anÁlise da gestÃo de pessoas na administraÇÃo...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE ECONOMIA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL MODALIDADE A DISTÂNCIA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ANÁLISE DA GESTÃO DE PESSOAS NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DE ITAPORANGA PARAÍBA, COM ENFÂSE NA OFERTA DE CAPACITAÇÃO AOS FUNCIONÁRIOS Marla Jamara Fonseca Costa Araújo Pós-graduanda lato sensu em Gestão Pública Municipal - UFPB Luiz Antônio Coêlho da Silva Professor Convidado da UAB Virtual do Curso de Especialização em Gestão Pública Municipal - UFPB RESUMO Este trabalho tem como objetivo primordial analisar as novas configurações da gestão pública, com ênfase nas transformações ocorridas no setor de gestão de pessoas, em busca da qualificação da mão de obra do funcionário municipal de Itaporanga PB e da implantação de uma gestão empreendedora, a qual é voltada para a busca constante de resultados, com o objetivo de melhorar o desenvolvimento local. Após o conhecimento destes fatos, nota-se que para que a gestão possa tornar-se eficiente, faz-se necessária a participação de todos, desde o gestor até os funcionários, que possuem o contato direto com a população e são responsáveis pelo conhecimento dos problemas sociais enfrentados. Os gestores atualmente estão tentando implantar uma gestão participativa, facilitando o diálogo entre gestores e a sociedade, onde o povo possa participar e expor os problemas e as possíveis soluções. Os procedimentos metodológicos utilizados neste trabalho são de caráter descritivo/exploratório/qualitativo. Para esse estudo foi utilizado ainda duas abordagens: teórica e empírica. A abordagem teórica dispõe de livros, revistas, periódicos e outros; já na empírica foi realizada aplicação e análise de questionários com o gestor municipal e com os funcionários municipais, tornando conhecido a realidade do funcionalismo público e os principais problemas enfrentados pelo gestor do município em estudo. Como resultados descobriram-se a falta de treinamento no setor pesquisado e a falta de atualização dos funcionários que demandam mais cursos/treinamentos. Portanto, conclui-se que a gestão de pessoas do município necessita de melhorias constantes em seus cursos, palestras e treinamentos, objetivando um melhor atendimento ao cidadão. Palavras-chave: Gestão de Pessoas, Capacitação, Gestão Participativa.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

DEPARTAMENTO DE ECONOMIA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL MODALIDADE A DISTÂNCIA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

ANÁLISE DA GESTÃO DE PESSOAS NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

DE ITAPORANGA – PARAÍBA, COM ENFÂSE NA OFERTA DE

CAPACITAÇÃO AOS FUNCIONÁRIOS

Marla Jamara Fonseca Costa Araújo

Pós-graduanda lato sensu em Gestão Pública Municipal - UFPB

Luiz Antônio Coêlho da Silva

Professor Convidado da UAB Virtual do Curso de Especialização em Gestão Pública

Municipal - UFPB

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo primordial analisar as novas configurações da gestão pública,

com ênfase nas transformações ocorridas no setor de gestão de pessoas, em busca da

qualificação da mão de obra do funcionário municipal de Itaporanga – PB e da implantação de

uma gestão empreendedora, a qual é voltada para a busca constante de resultados, com o

objetivo de melhorar o desenvolvimento local. Após o conhecimento destes fatos, nota-se que

para que a gestão possa tornar-se eficiente, faz-se necessária a participação de todos, desde o

gestor até os funcionários, que possuem o contato direto com a população e são responsáveis

pelo conhecimento dos problemas sociais enfrentados. Os gestores atualmente estão tentando

implantar uma gestão participativa, facilitando o diálogo entre gestores e a sociedade, onde o

povo possa participar e expor os problemas e as possíveis soluções. Os procedimentos

metodológicos utilizados neste trabalho são de caráter descritivo/exploratório/qualitativo. Para

esse estudo foi utilizado ainda duas abordagens: teórica e empírica. A abordagem teórica

dispõe de livros, revistas, periódicos e outros; já na empírica foi realizada aplicação e análise

de questionários com o gestor municipal e com os funcionários municipais, tornando

conhecido a realidade do funcionalismo público e os principais problemas enfrentados pelo

gestor do município em estudo. Como resultados descobriram-se a falta de treinamento no

setor pesquisado e a falta de atualização dos funcionários que demandam mais

cursos/treinamentos. Portanto, conclui-se que a gestão de pessoas do município necessita de

melhorias constantes em seus cursos, palestras e treinamentos, objetivando um melhor

atendimento ao cidadão.

Palavras-chave: Gestão de Pessoas, Capacitação, Gestão Participativa.

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1 – INTRODUÇÃO

Com as modificações ocorridas na atualidade, nota-se que o termo Administração de

Recursos Humanos é utilizado de forma restrita, relacionando-se principalmente com as

pessoas que trabalham em organizações no setor de recursos humanos. Então, estão sugerindo

a mudança de nomenclatura, onde essa passaria a ser conhecida como Gestão de Pessoas, a

qual estar relacionada principalmente a relação de pessoas.

Essas mudanças geram um ambiente complexo, marcado pelos avanços tecnológicos

e científicos, além das mudanças de conceito, de valores e ruptura de paradigmas que

norteiam todos os segmentos da sociedade. No contexto da gestão de pessoas, os gestores se

deparam com a necessidade do novo, tanto em aspectos administrativos quanto políticos.

Portanto, os gestores públicos necessitam se qualificar e qualificar seus funcionários, para que

assim consigam acompanhar as modificações dessa nova gestão de pessoas.

