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A aprovação em Con- selho de Ministros do diploma que 'trans- fere' para as autar- quias a responsabili- dade de autorização da abertura aos domingos à tarde dos espaços comerciais com mais de 2.000 m2, surpreendeu mes- mo aqueles que são considerados os mais directamente afectados. O diploma, que quando estas linhas são escritas não havia sido ainda publicado, vai aparentemente mais lon- ge do que a tal decisão de abertura nas tardes de domingo, a qual, recorde -se, andava a ser ponderada com 'luvas de seda' há quase 15 anos e que chegou a motivar a demissão do pri- meiro Ministro da Economia da era Guterres, o nada liberal Daniel Bessa. O novo decreto-lei acaba por permitir que os espaços comerciais possam pas- sar a estar abertos de 2ª a Domingo, das 06h00 às 24h00, sempre sujeito à autorização dos municípios onde estão instalados. Esta decisão, quer do ponto de vista da concorrência entre lojas (e entre insígnias), quer do ponto de vista dos interesses do consumidor, parece ajus- tada e corresponderá aos anseios de uns (pelo menos dos detentores dos espaços comerciais sujeitos àquelas limitações) e de outros. A APED veio, como é já habitual, agitar a 'bandeira' dos milhares de postos de trabalho cuja criação tal decisão per- mitirá, recebendo de imediato a ben- ção e o eco do naíf Secretário de Esta- do do Comércio, Fernando Serrasquei- ro, o qual aparentemente, não teve tempo de coordenar discursos com o seu Ministro, Vieira da Silva, que na mesma ocasião remetia a decisão para o campo da concorrência, referindo que não antevia impacto da decisão ao nível do emprego. Do lado dos fornecedores, o impacto do novo diploma parece igualmen- te positivo, pois aumentará o 'tempo' disponível para a realização do acto de consumo, podendo resultar num aumento do volume de vendas... mas é também verdade que a decisão ofere- ce 'de mão beijada' um acréscimo de quota de mercado a alguns dos princi- pais operadores a actuar no mercado português da distribuição: Sonae, Auchan, Makro... Mas se o impacto deste diploma é apa- rentemente tão positivo - descontando os habituais protestos do pequeno co- mércio, que, em boa verdade e em mui- tos casos, não soube ou não quis apro- veitar a vantagem que lhe foi conferida pelo condicionamento criado às gran- des superfícies - então porque manifes- tar tantas críticas na sua direcção?... Essencialmente, por causa do momento em que esta decisão foi tomada e por causa da forma como o processo que levou a esta decisão foi conduzido... Porque será que este diploma foi apro- vado 'a correr' em Conselho de Minis- tros, exactamente nesta altura, não havendo sequer tempo de o colocar em consulta junto dos principais stakehol- ders (entre os quais, refira-se, para as (continua na página 13) UMA OPORTUNIDADE PERDIDA PEDRO PIMENTEL SECRETÁRIO-GERAL Em destaque: RELATÓRIO DO GRUPO DE ALTO NÍVEL DEIXA PISTAS PARA O FUTURO DO SECTOR AUMENTO DO IVA GERA TRO- CA DE ACUSAÇÕES RELATÓRIO TRIMESTRAL SO- BRE A SITUAÇÃO DO MERCA- DO LÁCTEO COMUNITÁRIO MERCADO DO RETALHO NA UNIÃO EUROPEIA OBJECTO DE ESTUDO ANTÓNIO SERRANO EM EN- TREVISTA À ECONÓMICO TV AMPLO NOTICIÁRIO NACIO- NAL E INTERNACIONAL Julho. 2010 Ano 10, Número 7 A ABRIR Nesta edição: SÍNTESE DE LEGISLAÇÃO 2 PONTO DE VISTA: APLICAÇÃO DA LEI N.º 75/2009 (LEI DO SAL) 5 MERCADO LÁCTEO NA UNIÃO EUROPEIA (QUARTERLY REPORT 06.2010) 8 “FICO PREOCUPADO COM O DISCURSO DA DISTRIBUIÇÃO” 11 CONSELHO DE MINISTROS DA AGRICULTURA (NOTAS) 14 EM ESPANHA... 29 A FECHAR 46 RETAIL MARKETING MONITO- RING REPORT 19 ESTATÍSITICAS AGRÍCOLAS 2009 (EXCERTO) 22 A FILEIRA EM PORTUGAL... 24 TR3S DIAS COM QUEIJO 2010 QUEIJOS NACIONAIS NO EVEN- TO “LE GOUT DE LA VIE” EM FOCO: MERA DECLARAÇÃO DE PINCÍ- PIOS OU PONTO DE PARTIDA? 3 AGENDA 4 NUMEROS EM IMAGEM 6 E PARA LÁ DOS PIRINÉUS 31 TAMBÉM FOI NOTÍCIA 34 SITUAÇÃO DO MERCADO 43 DISTRIBUIÇÃO 37 Informação

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Page 1: Informação - ANILACT.PT · Dec. Leg. Regional n.º 23/2010/A 2010-07-01, ALRAA Aprova o regulamento geral de ruído e de con-trolo da poluição sonora e transpõe para a ordem

A aprovação em Con-selho de Ministros do diploma que 'trans-fere' para as autar-quias a responsabili-dade de autorização da abertura aos domingos à tarde dos espaços comerciais com mais de 2.000 m2, surpreendeu mes-mo aqueles que são considerados os mais directamente afectados. O diploma, que quando estas linhas são escritas não havia sido ainda publicado, vai aparentemente mais lon-ge do que a tal decisão de abertura nas tardes de domingo, a qual, recorde-se, andava a ser ponderada com 'luvas de seda' há quase 15 anos e que chegou a motivar a demissão do pri-meiro Ministro da Economia da era Guterres, o nada liberal Daniel Bessa. O novo decreto-lei acaba por permitir que os espaços comerciais possam pas-sar a estar abertos de 2ª a Domingo, das 06h00 às 24h00, sempre sujeito à autorização dos municípios onde estão instalados. Esta decisão, quer do ponto de vista da concorrência entre lojas (e entre insígnias), quer do ponto de vista dos interesses do consumidor, parece ajus-tada e corresponderá aos anseios de uns (pelo menos dos detentores dos espaços comerciais sujeitos àquelas limitações) e de outros. A APED veio, como é já habitual, agitar a 'bandeira' dos milhares de postos de trabalho cuja criação tal decisão per-mitirá, recebendo de imediato a ben-

ção e o eco do naíf Secretário de Esta-do do Comércio, Fernando Serrasquei-ro, o qual aparentemente, não teve tempo de coordenar discursos com o seu Ministro, Vieira da Silva, que na mesma ocasião remetia a decisão para o campo da concorrência, referindo que não antevia impacto da decisão ao nível do emprego. Do lado dos fornecedores, o impacto do novo diploma parece igualmen-te positivo, pois aumentará o 'tempo' disponível para a realização do acto de consumo, podendo resultar num aumento do volume de vendas... mas é também verdade que a decisão ofere-ce 'de mão beijada' um acréscimo de quota de mercado a alguns dos princi-pais operadores a actuar no mercado português da distribuição: Sonae, Auchan, Makro... Mas se o impacto deste diploma é apa-rentemente tão positivo - descontando os habituais protestos do pequeno co-mércio, que, em boa verdade e em mui-tos casos, não soube ou não quis apro-veitar a vantagem que lhe foi conferida pelo condicionamento criado às gran-des superfícies - então porque manifes-tar tantas críticas na sua direcção?... Essencialmente, por causa do momento em que esta decisão foi tomada e por causa da forma como o processo que levou a esta decisão foi conduzido... Porque será que este diploma foi apro-vado 'a correr' em Conselho de Minis-tros, exactamente nesta altura, não havendo sequer tempo de o colocar em consulta junto dos principais stakehol-ders (entre os quais, refira-se, para as

(continua na página 13)

UMA OPORTUNIDADE PERDIDA

PEDRO PIMENTEL SECRETÁRIO-GERAL

Em destaque:

• RELATÓRIO DO GRUPO DE ALTO NÍVEL DEIXA PISTAS PARA O FUTURO DO SECTOR

• AUMENTO DO IVA GERA TRO-CA DE ACUSAÇÕES

• RELATÓRIO TRIMESTRAL SO-BRE A SITUAÇÃO DO MERCA-DO LÁCTEO COMUNITÁRIO

• MERCADO DO RETALHO NA UNIÃO EUROPEIA OBJECTO DE ESTUDO

• ANTÓNIO SERRANO EM EN-TREVISTA À ECONÓMICO TV

• AMPLO NOTICIÁRIO NACIO-NAL E INTERNACIONAL

� Julho. 2010 � Ano 10, Número 7

A ABRIR

Nesta edição: SÍNTESE DE LEGISLAÇÃO 2

PONTO DE VISTA: APLICAÇÃO DA LEI N.º 75/2009 (LEI DO SAL)

5

MERCADO LÁCTEO NA UNIÃO EUROPEIA (QUARTERLY REPORT 06.2010)

8

“FICO PREOCUPADO COM O DISCURSO DA DISTRIBUIÇÃO”

11

CONSELHO DE MINISTROS DA AGRICULTURA (NOTAS)

14

EM ESPANHA... 29

A FECHAR 46

RETAIL MARKETING MONITO-RING REPORT

19

ESTATÍSITICAS AGRÍCOLAS 2009 (EXCERTO)

22

A FILEIRA EM PORTUGAL... 24

TR3S DIAS COM QUEIJO 2010 QUEIJOS NACIONAIS NO EVEN-TO “LE GOUT DE LA VIE”

EM FOCO: MERA DECLARAÇÃO DE PINCÍ-PIOS OU PONTO DE PARTIDA?

3

AGENDA 4

NUMEROS EM IMAGEM 6

E PARA LÁ DOS PIRINÉUS 31

TAMBÉM FOI NOTÍCIA 34

SITUAÇÃO DO MERCADO 43

DISTRIBUIÇÃO 37

Informação

Page 2: Informação - ANILACT.PT · Dec. Leg. Regional n.º 23/2010/A 2010-07-01, ALRAA Aprova o regulamento geral de ruído e de con-trolo da poluição sonora e transpõe para a ordem

JULHO 2010 2

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A Regulamento (UE) n.º 595/2010

2010-07-08, L 173 Estabelece regras sanitárias relativas aos subpro-dutos animais não destinados ao consumo humano. Regulamento (UE) n.º 602/2010 2010-07-09, L 174 Fixa o preço mínimo de venda de manteiga na sequência do terceiro concurso especial, no âmbi-to do concurso aberto pelo Regulamento (UE) n.º 446/2010. Regulamento (UE) n.º 603/2010 2010-07-09, L 174 Não fixa o preço mínimo de venda, na sequência do terceiro concurso especial para a venda de leite em pó desnatado, no âmbito do concurso aberto pelo Regulamento (UE) n.º 446/2010.

Regulamento (UE) n.º 605/2010 2010-07-10, L 175 Estabelece as condições de saúde pública e de sanidade animal e os requisitos de certificação veterinária para a introdução na UE de leite cru e produtos lácteos destinados ao consumo humano.

Regulamento (UE) n.º 650/2010 2010-07-23, L 191 Fixa as restituições à exportação no sector do lei-te e dos produtos lácteos.

Regulamento (UE) n.º 641/2010 2010-07-24, L 194 Altera o Regulamento (CE) n.º 247/2006 que estabelece medidas específicas no domínio agrí-cola a favor das regiões ultraperiféricas da UE.

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Dec. Leg. Regional n.º 23/2010/A 2010-07-01, ALRAA Aprova o regulamento geral de ruído e de con-trolo da poluição sonora e transpõe para a ordem jurídica regional a Directiva 2002/49/CE, relativa à avaliação e gestão do ruído ambiente, a Directiva 2002/30/CE, relativa ao estabeleci-mento de regras e procedimentos para a introdu-ção de restrições de operação relacionadas com o ruído nos aeroportos comunitários, e a Directiva

2003/10/CE, relativa às prescrições mínimas de segurança e saúde em matéria de exposição dos trabalhadores aos riscos devidos ao ruído. Portaria n.º 72/2010 2010-07-30, SRE Aprova um sistema de apoio à promoção de pro-dutos originários da Região Autónoma dos Açores. Revoga a Portaria n.º 108/2009.

LEGISLAÇÃO

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Lei n.º 12-A/2010 2010-06-30 (1.º Suplemento), AR Aprova um conjunto de medidas adicionais de consolidação orçamental que visam reforçar e acelerar a redução de défice excessivo e o con-trolo do crescimento da dívida pública previstos no Programa de Estabilidade e Crescimento. Decreto-Lei n.º 82/2010 2010-07-02, MAOT Prorroga o prazo para a regularização dos títu-los de utilização de recursos hídricos e dispensa os utilizadores desses recursos da prestação da caução para recuperação ambiental quando constituam garantia financeira, procedendo à quinta alteração ao Decreto-Lei n.º 226-A/2007.

Portaria n.º 475/2010 2010-07-08, MTSS/ME Aprova o modelo da caderneta individual de

competências e regula o respectivo conteúdo e o processo de registo no regime jurídico do Sistema Nacional de Qualificações, aprovado pelo Decre-to-Lei n.º 396/2007. Portaria n.º 496/2010 2010-07-14, MADRP/MFAP Fixa as taxas a cobrar pela Direcção-Geral de Veterinária. Decreto-Lei n.º 94/2010 2010-07-29, MADRP Altera os critérios de pureza específicos dos aditi-vos alimentares, modifica as condições de utiliza-ção dos edulcorantes nos géneros alimentares, transpondo as Directivas 2009/10/CE e 2009/163/UE, procedendo à oitava alteração ao Decreto-Lei n.º 365/98 e à terceira alteração do Decreto-Lei n.º 394/98

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EM FOCO

Na edição de Junho deste Informação ANIL apre-sentamos uma tradução/adaptação do Relatório do Grupo de Alto Nível (GAN) para o sector do leite e, em Nota de Abertura, realizamos um primeiro comentário relativamente às recomendações que foram elaboradas a partir das conclusões (ou, melhor, dos consensos) obtidas na sequência das diversas reuniões realizadas pelos especialistas de cada Estado-membro que integraram o GAN. Importa agora analisar mais em profundidade a razão de ser e as potenciais consequências e impac-tos de cada uma daquelas recomendações estabe-lecidas no seio do grupo presidido pelo Director-Geral da Agricultura e Desenvolvimento Rural comu-nitário, Jean-Luc Demarty, que ouviu as principais organizações europeias, com interesses directos na cadeia leiteira, tendo igualmente recebido contribu-tos de outros especialistas e de representantes de países terceiros (Estados Unidos, Nova Zelândia, Austrália e Suíça), para além de responsáveis das Direcções Gerais comunitárias da Agricultura e da Concorrência, bem como de algumas autoridades nacionais de concorrência. Análise das recomendações

Todo o relatório, cuja leitura recomendamos viva-mente, resulta do recompilação das posições dos diversos Estados-membro manifestadas ao longo das várias reuniões e do esforço de sintetização e de consensualização levado a cabo pela presidên-cia do Grupo, sendo vários os aspectos – inclusive, ao nível das recomendações – que poderão dar azo, quando surjam as eventuais iniciativas legislati-vas da Comissão que lhes dêem corpo, a posições nacionais bastante desencontradas, sendo notória uma certa clivagem entre as posições dos países considerados mais liberais (com Dinamarca, Holan-da e Reino Unido à cabeça) e daqueles considera-dos mais ‘conservadores’ (onde se incluem a França e Alemanha e em que Portugal também se coloca).

R 1: Relações contratuais entre produtores e transfor-madores de leite: O GAN considera necessário que os operadores compreendam melhor a conveniência de considerarem mais adequadamente os sinais do mer-cado e de adaptarem a oferta à procura, reforçando a respectiva responsabilidade em ambos os domínios. O grupo convida a Comissão a ponderar, através de orientações ou de uma proposta legislativa, a forma de aumentar voluntariamente o recurso a contratos

formais escritos, celebrados antecipadamente, sobre as entregas de leite cru, contemplando quatro aspec-tos essenciais: 1) preço/fórmula de cálculo do preço na entrega, 2) volume que pode e/ou tem de ser obrigatoriamen-te entregue, 3) calendário das entregas durante a campanha e 4) duração do contrato (que pode ser por tempo indeterminado com uma cláusula de termo). Os Estados-Membros poderiam tornar estes contratos obrigatórios. Todos os elementos específicos de cada contrato devem ser livremente negociados pelas par-tes. As especificidades das cooperativas devem ser tidas devidamente em conta. A contratualização revelou-se como um dos tópicos centrais dos trabalhos do GAN, havendo uma signi-ficativa divisão entre países relativamente a esta matéria, havendo um grupo mais liberal que se opõe ao estabelecimento de uma contratualização por via regulamentar, preferindo uma intervenção da UE limitada ao estabelecimento de orientações. Outros países, incluindo Portugal, realçaram o dese-jo de que ficasse expressa a natureza voluntária dessa regra e a necessidade de incluir no texto a especificidade das entidades cooperativas em matéria contratual. Finalmente, um terceiro grupo, em que França ponderava, embora defendendo a contratualização obrigatória na UE acabou por considerar essencial o estabelecimento, por via regulamentar, da possibilidade de cada país criar essa obrigatoriedade nos respectivos mercados. A posição defendida por Portugal apontou, de for-ma correcta, a importância de se garantir que os instrumentos de regulação de mercado abranjam o conjunto do espaço comunitário sob pena de não produzirem os efeitos de regulação pretendidos, bem como a importância de ser criado um quadro específico de relacionamento contratual quando as relações entre produtores e compradores se desen-volvam no seio de organizações cooperativas. Portugal considerou ainda que a via regulamentar (e não através da elaboração de simples orienta-ções) é a mais apropriada para que venham a existir instrumentos de matriz comunitária que per-mitam actuar sobre os mercados nacionais, sempre que a regulação desses mesmos mercados seja con-siderada necessária pelos respectivos operadores e administração.

(continua na página 16)

MERA DECLARAÇÃO DE PRINCÍPIOS OU PONTO DE PARTIDA?

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AGENDA

FEIR

AS

AGRIVAL 2010 - 31ª FEIRA AGRÍCOLA DO VALE DO SOUSA Parque de Exposições (Penafiel) 2010.08.21-27 www.agrival.valsousa.tv

SIAL MERCOSUR’ 2010 Buenos Aires (Argentina) 2010.08.25-27 www.sialmercosur.com.ar

INTERMOPRO 2010 - INTERNATIONAL TRADE FAIR FOR DAIRY PRODUCTS Dusseldorf (Alemanha) 2010.09.12-15 www.intermopro.de

POLAGRA FOOD 2010 Poznan (Polónia) 2010.09.13-16 www.polagra-food.pl

GIDA 2010: 18TH INTERN’L FOOD PRODUCTS & PROCESSING TECHNOLOGIES EXHIBITION Istambul (Turquia) 2010.09.23-26 www.gida2010.eventbrite.com

SIAL 2010 + IPA 2010 Paris (Polónia) 2010.10.17-21 www.sial.fr

35.ª AGROVOUGA - FEIRA NACIONAL DO BOVINO LEITEIRO e FEIRA NACIONAL DO CAVALO DE DESPORTO Parque de Exposições (Aveiro) 2010.10.20-24 www.aveiroexpo.pt

NUCE INTERNATIONAL 2010 - THE HEALTH INGREDIENTS EVENT Milão (Itália) 2010.10.26-28 www.nuce.pro

EDA/ASSIFONTE CONGRESS 2010 WORLD DAIRY FORUM Haia (Holanda) 2010.09.22-25 www.euromilk.org

TRÊS DIAS COM QUEIJO CONCURSO “MELHOR QUEIJO 2010” CONVERSAS COM QUEIJOS Parque de Exposições (Aveiro) 2010.10.20-22 www.anilact.pt

18ª ASSEMBLEA GENE-RALE DE FEPALE Lugo (Espanha) 2010.10.26-29 www.ctlacteo.org/fepale

IDF WORLD DAIRY SUMMIT 2010 DAIRY POLICY & ECONOMICS CONFERENCE DAIRY FARMING CONFERENCE Auckland (Nova Zelândia) 2010.11.08-11 www.wds2010.com

CHALLENGES FOR A MORE COMPETITIVE INDUSTRY: CIAA CONGRESS 2010 Bruxelas (Bélgica) 2010.11.18-19 www.ciaa.eu

FICHA TÉCNICA

Responsável: Pedro Pimentel Colaboradores: Maria Cândida Marramaque, Cristina Pinto, Ricardo Oliveira ANIL - Associação Nacional dos Industriais de Lacticínios Rua de Santa Teresa, 2C - 2.º 4050-537 Porto Telef.: (351) 222 001 229 Fax: (351) 222 056 450 E-mail: [email protected] www.anilact.pt

OU

TRO

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PONTO DE VISTA

A Assembleia da República fez publicar no dia 12 de Agosto de 2009 a Lei n.º 75/2009, cujo objecti-vo se prende com o estabelecimento de limites máximos ao teor de sal no pão, bem como criar orientações para a rotulagem (referentes ao teor de sal) de alimentos pré-embalados destinados ao consumo humano, devendo ser observadas as “orientações” seguintes:

� proporcionar uma infor-mação objectiva, simples, que inclua dados sobre a quantidade relativa e absoluta de sal na embalagem, por percen-tagem de produto e por porção/dose; � incluir caracteres gráfi-cos bem visíveis, de fácil leitura, que identifiquem claramente do ponto de vista qualitativo o teor salino dos alimentos pré-embalados. Esta peça de legislação encontra, a sua justifica-ção, de acordo com a Circular n.º 1/2010, de 21 de Maio e a Nota Interpretativa da Lei n.º

75/2009, publicadas pelo Gabinete de Planea-mento e Políticas (MADRP), no apelo que as diversas instituições, nomeadamente a Comissão Europeia, a Organização Mundial de Saúde lançam no sentido de se desenvolverem acções com o objectivo de prevenir a longo prazo as doenças não transmissí-veis, a es-colha de dietas alimentares adequadas e a promoção de estilos de vida saudáveis. Essas acções são, mais concretamente, direccionadas para o reforço e desenvolvimento de políticas nutri-cionais coordenadas e sustentáveis, com vista a reduzir o consumo de sal a um nível adequado, con-forme conclusões do Conselho sobre um documento elaborado pela Comissão e pelos Estados-membro. No entanto, se a presente lei é efectiva com vista à redução do teor de sal no pão, e por tal inserido-se dentro dos objectivos atrás descritos, já o mesmo não se pode dizer em relação às “orientações” pro-postas no que se refere à rotulagem dos géneros-

alimentícios pré-embalados. Desde logo dada a ausência de disposições comuni-tárias harmonizadas e os diferentes quadros legis-lativos dos Estados-Membros. Com efeito, poderia constituir-se como entrave à livre circulação, suscep-tíveis de criar obstáculos comerciais. Na elaboração desta lei não devia ter sido esquecido também o trabalho que está actualmente em curso ao nível da Comissão Europeia no que respeita à informação ao consumidor em termos de rotulagem, prevendo o mesma a declaração do sal. Tão pouco deveria ter sido esquecida a efectiva capacidade de aplicar a lei, dado que não é a mesma suportável para vários géneros alimentícios. Mas para conhecimento dos operadores do sector alimentares ficam os esclarecimentos da Circular n.º 1/2010, apelando “aos operadores no sector ali-mentar e seus representantes para que reforcem ou desenvolvam políticas nutricionais tendentes a reduzir o consumo de sal para um nível adequado”, e da a Nota Interpretativa da Lei n.º 75/2009, onde podemos ler que “a Lei em causa não exige a indica-ção do teor de sal no rótulo, mesmo para o pão alvo do limite de teor de sal, limitando-se a propor orien-tações, no caso de constar essa indicação, de forma a que essa informação seja objectiva e simples. De fac-to, a indicação obrigatória da menção relativa ao sal, isto é, tornar o artigo 4º de cumprimento obriga-tório na rotulagem de todos os alimentos. Seria impraticável e desadequado, porque exigiria a indi-cação do teor de sal em alimentos tais como a fruta, produtos hortícolas, vinho, refrigerantes, etc.” “Assim a Lei n.º 75/2009 insere-se nas acções perti-nentes para reduzir o consumo de sal da população, a fim de melhorar a saúde, estabelecendo limites legais máximos para o teor do sal no pão e incenti-var os operadores do sector alimentar, a prestar informações aos consumidores, permitindo-lhes esco-lher produtos com menos sal”. Por mais que leia estes três documentos, não sou capaz de encontrar um único incentivo efectivo. Será mesmo preciso fazer uma Lei para incentivar este tipo de acções quando a Indústria Alimentar preparou e implementou já um esquema de rotula-gem nutricional voluntário assente nos valores diá-rios de referência?

