análise crítica -alegrem-se os povos-

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1 1. Referência bibliográfica PIPER, John. Alegrem-se os Povos, São Paulo, SP: Cultura Cristã, 2012. 272 p. (Traduzido do original em Inglês: Let the Nations bem Glad por Rubens Castilho e Vagner Barbosa). 2. Apresentação do autor/a da obra Dr. John Piper é pastor na Bethlehem Baptist Church em Mineapolis, Minesota. (EUA). Nascido em 11 de Janeiro de 1946 No Tennessee, Estados Unidos. Casado com Noel Piper com quem tem dois filhos. O Dr. John Piper é graduado em Teologia pelo Seminário teológico Fuller e foi lá que ele recebeu sua maior influência teológica, foi onde conheceu os escritos de Lewis e Jonathan Edwards, homens que marcaram de maneira decisiva sua teologia. Ele também é doutor em Novo Testamento pela universidade de Munique na Alemanha. É de linha Batista reformada e sua teologia é marcada e conhecida pela sua centralidade na soberania e Gloria de Deus e o chamado de Deus para que os homens se regozijem em seus atributos. O Dr. John Piper escreve hoje no Desiring God, este site também disponibiliza suas obras gratuitamente em inglês. O site tem esse nome em homenagem a principal obra do autor em questão. O Dr. John Piper teve uma função muito importante na minha vida, no início da minha carreira cristã, quando conhecendo às doutrinas da graça. Não foram poucas as noites que passei em claro ouvindo suas mensagens e lendo seus escritos. 3. Perspectiva teórica da obra A obra é claramente de tradição reformada. Não somente pelos autores citados, mas pelo seu escopo teológico, logicamente. A soteriologia de John Piper está de acordo com os credos e confissões reformados. Sua abordagem sobre as Escrituras nos mostra a centralidade do "Sola Scriptura" em sua obra. A operação do Espírito Santo trabalhando juntamente com a Palavra nos mostra também a sua fidelidade ao "chamado eficaz" que cremos ser uma abordagem bíblica da conversão no pecador. Sua submissão a doutrina da Soberania de Deus também demonstra sua escola teológica, a centralidade de Deus em todas as coisas na criação é algo do qual depende sua obra e, essa é uma verdade fundamental no Calvinismo, que cremos ser bíblica.

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Análise crítica -alegrem-se os povos-

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1. Referncia bibliogrfica

PIPER, John. Alegrem-se os Povos, So Paulo, SP: Cultura Crist, 2012. 272 p. (Traduzido do original em Ingls: Let the Nations bem Glad por Rubens Castilho e Vagner Barbosa).

2. Apresentao do autor/a da obraDr. John Piper pastor na Bethlehem Baptist Church em Mineapolis, Minesota. (EUA). Nascido em 11 de Janeiro de 1946 No Tennessee, Estados Unidos. Casado com Noel Piper com quem tem dois filhos. O Dr. John Piper graduado em Teologia pelo Seminrio teolgico Fuller e foi l que ele recebeu sua maior influncia teolgica, foi onde conheceu os escritos de Lewis e Jonathan Edwards, homens que marcaram de maneira decisiva sua teologia. Ele tambm doutor em Novo Testamento pela universidade de Munique na Alemanha. de linha Batista reformada e sua teologia marcada e conhecida pela sua centralidade na soberania e Gloria de Deus e o chamado de Deus para que os homens se regozijem em seus atributos. O Dr. John Piper escreve hoje no Desiring God, este site tambm disponibiliza suas obras gratuitamente em ingls. O site tem esse nome em homenagem a principal obra do autor em questo.O Dr. John Piper teve uma funo muito importante na minha vida, no incio da minha carreira crist, quando conhecendo s doutrinas da graa. No foram poucas as noites que passei em claro ouvindo suas mensagens e lendo seus escritos.

