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ANO XXXIII - N'\l 144 't"' 22 CÂMARA SEÇÃO I CAPITAL FEDERAL QUARTA-FEIRA, 19 DE NOVEMBRO DE 1978 DOS, DEPUTADOS SUMARIO ---------------, 1- ATA DA 146." SESSÃO DA 4.0. SESSÃO LEGISLATIVA DA 8.0. LEGISLATURA, EM 31 DE OUTUBRO DE 19'78. 1- Abertura da Sessão 11 - Leitura e assinatura da ata da sessão anterior lU - Leitura. do Expediente AVISOS N.oo 393 e 394, de 26-10-78, do Gabinete Civil da Presidência da República. PROJETOS Al'RESEN'1'ADOS Projeto de Lei Complementar n. O de 1978 (Do Sr. Jorge Arbage) - Dispõe sobre isenção de tributo municipal, no caso e condição que especifica. Projeto de Lei Complementar n. O 203, de 1978 (Do Sr. Adal- berto Camargo) - Isenta, por um período de dez anos, de im- postos estaduais e municipais, o álcool etílico hidratado utiliza- do como combustível. Projeto de Lei Complementar n. O 204, de 1978 (Do Sr. Ar- naldo Lafayette) - nova redação a-o art. 4. 0 da Leí Comple- mentar n. O 11, de 25 de maio de 1971. Projeto de Lei n. O 5.673. de 1978 <Do Sr. Antunes de Oliveira) - Conceitua a expressão "proventos" como vantagem atribuída ao servidor ou funcionário inativo. Projeto de Lei n. O 5.674, de 1978 (Do Sr. Eloy· Lenzí) - Altera a Lei n. o 6.179, de 11 de fevereiro de 1974, fixando em um salário mínimo o valor da renda mensal vitalicia para maiores de setenta anos de idade e para inválidos. Projeto de Lei n.O 5.675, de 19'78 (Do Sr. Joaquim Bevilac- qual - Autoriza a criação, de. um. de ?O Instituto Nacional de AssistencIa MédIca da PreVIdencla Somal (INAMPS) no Município de Igaratá, Estado de São Paulo. Projeto de Lei n.O 5.676, de 1978 (Do Sr. 'I"nibau) - Dispõe sobre a gratuidade no transporte coletIVO urbano e Intermunicipal para. estudantes, e outras providências. . projeto de Lei n.o 5.677, de 1978 (Do Sr. Pacheco Chaves) - Dispõe sobre gratificação por tempo de serviço, aos trabalha- dores sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho. Projeto de Lei n. O 5.678, de 1978 CDo Senado - parágrafo único ao art. 488 da Consolidaçao das Leis do Trabalho (CLT), dispondo sobre o horário no periodo do aviso prévio, e outras providências. Projeto de Lei n,o 5.679, de 1978 (Do Sr, Joaquim Bevilac- qual --.: Exclui a aposentadoria por invalidez do cômputo dos rendimentos do trabalho assalariado. projeto ce Lei n.o 5.680, de 1978 (Do Sr. Gérson Camata) - Dispõe sobre (),s requisitos para 11 venda de espingarda de ar comprimido. Projeto de Lei n.O 5.681, de 1978 (Do Sr. Dayl de Almenda) - Assegura no pescador artesanal aposentadoria aos 25 anos de serviço ou aos 60 anos de idade, na forma que especifica. Projeto de Lei n.o 5.682, de 1978' (Do Sr. Edgar Martins) - Cria o Passe-Trabalho, e outrM providências. Projeto de Lei n,o 5.683, de 1978 (Do Sr. Antunes de Oli- veira) - Vincula a Fundação das Pioneiras Sociais ao MPAS. Projeio de Lei n. O 5.686, de 1978 (Do Sr. Joaquim Bevi- lacqua) - Autoriza a criação de um Posto de Atendimento do Instituto Nacional de Assistência- Médica da Previdência Social (INAMPS) no Município de Caraguatatuba, no Estado de São Paulo. Projeto de Lei n. o 5.685, de 1978 (Do Sr. Antunes de Oli- veira) - Transfere para Brasília a sede dos Conselhos Federais de Profissões Liberaís Regulamentadas'. Projeto de Lei n. o 5.686, de 1978 (Do Sr. Joaquim Bevilacqua) - Autoriza a criação de um Posto de Atendimento do Instítuto Nacional de Assistência 'Médica da 'Previdência Social UNAMPS) no Município de Ubatuba, Estado de São Paulo. Projeto de Lei n. O 5.687, de 1978 (Do Sr. cleverfron Tei- xeira) - Regulamenta a profissão de Musicoterapeuta. Projeto de Lei n. o 5.688, de 1978 (Do Sr. Joaquim Bevilac- qual - Autoriza a criação de um Posto de Atendimento do Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS) no Município de Lavrinhas, Estado de São Paulo. Projeto de Lei n. o 5.689, de 1978 (Do Sr. Joaquim Bevi- lacqua) - Autoriza a criação de um Posto de Atendimento do Instituto Nacional de Assistência Médica. da Previdência Social (INAMPS) no Município de Ubatuba, Estado de São Paulo. Projeto de Lei n. O 5.690, de 1978 (Do Sr. Joaquim Bevilac- qual - Autoriza a criação de um Posto de Atendímento do Instituto Nacional de Assistência Médic). da Previdência Social (lNAPMS) no Município de Santo Antônio de Pinhal, Estado de São Paulo. Projeto de Lei n. O 5.691, de 1978 (Do Sr. Pacheco Chaves) Dispõe sobre a validação, em caráter t'xcepcional, de curso concluido em escola de nivel superior não reconhecida. Projeto de Lei D. o 5.692, de 1978 (Do Sr. Joaquim Bevilac- qual - Autoriza o Poder Executivo a implantar o Serviço So- cial Escolar. Projeto de Lei n." 5.693, de 1978 (Do Sr. Antunes de Olivira) - Integra órgão no Sistema Nacional de Assistência Social. Projeto de Lei n.O 5.694, de 1978 (Do Sr. Joaquim Bevilac- qual - Dispõe sobre a criação de Posto de Atendimento do Instituto Nacional de As:sistência Médica da Previdência So- cial <INAMPS) no Município de Susano, Estado de São Paulo. Projeto de Lei D.O 5.6iJ5, de 1978 (Do Sr. Dayl de Almeida,) - Acrescenta. parágrafo ao art. 58 do Decreto-lei D.o 221, de 28 de fevereirQ de 1967.

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ANO XXXIII - N'\l 144't"'

22

CÂMARA

SEÇÃO I

CAPITAL FEDERAL QUARTA-FEIRA, 19 DE NOVEMBRO DE 1978

DOS, DEPUTADOSSUMARIO ---------------,

1 - ATA DA 146." SESSÃO DA 4.0. SESSÃO LEGISLATIVADA 8.0. LEGISLATURA, EM 31 DE OUTUBRO DE 19'78.

1 - Abertura da Sessão11 - Leitura e assinatura da ata da sessão anterior

lU - Leitura. do Expediente

AVISOS

N.oo 393 e 394, de 26-10-78, do Gabinete Civil da Presidênciada República.

PROJETOS Al'RESEN'1'ADOS

Projeto de Lei Complementar n.O 2l)~, de 1978 (Do Sr. JorgeArbage) - Dispõe sobre isenção de tributo municipal, no caso econdição que especifica.

Projeto de Lei Complementar n.O 203, de 1978 (Do Sr. Adal­berto Camargo) - Isenta, por um período de dez anos, de im­postos estaduais e municipais, o álcool etílico hidratado utiliza­do como combustível.

Projeto de Lei Complementar n.O 204, de 1978 (Do Sr. Ar­naldo Lafayette) - Dá nova redação a-o art. 4.0 da Leí Comple­mentar n.O 11, de 25 de maio de 1971.

Projeto de Lei n.O 5.673. de 1978 <Do Sr. Antunes de Oliveira)- Conceitua a expressão "proventos" como vantagem atribuídaao servidor ou funcionário inativo.

Projeto de Lei n.O 5.674, de 1978 (Do Sr. Eloy· Lenzí) ­Altera a Lei n.o 6.179, de 11 de fevereiro de 1974, fixando emum salário mínimo o valor da renda mensal vitalicia paramaiores de setenta anos de idade e para inválidos.

Projeto de Lei n.O 5.675, de 19'78 (Do Sr. Joaquim Bevilac­qual - Autoriza a criação, de. um. ~osto de At~n~imer;to ?OInstituto Nacional de AssistencIa MédIca da PreVIdencla Somal(INAMPS) no Município de Igaratá, Estado de São Paulo.

Projeto de Lei n.O 5.676, de 1978 (Do Sr. Ne~on 'I"nibau)- Dispõe sobre a gratuidade no transporte coletIVO urbano eIntermunicipal para. estudantes, e dá outras providências. .

projeto de Lei n.o 5.677, de 1978 (Do Sr. Pacheco Chaves)- Dispõe sobre gratificação por tempo de serviço, aos trabalha­dores sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho.

Projeto de Lei n.O 5.678, de 1978 CDo Senado ~ede~an ­Acre~'centa parágrafo único ao art. 488 da Consolidaçao dasLeis do Trabalho (CLT), dispondo sobre o horário no periododo aviso prévio, e dá outras providências.

Projeto de Lei n,o 5.679, de 1978 (Do Sr, Joaquim Bevilac­qual --.: Exclui a aposentadoria por invalidez do cômputo dosrendimentos do trabalho assalariado.

projeto ce Lei n.o 5.680, de 1978 (Do Sr. Gérson Camata)- Dispõe sobre (),s requisitos para 11 venda de espingarda dear comprimido.

Projeto de Lei n.O 5.681, de 1978 (Do Sr. Dayl de Almenda)- Assegura no pescador artesanal aposentadoria aos 25 anos deserviço ou aos 60 anos de idade, na forma que especifica.

Projeto de Lei n.o 5.682, de 1978' (Do Sr. Edgar Martins)- Cria o Passe-Trabalho, e dá outrM providências.

Projeto de Lei n,o 5.683, de 1978 (Do Sr. Antunes de Oli­veira) - Vincula a Fundação das Pioneiras Sociais ao MPAS.

Projeio de Lei n.O 5.686, de 1978 (Do Sr. Joaquim Bevi­lacqua) - Autoriza a criação de um Posto de Atendimento doInstituto Nacional de Assistência- Médica da Previdência Social(INAMPS) no Município de Caraguatatuba, no Estado de SãoPaulo.

Projeto de Lei n.o 5.685, de 1978 (Do Sr. Antunes de Oli­veira) - Transfere para Brasília a sede dos Conselhos Federaisde Profissões Liberaís Regulamentadas'.

Projeto de Lei n.o 5.686, de 1978 (Do Sr. Joaquim Bevilacqua)- Autoriza a criação de um Posto de Atendimento do InstítutoNacional de Assistência 'Médica da 'Previdência Social UNAMPS)no Município de Ubatuba, Estado de São Paulo.

Projeto de Lei n.O 5.687, de 1978 (Do Sr. cleverfron Tei­xeira) - Regulamenta a profissão de Musicoterapeuta.

Projeto de Lei n.o 5.688, de 1978 (Do Sr. Joaquim Bevilac­qual - Autoriza a criação de um Posto de Atendimento doIn~tituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social(INAMPS) no Município de Lavrinhas, Estado de São Paulo.

Projeto de Lei n.o 5.689, de 1978 (Do Sr. Joaquim Bevi­lacqua) - Autoriza a criação de um Posto de Atendimento doInstituto Nacional de Assistência Médica. da Previdência Social(INAMPS) no Município de Ubatuba, Estado de São Paulo.

Projeto de Lei n.O 5.690, de 1978 (Do Sr. Joaquim Bevilac­qual - Autoriza a criação de um Posto de Atendímento doInstituto Nacional de Assistência Médic). da Previdência Social(lNAPMS) no Município de Santo Antônio de Pinhal, Estadode São Paulo.

Projeto de Lei n.O 5.691, de 1978 (Do Sr. Pacheco Chaves)~ Dispõe sobre a validação, em caráter t'xcepcional, de cursoconcluido em escola de nivel superior não reconhecida.

Projeto de Lei D.o 5.692, de 1978 (Do Sr. Joaquim Bevilac­qual - Autoriza o Poder Executivo a implantar o Serviço So­cial Escolar.

Projeto de Lei n." 5.693, de 1978 (Do Sr. Antunes de Olivira)- Integra órgão no Sistema Nacional de Assistência Social.

Projeto de Lei n.O 5.694, de 1978 (Do Sr. Joaquim Bevilac­qual - Dispõe sobre a criação de Posto de Atendimento doInstituto Nacional de As:sistência Médica da Previdência So­cial <INAMPS) no Município de Susano, Estado de São Paulo.

Projeto de Lei D.O 5.6iJ5, de 1978 (Do Sr. Dayl de Almeida,) ­Acrescenta. parágrafo ao art. 58 do Decreto-lei D.o 221, de 28de fevereirQ de 1967.

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il958 Quarta-feira 1.° DIAIUO DO CONGRESSO NACIONAL <Seçio I) Novembro dê 1978

Projeto de Lei n.o 5.696, de 1978 (Do Sr. Dayt de Almeida)- A~!'~~cen'~a parágl'afos aos arts. 18 e 26 do Decreto-Lei n.o221, de 28 de fevereiro de 1967. para conceituar o pescador arte­sanal, e determina outras providências.

Projeto de Lei n.O 5.697, de 1978 lDo Sr. Athiê Coury) ­Dispõe sobre a isenção de despesas pai'a o registro de nasci­mento, na condição que especifica.

Projeto de Lei n.o 5.698, de 1978 (Do Sr. Gerson Camata)- Veda a exibicão de jornais de atualldades cinematográficasnos cinemas comerciais.

Projeto de Lei n.O 5.699. de 1978 (Do Sr. Antunes de Oli­veira) - Proíbe a cobrança de juros de mora e multas, na

, ocol'rência de aplicação da correção monetária.

Projeto de Lei n.o 5.700, de 1978 (Do Sr. Pacheco Chaves)- Altera o § 2.° do art. 733 do Código de Proce~so Civil.

Projeto de Lei n.o 5.701, de '1978 (Do Sr. Thales Ramalho)- Acrescenta alínea ao "caput" do artigo 513 da Consolidaçãodas Leis do Trabalho.

Projeto de Lei n.O 5.702, de 1978 (Do Sr. Ahiê Coury) ­Acrescenta ~ 3.0 ao art. 9.° da Lei n.o 5.890, de 8 de junho de1973, dispondo sobre a contagem do tempo de serviço em que osegurado do INPS -trabalhou em atividades penosas. insalubresou perigosas,

projeto de Lei n.o 5.703, de 1978 (Do Sr. Francisco Libar­doni) - Altera disposições do art. 6.0 do Decreto-lei n.o 1.438,de 26 de dezembro de 1975, que dispõe sobre o Imposto sobreos Serviços de Transportes Rodoviário Intermunicipal e Inte­restadual de Passageiros e Cargas (I8TR).

Projeto de Lei n.O 5.704, de 1978 (Do Sr. Peixoto Filho) ­Institui o seguro obrigatório para atletas profissionais.

• Projeto de Lei n.o 5.709, de 1978 (Do Sr. Antunes de Oli­veira) - Dispõe sobre a emissão de títulos de sócios patrimo­niais e titulas de sócios proprietários.

IV - Pequeno Expediente

FREITAS NOBRE - Cassação pelo Palácio do Planalto dacredencial do jornalista Evandro paranaguâ.

DASO COIMBRA - Dragagem de lagoas do norte flumi-nense. ,

ANTUNES DE OLIVEffiA - Dragagem da Lagoa Feia. Gre­ve dos metalúrgicos paulistas.

EDGAR MARTINS - Greve dos metalúrgicos em São Paulo.Tramitação de projetos, de sua autoria. sobl'e Exame de Ordem,obrigatoriedade de afixação do preço de venda ao consumidornas embalagens dos gêneros de primeira necessidade e sobreproibição da venda de carnes.

EDUARDO GALIL - Administração Moreira Franco, Ni­terói, Estado do Rio de Janeiro.

FLORIM COUTINHO - Cínqüentel'lário de ordenação sa­cerdotal de D. José Newton de Almeida Batista. Arcebispo deBrasília.

JOSÉ CAMARGO - O menor desamparado no Brasil.

ATHIÉ COURY - Estímulos fiscais aos produtores de chápreto.

SIQUEIRA CAMPOS - Relatório da Diretoria da TELEGOrASrelativo ao exercício de 1977.

RUBEM DOURADO - Homenagem M Sistema Globo deRádio pelas transmissões dos jOgoS do Brasil no ·VIII Campeo­nato Mundial Masculino de Basquetebol.

V - Grande Expediente

DASO COIMBRA - Perspectivas da economia brasileirapara 1978.

I JOÃO CUNHA _ Sel.1tenca de Juiz Federal em Ação De­claratória movida pela viúvá de Wladimir Herzog contra aUnião FederaL

VI - Ordem do Dia.

ANTUNES DE OLIVEIRA, THALES RAMALHO PACHECOCHAVES, SIQUEIRA CAMPOS.

FLORIM COUTINHO - Apresentação de pl"Oposições.

VII - Designaçã.o da. Ordem do Dia

VIII- Encerramento

2 - MESA <Relação dos membros)

3 - LíDERES E VICE-LíDERES DE PARTIDOS (Relaçãodos membros)

4 - COl\USSõES /Relação dos membros das ComissõesPermanentes, Especiais, Mistas e de Inquérito)

AvisosDATA DIA DA SEMANA NOME

CAMARA DOS. DEPUTADOS14 Terça-feira - ARENASECRETARIA GERAL DA MESA -MDB

RELAÇÃO DOS DEPUTADOS INSCRITOS16 Quinta-feira Antonio Bresolin - MDB

NO GRANDE EXPEDIENTE Gastão Müller - ARENANovembro/1978 Alcides Franciscato - ARENA17 Sexta-feira Peixoto Filho - MDB

DATA DIA DA SEMANA NOME20 Segunda-feira José Camargo - MDB

Jorge Arbage - ARENA

Quarta-feira - ARENA 21 Terça-feira Paulo Studart - ARENA1 -MDB Sebastião Rodrigues Jr. - MDR

3 Sexta-feira -MDB 22 Quarta-feira Freitas Nobre - MDB- ARENA Geraldo Freire - ARENA

6 Segunda-feira - ARENA 23 Quinta-feira Murilo Rezende - ARENA-MDB João Gilberto - MDB

7 Terça-feira -MDB 24 Sexta-feira Padre Nobre - MDB- ARENA Lins 3 Silva - ARENA

8 Quarta-feira - ARENA 27 Segunda-feira Augusto Treín - ARENA-MDB Adhemar Santillo - MDB

9 Quinta-feira - MDB 23 Terça-feira Odacir Klein - MDB- ARENA Das:> Coimbra - ARENA

10 Sexta-feira - ARENA 211 Quarta-feira Célio Marques Fernandes - ARENA- MDB Carlos Santos - MDB

13 segunda-feira - MDB 30 Quinta-feira Jorge Uequed - MDB- ARENA Faria Lima - ARENA

Page 3: CÂMARA DOS, DEPUTADOSimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD01NOV1978.pdf · 1 - ATA DA 146." SESSÃO DA 4.0. SESSÃO LEGISLATIVA DA 8.0. LEGISLATURA, EM 31 DE OUTUBRO DE 19'78. 1

Novembro de 1978 OIARIO no CONGRf.:SSO NACIONAL (Seção 1) Quarta-feira 1.° 9959

ATA DA il46.êl S.ESSÃOEM 31 DE OUTUBRO DE 1978

PRESIDÊNCIA DO SR.:GERALDO FREIRE (art. 76 do Regimento Interno)

I - As 13:30 horas comparecem os Senhores:

Marco MacielJoão LinharesAdhemar SantilloDjalma BessaJader BarbalhoJoão ClimacoJosé CamargoDiogo NomuraNorberto SchmldtPeixoto FilhoAntónio Morais

AcreNabor Júnior - MDB; Nosser Almeida .- ARENA; Ruy Lino

MDB.Amazonas

Antunes de Oliveira - MDB; Joel Ferreira - MOB; Mário.Frota - MOB: Rafael Faraco - ARENA; Raimundo Parente ­ARENA.

Pará

Alacid Nunes - ARENA; ECison Bonna - ARENA; GabrielHermes - ARENA; João Menezes - MDB; Jorge Arbage - ARE­NA; Júlio Viveiros - MDB; Juvênclo Dias - ARENA; NewtonBarreira - ARENA; Ubaldo Corrêa - ARENA.

Maranhão

Epitáclo Cafeteira - MOB; Eurico Ribeiro - ARENA; JoãoCastelo -- ARENA; José Ribamar Machado - ARENA; Luiz Ro­cha - ARENA; Magno Bacelar - ARENA; Marão Filho- ARE­NA; Temistocles Teixeira - ARENA; Vieira da Silva - ARENA.

Piauí

Celso Barros - MDB; correia Lima - ARENA; Dyrno PiresARENA; Hugo Napoleão - ARENA; MUl'ilo Rezende _. ARE­

NA; Paulo Ferraz - ARENA; Pinheiro Machado - ARENA.

Ceará

Claudino Sales - ARENA; Ernesto Valente - ARENA; Fi­gueiredo Corrpia - MDB; FJ.ávio Marcilio - ARENA; FurtadoLeite - ARENA; Gomes da Silva - ARENA; Humberto Bezerra- ARENA; Januário Feitosa -- ARENA; Jonas Carlos - ARENA;Marcelo Linhares -- ARENA; Mauro Sampaio - ARENA; OssianAraripe - ARENA; Paes de Andrade - MDB;Paulo Studart ­ARENA; Vilmar Pontes - ARENA.

Rio Gr:lnde do Norte

Antônio Florêncio - ARENA: Francisco Rocha - MOB; Hen­rique Eduardo Alves -- MDB; Pedro Lucena - MDB; Ulisses Po­tiguar - ARENA; Vingt Rosado - ARENA; Wanderley Mariz

ARENA.Paraíba

Adernar Pereira - ARENA; Alvaro Gaudêncio- ARENA;I\ntànio Gomes- ARENA; Antônio Mariz - ARENA: ArnaldoLafayettc - MDB; Humberto Lucena --~ MDB: Marcondes Ga­delha -- MDB; Mauricio Leite- ARENA; Octacilio QueirozMOB: Teotônio Neto - ARENA; Wilson Braga __o ARENA.

Pelmambuco

Aderbal Jurema - ARENA; Airon Rios .... ARENA: carlosAlberto Oliveira ARENA; Carlos Wilson - ARENA: FernandoCoelho _.. MDB; Fernando Lyra _. MDB: Geraldo Guedes ..­ARENA: Gonzaga Vasconcelos -- ARENA; Inocêncio Oliveira ­ARENA; Jarbas Vasconcelos -~- MDB; Joaquim Coutinho.. ARE­f'A; Joaquim Guerra - ARENA; Josias Leite _. ARENA: Lins cSilva -~- ARENA; Ricardo Fiuza -~ ARENA; Sérgio Murilo -- MDB;Thales Ramalho - MOR

I\lagoas

Antonio Ferreira -- ARI;NA; Geraldo Bulhõe3 ..- ARENA;José Alves ~- ARENA: José Costa - MDB; Theobaldo Barbosa ­ARENA; Vinicius Cansanção- MDB.

Serg'ipe

Ceiso Carvalho.. ARENA; Francisco Rollemberg -~- ARENA;José Carios Teixeira _.~ MDB; passos Pórto ARENA: Raymun-do Diniz ~- ARENA.

Bahia

Afrisio Vieira Lima - ARENA; Antonio José - MDB; Fer­nando Magalhães - ARENA; Henrique Brito _. ARENA; Henri­que Cardoso - MDB; Hildérico Oliveira - MDB; Horácio Matos- ARENA; João Alves - ARENA; João Durval - ARENA; JutahyMagalhães - ARENA; Leur Lomanto - ARENA; Lomanto Júnior- ARENA; Manoel Novaes - ARENA; Menandro Minahim ­ARENA; Ney Ferreira - MDB; Noide Cerqueira -MDB; OdulfoDomingues - ARENA; Prisco Viana - ARENA; Rogério Rêgo ­ARENA; Rômulo Galvão - ARENA; Ruy Bacelar' - ARENA;Theódulo Albuquerque - ARENA; Vasco Neto - ARENA; VianaNeto - ARENA; Wilson Falcão - ARENA.

Espírito Sa.nto

Aloisio Santos - MOB; Argilano Dario - MDB; Gerson Ca­mata - ARENA; Henrique Pretti - ARENA; Mário Moreira ­MDB; Moacyr Dalla - ARENA; Oswaldo Zanello - ARENA; Pa­rente Frota - ARENA.

Rio de Janeiro

Abdon Gonçalves - MDB; Alair Ferreira - ARENA; AlcirPimenta - MDB; Alvaro Valle - ARENA; Amaral Netto ­ARENA; Antonio Mota - MDB; Ario Theodoro - MDB; BrígidaTinoco - MOB; Célio Barja - ARENA; Daniel Silva - MDB'Darcilio Ayres - ARENA; Daso Coimbra - ARENA; Dayl de AI~meida - ARENA; Eduardo Galll - ARENA; Emanoel Waisman- MDB; Erasmo Martins Pedro - MDB; F1exa Rib~iro - ARE­NA; Florim Coutinho - MDB; Francisco Studart - MOB; Héliode Almeida - MDB; Hydekel Freitas - ARENA; JG de AraújoJorge - MDB; Joel Lima - MOB; Jorge Moura - MDB; JoséBonifácio Neto - MDB; José Haddad - ARENA; José Maria deCarvalho - MDB; José Maurício -.:. MDB; Léo Simões - MDB'Leõnidas Sampaio - MDB; Luiz Braz - ARENA; Lygia LessiBasto.s - ARENA; Mac Dowell Leite de Castro - MDB; MarceloMedeiros - MOB; Milton Steinbruch - MOB; Miro Teixeira ­MDB; Nina Ribeiro - ARENA; Osmar Leitão - ARENA' OswaldoLima - MOB; Pedro Faria - MDB; Rubem Dourado'- MOB­Rubem Medina - MDB; Walter Silva - MDB. •

Minas Gerais

. Aécio Cunha - ARENA; Altair Chagas - ARENA; BatistaMiranda - ARENA; Bento Gonçalves - ARENA; Bias Fcrtes ­ARENA; Carlos Cotta - MDB; Coita Barbosa - MDB; FábioFonseca - MDB; Fernando Fagundes Netto - ARENA; France'"lino Pereira - ARENA; Francisco Bilac Pinto - ARENA' GenivalTourinho - MDB; Geraldo Freire - ARENA; Homero Santos ­ARENA; Humberto Souto - ARENA; Jairo Magalhães - ARENA;Jorge Ferraz - MDB; Jorge Vargas - ARENA' José Bonifácio- ARENA; José Machado - ARENA; Juarez Batista - MDB;Luiz Couto - MDB; Manoel de Almeida - ARENA; Melo Freire-- ARENA; Murilo Badaró. - ARENA; Navarro Vieira - ARE­NA; Nelson Thibau - MDB; Nogueira de Rezende - ARENA'Paulino Cícero de Vasconcellos - ARENA; Raul Bernardo -.:ARENA; Renato Azeredo - MDB; Silvio Abreu Júnior - MOB'Tancredo Neves - MDB; Tarcísio Delgado - MDB. •

São Paulo

Adalberto Camargo - MOB; Adhemar de Barros Filho ­ARENA; A. H. Cunha Bueno - ARENA; Airton Sandoval - MDB­Airton Soares - MDB; Alcides Franciscato - ARENA; AmaraÍFurlan - A~ENA; Antonio Morlmoto - ARENA; Athiê Coury ­MDB; Aurelio Campos-- MOB; Baldacci Filho - ARENA' BlotaJunior -~ ARENA; Cardoso de Almeida - ARENA; Dias Menezes- MDB; Edgar Martins - MDB; Faria Lima - ARENA' FerrazEgrej3. -- ARENA; Frederico Brandão - MOB; Freitas Nobre ­MDB; Gioia Junior - ARENA; Herbert Levy - ARENA; IsraelDi~s-Novaes - MDB; João Arruda - MDB; João Cunha - MDB;.Joao Pedro - ARENA; Joaquim Bevilacqua - MDB; Jorge Paulo- MDB; José Zavaglia -- MDB; Minoru Massuda - MDB: Octa­cílio Almeida - MDB; Octavio Torrecilla _. MDB' Odemir Furlan- MDB; Otávio Cecc3.to ..~ MDB; Pacheco Ch3.ve; - MDB; PedroCarolo.- ARENA; Roberto Carvalho - MDB; Ruy Brito - MDB;Ruy Codo ~~- MDB; Salvador Julianelli - ARENA; Santilli Sobri­nho -~ MDB, Sylvio Venturoli - ARENA; Ulysses Guimarães ­MOB: Yasullori Kunigo - MDB.

GoiásAl'y Valadão - ARENA; Elcival Caiado - ARENA; Fernando

Cunha - MDB: Genervino Fonseca ~- MDB; Helio Levy - ARE­NA; Henrique F:mstol1r ~- ARENA; Ituriv3.1 N3.scimento - MDB;Jarmund Nasser ~- ARENA: José de Assis - ARENA; Juarez Ber­nardes - MOB; Rezende Monteiro - ARENA; Siqueira Campos ­ARENA.

Mato GrossoAntonio Carlos de Oliveira - MDB; Benedito Canellas ­

ARENA, Gastão Müller -~.. ARENA. Nunes Rocha- ARENA. UbaldoBarem ~.. ARENA; Valdomiro Gonçalves - ARENA; Vicente Vuol!;- ARENA: Walter de Castro - MDB.

Page 4: CÂMARA DOS, DEPUTADOSimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD01NOV1978.pdf · 1 - ATA DA 146." SESSÃO DA 4.0. SESSÃO LEGISLATIVA DA 8.0. LEGISLATURA, EM 31 DE OUTUBRO DE 19'78. 1

894iO Quarta-feira 1.0 DIAItIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Novembro de 1978

ParanáAdriano Valente - ARENA; Agostinho Rodrigues - ARENA;

Allpto Carvalho - ARENA; Alvaro Dias - MDB; Antônio Annibell1- MDB; Antônio Ueno - ARENA; Arnaldo Busato - ARENA;Braga Ramos - ARENA; Cleverson Teixeira - ARENA; ExpedItoZanottt - MDB; Fernando Gama - MDB; GamaUel Galvão ­MOB; Gomes do Amaral- MDB; Hermes Macêdo - ARENA; Igo1.0880 - ARENA; ítalo Conti - ARENA; Minoro Miyamoto ­ARENA; Nelson Maculan - MDB; Norton Macêdo - ARENA; OUvirOabardo - MDB; Osvaldo Buskei - MDB; Paulo Marques ­MDB; Pedro Lauro - MDB; samuel Rodrigues - MDB; SantosFilho - ARENA; sebastião Rodrigues Junior - MDB; Tullo Var­gu - ARENA; Walber Guimarães - MDB.

Santa CatarinaAbeÍ Avila - ARENA; Adhemar Ghlsi - ARENA; Angelino

Rosa - ARENA; César NascImentq - MDB; Ernesto de' Marco ­MDB; Francisco Llbardoni- MDB; Henrique Córdova - ARENA;Ja1son Barreto - MDB; João Unhares - ARENA; José Thomé- MDB; Laerte Vieira - MDB; Ner~u Guidi - ARENA; PedroColln - ARENA; Walmor de Luca - MDB; Wilmar Dallanhol ­ARENA.

Rio Grande do Sul

Alberto HoUmann - ARENA; Alceu CoUares - MDB; AldoFagundes - MDB; Alexandre Machado - ARENA; AluIzio Para­guassu - MDB; Antônio Bresolin - MDB; Arlindo Kunz]er ­ARENA; Augusto Trein - ARENA; Carlos Santos - MDB; CélioMarques - ARENA; Cid Furtado - ARENA; Eloy Lenzi - MDB;Fernando Gonça'ves - ARENA; Getúlio mas - MDB; Harry Sauer- MDB; Jairo Brum - MDB; João Gilberto - MDB; Jorge Uequed- MDB; José Mandelli - MDB; Lauro Rodrigues - MDB; Lido-vlno Fanton - MDB; Magnus Guimarães - MDB; Mário Mon­-dino - ARENA; Nelson Marchezan - ARENA; Norberto Schmldt- ARENA; Nunes Leal - ARENA; Odacir Klein - MDB; OtávioGermano - ARENA; Rosa Flores - MDB; Vasco Amaro - ARENA.

Amapá

Antônio Pontes - MDB.Rondônia

Jerõnlmo santana - MDB.Roraima

Hélio Campos - ARENA.O SR. PRESIDENTE (Geraldo Freire) - A lista de presença

acusa o comparecimento de 65 Senhores Deputados.

Está aberta a sessão.

Sob a proteção de Deus iniciamos nossos trabalhos.

O Sr. Secretário procederá à leitura da ata da sessão anterior.

11 - O SR. ANTUNES DE OLIVEIRA, servindo como 2.0 -Se-cretário, procede à leitura da ata da sessão antecedente, a qual é.sem observações, assinada. .

O SR. PRESIDENTE (Geraldo Freire) - Passa-se à leitura doexpediente.

O SR. FREITAS NOBRE, servindo como 1.°-Secretário, procedeà leitura do seguinte

111 - EXPEDIENTEAVISOS

30-10-78:Av. n.o 393-SUPARI78, de 26-10-78, do Gabinete Civil da Pre­

sidência da República, encaminhando cópia do A;-, n.O 526, de18-10-78. do Ministério da Fazenda, contendo resposta ao Requeri­mento n.o 138/78, do Deputado Peixoto Fllh-:), "sobre propagandasda Caixa Econômica Federal c outros órgãos do Governo".

Av. n.o '394-SUPAR, de 26-10-78. do Gabinete Civil da Presi­dência da República, encaminhando cópia do Av. n.O 525, de18-10-78, do Ministério da Fazenda, contendo resposta ao Requeri­mento n.o 140178, do Deputado Pelx'Dto Filho, "sobre propagandada Caixa Econômica Federa!.

PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR N.o 202,DE 1978

(Do Sr. Jorge Arbage)

Dispõe sobre isenção de tributo municipal, no caso econdição que especifica.

(As Comissões de Constituição e Justiça, de Educação eCultura e de- Economia, Indústria e Comércio.•

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 São lsentDs do Imposto municipal Sobre Serviços

(1SS) todos os estabelecimentos de ensino que se instalarem no

Pais, dentro do prazo de dez (lO> anos, a contar da publicação des­ta Lei Complmentar.

Art. 2.° Esta Lei Compiementar entrará em vigor na data.de sua publicação.

Art. 3.° Revogam-se as disposições em contrário.

Justificação

Diz a Constituição Federal, através do § 2.°, do art. 19, que:

"A União, mediante lei complementar e atendendo a rele­vante interesse sociai ou econômico nacional. poderá con­ceder Isenções de Impostos estaduais e municipais."

A isenção aqui pleiteada, através de projeto de lei complemen­tar como recomendado no t-exto constitucional, pretendendo alcan­çar os estabelecimentos de ensino que se instaiarem no Paisdurante o prazo de dez anos, destina-se a beneficiar o setor daeducação e, pois, atende a interesse social ~Is do que relevante.

Ademais, o imposto sobre serviços - incidente sobre os esta­belecimentos de ensino é irrelevante, em seu quantum, para aeconomia ou as finanças dos municipios onde se iocalizem. massão de grande importância para allviar os custos operacionaisdesses estabelecimentos, que poderiam, à vista da isenção, melhordesempenhar sua tarefa.

Sala das Sessões, 16 de setembro de 1978. - Jorge Arbage.

PROJETO DE LEI COMPLEMEN'l'AR N.o 203, DE 1978

mo Sr. Adalberto Camargo)

Isenta, por um período de dez anos, de impostos esta­duais e municipais, o álcool etílico hidratado utilizadocomo combCl.tíveI.

(As Comissões de Constituição e Justiça, de Economia.Indústria e Comércio e de Finanças.>

O Congresso Nacional decreta:Art. ,l.o Fica isenta de imposto estaduais e municipais, du­

rante o prazo de dez anos, a partir da vigência desta Lei Comple­mentar, a produção de álcool etil1co hidratado destinado à utili­zação como combustível.

Art. 2.0 Esta Lei Compiementar entra em vigor na data desua publicação.

Art. 3.0 Revogam-se as disposições em contrário.

Justificação

Apresenta-se, neste momento histórico, com grande significa­ção para a economia nacional, situação excepcional para dar solu­ção aos problemas energéticos que nos afligem, minimizando subs­tancialmente nossos gastos com a Importação de petróleo, quetantas dores de cabeça nos tem dado em nosso balanço de paga­mento..

Foram desenvolvidos, testados e aprovados dois processos demotores de veiculos que utilizam como combustivel exclusivamentec álcool etílico hidratado - o motor a álcool do Instituto de Pes­quisa e Aperfeiçoamento Industrial, desenvolvido pelo Prof. RomeuCorslni e sua equipe, na Universidade de São Paulo, baseado nGprocesso de vaporização prévia do álcool hidratado, combinadacom a reciclagem do calor de escape. e o motor a álcool do CentrGTécnico Aeroespacial, oficializado pelo Conselho Nacional do Pe­tróleo, que utiliza álcool pulverizado no carburador. pelo sistemaconvencional.

O álcool etílico hidratado. conhecido também como etanol.com 12 a 20% de água, de extração direta, sem qualquer compli­cação Industrial, pode ser extraido da cana de açúcar, da man­dioca, do milho, e, especialmente, do sorgo sacarineo. além deoutras matérias-primas, utilizando exclusivamente tecnologianacional.

O presente projeto de lei complementar, vislumbrando as aus­piciosas perspectivas que se abrem para o Pais, com a utilizaçãodo álcool etílico hidratado como combustível. c com fulcro no art..19, § 2.° àa Constituição, objetiva o atendimento de relevanteinteresse social (ocupar, com incentivos fiscais concedidos atravésda dispensa de imposto.s estaduais e municipais, grande contin­gente da mão-de-obra sem especialização) e econàmico nacional(substituir quase que totalmente nossa importação de petróleo.,estimulando o plantio de matérias-primas e agilizando a produ­ção de etano!.

Todos esses objetivos serão conseguidos com a. proposta con­substanciada na proposição.

Este o importante tema que submetemos à elevada deliberacãodo Congresso Nacional. .

Sala das Sessões, . _ Adalberto Camargo.

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Novembro de 1978 OI:\RIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçáo 11 Quarta-feira 1.0 9961

I'ROJETl' DE U:I COMPI,EMENTAR 1'1.0 204, DE 1978I Do S1'. Arnaldo Lafayette I

Dá nova redação ao art. 4.° da Lei Complementarnúmero lI, de 25 de maio de 1971.

(Anexe-se ao Projeto de Lei Complementar n,o 170.de 1978, nos termos do Artigo 71 do Regimento Inter­nO.i

o Congresso Nacional decreta:

Art. 1." Passa a vigorar com a seguinte redação o caput doart 4° da Lei Complementar n." I I, de 25 de maio de 1971:

"Art. 4° A aposentadoria por velhice corresponderá auma prestação mensal equivalente a cinqüenta por centodo salário minimo de maior valor no Pais. e será devidaao trabalhador rural que tiver completado 60 I sessenta)anos de idade."

Art. 2." Os encargos decorrentes desta lei estarão atendidoscom os recursos previstos no art, 15 da Lei Complementar nO 11.de 25 de maio de 1971.

Art. 3.° Entrará esta Lei em vigor na data de sua publicação,revogadas as disposições em contrario.

Just.ificação

A aposentadoria por velhice aos trabalhadores rurais, confor­me a legislação em vigor, só é concedida aos que atingem a idadede 65 anos.

Por outro lapa, não lhes é assegurada a aposentadoria portempo de servico que os trabalhadores urbanos podem obter. at.ra­vés do INPS. a partir de 30 anos de atividade, nem a chamadaaposentadoria especial, também a cargo do INPS e que permiteaos que trabalham em atividades consideradas penosas. insalu­bres c perigosas a aposentadoria, respectivamente, com 15, 20 e25 anos de scrviço.

Ora. a atividade no meio rural é desenvolvida em condicõescxtremamente desfavoráveis produzindo, por isso mesmo, reco­nhecido desgaste fisico e precoce envelhecimento.

Por outro lado, os que trabalham no meio rural o fazem desdeli mais tenra idade. de tal modo que, ao atingirem a idade paraa aposentadoria por velhice, tal como prevista na legislacão emvigor, aos 65 anos, já trnbalharam. na sua generalidadc, durantemais de 50 anos,

Impõe-se, portanto, no caso dos trabalhadores rurais, que aIdade para aposentadoria por velhice seja reduzida, como o fazo preseate projeto,

Sala das Sessões, - Arnaldo Lafayette,

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇÃODAS COMISSõBS PERMANENTES

LEI COMPLEMENTAR N° 11, DE 25 DE MAIO DE 1971

Institui o Programa de Assistência ao TrabalhadorRural, e dá outras providências.

Art. 4° A aposentadoria por velhice corresponderá a umaprestação mensal equivalente a 50<;'~ I cinqüenta por cento l do sa­lãrio minimo de maior valor no Pais, e será devida ao trabalhadorrural que tiver completado 65 (sessenta e cinco) anos de idade.

Parágrafo imico. Não será devida a aposentadoria a mais deum componente da unidade familíar, cabendo apenas o beneficioao respectivo chefe ou arrimo.

LEI COMPLEMENTAR N° 11, DE 25 DI'; MAIO DE 1971

Institui o Programa de Assistência ao TrabalhadorRural. e dá outras providências.

Art. 15. Os recursos para. o custeio do Programa de Assis­tência ao Trabalhador Rural provirão das seguinte fontes:

I - da contribuição de 2'1< Idois por cento) devida pelo pro­dutor, sobre o vahr comercial dos produtos rurais. e recolhida:

a) pelo adquirente. consignatario ou cooperativa que ficamsub-rogados. para esse fim, em todas as obrigações do produtor;

b) pclo produtor, quando ele próprio industrializar seus pro­dutos, vendê-los ao consumidor, no varejo, Ol! a adquirente domi­ciliado no exterior;

II - da contribuiçâo de que trata o art, 3.° do Decreto-leinO 1.146, de 31 de dezembro de 1970, a qual fica elevada para2,6'; (dois e seis décimos por centol, cabendo 2,'1% (dois e quatrodécimcs por cento) ao FUNRURAL,

Art. 16 Integram. ainda, a receita do FUNRURAL~

I - as multas, a correcão monetária e os juros moratõnos aque cstão sujcitos os contribuintes na forma do ~ 3° do artigoanteriol e pai atraso no pagamento das contribuições a que serefere o item II do mesmo artigo;

II - as multas provenientes de infração praticadas pelo con­tribuinte, nas relações com o FUNRURAL:

III - as doações e legados, r~ndas extraordinárias ou even­tuais, bem assim recursos incluídos no Orçamento da União,

DECRETO-LEI N,o 1.146. DE 31 DE DEZEMBRO DE 1970

Consolida os dispositivos sobre as contribuições cria·das pela Lei n.O 2,613, de 23 de setembro de 1955, e dáoutras providências.

O Presidente da República, no uso da atribuição que lhe con­fere o art. 55, item II, da Constituição. decreta~

Art. 3.0 É mantido o adicional de 0,'1% I quatro décimos porcento) â contribuição previdenciária das empresas, instituido no~ 4,° do art. 6.° da Lei n,o 2.613, de 23 de setembro de 1955, coma modificação do art. 35, § 2°, item VIII, da Lei n,o 4.863, de 29de novenlbro de 1965,

LEGISLAÇÃO PERTINENTE, ANEXADA PELA COORDENAÇÃODAS COMISSõES PERMANENTES

LEI N° 6.'139, DE 1.0 DE SETEMBRO DE 1977

Institui o Sistema Nacional de Previdência e Assis·tência Social, e dá outras providências.

TíTULO lI!

Do Patrimônio e dos Recursos

Art 17 Constituem receita das entidades do SINPAS:

I - as contribuições previdenciárias dos segurados e das em­presas. inclusive as relativas ao seguro de acidentes do trabalho,e as calculadas sobre o valol' da produção e da propriedade rural;

II - a contribuição da União destinada ao Fundo de Liquidezda Previdência Social - FLPS;

III - as dotações orçamentárias especificas;

IV - os juros, correção monetária. multas e outros acréscimoslegais devidos a previdência social;

V - as receitas provenientes da prestação de serviços e for­necimento ou arrendamento de bens;

VI - as receitas patrimoniais, industriais e financeiras;

VII - a remuneração recebida por serviços de arrecadação,fiscalização e cobrança prestados a terceiros;

VIII - as dotações, legados, subvenções e outras receitas even­tuais;

IX - as demais receitas das entidades de previdência e as­sistência social integrantes do SI1'{PAS,

§ 1.0 Os recursos de que trata o item II destinam-se ao pa­gamento de pessoal e às despesas de administração geral do INPS,do INAMPS, do SINPAS e do lAPAS. bem como a cobrir eventuaisinsuficiências financeiras verificadas na execução das atividades acargo do SINPAS. hipótese em que deverão ser suplementados naforma da legislação em vigor,

PROJETO DE LEI N,O 5.673, DE 1978

mo Sr. Antunes de Oliveira)

Conceitua a expressão "proventos" como vantagematribuida ao servidor ou funcionário inativo.

'As Comissões de Constituição e Justiça e de Ser­viço Público,)

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 Para os efeitos de passagem do servidor ou funcio­nário público à inatividade. a expressão proventos de aposentado­rip significa o conjunto de vantagens a que o servidor ou funcio­nário faz jus a partir de seu afastamento do serviço público ativo.

Art. 2,° Integram os proventos da aposentadoria todas as van­tagens que o servidor ou funcionário usufruir na atividade, em de­corrência do cargo ou função que estiver exercendo no dia de suaaposentadoria ou do decurso do prazo de exercício previsto em lei.

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89GZ Quarta-feira 1.° DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 11 Novembro de 1978

Art. 3.° Esta Lei entra em vigor na data de sua publlcação.Art. 4.° Revogam-se as disposições em contrário,

Justificação

A Constituição estabelece que o servidor ou funcionário. in­clusive militar, não pode perceber na inatividade vencimento ousalário superior àquele percebido na atividade. Mas não diz que,para fins do cálculo da remuneracão da atividade o dia da con­cessão da aposentadoria seja o valor do provento. Por isso não sepoderá retirar do funcionário vantagens como a gratificação deatividade, o direito de promoção à classe imediata, e, adicional de20%, etc. O provento da aposentadoria de contribuintes' do INPSé a média dos últimos 36 meses, com reajustamento monetáÍ"io.Um Coronel na inatividade percebe meio soldo de General deDivisão.

Para bem situar a questão, apresentamos a seguir, a concei­tuação de remuneração e proventos:

REMUNERAÇAO - A remuneração do funcionário em ativi­dade não é apenas o Vencimento do seu cargo efetivo, mas tam­bém todas as vantagens decorrentes do exercicio da comissão oufunção.

PROVENTOS - Conjunto de vantagens a que o funcionáriofaz jus na inatividade. Inclui todas aquelas vantagens que o fun­cionário usufruir na atividade (em decorrência do cargo ou fun­ção então exercido e durante o prazo estatutário) ou estiver usu­fruindo por ocasião de sua passagem para a inatividade, e ai, tam­bém, em alguns casos, considerando o prazo do exercicio. Não tem,assim. sentido limitado e. portanto, a não percepcão de algumavantagem no dia de sua aposentadoria não significa que a mesmanão possa ser levada para a aposentadoria. Basta o ato de vontadedo funcionário ou o reconhecimento pela própria autoridade admi­nistrativa. Assim, o direito de promoção à classe imediata aos 35anos de serviços se não estiver em final de carreira, é um direitoIrrecusáveI. Para todos os fins, inclusive por aposentadoria, cita­se o caso de analogia, qual seja o fato de que o segurado do INPS,segundo a Lei n.O 1.999, incorpora a seus vencimentos, todas asvantagens, qualquer que seja a sua denominação, no caso de con­tribuição previdenciária.

Parece, assim, que, em face da controvérsia sobre a conceitua­ção de proventos de aposentadoria, o assunto está a merecer umalei que regulamente o assunto.

Por essa razão, contamos que o presente projeto seja apro­vado pelo Congresso Nacional e transformado em lei.

Sala das Sessões. 2 de outubro de 1978. - Antunes de Oliveira.

PROJETO DE LEI N.o 5.674. DE 1978

(DQ Sr. Eloy LenziJ

Altera a Lei n.o 6.179, de 11 de fevereiro de 1974, fi­xando em um salário minimo o valor da renda mensalvitalicia para maiores de setenta anos de idade e parainválidos.

(As Comissões de constituição e Justiça, de Trabalhoe Legislação Social e de Finanças.}

O Congresso Nacional decreta:

. Art. 1.0 O inciso I, do art. 2°, da Lei nO 6.179, de 11 de de­zembro de 1974, passa a ter a se,guinte redação:

"Art. 2.° .

I - renda mensal vitalícia, a cargo do INPS, devida a par­tir da data da apresentação do requerimento, é igual aovalor do maior salário minimo vigente no Pais."

Art. 2.° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 3.° Revogam-se as disposições em contrário.

Justificação

No contexto da vida profissional, no momento, não tem sidomuito fácil encontrar uma forma de maior participação do idoso,principalmente na força de trabalho.

Numa situação normal da sociedade. o idoso tem-se consti­tuído num grande estorvo para a família e continuará nessa con­dição por muito tempo, apesar do amparo previdenciário que pas­sou a receber com o advento d:!. Lei n.O 6.179. de 11 de dezembrode 1974.

A renda mensal no valor igual á metade do maior salário mi­nimo que lhe é devida não representa ainda a melhor solução.

A realidade da vida tem-nos ensinado que os idosos, comoqualquer pess:>a, estã:> intimamente ligados aO aspecto financeiro.De nada adianta dizer que eles se sentem felizes pelo simples

fato de receberem uma irrisória pensão. quando sabemos que elanão supre os seus verdadeiros anseios, suas deficiências e neces­sidades e, em particular, á sua independência familiar. que con­tinua ainda a confiná-lo e a sujeitá-lo a uma situação constran­gedora.

Com o presente projeto, objetivamos diminuir essas agruras.conferindo-lhe uma renda mensal no valor igual ao maior sa­lário minimo do Pais. Pretendemos, dessa forma. permitir-lhesum melhor padrão de beneficio. ainda que não represente o ideal,mas pelo menos algo mais adequado, para que consiga prover suaprópria subsistência.

Sala das Sessões, - Eloy Lenzi.

LEGISLAÇAO CITADA. ANEXADA PELO AUTOR.

LEI N.o 6.179. DE 11 DE DEZEMBRO DE 1974

Institui amparo previdenciário para maiores desetenta anos de idade e para inválidos, e dá outras pro­vidências.

O Presidente da República,

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono aseguinte Lei:

Art. 1.0 Os maiores de 70 I setenta) anos de idade e os invá­lidos, definitivamente incapacitados para o trabalho. que. num ounoutro caso. não exerçam atividade remunerada, não aufiram ren­dimento, sob qualquer forma. superior ao valor da renda mensalfixada no artigo 2.°. não sejam mantidos por pessoa d~ quem de­pendam obrigatoriamente e não tenham outro meio de proverao próprio sustento, passam a ser amparados pela PrevidênciaSocial. urbana ou rural. conforme o caso, desde que:

I - Tenham sido filiados ao regime do INPS. em qualquerépoca, no mínimo por 12 I doze) meses, consecutivos ou não, vindoa perder a qualidade de segurado; ou

II - Tenham exercido atividade remunerada atualmente in­cluida no regime do INPS ou do FUNRURAL, mesmo sem filiacãoà Previdência Social. no minimo por 5 I cinco I anos. consecutivosou não; ou ainda

In - Tenham ingressado no regime do INPS apôs completar60 I sessenta) anos de idade sem direito aos benefícios regulamen­tares.

Art. 2.° As pessoas que se enquadrem em qualquer das situa­ções previstas nos itens I a IH, do artigo 1.0 terão direito a:

I - Renda mensal vitalícia, a cargo do INPS ou do FUNRURAL,conforme o caso, devida a partir da data da apresentação do re­querimento e igual à metade do maior salário minimo vigenteno Pais arredondada para a unidade de cruzeiro Imediatamentesuperior, não podendo ultrapassar 600/, Isessenta por cento) dovalor do salário minimo do local de pagamento.

II - As~istência medica nos mesmos moldes da prestada aosdemais beneficiários da Previdência Social urbana ou rural, con­forme o caso.

§ 1° A renda men.'5al de que trata este artigo não poderá ser'acumulada com qualquer tipo de beneficio concedido pela Frevi­dênci:t Social, urbana ou rural. ou por outro regime..salvo, na hi­póte.'5e do item IH, do art. 1.0, o pecúlio de que tn,ta o § 3.°, doartigo 5.", da Lei nO 3.807. de 26 de agosto de 1969, na redaçãodada pelo artigo 1.0. da Lei n.O 5890. de 8 de junho de 1973.

J. 2.° Será facultada a opção, se for o caso, pelo beneficio daPrevidência Social urbana ou rural, ou de outro regime, a quevenha a fazer jus o titular da renda mensal.

Art. 3.° A prova de idade será feita mediante certidão do re­gistro civil ou por outro meio de prova admitido em direito, in­clusive assento religioso ou carteira profissional emitida há maisde 10 (dez) anos.

Art. 4.° A verificacão da invalídez será feita em exame mé­dico-pericial a cargo dá Previdência Social urbana ou rural.

Art. 5.0 A prova de inatividade e de inexistência de renda oude meios de subsistência poderá ser feita mediante atestado deautoridade administrativa ou judiciária local. identificada e quali­ficada que conheça pessoalmente há mais de 5 I cinco, anos o pre­tendente à renda mensal ora instituída.

Art. 6.° A prova de filiação à Previdência Social ou da inclu­são em seu âmbito, assim como a de tempo de atividade remune­rada. será feita por meio da Carteira Profissional ou de Trabalhoc Previdência Social ou por qualquer outro elemento de conviccãoinclusive declaração firmada pela empresa cmpregat:cia ou 'só:cio remanescente, identificado e qualificado. na qual expressa­mente afirme o conheciínento pessoal do fato declarado, assumin­do a responsabilidade pela declaração, sob as penas da Lei.

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Novembro de 1978=

DIARIO DO CONGRESSO NA.CIONAL (Seção I) Quarta-feira 1.0 9963

Art. 7.° O pagamento de renda mensal obedecerá às mesmasnormas e condições,vigentes no lNPS e no FUNRURAL.

§ 1.0 O valor da renda mensal em manutenção acompanharáautomaticamente as alte:ações do salário minimo. respeitada sem­pre a base estabelecida no item I. do artigo 2.°

§ 2." A renda mensal não estará sujeita ao desconto de qual­Quer contribuição. nem gerará direito no abono anual ou a qual­quer outra prestação assegurada pela Previdência Social urbanaou rural.

Art. 8° O custeio do amparo estabelecido nesta Lei será aten­dido. sem aumento de contribuições, pelo destaque de uma parcelada receita do lNPS e do FUNFtURAL. correspondente a 0.4% (qua­tro décimos por cento) da folha de salário-de-contribuição. one­rando em partes iguais cada llma dessas entidades.

Art. 9.° Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicaçãorevogadas as disposições em contrário.

Brasília, 11 de dezembro de 1974; 153.0 da Independência e 85.°da República - ERNESTO GEISEL - L. G. Nascimento e Silva.

PROJETO DE LEI N.o 5.675, DE 1978

(Do Sr. Joaquim Bevilacqua)

Autoriza a criacão de um Posto de Atendimento doInstituto Nacional de Assistência Médica da PrevidênciaSocial (INAMPS) no Município de Igaratá, Estado de SãoPaulo.

[Às Comissões de Constituição e Justiça, de Saúde ede FInança~.J

O Congresso Nacional decreta:

Art. l° É autorizada a criacão de um Posto de Atendimentodo Instituto N::lcional de Assistência Médica da Previdência So­cial IlNAMPS) no Municipio de Ig::lratá, Estado de São Pau]:)

Art 2.° A instalacão do Posto de Atendimento. de que tratao artigo anterior, ficará condicionada à consignação dos recursosnecessários no orcamento do Instituto Nacional de AssistênciaMédica da Previdência Social IINAMPSJ.

Art. 3.0 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 4." Revogam-se as disposições em contrário.

Justificação

Certamente influenciado pelo traçado da Rodovia PresidenteDutra. que lig.l os dois lllaion's pólos do desenvolvimento do País,o Vale do Paraíba é uma das regiões que registra maior índice decrescimento econômico no P~üs.

Naquela região localizam-,e cidades de grande porte cultural,econômico e ~ocial, a exemplo de São José dos Campos, Jacarei,Taubaté. Cacapava, Lorena. Guaratinguetá e tantas outras.

Ali, mbretuéo no tocante a atividade industrial. vive-se emritmo febricitante, Instalam-se. no eixo da Via Dutra, estabele­cimentos industriais de extrema valia, quer para o suprimentodas necessidades regionais. quer para o sustento do gigante fabrilinstalado na Região Metropolitana da Grande São Paulo. quer paracomercializaçao nos mais dJstantes ponto.3 cio Brasil. quer para oincremento de nossas exporta.;ões.

Naquele Vale. até mesmo as cidades consideradas menores,que eram de índole eminentemente agropastoril. estão assumindoo papel de suporte das grandes indústrias implantadas nas cir­cunvizinhas.

Caso típico desse atendimento à chamada industrial é o re­gistraco no Municipio cie Igaratá, que cresce de mãos dadas e nomesmo diapasão das maiores cidades da regiáo, depois que voltou<:s olhos para a realidade da nova era,

Igaratá, efetivameate, em curto espaço de tempo, experimen­tou um aum~:l1to populacional fabuloso, corolário do processo deindustrializacão. em que se empenhou a fundo A necessidade.sempre cresc~nte de mão-de-obra determinou a explosão demo­gráfica que atingiu a cidade de Igaratá.

AE.sim, considerando que praticamente todos os novos habi­tantes da cidade são 3egurado'l da previdência social Ieis que exer­cente, de aU"idade industria;: ou agropast:)rill, já se ju,tifica acriação de um Posto de Atendimento do INAMPS naquele Muni­cipic. Com 1."'0, serão evitado;; os prejuízos decorrente., c'a neces­sidade de utilizacão d03 p03tOS situados nas vizinhas cidades deJacareí e SL\ü ,Jo,é do" Campos.

Sala das Sessões. 17 de outubro de 1978, -- Joaquim Bevilacqua.

PROJETO DE LEI N.o 5,676, DE 1978

(Do Sr. Nelson Thibau)

Dispõe sobre a gratuidade no transpOrte coletivo ur­bano e intermunicipal para estudantes e dá outras pro­vidências.

IAs Comissões de Constituição e Justiça e de Trans­portes.)

O Congresso Nacional decreta:

Art, 1.0 Será gratuito o transporte coletivo urbano e inter­municipai para estudantes menores de dezoito anos.

Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo não se~l.plica aos período.s de recesso escolar, domingos e feriados,

Art. 2.° A identidade estudantii será o documento exigidopara os benefícios da presente lei.

Art. 3.° Para o cumprimento da determinação prevista nestaLei, as empresas concessionárias de tran.sporte coletivo urbano eintermunicipal gozarão de incentivos fiscais que serão previstosem seu regulamento.

Art. 4° O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazode 60 4sessenta) dias, contados da sua publicação.

Art. 5." Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.

Art. 6.° Revogam-se as disposições em contrário.Justificação

O benefício proposto aos estudantes brasileiros com idade até18 anos. fundamenta-se na necessidade de que se criem condiçõespara que o preceito constitucional da obrigatoriedade do ensinoprimário para todos venha a ser fieimente cumprido.

A iniciação escolar, muitas vezes, não se dá na época oportunaporque os pais encontram dificuldades financeiras para a simplesaquisição do "passe" escolar, em que pese ser este objeto de descon­tos especiais. Ora. esta circunstância, além de comprometer aoiniciação no ensino do jovem. contribui para retardar a sua for­mação final.

Há que se registrar, também, as situações em que esse ensinoé interrompido, mesmo que por poucos dias, em virtude de umadificuláade financeira momentânea. A gratuidade no transpor­te urbano para esses estudantes viria contornar os casos expli­citados.

A limitação de idade que propusemos se justifica no fato deque a partir dos 18 anos o jovem, por iniciativa própria, procuraauto-sustentar-se. razão que lhe dá condições para arcar com asdespesas de seu transporte às escolas.

No texto da nossa proposição, como medida que consideramosde inteira justiça, fizemos constar que do regulamento iJ. lei sairãobeneficios sob a forma de incentivos fiscais para as empresasconce::sionárias do transporte urbano. Entendemos ser necessá­ria a norma porque, afinal, cabe uma compensação pela dimi­lmição na receita dessas empresas.

Mesmo que sejam atribuídas dificuldades a regulamentação dopresente pIOjeto. nós esperamo, a sua aprovação com base na im­portância que deve ter o tratamento para com os jovens em idadeescolar. Do carinho que devemos à juventude brasileira depende­rá o grandioso destino reservado ao País.

Sala das Sessões, , - Nelson Thibau.PROJETO DE LEI N.o 5.677, DE 1978

IDo Sr. Pacheco Chaves)

Dispõe sobre gratificação por tempo de serviço, aostrabalhadores sob o regime da Consolidação das Leis doTrabalho,

I Às Comissões de Constituicão e Justiça. de Trabalhoe Legislação Social c de Finanças.)

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 Fica assegurado a todos Os trabalhadores, sob re­gime da Con.:õo!icação das Leis do Trabalho, o pagamento de grati­ficação por tempo de serviço prestado a uma mesma empresa.

Art. 2.° A gratificação. de que trata esta Lel, será corres­pondente a 5",. Icinco por centol por período de cinco 15) anos deserviço prestados a uma me::ma empresa.

~ 1.0 Pal'a cálculo da gratificação será tomada por base a re­muneração média do traLalhador nos 12 \doze) meses imediata­mente anteriores à data em que for completado cada período.

~ 2.° A gratificação será paga ao trabalhador juntamentecom o salário. mas a este não se incorporará. em nenhum caso,

~ 3,° O Ümite máximo da gratificação fica fixado em 30%itrinta por cento I. correspondente a 6 iseis) qüinqüênios.

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t964 Quarta-feira 1.° DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção l) Novembro de 1978

Art. 3.° Esta Lei entra em vigor na data de sua publlcação.

Art. 4.° Revogam-se as disposições em contrário.

Justificação

A idéia central da proposição está em colocar o trabalhadorregido pela CLT, em situação de igualdade com os funcionáriospúblicos, já beneficiados com a gratificação qüinqüenal. há muitotempo.

Não nos parece justa qualquer diferenciação de tratamento.em função do regime juridlco do trabalho; empregados e funcioná­rios devem merecer os mesmos benefícios decorrentes da perma­nência.

Por outro lado, temos como certo que a concessão de adicio­nal por tempo de serviço a ullla mesma emprzsa provocará sensíveldiminuição nos índices de mudança de empregos, com reflexosbenéficos no relacionamento entre empregadores e empregados.

Sensibilizaram-nos as conclusões a que chegaram os partici­pantes do VI Congresso Nacional dos Trabalhadores em IndústriasUrbanas, sobre o assunto em questão. Por entendermos absoluta­mente procedentes, é que tomamos a iniciativa desta proposição.

PROJETO DE LEI N.O 5.678, DE 1978

(Do Senado Federal)

Acrescenta parágrafo único ao art. 488 da Consoli­dação das Leis do Trabalho (CLT), dispondo sobre o ho­rário no periodo do aviso prévio, e dá outras providências.

(As Comissões de Constituição e Justiça e de Traba­lho e Legislação Social.)

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 O art. 488 da Consolidação das Leis do Trabalho(CLT), passa a vigorar acrescido do seguinte parágrafo único:

"Art. 488. . .Parágrafo único. É facultado ao empr!;!gado trabalharsem a redução das 2 (duas) horas diárias previstas nesteartigo, caso em que poderá faltar ao serviço. sem prejuizodo salário integral, por 1 (um) dia, na hipótese do incisoI e por 7 (sete) dias corridos, na hipótese do item II doart. 487."

Art. 2.° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 3.° Revogam-se as disposições em contrário.

Senado Federal, 17 de outubro de 1978. - Senador PetrônioPortella, Presidente.

LEGISLAÇAO CITADA

DECRETO-LEI N.o 5.452. DE 1.0 DE MAIO DE 1943

Aprova a Consolidação. das Leis do Trabalho.

TiTULO IV

Do Contrato Individual de Trabalho

CAPiTULO V

Da Rescisão

Art. 488. O horário normal de trabalho do empregado du­rante o prazo do avi.!;o. e se a rescisão tiver sido provida peloempregador, será reduzido de duas horas diárias, sem prejuizodo salário integral.

PROJETO DE LEI N.o 5.679, DE 1978

\Do Sr. Joaquim Bevilacqua)

Exclui a aposentadoria por invalidez do cômputo dosrendimentos do trabalho a~salariado.

(As Comissões de Constituição e Justiça, de Trabaihqe Legislação Social e de Finanças.l

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 Não entrarão no cômputo do rendimento bruto. para

efeito do imposto sobre a renda ou proventos de qualq,uer na~u­

reza, as importâncias recebidas a título de aposentadOrIa por In­validez c:mcedida por qualquer instituição de previdência social.

Art. 2.0 Esta LeI entrará em vigor na data da sua publi­'cação.

Art. 3.° Revogam-se as disposições em contrârlo.

Justificação

Dispõe a letra "i", do artigo 22 do Decreto n.O 76.186, de 2de setembro de 1975:

"Art. 22. Não entrarão no cômputo do rendimento bruto:

i) os proventos da aposentadoria ou reforma motivadapor turberculose ativa, alienação mental, neoplasia malig­na, cegueira, lepra. paralisia irreversível e incapacitante,cardiopatia grave, estados avançados de Paget (osteite de­formante), com base em conclusões da medicina especia­lizada;

Esse dispositivo tem origem no item UI, do artigo 17 da Lein." 4.506, de 30 de novembro de 1964. que exclui dos rendimentostributáveis os proventos de aposentadoria ou reforma. quandomotivada pelas moléstias numeradas no item lU. do artigo 178 daLei n.O 1. 711/52 <Estatuto dos Funcionários Públicos Civis daUnião).

