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21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar

ROTEIRO DA

APRESENTAÇÃO

1. Quatro conceitos jurídicos de interesse

2. Poder regulamentar e Normas Técnicas

3. Norma de Desempenho (NBR 15575) e Vida útil

4. Conclusões e preocupações (1+2+3)

21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar

O construtor/incorporador responde pelas falhas dos elos antecedentes

Engenheiros

Dono da obra/

incorporador Projetistas

Fornecedores ConsultoresConstrutora

(...)

1º/4

21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar

OBRIGAÇÃO DE “MEIO”

Situação em que o devedor não tem responsabilidade pelo resultado final, porém deve empenhar

todos os seus esforços para alcançá-lo. Em um contrato de obrigação de meio, há um

comprometimento e dedicação pessoal para o melhor resultado, mas não existe a obrigação de se

consegui-lo. (médicos, advogados, ...)

OBRIGAÇÃO DE “RESULTADO”

Na obrigação de resultado o contratado assume o compromisso com um resultado específico. Se o

objetivo não é atingido de forma total ou parcial, o contratado passa a ser responsabilizado,

salvo se provar que não alcançou o objetivo final por motivo de força maior. (Cirurgia estética;

Anestesista; Empreitada, Projeto estrutural ...)

SOBRE AS OBRIGAÇÕES DE “MEIO” E DE “RESULTADO”

2º/4

21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar

CC - Art. 942. (...) ... se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão solidariamente pela

reparação.

CDC - Art. 18: “Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem

solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao

consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como ...”

CDC - Art. 25: (...)

§ 1º - Havendo mais de um responsável pela causação do dano, todos responderão solidariamente

pela reparação prevista nesta e nas Seções anteriores.

§ 2º - Sendo o dano causado por componente ou peça incorporada ao produto ou serviço, são

responsáveis solidários seu fabricante, construtor ou importador que realizou a incorporação.

SOBRE A SOLIDARIEDADE

3º/4

21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar

CÓDIGO CIVIL

Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado

por outrem pode reaver o que houver pago

daquele por quem pagou, salvo se o causador

do dano for descendente seu, absoluta ou

relativamente incapaz.

CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

Art. 13. (...)

Parágrafo único. Aquele que efetivar o

pagamento ao prejudicado poderá exercer o

direito de regresso contra os demais

responsáveis, segundo sua participação na

causação do evento danoso.

DIREITO DE REGRESSO

4º/4

21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar

Em dez/2013, o TST reconheceu o direito de regresso de uma empresa em ser

ressarcida pelo empregado, por indenização que foi condenada a pagar, por danos

morais causados por um empregado (agressões físicas e verbais), durante execução do

contrato de trabalho.

DIREITO DE REGRESSO

21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar

PODER NORMATIVO (ou Regulamentar)

▪ O poder que a Constituição Federal atribui ao Chefe do Executivo

PODER REGULAMENTAR (ou Normativo)

▪ Uma das formas pelas quais se expressa o poder normativo:

✓ Decretos, regulamentos

✓ Atos normativos de complementação da lei, como:

▪ circulares, portarias, editais, instruções, ...

SOBRE O PODER NORMATIVO / REGULAMENTAR

21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

GOVERNADORES DOS ESTADOS

Corpo de Bombeiros

Art. 84, IV, da CF:

ao Presidente da República compete:

“expedir decretos e regulamentos

para a fiel execução das leis”

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

Ministério da indústria, Comércio

Exterior e Serviços (MDIC)

CONMETRO(colegiado interministerial)

VERTENTE “FEDERAL”

REGULAMENTAÇÃO TÉCNICA

Art. 144, da CF:

§6º As polícias militares e

CORPOS DE BOMBEIROS militares, ...,

subordinam-se, juntamente com as

polícias civis, aos Governadores dos

Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.

VERTENTE “ESTADUAL”

REGULAMENTAÇÃO TÉCNICA

TÊM FORÇA OBRIGATÓRIA,

OU POR SEREM ATOS LEGISLATIVOS,

OU POR SEREM ATOS ADMINISTRATIVOS de regulamentação,

derivados de leis (que têm natureza imperativa)

21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar

MAS ...

▪ como o Estado não consegue acompanhar a evolução

tecnológica com a velocidade e eficiência do setor privado,

delega essa atividade normativa e o faz elegendo a ABNT como

foro único para a edição de Normas Técnicas.

