anais enaproc-2009 uniuv - fundaÇÃo araucÁria · cultural da cidade de uniÃo da vitÓria pr...

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TRABALHOS SELECIONADOS Inscr. Titulo Modalidade 14 EXCELÊNCIA NO ATENDIMENTO AO CLIENTE resumo 19 LEITURA EM LÍNGUA INGLESA artigo 23 ESTUDO COMPARATIVO ENTRE BRIQUETES DE CARVÃO VEGETAL PRODUZIDOS POR EMPRESAS REGIÃO DE UNIÃO DA VITÓRIA - PARANÁ painel 28 IMIGRAÇÃO DOS POLONESES AO BRASIL artigo 29 PORTAIS DE NOTÍCIAS: AS GERAÇÕES DO JORNALISMO NA WEB E A CONVERGÊNCIA DE MÍDIAS artigo 33 LOGÍSTICA APLICADA NO COMÉRCIO VAREJISTA: UM ESTUDO DE CASO NA EMPRESA PERNAMBUCANAS S/A DO MUNICÍPIO DE UNIÃO DA VITÓRIA PR artigo 35 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL - DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO ALIADO AO USO CONSCIENTE DOS RECURSOS NATURAIS artigo 37 OS DESAFIOS DO MARKETING EM UMA COOPERATIVA DE CRÉDITO resumo 38 OBJETOS DECORATIVOS DE MADEIRA UTILIZAÇÃO DE RESÍDUOS DA RESTAURAÇÃO DE LÂMINAS painel 43 DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS EM ATERROS SANITÁRIOS painel 49 MOLDURA COM LÂMINA FAQUEADA DE MADEIRA painel 53 COMPARATIVO DE DURABILIDADE ENTRE TINTAS SINTÉTICAS E POLIURETÂNICAS APLICADAS EM MADEIRA DE EUCALIPTO E MDF painel 64 ORÇAMENTO PÚBLICO resumo

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  • TRABALHOS SELECIONADOS

    Inscr.

    Titulo Modalidade

    14

    EXCELNCIA NO ATENDIMENTO AO CLIENTE resumo

    19

    LEITURA EM LNGUA INGLESA artigo

    23

    ESTUDO COMPARATIVO ENTRE BRIQUETES DE CARVO VEGETAL PRODUZIDOS POR EMPRESAS REGIO DE UNIO DA VITRIA - PARAN painel

    28

    IMIGRAO DOS POLONESES AO BRASIL artigo

    29

    PORTAIS DE NOTCIAS: AS GERAES DO JORNALISMO NA WEB E A CONVERGNCIA DE MDIAS artigo

    33

    LOGSTICA APLICADA NO COMRCIO VAREJISTA: UM ESTUDO DE CASO NA EMPRESA PERNAMBUCANAS S/A DO MUNICPIO DE UNIO DA VITRIA

    PR artigo

    35

    DESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL - DESENVOLVIMENTO ECONMICO ALIADO AO USO CONSCIENTE DOS RECURSOS NATURAIS artigo

    37

    OS DESAFIOS DO MARKETING EM UMA COOPERATIVA DE CRDITO resumo

    38

    OBJETOS DECORATIVOS DE MADEIRA

    UTILIZAO DE RESDUOS DA RESTAURAO DE LMINAS painel

    43

    DISPOSIO DE RESDUOS EM ATERROS SANITRIOS painel

    49

    MOLDURA COM LMINA FAQUEADA DE MADEIRA painel

    53

    COMPARATIVO DE DURABILIDADE ENTRE TINTAS SINTTICAS E POLIURETNICAS APLICADAS EM MADEIRA DE EUCALIPTO E MDF painel

    64

    ORAMENTO PBLICO resumo

  • 78

    ROTINAS SECRETARIAIS DO SECRETARIO EXECUTIVO resumo

    80

    ANLISE DA ESTRUTURA DOS BALANOS PBLICOS SEGUNDO AS NBCASP resumo

    85

    IDH - INDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO E SUA DIFERENA POR REGIES BRASILEIRAS painel

    92

    JORNAL O COMRCIO: HISTRIA E EVOLUO TECNOLGICA resumo

    93

    AJUSTE DE EQUAO PARA MONITORAMENTO DA VAZO DO RIO IGUAU A PARTIR DE LEITURA DO NVEL DA GUA painel

    95

    A REPRESENTAO VISUAL DA CRIANA NAS ELEIOES 2006: UMA ANLISE DOS JORNAIS FOLHA DE S. PAULO E O ESTADO DE S. PAULO resumo

    96

    ARQUITETURA INCLUSIVA resumo

    99

    O SIGNIFICADO DA ARQUITETURA resumo

    100

    DON VICENTE E BLAU NUNES: UMA PROSA ALM DOS TEMPOS artigo

    104

    OS DISTANCIAMENTOS E AS PROXIMIDADES ENTRE AS REPRESENTAES DO GACHO PARA JOO SIMES LOPES NETO E JORGE LUIS BORGES artigo

    107

    PRESERVANTES DA MADEIRA EXTRADOS DAS PRPRIAS PLANTAS painel

    109

    ROTINAS SECRETARIAIS resumo

    114

    O DESENVOLVIMENTO DAS EMPRESAS POR MEIO DO CAPITAL HUMANO artigo

    115

    RECOMEO: O FIM DA VIOLNCIA

    A PRODUO DE UM LIVRO-REPORTAGEM SOBRE HISTRIAS DE VIOLNCIA CONTRA A MULHER resumo

  • 116

    MARKETING NA SADE resumo

    117

    ESTUDO DA ESPCIE TITYUS SERRULATUS, QUE VEM SENDO ENCONTRADA FREQUENTEMENTE NAS CIDADES DE PORTO UNIO-SC E UNIO DA VITRIA-PR painel

    119

    PROJETO MAMAE E BEBE resumo

    129

    A BASE SEXAGESIMAL - CRIAO E JUSTIFICATIVA resumo

    132

    GESTO POR COMPETNCIA resumo

    136

    ESCASSEZ DE INVESTIMENTOS EM INOVAES TECNOLGICAS DAS INDSTRIAS BRASILEIRAS artigo

    140

    O PIB EVIDENCIANDO RECESSES E PROSPERIDADES ECONMICAS painel

    142

    CRIAAO DE UMA GALERIA DE ARTESANATO CULTURAL resumo

    144

    ROTEIRO TURSTICO RELIGIOSO: RESGATE DA CULTURA NOS MUNICPIOS DE UNIO DA VITRIA-PR E PORTO UNIO-SC resumo

    148

    A TV E A RESPONSABILIDADE SOCIAL: PROGRAMA RETRATO resumo

    149

    PLANEJAMENTO PARA IMPLANTAO DE UM SISTEMA DE GESTO ESTRATGICA DE CUSTOS BASEADO NO CUSTEIO ABC artigo

    150

    CAMPANHA PARA O COLGIO SANTOS ANJOS resumo

    151

    POLTICA HABITACIONAL E O DESAFIO DA INCLUSO SOCIAL resumo

    153

    PROPRIEDADE DA FAMLIA AMAZONAS PATRIMNIO CULTURAL DA CIDADE DE UNIO DA VITRIA

    PR painel

    154

    ALTERAES DA COBERTURA VEGETAL DO RIO IGUAU DESTINADAS A REA DE PRESERVAO PERMANENTE painel

  • 155

    ENFRENTAMENTO DA PANDEMIA DE INFLUENZA A (H1N1) PELO MUNICPIO DE UNIO DA VITORIA resumo

    161

    O IMPACTO DA CRISE ECONMICA NO AGRONEGCIO BRASILEIRO artigo

    164

    ESCRITURAO CONTBIL: DA MANUSCRITA DIGITAL artigo

    171

    ESTAO FERROVIRIA E IMEDIAES NO MUNICPIO DE PORTO UNIO -SC, REGISTRO DA HISTRIA E CULTURA DE PORTO UNIO DA VITRIA. painel

    175

    LEVANTAMENTO E AVALIAO DOS CUSTOS DO TRANSPORTE RODOVIRIO DE MADEIRA COM A UTILIZAO DE SOFTWARE resumo

    183

    VIRTUALIZAO COM XEN resumo

    191

    DO POPULA AO ERUDITO: AS FONTES QUE INSPIRARAM A LITERATURA DE WILLIAM SHAKESPEARE artigo

    194

    A IMPORTNCIA DO FLUXO DE CAIXA DIARIO PARA O INVESTIDOR artigo

    199

    TICA PROFISSIONAL CONTBIL artigo

    200

    O SISTEMA DE GESTO DA QUALIDADE artigo

    214

    SAAS: O SOFTWARE COMO SERVIO artigo

    221

    A IMPORTANCIA DA INFORMATICA NA CONTABILIDADE artigo

    230

    CULTURA ORGANIZACIONAL NA GESTO PBLICA artigo

    239

    VARIAES DO PH DA GUA DO RIO IGUAU ENTRE 2005 E 2008 painel

    243

    COMPETITIVIDADE NO MERCADO VAREJISTA artigo

  • 252

    ALVENARIA ESTRUTURAL DE BLOCOS DE CONCRETO

    UM

    SISTEMA CONSTRUTIVO QUE ALIA PRODUTIVIDADE E ECONOMIA artigo

    254

    O NVEL DE SATISFAO DO USURIO DO TRANSPORTE COLETIVO URBANO DE UNIO DA VITRIA-PR artigo

    256

    DOOR TO DOOR A ESTRATGIA COMPETITIVA UTILIZADA PELA EMPRESA ACIFER LTDA. PARA A EXPORTAO DE PORTAS DE MADEIRAS PROJETADAS POR artigo

    260

    CONTABILIDADE GERENCIAL artigo

    284

    RESDUOS RECICLVEIS: UMA ALTERNATIVA DE RENDA COMUNIDADE artigo

    288

    O SOFTWARE LIVRE NA REDUO DE GASTOS COM INFORMTICA artigo

    289

    ANLISE DE DEMONSTRAES CONTBEIS COMO FERRAMENTA PARA A GERNCIA artigo

  • EXCELNCIA NO ATENDIMENTO AO CLIENTE

    AUTORA: KARINE BRAUN

    ORIENTADORA: CLAUDIA MORGANE DOS SANTOS CUZMA

    O trabalho tem como objetivo principal exemplificar, de uma forma geral, os principais erros que as empresas tm cometido em relao ao atendimento aos clientes. Durante o trabalho sero aplicadas pesquisas expondo a opinio dos acadmicos e da comunidade, visando ao grau de satisfao no atendimento, que o cliente tem em relao s empresas de as nossas cidades. Nas ltimas trs dcadas, as empresas brasileiras preocuparam-se em crescer fisicamente, isto , aumentar o nmero de funcionrios, criar gerncias e departamentos, construir prdios, abrir filiais e etc. Porm hoje a situao mudou radicalmente. Com a evoluo mercadolgica, surgiram produtos e servios que maximizaram o padro de competitividade. A importncia atualmente valorizar o cliente. No entanto algumas empresas ainda esto nos velhos hbitos empresariais, por isso esto desaparecendo, da noite para o dia, por no conseguirem adaptar-se s exigncias dos consumidores. O cliente normalmente tratado como parte do processo de negociao e no como fator principal da negociao, ou seja, muitas empresas ainda tratam seus clientes como nmeros, negativos ou positivos ao final de cada ms, pensam em vender e lucrar, e no investem em treinamentos para seus colaboradores; fazem regras dentro da empresa sem nenhum sentido; no do ateno aos detalhes e at o orgulho pessoal est envolvido. Contudo algumas empresas esto atentas a essa mudana e colocam como quesito principal a conquista de novos clientes. Esforos para conquistar clientes sempre foram feitos, o que falta a manuteno dos j existentes, que poucas vezes so o foco da ateno por sua fidelizao. Agora percebemos como importante o cliente ter opes, pois o servio s melhora quando algum (concorrncia) faz alguma coisa para se destacar e a as empresas so obrigadas a acompanh-las. Enfim, atrair e manter o cliente atualmente a maior preocupao nas organizaes, e fideliz-lo ainda est longe de ser uma conquista. No fcil mudar uma postura consolidada durante dcadas, principalmente quando a valorizao do cliente no faz parte do dia a dia. E esse o fator diferencial de competitividade entre as empresas. A receita para o bom atendimento tem muitos ingredientes, mas passa invariavelmente pelo hbito de pensar como cliente . Somente assim, a empresa se coloca no lugar do consumidor, entende as necessidades dele e, consequentemente cria autntica empatia, buscando servi-lo bem. Agora as empresas devem fazer a seguinte pergunta: Seria bom estar no lugar do meu cliente? Se a resposta for no, a importncia destinada a eles deve ser repensada. No s a importncia, mas tambm a razo de ser da organizao.

