projeto polÍtico pedagÓgico - escola estadual … · dessa forma, o projeto político pedagógico...
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ASSIS CHATEAUBRIAND
DEZEMBRO /2010
O fato de que uma multidão de homens
seja conduzida a pensar coerentemente e de
maneira unitária a realidade presente é um fato
“filosófico” bem mais importante e “original” do
que a descoberta, por parte de um “gênio
filosófico”, de uma nova verdade que permaneça
como patrimônio de pequenos grupos intelectuais.
Gramsci
3
APRESENTAÇÃO
O conhecimento não é algo situado fora do indivíduo, a ser adquirido por meio da
cópia do real, tampouco algo que o indivíduo constrói independentemente da realidade
exterior, dos demais indivíduos e de suas próprias capacidades pessoais, é, antes de tudo
uma construção histórica e social, na qual interferem fatores de ordem antropológica,
cultural , psicológica,social e econômica.
As ações escolares devem ser pensadas e (re)organizadas pela comunidade
escolar, de modo a diagnosticar a realidade, favorecendo uma prática pedagógica de
forma que o conhecimento contribua para a autonomia do aluno, do ponto de vista
intelectual, social e político. Dessa forma, o Projeto Político Pedagógico representa um
repensar e uma construção coletiva da ação educativa na escola pública paranaense.
No decorrer do ano de 2004, foram realizados encontros com as Equipes
Pedagógicas das escolas, NRE/SEED, para estudos e discussões teóricas sobre a
construção de uma escola pública de qualidade a partir da (re)significação do trabalho
pedagógico na escola. A partir daí, iniciou-se nas escolas, uma mobilização para a
construção de um Projeto Político Pedagógico que garantisse às camadas populares o
acesso ao conhecimento sistematizado.
Em fevereiro e julho de 2005, durante as semanas pedagógicas na escola, todos
os envolvidos no processo escolar tiveram a oportunidade de estudar, refletir e discutir
assuntos pertinentes à educação e produzir documentos sobre a escola, a sociedade, o
homem e o conhecimento que temos e o que queremos.
Numa segunda etapa de construção, foram realizadas reuniões com pais,
professores, funcionários e alunos para esclarecimentos sobre a construção do
Projeto Político Pedagógico. Na seqüência foram distribuídos questionários aos mesmos
para levantamento de dados e posterior diagnóstico da realidade.O marco conceitual foi
elaborado por uma equipe, com base nos documentos construídos pelos professores
durante o ano somados aos documentos emitidos pelo NRE/SEED.
Quanto ao marco operacional, o mesmo está em construção, visto que se fazem
necessárias maiores análises sobre a situação atual e a que se pretende.
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Nos dias 6, 7 e 8 de fevereiro do ano de 2006, foi trabalhado juntamente com todo
o corpo docente e funcionários o texto do PPP já com um estudo sobre seu
desenvolvimento, possíveis modificações e ajustes, analisando-se os marcos situacional e
conceitual a fim de definir claramente o que temos e queremos.
No mês de julho do mesmo ano, novos estudos foram realizados analisando-se e
refletindo sobre as ações realizadas e as que pretendemos realizar, traçando metas a
serem atingidas.
No ano de 2007 deu-se continuidade ao processo de construção dos documentos
que legitimam todo o trabalho escolar. A Semana Pedagógica descentralizada que
ocorreu no ano 2008 teve como tema os desafios educacionais contemporâneos o
currículo escolar. O objetivo central foi discutir a concepção e a organização do currículo,
refletindo sobre a função social da escola publica e os processos de secundarização do
seu papel. Dando continuidade em 2009 este estudo, foram realizadas reflexões sobre o
que já avançamos em termos da compreensão do currículo e o que ainda precisamos
avançar, no sentido de uma concepção de educação claramente voltada ao atendimento
das necessidades da escola publica e da sociedade paranaense como um todo.
O Regimento Escolar foi revisto no ano de 2007, sendo aprovado em março de
2008.
O processo de construção das diretrizes curriculares tem sido marcado por
referenciais teóricos e metodológicos desencadeados desde o primeiro Seminário,
ocorrido em setembro de 2003, ou nos diferentes eventos de formação continuada, assim
como nos registros em documentos impressos, cadernos temáticos, materiais de apoio
pedagógico e produções sob a forma de outras mídias, encaminhados pela SEED para
todas as escolas. Agora em 2009 já temos as Diretrizes Curriculares Estaduais em sua
versão final.
A escola pública que foi replanejada pela Gestão 2003-06, do Governo Roberto
Requião, traz uma luz diferenciada para a prática pedagógica, sustentada sob uma
intensa discussão de concepções que permeiam a organização do trabalho educativo na
escola, além das reflexões sobre a ação docente, concretizadas por meio de um processo
de formação continuada, na crença do professor como sujeito epistêmico, e da
implantação de programas nas escolas, com base na definição de políticas públicas para
a educação. Todos esses elementos configuram a cultura escolar, a identidade da escola,
que precisa ser compreendida de forma transparente, pois esta compreensão traz vida à
instituição e lhe dá, cada vez mais, profissionalismo no trato com os alunos.
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Retomar a discussão do Projeto Político Pedagógico é sempre necessário, haja
vista que a escola é historicamente produzida e, em seu movimento dialético necessita
ser pensada continuamente.
IDENTIFICAÇÃO DO ESTABELECIMENTO:
Escola/Código:
Escola Estadual Guimarães Rosa – Ensino Fundamental - Código: 0023
Município: Assis Chateaubriand – Pr Código: 0200
Endereço: Avenida Cívica nº119 – Assis Chateaubriand – Pr – Tel: 044.3528.41.35 -
Local: Urbana
E-Mail: escguimaraesrosa@yahoo.com.br
E-Mail: asdguimaraes@seed.pr.gov.br Site: asd.guimaraesrosa@seed.pr.gov.br
Dependência Administrativa: Estadual
Entidade Mantenedora: SEED
Ato de Autorização da Escola – Decreto nº 4622/78 de 20/02/78
Ato de reconhecimento da Escola – Resolução nº 3028/81 - D.O.E: 20/04/82
Reconhecimento do Curso – Resolução nº: 3028/81
Parecer do NRE de Aprovação do regimento Escolar nº 026/2008–
Ato administrativo nº 067/2008
NRE : Assis Chateaubriand – Código: 004
Distãncia da Escola do NRE: 1000 metros
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ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR
Modalidade e Níveis de Ensino : Ensino Fundamental – 5ª a 8ª série
Número de Turmas : 26
Número de Salas de aula: 17
Número de alunos: Manhã: Tarde: 200 Noite: = Total:
Turno de Funcionamento: Manhã , Tarde e Noite
Número de Professores: 60
Número de Professores Pedagogos: 06
Número de Funcionários:
Numero de Diretor: 1
Número de Diretor Auxiliar : 1
Ambientes Pedagógicos: 2 Sala de Recurso; 4 Sala de Apoio Pedagógico;
1 Biblioteca; 01 Laboratório de Informática .
PROGRAMAS: Sala de Recursos, Sala de Apoio Pedagógico, CELEM, Viva a
Escola. ( 4 Propostas: Esporte, Dança, Literatura e Letramento- Língua Portuguesa e
Somando Conhecimentos – Matemática.
PROJETOS: Agenda 21, Olimpíada Estudantil Interna, Prevenção ao uso
indevido de drogas( Promover saúde), Controle da Dengue................
Proposta de Formação Continuada: Conforme orientações da SEED e
disponibilidade e incentivo pela escola.
Organização da Hora Atividade: Por professor ( individual)
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I. HISTÓRICO
Mas se verdadeiramente a existência precede a
essência, o homem é responsável por aquilo que
ele é.
Jean-Paul Sartre
A Escola Estadual Guimarães Rosa – Ensino-Fundamental é a escola de 5ª à 8ª
série mais antiga do município, criada em 15/02/68, sob a denominação de Ginásio
Estadual de Assis Chateaubriand, contando com 264 alunos matriculados, tendo como
diretora a Professora Floraíza Pagliuso Alvarez que a dirigiu por um ano, sendo
substituída pela Professora Zuleika Maria Leandro Fratti que a dirigiu por dois anos,
contando na época com 371 alunos. De 1971 a 1972 passou pela direção do Professor
Odilir Dettmer e contava com 1.237 alunos matriculados. De 1973 à 1978 foi dirigida pelo
professor José Paschoal de Paula, quando em 14/02/78 através do Decreto 4622 sofreu a
1ª reorganização unindo-a à Escola Estadual Engenheiro Azaury Guedes Pereira –
Ensino de 1º Grau (1ª a 4ª série) e Escola Estadual Clarisse Carvalho Pagliuso também
ensino de 1ª a 4ª série, passando a denominar-se ESCOLA ESTADUAL ENGENHEIRO
AZAURY GUEDES PEREIRA – ENSINO DE 1º GRAU, nesta época contando com
aproximadamente uma média de 4.042 alunos matriculados e funcionando em 3 turnos e
3 prédios distintos. Em 1981, sob a direção do professor Fabrício Jacob Begosso, passou
por outra reorganização unindo-a ao Colégio Comercial de Assis Chateaubriand e Escola
Normal Colegial de Assis Chateaubriand, através da Resolução 1450/81, passando a
denominar-se COLÉGIO ENGENHEIRO AZAURY GUEDES PEREIRA – ENSINO DE 1º
E 2º GRAUS, contando agora com uma média aproximada de 4.054 alunos matriculados
e funcionando em 4 prédios distintos. Em 1983 através da Resolução
1823/83 passou a denominar-se Colégio Estadual Engenheiro Azaury Guedes Pereira –
Ensino de 1º e 2º Graus.
