revista arte decor - 1ª edição
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LUIZ HUMBERTO - A ARTE DE INTERPRETAR
AMBIENTES CASA COR BAHIA2014
CASA FOA 2014 - BUENOS AIRES
O ESTILO DE CATIA BACELLAR
arteDECOREdição 01 | Dezembro 2014
Estilo Moderno de Cozinhas!
4 ARTEDECOR - www.artedecor.com.br
31 14
SUMÁRIO
06 A Arte de Interpretar – Luiz Humberto Carvalho
08 Brasileira de Coração – Ximena Dell Pilar
10 Papel de Parede Moderno
13 Homenagem - Sizininha Simões e Sérgio Rodrigues
14 Nágila Andrade – Um Caso de Amor pela EBADE
16 Estilo Moderno de Cozinha
23 Casa FOA 2014 – Buenos Aires
24 O Segredo de uma Cozinha
26 O Estilo de Catia Bacellar
28 Charme de Cozinha
31 Ambientes Casa Cor Bahia 2014
40 Design Ética Técnicas
43 Meias Palavras sobre Jardinagem
44 Profissionais
51 Gastronomia – Tipicamente Portuguesa
52 Tendência – Fique Antenado
54 A Arte da Pintura
56 Inauguração Criare
DEZEMBRO 2014
26 06ARQUITETURA, DESIGN E DECORAÇÃO
5ARTEDECOR - www.artedecor.com.br
É com grande prazer e satisfação que concretizamos a primeira edição da “Revista Artedecor”. Nós procura-mos engrandecer esse projeto com a produção de textos desenvolvidos por profissionais nas áreas de decoração e arquitetura, como também abrir espa-ços para publicações e divulgação no
segmento de moda, paisagismo e gastronomia.Todos os textos publicados nesta primeira edição da revis-ta foram submetidos à análise crítica do corpo editorial, que consta de cinco profissionais da área de jornalismo, design e áreas correlatas. A construção do projeto da Revista Artedecor, passou por diversas etapas até a sua conclusão. No decorrer do pro-cesso os responsáveis pela revista, tiveram a humildade de ouvir a opinião de diversos profissionais até o resul-tado final. Um dos grandes aprendizados que absorvemos nessa elaboração foi à ética, humildade e o amor pela profissão, pelo que se faz.Finalizamos agradecendo a Deus, a Terenzo Design, aos profissionais e a ABD, Associação Baiana de Decoração, em especial a diretora Catia Bacellar pela contribuição com sugestões, ideias, indicações e textos para concretização desse projeto.
Arnaldo Almeida Filho
• Projeto Gráfico e Diagramação • JV Design e Comunicação Visual
• Editor Chefe • Núbia Passos
• Corpo Editorial • Arnaldo Almeida, Jéssica Mendes, Milena de Oliveira Ribeiro, Núbia Passos e Rosânia Maxixe
• Fotografia • Roberto Cunha
• Revisão • Anna Maria Vasconcelos de Paula
• Impressão • Halley S/A Gráfica e Edi-tora
• Colaboraram nesta edição •
Ana Lúcia Almeida, Bianca Borges, Catia Bacellar, Cris Ávila Camerino, Decarla Senna, Fabiana Lessa, Isadora Alencar, Jefi Zavarize, Luiz Humberto, Luzia Vitório, Manuela Embiruçú, Marcelo de Oliveira, Mariana Pedrão, Marister Manfroi, Marizete Vieira, Nágila Andrade, Rosânia Maxixe, Paulo Jorge Mendes, Simone Drouillard, Tatiane Rodrigues, Ximena Del Pilar.
Rua Euvaldo Santos Leite, nº 256Loja 2, Centro, Lauro de Freitas, CEP 42700-000
Tels. +55 71 3508-0148 +55 71 9100-2553 +55 71 9600-0783
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expediente ARTEDECOR
Diretor
A maior vitória numa competição é derivada da satisfação interna de saber que você fez o seu melhor, e que obteve o máximo daquilo que você deu.
6 ARTEDECOR - www.artedecor.com.br
A ARTE DE INTERPRETAR COM SIMPLICIDADE E ORIGINALIDADE
ARQUITETURA
POR: MILENA RIBEIRO
As primeiras residências surgiram na
Antiguidade, no Oriente Médio e na Ásia
Central. Naquele momento, a arquite-
tura, ainda rudimentar, era à base de
construções com lama, argila e madeira.
O primeiro arquiteto da história, Imhotep,
300 a.C, foi o responsável pela construção
da primeira pirâmide do Egito. A partir
desse momento cronológico, a arquitetura
começou a criar sua identidade e, tempos
depois, fixou a forma geométrica impe-
trada nas imponentes estruturas gregas.
Séculos se passaram até o aparecimento
da arquitetura pós-moderna que daria
origem à então conhecida como “arquite-
tura do futuro”. Do passado, algumas
características permaneceram, ou, sim-
plesmente, foram readaptadas, como a
formatação atual do “Museu do Louvre”,
na Europa, por exemplo, que foi inspirado,
nas citadas pirâmides.
O advento da universalização, a troca de
hábitos culturais e a adaptação de fatores
estrangeiros, bem como a evolução da
tecnologia nas últimas décadas propi-
ciaram um novo alcance do conceito de
arquitetura.
Atualmente, assim como o setor de ves-
tuário, as residências estão cada vez mais
modernas e arrojadas à moda do cliente.
E não somente relacionadas ao perfil
histórico de um determinado país, como
as próprias pirâmides são para o Egito.
No Brasil, nos primórdios do século
passado, as casas e os apartamentos
tinham um desenho mais comum e nada
versátil. Chamados de “caixa de fósforo”,
por serem quadrados e sem mais recortes
ou sem muitas divisões, as dependências
eram montadas de acordo com a “deter-
minação natural” de onde o sol nascia,
por exemplo. Internamente, os móveis e
decorações, eram praticamente fixos e
diretamente ligados aos cômodos, como
uma mesa de jantar na cozinha.
Somente no século XXI, mais precisa-
mente nos últimos 10 anos, o perfil práti-
co e versátil do consumidor imobiliário
fez o mercado se reconfigurar. Hoje, as
plantas - menores e menos subdivididas
– atendem à exigência e à praticidade
desse novo consumidor.
A partir de 2010, é possível perceber
um hiato no tempo. Os cômodos agora
são vistos e desenhados como áreas de
interação e não mais individualizados. A
modernização passa pelos quartos, que
se integram entre si através de uma única
porta ou parede invisível, salas que agre-
gam áreas e móveis sociais e, até mesmo
a cozinha, apesar de ser atualmente o
espaço que mais diminuiu, tem sido um
dos principais alvos da decoração.
Na onda da arte de “descombinar”, ter
uma cozinha aconchegante é ter o menor
número de aglomerados e o maior
número de cores possíveis. A área, que
antes era tida como estritamente reser-
vada a empregados domésticos, hoje
valorizou-se e tornou-se um espaço
muito peculiar. Chique mesmo é o pro-
prietário preparar seus próprios pratos
num ambiente agradável, antes de levá-
los à mesa. Nesse contexto, a evolução
desse ambiente passou por um cometa
de adaptações. Antes chamada de cozinha
americana, pelo modelo importado como
sala e cozinha divididos apenas por uma
estrutura de prateleiras, os grandes pro-
jetores de ambientes, apontam a cozinha
gourmet como o diferencial de quase 70
% dos lares.