    Palavras-chaves: Atendimento. Cliente. Concorrncia. Competitividade.

  • LEITURA EM LNGUA INGLESA

    AUTORA: ALESSANDRA BERNARDES

    RESUMO Em virtude de muitos textos, tanto cientficos quanto literrios ou jornalsticos, utilizarem a Lngua Inglesa em nossa atualidade, a habilidade da leitura requerida em vrios mbitos. Entretanto, o entendimento do que significa ler tem sofrido mudanas atravs dos tempos e atualmente se destacam as pesquisas que abordam os fatores que influenciam a atividade de leitura e as estratgias que auxiliam nesse processo. O arcabouo terico que fundamenta o presente artigo o Sociointeracionismo, representado aqui, principalmente, por Aebersold e Field (1997) e Souza e outros (2005). O resultado almejado a partir do conhecimento terico sobre as questes que o ato de ler envolve uma maior autonomia por parte do aprendiz de uma Lngua Estrangeira, visto ser essa uma tendncia geral no ensino de lnguas.

    Palavras-chave: Lngua Inglesa. Leitura. Socio-interacionismo.

    1 INTRODUO

    A fim de abordarmos a questo da leitura em Lngua Inglesa, faz-se mister

    que, primeiramente, investiguemos o que significa ler. Como nos explica Rojo (2004,

    p.2),

    [...] no incio da segunda metade do sculo passado, ler era visto

    de maneira simplista

    apenas como um processo perceptual e associativo de decodificao de grafemas (escrita) em fonemas (fala), para se acessar o significado da linguagem do texto.

    Entretanto, [...] atravs destes 50 anos, muitas outras capacidades nele

    envolvidas [no ato de ler] foram sendo apontadas e desveladas. (ROJO, 2004, p.3).

    Dentre essas capacidades, focou-se, a princpio, nos processos cognitivos e

    metacognitivos utilizados pelo leitor. Mikulecky (1990) define habilidades cognitivas

    como estratgias que o leitor emprega para compreender uma passagem de um

    texto e metacognio como a capacidade de no apenas utilizar estratgias

    especficas, mas tambm de estar consciente da importncia delas e de como

    avali-las. Posteriormente, focalizou-se o aspecto interativo do texto, ou seja, como

    o sentido era construdo pelo leitor atravs das pistas que o autor deixava.

    Atualmente, a leitura entendida como um ato de se colocar um texto em relao

    com outros textos anteriores a ele, gerando possibilidades infinitas de rplica, isto ,

    o leitor possui um papel ativo no processo de construo dos possveis significados

  • de um discurso. Em virtude dessa interao entre leitor e texto, essa viso

    conhecida como Sociointeracionismo.

    importante perceber, no entanto, que nenhuma destas teorias invalida os

    resultados das anteriores. O que acontece que fomos conhecendo cada vez mais

    a respeito dos procedimentos e capacidades envolvidos no ato de ler. (ROJO, 2004,

    p.3). E justamente essa concepo abrangente de leitura a adotada no presente

    artigo, que busca compreender as especificidades desse processo quando este se

    d no contato com uma Lngua Estrangeira

    no nosso caso, a Inglesa.

    2 FATORES QUE INFLUENCIAM A LEITURA EM LNGUA INGLESA

    Ter sucesso na atividade de ler um texto escrito em uma lngua que no a

    nossa requer uma habilidade que envolve diversos fatores. De acordo com

    Aebersold e Field (1997), os fatores que influenciam a leitura em Lngua Estrangeira

    so:

    a) desenvolvimento cognitivo e orientao de estilo: a idade do aprendiz possui

    estreita relao com os tipos de estratgia de leitura que ele usar, assim

    como o seu estilo de aprendizagem. Uma criana em contato com uma

    Lngua Estrangeira, por exemplo, est em uma etapa de desenvolvimento

    cognitivo muito diferenciada da de um adolescente ou de um adulto, bem

    como um aluno reflexivo lida com o vocabulrio desconhecido de forma

    oposta maneira de um aluno que atenta para o sentido geral do texto;

    b) competncia e desempenho em leitura na lngua materna: quanto mais um

    aluno aprende a ser flexvel, adaptvel e questionador na Lngua Materna,

    mais provvel que tambm assim se comporte na Lngua Estrangeira. O

    inverso, entretanto, igualmente verdadeiro: o aprendiz de uma lngua pode

    melhorar suas habilidades de leitura na Lngua Materna atravs do

    treinamento de estratgias na Lngua Estrangeira;

    c) conhecimento metacognitivo: a facilidade que o aluno possui em discutir,

    descrever e deduzir regras geralmente transferida para a lngua que

    pretende aprender (doravante lngua-alvo). Seu conhecimento gramatical da

    Lngua Materna serve de subsdio de comparao para estruturas da Lngua

    Estrangeira;

  • d) proficincia na lngua-alvo: o conhecimento do vocabulrio e da gramtica da

    lngua um fator decisivo para o sucesso na atividade de leitura. O aprendiz

    deve, portanto, buscar textos que se coadunem com o seu nvel de

    proficincia;

    e) grau de diferena entre a Lngua Materna e a Lngua Estrangeira: diferenas

    quanto ao sistema de escrita podem ser um srio fator de complicao do

    processo de leitura. A caligrafia chinesa, por exemplo, alm de uma

    ferramenta de comunicao, tambm uma das mais respeitadas

    manifestaes artsticas dessa cultura. Um aprendiz de uma lngua que utiliza

    o mesmo alfabeto e o mesmo sistema de escrita que o da sua prpria ter,

    obviamente, uma dificuldade a menos no ato de ler;

    f) orientao cultural: as pesquisa atuais do grande valor ao papel que a

    cultura desempenha no aprendizado de uma Lngua Estrangeira (ver

    Kramsch, 1993; Hinkel, 1999; Paran e Almeida,2005). Em se tratando

    especificamente da questo da leitura, as influncias se concentram em seis

    grupos:

    - atitude em relao ao texto: os alunos que aprendem a ler no contato

    com escrituras sagradas, como a Bblia, internalizam a noo de que

    um texto carrega a verdade. J aqueles que tm seu primeiro contato

    por meio de estrias que lhe so contadas, possuem mais facilidade

    para interpretar e questionar o que lem;

    - tipos de habilidades e estratgias de leitura na Lngua Materna: um

    aprendiz que passou por uma escola tcnica, por exemplo, tem mais

    experincia em localizar informaes objetivas. J um estudante de

    Literatura, por sua vez, se concentra mais em interpretaes

    subjetivas;

    - tipos de habilidades e estratgias de leitura na lngua-alvo: esse fator

    diz respeito ao comportamento do aluno em relao ao que no

    compreendeu na atividade de leitura. Geralmente, aqueles que

    entendem o texto como detentor da verdade tendem a indagar o

    professor sobre o significado de vocabulrio desconhecido. J os que

    tiveram o primeiro contato por meio da literatura, acabam por tentar

    inferir o significado atravs do contexto;

  • - crenas sobre o processo de leitura: em algumas culturas,

    compreenso significa explicar a gramtica e a estrutura de uma

    pgina de um texto; em outras, refere-se habilidade de resumir a

    idia principal de um livro inteiro em poucas linhas;

    - conhecimento de gneros textuais na Lngua Materna: as

    caractersticas prprias de um bom texto variam de cultura para

    cultura. Os autores franceses, por exemplo, primam por um estilo mais

    abstrato ao redigir seus escritos, j os americanos preferem textos

    mais objetivos;

    - conhecimento prvio: de acordo com Aebersold e Field (1997, p.32,

    traduo minha), o impacto da orientao cultural sobre o

    conhecimento prvio talvez a mais bvia das seis influncias aqui

    examinadas [...] i. A compreenso de um texto extremamente

    facilitada se o assunto tratado de conhecimento do leitor.

    A conscincia de todas essas influncias que se fazem presente no ato de

    compreender um texto em Lngua Estrangeira de grande importncia no processo

    de leitura. Para o professor, categorizar esses fatores facilita a sua memorizao e

    seu reconhecimento no comportamento dos alunos. ii (AEBERSOLD; FIELD, 1997,

    p.23, traduo minha). O aluno, por sua vez, comea a perceber o modo como l,

    mudando o que no est gerando o efeito desejado e mantendo o comportamento

    que tem garantido sucesso.

    3 ESTRATGIAS DE LEITURA

    Segundo Souza e outros (2005, p.7), [...] o conhecimento estratgico envolve

    a utilizao de estratgias de leitura para facilitar a construo de sentido do texto.

    Aps estar consciente de todas as influncias presentes no ato de ler, discutidas no

    item 2 do presente artigo, o aluno deve buscar ferramentas que o auxiliem no

    contato com textos em Lngua Estrangeira. Dentre essas ferramentas, destacam-se

    as seguintes:

    a) objetivo da leitura: importante que o leitor tenha em mente o propsito que

    necessita atingir no contato com um texto. Tal propsito guiar a forma de se

    realizar a leitura: listas de telefone convidam o leitor a localizar uma

    informao especfica, no uma leitura cuidadosa. Material tcnico requer

  • uma sntese cuidadosa [...] iii (SILBERSTEIN, 1993, p.102, traduo minha).

    Devido aos diferentes objetivos que o ato de ler pode ter, existem nveis de

    compreenso variados (SOUZA et al., 2005):

    - compreenso geral (skimming): consiste em uma leitura superficial,

    normalmente com o intuito de verificar a utilidade do texto para o fim

    pretendido. Souza e outros (2005, p.24) exemplificam seu uso:

    Skimming muito utilizado em nosso dia-a-dia, quando folheamos um jornal ou revista para obter uma idia geral das principais matrias / reportagens. No contexto acadmico bastante empregada na seleo de material bibliogrfico para trabalhos de pesquisa.

    - compreenso das idias principais: trata-se de uma leitura em que se

    busca uma informao especfica, no importando o sentido do texto

    como um todo. Como exemplos caractersticos dessa tcnica temos o

    uso do dicionrio e da lista telefnica;

    - compreenso detalhada: o objetivo analisar os detalhes do texto. No

    se trata de uma leitura superficial (como o skimming) nem de uma

    leitura especfica (como o scanning). Por exemplo, ao selecionarmos

    uma matria de interesse no jornal, prestamos ateno aos detalhes e

    estabelecemos comparaes com o que j sabemos a respeito do

    assunto. (SOUZA et al., 2005, p.16).

    b) gnero textual: cada tipo de texto possui uma organizao, estruturas

    gramaticais e gama de vocabulrio que lhe caracterstico. Bulas de remdio,

    por exemplo, possuem linguagem tcnica e se organizam em itens como

    posologia, indicaes, contraindicaes etc. Receitas culinrias, por sua vez,

    usam verbos no imperativo e apresentam sees de ingredientes e modo de

    fazer. A familiaridade com o gnero textual possibilita ao leitor efetuar leituras

    mais eficientes e direcionadas, pois permite localizar informaes mais

    rapidamente. (SOUZA et al., 2005, p.11);

    c) conhecimento prvio: todo o conhecimento acumulado do leitor interage com

    o novo texto que ele est em contato. Essa interao benfica porque

    permite que hipteses sejam confirmadas ou descartadas durante a leitura.