Assumiu sua direção de 1984 (3.447 alunos) à 1985 (3.008 alunos) o professor Ivo
Marchi que foi sucedido em 1986 (2.977 alunos) pela professora Sonia Maria de Matos
Sala, com mandato até 1989 (1.334 alunos).
Durante o ano de 1984 através da Resolução 8428/84 sofreu nova reorganização
desmembrando-a em 2 unidades distintas: - Escola Estadual Engenheiro Azaury – Ensino
Pré Escolar e 1º Grau, e, - Colégio Estadual Chateaubriandense – Ensino de 2º Grau.
Finalmente em 1987 através da ESCOLA ESTADUAL GUIMARÃES ROSA - ENSINO
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FUNDAMENTAL Resolução 3912/87, sofre novo desmembramento e passa a denominar-
se ESCOLA ESTADUAL GUIMARÃES ROSA – ENSINO DE 1º GRAU (5ª a 8ª), agora
contando com 2.857 alunos matriculados. Entre os anos de 90 (1.307 alunos) à 95 (1.241
alunos), ficou sob a direção do professor Ivo Marchi e professora Sonia Maria de Matos
Sala sucessivamente.É diretora atualmente a professora Nivaldete Mendonça Fávaro que
assumiu em 1996 (1.176 alunos) e foi reeleita em 1997 para a gestão 1998/2000. Em
2006 a ESCOLA ESTADUAL GUIMARÃES ROSA – ENSINO FUNDAMENTAL, oferta
exclusivamente ensino de 5ª a 8ª séries, com 826 alunos regularmente matriculados;
atendendo a educação inclusiva ( Sala de Recurso e CAE- DV) através do paradigma da
integração, norteada pelo princípio de normalização, oferece oportunidade dando desafios
adequados, trabalhando com a potencialidade intelectual, respeitando a limitação,
apoiando a inserção familiar, escolar e social, preparando-o para uma formação que lhe
dê condições de contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e fraterna,
funcionando em 3 turnos, ofertando também o curso de Língua Espanhola, através do
CELEM (Centro de Línguas Estrangeiras Modernas) implantada na Demanda Escolar
desde o ano letivo de 1997. A ESCOLA ESTADUAL GUIMARÃES ROSA –
ENSINO FUNDAMENTAL, devido à sua localização (centro, próxima aos bairros mais
populosos) conta com uma clientela bastante heterogênea, recebendo alunos oriundos de
vários bairros da zona urbana e rural provenientes de famílias de diversas camadas
sociais, culturais e econômicas e ainda alunos com necessidades especiais. Por ser a
escola mais antiga do município, possui professores que foram alunos desde a época de
sua fundação, como é o caso da professora diretora Nivaldete Mendonça Fávaro,
professora Amália Maria Juchen do Nascimento e outras. A partir de 2009 temos como
diretora a Professora Marly Marcusso de Brito e Diretora Auxiliar a professora Rita de
Cássia Castro Vieira, atualmente (2010),com alunos matriculados, ofertando Sala de
Recurso, Sala de Apoio, Celem, Programa Viva a Escola, funcionando em 3 turnos.
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QUADRO DE PESSOAL – OUTUBRO – 2010-
FUNCIONÁRIOS E PROFESSORES
Nº. NOME OBS
1 ADRIANA ASSIS TOMIN Professora
2 ADRIANA DE OLIVEIRA CORTARELLI Professora
3 ANA AMÉLIA PIZZINI VIEIRA Professora
4 ANA MARIA ALVES DA SILVA Funcionária
5 ANA PAULA DE OLIVEIRA PAULO Professora
6 ANDRESSA BILHA CRUZ Professora
7 ANGELINA ARAÚJO CAMILO Professora
8 ANTONIO MOTA NUNES Professor
9 ARMELINA DE OLIVEIRA TOLEDO Professora
10 ÁUREA FRANCISCA PEDROSO Professora
11 CÉLIA ALVES MOREIRA ORLANDO Professora
12 CLAUDINEI GOMES DE OLIVEIRA Professor
13 CLÉIA REGINA DENARDE Professora
14 CONCEIÇÃO APARECIDA ROMAN Professora
15 CYLENE CRISTINA LIVIO RANUCCI Professora
16 DÉLDINA BAESSO Professora
17 EDIMARA DOS SANTOS DIAS Professora
18 EIKO HELENA YANAGA Pedagoga
19 ELENIR FERREIRA DOS SANTOS Professora
20 ELIANA APARECIDA CAMELO Professora
21 EMERCY GONÇALVES Funcionária
22 EMILENI MATHIAS DE MOURA CARDOSO Professora
23 ENIR MEZINI CAMPOS Professora
24 ESMAEL DONIZETE EICHINGER Professor
25 FRANCISCA VANIA FURTADO ALENCAR Pedagoga
26 GELCINA ALVES GERALDO Professora
27 GENI DA HORA SILVA Funcionária
28 GILMA DA ROCHA FERREIRA Funcionária
29 GISELLE SIMONE DOS SANTOS LOPES Professora
30 GIUVANE FRANZOI DE CARVALHO Professora
31 HELENA MIYOKO MIURA DA COSTA Professora
32 HÉMERSON RICARDO DA SILVA MOURA Funcionário
33 HILDA GOMES DE SANTANA MAZOCATO Professora
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34 IDEMAURA ZANESCO MARQUES Professora
35 IRANI SANTOS Professora
36 IVANA DE PAULA RODRIGUES CALISTO Professora
37 IVANETE ALVES BARBOSA SAGAE Professora
38 IVONEIDE APARECIDA DE AZEVEDO GOUVEIA Professora
39 JAIR DELINSKI Professor
40 JANDIRA FRANCISCHETI CARLOS Funcionária
41 JAQUELINE FERRARI Professora
42 JAQUELINE MAIRA TORRES RITZ MATIAZZO Professora
43 JOCELEI BROTI RISSATO Pedagoga
44 JOSÉ BISCONSINI Pedagogo
45 JULIANA CARLA DE MARCO Professora
46 JULIANA FURLAN PINHEIRO Professora
47 LOURDES VERA DA COSTA Professora
48 LÚCIA DE OLIVEIRA DA SILVA Professora
49 LUZIA APARECIDA DA SILVA CRUZ Professora
50 LUZIA ORLANDI DE OLIVEIRA Pedagoga
51 MARCELO ALEXANDRE ROMÃO Professor
52 MÁRCIA DE LOURDES ROMAN Professora
53 MARGARIDA ESSER DE OLIVEIRA Funcionária
54 MARI LÚCIA LEME Professora
55 MARIA ANDRÉIA PRIETO SILVA Professora
56 MARIA APARECIDA DE JESUS TEDESCHI Professora
57 MARIA LÚCIA BATISTA Professora
58 MARIA MADALENA TAVARES DA SILVA MERLI Pedagoga
59 MARIA SIRLEI LOMBARDI DE MELLO Professora
60 MARIA TOLEDO DA GRAÇA Professora
61 MARILENE APARECIDA BORTOLETTO Professora
62 MARINALVA BARBOSA Funcionária
63 MARLENE APARECIDA DE OLIVEIRA VILANOVA Funcionária
64 MARLENE DINAH DE LIMA Funcionária
65 MARLY MARCUSSO DE BRITO Diretora
66 MELISSA PATRIARCA CORREIA DOS SANTOS Professora
67 MICHELLI DA SILVA ARRUDA SORTE Professora
68 NAIR DOS SANTOS LEÃO Professora
69 ORLANDA ALMEIDA BARROSO Funcionária
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70 PATRÍCIA FURLAN DA SILVA Professora
71 PAULA CRISTHINA MARIUSSI Professora
72 PAULA RAMALHO LEITE Professora
73 PEDRO PERAÇOLI Funcionário
74 RENATA FAVARÃO PIOTO Funcionária
75 RITA DE CÁSSIA CASTRO Diretora Auxiliar
76 RONEIDE DAMIATI AZEVEDO Professora
77 ROSANA APARECIDA TEIXEIRA ROMAGNOLI Professora
78 ROSANGELA MARIA CISZ Professora
79 ROSANGELA MARIA DA SILVA Professora
80 ROSÂNGELA PASTORI Professora
81 ROSELIANE CALGARO Professora
82 ROSEMEIRE APARECIDA DE AZEVEDO Professora
83 ROSIMEIRE CISZ LORENZINI Professora
84 ROSINEY FERNANDES LIMOEIRO Professora
85 RUTMARA BÉRGAMO Professora
86 SANDRA REGINA ORLANDINI Professora
87 SANDRIGO DEIVES DALEFFE Professor
88 SEBASTIANA EVA DE OLIVEIRA Funcionária
89 SÉRGIO PINHEIRO DA SILVA Professor
90 SHIRLEY BATISTA JARDIM DONEGA Professora
91 SOLEIVA ROQUE Professora
92 SONIA REGINA POMINI Professora
93 SUZANA GONÇALVES Professora
94 TEREZA TOMIN DA SILVA Professora
95 TEREZINHA GONÇALVES DE ARANTES Professora
96 VANDA PEREIRA DE ANDRADE Professora
97 VANIA BASSI Professora
98 WALDINÉIA MARIA DA SILVA DAL'BOIT Professora
II. OBJETIVOS GERAIS
Permitir a participação de todos os sujeitos do processo educativo, tornando-os
sujeitos de direitos, organizados e participativos do processo de construção
político-social e cultural;
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Explicitar o trabalho pedagógico escolar enquanto processo de construção coletiva
e contínua enfatizando, assim, o conceito de autonomia enquanto responsabilidade
de todos;
Diagnosticar a realidade comprometendo-se com a formação do cidadão para a
sociedade no qual se insere de modo que enfrente os desafios impostos;
Favorecer uma prática pedagógica de forma que o conhecimento contribua para a
autonomia do aluno, do ponto de vista intelectual, social e político;
Possibilitar a reorganização da escola, através de ações conscientes, planejadas,
voltadas para a mudança da realidade.
