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Anfíbios anuros dos Campos Sulinos Lista elaborada com base na literatura publicada e registros da Rede Campos Sulinos Espécies com ocorrência nas áreas campestres do Pampa e da Mata Atlântica

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Anfíbios anuros

dos Campos Sulinos

Lista elaborada com base na literatura publicada e registros da Rede Campos Sulinos

Espécies com ocorrência nas áreas campestres do Pampa e da Mata Atlântica

Samanta Iop

Tiago Gomes dos Santos

Sonia Zanini Cechin

Anfíbios anuros dos Campos Sulinos:Espécies com ocorrência nas áreas campestres do Pampa e da Mata Atlântica

Porto Alegre, 2016

Rede Campos Sulinos - UFRGS

Realização Universidade Federal de Santa MariaUniversidade Federal do PampaUniversidade Federal do Rio Grande do SulRede Campos Sulinos

AutoresSamanta IopTiago Gomes dos SantosSonia Zanini Cechin

Planejamento e revisãoSamanta IopTiago Gomes dos Santos Eliege Fante

IlustraçõesAndressa Iop

DiagramaçãoEliege FanteDébora Gallas

FotografiasAxel KwetElaine Lucas GonsalesJeferson L. S. de ArrudaLucas Batista CrivellariLuís Felipe Toledo Mirco SoléRodrigo LingnauSamanta IopSuélen Alves da Silva SaccolTiago Gomes dos SantosVinícius Matheus Caldart

I64a Iop, Samanta Anfíbios anuros dos Campos Sulinos: espécies com ocorrên-cia nas áreas campestres do Pampa e da Mata Atlântica/ Saman-ta Iop, Tiago Gomes dos Santos, Sonia Zanini Cechin – Porto Alegre : Rede Campos Sulinos : UFRGS, 2016.

22 p. : il.

ISBN 978-85-66106-84-8

1. Anfíbios 2. Campos Sulinos 3. Biodiversidade

CDU 597.6(816)

Este trabalho foi desenvolvido através doPrograma de Pesquisa em Biodiversidade MCT/CNPq

Ficha catalográfica elaborada por Rosalia Pomar Camargo CRB 856/10

O guia digital “Anfíbios anuros dos Campos Sulinos” de Samanta Iop e Sonia Zanini Cechin, da Universidade Federal de Santa Maria, e de Tiago Gomes dos Santos, da Universidade Federal do Pampa, foi produzido a partir de pesquisas de campo realizadas no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, no âmbito da Rede Campos Sulinos.

A Rede Campos Sulinos é uma coalizão de universidades e instituições de pesquisa da região sul do Brasil, que reúne mais de 30 grupos, com o propósito de gerar, organizar e difundir o conhecimento sobre os Campos Sulinos. Este guia é um dos produtos de divulgação científica do projeto Rede de Pesquisa em Biodiversidade dos Campos Sulinos, aprovado na Chamada MCTI/CNPq nº 35/2012 do Programa de Pesquisa em Biodiversidade (PPBio), instituído pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e operacionalizado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

O objetivo deste guia é promover o conhecimento e a valorização da biodiversidade entre produtores, técnicos, pesquisadores, administradores, gestores, estudantes e demais interessados pela conservação e uso sustentável dos Campos Sulinos.

Prof. Valério De Patta Pillar (UFRGS)Coordenador da Rede Campos Sulinos

Apresentação

Fotos: Suélen da Silva Alves Saccol

Os campos naturais do cone sul da América do Sul, distribuídos

nas regiões de entorno do rio da Prata, ocupam uma área de aproxi-

madamente 893 mil km2, compartilhada por Brasil, Uruguai e Argenti-

na. A porção situada em território brasileiro recebe a denominação de

Campos Sulinos e distribui-se em dois biomas: Pampa, na metade sul e

oeste do estado do Rio Grande do Sul, e Mata Atlântica, onde ocorrem

de forma descontínua, associados às matas com araucária no norte do

Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Paraná.

Os Campos Sulinos abrigam uma alta diversidade de espécies

de plantas e animais e prestam serviços ambientais essenciais como o

acúmulo de carbono e a infiltração de água no solo, além da produção

natural de forragem para a atividade pastoril. Historicamente, influen-

ciaram a cultura regional através da interação entre as peculiaridades

paisagísticas da região e o desenvolvimento da pecuária como ativida-

de econômica.

