bioma campos sulinos

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Universidade Federal de Alagoas Centro de Tecnologia

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Page 1: Bioma   Campos Sulinos

Universidade Federal de AlagoasCentro de Tecnologia

Page 2: Bioma   Campos Sulinos

Campos se referem a um tipo de vegetação composta predominantemente por gramíneas e outras herbáceas, classificado como Estepe no sistema fitogeográfico internacional, e que alimenta aproximadamente 65 milhões de ruminantes (BERRETA, 2001).

No Brasil os Campos Sulinos também são conhecidos como: Campos do Sul, Campanha Gaúcha ou Pampa. Porém, os Pampas são apenas um pedaço das terras dos Campos Sulinos. O Bioma engloba também campos mais altos e algumas áreas semelhantes a savanas.

Área de campos mais altosÁrea semelhante a savanas

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Área de campos mais altos

Localização continental

O Bioma Campos compreende 500mil km² (latitudes: 24° e 35° S; longitudes: 57° e 63° W), abrangendo o Uruguai, Nordeste da Argentina, Sul do Brasil, e parte do Paraguai (PALLARÉS et al 2005). A parte brasileira do Bioma e representa 2,07 % (176.496 km²) do território nacional.

Percentual dos Biomas brasileiros

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Clima 

Os Campos Sulinos são marcados por um clima subtropical, sendo caracterizado por altas temperaturas no verão, chegando a 35ºC, possuindo um inverno marcado com geadas podendo, também, haver a ocorrência de neve em algumas regiões, registrando temperaturas negativas.

Verão

Geadas Inverno

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Vegetação Herbácea

Vegetação 

A vegetação é predominantemente herbácea, com alturas que variam de 10 a 50 cm, dentre elas gramíneas, leguminosas e compostas, compondo uma paisagem homogênea.

É mais diversificada nas proximidades de áreas mais altas, caracterizada por ser mais densa, arbustiva e arbórea nas encostas de planaltos, onde existem matas com grandes pinheiros, e ao longo dos cursos de água, além de haver a ocorrência de banhados (Chomenko, 2006).

Próximo ao litoral, a paisagem é marcada pela presença de banhados, ambientes alagados onde aparecem juncos, gravatás e aguapés. O mais conhecido banhado é o de Taim, onde foi criada, em 1998, uma estação ecológica administrada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) para preservação de tão importante ecossistema.

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Colinas

Relevo 

O relevo nos Campos Sulinos é suavemente ondulado, aplainado entre 500m e 800m de altitude. Predominam planícies, mas podem ser encontradas algumas colinas, na região conhecidas como “coxilhas”. Além das coxilhas existem também alguns planaltos. Cavernas e grutas são comuns.

Geomorfologia

A extensão que comporta o maior percentual de área do Bioma é composta por quase toda parte da: Planície Litorânea, Planalto Sul-riograndense, Depressão Central e Planalto da Campanha, além de se estender também por parte do Planalto das Araucárias.

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Solo 

Na região dos Pampas o solo é fértil. Por isso, estes campos são normalmente procurados para desenvolvimento de atividades agrícolas. Ainda mais férteis são as áreas com solo do tipo "terra roxa“.

Em áreas de planalto os solos são também avermelhados, mas não possuem a fertilidade da terra roxa. Na planície litorânea o solo é bastante arenoso.

Solo de Terra Roxa

Cor avermelhada do solo

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Mapa Hidrográfico

Hidrografia

Destacam-se como rios importantes deste Bioma o Santa Maria, o Uruguai, o Jacuí, o Ibicuí e o Vacacaí. Estes e outros da região se dividem em três bacias hidrográficas: a do Uruguai, a do Guaíba e a Litorânea. Além disso, próximos ao litoral existem muitos lagos e lagoas. A Lagoa dos Patos, é a maior laguna do Brasil e a segunda maior da América Latina, com 265 km de comprimento.

Precipitação 

A precipitação média está em torno de 1200mm e 1600 mm anuais com chuvas concentradas nos meses de inverno sendo um clima frio e úmido (da Silva Júnior & Sasson,1995; Uzunian & Birner, 2001).