A gestão de pessoas passou a ser uma versão atualizada do setor de recursos

humanos, pois funciona na mesma linha de pensamento, onde a qualificação dos serviços dos

funcionários públicos torna-se importante. Visto que a maioria desses funcionários é

responsável por mudanças ocorridas em determinados setores e projetos, que podem ser

elaborados com o apoio dos gestores e por profissionais especializados contratados

adaptando-se a um cenário moderno.

Em decorrência a essas mudanças, os gestores que estão inseridos no mercado de

trabalho buscam novas maneiras de se adaptarem a esse novo cenário, sendo obrigados a

determinarem alguns pontos estratégicos para que a gestão de pessoas fique mais eficiente,

sendo os principais: a padronização dos processos, o ambiente de inovação, a aprendizagem

contínua, entre outros de suma importância para a adequação a este novo ambiente

organizacional. Portanto, verifica-se que os cidadãos estão cada vez mais conscientes e

aversos a tratamentos desumanos ou desiguais, propiciando assim às mudanças constantes nas

esferas estruturais e humanas.

Todavia, observa-se que um bom atendimento é essencial para que exista um

relacionamento entre os funcionários públicos e a sociedade. Em uma análise mais criteriosa,

vê-se que os gestores passaram a procurar qualificar melhor os seus servidores, que são

responsáveis pela transmissão dos problemas enfrentados pela população, além da busca por

soluções rápidas às demandas sociais. Assim, quando o gestor público passa a ter

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conhecimento do problema social, se reúne com sua equipe técnica para que seja efetuada a

elaboração e a implantação de um projeto capaz de resolver tal problema.

Considerando-se que os órgãos públicos estaduais e municipais, além das empresas

privadas, são os principais responsáveis pela geração de emprego e renda nas cidades em que

estão instalados, proporcionando aumento do crescimento e desenvolvimento local, formulou-

se a problemática central da pesquisa: como funciona a gestão de pessoas na administração

pública do município de Itaporanga, na Paraíba, com ênfase na oferta de capacitação aos

funcionários?

A partir do que vem sendo citado, surge à motivação pela temática da pesquisa a ser

realizada, da necessidade de se conhecer e analisar o funcionamento da gestão de pessoas na

administração pública, na busca por qualidade e excelência nos serviços públicos oferecidos à

sua população.

Busca-se ainda, com a realização da pesquisa proposta estudar as novas

configurações da gestão pública, a importância da gestão de pessoas na administração pública,

mostrar como a qualidade e a excelência desses serviços interferem na relação existente entre

o gestor municipal e a sociedade local.

Os dados desse trabalho foram organizados na fundamentação teórica, a qual estar

dividida em quatro tópicos.

No primeiro tópico encontramos as novas configurações da gestão pública e a gestão

de pessoas, onde são expostas as mudanças que ocorreram na gestão pública e a mudança do

setor de recursos humanos para gestão de pessoas.

No segundo tópico o leitor encontrará Desafios para a Gestão de Pessoas e o

Funcionamento de Gestão Pública Empreendedora, essa faz relação aos desafios enfrentados

pelos gestores na administração do município, e também está em constante busca por

resultados rápidos e eficazes.

No terceiro tópico estar relatando o Papel do Treinamento na Gestão de Pessoas, a

importância do treinamento a ser realizado com os funcionários públicos, pois estes são

responsáveis de forma direta ou indireta na relação existente entre população e gestor

municipal.

No quarto tópico mostra-se o planejamento estratégico como uma forma de resolução

de problemas. Este mostra que o gestor passou a utilizar de formas estratégicas para a

elaboração de projetos que possam resolver os problemas expostos a ele.

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Seguido da apresentação do resultado da pesquisa podemos encontrar o detalhamento

da pesquisa e uma análise do funcionalismo público da prefeitura municipal de Itaporanga-

PB.

Por fim, se é encontrada as conclusões do trabalho, as referências e os apêndices que

são compostos pelas entrevistas aplicadas com o gestor municipal e com os funcionários da

prefeitura de Itaporanga – Paraiba.

2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 As Novas Configurações da Gestão Pública e a Gestão de Pessoas

Ao abordar qualquer questionamento relacionado com a Gestão Pública, nota-se que

esse está sempre passando por transformações, onde o gestor vê-se na obrigação de investir

em novas tecnologias e no capital humano, ou seja, propiciar formas para que o conhecimento

individual seja agregado com o conhecimento coletivo, para que desta forma se crie valores

que não se encontram à venda, que seria a mão-de-obra qualificada e satisfeita.

Segundo Araújo (2010), o gestor deve atender qualquer que seja a área, e deve

pensar na organização como um todo, pois suas ações estão na ponta de uma organização,

estando sempre próximo aos funcionários e a população.

Nota-se que a partir de investimentos na informatização do sistema realizado na

esfera pública seja ela federal, municipal ou estadual, permite-se que o cidadão possa interagir

com vários órgãos, ficando mais próximo dos gestores e funcionários municipais, criando de

forma conjunta estratégias que gerem melhorias estruturais, econômicas e sociais no

município.

Em busca dessas melhorias encontramos uma possível substituição do termo

Recursos Humanos por Gestão de Pessoas. Conforme Araújo (2010), os argumentos

utilizados em prol dessa mudança de nomenclatura ressaltam que o termo Administração de

Recursos Humanos é muito restrito, pois implica na percepção das pessoas que trabalham

numa organização apenas como recursos. No entanto, o novo termo proposto reflete a uma

concepção acerca de pessoas e das organizações que poderá ser compreendida de forma

melhor, estando submetida à gestão de pessoas.

De acordo com Gil (2010), a Administração de Recursos Humanos pode ser

entendida como uma administração de pessoal baseada em uma abordagem sistêmica, a qual

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pode ser definida de várias formas, como: um conjunto de elementos unidos para a realização

de algo, uma combinação de partes, entre outras.