Este guia apresenta 84 espécies de anfíbios anuros (83 nativas

e uma exótica) que podem ser encontradas em regiões campestres ao

longo dos três estados do sul do Brasil. A palavra anfíbio, do grego,

significa vida dupla, se referindo ao ciclo de vida da maioria destes

animais, que tem duas fases: uma aquática na forma de larva e outra

terrestre na forma de adulto.

Os anfíbios mais conhecidos são os sapos, as rãs e as pererecas,

que têm sua história de vida ligada aos ambientes aquáticos tais como

banhados, poças d’água, rios e sangas, onde a maioria das espécies

se reproduz. O coaxar (canto) desses animais pode ser ouvido à noi-

te nesses ambientes, principalmente nos dias quentes e chuvosos de

primavera e verão. Os sapos possuem quatro membros curtos, pele

rugosa, grandes glândulas de defesa, têm hábitos terrestres e se loco-

movem através de pequenos saltos. As rãs aquáticas ou semi-aquáticas

apresentam pele lisa e quatro membros bem desenvolvidos para saltos

longos. As pererecas têm a pele úmida e lisa, patas finas e longas, e

apresentam dilatações nas pontas dos dedos, que são discos utilizados

para escalar plantas, rochas e paredes.

Os anfíbios são fundamentais para a integridade dos ecossis-

temas. Eles desempenham importantes funções ecológicas, como o

controle de populações de insetos, produzem secreções químicas com

potencial para o desenvolvimento de fármacos e são bioindicadores de

qualidade do ambiente.

Neste guia apresentamos informações sobre o habitat, a ativida-

de de vocalização, o tamanho e a abundância de cada espécie, além

de categoria de ameaça de extinção, de acordo com os símbolos ilus-

trados a seguir:

Anfíbios anuros dos Campos Sulinos: espécies com ocorrência nas áreas

campestres do Pampa e da Mata Atlântica

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Ambiente de reprodução

Sítio de vocalização: ambiente onde é mais comum encontrar a espécie cantando

Água corrente: sanga, riacho, rio

Água parada: poça, banhado, lagoa

Terrícola: vocaliza no solo, sobre

gramíneas rasteiras, solo nu ou rochas

Arborícola: vocaliza empoleirado na

vegetação

Semi-aquático: vocaliza na água (flutuando ou parcialmente submerso)

Fossorial: vocaliza em tocas subterrâneas

geralmente escavadas pelo próprio animal

Bromélia

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Frequência e abundância: refere-se à facilidade de encontrar a espécie na natureza e à abundân-cia geral de indivíduos

Raro (restrito a algumas localidades e/ou com baixa abundância)

Pouco comum (presente em poucas locali-dades, com abundância média ou alta)

Muito comum (presente em muitas localidades, em alta abundância)

Atividade de vocalização

Machos cantam durante a noite

Machos cantam durante o dia

Machos cantam geralmente durante o dia e a noite

Tamanho: indica o tamanho médio dos indivíduos adultos da espécie, medido entre a extremidade do focinho até a cloaca (CRC)

Grande: adultos com tamanho maior que 10 cm

Médio: adultos com tamanho entre 3 cm e 10 cm

Pequeno: adultos com tamanho menor que 3 cm

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Distribuição da espécie

Foto com borda laranja: espécie ocorre nos campos dos dois biomas

Foto com borda bege: espécie ocorre nos campos do bioma Pampa

Foto com borda verde: espécie ocorre nos campos do bioma Mata Atlântica

Estado de ameaça: seguindo os critérios da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN)

Extinto

Pouco preocupante

Quase ameaçada

Vulnerável Dados deficientes Não avaliado

Em perigo

Em perigo crítico

Extinto na natureza

Nacional Paraná Santa Catarina Rio Grande do Sul

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AlsodidaeLimnomedusa macroglossa

Rãzinha-de-corredeiraFoto: Tiago Gomes dos Santos

BufonidaeMelanophryniscus atroluteusSapinho-da-barriga-coloridaFoto: Tiago Gomes dos Santos

Bufonidae Melanophryniscus alipioi

Sapinho-da-barriga-coloridaFoto: Lucas Batista Crivellari

Bufonidae Melanophryniscus cambaraensis

Sapinho-verde-da-barriga-colorida Foto: Axel Kwet

Bufonidae Melanophryniscus devincenziiSapinho-da-barriga-coloridaFoto: Tiago Gomes dos Santos