Dessa forma, somente o funcionário público. civil ou militar,tem o beneficio fiscal quando é aposentado ou reformado: seusrespectivos proventos não se incluem no cômputo do rendimentobruto, para efeito do imposto de renda.

Então. para os trabalhadores segurados em outras Institui­ções de previdência social o mesmo benefício não se aplica; asimportâncias recebidas pela aposentadoria compõem o rendimen­to bruto. classificadas como originárias do trabalho assalariado.

Tal discriminação nos parece profundamente injusta e ~e"

cisa, portanto, de reparação.

A tanto nos propomos. através deste projeto de lei que esta­mos submetendo à apreciação dos eminentes pares.

Sala das Sessões, 17 de outubro de 1978. - Joaquim Revi­lacqua.

PROJETO DE LEI N.O 5 680, DE 1978

(Do Sr. Gérson Camata!

Dispõe sobre os requisitos para a venda de espingardade ar comprimido.

(As Comissões de Constituição e Justiça e de Segu­rança Nacional.l

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 A venda de espingarda de ar comprimido obedece àscondições estabelecidas na presente lei.

Ari. 2.° Nenhuma espingarda de ar comprimido será ven­dida, sem que o comprador apresente os seguintes requisitos:

I - carteira de sócio de clube de tiro ao alvo;

II - cópia autenticada dos estatutos do clube de tiro ao alvoa que pertence;

III - indicação de dispositivo dos estatutos que vede o abatede pássaros.

Art. 3.° A infração ao disposto na presente lei sujeita oage:lte à pena de reclusão até cinco anos e ao pagamento decinqüenta a cem dias-multa.

Art. 4.° Na mesma pena incorre quem, de Qualquer modo"sem a observãncia do disposto no artigo 2.0, permuta. cede. em­presta ou introduz na circulação espingarda de ar comprimido.

Art. 5° Esta Lei entra em vigor na data da Sua publicação.

Art. 6° Revogam-se as disposições em contrário.

J ustificaçào

O presente projeto de lei tem por objetivo a disciplina docomércio de espingardas de ar comprimido.

A grande venda de tais espingardas vem provocando. especial­mente no interior do País, a morte de pássaros em massa Emconseqüência. nota-se que aumentam as pragas n:Js campo,. obri­quando a Importação de Il1seticidas para substituir os pássaros,que são os predadores naturai.s.

Vários Prefeit·:ls já têm reclamado também quanto ao grandeprej uizo provocado às municipa1idades pela destruiçã') de lâm­padas nas vias públicas, por parte dos portadores e usuári03 Indis­criminados desEas espingarC:as.

O uso abusivo dessas armas tem provocado graves conseqüên­cias, inclusive para a integridade física e à vida humana.

É comum vermos es,as armas nas mãos de in:lcent~s criançastornarem-se verdadeiros instrumentos de terror. causando feri­mentos e inclusive a morte. não apenas de pássaros e de animais,mas até de pessoas

Numa tentativa de disciplinarmos o lli'0 dessas armas ê queapresentamos esta proposição, estabelecendo requisitos para a sua

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Novembro de 1978a

DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (S~i. I) Quarta-feira 1.° 9065

aqms\cao, tais como carteira de SOCIO de clube de tiro ao alvo,cópia autenticada dos estatutos do clube de tiro ao alvo a quepertence o comprador e indicação de dispositivo dos estatutosque vede o abate de pássaros.

Por outro lado, entendemos de bom alvitre estabelecer san­ções para os infratores da presente lei, sanções essas que alcan­çam Inclusive os que vierem a permutar, ceder, emprestar ou in­troduzir, de qualquer modo, na circulação espingardas de ar com­primido.

Não temos dúvida de que haveremos de contar com o decisivoapoio de nossos eminentes Pares para a aprovação do presenteprojeto de lei.

Sala das Sessões, de outubro de 1978. - Gérson Camata.

PROJETO DE LEI N.o 5.681, DE 1978

(Do Sr. Dayl de Almeida)Assegura ao pescador artesanal aposentadoria aos 25

anos de serviço ou aos 60 anos de idade, na forma queespecifica.

(As Comissées de Constituição e Justiça, de Trabalhoe Legislação Social e de Finanças.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 ~ assegurado ao pescador artesanal requerer sua apo­

sentadoria aos 25 (vinte e c1nc·o) anos de serviço ou aos 60 tses­.senta I anos d~ idade, devendo. nesta última hipótese, comprovarsua atividade pelo menos nos três últimos anos anteriores à datado beneficio. ainda que de forma descontínua.

Art. 2.° C;Jnsidera-se. para os efeitos desta lei, pescador ar­tesanal o proflssional que ·exerça a atividade pesqueira, possuin­do ou não embarcações de pesca que, em conjunto, não u:trapa.s­sem a 20 (vinte) toneladas. ou que se dedique à aqülcultura nãoempresarial, participando diretamente dessa prática sozInho ousob regime de parceria.

Art. 3.° Esta Lei entra em vigor na da~a de sua publica­ção.

Art. 4.0 Revogam-se as d.isposlções em contrário.Justificação

Ouvindo as românticas canções que nos falam da vida dospescador2S. temos a impressão de que sua labuta é leve e agra­dávEl. Se a tecnologia minorou em alguns casos seu trabalho. issonão aconteceu. entretanto. com o d') pescador artesanal. aqueleque se utiliza de pequenos ba rcos rudimentares, ou, às vezes, atémesmo sem po~suí-Ios, se limitam a estender suas redes ao longode nossas praias durante à noite. para. de madrugada, recolhê-las.

Sua faina é, sem dúvida, bastant'2 penosa. A fadiga excessi­va a que está exposto marca-:he o semblante. Jovem ainda jáparEce um velho.

Os perig:Js que enfrenta. justamente pelas condições inade­quadJ..5 de seus p2quenos bareos, sã:J inúm~,ros. As condições devida. em geral precárias. redUZEm-lhe também a vida.

Porém. contribuem com cerca de 60,,;. do pescado das colô­nias de pesca. o que bem nos dá uma idéia de sua participaçã:J naatividade pesqueira em noss::> Pais.

Assim. sensibilizados com uma reivindicação. que nos pareceude todo jus'a. defendida por (',se.s homens do mar no I EncontroRegional de Pesca Arte'ianal Sul-Sudeste. elaboramos o presenteprojeta assegurando-lhes o dir2it') de se aposentarem aos 25 anosde serviço ou aos 60 anos de idade.

A sIstemática para a conee.~são da aposentad·:Jria por velhicebaseou-se no critério adotado pelo FUNRURAL para benefício se­melhante no cas:J dos trabalhador·~s rurais.

A transformação desta proposição em lei ê um imperativode jus'iça s;Jcial. razão por que pedimos o apoio dos nobres paresdesta Ca~a para sua aprovaçào.

Saia das Sessões, i6 de outubro de 1978, - Dayl de Almeida.

PROJETO DF. 1.EI N.O 5.682, DE 1978

(Do Sr. Edgar Martins)

Cria o Passe-Trabalho, e dá outras providências.(As Comlssé ~s de Constituição c Justiça, de Trabalho

e Legislação S::>cial e de Transp-:>l'tes.l

O Congl'E'5S0 Naciol1al de~rfta:

Art. l° Fica assegurado a~s trabalhadores de renda mensalIgualou infe:'ior a 5 lcincol salário.s minlmo." mediante a aqui­sição do Passe-Trabalho, ') abatimento de 50% rcinqüenta porcento) nas passagens em veícubs pértencen 'e'i a elnpreo~as públi­cas e nrivadas, em todD o território nacional.

§ L° O Passe-Trabalho de que tra.ta este artigo será adqui­rIdo na sede da empresa de transporte, à vista, pelo próprio in­teressado ou seu preposto, devidamente credenciado.

Art. 2,° O beneficb de que trata o art, 1.0 desta lei seráconcedido, exclusivamente, no percurso compreendido entre a re­sidência e o traba:ho.

Art. 3.° Esta iei entrará em vigor na data de sua publicação.Art, 4.° Revogam-se as disposições em contrário.

Justificação

Por mais que se insista em afirmar que a situação do traba­lhador brasileiro é boa, a evidência dos fatos está sempre a reve­lar o contrário, Baixos salários. família numerosa e a alta cons­tante do custo de vida são fatores para os quais as autoridadesgovernamentais não vêm dispensando a devida atenção e. comoresultado, o Brasil viv·e hoje em clima de subemprego, suba.l1­mentação e de sobrevivência a duras penas. E não se diga quetais dificuldades s·ejam resultantes de conjuntura externa, por­que, desde que se dLsponha a enfrentar o problema com objetivi­dade, o País tem condições de solucioná-lo a contento.

Portanto, é de toda conveniência que se estab,eleça uma for­ma de assegurar os meios Indispensáveis a uma vida condignaàqueles que, como mo:a mestra que são, Impulsionam o progres­so do Brasil.

Vive hoje o trabalhad·:>r brasileiro um clima de angústia e de.sofrimento, sobretudo pelooS baixos salários que recebe, muitoaquém da elevação do custo de vida. E nem é necessário consul­tar estatísticas para se chegar a essa triste realidade.

Basta que se tenha em mente que o salário do trabalhadorbrasileiro é reaj ustado apenas uma vez por ano, enquanto a cor­reção monetária de trimestre ·2m trimestre, e, os gêneros alimen­ticios, a cada Ins~ante que passa,

Conceder. pois, um abatimento nos preços das passagens en­tre a residéncia e o trabalho de cada operário é, medida salutar,justa e humana, que não pode deixar de ser efetivada, mesmoporque tal medida já é aplicada aos estudantes.

P;Jr outro lado não há razões para a empresa privada laborarcontra tal evento, mesmo porque percebendo, à vista, na vendade passes, aquilo que Iria receber em trinta dias, não deixa deser amplamente compensador; dai não haver por nossa parte ne­nhuma preocupação em ressarcir a empresa que, na pura e sim­ples venda dos pass·es à vista. já encontrou um caminho gratifi­cante, podendo aceitar plenamente a inIciativa do legislador.

Dai, as razões. do presente projeto, que pretendo ver aprova­do c:Jm o indispensável ap:Jio dos meus iminentes pares.

Sala das Sessões. - Edgar Martins.PROJETO DE LEI N.O 5.683, DE 1978

IDo Sr. Antunes de Oliveira)

Vincula a Fundação das Pione~ras Sociais ao MPAS.(As C:Jmis.sõfS de Constituicão e Justiça e de Traba-

lho e Legislação Social.) .

O Congre."so Nacional decreta:Art. 1.0 A Fundação das Pioneiras Sociais fica sob a juris­

dição do Mini,tério da Previdência e Assistência Social.

Art. 2.° Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 3.° Revogam-s~ as disposições em contrário.

JustificaçãoCom a criação do Minlstérb da Previdência e Assistência So­

cial é n.J..tural que a ele fiquem winculados todos os órgãos deassistência social do País sem o que não funcionará um Sist~ma.

Nacional de Assistência Social.

O pDjeto não precisa de majores justificações pelo que me­r·~ce ser aprovaéo e transformado em lei.

Sala da.s Sessões, 2 de outubro de 1978. - Antunes de Oliveíra.

PROJETO DE LEI N;o 5.684, DE 1978

IDo Sr, Joaquim Bevilacqua),\utoriza a criação de um Posto de Atendimento do

Instituto Nacional de Assistência Médica da PrevidênciaSocial (INAMPS) no Municipio de Caraguatatuba, Estado(1c São Paulo.

(As Comissões de Constituição e Justiça, de S:l.úd,~ ede Finança.s.)

O Congresoo Nacional decreta:

Art. 1.0 Ê autorizada a criacão de um Posto de Ateadlmentodo Instituto Nac::>nal de Assistê'ncia Médica da Previdência 80-

Page 10: CÂMARA DOS, DEPUTADOSimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD01NOV1978.pdf · 1 - ATA DA 146." SESSÃO DA 4.0. SESSÃO LEGISLATIVA DA 8.0. LEGISLATURA, EM 31 DE OUTUBRO DE 19'78. 1

9966 Quarta-feira 1.° mARIO DO CONGRESSO NACIONAL (S~io )) Novembro de 1978

eial - INAMPS, no Município c!e Caraguatatuba, Estado de SãoPaulo.

Art. 2.° A instal&,;ão do Posto de Atendimento, de qu·~ tratao artigo anterior, ficará condicionada à consignação dos recursosnecessários no orçamento do Instituto Nacional de AssistênciaMédica da Previdência SOcial - INAMPS.

Art. 3.° Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 4.° Revogam-se as disposições em contrário.

JustificaçãoO litoral norte do Estado d·~ São Paulo é. sabidamente. uma

das regiões mais pobres daquela pujante unidade da Federação.O INPS possuia apenas um Posto de Atendimento, no Munl­

~ípio de São Sebastião, que dava atendimento a uma grande área.Caraguatatuba, que fica há cerca de 30 qullôme~ros de distância,achava-se jurisdicionada àquela cidade, para fíns de atendimen-to previdenciário. .

Os segurados de Caraguatatuba às vezes desanimam em sedeslocar até o Posto de Atendimento, em São 8-ebastião. Alémdas despesas de viagem, na maioria das vezeS:lS segurados não.'lão atendidos no mesmo dia. Isso os obriga a despesas adicionaisde ho.spedagem ou de condução. P.~rde-se, assim, muito tempo,que poderia ser empregado em atividades produtivas.

Caraguatatuba hoje é uma cidade em franco progresso. Suapopulação aumenta assim como suas atividades comerciais. A re­c'elta do Municipio, a cada ano qu-e passa. conhece um aumento.

Essas razões já justificariam, por si só, a /:riação de um Postode Atendimento, do hoje INAMPS. no Município.

A previdência social. em nosso entender, não pode ficar alheioa tão significativo fato. Ela existe não para operar em termos deuma empresa privada, que visa ao lucro, mas para oferecer ser­viços a seus segurados. E, principalmente. aos mais carentes.

COm isso, serão evitados os prejuizos decorrentes da perda detempo resultante da utlUzação do posto 10caJzado em São Se­bastião, ajudando a desenvolver uma região que tanto neéessitade progresso.

Sala das Sessões, 17 de outubro de 1978, - Joaquim Bevi­la.cqua.

PROJETO DE LEI N.o 5.685, DE 1978(I)() Sr. Antunes de Oliveira)

Transfere para Brasília a sede dos ConselhOs Federaisde Profissões Liberais Regulamentadas.

(As Comissões de Constituição e Ju.stiça, de Trabalhoe Legislação Social e de Finanças.J

O Congresso Naciónal decreta:Art. 1.° Dentro de 90 (noventa) dias da promulgação desta

lei, todos os Conselhos Fed,~rals e Ordens da'S Profissões LiberaisRegulamentadas serão transferidos para Brasília.

Art. 2.° É vedado a manutenção nas capitais dos Estados on­de funcionavam as autarquias profissionais de que trata esta leide representações do órgão fed·eral.

Art. 3.° O pr3.ZO de que tra.ta esta lei fica reduzido para 30(trinta) dias para os órgãos que já adquiriram, sede própria emBrasílla.

Art. 4.° Ao Ministério do Trabalho incumbirá a fiscalizaçãoe cumprimento da presente lei.

Art. 5.° Esta lei entrará em vigor na data de sua publica­ção.

Art. 6.° Revogam-se as disposições em contrário.Justificação

A maioria dos órgãos fiscalizadores das profissões liberais,como é do conhecimento d·:> Ministério do Trabalho. já adquiriusua sed'e em Brasília.

Inexplicavelmente. porém, esses órgãos, a maioria sediados noRio de Janeiro, ainda não se mud:lU.

O projeto fixa um prazo para e3sa mudança.Não há razão para que perdure essa situação.Para evitar que a mudança seia nominal f:li proibida a ma­

nu··enção de representação do órgão federal na capital onde estainstalado. ~

O projeto e.';tá por si SÓ justlficad{> merece:1do a sua imediataaprovação. corrigindo uma situação que de há muito deveria estarsanada.

Sala das Sessões, 21 de outubro de 1978. - Antunes de Oli­veira.

PROJETO DE LEI N.O 5.686, DE 1978

(Do Sr. Joaquim BevilacqualAutoriza a criação de um Posto de Atendimento do

Instituto Nacional de Assistência Médica da PrevidênciaSocial (lNAMPS) no Município de Ubatuba, Estado de SãoPaulo.

(As Coml~sões de Constituição e Justiça. de Saúde ede Finanças.!

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 É autorizada a criação de um Posto de Atendimento

do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência So­cial - INAMPS. no Município de Ubatuba, Estado de São Paulo.

Art. 2.° A instalação do Posto de Atendimento, de que tratao artigo anterior, fic.uá condicionada à consignação dos recursosnecessários no orçamento do Instituto Nacional de Assistência. Mé­dica da Previdência SociJ.l - INAMPS.

Art. 3.° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 4.° Revogam-se as disposições em contrário.

Justific~ão

O litoul norte do EstJ.do de São Paulo é. sabid3.mente, umadas regiões m3.is pobres daquela pujante unidade administrativa.

O INPS possuía um Posto de Atendimento. apenas, no Muni­cipio de São Sebastião, que dava atendimento a uma grande área.Ubatuba, que fic3. a cento e sessenta quilômetros de São Sebastião(distância de Ida e volta), acha-se jurisdicionada àquelJ. cidade.

Os beneficiários de Ubatub::L às vezes desanimam em se des­locar até o Posto do INPS. em São Sebastião. Além das despesasdJ. viagem, na maloriJ. das vezes. os segurados não são atendidosno mesmo dia. Isso os obriga a despesas adicionais de hospeda­gem ou de condução. Perde-se, assim, multo tempo, que poderiaser empregado em atividades produtivas.

O acentuado aumento da população e do comércio de Uba­tuba - hoje sâo cerca de 540 firmas registradas - aliado à arre­cadação do Municipio, em torno de catorze milhões anuais. jus­tificam abundantemente a cri:tção de um Posto de Atendimento,do hoje INAMPS, no Município.

A Previdência Social, em nosso entender, não pode ficar alheiaa tão significativo fato. Ela existe não para operar em termosde uma empresa privada. que visa ao lucro. mas para oferecerserviços a seus segurados. E. principalmente, aos mais carentes.

Com isso, serão evitados os pre.iuízos decorrentes dJ. perda detempo resultante da utilização do Posto localizado em São Se­bastião. ajudando a desenvolver uma região que tanto necessitade progresso.

Sala das Sessões, 17 de outubro de 1978. - Joaquim Bevilacqua.PROJETO DE LEI N.O 5.687. DE 1978

(Do Sr. Cleverson Teixeira)Regulamenta a profissão de Musicoterapeuta.

(As Comissões de Constituição e Justiça, de Educaçãoe Cultura e de Trabalho e Legislação Social.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 O exercício d3. profissão de Musicoterapeuta obe­

decerá ao disposto nesta Lei.Art. 2.° A profissão de Musicoterapeuta somente poderá ser

exercida, n'o território nacional:I - pek) p:>rtador de diploma de nível superior, com especia­

lização em musicoterapia, expedido por instituição oficial ou re­conhecida de ensino;

II - pelos diplomados no exterior, em cursos regulares, desdeque o diploma seja revalidado no Pais.

Paragrafo único, Aquele que ja esteja exercendo a profissãode Musicoterapeuta, há mais de 5 (cinco) anos. p:>derá ter Mseus direitos reconhecidos desde que os requeira. dentro de 180(cento e oitenta) àias da entrada em vigor desta lei, à autoridadeindicada no regulamento.

Art. 3.° No prazo máximo de 2 (dois) anos. a contar dadata de publicação desta lei, deverã·:> est:lr regulamentad:lS e im­pb.nt:J.d::s os cursns de Music:>terapia nas instituições oficiais deensino superior que mantenham escolas de música.

Art. 4.° As Faculdades de Musicoterapia oferecerão as se-guintes disciplinas:

I -- Currículo mínimo:11 Antroj::{l!:>gia Cultural;21 Biologia;3' Estética e História da Arte (I e lI);

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~ovembro de 1978 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL iseção () Quarta-feira L" 996'

41 Educacão Fisica 11. II e IIlI;51 Fundainentos de Expressão e Comunicações Humanas

'I e 11);6) Forma;; de Expressão e Comunicação Artística.s lI. lI. III

e IVI;71 Psicologia Geral I I. II e IIl);8) Sociologia Geral tI. II c IIIl;9) Didática I;

101 Estudos de Problemas Brasileiros (l e lI);lI, Estrutura de Funcionamento do Ensino de 1.0 e 2.0 Graus

11 e II I;

12) Falciore brasileiro 11 e I!);13) Métodos e Técnica.s de Pesquisa (I e 11);14) Didátic3 lI;151 Acústica;161 Evolucão da Música (I e IIl;17) Linguagem e Estruturação Musicais 11. II e 1111;181 Práticas Instrumentais tI. lI. 111 e IV);19) Técnicas de Expressão Vocal (I. lI. UI e IV);20) Técnicas criativas de expressão Rítmico-Sonoro (1 e In;21) Técnicas criativas de integração Ritmico-Sonoro (I e lI);221 Regência I I e II I ;23) Terapêutica pela Música (I e In;II - Matérias biomédicas tespecialização):1I Anatomia;2' Fisiologia;3) Neurologia;4) Psicopatologia:5) Psicoterapia;6) Musicoterapia;7) Psicologia;8) Sociologia;9) Antropologia;

lO) Psicoacústica:111 Psicodança;12) Estágio clinico supervisionado.

Art. 5.° O Poder Executivo regulamentará o disposto nestaLei no prazo de 60 (sessenta I dias. a contar da data de suapublicação.

Art. 6.° A presente Lei entra em vigor na data de suapublicação.

Art. 7.0 Revogam-se as disposições em contrário.

Justifieação1. Introdução

Através dos aspectos abordados no 11 Congresso Mundial deMuslcoterapia. realizado em Buenos Aires, no ano de 1976. surgiuuma idéia maior da exploração deste tema.

Há pouca divulgação da Muslcoterapia em Psiquiatria, no Bra­sil. Existem alguns poucos hospitais em funcionamento. e em Curi­tiba. existe um que atua com equipe terapêutica, atuando com amedicina. psicologia e assistência social. tendo sido verificadaa eficiê·;,l.cia da apUcação em psiquiatria.

Interessante é apresentar um rápido esboço da origem daMuslcoterapia.

O próprio nome da Musicoterapia traz à mente diversas ima­gens e idéias: "Musicoterapia - especialização cientifica que seocupa do estudo e investigação do complexo Som-ser Humano."

A Musicoterapia. ê um uso dosificado da música no trata­mento da reabilitacão. emocional e mental. A música não é umfim em si mesma; seu valor terapêutico não esta necessariamenteem relação com a sua qualidade nem com a perfeição de .Sl1a$execuções. Seu efeito obedece. em primeiro lugar. à influênciasobre o homem. do som. a origem da música e cujo valor curativo.prejudicial ou não. será evidente à medida que vamos desenro­lando esta história. Observamos também que. em todos 00 tempos.a música vem originando infinitas e curiosas formas de relação.Estas formas constituem a pedra fundamental da musicoterapia.

A palavra "música" aplica-se a tal multiplicidade de experiên­cias que devemos primeiro tratar de desenrolar as muitas que seencaixam nela. para falar de sua origem. Então estaremos emcondições de compreender, em um nivel humano básico. comopoderemos usá-la em nivel terapêutico. Para o homem moderno,a música ê produto. completo e terminado. de muitos elementosreunidos. Cada um desses elementos musicais é um atributo àsubstãncla do som, substãncis, que sempre tem sido partido domundo consciente do homem. isto é, interpretado segundo seuestilo de vida e c1viUzação.

2. A origem da música%. I - A origem cósmica do som

O homem acredita, em alguma. época. que o som era umatorma elementar cósmica que existia no começo do mundo e queadquiriu a forma verbal.

São João começa o primeiro Capitulo de seu Evangelho comas seguintes palavras: "No princípio existia o Verbo; e o Verbo es­tava em Deus; e o Verbo era Deus".

Nos salmos encontramos Davi tocando flauta para o Rei Saul;enquanto Davi tocava, o Rei se acalmava com a música e os mausespíritos se afastavam dele.

Existem muitas l~ndas acerca da criação do Universo e nasquais o som desempenha uma função principal. Os egípcios acre­dita'tam que o deus THOT havia criado o mundo não com o pen­samento e a ação mas com sua voz unicamente. De sua boca edos sons que produzia. nasceram outros quatro deuses dotados deigual poder. que organizaram o mundo.

Marius Schneider afirma que nas concepções filosóficas quederivam dos dados persa e hindu o Universo havia ,sido criado deuma substância acústica: o mundo havia sido criado por um sominicial que, ao emergir do abismo. primeiro se fez a luz e, pouco apouco. parte dessa luz se fez matéria. Mas esta materializaçãonunca foi totalmente completa, pois cada coisa mat'2rial conti­nuava conservando mais ou menos substância sonora da qual foicriada.

Os primeiros babilônios e os gregos antigos relacionaram osom com o cosmos de acústicas vinculadas com os números e aastrologia.

Grosley-Holland disse qUe os filósofos pitagóricos concebiamas escalas musicais como um elemento estrutural do cosmos. Tam­bém aCI'~ditavam que com o som existia um elementn natural noUniverso e podia não ser perceptível aos ouvidos do homem. Cha­mavam "Harmonia das Esferas" aos sons inaudiveis produzidospeios movimentos dos corpos celestes que expressavam a harmoniamatemática do macrocosmos.

A idéia de qu'~ os sons celestiais podiam ser inaudiveis ao ouvi­do humano existiu também em crenças religiosas, mas essa Idêlaé ou foi totalmente mística. não tendo base científica. O homemacreditava que a música do parai.so divino podia ser ouvida ecaptada. mas somente por homens de Inspiração divina. O com­positor sabia que o protótipo das melodias religiosas era o cantodos anjos. inaudível aos ouvidos humanos. mas transmitido e audí­vel aos inspirados.

Em todos os tempos, as inspirações. as revelações e as alucina­ções haviam sido dificeis de distinguir entre si. São fenômenosextrasensoriais e amiúde relacionados com transtornos mentais.O som pode ser a causa de ilusão e conseqüente comunicação comum mundo psíquico invisivel.

Desde o Renascimento até nossos dias as crenças na relaçãoentre o som e o cosmos haviam saido do campo da especulaçãointelectual metafislca. Sem dúvida, sua relação matemática podeter uma conotação emocional para alguns escritores, que falamda "lógica celestial de Bach".

A música eletrônica abriu um novo campo de Int·~resse dosterapeutas. pois permite ao homem comunicar-se com um novO'mundo de emoções.

2.2 - Som e Magia

O homem primitivo explicava os fenômenos naturais em ter­mos de magia e p'2nsava que o som tinha origem sobrenatural.Segundo Margaret Mead, certas triboo primitivas da Nova Guinécrêm que a voz dos espíritos pode ser ouvida através de flautas,tambores e bramido do touro.

Este processo tem um interesse especial em musicoterapiaquando conduz a identificação de um ser humano com um somespecífico. Marius Schneider disse que, especialmente 'nas civili­zaçc-es totêmicas. existia a crença difundida de que cada um dosespíritos que habitavam o mundo possuía um som específico, in­dividuai, próprio. O totem ancestral. por exemplo, parecia possuira vida acústica e responder a cada som. O homem primitivo acre­ditava que todos os seres, mortos ou vivos, tinham o seu própríosom. o canto secreto. ao qual respondiam e que poderia ser vul­nerável â magia. Por essa razão, o mantinham escondido dos bru­xos.

O som secreto. pessoal, subconsciente, parece estar presenteem alguns individuos pslcóticos e talvez confirme a velha crencade que cada homem nasce com o seu próprio som interior, ao qUalresponde. O homem primitivo identificava-se com o seu mei()quando imitava os sons que ouvia, em forma vocal ou em instru­mento. Marius crê que a' Imitação vocal é a forma mais potentede participação mística do mundo que nos rodeia. Afírma que estenão se limita ao Individuo e descreve uma experiência coletiva naqual os aborígenes organizam concertos naturais. Cada um dosparticipantes imita ruldo natural, particular, tal como o vento. asnuvens, as árvores, os animais. O resultado ê surpreendente emagnífico.

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9968 Quarta-feira 1.° mARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Novembro de 1978

Certos métodos de educação musical tentam reviver este cos­tume primitivo. A imitação do.s sons como meio de adquirir podersobre suas fontes originais está vinculada com o princípios, se­gundo o qual, "o semelhante atua sobre o semelhante". Esse prin­cipio é aplicado em muslcoterapla.

3. Musicoterapia em PsiquiatriaNão queremos mostrar aqui o hlstõrlco da utilização da milsica

como recurso t~rapêutIco em medicina e, particuiarmente, em psi­quiatira. Vamos tratar dos aspectos mais importantes da musico­terapia como é usada e entendida hoje em dia.

3.1 - Musicoterapla ou meloterapia psiquiátrica~ o tratamento de doentes mentais pela música e som, fazendo

O doente ouvi-la, tocá-la ou compô-la. Faz-se o doente ouvir cer­tas músicas, participar em grupos corais e de danças, tocar ins­trumentos e, até mesmo, compor !?úsicas.

3.2 - Fundamentos da MusicoterapiaA musicoterapla fundamenta-se em alguns dados de impor­

tância, relaUvos a seus princípios, ao ritmo e à ritmicidade, ao nivelde ataque e aos métodos de aplicação.

3.2.1 - Psicolocia da Músicasegundo Arrlngton existe uma psicologia da música diferente

da filosofia da música de Altshuler denomina Matéria-música lVJconjunto de elementos constitutivos da música, que 1Jcht consi­dera como provocadores dos efeitos peculiares no homem.,

3.2 .2 - O ritmo musicalOs estudos de Altshuler, ao introduzir os conceitos de "ritmo

~rgânico" e "ritmo orgástlco", trouxeram interessante contribuiçãoà compreensão do valor do ritmo na musicoterapla. Segundo esseautor, a música tem uma ação positiva quanto a ajudar a prevenir() crime; como as drogas, a música é capaz de estimular ou inibir.

Há relação entre ritmo musical e ritmo biológico. Haveriaa homeostase ritmica que mantém o organismo humano integrado,coordenado e harmônico (ritmicidade perpétua do organismo, queacompanha a ritmicidade da natureza). O tom musical, por suavez, tem um efeito emocional muito grande, estimulando as emo­ções como uma poderosa droga psicotrópica.

O ritmo, o tOm, a harmonia e o timbre têm uma açálo sinérgicade grande valor terapêutico e profilático, já que a música estáligada a toda emoção e ao estado de humor do homem. A músicaatua sobre as emoções e sobr,:! todas as esferas superiores ou in­teriores do homem, estimulando os impulsos instintivos e acar­retando alívio emocional. Já. a melodia é capaz de substituir ten­sões, agressões e hostllldades. A melodia faz com que a agressãose transforme em docilidade. Estimula o amor e o trabalhO; dáânimo e compreensão. Há ligação estreita entre a agressão e amelodia. Nos gênios musicais, a agl'essividade se metamorfoseiaem clJnções de amor e melodias doces, agradáveis, sentimentais ebelas. -Qnegro espiritual é uma superação da agressão por umapelo lamentoso. A melodia é, terapeuticamente, mais eflcaz queo ritmo.

3.2.3 - Princípios da MusicoterapiaDe acordo com Atshuler a eficácia da musicoterapia se deve

a alguns princípios fundamentais:a) Ritmicidade. O ritmo musical se originaria de uma com­

binação de ritmos da natureza cósmica e corporai, que é chamadoritmo orgânico. que é firme, regular, organizado e de duração 'de­tinida (batimentos cardiacos, respiração, mareha, ritmo bioelé·trico de Berger, cujo equivalente musical está na mareha e navalsa). Ao lado dessa forma ex~ste o ritmo orgástico, erradio, ten­so, inquieto, acompanhado de sensação de prazer (micção, defeca­ção, orgasmo sexual, sucção de polegar bem como os ritmos cata­tônicos e maníacos). Na música o seu equivalente é rumba, rock,etc.

:s: sabido que som e ritmo têm uma forte afinidade para osorganismos vivos, desde as mais inferiores formas de vida até asmais organizadas. Na própria estrutura dos seres vivos existemaparelhos destinados a captar o som e o ritmo.

b) Iso-Principio Isológico ou Iso-humoral de Altshuier. Esteprincípio demonstra que EC consegue uma musicoterapia maisefetiva do paciente escolhendo tempo, humor e ritmo mentais dopac~ente.

Quando um doente está de mau humor, humor triste, :lmamúsica correspondente E·~rve para captá-lo mais rapidamente doque uma música alegre. Uma vez que o doente é captado por umamúsica simUar ao seu estado de ânimo pode-se ir gradualmentemudando as caracteristicas <1amúsica para outras que ~~ desejar.O contato através da música é importante no manejo dos doentes

nervosos e mentais, Procura-se chamar a atencão inicial do doentepela música como meio de se conseguir um melhor contato psico­terápico. Sons ritmados, como o bater d,~ pés, constumam provo­car nos doentes gestos idênticos, que são respostas consideradascomo reflexos talâmicos. O estado de humor e o tempo psiquicodos psicótlcos são mais rapidamente influenciados quando o con­tato é feito através da música, em obediência ao iso-principio.

c) Niv·els de ataque. Ao lado da aplicação do iso-princípio, cos­tuma-se utilizar a técnica dos níveis de ataque, que consiste emcomeçar com música em que há predomínio do ritmo. O ritmocapta mais fortemente as esferas primitivas e instintívas do ho­mem, provocando um efeito f!siopsicológico específico. diferentedo provocado pela melodia. Posteriormente, executa-se músicacom o tom emocional, tocando primeiro músicas tristes e depoismúsicas alegres. Posteriorment':l, músicas melódicas e depois har­mônicas são introduzidas. Para exemplificar, podemos dizer quea marcha é ritmicamente dominante, ao passo que o intermeuotem predomínio melódico.

3.2.4 - Aplicação da música em psiquiatria

Licht tez um apanhado dos modos de aplicação e os objetivosvisados com o uso da música em psiquiatria:

a) Por audição passiva, escuta, destinada a:1. mell10rar a atenção;2. manter interesse;3. influenciar o humor;4. sedar;5. aliviar energias;b) Por participação em grupos de canto e de dança, com o

fim de:

1. favorecer cooperação social;2. aliviar energl.as;3. despertar interesses;c) Por criação de som, tocando instrumentos, que:1. aumenta o auto-respeito pela realização e sucesso;2. aumenta a felicidade pessoal pela capacidade de agradar

os outros;3. alivia energias.Mltchell e Zanker, em dois traball10s importantes, chegaram

às seguintes conclusões quanto à aplicação da musicoterapia:a) A música romântica produz alivio emocional, mas não fa­

cllita uma coesão de grupo;b) a música contemporânea séria tem efeito mais integrador

e, nos esquisofrênicos inibidos, traz à consciência forças reprimi­das;

c).a estrutura formal da música clássica prevê segurança apacientes de todos os tipos e tende a aumentar a coesão do grupo;

d) a música cômica não é de valor, em virtude da egocentrici­dade e da falta de humor dos pacientes mentais;

e) a música tradicional e folclórica ajuda a integração dapersonalidade e aumenta a harmonia do grupo como um todo.3.2 . 1) Modo de aplicação da musicoterapia

Desde 1896, com os experimentos de Patrice, procurou-se de­terminar a influência dos diferentes tipos de música sobre a cir­culação sangüínea do cérebro. Patrice teve a oportunidade de apre­ciar esta influência em um paciente que- apresentava um orifíciona caixa craniana, de onde se podia ver a circulação cerebral. Nodecurso de suas experiências foi observado que qualquer excitaçãodo cérebro por sons musicais aumentava o curso do sangue tambémem outras partes do corpo.

Uma música viva aumentava a circulação cerebral e o númerode pulsações. As músicas mais ientas produziam uma lentidão decirculação no cérebro e diminuição do seu volume. Uma músicavivaz estimularia o cérebro a ter uma atividade mental maior. aopasso que a música lenta é necessária para repousar o cérebro,depois de muita atividade.

Em 1906, Shepard confirmou os achados de Patrice, mostrandoos fundamentos biológicos do humor. A descoberta das ondas elé­tricas cerebrais por Berger demonstrou a presença do ritmo nocérebro humano. MaIs recentemente Altshuler chamou a atençãopara o princípio terapêutico, o ritmo e o simbolismo. Para ele. aprimeira parte atingida pela música é o táiamo, que se sabe é arede de todas as sensaçc·:s, emoçõe.s e sentimentos estéticos. Porsua vez, o tálamo estimulado automaticamente excita o córtex ce­rebral, com os efeitos correlatos sobre pensamento e raciocinio,

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Novembro de 1978 DIARI.O DO CONGRESlIO NACIONAL (Seçlo () Quarta-feira 1.0 9969

Cannon acredita Que a música estimula as emoções e a secreçãode adrenalina e outros hormônios.

Altshuler enumera as modificações fisiológicas emocionais epsiQuicas da música:

a) produz modificações no metabolismo. respiração. pressãosangüinea, pulso, glândulas endócrinas e energia muscular;

b) dirige a atenção e aumenta a sua tensão;c) produz diversão e substituição, distrai o doente de suas

Idéias mórbidas. substituindo-as por sentimentos e idéias sadias;d) modifica o humor;e) estimula a imaginação e o intelecto,De acordo com Van de Wall. os efeitos da música são reações

flslomotoras e sensoriais, que Burrls relacionou da seguinte forma:a) aumento do metabolismo:b) aumento da respiração e retardamento da regularidade;c) efeitos variáveis sobre a pressão sangüinea, pulso e volume

sangüíneo;d) redução ou retardamento da fadiga; portanto, capacidade

muscular aumentada;e) aumento de vários limiares de estímulos sensoriais;f) volwne de atividades acelerando;r) facilitação da atenção;h) aumento dos reflexos musculares usados no desenho e es­

cr1ta;i) nur ento da condutlvid:llde elétrica do corpo e da flutuação

a reflexo psicogalvânlco;j) certas músicas, em certM pessoas, podem manter a atenção

para a performance psicomotora prolongada, muito acima do efeito<Ias drogas.

O fato é que a música ag(~ no organismo como um todo e re­percute sobre as mais variadas esferas da personalidade. Simon,Holzberg e Garrltty demonstraram Que os psicóticos respondiamemocionalmente à música como normais, mas que a psicologia damúsica dos normais não pode ser aplicada aos psicótlcos.3.2.6 Aplicação e Indicação da musicoterapia

Muitas investigações têm sido levadas a efeito com o uso damusicoterapla. Por exemplo:

a) a utilização do fenômeno da sinestesia na interpretação dosefeitos da música sobre o comportamento emocionaI e suas mani­festações;

b) Poodolsky, em seu trabalho Musie and Health, considera amúsica um dos melhores remédios para o espírito;

c) Emmet Dent concluiu que a música é a responsável porcuras e melhoras de pacientes, que chegam a ser maravilhosas;

d) na Clinica Psiquiátrica Phlpps pode-se observar que a mu­.sica acalma a fúria dos mais violentos casos clinicos;

e)Van de Wa·1l e Bond apresentaram casos de recuperaçãocom a música. que são notáveis;

f) Gilman levou a cabo um estudo do uso da música de orques­tra em doentes mentais. A referida técnica faz as seguintes indi­cações de muslcoterapla:

DiagnósticoEsquizofrenia, tipo paranóldePsiconeurose, histeria de conversãoPsiconeutrose, tipo ansiosoPsicose maniaco-depressivaPsiconeurose, tipo mistoTipo de MúsicaSuave, sedanteEstimulanteSedante, relaxanteSedanteRelaxanteg) algumas indicações espEdals na aplicação da musicoterapla:

1. Musicoterapia nos estados de ansiedade e outros distúrbiosemocionais.

A música tem a propriedade de produzir vários estados de hu­mor e, por meio da música apropriada, um humor ansioso podeser substituído por um humor mais sereno. A música facilita a:,~to-expressão, dando vazão às tensões e aliviando a ansiedade.O estímulo musical facilita a expressão de elementos mentais re­primidos ou inconscientes e. com isso, elimina a angUstia. A mú­.sica tem também efeito relaxante da fadiga emocional, fato de-

monstrado por Herman na dor de cabeça por tensão e na hiper­tensão emocional;

2. Musicoterapia nos estudos de raiva. cólera e adio.A múslea facilita a expressão de sentimentos reprimidos que

dão lugar à cólera, acompanhada de agresslvidade. Ela mostrou-semuito eficaz em moderar e eliminar o ódio e combater os senti­mentos destrutivos. Facilita a auto-expressão e alivia as tensõese pressões emocionais internas.

3. Musicoterapia na depressão.Também a tristeza e a dor moral podem ser minoradas e el!­

minadas pela música, que substitui um estado de humor por outro,alivia as tensões internas e os conflitos, que dão origem à depres­são. Os estímulos rítmicos da música produzem atividade fisicaque, por sua vez, desperta o individuo de sua tensão.

4. Musicoterapia em esquizofrenia.

A música .ouvlda por eles, ou até mesmo tocada, é eficiente,poís os tira do estado de apatia, os acalma quando excitados.

5. Muslcoterapla como um complemento da eletrochoquete­rapia.

Tem o objetivo de aliviar as angústias bem como de ajudar areintegração e ressocialização do doente.

Essas considerações foram feitas com o objetivo de ilustrar,esquematicamente, as ba.ses científica.s da Musicoterapia.4. Conclusões

A Muslcoterapla é uma ciência, um tratamento natural, per­tencente às especialidades paramédicas, que se ocupa da aplicaçãode qualq\J.er elemento sonoro, musical ou não, com o objetivo deproduzir estados regressivos e aberturas de canais em pacientes,empreendendo por meio de novos canais de comunicação o processode reaprendlzagem e de recuperação do Indivíduo para a sociedade.A cada dia que passa, a Musicoterapia vem tendo aceitação geralda classe médica, o Que se tem evidenciado através de bibliografiasE" Congressos Mundiais de Muslcoterapia. O 1.0 Congresso foi rea­lizado na França, em 1974 e, o segundo, na Argentina, em 1976. O3.° está programado para a Inglaterra, em 1979.

A Faculdade de Educação Musical tio Paraná. o ConservatórioBrasileiro de Música do Rio de Janeiro e a Escola de Arte da Uni­versidade do Rio Grande do Sul mantêm cursos de Muslcoterapiapara o preparo de profissional Terapeuta.

Em vários países os musicoterapeutas têm sua profissão regu­lada em lei. No Brasil, muitos desses profissionais, com formaçãoespecializada. estão trabalhando em hospitais e outras instituiçõessem a garantia e a valorização que só lhes pode proporcionar oreconhecimento de sua profissão.

O curso de Muslcoterapia deve ser elevado ao nivel superior deensino, já que a Musicoterapia pertence às especialidades paramé­dica.s. sendo o curso de seis anos de duração.

Na certeza de que poderei contar com o espírito esclarecido edinâmico dos legísladores, apresentei o presente projeto de lei, quese fez acompanhar dos subsidios para melhor esclarecimento sobrea Muslcoterapla e seu campo de aplicação.

Sala das Sessões, . - Cleverson Teixeira.PROJETO DE LEI N.O 5.688, DE 1978

(Do Sr. Joaquim Bevilacqua)Autoriza a criação de um Posto de Atendimento do

Instituto Nacional de Assistência Médica da PrevidênciaSocial (lNAMPS) no Município de Lavrinha.s, Estado deSão Paulo.

(As Comissões de Constituição e Justiça, de Saúde ede Finança.s.)

O Congre.::so Nacional decreta:Art. 1.0 É autorizada a criação de um Posto de Atendimento

do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência SocialfINAMPS) no Municipio de Lavrinhas, Estado de São Paulo.

Art. 2.° A instalação do Posto de Atendimento, de Que tratao artigo anterior. ficará condicionada à consignação dos recursosnecessários no orçamento do Instituto Nacional de AssistênciaMédica da Previdência Social (lNAMPS).

Art. 3.° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 4.° Revogam-se as disposições em contrário.

JustificaçãoCertamente influenciado pelo traçado da Rodovia Presidente

Dutra, que liga os dois maiores pólo.; de desenvolvimento do Pais,o Vale do Paraiba ressurgiu economicamente, sendo na atualidadeuma das regiões que registra maior indlce de crescimento no Pais.

Page 14: CÂMARA DOS, DEPUTADOSimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD01NOV1978.pdf · 1 - ATA DA 146." SESSÃO DA 4.0. SESSÃO LEGISLATIVA DA 8.0. LEGISLATURA, EM 31 DE OUTUBRO DE 19'78. 1

9970 Quarta-feira l.u DlA.RIO DO CONGRESSO NACIONAL (S~io Il

"'"Novembro de 1978

Naquela região localizam-se cidades de grande porte cultura!.econômico e social. a exemplo de São José dos Campos, Jacareí,Taubaté, Caçapava, Lorena, Guaratinguetá e outras tantas.

Ali, sobretudo no tocante à atividade industrial, vive-se emritmo febricitante. Instalam-se, no eixo da Via Dutra. estabeleci­mentos industriais de grande valia, qüer para o suprimento denecessidades regionais, quer para o sustento do gigante fabrilinstalado na Região Metropolitana da Grande São Paulo. querpara comercialização nos mais distantes pontos do Brasil, querpara o Incremento de nossas exportações.

Naquele Vale, até mesmo as cidades outrora consideradas pe­quenas, de índole eminentemente agropustorll, estão assumindoo papel de suporte das grandes indústrias implantadas nas cir­cunvizinhanças.

É o que ocorre, atualmente, com a cidade de Lavrinhas, queteve. o seu desenvolvimento acelerado nos últimos anos, desde quevoltou os olhos para a realidade da nova era.

Assim, considerando que praticamente todos os habitantes da­quela cidade encontram-se na qualidade de segurados ou benefi­ciários da Previdência Social (quer se dediquem a atividades in­dustriais ou agropastorisl, já se justifica a criação de um Postode Atendimento do INAMPS no Município,

Com isso, serão evitados os prejuízos decorrentes da perda detempo resultante da utilização de postos localizados nas cidadesvizinhas.

Sala das sessões, 17 de outubro de 1978. - Joaquim Bevilacqua.

PROJETO DE LEI N,o 5.689, DE 1978

IDo Sr. Joaquim Bevllacqua)

Autoriza a cri~ão de um Posto de Atendimento doInstituto Nacional de Assistência Médica da PrevidênciaSocial (lNAMPS) no Município da Serra, Estado de SãoPaulo.

(As Comissões de Constituição e Justiça, de Saúde ede Finanças,)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 É autorizada a criação de um Posto de Atendimento

do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social(INAMPSl no Municipio de Redenção da Serra, Estado de São.Paulo,

Art. 2.° A instalação do Posto de Atendimento, de que tratao artigo anterior, ficará condicionada à consignação dos recursosnecessários no orçamento do Instituto Nacional de Assistência Mé­dica da Previdência Social lINAMPSl.

Art. 3.° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 4.° Revogam-se as disposições em contrário.

Justific~ão

Certamente influenciado pelo traçado da Rodovia PresidenteDutra, que liga os dois malores pólos de desenvolvimento do Pais,o Vale do Paraíba ressurgiu economicamente, sendo na atualidadeuma das regiões que registra maior índice de crescimento no País.

Naquela região localizam-se as cidades de grandl' porte cultu­ral, econômico e social. a exemplo de São José dos Cllmpos. Jaca­reí, Taubaté, Caçapava. Lorena. Guaratinguetá e outras mais.

Ali, sobretudo no tocante à atividade Industrial, vive-se emritmo febricitante. Instalam-se, no eixo da Via Dutra, estabeleci­mentos industriais de grande valia, quer para o suprimento denecessidades regionais, quer para o sustento do gigante fabrilinstalado na Região Metropolitana da Grande São Paulo. querpara comercialização nos mais dista.ntes pontos eu Brasil, querpara o incremento de nossas exportações.

Naquele Vale, até mesmo as cidades outrora consideradas pe­quenas, de índole eminentemente agropastoril, estão a:ssumindo opapei de suporte das grandes indústrias Implantadas nas circunvi­2inhanças,

É o que ocorre, atualmente, com a cidade de Redenção daSerra. que teve o seu desenvolvimento acelerado nos últimos anos,desde que voltou os olhos para a realidade da nova era.

Assim, considerando que praticamente todos os habitantes da­quela progressista cidade encontram-se na. qualidade de segura­dos ou beneficiários da Previdência Social (quer se dediquem aatividade industrial ou agropastorm, já se justifica a criação deum Posto de Atendimento do INAMPS no Município.

Com isso, serão evitados os prejuizos decorrentes da perda detempo resultante da utilização de postos localizados nas cidadesvizinhas,

Sala das Sessões, 17 de outubro de 1978. - Joaquim Bevilacqua.

PROJETO DE LEI N.o 5.690, DE 1978

IDo Sr. Joaquim Bevilacqual

Autoriza a criação de um Posto de Atendimento doInstituto Nacional de Assistência Médica da PrevidênciaSocial (lNAMPS) no Município de Santo Antônio do Pi­nhal, Estado de São Paulo.

lAs Comissões de Constituição e Justiça, de Saúde ede Finanças,)

O Congresso Nacionai decreta:Art. 1.0 É autorizada a criação de um Posto de Atendimento

do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência SocialUNAMPS) no Município de Santo Antônio do Pinhal, Estado deSão Paulo.

Art. 2.° A instalação do Posto de Atendimento, de que tratao artigo anterior, ficará condicionada à consignação dos recursosnecessários no orçamento do Instituto Nacional de AssistênciaMédica da Previdência Social (INAMPS).

Art. 3.° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 4.° ,Revogam-se as disposições em contrário.

JustificaçãoCertamente influenCiado pelo traçado da Rodovia Presidente

Dutra, que liga os dois maiores pólos de desenvolvimento do País,o Vale do Paraiba ressurgiu economicamente, sendo atualmenteuma das regiões que registra maior indice de crescimento no País.

Naquela região localizam-se cidades de grande porte cultural,econômico e social, a exemplo de São José dos Campos, Jacareí,Taubatê, Caçapava, Lorena, Guaratinguetá e outras tantas.

Ali, sobretudo no tocante a atividade industrial, vive-se emritmo febricitante. Instalam-se, no eixo da Via Dutra, estabeleci­mentos Industriais de grande valia, quer para o suprimento dasnecessidades regionais, quer para o sustento do gigante fabrilinstalado na Região Metropolitana da Grande São Paulo, querpara comercialização nos mais distantes pontos do Brasil, querpara o incremento de nossas exportações.

Naquele Vale, até mesmo as cidades outrora consideradas pe­.quena, que eram de indole eminentemente agropastoril, estãoassumindo o papel de suporte das grandes indústrias implantadasnas circunvizinhanças.

É o que está ocorrendo, na atualidade, com a cidade de SantoAntônio do Pinhal, que teve seu desenvolvimento acelerado nosúltimos anos, desde que voltou os olhos para a realidade da novaera.

Assim, considerando que praticamente todos os habitantes dacidade acham-se na situação de segurados ou beneficiários daprevidência social (quer exerçam atividades agropastoris ou in­dustrials), já se justifica a criação de um Posto de Atendimento,do INAMPS, naquele Município.

Com Isso, serão evitados os prejuízos decorrentes da perdade tempo resultante da utilização dos postos situados nas cidadesvizinhas.

Sala das Sessões, 17 de outubro de 1978. - Joaquim Bevi.lacqua,

PROJETO DE LEI N,0 5.691, DE 1978(Do Sr. Pacheco Chavesl

Dispõe sobre a validação, em caráter excepclonaJ, dI!'curso concluído em escola de nivei superior não reconhe­cida.

(As Comissões de Constituição e Justiça e de Educa­ção e Cultura.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 Têm direito à validação excepcional de curso. através

de exame perante banca examinadora designada pelo Ministérioda Educação e Cultura. os concluintes de curso de nível superiorque, autorizadJ a funcionar, velo, posteriormente, a ter o pedidode reconhecimento indeferido.

Art. 2.° O requerimento de validação, dirigido ao Ministroda Educação e Cultura, deve ser acompanhado de prova de con­clusão do curso,

Art. 3.0 O exame de validacão deverá realizar-se dentro doprazo máximo de sessenta (60) dias, a contar da data da entradado requerimento no Ministério da Educação e Cultura.

Art, 4.° O Poder Executivo regulamentará esta lei no prazode noventa (90) dias, contados da publicação.

Art. 5.° Esta Lei entra em vigor na data de suá publicação.Art. 6.° Revogam-se as disposições em contrário.

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Novembro de 1978 DI.\RI0 DO CONGRESSO NACIONAL <Seção 11 Quarta-feira 1.0 9971-Justificação

Correto - absolutamente eorreto - é o principio estabelecidono § 3.". do art. 153. da Constituição Federal. que diz:

"a lei não prejudicará o dIreito adquirido. o ato jurídico per­feito e a coisa julgada."

Incorreto - absurdo mesmo - é o comportamento de omis­são, tanto do aparelhamento legal vigente quanto das autoridadesdo ensino. quanto ao direito adquirido dos estudantes que concluemcursos de nivel superior em estabelecimentos escolares regular­mente autorizados a funclonar, mas que, ao cabo de algum tempo,tém indeferido o necessário pedido de reconhecimento.

Curial deve ser o entendimentto de que o estudante não par­ticipou do sistema que levou a escola a funcionar. dai porque nãoser direito encargá-Io com as conseqüências de um eventual fun­clonamento irregular ou de mero desatendimento a atos norma­tivos

O nosso projeto, baseado naquele princípio de direito, entrenós consagrado a nível de pre(:eito constituclonal, visa. justamen­te, evitar as injustiças que presentemente se praticam contra taiSestudantes, admitindo que eles possam validar o curso realizadoe concluído. através de um exame supervisionado pelo Ministérioda Educacão. Os detalhes, tanto relacionados com o exame. quan­to os pertinentes à banca examinadora e demais formalidadespara a regularização do diploma, ficarão para o regulamento daleI. aliás. como recomenda a boa técnica legislativa,

PROJETO DE Lln N.O 5.692, DE 1978

(Do Sr. Joaquim Bevilacqua)Autoriza o Poder I:xecutivo a implantar o Serviço So­

cial Escolar.,As Comissões de Constituição e Justiça. de Educaçãoe Cultura e de Finanças.)

O Congresso Nacional decreta:Art. LO Fica o Poder Elcecutlvo autorizado a implantar o

Serviço Social Escolar.Art. 2.° O Serviço Social Escolar manterá Assistentes Sociais

em tDdas as unidades da l'ede oficial de ensino que possuam núme­ro superior a 200 (duzentos) .,luno~.

Art. 3.° O Serviço Social ~scolar terá por finalidade o tmta­menta psicossocial dos membros do corpo discentes, a promoçãoescola-comunidade, a asseswria às associações ligadas às unidadesde ensino. o desenvolvimento de campanhas, seminários e ciclosde estudos. o incremento das atividades de lazer e a formação degrupos voltados para a prática cultural ou desportiva bem comoquaisquer outras atividades afins.

Art. 4.° O Poder Executivo regulamentará o disposto nestalei no prazo de 90 (noventa) dias, a contar da data de sua publi­cação.

Art. 5.° Esta Lei entra em vigor na data de sua publlcação.Art. 6.° Revogam-se as disposições em contrário.

JustificaçãoAs autoridades escolares. evidentemente, não ignoram a exis­

tência de problemas de ordem social que hoje envolvem os jovensestudantes. em seus lares. no meio social em que vivem e naspróprias unidades' de ensino. hoje desprovidas de recursos huma­nos capazes de ensejar a ampla orientação social aos seus alunos,complementando o processo educacional formal. através de ati­vidades extracurriculares.

A eficiência de qualquer sistema de ensino depende em gran­de parte das condições pslcoló!~icas apresentadas pelos aprendizes.Este fato não é menos conhecido do que o anterior. Mas nenhumamedida foi até aqui tomada objetlvando o tratamento dos evi­dentes problemas psicológicos, lmpostos aos jovens estudantes peladinàmica da vida moderna.

O sistema oficial de ensino não inclui como prioritário o tra­tamento ou prevenção das distorções de comportamento de mi­lhares de discentes. dos problemas de adaptação de outros tantosmilhares. dos desaj ustes famiilares e inúmeros outros problemaspsicossociais que incidem diretamente no processo educacionalformal. prejudicando-o.

A inaptidão para determinadas matérias. a ausência às auJas,as fugas, a rebeldia. a improdutividade. a agressividade. a inadp­tação a grupos, o desajustamento. e até a marginalização. sãoefeitos nem sempre emergido~. do sistema mas de causas muitomais complexas e profundas. muitas vezes até externas ao ambi­ente escolar, que exigem a in';ervenção de profissionais especial­mente preparados para o seu trato.

Cumpre pois conhecer as causas desses problemas e dar-lhes.soluções.

o Serviço Social, exercido por bacharéis - Assistentes Sociaisatigura-se-nos com principios, estrutura técnica. métodos de

atuação, capazes de preencher essa lacuna hoje existente em todasas unidades de ensino, nào só da rede oficial mas também da redeprivada. O jovem. com natural fragilidade de personalidade, de­pende do auxílio desse profissional para integrar-se no meio es­tudantil. eliminando suas eventuais tendências negativas. quasesempre latentes, descobrindo seus reais potenciaIs, suas deficiên­cias. seus problemas.

Essa ação, que os profissionais da área chamam de educação.assistemática. parece-nos ser o complemento ideal no sistemade ensino vigente, pois que permitirá o desenvolvimentot integraldo estudante, a partir da eliminação dos bloqueios psicológicos esociais capazes de interferir negativamente em seu rendimento.em sua capacitação,

O corpo docente de cada unidade de ensino ou comunidadeescolar tem suas atribuições voltadas para o ensino sistemáticomas são de relevante importância para a capacitação genéricados alunos as práticas especiais, próprias da área de formaçãosócio-cultural (programas culturais, desportivos, recreativos, tu­rísticos. de convivio. etc.) como também na própria área da for­mação formal (seminários. ciclos de estudos. debates l. Tambémai se faz imperativa a ação do Assistente Social. detentor detécnicas próprias, adequadas à sensibilização. motivação e exe­cução de taIs programas.

Detém ainda este proflssional plena capacitação para o as­sessorament<> aos Centros Cívicos, Associações de Pais e Mestres.quase sempre prejudicados por falta de orientação científica. Defato, a formação do Assistente Social o conduz a uma ação denivel prático, identificado com a prestação de serviço. com baseno conhecimento de tantas cIências, como Psicologia, Sociologia,Antropologia, Economia. Pesquisa e Estatística. Medicina Social,Planejamento Social. Administração. Política Social. Psiquiatria eHigiene Mental. dentre outras. Essa habilitação o credencia atu­ar junto às associações no sentido de bem conduzi-las à conse­cução de seus objetivos.

.Entendemos indispensável e urgente a adoção da medida pre­comzada pelo presente projeto de leI. A realidade social presente.principalmente no que se refere aos aglomerados de adolescentes(no caso os ambientes estudantis, vem exigindo cada vez maisa ação preventiva - e curativa em alguns casos - no sentidode se evitar a proliferação de prática anti-sociais Icomo uso dedrogas. por exemplo I. e o agravamento de problemas de compor­tamento. de adaptação e de formação.

A medida preconizada é bastante simples: a implantação doServiço Social Escolar em estabelecimentos de ensino que possuamnumero superior a duzentos alunos. Os fins a serem alcançados.porém. são infinitos e certamente servirão para oferecer ao Paísuma mocidade mais preparada para enfrentar os perigos e osdesafios futuros,

Se não cuidarmos de nossa juventude estaremos faltando comum grave dever. Muitas vezes o despreparo dos jovens acarreta ouso de tóxicos. Este. nos dias atuais. é o grande desafio que se nosa~resenta. O Serviço Social Escolar atuará como uma grande eefIciente arma na batalha que está sendo travada contra a disse­minação do uso de substâncias tóxicas e alucinógenas. De nadaadianta uma legislação penal rigorosa se. ao mesmo tempo. nãoforem acionados mecanismos que previnam o uso e esclareçam osmaleficios advindos por ele.

Esperamos contar com a decidida e entusiástica adesão detodos os nobres parlamentares para que a nossa juventude possaser melhor assistida.

Sala das Sessões, 17 de outubro de 1978. - Joaquim Bc!vi­lacqua.

PROJETO DE LEI N.o 5.693, DE 1978

lDo SI', Antunes de Oliveira.)

Integra õrgãos no Sistema Nacíonal de AssistênciaSocial.

(Às Comissões de Consti tuicão e Justica. de Trabalhoe Legislação Social e de Finanças.> .

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 Todas as entidades filantrópicas e estabelecimentose servicos mantidos por entidades de assisténcia a desvalidos. comoHospitais. pára-hospitais, Asilos. Abrigos. Escolas. creches. mu­tuárias. e serviços similares passam a integrar o Sistema Nacionalde A~sjsténcia Social -- SNAS.

Art. 2° Incumbirá ao Ministério da Previdência e Assistên­cia Social r;rocessar o cadastramento dos órgãos de que trataesta lei. promovendo a fiscalizacão de suas atividades.

Art. 3.0 O MPAS baixará as instruções para cumprimento dapresente lei.

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9972 Quarta-feira 1.0 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (S.çáo I) Novembro de 19'78

7181.1661.8121.5562.039

264

Art. 4.° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 5° Revogam-se as disposições em contrário.

Justificaçã.o

O Anuário Estatístico do Brasil - Edição de 1977, apresentaos seguintes dados, levantados em 1974. c.om base em 1972, já coma defasagem de 5 anos e. portanto. alterados para mais:

I - Estabelecimentos e serviços mantidos por entidades deassistência a desvalidos:

1.1 - Hospitais .1.2 - Pára-hospftais .- .1.3 - Asilos .- .1.4 - Abrigos , .1.5 - Escolas .1.6 - Outros .

Total (BRASIL) 7.555

Sócios subscritores ,... 2.554.777Auxíllos 23.237.393Pessoas assistidas 6.452.989

II - Associações de beneficência mutuária, no total de 1.677,prestando Auxílio (pilcunlário e funerário). Pensões (permanentes-e temporárias), Assistência Imédica, dentária, escolar, jurídica).

São órgãos que vivem da caridade pública, sem qualquer con­trole governamental, é certo que multas deles altamente creden­ciados. verdadeiras entidades filantrópicas.

O Ministério da Previdência e Assistência não pode ficar alheioao problema e o projeto justifica-se por si só, merecendo apro­vação.

Sala das Sessões, 2 de outubro de 1978. - Antunes de Oliveira.PROJETO DE LEI N.o 5.694, DE 1978

/Do Sr. Joaquim Bevllacqua)

Dispõe sobre a criação de Posto de Atendimento doInstituto Nacional de Assistência Médica da PrevidênciaSocial (INAMPS> no Município de Susano, Estado de SãoPaulo.

IAs Comissões de Constituição e Justiça, de Saúde ede Finanças.)

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 É criado um Posto de Atendimento do Instituto Na­cional de Assistência Médica da Previdência Social ilNAMPS) noMunicípio de Susano. Estado de São Paulo.

Art. 2.° O Pesto de Atendimento criado por esta lei seráinstalado imediatamente após a consignação dos re~urs::>s neces­sários. no orcamento do Instituto Nacional de Assistência Médicada Previdência Social fINAMPSl. e a designação, pelo Poder Exe­cutivo. do pessoal indispensável.

Art. 3.° Esta Lei entrará em vigor na data da sua publicação.

Art. 4.° Revogam-se as disposicões em contrário.

Justificação

Já em 1970. ano em que se realizou o último censo demográ­fico brasileiro. o Munlciplo de Susano registrou o númer::> de Quasesessenta mil habitantes, incluindo a zona urbana e a rural. de­monstração de que ocupava lugar de destaque entre as comunasconsideradas de porte médio.

Todavia. passados apenas alguns anos. Susano viu o númerode seus habitante, praticamente dobrar atingindo a casa d:lscento e dez mil. circunstância que credencia o municípi::> à expec­tativa de um crescimento e de um progre.o,so ainda maiores.

Na verdade. o desenvolvimento p::>pulacional e econômico deSusano explica-se pela sua localização próxima à área de influên­cia da Região Metrop.:>litana da Grande São Paulo. o maior par­que industrial da Amériea Latina. segundo reconhecem os maisrenomados estudiosos da problemática econômica.

Assim. embora inicialmente ligada ao trato da terra, por in­fluência dos imigrantes Que ai: se fixaram a pJpulariio de SlFnnoacabou paulatinamente cedendo à pre~,sã::> industrial. transfor­mand::> a atividade agrícola l principalmente de hortlfrutigran­gel!'os) cm ínfima parcela componente da economia local.

Essa reviravolta. sob muitos aspectos altamente promissora,acarretou algumas distorçêes de cunho social. eis que desabousobre o municíp:o com celeridade inusitada e de molde a destruiros mais apuradcs trabalhos de phnejamento administrativo.

Tratando ap2nas da Questã::> previdenciária, objctlvo deste p~o­

jeto, diríamos que Susano atravessa um período de terrivel cri.se,

pois. não há no municipio sequer um posto de atendimento médicoaos segurados e seus beneficiários-dependentes .

Ora, se nos Idos de 1970. quando era relativamente pequeno onúmero de segurados da previdência social, a localidade experi­mentava carência de atendimento médico, o que dizer agora. queSusano abriga cerca de oitenta mil beneficiários do Sistema Na­cional da Previdência Social fSIMPASI.

Diariamente. milhares de pessoas deixam Susano, ainda antesdo sol nascer, em busca de atendimento médico nas cidades cir.cunvizinhas, suportando situações incômodas e substanciais pre­juizos financeiros. Tudo Isso, porque não dispõem de um postoinstalado na própria cidade onde residem e trabalham, emborarecolham aos cofres previdenciários, religiosamente, as contribui­ções a que estão sujeitos, na qualidade de segurados obrigatórios.

Para obviar situação assim flagrantemente Injl:sta. heis quesó remete deveres aos segurados da previdência social, sem a con­traprestação efetiva de seus dIreItos, tomamos a Iniciativa desteprojeto de lei. Pelo menos' no que respeita â saúde. é imperiosoque dispensemos ao trabalhador-segurado um tratamento condignocom a condição que desfruta em nossa sociedade. como artíficedo nosso progresso.

Sala das Sessões, 17-10-1978. - Joaquim Bevilacqua,

PROJETO DE LEI N.o 5.695, DE 1978

IDo Sr. Dayl de Almeida)

Acrescenta parágrafo ao art. 58 do Decreto-Lei n.o 221,de 28 de fevereiro de 1967.