Maria Cândida Marramaque

Assessora Técnica

JULHO 2010 5

APLICAÇÃO DA LEI N.º 75/2009 (LEI DO SAL)

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STOCKS 2010.05.20

(em ton)

MANTEIGA

Intervenção 52.296

Armazenagem Privada

72.622

LEITE EM PÓ

Intervenção 235.708

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ANÁLISE DE MERCADO

1. SUMÁRIO A situação geral do mercado do leite tem vindo con-tinuamente a melhorar no segundo semestre de 2009 e primeiro semestre de 2010. Actualmente, a UE e os preços mundiais parecem estar a estabilizar para a maioria das commodities, apesar do aumento sazonal da produção de leite na União Europeia e nos Esta-dos Unidos. Na UE, os principais produtos lácteos estão cotados a preços bem acima dos níveis de intervenção (real ou virtual). Os preços do leite evoluíram positivamente de Maio 2009 até Novembro de 2009, onde alcançou um valor de 0,284 euros/kg. Eles estabilizaram em torno desse nível no primeiro trimestre de 2010, ao contrá-rio do padrão sazonal, que normalmente mostra uma tendência decrescente durante o Inverno e Primave-ra. As estimativas para Abril mostram um preço médio na União Europeia de 0,277 euros kg (ligeiramente acima de Março) e um conjunto das maiores empresas lácteas europeias, em diferentes Estados-membro anunciaram aumentos dos preços do leite para os próximos meses. As entregas de leite no ano civil de 2009 terminaram 0,6 por cento abaixo do nível de 2008, apesar do aumento de um por cento das quotas para a campa-nha leiteira de 2009/2010. Para a campanha de 2009/10, a estimativa provisória aponta para uma subtilização de quota leiteira na ordem de sete por cento na UE-27 (estimativa baseada nas comunica-ções mensais dos diferentes Estados-Membros aos serviços do Eurostat). A libertação de stocks de manteiga e de leite em pó desnatado das existências de intervenção começou no início de Maio, sob o programa de ajuda às pes-soas mais carenciadas, e o procedimento para saída de armazém de quantidades adicionais por concurso foi aberto no final de Maio, dadas as condições favoráveis do mercado (oferta limitada e procura dinâmica, especialmente no mercado da manteiga). Até ao momento, não parece haver qualquer impac-to negativo no mercado resultante da libertação des-tes stocks.

2. OFERTA E PROCURA União Europeia De acordo com as notificações mensais realizadas pelos Estados-Membros ao Eurostat e com uma esti-mativa sobre o volume afectado pelo novo factor de correcção de gordura, estima-se que a campanha

leiteira de 2009/2010 tenha encerrado com entre-gas de leite na UE cerca de 7% abaixo da quota.

Se essas estimativas se confirmarem, as subutilizações atingirão quase o dobro das verificadas na campa-nha 2008/2009 que terminou com uma subutilização líquida de 5,38 milhões de toneladas. De acordo com os dados provisórios, a Holanda e a Dinamarca terão que pagar as multas por ultrapassagem de quota, resultantes da aplicação do mecanismo de Imposição Suplementar. Por seu lado a Alemanha, a Áustria, o Luxemburgo e o Chipre parecem estar mui-to perto da sua quota leiteira nacional.

Considerando os dados relativos ao ano civil, as entregas de leite diminuíram 0,6% em 2009 face a 2008 (- 793 mil toneladas) e a tendência continuou nos primeiros quatro meses de 2010 (-1,3% = - 546 mil toneladas), principalmente devido a um longo inverno frio e com muita neve. As variações das entregas nos vários Estados-membro - tanto em volu-me como em percentagem - para os primeiros quatro meses do ano civil de 2010, em comparação com o mesmo período em 2009 são mostradas na tabela abaixo (nota: não existem dados de Malta).

Países Terceiros O campanha de produção terminou no passado dia 31 de Maio na Nova Zelândia, e os primeiros relató-rios confirmam que a produção anual foi equivalente

MERCADO LÁCTEO NA UNIÃO EUROPEIA QUARTERLY REPORT APRESENTADO NO CONSELHO DE 2010.06.29

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à do ano passado em volume e 0,3% maior, em ter-mos de sólidos do leite. Nas últimas semanas, as chu-vas ocorreram numa base regular. As reservas de água foram repostas e as condições são boas na perspectiva dos próximos meses de Inverno. Para uma parcela significativa dos produtores de leite na Nova Zelândia, um anúncio positivo, mais cedo do que o habitual, para o preço de abertura do leite à produção para a campanha que agora se inicia irá adicionar um grau de confiança aos produtores para a actual campanha. Na Austrália, os volumes de leite do final da campa-nha são maiores que os dos mesmos meses da cam-panha precedente, de modo que - mesmo que a pro-dução total nos primeiros 10 meses da campanha (Julho e Abril) seja 5,2% inferior à do ano passado – o valor cumulativo para 2009/10 continua a ser estimado em -4% face ao ano passado (atenuando a projecção de redução de entre 6 e 7%, realizada no início da campanha). Um final positivo para uma campanha significa um bom estado do efectivo e uma confiança reforçada para a campanha que se inicia. Nas últimas semanas, bons volumes de chuva ocorreram em toda a bacia leiteira e os níveis de água têm-se restabelecido, pelo que os produtores estão a encarar o início da campanha com optimismo. Nos EUA, a produção de leite está em níveis eleva-dos, mas equilibrada por níveis de sólidos mais redu-zidos, provavelmente devido à menor qualidade da alimentação animal utilizado em 2009. A nata tornou-se mais escassa, já que os níveis de gordura no leite se colocaram abaixo das percentagens das últimas campanhas (cerca de 3,6%) e a nata adicional costu-ma ser utilizada nesta altura para o fabrico de gela-dos, devido ao clima quente. Alguns produtores estão a vender a nata sobejante em vez de tentar stockar produto na expectativa de cotações mais altas. A produção de queijo continua em níveis altos. A iniciativa CWT (Cooperatives Working Together) anunciou apoios adicionais à exportação de queijo (desde o reinício do programa, em Março, 16.375 toneladas de queijo foram já exportados com auxílio de subsídios). Os produtores de leite em pó desnata-do, por seu lado, já referiram estar a resistir a pre-ços mais baixos e a reforçar os seus stocks. Os com-pradores estão a comprar apenas para as necessi-dades imediatas e as exportações abrandaram devi-do à valorização do dólar. Em 27 de Maio, a CWT anunciou um novo programa de retirada do efectivo leiteiro (o décimo desde que iniciativa foi implementada no Verão de 2003). As licitações deveriam ter sido apresentados até 25 de Junho. A proposta mais elevada foi de 0,0833 dóla-res/kg, o menor máxima até ao entanto, no contexto

de preços elevados da carne de vaca e de preços relativamente baixos de substituição. Os agricultores cujas propostas sejam aceites serão pagos pela CWT para a sua produção de leite, e ficarão com o valor da carne de vaca que eles enviem para abate. Tal como aconteceu no programa de 2009, o CWT não estabeleceu uma meta para o volume de leite ou para o número de vacas a ser abatido, mas não se prevê que o programa deste ano tenha um impacto significativo na produção de leite norte-americana. A Índia é referida como estando a encaminhar-se, este ano, para um excedente de leite, depois de uma boa temporada de monções e de preços mais elevados que se seguiram à seca do ano passado. No ano passado, as chuvas na índia ficaram, a épo-ca das monções, vinte e dois por cento baixo da média. Este ano, em Abril, as chuvas atingiram 98 por cento do valor médio. Excedentes de leite verifi-cam-se já no estado central de Maharashtra, a leste de Mumbai. Espera-se que surjam também exceden-tes nos estados do norte durante os próximos dois-três meses.

3. PREÇOS Os preços na UE para os produtos lácteos aumenta-ram substancialmente no período de três meses entre o relatório de março e este relatório, em especial no caso do queijo (+ 20%), da manteiga e do leite em pó inteiro (+ 23%). As cotações mundiais aumentou ainda mais para leite em pó inteiro (+ 35%). Actual-mente, os preços da UE em euros parecem ter estabi-lizado e não se observa qualquer impacto no merca-do após a libertação das existências de intervenção dos armazéns da União Europeia.

SITUAÇÃO ACTUAL DOS PREÇOS DOS PRODUTOS LÁCTEOS NA UE E NO MUNDO (JUNHO DE 2010)

Os preços do leite evoluíram positivamente entre Maio e Novembro de 2009, onde alcançaram um valor de 0,284 euros/kg. Os preços estabilizaram em torno desse nível durante o primeiro trimestre de 2010, ao contrário do padrão sazonal, que normal-mente mostra uma tendência decrescente durante o Inverno e Primavera. O preço médio da UE em Abril foi de 0,277 euros/kg (ainda que com dados em falta para três Estados-membro). O aumento sazonal da produção de leite não levou a uma redução dos preços do leite, graças à valorização entretanto

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verificada nas commodities lácteas. Pelo contrário, uma série de grandes empresas lácteas, em vários Estados-membro, estão a anunciar aumentos de preços do leite para os próximos meses. Para efei-tos de referência, o preço de intervenção virtual para o leite é de aproximadamente 0,215 €/kg.

PREÇOS OFICIAIS DO LEITE POR ESTADOS-MEMBRO

4. EXPORTAÇÕES Os primeiros quatro meses de 2010 foram particu-larmente bem sucedidos para as exportações da União Europeia: 201 600 t de queijo (+ 19,6%), 119 400 t de leite em pó desnatado (+ 105,4%), 114 200 t de soro em pó (+ 6,7%) e 41 600 t de manteiga (+ 11,4%) foram exportadas. O percentual de aumento foi particularmente forte em Janeiro, mas ainda são muito altos em Fevereiro, Março e Abril. A única redução dos volumes refere-se ao leite em pó inteiro (143 100 t, corresponden-do a - 9,7%), leite condensado (77 500 t e - 0,2%) e ao butteroil (7 600 t e - 3%).

5. MEDIDAS ADOPTADAS DEPOIS DO ÚLTIMO RELA-TÓRIO TRIMESTRAL As seguintes acções devem ser considera desde a divulgação do último relatório em Março de 2010: - A Comissão recebeu dos Estados-Membros relató-rios sobre o método de repartição dos pagamentos feitos antes de Julho no âmbito do regulamento que institui o apoio de mercado específico para o sector do leite, na sequência da extensão do artº 186 da OCM Única, concedendo aos Estados-membro um

envelope financeiro total de 300 milhões de euros para ser distribuída aos produtores de leite que foram severamente afectados pela crise. - A quantidade de manteiga colocada em armaze-nagem privada é significativamente mais baixa actualmente do que em anos anteriores: 45 935 t estavam armazenadas em meados de Junho de 2010 (em comparação com 96 979 t no mesmo período em 2009 e 108 736 t em 2008). - A libertação de manteiga e de leite em pó desna-tado das existências de intervenção começou no início de Maio, ao abrigo dos programas de apoio aos mais carenciados e o procedimento de liberta-ção de stocks por leilão iniciou-se no final de Maio. O primeiro prazo para a apresentação das pro-postas foi 1 de Junho. 11 511 t de manteiga foram adjudicadas com preços a variarem entre 3,45 e 3,851 €/kg, a partir de armazéns frigoríficos na Bélgica, Irlanda, França, Holanda e Reino Unido. Todas as propostas para o leite em pó desnatado foram rejeitadas porque os preços eram demasia-do baixos quando comparados com os preços de mercado. O segundo prazo para a apresentação de propostas foi 15 de Junho, estavando disponí-veis 13 690 toneladas de manteiga e 79 553 tone-ladas de leite em pó desnatado neste concurso. 11 935 t de manteiga foram atribuídos a preços que variam de 355,10 € e 381,50 € / 100 kg, a partir de entrepostos frigoríficos na República Checa, Estónia, Irlanda, Lituânia e Reino Unido. Todas as propostas para o SMP foram rejeitadas porque os preços, embora superior à do primeiro concurso, ainda parecia muito baixo comparado com os pre-ços de mercado. - O Grupo de Peritos de Alto Nível sobre o leite que examinou algumas linhas de evolução para o sector que podem contribuir para estabilizar o mer-cado e os rendimentos dos produtores, reduzindo a volatilidade dos preços e aumentando a transpa-rência do mercado e apresentou o seu relatório final em 15 de Junho de 2010. Os E-m manifesta-ram a sua satisfação com o relatório e o trabalho realizado. O Comissário Ciolos tenciona apresentar propostas legislativas até ao final do ano sobre os aspectos das relações contratuais, do poder de negociação dos produtores e das organizações interprofissionais. As questões relacionadas com as normas de comercialização e com possível rotula-gem de origem farão parte do pacote de política de qualidade. As questões relativas a possíveis alterações às medidas de mercado e à inovação e investigação serão tratadas no âmbito da reforma da PAC de pós-2013, para a qual serão apresen-tadas propostas no primeiro semestre de 2011.

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António Serrano disse, em entrevista ao Etv, que o ministério quer pagar aos agricultores em 60 dias. O ministro da Agricultura assume que a meta na execução global do PRODER é atingir 30% até ao final de 2010 e 20% no eixo das empresas. O últi-mo ano foi muito difícil em termos agrícolas, "não só em Portugal como na Europa", revela o ministro da Agricultura. António Serrano assume que na área do vinho, do azeite, nas áreas das frutas, legumes e flores "temos condições óptimas para sermos com-petitivos em qualquer parte do mundo". Mas em qualidade porque não temos dimensão. Económico TV (Etv): Em 2009, o rendimento da actividade agrícola deverá ter decrescido 2,9% e o Valor Acrescentado Bruto (VAB), na prática o contributo da agricultura para a economia portu-guesa, terá decrescido 1,5%. O que nos dizem estes números sobre a agricultura portuguesa? António Serrano (AS): Esses números reflectem um ano muito mau. O ano de 2009 foi muito difícil em termos agrícolas, não só em Portugal como na Euro-pa. É óbvio que Portugal tem problemas próprios, estruturais, que estão reflectidos nesses números. Nos últimos anos, verificou-se um ajustamento pro-fundo do sector agrícola, nomeadamente ao nível da produtividade, que aumentou muito. Temos, pra-ticamente, o mesmo nível de produção que tínhamos há 15/20 anos, mas tínhamos 25/26% da popula-ção activa na agricultura e hoje temos cerca de 7%... Somos muito mais produtivos.

Etv: Portanto, 2009 foi um ano e x c e p c i o n a l , negativamente excepcional, face ao percurso que estava a ser seguido? AS: Exactamente. É preciso, tam-bém, reconhecer que tivemos difi-

culdades de integração na União Europeia e nas reformas da Política Agrícola Comum (PAC). Por exemplo, quando, em 2005, entrou em vigor um regime especial, de pagamento único e indepen-dente do volume de produção, isto é, uma ajuda ‘desligado' da produção. Esta ajuda funciona como

estabilizadora dos rendimentos, mas, a verdade é que não estimula a produção e o risco. Isso levou também a que muita gente saísse do sector. Eu acho que o que agora está em causa, os desafios futuros da próxima reforma que iniciaram agora - está em discussão - é encontrar aqui um balanço para incen-tivar a produção, porque a Europa precisa de pro-dução e Portugal também. Etv: Quais são os problemas estruturais da agri-cultura portuguesa? AS: Quando falamos de agricultura, falamos em primeiro lugar da qualidade dos nossos solos. Somos um País com uma dimensão de solos inade-quada para a prática agrícola e com um nível de competitividade e produtividade por hectare mais baixos do que em outros países, como a França, por exemplo. Ora, esta realidade obriga ao uso mais intenso de água para aumentar a rentabilidade e a produtividade nessa área, mas isso tem um custo e torna a nossa produção mais cara. Portugal não tem as condições óptimas para desenvolver toda a espécie de agricultura de forma competitiva... Etv: ... mas isso obrigaria a fazer opções, nas áreas onde somos potencialmente mais competiti-vos... AS: ... temos vindo a trabalhar nesse sentido nos últimos anos, e não só neste Governo. E temos assis-tido a algumas alterações de práticas e posiciona-mentos dos nossos agentes, porque [eles] fazem contas. Hoje, a agricultura está também repleta de muitos bons empresários em vários sectores. E [eles] fizeram escolhas racionais. Por isso, verificou-se um desvio muito acentuado para a área do vinho e para a área do olival... Há dez anos produzíamos 22 mil toneladas de azeite e hoje estamos a produ-zir praticamente 65 mil toneladas e perspectiva-se que possamos garantir o consumo interno dentro de quatro a cinco anos, com mais de 90 mil toneladas. Outro exemplo que temos hoje é na área da fruta, das hortícolas, das flores. Estas três áreas - fruta, hortícolas e flores - já contribuem com cerca de 1/3 para o rendimento nacional agrícola. Não tenho dúvidas de que só é possível estar no mercado com-petitivo apostando na profissionalização das orga-nizações de produtores em primeiro lugar e tam-bém garantindo que há uma articulação ao longo da cadeia de abastecimento alimentar até à distri-buição. E focados no mercado internacional nos sec-

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ENTREVISTA

“FICO PREOCUPADO COM O DISCURSO DA GRANDE DISTRIBUIÇÃO” ENTREVISTA DE ANTÓNIO SERRANO À ECONÓMICO TV

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tores onde isso for possível. Etv: No seu entender, há, apesar de tudo, sectores agrícolas onde podemos ser competitivos em ter-mos internacionais? AS: Na área do vinho, no azeite, na área das fru-tas, legumes e flores, por exemplo, temos condições óptimas para sermos competitivos em qualquer par-te do mundo. Em qualidade e não em quantidade, claro, porque não temos dimensão para isso. Etv: Um dos pontos críticos, assumidos publica-mente como uma prioridade, era a aprovação de projectos com apoios comunitários. Esse proble-ma está resolvido? AS: Nunca está inteiramente resolvido, mas melho-rou muito. Chegámos ao Governo em Outubro de 2009 e, de facto, tínhamos dois problemas que afectavam a tesouraria das empresas: por um lado, em matéria de fundos comunitários relacionados com o investimento, enquadrados no PRODER, os apoios estavam praticamente paralisados. Tínhamos um nível de pagamento residual, de pouco mais de 1%, e o montante global do PRODER tinha uma execução financeira ligeiramente acima dos 10%, de um volume total de despesa pública de 3,5 mil milhões de euros. Isto significa que tínhamos um esforço enorme pela frente e corríamos o risco efec-tivo de ter de devolver fundos a Bruxelas no final do ano. Etv: Como é que se chega a esse estado de parali-sia num sector que precisa tanto de fundos e de apoios? AS: Houve duas razões fundamentais: A primeira é que o período do anterior quadro comunitário de apoio acabou muito tarde, muito além da data limi-te de 2006... Em 2009, ainda estávamos a consumir verbas desse anterior QCA. A segunda razão diz respeito à ambição dos objectivos definidos, muito direccionados para a competitividade e para um perfil de empresas que não veio a existir, ou não existe, especialmente se tivermos em conta a gran-de crise económica internacional que o Mundo atra-vessou, e a Europa e Portugal também. Montou-se um programa de apoio ao investimento agrícola deslocado das nossas necessidades. Etv: Agora, foi preciso mudar? AS: A mudança destes processos é lenta. Fizemos algumas alterações, na medida do permitido pelos regulamentos comunitários, e melhorámos um pouco as coisas... As medidas de simplificação levaram a que duplicássemos a execução total do programa PRODER, que está neste momentos nos 21,2%, e também permitiu que, na área do apoio dirigido às empresas, passássemos de um nível de execução

residual para mais de 10%. É bom, mas é insufi-ciente. A meta, agora, é chegar a um nível de exe-cução de 30% até ao final de 2010 no eixo global do PRODER e de 20% no eixo das empresas. O que posso garantir hoje é que não teremos de devolver verbas a Bruxelas. Etv: Quais são os caminhos para cumprir estes objectivos? AS: São vários. A primeira decisão foi alterar organicamente a estrutura de gestão do PRODER e o reforço da equipa com mais 20 técnicos, direccio-nados para a análise de projectos e para a contra-tação. Agora, estamos a fazer as mesmas mudan-ças na área dos pagamentos, mas, aqui, temos outros problemas. Além dos contratos, os empresá-rios agrícolas têm de ter condições para o executar e, para isso, é preciso que o Estado entregue a con-trapartida financeira dos fundos comunitários a tempo e horas. E, nos casos de adiantamentos de verbas, os empresários têm de ter uma garantia bancária, por exemplo. Por outro lado, o promotor precisa de ter financiamento próprio ou, em alter-nativa, tem de ir à banca... Etv: Quais são as medidas de apoio às empresas agrícolas para acederem mais facilmente a finan-ciamento bancário? AS: Desde logo, abrimos linhas de crédito junto da banca para projectos nas áreas da agro-indústria e agricultura, para reforçar a tesouraria destas empresas. Está também em curso o reforço de mais uma linha de crédito para estes sectores e, pela primeira vez, vão ter acesso à linha PME Invest 6. Por outro lado, estamos a antecipar os pagamentos.

Em média, em 2007 e 2008 o E s t a d o d e m o r a v a mais de 500 dias entre o p r i m e i r o pagamento e o último.

Em 2009, estamos a conseguir pagar em 242 dias, o que é muito ainda, e a meta para 2010 é pagar aos agricultores em 60 dias. Etv: De 500 para 60... AS: E isto foi uma intervenção toda feita em 2010. O que estamos a levar é dinheiro para a tesouraria das empresas mais cedo, o que permite colmatar dificuldade de acesso a financiamento junto da banca. Por exemplo, o adiantamento-limite era de

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20% e agora é de 50% do total do incentivo. Esta é a responsabilidade que o Estado tem. Etv: E hoje é cada vez mais difícil obter financia-mentos bancários. AS: O meu receio, nesta matéria, é exactamente por causa desse ponto, embora estejamos, do lado do Estado, a fazer tudo para garantir que o dinhei-ro chegue rapidamente às empresas.

O ministro da Agricultura reafirma que o anúncio, feito pelas grandes cadeias de distribuição, de não agravar os preços aos consumidor devido à subida do IVA vai penalizar os produtores. António Serra-no considera que cabe às grandes superfícies aju-dar a formar preços dos bens alimentares justos ao longo da cadeia de valor. Económico TV (Etv): Afirmou que não aceitava que a grande distribuição fizesse repercutir nos produtores e nos pescadores o aumento do IVA. É uma afirmação legítima por parte de um ministro? António Serrano (AS): É legítimo, porque quando surge um novo custo, externo, deve ser assumido de forma solidária ao longo da cadeia de abasteci-mento alimentar, isto é, de quem produz até quem distribui e consome. Fico preocupado quando vejo alguém a dizer que não aumenta preços para o consumidor porque acomoda o impacto. Etv: Não acredita que as empresas de distribuição acomodem esse aumento do IVA? AS: Não. Essa acomodação vai ser feita pedindo ao

produtor que acomode integralmente esse impacto negativo. Acho que isso não é justo. Etv: No seu entendimento, é uma decisão legal das grandes superfícies? AS: Legal, é. Mas é possível corrigir essa situação, melhorando o funcionamento das estruturas de coo-peração entre a indústria e a distribuição. Precisa-mos da distribuição, isso é claro... Etv: Mas a sua afirmação acaba por pôr o ónus na distribuição. AS: Não, porque temos trabalhado em conjunto com a APED, a associação representativa das gran-des superfícies. É preciso garantir uma formação do preço dos bens alimentares justa ao longo da cadeia de valor. O benefício de uns não pode ser obtido exclusivamente à conta de outros e esse benefício tem de ser obtido de forma conjunta. Temos de perceber que temos de ter uma agricultu-ra viável. Etv: As empresas de distribuição não estão a per-ceber essa necessidade? AS: Percebem, mas dizem, e bem, que também querem, do outro lado, maior organização e capa-cidade de resposta, com garantias de abastecimen-to, nos prazo e com a qualidade necessária. E o agricultor sabe que só tem possibilidade de partici-par nessa cadeia de valor se tiver essa capacidade de resposta

in Económico Tv

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(continuação da página 1)

nossas autoridades, as empresas fornecedoras não se incluem) e, ao que parece, apenas com a cumpli-cidade da ANMP, em representação das autar-quias? Será porque está a dias de ser publicada a versão final do estudo da Autoridade da Concor-rência sobre as relações entre a moderna distribui-ção e os seus fornecedores, aguardado com grande expectativa e que - espera-se - seja fortemente crí-tico sobre as práticas dos principais grupos retalhis-tas e sobre o correspondente impacto nas empresas a montante? Era sabido que esta decisão mais cedo ou mais tar-de surgiria, mas em especial nos dois últimos anos, repetimos até à exaustão junto do poder político - quer junto da nossa tutela, o MADRP, quer junto do Ministério da Economia - e junto dos vários grupos parlamentares, que a adopção de alterações aos horários de funcionamento dos hipermercados e outras áreas comerciais de dimensão superior a

2.000 m2, deveria ser acompanhada da obtenção de contrapartidas junto dos grupos da distribuição, em especial no que se refere à adopção de práti-cas comerciais mais transparentes e com menor impacto negativo junto do respectivo tecido forne-cedor! Bem pode vir o Ministro da Agricultura publicamen-te declarar a sua preocupação em relação ao dis-curso (e, depreende-se, em relação ao comporta-mento) da Grande Distribuição a operar em Portu-gal, avançando até com propostas para, por exem-plo, comprimir legalmente os prazos de pagamento aos seus fornecedores, quando, ao mesmo tempo, o Governo de que faz parte aprova este tipo de alterações sem qualquer tipo de salvaguardas ou contrapartidas ou quando alguns dos seus membros fazem declarações que não são mais do que o abençoar pelo poder político das tais práticas abu-sivas da distribuição, como aconteceu recentemente com a implementação dos aumentos do IVA.