Há mais de 40 anos no mercado, o
arquiteto e também artista plástico
Luiz Humberto Carvalho, proprietário da
empresa LHC Arquitetura e Designer, em
Salvador, explica o fenômeno: “
7ARTEDECOR - www.artedecor.com.br
A Arquitetura deixou de ser arte para ser
consumo de moda. As pessoas atrelam
isso a uma expressão de que eu não gosto,
que é a tendência”, desconstrói.
Luiz Humberto garante que entende essa
mobilização pela praticidade, mas con-
dena a americanização da arquitetura:
“A cozinha é simplesmente uma cozinha.
É possível se pensar em elaborar um
local aconchegante para se preparar as
melhores comidas. É importante lembrar
que a moda é atemporal, mas ainda assim
é possível manter a identidade do pro-
prietário em seus espaços particulares.”,
acrescenta.
O arquiteto alerta aos novos consumi-
dores de imóveis que é necessária uma
avaliação do profissional da área antes
da contratação. “Muitas vezes, o cliente vê
um exemplo de construção na televisão
e quer fazer o mesmo em sua própria
casa e, por isso, a qualquer custo, escolhe
uma pessoa sem experiência na área, que
realiza o pedido, sem mesmo encaminhar
o melhor projeto que se adeque ao perfil
do contratante.”
Com muitos trabalhos pelo exterior e
grandes construções na capital baiana,
Luiz Humberto dá a dica para quem pre-
tende decorar uma moradia e também
para os profissionais da área: “Já que
estamos falando do cômodo que mais
se modernizou com o passar do tempo,
vamos pensar a arquitetura como um
prato de comida: Se é para fazer, que
seja bem feito, com filé mignon ou chupa
molho”.
Tanta tecnologia que mexe com a cabeça
do consumidor imobiliário só se tor-
nou possível a partir da inserção de
um equipamento: o condicionador de ar.
Luiz Humberto lembra que existem dois
momentos, um antes e um depois do
aparelho. O condicionador de ar propor-
cionou uma adaptação da arquitetura, de
forma independentemente de estações,
por exemplo. Isso porque as pessoas não
mobíliam mais as suas moradias pen-
sando em posicionar cômodos a favor
da climatização. E esse é outro fator de
influência nas mudanças promovidas pela
Arquitetura: o clima.
Cidade tipicamente quente, Salvador tem
uma arquitetura única, não somente nas
cozinhas que precisam ser mais arejadas,
como na manutenção dos próprios espa-
ços públicos. Mas o Luiz Humberto faz
uma pausa para lembrar como a cidade
parou no tempo e anda na contramão
da modernização: “as últimas referências
da arquitetura da capital, de fato repre-
sentativas, são a Casa do Comércio e o
Centro Administrativo da Bahia, construí-
dos ainda nos anos 80”.
Para quem está lendo essa matéria, o
arquiteto manda um recado muito impor-
tante: “Não comece a se desesperar e que-
rer desconstruir tudo. Tudo se reaproveita
na arquitetura, nada se joga fora”.
Luiz Humberto define a arte com a qual
se consolidou no mercado como a lei dos
espaços. Para ele, a sensação da área é o
profissional que dá, e a arquitetura é a
arte de interpretar espaços de acordo com
cada cliente.
Questionado sobre dicas para uma boa
moradia e modernização de cozinha, o
artista dos lares não pensou duas vezes e
garantiu que, nos últimos cinco anos, indi-
cou um advento prático, que é o triturador
para reduzir o lixo orgânico. No entanto,
para ele, morar com modernidade inde-
pende de um fator único como a decora-
ção ou apenas objetos, e sim do equilíbrio
entre localização e orientação, além do
acesso facilitado.
8 ARTEDECOR - www.artedecor.com.br
“Todo arquiteto é um psicólogo”, é assim
que a arquiteta chilena, Ximena del Pilar,
define a profissão que escolheu desde cri-
ança. Se Ximena é chilena de nascimento,
é brasileira e baiana de coração. Isso
porque, quando ainda tinha nove anos,
seu pai, tecnólogo em Petróleo, resolveu ir
para São Paulo junto com toda a família, a
trabalho. Depois de mais 10 anos, a famí-
lia toda migrou para Salvador, na Bahia. E
foi com o seu pai, arquiteto não de forma-
ção, mas de coração, que ela começou a
se apaixonar por arquitetura e decoração.
Formada em Arquitetura e Urbanismo pela
Universidade Federal da Bahia há mais de
vinte anos, Ximena conta que começou a
rabiscar os primeiros traços ainda criança,
enquanto via seu pai trabalhando. E hoje
afirma que não consegue se ver atuando
em outra área.
Ximena, que atualmente atua em home
office, é também arquiteta da Fundação
José Silveira e presta assessoria para o
Outubro Rosa do Shopping Barra. Com
vasta experiência no mercado baiano,
já tendo passado por diversas empresas
renomadas. Del Pilar afirma que o segredo
para agradar o cliente é seguir sempre o
seu perfil. “Quando alguém nos chama
para fazer alguma intervenção na casa, é
porque ela quer também mudar alguma
coisa interna. E o arquiteto tem que
entender isso, nós precisamos entender
isso”, explica.
Para a arquiteta, não adianta decorar
um ambiente e não deixar marcas da
personalidade do cliente no local. “Não
podemos acabar com seus sonhos”, pon-
tua. Sendo assim, a avaliação deve ser
cuidadosa, ouvindo bem as necessidades
do cliente, para buscar de forma inteli-
gente e criativa atender às expectativas
e superá-las.
“Se o cliente é clássico, eu sou clássica; se
o cliente é moderno, eu sou moderna.”, é
assim que ela se define. Ximena também
ressalta que, com essa afirmação não quer
dizer que ela não tenha estilo e preferên-
cias pessoais. Ela, por exemplo, afirma que
é mais adepta ao estilo clássico, então,
BRASILEIRADE CORAÇÃO
PERFIL
“Não adianta decorar um ambiente e não deixar marcas da personalidade do cliente no local”.
quando chamada para atender um cliente
mais moderno, ela opta por acrescentar
uma peça, um detalhe clássico ao local,
pois acha que uma peça clássica valoriza
muito a decoração e ainda garante sua
marca no ambiente.
E falando em marca, Ximena revela que a
iluminação é uma marca de seus projetos.
Para a chilena, não adianta gastar uma
fortuna em móveis se a iluminação não
está adequada. “É a mesma coisa que uma
mulher que investe muito na roupa, mas
vai à festa sem maquiagem. Ninguém vai
olhar”, comparou. A iluminação para ela é
fundamental.