(As Comissões de Constituição e Justiça. de Ciência eTecnologia e de Finanças.)

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.° O art. 58 do Decreto-Lei n.O 221, de 2 de fevereirode 1967. passa a vigorar acrescido do seguinte parágrafo único:

"Art. 58. . ,

Parágrafo úni~:l. Os infratores d::> art. 37, em caso dereincidência. além da penalidade prevista neste artigo,terão seus estabe~ecimentos :nterditados até que corrijamseu funcionamento irregular."

Art. 2.° Esta Lei entra em vigor na data de sua pLblicação.Art. 3.° Revogam-se as disposições em contrário.

JustificaçãoNão é rr.ais possível permitir-se que nossos rios, nossos lagos,

nossos mares sejam poluídos de forma criminosa, sem que se to­mem medidas mais enérgicas para coibir esse atentado. poderíamosmesmo dizer, contra a humanidade.

As denúncias de água.s poluídas são diárias. Vários rios estãocorreçando a morrer. principalmente nos Estados mais desenvol­vidos. É o preço do progresso? Não. É o fruto da irresponsabilidadee da ganância de empresários que. de forma egoísta e imediatista.vêem apenas seus intel·esses. procurando auferir cada vez maioreslucr::>s, sem medir as conseqüências para a vida. não só animal,como também humana. dos detrItos poluldores que lançam àságuas.

Os rios Paraíba do Sul. no Estado do Rio. e Tietê, em SãoPaulo. são tristes exemplos do Ql:e afirrr.amos. O litoral baiano estácontaminado. em Yários trechos. pelo mercúrio. A costa paulistada mesma forma se encontra prejudicada pela ação poluidora dealgumas indústrias. E esses são apenas alguns exemplos.

Po. poluição ê (]~ todo condenável. não só pekl mal que causaao equilíbrIo ecológico. como diretamente a::> hcmem, privando­lhe. no caso dos pequenos pescadores, que tiram das águas seusustento e o de sua família. dos meios de ganhar a vida. O núrr.erode peixes mortos e me,smo o desaparecimento de espécies em al­guns locais devem merecer maior atenção por parte das autoridadesresponsáveis.

O Decreto-Lei n.O 221. de 28 de fevereiro de 1967. que dispõesobre a proteção e estimulos à pesca. prevê penaliclades qt;C va­riam de um a dez salários minimos para os Que poluam as águas.Ma.s c·:mvenhamcs, o que representa CrS 1.600.00 para urr.a grandeindústria?

Além disso. a fiscalização deficiente possibilita que. após amulta. a indústria c::>ntInue a infringir o tcxto legal. Necessário,portanto, que além da penalidade pecuniária. sejam esses estabe­lecimentos interditados. para que seus proprietários tomem me­didas capazes de impedir a continu~dade de sua ação poluiC:::>ra.

Este o objetivo do presente projeto, que. estamos certos. peloseu elevado alcance. contará com o apoio dos nobres pares destaCasa.

Sala das Sessões. 16 de outubro de 1978. - Dayl de Almeida

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Novembro de 1978 mARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção li Quarta-feira 1." 9973

LEG/SLAÇAO CITADA., ANEXADA PELO AUTOR

DECRETO-LEI N.o 221, DE 28 DE FEVEREIRO DE 1967

Dispõe sobre a proteção e estimulos à pesca e dá ou­tras providências,

.. CA PíTULO IVDas Permissões, Proibições e Concessões

TtTULO I

Das Normais Gerais

Art. 37. Os efll:entes das redes de esgotos e os resíduos líqui­dos ou sólidos das indústrias somente poderão ser lançados àSáguas. quando não as tornarem poluídas.

§ 1° Considera-se poluição qualquer alteração das proprie­dades físicas, químicas ou biológicas das águas, que possa consti­tuir prejuízo, direta ou indiret:~mente, à fauna e à flora aquática.

§ 2° Cabe aos governos estaduais a verificação da poluiçãoe 'li tomada de providência para coibi-Ia.

§ :>.0 O Governo Federal supervisionará o cumprimento dodisposto no parágrafo anterior.

CAPíTULO VI

Das Infr8('ões e das Penas

Art. 58. As infrações aos artigos 19, 36 e 3'7 serão punidas coma multa de um a dez salários mínimos mensais vigentes na Capitalda República, dobrando-se na reincidência.

PROJETO DE LEI N." 5.696, DE 1978

(Do Sr. Dayl de Almeida)

Acrescenta parágrdos aos arts. 18 e 26 do Decreto-Lein.o 221, de 28 de fevereiro de 196'7, para conceituar o pes­cador artesanal, e determina outras providências.

(As ComiSSões de Constituição e Justiça, e de Trabalhoe Legislação Socla!l e de Finanças.l

O Congresso Nacional decreta:Art, 1.0 O Decreto-Lei n.O 221, de 28 de fevereiro de 1967.

passa a vigorar com ai seguintes mcdif!caçães:

I - O art, 18 passa a viger acrescido do seguinte § 1.0, re­numerado seu parágrafo único para § 2°:

..Art, 18. .,' , , , , ' , .

§ 1.° O disposto neste artigo não se apllca ao pes­cador artesanal, definido no § 1.0 do art, 26 deste decreto."

II - o art. 26 fica acrescido do seguinte § 1.0, renumerando seuparágrafo único para § 2,°:

"Art, 26, .. " ', , ,., .

§ 1.0 Considera-se. para os efeitos desta lei, pescadorartesanal o profissional que exerça a atividade pesqueira,possuindo ou não embarcações d~ pesca que, em conjunto.não ultrapassem a 20 (vinte) toneladas brutas. ou quese dedique à aqüicu!tura não-empresarial. participandodiretamente dessa prática sozinho ou sob regime de par­ceria,"

Art. 2,° Dentro do prazo de 60 \sessenta) dias, o Poder Exe­cutivo regulamentará a pesca artesanal, estabelecendo:

I - zcnas de pesca privativas dos pescadores artesanais;

II - sanções para os pescadores que praticarem outras moda­lidades de pesca nas zonas mencionadas no inciso I deste artigo.

Art. 3.° Esta Lei entra em vigor na data de sua pub;icação.

Art. 4.° Revogam-se as disposições em contrário.

Justificação

O trabalho do homem do mar sempre nos sensibilizou. É umlabor árduo, fisicamente desgastante e que, quando praticado deforma artesanal. se apresenta pouco rendoso.

Com o presente projeto de lei, pretendemos atender a justasreivlnC:icações de nos~os labcriosos pescadores defendidas no I En­contro Regional de Pesca Artesanal Sul-Sudeste.

A legislação disciplinadora da atividade pesqueira ê omissano que se refere ao pescador artesanal, o que enseja que. sob certosângulos, seja confundido com o "pescador profissional" e, sob ou­tros, com o próprio "armador de pesca".

Na verdade, dois são os tipos de pesca praticados no Brasil:a empresariai, feita com objetivos industriais e ccordenada porempresas privadas, e a artesanal, ou seja, aqueia do pescador in­dividuai ou da comunidade de pescadores. realizada â base dajangada. do arrastão ou de mansuás de água doce.

Como primeiro passo para que possam lfr. no futuro, a de­fender seus interesses junto à. SUDEPE, sugerem a alteração doDecreto-Lei n.o 221, de 1967, a fim de que nesse verdadeiro Es­tatuto da Pesca seja introduzido dispositivo conceituando o pes­cador artesanal. Defendem também a necessidade de o órgão com­petente regulamentar a atividade. evitando dessa forma que venhaa ser prejudicada, como vem ocorrendo, por parte dos pescadoresIndustriais.

A medida legislativa que submetemos à. consideração dos nobrespares avulta em importância se considerarmos o vasto litoral bra­sileiro e nosso patrlmõnio fluvial, de onde milhares de pescadoresainda tiram seu sustento e o de sua família.

Esperamos. pois, contar com o apolo dos ilustres pares para atransformação desta proposição em uma lei que beneficiará tantospatricios.

Sala das E'essões. 16 de outubro de 1978. - Dayl de Almeida.

LEGISLAÇAO CITADA, ANEXADA PELO AUTOR

DECRETO-LEI N.o 221, DE 28-2-67

Dispõe sobre a proteção e estimulos à pesca e dá ou­tras providências.

CAPITULO II

Da Pesca Comercial

TíTULO II

Das Empresas Pesqueiras

Art. 18. Para os efeitos deste Decreto-lei define-se como"indústria da pesca", sendo conseqüentemente declarada "indústriade base", o exercicio de 'ativ!dade de captura. conservação, bene­ficiamento, tranSformação ou industrialização dos seres animaisou vegetais que tenham na água seu meio natural ou mais fre­qüente de vida.

Parágrafo único. As operações de captura e transformaçãode pescado são consideradas atividades agropecuárias para efeitodos dispositivos da Lei n.o 4.829. de 5 de novembro de 1965 queinstitucionalizou o crédito rural e do Decreto-lei n,o 167, de 14 defevereiro de 1967, que dispõe sobre titu:os de crédito rural.

TITULO IV

Dos Pescadores ProfissionaiS

Art. 26. Pescador profissional é aql:ele que, matriculado narepartição competente segundo as leis e regulamentos em \igor,faz da pesca sua profissão ou meio prin~ipal de vida.

Parágrafo único A matrícula poderá ser cancelada quandocomprovado que o pescador não faça da pesca sua profiss3.o ha­bitual ou quando infringir as d:sposições deste Decreto-leI e seusregulamentos. no exercicio da pesca.

PROJETO DE LEI N.O 5.697. DE 1978

(Do SI'. Athiê Coury)

Dispõe sobre a isenção de despesas para o registro denascimento, na condição que especifica..

(Anexe-se ao Projeto de Lei n.O 4 223/77. nos termosdo art. 71 do Regimento Interno.)

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 C registro de nascimento e a sua primeir:t certidãoficam isentos do pagamento das custas e de qua1.5quer o~ltra.;; nes­pesas, quando a pessoa enc,uregada de fazê-lo comprova: que oseu rendimento mensal não ultrapassa o corre.5pondente a 2 (dois)salários mínimos da região do respectivo Cartório.

Art. 2.° Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.Art. 3.° Revogam-se:ls disposições em contrário.

Page 18: CÂMARA DOS, DEPUTADOSimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD01NOV1978.pdf · 1 - ATA DA 146." SESSÃO DA 4.0. SESSÃO LEGISLATIVA DA 8.0. LEGISLATURA, EM 31 DE OUTUBRO DE 19'78. 1

9974 Quarta.feIra 1.° DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Novembro de 1978

JnstificaçãoO registro de nascimento ê a primeira providência indispensá­

vel para que a pessoa natural passe a desfrutar de personalidadejuridica; tal registro Imprime reconhecimento jurídico à pessoafísica, qualificando-a para os atos da vida civil.

Levando em conta a relevância desse procedimento, o Estadocuidou de torná~lo obrigatório. especificando as pessoas que devemtratar de realizá-lo e um determinado prazo para a sua efetivação,.sob pena da aplicação de multa.

Os Cartóríos encarregados desse registro, como ê natural, estão.autorizados à cobrança das despesas resultantes da lavratura doassentamento, de acordo com o regimento de custas competente,diretamente dos pais ou responsáveis pelo registrando.

Os responsáveis pelo registro, quase sempre os pais do recêm­nascido, freqüentemente não dispõem dos recursos necessários aopagamento das despesas de Cartório, pois seu rendimento mensal,já insuficiente, ficou onerado pela carga extraordinária dos gastoscom hospital, mêdicos, remêdios e outros mais.

A falta de recursos, então, impede que o registro seja feitoem tempo hábil. Depois, a mesma falta de recursos e o acréscimoda multa pelo atraso determinam que o registro não se faça mais.

Dai, o considerável número de pessoJS, atê adultas, que aindacarecem do registro de nascimento e. por isso, incapazes para aprática de Inumeráveis atos da vida civil.

Tão expressiva ê a incidência desses casos. que o Poder Públi­co entendeu necessária a edição da Lei n.O 765, de 14 de julho de1949, dispondo sobre a situação dos brasileiros ainda não inscritosno registro civil de nascimentos e estabelecendo isenção de despe­sas para o registro dos pobres.

Esse beneficio da lei, não obstante seja justo e oportuno,parece-nos que envolve uma contradição. Realmente, não podemosatinar com as razões que olientaram esse critêrio. ou seja, esperarque as pessoas pobres cheguem à idade adulta para mereceremo benefício da isenção de despesas com o registro.

Na verdade. ° mais lógico seria instituir o beneficio para or~stro imediatamente após o nascimento, providência que afas­taria todos os transtornos que só terminam com o registro tardio,agraciado com a isenção de despesas.

Para ajustar essa questão aos imperativos de ordem prática,tomamos a iniciativa deste projeto de lei. em que consideramoscarentes de recursos os interssados que não têm rendimento men­sal superior a dois salários mínimos regionais.

Sala das Sessões, . - Athiê CoUry.

LEGISLAÇAO PERTINENTE, ANEXADA PELA COORDEN.4ÇAODAS COMISSõES PERMANENTES

LEI N." 6.015, DE 31 DE DEZEMBRO DE 1973

Dispõe sobre os registros públicos, e dá outras provi­dências.

TÍTULO II

Do Registro Civil de Pessoas Naturais

CAPíTULO I

Disposições Gerais

Art. 30. Das pessoas comprovadamente pobres, à vista deatestado de autoridade competl:'nte. não será cobrado emolumentopelo registro civil e respectiva certidão.

CAPITULO lU

Das PenalidadesArt. 46. As declarações de nascimento feitas após o decurso

do prazo legal somente serão registradas mediante despacho dojuiz competente do iugar da residência do interessado e recolhi­men,to de multa correspondente a 1/10 do salário mínimo daregião.

t 1.° Será dispensado o despacho do j ulz, se o registrandotiver menos de doze anos de idade.

t 2.° Será dispensada de pagamento de multa a parte pobre(art. 30).

§ 3.° O juiz somente deverá exigir justificação ou outra provasuficiente se suspeitar da falsidade da declaração.

§ 4.° Os assentos de que trata este artigo serão lavrados nocartório do lugar da residência do interessado. No mesmo cartório.serão arquivadas as petições com os despachos que mandaremlavrá-los.

§ 5.° Se o juiz não fixar prazo menor, o oficial deverá lavraro assento dentro em cinco dias. sob pena de pagar multa corres­pondente a um salário minimo da região.

CAPíTULO IV

Do NaseimentoArt. 50. Todo nascimento qr;e ocorrer no territór!o nadonal

deverá ser dado a registro (vetado) no lugar em que tiver ocorridoo parto (vetado) dentro do prazo de quinze dias, ampliando-seaté três meses para os lugares distantes mais de trinta quilômetrosda sede do cartório.

§ LO Os índios. enquanto não integrados, não estão obriga­dos a inscrição do nascimento. Este poderá ser feltp em livro pró­prio do órgão federal de assistência aos índios,

§ 2.° Os menores de vinte e um anos e maiores de dezoitoanos poderão, pessoalmente e isentos de multa, requerer o registrode seu nascimento.

§ 3.° É facultado aos nascido anteriormente à obrigatorle·dade do registro civil requerer, isentos de multa, a inscrição <J.eseu nascimento.

§ 4.° Aos brasileiros nascidos no estrangeiro se aplicará o dis­posto neste artigo, ressalvadas as prescrições legais relativas aosconsulados.

PROJETO DE LEI N.o 5.698, DE 1978

(Do Sr. Gerson Camata)Veda a exibição de jornais de atualidades cinemato­

gráficas nos cinemas comerciais.(As Comissões de Constituição e Justiça. de Comuni­

cação e de Educação e Cultura.)O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 Fica vedada a exibição de jornais de atualidades

cinematográficas nos cinemas comerciais existentes no territó­rio nacional.

Art. 2° Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 3.° Revogam-se as disposições em contrário, especial­

mente o Decreto-h:i n.o 483. de 3 de març'o de 1969.

JustificaçãoÉ in~gável a importância do cinema como instrumento de

preservação e renovação cultural, alêm de agente de integraçãonacional.

Em todos os países, desenvolvidos ou em desenvol\imento, ocInema ocupa lugar de destaque na vida nacional. O Brasi~. hádêcadas. reconheceu a necessidade de incentivá-lo. tendo em vistaa modernização da sociedade brasileira e a divulgação de nossoscostumes nas sociedades mais dístantes. atitude que tem contri~

buído para tornar o país mais conhecido. beneficiando, Inclusive,nossa política de exportações.

Os prêmios int·ernacionals conferidos e o aumento da audiên·cia vêm comprovando o grau de maturidade alcançado pelo cine­ma brasileiro. quer através dos filmes de longa quanto dos decurta metragem.

Recentemente conquistamos mercados exigentes. com,') o eu­ropeu, o que nos levou a projetar uma estratégia de comerciali­zação de nosso cinema nas áreas onde o País possui afinidadesculturais, como a Amêrica Latina. a' Africa, a França, a Espanhae a Itália.

Podemos dizer que há um verdadeiro movimento popular emprol do cinema brasileiro. ta: como se verifica em relação a no,s­sa música popular. Uma verdadeira consci·entlzação cultural quese torna mais patente com os avanços da técnica e dos incenti.vos governamentais.

Concordamos plenamente com as medidas protecionistas ado­tadas em relação ao cinema brasileiro. como as que €st:tt·~lecem

obrigatoriedade de exibição de filmes de longa e curta metragemdurante determinação número d·~ dias.

A medida aqui proposta em nada conflitará com os interessesdessa )mportante Indústria nacional. Nosso objetivo ê aperfeiçoara programação cinematográfica, levando em conta o Interr.5se dopúblico pagant·e e que, por isso mesmo. deve ter seus direitosassegurados.

A apresentação de jornais de atualidades clnema·ográficas nâomais atende a finalidade c-om que foi Instituida -- a de Informar,nem agrada ao público já suficientemente informado através deoutros veículos notIciosos.

Atua:ment~, graças à instantamidade com que as notícias sãotransmitidas pelo rádio e pda televisão, e à rapidez com que são

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Novembro de 1978 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 1.° 9975

difundidos pela imprensa. o noticiário cinematográfico tornou-seobsoleto. E. como se não bast3.5se, as notícias são reprisadas du­rante vários dias. impacientando os espectadores e tornando assessões cinematográficas cansativas e enfadonhas.

O próprio aspecto cultural, cuja preservaçãa é necessária emuitas vezes inerente ao tema. focalizado no jornal da tela, en­contra-se vantajosamente suprido pelos documentários de curtametragem, de exibição obrigatória.

Confiamos em que a med:ida proposta contará com o apoiodos ilustres pares. inclusive porque constitui reivindicação dosprodutores cinematográficos, reunidos recentemente no Rio de Ja-neiro. .

§ 2° A exibição de filmes com tal classificação isenta o exi­bidor da ·obrigatoriedad·e de programar na mesma sessão qualqueroutro filme de curta metragem.

Art. 6.° Este Decreto-lei entrará em vigor trinta dias depoisde sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

PROJETO DE LEI N.o 5.699, DE 1978

(Do Sr. Antunes de Oliveira)

Proíbe a cobrança de juros de mora e multas, na ocor·rência de aplicação da correção monetária.

(As Comissões de Constituição e Justiça, de Economia,Indústria e Comércio e de Finanças.)

O Congresw Nacionai decreta:

Art. 1.0 No pagamento de taxas. impostos, levantamentos dedébitos por órgãos previdenciários, assistenciais e trabalhi.stas évedada a inclus2.o. de va'ores a títulos de juros Cç mora e de multas,quando ocorrer a aplicação ao montante principal da divida dovalor da correção monetária até a data da llquidação do débito,exceto as despesas judiciais que não poderão ultrapa"sar de lo<;~,

(dez por cento) do débito.

Art. 2.° Juntamente com I) débito atualizado pela correçãomonetária. o devedor pagará os juros à taxa de mercado pelo prazo

LEGISLAÇAO CITADA. ANEXADA PELA COORDENAÇAODAS COMISSÕES PERMANENTES

DECRETO-LEI N.o 483. DE 3 DE MARÇO DE 1969

Dispõe sobre a obrigatoriedade de inserção de assun­tos de interesse educativo nos jornais de atualidades ci­nematográficas e estabelece nova classificação para fil­mes de curta melragem.

Art. 1.0 Os produtores de jornais de atualidades cinemato­gráficas ficam obrigados a inserir no início de cada n;me umassunta classificado como interesse educativo, com duração pelomenos de dois minutos.

Art. 2.° Os filmes para as inserções serão produzidos ouadquiridos pelo Instituto Nacional de Cinema, cabendo a AssessoriaEspec:al de Relações Públicas da Presidência da República fazer aindicação dos assuntos.

Parágrafo único. A distribuiQão será feita através do Servi­/;0 de Censura de diversões Públicas do Departamento de PolíciaFederal, em cópias positivas e sonorizadas, sem ônus para os pro­dutores dos jornais de atualidades cinematográficas.

Art. 3.° Os produtores ficarão dispensados da obrigatorieda­de estabelecida no art. 1° quando a edição do jornal não ultra­passar três cópias ou quando I) Serviço de Censura rle DiversõesPúblicas não forn·ecer, por falta de disponibilidade, as cópias po­sitivas wnorizadas.

Art. 4.° Nenhum Certificado de Censura para jornais cine­matográficos de atua;idades será concedido peio Serviço de Cen­sura de Diversões Públicas do Departamento de Polícia Fed2ralsem que esteja observada a disposição do art. 1.0

§ 1.0 Do verso do Certificado de Censura constará o títuloe a metragem do assun'o de interesse educativo. inserido no iar­nal ou, se for o caso. ·0 motivo da dispensa.

§ 2° Será expedido um certificado de censura para cada có­pia de filme, vedada a reprodução por fotocópia ou por qualquer-<lutro processo.

Art. 5° O Instituto Nacional de Cinema classificará como de"Utilidade Pública" os filmes de curta metragem que forem indi­cados pela Assessoria Especial de Relações Públicas da Presidên­da da República.

§ l° Todos os cinemas e)tistentes no território nacional fi·i:aIn obrigados a exibir, mediante determinação do Instituto Na­cional de Cinema, os fi:mes de curta metragem assim classifica­dos.

Sala das Sessões, - Gerson Camata.

de atraso que for apurado. contado sobre o débito não corrigido.apurado mês a mês.

Art. 3.° O Conselho Monetário Nacional fixará, mensalmente,a taxa de mercado para fins desta lei, revogado no que contrariaresta disposição. o Decreta n.o 22.626, de 7-4-1933, que dispõe sobreos juros nos contratos e dá outras providências e o Decreto-lein.O 869, de 18-9-1938, Decreto-lei n.O 9.840. de 11-9-1946 e LeinO 1.521, de 26-12-1951 (artigo 4.°. letras "a" e "b"l, dispondosobre crimes contra a economia popular.

Art. 4.° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 5.° Revogam-se as disposições em contrário.

Justificaçã.o

Sabemos o caso de um levantamento de repartição do impostono valor de Cr$ 40.000,00 (quarenta mil cruzeIros) que ao chegarao Executivo Fiscal, com multas, juros de mora e correção mone­tária estava perto da casa de Cr$ 1. 000.000,00 (hum milhão de cru­zeiros).

A correçáo monetária coloca o valor da moeda da época da.dívida inicial ao valor corrente. Não há, assim, nenhum prejuízo!)ara o credor. com a mora. O seu direito resume-se apenas nosjuros da operação do dinheiro investido. O projeto deixa de ladoa taxa legai, a taxa contratual, que possivelmente seriam menores,para punir o devedor com uma "taxa de mercado", acima dapermissivel pela lei da usura.

Finalmente, se nào há prejuízos financeiros. com a moeda.corrigida. duplamente, no principal e pela adoção da "taxa demercado" por ql:e exlg'lr multa?

Esperamos que o projeto seja aprovado e transformado em lei,não punindo de forma anti-social o devedor retardatário.

Sala das Sessões, 2 de outubro de 1978. - Antunes de Oliveira.

LEGISLACAO .cITADA. ANEXADA PELA COORDENAÇÃO. DAS COMISSoES PERMANENTES

DECRETO N.o 22.626, - DE 7 DE ABRIL DE 1933

Dispõe sobre os.juros dos contratos e dá outras providências.

O Chefe do Governo Provisório da República dos Estados Uni­dos do Brasíl:

Considerando que todas as legislações modernas adotam nor­mas severas para regular, impedir e reprimir os excessos pratica­dos pela usura;

Considerando q'ue é de interesse superior da economia do paisnão tenha o capital remuneração exagel"ada impedindo o desen­volvimento das classes produtoras:

Decreta:

Art. 1.0 É vedado, e será punido nos termos desta lei, esti­pular em quaisquer contratos taxas de juros superiores ao dobroda taxa legal (Côd. Civil, art. nO 1.062L

§ 1° Essas taxas não excederão de 10e;;, ao ano se os con·tratos forem garantidos com hipotecas urbanas, nem de 8% aoano se as garantias forem de hipotecas rurais ou de penhoresagrícolas.

~ 2.° Nâo excederão igualmente de 6% ao ano os juros dasobrigações expres.sa e declaradamente contraidas para financia­mento de trabalhos agricolas, ou para compra de maquinismos ede utensílios destinados à agricultura, qualquer que seja a moda­lidade da divida. desde que tenham garantia real.

§ 3.° A taxa de juros deve ser estipulada em escritura pú­blica OU escrito particular, e não o sendo. entender-se-á que aspartes acordaram nos juros de 6% ao ano, a contar da data dapropos!tura da respectiva ação ou C:J protesto cambial.

Art. 2.° É vedado, a pretexto de comíssão receber taxas mai-ores do que as permitidas por esta lei. .

Art. 3° As taxas de juros estabelecidas nesta lei entrarão emvigor com a sua publicação e a partir desta data sefão aplicà­veis aos contratos existentes ou já ajuizados.

. Art. 4° É proibido contar juros dos juros: esta proiblçáonão compreende a acumulação de juros vencidos aos saldos lí­quidos em conta corrente de ano a ano.

Art. 5.° Admite-se Que pela mora dos juras contratados estes::cjam elevados de 1% e não mais.

Art. 6.° Tratando-se de operacões a prazo superior a (6)seis meses, quando os juros ajustados forem pagos por antecipa­ção, o cálculo deve ser feito de modo que a importância dessesjuros. não exceda à que produziria a importância liquida da opera­ção no prazo convencionado, às taxas máximas que esta leí permite.

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9976 Quarta-feira 1.0 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção n Novembro de 1978

Art.7.0 O devedor poderá sempre liquidar ou amortizar adivida quando hipotecária ou pfgnoratícia antes do \ encimento,sem sofrer imposição de multa, gravame ou encargo de qualquernatureza por motivo dessa antecipação.

§ 1.0 O credor poderá exigir que a amortização não seja in­terior a 25'Y, do valor inicial da divida.

§ 2.° Em caso de amortização os juros só serão devídos sobreo saldo devedor.

Art. 8° As multas ou cláusulas penais. quando convencio­nadas, reputam-se estabelecidas para atender a despesas judí­ciais e honorários de advogados, e não poderào ser exigidas quandonão for intentada ação judicial para cobrança da respectiva obri­gação.

Art. 9° Não é válida a cláusula penal superior à importân­cia de 10% do valor da divida.

Art. 10. As dívidas a que se refere o art. 1.0, § 1.0, in fine,e 2.°, se existentes ao tempo <;la publicação desta lei, quando efe­tivamente cobertas. pojerâo ser pagas em 1101 czz prestaçõesanuais iguais e continuadas, se assim entender o devedor.

Parágrafo único. A falta de pagamento de uma prestação,decorrido um ano da publicação desta lei. determina o vencímen­to da dívida e dá ao credor o díreíto de excussão.

Art. 11. O contrato celebrado com infração desta lei é nulode pleno direito, ficando assegurado ao devedor a repetlção doque houver pago a mais.

Art. 12. Os corretores e Intermediários, que aceitarem ne­gócios contrários ao texto da presente lei. incorrerao em multade cinco a vinte contos de réis, aplicada pelo ministro da Fazendae, em caso de reincidência. serão demitidos. sem prejuízo de outraspenalidades aplicáveis.

Art. 13. É considerado delito de usura, toda a simulaçao ouprática tendente a ocultar a verdadeira taxa do juro ou a fraudaros dispositivos desta lei. para o fim de sujeitar o devedor a maio­res prestações ou encargos, além dos estabelecidos no respectivotítulo ou instrumento.

Penas - Prisão por (6) seis meses a i 1) um ano e multasde cinco contos a cinqüenta contos de réis.

No caso de reincidência, tais penas serão elevadas ao dobro.Parágrafo único. Serão responsáveis como co-autores o agen­

te e o intermediário, e, em se tratando de pessoa juridica, os quetiverem qualidade para representá-Ia.

Art. 14. A tentativa deste crime ê punível nos termos dalei penal vigente.

Art. 15. São consideraaas circunstâncias agravantes o fatode, para conseguir aceitação de exigências contrárias a esta lei,valer-se o credor da inexperiência ou das paixões do menor, ouda deficiência ou doença mental de alguêm, ainda que não es­teja interdito, ou d'e circunstâncias aflitivas em que ee encontreo devedor.

Art 16. Continuam em vigor Os arts. 24. parágrafo único.D.oS 4 e 27 do Decreto n.O 5.746, de 9 de dezembro de 1929. e art.44. n.O I, do Decreto n.o 2.044. de 17 de dezembro de 1908, e asdisposições do Código Comercial, no que não contravierem comesta leI.

Art. 17. O Governo FeC:'era1 baixará uma lei esoecial. d:s­pondo sobre as casas de empréstimos sobre penhores e congêneres.

Art. 18. O teor desta lei será. transmitido por telegrama atodos os interventores federais, para que a façam publicar In­continenti.

Art. 19. Revogam-se as disposições em contrário.

DECRETO-LEI N.O 869, DE 18 DE NOVEMBRO DE 1938Define os crimes contra a economia popular, sua guar­

da e seu emprego.

Art. 1° Serão punidos na forma desta lei os crimes contra aeconomia popular, sua guarda e seu emprego

Art 2° . São crimes dessa natureza:I - destruir ou Inutilizar, intenclonalmente e sem autoríaa­

ção legal, com o fim de determinar alta de preços, em proveitopróprio ou de terceiro, matérias-primas ou produtos neces.sáriosao consumo do povo;

II - abandonar ou fazer abandonar lavouras ou plantações,suspender ou fazer suspender a atividade de fábricas. usinas ouquaIsquer estabelecimentos de produção, ou meios de transporte,mediante indenizaç.io paga pela desistência da competição;

lU - promover ou participar de consórcio, convênio. ajuste,aliança ou fusão de capitais, com o fim de Impedir ou dificultar,

para o efeito de aumento arbitrário de lucros, a concorrência emmatéria de produção, transporte ou comércio;

IV - reter ou açambarcar matérias-pr:mas, meios de pro­dução ou produtos necessários ao consumo do JX)vo. com o fim dedominar o mercado em qualquer ponto do pais e provocar a altados precos;

V - vender mercadorias abaixO do preço de custo com otim de impedir a concorrência;

VI - provocar a alta ou baixa de preços, títulos públicos. va­lores ou salários por meio de notícias falsas, operações fictíciaspu qualquer outro artifícío;

VII - dar Indicacões ou fazer afirmações falsas em prospec­tos ou anúncíos, par::.' o fim de subscrição, compra ou venda detítulos, ações ou quotas;

VIII - exercer funções de direção, administração ou gerên­cia de mais de uma empresa ou sociedade do mesmo ramo de In­dústria ou comércio com o fim de impedir ou dificultar a con·con:êncla;

IX - gerir fraudulenta ou temerariamente bancos ou estabe­lecimentos bancários, ou de capitalização; sociedades de seguros,pecúlios ou pensões vítalícias: sociedades para empréstimos ou fi­nanciamento de construções e de vendas de imóveis a prestações,com ou sem sorteio ou preferência por meio de pontos ou quotas;caixas econômicas: caixas Raiffeisen: caixas mútuas, de bene­ficiência. socorros ou empréstirr:os: caíxas de pe~úlio. pensão eaposentadoria; caixas construtoras; cooperativas; sociedades deeconomia coletiva, levando-as à falência ou à insolvênc:a. ou nãocumprindo qualquer das cláusulas contratuais com prejuízo dosinteressados;

X - fraudar de qualquer modo escriturações, lançamentos,registros, relatórios, pareceres e outras informações devidas a só­cios de sociedades civis ou comerciais, em que o capital seja fra­cionado em ações ou quotas de valor nominativo ígual ou inferiora 1:000S000. com o fim de sonegar lucros, dividendos, percentagens,rateios ou bonificações, ou de desfalcar ou desviar fundos de re­serva ou reservas técnicas

Pena: prisão celular de 2 a lO anos e multa de 10:000$000 a50:000S000

Art. 3° São ainda crimes contra a economia popular. suaguarda e seu emprego:

I - celebrar ajuste para impor determinado preço de revendaou exigir do comprador que não compre de outro vendedor;

II - transgredir tabelas oficiais de preços de mercadorias;III - obter ou tentar obter ganhos ilicitos, em detrimento do

povo ou de número indeterminado de pessoas, mediante especula­ções ou processos fraudulentos "bola de neve", "cadeias", "pichar­dismos, etc.);

IV - violar contrato de venda a prestações, fraudando sorteiosou deixando de entregar a coisa vendida, sem devolução das pres­taçces pagas, ou descontar destas, nas vendas, com· reserva de do­mínio. quando o contrato for rescindido por culpa do comprador,quantia maior do que a correspondente à depreciação do objeto;

V - fraudar pesos ou medidas padronizados em lei ou regula­mento; possui-los ou detê-los, para efeitos de comêrcio, sabendoestarem fraudados.

Pena: prisão celular de 6 meses a 2 anos, e multa de 2:000$a 10:0008.

Art. 4.° Constitui crime da mesma natureza a usura pecuniá.ria ou real, assim se considerando:

a) cobrar juros superiores à taxa permitida por lei, ou co­missão ou desconto, fixo ou percentual, sobre a quantia mutuada,além daquela taxa:

b) obter ou estipular, em qualquer contrato, abusando dapremente necessidade. inexperiência ou leviandade da outra parte,lucro patrimonial que exceda'o quinto do valor corrente ou justoda prestação feita ou prometida.

Pena: 6 meses a 2 anos de prisão celular e multa de 2:000$a 10;000$.

§ 1° Nas mesmas penas incorrerão os procuradores. manda­tários ou mediadores que intervierem na operação usurária, bemcomo os cessionários do crédito usurário que, cientes de sua natu­reza ilícita, o fizerem valer em sucessiva transmissão ou execuçãojudicial.

§ 2.° São circunstâncias agravantes do crime de usura;

I - ser cometido em época de grave crise econômica;

II - ocasionar grave dano individual;

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Novembro de 1978 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção J) Quarta-feira 1.0 9977=

III - dissimular-se a natureza usurária do contrato;IV - ser praticado:a) por milltar, funclonário público, ministro de culto religio­

so; por pessoa cuja condição econômica-social seja manifestamen­te superior à da vitima;

b) em detrimento de operário ou de agricultor, de menor de18 anos ou de deficiente mental, interditado ou não,

V - a reincidência.§ 3.0 A estipulação de juros ou lucros usurários será nula, de­

vendo o juiz ajustá-los à medida legal, ou, caso já tenha sido cum­prida, ordenar a restituição da quantia paga em excesso, com osjuros legais a contar da data do pagamento indevido.

Art. 5.° Quando qualquer d.os crimes definidos nesta lei forpraticado em nome de pessoa jurídica, o Ministro da Justiça e Ne­gócios Interiores podera interditá-la, uma vez passada em julgadoa sentença, sem prejuízo da sanção imposta aos responsáveis.

Art. 6.° Os crimes'definidos nesta lei são inafiançáveis e serãoprocessados e julgados pelo Tribunal de Segurança Nacional. Nelesnão haverá suspensão da pena nem livramento condicional.

Art. 7.° Esta lei entra em vigor na data da sua publicação,revogadas as disposições em contrario.

DECRETO-LEI N.o 9.840, DE 11 DE SETEMBRO DE 1945

Consolida infrações sobre crimes contra a economiapopular e dá outras providências.

Art. 1.0 Os delitos e as penas contra a economia popular, suaguarda e seu emprego, são os definidos nos Decretos-leis n.OS 869,de 18 de novembro de 1938 e 9.660. de 29 de agosto dc 1946. comas alterações deste Decreto-lei.

Art. 2.° São também crimes contra a economia popular:

I - sonegar mercadorias ou recusar vendê-las;II - favorecer ou preferir comprador em detrimento de outro,

ressalvados, quanto à indústria, os pedidos de mercad()rias feitosanteriormente a 4 de abrll de 1946 e os sistemas de entrega ao con­sumo por intermédio de distribuidores ou de revendedores;

III - negar ou deixar o vendedor de fornecer nota ou cadernode venda de gêneros ou mercadorias de primeira necessidade. sejaesta à vista ou a prazo, e cuja importância exceda de dez cruzeiros,ou de especificar na nota ou caderno:

a) o preço da mercadoria vendida;b) o nome do estabelecimcnto. da firma ou do responsável;c) a rua e o número do prédio (estabelecimento),d) o nome da localidade com a data em que é feita a transa­

ção (Decreto-lei n.O O.125, de 4 de abril de 1946);

IV .. - receber, ou tentar receber. por motivos de locação, ousublocação. quantia ou valor além do aluguel e dos encargos e ga­rantias permitidos em lei;

V - recusar recibo de aluguel ou cobrá-lo antecipadamente,salvo na ausência de caução real ou fideijussória;

VI - alugar, não usar o prédio dentro de um ano, ou nãoiniciar a construcão dentro de 4 meses. nos casos previstos nosite~ls lI. IH e V do art. 18 do Del~reto-Iei n.o 9.659, de 29 de agostode 1N5;

VII _ infringir o disposto no artigo 21 do Decreto-lei n.O 9.669citado;

VIII - expor à venda merc3doria ou pmduto alimentício, cujofabrico haja desatendido determinacões oficiais, quanto ao pesoe composição;

IX - recusar fornecer água. luz e gás. periódica ou perma­nentemente, a prédio locado ou sublocado. ou, por outro modo,obstar o seu uso.

PeT:a dQ detenção de 1 a 6 meses e multa de Cr$ 1. 000,00 acrs 50. GLO.C <lo

Art. 3.0 As infracões contra a economia popular, sua guardae seu emprego, serão inafiançáveis e não suscetíveis de suspensâode cxecucão da pena e de livramento condicional. saivo. quando oinfrator for empregado do c5tabe1rcimento comer::ial ou industriale não ocupe cargo ou posto de dircção dos negócios.

Parágrafo único. Em tais caoo". serão aplicáveis os principiasde direíto comum que regem os institut05 da fiança, da suspensãoda eXEcucão da pena e do livramcnto condicional e reduzidas aspenas r'e metar1e.

Art. 4.° Na sentença que condenar o gerente. administrador ouproprietário de estabelecimento comercial ou industrial, o Juiz im­porá o seu fechamento pelo prazo que fixar.

§ 1.0 Em casos de reincid~ncia, O Juiz cassará a licença parao funcionamento do estabelecimento em questão e comunicará asua decisão à autoridade que a concedeu.

§ 2.° O Juiz, atendendo à gravidade do fato, sua repercussãosocial, seus efeitos danosos à saúde e economia do povo e às pro­vas colhidas no processo, de oficio, ou por solicitação da autoridadepolicial, poderâ decretar o fechamento provisório do estabeleci­ment, cujo gerente, administrador ou proprietário estejam sendoprocessados por crime contra a economia popular ou por delitoàefinido no título VIII, capitulo IIl, do Código Penal, por prazonão superior a 30 dias sem prejuízo do disposto no art. 4.°

§ 3.° Em nenhum caso, o fechamento do estabelecimento co­merciai ou industrial prejudicará os direitos dos seus empregadosdefinidos na legislação em vigor.

Art. 5.° Os crimes contra a economia popular que envolvamgêneros, artigos ou mercadorias, sujeitos ao racionamento, terãoas penas agravadas de um terço.

Art. 6.° O rito processual dos crimes contra a economia popu­lar, definidos nos Decretos-leis n.Os 869, de 18 de novembro de 1938.9.669, de 29 de agosto de 1945 e neste Decreto-lei, obedecerá ao dis­posto no art. 539 do Código do Processo Penal, ainda mesmo que omáximo da pena seja superior a dois anos.

Art. 7.° Os Juizes recorrerão de oficio para o Tribunal Supe­rior, sempre que, em processo por crime contra a economia populare contra a saúde pública, absolverem os acusados.

Art. 8.° Os processos já instaurados, antes da vigência desteDecreto-lei continuarão com o rito processual a que estavam su­jeitos pela legislação então em vigor.

Art. 9.° Os crimes contra a economia popular serão proces­sados pela Justiça Comum, e. no Distrito Federal, distribuídos atodas as Varas Criminais, excetuadas a 1." e a 20.... ressalvada a dis­tribuiçãoàos processos já aforados.

. Art. 10. Para efeito de expulsão de estrangeiros que infrin­girem a legislação de repressão a crimes contra a economia popu­lar ou forem processados por delito contra a saúde pública, osJuízes e Tribunais, dentro do prazo de cinco dias, depois quetransite em julgado a condenação, remeterão ao Minist~rio daJustiça e Negócios Interiores cópias das suas decisões.

Art. 11. Aplicam-se nos casos omissos as disposições do Di­reito Penal e do Código de Pr·:lcesso Penal.

Art. 12. Este Decreto-lei entrará em vigor na data de suapublicação, revogadas as disposições em contrário.

LEI N.u 1.521. DE 25 DE DEZEMBRO DE 1951

Altera Dispositivos da Legislação vigente sobre crimescontra a economia popular.

O Presidente da República:Faco sabcr que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a

seguinte Lei:Art. 1.0 Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes e as

contravenções contra a economia popular. Esta Lei regulará o seujulgamento.

./': rt. 2.° São crimes desta natureza:

I - recusar in:lividt:almente em estabelecimento comercial aprestação de serviços essenciais à subsístenc:a; sonegar mercadoriaou recusar vendê-la a quem esteja em condições de comprar a pron­to pagamento;

II - favorecer ou preferir comprador ou freguês em'detrimentode outro, ressalvados os sistemas de entrega ao ::onsumo por in­termédio de distribuidores ou revendedores;

III - expor à venda ou vender mercadoria ou produto alimen­ticio, cujo fabrico haja desatendido a determinações ofíciais, quantoao peso e composição;

IV - negar ou deixar o. fornecedor de serviços essenciais deentregar ao fregut';s a nota relativa à prestação de serviço desdeque a importância exceda de quinze cruzeiros e c:ml n. indicaciíodo preço, do nome e endereço do estabeiecimento, do nome da firmaou resçonsável, da data e local da tral1~ação e do nome e residênciado freguês;

V - misturar gêneros e mercadorias de espécies diferentes, ex­pô-los à venda ou vendê-los como puros; misturar gêneros e merca­dorias de qualidade desiguais para expô-los à venda Oll vendê-lospor preço marcado para os de mais alto custo;

VI -- transgredir tabelas oficiais de gêneros e mercadorias, oude serviços essencíais bem como expor à venda ou oferecer ao pu­blico ou vender tais g!neros, mercadorias ou serviços, por preçosuperior ao tabelado, assim como não manter afixadas em lug:arvisível e de fácil leitura, as tabelas de preços aprovadas pelos ór­gãos competentes;

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'9978 Quarta-feira 1.° mARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Novembro de 1978

VII - negar ou deixar o vendedor de fornecer nota ou cadernod~ venda de gênero de primeira necessidade, seja à vista ou aprazo, e cuja Importância exceda de dez cruzeiros ou de especificarna nota ou caderno - que serão isent.os de selo - o preço da mer­eadorla vendida, o nome e o endereço do estabelecimento. a firmaou o responsável, a data e local da transação e o nome e residênciado freguês;

VIII - celebrar ajuste para Impor determinado preço de re­venda ou exigir do comprador que não compre de outro vendedor;

IX - obter ou tentar obter ganhos ilícitos em detrimento dopovo ou de número indeterminado de pessoas mediante especula­ções ou processo fraudulentos ("bola de neve", "cadelas", "pl­chardismo" e quaisquer outros equivalentes);

X - violar contrato de venda a prestações, fraudando sorteiosOU deixando de entregar a COusa vendida, sem devolução das pres­tações pagas, ou descontar destas nas vendas com reserva de do­mínio. quando o contrato for rescindido por culpa do comprador.quantia maior do que a correspondente à deprecIação do objeto;

XI - fraudar pesos ou medidas padronizados em lei ou regu­lamentos; possuí-lo.s ou detê-los, para efeitos de comércío, saben­do estarem fraudados.

Pena: detenção de seis meses a dois anos e multa de dois mila cinqüenta mU cruzeiros.

Parágrafo único. Na configuração dos crimes previstos nestaLei. bem como na de qualquer outra de defesa de economia popu­lar, sua guarda e seu emprego considerar-se-ão como de primeiranecessidade ou necessários ao consumo do povo, os gêneros, arti­gos, mercadorias e qualquer outra espécie de coisas ou bens in­dispensáveis à subsistência do indivíduo em condições higiênicas eao exercício normal de suas atividades. Estão compreendidos nes­ta definição os artigos destinados à alimentação, ao vestuário e àiluminação; os terapêuticos ou sanitários, o combustível, a habita­ção e os materiais de construção.

Art. 3.° São também crimes dessa natureza:

I - destruir ou inutilizar, intencionalmente e sem autorizaçãolegal, com o fim de determinar alta de preços, em proveito próprioou de terceiros, matérias-primas ou produtos necessários ao consu­mo 'do povo;

11 - abandonar ou fazer abandonar lavoura ou plantações,suspender ou fazer suspender a atividade de fábricas, usinas ouquaIsquer estabelecimentos de produção, ou meios de transporte,mediante Indenização paga pela desistência da competição;

III - promover ou participar de consórcio. convênio, ajuste,aliança ou fusão de capitais, com o fim de impedir ou dificultar.para o efeito de aúmento arbitrátio de lucros, a concorrência emmatéria de produção, transporte ou comércio;

IV - reter ou açambarcar matérias-primas, meios de produ­ção ou produtos necessários ao consumo do povo, com o fim dedominar o mercado em qualquer ponto do Pais e provocar a alta dospreços;

V - vender mercadorias abaixo do preço de custo com o fimde impedir a concorrência;

VI - provocar a alta ou baixa de preços de mercadorias, títu­los públicos, valores ou salários por meio de notícias falsas, opera­ções fictícias ou qualquer outro artifício;

VII - dar indicações ou fazer afirmações falsas em prospectosou anúncios, para o fim de substituição, compra ou venda de tí­tulos, ações ou quotas;

VIII - exercer funções de direção, administração ou gerênciade mais de uma empresa ou sociedade do mesmo ramo de indústriaou comércio com o fim de impedir ou dificultar a concorrência;

IX - gerir fraudulenta ou temerariamente bancos ou estabe­lecimentos bancários, ou de capitalização; sociedades de seguros,pecúlios ou pensões vitalícias; sociedades para empréstimos oufinanciamento de construções e de vendas de imóveis a prestações,com ou sem sorteio ou preferência por meio de pontos ou quotas;caixas econômicas; caixas Ralffelsen; caIxas mútuas, de benefi­cência, socorros ou empréstimos; caixas de pecúlio, pensão e apo­sentadoria; caixas construtcras; cooperativas; sociedades de eco­nomia coletiva. levando-as à falência ou à insolvênc!a. ou nãocumprindo qualquer das cláusulas contratuais com prejuízo dos in­teressados ;

X - fraudar de qualquer modo escriturações, lançamentos,registros, relatórios, pareceres e outras informações devidas a só­cios de sociedades civis ou comerciais, em que o capital seja fra­cionado em àcêes ou quotas de valor nominativo Igualou Inferiora Cr$ 1, tOO,OO' com o fim de sonegar lucros. dividendos, percenta­gens, rateios ou bonificações, ou de desfalcar ou desviar fundosde reserva ou rese~ras técnicas.

Pena: detencão de doís anos a dez anos e multa de vínte mila cem mil cruzeiros.

Art. 4.° Constitui crime da mesma natureza a usura pecuniá­ria ou real, assim se considerando:

a) cobrar juros, comissões ou descontos percentuais, sobre dí­vidas em dinheiro, superiores à taxa permitida por lei; cobrar ágiosuperior à taxa oficial de câmbio sobre quantia permutada pormoeda estrangeira; ou ainda. emprestar sob penhor o que seja pri­vativo de instituição oficial de crédito;

b) obter ou estipular, em qualquer contrato, abusando da pre­mente necessidade, inexperiência ou leviandade de outra parte.lucro patrimonial que exceda o quinto do valor corrente ou justoda prestação feita ou prometida.

Pena: detenção de seis meses a dois anos e multa de cincomil a vinte mil cruzeiros.

§ 1.0 Nas mesmas penas incorreção os procuradores, manda­tários ou mediadores que intervierem na operação usuráría, bemcomo os cessionários de crédito usurário que ciente de sua natu­reza ilícita, o fizerem valer em sucessiva transmissão ou execuçãojudicial.

§ 2.° São circunstâncias agravantes do crime de usura:I - ser cometido'em época de grave crise econômica;

II - ocasionar grave dano Individual;

III - dissimular-se a natureza usurária do contrato;IV - quando cometido:a) por militar, funcionário público, ministro de culto religio­

so; por pessoa cuja condição econômico-social seja manifesta­mente superior à da vítima;

b) em detrimento de operário ou de agricultor; de menor de18 anos ou de deficiente mental, interditado ou não.

§ 3.° A estipulação de juros ou lucros usurários será nula,devendo o Juiz ajustá-los à medida legal, ou, caso já tenha sidocumprida, ordenar a restituição da quantia paga em excesso, comos juros legais a contar da data do pagamento Indevido.••••••••••••••••••• 0.0 ••••••••••• , 0. 00 • 0 ••

.................................... _ •• 0.0.0.0 ••• _'0' •••••••••••••••

PROJETO DE LEI N.o õ.700, DE 1978(Do Sr. Pacheco Chaves)

Altera o 11 2.° do art. 733 do Código de Proeesso Civil.IA Comissão de Constituição e Justiça.»)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 1: excluída do § 2.° do art. 733 do Código de Processo

Civil (Lei n.O 5.869, de 11 de janeiro de 1973) a expressão final"mas o juiz não lhe imporá segunda pena, ainda que haja Inadim­plemento posterior",

Art. 2.° Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.

Art. 3.° Revogam-se as disposições em contrário.

Justificação1. O inteiro teor do parágrafo alterado é o seguinte:

"§ 2.° O cumprimento da pena não exime o devedor dopagamento das prestações vencidas ou vincendas; masjuiz não lhe imporá segunda pena, ainda que haja inadim­plemento posterior."

O dispositivo está contido no capitulo que trata da execução deprestação alimentícia e diz respeito ao condenado a pagá-Ia quefoge à obrigação.

Se o obrigado à prestação não a paga. nem justifica a impossi­bilidade em que se encontra de fazê-lo, o juiz decreta a sua prisãopelo prazo de um a três meses (art. 733. § 1.0).

A redação do art. 733 e seus parágrafos, configura grave errode técnica legislativa, como se passa a demonstrar.

O § 1.0 dá ao juiz o poder de decretar a prisão do devedor re­lapso, que não paga a pretensão allmentícla devida a sua esposa,filhos etc.

Mas o § 3,° diz que, "paga a prestação a'imentícia, o juiz sus­penderá o cumprímento da ordem de prisão".

Ora, assim sendo. é multo fácil ao devedor de má fé fugir àobrigação legal.

Basta que ele demore o pagamento de uma prestação e aguardeo decreto de cu.stódla. Isto feito, ele efetua o pagamento e obtéma revogação da prisão. Em seguida, pode. tranqüilamente. fugir aodever de esposo, pai e filho, recusando o pagamento da prestaçãoalimentícia porque o § 2.° veda ao juiz um segundo decreto de pri-

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Novembro de 1978 DJARIO DO CONGRESSO NACIONAL ~Seção [) Quarta-feira L" 9979

são "ainda que haja inadimpleme:lto po.~teri()r". como está escrito.Então, o dispositivo legal t~rna-se inócuo.

Dai. a razão de ser do projeto. eUminando a expressão final do§ 2.° que o esvazia de conteúdo e frustra o pagamento da prestaçãoalimentícia, com gravíssimos danos ao sustento da esposa ou dosfilhos menores.

2. Mas, a incongruência do dispositivo não pára aí.

O dispositivo do § 2.0, que se pretende modificar. está em franca

contradição com nOlmas da Lei n. O 5 478. de 25 de julho de 1968.que regulou a ação de alimentos e o próprio Código Penal.

De fato, a Lei n.o 5.478, de 1968. deu nova redação ao art. 244do CÓdigo Penal, que define delito contra a assistência familiar,verbis:

"Art. 244. Deixar sem justa causa, de prover a subsistên­cia do cônjuge, ou de filho menor de dezoito anos ou inaptopara o trabalho, ou de ascendente inválido ou valetudiná­rio. não lhes proporcionando os recursos necessários ou fal­tando ao pagamento de pensão alimenticia judicialmenteacordada, fixada ou majorada, ou deixar de socorrer des­cendentes ou asce~dentes gravemente enfermos.

Pena - detenção de um a quatro anos, e multa de uma adez vezes o maior salário mínimo vigente no País.

Parágrafo único. Nas mesmas penas incide quem, sendosolvente. frustra ou iliele, de qualquer modo, inclusíve porabandono Injustlçado de emprego ou função, o pagamentode pensão alimentícIa judIcialmente acordada, fixada oumajorada."

Está. assim. a violacão dos deveres de assistência familiar equi­parada a iliclto penal. punido eom pena de até quatro anos,

A prática de tal delito revela alta periculosidade do agente.porque mostra a berrante insensibilidade diante da premente ne­cessidade de seres que lhe são intimamente llgados através de laçosIndissolúveis de sangue. Mas ainda: evidencia o mau-caráter, ajrre~ponsabilidade e a desumaniidade do responsável pela prestaçãoalimentícia.

Assim sendo. não é compreensível que a lei conceda a tai cida­dão um bill de indenldade. a fim de que ele se furte ao cumpri­mento de obrigação legal. seja para com seus fllho.s menores. ca­rentes de sua assistencla, seja para com sua mulher, ou seus paisinválidos ou valetudinários.

O indivíduo que pratlca tal dellto exige do iegislador normalegal mais severa, a fim de que ele cumpra a obrígação alimentícia.Se não o fizer porque despIdo de senso de responsabilidade e desentimentos de humanidade. deve ser constrangido a fazê-lo pelacoerção legal.

Por Isso, o juiz deve ter o poder de decretar a prisão civil tan­tas vezes quantas o devedor relapso fugir ao cumprimento da obri­gação legal.

Isto é tanto mais necessáriiO quanto se trata de alimentos. l!:a própria subsistencla diária de menores e Inválidos que está emjogo. É o sustento de cada dia que não pode esperar, que tem deser atendido Imediatamente, sob pena de riscos e perigos gravís­simos, não só para a saúde como também e sobretudo para a ordemmoral.

3. Devo declarar que este projeto é reiteração de outro queapresentei em 1974 e que tomou o nO 1.

Conforme se vê do referido avulso. que se junta a esta propo­sição, foi ele aprecIado pela douta Comissão de Constituição e Jus­tiça do Senado. que aprovou brilhante parecer de lavra do SenadorAccíoly Filho. por unanimidade.

Entretanto. apesar disso. o projeto não logrou sua aprovaçãopek Congresso porque. finda a iegislatura, foi ele arquivado.

Daí a razão de ser de sua r,enovação.

Esperamos que o Senado Federal tendo em vista as falhas lI"gais apontadas, venha a dar a sua aprovação à presente proposta,dadas as suas altas e nobres finalidades.

Sala das Ses,sÕes. 16 ó outubro de 1978. - Pacheco Chaves"

LEGISLAÇAO CITADA. ANgXADA PELA COORDENAÇAODAS COMISSÕE.:S PERMANENTES

LEI N° 5.869. DE 11 DE JANEIRO DE 1973

iCom as alterações introduzidas pela Lei n.o 5.925, de 1.0 deoutubro de 1973)

Institui o Código de Proces33 Civil,

LIVRO II

Di> Processo de Execução

TtrULO II

Das Diversas Especies de Execução

CAPiTULO V

Da Execução de Prestação Alimentícia

Art. 732. A execução de sentença, que condena ao pagamentode prestaçã.o alimenticia, far-se-á conforme o disposto no Capí­tulo IV deste Título.

Parágrafo únIco. Recaindo a penhora em dinheiro, o ofereci­mento de embargos não obsta a que o exeqüente levante mensal­mente a importância da prestação."

Art, 733. Na execução de sentença ou de decisão, que fixa osalimentos provisionais, o juIz mandará citar o devedor para, em:l (três> dias. efetuar o pagamento, provar que o fez ou justificara Impossibilidade de efetuá-io.

§ 1." Se o devedor não pagar, nem se escusar, o juiz decretar­lhe-á a prisão pelo prazo de 1 f um> a 3 t três) meses.

§ 2." O cumprimento da pena não exime o devedor do paga·mento das prestações vencidas ou vincendas: mas, o juiz não lheimporá segunda pena, aínda que haja inadimplemento posterior.

§ 3.° Paga a prestação allmenticia. o juiz suspenderá o cum­primento da ordem de prisjj.o.

PROJETO DE LEI N,o 5.701. DE 19'78

(Do Sr. Thales Ramalho>

(As Comissões d·z Constituição e Justiça e de Trabalhoe Legislação Social.J

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 O caput do art. 513 da Consolldação das Leis do Tra­balho, aprovada pelo Decreto-lei n.O 5.452, de 1." de maio de1943. passa a vigorar acrescido de alínea f. com a seguinte redação:

"Art. 513. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . .

f) ter acesso, no âmbito da empresa, a toda a documen­tação referente aos direitos trabalhlsta.s dos empregados.através dos Delegados Sindicais regularmente investidos,"

Art, 2.° Esta LeI entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 3.° Revogam-se as dispos~ções em contrário.

Justificação

O art. 513 da Consolidação das Leis do Trabalho alinha asatribuições que constituem privilégio dos sindicatos. para quepossa levar a termo os seus propósitos de representação dos in­teresses que lhes foram confiados pelos respectivos associados.

Entretanto. nem sempre os sindIcatos dispõem dos meios ne­cessáríOs ao efetivo desempenho de sua funções, já que lhes évedado o acesso à documentação indispensável ao controle elocumprImento das responsabilidades atribuíveis à.s empresa.;, notocante aos assuntos relacionados com os direitos trabalhistas desempregados.

Como se vê, a lei defere atríbuições aos sindicatos, mas nadadispõe sobre os meios indispensáveis ao pleno exercício dessas mes­mas funções. As enti-clades sindicais, por isso, permanecem ma­nietadas e Inertes, para desespero de seus associados: receberama tarefa. mas não têm ferramentas para executá-la.

Face a essa omissão da leI, estamos somando mais lima prer­rogativa ao rol daquelas que o art. 513 da Consolidação das Leisdo Trabalho assegura aos sindicatos: acesso à documentação re·lativa aos direitos trabalhistas dos empregado.s.

Sala das Sessóes, 16 de setembro de 1978. - Thales Ramalho,

LEG/SLAÇAO CITADA, ANEXADA PELO AUTOR

TíTULO V

Da Organização Sindical

CAPiTULO I

Da Instituição Sindical

SEÇAO I

Da associação em sindicato

Art. 511. 'É licita a associação para fins de estudo, defesa ecoordenação dos seus Interesses econômicos ou profissionais de

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9980 Quarta-feira 1.° DlARIO DO CONGRESSO 'NACIONAL (Seção I) Novembro de 1978

todos os que, como empregadores, empregados, agentes ou traba­lhadores autônomos, ou profissionais Uberais, exerçam, respecttva­mente, a mesma atividade ou profisllão ou atividades ou profisllões.sImilares ou conexas,

§ 1,° A solidariedade de interesses econômicos dos que em­preendem atividades Idênticas, similares ou conexas, constitui ovínculo social básico que se denomina categoria econômica,

§ 2,° A simJUtude de condições de vida oriunda da profissãoou trabalho em comum, em situação de emprego na mesma ati­vidade econôm!ca ou em atividades econômicas similares ou cone­xas. compõe a expressão social elementar compreendida como :~a­

tegorla profissional.

I 3,° Categoria profissional diferenciada é a que se forma dosempregados que exerçam profisllôes ou funções diferenciadas porforça de estatuto profissional especial ou em conseqüência de con·dlções de vida singulares.

I 4.° Os limites de identidade, similaridade ou conexidadefixam as dimensôes dentro das quais a categoria econômica ouprofissional é homogênea e a associação é natural.

Art. 512. Somente as associações profissionais constituidaspara os fins e na forma do artigo anterior e regi.stradas de acorrtocom o art. 558, poderão ser reconhecidas como sindicatos e Inveõ­tidas nas prerrogativas definidas nesta lei.

Art. 513. São prerrogativas dos sindicatos:

a) representar, perante as autoridades administrativas e ju­diciárias, os interesses gerais da respectiva categoria ou profissãoliberal ou os Interesses Individuais dos associados reiativos á ati­vidade ou profis.'lão exercida:

b) celebrar convenções coletivas de trabalho;

c) eleger ou designar os representantes da respectiva catego­ria ou profissão liberai:

d) colaborar com o Estado, como órgãos técnicos e consultivosno ~studo e solução dos problemas que se relacionam com a respec­tiva categoria ou profissão liberal;

e) Impor contribuições a todos aqueles que particlpam das ca­tegorias econômicas ou profissionais ou das proflssôes liberais,representadas.

Parágrafo único. Os sindicatos de empregados terão, outros­sim, a prerrogativa ge fundar e manter agências de colocação.

demais segurados do INPS. para ter direito á passagem à Inativi­dade por tempo de serviço.

Visamos, assim, para corrigir a reportada injustiça, a apli­cação da proporcionalidade para a contagem do tempo de servi­ço do segurado que exerça ou exerceu, continuamente ou não,atividade amparada pela aposentadoria especial,

A esta altura cumpre as..<i.nalar que a atual sistemática decontagem de tempo de serviço chega, em alguns casos, a impor aosegurado da Previdência Social um prejuízo de mais de quatorzeanos, pois é certo que o trabalhador, tendo exercido atividadeamparada pela apo.sentadoria especial e posteriormente passandoa exercer outra não amparada por essa mesma legislação. ouvice-verra, se obriga a aguardar, no minimo, que complete trintaanos corridos de serviço, para fazer jus à aposentadoria comoitenta por cento do sa1ário-de-benefício, nada lhe valendo, por­tanto, o fato c'e ter trabalhado em atividades consideradas pe­nosas, insalubres ou perigosas.

Para se ter uma Idéia mais precisa do problema, cumpre fo­callzar,aqul, o caso do trabalhador cuja aposentadoria especial éconcedida aos quinze anos de serviço. Se, após trabalhar durantedoze anos nessa atividade profissional, o trabalhador for de,spe­dido, passando a exercer outra profissão com direito à aposen­tadoria aos trinta anos de serviço, terá que trabalhar, pelo menos,mais dezoito anos, quando lhe faltavam apenas três anos para seaposentar. Nesse caso, é evidente que suas reservas físicas foramexauridas no penoso serviço anterior e a mudança de atividadepassa a se constituir em tormento interminável. O mesmo ocorrecom aqueles que teMam direito á aposentadoria especial aos vinteou vinte e cinco anos de serviço.

Para um melhor entendimento do problema em tela, é con­veniente explicitar o atual critério de contagem de tempo de ser­viço aplicado ao segurado que exerceu alternadamente, ou seja,não continuamente, atividades consideradas penosas, insalubresou perigosas, sem ter completado em qualquer delas o prazo mí­nimo necessário à aposentadoria especial.

Caso o segurado tenha exercido sucessivamente, duas ou malsatividades penosas, insalubres ou perigosas, sem ter completadoem nenhuma delas o prazo mínimo correspondente á aposenta­doria especial, os tempos anteriores serão convertidos ao último,utlllzando-se a seguinte tabela, constante da Consolidação dosAtos Normativos Sobre Benefícios (Instruções anexas à OS - SSS- 052.24/77):

Atividades a ConverterMultiplicadores

25 a -No cas::> em foco. por conseguínte, o segurado somente pode­

rá aposentar-se após os vinte ,e cinco anos de serviço, prescritopara a última atividade.

Assim, se o s'egurado exerceu uma atividade penosa, insalubreou perigosa que lhe dá o direito de aposentar-se aos quinze anosde serviço, durante dez anos, cinco meses e dois dias e depois,não concomitantemente. passa a exercer outra atividade consi­derada penosa, Insalubre ou perigosa que lhe dá o direito de apo­sentar-se com vinte e cinco anos de serviço, pela aplicação dareferida tabela, poderá ter o tempo de serviço da primeira ativi­dade convertido para a segunda, tendo o direito de aposentar-seapés ter trabalhado na última atividade durante sete anos, setemêeses e cinco <'Ias. .

Exemplificando:

a) Primeira atividade (aposentadoria especial aos quinze anosde serviço)

Tempo de serviço: IDa 5m 2d = 3.752 dias.índice de conversão da Tabela: 1.67 (de 15 para 251

Conversão do tempo de serviço: 3. 752x1,67::::-. 6.265 dias ou 17a4m 25 d.

b) Segunda e última a!ividade (aposentadoria aos vlnt::! e cin­co anos de serviço)_

Tempo de serviço; 7a 7m 5dt) Soma de ATB

17a 4m 25d7a 7m 5d

PROJETO DE LEI N.o 5.702, DE 1978

(Do Sr. Athiê Coury)

Aereseenta § 3.° ao art. 9.°, da Lei n.o 5.890, de 8 dejunho de 19'73, dispondo sobre a contagem do tempo delIervlc;o em que o segurado do INPS trabalhou em atividadespenosas. Insalubres ou perigosas.

lAnexe-se ao Projeto de Lei n." 5.302, de 1978, nostermos do art. 71 do Regimento Interno.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.° O art. 9.°, da Lei n.O 5.890, de 8 de junho de 1973,

passa a viger acrescido do seguinte § 3.°;"Art. 9.° ' .

§ 3." O segurado que houver trabalhado em atividadesconsideradas penosas, Insal ubres ou perigosas, continua­mente ou não, sem ter completado em qualquer delas oprazo minimo para fazer jus à ajY.lsentadoria especialcorrespondente. terá os respectivos peModos de trabalhosomados depois de operada a conversão dos tempos deservico anteriores ao últ!mo, conforme tabela a ser ela­borada pelo Ministério da Previdência e A'>sistência Social,no prazo de 90 fnoventa) dias."