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DISCUTIDO RELATÓRIO DO GRUPO DE ALTO NÍVEL

O Conselho de Ministros da Agricultura da EU reali-zou uma troca de pontos de vista na sequência da apresentação pela Comissão as recomendações inseridas no relatório do Grupo de Alto Nível para o sector do leite, tendo em vista trabalhar nas pers-pectivas possíveis para o futuro do sector lácteo, considerando o desmantelamento do sistema de quotas previsto para 1 de Abril de 2015. O press release da reunião do Conselho refere que os Estados-membro mostraram satisfação pelo tra-balho realizado pelo Grupo de Alto Nível, conside-rando que ele fornece bases sólidas para uma revi-são da política para o sector lácteo. Três das reco-mendações propostas pelo relatório foram mais especificamente discutidas: - A necessidade do reforço das relações contratuais entre produtores e processadores foi indicada pela maioria das delegações, mas alguns países preten-dem que o sistema seja muito leve e flexível, consi-derando a diferente situação que se vive nos vários Estados-membro, enquanto outros pretendem que os contratos se tornem o standard. - Muitos Estados-membro insistiram na necessidade de uma melhor organização para os produtores, tendo em vista uma negociação de acordos mais equilibrados com a indústria e com o sector da dis-tribuição. Alguns países referiram que os instrumen-tos para este reforço de organização estão já dis-poníveis. - Foi discutido o possível papel das organizações interprofissionais no sector lácteo, na linha do mode-lo implementado para o sector hortofrutícola. Alguns países indicaram recear que essas organizações possam funcionar como uma excepção às regras da concorrência quando comparadas com outros pro-dutos, enquanto outros países manifestaram a necessidade de concretizar a especificidade dos produtos agrícolas. Outras recomendações foram também discutidas, caso da necessidade de inovação e investigação, que foi considerada muito importante, tal como a da transparência na cadeia de aprovisionamento do sector lácteo, a qual deve ser reforçada através de melhor informação sobre preços e volumes na União Europeia.

No entanto, diferentes pontos de vista foram expressados ao nível das medidas de mercado: algumas delegações consideram que as medidas existentes devem ser ampliadas e que devem ser desenvolvidos novos instrumentos que permitam reduzir a volatilidade; um grupo mais pequeno de delegações entende que as medidas de mercado se deveriam limitar às actualmente existentes. Finalmente, em relação à rotulagem de origem, verificou-se na discussão que muitos Estados-membro se mostraram favoráveis a uma medida deste tipo, considerando o interesse dos consumido-res. Em geral, os Ministros conceberam este instru-mento como uma opção voluntária, mas há algumas delegações que apostam em que esta rotulagem seja mandatória. Há, no entanto, alguns países que se opõem à ideia de rotulagem de origem por con-siderarem que ela se constituirá como uma barreira ao mercado único. Diversos países defenderam uma rotulagem voluntária para aspectos específicos como uma alta qualidade ou uma origem regional. Em resposta à crise que o sector lácteo atravessou em 2009, a Comissão constituiu este Grupo de Alto Nível em Outubro passado, visando estudar as medidas necessárias para o sector numa perspecti-va de médio/longo prazo. O GAN publicou o seu relatório em meados do mês passado e fez um con-junto de recomendações. Desde que o Grupo foi constituído, a situação de mercado melhorou, mas continua a ser considerada bastante frágil. Depois desta troca inicial de pontos de vista, a dis-cussão irá continuar em maior detalhe, no Conselho agendado para 27 de Setembro, o que deverá permitir que a Comissão submeta um conjunto de propostas antes do final do ano. Um pacote de medidas para o sector do leite deverá ser apresen-tado na reunião do Conselho de Dezembro e deve-rá, nomeadamente, considerar a questão das rela-ções contratuais, o reforço do poder de negociação colectiva dos produtores e o possível papel das organizações interprofissionais no sector lácteo. O dossier da rotulagem de origem será discutido separadamente, durante a discussão no Conselho da “política de qualidade dos produtos agrícolas”, utilizando uma iniciativa legislativa da Comissão prevista para o final de 2010.

in European Consilium

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OCM-LEITE

CONSELHO DE MINISTROS DA AGRICULTURA DE 2010.07.12 NOTAS SOBRE A REUNIÃO

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GOVERNO E DEPUTADOS PRESSIONAM BRUXELAS

Luís Paulo Alves explica que, não estão a ser encon-trados mecanismos capazes de assegurar a regula-ção da oferta nos mercados, daí ser necessário pro-longar o sistema de quotas. Contudo, defender a manutenção das quotas é ir contra um grupo de países que não pretende que assim seja, pois pre-tende a liberalização do mercado. Patrão Neves diz que há efectivamente um grupo de países que tudo fazem para as quotas acabem... Na capital belga, o ministro da Agricultura defen-deu o adiamento do fim do sistema das quotas lei-teiras para além do ano 2015. O ministro António Serrano foi mais longe no caso concreto dos Açores: defendeu, no Conselho de Ministros da Agricultura a adopção de medidas especiais para a Região e adiantou que esse regime especial está já a ser negociado pelo Governo português junto da Comis-são Europeia. Assim, e pela primeira vez, um ministro da Agricultu-ra de Portugal defende, de forma frontal, a manu-tenção das quotas leiteiras, para além de 2015, assunto que tem vindo a ser considerado crucial para o futuro da Lavoura da Região Autónoma dos Açores. Na sequência da posição tomada pelo Ministro Por-tuguês também os eurodeputados açorianos, Luís Paulo Alves e Maria do Céu Patrão Neves são favoráveis à manutenção das quotas para além do prazo agora estipulado, mas também ambos estão conscientes da dificuldade que quem defende esta posição terá em convencer os países mais fortes para que isso possa ser uma realidade. Luís Paulo Alves disse que o adiamento da data de abolição do sistema europeu de quotas leiteiras previsto para 2015 é fundamental, aliás, uma matéria que tem estado sempre na ordem do dia da agenda do parlamentar quanto toca a matéria agrícola. Também Maria do Céu Patrão Neves referiu que tem insistido sempre no prolongamento, contudo diz que se deve prosseguir sempre com duas vias. Pri-meiro defender em todos os fóruns em que haja impacto o prolongamento das quotas de leite, mas por outro lado, pela possibilidade elevada das quotas terminarem mesmo em 2015, importa traba-lhar desde já em alternativas ao sistema de quotas. Esta tem sido sempre a minha posição. Sabendo que o Ministro foi favorável à manutenção das quotas, a eurodeputada diz que só pode sau-dar porque é a única que está de acordo com o sector leiteiro dos Açores e do continente. Aliás, na última reunião que Patrão Neves teve com o Minis-

tro da Agricultura insistiu para que Portugal insistis-se na manutenção do sistema principalmente no Conselho Europeu mas também em todas as institui-ções europeias, dada a importância enorme que o sector leiteiro tem para os Açores, pois representa 33 por cento da produção nacional. Pressão é fundamental Os eurodeputados açorianos entendem ser vital que se mantenha a pressão em Bruxelas, tanto mais que ainda ontem se discutiu no Parlamento Europeu o relatório do Grupo Alto Nível para o sector do leite que devia avançar com medidas para estabiliza-ção e desenvolvimento sustentável do sector e as alternativas apresentadas ao sistema de quotas são claramente insuficientes. Por isso diz Patrão Neves não sendo satisfatórias as medidas, avançando-se para o mercado liberalizado colocaria em sério risco a produção leiteira dos Açores e noutras regiões da Europa. Por seu turno, Luís Paulo Alves explica que, não estão a ser encontrados mecanismos capazes de assegurar a regulação da oferta nos mercados e por consequência não estão a ser garantidos instru-mentos verdadeiramente eficazes para contrariar a volatilidade extrema dos preços e dos rendimentos dos produtores agrícolas. Não devemos por isso, abdicar para já, do único instrumento que neste momento dispomos para o fazer. Por conseguinte, é de boa ponderação, adiar a data de abolição do sistema europeu de quotas leiteiras previsto para 2015, de forma a não agra-var a estabilidade dos rendimentos e da activida-de, bem como a sustentabilidade do sector leiteiro, que é essencial para a manutenção dos nossos pro-dutores, concluiu o Deputado. Mas defender a manutenção das quotas é ir contra um grupo de países que não pretende que assim seja, pois defende a liberalização do mercado. Patrão Neves diz que há efectivamente um grupo de países que estão contra o actual sistema e recor-da que na última semana foi votado um relatório em que existia apenas dois parágrafos com a men-ção ao leite e houve deputados de vários países que pressionaram para suprimir a palavra do texto para que não houvesse a interpretação de que o Parlamento Europeu era favorável à manutenção das quotas. Felizmente diz a eurodeputada as duas emendas que se referiam ao leite permaneceram, mas há realmente uma grande força de bloqueio pelos países mais fortes, como seja o Reino Unido e a Itá-lia, por exemplo.

in Correio dos Açores

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(continuação da página 3)

O ‘caderno de encargos’ a que o GAN tinha que dar resposta incluía, obviamente, a questão da regulação do mercado e dos instrumentos (como os Contratos) para a atingir, mas sempre com o pressu-posto de que o desmantelamento do sistema de quotas leiteiras foi já politicamente adoptado, não sendo sequer equacionada uma qualquer ‘marcha-atrás’ nessa matéria, da mesma forma que a abor-dagem do tema da regulação não incluiu o relacio-namento entre o sector transformador e o da distri-buição alimentar por uma questão de delimitação de competências do GAN e da própria Direcção Geral de Agricultura da UE. É, contudo, evidente, que a contratualização dos fornecimentos entre produtores e compradores, apesar de poder contribuir para a estabilização do respectivo relacionamento e de permitir – caso esse contratos sejam publicamente depositados e algu-mas das suas cláusulas (nomeadamente as relacio-nadas com os volumes e períodos objecto do contra-to) estatisticamente tratadas – um conhecimento da evolução da oferta no mercado, conhecimento que se perderá com o desmantelamento do regime de quotas, não permitirá por si só a regulação do mer-cado lácteo europeu e, menos ainda, se essa contra-tualização existir apenas em alguns países. Por outro lado, a quase obsessão– revelada por alguns países - na inclusão dos preços do leite no clausulado destes contratos-tipo, terá obviamente como consequência – em especial nos períodos de maior agitação do mercado – um encurtamento do seu período de vigência, seja por interesse do com-prador, quando o preço apresentar uma tendência de descida, seja por interesse do produtor, sempre que o preço apresentar sinais de incremento a cur-to/médio prazo. Será também interessante verificar quais as diferenças que serão estabelecidas nessa contratualização, sempre que a contraparte do pro-dutor for uma organização cooperativa ou, alterna-tivamente, uma empresa de natureza privada. No caso português, haverá ainda a ultrapassar um outro obstáculo que se relaciona com o facto de – num cenário de estabilidade das relações entre produtores e compradores (no quadro das regras do sistema de quotas) e da quase total ausência de situações de ruptura, do tipo ‘abandono-do-leite-no-campo’ – as situações em que os contratos reduzi-dos a escrito são formalizados, corresponderem, vulgarmente, a situações de desconfiança mais ou menos profunda entre as partes, havendo, ao invés,

que introduzir o contrato escrito como uma prática inócua e usual. R2. Poder negocial colectivo dos produtores: o GAN, embora sem o apoio de uma minoria de cinco delega-ções, convida a Comissão a ponderar uma proposta legislativa – de carácter permanente ou temporário, mas longa e passível de revisão - que permita às organizações de produtores leiteiros negociar colecti-vamente termos contratuais com centrais leiteiras, nomeadamente preços, para a produção de alguns ou todos os seus membros, subordinados a um limite quantitativo adequado, expresso em percentagem da produção da UE. As especificidades das cooperativas devem ser consideradas. Foi um dos temas mais discutidos no seio do GAN e que mereceu uma análise em mais amplo detalhe. As indefinições existentes, especialmente em rela-ção ao conceito de “mercado relevante”, às possibi-lidades relativas à negociação colectiva e à especi-ficação de competências entre a Comissão e as autoridades nacionais, são exemplos de matérias relativamente às quais foi possível obter um consen-so alargado no interior do Grupo (os países que apresentaram reservas foram a Dinamarca, Holan-da e Reino Unido) no que se refere à necessidade de actuar regulamentarmente. Foram igualmente consideradas as excepções às regras da concorrên-cia já aprovadas, no quadro da OCM única, para algumas tipologias de sectores - vinho e hortofrutí-colas - e alguns instrumentos de actuação sobre o mercado (caso das medidas de intervenção). Portugal considerou que esta questão pode assumir uma certa importância, valorizando como positivo o texto proposto pela Comissão e a sua intervenção, indicando que o “mercado relevante” deveria ser reportado ao mercado comunitário e não aos mer-cados nacionais. O reconhecimento do princípio da excepcionalidade do sector agrícola face a certas regras da concorrência e a possibilidade dos países de menor dimensão poderem agregar os volumes produzidos para níveis concorrenciais no espaço comunitário parece positivo. Portugal, tal como outros Estados-membro, chamou a atenção para o facto de os problemas a nível concorrencial, derivam em larga medida da pres-são exercida na outra extremidade da fileira, ten-do em conta a forte concentração da distribuição alimentar e o poder negocial daí resultante, no entanto a Comissão argumentou com o espectro de competências do GAN, indicando que essa matéria apenas deveria ser abordada numa articulação

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MERA DECLARAÇÃO DE PRINCÍPIOS OU PONTO DE PARTIDA? (continuação)

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inter-serviços, sendo também de referir que um outro GAN, este para a Competitividade da Indús-tria Agro-Alimentar abordou este mesmo tema. A questão da necessidade de ampliar o quadro legal que permita o reforço do poder negocial dos produtores, pode, contudo, ser avaliada em dois diferentes ângulos: o da efectiva necessidade de reforço da capacidade negocial dos produtores, quando colectivamente agrupados e a da necessi-dade de delimitação da abrangência desses agru-pamentos colectivos, porque, supostamente, do seu peso excessivo poderá resultar um desequilíbrio concorrencial. A própria referência às excepções criadas para o sector hortofrutícola parecem mos-trar algum enviezamento na abordagem do grupo, como se no sector lácteo entre produtores e distri-buidores não houvesse qualquer elo intermédio e os agrupamentos de produtores pudessem, por si só, constituir-se como entidades de natureza oligopolis-ta ou monopolista. Esta situação parece, aparentemente, resultar dos problemas levantados pela autoridade da concor-rência francesa e da necessidade de ‘legalizar’ as recomendações de preços emanadas pela respecti-va organização interprofissional – Onilait – sendo que essa atitude teve já consequências numa deci-são recente da Comissión Nacional de Competencia espanhola, impedindo que a inteprofissão láctea do país vizinho – Inlac – estabelecesse, também ela, um quadro de estabelecimento de recomendações de preços, recomendações cuja génese residiria no politicamente conduzido Pacto do Leite, assinado em Julho de 2009, em Madrid, pela administração cen-tral, organizações de produtores, indústrias e distri-buição. No entanto, a preocupação em delimitar legalmente – do ponto de vista das regras da concorrência – a capacidade de negociação das organizações de produtores acaba por colocá-las sob um foco de atenção aparentemente excessivo – o problema do sector residirá na excessiva capacidade negocial dessas entidades? – o que poderá levar a colocar em causa organizações implementadas no terreno (mesmo as de matriz cooperativa) e desvia a aten-ção do principal problema, em matéria de concor-rência, que afecta a fileira do leite em Portugal e na grande maioria dos Estados-membro: o poder negocial excessivo das cadeias de distribuição…

R3: Papel possível das organizações interprofissionais no sector leiteiro: o GAN sugere que a Comissão exa-mine se as disposições para as organizações interpro-fissionais no sector hortofrutícolas poderão ser igual-mente aplicáveis no sector leiteiro.

As estruturas interprofissionais têm apenas alguma expressão num pequeno conjunto de países e den-tro destes a respectiva implementação apresenta-se em níveis diversificados. Alguns países, entre os quais Portugal, apoiaram um estabelecimento de uma recomendação neste âmbito por considerarem que estas organizações podem potenciar a regula-ção do mercado num cenário pós-quotas. A questão, tal como referenciado relativamente à Recomendação anterior, coloca-se do ponto de vis-ta da conjugação de algumas das actuações dese-jáveis deste tipo de entidades – controlo da oferta, estabelecimento de critérios para a definição de preços e elaboração de recomendações a partir da sua aplicação – com o respeito e o estrito cumpri-mento da legislação comunitária em vigor em maté-ria de concorrência. Como é facilmente constatável, estas estruturas estão muito mais divulgadas em países em que a parte de leão da compra de leite no campo é desenvolvida por entidades privadas, enquanto nos países em que ponderam as organizações coopera-tivas (que por definição correspondem a um base de interprofissão) essas estruturas ou não existem ou são incipientes. O caso português, acaba por funcionar como uma situação intermédia, sendo que a evolução da ALIP para uma actuação mais ampla de cariz interprofissional poderá dar um contributo positivo para o esforço de regulação do mercado num cenário pós-quotas. Uma última nota para referir que estas três primei-ras recomendações – R1, R2 e R3 – estão a ser abordadas na generalidade das análises como se de um conjunto único se tratasse e deverão ser aquelas que merecerão o foco essencial da atenção da parte da Comissão Europeia no pacote legislati-vo em preparação, pacote que deverá ser apre-sentado antes do final do ano.

R4: Transparência no sector leiteiro: o GAN convida a Comissão a aperfeiçoar a ferramenta europeia de monitorização dos preços dos alimentos, utilizando melhor os dados existentes e solicita às autoridades estatísticas a nível comunitário e nacional que ponde-rem a possibilidade de comunicarem mais informação sobre volumes de leite e de produtos lácteos. Esta recomendação colheu um significativo apoio, sendo que alguns Estados-membro (onde se incluiu Portugal) insistiram na necessidade de aprofundar, considerando o desmantelamento do regime de quota e das ferramentas estatísticas que lhe estão associadas, os mecanismos de recolha e tratamento de sobre a evolução dos volumes produzidos e sua adequação à procura no mercado comunitário.

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Aparentemente inócua - apesar de fundamental pela captação de dados fundamentais a qualquer estratégia de regulação do mercado - e consensual, esta recomendação pode ter consequências bastan-te mais amplas do que aquelas que uma primeira leitura permita retirar. Por um lado porque, com a limitação já anteriormente enunciada de não inclu-são no caderno de encargos do GAN das relações a montante na fileira (e muito especialmente entre fornecedores e distribuidores) não considera uma parcela importante de informação do mercado, actualmente menos importante, pois a produção europeia está delimitada pelo regime de quotas leiteiras, mas fundamental num cenário de livre-produção e de potencial criação de desfasamentos entre a oferta e a procura. Por outro lado, deve ser dada a maior atenção aos tão-em-voga observatórios de preços (e margens), porque são construídos através de amostragens de produtos, porque podem gerar significativas confu-sões quanto à utilização de preços de transferência, preços de cedência ou preços de venda ao público, porque tendem a equiparar situações – quanto a preços e margens - que são muito distintas (por exemplo, ao nível da qualidade ou inovação intro-duzida nos produtos), porque não tendem a consi-derar os distintos ciclos de vida de cada produto em cada mercado. Daqui pode resultar um enviesamen-to da avaliação efectuada, o que pode penalizar a opinião de administração e consumidores relativa-mente a produtos lácteos concretos e a determina-das empresas de lacticínios.

R5: Medidas de mercado e futuros: o GAN, apesar de considerar adequado o actual mecanismo de rede de segurança, convida a Comissão a explorar novos ins-trumentos compatíveis com a «caixa verde» da OMC no quadro da PAC após 2013, para reduzir a insta-bilidade dos rendimentos e a ponderar a possibilidade de recurso aos mercados de futuros como instrumento complementar útil. Esse ponto não foi objecto de uma discussão apro-fundado, sendo que a maior parte dos Estados-membro considerou que os actuais instrumentos de mercado, nomeadamente as aquisições de interven-ção desempenharam um papel positivo no ataque à crise de 2008/2009. Contudo a função dos instru-mentos de regulação no quadro de uma rede de segurança, será objecto de discussão mais aturada no âmbito das negociações relativas à PAC pós-2013. Em relação ao mercado de futuros, o tema foi apenas aflorado e apontado como um instru-mento complementar aos mecanismos de gestão de mercado, cuja criação e gestão deverá surgir da iniciativa privada, cabendo às administrações as

funções de regulação similares às de quaisquer outros mercados financeiros. R6: Normas de comercialização e indicação da ori-gem na rotulagem: o GAN convida a Comissão a garantir que os sucedâneos de produtos lácteos são convenientemente diferenciados destes últimos, evitan-do assim a utilização de nomes e termos reservados aos produtos lácteos e a ponderar a viabilidade das diversas opções que se perfilam no tocante à indica-ção obrigatória/voluntária desse local na rotulagem dos produtos lácteos primários. A defesa dos termos lácteos e da necessidade de evitar a confusão com os chamados produtos suce-dâneos foi consensual no seio do Grupo, o que já não aconteceu relativamente à questão da rotula-gem de origem, fortemente contestada pelos países exportadores. Mesmo no seio dos que apoiam esse esquema de rotulagem se verificou uma significati-va diferença em relação ao cariz voluntário ou obrigatório dessa rotulagem. A Comissão, entretan-to, remeteu decisões nesta matéria para o pacote da Política comunitária de Qualidade dos produtos alimentares, também em discussão, embora se pre-veja que as propostas se refiram apenas a produ-tos mono-ingrediente ou pouco transformados. Portugal defende tradicionalmente a indicação da origem, considerando o facto de ser um mercado periférico e deficitário em muitos produtos agro-alimentares. No caso específico do leite e não obs-tante algumas reservas colocadas por via de aspectos logísticos e de estrutura de custos, Portugal colocou-se do lado dos que defendem a indicação da origem regional ou nacional na rotulagem. Em Portugal verifica-se um reconhecimento, por par-te dos consumidores, da qualidade dos produtos lácteos nacionais, sendo que para uma elevada parcela das marcas não existe qualquer dúvida relativamente à origem do leite utilizado. A mais-valia da rotulagem pode surgir pela via das ‘marcas brancas’ que se verão obrigadas a indicar de forma mais visível a sua origem o que poderá promover o seu fabrico em território nacional. R7. Inovação e investigação: o GAN convida a Comissão a propor o reforço da inovação na PAC pós-2013, nomeadamente na política de desenvolvi-mento rural e insta as partes interessadas a definirem prioridades de investigação claras para o sector lei-teiro, extraindo mais benefícios dos programas nacio-nais e programa-quadro de investigação comunitário. Sobre esta questão alguns Estados-membro repor-taram a debilidade dos esforços de investigação e inovação, apontando ainda o fraco nível de recur-sos destinado a esta questão no seio da PAC que estimam em apenas 4%.

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DISTRIBUIÇÃO

A ausência de relações contratuais entre as partes e de normas que regulem práticas comerciais abusivas, assim como a falta de sistemas de controlo de quali-dade, são algumas das causas para a falta de eficá-cia e de transparência do retalho na UE, detectadas no relatório "RETAIL MARKET MONITORING REPORT: TOWARDS MORE EFFICIENT AND FAIRER RETAIL SER-VICES IN THE INTERNAL MARKET FOR 2020” publica-do pela Comissão Europeia. Em relação às práticas abusivas, foram detectadas ao impor cláusulas contratuais injustas a produtores e fornecedores. “Algumas cláusulas contratuais aplica-das directamente pelos distribuidores ou suas centrais de compras aos fornecedores ou produtores primá-rios, poderão, [...], ser consideradas injustas e travar o crescimento ou mesmo colocar em causa a viabili-dade de empresas competitivas”, refere o relatório A Comissão menciona especificamente o sector da alimentação, onde estas práticas “poderão contribuir para uma transmissão de preços assimétrica, rigidez de preços e condições contratuais injustas impostas a produtores primários”, além de afectar a sua capaci-dade de investimento em inovação. Em anexo ao re-latório foi divulgado um documento com 11 “PERGUN-TAS E RESPOSTAS” que seguidamente apresentamos:

1) O que são os serviços de retalho? Os serviços de retalho englobam uma grande varie-dade de formas (lojas, comércio eletrónico, mercados abertos, etc), de formatos (desde as pequenas lojas até aos hipermercados), de produtos (alimentares, não alimentares, medicamentos sem prescrição obri-gatória, etc), de estruturas jurídicas (lojas indepen-dentes, franchises, grupos integrados) e de localiza-ções (urbano/rural, centro da cidade/subúrbios, etc.)