Sobre a dúvida na hora de contratar um
profissional para decorar sua casa, Ximena
orienta que o cliente procure referências
antes da contratação. Para ela, é impor-
tante conhecer o trabalho do arquiteto
ou decorador antes de negociar. E levar
em consideração a empatia que teve com
o arquiteto. “Precisa ter afinidade, pois é
alguém que irá entrar não apenas na sua
casa, mas na sua vida e conhecer seus sen-
timentos”, afirma.
POR: NÚBIA PASSOS Ximena Del Pilar
10 ARTEDECOR - www.artedecor.com.br
A diversidade vai de cores, estampas, até texturas, possibilitando harmonizar o ambiente e o projeto com o papel.
PAPEL DE PAREDE
MODERNO
Ele transforma os ambientes da sua casa. Faz uma grande mudança sem os transtornos de uma reforma.
desafio da decoração para um profissional é
expressar no ambiente as características e indi-
vidualidades de cada morador. Existem alguns
elementos no projeto que os profissionais usam
para imprimir essa característica. O principal são os objetos de
decoração, mas o que mais se destaca e é o queridinho, atual-
mente, é o papel de parede. Sua utilização tem se destacado
devido á facilidade de instalação e o baixo custo de manutenção,
ou seja, esse acessório de decoração está em alta e o mercado
apresenta diversas inovações que o tornam mais atraente.
Historicamente, o primeiro registro sobre a utilização do Papel de
OParede como elemento decorativo ocorreu na China, aproximada-
mente 200 a.C. Os primeiros papéis foram produzidos rudimen-
tarmente com palha de arroz, totalmente brancos, sem qualquer
tipo de detalhe, e, posteriormente, passaram a ser feitos com
pergaminho vegetal, ganhando motivos e cores para embelezar
os ambientes.
No início, as pinturas eram feitas à mão por artesãos, depois
evoluíram para grandes carimbos de madeira decorativos que,
depois de entalhados por artistas, eram embebidos em tinta para
imprimir os desenhos em sequência. No Brasil, o papel de parede
apareceu devido à forte imigração europeia no final do século
POR: ANA LÚCIA ALMEIDA
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XIX. Porém, até 1930, a importação desse
produto era pequena, em função dos altos
custos, sendo, em seguida, esquecido por
anos. Em 1960, com a modernização da
indústria brasileira e com a redução dos
custos, o papel tornou-se um popular
revestimento decorativo de paredes.
Hoje, os papéis de parede são criados
por vários estilistas que utilizam diversos
elementos na sua criação. Já é possível uti-
lizar até mesmo cristais, como faz a empre-
sa austríaca Swarovski, por exemplo, que
utilizou diversos cristais em uma coleção
luxuosa de papéis de parede.
Existem várias opções de papel de parede
no mercado, para todos os gostos e bol-
sos. Segundo a Designer de Interiores
Leiva Perensin, o papel “veste” a
parede e dá ao ambiente um ar
mais aconchegante.
A diversidade vai desde
cores, estampas, até tex-
turas, possibilitando
harmonizar o ambiente
e o projeto com o
papel. As principias
novidades e tendên-
cias da decoração
contemporânea são
variações na textura e
no efeito do revestimento.
Os destaques ficam para a
palha, os tecidos, e o papel com
efeito em 3D.
Com tantas opções, agora é só “ousar”!
No início, as pinturas eram feitas à mão por artesãos.
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HOMENAGEM
uando a decoração no Brasil
ainda estava engatinhando e, na
Bahia, pouco ou nada se encon-
trava sobre o assunto, Sizininha
Simões, hoje com 85 anos, foi pioneira
no estudo e na aplicação da decoração
soteropolitana. De família tradicional,
Sizininha foi uma autodidata, com cursos
no Rio de Janeiro, São Paulo e Paris. Ao
lado do italiano Carlos Georgetti, ela
revolucionou o mercado baiano na década
de 50, trazendo originalidade e elegância
para a Bahia. Como autônoma, começou a
atuar em Salvador em 1957 e, na década
de 70, trabalhou em instituições como a
Associação de Poupança do Estado da
Bahia (ASPEB), quando decorou aparta-
mentos em Conjuntos Habitacionais na
Calçada, no Cabula, Bonocô e Politeama
(Edifício Minhocão).
Por cerca de 30 anos Sizininha manteve a
loja de artigos e decoração - “As
Pandoras” – e, como sempre, com instinto
inovador e pioneiro, em 1991, ela criou
o outdoor tridimensional, que foi insta-
lado em via pública, no bairro do Rio
Vermelho. Com um espaço de 10m², o
outdoor tridimensional tinha ambienta-
ções diferentes a cada semana e tornou-
se referência em divulgação e valori-
zação do espaço do ponto de vista do
decorador.
SIZININHA SIMÕESPIONEIRISMO E OUSADIA
SÉRGIO RODRIGUESO CRIADOR DA POLTRONA “MOLE”
omenageado este ano pela
“Casa Cor”, o arquiteto e
designer carioca Sérgio
Rodrigues, falecido em setem-
bro de 2014, ficou conhecido mundial-
mente ao transformar o design brasileiro
em design industrial. O profissional, que
iniciou sua carreira na arquitetura do
projeto do Centro Cívico de Curitiba,
juntamente com nomes como David
Azambuja, Flávio Régis do Nascimento e
Olavo Redig de Campos, chegou ao auge
da sua carreira nos anos 50 e 60.
Reconhecido internacionalmente por seu
pioneirismo no design industrial, con-
solidou sua carreira também ao pro-
duzir móveis inovadores, como a poltrona
“Mole”, de 1957, exposta no Museu de
Arte Moderna de Nova York, e, em 1961,
quando ganhou o Concurso Internacional
do Móvel de Cantù, na Itália.
Bastante influenciado pelo Modernismo
no Brasil, Rodrigues trouxe para seus tra-
balhos a identidade brasileira, tanto nos
desenhos, quanto nos materiais tradicio-
nais – couro, palhinha e madeira - exal-
tando a cultura brasileira e indígena.
Q
H
POR: NÚBIA PASSOS
14 ARTEDECOR - www.artedecor.com.br
MINHA VIDA
POR: BIANCA BORGESNágila Andrade
alar sobre Nágila Andrade é
traduzir competência e dedicação
ao que faz: Design de Interiores!
Particularmente, entrevistá-la, estar
perto dela é algo que me deixa imensa-
mente, feliz por ser uma Design de Interiores
graças ao seu convite. Faz alguns anos que
fui me matricular em um curso de vitrinismo
na EBADE (Escola Baiana de Arte e
Decoração) que não aconteceu, e ela logo
falou, quando me viu na secretaria: “Por
que você não faz Design de Interiores?”
Conversas e pensamentos aconteceram e
hoje me encontro totalmente envolvida e
fascinada por minha profissão que tanto
amo: Ser Designer de Interiores!
1) Nágila, qual o futuro profissional do Design de Interiores a partir do seu olhar?
O profissional de Design de Interiores tem
de gostar de viver o momento e estar dentro
desta profissão, na qual as portas estão aber-
tas para o Design em suas mais diversas
especializações: interiores, mobiliário, ilu-
minação, etc. Nossa profissão, em relação
ao futuro, vai ser construída pelos jovens
talentos que estão se inserindo no mer-
cado de forma plena, técnica, responsável
e respeitável.
