o ombro de cláudia

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Trabalho elaborado por:Raquel de Magalhães e Santos Nº14 10º D

Nascida no ano de 1958, em Coimbra, Maria Teresa Maia Gonzalez estudou na Faculdade de Letras da Universidade Clássica, em Lisboa, onde se licenciou em Línguas e Literaturas Modernas, variante de Estudos Franceses e Ingleses. Foi professora de Língua Portuguesa desde 1982 a 1997. Na sua carreira de autora conta já com inúmeros livros editados, de entre os quais se destaca “A Lua de Joana” como o seu maior sucesso editorial. Foi publicado em Lisboa, Outubro de 1994, conta já com 17 edições e 250 000 exemplares vendidos (editado também na Alemanha, Bulgária, Albânia, Espanha e China). É também a autora da Colecção Profissão: Adolescente, onde conta com 26 títulos publicados, todos várias vezes reeditados. É ainda, com Maria do Rosário Pedreira, co-autora da Colecção O Clube das Chaves, de que foram publicados 21 volumes, a maioria das quais com várias reedições.

Os seus livros têm a particularidade de reflectir assuntos relacionados com a juventude. Na sua escrita são visíveis as situações com que nós, os jovens, nos defrontamos diariamente, na linguagem própria da nossa idade, evocando os sentimentos e as dúvidas que nos atormentam, revelando também uma grande sensibilidade e actualidade em relação aos mesmos.

A lua de Joana Recados da mãe O guarda da praiaQuase Adolescente Ser Invulgar Bicho em perigoVoa comigoA História dos brincos de penasBoas férias, Miguel!Histórias do céuO Incendiário MisteriosoA Fonte dos SegredosOs pés que anunciam a pazGaspar & MarianaAdivinhas com bichosPedro e o papaRetratos ImperfeitosHistórias com JesusA Contemplação da CoroaA Cruz VaziaO Pai no Tecto (teatro)

A obra “ O ombro de Cláudia” trata do drama vivido por uma adolescente, Cláudia, filha de pais separados que é obrigada a co-habitar com o padrasto, homem que revelava ser um perfeito fanático pela religião, mau carácter, intolerante, pessoa de difícil trato e dominador que, ao chegar, altera toda a harmonia e felicidade reinantes naquele lar.

Embora pertencesse a uma

família desestruturada, Cláudia mantinha uma relação saudável com a mãe, apesar de pontuais situações conflituosas ,fruto do comum e sempre existente conflito de gerações, mas sem quaisquer consequências , visto o diálogo, apoio e compreensão mútua terem sempre pautado a sua relação.

Todo este clima harmonioso foi profundamente abalado pela presença de Leonel naquela casa, não só pelo seu mau carácter como também pela modificação operada na mãe que seguia, aceitava e “bebia” cegamente todas as suas imposições.

Cláudia conhecia aquele homem, pois presenciara, há uns anos, um comportamento de traição dele com outra mulher, facto , que, sob ameaça, e coacção psicológica, nunca contara à mãe.

Cláudia vivia uma situação deveras difícil com repercussões físicas e psicológicas. O seu comportamento alterou-se na escola, o aproveitamento baixou, a falta de apetite era constante e, aquele homem marcara-a tão negativamente que começou a ter comichão no ombro direito, onde ele lhe tocara, ameaçando-a, se contasse à mãe sobre a traição.

A mãe ficou preocupada com a situação e decidiu levá-la a um médico que, depois de uma longa conversa, a encaminhou para uma psicóloga, realidade que Cláudia sempre escondeu dos amigos, temendo ser rejeitada por pensarem, precipitada e erradamente, que sofria de algum problema mental.

Assim, com a ajuda da psicóloga, conseguiu contar tudo a mãe, fazendo com que toda a harmonia voltasse àquele lar. Foi exactamente nesta fase da vida, isto é, adolescência, em que o amor dos pais mais falta faz, que a jovem passa por um momento indubitavelmente difícil, que a marca profundamente, e em que essa compreensão, orientação e amor tão necessários, parecem ser insuficientes.

Nesta obra, a autora mostra-nos, mais uma vez, de forma brilhante, através das personagens Cláudia, a sua mãe, a tia, Leonel, Dra. Belmira, entre outras, secundárias, que ficarão certamente na memória de quem ler este livro, os caminhos a percorrer para que se construam ponte sólidas entre o mundo dos adolescentes e o mundo dos adultos. Que o sonho da procura de felicidade existe em todas as idades, e que a sua concretização depende apenas de nós, de sermos capazes de esquecer egoísmos e indiferenças.