2) Por que ´é que este relatório foi feito? O sector do retalho foi seleccionado para um traba-lho em profundidade devido ao seu impacto sobre o crescimento económico, a criação do emprego e o consumo, e porque mostrou sinais de mau funciona-mento do mercado. Representa 4,2% do PIB, 17,4 milhões de trabalhadores e 20% das PMEs euro-peias. Tem também tem muitas interligações com outros mercados a montante (por exemplo, fornece-dores, empregados, empresas de transportes, etc) e a jusante (por exemplo, consumidores). Um bom funcionamento do mercado de retalho con-tribui para o crescimento económico e o emprego, e

desempenha um papel importante na consecução dos objectivos estabelecidos na estratégia Europa 2020. Os mercados retalhistas são parte do mercado inter-no e, como tal, as medidas específicas para melhorar o seu funcionamento será parte do "Single Market Act”, a apresentar no Outono.

3) Como é que o relatório foi preparado? O que é novo na abordagem desenvolvida para a elaboração deste relatório é que a análise não ava-lia apenas o desempenho económico do sector do retalho. Considera todos os aspectos económicos, sociais e impactos ambientais do consumo, que repre-sentam as ligações que o sector do retalho tem com os mercados a que está ligado quer a montante, quer a jusante. Esta chamada abordagem sistémica permitiu identificar as principais questões que afec-tam o desempenho económico, social e ambiental do sector do retalho (em termos de inovação, de compe-titividade, de coesão social e territorial, das altera-ções climáticas, etc.) Representa também uma mudança do processo tradi-cional de construção de políticas, que tendem, tradi-cionalmente, a considerar um único objectivo de polí-tica. Esta abordagem deve conduzir a resultados mais sustentáveis, que são denominados como uma abordagem para um Mercado Interno justo.

4) Que problemas foram identificados no funcio-namento dos mercados de retalho? A análise realizada identificou diversos problemas: Mau funcionamento dos mercados de imóveis comer-ciais (resultado, por exemplo, de diferentes regras de planeamento comercial), escasso desenvolvimento do e-commerce (que representa mais de 2% das vendas do sector do retalho, em apenas quatro Esta-dos-membro), o desenvolvimento insuficiente das comunicações comerciais (por exemplo, promoções de vendas) e de serviços independentes de informa-ção sobre preços e qualidade (por exemplo, sites de comparação de preços, ou de testes comparativos entre produtos e serviços), que dá origem a um escasso acesso, por parte dos consumidores, a uma escolha de lojas que possa ser considerada suficien-te. A proximidade das lojas é um factor de impor-tância fundamental para alguns grupos de consumi-dores, por exemplo, os idosos (17% da população da UE tem agora 64 anos ou mais), pessoas com deficiência (15% da população da UE) ou aqueles

RETAIL MARKET MONITORING REPORT RELATÓRIO APRESENTADO PELA COMISSÃO EUROPEIA

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que não podem comprar um carro (9% dos cida-dãos da UE). Mas, apesar disso o relatório sublinha que o número de pequenos estabelecimentos locais caiu 3,7% entre 2004 e 2009. Falta de regras ou a sua aplicação insuficiente na abordagem das práticas comerciais desleais entre os vários agentes da cadeia de abastecimento e falta de transparência nos sistemas de qualidade (por ex., rotulagem) e dificuldades na sua utilização transfronteiriça em resultado das diferentes normas (por ex., exigências linguísticas), o que pode com-prometer a capacidade de investir em inovação. Impacto negativo da economia informal sobre as condições de trabalho, falta de informação dos con-sumidores em relação ao desempenho social das empresas no sector do retalho e incompatibilidade entre as necessidades das empresas e as habilita-ções dos empregados no sector do retalho, factores que podem ter um impacto negativo sobre as condi-ções de trabalho. Alto consumo de energético, elevada produção de resíduos, a contribuição significativa para o volume de tráfego e congestionamento, devido ao trans-porte de mercadorias, insuficiente consideração dos custos ambientais na cadeia de aprovisionamento (logística, eficiência energética lojas, marketing e comunicação) e falta de incentivos para abordar estas questões, falta de um método comum para avaliação do impacto ambiental dos produtos e ser-viços vendidos, que dão origem a sustentabilidade, eficiência e equidade.

5) O que está a causar a falta de acessibilidade aos pontos de venda por parte dos consumidores? Os consumidores têm um escasso acesso a uma esco-lha suficiente de lojas do comércio tradicional e, assim, a uma grande variedade de produtos de qualidade e a preços interessantes. Esse problema tem também impacto negativo sobre o desempenho ambiental (obrigando os consumidores a maiores deslocações) e afecta negativamente a maioria dos cidadãos europeus socialmente mais vulneráveis (por exemplo, pode ser muito difícil para alguns idosos ir às compras por causa da falta de lojas nas proximidades). Há várias razões que podem explicar isso. Antes de mais, a falta de coordenação e a ineficiência nas regras de planeamento comercial urbano e mau funcionamento dos mercados de imóveis comerciais que afectam o estabelecimento de retlhistas e a acessibilidade dos consumidores aos estabelecimen-tos comerciais. Em segundo lugar, insuficiente desen-volvimento do comércio electrónico no Mercado Interno devido a uma série de obstáculos (custos de

transporte transfronteiriço, sistemas ineficientes de logística, sistemas de pagamento não confiáveis ou onerosos, mau funcionamento da assistência técnica, etc) que contribui para o problema. Terceiro, o desenvolvimento insuficiente das comunicações comerciais e de serviços independentes, que forne-çam informações aos consumidores (por exemplo, sites fornecendo comparações de preços ou testes comparativos de produtos) que torna difícil para os consumidores comparar ofertas do retalho e que acabam por aprofundar o problema.

6) As grandes cadeias de retalho abusam do seu poder de compra através da imposição, aos seus fornecedores, de cláusulas contratuais abusivas? Há reclamações de fornecedores sobre alegadas práticas abusivas contratuais. Mesmo os grandes fornecedores relatam que tiveram que aceitar o que considerem cláusulas abusivas dos grandes retalhistas porque estão dependentes deles para vender os volumes dos seus produtos de marca. A situação é complexa. Embora seja verdade que os mercados de retalho estão altamente concentra-dos, em especial nalguns E-m, isto não conduz, por si só, a problemas de forma sistemática e alguns retalhistas de elevada dimensão possuem relações contratuais justas e duradouras com os seus fornece-dores. Nesses casos, consumidores e empresas be-neficiam desses contratos directos entre retalhistas e fornecedores. Na verdade, cortando os intermediá-rios, estes contratos podem dar origem a retornos mais elevados para o fornecedor, mas também fazer baixar os preços finais ao consumidor. No entanto, também é claro que existem algumas deficiências ao longo da cadeia de aprovisiona-mento. Pequenos retalhistas têm-se queixado do poder de venda de determinados grossistas ou for-necedores. O impacto sobre os fornecedores afec-tados inibe a sua capacidade inovadora e impede-os de desenvolver os seus negócios. O impacto sobre os retalhistas impede-os de se abastecerem de produtos a partir de centros mais eficientes, incluindo os localizados fora das fronteiras nacio-nais, o que também prejudica o bom funcionamento do mercado interno. As formas de como lidar com estas questões serão examinadas no âmbito das medidas a serem incluídas no Single Market Act.

7) O desenvolvimento de marcas próprias consti-tui-se como um problema? As percepções relativas aos efeitos de produtos de marca própria variam. Alguns fornecedores, espe-cialmente as PMEs, consideram isso como uma opor-tunidade, muitas vezes a única, para poder entrar no mercado. Ao demonstrar que têm uma marca,

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dão um sinal de qualidade. Outros relataram estar sob grande pressão para fornecer produtos de marca própria em condições muito desfavoráveis. Os fabricantes de marca, em particular, queixam-se de como os seus principais clientes (os retalhistas) se tornam seus concorrentes com os produtos de marca própria, os que os coloca em desvantagem concor-rencial e os impede de serem capazes de lançar produtos inovadores, sem que eles sejam imediata-mente imitados. O impacto das marcas próprias em matéria de concorrência e inovação dos produtos sob diferentes condições contratuais precisa tam-bém, portanto, de ser analisado.

8) Quais são as razões para as grandes divergên-cias de preços entre Estados-membro? Apesar do crescente dos retalhistas que lhes permi-tiu controlar as tendências inflacionistas gerais, grandes diferenças de preços em certos produtos são encontrados nos mercados retalhistas a nível regional e a nível nacional. Por exemplo, o preço dos alimentos e bebidas não alcoólicas, é, em média, 28,4% maior na Bélgica do que nos Países Baixos. Muitos factores podem explicar as diferen-ças de preços. Por exemplo, os custos de transporte e logística, as diferenças no rendimento médio dos agregados familiares ou as taxas de IVA podem explicar algumas dessas diferenças. No entanto, razões ligadas à competitividade dos mercados locais, a falta de informação e de comunicação entre mercados, os diferentes quadros legais e as práticas comerciais, bem como as restrições territo-riais parecem acentuar essas diferenças. Uma melhor informação aos consumidores sobre a oferta do retalho para além das suas zonas comerciais usuais, incluindo as fronteiras (35% dos cidadãos europeus vivem em zonas de fronteira) poderia esti-mular estratégias de preços mais competitivas e, assim, ajudar a reduzir estas diferenças de preços.

9) Por que é que o mercado de trabalho não fun-ciona de forma mais harmoniosa?

O relatório também aponta para algumas deficiên-cias no funcionamento do mercado de trabalho no mercado de serviços de retalho. Primeiro, há ques-tões relacionadas com a aplicação das regras da legislação laboral, que se reflectem, em parte, pela economia informal de trabalho presente no sector. Em segundo lugar, existem regras e acordos colecti-vos muito diversificadas, tanto no interior de cada país como entre Estados-Membros, justificados por distintas razões. Em terceiro lugar, parece haver um desfazamento crescente entre as competências básicas necessárias para o sector (nomeadamente relacionadas com as TIC já que o sector retalhista depende em grande medida da utilização das TIC) e as competências dos que deixam a escola e outros que entram no mercado de trabalho.

10) Como poderá o sector contribuir para enfren-tar o desafio das alterações climáticas? A falta de incentivo e de coordenação de políticas foi identificado como um problema que torna mais difícil para o sector retalhista enfrentar os desafios das alterações climáticas. Alguns progressos foram feitos - por exemplo, o Código de Sustentabilidade Ambiental da Distribui-ção, assinado recentemente por muitos dos grandes grupos retalhistas europeus. No entanto, o relatório destaca que os impactos ambientais do sector do retalho estão ligados a vários factores ao longo da cadeia de abastecimento a retalho. Falta de acessi-bilidade das lojas e a gestão de resíduos são algu-mas das questões levantadas. Além disso, como estas questões caiem na competência de diferentes níveis de administração pública (desde o nível das autarquias até a nível Europeu), os retalhistas são frequentemente confrontados com políticas diferen-tes. Uma abordagem mais global e com maior nível de coordenação seria útil para criar os incentivos certos para os retalhistas, de todas as dimensões, avançarem modos de operação que minimizem os impactos ambientais.

11) Dada a natureza das questões identificadas com o sector do retalho, a que nível se encontram as respostas correspondentes? Nenhuma decisão foi tomada nesta fase e é por isso que a Comissão se congratula com a participa-ção de todos os stakeholders na elaboração deste relatório. Todas as propostas que a Comissão faz, como parte do Single Market Act, deverão ter em conta qual é o nível mais adequado para agir, na sua totalidade, em consonância com o princípio da subsidiariedade. O intercâmbio de boas práticas ou o estabelecimento de mais regras vinculativas são opções possíveis.

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1.2.4 - Produção de Leite e Produtos lácteos Em 2009 registou-se um menor volume de produção de leite de vaca face a 2008 (-1%), com cerca de 1,94 milhões de litros produzidos. A quebra resultou da conjuntura do mercado para o sector, com pre-ços em baixa e inferiores aos custos de produção.

Constituíram igualmente factores de impacto negati-vo para o sector leiteiro nacional, a previsão do fim do regime de quotas em 2015, que vem alterar profundamente o mecanismo regulador da produ-ção de leite. Esta situação provocou um forte crescimento da pro-dução leiteira à escala comunitária, gerando um elevado volume de excedentes cujo escoamento dis-torceu fortemente o funcionamento do mercado. A actual fase é de incerteza, enquanto decorrem negociações na UE para a definição de medidas específicas de apoio ao sector leiteiro. A nível nacional, a não consideração do sector como estratégico no ProDer, reduzindo os apoios ao investimento, a aplicação do REAP (implicando encargos adicionais no licenciamento e manutenção das explorações leiteiras) e a opção das cadeias de distribuição pela importação de produtos lácteos para as suas marcas brancas, dificultaram a coloca-ção de leite nacional no mercado, agravando a descida de preços e as margens de comercialização na fileira do leite e colocando em perigo a manu-tenção de muitas explorações leiteiras, sobretudo de pequena e média dimensão. As produções de leite de ovelha e de cabra apre-sentaram também níveis inferiores, de 82 milhões de

litros e 27 milhões de litros, o que, comparativa-mente a 2008, corresponde a quebras de 7% e 2%, respectivamente. A produção total de queijo registou uma quebra de cerca de 4%, no ano em análise. Os queijos de vaca (54 mil toneladas), ovelha (14 mil toneladas) e cabra (1,6 mil toneladas) apresentaram produções inferiores em cerca de 4%, 7% e 2%. O queijo de mistura também decresceu 3%, tendo sido produzi-das cerca de 5 mil toneladas em 2009.

A produção de manteiga em 2009 registou uma descida de 3,6%, relativamente a 2008, tendo sido produzidas apenas 29 mil toneladas.

A tendência de quebra no volume de produtos fres-cos manteve-se, sobretudo pela menor produção de leite para consumo (-5%), que não ultrapassou as 837 mil toneladas; pelo contrário, os leites acidifi-cados aumentaram 3%, com uma produção que atingiu as 109 mil toneladas.

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DISTRIBUIÇÃO

ESTATÍSTICAS AGRÍCOLAS 2009 EXCERTO DA PUBLICAÇÃO DO INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA

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1.4 - Preços na Agricultura Em 2009, o índice de preços da produção dos bens agrícolas registou uma variação negativa de 6%, em relação a 2008. Esta tendência ficou a dever-se aos decréscimos observados, quer no índice de pre-ços da produção vegetal (-6,3%), quer no índice de preços da produção animal (-5,6%).

Os produtos que mais contribuíram para a evolução observada no índice de preços da produção dos bens agrícolas foram, sobretudo, os cereais (-24,8%), o leite em natureza (-18,3%), o azeite (-17%), as batatas (-14,6%) e os frutos (-11%). E isso apesar das variações positivas observadas nas plantas industriais (+69,2%), nas plantas forra-geiras (+41,6%), nos ovos (+7%), nos ovinos e caprinos (+5,8%) e nos bovinos (+3,3%).

1.5 Rendimento da Actividade Agrícola

A Produção Animal decresceu 5,4% em valor, efeito conjugado de diminuições em volume (-2,0%) e pre-ços (-3,5%). A produção animal nacional tem sido afectada pelas condições desfavoráveis de merca-do (aumento dos custos de produção e diminuição da competitividade). Em 2009 a instabilidade do sector agravou-se, devido à crise económica e às novas exigências legais de licenciamento e gestão da actividade pecuária e alteração das regras de bem-estar ani-mal na UE. Em 2009 destacou-se o forte decréscimo do preço de base (-12,9%), reflectindo as dificul-dades observadas ao nível da produção. A conjuntura económica provocou uma redução glo-bal no consumo, criando uma situação de exceden-tes, que pressionou o preço dos lacticínios nacionais.

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DO LEITE PARA A TÁBUA DE MADEIRA

O cheiro na fábrica do queijo Saloio não é tão intenso como o que se sente à mesa de uma prova de queijos. O “pior” cheiro vem da sala isolada onde se fazem os queijos frescos e os requeijões. Esta pequena sala tem um calor muito húmido e ine-vitavelmente azedo. A massa do requeijão que che-ga à sala do primeiro andar através de um eleva-dor interno vem a mais de 80º de temperatura. Na fábrica da Saloio em Torres Vedras, o trabalho humano é ainda muito importante. As mulheres – que formam a maioria do número de trabalhadores – enchem as formas de requeijão à mão e sete horas depois começam a embalá-los. “Há uma com-ponente importante dos recursos humanos porque temos uma grande diversidade de produtos. Há coi-sas que não faz sentido automatizar”, defende Cla-ra Guedes, administradora-delegada da Saloio. Na sala dos queijos curados, mais amena em tem-peratura, são oito os trabalhadores que ali se encontram durante a tarde e que abanam os mol-des para o queijo cair, depois de já lá estar entre oito a 12 horas. Mas costumam ser muitos mais. “Depois de almoço, a produção abranda um pou-co”, explica uma colaboradora. Mas o tempo de repouso e de cura depende sem-pre do leite que é entregue diariamente nas duas fábricas da Saloio (Torres Vedras e Abrantes). Não há dois leites iguais, por isso, o processo de fabrico começa logo dentro dos camiões que descarregam duas vezes por dia a quantidade necessária para satisfazer o plano de produção do dia. Os camiões só descarregam os 150 mil litros de lei-te diário depois da recolha de uma amostra do lei-te, de se fazer uma análise e de estar tudo aprova-do. O trabalho das máquinas começa depois disso: retira-se o soro, arrefece-se o leite até seis graus em tubos que vão do chão ao tecto e que funcionam como “pipelines” para as salas de produção. E depois pasteuriza-se, ou seja, aquece-se o leite até 72,5 graus durante 15 segundos de forma a elimi-nar organismos nocivos. A partir de agora, o leite está pronto a ser trans-formado em queijo. Nas quatro cubas (recipientes de armazenamento), misturam-se o coalho, o fer-mento, a gordura e a proteína, tudo em quantida-des que dependem das propriedades do leite e do dia de forma a que os queijos saiam todos iguais. “Introduzimos parâmetros para equilibrar e homo-geneizar os padrões do leite de forma a ter produ-

tos de qualidade homogénea”, explicou a respon-sável da empresa. Depois, os queijos ficam a “marinar” nas seis câma-ras de cuba até 12 dias, consoante o nível de cura. As câmaras têm diferentes ambientes, temperaturas e humidades, para a cura ser gradual. No total, a Saloio tem 150 trabalhadores, entre as duas fábricas e os escritórios. Em Torres Vedras e Abrantes trabalha-se quase de dia e de noite. “Trabalha-se desde as cinco da manha e o último turno termina à meia noite ou uma da manha”, afir-ma Clara Guedes. A Saloio tem mais de uma dezena de produtos e todos são feitos nas mesmas fábricas. No total, saem das duas unidades da empresa quatro mil toneladas de queijo por ano, produzimos com 25 milhões de litros de leite por ano. O leite - de vaca, cabra e ovelha – é fornecido por 300 produtores, quase todos portugueses. Uma empresa de dimensão “pequena”, considera Clara Guedes, pois o mercado global de lacticínios repre-senta 100 mil toneladas. A Saloio é a terceira empresa do sector num país onde o consumo de queijo é de dez kg/hab/ano.

in Diário Económico

LACT. PAIVA CHEGA A TODOS OS CONTINENTES A empresa de Lamego quer aumentar o peso das exportações nas vendas totais para dez por cento. A Lacticínios do Paiva, empresa instalada no interior da região do Douro, traçou uma nova ambição na produção e comercialização de queijos: aumentar a capacidade de fabrico e exportar para todos os continentes. Depois de um investimento de oito mi-lhões de eu-ros na área p r o d u t i v a para fabricar 3500 toneladas de queijo, a Lacticí-nios do Paiva iniciou a ofensiva nos mercados exter-nos. A primeira incursão da nova estratégia foi a constituição de distribuidoras em Angola, Cabo Ver-de e Moçambique, um custo superior a meio milhão de euros, adianta Marco Lamas. A empresa está também nos mercados do Canadá, Estados Unidos, Austrália e China.

in Diário Económico

A FILEIRA DO LEITE EM PORTUGAL...

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VIGOR, O LEITE DO PÓS-GUERRA

A história do leite Vigor começa com a II Guerra Mundial, quando o Reino Unido era alvo de bom-bardeamentos diários e os britânicos descobrem um refúgio seguro no eixo Estoril-Cascais, também des-tino de algumas Casas Reais no exílio. É então que um grupo de empreendedores de lacti-cínios da zona de Sintra decide desenvolver um novo negócio de entregas diárias de leite fresco porta a porta para replicar a tradição inglesa. A criação do novo serviço requeria tecnologia e equipamento inovador para a época e o desenvol-vimento de um complexo sistema de distribuição. Talvez por isso, apesar do registo da marca remon-tar a 1948, o mercado esperou três anos pelo lan-çamento oficial da Vigor. A iniciativa de transformar as memórias de Londres num negócio lucrativo foi da Central Láctea, empre-sa na génese da Lacticínios Vigor, e resultou no lan-çamento do Leite Especial Vigor Pasteurizado, em garrafas de vidro robusto e transparente de litro, 1/2 litro e 1/4 de litro, para conservar em frio. O primeiro passo para expandir a marca foi o leite parcialmente desnatado. Surge, também, uma gama de iogurtes embalados num copo de faiança azul e branca. Mais tarde, a subida do preço da faiança ditaria a passagem destes copos para embalagens de vidro, semelhantes às próprias gar-rafas de leite, substituídas depois por pacotes de plástico até a estratégia da empresa ditar o fim da produção dos iogurtes Vigor. O aumento dos custos das matérias-primas e as exi-gências da vida moderna levariam os responsáveis a focalizar a produção no leite fresco e a substituir as garrafas, mantendo apenas o vidro nas garrafas de 1/4. O leite Vigor para consumo doméstico sur-ge em saco de plástico, nos anos 80, estreia as embalagens de cartão, na década seguinte, e ape-nas a restauração se mantém fiel ao vidro. Vida nova aos 60 anos A mudança de século, o peso crescente das coope-rativas e a tendência de concentração do sector acabariam por ditar um novo ciclo na vida da Vigor, agora integrada na Lactogal, um universo com uma facturação próxima dos €1000 milhões, para o qual a marca contribui com vendas de €22 milhões, correspondentes a 30 milhões de litros. Desde então, a Vigor tem procurado diversificar a sua gama de produtos, com lançamentos como o Vigor Magro, o Vigor Especial Cálcio e o Vigor Chocolate. O investimento em inovação permitiu, também, introduzir o Método de Conservação Natu-ral (MCN). Apresentado como “a maior inovação de

sempre no leite fresco”, permite aumentar o tempo de vida do produto para 14 dias, sem recurso a conservantes, porque “a máquina produz a emba-lagem, coloca o leite lá dentro e tampona automa-ticamente, sem que o produto veja a luz do dia”, explica o director comercial da Vigor, José Vieira. Os últimos capítulos na história da Vigor ditaram o encerramento da produção na velha fábrica de Odrinhas, em 2005, e a sua transferência para a fábrica de Oliveira de Azeméis. Três anos depois, “numa mudança imposta pelas exigências decorren-tes da introdução do MCN”, os pacotes de cartão substituem em definitivo as tradicionais garrafas de vidro, mas continuam a reproduzir a sua imagem, “como um ícone da marca”. Quase sexagenária, a Vigor continua a fazer pla-nos para o futuro, apostando na fidelização de clientes, na inovação e na expansão do negócio. Ganha terreno às outras marcas de leite pasteuri-zado da Lactogal e consolida a vocação nacional na distribuição moderna, pequeno retalho e restau-ração. “Quando adquirimos a Vigor, tinha uma quo-ta de 45% no leite pasteurizado, que era um seg-mento em queda. Invertemos essa tendência e hoje temos quotas de 86% no leite pasteurizado e 5% no mercado de leite em geral”, refere. A marca quer lançar novos produtos, desenvolver o potencial de negócio do leite pasteurizado, que em Portugal continua a não chegar a parte significativa da população, e ir substituindo gradualmente as outras insígnias da Lactogal, neste segmento. A força do chocolate O leite Vigor ganhou sabor a chocolate em 2008, numa aposta para projectar o valor da marca, con-quistar consumidores mais jovens e alargar a influência a nível nacional. A campanha publicitária na televisão, apoiou a divulgação do novo produto que é “um forte motor de expansão da Vigor. Para chegarmos aos consumidores mais jovens de todo o país, contamos com o chocolate e, a partir daí, podemos alargar ao leite branco. É esta dinâmica que temos vindo a implementar com sucesso”, diz. “E o objectivo é ir apresentando produtos novos que podem ser suportados pelo prestígio da mar-ca”, acrescenta. Comercializado apenas na versão meio-gordo, em pacotes de 1/4 de litro de leite fresco para beber frio ou quente, o Vigor chocolate contribuiu com 1,5 milhões de litros para as vendas da empresa em 2009. O lançamento resulta de uma estratégia de inovação orientada para dar mais valor acrescentado à marca, abrindo-a novas experiências de sabor, para impulsionar o cresci-mento das vendas e continuar a fidelizar clientes.

in Expresso

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QUEIJO DE SÃO JORGE ESTREIA-SE NA POLÓNIA O queijo de São Jorge chega, este verão, à Poló-nia. Trata-se de uma estreia em termos de destinos de exportação deste produto de denominação de origem protegida (DOP), produzido em São Jorge. O presidente da Uniqueijo, Dário Almada, explica que a operação, que tem início em Agosto, só é possível através da parceria empresarial que man-tém com o Grupo Jerónimo Martins. O também director da LactAçores, refere que “o JM tem 1500 lojas na Polónia e abriu-nos as portas para vender-mos queijo de São Jorge nessas lojas polacas”. Para já, explicou, estão a ser ultimados as questões relacionadas com a expedição do produto: “esta-mos a preparar as embalagens e as caixas para o envio porque na Polónia usa-se outro tipo de emba-lagens, e assim que tivermos isto pronto, vamos enviar um contentor de 40 pés, com cerca de mil queijos, já em Agosto”. São dois os tipos de queijo de São Jorge que vão ser exportados, nomeada-mente, o queijo de 3 e o de 7 meses de cura.

