anÁlise da distribuiÇÃo fÍsica e roteirizacao
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Ficha catalogrfica elaborada pela Biblioteca Mau UNIFEIBibliotecria Elisete Lefol Nani Carvalho CRB/6 1037
E56aEnomoto, Leandro Minoru.
Anlise da distribuio fsica e roteirizao em um atacadista do Sulde Minas Gerais / por Leandro Minoru Enomoto. Itajub (MG): [s.n.],2005.
141p.: il.
Orientador: Prof. Dr. Renato da Silva Lima
Dissertao (Mestrado) - Universidade Federal de Itajub.1. Distribuio fsica. 2. Roteirizao e programao de veculos. 3.
Atacadista. I. Lima, Renato da Silva , orient. II. Universidade Federalde Itajub. III. Ttulo. IV. Sub-ttulo.
CDU 658.7
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ABSTRACT
Everyday, thousands of vehicles are routed to assist the distribution of several kinds of
products, obeying various criteria and constraints imposed by clients and providers. Thewholesale market, which has been increasing significantly due to its functions importance to
retails and industries, is also inserted in this context for the high complexity of the physical
distribution process. As the complexity of the problems grows, there is the need for the study
and use of systemic approaches and/or optimizations, enabling companies to obtain
improvements in their processes. Considering such features and the wholesale market
complexity, this work aims at analyzing the physical distribution and the operational routine
of vehicle routing and scheduling of a wholesale company. After a bibliographical review onthe main related topics, a case study was developed at Atacado Vila Nova, located in the
South of Minas Gerais state an important company which is in the market for more than 60
years and has an intense routing and physical distribution process. For the development of the
case study the following data sources were used: documentation, file registers, direct
observation and structured interview. As a final result, a general description of the physical
distribution operational process was made seeking to identify the factors considered critical in
the process. Careful attention was paid to the process of vehicle routing and scheduling,
always referring to the concepts from the specialized literature. As a general conclusion, it is
possible to state that the company, despite of using several concepts and support tools in its
physical distribution process especially a powerful routing software , still suffers the
effects of lack of information in technically simple operational processes (as the road
distances among clients). Thus, the process ends up being rationalized instead of optimized,
and, in several phases, it becomes extremely dependent on the human factor, i.e., on the
practical experience of the professional involved in such process.
Keywords: Physical Distribution; Vehicle Routing and Scheduling; Wholesaler.
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Nmeros do Setor Atacadista/Distribuio ..............................................................4
Tabela 2 Nmeros do Atacado Vila Nova...............................................................................4Tabela 3 Caractersticas dos Problemas de roteirizao pura................................................39
Tabela 4 Caractersticas tpicas dossoftware comerciais......................................................48
Tabela 5 Requisitos e caractersticas de sistemas informatizados para a roteirizao de
veculos.............................................................................................................................49
Tabela 6 Fontes de evidncias: pontos fortes e pontos fracos...............................................62
Tabela 7a Consolidao do Roteiro de Entrevista e Controle (parte 1) ................................66
Tabela 7b Consolidao do Roteiro de Entrevista e Controle (parte 2)................................67Tabela 7c Consolidao do Roteiro de Entrevista e Controle (parte 3) ................................68
Tabela 7d Consolidao do Roteiro de Entrevista e Controle (parte 4)................................69
Tabela 8 Concentrao regional de Fornecedores.................................................................74
Tabela 9 Perfil de clientes .....................................................................................................95
Tabela 10 Fatores relacionados ao processo x entrevistados ................................................97
Tabela 11 Taxa de ocupao dos veculos.............................................................................99
Tabela 12 Perfil de cargas coletadas....................................................................................101
Tabela 13 Coletas com programao e sinergia ..................................................................103
Tabela 14 Relao Quadrcula x Cliente .............................................................................107
Tabela 15 Relaes de utilizao dos veculos....................................................................107
Tabela 16a Resumo dos fatores descritos nas fontes de evidncias (parte 1) .....................112
Tabela 16b Resumo dos fatores descritos nas fontes de evidncias (parte 2).....................113
Tabela 16c Resumo dos fatores descritos nas fontes de evidncias (parte 3) .....................114
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ARPArc Routing Problems ou Problemas de roteirizao em arcos
CD Centro de distribuio;CIFCost, Insurance and Freightou Custo, Seguro e Frete, modalidade de compra onde o
produto cotado j apresenta todos os valores embutidos no preo;
CRVRPClarke Wright Vehicle Routing Problem ou Problema de roteirizao de Veculos
de Clarke Wrigth.
CNT Confederao Nacional do Transporte;
FOB Free On Boardou Preo sem Frete Incluso, modalidade de compra onde o produto no
tem os valores de frete;FPP Setor de faturamento e processamento do pedido;
GPSGlobal Positioning System ou Sistema de Posicionamento Global
M&A Departamento de Movimentao e Armazenagem;
NF Nota Fiscal;
NR NetworkingRouting, software deroteirizao;
NRPNode Routing Problems ou Problemas de roteirizao em ns;
PCC Problema do Carteiro Chins;
PCL Setor de Planejamento e Controle Logstico;
PCV Problema do Caixeiro Viajante;
PRPVJT Problema de Roteirizao e Programao de Veculos com Janela de Tempo;
PRV Problema de Roteirizao de Veculos;
SAC Servio Atendimento ao Cliente/Consumidor;
SADE Sistema de Apoio Deciso Espacial;
SIG Sistema de Informaes Geogrficas;
TR Transportation Routing, software de roteirizao;
UO Unidades Operacionais;
WMSWarehouse Management System ouSistema de Gerenciamento de Depsito.
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INTRODUO 3
uma sntese da literatura existente sobre o assunto, caracterizar o processo de distribuio
fsica e a classificar a roteirizao e programao de veculos da empresa, onde aps uma
anlise crtica sobre os conceitos e prticas aplicadas so feitas sugestes de melhorias.
1.2. Metodologia de pesquisa
A metodologia aplicada no trabalho o estudo de caso. Este mtodo mostrou-se
mais adequado para esta pesquisa, pois parte de um problema em que o pesquisador no tem
controle sobre os eventos comportamentais e se investiga um fenmeno atual dentro de um
contexto real, com o objetivo de verificar a adaptabilidade das teorias estudadas. A pesquisa
no visa criar modelos ou mtodos de soluo, delineamento padro ou validaes/testes
estatsticos, apenas converte opinies para uma formao mais estruturada. Maiores detalhes
sobre a metodologia de pesquisa so apresentadas na ocasio do detalhamento do estudo de
caso, no item 3.1.
1.3. Justificativa
Pouco se sabe a respeito do grau de eficincia dos roteiros elaborados em
processos de distribuio fsica em geral (CHIH, 1987; BOSE, 1990). Apesar dessa afirmao
ser um sentimento presente na maioria dos profissionais que trabalham com roteirizao,
no costumam haver dados empricos sobre o assunto. A comprovao desse fato difcil,
uma vez que a imensa maioria das empresas que se utilizam da roteirizao no tm o hbito
de documentar a eficincia de suas rotas, no havendo assim parmetros de comparao.
Adicionalmente, observa-se uma baixa eficincia do setor de transporte, segundo aponta o
relatrio de transporte de carga no Brasil com foco em ameaas e oportunidades,
apresentado pela Confederao Nacional do Transporte (CNT) e pelo Centro de Estudos em
Logstica (CEL) do COPPEAD-UFRJ em 2004.
Assim, como primeira justificativa do trabalho tem-se as melhorias do ambiente
operacional, onde uma otimizao dos recursos envolvidos pode trazer ganhos para o sistema
de empresas como um todo, evidenciando melhorias ao processo, aumento de produtividade,reduo de veculos, reduo de lead times de movimentao, eliminao de pontos da cadeia
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INTRODUO 4
que no agregam valor, melhoria de padres de qualidade e nvel de servio prestado, entre
outros. Segundo Bose (1990) esse o motivo dos recentes e inmeros estudos na rea, de
forma a otimizar essa etapa, a fim de que os produtos tornem-se mais e mais competitivos,
seja atravs de um preo ou um prazo de entrega menor.
Outro ponto que justifica a pertinncia do trabalho de ordem econmica,
considerando a grandeza dos valores envolvidos no processo, conforme mostra a Tabela 1,
que apresenta os nmeros do setor Atacadista/Distribuio.
Tabela 1 Nmeros do Setor Atacadista/Distribuio
Faturamento Total R$ 76,5 bilhes (preos de Varejo em 2004)Participao no Mercado Mercearil 55,4%Pontos de vendas/Atendidos 900 milrea de Armazenagem 4.800 milhes de mFuncionrios 131 milVendedores Diretos 12 milRepresentantes Comerciais Autnomos 65 milFrota de Veculos Prpria 26 milFrota de Veculos Terceirizada 22 mil
Fonte: AC Nielsen - nmeros relativos ao ano de 2004
Com relao empresa estudada, a Tabela 2 apresenta os nmeros envolvidos no
ano de 2004.
Tabela 2 Nmeros do Atacado Vila Nova
Faturamento Total 218 Milhes (preos de Varejo em 2004)Pontos de vendas/Atendidos 11 mil
rea de Armazenagem 15.000 mFuncionrios 500Representantes Comerciais Autnomos 200Frota de Veculos Prpria 82Frota de Veculos Terceirizada 7
Fonte: Vila Nova
Vrios autores (MARQUES, 2002; BALLOU, 2001; DINIZ, 2000; NAZARIO,
2000) ressaltam esta ordem de grandeza, principalmente na varivel custo, considerando que
o transporte corresponde a maior parcela dos custos logsticos. Segundo Fleury (2000), osgastos com transportes correspondem a cerca de 60% dos custos logsticos e a 10% do PIB
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INTRODUO 5
brasileiro. Portanto, qualquer melhoria dos recursos disponvel pode trazer ganhos para o
sistema como um todo. Para Carmo et al., (2003) a soluo otimizada do Problema de
Roteirizao e Programao de Veculos pode diminuir bastante o custo de transporte,
levando a uma economia bastante significativa tanto para as empresas distribuidoras como
para o consumidor final.