Com relação à expressão Gestão de Pessoas Gil (2010, p.1), diz que ela é a função

gerencial que visa à cooperação das pessoas que atuam nas organizações para o alcance dos

objetivos tanto organizacionais quanto individuais na organização. A Gestão de Pessoas, no

entanto, constitui uma tendência que se manifesta mais no meio acadêmico que propriamente

nas empresas, visto que a expressão estar ganhando adeptos; logo, as empresas e organizações

começaram a enxergar os funcionários como parceiros, incentivando-os a participarem nas

decisões e utilizando ao máximo o talento das pessoas para a obtenção da sinergia necessária

para o alcance dos resultados esperados.

Conforme Gil (2010), a gestão de pessoas abrange um amplo leque de atividades,

como: recrutamento de pessoal, descrição de cargos, treinamento e desenvolvimento,

avaliação de desempenho, etc. Depois de por em práticas as atividades acima, o gestor passa a

conhecer o funcionário, e assim pode destiná-lo para o setor que mais se adeque.

Em meio a esse cenário de transformações, o gestor enfrenta as diversidades e a

cooperação das partes envolvidas. Para que a gestão proporcione resultados positivos exige-se

que haja comunicação entre os envolvidos, ou seja, o gestor busca ser hábil no sentido de

identificar eventuais ruídos no relacionamento entre as pessoas, visando assegurar um

desenvolvimento regular dos trabalhos na organização.

Para que se possam alcançar os objetivos almejados fazem-se necessário expô-los

para os envolvidos, para que trabalhem de maneira consciente e para que a gestão seja

transparente com a população. Um desses objetivos certamente é contribuir para que o

município realize seus trabalhos/serviços com êxito, bem como possibilitar a não

competitividade entre o funcionalismo. O gestor deve definir os envolvidos como

colaboradores, e não simplesmente funcionários, mas essa relação tem que ser recíproca tanto

do ponto de vista do funcionário quanto do gestor, assim ambos necessitam de motivação.

A motivação garante qualidade nas ações desenvolvidas. Para que isso aconteça é

necessário que exista uma reflexão por parte de todos os envolvidos, tanto do gestor quanto

do funcionário; sabendo-se que se o serviço desenvolvido é oferecido com excelência todos os

envolvidos ficarão satisfeitos.

O gestor de pessoas deve ter sempre uma perspectiva daquilo que quer, pensando

sempre sobre o futuro, e para isso faz-se necessário um planejamento estratégico

organizacional, deixando os objetivos e metas bem claros. Assim, é necessária a participação

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e a colaboração de todos na organização para o alcance de resultados positivos, assim a

responsabilidade é de todos; neste sentido, o espírito de equipe é essencial.

Por isso, é que o gestor deve ter sempre um espírito crítico, uma opinião própria e

uma grande capacidade de flexibilização, tendo em vista às grandes e rápidas transformações

sociais que ocorrem no mundo, como a globalização. Assim, as soluções e procedimentos de

problemas e conflitos é algo presente na realidade municipal, se fazendo necessário

encaminhamentos imediatos a fim de que não tragam novos problemas.

Não se pode esquecer que a mão de obra são os seres humanos, e não simplesmente

objetos de mais valia (excedentes). São as pessoas que fazem a instituição desenvolver-se. Os

seres humanos são o fator dinamizador e impulsionador da organização, sendo assim, devem

ser sempre tratados com respeito, afeto, tolerância, solidariedade, valorizando-se e formando-

se um profissional humano, e não apenas técnico.

2.2 Desafios para a Gestão de Pessoas e o Funcionamento de Gestão Pública

Empreendedora

As constantes mudanças no cenário mundial geram um ambiente de desafios em

todos os setores, onde todos tentam adaptar-se a elas. Em especial, estudaremos os desafios

enfrentados na Gestão de Pessoas, os quais não são poucos.

Segundo Gil (2010), essa ciência da administração vem sendo cada vez mais

desafiada a superar um número cada vez maior de problemas decorrentes da transição pela

qual passa o mundo contemporâneo. Transição essa que corresponde ao declínio da economia

de base industrial e ao surgimento de uma nova ordem econômica. Dessa forma, a Gestão de

Pessoas, mais que qualquer outro ramo da Administração, vem sofrendo esses desafios,

sobretudo, porque sua matéria prima é exatamente o conhecimento.

A gestão de pessoas tende a torna-se o mais importante setor da administração, seus

agentes tendem a ser selecionados pelo seu nível de capacitação, sejam elas técnicas,

bacharéis, entre outras, mas também é vista a competência do profissional em questão.

Para Gil (2010), os desafios podem ser divididos em: desafios ambientais, desafios

organizacionais e desafios individuais. Os ambientais são considerados as forças externas das

organizações, as quais influenciam no desempenho da própria organização. Entre esses

desafios pode-se destacar: a globalização, a participação do estado, a responsabilidade social e

o nível de exigência do mercado.

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Os desafios organizacionais decorem dos problemas internos das organizações.

Podem ser considerados subprodutos das forças ambientais, pois nenhuma empresa opera no

vácuo, essas costumam apresentar melhores condições para enfrentar os desafios. E os

desafios individuais referem-se às posturas adotadas pelas empresas em relação a seus

funcionários; essa é a mais importante para que uma organização possa atingir o estágio de

gestão de pessoas, onde se observa a ética, produtividade, segurança no trabalho, qualidade de

vida, qualificação profissional, entre outros.

Assim, para que exista uma superação dos desafios por parte dos gestores, viu-se a

necessidade da implantação da gestão empreendedora.