Internacionalização do queijo de S. Jorge O presidente da Uniqueijo acredita que este possa ser o início da internacionalização do produto aço-riano: “este pode ser o começo de uma internacio-nalização do nosso produto”. Uma internacionaliza-ção há muito aguardada e tentada: “isto, para nós, é bastante importante porque quando queremos ir para o estrangeiro temos esbarrado sempre nos diferentes mercados. Não é difícil entrar nessas lojas. Se não fosse através do grupo Jerónimo Mar-tins, seria impossível chegar ao mercado polaco”. “Há outras cadeias no nosso país que acredito que também, através delas, consigamos chegar a outros países”. Caso contrário, adianta, “é praticamente impossível chegar a uma superfície estrangeira e dizer que queremos vender o nosso produto. Ape-sar de ser um queijo conhecido, esses são mercados muito agressivos que já têm queijo suficiente. Não necessitam do nosso para encher prateleiras”. Espanha até ao final do ano Depois do mercado polaco, segue-se a aposta no comércio espanhol. “Espanha vai ser uma aposta que vamos fazer bastante forte”. “Vamos tentar entrar no mercado espanhol através do Lidl e do El Corte Inglés, nossos consumidores em Portugal e, através deles, entrar em Espanha”, disse. “Temos os contactos feitos e agora temos de adaptar o nosso tipo de nossas embalagens para enviar o queijo para Espanha”. Uma realidade a concretizar até final do ano. Actualmente, informou, o principal mercado do queijo de São Jorge é o Continente.

in A União

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FABRICANTES NÃO PODEM ABDICAR DE MARCAS BRANCAS

Os Açores não conseguem sobreviver sem marcas brancas, mas têm que tornar os seus produtos mais apelativos. A opinião é de Pedro Pimentel, secretá-rio geral da ANIL. A Associação não está contra nem a favor das marcas brancas, no entanto reco-nhece que os produtores dos Açores, tal como os do continente, não podem abdicar delas. Segundo Pedro Pimentel, é impossível ignorar os condicionamentos do mercado. “Nós não temos capacidade de abdicar deste tipo de mercados. É uma questão de sobrevivência”, reforça. Perante a entrada de marcas brancas de produto-res estrangeiros em Portugal e face à impossibilida-de de se apostar exclusivamente em queijo de mar-ca, a solução passa pelo reforço da competitivida-de, segundo Pedro Pimentel, desde logo defenden-do que os produtores necessitam de promover a fidelidade dos seus clientes. Por outro lado, é preci-so tornar o produto apelativo ao mercado. Mesmo no caso das marcas brancas é importante trabalhar a imagem do produto e identificar a sua origem. O ideal, segundo Pedro Pimentel, seria que todo o leite açoriano pudesse ser transformado em produ-tos de marca. Contudo, as marcas brancas têm van-tagens competitivas que não podem ser ignoradas, uma vez que são colocadas no mercado a preços mais baixos. “Nesta altura a quantidade de queijo produzido nos Açores é muito ele-vada e não pode ser toda canalizada para marcas”, defende. A entrada de novas mar-cas no mercado é difí-ci l , especialmente numa altura de crise. Reforça que para além da concorrência ser forte, o gosto dos consumidores portugueses é relativamente “pouco sofisticado”. De acordo com Pedro Pimentel, mais de 40% do queijo consumido em Portugal é queijo barra e flamengo e os Açores produzem mais de 50% do queijo comercializado em Portugal. Com a entrada de marcas brancas de outros países a preços mais apelativos no país, a procura de queijo sem marca produzido nos Açores diminuiu. Daí que se tenha registado um aumento da produ-ção de leite em pó na Região. Ainda assim, a quota de marcas brancas comercializadas em Portugal aumentou fortemente: 10% no caso do queijo.

in Diário Insular

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UNIDADE PARA APROVEITAR SORO DE QUEIJO

O Presidente do Governo Regional dos Açores rece-beu o presidente do Grupo Nelson Quintas, que anunciou um investimento entre 46 e 53 milhões de euros para a ilha de S. Miguel. Trata-se de um pro-jecto industrial na área da biotecnologia e do ambiente que irá aproveitar o soro do queijo, nor-malmente considerado um resíduo, em produtos de valor acrescentado para a indústria alimentar. O projecto pretende transformar o soro em concentra-dos proteicos e num açúcar com funções benéficas para a saúde humana, que podem ser introduzidos em produtos como o leite, iogurtes ou os gelados. O objectivo é introduzir diferenciação para compe-tir nos mercados internacionais. Servirá sobretudo para a exportação, mas também estará disponível para a indústria açoriana e o Grupo é um dos mais credíveis e inovadores do país, actuando em diver-sas áreas, nomeadamente na ambiental. Após a audiência, Carlos César enalteceu a rele-vância deste projecto “por se tratar de um Grupo cuja credibilidade e interesse em se instalar nos Açores tem uma importância grande e porque se trata de um projecto que ajuda à modernização da fileira do leite nos Açores e introduz valor acrescen-tado através da transformação do soro do queijo”. Para o Presidente do Governo, “em projectos desta natureza, pela sua dimensão e pela sua qualidade, pelo valor que inculca na actividade económica nos Açores, na actividade produtiva e neste sector em especial, deve merecer o máximo apoio que os dis-positivos legais proporcionam. O que nós dissemos hoje aos nossos interlocutores foi que podem e devem contar com o apoio dos sistemas de incenti-vos regionais, considerando que este investimento é um projecto de elevado interesse regional”. Carlos César sublinhou o impacto que este projecto pode ter. “Trata-se de uma área complementar de negócios para os nossos produtores, com o forneci-mento do soro, que torna a nossa agricultura, na vertente pecuária e da produção de leite, melhor aproveitada em todo o seu potencial. A existência de uma indústria, com estas características e valor, transmite à produção no sector do leite maior rique-za, que é distribuída por todos os intervenientes. É ainda um projecto que, em função da investigação associada e das tecnologias usadas, importa valor científico, atrai a investigação e necessita dela e beneficiará instituições científicas como a Universi-dade dos Açores. Fixará mão-de-obra e recursos humanos com elevada qualificação. Se se concreti-zar, será muito bom para os Açores”.

in Azores.gov

MARCAS DE LEITE EM LUTA PUBLICITÁRIA

A luta pelo mercado leiteiro nacional conheceu um novo capítulo, com uma guerra publicitária entre a Lactogal e a Nova Açores, marca da União das Cooperativas de Lacticínios dos Açores (Lactaçores). A Lactogal, maior empresa nacional do sector, não gostou dos folhetos de promoção da concorrente, que considerou conterem publicidade enganosa, e avançou com uma queixa no Instituto Civil da Auto-disciplina da Comunicação Comercial (ICAP). Na decisão do organismo, foi deliberado que as men-sagens publicitárias da Nova Açores devem "cessar de imediato e não deverão ser repostas". Em causa está uma campanha que a empresa aço-riana incluiu em panfletos do Lidl, onde se podia ler que o leite da Nova Açores era "enriquecido pela natureza", um claim que estava associado a alega-ções como "leite magro com fibras dietéticas", "regula o trânsito intestinal", "facilita a digestão" e "enriquecido em cálcio, magnésio e vitamina D". A Lactaçores considera que as mensagens publicitá-rias são legítimas e defende que "enriquecido pela natureza" é apenas um slogan. A empresa apresen-tou um estudo comparativo entre o leite açoriano e o continental. Ainda assim, o júri considerou que a campanha "não só consubstancia uma prática de publicidade enganosa, como [as suas mensagens] não são permitidas nos termos do regulamento". Gil Jorge, da Lactaçores, explicou que o leite Nova Açores apresenta há doze anos a mensagem de que é “enriquecido pela natureza”. “Agora quando lançámos o leite enriquecido, a Lactogal veio aler-tar para esta situação. Já corrigimos a situação e não queremos problemas com ninguém”, sustentou. A mensagem estava sustentada na forma como as vacas de leite são criadas nos Açores, em pasta-gens ao ar livre, enquanto no Continente a maioria das vacas é criada em estábulos. “É uma mensagem relacionada com a pureza da nossa Região. A qua-lidade do nosso leite é excepcional, mas é preciso cumprir obrigações com a publicidade”, explicou. Pedro Pimentel, secretário-geral da ANIL, conside-rou também ser importante cumprir as regras da publicidade. “O importante é cumprir as leis e tor-nar as mensagens adequadas às qualidades do produto. É importante [quando são inseridas alega-ções de saúde] referir que não vendemos medica-mentos, mas sim produtos alimentares. Neste caso, é preciso cumprir regras, que não se podem confundir com medicamentos. Esta situação acontece no leite, como acontece com dezenas e dezenas de produtos alimentares. Não está em causa a qualidade do produto, mas a mensagem publicitária”, concluiu.

in Correio da Manhã/Açoriano Oriental

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BREVES

Terra Nostra lança agenda online A marca de queijos Terra Nostra avançou com a criação de uma agenda online para actividades ao ar livre. Disponível no site da marca, a agenda pre-tende fornecer sugestões de actividades a decorrer em todo o país, permitindo pesquisas por tipo de actividade, distrito ou data. Entre as iniciativas incluídas na agenda virtual contam-se caminhadas, montanhismo, canoagem, passeios de barco, BTT, escalada, paraquedismo, surf, kitesurf, todo-o-terreno, vela, parapente ou windsurf. O utilizador pode aceder ao calendário de actividades, com personalização em função do tipo de actividade, região e data, bem como configurar alertas.

in Meios & Publicidade

Lactalis aposta forte em marca italiana de mozzarela O grupo francês Lactalis está a desenvolver um pla-no de acções para desenvolver as vendas de moz-zarella fresca da marca Galbani neste Verão. O Galbani é um queijo fresco italiano, com textura suave e macia, sendo indicado para as refeições ligeiras de Verão. A gama é constituída por quatro referências: Mozzarella de Búfala (feita com leite de búfala), ”Mini” (em forma de pequenas boli-nhas), Mozzarella fresca com Basílico (com manjeri-cão) e na versão Light. A acção inclui promoções e degustações no ponto de venda e acções de RP.

in HiperSuper

Mimosa lança dois molhos de nata A Mimosa acaba de lançar no mercado dois novos molhos de nata, para carne e para bacalhau e outros peixes. Com a assinatura Depressa e bem, Agora há quem, a campanha marcará presença nos meios de imprensa até ao final do ano, com excep-ção dos meses de Agosto e Setembro. Além da aposta na imprensa, a marca vai apostar também em acções promocionais no ponto de venda com a oferta, na primeira compra, de um livro de receitas com grafismo tipicamente português.

in Meios & Publicidade

Saloio alcança estatuto PME Líder A Saloio alcançou o estatuto de PME Líder, uma dis-tinção atribuída pelo IAPMEI. A designação é conce-dida às empresas que, pelo desempenho e perfil de risco, contribuem para a economia nacional em diversos sectores de actividade. O Estatuto PME Líder é atribuído, pelo IAPMEI e Turismo de Portugal – ao abrigo do Programa FINCRESCE – em conjunto com Bancos Parceiros, com base em notações de rating e em critérios económico-financeiros.

in HiperSuper

Frulact nos European Business Awards A organização dos European Business Awards, patrocinado pelo HSBC, anunciou que a Frulact foi seleccionada entre dezenas de candidaturas nacio-nais para representar Portugal neste prestigiado Prémio. No seu quarto ano consecutivo, estes galar-dões têm vindo a identificar algumas das mais notáveis empresas da Europa, com base na sua capacidade de demonstrar os três princípios que constituem os pilares de avaliação dos candidatos: excelência de gestão, boas práticas e inovação, afectando positivamente e de forma sustentável, o ambiente social em que operam. Os vencedores serão revelados em Paris a dia 16 de Novembro.

in Business Awards Europe

Matinal lança queijo fresco de cabra Atenta às necessidades dos actuais estilos de vida e hábitos de consumo, Matinal apresenta o novo quei-jo fresco de cabra. Prático e versátil, o novo queijo mistura uma textura suave com o paladar intenso do queijo de cabra, e apela a refeições mais equi-libradas. Os novos queijos frescos de cabra refor-çam a “aposta na sofisticação com um formato ino-vador com pequenas ranhuras facilitando o corte de cada fatia”. Os novos queijos frescos de cabra Matinal, disponíveis em embalagens de 100gr, já se encontram nas grandes superfícies comerciais.

in HiperSuper

Bola Limiano volta à publicidade A bola Limiano volta no próximo sábado à publici-dade com uma nova campanha focada no formato fatias. Com a assinatura “A história continua…”, a campanha faz a ligação entre a tradição da bola Limiano e o novo formato e estará presente em televisão, rádio, imprensa, outdoor e internet.

in Meios & Publicidade

Santiago lança Queijo de Cabra Curado A Santiago, lançou um novo queijo de cabra curado de fabrico artesanal. Salgado, de textura firme, cor branca e uniforme, com pasta semidura e cheiro e sabor intensos, apresenta uma embalagem dife-renciada, hermeticamente fechada, de Filme Plásti-co PET/PE, verde e opaco. Dividida em duas unidades de conservação desta-cáveis, cada uma contendo um queijo de 100g, esta embalagem permite ao consumidor destacar pelo picotado ao centro apenas um artigo, permanecen-do o outro selado. A embalagem é de 200g e está à venda nos balcões de charcutaria das grandes superfícies.

in HiperSuper

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ESPANHA DIMINUI IMPORTAÇÕES DE LEITE

As importações espanholas de leite a granel desce-ram, na campanha de 2009/2010, cerca de 14 por cento em volume e 24 por cento em valor rela-tivamente à campanha anterior, sendo que as entradas baixaram de 471.240 toneladas para 404.010 toneladas. Como vem sendo habitual, a principal origem deste leite continua a ser França, com sessenta por cento do total. Os quarenta por cento restantes provêm de Portugal. As exportações espanholas de leite a granel tam-bém diminuíram e ainda em maior proporção (menos 25 por cento em volume e menos 32 por cento em valor), para as 55.322 toneladas. O balanço entre importações e exportações continua a ser muito desequilibrado, já que por cada cister-na que sai de Espanha entram sete, de acordo com os últimos dados da Alfândegas espanholas, com-pilados pelas Cooperativas Agroalimentarias. As importações de leite embalado também diminuí-ram na campanha terminada em 31 de Março últi-mo, se bem que apenas em 5% em volume, para as 276.791 toneladas (em valor, essa redução subiu até aos 25%, dados os inferiores preços uni-tários de aquisição). Os volumes exportados tam-bém caíram 23%, para 89.203 toneladas. As origens do leites embalados importados são também França e Portugal, cada um dos países com cerca de um terço do total. Pelo contrário, o destino principal das exportações espanholas é o mercado português, seguido do francês. Também aqui o balanço entre importações e exportações está desequilibrado, embora em grau inferior: por cada litro de leite embalado que sai de Espanha entram três de países estrangeiros.

in Agrodigital

KAIKU FACTURA 60 MILHÕES DE EUROS A cooperativa Kaiku geriu em 2009 um total de 170 milhões de litros de leite e teve um volume de negócios superior a 60 milhões de euros. Assim, a empresa cresceu mais de 10%, “consolidando a sua posição no mercado de produtos probióticos”. Os dados foram divulgados na primeira assem-bleia geral que a cooperativa realizou em Pam-plona, depois da e Gurelesa Copeleche se have-rem fundido, no ano passado, com a Kaiku. Presidi-da por José Urrestarazu, a assembleia aprovou por unanimidade as contas de 2009.

Durante o encontro, foram debatidas as condições exigíveis a novos parceiros que desejem incorporar-se na cooperativa, uma vez que "a entidade e a solvabilidade da organização, unido ao facto de ser o único grupo de agricultores com indústria pró-pria, faz com que nestes tempos difíceis, sejam mui-tos os que demonstram interesse em participar na cooperativa", explica a Kaiku em comunicado. Entre as diferentes propostas analisadas, a assem-bleia concordou em exigir ao novo produtor "uma contribuição equivalente ao resultado da valoriza-ção derivada da adesão a uma cooperativa que tem participação nas empresas Lácteos de Navar-ra, Kaiku Corporación Alimentaria e Iparlat ". O director geral da Iparlat, deu conta da evolução da empresa "num ano marcado pela orientação de todos os esforços para melhorar a produtividade e a eficiência, para o controlo de despesas e para a optimização das instalações de produção”.

in El Economista

FORTES CRÍTICAS À ALIMENTOS LÁCTEOS

A polémica com que nasceu Alimentos Lácteos, a empresa que agora explora a fábrica da Pascual em Outeiro de Rei (Lugo), transferiu-se para a reu-nião da mesa galega do leite e em que participa-ram representantes da industria láctea, das organi-zações agrárias e o director-geral das Explorações Agropecuárias, José Álvarez Robledo. Segundo o porta-voz de Unións Agrarias (UUAA), Javier Iglesias, durante a reunião de Santiago de Compostela, organizações e indústria quiseram debater o “modelo de negócio” de Alimentos Lác-teos já que “os sócios das cooperativas com as quais trabalha começam a ter muitos problemas”. “Não apenas pela opacidade do negócio, mas também porque estão a pagar preços irrisórios aos produtores”, disse, retomando a denúncia da sua organização de que a Alimentos Lácteos paga aos produtores entre 0,24 e 0,25 euros por litro de leite, muito abaixo do preço mínimo recomendado. Tanto indústria como organizações pediram à Xun-ta que tome “medidas” e estude o negócio das ins-talações de Outeiro de Rei, que cada dia recolhe aos produtores uns 350.000 litros de leite, mas apenas embala, actualmente, 120.000 litros. Segundo Javier Iglesias, a produção excedentária é vendida “a outras empresas” em cisterna, mais valorizada, já que o litro de leite em cisterna é pago, actualmente, acima dos 30 cêntimos.

in Xornal

... EM ESPANHA...

JULHO 2010 29

Page 30: Informação - ANILACT.PT · Dec. Leg. Regional n.º 23/2010/A 2010-07-01, ALRAA Aprova o regulamento geral de ruído e de con-trolo da poluição sonora e transpõe para a ordem

CAPSA COM CRESCIMENTO DE RESULTADOS Apesar da grave crise econmica, da queda no con-sumo e das dificuldades sofridas pelo sector pecuá-rio ao longo de 2009, a Corporación Alimentaria Peñasanta (CAPSA) conseguiu salvar o ano com um lucro líquido de 17,9 milhões de euros, mais 4,22 por cento do que em 2008. A assembleia geral ordinária de accionistas da empresa aprovou há dias as contas do período em que, para além da situação económica, o exercício foi penalizado pela queda do valor do leite, pela intensificação da pressão comercial exercida pela concorrência e pelo crescimento gradual penetração de parte das marcas brancas. Apesar disso, a láctea asturiana conseguiu recupe-rar as vendas e a quota de penetração no merca-do, factores-chave para atingir o nível de rentabili-dade dos anos anteriores. No entanto, a queda do valor do leite fez com que os resultados operacio-nais descessem 15 por cento em relação ao exercí-cio anterior para 723,6 milhões de euros. O resultado antes de impostos ascenderam a 18.2 milhões de euros, um aumento de 23 por cento sobre 2008. A empresa também destacou em comu-nicado que "a sua posição financeira permanece forte, livre de dívidas e com um fundo de maneio de 45,5 milhões de euros." Em 2009, CAPSA reafirmou a sua liderança no sector do leite líquido, com 14,5 por cento de quota de mercado. Essas mesmas quotas forma de 15,8´% na nata e de 11,5% na manteiga. Porém, onde a sua lideran-ça é verdadeiramente incontestável é no segmento do leite embalado em garrafa plástica de três camadas com 44% do mercado total, segundo dados divulgados pela consultora A.C.Nielsen, Num sector onde 55 por cento das vendas está já nas mãos das marcas brancas, a CAPSA apostou pem reforçar o seu valor mais universal, Central Lechera Asturiana, para continuar a trepar posições. A empresa reforçou a sua marca no ano passado, apostando no slogan "Porque nem todos os leites são iguais”, através da qual tentou explicar aos consumidores a diferença e superioridade da marca em relação aos restantes competidores. Também em 2009, CAPSA continuou a investir na inovação, levando à colocação no mercado de novos produtos, como o Naturfibra sabor chocolate, o Alpro Soja chocolate em embalagens de litro, novos formatos de natas e molhos, a garrafa de litro de Calcio+ e as primeiras natas para montar, com baixas calorias "com muito boa aceitação por parte dos consumidores", disse a empresa.

in El Comercio Digital

SELO PRIVADO DIFERENCIARÁ O LEITE GALEGO O leite e produtos lácteos galegos de qualidade superior poderão ter um símbolo que permita adi-cionar valor no mercado. O trabalho da Consellería de Medio Rural para apoiar o leite produzido na Galiza, e distingui-lo de outras origens materializa-se em Galega 100%o, um logotipo que poderá cobrir até 80 por cento de produção da comunida-de, de acordo com o cálculo da própria Xunta. No entanto, será uma entidade privada, Laborato-rio Interprofesional Galego de Análise do Leite (Ligal), que irá gerir a marca. É a fórmula utilizada pela Consellería para "encaixar várias peças" da regulamentação galega, espanhola e especialmen-te a europeia, não permite que os selos de qualida-de façam referência à origem dos alimentos.

