uniuv em revista - anacristina

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UNIUV em REVISTAv. 11 2008

ISSN 1981-9293

FUNDAO MUNICIPAL CENTRO UNIVERSITRIO DA CIDADE DE UNIO DA VITRIA - UNIUVReitor Jairo Vicente Clivatti Vice-Reitor Jos Pedro Ramos

CONSELHO EDITORIAL Presidente Fahena Porto Horbatiuk Secretria Edite Siqueira

Membros Alexandre Manoel dos Santos Angela Maria Farah Edna Satiko Eiri Trebien Ernani Csar de Freitas Jussara da Silva Leite Lcio Krten dos Passos Maria Genoveva Bordignon Esteves Odelir Dileto Cachoeira Simone Santos Junges Suely Terezinha Martini

UNIUV em REVISTA uma publicao anual, multidisciplinar, do Centro Universitrio de Unio da Vitria (Uniuv). Tem por finalidade divulgar artigos cientficos, anlises e resenhas, que possam contribuir para o conhecimento, o desenvolvimento e a discusso nos diversos ramos do saber. A exatido das informaes, os conceitos e as opinies emitidos neste peridico so de exclusiva responsabilidade dos autores. Os trabalhos encaminhados para UNIUV em REVISTA devem seguir as orientaes constantes nas Normas de Publicao contidas neste volume. Os trabalhos sero aceitos ou recusados pela Comisso Editorial, com base nas recomendaes dos membros do Conselho Cientfico e/ou rbitros. permitida a reproduo total ou parcial, desde que citada a fonte. UNIUV em REVISTA poder ser obtida junto Biblioteca Joo Dissenha. Fotos Lcio Krten dos Passos Diagramao e Arte Final Ana Letcia Sebben

Edio e reviso Angela Maria Farah Fahena Porto Horbatiuk Jussara da Silva Leite Simone Santos Junges

UNIUV EM REVISTA. Unio da Vitria: Centro Universitrio de Unio da Vitria, v.11, 2008. Anual Continuao, a partir de 2007, 10, de FACE EM REVISTA ISSN 1981-9293 1. Cincias - Peridicos I. Centro Universitrio de Unio da Vitria UNIUV.

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SUMRIOCincias Biolgicas Aspectos morfolgicos e biolgicos referentes hydromedusA tectiferA cope, 1869 (testudines, chelidAe) nos municpios de unio dA VitriA (pr) e porto unio (sc) - Mariana Budin .................................................... 11 engenharias Anlise mAtriciAl preliminAr de estruturAs estAticAmente indeterminAdAs por meio do mtodo dA flexibilidAde: um estudo de cAso enVolVendo duAs VigAs hiperestticAs e A determinAo completA dos seus deslocAmentos, rotAes e coeficientes de flexibilidAde - Alexandre manoel dos santos, srgio scheer, Adilandri mrcio lobeiro, lucas mximo Alves ........................................................................................................................................................... 27 A releVnciA dA biomAssA nA produo energticA A pArtir de resduos florestAis - Andressa haiduk, eduardo gtz mayer, elisete Adriana Jos luiz ................ 73 cincias da sade leVAntAmento epidemiolgico de neoplAsiAs nA cidAde de pAlmAs, pr maichel depcke, dbora priscila hffner pardal ........................................................................................................ 89 o repensAr nA promoo dA sAde do ser humAno - paulo ernesto Antonelli ........ 105 influnciA do exerccio contrA resistnciA no orgAnismo humAno - cezar grontowski ribeiro, dbora priscila hffner pardal, Alysson frantz .......................... 121 depresso em idosos Anlise de suA influnciA nA quAlidAde de VidA - poliana priscila matos pardal, Adriano luiz Watanabe, daiane martinho de oliveira, Vivian lazzaroto pereira da cruz, dbora priscila hffner pardal, cezar grontowski ribeiro ................... 139 cincias sociais Aplicadas o empreendedorismo e o processo de plAneJAmento e controle nAs pequenAs empresAs - rosidete maria Karpinski da costa ............................................................. 155

