pedagogia nas organizações
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O PEDAGOGO NAS ORGANIZAÇÕES
KOWALCZUK, Lidiane Mendes Ferreira - PUCPR lidianemendesf@gmail.com
VIEIRA, Alboni Marisa Dudeque Pianovski - PUCPR
alboni@alboni.com
Eixo Temático: Formação de Professores e Profissionalização Docente Agência Financiadora: não contou com financiamento
Resumo A necessidade do pedagogo dentro das organizações não é conhecida ou ainda pouco divulgada no estado do Paraná. O que leva uma organização a contratar um pedagogo? Este trabalho tem por objetivo pesquisar o que faz uma organização buscar um profissional de pedagogia para atuar na organização e quais são suas características e atribuições. A pesquisa fundamentou-se teoricamente nas obras de Senge (2000), sobre a empresa que aprende; Ribeiro (2008), que descreve a atuação do pedagogo na empresa; e Meister (1999) que explica o funcionamento da Universidade Corporativa. Para a elaboração deste trabalho foram utilizadas a pesquisa bibliográfica e a de campo. Para coleta de dados, realizaram-se entrevistas com diferentes profissionais que atuam na empresa, em seu setor de pessoal: um pedagogo, um psicólogo e um administrador. Foi possível perceber que muitas organizações contratam profissionais que têm pouco conhecimento na área educacional, no entanto, a preocupação com a aprendizagem dentro das organizações vem crescendo a cada dia. Mudanças exigidas pelas organizações envolveram o profissional da pedagogia, especialmente em treinamento e desenvolvimento dos colaboradores. Nos dias atuais, muitas empresas não conhecem a amplitude e as atribuições do pedagogo e os locais em que ele pode atuar. A utilização da Educação Corporativa para o desenvolvimento de pessoas, no entanto, tem trazido bons resultados, além de agregar valores à organização. O estudo demonstrou que as funções do pedagogo nas organizações é muito ampla e tem como principal característica atender as necessidades educacionais, desenvolver projetos para melhorar o desempenho profissional dos colaboradores para poder atuar em várias frentes, como Recrutamento e Seleção e na área de Gestão. Palavras-chave: Pedagogia nas organizações. Educação corporativa. Treinamento e desenvolvimento.
Introdução
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A empresa é um ambiente informal de aprendizagem, pois cada organização funciona
de maneira diferente, com sua própria missão, visão e valores, exigindo que o colaborador a
eles se adapte.
Normalmente, nas organizações há uma pessoa responsável pelo treinamento e
desenvolvimento dos colaboradores, que nem sempre é o pedagogo, mas outro profissional
cuja formação não está voltada para educação. Observando a necessidade de desmistificar a
“cultura” de que o pedagogo só trabalha na escola, este trabalho tem por objetivo explorar a
atuação do pedagogo em outros contextos, diferentes da escola.
Cadinha (2008, p.20) deixa clara a área de atuação do pedagogo nas empresas, ao
afirmar que “o pedagogo é um estudioso das ações educativas que ocorrem em todas as vidas
sociais, culturais e intelectuais do sujeito inserindo em uma sociedade na qual ele contribui
para o seu desenvolvimento”.
Com o advento das novas tecnologias e a construção do conhecimento dentro das
organizações, percebeu-se a necessidade de um profissional com as características do
pedagogo, para atender às novas tendências do mundo globalizado.
Em paralelo com as mudanças do meio empresarial, o curso de pedagogia percorreu
um longo caminho, nas ultimas décadas, com discussões sobre a identidade do curso, espaço
de sua atuação, muitas vezes sem explorar a amplitude do próprio curso que possibilitaria, ao
pedagogo, atuar em diferentes contextos na área educacional. A clareza sobre as atribuições
do pedagogo só se evidenciou em 2006, com a aprovação das Diretrizes Curriculares
Nacionais para o Curso de Graduação em Pedagogia (BRASIL, 2006).
De acordo com Brandão (1981, p. 20), são duas as principais funções da educação: o
desenvolvimento individual das capacidades da pessoa e a adequação do indivíduo como
membro participante de uma coletividade, em que exercerá um ofício social visando ao bem
comum.
Geralmente, ao ouvir falar em “educação”, o primeiro pensamento é o da escola. É
preciso lembrar, porém, que nos dias atuais, as organizações empresarias valorizam o
desenvolvimento dos colaboradores e a capacitação dentro da empresa.
O pedagogo, assim, é um agente educacional nas organizações e sua função é a
concretização da educação dentro dos interesses empresariais de cada momento específico.
Estabelece-se na organização como um profissional que agrega valores, juntamente com
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outros profissionais. Acompanha todo o desenvolvimento profissional dos colaboradores e
seu desempenho viabiliza cursos internos e externos, técnicos ou comportamentais.
