juntaremos todos à mesma mesa para ver se conseguem autorregular-se, criar códigos de conduta, ultrapassar dife-rendos. Em princípio as pessoas terão capacidade de diálogo, mas se não tive-rem nós trataremos de ajudar a resol-ver. Será uma acção concertada com o Ministério da Economia. Naturalmente que o Governo tem poder legislativo e

regulamentar para, no limite, encontrar os caminhos mais adequados.

Exp: Como é que consegue fazer os agricultores investir em força para que a produção nacional satisfaça as necessidades do país? AC: Sinalizando politicamente a rele-vância do sector. Arranjando, por exemplo, as verbas necessárias para as comparticipações nacionais do PRO-DER, que são um sinal do empenho do Governo em manter um nível relevante de investimento, que não é fácil nas condições atuais, mas estamos a tentar fazê-lo. A prova de que os agricultores estão interessados em investir é evi-dente no último concurso do PRODER com projetos de €900 milhões, muito acima do volume que o próprio con-curso pode absorver.

Exp: Os portugueses estão a olhar outra vez para a agricultura como um sector de futuro? AC: Estão. Há um desafio muito grande que tem a ver com o uso da terra. Temos ainda uma parte muito relevan-te de terra que está abandonada. É preciso ver o que existe e como poder ser gerido. Estamos a preparar legisla-ção que promova a criação de bolsas de terra para que possa ser disponibili-zada, obviamente com respeito pela propriedade privada, e com retribuição para os donos. Não vamos obrigar as pessoas a disponibilizar as terras, essa é uma visão completamente de esquerda, não é essa a visão deste Governo, mas antes criar condições para que haja ganhos de ambas as partes.

Exp: Tenciona aumentar a área de produção da floresta? AC: Sim, isso tem a ver com a questão da disponibilidade de terras. A floresta é o terceiro maior exportador do país, depois da GALP e AutoEuropa e cor-responde a 11% das nossas exporta-ções. Curiosamente, é uma área onde aquilo que temos de matéria prima em Portugal já não chega, já há importa-ções de cerca de 200 milhões de euros. Esta indústria está sempre à procura de terras, trata delas e a diferença entre uma terra abandonada e uma tratada é muito grande, evita incêndios e aí é uma área onde o que se fizer em ter-mos de cadastro e de identificação de parcelas também é muito positivo.

Exp: Como tenciona resolver o pro-blema de cadastro? AC: É um problema de fundo e é algo que está na nossa agenda. A verdade é

“É PRECISO GERAR DIÁLOGO COM A DISTRIBUIÇÃO” ENTREVISTA PUBLICADA NO EXPRESSO (2011.08.27)

A ‘superministra’ da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território tem nas mãos uma das principais apostas políticas do CDS. Assunção Cristas começou com medi-das simbólicas de acabar com as gravatas no seu ministério de forma a reduzir o consu-mo energético para depois avançar com o anúncio da extinção da Parque Expo e da Arco Ribeirinho Sul, além de ter desbloqueado verbas do PRODER — Programa de Desenvolvi-mento Rural. Em entrevista ao Expresso, explica a sua visão sobre a agricultura.

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que há muita informação no Estado, mas muito desconexa, é preciso fazer a ligação entre as várias bases de dados. As Finanças são um parceiro aqui indis-pensável. Quem tratar a terra, quem a cultivar, quem faz agricultura deve ter determinados valores de IMI, quem não faz nada tem outros. É um caminho possível, que obriga a rever todas as matrizes rurais. Mas a matriz urbana é prioritária, com o acordo da troika passa à frente.

Exp: O imposto deve aumentar para quem não usar as terras? AC: Não. Isso seria uma lógica de expropriação. A nossa lógica é: quem trabalha a terra deve ter um benefício por isso, quem não a trabalha, das duas uma: ou é muito rico e isso não lhe pesa no orçamento, pelo que paga o imposto como qualquer pessoa. Ou então se isso já lhe pesa terá oportuni-dade de colocar a terra à disposição de quem a quiser trabalhar. Isto tem de ser estudado com as Finanças, natural-mente. No fundo, haveria dois estímu-los para quem disponibilizar as suas terras para outros poderem trabalhar nelas: pagaria menos imposto e ainda receberia uma renda. “É verdade que caí aqui de paraquedas”

Exp: O sector agrícola ainda olha para si com alguma desconfiança e até há quem diga que caiu aqui de paraquedas, pois não se lhe conhece ligação à agricultura. Como lida com estas críticas? AC: Lido muito bem. É verdade que caí aqui de paraquedas no sentido de que não tenho nenhuma ligação anterior à agricultura. Sou professora universitária de Direito Privado. Não sou nem enge-nheira agrónoma nem engenheira do ambiente, portanto nada me qualifica

do ponto de vista técnico para estar aqui. O que me qualifica para estar aqui é ser política. Mas graças a Deus os secretários de Estado dominam bem as

matérias. É uma equipa diversificada com experiências muito relevantes.

Exp: Como espera ganhar a confian-ça dos agricultores? AC: Por exemplo, este empenho em desbloquear verbas do PRODER que estavam em atraso, obviamente que isso vai ser um sinal de credibilidade. As palavras têm uma grande importân-cia, o discurso tem uma grande impor-tância, mas se ficar por aí e não tiver uma tradução prática...

Exp: A redução do número de efecti-vos dos Gabinetes está concluída? AC: No meu gabinete consegui ter menos 50% de pessoas. O exemplo mais paradigmático - vale o que vale - é que os ministérios da Agricultura e do Ambiente tinham sete motoristas e agora tenho apenas dois. Prefiro cortar nos motoristas a cortar nos adjuntos.

Exp: Como gere as idas a Bruxelas? AC: Na Agricultura é uma vez por mês e no Ambiente são oito vezes por ano.

Na primeira fase fui a tudo porque também queria conhecer e dar-me a conhecer. Tentarei ir sempre que me for possível.

Exp: O Ministério da Agricultura foi no passado um dos mais atingidos pela redução de pessoal... AC: É verdade. Mesmo assim vamos diminuir o número de estruturas, de dirigentes, de forma ambiciosa. Com certeza faremos algum ajustamento, nomeadamente aproveitando para rea-locar gente. Há gente que está na mobilidade que nos faz falta, mas eu tenho consciência de que é muito difícil ir buscar estas pessoas se não tivermos um contraponto. Neste momento temos cerca de 6500 pessoas na Agri-cultura, no Ambiente menos. No total são 10.500 pessoas.

Exp: A alguma meta em termos de redução de efectivos? AC: Não. As metas que existem nos termos do acordo com a troika são de 15% nas estruturas e 15% nos dirigen-tes. Nós iremos muito além da meta.

Exp: Isso significa 20%? 30? AC: Será muito além da meta.

■ Informação ANIL Set 2011 ■ 15

CEREAIS: “É uma área em que temos agora boas oportunidades, nomeada-mente nos cereais de regadio, e do milho em particular. Somos deficitários. Dificilmente deixaremos de o ser, mas podemos fazer mais al-guma coisa, nomeadamente na própria questão do armazenamento, que é uma parte mui-to importante”. [...]

VINHO: “É o sector onde fizemos a maior evolução. Ainda temos que nos organizar melhor ao nível da exporta-

SECTOR - A - SECTOR ção, apesar do trabalho já feito pela ViniPortugal e Wines of Portugal. Mas ainda há poucas garrafas de vinho por-tuguês nas prateleiras das garrafeiras internacionais”. LACTICÍNIOS: “É dos poucos secto-res onde somos autossuficientes. Há aqui o problema das quotas leiteiras, vamos defendê-las até ao fim. Há con-centração da produção”. PECUÁRIA: “Temos belíssima carne e capacidade para produzir mais. Temos alguns bons exemplos, como a carne

alentejana, barrosã, mas continuamos a ser deficitários na suinicultura. Importa-mos muita carne de porco de Espanha e ainda há problemas ambientais”. HORTOFRUTÍCOLAS: “É mais um bom exemplo na agricultura portugue-sa, vamos manter a marca Portugal Fresh e reforçar a presença internacio-nal. Ainda importamos imensa maçã porque exportamos muita da que pro-duzimos e porque não temos tido capa-cidade para produzir mais. Há muito para fazer ao nível da distribuição”.

(continua na página 23)

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16 ■ Informação ANIL Set 2011 ■

Jornal de Negócios (JdN): Como é que estão os prazos de pagamento com a distribuição? João Paulo Girbal (JPG): As empresas estão cada vez mais apertadas. Obvia-mente que a relação com a distribuição tem um grande peso nisso. Até aqui há muito pouco tempo, o prazo médio dos grandes grupos do retalho aos for-necedores era de 74 dias. E o prazo médio de recebimento desses mesmos grandes grupos pelas suas vendas (estamos a falar de grossistas) era de 12 dias. Eles tinham 62 dias de crédito gratuito. Com o apertar do crédito pela banca, onde é que eles vão buscar o crédito?

JdN: Estão a negociar com a distri-buição? JPG: Não há de forma nenhuma mar-gem para negociar. Não podemos ser anjinhos. O modelo de distribuição está construído através de um modelo em que eles ficam com aquele crédito dos seus fornecedores. Os fornecedores ficam mais fragilizados. Vamos ver o acelerar do desaparecimento de empresas.

JdN: O que é que pode ser feito? JPG: Neste momento impõe-se a necessidade de fazer uma revisão de tudo aquilo que enquadra as relações entre a produção e a distribuição. Tem de ser corrigido o desequilíbrio de poder entre a compra e a venda.

JdN: Começando por prazos de pagamento? JPG: Por exemplo. Mas também as condições contratuais, a resolução de conflitos, todas essas componentes têm que ser trabalhadas. Neste momento, o que nós vemos é que o poder está totalmente do lado da compra, do dis-tribuidor, de quem compra os produ-tos, e a regulação aí é muito frágil.

JdN: Está desactualizada? JPG: No mínimo. Ainda por cima, como vimos um aumento da concen-tração, menos têm mais poder, isto agrava-se. O poder sobre a indústria é

grande, o aumento das importações por esses grupos para as suas próprias marcas também tem fragilizado ainda mais a indústria e a produção portugue-sa. O aumento da competitividade em Portugal tem a ver essencialmente com a reindustrialização do País. Não é per-mitindo que a distribuição ganhe cada vez mais força que se contribui para a reindustrialização de Portugal – foi pre-cisamente isso que a fragilizou!

JdN: Algumas vezes, a indústria beneficia das marcas próprias. Não é a distribuição que faz os produtos. JPG: A indústria de marca não beneficia disso. As condições em que esses pro-dutos concorrem com os de marca nas prateleiras são tão desiguais, a forma-ção do preço é tão desigual, isso é que causa o problema. Eles têm neste momento o poder de decidir quais os produtos que podem ser bem ou mal sucedidos, manipulando os preços. Com esse poder todo, também conse-guem condicionar a actuação dos for-necedores.

JdN: Então qual é a solução? Está a sugerir que seja uma terceira parte a estabelecer os preços? JPG: Não.

JdN: O estabelecimento tem que deixar de ter marcas próprias? JPG: Não. Imaginemos uma situação em que só havia marcas que não eram da distribuição. Eles é que determina-vam o preço final ao consumidor de todos os produtos que lá estavam, com base na negociação com os fornecedo-res e com o que viam do público. Essa situação é um direito que lhes assiste, têm licença para distribuir, distribuem. A outra situação é mais complicada. Que é terem um produto que foi feito porque este produto de marca teve sucesso e lhes deu toda a informação confidencial para poderem fazer aquele produto – isso é que está mal. O que tem que haver aqui é uma clareza na formação do preço e no tratamento.

JdN: Imaginemos que durante este

mês o ministro da Economia marca uma reunião com a Centromarca. Quais é que seriam as medidas prio-ritárias? JPG: O ministro, que também tem o emprego, sabe perfeitamente que temos que revitalizar toda a indústria para tapar este buraco. Vamos ter que fazer com que apareçam mais empre-sas, mais indústria, mais propriedade intelectual, mais exportação, mais emprego e qualificado. A distribuição tem um papel fundamental, atenção. A distribuição não pode desaparecer, tem que se desenvolver. Mas de uma forma que seja benéfica para todos. Tem que haver mecanismos para que o aumento da concentração na distribuição não se traduza num agravar das condições para os fornecedores – competências da Concorrência, da ASAE. Há incenti-vos que têm que ser feitos: alterações legislativas, maior clareza e maior actuação de uma entidade fiscalizadora; garantir que o sistema financeiro no país funcione, que existe dinheiro para as empresas financiarem a sua produ-ção. Isso é fundamental.

JdN: Há dias a Sumol+Compal admitiu que se houver mais IVA há possibilidade de haver menos inves-timento. Esta é uma hipótese real, ou é conversa para iniciar negocia-ções com o Governo? JPG: Não, não. É real. É um perigo real. Se acrescentarmos à retracção do con-sumo em Portugal, aumentos de impos-tos ao consumidor, estamos a agravar uma situação já grave em si mesma.

JdN: Como prevê o segundo semes-tre para as empresas de consumo, entre conjuntura, imposto extraordi-nário e eventual alteração do IVA? JPG: Os efeitos desta austeridade ainda não se começaram a fazer sentir em toda a sua força. A retracção do consu-mo, as alterações dos hábitos de con-sumo vão-se se fazer sentir imenso neste segundo semestre. O potencial para haver problemas é grande.

INDÚSTRIA FOI FRAGILIZADA PELA DISTRIBUIÇÃO ENTREVISTA PUBLICADA NO JORNAL DE NEGÓCIOS (2011.09.05)

Entre retracção de consumo, imposto extraordinário e mudanças no IVA, o “potencial para haver problemas é grande” este ano, defende João Paulo Girbal, em entrevista ao Jornal de Negócios. A indústria fabricante de marcas de grande consumo não esconde receios quanto ao segundo semestre. Governo ajudava se reforçasse a regulação entre fornecedores e a distribuição, defende o presidente da Centromarca.

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JdN: Acha que Portugal pode ter conflitos sociais como a Grécia? JPG: Depende de como forem feitas as coisas.

JdN: Como é que têm que ser feitas? JPG: Sabendo nós que estas coisas difí-ceis podem degenerar em conflitos sociais, há sempre essa possibilidade. Mas penso que aí o Governo tem agido muito bem, está a investir nas áreas que fazem sentido. Se esse trabalho for feito, se o trabalho de comunicação for feito com clareza, com realismo, com candura, é possível evitar problemas que outros países viram, nomeadamen-te a Grécia. E julgo que podem ser evi-tados.

JdN: Como é que devia ser feita a redução da Taxa Social Única (TSU)? JPG: É fácil perceber o conceito, per-ceber que reduzindo os custos para a empresa ela se tornaria mais competiti-va. Agora depende dessa redução, do montante da redução, da forma como é feita, compensada. Vamos ter que subs-tituir um imposto por outro. Um imposto à empresa por um imposto ao consumo. Será que esse imposto ao consumo depois não vai constituir m incentivo maior à economia paralela? Um aumento do IVA assim indiscrimi-nado? Será que a substituição da TSU,

da forma como ela está a ser discutida, não se traduzirá depois num enfraque-cimento das empresas pela via do con-sumo?

JdN: Este é um ponto que toca a Centromarca particularmente, por-que são empresas que vivem do con-sumo. Teme que a baixa da TSU seja feita só pela via IVA? JPG: Essa é uma preocupação grande, obviamente. Normalmente as pessoas focam-se em ‘silver bullets’, na poção mágica do Astérix.

JdN: Acha que a TSU está a ser encarada como tal pelo discurso político? JPG: Obviamente. Às vezes gastamos demasiadas energias com um ingredien-te, quando eventualmente devíamos estar a distribuir essa nossa energia por uma série de coisas que têm que ser feitas em simultâneo, ligadas para dar um efeito maior.

JdN: Estamos a esquecer outras áreas onde se podia intervir? JPG: Sim. Fala-se na flexibilização do mercado de trabalho, para se poder permitir reduções mais fáceis. Em Por-tugal, um problema que temos é que é muito difícil ser empreendedor. Porque sabemos que a actividade de ser empreeendedor implica o risco de falhar. Ora, em Portugal, como não

existe capital de risco à séria, como não existem ‘business angels’ suficien-tes, dispostos a apoiar determinados tipos de empresas… A actividade de empreender implica risco. E falha-se, às vezes. Em Portugal, quando isso acon-tece, esse empreendedor acabou.

JdN: Em Portugal não há uma rede que sustente esse empreendedoris-mo? JPG: Não. O que acontece é que nós temos uma situação laboral extrema-mente penalizadora. Pode ser confortá-vel para o trabalhador, mas é um con-forto que não é real. Porque, por exemplo, se para resolver determina-das situações, para as empresas conti-nuarem a operar e manter 100 postos de trabalho, dois ou três postos tive-rem que ser eliminados, é um drama para as pessoas mas a empresa pode continuar. Temos que proteger as pes-soas, não é o emprego – que é uma grande diferença. O que me interessa proteger o emprego numa empresa que é ineficiente? Nada. Interessa-me é proteger a pessoa. Há aqui um trabalho a fazer em termos de legislação laboral. A maior parte está prevista na troika, mas há outros temas em que podemos pensar com as nossas cabeças. O Governo tem essa missão, e a oposição também, de conseguir resolver estas situações para ter uma economia mais competitiva e dinâmica.

■ Informação ANIL Set 2011 ■ 17

“TEMOS DE PROTEGER AS PESSOAS, NÃO O EMPREGO”

OUTROS ASSUNTOS (continuação da página 21)

COMPANHIA DAS LEZÍRIAS: “A Companhia das Lezírias dá dinheiro. Além disso, tem uma relevância muito grande não só ao nível agrícola mas também ao nível ambiental. Não é matéria que me preocupe neste momento, tenho outras prioridades”. ÁGUAS DE PORTUGAL: “Haverá notícias brevemente sobre a Águas de Portugal. Já gastámos muito tempo com essa matéria”. MENTALIDADES: “Agosto é um mês em que as pessoas param no Alentejo porque estão habituadas a fazer sequei-ro. Passar a fazer regadio, para a vida quotidiana dos agricultores, implica uma revolução grande. Mais importante neste momento é encontrar bons exemplos, boas práticas, conseguir atrair e motivar pessoas para aprovei-tar e mostrar o que se pode fazer nas

terras junto ao Alqueva. E que isso depois seja replicado à medida que o regadio vai aumentando. Podemos demorar um bocadinho mais tempo a concluir a obra do Alqueva mas à medi-da que a vamos concluindo vamos ten-do resultados, porque não nos serve de muito ter os 120 mil hectares de rega-dio e depois a seguir não sabermos quem vai aproveitar aquela água”. JOVENS AGRICULTORES: “2% dos agricultores em Portugal têm menos de 35 anos, é muito pouco, está muito longe dos números europeus. Temos de estimular gente mais jovem e com mais formação a ir para a agricultura, o que tem a ver com os apoios específi-cos aos jovens agricultores, uma priori-dade deste Governo” ESTRADA NA C. CAPARICA: “Na Costa de Caparica ia ser feita uma estrada em cima de terrenos agrícolas no âmbito da concessão do Baixo Tejo. O Ministério da Economia tinha uma

motivação que tinha a ver com a pou-pança de verbas e nós tínhamos uma motivação que era que não passasse por terrenos agrícolas e pela mata dos Medos, uma área muito cara ao sector do ambiente. Com a decisão de suspen-der consegue-se encontrar uma solu-ção boa quer para o Ambiente quer para a Agricultura”. FUSÃO DE INSTITUTOS: “Quando falamos em juntar numa entidade nova as florestas e a conservação da nature-za estamos a juntar matérias que às vezes eram conflituantes mas que têm muito mais em comum do que o que as afasta”. LADO MAU DE SER MINISTRA: “A parte mais difícil é ver o marido e os filhos irem para férias e eu não poder ir. Estamos a chegar ao fim de Agosto, vou ter de ir comprar material escolar, as crianças vão começar as aulas e tudo isto me passou ao lado, mas era total-mente previsível”.

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1. Porque depende a indústria agro-alimentar nacional tão fortemente da moderna distribuição a operar em Portugal? O surgimento da moderna distribuição em Portugal processa-se com a abertu-ra do primeiro hipermercado Conti-nente, em Matosinhos, em 1985. Daí para cá, a distribuição induziu novos hábitos de compra e de consumo, e em diversas zonas do país, onde era difícil o acesso dos consumidores locais a diversas gamas de produtos permitiu, com a implantação de múltiplas unida-des comerciais, a aproximação dos consumidores dos produtos. Contudo, o aparecimento destas unida-des comerciais de média e grande dimensão teve como consequência directa o desmantelamento de uma elevada parcela do chamado ‘comércio tradicional’, fazendo com que a percen-tagem das vendas da generalidade das empresas fornecedoras aos operadores da moderna distribuição não cesse de aumentar, sendo que hoje supera para diversas gamas de produto os 85 por cento das vendas totais. Paralelamente a esta modernização do aparelho comercial foram concretizan-do sucessivos movimentos de concen-tração do lado da distribuição, nunca contrariados pelas autoridades compe-tentes, fazendo com que a quota de mercado dos dois primeiros operado-res – Sonae e Jerónimo Martins – ron-de actualmente os 60% e se considera-dos que para os seis maiores grupos (mais Auchan, Os Mosqueteiros, Lidl e Minipreço) essa parcela exceda os 75%.

2. A avaliação das operações de concentração no seio do sector da distribuição considera os interesses dos respectivos fornecedores? Os sucessivos movimentos de concen-tração que se efectivaram no seio da moderna distribuição, foram – com ligeiras ressalvas – sendo aprovados pelas autoridades competentes, tendo a

avaliação efectuada considerado, geral-mente, o impacto ao nível do restante universo de empresas de distribuição e, pela via dos preços, ao nível do consu-midor, mas esquecendo sistematica-mente todos os efeitos destas opera-ções para montante (aos fornecedores) e o seu impacto em toda a cadeia de valor. As mais recentes concentrações, de dimensão relevante, foram a Carrefour/Sonae e a Plus/JM, e tiveram nefastas consequências quer nos fornecedores que abastecem simultaneamente as cadeias adquirida e adquirente, quer nos que tinham relações preferenciais com a cadeia adquirida, seja pela redu-ção de opções de venda, seja pela apli-cação cruzada das cláusulas contratuais mais penalizadoras de cada um dos contratos de fornecimento. Também as chamadas centrais de negociação - de que a Intercompra, constituída conjun-tamente pela Makro e Auchan, é um bom exemplo – adultera o jogo da con-corrência, pela partilha de informação assumida como confidencial e pela sua utilização no jogo da negociação comercial, com consequências negativas para o conjunto de fornecedores e, muito especialmente, para os que tra-balham simultaneamente com aqueles dois operadores da distribuição.