2) Conte-nos sobre sua trajetória pro-fissional.
Minha trajetória começou na EBADE! Após
uma separação fui reconstruir minha vida
e cheguei na EBADE, onde fui acolhida e
contemplada com uma bolsa de estudos.
Sair de um casamento com quatro filhas
pequenas foi o grande motivador para exercer
uma profissão que já era um dom. Então,
entrei na EBADE para ter mais bagagem e
conhecimento sobre o mundo do Design
de Interiores.
A minha descoberta e desejo em atuar na
profissão aconteceu quando Neilton Dórea
e Luis Humberto (na época sócios da
Escola) me falaram e aconselharam a fazer
o curso de decoração. Foi o norte que pre-
cisei para tomar a decisão acertada que só
faz me encher de alegria: minha profissão.
3) O que acha do mercado de Design de Interiores na Bahia?
Crescente e em ascensão, apesar do
momento de crise que nosso país está
vivenciando, mas esta ainda não chegou a
nossa profissão. O mercado baiano cresceu
muito com os lojistas investindo
A EBADE é tudo para mim, é minha “bebida”,
minha “cachaça” meu vício! Ninguém con-
segue lembrar de Nágila Andrade sem lembrar da
EBADE,
F
NÁGILA ANDRADEUM CASO DE AMOR PELA EBADE
15ARTEDECOR - www.artedecor.com.br
Ter ética sempre!
Colocar o cliente em
primeiro, segundo,
terceiro e quarto lugar.
Além de respeitar
todos os envolvidos
no projeto.
tanto no mercado quanto nos produtos
em Salvador, bem como a aparição de
bons profissionais nutrindo positivamente
o nosso mercado.
4) Conte-nos um pouco sobre a EBADE.
A EBADE é tudo para mim, é minha “bebi-
da”, minha “cachaça” meu vício! Ninguém
consegue lembrar de Nágila Andrade sem
lembrar da EBADE, bem como não se fala
da EBADE sem falar de Nágila Andrade.
Assim, deixarei um legado, uma experiên-
cia de vida e de profissionalismo para as
gerações futuras com a Escola Baiana de
Arte e Decoração, fundada desde de 1978,
capacitando profissionais egressos do
segundo grau e do ensino superior. Têm
saído da Escola profissionais fantásticos, e
você (Bianca) é uma delas (fiquei emocio-
nada!) e isto me deixa muito orgulhosa.
5) Como você enxerga o Design de Interiores
no contexto atual do nosso país?
Estamos numa luta muito bem repre-
sentada pela Diretora Regional da ABD
(Associação Brasileira de Designer de Interiores)
Catia Bacellar. Mostrando de forma ética,
responsável e técnica que Designer
de Interiores é Designer de Interiores;
Arquiteto é Arquiteto e Engenheiro é
Engenheiro. Eu, como Designer de
Interiores, sou segura e muito satisfeita
com todo profissionalismo que exerço.
6) Qual a pergunta imprescindível que você faz aos seus clientes no momento da primeira entrevista?
Por que Nágila Andrade? Pois, com tanta
gente boa por aí, é bom ouvir do cliente
tudo o que ele espera de você.
7) O que é ser um Designer de Interiores para Nágila Andrade?
Ter ética sempre! Colocar o cliente em
primeiro, segundo, terceiro e quarto lugar.
Além de respeitar todos os envolvidos
e parceiros do projeto, pois, a partir do
momento em que sabemos respeitar, sabe-
mos passar de forma tranquila nossos
limites.
8) O que o profissional formado ou recém formado deve buscar para obter uma trajetória de sucesso?
Estudar e pesquisar sempre. Não pode
parar!
9) Qual sua principal fonte de inspira-ção?
O amor! O amor pelo que eu faço, o amor
da minha família e o amor pela vida! Se
você tem amor, só sai coisa boa. Entre elas,
o sucesso!
16 ARTEDECOR - www.artedecor.com.br
POR: ROSÂNIA MAXIXE
à algum tempo atrás a cozinha deixou de ser
apenas o local de preparação de alimentos, para
se tornar um ambientes de convivência e bem
estar, atendendo as modificações e novos hábitos
da sociedade moderna.
A area isolada com pouca luminosidade e pequeno espaço,
vem se transformando a cada dia em ambientes bem planeja-
dos, com toques de cor e boa iluminação, associado a utilidade
e funcionalidade dos utensílios e aparelhos eletrodomésticos
de tecnologia avançada.
A integração da cozinha a sala de jantar está se tornando muito
comum nas residências, ganhando mais adeptos a cada dia
melhorando o espaço, associando beleza, praticidade e funcio-
nalidade, ampliando e harmonizando, além de proporcionar
uma melhor comunicação dentro dos lares, contribuindo de
forma agradável nas relações familiares e com os amigos. O
hábito de cozinhar, assistir TV ou conversar com as pessoas que
estão na sala de jantar tornou o momento prazeroso.
Uma cozinha conjugada pede mais atenção na decoração, com a
utilização de materiais adequados e de bom acabamento. O uso
de azulejos coloridos, utilização das cores em materiais como o
vidro, laminados e madeira de reflorestamento, vem ocupando
espaço nesse ambiente, trazendo muito estilo e sofisticação . A
cozinha colorida se tornou o charme do momento.
H
ESTILO MODERNOCOZINHA
A mescla do madeirado com as portas de vidro cor platina, proporcionam um
contexto arrojado e acolhedor para a
cozinha.
18 ARTEDECOR - www.artedecor.com.br
“A cozinha colorida se tornou o charme do
momento” Rosânia Maxixe
O contraste dos padrões tornam o ambiente
ideal para momentos extrovertidos.
19ARTEDECOR - www.artedecor.com.br
Leveza e moderni-dade em uma combi-nação ideal, de cores naturais e claras, para
um ambiente com estilo sofisticado.
20 ARTEDECOR - www.artedecor.com.br
O termo tendência também é usado como sinônimo de moda, no sentido de se tratar de uma espécie de mecanismo social que regula as escolhas pessoais.
POR: DECARLA SENNA
TENDÊNCIA
om, dizem que o mais difícil
é dar o primeiro passo, mas
vamos lá. Na verdade para
mim é muito mais fácil falar....
Preciso ter muito cuidado, pois quero que
vocês fiquem ansiosos para saber o que
virá na próxima edição.
Segundo um dicionário, o termo tendên-
cia significa:
s.f. Ação, força pela qual um corpo é levado
a mover-se em direção a alguma coisa.../
Fig. Pendor, inclinação....// Psicologia: Diz-
se para designar certos instintos, certos
impulsos do homem, especialmente na
medida em que esses instintos ou impul-
sos são conscientemente experimentados
no comportamento que determinam.
Temos ainda:
“O termo tendência também é usado
como sinônimo de moda, no sentido de
se tratar de uma espécie de mecanismo
social que regula as escolhas pessoais.”