1.4. Estrutura do Trabalho
O trabalho est estruturado da seguinte maneira. Aps essa breve introduo
(captulo 1), o captulo 2 apresenta o referencial terico do trabalho, agrupado nas grandes
reas: Distribuio Fsica, Comrcio Atacadista, Transportes e Roteirizao e Programao de
veculos. A seguir, no captulo 3, apresenta-se o estudo de caso conduzido no Atacado Vila
Nova, incluindo a metodologia e questes da pesquisa, a seleo da unidade pesquisa, a
caracterizao do objeto de pesquisa e as evidncias coletadas no caso. Na seqncia, o
captulo 4 apresenta a anlise dos dados e o captulo 5 as concluses do trabalho, seguidos, no
captulo 6, da lista com as referncias utilizadas.
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Nota-se que a distribuio fsica est sofrendo grandes transformaes medida
que as empresas adotam sistemas de gesto de logstica e operaes globais, exigindo do
mercado de transportes uma melhoria contnua para que seja atendida a demanda crescente.
Diante destas exigncias o prximo item aborda a importncia da Logstica no processo de
distribuio fsica.
2.1.1. Importncia da Logstica no processo
Diversas denominaes j foram e ainda so associadas logstica, entre elas:
distribuio fsica, logstica empresarial, administrao de materiais, engenharia de
distribuio. Porm, todos esses termos possuam em geral o mesmo propsito, ou seja, ser
responsvel pelo fluxo de bens do ponto-de-origem ao ponto-de-consumo (LAMBERT et al.,
1998). Assim, ser feita uma breve sntese sobre a importncia da Logstica para o processo.
Uma organizao deve oferecer produtos e servios aos clientes de acordo com as
suas necessidades e exigncias, do modo mais eficiente possvel. Dessa maneira Ballou
(2001) considera que a misso da logstica : Dispor a mercadoria ou o servio certo, no
lugar certo, no tempo certo e nas condies desejadas, ao mesmo tempo em que fornece amaior contribuio empresa. Para o autor a logstica est vinculada criao de valor,
expresso em termos de tempo e lugar, onde produtos e servios no possuem valor se no
esto sob posse do cliente quando (tempo) e onde (lugar) eles desejam consumi-los. Logo, a
boa gesto logstica v cada atividade na cadeia de suprimentos como contribuinte no
processo de adio de valor. Para que uma atividade exista importante questionar se ela
agrega ou no valor, analisando sua necessidade. Contudo, adicionado valor quando o
cliente est disposto a pagar por um produto ou servio mais que sua obteno.A estratgia logstica possui em geral trs objetivos: reduo de custos, reduo de
capital e melhoria no servio (BASTOS, 2003). Outros autores afirmam que a logstica tem
como meta principal estratgica de melhoria na movimentao e armazenagem de materiais
e produtos, atravs da integrao das operaes necessrias entre as reas de suprimento,
produo e distribuio fsica. A misso logstica medida em termos de seu custo total e
desempenho operacional, para uma melhor utilizao dos recursos. Portanto, alm de integrar
a cadeia de suprimento, a logstica auxilia na definio das metas estratgicas da empresa e
auxilia em eventuais problemas operacionais (RIBEIRO et al., 2003).
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Para estes autores o sistema logstico formado por vrios canais, denominados
de canais logsticos. A integrao desses canais depende de trs aspectos: tecnologia (de
processo e de informao), comunicao e poder dos agentes associados aos canais. Um canal
logstico composto por empresas que tm o objetivo de entregar sortimentos de produtos e
materiais para o lugar certo na data estabelecida. O fluxo de logstica abrange duas
dimenses: deslocamento fsico dos produtos e as intervenes humanas. A medio dos
custos de operaes est relacionada dimenso econmica da logstica.
A movimentao e armazenagem de produtos/servios levados at ao cliente ou
transferidos entre unidades de produo ou transio comercial (interior das mesmas) esto
relacionadas ao fluxo fsico; dessa forma, a logstica atua no interior de um local produtivo e
entre agentes da cadeia de abastecimento. O fluxo fsico, normalmente, se estabelece emdireo aos clientes, contudo, ocasionalmente, tem sua direo invertida, caracterizando a
Logstica Reversa.
A troca de informaes que acontece no processo logstico tem a finalidade de
apoiar a movimentao de materiais, no sentido de atender s necessidades em toda a cadeia
de abastecimento. O objetivo do fluxo de informaes conciliar, dentre as reas de
operaes logsticas de suprimento, apoio produo e distribuio e as diferenas entre seus
agentes. A deficincia da comunicao leva as empresas a comprometerem seus custoslogsticos sem obter os resultados de vendas. A meta de uma boa gesto logstica sincronizar
distribuio fsica com demanda pela reduo das incertezas na anlise das informaes. A
integrao entre as instalaes, o transporte e a manuteno de estoques e o sistema de
comunicao utilizado determinam a velocidade no fluxo de informaes. O objetivo
balancear os diversos componentes logsticos, integrando as instalaes, a transferncia dos
produtos/materiais e os estoques (SILVA, 2003).
2.1.2. Sistemas de distribuio
Novaes (2004) resume as diversas situaes na distribuio fsica em duas
configuraes bsicas:
Distribuio um para um, em que o veculo totalmente carregado no
depsito da fabrica ou num CD do varejista (lotao completa) e transporta a
carga para um outro ponto de destino, podendo ser outro CD, uma loja, ou
outra instalao qualquer.
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erros. A terceira etapa, que ocorre aps o recebimento do pedido por parte do fornecedor,
consiste na entrada do pedido no sistema de processamento.
Aps a entrada do pedido, diversas verificaes e decises precisam ser efetuadas
antes que o pedido seja confirmado e a expedio do mesmo seja autorizada. Duas das mais
importantes verificaes que necessitam ser feitas dizem respeito disponibilidade de
estoques e a confirmao do crdito do cliente. Uma vez confirmada a existncia de crdito e
a disponibilidade de estoque, pode ser dada a partida nas atividades fsicas de separao,
embalagem e expedio do pedido. Paralelamente a estas atividades fsicas de movimentao
de materiais, torna-se necessrio programar o transporte e emitir a documentao legal,
envolvendo o conhecimento de cargas e nota fiscal. O ciclo se completa com o transporte e
entrega da mercadoria e o pagamento da nota fiscal por parte do cliente.Embora tenha um custo relativamente baixo, o processamento de pedidos tem
grande influncia na definio do tempo do ciclo de entrega. Os processamentos de pedidos
so diferenciados pelo fato de serem ou no explcitos e pelo modo como so feitos
(vendedor, fax, etc). Porm, sua importncia deve-se ao fato de ser um elemento crtico
interferindo no tempo gasto para levar bens e servios aos clientes. Conforme Ladeira (2001),
essa atividade essencial ao bom desempenho do sistema, j que envolve a considerao do
tempo necessrio para se levar bens e servios aos clientes e por ser atravs dela que se iniciaa movimentao de produtos ao longo da cadeia. Algumas vezes as polticas de servio ao
cliente iro distorcer padres normais no tempo do ciclo do pedido. Diversas destas polticas
referem-se a prioridades no processamento dos pedidos, s condies do pedido e s
restries ao seu tamanho (BALLOU, 2001).
Para Fleury (2003) apesar do sistema de processamento de pedidos estar cada vez
mais automatizado e sofisticado, ele no totalmente imune a problemas durante o ciclo do
pedido. Existe com relativa freqncia a ocorrncia de trs tipos de problemas durante o ciclodo pedido, descritos a seguir:
As percepes conflitantes sobre o real desempenho do ciclo de pedidos esto
diretamente relacionadas utilizao de mtricas diferentes por parte de clientes e
fornecedores para avaliar o mesmo fenmeno. Uma das situaes mais comuns diz respeito ao
tempo de ciclo, que muitas vezes medido a partir de uma viso limitada por parte dos
fornecedores e uma viso mais ampla por parte de seus clientes. Isto geralmente ocorre nos
casos em que o fornecedor no consegue monitorar o momento em que o pedido foi
transmitido, nem o momento em que o pedido foi recebido pelo cliente. Desta forma,ele passa
a ter uma viso limitada do verdadeiro tempo de ciclo, ao deixar de considerar o tempo
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eliminar os enormes desperdcios da resultantes. A busca de cooperao entre clientes e
fornecedores, com base na troca contnua de informaes, e em projetos conjuntos, visando
eliminao de desperdcios, o caminho natural para atacar estes problemas. A difuso do
conceito de Supply Chain Management, e o uso crescente de modernas tecnologias de
informao representam uma contribuio fundamental para atacar este problema.
2.1.4. Canal de Distribuio
Segundo Novaes (2004) a maior parte dos produtos comercializados no varejo
chega s mos dos consumidores finais por meio de intermedirios. Sob esta tica, os
elementos que formam a cadeia de suprimentos, na parte que vai da manufatura ao varejo,
formam o canal de distribuio. Para Stern et al. (1996) canal de distribuio constitui o
conjunto de organizaes interdependentes envolvidas no processo de tornar o produto ou
servio disponvel para uso ou consumo. Os canais no s satisfazem a demanda atravs de
produtos e servios, em quantidade, qualidade e preo correto, mas, tambm tm papel
fundamental no estimulo demanda, atravs das qualidades promocionais dos componentes
ou equipamentos atacadistas, varejistas, representantes ou outros.Para Neves (1999), o conceito de canal de distribuio abordado de diferentes
maneiras, onde alguns trabalhos os analisam como parte de pesquisas sobre atacado e/ou
varejo, fora de vendas, fluxos fsicos (logstica) e outros como estratgias de marcas prprias
e assuntos correlatos. De maneira geral, o canal de distribuio de produtos de uma cadeia de
abastecimento constitui o local onde se do os fluxos logsticos (fsico e de informaes) e as
transaes comerciais. O canal de distribuio abrange unidades internas e agentes externos
empresa, por onde um bem ou servio comercializado. De acordo com a diferenciao doproduto ou com o mercado a ser atendido, a cadeia de suprimentos pode conter vrios canais
de distribuio.
