anais do senado · 79ª sessÃo da 2ª sessÃo, legislativa da 6ª legislatura, em 16 de maio de...

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ANO DE 1 968 LIVRO 8 ANAIS DO SENADO Secretaria Especial de Editoração e Publicações - Subsecretaria de Anais do Senado Federal TRANSCRIÇÃO SENADO FEDERAL

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ANO DE 1968LIVRO 8

ANAIS DO SENADO

Secretaria Especial de Editorao e Publicaes - Subsecretaria de Anais do Senado Federal

TRANSCRIO

SENADO FEDERAL

79 SESSO DA 2 SESSO, LEGISLATIVA DA 6 LEGISLATURA, EM 16 DE MAIO DE 1968

(Extraordinrio)

PRESIDNCIA DO SR. GILBERTO MARINHO s 10 horas, acham-se presentes os Srs.

Senadores: Adalberto Sena Jos Guiomard Oscar

Passos lvaro Maia Edmundo Levi Arthur Virglio Milton Trindade Pedro Carneiro Lobo da Silveira Achilles Cruz Sebastio Archer Victorino Freire Petrnio Portela Sigefredo Pacheco Menezes Pimentel Wilson Gonalves Luiz de Barros Dinarte Mariz Manoel Villaa Pereira Diniz Argemiro de Figueiredo Rui Palmeira Arnon de Mello Dylton Costa Jos Leite Aloysio de Carvalho Eduardo Catalo Josaphat Marinho Eurico Rezende Raul Giuberti Paulo Trres Vasconcelos Trres Mrio Martins Gilberto Marinho Milton Campos Benedicto Valladares Nogueira da Gama Carvalho Pinto Lino de Mattos Pricles Pedro Armando Storni Pedro Ludovico Fernando Corra Bezerra Neto Ney Braga lvaro Cato Antnio Carlos Guido Mondin Daniel Krieger.

O SR. PRESIDENTE (Gilberto Marinho): A lista de presena acusa o comparecimento de 50 Srs. Senadores. H nmero regimental, declaro aberta a Sesso. Vai ser lida a Ata.

O Sr. 2-Secretrio, procede leitura da Ata da Sesso anterior.

O SR. PRESIDENTE (Gilberto Marinho): Em discusso a Ata.

O SR. LINO DE MATTOS: Sr. Presidente, peo a palavra, para falar sbre a Ata.

O SR. PRESIDENTE (Gilberto Marinho): Tem a palavra S. Ex.

O SR. LINO DE MATTOS (sbre a ata.): Sr. Presidente, solicito seja feita, na Ata, pequena retificao, na parte que se refere ao meu pronunciamento. No falei pela ordem, suscitei uma questo de ordem.

Desejo, portanto, que se a retifique, porque se trata de questo de ordem a propsito do Projeto de Lei n 14, se no me falha a memria.

O SR. PRESIDENTE (Gilberto Marinho): A retificao ser feita nos trmos em que o Sr. Senador Lino de Mattos acentuou.

Continua em discusso a Ata. (Pausa.) Mais nenhum Sr. Senador desejando usar da

palavra, encerro a discusso. Em votao. Os Srs. Senadores que a aprovam queiram

permanecer sentados. (Pausa.) Aprovada.

02 O Sr. 1-Secretrio l o seguinte:

EXPEDIENTE

MENSAGENS

DO SR. PRESIDENTE DA REPBLICA De agradecimento de comunicao

referente ao pronunciamento do Senado sbre nome indicado para cargo cujo provimento depende de prvia aprovao do Senado.

N 177/68 (n de origem 273/68), de 15

do corrente ms com referncia escolha do Bacharel Jos Sperb Sanseverino para exercer o cargo de Juiz Federal no Rio Grande do Sul.

N 178/68 (n de origem 274/68), de 15 do corrente ms com referncia escolha, do Bacharel Gomes Martins Filho para exercer o cargo de Juiz Federal em So Paulo.

N 179/68 (n de origem 275/68), de 15 do corrente ms com referncia escolha do Bacharel Jos Pereira Gomes Filho para exercer o cargo de Juiz Federal em So Paulo.

N 180/68 (n de origem 276/68), de 15 do corrente ms com referncia escolha do Bacharel Miguel Jernymo Ferrante, para exercer o cargo de Juiz Federal, em So Paulo;

N 181/68 (n de origem 277/68), de 15 do corrente ms cem referncia escolha do Bacharel Celso Dias de Moura para exercer o cargo de Juiz Federal Substituto em So Paulo;

N 182/68 (n de origem 278/68), de 15 do corrente ms com referncia escolha do Bacharel Caio Plnio Barreto para exercer o cargo de Juiz Federal Substituto em So Paulo.

PARECERES

PARECER N 414, DE 1968

da Comisso de Redao, apresentando a

redao final das emendas do Senado ao Projeto de Lei da Cmara n 130, de 1964 (n 2 496-C, de 1957, na Casa de origem).

Relator: Sr. lvaro Maia A Comisso de Redao apresenta a redao

final das emendas do Senado ao Projeto de Lei da Cmara n 130, de 1964 (nmero 2.496-C/57, na Casa de origem), que dispe sbre o salrio-mnimo, a jornada de trabalho e as frias anuais remuneradas dos advogados e d outras providncias.

Sala das Sesses, em 16 de maio de 1968. Lobo da Silveira, Presidente. Alvaro Maia Relator. Manoel Villaa.

ANEXO AO PARECER

N 414, DE 1968

Redao final das emendas do Senado ao Projeto de Lei da Cmara n 130, de 1964 (n 2.496-C, de 1957, na Casa de origem).

EMENDA N 1

(Corresponde Emenda n 1 de Plenrio, com

a Subemenda n 1-CCJ) Ao art. 1 D-se ao art. 1 a seguinte redao: "Art. 1. A remunerao dos advogados que,

em virtude de relao de emprgo, trabalhem em servios jurdicos de natureza particular, no ser inferior a duas vzes o salrio-mnimo local, nas entidades particulares de patrimnio ou capital de valor at NCr$ 5.000,00 (cinco mil cruzeiros novos), nem a trs vzes sse salrio-mnimo, nas de patrimnio ou capital de valor superior quela quantia.

Pargrafo nico O salrio profissional estabelecido neste artigo no

03 exclui o direito do advogado percepo de aumentos ou vantagens que forem atribudos pela entidade empregadora aos seus assalariados ou em conseqncia de quaisquer acrdos ou decises."

EMENDA N 2

(Corresponde Subemenda n 2-CCJ Emenda n 2 de Plenrio)

Aos arts. 5 e 7 Onde se l: "emprsa" e "emprsa Industrial", Leia-se: "entidade empregadora particular".

EMENDA N 3

(Corresponde Emenda n 4 de Plenrio) Acrescente-se, onde couber, o seguinte artigo: "Art. So nulos os contratos de trabalho que

contrariem a presente lei, respeitados os direitos adquiridos pelo advogado, na entidade empregadora".

PARECER

N 415, DE 1968

da Comisso de Redao, apresentando a redao final do Projeto de Resoluo n 33, de 1968.

Relator: Sr. lvaro Maia A Comisso apresenta a redao final do

Projeto de Resoluo n 33, de 1968, que suspende a execuo, em parte, do art. 48 do Decreto Lei n 314, de 13 de maro de 1967.

Sala das Sesses, em 16 de maio de 1968. Lobo da Silveira, Presidente. lvaro Maia, Relator. Manoel Villaa.

ANEXO AO PARECER N 415, DE 1968

Redao final do Projeto de Resoluo n 33,

de 1968. Fao saber que o Senado Federal

aprovou, nos trmos do art. 45, n IV, da

Constituio Federal, e eu, ..., Presidente, promulgo a seguinte:

RESOLUO N..., de 1968

Suspende a execuo, em parte, do art. 48 do

Decreto-Lei n 314, de 13 de maro de 1967.

O Senado Federal resolve: Art. 1 suspensa, por inconstitucionalidade,

nos trmos da deciso definitiva do Supremo Tribunal Federal, de 21 de fevereiro de 1968, proferida nos autos da petio de habeas- corpus nmero 45.232, do Estado da Guanabara, a execuo do artigo 48 e seus pargrafos do Decreto-Lei n 314, de 13 de maro de 1967, no que se refere a profisses liberais e a empregos em atividades privadas.

Art. 2 Esta resoluo entra em vigor na data de sua publicao, revogadas as disposies em contrrio.

O SR. PRESIDENTE (Gilberto Marinho): A Presidncia recebeu respostas aos seguintes Requerimentos de Informaes:

N 146/68, de autoria do Senador Aurlio. Vianna, enviada pelo Ministro do Planejamento Coordenao Geral (Aviso n 212, de 3 de maio de 1968).

N 378/68, de autoria do Senador Vasconcelos Trres, enviada pelo Ministro Extraordinrio para Assuntos do Gabinete Civil da Presidncia da Repblica (Aviso nmero 703/SAP/68, de 14-5-68. (Pausa.)

A Presidncia deferiu os seguintes Requerimentos de Informaes:

N 502/68, de autoria do Senador Pereira Diniz, ao Ministrio das Minas e Energia.

N 503/68, de autoria do Senador Edmundo Levi, ao Ministrio dos Transportes.

N 507/68, de autoria do Senador Dylton Costa, ao Ministrio das Relaes Exteriores.

04

A Presidncia comunica que, com referncia ao Requerimento n 514, de 1968, aprovado na Sesso de ontem, designou, para representar o Senado, na Festa Nacional do Arroz, a se realizar no dia 18 do corrente, em Cachoeira do Sul, Estado do Rio Grande do Sul, o Sr. Senador Oscar Passos, pelo MDB.

Oportunamente, logo chegue a indicao do Lder da ARENA, a Mesa far as duas outras designaes dos componentes dste partido.

O Sr.1-Secretrio vai proceder leitura de requerimentos de informaes.

So lidos os seguintes:

REQUERIMENTO N 516, DE 1868

Sr. Presidente: Requeiro, na forma Regimental, seja

encaminhado ao Ex.mo Sr. Ministro dos Transportes o seguinte pedido de informaes:

1) Se j foi autorizada, pela Diretoria-Geral do Departamento Nacional de Portos e Rios Navegveis, a importao de guindastes e prticos destinados a portos brasileiros?

2) Se aquela Diretoria tem conhecimento da existncia, no Pas, de mais de uma dezena de emprsas idneas, em condies de fabricar sses equipamentos, a saber: Alt S.A., Aparelhos para levantamento e transporte; Mquinas Piratininga S.A.; Cia. Brasileira de Construo Fischet & Schwarts-Hautmont; Munck do Brasil S.A. Equipamentos Industriais; Badoni do Brasil Inds. Metalmecnicas S.A; Coensa S.A. Construes Eletro-mecnicas S.A.; Pohlig Heckel do Brasil S.A. Ind. e Comrcio; Bardella S.A. Indstrias Mecnicas; Indstrias Villares S.A.; Torque

S.A. Inds. e Com. de Mquinas Eltricas; Mecnica Pesada S.A. e Ishikawajima do Brasil Estaleiros S.A.?

3) Quais as providncias tomadas pela referida Diretoria em decorrncia dos pronunciamentos do rgo representativo das indstrias de base, contrrios quela transao comercial?

4) Se a importao daqueles equipamentos no atenta contra as determinaes do Decreto-Lei n 37, de 1966, que dispe sbre a proteo indstria nacional?

5) Se as facilidades de importao de materiais e equipamentos pesados por parte de entidades vinculadas ao govrno resultaram das facilidades de financiamentos concedidos pelos organismos de crdito do exterior. Em caso afirmativo, se ste fato no pode levar a indstria nacional situao de desestmulo e entravar seu desenvolvimento?

Sala das Sesses, 16 de maio de 1968. Lino de Mattos.