Palavra empregada de diversas for-
mas, seja para indicar fluxo - em termos
econômicos ou estar diretamente vin-
culada à palavra moda. No universo de
design e arquitetura, não é diferente, e, a
cada ano nos é apresentada a cor do ano
pelas grandes fábricas de tintas.
A meu ver, tendência é uma consequência
de um conjunto de fatores, que podem ser
econômicos, sociais e culturais, em que é
feita uma análise criteriosa e chega-se a
B
uma percepção do que poderá vir acon-
tecer daqui a um determinado tempo.
Hoje, estando todas as distâncias encurta-
das com o advento do mundo cibernético,
as tendências começam a ser percebidas
por uma quantidade maior de pessoas,
podendo, inclusive, já ser vivenciada, como
a Arquitetura Eco sustentável. Isto me
faz lembrar de uma matéria falando de
um arquiteto italiano, Alessandro Mendini,
que fez uma palestra em São Paulo onde
apresentou cinco macrotendências. Irei
citar duas:
• Live in the city na qual Mendini defende
o fato de que não vamos somente viver
nas cidades; vamos querer transformá-las.
Como exemplo, temos as pichações pelas
cidades que são verdadeiras obras de arte.
• Insperiences seria como um contato
direto com a nossa essência. Podemos
falar das casas de telhado verde, os jar-
dins verticais, ou até mesmo, da presença
do verde de forma essencial nas grandes
feiras de lançamentos e exposições.
Mediante esse momento conflitante,
polêmico e violento que percebemos hoje,
espero que as novas tendências venham
resgatar vibrações positivas e respeito ao
próximo.
FIQUE ANTENADO
TENDÊNCIA
22 ARTEDECOR - www.artedecor.com.br
P
PONTOS DE LUZ
EVIDENCIAR DETALHE
CANTOS SEM SOMBRA
FOCOS DE DESTAQUE
O SEGREDO DE UMA
COZINHA
ILUMINAÇÃO
POR: BIANCA BORGES
ara o sucesso de qualquer pro-
jeto de Design de Interiores,
é necessário um bom projeto
de iluminação! E, falando em
cozinhas, a iluminação é essencial, por
ser uma área de trabalho onde se arma-
zenam e se preparam comidas, além de,
atualmente, ser a vedete das residências,
sendo integradas ao living ou até mesmo
ganhando ares de espaço gourmet nas
varandas.
Na cozinha, assim como nos demais
ambientes, necessita-se de uma ilumi-
nação geral, podendo ter outros pon-
tos para fortalecer e evidenciar algum
detalhe projetado, como revestimentos,
cores e texturas.
Para iluminar a cozinha devem-se usar as
lâmpadas de 4.000 K (luz neutra) a 6.000
K (luz branca-azulada). Essas temperaturas
de cor são adequadas aos espaços de
trabalho, porque são mais semelhantes
às luzes do dia, o que proporciona a
reprodução de cor autêntica. Em relação à
disposição dos pontos de luz, em primeiro
lugar, deve ser pensado em uma ilumina-
ção geral que garanta cantos sem sombra
e, se houver elementos decorativos, plane-
jar os focos de destaque.
Importantes e muitas vezes esquecidos,
são os bicos de luz sobre as áreas de
preparo e cocção, que são luzes distribuí-
das ao longo do perímetro da bancada e
encostadas às paredes. Essa luminosidade
é fundamental para evitar que o corpo do
cozinheiro faça sombra sobre o mobiliário
e a comida. Para essa função, busque lâm-
padas com IRC de 80 a 100, para que não
haja distorção das cores dos alimentos.
Nas casas e apartamentos com cozinha e
salas integradas, invista em uma mesma
linguagem visual por meio das luminárias
e da temperatura de cor. Por exemplo,
se escolher um pendente redondo para
iluminar a mesa de jantar, use luminárias
embutidas também de formato redondo
na cozinha. Então, cozinha iluminada já!
Além do conforto visual, ela evidencia
pontos de elementos na decoração, tor-
nando o ambiente lindo e fiel às especifi-
cações dos profissionais
25ARTEDECOR - www.artedecor.com.br
Bahia tem uma grande representante no Designer de Interiores:
além de Diretora Regional da Bahia da ABD ( Associação Brasileira
de Designer de Interiores ) Catia Bacellar é uma verdadeira
mãezona para todos, desde os estudantes até os profissionais
renomados, além de uma profissional atuante no mercado. Há quatro anos
a frente da ABD Bahia, Catia faz questão de ser presente na vida dos estu-
dantes, seja em eventos e palestra nas escolas, ou realizando outros eventos
pela ABD, além de ouvi-los nos bastidores.
Nascida em uma família com 05 irmãos, era a menina jeitosa que, nas festas
de fim de ano, a mãe pedia para arrumar a casa, trocar o tecido das cortinas e
do sofá. Mais tarde foi trabalhar como telefonista, até ser secretária executiva
em uma empresa de construção civil na capital, e, aos 26 anos, resolveu fazer
EBADE.
Catia afirma que desde que ingressou na profissão, nada passa por ela
despercebido. Desde um filme em que presta atenção aos detalhes de um
ambiente, até nos locais por onde passa, o olhar clínico nunca desliga. Mas,
para a Designer, saber ouvir o cliente é um dos aspectos mais importantes
para essa profissão: “Saber ouvir é o sucesso do projeto. É do cliente que
vem a minha inspiração” afirma Catia.
Em sua casa, prefere um ambiente mais clean, mas gosta de luxo com a como-
didade da automação. Mesmo assim, sua casa tem um toque de ousadia, com
uma parede preta. Para Catia o que está in hoje é o amarelo, queridinho das
designers e arquitetas. Já na Feira de Milão, a tendência foi a cor verde e as
hortas verticais. O out é exagerar, forçar a barra, ter muitos móveis e passar
se batendo: “O exagero é out!” conclui. Em seus projetos, sempre tenta incluir
um balizador de chão e uma iluminação diferenciada. Acredita que essa seja
sua marca.
Seu sonho atual é a regulamentação da profissão de Designer de interiores.
Esteve em Brasília em prol dessa luta e não cansa de levantar essa bandeira.
Faz questão de apoiar os estudantes e fazê-los se associar a ABD, para ter
respaldo e benefícios nacionais, como escritório para receber os clientes e
consultoria contábil e jurídica. Além disso, gosta de salientar as habilidades
técnicas dos designers, como revestimento de superfícies, rebaixamento de
teto, remanejamento de pontos elétricos e hidráulicos, sugestão de pontos
de iluminação, instalação de marcenaria e divisórias de madeira, gesso e
outros matériais.
A
O ESTILO DECATIA BACELLAR
POR: JÉSSICA MENDES
26 ARTEDECOR - www.artedecor.com.br
POR: TATIANE RODRIGUES
REVESTIMENTOS
CHARME DE COZINHAA cozinha é um dos ambientes mais
charmosos de uma casa ou apartamento.
“No meu projeto, quero uma cozinha
maravilhosa!”, esse é o desejo de muitos
clientes ao contratar um profissional.
Antes, a cozinha era afastada da área
social, onde ficavam os criados. Os azule-
jos portugueses faziam a composição das
paredes, enquanto o chão era de pedra.