Art. 2.° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 3.° Revogam-se as disposições em contrário,

JustificaçãoA medida que ora propom:Js tem por anelo corrigir absurda

injustiça que vem sendo praticada contra segurados do InstitutoNacional de Previdência Social que militaram, durante certo pe­riodo, em atlvlc'ade considerada penosa. incSalubre ou perigosa cque fariam jus à aposentadoria especial correspondente, passando,no entanto, antes de completar o tempo necessário à aposentação,a exercer outra atividade profissional excluída da aposentadoriaespecial e tendo de perfazer o período normal, exigido para os

DE 15DE 20DE 25

Para 151,000,750,60

Para 201,331,00

0,80

Para 251,671,251.00

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Novembro de 1978 DJARIO DO CONGRESSO NACIONAL lSeçlo IJ Quarta-feira 1.0 9981

Téll rritérlO justíflca-se considerando-se a capacidade huma­na de resistência em cada modalidade laborativa e tendo em vis­ta o meio ambiente onde é Exercido o tnbéllho. Em vista di:50.o legislador :J.lterou o tempo normJ.1 de trabalho pan o ."ep;undoaposentar-se, reduzindo-o aos ;imites da capacidade fisica supor­tável em determinadas atividades consld·eradas penosas, insalu­bres ou pErigosas, como se pode verificar pelo a seguir exposto:

Aposentadoria Ordinária -- 30 anos (lU 360 meses, correspon­dendo. neste caso, o ano, a 12 meses ou 3liO dias;

AJWsentadoria Especial - 25 anos ou 300 meses. correspon­dendo, neste caso, o ano, a 14.4 meses ou 432 dias:

Aposentadoria Especial 20 3n:JS ou 240 meses, cDrrespon-dendo. nEste caso. o ano. a H: meses ou 540 dias;

Aposentadoria Especial - 15 anos ou 180 meses, correspon­dendo, neste caso, o ano, a 2~1 meses ou 720 dias.

Para cada caso. operando-se a multiplicação desses valorespE.l~ número de anos d2 trabalho, encontmr-se-á uma perfeitaproporcionalidade ao tempo exigido para ? aposentadoria portempo de serviço. ou seja, 30 anos ou 360 meses.

Partindo-se desse princípio, é de se entender que cada anode serviço prestado pelo trabalhador em uma determinada ati­vidade. cria para ele um direitél que dev-eser equivalente a expo­.sição que apresentamos

Em verdade. desde que o segurado tenha trabalhado um de­terminado número de :l110S em atividade considerada como pêno­sa. Insalubre ()u perigosa. deve fazerius. sem sombra de dúvida,ao cômputo de tal periodo, em obediência ao critéri::J da propor­cionalidade. critério esse que deve scr levado em consideração emqualquer hipótese. seja para a aposent.adoria ordinária. seja paraa aposentadoria especial.

AUás. critériO idêntico é adotado pela Previdência Social quan­to à aposen tadoria ordinária. pois o segurado pode passar à ina­tividade após trinta anos de serviço com direito a oitenta porcento do salário-de-beneficlo; tem o direito. todavia. de se aoo­sentar com mais três p(lr cento do salárlo-de-beneficio por ãnode trahalho excedent.e dos trinta, at.é um máximo de noventa ecinco por cen+o. .

Entretanto. quando um seg-ur:ldo exercer uma atividade peno­sa, insalubre ou perigosa e em seguida uma atividad·ç sem essascaracteristicas, não tem direH::J de converter o tempo de serviçoda primeira atividade para a última, o que, efetivamente, cons­titui inadmissível aberração.

Atualmente. se o segurado exerceu uma atívidade especial comdireita à aposentadoria. por exemplo, aos quinze anos de serviçoe, por qualquer razão, desvinnlb-se dessa atividade profissionale passa a exercer outra nãél amparada pela aposentadoria espe­cial. ou vice-versa. não tem direito à conversão proporcional dotempo de servi,o Ce uma para outra atividade.

Portant:>. se o segurado exerceu durante dez anos atividadeamparada pela aposentadoria especial aos quinze an')s de serviçoe depois pa,sou a ·2xercer. nào simultaneamente, outra atividadenão amparada pela aposentadoria especial, somente poderá apo­sentar-se ao completar vinte anos de tempo de serviço na lil+imapro1Í>'sào cem direito a oitenta por cento do salário-de-beneficio,ou aposentar-se ao completalr vinte e cinco anos de serviço noúltimo trabalho com direito a noventa e cinco por cento do sa­lárlo-de-bencfích

Por outro lado, se aplicado o mesmo critério adotado parao segurado que exerceu mai;, de uma atividade amparada poraposentadoria especial de tempo de serviço diferentes. ou seja,convertendo-se o tempo de serviço das atividades anterior~s paraa última. aquele segurado poderia aposentar-se ao completar dezanes de tempo de serviço na última atividad~ profiss:onal. ou seja,com menos dez anos de tempo de traba1ho_ com dirci+o a oitentapor cento do salário-de-beneficlo, ou poderia aposentar-se aocompletar 11,7 anos de tempo de serviço na última atividade pr(l­11ss10nal. ou seja. com menos de 133 anos de tempo de trabalhocom direito a noventa e cinco por cento do salário-de-benefíclo.

Para tal. deveria ser aplieada a seguinte tabela:

Atividades aConvert"r Para 15 Par-a 20 Para 2:; Para. 30 Para 35

De 15 1.00 1,33 1,67 2,00 233De 20 0.75 100 1.25 1.50 1,75DE' 25 0,60 0,80 1.00 1,20 1,40De 30 0.50 0.67 0,83 1.00 1,17D~ 35 043 0,57 071 0.86 1,00

- -- - ••• _. ~.~~-~>

Para melhor exemplificar a espêcie. teriamos:

a) Prim2ira Atividade (aposentadoria aos 15 anos de serviço)Tempo de servico: 5a 10m 84d = 2.108 diasíndice de conversão da tabela: 2,00 I de 15 para 30 anos)

Conversão do tempo de serviço: 2,108 x 2,00 = 4.216 dias qu~

correspondem a lIa 8m 16d.

b) Segunda e úitima atividade <aposentadoria aos 30 anos d~

servi,olTempo de servi,o: tlia 3m 14d

Soma de a+b:

lIa 8m 16d18a 3m 14d

30a -- -Poderiamos ter ainda:

a) Primeira atividade (aposentadoria aos 15 anos de serviço)

Tempo de serviço:

5a 10m 8d = 2,108 diasíndice de Conversão da Tabela: 2,33 (de 15 para 35 anos)Conversão do Tempo de Serviço: 2.108 x 2,33 = 4.911 dias

que c::Jrrespondem a 13a 4m l1d

b) Segunda e liltlma ativIdade <aposentadoria aos 35 anos deserviço)

21a 7m 19d

SOma de a+b:13a 4m 11d21a 7m 19d

35a --

Em face ao exposto no caso indicado, o segurado que tivesseexercido atividade penosa, insalubre ou perigosa. contempladacom [t aposentadoria especial aos quinze anos de serviço, durantecinco anos, 10 meses e 8 dias. passando a seguir a exercer ativi­dade não amparada pela aposentadoria especial, poderi:l. aposen­tar-s·e após dezoito anos, três meses e quatorze dias de tempo d~

serviço na última atividade, com direito a oitenta por cento dosalário-de-beneficio, ou poderia aposentarse após vinte e umanos, sete meses e dezenove dJas de tempo de serviço na últimaatividade, com direito a noventa e cinco por cento do salário debeneficio. desde que aplicada a conversão do t.empo de serviçoda atividade anterior para a última atividade proposta nesta pro­posição.

No entanto. se aplicado o critério atual. o segurado somentepoderá aposentar-se apQs vinte e quatro anos, um mês e vintee dois dias de tempo de serviço na última atividade, isto é, maiScinco anos. dez meses e oito dias. com direito a oitenta por centodo salário-de-benefício. ou poderia aposentar-se somente após vin­te e nove ;mos. um mês e vinte e dois' dias de tempo de &erviço.ou seja, mais sete anos, seis meses e três dias, com direito a noven­ta e cinco por cento do salário-de-beneficio.

Indubitavelmente, deve ser feita a conversão do tempo deserviço em atividades anteriores para a última atividade, quandoexercidJ.s sucessivamente e diferentemente amparadas por aposell­tadoria especial ou ordinária, como medida de inteira justiça, pois;a legislação previdenciária deve ter caráter eminentemente social.tendo como meta o amparo ao trabaJhador após longos anos deatividade profissional.

Ê certo, ainda, que, ao desenvolver atividade amparada pelaaposentadoria especial, foi dado ao segurado o dJreito sobre otempo de serviço exercido. o que vem sendo negado pelo InstitutoNacional de Previdência Sochl quando o segurado tenha exercidooutra atividade. não concomitantemente e excluída da aposenta­doria especial, mas que, todavia, está sendo assegurado ao t.raba­Ihador que tenha exercido outra atividade, não simultaneamente.amparada por aquela modalidade de aposentadoria.

A providência alvitrada virá corrigir inadmissivel injustiça,merecendo. a nosso ver, a aprovação dos ilustres membros destaCasa, resslat.:mdo-se que, no caso, não há necessidade de indicaçãoda fonte de custeio total d(l beneficio. pois esta tem por base ascontribuições previdenciárias regularmente feitas pelo empregadore empregado.

Por derradeiro, assinale-se que o projetado inspirou-se emsugestão que nes foi oferecida pel3. Cãmara Municipal de Santos.no Estado de São Paulo, tendo em vist.a Requerimento de inicia­tiva do Vereador Nelson Mattos, subscrito pelos Srs. Paulo Pi­mentel e Moacir de Oliveira.

Sala das Sessões, . - Athiê Coury.

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998% Quarta-feira 1.° DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção n Novembro de 1978

LEG/SLAÇAO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇAODAS .COMISSOES PERMANENTES

LEI N.o 5.880, DE 8 DE JUNHO DE 1973

Altera a legislação de Previdência Social, e dá outrasprovidências.

Art. 9.° A aposentadoria especial será concedida ao seguradoque, contando no mínimo 5 (cinco) anos de contribuição, tenhatrabalhado durante 15 (quinze>, 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco>anos pelo menos, conforme a atividade profissional, em serviçosque, para esse efeito, forem considerados penosos, insalubres ouperigosos, por decreto do Poder Executivo.

I 1.0 A aposentadoria especial consistirá numa renda mensalcalculada na forma do I 1.0 do art. 6.°, desta lei, aplicando-se-lheainda o disposto no I 3.° do art. 10.

I 2.° Reger-se-á pela respectiva legislação especial a apo­sentadoria dos aeronautas e a dos jornallstas profissionais.

PROJETO DE LEI N.o 5.703, DE 1978

(Do Sr. Francisco Ubardoni)Altera disposições do art. 6.° do Decreto-lei n.O 1.438,

de Z6 de dezembro de 1975, que dispõe sobre o Impostosobre os Serviços de Transporte Rodoviário Intermunici­pal e Interestadual de Passageiros e Cargas (18TR).

(As Comissões de Constituição e Justiça, de Transpor­tes e de Economia, Indústria e Comércio.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 Os itens VI e VII do art. 6.0 do Decreto-lei n.O 1.438,

de 26 de dezembro de 1975, alterado pelo Decreto-lei n.O 1. 582, d~

17 de novembro de 1977, que dispõe sobre o Imposto sobre os Ser­viços de Transporte Rodoviário Intermunicipal e Interestadualde Passageiros e Cargas (ISTR), passam a vigorar com a seguinteredação:

"Art. 6.°VI - transporte de produtos agrícolas ou hortifrutigran­geiros inclusive cereais, contratado ou reallzado pelo pro­dutor das zonas de produção diretamente para o primeirolocal de comercialização ou beneficiamento;

VIII - transporte de qualquer espécie de gado em pé des­tinado a abate ou ao povoamento de pastagens."

Art. 2.° Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.Art. 3.° Revogam-se as disposições em contrário.

JustificaçãoA legislação referente ao Imposto sobre os sêrviços de trans­

porte Rodoviário Intermunicipal e Interestadual de Passageirose Cargas (ISTR) , consubstanciada .nos Decrebos-Ieis n.OB 284, de28 de fevereiro 'de 1967, 1.438, de 26 de dezembro de 1975, e 1. 582,de 17 de novembro de 1977, .~m suscitado dúvidas em sua aplicação,mormente nos itens VI e VII do art. 6.0 do Decreto-lei n.O 1.438,alterado pelo de D.O 1.582, acima citados.

O aludido art. 6.0 enumera os serviços isentos do 15TR, figu­rando nos itoens VI e VIII que a proposição pretende modificar,expressões como "produtos agricolas e hortifrutigrangelros" e"gado em pé" que têm dado margem a várias interpretações,como por exemplo, alguns executores da lei não consideram ce­reais como produtos agrícolas, outros suíno como gado em pé, eassim por diante.

Ora, como isentar do Imposto o gado bovino transportadopara abate ou para o povoamento de pastagens, sem dispensar omesmo tratamento ao gado suíno, por exemplo.

Visando a correção de tais anomalias, submetemos à consi­deração dos eminentes membros do Congresso Nacional o presenteprojeto de lei, sem fugir aos objetivos configurados na próprialegislação que regula o assunto, procurando dar-lhe redação quenão apresente qualquer sombra de dúvida, na aplicação da lei.

Sala de Sessões, . - Francisco Libardoni.

LEGISLAÇAO CITADA. ANEXADA PELA COORDENAÇAODAS COMISSõES PERMANENTES

DECRETO-LEI N.O 1.438, DE 26 DE DEZEMBRO DE 1975

Altera o Decreto-lei n.O 284, de 28 de fevereiro de 1967,estende a incidência do imposto sobre os serviços detransporte rodoviário de passageiros ao transporte rodo­viário de cargas, e dá outras providências.

Art. 1.0 O imposto sobre o transporte interestadual e inter­municipal de passageiros, de que trata o Decreto-lei n.o 284. de

28 de fevereiro de 1967, reger-se-á pelo presente Decreto-lei, es-. tendida sua incidência ao transporte rodoviário de cargas, sob adenominação de Imposto sobre os Serviços de Transporte Rodo­viário Intermunicipal e Interestadual de Passageiros e Cargas ­18TR.

Art. 2.0 O fato gerador do 18TR é a prestação ou execução,por pessoa física ou jurídica, dos serviços de transporte rodoviá­rio de pessoas, bens, mercadorias e valores entre Municípios. Es­tados, Territórios e Distrito Federal, medíante a utilização de veí­culos automotores.

Art. 3.0 O ISTR é devido pela pessoa física ou jurídica queexerça, regularmente, as atiivdades de transporte rodoviário depassageiros ou cargas, com objetivo de lucro ou remuneração.

§ 1.0 O contribuinte poderá cobrar do usuário dos serviçosde transporte rodoviário as quantias devidas a título de imposto,em separado do preço ou frete.

§ 2.° Quando a empresa transportadora subcontratar o ser­viço de transporte rodoviário com outro transportador, o paga­mento do imposto permanece como responsabilidade primeira daempresa contratante.

§ 3.0 O imposto é, também, devido pela pessoa física ou jurí­dica, que transporte, em veículo próprio ou afretado, mercadoriasou bens destinados à comercialização posterior, ou que represen­tem insumos ou componentes integrantes de produto final, emcujo valor deverá estar destacado e computado o preço do trans­porte.

§ 4.° O imposto é igualmente devido pelas empresas que ex­ploram serviços de turismo, mediante utilização de veículos pró­prios ou afretados no ttansporte turístico de passag·eiros, cujopreço deverá estar destacado e computado no valor dos demaisserviços prestados.

Art. 4.° São solidariamente responsáveis pelo pagamento doISTR:

I - o usuário dos serviços de transporte de cargas, ou, naimpossibilidade de sua identificação, o remetente dos bens, mer­cadorias ou valores transportados;

II - os armazéns, silos, frigoríficos, pátios, terminais e centrosde carga e estabelecimentos congêneres, nos serviços de transporteque contratarem por conta e ordem de seus depositantes;

III - os despachantes aduaneiros, quando contratarem, porconta e ordem de seus clientes, o transporte de bens, mercadoriase valores cujo despacho alfandegário tenham promovido;

IV - os representantes, mandatários, gestores de negócios eleiloeiros, em relação aos serviços de transporte contratados porseu intermédio;

V - o consignatário, o comissário, o agenciador ou qualquerintermediário que contrate serviços de transporte em nome e porconta de terceiros;

VI - o subcontratante nos casos previstos no § 2.° do art. 3.°deste decreto-lei.

Art. 5.° O 18TR não incide:I - sobre o transporte realizado em veiculos de propriedade

da União, dos Estados, Distrito Federal e Municípios. bem comode suas respectivas Autarquias, nos serviços vinculados às suasfinalidades essenciais delas decorrentes;

II - sobre o servíço de transporte rodoviário de combustíveis,lubrificantes e minerais;

III - sobre o serviço de transporte internacional de cargas,sendo que, para as merca.dorias importadas, até o instante e localde sua nacionalizJ.Ção, e desde Que estabelecida a não incidênciaem Comenios, Tratados e Acordos .Internacionais;

IV - sobre os serviços de reboque em geral.Art. 6.° Estão isent<Js do ISTR:I - o transpOrte de obras de arte ou equipamento científico,

com destinação exclusivamente didática ou cultural;II - os serviços de transporte nec·essários à execução de obras

pública.s, contratadas por administração ou empreitada, pelos ór­gãos de administraçã<J direta ou autarquias da União, dos Esta.­dos, Territórios, Distrito Federal e Municípios.

III - os serviços de transporte de numerário e valores mobi­liários, contratados por instituição financeira;

IV - os serviços de transporte contratados por organismosinternacionais dos quais o Brasil faça parte, bem como por órgãosdiplomáticos, respeitado o princípio da reciprocidade.

Art. 7.° A base de cálculo do I8TR é o preço da passagemou o frete, tal como declarado, na forma de regulamento, no bi­lhete, no conhecimento do transporte ou em outro documento queinstrumentalize a operação.

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Novembro de 1978::::k_~ _

mARIO UO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 1.0 9983

1.0 - 8e a con traprcstação do serviço for aj ustada emespécie. a base de cálculo será o preço de custo. para o usuário,dos bens d;:tdcs em pagamento.

~ 2." Excluem-se da ba.se de cálculo da imposto as despesasde seguro. mas nela se incluem os ónus financeiros dos serviçosprestados a crédito. s:llvo quando constituirem objeto de contratodistinto do de transporte.

§ 3.0 Inclui-se. na base do cálculo do l8TR. o preço da dis­tribUição. relacionado com a coleta e entreg3. de cargas. integran­tes do transporte rodoviário.

Art. 8.0 A alíquota do ISTR será de 5r!c . (cinco por cento).>obre o serviço de transporte rodoviário de passageiros c sobre oserviço de transporte rodoviário de cargas. bens. mercadorias evalores.

Art. [1 (. O Departamento Nacional de Estrada" de Rodagemorgani2ará c manterá registro e cadastro das pessoas físicas oujurídicas que exerçam ou venham a exercer atividades de trans­porte rodoviário de que trata esta. lei.

Art. 10 O Ministério da Fazenda e o Ministério dos TranJ­portes. este através do Departamento Nacional de Estradas de Ro­dagem. promoverão. na forma do Regulamento. os procedimentosnecessários ao cumprimento das disposições deste decreto-leI.

Parágrafo único. O órgào encarregado da administração doI8TR será indicado no Regul~.mento. que fixará as normas relati­vas à arrecadação e fiscalização deste tributo.

Art. i 1. Da receita resultante do I8TR. a União tra.nsferirá80 r

; (oitenta por cento) ao Fundo Nacional de Desenvolvimento ­FND. vedada sua aplicaçáo n-o custeio de despesas correntes.

DECRETO-LEI N." 1.582. DE 17 DE NOVEMBRO DE 1977

Altera ti Decreto-lei n.O 1.438, de 26 de dezembro de1975, que dispõe sobre o Impusto sobre os Serviços deTransporte Rodoviário Intermunici)la) e Interestadual dePassageiros e Cargas (lSTR).

O Presidentl' da República, no uso das atribuições que lheconfel'e o artigo 55. item II. da Constituição, decreta:

Art. l° Os artigos 1.0, 2°. 3.". 5°. 6." e 7° do Decreto-lein" 1.438. de 26 de dezembro de 1975. passam a vigorar com a se­guinte redação:

.. Art. \." O imposto de que trata o Decreto-lei nO 284. de28 de fevereiro de 19(17, reger-se-á pelo presente decreto­lei estendida a sua incidéncia ao transporte rodoviário decargas sob a denominação de Imposto sobre os Serviços deTransporte Rodoviário Intermunicipal e Interestadual d,'Pessoas e Cargas (I8TR).

Art. 2.0 Fato gerador do I8TR é a prestação ou execuçãodos serviços de transporte rodoviario de pessoas, bens,mercadorias ou valores entre Municipios, Estados. Territó­rios e DLstrito Federal, mediante a utilização de veiculosautomotores.Art. 3.0 São contribuintes do I5TR as pessoas fislcas oujurídicas que exerçam, com objetivo de lucro, remunera­ção ou interesse económico, em veiculas próprios ou ope­rados em regime de locação ou forma simIlar, as atlvi­dades:1 - de transporte rodoviário de bens, mercadorias ou va­lores:11 - de transporte rodoviário de pessoas, como tal enten­dido tanto o serviço prestado mediante preço, percursoe/ou horário prefixados, quanto o prestado sob qualqueroutra forma contratual por empresas de turismo e demaistransportadores;III - de transporte rodoviário de mercadorias ou benspróprios destinados a comercialização ou industrializaçãoposterior.Parágrafo único. Não perde a condição de contribuinte aempresa que subcontratar o serviço de transporte rodo­viário com outro transportador."Art. 5.0 O I8TR não incide sobre os serviços de transporterodoviário:1 - de livros, jornais e periódicos, bem como do papel des­tinado à sua impressã.o;

Il - realizado em veículos de propriedade da União, dosEstados, Distrito Fed(~ral e Munlcipios, bem como das res­pectivas autarquias, nos serviços vinculados às suas fina­lidades essenciais ou delas decorrentes;III - de combustiveis, lubrificantes e substâncias mine­rais;

IV -~ internacional de pessoas e cargas. na forma das con­vencões, tratados e acordos internacionais, e atendidas asinstruções baixadas em ato conjunto dos Ministros da Fa­zenda e dos Transportes;

V - contratado ou executado por organismos internacio­nais dos quais o Brasil faça parte, bem como por órgãosdiplomáticos ou consulares, observado, nesta última hipó­tese, o principio da reciprocidade.

Art. 6.0 São isentos do ISTR os serviços de:

I - transporte de pessoas, quando realizado entre muni­cípios de uma mesma Região Metropolitana estabelecidaem lei;

II - transporte de pessoas que, por realizar-se em áreamelre.politana constituida de dois ou mais municipios.apresenta características de transporte urbano ou subur­bano. nos termos do regulamento;III transporte de obras de arte e equipamentos cíenti­ficas com destinação exclusivamente didática ou cultural;

IV - transporte de numerário e valores mobiliários;

V - transporte necessário a execução de obras públicascontratadas. por administração ou empreitada, pelos ór­gàos da Administração direta e autarquias da União, Es­tados. Territórios, Distrito Federal e Municlpios;

VI -- transporte de produtos agricolas ou hortifrutigran­jeiros, contratado ou realizado pelo produtor, das zonasde produção diretamente para o primeiro local de comer­cialização ou beneficiamento;

VII- transporte de leite in natura;

VIII - transporte de gado em pé destinado a abate ou aopovoamento de pastagens;

IX -- transporte de cana-de-açucar em caule. realizadoentre os locais de produção e os estabelecimentos de fabri­cacão de derivados;

X - transporte de mercadorias e produtos acabados, rea­lizado em veículo próprio, entre dois municípios adjacentesou entre municípios integrantes de uma mesma RegiãoMetropolitana estabelecida em lei, para atendimento dasnecessidades de fluxo e regularização de estoques de es­tabelecimentos de uma mesma empresa;

XI -- transporte de vasilhame. recipientes e embalagens,inclusive sacaria. quando. em veiculo próprio, retornaremvazios a estabelecimento do remetente. para nova utiliza­ção, ou forem remetidos vazios para o acondicionamentode mercadorias cujo destinatário é o próprio remetente;

XII - transporte de amostras de mercadorias e produtos,remetidas a laboratórios para análise, bem como o respec­tivo transporte de retorno ao estabelecimento remetente;

XIII - transporte, para entrega de mercadorias decor­rente de vendas a varejo, realizado em veiculo do ven­dedor, entre dois municípios adjacentes ou entre municí­pios integrantes de uma mesma Região Metropolitana esta·belecida em lei;

XIV - transporte, para venda ambulante de mercadorias,desde que estas e o veículo sejam de propriedade do ven­dedor;XV·-- transporte executado pela Empresa Brasileira deCorreios e Telégrafos - ECT, em veículos próprios, neces­sário à realização de seus objetivos.

XVI - reboque.

Art. 7.° A base de cálculo do I8TR é o preço do serviço,que será declarado no documento que instrumentalizar aoperação, observadas as normas regulamentares.§ 1.0 8e a contraprestação do serviço for ajustada embens. a base de cálculo será o preço de custo, para o usuá·rio, dos bens dados em pagamento.§ 2° Quando se tratar de transporte de carga própria,em veículo próprio ou operado em regime de locação ouforma similar, o valor tributável do I8TR será estabele­cIdo pelo Ministro da Fazenda com observância das tari­fas básicas oficialmente autorizadas para o transporte decargas de terceiros.I 3.0 Incluem-se na base de cálculo o preço do serviçode coleta e entrega de cargas, bem como os ônus decor­rentes de financiamento, quando forem objeto do mesmocontrato de transporte.I 4.0 Excluem-se da base de cálculo do imposto as des­pesas de seguro e pedágio, bem como as taxas de admi­nistração cobradas pelas estações ou outros terminais 1'0-

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9984 Quarta-ff:ira V' DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção Il Novembro de 1918

doviários, desde que lançados em parcelas destacadas nodocumento fiscal respectivo."

Art. 2.° O artigo 9.° do referido Decreto-lei n.O 1.438. de 26de dezembro de 1975, fica acrescido dos parágrafos 1.0 e 2.° coma seguin te redação:

"Art. 9.° , .

§ 1.° O ato que disciplinar o cadastro disporá, no quecouber, sobre os assuntos indicados no artigo 1.0 da Lein.O 5.614, de 5 de outubro de 1970.§ 2.0 As infrações às normas reguladoras do cadastro se­rão punidas, no que couber, com as penalidades previstasna lei a que se refere o parágrafo anterior."

Art. 3.° Este Decreto-lei entrará em vigor na data de suapublicação, revogadas as disposlçõell em contrário.

PROJETO DE LEI N.O 5.704, DE 1978

(Do Sr. Peixoto Filho)

Institui o seguro obrigatório para atletas profissio­nais.

(As Comissões de Constituição e Justiça. de Educaçãoe Cultura e de Economia, Indústria e Comércio.)

O Congresso Nacional decreta;Art. 1.0 Fica instituído o seguro de vida e de danos pessoais,

em caráter obrigatório, para os atletas profissionais de todas asmodalidades esportivas.

Art. 2.° A associação ou clube desportivo a que estiver vin­culado o atleta fará convênio com entidade seguradora no sentidode dar cumprimento ao Cisposto no art. 1°, a partir da assinaturado contrato profissional.

Art. 3.° A inobservância dos termos do art. 2.° sujeitará oinfrator à multa de Cr$ 50.000.00 (cinqüenta mil cruzeiros) paracada infração, com os reajustamentos determinados pela Lei n.o6.423, de 17 de junho de 1977.

Art. 4.° O Poder Executivo, ouvido o Conselho Nacional deSeguros Privados, regulamentará esta lei no prazo de 60 (sessenta)dias de sua vigência.

Art. 5.° Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art 6.° Revogam-lle as disposições em contrário.

Justificação

Não tem sido caso raro a morte de atletas profissionais empleno exercício da profissão. Vez por outra, falecem nos ringues detodo o mundo bOXEadores vítimas dos murros do adversário, cons­ternando a opinião pública. que já se coloca em posição contráriaâ. robrevivência do boxe.

2. No futebol, os exemplos se repetem, roubando a vida deprofissionais dedicados e deixando suas famílias sem meios de~obrevivência, não raras vezes constituindo os rendimentos doátleta os únicos de que dispõem.

. 3. O caro mais recente foi o que aconteceu com o jogadorValtencir, ex-Ueta do Botafogo e da seleção brasileira, cuja mor­te se deu por acidente ocorrido no momento em que disputavauma partida.

4. O projeto procura minimizar essas tragédias, propondo umseguro de vida e de danos pessoais - estes muito mais numerosospara os profissionais de todos os esportes.

5. Oxalá não se repitam esses acidentes fatais, mas, se se re·petlrem, os efeitos não llerão tão funestos que a vitima está devi­damente segurada e sua família razoavelmente amparada.

É este, pois, o Projeto de Lei que pretendemos seja transfor­mado em lei, para alivio de todos os aletas que .se vêem à mercêde acidentes fataill.

Sala das Sessões, 16 de outubro de 1978. - Peixoto Filho.

LEGlSLAÇAO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇAODAS COMISSõES PERMANENTES

LEI N.o 6.423, DE 17 DE JUNHO DE 1977Estabelece base para correção mOlletária, e dá outras

providências.

O Presidente da República.

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono aseguinte Lei:

Art. LO A correção, em virtude ce disposição legal ou estipu­lação de negócio jurídico, da expressão monetária de obrigaçãopecuniária somente poderá ter por base a variação nominal daObrigação Reajustável do Tewuro Nacional (ORTNI.

§ LO O disposto neste artigo não se aplica:a) aos reajustamentos salariais de que trata a Lei n.o 6.147.

de 29 de novembro ,de 1974;

o) ao reajustamento dos benefícios da Previdência Social. aque se refere o § l° do artigo 1.0 da Lei n.O 6.205, de 29 de abrilde 1975; e

c) às correções contratualmente prefixadas nas operações deinstituições financeiras.

§ 2.0 Respeitadas as exceções indicadas no parágrafo ante­rior. quaisquer outros índices ou critérios de correcão monetáriaprevistos nas leis em vigor ficam substituídos pela' variação no­minal da ORTN.

§ 3.° Considerar-se-á de nenhum efeito a estipulação, na vi­gência desta Lei, de correção monetária com base em índice di­verso da variação nominal da ORTN.

Art. 2.° O disposto nesta Lei não se aplica aos contratos pelosquais a empresa se obrigue a vender bens para entrega futura oua prestar ou fornecer serviços a serem produzicos, cujo preço po­derá reajustar-se em função do custo de produção ou da variaçãodo preço de insumos utilizados.

Art. 3° Esta Lei entrará em vigor na data de 'iDa publicação.

Art. 4.° Revogam-se disposições em contrário.

PROJETO DE LEI N.o 5.709. DE 1978

(Do Sr. Antunes de Oliveira)

Dispõe sobre a emissão de títulos de sócios pa.trimo­niais e títulos de sócios proprietários.

(As Comissões de Constituição e Justica e de Econo-mia, Indústria e Comércio.) .

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 A emissão de titulos de sõcios patrimoniais e de tí­

tulos de llõcioll proprietários por associações e clubes esportivos paravenda ao público, após o pronunciamento dos õrgãos competentesdo Ministério da Fazenda, será submetido à aprovação final daComissão de Valores Mobiliários -- CVM.

Art. 2.0 É vedado aos clubes e associações esportivas, cujoquadro social seja integrado exclusivamente de sócios-proprietá­rios a cobrança, a qualquer título. de ingresso para entrada deterceiros, mesmo quando acompanhados de sócios-proprietários.

Art. 3.° O Poder Executivo regulamentara a presente lei noprazo dc 180 dias.

Art. 4. 0 Esta Lei entra em vigor na data de ,ma publicação.Art. 5.° Revogam-se as disposíções em contrário

JustificaçãoA emissão ao público de títulos de sócios patrimoniais e de

titulos de sócios-proprietários vem se transformando numa ren­dosa indústria. As obras acabam e às vezes nunca começam,ninguém sabe para onde vai o dinheiro.

Os clubes e associações esportivas que emitem titulos de só­cios-proprietários em todo o Pais. acabam achando que os sõciosnão podem freqüentar o clube e assim montam na Portaria umb~lcão para venda de ingre,ssos a qualquer pesm~ que se dig'a con­Vidado de sócio. o importante é pagar Isso sim é que afasta' osócio verdadeiro do club~. que não quer a prollllscuidade e deseja.freqüentar um local familiar.

. Mesmo quando o ambiente é bom, o sócio é preterido. no aten­dImento, pejos "penetras" pagantes,

O aumento indiscriminado das quota..s de condomínio, ditasde manutenção. é outro espantalho para o sócio-proprietário,

A economia popular está Em jogo neSSas emissões dos clubes.quando assaciadas à cobrança ce ingresso. .

A matéria precLsa de regulamentação c da fiscalização daComls,.,uo cle Va 101'es Mobi lia rio..,.

Sala das Se'5sões. de setembro de 1978. ­

ERRATARepubliea-se por ter havido omissão na DC~ de 23-9-78.

REQUERIMENTO N,u 145, DE 1978I Convocação de Ministro)

Sclicita sejam convocados cs Srs. Ministros das l\Iinase Energ·ia. da Fazenda e da Indústria e do Comé!"l~io, a timde prestarem esclarecimentos sobre denúncia veiculadapor érgão da imprensa alemã, a respeito de problemas re­lativos ao Acordo Nuclear 8rasil.,\lc'fuanha.

(Do Sr. Tancreda J\.2ve,.l

Requeremos, na forma dJ dispcsto no art. 273 do RegimentoInterno (Resolução nO 30, de 31-10-72. consolidado pelas Resolu·

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Novembro de 1978 OIARIO DO CONGRESSO NACIONAL CSeçáo J) Quarta-feira 1.0 9985

çóvs nOs 5, 11 e 13. de 1975, e 51 e 58, de 19771, a convocação dosExm. D

; 81's. Ministros de Estado Shigeaki Ueki, das Minas e En~!"

gia, Hário Henrique Simons~n, da Fazenda e' Ângelo Calmon deSá da Indústria e do Comércio. para oferecer, perante a Câmarados Deputados, respostas a grave denúncia veiculada pela revistaDer Spiegel. respeitável orgão da impr2nsa alemã, sobre problemasrelativo, ao Acurdo Nuclear Brasil-Alemanba e provável envolvi­mento dos titulares das referidas pastas ministeriais.

JustificaçãoO Jornal do Brasil, em sua edição de ontem, a página 3. di­

vulgou ampb noticiário sobre gTave denúncia inserida na RevistaOer Spiegel, conceituado órgào da imprensa da Alemanha.

Segundo aquela revista, teriam Q2saparecido 296 milhões .:ledólares do Acordo Nuclear Brasil-Alemanha no processo de trans­ferênclrr de divisas de Brasilia para Bonn.

Ainda conforme o Jornal do Brasil, a Revista Der Spiegel,semanário que goza da maior credibilidade ,~m seu pais e no con­ceito internacional, argüi dp,ncorreção o papel de dois Ministro"brasileiros nas negociações: os Ministros Mário Henrique Slmon.sel1e Angelo Calmon de Sá,

Diz, ainda. o conceituado órgão da imprensa brasileira que arevi~ta alemã fez minuciosa análise de todas as dificuldades tpc­nicas. financeiras e políticas para implantação do proje!o, afir­mando textualmente: "algum81> particularidades do Acordo Nuclc,Hpodem dar a impressão de que no Programa Nuclear Brasileiro,foram, freqüE'ntemente, confundidos cargos públicos, rendimento..;e negócios pri I'ados".

De acordo com a mesma fonte, a COBREL, empresa que pres­tou serviços de contatos de venda e assessoria. pertence ao BancoBozzano Símonsen. do qual o Ministro Mário Henrique Simonsené um dos maiores acionistas.

Em relação ao Ministro Angelo Calmon de Sá, a mencionad3revista aponta a firma Norberto Odebrecht SIA. que era dirigldapor S. Ex" ontl's de assumir funções públicas no atual Governo.

Verdodeiras ou inv2ridica'i. são acusações da maior gravidade,que envoJvem altos interesses nacionais, além de afetarem a ho­norabilidade pessoal dos referidos Ministros.

Dai por que SE' justifica. amplamente, a presença dos Minís­tros qu~ oro se pretende convocar para que, no Plenário do Par­lamento. pos.,am esclarecer a Nação e a opinião pública mundial.

Sala das Sessões. 19 de sE'tembro de 1978. -- Tancredo Ne"es,•••

Republica-se por ter havido omissão no DCN de 19-10-78.

REQUERIMENTO N.O 146, DE 1978

tConvocação dc Ministrol

Solicita sejam convocados os Srs. Ministros da Fazendae do Trabalho, a fim de depcrem na CPI destinada a in­vestil;'H o ,'alor do reajustámento salarial dos trabalhado­res e a estrutura sindical brasileira.

I Do Sr. Alceu Collares)

Senhor Pre,idente.

Requeiro o V. Ex.a . na forma do disposto nos § ~ 2.° e 3.° doartigo 69, do Regimento Interno da Câmara dos Deputados, com­binado com o disposto no § 1.0 do artig3 38 da Constituição Fed:oral.sejam convocados os Ministros Mário Henrique 8imonsen e Arn::tldoPrieto, respectivamente, da Fazenda e do Trabalho para que, naconformidade do que lhes faculta o artigo 267 do Regimento Inter­no desta Câmara, 2scolham "dentro do prazo que não pode ;;t;>rsuperior a vinte dias" data e horário para comparecerem na Co­missão Parlamentar de Inquérito de~tinada a investigar o valor doreajustamento salarial dos trabalhadores e a estrutura sindicalbrasileira, sob pena de ser in.staurado o compet:,nte processo porcrime de responsabilidade.

Brasilia, 29 de setembro de 1978. - Alceu Collares, Relator.

O SR. PRESIDENTE (Geraldo Freire) -- Está finda a leiturado expediente.

IV - Passa-se ao Pequeno Expediente,Tem a palavra o Sr. Freitas Nobre.O SR. FRf:ITAS NOBRE (MDB - SP. Pronuncia o seguinte

disc,urso.l - dr. Presidente, Srs. ['2putados. enquanto o cronistapolitico Carlo Castelo Branco, em Nova Iorque.· recebe o famosoprêmio "Maria Moors Cabot" e o jornalista Gerardo de MelloMourão ê indicado pela Universidade Estadual de Nova 13rquepara o Prêmio Nobel de Literatura de, 1979, um jornalista inde­pendente e respeitado como Evandro Paranaguá tem sua creden­cial cassada pela Pre,idência da República. E, como os vasos são

comunicantes, também o Gabinete do futuro Presidente, insta­lado num hotel particular, interdita a ação do jornalista, cassan­do-lhe a autorização para o trabalho informativo junto ao Gene­ral Figueiredo.

Hoje, veio a explicação oficial com a declaração do porta-vozdo Palácio do Planalto: O jornalista Evandro Paranaguá teve suacredencial cancelada pela sua "hostilidade" e "agressividade",

No Pais, hoje. jornalistas considerados parcialmenté pelo Go­verno como "hostis" e "agressivos", devem cancelar seu registroprofiôsional e dar baixa no sindicato de classe, porque, se adqui­rem prática, isso não ocorrerá apenas na Presidência da Repú­blica, no Gabinete do futuro Presidente. mas também nos Minis­têrios, nas Secretarias, nos departamentos e nos serviços.

Dispensa-se a ação da Justiça para apurar até onde a "hosti­lidade" ou a "agressividade" se enquadram em dispositivos legais,para que a simples determinação administrativa decida da sortedo profissional.

Mas não ê apenas a sorte do profissional que se decide numacassação de credencial, como esta. É o leitor, é o povo que <ofrecom a deformação da notícia, exatamente pela falta de contatodo jornalista com a fonte da informação.

Por isso mesmo, a ONU, através de suas comissões especiali­zadas, e as entidades de profissionais de todo o mundo colocamcomo preliminar a ação livre da imprensa, do rádio e da televisãoo franco acesso as fontes da notícia.

Sem esse acesso a fonte da informação, esta se deforma coma naturalidade das notícias indiretas, dos acontecim:,ntos tram:­mitidos por terceiros e alterados na sucessividade de sua trans­missão.

Esclareceu o porta-voz do Palácio do Planalto que o jornalistaEvandro Paranaguá não está impedido de entrar no Palácio, masque aií é persona non grata,

Num esquema fechado, como é o atual, persona non grata naPresidência da República ê persona non grata até nas pequenasPrefeituras do interi3r, pois todas essas repartições, maiores oumenores. vasos comunicantes do poder central, são admiravel­mente subservientes para não entender como restrita a medida.

Aliás, esses vasos comunicantes detonam um processo em ca­deia que já começou com o Gabinete do futuro Presidente.

Ademais, seria inadmiEsivel que o jornalista consideradopersona non grata oficialmente pela Presidência da Repúblicafosse a Palácio obter informações ou colher notícias.

Pela sua extensão, pelo risco que alcança não apenas o jornale o jornalista, mas pelo prejuízo causado ao público leitor, acassação dessa credencial exige 'um pronunciamento enérgico daclasse e de todos aqueles que. nas áreas políticas, social, relígi'osa,cultural e econômica, necessitam ser bem informados.

A noticia inveridica ê passivel de retificação, inclusive ju­dicial, não se justificando a seleção dos credenciados junto aosgabinetes das autoridades de acordo com os interesses dos chefes,pois a confiança que deve justificar esse credenciamento é daprópria empresa jornalística. E, sem dúvida, as empresas têm tidonessa indicação a maior cautela e seleção.

O próprio jornalista Evandro Paranaguâ, que ainda há TjOUCOSdias publicava um livro que exatamente demonstra a imparcia­lídade de sua conduta de profissional e de cidadão, é um exemploda atenção que as empresas dedicam ao credenciamento de seusrepresentan teso

Os equivocos ocorrem, lamentavelmente, numa hora em queo País anseia pela "abertura" e todos os setores da vida brasileiraprocuram dar sua participação. Exemplo desse deseio de integra­ção democrática e de retorno â normalidade constitucional ê adecisão do Juiz Márcio José de Morais. respomabilizando !\ Uniãopela morte do jornalista Wladimir Herzog, Decisão, aliás, har­mónica com a do Juiz que foi aposentado sem ler a sentença quejá estava prolatada.

Essa sentença. reconhecendo os danos morais e materiais con­seqüentes da morte de "Vlado", ê um dos primeiro gestos de umanova época e, lamentavelmente, empanada com os pequenos me­lindres da autoridade, com::! ocorreu no caso Evandro Paran'lguá.

Sinto que falo em nome da Oposição brasileira e não apenasda Opo.sição parlamentar, pois os apelos para que transmitissemosa preocupação com o cerceamento da atividade do jornalista deO E~tado de S. Paulo reflete o Intenso dese.io de todos para queo retorno a normalidade institucional nã:) se.ia quebrado com atosde cerceamento ao direito de livre acesso a fonte da notícia.

O Projeto da Lei de Segurança Nacional, tão condicionado aatividade informativa, é um fantasma que mnda a atividade dosmeios de comunicação e do próprio jornalista. '

Gestos como este da caEsação de credencial de um profissionalde imprensa reconhecidamente respeitado é um lamentável sin-

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9986 Quarta-feira 1.° DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Sl'J(áo 11 Novembro de 1978

toma daquela gradualidade de democratização que esbarra nosperiodos presidenciais deste ciclo com 2 anos para o General Caos­tello Branco, 4 anos para o General Costa e Silva, 5 anos paraOS Generais Médici e Geisel e 6 anos para o General Figueiredo ...

O SR. DASO COIMBRA (ARENA - RJ. Sem revisão do ora­dor.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, os jornais e as emissorasde televisão focalizam assunto objeto de pronunciamento que fize­mos em março deste ano da tribuna do Congresso Nacional. Tra­ta-se do problema de dragagem de lagoas do norte fluminense,especificamente da Lagoa Feia,

Diziamos que as dragagens que estavam sendo efetuados peloDNOS e também os aterros que estavam sendo executados porparticulares iriam acarretar sérios problemas para grande númerode pessoas que vivem da pesca artesanal na Lagoa Feia e emoutras pequenas lagoas das proximidades. Voltamos a falar emfins de abril, e nenhuma providência foi tomada. Hoje é man­chete nos jornais, hoje está nas televisões. Infelizmente, o assuntonão teve divulgação, porque as sessões do Congl'esso não têm acobertura necessária. Os apelos que aqui fizemos não tiverammaior repercussão, e a verdade é que só agora. depois de arrom­bada, vai-se cuidar de colocar a tranca na casa. Amauhã o Mi­nistro do Interior visitará a região. técnicos lá estiveram. e apreocupação dos moradores da região da Lagoa Feia. no Munici­pio de Campos, e grande.

Sr. Presidente. volto a insistir para evidenciar nossa presençaconstante nesta tribuna: abordamos este assunto em março. noCongresso Nacional. e nenhuma providência foi tomada.

O SR. ANTUNES DE OLIVEIRA (MDB - AM. Sem revisão doorador.) - Sr. Presidente, nesta Casa há parlamentares inteligE'n­tes, cultos. Agora mesmo acabamos de ouvir um parlamentar lnlé'­ligente e culto, o Deputado Daso Coimbra. Deu uma "cacetada"usando uma expressão popular - no Governo, mas de maneIraelegante, e acabou provando que o Governo não merece crédiL>.Fê-lo, porém, de maneira tão sutil que o Cel. Rubem Ludwig. As­sessor de Imprensa da Presidência da República, provavelmentenão entenderá.

O Sr. Deputado Daso Coimbra, cüm inteligência. arrasa o Go­verno. S. Ex." provou que, numa sessão do Congresso Nacional. rea­lizada em março, clamou. suplicou, rogou para que se resolvesse ()problema da Lagoa Feia, m?s o Governo não atendeu. Agora. comclareza meridiana S. Ex." diz que, quando tudo está arrombado.vem o Governo, às carreiras. à televisão, afirmar que a coisa nãoestá tão feia na Lagoa Feia, e que vai tomar atitudes tais ou quaisque a Lagoa Feia passará a ser uma lagoa bonita. E quem declaratudo Isso não é Antunes de Oliveira - é Daso Coimbra, Deputadointeligente, culto. dentro de uma colocação que o Governo não vaiperceber, que o CeIo Rubem Ludwig não vai entender. Isso não épara mliltar entender; é para o político culto.

Dou parabéns à Inteligência do Deputado Daso Coimbra. OGoverno não atendeu a S. Ex." Não atendeu a quem? A um repre­sentante do povo. a um dos homens mais trabalhadores do Estadodo Rio de Janeiro. Aliás. fusão com fusão dá confusão. Entretanto,quando o "pau rola". como fala o nordestino. quando o "pau que­bra", vem o Governo com reuniões de Ministros e tudo o mais. Evão 3 ou 4 mil pobres agricultores, desassistidos, receber o Exmo.Sr. Ministro. Nem posso dizer Ministro de quê, porque é tanto mi­nistro que às vezes até esquecemos os nomes. Isto é piada. eu seio nome dos Ministros. Dou parabéns ao Deputado Daso Coimbrapela sua coragem ao provar por "a" mais "b" que o Governo nãoestá cumprindo o seu dever. deixando a Lagoa Feia ficar feissima

Mas o tema de meu discurso não é este. Quero manifestar-mesobre os 200 mil trabalhadores que vão à greve em São Paulo

O Jornal de Brasília, de hoje, 31 de outubro de 1978, comentao assunto.

Sr. Presidente, lamento que não se resolvam certos problemasno meu Pais, mas continuo lutando. Por que. por exemplo, não seenfrenta a fome? t possível alguém morrer de fome num Pais comoeste? A,qul não é deserto de Saara. t. um País aquinhoado de bên­çãos. Entendo que este problema deve ter solução. Não pode haverfome, no Brasil. .

O que não aceito também é que haia mais de 20 milhões demeninos e meninas abandonados. Como eu disse esta semana. datribuna, os meninos abandonados são perigosos, mas as meninasabandonadas, na sua distorção sexual, ainda geram em média 3fllhOB. Quantos brasileiros desaiustados, vindos de meninas aban­donadas vamos encontrar, pobres coitados, que merecem a nossapiedade e não a nossa repulsa e desassistência?

Igualmente não posso aceitar que o problema do indlo aindanão tenha solução. O índio é o dono da terra - e eu descendodele, com muito orgulho. Os Estados Unidos resolveram esse pro­blema através de medidas especiais, e hoje há indios millonáriosnos Estados Unidos. No Brasil, porém,. não se resolve esse proble··ma, assim como não se resolve o problema do trabalhador. Em

São Paulo. Capital do progresso. da indústria e do comércio. 200mil operários se levantam em greve, porque nem o Governo, nemos empresários apresentam uma solução aceitável. Por quê? O Go­verno não tem poder para isso? O Governo canta e decanta emcada can to que tem poder. Mas onde está? Duzentos mil operáriosestão em greve. E segundo o mesmo jornal. Sr. Presidente. é possí­vel que o movimento se estenda ao setor das minas:

"Em São Paulo os patrões estão sendo instruidos pela De­legacia Regional do Trabalho no sentido de manter as ne­gociações num clima sereno, porque. se elas forem condu­zidas de maneira tumultuada. estaremos perdendo tempo.Apesar de a paralisação dos metalúrgicos atingir cerca de200 mil operários e da possibilidade de os operários daBelgo-Mineiro também desencadearem um movimento pa­redista I ... )" f Jornal de Brasília, de 31-10-781.

Por que não se resolve o problema do operário? Por que nãose resolve o problema do trabalhador? Sugiro uma forma governa­mental de reajuste de salário para os dissídios coletivos, um acordotrabalhista mais flexível, de forma a permitir l'eajustes maiorespara os trabalhadores de menor renda, sem excluir a possibilidadedo sistema de negociação direta para aigumas ca tegorias profis­sionais ou classes de renda. Eis uma sugestão para resolver o pro­blema.

O que querem os metalúrgicos? Segundo o Presidente do Sin­dicato dos M~talúrgicos, Joaquim Andrade dos Santos, é saber daoferta dos empresários.

Diz ele:

"Se a proposta for a mesma, não vamos chover no molha­do. Não é um dissídio que acabará com a greve." (Jornalde Brasília, 31-10-78.1

Sr. Presidente, receio que as forças ocultas ou extremistasaproveitem essa reclamação justa. que é lt greve, para fazer ba­derna. Os metalúrgicos não são atendidos e vão ã greve. O Governo.em vez de resolver o problema, há de querer fazer pressão contraos grevistas, com a desculpa de que no meio deles existem comu­nistas. E eu respondo: há mesmo. Quem é que não sabe disso? Masquem estuda Sociologia, como estou estudando. aprende que oscomunistas se aproveitam de momentos como esses. Ora. eles sãol' quê? São burros? Não o são. Agura. quando os comunistas seaproveitam da situaçao. o que faz o Governo? Um movimento anti­comunista. O anticomuni5mo é um erro. como o comunismo tam­bém o é, purque são ideologias erradas. Sou contra o anticumu­nismo e não aceito o comunismo de maneira nenhuma. por ques­tão até de fé religiosa. Não aceito, porém, a desculpa que o Go­verno di para prender todo mundo. sob a alegação de serem co­munistas. Se alguém duvidar disso vá ao Superior Tribunal Militare ali haverá de verificar quantos indiciados pelo Governo como co­munistas foram abolidos e inocentados.

Os movimentos se grave, em qualquer país do mundo. inclusiveno Brasil. são explorados pelos comunistas. Sou contra essa explo­racão. mas sou contra a atItude-do Governo de. como diz o caboclo:"meter o pau" em cima do operário. dizendo que é comunista. OGoverno deve resolver o problema. e. não, sob a bandl'Íra do anti­comunismo. prender os operários inocentes que não são comunistas.

O semblante do Presidente está indicando que falo com muitaenergia. Não son. tod~'.via, {} Ministério das Minas p Energia. quenão tem energia e vive não explorando minas.

SI'. Presidente. lutarei por este Pais. na Câmara, fora dn Cà­mara; onde estiVer. lutarei comu tenho lutado. Cumo professor.como educador, como pregador, como Deputado. como Secretáriodo Interior e Justiça que fui. como Secretário da Indústria, G~'­

mércio e Agricultura do meu Estado. como Assessor-Geral, lutei elutarei a favor do meu País.

O Brasil. um dia. será o primeiro país do mundo, c Brasíliacapital do Brasil e do mundo.

Como? Nós temos o caminho para isso. Não há de ser atravésdo anticomunismo nem do comunismo; não há. de ser através dofascismo nem do integralismo, a mentira brasileira do fascismo..Ern uma democracia sã, em que o povo seja consultado. em que orico fique menos rico e o pobre menos pobre. Getúlio é quem tinharazão. Discordo algo dele, mas. neste particular, reconheço que ti­nha razão.

Sr. presidente, o caboclo da Bahia e do AmaZonas, Antunes deOliveira. declara, nesta hora que está ao lado dos metalúrgicos,sem comunismo, e está contra o Governo se agir com o seu anti­comunismo profissional, llsado mais dI' uma vez. O Brasil não nre­cisa de comunismo e também não precisa viver de anticomunismo,De pé. pelo Brasil e pela Amazônia, contra o internacionaUsmo.Temos de ocupá-la para não desocupar; temos de integrá-la paranão entregar. E a ocuparemos e a integraremos.

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Novembro de 1978 mARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção Il Quarta-feira 1.° 9987

Era o que tinha a dizer.O SR. EDGAR MARTINS (MDB - SP. Sem revisao do ora­

dor.) - Sr. Presidente, durante doze anos de nossa vida exerce­mos atividades ligada ao movimento sindical em São Paulo, es­pecificamente nos Sindicatos dos Enfermeiros e dos Metalúrgicos,bem como nos Sindicatos dos Professores e dos Jornalistas do Riode Janeiro.

Hoje, em São Paulo, os metalúrgicos estão em greve, reivin­dicando melhores salários. Compreendemos que a Delegacia Re­gional do Trabalho procure ser intermediária entre os grupos liti­gantes. Contudo, gostariamos de, mais uma vez, apelar ao Dr.Vinicius Ferraz Torres. no sentido de que chegue a um acordocom os trabalhadores metalúrgicos paulistas, que não p?dem con­tinuar sofrendo as pressões motivadas pelo achatamento sa:ariaiocorrido nos idos de 1972. Da mesma forma, Sr. Presidente, gosta­ríamos de apelar àqueles lídeI'<!S sindicais, para que conduzam ostrabalhadores a reivindicações que realmente traduzam suas ne­cessidades, a fim de que,. ao t'inal desse movimento gr-evista, elespossam sair satisfeitos, com seus reclamos atendidos de maneiraiusta.

O trabalhador metalúrgico de São Paulo está vivendo mo­mentos graves, atravessando um período de privações, em face desua baixa renda, sendo muitas vezes prejudicados pela íncompre­ensão e pela repressão.

Desejamos, igualmente, SI'. Presidente, dizer que temos rece­bido enorme quantidade de cartas pedindo informações sobre pro­jetos por nós apresentados, um dos quais visa à revogação do art.53 da Lei n.o 4.215. de 27 de abril'de 1963 -- Estatuto da Ordemdos Advogados do Brasil - que torna obrigatóría aos Bacharéisem DirEito a prestação do Exame de Ordem para se inscreveremna OAB, a fim de, assim, poderem exerc·er sua profissão.

1l: absurda e injustificável a exigência consubstanciada no re­ferido artigo. Trata-se de atitude discriminatória. Gostaríamos deinformar aos Srs. Bacharéis em Direito que estamos envldandoesforços visando à anulação d,! tal medida, que, sem dúvida algu­ma, se constitui em uma mancha para as Faculdades e tambémpara a classe dos advogados.

Perguntam-nos, ainda, sobre o Projeto n.o 5.043/78, que dis­põe sobre a obrigatoriedade de afixar o preço de venda ao con­sumidor na embalagem dos gên-eros de primeira necessidade. Essa.proposição, Sr. Presidente, é de utilidade. haja vista que muitoscomerciantes Inescrupulosos promovem a remarcação dos preçosdos gêneros de primeira necessidade à simples no~ícia de que ha­verá aumento. Os gêneros que compõem o estoque de determina­dos comerciantes devem ser vendidos por preço compatível como custo, acrescidas as despesa.s de comercialização. Aí, então, te­ríamos o que chamamos de lUi~ro razoável. No mais, achamos queas remarcações acabam onerando demasiadament·e o consumidor.

Desejamos, pois, Informar a todos os que nos escreveram queestamos lutando, inclusive para. que este projeto tenha tramitaçãomais rápida.

Quan'o ao projeto r~ferente aos carnês, declaro que não visaespecialmente a ninguém, eis que não o elaboramos para prejudi­car a vida de quem quer que seja. Queremos, isto sim, defendero consumidor, visto que nossa proposição proíbe a captação ante­cipada da poupança popular mediante a promessa de contrapres­tação em bens ou qualquer direito futuro. Tal medida, sem dúvi­da a:guma, visa a evitar que o consumidor continue a ser alvodaquele sistema qu,e assegura, de fato, um lucro cada vez maisextraordinário, mais protegido pela captação de recursos. propa­ganda e venda êompulsória de mercadorias ao subscri'or de re­cursos. Elaboram::lS a proposiçiío porque notamos que a venda decarnês, com a promessa dç algum prêmio futuro, vem prejudi­cando grandemente a economia popular, enxugando-a em maisde 6 bilhões de cruzeiros.

Era o que tinha a dizer.

O SR. EDU.I)RDO GALlL (ARENA - RJ. Sem revisão do ora­dor.) - Sr. Presidente, Srs. Dllputados,. alguns fatos precisam &:'lranalisados no que diz respeito à administração municipal da ci­dade de NiteróI. Em primeiro lugar, o povo da Capital do antigoEstado do Rio de Janeiro sofreu aumentos de impostos munici­pais que atingiram a cifra assILstadora de m,als de 1.100%; emsegundo lugar, não se viu realizada naquela cidade nenhuma obrade infra-estrutura com os recursos que ultrapassaram até a recei­ta orçamentária do Município, em' termos de arrecadação.

As obras, r·<lalmente. inexistem. E é. fato do domínio públicoque o Prefeito se dá ao ,uxo não só de aumentar o.s Impostos,mas de empregar, apenas na reforma de seu gahinete, mais de4 milhões de cruzeiros. E o mais estranho em tudo Is30 Sr. Presi­<len~e. Srs. Deputados, é que () Governo Federal na sua políticade amparo aos Municípios, injetou na antiga Capital do Estadodo Rio mais de 190 milhões de cruzeíros a fundo perdido.

O Governo age com a maior isenção em termos de amparo ebeneficiamento das populações dos Municípios, sejam eles dirigi­dos por emedeblstas ou arenistas, e a população nlteroiense nãogoza dos beneficios a que faz jus não só pelos impostos que paga,mas pelo que produz, em termos de engrandecimento nacional,através das diversas atividades sociais que exerce. Mas o que émais difícil de entender em tudo isso é que, não obstante o am­paro federal e a captação de recursos através dos impostos aQsur­dos hoje cobrados em Niterói, não há perspectivas de melhorescondições de vida para aquela população. TOda a infra-estruturaurbana da cidade de Niterói, que já era. deficiente, tornou-se,nestes dois anos de administração do Sr. Moreira Franco, visivel­mente atrasada em relação ao crescimento demográfico da cida­de. Enquanto a cidade cresce, os serviços municipais se tornamabsolutamente deficientes.

Mas a:go também cresceu assustadoramente na atual gestãomunicipal: a onda de empreguismo, ainda não conhecida na an­tiga capital do Estado do Rio dE: Janeiro, hoje é fato consumadc>na administração do Sr. Moreira Franco.

Tudo isso merece resposta em 15 de·novembro. Há aqueles quefazem oposição de verdade, que usam a tribuna no exercício dodíreito que lhes confere o mandato parlamentar, e aqueles quehoje batem no peito, na eX-Capital do antigo Estado do Rio deJaneiro, para dizer que são Oposição, mas que no Congresso Na­cional nada dizem que possa ir de encontro ao Sr. Moreira Fran­co.

Lamentavelmente, apesar de tudo Isso, grande parte da Im­prensa silencia diante daquilo que deveria esclarecer ao povo. Eumesmo desafio o prefeito da antiga capita! do Estado do Rio aque divulgue as cifras que já gastou, em termos publicitários.Assim. o povo de Niterói e o povo fluminense, de um modo geral,saberão quanto se gasta em publicidade e quanto se deixa deinns"lr em salas de au:a, em leitos hospitalares; em calçamentode ruas e em mais redes de água.

Sr. PresidEnte, Srs. Deputados, eu gostaria que o povo pudessetambém tomar conhecimento do que aqui se diz e do que aqui sefaz. porque is.so só ocorre através de "A Voz do Brasil", e nemtodos. às vezes. a ouvem. Dessa forma, se veria quem está, real­mente. a mostrar e a combater o descalabro administrativo e ocaos em que se encontra a cidade de Niterói, em decorrência deuma administração divorciada não só de uma realidade de origem,mas, acima de tudo, de uma computação de dados estatísticosfalsos. Esperava-~e muito em Niterói. Hoje, nada se espera. Ha­via a certeza de que uma renovação política ocorreria em Niterói,embora eu jamais tivesse acreditado ou depositado alguma espe­rança nisso. Hoje, vê-se que não houve renovação política doscostumes políticos na antiga capital do Estado do Rio. A mesmapolítica de quintal continua e Ni'eról é' ainda, infelizmente, paraaqueles que se dedicam ao trabalho sério e que reivindicam re­cursos federais para a antiga capital do Estado do Rio, um sim­ples subúrbio do Rio de Janeiro, sem atingir a sua categoria deCapital e de grande cidade.

Em 15 de novembro próximo, ta~vez haja uma resposta dopov·a, apoiando aqueles que se opõem a esses métodos ultrapassa­dos de empreguismos para se conseguir a aprovação de mensa­gens em Câmaras Municipais e esse inventário da administraçãopública em favor do compadrio, em favor dos afilhados. Há es­perança de uma resposta, não em beneficio de candidatos, masem benefício da população, para que a consciência administrati­va - se é que existe em tais administradores - seja d·~spertada

para um novo rumo de gestões moralizadoras e realizadoras, emfavor do bem comum, de toda a coletividade. Há essa esperançae há essa certeza. Hoje o povo da antiga província do Estado doRio de Janeiro quer, somado ao novo Estado nascido da fusão,fazer com que ele recupere sua liderança na República, a mesmaque já tivera no Império e que, há muitos anos, perdera, e voltea influenciar decisivamente nos acontecimentos nacionais, atra­vés de uma participação mais efetiva no processo político-admi­nistrativo do País. Cremos que, no Governo do General JbãoBaptista Figueiredo, o Estado do Rio, somado ao Estado de SãoPaulo e a tantos outr.as, se fará presente, através de uma par­ticipação Igualitária. autên'ica e representativa das aspiraçõesdo povo do nosso Estado.

Sr. Pr·esidente, estas palavras não são novas, mas apenas fa­zem parte de uma série de pronunciamentos que venho proferin­do há longo tempo. Mais uma vez, consigno meu protesto e, aci­ma de tudo, uma pa:avra de esperança na renovação dos costu­mes políticas da terra fluminense.

O SR. FLORIM COUTINHO (MDB - RJ. Pronuncia o seguintediscurso.) - Sr. Presidente, eminentes colegas, assomamos a esta.altiva tribuna do povo braSileiro para transmitir nossos colerasoscumprimentos a S. Ex." Revm.a o Sr. Arcebispo d'e Brasília, VigárioMilitar do Brasil. D. José Newton de Almeida Batista. ao ensejoem que completa melo século de dignidade sacerdotal. São cin­qüenta anos de carreira eclesiástica assinalada de luz e de exem-

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9988 Quarta-feira 1.° DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (St'çáo I) Novembro de 1978

pIos magníficos e fecundos, dos mais de um terço consagrado aBrasília.

A data do auspicioso evento - 28 de outubro - duas cerimô­nias foram levadas a efeito para comemorá-lo dignamente: MissaSolene Concelebrada na Catedral de Brasília e Bênção da pedrafundamental do Centro Vocacional Arquidiocesano.

A MJ.ssa, Sr. Presidente, acorreram mais de três mil pessoas,alternando-se autoridades eclesiásticas, civis e militares com ascamadas mais representativas da boa e religiosa gente brasllien­se, empenhadas em significar seu modesto preito de gratidão aoamado Arcebispo, promotor de tantas e tamanhas iniciativascris­tãs em benefício de todos.

D. José Newton, Srs. Deputados - magnânimo coestaduano deque tanto nos orgulhamos e nos valemos - nasceu na Capital doEstado do Rio de Janeiro, há setenta e quatro anos.

No seminário de Pirapora do Bom Jesus, em São Paulo, cursouo ginásio.

Em Roma, licenciou-se em Filosofia em 1925, doutorando-se emTeologia quatro anos após, no COlégio Pio Latino-Americano.

Foi ordenado sacerdote em 1928, pelo Vigário-Geral de Pio XI,Cardeal Basí11co PompUi.

Em 1929 exerceu as funções de secretário de D. sebastiãoLeme. Foi Vigário cooperador de São João Batista da Lagoa, pró­Pároco em Inhumas e Pároco de São Mateus, Paquetá e Santa Cruz,e em Oswaldo Cruz.

Em 1940, capelão da Glória do Outeiro, lecIonou em seminá­rios e, posterio1'1l1ente, no Colégio Sion, vindo, dois anos depois,a ser Cônego catedrático do Colégio Metropolltano.

Ordenado Bispo por D. Jaime de Barros Câmara em 1944, to­mou posse na Diocese de Uruguaiana - Rio Grande do Sul, ondepermaneceu dez anos. De lá seguiu para Diamantina - terra doPresidente Juscelino Kubitschek - local em que esteve seis anos,até vir para Brasilia, em 21 de abril de 1960.

Aqui inaugurou o seminário em 1962 e desenvolveu intensotrabalho no sentido de arregimentar congregações religiosas. Aomesmo tempo em que se preocupava com o seminário, as vocações,a educação católica e a criação de paróquias e livrarias católicas,o Arcebispo de Brasilia lutava em favor de obras sociais. A Casa doCandango é um exemplo disso. Incentivou a instalação de crechese asilos de velhos, promoveu um Congresso de Operários e umaSemana Arquidiocesana do Menor Abandonado, além de partici­par do Conselho da Fundação do Serviço Social.