ColinasColinas

Page 9: Bioma   Campos Sulinos

Litologia

A partir do esquema de eventos geológicos que ocorreram nas unidades litológicas expostas no Pampa Olaen, em Cordoba, Argentina (modificado de Sureda et al., 2002) é possível transportar os dados para a realidade dos Campos Sulinos (ou Pampas do Brasil).

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Estimativas recentes indicam que esta região é composta de pelo menos 3.000 plantas vasculares, com 450 espécies de gramíneas e 150 de leguminosas, além de 385 aves e 90 mamíferos (Nabinger, 2007), sendo parte destas espécies chamadas endêmicas, pois só ocorrem neste ecossistema. É por isto que os campos pampeanos, na sua composição de flora e fauna, podem ser considerados tão importantes quanto uma floresta tropical, para a conservação da biodiversidade planetária.

Entre as árvores de maior porte, que são fornecedoras de madeira, temos o louro-pardo, o cedro, a cabreúva, a grápia, a guajuvira, a caroba, a canafístula, a bracatinga, a unha-de-gato, o pau-de-leite, a canjerana, o guatambu, a timbaúva, o angico-vermelho, entre outras espécies características como a palmeira-anã (Diplothemium campestre). Os campos sulinos possuem uma diversidade de mais de 515 espécies. Já os terrenos planos das planícies e planaltos gaúchos e as coxilhas, de relevo suave-ondulado, são colonizadas por espécies pioneiras campestres que formam uma vegetação do tipo ‘savana aberta’ (Ambiente Brasil, 2007).

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Produtores

Em recente estudo desenvolvido na região (Boldrini et al. 2006) dos campos de altitude, envolvendo Rio Grande do Sul e Santa Catarina, no entorno do rio Pelotas e afluentes, foram contabilizadas 1.087 espécies. As famílias com maior número de representantes foram: Asteraceae (277), Poaceae (238), Fabaceae (88), Cyperaceae (71), Solanaceae (31), Apiaceae (30), Rubiaceae (29), Lamiaceae (24) e Euphorbiaceae (23), as quais constituem 75% (809 spp.) do total de espécies. As demais famílias perfazem 25% (278 spp.).

Andropogon lateralis

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Consumidores

Dos organismos consumidores existentes nos Campos Sulinos podemos citar algumas espécies de mamíferos, aves, repteis, anfíbios, peixes e insetos.

Gambá-da-orelha-branca

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Teia alimentar

Uma teia alimentar é caracterizada por possuir depredadores topo, mesodepredadores, consumidores primários e produtores. Um exemplo de teia alimentar característico dos Campos Sulinos pode visto na figura abaixo.

Exemplo de teia alimentar dos Campos Sulinos

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Espécies endêmicas e ameaçadas de extinção

Endemismos e espécies ameaçadas são indicadores importantes para a indicação de áreas para conservação e revelam locais com particularidades próprias. No pampa gaúcho, há, no mínimo, 2,5 mil espécies da flora e de trezentas a quatrocentas espécies de aves. Dessas 2,5 mil espécies da flora, 10% estão em situação de ameaça.

Um dos animais mais ameaçados de extinção é o Gato dos Pampas (Felis Colocolo), que mede 85 cm, sendo 25 cm de calda. O habitat dele se estende desde o Sul da Patagônia, por quase toda a Argentina, Chile, peru e Equador. É de hábito noturno, como a maioria dos felinos. No Brasil atinge o Estado de Mato grosso do Sul, onde é encontrado em todo “chapadão”

Gato dos Pampas

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Dentre as unidades de conservação existentes no Rio Grande do Sul das que abragem o Bioma Campos Sulinos citamos duas importantes:

• Área de Proteção Ambiental do Ibirapuitã

• Estação Ecológica do Taim.