REQUERIMENTO N 517, DE 1968

Sr. Presidente: Requeiro, nos trmos regimentais, seja

encaminhado ao Ex.mo Sr. Ministro das Minas e Energia o seguinte pedido de informaes:

Quais as providncias que esto sendo adotadas por sse Ministrio, visando a compensar as indstrias nacionais em face do vultoso aumento das importaes de produtos siderrgicos registrado no ano de 1967, muitos dles com similar nacional?

Sala das Sesses, 16 de maio de 1968. Lino de Mattos.

05

REQUERIMENTO N 518, DE 1968

Sr. Presidente: Requeiro, na forma regimental, seja

encaminhado ao Exmo. Sr. Ministro Extraordinrio para Assuntos do Gabinete Civil o seguinte requerimento de informaes:

1) Para realizao de curso em convnio com a Universidade de Braslia, para formao de professres do Distrito Federal, qual o montante da verba, do Plano Nacional de Educao, destinado ao pagamento dos professres recrutados para realizao do curso?

2) No caso de aquela verba ter sido destinada construo da Escola de Aplicao do Elefante Branco, o que justificou o emprgo da mesma, no Curso de Formao de Professres do Distrito Federal?

3) Qual o tempo de durao do Curso de Formao aludido e se o mesmo, sob os aspectos pedaggico e legal, foi capaz de habilitar, seus concluintes ao exerccio regular do magistrio?

4) Qual o critrio seguido na escolha daqueles professres?

5) Qual o montante das despesas efetuadas com o pagamento da hora-aula e qual o preo pago pela hora-aula?

6) Da flha de pagamento do Curso, constaram, alm dos professres, outros servidores burocratas ou elementos estranhos ao Quadro de funcionalismo da Prefeitura do Distrito Federal?

7) Existem servidores de outros Ministrios trabalhando em regime de tempo integral na Secretaria de Educao e Cultura da

Prefeitura do Distrito Federal? Em caso afirmativo, quantos?

8) Os estabelecimentos de ensino da Prefeitura do Distrito Federal tm ministrado, regularmente, aulas de Educao Fsica?

9) Qual a verba destinada a Caixa Escolar do Elefante Branco?

10) A referida Caixa Escolar j concedeu ou tem concedido emprstimos a juros a funcionrios e professres?

11) A Caixa Escolar j participou de transao de compra ou venda de veculos?

12) Quantas classes ou turmas dos estabelecimentos de ensino mdio da Secretaria de Educao e Cultura so freqentadas por mais de 45 alunos e qual a justificativa para tal lotao?

Sala das Sesses, 16 de maio de 1968. Adalberto Sena.

O SR. PRESIDENTE (Gilberto Marinho): Os Requerimentos lidos, vo publicao e em seguida sero despachados pela Presidncia.

H oradores inscritos. Tem a palavra o primeiro dles, o nobre

Senador Mrio Martins. (Pausa.) No est presente. Tem a palavra o Sr. Senador Dylton Costa. O SR. DYLTON COSTA (l o seguinte

discurso.): Sr. Presidente, Srs. Senadores, venho a esta tribuna para tratar de assunto que, transcendendo o intersse de qualquer classe, dia respeito a tda a coletividade sergipana. Refiro-me, Senhor Presidente, ao aeroporto de Aracaju. Embora seja o nico aberto ao trfego comercial em meu Estado, esteve durante mais de um ano, inteira ou parcialmente, interditado, situao em que ainda se encontra. uma situao de anormalidade que no encontra justi-

06 ficativa, tanto mais quando se sabe que o Ministrio da Aeronutica no enviou ao Senado as informaes que a respeito lhe foram solicitadas, atravs da Mesa, h mais de seis meses.

Creio no ser necessrio comentar os inestimveis prejuzos causados economia de Sergipe com as interdies a que foi submetido o aeroporto de Aracaju. Penso no entanto, Sr. Presidente, que o ilustre titular da Pasta da Aeronutica deve ao Senado, e deve sobretudo ao povo de Sergipe, uma palavra de esclarecimento, que at agora s foi dada extra-oficialmente.

Estou informado que os servios de conservao e de reparos, inicialmente executados na pista de pouso e considerados insatisfatrios e insuficientes pelas emprsas, de navegao, area devero, ser integralmente refeitos, desta vez por firma possuidora de idoneidade tcnica. Sei mesmo, que a licitao dos servios j foi concluda, e adjudicada a obra, que dever estar concluda em crca de noventa dias.

Segundo comenta a imprensa de Sergipe, estas foram as informaes prestadas ao Governador do Estado, ao ensejo da visita que lhe fz o ilustre Comandante da Zona Area sob cuja jurisdio encontra-se Aracaju.

Ocorre no entanto, Sr. Presidente, que no cessa a a nossa responsabilidade. dever constitucional do Congresso fiscalizar os atos da administrao federal foi no exerccio legtimo dessa prerrogativa, que as informaes, sbre as causas da interdio e sbre as providncias adotadas pelo Ministrio da Aeronutica foram solicitadas pelo Senado.

A apurao de todos os fatos, relacionados com sse lamentvel descaso, interessa prpria, administrao, para se evitar que a ocorrncia dles venha a perturbar a vida e a economia dos pe-

quenos Estados. E se fao referncia a esta circunstncia, precisamente por que, se isto tivesse se passado em qualquer das grandes Unidades da Federao, as providncias corretivas no teriam tardado tanto O tratamento discriminatrio contra os pequenos Estados, Sr. Presidente, uma dura realidade de nossa contingncia federativa. E o dever de seus mandatrios, que nesta Casa representam o princpio do equilbrio entre grandes, e pequenos Estados, , necessriamente, o de clamar tda a vez que sofremos as conseqncias do que no um percalo da burocracia, porm, mais do que isso, uma demonstrao patente e insofismvel de desintersse, para no dizer de desdia; ou mais adequadamente, de incria.

Confio, Sr. Presidente que o ilustre Ministro da Aeronutica h de ser sensvel a ste aplo. E, na ocasio em que desta tribuna reclamo a resposta que o Ministrio est devendo ao Senado, fao votos de que a Diretria de Engenharia da Aeronutica, consiga, com os instrumentos de que dispe e que a lei lhe concede, levar a bom trmo as obras do aeroporto da capital sergipana. Principalmente porque so simples reparos que devem constituir rotina mas que, lamentvelmente; exigiram que, pela quarta vez, um representante de Sergipe ocupasse ateno dste plenrio, com assunto que nunca deveria ter ultrapassado o mbito burocrtico, se os rgos tcnicos daquela Secretaria de Estado funcionassem, com os requisitos mnimos de eficincia que se exigem das reparties pblicas, em, qualquer pas, razovelmente organizado ste, Sr. Presidente, o meu aplo (Muito bem! Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Gilberto Marinho): Sbre a mesa, projetos de lei que vo ser lidos pelo Sr.1-Secretrio.

07

So lidos os seguintes:

PROJETO DE LEI DO SENADO N 41, DE 1968

Regula a distribuio do material escolar e d

outras providncias. O Congresso Nacional decreta: Art. 1 A distribuio do material escolar, a

cargo da Campanha Nacional de Material do Ensino do Ministrio da Educao e Cultura, obedecer s seguintes normas:

a) ste rgo relacionar, anualmente, por Estado da Federao, os estabelecimentos de ensino integrantes da rde escolar federal, aos quais dever ser entregue o referido material, fazendo publicar aquela relao no Dirio Oficial da Unio.

b) Na distribuio do material escolar, observar-se-, prioritriamente, critrio que atenda s necessidades comprovadas de cada estabelecimento de ensino.

Art. 2 A Campanha Nacional de Ensino publicar, semestralmente, no Dirio Oficial da Unio o montante discriminado do material e dos recursos oramentrios aplicados em cada Municpio e Estado da Federao.

Art. 3 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicao.

Art. 4 Revogam-se as disposies em contrrio.

Justificao

O presente projeto visa a disciplinar matria

da maior importncia, no s pela ausncia de qualquer legislao a respeito, como pela convenincia de se evitar que o material de ensino seja destinado aos estabelecimentos sem a observncia de critrios prviamente estabelecidos e sem o indispensvel conhecimento de sua destinao.

Trata-se, de fato, de recursos vultosos consignados, anualmente, no oramento

da Unio que necessitam de aplicao ordenada em lei.

Sala das Sesses, 16 de maio de 1968. Lino de Mattos.

PROJETO DE LEI DO SENADO

N 42, DE 1968 Regula o processo de carga e descarga do

caf mediante convnio e d outras providncias. O Congresso Nacional decreta: Art. 1 As operaes de carga e descarga de

caf, era todo o territrio nacional, sero feitas mediante condies estabelecidas em acrdo coletivo de trabalho a ser firmado entre o Instituto Brasileiro do Caf e os Sindicatos de Carregadores e Ensacadores de Caf, em suas respectivas jurisdies, observadas, no que couber, as disposies do Ttulo VI da Consolidao das Leis do Trabalho.

Pargrafo nico Realizado o acrdo referido neste artigo, no poder o Instituto Brasileiro do Caf, deferir qualquer operao de carga e descarga de caf a firmas empreiteiras.

Art. 2 O Poder Executivo, dentro de 60 (sessenta) dias contados da publicao desta lei, baixar os atos necessrios sua execuo.

Art. 3 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicao.

Art. 4 Revogam-se as disposies em contrrio.

Justificao

O presente projeto tem por fim institucionalizar

uma prtica, que, de modo geral, vem sendo adotada pela instituio incumbida da disciplina dos assuntos cafeeiros de nosso Pas, ou seja, a de garantir, aos trabalhadores vinculados ao Sindicato de Carregadores e Ensacadores de Caf, a execuo das operaes de carga e descarga dsse produto. Embora, em sentido amplo, sse seja o processo adotado, em alguns casos, ainda, deferido a firmas empreiteiras sse mister,

08 situao esta que causa enormes prejuzos aos trabalhadores das mesmas, uma vez que tais emprsas, porque operam em regime de empreitada, carecem de status econmico que as caracterize como empregadoras e, portanto, responsveis diretas por uma srie de prerrogativas de seus empregados. Da surgirem, em muitos casos, abusos e violncias contra os direitos dos trabalhadores, alm do desestmulo que essa prtica oferece ao esprito associativo que informa a organizao sindical brasileira.

O projeto, portanto, anula essas influncias prejudiciais, impondo soluo justa e escorreita para o caso.

Sala das Sesses, 16 de maio de 1968. Lino de Mattos.

LEGISLAO CITADA

CONSOLIDAO DAS LEIS DO TRABALHO

TTULO VI (Com a redao dada pelo Decreto-Lei n

229/67)

CONVENES COLETIVAS DE TRABALHO Art. 611 Conveno Coletiva de Trabalho o

acrdo de carter normativo, pelo qual dois ou mais Sindicatos representativos de categorias econmicas e profissionais, estipulam condies de trabalho aplicveis, no mbito das respectivas representaes, s relaes individuais de trabalho.

1 facultado aos Sindicatos representativos de categorias profissionais celebrarem Acrdos Coletivos com uma ou mais emprsas da correspondente categoria econmica, que estipulam condies de trabalho, aplicveis no mbito da emprsa ou das empresas acordantes s respectivas relaes de trabalho.

2 As Federaes e, na falta destas, as Confederaes representativas de categorias econmicas ou profissionais, podero celebrar convenes cole-

tivas de trabalho para reger as relaes das categorias a elas vinculadas, inorganizadas em Sindicatos, no mbito de suas representaes.

Art. 612 Os Sindicatos, s podero celebrar Convenes ou Acrdos Coletivos de Trabalho, por deliberao de Assemblia- Geral especialmente convocada para sse fim, consoante o disposto nos respectivos Estatutos, dependendo a validade da mesma do comparecimento e votao, em primeira convocao, de 2/3 (dois teros) dos associados da entidade, se tratar de Conveno, e dos interessados no caso de Acrdo, e em segunda, de 1/3 (um tro) dos mesmos.