Seus escl'1tos orientando os fiéis estão compilados em 8 vo­lumes que contêm quase tudo o que escreveu nesses 18 anos deBrasília. Quatro semanas e duas conferências fazem parte do tra­balho de consclentiZ!I-Ção que promoveu para os católicos. Apoioua implantação do Cursilho de Cristandade e enfrentou com co­ragem dificuldades surgidas no Congresso Eucarístico de 1969.A partir desse Congresso, a Igreja de Brasília tomou novo im­pulso, surgindo assim os movimentos leigos, que hoje chegam aonúmero de 25.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, da Comissão Organizadora dosf~tejos pelo transcurso da data em que S. Ex.a Revm.a D. JoséNewton completou meio século de sacerdócio, participaram osBispos Auxiliares de Brasília, D. Geraldo de AvUa e D. SinésioBohn, os quais nos dirigiram honroso convite para participar da­quelas cerimônias comemorativas, o que ora agradecemos penho­radamente.

D. José Newton, com sua envolvente simpatia e candura será­fica, Impressiona mais ainda quando as circunstâncias lhe impõemrevestir as atitudes com categórica determinação e manifestaenergia.

AgU, forte, jovem, foi uma surpresa geral quando lhe anuncia­ram os cinqüenta anos de inconsutlIeza sacerdotal. Mas como? ­perguntavam todos - se não demonstra mais que cinco decêniosde idade?

D. José Newton no Brasil e João Paulo II no Vaticano sãopadres do mundo. Com o cabedal teológico que entesouraram eos ensinamentoo cristãos que praticam e prodigalizam, com trans­parente humildade em qualquer outro país pontificariam.

Num "pinga-fogo" não podemos exigir um retrato de corpointeiro de S. Ex.a Revm.a, mas apenas um instantâneo do que pes­soalmente transparece.

Ao Arcebispo de Brasília e Vigário Mllltar do Brasil apresen­tamos nossas mais efusivas fellcitações, desculpando-nos pelo em­palidecido das presentes expressões, nas quais somente a inten­ção suplicamos venha a ser aquilatada.

11:, Sr. Presidente, o que trazemos hoje, com pleno regozijo,para registro nos Anais da Câmara dos Deputados.

o SR. .JOSÉ CAMARGO (MDB - SP. Pronuncia o seguintediscurso.) - Sr. Presidente. Srs. Deputados, terrível reportagemde um dos mais importantes órgãos da imprensa internacional, de­nunciando a existência no Brasil de quarenta e dois milhões demenores desamparados, deu Inesperadas dimensões a um de nossosmais graves problemas, sobre o qual tanto temos falado. A ques­tão dos menores abandonados afeta o País inteiro, mas é nosgrandes centros, como São Paulo, que essa chaga social assumeproporções alarmantes e desumanas. Alarmantes porque compro­mete nosso futuro próximo e desumanas porque nada mais dolorosodo que o abandono de crianças e velhos.

O Governo e seus partidários se alvoroçaram diant~ da denún­cia exposta ao mundo. na estarrecedora revelação de que o Brasilo número de .menores abandonados já atinge a cifra dos quarentae dois milhões, cerca de 40% da nossa população. O Governo, atra­vés de seus numerosos porta-vozes, realizou enorme esforço paraesvaziar a denúncia e seus partidários se iançaram na discussãode aspectos secundários da espantosa reportagem.

A questão do menor abandonado, tal como a dos velhos de­samparados. tem sido preocupação constante de todos nós doMDB. Incontáveis os pronunciamentos, denúncias e as proposi­ções apresentadas pelo MDB para minorar o problema. Evidenteque o atual Governo não é o responsável por esses quarenta e doismilhões de menores abandonados. Mas Inquestionável a sua res~

ponsabilida~pelo agravamento incessante dessa vergonhosa chagasocial, que humilha o Brasil perante o mundo inteiro. Não teriaa situação chegado a proporções tão gigantescas se os governan­tes tivessem um minImo de sensibilidade social e se dispusesse aenfrentar tão difícil e complexa questão.

A existência de dezenas de milhões de menores abandonadosno Brasil· basta para revelar o grau de retrocesso social que nosfoi imposto. Este um problema que afeta a todos, pois comprometeo futuro brasileiro e coloca a sociedade sob ameaças as mais terrí­,-eis.

Não podemos deixar de observar o doloroso contraste entre oBrasil de quarenta e dois milhões de menores abandonados, semfuturo e lançados na senda do crime, e o Brasil grande da publi­cidade oficiaI. dos técnicos e burocratas que manipulam o poderno regime autocrático e usufruem de uma vida de magnatas.

Brasileiro algum de parte alguma pode ficar indiferente aessa monstruosa chaga social, cuja simples existência condena,Irremediavelmente, o sistema de governo que nos tem sido ex­posto, com sua grandiloqüência, seus escândalos e suas obras fa­raônicas. Ainda é tempo de evitar a catástrofe que nos ameaça,mas para isso é imprescindível, antes de mais nada, a normaliza.·ção da vida político-institucional do Brasi!. A redemocratizaçãonão resolverá instantaneamente questões de tão grandes propor­ções como essa dos menores abandonados. Mas a democracia per­mitirá que o assunto seja exposto e debatido, que o povo brasileiroparticipe da luta pela melhoria social do País. A democracia nãoserá a solução milagrosa para nossos males, mas é a única viaque nos permitirá caminhar, dura mas incessantemente, para asolução real de problemas tão graves, poís é o único regime quepossibillta ao povo impor decisões e rumos aos governantes. tor­nando-os responsáveis perante a lei e a sociedade. Eis por que aluta maior do MDB tem sido e ê no sentido do restabelecimento daplenitude democrática no Brasil.

O SR. ATHItt COURY (MDB - SP. Pronuncia o seguinte dis­curso.) - Sr. Presidente, Srs. D~putados, a política de incentivosfiscais, adotada no Brasil há alguns decênios, por vários meios,modos e processos, tem contribuído, decerto, para a melhoria donosso desempenho econômico, nos mais diversos setores, enco­rajando as atividades produtoras de modo apreciável.

Por seu Intermédio, melhorou-se a situação econômico-socialdo Nordeste e foi tK'ssível uma penetração em ritmo mais acelera­do da Amazônia, a: ponto de, hoje, não se falar mais em sua inter­nacionallzação.

Também graças aos incentivos fiscais, retirados do Impostode Renda, o Brasil deu grande impulso à silvicultura, à pescae ao turismo.

No que tange aos produtos exportáveis, é possível obter -se,graças a providências assemelhadas, melhor desempenho do pro­dutor nacional e' conseqüente melhoria das exportações e do ba­lanço de pagamentos.

A propósito, recebemos da Associação Paullsta do Chá Pretoum ofício, contando-se a respeito de solicitação encaminhada aoMinistro da Fazenda, em que ple:,telam aqueles produtores oaumento do estímulo fiscal concedido àquele produto exportado,alegando a necessidade de "livrar o Vale do Ribeira de um impa~e

que certamente ocorrerá, caso esta providência extrema não possaser conduzida".

Os dirigentes da Associação e.stão dispostDS a vir a Brasília.,.talvez em comitiva, para fazer uma exposição verbal, ao Sr. Mário

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Novembro de 1978 DlIlRIO DO CONGRESSO S,\CIONAL (Seção I) Quarta-feira 1.° 9989

Henrique Simonsen, dos problemas que os assaltam na presentl'conjuntura. Mas, antes disso, :gostariamos de saber qual é a diq­posição de S. Ex.a a esse respeito.

Por enquanto. o chá preto representa pouco, em termos mun­diais de quantidade produzida, e este fato prejudica sua colocação,São obrigados os exportadores a verdadeiras proezas. para colocá­lo, permanentement~. no mercado internacional, concorrendo comaquele procedente da Índia, do Kenya, da Indonésia, Malawi, Ugan­da e outros paises,

Na verdade, lidamos com tl:abalhadores de melhor nível, tendo..sido adotadas quase toda..s as soluções possinis para redução docusto, desde a mecanização das lavoura..s á automação das fábricas.Cresceram os preços dos combustíveis e fertilizantes, além dosfretes marítlmos, todos menores para os nossos concorrentes, maispróximos dos consumidores europeus ç americanos.

Recentemente, com a oferta acima da demanda, houve acha­tamento dos preços internacionais. Daí por que os produtores bra­sileiros reclamam que o bcnef.icio atual dos três por c~nt(l. pa rao chá preto, seja elevado, ao menos. para oito por cente. salvan­do-se da ruina uma coletividade repn'sentada por cerca ·i", vintemil pessoas, numa ['~gião sulina quc oferece pouca~ alternatiV.lll

de sobrevivência, tanto mais quando a cultura do chá é permanen­te, com uma expectativa de vida superior a cinqüenta anos, nãopermitindo as chamadas plantações intercaladas,

Isto exposto. esperamos que o Sr. Ministro da Fazenda a tendaàs reivindicações da Associacão Paulista do Chá Pr~to ou convidtlseus representantes para um encontro em que serão ouvidos com::I necessária atenção.

Era o que tinhamos a dizer, Sr. Presidente.

O SR. SIQUEIRA CAMPOS (ARENA - GO, Pronuncia Q se­guinte dis(".urso.) - Sr. Pr2sidente. numa plaquete modelarm"nteelaborada. tant0 pl'la apresentação gráfica como pelo conkúdoda matéria e o detalhamento do balanço patrimonial e demons­tracões contábeis, acabamos dc receber o Relatório da Diretoriada TELEGOIÁS, relativo ao exercicio de 1977,

Queremos. desde logo, agradccer ao seu dinâmico l-'rt'sidente,o excelente administrador Eudoro Lemos de Oliveira, a le.nbrancada remessa. r('ssaltando. em seguida. que aquela progres:!lsta en·\·presa aprcscntou resultados amplamente satisfatórios 11(. ano pas··sado, ampliando e melhorando serviços, apesar da COi, ccneão ,kdcspesas e registrando. em balanço, o expressivo r~sul\ddo líquidode quarenta e sete milhõ("s de cruzeiros.

O numero de terminais Instalados evoluiu de cerca de vinte etrês mil. em 1974, para mais de quarenta e quatro inil. e.m 1977,num crescimento médio anual de vinte e do:s e lLeio por cento,enquanto, no mesmo periodo, o número de canais d,~ voz, passandode 143 para 508. representou crescimento de vinte " três por cento.

Entretanto. o sistema de transmissão interunana se ressentede canalização suficiente à implantação de maJ.1a de comunica­ções capaz de cobrir todo o território goiano, t;jiminando " COll"gestionamento ainda verificado.

Quanto à rede externa de telefones, pa.'sou de pouco maisde 31 mil par/km in~talados, em ln4. para m:,,:,; de 183 mil par/kmem 1977, num crescimento méd.io anual de C~lltO e vinte por cent(',principalmentE' em virtude das obras de :;ubstituição da antigarede ~m QQiânia, desvulnerabilizando o sis',ema.

Foram construidos ali mil metros quaorados de área, dos quaiscinco mil no ano passado. havendo um aetéscimo de 215 por cen\.ono período de três anos.

A TELEGOIÁS, para enfrentoU' :to; deficiências energéti:a5.a<g!nou convênio com a FONE:-MAT pa~a a realização de expe·riências com equipamentos geradores ao energia elétrica atra~'es

da captação da energia solar, enquanLu o serviço interurbano foiagilizado, ampliada a cobertura do DDD regional e provid~nciado

o mais amplo treinamento do pessoal ali. empresa.

D:ante desse desempenho, nõs 1103 sen~imos encorajados :~

pedir à dinãmica direção da TELEGOIAS providéncias tão urgen­tes quanto possivel na instalaçào dJ sl.SLema de DDD em Ara~ual­

na, Paraíso do Norte e Gurupi. bem como a instalação de postostelefônicos em Araguatins, Seb:\stião do Tocantins, Ananli.<>. .'\xixi:.de Goiás, Sitio Novo de Goiás, Xambioá, Nazaré, Filadélfia. Bai;a­çulàndia, Wanderlãndia. Araguacema, Arapoema, Presidente Kcn­ncdy. Porto Nacional, Bre.íinho de Nazaré. Peixe, Figueirópolis.CoiaUns, Itacajá, Novo Acordo, Uzarda e Monte do C:lrmo. progrcs­sistas concentrações urbana~ do Grande Norte de Goiás, que per­manecem, inexpEcavelmente. isoladas. precisando sair desse pro­oesso de marginalização, no que tange ao desenvolvimento inte­grado das comunicações no Pais.

E.stamos seguros de que o Presidente EudoI'1) Lemos de Oliveira,que tanto vem dinamizando a TELEGOIÁS, atenderá ao nossoapelo, que traduz as esperanças da população nortense, cada diamais confiante 2m que a arrancada do desenvolvimento brssileirolevará às suas cidades o calor do progresso, que há tanto tempoestão esperando.

Era o que tínhamos a dizer. Sr, Presidente.

O SR. RUBEM DOURADO (MDB - RJ. Pronuncia o seguintediscurso.) -- Sr. Presidente, Srs. Deputados, depois do grand~ êxitoalcançado com a transmissão da Copa do Mundo de Futebol. naArgentina, quando obteve 76r;~, da audiência, o Sistema Globo deRádio. com a equipe de esportes liderada por Waldir Amaral eJorge Curi, proporcionou ao Brasil mai~ um extraordinário tra­balho de reportagem. dando ênfase ao esporte amador, registran­do, ao vivo, do outro lada do mundo, nas Filipinas. todos os jogo,;do Brasil no VIII Campeonato Mundial Masculino de Ba..squetebol.As transmissões realizadas por Antõnio Porto, Alberto Rodrigllest: Francisco Marques, integrantes do "Escrete do Rádio", foramapresentadas no Rio pelas Rádios Globo e Eldorado, com váriasemissoras entrando em cad?ia, levando as vibrantes transmissõesaos mais distantes rincões da Pátria.

Foi um trat:alho da melhor qualidade, perfeito nos seus míni­mos detalhes. Esta de parabéns o Sistema Globo de Rádio, quesempre prestlgia o esporte brasileiro. Nossos aplausos a WaldirAmaral, Jorge Curi e à equipe Globo que cobriu o Mundial de Ba.s­quetebol. extensivos a todos os jogadores e dirigentes da delegaçãoda Conf~deração Brasileira de Basquetebol, Medalha de Bronzeno Campeonato Mundial.

O SR. PRESIDENTE (Geraldo Freire)

V - Passa-se aO Grande Expediente.

Tem a palavra o Sr. Daso Coimbra.

O SR. DASO COIMBRA (ARENA - RJ. Pronuncia o seguintediscurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, desejo trazer a estaCasa e para o conhecimento de toda a Nação um quadro demons­trativo do que chamaria de perspectivas da economia brasileira,segundo a opinião de alguns técnicos e empresários nacionais,para o ano de 1978.

Preliminarmente. considerando-se que o aumento dos investi­mentos governamentais em 1978, um ano eleitoral, portanto. po­lítico, indica que a economia brasileira será reativada considera­velmente. Este é o prognóstico dos economistas que atuam nosetor privado, com base em estudos realizados sobre a perspec­tiva da economia do Pais.

Em nosso Pais. grande parte da mão-de-obra é absorvida porempresas de pequeno e médio portes. Nossa agricultura caracteri­za-se, ainda, por monoculturas ciclicas. destinadas à exportação,constituindo-se em fatores que nos levam a crer que o aumentodos investimentos nos projetos na área do Governo contribuirápara o aumento. quando não manutenção, da inflação e não ne­cessariamcnte o c"escimento, renda ou atividade econômica con­siderada indispensável para o caso do Brasil.

Cremos que o principal fomentador do crescimento privadoé o BNDE. O seu orçamento para 1978 está comprometido com pro·jetos já aprovados e com grande parte dos prog~amas governa­mentais, admitindo-se que não haverá novos recursos nem novosprojetos.

Segundo se estimava ao final de dezembro passado. o cresci­mento econõmico do País. cm 1977, ficaria em torno de 5 ou 6por cento, contra 10 por cento em 1976. Entretanto, as empresasbrasileiras continuam endividadas e os seus lucros mal servirampara pagar juros.

A politica monetária foi a base do controle da inflação. é oque se afirma. Mas é esperado um recrudescimento das taxas dejUJos e novo aperto no crédito.

O Sr. Mário Henrique Simonsen, Ministro da Fazenda. porvárias vezes, em pronunciamentos que fez, afirmou que o combatea inflação c:mtinuará sendo a preocupação maior do Governo.

Diante di·,to. pois. os técnicos consideram que estamos cor­rendo riscos de uma forte recessão, bem semelhante à do inicioda década de 30. Isto. se se procurar entender as conseqüênciasde uma política monetária num pais que cresceu no subconsumoe à custa do crédito, onde o maior investidor é o Estado e nãoexiste poupança privada ou mercado de capitais.

Os economistas. contudo, chamam nossa atenção para o fatode que esta não é uma crise apenas da nação brasileira, acres­centando que a Organização de Cooperação e DesenvolvimentoEconômico - OCDE - procedeu a estudos sobre as per~pectivas

d3 economia mundial. mostrando que, acima de tudo, esta é umacrise do capitalismo internacional, que se está redefinindo, após.um ciclo de exaustão.

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9990 Quarta-feira 1.0 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Spção 11 Novembro de 1978

Sr. Presidente, Srs. Deputados, os técnicos, segundo me parece,se bem fundados em suas pesquisas, devem ser considerados nos­sos melhores assessores no trato com os problemas da nossa eco­nomia. Assim sendo, neste caso, mostram-nos, por exemplo, queo problema dos aumentos dos preços do petróleo já não são apon­tados como causas principais, pois, na verdade, são apenas a con­seqüência da inflação que continua grassando nos países altamenteindustrializados.

A OCDE, assim, aponta os Estados Unidos da América comoprincipal nação importadora de produtos brasileiros: e tiveramum déficit (previsão) de 25 bilhões de dólares em 1977, com umainflação de 8 por cento, no primeiro semestre de 1978.

Nisto, Sr. Presidente, Srs. Deputados, segundo os economistas,residem as primeiras dificuldades para o Brasil. Tanto nos EstadosUnidos quanto na Europa Ocidental são crescentes as medidas debarreiras. alfandegárias ao acesso de produtos. brasileiros.

Por outro lado. parece certo que dificilmente serão repetidosos desempenhos da soja e do café, no equilíbrio de nossa balança.comerciaL

Espera-se como certo que nosso crédito não será suspenso tãocedo. Mas, considerando-se que a economia mundial continue arecuperar-se lentamente, as metas ou as perspectivas das expor­tações brasileiras para 1978 ainda são uma incógnita.

Mesmo assim. as taxas de risco (SpreadJ deverão crescer,considerando que o nosso endividamento externo tem nos bancosprivados internacionais os principais aplicadores. ao termo de 70por cento, ou seja, 21 bilhões de dólares, do total de 30 bilhões dedólares.

Pretende-se aumentar em 10 por cento nossas exporta~ões,

mas não podemos esperar muito por elas com otimismo exagerado.sendo certo, porém, que não nos faltará crédito. Assim sendo. se­gundo os economistas, o endividamento externo não é problemade curto prazo.

No setor interno se póde notar que o controle da inflação gerouuma contrapartida pessimista. Registrou-se um crescimento donúmero de falências e concordatas. Portanto, uma sensivel qurdana atividade econômica.

No setor automobilístico, após a liberação dos preços pelo CIP,aquela indústria passou a ampliar a margem de ganho, ao invésda economia de escala. Tornou-se quase permanente o mercadoda substituição do carro usado pelo carro zero quilômetro, pois ospreços subir:1m assustadoramente, enquanto os niveis de produ-ção caíam. •

Por outro lado. o mercado imobiliário continua estocado. Ape­sar disso. os preços de imóveis não caíram, embora tivessem di­minuído as licenças para novas edificações.

Sobre a inflação, entendem alguns técnicos que a decisão doGoverno em aumentar o recolhimento do compulsório objetivouretirar Cr$ 9,9 bilhões que estavam alocados no mercado financeirosob a forma de depósitos a prazo fixo, com menos' de 180 dias.

O que se observou, Sr. Presidente e Srs. Deputados. é que osbancos puderam aumentar os limites de captação para esses tiposde depósitos - a prazo fixo - após a mudança da Re.solução 431do Banco Central. Tais depósitos, ao final do prlmeil) semestre de1977, representariam 3 vírgula 8 por cento do total lias meios depagamento. Assim, ao invés de se tornarem poupanca privada,se teriam tornado, mais precisamente, em papel-moed".

Ora Sr. Presidente, parece r:l.2ipável concordamos com os téc­nicos, quando afirmam ser natura! o entendimento de que. diantedo quadro ora apresentado e à vista do que se pode <)bservar sobrea queda da atividade econômica. ingressamos no ano de Ul78 comum bom aperto na liquidez, indicando que novamentl subirão astaxas de juros, tanto dos bancos comerciais como dos de investi­mentos.

Observe-se que, já ao final de dezembro do ano passado, ~sestabelecimentos de crédito considerados de primeira linha aceita­vam aplicações com juros que variavam de 47 a 55 por cento. 1st)se deveu ao fato de que já estavam tendo financiamentos à razãode 6 p)r cento ao mês, ou seja, em torno de 72 por cento ao ano.

l!: preciso lembrar que o princlp:l.1 da divida das empreS3.5 bra­sileiras continuou o mesmo, p)is foram corrigidos monetaria­mente e será necessário pagar os juros, gerar caixa ou pediremprestado para as amortizações, e ter um mínimo de atividadeeconômica, onde estarão repassadas, de alguma forma. a oci-osi­dade e as altas taxas de juros. Mas, considerando-se a ênfase quese dá ao monptarlomo. ahlrl:l nue controlada. espera-se que ha­verá recrudescimento da inflação.

Parece prudente que certas precauções sejam adotadas no in­teresse da economia nacional, ante as observações dos técnicosque, de boa mente, nos alertam para que providências neceosáriassejam adotadas, Estamos certos de que, por exemplo. os constantes

aumentos dos preços do petróleo muito importam no quadro daeconomia do País. Os economistas não fazem constantes citaçõesa este respeito. mas isto não significa que não haja tal influênciaeste fato. Certamente que todo e qualquer reajuste sempre repre­sentará problemas, pois afeta diretamente a balança de comérciodo País, visto que, em tal circunstância, mais-dólares serão neces­sários para suprir nossas contingências com o abastecimento doproduto.

Convém, contudo, salientar que, de algum modo, os reajustesdos preços do petróleo não serão tão incômodos quanto os au­mentos das taxas de juros dos empréstimos internacionais. Con­sideremos, verbi gratia, que para um país que gasta cerca de4 bilhões de dólares (estimativa em 1977) em importação de pe­tróleo. um reajuste de 5 por cento representa um gasto a mais,de 200 milhôes de dôlares. Este valor pode ser facilmente cobertocom uma simples melhoria das c'otações de um dos seus produtosprimários - no caso, a soja, café. cacau - no mercado interna­cional.

Se considerarmos, por outro lado, os possíveis aumentos dosindices das taxas de juros. concluiremos que não ocorrerá domesmo modo. Note-se que o simples reajuste de um por cento sobreuma divida de 30 bilhões de dólares jã representa 300 milhões dedólares. Acrescente-se o fato de que mais empréstimos têm de~er feitos e, a juros crescentes. a tendência é sempre aumentar aspreocupações de todo O País.

Na opinião dos técnicos, aindá ocorre o pior. no caso do au­mento das taxas de juros. É que elas incidirão sempre sobre em­préstimos que servem para pagar o próprio custo desta divida. Eé só isso. No entanto, no caso do petróleo, ainda havendo os rea­justes, mesmo que influenciem no quadro econômico do País, pelomenos, todos sabemos, o produto contribui para promover a pro·dução de alguma riqueza.

Ai está, Sr. Presidente e Srs. Deputados, uma apreciação, ba­seada em pesquisa, ainda que superficial, segundo a qual. na opi­nião de alguns técnicos no setor económico, podemos Vislumbraralgumas perspectivas para o Cenário da economia nacional, comas quais concluo meu pronunciamento.

De tudo o que temos tido noticias, temos de convir em que:mesmo sem exportações, sem crédito e sem mercado interno, a eco­nomia brasileira tende a crescer, apesar das opiniões divergentesa este respeito. De um lado, os técnicos governamentais crêemque o País crescerá em torno de 6 a 7 por cento neste ano. Parao setor privado, contudo, as estimativas giram em torno de 3 a 4por cento. Disto, pois, concluimos que é recomendável prudêncianas vendas. estoques reduzidos, orçamentos conservadores e cré­dito seletivo.

Há expectativa de uma inflação ao redor dos 36 por cento, oQue significa dizer que a correção monetária ficará em t{)rno de33 por cento. Isto quer dizer que as Obrigações Reajustáveis doTesouro Nacional serão reaiustadas mensalmente em pouco maisque dois vírgula quatro por cento.

As tax9.s de descontos de duplicatas ficarão em torno de doisvírgula oito por cento, com 30 por cento de reciprocidade. o queocorrerá até meados deste ano, segundo os econ:Jmistas. Por outrolado, as operações de capital de giro nos bancos de investimentosficarão acima de 50 por cento, sendo que, em alguns casos, comojá foi considerado, existem ofertas de financiamentos Relma de70 por cento ao ano. índice este que variará. de acordo com omaior ou menor aperto do crédito.

Ao lado da recomendação de prudência para o setor de vendas.de crédito seletivo, de estoques reduzidos e orçamentos conser­vadores, ainda há pouco dita,. importa lembrar que, mantida aatua! tendencia da palítica salarial - o que, segund::J os técnicos,seria um início da correcão do modelo econômico - os reajustessalariais através de dissidios coletivos se situarão acima do quedeterminaria a fórmula de cálculo.

, Concluo, Sr. Presidente e Srs. Deputados, pedindo a todos ossetores responsáveis pela economia nacional que considerem, aolado das Informações e pesquisas dos técnicos e economistas, quesomes um País destinado a ser, além de uma pDtênci3. lider nestehemisférb ocidental, também o maior celeiro do mundo. Basta quetodos creiamos nas nossas àimensôcs territoriais. em nossa capa­cidade produtiva, em nossas riquezas naturais.

Todos são unânimes em afirmar que devem ser incentivadasas exportações. Devem::>s fazer isto. Por outro lado, c-omo ocorreuem 1977, a economia brasileira muito terá a esperar das intensivas2 exte:133.s plant:1.çõe3 de c:l.fé. O Governo terá de c:-er nisto eagir na ccnformidade desta convicção. Não podemos nos esquecerde que a soja deverá ter partícipação expressiva na pauta dc ex­portações brasileiras; de que o cacau é riqueza cam que o Paíscontará: de que a prospeccão de petróleo será ativada. IXJque,se não o f::> r , correremo, o risco de mendigar o ouro negro. quandoele corre abundantemente bem debaixo de nossos pé" em todosos cantos do País. A refinação e distribuição de petróleo sup:irão

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Novembro de 1975 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL CSeçio 1) Quarta-feira 1.° 9991

as crescentes demandas do mercado interno. A exportação de nos­sos manufaturados não pode continuar uma incógnita. E não nosesqueçamos. finalmente. de que a siderurgia é peça importante donosso desenvolvimento.

Era o que tinha a dizer.

O SR. JOÃO CUNHA (MDIJ - SP. Sem revisão do orador.) ­Sr. Presidente e Srs. Deputados presentes à Casa, há três anos,precisamente no àia 31 de outubro dl:' 1975, viemos a esta tribunapara denunciar a brutalidade praticada contra o cidadão, profes­sor e jornalista Wladimir Herzog. A época.. vjviamos momentoconturbado pelos acontecimentos verificados no DOI-CODI - detriste memória - do II Exército. em São Paulo. Lembro-me bemde que, então. traçamos o perfil do jornalista e procuramos mos­trar o clima de medo implantado no Pais a serviço daqueles que,contrários ao processo dos povos. não têm o devido respeito pelavida humana. E foi preciso que recordássemos insistentemente ­trabalho não apenas deste parlamentar, mas testemunho dadopor tantos quantos, na exigência inarredincl do respeito à vidahumana dos direitos fundamentais da criatura feIta por Deus ­para que o fato não se apagasse da memória da nossa gente. Di­zíamos, Sr. Presidente _. e reafirmamos - que instalaram sobreesta Nação o manto do medo, transformando a vida dos homensda minha geração e a de outros. dos que vão il.s universidades eàs fábricas, de intelectuais, artistas e cientistas, numa vida decão, porque viver contra a parede é viver uma vida de cão viversob o manto do medo estabelece a impossibilidade do raciocínioclaro, lógico e lúcido. Cada dia neste País, ao longo desta décadae meia, foi amanhecido na incerteza de se saber qual a violênciaque teria sido praticada na noite anterior.

Em nome do anticomunismo, Sr. Presidente, aqui e em todosos lugares do mundo. em nome dessa indústria nefanda, susten­tadora de privilégios, alicerce de todas as guerras e morticinlosImpostos à humanidade a partir do findar da Segunda GrandeGuerra MundiaL mataram, torturaram. prenderam. exilaram. ba­niram, numa ofensa constante à dignidade do homem.

Neste Instante. quero recordar que, ao findar da SegundaGrande Guerra Mundial. depois de abrir os campos de concentra­ção da Alemanha nazista. depois de ter verificado até onde che­garam a loucura e a inconseqüência humanas. o homem. comoque arrependido, reunido universalmente na sede das Nações Uni­das, proclamou, num confiteor universal a Declaração Universaldos Direitos do Homem. ali fixando os dados básicos. inalienáveis,que definem o respeito pela criatura humana. No entanto. a mi­nha geração e outras tantas puderam assist:r, após a D2cJaraçãoUniversal dos Direitos do Homem. depois de tantos erros cometi­dos na primeira e na segunda grandes guerras mundiais, depoisde tantos morticínios, ao homem avançar no terreno da violência.já aí na vivência da chamada "guerra fria". Tivemos então osepisódios de Biafra. na Mrica, da guerra da Coréia, de Jacarta,na Indonésia, com os seus qua.s,e dois milhões de mortos em nomeda loucura anticomunista. E, depois, o Vietnã do Norte e oVietnã do Sul; na América La.tina. os golpes militares ás insti­tuições de todos os países. à excecão de um ou outro que restouno quadro dos princípios democráticos. Essa violência que o Brasil,a grande Nação brasileira, jamais conhecera nas décadas de 46 a56 e de 56 a 64 - e somos testemunhas histéricas disso - noentanto. foi e está sendo institucionalizada entre nós. Foi precisoque muiros caíssem, foi preciso que caisse o Deputado ~ubem

Paiva. foi preciso que muitos sofressem na carne a brutalidadede irmãos brasileiros. foi preci:so o peso do "'1-5 arrancando-nostantos líderes politicos da Oposição nacional - os melhores den­tre nós - em nome da loucura anticornunisl.a. foi preciso che­garmos aos cadáveres de Wladimir Herzog e do operário ManoelFiel Filho. para quc déssemos eonta de até a onde e como avan­çávamos no terreno do desamor. da brutalidade. da orenotência.do arbitrio. com esse imenso manto de silêncio que baixou sobretoda a Nação.

Venho hoje a Brasília. Sr. Presidente. interrompendo prega­ção democrática nas praças públicas. para ser ouvido desta tri­buna. de sorte que todos possa.m saber o quanto nos custou emtermos de dignidade, o quanl{) nos custou em termos de honradez,o quanto nos custou em termo.> de desrcsoeito pela criatura hu­mana o tipo de regime a que temos sido submetidos por umadécada e meia neste Pais, Wladimir Herzog. jornalista e professor.foi pre.so. saindo da prisão morto. no mesmo dia. Recordo-me decomo a Nação se levantou naquele moment=>, de quantos. aindacom medo, ergueram a sua vo:~. no protesro indignado da cons­ciência nacional. Não posso também deixar de recordar o Inqué­rito. realizado por setore.s militares, que anurou. ao final, terWladimir Herzog praticado o suicídio da altitude de uma janelaao chão. pendurando-se e puxando o pescoço para baixo. No en­tanto, hoje. quando o manto di) medo se levanta. quando o povotoco já ergue a cabeça. deixando de olhar para o chão e falarde lado. quando a Nação inteira, rezando o padre-nosso, não maiso termina pelo "amém". e sim pelo "basta" observamos a figuradigna de um Juiz de Direito que. assumindo a inteireza da suamissão na judicatura da Justiça Federal em São Paulo, dá otes-

temunho de Que a dignidade humana se recompõe a cada passocom atos desse jaez de que as esperanças aparentemente perdidasna fisionomia do homem, na sua capacidade de amar, voltam aressurgir, renascendo a cada dia. O Juiz de Direito Márcio Joséde Moraes, da Justiça Federal de São Paulo, vem assumir a res­ponsabilidade histórica de, através de uma sentença, definir res·ponsabilidades. reparar injustiças. recompor fatos históricos e re·dimir famílias como a de Wladimir Herzog. cuja mulher e doisfilhos menores mendigaram a Justiça, pediram reconhecimento.exigiram lhes dessem, ao menos, o lenitivo de saberem que nemtudo se perdeu neste Pais, que nem to'das as coisas sucumbiramdiante desse regime que nos foi imposto por uma década e meia,que a dignidade ainda é possivel entre nós, que o medo. emboraavassalante, pode ser vencido, que a criatur:l humana feita àimagem e semelhança de Deus, pode manifestar-se como um pe·qmmo Deus e que cada Cristo tombado nas cruzes do todo diadesta Nação, crucificado e recrucificado, quer pela fome querpelas doenças endêmicas, quer pelas torturas, quer pela violênciada morte, cada Cristo renasce no outro irmão. cada Cristo se vêreconhecido, e o seu martirio, o seu sacrlficio e a sua vida, semen­teira de liberdade, regada com o próprio sangue, são lembradose edificados em novos momentos histéricos pelas mãos de homensdignos e honrados como as desse jovem juiz de São Paulo. Dr.Márcio José de Moraes, prolator de sentença em Ação Declara­tória requerida por Clarice Herzog. viúva do jornalista WladimirHerzog, que o fez em seu nome e em nome de Ivo Herzog e AndréHerzog, crianças sob a sua responsabilidade. A ação, propostacontra a União Federal, buscava o reconhecimento de que Wladi­mir Herzog ou foi Induzido ao suicídio. por torturas cruéis. ou foimorro nos presídios da exceção, em nome da loucura do anticomu­nismo. loucura que divide o mundo e que, na verdade, serve ape­nas para sustentação de privilégios odiosos. São privilégios queinfamam a Nação brasileira, privilégios que impõem a fome e amiséria a milhões de brasileiros, que estabelecem a pO.3sibiJidadede a voracidade internacional corroer as nossas entranhas, quenos impedem de deter a fome pantagruélica de dólares dos inte­resses Internacionais. Tudo isso somado a odiosos privlégios na­cionais, mas esses maus brasileiros encontrarão, cedo ou tarde,no seu caminho. o Tribunal de Nuremberg. que haverá de colocá­los diante da História. diante da consciência de seus concidadãos,para que possam aI! receber o julgamento justo, porque o jusronunca perdoa. a justiça do justo é implacável, a justiça do j us­to não conhece piedade. porque ela já é piedosa pelo fato de serjusta, é caridosa pelo fato de trazer em si a presença da justiça.E o que vemos nesta sentenca, Sr. Presidente. cuia texto re'Jueirofaça parte do meu pronunciamento, para que todos saibam, nofuturo, como a dignidade de um juiz pôde recompor toda a His­tória e mostrar ao mundo a verdadeira fisionomia do povo brasi­leiro: a fisionomia do povo que não aceita a tortura como instru­mento de coação ou de proteção dos esquemas estatais; a fisiono­mia do povo feita de fraternidade e de amor ao próximo: afisionomia do povo que não aceita aqueles que usurpam o poderdo povo e o exercem contra os intere~ses do 'Dava: a fisionomia dopovo que não aceita viver e continuar vivendo na amargura e namiséria da fome. da subnutrição constante; a fisionomia do povoque deseja justiça, paz e liberdade e que pretende alcançá-lasmercê do seu próprio esforco. do seu próprio trabalho. dos seussacrificios ingentes e Incalculáveis ao longo da sua própria his­tória. O povo não mais aceita ficar marginalizado, assistindo aopassar dos acontecimentos dirigidos anenas e tão-~omentp vi"an­do aos interesse dos poderosos e privilegiados. O povo se levanta.e olha agora altivu o seu próprio futuro. o futuro que deseia e vaiconstruir ape~ar deles, contra eles e sem eles, se for preciEO.

Verificamos. Sr. Presidente. na sentenca do Juiz Márcio JoséMoraes. que S. Exa a prolata de forma clara para queninguém tenha a menor sombra de Incerteza quanto à decisão:

"Pelo exposto. julgo a presente ação Procedente e o façopara. nos termos do artigo 4.° inciso I. do Có1igo de Pro­cesso Civil, declarar a existência de re'ação juridica entreos As, e a R. consistente na obrigação desta indenizaraqFe'es pelos danos materia:s e Ir.orais decorrentes damorte do jornalista Wladimir Hergoz marido e pai dos As.,ficando a R. condenada em honorários advocatícios que,a teor do artigo 20. § 4.° do mesmo diploma legal, fixoem Cr$ 50.000.00 (cinqüenta mil cruzeiros l.

Determino. outrossim, com fundamento no artigo 40 doCódig:> de Processo Penal. selam extraídas e remet:das aoSr. Procurador Geral da Jt;.stica Militar, para as providên­cias legais que couberem, cópias autentir,achs pela Se·cretaria. desta setença e de todos os depoimentos dastestemunhas ouvidas por este Juizo."

Sr. Presidente e Srs. Deputados, ressa'to. do texto desta sen­tença, o fato de que, à época da apuração das responsabilidades oudos fatos que envolveram a morte de Wladimlr Herzog o processose funcou no lall~,) pericIal oferecido pelo perito Harry Shibata, queInclusive. tempcs depois, confessou publicamente que jamais haviaexaminado o corpo do jornalista Wladimir Herzog. Por isso mesmo

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9992 Quarta-feira 1,0 OlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (S~ão () Novembro de 1978

na sentença do ilustre Juiz da Justiça Federal não foi levado àconta, porque absolutamente Inidôneo, absolutamente Impróprio,absolutamente injurídico, absolutamente desprovido de fundamen­to para servir como base de sustentação à União na sua defesa, aopretender provar que Wladimir Herzog teria posto fim à própriavida.

Pois bem, Sr. Presidente, pois bem Srs. Deputados. Esta sen­tença é libelo; esta setença chicoteia o arbítrio desta década; estasentença se põe como Imperativo de uma nova ordem à consciênciade todos; esta sentença tem de ser inserta, efetivamente nosAnais da Câmara dos Deputados. porque, em verdade, é precisoque por ela saibam todos os torturadores que possam surgir nofuturo, todos os prepotentes que possam vir a amargar os diasdesta Nação, todos aqueles que fazem uso da indústria do antico­munismo para se servirem da Pátria na. sustentação de estruturase privilégios inaceitáveis, saibam todos eles que na História humanasempre surge nas esquinas dos acontecimentos um homem digno,um juiz honrado, um Tribunal de Nuremberg o qual presta contas,pelas suas funções e através das suas atribuições, àqueles queapelam em nome da verdade, da justiça e da lei, em nome da digni­dade da criatura humana; para que saibam sempre que não vamosmais aceitar o primado da violência em nome da defesa das es­truturas dos que detêm o poder sem a anuência. sem a concordân­cia do povo, Ninguém, em nosso nome, por mais digno. honrado,insigne, justo, por mais patenteado que seja e por mais brasõesque traga, tem o direito de usar o nome do povo para, sustentando­se no poder. fazer uso da violência contra o semelhante.

A História recente deste Pais se divide, hoje, em antes e de­pois de Wladimir Herzog. O seu pequeno e grande cadáver estáaí, exposto à consciência nacional, a exigir justiça a todos os ou­tros, a exigir que todos os que praticaram a violência, que brutaliza­ram a criatura humana, que ofenderam a dignidade do homem se­jam postos à vista da Nação, para que, submetidos à execração daopinião pública, nunca mais,tais fatos se repitam entre nós. Que nãotenhamos de piantar no chão cadáveres como o de Wladimir Her­zog; que não tenhamos de plantar nos caminhos da liberdade quebuscamos cadáveres como o de Manuel Fiel Filho. Não nos bastamos cadáveres dos milhares que sucumbem de fome nesta Nação? Nãonos bastam os 16 milhões de menores abandonados espalhados peloterritório nacional, nessa imensa violênc:a praticada contra cri­anças? Não nos bastam as cifras das doenças endêmicas queavassalam a família brasileira? Não nos basta ter de viver à mar­gem das decisões, sem podermos ser sujeitos da nossa história,transformados apenas em objeto, levados como gado pelos curraisdos acontecimentcs? Não nos bastam todos os dramas da voraci­dade internacional que nos devora o futuro e as entranhas? Nãonos basta tudo que temos vivido? Ainda temo.s de ir dando cadá­veres de heróis e mártires para abrir caminho nesta senda difícile dura da democracia que queremos, e não da que nos é imposta.A democracia que preconizamos não virá da maneira como quer oSr. F1~ue!redo. o príncipe herdeiro do trono da Presidência, masque ha de nascer do cálido ardJr do coração de milhões de brasi­leiros, da reta visão dos milhões de patricios, do esforço e dotrabalho de milhões de nós; há de vir da certeza de que todos-os inscritos na bandeira da causa nacional possam, participando,dizer quais os caminhos que queremos e que homens queremos diri­gindo os nossos destinos.

Sr. Presidente e Srs. Deputados presentes nesta Casa, a sen­tença prolatada pela Justiça Federal de São Paulo estabelece oconforto à família. estabe~ece algumas certezas fundamentaispara os que militam na defesa intransigente dos direitos humanose restabelece a figura do Poder Judiciário, colocando-o nas alti­tudes em que sempre deveria estar, mantendo-o na dignidade quesempre procurou ter e dando a todos a convicção de que, emque pese as cargas impostas ao Legislativo, em que pese ao cer­ceamento de poderes e prerrogativas ao Legislativo, em que peseao cerceamento de poderes e prerrogativas inerentes ao PoderJudiciário. com as noms gerações como a desse juiz de 34 an'os,seja até por um processo biológico, os ditadores já vêem anunciadoo seu fim. Os "Coronéis Buendias" da História, que estabelecerampara a América Latina uma imensa solidão de sofrimento. de mar­ginalização, de ofensas, devem saber que está próximo o seu fim.O poder que usurparam do povo cedQ ou tarde voltará às mãosdesses mesmo povo, e a justiça um dia será feita. No dia em queO povo brasileiro puder ser reintegrado nessa luta, nesse trabalho,no dia em que puder recompor-se com a 1iberdade n.:) dia emque puder fazer da liberdade não a palavra do~ivros e dos códigos,mas algo inscrito no próprio coração do brasil ·ro. dJ latino-ame­ricano, dos homens de todas as nações exp radas, nesse dia,nesse tempo. nessa hora, creio, aos jorna:istas' será dada a grandenotícia, a bca nova. e estes terão a oportunidade de transmiti-Ia.Nos templo.s protestantes, no badalar dos sinos das igrejas. nasmesas espíritas, com a sua vibração. na Umbanda e na Quimbanda.a boa nova estará vibrall(~(), cantando nas vozes dos que acreditamna justiça na paz e na Uberdade, nos corações dos jovens. na bocadas crianças, nos oihos dos que sofreram. A boa nova estará Ins-

talada pelo esforço do homem, pelo trabalho do homem, pelaresistenc:a do homem, pelo seu Inexcedível desejo de restabelecero primado da vontade coletiva sobre a \ontade unilateral. pessoal,arbitrária. autoritária, individual e inaceitável dos ditadores.

Sr. Presidente. recordo aqui as palavras do jornalista CarlosChagas, inscritas no meu livro "Resistência", quando afirmava:

"Há tempo de fa:ar e há tempo de calar, tempo de partir etempo de ficar, tempo de gritos e tempo de sussurros.tempo de viver e tempo de morrer."

Um tempo, no entanto. é único, Integral e permanente, porqueuniversal. Hoje e amanhã será sempre tempo de não se entregar.tempo de não se dobrar e não se curvar, tempo de res:stir. ExistemInstante em que parecemos batidos, momentos em que a adversi­dade, a opressão e a repressão soam como eternos, horas em quea Intolerância e o radicalismo, a subserviência e a acomodaçãose assemelham a uma grande névoa a embaçar todas as aspirações.anseios e reclamos; tempos extremamente penosos, onde apenasa chama da resistência eterna, passada de mão em mão e, aomesmo tempo, empalmada por todas as mãos, constitui a derra­deira esperança de todos nós.

Lembro isto, Sr. Presidente, para dizer que o manto de medoinstalado nesta Nação para servir aos interesses de poderososfoi rasgado, foi rompido. Cada um dos que cairam, de LysâneasMaciel. no Rio de Janeiro,'a Marcelo Oatto, em São Paulo; deAmaury Mü~ler a Nadyr Rossetti, no Rio Grande do Sul; de MarcosTito. em Minas Geraís. a Alencar Furtado, no Paraná: e de tantosquantos no passado, como Mário Covas, cada um dos que caíramforam abdndo, com sua formidável queda, espaços nessa florestadensa e imensa do totalitarismo. Por esses espaços, caminhamosnós a passos largos ao lado do pO'iO, Inconformados, resistindo,clamando. rezando, exigindo nas praças brasileiros. O clamor detodos nós, hoje, está nas fábricas, está nos hospitais até, está nocampo, está balançando no Oceano Atlântico que margeia as nos­sas costas, está nas caatingas. está nas florestas Imensas daAmazônia, com os nossos seringueiros. A voz de milhões que não seconformam se levanta, exigindo a rea'ização de direitos seus, hátanto tempo postergados. Os poderosos aínda podem pensar nasegurança, podem imaginar-se seguros, podem imaginar-se sus­tentados pela ponta das baionetas. Cedo ou tarde. a palavra, a.inteligência e a razão - tenho certeza - cheias de amor. cheiasde sustentação na vontade do po.o, vencerão a vontade da força eda espada. E se a espada vencer a palavra nessa luta, Sr. Presiden­te, ela pode ter certeza, desde já. de que a palavra jamais será cor­tesã éias armas.

Rendo, Sr. Presidente, minhas homenagens, como Deputadopaulista, a Clarice Herzog, a Ivo Herzog e a André Herzog, pe­quenas criaturas solitárias na imensidão álacre da grande cidadepaulista, perdidas na imensa solidão brasileira e que, buscando oscaminhos da justiça, deram uma demonstração, nesses três anosde testemunho, que há de ficar marcada para todo o sempre naconsciência do povo brasileiro. Há de ser inscrito na História Bra­sileira como uma viúva solitária, ao lado de duas crianças órfãsde pai, pôde resistir à imensa máquina da prepotência. à Imensamáquina da ditadura, demonstrando a todos aqueles que iludirame engodaram o povo nesta década como duas crianças e umamulher, sozinhos, resistiram e venceram pela razão pela lei, pelayerdade.

"Deus" - dizem os cristãos - "escreve direito por Unhastortas". E nas linhas tortas em que escreve. às vezes, vai dandotrombadas com os poderosos, derrubando-os; vai fustigando osautoritárlo.s. vai desnudando os arbitrários e vai colocando à vistados povos os torturadores,

Tenho certeza, Sr. Presidente, de que, no tempo de calar e notempo de falar, como nos resta a consciência do tempo de resistir,tenho certeza - repito - de que cumpro um pequeno papel his­tórico neste trabalho, aqui homenageando um Juíz e, através dele,o Poder Judiciário e também Wladimir Herzog. meu irmão, meuamigo e companheiro, homenagem esta extensiva à sua esposa eaos seus dois filhos.

Sr. Presidente, renovo a oração dos homens bons, já que nãodivido este mundo nos comunistas e nos antlcomunistas, mas pro­curo dividi-lo na grande nação dos homens bons em confrontocom a nação dos homens maus. E nós. qüe procuramos exercer odireito de cidadania na nação dos homens bons, Sr. Presidente,esperamos que, daqui a multos anos, os fllhos de Wlarlimlr Herzog

POSSfVll olhar para os nossos filhos e. ombro a ombro, uns olhandonos olhos dos outros, se reconhecerem como irmãos numa terra.de justiça, paz e liberdade em que. creio, estarão vivendo, mercêdos escombros em que" amos constituindo. E espero que, olhandode lá, do futuro, para esta época, esse futuro que sem o conhecer­mos já adoramos. possam ver-nos C8mo seus pais neste circulo deaço em que nos estabeleceram, neste tempo de guerra em quetemos vivido, neste tempo de intraqüilidade em que passamosnossos dias.

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Novembro de 1978 DIA.RJO no CONGUSSO NACIONAl. (Seção 1I Quarta-feira 1.0 9993

Qual Brecht, comemos a nossa comida entre assassinos. ama­mos sem ter cu:dado, olhamos tudo sem termos tempo de parar ever; mas resistimos, e a nOSSB, voz levantou-se junto com outrasvozes. Eles saberão que, na crilsta da maré em que nos afogamosestivemos de pé, construindo (I mundo em que eles, como irmãos,estarão vivendo.

DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR JOÃO CUNHA.Processo n,O 136176

AÇÃO DECLARATóRIAAutores: Clarice Herzog, Ivo Herzog e André HerzogRé: União Federal

Vistos, etc.

Clarice Herzog, brasileira, VlUva, publicitária, Ivo Herzog eAndré Herzog, brasileiros, menores absolutamente incapazes, repre­sentados por sua mãe, a primeira suplicante, todos residentes edomiciliados nesta Capital, à Rua João Ramalho, n.O 586, Bloco B,apto 161. propuseram a presente Ação Declaratória contra a UniãoFederal para o fim de verem declarada a responsabilidade da R.pela prisão arbitrária, torturas e morte do marido da primeira su­plicante e pai dos dois outros, Wladimir Herzog, brasileiro natura­lizado, jornalista e professor, pedindo, conseqüentemente, a de­claração de existência de relação jurídica obrigacional indenizató­ria entre eles e a União Federal.

Aduzem Que Wladimir Herzog, no ex·ercício da profissão de jor­nalista trabalhava no TV Cultura - Canal 2, nesta Capital, quan­do na noite de 24 de outubro de 1975 foi procurado nas depen­dências daquela empresa por ag-entes do Departamento de Opera­ções de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna doII Exército I DOI/CODI J, os quais manifestaram intenção de detê­lo e conduzi-lo para prestar esdarecimentos à sede daquele órgão,mas que, graças às gestões de integrantes da direção da emissora,os policiais deixaram de efetuar sua prisão naquele momento e,então, determinaram que o mesmo se apresentasse na manhã se­guinte ao Destacamento de Operações de Informações do Cen­tro de Operações de Defesa Interna do 11 .Exército.

No dia 25 de outubro de 19~'5, por volta das 8 horas da manhã,Vladimir Herzog, cumprindo a determinação que lhe fora feita nanoite anterior, compareceu à sede do ~Ol/CODI, situada nestaCapital, à Rua Tomas Carvalha1, n.O 1030 e, ao fim da tarde domesmo dia, o Comando do II Exército fez distribuir uma nota que,amplamente divulgada pela imprensa, comunicava a morte deWladimir Herzog. Tal nota afirmava, em sintese, que: - no cursode diligências realizadas na área do II Exército com o ob.ietivo deapurar atividades do Comitê Estadual do Partido Comunista, Wla·dimir Herzog fora apontado como integrante de uma c2lula de basedaquela agremiação; convidado a prestar esclarecimentos sobre suamilitãncia política, Wladimir a.presentou-se, tendo sido tomadaspor tempo suas declarações; depois de relutância inicial, foi aca··reado com seus delatores e por eles aconselhado a dizer a verdade;em seguida, admitiu exercer atividades no Partido Comunista Bra­sileiro; por volta das 15 horas, deixado sozinho em sala, redigiudeclaração, dando conta de sua militância no Partido Comunista:aproximadamente às 16 horas, ~IO ser procurado na sala onde fica­ra, foi encontrado morto, enforcado com uma tira de pano; o pa.­pel, contendo suas declarações, estava rasgado em pedaços, fatoque, entretanto, não impediu sua reconstituição; solicitada à Se­cretaria de .8egurança Pública a necessária pencia, foi pelos t~c­

nicos constada a ocorrência de suicidio, sendo que o oitavo itemda nota afirmativa ainda que as atitudes do Sr. Wladimir Herzogdesde a sua chegada ao órgão cio II Exército. não faziam supor ogesto extremo por ele tomado.

Fazendo menção ao relatório técnico do local onde se encon­trava o cadáver de Wladimir HE!rzog, elaborado pela Secretaria deSegurança Pública por requisiçiio do Capitão Ubirajara do 001/COIa, os As. destacam os seguintes pontos:

a) o cadáver d·e Wladimir Herzog foi encontrado junto à ja­nela, "em suspensão incompleta e sustido pelo pescoço, através deuma cinta de tecido verde".

b) o traje que vestia o cadáver "compunha-se de um macacãode tecido igual ao da referida cinta."

E, mencionando que o laudo de exame necroscópico a que, noInstituto Médico-Legal do Estado, foi submetido o cadáver de Wla­dimir Herzcg, os As. anotam que o corpo foi enviado ao Necrotério,do Instituto Médico-Legal, não mais envolto no macacão a que sealudiu, mas vestido de calça marrom. camisa, blusão e "pull-over".

Depois de realçar esses aspectos dos documentos que trouxe­ram à colacão, continuam a aduzir os fatos que servem de fun­damento à sua pretensão.

Assim, afirmam os As. que de tal maneira a morte de seu ma­rido e pai sensibilizou, a opinião pública, que. através da Fortarian.O 03-SJ, de 30 de outubro de 1975, o General Comandante do II

Exército determinou a instauração de um inquérito policial-militar,destinado a apurar "as circunstâncias em que ocorreu o suicídiodo jornali.sta Wladimir Herzog, nas dependênciaS do Destacamentode Operaçées de Informações do Centro de Operaçêes de DefesaInterna do II Exército". Nesse ponto os As. mostram estranhezapelo fato do inquérito ter sido ordenado para apurar o suicidio,sustentando que a linguagem mais adequada seria a instauraçãodo mesmo para a apuração das circunstâncias da morte de Wladi­mir Herzog, posto que, assim, evitar-se-ia qualquer diretriz ao en­caminhamento das investigações.

Nesse inquérito concluiu-se que: "a morte de Wladimir Herzogocorreu por voluntário suicídio, por enforcamento, não havendo.destarte, sido apurado qualquer crime previsto no Código PenalMilitar, nem transgressão disciplinar prevista nos RegulamentosMilitares".

C1tam os As., em seguida, "in verbis" o item 19 do Relatóriodo General presidente do inquérito policial-militar aludido:

"19. A testemunha Rodolfo Oswaldo Konder, tambémdetido no Destacamento de Operações de Informaçces parainvestigações à época em que ocorreu o fato, objeto dopresente IPM, declarou à fls. 20;aJ que esteve, por duas vezes, no dia 25 de outubro. a

primeira das quais juntamente com o jornalista GeorgeBenigno Jatahy Duque Estrada, também preso, em con­fronto com Wladimir Herzog, nas dependências do Desta­camento de Operac;ces de lnformaçêes; no primeiro dosdois encontros, aconselhou a Wladimir a não negar seuenvolvimento na militância do PCB, pois as autoridadesmilitares já tinham conhecimento dos fatos que estavamsendo investigados;bJ que, no segundo encontro, ocorrido após o almoço da­Quele dia, Wladimir já, realmente, havia confessado suaparticipação na militãncia do PCB, e essa testemunha foichamada para esclarecer certos detalhes daquele depoi­mento;

cJ que não ouviu qualquer comentário, no Dest::camentode Operações de Informações do Gentro de Operações deDefesa Interna, de Que a morte de Wladimir teria ocorridos-enáo por suicidio;

dJ que sabia que Wladimir, já há algum tempo. fazia tra­tamento psiquiátrico."

Afirmam os As., entretanto, que Rodolfo Osvaldo Konder com­pareceu espontaneamente. às 16,10 hs. do dia 7 (sete) de novem­bro de 1975, ao Escritório de Advocacia dos Drs. José Carlos Di.as,Maria Luiza Flores de Cunha Bierrenbach, José Roberto Leal deCarvalho e Arnaldo Malheiros Filho, situado nesta Capital e, ali,na presença dos titulares do Escritório, do Dl'. Prudente de Moraes,Neto, do Professor Gofredo da Silva Teles Júnior, do Dl'. Hélio Pe­reira Bieudo e do Padre Olivo Caetano Zolin, prestou declara­ções que esclarecem circunstãncias relacionadas à prisão e mortede Wiadimir Herzog.

De tais declarações, prestadas por Rodolof Osvaldo Konder,datilografadas em instrumento assinado pelo declarante e pelaspessoas presentes, os As. destacaram em sua inicial os seguintestrechos:

"As seis horas da manhâ do dia vinte e quatro de outubrodo corrente, tocaram a campainha de minha casa e quan­do fui atender, vi que eram três agentes da polícia, osquais me disseram que eu deveria acompanhá-los paraprestar alguns esclarecimentos. Fui levado numa caminho­nete até as dependência do DOI, na Rua Tomás Carvalhal,1030, endereço este que vim a conhecer posteriormente. Naentrada colocaram-me um capuz de pano preto na cabeçae me levaram para o interior do DOI. Lá dentro mefizeram tirar a roupa e me deram um macacão do exér­cito, e eu fiquei sentado num banco com o macacão e ocapuz. Fiquei cerca de uma hora esperando, tempo que eunão posso calcular com certeza por terem me tirado o reló­gio e fui chamado para o interrogatório. Fui levado' parao primeiro andar, pois estava no térreo, e alguem começoua me fazer perguntas sobre minhas atividades políticas.Esta pessoa eu não posso identicfiar porque eu estava como capuz na cabeça. Ela começou a se exasperar e me fazerameacas, porque não estava satisfeita com as respostasque eu dava, e chamou umas duas pessoas para a sala deinterrogatório, pediu a uma delas que trouxesse a "pimen­tinha", que é uma máquina de choques elétricos e a partirdai eu comecei a ser torturado. Uma pessoa que maistarde pela voz eu identifiquei como o chefe da equipe, e eraforte, t rrigudv, :Ilvreno de cara ra.,pada. Este pomem mebatL1 co,." as mãos e gritava que ele era um anormal, oque eu achei muito estranho. Depois instalaram nas mi-

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nhas mãos, amarrando no polegar e no indicador as pon­tas de fios elétricos ligados e essa máquina; a ligação eranas duas mãos e também nos tornozelos. Obrigaram-me atirar os sapatos para que os choques fossem mais violen­tos. Enquanto o interrogador girava a manivela, o terceiromembro da equipe, com a ponta de um fio, me dava cho­ques no rosto, por cima do capuz e às vezes na orelha,para isso levantando um pouco o capuz, para que o fio al­cançasse a orelha. Para se ter uma idéia de como os cho­ques eram violentos; vale a pena registrar o fato de que eunão pude me controlar e defequei, e freqüentemente perdiaa respiração".

"No sábado de manhã, perc~bi que Wladimir Herzog tinhachegado. Como o capuz é solto, por baixo dele, quando avigilância não é severa, pode-se ver os pés das pessoas queestão perto. Ao meu lado estava sentado George DuqueEstrada, do "Estado de S. Paulo", e eu comentei com eleque Wladimir Herzog estava ali presente, isto porque Wla­dimir Herzog era muito meu amigo e nós comprovamossapatos juntos, e eu o reconheci pejos sapatos. Algumtempo depois Wladimir foi retirado da sala. Nós continua­mos sentados lá no banco, até que veio um dos interroga­dores e levou a mim e ao Duque Estrada a uma sala de in­terrogatórios no andar térreo, junto à mIa em que nós nosencontrávamos. W1adimir estava lá, sentado numa cadei­ra, com o capuz enfiado e jâ de macacão. Assim que en­tramos na sala, o interrogador mandou que tirássemos oscapuz,z.s, por Isso nós vimos Que era Wladimlr, e vimos tam­bém o interrogador, que era um homem de trinta e três atrinta e cinco anos, com mais ou menos um metro e seten­ta e cinco de altura, uns 65 quilos, magro mas musculoso,cabelo castanho claro, olhos castanhos apertados e umatatuagem de uma âncora na parte interna do antebraço es­qUerdo, cobrindo praticamente todo o antebraço. Ele nospediu que disséssemos ao W1adimir "que não adiantava so­negar informações". Tanto eu como Duque Estrada, de fa­to, aconselhamos Wladimir a dizer o que sabia, inclusivepor que as informações já tinham sido dadas por pessoaspresas antes de nós. W1adimir di.sse que não sabia de nadae nós fomos retirados da sala e levados de volta ao bancode madeira onde antes nos encontrávamos, na sala contí­gua. De lá, podíamos ouvir nitidamente os gritos, primeirodo interrogador e depois de W1adimir e ouvimos quando ointerrogador pediu que lhe trouxessem a "pimentinha" esolicitou ajuda de uma equipe de torturadores. Alguémligou o rádio, e os gritos de Wladimir se confundiam como som do rádio. Lembro-me bem que durante esta fase orádio dava a notícia de que Franco havia recebido a extre­ma-unção e o fato me ficou gravado, pois naquele mesmomomento Wladimir estava sendo torturado e gritava. A par­tir de um determinado momento, a voz de Wladimir semodificou como se tivessem introduzido alguma coisa emsua boca; sua voz ficou abafada, como se lhe tivessemposto uma mordaça. Mais tarde os ruídos cessaram. Depoisdo almoço, não sei exatamente a que horas, o mesmo in­terrogador veio me perguntar sobre uma reunião políticana minha casa, realizada em 1972, com a presenea de umhomem de cabelos grisalhos. Eu não me lembrava dessapessoa, embora lembrasse de um único encontro realizadoem minha casa naquele ano, com a presença de uma outrapessoa, esta de cabelos escuros. O Interrogador saiu nova­mente da sala e dali a pouco voltou para me apanhar pelobraco e me levar até a sala onde se encontrava Wladimir,petlnitindo mais uma vez que eu tirasse o capuz. W1adlmirestava sentado na mesma cadeira, com o capuz enfiadona cabeça, mas agora me parecia particularmente nerV'O­so, as mãos tremiam muito e a voz era débil."

Ressaltam também os As. que. no mesmo depoimento. res­pondendo a algumas perguntas que lhe foram feitas, pelas pessoaspresentes, disse Rodolfo Osvaldo Konder:

"Que o declarante, da mesma forma que todos os outrospresos que teve oportunidade de ver nas dependênciasdo DOI, foi deixado apenas com o macacão, o capuz cos sapatos. sendo que das pessoas que usavam sapatoscom cordão para amarrar. os cordões eram retiradosnão ficando qualquer instrumento que pudesse ser usadocontra a vida. Que quando iniciou-se a tortura de Vla­dimir o declarante, estando na sala ao lado, chegou aouvir sena de pancadas que lhe eram desferidas."

Depois de relatar todos esses fatos, os As. passam a anallsá­105 para o fim de, em conjunto c:>m outras provas a serem pro­duzidas durante a instrução, procurar demonstrar a procedênciade seu pedido.

Dizem inicialmente que a nota do Comando do II Exército,que anunciou a morte de Vladimir Herzog, não retrata com fideli­dade os fatos ocorridos nas dependências do DOI, no dia 25 deoutubro, porque:

a) embora Vladimir Herzog tenha comparecido espontanea­mente às dependências do DOI/CODI, em ali chegando foi ime­diatamente preso, como fez ver as declarações prestadas por Ro­dolfo Osvaldo Konder e o lado de encontro de cadáver, no qualestá consignado que o mesmo foi· encontrado, vestido de um ma­cacão verde, indumentária que, à toda evidência, só é fornecidaàs pessoas que se encontram em regime de prisão;

b) nas dependências do órgão, submeteram o detento a tor­turas. que lhe foram inflingidas visando à colheira de informa­ções acerca de suas supostas atividades no Partido ComunistaBrasileiro;

c) apenas depois de cruelmente torturado, Vladimir redigiua declaração anteriormente referida;

d) o fato de haver rasgado o papei em que lançou declaraçãoadmitindo sua participação como militante no PCB, induz àconclusão de que Vladimir Herzog repudiou sua suposta confissão;

e) espanta que Vladimir tenha cometido suicídio, quando suasatividades. como literalmente proclamou a nota do Comando doII Exército, "não faziam supor o gesto de extremo por ele tomado";

f) causa maior perplexidade haver ele se servido para suici­dar-se, o cinto do macacão que usava, quando Rodolfo OsvaldoKonder esclareceu que " o macacão que lhe deram para vestirnas dependências do DOI, A Exemplo de todos os outros, nãotinha cinto", dúvida que se toma maior para os As., quando con­sideram ser praxe secularmente estabelecida em dependênciaspoliciais, privarem-se os detentos de quaisquer instrumentos comque possam atentar contra a própria vida, ou de terCeiros.

Através dessa análise e mais a que vier a ser elaborada emdecorrência de outros fatos a serem comprovados durante e ins­trução. pretendem os As. demonstrar que seu marido e pai nãose suicidou, mas foi assassinado por seus algozes, ou, pelo menos,morreu em consequência das torturas de que foi vitima e queseu suicídio, se ocorreu, não foi voluntário, como pretende a ver­são oficial, mas afeito dos maus tratos a que o submeteram seuscarcereiros.

A seguir, alinham os As. os fundamentos jurídicos de suapretensão.

Invocam em primeiro lugar, o artigo, 107 da ConstituiçãoFederal, o qual estabelece que -; "as pessoas, jurí<licas de direitopúblico responderão pelos danos que seus funcionários. nessa qua­lidade, causarem a terceiros" e também seu artigo 108, pelo quala responsabilidade decorre de atos praticados por funcionários dequaisquer dos poderes da União.

Lembram, outrossim, o artigo 15 do Código Civil -que, antesde previsão constitucional nesse sentido. já fixava a responsabi­lidade das pessoas juridicas de direito público, nos seguintes ter­mos: - "as pessoas jurídicas de direito público são civilmenteresponsáveis por atos dos seus repre$entantes que nessa qual1dadecausem danos a terceiros, procedendo de modo contrário ao direitoou faltando a dever prescrito por lei, salvo o direito regressivocontra os causadores do dano".