3. Perspectiva terica da obra

A obra claramente de tradio reformada. No somente pelos autores citados, mas pelo seu escopo teolgico, logicamente. A soteriologia de John Piper est de acordo com os credos e confisses reformados. Sua abordagem sobre as Escrituras nos mostra a centralidade do "Sola Scriptura" em sua obra. A operao do Esprito Santo trabalhando juntamente com a Palavra nos mostra tambm a sua fidelidade ao "chamado eficaz" que cremos ser uma abordagem bblica da converso no pecador. Sua submisso a doutrina da Soberania de Deus tambm demonstra sua escola teolgica, a centralidade de Deus em todas as coisas na criao algo do qual depende sua obra e, essa uma verdade fundamental no Calvinismo, que cremos ser bblica. Por fim, podemos esperar desta obra em questo uma tima abordagem sobre misses, pois os seus pressupostos e alicerces so claramente slidos o suficiente para apresentar uma perspectiva bblica sobre o assunto.

4. Breve sntese da Obra

A obra composta de trs partes sendo estas distribudas em sete captulos. Uma tese central governa todo o livro: "As misses no so o alvo fundamental da igreja. A adorao ." O livro comea mostrando que o propsito da igreja a adorao e as misses se fundamentam nisso. O poder para o cumprimento dessa tarefa a orao e dependncia de Deus e o preo sem sombras de dvidas o sofrimento por amor a Deus e para a glria de Deus. Em sua segunda parte o livro trabalha com a necessidade das misses. Devemos fazer misses porque ningum pode ser salvo aqum da Palavra de Deus, ou seja, s haver f salvadora no pecador se Cristo for anunciado. Deus s ser adorado por intermdio de Cristo, no existe espao para ecumenismo religioso. O anncio de Cristo inegocivel na tarefa de trazer glria para Deus nas misses. Outro assunto desenvolvido na segunda parte a natureza da tarefa, ou seja, o que devemos fazer e que objetivos foram propostos para ns. Devemos anunciar a Cristo para todas as naes, a nfase no para todos os indivduos de todas as naes, mas o foco levar o evangelho a todos os povos.Em sua terceira e ltima parte o livro trata sobre o trabalho prtico de compaixo e adorao. Devemos anunciar o evangelho com o zelo pela Glria de Deus, mas isso no anula a compaixo pela alma dos pecadores, pois o inferno de fato uma coisa terrvel. E por fim, existe uma simplicidade e liberdade na adorao. O livro termina com um eplogo do Tom Steller em 3 Joo e trata sobre a supremacia de adeus em ir e enviar.

5. Principais teses desenvolvida na obra e suas implicaes

TESE 1: As misses no so o alvo fundamental da igreja. A adorao . As misses existem porque no h adorao. A adorao fundamental, no as misses, porque Deus essencial, no o homem. Quando esta era se encerrar e os incontveis milhes de redimidos estiverem perante o trono de Deus, no haver mais misses. Elas so uma necessidade temporria. A adorao, porm, permanece para sempre. (p. 35)

Implicao : Essa afirmao muda o foco e a perspectiva de muitos cristos e de igrejas tambm. Uma das piores coisas que existe hoje no meio cristo infelizmente o ativismo irracional. As pessoas esto, muitas vezes, trabalhando muito e ocupadas com muitas coisas na igreja, mas existe pouca preocupao com adorao a Deus. Elas literalmente no sabem porque esto fazendo o que esto fazendo. E com certeza as misses so afetadas com isso. Como nos empreenderemos em uma tarefa de levar um Cristo que no adoramos e estimamos acima de todas as coisas?! A perspectiva muda se entendermos que o foco da igreja e das atividades da igreja a adorao a Deus e o interesse primrio de que seu nome seja glorificado no mundo. O centro de todas as coisas o prprio Deus e a finalidade das misses que pessoas se tornem adoradoras do Deus que tudo criou. O centro nunca o bem do homem em primeira instncia, assistir os seres humanos em suas necessidades no a prioridade, embora isso seja importante, no chega nem perto do objetivo supremo.

