urinálise

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Aula prática lecionada no Laboratório de Graduação em Bioquímica (LGBioq) da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

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MONITORIABIOQUIMICA

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UrináliseUniversidade Federal do Maranhão

Introdução

Os caractereses gerais da urina são:

Volume enviado, volume de 24 horas ou volume de 12 horas, densidade específica, reação, cor, depósito e cheiro.

Volume Enviado

Não há necessidade de a urina ser colhida em frasco estéril.

O volume enviado deve ser de toda a primeira micção da manhã.

O volume é dependente da dieta do paciente.

Volume de 24 HorasColhida de forma que na manhã do dia anterior ao envio de urina ao laboratório, despreza-se a urina de primeira micção, colhendo-se toda a urina das micções posteriores durante o dia e as noturnas de antes de o paciente deitar-se.

No dia de envio ao laboratório, a urina da primeira micção deve ser colhida em frasco separado.

Volume de 24 Horas

Na urina de 24 horas determinam-se:

O volume, a densidade e as pesquisas.

Na urina de primeira micção determina-se:

Sedimentoscopia.

Volume de 12 Horas

Colhida de forma que se despreza a urina das 7PM do dia anterior ao envio de urina ao laboratório, recolhendo-se todas as demais amostras até a hora de o paciente deitar-se.

No dia de envio ao laboratório, a urina da primeira micção deve ser colhida em frasco separado por volta das 7AM.

Volume de 12 Horas

Na urina de 12 horas determinam-se provas de depuração (clearance) para:

Ureia e creatinina.

Volume EsperadoApesar de o volume ser dependente da dieta do paciente, espera-se os seguintes valores para urina de 24 horas:

Adulto normal 1200-1800mL

Crianças de 6-12 anos de idade600-900mL

(metade do valor de referência para adulto normal)

Crianças de 1-4 anos de idade300-450mL

(¼ do valor de referência para adutlo normal)

Volumes AnormaisA poliúria (aumento de volume urinário), oligúria (diminuição de volume urinário) e anúria (dimuição drástica ou depleção de volume urinário) estão associadas a:

Poliúria(>2500mL por dia)

Diabetes mellitus, diabetes insipidus, uremia, nefrite crônica etc.

Oligúria(<400mL por dia)

Nefrite aguda, atrofia tubular renal, diarreia, vômitos, doenças cardiorrespiratórias etc.

Anúria(<45mL por dia)

Nefroses, obstruções mecânicas do trato urinário etc.

Densidade EspecíficaA densidade específica ou gravidade espcífica é medida com auxílio do urodensímetro, a densidade normal da urina humana fica entre 1010 e 1030.

Um urodensímetro está calibrado para uma determinada temperatura; em caso de não correspondência, adicionar/subtrair uma unidade ao valor de densidade obtido para cada intervalo de 3ºC acima/abaixo da temperatura para que o urodensímetro está calibrado.

Densidade Específica

Exemplo deurodensímetro

de vidro

Densidade EspecíficaValores anormais de densidade estão associados ao aumento da osmolaridade para valores acima do normal, e diminuição da osmolaridade para valores abaixo do normal:

Densidade aumentada(>1010-1030)

Diabetes mellitus, casos de desidratação, oligúria etc.

Densidade diminuída(<1010-1030)

Diabetes insipidus e ingestão de grandes quantidades de líquidos

ReaçãoA reação normal da urina é ácida.

A medida deve ser feita poucas horas após a micção para evitar a alcalinização pela ação bacteriana por decomposição da ureia e produção de amônia.

Averiguar se a dieta do paciente é normal, pois algumas dietas desencadeiam uma maré alcalina.

ReaçãoA reação pode ser medida papel azul de tornassol ou por tiras reativas.

Paple detornassol

azul

Paple detornassolvermelho

Tirasreativas

CorA cor normal da urina é amarelo, seja amarelo claro ou amarelo escuro.

Apesar de a cor, tal qual o volume, ser dependente da dieta do paciente, as seguintes cores são indicadores patológicos:

Âmbar Icterícias parenquimatosas

Avermelhado Hematúrias

Esverdeado Uso de determinados medicamentos

DepósitosEm geral os depósitos estão ausentes na urina recente.

As causas mais recorrentes são:

Resfriamento de urina e precipitação de urato, de forma que o aquecimento da urina dissolve os precipitados de urato.

A presença dos fosfastos em urinas alcalinas.

CheiroA urina apresenta odor sui generis, isto é, a urina apresenta odor característico.

Tal qual cor e volume, o odor da urina pode sofrer grandes variações pelo pela dieta e pelo uso de medicamentos.

O odor pútrido indica decomposição da urina.