Medio Rural controla o logotipo A apresentação da marca do Ligal ao sector demonstrou que a Xunta promove, tutela e apoia o novo logotipo, conforme indicou o presidente do governo regional, Alberto Núñez Feijoo. O Consel-leiro, Samuel Juárez, apresentou os "requisitos e a exigente regulamentação" que deverá ser cumpri-da por todas os produtos lácteos que ostentem o logo Galega 100%. Apenas explorações que preencham as condições da Letra Q – um esquema voluntário promovido pelo MARM para controlar todos os movimentos do leite cru, desde que saia da exploração e até que chegue aos centros de transformação – poderão fornecer o leite que utilizará o novo logo. Para além disso, o agricultor deve estar no registo das explorações que produzem leite de qualidade superior promovido pela Consellería de Medio Rural. Acrescente-se que na próxima reunião do Conselho da Xunta irá ser aprovado um decreto que regula as condições em que um produto é gale-go. "Demos um passo muito importante na identifi-cação", resumiu Juárez. No entanto, será o gestor, o LIGAL, o responsável pela concessão da marca às empresas e pela garantia da qualidade do leite. O laboratório, que é uma entidade formada por agentes do sector (indústria, cooperativas, organi-zações agrárias), contará com os dados do registo de explorações da Xunta de reduzir os custos do processo e será controlada por esses números ofi-ciais, explicou o director geral de Produción Agro-pecuaria, José Robledo. As explorações pecuárias que participem no registo de qualidade da Xunta poderão, para além disso, beneficiar de ajudas adicionais.

in El País

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FRANÇA A posição franco-alemã sobre a fileira do leite No Conselho de Ministros da Agricultura da UE em Bruxelas da passada semana, Bruno Le Maire recor-dou a posição franco-alemã sobre a futura organi-zação do sector leiteiro. Sublinhando que as conclu-sões do grupo de peritos de alto nível, em grande parte, retomada várias propostas francesas (contratos, transparência do mercado, organização do mercado e reforço do poder de negociação dos produtores), disse ter uma expectativa muito positi-va em relação ao pacote legislativo que o Comissá-rio europeu da Agricultura, Dacian Ciolos deverá apresentar antes do final do ano. O ministro da Agricultura francês está particular-mente interessado numa mudança da lei da concor-rência europeia, que permita aos produtores orga-nizarem-se colectivamente para negociarem os seus contratos, sem cair no âmbito de um acordo, hoje considerado ilegal. Numa carta conjunta dirigida ao Comissário para a Política de Concorrência, Joaquin Almunia, e da Agricultura, Dacian Ciolos, Bruno Le Maire, e a sua homóloga alemã, Ilse Aigner, destacam que "é par-ticularmente importante dispor no futuro de instru-mentos de regulação destinados a prevenir e a gerir as crises que afectam os mercados. " Eles acreditam que as propostas do Grupo de Alto

Nível "são um bom ponto de partida para modificar o quadro de regras em vigor”. Os dois ministros também sugerem que a UE elabore um modelo

de contratos entre produtores e transformadores. Acreditam ser necessário "ter mais informações sobre o funcionamento e a dinâmica dos mercados." Eles sugerem a possibilidade de criar organizações colectivas de produtores, possivelmente "ultrapassando mesmo as fronteiras nacionais”, bem como a possibilidade de implementar organizações interprofissionais. Paris e Berlim indicaram que irão continuar a reflec-tir e a posicionar-se conjuntamente sobre estes dos-siers, referiu Bruno Le Maire, anunciando uma pro-vável iniciativa conjunta sobre a reforma da PAC para Setembro.

in La France Agrícole

ALEMANHA Principais empresas lácteas planeiam fusão Os responsáveis das duas maiores empresas lácteas da Alemanha, a Nordmilch e a Humana MilchIndus-trie, propuseram uma fusão para ajudar as empre-sas a sobreviver num mercado internacional compe-titivo. A Nordmilch disse que a operação conjunta está a ser planeada para Janeiro de 2010. Essa informação surge na sequência da aprovação da fusão pela Autoridade da Concorrência federal alemã e do consentimento dado pelos representan-tes das cooperativas matrizes. "O pedido deverá ser feito em breve e a decisão será tomada até ao final do ano". A decisão foi tomada em função da estratégia da Nordmilch de incorporar as suas actividades comer-ciais com as da Humana, formando a Nord-Contor Milch. "Uma comparação do desenvolvimento da indústria láctea da Alemanha com a dos países vizi-nhos europeus, revela claramente que a Alemanha precisa de mais consolidação para sobreviver, a longo prazo, nos mercados internacionais", disse o director executivo da Nordmilch, Josef Schwaiger. A Nordmilch anunciou lucros de 29 milhões de euros em 2009 e referiu que processou o mesmo volume de leite que no último ano fiscal, apesar das incer-tezas dos consumidores no quadro de crise económi-ca. "Provou-se ser possível manter volumes estáveis, apesar da adversidade nos mercados".

in Dairy Reporter/MilkPoint

ÍNDIA Amul é a marca número 1 na Ásia-Pacífico A marca Amul, pertencente à cooperativa láctea indiana Gujarat Co-operative Milk Marketing Fede-ration (GCMMF), não somente manteve sua posição de marca número um na Índia pelo segundo ano consecutivo, como também, se tornou a marca lác-tea número um na região da Ásia-Pacífico, à frente de muitos nomes internacionais como Kraft, Walls, Anchor, Everyday, entre outras. Na lista das Top 1.000 Marcas na Ásia-Pacífico, publicada pela Media Magazine, a marca de lác-teos Amul é a única indiana a encontrar esse reco-nhecimento dos consumidores e foi classificada como a 73ª marca mais popular da região da Ásia-Pacífico, melhorando em 10 lugares sua posição com relação ao ano passado, quando era a 83ª.

in ExpressIndia.com/MilkPoint

... E PARA LÁ DOS PIRINÉUS

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RÚSSIA Wimm-Bill-Dann diz poder competir com Danone A aposta histórica da multinacional francesa Danone no mercado lácteo da Rússia, a Wimm-Bill-Dann, representa uma ameaça significativa para a empresa. Segundo a corretora da TKB Capital, Natasha Kolupaeva, a Wimm-Bill-Dann, grupo lác-teo russo do qual a Danone possui 18 por cento, está "pronta para competir" com a nova empresa formada pela união da Danone com a Unimilk. Embora a "nova rival tenha altas ambições, a Wimm-Bill-Dann tem planos de investir em aquisi-ções na Bielorrússia, Rússia e Ucrânia, e na produ-ção de alimentos para bebés", disse Kolupaeva. De facto, a Danone pode trazer um impulso às acções da Wimm-Bill-Dann, considerando que a companhia francesa venda a sua participação, libertando acções no mercado de Moscovo. Essas acções, graças à falta de liquidez, foram comercia-lizadas com desconto de aproximadamente 50 por cento sobre os recibos de depósitos registados em Nova York, que são, em essência, procuradores de acções. A venda da Danone "levaria a um estreita-mento dos spreads", disse Kolupaeva. "Assim, vere-mos as cações locais da Wimm-Bill-Dann como uma boa oportunidade de investimento". A analista do escritório do Credit Suisse em Mosco-vo, Victoria Petrova, disse que a Danone-Unimilk não é "uma ameaça competitiva importante" para a Wimm-Bill-Dann. "Não estamos significativamente preocupados com a perda de participação de mer-cado da Wimm-Bill-Dann. Historicamente, a Wimm-Bill-Dann tem sido bem sucedida, tendo um melhor desempenho do que grandes operadores do seg-mento das bebidas e tem uma crescente participa-ção de mercado", disse Petrova. Entretanto, Petrova alertou que a possibilidade de venda da Danone pesaria nos recibos de Nova York, o que ela classificou como "de baixa perfor-mance", com um preço alvo de 21,58 dólares. "Potenciais preocupações técnicas relacionadas com a aparente falta de interesse da Danone nas acções da Wimm-Bill-Dann e uma potencial oferta excessi-va de acções poderia criar um sentimento negativo entre os investidores", finalizou Petrova.

in Agrimoney.com/MilkPoint

NOVA ZELÂNDIA Fonterra aprova reestruturação de capital Os accionistas da neozelandesa Fonterra, a maior empresa exportadora de produtos lácteos do mun-do, aprovaram uma nova estrutura de capital que permitirá que eles comercializem acções entre si, libertando fundos para expansão. Cerca de noven-

ta por cento dos votos foram favoráveis a esta pro-posta. O plano não altera a estrutura da cooperati-va, de forma que não serão oferecidas acções a outros que não sejam fornecedores de leite da Fon-terra. A Fonterra vendeu, no último ano fiscal, cerca de 11,8 mil milhões de dólares em leite, manteiga e queijos para 140 países e é financiada com obri-gações e acções dos seus 10.500 produtores. Como uma cooperativa, a empresa tem que comprar ações de seus fornecedores quando eles deixam a indústria ou se eles reduzem a produção por fato-res como seca ou baixos preços, reduzindo os fun-dos disponíveis para outros investimentos. O novo plano "impedirá a entrada e saída de dinheiro no balanço geral da Fonterra de estação para estação e fornecerá capital permanente para crescimento dos retornos", disse o presidente da empresa, Henry van der Heyden. Isso garantirá que a Fonterra continue controlada e pertencendo aos produtores de leite, disse ele. Como parte do plano, a Fonterra apontará market makers - uma empresa ou indivíduo que estabelece o preço de compra e venda numa negociação - para criar liquidez e reduzir a volatilidade diária dos preços das acções, de forma a que os produto-res possam comprar e vender acções quando quise-rem. As acções detidas pelos market makers serão mantidas em confiança e não mais de 5% das acções totais podem ser bloqueadas dessa forma. Os produtores também terão a opção de vender os seus direitos a dividendos e ganhos de capitais sobre as acções, para fundos especialmente forma-dos para reduzir os seus compromissos de capital e receber somente um pagamento pelo leite. Partici-pações no fundo, que não terão poder de voto na Fonterra, podem ser oferecidas publicamente. Não mais de 33% de qualquer acção de produtores de leite podem ser submetido a contratos com o fundo. Um importante benefício do plano é a criação de um capital permanente de acções que dará à empresa mais espaço para adoptar como emprésti-mo e expandir investimentos nos projectos de capi-tal, disse o director da Fonterra, Andrew Ferrier. A companhia investirá quase 350 milhões de dóla-res por ano na Nova Zelândia em projectos de capital para melhorar o desempenho operacional de suas unidades de processamento de leite no país, disse Ferrier. Cerca de 110 milhões de dóla-res serão gastos nos próximos três anos para melhorar a oferta construindo centros e capacidade de arnazenagem maior para manejar o produto, referiu aquele responsável.

in Bloomberg/MilkPoint

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"Parmalat é sinónimo de leite e um ícone como mar-ca. Hoje ela é tão forte quanto nos anos 90. Pesqui-sas mostram que o bonding (fidelidade) da Parma-lat é superior ao de outras marcas. Quem mais se aproxima hoje é a Paulista, da Danone, que se for colocada à venda (a operação de leite) nos interes-sa", afirma Fernando Falco, presidente da Leitbom, negócio de leite da GP Investments que detém as marcas Parmalat, LeitBom, Ibituruna, Poços de Cal-das, Paulista (só para requeijão), Lady e Glória. Esse portfólio foi constituído em Março, quando foi formado um consórcio entre a Laep Brasil (Latin America Equity Partners), a última controladora da Parmalat, e a Leitbom S.A. O contrato rendeu-lhes a licença para operar a marca Parmalat no país, permitindo produzir e comercializar leite e produtos lácteos até 2017. Presente em diferentes regiões do país e direccio-nando-se para públicos de rendimento diversifica-do, a Leitbom vê na reactivação das marcas Par-malat e Glória, e no fortalecimento do portfólio da Poços de Caldas, uma forma de ampliar a rentabi-lidade e fugir aos prejuízos que afectam o mercado do leite em tempos de declínio de preços. Em 2009, a Leitbom facturou 550 milhões de reais (cerca de 240 milhões de euros) e até ao final de 2010 pretende chegar a mil milhões de reais (cerca de 435 milhões de euros). O responsável acredita que com condições adequadas de produção e mer-cado, a receita mensal da empresa pode chegar a 130 milhões de reais. Entretanto, a Leitbom infor-mou o mercado ter aprovado a contratação de um empréstimo de 67 milhões de reais junto ao Itaú BBA, valor que será usado como fundo de maneio para financiar o crescimento da empresa. Falco prevê estimular o consumo da marca Parma-lat a partir da recuperação da confiança do consu-midor. Para isso, recuperou a associação da marca com o técnico Luiz Felipe Scolari (agora de volta ao Palmeiras) em comerciais de TV. Está ainda na pla-nificação para este ano a realização de um investi-mento na ordem de sete por cento da receita para financiar as acções de marketing. Para fazer face ao que chama de "procura repri-mida do mercado por produtos variados", Falco teve que ir ao campo para reconquistar os produto-res de leite que, no começo, não aceitaram fechar contratos. Hoje, conta com 24.200 produtores de leite espalhados por todo o país, que fazem chegar a sua matéria-prima a oito fábricas, cinco da Leit-Bom e três da Laep, espalhadas pelo país e a uma nona contratada em regime de outsourcing.

in Brasil Econômico/MilkPoint

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CHINA Bright Dairy investe na Nova Zelândia

A gigante lácteo da China, Bright Dairy, anunciou que irá investir quase 60 milhões de dólares na empresa de lacticínios neozelandesa, Synlait Milk, a operar na ilha do Sul daquele país da Oceânia. A Bright Dairy ficará com 51 por cento de uma nova empresa, que se especializará no fabrico de leite em pó inteiro e fórmulas infantis para consumidores chineses. A Synlait continuará a ser proprietária e a operar as suas explorações leiteiras em Canterbury através de uma empresa autónoma. A Synlait abandonou um plano de oferta pública inicial de acções no ano passado após uma fraca resposta dos investidores. Já a Bright Dairy, listada na Bolsa de Valores de Shanghai, disse que "mantém a sua posição de liderança em produtos lácteos com valor acrescentado direccionados para os consumidores na China e que é a terceira maior empresa láctea do país em volume". A empresa chi-nesa tem um mercado de capitalização de aproxi-madamente 1,2 mil milhões de dólares e reportou receitas de aproximadamente 1,15 mil milhões de dólares em 2009. O director executivo da Synlatit Milk, John Penno, disse que o trabalho já começou com a construção de uma segunda unidade de processamento de leite em pó de grande escala. A nova fábrica estará pronta para a campanha de 2011/12, mais do que duplicando a capacidade do local. "A Bright Dairy é uma excelente parceira para a Synlait. Isto acelera a nossa estratégia de agregar valor aos produtos e está de acordo com a estraté-gia da Bright Dairy de introduzir uma gama de fór-mulas infantis e leites em pó, através das suas mar-cas líderes e de cadeias de distribuição retalhista nos mercados em desenvolvimento na China", disse Penno. Referiu também que o acordo foi um marco importante para o desenvolvimento do "conceito Synlait" e colocou fim ao longo processo de obter financiamento para a construção de uma segunda unidade de produção.

in New Zealand Herald/MilkPoint

BRASIL Parmalat procura reerguer-se

Trinta e oito anos depois de iniciar as suas opera-ções no Brasil, a Parmalat tenta reerguer-se no país. A marca, que vive à sombra do pedido de concor-data em 2004 e das denúncias de adição de soda cáustica e água oxigenada no leite em 2006, tem planos para voltar a ocupar os lineares brasileiros até Dezembro.

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ACELERAR PAGAMENTO AOS PRODUTORES

O Governo deverá apresentar até ao final do corren-te mês um diploma para acelerar os prazos de paga-mento aos agricultores, nomeadamente aos produtores nacionais de leite, disse o ministro da Agricultura. "Não há razão nenhuma para que a distribuição, uma vez que recebe a pronto pagamento a compra dos consumidores, não pague mais rapidamente aos seus fornecedores", considerou António Serrano à margem de uma reunião do Conselho da Agricultura, em Bruxe-las. Segundo o responsável governamental português a proposta de diploma que está em discussão e deverá ser aprovada até ao final do corrente mês "é direccio-nada para todos os sectores" de actividade agrícola. O ministro da Agricultura pediu também, em Bruxelas, o adiamento da data de abolição do sistema europeu de quotas leiteiras previsto para 2015, uma decisão difícil de tomar porque requer o acordo unânime dos ministros europeus. "Nós pedimos ao comissário para repensar esta matéria", disse António Serranos. Para o responsável português a crise financeira e eco-nómica veio tornar "desejável" fazer uma "reavaliação" e tentar revogar para mais tarde o fim do sistema de quotas leiteiras. No entanto, segundo António Serrano, o comissário europeu indicou que uma decisão sobre esta matéria "é muito difícil" de ser tomada porque foi votada por unanimidade em 2003 pelos Estados-membros e necessitaria agora novamen-te de uma posição unânime para ser alterada.

in Agência Lusa

“NÃO PODEM SER PRODUTORES A ASSUMIR AUMENTO DO IVA”

O ministro da Agricultura insurgiu-se contra a possibili-dade de as grandes superfícies forçarem os fornece-dores a pagar o aumento de 1% no IVA, em vez de o cobrarem aos consumidores. "Eu estou contra serem os agricultores e os pescadores a assumir os impactos dos ajustamentos fiscais", disse António Serrano. "Acho que - como aconteceu agora com o IVA - nós temos de garantir que ao longo da cadeia de valor, de quem produz a quem vende, há um equilíbrio, o que [também] passa pela indústria. Todos temos de dar um contributo e não podemos esmagar sempre os produtores, pescadores e agricultores com todos os aumentos", sublinhou o ministro. O aumento do IVA (um por cento em todos os escalões) entrou em vigor a 1 de Julho, mas várias cadeias de distribuição anunciaram que não iriam reflectir esta

subida nos preços que cobram aos consumidores. Em reacção a este anúncio, os fornecedores es-clareceram que o aumento do IVA seria feito à sua custa, queixando-se da diminuição das res-pectivas margens. "Sei que muitos dizem que, na prática, [o aumen-to] tem um impacto pequenino em termos reais, mas é sempre o mesmo a pagar e eu gostaria muito que, quer a distribuição quer a indústria, tivesse isto em consideração na formação dos preços e na negociação com os produtores, para não serem sempre os mesmos a suportar todos os encargos", realçou o ministro. Na sequência da posição das várias grandes cadeias de distribuição, a Autoridade da Con-corrência anunciou que está a investigar a apli-cação do IVA para saber como é que os distri-buidores vão repercutir o aumento do imposto. António Serrano mostrou-se tranquilo de que o regulador vai fazer o seu trabalho. "Nós temos que acreditar nas autoridades, que têm manda-tos claros sobre a intervenção no mercado. Eu espero que a Autoridade da Concorrência vigie e monitorize o que se está a passar ao longo da cadeia de valor na formação de preços, quer em produtos agrícolas quer em produtos de pes-cas", assinalou. O titular da pasta da Agricultura e das Pescas disse não ter recebido qualquer queixa formal, mas revelou que os agricultores e pescadores lhe têm manifestado "surpresa" pela forma como as cadeias de distribuição vão lidar com o aumento do IVA. "No meu contacto directo com agriculto-res e pescadores, [estes] têm-me transmitido essa sua surpresa, por verem que são sempre eles a suportar [os aumentos], e ficam naturalmente preocupados com mais este impacto no seu ren-dimento", declarou. "Espero que as autoridades possam acompanhar isso e espero, acima de tudo, que a cooperação de todos quantos estão na cadeia de valor - produção, indústria e distribuição - seja uma cooperação em prol da salvaguarda do interes-se de todos e não apenas de alguns", acrescen-tou António Serrano. O ministro realçou que "não pode haver práticas desleais ao longo da cadeia [de valor]" e ape-lou ao "bom senso" para que se chegue a um "equilíbrio na formação dos preços".

in Agência Lusa

TAMBÉM FOI NOTÍCIA...

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BORBA VAI RECOLHER E TRATAR SOROS

Um centro de recolha, tratamento e aproveitamento de soros provenientes das queijarias vai ser cons-truído em Borba, no distrito de Évora, para valori-zar aqueles resíduos e evitar a poluição provocada pelo seu encaminhamento para os esgotos. O presidente da Câmara Municipal de Borba, Ângelo de Sá, adiantou à agência Lusa que o cen-tro vai resultar de um investimento da empresa Eco-Soros - Transformação de Soros Lácteos, que apre-sentou uma candidatura do projecto à compartici-pação de fundos comunitários. "Através da parceria entre o município e aquela empresa, pretende-se resolver o problema ambien-tal proveniente da actividade das queijarias do concelho", frisou o autarca, segundo o qual, os resí-duos dos cerca de 20 produtores de queijo instala-dos no concelho, sobretudo em Rio de Moinhos, são alvo de um pré-tratamento", mas muitos seguem para o sistema de esgotos. "Os produtores dão algum do soro aos animais, mas o resto vai para os esgotos. Este soro polui e estra-ga muito as estações de tratamento de águas resi-duais", disse Ângelo de Sá. Com o projecto candidatado a apoios comunitários, o objectivo é que estes soros possam ser recolhidos pela empresa, que depois terá como missão tratá-los, com a sua posterior transformação num autarca presidente da câmara, precisando que, quando o centro estiver a funcionar, os resíduos podem ter vários aproveitamentos, nomeadamente nas indús-trias química e farmacêutica. O queijo de Borba constitui uma das actividades económicas mais importantes do concelho.

in Público

UNIÃO EUROPEIA Comissário aponta quatro desafios da PAC

Na Conferência sobre o futuro da política agrícola comum, depois de 2013, o comissário europeu de Agricultura, Dacian Ciolos, destacou o grande êxito da consulta pública, que recebeu mais de seis mil participações. Na consulta, os cidadãos transmitiram que é neces-sária uma política comum forte, dirigida à agricultu-ra e ao serviço de toda a sociedade, com o comis-sário a assinalar quatro grandes desafios a enfren-tar pela mesma, os quais, económico, ambiental, de qualidade e territorial. O desafio económico foi relacionado pelo comissá-rio com a segurança alimentar, a volatilidade dos preços, a garantia de rendimentos, competitividade,

organizações de produtores e a cadeia alimentar. Em relação ao dossier ambiental, o responsável aponta para as alterações climáticas, as críticas à produção intensiva e a necessidade de preservar a água, o solo, a biodiversidade e as tradições; a nível territorial, o emprego, as ajudas para instala-ção, produções locais e tradicionais e, por último, a qualidade e a diversidade, outros pontos base a referidos no debate, que acolheu 600 delegados, em Bruxelas.

in Agrodigital/Confagri

UNIÃO EUROPEIA “Mercado único exige regulamentação única”

O eurodeputado socialista Luís Paulo Alves, respon-sável do grupo socialista europeu para o relatório sobre um melhor funcionamento da cadeia de abas-tecimento alimentar, negociou com os outros grupos políticos do Parlamento Europeu 16 compromissos que integram o relatório da Comissão de Agricultu-ra daquele Parlamento. Ao defender que “para um mercado único exige-se regulamentação única”, o eurodeputado açoriano propôs várias alterações que foram aceites por todos os grupos, nomeadamente um código europeu comum de boas práticas, cuja supervisão deve assentar “num modelo europeu de acompanhamen-to das relações entre a grande distribuição e os seus fornecedores por parte de organismos nacio-nais especializados”. Também as propostas que visam uma maior trans-parência nos documentos de suporte (contratos e documentos de transacção) das relações estabeleci-das entre os diferentes elos da cadeia, bem como o fortalecimento das organizações de produtores, receberam acolhimento favorável da parte da Comissão de Agricultura do Parlamento Europeu, adianta uma nota de imprensa enviada às redac-ções. Para o eurodeputado, “precisamos de um quadro de repartição do valor gerado e de estabilidade nos preços que traga beneficio, não só aos consumi-dores mas também aos produtores agrícolas.” Para atingir esse objectivo, adianta Luís Paulo Alves, “necessitamos de um quadro de boas práticas que estabeleça um equilíbrio entre os diferentes agen-tes da cadeia alimentar, evitando práticas abusivas e promovendo uma repartição justa nas margens comerciais”. O eurodeputado recorda que antes de negociar o relatório se reuniu com as maiores organizações internacionais da Indústria e do Comércio.

in Açoriano Oriental

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UNIÃO EUROPEIA Supervisão das relações da cadeia alimentar

Os membros da Comissão de Agricultura do Parla-mento Europeu apoiam a criação de órgãos espe-cializados nos Estados-membros para melhorar as relações entre produtores e compradores de forma a equilibrar o poder na cadeia alimentar. De acordo com o Parlamento Europeu (PE) estes novos órgãos têm a finalidade de supervisionar estas relações, para além de introduzir sistemas que permitam transmitir as queixas e instaurar penaliza-ções em caso de incumprimentos. Os eurodeputados propõem ainda que as industrias e comerciantes mais importantes da União Europeia divulguem, todos os anos, as quotas de mercado dos seus principais produtos, adiantando que a Comis-são Europeia devia preparar uma proposta neste sentido. Por fim, o PE sugere que a recente ferramenta de controlo do preço dos alimentos seja ampliada a mais produtos e também solicitam a Bruxelas que estabeleça um período máximo de 30 dias para pagamento.

in Agrodigital/Confagri

ESPANHA Entrou em vigor a alteração à Lei da Morosidade

Foi publicada no Boletín Oficial del Estado espanhol a entrada em vigor da nova Ley de Morosidad, um normativo que fixa prazos máximos de 60 dias para os pagamentos das empresas aos seus forne-cedores e de 30 dias no caso das administrações públicas, com um período de adaptação - em ambos casos - que se prolongará até 2013.