TESE 2: O princpio fundamental para a nossa paixo de ver Deus glorificado sua prpria paixo de ser glorificado, Deus nico e supremo em suas prprias afeies. No h quaisquer rivais para a supremacia da glria de Deus em seu prprio corao. Deus no um idolatra. Ele no desobedece o primeiro e grande mandamento. Com todo o seu corao, alma, fora e mente, ele se deleita na glria das suas mltiplas perfeies. O corao mais apaixonado por Deus em todo o universo o seu prprio corao. (P. 38)

Implicao: Nosso desejo e paixo de ver Deus exaltado nas misses deve provir de uma imitao do zelo e da paixo que Deus tem pela sua prpria Glria. Esse o desejo nico de Deus ver o seu nome glorificado. A melhor coisa que podemos apresentar para o homem no salvo no o quanto ele valioso e o quanto Deus pagou para t-lo por perto. Devemos apresentar o quanto Deus glorioso em seu ser e inflamar os homens com esta paixo. TESE 3: Deus nos deu a orao como um radiotransmissor no campo de batalha, pra que possamos entrar em contato com o quartel para qualquer coisa que precisemos, medida que o reino de Cristo avana no mundo. A orao d a ns a importncia das foras da linha de frente e d a Deus a glria de um provedor ilimitado. Aquele que d o poder recebe a glria. (P. 60)

Implicao: Geralmente temos o costume de usar a orao to somente como um meio para alcanar os nossos desejos (infelizmente), priorizamos sade, bem estar financeiro, boas frias, essas coisas so boas, mas no podemos nos esquecer que a orao um dos elementos da armadura de Deus uma armadura usada para guerra. Devemos utilizar a orao como um meio que adeus nos deu para avanar o seu reino aqui na terra. A orao o contato que ns temos com o nosso general para receber os suprimentos desta batalha. Devemos sempre orar visando a glria de Deus nas peties e isso implica em orar segundo a vontade de Deus na Palavra.

TESE 4: Eis por que o empreendimento missionrio avana por meio da orao. A finalidade principal de Deus glorificar-se. Ele far isso no triunfo soberano do seu propsito missionrio de que as naes o adorem. Ele garantir esse triunfo entrando na batalha e tornando-se o principal combatente. E ele far esse compromisso evidente, por meio da orao, a todos os participantes porque a orao mostra que o poder do Senhor. (P. 73)

Implicao: Podemos ter esperana no avano do reino por meio da orao porque Deus o mais interessado pela sua Glria.

TESE 5: A extenso do seu sacrifcio e a profundidade de sua alegria mostram o valor que ele atribuiu ao tesouro de Deus. Perda e sofrimento, jubilamente aceitos pelo reino de Deus, mostram a supremacia do valor de Deus no mundo de maneira mais clara do que toda adorao e orao. (P. 85)

Implicao: Voc s demonstra o quanto uma coisa valiosa mostrando o quanto est disposto a pagar por ela. A glria de Deus na vida crist e especificamente no trabalho missionrio custeado pelo sofrimento dos crentes porque isso traz mais glria a Deus. E eles demonstram o valor da Glria de Deus entregando suas vidas para esse fim.

TESE 6: A supremacia de Deus nas misses afirmada biblicamente pela afirmao da supremacia de seu Filho, Jesus Cristo. uma verdade surpreendente no Novo Testamento que, desde a encarnao do Filho de Deus, toda f salvadora deve, dali por diante, se fixar nele. Isso sempre foi verdade, por isso aqueles tempos eram chamados "tempos de ignorncia" (At 17:30). Mas agora e Cristo tornou-se o centro consciente da misso da igreja. O objetivo das misses levar "graa e apostolado por amor do seu nome, para obedincia por f, ente todos os gentios" (Rm 1.5). Isso mais uma coisa nova que ocorreu com a vinda de Cristo. A vontade de Deus glorificar seu filho, fazendo-o foco consciente de toda f salvadora. (P. 123)