Tira ReagenteO uso de tiras reagentes é capaz da determinação de concentrações de:

Bilirrubina, cetonas, densidade específica, glicose, leucócitos, nitrito, proteínas diversas, hemoglobina e urobilinogênio.

As tiras reagentes também são capazes da determinação do pH.

Tira ReagenteCada tira reagente é composta de:

Um suporte plástico para apoio e identificação; e de

Áreas impregnadas com reagentes químicos.

Após a urina ser devidamente coletada, trnasferir alíquota suficiente para submersão de tira reagente em proveta graduada, permanecendo por 120s.

Tira ReagenteUma vez transcorridos os 120s, comparar com a escala padrão presente no rótulo do embalagem contenedora da tira reagente.

Tira ReagenteDensidade

específica (60s)

pH (60s)

Leucócitos (60-120s)

Hemoglobina (60s)

Nitrito (60s)

Cetonas (60s)

Bilirrubina (60s)

Urobilinogênio (60s)Proteínas

diversas (60s)Glicose (60s)

Expressão de ResultadosPara expressar os resultados obtidos pelas áreas impregnadas usa-se:

Negativo, traços e positivo;

O positivo tem maior ou menor concentração indicada por +, + +, + + + e + + + +.

Atentar-se a observações escritas na bula de cada produto e de responsabilidade de seus fabricantes.

Para Combur10 Test® UX, da Roche, tem-se:

Expressão de Resultados

Bilirrubina

Negativo

BilirrubinaPositivo (+)

BilirrubinaPositivo (+ +)

Bilirrubina

Positivo (+ + +)

Cetona

Negativo

CetonaPositivo (+)

CetonaPositivo (+ +)

Cetona

Positivo (+ + +)

Para Combur10 Test® UX, da Roche, tem-se:

Expressão de Resultados

Densidade 1-1,03

Glicose

Negativo

Glicose

Positivo (+) - 50mg/dL

Glicose Positivo (+ +) - 100mg/dLGlicose

Positivo (+ + +) - 300mg/dL

Glicose

Positivo (+ + + +) - 1.000mg/dL

Para Combur10 Test® UX, da Roche, tem-se:

Expressão de Resultados

Hemoglobina

Negativo

HemoglobinaPositivo (+) - 5-10 eritrócitos/µL

Hemoglobina Positivo (+ +) - 25 eritrócitos/µLHemoglobinaPositivo (+ + +) - 50 eritrócitos/µL

Hemoglobina

Positivo (+ + + +) - 250 eritrócitos/µL

Leucócitos

Negativo

LeucócitosPositivo (+) - 10-25 leucócitos/µL

LeucócitosPositivo (+ +) - 75 leucócitos/µL

Leucócitos

Positivo (+ + +) - 500 leucócitos/µLNitrito Negativo/positivo

Para Combur10 Test® UX, da Roche, tem-se:

Expressão de Resultados

pH 5-9

Proteínasgerais

NegativoProteínas

geraisPositivo (+) - 30mg/dLProteínas

gerais Positivo (+ +) - 100mg/dLProteínas

gerais

Positivo (+ + +) - 500mg/dL

Urobilinogênio

Normal

UrobilinogênioPositivo (+) - 1mg/dL

Urobilinogênio Positivo (+ +) - 4mg/dLUrobilinogênioPositivo (+ + +) - 8mg/dL

Urobilinogênio

Positivo (+ + + +) - 12mg/dL

Exame Microscópio da Urina

Caso as tiras reagentes apontem positividade para hemoglobina e leucócitos é necessária a submissão de parte da amostra da urina a um exame microscópico para melhor análise.

Deve-se idenficar e quantificar os elementos insolúveis na urina.

Reação de BenedictA reação com reagente de Benedict serve para a identificação de açúcares redutores, dos quais a glicose é mais comum na urina, na forma de glicosúria.

Reagente de Benedict: 17,3g de citrato de sódio + 10g de carbonato de cálcio dissolvidos em 60mL de água quente, adicionados de 1,73g de sulfato de cobre dissolvido em 10mL de H2O

❖ Fundamento teórico: os carboidratos que possuem carbono anômero livre são capazes de reduzir íons de Cu2+, Ag e Bi2+. A redução de Cu2+ é obtida em meio alcalino, a quente.

Reação de Benedict

2mL de ácidonítrico

3mL de urinafiltrada

Banho termostáticopor cerca de 5min

Reação de Benedict

No reagente de Benedict encontra-se em equilíbrio o sal complexo de cuprocitrato de sódio com hidróxido cúprico, de forma que a adição de açúcares redutores e as ações de álcali e calor levam à formação de fragmentos parcialmente oxidáveis. Em uma primeira fase, há a redução de hidróxido cúprico (azul) a hidróxido cuproso (amarelo). Em uma segunda fase, continuada pela ação do calor, o hidróxido cuproso desidrata e forma óxido cuproso (vermelho).