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APA do Ibirapuitã

A APA do Ibirapuitã está localizada na região sudoeste do Rio Grande do Sul, nos municípios de Alegrete (15,22%), Quaraí (12,22%), Santana do Livramento (56,81%) e Rosário do Sul(15,22%) num perímetro de 260 Km, fazendo divisão com o Uruguai.

Localização da APA Municípios/ APA

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A APA do Ibirapuitã foi criada em 20 de maio de 1992 pelo Decreto Federal n°529. Possui uma extensão territorial de318.757,00 hectares.

Cantagalo, Quaraí/RS - Interior da APA do Ibirapuitã/ICMBio

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Estação ecológica do Taim (ESEC Taim)

Estação Ecológica do Taim foi criada em 1978, é administrada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). Possui uma área de 33.815 hectares, situando-se na estreita faixa de terra entre o Ocean Atlântico e a Lagoa Mirim. Compreende partes dos municípios de Santa Vitória do Palmar e Rio Grande, no Estado do Rio Grande do Sul.

Banhados do Taim

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A economia da porção meridional, localizada na metade Sul, menos industrializada é baseada em atividades rurais, como a pecuária de corte. E apesar de abranger metade do território, a região concentra um quarto da população, sendo responsável por apenas 21% do PIB do Estado. É nesse contexto que se insere boa parte da extensão do Bioma Campos Sulinos, ou seja, grande parte de sua extensão, hoje, está ocupada por propriedades que lidam com o gado. (Observatório Social, 2008).

Pecuária de corte

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A agricultura também existe na região. O plantio de arroz, soja e eucalipto é responsável por grande parte do desmatamento e erosão do solo nos pampas. Porém, nenhuma das ameaças que circundam este Bioma, nos dias atuais, é tão preocupante como a expansão das plantações de árvores exóticas (eucalipto, pinus e acácia-negra) que vem ocorrendo na região.

Plantação de Eucalipto

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Estão assinaladas no mapa as formações remanescentes, que correspondem à vegetação que permanece preservada ou pouco alterada, e os antropismos, ou seja, as áreas afetadas pelas atividades humanas. Estas, mapeadas como vegetação secundária e atividades agrárias, estão representadas no mapa por um pontilhado que recobre as cores que representam os tipos de vegetação original.

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Os Campos Sulinos possuem algumas particularidades que os diferem dos outros seis Biomas brasileiros.

Um pesquisador chamado Lindmann em 1906 fez a seguinte pergunta: “Por que tanto campo no RS se o clima seria favorável à presença de florestas ?

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•Os períodos climáticos que ocorreram entre 42.000-10.000a.C. Desde a era gelo, as gramíneas dominam, indicando que o clima era frio e seco. Não havia árvores.

•Em 10,000 a.C as temperaturas se elevaram mas as araucárias não expandiram-se pois o clima permaneceu seco. A mata Atlântica migrou para o sul ao longo da costa onde as condições eram mais favoráveis.

•De 10.000a.C até os dias atuais o fogo tornou-se cada vez mais presente. Isto ocorreu provavelmente pela chegada de indígenas que se alimentavam da caça e realizavam o manejo do seu habitat.

•Em torno de 4000a.C o clima tornou-se úmido, permitindo a expansão das florestas. A velocidade de expansão aumentou grandemente até 1100a.C, levando a substituição das pastagens nativas pela floresta, formando grandes áreas florestais no planalto do RS. Porém esta expansão na ocorreu de forma a ocupar todo o espaço hoje ocupado pelos Campos Sulinos.

•Outros fatores surgiram já no século 17 com a introdução de eqüinos e bovinos por parte dos Jesuíta.

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Importâncias da sua preservação

Os campos deste Bioma, pela sua diversidade biológica (flora, invertebrados, peixes, répteis e anfíbios, aves e mamíferos), além dos fatores abióticos e pressão antrópica a que estão submetidos, estão contemplados como área de extrema importância biológica para conservação.

Entre outros motivos para sua preservação, acrescenta-se o fato de que abaixo do solo dos Campos Sulinos está o Aquífero Guarani, uma das maiores reservas de água doce subterrânea do mundo, dividida entre Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai.

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