Para Kaminski (2004) a estrutura de distribuio depender dos canais de
distribuio planejados e do segmento da estratgia de vendas que a empresa desenvolver.
Neste sentido, Poli (2001) e Demaria (2004) apresentam estudos de marketing atuais que
identificam a relevncia de incluir canais de distribuio na elaborao de distribuio fsica.
Para estes autores, a escolha de um canal de distribuio fundamental por duas razes:
O tipo de canal escolhido afeta todas as outras variveis do mix de marketing,
um dos quais a distribuio fsica;
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A escolha de canais de distribuio compromete a empresa por um longo
perodo de tempo.
Os canais de distribuio oferecem a construo de vantagens competitivas
sustentveis, por suas caractersticas de longo prazo (tanto no planejamento como na
implementao), por exigirem estrutura de organizaes consistentes e serem baseados em
pessoas e relacionamentos (NEVES, 1999). Para este mesmo autor, os agentes que fazem
parte do canal existem para desempenhar funes tais como o carregamento de estoques,
gerao de demanda, vendas, distribuio fsica, servio ps-vendas, crdito, etc. Assim,
Stern et al. (1996) e Neves (1999) consideram trs premissas bsicas com relao a estas
funes:
participantes podem ser eliminados ou substitudos;
as funes que estes desempenham podem ser eliminadas;
quando participantes so eliminados, suas funes so repassadas para frente
ou para trs no sistema e assumidas por outros.
Observa-se que h um certo paralelismo e uma correlao entre as atividades que
constituem a distribuio fsica de produtos e os canais de distribuio (NOVAES, 2004),
conforme ilustrado na Figura 2.
Transporte
CONSUMIDOR FINAL
Depsito da
Fbrica
Depsito (Centro
de Distribuio)
DepsitoVarejista
Transporte
Fabricante
Atacadista
Varejista
Transporte
CONSUMIDOR FINAL
Depsito da
Fbrica
Depsito (Centro
de Distribuio)
DepsitoVarejista
Transporte
Fabricante
Atacadista
Varejista
Fabricante
Atacadista
Varejista
Figura 2 Paralelismo entre canal de distribuio e distribuio fsica
Fonte: Novaes (2004)
Com relao estrutura do canal de distribuio, Poli (2001) cita as seguintes
caractersticas:
Extenso: Quantos intermedirios existem? Esta caracterstica est ligada aonmero de nveis intermedirios na cadeia de suprimento, da manufatura ao
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2.2. Comrcio Atacadista
Para Berman (1996), as atividades atacadistas so definidas como as deestabelecimentos que vendem a varejistas, compradores industriais, institucionais e
comerciais, mas no em quantias significativas aos consumidores finais. A principal posio
do atacado, em termos de faturamento, como fornecedor ao varejo e indstria. Neves
(1999) afirma que possvel eliminar os intermedirios (entre eles o atacado) da distribuio,
mas impossvel eliminar suas funes. A dvida que fica para os fabricantes se estes
conseguem desempenhar as funes dos atacados de maneira mais eficiente, integrando-se
verticalmente em vendas, depsito e outras estruturas de distribuio. As mesmas decisesvalem para o varejo (STERN et al., 1996).
As principais funes do atacado so melhorar a coordenao entre a produo e
pontos de consumo, suprindo lacunas, tentando reduzir irregularidades de oferta e demanda, e
prover o diferencial dos servios esperados pelos consumidores e os oferecidos pelos
fabricantes, diretamente. Segundo Neves (1999), o atacado permite, a seus consumidores,
comprar diversos produtos em menores quantidades, com menor nmero de operaes. Este
setor tem aumentado o grau de especializao constantemente, em resposta s demandas mais
especficas de servios por parte de seus consumidores (o varejo) e fornecedores (a indstria).
Entre os servios prestados pelos atacadistas aos seus fornecedores, destacam-se:
a cobertura de mercado, onde os atacadistas, por estarem mais prximos aos
consumidores (varejistas), tm condies de construir para identificar as
necessidades em seus territrios;
o contato de vendas;
a estocagem;
o processamento de pedidos;
o fornecimento de informaes de mercado, e;
suporte aos consumidores.
J para os servios prestados pelos atacadistas aos seus clientes (varejistas),
observa-se:
a funo de disponibilidade de produtos, ou seja, em funo de sua
proximidade conseguem oferecer a pronta entrega dos produtos requeridos;
a convenincia no suprimento, simplicidade nos pedidos e a facilidade de ter
apenas um fornecedor;
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2.3. Transportes
O transporte no se limita apenas ao translado de mercadorias, deve serconsiderado em sua execuo de forma otimizada, em que os fatores tempo, custo e eficincia
so indispensveis. Falar em transportes implica fazer uma reflexo sobre todos os aspectos
da operao de movimentao na distribuio fsica. Durante anos a funo transporte foi
considerada a prpria logstica, onde os profissionais da rea visualizavam que transportar
significava movimentar os materiais desejados de um ponto a outro da cadeia de suprimentos.
Caixeta-Filho e Martins (2001) citam que: A infra-estrutura de transporte tem
uma variedade de efeitos benficos para a sociedade, tais como aqueles referentes disponibilidade de bens, extenso dos mercados, concorrncia, aos custos das
mercadorias, especializao geogrfica e renda da terra. Segundo Lambert et al.
(1998), Ballou (2001) e Novaes (2004), a rea de transporte de grande importncia no
gerenciamento da logstica, devido ao seu impacto nos nveis de servio ao cliente e na
estrutura de custo da empresa. Um bom gerenciamento de transportes pode garantir melhores
margens para a empresa e um bom nvel de servio para os clientes, entre outros benefcios
(MARQUES, 2002).
Caixeta-Filho e Martins (2001) dizem que primeiramente, os transportes tm a
funo econmica de promover a integrao entre sociedades produtoras de bens em geral.
Outra funo econmica atribuda ao sistema de transportes a possibilidade de expandir
mercados. J para Bowersox e Closs (2001) o transporte possui duas funes principais:
Movimentao de Produtos movimentao de produtos de um determinado
local de origem at o seu destino. O transporte responsvel pela
movimentao de produtos, materiais e/ou servios. Assim, assegura o fluxo
fsico dos produtos entre as empresas. De modo geral, a movimentao
necessria para transportar o produto at a fase seguinte do processo ou para
perto do cliente final, ou seja, essa movimentao pode acontecer a montante
ou a jusante na cadeia de agregao de valor e os produtos podem estar das
mais variadas formas. A movimentao para ser desempenhada necessita de
recursos temporais, recursos financeiros; recursos ambientais.
Estocagem de produtos mesmo que temporria, no deixa de ser uma funo
do transporte. Apesar de possurem um custo muito elevado de estocagem, os
veculos podem se tornar uma opo vivel na anlise dos custos de
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carga/descarga, restries de capacidade ou a possibilidade do aumento dos
tempos de viagem ou espera.
Para Lambert et al. (1998) as atividades de transporte incluem:
a escolha do meio de transporte (modo de transporte). O transporte pode ser
realizado de vrias formas e com diferentes veculos, podendo ainda ser de
frota prpria ou contratada, dependendo de vrios aspectos;
a rota a ser seguida;
manuteno da frota;
o cumprimento das regulamentaes de transporte em nvel municipal, estadual
e federal;
conhecimento das exigncias do transporte nacional e internacional.
Para auxiliar na resoluo desses problemas utilizam-se, muitas vezes, de tcnicas
matemticas esoftware comerciais. Observa-se que para a tomada de deciso em transporte,
alm das informaes esoftware, existe a necessidade de se ter funcionrios capacitados para
obter estas informaes e process-las, com o objetivo de atender s necessidades funcionais e
estratgicas da empresa.
Os princpios norteadores das operaes e gerenciamento do transporte so dois,
segundo Bowersox e Closs (2001): a economia de escala e a economia de distncia.
A economia de escala obtida atravs da reduo dos custos de transporte por
unidade de peso com cargas maiores e/ou consolidadas. Isso acontece porque
as despesas fixas de transporte so diludas quando h uma maior quantidade
transportada, isto , quanto maior a carga, menor ser o custo por unidade de
peso;
A economia de distncia caracteriza-se pela reduo dos custos de transporte
por unidade de distncia, medida que ela aumenta, ou seja, distncias maislongas permitem que o custo fixo seja distribudo por mais quilmetros,
provocando taxas menores por quilmetro.
Esses princpios devem ser estudados nas estratgias de transporte, a fim de
aumentar a quantidade transportada e a distncia percorrida, sem deixar de atender s
necessidades dos clientes. A concorrncia nessa rea bastante acirrada, apesar das
transportadoras sofrerem algumas dificuldades como: condio inadequada das estradas, falta
de um melhor planejamento para o setor por parte dos rgos governamentais e algunsaspectos operacionais. Segundo a Confederao Nacional de Transportes (CNT) a grande
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concorrncia se deve ao fato de uma grande oferta do servio por transportadoras ou
profissionais autnomos (motivados a entrarem no mercado devido a altos ndices de
desemprego), facilidade de se tornar um motorista autnomo, renda atrativa etc.