Entendem que a prisão de Vladimir Herzog efetivou-se de mo­do arbl~rárlo, ao completo arrepio das normas que regulam a ma­téria. especialmente a do artigo 153, § 12. da Constituição Federal,que determina: - "Ninguém será preso senão em flagrante deli­to ou por ordem escrita da autoridade competente". acreScEntan­do que a "prisão será imediatamente comunicada ao juiz compe­tente, que a relaxará, se não for legal". Dizem que sua prisãonão foi em flagran+e, nem por ordem escrita de qualquer auto­ridade e que dela nã:> se deu ciência à autoridade comp·Jtente.

Por outro lado. determina o art. 59 da Lei de Segurança Na­cional tDecreto Lei n.O 898. de 29 de setembro de 1969' "Durantea.s investigações policiais o indiciado poderá ser preso pelo encar­regado do inquérito até trinta dias. comunicandJ-se a prisão áautoridade jurídica c:Jmpetente", conc:uindo os As. de tal textoque a lei condicionou a prisão à existência de um inquérito e deum indiciado, requisitos que inexistiram para a prisão de Vladi­mir Herzog.

SustEntam também os As. que a R. através de seus funcioná­rios, perpetrou inominável desrespeito ao artigo 153. § 14, daCor.stItuiçãoFederal, que impõe a todas as autoridades o r:spei­to à integridade fisica e morai do detento e que os propostos daR., que assim agiram, cometeram abuso de autoridadJ. crime de­finido nos artiges 3.0 e 4.° da Lei n.O 4.898, de 9 de dezembro de1955.

Finalmente, os As. sustentam que sofreram prejuízos moraise materiais.

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Novembro de 1978 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 1.0 9995

Os morais consistentes nos cruéis sofrimentos que tiveram desuportar em face das circunstàncias da morte de seu marido epai, danos morais esses que os As. entendem indenizáveis em nos­so direito.

Os materiais decorrentes do fato de terem sido privados daassistência material que Vladimir Herzog lhes prestava.

Assim, pedem a procedência da presente ação para que esteJuízo declare "a responsabilidade da União Federal pela prisãoarbitrária de Vladimir Herzog. pelas tor~uras a que foi submetidoe por sua morte e a conseqüente obrigação de indenizá-los. emdecêlrrêncla dos danos morais e materiais que esses fatos lhescausaram" e condene a R. nas custas e honorários advocatícíos.

Com sua inicial de fls. 02f] 7, juntaram os As. os documentosde fls. 18/60 e que são os s·eguintes - procuração (fI. 18); certi­dão de casamento (fI. 191; atE~tado de óbito (fi. 20); certidõesde nascimen+o dos filhos (fls. :n/22); matéria publicada à épocallJ jornal "Folha de S. Paulo" (fi. 23); laudo pericial de encon­tro de cadáver, elaborado pelo Instituto de Polícia Técnica (fls.24/34) : laudo pericial de exame d,e documento, elaborado pelaDivisão de Criminalística do DepartamentJ Estadual de PolíciaCientífica (fls. 35/45); laudo de exame de corpo de delito (examenecro.scópico), elaborado pelo Instituto Médico Legal do Estadode São Paulo (fls. 46/48); matérias publicadas nos jornais "Fo­lha de S. Paulo" e "O Estado de S. Paulo" em 20-12-75 (fI. 49);cópia das declarações prestadas extrajudicialmente por RodolfoOsvaldo Konder (fls. 50/60).

Citada (certidão de fI. 62 verso), a União Federal apresentousua contestação de fls. 64/69, acompanhada dos seguintes do­cumentos: - Parecer n.O 181/CJ'MEX, PO. n.O 2.329176-GMex, ex3.~

rado pelo C<lnsultor Jurídico do Ministério do Exército (fls. 70/105);laudo pericial de encon+r<l de cadáver, e;aborado pela DivisãoCriminalística do Departamento Estadual de Policia Científica(fls. 106/110); cópias de peça.s extraídas do inquérito policial­militar (fls. 111/144>.

Em sua contestação, a R. I:nicialmente suscita duas prelimi­nares, a saber:

a) carência de ação, sob o lfundamento de que os As. baseiamsua pretensão em alegados direitos que decorreriam de fatos queforam julgados inexistentes pela Justiça Militar, posto que nosautos do inquêrito policial-mimar instaurado para apuração dosfatos, o Exmo. Sr. Juiz Auditor. aco:hendo promoção do Ministé­rio Público Militar. em decisão fundamentada, houve por bemdeterminar o arquivamento do processo, Sob tal fundamento, pedea R. a extinção do processo, a teor dos artigos 267 e 329 do Códi­go de Processo Civil;

b) inépcia da inicial, sob o fundamen+o de que os As. na ver­dade pleit·eiam uma condenação consistEnte na obrigação de in­denizá-los em decorrência dos fatos que culminaram com a mortede seu marido e pai, o que não pode ser proposto em ação decla­ratória e ainda sustenta, baseada em ensinamento de Pontes deMiranda (in "Comentários ao Código de Processo Civil". arts. 3.°e 4.° pág. 166, !l, que nessa ação não pode s<~r pedido o reconhe­cimento de obrigação. tal como fizeram os As. e nem :;Xl pode pe­dir a produção de provas, as quais devem ser pré-constituídas.Sob tal argumento. a R. requefE~u o Indeferimento da petição ini­cial, de acordo com o artigo 29:>. inciso I, do CPC.

No mérito, a União Federal pede a Improcedência da ação,sustentando que:

1 - o comparecimento de Vladimir Herzog às dependência<;do Departamento de Operações de Informações do Centro de Ope­raçé-es de Defesa Interna do Il Exército foi espontâneo e que omesmo, em lá e,tando, acabou por admitir suas ligações e ativi­dades subversivas à vista de provas irrefutáveis, chegando mesmoa redigir declaração do próprio punho nesse sentido;

2 .- que sua morte não f·Ji cau.';ada, direta ou indir(ltamente,por qualquer ato das autoridades que procediam às investlgaçõe.<;,sendo que a prova co.hida n.o inquérito policial-militar. robustae h sofismável, confirma inequIvocamente que ele se enforcou;

3 - o chefe da 2.a Seção do EstadJ Maior do II Ex~rcito,s.

quem o Destacam·~nto de Operações e Informações e,tá direta­mente sub:>rdinado, comunicam ao Comandante do mencionadoD~stacamen'o que Vladimir Herzog deveria ser libertado naquelemesmo dia, sendo que essa ordem foi retransmitida ao encarrega­do do interrogatório;

4 - durante as poucas hOlras em que Vladimir Herzogo per­maneceu no Destacamento, nãCI sofreu tratamento desumano oumau, trato, E, uma vez feita a :r,~moção do cadáver para t1 nccr·J­téria d·J Institu'o Médico-Legal e procedido (I exame necro,cópl­co, c-:mclulram os legistas Drs. Arido de T. Viana e Harry Shiba­ta, pela inexistência de qualque:r sinal de violimcia ou tClrtura;

5 - após esse exam~. Instauraco o inquérito policial-militarcom vistas à apuração do fato, o General de Brigada, Fernando

Guimarães de Cerqueira Lima, encarregado, solicitou exame com­p:ementar, formulando naquela oportunidade detalliados q"'~sitos,

que foram respondidos pelos ilustres l~gistas, Drs, Armando Can­ger Rodrigues e Arido de Toledo Viana, as quais conclulram porccnfirmar o suicidio, afastada qualquer outra causa, à vista, entrevários outros, dos seguintes elementos: - ausência de lesões deviolência ou indicativa de defesa; sulco no pescoço interrompidoà direita; presença de reação vital na região servical; enforca­mento por suspensão parcial, o que, segundo o laud'J, indica en­forcamento real, posto que o simulado sempre resulta de suspen­são completa;

6 - elementos indiretos confirmam o suicídio, tais como ofato do corpo de V:adimir Herzog ter sildo sepultado no cemité­rio israelita, na Quadra 28, Túmulo 64, área destinada aos suici­das; a circunstância de há cerca de 4 anos, vir ele se submet-en­do a tratamento psocoterápico; a autenticidade da declaração es­crita de próprio punho de Vladimir Herzog, atestada por peritosgrafotécnlcos pertencentes aos quadros da Secretaria da Segu­rança Pública do Estado de São Paulo.

De sua exposição, a União Federal pretende ver evidenciadaa inexistência de qualquer responsabilidade sua pelo ev·:mto da­noso aos As., rei~erando que seus funcionários não agiram comculpa. mas sim no estrito cumprimento do dever legal e que nãoinfligiram maus tratos a Vladimir Herzog, nem o induziram aosuicidio, sust-entando ainda a Inexistência de responsabilidade­objetiva de sua parte, em face da Inexistência de qualquer nexocausal entre as citadas di:igências e o enventO.

Completando sua contestação, a União Federal jun~ou comoparte integrante dela, o Parecer n.O 1811CJMex, PO. n.o 2.329/76­GMEX, da lavra do Consultor Jurídico do Ministério do Exército,Dr. Nelson Peceguejro do Amaral (fI. 70/105l.

O referido parecer, reiterando mais pormenorizadamente asrazões aduzidas na contestação, acrescenta, em síntese, as seguin­tes:

1 - Que absolutamente Vladimir Herzog não foi preso, mas,ao contrário, apresentou-se expontâneamente às autoridades, con­forme afirmação dos próprios autores ·e a circunstância de seucadáver ter sido encontrado com um macacão verde, por si só nãosignifica que tenha ocorrido prisão, apenas denotando providên­cia cautelar das autoridades o que, assim. cai por terra toda a ar­gumentação da inicial quanto à ilegalidade da prisão e quantoà existência d~ eventual abuso de poder.

2 - Que com o depoimento de Rodolfo o.svaldo Konder, su­postamente prestado no interior de um escritório de advocacia,não se pode pretender invalidar toda a prova técnica feita comrigor científico ·2 que conc:uiu pela inexistência de tortura e pelaIn'egridade de todo o tegumento cutâneo do cQrpo de VladimirHerzog, como também não se pode pretender que· ele invalidetodos os depoimentos pr·estados no inquérito pollcial-mlIitar, ins­taurado para a apuração do fato. Que, aliás, no depoimento pres­tado por Rodolfo Osvaldo Konder perante o encarregado do IPM,este declarou que o prestava de livre e espontân-ea vontade, semqualquer coação e nele afirmou o suicídio de Vladimir e até tor­nou-o de certo modo explicável com as tensões sofridas pelo mes­mo em decorrência de seu passado, da sua profissão e das condi­ções de vida das grandes metrópoles.

Aponta, ainda. nas declarações prestadas por Rodo:fo OsvaldoKonder, detalh2s que considera "imaginosos, como, por exemplo,o fato de Identificar-se alguém pelos sapatos a cuja compra te­ria assistido o autor da narrativa; a circunstância de se dizerque alguém está perto. comentar com seu vizinha de Banco queessa pessoa teria ch~gad<l (Vladimir), mas não se dirigir direta­mente ao recém chegado, apcsar deste ter permanecido na mes­ma sala por algum tempo; o d3talhe de que alguém pudesse tor­turar a outrém em sala tão vizinha, que o "depoente" 'Juviu o in·terrogador pedir a "pimentinha" e solicitar ajuda "de uma equipede torturadores".

3 - Qe~ a mudança de trajes no cadáver apontada pelos As.como indicativa de suicídio simulado, é plenamente explicável;dado que já tinha sido realizado o exame re:at;vo aJ encontrode cadáVEr e que a existência do "cinto" no macacão que vestiaVladimir, não pode f·~r tida como facilitação de meio material aosuicida por parte das pessoas encarregadas da rep:lrtiçáJ polícial­militar, a menos que se levasse a extrem::'s inaceitável a concei­tuação de culpa.

4 - QUE Vladimir Herzog cometeu sulcidio voluntário, o queconfigura uma excludcnte da responsabilidade da União FEderal,uma vcz que a culpa exclusiva da vítima, conforme cJutrinaassente, corta "ab initio" o nex·::J de causalidade entr,~ o compJrta­mentJ do agente e o resultado danoso. mesmo para os que, re:a­tivamente à responsabilidade civil do Estado, sustentam a teoria.do risco administrativo.

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9996 Quarta-feira 1." DlARIO DO CONGRESSO NAnONAL (Seção }) Novembro de 1978

Cita a respeito os :msinamentos de Aguiar Dias ("Da respon­sabilidade civil", vaI. 11, pág. 243); Henrique de Carvalho Simas("Manual Elementar do direito administrativo", pág. 540); JoséCretelIa Júnior ("Tratado de direito administrativo", vol. IH, pág.293, ed. Forense).

5 - Que a Inicial revela o propósito mal disfarçado de desmo­ralização da au~oridade judiciária ~ militar e ainda o objetivode " ... lançar o desassossego em todos quantos. para o futuro. oumesmo no passado, hajam contribuído. participado ou trabalha­do em investigações ou Inquéritos para apuração de atividadesubversivas, ante a ameaça de serem responsabLizados por qual­quer mal que aconteça a um subversivo, no período em que o te­nham sob sua guarda, ainda que proclamada, pelos meios regu­lares e legais, a sua não participação no evento tido como dano­so". (fls. 104/105),

A fls. 148/165, os As. manifestaram-se sobre a contestação daUnião Federal.

Nessa manifestação os As. impugnam as prellminar·es sucita­das pela União Federal e aduzem razões de mérito.

Quanto à preliminar de coisa julgada da decisão da JustiçaMilitar, que determinou o arquivamento do inquérito policial­militar, sustentam, baseados nos ensinamentos de José FredericoMarques ("Elementos de Direito Processual Pena;", voI. H, 2." Ed.,Forense - Rio. 1965. pág. 173). Fernando da Costa Tourinho Fi­lho ("Processo Penal". 1.0 voI. 2.& ed. Jalovi. -- Bauru. 1975, pág.211), Hélio Tornachi ("Institutições de Processo Penal", vol. H,Forense - Rio, 1959, pág. 140), Eduardo Espinola Filho I"Reper­tório Enciclopédico d::> Direito Brasileiro", vaI. XXVIH. verbeteinquérito polIciai, pág. 203), que apenas nos casos de absolviçãono processo criminal por reconhecimento da inexistência do fato,ou por causa que implique em exc;usão da criminalidade, é que setorna impossivel a ação em que se busca a declaração da exis­tência da responsabilidade civil. o que incorre na presente ação,em que apenas há despacho determinativo de arquivamento doinquérito pollcial-milltar, que nem mesmo no Juízo Criminal pro­duz coisa julgada.

Refutam igualmente a prelimInar de inépcia da Inicial porImpossibilidade juridica do pedido. com base em doutrina de Chio­venda ("Instituições de Direito Processual Civil" voI. II, 2.a Ed.,Saraiva, pág. 222), Pontes de Miranda e Neumann (" - Comentá­rios ao Código de Processo Civil", tomo I, Forense, Rio, fi. 66),James GoldschImIdt ("Derecho Procesal Civil", trad. espanholade Leonardo Prieto Castro, Labor-MadrI, 1936. pág. 105). Leo Ro­.senberg ("Tratado de Derecho Procesal CIvIl", trad., argentinade Angola Romera Vera, Tomo lI, Ejea - Buenos Aires. 1955,pág. 15) e Celso Agricola Barbi ("A ação declaratória", Beb Ho­rIzonte, 1955. P:1.g. 89-93 e "Comentários ao Código de ProcessoCivil", voI. I. tomo I. fls. 75/80, Forense, Rio, 1975), entre outros.

Quanto ao mérito, reafirmam as razões expendidas na ini­cial no sentido de que:

1 - VladImir Herzog estava realmente preso à vi.sta prInci­palmente das expressões contidas no reiatório do oficial-generalencarregado de inquérito pollclal-mi;Itar indicativo da ocorrênciada prisão.

2 - O marido e pai dos As. foi preso ilegalmente. posto quenão havia inquérito, VladimIr não foi indiciado, nem foi expedi­do mandado, tal como exige o § LO, do artigo 59. do Decreto Lein.o 898/69,

3 - Não tem procedência a impugnação que a ré faz ao de­poiment::> d·e Rodolfo Osvaldo Konder prestado perante outraspessoas, uma vez que a doutrIna e jurisprudência reconhecem avalidade de confissões extrajudiciais. dando-lhes valor probantequando testemunhadas. tal como decidiu o Supremo Tribunal Fe­deral, 2.& Turma. em 24-4-1975. no recurso crlmi"'al nO 1 234/R.J..sendo relator o Minlstro Cordeiro Guerra (DJU., de 19-9-1975,pág. 6734).

4 - A análise conjuntural dos fatos, mormente se feita àluz das provas existentes no processo e de outras. a suem paraele carreadas, leva à certeza de que, se o suicidio de VladimirHerzog efetivamente ocorreu, não foi como pretende a versão ofi­ciai e insiste a contestacão, "voluntário". ma.s efeito d·::>s maustratos a que o submeteram seus algozes e carcereiros.

5 - Ainda que, por al:surdo, se negue a prisão arbitrária eas torturas. a re.sponsabilidade da União Federal emerge do sim­ples fato. objetivo. de ter Vladimir H';lrzog morridJ na prisão, porevidente negligência dos que o custodiavam.

Essa. em sintese, a manifestação dos As. sobre a contestaçâoapresentada pela União Federal.

A seguir, à fls. 167, os As. juntando certidões de nascimento, deIvo Herzog e Andrê Herzog, requereram a Intimação do MinistérioPúblico, para que o mesmo interviesse nesta causa, à vista da exis­tência de interesse de incapazes (artigo 83 e seguintes do Códigode Processo Civil).

Manifestando-se a respeito. o DD. Procurador da Repúblicaque funcionou nos autos, à fls. 168, requereu que se oficiasse aoSr. Procurador-Chefe da Procuradoria da República em São Paulo.

Determinado (despacho de fls. 168 v.o ) e expedido (fls. 170) oOficio requerido, respondeu o Ministério PúblIco Federal atravésdo OfíCio de fls. 175/176, onde informa que, tendo sido submetidoo assunto à Procuradoria-Geral da República, entendeu esta que,não havendo em seus quadros órgãos com atribuiçc:"s especifi­cas de curadoria de incapazes e ausentes (- Lei n,o 1.341/511,seria Ilegal e inconveniente o suprimento desta falta pela desig­nação aventual de um Procurador da República, mesmo porqueseriam colIdentes os Interesses dos Incapazes com os da UnIãoFederal.

Submetido o Ofício ao crivo dos As., manifestaram os mesmosseu repúdio à posição assumida pelo Ministério Público Federal,pelas razões de direito que invocaram à fls. 178/180 e tornaramli requerer expedição do Ofício ao Ministério Público Federal paraque este designasse um de seus membros para intervir no feito,sob pena de responsabilização e representação contra os respon­sáveis por qualquer omissão.

Ai a Procuradoria da República requereu que se oficiasse aoDD. Procurador-Chefe do Ministério Público Estadual, o que foIfeito <despacho de fls. 181 e Ofício de fls. 183),

Respondeu o Sr. Procurador-Chefe do Ministério Público Es­tadual pelo Ofício de fls. 184/201, enfatizando faltar competêncIaao órgão que chefia .para assumir atribuições na órbita da juris­dição federal.

A Procuradoria da República, então, à fls. 202, requereu anomeação de curador especial.

Este Juízo, nos despachos de fls. 202 v.o e 220/221 e após asmanifestações de fls. 204/207, 208/208 v.o. 210/212, 215/218, nomeou,escolhendo delltre advogados, o Dr. Péricles Luiz Medeiros Pradepara funcionar nos autos como representante "ad-hoc" do Mi­nistério Público, com fuicro no artigo 82, inciso I, do Código deProcesso Civil e determinou, outrossim, para que em qualquer hi­pótese se evitasse a ocorrência de nulidade processual, a intima­ção de todas os atos processuais, tanto do representante "ad-hoc"do Ministério Público, como do próprio Ministério Público Federal,na pessoa do Sr. Procurador-Chefe da Procuradoria da Repúblicaem São Paulo.

O referido despacho foi devidamente publicado no órgão ofi­ciaI em 1.0 -12-1977 e restou irrecorrido.

Ao depois, à fls. 224/225, o representante "ad-hoc" do Minis­tério Público oficiou nos autos, consignando que em momentooportuno deduziria suas alegações e pedindo que se determinassea especificação de provas para o subseqüente saneamento do pro­cesso.

O despacho do juízo determinando a especificação de provasfoi proferido à fls. 226.

Os As., então, especiflcaram suas provas à fls. 227/228. a sa­ber: - a) depoimento de Gildásio Westin Cosensa, através decarta precatória à Justiça Federal do Estado do Rio de JaneIrO;b) depoimento de testemunhas a serem arroladas antes da audiên­cia de instrução e julgamento; c) expedição de Ofício à 1.& Au­ditoria da 2.a Circunscrição Judiciária Militar para o fim de re­quisitar os autos do Inquérito Policial-Militar; d) juntada ce novosdocumentos.

Pelo despacho de fls. 227, foram deferidas a expedição dacarta precatória para a Secção da Justiça Federal do Rio deJaneiro e a expedição do Oficio requisitório dos autos do inqué.rito policial-militar.

A fls. 234, foi juntado o Ofírio que encamInhou a este Juízoos autos do inquérito policial-militar e proferido despacho deter·minado às partes que Indicassem as peças dos referidos autos aserem transladadas para Q presente processo, nos termos do ar­tigo 399 do Código de Proce"so Civil.

A fls. 239/240 foi proferido o despacho saneador.Nele este Juizo, inicialmente, rejeitou ambas as prelimina­

res suscitadas pela União FederaL A de carência de ação porcoi~a julgada, pelo fundamento principal de que, no ca30, nãohouve qualquer processo criminal excludente da responsabilidadecivil da União Federal. mas apenas, um inquérito policial-mH!tarcujo arquivamento não produz coisa julgada. podendo a matéria,então, ser livremente apreciada no juízo civil. A de inépcia da inI­ciaL primeiramente porque este Juizo entendeu que o pedido li·mita-se à declaracão da existência de relacão iurídica. consubs­tanciad,a no reconhecimento da responsabilidade da União Fe­deral por danos sofridos e a conseqüente obrigação de inde:lizar,não residindo nisso qualquer pedIdo expresso de condenação. este.sim vedado em ação declaratória e, ao depois, porque, a teor doartigo 40. inciso 1. do código de Processo Civil. podem os As. pedIr

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Novembro de 1978 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção li Quarta-feira 1.° 999'7

em ação declaratória. a declaração pura e simples de qualquer re­lação jurídica, a qual. no caso concreto, foi claramente definidana inicial.

Quanto ao mais, o despacho saneador deferiu a produção dasprovas especificadas, Inclusiv,e a testemunhal e designou audiên­cia de Instrução e julgament'D para o dia 16 de mala de 1978. às14 : DO horas.

Por solicitação dos As., à 1~1s. 238. foram requisitados à Procura­doria da Justiça Militar, os autos da representação feita por elescontra o Dr. Harry 8hibata. .

Pelo Oficio de fls. 242. o :DD. Procurador-veral da Justiça Mi­litar remeteu a este Juizo os autos da representação promovidacontra o Dr. Harry Shibata. os quais se encoi'ltra.lri às fls. 2431293.

A fls. 295/296 e 300/301. tiS As. apresentara~"o seu roi de tes­temunhas, indicando as seguintes: 1l Pedro' Aiítonlo Mira Oran­cieri finvestigador de pollcia lotado no DOl/CODI do II Exército);2) Capitão Ubirajara (lotado no DOI/CODI do II Exército); 3)liarry Shibata (Médico legista. Diretor do lnstltuto Médico Legaldo Estado de São Paulo); 4) Gofredo da Silva Talles Júnior Ipro­fessor da Faculdade de Dlre:ito da Universidade de São Paulo eadvogado); 5) George Benlgn.o Jatahy Duque Estrada (jortlaIlsta);6) Antony Jorge Andrade de Chrlsto Oornallsta); 7) Paúlo Sér­gio Markun (jornalista): 8) Sérgio Gomes da S1lva (jornalista),

Ao depois, à fLs. 303/359. encontra-se a Carta Precatória ex­pedida à Secção da Justiça Federai do Rio de Janeiro. a qual. de­vidamente cumprida, pela E. 8.8 Vara daquela Secção, consignaà fLs. 354/355, o depoimento d:il testemunha dos As, Glldésio WestlnCosenza.

A fls. 364/393 estão transladadas as peças do inquérito poli­ciai-militar indicadas pelos As. à fls. 284. e pela União Federalà fls. 361.

A União Federal ofereceu o rol de testemunhas à fIs. 363. in­dicando o Coronel Audir Santos Maciel, para cuja oitiva foi de­terminada a expedlcão de Carta Precatória para a Secção daJustiça Federal do Estado do Rio de Janeiro.

Após o despacho de fls. 394, onde foi determInado às partesque esclarecessem os pontos fáticos sobre os quais incidiriam asperguntas relativas à prova testemunhal, o que foi feito à ns. 400,este Juízo recebeu o Ofício de fls. 395, do Exm.O Sr. General Coman­dante do II Exército, informando da Imposslbil1dade de ser aten­dida a requisição das testemunhas Pedro Antonio Mira Grancierie Capitão Ublrajara, pelos motivos ali expendidos.

A fls. 397/398. os As. sustentam a extemporaneidade da apre­sentação do rol de testemunhas da União Federal. ao mesmotempo em Que manifestam sua intenção de não Impugná-Ias nointeresse do alcance da verdade processual.

A seguir Ifls. 402). a União Federal complementou seu rol detestemunhas. arrolando as seguintes: - George Benigno Jat~hyDuque Estrada IjornalLsta); Paulo Pereira Nunes (jornalista):Luiz Wejs (jornalista) e Erich Leschzlner (- pertencente à Con­gregação Israelita l.

Pelo despacho exarado na petição de fls. 404/405 dos As..foi designada data para audiéncia e reiterado o Ofício requisitóriodas testemunhas já referlda.s no Comando do II Exército.

A 16 de maio de 1978. às 14:00 horas, foi realizada audiênciade instrução e julgamento consubstanciada na Ata de fIs. 409/421.onde feram ouvidas as seguintes testemunhas dos As.: - GeorgeBenigno Jutahy Duqt:,~ Estrada. Professor Godofredo da Silva TelesJúnior. Harry Shlbata. Anbny Jorge Andrade de Christo, PauloSérgiJ Markun, Sérgio Gélmes da Silva. Tomados os depoimentos,a audiência foi adiada para o dia 26 d'3 maio de 1978, as 14:00horas.

Pelo Oficio de fls. 424, o Ex.m" Sr. General Comandante doIl Exército Informou ao Juizo que es'ava tomando as necessáriasprovidências administrativas para a apresentação das testemu­nhas requisitadas àquele ComandJ.

A fls. 425. a União Federal apresentou de.sistência da oitivadas segulntn testemunhas: Paulo Pereira Nune.s, George BEnignoJutahy Duque Estrada e Luiz Weiss.

Na audiência do dia 26 de maio de 1978. às 14:00 h:!ras fo­ram ouvidns as test~munhas do R.. Erlch Leschziner e 'ambémLuiz Weiss E Paulo Pereira Nunes cuja oitiva. apesar da desistên­cia da Unli:.o Federal foi determinada pelo Juízo. Por ocasiã·:!desta audiência. os As. desistiram de ouvir as testemunhas re­quisitadas a:J Comando do II Exército Pedro Antõni,) Mira Gran­c:?ri e Capitão Ubirajara, ao mEsmo tempo em que oferEceramprot2,tJ pela não apresentaç:ão das mesmas por aquele Comando,tendo sido. a seguir, deferido prazo para enirega de memoriais edesignada audiência de leitura e publicação d-~ sentença para odia 26 de Junho de 1978, às 13:00 horas.

Os memoriais dos As., da União Federal e do reprt!sentante"ad hoc" do Ministério Público. estão, respectlvamellte. às fls.434/455, 457/458 e 460/466.

O memorial dos As. em 22 laudas, se sul>dlvlde em 9 itens.No primeiro, eles tecem considerações gerais a respeito do pre­sente processo e de tortura como método de preservação da Se­gurança Nacional. fazendo referência à obras ~ue de:a tratam. àmanífes~ações do Papa Paulo VI, da Com~sáQ Ipteramerlcana deDireitos Humanos da OEA. da Igreja, da· OAl3, rda i\mnesty In­ternacional. No segundo, os As. reafirmam 8J,la pr~tensão de obter

~:~aed:c~~ag~~s~te~~S~:C~~r~:a.~ã~.açdã~... t~.'r.·..tí..ã.~...C~ee-a.,~.. ::r~~ r~J~:nll:':Í.-)os, em decorrência dos darias matel'\~1 e '1n ais que lhescausaram a prisão arbitrária de Vladimir' eJ'ZQg, , torturas aque foi submetido e a sua morte, fa+o.s que. 'retvncl m atribuir àresponsabilidade da R. No terceiro e quarto, (l~l\~~pdo a provados autos, cuidam da pretensa prJsão i.l.e.~al ".e arb.1~r~..rI.a de Vla­dimir Hel'2og. bem como das torturas e;. que o mg.mo teria sidosubmetido. No quint::l e sétimo, Indagam qa "ca.)}.a mortis" deVladimir para o fim de procurar desmentir a v:ftrfão oficial dosuicídio e afirmar que o mesmo niorre\l em decoi::t~ncla das tor­turas que lhe foram impostas. No sexto, sUl$tentamI'lI. nulidade deexame necroscópico. No oitavo e nono. tratam da' !responsabl:lda­de do carcereiro e reafirmam seu pedido.

O memoríal da União Federal, em duas laudas, defende, empreliminar, a lnviablUdade da presente Ação Declaratória. e, nomérito. propugnam a imprestablIldade dos depoimentos e a maiorforça probante do Inquérito policial-militar.

O memorial do representante "ad hoc" do Ministério Público.em sete laudas, opina pela procedência da ação nos termos dopedido.

Flnalmen+e, pelos "telex" de fis. 468/469 e ofício de fls. 472/476,foi comunicada a est-a Juízo a concessão de liminar em Mandadode Segurança impetrado pela União Federal. perante o E. TrI..bunal Federal de Recursos, pela qual ficou sl,Jstada a leitura epublicação da sentença nestes autos, sendo que pelo ofício defls 552/553. foi comunicada. pelo mesmo E. Tribunal, o não co­nhecimento do referido "mandamus". pelo seu Plenário, em ses­são do dia 21-9-78.

A fLs. 512/551. foi juntada a Carta Precatória deVOlvida pelaE. 3.8 Vara da Secção Judiciária do Rio de Janeiro. na qual nãofoi ouvida a testemunha da União Federal, Corone: Audir SantosMaciel. pe}.:> fato da mesma, segundo informações prestadas peloEx.mo Sr. Gen2ral Comandan'e do I Exército (Oficio de fls. 549),não servir na área daquele Comando.

l!: o relatório.

Pa~so a decidir:

Inicialmente cumpre notar que todas as preliminares susci­tada.s pela União Federal em sua contestação - coisa julgada eimpossibilidade jurídica do pedido - foram afastadas por esteJuizo no despacho saneador, o que motivou, por parte da R. ainterposição do recurso de agravo de Instrument0. atualmenteem trâmi+e perante o E. Tribunal Federal de Recursos.

Assim, a matéria suscitada em preliminar na contestação eque a R. volta a :evantar em seu memorial, já foi examinada poreste Juízo no momento processual próprio - despacho saneadore despacho Que manteve em agravo de Instrumento a d';lcisão agra­vada -, cabendo agora o conhecimento direto do mérlt.:! da pre­sente ação.

l!: fato incQn'roverso nos presentes autos que Vladimir Henog.marido c pai do,:; As.. sofreu morte não natural, quando se enc':!n­trava nas dependências do Destacamento de Operações de Infor­mações do Centro d·~ Defesa Interna (DOI/CODIl, órgão subordi­nado e componente do. II Exército.

Ora, como Os As, pedem na presente ação que se declare aresponsabilidade da União Federal pela prisão arbitrária dE Vla­dimir H-zrzog pelas torturas a que foi submetido e por sua mortee a conseqüente obrigação de Indenizá-los. em decorrência dosdanos morais e ma'crials que esse, f:ttos lhes causaram" (fls. 17)é cur:al Que a "QuaestlJ juris" cenkal da presente ação v,~rsa so~bre a re.sponsatilldade civil do Estad:J. ou, como Querem outros,sobre a responsablIldade civil da 4dmlnlstração Icf. Hely LopesMelrelles, "Direito Administrativo Brasileiro", 3.a Ed., Ed. Rev. dosTrib., pág. 587, nota n.O 1).

CJnquanto ~e trate de matêril'. já solvida '10 dir~ito brasilei­ro contemporâneo. é enfocando tal tema, numa síntese de suaevolução hls'órico-jurídica até seu definitivo assentamento nosLstema legal pátrio' atual, que teremos os fundarr.3ntos de direi­tos básicos para valorarmos a matéria fática dos autos.

Com efeito. como doutrina Roberto Lyra, "Extrair a senten­ça da própria cabeça com a lei e :l. prova - eis o que se chama.

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9998 Quarta-feira 1." DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Novembro de 1918

julgar, para realidade e autenticidade da prestação jurisdicional"(in "DIreito Penal Normativo", José Konfino, Ed. 1975, págs.226/227L

Vejamos, pois, a matéria de direito nuclear da presente lide.Deixando de lado as mais variadas conceituações de respon~a­

bllidade civil, as quais são pormenorizadamente relatada~ porJosé de Aguiar Dias, em sua obra "Da Responsabilidade Civil"EdItora Forense - Rio, 1973, 5.a Ed., voI. lI, capo D. entende-se

por responsabllldade civil do Estado "... a que Impõe à FazendaPública a obrigação de compor o dano causado a terceiros, poragentes públicos, no desempenho de suas atribuições, ou a pre­texto de exercê-las" (cf. Hely Lopes MelreU.~s, ob. citada, pág. 588).

Por outras palavras, o Estado, como qualquer particular, podevir a se encontrar em situação de quem causou danos a outrem,oportunidade em que deverá ressarcir o patrimônio lesado comodecorrêncIa de .sua responsab1l1dade civil.

A evoluçãlJ jurídica da teoria da responsabliidade civil do Es­tado, processou-se em três fases distintas, a saber: - da Irres­ponsabilidade; a cIvilística e a fase do direito público.

Inicialmente, sob regimes absolutistas o Estado era Irrespon­sável, posto que ele era o próprIo Direito, a todos se Impondoaem qualquer compensação.

Tal concepção que, por anacrônica, dIspensa maIOres conside­rações, exprImia-se no princípio de que "The klng can do nowrong", ou. na versãlJ francesa, "Le roi na peut mal falre" e dehá muito está abanc:!0nada.

Hoje, todas as legislações, de uma forma ou de outra, una­nimemente reconhecem a responsabllidade do Estado por atosdanosos contra seus administrados.

O Prof. Celso Antônio Bandeira de Mello, em parecer juntadoaos autos da Ação Ordinária n.O 171/77, desta 7.a Vara, ao ex­pender a mesma noção de responsabllldade civil do Estado, bempondera que:

"Esta noção é, hoje, curial no direito Público. Todos ospovos, todas as legislações, doutrina e jurisprudência uni­versais, reconhecem, em consenso pacifico, o d·ever esta­tal de ressarcir as vitimas de seus comportamentos dano­sos. Estados Unidos e Inglaterra. últimos refratários à teseacabariam por assumi-la em 1946 e 1947 respecti.vam~nte."

Numa segunda fa~e, a teoria evoluiu ao Influxo de concepçõesclvllísticas para afirmar a responsabUidade do Estado sempre queseja possível Identiflcar-se culpa Individual da pessoa física dofuncionário - "sem culpa, nenhuma reparação" (Von Ihering,Schuldmoment", pág. 50, apud Aguiar Dias, ob. citada, vol. I, pá­gina 48).

A primeira teoria clvilistíca de qUi) se tem notícia adotada apóso abandono da concepção da Irresponsabllldade do Estado, é a sus­tentada por Berthelemy e Glorgi t"Tralté de droit administratif",12.& ed., Paris, 1930, págs. 99 e segs.; "Persone giuridiche", 3.a ed..Turim, 1927, voI. 111, págs. 148 e segs.) e que dividia os atos ·esta­tais em de gestão e de im"ério, entendidos aqueles como a ativi­dade do Estado despida de suas prerrogativas de poder público,Igualada à do particular e, estes como a atividade do poder públicono exercício de sua soberania.

Por ela estabelecia-se a irresponsabllidade do Estado pelos atosde império e sua responsabilidade sempre que ocorres~e prejuízocausado ao administrado, decorrente de ato de gestão, havendoculpa do funcionário.

"Representando, embora, um progresso Inegável em relaçãoà teoria anterior, a teoria dos atos de gestão e culpa demodo algum é satisfatória, em face dos principias que in­formam os sistemas jurídicos, porque quem sofre o danoé indiferente à natureza do ato, se.é de império ou de ges­tão" (cf. José Cretella Junior, "Tratado de Direito Admi-

nistrativo", voI. VIII, Ed. Forense - Rio, pág. 49>-

Após, dentro ainda do campo civilístico, apareceu a teoria daculPa, provinda do Direito Romano clássico e consagrada na Françapor Domat e Pothier ("TraUé des obrigations", números 16 e ~gs.),

inspiradores do Código ClvU Francês de 1804, que a adotou em seuartIgo 1.382 e que posteriormente veio a servír de modelo de todasas legislações modernas.

Nela, os requisitos essenciaIs para a ocorrência do ressarcimen­to do dano pelo Estado são: a) o ato ou omissão vtoladora do di­reIto de outrem; b) o dano produzido por esse ato ou omissão; c) arelação de causalidade entre o ato ou omissão e o dano; d) a culpa.

A noção de culpa individual do funcionário do E~tado, que re­ponta como a idéia central da teoria, é aqui transplantada do DI­reito CIvl1 e sem nos determo:; nas inúmeras conceituações que delaos juristas construíram, podemos dizer que significa um comporta-

mento danoso negligente, Imprudente ou imperito e contrário aodireito.

"Em outras palavras, a teoria da culpa ou subjetiva é ba­seada no elemento humano, na pessoa física do funcíoná­rio, sujeito causador do dano. É a culpa da administraçãopor ato de seu preposto, fundada no nexo causal entre oato ou omissão do funcionário, culposo ou doloso, e as con­seqüências danosas daquela voluntariedade ou involunta­riedade. A açã..o humana, fonte de prejuízos, é que vai per­mItir responsabilização do Estado, através do homem, dosujeito."

(Cf. José Cretella Junior, ob. citada, voI. VIII, pág. 59.)

Aos poucos, porém, mostrava-se insuficiente o conceito clássicode culpa para abarcar todas as Questões envolventes da responsa­bilidade do Estado principalmente em face do vertiginoso surtoindustrial e conseqüente complexidade crescente nas relações entreadministração e administrados.

Dentre os inúmeros inconvenientes ocasionados pela culpa in­dividual, ressaltava-se o de que muitas vezes não se conseguiaIdentificar o funcionário causador do dano e como a responsabi­lização estatal só ocorria com a comprovação da culpa individualdo servIdor público, ficava a vitima acéfala e desprotegida dos da­nos gerados pelo Estado.

Melhor, porém, diz Alvino Lima (ob. citada, págs. 119/120):

"Dentro do critério da responsabilidade fundada na culpanão era possível resolver um sem número de casos, que acivilização mocerna criara ou agravara; Imprescindível setomara, para a solução do problema extracontratual, afas­tar-se do elemento moral, da pesquisa psicológica, do ín­timo do agente ou da possibilidade de previsão ou diligên­cia, para colocar a questão sob um aspecto até 'então nãoencarado devidamente, isto é, sob o ponto de vista exclu­sivo da reparação do dano. O fim por atingir é exterior,objetivo, de simples reparação e não interior e subjetivo,como na imposição da pena. Os problemas da responsabi­lidade são tão-somente os problemas de reparação de per­das. O dano e a reparação não devem ser aferidas pelamedida da culpabilidade, mas devem emergir do fato cau­sador da lesão de um bem jurídico, a fim de se manteremincólumes os interesses em jogo, cujo desequilíbrio é ma­nifesto, sem ficarmos dentro dos estrehos limites de umaresponsabilidade subjetiva."

Assim, Importantíssimo notar que, a partir do momento emque a responsabilidade civil do Estado desgarrou-se das concepçõessubjetivistas, nesse tema não mais se indaga da culpa ou dolo dosfuncionários do Estado, bem como da eventual ilicitude de suascondutas, tendo sido tais critérios substituídos por outros, de índoieobjetiva.

Acentuando a impertinência das indagações quanto à culpa oudolo dos funcionários do Estado e à eventual ilicitude de suascondutas, para aferir a responsabilidade do Estado, manifesta-sea doutrina:

"A culpa dós agentes do poder público é um "plus" intei­ramente dispensável, a fim de que se apure a responsabl.lidade civil do Estado. E~ta resulta, pura e simplesmente,do nexo causal entre o dano sofrido por terceiros e o ato,ainda que lícito, regular, do agente do poder público."(Martinho Garcez Neto, "Prática da Responsabilidade Ci,..vil", ed. 1970, pág. 175, grifamos.)"A teoria do risco, ou doutrina objetiva, entende a respon­sal:llidade como a situação resultante do próprio fato, comoconseqÜência do risco criado, sem indagar da conduta doagente, sua negligência ou imprudência."(Alvino Lima, "Da culpa ao risco", ed. 1938, pág. 185, gri­famc,s.l

"Op'Jndo-se, em outro extremo, situa-se a teoria obj etivaque. afastando-se dos cânones civilísticos, procura ressaltaro elemento dano real e sua reparação. Também denomi­nada teoria objetiva, não se interessa pela nature:za do atolesivo, que pode ser legítimo ou ilegítimo, de império ou degestão."(Jmê Cretella Junior, "Tratado de Direito Administrativo,voI. VIII, pág. 60. grifamos.)

Mas a matéria c·omeçou a se desgarrar das concepções subjeti­vistas, como é sabido, depois dos pronunciamentos do Conselho de,Estado francês que, mesmo à margem da Lei e por mera imposiçãodas contingência~ sociais confrontadas com o princípio da eqüida­de, passaram a enfocar a responsabilldade do Estado em termosde direito público.

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DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 1) Quarta-feira 1.° 9999

o que se pode chamar marco inaugural da moderna teoria daresponsabilidade civil do poder público foi o conhecido caso "Blan­co", onde o Conselheiro David proclamou, avançadamente para aépoca que: "a responsabilidade que incumbe ao Estado pelos pre­juízos causados aos particulares por ato das pessoas que ele em­prega no serviço público, não pode ser regida por prlnciplos queestão firmados no Código Civil, quando regula as relações de par­ticular a particular; tal responsabllldade não é nem geral nem ab­soluta: tem regras especiais que variam conforme as necessidadesdo serviço e a Imposição de conciliar os direitos do Estado com osdireitos privados" (apud José Cretella Junior, ob, citada, vol. VIII,págs. 23/24),

A partir desse caso inaugural, novas decisões do Conselho deEstado se sucedem e surge, então. uma nova concepção de culpa,não mais nas bases pr1vatísticas do artigo 1.383 do Código Civilfrancês mas numa culpa publicística, de direito administrativo,sintetizada na fórmula; "culpa do serviço público", ou, no dizer dosfranceses, "faute du servicl~".

Tal concepção é explanada com perfeição pelo Prof. AlvlnoLima, em sua obra "A responsabilldade civil pelo fato de outrem"(Editora Forense. Rio. l,a ed., 1973. pág. 166):

"A culpa do serviço público não se identitlca através daconduta do servidor público ou do agente mas através doserviÇQ público.Não sendo uma adaptação da'> idéias civilistas, ela consti­tui uma concepção original, própria do direito administra­tivo.A vitima do dano pode agir desde logo e diretamente con­tra a Administração, sem acionar diretamente o agente,cuja responsabilidade não aparece. O agente faz corpo,confunde-se com o serviço público; é fundido nele.A culpa do serviço público tem caráter anônimo, visto comonão se pesquisa o seu autor, não se designa e nem se iden.tlfica o mesmo, julga-se o serviço e não o agente. Mesmoconhecido o autor do ato culposo, a decisão não o men·ciona.A culpa do serviço público não engendra automaticamentea responsabilidade. mas é necessário atender às circunstân­cias de tempo, lugar, serviços etc. A culpa é apreciada inconcreto.

A culpa do serviço público tem um caráter geral. isto é,aplica-se a todas as pessoas administrativas.Os fatos constitutivos da culpa do serviço público se agru­pam nas seguintes modalidades: 1.& - o serviço funcbnoumal; 2.& - o serviço não funcionou; 3.& - o serviço funcio­nou, mas tardiamente."

A jurisprudência francesa relata inúmeros casos de responsa­bilidade do Estado por culpa anônima do serviço público, entre asquais -são citadas por José Cretella Junior as seguintes: expiosãode granada alemã que, manejada sem cuidado, determinou a mor­te de uma pessoa; manifestante ferido por soldados no interior doquartel, para o qual fora levado preso; recebimento de pensão doEstado com o atraso de dez anos; agricultor impedido de utilizarseu pessoal. por ocasião da colheita, em. virtude de medidas policiaisexorbitantes: homlcidio comE~tido por alienado mental, não obstan­te reiterados pedidos de medidas acautelatórias (ob. citada, volu­me VIII, pág, 63L

Que da culpa individual à culpa anônima do serviço vai umprogresso enorme, é notório, bastando para Isso que se imagine aenorme quantidade de casos em que o Estado, antes, era irrespon­.sablllzado e o igual número de hipóteses em que, pela nova con­cepção criada pela jurisprudíincia francesa, o Estado é agora obri­gado a indenizar.

. Mas. o que maior destaque merece é a contínua concepçãoextensiva da responsabilidadle estatal. Cada vez mais procura ajurisprudência francesa adaptar.se à complexidade de relaçõesoriundas dos tempos modernos, atenta à diversidade de posiçõesentre a Administração, sempre vestida de suas prerrogativas depoder público e, os administrados, em sua simples condição de ci­dadãos.

A respeito. Forsthoff. citado pelo Prof. Celso Antonio Bandeirade Mello (trabalho mencionado fI. 5). referindo-.se ao direito ale­mão, observou:

"Desde sua instauração, a responsabilidade do Estado ga­nh:)u continuamente em extensão. A interpretação exten­siva a amplia cada vez mais. Isto nada tem de estranho.O que fomentou a responsabilidade do Estado não foI ape­nas motivos ideológicos nem, concretamente, a ideologiado Estado de DireitO; ao lado dela, na interpretação doart. 34, Influi com força decisiva o fato de que o elemento

estatal adquire uma crescente prepotência e o individuoestá a sua mercê em um número cada vez maior de rela­ções de sua existência individual. Por isso é inlludivel quesuas relações com o Poder Público transcorram na formado Direito, em medida incomparavelmente maior do quejamais o fora, Dai que a necessidade de proteção jurídicaé também mais forte, não por conseqüência de qualquerideologia - conquanto a Ideologia do Estado de Direito,como é lógico, haja tido também sua participação - mas,como conseqüência necessária de uma situação de fato quese produz todos os dias."("Tratado de Derecho Administrativo", Ed. do Inst. de Es­tudos políticos, Madrid, 1958, tradução da 5.a ed., alemã,págs. 419/420.)

Sintetizando, a teoria da falta do serviço. pressupõe três ele­mentos para a ocorrência do ressarcimento, a saber: a) dano; b)falta do serviço público quando este não funciona, devendo fun­cionar, funciona mal ou funciona atrasado; c) nexo de causali­dade entre ambos os pressupostos anteriores.

Segundo He}y Lopes Meirelles, tal teoria" ... representa o pri­meiro estágio da transição entre a doutrina subjetiva da culpa civile a tese objetiva do risco administrativo e do risco integral que asucedeu ... " (Ob. citada. pág. 589,)

Ocorre que, em face da socialização do direito, predecessorado individualismo jurídico dos enciclopedistas e filósofos da Re­volução Francesa, mais ainda se desenvolveu a teoria da responsa­bllldade civil do Estado, evoluindo agora para a concepção de risco,da qual Salellles e Josserand foram precursores.

Em Esmsin está sintetizado com felicidade o fundamento danova teoria:

"Toda pessoa que, para atingir um fim qualquer, empregameios que podem fazer correr um risco, oferecer um perigo,seja para ela própria, seja outros, deve tomar a seu cargoa responsabilidade do dano que pode ser causado. Desdeque tenha os proveitos da empresa, módicos ou considerã­veis, deve sofrer as perdas inerentes aos processos empre­gados. E isSO, ainda mesmo que tenha tomado todas asprecauções desejadas, desde que não foi caracterizada umaculpa, seja da vítima, seja de um terceiro. se o acidente éunicamente Inevitãvel, é que ele constitui um risco ine­rente à empresa, uma conseqüência necessária de fato aoprogresso utlllzado. Aquele que obtém uma vantagem aoempregar este melo do qual normalmente aufere proveito,deve sofrer as conseqüências do acidente soOrevlndo. Eledeve conhecer bem o processo ao qual recorreu, auferindovantagens e os inconvenientes. Se se enganou em seus cál­culos ou se os maus resultados que ele devia prever se rea­lizaram, a perda deve ficar a seu cargo."(Apud AMno Lima, "Da Responsabilidade Civil pelo fatode outrem". Ed. Forense. Rio, 1.& ed., 1973, págs. 151/152.)

Também funda-se a teoria nas idéias de solidariedade sociale na igualdade de todos em face dos encargos públicos ou seja, osdanos causados pelos Estados o são na consecução do bem comume, portanto, é exigência da eqüidade que todos suportem os prejui­zos ocasionados no exerc1cio de atividades exercidas em proveitoda c-:>letivldade.

Como diz Brandão Cavalcanti: "A distribuição dos encargospela coletividade é uma espécie de seguro coletivo que garantecada um contra os danos que venha a sofrer e obriga a todos acontribuir, na medida de sua participação fiscal para a indenizaçãodos prejuízos" (in "Tratado de Direito Administrativo", 3.& ed.•1956, vol. l, pág. 413>-

A teoria do risco outrossim, é estritamente objetiva, isto é,independe de comportamento contrário ao direito e da ocorrênciade qualquer falta ou culpa do serviço.

Por ela, basta a ocorrência de dois pressupostos para a con­figuração da responsabilidade do Estada: a) dano e b) relação decasualidade entre o comportamento comisslvo ou omLssivo do agen­te público e o dano.

Das teorias surgidas da concepção de risco, duas interessampr>eclpuamente, a saber: - a do risco administrativo e a do riscointegral.

Ambas vêm magistralmente sintellzadas na obra já citada deHsly Lopes Meirelles, págs. 589/590:

"A teoria do risco administrativo. faz surgir obrigação deindenizar o dano, do só ato lesivo e injusto causado à vi­tima pela Administração. Não se exige qualquer falta dt)serviço público, nem culpa de seus agentes. Basta a lesãosem o concurso do lesado. Na teoria da culpa administrati.va. exige-se a falta do serviço; na teoria do risco adminls-

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tratlvo exige-se, apenas, o fato do serviço. Naquela, a culpaé presumida da falta administrativa; nesta é inferida dofato le~ivo da Administração. Aqui não se cogita da culpada Administração ou de seus agente.s, bastando que a víti­ma demonstre o fato danoso e injusto, ocasionado poração ou omissão do Poder Público.

Advirta-se, contudo, que a teorta. do rlseo administrativoembora dispense a prova da culpa da Administração, per­mite que o Poder Público demonstre a culpa da vítima, pa­ra excluir ou atenuar a indenização. Isto porque o rIscoadministrativo não se confunde com o risco integral. Ortsco )l.dministratlvo não significa que a Administração de­va .Indenizar .sempre e em qualquer caso o dano suportadopelo particular; sIgnlflcs apenas e tão-somente, que a ví­tima fica dispensada da prova de culpa da Administração.mas esta. poderá demonstrar a culpa total ou parcial dolesado no evento danoso. caso em que a Fazenda Públicase eximfrã integral ou parcialm~nte da indenização.A teorta do risco integral é a modalidade extremada dadoutrtna do risco administrativo, abandonada na prática,por conduzir ao abuso e à iniqüidade social. Por essa fór­mula radical a Administração ficaria obrigada a indeni­zar todo e qualquer dano suportado por terceirlJ&, aindaque resultante de culpa ou dolo da vitima. Dai porqueacoimada de "brutal", pelas graves conseqüências que ha­veria de produzir se aplicada na sua inteireza."

Por outras palavras, na teoria dO risco administrativo tem opoder público a possibilidade de amenizar ou excluir sua responsa­bilidade indenizatória, caso logre comp.rovar que a vítima concor­reu pa,ra o evento lesivo com culp.a ou dolo, ao passo que na teoriado risco integral a responsabilidade estatal resulta tão...só da ocor­rência do dano, sem indagações quanto à eventual contribuiçãoeulposa ou dolosa da vítima.

Convém aqui ressaltar a extrema relevância que assume paratoda a teoria da responsabllldade civil, mas mormente para as deindole objetiva, a questão da causaUdade, ou seja, a relação de<causa e efeito entre o fato gerador da responsabí1ida~ee o dano.

1Íl qlle nas teorias objetivas somente se exige dois requisitospara a verificação da responsabllidade do Estado: o dano e a re­lação de causalidade e, como aquele geralmente é incontroverso, énesta que se estabelecem as maiores polêmicas, princIpalmentequando as causas do dano são múltiplas e sucessivas, isto é, quando.ocorrem concausas.

Aliás, exatamente em função da relação de causalidade, é quese diz que na teoria do rtsco ad~lnistrativo pode o Estado eximirou amenizar sua: responsabilidade quando consiga comprovar qu:aa vítima do dano obrou com dolo ou culpa, posto que tal compor­tamento pode Interferir naquela relação, concorrendo conjunta­mente com a ação ou omissão do Estado para a consecução do da­no, ou mesmo fazendo surgir uma concausa independente quevenha até a excluir a causalldade Inici3:1.

Assim encerramos a projeção histórica da teoria da responsa­bilidade civil.

E o flzemo.s, embora de maneira propositadamente simplifica­da e sintética, porque entendemos que a responsabllidac1a civil doEstado é daquelas teorias que só mesmp uma visão global de suaevolução pode demonstrar o significado real de sua abrangênci(l,além de, por certo, engrandecer sobremaneira a criação preto­riana, que lançou os fundamentlJ& de seu nascimento.

Resta, agora, examinar como se comportou o direito brasileiroao influxo das teorias que expusemos.

O art. 179, § 29, da Carta Imperial d~ 1824, como, de Desto, oart. 82 da Con.stltuição do 1891, que continha dispositivo semelhan­te, estabelecia a responsabilidade dos empregados públicos pelosabusos e omissões praticados no exercício de suas funções.

Tais dispositivos, porém, nunca propiciaram a ac,altação da,tese da irresponsabiUdade entre nós, como, já em 1904, anotava:Amaro Cavalcanti: - ..... no Brasil nunca se ensinou ou preva­leceu a irresponsabilidade do Estado pelos atos lesivos de seus re­presentant':ls - Se não havia, como nem há, uma disposição de

!lei geral, reconhecendo e firmando a doutrina da responsabilidade,civil do Estado, nem por isso é menos certo que e.ssa res!Jvnsabili­dada se acha prevista e consignada em dlv.arsos artigos de leis edecretos particulares; e a julgar pelo teor dali! suas dec:sões e dos

,numerosos julgados dlJ& tribunais de justiça e das decisões do:próprio Contencioso Administrativo, enquanto .axistíu, é de ra2áoconcluir, que a teoria aceita no pais tem sido sempre a do reconhe--'mento da aludida responsabl11dade, ao menos em principio;.".". Responsab1lldade CivlI do Estado, Ed. Borsoi. 1957, tomo n, pág.

611>.

Aliás, entendia-se, à época, haver solidariedade do Estado emrelaç.ão aO& atos de seus agentes (cf. Pimenta Bueno, "Direito Pú­blico Brasileiro", 1850, n 602 e 603>'

Com o advento do Código Civil, em 1917, a matéria passou aser prevista em seu art. 15, que dispõe:

"As pessoas jurídicas de direito público são civilmenteresponsáveis por atos de seus representantes que nessaqualidade causem danos a terceiros, procedendo de modocontrário ao direito ou faltando a dever presertto por lei,salvo (} direito regressivo contra os causadores do dano."

Tal dispositivo mereceu veementes críticas dos doutrlnadores,posto que elaborado em época de plena ebulição da teoria do risco,apegou-se, de um lado à concepção subjetiva de culpa ao falar emprocedimento "contrário ao direito" e, de outro, à teoria da culpado serVIço, ao mencionar a falta de "dever prescrito em lei".

Como diz Wilson Melo da Silva: - "Olhos voltados ainda parao pll8sado. num conservadorismo digno de lástima, nosso Código.sob esse e sob muitos outros aspectos, como que já nasceu eQvelhe­cido e trôpego" ("Responsabilidade sem Culpa", Ed. Saraiva, 1974,pág. 67).

Ocorre, entretanto, certamente pela absoluta inadequação daculpa. clássica para solver os CMOS concretos de responsabilidadecivil do Estado, constatada. a cada passo pelos aplicadores da lei,que do dispositivo restou apenas sua inclinação pela teoria do iler­viço público, a qual passou, então, a ser a mais utilizada pela ju­risprudência nacional, li. ponto de, ainda hoje merecer certa consi­deração dos nOSllOS tribunais.

Em 1934, o Decreto n,o 24.216, de 9 de malo, excluía "a respon­sabilidade civil da União pelos atos criminosos de seus represen­tantes, funcionários ou prepostos, alnda quando praticados noexercício do cargo, função ou desempenho dos seus serviços, salvose neles forem mantidos após Bua verificação".

Tal norma, sem dúvida obBcurantista, logo depois foi derroga­da pelo art. 171, da Constituição de 1934, repetido ainda 'la Cartade 1937 (art. 158), que estabelecia o principio da solidariedade nlJ&seguintes termlJ&:

"Os funcionários públicos são responsáveis solidariamente­com, a Fazenda Nacional, Estadual ou Municipal, porquaisquer prejuízos decorrentes de negligência, omissão 0\1abuso no exercício dos seus cargos."

Porém, a grande alteração legislativa. na matéria veio com l\Constituição de 1946, que dispôs em seu art. 194 e parágrafo único,que "as p~S80as jurídicas de direito público interno são civilmenteresponsáveis pelos danos que os seus funcionários, nessa qualidade,causem a terceiros. Caber-Ihes-á ação regressiva, contra os fun­cionários causadores do dano, quando tiver havi.do cuipa destes".

A Constituição de 1967, em seu art. 105 mantém disposiçãopraticamente semelhante, apenas acrescentando expressamente aPDssibllldade de ação regressiva do Estado em caso de dolo dosfuncionários.

E a Emenda Constitucional n.O 1/69, em seu art. 107 prevê,exatamente como a Constituição de 1967, que:

"As pessoas jurídicas de direito público responderão pelosdanos que seus funcionários, nessa qualidade, causarem aterceiros.Parágrafo único: Caberá ação regressiva contra o funcio­nário responsável, nos casos de cuipa ou dolo."

Ora, a partir da norma constitucional de 1946 parece que asdúvidas estão espancadas: vIge entre nós a tese da responsablllda.­de objetiva das pessoas jurídicas de direito público.

Com efeito, como o dispositivo só exige a ocorrência de culpaou dolo na hipótese de seu parágrafo único, ou seja. quando daação regressiva do Estado para o funcionário, parece curlaI quede cu:pa ou dolo não se cogita no "caput", isto é, na ação davitima do dano contra o Estado, visando responsabilizá-lo.

Ainda, o art. 107, no "caput", fala em ". " dano que seus fun­cionários, nessa qualidade, causarem... " (grifamos), indicandoexatamente os dois únicos requisitos necessários à configuraçãoda responsabilidade do Estado na teoria objetiva, quais sejam, da­no e relação de causalidade.

Entre nós são partidários da aplicação tão-só da teoria obje­tiva. dentre outres: Aguiar DIas (RDA, vaI. 15. págs. 65 e segs. eob. citada, vol. n, pág. 210 a segs.); Hely Lopes Meirelles (ob. cit.,pág. 590); Seabra Fagundes ("O Controle dos Atos Administrati­vos pelo Poder Judiciário", Ed. Forense. 3." ed., 1957, pág. 205);Mário Masagão ("Ourso de Direito Adminl-strativo", Ed. Rev. dosTrib., 6." ed., 1977, pág. 303); A. Gonçalves de Oliveira ("Ato Ilí­cito e Responsabilidade Civil". 73174, e segs.); Orlando Gomes CRev.

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Forense. vaI. 83, pág. 378); Pedro Lessa t"D<l Poder Judiciário",pág. 167), os Quais constituem, sem dúvida, a grande maioria dadoutrina.

Por outro lado. aceitam a tese da responsabilidade objetiva doEstado, mas com temperamentos. principalmente na teoria daculpa do serviço, dentre outro. Caio Tácito (RDA., vol. 55, pág. 262e segs. l : Temístocles Cavalcanti ("Tratado de Direito Adminis­trativo", vaI. VI, pág. 373); Mário Cavalcanti ("ResponsabilidadeCivil do Estado", vaI. I, pág. :146).

O Prof. Celso Antônio Bandeira de Mello, conclui pela res­ponsabiadade objetiva (risco administrativo) para as hipóteses dedano oriundo de comportamento comissivo (ato ou fato) ou re­sultante do "fato das coisas", isto é, em que o dano proceda deacidentes oriundos diretamente das próprias coisas administrati­vas ou que se encontrem sob guarda. optando pela reoria da culpado serviço ou anônima, sempre Que o dano provenha de compor­tamento omissivo.

E dentre as teorias objetivistas, não há dúvida de que a dofisco administrativo. ou seja. aquela que admite a atenuação ouexclusão da responsabilidade da Administração caso esta logrecomprovar o dolo ou culpa do lesado no evento danoso, é a maissufragada pela doutrina.

Di-lo com a costumeira proficiência, Hely Lopes Meirelles, aose referir à teoria contraposta à do risco administrativo, qualseja, a do riscO" integral:

"Essa teoria jamais foi acolhida entre nós, embora hajaquem sustente a sua admissibilidade no texto da Consti­tuição da Repúb;ica. Contestamos formalmente eSse en­tender. que se desgarra da doutrina acolhida pelo nossodireito e se divorcia da jurisprudência que se formou docitado dispositivo constitucional, cOMagrador da teoria ob­jetiva, mas sob a modalidade do risco administrativo e nãodo risco integral" (ob. cit., pág. 591).

Confirma esse entendimento nosso maior doutrinador na ma­téria. o eminente José de Aguiar Dias, ao concluir que: "Somas,assim. pela aplicação, entre nós da doutrina do risco administra­tivo" (ob. cit., vol. lI, pág. 210>'

Também nesse sentido eS1;ão, entre outros, Wilson Mello daSilva, com apoio nos ensinamento de Paul Duez (ob. cit., pág. 147)e Celso Antônio Bandeira de Mello. este aceitando a teoria dorisco administrativo tão-só para os àtos comísslvos e para os da­nos resultantes do "fato das eoisas" (trabalho mencionado, pág.40).

Já a nossa jurisprudência sobre a matéria é copiosissima.

Pedro Lessa, num de seus votos. declarou. com vistas ao Có­digo Civil e à Constituição de 1891. que o nosso legislador perfi­lhava a doutrina da responsabilidade fundada no direito públicoe desprezava a vetusta e inqualificável teoria civilista. (cf. AguiarDias, ob. cit., vaI, lI, pág. 196L

outrossim, basta apenas lembrar os conhecidos votos de Oro­zimbo Nonato (Ap. Civ. n.O 7.127, em 10-8-1942, Diário da Justiçade 2-2.:'43> e Filadélfia Azevedo (Ac. do STF, em 12-4-43. no Diá­rio da Justiça de 17-6-43, pág. 21. 600 e segs.) que representam at1xação definitiva, entre nós, dos rumos objetivistas.

Entretanto, cotejando os julgados de nossos Tribunais, pode­mos dizer que os mesmos se apoiam ora na teoria da falta doserviço, ora na teoria do risco administrativo, esta em maior es­cala que aquela.

Quanto à teoria da falta do serviço, a Corte de Apelação emSão Pau:o. em 1936, proclamava:

"A responsabilidade d~\ Administração Pública se fundano principio em virtudE! do qual toda lesão de direito deveser reparado, todo o dano ressarcido e que o Estado, tendopor função principal realizar o direito, não pode chamara si o privilégio de contrariar no seu interesse, esse prin­cipio de justiça; e. pam que apareça a falta de algum ser­viço público. não é necessário Que estejam em falta certosfuncionários determinados; basta demonstrar-se um seumau funcionamento geral. anônimo. um seu mau desem­penho ao qual se possa imputar o prejuizo verificado" (RT,101/199>-

Nes,se mesmo sentido da teoria da falta do serviço públicoexemplíficativamente apontame1s os seguintes julgados: "RDA Ac.de 8-6-48. SRT; RT 227/273, Ac. de 21-5-54, Tribunal de Justiçade São Paulo; RT 2021163, Ac. de 27-3-52, Tribunal de Justiça-de São Paulo; RDA 55/261, Ac. de 25-4-58; S'l"F; RTU 47/373, Ac.de 21-8-68, STF.

Veia-se também exemplíficativamente, as seguintes ementas:

"Responsabilidade civil do Estado - Falta administrativa- Prejuízo sem culpa da vítima - Indenização devida.Ação procedente.

Estabelecido o liame causal entre a falta administrativa eo prejuizo superveniente, sem culpa ou dolo da vítima,cabe à administração indenizar o lesado". (Tribunal deJustiça de São Paulo-Ap. Civ. 239 580. Rec. ex officio. ReI.Almeida Camargo. SP., 18 de março de 1975 RT/68, fev.de 1976).

"Responsabilidade Civil das Pessoas Juridicas - Uma vezque surja dano causado por seus funcionários, as pessoasjuridicas respondem pelo mesmo, não importando a exis­tência ou ausência de culpa daquel'8s.A jurisprudência deixou para trás o texto do artigo 15 doCódigo Civil, caminhando no sentido da responsabilidadesem culpa do agente, mas por culpa do serviço em si (que,aliás, pressupõe culpa ainda que remota, de algum agentedo Estado). Houve predominância dos princípios do risco(Tribunal de Justiça de São Paulo. Ap. Civ. n.O 163 618,SP, ReI.: Cardoso Filho, Revista de Jurisprudência do Tri­bunal de Justiça do Estado de São Paulo, vaI. V, pág. 140).