SOBRE A NORMALIZAÇÃO

21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar

RESOLUÇÃO

Nº 07

DO CONMETRO

(24/8/92)

ABNT (entidade privada)

NORMAS TÉCNICAS

VERTENTE “PRIVADA”

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

GOVERNADORES DOS ESTADOS

Corpo de Bombeiros

Art. 84, IV, da CF:

ao Presidente da República compete:

“expedir decretos e regulamentos

para a fiel execução das leis”

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

Ministério da indústria, Comércio

Exterior e Serviços (MDIC)

CONMETRO(colegiado interministerial)

VERTENTE “FEDERAL”

REGULAMENTAÇÃO TÉCNICA

Art. 144, da CF:

§6º As polícias militares e

CORPOS DE BOMBEIROS militares, ...,

subordinam-se, juntamente com as

polícias civis, aos Governadores dos

Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.

VERTENTE “ESTADUAL”

REGULAMENTAÇÃO TÉCNICA

GANHAM FORÇA OBRIGATÓRIA, POR

LEIS QUE DETERMINAM O SEU

CUMPRIMENTO

TÊM FORÇA OBRIGATÓRIA,

OU POR SEREM ATOS LEGISLATIVOS,

OU POR SEREM ATOS ADMINISTRATIVOS de regulamentação, derivados de leis

(que têm natureza imperativa)

21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar

• A elaboração é voluntária

• Mas, depois de editadas, o cumprimento é obrigatório

NORMAS TÉCNICAS

A OBRIGATORIEDADE DE CUMPRIMENTO

DAS NORMAS TÉCNICAS

21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar

DEVER ÉTICO-PROFISSIONAL

• Códigos de ética profissional; lei do CAU (Lei 12.378/2010)

DEVER CONTRATUAL DO FORNECEDOR

• Boa fé objetiva do contratante (pressuposto de que o produto atende os requisitos

mínimos de técnica e qualidade)

DEVER LEGAL

• Quando houver lei que estabeleça a obrigatoriedade de cumprimento

A OBRIGATORIEDADE DE CUMPRIMENTO

DAS NORMAS TÉCNICAS DECORRE:

21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar

- Código(s) de Obra(s) Municipal(ais)

- Lei 4.150/62 (regime obrigatório de cumprimento das normas da

ABNT, nos contratos de obras e compras do serviço público federal)

- Lei de incorporações (4.591/64)

- Lei de acessibilidade

- Lei de licitações (n. 8.666/93) – projetos de acordo com as normas;

- Código de Defesa do Consumidor – art. 39

A OBRIGATORIEDADE DE CUMPRIMENTO

POR DEVER LEGAL

21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar

LEI 8.078/90(Código de Defesa do Consumidor)

VIII – colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em

desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes

ou, se normas específicas não existirem, pela Associação Brasileira de

Normas Técnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional

de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – CONMETRO.”

Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos e serviços:

21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar

CONSEQUÊNCIAS DO

DESCUMPRIMENTO DAS NORMAS

CÓDIGO PENAL

Art. 121. Matar alguém:

Pena - reclusão, de seis a vinte anos.

§ 3º Se o homicídio é culposo:

Pena - detenção, de um a três anos.

§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o

crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou

ofício, ou se o agente deixa de ..., ou ...

CRIMINAIS

21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar

Art. 615. Concluída a obra de acordo com o ajuste (“contrato”), ou o

costume do lugar, o dono é obrigado a recebê-la. Poderá, porém,

rejeitá-la, se o empreiteiro se afastou das instruções recebidas e dos

planos dados, (“projetos”) ou das regras técnicas em trabalhos de tal

natureza. (“normas técnicas”)

Art. 616. No caso da segunda parte do artigo antecedente, (“regras

técnicas”) pode quem encomendou a obra, em vez de enjeitá-la,

recebê-la com abatimento do preço.

CONSEQUÊNCIAS | CÓDIGO CIVIL $

CÍVEIS

21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar

▪ Há cerca de 8.000 normas:

• há normas de: Procedimento, de Especificação, de Padronização, de Ensaio,

de Classificação, de Terminologia, de Simbologia ...