Também, do ponto de vista do consu-midor, há aspectos – para além do potencial inflacionamento dos preços – que serão menos acautelados. Dois exemplos: as limitações que a concen-

tração introduz ao nível da qualidade dos produtos, da inovação e do lança-mento de novos produtos e da conti-nuada redução da oferta, com clara limitação da capacidade de escolha por parte do consumidor.

3. De que forma as políticas de pre-ços e de margens afectam a distri-buição do valor ao longo da respec-tiva de cadeia de produção? A concorrência entre cadeias de distri-buição e as políticas de preços e de margens que essas cadeias utilizam são, porventura, os factores de maior pres-são sobre as empresas fornecedoras. Essas cadeias são, legitimamente, enti-dades com fins lucrativos e operam num mercado bastante concorrencial. O baixo rendimento que uma parcela substancial da população portuguesa dispõe, introduz, nas várias cadeias, uma pressão permanente no sentido da utilização de baixos preços numa gama pré-determinada de produtos como factor de atracção dos consumidores aos seus espaços comerciais. Assim, nos produtos mais massificados os chamados preços-isco, apesar de oferecerem alguma rentabilidade aos distribuidores, não apenas reduzem até limites impensáveis as margens comer-ciais dos fornecedores desses produ-tos, como pressionam fortemente no sentido da baixa todos os produtos concorrentes, sob pena das respectivas vendas serem profundamente prejudi-cadas pelo diferencial de preços que se instala. Situação bem diferente verifica-se nos produtos em que o consumidor não é tão pressionado pelos preços. Aí, a distribuição não abdica de exageradís-simas margens de comercialização, exi-gindo, ao mesmo tempo, garantias de que coloca o produto no mercado a preços concorrenciais. Para além disso, gera-se junto do con-sumidor a ideia, tantas vezes errada, de que preços diferenciados na prateleira, resultam de preços igualmente diferen-ciados negociados pelo distribuidor junto dos seus fornecedores. Consumi-dor que também esquece, ou ignora, que o único responsável pela marcação de preços ao consumidor é a Distribui-ção, que utiliza esta faculdade para manipular em seu proveito os preços de todas as marcas. Finalmente, estas políticas mais ou menos anárquicas de preços e margens, marginalizam clara-mente determinados produtos, nem sempre por razões estritamente

RELAÇÕES FORNECEDORES/DISTRIBUIDORES PERGUNTAS E RESPOSTAS ÀS QUESTÕES MAIS FREQUENTES

As dificuldades no relacionamento entre fornecedores e os operadores da moderna distri-buição são, de há muito, conhecidas por todos os que estão envolvidos no processo de fornecimento, de um lado e do outro. Contudo, muitos são os que ainda não estão desper-tos para esta realidade, pelo que, sem tecnicismos desnecessários, se apresentam um conjunto de Perguntas e Respostas para as questões mais frequentemente colocadas. Este documento é a versão revista de um outro publicado nas páginas deste Informação ANIL na edição de Julho do ano transacto.

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comerciais, limitam a oferta, inibem a inovação e colocam em causa o funcio-namento e sobrevivência de inúmeras empresas fornecedoras.

4. A actuação da moderna distribui-ção induz efectivamente impactos positivos ao nível do emprego e do controlo da inflação? É usual ouvir-se referir o argumento de que a moderna distribuição tem um impacto francamente favorável ao nível da promoção do emprego, dados os elevados volumes de mão-de-obra utili-zados nos seus espaços comerciais, sendo dada forte mediatização a essas cifras. Contudo, a prática tem revelado, por um lado, que o crescimento geral-mente anunciado tende a ser bastante mais comedido, seja pela racionalização das actividades, seja por recálculo das previsões formuladas, seja pela preca-riedade de grande parte deles e, por outro, que o balanço entre os postos de trabalho criados pela grande distri-buição e aqueles que desaparecem, por força do encerramento de inúmeros espaços comerciais ditos tradicionais é francamente menos positivo. Em relação ao impacto sobre a inflação, impacto que levou, durante anos, a um grande apadrinhamento da moderna distribuição por parte de sucessivos Governos, há a considerar que a res-pectiva actuação difere largamente, caso estejamos a analisar os produtos mais massificados – as chamadas gamas de entrada – ou os produtos mais dife-renciados, onde o factor preço é objec-to de diferente abordagem, sendo que o consumidor nas suas visitas aos res-pectivos espaços realiza inúmeras com-pras de impulso e de oportunidade, sendo que nessas a preocupação com os preços é muitas vezes descurada. A própria política de preços e margens, atrás referenciada, inibindo uma maior concorrência com espaços comerciais exteriores ao círculo das grandes insíg-nias, também acaba por limitar um maior impacto sobre os preços de ven-da ao público.

5. A legislação aplicável ao relacio-namento entre distribuidores e for-necedores é suficiente para a pro-moção da respectiva transparência? Portugal possui um quadro razoavel-mente amplo em matéria de legislação da concorrência, consubstanciado num conjunto de diplomas essenciais (Lei 18/2003, DL 370/93, alterado pelo DL

140/98, e DL 371/93). No entanto, o impacto prático da respectiva aplicação tem sido bastante limitado. O facto de a generalidade das actua-ções resultar de denúncias efectuadas pelas entidades que se sentem penaliza-das com determinadas práticas é, conhecendo o desequilíbrio na correla-ção de forças existente entre as partes, um factor de limitação do alcance daqueles diplomas, pois raras são as empresas que, tendo consciência das represálias comerciais que poderão surgir e tendo igualmente consciência da ausência de mercados alternativos para a colocação dos seus produtos, terão a veleidade de apresentar queixas relativamente aos comportamentos abusivos dos seus principais clientes. Também deve ser referenciada a morosi-dade com que estes processos são instruí-dos, fazendo com que, mesmo que penaliza-dos, os comportamen-tos da distribuição apenas sejam travados quando o impacto económico, comercial e concorrencial já deixou marcas profun-das, muitas vezes irre-versíveis. Desta forma, pode afirmar-se que a legislação actual, se aplicada de forma regular, suportando uma prática normal de vigilância dos mercados por parte das entidades reguladoras e fiscalizado-ras, poderia, por si só, dar um contri-buto valioso para a promoção de uma maior transparência no mercado. É necessário, contudo, referir que o actual quadro legislativo foi construído com base numa cadeia de valor que se estruturava entre produtores, transfor-madores e consumidores e em que o legislador pretendia proteger os pri-meiros e os últimos do poder negocial acrescido que a indústria possuiria. Actualmente, essa estruturação da cadeia sofreu uma profunda alteração, em especial nos produtos ditos de grande consumo, onde a moderna dis-tribuição adquiriu um poder negocial muito elevado, não se verificando a necessária adaptação da legislação ao formato do mercado nos dias de hoje e a esta nova relação de forças. Hoje, a discussão, a nível nacional e comunitário, incide sobre as formas

mais adequadas de lidar com este ‘novo’ fenómeno e como prevenir os impactos da concentração da moderna distribuição, não apenas a jusante, em relação aos consumidores, mas tam-bém (e cada vez mais) a montante, em relação a todo o tecido fornecedor (seja de produtores primários, seja da indústria transformadora). Matérias como as da definição de mer-cados relevantes, da definição do con-junto de descontos e serviços a utilizar para o cálculo do efectivo custo de aquisição de um produto (e sua aplica-ção na avaliação das situações de venda com prejuízo), do estabelecimento de prazos de pagamento ‘moderados’ ou do estabelecimento de um quadro legal para a presença das chamadas marcas

brancas no mercado, deverão ser objecto de melhor enquadramento na legislação comunitária e nacional. Finalmente, não deve ser esquecido que a moderna distribuição é, ela pró-pria, uma prestadora de serviços junto dos seus fornecedores, pelo que deve-riam ter a obrigação legal de possuir as respectivas tabelas de preços e justifi-car a relação entre valores cobrados enquanto contrapartidas contratuais e serviços efectivamente prestados. 6. As empresas fornecedoras pos-suem, em Portugal, mercados alter-nativos de comercialização? O mercado nacional é relativamente limitado e está fortemente concentra-do num conjunto de operadores (Sonae e Jerónimo Martins, com quase três quintos do mercado, mais Auchan, Os Mosqueteiros, Minipreço, Lidl, Mak-ro e, em menor escala, E.Leclerc), os quais representam, para diversas empresas, mais de 85% das suas vendas. As mais importantes empresas fornece-doras, estão presentes em todas aque-las cadeias de distribuição pelo que não

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têm forma de compensar – via alterna-tivas existentes – a perda de qualquer daqueles clientes. Tal significa um poder negocial e de imposição acrescido de cada um daque-les operadores relativamente aos seus fornecedores. Outra consequência desta inexistência de mercados alternativos refere-se à abertura de novas lojas e à consequen-te imposição de novas exigências, que, na maior parte das insígnias, se reflecte na presença comercial em todas as lojas desse grupo. Muitas dessas novas lojas correspon-dem a uma concorrência directa entre insígnias, quando não dentro de uma mesma insígnia e funcionam normal-mente como uma canibalização das lojas já existentes, não se reflectindo num volume de vendas adicional para a empresa fornecedora, mas tão só numa eventual flutuação/redistribuição das suas vendas entre cadeias ou entre lojas de uma mesma cadeia. Finalmente, referência ao facto de à saída de linha de uma determinada insígnia corresponder a perda de todos os investimentos aí realizados: fee de referenciação, despesas comerciais, contribuições para a abertura de novas lojas e outras campanhas promocionais da insígnia, etc. 7. A moderna distribuição tem sido favorável ao escoamento e valoriza-ção das produções nacionais? A evolução da grande distribuição em Portugal ampliou os mercados de inú-meros produtos e conquistou espaço de prateleira e quotas de mercado para os produtos e empresas nacionais. Contudo a crescente concorrência entre operadores e o incremento da pressão negocial sobre os fornecedo-res, têm sucessivamente penalizado as respectivas margens operacionais, colo-cando-as em níveis intoleráveis. Esse facto, conjuntamente com a crescente importação realizada para o aprovisio-namento das lojas da grande distribui-ção e com o grau de dependência de um reduzido número de operadores da distribuição tem vindo progressivamen-te a condicionar o desenvolvimento do sector agro-alimentar, sendo actual-mente a relação fornecedores/distribui-dores o mais significativo estrangula-mento que o sector enfrenta. A redução do número de referências por segmento e o aumento da quota de mercado das MDD e das marcas PP

tem vindo a retirar espaço de prateleira a um número crescente de empresas, as quais, face à reduzida dimensão do mercado para lá dos operadores da moderna distribuição, são empurradas para o fabrico das MDD. Contudo, uma parcela significativa dos produtos vendi-dos sob estas marcas é adquirida no exterior, sem que, em muitas situações, tal seja justificado pela ausência de capacidade nacional de fornecimento. Essas importações resultam de uma preocupação exclusiva do aumento de rentabilidade das suas operações ou, pior ainda, para funcionar como factor de pressão adicional sobre os fornece-dores nacionais, seja para a redução dos respectivos preços de cedência, seja para a redução das respectivas quotas de mercado e obtenção maiores vantagens negociais. Recorde-se que na maioria das situa-ções, os operadores não identificam a origem dos seus produtos, induzindo os consumidores a realizar a sua opção exclusivamente numa base preço. Impõe-se, assim uma forte acção per-suasiva, por parte do poder político,

que ‘empurre’ as cadeias de distribui-ção a reforçar o seu aprovisionamento junto de fornecedores nacionais e a conceder um espaço crescente nas suas lojas aos produtos fabricados em Por-tugal. Deverá, ainda, promover-se um esquema voluntário de rotulagem de origem dos produtos MDD, que possi-bilite ao consumidor uma escolha mais consciente no acto de compra e, por essa via, induza as cadeias a adquirir esses produtos no nosso país. 8. Têm sido bem sucedidos os esfor-ços de autoregulação desenvolvidos pelas organizações representativas da indústria fornecedora e das insíg-nias da moderna distribuição? Portugal foi dos primeiros países a enveredar por mecanismos de auto-regulação entre a moderna distribuição e a indústria fornecedora. A CIP, em

representação dos fornecedores, e a APED, pelos distribuidores, assinaram em 1997 um Código de Boas Práticas Comerciais, visando mediar e resolver os conflitos entre as partes e consti-tuindo uma Comissão Permanente de Acompanhamento e Avaliação, presidi-da por uma personalidade independen-te. No entanto, doze anos volvidos, o balanço que se pode fazer da imple-mentação deste Código de Boas Práti-cas é, pelo menos do lado dos fornece-dores, francamente negativo. Para além de não possuir qualquer poder de dis-suasão, a própria forma de actuação da Comissão Permanente, com reuniões espaçadas e processos de avaliação morosos funciona como um factor de desmotivação. O conjunto dos secto-res fornecedores entende que a exis-tência do Código de Boas Práticas Comerciais acaba por funcionar como uma protecção adicional para o exces-sivo poder da moderna distribuição e como um escudo para as suas condutas e práticas abusivas, por entender-se que deverão ser para ali remetidas – e não directamente para as autoridades competentes ou para os tribunais – as denúncias sobre tais práticas e condu-tas.

9. A comercialização dos produtos MDD está enquadrada legalmente? Essa comercialização tem impacto na cadeia de valor dos produtos de marca? A comercialização dos produtos de “marca de distribuidor”(MDD), sejam aqueles que ostentam os nomes da insígnia comercial do conjunto de lojas onde são vendidos, sejam os exclusivos dessas cadeias, normalmente designa-dos como produtos de marca de “primeiro preço” (PP), assume – pelo vazio legal em que ocorrem – vanta-gens que as marcas de fabricante não usufruem dado possuírem, pois a lei proíbe a esta últimas, por exemplo, concertar preços com os seus compe-tidores ou conhecer antecipadamente informação comercial sensível sobre as suas marcas concorrentes. Apesar de competirem pelo mesmo espaço de prateleira e pelas escolhas do consumidor com os restantes pro-dutos presentes em cada espaço comercial, a forma como as MDD che-gam aos lineares e se apresentam ao consumidor, pode configurar uma clara prática de concorrência desleal. Desde logo, porque não são obrigados a reali-

20 ■ Informação ANIL Set 2011 ■

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zar todos os avultados investimentos que um outro qualquer fornecedor tem que fazer quer para referenciar os seus produtos, quer para os manter, de forma competitiva, em linha. E também porque o seu posicionamento, nos lineares, em termos de preços ou em termos de política promocional, é reali-zado pela cadeia de distribuição, que possui prévio conhecimento das deci-sões e opções de cada um dos produ-tos concorrentes, conhecimento esse que é interdito e fortemente punido quando ocorre entre empresas do lado dos fornecedores. Há ainda a considerar a subsidiação cruzada dos produtos MDD e PP à custa das Marcas de Fabricante, já que parte dos investimentos por si realiza-dos (financeiros, mas também ‘físicos’, como por exemplo ao nível da logística ou da reposição) são canalizados para aqueles produtos, que, por essa via, são libertados de parcelas importantes da respectiva estrutura de custos Todas estes constrangimentos têm um forte impacto nas cadeias de valor dos pro-dutos de marca, seja pelo encarecimen-to que geram por via dos fundos que libertam para subsidiação dos produtos MDD/PP, seja pela desvantagem con-correncial evidente, seja ainda pela pressão sobre os seus próprios preços e margens que é introduzida no merca-do por produtos que beneficiam de um claro ‘facilitismo’ legal. Face à concentração do mercado da distribuição e à clara redução da oferta apresentada em cada espaço comercial, já são muitas as empresas a quem o fabrico de produtos MDD/PP se apre-senta como uma alternativa importante, quando não mesmo a única, sendo já diversos os casos em que a parcela do volume de negócios, mesmo em empresas de produtos de marca, deri-vada da comercialização de produtos MDD/PP ultrapassa os 50%. Também aqui há a referir a política de elevadíssi-ma infidelidade dos distribuidores rela-tivamente aos fabricantes dos seus pro-dutos MDD/PP, gerando uma incerteza superior ao aceitável no mundo dos negócios, quando, como é sabido, os fornecedores desenvolvem inúmeros investimentos e outro tipo de acções para fazer face às exigências introduzi-das pelos distribuidores nesse tipo de contratos de fornecimento.

10. A actuação das autoridades competentes tem contribuído para a

promoção daquela transparência nas relações entre moderna distri-buição e os seus fornecedores? Como foi já referenciado, para lá das lacunas que persistem a nível do qua-dro legislativo, é notória a escassa actuação de vigilância e fiscalização desenvolvida pelas autoridades compe-tentes, em Portugal. O facto de a gene-ralidade das actuações ser, como refe-rido, desenvolvida a partir de denún-cias, condiciona fortemente o impacto que poderia derivar de uma actuação persistente das autoridades. Aparentemente, um dos problemas surge da incapacidade, em termos ope-racionais, mas também em termos do seu espectro legal de actuação, de actuação da Autoridade da Concorrên-cia (AdC), sendo que, em simultâneo, não é visível uma aptidão e capacidade da parte da Autoridade para a Seguran-ça Alimentar e Económica (ASAE) para actuação em relação a este tipo de questões. Parece, pois, necessário, uma melhor delimitação das áreas de actua-ção da AdC e da ASAE, dotando a pri-meira de uma maior operacionalização, que lhe permita dar resposta eficaz e em tempo útil (e adequado ao funcio-namento do mercado) aos processos que lhe são submetidos, e dotando a segunda de meios humanos, técnicos e operacionais, que permitam a tal actua-ção continuada no mercado, detectan-do, corrigindo e penalizando os com-portamentos abusivos dos operadores da moderna distribuição.

11. As dificuldades neste relaciona-mento são exclusivas de Portugal? Existem evoluções na regulamenta-ção destas relações e na sua aplica-ção a nível comunitária e noutros países europeus? A delicadeza e controvérsia que envol-ve o relacionamento entre a grande distribuição e os seus fornecedores,

não é, obviamente, uma situação vivida exclusivamente no mercado português. Existe hoje alguma unanimidade sobre as diferenças que podem ser encontra-das na forma como a moderna distri-buição opera (conduta que adopta, práticas que utiliza) entre os países do Sul e Norte da Europa. Os índices de concentração são mais elevados no Norte da Europa, mas a conflitualidade é mais notória em países como a Espa-nha, França ou Portugal, onde o tecido fornecedor tem-se queixado sistemati-camente dos abusos e pressões por parte dos seus clientes e tem havido uma repetida denúncia do respectivo impacto ao nível do sector fornecedor e, a montante, na produção primária. Têm sido diversas as iniciativas políticas e legislativas, tentando restringir essa conflitualidade, de que são exemplo os Reais Decretos da Morosidade (sobre os prazos de pagamento) e da Compe-tencia em Espanha, ou as Leis da Modernização da Economia e da Agri-cultura, em França. Em Espanha, está em apreciação o diploma relativo ao Melhoramento do Funcionamento da Cadeia Alimentar. Também em França, foram assinados, com a distribuição e com alguns secto-res da produção, Acordos de Margens e Preços. Espanha instituiu um Obser-vatório de Preços e em França foi cria-do um Observatório de Preços e Mar-gens (de que foi agora publicado o seu primeiro relatório de actividades). Num contexto diferente, o Reino Uni-do instituiu um mecanismo de regula-ção, emanado da Administração Públi-ca, suportado num Código de Boas Práticas [Groceries Supply Code of Practice (GSCOP)], mas de aplicação compulsória, sendo a sua implementa-ção verificada e fiscalizada por um Pro-vedor [Ombudsman/Adjudicator], que tem poderes de arbitragem mas tam-bém sancionatórios e de decisão relati-vamente à interrupção de práticas con-sideradas abusivas, por qualquer das partes. Este mecanismo de regulação retira os constrangimentos que podem ser encontrados num sistema de auto-regulação voluntário ferido de um ele-vado desequilíbrio negocial e em que as regras de implementação são vagos e pouco eficazes e poderia ser uma solu-ção interessante para promover uma maior transparência no relacionamento entre fornecedores e moderna distri-buição em Portugal.

■ Informação ANIL Set 2011 ■ 21

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22 ■ Informação ANIL Set 2011 ■

Os Bens de Grande Consumo (BCG) perderam facturação <8-0,4<59 na Quadrisemana 28 (período de 20 de Junho a 17 de Julho). Os Fabricantes

perdem facturação (-3,1%), enquanto as Marcas de Distribuição e Primeiros Preços (MDD+PP) crescem 5,5%, mas estão com uma nítida tendência de desaceleração de crescimento nos últi-mos períodos. Em termos do período acumulado de

2011 (Janeiro a 17 de Julho), os Bens de Grande Consumo estão a crescer 1,2%. Analisando a Quadrisemana 28 por

Categoria: a) A Alimenta-ção tem vindo a reduzir os seus cresci-mentos via a desaceleração das MDD+PP (+6,3%%), que já cresceram a dois dígitos em vários perío-dos de 2011. Os fabricantes, na Alimenta-ção, conse-guem melho-rar (-1,5%) a sua tendência versus os dois períodos ante-riores. b) As Bebidas começaram o Verão de for-

ma negativa com as MDD+PP estagna-das (+0,3%) e os Fabricantes a terem a pior performance do ano ((-4,6%). c) Foi um período muito negativo para a Higiene do Lar com os Fabricantes a caírem –7,7% versus o período homó-logo.

d) Na Higiene Pessoal os Fabricantes perdem -3,7%, enquanto as MDD+PP mantêm uma boa perfor-mance (+8,2%). Neste início de Verão, apenas os Hipers resistem (+6,2%) enquanto todos os outros formatos de loja perdem vendas. A evolução positiva dos Bens de Grande Consumo no ano 2011 (+1,2%) é uma excepção quando comparada com os Outros Bens de Consumo.

No total Cabaz (incluindo BGC mas também Livros, DVD, Duráveis, Ves-tuário, etc). os Lares Portugueses rea-gem ao contexto Crise “controlando”

o valor total da sua despesa, o shopper português reage à crise racionalizando os seus gastos: vai menos vezes às compras, procurando “evitar” pontos de contacto com o “consumo”.