Um sistema de transporte eficiente e barato contribui para:
ampliar a concorrncia, pois preos baixos e boa qualidade encorajam a
competio, ao disponibilizar produtos para um mercado que no poderia
suportar os custos de movimentao, aumentando as vendas pela entrada de
produtos que no eram disponveis em certas regies;
elevar as economias de escala, j que o transporte barato possibilita a
descentralizao de mercados e de locais de produo, sendo que esta pode ser
instalada onde haja uma vantagem geogrfica;
reduzir os preos das mercadorias, pois h um aumento da concorrncia e o
prprio custo do transporte diminui, fornecendo um servio melhor (BALLOU,
2001).
As caractersticas do produto influenciam o custo do transporte. Os produtos
podem ser classificados nas seguintes formas:
densidade, que se refere ao ndice de peso/volume;
facilidade de armazenagem, que o grau em que o produto preenche um
espao no veculo de transporte;
facilidade ou dificuldade de manipulao, que est relacionada com a
facilidade de armazenagem, sendo que itens que no so fceis de manusear
possuem um custo de transporte mais alto (LAMBERT et al., 1998).
Para estes autores h tambm os fatores relacionados com o mercado, que
influenciam nos custos. Os de maior importncia so:
grau de concorrncia entre as transportadoras; localizao dos mercados;
regulamentao do governo relativo s transportadoras;
equilbrio do trfego dentro de um territrio;
sazonalidade das entregas;
se o transporte nacional ou internacional.
Pode-se dizer que o transporte tambm interage com o meio, podendo provocar
diversas interferncias:
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Atrasos na viagem: quebras do veculo, congestionamentos localizados,
decorrentes de chuvas excessivas, paralisaes e greves so alguns dos motivos
que podem acarretar atrasos na viagem;
Oscilaes e atrasos nos prazos de entrega: deficincia na programao das
entregas ou na recepo de mercadorias, que fazem com que o veculo retorne
ao depsito com parte da carga no entregue um dos motivos que geram
atrasos nos prazos de entrega;
Polticas de estoque: como os produtos so estocados em pontos diferentes da
cadeia logstica, quando ocorrem atrasos na viagem ocorrem alteraes nos
nveis de estoque;
Avarias na carga e descarga: manipulao inadequada dos produtos pode
causar avarias nas mercadorias;
Necessidade de equipamentos especiais para carga e descarga: existem
produtos que necessitam de equipamentos especiais para carreg-los e
descarreg-los. Com equipamentos adequados atinge-se um nvel de servio
satisfatrio referente ao sistema logstico (NOVAES e ALVARENGA, 2000).
Saber gerenciar essas interferncias do meio, de modo que no haja prejuzos para
a empresa contratante, ou para a contratada, faz com que todos os envolvidos obtenham
vantagem competitiva no mercado em que atuam.
2.3.1. Transporte rodovirio
O sistema rodovirio, segundo a CNT, responde pela maior parte das cargas
movimentadas no Brasil, sendo o modo mais flexvel, pelo fato de poder transportar produtosde tamanhos e pesos variados em qualquer distncia, de porta a porta. A simplicidade de
funcionamento do transporte rodovirio o seu ponto forte, pois apresenta uma alta
acessibilidade e est sempre disponvel para embarques urgentes.
O transporte rodovirio apresenta como vantagens:
maior disponibilidade de vias de acesso;
possibilidade de servios porta a porta; embarques e partidas mais rpidos;
possibilidade de embarque de pequenos lotes; facilidade de substituio do veculo em casos de acidentes;
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maior rapidez de entrega (dependendo da distncia); e
segurana, em funo de um menor manuseio da carga (o veculo pode ser
lacrado aps o carregamento e aberto somente no destino).
Como desvantagens destacam-se:
maior custo operacional e menor capacidade de carga;
possibilidade de congestionamentos; e
desgaste da malha rodoviria por excesso de peso e/ou rodagem
(RODRIGUES, 2001).
O planejamento neste setor dificilmente consegue ser seguido, principalmente
devido aos imprevistos que podem ocorrer como: problemas climticos que provocam atrasos,
fechamento de estradas, manuteno de veculos, cancelamento de pedidos, mudana de
prioridades, etc. O planejamento serve como base para a operao diria (COUTO, 2004). O
autor evidencia a importncia do uso de indicadores para acompanhar o processo, para
melhorar o planejamento.
2.3.2. Problemas no transporte rodovirio
Dentro da operao rodoviria podem ser identificados diversos problemas de
otimizao. Dentre eles, o problema de alocao de frota e/ou alocao de motoristas,
problemas de roteirizao, problemas de carregamento, etc. Vrios destes problemas podem
ser vistos do ponto de vista ttico, onde os perodos de estudo podem durar de vrios dias a
vrias semanas. Porm, a maioria pode ser tratada como problemas operacionais e so
voltados para a rpida utilizao de suas solues num horizonte de um dia ou at de poucas
horas.Novaes (1989), Valente et al. (2003) e Galvo (2003) apresentam as
caractersticas bsicas da coleta e distribuio de carga no transporte rodovirio:
Uma regio geogrfica dividida em zonas, cujos contornos podem ser rgidos
ou, em alguns casos, podem sofrer alteraes momentneas para acomodar
diferenas de demanda em regies contguas.
Para cada zona alocado um veculo, com uma equipe de servio, podendo
ocorrer outras situaes, como por exemplo mais de um veculo por zona.
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REVISO BIBLIOGRFICA 24
A cada veculo designado um roteiro, incluindo os locais de parada, pontos
de coleta ou entrega, atendimento de servios, etc, e a equipe que dever
atend-los.
O servio dever ser realizado dentro de um tempo de ciclo pr-determinado.
No caso de coleta / entrega urbana, o roteiro tpico inicia-se de manh cedo e se
encerra no fim do dia (ou antes, se o roteiro for totalmente cumprido). Nas
entregas regionais o ciclo pode ser maior.
Os veculos so despachados a partir de um depsito, onde se efetua a triagem
da mercadoria (ou servio) em funo das zonas. Nos casos em que h mais de
um depsito, o problema poder ser analisado de forma anloga, efetuando-se,
para isso as divises adequadas da demanda e/ou rea geogrfica a ser
atendida. A localizao e utilizao dos depsitos precisam ser programadas.
Assim, os autores colocam algumas questes metodolgicas ao planejador do
sistema, com os seguintes destaques:
Como dividir a regio de atendimento em zonas de servio?
Como selecionar o veculo/equipe mais adequado ao servio?
Qual a quilometragem mdia da frota e os diversos tempos associados ao
servio, de forma a quantificar os custos?
Qual a frao do servio (carga coletada ou distribuda, nmero de chamadas
etc) no cumpridas num dia til?
Qual a freqncia ideal de servio?
Como, enfim, selecionar a configurao mais adequada?
Esse problema apresenta dois nveis de resoluo. Na fase de planejamento e
projeto do sistema de coleta e distribuio ainda no se tem idia precisa dos pontos reais de
atendimento. Nesse caso, mais interessante adotar localizaes aproximadas, mas de clculo
rpido, de forma a possibilitar a anlise de diversas alternativas.
J na fase de operao so conhecidos os locais de atendimento. Em alguns casos
esses pontos so fixos, como por exemplo, na entrega de produtos em estabelecimentos
varejistas. Em outros casos, os locais de atendimento so aleatrios, sendo conhecidos
somente na hora de executar o roteiro de servios.
Valente et al. (2003) acrescentam que as variveis que influenciam no
dimensionamento de um sistema de coleta / distribuio apresentam, de maneira geral,variaes estatsticas considerveis. Por esta razo, no adequado dimensionar um sistema
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atravs de modelos determinsticos, em que o efeito da aleatoriedade de algumas variveis
no seja considerados. Os autores ressaltam que alguns condicionantes fsico-temporais
devem ser examinados e incorporados metodologia de anlise e dimensionamento, de forma
a se obter resultados mais realistas.
Um primeiro aspecto a considerar o da capacidade fsica dos veculos de
coleta/distribuio. Dependendo das caractersticas fsicas da carga (peso/volume) e da
capacidade do veculo, possvel ocorrer, em certas ocasies, a superlotao do caminho.
Logo, importante determinar o tipo de carga a ser transportada. Cargas leves so geralmente
limitadas pelo seu volume e cargas pesadas pelo seu prprio peso. Tanto a falta de capacidade
quanto o excesso retratam um problema para empresa. O primeiro implica no no
atendimento de clientes e o segundo no desperdcio de recursos. Neste contexto, Costa (2002)relaciona as caractersticas bsicas: peso, volume e o valor. O peso e o volume isoladamente
podem ser utilizados. Segundo Ballou (2001), ao se relacionar essas duas caractersticas
(peso/volume), pode-se realizar dimensionamentos das necessidades de equipamentos de
movimentao e armazenagem, bem como dos veculos de transporte, clculo de pagamento
de fretes, dimensionamento de capacidade de armazenagem, pois quanto menor for esse
quociente, maior sero os custos logsticos. Pode-se, ainda, relacionar o valor com o peso,
obtendo-se o quociente (valor/peso). Os produtos com alto quociente (valor/peso) apresentambaixo custo de transporte, porque o peso tem maior relevncia no custo de transporte, e alto
custo de estocagem, pois o custo de oportunidade do capital tem alta relevncia no custo de
estocagem.
Outra restrio importante no dimensionamento do sistema a mxima jornada de
trabalho dos tripulantes (motoristas e ajudantes). Acima de um determinado nmero de horas
de trabalho por dia, o desgaste fsico e psquico torna-se excessivo, prejudicando o empregado
e os nveis de desempenho do prprio sistema. Observa-se tambm que a jornada de trabalhomxima determinada por lei e por acordos especficos com sindicatos. Ocorre, assim, uma
restrio temporal no dimensionamento e na operao do sistema.
Outro problema surge no dimensionamento de sistemas de coleta/distribuio
operando em regies relativamente grandes o desequilbrio em termos de produo entre os
veculos que atendem zonas prximas ao depsito e os que atendem zonas mais afastadas.