Para a SGMPOG (2000), empreender significa obter resultados. Gestão

empreendedora significa gestão voltada para resultados. Pressupõe agilidade, dinamismo,

flexibilidade, e assim por diante, onde se busca trabalhar sempre com parcerias, pois ação

isolada é menos eficiente, pouco eficaz, tem custo alto, visão limitada e obtém resultados de

menor qualidade.

Ainda de acordo com a SGMPOG (2000), os pontos fortes da gestão empreendedora

são a transparência e o diálogo com a população, o qual pressupõe que a gestão está sendo

clara e informativa. É preciso informar e informar-se, saber o que está acontecendo, verificar

se o resultado está sendo atingido, se determinado padrão de qualidade está sendo observado,

se está havendo eficiência e eficácia. Pois, obter a informação, saber usá-la, gerenciá-la e

decidir a partir dela são hoje habilidades estratégicas em qualquer aparelho público.

O gestor começa a buscar soluções para os problemas atuais com a utilização de sua

equipe de trabalho, o qual cria um espírito de equipe dentro do município, onde os mais

qualificados podem utilizar das novas tecnologias, que podem ser passadas para os demais,

por meio da busca por maneiras de aperfeiçoamento dos funcionários. Isso seria feito com a

utilização de cursos profissionalizantes, palestras, entre outros treinamentos.

Portanto, para que sua inovação possa dá resultados positivos, o gestor tem que:

estabelecer objetivos, criar, manter e administrar uma equipe de bom nível, explicar as razões

do que deve ser feito, utilizar da transparência e honestidade, e tentar sempre que possível

inovar a sua maneira de agir diante das situações problema.

Há algum tempo os gestores começaram a investir mais nos seus funcionários,

buscando possibilitar a adaptação a esse novo estilo de governo, que busca sempre por

qualidade e excelência nos serviços prestados. O principal órgão fiscalizador desses serviços é

a população, que passou a ter voz ativa nessa nova forma de gestão, ou seja, o diálogo público

tornou-se mais freqüente entre os gestores e a população/gestores e funcionários.

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Os principais benefícios observados nessa gestão são que os funcionários passam a

ser mais capacitados. Sendo que a remuneração salarial é feita de acordo com o nível de

capacitação de cada um, gerando assim a procura por aprimoramento de conhecimento, além

de vários outros estímulos que os gestores estão proporcionando a sua equipe; levando-os a

trabalharem com dedicação e interesse. Nota-se, portanto, que a partir da implantação dessas

medidas os funcionários passaram a trabalhar com mais satisfação.

Quando se fala em satisfação profissional, fala-se em um trabalhador disposto a

ofertar o seu melhor em busca dos objetivos expostos. Pode-se observar ainda, que os maiores

beneficiados são os que necessitam desses serviços, que nesse caso é a população, que

passaram a receber serviços com mais qualidade.

Nota-se ainda, que os funcionários passaram a constituir o capital intelectual da

organização, devendo, portanto estes empregados serem tidos como parceiros, e não mais

como simples empregados. Algumas prefeituras e entidades já adotaram esse novo modelo e

obtiveram retorno satisfatório, valorizando o empregado como parceiro mais íntimo da

instituição, o que o torna mais evidente numa organização à medida que sua força de trabalho

esteja envolvida, principalmente com atividades especializadas.

Certamente será a valorização do capital intelectual da organização o diferencial nas

gestões de sucesso, o qual será responsável pela geração dos resultados positivos, com todos

os membros da gestão passando a ter o reconhecimento da população. Também ajudará com a

criação do espírito de socialização, de trabalho em grupo, propiciando crescimento tanto

pessoal como social e profissional.

2.3 O Papel do Treinamento na Gestão de Pessoas

Conforme foi observado no decorrer da realização desta pesquisa, notou-se a

importância do treinamento a ser realizado com os funcionários públicos que são responsáveis

de forma direta ou indireta na relação existente entre população e gestor municipal.

Milkovich e Boudreau (2000) consideram que o treinamento é um processo

sistemático para promover a aquisição de habilidades, regras, conceitos ou atitudes que

resultem em uma melhoria da adequação entre as características dos funcionários e as

exigências dos papéis funcionais, ou seja, treinar é a aquisição de conhecimento ou

aprimoramento do obtido.

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Segundo Araújo (2010, p. 78), as principais razões pela qual um gestor deve investir

no treinamento de funcionários são: esses identificam melhor as metas, reduzem as falhas na

comunicação, executam o remanejamento dos funcionários com mais rapidez e eficiência,

modernizam a organização, tem comprometimento com todas as tarefas a ele destinadas, entre

outras. Mas para que todas essas mudanças ocorram como o planejado, os funcionários devem

se adequar a esse novo modelo de organização, mudando assim o seu comportamento diante

de alguns fatos rotineiros, implantando os feedbacks, ser adeptos a avaliação e se auto

criticando quando necessário. Com essas mudanças o atendimento à população chega

próximo ao desejado.

Nota-se que para se ter um ambiente dinâmico nas organizações se requer o

desenvolvimento de ações voltadas a constante capacitação das pessoas, com vista em torná-la

mais eficazes naquilo que fazem.

Segundo Gil (1997, p. 18), a qualidade no atendimento envolve a eficácia no

atendimento ao consumidor na satisfação de seus anseios e desejos de consumo. Diante deste

contexto, pode-se observar que em atendimento, portanto, não importa o nível hierárquico do

funcionário dentro da organização. Todos que tiverem contato direto ou indireto com o cliente

serão considerados pessoas envolvidas na função de atendimento, que deverá ser

desenvolvido com qualidade.

A qualidade e a excelência resumem-se em escutar as necessidades da pessoa que

estão em busca de produto e/ou serviço. Com uma gestão aberta para o diálogo com a

sociedade se consegue um relacionamento mais passível, sem divergências; e quando se tem

divergências essas ficam mais fáceis de serem resolvidas, gerando assim uma gestão

democrática participativa, ou seja, todos os envolvidos no cotidiano devem participar da

gestão.