• Há normas com redação deficiente; desatualizadas

▪ As Normas Técnicas são instrumentos de meio

(e não um fim em si mesmas)

▪ A ABNT não é a Santa Sé

▪ As normas técnicas podem ser contestadas, se houver fundamento

(técnico ou legal)

RESSALVAS

21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar

O construtor/incorporador responde pelas falhas dos elos antecedentes

Engenheiros

Dono da obra/

incorporador Projetistas

Fornecedores ConsultoresConstrutora

(...)

POR QUE PREOCUPAR-SE COM O CUMPRIMENTO DAS NORMAS TÉCNICAS?

21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar

EM QUÊ A NBR 15575 (NORMA

DE DESEMPENHO) AFETA AS

RELAÇÕES JURÍDICAS

RELACIONADAS À

CONSTRUÇÃO CIVIL?

(edificações habitacionais)

21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar

• QUALIDADE

• OBRIGAÇÕES

• RESPONSABILIDADES

NORMA DE DESEMPENHO REFLEXOS JURÍDICOS

DEMANDAS E AÇÕES

JUDICIAIS ENVOLVEM O

QUESTIONAMENTO SOBRE:

21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar

=CONDIÇÕES PARA A

QUALIDADEAO LONGO DO TEMPO

PROJETO

MANUTENÇÃO

+

(CONDIÇÕES DE EXPOSIÇÃO)

EXECUÇÃO:

MATERIAIS E

SERVIÇOS

USO

+

21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar

=CONDIÇÕES PARA A

QUALIDADEAO LONGO DO TEMPO

PROJETO

MANUTENÇÃO

+

(CONDIÇÕES DE EXPOSIÇÃO)

EXECUÇÃO:

MATERIAIS E

SERVIÇOS

USO

+

ITENS DE RESPONSABILIDADE

DOS FORNECEDORES

ITENS DE RESPONSABILIDADE

DOS USUÁRIOS

21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar

Os requisitos mínimos que devem ser

atendidos pelos sistemas da edificação,

quando em uso (requisitos de desempenho)

A NBR 15.575 estabelece:

QUALIDADE1

21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar

▪ DESEMPENHO ESTRUTURAL

▪ SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO

▪ SEGURANÇA NO USO E OPERAÇÃO

▪ FUNCIONALIDADE E ACESSIBILIDADE

▪ CONFORTO TÁTIL E ANTROPODINÂMICO

▪ DESEMPENHO TÉRMICO

▪ DESEMPENHO ACÚSTICO

▪ DESEMPENHO LUMÍNICO

▪ ESTANQUEIDADE À ÁGUA

▪ DURABILIDADE

▪ MANUTENIBILIDADE / GESTÃO DA MANUTENÇÃO PREDIAL

REQUISITOS GERAIS DE DESEMPENHO

(requisitos de QUALIDADE) QUALIDADE

Edificações habitacionais

21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar

SISTEMA VUP mínima

Estrutura > 50 anos

Pisos internos > 13 anos

Vedação vertical externa > 40 anos

Vedação vertical interna > 20 anos

Cobertura > 20 anos

Hidrossanitário > 20 anos

(*) Considerando periodicidade e processos de manutenção segundo a ABNT NBR 15575 e

especificados no respectivo manual de uso, operação e manutenção entregue ao usuário elaborado

em atendimento à ABNT NBR 14037.

TABELA 7 | Vida útil de projeto (VUP)*

(item 14.2.1 da Norma)

21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar

Os projetistas devem estabelecer a Vida Útil de Projeto

(VUP) de cada sistema que compõe a norma.

Quem define a VUP precisa também estabelecer quais ações

de manutenção devem ser realizadas, para ter condições de

a vida útil ser atingida.

PROJETISTAS(novas obrigações)

21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar

O funcionamento de um subsistema, durante a

vida útil, depende da substituição de

componentes que se desgastam em tempo

menor do que a vida útil do sistema (flexíveis,

gaxetas, o “ courinho ” da torneira, etc.),

providências compreendidas na atividade de

manutenção.