Em “O ombro de Cláudia” a autora trata, com sucesso, como é seu hábito, mais um problema comum da adolescência. Desta vez, o divórcio dos pais, a não aceitação por parte da personagem principal da relação da mãe com outro homem e todas as repercussões que esta trará para a adolescente.

A jovem passa por um momento muito difícil da sua vida. Tudo acontece porque a sua mãe volta a receber em casa um antigo companheiro que tinha estado no estrangeiro e, com o seu regresso, começam a manifestar-se sintomas estranhos na adolescente. Para poder ser ela própria, ter as suas opiniões, até manter os amigos, terá de enfrentar uma espiral de intolerância, fanatismo religioso e de incredulidade que parece querer ameaçar a sua identidade e a sua vida.

E a doença inexplicável que a assola, é mais um factor de preocupação para todos.

Nesta adolescência de Cláudia, outras adolescências se cruzam transportando consigo os habituais problemas e preocupações, mas também os mesmos sonhos e esperanças.

É exactamente nesta fase da vida, que os jovens mais necessitam de atenção, amor, orientação e carinho dos pais, que esta adolescente se confronta com este momento difícil, este drama que a atormenta e que quase a destrói. Embora nada de material lhe falte, considera a atenção dispensada pela mãe insuficiente.

Este drama vivido pela personagem, assunto infelizmente muito comum na nossa sociedade, é tratado pela autora de uma forma verdadeiramente elogiosa e inteligente, visto conseguir provocar interesse e sensações em quem lê a obra. Através de uma linguagem cuidada mas simples, transmite um realismo tal ao enredo, que consegue “ agarrar”, prender a atenção do leitor de qualquer idade, mas principalmente adolescentes, uma vez que se podem , facilmente, identificar com a personagem, até à ultima sílaba desta obra.

Maria Teresa Maia Gonzalez é, sem dúvida uma das escritoras mais lidas na actualidade. As obras publicadas já ultrapassaram a dezena e, embora os temas abordados foquem sempre os problemas da adolescência, o tema inesgotável não parece cansar o leitor de qualquer nível etário, muito pelo contrário, quem lê Maria Teresa fica sequioso da sua próxima obra.

Com esse engenho e arte que lhe é tão peculiar a tratar os temas a que se propõe, e considerados tão pertinentes na nossa sociedade tais como toxicodependência, divórcio, suas implicações familiares e conflito de gerações, a autora capta, de imediato, a atenção do leitor, abordando sem moralismos nem falsos optimismos os problemas e interrogações da juventude actual. São consideradas obras de leitura fácil, mas, indubitavelmente, fascinantes.

Os retratos de jovens que nela entram são paletas vivas do sentir, social e psicológico de uma geração em mudança. Não sendo a obra principal da autora, mas sim “A Lua de Joana”, “ O ombro de Cláudia” é

uma das várias publicações da autora, que me agradou particularmente, tal como outros livros que já li, explorando assuntos igualmente interessantes e actuais.

Partilhar esta engenhosa aventura da escrita com que a autora nos tem vindo a presentear com várias publicações, igualmente interessantes e apelativas, é uma das melhores e mais enriquecedoras formas de contribuir para a formação plena do indivíduo e, simultaneamente, criar no adolescente - público – alvo - o gosto pela leitura e “aventura criadora”. Além de outros temas sempre presentes no dia-a-dia do adolescente, tão comuns, vivos e actuais, faz-nos reflectir sobre aqueles que, pelo infortúnio ou pelas contingências de vida, caem nas malhas da toxicodependência ou sobre outros que são vítimas e que tem de se defrontar com dramas como o de Cláudia.

Esta obra foca a problemática do chamado “conflito de gerações” e das consequências que podem advir de um relacionamento pouco saudável, ou mesmo desequilibrado entre os interveniente (pais/filhos). Salienta, também, os caminhos a percorrer para que se consiga estabelecer uma relação sólida, saudável e de confiança mútua, entre o mundo dos adolescentes e dos adultos.

É um livro que aconselho a adultos e adolescentes, pois pode abrir-nos novos horizontes e faz-nos reflectir sobre temas tão comuns mas, simultaneamente, tão sérios e profundos, que espelham a sociedade actual.

http://images.google.pt/images?q=adolescentes+e+adultos&gbv=2&hl=pt-PT&sa=2

http://pt.wikipedia.org/wiki/Maria_Teresa_Maia_Gonzalez

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