A contAbilidAde do gAnho dA teoriA dAs restries AplicAdo em umA pequenA propriedAde de pecuriA - fabiano dutkievicz nakayama, geovane paulo sornberger .............................................................................................................................................................. 177 confinAmento de gAdo como AlternAtiVA pArA o desenVolVimento dA pecuriA boVinA nA regio centro-norte de mAto grosso - geovane paulo sornberger, srgio guaraci prado rodrigues, Jocelaine bacon manfio .................................................... 189 populismo e polticAs pblicAs focAlizAdAs: A mAldio do neoliberAlismo brAsileiro - cleverson molinari mello ................................................................... 205 quesnAy A Keynes - o pensAmento econmico numA perspectiVA de rede - ArticulAes pArA umA teoriA desenVolVimentistA - paulo cruz correia, roberto rochadelli, odelir dileto cachoeira ................................................................................ 219 determinAntes dos preos do petrleo no mercAdo internAcionAl: umA Anlise empricA utilizAndo modelos gArch - rodrigo hermont ozon ....... 249 o desAfio do tempo no JornAlismo on-line e A prepArAo do profissionAl pArA AtuAr nA rede - Ana cristina Araujo bostelmam ......................................... 283 zoo: o progrAmete nA tV como AlternAtiVA educAtiVA infAntil Adriana Koskosky ............................................................................................................................................................ 299 turismo rurAl: AlternAtiVA nA rendA fAmiliAr - Vera bauermeister freisleben, sandra Aparecida de paula e souza .............................................................................................................................. 311 cincias humanas A perspectiVA dA ps-modernidAde AcercA dA educAo nA Viso lyotArdiAnA - edna satiko eiri trebien ........................................................................................................... 327 A leiturA dA pAlAVrA escritA em escolAs pblicAs rurAis: limites e possibilidAdes nA formAo sociAl do leitor - carlos eduardo moreira ................ 341 contAo de histriAs - edite siqueira, fahena porto horbatiuk .................................................. 367 indisciplinA escolAr: umA discusso necessriA entre escolA, pAis e professores - egeslaine de nez ................................................................................................................ 385

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CONTENTSbiological sciences morphologicAl And biologicAl Aspects referring to HYDRoMeDUSA TeCTiFeRA CoPe, 1869 (TeSTUDineS, CHeliDAe) in the cities of unio dA VitriA (pr) And porto unio (sc) - mariana budin .......................................................................... 13 engineering preliminAry mAtrix AnAlysis of stAticAlly undetermined structures by meAns of the flexibility: A cAse study inVolVing tWo hyperstAtic beAms And the complete determinAtion of their displAcements, rotAtions And flexibility coefficient - Alexandre manoel dos santos, srgio scheer, Adilandri mrcio lobeiro, lucas mximo Alves .......................................................................................... 29 the releVAnce of biomAss in the production of energy from forest residues - Andressa haiduk, eduardo gtz mayer, elisete Adriana Jos luiz .......................... 75 helth sciences collection of epidemiologicAl dAtA of neoplAsiAs in the city of pAlmAs, pr - maichel depcke, dbora priscila hffner pardal ......................................................................... 91 rethinKing the promotion of heAlth in the humAn - paulo ernesto Antonelli ... 107 social Applied sciences the influence of exercises AgAinst the resistAnce in the humAn orgAnism - cezar grontowski ribeiro, dbora priscila hffner pardal, Alysson frantz ........................ 123 depression in the elderly - AnAlysis of its influence in the quAlity of life - poliana priscila matos pardal, Adriano luiz Watanabe, daiane martinho de oliveira, Vivian lazzaroto pereira da cruz, dbora priscila hffner pardal, cezar grontowski ribeiro ................... 141 entrepreneurship And the plAnning And controlling process in smAll compAnies - rosidete maria Karpinski da costa ............................................................................. 157 the AccountAncy of the gAin of the theory of restrictions Applied to A