MANUTENÇÃO “DE ROTINA”

21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar

Exemplo: (consta no Anexo “D”)

• Um revestimento de fachada em argamassa

pintada pode ser projetado para uma VUP de

“20” anos, desde que a pintura seja refeita

a cada “5” anos, no máximo

• Se o usuário não realizar a manutenção prevista,

a VU real do revestimento poderá ser seriamente

comprometida

• As eventuais patologias, no caso, terão origem na

falta de manutenção (excludente da

responsabilidade), e não em uma falha de

construção

MANUTENÇÃO “DE PROJETO”

21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar

Código Civil

– Culpa exclusiva da vítima

– Fato exclusivo de terceiro

– Cláusula de não indenizar

– Caso fortuito ou força maior

Excludentes da Responsabilidade do Construtor:

CDC

– Não colocação do

produto no mercado

– Inexistência do defeito

– Culpa exclusiva do consumidor

(caso fortuito e força maior)

Mau uso

ou

Falta de manutenção

O MAU USO E A FALTA DE MANUTENÇÃO

21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar

• Veículos de informação (cumprimento de obrigação)

• Instrumentos de marketing

• Elemento de defesa quando houver

questionamento sobre qualidade/desempenho

• Instrumentos de orientação de perícias

MANUAIS

SOBRE OS MANUAIS

21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar

1 2 3 4 5 6 7

5 anosEntrega da obra

ou “HABITE-SE”

3 ANOS – Instalação de

tomadas, interruptores,

fios e cabos elétricos,

caixas e quadros

3 ANOS – pela instalação das

partes hidráulicas e gás –

coletores, ramais, louças,

caixas de descarga, etc.

2 ANOS – por destacamentos,

fissuras, desgaste excessivo de

pisos cimentados, acabados em

concreto, contrapiso, etc.

1 ANO – instalação de

equipamentos (para-raios,

aquecedores), fechaduras,

fixação de vidros, sistema de

telefonia, etc.

3 ANOS – infiltração decorrente

do mau desempenho do

revestimento externo da

fachada

5 ANOS – má aderência do

revestimento; revestimentos de

paredes e tetos internos e externos

em argamassa, gesso liso

HÁ MAIS PRAZOS

DE GARANTIA PREVISTOS NA NORMA

21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar

PRAZO DE RESPONSABILIDADE

A lei não define o prazo em que perdura a responsabilidade

do fornecedor

Não havendo definição de prazos, a responsabilidade dos

fornecedores perdura por prazo indefinido

A lei define o prazo para propor ação, que, no caso de

vícios ocultos, começa a contar (a pretensão nasce)

quando surge o vício (“actio nata” - CC, art. 189 – e CDC,

art. 26,§ 3º)

21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar

... no cenário de indefinição de prazos “técnicos” =

= aplicação dos prazos “jurídicos”

Súmula 194 do STJ – Superior Tribunal de Justiça (antes do CC 2002)

“Prescreve em 20 (vinte) anos a ação para obter,

do construtor, indenização por defeitos da obra.”

SITUAÇÃO

ANTERIOR

PRAZO DE RESPONSABILIDADE

21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar

RAZOABILIDADETÉCNICA

PRAZO DE PRESCRIÇÃO

20 ANOS

O prazo de 20 anos atendia, tanto para o surgimento do vício (compequenas variações nesse entendimento), como para a prescrição

PRAZO DE RESPONSABILIDADE

21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar

➢ O maior prazo de prescrição foi reduzido para 10 (dez) anos

Prazo de Garantia

5 20 25 30 35 40

PRESCRIÇÃO

20

1ª NOVIDADE: CÓDIGO CIVIL DE 2002

MUDANÇA

DE

CENÁRIO

10

PRAZO DE RESPONSABILIDADE

21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar

Prazo de

Garantia

5 20 25 30 35 40

PRESCRIÇÃO

VIDA ÚTIL: pisos internos - 13

VIDA ÚTIL: vedação vertical interna - 20

VIDA ÚTIL: vedação vertical externa - 40

VIDA ÚTIL: estrutura - 50

2ª NOVIDADE :

VIDA ÚTIL: período de tempo em que os requisitos mínimos de desempenho (de

qualidade) devem ser atendidos pela edificação, supondo a correta manutenção

10

MUDANÇA

DE

CENÁRIO

21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar

O fabricante/fornecedor responde pela adequação do

produto durante a VIDA ÚTIL

(Ressalvadas as hipóteses de mau uso, falta de manutenção, atos de

terceiros, caso fortuito ou força maior)

TEORIA DA RESPONSABILIDADE PELA

VIDA ÚTIL DO PRODUTO (acolhida pelo STJ)

21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar

Recurso Especial nº 984.106 – SC (2007/0207915-3) - 4ª Turma do STJ –

Rel. Min. Luis Felipe Salomão – Dje: 20/11/2012

“Ademais, independentemente de prazo contatual de garantia, a venda de um

bem tido por durável, com vida útil inferior àquela que legitimamente se

esperava, além de configurar um defeito de adequação (art. 18 do CDC),

evidencia uma quebra da boa-fé objetiva, que deve nortear as relações

contratuais, sejam de consumo, sejam de direito comum. Constitui, em outras

palavras, descumprimento do dever de informação e a não realização do próprio

objeto do contrato, que era a compra de um bem, cujo ciclo vital se esperava, de

forma legítima e razoável, fosse mais longo.”