Não há mudança de cor (permanece azul) Negativo

Verde-azulado ou verde Traços

Verde (qualquer tom) com precipitado amarelo +

Castanho ou marrom + +

Vermelho-tijolo + + +

Reação de Heller

A reação de Heller serve para a identificação de proteínas na urina ou proteinúria - a mais comum proteína passível de estar na urina é a ovalbumina.

Ácido nítrico

❖ Fundamento teórico: o ácido nítrico é um bom fornecedor de ânions, de forma que suas interações com proteínas na urina provocam a formação de um sal onde essas proteínas da urina atuam como cátions.

Reação de Heller

❖ O ácido nítrico deve ser lentamente colocado no fundo do tubo de ensaio, de forma que a urina filtrada e o ácido nítrico não se misturem.

2mL de ácidonítrico

3mL de urinafiltrada

Reação de Heller

A formação nativa de uma proteínas é estável apenas numa faixa estreita de valores de pH, uma vez que em determinados valores de pH onde há excesso de cargas positivas, as repulsões coulombianas correspondentes concorrem para desestabilizar a estrutura compacta da proteína. Assim, na reação de Heller, a partir de tratamento com ácido nítrico, induz-se alteração na carga líquida de proteínas e consequente precipitação, onde o ácido nítrico atua como fornecedor de ânions e as proteínas atuam como fornecedor de cátion.

Não há formação de anel branco entre a urina filtrada e o ácido nítrico

Negativo

Há a formação de anel branco entre a urina filtrada e o ácido nítrico

Positivo

A reação de ácido sulfossalicílico serve para a identificação de proteínas na urina ou proteinúria - a mais comum proteína passível de estar na urina é a ovalbumina.

❖ Fundamento teórico: o ácido sulfossalicílico é um bom fornecedor de ânions, de forma que suas interações com proteínas na urina provocam a formação de um sal onde essas proteínas da urina atuam como cátions.

Reação do Ácido Sulfossalicílico

Reação do Ácido Sulfossalicílico

5 gotas de solução de ácido

sulfossalicílico

5mL de urinafiltrada

Reação do Ácido Sulfossalicílico

Não há turvação ou precipitação Negativo

Há turvação ou precipitação Positivo

A formação nativa de uma proteínas é estável apenas numa faixa estreita de valores de pH, uma vez que em determinados valores de pH onde há excesso de cargas positivas, as repulsões coulombianas correspondentes concorrem para desestabilizar a estrutura compacta da proteína. Assim, na reação do ácido sulfossalicílico, a partir de tratamento com ácido sulfossalicílico, induz-se alteração na carga líquida de proteínas e consequente precipitação, onde o ácido sufossalicílico atua como fornecedor de ânions e as proteínas atuam como fornecedor de cátion.

Os corpos cetônicos mais comuns são:

Ácido acetoacético;

Acetona (dimetilcetona); e

Ácido β-hidroxibutírico.

Corpos Cetônicos

Descarboxilação

Redução

Corpos CetônicosA determinação de corpos cetônicos na urina ou cetonúria pode ser feita de várias formas:

Pelo reagente de Rothera;

Pelo teste de Lange; e

Pelo reagente de Imbert, cujo protocolo é aqui exemplificado.

A reação com reagente de Imbert serve para a identificação corpos cetônicos na urina ou cetonúra - o mais comum corpo cetônico passível de estar na urina é a acetona (dimetilcetona).

Nitroprussiato de sódio

Ácido acético glacial

❖ Fundamento teórico: nitroprussiato de sódio fornecido pelo reagente de Imbert reage com a acetona, formando composto colorido.

Reação com Reagentede Imbert

Reação com Reagentede Imbert

5mL de urinafiltrada

1mL de reagentede Imbert

Agitar

2mL de hidróxidode amônio

❖ Ao colocar o hidróxido de amônio, cuidar para que ele escorra lentamente pela parede do tubo.

Em meio alcalino e com ácido acético glacial, o nitroprussiato de sódio fornecido pelo reagente de Imbert reage com a acetona, formando composto colorido.

Não há formação de anel roxo entre a urina filtrada e o ácido nítrico

Negativo

Há a formação de anel roxo entre a urina filtrada e o ácido nítrico

Positivo

Reação com Reagentede Imbert

ReferênciasHIRANO, ZMB et al. Bioquímica - Manual Prático. 1 ed. Blumenau: Edifurb, 2008.

DOS SANTOS, APSA et al. Bioquímica Prática. Disponível em: <http://www.repositorio.ufma.br:8080/jspui/handle/1/445>. Acesso em: 3 set 2013.

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