Esse desequilbrio foco de ateno de diversos pesquisadores em muitos trabalhos de
distribuio fsica.
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2.3.3. Zoneamento
Segundo Gonalves (1999) apudGalvo (2003), a distribuio fsica de produtosnuma determinada regio implica geralmente na subdiviso da mesma em zonas ou bolses,
s quais se alocam os veculos de coleta ou entrega. A situao mais freqente a da alocao
de um veculo a cada zona.
De modo geral, o problema de zoneamento ou particionamento envolve criar
grupos de elementos baseadas em proximidade ou medidas de similaridade. Para Botelho
(2003) o zoneamento das reas de abastecimento visa equilibrar a demanda e a utilizao dos
recursos. Novaes (1989) cita que esse conceito visa tirar vantagem das caractersticas
morfolgicas das redes de transporte, especialmente nas vias arteriais com direes bem
definidas e vrios pontos a serem atendidos por um nico veculo.
Para Galvo (2003), a subdiviso da regio em zonas depende de uma srie de
fatores, destacando-se:
distncia da zona ao depsito ou armazm;
densidade de pontos de parada porkm2;
condies virias e de trfego;
tipo e capacidade dos veculos.
Este mesmo autor cita que a determinao precisa dos contornos das zonas de
distribuio constitui um problema relativamente complexo, pois envolve conceitos
topolgicos, operacionais, urbansticos e virios. Na prtica, os servios logsticos de
distribuio fsica de produtos tm as zonas dimensionadas e delimitadas atravs de
procedimentos empricos, baseadas na experincia contnua, no prprio processo operacional.
Para Valente etal. (2003), em um estudo de zoneamento, dois princpios devem
ser observados: a procura pelo menor custo operacional, atravs da diminuio do
comprimento total das rotas ou do nmero de veculos necessrios para atender todos os
pontos (clientes), e a procura do menor tempo de operao. A partir destes princpios, alguns
critrios podem ser estabelecidos:
Compacidade: a proximidade de um grupo, sendo que quanto mais prximos
forem os pontos do servio menor o comprimento das rotas;
Morfologia: os fatores que podem determinar a forma dos grupos so: As
caractersticas das regies urbanas (como rios, morros, linhas frreas, vias
expressas, etc.), que j dividem a regio em uma srie de zonas, ou a finalidade
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dos transportes, como para o caso do transporte escolar em que uma das
hipteses sugerida possui a forma elptica.
Balanceamento: Situao em que o nmero de pontos a serem servidos
dividido igualmente entre os diversos grupos e seus respectivos veculos, de
acordo com sua capacidade e volume de servio demandado nos pontos
atendidos. O objetivo conseguir um melhor aproveitamento dos veculos nas
rotas.
Homogeneidade: De acordo com as condies de trfego, os volumes
envolvidos, entre outros, as regies podem ser mais ou menos homogneas.
Isto servir de base nas especificaes dos veculos e dos equipamentos
envolvidos.
Diversos autores em seus trabalhos analisaram a questo dos zoneamentos,
considerado-o como fator chave para obter rotas com tempos e/ou distncias mnimas para
estas zonas. Todos estes estudos buscam metodologias para auxiliar os usurios/empresas na
tarefa de zoneamento no processo de distribuio fsica de produtos. De forma geral, isto
possibilita ao analista uma pr-seleo de configuraes consistentes entre si e obedecendo a
critrios objetivos e claros. importante ressaltar que muitas linhas de pesquisas de
zoneamento esto diretamente ligadas formao/otimizao de roteiros de viagem. Dentreestes autores podem ser citados os seguintes trabalhos:
Novaes (1991) apud Galvo (2003), apresenta um desenvolvimento
metodolgico onde a regio analisada pode ter qualquer forma, o depsito pode
estar localizado em qualquer ponto da regio, a densidade pode variar ponto a
ponto, de forma no uniforme. A metodologia representa a regio de
distribuio de forma reticulada, dividindo a regio em quadrculas
elementares, abordagem com tratamento discreto da regio. Para cadaquadrcula so determinadas as coordenadas e a densidade de pontos e,
juntamente com as caractersticas de distribuio e restries dos veculos,
determinada a diviso da regio em zonas de distribuio aproximadamente
timas.
Diviso de Regio em faixas de Daganzo, citados por Novaes (1999) e Galvo
(2003). Procura-se determinar uma segmentao que reduza a distncia mdia
entre pontos e facilite a programao do roteiro de entrega. Daganzo (1984),
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REVISO BIBLIOGRFICA 28
tambm citado nestes trabalhos, apresenta formulaes para zoneamento,
objetivando a minimizao da distncia mdia percorrida por ponto de parada.
Novaes e Graciolli (1999) fixam os limites de distrito e busca a melhor frota de
veculos que minimize custos totais de transporte dirio. So tratados tempo e
carga probabilstica do veculo. Cada distrito relacionado a uma funo
caracterstica que leva em conta os custos de distribuio, tempo e restries de
capacidade, esforo de distribuio, e consideraes de forma. O modelo de
otimizao comparado com os resultados prvios aplicam divises circulares
com base em um depsito central (coordenadas polares centradas no depsito)
que d inicio a determinao de setores, anis, distritos, zonas onde cada
caminho ir fazer a distribuio. Cada distrito limitado entre dois raios R1 e
R2, sendo R1 o limite inferior e R2 o limite superior. Para o incio da
distribuio, o primeiro distrito limitado por um raio centrado no depsito,
raio este que variado por iteraes at que se verifique o mais prximo
possvel de suas restries. A partir do segundo distrito, anis so construdos
igualando o raio 1 ao raio 2 do anel anterior e projetando o raio 2 de acordo
com a rea e densidade da regio que ainda no foi trabalhada em relao ao
ponto mais distante do raio 1. Iteraes so feitas no anel obtendo-se as zonasseqencialmente em seus limites de restries at que, fazendo pequenas
alteraes no raio 2, a ltima zona do anel seja equilibrada em relao s
outras.
Novaes et al. (2000) apresentam uma metodologia a ser usada no projeto de
viagens multi-entrega associado com o atendimento de uma regio
heterognea, onde a densidade de pontos a serem visitados e a quantidade de
carga varia na rea atendida. Os tempos de ciclo de veculo e carga do veculoso assumidos como probabilsticos. A regio analisada dividida em vrios
setores, anis, e distritos, com as coordenadas polares centradas no depsito.
Os pesquisadores assumiram uma estrutura de grade retangular para a
representao das variveis de espao. O modelo de otimizao busca a
configurao da frota de veculos que minimize custos totais de transporte
diariamente. Como exemplo, o modelo aplicado a um problema de entrega de
pacotes na cidade de So Paulo, Brasil.
Galvo (2003) determina um conjunto de distritos (zonas) para cada uma das
quais est associado um veculo que percorrer uma distncia a ser
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REVISO BIBLIOGRFICA 29
aproximada. A diviso da rea em sub-reas (zonas), inicialmente tratada
atravs de coordenadas polares e em um segundo instante faz-se um ajuste nas
zonas atravs do diagrama multiplicativo de Voronoi com pesos.
2.3.4. Problemas de Rede
Geralmente, os modelos de redes so utilizados em casos especiais de problemas
de programao linear, onde so analisados atravs de uma representao grfica. So vrios
os problemas que podem ser modelados em redes. O conceito espacial usado, geralmente,
combinando informaes de distncias, custos ou tempos com demandas e capacidades de
servios. Dentre estes problemas, podem ser citados problemas de distribuio fsica, de
energia, produo e outros, sendo eficientemente resolvidos com o problema de rede.
Modelos de rede facilitam a visualizao das relaes entre as componentes do
sistema, aumentando o entendimento do problema e de seus possveis resultados
(LACHTERMACHER, 2002). Para Lorena (2003), a anlise de dados espacialmente
distribudos apresenta vrias aplicaes quando podem ser identificadas redes para apoio e
definio de problemas. Segundo o autor, as redes so entidades formadas por pontos (ns ouvrtices) e linhas (arcos ou arestas) que descrevem de maneira natural vias pblicas,
conexes de gua, telefonia, e outros. As redes para modelos urbanos descrevem em geral
ruas, avenidas e suas intersees (cruzamentos). Sarkis (2000) complementa que uma rede de
transportes, tratada em termos matemticos, um grafo (teoria dos grafos). A representao
por grafos uma ferramenta muito simples, natural e poderosa, utilizada em pesquisa
operacional, em problemas de roteirizao, por exemplo. A Figura 4 apresenta uma
representao da rede de transporte, onde o mapa de uma determinada regio digitalizadopara apresentar a estrutura de ns e arestas.
Pode-se dividir e classificar os problemas como de localizao e os relacionados a
transportes (foco desta pesquisa).
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1
2
NS
ARESTAS
Figura 4 Relao mapa (1) e representao digitalizada da rede viria (2)
Para Lachtermacher (2002), diversos problemas do mundo real podem ser
classificados como problemas de redes. Este autor classifica os problemas como:
Problemas de Fluxo Mximo;
Problemas de Menor Caminho;
Problemas de Transporte e Rede de Distribuio.
Problema de Fluxo Mximo
utilizado quando se deseja maximizar a quantidade de fluxo de um ponto de
origem para um ponto de destino, com restries de capacidade de fluxo nos arcos.
Geralmente, estes problemas envolvem o fluxo de materiais como gua, leo, gs, energia
atravs de uma rede de tubos ou cabos; porm, tambm podem representar o fluxo mximo de
carros em uma malha rodoviria, de produtos em linhas de produo, e assim por diante
(LACHTERMACHER, 2002).
Mais formalmente, conforme a Figura 5, o problema a ser considerado a
maximizao do escoamento de dois ns especiais, um chamado de origem (n o) e um
chamado de destino (n t), sujeito s limitaes das capacidades dos arcos.