Nas Diretrizes Curriculares do Curso de Pedagogia está expresso que o pedagogo pode
atuar “em espaços escolares e não escolares”, ficando claro como é ampla sua atuação.
Em face dessas reflexões, sobreveio o questionamento referente às necessidades das
empresas em querer um profissional como o pedagogo e surgiu o problema de pesquisa:
Quais os motivos que levam as organizações a contratar um pedagogo?
O objetivo geral da pesquisa é demonstrar a necessidade do pedagogo nas
organizações. Como objetivos específicos, mostrar o funcionamento e as vantagens de
empresas que aprendem; as razões que determinam a contratação de um pedagogo na
empresa; e a contribuição que ele pode trazer a ela.
Foi utilizado o método qualitativo através de entrevistas nas empresas que contribuem
para a aprendizagem dos seus colaboradores.
Mudanças nas empresas são reflexos da era da globalização: elas se adaptam aos
desafios que o mercado oferece. Assim, a cada dia que passa, as empresas têm que estar bem
preparadas, ajustando-se e adaptando-se à rapidez das mudanças.
Desenvolvimento
Com o impacto das novas tecnologias, as organizações vêm investindo na educação,
mostrando a importância da construção do conhecimento. Investir no crescimento intelectual
dos colaboradores é uma tendência que vem crescendo no mundo moderno, o que leva a uma
vantagem competitiva e a uma posição diferenciada no mercado globalizado.
Senge (2000, p. 37) refere essas organizações “aprendentes” como sendo aquelas
[...] nas quais as pessoas expandem continuamente sua capacidade de criar os resultados que realmente desejam, onde se estimulam padrões de pensamentos novos e abrangentes, a aspiração coletiva ganha liberdade e onde as pessoas aprendem continuamente a aprender juntas.
As organizações que aprendem têm um retorno tanto na satisfação dos colaboradores
como no crescimento econômico, pois as pessoas começam a ter um maior comprometimento
com a equipe e terem um retorno em superação de resultados.
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A aprendizagem organizacional precisa levar em consideração o aprendizado
individual para o sucesso e proporcionar condições para que o colaborador busque o
conhecimento de si próprio. Quando a organização não somente pensar no resultado e nas
melhorias, e sim também no ambiente organizacional, verá que a aprendizagem acontece de
forma coletiva, permitindo o desenvolvimento e mudança de valores e de conhecimento e
criará uma atmosfera pela qual os colaboradores sentem prazer no trabalho e procuram,
sempre, melhores resultados.
As teorias antigas não cabem nos dias atuais, pois as organizações mudaram os
paradigmas antigos de aprendizagem para aumentar e melhorar o desempenho. Atualmente, a
aprendizagem acontece de forma informal, em que os adultos aprendem fazendo, com
métodos adequados para a aprendizagem, exigindo mais das organizações.
Treinamento e Desenvolvimento ainda são utilizados por muitas organizações, o que
logo será substituído pela Educação Corporativa já que a aprendizagem técnica não é o
suficiente para os dias de hoje. A aprendizagem tem que ser ampla e contínua, por meio da
qual as pessoas criem, adquiram e propaguem seus conhecimentos, de forma crítica e flexível,
usando os próprios colaboradores para multiplicar os conhecimentos adquiridos.
Promover programas educacionais nas organizações é fato consumado, pois visam ao
desenvolvimento dos colaboradores em vários aspectos e eles têm que se ajustar ao perfil
exigido, têm que criar soluções e estratégias para os constantes problemas que vão surgindo
dentro das organizações. Aquele que não se qualificar constantemente estará fora do mercado.
O conhecimento tem que ser construído constantemente, ao longo da vida, e dentro da
empresa a aprendizagem ocorre de forma mais ampla,
[...] e não apenas para tornar a pessoa apta para determinada tarefa ou atividade. O perfil exigido é de pessoas com postura voltada para o auto-desenvolvimento e para aprendizagem continua. É necessário educar, implantar um sistema educacional nas organizações que privilegie desenvolver atitudes e posturas que vão além do ensino técnico e instrumental (MUNDIM; RICARDO, 2004, p. 49).
Com as novas exigências do mundo organizacional e as constantes inovações
tecnológicas, surgem estratégias para a difusão da educação, e a universidade corporativa
como modelo de educação continuada.
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Essas empresas estão transformando suas salas de aula corporativas em infra-estruturas de aprendizagem corporativa, em que o objetivo é desenvolver meios de alavancar novas oportunidades, entrar em novos mercados globais, criar relacionamentos mais profundos com os clientes e impulsionar a organização para um futuro. (MEISTER, 1999, p.19).