Acreditava-se que o fogão à lenha e a
fumaça incomodavam os nobres convi-
dados.
Após a abolição da escravatura, as patroas
assumiram o comando do processo de
produção de alimentos. A cozinha era
imensa para acolher as fornalhas, chami-
nés, panelas de cobre, bancadas em pedra
ou ferro fundido, os pendures para as
colheres e outros utensílios. Assim, alguns
equipamentos tiveram uma modificação
para facilitar o manuseio e as atividades
nesse cômodo, que antes eram feitas
pelos escravos.
O estilo Colonial Português e o Neoclássico
que prevalecia acabaram dando lugar
ao estilo modernista com a Revolução
Industrial. Muitos arquitetos destacaram-
se nos projetos inovadores com linhas
retas, formas simples e leves, expressando
uma habitação mais funcional, prática.
Arquitetos como Niemeyer, Le Corbuiser,
Mis Vander Rohe, Walter Gropius, por
exemplo, são dessa época. A cozinha
ganhou um destaque com linhas retas
e utensílios mais eficientes , fáceis de
manuseio e leves. Porém, foi com a Escola
Alemã, Bauhaus, Walter Gropius, que se
formaram profissionais imbuídos de uma
renovação estética com novos materiais
como aço, couro, vidro e metal, com o
máximo de economia na produção em
larga escala, a linha de correspondência
entre a forma e função.
Isso abriu o mercado para utensílios da
cozinha mais inovadores, leves e com
designer. Os revestimentos teriam um
destaque para proporcionar essa pratici-
dade e figurações artísticas; os armários,
planejados, ganharam espaço de destaque
nesse cômodo.
Nos anos 80, a inovação do rejunte colorido
dava a cor no ambiente, junto com revesti-
mentos brancos de 15 e de 10cm. O piso
também acompanhava esse tamanho de
bitola ou dava espaço para o granito na
cozinha também, conferindo às cozinhas
um ar nobre como os ambientes da sala.
Os revestimentos foram aumentando de
tamanho quando nos anos 90 as inova-
ções das indústrias do ramo começaram
a produzir a Monoporosa e o Porcelanato
técnico. Os revestimentos, então, foram
ganhando as bitolas de 25x 33, 25 x 41,
33x 45. O porcelanato foi o divisor de
águas na inovação de padrões estéticos e
resistentes nos revestimentos da parede e
do piso. Só que era para poucos, devido ao
preço alto em relação à cerâmica tradicio-
nal. A cozinha passou a integrar-se com
a área social, diminuindo, muitas vezes
significativamente, de tamanho em rela-
ção às tendências anteriores.
A cozinha Americana ganha destaque.
As grandes mesas foram substituídas por
balcões, fazendo, assim, com que a exigên-
cia do revestimento fosse ainda mais
nobre, pois seria visto pela visita quando
se entrasse na casa. Também as varandas
ganharam de presente: algumas atividades
desenvolvidas na cozinha, estão presentes
hoje em 80% dos projetos das residên-
cias ou apartamentos, chamadas varandas
gourmet.
A integração da visita com a elaboração
dos pratos a serem servidos nos eventos
seria uma realidade que exigiria mais
glamour aos utensílios, bem como mais
estética e conforto à cozinha. O visual
conta como um convite a um bom menu
servido aos amigos.
Atualmente, a depender do tamanho da
casa, a cozinha sempre tem um lugar de
destaque. É a querida dos profissionais.
A questão é que, com tantas opções de
revestimentos, temos um grande trabalho
na escolha e no direcionamento do proje-
to. O porcelanato ganhou lugar na parede
, piso , teto etc, e tornou-se mais acessível.
Encontramos, nas diversas marcas, opções
de porcelanatos uniformes , imitando
pedra, cimento, madeira, aço, ouro, ferru-
gem , couro, pastilhas e ladrilhos .
27ARTEDECOR - www.artedecor.com.br
A dica fica em dar prioridade às partes que
não podem impregnar sujeiras, como atrás
do fogão e acima da pia. Pode-se revestir
toda a cozinha, mas isso já não é mais
uma regra. Temos opções de mosaicos,
porcelanatos e ladrilhos, mas o importante
é utilizar produtos com absorção quase
zero, pois ainda temos muitas opções em
cerâmicas, para não ter problemas com
a limpeza e a umidade. Isso serve para o
rejuntamento também. Existem peças que
imitam o mosaico, mas o rejuntamento é
mínimo. Daí tem-se a opção de rejuntes
específicos como epóxi e os que recebem
aditivos na hora da aplicação, assim não
mudam de cor após as limpezas.
A harmonia da parede com o piso é
importante, além de atender ao gosto do
cliente. Usar estampa na parede e o piso
liso; parede e piso lisos; porcelanatos
que imitam a madeira; porcelanatos que
imitam o couro; usar a estampa chão e
parede; usar a estampa apenas no chão;
o mosaico apenas onde se vê o reves-
timento... Hoje a variedade oferece um
leque vasto de opções.
O grande trunfo é sempre estar atento às
inovações e aos lançamentos das marcas
do ramo. Só assim, tem-se mais facilidade
para unir elementos harmônicos conforme
o gosto do cliente. É importante também
sempre visitar as lojas como forma de
visualizar e compor criativamente; sair um
pouco dos nossos escritórios. Lembrando
que as cores têm um fator determinante
nas nossas atividades, principalmente na
culinária, e a harmonia delas com os mate-
riais sempre vai dar o que falar.
A harmonia da parede com
o piso é importante, além de
atender o gosto do cliente.
38 ARTEDECOR - www.artedecor.com.br
profissão de Design de Interiores
consiste na arte de criar, desen-
volver e planejar espaços seguindo
as normas técnicas e a tendência
de mercado. A história do design de interiores
compreende as artes plásticas, a arquitetura,
a decoração e as histórias social, econômica
e cultural. Porém, existe uma diferença entre
arquitetura, design de interiores e decoração. A
arquitetura estrutural caracteriza os espaços, o
decorador tem a função de escolher acessórios,
móveis, tecidos e cores. Já o designer de inte-
riores é um profissional que tem a função
de elaborar um ambiente de forma coerente,
seguindo as normas técnicas de ergonomia,
acústica, térmica e luminotécnica.
Tudo que você precisa saber sobre o curso de Design de Interiores e Ambientes.
A
DESIGNÉTICATÉCNICAS
POR: ANA LÚCIA ALMEIDA
39ARTEDECOR - www.artedecor.com.br
• Entrevista com o cliente.• Medidas (Planta baixa).• Estudo da circulação e Ergonomia.• Distribuição do mobiliário.• Escolha de acabamentos e revestimentos.• Paginação de piso.• Revestimento de parede.• Detalhamento de teto – rebaixo, sancas e molduras.• Iluminação.• Desenho de mobiliário.• Tecidos, objetos e acessórios decorativos.• Detalhamento de todas as soluções propostas.• Execução do projeto.• Acompanhamento à obra.