III - MARCO SITUACIONAL
O conhecimento é a compreensão inteligível da realidade, que
o sujeito humano adquire através de sua confrontação com essa
mesma realidade. Ou seja, a realidade exterior adquire, no interior do
ser humano, uma forma abstrata pensada, que lhe permite saber e
dizer o que essa realidade é . A realidade exterior se faz presente no
interior do sujeito do pensamento. A realidade, através do
conhecimento, deixa de ser uma incógnita, uma coisa opaca, para se
tornar algo compreendido, translúcido.
C. Luckesi
O início do século XXI está marcado por um quadro econômico e político mundial
que nos pressiona à ação: acentuada concentração de riqueza; crescimento econômico
com altos custos sociais, culturais e ambientais; progressos contínuos e infinitos nas
comunicações e diversas áreas do conhecimento científico, sem que a miséria seja
amenizada. As faces do neoliberalismo que coloca em risco a sobrevivência dos sujeitos
quando as grandes empresas, detentoras da renda e dos postos de emprego, subordinam
o Estado aos seus interesses, provocando o aniquilamento dos serviços sociais como a
saúde e a educação devem levar à construção de uma sociedade melhor para o novo
século, pois é inconcebível a permanência desse aniquilamento social.
O movimento de transformação em que estamos envolvidos nos situa como
agentes da resistência às perspectivas produtivas propostas pela globalização. E é num
movimento constante de reflexão e ação, de denúncia dos mecanismos excludentes e
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anúncio de novas possibilidades inclusivas, solidárias e participativas que se insere a
Escola Cidadã.
A ciência e a tecnologia trouxeram grandes avanços para a humanidade, no
entanto, esses não foram suficientes para diminuir as desigualdades sociais.
O Brasil continua tendo a desigualdade como uma de suas principais
características econômicas ao longo de sua historia, mesmo possuindo imensas riquezas,
o país apresenta expressivas desigualdades, em grande parte graças ao passado
colonial, escravocrata e marcado pela exclusão social.
O Brasil tem a segunda pior distribuição de renda do mundo, só perde para Serra
Leoa, na África.
A conseqüência social desse modelo econômico é que temos uma gritante divisão
social, onde a minoria detém a riqueza produzida pela maioria. Neste contexto torna-se
difícil termos um sociedade justa e solidária, o que justifica o agravante aumento dos
índices de violência, que só serão revertidos através da conscientização social, de uma
distribuição de renda mais justa e a garantia de acesso, permanência e qualidade da
educação para todos.
Os comparativos nacionais sobre os resultados do desempenho dos alunos
(Boletim da Educação na América Latina, 2002) de modo geral permitem visualizar a
carência de nosso sistema educacional, sem atribuir culpas podemos constatar que as
deficiências são gritantes – é um fato. A partir dessa constatação faz-se necessário lutar
para a melhoria do desenvolvimento da educação em todas as suas instâncias.
Em nossa região há predominância de atividades agrícolas, e o processo de
mecanização provocou êxodo rural, as famílias buscam cada vez mais os centros
urbanos, que também não oferece oportunidades de trabalho, pois não existem
indústrias e o desemprego é grande. O resultado desse quadro econômico é grave,
muitos pais deixam filhos com avós ou com outros parentes e saem para centros maiores
em busca de novas oportunidades.
A Escola Estadual Guimarães Rosa - Ensino Fundamental, de 5ª a 8ª série está
localizada no centro da cidade, próxima aos bairros mais populosos, porém seus
estudantes são oriundos também da zona rural e bairros da periferia.
A comunidade escolar é bastante heterogênea, os alunos são provenientes de
famílias de diversas camadas sociais e econômicas da nossa comunidade e também
alunos com necessidades educacionais especiais. Nossos alunos são mais ou menos
estáveis, observando problemas de evasão nos períodos diurno e noturno, neste, o índice
é maior .
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Nesta escola os critérios de organização de turmas se dá por ordem de chegada
de matrículas, onde a posteriori se realiza pelo colegiado da escola uma análise para
possíveis remanejamentos quando necessário.
A escola está constantemente criando e ampliando mecanismos que favoreçam o
acompanhamento da assiduidade dos alunos, onde a mesma é feita e verificada pelos
professores e equipe pedagógica.
A nossa escola também utiliza – se de índices educacionais para definições de
ações que venham a favorecer os alunos em sua aprendizagem.
A escola prega em parte a avaliação com base na primeira função, mas a emprega
fundamentalmente para a segunda. Nas escolas, de maneira geral há grande
preocupação com a nota ou conceito atribuído ao aluno.
Ligada diretamente à aprovação ou reprovação dos alunos, a nota acaba se
tornando um fim em si mesma, ficando muito distanciada e sem relação com as
situações de aprendizagem mesmo quando a escola providencia uma revisão de
conteúdos, é para “melhorar a nota”.
Nessa visão, a avaliação serve apenas para julgar e classificar. A participação do
aluno nesse processo é pequena e, muitas vezes ele nem mesmo tem clareza do porquê
dos resultados obtidos; a nota chega como uma sentença, definindo seu destino escolar
e, às vezes até seu destino fora da escola.
Devido ao grande número de alunos torna-se difícil o acompanhamento das faltas e
evasão escolar por parte da equipe pedagógica ou quando se vai tomar as devidas
providências em muitos casos, já é tarde demais. Desde o final do ano de 2005 está
sendo colocado efetivamente em prática o FICA.
A SEED e NRE necessitam rever com urgência a necessidade real das escolas e
ampliar a demanda das mesmas, podendo assim ampliar o número de profissionais para
a equipe pedagógica, bem como agentes educacionais I e II e assim a escola poderá
melhorar seu atendimento e acompanhamento aos alunos.
O Corpo Docente é constituído basicamente por Professores do Quadro Próprio do
Magistério, já com anos de experiência, por isso, estáveis na escola, não alterando muito
este quadro de ano para ano, o que possibilita à escola ter um perfil mais ou menos
definido.
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O quadro de funcionários Auxiliares Administrativos e Serviços Gerais também tem
se mantido relativamente estável o que possibilita um constante aperfeiçoamento
na prestação de serviços, apesar de que não existe número suficiente que atenda a
demanda da escola.
A participação dos pais tem sido satisfatória, chegando, em certas ocasiões, como
em épocas de reuniões para receber os boletins informativos sobre o aproveitamento
dos alunos e palestras educativas, que se dá bimestralmente, a atingir cerca de mais ou
menos 80% de comparecimento nos períodos da manhã e tarde.
No aspecto físico após anos de reivindicação a escola foi contemplada com
reforma geral e uma nova quadra coberta, melhorando significativamente sua estrutura
física.
No aspecto material, a Escola se encontra razoavelmente aparelhada, mas,
necessitando de constante atualização do acervo bibliográfico, tanto em qualidade,
quanto em quantidade. Contamos com laboratório de Informática bem equipado, TVs
multimídia e pendrives para todos os professores, equipamentos e materiais pedagógicos
para a Sala de Recursos Multifuncionais.
Em decorrência dos problemas de ordem econômica, grande parte dos alunos se
torna sem perspectiva de futuro, o que acaba por gerar uma passividade ou, então
indisciplinas.
Nos dois casos torna-se cada vez mais difícil o trabalho dos professores, que se
encontram angustiados, havendo, portanto necessidade de encontros pedagógicos com
mais freqüência a fim de refletir a prática para a tomada de decisão.
A escola, nas discussões realizadas, também optou por definir as regras e
normas que deverão orientar a pratica de todos os envolvidos com o processo
educacional.
Estas normas foram definidas na semana pedagógica no inicio deste ano
com o aval do colegiado escolar.
Reconhecer a realidade da problemática educacional é positivo, mas não pode
limitar-se a esse reconhecimento. É preciso refletir a escola e as práticas pedagógicas.