    Mikulecky (1990, p.37, traduo minha) afirma que [...] o conhecimento

    prvio ativado dos alunos permite que eles leiam visando o significado,

    mesmo se muitas palavras do texto no lhes so familiares. iv Tal

  • comportamento evita a traduo de palavra por palavra, pois os alunos

    percebem que esse processo no necessrio para uma compreenso

    eficaz;

    d) inferncia segundo McCarthy (1990, p.125, traduo minha):

    Inferir envolve criar um esquema mental para a(s) palavra(s) desconhecida(s), baseado no conhecimento de mundo e experincia prvia [...]; isto significa concluir o significado por meio de passos racionais em face das evidncias disponveis. v

    Ao se deparar com uma palavra nova, o bom aluno de Lngua

    Estrangeira tenta deduzir seu significado pelo contexto em que ela se

    apresenta. Imaginemos que um aluno no conhea a palavra reliable, mas

    que ela aparea na seguinte frase: I know I can trust Tom, he has always

    been a reliable friend. O esquema mental produzido seria: Eu sei que posso

    confiar em Tom, ele sempre foi um amigo ________ . O aluno deduziria,

    assim, que reliable uma caracterstica de um amigo em que se pode confiar,

    ou seja, significa confivel ;

    e) dicionrio: caso uma palavra no seja dedutvel a partir de seu contexto, o

    dicionrio aparece como a soluo mais adequada: Itens de vocabulrio que

    so utilizados de uma maneira no-familiar so bons candidatos para a

    prtica do dicionrio. vi (SILBERSTEIN, 1993, p.111, traduo minha).

    Entretanto, o contexto auxilia na escolha da melhor definio (no caso de um

    dicionrio monolngue) ou da melhor traduo (no caso de um dicionrio

    bilngue). De acordo com Lewis (1993, p.181, traduo minha), [...] todo

    curso equilibrado deve fornecer aos alunos com um treinamento real de como

    explorar um dicionrio monolngue para um maior proveito vii, visto que,

    diferentemente do bilnge, os bons exemplares monolngues contm uma

    parfrase clara do significado, exemplos de uso, pronncia e, em alguns

    casos, expresses idiomticas com o verbete.

    f) palavras-chave: para que o leitor consiga identificar o assunto principal de um

    texto, necessrio a identificao de palavras que se repetem ao longo do

    discurso

    conhecidas como palavras-chave. Essa estratgia bastante til

    em Lngua Inglesa, visto que, diferentemente do que ocorre na Lngua

    Portuguesa, a substituio por sinnimos no to presente. Souza e outros

  • (2005, p.46) afirmam que o reconhecimento das palavras-chave nos auxilia a

    identificar o assunto e construir o significado do texto ;

    g) marcadores discursivos: so termos que ligam as partes de um texto. Atravs

    dessas palavras de ligao, os autores mostram com maior clareza a

    organizao de suas idias. (SOUZA et al., 2005, p.59). Alguns exemplos

    tpicos so but ( mas ), que conecta afirmaes opostas; and ( e ), que d a

    idia de adio; e so ( ento ), que expressa consequncia. Por serem

    elementos presentes na maioria dos textos, o conhecimento de tais

    marcadores de grande utilidade para o leitor;

    h) afixos: se fazem presente quando uma letra ou grupo de letras

    acrescentado ao incio (prefixo) ou fim de uma palavra (sufixo) com o intuito

    de formar um outro termo. Por exemplo, se acrescentarmos o prefixo un

    palavra happy ( feliz ), formamos unhappy ( infeliz ). Saber os afixos mais

    comuns auxilia na compreenso de palavras desconhecidas, entretanto, [...]

    o conhecimento das razes e afixos raramente suficiente sem o contexto

    para decifrar um termo no-familiar. viii (SILBERSTEIN, 1993, p.109, traduo

    minha);

    i) verbos: de acordo com Souza e outros (2005, p.81):

    No processo de leitura, os verbos tm grande importncia para a compreenso. Na orao so eles que exprimem ao (pular, correr, fazer etc.) ou estado (ser, estar, morar etc.). [...] Os verbos tambm so essenciais para estabelecer o tempo em que se d a ao (presente, pretrito ou futuro).

    Conhecer, portanto, os verbos mais usados e as marcas de tempo

    verbal

    tais como o acrscimo do sufixo -ed aos verbos regulares no

    passado e o uso de will para indicar futuro

    uma estratgia extremamente

    valiosa em grande parte dos textos;

    j) informao no-verbal: aquela fornecida por meio de tabelas, figuras,

    mapas, grficos, enfim, aparatos que no somente fazem uso de palavras.

    No entanto, sabe-se que, no raro, a informao no-verbal ignorada ou

    considerada suprflua pelo leitor. (SOUZA et al., 2005. p.35). Nada poderia

    estar mais longe da verdade, visto que o objetivo desse tipo de dado ,

    muitas vezes, confirmar o contedo de um texto. Tirar proveito de tais

    informaes o comportamento ideal de um bom leitor, tanto em Lngua

    Estrangeira quanto em Lngua Materna.

  • 4 CONCLUSO

    O sucesso da leitura de um texto escrito em uma lngua que no a materna

    est em consonncia com os resultados de pesquisas que envolvem o aprendizado

    de uma Lngua Estrangeira como um todo: Recentemente, a ateno se voltou para

    as maneiras que os aprendizes podem ser treinados para terem mais

    responsabilidade pelo modo e pelo que aprendem [...]. ix (McCARTHY, 1990, p.129,

    traduo minha). A autonomia dos alunos pode ser gradualmente atingida medida

    que eles tomam conscincia dos fatores que influenciam seu desempenho como

    leitores e das estratgias que podem utilizar para sanar ou amenizar suas

    dificuldades. claro que, como explica Mikulecky (1990, p.28, traduo minha), [...]

    a habilidade de ler e entender um texto por meio da aplicao automtica de

    estratgias o objetivo. Mas o ensino de estratgias enfatiza os processo de

    pensamento analticos a serem usados ao entender um texto em ingls. x Essa

    automaticidade pretendida s poder ser adquirida se o aluno tiver conscincia, em

    um primeiro momento, das tcnicas e mtodos que precisa lanar mo ao realizar

    uma atividade de leitura em uma Lngua Estrangeira.

    5 REFERNCIAS

    AEBERSOLD, J. A., FIELD, M. L. From reader to reading teacher. Cambridge: Cambridge University Press, 2005.

    LEWIS, M. The lexical approach: the state of ELT and a way forward. London: Language Teaching Publications, 1993.

    McMARTHY, M. Vocabulary. Oxford: Oxford University Press, 1990.

    MIKULECKY, B. A short course in teaching reading skills. Massachusetts: Addison-Wesley Publishing Company, 1990.

    ROJO, R. Letramento e capacidades de leitura para a cidadania. So Paulo:SEE: CENP, 2004.

    SILBERSTEIN, S. Techniques and resources in teaching reading. Oxford-USA: Oxford University Press, 1993.

    SOUZA, A. G. F. et al. Leitura em lngua inglesa: uma abordagem instrumental. So Paulo: Disal, 2005.

  • ESTUDO COMPARATIVO ENTRE BRIQUETES DE CARVO VEGETAL

    PRODUZIDOS POR EMPRESAS DISTINTAS NA REGIO DE UNIO DA VITRIA

    PARAN

    AUTORES: ANA FLVIA PISKOR DA SILVA E MARCOS PAULO VLADIKA

    ORIENTADOR: ROBERTO PEDRO BOM

    O Brasil o maior produtor e consumidor de carvo vegetal do mundo, este insumo em grande parte utilizado pelo setor industrial brasileiro. Apesar de o carvo ser um excelente combustvel e ter uma larga aplicao, algumas de suas caractersticas so desfavorveis, como a baixa densidade e a desuniformidade granulomtrica, o que restringe em alguns casos a sua utilizao. Durante o processo de fabricao, o carvo gera grande quantidade de finos, podendo chegar a 25% do total produzido. Atravs do processo de briquetagem do carvo vegetal, com o uso de aglutinantes, ou seja, a tcnica que envolve o balanceamento granulomtrico, a mistura proporcional de aglutinantes, compactao e secagem, consegue-se aproveitar os finos de carvo na forma de um produto combustvel de melhor densidade, mais homogneo e com caractersticas energticas maiores que o carvo comum, facilitando ainda seu armazenamento e transporte as longas distncias. Este trabalho objetiva realizar um estudo comparativo entre as propriedades energticas dos briquetes de carvo vegetal produzidos em duas empresas da regio de Unio da Vitria

    Paran. Para se obter os resultados de carbono fixo, volteis, teor de cinzas e umidade, foram realizados testes de acordo com a NBR 8112 (Carvo Vegetal

    Anlise Imediata), a aparelhagem e os materiais utilizados foram: amostras de briquetes de carvo vegetal das duas empresas, dois fornos tipo mufla com temperatura controlada, balana analtica de preciso, desumidificador, balana determinadora de umidade, doze cadinhos, sendo trs grandes e trs pequenos para as amostras de cada empresa. Os resultados dos testes foram obtidos atravs dos clculos observados pela NBR 8112 (Carvo Vegetal

    Anlise Imediata) e lanados em planilhas do Excel. Pode-se concluir com este trabalho que o briquete de carvo vegetal da empresa A possui maior poder calorfico que o briquete de carvo vegetal produzido pela empresa B. Alm de oferecer uma destinao nobre a um material considerado por muitos como resduos

    finos.

    Palavras-chave: Briquetes. Carvo vegetal. Poder calorfico. Carbono. Volteis

  • IMIGRAO DOS POLONESES AO BRASIL

    AUTORA: MARLENE CORRA PLODOVISKI

    ORIENTADOR: CASSIO ROBIN PORTES

    RESUMO

    Neste estudo relata-se o sofrimento dos poloneses, principalmente da classe menos privilegiada, devido falta de terra, de alimentao e elevado nvel de misria em fuga desesperadora das guerras e perseguies socais e econmicas. Incentivados pela propaganda de que no Brasil havia uma proposta tentadora obriga-os a tomar uma deciso que a imigrao era a nica soluo de seus problemas. Atravs de diversos livros histricos e um estudo aprimorado conseguimos voltar ao passado e relatar como foi a deciso da sada, a viagem, a chegada, as dificuldades encontradas em uma regio desabitada e a importncia para a povoao e o desenvolvimento do Brasil, principalmente da regio Sul, dando exclusividade ao estado do Paran. Percebe-se um povo simples, guerreiro, e disposto a lutar por seus ideais, no deixando de lado sua preocupao com a educao, cultura, religiosidade e histria de seu povo.

    PALAVRAS-CHAVE: Imigrantes. Poloneses. Pases. Paran. Colonos.

    1 INTRODUO

    No sculo XVIII a revoluo industrial transformava todos os sistemas

    econmicos da Europa, causando profundas transformaes nos meios produtivos

    das naes daquele continente. Pases como a Polnia, que securlamente se

    caracterizaram por adotar um regime econmico senhorial arcaico dependente da

    economia agrria, com excesso de mo-de-obra proletriada nas aldeias e vilas,

    com elevado ndice de crescimento demogrfico, falta de terras para as novas

    geraes, foram os mais penalizados com o desenvolvimento tecnolgico.