smAll cAttle property- fabiano dutkievicz nakayama, geovane paulo sornberger .................... 179 cAttle confinement As An AlternAtiVe for the deVelopment of cAttle in the center-north of mAto grosso - geovane paulo sornberger, srgio guaraci prado rodrigues, Jocelaine bacon manfio ............................................................................................................................. 191 populism And focused public policies: the curse of the brAziliAn neoliberAlism - cleverson molinari mello .................................................................................................... 207 from quesnAy to Keynes the economicAl thought in A net perspectiVe ArticulAtions for A neW deVelopment theory - paulo cruz correia, roberto rochadelli, odelir dileto cachoeira ................................................................................ 221 WhAt determines the price of oil in the internAtionAl mArKet: An empiricAl AnAlysis using the gArch models- rodrigo hermont ozon .................. 251 the chAllenge in the erA of online JournAlism And the prepArAtion of the professionAl to WorK on the net - Ana cristina Araujo bostelmam .................... 285 zoo: the tV progrAm As An educAtionAl AlternAtiVe for children Adriana Koskosky ............................................................................................................................................................ 301 rurAl tourism: An AlternAtiVe income - Vera bauermeister freisleben, sandra Aparecida de paula e souza ............................................................................................................................................ 313 humanities perspectiVe of post-modern Age in educAtion According to lyotArd - edna satiko eiri trebien ....................................................................................................................... 329 the reAding of the Written Word in rurAl public schools: limits And possibilities in the sociAl formAtion of the reAder - carlos eduardo moreira .............................................................................................................................................................. 343 story telling - edite siqueira, fahena porto horbatiuk ............................................................................ 369 indiscipline in schools: A necessAry discussion betWeen the school, pArents And teAchers - egeslaine de nez ................................................................................................ 387

O desafio do tempo no jornalismo on-line e a preparao do profissional para atuar na rede

Ana Cristina Araujo Bostelmam1

RESUMOFalar sobre o jornalismo na internet, suas caractersticas, sua velocidade de atualizao e tambm o preparo do profissional que atuam na rede so os objetivos deste trabalho. Buscando resgatar as caractersticas do jornalismo e tambm as perspectivas do leitor, sempre confrontando com o fator tempo (velocidade), este artigo apresenta uma anlise do site da Gazeta On-line, um dos jornais que possui a verso impressa com maior circulao no Paran. Palavras-chave: Webjornalismo. Tempo no jornalismo. Gazeta do Povo On-line.

1 Graduada em Comunicao Social, Habilitao em Jornalismo, pela Universidade do Vale do Itaja (Univali), Itaja, Santa Catarina; especialista em Planejamento de Comunicao Integrada, pela Opet, Curitiba, Paran; e em Metodologia da Ao Docente, pelo Centro Universitrio de Unio da Vitria (Uniuv), Unio da Vitria, Paran; cursando mestrado em Comunicao e Linguagens, pela Universidade Tuiuti do Paran (UTP), Curitiba, Paran; membro do grupo de pesquisa JOR XXI; professora no curso de Comunicao Social da Uniuv; scia-proprietria da Agncia de Comunicao DMV4, Porto Unio, Santa Catarina. E-mail: [email protected]

Uniuv em Revista, Unio da Vitria, v. 11, p. 283-298, 2008

The challenge in the era of online journalism and the preparation of the Professional to work on the net

Ana Cristina Araujo Bostelmam

ABSTRACTDiscuss journalism on the internet, its characteristics, its updating speed as well as the preparation of the professional who works on the net are the aims of this study. Trying to recover the characteristics of journalism and the perspectives of the reader, always confronting the time factor (speed), this paper presents an analysis of the Gazeta-on-line site, one of the newspapers with the greatest mass circulation in Paran. Keywords: Web-journalism. Timing in journalism. Gazeta do Povo On-line.