Esta reflexão é uma questão político-social, pois as decisões educacionais
pressupõem a opção e compromisso com a formação do cidadão para um determinado
tipo de sociedade. No século XXI a sociedade humana vem se confrontando com sérios
conflitos decorrentes do descompasso entre o avanço da ciência, da tecnologia, da
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informática e a crescente marginalização social em todos os países, principalmente no
terceiro mundo.
Portanto, paralelamente a isso surgiu a necessidade de encontrar novos
procedimentos em termos pedagógicos e metodológicos na ação, reflexão capazes de
intervir mais construtivamente na qualidade de ensino, estimulando e transformando as
mudanças que a nova realidade exige principalmente na educação sob as condições
necessárias para assegurar o direito da criança e adolescentes para o desenvolvimento
de suas capacidades cognitivas, afetivas de relação interpessoal, estética, ética e de
inserção social no mundo em que estão inseridos.
O índice de rendimento escolar no ultimo ano letivo de 2005 ficou da seguinte
forma: 84% de aprovação, 13% de repetência e 3% de evasão escolar.
Enquanto escola procuramos desenvolver um trabalho diversificado capaz de
atender as dificuldades e distintas necessidades através de uma grande diversidade de
situações e recursos pedagógicos, alterando sempre diferentes formas de trabalho
( coletivo, individual, diferenciado em pequenos grupos), promovendo condições para a
interação e a integração entre os alunos, as fontes e os objetos de conhecimento.
Desse modo cria-se nexos entre a proposta escolar e a cultura do aluno, de modo
a propiciar situações de significativa aprendizagem e de modo simultâneo, procurando-se
instalar em um ambiente estimulante e desafiador, capaz de mobilizá-los para o
conhecimento. A manifestação artística tem em comum com o conhecimento científico,
técnico ou filosófico seu caráter de criação e inovação.
Direção,equipe pedagógica e professores das áreas específicas, realizam eventos
onde os alunos desta instituição educacional possam mostrar os seus talentos, renovando
e aprimorando as atividades culturais, juntando vários gêneros artísticos, através de
intercâmbio, a princípio local e posteriormente regional.
Este projeto inovador vem com o objetivo de promover um espaço cultural (através
do movimento cultural, sendo ele, música, dança, teatro, artesanato, etc.) para o público
participante, onde os mesmos possam estar realizando atividades culturais e levar,
revelar e divulgar a nossa escola, assim atingindo não só o público visitante nos eventos,
mas a cidade como um todo.
A organização é um valor quando o ser objetiva a conquista de suas metas, então
há a necessidade de estabelecer etapas básicas e prever as expectativas para que se
possa garantir o passo a passo desta conquista.
Tomando como base a agenda 21 global, fizemos um levantamento da situação
escolar junto com a nossa comunidade escolar, onde ouvimos os pais e alunos sobre
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como seria a escola que eles queriam para seus filhos, para isto analisamos todos os
pontos colocados pelos pais, inclusive e principalmente os negativos, para que juntos
pudéssemos melhorar a nossa escola. Foi discutido sobre a valorização profissional, a
falta de materiais, falta de segurança, da necessidade de reforma física do prédio escolar,
da falta de funcionário de serviços gerais, que dificulta a manutenção da limpeza e da
higiene na escola. Do desperdício de material, da desigualdade social, da saúde do
profissional, da falta de participação da família na vida escolar de seus filhos e da
indisciplina escolar. Concluímos que ao trabalharmos a valorização do ser humano
ocorrerá uma amenização nos demais problemas.
Por este motivo analisando os resultados levantados a partir da apresentação de
dados que estão modificando e interferindo no nosso cotidiano tais como: Preservação do
Patrimônio Escolar e Higienização do meio ambiente; Segurança;
Relacionamento;(Atividades extra-classe, conteúdos escolares, aprendizagem) e família,
vimos a necessidade de trabalharmos a indisciplina como problemática.
Para isso devemos desenvolver uma sensibilidade no adolescente, levando-o a
perceber a importância de valorizar o metro cúbico que o cerca em todos os aspectos
sejam morais ou físicos, e que ele e o meio ambiente é um único ser, com as mesmas
necessidade básicas, cuidado, amor, respeito à vida, fazê-lo compreender que aquilo que
praticamos é um ato- reflexo, portanto voltará para nós na mesma intensidade. Incentiva-
los às pequenas mudanças comportamentais, gerando assim grande economia em
recursos naturais renováveis e não renováveis, e que consequentemente melhorará a
vida do nosso planeta.
A escola diante da proposta da agenda 21 , pretende promover uma
conscientização junto aos alunos e familiares quanto a depredação do planeta e da
importância de planejar um desenvolvimento econômico que não extinga as condições de
vida do planeta.
Contamos ainda com sala de recursos, sala de apoio e CAE ( Centro de
Atendimento Especializado-DV),Programas VIVA A ESCOLA’ onde o professor trabalha
com números menores de alunos, propondo novos encaminhamentos que conduzem os
alunos a alcançar outros patamares de conhecimento, ou seja o primeiro passo para
a integração, bem como Grêmio Estudantil ,Conselho Escolar, Conselho de Classe e
APMF.
18
A sala de apoio à Aprendizagem de Português e Matemática, como ação pedagógica
para enfrentamento dos problemas não visa somente reduzir a repetência e a evasão
escolar, mas tem como objetivo principal contribuir com o desenvolvimento integral do
aluno, visando a sua formação para a cidadania, proporcionando-lhe condições para
desenvolver todo o seu potencial de aprendizagem, evitando assim, o fracasso no fluxo
regular do ensino fundamental que compromete a pessoa e a escola.
Servem como suporte, com trabalhos e estratégias diversificadas e diferenciadas
da sala de ensino regular desenvolvidas através de atividades voltadas para o
desenvolvimento integral, isto é, atividades que permitam ao aluno avançar em seu
processo educativo de acordo com suas peculiaridades. O foco de atendimento das salas
de apoio pedagógico é o aluno de 5ª série do ensino fundamental que apresenta
dificuldades de aprendizagem no que se refere aos conteúdos de leitura, escrita e
cálculo.
Através da observação diária dos alunos e das leituras realizadas, pode-se
constatar muitas situações que demonstram que a aprendizagem mediada perpassa,
fundamentalmente, pela tomada de consciência do professor e que sua relação e
interação com seu aluno são de importância total no sucesso deste processo.O aprender
a aprender inclui: motivação do aluno, desenvolvimento das funções cognitivas, e a
interação professor-aluno.
Estando de acordo com a Declaração de Salamanca ( 1994 p.17 e 18), onde a
escola deve acolher a todas as crianças, independentes de suas condições físicas,
intelectuais, sociais, emocionais, lingüísticas, crianças que vivem na rua, crianças
nômades, enfim todos os grupos minoritários, éticos ou culturais, desfavorecidos ou
marginalizados o qual oferta apoio pedagógico.
Quanto a hora atividade é realizado individual por professor, tendo em vista a
instabilidade de distribuição de aulas, onde o professor assume suas aulas em várias
escolas, não sendo possível montar um cronograma por disciplina, pois, ficamos
amarrados com o horário de outras escolas.
IV. MARCO CONCEITUAL
“os intelectuais transformadores precisam desenvolver um discurso
que una a linguagem da crítica e a linguagem da possibilidade, de
19
forma que os educadores reconheçam que podem promover
mudanças. Desta maneira, eles devem se manifestar contra as
injustiças econômicas políticas e sociais dentro e fora das escolas. Ao
mesmo tempo, eles devem trabalhar para criar condições que dêem
aos estudantes a oportunidade de tornarem-se cidadãos que tinha o
conhecimento e a coragem de lutar a fim de que o desespero não seja
convincente e a esperança seja viável.”
(Giroux, 1997, p. 163)
O direito à apropriação do conhecimento é um direito negado ao individuo,
muitas vezes, pelo contexto histórico em que o mesmo se insere, ideologizado por um
sistema de poder que inculca nas pessoas uma forma de ver e pensar a sociedade e
mesmo o homem, individualizado, como inertes à mudança.
Segundo BOFF, (MARTINS, 2000, p.53):”... a construção da cidadania envolve
um processo ideológico de formação de consciência pessoal e social e de
reconhecimento desse processo em termos de direitos e deveres. A realização se faz
através de lutas contra as discriminações, da abolição de barreiras segregativas entre
indivíduos e contra as opressões e tratamentos desiguais, ou seja, pela extensão das
mesmas condições de acesso às políticas públicas e pela participação de todos nas
tomadas de decisões.”
Desde a pólis ateniense, a organização da escola se dava sob a dualidade de
uma escola para livres (a este destinado o trabalho intelectual) e uma escola para os não
livres (destinados ao trabalho manual – trabalho físico). Mesmo quando tempos depois,
há necessidade e acontece a reorganização do ensino, a escola pública ainda continua
reproduzindo a estrutura social vigente e atende uma sociedade moderna industrial que
necessita apenas de mão-de-obra que atenda as necessidades do sistema econômico, o
capitalismo.
Na sociedade capitalista, as relações assimétricas de poder são mascaradas e
ocultam-se os mecanismos estruturais que produzem e mantém a desigualdade.