    Alm de perseguies polticas e religiosas estes pases sofreram as

    conseqncias scias do xodo rural para os centros industriais, pois j comeavam

    a sentir os efeitos da mecanizao e a conseqente dispensa de mo-de-obra. Os

    poloneses, a exemplo de outros povos europeus no enxergavam mais um futuro

    promissor em sua ptria, tendo nas migraes uma espcie de tbua de salvao

    para as geraes futuras, e tiveram como destino o Brasil, que na poca contava

    com vastas reas de terras quase que totalmente despovoadas.

    1.1 OBJETIVOS

  • 1.1.1 Objetivo Geral

    Pesquisar a vida dos poloneses que imigraram ao Brasil, especialmente para

    a Regio Sul do Paran e a importncia dessa etnia na formao econmica do Sul

    do estado.

    1.1.2 Objetivos Especficos

    a) Avaliar a contribuio scio econmica proporcionada pelos imigrantes poloneses

    para a agricultura, educao e cultura paranaense;

    b) Entender os motivos que incentivaram o processo migratrio;

    c) Mostrar o atual estgio scio econmico dos poloneses da regio de Mallet;

    1.2 METODOLOGIA DA PESQUISA

    O presente trabalho ser desenvolvido por meio de pesquisa bibliogrfica, em

    livros, revistas, jornais, internet, e outros documentos que falem sobre o assunto.

    Esta pesquisa tem por finalidade obter dados que embasaro a pesquisa de campo

    visando obter um referencial terico que de suporte ao estudo, e atravs dessa

    pesquisa ser possvel atingir os objetivos bastante complexos por estarem

    englobados num contexto terico de um passado, presente e futuro real da nossa

    sociedade.

    Somente atravs da pesquisa bibliogrfica ser possvel entender o porqu

    da vinda dos poloneses para o Brasil, a importncia deles para a economia do sul, e

    as transformaes sociais, polticas e culturais causadas por eles.

    A pesquisa de campo ser com pessoas da comunidade descentes dos

    poloneses ou ainda depoimentos de imigrantes, que contriburam com teoria

    representada na vida dessas pessoas abrindo novos horizontes para o pesquisador.

  • 1.3 EMBASAMENTO TERICO

    O presente trabalho foi desenvolvido e embasado em livros de Histria,

    revistas, jornais, meios eletrnicos e outros documentos que contam a trajetria do

    povo Polons e os resultados obtidos por eles no Brasil.

    2 HISTRICO DA COLONIZAO BRASILEIRA NO SCULO XVIII E XIX

    A Europa do sculo XVIII era um continente muito diferente daquele que

    conhecemos hoje. O velho continente estava passando por mudanas profundas,

    em que alguns pases estavam se sobressaindo economicamente em relao a

    outros, porm, as diferenas tnicas e velhas contendas passadas ainda no haviam

    sido esquecidas.

    De acordo com Wachowicz (1970), no sculo XVIII a populao europia

    experimentava um crescimento demogrfico exorbitante, contando com 180.000.000

    de habitantes naquele sculo. A sociedade europia passava por profundas

    mudanas, principalmente na classe proletariada que se sentia cada vez mais

    marginalizada, o que deu origem ao maior deslocamento populacional que a histria

    presenciou

    as migraes para o Novo Mundo.

    At aquele sculo, a Europa mantinha uma populao camponesa isolada,

    conservadora ao extremo, resistente s mudanas. As terras eram escassas, e a

    maioria dos camponeses eram arrendatrios ou empregados temporrios em terras

    alheias, trabalhando em condies de extrema misria.

    Embora a Europa estivesse iniciando um perodo de modernidade, velhas

    rixas ainda pairavam naquele continente, tanto que ao final do sculo XVIII a Polnia

    foi invadida pela ustria, Rssia e Prssia que tinham interesses polticos e

    econmicos na regio, custando Polnia a perda de grande parte de seu territrio.

    A submisso polonesa marcou para seu povo uma poca de muita dificuldade e

    humilhao, embora o rei Stanislaw Pniatowski tenha procurado manter a unidade

    da nao, nos territrios restantes, estimulando a resistncia atravs das

    manifestaes artsticas e culturais. Para isso chegou a criar uma comisso de

    educao nacional que deu origem ao primeiro Ministrio de Instruo Pblica do

    mundo (PARAN..., 1986).

  • Faltavam terras na velha Polnia, e a preocupao dos poloneses com as

    futuras geraes que poderiam no ter como sobreviver em pequenas reas de solo,

    to pequenas que no apresentavam sinais de prosperidade. Entretanto, em pases

    como o Brasil, alm de liberdade, sobravam espaos desocupados, o que

    representava um sinal de vida nova para aqueles povos no Brasil do sculo XIX

    (PARAN..., 1986).

    Esses vazios demogrficos no Brasil ameaavam o domnio portugus,

    exigindo das autoridades aes imediatas para implantar e desenvolver um projeto

    de colonizao com alto grau de atratividade. Promoveu-se ento intensa

    publicidade destinada a atrair a ateno de considervel parcela de europeus que

    estavam enfrentando um perodo de acentuada misria naqueles tempos. Diante de

    elevado grau de penria que vivia, normalmente ficavam obcecados pela proposta

    de oportunidades oferecidas pelo governo brasileiro, e imigrantes potenciais eram

    convidados a considerar o Brasil como uma das principais naes agrcolas do

    mundo, dizia um folheto da propaganda (PARAN..., 1986).

    Em fins de 1880, o estmulo as imigraes somava-se ao movimento do

    liberalismo econmico e poltico para produzir uma imagem nacional mais definida.

    Outro motivo conjunturalmente mais forte de colonizao foi a substituio da mo-

    de-obra escrava, onde o Decreto de 28 de junho de 1890 dispunha: inteiramente

    livre a entrada nos portos da Repblica dos indivduos vlidos e aptos para o

    trabalho que no se acharem sujeitos a ao criminal do seu pas (PARAN...,

    1986).

    Durante a febre brasileira , como foi chamado o perodo das maiores

    imigraes para o Brasil, chegou a ocorrer na Polnia uma lenda, espalhada pelos

    agentes de recrutamento nas aldeias polonesas dizendo que havia uma terra, que

    era coberta por nvoas e desconhecida de todos. Era uma terra onde corria leite e

    mel. A virgem de Czestochowa

    Padroeira da Polnia, ouvindo compadecida aos

    apelos que lhe dirigiam os sofridos camponeses, dispersou o nevoeiro e destinou os

    imigrantes poloneses nova terra; esta terra prometida era o Paran (PARAN...,

    1986).

    A propaganda de estmulo s imigraes era convincente: o Brasil era

    apresentado como um verdadeiro paraso, e outras lendas vagavam entre os

    camponeses poloneses, principalmente para aqueles temiam a viagem trans-

    ocenica, pois no conheciam o mar, e para acalm-los, os agentes recrutadores

  • espalhavam ento nas provncias, a notcia de que estava sendo construda uma

    ponte sobre o oceano e que em breve a travessia poderia ser feita a p ou de

    carroa (PARAN..., 1986).

    Segundo Wachowicz (1970), a chamada febre brasileira teve dois perodos

    bem definidos, entre 1890 e 1897 e outro aps 1906 que durou mais ou menos 16

    anos, no intervalo desses dois perodos a imigrao quase no aconteceu, pois no

    tinha incentivo do governo e os imigrantes que chegavam eram aqueles que vinham

    pela propaganda dos parentes que j estavam implantados no Brasil.

    No primeiro perodo a imigrao foi macia tendo como intermdio o incentivo

    do governo brasileiro, a maioria dos imigrantes dirigiam-se ao Paran e em seguida

    para o Rio Grande do Sul. Naquele perodo os estados de So Paulo, Minas Gerais

    e Esprito Santo tambm receberam imigrantes. No segundo perodo a partir de

    1906 o Brasil estava destinando esforos para promover a integrao nacional via

    construo de estradas de ferro, necessitando para tanto, mo de obra barata e

    numerosa dos imigrantes. Novas levas de imigrantes (desta vez a maioria foi de

    ucranianos) chegaram novamente terra prometida, porm, logo o afluxo de

    imigrantes foi interrompido em funo do incio da Primeira Grande Guerra

    (WACHOWICZ, 1970).

    De acordo com Malczewski (2007), no sculo XIX, o Brasil tornava-se um pas

    independente, enquanto a Polnia deixava justamente de s-lo. Os imigrantes

    poloneses eram numerosos, oferecendo ao Brasil no s trabalho, mas tambm

    memrias sobre o passado e suas experincias nacionais.

    Segundo Turbanski (1978), no Paran as primeiras colnias formadas ou

    pioneiras prximas a Curitiba foram: Pilarzinho em 1871; Abranches em 1873 e

    Santa Cndida em 1875, bem como o conjunto da Nova Polnia do ano de 1876, ou

    seja, Lamenha, Santo Igncio, D. Pedro II, D. Augusta e finalmente Riviere (hoje

    Ferraria), em 1877.

    Segundo Iarochinski (2009), a maioria dos poloneses chegou ao Brasil no

    perodo compreendido entre 1847 e 1914, e pelo menos em suas primeiras dcadas

    permaneceram bastante afastadas da convivncia com os brasileiros e demais

    etnias colonizadoras. Estima-se que naqueles 76 anos chegaram ao Brasil

    3.379.991 imigrantes europeus.

    O governo Imperial do Brasil, em 32 anos de imigrao, gastou 10 milhes de

    libras esterlinas para o transporte e colonizao de imigrantes europeus. A corrente

  • imigratria para o Brasil trouxe at 1947, cerca de 4,930 milhes de europeus e

    orientais, sendo 592.915 poloneses representando 11,86% dos imigrantes que

    estavam assim distribudos: camponeses 80%; operrios e artfices 14%;

    comerciantes 2% e outros 4% (IAROCHINSKI 2009).

    Para Wachowicz (1970), poucos imigrantes tinham estudo, sedo a grande

    maioria deles constituda por analfabetos. Normalmente a pessoa culta no meio

    deles eram os padres que os acompanhavam na nova jornada.

    Diante do alto grau de simplicidade e ao mesmo tempo da vontade de imigrar,

    muitos imigrantes foram explorados pelas Companhias de Navegao que

    proporcionavam uma viagem humilhante nos pores dos navios, formando uma

    classe humana compacta, com o teto ficando a apenas um palmo acima da cabea.

    As pessoas dormiam no cho, e por no haver ventilao, o ambiente era

    extremamente insalubre. Todo imigrante colono maior de dez anos ao desembarcar

    nos portos brasileiros, recebia um determinado valor do governo como subsdio para

    enfrentar os primeiros dias na nova ptria (WACHOWICZ, 1970).

    2.1 CULTURA E TRADIES

    A preocupao dos poloneses em manter viva as tradies aconteceu desde o

    incio da chegada no Brasil, uma das formas encontradas foi inicialmente a

    construo das escolas, das quais a pioneira no Brasil foi construda em Orleans e

    teve com professor o Sr Jernimo Durski que tambm era msico (TEMPSKI,

    1980?).

    Segundo Wachowicz (1970), a grande conservadora da cultura foi a Escola

    Mdia de Marechal Mallet/PR, fundada em 16 de maio de 1909 e dirigida pela

    Sociedade Escolar Nicolau Coprnico. Era uma escola profissional de comrcio e

    agricultura que possua gabinete fsico-qumico, de histria natural e geografia,

    campos experimentais de milho, vinha, rvores frutferas, e horticultura. O amor pela

    terra era demonstrado pela dedicao ao seu cultivo e da maneira com que ela era

    tratada, imensas reas foram colonizadas e quando habitadas pelos poloneses

    tinham sua paisagem transformada e identificadas pela caracterstica polono eslava

    como a religiosidade, os detalhes nas construes das casas, o uso da carroa e as

    boas tcnicas de trabalho na agricultura, mas principalmente pela implantaes de

    escolas de primeiro e segundo grau e de escolas tcnicas..