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1 INTRODUOO jornalismo na internet, o processo comunicacional mediado por computadores e o perfil dos leitores de notcias on-line mudaram completamente a maneira de se pensar no s o fator tempo (rapidez) no jornalismo, mas tambm a forma de produzir as matrias jornalsticas. Tempo, velocidade e viso ampliada e abrangente do profissional na criao jornalstica para a rede, tornaram-se fundamentais para garantir as caractersticas da internet como veculo de comunicao.Ao estudar as caractersticas do jornalismo desenvolvido para a web, Bardoel e Deuze (2000) apontam quatro elementos: Interactividade, Customizao de contedo, Hipertextualidade e Multimidialidade. Palacios (1999), com a mesma preocupao, estabelece cinco caractersticas: Multimidialidade/Convergncia, Interactividade, Hipertextualidade, Personalizao e Memria. Cabe ainda acrescentar a Instantaneidade do Acesso, possibilitando a Actualizao Contnua do material informativo como mais uma caracterstica do Webjornalismo (PALACIOS, 2002).

ciedade, divulgando o que est acontecendo, de maneira imediata. Interatividade talvez no seja a palavra mais adequada para traduzir as diferenas do jornalismo na net, porque nem sempre ela usada. Para Braga (2008, p. 194), a comunicao mediada por computador, pela novidade que apresenta,busca adaptar modelos de outros contextos de interao para experimentar e ao mesmo tempo criar regras que regularo as relaes ocorrentes neste ambiente especfico.

Essas caractersticas diferenciam a internet das outras mdias e enfatizam cada vez mais suas potencialidades. A nova maneira rpida de transmitir a informao deu novos significados ao jornalismo e, principalmente, o pressionou a ter velocidade. A internet uma inovao tecnolgica que beneficia o jornalismo e, em contrapartida, usufruindo desse sistema, o jornalismo atua com muito mais determinao como transformador social, podendo andar em tempo real com a so-

O grande desafio dos jornalistas buscar colaborao e entendimento rpido das pessoas que esto lendo a notcia. O furo jornalstico sempre tem de estar acompanhado da rapidez. na internet que se v de forma mais intensa essa possibilidade. Aumentam as chances do furo, mas aumentam tambm os riscos das barrigas, isto , no jargo jornalstico, de dar informaes erradas, falsas ou distorcidas. Com isso, a presso pelo tempo da notcia pode ser inversamente proporcional qualidade da informao e, principalmente, verdade da informao. Porque, nesse sistema, se a notcia rpida, o internauta tambm . E ainda, o internauta quer ir alm da notcia, pois acaba sendo um agente dela, colaborando e interagindo em suas propostas e buscando a verdade em outras alternativas de comunicao.A internet, como meio de comunicao, trouxe uma srie de alteraes na configurao do campo das mdias, no apenas redefinindo os meios tradicionais, mas criando e ampliando contextos de interao social, que so apropriados por novos sujeitos em

No jargo jornalstico, furo significa dar uma informao antes de outros reprteres, publicando a notcia antes dos veculos concorrentes.Uniuv em Revista, Unio da Vitria, v. 11, p. 283-298, 2008

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enunciadores de diversas maneiras, a partir de protocolos e lgicas de interao especficas (BRAGA, 2008, p. 203).

ser um jornalista digital. Mais que isso,[...] no basta ser multitarefa e esperto com a tecnologia presente na web: preciso ter background cultural para conseguir contextualizar a informao e empacot-la de um jeito diferente a cada necessidade editorial (FERRARI, 2006, p. 42).

No s os sites de notcias, mas muitas outras alternativas noticiosas ganharam espao na internet. Por exemplo, os blogs, que [...] embora referenciados em uma determinada perspectiva editorial, no tm compromissos com quaisquer recortes editoriais [...] (ALZAMORA, 2007, p. 166) e, muitos deles, acabam sendo referncias de credibilidade e tempo de informao. uma ferramenta que se tornou realidade e que realmente trabalha com o tempo real, conforme a atualizao de seu autor. Com essas facilidades e acesso livre produo de contedo, um problema acaba se tornando evidente e problemtico no jornalismo, como tcnica: com muitos recursos de busca (saindo apenas da entrevista), o jornalista passa a ser apenas um editor de informaes, fazendo um apanhado geral de tudo o que est acontecendo e ainda consegue dar a impresso que a notcia real e que a produo est sendo em quantidade. Ao verificar um jornal on-line, por exemplo, essa sensao a que remete. Por isso, preciso diferenciar dois tipos de atuao do profissional no jornalismo em rede. Segundo Ferrari (2006, p. 41), h o jornalismo on-line, que o resultado da transposio de mdias, que traduzem as notcias da linguagem impressa para a web. H tambm o jornalismo digital, que so os noticirios, sites e produtos que nasceram diretamente na web. O jornalismo on-line feito em tempo quase real, pois h essa transio mais fcil, enquanto o jornalismo digital muito mais abrangente. O ideal para o profissional, por conseqncia,