A nova Lei evitará que os pagamentos se dilatem devido ao acordo entre as partes. Para facilitar a adaptação a esta nova situação, permitir-se-á uma redução escalonada dos prazos, até a um ponto de ‘não-retorno’ em 2013. Assim, as empresas deve-rão pagar as facturas aos seus fornecedores em não mais de 85 dias desde a entrada em vigor da Lei e

até ao final de 2011, num prazo de 75 dias duran-te 2012 e de 60 dias a partir do início de 2013. Para tal será também modificada a Lei dos Contra-tos do Sector Público.

in Agrodigital

FRANÇA Aprovada Lei da Modernização da Agricultura

Com 297 votos a favor e 193 contra, a Assembleia Nacional de França aprovou o projecto de Lei da Modernização da Agricultura (LMA). A votação definitiva, em comissão mista paritária (metade deputados – metade senadores) está prevista para o dia 12 de Julho. O objectivo primordial desta Lei, cujo projecto foi aprovado pelo Conselho de Ministros do governo de Paris em Janeiro passado, é a alimentação. Pro-cura que se produzam alimentos em quantidades suficientes e de maneira sustentável. A política agrária tem que ser concebida como uma política alimentar, que não afecte apenas os agri-cultores e produtores, mas sim todo o conjunto da sociedade, a qual tem que estar implicada em toda a cadeia produtiva, inclusive os consumidores. Esta política tem que ser capaz de produzir alimentos em quantidades suficientes, de modo sustentável e a preços razoáveis. Para cumprir este objectivo é preciso que os produ-tores sejam mais competitivos que tenham rendimen-tos mais estáveis. Para tal, a Lei acolhe a possibili-dade de contratos obrigatórios entre o produtor e o escalão seguinte da cadeia, com cláusulas de volume, condições de entrega e determinação de preço. A falta de contrato escrito e a ausência de uma ou várias cláusulas obrigatórias poderá conduzir a sanções. A Lei também modifica o código de comércio, regu-lando a publicidade de preços promocionais dos hortofrutículas fora do lugar de venda, dando prio-ridade aos circuitos curtos, fomentando as compras locais, reforçando as regras nutricionais nos estabe-lecimentos de restauração e promovendo uma rotu-lagem, de matriz voluntária, para a carne e os hor-tofrutícolas. Em relação às interprofissões, a Lei clarifica em que casos e em que condições se podem estabelecer acordos no seio das mesmas. Fomenta as organiza-ções de produtores, as quais poderão agora fundir-se (sem transferência de propriedade) e as associa-ções de OPs terão faculdades para aplicar medi-das destinadas a adaptar a produção ao mercado. Se bem que já existam em França observatórios de preços para alguns produtos, promovidos pelo Ministério da Agricultura, o projecto de leite instau-ra, de forma permanente, um observatório de for-mação de preços e margens que proporcione estu-dos de custos e de situação da produção.

in Agrodigital

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PRODUTORES EM «GUERRA» POR CAUSA DO IVA

Os produtores estão em em «pé de guerra» com as grandes cadeias de distribuição por causa do aumento do IVA. A ANIL acusa a distribuição de abuso de posição dominante e o Governo de bran-quear a situação. As empresas e a indústria dizem não ter margem para absorver os custos da não subida dos preços na distribuição. «Os distribuidores querem passar os custos do aumento do IVA ao fornecedor», destaca o secretá-rio-geral da ANIL, Pedro Pimentel. Este responsável vai mais longe e acusa a distribuição de «abuso de posição dominante». O «aumento de um por cento está a ser adicionado aos descontos nas compras que a distribuição faz aos fornecedores», acrescen-ta num tom crítico Pedro Pimentel. «Quanto maior é a margem do produto, maior é o prejuízo dos fornecedores», disse. Pedro Pimentel acusa a distribuição de não querer «suportar a meias» os custos da manutenção dos preços. «O IVA é assumido pelos fornecedores, mas de forma unila-teral», referiu ainda. A Centromarca pensa o mesmo. «As pessoas não precisam de fazer grandes contas quando há empresas a dizer que não vão passar o IVA para os seus produtos», afirma o presidente desta enti-dade, João Paulo Girbal. «O que se passa é que as empresas de distribuição tencionam passar o ónus da situação para o lado do fabricante, mesmo que não o digam», acrescenta. João Paulo Girbal diz que a «situação não é nova, já que, no passado, foram os agricultores a suportar o aumento do IVA, através do esmagamento das margens». Só que, agora, como refere, o cenário é pior, dada a crise que atravessamos. «Há empresas que não aguentam», destaca. No futuro, este tipo de política leva ao aumento da dependência nacio-nal face ao exterior. «Por vezes, tomam-se atitudes que, no longo prazo, têm impactos terríveis». «As empresas em geral e a indústria, em particular, não têm margem para absorverem o aumento do IVA», referiu, por sua vez, o secretário-geral da Associação Nacional dos Industriais de Refrigeran-tes e Sumos de Frutos (ANIRSF), Furtado Mendonça.

Distribuição focada na competitividade dos preços A distribuição prefere, antes de mais nada, falar na competitividade dos preços. Todas as cadeias que contactámos - Jerónimo Martins (JM), Sonae e Auchan - destacam esta questão. Apenas o JM nos remete para os produtores, para a necessidade de

encontrar com eles as melhores soluções. «O compromisso assumido pelas insígnias do grupo com os seus diversos clientes - oferecer uma gama equilibrada de produtos de qualidade a preços muito competitivos - exige uma gestão quotidiana dinâmica, assente na cooperação com os fornece-dores e na negociação regular de condições comer-ciais em função de vários factores como a evolução dos mercados de matérias-primas ou a rotação de produtos», afirmam fontes oficiais do grupo JM. «Os milhares de fornecedores, parceiros de negócio e prestadores de serviços do grupo Jerónimo Mar-tins são parte essencial na construção de propostas de valor das suas insígnias», acrescentam.

Alteração das taxas de IVA não muda estratégia A intenção da Sonae MC é uma só: oferecer os melhores preços aos seus clientes. «A alteração das taxas de IVA em nada altera este posicionamento». Sem falar nos fornecedores, a Sonae MC, apenas, adianta que vai «continuar a prosseguir o seu com-promisso de ser o retalhista com melhores preços no cabaz mais relevante para os seus clientes». O posicionamento do grupo Auchan é idêntico. A cadeia prefere não falar dos produtores e promete competitividade nos preços. «O grupo tem para com os seus clientes o compromisso de oferecer os preços mais baixos das regiões, onde está imple-mentado. O aumento do IVA em nada irá afectar o compromisso que foi estabelecido», sublinha.

ANIL queixa-se da demagogia do Governo Se as principais cadeias de distribuição «abusam da sua posição dominante», o Governo é «demagógico». Pedro Pimentel refere-se, em parti-cular, às palavras do secretário de Estado do Comércio, Fernando Serrasqueiro, quando este diz acreditar que o aumento do IVA vai ser absorvido pelas principais cadeias de distribuição. «Se estamos a indicar que os preços não deverão ser aumentados, então, mais valia não aumentarem o importo», afirma Pedro Pimentel. O «Estado vai adoptar a mesma atitude em relação aos bens e serviços que fornece?», questiona-se. Com esta ati-tude, o «Governo está a branquear» a situação. «Que haja honestidade para se dizer quem assume os custos», disse ainda. Como até aqui, a ANIL vai continuar a dar conta das suas preocupações aos ministérios da Agricultura e Economia, aguardando com expectativa um estudo da Autoridade da Con-corrência a ser lançado em breve.

in Vida Económica

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DISTRIBUIÇÃO

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GOVERNO ESPERA QUE PREÇOS SE MANTENHAM

O IVA vai aumentar um ponto em todos os escalões a partir de quinta feira, mas vários governantes têm manifestado a expectativa de que o aumento não se reflita nos preços dos produtos e, assim, não pre-judique os consumidores. O agravamento irá sentir-se nas taxas normal, inter-média, e reduzida, isto é, os bens de primeira necessidade passarão a estar sujeitos a uma taxa de 6%, a taxa intermédia subirá para 13% e a passa de 20 para 21%. Apesar de o Executivo não esperar agora um enca-recimento dos bens e serviços, em 2008, quando diminuiu o IVA em 1%, esperava que esta alteração baixasse os preços e «aliviasse» os consumidores. «Julgamos que isto [aumentar as taxas de IVA] é distribuir, de certa forma, por todos o encargo, mas não é um encargo significativo», justificou o primeiro ministro quando anunciou a decisão, em Maio. A nova lei de aumento do IVA determina também que haja um reembolso a 60 dias (actualmente é devolvido em 90 ou 120 dias), o que faz com que as empresas recebam mais rapidamente do Estado. “Não faz sentido o Estado andar a pedir esmola” O ministro da Economia, Vieira da Silva afirma que se as empresas estiverem em condições de absorver o impacto da subida do IVA em um por cento, que amanhã entra em vigor, o devem fazer. Em resposta a esse apelo, o chairman da Sonae, Belmiro de Azevedo, não deixa margem para dúvidas. “Numa empresa dele talvez”, enfatizou. Belmiro de Azevedo pensa que as empresas não devem suportar nova subida de impostos e justifi-ca.”A Sonae paga rigorosamente, “on time”, os impostos devidos. Não deve pagar mais nem menos, deve pagar tudo. Não faz sentido o Estado andar a pedir esmola ou a fazer favores à custa dos empre-sários. Já há encargos fiscais enormes”, disse o chairman da Sonae num evento em que esteve tam-bém presente Vieira da Silva. Já o ministro da Economia esclareceu que na sua perspectiva há empresas com “mais condições do que outras” para absorver o impacto de subida do IVA e que respeitará todas as decisões. Ainda assim sublinhou que “todas as [empresas] que tiverem con-dições para o fazer, sem pôr em causa a sua susten-tabilidade, faz sentido que o façam e seria bom para a nossa economia”. Vieira da Silva mostrou-se esperançado que “o impacto não seja tanto como esse um por cento indi-ca, mas há situações diferenciadas e estamos pre-parados para isso”.

in Agência Lusa/Jornal de Negócios

INDUSTRIAIS REJEITAM ABSORVER SUBIDA DO IVA

Comerciantes e industriais afirmam não ter maneira de absorver o aumento do IVA como sugeriu o ministro da Economia e consideram que este apelo não faz qualquer sentido. António Saraiva, da CIP, diz que os industriais não vão conseguir absorver o IVA e que as empresas não são «galinhas dos ovos de ouro». Por seu lado, João Vieira Lopes, presidente da Confederação do Comércio, partilha a mesma opi-nião, enquanto Virgilio Constantino diz que não está nas mãos da ANAREC, a associação que representa os revendores de combustíveis, concretizar a suges-tão de Vieira da Silva Vieira da Silva, o ministro da Economia, disse na segunda-feira que seria positivo que alguns grupos da área da distribuição pudessem absorver esta subida, não reflectindo o aumento do IVA nos pre-ços dos produtos aos consumidores. O presidente da CIP avisa que as empresas não podem continuar a ser olhadas como as «galinhas dos ovos de ouro» e reafirma que as empresas não têm por isso mar-gem para absorver este aumento do IVA. A mesma ideia é destacada por João Vieira Lopes. O presidente da Confederação do Comércio diz que esse é um luxo só para alguns e que a maioria não tem hipótese de o fazer.

in TSF online

DISTRIBUIÇÃO VAI MANTER PREÇOS À CUSTA DOS FORNECEDORES A Centromarca veio esclarecer, em nome dos fabri-cantes, que os distribuidores que anunciaram manter os preços aos consumidores a partir desta quinta-feira, apesar da subida do IVA, se preparam para faze-lo à custa dos fornecedores. «É importante esclarecer o consumidor que quem vai suportar esses aumentos [do IVA, a partir de 1 de Julho] são os distribuidores», afirmou João Paulo Girbal, presidente da Centromarca, , que congrega 56 associados detentores de mais de 800 marcas. O responsável admitiu «temer» pelo futuro de alguns fabricantes que, por causa da crise económi-ca, estão já «fragilizados» e «podem não conseguir aguentar» esta descida de preços aos distribuídos, para suportarem «todo ou parte» do aumento de preços por causa do IVA. «Haverá também uma pressão muito maior com os distribuidores. Alguém vai ter de suportar esse valor [de aumento do IVA] que não passa para o consumidor», adiantou João. As cadeias Lidl, Intermarché e E.Leclerc anunciaram que não vão reflectir o aumento do IVA nos seus

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preços, enquanto Pingo Doce, Modelo e Continente disseram que vão manter os preços «competitivos». «Perante a situação difícil que o país atravessa, faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para ajudar os portugueses», afirmou na semana passa-da uma responsável da Lidl. Também o Intermar-ché, do grupo «Os Mosqueteiros», assegurou que «não vai aumentar o IVA em nenhum dos seu produ-tos, alimentares e não alimentares». «Sabendo o peso que esses bens representam nas despesas das famílias, esta iniciativa tem como intuito melhorar a economia doméstica», afirmou na altura a empresa.

in Agência Lusa

O LADO NEGRO DOS PREÇOS BAIXOS

Nas conversas de elevador, o tema dos baixos pre-ços já compete com o futebol e com as condições meteorológicas. Poupar é um orgulho. Os portugue-ses gastaram menos 3,4% no supermercado no 1.º trimestre deste ano, comparando com os gastos do mesmo período, em 2009. Isto apesar de terem colocado nos carrinhos mais 2% de produtos. Parecem boas notícias estas que a empresa de estu-dos de mercado Kantar Worldpanel (KWP) acaba de divulgar. Entretanto, já diz o ditado: nem tudo o que reluz é ouro. Alguma vez se questionou sobre a origem de tanta promoção? As pechinchas devem-se ao esmagamento das mar-gens de lucro dos fabricantes e retalhistas. Isto seria bom para as famílias. O problema é que a guerra nos bastidores está de tal ordem que as práticas nem sempre são as mais ortodoxas. Pior: começa-ram a virar-se contra os próprios consumidores. Só nos últimos três anos faliram 346 empresas no sector alimentar. A Alicoop pode tornar-se a mais recente vítima. Segundo o Instituto Informador Comercial, 52% destas falências aconteceram na indústria. Em plena crise económica, os anúncios apelam à solidariedade para com as famílias portuguesas, mas os próprios protagonistas admitem riscos. “O desaparecimento de fabricantes traduz-se na per-da de emprego qualificado e estável e no aumento das importações. Cabe à tutela promover os mode-los de desenvolvimento sustentáveis, assentes na criação de valor local”. Quem o diz é João Paulo Girbal, presidente da Centromarca, associação que representa 56 fabricantes. “No limite, se a redução for conseguida apenas com o esmagamento da margem dos fabricantes, coloca-se em risco a viabilidade das suas operações pre-judicando seguramente o consumidor por desapare-cimento de oferta e menor inovação. Pode criar uma situação de produto único com todos os incon-

venientes que isso acarreta para o consumidor”, antevê este gestor que também investe nas áreas da aviação e lazer, energias renováveis e sustenta-bilidade ambiental.

Práticas lesivas em análise A Autoridade da Concorrência (AdC) tem estado atenta. Divulga este mês as suas conclusões sobre as “Relações Comerciais entre a Grande Distribuição Agro-Alimentar e os seus Fornecedores”. Na versão preliminar desta análise existem 42 queixas sobre as “práticas lesivas” dos grandes retalhistas sobre os fabricantes. Um exemplo: “O distribuidor corta ou limita as compras durante as negociações das condições de fornecimento como forma de forçar a conclusão do acordo”. Sempre que os preços disparam para baixo ou para cima, coloca-se a questão: haverá práticas de concorrência desleal? A AdC acaba de ver confir-mada a coima de 1,1 milhões de euros com que puniu as manobras de concertação na panificação entre 2002 e 2005. O problema aí, foram os altos preços. Agora são os baixos que estão na mira. Esta semana o Eurostat divulgou um relatório onde o custo de um cabaz de compras em Portugal surge 8% abaixo da média europeia. O povo comenta: “Mas os ordenados são ainda mais baixos!” E é verdade. Se Portugal é o 17º país com a cesta menos cara entre 37 países europeus, já nos salá-rios está no topo dos mais pobres da zona euro. Independentemente disso, é verdade que os preços baixaram. Segundo o INE, a subida dos preços osci-lou entre os 0,1% em Janeiro e os 0,5% em Março, comparando com os meses homólogos do ano pas-sado. No sector alimentar caíram 5,6%o em Janeiro e 4,4% em Março. Esta deflação, a par das constantes promoções e descontos, fez com que os preços médios nos super-mercados baixassem 5,2% no primeiro trimestre, segundo a KWP. A juntar à festa da poupança está ainda o chamado downtrading: a opção por arti-gos mais baratos que preenchem as mesmas neces-sidades de consumo, geralmente trocando marcas de fabricante por brancas. Cerealis e JM na mira A obsessão da poupança está ao rubro, mas já começou quando o Pingo Doce, há cinco anos, se posicionou como rival das insígnias mais baratas. Agora até os fabricantes alinham por baixo. A Danone, por exemplo, transformou as embalagens de Actimel em autênticos folhetos promocionais de cores garridas e palavras a condizer. “Mais bara-to”. “Ajuda a poupar”. Quanto? A Danone recusou prestar quaisquer explicações.

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A forma de reduzir preços é uma questão que pou-cos gostam de detalhar. Passa, sobretudo, pelo fenómeno das marcas de distribuição. Estas já valem 33,5% das vendas e são as preferidas pelos consumidores que vivem sozinhos ou em lares mono-parentais. A qualidade e proximidade das lojas deixaram de surgir nos inquéritos mais recentes. Houve 221 processos de vendas com prejuízo, nos últimos cinco anos, abertos na AdC. Desses 53% resultaram em coimas, a esmagadora maioria no sector alimentar. A ASAE, por sua vez, avançou com 1181 contra-ordenações sobre promoções, reduções e saldos. A venda com prejuízo é a ferramenta de eleição na prática de dumping, fenómeno que consiste em ven-der abaixo do preço de mercado para aumentar a quota e reforçar ainda mais o poder negocial. As autoridades estão atentas a todos os sinais. Muitos estão patentes no relatório da Roland Berger. Entre os cinco maiores retalhistas, a Jerónimo Mar-tins (JM), que controla o Pingo Doce e o Feira Nova, foi claramente quem mais aumentou as vendas, entre 2003 e 2007, segundo a análise da consulto-ra. Facturou mais 13,3%. O cenário seria de louvar, não fosse este detalhe: a rentabilidade das vendas, em 2007, está no vermelho (-1,2%). Do lado dos fabricantes, a Cerealis (massas Milane-za e Nacional) é quem mais chama as atenções. É o mais rentável de todos, à excepção da Tabaqueira. Atingiu os 12,7% em 2007. Em vendas, foi a segun-da que mais cresceu em cinco anos (15,2%), a seguir aos vinhos Sogrape (26,4%). A maioria das queixas vai contra os retalhistas. Todavia, a rentabilidade das vendas dos grandes produtores está acima das dos retalhistas, na análi-se da Roland Berger. São 10,7% contra 1,7%.

Deslealdade ou livre concorrência A complexa teia envolve também grossistas como a Recheio, da JM, e a Makro, que há um ano criou, com a Auchan, a central Intercompra, para reforça-rem poderes. Os mais pequenos juntaram-se, há décadas, na Uniarme, donde há cinco anos deban-daram vários associados (agora na Euromadi) em divergência com a JM, que ali entrou à medida que adquiriu algumas associadas. “Os grandes grupos ganham vantagem com a con-centração, pois atingem uma escala esmagadora a todos os níveis – publicidade, gestão de marcas próprias e peso sobre a indústria -, o que se traduz numa pressão sobre os preços, a que a indústria cede por necessidade absoluta”, acusa Manuel Nunes, responsável pelo franchising dos supermer-cados Supersol, e fundador da Uniarme.

Questionadas sobre alegadas práticas anticoncor-rênciais, os retalhistas são unânimes: “Agimos em conformidade com a lei”. A Jerónimo Martins res-ponde: “O grupo presta sempre total colaboração às autoridades e nunca comenta estas matérias fora dos fóruns próprios”. Para uns há concorrência desleal e falta de regula-ção e fiscalização. Para outros, o que penaliza os pequenos retalhistas é a sua própria inércia. José António Rousseau, director-geral da APED, lembra que os mais pequenos foram protegidos desde cedo. As restrições aos licenciamentos comerciais começaram “quando havia apenas cinco hipermer-cados no país”. A concentração do retalho alimentar á de 64%. Subiu 4 pontos, há três anos, quando a JM comprou a Plus e a Sonae a Carrefour. Está no 11º lugar, acima de Espanha, Reino Unido, Holanda e Itália, na Europa a 15 países. É excessivo? “Temos nove grandes grupos em Portugal!”, exclama José Antó-nio Rousseau. “Estamos até ligeiramente abaixo da média europeia”. A leitura é inversa na Confedera-ção do Comércio e Serviços de Portugal. João Viei-ra Lopes, presidente da confederação, afirma: “A concentração é demasiada, sim. Mais ainda, se lhe indexarmos os níveis de poder de compra”.

IVA: Imposto Vagamente Assegurado As novas taxas do IVA entraram em vigor no passa-do dia um, reflectindo o aumento determinado pelo Governo de um ponto percentual. Lidl, intermarché, Aldi e E.Leclerc alardeiam que assimilam este extra. As líderes prometem fazer o melhor possível. “Sentimos como o nosso dever procurar, tanto quan-to possível, amortecer o impacto deste aumento dos impostos nos orçamentos das famílias”, diz fonte oficial da JM, que controla a Pingo Doce. A Modelo Continente promete “prosseguir o seu compromisso de ser o retalhista com melhores pre-ços no cabaz mais relevante para os seus clientes” e a cadeia Auchan garante que “qualquer que seja a variação de preço, essa será sempre menor numa loja da Auchan, para que possa ter os preços mais baixos”. Salientam os seus “processos de monitorização diá-rios do mercado”, quais as estações televisivas em contraprogramação ao minuto. E a Auchan diz que “quando o IVA passou de 19 para 21% foi a cadeia que melhores preços proporcionou aos clien-tes”. Menos assertivas são as respostas sobre as insígnias não-alimentares da Sonae, como a Wor-ten. Garante-se “a continuação das políticas de preços”.

in Expresso

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COMO SE CONSEGUE VENDER TÃO BARATO

Como conseguem preços tão baixos? O Expresso perguntou aos três maiores retalhistas e à Centro-marca, representante de 800 marcas. As respostas oficiais convergem: quebra nos preços das matérias-primas (entretanto estancada), melhorias contínuas de eficiência e algum sacrifício nas margens. Paralelamente há esquemas menos transparentes, sobretudo no âmbito das marcas próprias da distri-buição, onde os retalhistas têm maior controlo sobre os fornecedores. Por exemplo, fornecem as embala-gens para baixarem as facturas. Uma caricatura: um cliente entra num restaurante e exige pagar menos pela refeição por ter levado os seus próprios talheres. O esquema é o seguinte: o retalhista enco-menda ao fabricante um produto que daria origem a um preço final de 100 euros. O valor resulta da soma de vários itens, desde a matéria-prima ao transporte, IVA e margens de lucro. O retalhista não pode, por lei, vender abaixo desse custo. Vendas com prejuízo Numa situação normal, quando recebe a mercado-ria, o retalhista paga ao fornecedor o que lhe é devido: custos de matéria prima, transformação, armazenamento, transportes e margem de lucro. Para fixar um preço que não dê prejuízo tem de somar a sua própria margem de lucro e os impostos – que, somados, geralmente representam cerca de 30% do preço cobrado ao consumidor. Numa situação de venda com prejuízo, o retalhista abdica da sua margem e é ele próprio quem provi-dencia ao fornecedor, por exemplo, as embalagens e o transporte. Assim paga uma factura mais bara-ta e pode igualmente, vender mais barato, sem cair em desgraça em nenhuma fiscalização. Entretanto ao providenciar embalagens e transpor-te, teve algumas despesas reais, logo, vende com prejuízo. Estas despesas por si assumidas, à margem do fornecedor, remete-as, nos relatórios e contas, para os demais custos de estrutura do negócio. Tal não seria possível se houvesse uma tabela dos pre-ços de transportes ou de embalagens, mas as nego-ciações são livres e, para todos os efeitos, é como se esses itens estivessem incluídos na factura paga ao fornecedor, só que a preços de amigo, típicos das encomendas de grande escala. Estes artigos com preços imbatíveis acabam por atrair mais clientes, que acabarão sempre por levar para casa outros produtos. Esta manobra não conduz necessariamente a uma venda com prejuízo (proibida por lei), até porque o retalhista pode ter obtido poupanças efectivas nas embalagens e transporte, e não estar a vender

abaixo do custo. É todavia, a forma mais utilizada quando se quer contornar a lei. Nas marcas da distribuição a redução de preços é possível também graças à própria composição do produto. Por exemplo, no arroz extralongo mistu-ram-se grãos mais pequenos (usados nas refeições caninas), até 6,5% do total. No arroz comum atinge os 23,5 por cento sem acusar défices de qualidade. Nos antípodas, está a prática de cartel, onde os concorrentes acordam em manter os preços eleva-dos. Exemplo recente é o da panificação, área recordista em falências nos últimos três anos. Foram 63, de um total de 346, no sector alimentar, segun-do o Instituto Informador Comercial.

in Expresso

ADC INVESTIGA APLICAÇÃO DO IVA

A Autoridade da Concorrência está a investigar a aplicação do IVA para saber como é que os distri-buidores vão repercutir o aumento deste imposto, afirmou o presidente do regulador. «Mandámos cartas a pedir esclarecimentos aos maiores nove grupos de distribuição para saber como vão reper-cutir o IVA», afirmou Manuel Sebastião na comissão parlamentar sobre Assuntos Económicos. No Parlamento, onde está a fazer o balanço da actividade referente a 2009, Manuel Sebastião garantiu que por iniciativa da Autoridade da Con-corrência foi enviado um questionado aos grandes grupos de distribuição e a um grupo seleccionado de fornecedores de diversos sectores a fim de esclarecer se as margens estão a ser esmagadas.