Os elementos chave para que a gestão seja bem vista podem ser encontrados em dois

conceitos: eficiência e eficácia. Para Sandroni (2005, p. 284), eficácia quer dizer “fazer o que

necessita ser feito para alcançar determinado objetivo”; já eficiência refere-se ao “resultado

do trabalho de um funcionário, isto é, se este ou o seu produto é adequado a um fim proposto.

Portanto, o que é considerado ideal é que uma tarefa ou produto seja eficaz (adequado) e que

a mesma seja realizada com eficiência”.

Conforme as mudanças ocorridas atualmente, cabe ao gestor municipal rever todos

os conceitos relacionados a gestão de pessoas. Este gestor deve buscar ainda a melhor forma

de como investir no melhoramento dos setores em termos estruturais, humanos e

organizacionais.

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Para melhor entendimento os seguintes fatores reforçaram a necessidade de

investimento nessa nova política, sendo os principais: estabelecimento de um novo estilo de

relações entre o serviço público e os usuários (reconhecidos como clientes). Isto implica dizer

que se preste atenção à percepção e as necessidades demandadas pelos clientes.

Os gestores deixaram de exigir apenas resultados de seus colaboradores; passou a

investir em seu capital humano, aumentando assim a motivação, a satisfação e o

reconhecimento; aumentando ainda, a produtividade e a competitividade.

Com profissionais satisfeitos pode-se deduzir que os serviços estão sendo bem

distribuídos e a população está satisfeita.

Para que os problemas sejam resolvidos um dos fatores que influenciam nessa hora é

a rapidez nas decisões, tão importante na atualidade. Só é possível tal solução com a

racionalização das atividades e com a ajuda das mais recentes tecnologias e dos funcionários

capacitados, que podem sugerir soluções atreladas a utilização da tecnologia, gerando assim

resultados rápidos e eficientes que podem ser encontrados em uma gestão que utiliza do

planejamento estratégico em toda a sua administração.

2.4 Planejamento estratégico: uma Forma de Resolução de Problemas

Segundo Santos e Cardoso (2001), a capacidade de avaliação pode desempenhar um

papel decisivo em quatro áreas principais na gestão pública. No diagnóstico inicial: a partir do

cenário em que se encontra definir as diretrizes para a formulação do tipo de política pública

necessária; no processo decisório: apresentar alternativas de ação, avaliando custos e

benefícios das políticas públicas adotadas, ajudando a identificar o que funciona e o que não

funciona; durante a implementação: o monitoramento dos resultados obtidos ao longo do

processo permite que o gestor conduza a política, efetuando os ajustes que se façam

necessários, devido a mudanças no cenário; e ao término da política, avaliam-se os resultados

obtidos, em relação ao que se esperava inicialmente.

A gestão pública por resultados foi, assim, desenvolvida como uma estratégia que

tem início no momento do planejamento estratégico e vai até o processo de feedback das

políticas públicas, podendo ser considerada uma prática de boa governança e

desenvolvimento institucional, respeitando princípios da distribuição eficiente de recursos

públicos e accountability (prestação de contas de forma transparente à sociedade pelo gestor).

A diversidade de situações existentes nos municípios e suas regiões mostram que

eles possuem características diferentes, e quando tratamos de desenvolvimento regional se

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difere ainda mais, pois a mesma está ligada as iniciativas de inúmeros agentes privados e

públicos.

Cabe, em cada caso, uma avaliação particular do município e de seu entorno

regional, de suas vantagens comparativas e competitivas, sendo definida a metodologia que

será utilizada para atingir tal desenvolvimento.

Apesar da existência de várias metodologias para o desenvolvimento de uma região,

nota-se que o planejamento estratégico vem se destacando a cada dia, onde as organizações

buscam por resultados rápidos para as metas impostas de médio e de longo prazo.

Esta metodologia permite ao gestor obter uma visão geral da problemática local,

identificar tendências e descobrir oportunidades, formular objetivos com perspectivas de

futuro, definir linhas de políticas, programas e projetos. Promove-se assim, um consenso e o

compromisso dos funcionários envolvido na elaboração dos planos de ação, impulsionando a

cooperação dos membros da prefeitura e o apoio do setor privado, gerando um processo forte

de caráter participativo e democrático.

Sempre em busca de qualidade total nos serviços que estão sendo oferecidos, a qual

está sendo observada por muitos, por causa de sua dinâmica de busca por novos desafios.

Porém, o planejamento estratégico pode ser visto como uma reforma na administração local

que solucionará e criará problemas a serem resolvidos pelos gestores. São criados setores para

que a administração possa controlar e observar melhor as modificações feitas, sendo os

principais setores: o núcleo estratégico, as atividades exclusivas, os serviços não-exclusivos, e

a produção de bens e serviços para o mercado.

Entende-se por núcleo estratégico o centro de decisão do governo, onde são

formuladas as políticas e as leis que orientaram a execução de todas as demais atividades.

As atividades exclusivas estão relacionadas ao setor em que a produção dos serviços

deveria, necessariamente, ser realizada pelo Estado, tais como serviços de fiscalização e poder

de polícia, entre outros.

Os serviços não-exclusivos referem-se a serviços em que, além do Estado, atuam

organizações públicas não estatais e a iniciativa privada.

Por fim, a produção de bens para o mercado caracterizava-se por atividades voltadas

para o mercado, que deveriam ser transferidas para a iniciativa privada, necessitando de forte

regulação quando se tratarem de monopólios naturais.