  • Segundo Hampel (1973), os poloneses representaram importante fonte de mo

    de obra para o pas aps a abolio da escravatura. Trabalharam nas construes

    das estradas de ferro, desenvolveram a agricultura, o comrcio, trabalharam

    profundamente na explorao das florestas, na explorao da erva-mate. Tambm

    fundaram comunidades que foram organizadas em colnias e nestas novas cidades,

    trabalharam a cultura, mantendo professores que proporcionaram ensino de

    qualidade e mantiveram a continuidade da devoo religiosa.

    Sem deixar de lado as tradies, cultivam at hoje muitos hbitos na culinria,

    religiosidade e cultura. Procuram manter-se informados sobre o que acontece em

    sua terra natal atravs de jornais, e por meio de programas de rdio divulgam

    receitas de pratos tpicos poloneses, msicas e tambm tratam das relaes

    comerciais entre o Brasil e a Polnia. Ainda cultiva nas famlias dos descendentes

    poloneses o hbito de celebrar a ceia do Natal com doze pratos principais e a

    diviso do po Celeste (Oplatk) e no Sbado de Aleluia a Beno da Pscoa, onde

    so abenoados os alimentos a serem consumidos no dia da Pscoa. Tambm

    mantm organizados grupos folclricos com danas e trajes tpicos da Polnia,

    mantendo viva esta tradio polonesa e periodicamente, alguns desses grupos so

    selecionados para irem at a terra natal promoverem apresentaes e intercmbios

    culturais (STANISZEWSKI 2006).

    Ainda hoje a maioria dos filhos dos imigrantes poloneses continua suas

    principais atividades na agricultura, onde introduziram tecnologias e inovaes por

    meio dos conhecimentos adquiridos dos primeiros imigrantes. Alguns descendentes

    tornaram-se prsperos agricultores, comerciantes, polticos e empresrios de

    destaque, atuando em diversas reas seja ela pblica ou privada.

    3 CONCLUSO

    As economias europias eram abaladas pelas guerras seqentes por disputas

    de reas de terra que cada vez mais se tornavam escassas, as invases e

    perseguies eram freqentes e expulsavam as classes menos favorecidas de seus

    habitats originais que perdiam o direito a cultura religio e muitas vezes o idioma. O

    medo do desconhecido os tornou frgeis e sensveis, o medo da guerra, da fome, da

    misria, fez com que os homens pudessem superar obstculos complexos que

    muitas vezes pareceram intransponveis; entendendo pelo menos um pouco da

  • histria dos poloneses, se pode sentir as dificuldades que nossos antepassados

    tiveram quando deixaram a ptria embarcaram em um navio e adentraram neste

    pas. As dificuldades foram vencidas, obstculos tenebrosos foram superados,

    atravs de esforos organizados fundaram colnias, vilas, municpios, ajudaram no

    desenvolvimento do Brasil destacando ainda mais os trs estados do sul. Fugiram

    das dificuldades, encontraram dificuldades e nelas encontraram o que buscavam; a

    terra prometida como dizia a lenda (terra onde corria leite e mel), mais precisamente

    no Paran. O amor a terra, religiosidade, a cultura, as tradies, e o trabalho rduo

    so marcas fundamentais dos poloneses, povo abenoado que continua

    transformando economicamente nosso pas principalmente nas classes primarias da

    economia.

    4 REFERNCIAS

    HAMPEL, A. Os poloneses no Brasil. In: Anais da comunidade Brasileiro Polonesa. Curitiba: Vitria, 1973, v. 7.

    IAROCHINSKI, U. Disponvel em: . Acesso em: 16 jun. 2009.

    MALCZEWSKI, Z. Polnia e polono-brasileiros: Histrias e identidades. Vicentina, Curitiba, 2007.

    PARAN. Secretaria da Cultura e do Esporte. Coordenadoria do Patrimnio Cultural. Cadernos do patrimnio: a represa e os colonos. Curitiba: Governo do Estado do Paran, 1986.

    STANISZEWSKI, A. M. K. Estudo sobre a cultura da comunidade polonesa no municpio de So Mateus do Sul. So Mateus do Sul, 2006.

    TEMPSKI, E. Os poloneses e o Paran. Os Poloneses no Paran, de 17 de junho a 17 de julho de 1980, Curitiba, p. 05-09, 1980?].

    TURBANSKI, S. Murici: terra nossa. Curitiba, 1978.

    WACHOWICZ, R. C. Conjuntura Emigratria polonesa no sculo XIX. In: Anais da comunidade Brasileira Polonesa. Curitiba, 1970, v. 1

    http://iarochinski.blogspot.com/2008/08/polacos-no-brasil-estatstica-polmica.html>
  • PORTAIS DE NOTCIAS: AS GERAES DO JORNALISMO NA WEB E A

    CONVERGNCIA DE MDIAS

    AUTOR: RODRIGO SECCON

    ORIENTADORA: ANA CRISTINA ARAJO BOSTELMAM

    RESUMO

    O presente artigo reflete sobre as trs primeiras geraes do jornalismo na World Wide Web (WWW) e suas principais caractersticas. Estuda-se ainda o processo evolutivo do jornalismo por cinco etapas: 1) o jornalismo eletrnico; 2) o jornalismo digital; 3) o ciberjornalismo; 4) o jornalismo on-line; e 5) o webjornalismo. Por conseguinte, analisa-se o jornalismo de portal junto s seis qualidades prprias do webjornalismo: multimidialidade ou convergncia, interatividade, hipertextualidade, personalizao, memria e atualizao contnua. Os tpicos auxiliaram na argumentao do portal de notcias como uma recente e potencial plataforma jornalstica. Foram referncias os autores: Bardoel & Deuze (2001), Ferrari (2003), Hamilton (2002), Kucinski (2005), Lemos (2002), Levy (1999), Machado, Borges & Miranda (2003), Mielniczuk (2003, 2004), Palacios (2003), Pinho (2003), Ribas (2004) e Seixas (2003).

    Palavras-chave: Jornalismo digital. Webjornalismo. Convergncia de mdias. Portal de notcias. Perfil do leitor na web.

    1 INTRODUO

    Os portais nasceram na dcada de 1990. A princpio, a definio de portal foi

    designada para as pginas da web que tinham ferramentas de busca. Normalmente,

    os resultados eram obtidos em formato de lista, para facilitar a navegao do

    usurio.

    Posteriormente, os meios de comunicao viram nos portais uma plataforma

    para convergir mdias, que acabou sendo explorado durante as primeiras geraes

    do jornalismo na web. Esse formato estimulou as empresas a investirem no

    segmento com esperana de grande retorno financeiro.

    Aps o surgimento dos portais gratuitos, o crescimento do nmero de

    usurios foi intensificado. Desse modo, os portais de comunicao aderiram

  • prtica do webjornalismo, que valorizava a quantidade e a qualidade das notcias na

    rede.

    Pode-se dizer que o jornalismo provocou uma ruptura na internet ao apostar

    nos portais como veculo de comunicao de rede. Mas, com relao s novas

    tecnologias, o que muda para os jornalistas da nova gerao? Quais so as novas

    situaes sujeitas ao profissional que quer seguir carreira no jornalismo de portal?

    2 A CEBOLA DE CINCO CAMADAS

    Pode-se dizer que o jornalismo praticado nas redes telemticas passou por

    um processo evolutivo e que atualmente se encontra distribudo em cinco

    superfcies, segundo afirma Mielniczuk (2003, p.44).

    Essa atribuio poderia ser representada por uma cebola de cinco camadas.

    Na primeira, a mais externa, estaria o jornalismo eletrnico. a situao em que o

    jornalismo desfruta de equipamentos eletrnicos para realizar sua produo, como

    na utilizao das cmeras de TV, vdeo-cassete etc. O jornalismo digital ou

    jornalismo multimdia est na segunda superfcie, quando ocorre a converso dos

    dados de qualquer meio de comunicao para o meio digital. O lugar onde ocorre a

    utilizao do suporte digital pelo jornalismo chamado de ciberespao, por meio do

    qual se pode armazenar um vasto acervo de informaes digitalizadas.

    Eu defino o ciberespao como o espao de comunicao aberto pela interconexo mundial de computadores e das memrias dos computadores. Essa definio inclui o conjunto dos sistemas de comunicao eletrnicos (a includos os conjuntos de redes hertzianas e telefnicas clssicas), na medida que transmitem informaes provenientes de fontes digitais ou destinadas digitalizao [...] (LEVY, 1999, p.92).

    Desse modo, o jornalismo praticado nesse espao se chama ciberjornalismo,

    a terceira camada, fase em que o jornalista utiliza o computador para realizar a

    pesquisa jornalstica e tambm para a produo de notcias.

    A quarta camada, o jornalismo on-line, faz referncia conexo em tempo

    real, ou seja, fluxo de informao contnuo e quase instantneo (MIELNICZUK,

    2003, p.43). O contedo do jornalismo on-line pode ser reproduzido dos meios

    impressos e outros meios, desde que haja uma corrente de comunicao constante.

    Entretanto, os primeiros jornais on-line brasileiros estavam normalmente apoiados

  • por agncias de notcias. [...] O primeiro jornal totalmente em tempo real do pas e

    da Amrica Latina foi o Brasil Online, com informaes de agncias de notcias

    (Folha, Reuters, Associated Press), e material produzido em sua redao [...]

    (HAMILTON, 2002, p.5).

    Diferentemente do webjornalismo, quinta e ltima camada, que se refere

    especificamente ao contedo produzido para a rede.

    Essas divises so fruto do perodo em que o jornalismo se desenvolveu

    depois da criao da web. O processo evolutivo do jornalismo nas redes telemticas,

    entretanto, destacado pela diviso de trs geraes: 1) a digitalizao do contedo

    impresso para a internet; 2) o descobrimento das caractersticas exclusivas da rede;

    3) a prtica do webjornalismo.

    3 PRIMEIRA, SEGUNDA E TERCEIRA GERAO DO JORNALISMO NA WEB

    A primeira gerao do webjornalismo no percebia a possibilidade de

    explorao da internet como veculo de comunicao. As empresas de jornalismo se

    davam por satisfeitas ao preencher os stios com contedo copiado dos meios

    impressos de comunicao, sem haver preocupaes com relao a uma possvel

    forma inovadora de apresentao das narrativas jornalsticas (MIELNICZUK, 2003,

    p.49).

    Na segunda fase, ainda apoiado sobre o modelo de jornalismo impresso, o

    jornalismo on-line inicia a explorao de alguns recursos interativos, como os links e

    e-mails. Alm da interao entre o homem e a mquina, o e-mail oferecia a

    possibilidade de conversa entre os usurios, entre o jornalista e o leitor em fruns e

    tambm em salas de bate-papo. Fator determinante que impulsionou as grandes

    redes de comunicao a entrarem no ramo, disputando espao com as empresas

    que copiavam as verses dos jornais impressos para a internet. Os links funcionam

    como portas virtuais que abrem caminhos para outras informaes. O hipertexto

    uma obra com vrias entradas, onde o leitor/navegador escolhe seu percurso pelos

    links

    (LEMOS, 2002, p.130).

    J o jornalismo de terceira gerao deve produzir contedos originais em

    formato multimdia, constituindo sistemas descentralizados prprios, capazes de

    incorporar as contribuies dos usurios, para apurao, produo e circulao de

    contedos (MACHADO; BORGES; MIRANDA, 2003, p.131). Essa modalidade veio

  • a surgir quando os grandes empresrios investiram nos stios com contedos

    exclusivos para os leitores da web, nas potencialidades da rede.