BufonidaeMelanophryniscus dorsalis

Sapinho-da-barriga-coloridaFoto: Axel Kwet

8

BufonidaeMelanophryniscus montevidensis

Sapinho-da-barriga-coloridaFoto: Tiago Gomes dos Santos

BufonidaeMelanophryniscus sanmartiniSapinho-da-barriga-coloridaFoto: Tiago Gomes dos Santos

BufonidaeMelanophryniscus pachyrhynus

Sapinho-da-barriga-coloridaFoto: Tiago Gomes dos Santos

BufonidaeMelanophryniscus simplex

Sapinho-da-barriga-coloridaFoto: Axel Kwet

BufonidaeMelanophryniscus tumifronsSapinho-da-barriga-colorida

Foto: Axel Kwet

BufonidaeMelanophryniscus vilavelhensis

Sapinho-da-barriga-coloridaFoto: Lucas Batista Crivellari

9

BufonidaeRhinella achavali

Sapo-cururuFoto: Tiago Gomes dos Santos

BufonidaeRhinella arenarum

Sapo-cururuFoto: Tiago Gomes dos Santos

BufonidaeRhinella dorbignyi Sapo-granuloso

Foto: Tiago Gomes dos Santos

BufonidaeRhinella icterica

Sapo-cururuFoto: Samanta Iop

BufonidaeRhinella fernandezae

Sapo-granulosoFoto:Tiago Gomes dos Santos

BufonidaeRhinella schneideri

Sapo-cururuFoto: Tiago Gomes dos Santos

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CeratophrydaeCeratophrys ornata