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3 - PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Esta pesquisa tem como metodologia um estudo de caso, com base no método

indutivo, onde foram analisados dados primários que foram de suma importância para a

elaboração do estudo e suas várias considerações plausíveis. Os dados que estão contidos na

pesquisa foram concedidos através da aplicação e análise de entrevistas com o gestor do

município de Itaporanga e com os funcionários municipais. Além disso, utilizou de várias

consultas bibliográficas que serviram de embasamento para a explanação do tema.

Neste trabalho, utilizou-se a técnica de observação direta extensiva, onde para

Marconi & Lakatos (2006, p. 107), há: o “questionário, que é constituído por uma série de

perguntas que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do pesquisador”. E as

“medidas de opinião e de atitudes que são instrumentos de “padronização”, por meio do qual

se pode assegurar a equivalência de diferentes opiniões e atitudes, com a finalidade de

compará-las”.

O universo a ser pesquisado foi formado pelo gestor municipal e pelos servidores

municipais. Em relação ao gestor municipal foi feito uma entrevista através de um

questionário com o objetivo de analisar as estratégias utilizadas pelo mesmo na busca por

qualidade e excelência dos serviços públicos que são oferecidos à população e como é

realizada a distribuição de servidores municipais para cada setor.

Em relação aos servidores municipais, a pesquisa levou em consideração a amostra

do tipo intencional, onde utilizou-se 5% do universo dos servidores, ou seja, 44 (quarenta e

quatro) respondentes, que serão escolhidos de forma aleatória.

A administração pública que foi pesquisada é a do município de Itaporanga -

Paraíba, localizado no alto sertão paraibano na região Nordeste do Brasil.

4 - ANÁLISE DE RESULTADOS

Conforme Gaspar et all(2000, p.4), como a maioria das cidades nordestinas

Itaporanga nasceu no leito de um rio e em torno de uma capela, onde a qual atendia pelo nome

de Misericórdia. E o nome Misericórdia advém do fato de ter sido doada pela Santa Casa de

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Misericórdia de Portugal a pequena Imagem da Virgem, que ainda hoje está na cidade de

Itaporanga/PB.

O município de Itaporanga está localizado no alto sertão da Paraíba na região

Nordeste do Brasil. Possui uma área territorial de 468 Km². Seu relevo é formado pela

superfície de rochas cristalinas, dissecadas sob a formas de coluna, com o clima predominante

tropical megatérmico e semi árido, onde a temperatura chega a variar desde os 28 a 32 graus,

de acordo com Gaspar et all( 2000, p. 5).

A renda da população do município de Itaporanga – PB é baseada nos empregos

gerados pela prefeitura local, por alguns órgãos municipais e algumas empresas privadas.

Após as modificações ocorridas no cenário nacional os gestores foram obrigados a

analisar estrategicamente as suas prefeituras, para que possa encontrar e solucionar os

problemas existentes que precisam de soluções imediatas; porém o recurso que é enviado para

estas prefeituras é pouco para solucionar tantos problemas, e ainda existem recursos que são

alocados para outros setores mais necessitados. Para que esse dinheiro chegue até a solução

dos problemas, os gestores estão investindo cada vez mais na capacitação/treinamento de seus

funcionários, gerando assim mais benefícios para todos os envolvidos.

Para melhor conhecimento do conteúdo foi realizado a aplicação de questionários

com o gestor municipal de Itaporanga - PB e com determinado número de funcionários

municipais. De início, foi pedido de forma informal ao gestor municipal a possibilidade de

realizar a aplicação de questionários com os funcionários. Após a autorização, o

questionário/entrevista foi aplicado (ver apêndices), e em seguida foi realizado a análise dos

dados coletados.

4.1 Detalhamento da Pesquisa

Com base na pesquisa realizada no dia 07 de novembro às 10h:50 min com o gestor

do município de Itaporanga - Paraíba, o prefeito Djaci Brasileiro relata as dificuldades

encontradas ao assumir a prefeitura municipal. As principais problemáticas foram: as contas

para pagar do gestor antigo, pouco dinheiro nas contas públicas, muitas críticas feitas pela

oposição, obras paradas e sem recursos disponíveis para a conclusão, entre outros. Logo em

seguida, o mesmo relatou como solucionou tantos problemas, utilizando o planejamento

estratégico e com o auxílio de funcionários qualificados na equipe.

Foi relatado que a busca por profissionais capacitados/qualificados foi grande, mas

conseguida. Contudo, foram efetuados avanços no município em questão, como:

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investimentos no setor de capacitação do funcionalismo municipal, sendo a escolha dos

funcionários que receberam a capacitação feita conforme o cargo que ele exerce no

município.

O gestor público diz que melhorar o desempenho municipal é a luta diária de todos

os profissionais em cargos de confiança. Muitos desses resultados positivos advêm

principalmente, do esforço dos funcionários no trato com as questões do dia a dia do

município, e geralmente são experiências isoladas, que não são passadas para os demais

setores; com isso ela pode ocasionar erros repetitivos. E na maioria das vezes nunca se elogia

as ações efetuadas, e sim os erros cometidos, deixando assim o gestor e os funcionários

desanimados com os trabalhos prestados.

Para que o funcionalismo não sofra com as cobranças que são feitas pela população

estão sendo aplicadas palestras de motivação pessoal, excelência no atendimento público e de

relações humanas interpessoais, com o objetivo principal de melhorar a convivência entre os

funcionários, gestores e a população, além de melhorar o atendimento à população.

Os principais serviços oferecidos à população pela prefeitura municipal são: o

serviço de coleta de lixo, o serviço de saneamento básico, o calçamento de ruas, as consultas

médicas e odontológicas nas Unidades de Saúde Básica (USB), o acompanhamento a

pacientes de risco (hipertensos, diabéticos, entre outros) por profissionais da saúde, o

transporte de estudantes da zona rural para a zonal urbana, o transporte de alunos

universitários para pólos que possuem ensino superior, entre outros serviços.