20
Uma prática pedagógica imoral, nesse sistema, pode, distorcendo a historicidade
do homem, desumanizá-lo. No entanto, uma educação voltada para a luta política, onde
as relações de poder e as ideologias são geradas, dá ao ser humano as condições de
liberdade, de envolvimento com o mundo em movimento, aprimorando e aprofundando a
existência humana, partindo de uma curiosidade ingênua que caracteriza uma leitura
pouco rigorosa do mundo e chegando à curiosidade exigente que movida pela ação e
pela reflexão leva à produção social do conhecimento, encaminhando o homem para o
entendimento de que a submissão à exploração e à dominação não é algo natural e
legítimo, mas é algo injusto e por isso pode e deve ser mudado.
A superação do imobilismo conduz o homem ao reconhecer-se como ator e autor
de uma história que permite-se a constante reorganização, numa ação de rupturas,
de consciência e intervenção crítica na reconstrução do mundo, despindo-se das
ingenuidades antidialéticas a que estão submetidos tanto o otimismo
pedagógico de natureza idealista quanto o pessimismo acrítico e mecanicista,
reconhecendo o papel da educação e de seus limites.
Segundo Tomaz Tadeu (1999) “...sob a ótica dos Estudos Culturais, todo
conhecimento, na medida em que se constitui num sistema de significação, é
cultural”,portanto, a escola encaminha o aluno para o domínio de saberes científicos,
instrumentalizando-o intelectualmente para que compreenda a realidade e atue sobre a
mesma de forma crítica e criativa, sem no entanto, desrespeitar ou desconsiderar a
identidade cultural dos mesmos.
A escola deve constituir-se como soma de saberes, conhecimentos e culturas que se
envolvem, entrelaçam-se e resulta em compromisso com as classes menos favorecidas,
pois, parafraseando o mestre Paulo Freire, o direito dos ricos (e sabe-se que durante
muito tempo, apenas essa classe possuía o direito à educação ou ao saber
sistematizado) não pode constituir-se em obstáculo ao exercício dos mínimos direitos das
maiorias exploradas, pois a desumanização das classes populares (quando lhe negam o
direito de cidadania) pode ser até legal, mas é uma ética ofensiva. A alfabetização,
enquanto processo pelo qual o indivíduo constrói a habilidade da leitura e escrita de uma
21
determinada língua, não se resume apenas à aquisição das habilidades mecânicas –
codificação e decodificação – do ato de ler. Mais importante do que isso, baseia-se na
capacidade de interpretar, compreender, criticar e produzir conhecimento, promovendo,
por consequência, a socialização dos indivíduos e o desenvolvimento da sociedade como
um todo.
O desafio que se coloca hoje para a educação escolar é romper com as barreiras
da dualidade e dos preconceitos ofertando uma educação onde haja efetiva apropriação
de conhecimentos, onde o indivíduo possa exercer seu direito de cidadania, uma vez que
o conhecimento é uma das exigências do ser cidadão.
A gestão compartilhada se constitui em condição imprescindível para promoção
da excelência da educação, neste sentido a escola a realiza com um compromisso
coletivo orientando-se pela valorização da escola e dos envolvidos num trabalho dinâmico
e eficaz que possibilite cada vez mais a permanência do aluno com êxito no sistema.
A gestão democrática exige que haja uma representatividade dos diversos
segmentos que compõem a comunidade escolar. Os membros, eleitos pelo seus pares
devem ter clareza de suas funções quanto a responsabilidade nas tomadas de decisões,
implementação e acompanhamento das ações necessárias à efetivação do processo
educativo, de modo a melhorar as condições do processo ensino-aprendizagem, objetivo
maior da escola pública.
Alguns conceitos devem ser evidenciados na prática escolar:
1º - Valorização da cultura: Educação é cultura. Estudiosos são unânimes em tal
afirmação e alguns ainda acrescentam: “educação é cultura e ideologia, e pode
servir para aproximar e afastar pessoas e classes sociais”. (ALENCAR, 2003, p.47).
A cultura de uma sociedade reúne significados comuns aos grupos pertencentes a
esta mesma sociedade, portanto a educação prende-se às culturas produzidas pelas
sociedades. Não concerne à escola, porém manipular ou controlar um único padrão de
cultura como o “socialmente aceitável” em detrimento dos demais.
O respeito à pluralidade das culturas nascidas na sociedade e a rejeição ao apego
exagerado à determinadas culturas deve fazer parte da prática e da orientação do
trabalho docente. A ninguém deve ser conferida superioridade cultural inata sobre a
cultura do aluno. A escola enquanto local e o professor enquanto agentes ambos de
22
socialização, devem respeitar a pluralidade das culturas, seja ela advinda de sociedades
diversas ou surgida numa única sociedade.
2º - Clareza na filosofia orientadora da prática docente: uma vez que o educador não
tenha desenvolvido a capacidade de observância dos problemas pedagógicos explícitos
ou não no cotidiano escolar, suas possibilidades de êxito referentes ao sucesso escolar
dos educandos estarão bastante diminuídas.
Faz-se necessário, diante da realidade educacional frente aos desafios impostos
pela pós-modernidade, agir de modo a não reduzir a prática educativa a puro exercício
ideológico. Ter clareza do papel da escola, enquanto local privilegiado onde deverá
acontecer a socialização dos saberes, enquanto desvelamento dos fenômenos, de forma
dialética entendendo que conforme Saviani “a compreensão da natureza da educação
enquanto um trabalho não material cujo produto não se separa do ato de produção, mas
permite situar a especificidade da educação como referida aos conhecimentos, idéias,
conceitos, valores, atitudes, hábitos, símbolos sob o aspecto de elementos
necessários à formação da humanidade em cada
indivíduo singular, na forma de uma segunda natureza, que se produz, deliberada e
intencionalmente, através de relações pedagógicas historicamente determinada que se
travam entre os homens”. (SAVIANI, 1992)
3º - Currículo x Prática Docente: o currículo deve fomentar a discussão sobre a
controvertida questão do acesso social aos benefícios e às conquistas do conhecimento
científico.
A prática pedagógica deve estar orientada por um currículo que, comprometido
com a transformação histórico-social do homem e orientado por uma filosofia crítica e
revolucionária, dê referência à educação básica.
No currículo deve estar explícito, para que não haja sombras de dúvida naqueles
que serão movidos para a práxis transformadora, o compromisso da escola
(incluindo aqui todos os atores) em socializar o conhecimento, não qualquer
conhecimento, mas aquele historicamente acumulado e fundamentado cientificamente,
possibilitando através de mecanismos próprios, aos educando indistintamente, a sua
aquisição .
A instituição escolar precisa proporcionar conhecimento reflexivo e crítico da
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arte, da ciência, da tecnologia e da história cultural, não só como produto alcançado pela
humanidade em seu devir sócio-histórico, mas principalmente como instrumento,
procedimento de análises de transformação e criação de uma realidade natural e social
concreta.
A Matriz Curricular tem na base Nacional Comum Ciências, Educação Artística,
Educação Física, Ensino Religioso, geografia, História, Língua Portuguesa e Matemática
e na parte Diversificada Inglês. Sendo que o ensino religioso é de oferta
obrigatória e de matrícula facultativa, não computada nas 800 horas, e o idioma é definido
pelo estabelecimento. A implantação dessa matriz foi neste ano de 2006 de forma
simultânea.
4º - Democratização da Escola: uma escola que se chame democrática deve
garantir a cada vez maior parcela das camadas populares, o acesso e a permanência,
assegurando aos que a ela se achegam um saber dosado e seqüenciado que
permita-lhes a passagem do seu não domínio ao seu domínio pleno.
Educadores e educadoras devem ter clareza da especificidade sócio-política da
escola, compreendendo o papel político que cada um e ao mesmo tempo, todos os atores
da escola possuem, compromisso social de quebra da hegemonia das camadas
dominantes, percebendo ainda que o trabalho do professor tem como núcleo, o ensino,
ensino que traz como primeira exigência para o saber sistematizado, o aprender da
linguagem dos números; aprender a linguagem da natureza; a linguagem da sociedade.
Conteúdos essenciais muitas vezes esquecidos pelo grande número de atividades
secundárias relegadas à escola.
A relevância da forma como se compreende o Sistema de Ensino, a educação e o
ensino, a função da escola pública, a sociedade com suas formas de
domínio, o conhecimento e sua apropriação, o currículo embebido em uma filosofia e a
práxis pedagógica fundamentada nesses conceitos é que interfere no sucesso ou no
fracasso da prática pedagógica desenvolvida na escola.
“A escolaridade obrigatória faz parte da realidade social e se transformou em uma
dimensão essencial para caracterizar o passado, o presente e o futuro das
sociedades, dos povos, dos países, das culturas e dos indivíduos”. (SACRISTAN, 2001,
p.35).
24
Diante do exposto acima, não é possível pensar a educação como fenômeno
isolado, sem determinantes e sem conseqüências, mas como mediada e mediadora
fundamental da história humana. História esta marcada por desigualdades e revestida de
esperanças que a própria educação lhe confere, quando é definida por uma proposta de
superação de privilégios intelectuais de uma classe dominante.