Softwares que o designer de interiores precisa dominar para
realizar o trabalho
Existem vários softwares disponíveis, porém os melhores e mais
comumente usados são:
AutoCAD (2D e 3D),
Promob,
Sketch Up e
3D Max.
Escolas que oferecem o curso de Designer de Interiores:
Escola Baiana de Arte e Decoração – Ebade.
Universidade Federal da Bahia – Ufba.
Universidade Salvador – Unifacs.
Universidade Jorge Amado – Unijorge.
O profissional é habilitado para atuar na gestão de projetos,
analisando o layout do espaço, reestruturando-o, através da
ampliação ou redução dos efeitos cênicos, e aplicação de novas
técnicas e tendências, e no desenvolvimento de peças exclusi-
vas. Além de realizar o trabalho de um decorador criando um
determinado espaço com harmonia, escolhendo móveis, alteran-
do revestimentos, objetos e acessórios, como cortinas e tapetes,
procurando conciliar conforto, praticidade e beleza.
Para criar um ambiente, o profissional necessita realizar uma
entrevista com seu cliente e reunir todas as informações: seu
desejo principal, suas solicitações, cores e estilo que lhe são
agradáveis, fluxograma do uso diário dos espaços, composição
familiar ou empresarial entre vários outros elementos. Com
essas informações é possível realizar um perfil psicológico/
social do cliente. Após essa etapa o profissional começa o trabal-
ho para gerar as alternativas de projetos que possam preencher
suas expectativas. Com essa etapa concluída o design apresenta
as opções para análise e aprovação do seu projeto. Caso não
seja aprovado, o trabalho continua até que o profissional consiga
apresentar um projeto que atenda as expectativas do cliente. É
aconselhável criar um manual de uso para o cliente saber
como lidar com os equipamentos e materiais utilizados
no ambiente.
Como o mercado imobiliário está lançando empreendi-
mentos cada vez menores, o design de interiores é requi-
sitado com mais frequência a fim de atender à necessidade
de espaços cada vez mais detalhados e personificados. Para
isso, é essencial que o profissional de Design tenha boa afini-
dade com os avanços tecnológicos em equipamentos, materiais
e uso destes espaços.
Fases do projeto:
Evolução técnica e estética da decoração.
41ARTEDECOR - www.artedecor.com.br
POR: MARIZETE VIEIRA
O homem sempre sentiu-se
atraído pela beleza das plan-
tas. Sempre sentiu curiosi-
dade em cultivar os vegetais
para o seu deleite, seja este vegetal,
silvestre ou exótico.
As plantas de jardim são todas cultivadas,
e distinguem-se das plantas silvestres que,
em cuja vida, o homem não tem qualquer
intervenção. As plantas silvestres crescem
em condições naturais mais ou menos
favoráveis. E é na luta pela conservação
da espécie que todas elas se multiplicam.
Já as plantas exóticas, que se cultivam nos
jardins, são frequentemente provenientes
de outros países e de climas diferentes. É
necessário que o jardineiro, apaixonado
por jardim tenha o conhecimento dos
fenômenos e das possibilidades de acli-
matação.
A jardinagem consiste essencialmente
em:
• Criar e cultivar plantas;
• Adaptar ao nosso jardim plantas de
outros lugares ou climas;
• Transformar as plantas silvestres em
planta de jardim.
As três operações da transformação: Poda,
Hibridação e Conservação de estames em
pétalas (flores dobradas) deram origem
às plantas e flores de jardim já completa-
mente diferenciadas das plantas e flores
silvestres. A jardinagem é, portanto, a
arte de cultivar as plantas para o nosso
prazer. Muitas vezes esse cultivo é para
aproveitamento útil ou por um propósito
puramente estético.
PAISAGISMO
MEIAS PALAVRAS SOBRE JARDINAGEM
42 ARTEDECOR - www.artedecor.com.br
CLEAN, JOVEMMODERNO
ara compor o espaço foi priorizado a união familiar como conforto e bem
estar. Primeiramente focamos na interligação das áreas com fechamento tipo
reike proporcionando total conexão entre home, espaço gourmet e piscina,
também na mesma linha foi realizado um projeto de sonorização ambiente
que atende todos os três espaços. bNa piscina, instalação de cascata para proporcionar
um entretenimento das crianças sem esquecer da iluminação que sofistica o ambiente
à noite.
Não esquecemos das plantas com sua iluminação direcionada. No muro da varanda lateral
instalação de jardineiras suspensas em madeira para disponibilização do orquidário. No
home foram instaladas persianas, sofá L, puffs sempre proporcionando descontração
deste espaço. Os souvenirs de viagens realizadas, os veleiros componentes de coleções
por hobby, também foram inseridos na decoração!
PO ambiente foi projetado pela arquiteta e
urbanista mariana pedrão, para um casal
que valoriza arte e curte receber os amigos,
por isso foi feita a reforma unindo cozinha
com living.
A intenção foi traduzir o bem-estar, num
ambiente clean, jovem, moderno com o
toque clássico, utilizando de cores atempo-
rais, matérias - primas naturais, dando uma
pitada de nobreza, destacando-se assim
nos elementos arquitetônicos e nos aca-
bamentos.
Os móveis da loja terreno design foram
de fundamental importância para compor
o espaço projetado, dando um ar moderno
o bufê amarelo se coloca como peça
coringa e o sofá complementa a leitura do
moderno com o clássico.
NOBREZA
MATÉRIAS - PRIMAS NATURAIS
CORES ATEMPORAIS
PROFISSIONAIS
MÓVEIS: CRIARE LAURO DE FREITAS WWW.TERENZO.COM.BR
Mariana Pedrão
43ARTEDECOR - www.artedecor.com.br
BEM-ESTAR
MODERNO COM O CLÁSSICO
Os móveis da loja Terenzo Design foram de fundamen-tal importância para compor o espaço projetado, dando um ar moderno.
PROJETADO
MÓVEIS: CRIARE LAURO DE FREITAS WWW.TERENZO.COM.BR
44 ARTEDECOR - www.artedecor.com.br
“Não adianta decorar um ambiente e não deixar marcas da personalidade do cliente no local”.
A harmonia da parede com
o piso é importante, além de
atender o gosto do cliente.
Bianca Borges
49ARTEDECOR - www.artedecor.com.br
GASTRONOMIA
A
POR: NÚBIA PASSOS
TIPICAMENTEPORTUGUESA
s tradicionais padarias foram
introduzidas no Brasil com
a chegada de portugueses a
partir da virada do século XX.
Entre os anos 1950 e 1960 desembar-
caram no País cerca de 240 mil portu-
gueses. Esses imigrantes chegaram a
dominar 90% do mercado de padarias
em São Paulo e foram passando esse
comércio de pai para filho e, hoje somam
63 mil unidades em todo Brasil. Mas
essas padarias foram perdendo a essên-
cia lusa e se transformando em padarias
luso-brasileiras.