Implicao: Existe uma mensagem de salvao Cristo Jesus e este crucificado. No podemos modificar a mensagem. Deus centralizou todas as coisas em Seu Filho bendito para que o nome dele seja glorificado na salvao dos pecadores. Ns levamos o nome de Cristo.TESE 7: H pessoas piedosas em religies diferentes do Cristianismo, mas quais humildemente confiam na graa de um Deus que conhecem somente pela natureza ou pela experincia religiosa no crist? A resposta do Novo Testamento um claro e enrgico no. Em vez disso, a mensagem em todo ele que, com a vinda de Cristo, ocorreu uma grande mudana na histria da redeno. A f salvadora foi uma vez focalizada na misericrdia de Deus, conhecida pelos seus atos redentores entre o povo de Israel, e no sistema de sacrifcios de animais e profecias de uma redeno vindoura. Fora de Israel, sabemos de Melquisedeque (Gn 14), que parece conhecer o verdadeiro Deus parte da conexo com a revelao especial da linhagem de Abrao. Mas, agora, a focalizaro da f estreitou-se em um Homem, Jesus Cristo, o cumprimento e garantia de toda redeno, de todos os sacrifcios e de todas as profecias. (P. 158-159)

Implicao: Ecumenismo, salvao pelas obras, Deus se revelar em outras religies isso falso. Somente Cristo Jesus e sua redeno traz salvao ao perdido. No existe gente salva fora da f crist.

TESE 8: [...] o chamado de Deus para misses nas Escrituras no pode ser definido em termos de intercmbio cultural para maximizar o nmero de indivduos salvos. Pelo contrrio, o desejo de Deus para as misses que todos os grupos de pessoas sejam alcanados com o testemunho de Cristo e que um povo dentre todas as naes invoque o seu nome. Creio que essa definio de misses resulte, de fato, no maior nmero possvel de adoradores inflamados do Filho de Deus. Mas isso fica a cargo de Deus. Nossa responsabilidade definir as misses do seu modo e, ento, obedecer. (P. 163)

Implicao: O propsito das misses a criao de um s povo para Deus "a famlia de Deus". No entanto nossa tarefa o anncio entre todas as naes, Deus quem d o crescimento.

TESE 9: O Criador infinito e glorioso do universo, por quem para quem existem todas as coisas - que sustenta a vida de cada pessoa a cada momento (At 17.25) - negligenciado, desacreditado, desobedecido e desonrado entre os povos do mundo. Esta a principal razo para as misses. O oposto deste desrespeito a adorao. A adorao no uma reunio. No essencialmente um cntico ou ateno dada pregao. A adorao no essencialmente algum tipo de ato externo. A adorao essencialmente uma agitao no corao para estimar Deus acima de todos os tesouros do mundo [...]. (P. 208)

Implicao: Embora eu tenha uma ressalva com o final desta afirmao, creio ser impactante esse zelo pelas misses porque o Criador de todas as coisas no est sendo exaltado por todos os homens. Penso em uma pessoa que fez um grande benefcio para todos, mas o seu reconhecimento mrito tem sido dados a outra pessoa. Que grande injustia! O Rei do mundo que criou todas as coisas e sustenta todas as coisas neste exato momento no tem a gratido de todas as suas criaturas. Misses so importantes porque a dignidade de Deus importante.

6. Avaliao crtica da obra

Essa obra tem uma certa facilidade para consertar nossa viso a respeito do que realmente essencial nas misses. Todas as coisas devem ser para a Glria de Deus, ok! Mas como isso funciona em misses?! Paixo pela exaltao de Deus, dependncia de Deus na batalha e disposio para o sofrimento. O captulo sobre o sofrimento realmente empolgante, atravs de muitas biografias somos levados a reflexo de nosso prprio zelo e disposio pela obra de Deus. A honra de Cristo e o avanado do seu reino muito mais importante que o nosso conforto, nossa aposentadoria e nosso bem estar, realmente fascinante. A riqueza de argumentao bblica algo considervel no livro pois faz com que nossas bases para as misses sejam solidificadas na Palavra e no na empolgao com que o autor escreve o livro. O que quero dizer que embora essa obra seja empolgante, o que a deixa mais empolgante sua base bblica!Posso dizer que fui muito edificado pela leitura e certamente ser um livro de referncia para vida toda. O que ficou para mim no trmino da leitura : o quanto eu tenho me dedicado e me preocupado com a tarefa missionria? O quanto tenho investido em orao e recursos nisso? Que eu faa bom proveito dessa verdade.