Pargrafo nico O quorum de comparecimento e votao ser de 1/8 (um oitavo); dos associados em segunda convocao, nas entidades sindicais que tenham mais de 5.000 (cinco mil) associados.

Art. 613 As Convenes e os Acrdos devero conter obrigatriamente:

I designao dos Sindicatos convenentes ou dos Sindicatos e emprsas acordantes;

II prazo de vigncia; III categorias ou classes de trabalhadores

abrangidas pelos respectivos dispositivos; IV condies ajustadas para reger as

relaes individuais de trabalho durante sua vigncia;

V normas para a conciliao das divergncias surgidas entre os convenentes por motivos da aplicao de seus dispositivos;

VI disposies sbre o processo de sua prorrogao e de reviso total ou parcial de seus dispositivos;

09

VII direitos e deveres dos empregados, e emprsas;

VIII penalidades para os Sindicatos convenentes, os empregados e as emprsas em caso de violao de seus dispositivos.

Pargrafo nico As Convenes e os Acrdos sero celebrados por escrito sem emendas nem rasuras, em tantas vias quantos forem os Sindicatos convenentes ou as emprsas acordantes, alm de uma destinada a registro.

Art. 614 Os Sindicatos convenentes ou as emprsas acordantes promovero conjunta ou separadamente, dentro de 8 (oito) dias da assinatura da Conveno ou Acrdo, o depsito de uma via do mesmo, para fins de registro e arquivo, no Departamento Nacional do Trabalho, em se tratando de instrumento de carter Nacional do Trabalho, em se tratando de instrumento de carter nacional ou interestadual, ou nos rgos regionais do Ministrio do Trabalho Previdncia Social, nos demais casos.

1 As Convenes e os Acrdos entraro em vigor 3 (trs) dias aps a data da entrega dos mesmos no rgo referido neste artigo.

2 Cpias autnticas das Convenes e dos Acrdos devero ser afixadas de modo visvel pelos Sindicatos convenentes nas respectivas sedes e nos estabelecimentos das emprsas compreendidas no seu campo de aplicao, dentro de 5 (cinco) dias da data do depsito previsto neste artigo.

3 No ser permitido estipular durao de Conveno ou Acrdo superior a 2 (dois) anos.

Art. 615 O processo de prorrogao, reviso, denncia ou revogao total ou parcial de Conveno ou Acrdo, ficar subordinado, em qualquer caso, a aprovao da Assemblia-Geral dos Sindicatos convenentes ou partes, com observncia do disposto no art. 612.

1 O instrumento de prorrogao, reviso, denncia ou revogao de Conveno ou Acrdo ser depositado para fins de registro e arquivamento na repartio em que o mesmo originriamente foi depositado, observado o disposto no art. 614.

2 As modificaes introduzidas em Conveno ou Acrdo, por fra de reviso ou de revogao parcial de suas clusulas, passaro a vigorar 3 (trs) dias aps a realizao do depsito previsto no 1.

Art. 616 Os Sindicatos representativos de categorias econmicas ou profissionais e as emprsas, inclusive as que no tenham representao sindical, quando provocados, no podem recusar-se negociao coletiva.

1 Verificando-se recusa negociao coletiva, cabe aos Sindicatos ou emprsas interessadas dar cincia do fato, conforme o caso, ao Departamento Nacional do Trabalho ou aos rgos regionais do Ministrio do Trabalho e Previdncia Social, para convocao dos Sindicatos ou emprsas recalcitrantes.

2 No caso de persistir a recusa negociao coletiva, pelo desatendimento, s convocaes feitas pelo Departamento Nacional do Trabalho ou rgos regionais do Ministrio do Trabalho e Previdncia Social, ou se malograr a negociao entabolada, facultada aos Sindicatos ou emprsas interessadas a instaurao de dissdio coletivo.

3 Havendo Conveno ou Acrdo ou sentena normativa vigentes, a instaurao do dissdio coletivo s poder ocorrer a partir de 60 (sessenta) dias antes de esgotado, o respectivo prazo de vigncia, vigorando o nvo instrumento a contar do trmino dste.

4 Nenhum processo de dissdio coletivo de natureza econmica ser admitido sem antes se esgotarem as medidas relativas formalizao da Conveno ou Acrdo correspondente.

10

Art. 617 Os empregados de uma ou mais emprsas que decidirem celebrar Acrdo Coletivo de Trabalho com as respectivas emprsas daro cincia de sua resoluo, por escrito, ao Sindicato representativo da categoria profissional, que ter o prazo de 8 (oito) dias para assumir a direo dos entendimentos entre os interessados, devendo igual procedimento ser observado pelas emprsas interessadas com relao ao Sindicato da respectiva categoria econmica.

1 Expirado o prazo de 8 (oito) dias sem que o Sindicato tenha se desincumbido do encargo recebido, podero os interessados dar conhecimento do fato Federao a que estiver vinculado o Sindicato e, em falta dessa, correspondente Confederao, para que, no mesmo prazo, assuma a direo dos entendimentos. Esgotado sse prazo, podero os interessados prosseguir diretamente na negociao coletiva at o final.

2 Para o fim de deliberar sbre o Acrdo, a entidade sindical convocar assemblia-geral dos diretamente interessados, sindicalizados ou no, nos trmos do art. 612.

Art. 618 As emprsas e instituies que no estiverem includas no enquadramento sindical a que se refere o artigo 577 desta Consolidao, podero celebrar Acrdos Coletivos de Trabalho com os Sindicatos representativos dos respectivos empregados, nos trmos dste Ttulo.

Art. 619 Nenhuma disposio de contrato individual de trabalho que contrarie normas de Conveno ou Acrdo Coletivo de Trabalho poder prevalecer na execuo do mesmo, sendo considerada nula de pleno direito.

Art. 620 As condies estabelecidas em Conveno, quando mais favorveis, prevalecero sbre as estipuladas em Acrdo.

Art. 621 As Convenes e os Acrdos podero incluir entre suas clusulas

disposio sbre a constituio e o funcionamento de comisses mistas de consulta e colaborao, ao plano da emprsa e sbre participao nos lucros. Estas disposies mencionaro a forma de constituio, o modo de funcionamento e as atribuies das comisses, assim como o plano de participao, quando fr o caso.

Art. 622 Os empregados e as emprsas que celebrarem contratos individuais de trabalho, estabelecendo condies contrrias ao que tiver sido ajustado em Conveno ou Acrdo que lhes fr aplicvel, sero passveis da multa nles fixada.

Pargrafo nico A multa a ser imposta ao empregado no poder exceder da metade daquela que, nas mesmas condies, seja estipulada para a emprsa.

Art. 623 Ser nula de pleno direito disposio de Conveno ou Acrdo que, direta ou indiretamente, contrarie proibio ou norma disciplinada da poltica econmica-financeira do Govrno ou concernente poltica salarial vigente, no produzindo quaisquer outros perante autoridades e reparties pblicas, inclusive para fins de reviso de preos e tarifas de mercadorias e servios.

Pargrafo nico Na hiptese dste artigo, a nulidade ser declarada, de ofcio ou mediante representao, pelo Ministro do Trabalho e Previdncia Social, ou pela Justia do Trabalho em processo submetido ao seu julgamento.

Art. 624 A vigncia de clusula de aumento ou reajuste salarial, que implique elevao de tarifas ou de preos sujeitos fixao por autoridade pblica ou repartio governamental, depender de prvia audincia dessa autoridade ou repartio e sua expressa declarao no tocante possibilidade de elevao, da tarifa ou do preo e quanto ao valor dessa elevao.

11

Art. 625 As controvrsias resultantes da aplicao de Conveno ou de Acrdo celebrado nos trmos dste Ttulo sero dirimidas pela Justia do Trabalho.

O SR. PRESIDENTE (Gilberto Marinho): Os projetos lidos sero publicados e despachados s comisses competentes.

Tem a palavra o nobre Senador Lino de Mattos.

O SR. LINO DE MATTOS (no foi revisto pelo orador.): Sr. Presidente, com relao ao projeto de lei que dispe sbre as sublegendas partidrias, o Movimento Democrtico Brasileiro tem posio conhecidssima. Nosso Partido decidiu no participar do processo legislativo dsse projeto de lei. Nestas condies, no indicou integrantes para a Comisso Mista que examina a matria, no apresentou emendas matria, no vai discut-la, no participar da votao.

Equivocam-se, conseqentemente, todos os jornais que noticiam que o MDB eventualmente concordar com esta ou aquela frmula encontrada pela ARENA, para resolver o problema que no do MDB.

O problema da sublegenda um problema da Aliana Renovadora Nacional, isto , da ARENA!

Assim, fica a imprensa alertada e informada de que no h frmula nenhuma, que atenda posio do MDB. Somos contra a Sublegenda. Entendemos que o Pas est dotado de um Cdigo Eleitoral e de uma Lei Orgnica dos Paridos que pode perfeitamente atender s exigncias do regime democrtico.

Basta que o Govrno possibilite pr em prtica o que dispem essas leis, e o Pas poder ter mais uma ou duas agremiaes partidrias, sem necessidade, alguma de sublegenda.

Tambm o MDB no v explicao para a sofreguido, a premncia, a ur-

gncia com que a matria est sendo examinada, a ponto de a ARENA forar a Presidncia da Repblica a enviar o Projeto de Lei com aquelas exigncias impostas pela Constituio, 3, do art. 54.

No presente ano teremos eleies apenas municipais. No haver eleies de Governadores, no haver eleies de Senadores, de Deputados Federais, de Deputados Estaduais. Smente em 1970 que se vo verificar essas eleies.

No vemos, conseqentemente, a necessidade de se resolver essa matria com tanta urgncia, com tanta premncia, com tanta sofreguido. Poder perfeitamente, o Govrno da Repblica retirar essa proposio. As eleies municipais se realizaro de acrdo com o Cdigo Eleitoral, com a Lei Orgnica dos Partidos e, no momento oportuno, o Govrno resolver, de comum acrdo com as Oposies se que o Govrno quer dar ateno Oposio em assunto de tamanho intersse quando encontrar uma frmula, constitucional que, atendendo aos intersses eleitorais no Pas, atenda principalmente ao regime democrtico.

Sr. Presidente, se precisssemos fornecer uma prova pblica de como a coisa est sendo feita de afogadilho, sem preocupao maior, bastaria ter em mos o parecer sbre a matria, na Comisso Mista, do Deputado Raimundo de Brito. Ento, vamos verificar eu citei alguns artigos, apenas para mostrar como a coisa est sendo feita a despreocupao, quanto a prazo, a decurso do prazo, etc. Verifica-se o seguinte (refiro-me ao parecer que termina por apresentar um substitutivo) no art. 2:

"A instituio da sublegenda deve ser feita com 120 dias antes do prazo para registro de candidatos."

Ento, se observa que para as eleies municipais do ano em curso, isto , 15 de novembro de 1968, a escolha de sub-

12 legendas deve ser feita at o dia 15 de julho, ou seja, daqui a quarenta e poucos dias.

O 2, do art. 5 estou-me referindo sempre ao Substitutivo estabelece que a conveno para escolha de candidatos s eleies municipais de 1968 pode ser feita at trinta dias antes do pleito, isto , at 15 de outubro.

Vejam V. Ex., Sr. Presidente, e vejam os nobres Senadores: a sublegenda obrigatriamente tem que ser escolhida at 15 de julho, mas a escolha do candidato pode ir at o dia 15 de outubro, trinta dias antes do pleito. o que dispe o 2 do art. 5.

Mas no s. De acrdo com o Art. 90 do Cdigo Eleitoral, os candidatos devem ser registrados obrigatriamente at 90 dias antes do pleito, ou seja, para as eleies a que me refiro, de 1968, at 15 de agsto de 1968.