Há quebras de tendência de consumo no total Cabaz dos Lares nos últimos dois anos.

GRANDE CONSUMO INICIA VERÃO COM PERDAS NIELSEN SCANTRENDS (HIPERSUPER N.º 291 - 2011.09.02)

Os Bens de Grande Consumo (BCG) perderam facturação (0,4%) na Quadrisemana 28 (período de 20 de Junho a 17 de Julho). Os Fabricantes perdem facturação (-3,1%), enquanto as Marcas de Distribuição e Primeiros Preços (MDD+PP) crescem 5,5%, mas estão com uma nítida tendência de desaceleração de crescimento nos últimos períodos.

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■ Informação ANIL Set 2011 ■ 23

[...] pela primeira vez, na história da UE, que o Parlamento tem o poder de co-decisão com o Conselho em matéria de agricultura, o que reforça também o papel dos deputados neste debate.

1. A PAC rumo a 2020 O documento mais abrangente dos três é certamente o da PAC rumo a 2020, pelo que me refiro primeiramente a este. A Comunicação da Comissão apresentava propostas favoráveis à agri-cultura portuguesa em geral, nomeada-mente: a exigência de uma PAC forte e também do seu financiamento adequa-do, a aposta na simplificação e na flexi-bilização, e uma atenção particular às necessidades específicas das zonas des-favorecidas e dos pequenos agriculto-res (e ainda apoio a jovens agricultores e a novos agricultores, e promoção das vendas directas e dos mercados locais). Advogava também: uma clara distinção entre o 1 e 2 Pilares; um novo modelo de distribuição das ajudas para uma maior equidade entre os EM, com paga-mento base (flat rate) desligado, de forma a garantir que os agricultores em todos os EM recebam uma parte míni-ma do nível médio dos pagamentos directos ao nível da UE (os pagamentos podem manter-se ligados só para alguns sectores); um esverdeamento também no 1 Pilar (e ainda medidas agro-am-bientais e contra alterações climáticas; incentivos para quem ultrapassar metas estabelecidas); um pagamento vinculado aos bens públicos ambientais; apoio a infra-estruturas, investimento, inova-ção, transferência de conhecimento. O Relatório do PE sobre esta Comuni-cação foi já votado e, em linhas gerais, segue a linha proposta pela Comissão. A mesma orientação deverá ser confir-mada nas propostas legislativas que a CE apresentará a 5 de Outubro e que virão a traduzir os princípios organiza-dores da nova PAC em medidas con-cretas de implementação efectiva.

2. O Pacote do Leite Incido de seguida sobre o Pacote do Leite e neste contexto, a Comunicação da CE constitui um desapontamento

para as necessidades do sector no hori-zonte do desmantelamento das quotas em 2015. Era urgente que a CE apre-sentasse alternativas credíveis de regu-lação, que contemplasse toda a fileira, o que não veio a acontecer. Com efeito, e na sequência das conclu-sões do GAN, a comunicação centrou-se na proposta de contratos meramen-te voluntários e apenas entre a produ-ção e a indústria, bem como na consti-tuição e/ou reforço dos interprofissio-nais, deixando de fora o sector coope-rativo. Brevemente, o Pacote do Leite não trouxe qualquer contributo efecti-vo para o sector no nosso país. O Relatório do PE, votado em Comis-são da Agricultura a 27 de Junho, traz, neste contexto, algumas melhorias, sem todavia responder às necessidades do sector em Portugal, nomeadamente: a obrigatoriedade dos contratos com uma duração mínima de um ano, dei-xando liberdade aos EM para legislar nesta matéria; a possibilidade de inserir uma fórmula flexível de cálculo de pre-ço e de inserir cláusulas específicas para os excedentes; uma justa distribuição dos lucros ao longo da cadeia de distri-buição alimentar; limites de 3.5%; 40% e 40% no contexto da concentração do sector; obrigatoriedade para o primeiro comprador de declarar o volume e o preço médio; prazo de 45 dias para a divulgação de informação sensível; regras de funcionamento para as orga-nizações de produtores e Interprofis-sionais e regras específicas para produ-tos lácteos com denominações protegi-das e ainda a possibilidade de regiões com marcas de qualidade delimitadas decidirem os volumes de produção. A questão das quotas leiteiras, que se procurou introduzir quer no Relatório sobre a PAC, quer no Pacote do Leite, enfrentou uma fortíssima oposição da parte da grande maioria dos deputados ao PE e o texto que se lhes refere, em ambos os Relatórios, é bastante tímido para potencializar as hipóteses de ser aprovado, o que de facto veio a aconte-cer, tendo o mérito de manter o tema

do leite na agenda política europeia. A ausência de propostas efectivas de regulamentação do sector do leite associada à total rejeição do PE de rea-preciar a decisão de desmantelamento das quotas em 2015, torna a situação muito preocupante e exige, da parte dos dirigentes políticos e associativos, rápidas medidas regionais que prepa-rem o sector para o pós-quotas.

3. O Programa POSEI Por fim refiro-me ao Posei (medidas agrícolas para regiões ultraperiféricas), no caso português, Açores e Madeira, o qual, apesar de ter sido o primeiro a ser apresentado pela Comissão, se mantém ainda em debate. Em relação ao Posei, mais até do que em qualquer outro programa, a questão fundamental é a do orçamento, o qual se integra no orçamento geral da PAC. Este último, segundo números apresen-tados no final de Junho, deverá sofrer uma diminuição real de cerca de 10%. Prevendo-se que o debate sobre o orçamento se venha ainda a prolongar, importa continuar a insistir no seu reforço para a agricultura em geral e para o programa Posei em particular como instrumento decisivo para a sus-tentabilidade e desenvolvimento da agricultura açoriana. Simultaneamente importa garantir uma maior flexibilida-de na capacidade de gestão do progra-ma, uma prorrogação dos prazos para apresentação de relatórios de avaliação e também das alterações tidas por con-venientes, medidas compensatórias para o desmantelamento das quotas leiteiras, para eventuais consequências negativas da PAC reformada e para o impacto negativo dos acordos bilaterais e multilaterais, com particular realce para o da UE com o Mercosul. Porém, não tenhamos ilusões: quase tudo depende do orçamento e se este não for reforçado, as alterações intro-duzidas ao programa não encontrarão qualquer eco positivo junto da CE.

Em síntese, o debate no Parlamento Europeu sobre temas com impacto decisivo na agricultura portuguesa foi intenso nos primeiros seis meses de 2011 e o conhecimento do debate e dos pressupostos das decisões tomadas indicam-nos já as orientações que se deverão futuramente definir. É este neste contexto que podemos e deve-mos preparar a nossa agricultura, ante-cipadamente, para o futuro que se vai traçando no presente.

AGRICULTURA EM DEBATE NO PARLAMENTO EUROPEU ARTIGO DA EURODEPUTADA Mª CÉU PATRÃO NEVES

O primeiro semestre de 2011 foi particularmente importante para a agricultura nacional. Com efeito, a Comissão Europeia apresentou, no fim de 2010, três documentos absoluta-mente decisivos para a agricultura portuguesa, os quais foram intensamente debatidos nestes primeiros meses de 2011, no Parlamento Europeu. Refiro-me ao à PAC rumo a 2020, ao Programa POSEI e ao Pacote do Leite.

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Queijo “Kosher”, fabricado de acordo com os preceitos judaicos e supervisio-nado pelo Rabino Elisha Salas, está a ser produzido pela Lacticôa – Lacticí-nios do Coa, Lda, empresa industrial de lacticínios de Vila Franca das Naves, no concelho de Trancoso. Fabricado à base de leite de cabra e ovelha recolhido na região, é uma área de produção inédita nesta zona, dirigi-da ao mercado em geral, mas sobretu-do às comunidades judaicas portugue-sas e estrangeiras.

RECORTES DE IMPRENSA

ANIL QUER REDUÇÃO DOS PRAZOS DE PAGAMENTO

Os prazos de pagamento obrigatórios a 30 ou a 60 dias - dependendo se se trata ou não de produtos perecíveis - para os contratos de compra e venda ou fornecimento de bens alimentares a que estão sujeitas as empresas de dis-tribuição perante as micro ou pequenas empresas, previstos no Decreto-Lei n.º 118/2010, de 25 de outubro, deve ser alargado a todas as empresas. Quem o diz é o presidente da ANIL, Pedro Pimentel, questionado à margem de um encontro com o secretário de Estado da Agricultura. "Nesse diploma, as excepções são mui-tas mais que a regra e numa situação conjuntural como a que vivemos, em que, do ponto de vista bancário, há uma dificuldade brutal no acesso ao

crédito, a redução dos prazos de paga-mento para todas as empresas era fun-damental", defende o dirigente associa-tivo. Recorde-se que as obrigações de pagamento a 30 ou a 60 dias aplicam-se a empresas com mais de 50 trabalhado-res e cujo volume de negócios seja superior a 10 milhões de euros, varian-do as coimas entre 150 euros e 3740,98 euros ou entre 500 euros e 44 891,81 euros consoante o agente seja pessoa singular ou colectiva. Pedro Pimentel diz que "é possível criar mecanismos regulatórios com condi-ções de funcionamento do mercado mais equilibradas". Isto porque, diz, "há questões básicas, legais, que é preciso respeitar" e "temos as maiores dúvidas que isto se possa fazer com auto-

LACTICÔA PRODUZ QUEIJO ‘KOSHER’

Sales Gomes, empresário da Lacticôa, considera ser esta uma “ mais-valia” para a empresa, que desta forma “pode

projectar-se na-cional e inter-nacionalmente com um produ-to onde está garantida a qualidade e au-tenticidade”. Entende que é também “uma

regulação", pois "a diferença de poder entre as partes é de tal maneira elevada que muito dificilmente essa auto-regulação conseguirá entrar em vigor". Questionado sobre se há abertura do Governo, Pedro Pimentel diz que "sim", lembrando que "estamos a falar de matérias que coincidem com dois ministérios (Economia e Agricultura)". É que o sector dos lacticínios, avisa, "está a viver uma situação muito com-plicada, com reduções [de preços] em cima de reduções e em que algumas empresas vão sentir as dificuldades financeiras antes das próprias dificulda-des económicas". E há "um conjunto de empresas de segunda linha que vão ter problemas sérios de sobrevivência", sendo que, "em segmentos como o queijo, pode haver encerramentos".

in Vida Económica

24 ■ Informação ANIL Set 2011 ■

forma de valorizar a produção agroin-dustrial do Interior e dos agricultores em si, com qualidade reconhecida por uma entidade de mérito e confiança internacional, representada em Portu-gal pelo Rabino Elisha Salas”. O empresário evidenciou ainda o facto de a produção de Queijo “Kasher” ocor-rer numa empresa “inserida numa região onde é visível o património que testemunha a presença hebraica, mas também onde existem ainda comunida-des, famílias e tradições judaicas vivas e activas”.

in Nova Guarda

O secretário de Estado da Agricultura defendeu "um melhor funcionamento da cadeia alimentar", considerando ser necessário "encontrar dentro das regras da concorrência uma harmoniza-ção de funcionamento dos preços". À entrada para a reunião com a ANIL, no Porto, José Diogo Albuquerque afir-mou que o sector do leite "tem que rever a sua competitividade", porque "embora tenha muita concentração de oferta ao nível dos produtores e esteja bem organizado, tem sofrido baixas de preços". Para José Diogo Albuquerque, tem de haver "um paralelismo" entre o que é o preço pago ao produtor e o preço de

MELHORAR O FUNCIONAMENTO DA CADEIA ALIMENTAR

venda no supermercado. O governante entende que não pode acontecer que os preços subam todos em paralelo ao nível do produtor e no supermercado, mas quando descem isso só se verifique no produtor. Lembrando que está prevista a elimina-ção da quota leiteira da PAC, em 2015, José Diogo Albuquerque disse que o sector do leite terá também que "rever o futuro". Apesar de Portugal "integrar o conjunto de países da União Europeia que está a lutar pela continuação da quota leiteira", caso tal não aconteça, frisou, "poderá acontecer que os países que são mais competitivos passam a produzir mais e isso obviamente que

terá impacto no preço do leite". Considerando que Portugal "não é de todo" menos competitivo, o secretário de Estado admitiu, contudo, que exis-tem zonas no país "mais frágeis" e é nessas zonas que "pode haver impac-tos". «Deve haver medidas que ate-nuem esses impactos», defendeu, acres-centando que o Governo tem «a inten-ção de não ter que ficar à espera do futuro da PAC e começar já a sentar à mesa, discutir e tirar conclusões» sobre o assunto para, depois legislar, se for caso disso. A ideia é dinamizar as rela-ções entre as diferentes fileiras da cadeia agro-alimentar com vista a uma mais equilibrada distribuição do valor acrescentado.

in Dinheiro Vivo

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"Estamos a chegar a um ponto limite. Não vejo viabilidade para o sector com as condições actuais", salientou este produtor.

Pedro Pimentel, representante da Fede-ração das Indústrias Agro-Alimentares,

argumentou, por seu lado, que os pre-ços de transformação [do leite] nunca são iguais aos da facturação e imputou culpas à distribuição que "duplicou as suas margens brutas nos últimos dez anos". A crítica foi refutada pela representante

da APED (Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição), Ana Trigo de Morais, que negou o aumento das margens do leite pois "é um produto entendido como um bem essencial". A representante da APED assinalou ainda que "a concentração também tem vantagens" e garantiu que a distribuição está disponível para promover a criação de mecanismos de monitorização dos preços e melhorar as relações comerciais nesta fileira.

in Agência Lusa

GELGURTE LANÇA NOVAS MARCAS NO MERCADO A Mola Ativism foi a agência escolhida para desenvolver a identidade e o pac-kaging da Glint, marca de iogurtes pre-mium da Gelgurte, empresa nacional com 37 anos de vida.. O grafismo e o packaging da insígnia tiveram por base o conceito “o iogurte que eu quero”, elemento que se reflecte nas duas assi-naturas criadas: “Sublime Yogurt” para produto e “Sublime Moments” para eixo de comunicação.

A assinatura de produto, “Sublime Yogurt”, assume ainda as variações “Sublime Drink” e “Sublime Dessert”, consoante a sua aplicação nos iogurtes líquidos ou nas sobremesas, respectiva-mente. A gama Glint é composta por iogurtes sólidos cremosos, em embala-gem de vidro, nos sabores natural e amora, líquidos em garrafa, nas bebidas lácteas sabores cappuccino e chocolate (que podem ser consumidas frescas ou quentes), iogurte natural, e pela sobre-mesa pudim de caramelo. Entretanto, a BeNext foi responsável

pelo desenvolvimento da identidade e do packaging da Nutrégi. Desenvolvida a pensar nas necessidades dos consumi-dores urbanos, a Nutrégi “surge no mercado como uma marca inovadora, que retira o melhor da Natureza, adap-tando-a às necessidades de cada um”. O posicionamento da Nutrégi, cujo nome remete para nutrição, bem-estar e saúde, apresenta a marca como um produto “que faz bem”. As gamas dis-poníveis são: AntiOxidantes e Sem Lac-tose. A assinatura Bom Por Natureza, “reforça a apresentação da Nutrégi como uma marca que, na sua génese, quer cuidar de cada um de nós”.

Os iogurtes das marcas Glint e Nutrégi estão para já disponíveis nas cadeias Auchan, Intermarché, E.Leclerc, El Cor-te Inglês e no comércio tradicional.

in Marketeer News/HiperSuper

PRODUZIR LEITE CUSTA MAIS 30% DO QUE HÁ 10 ANOS MAS OS RESPECTIVOS PREÇOS BAIXARAM 4%

Produzir um litro de leite custa hoje, em média, aos agricultores mais 30% do que há dez anos, mas o preço de venda caiu cerca de 4%, segundo um estudo apresentado na terça-feira. O estudo sobre preços e margens nos sectores do leite e da carne entre 2000 e 2009, encomendado pela Confedera-ção dos Agricultores de Portugal (CAP), confirma as queixas dos produ-tores nacionais de leite. "Há um esmagamento claro das mar-gens líquidas dos produtores, devido à subida dos custos", disse o autor do estudo, José Manuel Zorro Mendes, do Instituto Superior de Economia e Ges-tão (ISEG). "Os produtores pagam mais 30% em média para produzir leite. O custo dos bens de consumo e serviços correntes na agricultura aumentou 37% e o custo dos bens de investimento subiu 23%. No mesmo período, o pre-ço pago ao produtor diminuiu 4% (de 31 para 29 cêntimos)", declarou Zorro Mendes, acrescentando que estes cus-tos aumentaram para todos os agricul-tores. "Ficou claro que há um problema de quebra de rendimento no sector agrí-cola", sublinhou o secretário-geral da Confederação, Luís Mira, adiantando que "se as pessoas estão a abandonar [o sector do leite] não é porque ganham dinheiro, é porque perdem". O estudo sobre preços focou também a restante cadeia de valor - transforma-ção e distribuição -- concluindo que as margens destes intervenientes variam de forma inversa, ou seja, quando uma sobe a outra desce. "Este facto indicia uma espécie de com-pensação entre as margens brutas, por forma a minimizar os impactos no pre-ço final (no consumidor)", justifica o mesmo documento. No entanto, ao contrário do que aconteceu com os preços pagos aos produtores, tanto a indústria como a distribuição consegui-ram aumentar os seus preços, ainda que de forma muito moderada. João Paisana, da Bovisul, sublinhou que "as compras de leite estão excessiva-mente concentradas", com cinco gru-pos s fazer 40 por cento das compras, e observou que "a produção fica sem-pre com o que sobra das margens dos dois sectores que estão acima [transformação e distribuição]".

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João Machado, presidente da Confede-ração dos Agricultores de Portugal (CAP), em Discurso Directo ao Cor-reio da Manhã, na sequência da sessão de apresentação do Estudos sobre Pre-ços e Margens nos sectores do leite e da carne, encomendado pela CAP ao Centro de Estudo sobre Economia Portuguesa (CISEP).

Correio da Manhã (CM): A CAP encomendou um estudo à Universi-dade Técnica sobre a formação de preços e margens nos sectores do

PROPOSTO PROLONGAMENTO DOS PRAZOS DE LICENCIAMENTO PREVISTOS NO REAP

A Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Terri-tório, em conjunto com os Senhores Secretários de Estado da Agricultura, das Florestas e Desenvolvimento Rural e do Ambiente e Ordenamento do Território, tomou a decisão de propor o alargamento dos prazos previstos no REAP (Regime de Exercício da Activi-dade Pecuária). Esse alargamento de prazo permitirá a actualização dos registos das explora-ções pecuárias e reclassificação das suas actividades (explorações já licen-

ciadas) e permitirá ainda que seja solici-tada, caso não o tivesse sido ainda fei-to, a regularização da respectiva activi-dade (explorações ainda não licencia-das). Manter-se-á, contudo, a obrigação imposta pelo artigo 10º da Portaria n.º 631/2009, de 9 de Junho, bem como a obrigação de cumprimento dos condi-cionalismos legais e regulamentares aplicáveis à actividade pecuária, designa-damente em matéria de segurança, higiene e saúde no trabalho, bem estar animal e condições higio-sanitárias e

“ESTAMOS A DESTRUIR A PRODUÇÃO NACIONAL”

leite e da carne, que mostra que os custos de produção aumentaram 30% e os preços desceram 4%. João Machado (JM): É um problema muito sério. Estamos a destruir a pro-dução nacional. Ou tomamos cuidado, ou acontece no leite o que já acontece na carne: importamos cerca de 50% do que consumimos. O estudo é um alerta para essa situação: ou aumentamos a produção, ou vamos ter de importar mais.

CM: O que pode ser feito para tra-

recursos hídricos. O MAMAOT empenhar-se-á, entretan-to, na revisão da regulamentação em causa (REAP), como está legalmente previsto, tendendo à sua simplificação e adequação à realidade existente.

in MAMAOT

26 ■ Informação ANIL Set 2011 ■

var essa situação? JM: O Governo tem de legislar sobre esta matéria de forma a equilibrar os vários poderes da cadeia de valor, ou seja, a produção, a transformação (indústria) e a distribuição. E garantir a sua aplicação.

CM: A CAP vai encaminhar este estudo para o Governo e sensibilizar para este problema? JM: A CAP tem tido conversações com o Governo. Mas a subsistência do sec-tor depende também do diálogo entre produção, indústria e distribuição.

in Correio da Manhã .

O novo Smoothie da Danone tem 4x mais fruta do que os iogurtes e leites fermentados líquidos, com fruta, dispo-níveis no mercado português. 100%

SMOOTHIE DA DANONE É CONCEITO 100% PORTUGUÊS

desenvolvido em Portugal e fabricado na unidade industrial da Danone em Castelo Branco, traduz um conceito inovador: além de a fórmula ser única

também a embalagem é exclusiva no mercado nacional de iogurtes. Disponível nos sabores Morango e Manga, o novo produto foi desenvolvido em exclusivo para Portu-gal mas tem potencial de exportação, sobretudo na Europa, explica um comu-nicado da Danone, que refere que é lançado no mercado o novo Activia Smoothie líquido, “com mais fruta fresca, uma

nova textura suave de paladar aveluda-do e com todo o benefício de Activia”, “A nossa aposta neste segmento de mercado prende-se com as preferên-cias do consumidor, que dá primazia ao consumo de iogurtes líquidos, mas onde existe muito pouca diversidade de oferta, nomeadamente a nível de pro-dutos com benefícios funcionais”, expli-ca Henri Bruxelles, director-geral da Danone Portugal. “Pode ser consumido ao pequeno-almoço, como parte de uma alimentação equilibrada”. Henri Bruxelles, refere ainda que “este investimento reflecte igualmente o espírito empreendedor desta empresa, que continua a trazer inovação ao mer-cado, fazendo crescer e dinamizando a economia e o mercado dos lácteos em Portugal”.

in HiperSuper/Briefing

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UNILEITE SOBE PREÇO DO LEITE À PRODUÇÃO

menor valor, nomeadamente, as marcas brancas. “A Unileite vai continuar a apostar na marca Nova Açores, mas por razões de mercado as marcas brancas atingem uma percentagem de 30 por cento. Como precisamos de crescer e continuar a ganhar espaço no mercado também pro-duzimos marcas brancas”, salienta.