PRAZO DE RESPONSABILIDADE

21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar

Recurso Especial nº 984.106 – SC (2007/0207915-3) - 4ª Turma do STJ –

Rel. Min. Luis Felipe Salomão – Dje: 20/11/2012

“O Código de Defesa do Consumidor, no § 3º do art. 26, no que concerne à disciplina do

vício oculto, adotou o critério da vida útil do bem, e não o critério da garantia, podendo o

fornecedor se responsabilizar pelo vício em um espaço largo de tempo, mesmo depois de

expirada a garantia contratual.”

“Com efeito, em se tratando de vício oculto não decorrente do desgaste natural gerado pela

fruição ordinária do produto, mas da própria fabricação, e relativo a projeto, cálculo

estrutural, resistência de materiais, entre outros, o prazo para reclamar pela reparação se

inicia no momento em que ficar evidenciado o defeito, não obstante tenha isso ocorrido

depois de expirado o prazo contratual de garantia, devendo ter-se sempre em vista o critério

da vida útil do bem.”

PRAZO DE RESPONSABILIDADE

21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar

“O critério de vida útil é o que melhor atende aos interesses

dos consumidores, que adquirem produtos com uma

expectativa legítima de durabilidade e bom funcionamento

por um certo período”.

PRAZO DE RESPONSABILIDADE

Recurso Especial nº 984.106 – SC (2007/0207915-3) - 4ª Turma do STJ – Rel. Min. Luis Felipe Salomão – Dje: 20/11/2012

“E para que o prazo de vida útil de determinado produto

durável não seja objeto de controvérsias, compete ao próprio

fabricante defini-lo, já que dispõe da tecnologia necessária

para tanto, e informá-lo ao consumidor, nos termos dos arts.

6º, III e 31 do CDC.”

21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar

✓ No CDC, todos os bens duráveis estão na mesma cesta

✓ O CDC se aplica também às incorporações imobiliárias

✓ E já existe um critério de julgamento para bens duráveis (“critério da vida útil do

bem”)

Problema:

21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar

RISCO / PROBABILIDADE:

de as ações judiciais referentes à construção civil serem julgadas

pelo mesmo critério dos demais bens duráveis

(teoria da vida útil do produto)

=

21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar

A VIDA ÚTIL PODE NÃO SER ATINGIDA:

Por falha de execução

Por mau uso ou falta de manutenção

(caso fortuito, força maior ou ação de terceiros)

Por falha de projeto

VIDA ÚTIL = PRAZO DE “EXPOSIÇÃO” À RESPONSABILIDADE

(Ponto: são prazos longos, em relação à vida humana)

21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar

SPES (SOCIEDADES DE PROPÓSITO

ESPECÍFICO)

SPEs (contratantes):

a) São criadas para se extinguir ao final do ciclo doempreendimento

b) Têm curto prazo de duração

(comparativamente ao produto que lançam no mercado)

21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar

▪ AUMENTO NO PRAZO DE EXPOSIÇÃO À RESPONSABILIDADE

▪ REDUÇÃO NO PRAZO DE EXISTÊNCIA DAS EMPRESAS

▪ RISCO PARA OS PROFISSIONAIS CONTRATADOS

PRAZO DE EXPOSIÇÃO

À RESPONSABILIDADEPRAZO DE EXISTÊNCIA

DAS EMPRESAS

S S

t t

21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar

MENSAGEM FINAL

A MAIOR OU MENOR SEGURANÇA DO INCORPORADOR, E/OU DO CONSTRUTOR,

DEPENDERÃO:

Do atendimento das normas técnicas pelos elos antecedentes

Da confiabilidade e solidez dos fornecedores

Engenheiros

Dono da obra/

incorporador Projetistas

Fornecedores ConsultoresConstrutora

(...)

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