Independente de como o profissional vai atuar na rede, Rodrigues (2001) destaca que a internet um veculo de comunicao novo e que nasceu na era em que tudo acontece rapidamente. Para escrever um texto para a internet, existem inmeras normas e regras que devem ser seguidas. Apesar de no se poder criar juzo de valor sobre essas caractersticas, rotulando-as como certas ou erradas, algumas delas so fundamentais para os textos na web, mesmo que essas regras sejam apropriaes ou referenciadas em outros meios (o jornal impresso, por exemplo), que so anteriores criao da web. Afinal, os textos precisam despertar a ateno e o interesse dos internautas. Para isso devem ser objetivos, curtos, precisos, atrativos, persuasivos, com ortografia correta e com uma mistura de linguagem jornalstica e publicitria. Tambm importante que os dados que constem na pgina estejam sempre atualizados e completos. Mas ento qual a diferena dessas regras para a internet, se temos nos manuais de redao para jornalismo impresso algo muito semelhante? A internet rpida, d notcias com instantaneidade, assim como o rdio e a TV que possuem essa caracterstica. Nos manuais acadmicos de TV, por exemplo, uma das regras mais ditadas que o futuro profissional faa textos imediatistas e completos, a tal ponto que o telespectador entenda a informao na hora,

Essa a ideia de midiamorfose, apresentada por R. Fidler, em 1996. Ele observou o surgimento de novos meios de comunicao no sculo 20 e percebeu que os meios tradicionais passam por uma metamorfose, adaptando-se assim nova realidade. Essa metamorfose no faz com que os velhos meios desapaream, apenas se adaptem, enquanto o novo busca encontrar a sua prpria linguagem.


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pois ele no ter chance de assistir novamente notcia, para rever pontos perdidos. A grande diferena da internet que fica registrado em seus arquivos o que foi escrito e isso permite a consulta, a busca novamente pela informao, utilizando uma das caractersticas da internet que a memria, o armazenamento de dados. Isso pode ser uma grande vantagem pelo fato da consulta, mas tambm pode causar muito desconforto para o jornalista que, se erra ou d uma informao incompleta, corre o risco de ser alvo de crticas e perder a credibilidade, no s profissional, mas envolver a credibilidade do veculo em que trabalha.A grande diferena do novo processo digital est no fato de que os meios de produo foram parar totalmente na mo do jornalista em geral um jovem, recm-formado, com facilidade para lidar com softwares, mas pouca experincia para tratar da informao. Ele passa a coletar, administrar, filtrar, editar e publicar as notcias. Todo o processo de produo est em suas mos, sem nenhum filtro aparente ou editores que desempenhem o papel de reviso e edio. Ocorre ento uma pressa que passa por desleixo, com a publicao de dados errados ou imprecisos e portugus sofrvel (MARTINEZ, 2007, p. 16).