3. Quanto à aceitação pelo nosso direito da teoria do risco admi­nistrativo, servem de exemplo as seguintes decisões de nossostribunais:

"Indenização - Falsificação do certificado de propriedade- Responsabilidade da repartição que expediu a trans­ferência. De acordo com a consagrada teoria do riscoadministrativo, surge a obrigação de indenizar o dano, doato lesivo e injusto causado à vitima pela Administração.

Não se exige qualquer falta do serviço público, nem culpade seus agentes. Basta a lesão, sem o concurso do lesado.

Dispensa-se, portanto, até mesmo a indagação de falta doserviço público, sendo suficiente a demonstração do fatodanoso ocasionado por ação ou omissão do Poder PÚ­blico" (Embs. de Infrings. D.o 157 8B5-SP. ReI.: Adria­no Marrey. in Revista de Jurisprudência. vaI. 3, pág. 174)

"Responsabilidade civil do Estado - Funcionário mortopor colega de serviço no interior da repartição. Ausênciade prova de dolo ou culpa da vitima. Responsabilidadeobjetiva.

A teoria de responsabilidade objetiva de Administraçãoadmite, com a finalidade de afastar ou diminuir a inde­nização, a prova de culpa da vitima.

A falta dessa prova subsiste em toda a sua extensão aresponsabilidade do Estado" (Tribunal de Justiça do Pa­raná. Ap. Cv. 928/'/3. ReI.: Des. Aran Machado-Curitiba17 çe abril de 1974, RF. 250, 2.° trim de 1975l.

"Responsabilidade Civil do Estado - Teoria do risco admi­nistrativo - Concessionária de Serviços Públicos.

A teoria do risco administrativo, esculpido na nossa Leimaior, é a maioS absoluta no campo do direito administra­tivo do que no do direito Civil, porque nerte a responsa­bilidade repousa no elemento culpa, o aue envolvp consi­deração sobre a existência de ato ilícito de neglie:êncla,de imperícia, de Imprudência, ao nosso Que no dIreito pú­blico o eixo cardeal da respoMabilidade é o elem",nto dano,o que envolve consideracões sobre a obrigatoriedade dareparação, mesmo no caso de ato legitimo, mas danoso,assim como nal'l hipóteses de atos praticados de acordocom leis e regulamentos. Assim, demonstrado o nexo dacausaIldade entre o fato gerador e o dano, Impõe-se oressarcimento pelo Estado desse dano, pouco importandoque a vitima tenha agido com "falta de atenção ou per­cepcão ratardarla". É Que o principio fundamental em Querepousa a teoria do risco administrativo, consagrada pornós na Lei Suprema. é o denominando princípio d" Igual­dade dos ônus e encargos, aceito pelos povos cultos. Oprincípio da solirlariedade social e humana demora no cen­tro desta ouestão. Informando t(ldit a teoria do risco. Eaos cOT"cessiünários de f'ervicos públicos também se aolicaa teoria do risco administrativo" (TJIRJ-Ac. uno da 7.­Cam. Civ., de 27-12-76 - Ap. 2.555-ReI.: Des. Décio Cretton).

"Resnonsabilldade civil do Estado - Atropolamento ­Absolvicão criminal - Autonomia das jurisdições -, Teo­ria do risco 'administrativo.

Na teoria do risco administrativo. para caracterizar res­pontabilldade civil do Estado, exige-se a comorovacão doato lesivo e Injusro causado à vítima pela Administração,e não a falta do serviço ou a culpa de seus agentes; bastaa lesão sem o concurso do lesado, basta o "fato do serviço"para caracterizá-lo. .

O fato de ter sido o agente absolvido na ação penal, pornão ter sido considerado suficientemente provada sua culpa

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loto! Quarta·feIra 1.° DIAlUO DO CONGUSIO :NACIONAL (seção I) Novembro de 1971

nenhuma influência exerce no juízo cível" (in Rev. Fo­rense, voI. 226, pág. 225)."Responsabilidade civil do Estado - Absolvição criminal ­Culpa - Risco administrativo.A absolvição no juizo criminal por falta de prova da culpa,perril.1te a apuração desta no Juízo Cível.A Constituição Federal de 1946 admitia a responsabilidadecivil objetiva da Administração Pública, em verdadeirorisco administrativo" (Tribunal de Justiça do Estado deSão Paulo - Ap. 15.887, in Rev. Forense, '101. 222, pág. 146>-"Responsabllidade civil do Estado - Funcionário mortopor colega de servIço no Interior da repartição - Ausênciade prova de culpa ou dolo da vítima - Responsabilidadeobjetiva ~ Indenização devida.A teoria da responsabilidade objetiva da AdministraçãoadmIte, com a finalidade de afastar ou diminuir a inde­nização, a prova de culpa da vítima.Na falta dessa prova, subsiste em toda a sua extensão aresponsabilidade do Estado" (Ap. Civ. 928/73 - CuritibaRDP - '101. 29 pág. 203, maio/junho-1974).

No E. Tribunal Federal de Recursos a responsabilidade civil doEstado sob a tese da teoria do risco administrativo também temmerecido tranqüUa aceitação, como se vê das seguintes ementas:

"Responsabilidade civil do Estado - Constituição, artigo107. -I - Provado o dano, sem 10 concurso do particular, bemassim o nexo da causalidade entre aquele e o evento da­noso praticado pelo agente da pessoa pública, não há ne­cessidade da configuração da culpa do preposto desta."Impõe em tal caso, a indenização, com base na teoriado risco administrativo, ou de responsabilidade objetiva.(CF, art. 107).II - Recurso desprovido - 'ITR, Ac. n.a 49.539, - DF,Dro, 13-9-77, pâg. 6.211)."

No mesmo sentido da adoção entre nós da teoria do riscoadministrativo e desta, inobstante seu caráter objetivo, .admitirabrandamento da responsabilidade civil do Estado em decorrên­cia da culpa da vitima, desde que comprovada, concluiu o E. Minis­tro Carlos Mário Velloso, do -Egrégio Tribunal Federal de Recursos,ao relator a Apelação Civil n.a 53.843 - Paraíba.

Confirmando tal entendimento temos, ainda, o julgado doExcelso Pretório n.a RE-68 107-,SP, (RTJ, 55/40) em que foi Relator<> E, Ministro Thompson Flores e cuja ementa é a seguinte:

"Recurso Extraordinário - Responsabilidade Civil - Açãocontra a União Federal - Culpa parcial da vitima ­Redução da indenização. n - A responsabilidade obje­tiva, insculpida no art. 194 e seu parágrafo da Consti­tuição Federal de 1946, cujo texto foi repetido pelas Car­tas de 1967 e 1969, arts. 105-107, respectivamente, nãoimporta no reconhecimento do risco Integral, mas tem­perado.li - Invocado pela ré a culpa da vitima e provado quecontribuiu para o dano, autoriza mitigado o valor da re­paração - Precedentes - Voto vencido - Recurso nãoconhecido."

Assim, está exposta a evolução histórica da teoria da respon­sabllidade civil do Estado, bem como sua inserção legislativa, dou­trinária e jurisprudencial no direito brasileiro.

Com isso procuramos demonstrar que à luz da ciência do di­reito, os fatos dos autos devem ser valorados sob o enfoque dasteorias da falta anônima do serviço público e do risco adminis­trativo, posto que, como foi explanado, tais teorias são as quemaiores preferências recebem tanto da doutrina como da ju­risprudência,

Relembrando, na teoria da falta do serviço os requisitos paraque ocorra a responsabilidade civil do Estado são três: a) dano;IH falta anônima do serviço; c) relação da causalidade entre a.talta do ~ervjço e dano e, na teoria do risco administrativo, sãodpis: a) dano; b) relação da causalidade entre a ação ou omis­,910 da Administração e o evento danoso.

Outrossim, considerando-se que é requisito comum às duasteorias a existência àa relação de causalidade, em qualquer deles, facultado ao Estado tentar comprovar a culpa ou dolo da ví­tima, com tal comportamento, pode eventualmente ter interferidonaquela relação de modo a excluí-la (concausa independente)~u nela concorrer, hipóteses em que o Estado ou não será res­ponsável pelo evento danoso, ou terá sua responsabilidade ame­nizada.

Para procurar ajustar os fatos dos autos a premíssas de di­reito que estabelecemos, é necessário, de inicio, desfazer umaafirmação constante do parecer do Sr. Consultor Jurídico do Mi­nistério do Exército (fls. 97/98), qual seja, a de que Vladimir Her­zog não se encontrava preso nas dependências do DOI/CODI doTI Exército. posto que ela. contrapõe-se frontalmente à prova.dos autos.

Assim, no "Laudo de Encontro de Cadáver" elaborado pelaDivisão de Criminalística da secr-etarla de Segurança Pública dI}Estado de São Paulo e subscrito pelo Bacharel João Milanez daCunha e pelo perito criminal Motoho Chioto, está descrito o localonde foi encontrado o cadáver de Vladimir Herzog nos seguintestermos:

"Oferece particular interesse, no presente caso, a CelaEspecial n.o 1 localizada no segundo pavimento desse pré­dio, que é vedada por uma porta metállea de folha únicae guarnecida por dispositivo de segurança próprio para.essa finalidade. O seu interior, assoalhado; possui umajanela de caixilho de metal envidraçado (vitraux) e édotada de grade, também de metal .Seu traje, normalmente disposto, compunha-se de um ma­cacão verde de tecido igual ao da referida cinta e decuecas brancas, " (grifamos).

E, no "Laudo de Visita e Exame de Local", subscrita peloGeneral encarregado do inquérito policial-militar (fls. 106 do in­quéríto), assim o descreve:

"Os presentes foram introduzidos naquela OrganizaçãoPolicial-Militar, recebidos que foram pelo seu ComandanteTenente Coronel Audir Santos Maciel, que acompanhou ospresentes na vlsita que fizeram nas dependências daquelaOrganização, e particularmente à cela especial número I(um) onde se encontrava Vladimir Herzog quando, detidopara averiguações, suicidou-se por enforcamento. Consta­taram o Senhor encarregado a os demais acompanhantes,adentrando a referida cela, que é a mesma reproduzidafotograficamente no Laudo de Encontro de Cadáver ela·borado pela Divisão de Criminalística da Policia Técnicada Secretaria da segurança Pública do Estado de SãoPaulo e junto aos autos do presente inquérito". (grifamos).

Só por isso, parece insofismável que Vladimir Herzog, ao mor­rer, encontrava-se detido nas dependências do DOI/CODI do IIExército e, trancafiado numa cela.

E outras provas vêm ainda confirmar tal conclusão.

Com efeito, no relatório do inquérito policial-militar apresen­tado pelo Sr. General-de-Brigada Fernando Guimarães de Cer­queira Lima, destacam-se a respeito os seguintes trechos:

" . .. foi encontrado o corpo de Vladimir Herzog, enforcadO'na grade do xadrt!7; especial n.0 1 ... " (fis. 116).

"Pouco depois, ao ir o carcereiro buscá-lo para ser liber-tado ... " (fls. 116). "" . .. mas face a necessidade -de uso da sala para ser in­terrogado outro elemento, foi conduzido ao xadrez espe­cial D.O 1... "

..... e Exame Grafotécnico do documento encontrado nacela onde se encontrava o jornalista Vladimir Herzog.....(fls. 117).

A testemunha Rodolfo Osvaldo Konder, também de­tida no Destacamento da Operações de Informações ... "(fls. 121)." ...' foram também tomadas as declarações de Altair CB­sadel, carcereiro ..... (fls. 126>-

Continuando, o mes~o relatório aduz, sob o titulo de "conclu-sões", que:

.. . .. embora inicialmente negasse a sua particIpação namilitância do PCB, face ao confronto feito com outrosjornalistas ali detidos ... " (fls. 140>-..... após haver escrito essa confissão na cela onde se en­contrava, rasgou-a suicidando-se por enforcamento nasgrades da cela onde se encontrava ... " (fls. 140).

Também os depoimentos das testemunhas ouvidas por esteJuizo, confirmam a ocorrência da prisão de Vladimir Herzog porparte dos agentes do DOI/CODI.

Assim, Paulo Pereira Nunes, declarou que:

..... soube pelo SIP que ligasse para a TV Cultura, onde foiinformado que dois policiais lá se encontravam a fim dedeter Vladimir Herzog ... " (fls. 429>'

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Novembro de 1978 DIARIO DO CONGIUCSSO NACIONAL (Seção I) Qua.rta-felra 1.° 10003

que como seooristll da área entrou em contacto comas autoridades responsáveis que autorizaram a dispensada detenção de Vladimir Herzog ... " (fls. 429L" . .. que a testemunha não sabe se os agentes que seapresentaram para prender Vladimir Herzog eram por­tadores de mandado de prisão ... " (fls. 429 Vo).

O Dr. Harry Shibata, médico e perito do Instituto Médico Legalda Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo e umdos subscritores do Laudo de E:xame de Corpo de Delito do cadá­ver de Vladimir Herzog (fls. 41i/48l, testemunhou que:

.. . .. a testemunha tem a declarar que realmente foi aoDOI/CODI para medicar, quando chamado, através da Se­cretaria da Segurança Pública ... ; que o depoente compa­recia para examinar e medicar presos; ... " (grifamos).

Ora, do que expusemos verifica-se que se Vladimir Herzog foiilncontrado morto numa cela especial, dotada de porta metálica ede dispositivo de segurança, trajando roupa diversa da qual seapresentou à dependência milltar, qual seja, macacão verde; seem tal dependência existia carcereiro; se o próprio relatório doencarregado do inquérito policial-militar utiliza-se de expressõessignificativas da detenção; se o médico que prestou assistênciaao DOI/CODI para ali se dirigia para medicar "presos"; se emtal dependência existia carcereiro; se toda a prova dos autos,sem exclusão de qualquer, indica que a detenção ocorreu, só ha­vendo em contrário a mera alt!gação do Sr. Consultor Jurídico doMinistério do Exército, é forçoso concluir que Vladimir Herzogestava preso nas dependências do DOI/CODI do II Exército e fa­leceu nessas condições.

Porém há mais.

Pelo que consta destes autos, Vladimir Herzog estava presoIlegalmente.

Com efeito, o artigo 153, da vigente Constituição Federal,ao dispor sobre os "Direitos e Garantias Individuais", estabelece~m seu § 12:

"Ninguém será preso senão em flagrante delito ou porordem escrita da autoridade competente. A lei disporá so­bre a prestação de fiança. A prisão ou detenção de qual­quer pessoa será imediatamente comunicada ao Juiz com­petente, que a relaxará, se não for legal."

Esse direito individual, UIO comezinho que originariamenteconquistado quando da promulgação da Magna Carta de 1215, " ...afirma a segurança pessoal. Salvaguarda a liberdade física do ho­mem. Prescreve o arbítrio ... " (cf'. Manoel Gonçalves FerreiraFilho, "Comentários à Constituição Brasileira", Ed. Saraiva, 1977,voI. 3, pág. 92 >.

Daí porque curialmente nlio admite exceções, mesmo que setrate de indiciamento em crime contra a Segurança Nacional.

Atento ao referido mandamento constitucional, dispõe o De­creto-lei n.o 8S8. de 29 de sel,embro de 1969 (Lei da SegurançaNacional) :

"Art. 59. Durante as investigações policiais o indiciadopoderá ser preso, pelo Encarregado do Inquérito, até trintadias, comunicando-se a prisão à autoridade competente.Est·~ Drazo poderá ser prorrogado uma vez, mediante so­licitação fundamentada do Encarregado do Inquérito àautoridade que o nomeou."

Complementando, ressaltam-se as seguintes disposições do Có­digo de Processo Penal Militar, também aplicáveis à espécie, emface do contido em seu artigo 8.°, letra "a":

"Art. 221. Ninguém será preso senão em flagrante delito,ou por ordem escrita da autoridade competente.Art. 222. A prisão ou detenção de qualquer pessoa seráimediat:lmente levada ao conhecimento da autoridade ju­diciárb competente, com a declaração do local onde amesma se acha sob custódia e se está., ou não, incomuni­cáve:.Art. 224. Se, ao toma.r conhecimento da comunicação, aautorh'ade judiciária verificar que a prisão não é legal,deverá ri:laxs.-la imediatamente.Art. <:25. fi autoridade juàiciária ou o encarregado doinquento que ordenar a prisão fará expedir em duas vias orespec1ivo mandato, com os seguintes requisitos:a) se:a lavrado pelo escrivão do proce.s<:o ou do inquérito,ou "ad hoc", e assinado pela autoridade de que ordenar aexpedição:lJ) de~;5nadi :1, pessoa sujeita à prisão com a respectivaidentWc,ui:':'O '" morJ.dl.a se possível;

c) designará o executor da prisão.Parágrafo único. Uma das vias ficará em poder do pre­so, que assinará a outra; e, se não quiser ou não puder fa­zê-lo, certifica-Io-á o executor do mandado, na própria viadeste.Art. 230. A captura se fará:a) •........•...•....•....•...•...•.......•••...•..•.••..•

b) em caso de mandado, pela entrega lliO capturando deuma das vias e conseqüente voz de prisão pelo executor,que se identificará."

Ora, compulsando os autos tanto deste processo, quanto aoinquérito policial-militar instaura.do pelo Comando do II Exército,a idéia que se tem é que os dispositivos citados, asseguratórios daliberdade dos indivíduos, posto que estipuladores dos requisitosformais para a consecução da prisão, foram desobedecidos embloco.

Com efeito, em quaisquer daqueles autos, como destes, não hásequer menção à. existência de inquérito em que Vladimir Herzogtenha sido indiciado, ao mandado de prisão, à autoridade compe­tente que o tenha expedido e mesmo à comunicação da prisão aojuiz competente, valendo notar que a comprovação da eventualle­galldade da prisão por parte da União seria facílima, uma vez que,se houvesse, seria forçosamente consubstanciada em provasdocumentais.

Outrossim, as testemunhas que depuseram neste juízo, forne­ceram indícios condizentes com a ausência dos pressupostos le­gais da prisão de Wladimir Herzog, ao afirmarem que tambémforam detidas em condições semelhantes.

George Benigno Duque Estrada, testemunha que:" . .. foi preso no dia 24 entre meio-dia e uma hora datarde, em outubro de 1975; que se apresentaram dois se­nhores, afirmando e exibindo uma cart.eira de identidade,mas não deixou ser identificado; que apenas limitou refe­rência de odgem, que era do DOI do II Exército."

Sérgio Gomes da Silva diz que:" . .. foi preso em companhia de um amigo, Waldir Joséde Quadros, no Largo do Machado, no Rio de Janeiro, às5,00 horas da manhã do dia 5 de outubro de 1975; a prisãoverificou-se, melhor dizendo, no Largo do Machado, porpessoas que se identificaram como pertencentes ao es­quadrão da morte ... " (fI. 430).

Luiz Wejs, declarou que:". " em momento algum lhe foi exibida qualquer ordemde prisão ... " (fls. 429/430L

De tudo isso se vê que a prova dos autos abundante e conver­gentemente confirma tanto a ocorr~ncia da prisão de VladimirHerzog, como a ilegalidade dela.

Ora, a partir do momento em que o marido e pai dos As. foiilegalmente preso nas dependências do DOI/CODI do II Exército, éisento de dúvidas que a União Federal assumiu a responsabilidadepela sua integridade fisica e moral, responsabllldade que inclusivedecorre de imposição constitucional prevista, como "direito indivi­dual", no art. 153, § 14, da Lei Magna:

"Impõe-se a todas as autoridades o respeito à integridadefísica e moral do detento e do presidiário."

O preceito, no dizer de Mmoel Gonçalves Ferreira Filho (ob.citada, pág. 94, vol. 3), é óbvio.

E de fato é.O respeito à integridade física e moral, derivando do sistema

legislativo, independe de texto expresso, .impõe-se a todos, nãosó às autoridades e não se circunscreve só aos detentos e presi­diários.

Mas o que importa é que, estando Vladimir Herzog preso nasdependências do Il Exército, a União Fedeul assumiu o d·ever le­gal de zelar pela sua integridade física e moral, dever esse a serentendido em concepção ampla, vale dizer: cumpria à. União Fe­deral zelar pela integridade física de seu encarcerado contra atosou omissões dos próprios agentes policiais, de terceiros ou mesmodo próprio detento.

Daí porque é costume secular nas prisões, não só vigiar diutur­namente os detentos, como retirar-lhes todos os objetos com osquais pos.sam atentar contra a integridade fís!ca sua ou de outrem

Acrescente-se que cs funcionários que trabalhavam no DOI!CeDI, como não poderia deixar de ser, conheciam perfeitamente odever de guarda que se lhes incumbia, tanto que, conforme constado relatório ào Sr. General encarrega.do do inquérito policial­militar (fI. 127), o Coronel José Barros Paes, Chefe da 2." Secçãodo Estado-Maior do II Exército, a quem o Destacamento d·e Opera-

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10004 Quarta-feira 1.° DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Novembro de 1978

ções de Informações do Centro de Operações de Defesa Internaestava diretamente subordinado, declarou que:

" ... as autoridades do Destacamento de Operações de In­formações sempre tomaram as providências no sentido deser preservada a segurança dos presos, não só lhes dandovestes apropriadas ( macacões quando ali se encontravam).como também são constantemente fiscalizados nas celas,ou recintos onde se encontram."

Consta, ainda, do mesmo relatório, o depoimento de AltairCasadoi, que exercia as funções de carcereiro no DOI/CODI, nosentido de que:

" . .. há recomendações expressas, por parte das autorida­des do Destacamento de Operações de Inform:lções, no sen­tido de serem os presos vigiados freqüentemente, para oque existe uma ronda dia e noite na sala das celas;" (fI.130).

Estabelecidos tais fatos, analisemos entãD o caso à luz das teo­rias pelas quais optamos: falta anônima do serviço e risco admi­nistrativo.

Pela primeira, o simples fato de ter Vladimir Herzog falecidoem decorrência de causa não natural - o que é incontroverso nosautos - quando se encontrava ilegalmente preso em dependênciasda União Federal, deixa evidente a ocorrência da falta anônima doserviço público: - devendo zelar pela Integridade física de seudetento, cumprindo Integralmente o dever de guarda que assumiue a Constituição lhe impõe e, alnda, do qual seus' funcionários ti­nham pleno conhecimento, a R. não o fez e permitiu, pela sua In­cúria. a morte do preso.

Por outras palavras, faltou o serviço público, quando ele tinhao dever de funcionar.

Mai$ ainda se evidencia a falta anônima do serviço público,quando se analisa a prova dos autos dentro da versão da UniãoF'ederal de que Wladimlr Herzog faleceu em virtude de "suicídiovoluntário", para o qual, diz a R. não concorreu de qualquer forma,

Dentro dessa versão, é também fato Incontroverso que Vladi­mir Herzog foi encontrado em sua cela em suspensão incompleta,enforcado por uma cinta de tecido verde, da mesma cor do maca­cão que trajava. vestimentas que lhe foram entregues pelos pró­prios agentes policiais encarregados de zelar pela sua integridadefísica.

De acrescentar que não havia qualquer motivo viável para queo detento portasse cinta, posto que o macacão que vestia quandofo1 eneontrado morto, era interiço. como está patente nas fotogra­fias de fls. 29/30 e, assim, a cinta não tinha finalidade alguma.

As testemunhas inclusive declaram, de forma coerente e semque se tivesse produzido nos autos qualquer prova em contrário.que os presos do DOI/CODI não portavam cintos, cadarços nos sa­patos ou mesmo meias.

Nesse sentido declararam,a testemunha Gildásio Westin Consensa:" ... que no DOI/CODI de São Paulo usava macacão verde­oliva do qual haviam sido arrancados os bolsos, os cintose as passadeiras; que usava sapatos sem cadarços; quenunca viu nenhuma das pessoas detidas usando cintos.

fios de sapatos ou mesmo meias; ... " (fI. 354 v.O).a testemunha Anthony Jorge Andrade de Christo:" ... que os presos trajavam macacões verdes, sapatos semcadarços, que eram retirados logo na entrada; não porta­vam cintos ..... (fI. 416);

- a testemunha Paulo Sérgio Markun:" . " que ao chegar, o traje dos presos eram trocados pormacacão verde, sem cinto, sem botões, e sem cordões nossapatos; ... " (fI. 418).

- e a testemunha Luiz Wejs:" ... que o depoente não viu nenhum macacão com cintoentre os presos ... " (fI. 429 v.O).

Ora, se como está provado, os funcionários da União Federal •tomaram as cautelas necessárias para. que os outros detentos nãoviessem a tentar contra a própria vida, não o fazendo, entretanto,em relação a Vladimir Herzog. tanto que lhe forneceram os meiospara tanto, fica acentuada, mesmo dentro da versão da R., aocorrência da incúria do serviço causadora do evento danoso,

Aliás, tal incúria foi também notada pelo Procurador Militarda l,e. Auditoria da 2.e. CJM, que manifestando-se nos autos doinquérito policiaI-militar, consignou:

"Entretanto. não podemos deixar de lamentar a ipadver­tida entrega ao então investigado, de um macacão (ousunga), oom cinto, com o qual este último se enf·orcou (ver

fls. 55, 62, 88, 105, 131, 146 e 295), o que para nós constituiirregularidade administrativa, dado o perigo que pode ofe­recer, merecedora, para o futuro, de particular atenção daautoridade competente." (fls. 390 - o grifo é original).

Já pela teoria do risco administrativo, a qual merece nossapreferência por se circunscrever a elementos eminentemente obje­tivos sem mesmo quaIsquer indagações quanto à eventual falta doserviço, basta o "fato do s·erviço", ou seja, basta considerar queVladimir Herzog veio a falecer de causa não natural nas depen­dências do órgão federal que o custodiava para, tão só com isso,caracterizar a responsabilidade civil da União Federal.

Nesse ponto levanta-se nos autos questão primaciaI.Pretende a União Federal colocar o "suicídio voluntário" de

Vladimir Herzog em termos de "concausa independente" ou seja,de relação de causalidade gerada pela própria vítima e apta a que­brar a relação de cJ.usalidade iniciada pelJ. União Federal com aprisão ilegal de Herzog e o fornecimento de meios materiais paraque o mesmo pusesse fim à sua vida.

Fá-lo em sua contestação, nos seguintes termos:"Em conclusão.Vladimir Herzog cometeu suicídio voluntário. Por maislamentável que possa ser sua atitude desvairada, não po­dem os agentes do poder público ser responsabilizados,da sorte a acarretar para a União o dever de indenizar.O que está demonstrado, de modo irrefragável, atravésde todas as providênCias tomadas para a apuração damorte de Vladimir Herzog, é a culpa exclusiva deste. Ora,a culpa exclusiva da vitima do evento, exclui qualquer res­ponsabilidade porque corta ab inltio o nexo da causallda­de que deve existir entre o comportamento do agente eo resultado tido como danoso. Mesmo para os que sus­tentam relativamente à responsabilidade civil do Estado,a teoria do risco administrativo, exigível é a prova denexo causal entre o dano e o ato. Confira-se em AGUIARDIAS (Da Responsabilidade civil, voI. lI, pá!!;. 243), com re­missão à lição de MARINHO GARCEZ NETO" (fi. 102),

Ora, mas para que este juizo deva enfrentar conceitualmentea questão, a nivel teórico de nexo de causalidade, de ser ou não oeventual "suicídio voluntário" de Vladimir Herzogelemento apto a,configurando concausa independente, excluir a responsabilidadecivil da União Federal, é necessário que, antes, tenha a R, logra­do comprovar nos autos que o alegado suicídio ocorreu e que elanão tenha para tal evento concorrido de qualquer forma.

E que o ônus de tal prova pertence exclusivamente à UniãoFederal, não pode haver dúvida.

}j;, com efeito, conquista inarredavelmente inerente às teoriasobjetivas da responsabilidade civil a colocação do fardo probatô­rio sobre o ato ou fato excludente da responsabilidade, à Admi­nistração: - a esta compete comprovar, caso alegue, a culpa oudolo da vitima.

Para que não nos alonguemos em questão tão pacifica, valecitar, por exemplo, as seguintes considerações de JOSÉ DE AGUIARDIAS (ob, citada, voI. I, pág. 98/99):

"É por isso que, encarnando todo o amargo ressentimentoda opinião reacionária contra a influência democráticana atribuição dos riscos, RIPERT acentua a inversão dosprincipias normalmente imperativos no regime da culpa,como expressão da tendência do direito civil moderno pa­ra ir em SOC:lTro da vitima, imaginando toda uma com­plexa construção jurídica para que a vitima ou seus pa­rentes não tenham que provar a culpa do responsavel.a este incumbindo, ao contrário, a prova Iiberatária.Por sua vez. JOSSERAND, o mais decidido campeão dadoutrina objetiva, realça com cores vivas a enormi­dade do encargo probatório sobre a vitima. escravizada,como acontece, aliás, muito freqüentemente no direito,a um provérbio latino: actori incumbit probatio. Ora, es.sanorma, tomada a rigor, em sentido estreito, atribUi aoprejudicado em esmagador handicap: impõe-lhe demons­trações de fatos que, por sua própria natureza. pelas pró­prías circunstâncias que o cercam, impossibilitam à ví­tima qualquer prova; e isso é o mesmo que negar-lhequalquer reparação"." (grifamosl.

Também Hely Lopes Meirelles, em passagem que já citamos(ob. citada, pág. 591), diz que:

"Advirta-se. contudo. que a teoria do risco administrativoembora dispense a prova da culpa da Administração ner­mite que o Poder Público demonstre a culpa da vitima.,para excluir ou atenuar a indenização". (grifamos>.

Aliás, fugindo um pouco do Direito Admini3trativo, tal ques­tão não representa novidade na teoria das provas em Direito

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Novembro de 1978 DJARIO DO CONGRESSO NACIONAL (S~io I) Quarta-feira. 1.0 10005

Processual Civil, onde a alegação de culpa ou dolo da vitima para.-o fim de excluir a responsabilidade estatal conceitua-se comoalegação de "fato extintivo" do pedido do A., a qual sempre per·tence ao ônus probatório do iR.

l!: nesse sentido que preceitua o artigo 333, inciso II, do Códigode Processo Civil:

"Art. 333. O ônus da prova incumbe:

II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, mo­dificativo ou extintivo do direito do autor."

Assim, antes de uma análise conceitual da relação de cau­salidade para se saber se o eventual "suicidio voluntário" de Vla­dimir Herzog seria suficiente para excluir ou atenuar a respon­sabilidade civil da União, cumpre primeiramente verificar se aR. logrou comprová-lo.

Esclareça-se, de início: que nos autos da presente ação decla­ratória, a União Federal produziu uma única prova, qual seja, aoitiva da testemunha Erich Leschziner, pessoa encarregada daCongregação Israelita Paulista para o serviço funerário (depoi­mento de fIs. 433/433 v.), posto que desistiu da oitiva das outrastestemunhas que arrolou (Luiz Wejs e Paulo Pereira Nunes), asquai.s foram ouvidas como testemunhas do Juizo (fls. 427), bemcomo não logrou também ouvir a sua testemunha Coronel AudirSantos Maciel, ·através de precatória, por ter se enganado no for­necimento do endereço do masmo (fls. 549).

As outras provas a que alude a R. na contestação e no me­morial foram t<ldas colhidas no inquérito pollcia.l-militar e con­sistem nas .seguIntes; laudo de encontro de cadáver, laudo de exa­me de documento, laudo de exame de corpo de delito, laudo deexame complementar requisitado pelo encarregado do inquéritopolicial-militar, depoimento de testemunhas.

De todas essas provas, a fundamental para a· pretendida. ex­clusão de responsabilidade é, sem dúvida, o laudo de exame decorpo de delito realizado no cadáver de Vladimir Herzog, exameesse tão considerado pela legislação processual penal que é tidocomo indispensável e insuprível até mesmo pela confissão doacusado (art. 15S).

O referido exame necroscópIco subscrito pelos médicos legis­tas do Instituto Médico Legal do Estado de São Paulo, Drs. ArIldode Toledo Viana e Harry Shibata, conclui o seguinte:

"Discussão e conclusão: 1) Ausência de sinais de violên­ela em toda a extensão do tegumento cutâneo. 2} Hipós­tases ainda não fixada compietamente, acima do sulcocervical, no dorsCl, nas nádegas e nos genitals externos.3) Protusão da lingua. 4) Sulco produzido por laço emposição alta, inclinado para a direita e interrompido aonível da mastóide (local onde deveria estar o nó). 5)Ligeiras sufusões hemorrágicas no tecido celular sub­cutâneo, nos mú~culc.s pré-tireo!deanos, ao longo do sulcode.scrito. 6) Manchas de Tardieu na superfície pulmon:u.indicando sofrimento respiratório. Giobalmente o estudoconjunto destas lesões indica o quadro médico legal clás­sico de asfixia mecânica por enforcamento ... " (fls. 47/4S).

Ocorre, porém, que bem depoIs do encerramento e arquiva­mento do inquérito policial-militar e, confirmando declaraçõesBuas, vinculadas pela imprensa, o Dr. Harry Shibata, pre,standotestemunho perante este Juízo, disse que:

" . '. hli 23 anos é perito e que o segundo perito, quando·atua na assinatura de um laudo, ele não participa neces­sariamente do exame de corpo de delito. entretanto háobrigatoriedade de rever o relatório, analisar e discutir ese nada tiver a objetar ao que estli escrito, subscreve naqualidade de segundo perito ... ; que o depoente aUrmaque em nenhum 10c.:11 viu o corpo de Vladimir Herzog;o depoente diz que o que lhe foi explicado na época é queo Dr. Armando Anjo R')dri~ues. que foi Quem particl-::-ouda necrópcia era demissionário do Instituto Médico Legale que já havia sido publicada sua exoneração; que o es­clarecimento foi dado na época ao depoente e não temelementos para precisar os nomes e explica porque: esterelatório foi assinado numa segunda ou terça feira. qunn­do a necrópcia tinha sido realizada num sábado. sendo amédia de necrópchs no In3titut'J de cerc3. de 20 corposdilirios; que como chefe do servico tinha res:::onsabílida­des de rever todos os laudos fundamentais e assiná-loscomo segundo perito; que f:>i dito ao depoente pelo Dr.Anjo Rodrigues de que havia participado do exame ne­crc.scópico do cadáver de Vladimir Herzog; que, com rela­ção ao Dl'. AdIdo. pode afirmar como Cnefe do InstitutoMédico Legal, cabia a ele também fazer escala de plantãoc o Dr, ArI1do era o plantonista do dia que em entrl"vistapessoal foi confirmada sua participação; que não cabe aodepoente responder essa pergunta, porque a afirmativa é

que é praxe <l exame feito por um único médico e assinado'por um segundo, sem tomar parte no mesmo; que porocasião do exame necroscópico o depoente não se encon­trava. em São Paulo... desde que o laudo esteja devida­mente relatado e constituindo ·a parte fundamental dolaudo chamado "visum e repertum", o perito pode ater-sea essa descrição e apoiar perfeitamente o diagnóstico for­mulado; desde que esteja formulado os princípios I!m quefoi formulado o "visum e repetum"; contém todas as da­dos com as características para formulação do diagnóstico,é viável ainda que o corpo seja meramente imaginário ...que o laudo. referente a Vladimir Herzog não é indireto;que não concorda com a praxe que permite a um segundoperito apenas assinar o laudo sem ter partiéipado do e~a-me... " (fIs. 414/415). .

De tais declarações, então, desune-se\lue o perito médico, proHarry Shibata, um dos dois subscritore" 40 referido laudo, nUI\caviu o corpo de Vladimir Herzog e, conseqüentemente, não parti­cipou da perícia necroscópica, adotando o que afirma ser prlitica.no Instituto Médico Legal de São Paulo de apenas assinar o 1a\1.(10na qualidade de segundo perito, sem participar efetivamente dapericia.

Qual seria, então, o valor probatório de um laudo de examede corpo de delito realizado .por um só perito?

Tal questão, que efetivamente não é pacífica, deve ser ana­lisada à luz do Código de Processo Penal, mesmo porque o Có­digo de Processo Penal Militar dá tratamento idêntico à matéria.

Preceitua {) artigo 159, do Código dá Processo Penal:"Os exames de corpo de delito e outras perícias serão emregra. feitos por peritos oficiais.§ 1.° Não havendo peritos oficia.ls, o exame será feitopor duas pessoas idôneas, escolhidas, de preferência, asque tiverem habilitação técnica.

A nosso ver, considerando-se a regra elementar de hermenêu­tica de que a lei não contém expressões inúteis, o plural utilizadono eaput do artigo, estli claramente a indicar que o exame de cor­po de delito deve ser feito pelo menos por dois peritos oficiais.

A respeito, diz bem Eduardo Espinola Filho ("Código de Pro·cesso Penal Brasileiro Anotado", ed. Barsoi, Rio de Janeiro, 1965,voI. II, pág. 503):

"Animamo-nos ·a dissentir de tão respeitáveis opiniões;se no § 1.D, o art. 159 reclama, na falta de peritos oficiais,seja o exame feito por duas pessoas. sem repetir a deter­minação de número no corpo do artigo, do que não res­ta dúvida é que o plural está invariavelmente empreg·a.do,na lei, respeito aos peritos oficiais, excluindo a possibili­dade do exame levado a efeito por um só.~ ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• I .. I

No Conselho de Justiça do Dlatrito Federal em fever~h'oe março de 1956, foi, sempre, afirmada, em inúmeros ba­beas corpus, a nulidade dos laudos periciais. com inter­venção de um só perito oficial, pela unanimidade dos Srá.Serpa Lopes, Eduardo Espinola Filho e Henrique Fialho."

Mas a impossibilidade de realização de pericia por um 11nicoperito oficial mais se evidencia quando se anali&a. sistematica­mente a sua regulamentação juridica.

Com efeito, o artigo 160 do mesmo diploma legal também uti.lIza-se do plural: "os peritos descreverão minuciosamente.,. n. Eda mesma forma o § 1:", do art. 168: "No exame complementar osperitos terão presente o auto de corpo de delito ...... Também oart. 179: "no caso do § 1,0 do art. 159. o escrivão lavrará o autorespectivo, que será assinado pelo.s peritos ......

Outrossim, se de fato a lei exigisse apenas um perito, certa­mente não teria sentido o disposto no parágrafo único, do art.179: "No caso do art. 160, parágrafo único, o laudo. que poderáser dati1ogr~fado, será subscrito e rubricado em duas folhll$ portodos os peritos ..." (grifamos).

Alnda, o art. 180 cuida da possibilidade da divergêncla entreos peritos, oficials ou não, pos~bmdade que seriamente não po­deria ocorrer 0'0 caso de um dos doIs peritos não ter participadodo ato pericial.

Vale aqui citar passagem de Manzini. transcrita por Fernan­do da Costa Tourinho Filho ("Processo Penal" Ed. Jalovi, 1975,vaI. 3, pág. 125). que comunga da mesma opinião:

"Cuand·o la ley utiliza el plural, respectos de personas,cosas e ·actos debe entenderes Que tal plural tiene unica"mente finalidade indetterminativa, de manera que será.indiferente que se trate de vária, personas, de un!1- solacosa, Y de un solo acto, si deI contexto de la nOrma noresulta la nccesidad de una. pluralidade de personas, de

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ltM6 Quarta·felra 1.0 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (S~ão I) Novembro de 19'78

«:os.. o actos" cf. Trattatto di Dlr. Proc. Penal, trad. espa.de Bantis Melendo, vol. I/ISO - (grifamos).

Ademais, a matér''l que já. foi objeto da Súmula n.O 361, doSupremo Tribunal Federai, onde fieou bem claro que: "No pro­cesso penal, é nulo o exame realill;ado por um só perito, conside­rando-se impedido o que tiver turlclonado, anteriormente, na di­11gência da apreensão'.

Entre os inúmeros julgados que apóiam nosso ponto de vista,citamos, exempllficatlvamente, os seguintes: ac. de Tribunal deJustiça de São Paulo, HC. 99.678, ReI. Acácio Rebouças, in Revistados Trlbunals, vol. 409, pág. 69; ac. do Tribunal de Justiça deSão Paulo, Ap. crim. 93.356, ReI. Adriano Marrey, in Revista deJurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo,voI. 6, pág. 458.

De tais motivos decorre a Ineficácia do laudo de exame docorpo de delito realizado no cadáver de Vladimir Herzog e, con­seQÜentemente, ficam prejudicadas todas as conclusões ·80 que omesmo chegou, o que torna Imprestável para tIns probatórios pre­tendldos pela Unlão Federal.

Da mesma forma, também não tem prestabllldade o laudode exame complementar requisitado pelo General encarregado doInquérito pollcial-m1l1tar e realizado pelos médleos do InstitutoMédlco Legal do Estado de São Paulo. Armando Canger Rodriguese Arildo de Toledo Viana e cuja principal conclusão foi pela ocor­rência de suicidlo por enforcamento em vida, posto que o mesmofoi elaborado exclusivamente à vista do laudo de exame do corpode dellto.

l: certo que, em caso de ineficácia do exame do corpo de de­11to, pode o mesmo, por expressa determinação legai (art. 158 doCódlgo de Processo Penal, e art. 328 do Códlgo de Processo PenalM111tar) , ser suprido por prova testemunhal Indireta, <;lesde quea mesma seja clara, objetiva, precisa e coerente.

OCorre, todavia, que nos presentes autos a União Federal, mal­grado o ônus probatório que se lhe impunha, posto que afirmoufato excludente de sua responsab1l1dade, não produziu qualquerprova nesse sentido, limitando-.~.z tão-somente à oitiva de umatestemunha, qqal seja, a do encarregado da Congregação IsraelitaPaulista para o serviço funerário, Sr. Erich Laschziner, que afirmater concluído pelo suicídio tão-só à vi'>ta do atestado de óbito, oqual, por sua vez, baseou-se para a indicação da causa mortis emlaudo de exame de corpo de delito Ineficaz (fls. 432/432 v). Taldepoimento. obviamente, não pode ter o condão de suprir o laudo.

Afora essas provas, remanescem os depoimentos prestados noInquérito pol1cial-milltar pelas seguintes testemunhas: 1) PedroPaulo Manzano de Uzeda Moreira, médico neuropsiquiatra que tra­tava de Vladimir Herzog (fls. 85); 2) Luiz Wejs, jornalista (fls.85/86); 3) Audir Santos Maciel (fls. 87/89b); 4) Paulo Sérgio Mar­kun, jornalista (fls. 97/99); 5) Marco Antonio de Souza Rocha.jornalista (fIs. l00/10U; 6) Anthony Jorge Andrade de Christo,jornalista (fIs. 103); 7) Altair Casadei, que exercia as funções decarcereiro no ooI/CODI (fls. 104/105); 8) José Barros Paes. àépoca Chefe da 2.- Seção do Estado Maior do n Exército (fls.~30/132); 9) Paulo Pereir~ Nunes, jornalista (fls. 133/134); 10)nr. Armando Canger Rodrigues, médico legista (fis. 144/145); lUPedro Antonio Mira Grancierl, investigador da policia (fIs.lf8/148); 12) Paul Nowak. cantor religioso (f).s. 152/154; 13) ZoraRerzog. mie de WlacUmlr Benog (flS. 15S/156Z); 14) Clarlce Her­flOl, espooa de VladimJr Herzog (tis. 160!164): 15) Erich Leschziner,encarregado da Congregaçlo Israe11ta PaulIsta para o serviço fu­nerário (tla. 165/167); 16) Gerson Rosenfeld, contraparente de VIa­dbnlr Herzog (tla. 173/175); 17)·~ Fenerstein, amigo de Vladimir

. Berzog (tJa. 1'76/1'78); 18) ~dolpho Marques Lobato, Jornallsta(tla. 179//180). .

Em que pese o inegável cuidado e esmero com que foi elabo­rado o Inquérito·polic1al-miUtar. o que é denotado pelo número detestemunhu ouvidas e providências tomadas, o certo é que seuvalor probatórlo:é meramen~ Informativo, ou seja. as Informa:­ções contidas em seu bojo dlrlgem-se ao Minlstérlo Público e 50adquirem valor probatório se repetida.s em Juizo ou se tais infor­mações forem coer.entes com aa provas produzidas judicialmente.

A explicação para essa estreita dependência entre as infor­mações do inquérito poDclal e a.s prdvas produzidas em Juízo émulto simples.

O .inquérito pollcial é providência administrativa e inquisiti­va por excelência e, Il&Sim, se eventualmente divergente com asprovas colhidas em processo, onde, ai !Sim, é assegurado o am­plo contraditório, curia1mente a estas não pode se sobrepor.

A impossiblUdade do Juiz basear-se em depolmento extraju­diciais não repetidas em Juizo e contrário às provas obtidas emprocessos judlcial, é pacificamente atestada pela jurisprudênci3.:

"INQtttRITO POUCIAL - Condenação escudada exclu,i­vamente nas provas colhidas no mesmo - Inadirnlsslbi­lldade - Decisão reformada - Absolvição decretada.

A .sentença condenatória não pode basear-se apenas noinquérito pollcial, pois fugiria ao contraditório asseguradopor princípio constitucional vigente". (TRIBUNAL DEJUSTIÇA DE SAO PAULO. Ap. 0,° 83.343, Rel Cantldianode Almeida, in RoT., 369/70),"PROVA - Prova extrajudicial não confirmada em Juizo- Inexistência de outro elemento probatório - Soluçãoabsolutória.A prova extrajudicial não confirmada em Juízo por si só,não pode conduzir à condenação do acusado. l!: que inexisteno inquérito policial, a garantia constitucional do contra­dJtório" (TRIBUNAL DE ALÇADA CRIMINAL DE SAOPAULO, Ap. Crim. 28.086, ReI. Azevedo Junior, in Julgadosdo Tribunal de Alçada Crlm., de São Paulo, voI. 19, pág.345)."PROVA - VaUa relativa dos elementos obtidos no inqué­rito poRciaI.A prova do inquérito policial, uma vez que desatende aopreceito constitucional do contraditório, não subsiste porsi só, podendo alcançar a plenitude de seu valor somentese vier a receber em Juízo o indispensável apolo" (TRI­BUNAL DE ALÇADA CRIMINAL DE SAO PAULO, Ap.n.O 23.427. ReI. Azevedo Junior, In Julgados do Tribunalde Alçada Criminal de São Paulo, vol. 15. pág. 316).

Tais julgados, embora prolatados em processos penais. ser­vem perfeitamente ao presente feito civil. não só porque o di­reito procesual é uno, como também porque, tanto lá. como aqui,procura-se indagar da eficácia probatória de informações co­lhidas em inquérito policial.

Ora, os depoimentos do inquérito mais favoráveis à versãodos fatos apresentados pela União Federal, a saber: o de AudirSantos Maciel,. Altair Casadei, José Barros Paes, Dr. Armando Can­ger Rodrigues e Pedro Antonio Mira Grancleri, simplesmente nãoforam repetidos em Juízo e perdem até mesmo seu valor meramen­te informativo, porque se conttapõem frontalmente aos depoi­mentos tomados judicialmente, estes contráriOS àquela versão.

Então, embora este Juizo não possa categoricamente afirmarque o suicídio de Vladimir Herzog não ocorreu, posto que não éonisciente, o certo é que a União Federal positivamente não lo­grou comprová-lo nos presentes autos, quer porque os laudos peri­ciais anteriormente referidos não têm eficácia probatória. querporque os depoimentos mais favoráveis à sua versão não só nãoforam repetidos em Juizo, como se contrapõem frontalmente à pro­va colhida sob a égide do princípio do contraditório.

E mais.Mesmo que eventualmente a União Federal tivesse logrado

comprovar o 5uicídlo de Vladimir Herzog, o que em verdade nãoconseguiu, ainda teria que rr')v:1r Que nao o motivou por qualquerforma de pres.'lão ou condição fislca ou psíquica, pois que, docontrário, não poderia pretender a exclusão de sua responsablll­dade civil sob o argumento da ocorrência de conca\lsa.

Pelos menos motivos que a União Federal não logrou compro­var o suicidio, também, obviamente. não provou a sua não par­ticipação em tal evento, se ele tiver ocorrido.

Assim, quer pela teoria da falta anônima do servidor público,quer pela teoria do risco administrativo e considerando-se que aUnião Federal não provou nos autos a culpa ou dolo exciuslvos davitima, permanece íntegra a sua responsablUdade civil pela mortede Vladimir Herzog.

Nesse ponto cumpre sallentar que o único objeto jurldlco da pre­sente ação consiste. a teor do artigo 4.°, inciso I. do Códlgo de Pro­cesso Civil, na obtenção da declaração da exiStência de relação ju­ridlca obrigacional indenizatória entre a União Federal e os As., e,por conseqüência, no campo em que se afere a responsabllldadecivil da R., a prova dos autos é relevante apenas na medida emque serve para aquilatar da existência daquela relação jurídica.

Assim, é juridicamente impertinente o exame das provas naparte em que estas adentram à eventual culpa ou dolo dos fun­cionários do Estado e à ilicitude de suas condutas, pois que, comodeixamos exaustivamente exposto quando analisamos o desenvol­vimento histórico, doutrinário, jurisprudencial e leglsiativo da res­ponsabllldade civil da Admlnlstração para concluirmos pela ado­ção de teorias objetivas, nestas não se examinam aqueles aspectos.

Com efeito, a lllcitude, a culpa ou dolo dos funcionários doEstado é, pelas teorias objetivl.stas adotadas, matéria não condi­zente com o objeto da presente ação e, portanto impertinente, jáque por elas a responsabllldade civil da pessoa jurídica de direitopúblico decorre tão-somente do "fato do serv:ço" sem o concursoda vitima.

Acresce que. como também já enfocamos, o artig-o 107 da Cons­tituição Federal prevê, em seu caput, por critérios objetivos, &

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Novembro de 1978

==DJilBIO DO CONGR&SSO NACIONAL (S~áo I) Quarta-feira 1.° l000'J

responsabilidade civil da pessoa jurídica de direito público paracom as vítimas do evento danoso '2. em ,seu parágrafo único, a res­ponsabilidade civil dos funclonártos para com a Administração,esta a ser aferida por critérios subjetivos (culpa ou dolo>.

Ora, nos presentes autCls não houve a denunciação da lideaos funcloná.rios da AdmlnLstração obrigados a indenizar a R. nocaso desta vir a perder a demanda (artigO 70, inciso II, do Códigode Processo CivilJ.

De modo que esta lide se circWlscreve estritamente no planoda responsabilidade civil do :Estado, isto é, no caput do artigo 107da Constituição Federal e nlio pode mesmo adentrar na eventualculpa ou dolo dos funcionários, critérios subjetivistas previstos noparágrafo único daquele dispositivo constitucional e que somentepoderiam ser enfrentados se tivesse ocorrido a denunciação da lide(lU em eventual ação regressiva.

O exame de tais aspectos, portanto, é Juridicamente defeso.

Entretanto, fora do campo da responsabilidade civil da R.,tem este Juízo a obrigação de informar ao Ministério Públicoquanto à existência de criml~ que lhe cheguem ao conhecimentoem razão do ofício.

Tal obrigação está prevista no artigo 40, do Código de Pro-cesso CivU:

"Art. 40. Quando, em autos ou papéis de que c'::mhecerem,os juízes ou tribunais verificarem a existência de crimede ação pública, remeterão ao Ministério Público as có­pias ou documentos necessários ao of'arecimento da denún­cia."

Comentando tal dispositl'~o, aduz Eduardo Espinola Filho (ob.citada, vol. l, pág. 415):

"Em qualquer hipóte..~e, o que cumpre ao juiz singular oumembro do tribunal tazer, quando, em razão do ofício, ti­ver conhecimento de c:r1me, para cuja perseguição é admis­sível a iniciativa do poder público, é remeter cópia dospapéis ou das passar:ens dos autos, que lhe deram tal cl­cência, com os documentos necessários, ao Ministério Pú­blico; este, então, agirá, para oferecimento da denúncia,tal como o faz, quand'o recebe inquéritos, representações ouquaisquer informações, dispensando a investigação poli­cial, se achar que há elementos suficientes para instaurara ação penal, imediatamente.'

Ora, nos presentes autos constata-se a prática. de crime deabuso de autoridade <Lei n.o 4.898, de 9 de dezembro de 1965, ar­tigo 4.°), bem como há revelações veementes de que teriam sidopraticadas torturas não só em Vladimir Herzog, como em outrospresos politicos nas dependências do DOl-CODI do II Exército.

Veja-se a respeito os pungentes depoimentos das testemunhas:1) Gildásio Westin Cosenza (fls. 354/355), 2) George Benigno Ja­thay Duque Estrada <fIs. ,UO/412), 3) Professor Golredo daSilva Telles Junior (fls. 413/413 v.O), 4) Anthony Jorge Andradede Christo (fls. 416/417), 5) Paulo Sérgio Markun (fls. 418/419),6) Sérgio Gomes da Sllva (fls. 420/421),7) Luiz Wejs (fls. 430/431),havendo também a respeito a declaração extrajudicial prestada porRodolto Osvaldo Konder (fls. 50/60>.

Tais depoimentos constituem matéria nova não constante doInquérito policiai-militar. posto que judicialmente submetidosdo crivo do contraditório, redundaram em declarações diame­tralmente opostas às prestadas naquele inquêrito, assim comotambém constitui novidade a jlmprestabilldade probatória do laudode exame de corpo de delito realizado no cadáver de Vladimir Her­zog e do decorrente laudo suplementar, apurada em conseqüênciade declarações e depoimentos prestados após o arquivamento doinquérito.

Compete a este Juízo, as.sim, em cumprimento ao dispositivolegal citado, remeter ao Ministério Público peças dos presentesautos, para que o parquet competente na qualidade de dominusUtis, wme as providência legals cabiveis.

Pretendem os As. também, além dos danos materiais, que sejadeclarada a responsabilidade da União Federal pelos danos moraisQue sofreram em decorrência da morte de seu marido e pai.

A Questão da possibilidadll jurídica de indenização por danosmorais é bastante controvertida em nosso direito.

Em que pesem as abalizadas opiniões em contrario, somospartidãrios da corrente que dl!fende a indenizabilidade dos danosmorais.

Sem necessidade de maiores indagações, o voto do saudoso Mi­nistro Allomar Baleeiro, proferido no recurso extraordinário n.O59.940, de São Paulo, do qual :rol relator t que g~rou decisão ur.i\··

nime do Excelso Pretório (in Rev. Trtm. de Jurisp. do BTF, vol 39,pág. 39/40), é completo:

"Maigrado a hesitação dos TribWla15 brasileiros, a repara­bilidade do dano moral vem aldravando, há mais de meioséculo, a consciência de vários de seus maiores membros,de Pedro Lessa (votos na Rev. Forense, 371201 e 24/413) aOrozimbo Nonato (Rev. Forense, 127/397) de Aguiar Dias(Respons. Civil, VII, n.'" 227 e segs. além de comentáriosna Rev. Forense, 107/397, etc.), ao atual Presidente doT.J. -GB (Rev. Forense, 97/698).

Na doutrina pátria, entre nomes luminosos que proclamama admissibilidade do ressarcimento do dano moral, figuramnada menos que Clovis, Flladelfio Azevedo, Pontes de Mi­randa, Espínoia e outras estrelas de primeira grandeza.Claro que a opinião dos juriStas excelsos não vale, porquepartem deles, mas pelos argumentos convincentes que es­posam.Sem qualquer propósito polemístico, impróprio do pronun­ciamento judiciário, inclino-me a crer que esses mestres,quer de pretório. quer de cátedra, interpretam bem o di­reito federal, quando, admitindo a reparação do dano ex­trapatrimonial, Sll reportam ao direito de ação, não só porlegítimo interesse-.eeonÔmico, ma.s também moral, do art. 76do Código Civil; ao lDreço da "Afeição" equivalente à coisaque já não existe do' art. 1. 543 do mesmo Código; à. refe­rência expre.s:la a indenização da injút!a ou calúnia (idem,art. l. 547); ao dote da mulher agravtda em sua honra seo culpado não Quiser reparar o mal pelo casamento (art.1.548); a remissão do art. 1.550 in fine ao art. 1.547, alémdas perdas e danos no caso da ofensa à liberdade pessoal;no arbitramento do dano nos casos de violência sexual ouultraje ao pudor (id. art. 1.549); no dote "à mulher aindacapaz de casar", do art. 1.538 § 2.°, que deve ser entendidocomo proteção àquela que não exerce nem tem aptidõespara exercer profissão, pois o legislador não ignorava de1902 a 1917 que muitas senhoras se entregavam a traba­lho profissional, como se vê no art. 233, IV- (autorizaçãodo marido para exercer profissão fora do lar) e até doCódigo Comercial de 1850 (art. 1.0, n.O 40). E se o CódigoCivil não distinguiu no art. 159, não deverá distinguir ointérprete. Nem distingue o art. 74, n.a 1, do Código- Penal.Tantas regras Positivas excluem o caráter negativo queemprestam ao art. 1.537 do Código Civil, pelo princípio deque ao legislador não se deve imputar absurdo, por anti­nômico que pareçam dispositivos contemporâneos entre siou cláusulas do mesmo dispositivo, como ocorre, p. ex., noart. 505 do mesmo Código. E se o direito positivo não veda.,parece-me, a reparação do dano moral, mas antes o per­mite e insinua nas disposições citadas, não oferece rele­vância a objeção costumeira, de· aparente caráter ético, ouapenas prático, de que seria dificílima a avaliação dopretium doloris do desgosto, do abatimento, aliãs, eomInevitáveis reflexos fisicos, profLssiona15 e econômicos, dosque têm direito a alegá-lo. Adoto a refl1tação de AguiarDias; equivalência não se exige absoluta, perfeita, nem lIeconfunde em igualdade natre reparação e dano. "O juristajá se dá por satisfeito, mesmo em relação ao dano patri­monial, em conseguir uma aproximação do estado ideal,que seria a restituição da vítima â situação anterior" lobocitada, vaI. II, 1.& ed., pág:;;. 304/5 e segs) .

Nisso a posição do juiz é a mesma do homem d'Estado,que. na opinião geral, quando não pode fazer tudo o quedeve, deve fazer tudo o Que pode. A solução prática estáclara e expressa no art. 1. 553 do Código Civil: "Nos casosnão previstos neste capítulo (liquidação dos atos ilícitos),se fixará por arbitramento a indenização".

O direito comparado, mesmo nos países como o nosso, emque há disposição expressa, vem acolhendo a reparabilida­de do dano moral."

Pelo exposto, julgo a presente aç~ procedente e o faço para,nos termos do art. 4.°, inciso l, do Código de Processo Civil, declarara existência de relação jurídica entre os As. e a R., consistente naobrigação desta indenizar aqueles pelos danos materiais e moraisdecorrentes da morte do jornalista Wladimlr Herzog, marido e paidos As., ficando a R. Condenada em horários advocatíc1os que, ateor do art. 20, § 4.°, do mesmo diploma legal, fixo em Or$ 50.000,00(cinqüenta mil cruzeiros)_

Determino, outrossim, com fundamento no art. 40 do Códigodo Proce:s.so Penal, sejam extraídas e remetidll.s ll() Sr. Procura­dor-Geral da Justiça Militar, para as providências legais que cou­berem, cópias autenticadas pela Secretaria, desta. sentença e detodos os depoimentos das testemunhas ouvidas por este Juízo.

Custas "ex lege".

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1001I Quarta-feira 1.° DIARIO DO CONGIU!:SSO NACIONAL tSeçi. I) Novembro de 197&

Oportunamente, observada.s as cautela.s legals, subam os au­.\03 ao E. Tribunal Federal de Recursos, para os fins do duplo graude Jurisdição.

P. R. 1.

São Pll.ulo, 27 de outubro de 1978. - Máreio JfJi!Ié de Moraes,Juiz Federal.

O SR. PRESIDENTE <Geraldo Freire) - Está findo o tempodestinado ao Expediente.

Vai-se passar à Ordem do Dia, que se destina a Trabalho dasComJ&'lÕes.

VI - ORDEM DO DIAO SR. PRi:sIDENTE (Geraldo Freire) - A lista de presença

acusa o comparecimento de 85 Srs. DeputadoB.Os Senhores Deputados que tenham proposições a apresentar

poderão fazê-lo.O SR. ANTUNES DE OLIVEIRA - Projeto de lei que diBpãe

sobre o inventárto do cônjuge sobrevivente.

O SR. THAtES RAMALHO - Projeto de lei que modifica dis­poa1tivos do Decreto-lei n.o 3.365, de 21 de junho de 1941, que diB·põe sobre desapropriação por utilldade pública.

O SR. PACHEco CHAVES - Projeto de lei que acrescentadispositivo à Lei n.o •.090, de 13 de julho de 1962, que instituiu agratificação de Natal para os trabalhadores.

O SR. SIQUEIRA CAMPOS - Projeto de lei que dispõe sobre li.conce.ssão de bolsu de estudo a estudantes carentes de recursos.na forma que especifica.

O SR. J'LORIM COUTINHO - Requerimento de constituiçãode ComiBsão Parlamentar de Inquérito para apurar as determinan­tes da orlentaçooe atltudeB do Instituto Brasileiro do Café - IBC.e princ1Palmentê a razão de reter cafés das safras de 1959/1960 e1960/U161, e de obStaculizar o andamento de proce!lS08 relativos e..seguros sobre atn1azenagens.

O' SR. PBESJÍ)ENTE <Geraldo Freire) - Nada mais havendc11. tratar, vou levantar a sessão.

Deixam de eouapancer os Senhores:

Rio de Janeiro

Alberto LavinlUl - MDB.MInas Gerais

Padre Nobre - MDB.PuaDá

DATA DIA DA SEMANA-_.._.' ,-- - --.--_...

6 Segunda- feira

'J Terça-feira

8 Quarta-feira

9 Quinta-feira

10 sexta-feira

13 Segunda-feira

14 Terça-feira

16 Quinta-feira

17 sexta-feira

20 Segunda-feira

21 Terça-feira

22 Quarta-feira

23 Quinta-feira

24 Sexta-feira

27 Segunda-feirll

28 Terça-feira

29 Quarta -feira

30 Quinta-feira

NOME

- ARENA- MDB.• MDB.. ARENA

- ARENA.·0 MDB

MOB- ARENA

•• 0 ARENA- MDB

- MOB.. .. ARENA.- ARENA

- MDB

An tanjo BresoUn "- MDBOastáo Müller - ARENA

Alcides Franclscato - AREN APeixoto Filho - MDB

.Tosé Camargo - MOBJorge Arbage - ARENAPaulo Studart - ARENASebastião Rodrigues Jr. MDB

Freitu Nobre - MOBGeraldo Freire - ARENA

Murilo Rezende -- ARENAJoão Gilberto - MDB

Padre Nobre -- MDBLins e Silva - ARENA

A"gusto Treln - ARENAAdhemar Santillo - MDB

Odacir Klein - MDBDaso Coimbra - ARENA

Célio Marques Fernande~ :\RI':NACarlos Santos - MDB

Jorge Uegued - MDBFaria Lima-o ARENA

- Levanto a

João Vargas - ARENA.S_ta Catarina

D1b Cherem - ARENA.. VII - O SR. "RESIDENTE (Geraldo Freire)."e.s.são designando pua .manhã e. seguinte

ORDEM no DIASeseáo em 1.° de novembro de 1978

(Quaria:telra)

. TRÁPALIIO DAS COMISSOES

Avisos

CAMARA. DOS DEPUTADOS,sECRlt'rARIA GERAL DA MESA

RELAçAo DOS DEPUTADOS INSCRITOSNO GRANDE EXPEDIENTE

Novembl'o/1978

Cleverson Teixeira110 LoS80João Unhares

Brigido TinocoCelso BarrosTancredo Neve..,

Antãnio MorimotoHenrique CórdovaMarcelo Linhares

CóDIGO CIVIL

MembrosEteiiYos

Comissão Especial

ARENA

Geraldo Guedel!VagoRaimundo Dlnb

MOBIsrael Dias-NovaesMal" Dowell Leitf' rle Ca~:l'"

Sapientes

ARENA

Cid FurtadoVaiOTheobaldo Barb().~"

DATA DIA DA SEMANAMOU

Mário MoreiraOswaldo Lima

3

Quarta-feira

sexta-feira

Oradores:

2-

NOME

- ARENA-MOB

'- MDB- ARENA

GRANDE EXPEDIENTE

- ARENA

-MDS

ErMmo Martins PedroFernando CoelhoTarcíslo Delgado

Pre.sldente: Deputado Tancredo NeveB .Vice-Presidente: Deputado Brigldo TinocoVice-Presidente: Deputado Igo LOISORelator-Geral: Deputado João Llnhares

Relatore$ Parciais:

Deputado Brlgldo Tinoco:

Parte-Geral

Deputado Raimundo Dtnlz:Livro I ._- Obrigaçãea

Page 53: CÂMARA DOS, DEPUTADOSimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD01NOV1978.pdf · 1 - ATA DA 146." SESSÃO DA 4.0. SESSÃO LEGISLATIVA DA 8.0. LEGISLATURA, EM 31 DE OUTUBRO DE 19'78. 1

Novembro de 197!l__z:z=:a

D1ARIO 00 ()()NGaE880 NACIONAL \Seçio J) Quarta-feira I." 10009

Deputado Geraldo Guedes:l.Ivro 11 Atividades Negociai3tVagolLivro lU Das COiSM

Deputado Cleverson Teixeira:Livro IV -- Da Famílta

Deputado Celso Barros:Livro V -- Sucessões e Livro Complementar

CONGRESSO NACIONAL

1

PROPOSTAS DE EMENDA A CONSTlTUIÇAON."" 8 E !l, DE 1978

"Concede a nacionalldade brasileira aos estrangeiros com 20ou mais anos de residência no Brasil" e "acrescenta item III ao.rU,o 14~ da Constituição", respectivamente. (Dispondo sobre •l1aturallzaçllo tácita de estrangeiros residentes no Brasll durant.• anoa.) Aut.ores: Srs. Diogo Nomura e Israel Dias-NoTaH.

Comissão Mista

Presidente: Senador Leite ChavesVice-Presidente: Senador Otto LehmannRelator: Deputado Nunes Rocha

Prazo

Até dia 12-11-11- no Congresso Nacional.

'2

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTlTUIÇAO N.O 10178-CN

"Altera disp08lçóes dos artigos 101 e 102 da Constltulção pelosque indica." (Redução dos limites da aposentadoria voluntária ­25 anos - mulher, e 30 anol - homem.) _. Autor: Sr, BenjamimFarah.

Comissão Mista

Presidente: Senador Cunh:1l. LimaVice-Presidente: Senador Heitor DiasRelator: Deputado Antõnio Gomes

Fraso

Até dia 15-11-'78 - no Congresso Nacional.