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b
a
t (destino)
20
1020
o (origem)5
15
Figura 5 Problema de Fluxo Mximo (exemplo)
Problemas de menor caminho
O problema de menor caminho representa um caso especial em que os arcos
significam a distncia entre dois pontos (ns), conforme Figura 6. Os ns ou vrtices podem
representar centros de populao e intersees de ruas ou avenidas em uma rede urbana, ou
pontos de demanda e intersees de rodovias em um mapa de cidades. Os arcos ou arestas so
usados para representar ruas ou segmentos de rodovias (LACHTERMACHER, 2002;
LORENA, 2003).
Figura 6 Problema de menor caminho (exemplo da rede)Fonte: Lorena (2003)
Podem existir vrios caminhos entre pares de ns, que passem pelos arcos (soma
dos valores que aparecem nas arestas). Entre alguns pontos, como por exemplo A e C, fica
fcil identificar o menor caminho, que no caso 1, mas comea a ficar difcil decidir o menor
A F
I
3,5
B
E
1
3
3
1
4
1
3
3
2
22
4
HJ
3
2
1
D
2,5
G
2
C
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Uma rede de distribuio otimizada de grande importncia para o desempenho
logstico e a rentabilidade de uma empresa, principalmente por causa dos custos envolvidos e
das exigncias, cada vez maiores, do mercado consumidor, em termos de nvel de servio, e
em particular, de prazos de entrega cada vez mais reduzidos. O no balanceamento entre
oferta e demanda e solues mltiplas para os problemas so dificuldades encontradas nos
problemas de transporte.
2.4. Roteirizao e Programao de Veculos
Para Arajo e Michel (2001), a movimentao dos recursos necessrios
produo de bens ou servios se coloca como uma atividade de fundamental importncia, pois
o valor associado a tais recursos existir se estes forem disponibilizados no local, tempo e
quantidades corretas. Desta forma, para assegurar um transporte de qualidade, que atenda as
demandas existentes, uma srie de rotinas operacionais deve ser adequadamente planejada,
dentre as quais se destaca o problema da roteirizao e programao de veculos.
Cunha (2000) e Vieira (1999) classificam o termo roteirizao de veculos,
embora no encontrado nos dicionrios de lngua portuguesa, como a forma que vem sendo
utilizada como equivalente ao ingls routing (ou routeing). Assim, a roteirizao o
processo para a determinao de um ou mais roteiros ou seqncias de paradas a serem
cumpridos por veculos de uma frota, tendo por objetivo utilizar um conjunto de pontos
geograficamente dispersos, em locais pr-determinados, que necessitam de atendimento. Aroteirizao pode ser caracterizada por N clientes (representados numa rede de transportes por
ns ou arcos) que devero ser servidos por uma frota de veculos, sem apresentarem restries
ou ordem que devero ser atendidos. Deste modo, representa uma configurao espacial domovimento do veculo em uma rede (BOSE, 1990).
A programao (do ingls scheduling), por sua vez, refere-se definio dos
aspectos temporais de um ou mais roteiros, mais especificamente aos horrios de cada uma
das tarefas ou eventos importantes (CUNHA, 1997). Para Bose (1990), a programao
caracteriza-se por clientes que requerem prioridade no atendimento ou cumprimento de um
horrio. Assim, representa uma configurao temporal. A programao pode englobar os
horrios de sada e retorno base, chegadas e partidas dos pontos do roteiro, sendo esteshorrios condicionados pelos tempos gastos no atendimento de cada ponto e pelos tempos de
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Roteirizao em meio urbano, em que tanto os atendimentos quanto a base
localizam-se na mesma rea urbana; os percursos do roteiro so
predominantemente urbanos;
Roteirizao intermunicipal, na qual os atendimentos localizam-se em
municpios distintos da base e entre si; os percursos do roteiro so
predominantemente rodovirios.
Em geral, os problemas de roteirizao em meio urbano tendem a ser mais
complexos do ponto de vista da sua natureza combinatria, uma vez que h um nmero maior
de alternativas de caminhos e, conseqentemente, de roteiros viveis. Adicionalmente, h
restries circulao de veculos, e incertezas quanto aos tempos de viagem.
Na distribuio intermunicipal (rodoviria), as distncias entre pontos de
atendimento, em geral, diferentes cidades, so geralmente longas, e podem ser determinadas a
partir de dados facilmente acessveis e disponveis da malha rodoviria de interesse. A
densidade da malha rodoviria baixa face s distncias a serem percorridas. Alm disso, so
menores as incertezas associadas s restries e condicionantes de trfego.
A seguir, so apresentados os principais tipos de problemas de roteirizao e
programao de veculos, bem como as suas caractersticas mais relevantes encontradas na
literatura.
2.4.2. Classificao dos Problemas de Roteirizao e Programaode veculos
A classificao deste trabalho segue a proposta de Bodin et al. (1983), j tomada
como referncia por diversos autores (CUNHA, 2003, DINIZ, 2000, NARUO, 2003,PELIZARO, 2000). Segundo Cunha (2003), apesar do trabalho de Bodin et al. (1983) ser
relativamente antigo, ainda representa umas das principais referncias bibliogrficas sobre o
assunto. Naruo (2003) afirma que nesta publicao fundamental, os autores pesquisaram
aproximadamente 700 trabalhos, culminando em um estudo completo sobre os conceitos,
problemas de roteirizao e programao e seus mtodos de soluo.
A diviso proposta pelos autores considera as restries geogrficas e espaciais,
dividindo assim os problemas em 3 grupos: Problema de roteirizao pura;
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Roteirizao em ns com nico depsito e vrios veculos com demandas
incertas. Este problema semelhante ao PRV, porm as demandas no so
conhecidas com certeza, seguindo uma distribuio probabilstica.
Carteiro Chins com limite de capacidade. Este problema uma generalizao
do PCC, onde h restries de capacidade dos veculos.
Desta forma, a Tabela 3 sintetiza as caractersticas dos problemas de roteirizao
pura, onde so classificadas a modelagem, citado anteriormente, em problemas especficos de
cobertura de ns e em problema especfico de cobertura de vias ou arcos. Observa-se que o
Problema do Caixeiro Viajante (PCV), destaca-se como clssico entre os problemas
envolvendo coberturas de ns e o PCC para cobertura de vias. Estes dois exemplos so
referenciais para os demais casos relacionados a este grupo.
Tabela 3 Caractersticas dos Problemas de roteirizao pura
DenominaoN de
RoteirosLocalizaodos clientes
Limite decapacidade
nos veculos
N de basesonde
iniciam osroteiros
Demanda
Problema do
Caixeiro Viajante PCV Um Ns No Uma Determinstica
Problema doCarteiro Chins
PCCUm Arcos No Uma Determinstica
Mltiplos CaixeirosViajantes
mltiplos Ns No Uma Determinstica
Roteirizao em nscom nico depsito
e vrios veculosmltiplos Ns Sim Uma Determinstica
Roteirizao em ns
com vriosdepsitos e vriosveculos PRV
mltiplos Ns Sim Mltiplas Determinstica
Roteirizao em nscom nico depsito
e vrios veculoscom demandas
incertas
mltiplos Ns Sim Uma Estocsticas
Carteiro Chinscom limite de
capacidademltiplos Arcos Sim Uma Determinstica
Fonte: Bodin et al. (1983).
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REVISO BIBLIOGRFICA 40
Problemas de programao de veculos e tripulaes
Os problemas de programao podem ser considerados como problemas deroteirizao com restries adicionais relacionadas ao tempo quando vrias atividades
precisam ser executadas (NARUO, 2003). Conforme Bodin et al. (1983), este tipo de
problema pode ser dividido em dois casos: Programao de Veculos e Programao de
Tripulaes. O primeiro se preocupa com a seqncia das atividades para os veculos no
espao e no tempo e o segundo com a movimentao da tripulao no espao e no tempo.
Segundo Bodin et al. (1983) e Naruo (2003), os problemas de programao de
veculos so classificados em:
Um nico depsito, que consiste no particionamento dos ns de uma rede
acclica em um conjunto de caminhos, de modo que uma determinada funo
custo seja minimizada. Cada caminho corresponde a um veculo. Uma funo
objetivo que minimize o nmero de caminhos efetivamente minimiza os custos
de capital, desde que o nmero de veculos necessrios seja igual ao nmero de
caminhos;
Com restries de tamanho de rota.Considera as restries de tempo mximo
de viagem ou de distncia mxima percorrida pelo veculo antes desse voltar
para o depsito. Esta restrio comumente encontrada na prtica e
corresponde restries de reabastecimento, consideraes de manuteno
etc.;
Com mltiplos tipos de veculo. Considera a possibilidade de que veculos com
diferentes capacidades estejam disponveis para a realizao das tarefas.
semelhante ao problema anterior;
Com mltiplos depsitos.Ocorre quando as tarefas podem ser realizadas por
veculos a partir de depsitos diferentes, e estes ao final do servio retornam a
sua origem. Para o tamanho da frota de cada depsito deve se especificar um
mnimo e o mximo.
As restries que determinam a complexidade do problema de programao no
mundo real so: limite de tempo que um veculo pode estar em servio antes de retornar ao
depsito, tarefas que s podem ser realizadas por tipos especficos de veculos e presena de
diferentes depsitos.
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REVISO BIBLIOGRFICA 41
Observa-se que a programao de tripulao bastante similar a de veculos.