Sazonalidade leva a baixa de preço O preço do leite pago aos produtores é sujeito à sazonalidade, entre os meses de Março e Setembro, com a Indústria a baixar o preço durante a época de Verão e a aumentar o preço no período de Inverno. Esta alteração de preço pago aos produtores é efectuada com o objectivo de estimular a produção de leite no período de Inverno, onde existe uma diminuição do leite entregue nas fábricas. Durante o Verão de 2011 houve indús-trias que decidiram não aplicar a sazona-lidade, mas agora os produtores de leite esperam que haja uma nova actualização dos preços no período de Inverno, como forma de minimizar o aumento de custos de produção, onde se destacam a alimentação e os combustíveis.

in Açoriano Oriental

BEL TAMBÉM AUMENTA PREÇO AO PRODUTOR

A Bel Portugal anunciou um aumento de 1,5 cêntimo pago aos produtores na ilha de São Miguel, numa medida que surge após o aumento do preço da Unileite, e apresenta efeitos retroacti-vos para o leite entregue em fábrica a partir de 1 de Setembro. Jorge Rita, presidente da Associação Agrícola de São Miguel, mostra-se satis-feito com a decisão da empresa, subli-nhando que os mercados estão favorá-veis para a Industria. “Nós pretendía-mos um aumento do preço do leite, queríamos um pouco mais, mas reco-nhecemos que existe durante os últi-mos tempos disponibilidade da Indus-tria em actualizar o preço do leite para atender às nossas reivindicações” e espera que “durante os próximos tem-pos, se os mercados se mantiverem favoráveis, possam existir novos aumentos do preço à produção”, fri-sou. Anteriormente, a Bel havia anunciado que não iria subir o seu preço de com-

pra do leite, recordando que, face ao aumento dos custos na produção de leite em S. Miguel, tinha decidido não baixar o preço do leite na campanha de verão (de Março a Agosto), redução de

preço que é habitual todos os anos. O s d ado s

divulgados pela Bel indicavam que, em média, o leite adquirido este ano sofreu um aumento de 16% nos Açores e de 3% no continente, frisando que “esta situação reduziu a competitividade do leite açoriano e seus derivados no mer-cado nacional”, o que mostra uma “situação muito preocupante para o sector” na Região. “Este ano está a ser especialmente difí-cil, tornando ainda mais evidente que são fundamentais medidas estruturais que tornem o leite açoriano mais com-petitivo, de modo a assegurar a susten-tabilidade deste sector nos Açores”, acrescentava a nota divulgada pela Bel.

A Unileite, cooperativa que representa os produtores de leite, aumentou o preço do leite em 1,5 cêntimos por litro a partir deste mês. Com a aplica-ção desta subida no preço a Unileite aproximou-se “historicamente” dos valores pagos a nível nacional e coloca pressão na Bel e na Insulac para aumen-tar o preço pago aos produtores. “Nós fazemos sempre o melhor pelos nossos associados, mas não sabemos se as restantes indústrias vão seguir o nosso exemplo”, afirmou Gil Jorge, presidente da Unileite. A subida do preço é justificada com “as condições do mercado”, registando que “houve um crescimento da produção de 12% durante o 1.º semestre, aliada a uma redução de custos que permitiu efec-tuar esta subida do preço”. Actualmente a Unileite apenas paga menos dois cêntimos face ao valor médio praticado no mercado nacional, sendo que recentemente os produto-res de leite açorianos recebiam menos sete a dez cêntimos em relação aos produtores no continente. Gil Jorge admite que “actualmente os mercados estão estáveis”, mas devido à crise está a aumentar a venda de produtos de

O preço do leite na Terceira sobe um cêntimo nesta campanha de inverno relativamente à campanha do ano pas-sado. O preço base pago aos produto-res fica, assim, em 26.75 cêntimos por litro. No Verão passado, a Unicol desceu um cêntimo no litro de leite pelo que ago-ra, na campanha que se estende até Março, sobe dois cêntimos no preço base do leite pago aos produtores da Terceira e da Graciosa.

Ainda assim, a Associação Agrícola da Ilha Terceira considera que existem condições para a indústria subir o pre-ço pago ao produtor. "Penso que pode-ríamos ir mais além um cêntimo ou dois. Passa-se a vida a mendigar às indústrias, as indústrias vão empurran-do as culpas para as grandes superfícies, e vamos nisto. Haveria que dar mais qualquer coisa porque o sector está com dificuldades", afirma Paulo Simões Ferreira. Já no Faial o preço não desceu no Verão, pelo que não deverá sofrer alte-rações na campanha de inverno. Ainda assim, a Associação Agrícola do Faial também defende um aumento para incentivar a produção. Na ilha de S. Miguel, a Unileite aumenta o preço do leite à produção em um cêntimo e meio. O preço base do leite entregue na fábrica dos Arrifes fica nos vinte e sete cêntimos e com o prémio de qualidade pode chegar aos 30 cênti-mos e meio. O presidente daquela cooperativa, Gil Jorge Oliveira, diz que a Unileite é a única fábrica a subir o pagamento do leite na ilha de S. Miguel. A Prolacto baixou o preço no verão e agora ape-nas vai repor a tabela de inverno. Por outro lado, a Fromageries Bel, que não baixou, já anunciou que não vai mexer nos preços.

in Diário Insular

PREÇO NA TERCEIRA SOBE

UM CÊNTIMO

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SECA: GOVERNO REGIONAL DISPONIBILIZA 2 MILHÕES

O secretário regional da Agricultura, Noé Rodrigues, admitiu a “situação difícil” em que se encontram os agricul-tores dos Açores devido à seca, frisan-do que os apoios disponibilizados pelo executivo pretendem garantir a susten-tabilidade do sector. “É uma situação difícil, nos primeiros seis meses deste ano verificou-se uma redução significativa da chuva e um aumento da temperatura, o que gerou uma quebra generalizada na produção de alimentos para os animais”, afirmou Noé Rodrigues em declarações aos jornalistas no final de uma reunião com o presidente da Federação Agrícola dos Açores, Jorge Rita. Neste encontro, que durou cerca de duas horas, Noé Rodrigues anunciou um apoio de dois milhões de euros para a produção de alimentos fibrosos, numa medida que visa reduzir o preço a que estes produ-tos chegam ao agricultor. “Gostaríamos de ter muito mais para apoiar os agricultores, mas só podemos dar o que temos condições para dispo-nibilizar”, frisou o secretário regional da Agricultura, salientando que os apoios agora anunciados pretendem assegurar “a sustentabilidade do sector e da exploração leiteira”, tendo como “prioridade” manter a produção animal. Noé Rodrigues admitiu, no entanto, que o executivo regional está “disponível para avaliar as necessidades se a situação se agravar”, frisando que “este é um montante de partida, de

acordo com o levantamento que foi feito” da situação gerada pela seca. A estimativa do governo regional aponta para uma quebra de 40% na produção de milho para forragem, mas a Federa-ção Agrícola admite que a quebra pode chegar aos 50 %, em média.

“O problema que existe é a falta de alimento para o gado ou a ruptura de alimentos que pode acontecer”, frisou Jorge Rita, admitindo que a federação agrícola “queria uma ajuda maior”, na ordem dos três milhões de euros, aten-dendo à “situação dramática” dos agri-cultores e salientou, também, que o governo “fez o levantamento da situa-ção, o diagnóstico está feito, agora é preciso tratar da doença”. Nesse sentido, manifestou a expectati-va de que o executivo regional possa vir a aumentar a ajuda para que os agri-cultores “possam alimentar os seus animais e manter a produção de carne e de leite” e apelou ainda às indústrias de lacticínios para que aumentem o preço do leite que pagam ao produtor, frisando que essa seria “uma forma de partilhar” a resolução do problema.

in Agência Lusa/AO Online

A eurodeputada Patrão Neves foi rece-bida pela Ministra da Agricultura a quem quis alertar para os mais recentes desenvolvimentos da política europeia para o sector do leite. "As últimas notí-cias que saíram do trílogo sobre o ‘Pacote do Leite’ que teve lugar, em Estrasburgo, a 14 de Setembro, são particularmente graves". "Três propos-tas aprovadas pelo Parlamento Europeu que convergiam na exigência de adaptar uma política comum para o leite às especificidades de algumas regiões for-temente dependentes da produção leiteira, garantindo as condições neces-sárias para que esta actividade se man-tenha nessas regiões, foram recusadas pelo Conselho", explicitou. "Esta rejeição corresponde a uma radi-calização da posição dos que preten-dem uma liberalização total do sector e eu pedi à senhora Ministra que inter-viesse, ao nível do Conselho, na defesa do interesse do sector do leite nos Açores e em todo o país”, concluindo que "a reunião decorreu num forte espírito de diálogo e de estreitamento de um trabalho conjunto de forma a concertar estratégias e assim reforçar a posição nacional."

Açores quer mais verbas para o desenvolvimento rural O secretário regional da Agricultura, Noé Rodrigues, por seu lado, defendeu a necessidade de o programa de desen-volvimento rural dos Açores ser "reforçado com verbas comunitárias", indicando ter dado conta disso no encontro que teve com a ministra da Agricultura, salientando que o Prorural teve uma dotação inicial superior a 322 milhões de euros, acrescentando que “já foi pedido um reforço de 35 milhões, mas as necessidades justificam 70 milhões de euros”. “A taxa de exe-cução real é de cerca de 40%, mas as intenções de investimento e compro-missos já são superiores ao total do programa”, frisou. Noé Rodrigues revelou que insistiu na necessidade de “manter as quotas lei-teiras", tendo também abordado "os prejuízos decorrentes do acordo da UE com o Mercosul”.

in AzoresDigital/Agência Lusa

PSD/A QUER PLANO DE SUBSTITUIÇÃO DE IMPORTAÇÕES

O PSD/Açores defendeu a necessidade de ser feito um levantamento exaustivo das necessidades de produtos alimenta-res no arquipélago para definir um pla-no de substituição de importações que fomente o emprego na agricultura. “Os Açores são altamente deficitários em termos de produtos agrícolas”, afirmou o líder parlamentar do PSD/Açores, Duarte Freitas, considerando “fundamental realizar um levantamento ilha a ilha das necessidades de produtos alimentares e identificar os produtos consumidos que são importados”. Duarte Freitas, que falava no final de uma visita de deputados regionais do PSD à Cooperativa BioAzórica, na Ter-ceira, frisou que a elaboração deste

levantamento das necessidades de pro-dutos alimentares permitirá “definir um plano para substituição de importações, através de incentivos à produção agrí-cola”. “Isto permitirá diminuir o défice da balança dos Açores e aumentar o emprego no sector agrícola”, acrescen-tou Duarte Freitas. Para o líder parlamentar do PSD/A, a agricultura biológica, como a que é usada na cooperativa visitada pelos deputados social-democratas, também deve ter um papel a desempenhar nesta “lógica de substituição de produtos importados”, que visa inverter a actual situação deficitária do arquipélago em termos de produtos agrícolas.

in Agência Lusa

MINISTRA DA AGRICULTURA REÚNE COM PATRÃO NEVES E COM NOÉ RODRIGUES

28 ■ Informação ANIL Set 2011 ■

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PREÇO NA GALIZA COM LIGEIRA SUBIDA GALIZA E CANTÁBRIA COM OS PREÇOS MAIS BAIXOS

Os produtores galegos cobraram por litro de leite entregue às indústrias lácteas durante o mês de Julho um pre-ço médio de 0,3038 €, de acordo com os dados difundidos pela Conselharia de Medio Rural da Xunta da Galiza. Segundo essa informação, este preço supõe uma subida de 0,14 cêntimos com respeito ao valor médio pago no mês de Junho, mantendo-se um ligeira linha altista desde aquele mês. Com esta subida são parcialmente compensados os 0,49 cêntimos de que-da de preços verificados desde o mês de Janeiro de 2011. Se bem que estes preços continuem longe dos valores desejados pelos pro-dutores, já que os custos de produção se mantêm em níveis muito elevados, ainda sim significam um aumento de 2,35 cêntimos com respeito ao valor médio pago em Julho de 2010, que foi de 28,03 cêntimos por litro de leite.

Galiza e Cantabria com os preços mais baixos Desde o início da actual campanha lei-teira de 2011/2012, o produtor espa-nhol recebeu um preço médio pelo seu

leite de 0,316 euros/litro. Este preço é superior à média recebida nos mesmos meses das duas campanhas anteriores, as quais se caracterizaram por uma forte crise de preços. Em Abril passado, o preço médio rece-bido foi de 31,6 cêntimos/litro, em Maio foi de 31,4 cêntimos/litro, em Junho de 31,7 cêntimos/litro e em Julho de 31,5 cêntimos/litro. Baleares, Galiza e Cantábria são as três comunidades autonómicas em que se receberam os preços médios mais bai-xos nos quatro primeiros meses da campanha, com 29,4 cêntimos/litro, 30,3 cêntimos/litro e 30,5 cêntimos/litro, respectivamente. Pelo contrário, os produtores da Anda-luzia foram os que receberam os pre-ços médios mais elevados, superando em quase 3 cêntimos/litro o preço médio espanhol, e situando o preço recebido (34,6 cêntimos/litro), inclusive acima do preço médio comunitário (segundo a LTO, o preço médio na UE entre Abril e Julho passado foi de 34,1 cêntimos/litro) Depois dos produtores da Andaluzia, os que recebem valores mais elevados são os das Comunidades de Valência e Extremadura, enquanto os de Castilla y Léon recebem ao preço médio (31,5 cêntimos/litro).

in La Voz de Galicia/Agrodigital

As entregas de leite no primeiro qua-drimestre da campanha leiteira de 2011/12, que se iniciou no passado dia 1 de Abril e se prolongará até 31 de Março, alcançaram 2,08 milhões de toneladas, já corrigidas por gordura, representando 1,5 % mais do que no mesmo período da campanha anterior. De acordo com o relatório mensal de entregas de leite do Fondo Español de Garantía Agraria (FEGA), o volume do mês de Julho ascendeu a 512.877 tone-ladas, ajustadas por matéria gorda a 3,55 %, e superaram em 3.955 tonela-das as realizadas em Junho passado (ou seja, também 0,7% mais), sendo, contu-do, inferiores às declaradas em Abril (525.694 toneladas) e em Maio (535.890 toneladas). Durante o mês de Julho um total de 307 compradores recebeu entregas de 20.086 diferentes produtores. Por estratos, o maior número de pro-dutores que realizaram entregas encon-tra-se entre os que já consumiram entre 20 e 40% da sua quota disponível (13.972 dos 20.316 que realizaram entregas durante o mês de Julho). Por outro lado, é de destacar que já exis-tem 511 produtores que, no final de Julho, já haviam ultrapassado a sua quo-ta disponível, sendo que 426 deles a ultrapassaram em mais de 200%.

in Revista Frisona

ENTREGAS ESPANHOLAS SOBEM 1,5% ATÉ JULHO

A campanha leiteira de 2010/2011, em Espanha, terminou com 23.712 explo-rações com quota atribuída, tanto de venda directa, como de entregas à indústria. A quota total distribuída foi de 6.136.791,32 toneladas, de acordo com os últimos dados do Ministerio de Medio Rural (MARM). Em consequência, a quota média por exploração foi de 259.000 kg, que com-para como os 196.000 kg/exploração que se verificam há cinco anos atrás, quando 31.062 explorações possuíam quota atribuída. Em 2010/2011, 68% da quota encontra-va-se atribuída a explorações que se encontram no escalão de mais de 300.000 kg, no qual se podem encon-trar 6.193 explorações. Neste interva-

QUOTA MÉDIA ESPANHOLA CHEGA AOS 259.000 KG

lo, conjuntamente com o de 75.000 a 200.000, onde se encontram 7.426 explorações (mas a que corresponde apenas 15% da quota total), são os agrupam mais produtores. Desde o início da campanha e até ao respectivo final, todos os estratos de explorações por dimensão de quota viram reduzir-se o número de produto-res aí inseridos, com excepção do das explorações com mais de 300.000 kg. Ao longo da última campanha, o núme-ro de transferências de titular não foi muito elevado, incluindo apenas 668 operações, correspondentes a 129.907 toneladas de quota, sendo também realizadas 6.346 cessões temporárias, equivalentes a 393.739 toneladas. Há cinco campanhas atrás, o movimento

de quotas era bem diferente: 4.953 transferências de titular, corresponden-tes a 497 mil toneladas e 570 cessões,

relativas a apenas 23 mil toneladas. O desmantelamento futuro do sistema de quotas é, aparentemente, a causa desta significativa modificação de número e volume de operações.

in Agrodigital

■ Informação ANIL Set 2011 ■ 29

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XUNTA QUER OPL ÚNICA A NEGOCIAR PREÇOS

"Estamos à espera que os preços em Espanha tenham um comportamento mais racional, porque não faz sentido que eles sejam mais baixos do que em toda a Europa, o que só pode ser expli-cado pela imperfeição dos mercados do leite e da situação completamente insustentável de uma dominância excessiva das indústrias e da distribui-ção", disse ele. Portanto, acrescentou Juárez, a Xunta de Galicia está disposta a trabalhar para que se "generalize" a "negociação conjunta" dos produtores com as indústrias, através das suas organiza-ções de produtores, porque é "uma excepção às regras da concorrência que já está a ser apoiada pela Comissão Europeia. "

Na mesma linha, disse que lhe "consta" que as organizações agrárias galegas "estão a trabalhar para formar uma única Organização de Produtores – OPL - na Galiza," para que "tenha um volu-me e poder de negociação suficiente" face às indústrias. "Esse é o caminho", acrescentou, e também se mostrou favorável a que se “generalizem os contratos" obrigatórios como "forma de relação entre produtores e indús-trias." De facto, disse que "enquanto não con-seguirmos chegar a essa normalização e as indústrias continuem a recolher o leite e a pagar no mês seguinte", de acordo com "critérios que não são transparentes," nós "manteremos uma situação de mercados cativos."

in La Voz de Galicia

DENUNCIADA “COLONIZAÇÃO” FRANCESA DA FILEIRA DO LEITE ESPANHOLA

O secretário geral das Unións Agrarias, Roberto García, voltou a denunciar a "colonização" do mercado lácteo espa-nhol pelos franceses, através da indús-tria e da distribuição daquele país. Atribuiu a esta circunstância os "baixos" preços pagos aos produtores espanhóis e galegos, o que ocorre "com o consentimento das autoridades espa-nholas e do Tribunal da Concorrência", como criticou. Assenta sobre uma empresa francesa, a Lactalis, e três operadores da distribui-

ção, Carrefour, Auchan e Día, na sua opinião, a manobra de "colonização" do mercado lácteo espanhol. Neste cenário, Garcia alertou para uma "clara dificuldade de sobrevivência" do sector, uma afirmação que é suportada, porque nos "últimos meses os custos de produção aumentaram, em 27 por cento a alimentação animal e em 25 por cento o diesel" . Num país deficitário em termos de produção de leite, lembrou que se pagam dos preços mais baixos da União

O Conselleiro de Medio Rural da Xunta da Galiza, Samuel Juárez, está confiante em que as organizações de agricultores se coloquem de acordo quanto à for-mação de uma única organização de produtores de leite – OPL – na Galiza, de forma a que possa negociar directa-mente com as indústrias o preço do leite quando entrarem em vigor os con-tratos homologados. Na sua opinião, "neste tema não cabem atalhos", porque se “trata de fortalecer a capacidade dos produtores para que tenham uma palavra a dizer na nego-ciação de preços," por forma a que "não sejam sujeitos passivos que sim-plesmente recebem o pagamento por parte da indústria, numa situação total-mente injusta e anacrónica".

Europeia: em torno dos 30 cêntimos face aos 35 cêntimos recebidos pelos produtores franceses ou os 38 cênti-mos dos holandeses. Roberto García declarou que a indús-tria espanhola assiste à "colonização" com indiferença, porque "apenas olha para os resultados no imediato" e por-que evita uma "guerra" pelo controle dos produtores. Na próxima reunião com as indústrias em Madrid, a UU.AA. exigirá "uma cla-ra recuperação nos preços", enquanto na Galiza será solicitado que seja con-vocada uma Mesa do Leite.

in Europa Press

ALIMENTOS LÁCTEOS EM BUSCA DE QUATRO MILHÕES Os accionistas maioritários da empresa Alimentos Lácteos estão a negociar em três frentes - com vários fundos de investimento, com as cooperativas accionistas e cooperativas que ainda não são accionistas – para tentar obter entre 3 e 4 milhões de euros de que a indústria instalada em Lugo precisa. A fábrica de Outeiro de Rei, alugada ao grupo Pascual, necessita de capital cir-culante, como assegurou Arcadio López González, da Gancobre, um dos dois maioritários, para poder aumentar o volume de vendas. López González, juntamente com Eugenio Montero, da La Arzuana, são responsáveis por 52% do capital da sociedade e são os que

detêm as rédeas da empresa. Uma das ‘pernas’ da negociação refere-se à resolução do conflito com as cinco cooperativas accionistas que tomaram, no passado mês de Julho, a decisão de parar de entregar leite, devido às dis-crepâncias com os accionistas maioritá-rios. Foi depois de uma polémica Assembleia em que não se concedeu acesso ao Conselho de Administração a um representante da cooperativa Inde-ga, de Pontevedra, em substituição do consultor de empresas, Manuel Prieto González, que não está profissional-mente ligado ao sector leiteiro. Pouco depois dessa Assembleia Geral, o conselho de administração dispensou

o gerente, Roberto Casas, o que fez aumentar, ainda mais, o desconforto crescente, já que aquele dirigente tinha sido o responsável pelo lançamento das bases de todo o projecto da Alimentos Lácteos e defendia a ideia de fortaleci-mento do movimento cooperativo. Contudo, as reuniões realizadas duran-te o mês de Agosto e no corrente mês entre as cooperativas que integram a sociedade poderiam significar que, a partir de Outubro, as cooperativas que deixaram de entregar leite à empresa pudessem voltar a fazê-lo, sendo que a Indega poderia ser das primeiras a regressar ao aprovisionamento da uni-dade de Outeiro de Rei.

in La Voz de Galicia

30 ■ Informação ANIL Set 2011 ■

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FEIRACO QUER UNIDADE GALEGA DA CLESA

LACTALIS COMPRA 50% RESTANTES DA EL CASTILLO

tal e continua a crescer através de aqui-sições no mercado espanhol, onde durante 2010 incorporou a Puleva, o negócio de queijos da Forlasa (El Ven-tero, Gran Capitán, El Cigarral) e a divisão de leites infantis da Nutrition & Santé (Sanutri).