Elevar o nível intelectual das classes populares é meta para educadores envolvidos
numa política educacional que denuncia as relações de poder e acredita que
fundamentados cientificamente torna possível a conscientização das camadas populares
quanto ao significado contraditório das relações sociais e a educação, desse modo, atua,
segundo pensamento de Antonio Joaquim Severino:“na formação de grupos dominados
ao gestar sua consciência de classe instrumentalizá-los para uma práxis política mais
adequada”.(SEVERINO, 2003 p. 77).
SOCIEDADE
A partir das seguintes reflexões: sociedade, escola, alunos, professores e
funcionários, de forma geral temos uma sociedade capitalista, excludente, individualista,
consumista, desigual, classista e discriminadora, onde valoriza-se o ter em detrimento do
ser.
Vivemos numa sociedade em que os homens privilegiam alguns princípios e idéias
que nos desafiam a constantemente refletir e repensar o cotidiano.
Portanto, o processo de conscientização sempre se realiza em seres humanos concretos,
inseridos em estruturas sociais, políticas e econômicas.
Contudo, a escola tem uma efetiva participação na medida em que inclui, em seus
conteúdos curriculares a dimensão humanística, técnica científica e política-social,
colabora também quando se preocupa em desenvolver no aluno uma liderança mais
criativa e solidária, inserindo este aluno no mundo real e complexo, fazendo-o
compreender que as mudanças estruturais também necessitam da participação dele.
Almejamos uma sociedade que é mediadora do saber e da educação presente no
trabalho concreto dos homens, que criam novas possibilidades de cultura e do agir social
a partir das contradições geridas pelo processo de transformação da base econômica.
25
Atílio Boron (1986) questiona, que tipo de sociedade deixa como legado estes
quinze anos de hegemonia ideológica do neoliberalismo?
Uma sociedade heterogênea e fragmentada, marcada por profundas desigualdades
de todo o tipo – classe, etnia, gênero, religião, etc. – que foram exarcebadas com a
aplicação das políticas neoliberais.
Uma sociedade dos “dois terços” ou uma sociedade “com duas velocidades”, como
costuma ser denominada na Europa, porque há um amplo setor social, um terço excluído
e fatalmente condenado à marginalidade e que não pode ser “reconvertido” em termos
laborais, nem inserir-se nos mercados de trabalho formais dos capitais desenvolvidos.
Essa crescente fragmentação do social que potencializaram as políticas
conservadoras, foi por sua vez reforçada pelo excepcional avanço tecnológico e científico
e seu impacto sobre o paradigma produtivo contemporâneo.
A proposta apresentada é de uma sociedade onde haja justiça social, igualitária,
onde haja uma aproximação entre representantes e representados aliando as práticas
representativas com práticas de democracia direta, no sentido da ampliação, do espaço
de reflexão, de decisão e participação.
HOMEM
Do ponto de vista histórico-antropológico, o homem é um ser de relações, ele se
relaciona com a natureza, com os outros homens e consigo mesmo. A imagem que
podemos construir do homem será aquela que pudermos apreender de sua manifestação.
O homem não se relaciona com a natureza, no esquema indivíduo – mundo
material, como ocorre com os demais seres vivos. O esquema é essencialmente
grupo/natureza, ou seja, embora sejam os indivíduos que ajam concretamente,sua
ação é sempre uma ação coletiva. O homem é em sua essência um ser social. Temos
então, uma segunda esfera da prática humana, que é a prática social.
O que a observação histórico-antropológica nos permite ver é que a espécie
humana organiza-se coletivamente realizando uma divisão técnica do trabalho, ou seja,
diversas funções que devem ser realizadas são atribuídas a diferentes indivíduos. A essa
divisão técnica do trabalho sobrepõe-se uma divisão social do trabalho, cujas funções são
26
hierarquicamente distribuídas e marcadas pelo poder, já que essas funções se
diferenciam pelas posições que têm na hierarquia social, onde
os indivíduos ou grupos detêm uma espécie de força sobre os que estão em lugares
inferiores.
O homem vai se construindo e conservando sua existência concreta na exata
medida em que, através de sua prática, vai se relacionando com a natureza, pelo
trabalho; Com a sociedade pela sociabilidade; e consigo mesmo, pelo cultivo de sua
subjetividade.
São essas três dimensões inter-relacionadas e complementando-se que constituem
as efetivas mediações da existência humana. Trabalhar é condição imprescindível para
que o indivíduo se humanize e, conseqüentemente, sua ausência ou a deturpação de
suas condições constituem mediações de desumanização.
Assim, tanto o trabalho pode humanizar, como também degradar, desumanizar o
homem dependendo das condições em que é realizado histórica e
concretamente.Quando o trabalho degrada, desumaniza, ele é um trabalho alienado, ou
seja, leva o indivíduo a perda de sua própria essência, reduzindo-o a simples condição de
animal ou de máquina.
A alienação pelo trabalho é componente comum na atual estrutura social
capitalista, onde o homem se transforma em “coisa” que produz coisas, onde o salário mal
consegue repor as energias gastas pelo indivíduo no exercício de suas atividades.
O ser humano é um corpo consciente, capaz de conhecer a realidade, interagindo
com os seus iguais. Neste contexto, inteligência significará muito mais que um ato
solitário. Implica cada um tornar-se melhor, contudo em nome de propósitos cada vez
mais solidários e criativos.
A educação deve ser coerente com as concepções de homem, mundo e sociedade
almejadas.. Por isto, todo esforço no sentido da manipulação do homem para que
simplesmente saiba fazer determinada função, sem reflexão deve ser combatido, pois
saber fazer sem reflexão, sem o resgate de valores e atitudes sugere a existência de uma
realidade sem evolução, o que significa subtrair do homem a sua possibilidade de ser
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criativo, inovador, com direito de transformar o já existente para algo bem melhor,
achando soluções para eventuais problemas e saber tomar decisões frente as diversas
situações que terão que ser enfrentadas no mundo do trabalho.
É preciso definir ações educacionais inseridas neste contexto, pois defendemos a
idéia de que a escola não é o lugar para domesticar ninguém, mas é um espaço especial
para a construção da Cidadania.
MUNDO
No início deste século, H. G. Wells dizia que a "História da Humanidade é cada vez
mais a disputa de uma corrida entre a educação e a catástrofe". A julgar pelas duas
grandes guerras que marcaram a "História da Humanidade", na primeira metade do
século XX, a catástrofe venceu. No início dos anos 50, dizia-se que só havia uma
alternativa: "socialismo ou barbárie" (Cornelius Castoriadis), mas chegou-se ao final do
século com a derrocada do socialismo burocrático de tipo soviético e enfraquecimento
da ética socialista. E mais: pela primeira vez na história da humanidade, não por efeito de
armas nucleares, mas pelo descontrole da produção industrial, pode-se destruir toda a
vida do planeta. Mais do que a solidariedade, estamos vendo crescer a competitividade.
Venceu a barbárie, de novo? Qual o papel da educação neste novo contexto político?
Qual é o papel da educação na era da informação? Que perspectivas podemos apontar
para a educação nesse início do Terceiro Milênio? Para onde vamos?
Hoje muitos educadores, perplexos diante das rápidas mudanças na sociedade, na
tecnologia e na economia, perguntam-se sobre o futuro de sua profissão, alguns com
medo de perdê-la sem saber o que devem fazer. O Projeto Político-Pedagógico, como
instrumento de planejamento coletivo, resgata a unidade do trabalho escolar e garante
que não haja uma divisão entre os que planejam e os que executam.
Elaborado, executado e avaliado de forma conjunta, tem uma nova lógica. Então,
aparecem, no pensamento educacional, todas as palavras citadas por Abbagnano e
Aurélio: "projeto" político-pedagógico, pedagogia da "esperança", "ideal" pedagógico,
"ilusão" e "utopia" pedagógica, o futuro como "possibilidade". Fala-se muito hoje em
"cenários" possíveis para a educação, portanto, em "panoramas", representação de
"paisagens". Para se desenhar uma perspectiva é preciso "distanciamento". É sempre um
"ponto de vista".
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Todas essas palavras entre aspas indicam uma certa direção ou, pelo menos, um
horizonte em direção ao qual se caminha ou se pode caminhar. Elas designam
"expectativas" e anseios que podem ser captados, capturados, sistematizados e
colocados em evidência.De posse do conhecimento de todo o trabalho escolar, todos
(gestores,técnicos administrativos e de apoio,docentes, discentes, pais e comunidade)
tornam-se partícipes da prática educativa e portanto, educadores.
A virada do milênio é razão oportuna para um balanço sobre práticas e teorias que
atravessaram os tempos. Falar de "perspectivas atuais da educação" é também falar,
discutir, identificar o "espírito" presente no campo das idéias, dos valores e das práticas
educacionais que as perpassa, marcando o passado, caracterizando o presente e abrindo
possibilidades para o futuro. Algumas perspectivas teóricas que orientaram muitas
práticas poderão desaparecer, e outras permanecerão em sua essência. Para entender o
futuro é preciso revisitar o passado. No cenário da educação atual, podem ser destacados
alguns marcos, algumas pegadas, que persistem e poderão persistir na educação do
futuro.