Porm, apresenta, geralmente, restries mais complicadas, como paradas para refeies,
normas trabalhistas etc. Para a programao de tripulaes, Bodin et al. (1983) consideram os
seguintes problemas:
Programao de pessoal em um local fixo. Consiste em encontrar um conjunto
de trabalho capaz de atender todas as necessidades de tarefas em todos os
perodos de tempo. Assume-se que os trabalhadores so intercambiveis e que
um determinado trabalhador possa ser deslocado ao final de cada perodo de
tempo e que outro possa ser alocado no incio de cada perodo;
Programao de veculos e tripulaes no transporte pblico. Determina a
alocao tima de veculos a um conjunto de viagens programadas de linha, e
determina tambm as jornadas das tripulaes, considerando que as trocas de
servio e de turno s podem ser realizadas em pontos especficos dos trajetos
das linhas;
Programao de tripulaes no transporte areo. semelhante ao problema
de programao de veculos e tripulaes do transporte pblico, onde as tabelas
de partidas e chegadas so previamente definidas;
Programao de pessoal em turnos de revezamento. Caracteriza-se pelaprogramao diria de um dia para outro, havendo um rodzio de turno de
pessoal, em funo de restries trabalhistas, sindicais, dentre outras. H
necessidade de uma equalizao das cargas e das condies de trabalho para as
atividades que percebem a mesma remunerao.
Problemas de roteirizao e programao
Para Naruo (2003), os problemas de roteirizao e programao envolvem
relaes de precedncia entre as atividades envolvidas e tambm restries de janelas de
tempo para as atividades (horrio de atendimento e outros). Estes problemas podem ser
considerados como uma combinao de problemas de roteirizao e programao. Diniz
(2000) cita que estes problemas freqentemente surgem na prtica e representam aplicaes
do mundo real. Apresentam restries mais realistas, onde cada parada pode ter volumes aserem coletados ou entregues. E ainda, o problema de roteirizao e programao de veculos
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REVISO BIBLIOGRFICA 42
com janelas de tempo (PRPVJT), uma importante variao do PRV. No PRPVJT, um
nmero de pontos para atendimento tem uma ou mais janelas de tempo durante o qual o
servio pode ser executado.
Bodin et al. (1983) apontam os principais problemas para esta categoria:
nibus escolares.Consiste em um nmero de escolas e cada uma delas possui
um conjunto de paradas de nibus com um dado nmero de estudantes
atrelados a cada uma destas, com janelas de tempo correspondente aos horrios
de incio e trmino do perodo escolar. O principal objetivo do problema
minimizar os custos de transportes para os municpios;
Cavalos mecnicos para carretas com carga completa. Ocorre quando uma
carreta possui apenas uma origem e um destino, com a capacidade de um
cavalo mecnico sendo preenchida por apenas uma carreta. Envolve relao de
precedncia.
Cavalos mecnicos para carretas com carga parcial. Este problema
semelhante ao anterior, porm a carga no precisa ser completa e a carreta pode
ser separada em diferentes origens e destinos.
Servio de coleta de resduos domiciliares e de varrio de ruas. semelhante
ao problema do carteiro chins, mas com restries de capacidade dos veculos,de durao mxima de jornada e janelas de tempo associadas aos horrios de
proibies de estacionamento, de forma a possibilitar a execuo do servio de
varrio. Em geral, o objetivo a minimizao da frota ou um objetivo
correlato.
Transporte de pessoas com necessidades especiais ou transporte pr-
programado. Tambm conhecidos como dial-a-ride, segundo Znamensky e
Cunha (2000) devido possibilidade do servio ser acionado por telefone.Possui origens e destinos diferentes, em geral para servios porta a porta. A
precedncia entre tarefas uma restrio decisiva para a viabilidade da
soluo.
Aeronaves. Tem como objetivo programar simultaneamente rotas areas
(incio, final e escalas), alocar as aeronaves e definir as tabelas de horrios,
levando em considerao dados da demanda entre pares de cidades, freqncia
do servio desejado, vos diretos x escalas etc. Esses problemas envolvemtanto o transporte de passageiros como o transporte de cargas e encomendas.
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REVISO BIBLIOGRFICA 43
Cunha (2000) enfatiza que todos os tipos de problemas de roteirizao e
programao so de natureza essencialmente operacional, ou seja, fazem parte das tarefas
rotineiras de programao da frota, realizadas com freqncia regular, em geral diria ou
semanal. Este mesmo autor ressalta que existem tambm na literatura, problemas de
roteirizao de natureza mais ttica ou estratgica do que operacional, tais como: problemas
integrados de localizao e roteirizao e problemas integrados de estoque e roteirizao.
Nesses casos, a programao dos atendimentos deve levar em considerao no s aspectos
espaciais e os custos dos roteiros, como tambm questes como o nvel de estoque; problemas
de faturamento e roteirizao, nos quais preciso definir simultaneamente quem vai ser
atendido a cada dia de um perodo de tempo pr-determinado. No problema de roteirizao
clssico, todas as demandas so conhecidas antecipadamente. J numa abordagem maisrecente, a chamada roteirizao dinmica, surgem novas solicitaes ao longo da jornada de
trabalho, sendo as mesmas inseridas em tempo real nos roteiros em andamento (CUNHA,
1997).
Aps apresentar os tipos de problemas, so abordados a seguir os possveis
mtodos de soluo.
2.4.3. Mtodos de soluo para os problemas de roteirizao eprogramao
Nas ultimas dcadas, a pesquisa por mtodos de solues de rotas e de
programao de veculos vem crescendo, j que so tcnicas fundamentais para empresas que
necessitam consolidar cargas para entrega e/ou coletas, minimizando os custos. Segundo
Cunha (1997, 2000), os problemas tratados na literatura especializada foram evoluindo emabrangncia e complexidade, concomitantemente com a evoluo da informtica e dos
recursos computacionais. Os primeiros trabalhos publicados na dcada de 60 tratavam
principalmente do problema do caixeiro viajante. Desde ento, novas restries vm sendo
incorporadas aos problemas, visando melhor representar os diferentes tipos de problemas que
envolvem roteiros de pessoas e veculos.Bodin et al. (1983) classificam a maioria das estratgias de soluo para os
problemas de roteirizao de veculos da seguinte forma:
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REVISO BIBLIOGRFICA 44
agrupa e roteiriza (cluster first-route second) Este procedimento consiste
em agrupar a demanda dos ns e/ou arcos primeiro e ento desenvolver rotas
econmicas sobre cada agrupamento;
roteiriza e agrupa (route first-cluster second) Como procedimento tem-se a
criao de uma grande rota ou ciclo, geralmente que no pode ser realizada, na
qual incluem-se todas demandas nos ns e/ou arcos. Posteriormente, esta
grande rota dividida em rotas menores e factveis;
economia/insero Procedimento de construo de uma soluo em um dado
caminho, de maneira que, para cada passo do processo, uma configurao
corrente, que possivelmente infactvel, comparada com uma alternativa que
tambm pode ser infactvel. A configurao alternativa aquela que produz a
maior economia em termos de alguma funo ou critrio adotado, como o
custo total, ou que insira de forma menos custosa demandas ainda no inseridas
na rota (ou rotas) em construo. O processo finalmente concludo com uma
configurao factvel;
melhoria/troca Procedimento heurstico (tambm conhecido como troca de
arcos ou arestas), em que em cada etapa uma soluo factvel alterada,
resultando em outra soluo factvel com o custo total reduzido. Esteprocedimento continua at que no seja possvel redues adicionais no custo;
programao matemtica Esta abordagem inclui algoritmos baseados em
formulaes de programao matemtica do problema em questo;
otimizao interativa Este procedimento apresenta um alto grau de interao
humana incorporado no processo de soluo do problema. A idia est na
experincia do decisor, que tem a capacidade de fixar os parmetros e propor
alteraes subjetivas nas solues do modelo baseado no conhecimento e naintuio. Cunha (1997) alerta sobre as dificuldades de problemas com muitas
restries, onde a participao humana encontra grande dificuldade de
considerar e tratar estas restries simultaneamente. O problema a excessiva
dependncia da habilidade e talento do analista;
procedimentos exatos Procedimento para problemas de roteirizao de
veculos que incluem tcnicas especializadas de branch and bound,
programao inteira mista e programao linear inteira. Evoluiu bastante, mas
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REVISO BIBLIOGRFICA 45
ainda apresenta como principal problema o tempo de processamento e memria
necessria para alcanar a soluo;
Assad (1991) identificou trs direes para o desenvolvimento de novos mtodos
de soluo para problemas de roteirizao e programao com restries mais realistas:
Adaptar ou desenvolver alguma heurstica conhecida e consagrada, de forma a
incorporar novas restries e condicionantes;
Usar tcnicas de programao matemtica, para a soluo de problemas
complexos de roteirizao de veculos;
Adotar heursticas seqenciais ou decomposio, nas quais o problema
decomposto em subproblemas, que so resolvidos seqencialmente atravs de
diferentes algoritmos ou heursticas.
Cunha (1997) tambm classifica os mtodos de soluo para os problemas de
roteirizao, em:
Mtodos exatos possibilitam a obteno da soluo tima. Os mtodos exatos
possuem uma classificao de algoritmos em termos de complexidade
polinomial. Os algoritmos polinomiais so aqueles em que o nmero de
operaes necessrias para obteno da soluo tima de um dado problema
limitado. Os problemas de otimizao combinatria e difceis de seremsolucionados de forma exata so classificados como NP-Completos (ou NP-
Hard), e so considerados complexos. Alguns autores consideram que os
algoritmos exatos so usados apenas em solues de problemas de pequeno
porte. Para problemas de maior porte, utiliza-se mtodos heursticos ou
combinao dos dois mtodos.
Mtodos heursticos geram solues aproximadas, porm chegam soluo
de modo mais rpido; adotam regras empricas de agrupamento ou tcnicasbaseadas em economias, acrescentando ou excluindo paradas.
Mtodos emergentes ou meta-heursticas renem tcnicas mais recentes e
avanadas, no tradicionais, baseadas em sistemas especialistas, mtodos de
busca avanada ou procedimentos iterativos. Deve-se ressaltar que as
estratgias e tcnicas deste grupo so procedimentos heursticos, pois no
garantem a obteno de soluo tima. Laporte et al. (2000) apresentam uma
das mais completas revises dos principais mtodos de soluo para problemas
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REVISO BIBLIOGRFICA 46
de roteirizao de veculos, englobando tanto heursticas tradicionais quanto
meta-heursticas.