Já no início deste ano comprou, para além disso, 29,9% da bio-tecnológica Bio-search (antiga Puleva Biotech), uma parti-cipação que depois reduziu ligeiramente,

para 29,5 por cento do capital. A Lactalis conta com uma ampla gama de produtos que cobrem os leites líqui-dos (com as marcas Lactel e Lauki), natas e manteigas (Président), queijos de importação (Président), queijos nacionais (Flor de Esgueva, El Ventero, Gran Capitán) e sobremesas frescas e iogurtes (La Lechera).

in TeleCinco.es

CAPSA OFERECE 55 MILHÕES PELA CACAOLAT

A Corporación Alimentaria Peñasanta (Capsa), foi a entidade que apresentou a melhor proposta pela Cacaolat no Juízo n.º 6 do Tribunal de Barcelona. A Capsa ofereceu 55 milhões de euros, para além de se comprometer com a construção de uma nova fábrica, com um investimento estimado de outros 25 milhões de euros. A empresa asturiana perfila-se como o mais firme candidato a assumir a histó-rica marca de batidos e foi também a única empresa a apresentar uma pro-posta no outro processo que corre no Tribunal do Comércio de Madrid, que tem jurisdição sobre o processo de suspensão de pagamentos da Clesa (empresa do grupo Nueva Rumasa que detém 95% do capital da Cacaolat). A Capsa é, assim, de todos os candida-tos, o único que é especialista no sec-tor do leite que também fabrica batidos lácteos. O Supremo Tribunal deverá decidir agora qual dos Juízos (Madrid ou Barcelona) é o competente neste caso, mas, em ambos, os asturianos situam-se como o melhor pretendente. Os 55 milhões que a Capsa ofereceu no Tribunal catalão, não lhe garantiram ainda a adjudicação. Parece provável que o juiz abra uma segunda ronda de

ofertas para que os candidatos possam melhorar as suas propostas. No Tribunal de Barcelona, a segunda melhor proposta foi apresentada pela aliança formada pela Victory Corporate Turnaround (empresa especializada na gestão de empresas em dificuldades), Cobega (engarrafadora e distribuidora da Coca-Cola na Catalunha Aragão, Baleares e Canárias) e pela cervejeira catalã Damm, participada pela família Carceller ex-acionistas da Hidroeléctri-ca del Cantábrico [actualmente filial da EDP]. Este grupo ofereceu 40,5 milhões de euros (25 milhões pela empresa, 7 milhões para hipotecas e 8,5 milhões pela carteira de clientes da Cacaolat). Em terceiro lugar ficou a empresa de água mineral Vichy Catalan, que ofere-ceu 36,8 milhões (30,1 milhões pela compra mais 6,7 milhões para levantar hipotecas). Finalmente a Roures Reen-gineering (composta por ex-executivos da Cacaolat com o apoio da empresa de congelados Maheso e vários outros industriais) que propôs 12 milhões, para além de investimentos futuros. Todas as ofertas comprometem uma nova fábrica em Barcelona e manter o emprego actual da Cacaolat.

Lactalis comunicou à Comisión Nacio-nal de la Competencia (CNC) a com-pra de 50% das acções que não possui da empresa El Castillo Debic Food Ser-vice, controlada conjuntamente pela gigante láctea francesa e pela holandesa Friesland Campina, segundo consta dos registos daquele organismo. A CNC tem um prazo de um mês para autorizar a operação numa primeira fase ou, em caso contrário, dispõe de dois meses para elaborar um relatório a rejeitar aquela pretensão. A El Castillo Debic centra a sua activi-dade no desenvolvimento de produtos lácteos especializados para os segmen-tos da pastelaria, da restauração, da gelataria e da 'fast food'. Tem três fábri-cas em Espanha e mais cinco noutros países da Europa, segundo consta da sua página na web e conta com marcas como RAM, El Castillo, Debic e Yosi. Com esta operação, a empresa france-sa adquire o controlo de 100% do capi-

A oferta que a AGACA e a Feiraco lançaram para adquirir o controlo da unidade galega da Clesa, começa a adquirir mais força do que o outro projecto que está a ser avaliado pela Xunta da Galiza, encabeçado por um grupo de empresários da zona, apoia-dos pela experiência no sector da Lác-teos Deza e da Lácteos Cambre.

A oferta inicial realizada pela Asocia-ción de Galega de Cooperativas Agra-rias (AGACA) e pela Feiraco parecia insuficiente para a Consellería de Indus-tria, que apelou a um esforço maior de investimento para completar um pro-jecto de futuro, muito detalhado. Desde então, desenvolveu-se uma ron-da de consultas visando procurar o financiamento necessário para que pudesse ser aumentado o investimento. Na ausência de definição do valor final, fontes consultadas garantiram que o valor de 750 mil euros, oferecido para o primeiro ano de actividade, já é uma figura do passado.

A Feiraco propõe converter a fábrica de Caldas de Rei numa entidade autó-noma capaz de competir a nível nacio-nal, mas que necessita de um investi-mento em capital, que permita ‘digerir’ a actual dívida calculada em 39 milhões de euros. Pretender-se-ia dimensionar a unidade com recursos próprios, sem depender de Madrid, como foi o caso até agora. A velocidade inicial – o projecto foi apresentado em apenas duas semanas – não permitiu concretizar os aspectos do financiamento de uma forma mais detalhada.

in La Voz de Galicia

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RECORDE NAS EXPORTAÇÕES LÁCTEAS IRLANDESAS As exportações de produtos lácteos irlandeses foram ajudadas pela diferen-ça no preço entre o mercado mundial e o mercado de commodities da UE, com os dados anuais devendo alcançar 2 mil milhões de euros, de acordo com a autoridade de desenvolvimento de agri-cultura e alimentos do país, Teagasc. "Anteriormente, os mercados fora da UE eram menos lucrativos do que o mercado doméstico e eram um factor limitante no crescimento do valor das exportações dos produtos irlandeses", disse Trevor Donnellan, do Teagasc . Agora, a procura internacional está a pressionar os preços das commodities lácteas em termos de subida e a procu-ra na Ásia é um importante direcciona-dor das boas condições nos mercados globais de produtos lácteos. O analista disse que os benefícios dos maiores preços para os exportadores de produtos irlandeses ficaram claros com a recente melhoria nas estatísticas de exportações lácteas da Irlanda. Na semana passada, a agência irlandesa de estatísticas registou um salto no Supe-rávit Comercial do país, que atribuiu ao aumento das exportações de produtos lácteos e de medicamentos. Até agora em 2011, o valor das exportações de produtos lácteos da Irlanda está no maior nível já registado, ultrapassando o recorde anterior registado em 2008,

disse o analista. Durante os primeiros cinco meses de 2011, os produtos lác-teos cresceram 47%, de 459 milhões de euros no ano passado para 676 milhões de euros, de acordo com o CSO. As previsões de curto prazo para o final de 2011 continuam positivas e o valor das exportações irlandesas de produtos lácteos para o conjunto do ano não será de menos de 2 mil milhões de euros, disse Donnellan. "Isso represen-tará duplicar o valor das exportações em menos de uma década, que é um grande feito quando se considera que o sector precisa sobreviver com o pro-cessamento de volumes fixos de maté-ria-prima devido às restrições da quota de leite da UE". Ele disse que a previsão de uma recuperação instável global é uma preocupação para o sector, mas as previsões de médio prazo são muito boas. As quotas de produção de leite deixa-rão de existir em 2015 e planos impor-tantes estão a ser feitos em nível das explorações e da indústria processado-ra na Irlanda para aumentar a produção de produtos lácteos em 50% em volu-me até 2020. "Se esses planos forem alcançados, então mais de 90% dos pro-dutos lácteos produzidos na Irlanda serão destinados aos mercados de exportação em 2020", disse Donnellan.

in Dairy Reporter/MilkPoint

O Governo da Argentina criou o "Sistema de Pagamento Único, Mensal, Obrigatório e Universal" de leite cru pelo qual os produtores de leite pode-rão comparar a qualidade do leite entregue com a média geral recebida pela indústria. A medida foi publicada a semana passada no Boletim Oficial daquele país da América do Sul. Aquela medida determina que as indús-trias lácteas "deverão enviar para análi-se amostras de leite cru recolhidada durante o mês de cada produtor, com um mínimo definido de amostras por mês e, em função dos resultados analí-ticos do laboratório obtidos e informa-dos no resumo mensal de remissão de matéria-prima, realizarão o pagamento único, obrigatório e universal, que será entregue aos produtores junto com um documento sem valor fiscal que lhes

ARGENTINA CRIA SISTEMA DE PAGAMENTO ÚNICO

permitirá comparar a qualidade de seu leite com relação à estabelecida como Leite de Comparação". A Administração Federal de Receitas Públicas da Argentina (Afip) e a Secre-taria da Agricultura do país deverão, agora, determinar "todas as normas relacionadas à emissão de comprovan-tes, necessárias para a implementação do pagamento único como documento de uso obrigatório para a documenta-ção de operações de venda de leite cru, efectuadas por produtores primários, no quadro do sistema de pagamento único, mensal, obrigatório e universal". A norma indica que sua aplicação será obrigatória "para as operações efectua-das a partir do mês seguinte ao da sua colocação em vigor".

in Infocampo/MilkPoint

Um modesto enfraquecimento nos preços dos produtos lácteos é espera-do, de acordo com as previsões da empresa láctea irlandesa Glanbia, que registrou um aumento nos lucros em seus retornos de metade do ano. A empresa refere que a tendência de alta nos preços mundiais de lácteos parece ter alcançado o seu pico. Os volume de negócios da empresa aumentaram em 33%, de 1,03 mil milhões de euros para 1,38 mil milhões de euros, com os lucros operacionais a crescerem em 44,2%, de 11 milhões para 16 milhões de euros. O crescimento foi direccionado pela maior procura por produtos lácteos em regiões em desenvolvimento, como a China, o Médio Oriente , o Norte de África e a Rússia, liderados pela contí-nua procura e pelos preços elevados, disse o diretor-geral do grupo, John Moloney. Após esses resultados positi-vos, o grupo mais que duplicou as suas metas de crescimento nos lucros. Na Irlanda, os ingredientes lácteos beneficiaram dos fortes preços globais dos lácteos, da boa oferta doméstica de leite e dos fortes volumes de vendas, disse a firma. A receita na divisão Dairy Ireland aumentou em 30%, para 705,6 milhões de euros, enquanto os lucros antes dos custos de reestruturação aumentaram em 72%, para 32,9 milhões de euros. Entretanto, a Glanbia disse que o ambiente continua desafiador para o sector de alimentos ao consumidor da Irlanda, sendo que isso deverá persistir durante a 2.º metade do ano. O merca-do está estimado actualmente um pou-co acima dos níveis de 2007, com um pequeno crescimento real anual. "Aproximadamente, um sexto das com-pras totais feitas por consumidores está em promoção e o foco no preço continua sendo a principal dinâmica do mercado. A confiança dos consumido-res está frágil e declinou novamente nos últimos meses como resultado da situação económica doméstica difícil".

in Dairy Reporter/MilkPoint

GLANBIA PREVÊ QUEDA DE PREÇOS NOS LÁCTEOS

32 ■ Informação ANIL Set 2011 ■

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IMPULSIONADA A CRIAÇÃO DA FRANCE MILKBOARD

O modelo do contrato proposto seria gerido pela organização de produtores FMB, que seria o terceiro assinatura do contrato, juntamente com o produtor e a empresa compradora. Já foi lançado na minuta de contrato, sendo os pon-tos mais significativos do respectivo conteúdo, os seguintes: - os produtores que adiram a FMB con-servariam a sua quota de referência (em volume e teor de gordura), embo-ra esta possa ser modulada anualmente, conforme as necessidades do compra-dor. Todos os anos, no início da cam-panha, o comprador teria de indicar as suas necessidades de leite, as quais não poderiam ser inferiores a 95% da quota de referência do produtor. - a FMB definiria para cada produtor, em função da sua quota de referência, o volume de produção individual e anual que venderia (com a possibilidade de uma revisão semestral). - os produtores não poderiam entregar à indústria acima da referência atribuída pela FMB. Não só não receberiam pelo leite entregue acima daquele limiar, como lhes seria também aplicada uma multa de 25% do valor base do leite sobre o volume excedido.

PROCURA MOTIVA COOPERAÇÃO ENTRE DMK E ARLA

A empresa láctea sueco-dinamarquesa Arla Foods e a alemã Deutsches Milch-kontor GmbH (DMK),resultante da fusão entre a Nordmilch e Humana MilchIndustrie, estão a planear uma colaboração conjunta para aumentar a sua produção de leite em pó aprovei-tando a crescente procura global. As duas empresas já tinham feito uma joint venture para processamento de lactos-soro. Um porta-voz da Arla disse que os mercados emergentes estão a apresen-tar um rápido crescimento em termos de população e riqueza, o que está a direccionar a necessidade de produtos de valor acrescentado, como o leite em pó. "Esse é um grande investimento e, construindo esta unidade industrial em conjunto, podemos trabalhar de forma mais eficiente e minimizar os riscos das duas empresas", disse o director execu-tivo da Arla Foods, Peder Tuborgh. A DMK disse que esteve à procura de parceiros adequados na região norte da

Alemanha nos últimos meses. O direc-tor executivo e porta-voz do conselho directivo da DMK, Josef Schwaiger, disse que a empresa já tem uma opera-ção de produção de leite em pó e man-teiga na sua fábrica de Hohenwestedt, mas que isso poderá ser feito de forma ainda mais eficiente com outras empre-sas de lacticínios. "Os investimentos necessários custa-riam apenas 30% do custo da constru-ção de uma fábrica inteiramente nova. Apresentamos essa oferta a compa-nhias em Schleswig-Holstein, mas a resposta da indústria foi particularmen-te modesta", disse ele. As duas empresas complementam-se em termos de distribuição, disse a Arla. "Canais de vendas bem desenvolvidos são essenciais num sector altamente competitivo como é o do leite em pó, para poder participar dos crescentes mercados e para gerar valor acrescen-tado", disse a empresa.

in Dairy Reporter/MilkPoint

As organizações sectoriais lácteas minoritárias francesas que não conse-guiram ser admitidas na interprofissio-nal láctea CNIEL estão a promover uma iniciativa para contornar o CNIEL, designada France MilkBoard (FMB). A sua finalidade é construir uma organiza-ção de produtores (OP) forte, com muitos membros, que possa participar participar na negociação dos contratos do leite, uma vez que seja aprovado a regulamentação comunitária do pacote do leite. Propuseram-se atingir a de contar com a adesão de 20% dos pro-dutores franceses até ao final do ano. Na constituição da France MilkBoard estão envolvidas até ao momento três organizações: Organization des Produc-teurs de Lait (OPL), Association des Producteurs de Lait Independents (APLI) e a Confédération Paysanne.

Novo modelo de contrato proposto As três entidades apresentaram, entre-tanto, um novo modelo de contrato que pretende compensar o desapareci-mento das quotas leiteiras, com uma relação contratual que assegure a pro-dução com base em referências históri-cas e evitar que os agricultores aumen-tem a sua produção de forma unilateral.

- a FMB poderia actualizar a cada três anos as referências históricas, em fun-ção dos volumes negociados, em coor-denação com a agência europeia de regulação deve ser criada para o efeito. - o preço base do leite seria calculado pela FMB no início da campanha, em função dos custos de produção. - a FMB seria responsável pela factura-ção, em nome do produtor, do leite vendido à indústria, que deveria ser pago no prazo de 30 dias. - a duração do contrato seria de cinco anos. - o produtor poderia rescindir o con-trato sem qualquer penalidade, median-te aviso prévio de 12 meses (esse pra-zo seria de 18 meses caso fosse o com-prador a querer rescindir o contrato). - a produção leiteira constante de um dado contrato poderia ser total ou parcialmente transferida para outro produtor. A principal organização agrária france-sa, a FNSEA, já manifestou a sua oposi-ção ao modelo proposto por ir contra a realidade do mercado. A FNSEA tem vindo a defender um modelo de con-trato que vincule uma organização de produtores a um comprador e que essa ligação seja feita a nível regional.

in Agrodigital

A neozelandesa Fonterra, a maior exportadora mundial de produtos lác-teos, deu o primeiro passo para evitar as tarifas de importação no mercado europeu, formando uma joint venture que processará o soro lácteo líquido da maior cooperativa pertencente a pro-dutores do Reino Unido, a First Milk. A joint venture com a First Milk será baseada na sua fábrica de queijos em Cumbria, Inglaterra. O director geral da Fonterra para a Europa, Koert Lie-kelema, disse que a empresa está à procura de outras possibilidades no continente europeu. Actualmente, a unidade da First Milk seca o soro que produz como subpro-duto da fabricação de queijos e vende esse produto como commodity. Usan-do a tecnologia da Fonterra, a empresa concentrará e processará o soro de leite para fazer produtos de maior valor, disse Liekelema.

in Nzherald.co.nz/MilkPoint

FONTERRA REVELA NOVA JOINT-VENTURE EUROPEIA

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ARLA INSISTE NA COMPRA DA ALEMÃ ALLGÄULAND A empresa láctea sueco-dinamarquesa Arla Foods anunciou que está muito próxima de adquirir a cooperativa lei-teira do sul da Alemanha, Allgäuland-Käserien, após os últimos membros daquela cooperativa terem votado a favor da união. A Arla Foods disse que os membros da Allgäuer Bergbauern-Milch (que antes haviam rejeitado a oferta da Arla) votaram em favor da união das duas empresas. Uma porta-voz da Allgäuer disse que os membros da cooperativa votaram 80% a favor da oferta de compra, ultrapas-sando, assim, os 75% necessários para garantir a maioria de aceitação. Ela dis-se também que a aprovação pela auto-ridade de concorrência da União Euro-peia (UE) é o último obstáculo a vencer para efectivar a compra - o que deve levar duas semanas -, mas a Allgäuer refere que não prevê dificuldades. O presidente da Arla Germany, Torben Olsen, disse que ficou satisfeito com a decisão. "Durante as próximas sema-nas, a parte final do processo deverá ser desenvolvida. A meta da Arla é que o acordo inclua contratos de um míni-mo de 250 milhões de quilos de leite. A aquisição está sujeita à aprovação pela autoridade de concorrência da UE". Se a Arla Foods realmente comprar a Allgäuer, vai salvar as vendas de 253 milhões de euros da empresa alemã que está ameaçada de falência. As res-pectivas dívidas ascenderão a cerca de

70 milhões de euros nas suas seis coo-perativas. A Arla fez a oferta de compra - apoiada pela direcção da Allgäuer - em Julho último, visando aumentar a sua participação no mercado alemão. A Arla quer adquirir a Allgäuer pelo seu "importante potencial" dentro do negó-cio de queijos especiais, especialmente na Alemanha. A Alemanha é o quarto maior mercado da Arla (depois da Sué-cia, Dinamarca e Reino Unido, respecti-vamente), com 281,9 milhões de euros em vendas. No começo deste ano, a Arla uniu-se a outra cooperativa láctea alemã, a Hansa-Milch, numa medida de significativo impacto que fez com que a empresa ganhasse acesso aos produtores de leite alemães servindo 80 milhões de consu-midores. A quando do anúncio dos seus resulta-dos semestrais no início de Setembro, a Arla disse que a medida marcou "o pri-meiro estágio num desenvolvimento significativo das actividades da Arla no mercado alemão", com a oferta pela Allgäuer sendo mais um passo nessa direcção. A Arla reportou receitas de 3,62 mil milhões de euros para a pri-meira metade de 2011, contra 3,22 mil milhões de euros em 2010. No entanto, os lucros caíram para 66,7 milhões de euros para a primeira metade do ano, comparado com 93,56 milhões de euros no ano transacto.

in Dairy Reporter/MilkPoint

A empresa Mastellone, dona da marca La Serenísima, anunciou o investimento de 15 milhões de dólares para a cons-trução de uma nova unidade de seca-gem de soro desmineralizado na cidade de Trenque Lauquen, em Buenos Aires. A nova unidade terá uma capacidade de processamento de 1,3 milhões de litros de soro simples (que equivalem a 350 mil litros de soro desmineralizado) ou 500 mil litros de leite diários. "A nova instalação da empresa estará em funcionamento no último quadri-mestre de 2012 e permitirá, dessa for-ma, libertar a unidade de General Rodríguez para a secagem de leite. Isso implica um aumento diário de 1 milhão de litros, que serão destinados à pro-dução de leite em pó para exportação".

