organizacao politica e administrativa do estado portugues

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Organização Política e Organização Política e Administrativa do Estado Administrativa do Estado

PortuguêsPortuguês

Órgãos do EstadoÓrgãos do Estado O Estado, tal como qualquer pessoa colectiva pública ou privada,

têm os seus órgãos. É através dos órgãos que as decisões do Estado são expressas.

E quais são os principais órgãos do Estado? São os chamados órgãos de soberania (artigo 110.º da Constituição da República Portuguesa);- O Presidente da República

- O Governo

- A Assembleia da República

- Os Tribunais É também a Constituição que define a formação, composição,

competência e funcionamento destes órgãos. 

1. Caracterização do Sistema político-constitucional.

2. Os Órgãos de Soberania.

3. Organização Administrativa.

Caracterização do Sistema político-Caracterização do Sistema político-constitucionalconstitucional

O sistema de Governo Português é caracterizado como um sistema semipresidencial.

Esta designação assenta no particular enquadramento da repartição de poderes entre Presidente da República, Assembleia da República e Governo.

Distingue-se claramente de um sistema Presidencial na medida em que o chefe de Governo não se confunde com o chefe de Estado.

Há uma clara independência do Governo em relação ao Presidente da República que exerce, fundamentalmente, um poder moderador e de controlo.

Caracterização do Sistema Caracterização do Sistema político-constitucionalpolítico-constitucional

Também se afasta de um sistema puro parlamentar atentos os poderes de dissolução da Assembleia da República e de demissão do Governo e, ainda, a responsabilidade política do Governo perante o Presidente da República.

Há, contudo, quem se refira ao sistema português como um sistema misto parlamentar – presidencial.

Isto para o afastar do sistema semipresidencial, de inspiração francesa que acentua a função presidencial.

No sistema francês, o Presidente da República preside ao Conselho de Ministros.

A Constituição portuguesa admite que o Presidente da República presida ao Conselho de Ministros, embora apenas se solicitado pelo Primeiro Ministro, o que não se tem verificado na prática Constitucional.

Caracterização do Sistema Caracterização do Sistema político-constitucionalpolítico-constitucional

Os aspectos fundamentais que permitem caracterizar o sistema português como semipresidencial são, em síntese, os seguintes:

As competências do Presidente da República quanto a outros órgãos, em particular, as de dissolver a Assembleia da República, de nomear o Primeiro Ministro, de demitir o Governo e exonerar o Primeiro Ministro, de nomear e exonerar os membros do Governo, sob proposta do Primeiro Ministro;

As competências, no âmbito do procedimento legislativo, em particular a promulgação e o veto;

O regime de responsabilidade do Governo perante o Presidente da República e a Assembleia da República.

OS ÓRGÃOS DE SOBERANIAOS ÓRGÃOS DE SOBERANIA O PRESIDENTE DA RÉPÚBLICAO PRESIDENTE DA RÉPÚBLICA

O Presidente da República goza de poderes de direcção e de controlo.

São poderes de direcção:

Presidir ao Conselho de Estado,

Marcar eleições, Convocar a Assembleia, Dirigir mensagens à

Assembleia, Dissolvê-la, Nomear o Primeiro Ministro, Demitir o Governo, Nomear e exonerar membros

do Governo, Presidir ao conselho de

ministros quando solicitado, etc.

OS ÓRGÃOS DE SOBERANIA OS ÓRGÃOS DE SOBERANIA O PRESIDENTE DA RÉPÚBLICAO PRESIDENTE DA RÉPÚBLICA

São poderes de controlo os referidos no artigo 134º da C.R.P., sendo os mais importantes a promulgação e o veto.

No procedimento legislativo, o Presidente desempenha um papel fundamental de controlo.

Os diplomas aprovados pelo órgão legislativo competente devem ser enviados ao Presidente para promulgação. O controlo exercido pelo Presidente, através daquele acto formal, visa manifestar o assentimento político e jurídico ao seu conteúdo.

O desacordo político do presidente manifesta-se através do veto político, já o veto jurídico, fundado em razões de inconstitucionalidade, pressupõe a declaração de inconstitucionalidade, emitida pelo Tribunal Constitucional, em sede de fiscalização preventiva.

Caso o diploma seja promulgado o presidente pode ainda suscitar a fiscalização sucessiva da inconstitucionalidade.

OS ÓRGÃOS DE SOBERANIAOS ÓRGÃOS DE SOBERANIA O PRESIDENTE DA RÉPÚBLICAO PRESIDENTE DA RÉPÚBLICA

Alguns actos do Presidente carecem de referenda (artº140º da C.R.P.).

A referenda é um acto formal do Governo que não pode ser rejeitado e apenas tem por base a tomada de conhecimento por parte do Governo, o órgão executivo.

OS ÓRGÃOS DE SOBERANIAOS ÓRGÃOS DE SOBERANIA O CONSELHO DE ESTADOO CONSELHO DE ESTADO

O Conselho de Estado é um órgão consultivo.

Compete-lhe pronunciar-se sobre:- A dissolução da Assembleia, - A demissão do Governo, - A declaração de guerra e paz, - Actos do Presidente interino e demais casos

previstos na Constituição.