S

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.O 11178-CN"Assegura a contagem reciproca de tempo de serviço púbUco

e de aUvidade privada, para fins de ap08entadorla e disponlbl­Udade." Autor: Sr. Siqueira Campos.

Comisaão Mista.Presidente: Senador Agenor Ma.riaVice-Presidente: Deputado Afrísio Vieira UmaRelator: Senador Italiv10 Coelho

Prazo

Até dia 18-11-78 - no COl1lgresso Nadonal.

•PROPOSTA DE E~.ENDA A CONSTITUIÇAO N,o 12/78

"Restabelece a eleição direta pua Prefeito e Vice-Prefeito da"Capitais. dando nova redação 8.C1 art. 15, item 1. da Constituição."<\utor: Sr, Mauro Benevides.

Comíssi'o Mista

Presidente: Senador ItamsLf FrancoVice-Presidente: Senador Otto LehmannRelator: Deputado Ra.1mundo Parente

PrazoAté dia 20-11-78 - no Congresso Nacional.

5

PROPOSTA DE EMENDA i\ CONSTITUIÇAO N.o 14178

"Estabelece representação poliUca para o Distrito Federal.'·Autor: Senador Cattete Plnheil'().

Comissão Mis~

Pre.sldente: Deputado CeL.'IO BarrosVice-Presidente: Deputado Duo Coimbra.Relator: Senador Heitor DIlUI

Praso

Até dia 27-11-78 "- no Congresso Nacional.

li

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTlTUIÇAO N.o 15178

"Acrescenta artigo às Disposições TransitórllUl da. ConstltulçãoFederal." (MOdificação nas divisas entre os Municípios de Can­gonhas e Ouro Branco em Minas Gerais, para situar, em um untcoMunicípio, a Usina AÇOMINAS.) Autor: Deputado Murllo Badarõ,

Comi5São Mista

Presidente: Senador Itamar FrancoVice-Presidente: Senador Virgílio TávoraRelator: Deputado Jorge Vargas

Praso

Até dia 11-3-79 -- no Congresso Nacional.,PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.O 18/'18

"Altera a redação do arUgo 74 da COnstituição Federal." (OPresidente sera eleito. entre os brasileiros maiores de 3~ anos e noexercício dos direitos políticos, pl sufrágio de um colé-gio eleitoral,em sessão pública e mediante votação secreta,) Autor: DeputadoFernando Gama.

ComtSlão Miata.Presidente: Senador Cunha LimaVice-Presidente: senador Hennque cle La RocqueRelator: Deputado Gastão M\iUer

rraa.Até dia !Z-3-'Jt - no congre..so Nacional.,

PROPCSTA DE EMENDA A CONBTITUtÇAO N.O 171'18-CN

~'Modlfica a redação do e.PIl~ do arUlo 36 da ConstitulçãoFederal." (Não perde o manda,to o DeP\ltac:\o ou Senaclor lnvesU40na função de Ministro de Estado, secretário de Es~adQ, Prefeito deCapital, Governador de Territôr10 ou do DF'> .t\utor: Deputa40Hélio Campos.

ComIsdo Mls~

presidente: Senador Dirceu CarelosoVice-Presidente: Selladpr Helvidio NunesRelator: Deputado Siqueira Campos

PrazoAté dia %-11-'71 -- na Cosnlssão Mista;

Até dia %'7.'." - no Congresso Nacional.

t

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o 18178"Altera o artigo 184 da ConsUtuição Federal." (Assegura pen"

do vitalícia aos ex-Prefeitos Munlclpa~) - Autor: Sr. RenrlQuf'Brlt.o.

Comissão Mista.Presidente: Deputado Ruy CMoVice-Presidente: Deputado Mauricio LeiteRelator: Senador ltalívio Coelho

Prazo

Até dia 8-11-78 - na Comissão Mista;

Até dia %-4-'79 - no Congresso Na.cional.

I'PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o 19178

"Dá Dova redação ao artigo 21, IV, da Constituição Federal."(Imposto s/renda e proventos de qualquer natureza, salvo aposen­tadoria, reserva remunerad'a, reforma, ajuda de 'custo e diáriaspagas pelos cofres publicos ou pela previdência ofielal ou privadana forma da LeU - Autor: sen. Nelson Carneiro.

Comissão MistaPresidente: Senador Benjamim FarahVice-Presidente: Deputado Murilo RezendeRelator: Senador Otto Lebmann

Pra••

Até dia '·11-'8 - na COmissão Mista;

Até dia 3-4-" - no Congresso Nacional.

11

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o 20/78

"Altera o I 8.° do artigo 153 da Constituição Federal." (Proíbea censura prévia, fieando a referente à llteratura e às artes f

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1~10 Quarta-feira 1.° DLUlIO DO CO!fGll&SIO NACIONAL (~io J) .Novembro de 1978

CoJllissão Mista

Presidente: Deputado Nabor JúniorVice-Presidente: Deputado Siqueira CamposRelator: senador otalr Becker

Pnao

Até dia 11-11-71 - no ConKresso Nacional.

Comissão MistaPresidente: Senador EveJáslo VieiraVice-Presidente: Senador Ruy SantosRelator: Deputado Murilo Rezende

Prazo

Até dia 4-11-71 - no Congresso Nacional.U

PROJETO DE LEI N.o 28/78-CN

"Autoriza o Poder Executivo a abrir crédito luplementar aoOrçamento da União aprovado pela Lei n.O 6.486, de 6 de dezembrode 19'17."

Colllissiolt MistaPresidente: senador Evandro Carr~ira

Vice-Presidente Senador Heitor DiasRelator: Deputado José Hl!ddaà

PrazoAté dia 10-11-78 - no Congresso Nacional.

16PROJrI'O DE LEI N.o 30/78-CN

"Autoriza o Instituto Nacional de Colonização ~ RetormaAgrária - INCRA, a doar os hfióveis que menciona." Autor: PoderI:zecutivo.

diversões, a cargo do MEC, através do Conselho Federal de Cen­aura.> Autor: Seno Benjamim Farah.

Comissão Mista

presidente:.a~madorDirceu CardosoVlce-Prellldente': Senador Helvidlo NunesRelator: Deputado Nunes Rocha

Prazo

Até dia 14.11·71 - na COmissão MistaAté dia 8-4-79 - no Congresso Nacional.

12

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o 21178

"Acrescenta I 2.° ao art. 98, da Constituição Federal." (13.°aalário ao funcionário público.) Autor: Deputado Antônio Annl­belU.

Comissão Mista

Presidente: Senador: Adalberto senil.Vice-Presidente: Senador Ruy SantosRelato,r: Deputado Murllo Rezende

CalendárioDias 25, 26, 27, 28, 29, 30, 31-10 e 1.°-11-18 - Apresentação das

emendas. perante a Comissão.....azo

Até dia 12-11-'8 - na Comissão Mista;

Até dia 2-12-78 - no Cop.gresso Nacional.

ISREQUERIMENTO N.o 3/78-CN

Cria. com fundamento no art. 37 do texto conatitucional e noart. 21 do Regimento Comum, a Comissão Parlamentar Mista deInquérito destinada ao estudo do problema dos idosos no PlL1.IAutor: Senador Nelson Carneiro.

Comissão MistaPresidente: Senador Eveláslo VieiraVice-Presidente: Senador Ruy SantosRelator: Deputado Murilo Rezende

Prazo

Até dia 17-11-78 - no Congresso Nacional.

l'PROJETO DE LEI N.o 34178-CN

"Altera o artigo 1.0 da Lei n.O 6.144, de 29 de novembro de1974, que fixa os efetivos do Exército em tempo de paz, e dá outrasprovidências." Autor: Poder Executivo.

Comissão MistaPresidente: Deputado Ney FerreiraVice-Preisdente: Deputado Hélio CamposRelator:senador Ruy Bantos

PruoAté dia 6-11-18 - na ComIssão Mista;

Até dia 28-11-'8 - no Congresso Nacional.

20PROJETO DE LEI N.o 35178-CN

"Define os crimes contra a Segurança Nacional, estabelece ..sistemática para o seu processo e julgamento, e dá outras pro­vidências." Autor: Poder Executivo.

Comissão Mista

Presidente: Senador Benjamim FarahVice-Presidente: Senador Ruy SantosRelator: Deputado Gastão Müller

PrazoAté dia '-11-78 - na Comissão Mista;Até dia 27-11-78 - no Congresso Nacional.

21PROJETO DE LEI N.o 36/78-CN

"Altera a redação da alínea "i" do artigo 5.° do Decreto-Ieln.o 3.365, de 21 de junho de 1941, que "dispõe sobre desapropriaçõespor utilidade pública, e acrescenta parágrafos ao mesmo artigo."Autor: Poder Executivo.

11PROJETO DE LEI N.o 31178-CN

"Concede amparo aos ~x-combatentes julgados Ineapa•• ck·rtnltivamente para o serviço mllltar:' Autor: Poder Ex~euUvo.

Comissão MistaPresidente: SenlU;lor Agenor Ma,rlaVice-Presidente: Deputado Agostinho RodrlpelRelator: senador José Gulomard

Pnao

Até dia 13-11-18 - no Congresso Nacional.18

PROJETO DE LEI N.O 32178-CN"Autoriza a alienação das ações da Federal de. Seguroa S.A ..

e dá outra.s providências." Autor: Poder Executivo. (Mens.n.O 354178.)

18 de no-

Conrlssão Mi.ta

Presidente: Deputado Genervino FonsecaVlce-Preaidente: Deputado Murllo Rezende,Relator: Senador Lourival Baptista

!'rUoAté dia 10-11-78 - no Congresso Nacional.

11PROJETO DE LEI N.o 29178-CN

"Aumenta o limite de que trata a Lei n.o 6.263, deYembro de 1975."

Comissão Mista

Presidente: Deputado Alceu CollaresVice-Presidente: Deputado Gastão MüllerRelator: Senador Lenoir Vargas

Calendário

Dias 25, 26, 27, 28, 29, 30, 31-10 e 1.°_11 .....,. .Apresentação dasemendas, perante a COmissão.

Prazo

Até dia 22-11-'8 - na Comissão Mista;

Até dia 16-4-19 - no COngreMO Nacional.

13

PROJETO DE LEI N.o 27178

"Autoriza o Poder Executivo a abrir, a Transferência a Estados,Dl.Itrito Federal e Municípios - Transferências ao Governo doDl.Itrito Federal. o crédito especial de Cr$ 38.005.300,00, para ofim que especifica."

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Novembro de 19'78 DIARIO DO OONG&ESSO NACIONAL <Seção 11 Quarta-teira 1.° 100'11

Comissiio Mista

Presidente: Deputado Miro Teixeira.Vice-Presidente: Deputado Inocêncio OliveiraRelator: Senador Otto Lehmann

Prazo

Até dia 7-11-71 - no Congrl~SSO Nacional.

ti

PROPOSTA DE DELEGAÇAO LEGISLATIVA N.o 1, DE Ul7G

"Propõe delegaçã" de poderes ao Presidente da Repúbllca paraelaboração de Lei criando o Ministério da Ciência e Tecnologia, l'dtterminando outras providências." - Autor: Sr. Hélio de Almeida.

:z.I

PROPOSTA DE DELEGAÇAO LEGISLATIVA N.o 2, DE 1978

"Propõe delegação de poderes ao Presidente da República paracriar o Conselho de Defesa do Consumidor (CDe)," - Autor:tlr. Nina Ribeiro.

2~5

PROPOSTA DE DELEGAÇAO LEGISLATIVA N.o 3, DE 1978

Propõe delegação de poderes ao Senhor Presidente da Repúbll­ca para elaboração de Lei criando o Ministério dos Esportes, edetermina. outra.s providências. (Art. 54 da Constituição Federal ea.rt.q. 117 e 127 do Regimento Comum.) - Autor: Sr. Pedro Lauro.

~~6

MENSAGEM N.o BOI'18-CN

"Submete á deliberação do Congresso Nacional texto do De·creto-Iel n.O 1.635, de 12 de setembro de 1978, que "prorroga o prazode vigência do Decreto-lei n.O L396. de 12 de março de 1975, quelsenta do Imposto Único sobre t.Unerais as saidas de sal marinhopara o exterior."

Comissio Mista

Presidente: Deputado Walmor de LucaVice-Presidente: Deputado Henrique FanstoneRelator: Senador Alexandre Costa

Pruo

"té dia 3-11-78 .- no Congresso Nacional.

MENSAGEM N.o 81178-CN

"Submete à deliberação do <Congresso Nacional texto do De­r~reto-lei n." 1.636, de 4 de setembro de 1978, que "l3enta do Im­po~to Único sobre Lubrificantes e Combustíveb Líquidos e Ga­'oso.< o gasóleo destinado à fabricação de vaselinas ~ólldas."

ComiaM Mista

Presidente: Senador Agenclr MariaVice-Presidente: Senador Lenoir VargasRelator: Deputado Siqueira Campos

rra..Até dia 4-11-11 - no CongreSBO Nacional.

21MENSAGEM N.o 93178-CN

"Submete à deUberação do Congresso Nacional texto doDecreto-lei n.o 1.637, de 6 de outubro de 1978. que "dispõe sobrea integralização de quotas e reajustes de haveres de organismosfinanceiros Interriaclonals." Autor: Poder Executivo.

Comissão Mista

Presidente: Deputado Emanoel WaismanVice-Presidente: Deputado Navarro VieiraRelator: senador Italivio Coelho

Prazo

Até cUa 1-11-'78 -- na Comissão Mista;

Até dia S-S-79 0_' no Congresso Nacional.

2:.MENSAGEM N." 94/78-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do De­creto-lei n.o 1.638, de 6 de outubro de 1978, que "dá nova redaçãoao artigo 16 da Lei n." 4.595, de 31 de dezembro de 1964, dispõe sobrea constll.uição de reserva monetária no Banco Central do Brasil, ed.á outras providências". Autor: Poder Executivo.

Comissão Mista

Presidente: Senador Cunha LímaVice-Presidente: senador Italívlo CoelhoRelator: Deputado Daso Coimbra

Prazo

Até dia 11-11.78 - na Comissão Mista:

Até dia 3-3-79 - no Congresso Nacional.

:S0

VETO PARCIAL AO PL N,o 19178-CN

"Dispõe sobre regime especial para exploração e o aproveita­mento das substâncias minerais que especlflca, e dá outras pro­\·idênclas."

Comissão Mista

Presidente: Senador Mauro BenevidesVice-Presidente: Senador otto LehmannRelator: Deputado Prisco Viana

PruoAté dia 14-11·18 - no COngresso Naclon8.l.

VIII -. Levanta-se a Sessão às 15 horas.

PORTARIA N." LT/FC/038/78

O Diretor-Geral da Secretaria da Càmara dos Deputados. nouso das atribuições que lhe confere o art. 147, item XV, da Reso­lução n.O 20. de 30 de novembro de 1971.

Resolve admitir. de acordo com a Resolução n.O 66 e o Atoda Mesa n.o 75, respectivamente, de 17 de março de 1978 e 4 deabril de 1978, para exercer, sob o regime da Consolidação dasLeis do Trabalho. as funçõeJ; de Auxiliar de Gabinete Parlamen­tar: Lúcia Silva Castello Branco de Carvalho, a partir de 18-9-78:Denise Müssnich Rotta, a partir de 2-16-78; Maria do Socorro daGama Pinto. a partir de 2-10-78: Benedito Cesar Ribeiro Nunes Ro­cha, a partir de 5-10-78; Beatriz da Silva Lopes. a partir de 5-10-78.

Diretoria-Geral, 25 de outubro de 1978. - José Ferreira eleAquJno, Diretor-Geral

PORTARIA N.o LT/FC/03tnl

O Diretor-Geral da Secretaria da Câmara dos Deputados, nouso das atribuições que lhe confere o art, 147, Item XV, da Reso­lução n.o 20, de 30 de novembro de 1971.

Resolve dispensar, de acordo com o disposto no art. 11, ItemlI, do Ato da Mesa n.O 75 de 4 de abril de 1978, os seguintes Au­xiliares de Gabinete Parlamentar: Adllméia Aparecida Hentz, apartir de 30-8-78; Robson SCardine Assis, a partir de 16-9-78:Geraldo Jair Barros Filho, a partir de 24-9-78.

Diretoria-Geral, 25 de outubro de 1978. - José Ferreira deAquino, Diretor-Geral

PORTARIA N.o LT/FC/MtITI

O DIretor-Geral da secretaria da Câmara dos Deputados, nouso das atribuições que lhe confere o art.. 147, item XV, da Reso­lução n.O 20, de 30 de novembro de 1971,

Reaolve dispensar, de acordo com o disposto no Ato da Mesan.D 75 de 4 de abril de 1978, os seguintes Secretários de GabineteParlamentar: Rosa MarlI. Ferraz, a partir de 23-7-78; Eva SimoneChã Frota Moreira, a partir de 11-6-78; EUana AcioU Mendes, apartir de 18-9-78.

Diretoria-Geral, 25 de 'outubro de 1978. - José Ferreira de.\q1Úno, Diretor-Geral

PORTARIA N.o LT/29ZI'78

O Diretor-Geral da Secretaria da. Câma.ra dos Deputados, nouso das atribuições que lhe confere o art. 147, item XV, da Reso­lução n.O 20, de 30 de novembro c..~ 1971, o art. 3.° c:Io Ato da.~n.O 34, de 27 de maio de 1976 e tendo em vista o disposto no art.4.° do Ato da Mesa n.O 33, de 27 de maio de 1976 e al1nea a doart. 1.0 do Ato da Mesa n.O 46, de 1976.

Resolve admitir, de acordo com a Resolução n.O 9, de 1975,Maria Aparecida de Araújo, para exercer sob o regime da Con.solldação das Leis do Trabalho, o emprego da Categoria Fún­clonal de Técnico de Contab1lldade, classe "BOI, Código LT-CD­NM-I042.7. Referência 32, do Grupo-Outras Ativdadeil de NívelMédio, Código LT-CD-NM-I000, da Tabela Permanente da Cã­mara dos Deputados.

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lGOn Quarta-feira 1.0 DJARIO· DO CONGUSSO NACIONAL (seçio J) Novembro de 1918

A presente portaria será automaticamente considerada semefeito, caso o candidato não entre em exercício no prazo Im­prorrogável de 30 dias, cont.ados da dat.a da publicação.

Diretoria-Geral, 1.0 de out.ubro de 1978. - José Ferreira deA,alno, Diretor-Geral.

PORTARIA N.O LT/293I'JS

O Diretor-Geral da secretaria da Câmara dos Deputados, nouso das atribuIções que lhe confere o Ato da Mesa n.O 34, de27 de maio de 1976,

Resolve dispensar, a pedido, com dispensa do a.vlso prévio,Dtlon GuimarãeS, Motorista Oficial,} a partir <le 15 de julho de1978.

Câmara dos Deputados, 31· de outubro de 1978. - loséFeneira.• AIJuino, Diretor-Geral.

PORTARIA N.o LT/2MI'JB

O Diretor-Geral da secret.arla da Câmara dos Deputados,no uso das atribuições que lhe confere o Ato da Mesa n.O 34,27 de mato de 1976,

Resolve dispensar, a pedido, com dispensa do aviso prévio,Jesus Carlos Barbosa, Agente de Portaria, a partir de 2 de ou­tubro de 1978.

Câmara dos Deputados, 31 de outubro de 1978. - JOlIé FaTetra• Aqalu, Diretor-Geral.

ERRATA

Republlca-se. por ter saíeio com Incorreção, no BCN de18-10-78, pág. 9580, colo 2.

Onde se lê:

O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel> - Há sobre a mesa e vousubmeter a votos a seguinte redação final:

PROJETO DE LEI N.o 5.589-B, DE 1978......................................................... , .,

••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 4 ......

• ••••• ••• 4'\ ,

Leia-se:O 8ft. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Há sobre a mesa e

vou submeter a votos a seguInte redação final:

PROJETO DE LEI N.o 5. 569-B, DE 1978

SECRETARIA-GERAL DA MESAResenha da Correspondencia Recebida

18-10-78:Of. CNIN.o 138, de 17-10-78, do SF, encaminhando autógrafo

da Emenda à Constituição n.O 11. que "aJUra disposItivos daConstit.uição Federal", promulgada em 13-10-78.

30-10-78:Of. CNIN.o 140, de 19-10-78. do SF, encaminhando autógrafo

do PL n.O 25-CN17S, que "revoga o Decreto-lei n.o 1.004. de 21de outubro de 1969, e as Leis n.05 6.D16, de 1973, e 8.063, de 1974",sancionado.

Of. SM/N.o 435, de 24-10-78, do SF. encaminhando autógrafodo PL n.O 5.392178, que "dispõe sobre cargos em comissão dasSecretarias do TrIbunal Federal de mcursos e do Conselho daJustiça Federal, e dá out.ras providêncías", sancionado.

or. SMIN.o 436, de 26-10-78, do SF, encaminhando autógrafotio PL n.o 4.081177, que "autoriza o Poder Executivo a doar aoMunicípio de Ubaíra. no Estado da BahIa, Imóvel da União", san­cIonado.

Of. SMIN.o 437. de 26-10-78, do SF, encaminhando autógrafodo PL n.° 5.10817S, que "cria os Conselhos Federal e Regionaisde Nutricionistas, regula o seu funcionamento, e dá out.ras pro­vidêncIas", sancionado.

Av. n.o 393-SUPAR17S, de 26-10-78, do Gabinete CIvil da Pre­a1déncia da República, encamInhando cópia do Av. n.O 526. de18-10-78, do Ministério da Fazenda, contendo resposta ao Re­querimento n.o 138178. do senhor Deputado Peixoto Filho, "sobrepropagandas da Caixa EconômIca Federal e outros órgãos doGoverno".

Av. n.O 394-SUPAR178, de 26-1D-78, do Gabinete Civil da Pre­sIdêncIa da Repúbllca, encaminhando cópia do Av. n.O 525, de18-10-78, do Ministério da Fazenda, contendo resposta ao Re­querimento n.O 140/78, do senhor Deputado Peixoto Filho, "sobrepropaganda da Caixa Econômica Federal".

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Novembro de 1978 DIA.IO DO CONGUSSO NACIONAl, (..... II Quarta-feira 1." 10013

MESAPrealdente-:

Marco Mac:i4'l- AaViA

1.'"-V1c~-Presldente:J.ão Unharei - ARENA

2"-VIce-PresIdente:Adhemar San&illo - MDll

1."-8e<:retaI1o:DJa1ma Bena - ARENA

2."-8ec:retárlo:Jader "rbalho - MDa

3."-Becrt'tárlo:J ••• Clí.aeo - ARENA

4."-s«cretàrto:10H Ca.arlo - MDB

SUPLENTESDlo.. N..... - ARENANorberte Sehmldt - ARI:NAroloto FUbo - MDBAntônio Moraill - MDR

....ZNA - MAIORIA

Lider:

JOM Bonitael.

Vk,,-Lidere.:Ruben LeY7

Alipl. Canalh.Alllllaio 'helnRloia Jllnior

Da11 de AlmeidaDlb CberemEduardo G&1i1

Benri,.e CórdoTaJorre ArltapJorre Varra..lo•• AlntlRlll aaeelarUbaldo Corrê.

Viana Ne'.

LIDERANÇAS

I

I

I

MOa - MINOau

Lider:

Taneredo NOTe.

Vlce-Lidere.:

Aleeu Cana,..

Aurélio Campoe

()arlOll CoUa

Cela. Barro.

Elo, Lenai

luael Diu-Noy...

Jorr' Mo1ll'&

Mamo Gui.ariu

Rubem Dourado

Sebastlio Koclrip•• J_Dl.r

Sérpo Murllo

Walber Gui.ari.,---~----------------

DEPARTAMENTO DE COMISSOES

COMISSOES PERMANENTES1) COMISIAO DI AlIKULTUIA I POUTICA

RURAL

OIntor: Paulo RochaLocal: Anexo n Raro..1 1I11l

C..r'.na,*-o •• (;omislÕe& Permanen*

DtrIton.· (len1 Xnlet Marquell

Local' Aneso 11 Telefone.: 2tHU7. ":I$-U05 Ramab: 1101 " n.

Pruidenu: J"ranclllCo lJbardOllJi ~ UDB

T1II'III& A

Ylcl-PrI.ldente: JoH MandelU U:DB

TIInIlIl B

Vice-Presidente: Elcival Caiado - .llRENA

Tltu1ll.rM

ARENA

TlU'ci.aÍl' D>ellad..,1arl:>•• y ....n~.I!IlILld4U'\rIP .rantllrt>Wlrg Telxtllr.Elo,. t..enuV.,o

.........ARl:MA

Jari. Arb...Macno BacelarUinoro Ulramoa.o.waldo ZanoU.PUIOI PAno

MDB

Joef CarlOl Tu.".Mario Jl'rotaUllton 8tretnlJa'lH~

lI••__

AlU:NA

de BarraI! Nereu GuidlNorueira de ......,.••Osmar Leltl.oP ....nt. JI'rott.Raimundo Pu.nRViana NetoVqo

4) COMISIAO DE CONSTITUIÇAO I JUlTICAPrealdente: Jairo M ....... ~ .....

T-..:lVlee-Prealdent.: AfrÚllflVI.lrll: LI8u. ~~ .......

TumaB

VlclI-Pre.idenu: JotICluim Btrlluqua _., lIDa

'l1t.lI1aneA.J\ENA

T1U"IIlaB

ÁJ1t~nio &larimo..Blot. JuniorGomea d. 8UnLtil.8I"pHenrique C<'lr411T..Uurilo aadu(:lNun.. ~h..

Abel ATU"Ant6nio FerreiraAUI"u.w TrelnBlota JuniorEdison Bonna

Aluu CôllaruCelA!> aarronF.fL'OlllP Marttn.. PedroFernandQ CoelhClJolo OllberlQNolda Cerqueir..Joaf Mauricio

Turma .A

Ál~alr Cha,aaAntÓnl() M&r1JlCélio H()I"jaClaur'lino Sal...Cle.-erll(>n Tet· lr.J 011' Dra.UelroRicardo FluuTheDbaldo Uarbl>ll&

Ántónlo ltorat.ElD' tens!J"",t ~rn!raJoio Oilbf'rtD

BEUNIOI'a

Quartall e quintu-teln... u 10:00 hor...Local; Anexo n -,~ Sala • ~ Ramail li' • INsecretária: Io1e Lauarinl

AdhemarP'Ilho

OIb CheremEduardo 0.111Oonzqa VuconcelOllHenrique Prettl.Hamel'O Sant.."o Lc8uDuo Coimbra,Jarmun4 !f_rMoae,... DaUa

laauridg UneNorberkl Scll.ltl!dtValdomiro O~n,a!t...Vieira da :llIr...

.Iarmund NaMe'Nina RibeiroVilllt Rol&doViolO

MDB

.Júlio Vinlr..Oswaldo :uma

MUB

Mário UorelraPedro "ariav~

So.p~t.M

AR.ENA

Oabriel Herm..HumberlQ B_ru.Mur!1Q ReuudtUbaldo BaremVaao

MIJBHélio de Almeid..JaiaQn Uanel..Nellon TIllbl.u

Aurelio CampCII~.r M:arUUIIJlumberto Luoma

J) COMISSlO DI c.elA I TlCNOlDtll

Alair t""rnín.Correi. Lima.[)ib CneremGerson Camata016ia JdnJor

Af1 Valadá<>BatiAtII WlrAndaEdillOll Bonn..Fernanda "acundu

New

REtJNtOm

Ql.Iartu" Quíntu-telru... 10:00 h~Local' AnUo tI Sala 11 -- ft&mal. ..tlkcrnàrit>: Eul Ua"lladQ <,,,,,,Ih..

Oetúllo Di...Jorlt' Uequed

Pruiden'!e: Lua C(lU~" wna

Yic:e-Pr".lctentlt: Octr.ç111.. QUlPln;at, MD:I.Ylcl-PrelIldente: Án~6ni!> I"lor'nd", ~- .I.J\'IIf~

TU~

AJtl:NA

.....belo" U.mç..lr",..Aluutio Par..u...uDi... Menll!P!iIFernando Cunha

Célio Marque.Fernandell

Correi.. Lima1>iOlo Nomut.

R.EUNIOD

c;lOartu ti" qulm...·flOif.'" \O:1lI!lt illlf'U[.oral Anex" II H..... lOt ...

! Sl'eretàri&' W.Ui. LiWII< BrandiM>l 4. 1IíÜ"'''

: .J) COMISSAO DI, COMUNICAÇAOI Pruldeutt: Jorle ....ulo "Da-I' Vke-Pr,,~d"nt.~ Diu Men"" MDB:, Vice-Prell1dente: Mário Wondlbó ~..UUDU.

I 'miiluw. ARENA

Turma B

Ceho Car.....lhoFerru ErreJaGeraldo BulihõelJoaquim Ou'~rr.

Juv~nc lo 0"__Melo FreireVaaco Amar'~

lIDll

JUU~J; Berl1loTlinNrls.m MIO-cula.nPachrc" Chie.....Renal" ÀU1"rd..Vinicill* C..I: ....nti;o,Walber- OUU>IIlU·....

thipl_'­

A1U!:NA

Alela.... 1"ranc!Kato Jorie Varl&liAn~nlo U ..nD JOlil! Rlbamal" Maehad~

Bati.ta Miranda Mauricio Lel.lr:rranclXo BlIar Pinll» ltenandro ),l[int.hilllHorAdo MatNo Priaco Vian.;tn(lC~nclo Olinir.. Ruy BatelarJoaquim Cl»ullnhoo Sinnl BoaY<mlUTa

VacoMDB

Juuez: s.l.lAtaLuia Coutl>Osnldo Buaul.Pedro LaUTORoberto Canal.bllTuunori Jttlnlp

Antanlo AnnlbemAntOnio Dr"l101tn"ontlque (~ardosQ

lo" Za,..,l1a

'I'anDa A

Atuandre Machado&.nt6nlo GomeiCardo", ae AlmeidalImelto ValenteJI.lU"lquf' iSr!toJlwnberto Soutol ..aa Ounal

Dtu Uenelll!'lImor lAn&1a-ne.to ~e )fUrOUurinl Nueimento,1_ Cota.1_ Uaurício

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lOOU Quarta-feira 1.° DUBlO DO CONGUSSO NACIONAL <lei" I) Novembro de 19'78

') COMISSAO DI DUUÇAO I CULlVU

') COMlSSAO 1i ICOMOU, IIIOSTlIl ICO_CIO

RBUNIOES

Terçu. Quartu e qulntu-felru, .. 10:00 horuLocal: AnellO II - Bala 17 - Ramal _Becretirla: SII.,la Barroao Martln.

RZUNIOES

Quartu • qulnt..-f.lr u 10:00 hOluLacal: Anexo II - Sal - Ram..1 .,18ecret'rla: Delsulte Macedo de Anl..r Vlllu

Boa.

MDBJor..e MouraJ05I Carlo. TelseiraLauro RodrilUeeLeOnld.. sampaioSUrio Abreu .ll1nlor

MOBPedro LauroRubem DouradoSamuel Roc1r1IU••Walmor de LucaYuunori Kunllo

S.pleatoARENAJ~ MachadoLln. e BII.,..Lulll RochaOdulto DomlnlUe.Siqueira Campo.Vln,t RosadoWllmar Dallanhol

Presidente: .10lil.. Leite - ARl:NAVlce-Prealdente: Sin.,al Boanntura - ARa"Vice-Presidente: .lo» Bonifácio N.to - 111m

Til.....ARDfA

Joio Vafl"Manoel NOY...Minoro Mi,amotoNosaer AlmelclaOswaldo ZanelloTheódulo AlbuQIII"'1M

MOBJo~ Thoml!Marcelo M.delrosPelsoto FilhoW.ner 811nVAIOVallo

lI.pl.....ARENA

Lomanto JuniorMarcelo Llnhar"Mirio MondlnoWanderley lIarl.Wilson FaleloV....oVaiO

MOBRenato A.Hr.doVacoVAIOVacoV....a

Airton Sando.,.1Aluizio ParaluaasuAntonio MoralaErnesto de Marco

Alberto HottmannArlindo Kun&lerEurico RibeiroFurtado Leiteaabr1el Herme.Humberto Be.rra

Arlo TheodoroDlu Mene.aEpltic:lo Cafetelr..Joaquim BevllacquaJoM Carlos TeixeiraOctaclllo Quelrll&

Al!clO CunhaAlTaro VaUeDarelllo Arre.Da,1 de AlmeidaPern..ndo GonçalTt.Geraldo Freire.1010 Cutelo

Presidente: Paullno Cicero deVaaconceUo. - ARDfA

Vice-Presidente: Raimundo Parente - ...--.Vice-Presidente: .lorp Ferras -- lIDa

Titulare.ARENA

Jutahy Malalha­Newton B..rrelraPriaco VianaUbaldo CorrtaVaiO

A~clo Cunh..Alacld Nune.Ant4nlo Ferrelr..aonu.... VaaconcelOlH~1I0 LevyHoriclo MatoaJoio Pedro

Ary Val..dloBenedito CaneUuCarlOll Alberto de

OIlTelr..Ferraz EcrejaFr..ncellno Perelr..Oastlo MUllerHuCO Napolelo

.) COMIlSAO Ii fIIULllAÇlO 'IWICIIUI TVMAIA 1i COlIJAS

REUNIOIlSQuarta. e qulntu-telru, .. 10:00 hOluLocal: Anexo II - Sala 1& - (Audlt4rio " ...

Ramos) - R. WSecretário: Walter GouTta Co.t..

t) COMISSAO DI MIe'S I 1N.11A

Alberto LaTln...Alvaro DluIsrael Dlu-NoTae..ler6nlmo Bantan..Nelaon Thlbau

Airton soare.Carloa CottaDlu MenezeaFrederico BrandloJoio ArrudaJoel Lima '

REUNIomQuart.. e Qulntas-reiru, .. 10:00 hor..Local: AnellO II- Bel.. , - Ramal _8ecretirlo: Luill ele Olinlra Pinto

:MOB

Ju..rez: BatistaMarcelo Medelro.Odemlr Purl..nPedro F..rtaPelsoto Filho

TIl1l1antl

ARENA

Turma 11Jorle Var,uJo~ AITe.Moacyr DaUaPinheiro MachadoRafael FaracoTemÚltocle. Te~elr.

MOBHlI~rtco OOnlra.la de Araújo .lorp.l~ MarI. de CarYalhoMacnus GlIlmarleeP ..ulo MarqutlVaco

lIa.,I.'"ARDfA

Norton MacedoNoaaer AlmeidaO"lan AraripePaulo FerrasRafael ParacoSUrio Ven~urolll

Temistocle. Telllelra

MDBJoio CunhaJolo Mene••Odacir Klel'!!Roberto Cll.rnlhoVAIO

lIa.,Ie.....ARI:KA

Mario JI'IlhoMelo FreireNelson MarchezanPedro CarolaPedro CollnRaimundo Dlnl.Wilson Brac_

AlTaro DiuAnt6nlo Moral.AfIIl..no DarioArlo TheodoroCelao BanoaDiu Mene.a

Airton soare.Alclr PImentaAn~une. de Oll'felnDaniel 811.,.Genl",,1 Tourinho

Aderbal JuremaAnt4nlo MarlllGome. d. SIITaHerbert LeyYH1detel Freitu.lalro Macalhl.e.Jutah, M......lhltlLulll Br..

UDBExpedito Z..noUILauro RodrtKUtIOIlTlr aabardoOctaclUo AlmeidaVa..oVaiO

RZUNIOm

Quartu-telru, ... 10:00 horuLocal: Anexo II ~ Sala' - Ramal ...Secretirla: Maria CIl!lIa Orrlco

Turma"Adriano ValenteAlron RIo.Carlos Alberto OllnlraDJmo PiresrranclllCo Bllac PintoHomero eantolJoio CuteloJorle Arba,e

Ant4nlo JosI!Athi' CouryEm..noel WalsmanEpltáclo CafeteiraGomea do Amaral

Alair FerreiraAnBellno RORAnt4nlo FlortncloArlindo KunzlerC..rlo. WllaonCelso CarTalhoJoIr Braa1lelroJ051u Leite

7) COMISSAO Ii '.'NÇAS

Aluizio ParAlUasauAntonio Carloa de

Ollnlr..A.maldo Lar..,.eueAIUiUo CamposDI•• Mene••Florim CoutinhoJos~ Bonlric:lo Neto

RZUNIOES

Quartu e quintu-felru, .. 10:00 hor..l.ocal: Anelto 11 - Sala Ii -,- Ram'" MI, ...

e 644 (Direto 226-8117

l!I.creu.rto: Ruy Omar Prudfnclo da 811••

Presidente: Ruy COdo - MDB

T_a"Vice-Presidente: Milton Stelnbruch - W>B

Turma 11Vice-Presidente: Jo~ Rlbamar Machado

- ARENA

TurmaB

Amaral FurlanAUlusto TrelnCarlo. WilsonHerbert Le.,yNorton MacedoViana NetoVala

MDBThalea RamalhoWalber Olllmarle.Walter Sll.,aVqoVacoVqo

MOB

Milton StelnbruchOt'rio CeccatoRur CMoBebUttlo RodrllUea Jr.Vinicius Cansançlo

MDBIAo Slmáe.Marcondes Oadelh.Rubem MedinaSantl1l1 SobrinhoSII.,lo Abreu Junior

Sapl.ntoAl'LENA

Fernando FaIURde.Neto

Humberto SoutoJanuirlo Fel~a

Paullno Cloero deVaaconceloa

Ricardo PIIIS&RoI~rlo ~o

UII.... Potlluar

hl'1lla "A. H. Cunha BuenoAmaral Nettou.ellno Roaaremando Oonçah'tIJ'_ HaddadMario Pilho

Aldo FagundellA.nt4nlo Carlo. de

Oll'felraHarry sauerLaerte Vieira

A.lron Rloa.lIberto HofrmannAlexandre MachadoAltalr Chapaeardoao de AlmeidaDJmo Plrea"arla uma

Presidente: R6mulo O ..ITlo -. ARDfAVice-Presidente: Manoel de Almeid.. - ARENAVie.-Presldente: JI'lIUelredo Correi.. - MDB

TI&1I1antIARENA

Jos~ de AsalILeur LomantoLYlla Le.... ButeleMacno BacelarMenandro MinahimSalTador ·Jullanelll

Antonio Ponte.ee.r Naaclmentoremando OamaGomei do AmaralJOfll UequedJ'uares Batlata

Prealdente: Joio Arruda - MDB

T_a"Vlce-Prea1dente: Oene"lno PoaIeca - MDB

TVlDallYlc.-Prealdente: 110 Lo"o - ARENA

TUalar..

ARENA

,A1.,aro ValleBrap RamOlD..relllo AyreeDuo Colmbr..Da,.1 de AlmeidaPleu RlbelroGer..ldo Freir.

PllUelreclo CorreiaJ'raDcl-=o 8~u4ar\

Humbeno Lucenaloqe Uequed1_ Bonltáclo NewRubem Dourado"qto MurtloaBrio Abreu 1r.

Page 59: CÂMARA DOS, DEPUTADOSimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD01NOV1978.pdf · 1 - ATA DA 146." SESSÃO DA 4.0. SESSÃO LEGISLATIVA DA 8.0. LEGISLATURA, EM 31 DE OUTUBRO DE 19'78. 1

Novembro de 1978 DIARIO DO CONGU8S0 NACIONAL (s.ti. I) Quarta-feira 1.° 10015

11) COMISSlO DI SAODI

11) COMISSAO DI llLAÇOU UTUIOIlIS

I') COMISSlO DIIlDAÇlO

MDBIturll'al Naaclman'.Juarez BatistaOctactllo AlmeidaOtl.vlo Ceceato

MDBTarclslo DelladoVaroV....oVacaVacoVaca

IIDBJoel F.errelraJOIté MauricioUo·Slmoe.Pedro Lucena

Suplen....ARENA

Nunes RochaRaul BernardoUb&ldo corriaVuco AmaroVicente VuoloVllmar Ponte.

Allpio CarvalhoH~1I0 Campoamuo LevyJoá<> ?edroJ()aquim GuerraJ 0Ité de Assa.Navarro Vie'ra

Antonio MotaFernando LyraFrancisco RochaH~1I0 de AlmeidaHenrique Eduardo

Alves

Presidente: Murllo Resende - .UUDU,Vlce-Preslllente: Alclde. J'ranclaeato - AAIDf.Vice-Presidente: Nabor JUnior - )(1).

Tl*ulaneARENA

Nunes LealRezende Ilont.lrlRuy BacelarSantos FilhoVuco Neto

Abel Á"ilaBento Gonçaln.Henrique PrettlHermes MacedoH:vdetel J'reltuLomanto Júnior

Adernar PereiraAntónlo Oomesl!:1cl,..1 CaladoFurtado LeiteGeralclo Bulhoe.Giola JúnIorHenrique Córdo,..Henrique Fanstone

Alolsto SantosArnaldo LatayetteJ'emando CunhaJ'rederlco BrandloJ'reltaa NobreJorre Moura

Au"'1I0 CampoaOamallel Oal"ioOenl,..1 TourinhoHenrique J'anstonePel:aoto FilhoRuy CMoSilvio de Abreu Júnior

REUNIOESQuartu e qulntu-felras..... 10:00 horuLoeal: Aneso II - Bala 15 -- Ramal "7Secretário: Nelson Oliveira de 80usa

Presidente: Wllmar l1a1lanhol - AJUIIf.Vice-Presidente: Luta Roch& - ARl:NAVlce-Prestdente: Aretlano Dario - KD.

TU.......ARJ!:NA

Nelson MarchezanNereu OuldlOctblo OermanoOsmar LeltloSiqueira CampoaVIlmar Ponte.Wilson BralaVaro

MDBJoelUmaJOSl! CoetaMárlo FrotaOctA"lo TornemaRosa Flore.Ruy Brito

I.pl.'"ARENA

Italo CooUJOIté HaddaclLYlla Leaaa Bu*­Murtlo Badarl!Nina RibeiroRezende Montllr.Santos Filho

15) COMISSlO DE TlAlALHO E LEIISUÇlOSOCIAL

RlCUNIOESQuartas-telr.... la 10:00 horasLocal: Aneao II - Sala 12 - Ramal ..secretário: H~llo AI,..II Ribeiro

I') COMISSAO DI TUNSPOITD

Adhemar OhlslÁI,..ro OauclencloBenedito CanelIuEduardo 01.111Ga.stão MüllerJacob CaroloJoio Alves

Alceu ColIaresAntonio AnnlbelllErasmo Martins PedroFernando Coelho

MDBJG de Araújo Jorl_Odemlr P'IIrlanSamuel RodrtlllMa

MOBPa",s de AndradeSebutllo Rodriluea Jr,~rrlo Murllo

8••'8Dt..ARENA

Mauro SampaioNunes LealMmulo 01.1,,1.0Vieira da Bn"a1'heobaldo Barbon

MDB

Leónidaa 8ampa1QPedro LucenaWalter de Cutro

S.plelltesARENA

Manoel No"...Salndor JuUaneWTheódulo AlbuquerqueVlncl Roaado .Vaco

António Ponte.Gamallel Gal"ioOsvaldo Buskel

Amaral FurlanCid FurtadoClaudlno SalesErnesto ValenteEurico RIbeiroManoel de AlIIlelda

Aldo FacundesAluizio ParaeuusuDias Meneze.Erasmo Martins Pedro

Presidente: Paul!) Studart --- ARENAVice-Presidente: Parente J'rota - AJU:KAVice-Presidente: P'1orlm Coutinho ~-- WDB

Tl*ulaneARENA

Januárlo Peitou.Odulfo Dornlnl'UM8yl"lo VenturolllVicente Vuolo

AlIplo CarulhoCfllo Marquei

!'ernandesH.Uo CampoIItalo CooU

REUNIOI'.SQuartas e qulntas-felraa, la 10:00 horaaLocal: Anello 11 ~ Sala II ~-- Ramala ... 8.'Secretária: Relllna MarIa Zanlolo de Car....lho

14) COMISSAO DI IUVICO POILKO

Presldente: Lauro ROdrlluea ..- MDBVice-Presidente: CeAr Naaclmento -- MnBVice-Presidente: Raul Bernardo - ARBNA

Tl*aa-ARENA

Adhemar de Barroe Oaslan ArarlpeFilho Pusoa Porto

AlfOStlnho Rodrlluell Paulo FerraaJ'rancellno Pereira 'lüHo VareuOeraldo Guede. Wanderley Marl.Jonas Carloa

MDBExpedito Zanóttt Mlnoru loIusudaJoel Ferreira Ney FerreiraJosé Carlos Telulra Ruy Uno

lIupl_t..ARENA

AfrWo Vieira Lima J'ranclaco RollembereAlacld Nunea Jona. CarlOllBento Gonçalves Joa. Rlbamar MachadoC~1I0 BorJa Newton BarreiraFlblo Marclllo 1'eot6nlo Neto

13) COMISSAO I. SI'UUNÇA NACIONAl

MnBAthl6 Coury Walmor de LucaJoaqulm Bnllacqua YUWlOrl KunlloMarcondes Oadelha VaiO

REUNIOl!8

Quartas e qulnt.u-felru, ... 10:00 hOl'uLocal: Aneao II - Sala 10 _. Ramal AISecretária: Iná Fernandes Co.ta

Abdon Oon~n..CarlOll CollaJalwn Barre~o

Adriano Valen~

Brap Ramlll!Henrique BritoJoio Al"esJoio DurvalJosé Alveil

Henrique FallllonaInoc~nclo Oll\·el>.Mau!"!) SampMoNavarro Vleh1lWilson P'alc',~

Una e SilvaNllIUelra de ResendlPedro C011lnRaimundo Dlnl.ROCérlo ~()Teot&nlo Net.oUbaldo Barfrn

MOB

Jairo BrumMac Do"el l:.elt,

de CutroOlivlr GabardoThales RamalhoUlysses Oulmarlel

Joio VarlaaJuvenclo DiasLeur LomantoMurllo Bada:róNorberto SChmldlPaulo SludlU·tPinheiro M ..:hadoWaldomlro Oonçall'el

MDB

Maenus GulmarlelPaes de AndradePedro FartaRoberto Canalho~relo Murt1l1Yasunorl Kunlllo

MDB

Henrique Cardoao

MDBAntónio BrellOltn

Supleate.ARENA

Theobaldo B,arboU

"demar PereiraAdubai JuremaArnaldo BusatoiJ10l!) Nomurarranclsco Rollemberc

Alberto Lavlna.Aldo FaeundesAntunes de OliveiraDaniel SllvaDia. MenezelJG de Araújo JoreeJoio Meneze.

Adalb",rto CamarloArto TheodoroBrlarldo TinocoCarlos aantcaCo~ta BarbosaP'ernando GamaFrancisco Studart

Antônio UenoBI&I FortesCid J'urtado,.arla LImaFlAvio MarcllloqUl'o NapoleloJoaquim Coutinho

A. H. Cunha BuenoAdhemar GhlslAlvaro GaudencloCleverson TeixeiraP'lexa RibeiroGeraldo OuedeaGeraon GamataHermes Macedo

Presidente: Marcelo Linhare•.~_. AJUCNAVlce-Pruldente: Jose Machado - ARENAVice-Presidente: Padre Nobre .- MIlB

TltulaneARENA

REUNIomQuartaa e qulntu-telraa, ~ 10:30 horuLocal: Anexo II - Sala I - Ramal I"eec:retArlo: Paulo J~ Maestrall

Alelr Pimenta

Presidente: Fabio Fonseca -- UDBVice-Presidente: Odernlr Furlan - MDBVice-Presidente: Ulisses paU.-uar - ARENA

Tllulal'eeARENA

Prel1dente: Alron Rios ._- ARENAVlce-PreaLden~e: J'urtado Leite ~_. A.RENA

Tlt1llaneARENA

01010 NornuraPrIICO Viana

Edgar Martins

Duo Coimbra

REUNIOES

Quintas-feiras. às 10:00 horasLocal; Anuo 11 - 81.11. 14 - Ramal enlIecretirlo: Jca~ Lyra Barro.o de Orteeal

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10016 Quarta-feira 1." DIAllIO DO CONGRKSSO NACIONAl. l,""i. I; Novembro de 1978

REUNIOESQuartu e quintas-feiras. u 10:30 horuLocal: Anexo II - Sala 5 - Ramal se.8eeretário: Carloa Brasil de Araújo

Benedito Canella~

.Jarmund Nuser

.Jué de Assis

Adalberto Cr.marruAntonio Carlo. de

OUwelraDlu Menese_Emeato de MarcoJairo Brum

KDBJoaé MandelllVário MoreiraOdacir KleinPedro LauroRuy C6do

J) COMISSAO aNCIAI. II IUIJIVOlVIMINTOIA 111110 Clll'no.oun

Presidente: Iturlul Nascimento KDBVice-Pre8Idente: Walter de Cutro --- MIJBVlee-Pr..ident~: Outlo Müller ARENA.

TttalareeARENA

Rezende MonteiroValdomiro Oonçaln•

•• COMISSAO n'KIAL DnTlNA1A A DA''AlICII AO "omo .... "4, DI "U,DO ,.. UKUTIYO, tuI 011'61 SOII'O C61110 elV..

.Presldente: Tancredo Nevea ..- )lOBVice-President~:Brirldo Tlnoco·- UDBVice-Presidente: lro Loaso·_·· ARENA

Relator-Geral: Joio Llnhares ._- ARENA

SlIplell&ea-

1) COMISSAO DA IACIA DO SIO PlANeIKO

COORDENA(IO DE COMISSOESTEMPORARIAS

COMISSOES ESPECIAIS1) COMISSAO DA AMAIOIIIA

MOB

Erumo Martllll PedreFernando CoelhoMário MoreiraOswaldo LimaTarclslo Delllado

MDBcelso BarrosMac Dowel Leite d.

CutroIsrael Dlu-Novae.

MDB.Iosil Bonifácio Nel,oLldovlno FantonRosa Flores

MOBAirton SoaresCello BarroaJoel FerreiraJosii CostaRubem DouradO

MOBAntonlo Ponte..101.0 Ollberto

SUpIeDt..

Suplen*

ARENACleveraon TeixeiraGeraldo GuedesRaymundo DinisVaro

ARENA

AntOnio MorimotoCid FurtadQHenrique CórdovaMarcelo LlnharesTheobaldo BarbosaVal'o

ARENAAdriano ValenteClaudlno S.UelVaroVago

ARENAEduardo GalllFernando Oonç.lvellOastio MUllerHugo NapoleioIgo LoasoValro

ARIlNAFrancllco RollemberrHenrique Brito

I) COMISSAO DPlCIAL DUTIIADA A ELA"lAÇA0 DI PlOJErOS DI UI SOIII IIDIV"SAO TDlnOlIAL I POUTICA DEMKlAFICl

Presidente: 8érrio Murilo .- MDBVice-Presidente: PelJ:oto Filho -- MDBVice-Prelldente: Santos Fllho- ARENA

Relator-Geral: Geraldo Freire··.. ARENA

Titulares

REUNIom

Local: An~xo II -- 8ala S-A- Ramal. 801 ...Secretario: AntOnio Fernando Borres Manaan

7) COMISSAO "'IClAl DESTINADA A DAIPAlICO AO PlOJErO N.· '33, DI 1975,DO PODO IXECUTIVO, tUI DISP61 SOIl'O COIIIO DI PlOCESSO PENAL

presidente: Siqueira C'm~ - ARENAVice-Presidente: Vicente Vuolo - ARENA

Relator-Geral: Henrique Cardoso - MDRRelator de Redlvi.são: JO de Araújo Jorge

MO.Sub-Relator de Rediv\do: Duo Coimbra ­

ARENARelator de Polltlca Demorri.flca: JoI.o AI,," _ ..

ARENASub-Relator de Polftlca Demorri.flca: An&onla

Carlos de Oliveira - MOB

Geraldo Bu1h6el Joaquim Beyllacqua

TI&~

REUNIOES

Local: Anexo 11 - Sala 8-B - Ramala 801e 6M

Secretária: Maria babei Azevedo

MDBJaison BarretoOdacir KleinVagoVaroVaro

MOBJuarez Bernardea

Sap&eDIftARENA

Ubaldo DarémVicente VuoloVaro

UDBVaroVaroVaro

MOBAluizio ParaluassuDias MeneusEloy LenzlErnesto de Marcl>

!lapl_t"

SuplenleeARENA

Menandro MlnablmPinheiro MachadoWanderley Muis

MDBJosii Carlos TeiseiraOCtaclllo QuelrOlD'

AntOnio Carlo.de Oliveira

Varo

Fernando CunhaGenervlno Fonlleca

Hélio LevyNunes RochaSiqueira Campos

ARENAAbel AvllaAnt~nlo UenoPedro ColllnVa.co Amaro

ARENAAdriano ValenteArlindo KunzlerHenrique CórdonHermes MacedoWllmar Dallanholv.,o

Presidente: CarleM Alberto Olll'elra-ARENAVlc:e-I'realdente: Ernesto Valente - ARENAVice-Presidente: Jarbas Vasconcelos - KDB

T1tll1areaARENA

Celso Carvalho Inodnclo OliveiraGeraldO Ouedes Jutahy Maralhles

MDBCelso BarreM Henrique EdUardo Aln.Oenlval Tourinho JfNIil Costa

REUNIOESQuartas-feiras. lU 10:00 horuLocal: Anexo 111 - Sala I-B - Com....

Especiais - Te!.: 2.-117111 --- Ramala '07/801Secretário: Alraaals N)'lander Brito

REUNIOmQulntaa-feiras. às 11:00 hora.Local: Anexo II - Sala 8-B -.. Ramal .$Secretário: Romualdo Fernandes Arnoldo

4) COMISSIO DI, DUINYOLYIMINTO DAIEIIlO SUL

Humberto SOutoJanuário FeltOl!aManoel de Almeids

51 COMISSAO DO POUIONO DAS SIW

Presidente: Alexandre Machado ARENAVlce-Presldenu.: Joio Va.rgu -' ARENAVice-Presidente: AntOnio Annlbelll MDB

Tltulana

Fernando CoelhoFernando LyraFtruelredo Correia

REUNIOESQulntu-telru.... 11:00 horasLocal: Anuo 11 - Sala 8-A

Telefone: 221-7_ (direto) e Ramal n.- ••Seeret'l'lo: Jrné saJomio Jacobina AlrH

MDBCotta BarbolaJosii Carlo. Telll:elnVinicius Call1ançlo

MDBRuy LlnoVaro

MOBNey FerreiraThales RamalhoVaroV.,oV.,o

RltUNIOES

MDBAntonio Pontel Jerônimo SantanaEplt.'clo Cafeteira Mário Frota

SIIP!M*ARENA

Siqueira CampollTemlstoclel Telll:elraUbaldo Correa

Presidente: Alacld Nunes· . ARENAVice-Presidente: Mario Filho .- ARENAVice-Presidente: Antunel de Oliveira _.. MDB

TU.I...ARENA

NOlser AlmeldlRafael Faraco

Edl,oll BonnaHA!1I0 CampoaRaimundo Parenu.

ARENA

Dento Oonçal"".GeraldO BulhõesNanoel NaneiKenandro MlnahlmRorilrlo Rero

Presidente: AntOnio Joail - MDBVice-PresIdente: Joail Costa - MDBVlce-Preildente: Joio Alves - ARENA

Tltll1ane

DirHora: Gilda Amora de Assis RepublicanoLocal: Anexo 11 ._- Ramal 7."

S•• d. Cem"'", E8pee....Cbefe: 8tella Prata da alln Lope.Local: Anexo 11- Sala 8-B .- Ramal '"

S•••• C.m...... I•••érlteChefe: Luts Ant~lllo de Sá Cordeiro da 811...Local: Anno 11 -- Ramal 812 _. '3-12H (Diretol

REUNIOESQuartu-felras. às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala l-A - Ramall 108/'1'

Direto: 226-98178ecretárla: Jacy da NoYa Amarante

Priaco VianaRicardo l'iuaa~ntu-teir...... 10:00 horullecretárla: Márcia de Andrade PereiraLocal: Anezo II - Sala S - Ramal .11 ••1.

.Joel FerreiraJúlio VI""lrosHabor Júnior

ARENA

Francisco Rollemberl.I.u LeitePUloa PÓrtoPaullno Cicero

de Vasconcellos

Gabriel HermesJu..enclo Dias

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Novembro de 1&78 DLtBIO DO CONGRESSO NACIONAL <se,ã. I) Quarta-feira 1.0 10011

........

COIUSSOES DI INQU'RITO1) COMIUIO PAlLAMlNTAI DI .....rro

IISTIIADA A IlAMIIAI I. srrul.(lO 10BlSIMO S••IOI NO IlASA.

81n.,.1 BoayentunTúllo Varru

8uplenteeARENA

lnoc~nclo OUnlnPinheiro I&chadIJErnesto Valente

UDaPedro LueeneCel80 BattoII

J4DB

Tarcla10 Dt1(adoWalter 81ln........

ARJ:NA ;

Henrique FanstoneHouer AlmeidaSiqueira Campos

MOB

Carloe CottaQamallel Q&I.,1o

Adernar PereiraH~o Ma.polel.o

UDaI"ernando Coelho l"1IUelre4o CorreIaHenrique Eduardo Alvu Octac:1Uo Quelrcla

CarlCNI WllaonA.nt6nlo Ferreira

Celao c.na1hoJoio DunalHumberto souto

Ne,. FerreiraArnaldo Laf.,.etteAnt6nID 1(0,..1a

Alclr PimentaArl\lano DarioA1'naldo Lata,.ette

5) COMISSIO POlAMBlTAI .1 .........ar..ADI. I. IUMIIAI I I.VI.LIAI aArUAÇAO DA SUPIIII1DIDINCIA DO ..SlNVDLVIMINTD DO NOIDDTI (S'-

(Requerimento n.- 1111'71 • CPI)Praao: 1'-'-71 a 1-12-71

PreI1dente: Ciaudlno 8&1. -- ARDAVlce·Preektente: PU80iI II6rlo - ARDA

Relator: GlD1.,a' Tourinho - unantul_A.RJ:NA

Reunlllet

Quartu-feiru. U 10:00 boneLocal: AnellO 11 - Plenirlo 4u CPI8Teletone: 50f (An.110 m)Beerett.r1&: ZulmlJ'a Pinto da. Lu

Aluudre MachadoFernando P'aCun4e•

Meto

...... '

Quarta. e Qulntal-tel,.... U 10 • I' honeLocal: Anexo II - PlenA.r!o du CPI.Telefone.: Ramal••12 (Anuo 11) ou 101 • "'

(Anuo IInsecretário: Mana.l A~ueto Campelo Keto

Antonio Gom••ArUndo Kun&1eraaatl.o Müller

Jl're4er1co BrandioRU,. Brito

VDBo.waldo LImaVlnte!ue C&DlUleh

IIDBJ,* MandelU........

.....AInodncio OltTlIraPedro CoJlnPinheiro Uachado

Carloe CottaFernando LJ1'aJoeé C.,.IOll Telulra.......Tere..-f.lru... 10:00 horuLocal ~ Anexo n ~ Plenirlo 4.. CJObTeletone: 501 (Anuo fi)8teretirla: Marta 4a Conceleio ~,..o

(Requerimento n.- 11'/1' - CI'I)Prazo: 27-'-78 a 4-12-78

Presidente: snvio Abreu Júnior - MO.Vlce·Pretl4ent.: AntOnio 1I0la - MD1I

Relator: Vuc:o Heto - A.JUI:K.l

TI~

AlU!:KAMunte LealOdulto Domlnau..

.1oel LImaJo16 Coeta

Ar11n40 Xun&1erCI• .,erlOn Teixeira1:1e1.,.i Cala40

Ant6nlo Plo"'ncloHenrique PreUIHup Mapol.1o

A.lrton 8aD40yalAlclr PimentaJ:manoel W~u ........Tereu. Quanu. QuiDUlI-r.1raI." 11:H à...Loeal: Anuo li - PleDú10 du CPI8Telefone: 221..... - a. .12 ou D.·•••8ecr.\6r1a: L1a de Uma:soqee

MDBRubem Ktdtna

<Requerimento n.o 136/78)

Pruo: 11-.··11 a 1-12-71

Preaidente: Jorre Arbare - ARJ.:KAVice-Presidente: Ruy BacelJar - ARENA

Relator: Alceu CoUarea - MOB

I) COMISIAO POLAMENTAI DI ...rroDUTlfADI. I. I.PUIAI O APIOYUrAMIJITODI COMIUITlVEIS NAO .RIVAlOS DI ,1­ntuo

.........ABJ:NA.

Aitlludre Mach&4111 Ant6nlo 0-..Ailpl0 C.,..alho !co X-An~Onlo Ferreira Varo

MDBl"rederico BnDCIIoPedro Lauro

4) COMISSIO PAILAMENTAI DI ..._rroDESTIlADA A"VlSTIIAI O VALOI DO I".JUSrAMINTo SAUlIAL DOS TUIAUIADO­lU I I. ISTlUTUIA SIIDICAL IlAIU.1.

MDIIAnt6nlo Br'IeOIbi,JerOnlmo 8aD~Mabor JIiDi...Pedro Lucena"Isoto JI'IlboRU1 C6clo

llDBRu, C6do

IlotDBSn.,lo 4. A.brtll JI\nlOfW&lter 811n.

.11.....ARIlNA

SnY10 VenlurolltVaio

Solo QUbertolo,... Uoura

~i6nlo Moral.-.se.,. UarUn.OllY1r Qabardo

(Requerlmenio n.- llJO/TT - CPf)Prazo: 15-3-78'& 5-12-78

Preal4ente: OClac:OIo Almeida - lIJ>Jt"oe-Prelhtentt: J'ernando Coelho ~ KDJI

Relator: Joio Pedro - ARIINA

TU.....ARENA

Da,I d. AlmeidaMUlo Uondtno

Amaral J'urlanKanoel 4e AlmeidaM_r Almeida

Adriano ValenteDarcUlo AJJ'"Duo Coimbra

RJ:1JMJOIBTer;u-felr..... 10:00 boneLocal: Anuo II - Plenirlo 4u CP1.Telefone: 487 (Aneao UI)IIecrett.rla: Luc, 8tumpf A.,.. 4e 1!IlI_

t) eOMISSIO "RLAMENTAI DI .....rroDOrlfADA A APUIAI DINONelAS I. IIS­PErrO DE OeOllINCIAS DE UPICULAÇlO1M011.1A11A NOS IlANDa aNHOI UI·IANOS

ReaoluCio n." 112/T1Pruo: ....,. a 11-10-'11

PreaJ4ent..: JOtIClulm BnUaequ."~ KmlYle...PreaJ4tnt.: Arlo Theoooro ~ IIJ)B

Relator: L1Ila LeMa BNWtI~,"'A"la&or-8ubetltuto: JOI,. Brullelro - ,íAIIIf.A

Taww..uu:N'A

&Utuo Va1entl lloaeJl' IMUaDudUo Ap.. Biqueira C...,.

ARJCKAOMtIo Müller.'UoCam~

HlIDlberto Sou\clllorce A1'bqeLyI1a LeIA SMtoe"ouer Almeida.Raimundo Par.nl.

MUNlOIBTe~felru... 10:00 borux.oe.l: ADeU n - 8ala I-A - Raaa1 _Becre\6r1o: Antonio Dtanlllau Oomell

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INla Q8arta-felra L" DfABlO DO CONGRESSO NACIONAL (S~ ()

olARID DO CONGRESSO NACIONAL

PREÇO DE ASSINATURA

SeçAo I (Camar8 doa Deputados)

Novembro de 1978

Via-Superfície:

Semestre Cr$ 200,00

Ano Cr$ 400,00

Exemplar avulso Cr$ 1,00

Via-Aérea:

Semestre .. Cr$ 400,00

Ano .. . . . .. Cr$ 800,00

Exemplar avulso ... . . .. Cr$ 2,00

Seçlo 11 ('enado Fedaral)

Via-Superfície:

Semestre Cr$ 200,00

Ano . . . . . . . . .. Cr$ 400,00

Exemplar avulso .. . . . .. Cr$ 1,00

Via-Aérea:

Semestre Cr$ 400,00

Ano .. . . . .. Cr$ 800,00

Exemplar avulso ... . . .. Cr$ 2,00

Os pedidos devem ser acompanhados de Cheque Visado, Vale Postal,pagáveis em Brasília ou Ordem de Pagam ento pelo Banco do BrasiL S .A.Agência Parlamento, Conta-Corrente n9 498705/5, a favor do:

CENTRO GRAFICO DO SENADO FEDERAL

Praça dos Três Poderes - Caixa Postal 1 .203 - Brasília ~ DF

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DIA&IO DO OOIlG&J:SlIO llIaeJ01U1. (~ (I

PROCESSO LEGISLATIVOConceito, iniCiativa e tramitação

das normas legais de diversas hl'erarqulas, de acordo com os

preceitos constitucionaiS e regimentais

2~ EDiÇÃO JUNHO DE 19'76

Preço: Cr$ 15,00

À VENDA NO SENADO FEDERAL, SUBSECRETARIA DE EDiÇÕES TtCNICAS (Anexo I)

Q1Iarta-f"" 1.- 10011

Os pedidos de publicaçlo deveria ser dirigidos à

SUBSECRETARIA DE EDIÇOES TI:CNICAS DO SENADO FEDERAL- BRASluA - DF -70160

acompanhados de cheque nominal. visado. pagável em Brasllia e emitido a favor do

CENTRO GRAFICO DO SENADO FEDERAL.

ou pelo sistema de Reembolso Postal.

CONSTITUICÃO FEDERAL E•

CONSTITUICÕES ESTADUAIS•

Textos vigentes da Constituição Federal e das Constituições

de todos os Estados da Federação brasileira

íNDICE TEMÁTICO E NOTAS

2~ EDiÇÃO REVISTA E ATUALIZADA 1977

2 tomos

Preço: Cr$ 150,00

À VENDA NO SENADO FEDERAL, SUBSECRETARIA DE EDiÇÕES TtCNICAS (Anexo \)

Os pedidos de publicaçAo deverAo ser dirigidos il

SUBSECRETARIA DE EDIÇOES TÉCNICAS DO SENADO FEDERAL- BRASluA- DF -70160

acompanhados de cheque nominal. visado. pagéval em Brasllia e emitido a favor do

CENTRO GRAFICO DO SENADO FEDERAL.

ou pelo sistema de Reembolso Postal.

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EDIÇÃO DE HOJE: 64 PAGINAS

Üf'.utrn Gralieo do senado reGeral

Caixa Postal 1.203

Bnaill&·- O,.

PREÇO DESTE EXEMPLAR Cr$ 1.00