Ento, notem os colegas a extravagncia do dispositivo: os candidatos s podem ser registrados at 15 de agsto, mas a Lei permite que a escolha do candidato possa ser feita at 15 de outubro. Temos, ento, que termina o prazo para o registro do candidato muito antes daquele prazo, para escolha do candidato, enquanto que a sublegenda partidria s pode ser feita at o dia 15 de julho.

Em sntese: 15 de julho, para escolha de sublegenda; 15 de outubro para escolha de candidato e a 15 de agsto termina o prazo para registro do candidato.

No preciso dizer mais nada. So dados que escolhi meio por acaso, dados que citei para demonstrar como est se comportando a ARENA, atravs dos seu representantes, no exame de matria da maior importncia para a prpria estabilidade do regime democrtico.

Estou abordando o assunto com um pouco de desrespeito deciso partidria, que de no examinarmos a matria. Mas o fao para pr um paradeiro ao

noticirio da imprensa, quando afirma que o MDB concorda com esta ou com aquela frmula. S h uma frmula com a qual o MDB concorda, isto , a rejeio ou a retirada do projeto de lei.

O SR. ADALBERTO SENA: Permite V. Ex. um aparte?

O SR. LINO DE MATTOS: Com prazer, concedo o aparte?

O SR. ADALBERTO SENA: V. Ex. labora em equvoco, quando diz que est desrespeitando deciso partidria ao abordar o assunto. A nossa deciso foi no sentido de no tomarmos parte na tramitao do projeto, mas ficou bem claro que, com esta deciso, no se esgotava a nossa capacidade, nem nossos meios de combater a proposio. Na realidade, o que fizemos foi acorrer, naquele momento, para as trincheiras da resistncia. Por isso mesmo recomendamos a todos os nossos companheiros que no tardassem em assumir a ofensiva, ela j foi assumida aqui pelos nobres Senadores Bezerra Neto e Edmundo Levi e, agora, est sendo, brilhantemente, tambm por.V.Ex..

O SR. LINO DE MATTOS: Agradeo as palavras do Lder de minha Bancada, nobre Senador Adalberto Sena. Mas, quando eu disse que estava desrespeitando uma deciso partidria, referi-me ao fato de estar analisando alguns dos artigos do substitutivo que vai ser apresentado a considerao da Comisso Mista, e apontando erros flagrantes dsse substitutivo, o que me parece uma espcie de critica proposio governamental. Agora, quanto outra parte, fortalecem muito a minha posio as palavras do ilustre Lder autorizando-me a prosseguir na luta e prestigiando o pronunciamento que ora fao.

O SR. ADALBERTO SENA: No s V. Ex. est autorizado, mas ns o concitamos ao debate.

O SR. LINO DE MATTOS: ...com objetivo maior de fixar bem perante o

13 noticirio da imprensa, que no h nenhum entendimento conosco, que no h nenhuma frmula com a qual o MDB concorde a no ser aquela da retirada da proposio ou da sua rejeio.

O SR. JOSAPHAT MARINHO: Permite V. Ex. um aparte? (Assentimento do orador.) V. Ex. afirmou muito bem. At porque a frmula de que os jornais do notcia no supera a inconstitucionalidade do projeto nem lhe retira as inconvenincias de ordem moral.

O SR. LINO DE MATTOS: Agradeo o aparte do nobre Senador Josaphat Marinho que vem reforar o meu pronunciamento que passa, assim, com a autoridade que lhe empresta o Lder da nossa Bancada, Senador Adalberto Sena, o nosso constitucionalista Senador Marinho, a ser um pronunciamento oficial do Movimento Democrtico Brasileiro.

Sei ainda que, nesse particular, tenho apoio do Presidente do Partido, Senador Oscar Passos, com quem constantemente estou conversando. Ontem, examinamos sse aspecto, quando se espalhava a notcia entre colegas nossos de que, possvelmente, o MDB concordaria com outra frmula, aquela extravagante frmula que substitui o mutiro por dois mini-mutires, isto , coluna A e coluna B, candidato para vaga da coluna A e candidato para vaga da coluna B. Esta seria uma frmula extravagante, estapafrdia, sem nenhum sentido num regime democrtico.

O SR. OSCAR PASSOS: Permite V. Ex. um aparte?

O SR. LINO DE MATTOS: Com prazer. O SR. OSCAR PASSOS: V. Ex. fala, em

verdade, em nome de todo o partido, quando faz a sua crtica mais contundente ao projeto em tramitao nesta Casa, e forma por que est sendo manuseado pelos donos do Parecer. E V. Ex. afirma, com tda a razo, porque a expresso exata da verdade. Nem temos

tido entendimentos com o partido oficial, mesmo porque, do rgo mximo da direo partidria, do Gabinete Executivo Nacional, que tomou, esta deciso, no temos recebido considerao, sequer informaes oficiais abre o que tramita nesse sentido. E, agradecemos mesmo que no nos tenham dado conhecimento do processo, pois queremos ficar alheios quanto ao que se decide sbre o assunto. Temos tido apenas informaes de carter confidencial e particular de um ou outro amigo nosso, embora pertencente outra rea, que nos relata o que se passa nas decises, nos concilibulos da ARENA. Mas no temos recebido, nem desejamos receber qualquer informao oficial sbre o assunto.

O SR. LINO DE MATTOS: Queremos ver o projeto em Plenrio sob a responsabilidade exclusiva da ARENA, com os erros que apontei ainda h pouco, apesar de, como disse o Sr. Senador Oscar Passos, em encontros eventuais com colegas da ARENA, haverem solicitado que tomemos iniciativa de chamar a ateno sbre certas extravagncias.

Ontem mesmo, sem falar em carter oficial, brincando com o Deputado Raimundo de Brito, disse: "J prestou ateno na parte relativa aos prazos, no que se refere s eleies municipais?" "No", respondeu-me. "No tive oportunidade." Ento veja o que dispem o artigo 2,do o 2 do art. 5 e o que dispe o art. 90 do Cdigo Eleitoral, para verificar que so, prazos verdadeiramente extravagantes, prazos que no se conciliam. Se passar sse substitutivo, nem eleies municipais poderemos ter.

Isto, Sr. Presidente, no participar do processo legislativo, no d nenhuma autoridade a jornalista de informar ao seu jornal de que est havendo entendimento entre o MDB e a ARENA, para determinada soluo.

No h entendimento algum, no h soluo alguma que atenda aos intersses do MDB, porque os intersses do MDB

14 so os intersses da Nao, do Povo e da Democracia.

O Povo, a Nao, a Democracia repelem o projeto de sublegenda.

Com isto posso encerrar meu discurso. Muito grato aos apartes com que me

prestigiaram os nobres colegas. O SR. JOSAPHAT MARINHO: Permite-me

V. Ex. um aparte? O SR. LINO DE MATOS: Concedo aparte a

V. Ex.. O SR. JOSAPHAT MARINHO: A esperana

que resta em tudo isso de que a correo de elementos da ARENA acabe por prevalecer, para no se permitir Nao a degradao de fazer-se uma lei atendendo a intersses particularistas de grupos. Uma lei da importncia desta, sobretudo, no pode ser instrumento de discriminao. De sorte que, ao invs de traar normas gerais e permanentes ao sistema eleitoral, seja, antes, um artifcio para proteger determinados grupos e pessoas, como est ocorrendo na apreciao dste projeto;

O SR. LINO DE MATTOS: Inteira razo ao Senador Josaphat Marinho. Neste particular, sim, a imprensa devia insistir em que a demora na soluo para o problema que o Govrno criou.est sendo de responsabilidade exclusiva de elementos da prpria ARENA, o que no segrdo para ningum. No decorrer da tarde de ontem, o Senador Ney Braga mostrava-se inteiramente inconformado com o noticirio da imprensa que garantia a deliberao tomada pela ARENA, de que no haveria sublegenda para o Senado.

Concluram os juristas desta Casa, da Bancada da ARENA, frente o nobre Senador Antnio Carlos, relator-geral d Constituio de 1967, que o artigo 43 da atual Constituio no deixa dvida alguma de que a sublegenda inconstitucional, pois que o artigo de clareza meridiana, quando afirma que o Sena-

do Federal composto de Senadores eleitos por votao direta, voto secreto, segundo o princpio majoritrio.

Nestas condies, o bom-senso jurdico do Lder Daniel Krieger conclura que, realmente, a melhor frmula era no se criar sublegenda para o Senado, fato que tda a imprensa brasileira noticiou. Mas, acontece que o Senador Ney Braga tem um problema especial no seu Estado, onde no tem o contrle da ARENA e no tem condies de fazer o seu candidato ao Senado.

Da a sua rebeldia, a sua inconformidade, o que fz com que o princpio constitucional, defendido por homens da estatura do Senador Antnio Carlos, que considera a matria inconstitucional, recuasse, para se encontrar quela frmula esquisita do "mini-mutiro", de dois mutires em lugar de um.

Hoje, os jornais noticiam que o Senador Dinarte Mariz igualmente no se conformou com aquela soluo, porque tem um problema especial no seu Estado, o Rio Grande do Norte: possui o contrle da ARENA e, por isto, no precisa de sublegendas. Elas atendem os intersses polticos dos seus adversrios, dentro da prpria ARENA.

O SR. DINARTE MARIZ: Permite-me V. Ex. um aparte?

O SR. LINO DE MATTOS: Concedo-o, com prazer, a V. Ex..

O SR. DINARTE MARIZ: Apenas para retificar a informao que o nobre colega presta.

O SR. LINO DE MATTOS: A informao do jornal. V. Ex. deve retificar o jornal.

O SR DINARTE MARIZ: Mas, V. Ex. est sendo porta-voz do jornal. Quero, atravs de meu aparte, que fique o nobre Senador ciente de que...

O SR. LINO DE MATTOS: Muito honrado por V. Ex. utilizar a minha

15 presena na tribuna para desmentir a imprensa.

O SR. DINARTE MARIZ: desde a primeira hora manifestei-me contra a sublegenda e, no meu Partido, votei contra a medida.

O SR. LINO DE MATTOS: V V. Ex., Senador Dinarte Mariz, quo til foi minha interveno, porque ensejou seu desmentido ao noticirio da imprensa, que informa est V. Ex. fazendo determinadas exigncias, quando a exigncia de V. Ex. exatamente a do MDB, isto , ter ponto de vista contrrio sublegenda, por entend-la matria inconstitucional.

O SR. DINARTE MARIZ: Sempre me manifestei contra a sublegenda, no porque a suponha inconstitucional no sou versado em questo de inconstitucionalidade, mas acato professres que, naturalmente, so mais aptos para julgar a matria mas, por uma questo de princpio. Entendo que a sublegenda um artifcio. Deveramos retir-la. Repito: sou contra a sublegenda, e desde o incio. Quando nosso eminente colega, Senador Carvalho finto, presidindo uma Comisso, convocou-me para ouvir a minha opinio, fz questo de ressaltar o meu ponto de vista contrrio sublegenda, por princpios. Entendo que ainda estamos dentro de um processo revolucionrio. E revoluo cirurgia. Ento, em vez de artifcios, devamos ajustar os Partidos para que les pudessem, no futuro, prestar ao Pas os servios que, espero, prestaro quando, organizados, estiverem servindo democracia.

O SR. LINO DE MATTOS: Agradeo o valiosssimo aparte de V. Ex., que ilustra as minhas consideraes.

O SR. JOSAPHAT MARINHO: V. Ex. permite um aparte? (Assentimento do orador.) sem dvida louvvel a declarao que acaba de fazer o nobre Senador pelo Rio Grande do Norte. Apenas cumpre-nos advertir que, em face de tudo o que estamos observando, esta Revo-

luo brasileira no de procedimento cirrgico. de aplicao de mezinha!