lucrar. Esse lucro normalmente vir da mdia off-line, especialmente, nos sites noticiosos que esto em metamorfose em suas produes web. Nos primeiros jornais on-line, em meados da dcada de 1990, os jornalistas apenas faziam a transposio de dados das informaes do impresso para o on-line. No havia uma linguagem especfica e tambm era preciso garantir a venda do jornal impresso no outro dia. As informaes tinham que ser tratadas com cuidado, para no perder a vendagem e para estimular o leitor a comprar o jornal convencional. Esse processo engloba os sites de primeira gerao, pois reproduziam parte das matrias do jornal impresso e acompanhavam o fechamento normal da redao off-line, sem fur-la. Mas ser que isso mudou nos jornais on-line de hoje e fez com que o jornalismo tivesse uma mudana, por causa da exigncia do tempo, da velocidade? Na realidade, tudo isso questionvel. Mais que isso, ser que os jornalistas esto se dando conta de que o internauta busca muito mais que informaes superficiais em um site noticioso? Afinal, ele tem acesso a vrios espaos na rede, que oferecem notcia, e ele quer contexto, contedo, anlise, quer que a matria diga o que daquilo realmente interessa a ele. O internauta ganha ainda um novo perfil, que o de colaborador, pois quer ajudar na confeco da matria, contando sua verso e dando sua opinio.H uma mudana significativa no papel do receptor da mensagem vista na forma clssica da comunicao. H mais condies de este receptor tentar entender a informao por vrios ngulos, principalmente, com as novas perspectivas de interatividade. Sem falar na possibilidade de, no satisfeito com o que a matria oferece, o receptor poder optar por buscar mais informaes em outros websites (CANAN, 2007, p. 143).

Mesmo sabendo que o jornalismo on-line tem vantagens sobre o off-line, por ser potencialmente mais gil e multimdia, unindo vrios veculos em um s, com elementos como udio, vdeo etc, preciso chamar a ateno para a questo do nmero de acessos na internet. grande o nmero de pessoas que ainda no consegue ter acesso s informaes on-line. Outro quesito bastante importante que a internet tem baixo custo (se comparado a outras mdias), e preciso pensar que a empresa jornalstica por trs desse espao precisa


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Canan (2007) ainda adverte que preciso educao para essa nova mdia, que apresenta possibilidades de checagem de informao em outros lugares. Independente disso, cabe aos jornalistas tomarem conscincia de que quem visita um site noticioso quer ver a notcia, no s em tempo recorde, mas de forma mais estruturada e analisada, pois a superficial j foi anunciada na TV. No basta dizer o que aconteceu, preciso relacionar com a realidade do leitor. Erbolato j escrevia, em 2001, que o texto jornalstico para produzir real efeito precisa, entre outras caractersticas, ter proximidade com o leitor, ser prximo ao que o leitor quer, trazer as conseqncias e mostrar sua importncia. Muitas vezes, se algum visitar um site com uma notcia e quiser saber mais sobre ela ou sua influncia no ambiente que a pessoa est, talvez no encontre essa possibilidade. E pior, se consultar outros sites ser possvel encontrar as mesmas informaes, espelhos de matrias feitas por agncias de notcias, ou utilizando o mimetismo miditico. Esse mecanismo usado entre veculos que interagem entre si, copiando e cedendo informaes. Ao mesmo tempo em que o jornalista deve produzir algo novo, ele se alimenta e imita os outros veculos (PEREIRA, 2005). Alm de todas essas mudanas na maneira de se fazer o jornalismo, possvel, em tempos de blogs e colaborao on-line, identificar os ciberjornalistas (FERRARI, 2006, p. 41), que so pessoas que criam textos, mantm um blog ativo, mediam chats, escrevem em um frum. um novo perfil profissional que precisa ser incorporado ao jornalista. Estar atento e dar valor s novidades oferecidas no s por fontes oficiais, mas tambm pelos colaboradores, uma

atitude mnima para fazer realmente o jornalismo na Rede. Muitas vezes, os internautas sabem mais que toda apurao feita pelo reprter, e podem colaborar com a matria.A participao dos leitores na vida dos jornais um assunto quase to antigo como a existncia do jornalismo. Apesar de defendida por uns e criticada por outros, a participao dos leitores importante. Eles conhecem a realidade e, muitas vezes, sabem mais sobre determinados assuntos do que os jornalistas. Podem tambm ser importantes fontes de informao, provavelmente mais desinteressadas do que as fontes oficiais, e chamar a ateno para temas no muito retratados pelos jornais e que so interessantes para a audincia (BARBOSA, 2007).