A ESCOLA
A escola precisa ter clareza de sua finalidade social, fundamentada numa concepção
progressista precisa de dados, precisa inovar-se, planejar-se a médio e a longo
prazo, fazer sua própria reestruturação curricular, enfim, ser cidadã. As mudanças que
vêm de dentro das escolas são mais duradouras. Da sua capacidade de inovar, registrar,
sistematizar a sua prática/experiência, dependerá o seu futuro.
O educador precisa construir conhecimento a partir do que faz e, para isso,
também precisa ser curioso, buscar sentido para o que faz e apontar novos sentidos para
o que fazer dos seus alunos.
Em geral, temos a tendência de desvalorizar o que fazemos na escola e de buscar
receitas fora dela. A cidadania precisa controlar o Estado e o mercado, verdadeira
alternativa ao capitalismo neoliberal e ao socialismo burocrático e autoritário. A escola
precisa dar o exemplo, ousar construir o futuro. Transformar é mais importante do que
reproduzir com qualidade o que existe.
Cabe à educação hoje a árdua tarefa não só de transmitir conhecimentos, pois,
além disso proporciona também a construção do mesmo, mas principalmente esperança,
alegria, proporcionando um ambiente prazeroso para todos os envolvidos.
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AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL
Avaliar o ensino e a aprendizagem pressupõe avaliar todos os envolvidos neste
processo. Consideramos que a avaliação Institucional é um importante instrumento de
identificação dos condicionantes do processo ensino-aprendizagem. A organização da
escola e da educação quando se dedica a constituir instrumentos de democratização,
muitas vezes, tem sofrido de um mal: o de criar instituições meramente”cartorárias”
(NUNES, 1999,p.39).
Quando a escola se organiza para construir um processo de avaliação institucional
a partir do planejamento participativo, ela conecta de forma substantiva gestão e
avaliação. A avaliação do conjunto do trabalho da escola como instituição educativa,como
subsídio do processo de planejamento é um instrumento de gestão democrática dessa
instituição. Isto deve ter como ponto de partida o aluno, mas a avaliação institucional não
se esgota nos elementos que podem ser observados diretamente nos alunos, é preciso
considerar também, aqueles aspectos que são mediadores do processo pedagógico.
AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
A avaliação é uma tarefa didática necessária e permanente do trabalho docente,
que deve acompanhar passo a passo o processo de ensino e aprendizagem.
Segundo Libâneo (1991,p.196) são tarefas de avaliação:
Verificação: coleta de dados sobre o aproveitamento dos alunos, através de
provas, exercícios e tarefas ou de meios auxiliares, como observação de desempenho,
entrevista etc.
Qualificação: comprovação dos resultados alcançados em relação aos
objetivos e, conforme o caso, atribuição de notas ou conceitos.
Apreciação qualitativa: avaliação propriamente dita dos resultados, referindo-os a
padrões de desempenho esperados.
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Portanto, seguindo essa premissa, a avaliação não pode ser tomada unicamente
como o ato de aplicar provas, atribuir notas e classificar os alunos.,essa atitude ignora a
complexidade de fatores que envolvem o ensino, tais como os objetivos de formação, os
métodos e procedimentos do professor, a situação social dos alunos, as condições e
meios de organização social do ensino, os requisitos prévios que têm os alunos para
assimilar a matéria nova, as diferenças individuais, o nível de desenvolvimento intelectual,
as dificuldades de assimilação devidas a condições sociais, econômicas, culturais
adversas dos alunos.
Existem alguns equívocos que devem ser eliminados, tais como:
l- utilizar a avaliação como recompensa aos “bons” e punição para os
desinteressados ou indisciplinados;
2- reduzir a avaliação à cobrança daquilo que o aluno memorizou e usando a nota
apenas como instrumento de controle;
3- o professor confiar demais em seu “olho clínico” , dispensando verificações
parciais no decorrer das aulas;
Estes equívocos mostram duas posições extremas que devem ser evitadas:
considerar apenas os aspectos qualitativos ou apenas os quantitativos.
Deve-se considerar a relação mútua entre esses aspectos, a quantificação deve
transformar-se em qualificação, isto é, numa apreciação qualitativa dos resultados
verificados. A compreensão , a originalidade, a capacidade de resolver problemas, a
capacidade de fazer relações entre fatos e idéias etc, devem ser levados em
consideração.As provas escritas e outros instrumentos de verificação são meios
necessários de obtenção de informações sobre o rendimento escolar.
A escola , os professores, os alunos e os pais necessitam da comprovação
quantitativa e qualitativa dos resultados do ensino e da aprendizagem para analisar e
avaliar o trabalho desenvolvido. A partir de dados relevantes se fará um julgamento de
valor e para chegar-se a isso são necessário critérios claramente estabelecidos, onde os
dados coletados não podem envolver apenas memorização de fatos e informações sob o
risco de estar formando pessoas repetidoras que não atendem nem a esta proposta
pedagógica nem a postura profissional do verdadeiro educador.
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Os resultados da avaliação devem estar relacionados aos fins pretendidos para a
educação. Estamos satisfeitos com a sociedade excludente que temos ou queremos lutar
pela transformação dessa sociedade ? Se a proposta pedagógica de nossa escola se
propõe a lutar pela transformação, pois não estamos satisfeitos com a sociedade que
temos, se nos incomodam as desigualdades e queremos comprometer-nos na busca de
uma sociedade mais justa e solidária, então a filosofia da reprodução não atende nossas
necessidades.
.A nossa escola têm um papel importante junto aos nossos alunos, razão de sua
existência, que será a de proporcionar a aquisição do saber e a formação da cidadania
para que não fiquem à margem da sociedade.
.A avaliação, portanto,tem como principal objetivo diagnosticar as dificuldades do
processo de transmissão / aquisição do conhecimento, buscar as falhas tanto na
transmissão, como na aquisição, para tomar decisões acerca dos próximos passos nos
encaminhamentos da ação em sala de aula.
A avaliação deverá estar coerente com a proposta pedagógica. Se está claro a
definição do “ser humano que se quer formar”, a avaliação tem por objetivo subsidiar esse
esforço.
Seja observando uma criança na pré escola, seja discutindo em Conselho de
Classe a possível reprovação de um aluno, a avaliação é sempre acompanhada de
dúvidas, incertezas e, muitas vezes, incoerência. E, no entanto, é processo crucial para a
vida de quem está sendo avaliado.
Nossa sociedade reserva às instituições escolares o poder de conferir notas e
certificados que, supostamente, atestam o conhecimento ou capacidade do indivíduo, o
que torna imensa a responsabilidade de quem avalia. Os autores que têm analisado a
avaliação com uma visão crítica afirmam que ela pode exercer duas funções: a
Diagnóstica e Classificatória.
Pensar a avaliação apenas como ferramenta para aprovar ou reprovar reforça o
lado cruel da sociedade, e consequentemente da escola.
Quando esta simplesmente classifica os mais capazes de prosseguir os estudos na
série subseqüente, acaba penalizando aqueles que pertencem às classes sociais
desfavorecidas mais distanciadas da cultura escolar – que são os que mais fracassam.
32
Além de julgar o desempenho dos alunos nos aspectos cognitivos de forma parcial
e inadequada, a escola, muitas vezes também usa notas para controlar a disciplina dos
alunos e enquadrá-los em regras e normas que considera desejáveis revelando total
ausência de reflexão sobre o significado da avaliação.
A avaliação vista como acompanhamento da aprendizagem é contínua é uma
espécie de mapeamento que vai identificando as conquistas e os problemas dos alunos
em seu desenvolvimento. Dessa forma, tem caráter investigativo e processual . Ao invés
de estar a serviço da nota, a avaliação passa a contribuir com a função básica da escola,
que é promover o acesso ao conhecimento; e, para o professor, transforma-se num
recurso, precioso de diagnóstico, inclusive sobre a própria prática.
Se é desejável que a avaliação tenha um caráter diagnóstico e contínuo é preciso
para isso tomar certos cuidados, como: acompanhar as atividades que os alunos
realizam, analisando com eles seus avanços e dificuldades vai ajudá-los a aprender e
melhorar suas necessidades; mas não se pode transformar as situações de sala de aula
em “tarefas” às quais se atribuem notas ou conceitos.
Juntar esses resultados parciais para estabelecer, pela média, a apreciação sobre
o desempenho dos alunos significa apenas ter mais notas, e não garante a atuação de
acompanhamento e diagnóstico. A avaliação continua sendo classificatória.
A avaliação, assim, tem de adequar-se à natureza da aprendizagem, levando em
conta não só os resultados das tarefas realizadas, o produto, mas também o que ocorreu
no caminho.
Só a consideração conjunta do produto e do processo permite ao professor
estabelecer interpretações adequadas sobre o desempenho dos alunos.
Os estudos de recuperação paralela tem caráter preventivo no decorrer de todo
ano letivo, havendo registro sistematizado do aproveitamento obtido no período de
recuperação de estudos com o objetivo de recuperar pré-requisitos específicos da
disciplina para seqüência do bimestre. São planejados e aplicados em função das
necessidades individuais, considerando-se os diversos ritmos e deficiências de
aprendizagem.