MASTELLONE INVESTE NA SECAGEM DE SORO

"Este aumento da capacidade de produ-ção de leite em pó implica também em investimentos em infra-estrutura neces-sária para o seu funcionamento, como: pasteurizadores, equipamentos de cen-trifugação e tanques de armazenagem de leite". Para além disso, a empresa anunciou que equipará a nova unidade com "tecnologia de produção integral-mente argentina a fim de impulsionar a cadeia de valor e fomentar a articulação multi-sectorial". Actualmente, a Mastellone Hnos tem todas as suas unidades de secagem de leite em General Rodríguez (Buenos Aires) e conta com uma capacidade de processamento diário de aproximada-mente 3 milhões de litros.

in Infocampo/MilkPoint

Apesar do nível de sobrecapacidade ainda elevado do seu parque industrial, a LBR - Lácteos Brasil não pretende de-sactivar mais nenhuma fábrica para além das cinco unidades paralisadas desde o início do ano. O presidente Wilson Zanatta, garantiu que a reestru-turação operacional "está concluída" e que a expectativa da empresa é, em 2 anos, alcançar uma recolha diária de 6 milhões de litros de leite no país, o bastante para justificar a reabertura de parte das unidades agora encerradas. Fruto da fusão entre a Bom Gosto e a LeitBom no fim de 2010, a LBR dimi-nuiu a capacidade de processamento de 8 milhões para 7,3 milhões de litros por dia após a redução de 30 para 25 no número de unidades em operação em 12 Estados. Como a empresa está a recolher actualmente 4,3 milhões de litros/dia, o nível de sobrecapacidade caiu de 46,3% para 41,1%, ainda assim bem acima dos 30% considerados ideais por Zanatta, que fundou a Bom Gosto em 1993. Mesmo assim, o empresário prevê um crescimento de 20% na recei-ta bruta deste ano face à base de com-paração de 2010, para perto de 3 mil milhões de reais (1,25 mil milhões de euros) e garantiu que a LBR não vende-rá as unidades de produção encerradas. O volume normal de recolha nesta época do ano seria de 5 milhões de litros/dia, mas o inverno rigoroso no Sul, onde a empresa recolhe 65% da matéria-prima, comprometeu o objecti-vo. Mas a sobrecapacidade do sector também é elevada porque a produção não acompanhou o ritmo de constru-ção de novas indústrias no país nos últimos anos. "Talvez as empresas tenham exagerado nas expectativas ou talvez os produtores não tenham avan-çado o suficiente", comentou. Um dos projectos é o chamado "plano 300", criado em 2010 pela Bom Gosto e adoptado há quatro meses pela LBR. O trabalho inclui assistência técnica e apoio na procura de financiamentos pa-ra aumentar a produção nas explora-çõess para pelo menos 300 litros/dia, mais do triplo da média actual. "Actual-mente 80% dos nossos fornecedores produzem menos de 300 litros diários e queremos atingir pelo menos 4 mil produtores em quatro anos", disse.

in Valor/MilkPoint

LBR CONCLUI PROCESSO DE REESTRUTURAÇÃO

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FRANÇA ESTUDA MODELOS INTERPROFISSIONAIS

a coordenação sobre volumes e preços entre os diferentes intervenientes do sector não é necessária porque é reali-zada no interior da cooperativa. A fórmula da interprofissão não é exclusiva da UE, fórmulas semelhantes são encontrados noutros países, embo-ra existam diferenças entre modelos. O estudo compara as organizações inter-profissionais francesas com as dos EUA, (Commodity Council), da África do Sul, (Commodity Forum) e do Canadá, as chamadas Mesas Redondas sobre as cadeias de valor. A principal diferença entre elas é a sua composição. Enquanto nas francesas são integradas pelas organizações mais representativas numa estrutura paritá-ria (produção e transformação/comercialização/ distribuição), nos outros países estudados, a composição

MAMAOT APRESENTA REORGANIZAÇÃO INTERNA

A ministra da Agricultura prevê que a reorganização do Ministério poderá permitir poupar ao Estado até 5 milhões de euros. Para Assunção Cris-tas o passo dado representa «um boca-dinho um arrumar de casa». «Temos expectativas de poupanças muito signi-ficativas no uso dos espaços, libertando alguns espaços para arrendamento ou venda permitindo juntar algumas enti-dades no mesmo local», justificou a ministra. A poupança será também conseguida graças à redução dos cargos dirigentes, considerando que a preocupação passa pela reorganização e só depois haverá decisões sobre o que se pode fazer em termos de «eficiência» dos recursos

humanos. «Esse é um desafio para os dirigentes: olhar para a nova orgânica e saber como podemos fazer melhor com menos pessoas», salientou em confe-rência de imprensa que decorreu no Ministério, no Terreiro do Paço. Na nova orgânica do Ministério da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordena-mento do Território (MAMAOT), os serviços centrais de administração directa passam de 13 para 9, os orga-nismos de administração indirecta, de 10 para 7, e os serviços periféricos de 15 para 10. As estruturas de missão encolhem de 11 para 4 e os órgãos consultivos e comissões de 15 para 7.

in Confagri/MAMAOT

A França é o país onde as organizações interprofissionais estão mais bem implantadas, com um total de 74 inter-profissionais reconhecidas e com uma longa história, já que a primeira data de finais do século XIX, quando se consti-tuiu a do vinho e bebidas espirituosas para proteger as denominações e com-bater a crise da filoxera. Promoção, qualidade, investigação e representatividade são as funções mais óbvias de uma organização interprofis-sional. No entanto, há outra missão, a de regulação dos mercados e relações contratuais que esteve presente na constituição das interprofissões, tanto em França como noutros países. Con-tudo, este objectivo está cada vez mais restringido pelos pareceres emitidos pelo Tribunal da Concorrência francês, como refere um estudo realizado pelo Ministério da Agricultura francês sobre as organizações interprofissionais. De qualquer forma, o papel das inter-profissões na gestão dos mercados depende da organização económica dos sectores. Assim, por exemplo, em paí-ses onde existe um quase monopólio cooperativo como é o caso do leite na Holanda, Dinamarca ou Nova Zelândia,

da interprofissão é mais simples, não sendo necessário que sejam paritárias e podem ser integradas por membros individuais ou empresas. Outro aspecto que marca diferenças entre as interprofissões analisadas é o respectivo processo de tomada de decisões. Enquanto em França é neces-sária a unanimidade para conseguir a extensão da norma, nos EUA funcio-nam com maioria, no Canadá com uma base de concertação e na África do Sul com uma maioria de dois terços dos membros ou da tonelagem total. Em termos de financiamento, tanto em França, como nos EUA e na África do Sul são financiados através de uma taxa obrigatória proveniente do sector. No Canadá, essas contribuições não são necessárias, uma vez que as organiza-ções interprofissionais são fortemente apoiadas pela administração.

in Agrodigital

A Aveiro-Expo cancelou a edição deste ano da Agrovouga, devido à crise, anunciou a empresa. «Os elevados cus-tos do certame, que esta empresa municipal suporta totalmente, justificam a decisão, ponderada e reflectida, agora tomada», informa o comunicado. A decisão está relacionada com a recente legislação, que «impõe a empresas como a Aveiro-Expo a redução imedia-ta dos seus custos na ordem dos 15%». No entanto, revela, que não abdica de uma das principais feiras do sector agrí-cola português, dizendo estar já a desenvolver esforços para que a feiraa seja retomada em 2012. e, entretanto, vai dar lugar à FRILAC - Feira Nacional do Leite e Bovino Leiteiro, que decor-rerá de 27 a 30 de Outubro, que inclui o Concurso Nacional da Raça Holstein Frísia, a mostra agroindustrial e o con-curso “Melhor Queijo 2011” (organiza-do conjuntamente com a ANIL].

in TVI24

NOVA FRILAC SUBSTITUI A AGROVOUGA

CAMPANHA PROMOVE PAÍS E PRODUÇÃO NACIONAL

Nova campanha pretende ajudar os produtos nacionais a competirem em termos de qualidade e apresentação com os produtos estrangeiros e os fundos comunitários vão ajudar a melhorar produtos e a vender marca Portugal. Assim, o Ministério da Economia, em conjunto com o Ministério da Agricul-tura, está a preparar uma campanha vasta que contará com financiamento comunitário. "Vamos identificar os fac-

tores que penalizam a oferta nacional e trabalhar sobre eles", explicou fonte envolvida no processo. O objectivo é desenvolver um modelo não proteccionista, que valorize a quali-dade e alerte os consumidores" para os produtos nacionais, frisou outra fonte. Um modelo mais abrangente para que "as marcas ganhem músculo". Os traba-lhos estão a ser desenvolvidos desde Agosto. "Por isso, ainda não se chegou à fase da orçamentação", acrescentou.

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to das exportações acima da média”, “um novo aumento fiscal seria extrema-mente penalizador”. Ao ponto, contextualiza, de poder haver “um efeito desestabilizador no emprego”, de “enceramentos” de empresas e de eventuais “deslocaliza-ções “ de unidades produtivas. Para Espanha, possivelmente, tendo em con-ta a comparação fiscal sobre o sector. Taxa única era o ideal Confrontado com a ideia de estar em cima da mesa uma opção para cobrar IVA sobre os serviços de restauração, destinguindo bebidas e comidas, o director-geral é claro. Embora opte por não comentar o que é alçada da asso-ciação do sector (AHRESP), garante que, no caso da indústria agro-alimentar, a FIPA sempre defendeu que os produtos essenciais que fazem parte da alimentação (bebidas e comidas) da população devem ter a mesma carga fiscal. E reduzida. “O que gostaríamos”, define, “é que houvesse uma taxa única para a alimen-tação, incluindo comida e bebida, que fosse competitiva com Espanha”. É que, faz notar a FIPA após análise, a taxa média ponderada de IVA em Portugal ascende a 11%, enquanto em Espanha (começando com o escalão mais baixo de 4%), a média ponderada não vai além de 7,4%.

in Jornal de Negócios

A agricultura e o ambiente têm que andar “cada vez mais de mão dada” e superar os conflitos que ainda subsis-tem nos dois sectores, disse a ministra Assunção Cristas, na cerimónia de entrega dos Green Project Awards. “Fazer agricultura de forma sustentável é possível, viável e bom. E o nosso futu-ro passa por aí”, disse a governante - que tem a seu cargo as pastas do Mar, Agricultura, Ambiente e Ordenamento do Território. Assunção Cristas acrescentou que “não há crescimento nem desenvolvimento se não forem sustentáveis”, tanto do ponto de vista ambiental como social. Portugal “tem muitos recursos, mas são sempre escassos” para as necessi-dades, pelo que “temos que cuidar mui-to bem deles”. O secretário de Estado da Energia, Henrique Gomes, também presente na cerimónia, considerou que “caminhar para um crescimento económico sus-tentável implica o uso eficiente dos recursos. Só o investimento em recur-sos naturais permite um desenvolvi-mento sustentável mais duradouro”, acrescentou. Transformar em energia os resíduos da produção de azeite, limpar derrames com cortiça e reduzir o desperdício de comida nos refeitó-rios foram os projectos ambientais distinguidos pela iniciativa.

in Agência Lusa

NADA OU QUASE NADA COMPENSARIA UM AUMENTO DO IVA NO SECTOR ALIMENTAR

"Nada ou quase nada compensaria um aumento de IVA [imposto sobre valor acrescentado] no sector alimentar", garante Pedro Queiroz, director-geral da FIPA - Federação das Indústrias Por-tuguesas Agro-alimentares. O primeiro semestre terminou com uma quebra estimada de 4% na procura e é prová-vel que, no segundo, a situação não melhore. Logo, defende o responsável, do que a indústria transformadora necessita é de uma "solução que promova os sectores de bens transaccionáveis", no âmbito de um "pacote de estímulos mais alar-gados" à economia portuguesa. “Não concebo um cenário de mais impostos sem estímulos à economia”, afirma Pedro Queiroz. “Não quero sequer equacionar um cenário em que desapareça a taxa intermédia”, oneran-do os produtos com o escalão máximo de 23% O que o director-geral da FIPA recorda é que, quer para PS quer para PSD, antes e depois das eleições – o segundo já como Governo – o foco de cresci-mento da economia deveria assentar numa aposta em “bens transaccioná-veis”, com “potencial exportador” e que potenciasse a “dinamização agríco-la”. Garantindo que a indústria agro-alimentar em Portugal é das que “mais tem contribuído para o equilíbrio da balança comercial, com um crescimen-

PORTUGUESES ESTÃO A CORTAR NO QUE PODEM Os dados macroeconómicos já tinham mostrado a realidade que agora as empresas consolidam, Os portugueses estão a cortar nos seus consumos. Electricidade, combustíveis, comunica-ções, alimentação, electrónica, vestuá-rio: os portugueses estão a cortar no que podem.

A recessão já está a ter expressão nas contas das empresas do PSI20 que actuam na área do consumo ou do cré-dito. Ainda que a maior parte defenda que tem feito os trabalhos de casa – nomeadamente do lado dos custos – certo é que há sinais de que o consumo está a cair, mesmo nos bens essenciais. Ao mesmo tempo, os portugueses estão a ter mais dificuldade na obten-ção de créditos, nomeadamente os de consumo, que ajudavam nas compras. […] Os consumidores parecem estar mais selectivos nas suas idas aos super-mercados e hipermercados. No mesmo universo de lojas, a Sonae – que explo-ra as lojas Continente – subiu vendas em 1%, enquanto a JM viu a facturação nas unidades Pingo Doce cair 0,4%.

SUPERAR CONFLITO ENTRE AGRICULTURA E AMBIENTE

Ambas as empresas garantem que con-tinua o fenómeno de subida de vendas nos produtos que ostentam as suas próprias marcas, em muitos casos ven-didos a preços mais baixos. Mais intensamente sentiu-se a retrac-ção no consumo nas lojas Sonae dedi-cadas a artigos não alimentares, em particular nas de electrodomésticos e produtos electrónicos, nas de vestuário e nas de artigos de desporto. São bens que os consumidores acabam por adiar ou eliminar a compra. A Sonae revelou, aliás, grandes cautelas para o segundo semestre, já que são esperados novos impactos das medidas de austeridade, nomeadamente o imposto extraordiná-rio sobre o rendimento que irá penali-zar o subsídio de natal.

in Jornal de Negócios

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CAP NÃO QUER ALTERAÇÕES NO IVA

João Machado defende que o Fundo de Capitalização não foi criado para resol-ver problemas mas para garantir refor-mas. O presidente da CAP está total-mente contra a utilização das verbas da Segurança Social para pagar despesa corrente. E duvida que haja um acordo de concertação estratégica este ano. I online (IO): Preocupa-o o facto de os excedentes da Segurança Social estarem a ser desviados para despe-sa corrente e não estarem a ir para o Fundo de Capitalização? João Machado (JM): Há duas ques-tões na Segurança Social. Em primeiro lugar, e já defendemos isso perante o governo e publicamente, é um crime atacar o sistema e a sua sustentabilida-de. Fizemos uma profunda reforma há uns anos atrás, que está planeada para dar resultados até 2050 e que foi con-seguida com o acordo dos parceiros sociais. Atacar o sistema, nomeadamen-te a parte das reformas, é um crime que ninguém pode cometer. [...] IO: É contra a redução da TSU? JM: Mais uma vez estamos a atirar ao lado. A baixa da TSU em 3,6 ou 3,7%, ainda por cima se for faseada, como foi proposto no documento do governo, não tem nenhum impacto na competiti-vidade das empresas. Nas exportado-ras, a incidência da mão-de-obra no preço final do produto varia entre os 10% e os 20%. Admitamos este máxi-mo. E admitamos que a taxa baixa de facto 3,7%. Estamos a falar de uma inci-dência para a competitividade de 0,6% ou 0,7%. Isto quer dizer que não há nenhuma empresa que aumente a sua competitividade por ter uma redução de 0,7% no preço do produto final. E não há nenhuma empresa que baixe o preço se o impacto for desta ordem de grandeza. Continua tudo na mesma e a Segurança Social perde 1.500 milhões de euros que têm de se ir buscar a um lado qualquer. Analisando este relató-rio, é um disparate mexer na TSU. IO: E o IVA? JM: O relatório não tem a parte do IVA. Só diz que a descida que for adop-tada tem de ser compensada em sede de outros impostos, nomeadamente do IVA. O que significa que só conhece-mos uma parte do problema. E quería-mos, nesta última reunião da Concerta-ção Social, que nos revelassem a outra parte. Devia haver um relatório sobre a

subida do IVA e o seu impacto na eco-nomia nacional para podermos con-frontar os números com a descida da TSU. Esta não tem grande impacto e o outro, no nosso entender, terá um impacto desastroso nas empresas por-tuguesas. E portanto pedimos ao gover-no que dê muita atenção a esta maté-ria. IO: Terá consequências eliminar a taxa reduzida e intermédia? JM: Representa um custo acrescido sobre bens essenciais para os consumi-dores de 10% num caso e de 17% no outro. Para uma população que tem sido bastante pressionada ao nível dos salários. Segunda questão: representa necessariamente uma contracção brutal do mercado e uma quebra nas vendas para as empresas às quais se pretendia dar competitividade. É preciso não esquecer que a grande maioria são pequenas e médias empresas. E as exportadoras, salvo raríssimas excep-ções, têm como principal mercado o nacional e só depois os outros. Ora se lhes tiramos esse mercado vão ficar ainda mais fracas, têm de despedir, e a suas exportações também vão sofrer com isso. [...] IO: O facto de o actual secretário de Estado da Agricultura ter sido da CAP facilita a comunicação da con-federação com o actual governo? JM: Temos grande confiança na equipa ministerial que está à frente da Agricul-tura. Na ministra e no secretário de Estado. Têm uma tarefa muito difícil, porque o ministério é grande de mais e abarca matérias a mais. Ter um secretá-rio de Estado que conhecemos bem, em quem acreditamos e a quem reco-nhecemos capacidade de trabalho e capacidade técnica e política para o lugar só pode ser uma vantagem. IO: Qual é o percurso profissional do actual secretário de Estado da Agricultura? JM: Tem um currículo muito longo. Em Bruxelas trabalhou na Confederação Europeia dos Agricultores, pelo que conhece bem a mecânica de toda a agricultura europeia pelo lado da pro-dução. Depois foi nosso delegado em Bruxelas. Ou seja, também conhece bem o ponto de vista dos agricultores portugueses. Mais tarde passou pela Comissão Europeia, nomeadamente pela Direcção-Geral da Agricultura, e

estava agora com um dossiê muito importante, que é a negociação da polí-tica agrícola comum para o período que vai de 2014 a 2020. IO: Quais são as maiores preocupa-ções do agricultor neste momento? JM: Têm muitíssimas. Além de agricul-tores são portugueses e como tal têm as mesmas preocupações que todos os que vivem em Portugal sentem actual-mente. Mas podemos dividi-las em dois grandes grupos. Em primeiro lugar, o actual quadro comunitário, que termina em 2013, e a sua aplicação em Portugal. Toda a gente sabe que nós não concor-dámos com este Proder, que foi feito por um ministro de má memória para todos os agricultores (Jaime Silva). No entanto, agora os fundos comunitários não têm alternativa senão serem aplica-dos por aquele veículo. Temos de tra-balhar todos os dias para os aplicar bem e para virem para Portugal, por-que ajudam a economia nacional. Ora o Estado não tem dinheiro para as con-trapartidas nacionais. IO: Qual é, neste momento, a taxa de execução do Proder? JM: Tem-se cifrado em média nos 25% dos fundos disponíveis para este pro-grama. E até essa comparticipação está a ser difícil de conseguir. Este ano esta-vam orçamentados 103 milhões de euros com a possibilidade de se aumen-tar mais 50 milhões. Ora esses 50 milhões já estão a ser precisos e a ministra da Agricultura apenas conse-guiu desbloquear 11 milhões. Como estamos muito perto do final do ano, é absolutamente necessário não só fazer pagamentos como cumprir os objecti-vos que estavam estabelecidos. [...] IO: Como vê a nova PAC? JM: Essa negociação política tem de ajudar Portugal a continuar nesta senda de crescimento. Tem de prever que a nossa produção vai aumentar e tem de visar o equilíbrio da distribuição de fundos dentro da Europa. De facto, Portugal está hoje muito longe dos primeiros lugares. Estamos em 22.º ou 23.º, conforme o prisma de que olha-mos os fundos, numa Europa a 27. Quer dizer que estamos mesmo na cauda. O governo tem aqui uma opor-tunidade de tentar inverter esta situa-ção. Depositamos muita esperança em que a experiência que o executivo tem nesta matéria venha a produzir resulta-dos positivos. [...]

in I online

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SUPERS MAIS BARATOS ESTÃO NO NORTE E CENTRO

Apenas 12 das 50 lojas com preços mais baratos se situam no Sul do país, indica a revista Proteste na edição de Outubro. Ir ao supermercado fica mais barato a quem mora no Norte do que a quem mora no Sul. A Deco Proteste visitou 578 lojas de todo o país para comparar preços. Uma das conclusões foi a seguinte: “Dos 50 supermercados mais baratos, apenas 12 ficam a Sul”. Foram cinco os vencedores dos preços baixos na avaliação de um cabaz de 100 produtos das marcas mais vendidas e de todas as categorias de produtos. Dois são do Norte, o Ecomarché de

Vila Pouca de Aguiar e o Continente Modelo de Esposende. Um é do Cen-tro do País, o Intermarché de Torres Novas. A representar o Sul estão os supermercados Intermarché de Ferrei-ras e de Portalegre. Neste sentido, relativamente a cadeias de retalho, saem vencedores o Grupo Mosqueteiros (do Ecomarché e Inter-marché) e o Continente Modelo neste cabaz de 100 produtos analisado pela Deco. Por sua vez, caso sejam escolhi-dos apenas oitenta e um produtos com base na escolha do mais barato sem ligar às marcas mais vendidas, o Eco-marché é quem mais se destaca, com

preços mais baixos. A Deco avaliou ainda as marcas pró-prias dos supermercados. Apesar de concluir que não há grandes diferenças de preços, indica que o Continente e o Pingo Doce são aqueles que permitem uma maior poupança aos clientes. De forma a permitir que os clientes de várias marcas de retalho possam saber onde encontrar “preços mesmo bai-xos”, a Deco disponibiliza um simula-dor que permite ordenar os supermer-cados das regiões do país por preços, dando a opção de se indicarem vários cabazes específicos (carne, peixe, mer-cearia, lacticínios, por exemplo).

in Jornal de Negócios

ACABAR COM “PREPOTÊNCIA” DA DISTRIBUIÇÃO

das maiores importadoras nacionais, em 2010. A empresa actua simultaneamente como cliente, prestadora de serviços e concorrente. Esta é uma das queixas mais frequentes dos fornecedores, uma vez que permite ter acesso a informa-ção confidencial de outras marcas e gerir a política de preços de venda ao publico a seu favor. Mas, se olharmos para o sector da dis-tribuição, é possível observar que a força das cadeias de distribuição da Sonae ou da Jerónimo Martins não afecta apenas as marcas/produção, mas penaliza também outras redes de distri-buição que queiram instalar-se ou este-jam já presentes em Portugal. Os franceses da Carrefour deixaram o país em 2008 e fala-se agora da even-tual saída dos espanhóis da Dia, que têm as lojas Minipreço. Na opinião de Beatriz Imperatori, o problema é a Autoridade da Concor-rência “está vocacionada para resolver questões transversais aos mercados”. O regulador “poderia investigar casos mais micro, mas não o faz. E não pode-mos estar dependentes da sua vontade, apenas porque determinada matéria afecta “só” 10% do mercado”. O exemplo inglês seria, para a respon-sável, o ideal para transpor para a reali-dade portuguesa. O modelo prevê a criação de um pro-vedor que, não só monitoriza os diver-sos sectores do mercado, como tem poder para investigar e decidir. No fundo, funciona como um tribunal da concorrência ou arbitral.