Todas essas caractersticas esto sempre ligadas aos fatores tempo, rapidez e atualizao na internet. Para verificar especificamente esses itens, pensando na velocidade da notcia na internet, buscou-se conferir na Rede como est acontecendo a atualizao informacional. Foi definido como objeto de estudo o veculo Gazeta On line, do grupo da Rede Paranaense de Comunicao (RPC), veiculado no portal de internet deste grupo, que abrange outros veculos do conglomerado. Considerado um dos maiores jornais do Paran, A Gazeta do Povo circula h 88 anos no suporte impresso. A Gazeta On Line, por agregar o nome e a tradio do jornal impresso, torna-se referncia de jornalismo na rede, especialmente em seu estado de origem. A pesquisa considerou como objeto de anlise apenas as informaes jornalsticas e

Para Ferrari (2006), para ser chamado de Portal, um site precisa reunir certas caractersticas que tentam atrair e manter a ateno do internauta ao apresentar chamadas para contedos de vrias reas e origens. O contedo jornalstico tem sido o principal chamariz dos portais. Segundo ela, as sesses mais comuns nos portais so: ferramentas de busca, comunidades, comrcio eletrnico, e-mail gratuito, entretenimento e esporte, notcias, previso do tempo, chat, cotaes financeiras, mapa do site, entre outros.


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o seu tempo de veiculao no site, comparando com o mesmo jornal off-line. Tambm, para essa pesquisa, foi monitorada apenas a capa do jornal on-line. Para que se pudesse pesquisar qual

era a velocidade em que o site era atualizado, foi escolhido o dia 20 de junho de 2007, sendo consultado o site das 9h at as 15h, de duas em duas horas.

2 ANLISES E COMPARAES DO GAZETA ON LINE E SUA VELOCIDADE DE ATUALIZAOs 9h, a capa da Gazeta On Line continha apenas uma matria desse dia. Era sobre Educao, com o ttulo Professores das universidades estaduais fazem paralisao e manifestaes. Mas essa notcia estava bem abaixo da visualizao inicial do site, isto , abaixo da capa principal. Todas as notcias da capa datavam do dia anterior. No havia atualizao, apesar de que, em cima da capa, uma das primeiras informaes que o leitor recebe o horrio da ltima atualizao, que normalmente bem recente. Mas, a princpio, no d para ver onde est essa informao atualizada. Impossvel no notar que a produo do site no feita apenas por redatores da Gazeta On Line ou da prpria Gazeta do Povo (que seria o maior jornal do grupo). As fontes so diversas e ocupam a maioria das matrias da capa. Matrias do Portal da Globo, de onde a RPC filiada, so muito utilizadas. As fontes do site da Gazeta so de agncias internacionais e nacionais. A maioria das matrias no traz contedo prprio. Para tentar fazer com que haja notcias em tempo real, o jornal faz parceria com agncias de notcias e com outras redaes e dividem o contedo. Como a Gazeta participa de um conglomerado de mdias, apropria-se de informaes de outros veculos, usufruindo do que outras mdias esto produzindo e levando o ttulo de ser super atualizado. Utiliza tambm recursos de vdeo (uma notcia), com contedo que foi noticiado nos jornais televisivos da RPC. Para um internauta mais atento, depois de ver que as notcias nesse horrio esto desatualizadas, descobre um link no muito visvel que se chama ltimas notcias. Ele est disponvel no canto superior direito da pgina e tambm bem abaixo de todas as matrias.Em um primeiro momento, pode-se pensar que essa uma lgica clara e prtica. A matria publicada por ltimo a mais recente e, portanto, a que vale a pena ser lida primeiro. Bastava ir para a coluna ltimas notcias e ver, em uma imensa tripa de ttulos, todo o noticirio do dia (MARTINEZ, 2007, p. 14).

Somente nesse link que aparecem todas as atualizaes do dia. As notcias nesse link, conforme informao visual em cada matria, so atualizadas em mdia de 3 a 5 minutos. Mas a capa no muda e a sensao de quem visita o site de que est desatualizado.


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J s 11h, houve uma atualizao em duas matrias principais. O resto do site continuou o mesmo. A manchete principal muda e datada do dia 20, mas as submanchetes

so do dia anterior. A segunda manchete em destaque tambm nova, mas as submanchetes continuam do dia anterior, fazendo link com o que aconteceu anteriormente.