As principais estratégias utilizadas e citadas pelo gestor do estudo para conseguir

satisfazer boa parte da população municipal são: o bom atendimento aos que procuram os

serviços ofertados, a busca por qualidade e inovação nos serviços oferecidos à população e a

implantação de uma gestão democrática e participativa. Para que exista um bom atendimento

o gestor ouve a população para saber se os cidadãos estão sendo bem atendidos.

Em seguida a esse atendimento ao cidadão é que são tomadas as decisões cabíveis

para a resolução dos problemas citados pela população local.

4.2 Análise do Funcionalismo Público Municipal

Com base na entrevista realizada com o gestor foi obtida a informação de que a folha

de pagamento do município de Itaporanga - PB é composta por 880 (oitocentos e oitenta)

funcionários; e que a partir dessa informação decidiu-se em optar pela aplicação da entrevista

com uma amostra de 5% dos funcionários. O funcionalismo do município em questão possui

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três subdivisões que são: os estatutários, os comissionados e os sem nenhum vínculo

permanente. Assim, todos os cargos são distribuídos conforme o nível de escolaridade dos

funcionários. O Quadro 1 apresenta as informações consolidadas.

Quadro 1: Nível de Escolaridade do Funcionário

Níveis Valor Absoluto Porcentagem

Sem Instrução 04 9%

Ensino Fundamental 25 56%

Ensino Médio 04 9%

Ensino Superior 03 8%

Pós- Graduado 08 18%

Total 44 100%

Fonte: dados da pesquisa, 2011.

No quadro 2 observa-se que o nível de instrução é responsável pela distribuição

de suas atribuições dentro do município. Quanto menor o nível de escolaridade mais baixo

será o cargo, e conseqüentemente o salário, que são diretamente proporcionais. Observa-se

que 56% dos funcionários municipais só possuem o Ensino Fundamental, seguidos por 18%

dos funcionários que possuem uma pós-graduação; depois empatados com 9% os sem

instrução, e os que possuem o nível Médio, e por fim com 8%, aqueles que têm um curso

superior, ou seja, apenas 03 (três) funcionários possuem apenas o nível superior,

demonstrando assim, a falta de profissionais com qualificação superior para a execução das

tarefas burocráticas e que exigem cada vez mais um grau de análise das informações enviadas

à população, ao gestor e aos órgãos fiscalizadores, que possuem exigências técnicas e

humanas para a sustentabilidade de um bom atendimento e profissionalismo.

Quadro 2: Funcionários que possuíam experiência na área que trabalham

Respostas Valor absoluto Porcentagem

Sim 44 100%

Não 0 0%

Total 44 100%

Fonte: dados da pesquisa, 2011.

Observa-se, conforme os dados da tabela acima, que 100%, ou seja, 44 (quarenta e

quatro) dos funcionários que trabalham na prefeitura possuem experiência no cargo que

exercem hoje. Com base nisso, nota-se que as atividades executadas geram resultados

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positivos no município, fazendo com que todas as metas lançadas para os funcionários sejam

alcançadas com rapidez e eficácia.

Assim, alguns dos funcionários passaram por treinamento para assumir determinadas

funções (Ver Quadro 3).

Quadro 3: Funcionários que receberam treinamento

Valor absoluto Porcentagem

Sim

12 27%

Não 32 73%

Total 44 100%

Fonte: dados da pesquisa, 2011.

Conforme os dados apresentados no quadro 3 mostra-se que 73% dos funcionários

municipais não receberam nenhum tipo de treinamento para assumirem o cargo que exercem

hoje; e somente 27% dos funcionários receberam treinamento, os quais são responsáveis pela

orientação dos demais funcionários, até que o gestor providencie capacitação para todos,

gerando assim a satisfação ou não com relação ao gestor, que deve criar uma política de

qualificação constante dos funcionários como forma de manutenção de formas alternativas de

atendimento com êxito, onde os princípios da economicidade, eficácia e eficiência sejam

seguidos e alcançados.

Quadro 4: Opinião do funcionário em relação à gestão atual

Conceitos Valor absoluto Porcentagem

Excelente 12 27%

Boa 25 57%

Ruim 07 16%

Total 44 100%

Fonte: dados da pesquisa, 2011.

Diante dos dados apresentados no quadro 4 observa-se que 57% dos funcionários

relatam que a gestão atual está sendo boa, 27% diz que ela está excelente, e 16% diz que está

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ruim; e esses apontaram os erros cometidos pelo gestor e suas possíveis soluções para o

melhoramento da gestão.

Os erros mais freqüentes apontados na gestão atual estão relacionados

principalmente com as péssimas condições de infra estrutura nos ambientes de trabalho,

pouco material de trabalho, salários baixos e atrasados, entre outros. As soluções apontadas

pelos funcionários foram à criação do plano de carreira e salários, reformas nos prédios onde

funcionam os órgãos municipais; tal processo deve cumprir todas as determinações legais,

realização de licitações para a aquisição de material de trabalho, que no caso da educação são:

a compra de cadeiras, de merenda escolar, de livros, entre outros; na saúde, medicamentos

diversos, luvas, equipamento para a realização de exames, e etc. E por fim, efetuar a prestação

de contas, contendo de forma resumida todos os investimentos feitos pela prefeitura municipal

à população, mantendo-a informada sobre todas as receitas e despesas públicas.