Os registros das notas são feitos bimestralmente, fornecidos aos alunos e famílias
após o Conselho de Classe, tendo este como objetivo maior avaliar o processo ensino-
aprendizagem e os procedimentos adequados a cada caso.
33
CONSELHO DE CLASSE
O Conselho de classe é o espaço privilegiado para redefinir práticas pedagógicas
como possibilidades de formas diferenciadas de ensino, garantindo a todos os alunos
a aprendizagem. No conselho de classe observa-se as fragilidades e a necessidade
de mudança com vistas ao efetivo cumprimento da função desta instância.
É importante a participação dos pais não só no momento do conselho, mas em todas as
ações que a escola desenvolve.
O Conselho de Classe da escola acontece através de um trabalho colaborativo entre
os sujeitos que compõem o espaço escolar, para que este se transforme em um espaço
importante de avaliação constante que deve abranger todos os segmentos da organização
escolar (atuação dos professores, equipe diretiva, desempenho docente e discente,
envolvimento dos pais, conteúdos, recursos...).
MARCO OPERACIONAL
“Conscientização é um compromisso
histórico. É também consciência histórica: é
inserção crítica na história, implica que os homens
assumam o papel de sujeitos que fazem e
refazem o mundo. Exige que os homens criem
sua existência com um material que a vida lhe
oferece.” ( Paulo Freire, 1979)
Tendo em vista os objetivos intrínsecos da Educação numa sociedade
historicamente determinada, o trabalho docente deve assegurar aos aprendizes o domínio
firme e consolidado dos conhecimentos científicos, técnicos e culturais; oportunizar meios
e condições para que os alunos adquiram métodos e posturas com vistas a uma
aprendizagem pessoal e a um pensamento autônomo; propiciar condições para que os
elementos mediadores da aprendizagem convirjam para os objetivos essenciais da
Educação. Convém relembrar as palavras de Antônio Joaquim Severino que coloca:
“... o objetivo essencial da Educação, a sua
intencionalidade básica, numa sociedade historicamente
determinada, é inserir os educandos no tríplice universo de
suas mediações histórico-existenciais: no universo do trabalho,
da produção material, das relações econômicas e produtivas,
34
esfera de fazer técnico; no universo da sociabilidade e de suas
mediações institucionais, âmbito das reações políticas, esfera
do poder; no universo da cultura simbólica e simbolização
subjetiva, âmbito da consciência pessoal, da subjetividade, das
relações intencionais, esfera do saber...” ( SEVERINO, 1994,
p. 92) .
A Escola Estadual Guimarães Rosa entende que suas ações só farão sentido se
pensadas e refletidas.Conseguimos definir, uma linha comum de pensamento que está a
nortear a nossa prática,e vamos definindo nossas ações dentro dessa perspectiva.
A vitória da chegada virá não só do caminho que se percorre, mas do objetivo que
se quer atingir, portanto nossas ações deverão estar embasadas nas seguintes
premissas:
1. Mobilizar para o conhecimento:
articular realidade e objetivo;
levantar as representações individuais e dos grupos;
discutir a questão da intencionalidade, dos confrontos e da diversidade;
colaborar nas novas linguagens do conhecimento;
refletir sobre o imaginário social.
2. Efetivar estratégias para a construção de um homem mais crítico, mais
participativo e mais consciente de seus direitos e deveres.
3.. Promover o desenvolvimento da linguagem dos alunos, através do
estabelecimento do diálogo.
35
4.Refletir com a comunidade escolar sobre a questão da totalidade com o
compromisso de ajudar na formação do homem.
5. Participar na efetivação da proposta pedagógica dando suporte técnico à
comunidade escolar.
A organização escolar abrange as relações entre os aspectos administrativos e
pedagógicos e as instâncias colegiadas como Conselho Escolar, Conselhos de Classe,
APMF, Grêmio estudantil, que são de suma importância para todo o trabalho no decorrer
do ano letivo, numa grande integração, onde possibilite ao educando exercer sua
cidadania de forma responsável.
Procuramos em conjunto realizar um trabalho diferente capaz de atender as
dificuldades e as necessidades através de uma ampla diversidade de situações e
recursos pedagógicos, sempre com novas formas de trabalho, no coletivo, individual, em
pequenos grupos, buscando sempre condições para a integração e a interação dos
alunos, num processo constante de conhecimento.
AVALIAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
A avaliação é muito importante e válida para a melhoria do processo de ensino,
tanto no aspecto de aprendizagem, como de prática pedagógica dos profissionais da
educação, das condições físicas e materiais, do ambiente educativo, o estudo deve ser
avaliado a todo momento,dando assim condições para melhorar o que ainda não está
bom.
A avaliação do presente projeto será realizada anualmente, no início do ano letivo,
reunindo-se todo o colegiado para análise do que se atingiu, do que foi viável ou não e
fazer os ajustes necessários, priorizando porém a participação, a pesquisa, relatórios e a
produção de conhecimento pelo aluno.O envolvimento e a apreciação qualitativa tanto
dos alunos quanto da comunidade local servirão de parâmetros para revisão dos
procedimentos adotados neste projeto. A avaliação, neste sentido, serve como norteadora
das decisões pedagógicas, numa dinâmica de ação-reflexão-ação.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SEVERINO,A.J.Educação, sujeito e história.São Paulo: Olho D’agua, 2001.
SACRISTAN.J.G.A educação obrigatória: serm sentido educativo e social.Trad.Jussara
Rodrigues, Porto Alegre: Artmed.2001.
36
SILVA, T.T.Documento de identidade: Uma introdução as teorias do currículo. Belo
Horizonte: Autêntica, 1999.
PIMENTA, S.G.A organização do trabalho na escola. In: Revista da Ande, São Paulo, nº
11.pgna 29 a 36.1986.
GENTILE, P.ALENCAR, C. Educar na esperança em tempos de desencanto. Petrópolis.
Vozes 2003.
VEIGA, I.P. A. Perspectivas para reflexão em torno do projeto político
pedagógico.In.:VEIGA,I.P.A. E REZENDE, L.M.G. (orgs).Escola: Espaço do Projeto
Político Pedagógico. Campinas: Papirus, 1998.
SAVIANI, D. Sobre a natureza e especificidade da educação. Pedagogia Histórico-crítico:
Primeiras aproximações. São Paulo: CORTEZ, 1992.
AÇÕES, PROGRAMAS DA ESCOLA
-Programa VIVA A ESCOLA
- Salas de Recursos Multifuncional
- Salas de Apoio à Aprendizagem
- CELEM
- Agenda XXI
- Plano de Ação da Direção
- Plano de Ação da Equipe Pedagógica
- Plano de Ação Equipe Multidisciplinar (Consciência Negra e Indígena)
- Olimpíada Estudantil Interna
- Excursões Educativas
- Atividades de Educação Física
- Jogos inter-classes
- Comemoração do dia do Estudante
- Confraternizações
- Festa Junina
- Solenidade de Conclusão de curso
- Grêmio Estudantil
- APMF e CONSELHO ESCOLAR
38
ESCOLA ESTADUAL GUIMARÃES ROSA - ENSINO FUNDAMENTAL LEVANTAMENTO DE DADOS QUE OBJETIVA ANALISAR OS DIVERSOS ASPECTOS
DA ESCOLA, VISANDO A MELHORIA DA QUALIDADE DO ENSINO.
NOME DO RESPONSÁVEL: ________________________________________________
NOME DO ALUNO (A):____________________________________Turma/Série :_____
Como você analisa a escola quanto:
1. A qualidade do ensino:
( ) satisfatório ( ) regular ( ) não satisfatório
( ) outro
OBS:___________________________________________________________________
________________________________________________________________________
2. As formas de avaliação:
( ) satisfatório ( ) regular ( ) não satisfatório
( ) outro
OBS:___________________________________________________________________
________________________________________________________________________
3. Ao relacionamento com os professores:
( ) satisfatório ( ) regular ( ) não satisfatório
( ) outro
OBS:___________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
4. Ao relacionamento com a equipe pedagógica
( ) satisfatório ( ) regular ( ) não satisfatório
( ) outro
OBS:___________________________________________________________________
________________________________________________________________________
5. Ao relacionamento com a Direção
( ) satisfatório ( ) regular ( ) não satisfatório
( ) outro
OBS:___________________________________________________________________
________________________________________________________________________
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6. Ao relacionamento com os demais funcionários:
( ) satisfatório ( ) regular ( ) não satisfatório
( ) outro
OBS:___________________________________________________________________
________________________________________________________________________
7. As regras estabelecidas ( ) satisfatório ( ) regular ( ) não satisfatório ( ) outro
OBS:___________________________________________________________________
________________________________________________________________________
8. Qual a renda mensal da família? ( ) 1 salário mínimo ( ) 1 a 3 salário mínimo ( ) outro OBS:___________________________________________________________________
________________________________________________________________________
9. Em relação à moradia ( ) casa própria ( ) alugada ( ) outro OBS:___________________________________________________________________
________________________________________________________________________
10. Situação dos pais ( ) casados ( ) separados ( ) outro OBS:___________________________________________________________________
________________________________________________________________________
Sugestões:_____________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
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