O SR. LINO DE MATTOS: Mezinha que d impresso de que foi colhida em macumbas, em terreiros de macumbeiros...

O SR. PETRNIO PORTELA: Louvvel tambm, Sr. Senador, j agora, a mudana da atitude do MDB participando de debates e da luta em favor da sublegenda que, por sinal, no uma inovao. Samos de uma eleio em que a sublegenda constituiu-se numa constante da sistemtica da lei que regia o sistema eleitoral. Antes de mais nada, preciso que esta seja bem esclarecida para que no se atribua simplesmente uma mezinha, ou seja, um expediente de ocasio, mas pura e simplesmente um instituto j introduzido no nosso direito eleitoral.

O SR. LINO DE MATTOS: O nobre Senador Petrnio Portela, que responde pela Liderana da ARENA, no estava em plenrio no incio das minhas palavras, pois, do contrrio, no teria afirmado e o faz com alegria que o MDB est participando do processo legislativo que examina o Projeto de Lei relativo a Sublegendas.

Eu disse, de incio afirmao esta ratificada pelo Lder da minha Bancada, Senador Adalberto Sena, pelo Presidente do meu Partido, Senador Oscar Passos, pelo Senador Josaphat Marinho, enfim, pelo MDB na sua totalidade, que no participamos, absolutamente. No fazemos parte da Comisso Mista, no apresentamos emendas, no votaremos a matria. Mas a combateremos, como estou fazendo nesta ocasio, sem que isso seja parte do processo legislativo, prpriamente, da discusso, do exame, da votao final da matria.

Ns entendemos que s h uma soluo para o problema da sublegenda: o Presidente da Repblica que, atendendo ARENA, enviou projeto considerao da Casa, para se prevalecer do 3 do

16 art. 54, levando agora em considerao as dificuldades que existem dentro da ARENA para retirar o projeto.

O SR. PETRNIO PORTELA: Permite V. Ex. um aparte? (Assentimento do orador.) Creio que a contribuio de V. Ex., como sempre, muito brilhante e, se agrada a V. Ex. excluir da discusso a discusso do processo legislativo, evidentemente, para agradar a V. Ex., eu o faria; mas, em verdade, a participao existe. Se parcial apenas, pouco importa. E s tenho motivos para saudar esta participao, porque, entendo que dste dilogo, em verdade, que poderemos chegar ao melhor caminho democrtico.

O SR. LINO DE MATTOS: Estamos numa trincheira de combate sublegenda, por entendermos que a mesma representa uma subverso para o regime democrtico. No sairemos desta posio e se ocupo a tribuna no , prpriamente, com o propsito de dialogar com nobres e eminentes colegas da ARENA, mas sim para prestar informaes Imprensa, quando a mesma afirma, no seu noticirio, que o MDB estaria disposto a aceitar esta ou aquela frmula.

No aceitaremos frmula alguma. Sr. Presidente, desejo aproveitar minha

presena na tribuna, para solicitar s autoridades da Aeronutica brasileira providncias enrgicas junto Base Area de Braslia, para evitar que, de um momento para outro, sejamos sacudidos por um desastre aviatrio de grande magnitude, representando verdadeira tragdia.

No a primeira vez que avies comerciais no instante da descida ou da subida, so obrigados a manobras momentneas, para evitar coliso com avies militares.

Quero referir-me, Sr. Presidente, ao que ia acontecendo ontem com um avio procedente de So Paulo, fato que alguns jornais de hoje noticiam, e para cuja notcia chamo a ateno em par-

titular do Sr. Ministro da Aeronutica. No a primeira vez, repito, que isto acontece. No instante em que o avio de So Paulo procurava aterrissar, notou o pilto que uma aeronave militar, na ponta da pista, em sentido contrrio descida do avio, se preparava ou manobrava para sair, ou coisa que o valha. Houve necessidade de que o pilto do avio comercial da VASP, um Viscount; gisse com presteza, com muita rapidez, a fim de evitar o desastre. E isto s foi possvel porque; para sorte dos passageiros, entre os quais eu me encontrava, o pilto ainda no havia desligado os motores e estava ainda com duas turbinas ligadas. Foi ento possvel, usando de tda a fra das duas turbinas, fazer com que o avio arremetesse e conseguisse sair ileso.

preciso portanto, Sr. Presidente, que a Aeronutica determine ordens categricas Base Militar de Braslia, para que fato dessa natureza no, se repita mais; com o risco de vida pra os passageiros.

No avio em que me encontrava, viajavam 42 ou 43 passageiros. A esta hora estariam os brasileiros lastimando uma terrvel tragdia, em que teriam morrido 43 pessoas, por incria, por culpa, por desleixo da Base Militar do Aeroporto de Braslia. (Muito bem!)

O SR. PRESIDENTE (Gilberto Marinho): Tem a palavra o Sr. Senador Petrnio Portela.

O SR. PETRNIO PORTELA (l o seguinte discurso.): Senhor Presidente, Senhores Senadores, j foi dada a oportunidade de examinar a posio do Piau em face do Nordeste, cuja economia se apresenta oferecendo ndices de evidente recuperao.

Inegvel, Senhor Presidente, o meritrio trabalho que a SUDENE agora desenvolve, com o fim de diminuir os abismos que j separam Estados da mesma regio.

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Dir-se-ia que se lutava antes por criar dois "Nordestes", um desenvolvido e prspero, o outro, esquecido e relegado.

Sentindo a monstruosa distoro, a Sudene, atravs da administrao lcida do General Euler Bentes Ribeiro, organizou o IV Plano-Diretor, atento a dois pontos, da maior importncia, entre os quais cumpre destacar: "considerao mais conseqente da distribuio espacial do desenvolvimento, com o objetivo de diminuir progressivamente as disparidades entre sub-regies e entre unidades federadas e, ao mesmo tempo, definir formas e graus de atuao do Poder Pblico visando soluo dos problemas e ao aproveitamento das potencialidades de reas diferenciadas; e encaminhamento de solues do problema de estrutura agrria, no apenas considerados os aspectos econmicos das unidades produtivas nles implicados, mas, simultneamente, a situao social das pessoas por le diretamente afetadas".

No h dvida de que essa poltica que se anuncia, da qual o IV Plano Diretor ser um instrumento poderoso, oferecer ao Piau o que lhe vem sendo negado.

Mas, no basta a ao da SUDENE. Ela tem de comandar um elenco de medidas contra as quais no poder prevalecer a ao nefasta de certos rgos, fora da realidade nordestina e, notadamente, da realidade piauiense.

No momento, o Piau est diante de um espantalho, o IBRA, nascido sob as melhores inspiraes, mas parece que, at h pouco, no preocupado com o clamor que h muito vem do meu Estado contra uma taxao absurda, desumana, inqua, por enquanto sua nica ao no Estado, que vive de atividade agrcola.

Formulrios e mais formulrios se preencheram, muitos, de to complexos, nem pelos funcionrios eram bem explicados, e depois um lanamento de impostos que criou o pnico, desorganizando todo o mundo agrcola, j em condies de indiscutvel precariedade.

Impostos a mais foram cobrados, em valor superior ao da prpria terra, e o desespro vem tomando conta do meio rural piauiense.

Entregue lavoura de subsistncia e criao de gado, chamada extensiva, tudo revolta e desespero, no mundo rural.

Defendo a reformulao da estrutura agrria, mas no posso calar ante expedientes predatrios, pois seria a desordem que se instalaria, num meio onde ainda no andou a Justia Social.

Sou por que o Govrno, levando a tcnica e o crdito, faa compulsrios os empreendimentos reprodutivos, e leve aos que se entregam ao trabalho servil os meios de libertao que mais no so que os necessrios a uma vida humana.

Que se apliquem sanes srias aos que querem a terra, no para explor-la, mas como fator de estrangulamento da economia e da explorao do homem.

Mas, nesse quadro, h um fato alvissareiro: a extraordinria sensibilidade demonstrada pelo atual Presidente do IBRA, Dr. Cesar Cantanhede, ante o problema do Piau. E, em visita com que nos honrou, ao saber que o procurvamos, o ilustre homem pblico assegurou uma reviso geral em todo o Estado, feita, at agora, apenas, parcialmente.

E os casos j revistos, garantiu, sero decididos com a urgncia que se impe.

Alm da justia que estou certo far ao Piau, o IBRA se prope a ajudar, em trmos materiais, os programas agrcolas do nosso Govrno. Sero recursos adicionais que ho de ajudar-nos a modificar a triste e ainda desoladora paisagem, onde predomina o sofrimento.

Mas, Senhor Presidente, no cabe, aqui, o exame da poltica que se adotava no IBRA, abordada em traos ligeiros, seno para exaltar os propsitos do seu ilustre Presidente, sintonizado com a poltica desenvolvimentista da SUDENE.

18

Que outros rgos responsveis, o Banco do Brasil, o Banco do Nordeste, os Ministrios do Planejamento e da Agricultura, entrem na mesma rbita de proteo a uma economia que precisa de ser, cada vez mais, ajudada pela Unio.

E para que isso bem ocorra; no possvel desprezar-se a cra de carnaba.

Em outros tempos, o Piau viveu do produto que deu ao Pas receita considervel, oriunda dos impostos arrecadados do acrscimo inquo que representava o clebre confisco cambial, fonte enriquecedora de regies outras, em chocante injustia.

Smente diante de emergncias, o Govrno, Federal resolvia garantir o preo mnimo, para proteger o produto da evidente especulao de grupos internacionais.

Mas, a precariedade e irrealismo das medidas denunciavam a transitoriedade da proteo, e ao desamparo, foi caindo, ano aps ano, o nosso principal produto de exportao. O preo passou a ser menor que o do produto sinttico.

Como Governador, em dilogo de muitas horas com os importadores de Nova Iorque, no foi difcil antever o destino que nos estava reservado.

E a cra vem caindo, de tal sorte que j no tem quem a extraia, to vil o preo, menos compensador que o dos produtos agrcolas.

Do Piau; recebemos um dramtico aplo dos Srs. Paulo Carneiro da Cunha. Joo Brito Passos Pinheiro e Jos Elias Tajra, Presidentes da Federao de Agricultura do Estado do Piau; da Associao das Indstrias de Teresina e da Associao Comercial Piauiense, respectivamente, que transmitimos desta tribuna s autoridades responsveis pela economia do Pas.

preciso que se estabeleam critrios de emergncia e se faa um plano a mdio prazo de utilizao, pelo mercado In-

terno, de recursos que se desperdiam sem uma providncia do Govrno.

No creio que o aplo dos povos subdesenvolvidos, formalizado na memorvel reunio de Nova Delhi, mude o quadro de injustias e sensibilize os que exploram, aviltando sempre as matrias-primas. A persuaso vale, mas tem seu poder limitado, e no h de ganhar fora capaz de competir com o intersse cego do lucro.

No vejo perspectiva para a cra no mercado internacional, mas nem por isso o Govrno se pode isentar do dever de proteg-la, hoje, com medidas de emergncia, amanh, usando os recursos da tcnica para o seu aproveitamento junto ao mercado consumidor do Pas.

Soou a hora da tecnologia. Estudos os h, bem demonstrando as mltiplas utilidades do produto. O que falta a agressiva disposio de vencer obstculos e afirmar a vontade criadora do desenvolvimento nacional. (Muito bem!)

O SR. PRESIDENTE (Gilberto Marinho): No h mais oradores inscritos.

Da Ordem do Dia constam trabalhos de Comisses.