O aumento do IVA (1% em todos os esca-lões) entrou em vigor no pri-meiro dia des-te mês, mas várias cadeias de distribuição

anunciaram que não iriam reflectir esta subida nos seus preços. Em reacção a este anúncio, os fornece-dores vieram esclarecer que o aumento do IVA seria feito à custa destes, queixando-se da diminui-ção das suas margens. "Não vamos deixar passar em claro", disse Manuel Sebastião. Aliás a relação fornecedores-distri-buidores está a ser alvo de um estudo aprofundado pela entidade supervisora. A Autoridade da Con-corrência conta ter o estudo concluído no final de Julho, mas conta apresentá-lo em Setembro.

in Agência Lusa/Jornal de Negócios

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ABERTURA AO DOMINGO É PARA MANTER

O Ministro da Economia, Vieira da Silva, está dis-posto a “tomar medidas” de regulação entre as grandes superfícies e o sector produtor da agricul-tura e indústria mas garante que a abertura dos hipers ao Domingo à tarde é para manter. Ainda assim, o ministro não disse quando espera que o diploma entre em vigor. "Não ouvi propostas suficientemente fundamenta-das" para alterar a decisão do Governo, disse Viei-ra da Silva à margem da reunião de concertação social, salientando, no entanto, que "relativamente às regras de concorrência, de regulação do sector, o Governo está sempre disposto a ouvir os parcei-ros e tomar as medidas necessárias para promover essa regulação". Vieira da Silva afirmou que o governo está disponível para discutir medidas que regulamentem a relação entre os sectores comercial, agrícola e industrial. Vieira da Silva disse que a discussão não foi "tão longe" que permitisse decidir o que vai ser feito, mas acrescentou que os parceiros apoiaram medi-das de "defesa dos mais fracos nessa concorrência". "São regras que têm a ver com relacionamento entre o sector comercial, agrícola e industrial", pre-cisou Vieira da Silva. Governo: “alargamento de horários gera emprego” Vieira da Silva, considerou também que o alarga-mento do horário de funcionamento das grandes superfícies vai gerar mais emprego, o que é contra-riado pela Confederação de Comércio e Serviços de Portugal. O governante reiterou que esta é uma «medida justa» e que a manutenção da restrição de funcionamento «não faz sentido», mas escusou-se a adiantar datas para a sua entrada em vigor. Vieira da Silva sustentou ainda que «o emprego no conjunto do sector tende a crescer» com o alarga-mento dos horários e declarou não acreditar «em teses de que esta medida vai destruir milhares de postos de trabalho». Opinião contrária tem o presidente da CCP, João Vieira Lopes, para quem o alargamento dos horá-rios de funcionamento das grandes superfícies é uma medida «sem benefícios para ninguém» e que vai provocar «uma aceleração do encerramento dos comerciantes independentes, com o consequente aumento de desemprego». O responsável da CCP, que saiu da reunião antes do ministro da Economia, criticou o Governo por apresentar a decisão como «um facto consumado», pelo que «não mostrou abertura para fazer alterações». João Vieira Lopes alertou para o encerramento, em Portugal, de «40 estabelecimentos por dia» e,

embora alguns encerrassem «de qualquer manei-ra», salientou que «uma medida destas vai acelerar a situação» e frisou ainda que esta medida é «uma questão política, não é um problema de consumo», e concluiu que a CCP reúne quinta feira o conselho de presidentes onde vão ser «tomadas decisões», que não especificou. ANMP dá luz verde à alteração de horários A associação que representa os municípios deu parecer favorável ao decreto-lei do Governo que atribui às Câmaras Municipais a competência para determinar os horários de funcionamento dos hiper-mercados. Segundo um parecer da Associação, esta entidade reconhece que o projecto de decreto-lei do Governo «vem ao encontro do que a ANMP tem defendido nessa matéria». «A ANMP sempre tem manifestado o entendimento de que a fixação do horário de funcionamento dos estabelecimentos comerciais seja determinada pelas Câmaras Municipais, nomeadamente no que respei-ta às chamadas grandes superfícies comerciais con-tínuas», destaca a associação. «A decisão deve, assim, ser local, tendo as Câma-ras Municipais o papel preponderante e único na avaliação e ponderação dos factores determinan-tes para a fixação dos horários de funcionamento dos estabelecimentos comerciais, em sentido amplo, desde logo tendo em conta as necessidades e con-dições de vida dos consumidores», acrescenta. O projecto de decreto-lei estabelece que os municí-pios têm a competência para fixar os períodos de abertura ao público das grandes superfícies comer-ciais contínuas, alargando ou restringindo os horá-rios através de regulamentos municipais. Os municí-pios têm 180 dias a partir da entrada em vigor do diploma para elaborarem ou reverem os horários de funcionamento das grandes superfícies. A fiscali-zação do cumprimento dos horários passa a ser do autarca, «revertendo as receitas provenientes da sua aplicação para a respectiva câmara munici-pal», explica a ANMP. Até agora, o horário de funcionamento dos estabe-lecimentos de venda ao público e de prestação de serviços, incluindo os localizados em centros comer-ciais, é estabelecido pela autarquia da área de localização, mas nas chamadas «grandes superfí-cies» o horário é regulado por portaria do Ministé-rio da Economia. A portaria em vigor estabelece que estes estabele-cimentos comerciais podem abrir das 06:00 às 24:00 todos os dias da semana, excepto entre Janeiro e Outubro, e aos domingos e feriados, em que só poderão abrir entre as 08:00 e as 13:00.

in Diário Económico/Agência Lusa

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COMISSÃO DIZ QUE SECTOR ESTÁ A MELHORAR

Na reunião do Conselho de Ministros da Agricultura da UE, realizada terça-feira, no Luxemburgo, a Comissão Europeia apresentou o seu relatório tri-mestral sobre a situação no sector leiteiro. De acor-do com os dados apresentados pela Comissão, des-de o segundo semestre de 2009 e até ao primeiro semestre de 2010, a situação no sector do leite sofreu uma melhoria constante. Os preços na União Europeia e nos mercados mun-diais estão estáveis para a maioria dos produtos lácteos, apesar do aumento sazonal da produção. De Maio a Novembro de 2009, os preços evoluíram bem, chegando a 0,284 euros/kg. No primeiro tri-mestre deste ano, estabilizaram, quando tradicio-nalmente se verificava um decréscimo no Inverno e na Primavera. O preço médio do leite na União Europeia em Abril foi de 0,277 euros/kg (ligeiramente superior ao que preço de Março) e no relatório da Comissão, o preço deverá continuar a subir, nos próximos meses. As entregas em 2009 situaram-se 0,6 por cento abaixo do nível de 2008, apesar do aumento de um por cento da quota leiteira em 2009/10. Duran-te este período, espera-se que as entregas se situem cerca de sete por cento abaixo da quota leiteira europeia. Em Maio começou a sair manteiga e leite em pó desnatado dos armazéns da interven-ção. Até este momento, a Comissão considera que esta medida não teve um impacto negativo sobre o mercado do leite.

in Agrodigital

PREÇOS DO LEITE VOLTAM A SUBIR EM MAIO

Após a queda de 0,0119 euros/kg no preço do leite na UE, entre Fevereiro e Março deste ano, verificou-se, depois de Abril, um segundo aumento em Maio, de 0,0092 euros/kg. Estas subidas e des-cidas provocaram uma subida de preços de 0,0086 euros/kg desde o início do ano. O preço do leite na UE em Abril chegou aos 0,2861 euros/kg, também mais elevado do que o de Maio do ano passado em 0,0451 euros/kg, de acordo com informações fornecidas pela organização holandesa LTO. Nos Estados Unidos, o preço voltou a aumentar em Maio. Desde o início do ano, tem mantido uma ten-dência de oscilação. Descidas em Janeiro e Março, aumentos em Fevereiro, Abril e Maio, cujo efeito

cumulativo resulta num aumento de 0,0125 euros/kg desde o início do ano. O preço do leite classe III em Abril de 2010 chegou a 0,2661 euros/kg. Em relação ao preço do leite de há um ano atrás, o preço de Maio de 2010 é 0,0851 euros/kg supe-rior ao de Maio de 2009. Também na Nova Zelândia o preço aumentou no mês de Maio. Em relação ao mês anterior, aumen-tou em 0,0057 euros/kg, chegando a 0,2683 euros/kg. Desde o início do ano, o preço aumentou em 0,0422 euros/kg. O preço de Maio deste ano é, para além disso, 0,0936 euros/kg superior ao do mês homólogo de 2009.

in Agrodigital

EMPRESAS AUMENTARAM PREÇOS EM MAIO

O preço médio do leite pago em Maio ascendeu a 0,2861 euros/kg de leite padrão, valor 0,0447 euros mais elevado que o de Maio do ano passado, o que supõe um incremento de 18,5 por cento. A grande maioria das empresas lácteas aumentou os seus preços em Maio em relação ao mês anterior. O incremento médio ascendeu a 0,0092 face aos preços praticados no precedente mês de Abril, de acordo com um estudo realizado pela European Dairy Farmers. As holandesas FrieslandCampina e DOC Kaas aumentaram em Maio os preços da matéria gorda e da proteína. Também anunciaram que aumenta-rão o preço em Junho e em Julho. A belga Milcobel também aumentou o preço em Maio ao haver incre-mentado os preços da gordura e da proteína. As alemãs Alois Müller, Nordmilch e Humana Milchu-nion aumentaram o preço base em Maio para os 0,2650 euros/kg. A sueco-dinamarquesa Arla aumentou o preço em Maio, ao incrementar o preço da gordura e da proteína. Também anunciou aumentos de preços para Junho e Julho. A finlandesa Finnish Hämeenlinnan Osuusmeijeri não variou os seus preços em Maio, igual ao que já havia acontecido em Abril. Em França, a Danone e a Lactalis aumentaram o preço-base em Maio. A Bongrain e a Sodiaal, pelo contrário, mantiveram os seus preços sem alterações. As irlandesas Glanbia e Kerry aumentaram o preço do leite em Maio ao modificar os preços da gordu-ra e da proteína. As britânicas Dairy Crest e First Milk subiram o preço em Maio em resultado de alterações relacionadas com a sazonalidade.

in Agrodigital

SITUAÇÃO DO MERCADO

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QUEBRA DE COTAÇÕES NO LEILÃO DA FONTERRA

O vigésimo quinto leilão da Fonterra através da plataforma de vendas online, globalDairyTrade, realizado na semana passada, registrou uma que-bra de 13,7 por cento no índice gDT-TWI para todos os produtos comercializados, os quais incluem o leite em pó inteiro (WMP), o leite em pó desnata-do (SMP) e a gordura anidra do leite (AMF). O preço médio alcançado para todos os produtos e períodos contratuais para o leite em pó inteiro (WMP) foi de 3.224 dólares por tonelada, posto na Nova Zelândia (antes do embarque). Este valor representou uma descida de 14,8% no índice gDT-WMP em relação ao leilão anterior, realizado no início de Junho. Os preços médios variaram entre 3.100 e 3.436 dólares por tonelada. A média dos valores dos contratos para o primeiro período - Setembro de 2010 - foi de 3.435 dólares por tonelada, apresentando um reajustamento negativo de 14,9% no índice gDT-WMP, face ao último leilão. Para o segundo período - Outubro a Dezembro de 2010 -, os contratos foram negocia-dos a 3.224 dólares por tonelada, em média, uma queda de 14,8% frente ao leilão anterior. Os con-tratos para o terceiro período - Janeiro a Março de 2011 - foram fechados com um valor médio de 3.100 dólares por tonelada (14,8% inferior em relação ao leilão de Junho). O preço médio dos contratos de leite em pó desna-tado (SMP) foi de 3.067 dólares por tonelada, representando uma quebra de 11,8% no índice gDT-SMP em relação ao leilão anterior. A média dos valores dos contratos para o primeiro período - Setembro de 2010 - foi de 3.030 dólares por tone-lada (queda de 15,7% no índice em relação ao leilão anterior). Para o segundo período - Outubro a Dezembro de 2010 - os contratos foram negocia-dos a 3.074 dólares por tonelada, na média, apre-sentando uma descida (-11,1%) face ao leilão de Junho. Para o terceiro período - Janeiro a Março de 2011 - os contratos foram negociados a 3.099 dólares por tonelada, representando uma variação negativa (-9,1%) frente ao leilão anterior. O próximo leilão será realizado no dia 3 de Agosto de 2010 e "o resultado reflecte o aumento da ofer-ta mundial de leite, em resposta ao sinal muito forte dos preços nos últimos meses. As preocupações do mercado sobre a disponibilida-de do produto no curto prazo, que em grande medida, apoiaram a recente subida dos preços, parecem ter diminuído", disse ele.

in GlobalDairyTrade/NZHerald/MilkPoint

EURO EM BAIXA MELHORA EXPORTAÇÕES DA UE

O declínio do euro, somado à recuperação na pro-dução de leite estimulada pelos maiores preços, tem levado a previsões de aumento nas exporta-ções de produtos lácteos da Europa. O Departa-mento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) aumentou as estimativas para as exportações da UE para a maioria dos produtos lácteos, incluído leites em pó, produto em que a região é o segundo maior exportador depois da Nova Zelândia. "Um euro mais fraco têm tornado os produtos lác-teos europeus mais competitivos no mercado mun-dial desde Fevereiro de 2010", informou o relató-rio do USDA. O euro, graças a preocupações sobre dívidas da região, se desvalorizou catorze por cen-to, para 1,23 dólares, face à moeda norte-americana, aumentando a competitividade das exportações da Zona Euro. As exportações deverão aumentar, em particular as de queijos, onde a UE - o maior exportador mun-dial - agora busca exportar 530 mil toneladas nes-se ano, doze por cento a mais do que originalmente era esperado, e um dado semelhante ao volume exportado em 2007. "Durante os primeiros quatro meses de 2010, os comerciantes comentaram que a procura por quei-jos estava crescendo. Como consequência, a mar-gem na produção de queijos melhorou durante a última metade de ano. O sector acredita que o

queijo, em particular os de marca, serão o principal produto lácteo em que a UE poderá competir no merca-do mundial", diz o relatório. As previsões também estão melhorando para o comér-

cio de leites em pó, em particular, do leite em pó desnatado, para os quais as exportações atingiram 240 mil toneladas, 15.000 a mais do que era espe-rado inicialmente. "A demanda por leites em pó está crescendo na Ásia, principalmente, na China", disse o relatório, citando a venda gradual dos esto-ques da UE construídos pelas compras de interven-ção, feita pelo Estado, no ano passado. As exportações serão suportadas pelo crescimento na produção de leite da UE, que crescerá em parti-cular na Alemanha, à medida que os produtores respondem aos melhores preços. "O aumento nos preços pagos aos produtores deverá continuar em 2010, resultando em maiores entregas de leite dos produtores aos processadores".

in Agrimoney/MilkPoint

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RETOMA FAZ CONSUMO DO LEITE REAGIR

A recuperação da economia, após a crise financeira de 2008/2009, ocorreu mais rapidamente do que se imaginava, principalmente nos países em desen-volvimento, e a última edição do Tetra Pak Dairy Index, pesquisa global sobre tendências de consumo na indústria de lacticínios divulgada a semana pas-sada, estimou um consumo de 264 mil milhões de litros em 2009, 1,8% a mais do que no ano ante-rior. Na edição de Dezembro dessa pesquisa, a previsão era de 263 mil milhões de litros, com um crescimento de 1,3% face a 2008. Esta pesquisa considera apenas os produtos lácteos líquidos. "A recuperação económica foi mais rápida, sobretu-do em países que têm crescido substancialmente, como a China, a Índia ou o Brasil", disse Dennis Jönsson, CEO e presidente do grupo Tetra Pak. Também por causa da retoma da economia, a Tetra Pak elevou a previsão de incremento do consumo de produtos lácteos líquidos entre 2009 e 2012 a nível mundial. A projecção feita em Dezembro indicava avanço a uma taxa anual acumulada de 2,2% - agora, o percentual passou para 2,4%. Com isso, a demanda por lácteos deve atingir 283,2 mil milhões de litros em 2012, projecta a pesquisa. O cresci-mento da estimativa de evolução do consumo no período na China (de 7,1 para 9%) e no Brasil (de 3 para 3,2%). Nos países da Europa, onde a pro-dução cai, a procura também recua. As mudanças demográficas que podem influenciar a procura láctea, como o envelhecimento da popula-ção, a urbanização e a classe média emergente no mundo. Jönsson vê oportunidades de crescimento em consequência desse novo cenário. O envelhecimento da população, por exemplo, deve ampliar a procu-ra por produtos com valor acrescentado, como lác-teos com adição de cálcio ou vitaminas. Ele também avalia haver possibilidades de cresci-mento por causa da urbanização. Um dos exemplos é a China, onde se estima que a população urbana vá superar a rural em 2013, alcançando 669,9 milhões - hoje são 633 milhões ou seja 47,2 por cento do total. "Nas cidades, moradores são mais bem informados e têm mais rendimento para gastar com produtos lácteos", disse Jönsson. O crescimento da classe média em países em desen-volvimento também deve elevar a procura por pro-dutos lácteos, acredita a Tetra Pak. "O consumo está a crescer no Brasil, China e Índia e continuará a avançar", afirmou o executivo. Para ele, com o ren-dimento em crescimento, a classe média emergente está disposta a comprar mais. "O consumidor quer encontrar o produto certo pelo preço certo".

in Valor Econômico/MilkPoint

PREÇOS DE EXPORTAÇÃO EM ALTA NA UE

Segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), os preços lácteos de exportação, entre 12 e 23 de Julho, apresentaram reajustes positivos para todos os produtos na União Europeia. Na Oceânia, a quase totalidade dos pre-ços apresentou um recuo quando comparados com a quinzena anterior, à excepção do queijo Ched-dar que se manteve estável. Na União Europeia, o preço médio do leite em pó inteiro - 3.637,5 dólares por tonelada - apresentou uma leve subida (+1,4%) em relação à quinzena anterior. O preço médio do leite em pó desnatado foi de 2.950 dólares por tonelada, apresentando-se praticamente estável (0,4%) em relação à quin-zena anterior. O valor médio do soro em pó foi de 875 dólares por tonelada, sendo o produto expor-tado que apresentou uma maior subida (+9,4%). A produção de leite na Europa continua baixa, seguindo sua tendência sazonal. As recentes subidas de temperatura e secas estão a acelerar, ainda mais, essa tendência. A oferta de leite em baixa tem feito com que os processadores busquem o maior volume possível de matéria-prima para for-mar stocks para necessidades futuras. Apesar disso, a maioria das indústrias não deve passar por pro-blemas de fornecimento. Havia dúvida se a queda dos preços no último lei-lão da Fonterra, realizado no início do mês, afecta-ria os preços na Europa, mas essa dúvida foi sana-da com os preços a apresentarem variação positiva para todos os produtos. Pelo menos até o momento, a UE não parece ir seguir essa tendência de baixa. Na Oceânia, o preço médio do leite em pó inteiro ficou em 3.250 dólares por tonelada, descendo de 7,1% face à quinzena anterior. O valor médio do leite em pó desnatado ficou em 3.125 dólares por tonelada, praticamente estável (-0,8%) em relação à quinzena anterior. O preço médio do queijo cheddar fechou a 3.950 dólares por tonelada e manteve-se estável em relação à quinzena anterior. O valor médio da manteiga foi de 3.950 dólares por tonelada na Oceânia, significando um recuo de 2,5% em relação à quinzena anterior, e apresentou uma subida de 2,1% na UE, sendo cotado a 4.850 dólares por tonelada. O volume de negócios tem diminuído à medida que os brokers esperam por uma maior estabilidade do mercado. Outra preocupação é que a procura chi-nesa por produtos lácteos da Oceânia possa enfra-quecer, já que a oferta de leite da China continua a aumentar numa trajectória que poderá equivaler-se à respectiva procura.

in USDA/MilkPoint

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INICIATIVA ANIL TR3S DIAS COM QUEIJO 2010

Já está em fase avançada de preparação a segun-da edição da nossa iniciativa “TR3S DIAS COM QUEIJO”, a qual, um ano mais, estará integrada no programa da Agrovouga, e decorrerá entre 20 e 22 de Outubro. Entendemos introduzir algumas alte-rações ao formato de 2009, visando dar-lhe mais ritmo, operacionalidade e ampliar os níveis de par-ticipação de todos os potenciais interessados. Assim, ao invés do ano passado, logo no primeiro dia (4ª feira) decorrerá a edição 2010 do concurso “MELHOR QUEIJO”, que este ano contemplará 11 categorias: as cinco do ano passado (flamengo, vaca, ovelha, cabra e mistura) e seis novas, com Queijos de Cura Prolongada em vaca, ovelha, cabra e mistura e ainda Queijo Fresco e Requeijão. Esperamos, desta forma, estarem criadas condições para superar o número de queijos a concurso (50) presentes na edição 2009. As CONVERSAS COM QUEIJO iniciar-se-ão na quinta-feira (dia 21) e repartir-se-ão por quatro meios-dias. Na primeira manhã, falaremos de QUEIJOS COM VIDA e de TENDÊNCIAS de consumo, de merca-do, de promoção. Nessa tarde, os cheiros e aromas serão alvo de atenção em NO MUNDO DO SENTIR, a que se seguirá o módulo COMPRAR COM OS OLHOS, sobre a apresentação do produto e a informação ao consumidor. Na manhã de sexta feira, 22, abordaremos os temas da nutrição e saúde em UM PRAZER CHAMA-DO QUEIJO, seguida da notoriedade dos queijos nos media em CRÍTICOS E CRÍTICAS. Na tarde desse mes-mo dia, espaço para o produto, da embalagem ao rótulo, em QUEIJO COM BONS OLHOS e as CONVER-SAS fecharão com as possi-bilidade de harmonização dos queijos com outros pro-dutos alimentares em QUEI-JO... EM BOA COMPANHIA. No final das manhãs de 21 e 22, teremos duas sessões de Show Cooking, com renomados Chefes que nos permitirão DeGOSTAR... QUEIJO com as suas igua-rias. No fim de tarde de 21 decorrerá uma sessão de ‘maridagem’ entre os queijos vencedores do con-curso ‘O Melhor Queijo 2009’ e um conjunto de vinhos seleccionados, encerrando-se a iniciativa na tarde de 22 com um FIM-DE-FESTA em que serão premiados os queijos vencedores da edição 2010 daquele Concurso nacional.

EVENTO “LE GOUT DE LA VIE” QUEIJOS NACIONAIS EM DESTAQUE

Uma parceria entre a ANIL, a ViniPortugal e a Casa do Azeite levou os queijos, vinhos e azeites portugueses, nos passados dias 18 e 19 de Julho, a uma Feira de divulgação de produtos agrícolas e agro-alimentares euro-peus, em Bruxelas. Esta presença portuguesa foi coordenada pelo Gabinete de Planea-mento e de Politicas do Ministério da Agricul-tura, e contou com o apoio da delegação local do Turismo de Portugal.

Esta feira, que teve lugar na Place Ste Catherine, da capital belga sob o tema "Le Gout de la vie" e a ela aderiram vários milhares de visitantes. No evento, estiveram presentes alguns dos queijos nacionais vencedores do concurso "Melhor Queijo 2009" integrado no certame "Tr3s dias com Queijo", onze marcas de vinho e uma selecção de 16 azeites das 4 princi-pais regiões produtoras nacionais. Para dar maior destaque aos produtos em degustação, foi também um filme intitulado "Prove Portugal", que captou a atenção de muitos consumidores estrangeiros. A realização desta Feira Agrícola de Bruxe-las surgiu no âmbito de uma Conferência organizada pela Comissão Europeia e que se centrou na actual situação da agricultura europeia e a reforma da política agrícola pós 2013. No final do dia 19, o acesso à Feira ficou reservado aos participantes da Conferencia, que aderiram em massa ao evento e que mostraram grande apreço pelos produtos nacionais, tendo o stand de Portugal inclusivamente sido um dos mais visi-tados.

in Agronotícias

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