5 – CONCLUSÕES

Assim, demonstra-se que as mudanças no mundo atual obrigaram a substituição do

termo Recursos Humanos por Gestão de Pessoas, mas o significado permaneceu praticamente

o mesmo. A diferença desses termos é que a gestão de pessoas visa à valorização dos

profissionais e do ser humano, e os Recursos Humanos visa à técnica e ao mecanicismo do

profissional, porém ambos buscam pela implementação de estratégias que possam gerar

desenvolvimento municipal e satisfação dos envolvidos, sendo o funcionário e a população os

mais importantes receptores dos serviços. Mas, que para isso aconteça tem que existir

comprometimento das pessoas nas funções a que são atribuídas.

Percebe-se a necessidade de se criar políticas públicas que envolvam diretamente o

desempenho dos funcionários e a valorização do trabalho executado. Dessa forma, é tentar

fazer com que possam experimentar uma sensação de envolvimento em relação à eficácia de

seu desempenho e do município como um todo.

É necessário ainda que exista um planejamento por parte dos gestores, em projetos

de capacitação/treinamento/atualização dos funcionários, para que assim novos projetos sejam

implantados no município, e que estes funcionários já qualificados sejam capazes de

solucionar os problemas existentes.

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Observa-se atualmente que o desinteresse começa pelo gestor público; com isso os

funcionários sentem-se desmotivados para ofertar o que é necessário para a população.

Enfatiza-se ainda as características que um gestor deve ter, as quais são:

conhecimento, determinação, ética, liderança de pessoas e processos, visão global, capacidade

de estratégias, orientação para resultados, flexibilidade, sensibilidade e senso crítico.

Nesse novo modelo de gerir pessoas foi constatada participação, capacitação e

envolvimento do funcionalismo municipal em geral, gerando desenvolvimento e crescimento

regional. Conclui-se que a gestão de pessoas é a grande responsável pela criação do

funcionário ideal. Logo, é a partir dos incentivos e das capacitações ofertadas que são

formados os profissionais.

Com isso, observa-se que estudos relacionados à gestão de pessoas são de suma

importância para qualquer forma de gestão. Por isso, estudos desta temática apontam que já

existem uma gama de conhecimentos já aplicados na atualidade. Todavia, estudos como estes

devem ser repensados e refeitos como forma de melhoria da gestão pública e suas implicações

sociais, políticas, econômicas e educacionais contemporâneas.

Portanto, os gestores devem conscientizar os seus funcionários a respeito de suas

ações, as quais devem ser respaldadas nos seguintes princípios: desenvolvimento responsável

e ético de suas atividades, capacidade de atuação baseada nos princípios da gestão

empreendedora, capacidade de realização de tarefas que incorporem inovações tecnológicas,

capacidade de trabalhar em rede, capacidade de atuar de forma flexível, conhecimento da

missão e dos objetivos institucionais municipais em que atuam, dominar o conteúdo da área

que estar implantada as inovações, capacidade de improvisar quando necessário, entre outros.

Para que assim, se tenha uma gestão eficiente e adequada para os dias atuais e às reais

demandas sociais preeminentes.

Marla Jamara Fonseca Costa

Graduada nas Faculdades Integradas de Patos (FIP-2009). Especialista em Gestão Pública

Municipal pela UFPB Virtual (2011). Estágio no Banco do Brasil S.A em Itaporanga-PB de

Janeiro de 2007 a dezembro de 2008. Escritório de Iramilton Sátiro Assessoria e Projetos.

Contato: [email protected].

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Conhecimento. São Paulo: Atlas, 2001.

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KANAANE, Roberto; FIEL FILHO, Alécio; FERREIRA, Maria das Graças. Gestão pública:

planejamento, processos, sistemas de informação e pessoas. São Paulo: Atlas, 2010.

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VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval de. Fundamentos de Economia. São Paulo:

Saraiva, 2008.

APÊNDICE A

ENTREVISTA APLICADA JUNTO AO GESTOR MUNICIPAL DE ITAPORANGA – PB

Nome completo do gestor:____________________________________

Data da Entrevista:______/_______/_______

01. Quais foram às estratégias utilizadas para superar essas dificuldades?

02. Quais são os principais serviços oferecidos na atualidade à população?

03. Quais foram os projetos já aplicados pela sua gestão para a melhoria municipal?

04. A sua gestão se preocupa com a preservação com o meio ambiente? Se sim, como?

05. A sua gestão oferece cursos de qualificação profissional aos seus funcionários? Se sim,

quais os principais?

06. Como os funcionários públicos municipais são organizados em suas funções na gestão

atual?

07. Qual é o número atual de funcionários concursados municipais?

08. Qual é o número atual de funcionários prestadores de serviços municipais?

09. Existiu alguma pergunta que o Sr. Gostaria que estivesse feito e não foi realizada?

( ) Sim ( ) Não

10. Se Sim, Qual? Responda a pergunta.

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APÊNDICE B

ENTREVISTA APLICADA JUNTO AOS FUNCIONARIOS CONCURSADOS DA

PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAPORANGA - PARAIBA

Data da Entrevista: _____/_____/____

Número do Questionário: ____________

01. Faz quanto tempo que o senhor é funcionário da prefeitura municipal?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

02. Você recebeu algum tipo de treinamento quando foi assumir determinada função?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

03. Atualmente a prefeitura disponibilizou algum tipo de treinamento para os funcionários?

Se sim, qual?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

04. Quais foram os benefícios que esse treinamento lhe proporcionou como funcionário

municipal?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

05. Você tem benefícios e incentivos pelos trabalhos prestados ao município?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

06. Qual o nível de escolaridade?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

07. O seu nível de escolaridade influenciou para que o Sr (a) fosse empossado na função que

exerce atualmente?

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( ) Sim ( ) Não

08. Se sim, quais foram as influências?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

09. Possui experiência na área do cargo que exerce?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

10. Qual a sua opinião em relação a atual gestão?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

11. Na sua opinião, onde a gestão poderia melhorar?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________