Existem diversas formulaes originadas do PCV com desenvolvimento de um
grande nmero de mtodos para resolv-las. Segundo Novaes (1989), muitos dos mtodos
exatos usados para resolver o PCV no so computacionalmente eficientes, o que tem levado
os pesquisadores a planejarem processos heursticos, que geram solues satisfatrias, com
consumo de tempo de computao muitas vezes menor.
2.4.4. Software de roteirizao
Sistemas de Roteirizao e Programao de veculos, tambm conhecidos como
roteirizadores, so sistemas computacionais que atravs de algoritmos, geralmente heursticos,
e uma apropriada base de dados, so capazes de obter solues para os problemas de
roteirizao e programao de veculos com resultados satisfatrios, consumindo tempo e
esforo de processamento pequenos quando comparados aos gastos nos tradicionais mtodos
manuais (MELO e FILHO, 2001). Para Cunha (2000), o objetivo para o planejamento de um
sistema organizado de distribuio ou coleta obter uma roteirizao e/ou seqenciamentoque conduzam minimizao do custo da atividade.
Segundo Novaes (2004) hoje se dispe, no mercado de um nmero razovel de
software de roteirizao, que ajudam as empresas a planejarem e programarem os servios de
distribuio fsica. Atualmente, estas ferramentas consideram um grande nmero de restries
ou condicionantes, que tornam possvel a obteno de modelos muito prximos da realidade.
Alm disso, so dotados de muitos recursos de visualizao grficos e relatrios que auxiliam
o usurio na tomada de deciso (MELO e FILHO, 2001).Um dos desafios futuros o desenvolvimento de metaheursticas mais simples,
rpidas e robustas, mesmo com alguma diminuio da qualidade das solues obtidas, mas
que permitam a sua aplicao emsoftware comerciais (LAPORTE et al., 2000).
Conforme cita Cunha (1997), embora a quase totalidade dos desenvolvedores de
software de roteirizao mantenham em sigilo os algoritmos de soluo utilizados, a anlise
de resultados obtidos para algumas instncias especficas de problemas permite inferir que so
heursticas simples, que produzem solues viveis e, em geral, de boa qualidade, para
problemas de grande porte, em reduzido tempo de processamento.
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REVISO BIBLIOGRFICA 47
Assad (1991) relaciona um conjunto de elementos para caracterizar de forma geral
os problemas de roteirizao. Estes elementos podem ser utilizados para a especificao dos
atributos e requisitos de um software a ser adquirido ou de um modelo de roteirizao a ser
desenvolvido:
natureza e caractersticas dos atendimentos: somente coletas ou entregas;
coletas de retorno (backhauls);
um nico produto ou mltiplos produtos;
atendimento parcial ou total da demanda;
conhecimento das demanda a priori;
existncia de incertezas na demanda;
necessidade de programao de visitas peridicas com freqncias definidas;
prioridade de atendimentos;
frota de veculos (homognea ou heterognea);
restries de capacidade (peso ou volume);
restries de carregamento/equipamento;
vnculo entre o tipo de veculo e o local da base;
compatibilidade entre o tipo de veculo e o tipo de produto a ser transportado;
frota fixa ou varivel;
frota localizada em uma nica base ou em mltiplas bases;
requisitos de pessoal, durao da jornada normal de trabalho;
opo e nmero de horas extras;
nmero fixo ou varivel de motoristas;
horrios e locais de incio e trmino das jornadas de trabalho do pessoal;
parada para almoo com hora marcada e outros tipos de parada (para descanso,
por exemplo);
possibilidade de viagens com durao superior a um dia;
requisitos de programao (atendimento de clientes em um dado dia da
semana);
janelas de tempo para coleta e entrega (rgidas ou flexveis);
tempos de carga e descarga;
horrios de abertura/fechamento;
requisitos de informaes (disponibilidade de dados geogrficos e redes
virias);
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REVISO BIBLIOGRFICA 48
recursos de localizao de endereos dos clientes;
tempos de viagem; localizao dos veculos;
informaes sobre crdito dos clientes.
O mesmo autor relaciona tambm as caractersticas tpicas encontradas em
software comerciais para a roteirizao, apresentadas na Tabela 4, embora para o autor elas
no estejam todas presentes simultaneamente.
Tabela 4 Caractersticas tpicas dos software comerciaisFonte: Assad (1991)
Caracterstica
Diferentes tipos de veculosColetas e entregas, backhaulsJanela de tempoTempo de carga/descargaVariao de velocidadeOpo de contratao de terceiros
Objetivo
Minimizar a distnciaMinimizar o tempo de viagemMinimizar o nmero de veculosMinimizar o custo total
Informaodarota
Limite de capacidade do veculoDurao mxima do percursoUso de horas extrasHorrio de incio e trmino das rotasPernoites, revezamento de motoristasLocais fixos para paradasMltiplas rotas/veculos
Sadas
Itinerrio e programao das rotasRelatrio de utilizao do veculoRelatrio de utilizao/jornada do motoristaRoteiros grficosSuperposio com a rede viriaLocalizao de endereos
Cunha (1997) sintetiza em seu trabalho a viso de trs pesquisadores com relao
aos principais requisitos e caractersticas de sistemas informatizados para a roteirizao deveculos. A Tabela 5 apresenta esta sntese. Neste sentido, a funcionalidade de roteirizao
envolve a definio de rotas e a programao dos veculos, considerando uma srie de
restries operacionais.
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REVISO BIBLIOGRFICA 49
Tabela 5 Requisitos e caractersticas de sistemas informatizados para a roteirizao deveculos
CaractersticasASSAD(1991)
RONEM(1988)
BODIN(1990)
Recursos, restries e condicionantesRoda em microcomputador, porm cominterface para mainframe
SIM
Uma ou mltiplas bases SIM SIM SIMDiferentes tipos de veculos SIM SIMColetas e entregas backhauls SIM SIM SIMJanela de tempo SIM SIM SIMTempo de carga e descarga SIM Velocidades variveis SIM
Contratao de terceiros SIM SIM Limite de peso e volume SIM SIM Mltiplos compartimentos por veculos SIM Durao mxima do roteiro SIM SIM SIMContabilizao de horas extras SIM SIMHorrio de incio e trmino da viagem SIM Roteiros com durao superior a um dia;
pernoites; revezamento de motoristasSIM SIM
Locais de paradas fixo (e.g. almoo) SIM Restries quanto ao tamanho de veculo e
seus equipamentos para um cliente SIM
SIMZonas de entrega e possibilidade defracionamento de carga; roteiros fixos
SIM
Sistema de georeferncia; barreiras fsicas erestries de circulao de veculos
SIM SIM
Mltiplos roteiros por veculo SIM Funo ObjetivoMinimizar distncia SIM SIM Minimizar tempo de viagem SIM SIM Minimizar nmero de veculos SIM SIM
Minimizar custo total SIM SIM SIMResultadosRoteiro e programao de cada veculo SIM Relatrio de utilizao do veculo SIM Relatrio de programao do motorista SIM Roteiros grficos SIM SIM Relatrios definidos pelo usurio SIM Alterao manual de solues SIM
Fonte: Cunha (1997)
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REVISO BIBLIOGRFICA 50
Os software roteirizadores, segundo Marques (2002), operam baseados em
algoritmos avanados de otimizao e modelos robustos, geralmente com objetivo de
minimizar o custo total da operao. A Figura 8 mostra um esquema bsico de funcionamento
de umsoftware de otimizao aplicado na roteirizao.
Algoritmos
Inputs Outputs
ENTRADAS RESULTADOS
Minimizar custos
e atender as
premissas de
nvel de servio
Restries
Rede
Logstica
Recursos
disponveis
Figura 8 Apresentao do funcionamento de um software de roteirizaoFonte: Marques (2002)
Contudo, para Pelizaro (2000) e Naruo (2003), geralmente os sistemas de
roteirizao e programao tm como sada bsica o mesmo: para cada veculo ou tripulante,uma rota e uma programao so providenciadas.
Observa-se que o interesse e a demanda porsoftware comerciais disponveis no
mercado tm crescido muito nos ltimos anos. Entre as razes, pode-se destacar as exigncias
dos clientes com relao s restries cada dia maiores, como: prazos, datas e horrios de
atendimento; problemas de trnsito, circulao e estacionamento de veculos nos centros
urbanos, aumento da competio pelo mercado e a busca de eficincia, reduo de estoques e
aumento da freqncia de entregas. No entanto, Couto (2004) afirma que as heursticas
existentes para resolver os problemas das rotas e entregas, nos software especializados no
mercado, tendem a ser muito generalistas e no costumam gerar resultados satisfatrios.
2.4.5. Processo de escolha e seleo
Para Melo e Filho (2001) adquirir um sistema de roteirizao pode permitir
ganhos significativos, tanto em nvel financeiro, com possveis redues dos custos
operacionais, quanto em termos de qualidade de servios, possibilitando maior quantidade e
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REVISO BIBLIOGRFICA 51
fidelidade dos clientes. Estes ganhos so de grande importncia para a cadeia de suprimentos
e, conseqentemente, para a obteno de vantagens competitivas. A prtica mostra que
sistemas mal implantados ou mal gerenciados provocam prejuzos e problemas. Segundo os
autores, durante o planejamento de seleo, aquisio e posterior implantao, necessrio
que as empresas considerem algumas questes:
H realmente necessidade de adquirir tal tecnologia?
Quais os reais problemas a serem solucionados?
Que tipos de problemas esta aquisio poder trazer?
Quais os reais objetivos da aquisio?
Quais