Porém, muitas pessoas gostam mesmo
é de um pão português autêntico ou do
famoso Pastel de Belém. Então, um casal
luso-brasileiro (ela é brasileira e ele por-
tuguês) resolveram montar uma Padaria
Portuguesa em Vilas do Atlântico, bairro
de Lauro de Freitas. Neide Nascimento, a
esposa do português Luís Carlos, conta
que a ideia de abrir uma padaria com
produtos portugueses veio do marido,
pois ele sentia falta da culinária natal
aqui na Bahia. Ele, que é um conhecedor
da culinária mundial, dá dicas e ideias
das delícias portuguesas, e ela executa.
Para trazer o tempero de Portugal,
eles trouxeram um confeiteiro e dois
padeiros portugueses para trabalhar no
estabelecimento e, também, decoraram
o ambiente com um clima português.
Neide explica que muitas receitas portu-
guesas foram “abrasileiradas” aqui, como
por exemplo, a Broa. “A Broa portuguesa
é grande, dura, tem uma tampa, como
se fosse uma moranga e recheada,
geralmente, com bacalhau, couve e nata.
Essa é a Broa tipicamente portuguesa”,
explica.
Neide se diverte quando conta as
experiências dos brasileiros com certos
pratos típicos de Portugal. “Têm pes-
soas que pedem Broa e depois voltam
reclamando que é dura, pois estão acos-
tumadas com a Broa luso-brasileira, que
é bem diferente. Então, após essas situa-
ções, alguns produtos não são expostos
na vitrine: só fazemos por encomenda,
geralmente para portugueses, holande-
ses e espanhóis”, afirma.
Para a produção de seus doces, a Padaria
Portuguesa tem o cuidado de selecionar
muito bem os seus fornecedores, para
que as guloseimas mantenham-se com o
sabor original, e qualidade incomparável.
“Nossas tortas são feitas com o mínimo
de gordura hidrogenada, e usamos
chocolate de verdade, que compramos
em Ilhéus. Nós pensamos na saúde de
quem vai comer. Não vou vender uma
‘bomba’ que pode entupir as artérias do
cliente. Fazemos também uma torta com
o pão de ló português”, frisou.
Com um investimento para o público A,
a empresária, que inaugurou a Padaria
Portuguesa há quatro meses, afirma que
já existem interessados em comprar
franquias da marca, e reitera que é a
intenção deles também, mas que antes
pretendem consolidar a marca no
mercado.
50 ARTEDECOR - www.artedecor.com.br
intar é apenas uma das muitas expressões disponíveis
para a comunicação. Comunicação é a base e o impulso
para nossa evolução. Os símbolos que desenvolvemos
são necessários para entendermos e aperfeiçoarmos
os nossos pensamentos, manifestando-os plenamente em ações
criativas. Quando estivermos preparados, sem preconceitos e com
pureza de coração, filtraremos as infinitas informações que per-
manentemente recebemos e rapidamente nos harmonizaremos
uns com os outros, com reflexos positivos no ambiente. Para isso,
Arte é essencial. É a sensibilidade e o comprometimento com o
qual nos expressamos. É o sopro que gera o próximo instante. É a
beleza de toda intenção e movimento, é a continuação que leva à
eternidade.
Arte não é comparação, mas contínua elevação. Enfim, Arte é a
sinceridade, a integridade com que nos relacionamos e fazemos
todas as coisas. É a verdade com a qual pessoas se expressam nas
ruas, em seu trabalho, nos círculos sociais, em suas casas. O mundo
carece de Arte, porque o homem abraça estereótipos, torna-se
limitado imitador, esquecendo-se da singularidade das suas dife-
renças, de seus valores individuais ainda ocultos.
Muitos acessam às distâncias sem conhecimento das proximi-
dades, da intimidade. Arte, é a percepção de si e do outro. Egoísmo
não é Arte. Arte, é a evolução a partir do que sou, do que tenho.
Arte não é inveja, é a troca, é o calor do acolhimento. É a trama que
tecemos juntos para soluções definitivas na eterna caminhada.
Como observadora da vida a partir da Arte, meu objetivo não é
focal, é linear. É aberto, expansivo. Desde as proximidades e além.
Arte não salta as etapas, vive-as.
Estou neste trajeto aprendendo, sendo transformada pela dor,
pela alegria, pela realização e insatisfação, até chegar a entender
o amor que move montanhas e retira toda carga inútil que pesa
sobre o homem no mundo inteiro. A sutil beleza de todas as
coisas só alcançamos com Arte. Nos detalhes da Criação, vemos a
Suprema Arte. Arte é o que nos aperfeiçoa. Todo o resto é efêmero.
P
A ilusão se desfaz quando tudo se desvenda...
A dor não é lugar de morada. Para a luz
somos feitos. A timidez se desnudará e o
homem chegará ao seu lugar atravessando o
insondável Universo.
“Solidão”.1
NOITE DE FESTA
SOLIDÃO
A ARTE DAPINTURA
Marister Manfroi
51ARTEDECOR - www.artedecor.com.br
ARTE NÃO É INVEJA
É A TROCA
É O CALOR DO ACOLHIMENTO.
Nada há para nos aprisionarmos. Todas as
noites se vão para um lugar. Uma noite,
surgem as lágrimas, na outra, o lam-
pejo, a faísca de alegria. Suficiente para
recomeçar
“Noite de Festa”.2
Se formos livres, nos pertenceremos, como
um jogo de cores no mar, ao final da tarde,
intermediando formas em movimento.
Imagens assimiladas, projetadas, e lança-
das ao olhar do que busca a integração
da própria natureza. É a Graça do Amor,
receptáculo e doação transbordante e
infinita, que, sem censura, nos é entregue
na perfeição do encontro.
“Por do Sol”.3
Não há magia sem um sentimento de
assombro que antecipe ao olhar... Nada é
belo, nada é diferente se não estivermos
dispostos a receber. A essência, quem
poderá percebê-la?...
“O Peixe”.4
POR DO SOL
O PEIXE
Arte é a sinceridade, a integridade com que nos relacionamos e fazemos todas as coisas.
W
INAUGURAÇÃO CRIARE LAURO DE FREITAS
1
2 3
5
6 7
8
9
10 11
12
1413
15
16 18
4
17
2- Viviane Dias, Márcio Lima, Cleonice de Jesus, Felipe Lima, 3- Thiago Orlandi e Arnaldo Almeida, 4- Tuvinha Papaleo, Juliana, Ana Lúcia e Catia Bacellar, 5- Paulo Mendes, Catia Bacellar e Ana Lúcia, 6- Viviane Lobo, Linda Nascimento, Cristiane Paixão, Ana
Lúcia, Daniela Granjo e Decarla, 7- Jéssica Mendes e Mônica , 9 - Rita Barros, Nádia Barros, Rosa Lamelas e Edjaimes Geitenes, 10- Ângela Rios, Paulo Mendes, Ana Lúcia e Rosânia Maxixe, 11- Barbara e Ana Lúcia, 12- Mariana Pedrão e Marizete Vieira, 14- Arnaldo Almeida e Ana Lúcia, 15- Ana Lúcia, Decarla, Paulo Gehlen, Marcelo, Rafael e Marcos Bruno, 16- Cleonice, Ângela
Rios e Rosânia Maxixe, 17- Elizama e Elisângela Chaves
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