OS ÓRGÃOS DE SOBERANIAOS ÓRGÃOS DE SOBERANIAA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICAA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

A Assembleia da República surge configurada no sistema constitucional português como o órgão representativo da comunidade nacional ao qual são cometidas importantes funções.

De entre elas destaca-se:

a) A função electiva: - Eleição de 10 Juizes do Tribunal Constitucional, - Do Provedor de Justiça, - Do Presidente do Conselho Económico e Social, etc.

OS ÓRGÃOS DE SOBERANIAOS ÓRGÃOS DE SOBERANIAA ASSEMBLEIA DA RÉPÚBLICAA ASSEMBLEIA DA RÉPÚBLICA

b) A função legislativa:

- No âmbito da função legislativa, a Assembleia desempenha um papel de particular importância.

- Há, na verdade, por força da legitimidade do parlamento, uma prevalência da função legislativa da Assembleia sobre a do Governo.

- Esta prevalência manifesta-se na existência de reserva de competência legislativa em matérias sobre as quais o Governo não poderá legislar.

- Em matérias de reserva relativa o Governo pode, contudo, legislar, desde que munido de lei de autorização legislativa que deve definir a extensão e os fins da autorização.

- Nas restantes matérias fala-se de competência concorrencial entre a Assembleia e o Governo visto que qualquer deles pode legislar.

- Há, ainda, um pequeno núcleo de matérias, respeitantes à organização e funcionamento do Governo, sobre as quais só este pode legislar.

OS ÓRGÃOS DE SOBERANIAOS ÓRGÃOS DE SOBERANIAA ASSEMBLEIA DA RÉPÚBLICAA ASSEMBLEIA DA RÉPÚBLICA

c) De Controlo:

- Consiste nas funções de inspecção e fiscalização a exercer pela Assembleia em relação ao Governo.

- O controlo exerce-se através de perguntas e interpelações, de inquéritos, de petições e de moções de censura.

d) Autorizante:

- Na função autorizante a Assembleia exerce não apenas uma função de controlo mas também uma função de co – decisão política.

- É o caso da autorização ao Governo para contrair ou conceder empréstimos, da autorização ou confirmação da declaração de estado de sítio e estado de emergência, da autorização da declaração de guerra ou da feitura da paz, das autorizações legislativas.

OS ÓRGÃOS DE SOBERANIAOS ÓRGÃOS DE SOBERANIAA ASSEMBLEIA DA RÉPÚBLICAA ASSEMBLEIA DA RÉPÚBLICA

e) Representação:

- É o que se passa com as relações internacionais e com a definição da competência para a aprovação de Tratados, exclusiva da Assembleia quanto a tratados de participação e Portugal em Organizações Internacionais, aprovação de tratados de amizade, de paz, de defesa, de rectificação de fronteiras e os respeitantes a assuntos militares.

f) Europeia:

- Consiste no conjunto de competências atribuídas à Assembleia com a finalidade de acompanhar e participar na construção da União Europeia.

OS ÓRGÃOS DE SOBERANIAOS ÓRGÃOS DE SOBERANIAO GOVERNOO GOVERNO

O Governo desempenha funções de natureza política, legislativa e administrativa.

De entre elas importa destacar a função legislativa, pela importância que desempenha no quadro constitucional.

Assim, o Governo tem competência legislativa própria a exercer, em concorrência, com a Assembleia da República. De resto a Constituição estabelece um princípio geral de paridade de valor entre Leis e Decretos – Leis.

Excepção a esta regra resulta da consideração da leis de valor reforçado bem como das reservas de competência legislativa da Assembleia da República.

O procedimento legislativo governamental segue os termos fixados no Regimento do Conselho de Ministros sendo as deliberações tomadas em Conselho de Ministros e enviadas ao Presidente da República para promulgação.

ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVAORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA

O Governo corresponde ainda ao topo da hierarquia administrativa.

Dirige a administração directa, tem poderes de superintendência e tutela sobre a administração indirecta e de tutela sobre a administração autónoma.

A Administração estadual pode ser exercida por órgãos e serviços da própria pessoa colectiva pública Estado falando-se, nesse caso, de administração directa.

Se os fins do Estado forem prosseguidos por pessoas colectivas distintas do Estado estamos perante a Administração indirecta.

A Administração directa é integra, na sua maioria, órgãos e serviços submetidos à hierarquia do Governo.

ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVAORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA

A Administração directa pode ser central (abrange todo o território nacional) ou periférica (apenas uma circunscrição: ex: Governadores Civis).

O principal órgão da Administração central do Estado é o Governo, composto pelo Primeiro-Ministro, Ministros, Secretários de Estado e Sub-Secretários de Estado.

A Administração indirecta integra:

- Institutos Públicos;- Empresas Públicas;- Fundações.

ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVAORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA A Administração autónoma integra:

- Associações Públicas: são pessoas colectivas públicas de tipo associativo criadas por grupos de cidadãos com interesses públicos próprios específicos (ex: ordem dos médicos, ordem dos advogados).

- Autarquias Locais: são pessoas colectivas públicas de base territorial correspondentes aos agregados de residentes em diversas circunscrições do território nacional que asseguram a prossecução de interesses comuns resultantes da proximidade geográfica, mediante a actividade de órgãos próprios representativos das populações.

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