    As redes telemticas proporcionaram ao jornalismo um desenvolvimento progressivo, influenciando nos processos produtivos de notcias, disseminao de informaes, e alterando as relaes dos meios de comunicao com seu pblico [...]. O ambiente miditico digital transforma as caractersticas da notcia, quais sejam, hipertextualidade, interatividade, multimidialidade, personalizao, memria e atualizao contnua, potencializando a construo de modelos narrativos para o webjornalismo (RIBAS, 2004, p.3).

    Muito embora todas as caractersticas no sejam exploradas

    simultaneamente pelos sites jornalsticos, so experimentos frequentemente

    utilizados no ciberespao que auxiliam na construo da linguagem webjornalstica e

    contribuem para que haja o equilbrio do poder da informao entre os meios e o

    pblico.

    O jornalismo on-line poderia muito bem mudar a relao entre os jornalistas e o seu pblico de uma maneira fundamental, que afetaria a profisso como um todo; suas principais caractersticas, citadas anteriormente, refletem claramente um equilbrio de poder entre os fornecedores de informao e os usurios. [...] (BARDOEL; DEUZE; 2001, p.91-103) 1.

    O jornalista da terceira gerao da web se comunica, portanto, por meio das

    cinco camadas anteriormente referidas e consolida uma mudana nas maneiras de

    transmisso e receptao da informao. O webjornalismo, por sua vez, potencializa

    o relacionamento com o pblico por meio das novas tecnologias e fortalece o

    desenvolvimento da cibercultura.

    Atualmente, j se estuda a prtica do webjornalismo de quarta gerao nos

    portais de comunicao. As caractersticas de hipertextualidade, interatividade,

    contedo personificado e a utilizao do banco de dados, gradativamente se tornam

    elementos expressivos da rede.

    1 Network journalism might well change the relation between the journalists and their public in a fundamental way that affects the profession as a whole; its major characteristics as we have pointed out before seem to reflect clearly a shifting balance of power between information suppliers and users. [...] (BARDOEL; DEUZE; 2001, p.91-103. Traduo feita pelo autor do artigo).

  • 5 PORTAL DE NOTCIAS: POTENCIALIDADES DO WEBJORNALISMO

    CONTEMPORNEO

    As Novas Tecnologias de Comunicao (NTC) possibilitaram a afirmao de

    seis caractersticas prprias do webjornalismo, que segundo Palacios (2003, p.17),

    so: Multimidialidade ou Convergncia, Interatividade, Hipertextualidade,

    Personalizao, Memria e Atualizao Contnua. Muito embora esses elementos

    no sirvam como regra na produo do jornalismo on-line, so fatores com

    potenciais que so utilizados, em maior ou menor escala, e de forma diferente, nos

    stios jornalsticos da web .

    Nesse contexto, diversos portais utilizam diferentes ferramentas

    experimentais na tentativa de moldar o formato mais adequado para o

    webjornalismo. Alguns deles apostam na convergncia de mdia devido praticidade

    de formas com que o fato noticioso pode ser apresentado, em imagem, texto e som

    (PALACIOS, 2003, p.18). A experimentao da convergncia de mdias bem

    aceita com o uso da hipertextualidade, que conecta, por meio de links, a informao

    principal a contedos complementares. Segundo Kucinski (2005, p.77-78), na

    internet [...] Surgiram narrativas novas, chamadas hipertextos, nas quais

    predominam os ncleos de enunciados (clares), que se vinculam a outros ncleos,

    localizados em textos outros, que podem ser acessados por meio de links .

    As diferentes rotas que o usurio realiza durante a leitura comum nesse tipo

    de jornalismo, nas quais os hiperlinks podem complementar uma informao com

    vdeos, fotos, udios ou textos, no mesmo ou em outro endereo eletrnico. Cria-se

    ento o conceito da no-linearidade no webjornalismo. Afinal, o usurio pode

    conduzir sua leitura a partir das partes que mais chamam sua ateno. Nem sempre

    a leitura precisa comear pelo primeiro pargrafo.

    As diferenas entre o material que impresso em papel e o que visualizado na tela do monitor de um computador so grandes, afetando profundamente o modo como as pessoas absorvem e reagem s mensagens que se tenta transmitir. O papel linear: um memorando, por exemplo, lido a partir do canto superior esquerdo, palavra por palavra. Mesmo se o memorando tiver diversas pginas, o leitor comea pela primeira, pois no faz sentido nenhuma outra ordem de leitura (PINHO, 2003, p.50).

  • A hipertextualidade, portanto, permite a existncia da interatividade em

    decorrncia da web admitir o usurio como um receptor ativo de informaes,

    situao em que ele vai busca de novos conhecimentos (PINHO, 2003, p.55).

    Embora o recurso da interatividade j tenha sido explorado pelo

    radiojornalismo, envolvendo o pblico nas cabines dos estdios ou mesmo durante

    uma conversa por telefone, preciso reconhecer que a interao foi ampliada pelo

    formato on-line. A relao comunicativa entre o usurio e o jornalista agora pode

    ocorrer, sem mediadores, pela troca de e-mail, comentrios nos portais de notcias,

    troca de mensagens em salas de bate-papo e fruns de discusses organizados por

    tpicos.

    Por conseguinte, a participao opinativa dos internautas ofereceu aos stios

    a oportunidade de experimentar a personalizao do contedo aos leitores. Essa

    caracterstica do webjornalismo deixa a possibilidade do usurio customizar suas

    preferncias editoriais, por exemplo. Assim, toda vez em que o usurio abre as

    pginas virtuais, encontra o que procura com praticidade. De acordo com Seixas

    (2003, p.91), O jornalismo digital [...] personalizado. A personalizao consiste em

    oferecer ao usurio a opo de configurar os produtos jornalsticos de acordo com

    seus interesses individuais (a caracterstica de Bardoel e Deuze, revista por

    Palacios) .

    Os portais de notcias costumam se preocupar com as conformidades do

    leitor digital. Diante disso, pode-se dizer que a contnua atualizao do noticirio on-

    line, tambm chamada de instantaneidade, refora essa afirmao. Palacios (2003,

    p.20) afirma que a atualizao possibilita o acompanhamento contnuo em torno do

    desenvolvimento dos assuntos jornalsticos de maior interesse .

    Alm de ser um mecanismo que possibilita a atualizao contnua, a

    memria, ainda de acordo com Palacios (2003, p.20), uma qualidade inovadora

    que torna-se coletiva, atravs do processo de hiperligao entre os diversos ns

    que a compem . O que certamente interessante pelo fato de que a web j liga

    computadores entre o mundo todo.

    A memria apontada como um elemento realmente novo, que provoca uma ruptura com os suportes anteriores ao oferecer uma situao at ento inusitada. Conforme explica o autor, a partir da conjuno com outras caractersticas, o jornalismo, pela primeira vez, possui uma memria mltipla, instantnea e cumulativa (MIELNICZUK, 2004, p.2).

  • A memria virtual, apoiada nas caractersticas da multimidialidade,

    interatividade, hipertextualidade, personalizao, e atualizao contnua, e aplicada

    em uma sociedade que adere cibercultura, valoriza e potencializa a prtica do

    webjornalismo de portal.

    5.1 O PERFIL DO LEITOR

    Os portais de notcias brasileiros ganharam a aprovao dos internautas e se

    difundiram. Embora haja poucos manuais de redao para a web, o webjornalismo

    de terceira gerao compensado pela converso de mdias na rede: impresso,

    rdio e TV. H casos de sites que realizam produes radiofnicas para serem

    veiculadas somente na internet

    a exemplo da Ritmo Brasil

    e vdeos-transmisso

    exclusivas para os internautas, como a fpftv.com.br, que transmitia jogos da primeira

    diviso do campeonato paranaense de futebol, alm das demais re-exibies na

    rede de reportagens dos canais televisivos.

    Os recursos multimdia so valorizados na rede on-line devido ao espao

    cumulativo na rede, tanto em megabytes quanto para a quantidade dos utilitrios

    mass media. por meio da memria virtual que a web transmite a idia da

    integrao mundial de comunidades, tornando o pensamento individual coletivo,

    idia que vem sendo debatida durante anos nos meios de comunicao (MILLER,

    1973, p.113). Observa-se que o custo para o usurio manter a interao na rede no

    extravagante e permite o crescimento do nmero de usurios.

    Para se descrever o funcionamento desse pensamento individual coletivo,

    entretanto, no se pode descartar a pessoalidade durante o dilogo na internet.

    Normalmente, a pessoa est em frente ao computador interagindo sozinha com o

    acervo de dados virtual, com uma infinidade de informaes de todos os tipos. O

    pensamento coletivo ocorre quando os vrios formatos de conhecimento so

    discutidos entre os usurios. Conforme acentua Kucinski (2005, p.74), pela internet

    podem ser transmitidos todos os tipos de informaes, no apenas grficas, mas

    tambm algbricas, numricas, sonoras, imagticas, tudo num mesmo suporte

    operacional .

    Essas facilidades acabam deixando o internauta cmodo. Dessa maneira, ele

    costuma fazer leituras rpidas, percorrendo por uma maior quantidade de assuntos

    que o interessem no momento. Justificativa vlida para a internet, que aposta muito

  • nos recursos interativos e de entretenimento. Como grandes shoppings centers, os

    sites oferecem diverso, lazer e uma infinidade de servios. [...] O consumidor vai ao

    cinema, faz um lanche e durante um passeio pelos corredores acaba consumindo

    algo mais

    (FERRARI, 2003, p.19).

    A faixa etria do pblico que acessa a internet, de acordo com Ferrari (2003,

    p.53), varia dos 18 aos 25 anos. Eles cresceram utilizando computadores evoludos

    das verses do Computador Pessoal (PC) e Apple Macintosh, com interfaces

    grficas coloridas, dinmicas e com jogos. Por isso, eles so os potencias

    consumidores da informao na rede, e por essa razo que os portais investem

    tambm nesses setores.

    Com a insero dos novos utilitrios, sobretudo com os hiperlinks, a liberdade

    de navegao dos internautas maximizada. A ordem das leituras escolhida pelos

    usurios. Assim, configura-se a princpio um modelo de leitor da web que aprecia as

    caractersticas da narrativa multimiditica e no-linear, ou multilateral.

    6 CONCLUSO

    Ainda que se definam a hipertextualidade, interatividade multimidialidade,

    atualizao, personalizao e memria como experimentos do webjornalismo, estas

    j podem ser consideradas caractersticas fundamentais. Aps trs geraes do

    jornalismo na web

    atualmente se estuda o webjornalismo de quarta gerao

    os

    portais se firmaram como veculos de comunicao por meio dessas qualidades. O

    jornalismo de portal toma a direo para um ambiente de comunicao democrtico

    evidenciado pela interao entre o meio e o pblico e a cumulao de informaes.

    Quanto s novas possibilidades miditicas nos portais de comunicao,

    avalia-se uma responsabilidade muito maior em manter a qualidade da informao.

    Por outro lado, podem surgir novas oportunidades profissionais, uma vez que o

    webjornalismo engloba telejornalismo, radiojornalismo, jornalismo impresso e

    fotojornalismo. Salienta-se ainda que este tipo de mercado pode exigir, de um s

    profissional, diversas capacidades, o que significa que o jornalista deve estar

    habilitado em diversas funes.

    Os produtores de informao devem se adaptar s novas tecnologias de

    comunicao, sempre que houver oportunidade. Pois, os jovens so aos potenciais

    consumidores de informao da rede. Caso no haja essa adaptao, as notcias

  • no sero veiculadas para os potenciais leitores. No entanto, h pessoas de todas

    as faixas etrias com a necessidade de serem informadas diariamente e at mesmo

    horalmente.