Se nenhum dos Srs. Senadores presentes quiser fazer uso da palavra, vou encerrar a presente Sesso, designando para a prxima a seguinte:

ORDEM DO DIA

1

Votao, em turno nico, do Projeto de Lei da Cmara n 46, de 1968 (n 1.081-B/68, na Casa de origem), de iniciativa do Sr. Presidente da Repblica, que, dispe sbre a aplicao aos Estados e Municpios das normas relativas s licitaes previstas no Decreto-Lei n 200, de 25 de fevereiro de 1967, que dispe sbre a organizao da Administrao Federal, estabelece diretrizes para a Reforma Administrativa, e d outras providncias (includo em

19 Ordem do Dia nos trmos do pargrafo nico do art. 270 do Regimento Interno), tendo:

PARECERES, sob nos 407 e 408, de 1968, das Comisses:

de Projetos do Executivo, favorvel, com as emendas que oferece, sob nos 1-CPE, 2-CPE, 3-CPE e 4-CPE;

de Finanas, favorvel; e dependendo de pareceres das

Comisses de Constituio e Justia sbre o projeto e

a emenda de Plenrio; e de Projetos do Executivo e de Finanas sbre a emenda de

Plenrio.

2

Discusso, em turno nico (com apreciao preliminar da constitucionalidade, de acrdo com o art. 265 do Regimento Interno), do Projeto de Lei da Cmara n 133, de 1952, que autoriza o Poder Executivo a instalar unia agncia telegrfica no municpio de Ipameri, Estado de Gois, uma agncia postal, telegrfica em Ivor, Distrito de Jlio de Castilhos, uma agncia telegrfica em Nova Esperana, Municpio de Jaguari e uma agncia postal em Arambar, Camaqu, Estado do Rio Grande do Sul, tendo:

PARECERES, sob nos 405 e 406, de 1968,

das Comisses: de Finanas, solicitando audincia da

Comisso de Constituio e Justia; e

de Constituio e Justia, pela inconstitucionalidade.

3

Discusso, em turno nico, do Projeto de Lei da Cmara, nmero 291, de 1966 (n 2.337-C/64, na Casa de origem), que dispe sbre a assistncia famlia e d outras providncias, tendo:

PARECER, sob n 402, de 1968, da

Comisso: de Constituio e Justia, pela

constitucionalidade e convenincia do projeto, com a Emenda n 1-CCJ; com votos em separado dos Senhores Senadores Aloysio de Carvalho e Bezerra Neto.

4

Discusso, em turno nico, do Projeto de Lei da Cmara n 45, de 1968 (n 1.061-B/68, na Casa de origem), de iniciativa do Sr. Presidente da Repblica, que altera o 1 do art. 1 e alnea c do art. 6 da Lei nmero 5.365, de 1-12-67, que cria a Superintendncia do Desenvolvimento da Regio Centro-Oeste (SUDECO), e d outras providencias tendo:

PARECER, sob n 412, de 1968, da

Comisso: de Projetos de Executivo, favorvel, com

emenda que oferece, de n 1-CPE. Est encerrada a Sesso. (Encerra-se a Sesso s 11 horas.)

80 SESSO DA 2 SESSO LEGISLATIVA DA 6 LEGISLATURA, EM 16 DE MAIO DE 1968

PRESIDNCIA DO SR. GILBERTO MARINHO

s 14 horas e 30 minutos, acham-se presentes os Srs. Senadores:

Adalberto Sena Oscar Passos lvaro Maia Edmundo Levi Arthur Virglio Milton Trindade Pedro Carneiro Lobo da Silveira Victorino Freire Petrnio Portela Menezes Pimentel Wilson Gonalves Luiz de Barros Dinarte Mariz Manoel Villaa Pereira Diniz Argemiro de Figueiredo Rui Palmeira Jos Leite Aloysio de Carvalho Josaphat Marinho Eurico Rezende Raul Giuberti Paulo Trres Mrio Martins Gilberto Marinho Benedicto Valladares Nogueira da Gama Lino de Mattos Pedro Ludovico Bezerra Neto Ney Braga Milton Menezes Mello Braga Guido Mondin.

O SR. PRESIDENTE (Gilberto Marinho): A lista de presena acusa o comparecimento de 35 Srs. Senadores. H nmero regimental; declaro aberta a Sesso. Vai ser lida a Ata.

O Sr. 2-Secretrio procede leitura da Ata da Sesso anterior, que aprovada sem debates.

O Sr. 1-Secretrio l o seguinte:

EXPEDIENTE

MENSAGENS

DO SR. PRESIDENTE DA REPUBLICA

(de 15 do ms em curso) De agradecimento de comunicao

referente ao pronunciamento do Senado sbre nome indicado para cargo

cujo provimento depende de prvia autorizao dessa Casa do Congresso Nacional:

N 183/68 (n de origem 279/68) com referncia escolha do Bacharel Laurindo Dias Minhoto Neto para o cargo de Juiz Federal Substituto em So Paulo;

N 184/68 (n de origem 280/68) com referncia escolha do Bacharel Mrio Antnio Ferreira Milano para o cargo de Juiz Federal Substituto em So Paulo;

N 185/68 (n de origem 281/68) com referncia escolha do General-de-Brigada Jos Brtas Cupertino para o cargo, em comisso, de Diretor-Geral do Departamento de Polcia Federal.

PARECERES

PARECER

N 416, DE 1968

da Comisso de Redao, apresentando a redao final da emenda do Senado ao Projeto de Lei da Cmara n 7, de 1968 (n 3.380-B/65, na Casa de origem).

Relator: Sr. lvaro Maia A Comisso de Redao apresenta a redao

final da emenda do Senado ao Projeto de Lei da Cmara n 7, de 1968 (n 3.380-B/65, na Casa de origem), que institui o "Dia da Cultura e da Cincia" e d outras providncias.

Sala das Sesses, em 16 de maio de 1968 Lobo da Silveira, Presidente lvaro Maia, Relator Manoel Villaa.

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ANEXO AO PARECER N 416, de 1968

Redao final da emenda do Senado ao

Projeto de Lei da Cmara n 7, de 1968 (n 3.880-B/65, na Casa de origem).

EMENDA N 1

(Corresponde Emenda. N 1-CEC e emenda de

redao) A ementa e ao art. 1 Onde se l: "Dia da Cultura e da Cincia"; Leia-se: "Dia da Cultura". O SR. PRESIDENTE (Gilberto Marinho): A

Presidncia deferiu os seguintes Requerimentos de Informaes:

De autoria do Senador Adalberto Sena N 508/68, ao Ministrio Extraordinrio para

Assuntos do Gabinete Civil da Presidncia da Repblica; De autoria do Senador Lino de Mattos N 508/68, ao Ministrio do Interior; N 510/68, ao Ministrio da Educao e Cultura; N 511/68, ao Ministrio da Educao e Cultura; N 512/68, ao Ministrio do Planejamento.

COMUNICAO AO PLENRIO A fim de receber emendas, nos trmos do 1

do art. 407 do Regimento Interno, ficar sbre a mesa, durante o prazo de trs Sesses, a partir de amanh, o Projeto de Resoluo n 37/68, de autoria do Senador Pereira Diniz e que modifica o art. 45 do Regimento Interno.

H requerimentos de informaes, cuja leitura ser feita pelo Sr. 1-Secretrio.

So lidos os seguintes:

REQUERIMENTO N 519, DE 1968

Sr. Presidente: Requeiro a Vossa Excelncia, sejam

solicitadas ao Poder Executivo, atravs do DASP e do Ministrio do Planejamento e Coordenao Geral, as seguintes informaes:

1) Se os referidos setores da Administrao Federal j receberam, ou tm sua disposio, as relaes dos Servidores ociosos dos rgos da Previdncia Social;

2) Cabendo resposta afirmativa ao item precedente, a quanto montou o total dsses Servidores na Capital da Repblica e a relao percentual entre esse total e o de Servidores atualmente em exerccio?

3) Que motivao, de ordem legal ou jurdica, levou o Poder Executivo a, atravs do 2 do artigo 1 do Decreto, n 62.665, de 1968, excluir, de plano, da categoria de ociosos os funcionrios pblicos em gzo de licena, por perodo superior a seis meses, na data da publicao dsse mesmo Decreto?

Sala das Sesses, em 16 de maio de 1968 Adalberto Sena.

REQUERIMENTO N 520, DE 1968

Sr. Presidente: Requeiro, na forma Regimental,

seja encaminhado ao Exmo. Sr. Ministro Ex-

22 traordinrio para Assuntos do Gabinete Civil o seguinte, pedido de informaes:

1) Qual a programao da SHIS, para construo de residncias, para os anos de 1968, 1969 e 1970?

2) Quais as fontes de recursos que conta a SHIS para realizar seu programa; quais as importncias em cruzeiros novos e quais as condies de financiamentos?

3) Como est programada a concluso das obras paralisadas, na Cidade Satlite de Sobradinho?

4) Por que as obras do item 3 foram paralisadas e em que condies de execuo se encontram os contratos dessas obras?

5) Quais os prazos para entrega, pela construtora, dos blocos de Apartamentos da SHIS, situados ao longo, da L-2?. Por que esto paralisados?

6) Quais so os prazos para entrega das casas que esto sendo construdas no SIA? Existe algum atraso? Caso positivo quais os motivos? Quantas residncias esta o sendo construdas no SIA?

7) O Banco Nacional de Habitao est fazendo alguma restrio aos financiamentos SHIS? Quais as alegaes, no caso de haver restrio?

8) O Banco Nacional da Habitao tem se mostrado satisfeito com as realizaes da SHIS? No caso das obras paralisadas que diz o BNH?

9) Por que no constam do Oramento Plurianual dotaes, para a SHIS em 1969 e 1970?

Sala das Sesses, 16 de maio de 1968. Lino de Mattos.

O SR. PRESIDENTE (Gilberto Marinho): Os requerimentos lidos sero publicados e, em seguida, despachados pela Presidncia.

Sbre a mesa, requerimento de licena para tratamento de sade do nobre Senador Paulo Sarasate. Ser lido pelo Sr. 1-Secretrio.

lido e aprovado o seguinte:

REQUERIMENTO N 521, DE 1968

Nos trmos do art. 42 do Regimento Interno,

requeiro 30 dias de licena para tratamento da sade, a partir de 5 do corrente ms.

Sala das Sesses, em 16 de maio de 1968. Paulo Sarasate.

O SR. PRESIDENTE (Gilberto Marinho): Est concedida a licena requerida, a partir da data mencionada no requerimento.

H vrios oradores inscritos. Tem a palavra o Sr. Senador lvaro Maia. O SR. LVARO MAIA (sem reviso do

orador.): Sr. Presidente, Srs. Senadores, tive oportunidade de assistir, anteontem, a uma sesso da Comisso da Valorizao da Amaznia. Presentes estiveram vrios Srs. Deputados conferncia, exposio, que durou trs horas, sbre a situao rodoviria e aspectos econmicos e sociais da Amaznia.

O orador, o expositor, vrias vzes teve de responder a perguntas e sempre se houve com felicidade, ao descrever o que o Vale Amaznico, o que a plancie verde face s comunicaes com o Sul do Pas.

No se tratou, prpriamente, do problema de guas, do problema de lagos ou do grande lago a que se referiu, em magistral, discurso, aqui, o ilustre Senador Arthur Virglio. Naquele momento cogitou-se da ligao do Norte com o Sul, atravs das rodovias.

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Dias antes, o Sr. Ministro do Interior, Gal. Albuquerque Lima, numa reunio a que compareceram vrios representantes locais, se referiu situao prioritria para a incorporao da Amaznia, ou prpriamente da Amaznia Ocidental; ao Pas. Naquela ocasio S. Ex., demonstrou a necessidade imperiosa dessa unio rodoviria, vamos dizer esta palavra a fim de que a integrao da Amaznia no fique, apenas, no setor que, de vez em quando, se agita, qual seja o da economia, da populao, da sade, porque, na realidade, Sr. Presidente e Srs. Senadores, h outro problema. Fala-se muito no temor do norte-americano e do chins, a respeito da ocupao do Vale Amaznico por essa ou aquela forma.