Sapo-intanhaFoto: Axel Kwet

HylidaeAplastodiscus perviridisPerereca-do-bambuzal

Foto: Vinícius Matheus Caldart

HylidaeDendropsophus micropsPererequinha-do-brejo

Foto: Axel Kwet

HylidaeDendropsophus minutusPererequinha-do-brejo

Foto: Tiago Gomes dos Santos

HylidaeDendropsophus nahdereri

Pererequinha-do-brejoFoto: Axel Kwet

HylidaeDendropsophus nanusPererequinha-do-brejo

Foto: Axel Kwet11

HylidaeDendropsophus sanborniPererequinha-do-brejo

Foto: Tiago Gomes dos Santos

HylidaeHypsiboas albopunctatus

Perereca-cabrinhaFoto: Axel Kwet

HylidaeHypsiboas bischoffi

PererecaFoto: Axel Kwet

HylidaeHypsiboas cainguaPerereca-listrada

Foto: Tiago Gomes dos Santos

Hylidae Hypsiboas faber

Sapo-marteloFoto: Vinícius Matheus Caldart

HylidaeHypsiboas guentheri

Perereca Foto: Axel Kwet

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HylidaeHypsiboas joaquini

PererecaFoto: Samanta Iop

HylidaeHypsiboas pulchellusPerereca-do-banhado

Foto: Samanta Iop

HylidaeHypsiboas cf. joaquini

PererecaFoto: Tiago Gomes dos Santos

HylidaeHypsiboas stellae

PererecaFoto: Tiago Gomes dos Santos

HylidaeHypsiboas leptolineatus

PererecaFoto: Suélen da Silva Alves Saccol

HylidaeHypsiboas prasinus

PererecaFoto: Axel Kwet

13

HylidaePhyllomedusa distinctaPerereca-das-folhagens

Foto: Axel Kwet

HylidaePhyllomedusa iheringiiPerereca-das-folhagens

Foto: Samanta Iop

HylidaePhyllomedusa rustica

Perereca-das-folhagensFoto: Elaine Lucas Gonsales

HylidaePhyllomedusa tetraploidea

Perereca-das-folhagensFoto: Tiago Gomes dos Santos

HylidaePseudis cardosoi

Rã-boiadoraFoto: Tiago Gomes dos Santos

HylidaePseudis minuta

Rã-boiadoraFoto: Tiago Gomes dos Santos

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HylidaeScinax aromothyella

Perereca-das-tormentasFoto: Samanta Iop

HylidaeScinax berthae

Perereca-de-pintas-laranjasFoto: Tiago Gomes dos Santos

HylidaeScinax catharinae

PererecaFoto: Axel Kwet

HylidaeScinax fuscovarius

Perereca-raspa-cuiaFoto: Tiago Gomes dos Santos

HylidaeScinax granulatus

Perereca-de-banheiro Foto: Tiago Gomes dos Santos

HylidaeScinax imbegue

PererecaFoto: Axel Kwet

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HylidaeScinax nasicus

Perereca-de-peito-manchadoFoto: Tiago Gomes dos Santos

HylidaeScinax perereca

PererecaFoto: Tiago Gomes dos Santos

HylidaeScinax rizibilis

Perereca-rizadinhaFoto: Axel Kwet

HylidaeScinax squalirostrisPerereca-nariguda

Foto: Suélen da Silva Alves Saccol

HylidaeScinax tymbamirim

PererecaFoto: Samanta Iop

HylidaeScinax uruguayus Perereca-uruguaia

Foto: Tiago Gomes dos Santos

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HylidaeSphaenorhynchus caramaschi

Sapinho-limãoFoto: Luis Felipe Toledo

HylidaeSphaenorhynchus surdus

Sapinho-limãoFoto: Suélen da Silva Alves Saccol

HylidaeTrachycephalus dibernardoi

Perereca-grudentaFoto: Mirco Solé

HylidaeTrachycephalus mesophaeus

Perereca-grudentaFoto: Axel Kwet

HylidaeTrachycephalus typhonius

Perereca-grudentaFoto: Tiago Gomes dos Santos

LeptodactylidaeLeptodactylus chaquensis

Rã-criolaFoto: Tiago Gomes dos Santos

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LeptodactylidaeLeptodactylus furnarius

Rã-assoviadoraFoto: Tiago Gomes dos Santos

LeptodactylidaeLeptodactylus fuscus

Rã-assoviadoraFoto: Tiago Gomes dos Santos

LeptodactylidaeLeptodactylus gracilis

Rã-listradaFoto: Samanta Iop

LeptodactylidaeLeptodactylus labyrinthicus

Rã-pimentaFoto: Tiago Gomes dos Santos

LeptodactylidaeLeptodactylus latinasus

Rã-piadoraFoto: Tiago Gomes dos Santos

Leptodactylidae Leptodactylus latrans

Rã-manteigaFoto: Samanta Iop

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LeptodactylidaeLeptodactylus mystacinus

Rã-de-bigodeFoto: Jeferson L. S. de Arruda

LeptodactylidaeLeptodactylus notoaktites

Rã-pingo-de-chuvaFoto: Axel Kwet

LeptodactylidaeLeptodactylus plaumanni

Rã-listradaFoto: Samanta Iop

LeptodactylidaeLeptodactylus podicipinus

Rã-pingo-de-chuvaFoto: Tiago Gomes dos Santos

LeptodactylidaePhysalaemus biligonigerus

Rã-choronaFoto: Tiago Gomes dos Santos

LeptodactylidaePhysalaemus cuvieri

Rã-cachorroFoto: Tiago Gomes dos Santos

19

LeptodactylidaePhysalaemus cf. gracilis

Rã Foto: Tiago Gomes dos Santos

LeptodactylidaePhysalaemus gracilis

Rã-choronaFoto: Tiago Gomes dos Santos

LeptodactylidaePhysalaemus henselii

Rã Foto: Tiago Gomes dos Santos

LeptodactylidaePhysalaemus lisei

Rã-mosquitoFoto: Axel Kwet

LeptodactylidaePhysalaemus riograndensis

Rã-choronaFoto: Tiago Gomes dos Santos

LeptodactylidaePleurodema bibroni

Rã Foto: Rodrigo Lingnau

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LeptodactylidaePseudopaludicola falcipes

Rãzinha Foto: Tiago Gomes dos Santos

MicrohylidaeElachistocleis bicolor

Sapo-GuardaFoto: Samanta Iop

MicrohylidaeElachistocleis erythrogaster

Rã-grilo-de-barriga-vermelha Foto: Axel Kwet

OdontophrynidaeOdontophrynus americanus

Sapo-da-enchenteFoto: Samanta Iop

LeptodactylidaeOdontophrynus maisuma

Sapo-da-enchenteFoto: Tiago Gomes dos Santos

RanidaeLithobates catesbeianus

Rã-touroFoto: Tiago Gomes dos Santos

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ApoioRealização

(51) 3308.6776

[email protected]

ufrgs.br/redecampossulinos

facebook.com/RedeCamposSulinos

Rede Campos Sulinos

Av. Bento Gonçalves, 9500 UFRGS - Campus do ValeSetor 4, prédio 43411, sala 205CEP 91501-970Porto Alegre – Rio Grande do Sul

Foto: Tiago Gomes dos Santos