    7 REFERNCIAS

    BARDOEL, J.; DEUZE, M. Network journalism: converging competences of media professionals and professionalism. In: Australian journalism review, 2001. Disponvel em: . Acesso em: 31 mar. 2009.

    FERRARI, P. Jornalismo Digital. So Paulo: Contexto, 2003.

    HAMILTON, F. A. Webjornalismo: novo ritmo do fazer jornalstico ou atividade derivada?. In: XXV CONGRESSO ANUAL EM CINCIA DA COMUNICAO, Salvador, 2002. Disponvel em: . Acesso em: 27 mar. 2009.

    KUCINSKI, B. Jornalismo na era virtual: ensaios sobre o colapso da razo tica. So Paulo: UNESP, 2005.

    LEMOS, A. Cibercultura, tecnologia e vida social na cultura contempornea. Porto Alegre: Sulina, 2002.

    LEVY, P. Cibercultura. So Paulo: 34, 1999.

    MACHADO, E.; BORGES, C.; MIRANDA, M. Modelos de produo de contedos no jornalismo baiano. In: MACHADO, E.; PALACIOS, M. Modelos de jornalismo digital. Salvador: Calandra, 2003.

    MIELNICZUK, L. Webjornalismo de terceira gerao: continuidades e rupturas no jornalismo desenvolvido para a web. In: XXVII ENCONTRO DOS NCLEOS DE PESQUISA DA INTERCOM, 2004, Santa Maria. Disponvel em: . Acesso em: 01 mar. 2009.

    _________. Webjornalismo de terceira gerao: continuidades e rupturas no jornalismo desenvolvido para a web. In: XXVII ENCONTRO DOS NCLEOS DE PESQUISA DA INTERCOM, 2004, Santa Maria. Disponvel em: . Acesso em: 01 mar. 2009.

    https://scholarworks.iu.edu/dspace/bitstream/handle/2022/3201/BardoelDeuze+Nethttp://workJournalism+2001.pdf?sequence=1>http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2002/Congresso2002_Anais/2002_NP2HAMILTON.pdf
  • MILLER, J. As idias de McLuhan. So Paulo: Cultrix, 1973.

    PALACIOS, M. Ruptura, continuidade e potencializaro no jornalismo on-line: o lugar da memria. In: MACHADO, E.; PALACIOS, M. Modelos de jornalismo digital. Salvador: Calandra, 2003.

    PINHO, J.B. Jornalismo na Internet: planejamento e produo da informao on-line. So Paulo: Summus, 2003.

    RIBAS, B. Caractersticas da notcia na web: consideraes sobre modelos narrativos. In: II ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISADORES EM JORNALISMO, 2004, Salvador. Disponvel em: >.Acesso em: 17 mar. 2009.

    SEIXAS, L. Gneros jornalsticos digitais: critrios para definir os produtos do webjornalismo. In: MACHADO, E.; PALACIOS, M. Modelos de jornalismo digital. Salvador: Calandra, 2003.

    http://evaldomagalhaes.tripod.com/2004_ribas.pdf>>
  • LOGSTICA APLICADA NO COMRCIO VAREJISTA: UM ESTUDO DE CASO NA

    EMPRESA PERNAMBUCANAS S/A DO MUNICPIO DE UNIO DA VITRIA

    PR

    AUTOR: IDALCIR JORGE HINDERSMANN

    ORIENTADORA: ANA PAULA DA SILVA

    RESUMO

    O propsito deste trabalho descrever as atividades logsticas, estoque, armazenagem, transporte e sua importncia no setor varejista, mais especificamente na rede de lojas Pernambucanas. Uma empresa que sempre buscou estar um passo a frente da concorrncia por meio de uma poltica empresarial empreendedora, que proporcionou grandes inovaes em varias fases de sua trajetria. Idias que hoje parecem corriqueiras foram consideradas ousadas em suas respectivas pocas. Apesar do marco inicial da logstica ser muito antigo, desde que o homem abandonou a economia extrativista e deu incio as atividades produtivas organizadas um dos conceitos gerenciais mais modernos e complexos, exigido das empresas grandes investimentos em equipamentos, sistemas de informatizao e treinamento de pessoas para ter a capacidade de se adaptar e responder rapidamente as mudanas de mercado. As principais mudanas que afetam a Logstica so: a Globalizao, o aumento das incertezas econmicas, Proliferao de produtos, Menores ciclos de vida de produtos e Maiores exigncias de servios.

    Palavras-chave: Atividades logsticas. Custos. Sistemas de informatizao.

    1 INTRODUO

    O marco inicial da logstica muito antigo, e um dos conceitos gerenciais mais

    modernos. Desde que o homem abandonou a economia extrativista, e deu incio s

    atividades produtivas organizadas, com produo especializada e troca dos

    excedentes com outros produtores, surgiram trs das mais importantes funes

    logsticas, ou seja, estoque, armazenagem e transporte. A produo em excesso,

    ainda no consumida, vira estoque. Para garantir sua integridade, o estoque

    necessita de armazenagem. E para que a troca possa ser efetivada, necessrio

    transport-lo do local de produo ao local de consumo. Portanto, a funo logstica

    muito antiga, e seu surgimento se confunde com a origem da atividade econmica

    organizada (FLEURY, WANK, FIGUEIREDO, 2000).

    A logstica surgiu no momento em que o homem primitivo produziu no prprio

    local mais do que poderia consumir. Isto provocou a necessidade de transportar os

    frutos de seu trabalho, atingindo-se, assim as primeiras solues que chegaram a seu

  • pice com a descoberta da roda. A fora animal passou a ser usada mais

    intensamente. Os sculos se passaram e apareceram novas invenes tecnolgicas,

    barco a vapor, trem a vapor, automvel, caminho e outros (UELZE, 1974).

    1.1 CONTEXTUALIZAO

    O que vem fazendo da logstica um dos conceitos gerenciais mais modernos

    so dois conjuntos de mudanas, o primeiro de ordem econmica, e o segundo de

    ordem tecnolgica. As mudanas econmicas criam novas exigncias competitivas,

    enquanto as mudanas tecnolgicas tornam possvel o gerenciamento eficiente e

    eficaz de operaes logsticas cada dia mais complexo e demandante (FLEURY,

    WANK, FIGUEIREDO, 2000).

    Dentro da empresa Pernambucanas sero analisadas as seguintes funes da

    logstica: armazenagem, estoque e transporte de mercadorias do armazm at

    pontos de venda.

    Atualmente a empresa possui trs centrais de distribuio na cidade de So

    Paulo, localizados no Barueri, Tambor e Cadiriri, com grande espao fsico, e

    tecnologia de ponta, e automatizado. E um localizado na cidade de Araucria para

    melhor atender a demanda das lojas da regio Sul, e dois esto desativados por

    estarem fora da principal rota da empresa, (local inadequado). No armazm de

    Barueri fica armazenado mercadorias de cama, mesa e banho, tapetes, cortinas,

    confeces, separados de departamentos e linhas. Logo aps definio do destino

    so alocados em esteiras que auto programadas separam por ondas e deixam

    alocadas nas rotas de embarque. No Cadiriri, por ser localizado numa rea de grande

    movimento, e de acesso complexo, est localizado o depsito de equipamentos de

    uso em lojas como bancas, displays e equipamentos para reforma ou descontinuados.

    No armazm Tambor e Araucria ficam as mercadorias de eletro, tambm

    separadas por linha, ex: refrigeradores, foges, mquinas de lavar, som e imagem.

    Os produtos so armazenados e carregados com uso de empilhadeiras. Tambm a

    um espao reservado onde dezenas de fornecedores mantm oficinas autorizadas

    para atender os clientes pernambucanas, que no tem oficinas autorizados nas

    cidades onde os produtos so adquiridos. Todos os produtos aps separados so

    colocados cdigos de barras nos volumes e coletados no momento da carga. Sendo

  • que neste momento gerada a nota de transferncia para a loja, tudo interligado com

    a filial que no momento de recebimento dos produtos, usa um coletor e confronta no

    ato as quantidades faturadas e recebidas. Se houver diferena que difcil acontecer

    o acerto deve ser feito em 24 horas.

    O transporte das mercadorias feito por empresas terceirizadas, que usam

    caminhes ba e recebem conforme metros cbicos e a distncia percorrida. A

    freqncia do carregamento depende da demanda da loja variando de 2 a 4 vezes por

    semana.

    A maioria das lojas da empresa possui um depsito separando onde pode ser

    descarregado as mercadorias em horrio noturno, ganhando tempo, e menos

    despesas em dirias de caminhes. O custo logstico igual ao custo de transporte,

    mais custo de armazenagem, mais manuseio, mais custo de obsolescncia, mais

    custo de dinheiro. O problema achar aquela combinao de nmeros, que reduza

    os custos logsticos a um mnimo (UELZE, 1974).

    1.2 METODOLOGIA

    Para atingir os objetivos propostos neste trabalho, realizou-se inicialmente uma

    pesquisa bibliogrfica em livros, com a finalidade de auxiliar no tema logstica

    aplicada no comrcio varejista, e construo do referencial terico que serviu como

    embasamento para o estudo de caso na empresa Pernambucanas S.A. filial de Unio

    da Vitria.

    1.3 EMBASAMENTO TERICO

    Durante a dcada de 90, a logstica, no Brasil, passou por extraordinrias

    mudanas. Pode-se mesmo afirmar que passamos por um processo revolucionrio,

    tanto em termos das prticas empresariais, quanto da eficincia, qualidade e

    disponibilidade da infra-estrutura de transportes e comunicaes, elementos

    fundamentais para a existncia de uma logstica moderna (FLEURY, WANK,

    FIGUEIREDO, 2000).

    O conceito de logstica empresarial bastante recente no Brasil. O processo de

    difuso teve incio, de forma ainda tmida, nos primeiros anos da dcada de 90, com o

  • processo de abertura comercial, mas se acelerou a partir de 1994, com a

    estabilizao econmica propiciada pelo Plano Real.

    O ambiente altamente inflacionrio que caracterizou o pas por cerca de duas

    dcadas, combinado com uma economia fechada e com baixo nvel de competio,

    levou as empresas a negligenciarem o processo logstico dentro das cadeias de

    suprimento, gerando um atraso de pelo menos 10 anos em relao s melhores

    prticas internacionais.

    2 DISTRIBUIO FSICA

    Segundo Severo Filho (2002, p. 290), a agilidade em colocar produtos no

    mercado um fator vital para o aumento das vendas, a principal diferena de tempo

    entre a sua entrada no mercado e a de seu concorrente, se puder entrar primeiro,

    provvel que consiga mais pedidos e maior participao no mercado. Colocar

    produtos mais rapidamente no mercado pode oferecer vantagens de custo para sua

    organizao. Isto porque alcanar uma disponibilidade mais rpida para o cliente, se

    as empresas reduzirem o nmero de vezes que o produto manuseado e geralmente

    resulta em uma significativa reduo no inventrio. Isto no apenas reduz o tempo do

    ciclo, mas tambm os custos.

    2.1 NATUREZA DA DISTRIBUIO FSICA

    A distribuio fsica preocupa-se principalmente com bens acabados ou semi-

    acabados, ou seja, com mercadorias que a companhia oferece para vender e que no

    planeja executar processamentos posteriores. Desde o instante em que a produo

    finalizada at o momento no qual o comprador toma posse dela, as mercadorias so

    responsabilidade da logstica, que deve mant-las no depsito da fbrica e transporta-

    las at depsitos locais ou diretamente ao cliente. O profissional de logstica deve

    preocupar-se em garantir a disponibilidade dos produtos requeridos pelos clientes

    medida que eles desejam e se isto pode ser feito a um custo razovel.