Ocorre, no entanto, Sr. Presidente, que ns, da Amaznia Ocidental, do Estado do Amazonas, do Territrio de Rondnia, do Estado do Acre e do Territrio de Roraima, temos um outro perigo, talvez, no latente, mas que, de qualquer forma, se constitui num perigo.

H poucos dias, li um trabalho, artigos de Regis Debray, jornalista francs prso na Bolvia. Pelo seu livro, j distribudo em outros pases sul-americanos, sbre a revoluo, Regis Debray preconiza a Bolvia como uma chama, um tio, um fuzil para disparar, pronto deflagrar a revoluo cubana ou comunista nos outros pases sul-americanos.

Em um dos seus artigos le cita epstolas do Papa Paulo VI e diz que reagir contra arbitrariedades, lutar contra os absurdos um direito da minoria, um direito do povo.

Dentro desta tcnica, declara, adiante, no seu artigo, que tem a tristeza profunda de no ter morrido na ocasio em que fuzilaram Che Guevara.

ste o prisioneiro que analisa a situao, embora prso nos crceres bolivianos. E, ento, diz que a Bolvia poder

ser o grande pas, a grande trincheira para propagar a revoluo na Amrica do Sul.

Dir-se- que uma iluso, mas ns vamos pensar que h guerrilheiros na Venezuela, que h guerrilheiros na Colmbia, que os h no Per e na Bolvia e ainda mais que, temos, na vizinhana de Manaus, gente que aprende guerrilhas com o objetivo de formar um futuro batalho, o que j foi descrito, magistralmente, pelo ilustre Senador Arthur Virglio.

Ora, Sr. Presidente, nesta hora, a Amaznia Ocidental, a Amaznia, no poder ficar isolada, porque, se porventura no um absurdo houvesse uma invaso de guerrilheiros, em nossa terra, teramos de a defender. Mas, como, se no temos caminhos rpidos pelos quais possamos nos entender com o sul do Pas? Por isto, um Diretor de Estrada de Rodagem no Amazonas, que estive na Fra Expedicionria, na Itlia, onde foi ferido, traou planos de acrdo com outros, engenheiros, planos stes que vo ligar as duas nicas capitais do Norte no prsas, pelos caminhos rodovirios, ao sul do Brasil; Manaus e Boa Vista. Os engenheiros traaram os planos de ligao de Prto Velho a Manaus e de Manaus a Boa Vista do Rio Branco e, certamente, a unio de Boa Vista do Rio Branco a Santa Helena, na Venezuela. Atravs dsse caminho rodovirio, iremos fixar, no Brasil, um sistema panamericano que passar pela Venezuela e pelos, demais pases. Assim, estaremos com a capital do Amazonas e com esta outra capital ligadas, unidas a Cuiab e a Braslia.

O Cel. Engenheiro Mauro Carij dirigiu-me uma carta e pediu-me que fizesse parte de discurso que porventura fizesse no Senado da Repblica. A carta uma resposta aos 10 itens, item por item, do requerimento do ilustre Senador Mello Braga, a respeito dos trabalhos rodovirios na Amaznia. Diz o

24 missivista, Engenheiro Mauro Carij, que presta uma homenagem ao Senador, antecipando as informaes que S. Ex. pretendia com seu requerimento. Juntarei a carta, s minhas consideraes, para no ler os 10 itens do requerimento do Senador e as respostas do Sr. Mauro Carij.

Perguntar-se-, em todo o caso, quem Mauro Carij. Como disse h pouco, homem da fronteira, como Jos Veiga, o jornalista de Manaus, Humberto Calderaro, que estve na Itlia, foi ferido em combate, percorreu as fronteiras durante quatro anos e, agora, dirige esse servio rodovirio que comear com a ligao de Prto Velho-Manaus.

Os primeiros pontos, os caminhos atravs da floresta j esto abertos e prontos para os trabalhos posteriores, mas simplesmente a rodovia no resolveria a problema do vale amaznico e, principalmente, da Amaznia Ocidental, porque ento, seria um caminho intil. O que necessrio, diz, le e o prova atravs de uma exposio o povoamento dessas terras, uma espcie de pr-lei agrria, que entregue aos seringalistas, aos trabalhadores da selva, a terra onde possam trabalhar e viver.

Dentro dsse propsito, e de acrdo com o prprio plano do Ministro do Interior, teremos, ento, na Amaznia, colnias num e noutro ponto, em que possamos fixar os nossos trabalhadores, os nossos nordestinos, os nossos caboclos e os nossos ndios. Assim, com essa colonizao metodizada poderemos resolver o problema da Amaznia Ocidental, e o engenheiro apresenta um plano de colonizao rodoviria do Amazonas CRASA em que so estudadas as bases financeiras, naturalmente, com auxlio do Govrno da Repblica. Venho a tribuna em cumprimento a um dever depois de assistir quela demonstrao na Comisso de Valorizao Econmica da Amaznia para dizer como se processa a integrao do Amazonas

Ocidental, no smente em palavras, em promessas futuras, mas que os caminhos rodovirios esto sendo traados. O dia em que, dentro de trs anos, estiverem elas funcionando, Manaus, Boa Vista, Santa Helena, enfim sses pontos longnquos do extremo Norte estaro unidos atravs de Prto Velho, de Cuiab, a Braslia e ao resto do Pas.

Por esta forma, teremos conquistado o Vale Amaznico. Por ste modo, trabalhando, desde agora, com essa arrancada objetiva, podemos preservar o homem que l reside, as levas que, porventura, procurem o Estado, e mais, defend-lo dessas ameaas futuras, porque e o nobre Senador Arthur Virglio testemunha estamos rodeados, no Vale Amaznico, de guerrilheiros. Esto les um pouco distantes, mas, para o homem da selva, a selva no mistrio, le se aproxima.

Unir o Brasil ou aproxim-lo ainda mais aos seus Estados, por sse sistema, defender o Brasil, defender aquelas regies.

Ouvimos, de vez em quando, essas ameaas, justas at certo ponto, americanas; desde a Questo do Acre ou antes da Questo do Acre quando e foi Eduardo Prado quem o disse em livro os estadistas americanos, ou pelo menos um dles, comparavam a Amrica do Sul a um "bom bife", a um bom presunto", e que Tio Sam escreveu le "tem bons garfos e bom estmago".

Naturalmente que isso passou, mas depois vieram outros acontecimentos, com a Questo do Acre. Agora: a questo do lago ou dos lagos, porque querem mais de um.

De mim, para mim, penso no constitui perigo; contudo, abandonar a terra, abandonar o homem, abandonar os seringueiros sua prpria sorte, perigoso, porque j tivemos, perto da fronteira do Amazonas, guerrilheiros colombianos, j tivemos perto da fronteira do

25 Amazonas guerrilheiros, bandoleiros colombianos e peruanos. E os livros e os jornais o dizem, "Che" Guevara estve na fronteira do Brasil com a Bolvia, percorrendo calmamente aquela regio.

Isto exposto, Sr. Presidente, lano, um aplo ao Govrno da Repblica, SUDAM, aos rgos especializados, para que facultem como esto facultando ainda mais as verbas necessrias ao prosseguimento dessa grande obra. (Muito bem! Muito bem! Palmas.)

DOCUMENTOS A QUE SE REFERE O SR.

SENADOR LVARO MAIA NO SEU DISCURSO

REQUERIMENTO N 293, DE 1968

Sr. Presidente: Requeiro na forma regimental, que o DNER,

atravs do Ministrio dos Transportes informe: 1) fato que h alguns anos atrs, quando se

cogitou da ligao rodoviria Braslia-Manaus o Departamento Nacional de Estradas de Rodagem, por sua diviso tcnica especializada, aproveitando o perodo das cheias, para melhor observao, procedeu a reconhecimentos areos no trecho Prto Velho-Manaus?

2) fato que nesses reconhecimentos, levados a efeito por profissionais de elevada competncia e reconhecida probidade, foram constatadas reas inundadas que se estendiam aproximadamente, por trezentos (300) quilmetros e que, nestas circunstncias foi aconselhado, quando muito, que a ligao rodoviria em causa poderia processar-se entre Prto Velho e Beruri, localidade s margens do Rio Purus e a 250 quilmetros de Manaus, tudo de modo a es-

tabelecer-se um sistema misto de transporte: fluvial at Baruri e rodovirio, da por diante?

3) , ou no, fato de tcnica elementar, que nos estudos e projetos de estrada, notadamente em reas alagadias da Amaznia, se definam rigorosamente com levantamentos altimtricos as cotas das enchentes mximas de maneira a projetar a altura dos aterros e das pontes acima das cotas dessas inundaes, assim procedendo, automticamente, fica determinado o nmero de quilmetros exatos contidos nas reas inundadas?

No caso afirmativo, como explicar o contido s pginas onze (11) das "Especificaes para Servios de Implantao da BR 319, trecho Prto Velho-Manaus". Edital de Concorrncia Pblica 01-68 e 02-68, publicados no Dirio Oficial do Estado do Amazonas, em 21-1-68, onde h o seguinte pargrafo:

"Nas regies inundadas ser exigida a compactao das saias dos aterros. Esta compactao dever executar-se at a completa selagem da superfcie compactada. A rea inundada, para efeito de oramento, ser considerada nos, primeiros trinta (30) quilmetros a partir do terminal do Careiro. Poder, entretanto, ser aumentada ou diminuda, a critrio da fiscalizao."

H registro, nos anais das atividades rodovirias do DNER, de especificaes em que as, reas inundadas ficavam critrio de fiscalizaes?

4) Para melhor ilustrar o nosso Requerimento, anexamos algumas plantas que consignam o projeto da BR-319, ligao Prto Velho-Manaus.

Por elas se constata que vrios greides foram lanados em nvel, nos cortes.

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sses greides projetados esto rigorosamente dentro das normas tcnicas rodovirias vigentes no Pas e qual a taxa de declividade mnima estabelecida pelas mesmas normas?

5) Obedecem, as demais plantas, as normas legais vigentes?

6) Ainda pelas plantas anexadas verifica-se uma discrepncia nas cotas tradutoras das inundaes mximas que regulam as alturas das pontes nas estacas 8.730 e 7.180, na travessia dos igaraps Purus e Piqui.

Esta discrepncia no poder acarretar a queda das pontes e a destruio dos terraplenos de acesso se a construo obedecer, rigorosamente, o projeto?

7) Os estudos, projetos, especificaes, cubaes e oramentos para a construo da BR-319 foram adjudicados pelo DER AM a firma particular, atravs de Concorrncia Pblica?

No caso afirmativo, fornecer os Editais de Concorrncia e cpia do contrato em que conste o preo dos servios contratados, especificando as obrigaes estipuladas no trmo.

8) Fornecer o mtodo e o clculo usados pelos executores dos projetos da BR-319 no que tange a determinao das vazes para cotar as sees das obras de arte que ilustram o projeto.

9) H obrigatoriedade, por parte dos Estados da Federao, com obras delegadas pelo DNER para construo de estradas federais de submeter a apreciao e julgamento do DNER todos os estudos projetos e especificaes, antes de iniciar qualquer medida visando a construo da estrada, como sejam a Concorrncia Pblica, para a execuo dos trabalhos?

Caso afirmativo, houve o cumprimento dste dispositivo por parte do DER-AM?

10) Se constatado que as especificaes e projetos esto fora das normas legais e que, apesar disso, regularam a Concorrncia Pblica de 10 de maro de 1968, para a construo da BR-319, quais as sanes de natureza jurdica aplicveis?

Sala das Sesses, 28 de maro de 1968. Mello Braga.

Exmo. Senador: Para demonstrar a lisura tcnico-administrativa

com que foram realizados os trabalhos preliminares para a implantao da rodovia Manaus-Prto Velho, venho dar a V. Ex., Senador do Amazonas, respostas ao Requerimento n 293/68, publicado no Dirio do Congresso Nacional, n 46, pg. 923.