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s 13h, a nica mudana era um subttulo da matria dos atrasos de vos. Um pouco abaixo a essa atualizao, uma nova manchete, dessa vez com produo local, isto , do departamento do jornalismo da empresa. Por se tratar de uma notcia estadual, acaba no ganhando muito destaque na pgina principal (Prefeito de Fnix se entrega para a polcia aps decreto de priso preventiva). Outra atualizao feita, mas a fonte O Globo On line. Uma caracterstica importante que se pode chamar a ateno que, apesar de a hora marcada da atualizao parecer ser recente, ela no bate com o horrio em que foi realmente jogado no ar. O internauta s ter acesso informao bem depois do horrio que exibido no site. Mais uma vez, se o leitor quiser saber das ltimas notcias, precisa ir ao link ltimas notcias, pois na capa no ter a oportunidade de ver realmente as ltimas notcias. s 15h, as alteraes eram as seguintes:

uma notcia nova com tema local, capa (Processo de tombamento da pracinha do Batel ainda deve ser avaliado), feita pela equipe da Gazeta do Povo; e mais seis alteraes em matrias ou submanchetes, mas todas vindas do portal da Globo ou de agncias de notcias. Mesmo pensando que o jornalismo na rede aquele que chega imediatamente em nossas telas, isso pode ser apenas uma iluso, no sentido da informao como notcia jornalstica, com investigao, com aprofundamento do tema. A busca pela instantaneidade tira o foco das notcias bem apuradas, e isso prejudica a funo principal do jornalismo, e ainda engana o leitor, como se houvesse realmente uma atualizao completa. Quem buscar a informao na Gazeta On Line encontra as mesmas informaes de sites de notcias em geral. Querendo ou no, a Gazeta no passa de um transpositor das notcias off-line, fazendo o mimetismo miditico, nesse caso sendo elas da prpria Gazeta, do seu


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grupo de mdias ou de agncias de notcias.O jornalista se transformou em um difusor de informao ou em um in-

stantanesta, como definiu o jornalista Igncio Ramonet, do peridico francs Le Monde Diplomatique (MARTINEZ, 2007, p. 14).

Se for feita uma comparao com as capas dos jornais impressos dos dias 19 e 20 de junho, possvel perceber que as manchetes

trazem muito mais notcias e informaes que a verso on-line, o que garante a venda dos exemplares.


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No link ultimas notcias, o Gazeta On Line traz as informaes sobre tudo que o jornal impresso est colocando em sua edio, mas

preciso ir atrs dessa informao, pois no estar na capa do jornal on-line.

3 CONCLUSOA concluso que se pode apresentar que ainda ganham fora as informaes dadas com instantaneidade, mas no no jornalismo na internet. A instantaneidade ainda uma caracterstica muito forte dos veculos TV e rdio e, principalmente, h a tendncia de se deixar as matrias completas para o jornalismo impresso, que dar um retorno financeiro para a empresa jornalstica. Alm disso, a viso do profissional de comunicao deve ser estendida em tempos de internet. Mais do que nunca o fator transparncia e credibilidade devem estar presentes em cada uma das aes do jornalista.Deixar transparente o processo noticioso, informando o leitor os prximos passos ou captulos de uma histria que se desenrola pode ser uma maneira, prxima aos recursos da TV, de educar o leitor para entender o processo de construo da mensagem jornalstica. No h vergonha nenhuma nisso. Nesses tempos de Big Brother e blogs informativos, revelar s audincias o modo produtivo dos jornalistas tende no s a aumentar a transparncia credibilidade, mas tambm o sucesso do site (MARTINEZ, 2007, p. 18).

Como a internet se coloca no mercado noticioso como uma grande e eficaz ferramenta de comunicao e est em fase de ascenso de acessos e referncias para a atualizao do leitor, necessrio que haja uma releitura por parte dos profissionais em relao notcia online. Especialmente, preciso que haja honestidade na relao entre enunciador e enunciatrio, para que o leitor, que o principal alvo das notcias, esteja ciente do que e como est lendo uma informao, principalmente com o fato de ela ser atual, imediata ou no.

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