A Autoridade da Concorrência não está a resolver o conflito que opõe produtores e distribuição. As marcas querem criar uma espécie de tribunal arbitral par decidir questões de abuso de poder, como está a ser feito no Rei-no unido. O objectivo é aproveitar a revisão da Lei da Concorrência, previs-ta no Memorando assinado com a troi-ka, e que dentro em breve será coloca-da a consulta pública, de acordo com o ministro da Economia e Emprego, Álva-ro Santos Pereira. No modelo actual, as marcas perderam o poder negocial e são as cadeias de distribuição que impõem, as regras, desde a política de descontos e contra-partidas, aos prazos de pagamento, passando pelas penalizações impostas aos fornecedores. Em Portugal, cerca de 90% da legislação regula a produção e apenas 10% rege a distribuição. O que as marcas preten-dem é acabar com este desequilíbrio, explica Beatriz Imperatori, directora-geral da Centromarca, entidade que representa 50 empresas responsáveis pela produção de 800 marcas presentes na grande distribuição. “Queremos espelhar na lei dispositivos iguais para quemvend3e (produção) e para quem compra (distribuição). Um papel que nem sempre é claro. As marcas brancas são, por isso, outra das questões que os produtores gosta-riam de ver salvaguardada na legislação de concorrência revista. O grupo Jeró-nimo Martins /Pingo Doce Distribuição Alimentar aparece em 5º lugar no ran-king do Instituto Nacional de Estatística

Exemplos de práticas “abusivas da concorrência” Jerónimo Martins: Tabelas de preços - não aceitou novas tabelas de preços o fornecedor A aceitação de novas tabelas de preços depende da capacidade do fornecedor fazer subir os preços nos demais ope-radores do mer-cado. Esta práti-ca, é ilegal, uma vez que obriga os fornecedores a controlar e fixar os preços anulando a concorrência. Soane e J.M: Débitos - emissão de débi-tos alegadamente indevidos, não justifi-cados, e imediatamente descontados nos pagamentos. Sonae: Reposição de produtos Na reposição (o desconto concedido ao retalhista pelo serviço de repor os produtos nas prateleiras) não foi cum-prido o estabelecido no contrato. Segundo os queixosos, os pagamentos foram descontados mesmo sem haver serviço de reposição. Pingo Doce: Comparticipação para campanhas publicitárias O retalhista decidiu não repercutir o aumento da taxa do IVA nos produtos (campanha IVA 0%) e enviou o diferen-cial para ser pago pelos fornecedores. No caso da campanha “cabaz família 10€, foi debitada aos fornecedores uma comparticipação de 50% na redução de preço, sem aviso prévio.

in I online

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MAKRO REDEFINE ESTRATÉGIA PARA CRESCER

rada em Aveiro). O apelo, no entanto, não foi só feito aos clientes em darem a conhecer as suas preocupações, exigências e neces-sidades, mas também aos fornecedores – que constituíam a maioria da plateia – salientando De Geest que “partilhar a estratégia tem fundamentalmente o objectivo de obter parceiros”. Esta partilha de estratégia foi, igualmen-te, destacada por Peter Gries, membro da Administração da Makro, referindo que “embarcámos numa viagem de transição e transformação em que pre-tendemos ter uma companhia focaliza-da nos nossos clientes e conhecer as suas necessidades. Tudo isto não se faz sozinhos, faz-se com parceiros”. Dividindo os clientes da Makro por Horeca, comércio alimentar e institui-ções/empresas/empresários, é no canal Horeca onde a Makro tem a sua maior facturação, representando cerca de 50% do total das receitas do grupo em Portugal, detendo, segundo Gries, 92% de penetração de mercado e 59.000 clientes. “Quase todos os restaurantes e cafés são clientes Makro. E queremos que continuem”. Já no comércio alimentar, onde a Mak-ro possui cerca de 27.000 clientes, representando 20% das vendas e onde tem 70% de penetração do mercado,

CONTINENTE GANHA TERRENO AO PINGO DOCE

O Continente, marca de supermerca-dos e hipermercados do grupo Sonae, atingiu 25,4% de quota de mercado no retalho alimentar no primeiro semestre deste ano. Um aumento de 1,2% face ao mesmo período do ano passado, número que ganha mais relevância numa altura em que o mercado assiste a uma estagnação nas vendas. Este reforço de liderança da marca Continente foi acompanhado por uma quebra de posição da grande maioria dos operadores no mercado nacional, à excepção das lojas Pingo Doce, do gru-po Jerónimo Martins, que também viram a sua quota aumentar 0,8%, para 18,9%, apurou o Diário Económico junto de fontes do sector. Em simultâneo com o aumento de quo-ta de mercado, as vendas na área ali-mentar da Sonae cresceram 3% no pri-meiro semestre deste ano quando

comparadas com a primeira metade de 2010, totalizando 1,56 mil milhões de euros. Numa situação equiparada (com o mesmo número de lojas), a Sonae MC reforçou as suas vendas em 1% - e isto num cenário em que já "começa a

haver sinais de abrandamen-to" do consu-mo no País, realçou fonte oficial da Sonae. Já o Intermar-

ché manteve a sua quota nos 9,5% - o Lidl, contudo, desceu a sua posição no mercado em 0,1% para 9,1%. Queda semelhante teve o Minipreço, que ficou com uma quota de 7%, e a Auchan (Jumbo/Pão de Açúcar), que reduziu em 0,3% para 6,3% de quota.

in Diário Económico

Na convenção anual da Makro ficou claro uma coisa: a Makro quer crescer em Portugal e considera, nas palavras de Hugo De Geest, presidente da Mak-ro Portugal, o nosso País “estratégico” para o crescimento global da operação cash&carry do grupo Metro. Considerando que temos navegado em “águas turbulentas”, o responsável pela operação do terceiro maior retalhista mundial, atrás da Wal-Mart e Carre-four, em Portugal desvendou alguns pontos da estratégia futura da Makro para o nosso País, destacando-se, clara-mente, como ponto de partida a aposta na segmentação dos clientes, de modo a “conhecer, saber, responder às necessidades de cada cliente”. Assim, uma das máximas ouvidas na convenção e que pretende ser uma es-pécie de guia para as acções futuras da Makro é a de que “mudámos de vender o que compramos para comprar o que vendemos”. Ou seja, antes de comprar, há que saber a quem vender, pelo que “é imperioso conhecer o nosso cliente, seja ele individual, co-lectivo, retalho, Horeca ou institucional”. O objectivo é, naturalmente, aumentar a facturação anual que, em 2010, ascen-deu a 400 milhões de euros, não estan-do, contudo, prevista a abertura de lojas (11 ao todo, com a última inaugu-

Gries, admitiu que “queremos copiar o que a indústria faz”. Por outras pala-vras, a marca própria deverá ter aqui um papel essencial na estratégia da Makro de aproximação aos clientes. Por fim, o grupo das instituições/em-presas, onde a operação cash&carry da Makro em Portugal possui 180.000 clientes e uma penetração de 37% é, claramente, uma aposta da companhia.

Para chegar mais perto e mais rapida-mente aos clientes, a Makro já tem no terreno uma força de vendas composta por 110 vendedores, numa clara aposta na pró-actividade. “Não podemos estar à espera que o cliente venha à Makro depois de receber os folhetos. Temos de ser nós a ir visitá-lo e a propor-lhe produtos, serviços e soluções”, admi-tindo Gries que a força de vendas é “estratégica”. “Temos 8.000 clientes para serem visitados e vamos ter mui-tos mais”, disse Gries. Uma das mudan-ças e “inovações” da Makro Portugal é o Serviço de Entregas, do qual já pro-vêm 10% da facturação. um elo de ligação, Macedo admitiu que “o poder não está em ter, mas em conhecer, saber e partilhar”.

in HiperSuper

O Sindicato dos Trabalhadores dos Escritórios, Comércio e Serviços de Portugal desconfia das intenções da Megafinance, cujos responsáveis en-frentam problemas na justiça, e não acredita que viabilizem os supermerca-dos AC Santos, declarados insolventes em Maio. "Não estamos nada confian-tes, isso não vai dar em nada. As notí-cias que têm saído relativamente a essa empresa não nos dão confiança", disse a dirigente, Isabel Camarinha. Entre os credores encontram-se os próprios trabalhadores e empresas como a Auchan e a Unicer. Os traba-lhadores reclamam metade do subsídio de Natal de 2010 e retroactivos relati-vos à actualização salarial desde 2005, além das indemnizações aplicáveis em caso de despedimento.

in Agência Lusa

■ Informação ANIL Set 2011 ■ 39

DESCONFIANÇA NO FUTURO DA A.C.SANTOS

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40 ■ Informação ANIL Set 2011 ■

MN&F II AGUARDA DECLARAÇÃO DE INSOLVÊNCIA

A empresa Manuel Nunes & Fernandes II (MN&F II), grupo do sector da distri-buição alimentar com cerca de 400 retalhistas integrados e que contava com 743 trabalhadores no final de 2010 (actualmente com 384), fechou as por-tas e aguarda a declaração de insolvên-cia pelo Tribunal, de acordo com o comunicado emitido pela empresa. Admitindo no documento que os resul-tados do exercício de 2010 foram mar-cados por uma “fortíssima pressão con-correncial no sector, quer ao nível de preço, quer em termos da oferta de marca própria, o que aliado ao aprofun-damento da crise económica que se tem verificado e consequente diminui-ção de consumo, às próprias dificulda-des da indústria nacional, às alterações verificadas no sistema bancário que obrigaram a amortizações elevadas de financiamentos que se encontravam estabelecidos e agravamento dos spreads aplicados, à posição assumida pelas seguradoras de crédito que estrangularam por completo a activida-de da empresa impossibilitando o seu normal funcionamento”, fizeram com

que o grupo “esgotasse os seus meios financeiros e capacidade de pagamen-to”. Referindo que “apesar da forte redução de custos de estrutura e dos inúmeros esforços desenvolvidos, junto dos vários parceiros e entidades”, bem como dos vários organismos estatais ligados à Economia, não foi possível colocar em prática o plano de reestru-turação, tendo decidido “percorrer o caminho da insolvência”, de forma a tentar viabilizar a sua recuperação. O documento assinala ainda o “insucesso” da cadeia de lojas Supersol pertencentes à empresa Bom Dia (adquiridas a empresários que anterior-mente operavam como franchisados), e que absorveram “uma grande parte dos recursos do grupo”. A Manuel Nunes & Fernandes II aguar-da agora a nomeação do respectivo Administrador de Insolvência, tendo como principal objectivo a actual admi-nistração “colaborar activamente junto do mesmo na implementação do seu Plano de Recuperação, sustentabilizan-do a sua permanência no mercado”.

ABERTURA AOS DOMINGOS À TARDE CONTRIBUI PARA O CRESCIMENTO DA DISTRIBUIÇÃO

No primeiro trimestre de 2011, a Dis-tribuição Moderna contrariou a ten-dência de decrescimento que ocorreu no mercado de FMCG (Fast Moving Consuming Goods). Se este último decresceu 1.3% em valor e 2.2% em volume, já a Distribuição Moderna conseguiu crescer 1.4% em valor, apesar de em volume estar está-vel, com menos 0.4%. A abertura dos hipermercados ao domingo, que aconteceu em pratica-mente todo o país, com excepção de dois ou três concelhos, ajudou ao cres-cimento da Distribuição Moderna, em detrimento sobretudo dos dias de sex-ta-feira e sábado. Na verdade, a abertura aos domingos contribuiu em 64% para o crescimento em valor da Distribuição Moderna, enquanto que a terça-feira contribuiu em 28% e a segunda-feira em 8%. Como seria de esperar, com esta nova opção de dia de compra, o comporta-mento do shopper português mudou

um pouco, já que reorganizou as suas compras, comprando menos à sexta-feira e ao sábado, para passar a com-prar mais ao Domingo. Assim, analisando o peso em valor que cada dia tem, verifica-se que no primei-ro trimestre de 2010 a sexta-feira tinha 15,2%, passando a ter já neste ano 14.8% e o sábado representava em valor 23.5% e passou a representar 22.3% no primeiro trimestre de 2011. Já o Domingo, cuja abertura era possí-vel apenas de manhã, representou 16.4% do valor total do FMCG no pri-meiro trimestre de 2011, quando no mesmo período de 2010 representava 14.8%. O Continente e a Auchan foram, natu-ralmente, as insígnias mais beneficiadas com esta alteração. Assim, o Continen-te cresceu 62.2% em valor neste dia e o Jumbo cresceu 42% em valor. Sempre valores relativos ao aumento no Domingo, recordando que já estavam abertos da parte da manhã.

A eurodeputada Mª Céu Patrão Neves, consciente do impacto dos desequilí-brios da cadeia de distribuição alimen-tar sobre os sectores fornecedores, apresentou há dias naquela câmara uma questão escrita à Comissão Europeia sobre esse tema. O texto da questão escrita é o seguinte: “Actualmente a maior parte dos produto-res está confrontada com um incomportá-vel aumento dos custos de produção e sente enormes dificuldades em fazer re-flectir esse impacto junto dos seus clientes, nomeadamente da grande distribuição. A curto prazo poderá ser colocada em causa a sobrevivência de várias empresas e a destruição do tecido produtivo nos vários E-m, o que irá agravar o problema da balança comercial, e a dependência da volatilidade dos mercados externos. Desde 1996 até ao presente assistiu-se a um aumento médio de 3,3%/ano ao nível do consumo dos produtos alimentares, de 3,6%/ano dos custos de produção agrícola e de apenas 2,1%/ano dos preços pagos aos agricultores. De acordo com as conclusões de autorida-des da Concorrência de diferentes E-m há factualmente um conjunto de problemas que afectam hoje a indústria agro-alimentar nas relações com a grande dis-tribuição tendo sido identificadas quatro áreas em que esse desequilíbrio é especial-mente sensível: imposição unilateral de condições contratuais; descontos e outras contrapartidas; penalizações e prazos de pagamento. O crescente poder de mercado dos gran-des Grupos retalhistas gera uma perda progressiva do poder de venda da indústria face ao poder de compra destes grupos na determinação do nível de preços ao longo da cadeia de valor, da produção ao aprovi-sionamento e na venda a retalho ao con-sumidor final. Como irá a Comissão Europeia responder aos três desafios mais urgentes que se colocam actualmente: 1- a necessidade de promover uma regula-ção das relações entre distribuidores e fornecedores, 2- a necessidade de regulamentar as práti-cas comerciais mais problemáticas 3- o tratamento e divulgação em relação aos preços (e quantidades) que são prati-cados ao longo da cadeia alimentar.”

COMISSÃO QUESTIONADA SOBRE RELAÇÕES PRODUÇÃO/DISTRIBUIÇÃO

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VENDAS DA DISTRIBUIÇÃO EM 2010 AUMENTAM 6%

As empresas da Moderna Distribuição alcançaram um volume de negócios de 15,7 mil milhões de euros em 2010, mais 6% face ao ano anterior. O sector da Distribuição representou no ano passado 9,1 do PIB (Produto Interno Bruto), quando há 5 anos era de 6,6%, de acordo com dados do Ranking Anual da APED (Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição). As empresas de retalho associadas da APED criaram 5.195 postos de trabalho para um total de 93.068. Ana Trigo de Morais, directora-geral da associação, ressalva a sustentabilidade no emprego: “cerca de 70% dos colaboradores têm contrato efectivo”. Foram abertas 153 novas lojas para um total de 2.733 que representam 2,7 milhões de metros quadrados de área comercial. A abertu-ra de novas lojas foi no entanto inferior à registada nos anos transactos. A APED tem 109 associados que repre-sentam a grande maioria do sector da Moderna Distribuição. Em 2010, entra-ram oito novos membros na associação (Stara, Casa, Maco AG, Prenatal, PROF, Roady, Claire’s e Zippy). Um total de 33% dos associados são do sector têx-til/calçado, 28% do retalho alimen-tar,9% da área de mobiliário e bricola-ge, 5% do desporto e 5% do sector de electrónica de consumo. No que diz respeito ao volume de negócios, o retalho alimentar é rei e representa 71% das vendas da APED. Seguem-se electrónica de consumo (10%), mobi-liário e bricolage (7%), têxtil/calçado (5%) e desporto (3%).

“Grande preocupação da Distribui-ção é a manutenção de emprego” “A grande preocupação da Distribuição é a manutenção de emprego”, disse Ana Trigo de Morais, directora-geral da APED, quando questionada sobre o impacto da liberalização dos horários do comércio aos domingos e feriados na criação de postos de trabalho na Distribuição. A responsável garante, no

entanto, que o sector está a criar emprego apesar do abrandamento do ritmo de abertura de novas lojas no primeiro semestre do ano. No ano passado, as empresas de distri-buição aumentaram em 5.195 o núme-ro de colaboradores para um total de 93.068. O Pingo Doce foi a insígnia que criou mais postos de trabalho em 2010 (2.723), mais 13%, e é também a asso-ciada da APED com maior número de colaboradores. “Não é possível medir o impacto da da liberalização dos horá-rios do comércio aos domingos e feria-dos na criação de postos de trabalho na Distribuição em 2010 porque a lei entrou em vigor em Outubro e logo de seguida começou a época natalícia”, altura do ano em que as insígnias não têm restrições no horário de funciona-mento.

Lojas Pingo Doce são mais rentáveis que os supermercados Continente O Pingo Doce é a marca com maiores ganhos de produtividade no sector alimentar da grande distribuição no último ano. A conclusão, apoiada no indicador que mede os rácios entre volume de negócios por área de venda e por colaborador, é da AAPED. De acordo com essa avaliação, a retalhista do grupo Jerónimo Martins (JM) cres-ceu 11% na facturação por área: vendeu 8.206 euros por metro quadrado con-tra os 7.409 euros em 2009. Um indica-dor em que o grupo Sonae, pelo con-trário, perdeu rentabilidade, tendo fac-turado menos 3% por área de venda. Também a cadeia de ‘hard discount' Lidl registou o mesmo decréscimo. Já duas cadeias ligadas ao comércio de calçado destacaram-se no sentido oposto: as sapatarias Coutinho aumen-taram 29% e a Aldo cresceu 22%. A directora-geral da APED, Ana Trigo de Morais, sublinhou que, apesar do cenário económico desfavorável em 2010, a grande distribuição conseguiu crescer e criou novos postos de traba-lho. "Os associados da área não-alimentar são os que estão a crescer mais", realçou a responsável da APED. O volume de negócios do universo de associados da APED cresceu 6%, para 15,7 mil milhões de euros, tendo sido responsável pela criação de 5.196 pos-tos de trabalho só no último ano - no total, o sector emprega 93.068 pessoas.

Empresas de Distribuição abrem 153 lojas em 2010 Terminaram o ano com 2.733 pontos de venda, o que corresponde a 2.751 mil metros quadrados de área comer-cial, segundo o ranking anual da APED. “Se se considerar uma base constante de empresas associadas, excluindo o efeito da entrada de novos associados em 2010, verifica-se um aumento de 37 lojas face a 2009″ , lê-se no documen-to. O Minipreço é a insígnia que detém o maior parque de lojas em Portugal, 524 unidades, mais 4% face a 2009. Seguem-se o Pingo Doce com 362 (+2%), o Lidl com 227 (+2%), o Conti-nente com 170 (+4%), e a Worten que não inaugurou lojas no ano passado.

Electrónica e têxtil são sectores mais penalizados O consumo está a cair em Portugal, segundo os dados preliminares da APED. Ana Trigo de Morais, directora-geral da Associação, assegura que o retalho de base não alimentar está a sofrer mais, sobretudo o da electróni-ca, que regista quebras de 4%, e o têxtil a cair 9%. O retalho alimentar, por outro lado, tem servido de almofada ao sector e não regista grandes variações. Ana Isabel Morais atribui a performan-ce ao esforço das insígnias de retalho alimentar na oferta de cabazes compe-titivos que permitem “manter o nível de vida das famílias”. Questionada sobre a hipotética extin-ção da taxa intermédia do IVA, admiti-da ontem por Pedro Passos Coelho, a responsável não esconde a grande preocupação do sector. “Os consumi-dores já estão a transferir parte dos recursos para a consolidação das con-tas públicas e a medida vai influenciar o comportamento do sector. Contabilizá-mos o impacto da medida e estamos em diálogo com o Governo. É preciso cautela porque é necessário contabili-zar o impacto no consumo sob pena de em lugar de ter ganho fiscal ter perda de receita fiscal”.

in HiperSuper

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42 ■ Informação ANIL Set 2011 ■

EXPECTATIVAS POUCO ANIMADORAS PARA O QUEIJO

De acordo com um novo relatório do Rabobank, intitulado "O mercado do queijo europeus," o mercado de quei-jos na União Europeia está a mudar de "uma posição confortável", onde a maioria dos produtores tem alguma garantia de crescimento, para um ambiente feroz, com o aumento dos preços do leite cru a ameaçar as mar-gens. Recordando que na UE, o queijo tem sido o destino preferido para o leite, uma vez contempladas as necessidades de leite fresco, os autores do relatório insistem que se aproximam tempos de mudança significativa e explicam que o desenvolvido mercado do queijo da UE experimenta um declínio nos seus pre-ços e margens devido ao aumento das receitas obtidas com o leite em pó e a manteiga, que inflacionam os preços do leite cru para os produtores de queijo. De acordo com a Rabobank, com o desmantelamento das quotas de leite estabelecido pela UE para 2015, os fornecedores de leite terão que encon-trar novas formas de lidar com o excesso de leite que se produza a par-tir daí.. Saturação do mercado O queijo proporcionou, tradicional-mente, melhores oportunidades de exportação do que qualquer outro

produto lácteo, já que os consumidores sempre estiveram dispostos a pagar os preços relativamente altos de queijos europeus à conta da sua qualidade. Como consequência disso, o Rabobank recorda que a quota de leite transfor-mado em queijo aumentou de 43 para 45% entre 2001 e 2010. O relatório prevê que o mercado de queijo da UE continue a crescer, mas vai fazê-lo a uma taxa decrescente de 0,6% em todos os Estados-membros entre 2011 e 2015, em comparação com a taxa de 1,1% que se verificou entre 2005 e 2010 e que as taxas de crescimento em torno dos 2% previstas para a Irlanda, Polónia, Hungria, Suécia, Espanha e Grécia, são compensadas pelas previsões de crescimento quase nulo para a Alemanha e a França. O saturado mercado de queijos euro-peu, corroeu o prémio mais elevado associado com o queijo, em compara-ção com outros produtos lácteos, enquanto a volatilidade da matéria-prima tem vindo a afectar os produto-res. Actualmente, de acordo com o Rabobank, o leite em pó e o butteroil oferecem perspectivas mais atraentes do que o queijo, dada a procura de produtos lácteos nos mercados em desenvolvimento no Médio Oriente e Ásia.