Educação corporativa é mais que um treinamento empresarial, é um processo de
aprendizagem e de inovação nas organizações, mas seu resultado não é visto de um dia para
outro, é um processo longo e contínuo. Os programas de formação educacional visam a
desenvolver profissionais com conhecimentos amplos, habilidades e competências.
Organizações e colaboradores têm que andar juntos, ter os mesmos objetivos e valores para se
tornarem mais competitivos no mundo globalizado.
Segundo Eboli (1999, apud MUNDIM; RICARDO, 2004, p.101), os principais
objetivos da educação corporativa são:
Difundir a idéia de que o capital intelectual será o fator de diferenciação das empresas no próximo milênio; Despertar nos talentos humanos a vocação para o aprendizado; Incentivar e estruturar atividades de autodesenvolvimento; Motivar e reter os melhores talentos, contribuindo para o aumento da felicidade pessoal, dentro de um clima organizacional.
Tais objetivos deixam claro que o conhecimento é essencial para o mercado
competitivo. Não basta a organização investir nos colaboradores, tem que convencê-los a ter
vontade de se desenvolver e aperfeiçoar. Uma organização que aprende busca colaboradores
com perfil de autodesenvolvimento, pessoas empreendedoras que trazem estabilidade para o
colaborador.
Obter uma vantagem competitiva e conseguir que as organizações entrem em
mercados fechados ampliando sua área de atuação é um dos resultados esperados pela
Universidade Corporativa. Usar a educação para conquistar novos clientes é um resultado
sólido para atingir as metas empresariais.
Nas Diretrizes Curriculares dos Cursos de Licenciatura em Pedagogia (BRASIL,
2006), no Art. 5º, inciso IV, é explicitado que o pedagogo pode atuar “em espaços escolares e
não escolares, em diferentes fases do desenvolvimento humano”. Isso deixa claro como é
ampla atuação do pedagogo, lembrando que sua atuação sempre será na área da educação, que
ocorre em todos os lugares.
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O pedagogo pode atuar em diferentes contextos em processos educativos, desde a
investigação à elaboração de propostas educacionais, atendendo à necessidade da
organização. O envolvimento do pedagogo é na área educacional e no desenvolvimento
humano, onde irá coordenar os projetos junto à organização. Entende-se que ele é a pessoa
mais preparada para atuar em contextos que privilegiam a área educacional, pois é um
profissional completo e tem ferramentas para aplicar nas organizações que incentivam o
conhecimento intelectual de seus colaboradores.
Educar nas organizações significa provocar mudanças de comportamento,
proporcionando o crescimento e desenvolvimento da organização e dos colaboradores, além
de favorecer a flexibilidade, agilidade de raciocínio e capacidade de análise.
A Pedagogia Empresarial se ocupa basicamente com os conhecimentos, as competências, as habilidades e as atitudes diagnosticados como indispensáveis/necessários à melhoria da produtividade. Para tal, implanta programa de qualificação/requalificação profissional, produz e difunde o conhecimento, estrutura o setor de treinamento, desenvolve programas de levantamentos de necessidades de treinamento, desenvolve e adapta metodologias da informação e da comunicação às práticas de treinamentos (RIBEIRO, 2008, p. 11).
As experiências já adquiridas pelos colaboradores têm que ser valorizadas pelo
pedagogo, pois este conhecimento pode ser usado como aliado para construir novos
conhecimentos e adaptado às metodologias para a educação de adultos, que aprendem
fazendo. Igualmente o pedagogo tem que conscientizar os colaboradores para a importância
da educação continuada, que sempre acompanha as mudanças da sociedade.
A Pesquisa de Campo
Para realizar esta pesquisa, utilizou-se de uma abordagem qualitativa. As entrevistas
foram realizadas nas próprias empresas e gravadas com a permissão dos participantes. Como
afirma Gil (2000, p. 121), “o modo mais confiável de reproduzir com precisão as resposta é
registrá-las durante a entrevista, mediante anotações ou com uso de gravador”.
O universo da pesquisa foi constituído por três organizações de grande porte,
localizadas no município de Curitiba, que investem na educação de seus colaboradores. Junto
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ao departamento de gestão de pessoas (RH), foram entrevistados diferentes profissionais: um
pedagogo, um psicólogo e um administrador de empresas.
Das respostas obtidas, foi possível concluir que o treinamento e o desenvolvimento
fazem parte das empresas pesquisadas. Há cursos prontos que fazem parte do contexto, bem
como projetos voltados para o desenvolvimento. As empresas promovem os cursos para
melhorar os resultados e incentivam os seus colaboradores a participar, proporcionando-lhes o
crescimento do conhecimento e favorecendo a flexibilidade.
Ficou visível que o trabalho do administrador, do pedagogo empresarial e do
psicólogo deve ser executado em conjunto, como refere Cadinha (2008), que destaca a
importância do conhecimento em áreas diferentes, para que se alcance o sucesso da empresa.