No entanto, necessrio esclarecer que, de acrdo com o Cdigo Civil, cabe ao Consrcio projetista a integral responsabilidade pela qualidade e univocidade entre a realidade existente no terreno percorrido e estudado e os projetos e especificaes elaborados e entregues ao Departamento. Portanto, se, durante a construo da obra, essa interrelao no fr observada, caber ao Departamento tomar as medidas administrativas e judiciais competentes em relao ao Consrcio projetista. Porm, at o presente momento, o projeto em si est coerente e dentro das normas tcnicas adotadas pelo DNER.

Resposta ao Quesito n 1 O levantamento aerofotogramtrico nico

existente no trecho Humait-Manaus foi executado em 1968 pela LASA, por contrato com o DER-AM. Quanto ao reconhecimento areo, smente o DNER poder informar; mas importante ressaltar que o levantamento aerofotogramtrico pode invalidar as concluses de um reconhecimento areo.

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Porm o reconhecimento areo no pode invalidar um levantamento aerofotogramtrico.

Resposta ao Quesito n 2 Prejudicado, face a resposta ao item 1. fato,

no entanto, que os estudos aerofotogramtricos da LASA vieram a admitir trs traados: um Prto Velho-Beruri, outro acompanhando o Rio Madeira e o terceiro Prto Velho-Careiro.

O DER-AM optou por ste ltimo. Resposta ao Quesito n 3 Qualquer projeto de estrada deve levar

em conta os cotas das cheias nas enchentes mximas. No caso do projeto da Prto Velho-Manaus, em que a regio do Careiro est sujeita a inundaes, de conformidade com os entendimentos entre o Departamento e o consrcio projetista foram levadas em considerao as leituras de nvel dgua existentes para Manaus, observadas durante um perodo de mais de 60 anos. A partir de estudos de probabilidade de ocorrncias de cheias, o projetista adotou a cota de projeto, a qual foi transportada at o alinhamento da estrada, no Careiro. Alm disso, foram obtidas informaes sbre nveis de enchentes de moradores locais.

Quanto ao que consta pgina 11 das especificaes, sob o ttulo "Compactao das saias dos aterros", a flexibilidade preconizada refere-se compactao em si e no s reas inundadas. Alm disso, cumpre salientar que a explorao locada foi efetuada atravs de levantamento plani e altimtrico, de 20 em 20 metros, ao longo de tda a extenso da estrada. A regio, ao contrrio do mito existente, revelou-se ondulada e no plana. Esta explorao, locada nos 626 km. existentes entre Humait e Prto Velho, terminou em 22 de abril de 1968.

Ademais, era preciso ter-se em considerao que, na poca da concorrncia,

tnhamos smente 274 quilmetros de projeto definitivo (164 km. na regio do Careiro e 110 km. na regio de Humait), 193 km. de projeto geomtrico e o restante em projeto baseado na aerofotogrametria.

Resposta ao Quesito n 4 As Normas Brasileiras exigem, em corte, uma

rampa mnima, de 1%. Nsse projeto, o volume de aterros superou o de cortes e o consrcio especificou emprstimos laterais nos cortes, com alargamento criterioso, dando a sses cortes caractersticas de atrro.

Resposta ao Quesito n 5 As plantas obedecem s normas do DNER

para projeto, com diminuio da largura da plataforma, permissvel para estradas pioneiras.

Resposta ao Quesito n 6 Os Igaraps Purus e Piqui formam bacias

hidrogrficas independentes, no havendo razo plausvel para que tenham cotas de cheia idnticas. A distncia entre os dois igaraps, ao longo do eixo da estrada, de 9 km e, o que mais importante, o Igarap Piqui situa-se numa regio 5 metros mais elevada que a do Igarap Purus. Das plantas, como no poderia deixar de ser, pode-se obter: cota do fundo do rio, altitude da regio, curva da seo molhada. Do exame dsses dados, v-se que o projeto est coerente com a realidade.

Resposta ao Quesito n 7 Os estudos, da BR-319 foram adjudicados

pelo DER-AM, em obedincia ao Decreto-Lei n 200, aps exame de propostas e homologao pelo Conselho Rodovirio Estadual.

Resposta ao Quesito n 8 A metodologia aplicada foi baseada nas fotos

areas, na experincia do DER-AM e no bom senso dos engenheiros que examinaram "in loco" cada uma das obras de arte projetadas.

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No foram adotadas frmulas de dimensionamento. O empirismo das frmulas existentes, fruto de experincias em regies que no so comparveis do Amazonas e que so tambm de aplicao discutvel, mesmo em regies, com caractersticas mais bem conhecidas, no as tomam mais dignas de confiana do que o exame detalhado do local.

Resposta ao Quesito n 9 Inicialmente, cabe assinalar que a rodovia

estadual AM-060 Manaus-Humait coincide com a BR-319.

No h obrigatoriedade do Estado em submeter, prviamente, apreciao e julgamento do DNER os estudos, projetos e especificaes atinentes obra delegada. Releve-se que a exigncia que decorria da norma contida no 3, do art. 16, da Lei n 4.452, de 5-11-1964, foi extinta, face a revogao, do citado art. 16, pelo art. 19 do Decreto-Lei n 61, de 21-11-1966.

Resposta ao Quesito n 10 Prejudicada face s informaes anteriores,

onde se observa que o Departamento de Estradas de Rodagem do Amazonas agiu estritamente de acrdo com a legislao em vigor e adotando critrios modernos para o planejamento e execuo de obras rodovirias. E, orgulha-se de, num dos Estados mais subdesenvolvidos do Brasil, estar usando uma sistemtica aconselhada em todos os livros de economia poltica.

Complementando, para fins de conhecimento geral por toda a populao brasileira, solicito a abertura de uma C.P.I., ou a vinda de uma delegao de Parlamentares, ao DER-AM., para examinar todo o planejamento e execuo tcnico-administrativa da BR-319.

Atenciosamente Cel. Mauro Carij Engenheiro Diretor-Geral.

O SR. PRESIDENTE (Gilberto Marinho): Tem a palavra o Sr. Senador Victorino Freire.

O SR. VICTORINO FREIRE (l o seguinte discurso.): Senhor Presidente, os Anais desta Casa vo registrar, mais uma vez, a homenagem que todos os anos prestamos, no transcurso do seu aniversrio, ao eminente soldado e grande brasileiro que , sem favor e com justia, o General Eurico Gaspar Dutra.

ste ano, porm, Senhor Presidente, tivemos que antecipar esta homenagem, que j se tornou rotineira no Senado, pelo fato de no haver. Sesso sbado e tambm porque fomos informados de que Sua Excelncia deixar a Guanabara, naquele dia que assinala sua data natalcia, fugindo s justas manifestaes que lhe seriam tributadas pelos seus amigos e admiradores.

A Nao Brasileira ainda no esqueceu os relevantes servios que o General Dutra lhe prestou. Soldado de lei e da lei, lhe coube como Comandante da antiga 1 Regio Militar, reprimir com destemor e energia a intentona vermelha de 1935, no 3 Regimento de Infantaria e na Escola de Aviao, quando oficiais foram mortos nos postos de comando e ferido o eminente Brigadeiro Eduardo Gomes, quando no Comando do 1 Regimento de Aviao, procurava abafar a revolta desencadeada.

O SR. ARGEMIRO DE FIGUEIREDO: V. Ex. me permite um aparte?

O SR. VICTORINO FREIRE: Com prazer. O SR. ARGEMIRO DE FIGUEIREDO: Na

hora em que V. Ex. presta homenagem a um dos maiores homens pblicos dste Pas, desejo manifestar minha solidariedade pessoal ao Marechal Eurico Gaspar Dutra, que foi, incontestvelmente, alm de grande e bravo militar, de tradio e disciplina, um ho-

29 mem que no exerccio do mandato governamental, a despeito de ser militar, foi dos maiores civilistas, respeitou a Constituio, zeloso que foi do como ao fim. S isso uma credencial que deve ser relembrada nesta hora de confuses para o Pas, em que at a prpria Constituio revolucionria est sendo deturpada pelos que a fizeram, violao flagrante e quase intolervel, e no digo intolervel porque ns no temos fras para reagir contra o desrespeito lei, contra o desrespeito legalidade, Constituio. Mas, na verdade, V. Ex. lembra um homem que, sendo militar quero repetir foi um civilista notvel e um dos maiores respeitadores da vida jurdica, da legalidade dste Pas. Permita V. Ex. que incorpore as minhas palavras ao seu brilhante discurso, enaltecendo uma figura que merece as homenagens mais sinceras do Congresso Nacional.

O SR. VICTORINO FREIRE: Registro, Sr. Presidente, com o maior prazer, o aparte com que fui honrado pelo eminente Senador Argemiro de Figueiredo.

O SR. EURICO REZENDE: Permite V. Ex. um aparte?

O SR. VICTORINO FREIRE: Com prazer. O SR. EURICO REZENDE: V. Ex. todos os

anos, em trmos de coerncia e de lealdade, registra, nesta Casa, o transcurso do aniversrio natalcio do ex-Presidente Eurico Gaspar Dutra. realmente um cidado exemplar e um soldado de raras virtudes cvicas. Governou ste Pas numa fase tremendamente difcil. Saamos do crculo de dois impactos o da ditadura nacional e o da Guerra Mundial. Coube a le a tarefa de colocar o Brasil na plenitude do regime democrtico e da ordem jurdica. E cumpriu, com louvor geral, esta nobre e histrica tarefa. Na linha de exame da figura, da obra e da posio marcante do Marechal Eurico Gaspar Du-

tra tiramos concluses e at mesmo lies admirveis. Costuma-se falar neste Pas em Poder Civil e em Poder Militar, mas isto numa interpretao freqentemente errada e distorcida, ligando idia de Poder Civil a idia de indumentria militar. Nada mais errado. O Sr. Getlio Vargas era civil e deu uma ditadura ao Brasil; o Sr. Eurico Gaspar Dutra era militar e nos deu uma democracia com a prevalncia absoluta do Poder Civil. Quero solidarizar-me com V. Ex., e respondendo a uma rea da interveno do eminente Senador Argemiro de Figueiredo ao seu discurso, dizer que S. Ex. pessimista e apenas pessimista, felizmente, quando entende que no estamos em plena legalidade democrtica. O Brasil se encontra em ordem, a Constituio de 1967 est sendo integralmente cumprida. Temos frente do nosso Govrno um homem de temperamento e de formao essencialmente democrticos. E se o eminente Senador pela Paraba acha que o Sr. Marechal Eurico Gaspar Dutra homem de bem e de responsabilidade, por via de conseqncia deve retirar do seu aparte aquela contradio, uma vez que o eminente Marechal Eurico Gaspar Dutra proclama, sente e proclama, que o Pas se encontra na integralidade do regime democrtico. esta, sem dvida alguma, a verdade sem atavios nem artifcios.

O SR. ARGEMIRO DE FIGUEIREDO: Permita V. Ex., Senador Victorino Freire, mais um aparte. (Assentimento do orador.) V. Ex. tenha pacincia mas fui convocado para um debate, deplorvelmente na hora em que V. Ex., com tanta altitude, est homenageando a figura de uma das maiores expresses de cidado e de militar dste Pas. Quando fiz, eminente Senador Victorino Freire, a distino, entre militar e civil, no foi no intuito de implantar aos espritos, ou de incentivar aqules que acreditam que estamos num caminho que seria errado

30 e impatritico, de separar civis de militares. A minha expresso foi simples. O Marechal Eurico Gaspar Dutra, sendo um militar, foi um dos maiores civilistas dste Pas; sendo um militar habituado vida da caserna, vida de disciplina rgida, com a tendncia, vamos dizer, natural a todo militar de ter um esprito de mandonismo superior ao civil, le foi um civilista de alta categoria, nunca se afastando da Constituio. Sabe V. Ex., com a intimidade que tem com o Marechal Eu