O retorno de queijos provenientes da UE, incluindo os mais populares como o Cheddar, o Gouda ou o Emmental, costumava ser superior ao obtido com o leite em pó desnatado ou a manteiga. O Rabobank refere que: “isso significa-va que os produtores de queijo podiam facilmente pagar preços competitivos pelo leite e, ainda assim, gerar margens decentes.” Mas em 2007, o tradicional produtor de queijos premium da UE desapare-ceu, em consequência do rápido cresci-mento da procura de leite em pó, mais rápido que o crescimento da procura de queijo, com mercados em expansão como a China e o Vietname a comple-mentarem os seus aprovisionamentos e com uma flutuação desmedida dos pre-ços do leite.

Enfoque baseado no mercado Nos queijos duros e semi-duros, os processos de maturação, que podem durar mais de um ano, complicam ainda mais as coisas para os fabricantes, o que cria “um lapso de tempo que torna muito difícil um enfoque de mercado para este tipo de queijos”, assinalam os autores do relatório. “Quando o queijo é produzido em tempos de alta das matérias-primas, mas que não é vendido antes do mer-cado lácteo, no seu conjunto, ver a sua tendência inverter-se, com preços de comercialização baixos, as margens

LTO: PREÇOS DO LEITE VOLTAM A SUBIR EM JULHO

Desde Maio passado, o preço médio do leite na UE tem mantido uma tendência ascendente. Partindo dos 0,3275 €/kg registados em Abril, subiu-se para 0,3359 €/kg em Maio, para 0,3463 €/kg em Junho e, agora, para 0,3558 €/kg, em Julho. Nos últimos meses, o aumen-to acumulado foi de 0,0283 €/kg, que compensou o declínio experimentado em Março e Abril (-0,0093 €/kg), con-forme indicado pela organização holan-desa LTO. Em relação ao ano anterior, o preço médio registado em Julho des-te ano é 0,0132 €/kg superior. Também nos EUA, o preço do leite não só aumentou em Junho e Julho, como o aumento acumulado nesses dois meses foi de 0,0829 €/kg, sendo, para além disso, o preço médio alcan-çado em Julho o mais alto alguma vez registado. O preço do leite Classe III atingiu os 0,3709 €/kg, Recorde-se que

o preço nos EUA para o leite de Classe III em Julho de 2010 não ultrapassou os 0,3055 €/kg. Na Nova Zelândia, o preço do leite também aumentou em Julho em rela-ção a Junho em 0,0140 €/kg, enquanto o preço registado (0,3182 €/kg) é menor do que o de Maio passado (0,3280 €/kg) e é também inferior em 0,0123 €/kg relativamente ao de Julho de 2010. Lembre-se que os preços na UE foram calculados como a média paga por 17 das maiores empresas de lacticínios que recolhem leite na União Europeia. O preço refere-se a um leite com uma gordura de 4,2%, um teor de proteína de 3,4%, menos do que 25.000 bacté-rias, menos de 250.000 células somáti-cas e entregas anuais de 500.000 kg.

in Agrodigital

O leilão de produtos lácteos operado pela plataforma Global Dairy Trade atingiu o seu valor mais baixo em mais de um ano, devido aos declínios nos preços do leite em pó desnatado e do butteroil. O preço médio de todos os produtos e contratos foi de 3.499 dóla-res por tonelada, representando uma redução de 2,1 por cento sobre o valor do leilão anterior. Esta foi sendo esta a sétima quebra consecutiva do preço médio do conjun-to de todos os produtos. Apesar da queda nos valores médios, o leite em pó inteiro (WMP) subiu 1,1 por cento até atingir os 3.345 dólares por tonelada, ficando acima do leite em pó desnatado (SMP), que caiu 6,2%, cotado a 3.230 dólares por tonelada.

in MilkPoint

LEILÃO DA FONTERRA COM NOVA QUEBRA

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RAZÃO DE TROCA AO PRODUTOR DESCEU

DAIRYCO PREVÊ MELHORES PREÇOS INTERNACIONAIS

As últimas previsões de produção de leite feitas pelo Departamento de Agri-cultura dos Estados Unidos (USDA) em julho mostraram mudanças limitadas com relação à última previsão feita em Dezembro, disse a associação do sec-tor lácteo do Reino Unido, DairyCo. As previsões de produção de leite em 2011 para a União Europeia (UE-27) e Estados Unidos aumentaram levemente em relação àquelas feitas em Dezem-bro, com os maiores preços do leite citados como razão. Entretanto, a DairyCo afirma que os maiores custos dos factores de produ-ção, particularmente para os alimentos animais, parecem ser uma importante preocupação; apesar de na UE-27 os maiores custos terem até agora sido compensados pelas melhorias ao nível da eficiência. Em contraste, a previsão para a Nova Zelândia foi revista em baixa, mas ainda mostra um aumento de 5% comparado com 2010. Com maior previsão de produção de leite, as exportações de produtos lácteos pelos cinco principais exportadores à escala global (Argentina, Austrália, UE-27, Nova Zelândia e Estados Unidos) deverão aumentar em 2011, com maiores aumentos para o leite em pó desnatado (11%) e leite em pó inteiro (4%) devido à forte procura da Ásia.

Os Estados Unidos deverão produzir 0,89 milhões de toneladas de leite em pó desnatado em 2011 e exportar qua-se metade disso, cerca de 414.000 toneladas, 8% mais do que em 2010. A DairyCo afirma que isso tornará os Estados Unidos no único grande país exportador de leite em pó desnatado pelo segundo ano consecutivo com somente 36.000 toneladas a menos do que as exportações previstas de leite em pó desnatado de toda a UE-27. Os maiores níveis de comércio dos Estados Unidos significarão uma maior competição, que poderá adicionar pres-são aos preços. Uma das maiores coo-perativas de lácteos dos Estados Uni-dos, a Dairy America, começará a ven-der produtos lácteos através do siste-ma de leilão da Fonterra a partir de Outubro, com o leite em pó desnatado a ser o primeiro produto a entrar na oferta. A previsão incerta sobre a economia global também deverá significar que os preços permanecerão voláteis. Entre-tanto, a forte procura por leite em pó inteiro por parte da China e os maiores custos da alimentação animal, com pos-sibilidade de significativo impacto na oferta sugerem que a previsão ainda é bastante positiva.

in TheCattleSite/MilkPoint

MAIORES POTÊNCIAS DA PRODUÇÃO DE LEITE AUMENTAM NÍVEIS DE RECOLHA EM 2011 Apesar do incremento dos custos de produção, os bons preços do leite registados nos mercados internacionais, juntamente com a crescente procura de produtos lácteos na China, Ásia e Médio Oriente, promoveram um cres-cimento da produção nos países maio-res produtores. Nos Estados Unidos, durante os sete

primeiros meses de 2011, foram pro-duzidas 52,3 milhões de toneladas, o que supõe um aumento de 1,6% em comparação com o mesmo período de 2010. De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), este ano as previsões apontam para que a produção possa atingir, no final do ano, 88,8 milhões de toneladas,

os seja, 1,5% mais do que em 2010. Na Austrália, as primeiras previ-sões de produção para a campa-nha 2011/2012 (que se iniciou em Julho) são de 9,3 milhões de toneladas, o que supõe um cres-cimento de 1,5 por cento face à campanha transacta.

A razão entre o preço do leite e o pre-ço da alimentação animal (milk-feed price ratio) diminuiu de 1,92 no mês de Julho para 1,89 no mês de Agosto, de acordo com o último relatório do Departamento de Agricultura dos Esta-dos Unidos (USDA). Em Agosto de 2010, a razão era de 2,36. O preço do leite em Julho foi de 0,4850 dólares por quilo, mais 0,22 centavos do que no mês anterior e 11,68 centavos a mais do que em Agos-to de 2010. O preço do milho usado para calcular a razão em Julho foi de 6,62 dólares por bushel, que é 30 centavos superior ao preço de Julho e 2,97 dólares mais do que em Agosto de 2010. O preço da soja caiu 30 centavos em relação a Julho, mas aumentou 2,80 dólares em relação a Agosto de 2010, fixando-se em 12,90 dólares por bushel. O custo por tonelada de feno de alfafa foi 2 dólares maior do que em Julho, mas 73 dólares superior ao preço de Agosto de 2010, ficando em 191 dólares. Uma razão de 1,89 significa que se pode comprar 1,89 quilos de ração para cada quilo de leite vendido. Sem-pre que essa razão supera os 3,0 consi-dera-se lucrativo comprar ração e pro-duzir leite.

in USDA/MilkPoint

Na Nova Zelândia, as entregas acumu-ladas durante os primeiros seis meses de 2011 chegam a 7,4 milhões de tone-ladas (mais 12,2% do que nos mesmos meses de 2010). As estimativas do Ministério da Agricultura neozelandês para o conjunto da campanha 2011/2012 apontam para um cresci-mento de 5,7% face a 2010/2011. Sur-preendente o dado da produção de Junho passado, que mesmo sendo o mês de menores entregas de toda a campanha, apresenta um incremento de 32% face a Junho de 2010. Na União Europeia, as entregas acumu-ladas durante os sete primeiros meses do ano corrente foram 2,3% mais ele-vadas do que as de igual período de 2010, chegando a 82,9 milhões de toneladas.

in Agrodigital

■ Informação ANIL Set 2011 ■ 43

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ENVELHECIMENTO CRIA NOVAS OPORTUNIDADES PARA PRODUTOS LÁCTEOS

Se a ênfase colocada no papel da dieta na manutenção de um estilo de vida saudável e activo é significativa agora, será ainda mais importante dentro de alguns anos, de acordo com a respon-sável do United States Dairy Export Council (USDEC), Vikki Nicholson. A ênfase na forma como os alimentos e bebidas ajudam a reduzir os riscos de condições adversas à medida que as pessoas envelhecem - ou ajudam a garantir um "envelhecimento saudável" - aumentará substancialmente e isso poderá dar boas perspectivas ao sector leiteiro dos Estados Unidos. De acordo com Nicholson, está a haver uma mudança demográfica na idade das pessoas no planeta "sem paralelo na história da humanidade", como se observa no relatório "Envelhecimento da População Mundial" das Nações Uni-das. Em 2050, pela primeira vez, o número de pessoas com mais de 60 anos excederá o número de pessoas com menos de 15 anos. Cerca de 21% da população projectada - quase 2 mil milhões de pessoas - terão mais de 60 anos no meio deste século, quando hoje não ultrapassam os 600 milhões. Essa mudança pressionará economias, sistemas de cuidados com a saúde, emprego e produtividade, bem como as estruturas sociais e terá "importantes consequências e implicações para todas as questões da vida humana". Para minimizar custos e problemas económicos e sociais sem causar a falência à nação, "precisamos de ter sucesso em ter um envelhecimento saudável", afirma o conselheiro do

World Bank, Armin Fidler. "Temos que nos focar não somente no envelheci-mento, mas também, na qualidade do envelhecimento e no status de saúde dos idosos". Uma das principais plataformas para se ter um envelhecimento saudável é a nutrição - um sector em que os produ-tos lácteos sobressaem. Os benefícios nutricionais dos produtos lácteos são perfeitamente adequados com as preo-cupações de saúde relacionadas com a idade, criando terreno fértil para o aumento de vendas de produtos lác-teos dos EUA, internamente e no exte-rior. Os produtos lácteos já têm um papel relevante no envelhecimento saudável com a relação entre o cálcio dos lác-teos e a osteoporose. As proteínas do soro são cada vez mais reconhecidas como uma importante ferramenta na luta contra perdas de massa muscular, da função e da força dos músculos conhecida como sarcopenia, relaciona-da com o envelhecimento. Muitos consumidores dos Estados Uni-dos, entretanto, ainda não têm conhe-cimento que os produtos lácteos são boas fontes de proteína ou que as pro-teínas do soro são de alta qualidade. Os adultos maduros dos EUA (mais de 45 anos) que se exercitam regularmen-te absorverão mais facilmente a mensa-gem sobre as proteínas do soro, mas outros grupos demográficos não, refere Nicholson. Segundo ela, os consumido-res de fora dos Estados Unidos, nos mercados para os quais o país quer exportar, sabem menos ainda sobre

isso. O USDEC está a intensificar o seu foco no mercado de envelhecimento saudá-vel enfatizando a capacidade dos ingre-dientes lácteos de reduzir os riscos de efeitos adversos na saúde no futuro e direccionando para preocupações espe-cíficas dos consumidores, como a perda muscular. Idosos abastados dos EUA, Japão e Europa Ocidental estão dispostos a gastar dinheiro com alimentos que for-neçam benefícios comprovados, como manutenção cognitiva, e que os ajudem a manter a qualidade de vida. Com a taxa de envelhecimento nos países em desenvolvimento a ultrapassar a dos países desenvolvidos (e os países em desenvolvimento liderando o cresci-mento económico), essa disposição deverá ra-pidamente disseminar-se pelo mundo. Um estudo do USDEC mostrou que mensagens construídas sobre temas como a manutenção da mobilidade, manutenção de uma actividade por mais tempo e permanência da indepen-dência tem impacto entre adultos de 55 anos ou mais, que querem mais opções sobre como poder envelhecer de for-ma mais saudável e reduzir os custos de saúde com métodos preventivos. O cálcio e a proteína do soro são ape-nas o começo, afirma Nicholson. As pesquisas continuam sobre outros benefícios dos produtos lácteos que possam reduzir os riscos de importan-tes doenças crónicas. Trabalhos finan-ciados pela indústria láctea dos Estados Unidos através do USDEC, do Dairy Research Institute e do Dairy Manage-ment Inc. (DMI) mostraram potenciais ligações cientificas entre o consumo de

MERCADO LÁCTEO ENFRENTA MOMENTO DECISIVO

O mercado lácteo enfrenta um mês crucial à medida que lida com um aumento sazonal na procura em simul-tâneo com um aumento na produção no hemisfério sul, onde se destaca a Nova Zelândia com aumento de 33% face a igual período da campanha ante-rior. Embora os preços das commodities lácteas "pareçam sustentados", a sua evolução depende dos níveis dos pedi-dos dos consumidores asiáticos face à produção de países como Argentina, Austrália e Nova Zelândia, aumentadas

por questões sazonais, à medida que as vacas retornam aos pastos, disse o Rabobank, "o que deverá moldar a tendência de preços do trimestre". A procura chinesa parece particular-mente crucial, quando, a partir de 1 de Janeiro de 2012, se verifica uma redu-ção das tarifas sobre as importações de produtos lácteos da Nova Zelândia. As dúvidas em relação à procura sur-gem por via das dúvidas sobre o cresci-mento mundial, que afundou muitos mercados, mas precisa ainda ser "materialmente sentida" nos mercados

de produtos lácteos, disse o Rabobank. Os preços dos produtos lácteos conti-nuaram a cair em relação ao alto preço de Março, com o preço no último leilão da Fonterra a alcançar o seu nível mais baixo em mais de um ano. Entretanto, "os actuais movimentos de preços estão relacionados mais com as mudan-ças na oferta sazonal do que em rela-ção aos retornos dos produtos", disse o banco. "O verdadeiro teste será feito quando os volumes do hemisfério sul chegarem ao mercado e, potencialmen-te, o excedente de exportação aumen-tar devido à mais fraca procura domés-tica na UE e nos Estados Unidos".

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LEITE BENEFICIA MEMÓRIA

DIETA RICA EM LÁCTEOS AUMENTA MASSA MUSCULAR

As mulheres praticaram exercício físico todos os dias, durante 4 semanas: cinco dias de exercício aeróbico e dois num circuito de levantamento de pesos. De acordo com as conclusões, as perdas de peso registadas nos três grupos foram semelhantes. No entanto, o gru-po que consumiu um teor maior de proteínas proveniente de produtos lácteos teve uma maior perda de gor-dura corporal e abdominal e mais ganhos ao nível da força e da massa magra. "100% do peso perdido no grupo que consumiu mais proteínas e produtos lácteos era gordura e as participantes ganharam massa muscular, o que resul-tou numa grande alteração na composi-ção do corpo”, disse Andrea Josse, líder do estudo, ao portal Science

TRÊS COPOS DE LEITE POR DIA A PARTIR DOS 50 ANOS

antes de dormir. Isto garantirá a aquisi-ção de massa muscular e a boa forma-ção dos órgãos ligados à sexualidade. Por exemplo, a partir dos 50 anos os nutricionistas dizem que o leite se tor-na tão importante quanto na infância. E não só como fonte de nutrição, ele é recomendado também para manter a hidratação do corpo. O indicado é beber três copos de leite por dia. Por ser rico em aminoácidos, o leite demo-ra mais tempo para ser absorvido do que água. “Mais do que dar os nutrien-tes que se precisa, como cálcio ou pro-teína, o leite tem uma capacidade de hidratar bem crianças e idosos”, explica Virginia Nascimento, nutricionista.

in Globo.com

Uma nova pesquisa canadiana indica que uma dieta rica em proteínas e baixa em hidratos de carbono tem um impac-to global positivo no corpo, ajudando na diminuição do volume da barriga e no aumento da massa muscular magra, principalmente quando as proteínas ingeridas provêm de produtos lácteos como por exemplo queijo e iogurtes. O estudo - realizado pela Universidade McMaster com apoio da Dairy Farmers of Canada e publicado na edição de setembro do Journal of Nutrition -comparou três grupos de mulheres com excesso de peso e obesas mas saudáveis. Aos diferentes grupos foi atribuído um consumo alto, médio ou baixo de alimentos lácteos em conjunto com quantidades maiores ou menores de proteínas e carboidratos.

Um estudo realizado por investigado-res da Austrália e dos Estados Unidos demonstrou que o consumo de leite e produtos lácteos melhora o desenvolvi-mento cognitivo. Num grupo de estudo de 972 adultos, observou-se que aque-les que consumiam directamente leite e lácteos tinham melhor memória do que

aqueles que r a r amente os consu-miam. Os investi-g a d o r e s consideram ser necessá-ria uma

investigação mais aprofundada para conhecer a relação causa-efeito, mas, apesar disso, avançam com duas expli-cações possíveis. Uma indica que as vitaminas e minerais do leite têm um efeito benéfico no desenvolvimento cognitivo. A outra explicação possível refere que as pessoas que apresentam melhores resultados nos testes cognitivos são as que possuem melhores hábitos alimen-tares e um estilo de vida mais saudável. Para ler, na íntegra, o artigo publicado na revista científica International Dairy Journal, por favor clique aqui.

LEITE MELHOR QUE ÁGUA PARA HIDRATAÇÃO

Para combater a desidratação a reco-mendação é o consumo de líquidos, em especial, muita água. Agora, investiga-dores da Universidade McMaster, no Canadá, afirmam que o ideal é hidratar as crianças com leite. «As crianças ficam desidratadas durante o exercício, e é importante que ingiram bastantes líquidos, especialmente antes de praticarem actividades físicas. O leite é melhor do que qualquer outra bebida desportiva ou água, porque é uma fonte de proteína de alta qualida-de, carboidratos, cálcio e electrólitos», explica Brian Timmons, autor do estu-do. Segundo o especialista, o leite substitui o sódio perdido no suor e ajuda o cor-po a reter melhor o líquido. Dessa for-ma, a bebida fornece proteínas para o desenvolvimento muscular e o cresci-mento da criança.

Uma investigação feita numa universida-de do Canadá refere que em certas faixas etárias o leite é mais eficaz do que água para hidratar o organismo. A alimento também faz sucesso entre as crianças, mas os nutricionistas dizem que ele também deve fazer parte da dieta noutras fases da vida. Depois da amamentação, dos seis meses aos 10 anos, a criança deve beber de dois a três copos de leite, por dia, para garantir o desenvolvimento ósseo e muscular do organismo. Dos 10 aos 14 anos, o ideal é dividir em três porções o consumo de leite ou algum derivado. Por exemplo, tomar um copo de leite ao pequeno almoço, uma fatia de queijo ao lanche e um copo de leite

LÁCTEOS REDUZEM RISCO DE DIABETES TIPO 2 investigação não apenas demonstra que o consumo de produtos lácteos reduz o risco de diabetes tipo 2 como, para além disso, ao consumi-los na adoles-cência se criam hábitos de consumo que se mantêm na idade madura. Os resultados deste estudo de investi-gadores da Harvard School of Public Health e Faculdade de Medicina da National University of Singapore, foram publicados no American Journal of Cli-nical Nutrition.

in Agrodigital

Um estudo mostrou que o consumo de produtos lácteos durante a adolescên-cia reduz o risco de diabetes do tipo 2 na idade adulta. Na investigação partici-param 37.038 mulheres que foram registando os seus padrões alimentares entre 1998 e 2005. Aquelas que consu-miram uma maior quantidade de pro-dutos lácteos na sua adolescência tive-ram um risco de até 38% mais baixo de desenvolver diabetes tipo 2 na idade adulta. Os cientistas consideram que esta

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CONCURSO NACIONAL “MELHOR QUEIJO 2011” CONVITE À PARTICIPAÇÃO DE TODAS AS EMPRESAS A ANIL- Associação Nacional dos Industriais de Lacticínios, com o intui-to de promover o queijo português, organiza com a colaboração da AVEI-ROEXPO, EM, no decorrer da FRILAC ’2011— Feira Nacional do Leite e do Bovino Leitei-ro, nos dias 27 a 28 de Outubro de 2011, o CONCURSO “MELHOR QUEIJO 2011”. O concurso “MELHOR QUEIJO 2011” tem por fim promover e esti-mular o desenvolvimento da indústria e melhorar o conhecimento e posiciona-mento do queijo no mercado. Os queijos apresentados a concurso serão alvo de uma avaliação objectiva e técnica, por parte de provadores espe-cialistas, com formação específica, representando o sector queijeiro, o gastronómico, a distribuição, a impren-sa e os consumidores.

Vimos assim, desta forma lançar o desafio e o convite a todas as empresas para se apresentarem e participarem neste concurso. São 11 as categorias de queijo a con-curso. Para concorrer na presente edi-ção deverá preencher na totalidade a Ficha de Inscrição e enviar para o fax ou email indicado na referida ficha. As datas mais significativas são: Prazo limite de inscrição 15 de Outubro de 2011 Entrega de amostras 25 e 26 de Outubro de 2011 Poderá encontrar todos os requisitos no Regula-mento do Concurso (que é igualmente publicado neste Informação ANIL), bem como na respectiva Ficha de Inscrição e Ficha de Entrega para o Con-curso “Melhor Queijo 2011”. A informação está tam-bém, toda ela disponível no nosso website (www.anilact.pt)

CONTAMOS COM A SUA PRESEN-

ÇA E A DOS SEUS QUEIJOS!

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