Observou-se que as grandes organizações não dão conta da demanda de R&S e T&D,
tendo que buscar a terceirização. Muitas estão implantando a educação corporativa para que a
rotatividade diminua.
Percebeu-se, das respostas obtidas, que a área de desenvolvimento humano das
empresas tem características próprias. Algumas organizações não conhecem a amplitude do
curso de pedagogia e as vantagens de ter este profissional que pode atuar em diferentes
contextos e cooperar para o desenvolvimento das pessoas. Suas atribuições nas organizações
são: fazer o diagnóstico, analisar, planejar, implantar e avaliar, utilizando a metodologia
adequada. Pode, também, ajudar em problemas que surjam na área educacional de forma mais
prática, conforme citado anteriormente.
A importância da educação nas empresas está crescendo a cada dia e o incentivo para
a capacitação dos seus funcionários é grande. Há subsídios para realização de cursos e se
começa a ver a educação como um investimento e não como um gasto, porque o retorno desse
investimento é positivo.
Todas as empresas entrevistadas têm programas de incentivo à aprendizagem e
mostram que é essencial a aprendizagem contínua. Elas investem nos colaboradores para que
possam obter bons resultados.
Considerações Finais
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A realização da pesquisa teve como intuito discutir as características de um pedagogo
que atue nas organizações e a contribuição que ele pode dar nessa área, desmistificando a
cultura de que esse profissional só trabalha em escolas.
Algumas pessoas ainda pensam que a Pedagogia está estritamente relacionada à
escola, que a atuação desse profissional é na área educativa, sem saber que o pedagogo pode
atuar em todas as áreas que requerem um trabalho educativo.
Com as entrevistas, foi possível comprovar que as empresas estão interessadas no
aprendizado dos seus colaboradores. Perceberam que a atualização dos conhecimentos dos
colaboradores se reflete nos resultados que a própria empresa pretende alcançar.
Observou-se que as três empresas participantes contribuem e investem para o
desenvolvimento da aprendizagem dos seus colaboradores, promovendo programas de T&D,
educação corporativa, e com bolsas parciais de estudos para aqueles que desejem realizar
cursos.
Nas grandes organizações, o pedagogo é o responsável pela elaboração de projetos,
inclusive de implantação de universidades corporativas, além de desenvolver outras funções,
entre elas a confecção de material didático e a avaliação da viabilidade de cursos e programas
educacionais. Além disso, responsabiliza-se pelos treinamentos e pode prestar consultoria ou
assessoria na área educacional das organizações.
Cabe ao pedagogo que atua em organizações buscar estratégias e metodologias que
garantam melhor aprendizagem, apropriação de informações e conhecimentos por parte dos
colaboradores. As empresas pesquisadas demonstraram reconhecer a importância de ter um
pedagogo, por sua formação com prática na educação, no quadro de funcionários.
Com a pesquisa, pretende-se colaborar para mudar a visão das organizações e de
acadêmicos sobre os vários contextos em que o pedagogo nas organizações.
No contato com as empresas, percebeu-se que a linguagem usada por elas é totalmente
diferente da usada nas escolas. Disso decorre que os pedagogos têm que adequar sua
linguagem de forma a que seja aceita pelas empresas, sem tentar transformar a empresa em
uma escola. Neste sentido, o curso de Pedagogia ainda não possibilita uma formação voltada à
educação empresarial.
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REFERÊNCIAS
BRANDÃO, C. R. O que é educação. São Paulo: Brasiliense, 1981, 1995. (Coleção Primeiros Passos; 20).
BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Pedagogia RESOLUÇÃO CNE/CP Nº. 1, 2006. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/rcp01_06.pdf >. Acesso em: 15/08/2010.
CADINHA, M. A. Conceituando pedagogia e contextualizando pedagogia empresarial. In: LOPES, I.; TRINDADE, A.B.; CADINHA, M. A. (org.). Pedagogia empresarial: formas e contextos de atuação. Rio de Janeiro: Wak, 2008, p. 15-36.
GIL, A. C. Técnicas de pesquisa em economia e elaboração de monografia. São Paulo: Atlas, 2000.
MEISTER, J. C. Educação corporativa: a gestão do capital intelectual através das universidades corporativas. São Paulo: Makron Books, 1999.
MUNDIM, A. P. F.; RICARDO, E. J. Educação corporativa: fundamentos e práticas. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2004.
RIBEIRO, A. E. do A. Pedagogia empresarial: atuação do pedagogo na empresa. Rio de Janeiro: Wak, 2008.
SENGE, P. M. A quinta disciplina: arte e prática da organização que aprende. São Paulo: Best Seller, 2000.
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