  • 2.2 RAZES BSICAS PARA ESPAO FSICO

    Segundo Rodrigues (2000, p. 35), no Brasil, a distribuio fsica feita

    preferencialmente durante o dia, congestionando as principais artrias das cidades,

    aumentando os ndices de poluio, produzindo um desempenho medocre e

    acelerando o desgaste das frotas. Ao contrrio, nas grandes metrpoles dos pases

    mais desenvolvidos, a distribuio fsica feita durante a noite, melhorando o

    desempenho das frotas de caminhes, reduzindo o custo com manuteno e

    desafogando o fluxo virio no perodo do dia.

    A logstica consiste em fazer chegar a quantidade certa das mercadorias certas ao ponto certo, no tempo certo, nas condies e ao mnimo custo; a logstica constitui-se num sistema global, formado pelo inter-relacionamento dos diversos segmentos ou setores que a compem. Compreende a embalagem e a armazenagem, o manuseio, a movimentao e o transporte de um modo geral, a estocagem em trnsito e todo o transporte necessrio, a recepo, o acondicionamento e a manipulao final, isto , at o local de utilizao do produto pelo cliente (MOURA, 1998: 51).

    2.3 FUNES DE ARMAZENAGEM

    Mercadorias geralmente no so produzidas no local onde so consumidas.

    Para vencer a distncia entre produtores e consumidores, os produtos devem ser

    transportados e estocados em depsitos. Para manter sua eficincia, este processo

    de movimentao e armazenagem depende de manusear o produto diversas vezes

    ao longo do fluxo fsico. O manuseio tambm incrementa o risco de dano ou perda do

    produto. Apesar de manuseio e acondicionamento significarem apenas itens de custo

    para a maior parte das firmas, podem ser despesas que, no final das contas,

    contribuem para diminuir o custo total da movimentao das mercadorias.

    O correto gerenciamento do manuseio e armazenagem essencial. Produtos

    entregues com danos ou em volumes de difcil manuseio contribuem negativamente

    par a satisfao do cliente e, portanto, para que ele volte a comprar. Alm disso, o

    custo destas atividades elevado. Apenas o acondicionamento sozinho pode

    absorver aproximadamente 12% das despesas em logstica (BALLOU, 1993).

    2.4 ARMAZENAMENTO DE PRODUTOS

  • Uma das principais caractersticas da Logstica moderna sua crescente

    complexidade operacional. Aumento da variedade de produtos, entregas mais

    freqentes, menores tempos de atendimento, menor tolerncia a erros de separao

    de pedidos e presses para reduo dos nveis de estoque so alguns dos principais

    drivers da complexidade. Uma das conseqncias desse fenmeno que alguns

    componentes do custo logstico, at ento pouco significativos, como por exemplo o

    de armazenagem, passam a ter uma participao importante. Tudo isso tem

    empurrado as empresas na direo de um contnuo processo de modernizao, tanto

    tecnolgico, quanto gerencial (FERNANDO, WANK, FIGUEIREDO, 2000).

    Armazenagem e manuseio de mercadorias so componentes essenciais do conjunto

    de atividades logsticas. Os seus custos podem absorver de 12% a 40% das

    despesas logsticas da firma.

    De acordo com Faria (2003), armazenagem pode ser definida como sendo o

    conjunto de atividades para manter fisicamente estoques de forma adequada. Requer

    que sejam solucionadas questes referentes localizao, dimensionamento da rea,

    arranjo fsico, alocao dos estoques, projetos de docas e configurao dos

    armazns, tecnologia de movimentao interna, estocagem e sistemas (CHING,

    2006).

    No Brasil, torna-se cada vez maior o nmero de projetos de automao na

    armazenagem, desde os mais simples, envolvendo apenas sistemas de separao de

    pedidos, passando por transelevadores, at os mais sofisticados, em que toda a

    operao feita sem nenhuma interveno humana. Alm disso, dezenas de

    fornecedores de softwares de gerenciamento de armazns j se encontram no pas,

    tendo instalado seus produtos em mais de 400 empresas. Seguimos, portanto, uma

    tendncia natural de sofisticao das operaes de armazenagem, tendncia esta j

    observada em pases onde o reconhecimento da importncia da logstica para a

    competitividade das empresas uma realidade.

    3 PERNAMBUCANAS

    3.1 INOVAO E PIONEIRISMO QUE CONQUISTARAM O BRASIL

  • A empresa Pernambucanas sempre buscou estar um passo frente da

    concorrncia por meio de um poltica Empresarial empreendedora, que proporcionou

    grandes inovaes em vrias fases de sua trajetria. Idias que hoje parecem

    corriqueiras foram consideradas ousadas em suas respectivas pocas por todo o

    pioneirismo. Pode-se citar a versatilidade dos vrios segmentos de produtos (Lar

    Txtil, Vesturio e Eletro), a criao do carn de pagamento (credirio) e do carto de

    financiamento prprio, a implementao da automao comercial (cdigo de barras),

    a aceitao dos mais diversos cartes de crdito do mercado, alm da incluso da

    rea de servios financeiros dentro de seu espao de atuao (garantias estendidas e

    seguros).

    Participao no mercado: lder no setor de Lar Txtil

    Cama, Mesa e Banho;

    entre os trs maiores vendedores do pas do setor de Vesturio; entre os oito maiores

    vendedores do setor de Eletro.

    3.2 PANORAMA ATUAL

    Com um modelo de negcio diferenciado no Brasil, ancorado em quatro

    categorias diferentes

    Lar Txtil (cama, mesa, banho, tapetes e cortinas), Vesturio

    (feminino, masculino, infanto-juvenil, lingerie, calados e acessrios), Eletro

    (eletroeletrnico, eletroporttil, eletrodomstico, telefonia e informtica) e Produtos e

    Servios Financeiros (emprstimos, seguros, garantias estendidas, consrcio e plano

    de sade e odontolgico) - a Pernambucanas apresenta um conceito de loja completa

    para a famlia brasileira.

    A empresa formada por mais de 280 lojas, presentes em sete estados

    brasileiros. O nmero de funcionrios j ultrapassa a faixa dos 15 mil.

    4 CONCLUSO

    A Pernambucanas filial de Unio da Vitria, considerada porte de tamanho

    mdio pela empresa, possui depsito prprio com estrutura para receber e armazenar

    mercadorias conforme sua demanda, a freqncia de recebimento de mercadorias 2

    a 4 vezes por semana, aumentando consideravelmente em datas de maior venda, ex:

    maio ms das mes, dezembro e perodos de saldo de eletro.

  • A rea de apoio (depsito) est identificada para receber e armazenar as

    mercadorias separadas por departamento, seo, linha e sublinha (esse espao pode

    ser alterado em perodo sazonais quando a empresa ajusta seus estoques de acordo

    com a necessidade).

    O descarregamento geralmente noturno e no assistido. Pois a

    transportadora (terceirizada) tem acesso a um depsito podendo descarregar a

    qualquer hora da noite, ganhando tempo e evitando dirias com o caminho.

    As mercadorias de vesturio vem acondicionadas em volumes packs (caixa de

    plsticos) na grande maioria j etiquetadas e encabidadas, facilitando seu manuseio

    ganhando tempo e diminuindo custos. As mercadorias de eletro vem identificadas o

    que estoque e produto de cliente j faturado, facilitando sua separao.

    A conferncia do recebimento feito com scanner pois todo volume possui um

    cdigo de barras, no momento em que coletado o produto j faz parte do estoque

    da filial, pois o sistema est interligado, (central, armazm de distribuio e filial).

    Se houver diferena na quantidade de volumes ou quantidade de peas dentro

    do volume o acerto dever ser feito em 24 horas aps o recebimento, pois quanto

    antes identificado a divergncia mais fcil ser a sua soluo. (Os volumes devem ser

    conferidos 100%, as quantidades de peas dentro dos volumes dos departamentos lar

    e vesturio, so conferidos por amostragem, ou seja, 10%. E produtos de eletro,

    vidros e produtos par (produtos de alto risco) so conferidos 100%). Produtos de alto

    risco significa aquele mais visado para furto ex: celulares, cmeras digitais, DVDs,

    entre outros.

    A empresa tem como seu sistema de giro de estoques o mtodo PEPS

    (primeiro que entra, primeiro que sai). Evitando assim que produtos ficam muito tempo

    no depsito gerando custo de estoque e depreciao do produto. Cada linha de

    mercadoria tem uma mdia ideal de dias em estoque, mas no geral as mercadorias

    devem ser vendidas em at 60 dias, que o prazo mdio para pagar o fornecedor,

    lembrando que se conta a partir da data em que foi efetuada a compra. Isso exige

    uma sinergia muito grande entre departamentos de compras, centro de distribuio e

    loja, para fazer com que o produto chegue com qualidade e o mais rpido possvel no

    salo de vendas.

    O inventrio geral de estoque feito em mdia uma vez por ano, em algumas

    sees, principalmente no eletro, a cada dois ou trs meses, assim o departamento

  • de compras tem o estoque fsico mais prximo ao contbil, facilitando na hora da

    distribuio ou compra de novos produtos.

    A falta de produtos no inventrio ocorre por diversos fatores, furto de clientes

    internos e externos, erro operacional no caixa, falha na conferncia do recebimento

    dos produtos.

    REFERNCIAS

    FLEURY, P. F.; WANKE , P.; FIGUEIREDO, K. F.; Logstica Empresarial: Atlas

    So Paulo 2000.

    UELZE R., Logstica Empresarial, Uma Introduo Administrao dos Transportes:

    Livraria Pioneira - So Paulo, 1974.

    CHING, H.Y., Gesto de Estoques na Cadeia de Logstica Integrada: Atlas - So

    Paulo,2006.

    BALLOU, R. H., Logstica Empresarial: Atlas

    So Paulo

    1993.

  • DESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL: DESENVOLVIMENTO ECONMICO

    ALIADO AO USO CONSCIENTE DOS RECURSOS NATURAIS

    AUTORA: MARCILI VEZARO

    ORIENTADORA: SUELY TEREZINHA MARTINI

    RESUMO

    A insero do meio ambiente no escopo da economia deu-se mais intensamente h duas ou trs dcadas passadas. Com o crescimento econmico e o crescimento populacional houve uma grande degradao do meio ambiente. O presente trabalho foi desenvolvimento por meio de pesquisas bibliogrficas e estudos descritivos, com objetivo de evidenciar os impactos causados pelo crescimento econmico no meio ambiente. Nas indstrias os recursos naturais so transformados em matria-prima e energia, crescendo com isso, a degradao ambiental e no final do processo alm do produto, tm-se os rejeitos industriais. As empresas esto buscando inovaes tecnolgicas com o intuito de que os insumos sejam utilizados de maneira mais produtiva, reduzindo os custos e compensando os gastos com investimento ambientais. Alm das inovaes tecnolgicas, os empresrios esto implantando em suas empresas programas de reciclagem e outras medidas para poupar energia. O desenvolvimento sustentvel surge como condio de sobrevivncia para as prximas geraes, conciliando o crescimento com desenvolvimento econmico, pois no importa somente a quantidade de produtos e servios, mas a qualidade neles embutidos. Diante desse contexto, este estudo visa analisar quais as prticas e aes que algumas empresas, vm desenvolvendo para melhorar a qualidade dos produtos e servios, minimizando os impactos sobre o meio ambiente e conquistando o reconhecimento de seus clientes como uma empresa sustentvel ou ambientalmente responsvel.

    Palavras-chave: Meio ambiente. Crescimento. Desenvolvimento. Sustentabilidade.

    1 INTRODUO

    A economia de mercad